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27 PERÍODO SIMPLES V: VOZES VERBAIS, PORTUGUÊS

AGENTE DA PASSIVA E ADJUNTOS ADVERBIAIS

VOZES VERBAIS O falante percebe a construção sintética como um caso de


sujeito indeterminado, ao que se assemelha muito, pela colocação
Chama-se voz à forma assumida pelo verbo para indicar do sujeito na posição pós-verbal reforçando a impressão de que
a posição do sujeito frente ao processo que se enuncia, isto é, se trata de um objeto. Muitos gramáticos defendem tal posição,
se o sujeito é o agente da ação verbal ou se é seu paciente. Os rejeitada, contudo, pela tradição gramatical. Os concursos adotam
gramáticos em geral consideram esta uma “flexão” do verbo, a posição de que o verbo transitivo direto está na forma passiva,
apesar de, tecnicamente, ser uma expressão morfossintática da devendo, inclusive flexionar-se em concordância com o sujeito que
ação, distante das noções desinenciais sobre as quais se basearia lhe é posposto.
o conceito de flexão.
Assim, podemos observar três possibilidades de posição que Vendem- se carros
pode assumir o sujeito:
partícula
a) agente; ação sujeito paciente
apassivadora
b) paciente;
É de notar-se também a ausência da enunciação do agente da
c) simultaneamente agente e paciente. passiva na forma sintética, apesar de raros exemplos em contrário:
Passemos à análise da estrutura das vozes: “Não sei se devemos exaltar Pelé por haver conseguido tanto,
ou se nosso louvor deve antes ser dirigido ao gol em si, que se
deixou fazer por Pelé, recusando-se a tantos outros”
VOZ ATIVA (Carlos Drummond de Andrade).
O verbo apresenta-se em sua forma natural, indicando que a
pessoa a quem se refere pratica a ação expressa, isto é, é o seu Apesar de a norma enunciar que apenas verbos transitivos
agente. diretos podem fazer voz passiva, alguns autores, no entanto,
acham exceção nos verbos apelar, aludir, obedecer, desobedecer,
Ele fez o trabalho. pagar, perdoar e responder.
sujeito (agente) ação objeto (paciente)
Voz reflexiva
Nesse caso, o sujeito representa, ao mesmo tempo, o agente e
VOZ PASSIVA o paciente, isto é, pratica e sofre a ação verbal. Nesse caso, existe
uma “ausência de transitividade”, já que a ação não passa a outro
Voz passiva analítica ser (negação da transitividade), mas retorna ao próprio agente
O sujeito agora é o paciente da ação verbal, isto é, recebe a ação (sentido reflexivo) ou reciprocamente aos agentes (reflexividade
expressa pelo verbo. Pode apresentar-se sob a forma analítica ou recíproca). Desta maneira, podemos classificar as vozes como
sintética. reflexiva ou reflexiva de reciprocidade (voz recíproca).

Na voz passiva analítica, temos um verbo auxiliar que se remete Na voz reflexiva, o pronome se exerce, na maioria das vezes, a
ao tempo de verbo principal na voz ativa somado ao particípio função de objeto direto, ainda que existam casos – raros – em que
passado do verbo principal. Resumindo as alterações que ocorrem desempenha a função de objeto indireto.
na passagem da voz ativa à passiva analítica, teremos:
Ele feriu- se
• o sujeito da ativa, caso haja, passará a agente da passiva,
regido pela preposição por ou de; pronome
sujeito (agente) ação
• o objeto da voz ativa será o sujeito da voz passiva; reflexivo
• surgirá um verbo auxiliar, o qual será conjugado no tempo A voz recíproca ocorre quando o sujeito é composto ou quando
do verbo principal; seu núcleo encontra-se no plural, de forma a fazer com que a ação
• o verbo principal passará ao particípio passado; praticada pelos sujeitos retorne reciprocamente aos agentes, como
• os outros termos oracionais não sofrerão alteração. no exemplo:

O trabalho foi feito por ele. Pai e filho abraçaram- se

sujeito (paciente) ação agente da passiva pronome (reflexivo)


sujeito (agente) ação
recíproco
Perceba no exemplo que o pai, paciente da ação praticada
Voz passiva sintética pelo filho, pratica a mesma ação sobre seu filho. A diferença da
A voz passiva sintética é um dos pontos de maior dúvida voz reflexiva clássica é mais semântica que propriamente sintática;
entre os estudantes e de grande debate entre os gramáticos. contudo, tal diferenciação vem tornando-se constante nos exames
Ela é formada por um verbo transitivo direto na 3ª pessoa e pela e concursos.
partícula se (partícula apassivadora).

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AGENTE DA PASSIVA • de causa: Os jovens tremiam de frio.


• de companhia: Vivi com os amigos da faculdade perto de
O agente da passiva é o termo integrante da oração que indica
dois anos.
o agente de uma ação quando o verbo está na forma passiva. O
agente da passiva não é um termo de presença obrigatória nas • de concessão: Apesar de cansado, não sentia sono.
orações cujo verbo estiver na voz passiva, mas invariavelmente • de finalidade: Volto para a contagem dos votos.
corresponderá ao sujeito da oração na voz ativa. • de instrumento: Fez a prova toda a lápis.
O agente sempre será introduzido por uma preposição, • de matéria: O professor falou a respeito da crase.
normalmente pela preposição por (e suas formas contraídas pelo,
pela, pelos, pelas) ou pela preposição de; e, como corresponde ao • de meio: Voltamos de bote para a ponta do Caju.
sujeito, também será representado por um substantivo, pronome • de quantidade: O Fluminense ganhou a partida por dois a
ou termo substantivado. zero.
É possível encontrar ainda outras classificações para o
PASSIVIDADE adjunto adverbial, o que seria plenamente compreensível,
dado o caráter semântico de sua organização, permitindo
Não se deve confundir a voz passiva, um recurso formal,
morfossintático da língua, portanto, de uso gramatical, com que diversos autores percebam diferentes modalidades
passividade, uma noção semântica de que um elemento da adverbiais nas relações de circunstância que conferem à
frase “sofre” determinada ação. Esse recebimento da ação pode frase.
manifestar-se na voz passiva ou ativa, sem que haja classificação
distinta entre uma e outra apenas pelo laço semântico.
O lutador recebeu o golpe do adversário.
Na frase acima, o termo “o lutador” recebe o golpe, isto é, EXERCÍCIOS
semanticamente, representa o elemento que “sofre” a ação do verbo.
Contudo, a forma verbal está na voz ativa, mostrando que o termo
PROPOSTOS
sujeito, sintaticamente, funciona como agente do verbo. Perceba que
a passividade não corresponde diretamente à voz passiva. 01. (MACKENZIE) "Da janela do seu quarto é que ELE A VIRA PELA
PRIMEIRA VEZ". Passando-se a oração em destaque para a voz
passiva analítica, a forma verbal correspondente é
ADJUNTOS ADVERBIAIS a) foi vista. d) seria vista.
É um termo de valor adverbial – representado por advérbio, b) havia visto. e) fora vista.
locução adverbial ou expressão adverbial – que se liga a um verbo, c) estava sendo visto.
um adjetivo, um outro advérbio ou, até mesmo, a toda uma oração
para indicar-lhe uma circunstância ou complementação relativa.
02. (UFRGS)
Apesar de a tradição gramatical consagrar o papel
circunstancial do adjunto adverbial, alguns autores percebem que Físico reconstrói o mapa do céu indígena
tal classificação é insuficiente, pois há construções em que o papel
Um pesquisador do Paraná passou os últimos dez 13anos, 5a
do adjunto adverbial vai além da mera indicação de circunstância,
expensas 14próprias, reconstituindo as constelações conhecidas
funcionando como um verdadeiro complemento do verbo.
pelos povos indígenas do Brasil. O 4esforço 1começa a dar resultado
A criança caiu do berço durante a madrugada.
15
agora, depois de sua aposentadoria.
Germano 16Affonso, professor titular de física da UFPR e
Veja que apenas o termo “durante a madrugada” é efetivamente
doutor pela Universidade de Paris 176, descobriu que as principais
acessório, isto é, denota circunstância e é dispensável à frase. O
constelações dos tupinambás, que habitavam a costa brasileira no
termo “do berço” expressa lugar (por isso a gramática o considera
século 16 e foram os primeiros a ter contato com os europeus, são
adjunto adverbial), mas é exigido pela regência do verbo cair, 2
comuns a diversas outras etnias do Brasil. São elas: Ema, Anta,
sendo indispensável sua presença para a compreensão do
Homem Velho e Veado.
sentido geral da frase. Nesse último caso, estamos diante de um
verdadeiro complemento relativo. Contudo, a NGB não reconhece As constelações indígenas, segundo ele, têm funções práticas
tal classificação, levando o aluno a marcar, nesses casos, ambos
3
semelhantes ás das constelações ocidentais: marcar a passagem
os termos como adjuntos adverbiais. do tempo e as estações do ano e servir como pontos de orientação.
No entanto são 18maiores, mais facilmente reconhecíveis e
Em vista disso, percebe-se que os adjuntos adverbiais
formadas não só a partir de estrelas, 12como de manchas
formam uma categoria heterogênea e sua classificação segue
existentes na Via-Láctea (Caminho de Anta ou Caminho dos
um parâmetro semântico discutível. Muitas das classificações
Espíritos, para os tupinambás). Ele conseguiu 19inventariar mais
apresentadas aqui não são unânimes e a própria NGB é omissa
de cem constelações, ao passo que existem hoje 88 constelações
na classificação de tais termos. Contudo, com um pouco de bom
indígenas distintas registradas oficialmente.
senso, pode-se chegar à seguinte classificação (que, de forma
alguma, é conclusiva): O resultado da pesquisa será apresentado hoje, em Recife.
Affonso falará na conferência "Contribuições Nativas para o
• de lugar: A lama respinga por toda a parte.
Conhecimento", ás 15h.
• de tempo: Recebi ontem a carta de meu filho.
Segundo 9o físico da UFPR, a ideia de 20remontar 11o mapa
• de modo: O violonista tocava com tristeza. do céu dos índios começou com 7um relato do capuchinho
• de intensidade: Temos mudado muito. francês Claude d'Abbeville, do século 17, 6que veio 8lhe cair nas
• de afirmação: Eles foram sim ao porto. mãos. 10Nele, o europeu citava constelações conhecidas pelos
tupinambás do Maranhão. A Affonso chamou atenção o fato de os
• de negação: Não quero ouvir essa cantoria. nomes dessas constelações serem muitas vezes os mesmos que
• de dúvida: Talvez a gente combine alguma coisa para grupos indígenas do Paraná usavam para descrever o céu.
amanhã. Adaptado de: Folha de S. Paulo, 16 jul. 2003. Folha Ciência, p. A 14.

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As afirmações abaixo referem-se às vozes verbais utilizadas no No texto V, o sintagma "no teu pranto" desempenha a função
texto. sintática de adjunto adverbial. Esta mesma função vem
I. A frase ele conseguiu inventariar mais de cem constelações desempenhada por
poderia ser alterada da seguinte forma, continuando a) perante a Morte (em I) e nos abismos (em I).
semanticamente equivalente à original: mais de cem b) de lágrimas (em I) e do forte (em II).
constelações tinham sido inventariadas por ele.
c) momento da dor (em IV) e uma felicidade (em IV).
II. A frase o resultado da pesquisa será apresentado hoje
poderia ser reescrita corretamente da seguinte forma, d) em presença da morte (em II) e correndo dividida (em III).
mantendo-se a voz passiva: apresentar-se-á hoje o e) Mal cruel (em I) e Na presença de estranhos (em II).
resultado da pesquisa.
04. (FGV) Observe, o seguinte período:
III. A frase affonso falará na conferência "contribuições
nativas para o conhecimento" não pode ser passada para "Nesse caso, são atribuídos às organizações certos tipos a
a voz passiva. respeito dos quais podem ser feitas generalizações" . Nele, ocorre
voz passiva analítica; a voz ativa correspondente está indicada em:
IV. A frase nele, o europeu citava constelações conhecidas
pelos tupinambás do maranhão poderia ser reescrita como a) Nesse caso, são atribuídos (por alguém) certos tipos a respeito
nele, eram citadas pelo europeu constelações conhecidas dos quais podem fazer-se certas generalizações.
pelos tupinambás do maranhão, sem prejuízo do sentido e b) Nesse caso, (alguém) pode atribuir às organizações certos
da correção. tipos a respeito dos quais podem ser feitas generalizações.
Quais estão carretas? c) De fato, (alguém) não pode nos comparar a qualquer outro grupo.
a) Apenas I. d) Nesse caso, (alguém) atribui às organizações certos tipos a
b) Apenas I e III. respeito dos quais (alguém) pode fazer generalizações.
c) Apenas II e III. e) Nesse caso, atribuem-se às organizações certos tipos a
respeito dos quais se podem fazer generalizações.
d) Apenas II e IV.
e) Apenas II, III e IV. 05. (ESPCEX (AMAN)) No fragmento: A designação gótico, na
literatura, associa-se ao universo cadente..., a expressão na
03. (UNIFESP) literatura está separada por vírgulas porque se trata de um(a)
TEXTO I a) adjunto adverbial deslocado. d) adjunto adverbial de assunto.
Perante a Morte empalidece e treme,
b) aposto do termo gótico. e) complemento pleonástico.
Treme perante a Morte, empalidece.
Coroa-te de lágrimas, esquece c) vocativo no meio da oração.
O Mal cruel que nos abismos geme.
Cruz e Souza, Perante a morte.
06. (UECE) “Ou by serendipity, como dizem os ingleses quando na
caça a um tesouro se tem a felicidade de deparar com outro bem,
TEXTO II mais precioso ainda.”
Tu choraste em presença da morte? Leia o que se diz sobre o enunciado acima.
Na presença de estranhos choraste? I. Estaria de acordo com os ensinamentos da gramática
Não descende o cobarde do forte; normativa o acréscimo de duas vírgulas ao enunciado: Ou
Pois choraste, meu filho não és! by serendipity, como dizem os ingleses quando, na caça a
Gonçalves Dias, I Juca Pirama. um tesouro, se tem a felicidade de deparar com outro bem,
TEXTO III mais precioso ainda.
Corrente, que do peito destilada, II. A regra que ampara o emprego das vírgulas acrescentadas
Sois por dous belos olhos despedida; é a seguinte: Separa-se com vírgulas o adjunto adverbial
deslocado ou intercalado.
E por carmim correndo dividida,
III. Haveria diferença de sentido e de classe gramatical se
Deixais o ser, levais a cor mudada. mudássemos a posição da vírgula em “a felicidade de
Gregório de Matos, Aos mesmos sentimentos.
deparar com outro bem, mais precioso ainda”, que passaria
TEXTO IV a “felicidade de deparar com outro, bem mais precioso
Chora, irmão pequeno, chora, ainda”. Na estrutura do texto, bem é um substantivo, e a
Porque chegou o momento da dor. expressão tem o seguinte sentido: deparar com outra coisa
A própria dor é uma felicidade... que não é um tesouro, porém é mais precioso do que um
Mário de Andrade, Rito do irmão pequeno. tesouro. Na estrutura modificada – com outro, bem mais
precioso ainda”, bem seria um advérbio, e a expressão teria
TEXTO V: o seguinte sentido: deparar com outro tesouro bem mais
Meu Deus! Meu Deus! Mas que bandeira precioso do que aquele que se procurava.
é esta, Está correto o que se diz em
Que impudente na gávea tripudia?!... a) I, II e III. d) II e III apenas.
Silêncio! ... Musa! Chora, chora tanto b) I e II apenas.
Que o pavilhão se lave no teu pranto... c) I e III apenas.
Castro Alves, O navio negreiro.

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07. (ESC. NAVAL) 08. (UECE) Atente ao que se diz sobre o seguinte enunciado: “No
entanto, não se considere um modelo consolidado” .
Sobre o mar e o navio
I. Para ser entendido, o enunciador exige a cooperação do leitor,
Na guerra naval, existem ainda algumas peculiaridades que
que deverá, por inferência, saber de qual modelo ele fala.
merecem ser abordadas.
II. Ao enunciado falta uma expressão que desempenhe o
Uma delas diz respeito ao cenário das batalhas: o mar. Diferente,
papel de sujeito da voz passiva do verbo considerar.
em linhas gerais, dos teatros de operações terrestres, o mar não tem
limites, não tem fronteiras definidas, a não ser nas proximidades dos III. Dependendo do contexto, a não explicitação do sujeito
litorais, nos estreitos, nas baías e enseadas. do verbo considerar torna o enunciado passível de duas
leituras: 1. No entanto, não considere a si mesmo um
Em uma batalha em mar aberto, certamente, poderão ser
modelo consolidado. 2. No entanto, não seja considerado
empregadas manobras táticas diversas dos engajamentos efetuados
(o modelo da Internet) como um modelo consolidado.
em área marítima restrita. Nelas, as forças navais podem se valer
das características geográficas locais, como fez o comandante Está correto o que se diz em
naval grego Temístocles, em 480 a.C. ao atrair as forças persas para a) I, II e III. c) I e II apenas.
a baía de Salamina, onde pôde proteger os flancos de sua formatura, b) II e III apenas. d) I e III apenas.
evitando o envolvimento pela força naval numericamente superior
dos invasores persas.
09. (EPCAR (AFA)) Analise as assertivas que dizem respeito ao
As condições meteorológicas são outros fatores que também trecho a seguir.
afetam, muitas vezes de forma drástica, as operações nos teatros
marítimos. O mar grosso, os vendavais, ou mesmo as longas “Não se trata de uma tese nova. Ela foi levantada pela primeira
calmarias, especialmente na era da vela, são responsáveis por vez em 1985, num livreto do teórico da comunicação americano Neil
grandes transtornos ao governo dos navios, dificultando fainas e Postman: Amusing ourselves to death (Nos divertindo até morrer),
manobras e, não poucas vezes, interferindo nos resultados das ações relembrado por seu filho Andrew em artigo recente no The guardian.”
navais ou mesmo impedindo o engajamento. É oportuno relembrar I. O primeiro período é constituído de uma oração absoluta
que o vento e a força do mar destruíram as esquadras persa (490 sem sujeito.
a.C.), mongol (1281) e a incrível Armada Espanhola (1588), salvando II. Está de acordo com a Norma Gramatical Brasileira a
respectivamente a Grécia, o Japão (que denominou de kamikaze o seguinte reescrita ⇒ Não se trata de uma tese nova: esta
vento divino salvador) e a Inglaterra daqueles invasores vindos do mar. tese foi levantada pela primeira vez em 1985.
O cenário marítimo também é o responsável pela causa mortis III. O termo Neil Postman classifica-se como agente da
da maioria dos tripulantes dos navios afundados nas batalhas navais, passiva, uma vez que é o elemento que realiza a ação
cujas baixas por afogamento são certamente mais numerosas expressa na locução verbal indicativa de voz passiva.
do que as causadas pelos ferimentos dos impactos dos projéteis,
IV. O termo do teórico da comunicação americano associa-
dos estilhaços e dos abalroamentos. Em maio de 1941, o cruzador
se a um substantivo, especificando-lhe o sentido, sendo,
de batalha britânico HMS Hood, atingido pelo fogo da artilharia do
portanto, um adjunto adnominal.
Bismarck, afundou, em poucos minutos, levando para o fundo cerca
de 1.400 tripulantes, dos quais apenas três sobreviveram. V. O substantivo livreto encontra-se flexionado no grau diminutivo
sintético para representar uma relação de tamanho.
Aliás, o instante do afundamento de um navio é um momento
Está correto o que se afirma apenas em
crucial para a sobrevivência daqueles tripulantes que conseguem
saltar ou são jogados ao mar, pois o efeito da sucção pode arrastar a) I e III. b) II e IV. c) II e III. d) IV e V.
para o fundo os tripulantes que estiverem nas proximidades do
navio no momento da submersão. Por sua vez, os náufragos podem 10. (EEAR) Leia o texto abaixo e responda à(s) questão(ões) a
permanecer dias, semanas, em suas balsas à deriva, em um mar seguir.
batido pela ação dos ventos, continuamente borrifadas pelas águas Salve, lindo pendão1 da esperança,
salgadas, sofrendo o calor tropical escaldante ou o frio intenso das Salve, símbolo augusto2 da paz!
altas latitudes, como nos mares Ártico, do Norte ou Báltico, cujas Tua nobre presença à lembrança
baixas temperaturas dos tempos invernais limitam cabalmente o A grandeza da pátria nos traz.
tempo de permanência n’água dos náufragos, tornando fundamental (trecho do Hino à Bandeira – letra de Olavo Bilac música de Francisco Braga)
para a sua sobrevivência a rapidez do socorro prestado. Glossário:
O navio também é um engenho de guerra singular. Ao mesmo 1
Pendão – bandeira, flâmula
tempo morada e local de trabalho do marinheiro, graças à sua 2
Augusto – nobre
mobilidade, tem a capacidade de conduzir homens e armas até
No fragmento de texto apresentado, os sintagmas “da esperança”
o cenário da guerra. Plataforma bélica plena e integral, engaja
e “da paz”
batalhas, sofre derrotas, naufraga ou conquista vitórias, tornando-se
quase sempre objeto inesquecível da história de sua marinha e país. a) remetem à ideia de lugares e são classificados como adjuntos
(CESAR, William Carmo. Sobre o mar e o navio. In: __________. Uma história das Guerras adverbiais.
Navais: o desenvolvimento tecnológico das belonaves e o emprego do Poder Naval ao b) remetem à ideia de posse, pertença, e são classificados como
longo dos tempos. Rio de Janeiro: FEMAR, 2013. p. 396-398)
adjuntos adnominais.
Marque a opção em que a função sintática do pronome relativo c) remetem à ideia de posse, pertença, e são classificados como
está corretamente indicada. complementos nominais.
a) “[...] que merecem ser abordadas.” (1º parágrafo) – objeto d) remetem à ideia de lugares não físicos e são classificados
direto como complementos nominais.
b) “[...] onde pôde proteger [...]” (3º parágrafo) – adjunto adverbial
c) “[...] cujas baixas por afogamento [...]” (5º parágrafo) – aposto GABARITO
d) “[...] dos quais apenas três [...]” (5º parágrafo) – objeto indireto EXERCÍCIOS PROPOSTOS
e) “[...] que conseguem saltar [...]” (6º parágrafo) – adjunto 01. E 03. A 05. A 07. B 09. D
adnominal 02. E 04. D 06. A 08. A 10. B

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