Você está na página 1de 8

1.

Introdução

Os tensoativos apresentam uma parte polar (hidrofílica) e uma parte apolar (lipofílica)
e por isso possuem propriedades físicas diferentes. Em solução, os tensoativos conduzem
corrente elétrica como eletrólitos normais, entretanto, a depender da concentração em que se
encontram algumas propriedades físicas são alteradas. (GUIMARÃES; JÚNIOR., 2013).

É possível explicar as mudanças nas propriedades devido à formação de micelas,


agregados organizados em forma esférica dos íons das substâncias tensoativas onde a parte
lipofílica é orientada para o interior da micela deixando a parte hidrofílica em contato com o
meio aquoso.

A concentração micelar crítica (CMC) é a menor concentração onde formam-se


micelas e, a partir desse ponto, a condutância molar de soluções de tensoativos diminui.
(RIZZATTI et al., 2009).
2. Objetivo

Determinar a concentração micelar crítica a partir da condutância molar e da


concentração do tensoativo.
3. Metodologia

Foi adicionado, em um béquer, 160 mL de água destilada, a condutância da água foi


medida. Posteriormente foram adicionadas alíquotas de 2 mL de solução 0,08 mol/L de lauril
sulfato de sódio, a cada adição a condutância foi medida, foram adicionadas 20 alíquotas de 2
mL, somando 50 mL totais do tensoativo.
4. Resultados e Discussão

A partir das informações da concentração do lauril sulfato de sódio (0,08 mol/L), dos
mL adicionados e do volume total, foi possível calcular a concentração da solução a cada
alíquota adicionada. Os dados calculados e a condutância medida no experimento foram
dispostos na tabela a seguir:

Tabela 1. Alíquota, volume total, n° de mol do tensoativo na solução, concentração e condutância.

Alíquota Volume Total n° de mol do Concentração Condutância


(mL) tensoativo (mol/L) μS/cm a 25°C)

0 160 0 0 5,23

1 162 1, 6𝑥 10
−4
9,8765𝑥 10
−7 71,61

2 164 3, 2𝑥 10
−4
1,95122𝑥 10
−6 140,8

3 166 4, 8𝑥 10
−4
2,89157𝑥 10
−6 202,3

4 168 6, 4𝑥 10
−4
3,80952𝑥 10
−6 255,9

5 170 8𝑥 10
−4
4,70588𝑥 10
−6 311,3

6 172 9, 6𝑥 10
−4
5,58139𝑥 10
−6 353,8

7 174 1,12𝑥 10
−3
6,43679𝑥 10
−6 393,5

8 176 1,28𝑥 10
−3
7,27273𝑥 10
−6 429,4

9 178 1,44𝑥 10
−3
8,08988𝑥 10
−6 467,4

10 180 1,6𝑥 10
−3
8,88889𝑥 10
−6 493,3

11 182 1,76𝑥 10
−3
9,67033𝑥 10
−6 520,1

12 184 1,92𝑥 10
−3
1,04348𝑥 10
−5 548,1

13 186 2,08𝑥 10
−3
1,11828𝑥 10
−5 573,2

14 188 2,24𝑥 10
−3
1,19149𝑥 10
−5 598,1

15 190 2,4𝑥 10
−3
1,26316𝑥 10
−5 614,7

16 192 2,56𝑥 10
−3
1,33333𝑥 10
−5 614,7
17 194 2,72𝑥 10
−3
1,40206𝑥 10
−5 664,6

18 196 2,88𝑥 10
−3
1,46939𝑥 10
−5 686,3

19 198 3,04𝑥 10
−3
1,53535𝑥 10
−5 707,3

20 200 3,2𝑥 10
−3
1,6𝑥 10
−5 726,7

21 202 3,36𝑥 10
−3
1,66337𝑥 10
−5 746,2

22 204 3,52𝑥 10
−3
1,72549𝑥 10
−5 765,1

23 206 3,68𝑥 10
−3
1,78641𝑥 10
−5 783,5

24 208 3,84𝑥 10
−3
1,84615𝑥 10
−5 800,7

25 210 4𝑥 10
−3
1,90476𝑥 10
−5 818,7
Fonte: As autoras (2023).
Assim, a relação entre a condutância e a concentração do tensoativo foram dispostos
no gráfico abaixo:

Gráfico 1. Condutância da solução variando a partir da concentração de tensoativo. Fonte: As autoras (2023).

Comparando o gráfico com o esperado da literatura observa-se que ele não seguiu os
padrões esperados de “Após a micelização, monômeros adicionados contribuem para a
formação de micelas, diminuindo o incremento da condutividade da solução com a adição de
surfactante” (RIZZATTI et al., 2009). Embora tenha ocorrido um momento em que a
condutividade se manteve em 614,7 μS/cm, não ocorreu queda na taxa após isso. Isso pode
ter ocorrido devido a um erro experimental, talvez as alíquotas adicionadas não tenham sido o
suficiente para a formação de micelas ou não foi esperado tempo suficiente para mistura do
tensoativo com a solução.
5. Conclusão

Assim, a partir dos experimentos realizados foi possível obter a condutância da


solução com o tensoativo lauril sulfato de sódio em várias concentrações. Concluiu-se então
que os tensoativos são condutores em solução aquosa.

Além disso, foi observado que a condutância não diminuiu depois de certa
concentração, como era esperado conforme o visto na literatura, e por isso não foi possível
determinar a Concentração Micelar Crítica (CMC).
Referências Bibliográficas

GUIMARÃES, F.F; JÚNIOR, C.F. Manual de Laboratório; Físico-Química Experimental


I. Goiânia. (Apostila). 2013.

Rizzatti, I.M., Zanette. D. R., & Mello, L. C.. (2009). Determinação potenciométrica da
concentração micelar crítica de surfactantes: uma nova aplicação metodológica no ensino de
Química. Química Nova, 32 (Quím. Nova, 2009 32(2)). Disponível em:
https://www.scielo.br/j/qn/a/zZm4t5HzpjtRxqG6Zt7gnfC/?lang=pt#. Acesso em: 11 fev.
2023.

Você também pode gostar