Matrimônio

MATRIMÔNIO
ENCONTROS DE PREPARAÇÃO
ANDRÉ PARREIRA | KARINA PARREIRA
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AOS NOIVOS
Este é um material de apoio para a Preparação Próxima, uma das etapas da preparação
para o Matrimônio, que deve ser um momento de reflexão profunda e de verdadeiro
discernimento.
Organizem-se para que tenham tempo de ler, conversar e refletir durante as próximas
semanas. A realização das atividades propostas é de grande valor para uma boa reflexão
sobre os temas. Por isso, sempre serão convidados a realizarem atividades a dois.
Vocês serão acompanhados de outros casais de noivos ou namorados, e também dos
casais acolhedores, que dedicam seu tempo, com experiência e carinho, a acolhê-los e ajudá-
los a construir uma casa sobre a “rocha”.
Aproveitem esta oportunidade!
Sagrada Família de Nazaré, rogai por nós.
Meu grupo de encontros de noivos
CASAL COORDENADOR do grupo

(com o qual devo me comunicar quando houver imprevistos ou assuntos como faltas,
alteração da agenda etc.)
Nomes:
Endereço:
Telefones:
E-mails:
Local dos encontros:____________________________________________________
Endereço:
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Casais participantes
Nomes Telefones ou e-mails
Agenda e registro de presença

Encontro Data – Horário – Local
Encontro 1
Encontro 2
Encontro 3
Encontro 4
Encontro 5
Encontro 6
Encontro 7
Encontro 8
Encontro 9
Encontro 10
Encontro 11
3
Declaração de participação
Declaramos que ___________________________________________________________ e
____________________________________________________ participaram dos Encontros
preparação para o matrimônio conforme agenda acima.
_________________, _____ de __________ de ______.
_____________________________________________________________
Assinatura (casal coordenador)
ORAÇÃO INICIAL
Todos: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Todos: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o
fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da
terra. Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito
Santo, fazei com que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito, e
gozemos sempre de sua consolação. Por Cisto, Senhor Nosso. Amém.
Noivos: Deus Pai, criai em mim um coração puro, capaz de discernir o amor, seus
compromissos e de entender o Matrimônio como uma vocação criada por vós.
Homens: Dai-me aprender, com São José, a ser bom esposo e pai.
Mulheres: Dai-me aprender, com Maria, a ser boa esposa e mãe.
Canto (à escolha).
ORAÇÃO FINAL
Oração à Sagrada Família
(Papa Francisco – Exortação Amoris Laetitia)
Casal 1: Jesus, Maria e José, em Vós contemplamos o esplendor do verdadeiro amor.
Confiantes, a Vós nos consagramos.
Casal 2: Sagrada Família de Nazaré, tornai também as nossas famílias lugares de
comunhão e cenáculos de oração,
Casal 3: autênticas escolas do Evangelho e pequenas igrejas domésticas.
Casal 4: Sagrada Família de Nazaré, que nunca mais haja nas famílias episódios de
violência, de fechamento e divisão;
Casal 5: e quem tiver sido ferido ou escandalizado seja rapidamente consolado e
curado.
Casal 6: Sagrada Família de Nazaré, fazei que todos nos tornemos conscientes do
caráter sagrado e inviolável da família, da sua beleza no projeto de Deus.
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Todos: Jesus, Maria e José, ouvi-nos e acolhei a nossa súplica. Amém.
Todos: Pai nosso, que estais no céu...
Casal Coordenador: Sagrada Família,
Todos: Rogai por nós. Encerramos o encontro de hoje. Em nome do Pai, do Filho
e do Espírito Santo. Amém.
Canto (à escolha).
ENCONTRO 1
Casal coordenador: Estamos reunidos para nosso primeiro encontro de preparação
matrimonial. A partir de agora, formamos um grupo que caminhará junto por 11 semanas e,
portanto, poderemos construir uma amizade duradoura. Nossa caminhada será melhor se nos
envolvermos como irmãos em Cristo, respeitando nossas diferentes trajetórias de vida. Por
isso, é importante que nos deixemos conhecer durante nossos encontros.
Momento para partilha (máximo de 10 minutos)
Cada um deve falar nome, cidade e bairro onde vive e a paróquia que frequenta.
Pode também dizer a profissão, bem como onde trabalha ou estuda.
Casal Coordenador: Nossos encontros são guiados pelos ensinamentos da Igreja
Católica e amparados, sempre, pela oração. Vamos ter conosco a imagem da Sagrada Família
para nos lembrar de que a temos como modelo e que ela estará nos abençoando. Sempre
começaremos nossas reuniões com a Oração Inicial e terminaremos com a Oração Final.
Também rezaremos e meditaremos com músicas, que podem ser sugeridas por todos nós.
Oração inicial (p. 03)
Casal Coordenador: Precisamos organizar a nossa agenda de encontros. É

importante planejar e prever, para que o dia do encontro não caia em algum feriado ou dia
santo, assim como em períodos como Semana Santa, Carnaval e Natal. Agora é hora de tomar
o calendário nas mãos e preencher nossa agenda. Sejamos breves e não levemos mais que 5
minutos nesta tarefa.
Casal Coordenador: Ainda sobre a organização, é importante ressaltar que cada
minuto é valioso para nossa formação e, por isso, devemos ser sempre pontuais. Tanto por
interesse quanto por respeito aos demais, chegar no horário marcado é nosso dever. Agora
que você já conhece o tempo médio do trajeto até aqui, organize-se para chegar uns 10
minutos antes e assim todos podem conversar um pouco e se conhecerem melhor antes de
começarmos cada encontro. Nossas reuniões são elaboradas para durarem 1h30, e não devem
extrapolar 1h45. Todos podemos colaborar sendo concisos em nossos comentários. O Casal
Coordenador mediará o encontro, interrompendo quando alguém estiver se prolongando
demais nos comentários ou saindo do tema. É necessário que isso seja feito para que nossos
trabalhos tenham um bom andamento. Para que todos fiquem atentos e participem, pedimos
que colaborem nas leituras. Sugerimos que os casais sejam numerados, a partir do Casal
Coordenador e em sentido horário, como casal 1, casal 2, casal 3 etc.
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TEMA: “O AMOR CONJUGAL”
Todos: Por que vamos nos casar na Igreja?

Casal 1: É provável que muitos noivos não tenham uma resposta clara para essa
pergunta. Às vezes, fazemos coisas por simples impulso, sem qualquer questionamento ou
análise, apenas por seguimento de “normas” e costumes sociais. Eu sei, exatamente, por que
estou aqui me preparando para o Matrimônio?
Casal 2: Pode ser que estejamos aqui à procura desta definição, para conhecermos
mais sobre a vida conjugal e, a partir daí, respondermos a essa pergunta. Mas, uma coisa é
certa, não se pode começar esta caminhada por pressão dos pais, amigos, sociedade e/ou por
desejo unicamente de um dos noivos. A vontade de casar na Igreja e se preparar para isto tem
que vir do coração de cada um, tanto do noivo quanto da noiva.
Casal 3: Em nossos tempos, o casamento na Igreja já não é algo que “todo mundo
faz” e, de acordo com o ponto de vista predominante na sociedade, já não significa uma
obrigação social de grande importância. É bastante comum vermos a união de casais sem
qualquer vínculo religioso, sem que isso acarrete discriminação por parte da sociedade. Hoje,
os casais que coabitam, sem oficializar nem mesmo o casamento civil, recebem da lei o
mesmo amparo que os casados.
Todos: Então, não deve ter sido a falta de segurança jurídica ou a discriminação
social que nos trouxe aqui. Venho por outros motivos. Mas quais?
Casal 4: Mesmo com tantos pensamentos contrários ao casamento, muitos casais
querem se casar, pois sentem algo mais que o simples desejo de ficarem próximos. É um
sentimento emanado pela origem divina, que só terá explicação aos olhos da fé, criado por
Deus no início da criação: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2,18).
Casal 5: O amor, base da união matrimonial, começa a ser percebido quando o
relacionamento ultrapassa a fase de encanto pelo outro e caminha em direção à maturidade.
Vai além de querer estar ao lado da pessoa pelo simples fato de ela ser agradável ou porque
você se sente bem ao lado dela. Concretiza-se quando todos estes sentimentos se somam ao
desejo de ver o outro bem e de lutar por sua felicidade, mesmo que isso implique muitas
renúncias pessoais.
Casal 6: Neste momento, o sentimento se aproxima do amor ágape, como um reflexo
do amor de Jesus por nós, capaz de doar a própria vida. Um sentimento que não é unicamente
atração física, mas que extrapola essa dimensão e tem como meta a felicidade do outro.
Casal 1: Todo ser humano, até mesmo um ateu, sente o “querer bem” por seus
amados. É uma grande marca de amor que ninguém pode apagar, reflexo do amor de Deus
por nós. Por isso, todo ser humano, seja ou não cristão, pode amar e sentir-se impelido a doar
a vida por alguém.
Todos: “O amor humano é uma faísca do amor de Javé” (Ct 8,6).
Casal 2: O amor de Deus nos leva a amar o próximo. No Matrimônio, esse amor nos
faz identificar o cônjuge como o “próximo mais próximo”. Isto nos faz viver uma dimensão
do Matrimônio particularmente importante: a amizade entre os cônjuges. Uma relação bem
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diferente do que era bastante comum em nossa cultura anos atrás, baseada na submissão
exagerada, relação quase serviçal que poderia ir, pouco a pouco, sufocando o amor.
Todos: Neste momento, na caminhada de preparação para o Matrimônio, devo
me perguntar: Quem é o meu melhor amigo?
Momento para partilha (máximo de 5 minutos)
Você tem muitos amigos? Amigos de infância, amigos de escola, amigos de
trabalho, amigos primos... Quem é ou quem são os seus melhores amigos?
Casal 3: Imagine aquele amigo com quem você se abre e diz tudo o que sente. Aquele
para quem você ligou correndo para falar que estava gostando de alguém ou para contar que
ficou triste com algum imprevisto que lhe tenha ocorrido. Aquele amigo que estudava com
você, saía para passear e você sentia-se bem ao lado dele. Agora, esse amigo deve ser seu
noivo(a) e você deve investir nessa amizade para que ela sempre cresça.
Todos: Todos podem e devem ter amigos, mas o melhor amigo de uma pessoa
casada deve ser o seu cônjuge.
Casal 4: E para conversar com “prazer”, sentir-se à vontade e feliz ao lado do
cônjuge, o relacionamento deve ser baseado no diálogo sincero, assim como acontece com as
melhores amizades. “Se você não é capaz de construir amizade com a pessoa que ama, não
deve casar.”1
Casal 5: Os relacionamentos impulsivos, baseados em aparências, como as paixões
pelas garotas e rapazes “da moda”, não são duradouros. Buscam alimentar os instintos
momentâneos e não saciam os corações dos namorados. São baseados no gostar e no curtir, e
não conjugaram o verbo amar.
Todos: Amar e gostar são verbos com significados diferentes?
Casal 6: Sim, são diferentes. O ser humano gosta de tudo que é prazeroso. Gosta de
música, filmes, leituras, comidas. E também de outro ser humano que lhe dê carinho e
atenção. É frequente o fato de uma pessoa querer se casar porque se sente bem ao lado do(a)
namorado(a) e porque com ele(a) passa momentos agradáveis.
Todos: Já paramos para pensar se realmente nos amamos ou se estamos
acostumados ou apegados um ao outro?
Casal 1: A decisão de casar não pode ser tomada com base nesse aspecto. Deve-se
procurar identificar se o sentimento é mesmo amor. Amor implica compromisso de lutar para
que o outro esteja bem, mesmo nos momentos mais difíceis. Amamos o próximo e nos
comprometemos com ele. Jesus amou até os seus inimigos, e nós devemos nos esforçar para
fazer o mesmo. O amor matrimonial pode ser despertado pelo gostar, mas não se pode basear
apenas nisso.
Todos: Amar é comprometer-se com o outro.
Casal 2: É claro que ninguém deve escolher um cônjuge de maneira técnica, indo em
busca do par perfeito ou fazendo uma sociedade empresarial. Ele vem de Deus que, de
inúmeras maneiras e em diversas situações, semeia o sentimento nos corações. Sempre
haverá algo que tenha aproximado o casal. Alguns podem ter se sentido atraídos já no
primeiro encontro, outros depois de tempos de convivência ou amizade.
1
Afetividade e sexualidade, de Pe. Vitor Gropelli, São Paulo, Editora Ave Maria, 2005.
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Momento de partilha (máximo de 10 minutos)
Cada casal pode partilhar como aconteceu sua aproximação e como começaram a namorar.
Casal 3: A partir do momento em que você percebe que a semente de amor foi
plantada em seu coração e também no coração do seu noivo(a), amar diariamente se torna
uma caminhada que parte de uma decisão. Aqui está uma dificuldade de nossa geração:
assumir e perseverar por escolhas definitivas.
Casal 4: Quase tudo hoje em dia é descartável ou tem curta vida útil. Por isso, os
jovens não se acostumaram a conquistar as coisas lentamente e a lutar para mantê-las. Tudo
vem e vai com muita rapidez. A vida conjugal, para um número crescente de pessoas,
também tem sido “efêmera”, assim como os bens de consumo.
Casal 5: Ao descobrirem uma nova característica até então desconhecida e que
incomoda, muitos preferem trocar de cônjuge, ao invés de ajudá-lo a ser melhor, à custa de
paciência e renúncias. É a sociedade do descartável.
Discutam sobre o desafio de amar de modo concreto diante das situações de perdas
futuras, como a perda da beleza, de bens e até mesmo da saúde. Imagine-se ao lado de
seu noivo(a) em uma situação adversa, disposto(a) a doar a vida pela felicidade dele(a).
Casal 6: Matrimônio é compromisso para o casal que se ama e possui maturidade
para uma decisão definitiva.
Todos: “Jovens, não tenham medo de fazer escolhas definitivas na vida”,
incentiva-nos o Papa Francisco.
Casal 1: Encerramos o tema de hoje com uma leitura bíblica bastante conhecida:
1Cor 13,1-8.
Momento da partilha (máximo de 10 minutos)
É hora de expressar suas opiniões sobre o texto de hoje, destacar as partes de que mais
gostaram e também falar daquelas que não lhe agradaram muito. Como motivação para
esta partilha, leiam também o trecho a seguir, da recente exortação do Papa Francisco
direcionada às famílias, de nome A Alegria do Amor (Amoris Laetitia).
Sejam sinceros e participativos!
AL 131-132:
“[...] o matrimônio supera qualquer moda passageira e persiste. A sua essência está
radicada na própria natureza da pessoa humana e do seu caráter social. Implica uma série de
obrigações; mas estas brotam do próprio amor, um amor tão decidido e generoso que é capaz
de arriscar o futuro. Semelhante opção pelo matrimônio expressa a decisão real e efetiva de
transformar dois caminhos num só, aconteça o que acontecer e contra todo e qualquer
desafio. Pela seriedade de que se reveste este compromisso público de amor, não pode ser
uma decisão precipitada; mas, pela mesma razão, também não pode ser adiado
indefinidamente. Comprometer-se de forma exclusiva e definitiva com outrem sempre
encerra uma parcela de risco e de aposta ousada. A recusa de assumir um tal compromisso é
egoísta, interesseira, mesquinha; não consegue reconhecer os direitos do outro e não chega
jamais a apresentá-lo à sociedade como digno de ser amado incondicionalmente. Aliás,
aqueles que estão verdadeiramente enamorados tendem a manifestar aos outros o seu amor. O
amor concretizado num matrimônio contraído diante dos outros, com todas as obrigações
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decorrentes dessa institucionalização, é manifestação e proteção de um “sim” que se dá sem
reservas nem restrições. Este sim significa dizer ao outro que poderá sempre confiar, não será
abandonado, se perder atrativo, se tiver dificuldades ou se apresentarem novas possibilidades
de prazer ou de interesses egoístas.”
Oração final (p. 03)

Atividades a dois
Durante a semana, cada casal deve fazer uma nova leitura do encontro, marcar os
pontos que julgar mais importantes e discuti-los. Após isso, devem fazer as atividades
propostas.
1. No texto bíblico sugerido, Paulo exalta o amor entre os irmãos, algo que podemos e
devemos estender aos cônjuges. Completem a cruzadinha, preenchendo com palavras que
expressam as qualidades do amor apresentadas pelo apóstolo Paulo em 1 Cor 13. (referência:
Bíblia da Editora Ave Maria)
1
O amor é (3), o amor é (2). Não tem inveja. O amor não é orgulhoso. Não é (1). Nem
escandaloso. Não busca os seus próprios (4), não se irrita, não guarda (5) (debaixo pra
cima).
ENCONTRO 2
Casal coordenador: Vamos comentar um pouco sobre o tema anterior e sobre as
atividades que foram propostas.
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Hora de partilhar que reflexões o tema anterior e as atividades feitas provocaram
nos casais, como também de apresentar questionamentos.
TEMA: “CONHECIMENTO E DIÁLOGO: HARMONIA CONJUGAL”

Casal 1: No encontro anterior, falamos da dimensão do amor conjugal e da amizade
necessária entre os noivos. Neste ponto, já antecipamos um pouco o tema de hoje, que passa
pelo conhecimento entre um casal, o conhecimento de si mesmo e do outro.
Casal 2: Falar em conhecimento pode até parecer desnecessário para um casal que
está a caminho do altar. Mas, na realidade, muitos se casam sem conhecer bem o seu cônjuge
e, até mesmo, sem conhecer bem a si mesmos. A nossa cultura se empenha bastante em
prover conteúdos e em fazer das pessoas profissionais de sucesso, mas não vemos esforços no
sentido de se formar pessoas bem resolvidas e realizadas.
Casal 3: Devemos também nos conhecer melhor. Sabermos identificar em que somos
bons e o que precisamos mudar, e ter humildade para reconhecer isso. Deixar que aqueles que
convivem conosco conheçam nossas fraquezas e nos ajudem no processo de melhora
contínua.
Todos: Muitas pessoas se acham especialistas em conhecer, classificar as pessoas,
colocar adjetivos etc. Mas poucas são capazes de conhecer a si mesmas ou corajosas a
ponto de mostrar como realmente são. Me encaixo em algum destes dois modelos?
Casal 4: Há pessoas que realmente não se conhecem, mas há outras que constroem
falsas imagens para serem aceitas em determinados grupos ou até para manterem um
relacionamento amoroso. Como se diz: vivem de aparências.
Casal 5: Isto acontece até mesmo dentro do relacionamento de casais. Muitos
namorados e noivos conseguem sustentar uma imagem, uma aparência e um temperamento
que não são verdadeiros. Alguns sustentam durante anos. Outros, logo nos primeiros meses
do casamento, se revelam, quando já se sentem possuidores do outro, seguros por estarem
casados.
Casal 6: É comum encontrar pessoas dizendo que só conheceram o temperamento do
marido (ou da esposa) depois do casamento. De fato, com o tempo é que o conhecimento se
aprofunda, pois é ato contínuo, fruto do convívio intenso e de muitos anos. Mas para se casar
é preciso ter bom nível de conhecimento para não haver surpresas. Mas, muitas pessoas
reclamam que, com o passar dos anos, o cônjuge se revelou alguém completamente diferente!
E o pior, sem humildade para ouvir críticas e pensar sobre elas e sem qualquer disposição
para mudar seu modo de ser.
Todos: Não se pode garantir que, daqui há alguns anos, seremos exatamente
como hoje. Provavelmente, mudaremos em vários aspectos. Mas, se nos conhecermos
bastante agora, reduziremos muito as chances de surpresas desagradáveis. E o melhor,
poderemos, como casal, ir tratando de nossos pontos negativos para que não dominem
nosso comportamento, enquanto cultivamos os pontos positivos.
Vocês conhecem pessoas que se transformaram completamente após o
casamento? Os casais, especialmente os casados, podem dar exemplos de
características que possuíam e que foram mudando com o tempo de Matrimônio.
Sempre achamos pontos negativos com facilidade, mas procure focar nas
características positivas que se desenvolveram com a ajuda do cônjuge.
Casal 1: Devemos sempre começar pelo conhecimento de si mesmo, para, em
seguida, também conhecer o outro.
Momento de reflexão (1 minuto de silêncio)
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Eu me deixo conhecer? Procuro ser sincero e transparente, mostrando meus pontos
fortes e pontos fracos? Pense em seu lar de origem. Lá, seus pais ou aqueles que
cuidaram de você mostravam entre eles um relacionamento transparente e amável?
Casal 2: Todos devemos buscar momentos de reflexões e respondermos interiormente
a perguntas como: “Você se ama? Conhece as próprias limitações? Seus piores defeitos? Suas
melhores qualidades?
Casal 3: Não é fácil conhecer a si mesmo e, neste processo, a participação do(a)
noivo(a) ou cônjuge é fundamental. Também os momentos de oração e a participação em
grupos da Igreja, como a Pastoral Familiar ou o acompanhamento por sacerdotes (orientação
espiritual frequente), nos ajudam no processo de conhecimento interior. Boas leituras e o
apoio de profissionais, como psicólogos, também são importantes.
Todos: É um belo processo, dinâmico, que somente pode ocorrer quando existe
amizade. Enquanto um se deixa conhecer, o outro se sente seguro por conhecê-lo e vice-
versa.
Casal 4: Certamente, o conhecimento vai ocorrendo durante toda a vida. Nunca
terminamos de nos conhecer e de conhecer o outro. Mas quem casa já deve conhecer bastante
o cônjuge, como fruto de namoro e noivado bem vividos. Ou seja, namoro e noivado com
muito diálogo, disposição para conhecer e abertura para deixar-se conhecer.
Casal 5: Ao se deixar conhecer, naturalmente despertará comentários, sugestões e
críticas por parte de quem convive com você. Isso é algo natural, não há problema nenhum.
Com isso, descobrirá que ele(a) tem pontos de vista diferentes dos seus.
Todos: Quem busca o Matrimônio deve estar pronto para ouvir críticas,
sugestões e para analisá-las com serenidade. Como me comporto diante das críticas de
meu noivo(a)?
Casal 6: A partir disso, aqueles que se preparam para o casamento devem questionar
se são capazes de conviver com pensamentos e comportamentos diferentes, se estão dispostos
a aceitar o outro com suas diferenças e até limitações.
Todos: Mostrar ao cônjuge um defeito dele ou comportamento que prejudica o
casal não é falta de amor ou de respeito. Se isso for feito de modo tranquilo, sem tom de
acusação, funcionará como uma “poda”, igual à que o florista faz, carinhosamente, nas
suas mudas, para que floresçam ainda mais bonitas.
Alguns casais podem testemunhar de que forma evitaram problemas através do diálogo sobre
determinado comportamento e do ato de combinarem como agiriam quando isso ocorresse.
Falamos de coisas simples do dia a dia, como comprar, ficar em bar com amigos, escolher um
programa de TV, convidar parentes para ir em casa, tipo de alimentação etc.
Casal 1: Além das pessoas orgulhosas que nunca aceitam a crítica, há também
aquelas que nunca fazem um elogio, nunca admitem que o outro possa realizar algo bem-
feito, melhor que elas. Isso também é orgulho. Os elogios sinceros são fundamentais para um
relacionamento.
Momento de reflexão (em silêncio, por no máximo 1 minuto) Na última semana,
quantas vezes você elogiou seu noivo(a)? E quantas vezes o(a) criticou/corrigiu?
Casal 2: Os noivos e casados devem ter a consciência de que não existe cônjuge
perfeito e que seu noivo(a) nunca será como um dos modelos ideais divulgados nos livros e
filmes. Quem espera encontrar pessoas assim, nunca se sentirá realizado.
Casal 3: Mas esta percepção da realidade não pode alimentar o comodismo e a falta
de disposição para mudar a si próprio e ajudar na mudança do cônjuge, sempre com paciência
e carinho. No mundo real as pessoas estão em constante construção. O casamento é a
oportunidade e compromisso de fazer o outro crescer como pessoa.
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Todos: “Quando o casal não se conhece bem, acaba cometendo dois erros: antes
do casamento, parece que o outro não tem defeitos e, depois do casamento, parece que
tem todos. E assim não vão suportar”.
Casal 4: Esta arte de conviver e ser um casal feliz pode ser chamada de harmonia
conjugal, que é conquistada, entre outras coisas, pelo diálogo sincero.
Casal 5: Mas podemos pensar em algo mais abrangente que o diálogo, podemos
pensar na comunicação entre o casal. A comunicação sincera é o que mantém um casal unido.
Comunicar envolve não somente falar, mas também olhares, gestos, reações e o
comportamento de modo geral.
Todos: “Muitos casais dialogam bem pouco antes do casamento. Ficam apenas
na primeira comunicação, que é supérflua e não gera união”. Na correria dos tempos
modernos, não encontram (ou não estabelecem) momentos para um real diálogo, uma
real comunicação.
Como tem sido nossa comunicação. Sobre o que conversamos? Temos falado de
nossos sentimentos, sonhos, medos, fraquezas etc? Temos tido momentos de
conversa sincera sobre TODOS os aspectos de nossas vidas? Que temas ainda
constituem um tabu em nossas conversas?
Casal 6: O casal deve ter convicção de que o diálogo resolve conflitos e que, também,
evita que eles surjam. Mas diálogo necessita de disposição para escutar e coragem para
conversar, revelando interesse em buscar soluções, e não em acusar.
Casal 1: Há casais que falam o tempo todo, mas poucos dialogam. O diálogo
promove conhecimento interior, em que cada um se deixa conhecer de modo profundo. Mas
os casais devem saber que nem sempre é fácil. Iniciar uma conversa sobre um tema que
incomoda pode ser tarefa que exige grande humildade.
Casal 2: Nunca se deve começar uma conversa sem a disposição de mudar seu ponto
de vista, ao perceber que pode estar enganado ou ainda que se pensou ou agiu de forma
inadequada.
Casal 3: E ninguém percebe isso sem a capacidade de escutar o que o outro tem a
dizer, deixando que o diálogo vire uma grande discussão, em que cada um tenta se impor pelo
tom de voz. Antes de dizer algo, deve-se sempre escutar primeiro o que o outro tem a dizer e
quais são seus pontos de vista. Não é apenas ouvir, mas escutar.
Todos: “Escutar é diferente, exige esforço. Quando escutamos, tentamos
descobrir o que aquelas palavras ditas significam para a outra pessoa: que sentimentos,
necessidades e esperanças estão por trás de suas palavras. Trata-se de compreender,
tentar sentir como sente o outro”.
Casal 4: E na hora de falar, deve-se procurar ter calma e usar um tom ameno. Olhar
nos olhos e até segurar as mãos do(a) noivo(a) ou cônjuge. Seja para falar de si mesmo, seja
para apontar comportamentos dele(a), o olhar, o contato das mãos e o tom sereno fazem da
conversa um momento de abertura de corações, e não um tribunal.
Casal 5: Quando for necessário apontar comportamentos inadequados no outro,
procure raciocinar bem e colocar-se no lugar dele para compreender melhor a situação. O
ideal é não falar no momento do acontecimento do fato, quando se está exaltado, mas esperar
um pouco para que haja mais calma.
Casal 6: Esteja também aberto para avaliar se aquele comportamento é realmente
inadequado ou se é você que está exigindo demais e vendo problemas em tudo. Esse também
é um grande exercício para o ser humano, para o qual é indispensável a luz do Espírito Santo.
Todos: Será que sou do tipo que vê problemas em tudo e nada me agrada?
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Casal 1: Um bom exercício de diálogo é aquilo que chamamos de “dever de casa” da
reconciliação diária. Como testemunho comentamos (André e Karina, autores desse livro),
que desde o período de namoro, noivado e até hoje, durante nosso casamento, perguntamos
um ao outro, ao final de cada dia:
Todos: O que fiz hoje que não agradou a você? Como posso melhorar isso?
Momento de partilha a dois (máximo de 5 minutos)
Note que nesta pergunta, podemos ter respostas inesperadas, pois podemos não agradar o
outro mesmo de forma inconsciente, até mesmo tentando fazer o bem. Em conversa a dois,
analisem se isto já ocorreu com vocês.
Casal 2: É um exercício que abre os corações e quebra as barreiras. E mais, torna os
cônjuges grandes amigos, reforçando a dimensão da amizade comentada em nosso primeiro
encontro.
Todos: Um bom amigo se preocupa com você, o ajuda a ser melhor. “No
casamento, mais que em qualquer outra amizade, o crescimento em relação ao amor se
comprova no fato de que, aos poucos, duas pessoas se tornam ‘altruístas’, em vez de
seguirem ‘egocêntricas’.”
Casal 3: Nietzsche, famoso filósofo alemão, falecido em 1944 e que se denominava
ateu, já recomendava que “ao pensar sobre a possibilidade do casamento, cada um deveria se
fazer a seguinte pergunta: Você seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até sua
velhice?”.
Casal 4: Por fim, deve-se também ficar atento se seu noivo(a) possui falhas de caráter
ou posturas contrárias à fé. Todos somos diferentes, somos únicos, mas um casal deve ter
concordância nos pontos-chave, pois serão “uma só carne”.
Todos: O noivado é um período especial para o conhecimento. É natural um
casal, mesmo de noivos, concluir que não deve prosseguir para o casamento, quando
perceber haver diferenças insuperáveis entre eles. Melhor encarar de frente e decidirem
por não continuar o noivado, se assim o perceberem, do que adiar um problema. É o
momento de conhecimento!
Casal 5: Encerramos o texto de hoje com a leitura do texto bíblico: Gn 2,18-24.
gostaram e também falar daquelas que não lhe agradaram muito. Como motivação para esta
partilha, leiam também o trecho a seguir, da recente exortação do Papa Francisco direcionada
às famílias, de nome A Alegria do Amor (Amoris Laetitia).
AL 136-137:
“O diálogo é uma modalidade privilegiada e indispensável para viver, exprimir e
maturar o amor na vida matrimonial e familiar. Mas requer uma longa e diligente
aprendizagem. Homens e mulheres, adultos e jovens têm maneiras diversas de comunicar,
usam linguagens diferentes, regem-se por códigos distintos. O modo de perguntar, a forma de
responder, o tom usado, o momento escolhido e muitos outros fatores podem condicionar a
comunicação. Além disso, é sempre necessário cultivar algumas atitudes que são expressão
de amor e tornam possível o diálogo autêntico.
Reservar tempo, tempo de qualidade, que permita escutar, com paciência e atenção,
até que o outro tenha manifestado tudo o que precisava de comunicar. Isto requer a ascese de
não começar a falar antes do momento apropriado. Em vez de começar a dar opiniões ou
conselhos, é preciso assegurar-se de ter escutado tudo o que o outro tem necessidade de dizer.
Isto implica fazer silêncio interior, para escutar sem ruídos no coração e na mente: despojar-
se das pressas, pôr de lado as próprias necessidades e urgências, dar espaço. Muitas vezes um
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dos cônjuges não precisa de uma solução para os seus problemas, mas de ser ouvido. Tem de
sentir que se apreendeu a sua mágoa, a sua desilusão, o seu medo, a sua ira, a sua esperança,
o seu sonho. Todavia é frequente ouvir estes queixumes: “Não me ouve. E quando parece que
o faz, na realidade está a pensar noutra coisa”. “Falo-lhe e tenho a sensação de que está à
espera que acabe de vez”. “Quando lhe falo, tenta mudar de assunto ou dá-me respostas
rápidas para encerrar a conversa”.
Atividades a dois
1. Preencher a Ficha de atividade nº 1.
2. Desafio!
Cada noivo(a) pode fazer uma lista de acontecimentos de sua vida ou de atitudes que
ainda não teve oportunidade (ou coragem!) de conversar com seu noivo(a). Escolha um dia
da semana para apresentar a lista. Não é algo obrigatório, e sim apenas um desafio para
aqueles que se sentirem maduros para fazer isso. Mesmo que traga algumas surpresas, o amor
sairá fortalecido, se isso for feito de modo sincero e sem julgamentos por nenhuma das
partes. Seu noivo(a) tem o direito de conhecer você completamente!
3. Sugestão de leitura
Castelo de cartas: 10 comportamentos que destroem os melhores casamentos, de Gary
Chapman, São Paulo, Editora Mundo Cristão, 2009.
Ficha de atividade nº 1
Precisamos conversar mais sobre...
A seguir há vários temas que fazem parte das conversas de um casal de noivos. Nossa
tarefa é marcar aqueles sobre os quais precisamos conversar mais. E podemos também
completar com outros temas que não foram citados.
( ) Nosso noivado
( ) O que ela mais gosta de fazer
( ) O que ele mais gosta de fazer
( ) O que podemos fazer para passar mais tempo juntos
( ) Que lugar terão os amigos dele em nossa casa
( ) Que lugar terão as amigas dela em nossa casa
( ) A convivência com os pais dele
( ) A convivência com os pais dela
( ) Planos que fazemos juntos para o futuro
( ) Planos pessoais na carreira dele
( ) Planos pessoais na carreira dela
( ) Construção de nossa casa
( ) Como está o trabalho dele
( ) Como está o trabalho dela
( ) Nossa abertura à geração dos filhos
( ) Um de nós cuidará dos filhos pequenos? Teremos babá? Colocaremos na creche?
( ) A disposição dele para ajudar no cuidado com o bebê
( ) A disposição dele para ajudar no cuidado com o lar
( ) Nossa vida religiosa hoje
( ) Como será nossa vida religiosa após o casamento
( ) Como educaremos os filhos?
( ) As reações dele em situações de pressão
( ) As reações dela em situações de pressão
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( ) Hábitos dele que precisam ser revistos, como bebida, cigarro, TV, internet e célula em
excesso
( ) Hábitos dela que precisam ser revistos, como bebida, cigarro, TV, internet e célula em
excesso
( ) Nosso orçamento doméstico
( ) Gasto em excesso com amigos, bebida etc.
( ) Gasto em excesso com roupas, sapatos, salão etc.
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___________________________________________________________________________
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Agora, mãos à obra!
Vamos já conversar sobre um destes temas?
ENCONTRO 3
Casal Coordenador: Vamos comentar um pouco sobre o tema anterior e as
nos casais, como também de apresentar dúvidas.
TEMA: “OS SACRAMENTOS E O SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO”

Casal 1: Em nossos encontros já discutimos aspectos relativos à amizade, ao
conhecimento e diálogo entre o casal, como pontos determinantes para um casamento
equilibrado. Mas não buscamos simplesmente uma vida a dois, buscamos, na Igreja Católica,
o sacramento chamado Matrimônio.
Casal 2: Mas será que todos que se casam na Igreja têm a exata noção do que é o
sacramento do Matrimônio? Possuem as disposições necessárias para contraí-lo? Estão
dispostos a assumirem os compromissos dele derivados? Quais devem ser as motivações de
um casal que deseja se casar na igreja?
Casal 3: Desde nossa catequese, aprendemos que o sacramento é um sinal visível e
eficaz da graça de Deus, instituído por Jesus Cristo, para nossa santificação.
Casal 4: Ao pensar em sinais, lembramos que toda a criação é um sinal ou um
“rastro” da existência de Deus. Mas, de modo especial, o próprio Jesus Cristo instituiu a
Igreja, grande Sacramento da Salvação, e também os sete sacramentos, como canais da graça
de Deus até nós, destinados à nossa edificação na fé, santificação e crescimento da própria
Igreja.
Todos: Cada sacramento não é um ato simbólico, mas um ato de fé, um sinal
visível de uma realidade invisível.
Casal 5: Observe a força da expressão realidade invisível, ou seja, algo que é real, que
existe, mas que não vemos. Mesmo não vendo, sentimos e percebemos seus resultados em
nossa vida, como a graça de Deus e a luz do Espírito Santo. Veja que é algo extremamente
sério e que não pode ser tratado simplesmente como cultura ou superstição, do modo como
vemos muitas pessoas se dirigirem aos sacramentos.
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Casal 6: O próprio Jesus Cristo, como mais uma maneira de se fazer presente em
nossa vida, instituiu os sete sacramentos. A Igreja classifica os sacramentos em três grupos:
iniciação cristã, cura e serviço.
Com base na tabela, alguns casais podem comentar sobre os sacramentos.
SACRAMENTO SITUAÇÃO DA VIDA TIPO EFEITO
Começamos a fazer parte
Batismo Nascimento para a fé Iniciação Cristã da grande família que é a
Igreja
Assumimos com mais
Crescemos como
Confirmação Iniciação Cristã maturidade o compromisso
cristãos
na Igreja
Precisamos de alimentos Recebemos o corpo de
Eucaristia para a fé e a vida em Iniciação Cristã Cristo unidos a todos os
comunidade irmãos
Erramos e nos Recebemos o perdão de
Penitência Cura
arrependemos Deus na comunidade
A graça de Deus e o
Unção dos Somos atingidos pela
Cura caminho da Igreja ajudam
Enfermos doença
o doente que sofre
Alguém sente vocação O cristão se torna
Ordem de serviço total a Deus e Serviço sacerdote a serviço da
ao irmão comunidade
Os dois se comprometem a
Homem e mulher se
Matrimônio Serviço viver seu amor como
amam e querem se casar
cristãos de verdade
Casal 1: Os sacramentos estão presentes durante toda a vida de um católico. Observe

a ilustração.
O sacramento do Matrimônio
Casal 2: O Matrimônio recebe destaque em toda a Bíblia. Bem no início, em Gênesis,
encontramos: “Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja
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adequada” (Gn 2,18) e, logo em seguida, “Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para
se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne” (Gn 2,24). Sabemos que no tempo
de Jesus as festas de casamento, as bodas, eram consideradas grandes festividades, e foi
inclusive em uma delas que Jesus fez seu primeiro milagre: as bodas de Caná.
Casal 3: Ao final, no livro do Apocalipse, a figura das núpcias é também explorada
como o encontro da Igreja com seu Senhor. “Do princípio ao fim, a Escritura fala do
Matrimônio e do seu ‘mistério’, da sua instituição e do sentido que Deus lhe deu, da sua
origem e da sua finalidade, das suas diversas realizações ao longo da história da salvação, das
suas dificuldades nascidas do pecado e da sua renovação ‘no Senhor’ (1Cor 7,39), na Nova
Aliança de Cristo e da Igreja” (CIC 1602).
Todos: Não devemos ter dúvidas de que o Matrimônio é algo especial diante dos
olhos de Deus, por isso é um sacramento. Por meio dele, nascem as famílias como
planejadas por Deus e construtoras da civilização do Amor.
Casal 4: “Quando os noivos dizem sim, estão aceitando o sacramento do Matrimônio
como um chamado de Deus. O seu lar é destinado a ser templo de Deus, não no sentido
piedoso da palavra, mas no verdadeiro sentido de uma pequena Igreja doméstica, um
santuário da vida e do amor, templo da real presença de Deus”.2
Casal 5: Há várias ideias sobre o casamento circulando em nossa sociedade e
devemos ter a coragem de apontar quais delas não representam o Matrimônio, pois este
sacramento:
 não é apenas uma cerimônia social;
 não é uma expressão diferente, uma forma de dizer a todos que os noivos se casaram na
Igreja;
 não é um “Certificado de Garantia” de que o casamento vai durar, que nunca irá acabar;
 não é, também, um “Contrato de Convivência Financeira”.
Todos: Devemos ter a certeza que o Matrimônio é sacramento e não apenas um
costume social. Se buscamos apenas cumprir um costume e não acreditamos na
dimensão espiritual e nos seus compromissos, não devemos nos casar na Igreja.
Casal 6: Enquanto sacramento, o Matrimônio produz efeitos naturais e sobrenaturais.
O sim dito pelo casal deve ser muito sincero e consciente. Através dele, experimentarão por
toda a vida, como efeito sobrenatural, “a graça salvífica que se destina a aperfeiçoar o amor
dos cônjuges e fortificar sua unidade indissolúvel”.
Casal 1: No Catecismo da Igreja Católica, é dito que “Esta graça própria do
sacramento do Matrimônio destina-se a aperfeiçoar o amor dos cônjuges e a fortalecer a sua
unidade indissolúvel”. Por meio desta graça, “eles auxiliam-se mutuamente para chegarem à
santidade pela vida conjugal e pela procriação e educação dos filhos” (CIC 1641).
Você conhece o Catecismo da Igreja Católica? Possui um exemplar? Já o estudou
ou costuma buscar nele respostas para suas dúvidas de fé?
Casal 2: Mas também, como efeito natural, ou seja, o compromisso da parte humana,
os noivos assumem o Matrimônio na unidade e indissolubilidade com uma única pessoa, na
fidelidade ao cônjuge. Unidade significa exclusividade do amor esponsal de um para o outro,
2
Guia de preparação para a vida matrimonial, publicado pela CNPF/CNBB, p. 51.
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passando também pela unidade de objetivos, em que o maior deles é a santificação do
cônjuge.
Todos: Santificação? Sim, o grande compromisso de uma pessoa casada é
santificar seu cônjuge, ou seja, torná-lo melhor e mais próximo de Deus a cada dia.
Casal 3: Isso tudo implica também fidelidade. Todos sabemos da grande noção de
fidelidade que envolve as expressões da sexualidade, dos pensamentos aos atos. Mas
devemos também lembrar que a fidelidade integral se concretiza fazendo da própria vida um
serviço ao cônjuge e a toda a família, direcionando a eles todos os seus objetivos.
Casal 4: De modo resumido, fidelidade significa assumir que todas as dimensões de
qualquer um dos cônjuges – o trabalho e a carreira profissional, o estudo, os filhos, a
aquisição de bens, o tempo de descanso etc. – devem ser consideradas como também
dimensões do Matrimônio, pertencentes ao casal e ordenadas para o seu bem comum, e não
simplesmente como algo do modo como vem se destacando em nossa sociedade: “cada um
por si”.
Todos: Fidelidade é compromisso amplo, de todos os aspectos da vida, e não
somente do aspecto sexual.
Casal 5: Importante lembrar que a fidelidade é assumida até que a morte os separem.
Somente a morte quebra o vínculo assumido. Então, quem se prepara para o casamento deve
ter conhecimento e concordar que, até que a morte corte este vínculo, não será mais um
indivíduo, e sim deverá viver, trabalhar, rezar e pensar como casal. Toda a vida será
partilhada, e isso exige o exercício da fidelidade.
Casal 6: Mas ainda há pessoas que se casam sem acreditar sete vínculo sagrado. No
altar se comprometem “até que a morte os separem”, mas em seu íntimo acreditam que será
“até que um problema os separem”. Fazem uma promessa falsa, mentem para Deus, para si
mesmos, para os cônjuges e para toda a comunidade.
Casal 1: Um cônjuge não pode desistir da luta pela santificação do outro. Diante dos
comportamentos difíceis, devemos ficar firmes no compromisso, buscar orientação e rezar.
Em casos extremos, quando se chega a ponto de ser insustentável ficar ao lado dele(a), tanto
pela integridade pessoal como pelo bem-estar dos filhos, temos a mãe Igreja para nos orientar
como proceder e devemos buscar a orientação adequada.
Casal 2: Hoje, os casais são influenciados por ideias como: “Se separe dessa pessoa,
procura outra... Você merece ser feliz!”. Ou “Você é um bobo(a) por ficar a vinda inteira com
a mesma pessoa e não ter outras experiências!”.
Casal 3: Não podemos tratar o sacramento como algo descartável, assim como
comentamos no último encontro. É uma escolha definitiva, como nos disso o papa, em que o
próprio Deus une o casal.
Todos: “Não separe o homem o que Deus uniu” (Mt 19,6).
Alguns de nós podem conhecer experiências de casais que passaram por graves
dificuldades, mas a fé, o perdão e a dedicação permitiram superar o problema e
restabelecer o relacionamento, mantendo firme o compromisso. Casos assim são
mais comuns do que pensamos.
18
Casal 4: Casar-se na Igreja NÃO pode ser apenas mais uma etapa de uma série de
festividades e cerimônias, com o objetivo de atestar à família e amigos que decidiram viver
realmente juntos. É assumir um compromisso diante de Deus e da comunidade. E se tiverem
o conhecimento real do que assumirão e estiverem dispostos, Deus lhes concederá a graça
necessária para vencerem obstáculos, a fim de cumprirem o compromisso.
Todos: Mas se um casal ou um dos noivos não acredita neste vínculo, é preciso
reavaliar se deve ser feito o casamento na Igreja.
Casal 5: Mas não é mágica, a bênção de Deus se completa com nossa disposição para
construir um lar realmente cristão. Resumindo, podemos dizer que a validade da celebração
do sacramento do Matrimônio se baseia na disposição para viver a fidelidade, fecundidade e
indissolubilidade.
Casal 6: O compromisso é assumido na celebração do Matrimônio, nos momentos
chamados de Diálogo com os noivos e no consentimento.
Casal coordenador: o Diálogo com os noivos é o momento em que o presidente da
celebração faz três perguntas aos noivos (que respondem três vezes SIM, de forma que todos
possam ouvir).
Todos: 1) É de livre e espontânea vontade que pretendem se unir em
Matrimônio? (Sim um ao outro)
2) Prometem se amar e serem fiéis por toda a vida? (Sim à indissolubilidade e à
fidelidade)
3) Estão dispostos a acolher e educar os filhos na Lei de Cristo e da Igreja? (Sim
à fecundidade)
Casal Coordenador: Em seguida, os noivos declaram seu consentimento um ao
outro. Convido cada casal a “ensaiar” este momento (ou renovar, para os casados), lendo com
calma e procurando olhar nos olhos.
Noivos (homens): Eu (dizer o nome), te recebo (dizer o nome) por minha esposa e te
prometo ser fiel, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-te e respeitando-te
todos os dias de minha vida.
Noivas (mulheres): Eu (dizer o nome), te recebo (dizer o nome) por meu esposo e te
prometo ser fiel, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-te e respeitando-te
todos os dias de minha vida.
Casal 1: Será bastante profundo se puder decorar o consentimento, sem necessidade
de leitura, na celebração do Matrimônio.
Casal 2: E os casados aqui presentes, lembram e vivem os compromissos que
assumiram?
Casal 3: Encerramos o texto de hoje com a leitura do texto bíblico: Mt 7,24-27.
19
AL 72:
“O sacramento do matrimônio não é uma convenção social, um rito vazio ou o mero
sinal externo dum compromisso. O sacramento é um dom para a santificação e a salvação dos
esposos, porque “a sua pertença recíproca é a representação real, através do sinal sacramental,
da mesma relação de Cristo com a Igreja. Os esposos são, portanto, para a Igreja a lembrança
permanente daquilo que aconteceu na cruz; são um para o outro, e para os filhos, testemunhas
da salvação, da qual o sacramento os faz participar”. O matrimônio é uma vocação, sendo
uma resposta à chamada específica para viver o amor conjugal como sinal imperfeito do amor
entre Cristo e a igreja. Por isso, a decisão de se casar e formar uma família deve ser fruto de
um discernimento vocacional.”

Atividade a dois
1. Façam a releitura deste encontro para completar o parágrafo seguinte. A dica é:
note que cada tracinho representa uma letra!
Sacramento é um sinal _ _ _ _ _ _ _ (1) e eficaz da graça de Deus, instituído por
Jesus Cristo, para nossa _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ (2), que produz efeitos _ _ _ _ _ _ _
_ (3) e _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ (4).
Como efeito natural há o compromisso do casal, que assume o Matrimônio na unidade
e indissolubilidade com uma única pessoa, na fidelidade ao cônjuge. Como efeito
sobrenatural, recebem constantemente a graça que se destina a aperfeiçoar o amor dos
cônjuges e fortificar sua unidade _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ (5). Para que seja realmente
válido, deve ser de livre _ _ _ _ _ _ _ (6) e de todo o coração, com os cônjuges decididos
a amarem-se e respeitarem-se ao longo de toda as suas vidas e com disposição para _ _ _ _
_ _ _ (7) amorosamente os filhos como dom de Deus e a educa-los segundo a lei de Cristo e
da sua Igreja.
ENCONTRO 4
Casal Coordenador: Vamos falar um pouco sobre o tema e as atividades que foram
propostas no encontro anterior.
TEMA: “A CELEBRAÇÃO DO MATRIMÔNIO E SEUS ASPECTOS
JURÍDICOS E CANÔNICOS”
Casal 1: É comum os noivos terem sonhos e planejarem com carinho a celebração do
Matrimônio. É bom que seja assim, com muito carinho e dedicação, pois esse é um dos
momentos mais marcantes na vida do casal.
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Casal 2: As celebrações de Matrimônios são sempre muito bonitas. A depender do
país ou da região, alguns costumes se destacam. Mas as particularidades regionais e costumes
não podem sufocar a essência da celebração, que é profundamente religiosa.
Todos: Já assistimos a diversos casamentos e de diversas maneiras. Já vimos
muitas coisas acontecerem no momento da celebração e temos dúvidas sobre o que é
essencial e o que é exagero ou até falta de respeito. Como devemos planejar a celebração
de nosso Matrimônio?
Casal 3: Devemos lembrar que, por ser a celebração de um sacramento, ela faz parte
da liturgia da Igreja. Ou seja, não pode ser uma criação própria do casal e de outras pessoas
ou de empresas de cerimonial, pois deve seguir um rito fundamentado teologicamente.
Casal 4: A celebração festiva e muito bem preparada, com a participação de
familiares e amigos, a fotografia e filmagem, o cuidado com a roupa, a ornamentação e outros
detalhes fazem parte desse momento tão especial. Mas não podemos perder o foco da
celebração do sacramento.
Casal 5: Veja o que nos orienta o Conselho Pontifício para a Família: “Cuidar-se-á de
que os particulares da celebração matrimonial sejam caracterizados por um estilo de
sobriedade, de simplicidade, de autenticidade. O tom de festa não deverá, de fato, ser
prejudicado por excesso de pompa”3
Todos: Todos os detalhes, desde a escolha da igreja, do sacerdote, a pontualidade
e o respeito pela comunidade, passando por cantos, leituras e padrinhos (testemunhas),
devem ter sentido litúrgico.
Casal 6: Vamos comentar os pontos mais importantes, a começar pela escolha do
sacerdote, diácono ou testemunha qualificada pela Igreja.
Todos: Então, além do sacerdote, outras pessoas podem celebrar o casamento?
Casal 1: Sim, mas, antes de definir quem são essas pessoas, vamos relembrar uma
particularidade do Matrimônio. Ele é o único sacramento que é ministrado pelos próprios
contraentes, ou seja, os próprios noivos são os ministros do Matrimônio. “São eles que, por
meio do consentimento mútuo, de livre e espontânea vontade, concedem um ao outro a graça
sacramental”.
Todos: Mas por que sempre vemos padres celebrando os casamentos?
Casal 2: O padre representa a Igreja e, ao invés de celebrar o Matrimônio, o assiste,
para confirmar que está sendo celebrado da forma correta e que o casal possui as
predisposições necessárias. Então, o correto é dizer que o padre assiste ao casamento.
Casal 3: O primeiro sacerdote a ser consultado para assistir ao casamento deve ser o
pároco da paróquia onde participam os noivos ou um deles, pois o pároco é o responsável por
seu rebanho. Não havendo disponibilidade, vigário e diáconos da paróquia podem ser
consultados.
Casal 4: Também, mediante consentimento do pároco, outros sacerdotes e diáconos
podem ser convidados para assistir ao casamento. Em situações de indisponibilidade de
sacerdotes e diáconos, o casamento pode ser assistido por leigos autorizados pela Igreja,
denominados “testemunhas qualificadas”.
3
Conselho Pontifício para a família, Preparação para o sacramento do matrimônio, §71.
21
Casal 5: Por isso, é importante que o casal converse com o sacerdote que assistirá ao
casamento com bastante antecedência. Ele precisa conhecer o casal e suas motivações antes
de atestar, em nome da Igreja, a validade do sacramento.
Todos: Entre vocês, há casais que marcaram o casamento para os próximos seis
meses? Já conversaram com um sacerdote sobre a celebração?
Já conhecemos as normas para a celebração do Matrimônio de nossa paróquia ou do
local em que queremos nos casar caso tenhamos motivo para fazer em outra paróquia?
Vamos conversar e descobrir possíveis particularidades em nossas paróquias? Há
alguma que limita o número de padrinhos? Que proíbe cerimoniais?
Casal 6: A celebração do Matrimônio pode ocorrer de três formas: dentro da missa da
comunidade (horário padrão), com missa marcada especialmente para o casamento ou como
celebração do Matrimônio, sem missa. A primeira recomendação da Igreja é que procure se
realizar dentro de uma missa da comunidade, para que todos possam também testemunhar e
rezar pelo casal, sendo um acontecimento e compromisso comunitário.
Casal 1: Mas, por questões culturais ou de organização paroquial, essa forma é pouco
frequente, e o que mais acontece é a celebração em horários especiais. Em todos os três
casos, há um rito a ser seguido.
Casal 2: O que a liturgia recomenda? Na celebração sem missa, deve haver: ritos
iniciais, leitura da Palavra de Deus, seguida da homilia, Diálogo com os noivos e
consentimento, Benção e colocação das alianças, oração dos fiéis, Benção Nupcial, oração do
Pai-Nosso e bênção final com despedida.
Casal 3: E, havendo celebração da missa, o rito da celebração do Matrimônio é
inserido após a homilia, com o Diálogo dos Noivos, Consentimento, Bênção e colocação das
alianças, seguindo o rito da missa a partir da Oração dos Fiéis.
Casal 4: Algumas editoras católicas publicam folhetos para a liturgia do Matrimônio,
mas o casal pode preparar seu folheto e, assim, adicionar comentários à acolhida e Ação de
Graças, elaborar uma capa com dizeres de agradecimento aos convidados e até um texto que
traduza o sentimento do momento. É um excelente recurso que ajuda os convidados – entre
os quais sempre haverá vários católicos não praticantes e outros não católicos – a entender e
participar de todos os momentos da celebração. Afinal, os noivos também querem receber as
orações de seus convidados.
O que vocês planejam? Casamento com ou sem missa? Em qual igreja?
Casal 5: Um ponto muito importante é a escolha da igreja. Mais do que fotos e
aparências, a escolha da igreja também tem sentido litúrgico. O casamento não é um fato
isolado e de um único interesse dos noivos e suas famílias. A celebração do Matrimônio deve
ser uma celebração comunitária e, por isso, tem de ser realizada diante da paróquia na qual os
noivos participam de celebrações e se integram como parte da comunidade.
Todos: Por isso, a Igreja recomenda que o Matrimônio seja celebrado na
paróquia de um dos noivos ou na que eles frequentam, para que se realize dentro do
ambiente religioso no qual eles vêm sendo formados.
22
Casal 6: “Os Matrimônios sejam celebrados na paróquia onde uma das partes
contraentes tem domicílio, ou quase domicílio ou residência há um mês, ou, tratando-se de
vagantes, na paróquia onde, na ocasião, se encontram; com a licença do próprio Ordinário ou
do próprio pároco, podem ser celebrados em outro lugar” (cf. Código de Direito Canônico,
cânon 1115).
Vamos interpretar essa recomendação da Igreja? Quem se dispõe a começar?
Curiosidade: Você sabe o que é Código de Direito Canônico?
Casal 1: Por isso, devemos avaliar com muita tranquilidade se buscamos certa igreja
por ser histórica, bonita, ou por ela ter significado em nossa vida, seja uma paróquia ou outra
que frequentemos.
Casal 2: Há também aqueles que querem fazer a celebração religiosa em lugares
próprios, como em suas casas, fazendas e salões de bufê, tornando essa celebração algo
privativo e reservado à família. Essa iniciativa também não corresponde ao sentido litúrgico
da celebração do Matrimônio e não é permitida. Ainda que celebrado em uma pequena
capela, com poucos convidados, o Matrimônio deve acontecer em uma capela pública, ou
seja, de uso periódico da Igreja.
Casal 3: Embora essa recomendação seja explícita no Código de Direito Canônico,
algumas dioceses a reforçam em suas publicações particulares, como cartas dos bispos,
manuais etc.
Todos: E os padrinhos, já foram escolhidos?
Casal 4: Na verdade, no sacramento do Matrimônio não há a figura legítima do
padrinho, mas sim das testemunhas. Chamar as testemunhas de padrinhos é apenas uma
tradição. Mesmo não sendo esta a função das testemunhas, já que existe este vínculo afetivo
considerando-as como “padrinhos”, sugerimos que o convite não seja uma homenagem à
pessoa, pelo fato de gostarmos dela, convivermos com ela há muito tempo ou simplesmente
por ser da família.
Casal 5: Para testemunhar e também apoiar o casal, considere buscar,
preferencialmente, pessoas que já tenham experiência de um Matrimônio cristão e valorizem
o sacramento da forma como deve ser, como um casal que já tenha vivido alguns anos de
vida matrimonial e possa ser uma referência. E que, havendo um problema ou até a ameaça
de uma separação, possam aconselhar, com base no ponto de vista cristão, e incentivar a
vivência do compromisso assumido, tendo em vista a indissolubilidade do Matrimônio.
Todos: Por isso, se os padrinhos serão testemunhas de um sacramento, é
necessário que acreditem nesse sacramento. Será que faz sentido ter um padrinho ateu
ou divorciado, por exemplo?
Casal 6: Lembremos, ainda, que os padrinhos não são aqueles que vão dar os
melhores presentes. A motivação para o convite deve ser algo mais profundo. Seria até
mesmo interessante que, ao convidar, se possa dizer algo como:
Todos: “Estamos convidando você por seu exemplo de vida e esperamos poder
contar com seus conselhos e críticas em nossa vida. O que queremos de você não é um
presente, mas, sim, sua presença em nossa vida!”.
23
Casal 1: Várias paróquias apresentam orientações para que haja 1 ou 2 casais de
padrinhos e que não se dê a entrada deles, para que o momento não vire um desfile e se perca
o foco religioso. Em outras paróquias e dioceses, não é estipulado exatamente um número,
mas falam em máximo, e quase todas concordam em quatro ou cinco casais no máximo. De
fato, são suficientes duas testemunhas que sejam capazes de perceber o que está acontecendo
no momento da celebração e tenham condição de testemunhar.
Casal 2: Outro ponto que também tem sido polêmico. Na celebração, é frequente a
introdução de músicas famosas, temas de novelas, filmes etc. Mas é um momento litúrgico, e
a Igreja Católica possui uma infinidade de músicas, para todos os gostos, apropriadas ao
momento. Veja a clareza da orientação do site da Paróquia de Santo Antônio, diocese de
Piracicaba:
Todos: “A música deve servir à participação da liturgia, e não se tornar enfeite
de mero ato social”.
Casal 3: A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) orienta que: “O canto
e a música são elementos indispensáveis a toda celebração litúrgica. No Matrimônio, sejam
escolhidos de acordo com a natureza do rito e expressem o mistério celebrado. O que se diz
dos cantos, vale também para a escolha das músicas. Sejam evitados melodias e textos
adaptados de canções populares, trilhas sonoras de filmes ou de novelas” (cf. Guia Litúrgico
Pastoral da CNBB).
Os casamentos de nosso tempo, principalmente as encenações de filmes e
novelas, possuem algo do que é recomendado na Igreja, de acordo com o que
acabamos de ler? Cite alguns exemplos.
Casal 4: Uma boa atitude é escolher as músicas e levá-las, com antecedência, para
apreciação do celebrante ou da paróquia onde será celebrado o casamento.
Casal 5: A paróquia de São Bernardo, na Arquidiocese de Belo Horizonte, apresenta
ainda uma sugestão valiosa, dentro das orientações pastorais para o Matrimônio: “Valorizem-
se as equipes litúrgicas de celebração do sacramento do Matrimônio, dispensando-se a
participação das chamadas ‘firmas de cerimonial’, especializadas em orientar as
celebrações como meros eventos sociais”.
Todos: Mas em que partes da celebração se colocam as músicas?
Casal 6: Podemos resumir que, em vários documentos pesquisados, encontramos um
consenso dos momentos nos quais pode haver música dentro da celebração, além dos cantos
litúrgicos, como o de aclamação ao Evangelho, ofertório e comunhão:
I – Entrada do noivo e da noiva;
II – Durante a bênção das alianças;
III – Durante as assinaturas;
IV – Na saída do casal.
Todos: E o que devemos pensar sobre as fotografias e a filmagem? Fizemos
pesquisa em várias empresas e quase decidimos adiar o casamento, pois está tudo muito
caro!
24
Casal 1: É necessário atentar para o fato de que registrar o momento é um desejo
natural, mas não se deve fazer uma grande produção artística, onde o aparato desvia a atenção
da assembleia, além de, muitas vezes, impedir a adequada participação.
É hora de conversarmos sobre como andam os casamentos em nossa região. O
que temos visto que consideramos exagero e absurdo? Conhecemos algum casal
que ainda não se casou na Igreja por não ter condições de pagar por estes
costumes? O que devem fazer casais como este?
Casal 2: Os noivos devem solicitar que a equipe de fotógrafos e filmadores não
converse alto no decorrer da celebração, que use trajes condizentes com o lugar sagrado, que
não transite pelo altar e, ainda, que não ofusque a visão da assembleia com lâmpadas fortes.
O site da Paróquia de São Geraldo, Ipatinga (MG), comenta ainda que “há casos em que os
fotógrafos só atrapalham. O bom profissional (fotógrafo e filmador) sabe fazer seu trabalho
sem prejudicar o evento que é chamado a cobrir”.
Casal 3: Assim como nada no casamento deve ostentar luxo, também no ato de
enfeitar a Igreja deve-se buscar a simplicidade. Ideal é combinar na paróquia e tentar fazer
uma única ornamentação para todos os casamentos do dia.
Casal 4: E não podemos esquecer de falar da ornamentação dos noivos e convidados,
ou seja, do traje utilizado. No mesmo contexto já discutido, lembremo-nos da sobriedade,
modéstia e pudor no ato de vestir, simplesmente recordando aos noivos que eles vão se casar
e não desfilar.
Casal 5: Mas também precisamos saber que muitas paróquias realizam casamentos
coletivos, nos quais algumas despesas são partilhadas entre os vários casais, e não há
preocupação com modismos. O Matrimônio pode ainda ser celebrado em horário alternativo,
até mesmo em uma pequena capela de sua paróquia, com a presença dos familiares mais
próximos, sem ser necessário gastar quase nada!
Casal 6: Vejamos o que nos diz o documento 79 da CNBB, Diretório da Pastoral
Familiar, que aconselha nos parágrafos 258 e 289: “Os que vão se casar precisam dedicar a
sua atenção, para além das coisas acidentais – como os convites, o coquetel, a lua de mel, os
presentes, a montagem do lar etc. –, aos aspectos essenciais desse ‘sacramento grande em
Cristo e na Igreja’. Por isso, recomenda-se que, nos dias anteriores ou mesmo no dia, os
nubentes encontrem um tempo para se recolherem espiritualmente, aprofundarem-se,
meditarem e rezarem, em face da missão e do compromisso de amor e vida que estão
assumindo. A celebração desse sacramento prime pelo ambiente de fé, simplicidade, beleza,
alegria e testemunho de amor e de vida diante da Igreja e da sociedade”.
Casal 1: o sacramento do Matrimônio é algo realmente grande na vida do casal, ou
melhor, sagrado. Para melhor vive-lo, recomendamos buscar outro grande sacramento, a
Penitência (também chamada de Reconciliação ou Confissão), na semana que antecede o
casamento. Nesse grande momento de recolhimento espiritual, a Reconciliação se apresenta
como grande graça de Deus que não pode ser desprezada.
Casal 2: Evitar os modismos vai tornar o processo mais barato e a semana que
antecede o casamento mais tranquila, havendo mais tempo para oração. Além da confissão, a
semana da celebração do Matrimônio deve ser de muita oração e reflexão. Práticas como
25
novenas, em especial à Sagrada Família, leitura da Bíblia, de textos sobre o momento e visita
ao Santíssimo Sacramento vão enriquecer o momento.
Casal 3: Se ocuparmos a semana com ações externas, como exagerada atenção à
aparência, com inúmeros procedimentos estéticos, longas horas para o making of da
filmagem, reuniões de despedida de solteiro (que não deve fazer parte da agenda de um
cristão) e coisas do gênero, não viveremos a profundidade que o momento exige.
Todos: E que documentação é necessária para o processo matrimonial?
Em geral, os documentos solicitados nas paróquias são:
 Segunda via da certidão de Batismo, com o máximo de seis meses da data de emissão;
 Atestado de óbito do cônjuge (quando um dos nubentes é viúvo);
 Certificado do Encontro de Preparação para o Matrimônio;
 Cópia da certidão de Nascimento, RG e comprovante de residência;
 Informar o nome e os dados pessoais de duas testemunhas/padrinhos.
Casal 4: Noivos, os familiares e a Igreja também devem ficar atentos quanto a
impedimentos para que o sacramento seja realmente válido. O Código de Direito Canônico,
que é o conjunto de regras que organiza a Igreja, elenca, de modo claro, as situações que
tornam inválido o Matrimônio, ou seja, atestam sua nulidade. Alguns podem impedir sua
realização, outros acusam que ele foi nulo por defeito de consentimento ou por falta de
forma. São um total de dezenove motivos, separados em três categorias: falhas de
consentimento, impedimentos dirimentes e falta de forma canônica.
Casal 5: Vamos ter uma noção geral de todos, mas o adequado é que perguntemos ao
pároco, após conversa bem sincera, se ele vê algum impedimento para que possamos contrair
o Matrimônio.
Casal Coordenador: Atenção: Alguns dos pontos a seguir podem gerar dúvidas e
polêmicas, pois precisam de conhecimento e interpretação teológica. Havendo dúvidas,
procure um sacerdote, pois nosso objetivo, neste momento, é informar aos noivos da
existência de tais condições e não tratar de casos particulares. Começamos com os
impedimentos, ou seja, as situações que não permitem que a celebração seja realizada:
Casal 6: Idade (cânon 1083): No Brasil, a CNBB adota o critério de 18 anos para
homens e 16 anos para mulheres;
Casal 1: Impotência (cânon 1084): Incapacidade de ter uma relação sexual completa.
Isto não deve ser confundido com esterilidade, que não impede o Matrimônio.
Casal 2: Vínculo (cânon 1085): ter um vínculo de Matrimônio anterior que não tenha
sido declarado nulo e em que o cônjuge esteja vivo.
Casal 3: Disparidade de culto (cânon 1086 – cf. cânones 1124s): para casamento com
cônjuge não cristão, deve ser solicitada dispensa ao bispo.
Casal 4: Ordem Sacra (cânon 1087): não podem contrair Matrimônio: bispos, padres
e diáconos, exceto se tiverem recebido dispensa do papa. Observe que há a figura do diácono
permanente casado, mas que recebeu o diaconato após o Matrimônio (você sabe a diferença
de diácono e padre?).
26
Casal 5: Profissão religiosa perpétua (cânon 1088): não podem contrair o Matrimônio
as pessoas que fizeram voto religioso público e perpétuo de castidade, como freiras e freis,
exceto se tiverem recebido dispensa do papa.
Casal 6: Rapto (cânon 1089): o Matrimônio não pode ser realizado se um dos
cônjuges tiver sido sequestrado, raptado para tal.
Casal 1: Crime (cânon 1090): o Matrimônio não pode ser realizado se tiver
acontecido um crime, como o assassinato de alguém para casamento com o(a) viúvo(a) ou
assassinato do cônjuge para término do próprio Matrimônio.
Casal 2: Consanguinidade (cânon 1091): o Matrimônio não pode ser realizado entre
todos os ascendentes e descendentes (pais e filhos, avós e netos) e entre parentes até o quarto
grau.
Casal 3: Afinidade (cânon 1092): esta é a relação existente entre os cônjuges
validamente casados e os consanguíneos do outro. Este impedimento torna sempre inválido o
Matrimônio entre um dos dois e os ascendentes ou descendentes do outro. Quer dizer que os
viúvos não podem casar validamente com sogro, sogra, enteado, enteada. Na linha horizontal,
não há impedimento: um viúvo pode casar-se com uma irmã de sua falecida esposa.
Casal 4: Honestidade pública (cânon 1093): aquele que vive uma união ilegítima
(concubinato) está impedido de se casar com os filhos ou os pais de seu(sua)
companheiro(a).
Casal 5: Parentesco legal por adoção (cânon 1094): não pode ser realizado o
Matrimônio entre o adotante e o adotado ou entre um destes e os parentes mais próximos do
outro, exceto por dispensa do bispo, assim como para os outros impedimentos anteriores.
Casal 6: Há também os defeitos, que analisam se o consentimento, que é o ato de
vontade pelo qual um homem e uma mulher se entregam, foi feito com falhas, como falta de
conhecimento do que contraíam, incapacidade de assumir, insuficiente uso da razão, erro no
conhecimento do noivo(a), casamento por medo ou pressão ou ainda por simulação nos
compromissos aceitos (assumir de forma mentirosa).
Casal 1: E há algumas outras questões que comprometem a validade do sacramento,
como um casamento sem a presença de testemunhas ou como o fato de um sacerdote assistir
a um casamento fora de sua paróquia.
Todos: Percebemos que há condições para se contrair o Matrimônio
validamente. Vamos ficar atentos para caminhar em sintonia com a Igreja.
Casal 2: Encerramos o texto de hoje com a leitura do texto bíblico: Mt 16,13-19.
AL 212:
“Queridos noivos, tende a coragem de ser diferentes, não vos deixeis devorar pela
sociedade do consumo e da aparência. O que importa é o amor que vos une, fortalecido e
27
santificado pela graça. Vós sois capazes de optar por uma festa austera e simples, para
colocar o amor acima de tudo”.
ENCONTRO 5
Casal Coordenador: Vamos comentar um pouco sobre o tema anterior e sobre as
TEMA: “VIVER A FÉ NO DIA A DIA DA FAMÍLIA”

Casal 1: Um casal que deseja construir sua casa sobre a rocha deve também se
preocupar em garantir que a espiritualidade faça parte de seu dia a dia.
Casal 2: Para isso, precisamos viver e conhecer a fé que professamos, o que pode ser
feito através de boas leituras, estudos e conversas com casais experientes. Também é muito
importante a participação ativa na vida paroquial, com o engajamento em pastorais que nos
ajudem na caminhada, como, por exemplo, a Pastoral Familiar.
Casal 3: Além de viver a fé na comunidade, é muito importante a vivência da
espiritualidade dentro do lar, pois ele é também uma igreja, é a Igreja doméstica.
Todos: Um casal católico não pode deixar que os momentos de oração aconteçam
unicamente na igreja.
Casal 4: Na igreja acontece a reunião de toda a comunidade para a missa e para outros
momentos. Lá, somos transformados pela vivência dos sacramentos. Mas, mesmo aqueles
que têm a graça de participar da missa diariamente, precisam ter o encontro diário com Jesus
Cristo dentro do lar. Isso pode acontecer pela oração em família, através da leitura da Bíblia –
a Palavra de Deus –, e da partilha, da abertura do lar para que nele aconteçam novenas,
reuniões, orações do terço etc.
Todos: O lar de um casal que assumiu o sacramento do Matrimônio deve ter fé
viva, deve contagiar a todos pela sua vivência. É assim que se prepara o ambiente para
a educação dos filhos na fé católica, um compromisso assumido no altar.
De que forma podemos manter a chama da fé viva em casa?
Casal 5: Podemos observar belos exemplos nas famílias dos santos, em que a
vivência da fé e a vida de oração foram determinantes na vocação dos filhos. Os pais de João
Paulo II conheceram-se na igreja. A mãe foi fiel a Deus e, mesmo diante de sua frágil saúde,
não aceitou um aborto sugerido pelos médicos, quando já debilitada engravidou do terceiro
filho. Aí nasceu Karol Wojtyla, que se tornou o grande São João Paulo II.
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Casal 6: Órfão de mãe e criado pelo pai desde os oito anos, São João Paulo II contou
que seu pai o acompanhava para nadar no rio, jogar bola e também para ir à igreja
diariamente, quando ele era coroinha, mesmo que ajudasse em mais de uma missa por dia. E,
por várias vezes, ao acordar no meio da noite, viu seu pai ajoelhado no quarto, rezando.
Casal 1: A vida de casal pode não ser fácil em alguns momentos, assim como também
a vida de solteiro tem suas dificuldades. Os problemas podem ser de saúde, emocionais,
financeiros etc.
Todos: Mas o casal que vive a fé no dia a dia tem força para superar os
momentos difíceis e sentir que Deus habita em seu coração?
Momento de Leitura
Leiamos, novamente (já o lemos no Encontro 3) o texto de Mt 7,24-27: “Aquele, pois,
que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que
edificou sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e
investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha. Mas
aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem
insensato, que construiu sua casa na areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os
ventos e investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína”.
Casal 2: O corre-corre do dia a dia nos faz gastar muita energia para conquistar os
bens materiais, e acabamos deixando nossos bens interiores em segundo plano, nos
esquecemos de quem nos criou e mais nos ama, até mesmo mais que nossos pais e nosso
cônjuge: Deus Pai.
Casal 3: É o amor de Deus e os nossos bens interiores – virtudes – que nos darão a
realização e o sentido para viver. A vida religiosa nos mostra que há algo mais que
precisamos conquistar: a santidade. E um casal deve buscar a santidade em família, não por
orgulho, mas como missão de todo batizado e por louvor a Deus.
Casal 4: Sim, a santidade deve ser uma busca constante do casal, além de ser uma
palavra comum dentro de um lar católico.
Todos: “Sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48), e São
Paulo lembra que “esta é a vontade de Deus: vossa santificação” (1Ts 4,3).
Seus pais são pessoas religiosas? Eles deixaram para vocês alguma recordação da
vivência da espiritualidade dentro de casa?
Casal 5: De que forma podemos viver a espiritualidade em casa?
Casal 6: O primeiro passo é lembrar que Deus está conosco e nos permite viver cada
novo dia. Por isso, devemos nos lembrar dele ao acordar e ao dormir. O casal pode fazer sua
oração nestes momentos, ou, pelo menos, em um deles.
Casal 1: Orações simples nos ajudam a buscar a sintonia com Deus Pai e também
com Maria, escolhida por Deus para ser mãe de Jesus e nossa. Podemos começar o dia
louvando a Deus com a oração do Glória ou saudando Nossa Senhora com a Ave-Maria. São
hábitos pequenos que fazem a diferença e podem ser praticados pelo casal enquanto este se
aruma ou prepara o café da manhã.
29
Casal 2: Mas podemos conhecer um pouco mais sobre nossa fé e, assim, cultivar
nosso amor por Deus. A leitura do Evangelho do dia é um passo importante na vida do casal.
Hoje, além da Bíblia, o Evangelho do dia pode ser encontrado na internet e em aplicativos
para celular. Até mesmo dentro do ônibus pode-se lê-lo e meditá-lo por alguns instantes. Mas
o ideal seria reservar algum tempo em um cantinho tranquilo para fazer isso.
Quem, entre nós, tem o hábito de fazer a leitura diária da Bíblia? Alguém conhece
a prática da Leitura Orante?
Todos: A vivência da espiritualidade traz muitos frutos para o casal!
Casal 3: O agito de nosso mundo causa-nos momentos de estresse. São desafios na
profissão, na escola e também na família, Mas os casais que vivem a espiritualidade no dia a
dia conseguem conviver com os desafios de modo equilibrado.
Casal 4: Esse equilíbrio, que parece impossível em meio a tantas dificuldades, se
chama paz interior. A convivência com Jesus Cristo no dia a dia nos traz a paz interior.
Casal 5: A vida religiosa também nos pede compromissos. Mas não são fardos, são
apenas caminhos que nos ajudam a encontrar Jesus Cristo e, assim, construir uma família
sobre a rocha. Um dos primeiros compromissos é buscar viver os Dez Mandamentos da Lei
de Deus. Eles precisam estar presentes em nossa mente a cada ação que realizamos.
Casal 6: No terceiro encontro, já falamos dos sacramentos, e aqui queremos destacar
a confissão como um ponto forte na batalha de cada católico, em busca de uma
espiritualidade profunda. A confissão demonstra nosso arrependimento pelos erros cometidos
e nossa disposição para melhorar, para seguir Jesus Cristo. Com um coração purificado e
disposto a não mais pecar, recebemos outro grande presente de Jesus, a Eucaristia.
Casal 1: A igreja pede que todo católico se confesse, pelo menos, na ocasião da
Páscoa. Mas podemos e devemos buscar a confissão periodicamente, na medida em que
nosso coração pedir, como fruto de uma constante revisão de vida.
Casal 2: Confessar é uma das obrigações do católico. Essas obrigações são chamadas
Mandamentos da Igreja. Vocês lembram quais são?
Todos:
1 – Participar da missa inteira nos domingos e de outras festas de guarda e abster-se de
ocupações de trabalho;
2 – Confessar-se ao menos uma vez por ano;
3 – Receber o sacramento da Eucaristia ao menos pela Páscoa da ressurreição;
4 – Jejuar e abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja;
5 – Ajudar a Igreja em suas necessidades.
Casal 3: O que são festas de guarda?
Casal 4: São os dias também conhecidos como dias santos de guarda, que são festas
litúrgicas em honra dos ministérios do Senhor, da Santíssima Virgem Maria e dos santos. São
eles:
Todos: Maria Mãe de Deus (1º de Janeiro); Epifania (6 de janeiro); São José (19
de março); Ascenção do Senhor; Corpus Christi; São Pedro e São Paulo (29 de junho);
30
Assunção de Maria (15 de agosto); Todos os Santos (1º de novembro); Imaculada
Conceição de Maria (8 de dezembro) e Natal (25 de dezembro).
Casal 5: Contudo, há a permissão para que a conferência episcopal de cada país mova
as datas e por isso, no Brasil, a maioria foi transferida para o domingo. Somente quatro dias
santos mantiveram suas datas: Mãe de Deus, Corpus Christi, Imaculada Conceição e Natal.
Casal 6: Devemos cultivar o domingo e dias santos com alegria, reconhecendo-os
como dias do Senhor, e organizar o dia para participar da Eucaristia com tranquilidade e
amor, conhecendo cada parte da celebração. Uma família católica precisa ter seus momentos
de oração muito bem definidos e resguardados.
Momento de reflexão (em silêncio, por 2 minutos)
A vocês noivos, propomos refletir: Como tem sido a espiritualidade cristã no seu
dia a dia? Buscam os sacramentos? Participam da missa? Entre as muitas horas
que passam juntos, encontram tempo para falar sobre a presença de Deus na vida
de vocês? Já fizeram a experiência de rezar juntos?
Casal 1: Estes momentos fazem parte da vida do católico, mas não resumem sua vida
espiritual. São meios para alimentar a fé e aproximar-nos do Senhor. Mas não basta seguir as
obrigações com o coração distante.
Todos: “Este povo somente me honra com os lábios; seu coração, porém, está
longe de mim” (Mt 15,8).
Casal 2: A vida de fé deve começar dentro de cada um e contagiar seu lar, com a
disposição para buscar aproximação com Deus a cada momento. Hoje temos acesso à Palavra
de Deus de várias formas: programas de rádio e TV, internet etc. Está tudo bastante
facilitado, só depende de nós abrirmos o coração.
Casal 3: Um lar será mais feliz quanto mais próximo de Jesus ele estiver. Veja que
belo comentário do Papa Francisco.
Todos: “É preciso simplicidade: para rezar em família, é necessário
simplicidade! Rezar juntos o Pai-Nosso, em torno da mesa, não é uma coisa
extraordinária: é fácil. E rezar junto o terço, em família, é muito belo e dá tanta força!
E também rezar um pelo outro: o marido pela esposa; a esposa pelo marido; os dois
pelos filhos; os filhos pelos pais, pelos avós... Rezar um pelo outro. Isto é rezar em
família, e isto fortalece a família: a oração”.
Casal 4: Encerramos o texto de hoje com a leitura do texto bíblico: Mt 18,19s.
AL 227:
“Nós, pastores, devemos animar as famílias a crescerem na fé. Para isso, é bom
incentivar a confissão frequente, a direção espiritual, a participação em retiros. Mas há que
convidar também a criar espaços semanais de oração familiar, porque “a família que reza
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unida permanece unida”. Entretanto, quando visitamos os lares, devemos convidar todos os
membros da família para um momento de oração, a fim de rezar uns pelos outros e entregar a
família nas mãos do Senhor. Ao mesmo tempo, convém incentivar cada um dos cônjuges a
reservar momentos de oração a sós diante de Deus, porque cada qual tem as suas cruzes
secretas. Por que não contar a Deus o que turba o coração ou pedir-Lhe a força para curar as
próprias feridas e pedir as luzes necessárias para poder cumprir o próprio compromisso?”

Atividade a dois
1. Leitura do Texto Complementar nº 4. Sublinhem as frases que mais lhe chamarem a
atenção e discutam sobre elas. Pode-se também anotar suas observações ao final do texto.
2. Desafio!
Parece simples, mas, para muitos casais, é um enorme desafio orarem juntos, pois
precisam superar muitas barreiras. Desafiamos, você, casal, a que, além da missa aos
domingos, rezem ao menos uma oração juntos, segurando um na mão do outro, uma vez por
dia. Pode ser a oração que preferirem, como Ave-Maria, Pai-Nosso, Salve-Rainha ou outra.
Lembrem-se da força de ser um casal em oração: “Onde dois ou mais estiverem
reunidos em meu nome, eu estarei entre vós” (Mt 18,20).
Texto Complementar nº 4
Homilia do Papa Francisco na missa da Jornada das Famílias, em 27/10/2013
(Leituras da missa: 1ª Leitura: Eclo 35,15b-17,20-22a; 2ª Leitura: 2Tm 4,6–8,16-18;
Evangelho: Lc 18,9-14.)
As leituras deste domingo nos convidam a meditar sobre algumas características
fundamentais da família cristã.
1. A primeira: a família reza. A passagem do Evangelho destaca dois modos de rezar:
um falso – o do fariseu – e outro autêntico – o do publicano. O fariseu encarna uma postura
que não expressa tanto agradecimento a Deus pelos seus benefícios e pela sua misericórdia,
como, sobretudo, autossatisfação. O fariseu se sente justo, se sente com a consciência
tranquila, se vangloria disto e julga os demais do alto do seu pedestal. O publicano, ao
contrário, não multiplica as palavras. A sua oração é humilde, sóbria, permeada pela
consciência da própria indignidade, das próprias misérias: este homem verdadeiramente se
reconhece necessitado do perdão de Deus, da misericórdia de Deus.
A oração do publicano é a oração do pobre, é a oração agradável a Deus que, como
fala a primeira leitura, subirá até as nuvens (cf. Eclo 35,20), enquanto a oração do fariseu está
sobrecarregada pelo peso da vaidade.
À luz desta Palavra, queria vos perguntar, queridas famílias: Rezais algumas vezes em
família? Alguns, eu sei que sim. Mas muitos me perguntam: Mas como se faz? Faz-se como o
publicano, está claro: com humildade, diante de Deus. Cada um, com humildade, se deixa
olhar pelo Senhor e pede a sua bondade, que venha até nós. Mas, na família, como se faz?
Porque parece que a oração é uma coisa pessoal; além disso, nunca se encontra um momento
oportuno, tranquilo, em família… Sim, isso é verdade, mas é também questão de humildade,
de reconhecer que precisamos de Deus, como o publicano! E todas as famílias, todos nós
32
precisamos de Deus: todos, todos! Há necessidade da sua ajuda, da sua força, da sua bênção,
da sua misericórdia, do seu perdão. E é preciso simplicidade: para rezar em família, é
necessário simplicidade! Rezar juntos o Pai-Nosso, ao redor da mesa, não é algo
extraordinário: é fácil. E rezar juntos o terço, em família, é muito belo; dá tanta força! E
também rezar um pelo outro: o marido pela esposa; a esposa pelo marido; os dois pelos
filhos; os filhos pelos pais, pelos avós… Rezar um pelo outro. Isto é rezar em família, e isto
fortalece a família: a oração.
2. A segunda leitura nos sugere outro ponto: a família guarda a fé. O apóstolo Paulo,
no ocaso da sua vida, faz um balanço fundamental, e diz: “guardei a fé” (2Tm 4,7). Mas
como a guardou? Não em um cofre! Nem a escondeu debaixo da terra, como o servo um
pouco preguiçoso dos talentos. São Paulo compara a sua vida com uma batalha e com uma
corrida. Guardou a fé, porque não se limitou a defendêla, mas a anunciou, irradioua, levou-a
longe. Opôsse de modo decidido àqueles que queriam conservar, “embalsamar” a mensagem
de Cristo nos limites da Palestina. Por isso, tomou decisões corajosas, penetrou em territórios
hostis, deixouse atrair pelos que estavam longe, por culturas diferentes, falou francamente,
sem medo. São Paulo guardou a fé, porque, como a tinha recebido, assim a entregou,
dirigindo-se às periferias, sem se fincar em posições defensivas.
Aqui também, podemos perguntar: De que modo nós, em família, guardamos a nossa
fé? Conservamola para nós mesmos, na nossa família, como um bem privado, como uma
conta no banco, ou sabemos partilhála com o testemunho, com o acolhimento, com a abertura
aos demais? Todos sabemos que as famílias, sobretudo as jovens famílias, estão
frequentemente “correndo”, muito atarefadas; mas já pensastes alguma vez que esta “corrida”
pode ser também a corrida da fé? As famílias cristãs são famílias missionárias. Ontem
escutamos, aqui na praça, o testemunho de famílias missionárias. Elas são missionárias
também na vida cotidiana, fazendo as coisas de todos os dias, colocando em tudo o sal e o
fermento da fé! Guardai a fé em família e colocai o sal e o fermento da fé nas coisas de todos
os dias.
3. E há um último aspecto que tiramos da Palavra de Deus: a família vive a alegria.
No Salmo responsorial, encontramos esta expressão: “ouçam os humildes e se alegrem”
(33,4). Todo este Salmo é um hino ao Senhor, fonte de alegria e de paz. Qual é o motivo
desta alegria? É este: o Senhor está perto, escuta o grito dos humildes e os liberta do mal.
Como escrevia São Paulo: “Alegrai-vos sempre… O Senhor está próximo!” (Fl 4,4-5). Pois
bem… gostaria de fazer uma pergunta hoje. Mas cada um leve esta pergunta no seu coração,
para a sua casa, certo? É como um dever de casa. E respondesse sozinho. Como se vive a
alegria na tua casa? Como se vive a alegria na tua família? Bem, dai vós mesmos a resposta.
Queridas famílias, como bem sabeis, a verdadeira alegria que se experimenta na
família não é algo superficial, não vem das coisas, das circunstâncias favoráveis… A alegria
verdadeira vem da harmonia profunda entre as pessoas, que todos sentem no coração e que
nos faz sentir a beleza de estarmos juntos, de nos apoiarmos uns aos outros no caminho da
vida. Mas, na base deste sentimento de alegria profunda, está a presença de Deus, a presença
de Deus na família, está o seu amor acolhedor, misericordioso, cheio de respeito por todos. E,
acima de tudo, um amor paciente: a paciência é uma virtude de Deus e nos ensina, na família,
a ter este amor paciente, um com o outro. Ter paciência entre nós. Amor paciente. Só Deus
sabe criar a harmonia a partir das diferenças. Se falta o amor de Deus, a família também
perde a harmonia, prevalecem os individualismos, apagase a alegria. Pelo contrário, a família
33
que vive a alegria da fé, comunicaa espontaneamente, é sal da terra e luz do mundo, é
fermento para toda a sociedade.
Queridas famílias, vivei sempre com fé e simplicidade, como a Sagrada Família de
Nazaré. A alegria e a paz do Senhor estejam sempre convosco!
ENCONTRO 6
TEMA: “A SEXUALIDADE NA VIDA DO CASAL”

Casal 1: Este é um dos temas que muitos noivos jamais imaginariam ouvir em um
curso da Igreja. Afinal de contas, todos já falam de sexualidade, como a TV, revistas,
colegas, escola, governo etc.
Todos: Mas por que temos que falar de vida sexual em nossos encontros?
Casal 2: Devemos atentar para o fato de que o tema é muito falado pela mídia, mas
quase sempre de forma distorcida, com respeito ao que realmente isso representa na vida do
casal. A banalização da sexualidade colocou o tema em destaque, mas, infelizmente, de modo
negativo.
Casal 3: Hoje, fala-se em sexo como se fosse a coisa mais importante da existência
humana. Todos os meios de comunicação querem associar seus produtos ao sexo, pois o
sucesso é certo.
Casal 4: Mas é na Igreja, Mãe e Mestra, que encontramos os ensinamentos
verdadeiros. Sugiro que comecemos por responder uma pergunta que ainda é feita por muitos
católicos: “O ato sexual é somente para ter filhos?”.
Todos: Não é somente para ter filhos, a Igreja não afirma isso. O ato sexual tem
duplo objetivo, denominado unitivo e procriativo. O Catecismo nos ensina que “pela
união dos esposos realiza-se o duplo fim do Matrimônio: o bem dos cônjuges e a
transmissão da vida” (CIC 2363).
Casal 5: Por unitivo, entendemos aquilo que aproxima, que provoca a união do casal.
Não somente a união física, pois aí seria somente um “contato”, mas a união completa, de
corpo e alma, como uma comunhão espiritual. “No casamento, a intimidade corporal dos
esposos se torna um sinal e um penhor de comunhão espiritual” (CIC 2360).
Releiam o parágrafo anterior e comentem a citação do Catecismo. O que esta afirmação
significa? Explorem as palavras sinal e penhor. O que é um sinal? E um penhor? E
procurem observar o que vem primeiro, a intimidade corporal ou a comunhão espiritual.
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Casal 6: É um ponto muito importante na vida do casal. Tão importante que, o casal
que não entende o lugar da sexualidade no Matrimônio, pode passar por sérias crises. Por
isso, os esposos devem dialogar abertamente sobre o assunto e buscar seu ajustamento, seu
ponto de harmonia sexual.
Casal 1: Em 1951, o Papa Pio XII já ensinava que “o próprio Criador estabeleceu que
nesta função os esposos sentissem prazer e satisfação do corpo e do espírito. Portanto, os
esposos não fazem nada de mal em procurar este prazer e em gozá-lo”.
Todos: O Catecismo ainda afirma que: “A sexualidade é fonte de alegria e
prazer” (CIC 2362).
Casal 2: Assim, devemos todos reconhecer que o ato sexual é um ato sacramental, e é
algo muito bonito. Mas não é algo sempre automático e fisicamente realizador, como todos
esperam.
Casal 3: Estamos impregnados de uma cultura que faz propaganda do relacionamento
sexual como algo automático e sempre satisfatório. Filmes e novelas exibem casais que estão
sempre dispostos e sempre se realizam no ato sexual. Isto nos faz pensar que é a regra,
gerando sentimento de frustração aos que vivem no mundo real, de maneira diferente das
telas.
Casal 4: É comum que casais comecem a vida matrimonial muito estimulados, pois é
uma novidade e uma tendência natural da criação de Deus. Mas precisam cuidar para este
interesse se manter. Isso depende sempre de disposição e envolvimento de corações, para que
ambos se realizem.
Todos: Os casais precisam dedicar tempo e atenção ao relacionamento íntimo.
Casal 5: Nessa área, como em qualquer outra área da vida, é preciso dedicação. Por
exemplo, o diálogo deve ser um esforço constante em qualquer tipo de relacionamento, seja
namoro, noivado, casamento e até com amigos e familiares.
Casal 6: Ora, que parte da nossa vida não necessita esforço e dedicação? Por que
empenhamos tempo no estudo e preparação para a vida profissional, que nos rende dinheiro,
e pouco dedicamos ao crescimento de nosso relacionamento?
Mulher e homem possuem os mesmos comportamentos referentes à vivência da
sexualidade? A maneira de manifestar carinho e as expectativas no
relacionamento sexual são as mesmas? Em que são diferentes?
Todos: É preciso conhecer as diferenças entre homem e mulher, as quais, no
campo da realização sexual, são evidentes.
Casal 1: O primeiro passo é se esforçar em fazer o cônjuge sentir-se amado e
valorizado em todos os momentos da vida, independentemente de esperar ou não por uma
relação sexual. A relação sexual é a celebração do amor que já é vivido em cada momento do
dia. Principalmente para as mulheres, não existe realização na vida sexual sem realização
afetiva.
Casal 2: Jamais deve acontecer o que se vê em alguns maridos, que “esperam que
suas esposas estejam sempre prontas para seu deleite e, mesmo mal humorados ou pouco
asseados, pensam que a esposa tem a “obrigação” de servi-los no momento em que bem
entendem. Para esses homens, infelizmente, o desejo pelo sexo se limita a ocasiões em que
estão somente na cama com a esposa, mas distante do mínimo de romantismo”.
35
Casal 3: Para conseguir sentir-se realizada no ato sexual, a mulher precisa ser
verdadeiramente amada, respeitada, valorizada, protegida etc. pelo seu esposo; mais do que
entregar o corpo, ela tem que entregar o coração.
Todos: O ato sexual, para a mulher, começa não só na cama, mas no café da
manhã, no beijo de despedida, quando o esposo sai para trabalhar, no telefonema que
ele fez durante o dia, numa rosa etc. E mais, mesmo que nos dias em que a relação
sexual não é possível, o amor concreto se faz presente.
Casal 4: Leiamos o seguinte parágrafo em silêncio. Identifiquemos quem é o autor e
reflitamos por alguns instantes.
Momento de leitura
“Os sexólogos verificam que a curva de excitação da mulher é diferente do homem: sobe e
desce mais lentamente. O homem deve ter em conta estas diferenças. Neste campo existe um
ritmo ditado pela natureza, que os cônjuges devem encontrar para chegarem no mesmo tempo
ao ponto culminante da excitação sexual.”
Do livro Amor e responsabilidade, da autoria de Karol Wojtyla [Papa João Paulo II], Lisboa,
Editora Rei dos Livros, p. 267, 1979.
Casal 5: Quando o Papa João Paulo II dizia isto de maneira clara e simples, chamava
a atenção para as diferenças entre homem e mulher, mas também para as fases do ato
conjugal.
Casal 6: Principalmente para a mulher, as etapas ficam mais nítidas. O que
comentamos antes, sobre a necessidade de sentir amada e receber bastante carinho, também
faz parte de prelúdio, a primeira fase do ato sexual. O organismo feminino, na maioria das
vezes, precisa de carinho (não só neste momento!) para desejar a união genital, e esta pode
nem ser a grande realização da mulher.
Casal 1: Para ela, o clímax pode demorar um pouco mais, e o marido precisa entender
isso e exercitar a dedicação e espera. Pode acontecer também, em alguns casos, dela se sentir
realizada somente pelo momento de amor e intimidade, mesmo sem chegar ao orgasmo.
Casal 2: Contudo, é comum encontrar mulheres dizendo não ter vontade de se
relacionarem sexualmente com seus maridos, pois há muito tempo já não sentem prazer nem
atingem o orgasmo. É preciso que os dois dialoguem e procurem as causas e, juntos, busquem
superar as dificuldades.
Casal 3: Em geral, a mulher é quem mais sofre pela falta de empenho do marido em
ajuda-la a se realizar. Mais uma vez o Papa João Paulo II define claramente a situação:
“Quando ela não encontra nas relações sexuais a satisfação natural, ligada ao ponto
culminante da excitação sexual (orgasmo), é de temer que não sinta plenamente o ato
conjugal. ... Às vezes, é consequência do egoísmo do homem que, ao buscar apenas a sua
própria satisfação, muitas vezes de uma maneira brutal, não sabe ou não quer compreender
os desejos subjetivos da mulher... A mulher começa então a evitar as relações sexuais e sente
repugnância por elas”.
Todos: “Há esposo que não se preocupa com a satisfação da esposa no ato
conjugal; e, uma vez satisfeito, vira para o lado e dorme. Muitas vezes esta situação vai
ficando insuportável para a esposa”.
36
Vocês conhecem histórias de casais que tiveram problemas no casamento em
função de desarmonia sexual?
Casal 4: Um casal não pode viver assim. A solução começa na disposição para
dialogar. É fundamental conversar com seu cônjuge sobre relacionamento, profissão, filhos,
orçamento familiar etc. e, também, sobre sexo.
Casal 5: Veja este depoimento: “Uma senhora de 40 anos de idade, ao se consultar
conosco, reclamou que sua vida sexual não estava boa. O seu marido tinha 45 anos e eles
haviam se casado há 20 anos. Logicamente, perguntamos se ela já havia conversado sobre
isso com seu marido. Para nossa surpresa, ela disse que nunca, ao longo desses 20 anos de
casados, conversara sobre sexo com seu marido”.4
Casal 6: O casal deve estar aberto para entender e viver a sexualidade conjugal como
uma dádiva, mas também como compromisso (veremos isso no próximo encontro). A falta de
realização plena nas relações sexuais afeta o relacionamento dos casais e compromete o
futuro do Matrimônio.
Todos: O casal deve também levar em conta que a relação sexual não serve de
solução para problemas e diferenças entre marido e mulher. Nem mesmo pode ser o que
uniu ou mantém um casal unido.
Casal 1: Como católicos, não podemos tapar os olhos e ouvidos para o fato de o
relacionamento sexual ser exclusivo do casal unido pelo Matrimônio.
Todos: Às vezes, parece que isso já não vale mais, que não é mais pecado e que
todo mundo tem vida sexual antes do casamento.
Casal 2: Parece mesmo. E é isso que a mídia divulga a todo momento. Mas isso não
faz parte do plano de Deus. Há milhares ou milhões de casais de namorados e noivos que
entendem o significado da doação pelo ato sexual e sabem esperar o momento adequado.
Outros tantos já conseguiram vencer esta batalha e não se arrependem.
Casal 3: O Catecismo nos ensina, de forma clara: “A sexualidade está ordenada para
o amor conjugal entre homem e mulher” (CIC 2360). Há pouco lemos o que o Papa Pio XII
dizia sobre o prazer sexual, e repetimos aqui que devemos nos atentar à palavra “esposos”.
Quer dizer que isso não vale para qualquer casal, seja namorados, noivos e, infelizmente,
como também acontece, até de desconhecidos.
Todos: “Os esposos não fazem nada de mal em procurar este prazer e em gozá-lo”.
Casal 4: Trata-se de saber que há um momento para cada coisa. Mesmo dentro da
vida conjugal, o relacionamento sexual não manterá a mesma intensidade com o passar dos
anos.
Casal 5: Aqui, lembramos o tema de nosso primeiro encontro, em que comentamos
que, ao pensar em casamento, um casal deve projetar seu futuro conversando de forma
amigável, nada mais. Tudo o que fazem em sua juventude poderá estar comprometido,
principalmente o relacionamento sexual, mas ainda assim sentirão prazer em estar juntos.
Casal 6: Se a base da união de um casal for o relacionamento sexual, a união acabará
quando este relacionamento perder o vigor ou não puder mais acontecer.
4
MACHADO, Nilton Geraldo. Amor e sexo no casamento. São Paulo, Paulinas, 2006.
37
O relacionamento sexual é parte fundamental do casamento. O matrimônio não
está completamente válido até que ocorra a primeira relação sexual, chamada
consumação. Mas o casal precisa ter certeza de que não é o relacionamento sexual
que o une. Se um casal não tem esta certeza, como se comportará se a faculdade
sexual faltar a um dos cônjuges ainda nos primeiros anos de casamento?
Casal 1: Para bem viver a dimensão da sexualidade, o casal precisa mesmo ser uma só
carne. Quando o livro do Gênesis nos diz isso, entendemos que não comenta somente a
dimensão sexual, mas o casal de forma integral, pois “uma só carne” faz alusão a um só
coração, uma só vida.
Casal 2: A Igreja nos ensina que algo nos diferencia de toda a criação: o amor.
“Somente o amor torna o exercício da sexualidade entre o homem e a mulher
verdadeiramente humano.”5
Casal 3: Encerramos o texto de hoje com a leitura do texto bíblico: Ct 7,7-14.
AL 150-151:
“Tudo isto nos leva a falar da vida sexual dos esposos. O próprio Deus criou a
sexualidade, que é um presente maravilhoso para as suas criaturas. Quando se cultiva e evita
o seu descontrole, fazemo-lo para impedir que se produza o ‘depauperamento de um valor
autêntico’. São João Paulo II rejeitou a ideia de que a doutrina da Igreja leve a ‘uma negação
do valor do sexo humano’ ou que o tolere simplesmente ‘pela necessidade da procriação’. A
necessidade sexual dos esposos não é objeto de menosprezo, e ‘não se trata de modo algum
de pôr em questão aquela necessidade’. A quantos receiam que, com a educação das paixões
e da sexualidade, se prejudique a espontaneidade do amor sexual, São João Paulo II respondia
que o ser humano ‘é também chamado à plena e matura espontaneidade das relações’, que ‘é
o fruto gradual do discernimento dos impulsos do próprio coração’. É algo que se conquista,
pois todo o ser humano ‘deve, perseverante e coerentemente, aprender o que é o significado
do corpo’. A sexualidade não é um recurso para compensar ou entreter, mas trata-se de uma
linguagem interpessoal onde o outro é tomado a sério, com o seu valor sagrado e inviolável.”

Atividade a dois
1. Cruzadinha. Se necessário, busquem pistas no texto.
1
B 3
8
C 6
5
Familiaris Consortio, p. 10.
38
2
7
5 R
 O que a mídia tem feito com o relacionamento sexual. (1)

 Um fim da relação sexual de um casal. (2)
 O Catecismo no parágrafo 2362 nos garante que “a (3) é fonte de (4) e prazer”.
 Cada casal deve entender que homem e mulher possuem (5) diferentes.
 O caminho para atingirem a harmonia sexual também começa pelo (6) e segue com
muita (7), principalmente por parte do homem, para que possam viver o relacionamento
sexual como uma grande (8).
ENCONTRO 7
TEMA: “PATERNIDADE RESPONSÁVEL”

Casal 1: Hoje vamos discutir sobre uma bela função do relacionamento sexual: a
capacidade de procriar, de gerar vida, tornando-se o casal cooperador de Deus no ato de
criação. Esse é o caráter “procriativo” do ato sexual, que tem a mesma importância que o
caráter “unitivo”.
Casal 2: Pela geração dos filhos, o casal também se realiza. Mesmo que haja
pensamentos modernos contrários à natalidade, um Matrimônio cristão não é completo sem
filhos.
Todos: “A fecundidade é um dom, um fim do Matrimônio, porque o amor
conjugal tende naturalmente a ser fecundo. O filho não vem de fora acrescentar-se ao
amor mútuo dos esposos; surge no próprio âmago dessa doação mútua, da qual é fruto e
realização” (CIC 2366).
39
Casal 3: Tomemos a Bíblia para a leitura do Salmo 126, do versículo 3 ao 5.
(Numeração latina que equivale ao Salmo 127 na numeração hebraica dos salmos).
Vamos comentar os versículos lidos e destacar cada palavra e expressão.
Casal 4: “A família, além de ser comunhão de pessoas, é ‘santuário da vida’. É o
espaço vital, o lugar onde a vida pode ser gerada, aceita, acolhida, protegida e educada, para
que o crescimento humano seja verdadeiro. O Matrimônio e o amor conjugal estão por si
mesmos ordenados para a procriação e educação dos filhos.”
Casal 5: Mesmo com tanta beleza na geração dos filhos, precisamos ter
responsabilidade, ou seja, buscar uma paternidade e maternidade responsáveis.
Todos: Devemos agir com responsabilidade e conhecer as possibilidades que
temos, sejam elas físicas, psicológicas ou financeiras.
Casal 6: O problema é que hoje se fala muito mais em evitar filhos ou adiar ao
máximo a maternidade. Virou moda ter uma família pequena e parece ser absurdo gerar
muitos filhos.
Casal 1: Muitos falam em planejamento familiar unicamente no sentido de evitar a
gravidez. Mas devemos ter clareza de que falar em paternidade responsável não é incentivar a
contracepção. A igreja não incentiva a contracepção, mas é favorável à concepção, à geração
da vida de forma responsável.
Antes de desenvolvermos o tema, alguns casais podem partilhar os parâmetros
que acreditam ser adequados para exercitar a paternidade responsável.
Casal 2: Através do Catecismo, a Igreja nos ensina que “por razões justas, os esposos
podem querer espaçar os nascimentos de seus filhos. Cabe-lhes verificar que seu desejo não
provém do egoísmo, mas está de acordo com a justa generosidade de uma paternidade
responsável” (CIC 2368).
Casal 3: Destacamos que a Igreja é muito clara em tudo que orienta e, no parágrafo
anterior, retirado do Catecismo, usa a palavra “espaçar”, que não é sinônimo de determinar a
quantidade. Por espaçar subentende-se haver também um ponto de partida, ou seja, um
primeiro.
Casal 4: E, também de modo claro, orienta que este espaçamento pode acontecer
quando os esposos encontram razões justas e não porque acham bonito ter um determinado
número de filhos.
Todos: Quais razões são justas?
Casal 5: Por uma análise desvinculada do Cristianismo, os pensamentos
contemporâneos – muitos deles simplesmente boatos – levam a crer que não devemos ter
filhos ou, se os tivermos, que sejam poucos. Certamente, já escutamos alguém fazer
comentários deste tipo!
Casal 6: Há algumas justificativas que já estão “na ponta da língua” das pessoas
quando tocamos no assunto: o mundo está violento demais, não tenho tempo para cuidar dos
filhos, é melhor ter somente um filho para criá-lo bem, os filhos crescem e nos decepcionam,
40
criar filhos é muito penoso, o casal não pode se divertir e curtir a vida a dois com filhos
pequenos, o mundo vai ter uma superpopulação, não cabe tanta gente etc.
Todos: Será que também pensamos assim?
O que pensam sobre as “dificuldades” e “facilidades” na geração de filhos hoje,
tendo por base o último parágrafo?
Casal 1: Quando falamos em razões justas, levamos em consideração várias situações,
como saúde física ou psicológica, maturidade afetiva do casal, situação financeira,
profissional e outras.
Casal 2: Uma razão justa também pode ser alguma restrição de saúde do casal e,
principalmente, da mulher, para que não se ponha em risco a vida gerada e, até mesmo, a da
mãe.
Casal 3: Contudo, se a gravidez acontece, a misericórdia de Deus e a nossa fé
apontam o caminho. Lembremos que há vários casos, como o de São João Paulo II, em que
sua mãe não podia ter engravidado.
Casal 4: Também o casal deve estar bem ajustado afetivamente, para que não queiram
um bebê como forma de solucionar problemas e brigas. Há esposos que buscam a gravidez
para resolver diferenças e até crises entre eles. Não pode ser assim, pois a crise pode até se
agravar.
Casal 5: Outros casais se sentem inseguros para proporcionarem educação adequada
ou ainda têm muito medo do futuro. Pensam que os filhos poderiam sofrer futuramente, em
um mundo incerto e violento. Para estes casais, falta a fé viva, que retira o medo e traz
esperança.
Todos: “Como sois medroso! Ainda não tendes fé?” (Mc 4,40).
Casal 6: Por isso devem se preparar bem, estudando o tema e buscando apoio de
casais experientes, de profissionais da área (como psicólogo), da Igreja e pela vida de oração.
Casal 1: Contudo, esses pontos não são tão conflitantes quanto questões como
dinheiro e profissão. Em geral, o impasse dos casais, ao refletirem sobre a chegada dos filhos,
está no impacto em suas carreiras e nas condições financeiras para criá-los.
Casal 2: Para quem teme as exigências financeiras na criação dos filhos, uma opção
de análise é buscar diferenciar o que é necessidade do que é simples desejo de acumular, se
desejam viver de modo profundo, orientados pela fé. E, para examinar bem tal diferença,
algumas opções devem ser feitas pelo casal.
Todos: Há hábitos que vemos quase “todo o mundo” seguindo, mas será que eles
são adequados?
Casal 3: O padrão de vida que se quer dar aos filhos é realmente necessário? Para
uma boa educação, é necessário dar presentes caros, roupas, muitos brinquedos, mochilas,
cadernos e tênis de marca, alimentação recheada de guloseimas?
Casal 4: Criar filhos pode ser cansativo. Mas, se os cônjuges dividirem o serviço
doméstico e o cuidado com os filhos, o trabalho não fica mais leve para os dois?
Casal 5: A única maneira de se realizar é através da carreira profissional? É realmente
necessário apostar tudo na carreira e adiar ao máximo a geração dos filhos?
41
Casal 6: Com tanto investimento na carreira e, após tanto tempo de estudo, se
conseguirá abrir mão de um “pouquinho” dos resultados (empregos, promoções, títulos, bons
salários etc.) para arrumar tempo para os filhos?
Casal 1: Dependendo das conclusões que tirarmos das questões anteriores, se
concordamos com a cultura atual, vamos também concluir que o melhor é ter poucos filhos,
ou até nem tê-los, infelizmente.
Momento de reflexão (máximo de 5 minutos)
Leiamos novamente as questões anteriores. Como nos posicionamos com respeito
a estes temas?
Casal 2: Ainda sobre a questão de gerar filhos, há pessoas e até vários católicos que
logo disparam seu discurso, dizendo que o mundo mudou e que hoje não vale mais isso de
“crescei-vos e multiplicai-vos”.
Casal 3: Mas a Igreja tem uma mensagem especial sobre isso, e que é dirigida ao
mundo de hoje. Tanto na Bíblia quanto em orientações recentes – Catecismo, encíclicas,
catequeses e outros –, ela se dirige a nós de forma muito clara.
Casal 4: O Catecismo cita, claramente, que: “A Sagrada Escritura e a prática
tradicional da Igreja veem nas famílias numerosas um sinal da bênção divina e da
generosidade dos pais” (CIC 2373).
Todos: A Sagrada Escritura e a prática tradicional da Igreja veem nas famílias
numerosas um sinal da bênção divina e da generosidade dos pais.
Casal 5: O Papa Francisco, em janeiro de 2015, comentou em uma entrevista que os
católicos não se devem reproduzir como coelhos. Mas a imprensa usou a expressão fora do
contexto, forçando o entendimento do público para a conclusão que não se deve ter muitos
filhos.
Casal 6: Mas no contexto da entrevista – o Papa voltava de sua visita às Filipinas,
país com grande pobreza – ele falava da necessidade de não seguir apenas o instinto sexual,
mas que o relacionamento seja pleno e responsável, em que cada casal conheça suas
possibilidades.
Casal 1: Na primeira audiência após esta entrevista, para não deixar dúvidas,
Francisco comentou: “Os encontros com as famílias e com os jovens, em Manila, foram
momentos destacados da visita às Filipinas. As famílias sadias são essenciais para a vida da
sociedade. Dá-nos consolo e esperança ver tantas famílias numerosas que acolhem os filhos
como um verdadeiro dom de Deus: elas sabem que cada filho é uma bênção”.
Todos: “Dá-nos consolo e esperança ver tantas famílias numerosas que acolhem
os filhos como um verdadeiro dom de Deus”.
Casal 2: Outro risco a que estamos expostos é pensar que o mundo está cheio demais
e faltará alimento para todos. Muitos de nós aprendemos, na escola, a respeito das previsões
catastróficas da Teoria de Malthus sobre o crescimento populacional e a produção de
alimentos.
Casal 3: Hoje vemos que o problema não é o crescimento da população, mas a falta
de partilha e de políticas públicas justas. Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas
para Agricultura e Alimentação), 30% do alimento produzido no mundo é desperdiçado.
42
Casal 4: Somos tentados a pensar que a densidade populacional é a causa da pobreza
de um país. Mas isso não é verdade. Observemos países ricos, com alta densidade
populacional e sem desigualdades sociais, como Japão, Alemanha, Inglaterra, Suíça e outros.
Casal 5: O Papa Francisco também afirmou que a pobreza não tem relação com a
população. Leiamos juntos:
Todos: “Posso dizer, todos podemos dizer, que a causa principal da pobreza é um
sistema econômico que tirou a pessoa do centro e colocou o deus dinheiro, um sistema
econômico que exclui sempre: exclui as crianças, os idosos, os jovens, sem trabalho... e
que cria a cultura do descartável que vivemos. Estamos habituados a ver pessoas
descartadas. Este é o motivo principal da pobreza, não as famílias numerosas”.
Vocês concordam com a cultura “antinatalista” que se estabeleceu também entre
os católicos? Já pensaram nas consequências de um mundo com menos
nascimentos que falecimentos? Já tomou conhecimento dos problemas dessa
natureza que já afetam vários países?
Casal 6: Diversos países já estão sentindo as dificuldades do pequeno número de
filhos por casa, uma cultura que se instalou principalmente nos países ricos. A imprensa já
faz reportagens sobre isso, como lugares onde professores de educação infantil estão ficando
sem trabalho e médicos e pediatras se transformam em geriatras, pela redução do número de
crianças e aumento de idosos.
Casal 1: E a economia é diretamente afetada, pois o consumo se reduz e os empregos
também.
Casal 2: Os governos também se preocupam com a questão da aposentadoria. Isto é
uma matemática simples: o salário dos aposentados vem da contribuição daqueles que
trabalham. Com poucos filhos, o número de aposentados cresce e o de trabalhadores.
Diminui. O sistema entra em colapso.
Casal 3: Por isso, vários países estimulam casais a terem mais filhos através de
descontos em impostos, ampliação da licença maternidade e até pagamento em dinheiro para
o nascimento de cada filho. Em Portugal, por exemplo, em 2015 foram 1.500 euros para o
primeiro e segundo filhos e 5 mil euros do terceiro filho em diante.
Todos: O Papa Francisco ensina: “num mundo muitas vezes marcado pelo
egoísmo, a família numerosa é uma escola de solidariedade e de partilha; e destas
atitudes se beneficia toda a sociedade”.
Casal 4: Do lado oposto à família numerosa, está aquela com o filho único. Não
comentamos aqui as motivações, pois podem ser várias, sejam doenças, problemas
financeiros ou muitas outras questões pessoais. Afinal, as razões justas são de discernimento
do casal e de mais ninguém.
Casal 5: Mas devemos ter em conta que criar filho único é um desafio, por mais
hábeis e dedicados que sejam os pais.
Casal 6: O filho único não precisa, por exemplo, comer um biscoito lembrando que
deve deixar para os outros irmãos, não precisa dividir o tempo do videogame, não precisa
apagar a luz do quarto e falar baixo, enquanto o irmão dorme, além de tantos outros fatos que
o faz sentir dono do mundo.
43
Todos: Como um filho único exercita a vida em sociedade e a partilha, se não
tem com quem partilhar? Acreditar que basta orientá-lo a partilhar sem viver a
partilha de fato é como acreditar com um médico ou um engenheiro estaria pronto para
atuar profissionalmente sem aulas práticas e sem estágio, somente com aulas teóricas.
Casal 1: Os pais de filho único também costumam ser demasiadamente preocupados e
exigentes, chegando a sufocá-lo. Uma sugestão é que gerem o segundo filho com menos
intervalo de tempo com relação ao primeiro, pois os filhos crescerão como grandes amigos,
partilhando tudo, sem individualismos.
Casal 2: Recentemente, o Papa Francisco comentou também sobre a riqueza do
relacionamento entre irmãos: “Ter um irmão, uma irmã que te quer bem, é uma experiência
forte, impagável, insubstituível” e, na mesma audiência, pediu: “não privemos com
leviandade as nossas famílias, por sujeição ou medo, da beleza de uma ampla experiência
fraternal de filhos e filhas”.
Leiamos, mas uma vez, as belas palavras do papa do parágrafo anterior.
Comentem sobre as expressões experiência forte, impagável, insubstituível e,
também, sobre os termos não privemos, leviandade, sujeição ou medo.
Quais de vocês são filhos únicos? Que diferenças podem notar entre famílias de
filhos únicos e as de vários irmãos?
Casal 3: Outra realidade sobre a geração de filhos também deve ser considerada. Está
cada vez mais frequente o casamento entre pessoas que já possuem filhos, sejam de seus
noivos ou de relacionamentos anteriores, embora nunca tenham contraído o Matrimônio.
Também acontece o casamento entre pessoas com filhos, mas que tiveram o primeiro
Matrimônio declarado como nulo pela Igreja.
Casal 4: Quando pessoas nestas condições já possuem filhos, pode haver resistência a
terem outros, alegando que já possuem filhos, que a idade não mais lhes permitem, ou ainda
que haverá conflitos entre os irmãos.
Todos: Cada Matrimônio é único e “os filhos são o dom mais excelente do
Matrimônio” (HV 9).
Casal 5: O casal assume no altar “aceitar os filhos que Deus os confiar”. Portanto,
independentemente da vida que viveram até aquele momento, não podem assumir esse
compromisso da boca para fora, negando interiormente.
Casal 6: O compromisso de aceitar os filhos não é exclusividade dos jovens ou de
quem ainda não tem filhos, mas de todos que contraem o Matrimônio.
Casal 1: Contudo, há casos particulares, como um casal que vive junto há anos, que já
tem filhos e agora deseja regularizar sua situação e assumir o Matrimônio. A Igreja conhece
tais situações, acolhe o casal, e o Direito Canônico prevê o procedimento adequado. O pároco
é a pessoa recomendada para orientar o caminho correto em cada caso.
Leiam e discutam o parágrafo.
Já comentamos os impedimentos ao Matrimônio, segundo o Código de Direito Canônico.
Não podemos esquecer que o fechamento à fecundidade se torna um impedimento, pois a
promessa feita no altar – aceitar os filhos – será voluntariamente descumprida. Não
44
podemos dizer que é obrigatório ter filhos, pois há muitas variáveis envolvidas, como
saúde, idade fértil etc., as quais fogem do controle do casal, e este deve aceitar sua
condições de criatura. Mas é um compromisso do casal “aceitá-los” e permitir que haja,
pelo menos, a primeira concepção. A partir do primeiro filho (ou primeiros), as “razões
justas” devem ser avaliadas em vista da paternidade responsável. Se um casal sabe que não
se abrirá nem ao primeiro filho, não se deve casar, pois fará uma promessa falsa.
Casal 2: Não podemos terminar o encontro de hoje sem comentar que estamos
sujeitos à natureza e, mesmo sendo desejados, os filhos podem não chegar. Esgotados todos
os recursos científicos adequados – o que exclui inseminação artificial –, o casal tem outras
formas de exercer a paternidade e maternidade.
Casal 3: O Catecismo também nos fala sobre isso: “O Evangelho mostra que a
esterilidade física não é um mal absoluto. Os esposos que, depois de terem esgotado os
recursos legítimos da medicina, sofrerem de infertilidade, unir-se-ão à cruz do Senhor, fonte
de toda fecundidade espiritual. Podem mostrar sua generosidade adotando crianças
desamparadas ou prestando relevantes serviços em favor do próximo” (CIC, 2379).
Casal 4: Para encerrar o tema de hoje, vamos todos refletir: Dentro do tema
paternidade responsável, devemos ter cuidado para não vivermos uma paternidade
egoísta.
AL 167:
“As famílias numerosas são uma alegria para a Igreja. Nelas, o amor manifesta a sua
fecundidade generosa. Isto não implica esquecer uma sã advertência de São João Paulo II,
quando explicava que a paternidade responsável não é “procriação ilimitada ou falta de
consciência acerca daquilo que é necessário para o crescimento dos filhos, mas é, antes, a
faculdade que os cônjuges têm de usar a sua liberdade inviolável de modo sábio e
responsável, tendo em consideração tanto as realidades sociais e demográficas, como a sua
própria situação e os seus legítimos desejos”.
ENCONTRO 9
45
TEMA: “REFLEXÕES SOBRE EDUCAÇÃO E TEMPO PARA OS FILHOS”
Casal 1: Em nossos últimos encontros conversamos sobre a abertura à fecundidade
dentro do Matrimônio, tanto como grande expressão de amor e realização dos cônjuges
quanto como compromisso assumido.
Todos: No casamento, dizemos sim a esta pergunta: Estão dispostos a acolher e
educar os filhos na Lei de Cristo e da Igreja?
Casal 2: Já discutimos a responsabilidade de dizer sim ou “acolher”, e agora
precisamos também refletir sobre o “educar”. Mas educar de forma especial, na Lei de Cristo
e da Igreja.
Casal 3: A responsabilidade dos pais vai além de prover as necessidades básicas dos
filhos, como alimentação, escola, atenção à saúde, vestuário etc. Eles são os primeiros
responsáveis pela formação, pelo desenvolvimento dos filhos como pessoas e, mais, como
filhos de Deus. É dever dos pais educar os filhos na fé católica e dedicar tempo a eles.
Casal 4: O ponto de partida é planejar a iniciação cristã dos filhos, preparando-os bem
para seu batizado. Batizar filhos não pode ser um costume, mas um desejo profundo de que
eles façam parte do Reino de Deus.
Casal 5: Uma componente fundamental no batizado é a escolha dos padrinhos. O
convite para ser padrinho ou madrinha não deve ser feito como homenagem a uma pessoa.
Também não há obrigação de que os padrinhos sejam parentes próximos. A escolha deve ter
outras bases.
Casal 6: Os padrinhos de Batismo serão responsáveis por colaborar na formação
cristão de seus afilhados e poderão até assumir o papel dos pais na falta destes. Por isso,
precisam ser católicos e acreditar neste sacramento.
Casal 1: O ideal é que os pais procurem saber mais sobre a função dos padrinhos,
antes de se comprometerem com alguém, como, por exemplo, prometer a uma amiga de
infância que ela será madrinha de seu filho.
Casal 2: Para uma boa educação, é necessário se doar aos filhos. Não se deve
considerar somente coisas materiais, como casa, roupas e alimentação. Os pais devem buscar,
principalmente, uma estrutura emocional e espiritual favorável ao desenvolvimento da
criança.
Casal 3: É claro que queremos o melhor para nossos filhos e nos orgulhamos e
ficamos felizes em poder presenteá-los com o que há de melhor. Mas o que mais ficará
marcado em toda a vida da criança, não será a grife da roupa ou a decoração de seu berço,
mas sim o amor e presença dos pais, transmitindo-lhe carinho e segurança.
Todos: Lembre-se de que o dinheiro pode comprar quase tudo, mas nunca
substituirá a presença dos pais ao lado de seus filhos.
Casal 4: Por isso, é preciso se organizar bem para a chegada dos filhos. Questões
como horários de trabalho, eventuais mudanças de emprego ou até o fato de um dos cônjuges
deixar de trabalhar por alguns anos, precisam ser discutidas. Tudo isto em função de criar um
ambiente favorável aos primeiros anos da infância.
Casal 5: Com as necessidades da sociedade atual, é fato comum que as mulheres
trabalhem fora de casa. Mas isto também tem gerado pontos negativos, como a redução do
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número de filhos e a ausência dos pais ao lado deles. Muitas mulheres não abrem mão de suas
carreiras para estarem com os filhos, mesmo somente durante sua infância.
Casal 6: Não só as mães, mas também os pais podem fazer esta opção. É questão de o
casal decidir quem pode abrir mão de seu trabalho ou reduzir sua carga horária
temporariamente, de acordo com suas realidades.
Casal 1: Contudo, não se pode negar a importância, por natureza, da mãe ao lado do
filho, principalmente em seus primeiros anos de vida.
Vocês conhecem casais que conseguiram se organizar e abrir mão de algumas coisas
para criarem os filhos? Como casal, já conversaram sobre isso? Vamos partilhar!
Casal 2: Deus deu às mulheres a capacidade de gerar, amamentar e uma ternura
especial para o contato mais intenso com os filhos. Esse carisma, presente de Deus, não pode
ser desprezado ou simplesmente sufocado pelas ideias de um falso feminismo que diz querer
libertar a mulher da “escravidão” da rotina familiar, mas que acaba escravizando-a na ciranda
do status e da competição social.
Todos: A maternidade e educação dos filhos não significam um peso e uma perda
na vida da mulher.
Casal 3: A Igreja nos diz que “é urgente valorizar a maternidade como missão
excelente das mulheres. Isso não se opõe ao seu desenvolvimento profissional e ao exercício
de todas as suas dimensões, o que permite ser fiéis ao plano original de Deus que dá ao casal
humano, de forma conjunta, a missão de melhorar a terra” (DAp 456).
Todos: São João Paulo II, na exortação apostólica Familiaris Consortio, nos
orienta: “Deve superar-se a mentalidade segundo a qual a honra da mulher deriva mais
do trabalho externo do que da atividade familiar” (FC 23).
Casal 4: Mas, infelizmente, essa é uma cultura enraizada em nossa sociedade e
poucos casais conseguem romper essa barreira e viver de modo diferente da maioria. Às
vezes, é preciso deixar de lado o conforto, sucesso profissional e os bens, em função de se
abrir a Deus e aceitar a chegada dos filhos.
Casal 5: Dedicar-se à família é uma tarefa que não gera sucesso profissional, não
conquista diplomas nem bens materiais. Mas Deus reserva a essas pessoas uma premiação
especial, que será entregue somente pelas Suas mãos e que não se compara a nenhum título
de nosso mundo.
Momento de reflexão (em silêncio, leia atentamente e reflita sobre as questões a
seguir. Máximo de 2 minutos)
Será realmente necessário que os dois trabalhem fora de casa enquanto os filhos forem
pequenos?
O trabalho de somente um dos cônjuges já não seria suficiente para uma vida
confortável, mesmo que modesta, pelo menos durante a infância dos filhos?
Até que ponto precisamos de uma casa mais bonita, um carro mais moderno e vários
itens de consumo, e em troca não ter filhos ou deixa-los em creches e escolinhas?
Casal 6: Os pais devem ter consciência de que a educação dos filhos passa por muitas
renúncias pessoais. Não somente na vida profissional, mas também no dia a dia do lar não
será possível manter os mesmos hábitos com a chegada dos filhos. Por isso, ficar até mais
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tarde na rua ou em restaurantes e bares, não ter hora certa para as refeições, comer qualquer
coisa, dormir tarde e levantar tarde, ficar toda a noite com a TV ligada, por exemplo, são
atitudes que devem ser revistas nesse momento.
Casal 1: Às vezes, encontramos mães visivelmente cansadas e superatarefadas com o
cuidado do(s) filho(s) e os pais totalmente descompromissados assistindo ao futebol e
comemorando com os amigos. Onde está a fidelidade prometida no dia do casamento?
Todos: O pai é tão responsável quanto a mãe pela educação e cuidado dos filhos.
Casal 2: É comum que as mães fiquem muito cansadas no período pós-parto e
necessitem de muita ajuda e compreensão por parte dos maridos. Um pai não pode chegar do
serviço e justificar que trabalhou durante todo o dia e agora merece descanso, uma vez que a
mulher também esteve o dia todo ocupada, seja em casa com os filhos, seja no trabalho.
Casal 3: Pai e mãe devem organizar a casa para que tenham bastante tempo de
convivência. Procurar almoçar juntos à mesa desde pequenos, brincarem juntos, escolherem
um momento do dia para rezarem juntos (pela manhã, no almoço ou à noite) e tantos outros
bons hábitos cristãos devem ser ensinados pelos pais.
Casal 4: Devem também colocar limites, como horário para assistir à televisão
(programas destinados às crianças e supervisionados pelos pais), para fazer as tarefas
escolares e para ir para a cama. Não podemos deixar as crianças dormirem na hora em que
querem, pois sempre o farão quando estiverem no seu limite do cansaço. As crianças devem
ter longas noites de sono, fato já comprovado por inúmeras pesquisas científicas.
Todos: De que adianta um quarto bonito, se a casa é agitada e não permite um
descanso tranquilo?
Casal 5: Pesquisas mostram que a falta de sono pode representar um atraso no
desenvolvimento das crianças, assim como originar diversos problemas de saúde. Poucas
horas de sono na infância podem ainda provocar problemas cognitivos e de comportamento.
Casal 6: Os pais devem evitar a rotina de carregar a criança para o quarto, depois de
ela ter dormido diante da TV, e procurar dedicar tempo para acompanhá-la à cama, rezar com
ela, fazer uma avaliação do dia, contar uma história etc. Comodismo não semeia uma boa
educação.
Casal 1: Mais uma vez o diálogo e harmonia do casal se fazem necessários. Uma
criança será bem educada quando as regras da casa forem claras. É comum a criança pedir
algo ao pai e, quando não consegue, correr para pedir à mãe ou vice-versa. Muitos casais se
desentendem nesse momento e a criança percebe aí um ponto de vulnerabilidade para sempre
conseguir o que quer.
Casal 2: Pai e mãe não são obrigados a concordar em tudo. Mas as ações educacionais
devem ser previamente combinadas e, mesmo que não sejam, não devem virar motivo de
conflito diante dos filhos.
Casal 3: É melhor ser sempre firme, dizendo algo assim: “Sua mãe já disse não, então
eu concordo com ela”, “Seu pai já lhe respondeu? Eu concordo com ele”.
Casal 4: Em um outro momento, os pais podem conversar e definir junto se voltam
atrás em alguma decisão e como será das próximas vezes. E isso deve ser feito sempre por
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meio de diálogo, ouvindo o ponto de vista do outro para chegarem a um acordo e agirem em
sintonia. Os cônjuges não disputam a simpatia dos filhos, mas dividem a missão de educa-los.
Casal 5: É como um time de futebol, em que todos seguem a mesma estratégia para
chegarem ao mesmo objetivo.
Alguma vez já conversaram sobre as transformações que acontecerão em suas vidas
com a chegada dos filhos? Estão prontos para assumi-las? Estão preparados para
agirem sempre de comum acordo, sem que um fique desautorizando o outro?
Cite outras mudanças que deverão acontecer, além das comentadas neste capítulo.
Casal 6: Além de conversar, um casal deve estudar sobre como educar os filhos. O
Senhor confia esta missão aos pais, que deverão prestar contas dela. O bom começo é ensinar
a obediência e respeito aos pais.
Todos: “Você tem filhos? Eduque-os e ensine-os a obedecer desde a infância”
(Eclo 7,23).
Casal 1: Alguns dizem que educar os filhos está cada vez mais difícil, pois não se
pode mais corrigi-los. Isso não é verdade, corrigir os filhos é uma obrigação dos pais, desde
que seja com carinho e com o propósito de educá-los, não apenas de se impor ou de
responder às provocações.
Todos: “Pais, não deem aos filhos motivo de revolta contra vocês; criem os filhos,
educando-os e corrigindo-os como quer o Senhor” (Ef 6,4).
Casal 2: Pai e mãe devem estar sempre de acordo sobre todas as atitudes que tomam
diante dos filhos. Suas discordâncias devem ser resolvidas em particular, para que a educação
deles não seja afetada e se sintam inseguros ao ouvir orientações diferentes do pai e da mãe.
Casal 3: Os filhos precisam conhecer valores, e será melhor ainda quando os pais
buscam viver esses valores. Um dos primeiros valores é o reconhecimento do senhorio de
Jesus Cristo e a busca da oração. Pai e mãe precisam rezar e ensinar os filhos a fazerem o
mesmo. Aliás, no casamento há a promessa de educar os filhos na fé católica.
Todos: Os pais são os primeiros catequistas dos filhos.
Casal 4: A formação religiosa deve estar em sintonia com a formação para a vida em
sociedade. O bom cristão é também um bom cidadão, que se esforça por viver as virtudes em
todos os seus grupos de convívio, como escola, trabalho, família e vizinhança.
Conversem sobre rotinas da casa que podem ajudar os filhos a conhecerem Jesus
e a terem os pais como primeiros catequistas.
Casal acolhedor: Como fazem em sua casa?
Casal de noivos: Como foram educados na fé? Seus pais os ensinaram a rezar?
Casal 5: Algumas palavras devem estar presentes na educação dos filhos e os pais
devem conhece-las muito bem, como:
LIMITES – JUSTIÇA – OBEDIÊNCIA – RESPEITO – VIRTUDES – DIÁLOGO –
SIMPLICIDADE.
Momento de partilha (máximo de 15 minutos) Podemos completar com outras
palavras, importantes na educação, como:
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_________________ – _________________ – _________________ – _________________
_________________ – _________________ – _________________ – _________________
Casal 6: Como questionamento e ponto de partida, pois o tema é longo, reforçamos
que os pais devem se esforçar e buscar conhecer o comportamento dos filhos através de
estudo, conversas, psicologia e muita oração, para serem bons educadores.
Todos: Não devemos esquecer que a boa educação dos filhos depende do bom
relacionamento dos pais.
Casal 1: Encerramos o texto de hoje com a leitura do texto bíblico: Eclo 30,1-13.
AL 173:
“O sentimento de ser órfãos, que hoje experimentam muitas crianças e jovens, é mais
profundo do que pensamos. Hoje reconhecemos como plenamente legítimo, e até desejável,
que as mulheres queiram estudar, trabalhar, desenvolver as suas capacidades e ter objetivos
pessoais. Mas, ao mesmo tempo, não podemos ignorar a necessidade que as crianças têm da
presença materna, especialmente nos primeiros meses de vida. A realidade é que “a mulher
apresenta-se diante do homem como mãe, sujeito da nova vida humana, que nela é concebida
e se desenvolve, e dela nasce para o mundo”. O enfraquecimento da presença materna, com
as suas qualidades femininas, é um risco grave para a nossa terra. Aprecio o feminismo,
quando não pretende a uniformidade nem a negação da maternidade. Com efeito, a grandeza
das mulheres implica todos os direitos decorrentes da sua dignidade humana inalienável, mas
também do seu gênio feminino, indispensável para a sociedade. As suas capacidades
especificamente femininas – em particular a maternidade – conferem-lhe também deveres, já
que o seu ser mulher implica também uma missão peculiar nesta terra, que a sociedade deve
proteger e preservar para bem de todos.”

Texto complementar nº 8
A missão de educar os filhos
O pai e a mãe são representantes de Deus na vida dos filhos; por isso têm autoridade
sobre eles. Então, é vontade do Senhor que estes cumpram muito bem a missão de educá-los
para a sociedade e para o céu. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz que: “O papel dos
pais na educação dos filhos é tão importante que é quase impossível substituí-los”. E que: “O
direito e o dever de educação são primordiais e inalienáveis para os pais” (CIC 2221; FC 36).
Para isso, os genitores devem criar um lar tranquilo para os filhos, no qual a ternura, o
perdão, o respeito, a fidelidade e o serviço desinteressado sejam cultivados. Nele a
abnegação, o reto juízo, o domínio de si devem ser cultivados, para que haja verdadeira
liberdade.
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Diz o livro do Eclesiástico: “Aquele que ama o filho castiga-o com frequência; aquele
que educa o seu filho terá́ motivo de satisfação” (Ecl 30,12). Esse “castiga-o com frequência”
deve ser entendido como “corrige-o com frequência”.
E São Paulo lembra que os pais não podem humilhar e magoar os filhos ao corrigi-los:
“E vós, pais, não deis a vossos filhos motivo de revolta contra vós, mas criai-os na disciplina
e na correção do Senhor” (Ef 6,4).
E é bom lembrar aos genitores que saber reconhecer, diante dos filhos, os próprios
defeitos não é humilhação, mas, sim, coerência, e isso facilita guiá-los e corrigi-los, como
ensina o próprio Catecismo da Igreja Católica (CIC 2223). Diz o Catecismo:
Os filhos, por sua vez, contribuem para o crescimento de seus pais em santidade.
Todos e cada um se darão generosamente e sem se cansarem o perdão mútuo exigido pelas
ofensas, as rixas, as injustiças e os abandonos. Sugere-o a mútua afeição. Exige-o a caridade
de Cristo (CIC 2227; Mt 18,2122).
O apóstolo São Paulo também ensina como a família deve viver para fazer a vontade
de Deus:
Filhos, obedecei a vossos pais segundo o Senhor; porque isso é justo. O primeiro
mandamento acompanhado de uma promessa é: “Honra teu pai e tua mãe, para que sejas feliz
e tenhas longa vida sobre a terra” (cf. Dt 5,16). Pais, não exaspereis vossos filhos. Pelo
contrário, criai-os na educação e doutrina do Senhor (Ef 6,12).
Para educar bem os filhos, é preciso ter tempo para eles, colocálos entre as nossas
prioridades, gastar nosso tempo com eles. Sem estar na presença deles, é impossível educá-
los, por isso é uma atividade que exige observação e atuação. E para educá-los é preciso
acolhê-los e acolher seus amigos; não empurrálos para fora de casa. Acima de tudo, é preciso
saber conquistá-los, não com o que se dá a eles, mas como se é para eles. Os filhos precisam
sentir um santo orgulho dos pais pela sua grandeza, pela sua maneira correta de agir, de falar,
de lhes tratar, de se dedicar a eles. Sem isso, não é possível educá-los bem.
É preciso corrigir os filhos, mas isso precisa ser feito com jeito, com carinho, com
palavras corretas, sem nervosismo, na hora e no lugar certo, e jamais na presença dos irmãos
e de outras pessoas, porque isso os humilha. E um filho humilhado pelo pai e pela mãe não
ouvirá os conselhos destes.
ENCONTRO 10
TEMA: “REFLEXÕES SOBRE A ADMINISTRAÇÃO DO LAR”

Casal 1: Já sabemos que o Matrimônio é um sacramento e, assim, que é uma entrega
total de um cônjuge ao outro. Não pode ser visto como uma sociedade empresarial ou um
simples “negócio”, como é entendido por alguns.
Casal 2: Veja este exemplo: Carla e Paulo, após avaliarem que em sua cidade não
havia uma boa livraria, decidiram começar o negócio. Carla era muito dinâmica e de perfil
empreendedor. Paulo tinha o capital necessário e pouca malícia comercial. Resolveram juntar
51
o empreendedorismo de um com o capital do outro. Mas, como qualquer negócio, não há
certeza de sucesso.
Casal 3: Paulo temia perder seu dinheiro, se Carla fosse descontrolada. Por sua vez,
Carla temia perder tempo, se Paulo fosse demasiado conservador e não “abrisse a mão” para
os investimentos que julgava necessário. Assim começaram a sociedade, mas sempre com
“um pé atrás”, pois, a qualquer indício de problemas ou incompatibilidade, era melhor
desfazer o negócio do que perder tempo e dinheiro.
Todos: O simples exemplo de uma situação de negócio nos mostra como não deve
ser o Matrimônio.
Casal 4: Mas, infelizmente, é dessa forma que muitos casais têm vivido o
Matrimônio: como uma tentativa cheia de salvaguardas, da mesma forma como se age diante
da experiência de um novo negócio.
Casal 5: Alguns se casam já pensando em serem completamente livres em relação a
seu dinheiro. E pensam assim: “Vamos nos casar, mas cada um terá seu dinheiro. Dividimos
o aluguel. Você paga a conta de luz, eu pago a de água. Dividimos a compra do mês, e
pronto. A partir daí, cada um faz o que quiser com seu dinheiro”.
Casal 6: Mas, com o passar do tempo, começam as reclamações: “Ele sempre sai para
tomar cerveja com os amigos e ainda paga a conta deles!”. “Ela gasta tanto dinheiro com
roupas e sapatos da moda, que já não cabem no guarda-roupas!”.
Todos: Será assim um casamento perfeito? O casamento se resume a morar
juntos?
Casal 1: Casar-se significa constituir uma única vida, ser “uma só carne”. Isso não
quer dizer que devem ser iguaizinhos. Cada um tem temperamento e condutas próprios da
idade, sexo e condição em que vive. Mas, mesmo com as diferenças, podem e devem ter
objetivos em comum e partilharem tudo.
Casal 2: E tudo mesmo, inclusive o dinheiro, e não só a cama! (aqui podemos
comentar que há casamentos em que nem mais a cama é partilhada, pois dormem em quartos
diferentes para ter sua privacidade, sua televisão, seu banheiro...).
Todos: Quando os noivos assumem o Matrimônio, passam a administrar o
dinheiro do casal, não mais o dinheiro dele ou dela. Isso também faz parte da fidelidade.
Casal 3: Quando marido e mulher têm trabalho remunerado (o que não é uma
obrigação, mas uma opção. Acrescente-se aqui que ficar em casa cuidando dos filhos também
é considerado trabalho, como já analisamos em capítulos anteriores), estão colaborando para
aumentar a renda da família, e não de cada um individualmente.
Casal 4: Ou seja, o salário familiar será maior. Ainda que só um dos cônjuges tenha
trabalho remunerado, este não é o dono do dinheiro. Também no lar, marido e mulher devem
ser os administradores, tendo em vista que o futuro de toda a família depende de uma boa
administração. Juntos, vão decidindo o que fazer com o dinheiro, tendo em vista uma conduta
cristã que não busca exibicionismo e ostentação.
Todos: Assim, o dinheiro se torna o sustento da casa, e não mais um ponto de
conflito entre o casal.
52
Casal 5: O massacre da mídia, veiculando propagandas com gente bonita e famosa,
nos leva a associar a felicidade ao consumismo. Quantas vezes compramos algo que não é
realmente necessário?
É hora de refletirmos sobre a questão a seguir: Comprar para viver melhor, por
necessidade ou para mostrar ser melhor, por competição ou vaidade?
Casal 6: Os filmes e as novelas lançam as modas, sempre patrocinados pela indústria,
que quer vender mais e mais. E muitas pessoas querem ser iguais ou, pelo menos, se vestir e
comportar como os astros.
Casal 1: O resultado disso é o consumo desequilibrado. A influência da sociedade e
da mídia faz com que olhemos para o guarda-roupas repleto, o carro, os móveis da casa e
pensemos que tudo aquilo já não nos serve mais, pois as tendências da moda são outras.
Casal 2: Para administrar o orçamento doméstico, é necessário que o casal procure
conhecer quais serão suas despesas. Se ainda são noivos ou namorados, façam uma pesquisa
junto a familiares e amigos e tendem planejar quais serão os gastos nos primeiros meses de
casamento.
Casal 3: Mas não basta relacionar as despesas. Devemos saber se tais despesas são
realmente necessárias ou se não são apenas fruto de vontade motivada pelas propagandas.
Já têm uma ideia de qual será a despesa aproximada do lar de vocês? Pagarão aluguel,
financiamento ou já possuem casa? Qual o valor médio da conta de energia? De água
e esgoto? Quanto será o gasto com supermercado? E tantas outras...
Casal 4: É importante que os casais planejem gastar de acordo com o que ganham.
Isto é, com base nos rendimentos, devem ir distribuindo as despesas. Alguns fazem o
contrário, querem ganhar para cobrir as despesas, daí o dinheiro nunca sobra.
Todos: Se houver planejamento, sem preocupação com moda, aparências ou
desejos simplesmente consumistas, é possível se organizar com menos dinheiro.
Casal 5: Isto não é um consolo para o comodista. Devemos procurar melhorar o
padrão de vida e lutar por melhores empregos e salários, pois isso também significa
desenvolver e valorizar as habilidades recebidas de Deus. Mas não devemos viver
reclamando e sempre com dificuldade por conta de nossa falta de controle com o dinheiro. A
vida do casal corre riscos quando há problemas financeiros o perturbando.
Casal 6: A questão da prioridade pode variar de um casal para outro. Para quem
trabalha como vendedor, por exemplo, e necessita se deslocar por grandes distâncias, um
automóvel e as despesas com combustível e oficina serão prioritárias. Para outros, a compra
de um veículo pode não passar de um desejo, o que os faz esperar por um momento mais
oportuno e seguro.
Casal 1: Em qualquer realidade, o que importa é que esse planejamento seja feito de
maneira tranquila pelo casal, sempre atento aos apelos do Evangelho e tendo a nítida noção
do que é realmente prioritário. Algumas pessoas não podem ver uma vitrine ou um comercial
para ter a certeza de que aquilo faz falta em sua vida, transformando um desejo em
prioridade.
53
Todos: É comum que, em algum momento da vida, haja a necessidade de cortar
despesas em função de algum problema financeiro, como a redução de salário ou perda
do emprego.
Casal 2: Nesse momento, as primeiras despesas a serem cortadas serão os itens
desejáveis. Se o casal já sabe quais são e tem certeza de que não farão falta, eliminá-los não
será doloroso. E o corte pode ser ainda maior, chegando aos itens importantes e, em casos
mais graves, até aos prioritários.
Casal 3: Por isso, o planejamento e conhecimento das despesas é fundamental, assim
como a vida de oração, para ter inspiração e força para superar os momentos difíceis.
Casal 4: Procure guardar os cupons fiscais de tudo o que comprar, para depois
relacioná-los em um caderno e acompanhar suas finanças. Por meio deles, será possível
avaliar onde o planejamento falhou e como pode ser corrigido, onde se está gastando demais
e de qualquer forma é possível readequar as despesas às novas realidades.
Casal 5: Hoje temos diversos aplicativos para celular, onde podemos registrar cada
despesa para obter relatórios ao final de cada mês. Muitas vezes não temos ideia de como o
dinheiro se consome com pequenos gastos. Ter tudo anotado ajuda a ver para onde o dinheiro
está indo. Esse é um bom hábito que precisa ser construído.
Casal 6: E merece particular atenção o dízimo, que é nosso reconhecimento e
agradecimento a Deus por tudo o que recebemos. É também um compromisso assumido com
a nossa comunidade.
Todos: “Pagai integralmente os dízimos à casa do Senhor” (Mal 3,10)
Casal 1: Apesar de o dízimo significar a décima parte ou 10%, devido à realidade dos
nossos tempos, a Igreja não define valor, ficando este a critério de nosso coração. Em
algumas dioceses, é sugerido o centésimo ou 1%. Se todas as pessoas contribuíssem com 1%,
no mínimo, a Igreja não teria dificuldades de manter suas despesas e seminários.
Casal 2: Ao dar nossa contribuição, devemos lembrar que a Igreja também utiliza
energia elétrica, telefone, água, possui funcionários, precisa de reformas e ampliações,
mantém obras de caridade, e que os sacerdotes necessitam se alimentar, se vestir, ir a médicos
e ter seus momentos de lazer e descanso, como todos nós.
Casal 3: Algumas paróquias, onde a participação da comunidade com o dízimo é mais
ativa, ainda dispensam os paroquianos de taxas para celebrações de sacramentos e investem
também em missões e ações evangelizadoras em jornais, rádio, TV etc.
Todos: O dízimo é um compromisso social e missionário.
Casal 4: Também é importante que tenhamos disposição para repartir o que temos,
mesmo que seja pouco, com aqueles que têm menos ainda. Procurar conhecer as pessoas que
passam necessidades em sua comunidade e ver de que maneira se pode ajudar, seja com
alimentos, remédios ou até com trabalho voluntário. Isso também deve faze parte da rotina e
planejamento de um casal cristão.
Todos: “... todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais
pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes” (Mt 25,31-40).
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Casal 5: Não podemos terminar este encontro sem comentar que é possível viver com
pouco. Às vezes, somos levados a pensar que não vivemos sem celular, sem TV por
assinatura, sem ir a uma pizzaria, sem isso, sem aquilo...
Vocês têm algum testemunho da vivência de momentos de dificuldades
financeiras em família? Como seus pais encararam isso?
Na sociedade, como se comportam, em geral, as pessoas de origem muito
humilde? E as que sempre tiveram tudo o que desejavam?
Casal 6: Grande parte de nossas despesas são criadas por nós mesmos. Muitos vivem
angustiados e sob o peso das dívidas feitas em nome dessas falsas necessidades. E isso é
prejudicial para os filhos.
Casal 1: Há crianças que se alimentam mal, do ponto de vista nutricional, e de forma
cara. Não comem verduras e legumes, mas sim biscoitos recheados, salgadinhos, guloseimas,
sucos e refrigerantes. Em geral, isso é reflexo da vida dos pais.
Casal 2: Há crianças que não sabem passar em frente a uma lanchonete sem pedir um
lanche, mesmo que esteja a poucos minutos de casa. Um lar simples, onde se evita ao
máximo este tipo de costume, traz benefícios para a saúde e para as finanças.
Casal 3: Além disso, as crianças serão preparadas para viver em qualquer condição
futura, seja num momento de fartura ou de carestia. Alguns de nós devem conhecer crianças
difíceis de se alimentarem e que envergonham os pais quando estão fora de casa.
Casal 4: Falar em administração do lar é falar em seguir os apelos do Evangelho,
sendo simples interiormente, o que também se reflete na alimentação e nas compras.
Casal 5: Quando sabemos viver com poucos, não nos revoltaremos contra Deus nem
contra o cônjuge na ocasião de uma dificuldade financeira. Estaremos prontos e louvaremos a
Deus por ter o alimento, por mais simples que seja.
Casal 6: Façamos a leitura do texto bíblico: Lc 14,28-30.
É hora de expressar suas opiniões sobre o texto de hoje, destacar as partes de que
mais gostaram e também falar daquelas que não lhe agradaram muito.
Casal Coordenador: Finalizamos hoje o 10º encontro. O próximo encontro será
diferente, pois participaremos da mesa eucarística para louvar pelo tempo que passamos
refletindo sobre nossa caminhada, assim como para pedir que o Senhor nos encaminhe para
um Matrimônio santo. Outra etapa de preparação, a Preparação Imediata, que serão os
preparativos para a celebração, ainda deve acontecer. Mas a nossa formação não termina aí,
ele se estende por toda a vida. Nossos dez encontros abordaram alguns dos pontos mais
importantes para que assumam o sacramento do Matrimônio. Estes pontos precisam ser
aprofundados, e outros temas devem ser acrescentados. Não descansem, pois a sua família
depende de sua oração e estudo, de sua disposição para seguir o Evangelho e serem melhores
a cada dia.
Procure se envolver em um dos movimentos e pastorais que se dedicam à família, em
especial a Pastoral Familiar.
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Casal 1: Vamos, agora, organizar o próximo encontro, que começará com a missa e
seguirá com uma reflexão do sacerdote. Vamos discutir o seguinte:
 Confirmem o local da missa e da reflexão e do lanche de confraternização.
 Convidem os pais para participar da missa. Vocês podem utilizar o convite da Ficha de
Atividade nº 7. O sacerdote também dirigirá a palavra a eles.
 É importante que os noivos participem da liturgia da missa, com entrada, leitura e
ofertório.
 Como será a participação dos casais no lanche?
Casal 2: Para não haver dúvida, vamos anotas.
Nosso último encontro terá início com a Santa Missa, no dia ______, na igreja/capela
________________________________________, às _______ horas.
Após a missa, teremos uma reunião com a presença do sacerdote.
Para a missa e reunião, os pais dos noivos também são convidados.
Cada casal deve levar sua contribuição (comida/bebida) para o lanche coletivo, após a
reunião.
A Ficha de Atividade nº 8 deve ser destacada e entregue ao Casal Coordenador.
Após a 11ª reunião, o Casal Coordenador deve recolher este livro para que a
paróquia providencie os certificados de participação. A partir do dia __________, cada casal
poderá retirar seu certificado e livro na secretaria paroquial.

Atividade a dois
Fichas de Atividade nº 6 e 7.
Baseado no texto do Encontro nº 9, mesmo sendo namorados ou noivos, façam uma
pesquisa junto a familiares e amigos e tentem planejar quais serão os gastos nos primeiros
meses de casamento.
Para ajudar, imagine que o casal Antônio e Carla tenha uma renda mensal de R$
2.300,00. Os dois trabalham próximos de casa e vão morar de aluguel, até que possam juntar
dinheiro para dar de entrada em um imóvel. Eles pretendem ter o primeiro filho em pouco
tempo e, para isso, é prudente que façam uma poupança para as despesas médicas, para o
enxoval do bebê e também para os gastos eventuais. No caso deles, o que é prioritário,
importante e desejável?
Vejam uma simulação abaixo, de como organizar o orçamento da família. Talvez esta
não seja a sua realidade, pois os valores podem variar de casal para casal. Há casais que
recebem bem menos ou bem mais que isto. Mas a ideia é conhecer e distribuir as despesas em
prioritárias (P), importantes (I) e desejáveis (D), mostrando que o planejamento é
importante para qualquer realidade.
E, então, vai caber tudo no orçamento de vocês?
Tipo Despesa Valor
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P Aluguel (ou financiamento) 700,00
P Água e esgoto 70,00
P Energia elétrica 110,00
P Gás 70,00
P Compra de supermercado 600,00
P Dízimo 200,00
I Plano de saúde
P Farmácia 50,00
D Combustível
D Financiamento do carro
D Passeio de fim de semana 100,00
D Viagem de férias
D Salão de beleza 70,00
P Poupança para o bebê 100,00
I Poupança/eventualidades 230,00
Tipo Despesa Valor

Aluguel (ou financiamento)
Água e esgoto
Energia elétrica
Gás
Compra de supermercado
Dízimo
Plano de saúde
Farmácia
Combustível
Financiamento do carro
Passeio de fim de semana
Viagem de férias
Salão de beleza
57
TOTAL
ENCONTRO 11
TEMA: “REFLEXÕES SOBRE EDUCAÇÃO E TEMPO PARA OS FILHOS”
Casal Coordenador: Queridos noivos, estamos aqui para o último encontro desta
etapa de preparação. Gostaríamos de agradecer por este tempo de convivência, que também
foi muito enriquecedor para nós. Aprendemos muito com vocês e os temos em grande estima.
Estimados pais, a presença de vocês é importantíssima para a formação e caminhada
dos noivos. Agradecemos por terem vindo. Teremos agora a reflexão do Padre ___________
_______________________ e, em seguida, um momento de convivência.
Que a Sagrada Família seja o modelo de todas as nossas famílias!
Reflexão do sacerdote.
Façam cópias, preencham o convite a seguir ou criem o seu próprio modelo. O
importante é entregar, para que os pais não se esqueçam da data e sintam a importância do
momento. Preencham como Papai e Mamãe ou da maneira mais carinhosa que os tratam.
Assine em nome de vocês. Que tal?
Convite
Estamos encerrando nossos encontros de preparação para o
Matrimônio. É um momento importante para nós e por isso
gostaríamos de contar com a sua presença. Acontecerá a missa e logo
após a reflexão do sacerdote com nosso grupo, seguida de um lanche.
58
Contamos com sua presença e orações!
Pedimos a sua bênção,
___________________________ e
____________________________
Dia: _____________________________________
Horário: __________________________________
Local: ____________________________________
59

Matrimônio - Encontros de Preparação

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ANDRÉ PARREIRA | KARINA PARREIRA

Meu grupo de encontros de noivos

CASAL COORDENADOR do grupo

Local dos encontros:____________________________________________________

Nomes Telefones ou e-mails

Agenda e registro de presença

Oração inicial (p. 03)

Casal Coordenador: Precisamos organizar a nossa agenda de encontros. É

Todos: Por que vamos nos casar na Igreja?

Oração final (p. 03)

TEMA: “CONHECIMENTO E DIÁLOGO: HARMONIA CONJUGAL”

TEMA: “OS SACRAMENTOS E O SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO”

Casal 1: Os sacramentos estão presentes durante toda a vida de um católico. Observe

Oração final (p. 03)

TEMA: “VIVER A FÉ NO DIA A DIA DA FAMÍLIA”

Oração final (p. 03)

TEMA: “A SEXUALIDADE NA VIDA DO CASAL”

Oração final (p. 03)

 O que a mídia tem feito com o relacionamento sexual. (1)

TEMA: “PATERNIDADE RESPONSÁVEL”

Oração final (p. 03)

Oração final (p. 03)

TEMA: “REFLEXÕES SOBRE A ADMINISTRAÇÃO DO LAR”

Oração final (p. 03)

Tipo Despesa Valor

TEMA: “REFLEXÕES SOBRE EDUCAÇÃO E TEMPO PARA OS FILHOS”

Oração final (p. 03)

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