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ARQUIDIOCESE DE APARECIDA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA

GLÓRIA PASTORAL FAMILIAR ENCONTRO DE RECEM CASADOS


ROTEIRO DA
PALESTRA: DIÁLOGO CONJUGAL Objetivo dessa Reflexão, Diálogo Conjugal:
•Mostrar a importância do diálogo na vida conjugal;
•Definição do diálogo, suas dificuldades e condições para o seu êxito.
•Formas de diálogo

Na Bíblia
: Ct 1, 15 – 2,7. – A beleza do amor e o diálogo entre cônjuges. Rt 3, 7-15. – O diálogo
franco entre os pretendentes a uma união. O matrimônio é a continuidade de um
relacionamento iniciado no namoro. P o r é m n ó s p r e t e n d e m o s q u e o n o s s o
c a s a m e n t o s e j a u m e t e r n o e h a r m o n i o s o n a m o r o . Sabemos que não o
conseguiremos com um passe de mágica, ao contrário, como tudo na vida é
preciso conquistar. Existem dois mundos no casamento:

O do homem e o da mulher
Cada um traz a sua bagagem de vida: cultura, costumes, graduação,
temperamentos... São duas histórias, dois mundos que se encontram e que precisam
se entrosar. Esses dois mundos precisam se unir através de uma ponte.
: diálogo/comunicação. A falta de conhecimento de si e do outro, são
dificuldades que muitos casais têm que os impedem de se comunicar. (deixar-se
conhecer, ser verdadeiro).Se a comunicação é assim tão essencial para uma
verdadeira comunhão, compreende-se a necessidade do diálogo. É preciso
conversar. A ausência do diálogo é uma ameaça mortal  para o casal. Uma
psicoterapeuta de nome C. de Moustier comenta que é comum as pessoas
acharem que a maioria dos casais que se separam o fazem por motivos de ordem
sexual. Diz ela que85% de seus pacientes sofrem de ausência de diálogo.
Partiram do pressuposto falso que, “se nos amamos, compreendemo-nos sem
falar”. É preciso haver graça no casamento: - sentir prazer no sexo- sentir prazer numa
conversa(Pe. Zezinho em um artigo para a revista F.C.)

O que é o diálogo
Diálogo é comunicação de vida a vida, de interior a interior. Supõe-se que
um fala e outro escuta. Supõe-se que um esteja disposto a falar e outro que se
disponha a escutar. O diálogo é uma nova dimensão do amor. Na comunicação de
interior a interior aumenta-se o c o n h e c i m e n t o m ú t u o , r e v e l a - s e o f u n d o d a
p e s s o a . P e l o d i á l o g o h á p o s s i b i l i d a d e d e aumento da intensidade do amor
que une pessoas em suas
diferenças. No diálogo não há vencedor e vencido. Os esposos, quase sem perceber, che
gam a novasconclusões.O d i á l o g o g e r a u m a l u m i n o s i d a d e q u e p e r m i t e
n o v a s t o m a d a s d e p o s i ç ã o e p r o v o c a crescimento. Lembramos que diálogo
não é monólogo.

Monólogos
são diálogos que não se concretizam: s o m e n t e u m é q u e s e m p r e f a l a . N o
c a s o p a r t i c u l a r d a v i d a c o n j u g a l , m o n ó l o g o s s ã o , certamente, falhas de
comunicação. Não se dialoga somente por meio de palavras. O diálogo não é apenas um
a comunicaçãoverbal. Há uma comunicação que se faz pelo afeto. Manifesta-
se por meio de uma atenção particular, de um serviço prestado ou de uma
providência tomada.

As formas do Diálogo Conjugal


- Diálogo Afetivo, Diálogo Espiritual, Diálogo Físico ou sensível, Diálogo
Sobrenatural- Falar resumidamente dessas formas de Diálogo:

Diálogo Afetivo
É o encontro das pessoas para se amarem no plano afetivo. É
e x p r e s s a r a f e t i v a m e n t e o amor. É o carinho. É verdadeiramente destrutivo
para a vida matrimonial quando o carinho, o  pegar na mão, o olhar, o sorriso, o
dar um beijo... não tem uma significação profunda. Qual é essa significação mais
profunda? É a bondade, a benevolência, é a ternura: eu te quero, eu quero te fazer feliz.
Este é o sentido do carinho.

Deve ser um sinal de proteção e ternura


.A carícia diz com um gesto: eu quero preencher tua solidão, quero te
acompanhar, te dar  presença e calor. A simples presença de alguém junto à outra
pessoa pode ser sinal de comunicação interior, independente do que se diz.
Diálogo Espiritual
(também conhecido como Diálogo Racional ou Diálogo de Sentimentos)É a
comunicação de dois seres racionais comunicando suas impressões e reações. É
diferente de se conversar sobre o que os outros dizem ou o que viram na rua
ou na TV, sobre a rotina de vida, sobres problemas alheios ou os próprios problemas
domésticos ou de trabalho. É conversar com o outro sobre o que eu penso, o que
eu sinto, o que me parece, do que eu gostaria...É um diálogo pessoal e não
impessoal como falar das contas a pagar...É o momento em que o casal partilha a sua
intimidade, mostra a sua realidade para o outro,mostra-se como realmente é, dá de
presente para o outro um pedaço do seu interior.2

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É através desse diálogo que o casal passa a se conhecer e conhecer
o o u t r o c o m o e l e realmente é e se vai chegando a um crescimento progressivo. O
diálogo espiritual se produz, portanto quando eu comunico meu eu.
Essediálogo  precisará ser feito com cuidado. Nesses momentos os c
ônjuges devem desarmar-se e manter um diálogo com humildade,
c l a r e z a , s i n c e r i d a d e e r e s p e i t o p e l o outro.
Vale a pena destacar um elemento fundamental:o
escutar.
É   p r e c i s o   e s c u t a r    profundamente o outro antes de falar. Escutar é mais
que ouvir, é ouvir com o coração.
Diálogo Sobrenatural
É o esforço em comum para compartilhar a fé, encontrando-se em Deus e seu mundo.
Como?
Pela oração compartilhada ou oração conjugal. Quando ambos, pelo
Sacramento do Matrimônio se fizeram um só, se dirigem a Deus
p a r a a g r a d e c e r e p e d i r , p a r a l o u v a r e adorar, para oferecer e pedir
perdão. A oração dos cônjuges passa assim a ser a segurança  por excelência da
unidade familiar.- Pela leitura espiritual em comum- Pela participação juntos aos
sacramentos e liturgias,- Pela busca do ideal que Deus nos confiou como casal e
família,- P e l a c o n s t r u ç ã o d e u m a m b i e n t e r e l i g i o s o n o l a r , d e s d e u m
c a n t i n h o d e o r a ç ã o a t é a elaboração cuidadosa das normas, formas e
costumes, que constituirão o estilo de vida  própria do casal e da família. Quando
o casal trabalha seriamente com todos esses caminhos de diálogo
sobrenatural, verá como seu lar vai se transformando num autêntico Santuário, quer
dizer, um lugar onde os homens buscam a Deus e Deus se manifesta.
Diálogo Físico
Esse diálogo tem uma série de dimensões: o cultivo do corpo, o cuidado
para com o outro quando está doente, as diversas prestações de serviço ao outro. O
diálogo físico existe quando através daquelas ações que se realiza no plano
físico, se consegue um
“encontro de pessoas”.
O toque, gestos de carinho, o modo como se realiza o encontro sexual,
certas tomadas de posição; podem ser expressão de um diálogo físico. T o d o s e s s e s
atos podem ficar apenas num plano puramente físico ou podem vir a
s e r   veículo de aproximação pessoal e gerador de um veículo mais profundo e rico. O
diálogo físico deverá ser objeto de um cuidado fundamental: tornar-se sempre expressão
viva do amor espiritual ou racional, afetivo e sobrenatural. Ou seja, as manifestações
físicas quando não se alimentam das demais dimensões conduzem a uma insatisfação.
Ex; “Minha tragédia é sentir-me manipulada por meu esposo. Percebo que só lhe
interessa meu corpo eisso me causa repugnância...”Qualquer carência numa das
formas de diálogo, dificulta as demais formas. É necessário então ir-se
adequando nessas formas de diálogo, pois a carência em qualquer plano cria
uma falta de harmonia.
Qual a forma de diálogo que mais temos que cultivar?
Será diferente para cada casal. Para alguns será ter que aprender a rezar em comum
porque se dão conta de que sua oração está sendo pobre ou forçada, e é necessário então
conquistá-3
 
la ou enriquecê-la de modo que os dois possam expressar-se de uma maneira
diferente na oração.
Integração dos diálogos
Um momento privilegiado para a prática dos quatro diálogos é à hora das
refeições: todos juntos, ao redor da mesa, iniciar com uma oração de agradecimento
(diálogo sobrenatural);durante a refeição falar de assuntos agradáveis doa
quais todos possam participar (diálogo racional/espiritual); oferecer-se para passar
os pratos aos quais não se alcançam, fazendo-o com delicadeza e alegria (diálogo físico
e afetivo).
Quando dialogar?
A resposta é
: Sempre!
Devemos estar sempre prontos, disponíveis e interessados em dialogar. Desde sempre
precisamos destacar momentos especiais de diálogo conjugal e familiar
se possível previamente agendado uma vez por semana com dia e hora pré-
determinados.
Para Dialogar
O que impede uma boa comunicação entre nós?(Individualmente cada um vai
enumerar, em folha própria, por ordem de importância, as questões abaixo):1-
É muito difícil falar de mim mesmo; acho mais fácil falar de outros ou de
coisas.2-Não me aceito: oculto, reprimo e disfarço meus sentimentos.3 -
Tenho a impressão de que estás muito concentrado (a) em
t i   m e s m o   ( a ) , m u i t o  preocupado (a) contigo e com tuas coisas e que não te
interessas muito por mim.4 -
Não me escutas, não prestas muita atenção, ficas indif
e r e n t e   d i a n t e   d o   q u e experimento.5 - M u d a s
d e   a s s u n t o   c o n s t a n t e m e n t e . 6-Penso que já falamos sobre o assunto, que
“já te disse isso antes”.7 - F a l o m u i t o , o u   t u   f a l a s m u i t o . 8-Procuras
mudar meus sentimentos em lugar de identificar-te comigo e ajudar-me
aaceita-los.9 - A s m á s c a r a s , a s b r i n c a d e i r a s ( m i n h a s e / o u t u a s ) . 10-Temo
ferir-te, irritar-te; temo provocar discussões ou brigas.11-Temo desiludir-te,
decepcionar-te; temo perder teu carinho e apreço.12-Interrompes o que estou
dizendo; não me deixas falar.13-Só sabes perguntar, fazes pressão.14-Fazes
sermões, tu te apressas a dar-me conselho.15-Falta  tempo.16-O tempo livre
prefiro (ou preferes) usá-lo para ir a festas, teatro, ver TV, esportes ou diversões que nos
impedem a comunicação íntima.17-Temo comprometer-me, não quero perder a minha
liberdade.18-Parece que ainda não confiamos plenamente um no outro.19-Temo que me
julgues ou que te compadeças de mim.4
 
20-Parece que foges da comunicação aberta e sincera, sobretudo em alguns assuntos.21-
Outro:.......................................................................................
O VALOR DO SILÊNCIO – COMO FORMA DE DIÁLOGO
Supõe-se que um casal que tenha longos momentos de diálogo ou conversa a
dois, viverá também longos momentos de silêncio, ricos de comunicação, de interior
para interior.
Quando o silêncio não ajuda?
- O silêncio não ajuda quando os cônjuges estão juntos. O próprio amor
conjugal exige o diálogo.- O silêncio não ajuda quando um vê que o outro sofre
calado.- O silêncio não ajuda quando não se partilha informações que em algum
momento o outro acabará descobrindo.- O silêncio não ajuda quando é usado de
forma provocativa, pois em momentos de atrito ele soa como indiferença. D e
qualquer forma, no conhecimento profundo do outro, o silêncio não
a j u d a , p o i s o conhecimento somente é alcançado através do diálogo aberto e franco
construído no dia-a-dia progressivamente até o fim da vida.
Conclusão:
Nunca é demais repetir: casamento é construção. O projeto comum traçado vais e
desdobrando, se ajustando, na realidade do dia-a-dia.  A construção vai
sendo feita na constante atenção ao outro e na
persistência do diálogo de vida a vida.
Não é questão apenas de marido e mulher se falarem, pois como vimos
conversar não é dialogar. O que não podemos é permitir a construção de
um “muro” ou de uma barreira entre nós por falta de um não querer ou não saber
se expressar. Caso isso aconteça a outra parte deverá ajudar c o m p a c i ê n c i a e
oração. Dessa forma com certeza haverá um crescimento não de
u m a  barreira, mas de uma felicidade plena.

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