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Dona do
Vento
OWN THE WIND

Série
Chaos
LIVRO UM

Kristen Ashley
Equipe Pégasus
Lançamento
Envio: Soryu Monteiro
Tradução: Marcia Huck, Barbara Maria, Ana Oliveira,
Thaís Batista, Denise Meireles, Wiick, Thaisinha
Revisão Inicial: Clau Beck, Ana Oliveira, Nikah Prieto,
Rokita Rock, Marcia Huck, Virginia Damião.
Revisão Final: Marcia Huck e Clau Beck
Leitura Final: Luisinha Carla
Formatação e Layout: Luisinha Carla
Chaos
01 - Own The Wind – Lançamento
02- Fire Inside- Distribuido
Sinopse

Muito quente para lidar...

Tabitha Allen cresceu no meio do Chaos - o Chaos


Motorcycle Club. Seu pai é o líder Chaos, e o clube sempre
protegeram suas costas. Mas, um motoqueiro era diferente
desde o início. Quando Tabby estava correndo selvagem, Shy
Cage estava lá. Quando a tragédia destruiu sua vida, ele a
ajudou a remendá-la de volta. E agora, Tabby está pensando
em muito mais do que amizade...
Tabby é tudo que Shy sempre quis, mas tudo o que ele acha
que não pode ter. Ela é linda, inteligente, e como a filha de
seu amigo, intocável. Shy nunca esperou mais do que
amizade, então quando Tabby indica que ela quer mais -
muito mais - ele se sente como o homem mais sortudo do
mundo. Mas até mesmo os homens de sorte podem quebrar e
queimar ...
Prólogo
Você não me conhece

Seu celular tocou e Parker – Shy – Cage abriu os olhos.

Ele estava deitado de costas na cama, no seu quarto no


Complexo do Chaos Motorcycle Club. As luzes ainda estavam
acesas e estava enterrado sob uma pequena pilha de
mulheres. Uma delas estava dobrada contra seu lado, a
perna jogada sobre suas coxas, seu braço sobre as costelas. A
outra estava de cabeça para baixo, dobrada para o outro
lado, seu joelho em seu estômago, o braço sobre suas
panturrilhas.

Ambas estavam nuas.

— Merda — ele murmurou, enquanto levantava-se e retorcia-


se debaixo de sua cerca de membros. Ele estendeu a mão
para o telefone.

Verificou o visor e tocou o polegar na tela para atender a


chamada.

— Oi, irmão — ele murmurou para Hop, um de seus irmãos


no Chaos MC.

— Onde está você? — Hop perguntou.

— Complexo — Shy respondeu.


— Você está ocupado?

Shy ergueu-se sobre um cotovelo e olhou para as duas


mulheres desmaiadas em sua cama.

— Não mais — ele respondeu.

Conhecendo Shy e sua reputação, havia humor no tom de


Hop quando ele declarou: — Chamada de Tabby.

Diante desta notícia, fogo atingiu suas entranhas, como


sempre acontecia quando ele recebia aquela chamada em
particular. Ele não sabia por que, não fazia sentido, mal
conhecia a menina, mas sempre quando ouvia sobre ela, isso
chateava o inferno fora dele.

— Vocês estão com merda pra cima de mim? — Shy mordeu


fora.

— Não, irmão. Recebi um telefonema de Tug, que recebeu um


telefonema de Speck. Ela está fora à espreita, como de
costume. Ela está mais perto de você do que de mim, então se
você puder se separar da vagina desmaiada em seu quarto
seria bom você ir buscá-la.

Lá estava. Hop conhecia Shy e sua reputação.

— Estou na minha moto. Passe o endereço por mensagem —


Shy murmurou, saindo debaixo dos corpos e colocando os
pés no chão ao lado da cama.

— Certo. Sob radar, sim? — Hop voltou, dizendo-lhe algo que


ele sabia, e Shy cerrou os dentes.
Há três anos que eles estavam fazendo essa merda com
Tabby. Três malditos anos. Estava demorando, malditamente
longo, ele sabia, a não ser que ela recebesse uma fodida
chamada, essa menina nunca aprenderia.

Mas, ninguém estava disposto a fazê-lo. O Club,


normalmente não tinha quaisquer problemas em colocar as
coisas para fora, não importando o que precisava ser dito,
mas Tab era diferente. Ela era a filha de dezenove anos de
idade do Presidente do Clube, Kane – Tack – Allen.

Isso significava que ela era tratada com cuidado. Isso


também significava quando recebiam a notícia de que ela
estava fora farreando, e precisava de alguém para prender a
bunda dela e levá-la para casa antes que se envolvesse em
problemas, eles faziam isso sob radar. Em outras palavras,
eles não contavam a Tack. E eles não contavam a Tack,
porque a primeira vez que isso aconteceu, ele perdeu a
cabeça, mas pior, sua mulher partiu para arrancar Tabby de
uma situação ruim e quase teve sua cabeça amassada por
um taco de beisebol.

Ninguém queria uma repetição desse tipo de bagunça, então


os irmãos mantinham um olho nela e cuidavam dos negócios
sem envolver Tack.

— Sob o radar — Shy murmurou em seguida terminou: —


Mais tarde — e tocou a tela com o polegar.
Ele se fixou em torno do chão para encontrar jeans, camiseta,
cueca e meias. As mulheres em sua cama não se mexiam,
quando ele se sentou ao lado delas para puxar as botas.

Vestido, ele apagou a luz do seu quarto e dirigiu-se para o


corredor e na sala comum do Complexo do Clube. Os quartos
dos irmãos estavam na parte de trás, portas abrindo para um
longo corredor que corria o comprimento do edifício. A porta
no meio do corredor levava à área comum, que tinha um bar
curvo e longo, e uma confusão de sofás, cadeiras, mesas e
mesas de bilhar. Do outro lado, através de outra porta era a
sua sala de reuniões, uma cozinha e um conjunto de
armários numa reforçada despensa.

Enquanto se movia através do espaço comum ele viu Brick,


um dos membros do Caos, deitado de costas em um dos
sofás. Ele tinha um pé no chão e estava morto para o mundo.
Ele também tinha uma mulher envolta nele, morta para o
mundo também. Ela usava uma pequena saia jeans, e Shy
viu que Brick estava dormindo com a mão na bainha,
segurando a bunda dela. Shy também viu que a mulher não
estava usando calcinha.

Fora isso, o espaço estava vazio e, atualmente, iluminado


apenas por uma variedade de sinais de néon de cerveja nas
paredes.

Naquela noite, a garota de Brick trouxe duas amigas para a


festa.

Brick ficou com a garota. Shy com as amigas.


Shy deixou o Complexo, foi para a sua moto, jogou uma
perna por cima, e dirigiu por seis quadras para o
apartamento dele. Uma vez lá, ele não se preocupou em subir
para a sua casa. Ele nunca se preocupou em ir lá para cima,
para o seu lugar.

Perguntou-se vagamente por que ele mantinha isso.


Raramente estava por lá. Ele comia fast food que pedia para
entregar. Ele dormia em sua cama em seu quarto no
Complexo. Trabalhava na oficina da Ride ou na loja de
autopeças em anexo. Bebia e festejava onde houvesse bebida
ou festa acontecendo. Ele comunhava com a irmandade.

Todas as outras vezes ele estava em sua moto.

Isso porque Parker Cage só se sentia bem em sua moto.

Tudo começou com a moto suja que ele obteve quando tinha
quatorze anos, e nunca mais parou.

Cinco anos atrás, em sua Harley de terceira mão, ele cruzou


pela Ride Carros e Motos Personalizados, uma enorme loja de
autopeças que foi anexada a uma oficina na parte de trás que
construía carros e motos personalizados. Ele tinha ouvido
falar dela, o inferno, todo mundo tinha. O Chaos MC era a
proprietária e a dirigia, e a oficina era famosa pelos seus
carros personalizados para filmes e milionários.

Mas, foi a bandeira que voava sob a bandeira americana no


topo da loja, que chamou sua atenção. Até aquele dia, ele
nunca olhou para cima para vê-la. Era branca e tinha o
emblema Chaos Motorcycle Club sobre ele com as palavras —
Fogo e vento de um lado e Passeio e Livre do outro.

No segundo que seus olhos tocaram essa bandeira, ele sentiu


a sua vida tomar forma.

Nada, nem nenhuma coisa em sua vida até aquele momento,


a não ser a primeira vez que ele montou em uma moto, tinha
falado com ele como aquela bandeira. Ele não entendeu o
porquê e nem perdeu tempo tentando. Isso apenas o tocou.
Tão forte, que puxou direto para o estacionamento e ajustou
suas botas para o interior da loja.

Em poucos meses, ele era um recruta do Chaos.

Agora, ele era um irmão.

Fora de seu apartamento, ele estacionou sua moto e moveu-


se para sua caminhonete. Dependendo de sua condição,
Tabitha Allen não seria capaz de segurar nele em uma moto.
Se ela estivesse se sentindo atrevida, o que geralmente era o
caso, ela iria colocar-se numa luta que não poderia ganhar
com ela em uma moto. Então, colocou seu rabo em sua
potente, velha, branca caminhonete Ford, ligou e decolou na
direção do endereço que Hop tinha enviado.

Enquanto dirigia, aquele fogo em suas entranhas


intensificou-se.

Ela estava na faculdade agora, supostamente estudando para


ser enfermeira. Cherry, a Gerente do Escritório da oficina e
que também passou a ser a senhora de Tack e madrasta de
Tabby, gabava-se de suas notas e quão boa ela estava saindo-
se na escola. Shy não tinha idéia de como Tab poderia tirar
boas notas quando ela estava fora fazendo merda o tempo
todo. Ele não podia dizer que um dos irmãos tinha uma
Chamada de Tabby a cada noite, mas estava longe de ser
pouco frequente.

A menina gostava de festejar.

Isso não era surpreendente. Ela tinha dezenove anos.


Quando tinha dezenove anos, ele gostava de se divertir
também. Foda-se, ele tinha vinte e quatro anos e ainda
gostava de se divertir de uma maneira que sabia que nunca
iria largar.

Mas ele não era Tabby Allen.

Ele era um motociclista que trabalhava em uma oficina e loja


de autopeças, e muitas vezes levantava o inferno e chutava
algumas bundas quando necessário.

Ela estava estudando para ser uma enfermeira pirada, com


seu pai pagando essa conta, de modo que ela precisava
sossegar o rabo.

E nem sequer, poderia ser ignorado que não era uma


novidade que ela gostava de festa e passear pelo lado
selvagem. Três anos atrás, em sua primeira Chamada Tabby,
ela tinha dezesseis anos e seu namorado de vinte e três anos
de idade, a agrediu porque ela não iria passar dos limites.
Essa foi à situação em que Cherry quase teve sua cabeça
amassada com um taco de beisebol, e isso aconteceu bem na
frente de Shy. Foi um milagre de reflexos rápidos que não
terminou em desastre. Shy gostou de Cherry, todos gostaram,
a mulher era foda; engraçada, bonita, sexy, inteligente, forte e
boa para Tack em todos os sentidos que ela poderia ser.

Se você pudesse escolher a perfeita senhora, Tyra – Cherry –


Allen seria ela. Ela era impertinente, mas com classe, bem
vestida, não deixava Tack passar por cima dela, mas fez isso
de uma maneira que não arrebentasse as bolas dele. Ela era
hilária. Ela era doce. Ela era um membro de uma família
motociclista, enquanto ainda continuava a ser mulher que
sempre foi. E, pelo amor de Deus, ele nunca tinha visto um
homem rir e sorrir com mais freqüência que Kane Allen. Ele
tinha uma boa vida, e não foi perdido por um único membro
do clube que Cherry fez dessa forma.

Assim, durante a primeira chamada de Tabby, tudo teria


ferrado se Cherry fosse uma molenga lidando com a merda de
Tab. Sem falar, que se Shy tivesse de explicar por que estava
atrás de Cherry, observando sua cabeça ser arrebentada por
um taco, em vez de tomar a liderança e protegê-la de tal
eventualidade, Tack estava tão apaixonado por sua mulher,
que era altamente provável que Shy já não estivesse
respirando.

Como Tabby não aprendeu a lição depois daquela confusão,


ele não tinha ideia, e enquanto dirigia, ele entendeu
claramente que ela precisava aprender uma.

E ele estava tão chateado, que decidiu que ia ser o único a


dar a ela.
Esta noite.

Shy parou em frente à casa e não estava surpreso com o que


viu.

Ele conhecia a cena, viveu até que encontrou a irmandade.

Na escola e fora dela, os outros jovens o identificavam como


da galera — drogada — os — encapuzados — apesar de sua
filiação com eles ser apenas para ficar embriagado. Ele não se
conectou com qualquer pessoa na escola ou depois dela, não
de forma real, mas isso não significava que ele não encontrou
uma fuga. Um lugar para beber cerveja e encontrar uma
cadela para transar. Então, ele tinha estado em muitas casas
como esta, com carros e motos fora como as que ele viu
agora.

Ele ainda vivia aquela cena, mas era melhor.

Era família.

Ele viu algumas motos estacionadas fora da totalmente


iluminada e elevada casa, e o irritou ainda mais do que já
estava chateado. As motos eram velhas, as crianças lá de
dentro não tinham dinheiro suficiente para algo melhor, mas
ainda assim, eles não cuidavam delas.

Se você tinha uma Harley, você cuidava dela. Você a tratava


como uma mulher, muita atenção, muita amor e carinho.
Sem desculpas. Se você não fizer isso, você não merecia ter a
sua.
Havia também um par de carros novos, robustos e
envenenados, o que significava quem quer que o possua,
colocou cada centavo para mantê-los em cima.

Mas havia mais porcarias e carros clássicos, este último no


meio de uma restauração, tudo envolvido com amor. Seja lá
quem fosse o dono estava tomando seu tempo, fazendo a
coisa certa, economizando e cuidando do seu bebê antes de
se mudarem para o próximo projeto na fila para fazer o seu
Mustang, Nova, Charger, GTO, ou qualquer que fosse.

Esses carros significavam que nem todos naquela casa eram


perdedores.

Pelo menos isso era algo.

Shy saiu de sua caminhonete e moveu-se na direção da casa.


Uma vez dentro, ele andou através dos corpos, ignorando os
olhares das meninas e os queixos levantados dos caras. Ele
estava em uma missão e queria terminar isso.

Não demorou muito tempo para encontrá-la. Ela estava na


sala de estar sentada em um sofá, um copo de cerveja na
mão, a cabeça dela se afastou dele, seu perfil bastante
transformado pela risada.

Quando ele a viu, aconteceu como sempre acontece. Ele não


sabia por que não tinha aprendido, por que não se preparava.
Ele sempre esperava que fosse superar, se acostumaria com
isso, mas ele não o fez.
Vê-la, bateu direto no peito, a queimação em suas entranhas
se deslocou até queimar seus pulmões, comprimindo-os,
tornando-se de repente difícil respirar.

Ele não superou isso.

Ela era linda. Jesus, ela era linda. Todo aquele cabelo grosso,
escuro e aqueles olhos azuis safira, seu corpo curvilíneo,
pequeno, perfeito, pele dourada ainda bronzeada do verão.
Qualquer cara, mesmo que não curtissem uma mulher
pequena de cabelos escuros, podia ver que ela era bonita.

Era mais do que isso, e ele sabia também, ele esteve ao redor
dela por tempo suficiente para perceber isso muitas vezes.
Seu rosto era expressivo, ela era rápida em sorrir e rir. Ela
era animada. Ela era justamente uma daquelas garotas que
era bom estar ao redor.

Ela poderia ficar chateada. Ela poderia ficar mal-humorada.

Na maioria das vezes, porém, ela estava de bom humor, mas


seus bons humores eram dos tipos que enchiam a sala.
Mesmo que você estivesse tendo um dia de merda, se Tabby
Allen entrasse na sala comum do Complexo com um sorriso,
um pouco dessa merda iria desaparecer e seu dia ficaria
melhor.

Mas ela era filha de seu irmão, o que já era o motivo número
um para não ir lá. Além disso, ela era muito jovem e muito
imatura. Ela fez merda, como estar com esta multidão,
bebendo cerveja sendo menor de idade e rindo, em vez de
estudar em casa ou sair com garotos da faculdade. Portanto,
independentemente de ser fodidamente linda, ter um
pequeno corpo doce, e poder iluminar uma sala com o seu
humor, ele nunca iria lá, mesmo se pudesse, não iria, porque
ela era um problema pronto para estourar.

E, no entanto cada vez que a viu, ele de alguma forma


balançava.

Ele ignorou essa sensação que não queria ter e não entendia,
e sua boca apertou-se quando viu como ela estava vestida.
Saia justa, curta. Top apertado, decotado. Muita perna à
mostra, mesmo que ela não fosse tão alta. Belas pernas.
Pernas bem torneadas. Uma fodida e grande perna.

Merda.

E sandálias de salto alto tipo foda-me, que mesmo ela sendo


muito jovem e filha de seu irmão, ao vê-los Shy sentiu direto
em seu pau.

Maldição.

Ele ignorou isso também e andou através da sala, os olhos


focados nela.

Ela deve ter sentido sua aproximação, pois ela virou a cabeça,
olhou para cima, e aquela queimação não diminuiu em tudo,
quando seus inacreditáveis olhos azuis cercados de cílios
longos e escuros encontraram os dele.

Ele não se surpreendeu quando seu sorriso desapareceu, a


animação deixou seu rosto e ela retrucou: — Que merda é
essa???
Isso irritou Shy também. Ele odiava quando ela amaldiçoava.
Tack não dava a mínima, mesmo quando seus filhos eram
mais jovens. Shy, porém, detestava. Havia algo de muito
errado em palavras como estas, virem de lábios tão belos
como os dela.

— Vamos — ele cortou.

— Shy -— ela começou, mas não terminou, principalmente


porque Shy agarrou sua cerveja colocou-a de lado, agarrou a
mão dela e puxou sua bunda fora do sofá.

Surpreendentemente, ela não lutou.

Ela o seguiu.

Bom, ele pensou. Ele queria isto terminado.

Ele a tirou da casa desceu pela calçada e abriu a porta de sua


caminhonete para ela. Ele estava puxando-a pela mão para
levá-la para a cabine, quando ela finalmente falou.

— Shy, eu continuo dizendo a vocês que isso não é o que


vocês

Ele se inclinou cara a cara com ela e cortou. — Cale a boca.

Ela piscou mesmo quando sua cabeça se sacudiu. Isso não


foi uma surpresa. Irmãos respeitavam irmãos, e uma das
maneiras que eles faziam isso era mostrando respeito aos
seus parentes. Chaos era Chaos, era tudo família. Irmãos,
esposas, crianças. Shy nunca tinha falado com ela daquela
maneira. Nenhum dos irmãos tinha. Não para ela.
— Entra na porra da caminhonete — ele continuou.

Tabby ajeitou-se e começou a dizer: — Posso ao menos


explicar ?

Shy a interrompeu novamente. — Entre nisso ou eu colocarei


você nele, Tab.

Mesmo nas sombras da noite, ele viu um flash em seus olhos,


antes que a visse apertar a boca fechada. Foi com
movimentos bruscos que ela puxou a mão da dele, virou-se e
subiu no carro.

Shy bateu a porta, deu a volta no carro e entrou.

Eles estavam a caminho quando ela tentou de novo, sua voz


calma. — Shy, realmente, aqueles eram meus amigos. São
todos legais. Apenas algumas cervejas. Um pouco de baseado.
Eu não estou fumando e eu estou dirigindo, então eu não
iria...

— Então todas essas crianças são estudantes de


enfermagem? — ele questionou.

— Não — ela respondeu. — Eles são amigos do colégio.

— Você não está mais no colégio, Tabby — ele ressaltou, e


sentiu os olhos dela nele, mas manteve seus olhos furiosos
na estrada.

— Você está certo — ela retrucou, a calma na sua voz


desapareceu. — Eu não estou. Isso não significa que eles não
são mais os meus amigos. Nós tivemos um monte de bons
momentos juntos. Somos próximos. Qual é? Você acha que
eu deveria apagá-los?

Ele não olhou quando respondeu: — Uh, sim, Tab. Eles são
lixo. Você não é. Jesus. — Ele balançou a cabeça. — Eu não
entendo você. Eu sei que sua mãe é uma cadela, mas nos
últimos três anos, você teve Cherry em sua vida. Não é como
se não tivesse um bom modelo. Por que diabos você não pode
ser como ela, está além da minha compreensão.

Ouviu a ingestão rápida de ar antes que ela retornasse, —


Talvez seja porque eu deveria ser como EU e, a propósito,
Shy, Tyra quer que eu seja como EU também.

Os membros do clube chamam a mulher de Tack de Cherry,


mas Tack a chama de Ruiva. Seus filhos e o resto das
pessoas a chamam de Tyra ou Ty- Ty.

— De qualquer forma — Tabby continuou irada, — eles não


são lixo.

— Eles são lixo — ele constatou com firmeza.

— Eles. Não. São. — ela declarou em voz alta.

Lá estava. Isso lhe deu a abertura.

— Você quer esta vida? — ele perguntou.

— Que vida? — Ela atirou de volta.

— Bebedeiras e corpos, encontros casuais e bate-boca, —


explicou .

— Hum...olá, Shy. Essa é a minha vida.


— Então você quer isso, — ele concluiu.

Ela ignorou sua pergunta e apontou, — É a sua vida também,


você sabe. Nada de errado com isso. Nunca foi, nunca será.

Uma estudante de enfermagem.

Certo.

Neste passo, ela nunca conseguiria. Neste passo, ela acabaria


como aquelas cadelas em sua cama. Neste passo, Tabby
estava jogando fora sua educação universitária e Tack
poderia muito bem estar jogando seu dinheiro ao vento.

— Você quer esta vida,— ele disse suavemente, — você acha


que isso é legal, baby? Então vamos rodar.

Foi um timing perfeito porque ele tinha dado seta para virar
para o Ride.

— Mas que diabos? Por que estamos aqui? — ela perguntou,


mas ele não respondeu.

Ele dirigiu ao redor da loja e através do pátio da oficina para


estacionar na frente do Complexo. Ele não demorou em sair
da caminhonete, dando a volta no capô, e puxando a porta
aberta.

— Shy, o que você... — Ela começou, mas parou desde que


ele se inclinou sobre ela, soltou o cinto de segurança, agarrou
sua mão e puxou-a para fora da cabine. — Droga! Shy! O que
você está fazendo? — ela cortou.
Mais uma vez ele não respondeu. Ele simplesmente puxou-a
para dentro do Complexo e foi direto atrás do bar. Pegou uma
garrafa de tequila de uma prateleira na parte de trás, em
seguida, puxou-a na frente dele.

— Pronta para deixar ir a garotinha de cerveja de merda? —


ele perguntou segurando a garrafa.

Seus olhos foram para a garrafa e, então para ele. Ele viu a
confusão e sentiu sua inquietação.

Ele ignorou isso também.

— Tab, fiz uma pergunta. Você gosta de festejar. Você não


está mais na escola. Quer crescer e aprender como isto é
realmente feito?

Ela ignorou-o neste momento e perguntou: — Por que você


está sendo tão estranho?

Ele a puxou para mais perto e inclinou o queixo para baixo


para manter seu olhar, agora ignorando que era nitidamente
evidente que ela não estava respirando e seu corpo
permanecia imóvel.

— Não respondeu minha pergunta, baby,— ele disse


baixinho e observou-a engolir, em seguida lamber seu lábio
superior.

Jesus. Merda.

Ele nunca tinha visto ela fazer isso. Definitivamente não tão
perto assim.
A ponta da língua rosada naquela perfeição de lábio rosado.

Merda.

— Tab — ele chamou, sua mão apertando a dela.

— Eu quero ir para casa, — ela respondeu calmamente,


sendo esperta por uma vez.

— Tarde demais para isso,— ele murmurou, em seguida


afastou-se, puxando-a com ele enquanto movia-se por trás
do bar, através da sala e no hall de volta.

Ela puxou sua mão e chamou, — Shy. Sério. Você está mais
do que meio me assustando.

Esperançosamente, em cerca de dois segundos, ela estaria


muito mais do que meio assustada. Ela estaria com medo
suficiente para largar essa merda que continuava insistindo.

Portanto, dois segundos depois, ele puxou-a para o seu


quarto, fez uma parada e acionou o interruptor de luz.

As duas mulheres ainda estavam nuas, deitadas com a


cabeça nos pés da cama, tendo, desde que ele se foi, se
enroscado uma com a outra.

Rapidamente, ele tentou se lembrar de seus nomes.

Ele parou de tentar quando ele sentiu a mão de Tabby se


contraindo na sua, deu um puxão duro para tentar fugir,
mas ele apenas a segurou mais apertado e virou-se para ela.

— Normalmente, nós nos encostamos um pouco, relaxamos e


entramos no clima, — ele a ensinou, levantando a garrafa. —
Eu vi a maneira como você olha para mim, baby, por isso, se
você quer apenas ficar nua e transar, eu estou aqui para isso
também. Elas estão apagadas, mas, vamos dar um tempo,
que sem dúvida, elas vão recuperar as energias e juntar-se a
nós. Parece extremo, mas, acredite, se você experimentar,
você vai gostar.

Quando ele começou a falar, os olhos dela estavam sobre a


cama, mas se moveram lentamente para ele e ele viu que ela
estava pálida sob seu bronzeado. Seus olhos também
estavam arregalados de choque e mais alguma coisa que ele
não pegou, e seus lábios carnudos se separaram.

— O que é que vai ser? — ele perguntou. — Você quer relaxar


ou você quer apenas transar?

— Por que você está fazendo isso? — ela sussurrou, e Shy


deu de ombros.

— Isso é quem você é ou quem você está caminhando para


ser. Você poderia muito bem parar com essa porra, baby, ou
ir em frente.

Seus olhos deslizaram para o lado, em seguida, para ele


antes que declarasse em voz baixa, — Isso não é quem eu
sou.

Ele a olhou de baixo para cima e apontou, — saias curtas


justas, tops muito apertados. Eu sei que você percebeu que
posso ver a maioria de seus seios, não só através da camisa,
mas explodindo fora dela, Tab. Então, temos os seus saltos
altos, muito cabelo, muita maquiagem. Você grita que tem
um lado selvagem, baby. Pare de brincadeira. Você está
querendo explorá-lo desde que você tinha dezesseis anos. É o
momento certo. O palco está montado —Ele a puxou para
mais perto e levantou a garrafa novamente. — Vamos.

Quando ele disse a palavra dezesseis, ela se encolheu e sua


mão se sacudiu na dele novamente.

Além disso, o olhar em seus olhos que ele não conseguia


definir ficou claro.

Dor.

Que droga. Ele não gostava de fazer isso com ela, mas achava
que a emoção forte em seu olhar significava que ele estava
chegando ao seu ponto.

— Leve-me para casa,— ela disse suavemente, e ele se moveu


para mais perto dela.

Ela balançou um pouco para trás, mas seus movimentos


eram duros.

— Vamos lá, baby. Não me venhas com tretas, — ele


persuadiu com uma voz suave. — Eu vi os olhares que você
me dá. Agora é a sua chance. Você é quente, você gosta de se
divertir, você não deve perder esta oportunidade.

— Leve-me para casa,— ela repetiu.

— Se você não quer uma audiência ou este é um esporte para


apenas dois participantes, eu posso despertar essas cadelas-
—, ele sacudiu a cabeça para a cama, — enviá-las em seu
caminho antes que a gente comece.
— Leve-me para casa,— ela disse novamente.

— Ou podemos deixá-las dormir. Vamos para o quarto do seu


pai — ele sugeriu, e estava feito.

Com um puxão violento, ela arrancou a mão da dele, virou-se


e correu da sala.

Muito mais lentamente, Shy colocou a garrafa na cômoda,


desligou as luzes e seguiu-a. Ele não estava alarmado. Ela
não tinha rodas e estava de salto alto, ela não poderia ir
longe.

Surpreendentemente, quando ele saiu do Complexo, ela


estava sentada no lado do passageiro de sua caminhonete,
sua cabeça se virou para olhar pela janela lateral.

Sim, ela estava pronta para ir para casa.

Ele não tardou em se mudar para o lado do motorista,


entrando e ligando a caminhonete. Tabby não olhou para seu
lado, quando ele deu ré e se dirigiu para a Broadway.

Eles estavam bem no seu caminho através de Denver até as


montanhas, onde Tack e Cherry viviam, onde Tab ainda vivia
com eles e seus dois novos meninos, antes de falar dentro do
ar pesado na cabine.

— Você é uma boa garota, Tabby. Não deixe que sua mãe te
tratando como merda, afete você. Saia desse caminho.

— Você está nesse caminho — ela sussurrou para sua janela.


— Babe, eu não estou. Eu sou um homem e eu tenho irmãos.
Eu escolhi um estilo de vida e uma irmandade. É diferente
para você e você sabe disso. A merda que você está puxando,
o caminho que está seguindo, não é brincadeira, mesmo que
você queira esta vida, queira ser a mulher de alguém, isto não
vai funcionar, não importa o respeito que temos pelo seu pai.
O caminho que você está seguindo a leva direto para ser uma
BeeBee, e você sabe disso também.

Ela não falou, mas Shy percebeu que seu ponto foi feito.
Tabby conhecia BeeBee, todo mundo conhecia. BeeBee tinha
sido proibida de abrir as pernas e espalhar o seu talento a
todos os membros do clube, depois que estupidamente bateu
boca com Cherry. Mas, mesmo assim, ela não foi esquecida.
Naquela época, Tabby era muito jovem para conhecer
BeeBee, de qualquer forma real que não fosse BeeBee
pendurada e apagada. Mas, não havia maneira de não notar
sua utilidade para o clube, mesmo para uma adolescente.

Seu ponto feito, ele também ficou em silêncio o resto do


caminho até a casa de Tack.

Ele estacionou em frente à porta e ela soltou imediatamente o


cinto de segurança, e abriu a porta. Ele se virou para ver que
ela tinha se mexido para saltar fora, e abriu a boca para dizer
algo, mas ele não conseguiu. Ele não tinha idéia de como
explicaria para seu pai que um irmão a trouxe para casa,
mas isso era o problema dela, não dele.

Ela virou-se e todas as palavras morreram em sua garganta,


quando viu pela luz da cabine as lágrimas brilhando em seus
olhos e os rastros deixados por aquelas que tinham deslizado
silenciosamente por suas bochechas.

Seu corpo ficou como rocha sólida com a evidência da dor


causada por sua lição. Merecida, ele sabia, mas ainda doía.
Então, quando ela se inclinou, ele não se afastou.

— Você não me conhece — ela sussurrou. — Mas, agora, eu


te conheço, e, Shy... você é um idiota.

Mesmo com essas palavras, ela ainda levantou as mãos,


colocou-as em ambos os lados de sua cabeça e inclinou mais
perto. Apertando os lábios contra os dele, aquela doce língua
rosa dela deslizou entre os lábios para tocar a ponta da
língua dele, antes de deixá-lo ir tão rapidamente como o
agarrou. Ela saltou da cabine e correu graciosamente na
ponta de suas sandálias de salto alto até a varanda e entrou
na casa.

Shy tinha deslocado-se para assistir seu movimento, seu


peito e intestino, ambos em chamas, o breve, mas
inegavelmente doce sabor dela ainda em sua língua.

A luz do lado da casa apagou, e ele estava mergulhado na


escuridão.

— Merda— ele murmurou, antes de colocar o carro em


marcha e dar a volta.

Enquanto dirigia para casa, ele não podia tirar da cabeça o


seu rosto manchado de lágrimas e os olhos molhados.

Ele também não podia tirar o gosto de sua língua.


Cinco meses mais tarde...
O sino sobre a porta da Fortnum Livros Usados tocou quando
Shy a abriu.

Shy veio a Fortnum por uma razão, e não era para comprar
livros usados. Foi porque eles tinham um balcão de café e
área de estar na frente da loja, e todos em Denver sabiam que
o homem chamado Tex, que trabalhava na máquina de café
expresso era um mestre. Shy gostava de cerveja, Bourbon, e
vodka, ocasionalmente tequila, às vezes Pepsi, mas com a
forma como ele vivia suas noites, suas manhãs sempre
incluíam um monte de café.

Os olhos de Tex o acompanharam, enquanto se movia por


entre as mesas e poltronas espalhadas em frente ao balcão de
café expresso e ele explodiu um — Oi, turista! O de sempre?

Shy ergueu o queixo de forma afirmativa, mas algo chamou


sua atenção para o lado, e olhou naquele sentido para ver
Tabby sentada à mesa redonda escondida no canto.

O fogo atingiu seu peito.

Ela tinha livros e cadernos empilhados ao redor, duas xícaras


de café vazias sobre a mesa, uma pela metade. Ela estava
inclinada sobre um livro, cotovelo na mesa, a mão em sua
juba de cabelos no topo da cabeça, segurando-o longe de seu
rosto. Sua concentração estava em um livro e um bloco de
notas na frente dela, lápis na mão.

Ele não a tinha visto desde a noite que lhe deu a lição e a
levou para casa. Ela não era uma regular na Ride ou no
Complexo, mas ela estava por perto. Ela era próxima a
Cherry; elas foram às compras juntas muitas vezes, e Tabby
encontrava com Cherry lá quando saiam. Às vezes, ela
estudava no escritório enquanto Cherry trabalhava. Ela era
próxima de algum dos irmãos, particularmente os tenentes de
Tack, Dog e Brick, e Big Petey, um dos membros fundadores
que tirou uma folga do Club, por alguns anos, para estar com
sua filha enquanto ela estava lutando contra o câncer. Ele
voltou quando ela perdeu essa luta e Tab, sendo como Tab
era e por ter crescido com Big Petey, tornou-se um bálsamo
para aquela dor. Então, não era inédito vê-la falando besteira
com Pete em frente ao balcão dentro da loja de autopeças,
provocando-o por sua Harley Trike no pátio ou sentada perto
dele e conversando sobre uma das mesas de piquenique fora
do Complexo.

Então, por cinco meses, ela tinha desaparecido. Nem um


sinal dela. Shy não estava no Chaos a cada minuto do seu
dia, mas quando estava, ela não estava lá.

Ela não esteve em nenhum dos três assados de porco que


tinham feito. Ela nem sequer foi para a festa que fizeram
quando assumiram seus novos recrutas, Snapper e Bat.

E não havia tido outra Chamada de Tabby desde aquela


noite.
Agora, aqui estava ela, estudando. O negócio estava
movimentado e Tex parecia precisar fazer tanto barulho
quanto possível quando tirava um café da máquina de
expresso, e ainda assim ela não olhou ao redor ou quebrou
sua concentração em tudo.

E, Shy pensou, lá estava ele. Ele fez o seu ponto. Ela tinha
aprendido a lição. Concentre-se na merda que importava. Ela
estava aproveitando a oportunidade que seu pai estava
oferecendo, preparando-se para uma vida boa, controlando o
lado selvagem e limpando o lixo para fora de sua vida.

Ele pagou o café ao ruivo chamado Indy que possuía o lugar,


pegou de Tex na outra ponta do balcão e moveu-se para a
mesa de Tab.

Ele puxou a cadeira em frente a ela e virou-a para sentar-se


escarranchado, dizendo baixinho: — Ei, querida,— antes que
seu corpo estremecesse de surpresa e sua cabeça levantasse.

Os olhos dela o atingiram e ele viu algo que inquietou, um


flash passou por eles, antes que ela o apagasse. O rosto dela
ficou em branco, e seus olhos deslizaram pela sala antes de
voltar para ele.

— O que você está fazendo aqui? — ela perguntou em voz


baixa.

Ele ergueu o copo para viagem. — O café. Melhor da cidade.


Venho aqui o tempo todo.
Ela olhou para seu copo, em seguida, para as duas canecas
de café sobre a mesa à sua frente antes que seus dedos
deslizassem por seu cabelo e se endireitou na cadeira.

Quando Shy se recuperou de observar seu grosso e brilhante


cabelo passando por entre os dedos, ele percebeu que ela não
estava falando e perguntou: — Estudando?

Seu olhar foi para os livros como se ela nunca os tivesse visto
antes, voltou para ele respondeu: — É. Eu tenho dois testes
esta semana.

— Desagradável — ele murmurou, embora ele não soubesse.


Ele nunca tinha estudado para testes. O fato de que em
algum lugar da bagunça em seu apartamento tinha um
diploma do ensino médio era um milagre.

— Sim — ela concordou. — Eu preciso voltar a ele.

— O quê? — ele perguntou.

Ela olhou para os livros, virou o lápis na mão e tocou a ponta


de borracha em seu bloco de notas antes de repetir, — Eu
preciso voltar a ele.

— Você não quer companhia,— ele supôs.

— Hum... Eu tenho dois testes. Eu tenho um monte de


trabalho a fazer.

Shy assentiu e perguntou: — Você vem muito aqui?

Aquela doce língua rosa saiu para tocar o lábio superior, a


queimadura em seu peito aumentou antes que a língua
desaparecesse e ela respondeu: — Não, apenas tentando
lugares onde eu possa melhorar meus estudos. Fica um
pouco louco em casa.

— Os meninos — Shy supôs. Ela tinha dois novos irmãos:


Rider, que acabou de completar três anos, e Cutter, de um
ano, o que significava que casa não era o lugar onde ela
melhoraria nada em particular.

— Sim, eles são crianças pequenas, mas também são Allens,


então as coisas podem desandar — ela murmurou.

Ele ouviu Tex batendo na máquina de café expresso, e ele


sabia que na Fortnum as coisas poderiam ficar um pouco
loucas também.

Pensando nisso, pensando que era legal Tabby finalmente ter


focado nas coisas certas, e tentando não pensar sobre o
quanto ou por que ele gostaria dela em sua casa, ele ofereceu,
— Você precisa de espaço, querida, eu tenho um
apartamento. Eu nunca estou nele. Não posso dizer que é
limpo, mas é tranquilo.

— Obrigada, mas eu estou bem.

Ele se empurrou da cadeira, arrumando-a na mesa, dizendo:


— A qualquer hora, Tab, se você precisar, ele é seu. Apenas
me ligue.

Ela assentiu, engoliu em seguida murmurou, — Até mais —


para seu ombro antes de olhar de volta para seus livros,
enrolando-se na cadeira, debruçando-se sobre seu cotovelo,
mão de volta em seu cabelo.

Foi o ato de engolir, o murmurar e o falar com o ombro que


levou Shy dar a volta na mesa, levantar a mão e empurrar
seu cabelo longe de seu rosto.

Ela levantou a cabeça para trás enquanto o fulminava com os


olhos.

— Nós estamos bem? — ele perguntou.

— Claro,— ela respondeu muito rapidamente.

— Você tem certeza disso? — Ele pressionou.

— Por que eu não teria? — Ela perguntou de volta, muito


casualmente.

— Babe, a última vez que te vi foi tenso —Seus olhos foram


para a mesa, em seguida, de volta para ela. — Vejo que você
me entendeu, mas seria legal saber que estamos bem.

— Estamos bem,— ela assegurou-lhe, mais uma vez,


rapidamente.

Ele estudou seu rosto. Foi cuidadosamente vago.

Ele não a conhecia tão bem, mas ele tinha estado ao redor
dela vezes o suficiente para saber que Tabitha Allen nunca foi
inexpressiva.

Foda-se.
Ele deixou ir e reiterou, — Se você precisar do meu lugar,
meu bem, é só gritar.

— Eu vou fazer isso, Shy — respondeu ela calmamente.

Ele ergueu o queixo.

Ela se virou de costas para ele e se jogou sobre seus livros.

Shy saiu da Fortnum com aquele sentimento familiar de


queimação. Só que, desta vez, não estava em seu intestino.

Estava em torno de seu coração.

Ela nunca ligou para usar sua casa.

Ela nunca ligou de qualquer forma.

E ele nunca mais a viu na Fortnum.

Seis meses depois...


Shy estava fora do Complexo em cima de uma das mesas de
piquenique, com os pés sobre o assento, a perna aberta e o
cotovelo sobre suas coxas, garrafa de cerveja segurada
livremente entre as mãos, olhando.

Tabby estava no Chaos pela primeira vez em cerca de um


ano. Ela estava saindo do escritório e descendo os degraus, a
mão de Rider na dela enquanto ela o segurava e ele lutava
com as perninhas para descer as escadas. Ela tinha Cut em
seu quadril, e Shy podia ver Cut batendo com seu pequeno
punho em seu rosto enquanto ela andava.

Ela os levou em segurança até o fim das escadas, mas parou,


e Shy viu quando ela virou a cabeça, empurrou-a para frente
e capturou o punho de Cut em sua boca.

Ele gritou. Tabby deixou seu pequeno punho ir, e seu riso
musical atravessou o pátio e acertou diretamente no
intestino, tão forte, que era a porra de um milagre ele não
grunhiu.

Então aconteceu.

Rider tropeçou e Tabby inclinou-se para a direita dele e em


seu caminho para cima, seus olhos se moveram através do
pátio, através do Complexo, em linha reta através dele.

Através dele.

Como se ele fosse malditamente invisível.

Jesus.

Caralho.

Jesus.

Houve um tempo, que ele encontrava seus olhares, seus


olhos se afastavam rapidamente e ele sabia que ela estava
olhando. Sempre que ela estivesse ao redor, antes do que ele
fez naquela noite, se ele a visse, seus olhos estavam sobre
ele.

Agora ele era invisível. Era como se ele não existisse.


Ela levou as crianças para seu carro e os prendeu nos
assentos na parte de trás, e Shy continuou observando, seu
estômago apertado, aquele fogo queimando seu coração.

Ela tinha um grande carro. O pai dela deu quando ela tinha
dezesseis anos, e ela cuidou dele como se fosse um de seus
irmãozinhos. Sua pintura azul elétrico brilhava, limpa e pura,
sob o sol de agosto.

Um bom passeio, mas Tabby, usando um daqueles fluidos,


florido, vestidos soltos que percorre todo o caminho até os
pés, tanto tecido, porra, você não poderia começar a
adivinhar o que estava por baixo, não parecia que aquele
carro pertencia a ela. O vestido foi salvo por ser sem alças, o
top essencialmente um tubo elástico superior cobrindo os
seios, mas firme.

Não eram os shorts curtos e camisas de roqueiro que ela


costumava usar.

E seu cabelo não estava solto e selvagem. Ele estava preso em


tranças grossas perto de seu crânio em ambos os lados, para
explodir em uma massa de cabelos em sua nuca que apenas
mostrava os bons genes que a densa e brilhante crina de
Tack havia concedido a ela.

Sim, ele fez o seu ponto.

Oh foda-se, há um ano, ele fez seu ponto pra caralho.

Ela prendeu as crianças e Big Petey saiu do escritório,


arrastou-se escada abaixo, e Shy assistiu Pete e Tabby
envolverem-se em uma discussão brincalhona que não
conseguia ouvir. Tab se soltou e fingiu estar chateada,
quando entregou as chaves e deu a volta no carro.

Pete teve uma criança, sua filha, agora sob a terra. Quando
ele voltou de seu funeral, ele estava quebrado. O homem não
era jovem, mas depois que perdeu sua filha e voltou para a
irmandade, ele parecia ter mil anos de idade.

Agora, Shy viu, ele sorria enquanto dobrava sua enorme


barriga de cerveja ao volante do carro de Tab e ajustava o
assento.

Tab fez isso. Tab o trouxe de volta. Tabby juntou as peças e


deu a Pete algo sobre o que sorrir.

Tab olhou através de Shy como se ele não existisse.

Petey arrancou e ele, Tab, Rider, e Cut partiram para onde,


Shy não tinha idéia. Shy tinha escutado Cherry e Tack
falando sobre isso o suficiente para saber, que a irmã mais
velha de Rider e Cut os adorava e os estragava. Então ele
pensou em sorvete, parque, mas o que quer que fosse estava
cheio com o amor de sua irmã.

Ele observou o carro até que não podia mais vê-lo.

Então, pulou fora da mesa de piquenique e entrou.

Na escuridão fria do Complexo, ele parou na sala comum e


em pé, olhou para a bandeira do Chaos montada na parede
na parte de trás da sala.
Fresco e escuro, enquanto seu intestino ainda se retorcia e
seu coração queimava.

Ele ergueu a garrafa e com o braço cortando o ar em um


arremesso, jogou a garrafa através da sala para o outro lado,
arrebentando-a em uma explosão de espuma de cerveja e
vidro marrom, na parede oposta à porta com a bandeira do
Club.

— Jesus, irmão, que porra é essa? — ele ouviu o retumbo do


lado da sala. Ele virou-se e viu High sentado em um
banquinho no bar com Snapper por trás deste.

Shy não respondeu. Ele rondou atrás do bar e pegou uma


garrafa de tequila.

Deu a volta saindo do bar, caminhando para seu quarto, ele


ordenou a Snapper, — Limpe essa merda.

Então ele desapareceu em seu quarto.

Sete meses mais tarde...


Ele estacionou sua caminhonete atrás do carro azul elétrico
ao lado da estrada.

Shy recebeu sua primeira Chamada Tabby em dezoito meses.

Ela não estava perambulando.


Ela tinha um pneu furado.

Ela estava de pé, quadris vestidos de jeans contra a lateral de


seu carro, braços cobertos pela blusa térmica que usava
embaixo do colete, botas de salto baixo cruzadas na altura
dos tornozelos, cabeça virada para ele, os olhos escondidos
atrás de um par de lentes espelhadas e armação de metal,
olhando o vazio.

Ele a tinha visto uma vez desde que ela partiu com Petey e
seus irmãos, e isso foi na festa de Natal no Complexo Chaos.
Ele apareceu com uma mulher em seu braço. Ela saiu quinze
minutos mais tarde.

Era isso.

Agora, ele saiu de sua caminhonete e moveu-se em sua


direção, ela não se mexeu. Apenas o observando.

Quando ele chegou perto, mesmo que ele não tivesse falado
uma palavra com ela, desde que se viram na Fortnum há
mais de um ano, ela anunciou bruscamente:

— Eu sei como trocar um pneu furado, mas eu não consigo


mover as porcas.

Ele parou a meio metro de distância dela, olhou através de


seus óculos abaixados no nariz e rosnou;

— Eu estou bem pra caralho, querida. Obrigado por


perguntar. Como diabos você está?

Ela levantou a cabeça e endireitou os ombros como se uma


haste de aço houvesse sido presa por sua espinha.
— Perdão? — ela perguntou.

— Nada, — ele murmurou. — Faça-me um favor, afaste-se do


carro. Não precisa pegar o macaco, enquanto eu lido com seu
pneu já que sua bunda está grudada nele.

Ela afastou-se do carro e Shy foi para o pneu. Ela pegou o


estepe, levantou o macaco do carro e a chave de roda e
colocou tudo no asfalto. Shy agachou e foi pegar a chave
quando ela falou.

— Roscoe telefonou. Ele está há dez minutos daqui. Se isso


está atrapalhando sua programação, ele disse que seria capaz
de ajudar.

— Dê-me dez minutos. Depois, você pode desaparecer de


novo, — ele murmurou, colocando a chave na porca e
descobrindo que ela não estava errada. Essas cadelas
estavam apertadas.

Tabby calou-se. Shy trabalhou.

Ele trocou o pneu com o estepe, despejando o furado no


porta-malas, e estava batendo para fechá-lo, quando
declarou:

— Vá para a oficina. Você tem tempo, agora seria bom. Não


dirija muito longe com esse estepe.

— Eu posso ser uma menina, mas o meu pai é um


motociclista e um mecânico. Eu acho que sei o suficiente
para não andar por aí em um estepe, — ela devolveu. —
Ainda assim, — ela continuou quando seus olhos
encontraram os dela: — você me deu uma idéia. Todas essas
mulheres tolas por ai que não sabem nada, eu poderia dar
uma mão amiga, projetar alguns folhetos. Espalhá-los por
toda Denver. Explicações sobre o uso de estepes. Como isso é
perigoso. Eu vou ter a certeza de colocar um bando de
borboletas sobre ele e contornar com glitter para que possa
manter sua atenção enquanto elas estão lendo.

Ele sentiu os olhos arregalando e a sua boca perguntou: —


Que porra é essa?

— Nada,— ela murmurou, então ele sentiu seu estômago


apertar quando ela perguntou:

— O boquete é um pagamento aceitável para uma troca de


pneus ou a cabeceira da cama precisa balançar?

Sério.

Ele não viu a cadela em meses, ele não falou com ela há mais
de um ano, que porra de atitude era essa?

Ele estava desgraçadamente muito irritado para perguntar,


tudo o que podia forçar a sair foi uma repetida: — Que porra
é essa?

— Retorno, Shy. Eu certamente não gostaria de tirá-lo fora do


seu caminho para nada — ela explicou e ele sentiu sua
mandíbula apertar, antes que forçou-se a relaxar e
responder.

— Dê-me cinco minutos, bebê, arraste sua bunda aqui para


que eu cuide de você, meu caminhão é velho, o calor não é o
que costumava ser. Ela aquece, um boquete na cabine seria
muito bom.

— É necessário que eu chame uma amiga ou só eu faço? —


Ela atirou de volta.

— Difícil para duas cadelas colocarem suas bocas em volta do


meu pau, mas se você tem um jeito, docinho, eu estou pronto
para a experiência.

— Oh, você vai estar,— ela sussurrou, inclinando-se


ligeiramente.

— Não faça promessas que não pode cumprir — ele retornou.

Ela o encarou através de seus óculos, sua boca apertada, e


ele sabia que se arrancassem aqueles malditos óculos de sol,
seus olhos estariam queimando.

Ele puxou uma respiração, acalmando a queimadura em seu


interior para que fosse capaz de pedir:

— Você quer explicar a atitude?

— Não — ela respondeu.

— Se você não fizer isso, então não jogue essa merda fora.
Você tem algo na sua bunda, você tem que ter a coragem de
deixá-lo sair. Não jogue a merda e espere que vou engolir
quando eu não sei o seu maldito problema.

— Você está certo, Shy. Minhas desculpas. Você vem até meu
carro amaldiçoando-me sarcasticamente, tirou-me do sério.
Você saiu do seu caminho para me ajudar, eu deveria ser
mais sensível.

Suas palavras eram doces. Seu tom não era.

— Babe, você já começa vociferando que teria tudo arrumado


se pudesse mover essas porcas. Você nem disse uma porra de
um olá. Como, exatamente, você gostaria que eu respondesse
a isso do jeito que você estava, sendo que não te vejo em um
maldito longo tempo.

Ela jogou as mãos em uma merda de gesto de desculpas. —


Desculpe, Shy, por isso, sinto muito. Quero dizer, não é como
se eu estivesse no meu caminho para fazer alguma coisa
quando eu tenho um estúpido pneu furado, então não podia
mover as estúpidas porcas e eu tentei como —, ela inclinou-
se — nunca. Então, quando você encostou para ajudar, em
vez de estar compreensivelmente frustrada, eu deveria ter
colocado um sorriso no rosto e ter sido amável. Eu entendo
isso, você se arrastou até aqui para ajudar e estar chateada
por que meu dia foi totalmente fodido, minhas mãos estão
sujas, meus jeans estão sujos, eu tenho que ir para casa e
trocar-me não é o seu problema. Eu não deveria ter agido
assim.

Porra, ela tinha razão.

— Tabby -— ele começou, mas ela o interrompeu.

— E a coisa do boquete está fora da linha. Peço desculpas por


isso também.
— Tab...

— Foi uma coisa de amigo e, bem... tudo. Agora, estamos


bem?

Lá estava.

Sua chance.

E ele pegou.

Ele deu um passo em direção a ela e disse calmamente:

— Estamos bem, querida, mas desde que seu dia está ferrado
de qualquer maneira, e nós estamos no meio do nada,
devemos aproveitar este momento para falar.

Quando ele aproximou-se dela, ela manteve-se firme. Depois


que ele fez a sua sugestão, ela inclinou-se ligeiramente para
trás.

— Sobre o quê?— Ela perguntou.

— Eu tenho a sensação de que você está me evitando.

— Eu não estou — afirmou, muito rapidamente.

— Eu não falei com você em mais de um ano — ele ressaltou.

— Nós nunca fomos muito próximos, Shy — ela respondeu.

Shy tentou uma tática diferente. — Eu costumava vê-la o


tempo todo, Tab. Agora eu nunca mais te vi.

— Eu estou ocupada.

— Você estava ocupada antes e eu ainda te via.


— Agora estou ocupada...

Ele balançou a cabeça e aproximou-se. Ela manteve-se firme,


mas ele viu o corpo dela endurecer. Ele ignorou isso e
continuou:

— Você está me evitando e tem sido desde que a merda veio


abaixo há um tempo.

— Que merda? — ela perguntou, e ela estava tão obviamente


tentando fugir do assunto, ele quase sorriu porque era bonito
pra caralho.

Droga.

— Você sabe que merda — ele respondeu.

— Shy — ela começou, movendo-se para trás, mas ele a


pegou pelo braço superior e ela ainda ficou firme.

Ele inclinou-se para que seus rostos se aproximassem.

Jesus, ela tinha uma boca fantástica.

— Fui duro, querida, muito, muito duro. Eu vejo isso agora,


mas já faz mais de um ano e você ainda está dando-me um
gelo. Esta merda não pode continuar, Tabby. Somos uma
família.

Ele viu aquela fantástica boca dela virar de uma forma que
fez seu estômago fazer o mesmo, antes que ela sussurrasse:

— Nós não somos uma família.

— Nós ambos somos Chaos — ele lembrou.


— Nós não somos uma família — ela repetiu.

— Querida!

Ela torceu o braço fora de seu controle, mas não se afastou


quando falou.

— Minha família conversou comigo sobre aquela merda, que


veio abaixo com aquele cara depois do que aconteceu anos
atrás, Shy. Ty- Ty, Papai, Rush estavam lá para mim. Eu
estraguei tudo, as coisas com a minha mãe estavam ruins,
ela estava sempre em cima de mim, mesmo quando eu não fiz
nada de errado. Eu tinha dezesseis anos e estúpida assim,
pensei, que diabos? Se eu estava em apuros de qualquer
maneira, eu poderia muito bem fazer algo para entrar em
problemas, e estava com um cara que era muito velho para
mim. Ele tentou transar comigo, sacudiu-me, e quando eu
disse que não, ele não foi legal. Ele bateu-me, machucou-me,
e eu chamei Tyra para me ajudar. Ela chamou você para
cobrir suas costas. E, bem, você estava lá. Você sabe o resto.

— Tab... — Shy tentou de novo, agora tentando cortar o


assunto, pois ele poderia dizer que voltar ao passado não era
algum lugar que ela queria estar, mas Tabby continuou
falando.

— Quando eles me confrontaram sobre isso, não foi


confortável, mas foi honesto e gentil e o que eu precisava.
Sheila chamou-me de lado, questionou-me e ouviu-me
quando eu tive que liberar a merda sobre a mãe. Arlo levou-
me para um cachorro-quente e uma discussão sobre como
identificar um bom rapaz, e como saber quando um cara é
um idiota. E todos eles estiveram a minha volta por anos,
depois que tudo veio abaixo para garantir que nada parecido
acontecesse novamente. Foi exagerado, super protetor e
chato, mas pelo menos era amor — Ela balançou a cabeça.
— Mas você... você fez suposições. Você mostrou que decidiu
exatamente o tipo de garota que eu era naquela noite, quando
aquele cara colocou a mão em mim, sem saber uma única
coisa sobre mim. Eu não era o que você pensava, Shy. Eu
não preciso da sua merda e também não merecia isso.
Família não faz julgamentos. Eles conversam. Eles apoiam.
Você fez um julgamento. Você agiu por esse julgamento.
Fazendo isso você machucou-me tanto, que significa que você
não é a minha família.

Após acabar com ele, ela virou-se nos seus pés, pisou em seu
carro, dobrou seu curvilíneo pequeno corpo para dentro, e
então ela estava fora, deixando Shy de pé ao lado da estrada.

Quatro meses depois...


Shy sentou em sua moto, chateado. Construções para
melhorar o centro e alguns shows acontecendo no Centro de
Artes Performáticas de Denver (CAPD), significavam que o
tráfego estava congestionado em cada porra de lugar.

Ele observou três carros passarem o farol e não se mexeu em


sua moto, antes de estar de volta ao vermelho, e tornou a
pensar que deveria andar com sua moto por cima da calçada
e sair desta merda. Os carros foram movendo-se, disputando
posição para passar pela única pista que tinham, ele nem
podia andar entre elas e dar o fora desta porra.

Ele voltou a sentar e virou a cabeça, deslizando seus olhos


através da maré de pessoas que rastejavam sobre as
calçadas, atravessando a rua e subindo as escadas do CAPD,
quando seus olhos passaram por ela e parou sua cabeça de
volta.

Tabby.

Tabby usando um apertado, sem alças, vestido vermelho


coberto de rendas, a barra roçando os joelhos. Em seus pés
saltos alto pretos que eram sexy pra caralho, e ao mesmo
tempo de classe. Sua massa de cabelo foi puxada levemente
para trás de seu rosto, escondido em um arranjo complicado
de cachos na parte de trás.

Ela parecia uma princesa moderna. Elegante. Sofisticada. Da


alta classe.

— Jesus — ele murmurou.

Ela estava olhando ao redor como se estivesse perdida, e ele


estava prestes a colocar a língua entre os dentes para
assobiar, quando ela encontrou o que estava procurando e
Shy endureceu como uma rocha.
Um cara bonito, loiro, alto, musculoso vestido em um terno
virou para ela, sorrindo. Ela inclinou a cabeça para trás, não
sorrindo.

Foda radiante.

Shy viu quando o homem deslizou um braço ao redor de sua


cintura, ela encostou-se ao seu corpo, e ele inclinou-se para
tocar sua boca na dela. Ele continuou inclinado e manteve o
rosto perto do dela, como qualquer homem faria, com Tabby
vestida desse jeito, com aquela aparência, sorrindo assim, e
sua boca moveu-se.

Então atirou sua cabeça para trás quando ele começou a rir.

Tabby o observou por uma batida antes que ela deixou cair o
queixo e encostou a testa contra o peito dele, os braços se
enrolando em torno dele para abraçá-lo, enquanto ele
balançava com humor.

— Jesus — Shy murmurou, aquela queimação voltou, no


estômago, peito, coração, mesmo em sua maldita garganta.

Ele queria, mas não conseguia tirar os olhos quando o


homem abaixou o queixo, segurou sua mandíbula com a
mão, levantou o rosto para o dele, e inclinou-se para tocar a
boca na de Tabby de novo.

Mas não foi um toque.

Ele manteve sua boca na dela um longo tempo, porra. Como


se eles não estivessem em uma calçada com centenas de
pessoas fluindo ao seu redor e esperando nos carros parados
no trânsito. Como se estivessem sozinhos, somente eles.

Shy ficou observando quando o homem interrompeu o beijo.


A mão de Tabby, agora no pescoço do cara, mudou-se para
que seu polegar pudesse acariciar o queixo e ela olhava para
ele como se fosse o único homem no planeta.

Foi então que Shy desviou os olhos.

Assim, ignorando as buzinas e os gritos que vinham das


janelas, ele manobrou sua moto através dos carros, quase
levantando as pernas e a moto.

Dois segundos depois, quando o sinal abriu, ele rugiu para


longe

Oito meses mais tarde...


— Jesus, falando sério, ajudem-me — Dog rosnou enquanto
caminhava para o Complexo e se dirigia para onde Shy, Arlo e
Brick estavam sentados, bebendo cerveja, Bat em frente a
eles bancando o barman.

— E aí irmão? — Aro perguntou, enquanto Dog lançava sua


bunda em um banquinho.

— Nossa pequena Tabby está noiva.

Shy sentiu como se tivesse sido esmurrado.


— Não brinca — Brick perguntou, soando como se tivesse
sido esmurrado também.

— Jesus, Deus, por favor, não permita que seja aquele cara
loiro que é construído como um zagueiro e se parece com um
policial,— Bat murmurou.

Dog tomou um longo gole de sua cerveja concordando com a


cabeça. Em seguida, ele deixou a cerveja cair em cima do bar
e elevou os olhos para Brick.

— Cara legal, eu o conheci. Fisioterapeuta. Jogava bola na


faculdade, bom nisso, mas não bom o suficiente. Embora
essa experiência o ajudou. Ele trabalha para os Broncos.

Shy olhou para a cerveja que estava segurando no bar.

Merda.

Caralho.

Merda.

— Ela está além da lua, de tão feliz — Dog continuou, e o


intestino de Shy se contorceu. — Cherry está também. Cherry
acha que ele é o cara. Não posso dizer que não gosto dele,
mas ele é fodidamente normal. Tack está dividido. O cara
realmente acha que a nossa menina anda sobre a água, qual
o pai que não gostaria disso? Ele está bem com isso. Ele
conhece a gente, quem somos, de onde ela veio, não dá a
mínima pra isso. Ele a levaria sem pernas e sem braços se ela
ainda fosse Tab, ele não se importa de onde ela vem. Dito
isto, ele está longe de saber o que é a vida, ele vem da porra
do subúrbio, e Tack está se debatendo sobre isso.

Shy levantou sua cerveja e deu um gole.

Ele engoliu e achou que ainda assim não ajudou com a


queimação.

Dog, infelizmente, continuou falando pra caralho. — Eles vão


esperar até que ela se forme para se casar. Ela está sendo
engraçada sobre isso. O cara quer que ela se mude, ela diz
que depois do casamento. Não sei por que simplesmente não
junta os trapos com ele. Experimenta antes de comprar, veja
se vai funcionar. Mas, ela não cede, então... que seja.

Tabby sendo deles, seus irmãos poderiam falar sobre essa


merda a noite toda.

Mas Shy tinha o suficiente.

Ele empurrou seu banco para trás, deslizou para fora e


murmurou: — Tenho que ir.

— Aonde você vai? — Bat perguntou.

Ele não sabia. Ele não se importava. Em qualquer lugar


contanto que fosse com sua moto.

— Merda pra fazer — ele murmurou e moveu-se em torno do


bar, olhando para os pés, a mente centrada em manter a
mandíbula relaxada, suas mãos se abriram.

Ele saiu pela porta, girou em sua moto e rolou para fora.

Ele não voltou ao Chaos por três semanas.


Seis meses depois...
Shy estava atravessando o pátio em direção ao Complexo, a
fim de tomar um banho e sair. Suas mãos estavam sujas de
graxa. O carro em que estava trabalhando nos últimos três
meses estava finalmente pronto.

Hora de comemorar.

Ele entrou no Complexo e sentiu o peso no ar imediatamente.


Os meninos estavam se movendo para fora, rostos em alerta e
assustados, um clima ruim.

— O que está acontecendo? — ele perguntou a Roscoe, que


estava movendo-se, como todos os irmãos, em direção à
porta.

— Acidente de carro — Roscoe respondeu, parou e olhou. —


O noivo de Tab.

A força dessa informação bateu duro em Shy, tão forte que


era uma maravilha que ele não caiu em seus joelhos.

O casamento seria em três semanas.

Jesus. Tabby.

— O quê? — ele sussurrou.


Roscoe balançou a cabeça. — Só tenho a notícia. Ela está no
Centro Médico de Denver. Ele está..., irmão, essa merda é do
caralho, mas o cara morreu na hora. Não aguentou sequer
chegar ao hospital. Morreu. Tack disse que Tab está perdida.
Nós estamos indo para apoiar, cobrir as costas de Tack, ver o
que podemos fazer. — Sua cabeça inclinada para o lado. —
Você vem?

Morreu na hora.

Não chegou até o hospital.

Morto.

Tab está perdida.

Perdeu-o.

— Alguém cuidando das crianças? — ele se forçou a falar.

— Sheila está indo para lá.

— Eu vou ajudá-la — ofereceu Shy, virando-se, cavando a


mão gordurosa em seu jeans para suas chaves.

— Ajudar Sheila com as crianças? — Roscoe perguntou de


volta.

Shy não respondeu. Estava tudo afundado, uma lama do


caralho, mas tinha que fazer algo. Algo longe de Tabby.

Ela não gostaria de vê-lo agora.

Ela nunca quis vê-lo.

Mas ele tinha que fazer alguma coisa.


Ele não era a sua família.

Mas ela era a sua.

Três dias depois...


Shy sentou na sala de estar escura de seu apartamento, a
primeira vez que tinha estado lá por meses.

Ele estava pensando, e estava lembrando-se.

Lembrando, pela primeira vez em muito tempo daquele dia,


quando chegou à notícia.

Lembrando do dia que sua vida, com doze anos de idade,


mudou e passou de bom, não, ótimo, para a merda absoluta.

Lembrando do dia, anos depois, quando ele encontrou o


Chaos e pensou que, finalmente, porra, finalmente, a sua
vida não seria mais uma merda e ele estava certo.

E pensar que, há seis horas, provavelmente vestindo preto,


provavelmente, parecendo sem vida, tal como ela parecia
ontem quando a viu saindo do escritório, abraçada com
Cherry, com a cabeça balançando como se estivesse
concordando com o que Cherry dizia, quando soube só de
olhar, que ela não estava ouvindo nada, Tabby estava em um
cemitério enterrando seu homem.

Seu homem tinha vinte e sete anos de idade.

A idade de Shy.
Shy levou a garrafa de vodka aos lábios e tomou um longo
gole.

Ele só a largou para pegar outra.


Capítulo 1
Eu sonhei um sonho...

Três meses e meio depois...


— Seu celular tocou e Parker Cage – Shy — abriu os olhos.

Ele estava deitado de costas na cama, no seu quarto no


Complexo de Chaos Motorcycle Club. As luzes ainda estavam
acesas e ele estava enterrado sob uma pequena pilha de
mulheres. Uma delas dobrada contra seu lado, a perna
jogada sobre suas coxas, com o braço sobre seu peito. A
outra estava de cabeça para baixo, dobrado para o outro lado,
seu joelho em seu estômago, seu braço sobre seu tornozelo.

Ambas estavam nuas.

— Merda — ele murmurou, contorcendo-se com dificuldade


sob a cerca de membros. Ele estendeu a mão para o telefone.

Ele verificou o display, suas sobrancelhas se juntaram ao ler


— chamada desconhecida — então apertou para atender a
chamada.

— Oi — disse ele ao telefone.

— Shy? — uma mulher perguntou, ela soava estranho,


distante, quieta.

— Sou eu — ele respondeu.


— É Tabby.

Ele rapidamente sentou-se na cama, membros voando e eles


não eram dele.

— Ouça, eu sinto muito,— sua voz soou como se estivesse


tentando parar de chorar ou, talvez, hiperventilando, em
seguida, ela sussurrou:

— Então, sinto muito, mas eu estou em um aperto. Eu acho


que pode até ser um pouco... hum, em apuros.

— Onde você está? — ele latiu no telefone, rolando sobre a


mulher ao seu lado e levantando.

— Eu... eu... bem, eu estava com este velho amigo e


estávamos. Droga, um... — ela gaguejou, enquanto Shy
equilibrava o telefone entre a orelha e o ombro e puxava a
calça jeans.

— Querida, onde você está? — ele repetiu.

— Em um banheiro — ela respondeu, enquanto ele puxava


uma camiseta do chão e endireitou-se, esperando por ela
para dizer mais.

Quando ela não o fez, gentilmente, ele pediu.

— Eu meio que preciso saber onde este banheiro fica,


doçura.

— Eu, uh... esse cara é... hum, eu não sabia que,


obviamente, mas eu acho que ele é — outra parada em sua
respiração, antes de sussurrar tão baixo que ele mal ouviu,
— um cara mau.

Caralho.

Merda.

Caralho.

Ele agarrou as botas no chão e sentou-se na cama para


colocá-las com suas meias, perguntando: — Será que eu
preciso de apoio?

— Eu não quero que ninguém... — ela fez uma pausa. — Por


favor, não conte a ninguém. Assim... você não pode apenas
mandar uma mensagem quando chegar aqui? Vou ficar no
banheiro, colocarei meu celular no vibra para que ninguém
ouça, e eu vou rastejar para fora da janela quando você
chegar.

— Tab, ninguém vai pensar merda. Apenas me diga como


está o terreno. Você está em perigo?

— Eu vou rastejar para fora da janela.

Ele suavizou mais sua voz, e parou de colocar as botas, para


dar-lhe toda a sua atenção.

— Tabby, baby, você está em perigo?

— Eu... bem, eu não sei realmente. Há uma grande


quantidade de drogas e eu vi algumas, bem, uma grande
quantidade de armas.

Merda.
— Endereço, querida — ele insistiu, e ela deu a ele.

Então ela disse: — Não diga a ninguém, por favor. Apenas


mande mensagem.

— Eu faço isso se você continuar me avisando com


frequência. Mensagens de texto. Apenas um ' estou bem' a
cada minuto ou pouco. Eu não tenho uma, e vou saber que
você não está, então chamo os meninos.

— Eu posso fazer isso — ela concordou.

— Certo, aguente firme, eu estarei ai.

— Uh ... obrigado, Shy.

— A qualquer hora, Tab. — Sim?

Ele esperou, e parecia que anos se passaram ate ela


sussurrar, — Sim.

Ele desligou, calçou a outra bota, levantou, puxando sua


camiseta enquanto se virou para sua cama. Uma das
mulheres estava sobre um cotovelo e piscando para ele. A
outra ainda estava dormindo.

Enquanto pegava sua faca na mesa de cabeceira e empurrava


a bainha em seu cinto, ele ordenou:

— Levante a bunda dela dai. Vocês duas precisam se vestir e


ir embora. — Ele enfiou a mão no criado-mudo e pegou sua
arma, empurrando-a em suas costas, no cós da calça jeans e
abaixando a camiseta sobre ela.
— Você tem 15 minutos para sair. Se você não foi embora
quando eu estiver de volta, eu não ficarei feliz.

— Com certeza, querido — a mulher acordada murmurou.


Ela levantou a mão para empurrar no quadril de sua amiga.

Jesus.

Passando o olhar através delas ele soube que estava acabado.


Alguns dos irmãos, muito mais velho do que ele,
aproveitaram o máximo que puderam, e quando chegou o
momento, eles não limitaram só a dois pedaços de rabo.

Ele teve este passeio por muitas vezes.

Então, bateu-lhe direto que isto não levaria a lugar algum.

Ele nunca, nem uma vez, caminhou até uma mulher que
parecia perdida sem ele e encontrou-se no segundo que o viu.
Que se apoiou nele no minuto em que ele a tocava. Que o fez
rir com tanta força, ao ponto de jogar sua cabeça para trás.
Cuja boca ele pegaria e o mundo se derreteria ao seu redor,
assim como ele faria a mesma merda acontecer para ela.

E ele não teria isso, se continuasse com essa merda.

Ele correu através do Complexo para sua moto e dirigiu com


o celular na mão.

Ela mandou uma mensagem, eu estou bem, e Shy respirou


calmante e olhou de volta para a estrada.
Ela mandou outra mensagem. Desta vez, eu ainda estou bem,
e, aproximando-se dela, Shy sentiu sua mandíbula começar a
relaxar.

Poucos minutos depois, ela mandou uma mensagem


novamente. Desta vez era eu ainda estou bem, mas esse
banheiro é muito tosco.

Quando Shy leu e seus olhos voltaram para a estrada, ele


estava sorrindo abertamente.

Ela manteve as mensagens de texto sobre a sua condição


permanente de bem, com um breve comentário do quanto ela
não gostava do local atual, até que ele estava fora da casa.
Ele desligou a moto e observou. Luzes acesas na sala da
frente, outra iluminando uma pequena janela no lado oposto
na parte de trás. O banheiro.

Ele inclinou a cabeça para o telefone e mandou uma


mensagem, Do lado de fora, baby.

Segundos depois, ele viu um pé descalço saindo da pequena


janela, depois outro, então, as pernas. Ele chutou para baixo
o suporte, girou fora de sua moto e correu através da
escuridão até o lado da casa.

Ele pegou as pernas dela e puxou-a para fora o resto do


caminho, colocando-a em seus pés.

Ela inclinou a cabeça para trás para ele, com o rosto pálido
no escuro.

— Obrigada — ela disse suavemente.


Ele, infelizmente, não tinha a noite toda para olhar em seu
lindo rosto nas sombras. Ele não tinha ideia com o que
estava lidando. Ele tinha que tirá-los de lá.

Ele pegou a mão dela e murmurou: — Vamos.

Ela assentiu com a cabeça e correu ao seu lado, com uma


mão na dele, seus sapatos pendurado em sua outra mão. Ele
sentou na moto, ela girou em suas costas. Como se tivesse
nascido para isso, ela colocou os braços ao redor dele sem
hesitação.

Ele sentiu seus seios pressionados em suas costas e fechou


os olhos.

Então ele os abriu e perguntou: — Aonde você quer ir?

— Eu preciso de uma bebida — ela respondeu.

— Bar ou Complexo? — ele ofereceu, sabendo o que ela


escolheria. Ela nunca mais veio ao Complexo.

— Complexo — ela o surpreendeu ao responder.

Graças a Deus que ele chutou aquelas cadelas fora. Ele só


esperava que elas seguissem suas ordens.

Ele dirigiu para o Complexo, estacionou em frente, e sentiu a


perda quando ela afastou-se e balançou fora. Ele ergueu a
mão para segurá-la firme, enquanto ela deslizava sobre os
calcanhares, então ele pegou a mão dela e a levou para
dentro.
Felizmente, estava deserto. Felizmente, o quarto também. Ele
não precisava de uma daquelas cadelas vagando por ai e
fodendo ainda mais a noite de Tab.

— Pegue um banquinho, querida. Vou pegar uma bebida —


ele murmurou, passando a mão e braço para levá-la para o
lado de fora do bar, enquanto se movia para dentro.

Tabby, ele notou, fez o que pediu. Ela contornou a curva do


bar e pegou um banquinho.

Shy foi para trás do bar e perguntou: — O que você está


bebendo?

— O que deixa bêbado mais rápido? — ela perguntou de


volta, e ele parou, virou-se, pôs as mãos sobre o balcão os
olhos fixos nela.

— De que tipo de problema eu te tirei?— ele perguntou em


voz baixa.

— Nenhum, agora que estou fora daquela janela — ela


respondeu calmamente.

— Você conhece aquelas pessoas? — ele perguntou.

Ela deu de ombros e olhou para suas mãos no bar. — Uma


velha amiga. Ensino médio. Apenas ela. Os outros... — ela
parou em outro encolher de ombros.

Shy olhou para suas mãos.

Elas estavam visivelmente tremendo.

— Tequila — afirmou, e ela olhou pra ele.


— O quê?

— Deixa bêbado mais rápido.

Ela apertou os lábios e assentiu.

Ele pegou a garrafa e colocou na frente dela.

Ela olhou para a garrafa, então para ele, e inclinou sua


cabeça para o lado quando ele não se mexeu.

— Copos — ela pediu.

Ele pegou a garrafa, tirou a tampa, levou-a aos lábios e


tomou um gole. Quando terminou, ele deixou cair o braço e
estendeu-a para ela.

— Você não pode ficar bêbada rápido, se você usa uma porra
de um copo — ele informou.

A ponta de sua língua saiu para molhar seu lábio superior e,


Jesus, ele esqueceu o quão bonito que era.

Felizmente, ela tirou a sua língua fora da mente dele, quando


pegou a garrafa, olhou para ele por uma batida, em seguida
colocou-a nos lábios e mandou para dentro uma golada.

A garrafa caiu com Tabby engasgando, e Shy estendeu a mão


para ela.

Através de um sorriso, ele aconselhou: — Você pode estar


bebendo direto, doçura, mas você ainda tem que beber de
forma inteligente.
— Certo — ela suspirou como se sua garganta estivesse em
chamas.

Ele colocou a garrafa aos lábios e deu outro gole antes de


colocá-la no bar.

Tabby envolveu a mão em torno dela, levantou e engoliu um


pouco, mas desta vez ela fez isso de forma inteligente e sua
mão com a garrafa desceu lentamente, embora ela ainda
respirasse um pouco forte.

Quando ela recuperou-se, ele apoiou os antebraços no bar e


perguntou baixinho: — Você quer conversar?

— Não — ela respondeu bruscamente, apertando os olhos, a


tristeza, passando através deles, cortando seu intestino. Ela
ergueu a garrafa, tomou outro gole antes de bloquear o seu
olhar com o dele. —Eu não quero falar. Eu não quero
compartilhar meus sentimentos. Eu não quero desabafar. Eu
quero ficar bêbada.

Ela não deixou nada nas entrelinhas, ela disse claramente,


então ele deu isso a ela.

— Certo, então vamos fazer isso, você fica sentada a toa, e eu


aqui parado, assistindo você, ou vamos fazer alguma coisa?
Como jogar bilhar.

— Eu detono no bilhar — ela o informou.

— Babe, eu vou limpar o chão com você.

— De jeito nenhum — ela zombou.


— Totalmente, — disse ele através de um sorriso.

— Você está tão certo, querido, vamos torná-lo interessante,


— ela ofereceu.

— Eu estou pronto, — ele concordou. — Se eu ganhar, você


me faz cookies. Você ganha, você escolhe.

Ele mal terminou de falar, e ela lhe deu o melhor presente


que teve em toda sua fodida vida.

O pálido saiu de suas feições, enquanto o rosa atingia seu


rosto, um tiro de vida em seus olhos, tornando-os vibrante,
sua cor brilhante balançando-o até a porra do seu núcleo,
antes que ela superasse toda essa merda e caísse na
gargalhada.

Ele não tinha ideia do que fez, o que ele disse, mas o que
quer que fosse, ele iria fazê-lo e dizê-lo mais e mais, até que
ele desse o seu último suspiro apenas para que pudesse vê-la
rir.

Ela não disse uma palavra, quando seu riso transformou-se


em gargalhadas e continuou em silêncio, com os olhos nela.

Quando ela o pegou olhando, ela explicou: — A minha comida


é inconstante. Às vezes, é brilhante. Às vezes... — ela sorriu
— ... não é. Com os assados é a mesma coisa. Eu só não
consigo pegar o jeito dele. Eu nem sequer tenho um — ela
levantou os dedos para fazer marcas de aspas no ar — prato
especial que fica ótimo toda vez. Eu não sei qual meu
problema. Papai e Rush, mesmo Tyra, eles detonam na
cozinha. Eu, não. — Ela se apoiou.

— De jeito nenhum. Então, eu estava rindo porque quem me


conhece, não pensaria em cookies como um bom negócio
para uma aposta. A verdade é que eles poderiam ser
impressionantes, mas eles também poderiam estar uma
droga.

— Que tal eu me arriscar? — ele sugeriu.

Ela deu de ombros, ainda sorrindo. — Seu funeral.

Shy ficou tenso com suas palavras, e o rosa saiu do seu


rosto, a vida começou a escorregar de seus olhos.

— Beba, — ordenou rapidamente.

— O quê? — ela sussurrou, e ele estendeu a mão e deslizou a


tequila para ela.

— Beba. Agora. Mande pra dentro, querida. Faça isso


pensando no que você quer se ganhar a aposta.

Ela assentiu com a cabeça, pegou a garrafa, tomou um gole, e


deixou-a cair sobre o bar com um barulho, deixando escapar
um — Ah —, fofo pra caralho, antes de declarar: — Você
troca o meu óleo.

Suas sobrancelhas se ergueram. — Só isso?

— Eu preciso trocar meu óleo e custa, tipo, trinta dólares. Eu


posso comprar um monte de coisas com trinta dólares. Um
monte de coisas que eu quero. Eu não quero óleo. Meu carro
precisa, mas eu não.

— Tabby, docinho, o seu pai é dono de parte da oficina mais


fodida deste lado do Mississippi, e a maior parte do outro
lado também, e você está pagando por trocas de óleo?

Seus olhos deslizaram para longe e ele sabia por quê.

Foda-se.

Ela estava fazendo isso para evitá-lo. Ainda.

Certo como o inferno, isso tinha que parar.

Então, ele iria parar com isso.

— Nós jogamos bilhar, ficamos bêbados e vamos nos divertir,


este é o nosso plano então, vamos tirar essa merda fora do
caminho, — afirmou. Seus olhos deslizaram de volta e ele
disse de modo plano:

— Eu estraguei tudo. Um erro enorme. Foi há muito tempo,


mas marcou você. Você estava certa. Eu era um idiota. Fiz
suposições, elas estavam erradas e agi de acordo com elas, eu
não deveria ter feito isso, o que foi mais errado. Eu gostaria
que você tivesse tido a oportunidade de jogar isso na minha
cara anos atrás, então poderíamos ter tirado isso do nosso
caminho, mas está feito. Quando você jogou isso na minha
cara, devia ter lidado com a merda, te encontrado e pedido
desculpas. Eu não fiz isso também. Eu gostaria de saber por
que você me ligou hoje à noite, mas se você não quer
compartilhar essa merda, está legal também. Eu só vou dizer,
querida, eu estou feliz que você ligou. Você precisa de um
lugar seguro, apenas para esquecer a merda e fugir, eu vou
dar a você. Hoje à noite. Amanhã . Semana que vem. No
próximo mês. Esse lugar seguro sou eu, Tabby. Mas, eu não
quero esse assunto antigo nos assombrando. Fantasmas
assombram até que você livre-se deles. Vamos nos livrar
desse maldito fantasma e seguir em frente, assim eu posso
chutar sua bunda no bilhar.

Enquanto falava, ele viu a piscina lágrimas nos olhos dela,


mas ele continuou, e quando parou ele não se mexeu, mesmo
que quase o matou. Não tocá-la, até mesmo sua mão. Não
dar-lhe algo.

Isso o matou.

Antes que ele perdesse a luta para se segurar, ela sussurrou:


— Você nunca vai chutar minha bunda no bilhar.

Foi quando ele sorriu, inclinou-se para frente e envolveu sua


mão ao redor da dela, sentando no bar.

— Prepare-se para ter seu traseiro chutado, — disse ele em


voz baixa.

— Trocas de óleo por um ano, — ela retornou suavemente.

— É isso aí, mas cookies por um ano,— ele disparou de volta.

— Ok, mas não diga que eu não avisei, — respondeu ela.

Ele comeria seus cookies, fossem ótimos ou uma porcaria. Se


Tabitha Allen fizesse algo, ele comeria qualquer coisa.
Shy não compartilhou isso.

Ele deu-lhe um aperto de mão, pegou a garrafa, e foi em


direção aos tacos na parede.

Tabby o seguiu.

Eles estavam no escuro, em sua cama, em seu quarto no


Complexo.

Shy estava de costas, os olhos para o teto.

Tabby estava afastada um pouco, de lado, seu queixo virado


para baixo.

Ela estava destruída.

Shy não estava nem um pouco bêbado.

Ela ganhou quatro jogos, ele venceu cinco.

Cookies por um ano.

Agora, ele estava ganhando algo mais, porque tequila não


deixou Tabitha Allen uma bêbada feliz.

Ela deixou uma faladora.

Ele também a fez contar sobre sua feia história e confiou nele
com absolutamente tudo o que importava agora em seu
mundo.

— Morto na hora, — ela sussurrou para a cama.


— Eu sei, docinho,— ele sussurrou para o teto.

— Onde você ouviu?— ela perguntou.

— Eu estava entrando no Complexo, os rapazes tinham


acabado de ouvir e eles estavam de saída.

— Você não foi ao hospital.

Ele ficou surpreso que ela tinha notado.

— Não. Eu não era a sua pessoa favorita. Não achei que eu


poderia ajudar. Fui até Tack e Cherry e ajudei Sheila com os
meninos, — ele disse a ela.

— Eu sei. Ty- Ty me disse, — ela o surpreendeu novamente


dizendo. — Foi legal da sua parte. Eles dão trabalho. Sheila
tenta, mas os únicos que podem realmente lidar com eles são
papai, Tyra, Rush, Big Petey e eu —

Shy não respondeu.

— Então, uh... obrigada, — ela terminou.

— Sem problemas, querida.

Ela ficou quieta e Shy aguardou.

Ela quebrou o silêncio.

— Tyra teve que cancelar todos os planos de casamento.

— Foi? — ele perguntou em voz baixa.

— Sim,— ela respondeu. — É a segunda vez que ela tem que


fazer isso. Esse cara, Elliott não estava morto, quando ela
teve que fazê-lo por Lanie, mas ainda assim. Duas vezes. Dois
casamentos. Não vale a pena. Todo o planejamento. Todo esse
dinheiro... — ela puxou uma respiração instável — ... não
vale a pena. Eu não vou fazer isso de novo. Eu nunca vou me
casar.

Com isso, Shy rolou para o lado dele, estendeu a mão e


encontrou a mão dela estendida na cama.

Ele fechou a mão em torno da dela, segurou firme e


aconselhou: — Não diga isso, baby. Você tem vinte e dois
anos de idade. Você tem a vida inteira pela frente.

— Assim como ele tinha.

Foda-se, ele não poderia discutir isso.

Ele levantou as mãos da cama e juntou-as um pouco mais


perto antes que dissesse gentilmente:

— Se ele estivesse neste quarto agora, docinho, neste


momento, ele não iria querer isso. Ele não gostaria de ouvi-la
dizer essa merda. Pense bem, Tabby. O que ele gostaria de
ouvir você dizer?

Ela ficou em silêncio, em seguida, ele a ouviu respirar fundo


e sussurrar: — Eu daria qualquer coisa...

Ela parou e ficou quieta.

— Baby — ele sussurrou de volta.

Sua mão se sacudiu e seu corpo deslizou sobre a cama


encontrando o dele, seu rosto em sua garganta, o braço se
enrolando em torno dele apertado, sua voz tão crua, que doeu
ouvir. Sua própria garganta estava arranhando, apenas a
ouvindo.

— Eu daria qualquer coisa para ele estar neste quarto.


Qualquer coisa. Eu daria meu cabelo, e eu gosto do meu
cabelo. Eu daria meu carro, e meu pai construiu esse carro
para mim. Eu amo esse carro. Eu nadaria um oceano. Eu
andaria através de flechas. Eu sangraria para ele estar aqui.

Ela se enterrou mais perto dele e Shy respirou fundo,


puxando-a mais perto, dando-lhe o seu calor. Ele passou um
braço em torno dela e puxou-a mais apertado, enquanto ela
chorava em silêncio, uma mão segurando firme.

Ele não disse nada, mas ouvia de olhos fechados, o coração


queimando com os sons da sua dor.

O tempo passou e suas lágrimas lentamente pararam de


escorrer.

Finalmente, ela disse baixinho: — Eu sonhei um sonho.

— O que querida?

— Eu sonhei um sonho — ela repetiu.

Ele inclinou a cabeça e colocou os lábios na parte superior de


seu cabelo, mas ele não tinha resposta. Ele sabia que era
uma droga quando os sonhos morrem. Ele tinha estado lá.
Não havia palavras para dizer. Nada melhor, exceto o tempo.

Em seguida, ela o chocou completamente e começou a


cantar, sua voz alta e limpa envolvida numa música que ele
nunca tinha ouvido antes, mas sua letra era visceral, perfeita
para ela, o que ela tinha que estar sentindo, levando o fogo de
seu coração para a garganta, tão alto, que ele poderia jurar
que conseguia sentir o gosto.

— Les Mis —, ela sussurrou quando terminou a música.

— O quê?

— O musical. Les Misérables. Jason me levou para assistir. É


muito triste.

Era uma música da peça, só podia ser.

Ela se apertou mais forte. — Eu sonhei um sonho, Shy.

— Você vai sonhar mais sonhos, bebê.

— Eu nunca vou sonhar — ela sussurrou, sua voz perdida,


trágica.

— Nós vamos te arrumar um sonho, querida — ele prometeu,


puxando-a para mais perto.

Ela pressionou-se mais e ele ouvia enquanto sua respiração


acalmava-se, sentindo seu corpo deslizar para o sono, o
tempo todo pensando que seu cabelo cheirava fenomenal.

Shy virou-se para ela, prendendo seu pequeno corpo sob o


dele e murmurando: — Vamos levá-la a um sonho.

Tabby segurou sua mão em seu sono.

Shy segurou a dela, mas não dormiu.

O sol tocou o céu e os olhos de Shy fecharam.

Quando os abriu, ela se foi.


Capítulo 2

Acordar em seus braços

Seis semanas mais tarde...

A campainha do meu apartamento tocou e, de pé na frente do


espelho no banheiro, eu pulei.

Papai e Tyra estavam lá para me levar para o assado de


porco.

Estava na hora, de acordo com o papai, que eu voltasse para


a vida. Eu não tinha tanta certeza, mas meu pai tinha e
quando meu pai estava certo sobre algo, bem... você se
arrumava e arrastava-se para um assado de porco.

Olhei para mim mesma no espelho, vendo meu cabelo para


lá, mais maquiagem do que eu normalmente usava, uma doce
camiseta Harley de mangas compridas, que comprei apenas
na semana passada, a primeira que eu tinha comprado ou
usado em anos, jeans desbotados que se ajustavam
perfeitamente e um cinto fabuloso. Eu não podia vê-las no
espelho, mas também tinha botas de cano alto com saltos
finos que geralmente usava sob saias inteligentes.

Bom.

Estúpida!
Eu parecia impressionante, tão impressionante, que até
mesmo eu poderia dizer que parecia incrível.

Ainda era estúpido.

A campainha tocou novamente e houve uma batida seguinte,


mas eu não podia mover-me. Eu só fiquei ali, olhando para
mim mesma no espelho, perguntando o que diabos eu estava
fazendo.

Eu ouvi a porta abrir e sabia que Tyra tinha usado sua chave.

— Tabby, querida, você está aqui? — Eu ouvi o seu chamado


e tentei mover meus pés, mas eu continuei congelada em
frente ao espelho. — Tab, você está aqui? — ela gritou.

Ela estava mais perto, movendo-se para o meu quarto, eu


poderia dizer.

Meus pés finalmente se moveram, levando-me para fora do


banheiro e dentro do quarto.

Lá estava ela, com seu grosso, exuberante e brilhante cabelo


ruivo, grande corpo, mesmo depois de dois filhos, Tyra Allen,
minha amiga, minha salvadora de anos atrás.

Minha madrasta.

No instante em que seus olhos verdes pousaram em mim,


eles se arregalaram e um sorriso se espalhou em seu rosto
lindo.

— Uau, querida, você está ótima.

Vê? Eu estava ótima.


Eu ainda era estúpida.

Eu sabia o que ela viu. Durante meses, eu segui os


movimentos da vida, mas não coloquei nenhum esforço nisso.
Eu levantei-me e fui para o trabalho, voltei para casa e tentei
dormir. Eu juntava-me com a família e fingia que estava tudo
bem, mas eles sabiam que era tudo um show.

Especialmente o pai.

Kane Allen, conhecido como Tack para todos, mas era Pai
para mim, estava longe de ser bobo, o que foi legal a maior
parte do tempo, mas não foi quando eu tentei passar a perna
em alguém, algo que eu nunca na minha vida, consegui fazer
com o meu pai.

— Eu errei — eu declarei e vi Tyra piscar.

— Perdão — ela perguntou.

— Eu errei — eu repeti.

— Como você errou?— ela perguntou.

— Eu dormi com Shy.

Então, ela não piscou. Seus olhos ficaram tão grandes que
pensei que eles iam saltar fora de sua cabeça.

Ela recuperou-se rapidamente, enfiou a mão no bolso de trás


e pegou o telefone. Ela apontou com o dedo e colocou-o em
seu ouvido.

— Tack, mel, continue sem nós — disse ela em seu telefone.


— Tabby e eu vamos com o carro dela e nos encontramos lá
mais tarde. — Ela fez uma pausa e em seguida, — Eu não sei
ainda, mas ela e eu temos que falar e quando resolvermos as
coisas, nos encontraremos no Chaos. — Pausa, então, —
Bonito, eu te disse, eu ainda não sei, mas vou descobrir e nós
vamos resolver isso, então nós vamos encontrá-lo lá —Outra
pausa com um rolar de olhos, então, mais suave: — Eu tenho
isso, você sabe que eu faço. Nós vamos encontrá-lo no assado
em breve.

O pai estava preocupado, eu poderia dizer. Isso não foi uma


surpresa. Ele era o tipo de pai que te amava tanto que se
machuca, quando você se machuca, e quando você perde algo
precioso ele também perde com você.

Por esse pensamento, eu vi o que via sempre quando Tyra


estava conversando com o papai.

Mesmo que ela abaixasse o queixo e virasse a cabeça para


que tivesse seu perfil, eu ainda vi o rosto de Tyra ficar suave
antes de dizer calmamente: — Sim. Vai dar. Amo-te.

Então, eu vi uma coisa que também vi várias vezes, quando


Tyra estava conversando com o pai: seu rosto ficava mais
suave e eu sabia que meu pai estava dizendo a ela que a
amava também.

Tyra era uma bomba, então eu estava feliz com o que ela
tinha de papai e fiquei ainda mais feliz com o que ela deu
para ele.

Ela esfaqueou a tela do seu telefone, enfiou a mão no bolso e


focou em mim.
Então, ela perguntou: — Você dormiu com Shy?

Eu balancei a cabeça, mas esclareci: — Há seis semanas, nós


dormimos; dormimos não o negócio antes de dormir. — Suas
sobrancelhas subiram então eu expliquei: — Veja, eu estava
em uma situação, ele me tirou daquela situação, eu pedi-lhe
para embebedar-me, ele fez, nós jogamos bilhar,
conversamos, acabamos na cama, eu cantei-lhe uma canção
de Les Mis, então desmaiei e acordei em seus braços.

Ela inclinou a cabeça para o lado e seus olhos cresceram


afiados, e eles fizeram isso quando eu disse que estava em
uma situação.

Como eu disse, meu pai estava longe de ser burro. Não sendo
muito idiota, por algum motivo que não entendo, ele casou-se
com a minha mãe, que estava muito mais perto do que
qualquer idiota que eu conhecia. No entanto, não sendo
burro, o pai livrou-se dela e não cometeu o mesmo erro duas
vezes. Portanto, Tyra era também longe de ser estúpida, o que
era bom para mim, na maior parte do tempo.

Às vezes, isso não era.

Eu sabia que este era um daqueles momentos quando ela


perguntou: — Você estava em uma situação?

Lambi meus lábios enquanto ela observava.

Em seguida, ela mudou-se para a cama apontando com a


mão. — Certo, fale comigo.
Ela sentou-se na cama, e eu me sentei com ela e comecei a
colocar para fora.

— Ok, bem, o que vou dizer não vai te fazer feliz, mas aqui
está. Seis semanas atrás, eu estava com Natalie.

Ela mordeu o lábio, seu rosto ficou em branco e eu entendi.

Natalie Harbinger tinha sido a minha melhor amiga desde


sempre. Eu fui para a faculdade para ser uma enfermeira.
Natalie foi para a mesma faculdade que eu, mas ela foi para a
festa. Ela colocou um grande esforço e, portanto, destacou-se
neste empreendimento ao ponto que foi expulsa da faculdade.
Ela continuou a festejar e não havia nada de errado com isso,
exceto que quanto mais ela fazia, o mais preocupante era o
que ela estava fazendo com isso.

As pessoas na nossa idade começaram a crescer e a


organizarem suas vidas. Se não o fizessem, suas vidas
entrariam numa espiral descendente por um caminho que
significaria que nunca estariam arrumados.

Natalie não cresceu e se organizou.

Eu entendo isso. A mãe de Natalie foi, sem dúvida, uma


cadela maior que a minha. O problema era que Natalie não
tinha um pai que se preocupasse, ou uma madrasta que era
demais. Compreendi que estava fazendo essas coisas para
chamar a atenção, mesmo que fosse uma atenção ruim, mas
para mim essa porcaria foi há anos atrás. Ela simplesmente
não parecia ser capaz de sair fora disso.
Assim, Tyra não era um grande fã de Natalie, e mesmo o Pai,
que era o presidente de um clube de motocicletas e,
essencialmente, tinha um lema de vida de — viva e deixe
viver — teve problemas com ela. O resumo é que eles não
gostavam que eu saísse com ela.

Além disso, Jason a odiava. Infelizmente, Natalie retornou o


favor. Isso me colocou no meio, o que não era um lugar
divertido para estar. Jason era o tipo de cara que deixava
claro o que pensava, se a situação assim justificasse e ele
odiava Natalie suficiente para demonstrar abertamente.
Natalie, também, não era o tipo de pessoa para manter as
coisas enterradas, assim, ela não hesitou em compartilhar.
Isto não era confortável para mim, mas eu era o tipo de
pessoa que estava crescendo e ordenando minha vida. Eu
também estava apaixonando-me, naturalmente, ao invés de
fazer uma escolha (como essa), eu comecei há gastar menos
tempo com ela e mais tempo com Jason.

Ela aproveitou o tempo que poderia dar a ela sem muita


lamúria, e eu trabalhei em manter nossa amizade, mesmo
que ela mudasse com os diferentes caminhos que nossas
vidas estavam tomando.

Mas, quando Jason morreu, ela intensificou-se totalmente.


Ela estava lá para mim. Ela não respirava uma palavra
contra Jason e manteve a outra porcaria separada. Era tudo
sobre proteger minhas costas.

Seis semanas atrás, eu precisava dela para estar nas minhas


costas de uma maneira diferente.
Eu estava cansada de não dormir. Eu estava cansada das
constantes lembranças de que Jason não estava lá e nunca
mais estaria. Eu estava cansada da sensação de vazio no
estômago, que aprofundava ainda mais, quando alguma
memória me batia ou um cartão de casamento de alguém,
que não tinha ouvido falar sobre Jason chegava pelo correio,
ou eu recebia um telefonema de alguém que Tyra não sabia
que tinha contato comigo e a vida que Jason e eu
começaríamos.

Eu precisava de uma libertação. Eu precisava voltar no


tempo, quando, Natalie e eu, éramos tudo sobre diversão,
música, cerveja e falar e não sobre como a vida poderia ir
direto para a privada.

Eu precisava esquecer. Eu precisava lembrar-me de quando a


vida era diferente, o quanto isso foi bom.

Quando as coisas deram erradas, eu liguei para Shy, porque


ele não era como os outros caras. Ele não conhecia Jason e
ele não gostava de mim. Eu pensei que, como qualquer dos
irmãos do meu pai faria, ele viria pegar-me, deixaria-me
segura, e seria isso. Ele não olharia para mim com olhos
bondosos, faria com que eu falasse, ou me daria um leve
sermão sobre sair com Natalie, e eu não precisava de nada
disso. Na verdade, eu saí com Nat, em primeiro lugar, para
fugir disso.

Eu tinha programado o seu número quando peguei meu


celular novo. Eu não sei por que, não pensei por que, eu
apenas fiz.
O que eu não esperava era que ele me daria, exatamente o
que eu precisava, sendo totalmente legal sobre isso e também
incrivelmente doce.

— Seis semanas atrás você estava fora com Natalie — Tyra


afirmou e me concentrei nela.

— Eu só precisava... Eu precisava... — Eu parei, e Tyra


estendeu a mão para apertar a minha.

— Eu entendo o que você precisava — disse ela suavemente,


em seguida, ergueu o queixo para eu continuar, então eu fiz.

— Sendo Natalie, eu tenho certeza que você não está


surpresa que as nossas companhias não eram boas
companhias. — O olhar em seu rosto me disse que não ficou
surpresa, mas ela não tinha resposta, então eu continuei. —
Eu estava um pouco assustada, liguei para Shy, ele veio e me
pegou, e o resto aconteceu como lhe disse. O problema é que
Shy foi incrível, muito legal, e eu caí fora, enquanto ele estava
dormindo e não o vi ou falei com ele em seis semanas, o que
não é legal.

— Não tenho certeza sobre a parte de não se falar durante


seis semanas, mas Shy é incrível — ela declarou e eu pisquei.

— Você acha que Shy é incrível? — eu perguntei incrédula.

— Eu acho, você não?— Ela perguntou.

— Uh... eu não o conheço muito bem... ou não conhecia — eu


me evadi.
— É verdade, eu notei isso — ela murmurou. — Você está
ligada com todos os irmãos, mas não com Shy. Pensei que era
por causa da grande paixão que você teve por ele há muito
tempo, mas, que seja. Principalmente, ele é um bom sujeito.

Tyra não sabia sobre o que Shy fez para mim, ninguém sabia.
Eu compartilhei tudo com Tyra, mas não o que ele tinha feito.
Eu nem sequer contei a Natalie sobre isso, e eu
compartilhava tudo com ela também.

Isso foi o quanto doía.

Eu o amava. Era um amor juvenil, á distância, mas, às vezes,


esse era o tipo mais intenso, ou é o que é quando você é
jovem e ama alguém de longe. Ele destruiu-me tão forte que
não fui capaz de reviver isso ou compartilhar.

Então, eu não contei.

Quando eu não falei, Tyra fez.

— Eu gosto dele. Seu pai gosta e o respeita. Ele é ótimo com


os seus irmãos mais novos, ele é realmente ótimo com todos
os filhos dos irmãos. Ele é esperto. Ele é engraçado. Ele
trabalha duro e é leal. Seu pai diz que se Dog ou Brick
quiserem se afastar de seus lugares como tenentes, ele
pediria a Shy para assumir.

Eu a encarei, pois isso me chocou. Isso era enorme vindo de


meu Pai.

Ela continuou falando. — Diz que ele é leal ao clube de uma


forma que os recrutas, que não passaram pelo que os outros
irmãos viveram, quando seu pai estava limpando o clube, não
são, porque eles não foram testados. Eles não sabem como
devem ser. Shy sabe, porém, de acordo com Tack. Shy é tudo
sobre seus irmãos, o clube, a família, por isso não estou
surpresa que ele cuidou de você, Tab. Qualquer um dos
meninos faria isso para você, não apenas para o seu pai. —
Ela sorriu. — No entanto, não tenho certeza se qualquer um
dos rapazes ficaria com você cantando uma música de Les
Mis. Isso mostra que seu pai está certo. Shy é mais leal do
que o resto, se ele se prestou a isso.

Revirei os olhos.

Ela ignorou meu rolar de olhos e perguntou: — O que você


cantou ´Master of the House‗?

Revirei os olhos para ela.

— ´Eu Sonhei um Sonho' —, eu respondi, e seu sorriso


desapareceu.

Papai nunca tinha visto Les Misérables. Papai nunca iria ver
Les Misérables. Papai tinha um olhar engraçado no rosto,
quando eu lhe disse que Jason estava levando-me para ver
Les Misérables. Para o papai, um homem que leva sua
mulher para um musical, não diz coisas boas. Quando eu
disse-lhe, ele abriu a boca para dizer alguma coisa, com um
grande sorriso tipo — eu sei que você vai estar em perigo — e
Tyra, felizmente fechou sua boca e não disse mais nada.
Mas, Jason tinha uma mãe e três irmãs que adoravam
musicais. Elas o arrastavam junto e Jason ia, mas ele fazia
isso sob coação.

Mas não Les Mis.

— Querida —, ele disse, —Eu vi The Pajama Game, quando


eu tinha onze anos e tive pesadelos até os quinze. Nós não
vamos falar sobre o que Cats fez comigo. Mas, Les Mis, Tab,
todo mundo tem que ver isso.

Significava muito para ele que eu fosse, e eu tive que admitir


que não entendi nada durante o primeiro ato. Jason tinha
decidido que eu precisava dessa — experiência —, então ele
não me disse nada, e uma vez que eles cantaram o tempo
todo, até mesmo os diálogos, eu não podia pegar tudo e não
tinha ideia do que estava acontecendo. Felizmente, houve
algumas ótimas canções, ou o primeiro ato teria sido
desperdiçado para mim.

No intervalo, Jason viu o erro de seu caminho, preenchendo-


me, e o segundo ato balançou meu mundo.

O papai me amava, mas ele nunca iria ouvir um musical


comigo.

Tyra me amava, e ela não se importava com musicais, mas


ouvia-os comigo no meu carro o tempo todo quando
estávamos fora para fazermos compras ou para o almoço ou o
que fosse.

Ela tinha ouvido — Eu sonhei um Sonho — muitas vezes.


Ela sabia o que eu estava dizendo.

— Oh, Tabby — ela sussurrou.

Vê?

Eu caí de costas, olhando para o teto, em seguida, movi


apenas os meus olhos para ela e vi que ela se aproximou e
estava descansando em um lado na cama ao meu lado.

— Senti-me bem — eu disse a ela, e ela sorriu.

— É claro que se sentiu bem, querida. Shy é um cara legal


que cuidou de você e a ouviu cantar uma música triste. Era o
que você precisava e ele deu a você.

— Não — eu sussurrei e segurei seu olhar. — Foi bom


acordar em seus braços.

Seu sorriso desapareceu novamente.

— Oh, Tabby — ela repetiu em um sussurro, e eu coloquei as


mãos sobre o meu rosto.

Por trás delas, eu disse, — Foi confuso, louco, errado. — Eu


puxei minhas mãos, olhei para seu rosto perturbado, e
desabafei. — Foi errado, Ty- Ty. Foi ... foi uma bagunça.
Esqueci-me.

— Você esqueceu o que, querida? — Ela perguntou


suavemente.

— Tudo —, eu respondi , rolando para o meu lado e


apoiando-me em um antebraço. — Tudo, Ty- Ty. Eu estava
chorando quando adormeci e Shy estava me segurando, mas
de alguma forma quando estávamos dormindo, ele me enfiou
debaixo dele, segurou-me perto e eu acordei e tudo que sentia
era calor. Quente e segura, amada e certa. Isso era tudo o que
sentia. Tudo o que pensava. Tudo o que passou pela minha
cabeça era como foi bom sentir tudo isso.

— Isso é ruim? — Seu tom ainda era gentil, mas agora


também cauteloso.

— Sim — eu assobiei.

— Como? — Ela perguntou com cuidado.

— Jason não me segurava. — Ela fechou os olhos e os abriu


quando continuei, e, assim, eu agradeci a Deus que podia
falar com Tyra sobre tudo: — Ele estava apaixonado e podia
abraçar, mas não, você sabe, na cama. Ele era um cara
abraço - e - virar. Depois que nós, uh ... — Eu deixei aquilo
no ar e segui: — Ele me abraçava, me soltava, e em seguida,
virava para longe. Ele era doce sobre isso, mas não era o seu
perfil. Ele gostava de dormir em seu espaço e me deixava no
meu. Eu nunca tive isso, não sempre, não de um cara, não
até que tive com Shy e eu gostei. Senti-me bem. Não, me
senti muito bem.

— Tab — ela começou, mas eu parecia um rolo tagarelando,


falando por cima dela.

— E fica ainda pior — eu compartilhei. — Mesmo depois que


acordei me sentindo segura e certa, isso tudo não caiu sobre
mim. Eu não percebi de uma vez. Eu olhei para Shy e ele é,
bem... você sabe, todo mundo sabe que Shy é muito bonito,
mas dormindo, Ty- Ty, dormindo — Eu me inclinei para ela,
— ele é incrível. Tão incrível, tão bonito, tão perto,
abraçando-me, fazendo-me sentir segura e amada, e depois
de ter sido tão legal comigo na noite anterior, eu continuei
esquecendo. Esqueci-me de tudo e eu, oh Tyra, Deus me
ajude — minha voz caiu para um sussurro — Eu quase o
beijei.

Depois de compartilhar isso, cai para trás na cama, coloquei


minhas mãos sobre meu rosto e deixei isso passar por mim,
como fazia toda vez que eu lembrava, que eram muitas vezes,
dezenas de vezes por dia durante seis semanas.

Culpa.

Vergonha.

Traição.

— Tabby, querida, olhe para mim — ela chamou suavemente,


eu puxei uma respiração por trás de minhas mãos, então as
deixei longe do meu rosto e olhei para ela.

Ela estava sorrindo para mim tão suavemente como estava


falando comigo, e eu percebi, não pela primeira vez, e não por
um longo tempo, que eu amava Tyra Allen por completo.

— Estou feliz que você compartilhou isso comigo. Seu pai tem
se preocupado e ainda mais ultimamente, pensando que
alguma coisa não estava bem com você — ela me disse.

Lá estava ele.
A prova que meu pai não era estúpido e que eu não podia
esconder nada dele.

— Foi uma traição para Jason — eu sussurrei, e admitir isso


em voz alta machucou mais.

Ela continuou falando suavemente mesmo quando ela pegou


minha mão e apertou, — Não foi, Tabby. É natural. É a prova
de que você está se curando.

Eu balancei minha cabeça, mas ela apertou minha mão


novamente.

— É querida — ela empurrou. — Isso é uma merda, isso é um


saco enorme, tão grande que não há palavras para o quão
grande essa porcaria é, e eu diria que você é muito jovem
para processar isso, perder Jason do jeito que você perdeu e
quando você perdeu. Mas, honestamente, você poderia ter
cento e três anos e você não teria vivido o suficiente para ser
capaz de processar esse tipo de perda. Jason era um bom
homem e ele a amava. Ele merece o seu sofrimento. Mas ele
te amava e ele gostaria que você se curasse, seguisse em
frente, encontrasse a felicidade.

Eu balancei a cabeça novamente e ela mergulhou o rosto


mais perto e continuou.

— Eu entendo porque você se sente dessa maneira, mas o


que você precisa entender é que é parte do processo. Ter
esses sentimentos te lembra de que você está viva, lembra-se
que há coisas boas para olhar para frente. Você é jovem, Tab,
você tem muita vida pela frente. O que aconteceu com Shy é
para lembrá-la de que a vida está lá fora para você quando
você estiver pronta. Esses sentimentos que você teve com Shy
são naturais. Eles são bons. Eles estão certos. Mais do que
isso para você agora, porque eles indicam que você começou
o processo de cura.

— Eu esqueci completamente dele, Tyra — Voltei. — Eu


esqueci completamente Jason por minutos inteiros, deitada
nos braços de outro homem. Pior! — eu gritei, sentando-me e
virando para ela que tinha recuado. — Parecia... parecia.. —
Eu gaguejei incapaz de deixar sair o que eu realmente não
tinha sequer admitido a mim mesmo. Então eu empurrei para
fora, — Lindo. Acordar assim com Shy... era... senti-me....

Oh Deus, eu ia dizer?

Eu ia dizer isso.

— Melhor — eu terminei. Eu vi como seus olhos se apagaram,


escondendo sua reação e eu sabia o que aquilo significava,
então eu gritei:

— Vê! Eu estou uma bagunça!

Ela estendeu a mão, pegou a minha novamente e sacudiu-a.

— Você não está uma bagunça, Tabby. Você é uma mulher e


Shy um homem, um homem bonito que estava lá para você
quando precisou dele, e ele te tratou com carinho. Seus
sentimentos são naturais. Eles são lindos. Eles estão certos.
Não há nada errado em esquecer. Quero ser gentil com você,
querida, eu sei que você não quer perder Jason agora, mesmo
só tê-lo na dor, mas com toda a honestidade, vai chegar ao
ponto em que você vai esquecer por dias, então semanas —
ela apertou minha mão assim meu coração apertou e ela
terminou, — e assim por diante. Isso vai acontecer e isso é
cura também e você pode não acreditar, mas eu, eu acredito
totalmente. Eu sei que ele te amou o suficiente para não
querer que você o esqueça completamente, o que você nunca
vai, ele vai ser sempre uma parte de você, mas o suficiente
para que você possa ser feliz. Eu sei disso, Tab. E bem sei,
Deus me livre, se os papéis fossem invertidos, você iria querer
isso para Jason também. Nada, nem uma coisa que você fez
ou sentiu naquela noite era errado ou vergonhoso. Eu não
penso assim, e eu não acho que Jason iria também.

Eu tinha que admitir, ela estava certa sobre isso. Jason me


amava e eu o amava, e, embora fosse ser muito doloroso para
ele como foi para mim, se ele me perdesse, eu o amava o
suficiente para esperar que ele, eventualmente, fosse feliz.

— Eu te entendo — ela disse suavemente. — Eu te entendo


bem, Tab, passar o tempo com Natalie, chamando um irmão
para cuidar de você, ter os sentimentos que você teve. Você
não está fazendo nada de errado, exceto sendo muito dura
consigo mesma. Neste momento especial, minha linda
menina, você precisa ser gentil com você mesma. Por favor,
pare de se bater.

Ok, eu tinha que admitir que ela talvez pudesse estar certa
sobre isso também.

— Tudo bem? — Ela pressionou e eu assenti.


— Tudo bem —, eu respondi em voz baixa, e um pequeno
sorriso curvou sua boca.

Então ela soltou a minha mão, mas levantou a dela para


dobrar o meu cabelo atrás da minha orelha, antes que ela
passasse o dedo carinhosamente ao longo da minha
mandíbula e sua mão caiu.

— Agora, já que disse tudo isso, o que vou dizer em seguida


não retira o que eu disse antes, mas deve ser dito. Shy é um
bom rapaz e ele fez o certo por você. O que você sentiu foi
natural e faz parte da cura. Sair com Natalie era o que você
precisava, e quando sentiu que a situação era insegura, fez a
coisa certa e chamou um irmão para cuidar de você. Mas eu
te aconselho, Tab, aprenda com essas coisas, como deu
errado e como elas fizeram você se sentir. Eu sei que você
ama Natalie, mas eu também sei que você sabe que ela pode
ser um problema. Pelo que você disse, eu sei que Shy te
tratou com cuidado, mas também sei que você sabe como ele
pode ser um problema para uma menina que perdeu algo
precioso e está vulnerável.

Pode-se dizer que eu sabia disso.

Tyra não tinha terminado.

— Eu não posso imaginar Shy jamais ir lá com você, mas Shy


é Shy e todo mundo sabe todas as maneiras que ele é, o bom
e, para uma mulher, o mal. Não fique confusa com os bons
sentimentos que você teve com ele ou qualquer outro homem.
Avalie onde você está e só avance no processo de cura,
quando você estiver realmente pronta. Não vá por esse
caminho, apenas porque é bom e fez você esquecer. Estou
fazendo sentido?

Ela estava.

Ela estava totalmente.

Ela também estava certa. Shy cuidou de mim e me tratou


com cuidado.

Mas Shy era Shy, e esse não era o caminho a ser seguido. Eu
não era para ele.

Ele fez certo em tapar o buraco, mas isso tinha sido há muito
tempo. Eu não poderia realmente atrapalhar e confundi-lo
com outra coisa.

— Eu fiz cookies para ele — eu disse a ela, e ela piscou.

— Você fez cookies?

— Jogamos bilhar, fizemos apostas nos jogos e ele apostou


comigo por cookies. Eu fiz para ele. Eles estão na cozinha. Eu
também não telefonei durante seis semanas, mesmo depois
que ele foi ótimo comigo e agora, eu... eu... bem — Eu joguei
uma mão — Eu não sei como enfrentá-lo. O que dizer. Como
desculpar o fato de eu não ligar para dizer obrigado ou
mesmo oi.

Seus olhos se moveram sobre meu rosto e cabelo, vi um flash


antes que ela o escondeu, pegou meu olhar e sorriu para
mim.
— Shy apostou cookies com você.

Eu sorri de volta e murmurei: — Cala a boca.

— Talvez Shy não seja tão afiado como Tack pensa que é —
ela comentou.

— Eu avisei, ele disse que queria cookies.

Algo mais brilhou em seus olhos novamente, antes que ela


escondesse de novo e eu deixei passar. Eu fiz isso porque
quando precisava do meu próprio espaço, ela deu para mim.
Seria chato não devolver o favor.

— Ok, este é o plano—, declarou ela.

— Eu levo o seu carro e os cookies para o assado. Eu digo a


todos que você não está se sentindo bem e peço a um dos
caras para trazer o seu carro de volta amanhã. Você tira essa
noite para relaxar e refletir. — Ela sorriu. — Ou não refletir e
somente relaxar. O que você precisar. Então, em seu tempo,
quando você estiver pronta, você encontra um modo de se
conectar com Shy e agradecer. Ele saberá pelos cookies que
você não esqueceu.

Isso soou como um plano e, como de costume, Tyra me


reorganizou.

— Obrigada, Ty- Ty—, eu disse suavemente.

— A qualquer hora, querida — ela respondeu suavemente, em


seguida, se virou para sair da cama, ordenando, — Certo.
Cookies.
Eu saí pelo meu lado, entreguei minhas chaves e os cookies,
ela me deu um longo abraço na porta e trancou-a depois que
ela foi embora.

Voltei para o meu quarto, coloquei uma camisola e meu robe,


tirei a maquiagem do meu rosto e fui para a cozinha. Peguei o
chocolate restante do Natal que tinha sobrado um monte.
Tyra enlouqueceu com meias no Natal, e não apenas com
Rider e Cut que esperavam o Papai Noel, mas também comigo
e com meu irmão mais velho, Rush, que também era muito
velho para Papai Noel. Estavam vencidos há três meses, mas
eu ia comê-los.

Levei-os para o sofá, resolvi por a minha maratona de


Hitchcock, e me assustei bobamente com Rebecca e Janela
Indiscreta, antes de adormecer entre uma montanha de
papeis verde, vermelho, ouro e prata durante Os Pássaros.
Capítulo 3

Ele era da família.


A campainha na minha porta tocou. Eu pulei e folhas de
embalagem saíram voando.

Eu vi a tela azul na minha TV e olhei para ela vagamente por


um segundo antes de agarrar meu controle remoto, apertar
desligar, e a tela ficou em branco. Meus olhos foram para o
leitor de DVD e vi que ia dar nove horas da manhã.

A campainha soou novamente, e eu virei minha cabeça para


olhar para a porta.

— Quem poderia ser? — eu murmurei, endireitando-me no


sofá em meio a uma queda de prata, ouro, vermelho e verde.

Não era nem nove, e eu cresci no Chaos. Isto significava que


sabia que o meu povo não era visto a uma hora dessa e,
definitivamente, não depois de um assado de porco. Nem
mesmo se ele tivesse um cabelo selvagem e estivesse
preocupado comigo e aparecesse por aqui, o que aconteceu
mais do que ocasionalmente nos últimos tempos.

Fui até a porta, fiquei na ponta dos pés e olhei pelo olho
mágico.

Então eu parei de respirar.


Shy estava lá fora, com a cabeça inclinada para baixo
olhando para suas botas, mas mesmo com a cabeça inclinada
para baixo, a maior parte do rosto escondido, ele ainda
parecia quente.

Merda!

Agora, o que eu faço?

Enquanto eu olhava pelo olho mágico, sua cabeça surgiu,


suas sobrancelhas desenhadas, e ele olhou para a porta. Eu
estava um pouco surpresa que ele não parecia irritado ou
impaciente. Em vez disso, ele parecia um pouco perplexo e
um pouco preocupado.

Ele ergueu a mão e nada de campainha desta vez, ele bateu


na porta. Alto.

Oh Deus.

O que eu faço?

Antes que minha mente percebesse, meus pés me levaram


correndo para minha sala, então elas me viraram e me
mandaram de volta para a porta, enquanto minha boca
gritou: — Estou indo!

Ok, eu não sabia o que fazer, mas os meus pés e boca


sabiam, e, aparentemente, estava agindo como uma idiota.

Cheguei até a porta, abri as fechaduras e escancarei-a, e de


pé, lá estava toda a gostosura que era Parker–Shy-Cage.

Minha barriga remexeu.


Merda.

— O que você está fazendo..? — Eu comecei, mas não


terminei.

Eu não terminei porque sua mão serpenteou fora, agarrou na


parte de trás da minha cabeça, e puxou-me para frente
forçando meu rosto em seu peito. No instante em que eu
estava lá, o outro braço foi em volta da minha cintura, ele nos
arrastou e chutou a porta com a bota para fechar.

Então, eu senti seus lábios encostarem em meu cabelo e eu


fiquei completamente imóvel.

Eu fiz isso, pois meu pai colocava seus lábios em meu cabelo
quando estava segurando-me perto e falando comigo.

Eu gostei. Eu sempre gostei.

Mas isso, com Shy, eu amei.

— Cherry disse que você estava mal, doçura. Você está


melhor? — Ele perguntou para o meu cabelo.

— Hum... sim — eu murmurei em seu peito, esta foi a minha


única opção já que meu rosto estava esmagado lá.

Seus lábios deixaram meu cabelo, mas ele não recuou


quando comentou: — Uh, Tab, só estou dizendo. Você se
sentir uma merda, comendo uma montanha de doces de
Natal de três meses atrás, pode não ser o caminho a
percorrer.
Obviamente, ele espiou a minha cascata de embalagens de
doces.

Ele também estava sendo engraçado, mas eu não ri, embora


eu sorria em seu peito.

Sua mão na parte de trás da minha cabeça escorregou para o


meu pescoço. Eu tirei meu rosto de sua camiseta e olhei para
cima.

Sim, preocupação, gostosura... não, com mais precisão,


extrema gostosura. Era isso.

— Você não está com raiva de mim?

Oh! Isso foi o que veio diretamente da minha boca.

Suas sobrancelhas juntaram-se. — Chateado com você?

Ele parecia perplexo e eu me perguntei se ele estava confuso


sobre por que deveria ficar puto, e se eu devia esclarecê-lo.

Como era sempre o meu caso, a minha boca decidiu antes do


meu cérebro fazer e começou a tagarelar.

— Por não, hum... quando você foi tão legal comigo naquela
noite, e eu não liguei para dizer obrigado por ser tão legal, o
que não foi legal.

Seu rosto relaxou, seus surpreendentes olhos verdes ficaram


quentes e ele respondeu calmamente:

— Baby, ser seu porto seguro não significa ficar chateado,


quando você tem que fazer o que tem que fazer, quando você
acha que tem que fazê-lo. Também não significa ficar
esperando você explicar por que você fez o que tinha que
fazer. Ser seu porto seguro significa deixar você fazer o que
tem que fazer, quando você tem que fazê-lo e não ficar com
raiva.

Essa foi uma boa resposta.

E legal.

E doce.

Merda.

Ele deu-me um aperto, deixou-me ir, em seguida, andou em


torno de mim, passeando com seu corpo alto, elegante, de
membros leves, com a graça de um motociclista fodão, na
direção do meu sofá, dizendo:

—Você está se sentindo melhor, eu vou fazer o café da


manhã.

Eu não estava ouvindo, principalmente, porque estava


envolvida em observá-lo em movimento, abaixando e
recolhendo embalagens de doces de Natal, amassando-as em
seu punho. Enquanto estava ocupada com isso, eu também
queria saber como ele poderia ser todo alto e esguio,
membros leves, um motociclista fodão ao limpar embalagens
de doces de Natal. Além disso, como sempre fiz em torno de
Shy, mesmo quando eu estava com raiva, eu achava que ele
era todos os tipos de bonitões. Cabelo grosso, escuro, longo
demais. Mandíbula forte que era tão curta, que se projetava
um pouco nas articulações. Aqueles olhos verdes. As
tatuagens do Chaos no interior de seus antebraços. Os
pequenos medalhões de prata pendurados em finos cordões
de couro preto ao redor de seu pescoço. Na palma, tiras
pretas de couro em torno de seus pulsos que tinham grossas
bandas de prata perfuradas com insígnias. Os anéis de prata
nos dedos grossos.

Incrível.

Ele virou-se para mim — Tab, querida, você quer café da


manhã?

Eu despertei com um sobressalto e olhei para ele. — Café da


manhã?

— Sim, café da manhã. Você está se sentindo melhor, eu vou


fazer-lhe algum.

— Eu não tenho qualquer comida em casa — disse a ele e


suas sobrancelhas se ergueram.

— Você não tem comida em casa?

— Bem,— eu fiz um inventário mental rápido, imaginei que


ele não gostaria de atum ou feijões estilo fazenda no café da
manhã, em seguida, sugeri: — Poderíamos ter Pop –Tarts.

Seus lábios tremeram e ele balançou a cabeça. — Não tenho


certeza se Pop -Tarts são bons sentada nesta montanha de
doces de Natal . Vou levá-la para sair.

Minha barriga virou novamente.

Ele vai me levar?


Para o café da manhã?

— Perdão? — eu perguntei.

Ele jogou a bola de papel alumínio sobre a minha mesa de


café, que saltou para o outro lado, foi rolando pelo chão e
parou a poucos metros em frente à TV.

— Vou levá-la para tomar o café da manhã, — ele repetiu,


principalmente.

Meus olhos deixaram a bola de papel alumínio e seguiram


para ele.

— Uh... — Eu comecei então, percebi, por uma vez, a minha


boca não poderia continuar.

— Tab, querida. — Ele veio para mim. — Mexa-se. Uma vez


que você se vestir, nós iremos. — Ele fez isso para mim,
pegou minha mão e puxou-me para a entrada do corredor.

Ele nos parou lá e eu olhei para ele, ainda congelada.

— Vá,— ordenou suavemente. — Café da manhã.

Então ele colocou a mão na parte de baixo das minhas costas


e me deu um empurrãozinho.

Vendo que ele empurrou-me, porém gentilmente, e o impulso


do meu corpo estava levando-me ao fundo do corredor, eu fui
e corri para o meu quarto perguntando-me se poderia tomar
café da manhã com Shy, ou até mesmo se eu deveria.

Mas, o que importava era que ele tinha aparecido na minha


casa depois que eu não tinha falado com ele em seis
semanas, e ele não estava chateado ou jogou isso na minha
cara. Ele estava preocupado e queria me levar para o café da
manhã.

Então eu entrei no chuveiro, pensando que eu não só poderia


fazer isso, eu deveria.

Ele encarou a nossa história de frente, nos guiou em torno


dela, e, obviamente, com a forma como ele estava agindo,
tinha a intenção de manter-nos firmemente no caminho.

E Tyra estava certa. Ele era Chaos, um irmão, família. Ele fez
o que qualquer um dos irmãos faria naquela noite cuidando
de mim.

Sim, eu definitivamente deveria fazer isso.

Quarenta e cinco minutos mais tarde, eu decidi não só que


eu não deveria, mas eu não podia.

Isso porque, mesmo que eu tivesse depilado minhas pernas


ontem à noite enquanto me preparava para o assado de
porco, eu fiz isso de novo.

Eu também não poderia, porque eu peguei minha camiseta


favorita da Harley. Uma que foi enterrada em uma gaveta.
Uma que eu não usava há anos. Uma que vestia bem e desde
que ficou apertada em meus seios se tornou ainda melhor.

E, ainda mais, porque eu tinha em jeans desbotado, um cinto


rebitado fabuloso, e botas de salto alto, e afofei meu cabelo e
borrifei aquilo que fazia parecer praiano e fresco. Eu também
me maquiei, mesmo que não pretendesse. Eu tinha colocado
um pouco de maquiagem, apenas blush e rímel, mas eu
decidi por delineador. Então, decidi que delineador sem
sombra nos olhos parecia estúpido, então eu apliquei sombra
no olho. Depois de tudo isso, eu decidi que maquiagem não
parecia legal, sem acessórios adequados, então eu mergulhei
na prata e agora eu estava totalmente maquiada, arrumada e
(principalmente) enganada.

O que era estúpido (de novo).

E errado.

E isso significava que eu não deveria, não poderia ir tomar


café da manhã com Shy.

O problema era que ele estava esperando por quarenta e


cinco minutos, e eu sabia por experiência de vida que os
motociclistas não eram tão pacientes. Para corrigir o dano, eu
precisaria de uma roupa nova, uma limpeza no rosto e eu não
tinha tempo para selecionar uma nova roupa. Isso poderia
demorar pelo menos 20 minutos.

Por essa razão, eu sabia que tinha que fazer isso.

Ele estava sendo legal e doce.

Era apenas um café da manhã.

Então eu saí do meu quarto a fim de fazê-lo.

Eu virei à esquina no final do corredor e vi Shy apoiado em


seu braço no bar, de cabeça baixa, rabiscando um pedaço de
papel.
Meu primeiro pensamento foi que ele era canhoto.

Meu segundo pensamento foi que eu achei isso extremamente


interessante.

Meu terceiro pensamento foi que Shy parecia perfeitamente à


vontade em minha cozinha, como se tivesse estado lá dezenas
de vezes antes. Como se ele estivesse confortável lá. Como se
ele pertencesse ao lugar.

Merda.

Meu apartamento estava em um complexo decente que era


bem cuidado. No entanto, ele era velho, mas não tão velho.
Ele também era usado, mas não tão usado. E os aparelhos
não eram legais, mas eles não eram assim tão ruins.

Era um lugar tão bom quanto qualquer outro para esperar


até a minha nova vida começar. Eu não ia ficar lá por muito
tempo (ou assim eu pensava), o aluguel era conveniente,
então porque não?

Dito isto, eu mudei e tornei-o a minha cara com material


original que eu gostava, e tive que admitir que estava
confortável lá. Era pequeno, acolhedor, tomava muito pouco
tempo para limpar, e era perto do hospital e do Chaos.

Jason vivia em uma casa de três quartos, que ele comprou


para morarmos juntos quando as nossas vidas começassem.
A casa da cidade não era usada ou velha, e os aparelhos
eram incríveis.
Jason tinha crescido no subúrbio de Denver, seus pais e uma
de suas irmãs ainda moravam lá. Ele nunca teve nada velho
ou usado. Sempre que algo ficava muito velho ou quebrava,
seu pai o substituía.

Jason odiava meu apartamento. Não frequentemente, mas


vezes o suficiente para fazer seu ponto, quando estávamos
abraçados no sofá assistindo TV ou quando estava sentado
em um banquinho no bar assistindo-me arruinar o jantar, ele
diria algo como:

— Não posso esperar até que possamos tirar você deste


buraco.

Não era um buraco. Era velho e gasto, mas não era um


buraco.

Jason pensava que era um buraco.

Olhando para Shy encostado no balcão, não parecia que ele


achava que minha casa fosse um buraco. Não parecia que ele
achava qualquer coisa, exceto o que ele estava rabiscando no
papel.

— Nós vamos ao Racine na minha moto, — ele murmurou,


sem olhar para cima. — Tug trará seu carro de volta mais
tarde. Quando voltarmos, vamos pegá-lo e levá-la para o
mercado. Eu fiz um inventário e sério, Tab, você precisa
abastecer-se.

Isso foi quando ele levantou a cabeça e olhou para mim. Duas
batidas depois que seus olhos alcançaram meu rosto, eles
moveram-se sobre o meu cabelo antes de irem para baixo, em
seguida, eles voltaram. Eles fizeram isso lentamente, com
certo olhar neles que fez minha barriga virar novamente.

No caminho de volta para cima, vi um músculo saltar em sua


mandíbula.

Ok, talvez eu não devesse fazer isso.

Seus olhos estavam em outra corrida para baixo, preso ao


redor da área dos meus seios quando eu me forcei a dizer: —
Racine?

Seus olhos mudaram de direção e encontraram os meus. Ele


se afastou do balcão, puxou a folha de papel fora do bloco e,
empurrando-a no bolso de trás, ele disse: — Sim, Racine.
Pronta?

Isto me pegou, em seguida, ele disse que estava me levando


para Racine em sua moto.

Eu gostei disto.

Primeiro, Racine era incrível, especialmente para o café da


manhã.

Em segundo lugar, ele estava levando-me em sua moto.

Eu tinha que admitir, mesmo que me matasse isto era algo


que eu sentia falta com Jason.

Motos.
Eu adorava andar na parte de trás de uma moto, sempre fiz.
Adorava o rosnar dos escapamentos das Harleys. Eu amava
até mesmo olhar para elas.

Jason não gostava de motos, e enquanto nosso casamento


aproximava-se, eu tinha começado a planejar como falaria
com ele sobre ter uma.

Eu não tinha realizado grandes avanços com meu plano.

Isso porque ele declarou certa vez, embora suavemente, — Eu


sei que era a sua vida, querida, como você cresceu. Não é
apenas uma coisa minha e, sem ofensa para a sua família,
mas também não é realmente seguro.

Bem, ele estava em um carro quando morreu, então,


aparentemente, eles também não eram realmente seguros.

— Tab, querida, você está pronta? — Shy perguntou, e eu


olhei para ele. Ele aproximou-se durante meu pequeno
transe, mas ele deu uma olhada para o meu rosto,
aproximou-se e perguntou em voz baixa: — Ei, você está
bem?

Eu dei uma respirada forte, balancei a cabeça e respondi: —


Eu vou estar quando eu estiver na parte de trás de sua moto.

Seus olhos moveram-se sobre o meu rosto, em seguida, seus


lábios abriram-se, e, por fim, ele pegou minha mão e moveu-
nos para a porta.
Ele segurou minha mão enquanto íamos para sua moto. Ele
montou. Eu montei. Sua Dyna Glide rugiu para a vida, e eu
descobri que estava certa.

Eu estava bem agora que estava na garupa de sua moto.

Eu fiquei melhor ainda quando o vento corria pelo meu


cabelo, minha frente apertada em suas costas, meus braços
ao redor dele, sentindo as mesmas coisas que senti quando
ele veio e tirou-me de apuros à seis semanas atrás.

Livre.

Certo.

Eu não deixei a minha mente correr para o quão livre e certa


eu me senti, ou por quê. Eu apenas deixei-me sentir, deixei o
vento afastar minhas preocupações, deixei o som dos
escapamentos abafarem qualquer coisa na minha cabeça.
Agarrei-me e aproveitei o passeio.

Nós chegamos ao Racine´s muito cedo. Shy estacionou, eu


joguei uma perna por cima, ele jogou a perna dele e agarrou a
minha mão. Ele a segurou enquanto caminhamos para o
restaurante, e continuou segurando-a enquanto nos
mostravam nossa mesa. Ele só me deixou ir quando
estávamos sentados.

Nós recebemos nosso café e fizemos nosso pedido, antes que


Shy falasse.

— Então, o que foi aquilo? — questionou.


Eu abaixei minha xícara de café sobre a mesa e perguntei de
volta: — O que foi o quê?

— Você se sentindo uma merda, — disse ele. — Dor de


cabeça, gripe, o quê?

Olhei-o nos olhos e decidi pela honestidade.

— Não foi nada. Tyra usou desculpas. Eu só não estava


pronta para um assado de porco e não me sentia bem com
alguém cutucando e incitando sobre por que eu não estava
pronta para um assado de porco. Então, eu fiquei em casa.

Ele segurou meus olhos por uma batida e disse em voz baixa:
— Isso é legal.

Era legal que ele achava que era legal.

Ele era simplesmente mais do que legal.

E doce.

Ele sendo tão legal e doce, eu decidi que era hora então de
dar isso a ele.

— Agora que estou com você, eu só queria dizer que,


tardiamente, obrigado por largar tudo e ir me pegar naquela
noite. Você... eu... bem, eu precisava sair naquela noite de
algum modo, e acabou indo para o lado errado, e você estava
lá para mim. Eu... todo mundo... bem, eu precisava ficar
bêbada, jogar sinuca e cantar canções de musicais e você fez
aquilo de forma segura para mim. Era o que eu precisava, e
desde que você me deu isso, eu queria dizer obrigado e
agora... bem, agora eu posso. Então, obrigado.
Pronto.

Bom.

Eu finalmente tive a chance de dizer o que precisava dizer, e


embora eu, principalmente, gaguejei, eu ainda disse e estava
feliz por isso.

Shy tomou um gole de seu café, colocou a caneca sobre a


mesa, se encostou, olhou para mim e começou a balançar
meu mundo.

— Fico satisfeito por ter dado isso a você, Tabby. É o que você
precisa, é o que eu estou aqui para lhe dar. Saiba disso. Eu
gostaria de ter tido alguém para me dar uma coisa assim,
quando meus pais foram assassinados, então eu estou feliz
que pude dar a você.

Felizmente, eu não estava tomando um gole de café ou eu não


só teria cuspido sobre ele, mas eu também teria engasgado.

— Perdão? — Eu sussurrei e sua cabeça virou um pouco,


mas seus olhos se acentuaram em mim.

— Você não sabia? —, ele perguntou.

Inferno que não, eu não sabia.

— Não, eu não sabia, — eu respondi em voz alta.

Ele olhou para o lado e murmurou: — Os irmãos não


compartilham.

Os irmãos certamente não compartilham.


Eu não disse isso, eu fiquei em silêncio.

Shy não.

Ele me contou sua história de cortar o coração.

— Véspera de Ano Novo, eu tinha doze anos. Meu irmão e eu


estávamos na casa da babá para passar a noite lá, pois meus
pais iriam sair. Mamãe estava em casa se arrumando. Papai
estava na loja de bebidas pegando uma garrafa de
champanhe. Um cara veio para roubar a loja, atirou no
funcionário e no meu pai. Pegou o dinheiro da caixa
registradora, a carteira do funcionário, a carteira do pai e
chaves e levou o carro do meu pai. Não sei ao certo, mas eu
acho que ninguém tem uma sorte tão fodida, então eu acho
que também que não foi um caso aleatório que algum outro
filho da puta matou minha mãe. Em outras palavras, é lógico
o mesmo cara usando a carteira de motorista do meu pai,
encontrou nossa casa, usou sua chave para entrar. Ele
entrou, atirou na minha mãe, levou tudo o que podia colocar
em nosso carro, e foi embora. Os policiais deram uma batida
na espelunca onde ele penhorou alguns dias mais tarde.
Encontraram o nosso carro, três semanas depois a dois
estados de distância. Nunca o encontrei.

Minha respiração era superficial, quando ele acabou, mas eu


forcei através dela.

— Deus, Shy. Deus. Eu não sabia. Isso é uma merda,


enorme, tão grande que é impossível medir o quão grande que
é essa porcaria, é enorme.
Ele sorriu.

Sim, eu disse sorriu.

Através de seu sorriso, ele disse — isso praticamente cobre


tudo, doçura.

Eu ignorei o sorriso que sabia, por experiência própria,


escondia sua dor e tagarelei:

— O que... quero dizer, você não tem que falar sobre isso, se
você não quer, uh... você não tem que me dizer, mas o que
aconteceu depois? Com você e seu irmão.

Ele inclinou-se mais para trás em sua cadeira, ajustando os


quadris, assim suas pernas se abriram para o lado. Ele as
esticou e cruzou-as nos tornozelos, casual, fresco, como se
isso fosse uma conversa qualquer.

— Mamãe e papai, Lan, meu irmão, e eu éramos ligados. O


papai era legal, mas não na sua frente, a mamãe era incrível.
Você está certa, foi uma foda enorme que eles se foram e,
depois, o irmão de meu pai levou-nos. Ele era legal, muito
parecido com o papai. Meu irmão e eu gostávamos dele. Nós
não entendemos até mais tarde, que havia um monte de
coisas sobre ele não pareciam com o pai.

Isso, pensei, não era um bom começo.

Shy continuou falando e descobri que estava certa.

— Minha tia não era legal. O papai a odiava. Mamãe a


detestava. Disse diretamente na nossa cara, na minha e na
de Lan, que ela era uma vadia. Minha tia odiava-nos por
estarmos lá e ela não tinha problemas em deixar-nos saber.
Agarrada em seus dois pirralhos de merda, agia como se Lan
e eu tivéssemos roubamos a última fatia de pão que a família
poderia ter e chateou-se com isso —Ele inclinou a cabeça
para mim. — Sua mãe, a vi por aí, Tab, antes de Tack parar
de cuidar de sua merda. Ela é uma cadela total. Minha tia faz
sua mãe parecer com a mãe do ano. Ela era implacável. Ela
tinha veneno suficiente para mil cobras e não tinha medo de
atacar.

— Isso é uma merda também,— notei, então, terminei, —


também enorme.

Ele sorriu de novo e aquele sorriso , assim como o primeiro,


diante de nosso assunto deixou-me inquieta. — Você está
certa sobre isso também, querida.

— Eu não sei o que dizer, — disse a ele, e eu não sabia. Quer


dizer, eu realmente queria dizer algo, eu simplesmente não
sabia o que.

Ajustou-se na cadeira, colocou as pernas debaixo da mesa, e


inclinou-se para mim, o tempo todo com os olhos presos nos
meus.

— Nada a dizer, Tabby. A vida foi uma merda. Perdi minha


família, anos mais tarde, encontrei uma nova. Então, a vida
não foi mais uma merda.

Ele estava falando sobre sua vida, mas seu ponto era claro.
Minha vida era uma merda. Perdi Jason. Mas um dia, a vida
não seria mais um merda.

Ele estava certo, e Tyra também estava.

Perder Jason, morrer com a sua idade e três semanas antes


de nosso casamento, foi uma droga enorme. Tão grande que
era impossível de medir.

Mas o tempo passava e, se eu tivesse sorte, a vida não iria ser


uma droga mais.

Para expressar a epifania a que ele me levou, eu sussurrei —


Certo.

— Certo, — ele sussurrou de volta.

Nossa comida chegou.

Era hora de comer e nos livrar da conversa pesada, e eu


sabia que Shy concordava, porque ele endireitou-se, então eu
fiz também.

Eu estava cortando meus ovos quando isso ocorreu-me.

Eu nunca deveria ter tido dúvidas sobre sair com Shy, pois
Shy era Chaos. Eu era Chaos. E Chaos era família.

Assim sendo, sair com Shy estava certo, porque ele era da
família.

— Obrigado por arrastar o meu rabo para o café da manhã,


Shy Cage, — eu murmurei para meus ovos, em seguida,
enfiei alguns em minha boca.
— Foi um prazer que você arrastou seu traseiro para vir
comigo, Tabitha Allen,— Shy murmurou de volta. Eu levantei
meu olhar para ele e vi seus incríveis olhos verdes quentes e
sorrindo para mim.

Eu mastiguei, engoli e informei-o:

— Só que, espero que você saiba que você está pagando a


conta.

Shy soltou uma gargalhada.

O som era bonito.

Bom.

Certo.

E mais uma vez, eu estava certa, isso era certo, isso era bom.

Isto era família.


Capítulo 4

Vamos Dar Uma Volta

Dois meses depois...


Eu entrei como um furacão pelo estacionamento do hospital e
esfaqueei o meu celular.

Eu o coloquei em meu ouvido, ele tocou uma vez, então ele


disse o que sempre dizia quando me atendia.

— Doçura.

— Onde você está? — eu rebati.

Silêncio por uma batida então, com humor em seu tom que
eu sabiamente decidi ignorar, Shy perguntou:

— Onde você quer que eu esteja?

— Minha casa para o jantar. Vinte minutos. E eu não me


importo com que gosto se parece, Shy, você vai comê-lo e
você não vai ter dor de barriga por causa disso.

— Sua casa. Vinte minutos,— ele concordou, ainda com


humor em seu tom, que eu continuei sabiamente ignorando.

Em seguida, ele desligou.

Enfiei minha chave na porta do carro e o abri.


Eu só me senti melhor quando virei à chave na ignição e ele
ronronou à vida.

Meu pai me deu meu carro, ele restaurou-o para mim, e ele
ainda mantinha-se ronronando para mim. Ele fez isso com
amor, em linha reta desde os meus dezesseis anos até agora,
e ele iria fazê-lo até que ele não pudesse levantar uma chave
de fenda mais.

Toda vez que ela ronronou à vida, lembrava-me que ele fez
isso, e me sentia melhor.

Eu agarrei-me a esse sentimento todo o caminho para casa,


mesmo que minha mente se encheu com os últimos dois
meses.

Nesse tempo, eu tinha me aproximado muito de Shy.

Isto foi em parte, porque ele não me tratava como frágil como
todos os outros faziam. Shy tratou-me como eu era, e
enquanto os dias passavam com Shy na minha vida, eu
sentia-me cada vez mais eu, do que me senti em muito
tempo.

Isto também ocorreu, porque houve momentos em que


precisava ser tratada com fragilidade e com um agudo senso
de que era um pouco estranho (e algo que eu estava
enterrando no meu poço de negação, um lugar que eu criei
depois do café com Shy, que estava vendo um monte de ação
nos dias de hoje), Shy sabia quando eram aqueles momentos
e tratava-me como tal.
Duas vezes. Eu adormeci em seus braços chorando sobre
Jason.

Duas vezes. Eu acordei quando ele pegou-me, embalando-me


e levando para a cama.

Eu senti isso quando ele deitou-me. Eu senti quando ele


puxou os lençóis sobre mim. Por fim, eu senti (mas, estava
enterrada no meu poço de negação), quando seus lábios
roçaram meu cabelo e ele afastou-se.

A propósito, eu também estava enterrada no meu poço de


negação quando como me senti ao ser carregada e,
essencialmente, enfiada na cama por um cara quente.

Desde que nos aproximamos, não é necessário dizer que


passamos muito tempo juntos. Ele veio e eu arruinei o jantar,
conversamos, então nós assistíamos a TV. Fui para o
Complexo e jogamos bilhar ou sentávamos no sofá, falávamos
pelos cotovelos e às vezes riamos, ou sentávamos no bar com
alguns dos caras e jogávamos conversa fora.

Nós não nos víamos todos os dias, apenas quatro, cinco vezes
por semana, mas nos falamos todos os dias no telefone, às
vezes mais de uma vez, apenas checando, batendo papo. Shy
mantendo o dedo no meu pulso (algo que também estava
enterrando no meu poço de negação).

Com a ajuda de Shy, eu estava voltando para minha vida, e


estava curando da perda de Jason. Eu não pensava nele a
cada minuto, os momentos em que me sentia vazia vinham
com menos frequência, e os momentos que sorria ou mesmo
ria estavam vindo com mais freqüência.

À medida que os dias passavam, com Shy neles, também


estava percebendo, de uma forma que não poderia enterrar
no meu poço de negação, que tinha sido um longo tempo
desde que eu estava sendo eu, realmente eu, antes mesmo de
Jason morrer.

Eu também estava lembrando coisas. Como quando eu


peguei Jason encarando um cabelo muito longo na minha
camiseta Harley na minha gaveta, com o rosto inexpressivo,
mas o tempo que ele demorou, dizia muito e agora eu estava
começando a entender, o que antes eu me recusava a
reconhecer. Eu também lembrei momentos, como quando
estávamos sentados do lado de fora de um restaurante e uma
moto passava, eu observava, ouvia o escapamento e quando
elas desapareciam ao longe, eu encontrava seus olhos em
mim. Eu sabia que meu rosto estava melancólico e seu olhar
era contemplativo.

Tendo estas memórias, eu perguntava-me se Jason


perguntou-se se havia alguma parte de mim que eu estava
enterrando, que acabaria por emergir e, sem Jason vivo,
respirando, andando, falando, colocando suas mãos e boca
em mim, tornando-se tudo de bom, eu estaria perguntando a
mesma coisa também.

Ele nunca havia julgado, nunca agiu como se eu fosse


alguma coisa ou alguém, mas alguém que ele queria. Ele
ficava legal e confortável em torno de Papai e Tyra, Rider,
Cut, Rush, Dog, Big Petey, qualquer um associado com a
minha família, ou ao Chaos.

Jason não me obrigou a não ser eu. Era eu que estava


negando o meu mundo, minha vida, a fim de viver com Jason
e eu perguntei-me se em algum lugar dentro dele, ele sabia
disso.

Papai sabia e estava preocupado com isso. Antes de Jason


morrer, ele conversou comigo sobre isso, compartilhando que
não era uma escolha fácil sair do mundo que você conhecia e
viver em outro.

Mas, então, eu tinha Jason e ele era a pessoa certa para mim.
Eu sabia. Eu não tinha perguntas, dúvidas, nem uma única.
Então, não repensei minha decisão, porque sabia que era o
caminho certo.

Agora queria saber e isso me incomodava, essas perguntas,


essas dúvidas vieram à tona quando ele se foi.

Na volta para casa, enquanto minha mente vasculhava os


últimos dois meses, não estava focada apenas em
pensamentos felizes sobre Shy ou eu voltando a ser eu, mas
também, não estava com pensamentos sombrios de dúvidas
sobre Jason.

Eu estava tendo pensamentos chatos sobre o trabalho.

A vida era a vida e continuava, mesmo quando você estivesse


lutando para lidar com a porcaria que te atingiu, e às vezes
lhe batia com mais porcaria, antes de estar pronta para isso.
E, atualmente, a minha vida estava me batendo com mais
porcaria.

Ou seja, o Dr. Cabeça Dura.

Nós tínhamos um médico no hospital que era mais idiota do


que a média dos babacas. Tanto assim, que ele ganharia o
titulo de — Babaca do Ano — se houvesse uma competição, e
eu tive um desentendimento com ele naquele dia.

Quando Shy apareceu na minha casa, eu ainda estava


irritada, girando em torno na minha cozinha, rock tocando
alto do meu aparelho de som.

Ele usou a sua chave. Eu não lhe dei uma chave, ele
confiscou uma, a fim de travar a porta na primeira noite que
me levou para a cama após o acesso de choro.

Eu também não pedi ela de volta.

Seus olhos encontraram-me. Eu olhei para ele e então, eu


sabiamente ignorei seus lábios curvando-se, mesmo quando
seus olhos foram para o chão, sem sucesso, escondendo o
seu sorriso de mim.

Ele achava que era divertido quando eu ficava irritada.

Eu não achava nada de engraçado nisso.

Suas pernas longas levaram seu elegante e esguio corpo para


meu som e ele abaixou o volume a partir do dez até cerca de
um três, um movimento que era tão anti motociclista fodão,
que se seus irmãos soubessem que ele fez isso, eles
provavelmente o jogariam para fora do clube.
Uma vez que fez isso, ele moveu-se para minha geladeira de
onde tirou duas geladas, tirou as tampas e colocou uma ao
meu lado. Então, ele passeou ao redor do bar, sentou seu
traseiro em um banquinho, e nivelou seus belos olhos verdes
com aros de cílios grossos escuros para mim.

Antes que ele pudesse dizer uma palavra, eu anunciei:

— Nós vamos comer hambúrgueres, porque ninguém pode


arruinar hambúrgueres, até mesmo eu. — Agarrei a cerveja
que ele me pegou e dei um gole.

Quando eu a deixei cair e olhei para o rosto dele, eu sabia


que ele discordava. Seus olhos brilharam com humor, e ele
apertou os lábios. Ele tinha comido minha comida. Ele sabia
que eu poderia estragar qualquer coisa. Era a sua vez de agir
com sabedoria, porque, apesar de seus olhos discordarem,
sua boca ficou fechada.

Então ele a abriu e disse: — Fale comigo.

Peguei o sal, comecei a jogar no monte de carne moída na


tigela, aceitei seu convite e gritei: — Veja isso! Dr. Cabeça
Dura escreveu uma ordem errada no quadro, o que significa
que eu administrei uma dose mais alta da medicação do que
era necessário ou até mesmo saudável. Então, quando tudo
deu errado, eu o ouvi dizendo ao administrador do hospital
que, apesar de a dose estar errada no quadro, ele
verbalmente me deu uma ordem com a dosagem certa e eu
tinha administrado à errada, o que Shy, ele... não... fez. — Eu
bati o sal para baixo.
O músculo na mandíbula de Shy saltou, o que era uma
tendência a fazer quando ele estava chateado, o que
aconteceu muitas vezes quando eu estava reclamando sobre
Dr. Cabeça Dura.

Eu agarrei a pimenta e comecei a jogar ainda reclamando.

— Felizmente, o erro não foi tão ruim que terminou em


trauma, lágrimas, ações judiciais e perda de emprego, apenas
as explicações desconfortáveis e eu guardando meu desejo de
cometer um ‗medicocídio‘, mesmo assim!

Eu terminei minha última palavra em uma nota estridente,


bati a pimenta para baixo, agarrei o alho desidratado picado e
voltei a temperar e tagarelar.

— A administradora do hospital sabe que ele é um idiota. Ela


falou comigo por tipo cinco segundos, antes de balançar a
cabeça e sair. Ainda assim, foi uma dor na minha bunda.

— Tab — Shy começou, mas fui direta sobre ele.

— Não se preocupe. Está tudo bem. Não só o administrador


sabe que ele é um idiota, todo mundo sabe que ele é um
idiota. Mesmo os outros médicos acham que ele é um idiota,
embora não diriam isso em voz alta. Isso é como um grande
idiota que ele é. E não importa o que ele diz, quando as
coisas saem errado, o que vale é o que está no quadro. Ainda
assim, eu não gosto da idéia de como isso poderia ter saído
mal. Ok, com certeza, se a dose fosse loucamente errada, eu
iria notar e questioná-lo antes de administra-la, assim o mau
nunca seria tão ruim. Ainda assim, não tão ruim, como hoje,
não é bom.

— Doçura — Shy tentou de novo, com os olhos na tigela, mas


eu continuei balbuciando.

— É só ele mentindo sobre mim. Isso me incomoda. Ok, tudo


sobre ele me incomoda, mas, hoje, esse é o topo da lista de
todas as 107 mil coisas sobre ele que me incomodam.

Seu olhar encontrou o meu e ele disse: — Baby, eu quero que


você reclame, desabafe sobre essa merda, processe isso para
que você possa seguir em frente e ter uma boa noite, mas
você está processando enquanto arruína o nosso jantar.
Tenho que dizer, eu prefiro quando você estraga o nosso
jantar rindo e sorrindo, não reclamando e furiosa.

Meus olhos abaixaram para a tigela e notei um não-pequeno


monte de alho sobre a carne moída.

Merda.

Senti o alho sendo retirado da minha mão e levantei minha


cabeça de volta para encontrar Shy perto.

— Deixe. Sente-se em um banquinho, beba cerveja e reclame.


Eu vou lidar com isso, — ele ordenou suavemente.

Eu balancei minha cabeça e dei-lhe um pequeno sorriso. —


Está legal, Shy, eu vou consertar.

Ele se aproximou e sua voz ficou mais suave quando repetiu:

— Deixe.
Eu enterrei a suavidade de sua voz no meu poço de negação,
juntamente com a forma como ele me fez sentir. Agarrando
minha cerveja, eu deixei e movi-me em torno dele e do bar
para arrastar minha bunda em um banquinho. Eu engoli a
cerveja enquanto Shy fez o seu melhor para agitar o alho na
pia.

— O que você vai fazer em relação a esse filho da puta? — ele


perguntou.

— Engolir esse sapo, — eu respondi e sua cabeça virou ao


redor para que ele pudesse olhar por cima do ombro para
mim com os olhos arregalados.

Eu entendi essa reação. Nós dois éramos Chaos. Não passou


despercebido por mim, que qualquer membro do Chaos
poderia levantar o Dr. Cabeça Dura em cerca de três
segundos.

Eu sorri para ele antes de lhe dizer: — Eu não posso,


exatamente, plantar uma bomba em seu carro .

Shy olhou para a carne, aquele músculo se movendo em sua


mandíbula, e eu sabia que ele estava puxando em seu banco
de memória para determinar exatamente como plantar uma
bomba no carro do Dr. Cabeça Dura.

Eu enterrei isso no meu poço de negação também.

— Shy — eu disse calmamente e ele se afastou da pia. Ele


voltou para o balcão na minha frente enquanto eu expliquei:
— Eu sabia que esse era o cenário quando comecei. Não é
um segredo que médicos podem ser Cabeças Duras. Eles não
avisam nos livros didáticos na escola de enfermagem, mas a
palavra fica ao redor. Tenho sorte, todos os outros médicos
com quem trabalho são grandes, sempre foram, mesmo na
escola de enfermagem. É só ele. Há sempre um.

— Você não come merda, baby — ele me disse.

Lambi meus lábios, seus olhos caíram para a minha boca,


aquele músculo pulsou em sua mandíbula novamente, e eu
enterrei instantaneamente no meu poço de negação.

— A vida pode ser uma merda, Shy, por isso, infelizmente, às


vezes você tem que comer, — eu disse a ele.

— Certo, correção —, ele retornou. — Você come merda até


cansar de comer merda e, depois você encontra uma maneira
para que não coma merda mais.

Eu sorri para ele.

— Ok, como é isso? — Eu comecei. — Eu como merda até eu


terminar de comer merda, então eu vou para o administrador
do hospital, compartilho minhas preocupações de forma
oficial, e espero.

As mãos de Shy estavam formando bolas enquanto seus


olhos permaneceram em mim e, mais uma vez, eu sabia que
ele não estava de acordo com a minha solução.

Quando ele não disse nada, eu continuei:


— Então, se um milagre acontece e ele é convidado a seguir
em frente, a vida será alegre e vou sorrir e rir enquanto
arruíno o jantar, em vez de reclamar e delirar. Está bom pra
você?

— Sim, doçura, funciona para mim — ele murmurou, e eu


não enterrei em minha cova de negação o quanto eu gostava
quando ele me chamava de doçura. Isto aconteceu
principalmente, porque era grande demais para caber no meu
poço. E esse poço foi escavado profundamente, não porque eu
estava enterrando profundamente as coisas, mas porque Shy
estava me dando muita coisa pra enterrar.

Ele empurrou o queixo na direção do corredor e ordenou: —


Vá, troque seu uniforme. Eu vou lidar com isso.

— Certamente, chefe motociclista — eu murmurei , sorrindo


para ele agarrando a minha cerveja e pulando fora do meu
banco.

Eu estava quase na entrada do corredor quando ele chamou.

— O que vamos ter para acompanhar isso?

Eu parei e olhei para ele. — Salada de batatas compradas na


loja e batatas tipo chips.

— Chips? — questionou.

— Chips — eu confirmei.

— Você tem batatas? — ele perguntou, e meu levantar de


lábios tornou-se um sorriso.
— Só porque você comprou para mim no outro dia — eu
respondi.

— Você tem óleo? — ele prosseguiu, e meu sorriso ficou


maior.

— Só porque você comprou para mim no outro dia.

— Então nós vamos ter batatas fritas — ele murmurou para


os bolinhos de carne.

— Fritas? — eu perguntei e seus olhos voltaram para mim.

— Fritas — ele respondeu.

— Batatas fritas caseiras? — Busquei informação adicional.

— Você tem batatas, óleo e uma faca. Tudo que você precisa
fazer é cortá-las, fritá-las, e, se você está se sentindo mal-
humorada, tempere-as.

— Para sua informação, motociclista chefe, eu estou me


sentindo mal-humorada — eu gritei minha ordem velada.

Shy sorriu enquanto colocava a carne na frigideira e se virou


para a pia, murmurando:

— Minha garota está se sentindo mal-humorada, ela vai ter


suas batatas temperadas.

Eu enterrei como isso me fez sentir também. Mesmo assim,


eu ainda caminhei para o meu quarto, sorrindo.
Eu troquei meu uniforme por uma camiseta velha do Mötley
Crüe e calça jeans rasgadas, e ainda sorria quando voltei
para a cozinha.

Shy estava dando-me de volta a mim. Ele estava guiando-me


para a cura. Ele estava fazendo-me companhia de uma forma
que eu gostava. Ele tratou-me como eu mesmo quando eu
precisava dele e ele tratou-me como frágil quando precisava
disso. Ele escutou-me lamentar sobre o trabalho. Ele
abasteceu meus armários. E ele me fez-me batatas fritas
caseiras.

Sério, eu poderia amar esse cara.

Eu cheguei à cozinha e Shy tinha o óleo pronto e uma


pequena montanha de batatas cortadas em uma tábua. Fui
até a geladeira, peguei duas novas geladas e coloquei uma em
cima do balcão ao lado dele, então me mudei em torno do bar
e sentei-me em cima do banquinho.

— Obrigada por me trazer de volta para mim.

Sim, foi o que saiu da minha boca, e eu sabia que minhas


palavras não foram uma invenção da minha imaginação
(infelizmente) quando seus olhos focaram em mim.

— Diga de novo, querida? — ele pediu.

Escapou. Eu tinha que explicar. E de qualquer maneira, este


era Shy. Ele havia provado ao longo dos últimos dois meses,
ele poderia agüentar isso, pegar qualquer coisa de mim e
lidar com isso com cuidado.
— Eu voltei a ser eu mesma — eu disse a ele. — E você está
ajudando-me. Há um longo tempo desde que eu tenho sido
eu mesma, somente eu. Eu estive pensando e percebi que,
mesmo antes de Jason morrer, eu estava enterrando partes
de mim.

Shy segurou meu olhar, algo trabalhando em sua mente que


eu não entendi logo, mas ele não disse nada, então eu
apressei-me no caso de ele entender errado.

— Jason não queria que eu enterrasse nada, só para você


saber. Ele não era esse tipo de cara. Fui eu quem enterrei.
Somente eu. Agora, olhando para trás, eu fico pensando se
isso viria à tona. Eu fico pensando se ele preocupava-se com
isso. Eu fico pensando se poderíamos ter .

— Pare com isso, querida, — Shy ordenou firmemente e eu


pisquei.

— Perdão?

— Da maneira que você fala, você estava naquele cara e ele


estava em você. Não faça perguntas que nunca terão
respostas. Você vai ficar louca com essa merda. Basta
lembrar que você estava com ele, ele estava dentro de você,
tudo era bom, e não estrague boas lembranças com
perguntas que não têm respostas e nunca terão.

Ele estava certo. Totalmente.


Minha cabeça inclinada para o lado e eu senti meus olhos
ficarem suaves quando perguntei: — Como você ficou tão
sábio?

— Tive um bom professor —, ele respondeu.

— Seu pai antes de morrer?

— Meu pai, antes de morrer e seu pai, quando o encontrei.

Eu respirei apertado.

Não passou despercebido por mim que Shy gostava do meu


pai, ele o respeitava, e eu adorava isso, porque era assim que
eu me sentia sobre o meu pai. Obviamente mais, já que ele
era meu pai, mas eu ainda amava que Shy sentia o mesmo.

Sim, eu totalmente poderia amar esse cara.

— Você acabou com a reclamação e não há nada a fazer


senão sentar lá e olhar para mim — Shy começou, — tire seu
traseiro deste banco, dê a volta e venha me ajudar com as
batatas fritas.

Eu acabei com as lamentações e provavelmente iria queimar


minhas retinas se olhasse para ele por muito tempo, então eu
sorri, puxei minha bunda para fora do banco, dei a volta e
ajudei-o com as batatas fritas.
— Doçura, você está acordada?

Abri os olhos e pisquei para a TV em branco.

Eu não sabia que horas eram, mas parecia tarde. O que eu


sabia era que adormeci com a cabeça no peito de Shy,
minhas pernas enroladas atrás de mim no sofá, o meu braço
apoiado sobre seu abdômen, seu braço em volta de mim.

A última coisa que eu lembrava era de ser sugada para uma


maratona de American Chopper.

Eu inclinei minha cabeça para trás e olhei para ele.

— Ei, é tarde? —, eu perguntei.

— Sim, você tem que trabalhar amanhã?— ele perguntou de


volta.

— Sim— eu respondi.

Ele acenou com a cabeça, me deu um aperto e deslocou-se


para levantar, mas meu braço em torno dele se apertou e ele
se acalmou.

— Por quê? — Perguntei.

— Por quê? — ele retornou.

— Por que você perguntou se eu tenho que trabalhar


amanhã?
— Vou dar um passeio, pensei que se você não tivesse que
trabalhar, você poderia querer vir comigo.

Ele estava indo para um passeio.

Eu queria ir com ele.

Eu queria ir com ele, porque eu gostava de andar de moto. Eu


queria ir com ele porque ele era Shy, e eu era eu, e isto era o
que fazíamos. Não era raro, não era frequente, mas ele
gostava de estar em sua moto e ele não hesitava em oferecer-
se para me levar com ele. Eu não hesitava em dizer que sim.

Isto, também, eu estava negando. Quanto eu gostava que ele


pedisse. Como eu gostava de ficar atrás dele, na garupa de
sua moto.

Eu me mexi, dizendo: — Eu vou pegar um sapato.

Ele me deu um aperto e seu punho entrou embaixo do meu


queixo, inclinando levemente a cabeça para olhar para ele de
novo.

— Tabby, baby, você tem que trabalhar. Está legal. Uma


outra vez.

Eu segurei seus olhos e respondi calmamente:

— Eu estou viva. Você está vivo. Tenho que trabalhar para


viver, então eu faço isso e vou ter que fazer por um longo
tempo. Mas, quando eu não estou trabalhando, eu estou
vivendo. Então, vamos montar.
Seus olhos se moveram sobre o meu rosto e, em seguida, um
processo lento, preguiçoso, sexy como o inferno, um belo
sorriso se espalhou em seu rosto por cerca de um milésimo
de segundo, antes que ele saísse do sofá, levando-me com ele
e colocou-me sobre os meus pés.

Então, olhando para mim ainda sorrindo aquele sorriso


inacreditável, ele sussurrou:

— Vamos montar.

Eu sorri de volta, saí, peguei meus sapatos. Shy segurou


minha mão todo o caminho para a sua moto e nós
montamos.

Durante muito tempo.

Isto.

Era.

O Paraíso.
Capítulo 5

Apocalipse

Dois meses e meio depois ...


— Você está louca?

Isso veio da minha melhor amiga Natalie, que não só fez a


pergunta, mas também estava olhando para mim como se eu
fosse louca.

Eu estava de volta. Totalmente de volta.

Eu era eu.

O que eu não estava era louca.

A vida ordenou-se, cresceu em um padrão em que eu gostava


do trabalho e da família, amigos e Shy.

Eu estava saindo novamente com Tyra, fazendo compras,


encontrando amigos para o almoço, passando tempo com os
meninos, agindo como uma louca, como eu costumava fazer.

Eu ainda encontrei tempo para me aproximar da família de


Jason, ver se havia relações lá para salvar.

Eu não poderia dizer que era próxima de sua mãe e irmãs,


mas eu gostava delas de uma forma que eu sabia que, se
tivéssemos o futuro que nós deveríamos ter, eu teria ficado
próxima delas. Embora, eu não gostasse muito de seu pai.
Ele era muito moralista para mim, e eu não gostava do jeito
que ele às vezes latia para Jason, fazendo Jason calar a boca,
e, posteriormente, Jason jogaria essa porcaria em mim. Mas,
sua mãe e irmãs eram legais.

Nós ficamos juntas depois da perda de Jason então,


naturalmente nos separamos, envolta em nossos nevoeiros
individuais de tristeza. Mas quando as coisas se assentaram,
estava claro que eles não queriam a ligação que eu tinha com
Jason e me cortaram fora, e eu senti o mesmo.

Foi tudo bem.

Minha vida com Shy não havia mudado. Nós víamos um ao


outro o tempo todo, eu arruinei o jantar, ele me levou em sua
moto, chamamos um ao outro com freqüência, e eu ri e sorri
ainda mais.

E tinham passado semanas, desde que eu tinha tido um


momento em que ele precisava tratar-me fragilmente e eu já
não me sentia vazia por dentro.

Isso não significava que os golpes da vida não continuavam.


Se eu passasse de carro por um restaurante onde Jason e eu
fomos, eu lembrava, e minha respiração me deixava. Ou eu
estava secando meu cabelo, olhava no espelho e lembrava
como Jason costumava chegar, abaixar a cabeça e beijar o
meu ombro. E ir para a cama e acordar só todos os dias, eu
ainda não estava acostumada com isso.
Mas, eu já não estava indo com a maré. Eu estava voltando à
vida, vivendo-a e não fingindo.

Assim, eu estava almoçando fora com Natalie e


compartilhando o meu plano.

Olhei em seus lindos olhos cinzentos, emoldurados por uma


impecável pele creme de pêssegos e um halo de cabelos loiro
acinzentado fabuloso com luzes espetaculares, e eu estreitei
os olhos.

— Você é — afirmou. — Você é louca.

Eu inclinei-me para frente.

— Eu não sou louca.

— Errado — ela declarou.

— Eu não disse que ia sair e caçar o homem que matou os


pais de Shy.

Esta foi a razão porque Natalie pensou que eu estava louca.

Embora, a maior parte do tempo, que Shy e eu estávamos


juntos, eu estava tagarelando, houve alguns momentos em
que ele falava. Ele compartilhou. Ele desabafou. Ele estava
tão confortável dando para mim enquanto eu estava dando a
ele.

Ele falou muito sobre os pais e o irmão, o que significava que


eles estavam em sua mente muito. Ele fez isso muitas vezes
rindo, gargalhando, natural, confortável, mas conforme o
tempo passava, eu vi que tudo isso era um ato.
Sua perda incomodava.

Não, isso não o incomodava. Estava claro que isto o estava


comendo por dentro.

Toda a sua conversa era compreensível sobre seu irmão. Ele


estava no Exército e baseado no Afeganistão agora, e eu sabia
que, apesar de Shy não dizer em voz alta, ele estava
preocupado. Eu nem o conhecia, mas, por Shy, eu estava
preocupada com ele também.

Era mais do que isso, no entanto. Ficou claro que eles tinham
uma boa família, mas foi uma família interrompida, e o fato
de que o cara que assassinou seus pais nunca foi capturado
e Shy, ainda falasse sobre isso, significava que ele não teve
qualquer encerramento. Ele não tinha deixado isso pra trás e
eu queria ajudá-lo a curar, seguir em frente como ele fez por
mim.

Então eu percebi que encontrar o cara, levando-o para a


justiça, se isso pudesse acontecer, ajudaria Shy a curar-se.
Ou, pelo menos, não faria mal.

— Não — Natalie cortou meus pensamentos, — você não vai


procurar o cara por você mesmo, mas isso não significa que
você não é louca.

— Por que encontrar aquele filho da puta é loucura? — Eu


rebati.

— Quantas razões que você quer? — ela retrucou.

— Cinco — eu retorqui.
Ela sentou-se em sua cadeira, levantou a mão com um dedo
estendido e disparou.

— Um, você está contratando Lee Nightingale e, menina,


você sabe, aquele cara teve livros escritos sobre ele. Eles
eram ficção, mas ele também está no jornal o tempo todo,
então nós duas sabemos que quem escreveu essa merda não
ocultou nada. Ele é o fodão para acabar com todos os fodões.
Ele é tão fodão, que ele é a maldita definição de fodão, e sua
equipe de fodões só existem para definir nuances alternados
da mesma coisa . Seu queixo levantou.

— Fodão.

— Isto é bom em um detetive particular,— eu apontei.

Natalie ignorou-me, levantou a mão novamente e agitou dois


dedos para mim.

— Dois, ele é o melhor do melhor, e o melhor dos melhores é


caro. Você recebe um bom salário como enfermeira, mas
mesmo assim, você também não tem esse dinheiro sobrando.

Eu tinha que admitir que essa era uma preocupação.

Quando me mudei para meu apartamento, meu pai e Tyra


surgiram com a mobília da minha sala de estar, os irmãos
compraram-me um aparelho de som assassino, e as mulheres
deles se uniram para equipar a minha cozinha com a
porcaria que eu poderia usar para arruinar a comida. Eu só
tive que comprar minha mesa de jantar, a mobília do quarto e
eu estava pronta para ir. Meu aluguel também era barato. E
Nat estava certa, eu tinha um bom salário. Eu não era uma
milionária, mas meu salário não era nada desprezível,
especialmente na minha idade.

Portanto, eu estava confortável.

Dito isso, eu estive pensando sobre este plano por um tempo,


e eu tinha ligado há mais de um mês para conseguir uma
consulta com Lee Nightingale da Nightingale Investigações, o
primeiro serviço privado de investigação de Denver, ou,
talvez, por sua reputação, do mundo. Eles atenderam-me,
mas minha consulta era na próxima semana. Isto era pra ver
como o cara era concorrido. E, geralmente, esse tipo de coisa
reflete nos honorários.

— Três — Natalie continuou e eu me concentrei nela.

— Eu não sei, é um palpite já que eu nunca fui estúpida o


suficiente para contratar um fodão, mas, eu diria que,
quando um fodão envia uma fatura e ele não recebe o
pagamento, ele fica irritado.

Outra preocupação que eu tinha.

— Talvez ele faça parcelas — sugeri.

Ela novamente me ignorou.

— Quatro e cinco, porque, garota, quando eu digo isso, você


vai entender que vale por dois números, você consegue
contratar Lee Nightingale, ele consegue encontrar esse cara,
e, Tabby, sabe Nightingale é tão bom, que esse caso poderia
ser frio como o Ártico, e ele ainda encontraria esse cara,
estamos falando de Shy Cage e Chaos aqui. O cara que levou
seus pais é desenterrado, ele vai ir como o apocalipse em sua
bunda. Estamos falando de levar esse cara para algum lugar
que ninguém conhece, brincar com ele por talvez anos, então,
provavelmente, joga-lo em um poço, regando-o com fluido de
isqueiro, e atear fogo nele como aquele negão frio como pedra
fez com a filha de Tig em Sons of Anarchy.

— O Chaos não é SAMCRO — eu devolvi, referindo-me a sigla


para o moto clube daquele programa de TV.

Ela levantou as sobrancelhas.

Eu decidi não discutir esse ponto.

Ela inclinou-se para frente e continuou.

— Tab, eu entendo. Minha menina está de volta e eu não


quero mandá-la de volta para aquele lugar escuro que você
está deixando para trás, mas Shy Cage não é um
fisioterapeuta. — Sua voz caiu mais silenciosa. — Em outras
palavras, garota, ele não é Jason.

Eu lambia o meu lábio superior e mexia na minha cadeira.

Natalie continuou falando.

— Se os pais de Jason fossem assassinados, você encontrou


o cara que fez isso, ele ia ficar na frente de repórteres e fazer
declarações de alivio sobre a justiça sendo feita. Você sabe,
não há nenhuma maneira que o filho da puta fosse
encontrado, Shy, que de repente você está estranhamente
ligada, e vamos falar sobre isso mais tarde —, declarou ela
ameaçadoramente. — E seu pai, eu vou esclarecer, uma vez
que Shy é um irmão e aqueles irmãos são todos sobre a
fraternidade, eles não vão perder a suas mentes fodidas de
motociclista fodão e deixar essa merda passar sem vingança,
eles vão pensar que uma vingança é necessária.

Ok, mesmo que eu estivesse pensando sobre isso por algum


tempo, talvez eu não pensasse sobre tudo.

— Ok, — eu comecei.

— Talvez eu possa fazer um acordo com Nightingale que ele


encontrará provas suficientes de que, quando esse cara for
preso, ele nunca sairá.

Natalie sentou-se, as sobrancelhas dispararam e ela gritou:


— Garota, você não assiste TV?

Eu olhei para ela.

Ela inclinou-se para mim novamente e disse;

— Esses caras têm ligações. Esse cara seria desmembrado


em cerca de dois segundos antes de algum preso que devia
favor ao Chaos, dê a palavra e ele tenha o nome daquele filho
da puta entalhado por uma faca.

Isto, também, provavelmente era verdade.

Inclinei-me para ela e admiti;

— Natalie, ele tem sido super legal comigo. Você está certa,
estamos muito próximos e ele fala sobre os pais o tempo todo.
Eu tenho que fazer alguma coisa.
— Agora, nós estamos falando sobre o que eu quero falar,—
ela me informou.

— Diga-me, que caralho eu estava fazendo na sua cozinha,


por quatro horas, na semana passada te ajudando a estragar
lote após lote de cookies, para obter um bom o suficiente para
dar a Shy Cage?

— Eu te disse, fizemos uma aposta, jogamos sinuca. Eu


perdi.

— Mentira— ela voltou e sacudiu a cabeça, os olhos


movendo-se sobre mim, seu rosto ficando mole.

— Tabby, eu te amo. Eu vi isso acontecer. Eu vi você se jogar


no poço de desespero quando perdeu Jason. Tomei esse
passeio fodido com você, e eu estou ardendo em cócegas
porque você está achando o outro lado e voltando a ser você.
E, querida, ouça isto, tem sido meses e é hora. Teias de
aranha estão crescendo nas suas partes de menina. Você
precisa voltar ao rodeio. — Ela segurou meus olhos e sua voz
caiu tranquila.

— Mas, não com Shy Cage.

Eu senti minhas costas endurecerem e disse a ela;

— Não é desta maneira.

— Você anda na garupa de sua moto?— ela perguntou.

Eu ignorei essa pergunta e disse novamente: — Nat, não é


assim.
Ela inclinou-se mais sobre a mesa.

— Ouça-me, Tab. Eu vou te dizer de uma vez e é um saco,


mas aqui está. Você sabe que eu não gostava de Jason.
Pensei que ele tinha um pau no rabo. Eu sabia que ele não
gostava de mim. Eu sei que era uma merda para você e eu
sinto muito. Não se engane, esse pedido de desculpas é direto
do coração. Olhando para trás, gostaria de ter agido diferente.
Eu não fiz e tenho que viver com isso, porque ele se foi. Sei
também, o tanto quanto eu odeio admitir isso, ele te amava.
Amava você como eu nunca vi. — Eu senti minha respiração
escapar e sua mão veio por cima da mesa para pegar a
minha.

— E, garota, queima em mim lembrá-la dessa merda, mas eu


tenho. Você nunca vai ter isso de volta. Acabou, ele se foi.
Ainda assim, mesmo ainda sentindo coisas boas por ele, isso
não significa que você não pode encontrar algo ainda melhor.
Você só tem que obter a sua bunda lá fora e olhar.

— Eu não estou pronta para isso —, eu disse a ela.

— Você está, — ela disparou de volta imediatamente e eu


comecei a ficar chateada.

— Eu estou? — Eu perguntei sarcasticamente, puxando a


minha mão da dela.

— Você sabe? Você perdeu seu noivo três semanas antes de


seu casamento e eu perdi um memorando?
— Não, eu vi minha melhor amiga suportar essa merda e
erguer-se completamente, mas você não pode ficar congelada
no processo e não vê-lo passar. Tem sido perto de um ano,
Tab. É hora de acabar esse processo. Quer dizer, garota, você
chegou ao outro lado e seguiu em frente, você não faz isso
pelos gostos de Shy Cage.

Senti um frio na barriga com a idéia de seguir em frente na


vida com Shy, que imediatamente transferi para o meu poço
de negação.

Então eu assobiei.

— Natalie, não é assim.

Ela balançou a cabeça, mas seus olhos nunca deixaram os


meus.

— Talvez não para você, mas esse menino é tudo sobre sexo.
Você acha que com você sendo toda atrevida, quente, doce e
engraçada, ele não está esperando pelo tempo de obter
retorno?

— Não —, eu cortei. — Eu não acho isso.

— Bem, você também sabe que eu tenho a oportunidade de


ficar ao redor de Chaos, e eu conheço Shy Cage. Eu o vi em
torno de um lote e, querida, ele fica em torno de um lote. Lee
Nightingale é a definição de fodão. Shy Cage é a definição do
cara.

— Ele é um irmão, ele é família —, eu atirei.


— Ele é um cara, Tabby, e você não pode esquecer isso. Se
ele está sendo legal com você, ótimo. Fico satisfeita que ele
está dando isso a você. Pegue-o. Você precisa da família.
Estou apenas dizendo para manter seus olhos abertos e ver o
seu coração. Ou, mais precisamente, cuidar do seu rabo,
porque se você não fizer isso, Shy vai batê-lo.

Revirei os olhos.

— Não é brincadeira —, afirmou.

Revirei os olhos para ela.

— Eu estou pensando que gostava mais quando você me


tratava como se eu fosse frágil.

— Dê um beijo de adeus —, ela retrucou.

Ótimo.

Tomei uma respiração.

— Nat, honestamente, nós somos apenas amigos —, eu


sussurrei e ela estudou-me.

Em seguida, ela sussurrou de volta: — Eu acredito em você.

Eu balancei a cabeça.

— Mas, você me entende?— Ela pressionou.

— Eu te entendo—, eu disse suavemente.

Ela sorriu.

Eu sorri de volta.
Então, eu endireitei-me e ela também, virando a cabeça e
chamando alto e rudemente a ninguém em particular, — Oi!
A conta!

Meu sorriso transformou-se em um riso.

Isso era Natalie. Barulhenta, rude, engraçada, acima de


qualquer coisa, sempre surpreendente e, principalmente,
sempre amando.

Eu só queria que ela estivesse disposta a ouvir conselhos, tão


facilmente como ela estava disposta a dá-los, e eu determinei
que durante o nosso próximo almoço, seria a minha vez de
colocar tudo para fora.

Desta vez, foi a minha vez de pagar a conta.

— Obrigado, Lenny,— eu falei para o homem sob o meu


carro.

— Sem problemas, Tab, será feito em cerca de meia hora, —


Lenny falou de volta.

— Legal — eu terminei e depois saí do vão da garagem da


Ride.

A parte boa de não guardar rancor contra Shy mais, era que
eu ficava mais na Ride, no Chaos, mais com os irmãos, mais
família e, obviamente, mais com Shy.
Eu também tenho troca de óleo grátis.

Eu estava indo em direção ao Complexo para ver se Shy


estava lá e se queria compartilhar uma bebida, quando eu o
vi.

Saindo do Complexo de mãos dadas com uma alta e forte


morena.

Meus pulmões começaram a queimar e meu corpo jogou-se


ao lado dos degraus de cimento que levava ao escritório, me
escondendo do casal.

Eu me agachei e respirava profundamente.

Que diabos?

Que diabos?

Ok, tudo bem, tudo bem.

Não. Não está bem. Não tudo bem.

Que diabos?

Levantei e espiei sobre as escadas em direção ao Complexo e


meus pulmões explodiram em chamas com o que vi.

Shy e a mulher encostados em sua moto. A mão dela no


quadril dele. A mão dele no pescoço dela. Suas bocas estavam
ligadas.

Eu empurrei para baixo e meus pulmões transformaram-se


em cinzas, eu lutava para respirar quando ouvi um rugido da
Harley, e pressionei-me contra o cimento ao lado da escada,
os olhos colados ao pátio para que eu pudesse vê-los passar,
Shy em sua moto, a mulher pressionada em suas costas.

Felizmente, a cabeça de Shy estava virada para o lado oposto


ao meu.

Com meu coração partido, o rosto dela pressionado contra


seu ombro.

Uma enorme onda quebrou em cima de mim, puxando-me


abaixo, arrastando-me ao redor. Eu não conseguia controlar-
me. Eu não podia voltar à superfície.

Eu estava afogando-me.

Eu cresci no mundo dos motociclistas e sabia.

Eu sabia.

Eu sabia como parecia um pedaço de rabo andando na


garupa de uma moto, e eu sabia como a mulher de um
motociclista parecia.

Aquela mulher não era um pedaço de rabo.

Ela era a mulher de Shy.

Eu ainda não tinha recuperado-me e outra onda caiu em


cima de mim, maior do que a primeira. Tão grande e
poderosa, que eu nunca poderia voltar ao topo.

Eu observei até que desapareceram e continuei observando,


tentando voltar à tona, pegar um pouco de ar.
— Pote de mel, que raios que você está fazendo? — eu ouvi
Big Petey perguntar.

Eu levantei da minha posição e virei para vê-lo caminhando


em minha direção, vindo de uma das baías.

— Hm... — eu murmurei, mas não poderia continuar.

Ele olhou para mim e preocupação tomou conta de suas


feições. — Você está bem?

— Uh... sim, — eu forcei a sair. — Ótima.

Ele olhou para mim, em seguida, disse: — Você se parece


com alguém que atropelou seu cachorro.

Oh Deus.

Seus olhos moveram-se sobre a minha cara: — Você parecia


assim quando...

Prendi a respiração. Pete parou de falar, em seguida, virou-se


para olhar para a entrada de Ride. Então ele examinou o
Complexo. Então, algo moveu-se sobre sua feição e olhou
para mim.

— Ele está a vendo por três meses.

Oh Deus.

Eu cerrei os dentes juntos para minha boca não cair aberta.


Senti-me como se tivesse levado um soco no estômago.

Três meses.

Shy a via por três meses.


Três meses!

Como?

Como ele estava vendo-a quando ele estava me vendo?

E por que ele não me contou?

Saí dos meus pensamentos febris, mas não fora da névoa de


dor que eu estava tentando negar, porque eu não entendia. O
que eu estava sentindo. Como era enorme. Quão profundo ele
bateu-me. Quanta dor que causou.

Não, eu fiz, mas eu estava enterrando-o.

A mão de Pete enrolou-se em volta do meu braço. — Vamos


pegar uma bebida.

Minha cabeça virou para trás para olhar para ele.

— Não, está tudo bem —Eu disse suavemente. — Eu estou


dirigindo —Sua cabeça caiu para baixo para se aproximar de
mim.

— Tabby, pote de mel, vamos pegar uma bebida. Prometo,


vamos mandar uma dose pra baixo, e nós vamos te tirar
daqui antes que eles voltem.

Ele segurou meus olhos e eu sabia que, como sempre, ele


estava olhando para mim, mesmo, neste caso (embora eu
estivesse negando isso), poupando-me de mim mesmo.

Pete era o avô que nunca tive.


O pai de meu pai estava preso, prestando serviços por duplo
homicídio. O pai o odiava, eu nunca o conheci e, vendo o jeito
que meu pai se sentia, eu sabia que nunca o conheceria.

O pai de minha mãe era um bom avô, mas ele não entendia a
vida de motociclista. Ele também não tinha problema de
partilhar isto com freqüência. Ele não gostava de sua filha
nesta vida, e ele não gostou quando pensava que foi meu pai
que a arrastou para isso. Antes do divórcio, quando
estávamos todos juntos , isso fez as visitas familiares não
serem nada divertidas, e eu era próxima do pai, então eu
realmente nunca perdoei vovô por ser um pé no saco.

Ele estava no Arizona agora com a minha avó, e eu nunca


mais os vi. Eles enviaram cartas e ligavam em aniversários e
Natais, mas eles estavam fora da família. Tanto é, por alguma
louca razão, eles não tiveram a capacidade de ligar e cancelar
o presente que compraram para Jason e eu. O presente e o
tiro no coração que isso trazia, chegaram cinco semanas após
sua morte, quando nós estaríamos voltando de nossa lua de
mel.

Então, para mim, foi Pete, sempre tinha sido Pete.

E, olhando em seus olhos, eu sabia que, uma vez que ele só


tinha uma filha, agora morta e sem netos, seria sempre eu.

Então eu peguei a mão que ele ofereceu e deixei que me


levasse para o Complexo.

Ele me deu um drink.


Ele também me tirou de lá antes que Shy voltasse com sua
mulher.
Capítulo 6
Amarrado em suas cordas

Duas semanas depois...


Eu subi as escadas para o meu apartamento, cansada como
um cão.

Eu estava exausta, porque tinha acabado de ter dois dias de


turnos dobrados sem parar.

Eu tinha um turno no dia seguinte também, e embora não


fosse duplo, eu precisava de uma pausa.

Pensar sobre amanhã me deixou ainda mais exausta.

E como estar cansada como um cão, não fosse o suficiente,


eu tinha esbarrado com o Dr. Cabeça de Pau naquele dia e foi
ruim.

A fofoca estava correndo solta no hospital, a enfermeira que


ele estava sempre pegando na despensa estava negando-lhe o
seu pedaço de rabo até que ele pedisse à sua esposa o
divórcio. Isso não o deixou feliz. Ele era o tipo de cara que
não estava feliz normalmente, mas ele era muito menos feliz
quando não estava tendo sexo regularmente, e uma mulher
tentando arrancar sua coleira só piorou as coisas.
Infelizmente, por alguma razão, ele estava despejando isso em
mim e (principalmente) só em mim. Eu tinha chamado a sua
atenção de alguma maneira. Talvez, porque eu era a
enfermeira mais recente e jovem na enfermaria, e carne
fresca. Talvez, só tivesse focado mim porque ele era um
babaca.

O foco constante de sua babaquice extrapolou naquele dia em


que ele descontou em mim na frente de um paciente. Isso não
era normalmente legal, mas na frente de um paciente
significava que eu não poderia me defender. Eu tive que
aguentar.

Então eu fiz e foi ruim.

Tão ruim que eu queria virar a cabeça para o paciente e dizer:


— Se você me der licença — dar a volta na cama e dar uma
joelhada nas bolas dele. Eu não fiz isso. Em vez disso, ele
terminou, caiu fora, e eu sabia que era tão ruim quanto
parecia, quando o paciente perguntou: — Você está bem?

Assegurei-lhe que estava, mas ficou estampado na minha


cara, que eu estava garantindo a uma paciente que estava
tudo bem quando era o meu trabalho me certificar de que ela
estivesse bem.

Eu estava cansada de sua porcaria. Eu estava simplesmente


cansada e o que tornou as coisas piores era que não tinha
nem mesmo Shy para conversar.

O trabalho estava uma merda. Não ter Shy era uma merda
maior ainda.
Tudo era uma merda.

Eu estive evitando-o durante duas semanas, não atendendo


suas chamadas, não retornando suas mensagens, não
passando na Ride e encontrando maneiras de ficar longe de
meu apartamento apenas no caso de ele aparecer.

Eu não sabia por que eu o estava evitando, mas eu disse a


mim mesma que estava fazendo isso, pois precisava colocar
minha cabeça no lugar.

Não, risque isso, eu sabia por que estava fazendo isso. Eu


apenas deixei inflamar aquele lugar fundo dentro de mim que
eu nunca, jamais visitaria.

Então, eu não tinha ninguém para conversar sobre a droga


do meu trabalho, e não tinha ninguém para conversar sobre
como me sentia sobre Shy, porque eu nem sequer admitia
para mim mesma como eu estava me sentindo sobre Shy.

Eu estava ferrada.

Eu também estava começando a pensar que era uma idiota.

Estes foram os meus pensamentos quando entrei em meu


apartamento escuro, tranquei a porta atrás de mim, deixei
cair à bolsa e as chaves sobre a mesa ao lado da porta, e me
movi através da sala escura para a lâmpada ao lado do sofá.

Eu a acendi e, então, deixei escapar um pequeno grito.

Shy estava sentado no sofá, longas pernas magras para fora,


os dois pés apoiados na minha mesa de café, braços
esticados para fora e descansando na parte de trás do sofá,
os olhos em mim.

— O que você está fazendo sentado no escuro? — eu


perguntei, minha mão em minha garganta.

— Você está me evitando?

Eu sabia o que ele estava perguntando. Eu não podia não


saber, mas não sabia como explicar isso a ele, então eu
congelei.

— Perdão?

Lentamente, oh, tão lentamente, ele ergueu as botas da mesa,


colocou-as no chão e puxou-se para fora do sofá. Igualmente,
lentamente, virou-se e trancou os olhos em mim.

Tudo isso foi muito assustador.

Ficou mais assustador quando a sua voz, baixa e


ameaçadora, veio para mim tão lentamente como ele havia se
movido.

— Você. Está. Me. Evitando? — Ele enunciou cada palavra


com precisão, e isso era ainda mais assustador.

—E u estive ocupada — eu disse a ele, e meu coração deu um


pulo quando vi um músculo saltar em sua mandíbula.

— Você cantou essa música antes, Tabby — ele me lembrou.


— Não gostei da última vez. Realmente não gosto agora,
porra.
— Estou em turnos dobrados. Uma enfermeira está doente e
outra está de férias —Isso era verdade, mas isso só explicou
os últimos dois dias e não as duas últimas semanas.

Shy estava longe de ser burro. Ele podia ver através disso e
me cobraria.

Ele não tardou em ver isso e me cobrou — Seu celular


quebrou? — perguntou.

— O quê? — eu perguntei de volta.

Ele se inclinou um pouco para mim e me custou um tanto


não me inclinar para trás. — O seu telefone quebrou?— Ele
repetiu, novamente com voz baixa e ameaçadora.

— Não — eu admiti.

— Então, explique, se você não está me evitando, você


recebeu um telefonema meu, por que não atendeu? E, Tab,
eu vou dizer isso agora para que você tenha tempo de sobra
para chegar a mais uma desculpa, quando eu deixar uma
mensagem, eu quero saber por que ela não é respondida.

Eu olhei para ele e ele olhou para mim.

Eu lambi o meu lábio superior, os olhos caíram para a minha


boca, seu rosto ficou duro e de repente parecia que um trovão
silencioso havia passado pelo quarto.

Foi então que eu soube que eu não aguentava mais.

— Eu sei sobre ela — eu sussurrei, e sim, aquilo saiu logo


para fora, e sim, soava como uma acusação.
— Diga de novo — ele pediu.

— Eu sei sobre ela. Sua mulher.

Suas sobrancelhas se ergueram. — Então?

Então?

Então?

— Então, você não me contou sobre ela — eu apontei.

— Desculpe, Tab, não sabia que precisava te informar sobre


quem eu fodia — ele disparou de volta.

Auch.

Isso dói, mas sem escolha, eu trabalhei com isso e me


recuperei.

— Somos próximos — eu disse calmamente.

— Não tão próximos — ele devolveu.

Auch, novamente.

Mas eu consegui, eu consegui totalmente, e não tinha escolha


a não ser passar por isso, então, com dificuldade, eu
ultrapassei. — Ok, Shy, eu entendo e é legal. Tudo isso é
legal. Você estava lá para mim e eu aprecio isso. Você ajudou
muito. Agora você está fora do gancho.

Seus olhos se estreitaram, a sensação de trovão voltou, e ele


cruzou os braços sobre o peito. — Estou fora do gancho?

Eu balancei a cabeça novamente. — Yeah. Eu... é... eu


entendo. É legal. Nós estamos bem. Eu entendo e eu quero
que saiba que aprecio tudo que você fez, mas você pode...
bem, você está de folga agora. Você pode fazer, uh... o que é
que você faz.

— Eu posso fazer tudo aquilo que faço — ele repetiu, e


desejava que ele não fizesse isso, repetir as coisas que eu
dizia. Estava me assustando.

— Sim.

— Deixe-me ver se eu entendi direito, querida. Você acha que


eu tenho uma mulher e você me põe de lado e, devo salientar
que está fazendo essa merda fodida em exagero. Você não fala
comigo sobre isso. Você não me liga. Você não atende meus
telefonemas. Você não responde minhas mensagens. Você
não está nem na porra da casa metade do tempo para que eu
possa vê-la. E, agora você me dispensa?

— Isso não é o que estou fazendo — eu respondi.

— Você não teve tempo para imprimir os papeis, mas,


doçura, você fez essa merda do mesmo jeito.

— Você não me contou sobre ela — eu o lembrei.

— E —, ele voltou em sua palavra afiada, eu estendi fora a


mão, começando a ficar irritada.

—Shy, você passou um tempo comigo enquanto você estava


gastando tempo com ela, há meses, e você não me contou?

— É o que parece —, ele respondeu e eu balancei minha


cabeça.
— Isso não é legal.

— O que não é legal é essa besteira, Tab. Você tem um


problema — ele se inclinou para mim, — você fala comigo.
Você tem algo a dizer — ele se inclinou mais perto, — você diz
isso para mim. O que você não faz é pôr a porra do meu
traseiro de lado.

Ok, porcaria, ele tinha razão.

— Certo, certo, Shy. Você está certo — eu concordei, — eu


deveria ter falado com você.

— Eu malditamente sei que estou certo, Tabby — ele ainda


tenso, ainda seriamente irritado.

— Eu concordo Shy — eu apontei.

— Não, você não concorda. Você está docemente achando que


eu vou recuar, quando você não respondeu a minha maldita
pergunta — ele disparou de volta, e agora eu estava com
medo e um pouco chateada, mas também confusa.

— Que pergunta? — eu disse.

— Eu tenho uma mulher, você descobre, por que diabos você


está me pondo de lado?

Uh-oh.

Isso não era bom, principalmente porque eu não tenho uma


resposta.

Não, isso não era verdade, mas a resposta estava escondida


lá no fundo. Tão profundo, que eu nem estava admitindo
para mim mesma, então, certamente, eu não poderia admitir
isso para Shy.

Portanto, eu contornei isso. — Eu só estou chateada que você


não me disse. Você escondeu de mim e não entendo isso.

— Ok, então — ele retornou imediatamente. — Você quer


isso, nós vamos pô-lo fora. Amanhã à noite, você vai
encontrar a mim e a Rosalie para jantar e verá por si mesma.

Isso veio como uma surpresa, instantânea, avassaladora, tão


grande que interiormente balancei para trás como se tivesse
sido golpeada no estômago.

Olhei para ele, incapaz de respirar, dor saturando o meu


sistema, e eu vi alguns dos flashes de raiva saírem de seu
rosto, assim como a preocupação tomava o lugar.

Ele não perdeu a minha reação.

Então, novamente, Shy nunca perdeu nada. Não quando


tinha a ver comigo.

— Você está bem? — ele questionou.

— Não — eu sussurrei.

Ele deixou cair os braços e deu um passo em minha direção.

Eu dei um passo para trás.

Ele parou e com a cabeça inclinada para o lado. — Você tem


uma cãibra?

Eu balancei minha cabeça. — Não.


— Tabby, querida, que porra é essa?

— Eu não posso fazer isso —, eu anunciei, sem saber de onde


essas palavras saíram, mas sabendo que elas vinham de
algum lugar profundo, e eu queria dizer cada uma delas mais
do que quis dizer qualquer outra coisa na minha vida.

Suas sobrancelhas se juntaram. — Você não pode fazer isso?

Eu balancei minha cabeça.

— Fazer o que? — Ele procurou esclarecimentos.

Eu levantei minha mão e acenei-a entre ele e eu. — Isto .

Seus olhos foram para a minha mão, em seguida, mudou-se


para o meu rosto, e ele perguntou: — Isto? Você e eu?

Você e eu.

Você e eu.

Nunca ia ser um ele e eu.

Minha barriga, torcida em nós, torceu mais apertada e a dor


era insuportável.

Ele olhou para mim, seus olhos movendo-se sobre minha


feição, e eu assisti no fascínio horrorizado com a dor como
seu rosto ficou terrivelmente escuro.

Então ele sussurrou: — Você tem que estar malditamente me


zoando.

Eu não sabia se eu estava zoando. Eu não sabia o que diabos


estava fazendo.
— Diga-me, Tab, que você está me zoando — ele exigiu.

— Honestamente, Shy, eu não sei o que estou fazendo — eu


admiti.

— Eu faço — ele grunhiu. — Você está parada aí me dizendo


que, anos, há malditos anos atrás, você estava interessada
em mim, eu fodi tudo, você guardou rancor, também por
malditos anos, você perdeu tudo, e só então me deixou entrar
novamente. Agora, você descobre que eu tenho uma vida sem
você nela, uma mulher, e você não pode lidar com isso. Por
malditos meses eu ouvi você falar sobre ele. Eu te segurei
enquanto você chorou por causa dele. Agora, você está me
fazendo essa merda?

Ele tinha um ponto sobre isso também.

Deus! O que eu estava fazendo?

— Shy— Tentei fazer controle de danos.

Eu falhei.

Espetacularmente.

O estrago foi feito, nenhuma forma de controlá-lo.

— Não — ele mordeu. — Você precisa desaparecer para pôr a


sua cabeça no lugar, Tabby? Você malditamente deve fazê-lo.
Isso funciona para mim. Eu não faço passeios que não gosto,
e apenas descobri que estava em um passeio que não sabia
que estava tomando, e eu não gosto disso. Então, coloque sua
cabeça no lugar Tab, mas você não volta para mim até que
tenha a cabeça no lugar. Não antes, querida. Eu não preciso
dessa merda na minha vida. Eu não vou vê-la passar através
dessa merda de caminho, amarrado a seus caprichos. Estou
cortando isso. Você vem a mim e você não tem a sua merda
resolvida, você quer colocar sua cabeça no lugar me
arrastando junto com você, você pode ir se foder.

Com isso, ele tirou as chaves para fora da calça jeans, torceu
minha chave fora do chaveiro, e meu coração torceu quando
ele a deixou cair sobre a mesa de café. Então, ele passou a
porta e bateu-a atrás dele.

Rigidamente, caminhei até a porta e tranquei.

Assim como rigidamente, caminhei até a minha cama e me


sentei na beirada.

Ouvi sua Harley rugir, e olhei para a minha parede sem ver,
enquanto ouvia como ela rugia até que não podia ouvi-la
mais.

Só então entrei em colapso, meu rosto em minhas mãos,


quando comecei a chorar.
Capítulo 7
Você não está partindo

Um mês depois...
Shy saiu de seu apartamento, trancou a porta e dirigiu-se
para as escadas.

Por estes dias, ele ficava por lá, vendo como Rosalie limpava e
também via que, uma vez que ele não tinha mais a despensa
de Tabby para encher, ele pegou na sua bunda e comprou
mantimentos para a sua própria maldita casa. Ele também
ficava por lá, porque Rosalie não era o tipo de mulher que
você transa em uma cama em um Complexo motociclista,
enquanto os homens estavam levantando o inferno na sala
comum ou estapeando bundas em quartos no corredor. Ela
era o tipo de mulher que você transa em um apartamento que
era dois níveis acima de um buraco de merda e que ela
mantinha limpo.

Ele correu pelas escadas, mudou-se para o sol e viu Roscoe


sentado em sua moto. Seu irmão estava lá porque tinha
alguns negócios na Chaos para resolver.

Shy ergueu o queixo, Roscoe ergueu o dele em retorno, e Shy


foi para sua moto.
Ele jogou a perna por cima e estava começando a dar partida
quando Roscoe falou.

— Merda, cara.

Shy virou a cabeça para Roscoe. — O que é uma merda?

— Tab, dando o fora para Cape Cod.

Essa queimadura atingiu o peito invadindo perigosamente


perto de seu coração. Uma queimadura que ele não sentia há
quatro meses. Uma queimadura que, ao longo do último mês,
ardia com profundidade. Agora, se espalhou para a vida e
chamuscou seus pulmões.

— Diga de novo —, ele pediu e as sobrancelhas de Roscoe


ergueram.

— Você não sabe?—, ele perguntou de volta.

— Não, eu malditamente não sei — Shy mordeu fora, —


Tabby está indo para Cape Cod?

— Como você pode não saber? Vocês dois são bem próximos.
Você não está transando com Rosalie, você está na casa de
Tab.

— Eu não sabia, Roscoe — ele cortou. — Ela está indo para


Cape Cod?

Roscoe assentiu. — Sim, irmão. Algum médico no trabalho


estava lhe fazendo merda, ela não aguentava mais, então
deixou o emprego. Ela está fazendo as malas, estocando suas
coisas com Tack e Cherry e caindo fora. Algum programa de
viagem para enfermeiras, contrato de seis meses.

A visão de Shy ficou nublada.

Ele não podia acreditar nesta merda.

Aquela vadia.

Essa puta.

Ela estava indo embora.

Deixando a sua família, deixando-o, deixando as pessoas que


tinham cuidado dela por todo um ano fodido.

Partindo.

Deixando-o.

— Não estou fazendo isso,] — ele rosnou mesmo antes de sua


moto rugir para a vida.

— Fazendo o que? — Roscoe gritou por cima do barulho do


escapamento e Shy olhou para ele.

— Isso. Nosso negócio. Você precisa de alguém como apoio,


chame Tug ou Snapper. Eu tenho coisas para fazer.

Antes que Roscoe pudesse dizer qualquer coisa, Shy arrancou


e saiu do estacionamento.

Em seu caminho para Tab, ele não fez um único esforço para
acalmar a sua bunda. Ele precisaria de tudo o que tinha para
não torcer o seu lindo pescoço quando chegasse lá e
despejasse nela.
Partindo.

Deixando-o.

Foda-se!

Dez minutos depois, ele parou fora de seu apartamento,


estacionou, desligou a moto, procurou por veículos que ele
conhecia.

A moto de Tack não estava lá, nem o seu Expedition. O


Mustang de Cherry não estava lá. O carro da amiga de Tab,
Natalie também não estava lá.

Mas, o carro azul elétrico que Tabby cuidava como se fosse


seu bebê estava lá, brilhando no sol.

O caminho limpo, Shy balançou fora de sua moto, correu


para a escada, subiu dois degraus de cada vez, e não hesitou
em bater com o punho na sua porta no instante em que
chegou lá. Ele também não parou de bater até que ouviu a
fechadura girar e a porta foi aberta.

— Jesus, Shy, qual é o problema? — Tabby retrucou, olhando


para ele.

Ele não a tinha visto em um mês.

Isso significava que era a saudação errada.

A forma de saudação errada.

Fazendo as coisas ainda piores, atrás dela tudo, menos o


mobiliário, estava embalado.
Lutando contra sua necessidade de explodir, ele entrou e
Tabby teve que sair seu caminho. Uma vez dentro, ele virou-
se para ela.

— Feche a porta, Tabby — ele ordenou.

— Shy, que-?

— Feche a maldita porta Tabby — ele gritou e viu o rosto


pálido quando ela fechou a porta e virou-se para ele.

— Ok, Shy, acalme-se. Vamos conversar — disse ela


suavemente.

— Você está partindo? — questionou.

— Eu... — ela hesitou, lambeu a porra do lábio e, Cristo, que


o atingiu direto no seu pau como sempre o atingia
diretamente em seu pau. — Sim, Shy —, ela admitiu. — Eu ia
te ligar na próxima semana. Falar com você. Contar-te o
que...

Ele a cortou: — Você não está indo embora.

Ela levantou a cabeça, em seguida, ela lhe disse: — Eu estou


Shy. Eu preciso de espaço para colocar minha cabeça no
lugar. O contrato está assinado .

— Você — ele a interrompeu novamente: — Não. Está.


Partindo .

Ela fechou a boca e olhou para ele.

Ele continuou falando.


— Você tem que colocar sua cabeça no lugar, você faz isso
aqui, onde eu posso chegar até você, e não em algum lugar
onde tenho que pôr minha bunda em um avião para chegar
até você. Você está me compreendendo?

— Mas, Shy — ela começou.

Ela não estava compreendendo-o.

— Você não está indo embora — ele repetiu.

— Eu tenho que ir o...

Ele se inclinou em direção a ela e rosnou, — Você não está


indo embora.

De repente, ela se perdeu, jogando as mãos para os lados, ela


perguntou: — Por quê?

— É por isso — ele cortou, percorreu os três passos que os


separavam, serpenteou um braço ao redor da cintura dela,
levou a mão na parte de trás de seu cabelo, e puxou-a em
seus braços.

Ele bateu com a boca para baixo sobre a dela.

Então, ele enfiou a língua entre os lábios e aí estava.

Cristo, aí estava, porra.

Esse gosto que ele tinha em sua língua por malditos anos.

Doce, Deus, tão fodidamente doce.

Linda.
Ele levou mais e ela deu-lhe, seu corpo fundindo-se ao dele,
ficando na ponta dos pés, os braços rodeando seus ombros,
segurando-o, uma mão deslizando para cima em seu cabelo,
segurando sua boca na dela.

Ela continuou dando-lhe e, assim, ele tomou ainda mais e


Jesus, o gosto dela, a sensação dela pressionada tão próxima,
o mundo se dissipou. Era mais inebriante do que qualquer
bebida alcoólica, um barato melhor do que qualquer porra de
drogas.

Fenomenal.

Melhor do que ele poderia imaginar. Melhor do que anos de


imaginar quão bom isso poderia ser.

O melhor que ele já teve.

Com apenas uma porra de um beijo.

Ele separou os lábios dos dela, mas segurou-a perto, a


excitação pulsando nos seus lábios quando disse mais uma
vez: — Você não está indo embora .

— Ok — ela respirou, e ele fechou os olhos, baixou a testa na


dela e respirou fundo para ganhar controle sobre a
queimadura em seu peito.

Quando ele conseguiu, ele abriu os olhos e olhou para ela.

Seus olhos estavam sem foco, nebulosos. Ela foi pressionada


contra ele, ainda segurando-o, a mão em seu cabelo.

Ele fez o mundo derreter para ela também.


Essa queimadura voltou, mas era diferente, e a mudança foi
brilhante pra caralho.

— Você está colocando sua cabeça no lugar aqui — exigiu.

— Ok — ela concordou em outro fôlego.

Foda-se, ela era bonita. Quente e bonita.

Era hora de falar com Rosalie.

— O que você está fazendo? — questionou.

— Não estou partindo — ela respondeu.

Boa. Ela estava entendendo.

— Então o que você está fazendo? — Shy empurrou.

— Colocando minha cabeça no lugar — ela respondeu.

— Quando tempo vai demorar?

— Duas horas.

Ele sentiu seus lábios se contorcerem.

Finalmente.

Porra, finalmente.

— Você tem duas horas, doçura, então você vem até mim,—
Shy exigiu. — O meu apartamento. Eu vou te enviar uma
mensagem com o endereço.

Seus belos olhos azuis prenderam os dele e ela sussurrou: —


Tudo bem.
— Duas horas, Tabby.

— Duas horas, Shy.

Sim.

Lá estava.

Porra, finalmente.

— Bem, baby, agora me beije.

Seus olhos brilharam de uma forma que ele também sentiu


em seu pau, então ela rolou até os dedos dos pés, colocou a
boca bonita, rosada na dele e deu-lhe o que tinha desejado
por quatro anos.

Essa doce língua rosa dela deslizou para fora, deslizou entre
os lábios e tocou a ponta dos seus.

Sua língua empurrou-a de volta em sua boca e ele assumiu o


beijo. Foi uma repetição da primeira, mas, mais longo, mais
úmido, mais profundo, não melhor, mas um conjunto muito
malditamente mais quente.

Ele separou a boca da dela e ordenou: — Duas horas, baby.

Ela ofegava contra sua boca e assentiu.

Ele a deixou ir. Ela balançou. Ele foi à porta, abriu-a, virou-
se para ela e levantou a mão com o dedo do meio e o
indicador estendidos na direção do teto.

Suas bochechas estavam rosadas, a boca inchada, os olhos


sonhadores, ela parecia bem pra caralho.
Ela ultrapassou a neblina e assentiu.

Shy sorriu, virou-se, fechou a porta atrás dele, e continuou


sorrindo enquanto corria para sua moto.
Capítulo 8
Fui pra você

Eu fiquei do lado de fora da porta de Shy tentando não


hiperventilar e também tentando colocar a minha cabeça no
lugar.

Duas horas não foi tempo suficiente.

Eu sabia de uma coisa. Meu poço de negação não podia mais


ser negado. Não depois de um mês sem Shy. Não depois
daquele beijo.

Aquele beijo.

Esse fabuloso, inacreditável, incrível beijo.

Não era isso que eu tinha que resolver na minha cabeça.

Pelo menos eu tinha sido capaz de lidar com a agência que


estava me enviando para Cape Cod. Eu tinha ligado e dito
que tinha uma emergência familiar, que podia significar que
eu teria que dar para trás, o que era uma mentira, mas
depois daquele beijo...

Aquele beijo!

Depois daquele beijo eu sabia que uma coisa era certa, eu


não poderia decolar e ir para tão longe de Shy por seis meses
ou até mesmo por outro dia. Eu tive um mês sem ele na
minha vida e eu me senti ainda mais perdida do que me senti
quando Jason morreu.

Eu sabia o porquê disso. Ao contrário de Jason, eu não tinha


ninguém para conversar sobre o assunto e até mesmo estava
negando a mim mesma por que nossa separação me afetou
tão profundamente. Ambas as coisas se tornaram mais
difíceis, tão difíceis que eu não poderia lidar sem fugir.
Portanto, Cape Cod.

Então, depois daquele beijo, de jeito nenhum eu poderia ir


mais de um continente para longe dele e ficar presa em uma
maldita ilha por seis meses.

Mas, ainda tinha coisas para resolver. Como Rosalie.

Uma coisa que eu tinha conseguido fazer nessas duas curtas


horas foi telefonar para Big Pete. Eu tentei jogar verde,
dançando em torno do assunto, mas eu percebi que ele viu
através disso quando procurei saber sem vir a público, e
perguntando se Shy ainda estava vendo Rosalie.

Pete me deu a má notícia soando como se ele estava me


dando más notícias, por isso que eu pensei que não disfarcei.
A má notícia, Pete me disse, era que Rosalie havia
desembarcado no Complexo há três dias e que tinha saído na
moto de Shy.

Antes de passarmos daquele beijo, eu tinha que saber o que


estava acontecendo com Rosalie.
E por último, mas não, oh, tão, menos importante precisamos
ter uma conversa sobre ele ter perdido a cabeça quando ele
se irritou comigo.

Eu passei uma vida a assistir garotas de motoqueiros e o jeito


que elas ficavam com seus motoqueiros malvados. Eu sabia
que era um campo minado, e sabia que Shy não era o único
motoqueiro fodão, que ficava louco como ele ficou naquela
noite que discutimos por eu ter desaparecido por duas
semanas e como ele ficou novamente há duas horas quando
me confrontou sobre partir.

Tanto quanto eu poderia dizer, havia três opções para uma


relação de longa duração com um motoqueiro e depois
daquele beijo isso era o que estava em minha mente.

Ter uma relação séria com um motoqueiro. Com Shy.

As opções eram, um, desistir e deixá-los fazer o que


quisessem com você.

Eu não acho que isso era eu, ou eu esperava que não fosse.

O próximo era se tornar uma cadela de motoqueiro, como a


minha mãe tinha se tornado. Mamãe era apenas uma cadela,
por isso estava destinado a acontecer, que ela deixasse sua
luz de cadela brilhar. Mas, às vezes, quando os meninos eram
meninos, fodões motoqueiros mandões, em vez de estabelecer
os limites logo de início, eu tinha visto as mulheres que
passam por cima com afronta, intrometendo-se contra o seu
homem o tempo todo e sem conversar com eles, de forma que
eles estavam o tempo todo brigando. Em voz alta.
Publicamente. Feiamente.

Eu não queria isso também.

Nem um pouco.

A última opção era a forma como Tyra foi com o pai. Eu não
sei como ela equilibrava, mas eles eram quem eram e de
alguma forma, isso funcionou. Ela não o deixava fazer tudo o
que ele queria, embora ele tivesse uma personalidade
dominante, do tipo que empurra para fora todas as outras
personalidades, a menos que você fosse capaz de se segurar
contra ele. Ainda assim, Tyra teve que encontrar esse meio
termo onde dava ao meu pai o que ele precisava para ser,
bem... pai. Um pouco mais, ele batia de frente com você e os
resultados não seriam bonitos. Um pouco menos, ele
aproveita e, em seguida, perde o interesse, especialmente em
mulheres, porque, tanto quanto meu pai estava sobre
controle, ele não quer controlar sua mulher. Ele gostava de
um desafio. Apenas não muito de um desafio.

Eles funcionavam.

Espetacularmente.

Dito isto, por vezes, as coisas ficavam intensas, o ato de


equilíbrio saia pela janela, era o vale tudo, e Tyra não aturava
um monte de merda dele.

Eu nunca esqueci aquela noite, anos atrás, quando ela veio


em meu socorro depois do meu ex-, muito mais velho que eu,
namorado me bater e, depois quase bate na cabeça de Tyra
com um taco de beisebol. O pai perdeu a cabeça por ela ter se
colocado nessa situação, e eu ainda me lembro de ouvi-los
brigando.

Na época, eu fiquei arrasada com eles brigando por mim


assim. Depois que tudo estava bem de novo, eu a admirei por
ter gritado de volta e não aceitado o seu lixo.

Era isso que eu queria para mim se eu fosse aparafusar a


minha carroça na motocicleta de Shy.

Então, antes de eu estragar tudo e começar algo com Shy


após toda a nossa história e sendo o meu primeiro
relacionamento após Jason (que esta foi, era importante
notar, minha única relação real), tínhamos que conversar.
Pôr algumas coisas no caminho certo.

Dependendo das respostas de Shy, eu saberia se tinha minha


cabeça no lugar ou se eu precisava de tempo e espaço para
encontrar isso.

Eu respirei fundo, decidida a falar tudo com ele, sem perder


minha cabeça, a minha paciência, a paciência, ou a mim
mesma, mas eu nem sequer levantei a mão para bater
quando a porta se abriu.

De repente eu tinha um braço enganchado na minha cintura,


eu estava em seu apartamento, e a bota de Shy estava
chutando a porta fechada.
A próxima coisa que soube, eu tinha seus lábios nos meus e
uma língua na minha boca.

Com isso, eu não sabia mais nada. Eu não quero saber de


mais nada. A única coisa que eu queria saber era de Shy.

Ele era apenas tão bom. Tão bom, que quando ele me beijou,
o mundo se dissipou.

Sua boca rompeu com a minha e meu pensamento voltou,


mais ou menos.

—Shy, nós precisamos conversar—, eu respirei, meu pulso


acelerado, a minha pele quente, minha respiração vindo
rápida, meus braços fechados em torno dele, os dedos de
uma mão em seu cabelo, assim como a primeira vez.

Exatamente como da primeira vez.

De repente, minha camisa tinha ido embora.

Minha respiração, já rápida, me deixou totalmente, e meus


mamilos começaram a formigar.

As mãos de Shy deslizaram até meu lado e esses


formigamentos ficaram loucos.

—Pôs a sua cabeça no lugar, doçura—, ele perguntou seus


olhos verdes intensos, quentes e trancados nos meus, seu
corpo me empurrando para trás.

—Sim—, eu respondi. —Mas, nós temos que conversar.

Suas mãos deixaram os meus lados, mas ele continuou me


empurrando, ao mesmo tempo, ele tirou a camiseta.
Meus pensamentos voaram para fora da janela.

—Nós vamos conversar mais tarde—, ele murmurou, suas


mãos pararam na minha cintura.

Eu tenho um segundo para apreciar o seu magro e


musculoso peito e a enrolada e elaborada tatuagem que
adornava seu peitoral superior esquerdo que dizia alertando,
— Amor morre —, antes de eu estar caindo para trás.

Eu aterrissei na cama.

Shy pousou em mim.

Antes que eu pudesse conseguir algum juízo, os lábios de Shy


estavam de volta nos meus, sua língua estava na minha boca,
e suas mãos estavam se movendo em mim.

Suas mãos sentiam bem. Sua boca sentia bem. E ele tinha
um sabor bom.

Eu queria mais dele. Não, risque isso, eu precisava mais dele.


Eu coloquei minhas mãos em seu corpo, e a sensação de toda
essa pele lisa, suave ao toque, dura por baixo abalou-me tão
completamente que parecia ter começado no meu cabelo e
terminado nas minhas unhas.

E isso foi tão bom que eu precisava ainda mais.

Então eu peguei nisso, arqueando-me, pondo-o de costas e


montando nele. Eu coloquei minha boca nele, o pescoço,
garganta, clavícula, tórax, mamilos, meus lábios se movendo,
a minha degustação com a língua, enquanto minhas mãos
percorriam. Enquanto eu estava explorando, os dedos de Shy
foram para o gancho do meu sutiã e, com um movimento, ele
se soltou.

Eu só parei o tempo suficiente para retirá-lo e jogá-lo de lado.

Então eu recomecei.

Eu não perdi o meu tempo. Eu estava desesperada,


precisando que ele entrasse em mim tão rápido quanto eu
poderia como se ele fosse sumir em uma nuvem de fumaça a
qualquer momento.

Eu fui até o cós da calça jeans, minha língua lambendo uma


linha ao longo da borda enquanto os meus dedos desfaziam
os botões, quando de repente Shy me puxou, levou minha
boca em outro devastador, molhado beijo, duro, quente, e
virou-me de costas.

Em poucos segundos, meu jeans foram desabotoados, ele


quebrou o beijo, e então eles foram embora. A sensação do
tecido deslizando pelas minhas pernas causou outro parafuso
de desejo e fome através de mim.

Shy se afastou, mas apenas para me levantar e me ajeitar na


cama para que minha cabeça estivesse sobre os travesseiros.
Ele puxou minhas pernas e se posicionou de joelhos entre
elas.

Olhei para ele, minha respiração rápida e superficial.

Ele estava olhando para mim, seu rosto escuro com a mesma
fome que eu sentia esgueirando pelo meu corpo, e suas mãos
estavam se movendo para baixo nas laterais de minhas coxas
até que parou atrás de meus joelhos dobrados.

— Você — ele rosnou, o som do seu rosnado, uma voz


profunda e dura como um toque. — Na minha cama — ele
terminou e meu coração acelerou.

Quatro palavras.

Quatro palavras que diziam tudo.

Ele me queria lá.

Ele me queria lá por um tempo.

A partir do olhar em seu rosto, o som de sua voz, ele ainda


precisava de mim lá, como eu precisava estar lá.

— Shy — eu sussurrei, mas ele ergueu minhas pernas e


curvado para frente, a boca bateu em minha barriga, ele
desceu rapidamente até que se fechou sobre a minha
calcinha entre minhas pernas.

Minhas costas arquearam, minhas pernas sacudiram, e


minha boca se abriu em um gemido silencioso.

Paraíso.

Assim que eu o tive, eu o perdi e minha cabeça disparou, mas


ele mexeu-se para puxar minha calcinha pelas minhas
pernas. Quando elas foram embora, ele rolou de volta entre
as minhas pernas, jogando-as sobre os ombros, e então eu o
tive, só a boca contra mim sem nada no meio.

Eu estava errada.
Isto era o paraíso.

Em minutos, Shy quase me levou lá, e assim como o meu


orgasmo estava prestes a rasgar por mim, a boca tinha
desaparecido.

Minha cabeça disparou novamente. — Shy — eu respirei e lá


estava ela de novo, necessidade escorrendo de minha voz.

— A primeira vez que eu fizer você gozar será comigo dentro


de você — ele rugiu, e eu quase vim apenas a partir de suas
palavras.

Uma coisa que eu sabia no meu mundo louco, eu estava ok


com isso.

Ele moveu seu tronco, em direção à mesa de cabeceira, e eu


me sentei, colocando minha boca na sua pele enquanto
minhas mãos desfizeram os botões de sua calça jeans.
Quando estava suficientemente desabotoado, eu puxei-os
para baixo de seus quadris e senti um choque elétrico
começar entre as minhas pernas e emanar para fora.

Ele era lindo em todos os lugares.

Ele voltou com um preservativo e assumiu, mas mantive


minha boca sobre ele, sua barriga, suas costelas, minhas
mãos sobre ele em todos os lugares que eu podia tocar, mas
continuei olhando para baixo para ver o seu trabalho com as
mãos, ficando cada vez mais excitada simplesmente por vê-lo
rolar um preservativo.
Um nano segundo depois, Shy tinha-o no lugar, ele tinha um
braço em volta da minha cintura, o outro curvado sob minha
bunda e eu estava em cima. Meus braços e pernas circulando
ele, Shy avançou dois passos de joelhos, minhas costas
bateram na cabeceira da cama, e Shy deslizou dentro.

Meus olhos fechados, a cabeça caiu para trás, em seguida,


para frente, a testa batendo no seu ombro.

Lindo.

Isso era o que eu estava esperando.

Não há meses.

Por anos.

Para estar bem aqui, bem desse jeito.

Com Shy.

— Linda, querida, você... sente-se... linda... porra — ele


gemeu no meu pescoço antes que ele começasse a se mover.

Deve ser dito, eu sentia o mesmo.

Minhas pernas se apertaram ao redor dele e seu braço em


volta do meu rabo moveu-se, derivando pelo meu lado, o meu
braço puxando-o para longe dele, até que ele tinha a minha
mão. Ele enfiou o polegar na palma da mão, fechou os dedos
em torno e apertou as nossas mãos contra a parede.

Minha cabeça caiu para trás, bateu na parede e Shy


apareceu. Vi imediatamente seus olhos espelhando como eu
me sentia.
Amei.

Certo.

Portanto, eu sabia que era seguro para compartilhar o que


estava em meu coração.

— Eu senti sua falta — eu sussurrei, enquanto ele se movia,


construindo-o ainda mais, indo fundo, doce, lento.

Nunca tinha tido isso, não isso, mas o que eu disse era
verdade. Eu sentia falta dele.

As minhas palavras, ele fechou os olhos, baixou a cabeça


para descansar sua testa contra a minha, e continuou se
movendo, mais rápido, mais doce, mais profundo.

Ele abriu os olhos, mas não levantou a cabeça, mesmo


quando o poder de seus quadris aumentou, a queimadura
construindo, e sua mão na minha apertando duro.

— Senti sua falta também, querida.

Oh Deus.

Ele sentiu minha falta.

Eu amei isso.

Ele foi mais rápido, a construção aguçou, a queimadura


aumentou e eu ofeguei, — Shy .

— Espere por mim, Tabby — ele rosnou.

Mais rápido, mais profundo.

Oh Deus.
Deus!

— Eu não sei — eu comecei.

— Aguente firme, baby. Estou perto —, ele ordenou, sua voz


grossa.

— Eu não sei se eu...

Mais rápido, tão profundo. Assim, tão profundo.

— Vamos — ele ordenou, com a voz rouca.

Eu deixei ir. Torcendo minha cabeça e empurrando meu rosto


no pescoço de Shy, eu gemia contra a sua pele, ao mesmo
tempo senti seu gemido vibrando contra meu pescoço
enquanto ele caiu sobre nós dois, a onda levando-nos abaixo,
afogando-nos de uma maneira que nenhum de nós ia lutar.

Segurei-o perto e Shy ficou enterrado profundamente, sua


mão segurando a minha apertada, sua respiração pesada
contra a minha pele, a minha contra a dele.

Surfando de baixo da onda, percebi que eu estive errada duas


vezes antes.

Shy tão perto, enterrado profundamente, segurando a minha


mão, sua respiração na minha pele... Isso era o paraíso.

Antes que eu pudesse pegar um pensamento, completamente


preciso de como foi bonito o momento, Shy soltou a minha
mão e mudou, caindo às costas, com um braço em volta de
mim, uma mão em concha na parte de trás da minha cabeça,
nossos corpos ainda conectados.
Ok, antes, o paraíso, mas deitado em cima de dureza quente
de Shy estava longe de ser pobre.

— Nunca me deixe — ele murmurou.

Eu pisquei para o cordão em sua garganta com seus


medalhões fodões ligados aos pedaços finos, pretos de couro
descansando contra sua pele.

Eu tentei levantar minha cabeça, mas a mão na parte de trás


manteve onde estava e ele repetiu: — Prometa-me, Tab.
Nunca me deixe.

Oh, meu Deus.

O que eu diria?

Eu não menti quando ele estava se movendo dentro de mim.


Eu sentia falta dele quando ele se foi. Além disso, não era só
sexo que tínhamos. Eu não tenho muita experiência, mas
sabia o suficiente para saber disso. Foi mais. Era uma
ligação. Uma promessa. E quando ele veio para minha casa
há pouco mais de duas horas a ser intenso e mandão, não só
foi tão quente, foi incrível. Era o que eu precisava para parar
de negar tudo o que eu estava sentindo e, finalmente, admitir
o que ele significou para mim.

Mas, isso era demais.

Talvez não demais, mas definitivamente muito cedo.

— Temos que conversar — eu disse-lhe em voz baixa, e sua


mão largou a cabeça para que ele pudesse envolver o braço
em volta dos meus ombros.
Ergui a cabeça para ver o queixo abaixar-se para que seus
surpreendentes olhos verdes pudessem ver os meus.

Ok, olhando para aqueles olhos, aqueles lindos olhos que


pareciam saciados e quentes, mas intensos e sérios, todos
quentes, todos lindos, eu pensei que talvez não fosse muito
cedo.

— Sim, Tab, temos muito que falar. Você está certa. Isso não
vai ser fácil.

Uh-oh.

O que ele quis dizer com isso?

Ele não me fez esperar por uma explicação. — Temos muito


para resolver. Tenho que te dizer como eu passei às duas
horas desde que estive na sua casa. Temos que trabalhar
sobre a forma como eu perco a cabeça quando você precisa
tratar as coisas na sua cabeça e me deixa de fora. Temos que
trabalhar o porquê você me deixa de fora, quando você entra
em sua cabeça. E, baby — a mão se afastou do meu ombro
para enrolar em volta da parte de trás do meu pescoço — Eu
sei que você sabe e também tenho certeza que não passou
despercebido de seu pai e Cherry que eu tenho uma má fama.
Se eles descobrem que você e eu somos um nós, eu não vejo
coisas boas. Foda-se, metade dos irmãos no clube não vão
pensar coisas boas. Pete já está me dando olhares há um
tempo. Quando deixarmos este apartamento, eu e você temos
que estar na mesma página. Mas dizendo isso, doçura —, sua
voz baixou, — o que aconteceu foi uma coisa que é maior do
que tudo isso. É maior do que tudo. Eu tive um gosto de você,
há quatro anos, que eu nunca pude tirar da minha língua.
Agora, eu já provei mais de você com mais do que apenas
minha boca e sei que eu quero mantê-la em uma maneira
que eu não quero pensar nisso acabando. Não em poucas
semanas. Não em poucos meses. Talvez nunca.

Oh wow. Podia-se dizer que tudo isso era muito cedo


também, mas também tinha que dizer que eu gostei.

Tipo, realmente gostei.

Tanto que eu derreti automaticamente em seu corpo.

Enfiei a mão no pescoço e sussurrei, — Shy .

Ele continuou: — Então me prometa, agora, com meu pau


ainda dentro de você, você nua em cima de mim na minha
cama, nós partilhando o que acabamos de partilhar, nós
tendo um gostinho de como é estarmos distantes e sabendo
que estamos melhores juntos, que você não vai me deixar.
Você não entra em sua cabeça e desaparece, não importa o
quê. Você fica comigo até que não haja nada para manter, se
isso algum dia acontecer.

Eu poderia prometer isso.

— Tudo bem, querido. Eu prometo — eu disse calmamente.


Seus olhos se fecharam lentamente, em seguida eles abriram,
sua mão penetrando no meu cabelo e puxou minha boca para
a dele.
Ele me deu um beijo suave, em seguida, seus dedos
apertaram minha cabeça suavemente.

Eu recebi a mensagem, puxou um pouco para fora e ele


sussurrou, — odeio te perder, mas você tem que sair de cima
de mim, querida. Preciso me livrar desse preservativo, então
podemos falar de merda que eu não quero falar com você
sentada no meu pau.

Meus lábios tremeram, eu sussurrei, — Ok —, então saí de


cima dele, lentamente, tomando o meu tempo, não gostando
da sensação de perdê-lo, mas realmente gostando da maneira
como seus olhos ficaram preguiçosos enquanto eu deslizei-o
para fora de mim.

Uma vez que eu tinha saido dele, ele me rolou para minhas
costas, inclinou-se e beijou meu peito, em seguida, beijou o
lado de baixo do meu queixo e saiu da cama.

Eu o vi caminhar até seu jeans enquanto ele se afastava,


apreciei a bunda dele quando fez isso. Então, meus olhos se
voltaram para a tatuagem de Chaos que se estendia nas
costas, e eu apreciei isso também. Tudo isso eu apreciei
enquanto apreciava a forma de gingar com que seu corpo
esguio se movia antes de desaparecer por uma porta.

Virei os olhos para o teto e sorri.

Ele tinha os mesmos pensamentos que eu tinha, exatamente.


Ele sabia que precisava falar e ele sabia o que precisávamos
falar. Ele ia me dar isso.
Eu rolei em direção à borda da cama, estendi a mão, e peguei
a minha calcinha, e uma vez que a camiseta de Shy estava
perto, peguei isso também. Eu deslizei minha calcinha
enquanto deitada de costas, sentei-me, puxei a camiseta
sobre a minha cabeça, e meu sorriso voltou.

Sua camisa cheirava a ele.

Outro pedaço do paraíso.

Colocando-me de pernas cruzadas na cama, olhei em volta e


a surpresa me atingiu, diminuindo as (mas não matando,
nada poderia fazer isso, exceto, talvez, o fim do mundo)
vibrações felizes.

Shy morava em um apartamento que era apenas um pouco


mais velho e mais gasto que o meu. O tapete não era ótimo.
As paredes precisavam de uma nova camada de tinta, e elas
precisavam dessa camada de tinta cerca de sete anos atrás.
Havia caixas ao redor e sem toques pessoais em tudo. Era
como se ele não tinha, realmente, se mudado ainda.

Eu nunca tinha ido a casa dele, e sabia que ele passava


muito tempo no Complexo, mas também sabia que ele tinha
seu próprio lugar por um longo tempo.

Talvez ele tivesse se mudado recentemente, no entanto, se


este era um passo em frente, eu me perguntei onde ele
morava antes.

Eu estava na sala de estar e, estranhamente, era onde estava


a sua cama. Estava na parede ao fundo da sala, mas havia
duas portas do lado da sala de estar e eu achei que pelo
menos uma deveria ser um quarto. Havia um sofá empurrado
contra a parede lateral, mas estava coberto de caixas. Havia
também uma velha TV em um suporte a cerca de dois metros
do pé da cama. Havia uma mesa de cabeceira com uma
lâmpada sobre ela, um punhado de trocos, pacotes de
preservativos, e era isso. Nenhum outro mobiliário. Não havia
armários. Não havia estantes.

Nada.

Estava um pouco arrumado considerando que qualquer


espaço cheio de caixas não era exatamente arrumado. Ele
também estava surpreendentemente limpo. O que não era um
lar. Nem perto disso. Nem mesmo um apartamento de
solteiro.

Parecia que era apenas um lugar para dormir de vez em


quando e armazenar coisas.

Isso me fez sentir desconfortável.

O que não me fez sentir desconfortável foi quando Shy


caminhou de volta para a sala com a sua graça de
motoqueiro, o peito à mostra.

No instante em que o vi, eu empurrei-me de joelhos e fui para


a beira da cama.

Shy, com seus olhos em mim, seu rosto suave, fez


exatamente o que eu queria que ele fizesse.

Veio direto a mim.


Eu deslizei meus braços em torno dele e pressionei meus
lábios contra o peito.

Ele curvou uma mão em torno de um lado do meu pescoço, a


outra mão deslizou para cima no meu cabelo para se enrolar
ao redor da minha nuca.

Lá estava de novo, esse sentimento.

Amada.

Certo.

Levei meus lábios de sua pele e coloquei meu queixo lá, vendo
a tatuagem — Amor morre.

Eu tinha visto as duas tatuagens que ele tinha no interior de


seus antebraços e suspeitei que como todos os irmãos, ele
tinha o emblema do Chaos em suas costas. Estas três
tatuagens todos os irmãos tinham, as duas que Shy havia
pintado em seus antebraços, os irmãos colocavam onde eles
queriam. O emblema de costas, todos os caras tinham em
suas costas. Eles têm as costas tatuadas no minuto em que o
Clube aceita-os como membros.

Sem nunca ter visto seu peito, eu nunca tinha visto a única
tatuagem que ele parecia ter fora as do Chaos.

— O amor morre? — Eu perguntei em voz baixa, levantando


meu olhar ao dele.

Sua mão girou suavemente no meu cabelo, mesmo quando


seus dedos no meu pescoço cavaram um pouco, e ele
quebrou meu coração quando ele respondeu calmamente de
volta, — tive uma mãe e um pai que eu amava que morreram.
Tive um tio que amava, que não nos protegeu daquela cadela
e esse amor morreu também. Uma noite, eu tinha dezessete
anos, escutando eles discutirem, ela reclamando ainda sobre
um fodido benefício de terem mais duas bocas para
alimentar, mais dois corpos para vestir de modo que não
poderia ir para o Havaí ou qualquer merda, e eu sabia que no
dia seguinte o seu humor ia estragar minha semana, porque
ela sempre descontava a merda sobre ele primeiro, depois
sobre nós. Ele não nos defendeu durante a discussão, e eu
sabia que ele não iria nos defender no dia seguinte. Naquela
noite, meu amor morreu por ele. Eu estava segurando-o, mas
ele fugiu. Eu tinha uma identidade falsa para comprar
bebida, então eu escapei pela janela fora e fui até um lugar de
fazer tatuagens aberto toda a noite —Ele ergueu a mão para
indicar a tatuagem. —E isso foi posto em mim.

Meus olhos se viraram para a tatuagem, mas voltaram a


recuar, e eu me afastei um pouco quando ele se inclinou
ligeiramente.

Seu rosto se aproximou e ele continuou: — Eu era jovem,


chateado e estúpido, doçura. Eu não acredito nessa merda.
Mas tinta é tinta, não desaparece. Infelizmente, isso me faz
lembrar um tempo de merda na minha vida cada vez que vejo
—Ele sorriu. — Isso também me lembra não fazer nada de
forma permanente e estúpida porque eu estou chateado.

Eu sorri de volta. — Boa lição para aprender.


Seu sorriso desapareceu e ele murmurou: — Não sei se
aprendi.

Eu sabia o que ele estava dizendo, então eu sussurrei, —


Shy, não. Nós dois fizemos merda e, obviamente, não foi
permanente.

Ele tocou sua testa na minha e suspirou antes de ele


ordenar, — Mexa-se Tabby. Estou subindo.

Eu me mexi. Shy subiu, em seguida ele me chamou.


Descansando com a cabeça sobre o travesseiro, ele me puxou
sobre seu corpo e se mexeu de forma a que estivesse de lado,
com o corpo enrolado na cintura e joelhos e meus quadris
que estavam embalados em seu colo, coxas sobre o quadril,
costas na cama, cabeça no travesseiro. Shy subiu em um
cotovelo, a cabeça na mão e apontou os olhos para mim.

— Rosalie — ele murmurou.

Oh merda.

Eu me preparei e seu olhar se virou sobre o meu rosto,


mesmo quando a mão dele bateu na minha barriga e
deslizou, me puxando e me colocando mais perto de seu
corpo.

Ele continuou falando: — Até cerca de uma hora atrás,


estávamos nos vendo. Agora nós não estamos.

— Shy — Eu comecei e sua mão ao lado da minha cintura me


deu um aperto.
— Deixe-me terminar, baby —Quando eu fechei minha boca,
ele continuou, — Foi desagradável, para ela isso veio do nada
e ela não estava chateada. Ela ficou magoada. Com estar
chateada eu posso lidar, mas, machucada é muito mais
difícil. É uma merda. Foi o fim. Ela é doce, agradável, bonita,
ela vai encontrar alguém.

— Hum... — Eu comecei hesitante, — para ser honesta,


embora seja bom saber que você teve essa conversa com ela
antes de nós, uh... iniciarmos oficialmente as coisas, eu
tenho que admitir que eu não tenho realmente certeza de que
você estar pronto para dispensá-la rapidamente me enche de
alegria.

— Eu entendo isso, Tab. O que você não entende é, ela não é


você — ele voltou, e eu pisquei, então minha barriga aqueceu.

Quando eu não disse nada, ele me deu outro aperto e


continuou.

— Até ao final de nossa conversa, ela admitiu que ela se


perguntava sobre você e eu. O tempo que passava com você.
Quando eu ia para longe dela para receber chamadas sua.
Como você desapareceu por um mês e eu estava com um
humor de merda todo o mês. Nada disso eu escondi dela. Eu
sabia onde minha cabeça estava sobre você, mas eu não
tinha ideia de que sua cabeça jamais iria para lá. Percebendo,
como eu sabia sobre como me sentia sobre você, realmente,
eu a dispensei. Não foi legal. Eu tenho que viver com isso.
Você com a minha camiseta na minha cama, eu acho que vai
ajudar.
— Isso é meio frio, Shy.

— É frio, mas é real, e é melhor que essa merda acabou para


ela, para mim e para você, para que todos nós possamos
seguir em frente, em vez de me arrastar em um esforço inútil
para amortecer o golpe para ela que, no final, só faria a
merda mais fodida.

— Sim, mas você e eu estamos passando para algo que é bom


e, obviamente, uma vez que durou um tempo para vocês dois,
quando ela começou com você, ela pensou que estava se
movendo em algo bom também — apontei.

— Eu vi você — respondeu ele, e minha cabeça se inclinou


sobre o travesseiro enquanto eu sentia as minhas
sobrancelhas se juntarem.

— Perdão?—

— Com esse cara fora do DCPA (Centro de Artes


Performáticas de Denver). Você estava usando um vestido
vermelho.

Meu coração apertou, eu senti meus olhos arregalarem e


olhei para ele.

Lembrei-me daquela noite. Essa foi à noite que Jason me


levou para ver Les Mis.

— Você me viu? — Perguntei.

— Você estava sozinha, parecia linda, mas perdida. Você o


viu, ele foi até você, você se inclinou para ele, beijou-o, ele riu
e, em seguida, ele beijou você. Eu vi isso. Tudo isso.
Uau, ele realmente viu isso, e lembrava-se melhor do que eu
até que acabou de me lembrar.

Eu não sabia o que fazer com isto ou o lembrete de Jason,


quando eu não tinha pensado nele uma vez. Nem uma vez.
Nem uma única vez desde que Shy invadiu meu apartamento.

Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa sobre isso, Shy


continuou falando.

— Não gostei — afirmou.

Sem entender, perguntei: — Não gostou de quê?

— Ver você com outro cara. Não gostei disso.

Minha mão deslizou por seu braço na minha cintura e eu


sussurrei, —Shy, querido, eu não...

— Eu tive o gosto de você na minha boca, tão doce, por


quatro anos. Seu rancor e você me odiando fez esse gosto tão
amargo quanto ele era doce. Não entendia o que eu estava
sentindo, não até que ouvi que você estava ficando noiva.
Então, sabia que tinha perdido você. Não sei como isso
aconteceu, só sei que aconteceu. Ver você com outro cara me
cortou profundamente. Então você o perdeu, e eu senti isso
por você. Mesmo afastado, eu senti. E quando você me ligou,
eu percebi que se eu não resolvesse as minhas coisas, teria
bocetas vazias e festas para o resto da minha vida, e eu
nunca teria uma mulher que estaria perdida sem mim. —
Sua mão se moveu de minha cintura para enquadrar o lado
do meu rosto, e sua voz ficou calma quando ele disse: — Só
para ficar claro, o ponto de perceber isso não é fazer uma
mulher se sentir perdida sem mim, como Rosalie ficará por
um tempo até que ela siga em frente. O ponto de perceber
isso é ter esse sentimento, ser capaz de dar esse presente,
para trabalhar em manter isso bom para que a minha mulher
nunca se sinta perdida, porque ela sabe que nunca vai estar
sem mim.

Eu fechei meus olhos e os meus dedos curvaram


espasmodicamente em torno de seu antebraço.

Isso foi lindo, incrível, certo, e a melhor parte foi, se eu não


estivesse enganada, ele queria dar isso para mim.

Eu abri meus olhos novamente quando ele continuou


falando.

— Desculpe, eu tive que tocar no assunto dele, para você


saber em que ponto eu estou. É por isso que me afastei das
bocetas vazias e festas e olhei para algo que queria dizer
alguma coisa. O problema era que eu a encontrei um mês
antes de Rosalie e eu tivessemos o algo que queria dizer
alguma coisa. Eu só não achei que você me quisesse assim e
eu gostei de passar tempo suficiente com você, eu estava
disposto para tomar o que você poderia me dar. — Seus olhos
aqueceram. — Agora você está disposta a me dar mais e eu
vou levar isso também.

Basta dizer, eu estava disposta a dar mais para Shy, mas ele
sabia que eu tinha que abordar algumas das coisas mais
importantes que ele disse.
Então, comecei a fazer isso.

— Você estava perdido por mim? — Eu perguntei em voz


baixa e tive um sorriso em troca, enquanto o rosto
mergulhava mais perto.

— Você e eu talvez não estivemos próximos desde o dia em


que nos vimos pela primeira vez, mas eu pareço o tipo de cara
que anda escutando cadelas resmungando sobre o trabalho
enquanto arruínam o meu jantar? — questionou.

Não, ele absolutamente não era esse tipo de cara.

Minha barriga ficou mais quente e eu sussurrei: — Não.

Seus olhos se moveram sobre o meu rosto novamente, antes


de eles pegarem os meus e ele sussurrou de volta, — Perdido
por você.

Fechei os olhos e respirei fundo.

Sim, isso era certo.

— Doçura, olhe para mim, — Shy ordenou suavemente, e eu


abri meus olhos. — Vamos ver tudo isso. Você não é Rosalie.
Essa merda que desceu com ela não vai acontecer com você.
Por que, baby, você tem a minha palavra. Quando todos
souberem que eu e você somos um nós, nós vamos encarar a
merda do Clube. Como isso vai vir, eu não sei, mas eu
suspeito que vá vir de seu pai, mesmo Cherry, e temos que
ficar fortes e provar-lhes que isso é o que é. E, por último e
mais importante, vamos ficar fortes e provar isso a eles e a
nós mesmos, temos que resolver as nossas merdas e sair
desse padrão, onde você entra em sua cabeça e me põe de
lado e eu fico chateado e dizendo merdas que passam dos
limites. Isso significa que você tem que aguentar quando eu
chamar à atenção das suas merdas, e você tem que estar
disposta para me chamar à atenção das minhas. Você está
comigo em tudo isso?

Eu balancei a cabeça.

Após concordar encontrei minha boca formando a palavra: —


Por quê?

Sua cabeça se sacudiu um pouco e suas sobrancelhas se


juntaram antes de ele repetir: — Por quê?

Isso saiu sem querer, eu tinha que ver onde ia dar.

— Sim, Shy, por quê? Por que eu? Por que nós? Você parece
bastante certo, e eu...

Parei de falar quando um grande e belo sorriso branco se


espalhou no rosto bonito bem antes que ele começou a rir.

Ele era bonito sempre, melhor quando ele estava rindo, mas
isso meio que me irritava, ele estar rindo quando eu não
estava sendo engraçada.

— Shy — eu gritei contra o seu riso. Ele ficou sério, mais ou


menos, e focou em mim. Em seguida, ele começou a falar.

— Baby, eu tenho um pedaço de bunda, eu fodo — anunciou


ele, e isso não me fez menos irritada. Eu imaginei que ele
notou, porque ele continuou: — Eu fodo e eu faço isso duro.
Eu tomo o que eu quero e se a cadela gozar, perfeito. Se ela
não se excitar o suficiente para me deixar levá-la lá, isso não
é problema meu.

Novamente, isso não me fez sentir muito melhor.

— Eu não sei por que você está compartilhando isso comigo,


Shy — eu disse a ele. — Eu estou igualmente incerta, se me
sinto realmente bem sobre o que você está compartilhando.

Sua mão se deslocou minuciosamente para que o polegar


pudesse se mover por cima do meu rosto e meus lábios antes
que seus olhos se intensificassem e ele explicou: — Eu
nunca, nem uma vez, não na minha vida, fiz amor com
qualquer mulher. Nem uma vez. Não até o que eu acabei de
ter com você.

Oh.

Uau.

Essa foi uma boa resposta.

— Eu lhe tinha contra a cabeceira da cama, bebê, mas isso


não foi foder e isso veio naturalmente. É o que temos. Eu não
sabia que era isso que eu ia ter, mas estou satisfeito como os
diabos que você deu para mim. Isso por si só responde ao seu
por que, quanto ao que se trata da parte de nós. Quanto à
razão por que é você, eu não sei, eu não me importo. Ele
apenas é. Pode ser porque você é linda. Pode ser porque você
é engraçada. Poderia ser porque eu gosto da maneira como
você lidou com Pete, quando ele perdeu sua filha. Pode ser
porque você e eu temos o Chaos em comum, somos nós, está
no nosso sangue e isso era para ser. Poderia ser porque eu
gosto do jeito que você está com sua família. Pode ser porque
você fica bem na parte de trás da minha motocicleta, quase
tanto como eu fico montando-a. Eu acho que é tudo isso e
muito mais. Eu não vou analisá-lo. Eu vou sentir isso porque
eu gosto e isso é tudo que é.

Essa resposta foi ainda melhor.

— Você quer saber por que é você? — Eu perguntei em voz


baixa, minha mão deslizando o braço ao peito.

— Não quero te chatear, Tab, mas eu não dou à mínima.


Estou feliz só de saber que sou eu.

Outra boa resposta.

— Agora —, ele continuou, — você percebe que eu tenho


muito fodidamente a certeza e meu palpite é que se você está
aqui na minha cama, usando minha camiseta, em meus
braços, você tem a maldita certeza também. Então, estamos
bem?

— Na maioria — eu respondi e sua cabeça inclinou para o


lado.

— Na maioria? — ele incitou quando eu não expliquei.

—Bem, eu não tive a coisa do trabalho inteiramente resolvida.


Tenho a sensação de que eles vão deixar-me rescindir o
contrato, desde que eu lhes disse que tinha uma emergência
familiar, mas se eu rescindir isso significa que eu não tenho
um emprego.
— Você pode conseguir o seu antigo de volta? — ele
perguntou.

Eu balancei minha cabeça. — Eles não estavam felizes de me


ver ir e me disseram que quando eu voltasse de Cape Cod, se
eu quisesse voltar e se eles tivessem uma vaga, que veriam o
que poderiam fazer, mas eu não quero voltar, Shy. Desde que
você e eu, uh... tivemos a nossa coisa, o Dr. Cabeça de Pau
piorou e começou a me atacar. Ele costumava espalhar a sua
idiotice por aí, mas quando eu me tornei o seu foco, eu decidi
que não poderia lidar com isso.

— Você falou com os administradores?

— Não, Shy e, querido—, eu continuei rapidamente, porque


eu sabia pela mudança de sua expressão e o músculo que
contraiu em sua mandíbula o que ele ia dizer, — você não
percebe como as coisas funcionam nesse mundo, mas os
médicos são reis. Eu poderia me envolver em um grande
drama, mas, no final, seria muita dor de cabeça, tempo e
stress, e ou eu teria que engolir e seguir em frente, ou eu
teria que sair e seguir em frente. É apenas a maneira que é.

— Sorte para você que eu não vivo nesse mundo—,


respondeu Shy e minha barriga deu uma guinada.

Uh- oh. Eu sabia o que queria dizer, e o que isso significava


era que era o momento de controle de danos.
— Shy, você não vive e eu também não, mas eu tenho que
existir nele por turnos de oito horas, cinco dias por semana.

Ele se inclinou um pouco longe de mim e declarou


casualmente: — Sem consequências.

Ótimo.

Os caras dizem isso o tempo todo e, em seguida, as coisas


acontecem, como alguns anos atrás, quando Tyra foi
sequestrada e esfaqueada, tipo, um zilhão de vezes. Com
certeza, esse enorme drama não foi culpa do meu pai. Isso
aconteceu porque o noivo confuso da melhor amiga da Tyra,
Lanie estava, bem... totalmente uma bagunça. Tão confuso
que ele arrastou tanto Tyra e Lanie com ele. Ainda assim, o
pai também foi na mistura, e ninguém tinha me dado o
resumo completo, mas, no entanto, ele acabou chateando o
meu irmão Rush tanto que ele se recusou a se aproximar do
clube para se tornar um recruta. Isso me deu a sensação de
que o envolvimento do pai aumentou a vulnerabilidade de
Tyra. Ela sobreviveu e ela era uma lutadora, por isso ela não
deixou o que aconteceu arrastá-la para baixo, nem sequer um
pouco.

Mas, ainda assim.

— Shy, eu não quero que você se envolva— eu disse a ele.

— E, Tabby — o rosto mergulhou perto, — você apareceu na


minha porta e, ao contrário de outras mulheres, você conhece
a vida, por isso não será nenhuma surpresa quando digo, eu
ouvi você, baby, mas eu ainda vou me envolver.
Lá estava e veio rápido.

Eu tinha que fazer o ato de equilíbrio.

— Shy,sério — eu disse suavemente, pressionando meus


dedos em seu peito para dar ênfase: — Eu não tenho um bom
pressentimento sobre isso.

— Eu faço isso direito, Tab, você não vai sentir nada, e


lembre-se, querida, eu vou fazer isso direito.

Fabuloso.

Eu olhei para ele e lembrei-me.

Fale com Tyra.

Eu poderia ter vivido no mundo de motoqueiros toda a minha


vida, mas até que eu tinha dezesseis anos e ela desapareceu,
minha mãe era a minha mentora de motoqueiros e ela não
era boa nisso.

Tyra era a mestre.

Eu vou falar com ela.

Isto é, eu falaria com Tyra sobre controlar Shy, depois que eu


conversasse com Tyra sobre como era uma boa idéia estar
com Shy e, então esperar que ela superasse o fato de que eu
estava com Shy e acreditar em nós (ou fingir até que ela
realmente acreditasse em nós), então eu falaria com Tyra
sobre Shy balançar meu mundo no trabalho.
Capítulo 9

Reunião de família

Eu ouvi a batida na porta e abri os olhos lentamente.

Era de manhã, eu podia ver o sol brilhando no apartamento


de Shy e eu estava em sua cama.

Mais precisamente, eu estava nua sobre ele em sua cama.


Peito com peito, meu corpo sobre o seu, o meu rosto em seu
ombro, meus quadris para o lado, meu pé torto, descansando
no joelho contra a coxa, com o braço enrolado em volta da
minha cintura em um ângulo que a sua mão poderia segurar
o meu traseiro.

Nessa posição, surpreendentemente, me senti super


confortável e muito bem, mas eu não tinha ideia de como ele
poderia dormir assim sem ser esmagado ou, pelo menos, ser
capaz de respirar.

Eu também não tinha ideia de como poderia dormir assim, já


que estava nua e podia sentir o lençol puxado até um pouco
abaixo do meu traseiro, mas na maioria eu tinha tudo de
fora.

Na minha grogue, recém-acordada mente, as memórias do


dia anterior me bateram, e eu tinha a sensação de que sabia
que poderia dormir assim e ele também.
Eu raramente dormia nua, mas isso não queria dizer que não
acontecesse. Às vezes, quando Jason e eu saíamos na cidade
e voltávamos embriagados, tínhamos sexo selvagem, que
continuava por um tempo, e então eu desmaiava nua.

Normalmente, se fazer sexo era a última coisa que fazíamos


antes de ir dormir, depois que terminávamos o assunto, ele
me dava o abraço enrolado, eu deslizava para fora da cama,
me limpava e vestia minha calcinha e camisola antes de
pegar no sono.

Isso foi toda a experiência que tive.

Jason era o número dois na minha não tão longa lista de


amantes. Eu me entreguei para o meu namorado de escola
quando eu tinha dezessete anos. Não foi ótimo. Não foi uma
merda. O que foi uma merda, mesmo que ele estivesse muito
a fim de mim e me dissesse que era para sempre, e eu
gostasse dele o suficiente para dar-lhe a minha virgindade (o
que era para dizer, muito), ele disse a seus amigos que ele me
teve e essa porcaria chegou aos meus ouvidos. Isso não me
encheu de alegria, e eu o larguei. Ele ficou arrasado, eu não
me senti espetacular sobre isso, mas eu não tolerava os
olhares, os comentários sussurrados, os comentários
maldosos das garotas, os quais foram causados por ele fazer
algo tão estúpido como se gabar.

Depois dele namorei com bastante frequência, mas eu estava


presa a Shy esperando que ele me notasse, e como os caras
pareciam me notar muitas vezes, eu não me envolvia muito e
nunca encontrei um cara que estivesse disposta a fazer isso.
Então, Shy quebrou meu coração e eu decidi me concentrar
em meus estudos, e não homens.

Ao fazer isso, eu conheci Jason.

Embora o sexo que eu tive com Jason sempre foi bom, porque
ele fazia grandes esforços, eu gostava desse esforço, que ele
fizesse isso, e poderíamos ficar selvagem, nós nos
divertíamos, mas não era nada parecido com o que Shy e eu
fizemos na noite passada.

Eu pensei que eu tinha tido relações sexuais selvagens.

Eu não sabia o significado disso até Shy ensinar-me.

Ele tinha resistência. Ele tinha criatividade. E ele estava tão


dentro de mim, que era irreal. Ele não podia ter o suficiente
de mim, e não tinha vergonha de me deixar saber disso, o que
funcionava para mim desde que eu sentia o mesmo por ele.

Levamos apenas uma pausa, para pedir uma pizza. Quando


chegou, Shy caminhou até a cama e jogou a caixa sobre ela.
Foi para a cozinha, pegou um par de cervejas, entregou uma
para mim, em seguida, caiu para o seu lado em todo o pé da
cama, abriu a caixa e começou a comer.

Eu acompanhei, e quando terminamos, ele jogou a caixa no


chão (onde, imagine você, ainda estava), pegou meus
tornozelos e me puxou para baixo na cama com ele.

Eu nunca tinha comido nua.

Eu nunca tinha feito um monte de coisas que fiz com Shy


ontem.
E a melhor parte foi, era natural, parecia certo. Eu nunca me
senti esquisita ou apreensiva ou me perguntando se eu
estava fazendo a coisa certa. Era tudo sobre ele, suas mãos,
boca, pênis, e corpo, o que me fazia sentir e quanto eu
poderia conseguir deles, buscando, construindo o prazer dele,
dando tudo de mim para conseguir um gemido baixo ou um
rugido, sentindo-me como uma conquistadora do mundo
quando eu ganhava um.

Foi lindo, incrível, tudo isso. E havia um monte disso.

Então, não era de admirar que desmaiei nua em cima de Shy.

Outra batida veio. Senti a mão de Shy tensa na minha


bunda, e eu estava a ponto de levantar a cabeça e olhar para
ele quando seu outro braço enrolou em volta de mim e eu
acalmei. Isso porque ele estava me segurando gentilmente,
me rolando, me movendo lentamente e com cuidado, como se
ele não soubesse que eu estava acordada e estava fazendo um
grande esforço para não me acordar.

Doce.

Muito doce.

— Eu estou acordada, querido — eu disse suavemente


mesmo antes dele me colocar de costas.

Sua cabeça surgiu, meus olhos bateram nos seus,


sonolentos, e meu coração disparou.

Deus, a sério, mesmo de olhos sonolentos, ele era incrível.


Aqueles olhos sonolentos moveram-se sobre o meu rosto,
enquanto sua mão surgiu, segurando o lado da minha
cabeça. Seu polegar deslizou sobre meu cabelo, seus olhos
vieram para os meus e ele me deu o melhor bom dia de
sempre.

— Você — ele sussurrou, — na minha cama.

Meus pulmões comprimiram, mas no bom sentido.

— Sim — eu sussurrei de volta. — Com você.

Seus olhos ficaram preguiçosos, caíram para a minha boca,


em seguida, seus lábios caíram lá.

Nós tocamos as línguas, quando outra batida surgiu na porta


e desta vez não parou.

A cabeça de Shy levantou e ele rosnou, — Caralho, foda-se.

Eu sorri para ele. Ele fez uma careta para mim, em seguida,
beijou o lado de baixo do meu queixo antes de rolar por cima
de mim e sair da cama.

Eu puxei o lençol até o pescoço e rolei para o meu lado,


assistindo ao show que era Shy pôr um par de jeans.

Ele olhou pelo olho mágico e eu observei, cativada pelo que


via ao mesmo tempo estimulada enquanto observava cada
centímetro de seu corpo ficar tenso.

Então, ele se moveu rapidamente. Desbloqueou a porta,


abriu-a e soltou um uivo masculino que sacudiu as janelas.
Isso me chocou muito, eu sentei na cama. Segurando o lençol
à minha frente, vi Shy chegar a quem estava do lado de fora.
Ele, então, voltou para dentro, seu corpo agora arqueado
porque ele estava carregando um homem adulto vestindo
uniforme com sua mochila forrada com o tecido monótono do
Exército pendurado nas costas.

Shy balançou o cara algumas vezes, enquanto o cara dava


um tapa nas costas nuas de Shy de uma maneira que parecia
que não tinha notado que Shy estava nu. Então, Shy colocou-
o de pé, eles se afastaram e se olharam sorrindo
enormemente. Eles se aproximaram novamente e houve mais
abraços de homem e pancadas nas costas.

Eu levei uma facada mental, selvagem e decidi que isso era


Landon Cage, irmão de Shy, em casa, de licença.

Fiquei emocionada por Shy, e ele estava claramente


emocionado por ter seu irmão de volta.

O que eu não estava era confortável em estar nua na cama no


mesmo quarto em uma reunião de família.

— Foda-se, bom vê-lo homem, merda, você me surpreendeu—


, eu ouvi Shy dizer enquanto comecei a me mover em direção
à borda da cama, puxando o lençol comigo.

— Olho mágico do caralho — Landon respondeu, afastando-


se, eles mantiveram as mãos nos ombros e as mãos
entrelaçadas entre eles enquanto se entreolhavam e Landon
continuou, — ia começar a cair sobre você finalmente. Chutar
o seu traseiro.
— Quantas vezes eu tenho que provar essa merda para você?
Isso não vai acontecer — Shy respondeu.

Eu cheguei para a beira da cama e não vi quaisquer roupas,


de Shy ou minhas, que estivessem dentro da distância de
alcance.

Merda.

Olhei para os irmãos, notando vagamente que eles não eram


muito parecidos. O cabelo de Shy tinha dois tons abaixo de
preto. O cabelo de Landon tinha cerca de três tons acima de
castanho claro e obviamente, cortado em um corte militar
não muito comprido e enrolando em torno de seu pescoço,
como o de Shy. Shy tinha incríveis, olhos verdes. Os olhos de
Landon eram um marrom escuro quente. Eles eram da
mesma altura, mas enquanto a imagem de Shy era alta e
magra, mas musculoso, definido, parecia que Landon tinha
talvez mais 15 quilos sobre ele, tudo isso músculo, mas eu
não poderia dizer com certeza sob aquelas fardas.

Observei tudo isso, enquanto considerava meu dilema e me


perguntava se poderia fazer uma fuga para o banheiro com
uma braçada de roupas sem ser notada.

Os olhos de ambos os homens vieram até mim.

Maravilhoso.

Bem, escapar estava fora de questão.


Shy sorriu abertamente, gingou até mim e, na forma típica de
Shy, não hesitou um instante em me colocar onde ele queria
que eu fosse.

Neste caso, ele me arrastou para fora da cama, enfiou a


minha frente ao seu lado e me arrastou na direção de seu
irmão, dizendo: — Estou emocionado que eu tenha que fazer
isso, porra. Tab conheça meu irmão, Landon. E Lan, conheça
minha garota, Tabitha Allen.

Lan estava sorrindo para mim. Eu estava sorrindo


timidamente para ele e ao mesmo tempo freneticamente
dobrando o lençol em torno de mim.

O problema era que, no instante que Shy disse meu nome,


algo passou pelos olhos de Lan e o sorriso genuíno que
claramente ele tinha em sua boca virou falso, imediatamente.

Uh-oh.

Shy tinha falado sobre mim, e não parecia que tudo o que ele
tinha dito era bom.

Colocando uma cara cortês, ele estendeu a mão e murmurou,


— Legal conhecê-la, Tabitha.

— Tab, Tabby, uh... o que você quiser me chamar. As pessoas


me chamam de ambos—, eu gaguejei, pegando sua mão e
concentrando-me em dar-lhe um aperto quente.

Ele me deu um aperto de volta e rapidamente me deixou ir.

— Isso é bom. Agora eu posso levar minha garota e meu


irmão para tomar café — Shy anunciou e meu corpo congelou
enquanto seus olhos bateram em Lan. — Tex vai querer ver
que você está de volta, irmão.

— Ele ainda é um louco? — perguntou Lan.

— Tex é Tex, não tenho certeza se há outra maneira dele


poder ser — Shy respondeu, ainda sorrindo, motoqueiro
fodão ainda eufórico e aliviado que seu irmão estava em casa,
inteiro.

—Uh... Que tal eu ir para casa e dar a vocês algum tempo de


reunião sozinhos?—, sugeri, e os olhos de Lan cortaram em
mim, que foi o que eu vi.

O que senti foram os olhos de Shy virem para mim. Eu senti-


os tanto que eu virei minha cabeça para olhar para ele.

Uh-oh novamente.

— Você está vindo com a gente — declarou ele, seus olhos


intensos, seu comportamento afirmando que sua declaração
não admitia discussão.

Infelizmente, eu precisava discutir. Eu precisava dar tempo a


Shy com seu irmão, porque Shy devia ter tempo com o irmão.
Egoísta, eu também precisava dar tempo a Shy com seu
irmão para explicar como as coisas estavam agora, não como
elas eram da última vez que falou com ele sobre mim.

— Shy, querido, você não viu Lan em um ano. Talvez, vocês


dois possam tomar um café, eu vou sair, pegar algumas
coisas, e fazer o almoço — sugeri.
Os olhos de Shy clarearam e seus lábios tremeram. — Ele só
sobreviveu ao Afeganistão, doçura, não acho que ele precisa
voltar para casa para matá-lo com a sua comida.

Esqueci-me da reação de Lan a mim e para o pequeno fato de


que eu estava vestindo apenas um lençol e só conseguia
pensar em Shy me envergonhando ao anunciar a seu irmão,
de todas as pessoas, a única família real que ele tinha fora da
família Chaos que nós compartilhamos, que eu não sabia
cozinhar.

— O meu almoço não vai matá-lo — eu atirei.

— Baby, eu não sei se alho envenena alguém, a não ser os


vampiros, mas da maneira que você o usa, eu acho que essa
é uma possibilidade— ele respondeu.

— Eu vou fazer sanduíches — eu disse a ele. — Você não


pode estragar sanduíches.

— Isso é o que você disse sobre hambúrgueres antes e nos


ferrou — ele me disse.

— Bem — comecei a xingar, mas ele continuou.

— E caçarola de atum, que ferrou antes disso também.

— Shy!— Eu cortei.

— E os bifes, e o frango assado, e a torta de chocolate


pastosa — ele continuou.

— Shy — estiquei-me em minhas pontas dos pés e me


aproximei — cale a boca.
Ele sorriu.

Olhei para Lan e anunciei: — Você realmente precisa levá-lo


para o café, assim tenho tempo de sobra para planejar seu
assassinato. Você não pode planejar um assassinato
distraindo-se com caras quentes, e agora eu tenho dois de
vocês em minhas mãos.

Lan estava olhando para mim como se a Tabby que ele


conheceu há poucos minutos atrás tivesse evaporado e uma
nova Tabby tomasse seu lugar, e ele nunca tinha me visto
antes.

Então, seus olhos foram para seu irmão, seu rosto suavizou,
eles voltaram para mim, ele sorriu um suave sorriso doce e
ele me informou: — Querida, você sabe que você está
vestindo nada além de um lençol.

— Eu não posso pensar nisso agora— eu voltei — Meu chefe


quente e motoqueiro apenas disse a seu irmão, o irmão que
acabei de conhecer, que não sei cozinhar. Tenho que me
concentrar no esquema de assassinato, ou, no mínimo, na
vingança, e não em como estou envergonhada que esteja em
um lençol que, eu poderia acrescentar — virei os olhos
irritados até Shy —não é a minha escolha. Só para você
saber, querido, eu estava indo ao banheiro quando você me
puxou para fora da cama, e teria sido bom chegar lá e colocar
pelo menos um par de calcinhas antes que você me
arrastasse através da sala.

— Nós andamos um metro — ele me contradisse.


— Um metro para você, porque está de jeans e você conhece o
seu irmão desde que ele nasceu. Um campo de futebol para
mim, porque eu estou—, eu me estiquei na ponta do pé
novamente, — num lençol.

— Você está mais coberta do que outras mulheres usam na


rua, Tab, — ele continuou.

— A questão agora é, eu gostaria de estar mais coberta, Shy


— retorqui.

— E eu gostaria de café, crianças, por isso, se vocês dois


pudessem parar de frescura e colocar algumas malditas
roupas, vamos fazer isso — Lan cortou o riso em sua voz
profunda, e tanto Shy e eu olhamos para ele.

Shy sorriu.

Eu disparei, — Tudo bem, mas um de vocês gatos precisa


sair e arranjar-me uma escova de dente. Eu tenho mau hálito
matinal misturado com fôlego de pizza e não é uma boa
combinação.

Eu disse isso enquanto me afastava de Shy, lutando com o


meu lençol ao mesmo tempo dobrando e pegando minhas
coisas do chão. Eu as empacotei em meus braços, puxei o
lençol mais apertado, e pisei em direção ao banheiro, mas
parei, voltando-me para eles e lançando os restos do meu
lençol para trás de mim, como uma estrela de Hollywood
lançando a sua cauda no tapete vermelho. Eu virei o olhar
para Shy.
— Algo para saber sobre mim, eu uso escova elétrica, sempre,
mas se eu estou em uma situação, digamos, como agora,
onde você tem que ir a Walgreens, eu quero uma escova de
dente cor-de-rosa e creme dental branqueador — Eu cortei o
meu olhar para Lan e afirmei — eu não vou demorar muito e
vamos levá-lo ao café. Realmente, fico feliz que esteja em casa
a salvo. Shy estava super preocupado.

Então eu olhei para Shy e terminei saindo do quarto e


entrando no banheiro.

Eu estava despejando minhas coisas com orgulho, quando a


porta se abriu, Shy entrou, puxou-me em seus braços, e
sussurrou contra meus lábios: — Eu não me importo com
hálito matinal e pizza.

Ele seguiu em frente e provou isso ao me beijar, profundo,


molhado, e por muito tempo.

Quando ele separou a boca da minha, ele sorriu para mim e,


ainda sussurrando, disse: — Você é foda, Tabitha Allen.

Oh meu Deus, que me senti muito, insanamente bem, e eu


não estava apenas me referindo ao beijo.

— E você é um grande beijador, Shy Cage — eu respondi


minhas palavras ofegantes.

Ele sorriu, me deu um aperto, deixou-me ir, e saiu do


banheiro, fechando a porta atrás de si.

Virei-me para o espelho e vi que eu tinha o cabelo de sexo


selvagem, que até mesmo eu tinha que admitir, bochechas
coradas pareciam que ajudavam a aparência geral, e os lábios
inchados que pareciam sensuais por tudo isso.

E olhos felizes.

Olhos muito felizes.

O irmão de Shy estava em casa.

E Shy era meu.

Eu sorri para mim mesma no espelho, então liguei o


chuveiro.
Capítulo 10
Recuperação

— VIP! V... I... porra... P!

Isso ressoou pelo enorme cara loiro, desgrenhado, de barba


avermelhada que estava atrás do balcão do café expresso no
Fortnum‘s Livros Usados.

Nós tínhamos acabado de entrar pela porta, e notei que ele


não estava apenas olhando para o nosso caminho, mas
também apontava um dedo em nossa direção.

Eu só estive lá uma vez, há anos atrás, quando eu esbarrei


com Shy. Mas, quando ele me disse que era um cliente
habitual, eu nunca mais voltei por medo de encontrá-lo de
novo.

Então, é evidente que não era a mim que ele estava


declarando como um VIP. O homem arrastou-se de trás do
balcão do café expresso, empurrou as pessoas em pé na
frente dele e foi direto para Landon que, enquanto eu tomava
banho, tinha mudado de seu uniforme para jeans e uma
camiseta.

Quando o barista chegou a Landon, eles fizeram aquela coisa


de homem de abraçar e bater nas costas, e eu estava perto o
suficiente para ouvir o cara louco murmurar no ouvido de
Lan no que era ainda um trovão, mas silencioso, — A salvo.
Em casa. Bem-vindo de volta, meu filho.

Eu não conhecia esse cara, mas algo nisso, provavelmente, a


profunda emoção que ouvi em sua voz, fez as lágrimas
picarem meus olhos enquanto eu observava o cara louco
agarrar Landon como se fosse algo precioso por vários
minutos antes de se afastar.

Ele se afastou, mas não foi muito longe. Ele manteve a mão
de Lan na dele e colocou a outra mão em torno do musculoso
ombro de Landon, agitando-o levemente, os olhos presos em
Lan e murmurando com sua voz firme, — Bem-vindo ao lar.

Shy, que estava segurando minha mão, largou-a para deslizar


o braço em volta dos meus ombros e me puxou para perto ao
seu lado. Esta foi mais uma demonstração de como ele
poderia ler o meu humor, sem sequer olhar nos meus olhos.

Vendo as boas-vindas do regresso de um soldado, sendo esse


soldado irmão de Shy, eu precisava dele para me segurar.

O cara loiro louco deu um passo em direção ao balcão e


declarou bem alto, — O café é cortesia para você. Nós
fazemos isso para os heróis. — Seus olhos azuis se voltaram
para Shy. — Sinto muito, viajante, você e sua garota têm que
pagar. Se dependesse de mim, eu daria café gratuíto para as
famílias do herói também, mas quando eu faço essa merda,
Indy tem um acesso de raiva.

E com isso, ele se afastou para longe.


— Uh... Eu presumo que você conhece o cara — eu apontei.

Landon desatou a rir, enquanto Shy me deu um sorriso doce


e sexy, e nenhum deles se preocupou em responder a uma
pergunta cuja resposta era óbvia. Apenas fomos para o
balcão.

Tudo correu bem com o pedido e o pagamento, parte da


tarefa normalmente simples e sem drama de pedir café.

Isso foi até que nós estávamos esperando do outro lado do


balcão por nossas bebidas, e o cara louco de repente curvou o
filtro da máquina de café expresso pelo ar, que felizmente
estava quase (mas não completamente) vazio de borra de café.
Ele o usou para apontar para o sofá em frente da janela e
ignorou totalmente o pequeno salpicado de borras de café que
voou e deslizou por cima do balcão.

Então ele explodiu, — VIP sentando! Movam suas bundas!


Temos um soldado que acabou de chegar a casa e sua bunda
estará sentada nesse sofá!

As pessoas no sofá encararam o grande homem por cerca de


meio segundo, então eles sabiamente apressaram-se.

Foi, então, que a bonita mulher loira com o sorriso


incrivelmente glamouroso que também estava atrás do balcão
mostrou aquele sorriso fascinante em minha direção. Eu
suspeitava que ela fez isso porque eu estava olhando o cara
louco como se ele fosse, bem... um cara louco.
— Tex é inofensivo — explicou ela. — Demora um tempo para
acreditar nisso, uma vez que ele também é totalmente louco,
mas eu prometo, ele é inofensivo.

O que eu sabia era que ele era alto e mandão, e ele apreciava
o sacrifício que os membros militares faziam por nós, então
eu podia superar as partes sonoras, mandonas e loucas.

Portanto, eu sorri de volta.

Ela inclinou a cabeça em direção aos sofás. — Vá, sente-se


antes de Tex lhe dizer para fazê-lo de uma forma que as
pessoas do Walgreens a um quarteirão de distância vão ouvir.
Eu levo estes.

— Obrigada — eu respondi.

— Não foi nada — ela murmurou, os olhos deslizando de


volta para Tex, que estava de novo batendo na máquina que
parecia que tinha custado tanto quanto a mobília da minha
sala (ou mais), como se ela só funcionasse sob a mais abusiva
das condições.

Shy flexionou o braço em volta dos meus ombros e me guiou


em direção ao sofá. Nós chegamos à seção dos sofás na frente
das janelas, e Shy voltou a colocar-me onde ele queria,
encaixando-me no canto do sofá. Ele se sentou no braço ao
meu lado e me puxou contra ele.

A mulher agradável trouxe nossas bebidas, e eu tive um mini-


orgasmo, que espero não ter sido detectado quando eu provei
a minha bebida. Realmente, o cara louco era um artista. Shy
e Landon estavam colocando a conversa em dia, que, não
surpreendentemente, não me deu muitas oportunidades para
participar da conversa.

Isso continuou por um tempo. Tempo suficiente para a minha


mente vagar para coisas que eu poderia estar fazendo. Como,
vamos dizer determinar se eu estava entrando na lista negra
da agência de enfermeiras temporárias por deixar um
trabalho e telefonar ao Departamento de RH do hospital para
ver se eu poderia ter o meu antigo trabalho de volta, e
telefonar para o meu senhorio para ver se poderia ficar no
meu apartamento, embora eu tenha desistido do meu
contrato.

Nada de importante.

Eu não queria ficar impaciente. Eu queria a oportunidade de


conhecer Landon, embora isso meio que não estava
realmente acontecendo, exceto por eu continuar
acompanhando a conversa.

Sem mencionar que eu nunca tinha visto Shy assim.


Obviamente, feliz que seu irmão estava em casa a salvo.
Obviamente feliz que, eu e ele, tínhamos mudado para outro
nível de nosso relacionamento. Obviamente feliz de uma
maneira que fez aquecer meu estomago por ele estar na
companhia das duas pessoas que ele gostava.

Não que eu não queira que ele tivesse isso. É claro que eu
queria.
Somente ontem eu tinha deixado um beijo mudar o curso da
minha vida inteira. Eu tinha coisas para fazer, e sentar e
ouvir dois machões jogar conversa fora não era prioridade.

No entanto, eu fiquei assim por um longo tempo, enquanto


fazia mentalmente a minha lista de coisas a fazer, quando
Shy notou que nossas canecas estavam todas vazias e
anunciou que estava pegando mais bebidas.

Ele beijou o topo da minha cabeça e se dirigiu ao balcão.

Eu assisti-o ir, feliz por ter algo para fazer que eu gostava
imensamente, como vê-lo se mexer, quando ouvi Lan chamar
meu nome e meu olhar voltou-se para ele.

— Então vocês dois estão firmes — comentou e eu sorri.

— Sim, estamos firme — eu confirmei.

Ele olhou por cima do ombro em direção a Shy antes de ele se


inclinar para frente na poltrona, fixando os cotovelos sobre os
joelhos. Sua expressão mudou e eu me preparei.

A mudança de expressão não era maldosa ou desagradável.


Não estava nem mesmo em branco, como se estivesse
escondendo algo de mim.

Mas, ainda não era boa.

— Park e eu somos próximos — declarou ele, e eu assenti


desde que eu sabia disso. Ele continuou: — Nós
conversamos. O ano passado, não frequentemente, não se
pode fazer isso muitas vezes quando você está no meio da
merda. Mas, quando o fazemos, colocamos as coisas para
fora.

Uh-oh.

Eu não podia saber ao certo o que estava por vir, mas isso
não significava que eu não tinha uma noção.

— Ok — eu disse cautelosamente, engolindo em seco,


desejando que acabasse logo e convidando-o a compartilhar o
que estava em sua mente.

Lan aceitou o meu convite.

— A última coisa que eu soube sobre você, Tabby, era que


você estava prestes a casar e foi um par de semanas depois
que isso... — ele fez uma pausa e eu sabia que ele estava
tentando encontrar as palavras certas quando terminou — ...
correu mal.

— Sim — eu concordei, ainda falando em voz baixa. — Isso


correu mal.

— Desculpe querida — ele sussurrou, e do jeito que ele disse


era quase tão doce quanto o seu irmão poderia ser. Eu
gostava disso, mesmo que eu não gostasse do nosso tema de
conversa. Ainda assim, eu assenti.

— Isso foi há algum tempo atrás, Landon — Eu informei-o. —


Quase um ano.

— Sim — ele murmurou, em seguida, ele perguntou: —


Depois do... — outra hesitação — ... outro cara, Park é o seu
primeiro?
Eu senti um formigamento descer pela minha espinha, do
tipo que não é bom.

Isso não era da sua conta. Ok, ele era irmão de Shy, eles
eram próximos, então meio que era.

Também meio que não era.

— Eu não tenho certeza — eu comecei, mas parei quando ele


balançou a cabeça e levantou uma mão apaziguadora.

— Por favor, veja só, Tabby. Ele é meu irmão. Ele é meu
melhor amigo. Nós já passamos por um monte de merda. Em
um esforço para sobreviver a isso, tivemos que aprender a
descarregar e nós fizemos isso descarregando um sobre o
outro. Depois que ambos deixamos essa vida, isso não parou.
Em outras palavras, eu sei sobre você. — Seus olhos fixos
nos meus. — Tudo sobre você, Tabby.

Isto não era boas notícias.

Eu abri minha boca para falar, mas ele levantou a mão


novamente e manteve os olhos presos nos meus.

— Eu sei que ele era um idiota com você. Quando você


colocou tudo pra fora, ele me disse e posso ver porque você
achava que ele era um idiota. Eu também sei que ele falou
muito sobre seus irmãos no clube, e ele falou sobre a família
ligada a esse clube, e a maioria do que ele falou foi sobre você
e você não estava sequer falando com ele. Ele não me disse
por que, mas isso não significa que eu não podia entender
que ele estava afim de você. Vê-lo com você, do jeito que eu
nunca o vi com outra mulher, eu percebo agora que ele não
está afim de você. Ele está com você.

Bem, isso era bom.

— Estou com ele também — eu compartilhei.

Lan concordou. — Eu vejo. Eu sinto que estou perdendo


alguma coisa desde a última conversa profunda que tive com
Park, como se tivesse sido há muito tempo atrás, eu posso
ver isso também. O que preciso saber é que você não esta o
usando para sair da tristeza e depois vai deixá-lo para trás,
para ir encontrar outro cara bem arrumado para se acertar.

Com isso, eu endireitei as costas.

— Eu sou Chaos — eu o lembrei, e ele acenou com a cabeça.

— Você é. Eu sei disso. A princesa reinante. É o meu


entendimento, porém, que você virou as costas a isso para o
seu último homem.

Ele estava certo, mas ele estava na direção errada.

— Você não pode controlar por quem você se apaixona,


Landon — eu apontei , tentando manter a minha voz firme.

— Não, você não pode. Mas, você pode cavar fundo e avaliar
se o homem com quem está, genuinamente significa algo para
você, como você faz para ele, ou se você está se recuperando
de outra relação.
Respirei fundo, num esforço para não ficar com raiva e
quando me controlei, disse-lhe com firmeza: — Eu não estou
em recuperação de nada.

— Você não cavou fundo, Tabby — ele retornou rapidamente,


mas suavemente, e eu fixei o olhar nele.

Então eu me inclinei para frente e bloqueado os meus olhos


para os dele.

— Vocês dois tenham um momento a sós e, Landon, eu vou


falar com Shy logo para deixar ele lhe fazer isso, assim
deixando-me para fazer as coisas que eu tenho que fazer, já
que fiz algumas decisões importantes somente ontem, tais
como, possivelmente estragar minha carreira, talvez ser sem-
teto e desempregada, tudo para que eu pudesse estar com o
seu irmão, e eu preciso resolver a minha vida.

Seus olhos arregalaram.

Eu continuei falando.

— Mas, quando vocês tiverem esse momento, ele vai te dizer o


que esteve acontecendo nos últimos sete meses. O que ele
não te irá dizer é o que isso significou para mim, porque ele
não pode saber. Então, se eu posso fazer a façanha
extremamente difícil de compartilhar tudo o que Shy
significou para mim nos últimos sete meses nos dois minutos
que tenho antes de ele voltar, eu vou fazer isso.

Ele não disse nada, apenas olhou para mim atentamente,


então eu continuei.
— Sim, ele me ajudou a superar Jason, e ele fez isso em um
relacionamento só-amigos sem pressão. Até algumas coisas
que eu vou deixá-lo compartilhar como aconteceram, ele me
apoiou a cada dia desde que eu o deixei voltar depois de
Jason morrer. A minha perda era muito recente, eu não me
permiti considerar ter as mesmas emoções por outro homem
tão cedo, depois de perder aquele com quem pretendia passar
o resto da minha vida, então eu neguei o que estava
crescendo entre nós.

Eu hesitei um momento e em seguida, continuei.

— Dito isso, desde a primeira noite que eu o deixei voltar, eu


sabia o que tinha começado a crescer entre nós.

Isso mereceu outro arregalar de olhos, mas eu ignorei e


continuei falando.

— Mas, eu não neguei o fato de que sabia, quando eu estava


com Shy ou até mesmo falava com ele, eu me sentia mais eu
do que eu tinha sentido em anos, depois de Jason morrer,
antes de Jason morrer, até mesmo antes de eu conhecer
Jason. Então, posso garantir-lhe que não estou com Shy
agora como gratidão por sua bondade. Eu também não estou
com ele porque eu estou sozinha. Além disso, eu não estou
com ele para testar as águas de me colocar lá fora de novo.

Eu respirei fundo, segurei o meu olhar no dele e pus as


cartas na mesa.

Para ele e para mim.


— Eu estou com ele, porque quando eu estou com ele, eu sou
livre para ser eu. Eu estou com ele porque ele é quente. Estou
com ele porque ele me permite tagarelar, já que eu sou
propensa a tagarelices, e ele me deixa desabafar quando
tenho um dia ruim. Estou com ele porque quando eu
reclamo, ele me faz sentir melhor e ele faz isso sem esforço.
Estou com ele porque eu vivo para os momentos em que eu
estou na parte de trás de sua moto e nós estamos andando
juntos, sem nem mesmo falar, apenas sendo livres.

Eu balancei as minhas mãos na frente de mim e continuei


sendo honesta com Landon.

— Merda aconteceu entre nós e é minha culpa, porque eu


estava uma bagunça, confusa, agindo estupidamente e
francamente imatura e Shy ficou compreensivelmente
zangado comigo. Ficamos separados por um mês e eu estava
perdida. Totalmente. Perdida de uma maneira que eu não
estava nem quando perdi Jason. Agora estamos de volta
juntos e eu me encontrei. Se eu estou interpretando mal as
coisas e que tudo grita 'recuperação' para você, minhas
desculpas. Não faz para mim. Pela primeira vez em muito,
muito tempo, eu estou feliz. Eu também estou feliz de ter um
tempo para provar a você que estou disposta a fazer a minha
parte para ver isso ir longe. Eu só espero que você não vá
mexer com isso, enquanto isso, porque você mesmo disse que
notou que seu irmão está muito feliz, ele está de um jeito que
eu nunca vi, e seria bom se você não fodesse com isso.
— Eu espero que você saiba, e não é nem preciso dizer, que
eu vou dar isso ao meu irmão,— ele respondeu.

— Bom — eu respondi imediatamente. — Eu estou contente


de ouvir isso, mas apenas um aviso, seria bom saber que
você também o vai apoiar. Os irmãos dele no clube são
protetores em relação a mim, compreensivelmente, mais
protetores depois do que aconteceu com Jason, e eu acho que
você pode imaginar, quando eles descobrirem que estamos
juntos, que isso pode não ser ótimo para nós. Shy não viveu
sua vida exatamente se segurando, esperando a pessoa certa.

Isso me fez contrair o lábio, mas eu ignorei e continuei.

— Nós poderíamos ter sorte e eles aceitarem-nos de braços


abertos. Infelizmente, eu não vejo isso acontecendo. Você
sabe quem eu sou, então você também sabe que meu pai é o
presidente do clube, e se ele não quiser acolher Shy na minha
vida com um sorriso e um aperto de mão , ele pode tornar as
coisas difíceis para ele. Então, se Shy descarregar sobre você
o que vier a acontecer, eu estou pedindo agora que você não
deixe que suas dúvidas sobre nós nuble o apoio que você
daria a ele.

Isso provocou outro arregalar de olhos e um baixo resmungo:

— Eu nunca faria isso, Tabby.

— Bom — eu respondi. — Então eu acho que nós dois


sabemos o que cada um de nós pensa.

— Que porra é essa que vocês dois estão falando?


A voz de Shy foi baixa, mas também firme.

Nada bom.

— Park — Landon começou, mas não continuou quando Shy,


com as canecas de café em cada mão, deslocou-se para o lado
da cadeira de Lan e virou os olhos irritados para baixo para o
irmão.

— Vamos ter que ir lá fora e falar?— ele perguntou.

Uh-oh.

Eu congelei, assim como Landon e, como habitualmente, eu


falei primeiro.

— Está tudo bem, querido.

Shy voltou os olhos para mim. — Não está pelo que eu ouvi.

— Pense um pouco — eu comecei, — se coloque no lugar do


Landon, pense em encontrar a mulher que guardava rancor
contra o seu irmão há anos e, em seguida, você ouve que ela
perdeu um noivo e quando você aparece e vê que eles estão
de repente e inexplicavelmente juntos... o que você faria?

Shy colocou as canecas sobre a mesa de café e virou-se para


o seu irmão. — O que eu iria fazer era me importar com a
perda que ela teve, mesmo que já não seja recente e entender
que meu irmão não é um idiota, porra.

Uh-oh!

— Shy — eu comecei, mas Landon falou antes de mim.


— Park, eu não acho que você é um idiota, mas acho que
você sabe de onde eu estou vindo.

O braço de Shy serpenteou fora, seus dedos enrolando ao


redor do lado do meu pescoço e eu me vi voando em direção a
ele, a minha frente pousando com força contra o lado de seu
corpo. Sua mão se moveu para que o braço cruzasse apertado
em volta dos meus ombros, a outra mão atravessou seu
corpo, para seus dedos poderem enrolar na minha cintura e
em tudo isso, seu olhar não deixou seu irmão.

— Olhe para mim, o que você vê? — Ele rosnou e quando


Landon não respondeu, ele repetiu sua pergunta: — O que
você vê?

Oh Deus.

Eu não sabia se eu devia sentir-me eufórica, porque eu sabia


o que Shy pensava que Landon veria ou apavorada porque
não queria uma explosão acontecendo na livraria Fortnum,
não com aquele maluco atrás do balcão. Ele ficaria do lado de
Landon e Shy estaria em menor número.

Meus olhos se voltaram para Landon vendo-o nos medir, em


seguida, eles se mudaram para o rosto de Shy.

— Eu vejo isso, Park — ele disse suavemente.

— Que porra de espetáculo, Lan — Shy bufou. — Agora, você


entende isto. Nunca — ele nos inclinou para seu irmão —
jamais, ataque a minha mulher assim. Vou deixar isto de
lado porque estou feliz pra caralho que você está em casa. Se
acontecer de novo, eu não vou deixar para lá. Você me
entende?

— Eu não fiquei ofendida, Shy, sinceramente — Eu disse a


ele rapidamente, na esperança de acalmar sua raiva, ainda
que eu sentisse a proteção quente de suas palavras se
estabelecerem em linha reta com a minha alma.

Seus olhos viraram rapidamente para mim. — Bem, eu fiquei.

Mensagem clara.

— Sim, senhor, motoqueiro chefe — eu murmurei


rapidamente e os olhos de Shy se estreitaram.

— Não seja fofa como os diabos e, juro por Deus, se você


lamber o lábio, eu vou perder a cabeça. Da próxima vez que
você lamber o lábio, faça isso quando estivermos longe de um
lugar público e eu possa ter a porra da reação que eu tive
meio milhão de vezes ao longo de quatro anos fodidos cada
vez que vi você fazer isso, não aqui, numa livraria, onde eu
não posso.

Independentemente da situação tensa, isso me deu um


arrepio e um sentimento ainda mais quente se instalou na
minha alma, mas lutei contra a vontade de lamber meu lábio
(que era precisamente o que eu ia fazer) e eu só olhava para
ele.

Ele olhou para a minha boca, em seguida, seu olhar foi para
os meus olhos, em seguida, ele olhou para o irmão.

Então, eu também olhei e o vi sorrindo.


— Eu não estou achando motivo nenhum para sorrir — Shy
avisou.

— Desculpe, Park, mas, tenho que admitir, eu estou sorrindo


pra que não ria até cair, já que se eu fizesse isso, tenho a
sensação que você me bateria.

— Eu não estou achando nenhum motivo para gargalhadas


também — Shy afirmou.

— Isso é porque você não pode ver vocês dois. Sério, Park, eu
tenho que dizer isso. Vocês são totalmente uns fofos do
caralho juntos.

Eu pressionei meus lábios juntos em mais um esforço para


não lamber meu lábio, quase certa de que Shy nunca iria
querer ser descrito como fofo.

Eu estava errada.

— Não me diga? Você só notou isso agora? Jesus, Lan — Shy


respondeu.

— Não. Percebi isso em sua casa, mas estava mais focado em


sua garota sendo bonita, quente, e enrolada em um lençol.
Desde que ela está totalmente vestida agora, estou notando
mais.

Isto, mais uma vez, foi o que eu não considerava uma boa
resposta de Landon Cage, já que suspeitava que Shy não
gostaria que seu irmão deixasse claro que pensava que eu era
bonita e quente e tinha se distraído por eu estar em um
lençol, e desta vez eu estava certa.
— Você está brincando comigo? — Shy estourou.

— Podemos tomar café? — eu entrei no meio — Eu preciso de


cafeína. Então, eu preciso de comida. Então, preciso fazer
algumas chamadas para que eu possa descobrir se tenho
uma casa e um emprego. Assistindo dois fodões discutindo
um com o outro, ainda que quente, não está me ajudando a
resolver a minha vida. Então, se vocês começarem a se mexer
com isso, eu apreciaria.

Os olhos de Shy rapidamente desceram para mim e notei


imediatamente sua expressão mudar de raiva para calma.

— Doçura, você vai ficar bem — ele me assegurou.

— Sim, eu vou, mas para ficar bem, eu preciso fazer alguns


telefonemas, então podemos continuar com a nossa manhã?
— Eu disparei de volta, e seus lábios apertaram.

— Podemos continuar com a nossa manhã—, ele concordou.

— Espetacular — eu murmurei, revirando os olhos para Shy,


mas quando olhei para Landon, eu sorri.

Ele sorri de volta.

— Viajante! — Tex o cara maluco do café gritou. — Sua


bebida está ficando fria. Mexa o seu traseiro até aqui para
pegar, porque eu não estou fazendo outro a menos que você
pague por isso.

Shy me deu um aperto, em seguida deu a seu irmão um olhar


que lhe disse para se comportar nos 30 segundos que Shy
não estaria lá, e ele passeou para pegar o último café.
Eu dei a Lan outro sorriso e sentei meu traseiro de volta no
sofá.

Lan dobrou seu longo corpo na poltrona.

— Uh, Tab, só para você saber — ele começou. — Esse tempo


que você vai levar para provar que pretende levar as coisas
longe com o Park ficou muito mais curto, porra.

Suas palavras me tocaram em um lugar agradável. Enviei


outro sorriso para ele e até eu sabia que era enorme.

E feliz.

****

Eu olhei para Shy ao mesmo tempo em que Shy olhava para


mim.

Estávamos na minha cama. Estávamos nus. Eu estava de


costas, uma perna enrolada em torno do quadril de Shy, uma
perna estendida, pressionada contra seu peito, tornozelo no
ombro. Os quadris de Shy estavam entre os meus, uma mão
deslizando até minha canela para o peito dele, uma mão na
cama, seu pênis se movendo dentro de mim.

— Tenho que dizer, baby — ele murmurou. — Você é sempre


linda, mas você é fodidamente bonita quando você me leva.

Deus

Deus

Eu adorava quando ele dizia coisas assim, enquanto ele


estava fazendo amor comigo.
— Tenho que dizer, querido — eu murmurei de volta com a
voz rouca. — Você é sempre gostoso, mas você é realmente
gostoso quando você está me levando.

Seus olhos, já quentes, queimaram dentro de mim mesmo


enquanto sua boca se curvou e sua mão se moveu para
baixo, para baixo, para baixo, até que se curvaram no meio
das minhas coxas. Seu polegar encontrou-me quando ele
sussurrou: — Vamos ver quanto muito mais bonita você pode
ficar.

Em seguida, ele apertou e circulou. Eu gemia, meu pescoço


arqueado, a minha perna em volta dele tensa, e seu quadril
se moveu mais e mais rápido entre o meu.

— Inacreditavelmente bonita — ele rosnou.

Eu virei os meus olhos meio abertos para ele, o seu rosto


mais escuro, com os olhos tão quentes que eu pensei que a
cama iria entrar em combustão, e ele estava certo.

Beleza inacreditável.

Não eu.

Ele.

Seu polegar pressionou mais profundo, circulou mais rápido,


enquanto seus quadris bombeavam com mais força, e eu
sussurrei com urgência — Shy.

— Vem sem mim, querida. Desta vez eu quero ver.

Livre para fazer o que ele pediu, eu fiz e foi espetacular.


Foi só quando eu acalmei que o polegar dele me deixou. Ele
nos rolou, então ele estava de costas, eu estava montada
nele, e ambas as mãos enquadrado minha cabeça, movendo-a
para que ele pudesse olhar para mim.

— Leve-me lá — ele ordenou asperamente. — Eu quero ver


você se mexer em mim.

Sem demora, querendo dar-lhe o que ele queria, sentei-me e


dei-lhe o que ele pediu. Fiz lentamente no início, em seguida,
mais rápido, mais forte, minhas mãos movendo-se em seu
peito, meus olhos nunca deixando seu rosto, minha excitação
crescendo novamente enquanto eu via a dele crescendo
também, em seguida, suas mãos em meus quadris me
puxaram para baixo, mantendo-me cheia dele, e ele veio.

Enquanto ele sentia o seu orgasmo, eu deixei-me cair nele,


peito com peito, meus dedos flutuando acima de sua pele, a
minha boca em seu pescoço, minha língua sentindo seu
gosto.

Ele fechou os braços em volta de mim e me deu um beijo na


minha testa. Sua cabeça endireitou, eu empurrei meu rosto
em seu pescoço, e nós ficamos ali por um tempo, em silêncio.

Eu não sabia o que Shy estava pensando, mas eu tomei esse


tempo para saborear os últimos 45 minutos. Então, eu tomei
ainda mais tempo saboreando minhas partes favoritas. Uma
vez que todas as partes eram boas para saborear, isso levou
algum tempo.
Depois disso, minha mente mudou-se para o meu dia, pós-
café com dois irmãos fodões.

A boa notícia foi que meu apartamento era meu novamente.


Eles ainda não tinham colocado nenhum anúncio, por isso
eles ficaram felizes por eu assinar outro contrato.

A má notícia é que eles esperavam que eu assinasse um


contrato de locação de doze meses. Fiquei triste com isso,
mais ou menos. Eu precisava de um lugar para ficar por
agora e, com o meu trabalho no ar, eu estava presa onde eu
estava, em vez de procurar apartamento e explicar como eu
pagaria o aluguel, uma vez que eu não tinha rendimento. Dito
isso, eu senti que talvez fosse hora de passar para algo um
pouquinho melhor, e se eles mudassem o contrato para mês -
a- mês e eu tivesse o meu emprego resolvido, eu teria a
oportunidade de fazer isso num futuro não muito distante.

Shy não estava de acordo com isso, de jeito nenhum.

Embora eu tivesse pedido a Shy um tempo para resolver os


meus assuntos, o que daria tempo aos irmãos para se
entrosarem sem o meu ouvido atento, Shy se recusou a dá-lo
a mim. Isso meio que me assustou, porque ele me irritou e eu
fui confrontada mais uma vez, em menos de vinte e quatro
horas com o jogo de cintura que eu tinha de ter com um
motoqueiro.

Pelo menos era o que eu pensava até Shy me explicar

— Esperei por você durante quatro anos, Tabby, baby.


Quatro. Passei muito desse tempo pensando que eu nunca ia
te ter. Agora eu tenho você, há menos de um dia, eu não
estou contente em deixar você ir. Dê-me isso, por agora, sim?
Faça suas chamadas daqui.
Era doce, bem como amoroso, então eu aceitei.

Nós rapidamente atingimos outra zona de perigo, quando ele


me ouviu falar ao telefone sobre o aluguel.

Eu sabia que ele não estava gostando do que estava ouvindo


quando ele puxou meu telefone da minha mão, e murmurou
para ele — Ela vai ligar de volta — então desligou e olhou
para mim.

Sentindo a pressão aumentar na minha cabeça a esta


manobra, eu abri minha boca para, digamos, talvez, gritar,
mas ele antecipou-se para falar.

— Um contrato de locação de doze meses não vai acontecer.


Seu lugar é ok, mas apenas ok — declarou. — É muito
pequeno, não estou entusiasmado com o bairro em que está,
e isto funciona, querida, nós estamos indo viver juntos e de
forma alguma é grande o suficiente para nós dois. Eu não
vou esperar um contrato de locação de doze meses. Eu não
vou aguentar com o que eu não quero por doze meses. E eu
não quero você em um lugar que não é bom o suficiente por
doze meses. Então, você não está ficando lá por doze meses.
Diga-lhes de mês para mês. Se eles vacilarem, eles lidam
comigo.

Eu não gostava disso, mas para não discutir com ele na


frente de seu irmão, eu fiz como me foi dito. Eles vacilaram.
Shy ouviu, pegou o telefone de mim novamente, eu olhei para
ele, em seguida, olhei para o seu irmão sorridente que estava
a par de tudo isso, já que estávamos de volta na casa de Shy,
e então eu o escutei tentar argumentar com eles.

Isso não funcionou então Shy disse no telefone, — Certo.


Você estará me vendo em trinta minutos e eu sugiro que você
tenha esse tempo para pensar realmente a sério sobre essa
decisão.

Então ele jogou o meu telefone para mim, murmurou: —


Estarei de volta — e saiu antes que eu pudesse dizer uma
palavra.

Olhei para a porta que se fechou atrás dele querendo saber


como ele iria saber como encontrar o meu senhorio.

Então, eu olhei para a porta tentando convencer-me de que


isto não tinha acontecido.

Então, quando eu percebi que de fato tinha acontecido, eu


empurrei a vontade de jogar algo na porta.

Então, eu soquei o meu telefone e liguei para Shy.

Fiz isso várias vezes.

Ele não respondeu por 45 minutos e quando o fez, sua


saudação foi — Consegui mês a mês, querida. Diga para Lan
te levar em seu caminhão. Estou fazendo bifes hoje à noite na
sua casa. Encontre-me no King Soopers na Colorado
Boulevard.

Então, ele desligou na minha cara.


Yep. Desligou. Na. Minha. Cara!

Aparentemente, ele usou seus caminhos de motoqueiro fodão


para encontrar o meu senhorio e fez um braço-de-ferro
conseguindo um contrato de aluguel mês a mês. Embora,
isso fosse o que eu queria, contraditoriamente, a maneira de
Shy fazer isso acontecer (especificamente a minha não
participação nisso), não me fazia feliz.

Lan não falou até que eu estava bufando em seu caminhão.


—Deixe-o fazer o que ele tem que fazer.

Eu mantive a minha boca fechada e olhos na janela lateral.

— Tabby, sério, me escute,— Lan continuou. — Ele é meu


irmão mais velho e muito tempo atrás, ele lançou-se no papel
de protetor e ele é bom no que faz. Ele era assustadoramente
capaz de apanhar com merda e de dá-la, desde que ele
pudesse me impedir de fazer qualquer um dos dois. Ele gosta
dessa porcaria. Deixe-o fazer isso.

Eu não gostava de como isso soava, mas deixei essa parte


para lá. Eu falaria com Shy sobre isso mais tarde.

Em vez disso, eu me virei para olhar para Lan. — Ele não


pode sair por aí ameaçando e intimidando todo mundo na
minha vida para me dar o que eu quero ou o que ele quer que
eu tenha.

Lan sorriu para mim e respondeu alegremente: — Claro que


pode.

Eu olhei para ele.


— Aposto que o seu pai faz essa merda — Lan continuou.
Meu pai fez, para mim, Rush, Ty- Ty, qualquer um de seus
irmãos e qualquer um com quem ele se importasse.

Deus.

Eu estava ferrada.

No caminho para o King Soopers, decidi deixar isso pra lá e


lutar outro dia. Hoje precisava ser um bom dia para todos e
de qualquer maneira, mês a mês era bom para mim e eu
duvidava que Shy tivesse agredido o meu senhorio com uma
faca, então eu decidi que tudo está bem quando acaba sem
derramamento de sangue.

Compramos mantimentos. Comemos bifes. Bebemos cerveja.


Lan foi embora para ficar na casa de Shy. Expliquei a Shy
que enquanto ele estava fora aterrorizando meu senhorio, eu
liguei para o hospital e descobri que já tinha sido anunciado
o meu cargo, então se eu o queria de volta, teria de
candidatar-me.

Sua resposta foi: — Eles vão escolhê-la, baby.

Então ele me escolheu, enquanto me pegou e me carregou


para o quarto.

Começamos fazendo o amor que nos levou ao agora.

Eu quebrei o silêncio com um suave, — Você... na minha


cama.
Fechei os olhos quando Shy apertou os braços em volta de
mim e fiquei assim, mas ele não disse nada. Então,
novamente, a coisa do braço disse tudo.

— Estou contente com a volta do seu irmão — eu murmurei


em sua pele, e ele me deu outro aperto.

— Eu também.

— Foi muito legal como ele surpreendeu você — eu apontei.

— Sim — ele concordou.

Puxei uma respiração. Então eu disse: — Apenas para ficar


registado, antes de sair para brincar de motoqueiro fodão em
algo que me afeta, eu preferiria que nós conversássemos
sobre essa coisa que me afeta em primeiro lugar. Havia
outras maneiras de resolver o problema de hoje. Se
decidíssemos que mês a mês era o caminho a percorrer e que
eles não quisessem, eu poderia ter ficado com meu pai e Tyra
ou Natalie até que a minha vida voltasse ao normal e eu
achasse um lugar que eu gostasse ou, se estivéssemos a esse
ponto nesse momento, encontraríamos um lugar que
queríamos.

— Meu caminho foi mais rápido e com menos dor de cabeça,


respondeu ele.

Merda, ele tinha razão.

Eu suspirei.

Seu corpo tremia, eu sabia que ele estava rindo


silenciosamente, mas eu ignorei isso.
Em seguida, ele murmurou, — Deslize de mim, Tabby, mas
faça-o lentamente. Eu gosto assim.

Isso me deu um arrepio, mas em vez de deslizar para fora, eu


pensei no porquê de ele precisar que eu saísse, que era para
que ele pudesse ir ao banheiro e lidar com o preservativo.

— Estou tomando pílula — eu disse-lhe calmamente.

Seus braços me deram outro aperto, mas este me pareceu


reflexivo, então eu levantei para olhar para ele.

Então eu puxei de outro fôlego e comecei com cuidado, —


Antes, você tinha ?

Ele não me deixou terminar.

Ele rapidamente me cortou com outro aperto de seus braços,


a pressão não aliviou, antes que ele declarasse com firmeza,
— Sempre.

— Então podemos ?

Mais uma vez ele me interrompeu para pedir gentilmente —


Deslize, querida.

Eu segurei seus olhos um pouco, então concordei e deslizei


para fora, lentamente, observando o rosto dele enquanto eu
deslizava, o que me disse, eloquentemente, que ele gostava da
sensação tanto quanto eu.

Depois de deslizar ele fora de mim, ele me rolou de costas, se


inclinou para beijar meu peito e, em seguida, a parte inferior
do meu queixo, então ele me deu um sorriso sexy e saiu da
cama.

Até ele passear de volta para o meu quarto nu, eu estava de


pé ao lado da cama e tinha um par de lingeries, mas ainda
tinha que chegar à camisola. Eu não tive a chance de
localizar uma antes de Shy me ter de volta na cama com ele
em cima de mim, com o rosto sério.

— Certo, vamos fazer isso rápido e esperemos que não


doloroso — começou ele ameaçadoramente. — Durante três
meses, tem sido apenas Rosalie. O mês antes disso, ninguém.
Eu não menti, querida, sempre cuidadoso. Sempre. Mas, eu
vou fazer o teste para que você saiba que eu não estou
dando-lhe nada, a não ser eu quando formos só você e eu
sem nada no meio. Vamos aguardar os resultados e, em
seguida, vai ser só você e eu. Você está bem com isso?

Eu estava, totalmente. Foi muito além do que eu esperava


que ele fizesse sem eu mesmo pedir e isso me fez sentir
segura em mais maneiras do que saber que fazer amor com
ele seria seguro.

— Obrigado, Shy — eu sussurrei.

— De nada, Tabby — ele sussurrou de volta.

Eu sorri.

Shy me beijou.

Dez minutos depois, minha calcinha tinha desaparecido.


Duas horas mais tarde, passei por cima de Shy, saciada,
exausta, relaxada como se tivesse me livrado de tudo.

E feliz.

Ele só parou para fazer amor comigo.


Capítulo 11
Carne e unha

Três semanas e meia mais tarde...


— Shy, oh meu Deus. Shy! — eu gritei minhas mãos
curvadas em torno da borda do balcão da cozinha, com a sua
cabeça entre minhas pernas. Suas mãos cobrindo a minha
bunda me puxaram mais fundo em sua boca voraz. Minha
cabeça voou para trás, batendo na parte alta do balcão e eu
gozei realmente forte para caralho.

Ainda gozando, eu mal tinha processado a perda da sua boca


entre as minhas pernas, mas eu não perdi o seu pau batendo
em mim.

Ergui a cabeça e tentei concentrar-me em seu rosto, vendo-o


duro, seus olhos queimando em mim, seu pau batendo
rápido, duro, profundo.

A maioria das vezes, Shy fazia amor comigo, cuidando de


forma inacreditável a maneira de fazer isso, mesmo quando
era sexo selvagem.

Agora, ele estava me fodendo.


Era fantástico.

— Você vai vir para mim de novo, Tabby — ele grunhiu,


empurrando profundamente.

— Sim — eu respirei.

Suas mãos estavam cobrindo meus quadris, me puxando


para ele enquanto dirigia dentro de mim, então ele ordenou:
— Quero assistir você fazer isso, baby. Toque-se.

Sem hesitação, eu puxei para cima a camisola que eu tinha a


única coisa que eu estava usando já que era de manhã. Shy e
eu estávamos nos esbarrando em torno da cozinha fazendo o
café e eu lambi meus lábios por algum motivo. Minha língua
mal tinha passado pelos lábios quando a sua boca bateu na
minha e, então eu tinha a minha bunda em cima do balcão,
minha calcinha desaparecida, a boca do meu homem entre as
minhas pernas e eu gozando.

E eu ainda estava lá. Felizmente.

Eu coloquei um dedo no meu clitóris. Meti a mão por baixo


da minha camisola e coloquei os dedos no meu mamilo.

— Tire a camisola, Tab. Quero ver o que você está fazendo a


sua teta — ele rosnou. Minha barriga endureceu, meu sexo se
contraiu, ele bateu mais fundo, e eu parei o que eu estava
fazendo no meu peito, tirei minha camisola e mostrei o que
estava fazendo.

— Foda-se, querida — ele gemeu, batendo no fundo e girando


os quadris de uma maneira que fez um gemido escapar da
minha garganta, seus olhos nunca me deixando. —
Fodidamente quente. Maravilhosa.

— Shy — eu sussurrei, perto de novo, o primeiro foi imenso,


este eu sentia que poderia me matar e eu não me importei.

— Espera por mim — ele rosnou, indo mais rápido e mais


profundo.

— Eu não posso — eu gemia, estava quase lá.

Sua voz era áspera, quando ele apertou — Espere por mim,
baby.

— Eu... —

De repente, suas mãos não estavam em meus quadris. Ele


passou os braços em volta de mim, levantou-me do balcão e
eu voei através do ar um momento antes de meu corpo colidir
com o dele e ele me bateu com seu pênis.
Minha cabeça voou de volta e eu gritei com a onda quebrando
em cima de mim, enquanto eu sentia Shy enterrar o rosto no
meu peito e gemer em minha pele.

Vidas passaram enquanto eu pairava sob a superfície, Shy ali


comigo. Então, quando nós estávamos flutuando, ele
gentilmente me colocou de volta na bancada, colocando a
mão na parte de trás da minha cabeça para que amortecesse
ao bater no balcão.

Eu virei meu queixo para olhar para ele e o vi sorrindo para


mim.

— Jesus, doçura, você tem que parar de vir tão rápido. Você
está me matando.

Meu rosto feliz levou uma batida e eu olhei para ele.

— Uh... apenas dizendo, Shy, você é o único que me faz vir


tão rápido.

— Eu gosto disso, querida, e entendo, minha boca entre as


pernas na parte da manhã, depois que você teve um total de
oito horas sem eu te fazendo vir, mas logo depois de eu ter
dado a você, você chega lá novamente antes de mim? Que
porra é essa?
Ele ainda estava sorrindo, o que significava que eu sabia que
ele estava brincando.

Ele também estava brincando, porque estava satisfeito com


ele mesmo e não se importava comigo sabendo disso também,
e isso não me agradou.

— Você estava me fodendo forte — eu o lembrei.

— Sim, e daí? — Ele continuou sorrindo para mim.

— No balcão da cozinha — eu continuei.

— E, então?

— Foi quente — eu soltei e vi seu sorriso se espalhar.

— Uh, eu percebi isso, Tab. Você veio, sua vagina se apertou


em torno de mim com tanta força, eu não tinha escolha a não
ser fazer o mesmo. Essa sua boceta doce ordenhou tudo de
dentro de mim.

Isso tanto me irritou como me excitou, em igual medida. Eu


cedi à parte puta da vida e eu continuei olhando antes de
inclinar minha cabeça para o lado e perguntar com um tom
doce e fingido, — Isso é um problema?
Ainda sorrindo, ele abriu a boca para falar, em seguida, seu
sorriso morreu completamente, sua cabeça se ergueu, os
olhos na porta, e antes que eu soubesse o que estava
acontecendo, ele saiu de mim, me puxou para fora do balcão,
me colocou de pé, me empurrou para trás, e suas mãos foram
para os jeans, a única coisa que ele tinha felizmente colocado
mais cedo para andar ao redor na cozinha comigo.

Isso foi sorte porque, geralmente, ele só usava sua cueca


boxer e às vezes ele não usava nada.

E ter Shy em seus jeans foi sorte, porque naquele momento


uma chave podia ser ouvida na fechadura.

Só podia ser uma de cinco pessoas: meu pai. Tyra. Rush. Big
Petey. Ou Natalie.

E nenhuma dessas escolhas foi boa, porque nenhum deles


sabia sobre Shy e eu.

Shy e eu tínhamos falado sobre isso, e nós decidimos que a


melhor forma de ação para nós era nos acostumarmos a ser
um — nós — antes de soltarmos isso para alguém.

Isso foi fácil, considerando que os caras estavam habituados


a Shy passar tempo comigo, e ele começou a ficar mais em
seu apartamento na agonia final de seu relacionamento com
Rosalie, então eles também estavam habituados a ele não
estar no Complexo.

De alguma forma, eles perderam o fato de que tínhamos tido


um mês separados, mas eu suspeitava que isso fosse porque
os irmãos realmente não metiam o nariz nos negócios uns
dos outros, a menos que fossem convidados.

Shy anunciou no clube que ele tinha terminado com Rosalie,


mas isso era tudo quanto qualquer um de nós tinha
compartilhado.

Claro, tivemos que modificar o nosso comportamento quando


estávamos no Complexo juntos. Embora às vezes, eu tinha
que admitir, nós trocávamos olhares, ele iria tocar minhas
costas, eu ia correr as pontas dos meus dedos ao longo das
costas de sua mão, mas ainda assim, mantivemos a fachada.

Quanto a minha parte, quando eu compartilhei com meu pai


e Tyra que não estava indo para Cape Cod, eles aceitaram,
contudo os dois pareciam felizes que eles não estavam me
perdendo. Eu suspeito que eles aceitaram, porque
suspeitavam que eu ainda estava tentando me arranjar, de
certa forma, depois de perder Jason, então, naturalmente,
tomaria decisões, e em seguida, voltaria atrás querendo ou
não. Eu não queria que eles pensassem isso, visto que não
era verdade, mas eu tinha que deixar assim até a hora de
dizer-lhes o que era verdade.
Com tudo isso, deve-se dizer, não houve muito esforço para
nos acostumarmos a ser parte de um nós com Shy. Nós
deslizamos naturalmente nisso, provavelmente porque
estávamos acostumados um com o outro, nós crescemos
juntos, as únicas mudanças foram muito sexo, dormindo na
mesma cama e mais carinho e todos esses ajustes vieram
fácil.

Então, verdade seja dita, pelo menos da minha parte, e Shy


não deu nenhuma indicação que ele não concordava, eu
estava acostumada a sermos um nós, cerca de dois dias
depois que aconteceu.

Mas, ainda mantínhamos em segredo e nem sequer


discutíamos o próximo passo.

Para mim, isso era porque eu estava segurando a minha


felicidade. Acordava feliz, eu alegremente desmaiava em Shy
após uma variedade de orgasmos e tudo que eu tinha era
felicidade no meio. Eu até tive uma entrevista para o meu
antigo emprego há dois dias, recebi o telefonema três horas
após a entrevista que eu estava de volta, então era tudo
felicidade em volta.

Portanto, possivelmente injetar antagonismo e agravamento


na minha vida não me enchia de alegria, assim eu estava
evitando.
Eu não me sentia culpada sobre isso, porque eu sabia que
quando eu explicasse isso a Tyra, ela entenderia. Isso porque
ela sempre me entendia. E se Tyra me entendia, ela poderia
explicar isso para meu pai, bem como para Rush de uma
forma que eles iriam entender. Além disso, Big Petey me
adorava, por isso, mesmo que ele ficasse com raiva a
princípio ele acabaria por entender.

Portanto, quando a porta se abriu e era Natalie, isso


significava que o pior cenário possível estava prestes a surgir.

Eu sabia isso instantaneamente quando ela entrou, sua


cabeça virou para a cozinha, seus olhos arregalaram, sua
boca se abriu, vermelho tomou conta de seu rosto, e ela
gritou: — Eu vi a moto dele lá fora, então eu sabia, porra!

Não era bom.

— Nat — Eu comecei, mas não pude continuar porque ela


bateu a porta e entrou.

— O mesmo que com Jason, num minuto eu tinha a minha


garota, no minuto seguinte, ela não está disponível, mas
desta vez é pior. Você está metida com o cara que bate em
todos os caras e escondendo isso de mim — ela gritou no fim.
— Tabby! O que foi que eu disse sobre ele? Como você pode
ser tão estúpida?
O trovão vindo de Shy que eu senti durante a nossa conversa
de quase dois meses atrás encheu o quarto, mas Natalie,
aparentemente, não sentiu isso.

Quanto a mim, Shy fez o seu teste de DST no dia seguinte de


seu irmão chegar a casa. Ele pagou um extra pela urgência,
ele estava limpo, então, nesse momento, independentemente
da situação desconfortável do confronto, Natalie dizendo
palavras que eu não gostava tanto assim e que precisavam
ser abordadas, o ar pesado e a fúria que emanava do meu
homem, eu estava com uma camisola, sem calcinha, e Shy
deslizando para fora de mim.

Prioridades.

Eu rodeei Shy, fiquei entre eles, feliz que também havia um


balcão entre eles e ordenei: — Não se movam, nenhum dos
dois, e nem falem. Eu tenho que fazer uma coisa. Estarei de
volta em menos de um minuto e, juro por Deus, se vocês dois
se lançarem um ao outro antes de eu voltar, não vai me fazer
feliz.

Natalie, sendo Natalie, deu uma olhada para mim, adivinhou


a situação, e não teve quaisquer problemas em apontá-lo.

— Merda, sério? Será que eu entrei no meio das


consequências de você ser fodida por um motoqueiro? Deixe-
me adivinhar, você fez isso—, ela inclinou-se, — estilo
cachorrinho.

Seu significado era claro, e Shy realmente rosnou baixo em


sua garganta e eu o senti começar a se mover. Eu estiquei a
mão e a plantei em seu peito, mantendo meu olhar preso em
Natalie.

— Eu te amo, você sabe isso. Mas, mais uma palavra, Nat,


vou confiscar a minha chave, chutar o seu traseiro para fora,
e você nunca mais vai me ver novamente. Você está
entendendo?, eu perguntei em voz baixa.

Seus olhos perfuraram os meus, sua mandíbula apertada, ela


ergueu o queixo.

Eu torci o pescoço e olhei para Shy. — Querido, por favor?


Por mim?

Esse músculo em sua mandíbula pulsou, seus olhos estavam


fixos em Natalie, mas ele também ergueu o queixo.

Dei um suspiro de alívio e corri para o banheiro. Limpei-me


em tempo recorde, peguei uma calcinha da minha gaveta,
puxei-as, e tropecei em nossas roupas que estavam
espalhados por todo o chão no meu caminho.
Eram roupas em sua maioria de Shy, uma vez que todo o seu
guarda-roupa limitado estava espalhado por lá, considerando
que seu irmão tinha estado em Denver durante duas
semanas antes de ir de volta para Fort Carson e ele ficou no
lugar de Shy, então Shy havia ficado no meu e não tinha
deixado de ficar lá, mesmo depois de Lan ir embora.

Vagamente, ocorreu- me que era hora de lavar roupas, e


considerando-se que seu guarda-roupa era severamente
limitado, ir às compras.

Eu ajeitei meus pés quando acomodei minha calcinha em


meus quadris e minha camisola ainda estava caindo sobre o
meu traseiro, quando derrapei até parar na sala de estar para
ver a minha melhor amiga e o meu cara parados encarando
um ao outro com um olhar assustador.

— Certo, você está de volta — afirmou Natalie, não


arrancando os olhos de Shy. — Podemos falar agora?

— Você, você tenha cuidado com a sua boca — Shy atirou de


volta imediatamente. — Você diz algo que irrita Tab ou a
machuca e você responde a mim.

— Respondo a você? Quem fala assim?—, Natalie respondeu


rapidamente com uma não pequena quantidade de sarcasmo.
— Eu falo e se você não, vadia, você vai encontrar o seu cu
fodido ao ar.

Uh-oh.

O que ele quis dizer?

Meus olhos se estreitaram em Natalie.

Oh merda.

Seus olhos estavam brilhantes. Muito brilhantes.

Merda!

— Vai se foder — ela gritou.

Shy inclinou-se ligeiramente em sua direção, e tinha feito isso


para mim quando ele estava com raiva, então eu sabia que
ele estava na zona de perigo.

— Nem pense em vir na casa de sua amiga, que, por sinal, é a


minha mulher, com um ar importante como se tivesse um
pau enfiado no cu e jorrar coisas da sua boca, tão cheia de
pó, que o seu cérebro fica confuso — ele rosnou. — Abaixe a
bola.
— Natalie — eu verbalmente me meti na briga e, em seguida,
cuidadosamente perguntei: — Você usou cocaína?

Seus olhos viraram-se para mim. — Nós não estamos falando


de mim. Nós estamos falando sobre você se meter com Shy
Cage, porra, quando eu avisei para não fazer essa merda.

Shy mexeu-se, meus olhos foram para ele, e eu perguntei: —


Querido, por favor, deixe-me lidar com isso.

Seu olhar virou para mim, ele me acolheu, fez uma parada,
me deu um olhar infeliz que eu peguei, mas, felizmente, virou
seus olhos de volta para Natalie e manteve-se firme, cruzando
os braços sobre o peito.

Olhei para a minha amiga. — Nat, você está cheirando?

Ela me ignorou e declarou: — Você disse que não era assim


com vocês dois, quando eu sabia que era, porra, e agora ele
está dizendo que você é a mulher dele, Tab, o que significa
que você não me ouviu. Você ouviu suas palavras de merda e
agora acha que você é a mulher dele, quando você é apenas
como qualquer outra mulher que ele teve, e ele teve muitas,
Tabby, e você sabe disso, porra. Você é apenas sexo.

— Tab, querida, ela não me ouviu — Shy deu seu aviso, mas
eu não tirei meus olhos de Natalie.
— Natalie, talvez possamos falar sobre o que aconteceu
comigo e Shy, quando Shy não estiver por perto. Vamos falar
sobre algo importante, e isso é o fato de que sou uma
enfermeira e posso ver muito claramente que você está
drogada.

— Que tal a gente falar sobre o fato de que há semanas atrás,


eu sei que ele fodeu uma cadela chamada Rosalie? — Ela
respondeu.

Mais infelizes resmungos de Shy, mas eu novamente ignorei.


— Eu sei. Agora ele está comigo.

Ela ergueu as mãos enquanto as sobrancelhas se ergueram.


— Assim, ele descarta essa cadela e agora você é a sua
mulher? — ela olhou para Shy. — Parabéns, campeão. Tempo
recorde. Uma já foi, a outra pronta, prestes a ir. Quanto
tempo Tab vai durar?

Considerando que um rosnado mais infeliz foi saindo de Shy,


eu sabia que ele estava prestes a perder a cabeça, mas eu já
tinha perdido. Eu, no entanto, o fiz de um modo muito mais
silencioso o que significava que ambos o perceberam. Eu
sabia, porque o ar da sala se acalmou e eu senti os olhos de
ambos em mim.

Mas, eu só tinha olhos para Natalie.


Quando eu tive a sua atenção, eu disse apenas uma palavra:

— Não.

— Tab...

Eu balancei minha cabeça, ela processou o olhar que eu


sabia que tinha no meu rosto, e ela fechou a boca.

Eu continuei falando.

— Você me colocou no meio de você e Jason. Ele o fez


também, mas ele já está morto, então ele não pode corrigir o
erro. Você está viva e você está fazendo de novo. Não faça
isso.

Vi-a flexionar a mandíbula.

Eu continuei. — Jason e você enervavam-se um ao outro.


Desta vez, começando desde que passou da porta, você está
tornando impossível Shy gostar de você, muito menos,
eventualmente, ser capaz de perdoá-la pelas coisas que estão
saindo da sua boca. Você o conhece, quem ele é, o que ele é.
Se você bater de frente com um irmão do Chaos MC, você não
vai sair ilesa de uma forma ou de outra. Não faça isso,
também.

Eu a vi engolir e então continuei a falar.


— Ele significa algo para mim, você já sabe disso, mas o que
ele significa para mim mudou. A razão de você não saber
como isso mudou é demonstrada precisamente pela forma
como você disparou hoje e se comportou.

— Certo — ela chiou.

Eu ignorei isso e continuei. — Se você se acalmar, vamos


planejar um momento em que possamos conversar como
adultos sobre o que aconteceu com Shy e eu. Uma vez que
fizermos isso, cabe a você decidir se você me entende ou se
você sente que eu estou cometendo um erro.

Eu dei um momento para as minhas palavras fazerem


sentido e quando Nat não respondeu continuei em frente.

— Você também tem que ser você, então seja você e diga-me
de forma racional e sem ser um pé no saco, por que você se
sente assim. Mas, eu espero que você respeite a minha
decisão, já que vou avisá-la agora que você não vai fazer-me
mudar de idéia. Eu também vou esperar que você engula esse
sapo e conviva com o meu homem, em vez de me colocar no
meio. Se você fizer essa merda para mim novamente, Nat,
como da última vez, você sabe que vai perder. E isso não é
porque eu não te adoro. Você nunca teve um homem — eu
ganhei força quando ela estremeceu — quando você tiver,
você vai entender. Se você tem um parceiro que significa o
mundo para você, me desculpe, amiga, mas ele vai ganhar
cada vez. A coisa que você tem que perceber é, que uma irmã,
qualquer irmã, ela está ao lado de sua irmã ou a apoia
independente de como ela se sente sobre o homem de sua
irmã ou a merda que se põe entre sua irmã e o homem. Você
tem que aprender isso, mas aprender isso agora. Eu não
estou passando por essa merda de novo.

Eu a vi respirar fundo e seus olhos deslizaram para longe.

— Nat — eu chamei baixinho: — olhe para mim.

Seus olhos deslizaram de volta para mim.

— Você tem que se recompor — eu sussurrei, seus ombros


endireitaram e eu levantei a mão. — Ouça-me.

Ela olhou para mim, seus olhos deslizaram até Shy, então
eles voltaram para mim, e ela ergueu o queixo.

Eu percebi a sua deixa, mas continuei suavemente.

— Você está em queda livre, Natalie, e você sabe disso. Você


tem estado desde o colegial. Agora, eu estou dizendo a você e
eu quero que me escute, você precisa estender a mão e
agarrar-se a mão que eu estou estendendo e deixe-me ajudá-
la a sair.
— Eu estou bem — ela voltou, e eu balancei minha cabeça.

— Você está completamente drogada. Isso não parece legal


para mim.

— É diversão — ela cuspiu.

— Diversão? — eu perguntei. — Completamente drogada às


dez da manhã?

— Eu tenho tudo sob controle — ela respondeu.

— Puxa, Nat! — Eu joguei minhas mãos, de repente,


exasperada. — Ouça a si mesma! Todos dizem isso!

— Eu vivo a minha vida da maneira que eu quero viver minha


vida e você vive sua vida pulando de homem para homem,
porque você não consegue viver sua vida sem se agarrar a
algum pau que faz você se sentir completa. Seu pai arruinou
você, controlando cada movimento seu, então agora você não
pode existir sem achar um cara que faça o mesmo.

— Tabby, eu estou perdendo a paciência — Shy advertiu em


voz baixa, como eu suspeitava que ele faria quando ela puxou
o meu pai para a conversa. Algo, aliás, que eu não gostei
muito também.
— Nat, isso não é verdade e você sabe disso, mas eu estou
vendo que você está virando o foco em mim para que o foco
não seja em você.

— É a minha vida, sob o meu controle — ela disparou de


volta.

— Eu sou Chaos — eu lembrei ela. — Nós estávamos na festa


e você sabe que eu sei que aqueles caras não eram bons
caras. Eu tive que sair por uma maldita janela, eles me
sacudiram tão forte.

— Eles são divertidos para festejar — ela respondeu.

— Álcool, drogas e arsenais de armas de fogo, logo ali, à


mostra para todos verem não é uma boa combinação, e você
não tem que ter um diploma universitário para saber que é
apenas a verdade — eu respondi.

— Oh — Ela se inclinou para trás, acenando com a mão na


frente dela em uma ampla varredura — agora você está
melhor do que eu, porque você tem faculdade?

Eu balancei a cabeça e olhei para Shy querendo encontrar


um pouco de calma, para que pudesse continuar lidando com
ela. Parecia que eu estava olhando na direção errada. Shy
parecia com vontade de arrancar a cabeça dela fora.
Nenhuma ajuda lá.

Merda.

Olhei para Natalie e respirei fundo para me acalmar.

Então eu disse baixinho: — Eu estou com você, carne e unha.


Já provei isso. Eu vou continuar fazendo isso. Você é uma
pessoa bonita, Natalie, você merece coisa melhor. Mas, a
pessoa que tem de acreditar nisso é você. Ninguém pode dar
isso a você, especialmente se você não deixar. Pare de fazer
isso para si mesma, perceba a sua beleza, pare de tratar o
seu corpo como uma merda, andando com as pessoas que
poderiam te colocar em apuros ou pior, e encontre o seu
melhor.

— Talvez eu devesse me refrescar com Chaos. Convidar-me


para um ménage à trois, como Shy aqui gosta tanto. — Ela
acenou com a mão para ele, enquanto a minha respiração
ficou presa na indesejável memória de há muito tempo que as
palavras dela trouxeram de volta com força. — Talvez eu
tenha sorte, agindo como uma garota-prêmio seja notada e
consiga enfeitiçar um velho para mim. Isso funciona para
você, Tabby?

Eu atirei de volta alimentada pela memória dolorosa, —


Qualquer um dos irmãos do Chaos gostaria de te levar com a
sua merda, Natalie, mas você não explicou que você não é
mais do que uma bunda para tocar quando eles têm um
desejo ardente de buceta vazia, então sim. Isso funciona para
mim grandemente, Natalie.

Ela se inclinou para chiar — Você é inacreditável.

Eu não chiei, eu sussurrei: — E você está em negação.

Ela olhou fixamente para mim e eu aguentei o olhar.

Finalmente, ela falou. — Você pega a sua unha com carne e


vá se foder, Tab. Estamos acabadas.

Meu coração deu uma guinada, mas minha boca suplicou: —


Não faça isso também, Natalie.

— Tarde demais, cadela, está feito — declarou ela, enviou um


olhar ácido para Shy, virou as costas e saiu para a porta. Ela
parou ali, torceu a chave fora do chaveiro, mas foi inteligente
o suficiente para jogá-la no sofá e não em mim, quando Shy
estava apenas a dois passos de mim.

Em seguida, ela bateu com a porta.

Olhei para a porta por cerca de uns milésimos de um


segundo, antes de Shy enrolar o braço em mim e me puxar
para perto.
Eu respirei fundo em seu peito.

— Baby, sua melhor amiga é uma puta de merda.

Fechei os olhos.

Então eu murmurei em seu peito. — Isso não correu bem.

— Não — ele concordou.

— Isso também não me estimula a contar para o papai, Tyra,


e o resto.

— Não — ele mais uma vez concordou e os ombros caíram. —


Embora, apesar disso, doçura, nenhum deles é drogado e
complexado, assim, pelo menos temos isso a nosso favor.

Eu ri, mas sem uma grande quantidade de humor.

O outro braço de Shy fechou em torno de mim tão apertado


que fiquei rodeada por ele.

— Foda-se — eu sussurrei em seu peito.

— Ela ama você, Tabby. Ela só não ama a si mesma. Ela vai
voltar.

Deus, eu esperava que ele estivesse certo.


Então, ele murmurou com malícia e inutilmente, — Vamos
apenas esperar que quando ela fizer essa chamada para fazer
as pazes, ela não esteja em uma situação onde está fodida de
alguma forma e nós temos que salvar seu traseiro.

— Talvez você devesse parar de falar — sugeri, ainda falando


em sua pele.

Shy ficou em silêncio por um momento, seus braços


apertados em torno de mim, então ele murmurou, — Eu vou
fazer isso, doçura.

Eu respirei fundo e deixei para lá.

Então, eu inclinei minha cabeça para trás, viu-o inclinar o


queixo para baixo e peguei seu olhar.

— Eu preciso de café.

A mão de Shy deslizou pelas minhas costas, meu pescoço,


meu cabelo. Ele inclinou a cabeça para baixo, eu senti seus
lábios no topo do meu cabelo, onde ele sussurrou: — Então, é
melhor eu ir pegar para a minha menina um pouco de café.

Eu gostei assim.
Ele beijou o meu cabelo, seu braço me deu um aperto, eu fiz
o mesmo, e ele me deixou ir.

Então, ele me pegou café.

E, é preciso dizer, eu gostei disso também.


Capítulo 12

Acompanhando o Movimento

Uma semana e meia depois...


Estávamos no Flatiron Shopping quando aconteceu.

E nós estávamos em Flatiron porque era longe o suficiente, e


era improvável que nos esbarrássemos em alguém conhecido.
Não que os motoqueiros fossem às compras, mas suas
garotas iam.

Estávamos saindo porque Shy tinha tido o suficiente de


compras. Eu sabia disso porque depois que eu experimentei o
meu terceiro par de sapatos de salto, de arrebentar com tudo,
botas sexy - como -o- Inferno, tanto quanto ele apreciava o
show, ele não tinha muita paciência com a minha indecisão.

Ele demonstrou isso virando para o funcionário e dizendo: —


O primeiro par e este, embrulhe-os. — Então, para mim, ele
disse: — Nós acabamos aqui.

Eu podia pagar somente um par, mas desde que Shy os


pagou (depois de uma breve disputa verbal no balcão), eu
tenho dois. Parte de deixar isso assim, foi que eu comprei a
Shy três de seus novos jeans e dois dos seus quatro casacos,
então eu pensei que a troca funcionava. De qualquer forma,
eu sabia que estava abusando da sorte apenas com ele
concordando em ir às compras, portanto, eu não ia forçá-lo
ainda mais.

Então, só então, nós estávamos andando pelo shopping, Shy


com o braço em volta dos meus ombros, eu com a mão no
bolso de trás de sua calça jeans.

As coisas ainda estavam ótimas, mesmo após o desastre com


Natalie. Ela não tinha chamado e ela não atendeu nenhuma
das minhas ligações ou retornou alguma das minhas
mensagens, mas quando eu expressei minha preocupação a
Shy, ele apenas disse: — Continuo dizendo doçura, ela vai
voltar para você. Basta dar tempo para isso passar.

Eu segui o conselho dele, apesar de ser difícil, e decidi me


concentrar em aproveitar a fase feliz que nós estávamos.

Dito isto, Shy estava ficando impaciente com a gente


mantendo nossa relação em segredo. Ele informou-me disso,
dois dias antes.

— No Complexo tenho que fingir com você. Mordo minha


língua quando eu quero dizer algo que nos expõe. A vida é
curta demais para fingir todo esse tempo, querida. Nós dois
sabemos essa merda. Estamos seguros. Temos que contar.
Ele estava certo. Conforme o tempo passava, estava
começando a parecer menos um esforço para testar as águas,
que eram totalmente seguras e mais uma mentira. No
entanto, considerando a reação de Natalie, eu não estava
totalmente entusiasmada em passar para a próxima etapa de
compartilhamento da notícia e o que isso podia trazer. Então,
eu implorei por mais uma semana, apenas uma, então eu
disse a ele que eu ia começar o processo, dizendo a Tyra.

Ele cedeu, mas ele não fingiu gostar.

Nesse tempo, eu ensaiei o que ia dizer a Tyra e isso era o que


eu estava fazendo, minha mente repassando meu discurso,
quando ela saiu de uma loja e nós demos de encontro com
ela.

Literalmente esbarramos nela.

Rosalie.

Shy ficou tenso muito mais do que esbarrar em alguém faria


você parecer tenso.

Ela tinha os olhos voltados para o outro lado, então ela se


virou para nós, começando: — Oh, desculpe — então ela viu
quem éramos e mostrou-se tensa também.
Merda.

No instante em que seus olhos bateram em Shy, seu rosto


empalideceu e meu coração se apertou, vendo sua expressão.

Ela estava na dele, muito.

Ainda.

Shy terminar com ela a tinha marcado. Mesmo mais de um


mês depois, a dor estava perto da superfície, lá para qualquer
um ver. Ela nem sequer conseguiu esconder.

Oh Deus.

Seus olhos se moveram sobre seu rosto, cabelo, ombros, os


colares machões que ele usava, e ela também não tentou
esconder a saudade que infundiu o seu olhar durante esta
jornada.

Fiquei seletiva sobre ouvir música country e um dos artistas


que eu gostava era Jana Kramer. Eu nunca tinha sido
rejeitada, mas ela parecia exatamente com o que as letras de
Jana de — Por que você quer? — dizia.

Terrível.

Shy se recuperou primeiro e murmurou, — Rosalie .


Ela começou, e seus olhos corriam entre eu e Shy.

— Shy, uh... oi. Uau. Você está, hum... fazendo compras.

Ela olhou para mim e, sem saber como lidar com isso, eu
decidi tentar fazer um sorriso gentil. Eu não tinha certeza se
eu conseguia fazer isso antes dela falar.

— E você deve ser Tabby— afirmou , levantando a mão para


mim. — Shy e eu somos, uh... velhos amigos.

Isso a estava matando, mas eu tinha que admitir, ela estava


conseguindo.

— Sim — eu puxei minha mão do bolso de Shy e tomei a dela.


—Oi.

Totalmente fraco, mas o que mais podia dizer?

— Oi —, ela sussurrou, então olhou para Shy. — Você, uh...


parece bem.

— Você está parecendo muito bem, Rosie — Shy respondeu


gentilmente.

Erro!
Eu sabia, e eu tinha certeza de que se a cantora country Jana
Kramer estivesse lá, ela iria confirmar que essa foi a coisa
errada a dizer. Esse tipo de coisa faria uma menina pôr-se a
pensar que se o seu ex achava que ela parecia bem, por que
ele terminou com ela, em primeiro lugar.

Eu percebi que estava certa quando ela baixou o queixo para


esconder a tremura, colocou o cabelo atrás da orelha e
murmurou, — Uh... tenho que estar num lugar. — Ela
passou o seu olhar entre Shy e eu, ainda balbuciando algo e
também, eu estava desconfiada, ainda mentindo, — bom te
ver Shy, e conhecê-la, Tabby.

Então, ela foi embora.

Shy não se mexeu. Ele também não a viu sair. Ele apenas
ficou lá por algum tempo, olhando para o espaço vazio, e eu
dei-lhe esse tempo.

Então, ele nos pôs a mexer novamente, murmurando


baixinho: — Não queria vir desta vez. Sem a porra de
compras novamente. Nunca mais.
Eu decidi que a resposta mais sensata para o comentário era
não responder. Apenas enfiei a mão no seu bolso de trás de
novo e caminhei tão perto dele quanto eu podia.
Estávamos no meu carro na estrada quando, de trás do
volante, Shy quebrou o longo silêncio: — Preciso de uma
bebida, porra.

— Tudo bem, querido — eu respondi. Eu podia ver que o


encontro com Rosalie magoou-o profundamente. Eu tinha
que admitir, ver isso não era nada confortável.

Dirigimos um bom tempo e acabamos em uma casa de


espetáculos entre Boulder e Denver, que ainda conseguia
nessa área povoada, estar em um lugar remoto. Eu nunca
tinha estado lá antes. E como só eram quatro da
tarde,quando empurrei a porta, notei que o espetáculo Honk
and Tonk ainda não tinha começado. O jukebox tocava baixo,
e havia outras três pessoas no bar, dois deles barman.

Shy me guiou pela mão para o bar, e então, ao seu modo, ele
firmemente me guiou pelas costas para um banquinho.

O barman veio e Shy falou imediatamente, — Dois Coors,


uma dose de tequila. — O barman concordou e mexeu-se
para efetuar o pedido, e Shy olhou para mim. — Eu fico
bêbedo, você dirige.

Uh-oh.

Eu não tenho um bom pressentimento sobre isso.


Ele dispensou Rosalie por mim e, no início, ele não pareceu
ter qualquer problema com isso. Nem um pouco. Mas, eu
acabei de ver de perto que ela era linda e ela parecia aflita.
Obviamente, o que eles tinham era profundo para ela, e Shy
precisar beber agora me dizia que, talvez, ele tivesse negado
que o que ele sentia por ela era profundo demais.

E, se fosse esse o caso, eu não sabia como eu me sentia sobre


isso, exceto que não era bom.

As cervejas chegaram, a dose chegou, Shy bebeu em um gole


e disse ao barman, — Outra dose.

Ele tomou a outra, e seguiu-a com a cerveja. Então ele olhou


para sua caneca.

Sentei-me ao lado dele preocupada. Isso continuou por algum


tempo, e eu estava prestes a interferir quando ele falou.

— Mamãe deixou o papai.

Ok, pode-se dizer que não era o que eu esperava ouvir.

— Perdão, querido? — Eu perguntei em voz baixa, e ele virou


apenas a cabeça, seu corpo ficou debruçado sobre o bar e ele
me prendeu com aqueles olhos verdes.
— Eu tinha dez anos. Lan tinha oito anos. Chegamos em casa
da escola, ela tinha as malas prontas para nós, e disse que
ela, Lan e eu íamos ficar com Vovó por um tempo. Lan
perguntou se meu pai estava indo também, e eu nunca vou
esquecer a porra do seu rosto quando ela disse: — Não,
querido, você vai ver o seu pai no fim de semana, a mamãe
precisa de um pouco de tempo com apenas Vovó e seus
meninos. Ok? — Shy balançou a cabeça e terminou em um
murmúrio, — Foda-se.

Ele voltou para sua cerveja e tomou um gole. Eu levantei a


minha e dei um gole.

Quando eu coloquei-a de volta no bar, eu perguntei com


cuidado, — Eu estou contente que você está compartilhando,
mas desculpe, querido, eu não entendo por que você está
partilhando particularmente isso, Shy.

— Lan e eu não tínhamos ideia — continuou ele, olhando


para sua cerveja, e eu sabia que ele tinha que contar a sua
história sem interrupção. — Veio de repente. Eles eram o tipo
de pais que escondiam qualquer merda. Eles não gritavam
um com o outro na frente de nós. Eles nem sequer gritavam
um com o outro em seu quarto quando estávamos na cama,
ou, pelo menos, se o fizessem, nós não ouvíamos. Ele era
meu pai era, porra, eu era criança e eu sabia que ele gostava
dela. Sempre beijando ela, sua boca, rosto, pescoço, ombro.
Tocando sua bunda, cintura. Eles caminhavam, ele com a
mão em suas costas ou o braço em volta dela ou ele
segurando a mão dela. Ela caminhava pela sala de estar e ele
agarrava-a e punha-a em seu colo. Eles riam muito.
Trocavam muitos olhares. Nós íamos para a cama, eles não
ficavam acampados em frente à TV, mas sentados no bar na
cozinha. Sentados perto, conversando. Nada pesado, o ar não
era assim em torno deles. Nunca, que eu me lembre. Eles só
começavam a falar um com o outro. Era fodidamente legaL.
Eu amava essa merda. Fazia a gente se sentir seguro. Então,
eu não tinha idéia de por que ela precisava de tempo do pai.

— Obviamente, ela voltou — eu perguntei quando ele parou


para tomar outro gole.

Ele parou curvando sobre o balcão, endireitou-se e virou-se


para mim.

— Yeah. Ela voltou — ele confirmou.

— Então, isso é bom — eu apontei estupidamente.

— Eu ouvia-a falando com Vovó.

Uh-oh novamente.

— Sim?—, eu perguntei.
— Até hoje, eu pensei que era estupidez de merda. Ele não
estava pisando nela, apostando, bebendo, botando a mão
nela, escondendo dinheiro dela. E, desde que eles morreram,
eu sempre tive esse poço, este poço de veneno em mim,
porque nós estivemos na Vovó por três semanas. Ela perdeu
três semanas com meu pai, apenas dois anos antes de ambos
baterem a bota, e foda-se, a razão era tão malditamente
idiota.

— Tudo bem — eu disse quando ele parou de novo.

— O que era, eu percebi agora, era coisas de mulher. Era


estúpido para mim, mas não era para ela. Isso a afastou dele.
Isso significava algo para ela. O suficiente para colocar tudo
de bom que eles tinham em perigo. Então, na verdade não era
estúpido. Era grave como a merda.

Enrolei minha mão em torno de sua coxa e dei-lhe um aperto,


adivinhando, — E você foi lembrado disso, quando viu
Rosalie e era tão óbvio que ela, uh... não estava bem sobre o
que aconteceu com vocês dois, e você pensou que você julgou
mal a situação?

— Sim — ele rosnou. — Ela parecia exatamente como parecia


um mês atrás, quando eu terminei tudo. Sem cura. Nada. A
mesma dor. A mesma ferida. Ela não seguiu em frente a tudo
isso, sim, Tab, eu julguei mal a situação.
— Isso é péssimo, querido, mas não há nada que você possa
fazer sobre isso agora. Ela vai seguir em frente. Pode levar
mais tempo do que você imaginou.

— Sim — ele murmurou, virou-se para sua cerveja, sorvendo


tudo, em seguida chamou a atenção do barman e ergueu o
queixo para pedir outro. Ele olhou para mim. — Então,
quando você perceber, e você vai perceber porque eu sei que
você ainda não o fez, e eu estou a ponto de mostrar a você,
assim você vai perceber, depois que essa merda aconteceu
com a minha mãe, depois de ver Rosalie, eu tenho um mau
pressentimento de que a dor vai bater em você e levá-la para
longe de mim.

Como chegamos aqui?

Não, risque isso, do que raios ele estava falando?

— Shy, eu não...

— Você culpou a bunda dele e eu deveria ter explicado isso.


Eu não expliquei. Estou explicando agora.

Eu inclinei minha cabeça para o lado, confusa.

— Quem culpou quem sobre o quê?

— Aquele cara — afirmou.


— Aquele cara? Que cara?

— Seu cara morto.

Algo me atingiu, em seguida, e isso me atingiu como uma


marreta.

Ele nunca chamou Jason pelo seu nome. Ele nunca disse
nada sobre ele, nunca difamou, foi totalmente legal quando
eu falei com ele e quando ele me guiou na minha dor ou
pensamentos sobre o passado.

Mas nunca, nem uma vez, disse o nome de Jason.

Eu senti um nó no estômago.

— Shy, eu não estou entendendo onde você está querendo me


levar —, eu disse calmamente.

— Você disse que estava de volta a você, que eu te levei lá,


que você não era você com ele ou antes. Que você não foi você
por um longo tempo. E você me deu o crédito por ajudar a
trazê-la de volta a você, sem ligar para o fato de que eu era a
pessoa que tirou você de você em primeiro lugar.

Eu pisquei e perguntei: — O quê?


— Essa merda, Tab, que aconteceu com a gente há quatro
anos, quando eu agia como um idiota, fiz e disse coisas
estúpidas como a merda que fizeram você ir para longe de
mim? Você mudou depois disso. Eu fiz isso para você e eu
não quero que essas merdas voltem a surgir, você descobriria
isso e...

Então percebi.

— Eu não vou deixar você, Shy — eu o interrompi para dizer


firmemente, dando em sua coxa um aperto firme.

— Merda apodrecendo, Tab, e ...

— Cale a boca — eu pedi e sua cabeça deu uma leve


sacudidela.

Eu ignorei isso e continuei.

— Shy, eu tinha dezenove anos. Eu não tinha idéia de quem


eu era. Eu, ainda, não descobri tudo de mim. Você não vê,
mas entre esse tempo e quando você voltou na minha vida,
passei por toda uma carga de fases. Musica. Amigos. Lugares
em que eu frequentava. Roupas que eu usava. Eu não sei por
que fiz isso. — Eu sorri para ele. — Eu sei que foi divertido.
— Não me venha com merdas —, ele respondeu. — Aquela
merda começou quando eu caí em cima de você sem
justificativa.
Senti meu sorriso me deixar e eu me inclinei em um esforço
para amortecer o golpe quando admiti: — Sim .

Eu assisti uma sombra passar sobre seu rosto, então


continuei rapidamente.

— Mas, Shy, querido, isso teria acontecido de qualquer


maneira. Talvez de forma diferente, mas qualquer um nessa
idade vai a uma jornada para descobrir quem eles são. Você
fez e isso o levou para o Chaos. Eu fiz e, de uma forma
indireta, ele me trouxe de volta para casa e para você.

A sombra levantou, mas apenas um pouco antes de dizer


baixinho: — Em primeiro lugar, eu tenho que viver com o fato
de que isso levou você para longe de mim e a levou para
aquele cara. Sim, querida, isto trouxe você de volta para mim,
mas eu quase perdi você e, nesse meio tempo, você teve que
sofrer, perder tudo. Em segundo lugar, e é isso que está na
minha mente agora, eu não quero que você esteja indo para
lá novamente por qualquer motivo e deixar o que eu fiz ficar
sob a sua pele.

Eu balancei a cabeça e inclinei-me tão perto que meus seios


roçaram o braço e eu levantei a mão para descansar em seu
peito. — Shy, isso está feito. Tudo isso. Jason foi embora e
isso não é culpa de ninguém. É só o que a vida tinha
reservado para mim. E nós já ultrapassamos a história ruim
que tivemos. Isso não vai voltar.

— As coisas que fizeram minha mãe deixar meu pai, eram


sobre coisas que ele fez com ela na faculdade. Mais de uma
década de porra antes dela o deixar por isso.

Lá estava.

— Eu não sou sua mãe, querido — eu disse a ele com


cuidado.

— Merda apodrece — repetiu ele.

— Eles morreram — eu anunciei e essa dor que ele pensou


que escondeu atrás de sorrisos ou conversas casuais,
disparou através de seus olhos. Ainda assim, eu forcei, —
Eles não o deixaram, Shy. Eles morreram. Eu prometi que
não iria deixá-lo e, honestamente, o braço de ferro que você
teve com meu senhorio contra a minha vontade e me carregar
com você onde você quer que eu esteja, se havia razões para
eu ficar puta da vida, para nós batermos de frente, em algum
lugar ao longo do caminho, no mês passado, com nossas
personalidades, elas deveriam ter aparecido. Mas, eu entendo
que isso é você. Você recebe tudo o que sou eu, e nós dois
sabemos o que temos. Também sei como é não tê-lo, por isso
não deixe que essa merda fique no meio.
Suas sobrancelhas se ergueram. — Você não gosta quando
eu carrego a sua bunda por aí?

— No começo, isso me assustou. — Eu sorri novamente. —


Agora, eu acho que é meio quente.

Ele me estudou por um momento diante de seus olhos


apagados e seus lábios tremeram.

Eu deixei o meu sorriso desvanecer e apertei a minha mão em


seu peito.

— Eu não vou deixar você, Shy. Você não vai me perder,


porque para fazer isso eu perderia você, e isso não vai
acontecer.

Ele segurou meus olhos por dois segundos, eu os vi ficarem


calorosos e, em seguida, decidido, ele sussurrou, — Você é
uma coisa de louco, Tabby.

— Eu sei — eu disse alegremente com outro sorriso. — Meu


homem me diz isso o tempo todo.

Seus olhos caíram para a minha boca e os lábios ordenaram,


— Beije-me, baby.

Lá estava ele. Tudo estava bem.


Inclinei-me e fiz o que ele me disse.

Ele tinha gosto de cerveja com um toque de tequila.

Tudo Shy.

Tudo meu.

Tudo incrível.

Ficamos no bar para mais cervejas, jantar e dez jogos de


bilhar. Ganhei quatro, Shy ganhou seis. No entanto, a aposta
que tinha travado desta vez foi muito mais interessante e me
incluía chupá-lo regularmente.

Desde que eu fiz isso regularmente e já gostei, isso não foi


uma dificuldade, e eu não iria admitir isso para ele, mas eu
perdi o último jogo propositadamente.

Eu estava pensando em dar-lhe o seu prémio quando ele nos


deixou em meu apartamento, meus pensamentos tão
agradavelmente ocupados que eu não percebi que a luz da
cozinha estava acesa. Eu, também, não percebi Shy parar de
repente até que eu esbarrei nele.
— Shy, querido, o que? — Eu comecei, dando um passo para
o lado e seguindo o seu olhar para a cozinha.

O que eu vi me fez parar como uma estátua.

Kane Allen, meu pai, estava sentado em um banquinho do


bar.

Eu era a sua filha, mas o pai era quente de uma forma que
até eu sabia que ele era realmente quente. Cabelo escuro
salteado com um pouco de prata. Um cavanhaque estilo
motoqueiro fodão, que era muito comprido no queixo e que
também tinha alguma luz nele. Ele me deu os meus olhos,
azul safira, dele, eu sabia, podiam ser quentes ou
perfuradores. Ele tinha um grande corpo que seus genes
bons mantinham em forma, já que ele com certeza não
malhava e bebia e comia o que queria. Ele também tinha
linhas que saiam de seus olhos que eu amava, porque elas se
aprofundavam quando ele ria.

Ele não estava rindo agora.

Ele tinha seus calcanhares no degrau mais alto do banco do


bar, suas pernas bem abertas, cotovelos nas suas coxas, uma
garrafa de cerveja segurada firmemente em ambas as mãos e
os olhos em nós.
Ele sabia. Eu sabia que ele sabia pela sensação na sala e do
olhar em seu rosto.

Ele sabia.

Oh Deus.

— Pai — Eu comecei, dando dois passos em direção a ele.

— Pete me disse: — ele me cortou, e seu tom de voz me fez


parar quieta. — Minha filha não me disse. Pete veio aqui
ontem de manhã para uma visita, viu Shy sair. Viu vocês dois
se sugando na moto do Shy. Pete deixou passar uma noite,
imaginando se ele devia me dizer. Então, ele me disse.

Respirei e abri minha boca para dizer alguma coisa, mas meu
pai chegou lá antes de mim.

— Mentiu para mim. Mentiu para Tyra. Para seu irmão. Para
meus irmãos. — Seus olhos se moveram para perfurar Shy.
— Seus irmãos.

Meu sangue gelou e eu comecei, — Nós simplesmente...

— Mentiram — meu pai cortou, colocando a garrafa de


cerveja ao lado das três que já estavam em cima do balcão,
indicando que ele tinha estado lá por um tempo e, em
seguida, ele se endireitou do banco, os olhos voltando para
Shy.

— Ela é minha filha cara, porra.

— Eu estou ciente disso, irmão — Shy disse em um ruído


surdo.

— Eu entendo isso, então o que eu não entendo é o que...


porra é essa?— Papai respondeu, com a voz baixa e muito
assustadora.

Isso não era bom.

— Pai, por favor, deixe-me explicar por que...

Suas sobrancelhas subiram e seus olhos cortaram para mim.


— Você mentiu. Eu disse que, Tab, muito tempo atrás, se
você fizesse essa merda de novo, você não iria gostar das
consequências. — Ele olhou para o chão. — Agora você tem
as consequências —Ele começou a andar e seu olhar mudou-
se para Shy. — Você também.

Ele parou perto de Shy, quase nariz com nariz, e continuou


falando.

— Minha filha, meu irmão. Não é legal. Você sabe disso. É


por isso que você escondeu. Não pense por um segundo que
esta merda vai passar. Irmão, eu estou completamente na
sua cola. Se você fode qualquer coisa, por menor que seja, eu
vou passar por toda essa merda para pôr... você ... para fora.

Eu respirei tão forte que queimou, o corpo de Shy estremeceu


e vi meu pai passar por nós, direto para a porta.

Shy virou-se para ele.

Então ele abriu a boca e abalou minha mente.

— Tack, irmão, eu estou apaixonado por ela.

Meu pai já tinha a porta aberta, a maior parte do corpo para


fora dela, mas ele virou-se e apontou seus olhos em Shy.

Ele não escondeu seu desgosto.

— Irmão, você não sabe o que é o amor.

E com isso, ele se foi.

Olhei para a porta, muita coisa acontecendo para processar


tudo.

Então, tudo deslizou no lugar, a única coisa que aconteceu


foi que a prioridade me atingiu como uma bala, e eu me virei
para o rígido Shy, que também estava olhando para a porta, o
músculo saltando em sua mandíbula.

— Você me ama? — Eu sussurrei.

Ele virou-se lentamente para mim e o músculo em sua


mandíbula continuou contraindo até que seus olhos se
prenderam nos meus.

— Você perdeu aquele cara, e então você encontrou a força


para seguir em frente. Saiba disso, Tabby, eu perdendo você,
passariam sessenta anos para resolver os meus sentimentos.
Eu sei isso no meu pau. Eu sei isso dentro de mim. Eu sei
isso no meu coração. Eu sei isso no fundo de minha maldita
alma.

Oh, meu Deus.

Oh, meu Deus!

Lágrimas encheram os meus olhos e eu fiquei congelada,


olhando para a beleza do magro, alto, motoqueiro fodão
bonitão.

— Seu pai só atirou para baixo e eu só lhe expliquei, — Shy


afirmou quando eu não disse nada. — Agora é o momento de
compartilhar, Tabby.
— Eu te amo — eu sussurrei.

— Bom, mas não diga essa merda para mim a um metro de


distância. Vem aqui, porra.

Eu me lancei em um pé, dei um passo e voei pelo ar.

Shy, assim como ele estava fazendo há algum tempo, me


pegou.

Eu envolvi minhas pernas em volta dele e olhei para baixo em


seus belos olhos verde.

— Eu te amo — eu sussurrei de novo.

— Bom — ele sussurrou de volta, com a mão deslizando para


cima do meu pescoço, no meu cabelo. Ele puxou meu rosto
para ele e me beijou.

E ele continuou a fazê-lo até que ele me deitou na cama.

Ele só parou para fazer amor comigo.


Capítulo 13
Não mais um lar

Três dias depois...


Eu dirigi para o pátio da Ride, verificando o espaço. Eu vi a
moto de Shy, a do Pai, o triciclo de Big Petey e o Mustang de
Tyra.

— Excelente — eu murmurei sob a minha respiração,


irritadamente. — A gangue está toda aqui.

Basta dizer, eu estava de mau humor.

Esse humor tinha parte a ver com o fato de que acabei de sair
do trabalho e, na minha ausência, Dr. Cabeça de Pau não
tinha tido tempo para refletir sobre o erro de seus modos (não
é uma surpresa). Eu não era mais o único alvo, mas ele
estava pior do que antes, então ainda sentia o mesmo. O
problema era que, agora que eu estava de volta, eu senti que
tinha que provar que eu era estável, que podiam contar
comigo, e parte de estar fazendo isso era não ficar
reclamando direto sobre o médico babaca depois que eu
causei aborrecimentos e despesas em um processo de
contratação desnecessário.
Esse humor também tinha a ver com o fato de que Natalie
ainda não tinha ligado, mesmo que eu tivesse ligado todos os
dias desde que ela foi embora.

E por último, esse humor tinha a ver com o fato de que nem o
Pai nem Tyra tinham retornado minhas ligações, eu os
chamei várias vezes, e isso me irritou.

Embora Tyra e o pai não estavam atendendo, Rush me ligou,


humilhou minha bunda por dez minutos inteiros sem me
deixar dizer uma palavra, dizendo alguma merda sobre Shy, e
eu estava tentando bloquear, então, eu talvez seria capaz de
perdoá-lo algum dia no futuro distante, então ele desligou.

Desligou!

Na minha cara!

Eu tinha chamado Big Petey e perguntei por que no inferno


ele falou com o pai antes que ele falasse comigo.

— Docinho, esse tipo de merda, eu conheço seu pai, ele ia


querer saber — ele explicou-me.

— Pete, esse tipo de merda, você acha que, talvez, haja uma
razão para que ele não saiba e só quem pode explicar o
motivo seria Shy ou eu?

— Eu pesei minhas ações, Tabby, e no final fiz a coisa certa,


— Pete respondeu e eu sabia que ele não estava ligando para
o meu tom, pois, embora ele fosse um cara legal, eu o
adorava e ele me adorava, ele tinha um rabo teimoso. Sem
mencionar que ele era um motoqueiro, não um jovem. Ele
não estava acostumado a mulheres dando-lhe porcaria, razão
pela qual ele tinha se divorciado (três vezes).

— Bem, você poderia estar errado, — disse-lhe antes de


desligar na cara dele.

Isso foi ontem, dois dias de mensagens que não foram


retornadas de pai e Tyra, o discurso de Rush, e Natalie
continuando o rancor. E, isto ainda não inclui o fato de Shy
tentar encobrir que as coisas não estavam tão boas para ele
no Chaos. Não que ele tivesse colocado para fora e me
contado, mas eu poderia dizer pelo olhar em seu rosto e seu
humor.

Os irmãos estavam tão satisfeitos quanto o pai, após a notícia


se espalhando do que houve entre Shy e eu, e quando
aqueles homens ficam irritados com alguma coisa, eles não
vão falar pelos cotovelos com seus psicólogos sobre isso. O
inferno se soltava.

Então, pelo tempo que tive com Pete no telefone, eu estava


cheia com isso.

Agora, eu estava completamente cheia disso.

Sim, Ok, Shy, era um irmão, eu era a filha do Presidente, isto


teve efeitos em cascata sobre a família.

Mas, para usar a mesma frase do Shy, eu tinha vinte e três


anos, e eu realmente não precisava relatar ao meu pai,
madrasta e o resto da família motoqueira quem eu estava
fodendo.

Fala sério!
Então, eu estava ansiosa para ir quando, ainda usando meu
uniforme de hospital, eu subi os degraus para o escritório e
invadi direto para dentro.

Felizmente, eu vi que meus irmãos Rider e Cutter não


estavam lá, como eles sempre estavam, pendurados na mãe
deles enquanto ela trabalhava.

Esta foi a única coisa boa.

A coisa ruim foi Tyra, virando-se para a porta com um sorriso


então, vendo que era eu. O rosto dela ficou em branco, sua
boca definiu, levantou uma mão e anunciou, — Tabby,
esperei que você entendesse a mensagem quando não atendi
suas ligações. Preciso de mais alguns dias para processar o
que fez antes de falar com você.

Ela não pode estar falando sério.

Ela estava falando comigo, como se eu tivesse dezesseis anos.

Uh-uh.

De jeito nenhum.

Eu a encarei em sua pequena blusa bonita e eu sabia que ela


tinha uma saia elegante, inteligente, mas apertada e salto
alto atrás da mesa que a escondia. Mesmo depois de anos
como gerente de escritório do Ride, uma oficina conduzida
por motoqueiros, ela não desistiu da sua aparênciao
profissional de gatinha sexy. Sabia que o pai (e todos os
outros caras) totalmente aprovava isso. Eu também sabia,
encarando-a justo então, que era um visual que eu já tinha
adotado uma vez. Outra fase, a fase em que eu estava com
Jason. Uma fase que foi Tyra, não eu.

Entrei totalmente, fechando a porta atrás de mim, parei a


alguns metros da sua mesa e repeti, —você precisa de mais
alguns dias para processar o que eu fiz?

Os olhos dela estreitaram-se em mim e sabia que ela estava


chateada, mas também sabia que eu estava mais chateada.

— Você me ouviu — respondeu ela.

— Oh, yeah, eu ouvi. Eu apenas não entendo você. O que,


exatamente, eu fiz?

Sua cabeça balançou com raiva antes que seus olhos


ficassem maiores e ela disse: — Você mentiu para seu pai e
para mim.

— Quando eu fiz isso? — Perguntei. Eu vi seu nariz apertar,


isso era bonito mas também era uma indicação de raiva.

— Não banque a esperta — você sabe que mentir por omissão


é a mesma coisa que mentir.

— Ok, agora que você está falando comigo, me diga, quando


podemos voltar no tempo, porque tanto quanto sei, tenho 23
anos, tenho um diploma universitário, um emprego, um
apartamento, um noivo morto e um homem na minha cama.
Então, eu meio que quero saber por que você está falando
comigo como se eu tivesse 16.

A voz dela ficou firme quando ela avisou, — Tome cuidado,


Tabby.
— Foda-se o cuidado, Tyra.

Ela piscou. Nunca tinha falado com ela assim. Inferno, eu


não sabia se já tinha falado com qualquer um assim. Na
verdade, nunca pensei que eu faria, não para Tyra, éramos
tão unidas.

Mas, neste caso, há dias pensando nisso (Ok, trabalhando


nisso), eu sabia que ela estava errada e eu tinha razão.

Eu não respondi para sua surpresa.

Eu continuei.

— Como você ousa?— Eu perguntei.

— Perdão? — ela perguntou de volta, mas firme.

— Como você ousa pensar que merece saber com quem estou
dormindo quando eu quero manter isso entre nós, entre mim
e ele, ser feliz por pouco tempo, apenas me acostumar com
ele, a relação que estamos construindo, a vida que vamos
compartilhar? Como ousa pensar que não é minha escolha a
fazer, mas é sua ou do pai ou de alguém? Como você ousa
não atender minhas ligações como se estivesse me colocando
no canto sujo quando pai está chateado, furioso, e algo tão
importante está na linha? E, como você ousa sentar lá e agir
como se eu devesse pedaços de mim que não são seus para
possuir, a menos que eu considere algo que eu gostaria de
compartilhar, como quem está na minha cama?

Ela me encarou, lábios separados.


Eu estava tão irritada que me recusei a registar sua dor.
Continuei falando.

— Quer saber por que não compartilhamos? — Eu me


inclinei em sua direção e joguei para fora um braço na
direção do Complexo. — É por isso. Ambos sabíamos que isso
aconteceria, Tyra, e nós estávamos tão fudidamente felizes,
nós queríamos um pedaço disso antes que nós tivéssemos de
enfrentar seu julgamento.

— Tabby — ela começou, em pé de sua cadeira e eu estava


certa — saia apertada, inteligente, gatinha sexy. — Shy é ...

Minha mão subiu. — Pare aí — Eu estourei. — Eu vou avisá-


la agora para não dizer nada, que você vá se arrepender.
Rush já jorrou essa merda em mim, e o rancor que ele
receberá de mim, está programado para durar anos. Você não
tem uma pista de quem é Shy. Você sabe quem sabe? — Eu
puxei meu polegar em direção a meu peito. — Eu!

— Você sofreu uma grave perda — ela lembrou-me


calmamente.

— Sim, Tyra, há um ano. Tive uma grave perda há um ano.


Agora eu me encontrei.

Ela balançou a cabeça. — Eu não acho...

Eu a cortei novamente. — Você não tem que achar. Pai não


tem que achar. Big Petey. Dog. Brick. Boz. Natalie. Todos
vocês, todos... — Levantei uma mão e circulei no ar antes de
deixei cair — ... não tem que achar. Eu vivo a minha vida,
não importa o quanto você ou o pai ou qualquer um me ame,
ou o quanto eu amo todos vocês, você não pode viver a minha
vida por mim, dizer como vivê-la ou me julgar pelas decisões
que eu faço. Eu sei o que eu tenho com Shy. Shy sabe o que
ele tem comigo. Se eu achasse que não poderia enfrentar isso,
bem aqui, com você, explicando por que me apaixonei pelo
homem que eu amo, eu poderia ter compartilhado com você
enquanto estava me apaixonando pelo homem que eu amo.
E, francamente, Tyra, você é minha madrasta, mas também é
minha amiga, eu pensei que um amigo de verdade que me
entende, e não só senti falta de compartilhar com você, isso
dói, quando na época que fui obrigada a compartilhar você
não me deixou.

Ela recuou.

— Mas, eu vou te dar uma noticia boa. Ele é bom para mim.
Quando eu digo que ele é bom para mim, Tyra, quero dizer
que ele é bom para mim. Ele é bom por mim. Ele não se
importa se eu estrago o jantar. Ele não se importa que falo
demais. Ele acha que eu sou foda, e sabe por que eu sei
disso? — Inclinei para ela e não esperei por uma resposta. —
Porque ele me diz. Toda a porra do tempo. Eu sou preciosa
para ele e eu sei porque ele me mostra e ele me diz. É lindo. É
real. É certo. E, se você voltar lá trás, eu sabia de tudo isso e
compartilhei com você quando isso começou a acontecer. Era
muito cedo então, isso é verdade, eu não estava pronta. Mas,
isso não quer dizer que não aconteceu.

Ela começou a rodear a mesa, os olhos em mim, falando com


cuidado, — querida, você pode ficar confusa e acho...
Oh Deus.

A sério?

— Não — eu sussurrei. — Não diga outra palavra.

Ela parou de mover e falar.

Eu não.

Caminhei para porta e virei-me para ela.

— Você sabe, não estou chateada porque você se preocupa


comigo e age assim, mesmo que esteja julgando. Eu sei que
você está no meio. Você me ama, mas você é mulher do pai e
a sua lealdade é com ele, você tem que apoiá-lo no que ele
está sentindo e ficar ao seu lado quando ele faz o que ele
sente que tem que fazer. Dito isto, você deve saber a razão
pela qual estou chateada é porque você e o pai e mesmo os
rapazes, vocês não deram a ele uma chance —Seu rosto
empalideceu, sabia que meu ponto estava feito, mas ainda
quis ganhar o jogo. — Você não deu a ele uma chance.

Eu vi o rosto dela suavizar quando entendeu, em seguida, fui


para matar.

— Você sabe que você é a primeira e única do papai, Tyra, e


se você não sabe isso, visto que ele tinha filhos antes de te
conhecer, eu lamento lhe dizer, mas mesmo que você seja a
primeira e única dele agora, você não foi sua primeira e
única.

Sua cabeça sacudiu, ela retraiu, e eu finalmente vi.

Compreensão.
— Você me entende — eu disse suavemnte. — Eu entendo
que não sou a primeira e única do Shy mas eu ainda...
porra... sou.

Puxei para abrir a porta, caminhando por ela e me virei.

— Vou deixar você com isso, já que todos estão a par dos
negócios de Shy. Quantas mulheres ele tem fodido desde que
ele entrou na minha vida? Você pode achar difícil e você pode
perguntar por aí, mas eu sei a resposta. Duas. Uma mulher
chamada Rosalie e eu. As pessoas mudam, Tyra, ele mudou,
e parte dessa mudança foi por mim. Se você não vê isso como
beleza, então você é uma cega fudida.

Com isso, bati a porta e invadi abaixo os degraus para o


Complexo.

Eu dei uma bronca em Tyra, agora o papai que levaria uma, e


se eu ainda tivesse munição suficiente, eu jogaria sobre Big
Petey.

Ouvi a porta do escritório abrir atrás de mim e meu nome


sendo chamado, mas eu estava de Crocs. Ela estava de salto
alto. De jeito nenhum ela ia me pegar.

Eu corri através do pátio e senti a vibração no minuto que


abri a porta para o Complexo. Motoqueiros tinham auras, e
mesmo em repouso eles forçavam fora outras auras, eram
fodões dominantes.

Agora, eles não estavam em repouso e a vibração dentro do


Complexo estava longe de ser feliz, era irreal.
Eu não me importava, porque eu tinha uma idéia do por que
não estar acontecendo.

Eu invadi e vi que a vibração ruim estava centrada em torno


de um enfrentamento com o Shy e o pai na área comum com
todos os homens nas costas do pai.

Todos eles.

— O que diabos está acontecendo? — Eu estourei em voz


alta, e todos os olhos vieram para mim, inclusive do pai e do
Shy, e aqueles dois, assustadoramente, tinham estado nariz
com nariz.

—O Complexo está fechado para qualquer um, apenas irmãos


— Dog rosnou, movendo-se em minha direção.

— Ponha uma mão em mim, e eu juro por Deus, Dog, eu


nunca olharei para você novamente, e pergunte ao Shy, ele
sabe que eu guardo um malvado rancor,— eu disse a ele,
minha voz letal.

Dog balançou em uma parada, sua expressão feroz, em


seguida ele virou para o pai, enquanto ouvi os saltos de Tyra
clicando atrás de mim.

Eu não virei para ela nem olhei para o pai.

Olhei para Shy.

— Você está bem?

— Baby, vá para casa. Eu vou estar lá em algum tempo—,


Shy disse calmamente.

— Você não respondeu minha pergunta—, disse a ele.


— Então não, não estou bem —, ele me deu a resposta que eu
já sabia. — Então, faça-me um favor, querida. Vá para casa.
Eu estarei lá daqui a pouco.

Ele não estava bem. Eu não ia a lugar nenhum.

Olhei para o papai.

—P or que Shy não está bem? — Perguntei ao pai.

— Negócios do Clube, Tabby, — Pai me disse.

— E como os negócios do Clube fazem Shy não estar bem?—


Eu perguntei.

— Quer saber, Tab? — Boz, um dos membros cortou. — Não


é legal, filhas não estão seguras. Filhas estão sempre seguras
e Shy deveria saber disso.

— E como eu não estou segura?— Eu atirei de volta. O queixo


de Boz contraiu, mas ele não falou. — Aparentemente você
não tem resposta para isso, veja como eu estou aqui —
balancei meu braço fora para o chão debaixo de mim —
obviamente totalmente segura, saudável, e, a propósito,
mesmo que você não perguntou, também delirantemente
feliz, mas, vou chamar a atenção novamente, você, nenhum
de vocês, perguntaram.

— Tab. Fora. Agora, — pai rosnou.

— Reunião. Votação, — Arlo interferiu, e meu estômago


torceu.

Isso não era bom.

— Oh não — Tyra sussurrou atrás de mim.


Yep, não é bom.

— Votar sobre o quê?— Eu perguntei.

— Negócios do Clube, Tabitha, mexa esse rabo para fora,—


pai cortou.

Ah não, esse negócio de —Tabitha— não ia funcionar comigo.


Quatro anos atrás, sim.

Agora, absolutamente não.

— Votar sobre o quê, pai? — Eu perguntei de volta.

— Shy, ela é sua, que é o que você diz. Controle sua


mulher,— High exigiu. —Leve seu rabo para fora.

Meus olhos foram para Shy para vê-lo olhando para High, e
ele não estava parecendo irritado.

Ele estava parecendo reflexivo.

Então ele disse, — Tab e eu não jogamos dessa maneira. Você


quer mandar na sua senhora por aí, fazer o que você manda,
não sou eu que vou dizer. Eu a pedi para ir, ela não foi. Não
vou forçá-la. Mas se você tentar, você vai lidar comigo.

Deus, eu amava meu cara.

— Ela não obedece você? — Boz perguntou, sobrancelhas


levantadas até sua linha de cabelo, mas Shy o ignorou e
olhou para o pai.

— Votação — ele concordou e minha garganta ficou tão


apertada, de repente estava tendo dificuldade para respirar.
O que ele disse em seguida não fez nada para melhorar. —
Você quer o meu corte, o voto não afeta meu caminho, vou
partir e você verá a traseira da minha moto. Eu vou apagar a
tatuagem do Chaos. O que não faço é desistir de sua filha.
Então vote, porra. Você não me quer lá, mande mensagem
com os resultados e a envie um homem para pegar o meu
colete. Você sabe onde eu estarei. Eu vou estar com Tabby.

Oh Deus. O colete de Shy, o colete de qualquer um dos caras,


eram considerados sagrados para eles. Eles receberam a
jaqueta de couro com o adesivo de Chaos nas costas na
introdução para o clube. Sua gravura.

Uma vez que eles conquistam isso, nunca desistem.

Nunca.

Não por qualquer coisa. Não exceto quando forçado, quer


dizer, deveriam fazer algo hediondo para ser chutado fora do
clube.

— Não. Não, não, não — Tyra respirava atrás de mim, mas eu


não podia me mover ou falar.

— Você desistiria de seus irmãos por uma mulher? — Brick


perguntou incrédulo e os olhos de Shy moveram-se para ele.

—Absolutamente, porra.

— Seriamente? Boz perguntou.

— Não qualquer mulher, — Shy assentiu com a cabeça para o


meu lado e falou, — Agora, pergunta de novo.

Deus.

Deus!
Deus, eu amava meu homem.

—P uta merda — sussurrou Tug.

Shy olhou para o pai. — Você vota. Deixe-me saber. Mas, se


você se mover para levar minha família de mim, Tack, saiba
disso, você está morto para mim. Tab me ama, isso será
horrível para ela, ter um homem separado da família dela,
mas ela vai lidar. Mas, você inicia a votação, não importa o
caminho que isto vai, você estará morto para mim.

Oh meu Deus.

— Não. Não, não, não — Tyra respirou novamente.

— Shy — Eu forcei para sair.

Ele me ignorou e seus olhos moveram-se sobre os homens em


pé atrás de meu pai. —Eu não me meto nos seus negócios.
Eu posso ter uma noção sobre o que você faz e quem você
fode, mas guardo essa merda para mim. E algumas das suas
merdas são quase tão perto de casa — seus olhos localizaram
Hop — e você sabe disso.

O que isso significa?

Shy não explicou, mas ele continuou a olhar através dos


homens e falar.

— Não foi uma vez que este clube teve uma conversa sobre
como eles se sentem sobre quem um irmão tinha na cama
dele. Tack chama isso — assentar-se —, vocês caras sentem-
se, eu vou dizer agora, não importa como vai a votação. Vocês
se sentam, a mensagem será clara. Vocês terão o meu colete.
Parte de estar nesta família é eu estar livre para ser eu. Não
respondendo aos meus irmãos sobre a mulher por quem me
apaixonei ou, na verdade, qualquer outra porra. Vocês levem
a minha liberdade para longe de mim, já não há qualquer
razão para eu estar aqui. Então, não estarei.

Shy olhou para o pai.

— Então, só para esclarecer, se você fizer isso, Tab ou meu


colete, eu escolho Tab. Você vai ter o meu colete e você,
pessoalmente, não vai nunca, irmão, nunca mais me ver
novamente.

— Bem, porra de inferno,— uma voz familiar que eu não


ouvia em anos e desejei que poderia ter sido por décadas,
disse atrás de mim. — Eu estou fora por quase sempre e
parece que Tab ainda continua causando mutilações e
partindo corações.

Petrificada, eu me virei para ver a minha mãe, desafiando


toda razão porque eu sabia que não só o pai, mas todos do
Chaos a derrubaram e disseram-lhe que ela foi banida da
propriedade deles.

Senti a infeliz vibração aumentar até níveis apocalípticos,


então senti o movimento, olhando por cima do meu ombro, vi
Pai se dirigindo rumo a Mãe, mas Shy já estava em
movimento.

Nunca tinha visto ninguém se mexer tão rápido.

Um segundo ele estava a dois metros atrás de mim, depois ele


estava passando por mim.
Eu sabia o porquê. Mesmo que isso aconteceu bem antes de
Shy e eu estivéssemos juntos, todos os irmãos sabiam que
minha mãe e eu não nos dávamos bem. Eles sabiam como ela
me derrubou. Eles sabiam como ela era implacável com isso.
Eles sabiam as coisas odiosas que ela tinha falado para mim,
feito comigo, como isso me fez sentir e como me fez agir
quando eu era mais jovem.

Isso era coisa minha, minha culpa, mas foi minha mãe quem
me fez sentir como nada, e então eu encontrei-me aos
dezesseis anos com um namorado velho demais para mim,
que me bateu quando eu não concordei em fazer sexo.

Não foi só eu. Mãe jogou baixo com Tyra, elas tiveram até
uma briga de mulheres no pátio do Ride, e ela sempre foi
uma puta gritando com o Pai.

No final, ela tentou vender a minha custódia e de Rush ao Pai


a fim de obter do marido, morto agora, a saída das dívidas
com traficantes. Eu não devia saber disso, mas família
conversava e Chaos era família, então eu descobri. Pai fez o
acordo a fim de tirá-la de nossas vidas, da minha
especialmente, porque seu abuso me cortou profundamente.

Pai conseguiu. Ela tinha desaparecido. Mas, sua memória


permanecia.

Quanto a mim, todos no Clube sabiam que se não fosse pelo


amor deles, o amor do Pai, Tyra, as coisas poderiam ter sido
diferentes para mim. Agindo contra a crueldade implacável da
Mãe, eu estava no caminho errado e se eu não tivesse o
cuidado deles, bem agora, eu poderia ser como Natalie,
drogada ou fabricando, andando com pessoas que não
prestavam para mim.

Ou pior.

Eu sabia isso. Todo mundo sabia disso.

E meu homem me amou.

Com ele avançando na Mãe do jeito que ele fez, eu poderia ter
uma indicação do quanto.

— Ela não... — A mão do Shy bateu no peito de Mãe e ela foi


para trás, rosto cheio de choque, braços rodando — ... verá
você ... — ele empurrou a Mãe direto para a porta, então suas
costas bateram contra ela alto, antes de balançar aberta. Shy
empurrou-a para fora. Ela foi cambaleando e Shy terminou,
— a menos que ela queira ver você, porra. Preste atenção em
mim, cadela, você não é a mãe dos meus filhos, então não
tenho que ser gentil com você. Não sei por que porra você
está aqui. Também não me importa. Tudo o que sei é, Tab
não te vê ou ouve a sua voz a menos que ela queira. Agora, eu
posso te ensinar essa lição agora, ou você pode entrar na
porra do seu carro e ir. Decisão. Mas, lembre-se, nenhum
homem neste prédio irá dar um passo por você, então leve em
consideração quando você decidir como você vai passar os
próximos cinco segundos.

Eu corri pela porta ainda aberta, minha boca aberta para


dizer algo, mas eu não tive a chance. Mãe encarou Shy por
um dentre esses cinco segundos, em seguida, ela realmente
correu para o carro dela nos outros quatro.
Enquanto ela batia a porta do carro, dava partida, cantou
pneus para fora e fugiu, eu olhei para o perfil de Shy e eu
pressionei meus lábios juntos, entendendo porque Mãe não
perdeu seu tempo.

Shy virou para mim. Eu firmei. Ele levantou uma mão,


curvou na parte de trás da minha cabeça e puxou-me para
ele.

Lábios no meu cabelo, ele disse calmamente, — Vejo você em


casa.

Eu inclinei minha cabeça para trás, peguei os olhos dele e


acenei com a cabeça.

Ele me soltou, não olhou para trás, caminhou para a moto


dele e eu o vi dar partida, e eu continuei olhando ele, meu
coração acelerado, minha garganta ardendo, meu cérebro não
funcionando, quando ele rugiu fora.

— Tabby — a voz estrondosa do Pai veio por trás de mim, e


eu girei sobre ele.

Eu olhei para o rosto bonito que eu adorava, nos olhos que


eu via no espelho todos os dias, e antes que ele pudesse dizer
outra palavra, dei isso a ele.

— Eu te amo. Eu não poderia viver sem você. Mas, se você


tirar a única família que Shy tem fora seu irmão — Eu puxei
na respiração e terminei — nunca, nunca te perdoarei.

Com isso, eu virei e corri para o meu carro, correndo


completamente nos meus Crocs (que, francamente, não foi
fácil). Então, entrei dentro dele, não perdi tempo e dirigi longe
para o lugar que sempre tinha sido um lar para mim.

Mas, não seria um lar por muito tempo se eles tirassem isso
do meu homem.

Portanto, eu chorei todo o caminho até meu apartamento,


mas eu sentei estacionada do lado de fora, suguei tudo,
arranquei lenços de papel do meu porta-luvas, e limpei meu
rosto antes de ir lá em cima para minha casa.

A moto do Shy estava lá, e eu tinha que ser forte para meu
homem.

Eu corri minha língua até a parte inferior do pau de Shy e


estava prestes a colocar minha boca em volta da ponta
quando ele me cortou. Eu, de repente, fui transportada até o
corpo dele. Ele nos rolou e quando ele me teve nas minhas
costas, a cabeça dele surgiu, os olhos dele segurando os
meus, ele deslizou lentamente dentro de mim.

Meus olhos abriram metade fechados e meus lábios se


separaram.

Shy moveu-se, lentamente, seus golpes carinhosos de amor.


Um dos antebraços na cama, a outra mão surgiu para
enquadrar o lado da minha cabeça. Moveu o polegar ao longo
do meu couro cabeludo, e seus olhos seguraram os meus
enquanto ele fazia amor comigo.

Eu puxei minhas pernas para trás, joelhos dobrados, e ele


deslizou no fundo. Enquanto minhas mãos moviam sobre sua
pele, levantei minha cabeça para ter sua boca, e ele não me
fez trabalhar para isso. Ele me deu sua boca, enquanto ele
mantinha lentamente, docemente, maravilhosamente me
tomando.

Após o meu beijo, seus lábios deslizaram abaixo da minha


bochecha no meu ouvido onde ele sussurrou, — Amo você,
Tabby.

Oh sim.

Eu pressionei o interior das minhas coxas em seus quadris,


envolvi meus braços apertados em torno dele e sussurrei em
seu ouvido, — Amo você também, Shy.

A boca dele mudou-se para abaixo da minha orelha e ele


murmurou contra a minha pele — Tudo para mim.

Deus, Deus, eu amava meu rapaz.

— E você é tudo para mim — eu respirei, então de repente, do


nada, veio por cima de mim. Feroz e enorme, gritei e afundei
meus dentes na pele de seu pescoço.

Ele continuou me tomando através do meu clímax e quando


eu terminei, ele levantou seu tronco do meu, dando potência
para bater seus quadris em mim. Deslocou sua mão sobre
minha bochecha, dedos flutuando sobre minha boca, então
até meu maxilar, meu pescoço, meu peito, onde foi enrolado
em volta do meu seio.

Enquanto isso, seus olhos nunca deixaram meu rosto.

Ele era, simplesmente, lindo.

Seus golpes aprofundaram, ficando mais rápidos, seu rosto


escureceu, e eu sabia que isto estava construindo para ele,
então levantei as mãos e corri as pontas dos meus abaixo do
seu abdôme liso. Seu polegar deslizou sobre meu mamilo,
enviando arrepios através de mim, e minha língua saiu para
molhar meu lábio superior.

— Deslumbrante — ele rosnou, bombeando mais rápido,


mais forte.

— Yeah — Eu concordei sem fôlego.

Não eu.

Ele.

Incrível.

— Foda — ele resmungou, e eu sabia que ele estava perto.

Eu estava certa. Sua cabeça arremessou para trás, mas seus


quadris continuavam batendo, ainda mais forte. Ele
continuou empurrando, enquanto eu assistia sua cabeça cair
para a frente e os dentes dele afundarem em seu lábio inferior
e, falando sério, olhando para ele gozar quase me levou lá
novamente.

Finalmente, ele dirigiu profundo, ficando lá e desabou em


cima de mim.
Eu peguei seu peso alegremente, meus braços rodeando ele,
segurando-o perto.

Ele não me fez aguentar muito tempo. Ele mudou para um


antebraço e respirava pesadamente no meu ouvido.

Finalmente, como sua respiração equilibrada, sua mão, ainda


enrolada no meu seio e esmagada entre nós, deslizou até o
meu pescoço. Ele levantou a cabeça e olhou para mim.

— Gosto quando você goza comigo, Tabby — ele disse


gentilmente.

Eu sabia que ele gostava. Ele tentava me fazer segurar toda


vez a menos que ele estivesse com ânimo de assistir.
Normalmente, eu poderia gerenciar isso, embora eu tinha que
admitir que, às vezes eu falhava.

— Bem, eu não tive controle sobre isso, chefe — eu respondi


calmamente. — Foi de repente, mas, dito isto, às vezes eu
gosto de assistir também.

Ele sorriu, inclinou a cabeça, tocando sua boca à minha e


levantou, ainda sorrindo.

Então ele perguntou: — 'Chefe' ?

— 'Chefe Motoqueiro' é muito prolixo.

Seu sorriso largo atingiu o nível de sorriso e, em seguida, ele


observou, — você sabe, sem preservativos significa que não
tenho que puxar meu rabo para fora da cama depois de
apenas gozar forte e lidar com isso. Eu vou ser preguiçoso.

Ele estava brincando.


Isto era bom e ruim. Bom, porque ele estava obviamente em
um humor suave, independentemente do que aconteceu
naquele dia. Ruim, porque eu tive a sensação que ele estava
procurando por esse humor suave, mantendo-nos agarrados
a nós e somente nós, então ele não teria que pensar sobre o
que se passou.

— Você poderia ser um cavalheiro e puxar o rabo da cama de


qualquer maneira a fim de obter uma toalhinha e cuidar de
mim — sugeri, e algo quente e fenomenal moveu-se através
dos olhos dele, mesmo quando seus quadris deram um
pequeno empurrão e seu rosto ficou mais perto do meu.

— Você quer que eu faça isso? — ele perguntou.

Estava sendo irrevente, indo com o humor dele, mas de


repente, eu queria que ele fizesse isso. Tipo, muito.

— Yeah — eu sussurrei.

Seu rosto chegou mais perto, então ele podia me beijar,


molhado e profundo. Então, ele levantou a cabeça para ver
meu rosto, enquanto deslizava lentamente para fora. Dei a ele
uma exibição que eu suspeitava que era muito parecido com
o que ele me deu quando eu estava deslizando dele para fora
de mim. Então, ele se inclinou, beijou meu peito, a parte de
baixo do meu queixo, e ele rolou para fora da cama.

Eu mudei para meu lado, enrolada, e olhei ele caminhar para


o banheiro. Eu fiquei onde eu estava, então poderia assistir
ele voltar.
Ele subiu na cama, estabelecendo-se do lado dele na minha
frente e ordenou suavemente — Prenda sua perna sobre meu
quadril, baby.

Eu fiz como ele me disse. Seu corpo deslocou levemente, mas


seus olhos nunca deixaram meu rosto, e senti a toalhinha
quente entre minhas pernas.

Isso era bom.

Eu sabia que isso registrava no meu rosto quando ele se


inclinou para mais perto. — Você gosta disso.

Isso foi uma afirmação.

Meus quadris pressionaram em sua mão. — Yeah.

Sua cabeça deslizou mais perto ainda, seus lábios atingiram


os meus, e sua língua deslizou em minha boca. A toalhinha
movia entre minhas pernas, então Shy mudou de alguma
forma e não havia nenhuma toalhinha, apenas seus dedos
entre minhas pernas. Ele deslizou um dedo dentro e eu gemi
em sua boca, meus quadris se contorcendo. Eu gemi
novamente, quando seu dedo deslisou para fora e escorregava
suavemente sobre meu clitóris antes disso e a toalhinha
tinha desaparecido.

Ele levantou seus lábios dos meus. — Eu volto, doçura.

Eu segurei seus os olhos e assenti.

Seus lábios curvaram e ele rolou fora da cama.

Continuei deitada lá, felizmente, observando-o sair e voltar,


mas desta vez, quando ele deslizou no meu lado, acomdou-se
em suas costas. Puxou-me sobre ele, assim meu peito estava
no peito dele, minha bochecha foi para seu ombro, meu rosto
em seu pescoço, e seu braço estava em volta de mim,
colocando a mão no meu traseiro.

— Nós estamos fazendo isso o tempo todo — ele declarou, e


eu sorri.

— Funciona para mim.

Seus dedos no meu bumbum apertaram.

Eu puxei em uma respiração e segui meus dedos ao longo do


seu ombro oposto.

— Você está bem? — Eu perguntei.

— Saudável ou doente, eu não vou pensar nisso agora, — ele


respondeu instantaneamente. — Acabei de gozar. Apenas
compartilhei algo especial com a minha garota. Você está nua
em mim. Vou pensar sobre isso. O que acontecer, vai
acontecer. Eu vou lidar com isso depois.

— Ok — eu disse suavemente.

Seu outro braço envolveu em torno de minhas costas.

Eu procurei outra coisa para falar, e algo veio à minha mente,


que eu gostaria de perguntar a ele desde que mencionou sua
avó dias atrás. Essa pode não ser a melhor jogada de
conversação, mas pelo menos não era uma conversa do que
estava acontecendo no Chaos.

Ainda, eu solicitei primeiro, — Posso te perguntar uma coisa?


— Qualquer coisa — ele respondeu imediatamente, e eu sorri
em seu pescoço.

— Pode não ser divertido,— eu avisei tranquilamente e seus


braços me deram um aperto.

— Nem sempre vai ser divertido, baby. Pergunte de qualquer


maneira.

Eu assenti, minha bochecha deslizando contra sua pele,


então eu perguntei, — Por que você não foi para seus avós
depois que seus pais morreram?

Seu braço em torno de minhas costas subiu, os dedos dele


enredando no meu cabelo, então em seguida espalhando
através antes dele responder.

— Não sei. Mamãe e Papai fizeram provisões. Eles escolheram


o meu tio. Eu acho que eles não sabiam que meu tio era fraco
ou eles nunca teriam nos deixado com aquilo. Mamãe não
tinha irmãos ou irmãs. Seus pais eram divorciados. Vovô
vivia em Wyoming. Mãe cresceu lá até que seus pais se
divorciaram, e Vovó as mudou para Denver, porque ela
encontrou um emprego aqui. Vovó era legal, ela também
estava por perto, levava Lan e eu para jantar, sair á toa. Nós
nunca compartilhamos como era ruim porque éramos
crianças. Nós não sabíamos como e quando nós poderíamos,
o estrago já estava feito. Dito isto, acho que ela sabia que as
coisas não eram boam, porque ela estava por perto tanto
quanto poderia estar. Meu avô também era legal. Ele não
estava por perto, tanto, porque ele estava em Wyoming. Mas
ele veio, me deu minha primeira moto no meu décimo quarto
aniversário, uma moto de trilha. Ele também me deu minha
primeira Harley, comprada de terceira mão de um amigo,
consertada, teve um amigo para ajudá-lo a levar para mim.
Eu ainda sou próximo dos dois, mesmo que ele ainda esteja
em Wyoming e ela se mudou para o Arizona, há alguns anos.
Os pais do meu pai se mudaram para Califórnia, quando
estava na faculdade. Nós não os víamos tanto e ainda não
vemos.

— Até que você mencionou seus avós no outro dia, eu nunca


tinha ouvido você mencioná-los, — Eu tomei nota.

— Não há nenhuma razão para isso, doçura. Eles apenas


nunca vieram. — Ele envolveu um braço ao redor dos meus
ombros e ofereceu, — você chegar a época que você pode
pegar uma folga, eu vou levá-la para conhecer meu avô. Ele
vai gostar de você.

— Isso vai ser legal —, respondi-lhe suavemente.

— Talvez, se Lan puder conseguir um tempo, podemos ir


todos para o Arizona neste inverno. Escapar do frio. Ver vovó.

Eu sorrio novamente. — Isso vai ser legal também.

— Isto é um plano, — ele murmurou.

Yeah, era sim.

Eu pressionei mais perto, tomei uma respiração profunda, em


seguida, disse o que eu tinha a dizer para tirá-lo fora do
caminho, — você não quer falar sobre isso, não vamos. Eu
estou só dizendo, eu vou ter uma conversa com o papai.
Ele fechou seus braços apertados em volta de mim e me
cortou, dizendo, — Tabby, baby, olhe para mim.

Levantei minha cabeça para olhar para ele e vi seus olhos


sérios comigo.

— Ele precisa decidir, como meu irmão, se ele confia em mim.


Não você jogando na cara dele e colocando-o sob pressão, não
você levando tempo para explicar racionalmente. Tomei a
decisão que eu queria participar. Aproximei-me deles.
Quando eu fiz, coloquei-me lá então, antes que eles me
deixassem entrar, eles sabiam tudo sobre mim. Eu fiz meu
tempo como um recruta. Eu faço a minha parte na loja e na
oficina. Eu recebo ordens quando eles vêm e nunca os
questionei. Quando recebo a ligação, eu tomo as costas de
um irmão e nunca pergunto isso também. Eu não dei-lhes
uma razão para me questionar. Eu entendo a posição do seu
pai. Também sei que ele tem que ter sua merda junta,
pensar nisto como um irmão, bem como um pai e tomar a
decisão certa. O que eu disse hoje no Complexo é a mais
honesta verdade de Deus. Não me tornei um membro do
Clube para ter alguém me dizendo como viver a minha vida.
Então, isso é uma coisa de irmão, Tab, e, é uma merda se
você não gosta disso, mas é como tem que ser.

Eu estive nesta vida por toda a minha vida, eu conhecia o


suficiente para saber que isso era verdade, então assenti.

Shy continuou. — Além disso, ele tem que aceitar o fato de


que sua única menina está toda crescida e ele tem que dar-
lhe a liberdade para viver sua própria vida. O que ele está
fazendo para mim não é legal. Eu tenho deixado ele com
raiva. Ele pensou que estávamos escondendo pelas razões
erradas. Mas, o que ele está fazendo para você é pior ainda. O
que ele precisa entender é que agora existem partes da sua
vida que não são da conta dele. Eu não sou um pai. Não sei
como é sentir soltar-se de uma criança dessa maneira,
especialmente sua única garota. O que eu sei é, que agi por
suposições sobre merda sobre você anos depois do
acontecido, foi errado e... justificado... Eu te perdi. Agora, ele
está fazendo a mesma porra de coisa, sete anos depois que
aconteceu, e ele tem a noção que você não é aquela garota
puxando merda, porque as coisas com a tua mãe estavam
extremas. Você é uma adulta tomando decisões sobre seu
futuro, e você tem que decidir quando você vai compartilhar.

Essa era a maldita verdade.

— Você está certo — eu concordei.

— Yeah — ele respondeu calmamente.

— Ok, eu vou deixar acontecer — eu cedi e seus lábios


curvaram enquanto os olhos dele ficaram suaves e seus
braços me deram um aperto.

— Obrigado, baby.

Eu sorri para ele. Então, inclinei minha cabeça para o lado e


perguntei: — O que foi aquilo com Hop no Complexo?

Seus olhos seguraram os meus, ele esperou uma batida e,


então compartilhou, — Hop está pegando Lanie.

Eu pisquei.
Lanie era a melhor amiga da Tyra. Lanie foi quem perdeu seu
noivo quando toda aquela coisa maluca veio abaixo, e
eventualmente teve Tyra seqüestrada e esfaqueada. Lanie
mudou-se para Connecticut para lamber suas feridas depois
que Elliott, noivo dela, foi morto e Lanie foi baleada. Ela fez
isso até que Tyra voou para lá, deu-lhe um pouco de
honestidade, e então Lanie mudou de volta.

Lanie era alta, esguia e deslumbrande modelo. Ela também


fez um monte de dinheiro, ela comandava sua própria
agência de publicidade, era pura classe, e poderia ser
(frequentemente) drama puro.

O que ela não era, de qualquer forma, era o tipo do Hop.

— Você está brincando comigo — eu respirei.

— Não. Eles estão escondendo isso também. Não sei por que,
mas sei que nem Tack nem Cherry sabem merda nenhuma —
Ele sorriu. — Não é o mesmo que estar transando com uma
das filhas do irmão, mas eu imagino que eles estão
escondendo isso por uma razão. Também, o que eles tiverem
não anda suave. Ouvi-os indo para dentro do quarto dele no
Complexo. Estava no corredor quando vi sua caminhada de
atitude, chateada com tudo, Hop rasgando atrás dela, não
parecendo nem um pouco mais feliz. Ele me viu, então ele
sabe que eu sei. Tivemos uma conversa, ele me disse para
manter isso em segredo, eu não disse merda nenhuma.

— Eu... Eu não sei o que fazer com isso — disse a ele. —


Lanie tem estado com qualquer um desde aquele cara Elliott?
Shy sorriu e respondeu, — eu não sou uma das vadias dela,
então eu não tenho idéia. Só sei que ele a teve em sua cama
um tempo.

— Oh Deus — eu sussurrei, —Ty-Ty poderia surtar.

— Não sei por que, ele é um cara legal — Shy comentou.

Hop era um bom rapaz. Eu o amava. Todo mundo amava.


Mas, ele também tinha uma ex, Mitzi, e quando ela se tornou
a ex dele, a coisa ficou feia. Eu não era um dos seus irmãos,
então eu não sabia por que, mas isso ficou tão feio que não
foi difícil perder.

— Ele é um bom irmão — esclareci. — O que se passou com


Mitzi foi bagunçado. Tão bagunçado, que ninguém deixou
escapar isso e definitivamente não Tyra, vendo como ela
trabalha lá.

— O que se passou com Mitzi foi merecido por Mitzi. Ela era
uma dor na bunda dele — Shy retornou.

— Shy — comecei, meu corpo enrijecendo.

— Tabby — ele me interrompeu. — Você sabe, algumas


merdas com os meninos, eu não vou partilhar. Só sei isto,
uma mulher não trata os homens como nós, como Mitzi
tratou Hop. Elas fazem, elas se encontram onde Mitzi está
agora.

Eu estudei ele, então perguntei, — Isto foi ruim?

— Ruim o bastante para ele vadiar por ai, — ele confirmou, e


eu suguei em uma respiração, chocada com esta notícia.
Hop foi um bom irmão. Como já mencionei, Hop também era
um bom rapaz. Eu gostava dele. Ele tinha suas imperfeições,
todos tinham. E, não era inédito de que alguns dos homens
poderiam fazer o que eles quisessem com quem quisessem
mesmo que tivessem uma senhora em casa.

Mas, eu não achava que Hop era assim.

— Hop vadiando?

— BeeBee — Shy grunhiu, e suguei outra respiração.

BeeBee não tinha estado ao redor por muito tempo, mas


manteve-se o fantasma de BeeBee, tal era o poder de BeeBee.
Eu tinha sido muito jovem quando ela costumava pendurar
no Chaos, mas já tinha a visto por aí e eu sabia que ela era
uma tiete de motoqueiro.

Sua missão, levantada como parecia, era colecionar cada


membro do Clube, tornar-se um entalhe na cama deles,
quanto mais entalhes, melhor.

As senhoras a detestavam. Não era como se o Chaos não


tivesse tietes de motoqueiros, mas elas sabiam o seu lugar e
sabiam o lugar que uma senhora ficava e os dois nunca se
encontram. Dito isso, eu tinha estado em suficientes
churrascos de porco no rolete para ver BeeBee comunicando-
se com os olhos, e às vezes com a boca dela, ela tinha tido
um homem de uma mulher. Meu palpite era, desde que a
lista de posse de BeeBee era longa, as senhoras engoliram e
isto nunca voltou para seus homens. Infelizmente, isto
poderia ser a meneira com moto clubes, e senhoras
aprenderam quando manter a boca fechada.

Isso foi até BeeBee bater de frente com Ty-Ty. Isso meio que
me deixou enojada de saber que meu pai foi lá (embora,
admitidamente, ela era linda com um corpo fabuloso,
vagabunda apenas) e a partir do argumento que ouvi Tyra ter
com o pai, ele e BeeBee tinham estado juntos antes do tempo
da Tyra, mas, mesmo assim.

Pai descobriu que BeeBee sequer olhava para Tyra, muito


menos dizia palavras para ela(que ela fez), enviou o pai sobre
a borda.

A saída de BeeBee.

Para sempre.

Ela também foi o exemplo que Shy jogou na minha cara no


caminho de volta, naquela noite que ele foi um idiota para
mim. Nada daquela noite foi agradável, embora isto estava
acabado e eu não estava indo de volta para lá. No entanto,
lembrei-me claramente dele mesmo sugerindo que eu estava
indo para o caminho de BeeBee, era uma ferida que marcou
fundo.

Na expiração, eu respirava, — Oh meu Deus.

— Yeah. Ainda acho que aquele jogo estava fodido, mas


quando isso aconteceu Hop e Mitzi estavam dando um tempo,
um tipo ruim, o tempo que eles tiveram apenas antes do
inferno vir abaixo e Hop terminou com Mitzi para melhor.
Começando por BeeBee, quem poderia cheirar essa merda
como ninguém. Porque Hop levou Mitzi de volta, não sei. Só
sei que ele não a levou de volta por muito tempo antes que
isto estivesse realmente acabado.

— Eu não tenho certeza se qualquer coisa disso é bom,— eu


disse a ele.

— Eu também não tenho,— ele concordou e, em seguida seus


olhos cresceram intensos em mim. — Do que eu tenho
certeza, é de que não é da porra da conta de ninguém.

Isso, eu sabia, era muito, muito verdadeiro.

Os braços dele me deram um aperto e sua voz ficou suave


quando ele me lembrou, — você tem trabalho amanhã, e não
sabemos o que o dia vai trazer. Vamos fechar os olhos.

— Yeah — eu sussurrei então deixei cair minha cabeça para


tocar a minha boca à sua.

Quando levantei, ele me rolou ao lado dele e alcançou um


braço por cima de mim para apagar a luz. Ele se estabeleceu
e me puxou perto.

Eu aconcheguei mais perto.

Eu estava prestes a entrar na terra dos sonhos quando isso


me atingiu.

E, embora perto do sono, o que me atingiu, Shy tinha que


saber.

— Você fez isso —, disse, minha voz calma e sonolenta.

— Fiz o quê, doçura?


— Hoje, no Complexo, o que você disse, você fez isso.

— O que, baby?

— Eu sonhei um sonho.

Seus braços tremeram.

Eu espalhei para dormir, murmurando, — Você prometeu me


levar a um sonho, você me levou a um sonho. Obrigada,
querido.

Então peguei no sono.

Shy
Shy Cage não dormiu.

Ele segurou sua garota adormecida em seus braços e lutou


contra a vontade de uivar para lua.

Demorou um pouco para controlar esse desejo.

Então, não importa a merda que aconteceu aquele dia, Shy


caiu dormindo sorrindo.
Capítulo 14
Fazê-la feliz
A boca de Shy trabalhava entre minhas pernas, minhas
costas à esquerda da cama, meus calcanhares cavados em
suas cosas, eu afundei meus quadris em seu rosto e gozei
forte.

Ainda gozando, encontrei-me no meu estômago, meus


quadris estavam lançados para cima, e o pau do Shy dirigiu
para dentro de mim.

— Novamente, Tabby, mão entre suas pernas, — ele rosnou,


suas mãos no meu quadril, me puxando para trás enquanto
empurrava para a frente e me tomou.

Eu ainda estava gozando, mas eu gerenciei para ter minha


mão entre as minhas pernas. Eu gemia nas almofadas ao
meu toque e seus golpes.

Oh Deus, isso era brilhante.

— Empurre para cima baby, quero seus seios, — ele ordenou.

Eu empurrei para cima, ele continuou dirigindo profundo


mesmo enquanto sua boca atingia meu pescoço e suas mãos
cobriam meus seios. Então, seus dedos fizeram coisas para
os meus mamilos que me fez perder o fôlego e meu corpo
inteiro estremecer.
— Espere por mim,— ele gemeu.

— Shy, de jeito nenhum — eu arfei.

Ele dirigiu-se para cima e para dentro, ressoando contra meu


pescoço enquanto seus dedos torciam meus mamilos, —
Espere. Por. Mim.

— Oh Deus — eu gemia, esfregando para baixo. —Rápido.

Ele começou a empurrar.

Oh Deus.

— Você está perto? — Eu respirei.

— Chegando lá, — ele murmurou.

Ele continuou empurrando, seus dedos trabalhando os meus


seios.

— Querido, você está perto? — Eu implorei.

— Foda — ele gemeu no meu pescoço. — Dê isso para mim,


Tabby.

Graças a Deus.

Eu deixei ir e dei para ele, minha cabeça voando para trás,


batendo no ombro dele enquanto sua boca fechava sobre a
pele do meu pescoço e o senti chupando profundo.

Isso deixaria uma marca.

Eu fui para baixo e senti sua respiração contra a minha pele


enquanto ele fazia também.
Então, eu levantei minhas mãos para as dele que agora
estavam só me segurando, enroladas nos meus seios.

— Foi incrível — eu respirei.

— É sempre incrível — ele murmurou.

Ele estava certo, e fiquei agradecida em saber que ele sentia o


mesmo.

Minhas mãos moveram-se com as mãos dele, enquanto uma


delas deslizou até enrolar em torno do meu peito e a outra
deslizou abaixo entre minhas pernas, onde ele ainda estava
enterrado no fundo.

— Amo você, Shy Cage — eu sussurrei.

—Amo você também, baby,— ele sussurrou de volta.

Depois do dia anterior, eu não sabia que esse dia ia trazer.

Apenas sabia, seja lá o que viesse, começou bem.

Shy e eu estávamos nos embaralhando ao redor na cozinha,


eu no meu uniforme de hospital, Shy em seu jeans.
Estávamos tomando café, sugando tigelas de cereais,
conversando, tocando, beijando, nossa rotina habitual,
quando meu telefone tocou.

Eu tinha desligado meu celular e o toque do telefone de casa


na noite anterior. Shy precisava da minha concentração,
então dei a ele.
Eu tinha ligado meu telefone naquela manhã e descobri que
tinha 17 chamadas não atendidas e quase tantas mensagens
de correio de voz. Cinco eram da Tyra, três do Pai, duas do
Rush, uma do Big Petey, e o resto eram de vários irmãos ou
de suas senhoras. Todas elas estavam me pedindo para ligar
para eles.

Eu sabia que o dia ia descer ladeira abaixo a partir daí.

Felizmente, tudo começou em um ponto alto. O problema


com isso, o mais alto você está, mais longa é a queda.

Olhei para meu telefone no balcão, vi a tela dizer, — Tyra


chamando — e ouvi Shy dizer, — Pega isso, babe.

Eu olhei para o Shy para ver que ele tinha os olhos no


telefone.

— Não sei se estou preparada.

Os olhos dele vieram para mim. — Ela não estava pronta


para você bater nela ontem, também. Você tomou seu tempo
para falar, dê a ela o dela.

Ele estava certo.

Porcaria.

Peguei o telefone rapidamente antes que fosse para o correio


de voz e coloquei no meu ouvido.

— Tyra — cumprimentei.

— Tabby —, ela sussurrou, e meu coração apertou.

Ela parecia aliviada e outra coisa que não me parecia bom.


Aprendendo com o que eu perdi com Shy, eu não atrasei e
estendi o ramo de oliveira.

— Escuta, eu sei que temos muito que conversar, mas estou


me preparando para o trabalho. Nós podemos definir um
tempo para conversar depois do trabalho? Eu vou encontrá-la
em algum lugar e eu prometo, vou preparada para não ser
uma vaca.

— Querida, eu sinto muito ter que dizer isso a você, mas sua
avó morreu.

Meu tronco se lançou para trás enquanto minha respiração


me deixava em um audível whoosh.

Meu celular escorregou da minha mão e eu ouvi Shy rosnar


— É o Shy. Qualquer outra coisa que você tem que dizer,
você vai dizer para mim.

Meus olhos levantaram para os dele, vi que ele confundiu


minha reação quando seus olhos zangados que foram fixados
para meu rosto mudaram. Eles ficaram suaves, sua mão veio
para cima e enrolou em volta do lado do meu pescoço, e ele
me puxou para perto.

— Certo — ele disse no telefone, sua voz não mais um


rosnado mas um calmante ruído. — Ok — continuou. — Eu
vou dizer a ela. Ela está sendo cuidadosa no trabalho por
causa do que se passou. Vou falar com ela, ver como ela quer
jogar com isso. Um de nós vai ligar de volta para você. —
Pausa depois, tranquilamente, seus olhas ainda em mim, —
Até mais tarde, Cherry.
Ele não tirou seu olhar do meu quando tirou o telefone da
sua orelha, tocou a tela com o seu polegar e sussurrou, —
mãe da sua mãe. Derrame fulminante. Sua mãe contou para
Rush, ele disse para seu pai. Eles tinham estado ligando, mas
não aproximaram, porque as coisas não estavam boas.

Eu assenti.

— Você era próximo dela? — ele perguntou.

— Ela odiava minha mãe, agia mau para ela, mas embora ela
pudesse fazer porcaria estúpida, ela era geralmente ótima
com Rush e eu.

Sua mão deslizou para trás do meu pescoço, puxou-me em


seu peito e o outro braço deslizou ao meu redor.

Foi, então, que comecei a chorar.

Shy me segurou, deu-me tempo, e só falou novamente


quando eu estava me recompondo.

— Seu pai quer ver você — ele disse gentilmente, e eu suguei


uma respiração e assenti com a cabeça. — Como você quer
fazer isso, doçura?

Eu puxei meu rosto do seu peito e virei a cabeça para trás


para olhar para ele. — Infelizmente, eu realmente preciso ir
trabalhar. Vou explicar o que está acontecendo, sentir o
amibiente e então eu vou saber. Eu vou, uh... Ligar para o
Papai no intervalo ou algo assim.

Ele assentiu.
— Eu sabia que este dia iria virar merda — eu sussurrei. —
Eu sabia que como ótimo começou, seria mais alta a queda.

Seus olhos brilharam, as mãos dele moveram-se para cobrir


minhas mandíbulas, ele inclinou minha cabeça de volta e
trouxe seu rosto ao meu.

— Você pode sentir como estivesse caindo, Tabby, mas


lembre-se, eu estou no fundo pronto para apanhá-la.

Com estas belas palavras, comecei a chorar novamente.

Sem hesitação, Shy me arrastou de volta em seus braços e


me abraçou.

Lá estava ele.

Eu tinha atingido o fundo e estava chorando, porque não


percebi isso em tempo, mas ele já tinha me pegado.

E foi lindo.

Shy
Shy ficou de pé na calçada e viu Tab sair para trabalhar. No
minuto em que ela começou a dar a volta, voltando-se para
dar-lhe um aceno, ele empurrou seu queixo para ela, esperou
por sua atenção de volta para a estrada, então seus olhos
moveram-se para o homem na moto em frente ao
estacionamento que ele tinha visto no minuto que tinha
descido com Tab.
Felizmente, ela não reparou.

Shy ficou onde estava e cruzou os braços no peito enquanto


ele assistia Tack jogar uma perna por cima de sua moto e ir
em direção a ele.

Não foi até que ele parou a um metro de distância quando


Shy falou. — Isto vai ficar feio, ou você pode conter sua
merda para que possamos fazer isto no apartamento de Tab?

Tack segurou seus olhos então disse calmamente, — Nada


feio, irmão.

Shy ergueu seu queixo, virou e abriu o caminho subindo as


escadas para o apartamento de Tabby.

Ele moveu-se em cinco passos, virou para Tack e olhou ele


fechar a porta.

— Isto poderia ser legal — ele começou no minuto que Tack


se virou para ele, — se podemos manter as coisas bem
enquanto Tab tem seus negócios. Você sabe mais do que eu,
que ela não era próxima da avó, mas ela ainda está sentindo
isso. Não tive a oportunidade de falar com ela sobre isso, mas
também está sentindo o fato de que sua mãe apareceu para
compartilhar isso ontem, mas em vez disso ela deixou para se
lançar em Tabby. Você também sabe que ela tem outra merda
em mente. Você, eu, o Clube. Um último favor que eu vou te
pedir é que não a faça sentir aquilo até que ela termine de
sentir isso.

Ele viu a boca do Tack ficar apertada antes que o homem


falou.
— Você não tem que me perguntar essa merda.

— Não iria pensar assim até a merda que você vem puxando.
Agora, sinto que eu tenho que perguntar — respondeu Shy.

A boca do Tack ficou apertada novamente.

— Nós estamos bem nisso? — Shy incitou quando Tack não


disse nada, e Tack empurrou seu queixo. — Bom — ele
terminou em um murmúrio.

— Esta outra merda, irmão, temos que ter palavras — Tack


declarou.

— Você disse suas palavras, Tack. Você tem outras palavras,


eu vou ouvir. Mas, marque bem, eu tenho ouvido cada
palavra que você disse nos últimos quatro dias.

— Eu acho que você me entendeu — Tack retornou.

— Oh sim, eu te entendi,— Shy concordou.

Tack estudou ele. Então, tranquilamente, ele declarou, — ela


é minha única filha, cara.

— E ela é a única mulher que eu tenho amado, Tack,— Shy


atirou de volta instantaneamente.

— Estou vendo isso — Tack murmurou, seus lábios se


contraindo.

Shy não encontrou um caralho de coisa divertida, então ele


cortou, — bem, irmão, finalmente.
— Eu fiquei chateado pra caralho quando eu disse aquela
merda para você sobre não saber o que é amor — Tack,
explicou.

— Sei disso — Shy retornou. — Também sei que quatro dias


se passaram desde que você tomou isso de volta.

— Três dias se passaram, antes que você me mostrasse que


você andou pelas suas próprias pernas, não apenas falou por
falar — retrucou Tack.

Porra, ele teve que dar-lhe isso.

Shy não disse nada.

— Você me conhece. Ela me conhece. Você sabia a maneira


como eu reagiria e é por isso que vocês dois esconderam essa
merda de mim — Tack continuou.

— Yep — Shy confirmou. — E você me conhece, irmão, e, por


respeito por você, você sabe que eu jamais, não porra,nunca
iria lá com Tabby a menos que fosse real. Entendo a sua
reação. Eu apenas não entendo que dias se passaram e você
não parecia entender porque poderíamos mudar para
gerenciar isso.

— Ontem, Tyra explicou algumas coisas para mim, — Tack


compartilhou.

— Emocionante, irmão — Shy respondeu, e os olhos de Tack


estreitaram.

— Você está perdendo isso — ele avisou-me baixo, — mas eu


estou acenando uma bandeira branca aqui, Shy.
— Eu não estou perdendo merda nenhuma — Shy reprimiu.
—Isso não foi perdido em mim, desde que eu estava lá porra,
vendo sua amiga Natalie atacar ela sobre nós e, sério, cara,
aquela mulher tem uma boca grande. Não foi fácil não jogar
seu rabo para fora pelo jeito que ela falou com a minha
mulher, mas Tabby sentiu que era hora da porra de uma
intervenção, então ela não ia me deixar, porra. Eu estive lá
também, lidando com a preocupação de que sua amiga não
retornou uma única ligação que ela tinha feito e, irmão, ela
ligou para aquela vagabunda todos os dias para suavizar as
águas e ela não teve nada. Eu também estava lá para ouvir
meu irmão dando merda para ela, testando-a para ver se ela
estava em recuperação daquele rapaz e me usando.

Os olhos da Tack brilharam, mas Shy estava longe de


terminar.

— Eu estava lá, assistindo-a tomar a merda do irmão dela


quando ele ligou porra, e colocou nela também. Eu estava lá,
assistindo a preocução dela porque você e sua mulher não
iriam falar com ela. E eu a vi ficar chateada e em sofrimento
ontem, quando ela viu o que você estava fazendo para mim e
ela estava paralisada, dividida entre seu homem e sua
família. Honestamente? Eu não dou um caralho para o que
você ou qualquer membro decida fazer comigo. O que quero
saber é que você está botando minha mulher através da porra
de uma batalha um ano depois de ela passar a porra de outra
batalha e, irmão, eu não concordo com isso. Assim, acene
sua maldita bandeira branca, mas se Tab não te entender, eu
não entenderei você.
Olhos de Tack ficaram intensos, mas seus lábios estavam a
tremer novamente quando ele murmurou — Ela vai me
entender.

— Eu suspeito que ela vai — Shy concordou. — Você é um


ato difícil de acompanhar. Felizmente, quando eu tive minha
chance de beleza, eu tive um pai de sangue que me mostrou o
caminho com a maneira que tratava a minha mãe, e um
irmão de colete que me mostrou o caminho com a maneira
que trata a família dele e sua senhora. Até recentemente —
Shy afirmou, e viu a mandíbula de Tack ficar dura, então ele
sabia que o homem não perdeu seu significado. — Então, tive
que improvisar — finalizou.

Tack relaxou o maxilar para compartilhar — Seu ponto está


feito, irmão.

— Bom.

— Você não tem uma família, uma filha. Quando você tiver,
você vai entender — Tack continuou.

— Espero pra porra que eu vou — Shy disse a ele e assistiu


sua cabeça saltar com surpresa, e ele não escondeu muito
sua expressão de dor paternal. O pensamento de sua menina
como uma mulher era claramente algo que ele não tinha
processado muito, mesmo que uma vez ela tinha sido noiva.

Então, Shy abaixou a voz dele e lembrou-lhe, — Ela não é


mais sua garotinha, assim não. Ela sempre pode ser sua
garotinha em algumas maneiras, irmão, mas não desse jeito.
Você me deu a chance, eu deveria ter dito isto é sólido. Nós
começamos e isso era amizade. Não foi o que eu queria, isso
era o que ela precisava, então eu dei a ela. Nós construímos
em cima disso. A fundação é colocada e é do tipo que detém
rápido. É isso, irmão. Nós estamos vivendo juntos. Em breve,
nós podemos fazer isso, nós estaremos nos mudando para a
porra de um lugar melhor, então posso proporcionar para ela
um lar decente. Eu vou colocar meu anel no dedo dela, vou
dar a ela bebês, e quando ela for colocada para descansar,
aquele anel que dei a ela ainda estará no dedo dela. Vejo que
você está aceitando isso agora, então você precisa disso tudo
e aqui está. Eu fazia parte de um — nós— e eu estava feliz.
Algum filho da puta matou meus pais e tirou isso de mim,
então a vida me obrigou a me tornar nada mais que a mim.
Agora eu sou um ―nós‖ novamente, e isso é o que eu vou ser
com minha mulher e a família que nós faremos até o dia que
eu morrer, porra.

— Cristo, Shy — Tack sussurrou.

— Acho que agora você está me sentindo totalmente, porra.

A cabeça de Tack inclinou para o lado. — O Clube não é um


fator para isso?

— Você sabe que você que é minha família, Tack, mas não me
venha com merda. Você sabe exatamente do que estou
falando e você também sabe, você a encontrou, você vai
desistir de qualquer coisa para mantê-la. Você andou através
de balas para fazer apenas isso, e quando você andou por
aquela saraivada de tiros, irmão, você não estava pensando
em Tab ou Rush ou o Chaos MC. A única coisa em sua mente
era Cherry. Então, eu também sei que você entende o que o
Clube significa e, quando se trata de Tabby, você me entende.

Tack segurou os olhos de Shy.

Então, ele disse calmamente, — Eu queria isso para ela.


Aquele outro cara era um bom homem, mas eu não poderia
saber, o jeito como ele foi criado, se ele pudesse dar isso a ela
e eu queria apenas isso para ela.

— Então, você tem sorte, isso é o que ela eventualmente


encontrou — Shy respondeu instantaneamente.

Tack novamente segurou os olhos de Shy. Então, ele


empurrou seu queixo e declarou: — Acho que vamos ver se
Tabby me entende, então eu e você podemos fazer as pazes,
irmão.

— Yep — Shy respondeu, e os lábios de Tack contorceram-se


novamente.

Ele virou-se para a porta, abriu, em seguida, voltou para o


Shy e compartilhou, — Para ser honesto, embora achasse que
o negócio com Tab acima do Clube fosse blefe. A maneira que
se aborreceu com a mãe dela, eu soube.

— Rush ou você fala com aquela vadia, eu aconselharia


reiterar a minha mensagem, porque não estava brincando,
porra.

Outro retorcer de lábios, então, — Eu acho que ela entendeu,


irmão. Não sei se alguém perdeu isso.
— Isso é bom, porque Tab não está realmente deprimida pela
mãe dela, mas eu acho que ela não gostaria do que eu
planejei.

— Provavelmente não — Tack resmungou então seus olhos


travaram em Shy. — Tenho que dizer isso, meu dever, ficando
você sabe disso sem eu falando as palavras mas, você tem
uma garota, você vai entender.

— Diga — Shy convidadou.

Os olhos de Tack continuram travados em Shy duas batidas


então ele disse calmamente — faça ela feliz.

Shy segurou seu olhar como, pela primeira vez na porra de


meses, ele começou a respirar mais fácil.

Lá estava isso. Tack apenas deu isso.

Sua benção.

Shy pegou isso empurrando seu queixo para cima.

Foi então, Tack fora em linha reta, sorriu meio segundo antes
de ele desaparecer atrás da porta.

Shy sugou em uma respiração.

Ele deixou sair, murmurando, — Jesus .

Então, ele puxou seu telefone para ligar para seu irmão.

— Eu estou bem, Lan, obrigada. É legal você estar disposto a


vir, mas eu vou ficar bem,— Shy ouvia Tab, que estava
enrolada no sofá ao lado dele, a cabeça na sua barriga e
falando ao telefone com o irmão dele. — No entanto, se você
quiser vir, Shy adoraria ver você e eu prometo, eu não vou
cozinhar. Restaurantes e comida para viagem.

Shy sorriu.

Lá estava isso.

Ela era boa.

— Certo — ela sussurrou. — Obrigado, Lan. Quer falar com o


Shy novamente? — Pausa, então, — Ok, eu vou dizer para
ele. Até mais tarde —Ela tocou a tela, levantou a cabeça e
olhou para ele. —Lan disse que vai te ligar mais tarde.

— Legal — murmurou Shy.

Ela jogou o telefone para a mesa de café, estabeleceu-se


novamente com a cabeça na sua barriga e apontou os olhos
para a TV.

Sua namorada levou a queda dela esta manhã, mas, como


era a sua maneira, Chaos como um todo amorteceram a
aterrisagem.

Não surpreendentemente, não haveria nenhum votação. Shy


atendeu ligações após ligações de irmãos que queriam fazer
as pazes. Ele não os fez trabalhar muito pesado. Se fosse só
ele, ele estaria a pensar sobre as coisas. Mesmo o respeito e
lealdade a Tack e assim, de uma forma distorcida, Tabby não
tirou o fato de nem um único deles cobrir suas costas. Certo
agora, ele precisava ser suave para sua garota. Tempo
poderia passar e eles novamente iriam ganhar a confiança
dele.

Ou não.

Tab tinha resolvido as coisas com o pai dela, e quando ela


ligou para Shy para lhe dizer que ela tinha falado com Tack,
parecia que durou cerca de cinco segundos antes que estava
tudo bem. Ele não ficou surpreso com isso. Ela amava seu
velho homem, e ele levou a conversa com o
compartilhamento, ele não tinha perdido tempo e tremulou a
bandeira branca com Shy. Shy tinha dito a Tack que ele
estava bem se Tab estivesse bem. Ela estava bem porque Shy
ia estar.

Ela tinha falado com seu avô e explicou que ela não podia
sair do trabalho. Ele também, tinha sido legal, pediu a
agenda dela e disse-lhe que ele iria planejar o funeral quando
ela tivesse dois dias de folga. Shy e Tab iriam voar para o
funeral e voariam de volta no dia seguinte.

Ela encontrou Cherry para um drinque após o trabalho e que


também foi bom. Novamente, não foi uma surpresa. Ele sabia
que Cherry não tinha nela em ser uma vaca, guardar rancor
ou foda-se com uma coisa boa. E ela e Tabby tinham uma
coisa boa.

A única pessoa que ela não tinha feito as pazes foi com o
irmão dela, o Rush. Ele ligou várias vezes e ela não tinha
atendido as ligações dele. Isso foi uma surpresa.
— Vou vê-lo no funeral e lidar, então — ela tinha
murmurado.

Era tempo, Shy decidiu, para empurrá-la para lidar com a


situação com o Rush.

— Babe, você tem que ligar para seu irmão.

Ela levantou sua cabeça da sua barriga, torceu o pescoço e


olhou para ele. — Shy...

Ele colocou a mão em sua bochecha. — Você perdeu um


familiar, os dois. Não deixe isto apodrecer.

Ela segurou seus olhos uma batida, duas e, em seguida,


sussurrou sua admissão, — Ele disse coisas sobre você.

— Não dou a mínima, porra. Ele repete e não supera a merda


como todo mundo está fazendo, você tem um caso para ter
raiva e rancor. Agora, os dois perderam sua avó. Ele não tem
uma mulher. Ele só tem uma irmã. Por Deus, honestamente,
minha garota vai resolver isso com ele agora?

Ela lambeu os lábios.

Ele a puxou para tocar sua boca na dela.

Quando ela levantou a cabeça para fora dele, ela tinha um


sorriso sexy de gato que teve seu creme.

— Você resolve essa merda agora, deliberadamente, não é?—


ele murmurou.

— Na verdade, não, mas é uma boa idéia, — ela respondeu,


ainda sorrindo.
Ele ignorou seu sorriso sexy e olhou nos olhos dela. — Rush
— era tudo o que ele disse.

Ela segurou o seu olhar. Então, ela murmurou, — Oh, tudo


bem.

— Ligue para ele — ele ordenou.

Ela revirou os olhos e resmungou, — Certo, ho, chefe.

Ele sorriu e, em seguida, ele a revirou de costas no colo dele e


pegou a boca dela, deixando-a agarrando seus ombros e
ofegante quando ele levantou a cabeça.

Os olhos dele foram para a marca que colocou em seu


pescoço naquela manhã, então para os olhos dela.

— Desliga o telefone, você pensou que o dia começou bem, eu


vou te dar um final que você não vai acreditar.

— Prevejo meu telefonema de perdão para o Rush uma


duração de trinta segundos.

Shy soltou uma gargalhada. Quando ele parou, ele viu que
ela estava sorrindo para ele.

E isto o atingiu.

Tudo isso.

Acordar com ela. Ir para a cama com ela. Fazer amor com ela.
Comendo com ela. Rindo com ela. Beijando-a. Indo às
compras com ela, e quando ela estava em uma loja e vagava
afastada, ele viu seu olhar sobre as prateleiras, procurando
por ele, e quando ele veio a ela em suas costas, ela tinha
voltado para ele, parecendo perdida e inclinando-se para ele
no segundo que ele chegou lá, de repente encontrada.

Jesus, ele tinha isso.

Todas as coisas.

— Eu nunca sonhei nehuma porra de sonho — ele


sussurrou, e o sorriso desvaneceu-se de seu rosto enquanto
lágrimas encheram os olhos dela.

Ela o compreendia.

— Shy...

— Nunca sonhei com isto, vi isto, esperei meu tempo, e então


você me deu.

— Shy — a voz dela quebrou em seu nome.

Ele olhou nos seus olhos azuis, nadando com lágrimas,


sentindo seus dedos apertando nos seus ombros, seu peso no
colo dele, o cheiro do cabelo dela, o gosto dela ainda na sua
língua.

Yeah, ele tinha isso, porra.

Quando ele tinha doze ele perdeu isso.

Agora ele tinha novamente.

Todas as coisas.

Tudo.

— Liga para seu irmão — ele murmurou. Ela puxou uma


respiração através de seu nariz, em seguida, assentiu com a
cabeça.
Ela, então, levantou e tocou sua boca na dele, uma das mãos
a deslizar para o seu cabelo assim quando ela puxou de volta,
ela segurou-o ao lado da cabeça dele.

— Amo você, querido — ela sussurrou.

— Amo você também, doçura.

Ela sorriu um sorriso vacilante e saiu de seus braços,


enquanto rolava fora do colo dele.

Ele escutou ela fazer as pazes com seu irmão.

Quando ela terminou, ele desligou a TV, pegou a mão dela,


guiou para o quarto e deu-lhe o que ele prometeu. E o dia
terminou exatamente como ele pretendia que fosse.

Inacreditável.
Capítulo 15
Sorte

Um mês depois ...


Eu fiquei lá fora no frio, com uma cerveja na mão, ao
lado de um tambor de aço cheio de fogo emitindo uma onda
de calor. Eu senti um braço deslizar ao longo dos meus
ombros e ergui minha cabeça bem a tempo de ouvir Landon
reclamando, — Jesus, Tab, o que está acontecendo? Isso é
como uma festa hippie, em um baile de gala.

Meus olhos seguiram para o alvo e vi Lanie e Hop, não


muito escondidos pelos degraus que levavam ao escritório
que estavam nos fundos, mas na maior parte escondida pela
escuridão da noite de novembro. Ela parecia glamourosa,
como de costume, seu cabelo brilhante, escuro e espesso
brilhava mesmo com o fogo e holofotes distante. Eu estive
com ela mais cedo e vi que estava vestida de forma casual
para Lanie, vestindo jeans, mas sua bota cara assassina,
camisa elegante, e a pashimina enrolada em seu pescoço
gritava classe.

Hop, por outro lado, estava normal, calça jeans (que


ainda parecia boa para ele), uma camisa preta surrada, uma
jaqueta de couro preta com a insígnia do Caos nas costas.
Seu cabelo escuro era longo demais e caia em seu rosto, e
seu bigode grosso de motoqueiro fodão que corria através de
seu lábio e abaixo dos lados da boca dele precisavam de uma
aparada. Algo que, conhecendo Hop por anos, eu sabia que
ele não ia se importar, tendo uma dama elegante em sua
cama ou não. Isso poderia ser no dia seguinte. Isso poderia
ser no próximo mês.

Eu os observei enquanto conversavam, então Hop, de


repente, agarrou Lanie e eu prendi a respiração quando ele a
beijou, quente e forte.

Eu tenho que admitir, ela resistiu.

Por cerca de cinco segundos.

Então, jogou seus braços em volta dos ombros dele, ele a


levou ainda mais para as sombras, torcendo o tronco e eu
não consegui ver nada além do indistinto emblema Chaos em
seu colete, e eu sabia que eles estavam indo para lá.

Meus olhos dispararam ao redor do pátio da Ride, onde


estávamos para comer o porco assado e beber na
confraternização do Chaos. A parte do agito viria em cerca de
meia hora depois de o porco ser dizimado e haveria mais
garrafas circulando que copos plásticos sendo cheios nos
barris. Avistei meu pai, seus olhos presos nas escadas e,
assim que focaram em Lanie e Hop, eles se estreitaram.

Uh-oh.
Meu olhar se moveu, e eu localizei Tyra falando com a mulher
do Dog, Sheila, e ela estava de costas para o casal.

Shooo.

— Eu não sei querida, mas pensando bem há coisas que até


Deus duvida — Lan murmurou, e comecei a rir.

Através do meu riso, eu o vi sorrindo para mim.

Eu continuei rindo mesmo quando senti algo quente batendo


no meu ventre, meus olhos desviaram dele e eu vi Shy há 15
metros de distância, de pé com Boz, Roscoe, e Bat, olhando
para mim, seus lábios curvados para cima, seu rosto
iluminado pelos holofotes, feliz.

Seu irmão e a namorada estavam se entendendo e apenas


com algo tão simples como isso, tudo estava certo no mundo
de Shy Cage.

Sabendo disso, pode-se dizer que tudo estava bem no meu


também.

Basta dizer que, Landon tinha sido fiel à sua palavra. O


tempo que levou para eu provar para ele que poderia confiar
em mim com seu irmão não foi muito grande. Aconteceu logo
depois que o inferno desabou no Chaos.

Quanto a mim, eu sabia que iria me apaixonar pelo irmão do


meu homem quando Shy, Rush, e eu fomos ao Aeroporto
Internacional de Denver para voar para o funeral da minha
avó, e Lan estava no portão. Shy não tinha dito uma palavra,
provavelmente porque ele sabia que eu ia tentar convencê-lo
a fazer Landon desistir de tirar um tempo de sua vida e
dinheiro para comprar um bilhete de avião, para estar comigo
durante o que os irmãos Cage achavam que era minha hora
de necessidade. Vendo Lan lá, eu fiquei chocada.

Lan simplesmente me deu um abraço e murmurou em meu


ouvido, — Família cuida de família.

Isso foi legal e tudo, mas voar para o Arizona para assistir ao
funeral de uma mulher que ele não conhecia e, obviamente,
já que ela estava morta, eles nunca se conheceriam?

Durante o funeral entendi por que ele estava lá, quando eu


descobri o que os irmãos Cage tinham arranjado.

Isto foi, enquanto Rush e eu tentávamos nos segurar e Shy


me deu seu apoio, Lan não perdeu tempo em sua abordagem
com a mãe. Eu não sei o que ele disse. Eu só sabia pelo olhar
no rosto dela enquanto ele estava dizendo isso, que ela o
ouviu. Ele ficava perto dela o tempo todo que eu estava em
seu espaço, na casa funerária, no túmulo, e no vovô depois.

Sua mensagem era clara: Não tenha ideias sobre ser uma
cadela para Tabby (e que ela faria, era a maneira da mãe,
mesmo no funeral de sua mãe). Você faz qualquer coisa, eu
pego você. Vendo que ele não era exatamente pequeno, mas
ele era, obviamente, um fodão, mamãe, que podia perder a
dica mais evidente, não perdeu a mensagem de Lan.

Portanto, eu suportei o funeral da minha avó sem ter de


aguentar a minha mãe ser uma cadela. Ela nem sequer teve a
chance de lançar um olhar mal-intencionado para mim. Ela
ficou bem longe.

Aquilo me fez ficar bem com Lan, mas eu não sabia o que o
fez ficar assim comigo. Eu só sabia que eles tinham me
deixado entrar. Quando ele ligava para o Shy, ou ele estava
falando com ele e eu estava por perto, ele pedia para ele
passar o telefone e nós ficávamos conversando. Não muito e
nada muito sério, mas amigável, quente e doce. E agora que
ele estava aqui para o fim de semana, ele brincou, fez piadas,
tudo genuíno, tudo real, nada forçado, nada falso.

Eu sabia que Shy adorava isso.

E eu também.

A parte boa dessa terrível visita ao Arizona foi que Shy e Lan
tiveram a chance de ver a avó deles. Nós a convidamos para
jantar. Eu a amei de imediato. Isso aconteceu porque ela
estava fora de si de alegria com a chance surpresa para
passar o tempo com seus garotos e ela não escondeu. E foi
também porque ela flertou audaciosamente com Rush. Foi
engraçado. Ela era engraçada, e outra coisa que ela não
escondia era que ela viu que Shy me amava e me levou para a
família imediatamente. Minha avó morrer foi horrível, mas,
tinha que ser dito, ganhar a avó de Shy foi incrível.

— É bom ouvir você rindo, Tab. Você tem estado quieta —


Landon observou. Eu dei um sorriso tímido e, em seguida,
olhei para o irmão.

— Eu estou bem.
Sua cabeça inclinou para o lado e seus olhos pegaram os
meus. — Mesmo?

Dei de ombros, mas seu braço não me deixou.

— Só merda no trabalho — eu admiti.

— Dr. Cabeça de Pau — afirmou com conhecimento de causa.

Para sua informação, motoqueiros não são taciturnos. Eu


soube disso a minha vida inteira. Eles estão na vida para ser
quem eles são e fazer o que eles querem e que inclui, para
aqueles que sabem, dizendo o que diabos eles querem dizer,
sempre que eles querem dizer e para qualquer um que eles
querem dizer. Embora, alguns podem ficar quietos,
introspectivos, ou misteriosos, a maioria deles colocam tudo
para fora.

E eu sabia dele me contando e ouvindo-os falar que Shy


contava tudo para Lan.

Portanto, não foi uma surpresa Lan saber sobre Dr. Cabeça
de Pau, porque o Dr. Cabeça de Pau não tinha se acalmado.
As fofocas, na sala de suprimentos, diziam que seu mau
humor era porque a esposa do Dr. Cabeça de Pau havia
ligado e dado a notícia de que seu marido era um traidor. Isso
não saiu muito bem e o deixou dormindo no sofá em seu
consultório, por uma semana, enquanto ele encontrava um
novo apartamento.
Para mim, isso significava que eu estava mais uma vez, por
algum motivo insondável, em seu alvo, e ele aumentou as
maldades muito significativamente.

No início, eu compartilhei as desventuras de Tabby e Dr.


Cabeça de Pau com Shy. Agora, eu não faço mais. Ele estava
chateado, e quanto mais eu falava, mais chateado ele ficava.
Considerando-se que o meu senhorio simplesmente
pressionou para ter um contrato de locação de doze meses e
Shy voou em seu rosto, eu não ia me demitir para levá-lo
para intervir com o Dr. Cabeça de Pau, algo que ele já
prometera que faria.

Então, eu parei de falar sobre isso.

Basta dizer, todas as partes boas de Shy e eu construindo


uma amizade em que nos apaixonamos e começamos uma
relação haviam terminado. Isso não era para dizer que as
coisas ainda não eram maravilhosas. Era só para dizer que a
vida era a vida e nem tudo era perfeito o tempo todo.

Por exemplo, Shy jogava as roupas por todo o chão, e isso me


deixava louca. Eu decidi falar com ele, mas então, depois de
juntá-las e colocá-las no cesto, Shy desaparecia a qualquer
hora que eu fosse para a lavanderia.

Isso, eu decidi não aturar.

— Eu consegui um motoqueiro fodão que é ótimo para servir-


me orgasmos e tem um talento natural com doçura, ou eu
consegui ser a serviçal de lavanderia sem pagamento? — eu
perguntei irada a última vez que voltei da lavanderia e vi Shy
em frente à TV com uma cerveja.

— Não lave as roupas, baby — ele disse à TV.

Não para mim, para a TV. Ele não olhou para mim, e ele
certamente não olhou para o cesto que eu estava arrastando
para dentro.

— Você tinha um feitiço mágico antes de mim que você


poderia lançar sobre suas roupas para deixá-las limpas? —
eu falei, despejando o cesto limpo, dobrado de roupa na
minha poltrona.

Seus olhos finalmente mudaram para mim. — Não .

— Então, alguém fez a sua lavanderia, porque suas roupas


são usadas , mas elas não eram imundas diante de mim.

Seus olhos ficaram cuidadosamente em branco antes de


aconselhar baixinho, — Não vá lá .

Oh Deus.

Eu fui lá e fiz plantando as minhas mãos em meus quadris e


afirmando: — Suas cadelas faziam isso para você.

— Disse-lhe para não ir lá. — ele murmurou, os olhos indo de


volta para a tela da TV.

— Shy. — eu chamei. Ele suspirou e olhou para mim. —


Vendo como você está aqui, suas roupas estão aqui, você
dorme na minha cama todas as noites, volta para casa, para
minha casa todas as noites, estamos vivendo essencialmente
juntos. Então, nós temos que descobrir como fazer isso sem
ficar me chateando.

— Tudo bem, doçura, mas como eu disse, eu não faço a


lavanderia.

— Ok, chefe, o que você faz? — Eu atirei de volta.

— Nada! — afirmou e eu pisquei, meus olhos se estreitaram,


algo que Shy não perdeu. Eu sabia disso quando ele avisou:
— Não vou fazer essas coisas. Eu praticamente caí no
Complexo durante os últimos nove anos, então eu nem
sequer cuidei de minha própria casa. Aquela vadia que me
criou depois que minha mãe morreu não fazia merda para
nós. Nós não só mantínhamos o nosso quarto limpo e
lavamos a nossa própria roupa, lavamos a sua roupa e
limpamos a sua casa enquanto seus filhos sentavam em suas
bundas e assistiam TV. Então, eu me enchi de lavanderia e
limpeza, e eu não pretendo fazer qualquer porra de mais do
mesmo. Vou levar o lixo para fora. Vou pegar os
mantimentos, já que você parece alérgica à mercearia. Eu
estou de bom humor, eu vou limpar a cozinha. Se tem algo
que você quer que eu faça que não inclua lavar roupa ou usar
o aspirador, vamos conversar. Mas, querida, você pode ficar
chateada, você pode reclamar, você pode tentar doçura, eu
não vou lavar roupa e eu não vou passar o aspirador. Você
entendeu?

Puxando o cartão da tia cadela de Shy se fazendo de


Cinderela, infelizmente funcionou, então eu respondi: — Tudo
bem. Eu não gosto de abastecer, por isso seria legal, quando
você usa o carro, você abastece.

— Eu posso fazer isso. — respondeu ele, os lábios se


contraindo.

— E... — eu continuei, não gostando da contração dos lábios,


— Colocar suas roupas no cesto, e não no chão.

— Posso fazer isso também.

— E...

— Tab, desista enquanto você está na frente. — ele me


avisou.

— Não estou me sentindo na frente de nada ainda, querido.


— eu compartilhei.

— Eu abasteço o carro, troco o óleo, compro mantimentos,


cuido do lixo e despejo as minhas roupas no cesto. Pensando
bem, eu também posso ficar com a maior parte dacozinha. —
ele me lembrou. — Isso é o que você tem. Se você encher o
saco, eu posso despejar minhas roupas onde diabos eu
quiser, na minha casa ou no complexo, e eu não vou ter uma
mulher na minha cara sobre isso.

Ele estava falando sério?

— Você está ameaçando me deixar? — eu perguntei.

— Eu estou dizendo, desista enquanto é tempo. — ele voltou.

— Então você está ameaçando ir embora. — eu supus.


— Eu estou dizendo, você me quer aqui, você deve saber
sobre o tipo de homem que você escolheu. Eu coloquei-o para
fora. É a maneira que é. Se você não gosta do jeito que está,
eu posso fazer arranjos alternativos.

— Portanto, ameaçando me deixar. — eu terminei por ele.

— Ou você me quer como eu sou, querida, ou sim, eu posso


encontrar um lugar onde eu não tenho problemas.

— O que, só para sua informação, Shy, significaria eu ter


uma casa sem o incômodo adicional de limpeza por duas
pessoas e lavar roupa de duas pessoas.

— Sim, querida, você também vai para a cama sozinha, sem


ninguém para comer sua buceta. — ele respondeu.

Desde que quase fez minha cabeça explodir, eu decidi, porque


ele não iria limpar se fragmentos de cérebro e crânio fossem
espalhados por toda a sala de estar, eu devia me livrar da
conversa.

Isso eu fiz, agarrando as alças do cesto, puxando fora,


batendo a porta do quarto atrás de mim, fazendo muito
barulho enquanto eu arrumava a roupa, em seguida, me
tranquei no banheiro com meu celular.

Claro, eu engoli meu orgulho ligando para Ty-Ty e


compartilhei com ela, por fim, sobre Shy e minha briga.

Essa conversa não foi muito melhor.

— Tabby, querida... — ela começou, usando um tom


cauteloso para me preparar. — O seu pai não aspirou o chão
nos anos em que estivemos juntos. Para ser honesta, eu nem
sequer pergunto. Kane Allen não é um homem que aspira
chão.

— Bem, eu não sou você e Shy não é meu pai e eu não lhe
pedi para aspirar o chão. Estávamos negociando e ele me
cortou antes que as coisas estivessem equilibradas e isso é
chato — eu disparei de volta.

— Não, você não sou eu, mas Shy é Tack mais novo, e eu sei
que isso não é o que você quer ouvir, mas ele também não
está errado. Você viveu toda a sua vida com seu pai e seus
irmãos, querida, de modo que você também sabe disso.

Era ruim, mas era verdade.

— Amo você, Tabby. — ela continuou em voz baixa. — E eu


vou ouvir qualquer coisa que você quer compartilhar comigo.
Eu também vou ter uma mente para não sobrecarregar com
você. O que vou dizer é que há uma variedade de maneiras
que seu pai faz colocando-se com todo o seu extremo, uh ...
homem das cavernas. Você precisa refletir e ver se Shy faz
valer a pena.

Eu a entendi, embora eu meio que bloqueei algumas das


partes que entendei.

Ela estava certa, é claro. Shy já fez valer a pena, é claro. Mas,
eu era muito teimosa para admitir a derrota (ainda), é claro.
Encerrei a chamada com Ty-Ty, liguei para Natalie (de novo),
não obtive resposta (de novo), e evitei Shy ficando no
banheiro até a hora de dormir.

Ou, devo dizer, eu evitei Shy até ele perceber que eu estava
evitando-o.

Eu sabia que ele percebeu, porque deixou isso claro ao


caminhar no banheiro enquanto eu estava escovando meus
dentes. Suas mãos em meus quadris, ele me virou, me
levantou, me plantou sobre o balcão, tirou a escova de dentes
da minha mão, e jogou-a na pia.

Então, ele se inclinou para mim, com as mãos no balcão de


cada lado de mim, e ordenou: — Pare de ficar chateada. Você
sabe que você não dá a mínima se eu aspirar os malditos
pisos.

Sinceramente, eu não sabia. Rush costumava aspirar até que


o fiz parar, porque ele era uma merda nisso. Não era como se
eu não soubesse que esse era o seu estratagema. Era só que
não valia a pena a dor de cabeça de cobrar que ele fizesse,
quando eu podia aspirar e ficar bem feito. E, eu descobri que
não valia a pena a dor de cabeça porque eu passei anos tendo
a dor de cabeça de cobrá-lo, antes de eu ser inteligente,
desistir, e acabar fazendo isso sozinha.

Naquele momento, no entanto, eu tinha a boca cheia de


espuma de pasta de dentes e da face para salvar. Prioridades,
eu torci, cuspi a espuma na pia e peguei a toalha de mão,
limpei a boca e joguei a toalha em cima do balcão.
Então eu olhei para ele e compartilhei: — Só para você saber,
há realmente apenas um tipo de motoqueiro. Ele pode
compartilhar seus sentimentos, ou não. Ele pode foder em
torno de sua mulher, ou não. Ele pode festejar um pouquinho
mais do que é saudável, ou não. Mas, no fundo, um
motoqueiro é um motoqueiro e eu sei que você é um
motoqueiro.

— Tudo bem, e ...? — Ele parou quando eu me calei e não


continuei, então eu continuei.

— Há apenas um tipo de motoqueiro, Shy, mas existem três


tipos de senhoras. Uma permite que seu homem caminhe
sobre ela. Uma se transforma em uma cadela como mamãe
ou Mitzi. E uma é como Tyra, que dá, mas também espera
obter algo. Eu sou como Tyra. Eu não sou Tyra, mas você
deve saber, eu considerei as opções e escolhi esse plano de
vida de motoqueiros. Você não quer aspirar, eu não vou te
obrigar. Mas, não me corte, fazendo observações imbecis
porque você já decidiu que a conversa acabou. Respeite-me
ou, sinceramente, eu te amo, você sabe disso, você significa o
mundo para mim, mas isso vai cavar fundo, apodrecer, e
chegará um tempo em que eu não me importarei se suas
roupas estão no chão do Complexo.

Seu rosto mudou, eu prendi a respiração com a mudança


enquanto ele rosnou: — Nunca haverá um momento em que
você não se importará se as minhas roupas estão no chão do
Complexo.

Um voto.
Absolutamente.

Não é uma desculpa, mas eu entendi e ia pegar isso.

Eu era inteligente o suficiente para não tripudiar.

— Certo, então, eu escovei os dentes, você não, então você


está livre para comer alguma coisa antes de ir dormir. — eu
declarei. Aquele olhar intenso deixou seu rosto, seus olhos
brilharam com o calor, então eu estava fora do banheiro, no
quarto, joguei-me na cama, minha calcinha estava
desaparecida, e Shy comeu alguma coisa antes de ir dormir.

A verdade era que eu usei a minha boca antes de finalmente


cair no sono também, mas felizmente para o que eu a usei
não me daria nenhuma cárie. Além disso, antes de
adormecer, Shy provou que ele pretendia fazer valer a pena, e
não foi por me dar dois orgasmos (ou não foi só isso). Foi por
murmurar direto antes de adormecer. — Só para você saber,
querida, o tipo de motoqueiro que eu sou não vai foder em
torno de sua mulher.

Outras mulheres poderiam pensar que não valeria a pena


saber que ela era a pessoa que limparia os banheiros, sem
uma pausa para o resto de sua vida, mas funcionou para
mim.

Essa foi a pior briga que tivemos. Embora tivéssemos batido


cabeças um par de vezes, não era nada que me enviasse
soltando fogo sozinha para o meu quarto. E, em um esforço
para continuar nesse ritmo, eu não compartilhava com Shy
sobre Dr. Cabeça de Pau.
Shy, como todos os membros do Clube, tem uma retirada
mensal dos lucros da Ride Carros Customizados e Motos,
bem como das três lojas de autopeças, uma em Denver, uma
em Colorado Springs, e uma em Fort Collins. Os rapazes
mexiam seus traseiros fodões na loja trabalhando no balcão,
nas prateleiras, manter o inventário, e aqueles que, como
Shy, que tinha as habilidades trabalhavam na oficina sobre
os carros e motos. Ninguém programado, mas tal era a
fidelidade à irmandade, para não mencionar o seu sustento,
ninguém trabalhava por fora também.

A divisão dos lucros tinha uma porcentagem que variava se


você era um membro de pleno direito ou de um recruta.

Cada membro que se candidatava ao clube e aturava toda


porcaria que os irmãos os mandavam fazer, por quanto tempo
eles decidissem que deveria durar. Chaos não tinha regras,
então não era como se eles se quando se candidatavam, eles
enfrentavam seis meses ou um ano e, depois disso, os
meninos sabiam quando a tortura iria acabar, que eles
conseguiriam sua porcentagem, a tatuagem em suas costas, e
eles poderiam ser considerados fodões de pleno direito. Isso
era em média seis meses ou menos, mas poderia ser mais de
um ano antes de os rapazes sentarem-se e votarem para
aceitar um novo homem no grupo.

E por porcaria que eles tinham que aceitar dos membros, eu


quis dizer qualquer coisa.

Qualquer coisa.
E qualquer coisa era realmente alguma coisa quando você
vivia em um mundo de motoqueiros.

Então, recrutas eram pagos porque eles também trabalhavam


na loja ou na oficina, mas eles recebiam menos.

O clube não fez nenhuma distinção sobre a remuneração de


acordo com os termos de adesão para os irmãos com plenos
direitos. Embora, a divisão era para cima ou para baixo de
acordo com os lucros, segundo Shy, os controles triplicaram
entre recruta e membro. Os valores, mesmo nos meses mais
magros, também não eram surrados.

Isso significava que, com Shy mantendo um apartamento de


baixo custo e sem comprar roupas, por cerca de seis anos, ele
estava sentado em uma montanha de dinheiro.

Então, Shy, como todos os irmãos, fazia sua parte na loja e


ele também trabalhava na oficina. Até onde eu podia ver, ele
praticamente fazia os dois de forma igual. Portanto, ele não
mantinha um cronograma, ele ia quando queria, chegava em
casa quando ele cansava do trabalho, mas ele estava na Ride
muitas vezes.

Ele também fazia as coisas com os seus irmãos e para o clube


durante o dia e, por vezes, à noite, que ele não compartilhava
comigo, e eu sabia o suficiente sobre a vida para não
perguntar. Não, é assim, nunca perguntar e, se ele quisesse
que eu soubesse, ele iria me dizer. Eu tinha ouvido a minha
mãe e meu pai brigando o suficiente para aprender essa lição.
Eu sabia que o clube estava limpo, papai lutou para deixá-lo
dessa forma.

Mas, a regra de ouro para qualquer senhora de um Chaos era


ter as costas de seu homem quando necessário, estar ao seu
lado quando necessário, não fazer perguntas a fim de obter
nenhuma mentira, e conhecer a bondade de seu homem
superando as coisas que ele pode precisar fazer para manter
o clube prosperando. Se ela não seguir esta regra de ouro, ela
acabaria não sendo mais um senhora.

Em outras palavras, Shy estava por perto, passamos tempo


juntos, conversamos, fizemos amor, comemos juntos,
assistimos TV juntos, mas Shy também tinha sua própria
vida, suas próprias coisas para fazer, e suas próprias coisas
em sua mente então, não compartilhar sobre o Dr. Cabeça de
Pau tinha sido bem sucedido.

— Ele ainda ferra com você? — Lan perguntou, e eu me


concentrei nos meus pensamentos sobre ele.

— É o seu jeito. — Eu tentei disfarçar, mas seus olhos se


estreitaram em mim.

— Melhor ou pior?

— Depende do dia, Lan. — Eu balancei minha cabeça. — É


só ele. Ele faz isso com todo mundo.

Embora, não tanto como ele faz isso para mim, eu pensava,
mas não compartilhava.
— Não é legal, você está quieta, fora do trabalho, em uma
festa com o seu homem e família, e está em sua mente. —
Landon pressionou.

Ele não estava errado.

Ainda assim, eu dei de ombros novamente e murmurei: — É


a vida.

Ele deixou cair o braço ao redor dos meus ombros e virou-se


para mim.

— Tab, eu sei que você quer certificar-se de que não tem a


reputação de ser volúvel ou estar com problemas no trabalho,
mas se um monte de gente está comendo merda com esse
cara, talvez alguém deveria fazer alguma coisa. Talvez você
pudesse conversar com alguns deles, a força em números,
por isso não é apenas você rebolando sua bunda lá fora.

Isso, na verdade, não era uma má ideia.

Então, eu balancei a cabeça e respondi:

— Vou pensar sobre isso. Eu sei que alguns dos outros


enfermeiros estão subordinados a ele, por isso vou conversar
com alguns deles. Testar as águas.

— Faça isso querida, mas você se demitindo por causa de


coisas com Shy, mas também porque você não poderia
colocar-se com aquele idiota mais. Eu não sei se você disse-
lhes então, mas mesmo que você esteja errada, a vida é muito
curta para essas besteiras. Então, se você tem que procurar
um outro trabalho, você o faz e não se arrepende. Se eles
fossem leais a você, eles não deixariam esse cara foder com a
sua cabeça. Então, você acabou de ser fiel a você, sim?
Encontre algo que vá deixar você tranquila quando você
deveria estar se divertindo. Você me entende? — Completou
sobre uma questão delicada.

— Entendi Lan, obrigada. — eu respondi.

Ele sorriu e, sério, quando Shy me disse que ele não tinha
uma garota, eu pensei que era um milagre.

Então, seus olhos vagaram por cima do meu ombro e parou.


Olhei por cima do ombro, vi uma loira peituda de quadris
largos, cabelos volumosos, fanática por motoqueiros dando
uma olhada em Lan, e eu sabia que não era um milagre. Ele
era como seu irmão, perseguindo bundas, desfrutando de
encontros, mas eu suspeito que, quando ele se estabelecesse,
ele iria encontrar maneiras de fazer o seu homem selvagem
acalmar.

— Certo, Tab, vou te devolver para o meu irmão. Tenho coisas


para fazer. — afirmou.

Ah, sim, ele tinha coisas para fazer.

— Felizmente, Shy está na minha casa o tempo todo ou eu


prevejo que precisaria trocar os lençóis. — eu murmurei por
meio de um sorriso como Lan enganchou seu braço em volta
dos meus ombros e começou a me levar para o meu homem.

— Absolutamente. — ele murmurou, eu olhei para ele e dei-


lhe o meu sorriso.
Ele olhou para mim e sorriu.

Então, ele olhou para o irmão. — Sua garota precisa de


companhia.

Seu braço caiu. Shy substituiu instantaneamente. Então, ele


apertou os lábios no topo do meu cabelo e me beijou. Sério.
Amo o meu homem. Lan ergueu o queixo, e eu incentivei:

— Vá atrás dela, tigrão.

Ele me lançou outro sorriso, e Shy perguntou: — O quê?

— Landon está prestes a descobrir se ele está com sorte. —


eu compartilhei.

Os olhos de Shy foram para o seu irmão e os meu seguiram.


A menina estava piscando seus cílios para ele enquanto ele se
aproximava. Lan estava sorrindo para ela.

Algo chamou o canto do meu olho, eu virei minha cabeça e vi,


nas sombras à beira da folia, Hop arrastando Lanie para o
Complexo. Ele tinha a mão dela na sua e estava,
definitivamente, arrastando-a, mas as botas de salto alto
estavam se movendo em dobro e ela não pareceu estar
lutando.

Rapidamente, eu examinava a multidão e vi Tyra rindo com


Big Petey, de costas para o Complexo. Ela ainda não tinha a
menor ideia do que estava acontecendo.

Mas, eu também vi meu pai, e eu sabia que ele sabia o que


estava rolando, e ao ver como ele estava seguindo Hop e
Lanie com os olhos, a boca apertada. Eu sabia que o olhar do
meu pai não era de raiva, era impaciente.

Meu olhar voltou para as portas do complexo para ver que


Hop e Lanie tinham desaparecido lá dentro.

Eles manterem as coisas em segredo me confundiu. Ambos


eram adultos com consentimento, e, Lanie não era filha de
ninguém ali.

Mas, naquele momento, eu percebi que torcia como o inferno


que aquilo funcionasse para eles, não importava como,
mesmo que fosse claro que nunca daria certo, afinal, Hop era
um motoqueiro fodão e bruto e Lanie era chique e sofisticada.

Eu esperava isso, porque, depois de tudo que aconteceu com


Lanie, ela ainda era Lanie. Louca. Divertida. Mas, havia algo
errado com ela que eu achava preocupante, e sabia que Ty-
Ty se preocupava com isso e o pai também.

Além disso, eu não acho que ela tinha tido um único homem
desde que ela perdeu Elliott. Nem um. E já se passaram anos.
Para uma mulher tão bonita, louca, divertida, para não
mencionar doce como Lanie, isto era triste. Ela merecia um
homem bom em sua vida que poderia fazê-la feliz.

E Hop era um homem bom, não importa como o seu


rompimento com Mitzi foi feio e o rolo com BeeBee. Eu o
conheço há muito tempo. Eu sabia que ele nunca iria lá com
Lanie, sabendo quem ela era para Ty, se ele não tinha a
intenção de fazer o bem por ela.
Além disso, como as boas mulheres, os bons homens
mereciam felicidade. Então, Hop merecia toda a loucura,
diversão, doçura, beleza que Lanie poderia lhe dar.

Olhando fixamente para a porta do Complexo, enviei boas


vibrações invisíveis para duas pessoas com as quais eu me
preocupava e torcia para que pudessem encontrar a
felicidade juntos.

E, é claro, que o que estavam fazendo não iria mexer com


papai e Ty- Ty demais.

— Ele teve sorte. — Shy murmurou, tirando meus


pensamentos de Lanie e Hop, e trazendo a minha atenção de
volta para Landon e a motociclista groupie colado um no
outro, e eu concordei mentalmente. Em seguida, os lábios de
Shy vieram ao meu ouvido.

— Eu vou ter sorte em cerca de cinco minutos também.

Todos os pensamentos de Lanie, Hop, Landon, e sua groupie


sumiram, um arrepio passou por cima da minha pele, mas eu
virei a cabeça e chamei sua atenção.

— Você vai?

— O tempo de levá-la para o meu quarto, sim, eu terei. — ele


sussurrou.

Outro tremor, então, — Mas, nós ainda nem sequer


começamos o inferno.

— Algo vai acontecer, mas não vai ser um inferno.


Eu sabia disso.

Seria o paraíso.

Eu sorri.

Ele inclinou a cabeça e roçou os lábios contra os meus.

Cinco minutos mais tarde , em seu quarto no Complexo, Shy


teve sorte.

— Correndo o risco de te irritar, tenho que compartilhar.


Mais de uma vez nos últimos cinco anos, coloquei minhas
costas na cama, a mão no meu pau, pensando em você
fazendo o que você fez para mim.

Aquilo, de qualquer forma, não me irritou.

Aquilo me deixou ligada.

Ergui a cabeça do ombro dele e olhei em seus olhos verdes.

— O que mais você pensava em me fazer? — Eu perguntei em


voz baixa, as minhas pernas deslocando inquietas.

Seus olhos foram para o teto.

— Te ter, segundos depois, e você estar preparada para gozar


novamente.

— Foram minutos, Shy. — eu apontei, ele me olhou nos olhos


e sorriu.
Então, seu sorriso desapareceu e ele declarou:

— Certo, antes de rasgar um ao outro de novo, tenho que


falar com você sobre uma coisa.

Eu registrei o sorriso, senti seu humor, e, portanto, derreti.

— Ok. — eu disse suavemente.

— Os meninos votaram. Nós vamos para as montanhas.

Senti minhas sobrancelhas reunir.

— Perdão?

— A expansão da Ride, querida. Boz e Brick saíram


procurando lugares. Durango ou Grand Junction. E pelo
jeito, provavelmente, vai ser Grand Junction. Nós estamos
nos mudando, não apenas lugares ao longo da Front Rage, e
abrindo uma nova loja no oeste.

Eu sorri e gritei: — Wow! Isso é legal!

Seus lábios tremeram e ele respondeu: — Sim.

Estudei-o. Seus lábios tremeram, mas eu tive a sensação de


que ele não estava comprometido com o seu — sim .

Então eu perguntei: — O que está em sua mente, querido?

Shy não hesitou em compartilhar. — Brick , Dog, e Boz estão


indo na próxima semana, tomando as decisões finais sobre os
locais que poderíamos comprar. Eles vão trazer a informação
sobre as opções para o clube, grande reunião. Todos os
meninos de Fort Fun e C. Springs virão à cidade, nós
votamos em um, e um irá. Dog e Boz já se voluntariaram ir
para lá, tomar à dianteira, e supervisionar o início de tudo.
Nós vamos procurar novos recrutas, vamos prepará-los, já
que serão necessários mais meninos quando a loja estiver
instalada e funcionando. Bat, Arlo e Tug já deixaram claro
que estão prontos para sair e fazer parte dessa equipe. Deixa-
nos para baixo nos números, por isso é hora de construir o
clube.

Eu balancei a cabeça.

Shy continuou falando.

— Brick e Dog ambos já disseram que querem ficar nas


montanhas por um tempo, mudança de cenário.

— Certo. — eu solicitei.

— Isso significa Tack perdendo seus primeiros-tenentes.

Meu coração capotou.

— Certo. — eu disse novamente, mas desta vez lentamente.

— O trato está feito. Os dois irmãos estão indo e vão ficar fora
pelo menos um ano, provavelmente mais. Então, Tack está
tomando decisões. Ele pediu ao Hop para entrar quando eles
se forem.

Meus ombros caíram.

— Ele também me perguntou. — Shy terminou.

Meu rosto se abriu em um sorriso, os olhos de Shy caíram


para a minha boca, então ele me rolou, então eu estava de
costas e ele estava em cima de um antebraço, pairando sobre
mim, mas dobrado para que nossos rostos estivessem perto.

Sua outra mão enquadrou o lado da minha cabeça e seu


polegar deslizou sobre meu cabelo quando ele murmurou:

— Não fique animada, querida.

— Mas, isso é legal. Isso é respeito. Isso é uma honra, Shy.

— Sim. É. — ele concordou. — Mas, você tem que entender


que, para você, isso também significa que eu não poderia
ficar por perto tanto tempo. Não é como se Dog e Brick
fossem chamados a dever diário, mas eles têm merda extra
para fazer que os outros irmãos não.

— Tudo bem. — Mais uma vez eu disse isso aos poucos e


quando ele não falou, perguntei:

— O que não está dizendo, querido?

— Não tenho certeza que eu quero fazer isso.

Eu pisquei. Então, perguntei:

— O quê? — Fiz uma pausa, mas antes que ele pudesse falar,
eu perguntei. — Por quê?

Ele suspirou, olhou para minha garganta, em seguida, olhou


para mim enquanto sua mão caía para enrolar ao redor do
lado do meu pescoço.

— Meu compromisso com o clube está lá. Meu compromisso


com os irmãos ...
Ele deixou pendurar e não prosseguiu, mas meu estômago
amarrou em um nó.

— Sério? — Eu perguntei em voz baixa.

— Realmente. — ele respondeu com firmeza.

O nó no estômago torceu.

— Você está pensando em deixar o clube? — Eu forcei a sair.

— Absolutamente não.

Bem, graças a Deus por isso.

— Ok, então, por quê? — Eu perguntei. — Por que você está


questionando o seu compromisso com os homens?

Ele balançou a cabeça e olhou para o travesseiro ao lado da


minha. — Pensei que eu podia, não posso.

— Não pode o que?

Ele olhou para mim. — Não quero remexer a merda do


passado, quando as coisas estão boas, querida, mas nenhum
deles ficou do meu lado quando eles descobriram sobre você e
eu. Eles fizeram suas chamadas, eles consertaram as coisas,
mas eu não esqueci, e acho que se eles querem mais de mim,
eu estou pensando que eles têm que provar respeito antes de
eu devolvê-lo.

Eu bati de volta a vontade de lamber meu lábio antes de


perguntar:

— Você tem problemas com o pai?


Ele balançou a cabeça. — Foda, não.

Pelo menos essa era firme.

Shy continuou falando. — Ele tinha sua razão e que era uma
boa. Eles, parte deles eu entendo, parte deles eu não.
Nenhum deles falou por mim. Isso aconteceu, eu não era um
recruta. Não era como se eu estivesse no clube há dois anos
ou três, mas perto de uma década. Eles me conheciam e
ninguém falou por mim?

Ele balançou a cabeça, mas continuou.

— Tenho que dizer, seu pai sentindo isso por mim, pensando
que eu tenho o que é preciso para lidar com a merda do clube
em seu lugar, quando ele me chama para falar por ele, o
clube, quando eles precisam de mim, isso é firme. Eu gosto.
Essa é uma homenagem que eu não esperava, não na minha
idade. Eu sei da história com ele e High. High seriamente
intrometeu-se contra ele quando Tack estava tentando limpar
o Clube. Felizmente, essa merda ficou resolvida, mas eu sei
que Tack não esqueceu, então eu sei por que ele não vai lá
quando High tem mais tempo com o clube do que eu. Eu sei
que Hound pode sair em um, não tem a disposição para a
diplomacia. Ainda assim, ele poderia ficar com Hop, têm
apenas um homem que ele chama e ele me chamou. Eu gosto
disso. Mas, eu estou pensando que eu preciso de mais tempo
com os irmãos, eu preciso disso para sentir a relação sólida
novamente antes de dar mais um passo.
— Ok, então tome o seu tempo. — eu concordei e sua cabeça
deu um leve empurrão.

— Diga de novo?

— Eu estou com você. — eu disse a ele. — Não é como se


você estivesse sendo um idiota. Você está sendo real. Você
está certo. Hop falou por você quando você veio para a frente
para se recrutar. Ele também está cravando totalmente Lanie,
ainda, e, por sinal, pai os viu indo para lá pela oficina, assim
que vai vir à tona em breve. Então, ele sabe o que rolou com
você. Roscoe e Tug estavam ao seu lado, mas não falaram
por você quando deveriam, especialmente Hop. Se você
precisa se sentir mais sólido, faça isso. Fique à vontade. Se o
pai escolhe outro tenente, High não é confiável, Hound é,
possivelmente, clinicamente louco, papai em breve poderá
estar olhando para preencher essas botas de motoqueiros e
Chaos vai sentir isso se aqueles homens não representam
bem os seus irmãos. Quando é a sua vez de novo, eles
estarão prontos para você, mas você precisa estar preparado
para dar isso a eles.

Ele me estudou antes de perguntar baixinho.

— Você não está brava por eu dizer não para o seu pai?

— É o seu tempo, sua vida, sua posição com os seus irmãos,


querido. Sua decisão. Meu trabalho é ficar ao seu lado, não
me sinto incomodada com isso.

Ele me estudou mais um pouco, antes que ele sussurrou:


— Foda-se, mas eu te amo, Tabby.

Eu sorri . — Bem, querido. Isso funciona para mim desde que


eu também te amo.

Shy não sorriu. Seu polegar se mudou para acariciar meu


queixo enquanto seus olhos queimavam nos meus.

Eu levantei a mão, enrolei ao redor de seu pulso, deixei-o ter


seu momento, e gostei do calor que ele estava me dando.

Em seguida, com o seu momento, suas sobrancelhas


subiram, e ele perguntou:

— Tack viu Hopper e Lanie?

Eu sorri e respondi: — Sim.

— Sinto, baby. — ele murmurou.

— Imaginei que. — eu disse a ele.

— Não, sinta. Cherry sabe sobre Hop e BeeBee.


Aparentemente, quando Cherry realmente vê-los juntos, é
algo que eu não quero presenciar.

Eu enrolei meu lábio em desgosto porque era algo que eu não


quero imaginar também.

Shy continuou, Cherry não sabe que Hop e Mitzi estavam


dando um tempo, mas eu não acho que ela se importa. Hop
teve uma conversa com ela e eles já superaram isso, mas isso
não significa que ela vai ser legal com ele transando com sua
melhor amiga, que por acaso é a mulher que levou balas pelo
seu velho senhor morto.
Bem, isso pode explicar por que eles estavam mantendo as
coisas em segredo.

Shy continuou:

— Até hoje à noite, Hop conseguiu evitar isso de Tack e


Cherry, mas a maioria dos meninos sabe, eles estão falando,
e eles estão apostando. As probabilidades estão com Cherry
surtando, não só com Hop, mas com Lanie para mostrar que
o que ela pensa é outra má escolha.

Minha cabeça inclinada sobre o travesseiro.

— Você fez uma aposta?

— Porra nenhuma. Lanie é linda, mas ela é uma louca fodida.


Não há nenhuma garantia com ela na mistura, e Hop não
dizendo isso, mas ele está caído por ela. Avistei-os tarde da
noite em sua motocicleta e eu não posso dizer que eu sou um
especialista em ler cadelas, mas, linguagem corporal, ela está
caída por ele também. Se Cherry ou Tack a encararem,
Cherry se encontra com Lanie e vai haver fogos de artifício.

— Bem, estamos nas mãos do tempo. — eu murmurei, e Shy


sorriu.

— Aposto que é mais divertido observar. — ele murmurou de


volta.

Eu não ia levar essa aposta, porque eu sabia que ele estava


certo.

— Ele está perdido por ela? — Eu perguntei em voz baixa.


— Tive um pai que amava sua esposa. Vejo o que Tack tem
com Cherry. Dog e Sheila. O que eu tenho com você. Quando
eles estão juntos e não gritando uns com o outro, é o que eu
vejo.

Senti meu peito se aquecer.

Lá estava, talvez eles não precisem das minhas vibrações


invisíveis. Se Hop estava — perdido — por Lanie, ele faria
bem para ela.

Ou pelo menos eu esperava que sim.

— Eu gosto de Lanie. — disse Shy.

— E eu gosto de Hop, baby. Mitzi era uma cadela. Lanie irá


mantê-lo na ponta dos pés, mas se eles têm esse tempo pra
se conhecer, valerá a pena.

É assim era.

— Sim. — eu sussurrei.

— Sim. — ele repetiu silenciosamente atrás de mim.

Enfiei minha mão em suas costas. — Então, voltando ao


assunto, você ia me dizer o que pensava de mim fazendo
enquanto estava deitado na cama?

Seu rosto ficou escuro, uma vez que se aproximava.

— Com certeza.

Eu apertei o meu braço em torno dele, usando-o para


pressionar meu corpo contra o dele, e sussurrei:
— Que tal você me mostrar o que você pensava enquanto
você me conta?

Seus olhos queimavam, sua boca se moveu para a minha, e


ele respondeu:

— Minha garota quer isso assim, isso é o que ela vai


conseguir.

Incrível. Eu não só queria assim, eu ... não podia ... esperar.

— Embora, doçura, eu esteja pronto pra você me escalar,


você se mover em mim. Eu vou acabar com você. — ele
ordenou.

Eu sorri contra a sua boca .

Eu poderia fazer isso.


Capitulo 16
Sou eu

Quatro dias mais tarde ...


Eu estava no posto de enfermagem checando um gráfico
quando ouvi

— Sra. Allen, eu posso falar com você um momento?

Eu conhecia aquela voz. Minha volta foi completa e me virei


para olhar para cima, com minha boca aberta.

Dr. Cabeça de Pau estava ali, com os olhos no meu ombro,


seu rosto confuso como o diabo, olhando para cima. Parecia
que ia ser um assunto pesado. Ambos os olhos pretos, azul, e
muito inchados, um curativo na ponta do nariz avermelhada,
lábio inchado, gordo, com três cortes feios e hematomas
amarelados em torno de suas maçãs do rosto.

Oh Deus.

— Eu, hum ... é claro. — eu disse em voz baixa, o olhar


deslizando para minha colega, Peggy, que estava sentada
atrás da mesa, no posto de enfermagem e que também estava
olhando para Dr. Cabeça de Pau com uma expressão no
rosto, que eu estava certa, igual a minha.
Voltei-me para o Dr. Idiota para vê-lo estendendo um braço
eu o segui. Eu me movi, ele me deixou passar, e eu notei que
ele estava segurando seu corpo com muito cuidado.

Shy o tinha fodido.

Shy tinha totalmente fodido com ele!

Oh Deus.

Minha mente apagou de tudo, mas andei quando ele me


guiou até o quarto vazio de um paciente. Eu entrei no quarto
e ele seguiu, fechando a porta atrás de si. Olhou para o meu
ombro, e lançou:

— Eu quero que você saiba que eu peço desculpas por meu


comportamento. Eu tive alguns problemas em casa e
descontei em você, e isso é inapropriado. De agora em diante,
vou ser mais consciente de como eu a trato e, e.... todas as
enfermeiras, e ter a certeza de lhes mostrar mais respeito.

Yep, Shy tão totalmente o fodeu.

— Eu, uh ... bem. — eu sussurrei.

Seus olhos deslizaram para os meus, então, rapidamente


afastou-se e perguntou:

— Isso é aceitável para você?

— Hum ... sim, uh ... isso seria ótimo.

— Excelente. — ele murmurou. — Eu agradeço o seu tempo.


— Bem, uh ... — Deus! O que eu podia falar? — Obrigado por
isso.

Puxa!

Ele estendeu seu queixo, estremeceu, escondeu a careta,


virou-se, segurando seu corpo com firmeza e abriu a porta,
que fechou atrás dele e eu fiquei ali, olhando para ele.

Eu não sabia o que fazer sobre isso, e eu não sabia o que


sentir sobre isso. Eu só sabia que, naquele momento, me
senti estranha e não em um bom caminho. Eu também sabia
que tinha três horas para o fim do meu turno e eu não podia
fazer nada sobre isso até então.

Quando cheguei ao o posto de enfermagem, Peggy ainda


estava lá, com os olhos ainda arregalados, ela inclinou-se e
perguntou:

— O que foi aquilo?

— Uh, algo sobre um paciente. Nada demais. — eu menti.

Ela olhou para baixo do salão, obviamente, onde ela tinha


visto pela última vez Dr. Cabeça de Pau e perguntou:

— Você tem alguma ideia de como ele conseguiu aqueles


machucados?

Ah, sim, eu tinha. Eu absolutamente tinha.

— Ele não falou sobre isso. — eu disse a ela. Felizmente era


a verdade (de uma forma) e ela olhou para mim e sorriu. Ela
estava adorando isso. Sim, era como um grande idiota que ele
era.

— Eu aposto que ele não fez. — ela murmurou.

Agi com profissionalismo suficiente para seguir em frente com


o meu dia e foi só quando estava caminhando para o carro
que eu tirei meu telefone, meu polegar em movimento na tela,
automaticamente chamando Shy.

Eu coloquei em meu ouvido e dentro de um toque, e ouvi Shy

— Querida.

— Onde você está?

Ele não respondeu imediatamente e quando o fez, seu tom


era calmo.

Ele me conhecia.

— Onde você quer que eu esteja?

Parei na porta do meu carro, apontei os olhos para os meus


sapatos, e disse: — Isso não respondeu à minha pergunta,
Shy.

— Estou no Complexo, tomando uma bebida com os irmãos.

Ok, não está em casa. Isso era bom.

Talvez eu pudesse ter meus pensamentos ordenados antes


que ele chegasse a casa.

— Tab. — ele chamou quando eu não disse nada.

— Eu estou aqui.
— Você está bem?

Não, eu não estava. Eu só não sabia o que eu tinha.

— Claro. — eu menti.

— Tabby ... — ele começou.

— Ouça, uh ... tem sido um dia agitado. Eu estou do lado de


fora do meu carro. Eu só quero ir para casa. Eu te vejo
quando você chegar, sim?

— Tabby ... — ele começou novamente, mas eu o interrompi.

— Mais tarde, Shy.

Terminei a chamada, entrei no carro e fui pra casa, ignorando


as duas vezes que o meu telefone tocou no caminho. Eu
estava de calça jeans, uma camiseta de manga comprida da
Harley, pés descalços, tinha meu cabelo em um rabo de
cavalo desleixado e minha cabeça na geladeira para pegar
uma cerveja muito necessária (embora, eu estava pensando
mais na linha de tequila), quando Shy chegou em casa.

Sai da geladeira para olhá-lo e vi que seu rosto estava sério,


os olhos intensos e eles estavam em mim. Fechei a porta da
geladeira saindo com a minha cerveja, dando dois passos
para longe na cozinha, eu perguntei:

— Quer uma?

Ele caminhou até a cozinha, parou e seus olhos se moviam


sobre meu rosto.

Em seguida, ele disse calmamente:


— Não. Eu quero que você fale comigo.

— Shy ...

Era a sua vez de me cortar.

— Tab, eu vejo em sua voz, vejo em seu rosto. Algo está


acontecendo e eu acho que eu sei o que é. Agora, fale comigo.
Por que você está olhando para mim como se você só tivesse
me visto agora?

Ok, basta dizer que eu não tive a minha cabeça ordenada


antes que ele chegasse em casa.

Teria sido bom ter a chance de fazer isso, mas com a forma
como Shy estava olhando para mim, eu sabia que não ia ter
essa chance.

Então, eu sussurrei: — Você bateu no Dr. Cabeça de Pau.

— Sim. — ele disse imediatamente.

Eu pisquei.

Shy balançou a cabeça, em seguida, falou. — Babe, podemos


não ser um velho casal, mas estamos juntos um bom tempo
e, apenas para constar, inicialmente eu já prestava atenção
em você. Então, fui me apaixonando, assim que eu prestava
mais atenção. Então, eu estava apaixonado por você, então
eu acho que você imagina onde isso acabou. O que eu estou
dizendo é que eu te conheço. Eu sei que você estava
escondendo merda de mim. Eu também sei o porquê. E por
último, eu sei que esse filho da puta estava fodendo com a
sua vida e era ruim, porque eu sentia o seu humor e ele foi se
deteriorando. Após o churrasco de porco, Lan teve uma
palavra comigo e com o que ele disse selou, então eu fiz o que
eu estava pensando em fazer por um tempo. Somente vou
acrescentar, que precisava ser feito.

Isso era discutível, mas eu decidi que era melhor nesse


momento não debatê-lo.

— Você não falou comigo sobre isso. — eu disse a ele.

— Não, eu não fiz. — ele me disse. — Mas, eu disse a você


claramente o que eu faria para aquele idiota se ele não te
deixasse em paz.

— Você nem sequer me disse depois que já tinha feito isso. —


eu continuei lutando sobre meu ponto.

— Não, eu não. — ele repetiu, e novamente não disse mais


nada. Merda.

— Eu não sei como me sinto sobre isso, Shy. Isso me afeta,


afeta o meu trabalho ...

Shy me interrompeu:

— Ele se desculpou?

Eu estava perdendo, portanto, a minha voz se levantou


quando eu respondi:

— Sim, mas esse não é o ponto.

Shy cruzou os braços sobre o peito e sua voz foi baixa,


quando ele respondeu:
— Ah, sim, esse é.

— Shy ...

— Isto não é uma surpresa para você, Tabby. — afirmou


baixo. — Não é uma surpresa, mas é um choque, e eu sei que
isso não faz sentido, mas eu também sei que você me
defendeu.

Eu olhei para ele e mantive minha distância.

Shy não perdia muito e ele não ia perder esta. Nós éramos o
tipo de casal próximo. Mesmo arrastando em torno da
cozinha, nos tocamos em toda a casa, estávamos perto
quando estávamos ambos fazendo algo no balcão.

Assim, ele não perdeu a distância incomum que eu estava


colocando entre nós. Ele também não se aproximou.

O que ele fez foi dizer:

— Você tem tempo para chegar a um acordo sobre isso. Se


você precisa de mim para ajudá-la, eu estou lá. Agora, eu vou
te dar um tempo sozinha para ordenar a cabeça. Não muito,
estamos dormindo juntos, estamos acordando juntos, então
agora você tem uma noção de quanto tempo você tem. Use-o
com sabedoria, amor. Este sou eu, você sabia que era com
isso que você ia ficar, você não pode esperar que eu não seja
eu e eu não vou perder você por causa de uma coisa tão sem
sentido quanto esse idiota.

Com isso, ele me deu um olhar longo e saiu com toda a sua
altura e graça de motoqueiro através da porta.
Chupei uma respiração.

Então, eu peguei o telefone com apenas uma pessoa em


minha mente.

A voz áspera do meu pai veio até mim após um toque.

— Como está a minha menina?

— Pai, eu preciso falar com você.

Ele não respondeu imediatamente e quando o fez, seu tom


era calmo.

— Você já jantou?

— Não.

— Pague meu jantar menina. Vejo você no Lincoln em vinte


minutos.

— Ok. — eu concordei.

Vinte minutos mais tarde, eu entrei de Lincoln Road House,


um bar de motoqueiros fora de uma estrada de acesso a I-25.
Eu não sei como eles conseguiram misturar motoqueiros,
bebidas e música ao vivo, muitas vezes com a classe média
que cercava a região, mas eles fizeram isso. Provavelmente
porque a comida era boa, as garçonetes eram simpáticas, e a
música, quando tinha, era ótima. Para não mencionar,
Denver era eclético e as pessoas estavam acostumadas a
esfregar ombros com apenas ninguém. Era uma das razões
que eu amava minha cidade.
Eu vi meu pai sentado no bar com uma cerveja, e seus olhos
estavam em mim no momento em que entrei pela porta.
Andei através do bar, deslizei para cima do banco ao lado
dele, e joguei minha bolsa na minha frente.

Seus olhos se moveram sobre o meu rosto, em seguida, virou-


se para o barman. Ele ergueu o queixo e acenou com a mão
em direção a cerveja em frente a ele. Jeito não verbal fodão de
dizer traga uma cerveja para a minha filha.

O barman claramente falava fodão porque ele me deu uma


cerveja. Tomei um gole, coloquei a garrafa no bar, e olhei
para o pai.

— Fale comigo. — ele exigiu.

— Shy bateu em um médico no trabalho que estava me


dando um tempo difícil.

Sim, isso era o que veio direto para fora.

— Não, ele não fez. — pai disse, e eu olhei.

Depois de olhar por algum tempo, perguntei:

— Ele não fez isso?

Pai balançou a cabeça.

— Não. — Ele levantou a cerveja, tomou um gole, colocou de


volta no bar, e olhou para mim.

— Shy, Roscoe, e Hop foderam com ele. Não apenas Shy.

Oh, meu Deus!


Três deles?

Inclinei-me e sussurrei:

— Você está falando sério?

— Sim.

Sentei-me e joguei as mãos.

— Já era ruim. Isso é totalmente um exagero. Não é à toa que


ele estava uma bagunça total.

— Não é um exagero, Tabby. — Papai me disse e eu olhei


para ele.

— Pai, ele é um médico. Eles fazem essa merda. Não é um


grande negócio, e por falar nisso, eu estava lidando bem com
isso.

— Não, eles não fazem essa merda. Não para a minha menina
e, obviamente, não para a mulher do Shy. Uma senhora não
deve ter que lidar com essas coisas, ela deve respirar fácil.

Eu odiava quando estes motoqueiros tinham uma boa


desculpa, embora louca, as respostas para as declarações
eram boas respostas.

Eu não desisti.

— Ok, então, pai, ele é um médico, não um lutador peso-


pesado. Três caras? Isso é loucura!

— Não é loucura, Tabby.

— Pai. — eu bati e ele se inclinou, sua voz baixa.


— Lição ... — ele começou e eu respirei irritada, mas pelo seu
tom de voz, um tom que eu ouvi muitas vezes na minha vida,
eu sabia que era para fechar minha boca. — Você faz algo,
você faz direito e você faz isso para não ter troco.

Lá estava ele de novo. Troco. A palavra que eu estava


começando a pensar que eles realmente não sabiam o
significado, mas desde que era uma palavra totalmente nova,
o meu palpite, Hollywood talvez não tinha colocado isso para
o dicionário.

Meus olhos se estreitaram.

Papai continuou falando.

— Para fazer o seu ponto, Shy usou de fogo necessário e ele


precisava de presença para ter certeza de que o cara não iria
entregar sua bunda para a polícia. Foi necessário para Shy,
deixar claro todas as suas mensagens. Essas mensagens
sendo, um, ele não foder com você. Dois, ele não foder com as
outras enfermeiras. Três, se ele fizer, Shy tem o direito de
foder com ele até pior do que fez durante a sua primeira lição.
Quatro, ele não ir à polícia e relatar o ataque ou ele compra o
desagrado do Chaos. Shy é magro, mas ele é alto, rápido,
inteligente, e ele tem um soco poderoso. Ele poderia ter
cuidado do imbecil por conta própria, mas se o fizesse, ele
não iria ter o seu ponto de vista. — Pai inclinou a cabeça para
mim. — Ele fez isso de forma inteligente, fazendo o que ele
tinha que fazer para obter o seu ponto de vista, e ele tem o
seu ponto de vista.
Ignorei papai dizendo que Shy tinha — um soco poderoso —
e, mais ao ponto, como poderia acontecer que o conhecimento
e, ao invés, retrucou:

— Eu vou repetir, isso é loucura!

As sobrancelhas do pai subiram.

— Ele se desculpou?

Oh . Meu . Deus !

Ty-Ty estava totalmente certa. Shy era papai, apenas mais


jovem.

— Sim, ele fez, mas isso não é o ponto. — eu respondi. — Shy


não fala comigo sobre isso e, vou acrescentar, ele não me
contou sobre isso depois do fato também.

O rosto do pai registrou surpresa e ele perguntou: — Jesus,


por que ele faria algo estúpido assim?

Eu olhei para o meu pai.

Então eu respondi com sarcasmo:

— Eu não sei, talvez porque sou eu ... — Eu puxei meu


polegar no meu peito. — Que tem que trabalhar com esse
cara.

— Aposto que vai melhorar. — ele murmurou.

Revirei os olhos.

— Estava pensando ... — Pai continuou. — Estamos ficando


na zona onde você deve estar falando com a Cherry.
— Bem, Tyra não está aqui, então você vai ter que me guiar
através de um presente, pai. — eu indiquei, e o olhar do meu
pai trancou o meu.

— Ele ama você.

Perdi a respiração com o que me atingiu no estômago. O pai


estava longe de ser romântico.

— Ele te ama, Tabby. Ele está totalmente caído por você. Ele
não gosta de você comendo merda, ele pode fazer alguma
coisa sobre isso, então ele fez. Ele te deixou ter seu tempo
para resolver, deixou ter o seu tempo para contar a ele sobre
isso, mas você não fez um movimento, de modo que ele fez.

— Mas ... — Eu comecei, mas meu pai sacudiu a cabeça.

— Esta é a vida. É a única coisa que você conhece. É


diferente, quando você é criança, você estava protegida contra
um monte de merda, mas isso não quer dizer, querida, que
você não sente a guarda de proteção que o Clube oferece à
família. Eu sei que a minha menina não é burra , ela não vai
se sentar lá e dizer-me que ela não sabe que cada irmão do
clube era voluntario para tê-la de volta a cada respiração que
ela levou nesta terra. Agora, você tem uma posição diferente
no Clube, que você escolheu, que você lutou. Você ainda está
blindada, mas você não é mais uma menina. Você é uma
adulta e você está colocando as coisas juntos e agora você
está vendo como elas podem afetar diretamente. Não caia
neste primeiro obstáculo com o seu homem. Como sua
mulher, você tem um trabalho, que é para deixá-lo ser quem
ele é, e fazer o que ele sente que tem que fazer. Você encontra
um terreno comum em sua casa com a vida que vivem juntos
dia a dia. Mas, o que é preciso para fazê-lo o homem que ele
é, você dá a ele.

Puxei em outro fôlego.


Papai ainda não tinha terminado.
— Esse outro cara, o Jason, eu gostava dele.

Outro soco no estômago, e eu pressionei meus lábios. Papai


continuou a falar, seu tom de voz suave, seus olhos em mim
o mesmo.

— Ele amava você. Gostei da forma como ele te tratou, gostei


da forma como ele olhou para você, gostei da forma como ele
lidou com você. Eu odiei você o perdendo. Mas, eu vou dizer
isso, o que o Shy fez com o imbecil que estava fazendo o
trabalho um lugar não saudável para você, eu gosto mais.
Você me perguntou há cinco anos, o que eu quero na vida da
minha filha, eu escolheria um homem como Shy. Eu disse a
ele depois que tivemos o nosso momento. E, tanto é que eu
estou preocupado, ele resolveu o seu problema, Tabby,
querida, prova que eu estava certo.

Não se podia dizer que eu não gostava de suas palavras


(como lunáticas como eram). Ainda assim, eu virei minha
cabeça e tomei um gole da minha cerveja.

Eu estava pensando na minha mãe quando eu ouvi a ordem


de papai
— Pipoca Cajun e dois cheeseburgers e bolo de carne. Vamos
comer no bar.

Bem, pelo menos o jantar ia ser incrível.

Tomei mais cerveja.

— Tab. — disse papai, e eu olhei para ele, assim como sua


mão apareceu, enrolado em torno da volta do meu pescoço, e
seu rosto se aproximou. — Você fez a escolha consciente de
dar um passo atrás para o nosso mundo. Você mora aqui
novamente com todos nós. E você fez esse compromisso
quando você assumiu o clube e Shy. Você sabia o que estava
fazendo. Você não pode escolher as peças que você quer e
forçar a saída das peças que fazem você se sentir
desconfortável. Ele é o homem que ele é. Com homens como
nós, você aceita como é ou você não leva nada. Você tem que
decidir, o que é que vai ser?

— Eu o amo. — eu sussurrei, e seus olhos se iluminaram


imediatamente como ele sorriu.

— Então, isso é o que vai ser.

Eu suspirei.

Pai puxou minha cabeça para a dele, e beijou o topo do meu


cabelo. Então ele me soltou, virou-se para o barman e pediu
mais uma rodada de cervejas. Imaginei que era isso, era
assim que ia ser, e eu sabia que o meu palpite estava certo.

Papai não estava errado.


Eu fiz a minha escolha e era assim que ia ser, e sentada ao
lado de meu pai eu percebi, realmente, após o choque passar,
eu não iria querer isso de nenhuma outra maneira.

Duas horas mais tarde, eu entrei no meu apartamento para


ver Shy de costas no sofá, uma perna dobrada, pé descalço
no banco, a outra perna para o lado do sofá em que seu pé
estava descansando no chão. Sua cabeça estava virada, os
olhos em mim. Fui até a parte de trás da poltrona e joguei
minha bolsa no banco.

— Venha aqui, Tabby. — ordenou suavemente.

Eu fui lá.

Quando cheguei perto, ele pegou minha mão, me puxou para


mais perto, então eu coloquei um joelho no sofá entre as
pernas, me movi e me estabeleci em cima dele, os quadris
entre suas pernas, peito a peito, face a ombro. Seus braços
enrolados em volta de mim.

— Onde você estava? — Ele perguntou, ainda calmo.

— Fui jantar com o meu pai. — eu respondi, e dei um aperto


no braço.

Então, eu recebi um — Boa escolha. — Murmurou

Eu suspirei. Foi. Então, novamente, meu pai sempre foi uma


boa escolha.
— Esfriou sua cabeça, colocou as coisas no lugar? — Shy
perguntou.

— Sim. — eu respondi.

Ele ficou em silêncio um instante, em seguida, ele passou os


braços apertados em torno de mim e disse: — Você precisa
disso, vamos começar a falar tudo.

Uh-oh.

Shy continuou. — Você estraga comida mais do que você não


faz. Você fala muito. Poucos dias antes de seu período,
querida, você pode virar uma cadela. Não passa despercebido
por mim o jeito que você bate o assento para baixo quando eu
o deixo para cima. Essa declaração que você pretende fazer,
sem usar as palavras é clara. E ninguém deve ficar tão brava
como você faz quando eu não lavo as minhas garrafas de
cerveja antes de coloca-las na lixeira.

Eu realmente não gostava de onde isso ia.

E, falando sério, você não lava o material antes de jogá-la no


lixo, que fez o fedor. Quem iria querer isso?

Quando ele parou de falar, eu aceito com um lento — Ok.

Shy continuou. — Eu percebo tudo o que é você. Eu te amo,


então eu decidi, em vez de achar chato, eu penso que é
bonito. Porque é você. Então, isso é o que é. Bonito. Exceto a
parte quando você está mal-humorada porque você está na
TPM, mas isso tem mais a ver com o fato de que eu vou
perder a sua buceta por alguns dias e que não é minha época
favorita do mês.

Ok, bem, eu gostei e tudo o que eu representava para ele.

Ainda assim, eu disse para a garganta — Bater em alguém


não é bonito, Shy.

— Não, mas sou eu.

Ele não estava errado sobre isso.

Puxei minha respiração, a fim de ajudar o pensamento


resolver. Quando se resolveu, eu mudei e beijei-lhe a
garganta.

Seus braços ficaram mais apertados em torno de mim, e eu


percebi que a declaração foi clara também.

— Ele estava fodendo com você, Tabby. Quem se mete com


você, eu estou pisando dentro e eu vou fazer o que sinto que
precisa ser feito. Desta vez, eu dei -lhe tempo. Vou avisá-la
agora, eu não poderia dar-lhe tempo se voltar a acontecer.
Tudo que eu preciso é que você entenda, onde eu estou e role
comigo.

— Eu vou rolar com você. — eu concordei e dei outro aperto.

— Eu também vou dizer que eu te dei a opção de manter o


silêncio sobre o assunto neste momento, porque ainda
estamos nos acostumando um com o outro. Mas, querida, no
futuro, eu vou ter muito menos paciência com você indo em
sua cabeça e mantendo merda de mim. E a única maneira
que eu posso pensar para conseguir que você veja o outro
lado, é pedir para pensar em como você se sentiria se eu
fizesse o mesmo com você. Algo importante estava indo para
baixo, você não me deu uma chance para ajudar a lidar,
mesmo que eu, eventualmente, decidisse não tratar do jeito
que você me aconselha a lidar, como você se sentiria?

Eu não me sentiria bem, isso era certo. Eu gostaria de ter a


chance de ajudá-lo a lidar, mas mais, eu quero que ele confie
em mim para fazer isso.

Quando eu não disse nada, ele perguntou:

— Será que eu consegui fazer você entender?

— Sim. — eu respondi.

Shy ficou quieto. Eu também.

Então eu lhe disse:

— Você estava lá, mas, só estou dizendo, eu vi o resultado e


ele foi totalmente fodido.

— Tinha um ponto para fazer, não se brinca. Eu fiz isso. —


murmurou Shy.

Ele certamente fez isso.

— Peggy pensou que era uma piada. — eu compartilhei. —


Eu não sabia que ela era tão sanguinária. Ela contou a todos
sobre isso. Ela está morrendo de vontade de saber o que
aconteceu.

Shy estava falando com humor agora, quando ele disse: —


Pelo menos alguém começou com isso.
— Sim. — eu murmurei.

Shy novamente ficou em silêncio e eu também, inclinando


meu queixo para olhar a TV.

Meu corpo estava caindo mais fundo no seu e relaxando


quando Shy perguntou baixinho:

— Nós estamos bem?

Eu deslizei meu braço em volta dele, prendendo-o apertado e


respondi tão suavemente. — Sim, estamos bem.

— Bom. — ele murmurou.

Mais uma vez, eu suspirei.

Lá estava ele. Não há volta. Essa foi a cerimônia não oficial.

Eu era uma velha senhora.

Assim como com qualquer coisa na vida, houve boas e más.


Para obter o primeiro, você colocar-se com o último. Então eu
decidi, linha de fundo, o Dr. Cabeça de Pau claramente não ia
mexer mais comigo, e embora o caminho para essa
eventualidade não foi pavimentado com coisas que me fez
querer dar piruetas, essa viagem, pelo menos, tinha acabado.

Minutos depois de tudo estar resolvido quando Shy chamou,

— Doçura?

— Sim? — eu respondi, agora parecendo sonolenta, e isso


não foi uma surpresa. Duas cervejas, Lincoln para o jantar, a
sabedoria do meu pai, e uma reflexão sobre a vida eram uma
grande receita para uma boa noite de sono.

— Achei uma casa.

Eu pisquei, de repente, nem mesmo perto de sonolenta. Ergui


a cabeça e olhei para ele.

— Perdão?

Seu queixo foi mergulhando para baixo assim que seus olhos
estavam em mim. –Achei uma casa. Em Englewood. Parece
bangalô. Quintal grande. Três quartos. Deck grande.
Garagem para dois carros, grande o suficiente para caber os
nossos veículos e minha moto. Eu quero levá-la para ver.

— Como ... para comprar? — Perguntei.

— Sim. — ele respondeu.

— Hum ... eu não tenho...

— Eu faço.

— À vista?

— Sim, e de sobra dar para conseguir alguma merda, faça


um quarto de um escritório, um outro quarto de hóspedes
para quando Lan aparecer, mobília do deck, uma
churrasqueira. A geladeira não é tão grande, por isso vamos
comprar uma nova.

— Shy, Eu ...

— Este lugar é muito pequeno. — ele me disse.


Ele não estava errado sobre isso. Eu gostava da nossa união,
porém, no meu apartamento, era uma espécie de união
forçada. Deve ser dito, foi também tempo para nós dois para
subir do alojamento. Eu era uma enfermeira. Ele era
essencialmente um sócio em um negócio altamente bem
sucedido. Não havia nenhuma razão que não estarmos
olhando para uma propriedade melhor e não há desculpa
para nós não estarmos em algo que era mais agradável. Além
disso, ele nunca voltou para seu apartamento e,
essencialmente, manteve, então Lan podia dormir lá quando
ele veio visitar, o que era um total desperdício de dinheiro.

— Ok. — eu disse suavemente, e ele sorriu.

— Tudo bem.

Em seguida, ele levantou a cabeça e tocou sua boca com a


minha. Quando ele estabeleceu a cabeça para trás contra o
travesseiro, acomodei meu rosto de volta para o ombro e
apontei os olhos para a TV.

Mais minutos passaram antes de Shy afirmar:

— Não tive uma casa em 16 anos.

Fechei os olhos com força.

Eu vi as caixas em seu apartamento. A cama na sala de


estar. A antiga TV no final de sua cama. Ouvi a voz dele
dizendo que ele, na maior parte do tempo, ficava no Complexo
e eu sabia que era verdade.
Eu abri meus olhos e respondi, indo para improvisar, mas
minha voz estava rouca:

— Então, vamos ter uma casa.

— Parece bom para mim, baby. — ele murmurou de volta em


outro apertado braço.

Sim, ele estava certo.

Uma casa com Shy.

A oportunidade de torná-la uma boa casa para ele.

Isso soou bom para mim.


Capítulo 17
O Troco

Duas semanas e meia depois ...


Era depois do trabalho e eu estava caminhando para o meu
carro. Eu estava com a minha mente em um monte de coisas.
Compras de Natal. Lojas de móveis. Jantar. O fato de que eu
precisava chegar a lavanderia. O que Shy e eu íamos fazer
com Rider e Cut naquele fim de semana, uma vez que iríamos
ficar de babá, porque Tyra e papai tinham ido para algum
lugar nas montanhas para um fim de semana. A conversa
que eu tive com o meu irmão, três dias antes, quando ele me
disse que meu pai o tinha chamado para uma reunião e Rush
era agora o mais novo recruta para o Chaos. Eu estava
exultante sobre isso, mas ainda parecia que Rush estava em
conflito, embora ele não compartilhasse. O que ele fez,
surpreendentemente, foi sair para tomar uma cerveja com
Shy.

Quando Shy voltou, ele não quis compartilhar, mas ele disse:

— Ele está perto. Vive a vida, não a borda, ele vai chegar mais
perto.

Eu decidi deixar por isso mesmo, uma vez que Shy disse que
isso significava que eu precisava deixar por isso mesmo.
Eu tinha visto o bangalô que Shy tinha olhado para nós e,
infelizmente, eu não gostei. Principalmente porque os quartos
eram muito pequenos, não tinha um banheiro principal, e eu
só não gosto da sensação de não ter escadas. Não tinha
sequer um porão.

Eu compartilhei isso com Shy e ele não ficou chateado.

Ele me puxou para ele e disse contra a parte superior do meu


cabelo.

— Precisa ser bom para nós dois, querida.

Então, totalmente amo meu homem.

Mesmo que o primeiro lugar não deu certo, eu já estava em


uma missão para dar a Shy uma casa, então eu passei cada
minuto disponível olhando para lugares online. Shy,
claramente, estava na mesma missão desde que ele chegou
em casa na semana passada, dizendo que tinha olhado mais
dois lugares. Eu olhei para suas fotos na Internet. Elas
pareciam incríveis, por isso não tardou em ir vê-los.

A má notícia é que eu adorei a primeira, mas Shy odiou, e


mesmo nessa conjuntura cedo, eu tinha começado a
desesperar que não iria encontrar um meio termo.

A notícia fantástica foi, nós dois adoramos totalmente a


segunda. Era perfeito. Então nós demos uma oferta, com Shy
negociando como se ele sempre comprasse casas para viver,
conseguimos um bom preço, e vamos fazer o depósito.
Tudo era um movimento. Eu estava totalmente animada. Shy
era demais, eu poderia dizer. Foi foda nos manter animados,
mas ele ainda estava animado.

Eu também estava animada sobre o Natal. Eu adorava o


Natal, adorei mais quando eu tinha dois irmãos pequenos
para comprar presentes, e agora eu tinha a sensação de que
eu estava totalmente amando dar o Natal para Shy. Passava
batido pra ele, desde que a vida não era boa na casa de sua
tia chata, Natais não eram muito melhores. Então, eu tenho
que dar algo para o Natal, não só para Shy, mas também
para Lan, que não tinha há muito tempo.

Real, família honesta e bondade.

Estes foram os meus pensamentos felizes como eu estabeleci-


me no meu carro, e eu estava prestes a ligar quando meu
telefone tocou. Puxei-o para fora da minha bolsa e atendi a
chamada.

— Ei, querido. — eu cumprimentei Shy.

— Onde você está?

Meu estômago caiu.

Ele parecia chateado.

Não, mais greve, ele parecia furioso.

— No meu carro, pronta para ir para casa. — disse eu com


cautela. — Está tudo bem?
— Venha para o complexo, querida. — ele ordenou, fez uma
pausa assustadora, então, terminou — Agora. E desligou.

Eu olhei para o meu celular perguntando o que diabos estava


acontecendo. Ele não parecia furioso, em geral, ou furioso
com alguém. Ele parecia furioso comigo.

Eu não entendo isso. As coisas estavam boas. Eu não tinha


feito nada que eu poderia pensar que iria deixa-lo com raiva.
Desde o incidente de Shy e os meninos sobre espancar Dr.
Cabeça de Pau, tudo era legal.

Quero dizer, nós tivemos essa conversa sobre como eu


realmente gostaria que ele ia colocar o assento para baixo (e a
tampa) no vaso sanitário, mas ele sorriu por isso, e, desde
então, apenas uma vez (sim, eu contei) ele deixou o assento
para cima .

Ele escutou. Ele me pegou. Ele fez um esforço. Portanto, não


pode ser isso. E de qualquer maneira, se Shy estivesse
chateado com o assento do vaso sanitário, então eu ia colocar
a coisa para baixo.

Dei partida com as mãos trêmulas, minha mente se movendo


freneticamente, eu não conseguia pensar em nada que
poderia ser. Eu dirigi com cuidado para o Complexo,
considerando que eu estava pirando, e, embora eu não
estivesse nem perto de descobrir como eu deixei Shy fora tão
regiamente, eu queria descobrir isso e seguir em frente.

Eu entrei na Ride, atravessei o pátio e estacionei fora do


Complexo vendo um bom número de motos lá, o que foi
surpreendente. Os meninos tendem a ser ocupados, fora de
casa, não todos eles no Complexo de uma só vez, a menos
que tinha que ser. Era como se eles estavam tendo uma
reunião e, instintivamente, eu não vejo isso como um bom
sinal.

Eu também vi um grande, preto, brilhante Ford Explorer.

O carro de Tyra, no entanto , não dava para ver.

Eu não tomei isso como um bom sinal também. Tyra devia


estar no trabalho, a menos que ela foi informada, por alguma
razão, para cair fora.

Eu saí do meu carro e fui até o complexo, esperando que, se


Shy tivesse que brigar comigo, ele me levaria para o quarto
dele, em vez de discutir na frente dos caras. Isso só serviria
para me irritar, e eu tinha a sensação de que um de nós
precisava estar calmo.

Eu entrei e vi que eu estava certa. Os meninos estavam todos


lá. Todos eles.

Parei quando eu percebi, possivelmente, ainda que tinha de


ser dito, que eu não entendia, por que Shy estava irritado.

Lee Nightingale estava em pé no meio da sala.

Embora eu tive a minha conversa com Natalie sobre a


contratação de Lee Nightingale e sua equipe de fodões para
encontrar o assassino dos pais de Shy e estava repensando
coisas, eu ainda fui ao encontro principalmente porque levou
tanto tempo para obtê-lo, em primeiro lugar, e se eu mudasse
de ideia, eu não queria esperar mais seis semanas.

O encontro com Nightingale tinha levado todas as minhas


preocupações. Lee Nightingale e sua equipe custava muito, e
não apenas de hora em hora . Eles também cobravam as
despesas. Dito isto, eu estava lá, então eu segui adiante,
contei a minha história e seu rosto ficou meio assustador.
Ele, então, me disse que conhecia o meu pai, conhecia Shy, e
ele tinha — olhar para merda — (palavras dele). Eu lhe disse
que não estava confortável com ele — olhar para merda — a
menos que eu lhe pagasse. Então, nós fizemos um acordo. Eu
dei a ele um sinal que foi a totalidade de minhas economias, e
isso não era negociável. Eu tinha ido colocar dinheiro e não
retirá-lo desde que meu pai me levou para o banco para
configurar minha conta poupança quando eu tinha onze
anos. Eu queria dizer para usá-lo para ajudar a montar a
casa que eu iria compartilhar com Jason, o que não
aconteceu. Eu, então, lamentei perdê-lo porque ele teria
ajudado com o pré-pagamento sobre a casa que eu comprei
com o Shy e eu teria me sentido melhor, fazendo a minha
parte. Ai de mim, até então, ele tinha ido embora.

Por isso, fizemos o nosso acordo, Lee me disse que gostaria


de olhar para merda, manter o controle de tempo e despesas,
e me ligava quando o dinheiro acabasse. Não é de
surpreender, já que o caso era muito frio, há muito tempo ele
me chamou e me disse que o dinheiro tinha acabado.
Por isso, eu pensei que tinha acabado. Foi decepcionante e
talvez um desperdício estúpido de dinheiro, mas eu segurei o
fato de que eu tentei fazer algo importante para Shy, algo
enorme, mesmo que não deu certo e ele nunca saberia que eu
fiz.

Agora, entrando na sala, a vibe, todos os olhos irritados


comigo, inclusive Shy, eu tinha a sensação de que ele sabia.
Eu só não entendo por que Shy, de todos, era estupidamente
o mais irritado.

— Você se esqueceu de me dizer alguma coisa, querida? —


Shy perguntou quando eu dei uma parada incerta.

— Uh ... — Meus olhos deslizaram para Lee Nightingale, que


parecia assustador, mas ele meio que era assim
normalmente. Ele era apenas um desses homens que
passavam a vibração que você não mexe com ele. Isso não
tira o fato de que ele era alto, moreno, construído, e
seriamente quente. Ele ainda era assustador. Meus olhos
voltaram a recuar. — Na verdade não.

Seus olhos se estreitaram em mim.

— Na verdade não?

Essa foi a resposta errada, eu poderia dizer.

— Bem, hum ... não. Quero dizer, obviamente, você sabe que
eu contratei Lee, uh ... olhar para as coisas, que, por sinal ...
— eu por acaso um olhei com desaprovação em Nightingale
esperando que ele não se ofendesse. — Eu pensei que era
confidencial.

— A merda foi para baixo, não estava em sua moeda de dez


centavos. Se você não está pagando, não é o seu caso, você
não é meu cliente, por isso não é confidencial. — Lee explicou
a mim, e que fazia sentido. Sugou com presente o humor de
Shy, mas fazia sentido.

— Você contratou-o para encontrar o filho da puta.

— Shy cortou nossa conversa e eu olhei para ele.

— Sim. — eu disse calmamente. — Mas...

— Ferida que nunca fecha, você abre ainda mais? Que porra
é essa, Tabby? — Shy jogou pra fora.

Suas palavras cortaram através de mim. Isso não era o que


eu estava tentando fazer. Ele tinha que saber isso.

— Eu pensei que eu era ... — Eu comecei , mas não terminei.

— Você pensou que era o quê? — Shy cortou, as suas


palavras duras, vindo de algum lugar feio.

Um lugar que ele claramente manteve trancado e eu


inadvertidamente abri.

Deus, por que não tinha escutado Natalie, quando ela me


disse para não contratar Lee Nightingale? Eu tinha que ir
para o controle de danos. Eu só não tinha ideia de como.
Ainda assim, eu tinha que tentar.
— Eu ... você ... — Eu olhei em volta, em seguida, de volta a
Shy, sabendo o que eu tinha a dizer, a necessidade de dizer a
ele, o que ele expos quando ele falou sobre sua família, e
pensando que ele não iria querer uma plateia. Então eu
perguntei : — Podemos falar sobre isso em outro lugar?

— Não, querida, você fala sobre essa merda aqui. —


resmungou o papai, e eu me virei para ele olhos surpresos ao
ver que ele parecia tão zangado quanto parecia. — Depois de
Shy receber o que precisa de você, eu vou perguntar sobre o
porquê você tomou merda como esta fora da família.

O que foi?

— Eu ... — eu comecei.

— Tabby, olhe para mim. — Shy ordenou laconicamente e


quando eu olhei para ele, ele repetiu: — Que porra é essa?

— Você falou sobre eles. — eu expliquei.

— Sim. E daí? — Ele cortou.

Estudei-o perguntando como isso virou tão ruim.

Então eu tentei: — Você... você estava fazendo um monte de


coisas para mim. Eu queria fazer alguma coisa para você.

— Então você me fodeu? — ele perguntou e eu vacilei.

Demorou muito, mas me recuperei e apontei


cuidadosamente:

— Obviamente, eu não acho que eu estava fazendo isso, Shy.


Eu achava que estava dando-lhe o encerramento.
— Bem, você não achou certo, doçura. Você não me deu o
encerramento, você reabriu um pesadelo. — Shy disparou de
volta.

— Como? — Eu sussurrei e olhei em volta. — Como? —


Repeti então eu olhei para Lee. — O que está acontecendo?

— Nós o encontramos. — Lee disse.

Oh, meu Deus!

— Sério? — Eu sussurrei.

— Sério. — ele não sussurrou.

— Tem certeza? — Eu empurrei.

— Absolutamente. — afirmou com firmeza.

— Eu vejo que você não está entendendo, querida. — Papai


colocou este ponto e sua voz era rouca, mas agora gentil. Ele
também estava com raiva de mim, mas ele viu que eu não
entendia por que, pelo menos ele estava me dando uma
pausa. — Nightingale tem um cara na sua sala de espera e
agora ele tem uma decisão difícil de tomar, porque ele sabe
que temos um trabalho a fazer. Nós também temos um
relacionamento com Nightingale e sua equipe. Se não
concordar com o que se põe agora, haverá atrito. Tentamos
evitar o atrito. Mas, há apenas uma coisa que pode ir para
baixo agora, então se não podemos negociar com Nightingale,
temos um problema.

Eu não entendo. Então, eu entendi.


Assim como Natalie disse, o clube queria esse cara para que a
perda de Shy pudesse ser vingada, e Lee Nightingale sabia
disso e ele não podia se envolver, mesmo na periferia, do que
haviam planejado.

— Este não é um nós. — declarou Shy, o olhar furioso agora


para o pai. — Este é um de mim.

— Irmão, este é um nós. — disse o pai.

— Era. — Shy cuspiu a palavra. — Se essa merda


acontecesse há meses atrás. Agora, esta é a minha. —
Sobrancelhas do pai ficaram juntas, mas foi Hop quem falou.

— Isso não é uma coisa que um irmão faz sozinho.

Shy olhou para ele. — Sim, é. Trata-se de mim. Minha


família. Eu lido.

— Você tem outra família agora. — Dog colocou dentro.

— Eu tenho? — Shy perguntou e meu coração afundou. —


Não me sinto assim quando todos fizeram uma chamada
sobre Tabby.

Oh Deus! Lá estava ele.

Uma coisa ruim foi piorando. Eu sabia que as palavras de


Shy, o aperto da boca de alguns dos homens e os outros
olhando para longe e arrastando os pés da moto.

Shy olhou para Lee. — Você o entrega a mim.

Ok, lá estava ele novamente. Agora era ainda pior!


— As autoridades iriam fazê-lo pagar mais, Cage. — disse Lee
em voz baixa.

— As autoridades não tiveram sua mãe e seu pai baleados.


Você o entrega a mim. — Shy atirou de volta.

— Shy ... — Eu comecei e seus olhos cortaram para mim.

— Calma, Tabby, teremos nossa conversa depois.

Ok, e agora era ainda pior.

Eu decidi que a melhor coisa a fazer naquele momento, era


calar a boca, então eu fiz.

Shy olhou para Lee. — Você o entrega a mim. Aconteça o que


acontecer, seja qual for o troco, é em mim. Não é você, e isso
não tem porra nenhuma a ver com o Chaos.

Eu virei os olhos suplicantes para o pai, mas o pai estava


com os olhos fixos em Dog. Em seguida, mudou-se o olhar
para Lee.

Foi então que Lee disse a Shy, — Não faça uma bagunça .

Oh, Deus, Deus, Deus!

Pior!

Shy ergueu o queixo.

— O lugar habitual de despejo do Chaos, leve-o para lá. Eu


estarei esperando, Shy ordenou.

O lugar habitual de despejo do Chaos?

Caramba!
Eu não tive a oportunidade de processar isso. Shy se moveu,
seus olhos passaram através de mim, através dos irmãos,
tudo isso, como não estivéssemos lá e, ele rodava fora do
complexo.

Vou repetir: os seus olhos se moviam através de mim.

Nunca, nem uma vez, nem mesmo de volta no dia em que eu


tinha uma queda por ele, e ele era muito velho para mim, Shy
me fez sentir invisível.

Nunca.

Meus pés se mexeram para me lançar em direção a Shy, mas


eu nem sequer obtive um passo antes da mão do meu pai
trancar no meu braço.

Eu derrubei meus olhos para olhar para ele.

— Vá para casa, querida, espere. Vai ficar tudo bem. — ele


disse suavemente.

— Eu acho que ele vai ....

O rosto do pai mergulhou perto, seus olhos eram escuros,


intensos, ele estava sentindo um monte de coisas, mas ainda
o seu olhar era de alguma forma suave em mim, e ele
reiterou: — Vá para casa, Tabby. Eu tenho isso. Os irmãos
têm isso. Tudo vai ficar bem. — Ele segurou meus olhos e
quando eu lambi meus lábios, ele sussurrou, — Tab, confie
em mim.

— Eu não quero ir visitá-lo na penitenciária. — eu sussurrei


de volta.
— Você não vai. — Papai me disse.

— Você também. — eu continuei.

— Você não vai fazer isso também. — Papai me assegurou.

— Ou alguém. — eu continuei.

Olhar do meu pai, ainda gentil, brilharam com impaciência.


— Tabby, querida, a sua mensagem é clara. Entendo você,
mas nós temos isso. Você acha que não tem isso?

Eu segurei seus olhos.

Então, eu assenti.

Ele tinha isso.

Eu esperava.

— Tudo bem, pai.

— Arrume algo para fazer, querida. Vá para casa. — Seus


dedos apertados no meu braço, não me machucavam, mas
eles enviaram uma mensagem. — Seu homem vai estar em
casa hoje à noite.

Olhei para meu pai e li em seus olhos.

Meu homem estaria em casa naquela noite. O que


aconteceria quando ele chegasse lá seria comigo, mas meu
pai e seus irmãos estavam indo para levá-lo de volta para
mim.

Eu balancei a cabeça.

Ele segurou meus olhos antes que ele dissesse:


— Eu vejo o seu jogo e ele estava cheio de beleza. Mas,
querida, eu vou dizer isso uma vez, não vamos passar por
cima deste chão novamente. Merda como esta é mantida na
família.

Eu o peguei. Rapaz, eu cheguei nele.

Felizmente, havia apenas um homem que assassinou os pais


de Shy e, portanto, confundiu sua vida, para que isso não
volte a acontecer.

— Você não vai ter que dizer de novo, pai. — eu assegurei a


ele.

— Essa é minha garota. — ele murmurou, então usei o meu


braço para começar a me impulsionando para a porta. —
Agora, chegar em casa.

Eu olhei através dos caras. Eles estavam se movendo,


mudando, amontoando.

Planejamento.

Eles tinham isso.

Eu olhei para meu pai. — Eu te amo. — eu sussurrei.

— O mesmo. — ele rugiu.

Eu sorri e era instável. Papai não sorriu, ele ergueu o queixo.

Eu tomei uma respiração profunda e dei o inferno fora de lá.


Tack

As Harleys rugiram em torno deles quando Lee Nightingale e


Kane — Tack — Allen ficaram perto ao lado do Explorer de
Lee.

— Não é estúpido, cara. — disse Tack, seus olhos presos ao


Nightingale.

— Sei disso, Tack. — Lee respondeu.

— Você ainda tem o dinheiro da minha menina? — perguntou


Tack e Nightingale ergueu o queixo.

— Cada centavo.

— Você vai pagar isso de volta ou segurá-lo? — Tack


consultou.

— Você decide. — respondeu Nightingale.

Tack estudou-o, em seguida, comentou:

— Você disse a minha menina que você parou de procurar,


mas você nunca parou.

O rosto de Nightingale ficou duro.

— O homem perde a sua família, ele deve saber quem os


levou dele.

Foi a vez de Tack empurrar para cima o queixo.


— Faça o que ele disse. Leve-o para o local. Você não verá
quaisquer irmãos, mas nós vamos estar por perto.

Nightingale assentiu.

Então ele perguntou:

— Minha equipe entrega o cara, estamos limpos nisso. Nossa


parte nisso não aconteceu, você pode me assegurar disso?

— Absolutamente. — confirmou Tack.

Nightingale assentiu novamente.

— Palavra de Chaos. — Tack ofereceu.

— Isso vai servir. — aceitou Nightingale. — Vou devolver o


dinheiro para você.

Desta vez, Tack assentiu. As negociações foram feitas. O


acordo firmado. Lee Nightingale virou-se em seu caminhão.

Tack rondava a sua moto, jogou uma perna por cima, fez
rugir, então ele dirigiu-se para ter de volta seu irmão.
Capítulo 18
Quebrando o círculo

— Será que ela implorou por sua vida?

— Cara, eu fiquei limpo.

— Será que ele está?

Shy Cage estava sentado no chão sujo de um galpão no sopé.


Ele tinha os joelhos, os cotovelos sobre os joelhos, sua lâmina
pendurada em seus dedos. Os nós dos dedos estavam
divididos, rasgados e sangrentos.

O homem na frente dele, com os pulsos atrás dele, presos em


conjunto com as restrições de plástico, tinha caído para o
lado dele. Sua posição estava parecendo estranha como os
pés também unidos na altura dos tornozelos. Seu rosto
estava desfigurado e ensanguentado. Olhos inchados quase
fechados. O sangue estava escorrendo de uma orelha.

A pergunta de Shy, o homem não respondeu. Ele


simplesmente gemia.

Shy manteve seu questionamento.

— Ela teve tempo para dizer-lhe que ela tinha dois garotos
com uma babá , jogando, comendo salgadinhos e assistindo
filmes antigos, não tendo nenhuma pista ... nenhuma ...
porra ... de ideia de que eles acordariam de manhã sem
família?

O homem puxou uma desleixada, respiração molhada,


dolorida, mas não respondeu.

Shy continuou.

— Ou você terminou rapidamente? Será que eles ainda


tiveram a oportunidade de dizer, 'por favor'?

O homem fechou os olhos inchados e sussurrou: — Eu estava


confuso naquela época.

— Sim, fale comigo sobre isso — disse Shy, suas palavras um


convite, mas seu tom de voz estava cortante.

O homem abriu os olhos, manteve a cabeça para a sujeira,


mas seus olhos deslizaram até Shy. — Ok, o homem disse.
Eu faria qualquer coisa.

— Eu sei, — Shy concordou. — Eu sei, porque para obter a


sua correção, você ferrou tudo e 'matou minha família. Isso,
cara, isso é qualquer coisa, porra.

— Eu estou limpo agora, — o homem disse-lhe outra vez, às


pressas. — Eu fiz o meu caminho para fora dessa e, mano, eu
vou te dizer, não passou um dia que eu não tenha lembrado o
quanto caí e isso vem me assombrando.

— Você perde o sono? — Shy perguntou.

— Todas as noites, o homem disse, todas as noites. Vejo-os


todas as noites.
— Então, você se lembra. Você os vê, diga-me. Será que eles
suplicaram?

O homem fechou os olhos.

— Ele dava a ela brincos, a cada Natal, — Shy disse a ele. —


Não é uma merda, eles eram diamantes, esmeraldas, rubis.
Depois de acabar com ela, quando vasculhou a minha casa,
você não obteve essa merda... — ele hesitou antes de ele
terminar com um nojo — ... mano?

O homem abriu os olhos e sussurrou: — Não.

— Não — Shy sussurrou de volta. — Eu sei. Minha tia cadela


conseguiu. A tia, que meu irmão e eu fomos viver depois que
assassinou minha família. A tia que nos fez seus escravos.
Quem tratou-nos como merda. Que nos odiava e deixou-nos
saber todos os dias, durante seis anos de merda. Ela está
com os brincos da minha mãe.

— Eu sinto muito — respondeu o homem com voz


entrecortada.

— Eu também, — Shy concordou. — Eu estive triste por


dezesseis anos de merda.

— Se eu pudesse voltar atrás, eu o faria — o homem disse a


ele.

— Você não pode, — Shy respondeu brevemente.

O homem moveu-se, seus olhos presos em Shy. — Eu vou


fazer o que quiser. Qualquer coisa. Eu te pago. Eu mereço
isso. Eu sabia que isso ia acontecer. Minha penitência. Ela ia
vir, eu sempre soube disso. Você não pode fazer o que eu fiz e
continuar respirando. Você precisa saber que vou fazer tudo
o que quiser, mas, por favor, por favor, cara, não me mate.

— Se você vai fazer o que eu quiser, em seguida, porra me


responda, eles suplicaram?

Ele sugou em outra respiração molhada, borbulhante e


respondeu: — Não.

— Diga-me, — Shy ordenou.

O homem novamente se mexeu desconfortavelmente. — Eu ...


eles, tanto deles ... ele me surpreenderam. Não os vi. Eu
estava lidando — com o funcionário, ele mostrou e eu só, eu
só assustei-me e eu ... — Ele parou de falar, mas Shy sabia o
que ele fez. Ele sabia exatamente o que ele fez. Ele matou o
pai de Shy. Então o homem lhe disse: — Ela estava na
cozinha. Eu a surpreendi.

— Rápido, certo? Foi rápido? — Shy empurrou.

— Sim — ele disse rapidamente. — Foi rápido.

— Eles não sofreram?

— Não — o homem sacudiu a cabeça contra a sujeira com


dificuldade. — Não, cara, eles não sofreram. Ela não fez
isso... — sua voz caiu perto de nada —... ela nem sabia que
eu estava lá.

Shy fechou os olhos.


Em voz baixa, o homem disse: — Eu atirei nela na parte de
trás da cabeça.

A cabeça de Shy caiu para frente.

— Ela não sabia de nada — concluiu o homem.

Shy levantou a cabeça e olhou para ele. — Um minuto viva,


com dois meninos que ela amava, um marido que a puxava
para o seu colo para um beijo, ela está apenas andando pela
sala, um marido que dá brincos, no seguinte, ela não é nada.

O homem acenou com a cabeça, sua voz engasgada quando


ele disse: — Eu fiz isso. Eu fiz isso.

Shy inclinou a cabeça para o lado. — Você tem família?

O corpo do homem sacudiu-se e seus olhos, mesmo


inchados, ficaram grandes, enchendo-se de medo. — Não,
homem, não. Nenhuma família.

— Você tem família — disse Shy.

O homem sacudiu a cabeça. — Não. Não antes de eu ficar


limpo. Depois que fiquei limpo. Não antes, cara, eles não
sabem o que eu fiz. Eles nem sabem quem eu era.

— Eles devem saber, — Shy disse a ele.

O homem sacudiu a cabeça no chão, seu corpo mudando


com agitação. — Eles não sabem. Eles só conheceram-me
depois que eu comecei a ficar limpo.
— Você tirou três vidas, destruiu mais duas que eu sei, não
sei o que você colocou para o lixo com esse funcionário. Você
acha que eles não devem saber? — Shy perguntou.

— Eu fiz isso. Eu admiti. Admiti para o nativo americano que


me encontrou. Admiti-o para esses caras que ele colocaram
para me proteger. Eu fiz isso e isso vem me assombrado, o
homem, ele me perseguia — ele disse rapidamente. — Ele me
assombrou tanto, que eu não fui capaz de fazer, o que essa
merda me levou, então fiquei limpo.

— Então, meus pais morreram para que você pudesse


aprender a lição e ter uma boa vida. Você acha que eu estou
feliz com esse final? Meu irmão? Você acha que isso não vai
significar nada para ele? Você acha que isso não significa
nada para mim?

— Não, eu não. Eu só ... Eu não sei, cara, eu apenas, desde


então, eu mudei. Eu tenho família. Eu tenho uma razão para
ficar limpo. Eles precisam de mim e eu só estou dizendo, que
eu te pago, faça o que você tem que fazer, mas eu não quero
morrer.

— Neste momento, você quer a piedade de mim. Quer


manter-se respirando.

— Sim — o homem sussurrou.

— E você pensa, — Shy se inclinou para frente — você pensa,


você atirou na minha mãe na parte de trás da sua porra de
cabeça, você teve essa piedade com ela, você acha que deve
obter essa pidades de mim?
— Não - o homem ainda estava sussurrando. — Eu não
mereço isso. Eu sei disso. Eu só espero que você tenha isso
em você para mostrar misericórdia.

Shy mudou de assunto. — Muito jovem, os policiais não


disseram essa merda para as crianças e minha tia e meu tio
não compartilhavam porra nenhuma. Então, você diga-me.
Onde você atirou no meu pai?

— Cara, não faça isso com você mesmo.

— Diga-me, — Shy empurrou, inclinando-se ainda mais,


movendo o cabo da faca na palma da mão, seus dedos
enrolando em torno do eixo, os movimentos do homem não
perderam isso. — Onde ... que ... você ... atirou no meu pai?
— Ele terminou a sua pergunta em um rugido.
— Diga a ele — Tack retumbou e a cabeça de Shy empurrou
ao redor.

Jesus, ele não o ouviu.

Os irmãos moveram-se atrás de Tack.

Foda-se, ele não ouviu nenhum deles.

— Oh Deus, oh foda, oh Deus — o homem entoou, realizando


manobras com medo de distância, mas ele parou quando
Boz, Hound, High e ele na parte de trás e o resto dos irmãos
circulavam ao seu redor.

Shy empurrou até seus pés ficarem próximos a Tack.

— Eu disse, — afirmou, com os olhos no rumo, — festa


privada. Disse Shy.
— Veja, você não vai ter isso, irmão, mas estamos entrando,
— Tack respondeu.

— Responda a pergunta, filho da puta — rosnou Hop,


cutucando o homem no chão duro com a bota. — Ele quer
saber onde você atirou em seu pai.

— No corredor — disse o homem às pressas.

— Essa era a informação que você estava procurando, Shy?


— Tack perguntou, com os olhos apontados para o homem.

— Não — respondeu Shy.

O homem sacudiu a cabeça.

— Uh ... você não está ficando, cara, mas você estava em um


mundo de dor, — Boz falou em seguida, inclinou-se na
direção do homem e disse — Agora você está em um mundo
de dor. Diga ao meu irmão, onde você atirou na porra de seu
pai.

— Cara — ele sussurrou.

— Jesus, foda-se, uma vez que eu não posso matá-lo, eu


posso manter-me esfaqueando-o — perguntou Hound.

O homem soltou um grito aterrorizado.

Shy encarou Hound, então ele olhou para Tack.

— Você foi lá fora por algum tempo — ele adivinhou.

— Irmãos, não vão sozinhos, — Tack respondeu, e Shy olhou


em seus olhos.
Então, Shy respirou fundo.

Finalmente, ele disse a Tack, — Ele tem família.

— Eu ouvi. Você se importa? — Tack retornou.

— Eu fui a parte sobrevivente de uma família, — Shy


lembrou.

— Vingança — Tack balançou a cabeça. — Irmão, a merda é


confusa. Esta merda que temos aqui não significa nada, mas
a sua família, você está olhando para duas coisas. Eles
descobrem quem ele era, o que ele fez e sei que ele pagará, ou
vivem em tê-lo onde ele está agora. A diferença é, você tem
seus irmãos. Esse tipo de merda — ele balançou a mão para
o homem na terra, — improvável que isso aconteça com você.
No caminho que está indo, o meu palpite, é que você vai ter
uma nova família em breve. Você carrega através dela, e de
repente, eles são vulneráveis. A vingança é um círculo. Não
há cantos para transformar, não há fim da linha. Você se
sente com sorte, vamos tratar em conformidade. Você quer
que isso acabe aqui, seja criativo em levar sua penitência e o
círculo estará quebrado. Sua escolha. O que quer que você
escolha, teus irmãos estão com você.

Shy olhou para o homem, mas sentiu uma presença chegar


perto.

— Este não é um caso para misericórdia, — Big Petey


roncava.

Shy virou a cabeça e olhou nos olhos do homem.


Big Petey continuou falando. — Mas, rapaz, você toma essa
decisão, você pega sua moto, você vai para casa, deitar-te por
sua mulher. Então, agora, pergunte-se, da próxima vez que
você tocá-la, como você vai se sentir fazendo isso com sangue
em suas mãos?

A mente de Shy preencheu com todas as imagens de Tab.


Isso significava que realmente ficou muito cheia.

Ele desenhou em outra respiração profunda e olhou para o


homem na terra.

Então, ele declarou: — Eu estou me sentindo muito criativo.

O clima na sala mudou, a cabeça de Shy levantou, olhou


para Tack e encontrou-o sorrindo.

Shy montou duro, sua mente em branco, exceto por uma


coisa.

Ou pares delas, mas elas eram todas iguais.

Tudo a mesma coisa.

Ele não tinha pensado há anos. Elas haviam se perdido há


muito tempo. Assim por muito tempo, ele quase se esqueceu
delas.

Hoje à noite, ele estava deixando tudo para trás.

Ele dirigiu sua moto em uma garagem que não tinha visto em
anos. Ele nem sequer conduzia por esta rua. Ele não tinha
nem passado em nenhum lugar perto dessa porra de lugar.
Ele caminhou até a porta, tocou a campainha e não deixou ir.

Já era tarde, escuro, tinha que ter passado da meia-noite


quando que ele bateu. Alto. Duro. E ele não parou.

Ele viu uma luz continuar na alta janela na porta, os


bloqueios se viraram e a porta foi aberta.

— Parker, filho, caramba. O que na terra...? Você está bem?


— Seu tio perguntou e Shy olhou para ele quando saliva
encheu sua boca.

Então ele empurrou-o e rondou a casa.

— Park! Que diabos? — O tio gritou atrás dele. — Onde você


está indo?

Shy subiu as escadas de dois em dois degraus.

Ele contornou o vôo no topo e caminhou pelo corredor, seu


tio ainda gritando atrás dele.

Lá estava ela, em sua camisola disforme, cabelo bagunçado


de sono, de pé na porta de seu quarto olhando para ele,
pálidos olhos arregalados de surpresa.

— Parker, o que na terra — ela perguntou.

— Onde eles estão? — Shy pediu de volta.

— Quem? — Ela perguntou.

— Não é quem, é o que, — Shy cortou e não parou. Ele


empurrou através dela, ignorando-a assustada, grito
estrangulado. — Onde eles estão?
— O quê? — Ela perguntou, sua voz agora estridente.

— Park — seu tio chamou, sua voz afiada. — Filho, o que


diabos você está fazendo?

Shy viu a caixa de jóias em seu armário e foi direito a ela.

— Oh meu Deus! — A tia chorou. — Timmy, ele vai para as


minhas jóias.

Shy parou e virou-se.

— Eu sabia — ela sussurrou, seus olhos sobre ele, quando


seu tio mudou-se para ele. — Você está drogado, não é?

— Onde eles estão? — Shy perguntou.

— Onde está o quê? — Ela retrucou, seu tom feio.

A mesma merda de sempre.

Exatamente.

— Os brincos da minha mãe.

Sua mão voou para a garganta e seu rosto ficou pálido de


novo. Seu tio parou a dois passos.

— Filho? — Seu tio chamou a atenção de Shy, então Shy deu-


lhe atenção.

— Eu não sou seu filho.

Ele viu a careta do tio.

Seus olhos foram para a tia. — Onde eles estão?


— Eu ... eles — ela começou a balbuciar, mas o tio de Shy
cortou.

— Park, por favor. Volte em uma hora decente. Obviamente


você tem algo em sua mente. Nós vamos conversar.

Shy olhou para trás para o homem que não conseguiu cria-lo
depois que seu pai morreu. — Nós não estamos falando. Eu
nunca mais estarei 'vendo' você ou essa vadia de novo depois
que eu sair. Mas, eu vou embora com os brincos da minha
mãe.

— Embora eu possa ver que você está em um estado de


espírito ruim — mordeu sua tia, e Shy olhou para ela, — e eu
odeio jogar isso na sua cara, mas considerando quem você é
o que você gasta o seu tempo, mas eu tenho que dizer que
não é só altamente inapropriado, você intrometendo-se em
seu tio e eu no meio da noite, mas também você perguntar
pelos brincos.

— Os brincos da minha mãe, — Shy corrigiu, e ela se


encolheu.

— Meus brincos — ela zombou, e o peito de Shy começou a


queimar.

A cadela não estava entendendo.

— Não muito para levá-la, pelo menos eu tenho isso.

Shy olhou para ela. Ele, então, virou-se para seu tio. — Eu
não vou sair sem os brincos.

— Parker. — seu tio começou.


— Eu vou chamar a polícia! — Sua tia anunciou em voz alta.

Shy ignorou e repetiu: — Eu não estou... Saindo... sem os


brincos.

Ele viu seu tio engolir.

Shy manteve os olhos fixos no homem. — Você me dá os


brincos, ou eu juro por Cristo, você não vai ver o final disto.
Farei todo o maldito dia de sua vida uma miséria, cada um.
Você vai conhecer cada um dos meus irmãos, e você vai
conhecê-los bem, porque eles vão ter uma missão para fazer
com que você, essa vadia, e as suas boas para nada —
crianças miseráveis. Agora você controla a porra de sua
mulher, obtenha esse telefone maldito de sua mão, e me dê
os brincos da minha mãe.

— Ellen, desligue o telefone — disse o tio instantaneamente.

— Eu não vou — ela retrucou.

— Mulher, coloque o maldito telefone para baixo — ele


cortou, chocando a merda fora de Shy, que nunca, nem uma
vez, ouviu seu tio falar desse jeito com ninguém.
Especialmente sua tia.

Shy não olhou para a cadela, mas ele sentiu o ar na sala, já


por um fio, pesado.

Ele ouviu o telefone bater no carregador, então seu tio


ordenou, — Dê a Parker os brincos de sua mãe.

— Tim, isso é...


— Não, — seu tio sussurrou. Ele respirou fundo, os olhos
colados à sua mulher, em seguida, ele continuou;

— Durante anos, você incomodou-me sobre isso. Dê-me um


pouco da maldita paz. Dê a Parker um pouco de paz. Basta
dar-lhe os brincos de sua mãe.

Houve um silêncio, em seguida, o movimento e um bufar. —


Isso é inacreditável.

Shy deslocou para fora de seu caminho, sem querer estar em


qualquer lugar perto dela.

Momentos passaram-se, em seguida, ele sentiu-a perto de pé.

— Bem? Leve-os — ela retrucou.

Seus olhos moveram-se para ela, ela olhou para eles e


fraquejou.

Ele olhou para seu tio. — Eu vou precisar de um saco.

— Você quer que a gente carregue a prata de modo que você


possa levar isso também — ela perguntou sarcasticamente.

Shy olhou para ela novamente. — Eu quero que você, pela


primeira vez, guarde as malditas presas, e com isso quero
dizer, cala a boca.

— Eu sabia que você era uma semente ruim, — ela atirou de


volta.

— Como de costume, não dou um pingo de atenção, — Shy


retornou.
— Sério? — Ela perguntou sarcasticamente. — Oh. Certo.
Nos círculos que você frequenta, ameaçar no meio da noite
com visitas inconvenientes são provavelmente obrigatório.

— Não, mas quando acontecem, elas são divertidas, — Shy


respondeu casualmente.

Ela bufou.

— Ellen apenas, por favor, vá buscar lhe um saco — seu tio


ordenou. Ela jogou ao seu tio um olhar e pisou fora.

Shy baixou os olhos para suas botas.

— Há algo que o trouxe a visita desta noite, Parker? — Seu


tio perguntou, e Shy olhou para ele.

— Sim — ele respondeu.

Seu tio esperou. Shy estava quieto.

O homem tentou outra coisa — Landon está em casa seguro?

— Sim — afirmou Shy, mas não disse mais nada.

— Bem, graças a Deus por isso.

Shy não respondeu.

Seu tio levantou a mão no seu caminho. — Filho, eu...

— Sem essa de filho. — Falou Shy e ele fechou a boca.

Segundos passaram.
Então, seu tio tentou novamente. — Talvez, quando a sua tia
não estiver, devemos encontrar um tempo para sentar e
conversar.

— E talvez isso nunca acontecerá, — Shy retornou. — Talvez


eu goste de saber que meu irmão um soldado, um homem
corajoso, pondo o seu na reta por este país. Talvez eu goste
de saber que eu tenho uma mulher, comprando uma casa, e
em breve vamos formar uma família. Talvez eu goste de
saber, que você sabe que não teve nada a ver com o bem que
está em nós, o bem que veio até nós, o bem que merecemos, o
bem que nós vamos fazer. Talvez eu goste de saber, que você
sabe que nós tivemos que escapar desta prisão, a fim de
esculpir a nossa bondade. Talvez eu goste de saber — que os
seus filhos não vão dar uma merda sobre você, porque eles
pensam que você é tão fraco quanto eu, e eles só têm tempo
para a sua mãe, porque eles sabem que ela vai dar-lhes a
merda que eles pedirem.

Os olhos de seu tio brilharam e Shy sabia que seu objetivo foi
atingido e era verdade.

— Aposto que esses idiotas nem sequer enviam cartões de


aniversário, — Shy continuou.

— Não pense que eu não tenha pensado sobre as coisas,


quando vocês foram embora, foi...

— Não importa o que você pensou quando fomos embora, —


Shy interrompeu. — A porra do tempo para você pensar no
ato foi quando estávamos vivendo na porra deste lugar.
Ele viu seu tio fechar os olhos na derrota quando ouviu a tia
voltando pelo corredor. Shy mudou-se para a porta, parando
e voltando-se para o tio.

— Por último, e melhor, não é um talvez, é definitivo. Gosto


de saber que você vai terminar a sua vida ao lado dela. Você
merece essa merda. E isso é o que é alguém como ela. Isso é
tudo o que ela tem para dar. Merda.

Ele ouviu sua tia suspirar de afronta, virou-se para a porta


enquanto caminhava, cuidando com seu corpo para não ficar
muito próximo a ele, iria passar pela tentação criminal e ela
seria presa no local.

Ele estendeu a mão, puxou o saco dela, abriu, olhou para


dentro, e contou as caixas.

Quando ele precisou mover alguns para manter a contagem,


ele checou, e ela retrucou: — Eles estão todos aí.

Shy olhou para ela, em seguida, para o tio. — Eles não estão,
mais uma visita.

Então, sem olhar para nenhum deles de novo, ele caminhou


para fora.

Ele voltou para casa sentindo algo que ele não entendia, algo
que ele não tinha sentido, nem uma vez, e não em 16 anos.

Ele percebeu o que era quando chegou ao apartamento de


Tab e viu seu carro azul elétrico brilhando nos postes de
iluminação do estacionamento.
Ele sentiu-se livre.

O sentimento era avassalador, inundando-o, forçando tudo


para fora e permitindo-lhe nada mais que isso.

Sentindo-se livre.

Porra livre.

Ele balançou fora de sua moto, correu para a escada,


subindo dois degraus de cada vez e girou a maçaneta na
porta. Ele sabia pela luz que saía do fundo que não estaria
trancada.

Não estava.

Ele entrou e a viu enrolada em si mesma no sofá.

Ela atirou a seus pés no instante em que o viu. Seus olhos


sobre ele, sua expressão em causa, cautelosa, ainda com
medo, ela sussurrou, — Shy...

Ele fechou a porta, virou-se, trancou-a e, em seguida, virou-


se para ela.

Livre.

Ele estava livre.

Ele pensou que seus irmãos deram-lhe isso, e eles fizeram.

Ao mesmo tempo, eles não o fizeram.

A verdadeira liberdade veio de Tabby.

Ele andou em direção a ela.


— Quarto — ele rosnou. — Tire a roupa em seu caminho.

O corpo dela estremeceu, mas, diferente do que, ela não se


moveu.

Ele virou à poltrona, posicionando para agrupá-la para levá-


la em seu caminho para onde queria ir, e quando ele tinha
um pé de distância, ela tropeçou em seguida, começou a ir
para trás.

— Quarto e roupas, Baby.

— Shy, eu... o que...? — Sua cabeça inclinada para o lado


enquanto ele aproximou-se e mudou de direção, buscando-a
pelo corredor. — Você está bem? — Ela perguntou.

— Você não está tirando a roupa.

Ela lambeu os lábios e Jesus, ele estava pendurado por um


fio.

— Roupas, Tabby — ele rosnou, carregando-a novamente


para movê-la para o quarto.

Moveu-a através da porta do quarto e ela parou quando as


costas de suas pernas bateram na cama.

Shy parou também.

Ela sustentou o olhar.

Então ela disse: — Eu te amo.

Só então ela tirou a camisa.


Shy respirou, ele fechou os olhos, abriu-os, jogou o saco com
brincos de sua mãe ao pé da cama, puxou a sua camisa, e
então ele lançou-se, levando-a de volta na cama.

Ele não hesitou em levá-la na boca.

Então, ele não hesitou em levá-la.

Ele não perdeu tempo livrando-se de suas roupas e, em


seguida, ele usou suas mãos, boca, língua, dentes, joelhos,
coxas, tudo o que tinha, para ter tudo o que ele poderia
receber.

Ele não teve que levá-la, ela o deu.

Ele tomou isso de qualquer maneira.

Não demorou muito para que ele estivesse pronto, ela estava
transando com pronto, ele sabia por que ela estava ofegante
então ele a puxou para cima, moveu, mudou-se de joelhos,
bateu com as costas para a cabeceira da cama e subiu
dentro.

Seu pau envolto em sua apertada, lisa, seda quente.


Conectado a Tabby.

Foda-se, sempre, sempre, lindo.

Seus braços e pernas arredondadas em torno dele, sua mão


moveram-se até o lado dela, até seu braço, puxando-o para
longe dele, encontrando-lhe a mão, e ele enfiou o polegar na
palma da mão, passou os dedos em torno da volta e apertou
suas mãos para a parede.
Seus olhos estavam fechados para ela e ele estava movendo-
se dentro dela.

— Assim como a primeira vez — ele murmurou contra sua


boca.

— Sim — ela respirava.

— Você me ama, Tabby?

— Sim — ela respirou novamente.

— Eu sei que você faz, baby, foda, eu sei que você faz — ele
murmurou, então tomou sua boca, levou-a lá. Ela gritou seu
orgasmo, dirigindo-a para baixo em sua garganta enquanto
sua vagina convulsionou ao redor de seu pênis, em seguida,
ele empurrou o rosto em seu pescoço e gemeu seu clímax
contra sua pele.

Ele ficou assim, enterrado profundo, seu corpo pressionando


o dela na cabeceira da cama, sua mão segurando a dela, seus
outros membros apertados ao redor dele, segurando-a perto.
Ele manteve o rosto em seu pescoço, cheirando sua pele, seu
cabelo, e ele não disse nada.

Lentamente, ele tirou, gostando do pequeno gemido que ela


deu que soava doce em seu ouvido enquanto ela o perdeu.
Mudou-se para trás, colocou-a na cama. Alcançando um
braço, agarrou a sacola.

— Shy? — Ela chamou, mas ele não respondeu. Ele procurou


dentro da sacola.
Ele tirou uma caixa, abriu-a, sacudiu-a fechada, e deixou-a
cair na bolsa. Ele fez isso de novo e de novo até que
encontrou um par de diamantes.

Ele gentilmente jogou a bolsa para o criado-mudo,


cuidadosamente libertou os brincos da caixa e atirou isso de
lado também.

— Shy?

— Você tem brincos doçura?

Ela levantou a cabeça no travesseiro, seus olhos estavam


curiosos, confusa e cautelosa, talvez ainda um pouco
assustada, mas ela balançou a cabeça.

— Puxe o cabelo para trás, — ele ordenou.

Ela fez o que ele pediu como Shy liquidou em seu corpo, o
cuidado de preparar em um cotovelo, mesmo quando as mãos
dele se mudaram para o lóbulo da orelha. Ele deslizou o
brinco através de seu ouvido, em seguida, deslizou o
novamente. Ele se mudou para o outro lado e fez o mesmo.
Depois se levantou em um braço de cada lado dela e olhou
para baixo, seus olhos se movendo para os lados, os
diamantes brilhando contra seu brilhante cabelo, escuro.

— Shy, querido, fale comigo — ela implorou.

Ele olhou para ela. — Esses são os brincos de minha mãe.

Seu corpo ficou tenso com ele com as coxas pressionada em


seus quadris.
— Fui para a casa da minha tia e do tio, esta noite, tenho-os,
— ele continuou. — Todos eles. Papai deu um par para a
mamãe em cada Natal desde que eles eram casados. Catorze
pares. Sete para você, sete para Landon. Peguei aqueles para
você. Lan escolhe o próximo par. Vamos ir e voltar até que
cada um de nós tem a nossa parte de nossos pais.

Seus olhos estavam cheios de lágrimas, suas narinas


dilatadas com o esforço para contê-los quando ela perguntou:
— Você foi para sua tia e tio?

— Pela primeira vez em anos, a última vez para sempre. —


Ele viu quando ela levantou a mão para tocar a joia em seu
ouvido.

— Diamantes. — completou.

Uma lágrima que ela não conseguia segurar deslizou para


fora do lado do olho.

— Você está com raiva de mim — ela perguntou tão baixinho


que ele mal ouviu.

Mas, ele ouviu.

— Sim — ele disse a ela, viu os lábios tremerem, em seguida,


aproximou-se, sua mão indo para o topo ao lado de sua
cabeça, seu polegar deslizando para baixo na linha dos
cabelos e terminando, em seu brinco. — Também foi errado
— ele disse a ela suavemente. — Senti muito, saber que ele
foi encontrado. Perdi, tomei essa merda fora de você. Não
deveria ter feito isso, mas eu tinha tanta merda correndo
através de mim, baby, eu tive que tirá-la. Então eu empilhei
em você.

— Tudo bem — disse ela em voz baixa.

— Não foi legal, Tabby — ele respondeu tão baixinho.

— Está tudo bem — ela disse a ele, com as mãos batendo no


peito, apertando.

— Não, não está. O que se está feito está. Espero em Deus


que eu aprenda cometendo esse erro maldito, colocando você
para fora, assustando você — seu polegar moveu-se através
da umidade em seu rosto e sua voz caiu. — Fiz você chorar.
Não posso prometer que não vou fazer isso de novo, mas eu
posso prometer que vou tentar não fazer mais.

— Estou feliz que você prometeu querido, mas você também


precisa saber que eu entendo. Isso foi muito para lidar. Eu
não esperava você para ser surpreendido por ele. Eu esperava
que eu fosse começar a falar sobre o que eu tinha feito indo
até Lee. Mas, eu não entendo por que você reagiu da maneira
que você fez, e eu tinha que estar lá para ajudá-lo a lidar
quando a vida consegue um soco, mesmo que isso fui eu que
causei, sem querer eu quero ajudá-lo.

— Isso é legal, bebê, é doce e você está certa. Mas, quando


você faz isso, você não tem que tomar a minha merda. E você
fez o que fez para me dar algo bonito. Eu não entendi na
hora. Eu não entendi, até que tudo foi feito e eu estava
sentado do lado de fora deste apartamento. Você não acertou
um soco neste otário, e eu não quero você pensando nesta
merda.

Ela segurou seus olhos um par de batidas antes que ela


balançou a cabeça e respirou o que o quebrou no meio.

— Eu entendo, doçura. Você queria que eu tivesse isso —


disse ele suavemente. — Eu tenho isso. Você deu para mim,
mas você me deu algo mais também.

Seus olhos molhados ficaram em cima dele e ela murmurou,


— Perdão?

— Encerramento. Liberdade.

Seus olhos se fecharam, ele sentiu sua alçada no peito e


lágrimas deslizando para fora ambos os lados. Shy mudou
seu outro braço para que ele pudesse colocar os dois
polegares para trabalhar.

Ela atraiu outro fôlego e abriu os olhos.

— Você quer me dizer o que aconteceu — ela perguntou.

— Quebrei o círculo — ele respondeu.

— O que significa isso? — Ela prosseguiu com cautela.

— Significa que eu bati a merda fora dele, descobri que ele


tinha família, descobri como ele matou meus pais, descobri
que eu queria a vida em troca e descobri que eu não queria
estar em um círculo de vingança. Não queria arrastá-la para
dentro. Não quero estar em sua cama, tocando você, com
sangue em minhas mãos. — Ele fez uma pausa, seus olhos
olhando para os dela e ele compartilhou: — Meus irmãos
pegaram a minha volta e me ajudaram a encontrar o
caminho.

Ela o pegou, ele sabia quando seu rosto inteiro balançou,


enquanto tentava conter as lágrimas, então ela levantou a
cabeça e apertou-o na pele de seu pescoço quando ela falhou.

Shy baixou o peso sobre ela, esmagando, curvando os braços


em torno dela e levou-a com ele assim que estavam em seus
lados.

Ela puxou o rosto de seu pescoço, levou duas respirações


engatadas e perguntou entrecortada: — Você está... você está
bem?

— Melhor do que eu estive em um longo tempo, baby.

Ela tomou outra respiração irregular enquanto seus olhos


moveram-se sobre sua face. Em seguida, ela balançou a
cabeça.

— Você me deu isso, Tabby, — ele lembrou a ela, e ela deu-


lhe outro sorriso vacilante que não conseguia tirar.

— Isso é o que eu estava tentando fazer — ela disse a ele.

Ele sorriu para ela e puxou-a para mais perto.

Seu sorriso desapareceu e ele admitiu: — Eu fui um idiota de


novo.
— Eu vou te perdoar mais cedo desta vez, como, digamos, —
sua mão deslizou para que seus dedos pudessem acariciar
seu queixo — agora. Seus lábios tremeram.

— Isso iria ajudar, eu saber que tenho o seu perdão, para


você parar de chorar.

Ela assentiu com a cabeça, respirou fundo, e tentou-o junto.

— Você está... — ela hesitou —... bem com o clube?

Foi a vez de Shy assentir.

— Bom — ela disse suavemente, abaixou seu rosto, e


empurrou-o em sua garganta.

Ele baixou o queixo, contra seu cabelo, murmurando, —


Tenho que te limpar, então eu tenho que chamar Lan.

— Tudo bem.

Ele beijou o cabelo dela, rolou para suas costas, mudou-se


para beijá-la no peito, em seguida, a parte inferior do queixo,
então ele encontrou os olhos dela, deu-lhe um sorriso, e rolou
para fora da cama.

Ele pegou uma toalha e cuidou de sua namorada. Ele pegou a


toalha de volta, pegou sua calça jeans, pegou seu telefone, e
se juntou a ela na cama.

Ela se aconchegou mais perto.

Ele ligou para o irmão.


Shy disse a Lan a história, não deixando nada de fora, o que
significava que Tabby ouviu a história. Ela apertou mais e
mais perto enquanto falava, mas ela não fez nenhum som.

Quando ele terminou, Lan perguntou: — Tab está usando os


brincos da mamãe?

— Sim — respondeu Shy.

— Porra, cara — uma pausa, em seguida, baixa, áspera e


fragmentada, — Caralho.

Shy lhe deu algumas batidas, então, pediu baixo, — Você


está bem?

Landon pigarreou. — Esqueci sobre isso. Totalmente


bloqueado para fora. Não posso acreditar que você os tem.
Não posso acreditar que eu me esqueci deles. — Ele ficou em
silêncio por um momento, em seguida, ele disse: — Que bom
que você pegou-os de volta, Park. Foda-me, por isso, porra
estou feliz que você pegou o que era da mamãe e o papai de
volta daquela puta.

— Da próxima vez que você vier, vamos dividi-los.

— Certo, funciona para mim.

Nem um irmão falou por um longo tempo. Eles também não


quebraram sua conexão.

Tabby enterrou mais perto.

Finalmente, Shy anunciou. — Está feito.

— Feito, — Lan concordou.


— Acabou — Shy continuou.

— Agora podemos seguir em frente, — Lan respondeu.

Shy apertou seu braço ao redor de Tabby e repetiu: — Agora


podemos seguir em frente.

— Você sabe que eu te amo, Parker, e que merda é muito


profunda, — Lan disse a ele.

— Sinta-se da mesma forma, Landon.

— Nunca esqueci o que tínhamos, ainda sinto falta dele, —


Lan compartilhou.

— Então faça o que eu estou fazendo, Lan, e reconstrua.

Houve um silêncio, uma pequena risada, e então, finalmente.

— Não tenho certeza que eu estou deixando a diversão.

Shy colocou a ponta do queixo para baixo para ver o topo da


cabeça de Tabby, seu perfil, seus olhos fixos aberto em sua
garganta, sua mão em seu peito, os dedos à deriva, mas
suavemente, dando-lhe o tempo com seu irmão, mas não lhe
dando espaço, algo naquele momento, que ele não precisava.

— Isso é problema seu, irmão, você não entende que este lado
é muito mais divertido — ele voltou.

— Tomarei um pouco de algo especial para me convencer


disso, — Lan replicou.

— Deus, eu espero que você encontre, — Shy respondeu.

Lan ficou em silêncio, então Shy teve um retorno.


— Eu também, Park.

Eles ficaram desse jeito, então Shy disse, — Vou deixar você
ir.

— Certo. Eu vou encontrar algum tempo para chegar em


algun fim de semana.

— Legal, até então.

— Sim... e Park?

— Sim?

— Você fez certo, você fez bem, agora eles podem ficar
tranquilos. — Eles podem ficar descansados.

Shy sentiu a garganta apertar, então ele teve que forçar


através dele, — Sim.

— Vejo você em algumas semanas.

— Até mais tarde, Lan.

— Mais tarde, meu irmão.

Ele tocou o polegar na tela, virou-se apenas o suficiente para


lançar o seu telefone na mesa de cabeceira, em seguida,
estendeu a mão para desligar a luz e rolou para Tabby.

Ela se aconchegou mais perto, pegando a perna por cima do


quadril, o braço apertado em torno dele.

— Você está bem? — Ele perguntou na escuridão.

Ele sentiu seu aceno então ela perguntou: — Como você está
se sentindo, querido?
Ele pensou sobre a pergunta e a resposta estava fodida. Não
fazia sentido. Ele tinha uma mulher em volta dele,
prendendo-o a uma cama. Ele estava diante de um
pagamento da hipoteca. Ele tinha planos para plantar bebês
dentro dela, construir uma família.

Ainda assim, havia apenas uma resposta e ele abaixou o


queixo, colocou os lábios em seu cabelo, e sussurrou a
resposta em seu cabelo.

— Livre.

Em sua resposta, sua namorada, sua linda menina,


pressionou ainda mais perto.

Shy Cage nunca teve um sonho.

Ainda assim, ele sabia, sem dúvida, uma vez que ele estava
segurando um em seus braços, os sonhos eram reais.
Capítulo 19

Na corda bamba

Quatro meses depois...

— Como eles foram? — Tyra perguntou em um sussurro,


passando seu dedo levemente ao longo da bochecha de um
Cutter adormecido, deitado na cama.
— Cansativo — eu respondi. Ela virou a cabeça e sorriu para
mim, sem arrependimento que seus dois filhos fossem
endiabrados.
Então, ela olhou para trás, para baixo em Cutter e puxou as
cobertas até o ombro.
— Como você e Rush, ambos têm o cabelo do seu pai, então
eu sei de onde eles tiraram seu temperamento.
Eu estava contente que eles tivessem o temperamento do
papai junto com o seu cabelo, embora ambos tivessem os
olhos verdes de Tyra. Se qualquer um deles adicionasse o
cabelo de Tyra e o temperamento que veio junto com seus
pais, estaríamos ferrados.
— Aconteceu de novo hoje à noite — disse. Tyra arrumou o
cabelo e olhou-me com as sobrancelhas levantadas, então eu
fui lá, — Levei-os para jantar e um par de pessoas comentou.
Eles acham que pertencem ao Shy e a mim. — Olhei para
meu irmão mais novo.
—Aqueles olhos verdes, o cabelo.
— Eu vejo isso — ela murmurou. Eu olhei para ela e sorri
antes de começar a mover-me para a porta, Tyra, veio comigo,
a dizer — É divertido fingir, porém, também é hora de
planejar.
Eu vi como ela cuidadosamente fechou a porta atrás dela,
mas, em suas palavras, minhas sobrancelhas ficaram juntas,
e quando ela virou-se da porta e olhou para mim, sorriu.

— Brincando de casinha, querida, — ela explicou. — Você e


Shy estão juntos por algum tempo. Você deciciu a coisa de
viverem juntos. Você decidiu tirarem férias juntos. Você
decidiu comprar a casa. Discutiram a respeito da compra da
geladeira. Qual o próximo passo?
Ela não estava errada.
Com a ajuda de Ty-Ty, dei à Shy e Lan um ótimo Natal. Nós
tivemos uma explosão. Eu poderia dizer que os dois homens
tinham gostado, e as coisas que eles apreciaram foi serem
acordados por dois garotinhos muito agitados, que estavam
em ataques por causa do Papai Noel e, depois, sentar-se para
um grande jantar com uma grande família ao redor, comida e
cerveja abundante, conversa fácil e divertida.
Foi uma benção, eles sentiram isso, e nem o homem
escondeu.
Foi incrível.
Quante a Shy aprendi que ele também criava bons natais.
Sua versão deste foi me entregar meu presente na frente de
todo mundo, seus olhos presos aos meus, seus lábios
murmurando.
—Todos os anos.
Na caixa havia um par de brincos de safira.
Claro, comecei a chorar, mas felizmente, fazendo isso no
Natal com a família perto significava que teria os braços de
Shy à minha volta para consolar-me, meu irmão mais novo
Cutter rastejou no meu colo para fazer a mesma coisa e, não
muito tempo depois, meu pai abraçou-me e passou seus
lábios contra o meu cabelo para fazer a mesma coisa.
Houve lágrimas, mas isso não nega o fato de que tinha sido...
fabuloso.
Então, apenas semanas depois, Shy e eu nos mudamos para
nossa nova casa.
Não muito tempo depois, Shy e eu tivemos uma discussão
sobre a compra de uma geladeira nova. Embora a casa fosse
grande, havia coisas que precisavam de atualização, e uma
delas era a geladeira.
Na loja, Shy declarou que a cozinha não era o meu domínio e,
portanto, ele teria direito a escolha, ele escolheu um modelo
bom, confiável, mas não era modelo de luxo.
Em outras palavras, que não tinha gelo picado.
Disse que lhe trazer bebidas era meu domínio (o que era —
uma vez que seu traseiro estivesse no sofá, ele não se mexia),
de modo que eu estaria utilizando o congelador tanto quanto
ele e eu queria o modelo de luxo com gelo picado.
Shy informou-me que não iríamos gastar dinheiro extra para
ter gelo picado, quando nós poderíamos gastá-lo em algo
importante, como poupar para construir a garagem, então ele
poderia mexer em sua motocicleta lá.
Em outras palavras, ele queria ser um homem das cavernas,
e não precisava de gelo picado.
Disse-lhe que, que depois de receber o meu dinheiro de volta
do Lee Nightingale eu ajudaria em equipar a nossa casa,
éramos parceiros equilibrados e deveríamos fazer algo com o
dinheiro que fosse equilibrado, digamos, um mecanismo de
gelo picado em uma geladeira de luxo, seria algo que nós dois
poderíamos desfrutar.
Shy disse que ele não dava a mínima sobre gelo picado, mas
ele dava uma foda sobre sua motocicleta. Ele também tomou
esta oportunidade para salientar que eu também não dava a
mínima para sua motocicleta, como, forma de retaliação.

Isto me irritou principalmente porque ele estava certo.

Portanto, eu não tive nenhuma resposta pronta, e como eu


estava tentando bolar uma, Shy deixou sair que ele também
não dava a mínima para o equilíbrio. Ele disse-me, mesmo se
eu não recebesse o dinheiro de volta, nós éramos
equilibrados. O que era dele era meu, o que era meu era dele,
ele não acompanharia ou marcaria os pontos e nós não
estávamos começando uma vida onde eu fizesse também.
Embora eu gostasse que ele admitisse isso, ele comunicou de
forma autoritária o que tirou o inferno fora de mim, então lhe
disse para parar de ser tão mandão.

Ele me disse que eu chupava o pau do mandão e nunca


reclamou a menos que não estivesse na minha frente, então
eu precisava superar isso.

Claro, com isto, minha cabeça quase explodiu, então eu


prontamente para terminar a conversa congelei-o por três
dias, o que foi difícil, já que estávamos vivendo juntos. Dito
isto, eu coloquei um monte de esforço nele assim eu
consegui. Isso, não surpreendentemente, o levou a perder a
cabeça. Meu congelador terminou em uma briga que
terminou em sexo muito bom e, depois disso, Shy contou-me
uma história que me resolveu.

— Minha mãe e o pai trabalhavam, doçura — ele me disse,


deitando em cima de mim no chão da sala, ainda dentro de
mim, seu polegar rastreando meu couro cabeludo. — Ela não
fazia muita coisa. Ele não fazia uma confusão. Não era sobre
isso. Não era sobre equilíbrio ou parceria ou
compartilhamento. Era sobre a unidade. Eles não anotavam,
davam, e acho que foi por isso que eles não brigavam. Porque
se você dá, a outra pessoa vai dar porque ela recebeu isso.
Então, o equilíbrio vem naturalmente. Abaixe o dinheiro por
conta da casa. Você aspira e limpa os banheiros, porque
odeio essa merda. Então, querida, já tivemos equilíbrio antes
que você chutasse o seu dinheiro. Só não viu. E tanto quanto
eu estou preocupado, isso sempre vai ser o caminho. Eu vou
dar para você, Tabby, porque eu te amo. Você vai fazer o
mesmo. Você só tem que sentir o equilíbrio natural, não
trabalhar para isso.
Às vezes acontecia que eu odiava quando ele estava certo,
como, digamos, quando nós estávamos gritando um com o
outro.
Havia outras vezes que eu adorava. Como, por exemplo,
quando ele estava dentro de mim depois de me dar um
orgasmo ou quando ele contava-me sua história de amor
sobre seus pais. Era melhor, somente então, quando eu tinha
os dois.

Então, obviamente, depois disso, a briga acabou.

E, a propósito, compramos a geladeira com gelo picado.

Eu vim dos meus pensamentos e voltei a Tyra.

—O que está dizendo? Casamento? Bebês? — Eu perguntei.

Ela assentiu com a cabeça e respondeu, — Está na hora.


Vocês estão juntos por um tempo, e Shy é um espectáculo
com os meninos. É claro, ele adora crianças, e eu sei disto
porque ele ama meus filhos como se eles fossem os seus
próprios irmãos mais novos, e ele agia assim antes mesmo de
vocês dois estarem junto. Eu não estou dizendo que você tem
que casar, se isso não é coisa sua. Mas, vocês precisam estar
na mesma página sobre ambos, desde que elas são
importantes. — Ela virou a cabeça para o lado e perguntou:
—Vocês conversaram sobre isso?
Tinhamos feito e ela sabia disso. Ela agora sabia (quase) tudo
sobre eu e o Shy.
Então, eu tive um sentimento que este tópico de conversa
surgiu por causa de outra coisa. Eu também tive um
sentimento que eu soubesse o que era essa outra coisa, desde
que Shy e eu estávamos de babá porque papai e Tyra saíram
com Hop e Lanie naquela noite.
Portanto, eu perguntei, — hum... Ty-Ty, de onde vem isso?
Ela hesitou antes de responder, — Grande coisa, querida.
Grande demais para agora, depois que tive umas margaritas
e ser tão tarde. Amanhã, vou te ligar e informá-la.
Como nunca, mesmo com Lanie, mesmo apenas histórias,
estava ansiosa para ser preenchida. Especialmente quando
ele tinha a ver com Hop agora que eles estavam fora como
Shy e eu.
Basta dizer, Lanie ainda levou o drama aos extremos, e
aparentemente Hop que gostou, muito a respeito da atitude
do papai e de Ty-Ty. Eu tinha que admitir, Hop e Lanie eram
bonitinhos, porque Hop parecia mais feliz do que nunca, e
Lanie tinha aquela luz de volta nos olhos dela que tinham
morrido quando seu noivo Elliott morreu. De jeito nenhum,
olhando-os separadamente, pensaria que funcionaria, mas
eles transavam.
—Eu vou esperar sua ligação, mas diga-me agora, está tudo
bem? — Eu perguntei.
— Sim. Tudo está bom. — Ela sorriu um sorriso pequeno,
conhecedor.
— Hop está disposto a tudo para fazer sua mulher feliz. Ele
andaria numa corda bamba sem nenhuma rede, se ela
estivesse do outro lado, aplaudindo-o. E ele só provou o que
já sabíamos, ele fez isso em grande estilo.

Isso, eu tinha notado ao ver aqueles dois, era a verdade de


Deus.

Isso notei logo depois, vendo Tyra Allen feliz.

—Porém, Lanie sente o mesmo sobre ele, — Tyra adicionou.

Eu tinha notado isto também.

—É com você, porém, só para repetir, é crucial que você e o


Shy concordem sobre coisas importantes na vida.

Ela estava certa sobre isso.

Tyra enganchou o braço no meu, aproximou-se e levou-nos


lentamente pelo corredor em direção a cozinha.

— Você não tem nada para se preocupar — disse ela.


— Eu sei que com outro homem iria andar numa corda
bamba. É só ver você seriamente brigando sobre gelo picado.
Você pode precisar compartilhar seus pensamentos sobre o
matrimónio e o que você prevê com a construção de sua
família.
Ela estava certa sobre isso também. Tinha havido desgosto e
drama, e agora Shy e eu fomos costeando numa onda de
bondade quebrada somente quando lutamos sobre geladeiras,
ou seu jeito mandão atingia a zona de perigo e tínhamos de
conversar. Não conversamos sobre isso, e que era importante.

—Ele quer construir uma família—, disse ela.

Deixou-nos antes de alcançar a cozinha e olhou para mim. —


Eu sei querida, mas ele poderia querer seis filhos, enquanto
você pensa em dois.

Sim, Shy e eu precisávamos ter esta conversa, porque eu não


queria ter seis filhos, e sendo que ele perdeu sua família cedo,
isso era uma possibilidade.

Balancei a cabeça.

—Você está certa, Ty-Ty.

Ela sorriu e nós duas seguimos pelo corredor.


Uma vez lá, eu vi o papai e Shy na cozinha, ambos tendo
suas cervejas. Ambos vestindo camisetas pretas, jeans
desbotados e carregadores da moto. Ambos exalando durões.
Ambos amados por mim.

Era uma visão feliz.

Tinha sido dito, repetidamente, que as mulheres encontraram


seus pais em seus homens.

Felizmente, quando eu fiz isso, eu tinha um bom homem para


encontrar.

Tinha sido dito também que os homens encontraram suas


mães.

Esperava que, com a forma como ele falava sobre ela, Shy
sentisse o mesmo.

Eu esperava isso por cerca de um segundo quando ele


abandonou a cerveja dele, os olhos dele veio até mim e seu
queixo mergulhado através dizendo que era para ir com ele.

Eu fui lá, ele curvou um braço em volta de mim, puxou-me


perto e abaixou-se para colocar seus lábios no meu cabelo.

—Está pronta para ir para casa?— ele perguntou e eu derreti


nele.
Eu adorava quando ele segurava-me e falava em meu cabelo.

Eu adorava quando ele dizia que a casa que dividíamos, era


nossa casa.

E eu adorei que ele finalmente tinha um lar.

—Sim, — Eu sussurrei em sua garganta, e ele beijou meu


cabelo.

Olhei para papai e Tyra e vi que Tyra tinha um pequeno


sorriso em torno de sua boca, e uma expressão quente.

Papai não estava sorrindo. Eu vi como os olhos dele eram


intensos, mas eles não estavam em conflito.

Ele estava feliz. Ele estava feliz por ter alguém e ele estava
feliz, que essa pessoa era Shy, um homem que ele entendia,
um homem que podia confiar, um homem que faria tudo para
proteger sua filha.

Um homem que iria andar numa corda bamba por mim.

Um irmão.
— Você teve uma boa noite, pai? — Eu perguntei, e os olhos
dele mudaram-se do braço de Shy ao redor de meus ombros
para mim.
— Sim, querida, — ele respondeu, — Vem cá e dá um pouco
de amor ao velho antes de ir, sim?

Soltei-me do braço de Shy e fui para meu pai. Ele escondeu-


me perto e beijou o topo da minha cabeça.

— Obrigado por olhar os garotos, — ele murmurou no meu


cabelo, eu fechei os olhos e assenti com a cabeça.

— Quando quiser —, eu sussurrei.

— Te amo, Tabby, — ele disse me dando um aperto. Ele


soltou-me e fui de volta para Shy antes de ele olhasse para o
Shy e dissesse: — Casa e segura.

— Certo — disse Shy, inclinou-se, beijou-a face da Tyra


então, em meio a ondas de despedidas, fomos ao meu carro.

Nós tínhamos saído e estávamos serpenteando através das


estradas curvas que levavam para baixo da montanha
arborizada da casa do pai e de Ty-Ty quando Shy anunciou;

— Três, querida, estou firme sobre isso.


Eu olhei na escuridão arborizada de fora do carro para o meu
homem.

— Três o que?— Eu perguntei.


— Crianças—, ele respondeu e continuou.

— E o casamento. Firme nisso também.

Meu estômago virou.

Foi Shy, mas quando ele fez, não foi um anúncio. Foi suave.

— Eu sei que você perdeu tudo bem antes do grande evento,


doçura e você disse que não ia fazê-lo novamente. Só estou
dizendo, significa algo para mim assim que você é.

— Shy —— Eu tentei, mas ele continuava.

— Você perdeu aquele cara, o que sempre vai doer, eu


entendo. Mas, isso não vai acontecer de novo e eu quero um
anel no seu dedo, meu anel. Seu uso. Eu quero que cada vez
que você olhar para sua mão, você possa lembrar que você
pertence a mim. Eu quero que cada vez que eu olhe para
minha eu possa lembrar que eu pertenço a você. Mesmo
quando vemos as mãos um do outro. Você quer uma festa
pequena, concordo com isso, mas eu vou dizer agora, eu
prefiro ter um uma grande festa.
Eu estava presa em alguma coisa que ele disse
anteriormente.

Aquele cara.
Aquele cara.

Ele sempre, mas sempre, chamava Jason — aquele cara.

— Seu nome era Jason, — Eu disse suavemente e


cuidadosamente.
Shy olhou meu caminho antes de olhar para a estrada e
perguntando:

— O quê?

— Seu nome era Jason, — eu repeti.

— Ele queria dois filhos. Ele nunca possuiria uma Harley


mesmo que eu tivesse esquemas de encontrar maneiras de
fazê-lo comprar uma. Ele me amava. Nós íamos nos casar e
agora ele está morto.

Shy estendeu a mão, encontrou a minha e apertou.

— Tabby...
— Ele me amava... e gostaria disso por mim.

O ar no carro ficou mais pesado.

Então Shy começou novamente:


— Doçura...
Eu apertei sua mão e interrompi; — É o quanto ele me
amava. Ele ia querer para mim. Ele iria querer me ver muito
feliz.

Shy ficou em silêncio.

Deixei o carro ficar assim por longos momentos antes que eu


olhasse para a estrada e falasse:

— Três filhos são perfeitos e eu quero uma grande festa,


então está tudo bem.

— Eu não quero isso — declarou Shy, e eu olhei de volta para


ele.

— Perdão?

Ele olhou para o meu caminho, sua mão apertada na minha,


então ele olhou para a estrada e declarou:

— Nenhum outro homem. Não, ninguém além de mim.

— Shy... — Comecei, mas foi a minha vez de ser cortada.

— Eu consigo acreditar nisso. Eu entendo porque você


precisa acreditar nisso. Talvez seja errado que te digo isto,
mas eu também o vi com você naquela noite no DCPA, e eu
sei que você quer acreditar, mas não é nem um pouco
verdade. Ele não me queria para você. Ele apenas te queria
para ele e ele queria ser o único para você. Agora, querida,
tem razão. Jason está morto. Não vai querer nada. Mas, eu
vou te dizer, eu te amo tanto, sou egoísta e só quero eu e
você, não você com mais ninguém, se eu estiver respirando
ou estiver morto. E Jason sentia a mesma merda. Eu sei que
é uma droga ouvir isso, mas a verdade é que há beleza nisso.
Ele não a amava suficiente para sacrificar-te a outro homem.
Ele te amou o suficiente para querer que houvesse somente
ele por toda a vida, porque é assim que ele sentia por você.
Não conseguiu um tempo de vida. Mas, eu estou te dizendo
agora, eu quero uma vida inteira.

Senti um ardor nos olhos quando eu admiti;

— Shy, não sei o que fazer com isso.

Ele ficou segurando minha mão apertado quando ele


respondeu gentilmente.

— Nada a ver com isso. Nem sempre conseguimos o que


queremos Tabby e a vida continua. Eu sei que sempre vou
amá-la. Eu sei que você sempre vai sentir a perda dele. Eu
tenho que viver com isso. Mas felizmente, amor não tem
limites e você é você, você tem muito amor para dar. Então eu
vou levar o que eu tenho desde que é tudo. Mas, Tabby,
querida, é o ponto que eu estou fazendo, esta é a única
conversa que temos onde para mim, esse cara é Jason. Ele é
o cara. Não estou sendo um idiota. Eu estou dando isto para
você realmente. Eu preciso disso e preciso que me dê, porque
ele tem um pedaço de você que eu nunca vou ter então me
deixe tomar o que eu preciso dele. — A voz dele caiu para
baixo e doce.

— Você entendeu, baby?

— Eu entendo você, querido.

Ele apertou minha mão, lançado a pressão e murmurou, —


Bom.

Eu olhei para o pára-brisa.

Shy dirigiu em silêncio.

Então ele quebrou, declarando.

— Resolvido. Três filhos e uma grande festa.

— Resolvido—, eu sussurrei.
— Não estamos fazendo essa merda de compra de anel
juntos. Eu vou cuidar de você e você tem a questão e o tempo
que é pedido como uma surpresa.

Eu gostei disso. Uma coisa pela frente.


Todas as coisas.

— Tudo bem —, eu concordei.

— Embora eu saiba a resposta, — ele passou sua voz suave,


mas havia um sorriso nela.

— Sim.

Ele sabia a resposta. Ele mesmo fez.

— Sim —, ele repetiu.

Fomos tranquilos.

Tempo passado, chegamos a Denver e chamei.

— Shy —?

— Aqui, doçura.

— Te amo.
Ele levantou minha mão, tocou seus lábios nos meus dedos e
então caiu a minha mão para sua coxa.

Então ele nos levou para casa em silêncio.


Lá estava ele.

Ele me amava também.

Capítulo 20
Preso Comigo
Cedo do dia seguinte...
Ouvi meu celular tocar, meus olhos se abriram quando
eu senti a mão de Shy em meu traseiro dar um aperto
reflexivo.

Eu sonolenta notei que ainda estava escuro.

Meu celular não parava de tocar e Shy rosnou: — Que


porra é essa? Quem está chamando às três da manhã, porra?

Eu não sabia, mas para descobrir, eu tinha que pegar o


meu celular, e eu também tinha que pegar meu celular,
porque qualquer chamada às três da manhã era uma
chamada que tinha que atender. Infelizmente, isso significava
que eu tinha que rolar para fora e para longe dele, o que eu
fiz, chegando em direção à cabeceira. Ele rolou comigo então
sua frente foi pressionada ao meu lado, sua coxa entre
minhas pernas. Peguei meu celular, olhei grogue no visor e,
com o que vi, o sono me deixou completamente.

Enfiei o dedo na tela e coloquei-o em meu ouvido.

— Natalie. — eu cumprimentei.

Foi a primeira vez que eu ouvi falar dela desde a nossa


grande briga.

— Tabby. — respondeu ela, com a voz pequena, com


medo, uma maneira que nunca soou e arrepios rastejaram
sobre a minha pele. — Estou em apuros.
Oh, não.

Eu sabia que Shy sentiu meu pânico, porque eu não


estava mais segurando meu telefone no meu ouvido. Shy
tinha tomado o meu telefone e ele estava me pressionando, a
fim de chegar e acender a luz.

Estremeci no brilho repentino enquanto Shy falou.

— Você tem Shy. O que está acontecendo? — Disse ele


ao telefone.

Eu pisquei para ajustar meus olhos, então olhei para


seu rosto, que era assustadoramente duro.

— Certo, onde está você? — Perguntou ele e seu tom de


voz enviou a minha mão atirando-se a enrolar em torno de
sua mandíbula.

Seus olhos vieram a mim, eles estavam assustadores


também, e eu prendi a respiração. Ele continuou falando. —
Quantos há com você?

Oh, não.

Não!

— Poder de fogo? — ele perguntou.

Poder de fogo? Deus!

— Tudo bem, segure firme. — Shy ordenou quando ele


rolou por cima de mim e ficou de pé. Rolei para o meu lado
enquanto ele continuava a ordenar. — Não diga nada
estúpido. Não faça nada estúpido. Mas enrole-os. Estou
fazendo as chamadas, os irmãos estão rolando fora. Poderia
ser trinta, provavelmente vai ser de quarenta e cinco.

Girei minhas pernas para o lado da cama e procurei no


chão freneticamente a minha camisola, mesmo quando Shy
acabava as coisas com Natalie.

— Mulher, ouça-me. Este telefone está vindo comigo


para que você não possa ligar e assustar Tab mais do que ela
já está assustada. Seja inteligente, por uma fodida vez em
sua vida. Estou tomando conta de sua merda uma vez. Esta é
a única chance que você tem. Não estrague tudo agora e sei
que você não vai ter a chance de explodi-lo mais tarde. Você
fode de novo, mesmo algo não tão grande, e você estará
acabada para Tabby. Ouviu-me?

Tão grande?

Ela deve ter ouvido ele por que tocou o dedo na minha
tela e começou a se vestir.

Eu tive a minha camisola, e desde que ele não disse


nada para mim, só começou a puxar a roupa, eu chamei, —
Uh... Olá? Pirando aqui, Shy.

Ele olhou para mim e fez a pior coisa que poderia fazer
naquele momento.

Ele deu dois passos largos para mim, levantou as mãos


e segurou meu queixo, uma mão ainda segurando meu
telefone. Então ele mergulhou seu rosto, então ele era tudo
que eu podia ver.

Ok, eu sabia que isso era sério.

Agora eu sabia que era sério.

— Ela esta no fundo do poço, e eu estou vendo a partir


de sua amiga, que quando ela faz alguma coisa, ela faz
grande — explicou.

— O... o quê? O que ela fez? — Eu gaguejei.

— Não há muito tempo. Você precisa se vestir e ir para o


Complexo, que é para onde eu vou levar ela depois de eu ter
sua bunda. É também o lugar mais seguro para você se
houver tiroteio.

Tiroteio! Eu em pânico odiava essa palavra.

— Shy...

Ele me cortou para falar. — Ela se meteu com um


traficante. Ela deve muito a ele. Ele está tomando seu
dinheiro de volta pela buceta dela e quando digo isso, quero
dizer, ela come, ela é fodida, e tudo isso acontecendo na
frente de uma câmera. Ela está agora arrumada e pronta
para dar sua primeira performance em um set pornô.

— Eles filmam pornôs em Denver às três da manhã? —


Eu respirei estupidamente, focando nisso mais do que no fato
de que minha melhor amiga estava se preparando para fazer
sua estreia no cinema e não em um bom caminho, e Shy
olhou para mim.

Então ele disse: — Querida, me irrita muito mais do que


eu já estou, que você não sabia disso e agora você sabe. Esta
sua amiga cadela, ela não está mais te ensinando essas
lições. Ela me contou que não curte menina com menina ou
tomar o pau de um cara que ela não conhece e ter tudo isso
em um filme. Ela quer uma extração, o que significa, se ela é
sua amiga, ela vai ter uma. — Suas mãos apertaram
suavemente em minha boca, quando ele enfatizou, — Primeiro
Tab. Eu conheço esses idiotas, e o Chaos vai comprar uma
porra de briga por intervir.

De repente, eu tinha um grande número de


preocupações e uma era a minha mente de repente, trazendo
à tona a palavra poder de fogo.

— O que quer dizer, Chaos vai comprar briga? — eu


perguntei, mas eu sabia.

Droga, eu sabia.

Eu ia matar Natalie.

— Isso, eu não vou ter tempo para explicar. —


respondeu e me puxou para ele, beijou o topo do meu cabelo,
e deixou-me ir, se virou, ficou com suas botas, sua camisa, e
rondou a porta do quarto.
Olhei a porta se abrir. A fim de não me concentrar no
assunto em questão, que tinha o meu coração disparado, eu
fui para algo que nunca deixou de me acalmar.

Eu olhei em torno do nosso quarto, em nossa nova


mobília de quarto de arrasar (minhas coisas antigas estavam
no quarto de visitas, as coisas de Shy estavam na lixeira).

Eu amava o nosso quarto. Eu tinha ficado inspirada.


Era totalmente motoqueiro receber o bebê motoqueiro desde o
nascimento. Mobiliário preto. Lençóis profundamente
escuros. Detalhes cromados. A foto em preto-e-branco de
mim e Shy em sua moto, tirada no Complexo, meus braços ao
redor dele, meu queixo no ombro, e Shy parecendo fodão legal
em tons espelhados.

Sheila tinha tirado essa foto e eu tinha ampliado em


tamanho do pôster, enquadrado em uma moldura em preto e
cromado que foi pendurada sobre a cômoda. Pode parecer
presunçoso ter um grande cartaz de nós parecendo
impressionante na nossa parede do quarto, mas eu não me
importo. Eu pensava que era uma bomba.

Shy pensava também. Eu o mantive longe enquanto eu


estava fazendo o quarto e quando eu revelei, ele me mostrou
que ele amou a coisa toda, iniciando uma maratona que
começou em nossos lençóis roxos, e mudou-se para o chão e
finalizou naquela cômoda. Havia uma marca de mão no vidro
desse cartaz, a minha, coloquei lá quando minha mão voou
de volta para me firmar quando Shy me deu um orgasmo. Eu
não era capaz de limpar aquilo com limpa vidros. Eu queria
lembrar me dando a Shy um quarto que ele gostou muito por
um bom tempo. Essa marca de mão pode ficar lá para
sempre.

O último toque para o quarto foi uma bola vacilante de


embalagens de doces de Natal prensadas juntas que eu tinha
colocado em uma daquelas caixas em que você normalmente
exibe bolas de baseball assinadas. Elas eram as embalagens
que Shy tinha limpado depois da minha maratona Hitchcock
bem antes, quando não era oficialmente, mas ainda era (tipo)
nosso primeiro encontro. Eu tinha encontrado a bola de
embalagens e a salvado. Eu tinha enterrado as razões do por
que, em meu poço de negação, mas eu mantive e, em
seguida, a tive montada quando nos mudamos para nossa
casa. Ela estava sentada na minha mesa de cabeceira.

Quando ele viu, Shy não celebrou isso em sua forma


normal. Ele apenas segurou meu queixo, deslizou seu polegar
carinhosamente ao longo de minha bochecha, segurou meus
olhos, os seus macios e quentes quando ele murmurou. —
Você já era importante para mim também.

Ele estava certo. Eu não admiti na época. Era uma


loucura.

Mas, eu tinha salvado uma bola de embalagens de doces


de Natal descartadas.

Eu já era importante pra ele também


Poder de fogo.

Shy decolou sem nenhuma palavra minha dizendo que


eu queria que ele fizesse isso. Ele só saiu para salvar Natalie,
arrastando os irmãos com ele.

Ele estava salvando Natalie de um chefão do tráfico de


drogas e de pornô.

Poder de fogo.

Com as mãos trêmulas, mas rápidas, eu me vesti


pensando se Shy se machucasse, se algum dos meus
meninos se machucasse porque a minha melhor amiga era
uma idiota, sem rodeios, eu estava indo para bater
apocalipticamente na bunda dela.

Duas horas depois, eu estava no Complexo deserto,


bebendo café que eu tinha feito e lutando contra o desejo de
entornar uma tequila quando Rush entrou.

Meu irmão parecia com o meu pai, salvo o fato de que


ele tinha os olhos azuis da mãe, que, felizmente para Rush,
eram uma das poucas coisas boas que ela tinha para dar.

Rush sempre pareceu com o pai, mas, como o tempo


passou, ele estava parecendo mais como ele. Ele sempre foi
alto, mas magro, como Shy. O meu pai tinha mais massa.
Como Rush amadureceu e, especialmente, recentemente,
sendo um recruta e passando o tempo com os irmãos na sala
de armazenamento na parte traseira da loja de auto do Ride
ele trabalhou com um monte de equipamentos de peso, seu
corpo foi aumentando como o de papai. Tinha mais poder e
seus músculos estavam mais definidos.

Ele era meu irmão e eu era parcial, é claro, mas eu


também sabia que com a quantidade de namoro que ele teve
e o fato de que se ele não quer ficar sozinho, ele
simplesmente não estava, ele era quente. Ele também teve a
sorte de que ele era um daqueles caras quentes que era
quente jovem e ficava mais quente à medida que envelhecia.

Assim como, a partir de provas fotográficas e memórias,


o pai.

Eu não tinha visto ele muito recentemente, porque ser


um recruta para o Chaos não era fácil. Eles estavam de
plantão para o Clube 24/7 e ainda tinham que fazer suas
passagens na loja e na garagem.

Para piorar as coisas para Rush, ele só tinha outro


recruta para ajudar a suportar a carga. Os meninos tinham
batizado o novo cara de "Joker"1, principalmente porque ele
não sorria muitas vezes e nunca ria. Os nomes do Clube
eram aleatórios e muitas vezes irônicos. O caso em questão
foi nomeado Shy pelo Clube, porque ele só voltava de dia,
com mulheres principalmente, ele não era nada Shy (tímido).

1
Coringa ou palhaço.
Embora eu não veja muito Rush, Shy me disse que ele
estava "se enturmando", embora ele não explicasse esse
fenômeno. Ele apenas disse: — Não é vadio, tem a merda
pronta, está sempre disponível, e mantém a boca fechada. Ele
não compartilha, mas do jeito que ele age, significa algo para
ele passar nesse teste. Tanto ele quanto Joker estão indo
bem. Eles vão passar, obter os seus cuts, a tatuagem, e, a
forma como eles estão mostrando a sua lealdade, vai ser bom
tê-los à mesa.

Esta era uma notícia positiva, então eu deixei por isso


mesmo, o que foi bom, porque eu sabia que Shy não tinha a
intenção de me dar mais, mesmo que eu quisesse.

Mas naquele momento, eu não senti vibrações positivas


principalmente porque meu irmão parecia que queria matar
alguém.

Ele, também, como o pai, tinha pavio curto, e olhando


para o seu rosto, eu sabia que as faíscas estavam perto da
dinamite.

Isso significava que Shy e papai estavam provavelmente


perto da explosão.

— Sua amiga, — ele apontou para mim, espreitando por


trás do bar e indo em direção onde eu estava sentada em um
banquinho. — é um fodido pé no saco.

Não era uma boa abertura.


— Está tudo bem? — Eu perguntei, quando ele chegou
até uma prateleira e derrubou a tequila.

Ele se virou para mim. — Não.

Merda!

— O papai e Shy estão ok? — Eu pressionei.

— Eles estavam quando saí. — respondeu ele


ameaçadoramente. Meu coração disparou e antes que eu
pudesse fazer outra pergunta, Joker entrou.

Eu vi Joker, mas eu não o conhecia principalmente


porque quando eu estava por perto, ele estava ocupado.

Isso não quer dizer que eu não tinha percebido que ele
tinha seriamente uma boa aparência de um modo assustador
que me lembrava mais de Lee Nightingale do que do Chaos.
Não foi aprendido. Não veio lidar com uma vida difícil. Era
uma parte dele.

Joker era alto, construído, não volumoso, mas também


não magro apenas musculoso de uma maneira poderosa. Ele
segurava seu corpo e se movia quando ele sabia exatamente o
que seu corpo era capaz e era capaz de muito.

Ele também tinha uma confiança natural, que era uma


espécie de bizarro, considerando que ele era mais jovem do
que Rush, que tinha vinte e seis anos. Ele tinha uma cabeça
espessa de cabelo preto com mais do que uma pequena
quantidade de ondas nele. Ele usava por muito tempo,
pendurado em seu rosto e até os ombros. Ele também tinha
uma barba cheia, que, ao contrário da maioria dos irmãos
que ostentava cabelo facial, ele mantinha aparada. A barba
fazia parecer mais velho do que seus anos. O bronzeado o fez
parecer irresistível e, novamente, mais velho do que ele era.

Mas, eram seus olhos de aço cinza que contava o conto.


Que o aço era como um escudo, segurando todo mundo de
volta dos mistérios que estavam dentro. Esta era uma espécie
de estranha coincidência, uma vez que seu nome era Carson
Steele. E eu não o conhecia, mas eu sabia a partir de seus
olhos, não havia dúvida que havia mistérios dentro dele.

Observando-o andar, eu pensei, embora eu nunca


dissesse a Shy, Carson "Joker" Steele era mais do que um
pouco intrigante.

Naquele momento, porém, ele também era mais do que


um pouco assustador.

Ele rondava em torno do exterior do bar, com os olhos


colados em Rush, e ele parou a um metro de mim. Em
seguida, ele rosnou: — Eu não gosto dessa merda.

Uh-oh.

— Eu não gosto disso também, irmão. — Rush


concordou antes que ele tomasse um gole de tequila.

Os olhos de Joker passaram por mim antes que ele


atravessasse a sala e desaparecesse através da porta na parte
de trás.
A boa notícia era: seus olhos passaram por mim, e
parecia que ele estava com raiva geral, não com raiva de mim,
especificamente, porque a minha melhor amiga era viciada
em drogas, infelizmente escolheu um comerciante que
também faz filmes pornográficos e também, infelizmente, me
chamou para livrar-se de uma situação ruim com câmeras
envolvidas, jogos, fantasias e paus.

A má notícia é que eu não sabia o que estava


acontecendo, mas eu sabia que não era bom.

Voltei para o meu irmão para ver que ele estava


tomando outro gole de tequila, e eu mudei imediatamente de
ideia sobre o que eu ia dizer em seguida. Primeiro, eu ia pedir
a garrafa de tequila. Em segundo, depois que eu tomasse um
gole saudável (ou três), eu ia perguntar o que diabos estava
acontecendo.

Eu não tive a chance. A porta do Complexo abriu, e eu


senti meus olhos ficarem arregalados quando Elvira entrou.

Uh-oh novamente.

Elvira.

Em circunstâncias normais, isso poderia significar


nada.

Nas circunstâncias atuais, isso só pode significar coisas


ruins.
Eu conheço Elvira há anos. Ela era uma pequena
mulher negra, curvilínea que se destacava em três coisas. Ela
realmente sabia como se vestir. Ela montava coisas
chamadas "planchas", que eram pranchas cheias de frutas,
queijo, legumes, e outras coisas que não parecem tão
excitantes, mas a forma como Elvira fazia isso, era. E se ela
se importava com você, sangue, cor, religião, política tudo se
dissipava, você tornava-se sua irmã em tudo o que a envolvia
e ela deixava você saber disso. Eu sabia por que Tyra tinha
isso dela. Eu ainda não tinha sido deixada entrar, mas,
novamente, Elvira normalmente realizava suas adoções
quando você estava no meio de um drama sério.

Algo parecido com o que estava acontecendo agora.

Também era importante saber que ela trabalhava para


Hawk Delgado.

Eu conhecia Hawk durante anos também. Ele era um


amigo de papai e não ficava muito por perto, mas o
suficiente.

Eu não sabia o que ele fazia para ganhar a vida, mas


desde que ele sempre usava calças cargo e muitas vezes
usava um cinto de arma carregada à vista, mas não tinha
crachá, eu tinha uma suspeita de que ele era ou um comando
ou um mercenário. Embora eu não pudesse dizer qual era a
diferença entre os dois, eu só sabia que o cara era um ou o
outro. Eu também sabia que Hawk Delgado poderia juntar-se
totalmente ao elenco de Os Mercenários, mas era mais
provável que ele agiria como um consultor no filme, porque
Hawk Delgado não fazia foda. Ele simplesmente era um deles.

A presença de Elvira usando um fabuloso envolvente


vestido verde e botas marrons chocolate de salto alto
enquanto passeava no Complexo, às cinco horas da manhã
significava que ela não estava lá pelas razões habituais que
ela estava lá: para comer, beber e levantar a marca do inferno
ao lado de um bando de motoqueiros.

Sua expressão e o telefone segurado em seu ouvido,


para não mencionar as palavras que ela estava atirando nele
disse que encontrar divertimento enquanto vestida para
matar não era sua missão atual.

— Eu estou te dizendo, Hawk, Tack me expulsou.


Estava tudo pronto, tudo estava bom, então o menino
motoqueiro fodão não hesitou em estragar o meu disfarce e
me mandar embora.

Seu disfarce?

Ela olhou para mim, puxou sua bunda no banco ao meu


lado, mudou seu olhar para Rush, e bateu a mão no bar. Isso
significava tequila, JÁ.

Ela também continuou falando no telefone.

— Aqueles garotos motoqueiros passearam


transportando. Eu não sabia as coisas boas vêm para aqueles
que, de repente merecem a atenção do Chaos às três e meia
da manhã no maldito set pornô e eu estava certa. Eles não
moveram nenhum osso sobre declarar suas intenções. Eles
queriam a nova garota. Esses garotos caminharam em pleno
vigor, todo o maldito Clube apareceu, interrompeu tudo e
lançaram direto, o início das negociações. Não
surpreendentemente, Benito não tinha vontade de negociar.
Ele não aceitaria um ultimato do Chaos. Ele não aceitaria o
Chaos fazendo-lhe um favor necessário uma vez que você e
eu sabemos que Benito mantém sua merda firme e ele não
têm cordas penduradas para que ele não precise de nenhum
favor. Ele não aceitaria qualquer coisa que eles estavam
oferecendo. Ele nem sequer aceitou o pagamento com juros
para o que a menina devia. A menina estava indo para o
trabalho. Vendo, que ela lhe deve treze mil, com juros, ela
tem um monte de trabalho a fazer. Portanto, as negociações
chegaram a um impasse e com aqueles meninos, bem... você
sabe.

Fechei os olhos.

Treze mil. Com juros.

Tudo para drogas.

Deus, Natalie.

— Eu disse que ela era uma dor na bunda. — Rush


murmurou.

Meu irmão não estava errado.

Elvira continuou falando e eu abri meus olhos para vê-


la.
— É quando as coisas ficaram quentes e eu tentei
segurar meu disfarce. Tack estava tentando ser sutil, então
ele ficou impaciente com o sutil quando eu não mexi minha
bunda, então ele aumentou e estragou meu disfarce, a fim de
me tirar de lá antes que as negociações fracassassem
totalmente. Quando saí, Benito me deu um olhar que era
desconfortável. Tack me enviou no meu caminho dizendo a
Benito se alguma coisa me acontecesse, a merda que já
estava fazendo planos para o inverno iria seriamente perder o
valor, para me seguir de perto, enviou os recrutas do Chaos.
Acho que você sabe o que isso significa.

Eu não sabia o que isso significava e não queria saber,


mas eu iria saber por que ela continuou.

— Sim, é bom que você esteja com seu traseiro


atravessando lá fora, Hawk. Meninas em trajes de
enfermeiras de sacanagem e meninos com paus grandes
vestidos de paciente eram de botar pra correr. Eles sentiram
a vibração se deteriorando, mas, novamente, essa merda era
difícil de perder. — Ela parou de falar com Hawk e olhou para
mim. — Sério, eles não podem ficar mais originais com essa
merda? Enfermeiras e pacientes? Isso tem sido feito até à
morte. Se eu estivesse fazendo um filme pornô, não que eu
faria um filme pornô, mas só estou dizendo, se eu estivesse,
seria tudo sobre um ringue UFC 2, caras quentes suados com
fita adesiva nas mãos e shorts que saem fácil, por exemplo,

2
Ultimate Fighting Championship.(Uma organização Americana de artes marciais mistas.)
com esse material de velcro nas laterais. Um puxão e se foi.
Você entende o que estou dizendo?

Eu pisquei.

Eu não tive a oportunidade de confirmar ou negar que


eu entendi o que ela estava dizendo antes que a atenção de
Elvira voltasse para o telefone.

— Eu estou aqui, — afirmou, em seguida, ordenou: —


Vá lá. — Pausa, em seguida: — Pegue Tack, e consiga isso, eu
vou tentar com ele também. Passei dois meses metida nessa
horda para você, tal sujeira, que eu tinha que tomar banho
cerca de sete vezes por dia. Agora, todo esse trabalho é
soprado ao vento como merda. Eu não me importo se ele pode
chutar a minha bunda, Kane "Tack" Allen ainda vai ter
algumas palavras de mim.

Em seguida, ela esfaqueou seu telefone com um dedo


que tinha uma longa e perfeitamente em forma, unha
brilhante e pintada de berinjela, bateu o telefone no bar, e
treinou os olhos em Rush.

— Uh... você não entende que eu quero uma dose de


tequila? — Quando Rush moveu, oferecendo a garrafa para
ela, ela balançou a cabeça. — Não me entregue à garrafa. Eu
não sou um bebê de motoqueiro. Eu tenho boas maneiras. Eu
bebo em um copo. — Então ela virou a cabeça para mim e
declarou: — Sem ofensa.

— Não me ofendi. — eu murmurei.


— E sem ofensa, com isso. — ela continuou, — mas sua
cadela é um pé no saco.

Eu abri minha boca para concordar assim que a porta


se abriu e um homem alto, sólido, bonito, de pele negra
chocolate com uma cabeça careca, magníficas maçãs do
rosto, e uma barbicha preta grossa em torno de um par de
lábios carnudos que tinha de ser esculpido diretamente pela
mão de Deus entrou, os olhos em Elvira, suas longas pernas
levando-o direto a ela.

— Oh Deus. — ela murmurou, sua cabeça virou-se de


mim, e eu sabia que ela estava assistindo no alto da bebida a
bondade de pele de chocolate rondando pelo seu caminho.

— Você está brincando comigo porra? — Ele moeu fora,


ainda indo em direção a ela.

— Acalme-se, baby, é... — Elvira começou.

— Você está. — ele cortou. — Vocês estão fodidamente


brincando comigo. — Sua grande estrutura balançou a uma
parada trinta centímetros longe dela e eu estava a um
tamborete de bar longe com Elvira no meio e eu ainda me
afastei de sua fúria. — Depois que eu espancar sua bunda
por esta merda, eu vou chutar a bunda de Hawk por enviar-
lhe a isso.

Uh-oh.

Eu não mencionei que Elvira era petulante de uma


maneira que ela praticamente definia isso. Quando as
mulheres eram petulantes, homens, não importa o quão
quente eram, não ameaçavam espancar as suas bundas.
Também não importa o quanto eles estavam com raiva, isso
não seria recebido com palavras suaves, calmantes. Iria
reunir-se com gigantescos fogos de artifício e até mesmo altos
caras construídos quentes não podiam controlar um fogo de
artifício subindo.

Eu sabia que estava certa quando Elvira deslizou para


fora do banco e eu pensei que foi um erro tático vendo como
ela era mais alta nele.

Ela não pareceu se importar, inclinou a cabeça para trás


e retrucou: — É o meu trabalho, Malik.

Ele aproximou-se e respondeu: — É o seu trabalho


atender ao telefone, fazer o trabalho de computador, e
atender aos comandos.

Lá estava. Eu estava certa. Hawk era um comando.

O negro continuou. — Não é o seu trabalho ir disfarçada


com um produtor pornô traficante de drogas que tem como
alvo meninas viciada em heroína, e recebe seu pagamento em
bucetas.

Uh-oh novamente.

— É o meu trabalho atender telefones? — ela perguntou


sua voz suave de uma forma que me fez olhar Rush, que
estava carrancudo para os dois, mas, sabiamente, não se
meteu.
— Yeah, baby, é o seu trabalho atender a porra dos
telefonemas. — o negro quente voltou, dobrando um pouco
para entrar em seu rosto.

— Você não pode dizer qual é o meu trabalho, Malik.


Hawk e eu decidimos qual é o meu trabalho. — Elvira atirou
de volta.

— Mulher, você acorda na minha cama e depois de me


dá o que eu preciso para começar o dia, eu lanço a minha
bunda para fora da cama e trago o café, para você ter o que
precisa para começar o dia. Portanto, nem sequer pense em
jogar essa merda em mim. Eu tomo a decisão quando a
minha mulher põe seu rabo em perigo. — ele devolveu.
Eu tinha que admitir, não em voz alta, é claro, que ele
tinha razão e, também, café na cama soou doce. Além disso,
agora que ficou claro que esse cara era o homem da Elvira,
eu achei que ela foi um pouco seriamente certa em conseguir
esse cara quente.

Elvira claramente não achava isso no momento


presente. Ela pegou o celular do bar, sacudiu-o para ele e
perguntou sarcasticamente: — Você quer que eu pegue o
telefone, grandão? Para contratar a esquadrilha da fumaça e
eles possam escrever no céu para que todos em Denver
possam conhecer o nosso negócio pessoal?

Eu pensei que a resposta apropriada para isso era não.

O belíssimo Malik claramente não compartilhava o meu


processo de pensamento.
Ele respondeu: — Sim, querida. Você pode fazer isso. Se
você fizer isso, talvez Delgado vá lê-lo e buscar em sua
maldita cabeça que ele não envia a minha mulher pra fazer
loucuras com produtores de pornografia e traficante de
drogas. Eu não posso acreditar que você manteve essa merda
de mim. — Ele soltou um suspiro e seus olhos foram para
Rush. — Você me entende? Essa merda está entendida?

— Sim. — Rush respondeu imediatamente,


camaradagem masculina e tudo isso, e eu sabia que meu
irmão estava batendo o estado fodão sério quando Elvira
voltou sua atenção para ele, e ele não só não se moveu um
passo para trás, ele também não vacilou. Seu status foda
seria provado quando ele chegou a sugerir: — Embora, diria
talvez sua situação domestica não é bem oportuna. Eu tenho
irmãos lá fora, em uma situação incerta, então talvez vocês
dois possam engolir isso e terminar essa merda em alguma
outra hora?

Elvira cortou seu olhar de volta para seu homem,


levantou um dedo, e sacudiu-o para ele. — Isso funciona para
mim, mas, para você, só estou dizendo, para você conseguir o
que precisa para começar o dia, acabou por um período
indeterminado.

Arrisquei uma olhada em Malik e o vi carrancudo para


Elvira.

Então, ele puxou a respiração pelo nariz enquanto ele


segurava seus olhos antes de murmurar: — Vamos ver.
— Sim, nós iremos. — ela disparou de volta e de repente
ele deu um sorriso sexy que brilhou tão brilhante cercado por
esse cavanhaque preto, que o levou de bonito para um tal
nocaute que eu tive que me segurar no bar.

— Baby, você me cortando significa que você vai ser


cortada, e eu prevejo que esse período indeterminado vai
durar cerca de um dia.

Eu só tinha a parte de trás da cabeça de Elvira, mas eu


imaginei que ela revirou os olhos antes de murmurar, — Que
seja. — que, traduzido por uma menina que entendia
meninas, significava que ele estava certo e ela estava
salvando a cara. Então ela deslizou de volta para seu
banquinho, treinando seu olhar sobre Rush, e retrucou: —
Tequila?

Rush olhou para mim, então pegou um copo. Ele


colocou-o no bar na frente de Elvira e derramou.

Ele mal pegou a garrafa antes dela levantar e jogar de


volta o copo.

Ela bateu o copo no bar e em um esforço para não


perder o bom senso sobre o que estava acontecendo lá fora
envolvendo o meu homem, meu pai, e minha melhor amiga,
eu me inclinei para Elvira e sussurrei: — Seu cara é meio
quente.

Ela se virou para mim e respondeu sem hesitar: —


Cuidado com o que você deseja menina. Uma a uma, as
minhas amigas desceram para fodões, eu vi e pensei: — Eu
não me importaria de pegar uma coisinha, só uma coisinha,
de um fodão. — Ela bateu o copo no bar para outra dose, que
Rush deu a ela, ela engoliu de volta, então olhou para mim
novamente e disse, com ênfase — Errado.

— Eu tenho um fodão. — eu a lembrei.

— Sim, — ela voltou. — E Tyra me disse que os dois


foram para ela ao longo do dia por uma geladeira. Fodões são
capazes e não hesitam em jogar pesado sobre uma geladeira.
Um nerd de TI não se importa com que tipo de geladeira você
compra. Um nerd de TI apenas agradece suas estrelas da
sorte que ele está ganhando regularmente. Um nerd de TI
diria: "Tudo o que você quiser, querida", se você diz a ele que
você estava fazendo o pé da frente em ouro.

Eu suspeitava que fosse verdade, mas ainda assim eu


me inclinei para trás e olhei Malik, que agora estava
encostado no bar. O que eu tomei foi um quadro de altura,
quadris estreitos, uma barriga lisa, mãos grandes, ombros
largos, pele perfeita, olhos castanhos e um sorriso brilhante,
mesmo que dirigido ao bar, enquanto ele balançava a cabeça
de forma que dizia claramente que ele pensava que sua
mulher era louca, mas todos os tipos de bonita.

Eu me inclinei para frente novamente e para Elvira


ressaltei: — É verdade, mas os nerds de TI não tendem a
parecer como Denzel Washington em Dia de Treinamento.
Denzel poderia ter sido assustador nesse filme, mas seu
assustador era todos os tipos de quente. — Elvira não
respondeu então eu observei ainda: — E seu homem não é o
Denzel assustador em Dia de Treinamento. Ele é mais o
Denzel intenso de Homem em Fogo, com um pouco de senso
de humor e um cavanhaque jogado.

Elvira virou os olhos para mim e perguntou: — Você tem


todos os filmes de Denzel memorizado?

— Não tem todo mundo? — Eu pedi de volta.

Ela olhou para seu copo, bateu-o no bar, e murmurou,


— Ponto tomado.

Rush serviu-lhe outra dose, ela jogou-a para trás, e


estendeu a mão e pegou a garrafa dele. Eu era um bebê de
motoqueiro e eu não me importava de colocar a garrafa na
boca e sugar de volta, então foi isso que eu fiz.

Eu estava colocando a garrafa no bar quando a porta se


abriu de novo, e todos os olhos, inclusive os meus, foram
para ela. Meu pulso cravou quando Natalie, seguida por
Hound, Boz, e Speck entraram.

Ela parecia assustada. Ela também estava usando uma


roupa curta, apertada de enfermeira, meias brancas, ligas
brancas, com patente de couro, plataforma de stripper, botas
até o joelho. Seus peitos estavam transbordando e seu cabelo
estava uma bagunça emaranhada de cachos contidos em
rabos de cavalo e um chapéu de enfermeira.
Elvira estava certa. Esse show inteiro tinha sido feito até
à morte, e como uma enfermeira eu me ofendi
profissionalmente.

Mas eu não consegui pensar nisso vendo, como eu senti


o frio começar a infundir no meu sistema de fora para dentro,
porque Nat, Hound, Boz, e Speck foram os únicos que
vieram.

Sem Shy.

Sem o papai.

Eu pulei para fora do banco e os olhos travados com


Boz, não confiando em mim mesma para olhar para Natalie.
Ainda não. Não até que eu soubesse que todos estavam bem.

— Onde estão Shy e papai? — eu perguntei.

Hound ordenou a Rush. — Tranque-a. Meu quarto. —


Ele tinha a mão no braço de Natalie, a empurrou para frente,
e ela tropeçou em suas botas de stripper.

Rush se moveu em direção a Natalie.

Meus olhos se voltaram para Boz. — Onde eles estão?

— Tabby. — Natalie chamou, com a voz trêmula.

Eu não movi meus olhos de Boz. — Boz? Onde estão


Shy e meu pai?
— Tabby. — Natalie chamou novamente, sua voz
quebrando no meio do meu nome e esse tiro frio através de
mim, me congelou completamente.

Eu olhei para ela.

— A coisa foi feia. — eu disse e vi lágrimas correrem de


seus olhos, rímel indo com elas. Rush tinha chegado nela e
tinha uma mão em seu braço, mas ele não teve a chance de
levá-la antes de eu me atirar na frente e ficar.

— Meu homem ou o meu pai? — eu perguntei.

— Afaste-se, Tabby, querida, precisamos levá-la


trancada então cuidar de alguns negócios. — disse Boz de
perto atrás de mim.

— Meu homem ou o meu pai? — Eu quis saber, sem me


mover um centímetro.

— Vamos levá-la a um sofá, pegar uma bebida, e nós


vamos conversar, — Boz continuou.

— O meu homem, — eu me inclinei então eu estava cara


a cara com a ex melhor amiga, então eu perdi
completamente. — ou o meu pai? — Eu acabei em um
guincho.

— Shy ficou ferido por uma bala. — ela sussurrou, e o


congelamento profundo despedaçou, implodiu no meu
interior e a dor era insuportável. Tão insuportável, que eu
tinha que fazer alguma coisa. Eu tinha que tentar deixar um
pouco ir. Eu tinha que atacar.

Então eu fiz.

Eu recuei a mão e dei um tapa com tudo que eu tinha.


Aparentemente, tudo o que eu tinha era muito desde que não
só a cabeça, mas todo o seu corpo atirou para o lado e ela
voltou a perder o equilíbrio em suas botas de stripper. Ela só
ficou em pé, porque Rush a tinha presa e a manteve assim.

Eu olhei para Boz. — Quão ruim?

— Grampeado, não é ruim. Tack o levou para Baldy


para dar uma olhada, e sutura-lo se for necessário. —
respondeu Boz.

— O que isso significa, grampeado? — Eu bati.

— Cortado, Tabby, no pescoço. — Boz respondeu e eu


senti meu pulso batendo nos pulsos, têmporas, meu pescoço.
— Foi um ricochete de um tiro de aviso. Piorou uma situação
ruim. Ainda assim, não atingiu nada importante. Vai deixar
uma cicatriz, mas ele está bem. Todo mundo está apenas
chateado porque nós compramos um novo problema.

— Nós compramos um novo problema. — eu disse e


balancei meu olhar de volta para Natalie.

Ela largou o dela para o meu ombro.

— Olhe para mim. — eu assobiei e levou algumas


batidas antes que seus olhos se levantassem para mim. —
Você me chamou hoje à noite sabendo. Sabendo que, por
mim, eles colocariam suas bundas por você lá fora. Sabendo
que isso era uma merda ruim. Sabendo que estaria em
perigo. E sem um pensamento, por mim Shy balançou a
bunda para você lá fora. Ele chamou seus irmãos e
balançaram suas bundas para você lá fora. Meu homem, meu
pai, meu irmão, minha família, todos saíram da cama para
assumir sua merda. Agora, o meu homem sangrou por você.
Agora, a minha família tem um problema, por causa... de
você.

— Tabby...

Eu balancei minha cabeça. — Não, você não tem que


falar. Eu lhe dei chance após chance de falar por meses, e
você não me atendeu em qualquer uma delas. Você me
deixou pendurada até que você caiu tão longe, que estava
enterrada e precisava de ajuda para sair fora. Eu ofereci
minha mão meses atrás, Nat, você se recusou a levá-la. Neste
momento, você está morta para mim. Morta. A única maneira
de se ressuscitar é se você chutar essa merda, de vez, Natalie,
pagar o traficante com a porra do seu próprio dinheiro e
descobrir uma maneira de fazer isso certo para a minha
família. Se fizer esse milagre, você respira por mim. Até então,
você não existe.

— Tab., você estava certa, você... — ela começou,


inclinando-se para mim suplicante, mas eu me afastei dela e
me virei para Boz.
— Leve-me para Shy. — eu exigi.

— Querida, a merda é quente e Shy quer você no


Complexo onde você está segura. — Boz respondeu.

— Leve-me... Para o meu homem! — Eu gritei, perdi. Eu


precisava de Shy, precisava ver por mim mesma que estava
tudo bem.

Boz abriu a boca, mas Hound se moveu.

— Grite, berre, arranhe, bata, morda mulher, o que quer


que você faça, não vai acontecer. Nós te entendemos, você
perdeu um homem, você está mexida. Mas, nós estamos te
dizendo, ele está bem e somos seus, Tab, você é nossa, nós
não daríamos merda a você sobre uma coisa tão importante.
Agora, Shy disse que você fica aqui. Você fica aqui. Você quer
estar longe desta puta, você vai conseguir isso. Estamos
trancando-a de modo que não pode ficar com ela e ela não
pode entrar em mais problemas. O que nós não vamos fazer é
levá-la para o nosso irmão quando ele nos disse para manter
sua merda segura. Você tenta ir, mulher, você está trancada
também. Sua escolha, ou senta sua bunda e tome uma
bebida ou encontra-se trancada no quarto do seu homem.
Faça isso. Agora. Temos merda para fazer.

Eu olhei para Hound, mas mesmo com raiva eu peguei o


olhar em seus olhos e sabia que eu poderia ter um ataque e
não ter o meu jeito. De qualquer forma, eles tinham merda
para fazer, e eu não seria senhora se eu os mantinha com
isso. Desde que eu era a senhora de Shy e meu
comportamento refletia sobre ele, eu recuei.

Mas, desde que eu era Tabby e ele era Hound, eu não fiz
graciosamente.

— Você está fora da minha lista de cartão de Natal. —


eu anunciei.

Ao que ele respondeu de imediato: — Não sabia que eu


estava nela.

Meus olhos se estreitaram. — Você não abre os cartões


de Natal?

— Tab, você quer que eu fique aqui falando sobre


cartões de Natal ou você quer eu cuidando dos negócios? —
Hound revidou.

Eu continuei olhando, então eu declarei: — Eu preciso


de uma bebida.

— Me pinte de bartender. — afirmou Elvira, pulou de


seu banquinho, visando uma olhada em Malik, que ainda
estava encostado casualmente no bar, então ela rebolou sua
bunda redonda coberta em um vestido de grife ao redor do
bar.

— Tranque-a no quarto de Hound e obtenha Joker.


Speck está aqui para ajudar. Vocês meninos bloqueiem este
lugar e patrulhem o Ride. Vocês receberão reforços em breve.
— Boz disse a Rush. Rush ergueu o queixo e levou uma
pálida, silenciosamente chorando Natalie à distância.

Ignorei a emoção da minha melhor amiga (que foi difícil)


e engatei meu traseiro em cima de um banquinho de bar.

Malik deslizou perto, enquanto Elvira derramou café.

— Trabalhe diretamente com medo, querida, — Malik


disse, e eu olhei para ele. — Vi isso uma e outra vez.

— Não tenho certeza, neste momento, se eu me importo.


— eu respondi.

— Neste momento, não. Eu vejo isso. — Ele se inclinou


mais perto. — Entenda esse ponto, porém, menina. Seu
homem pode ter derramado sangue, mas ele está respirando.
Você precisa encontrar o perdão, porque você se preocupa
com ela. Para tirá-la de uma roupa de enfermeira de filme
pornô e em um caminho saudável, ela vai precisar de toda a
ajuda que possa obter.

— Não quero ser uma puta ou qualquer coisa, mas o


que você é, um conselheiro de drogas? — Perguntei.

— Não, eu sou um policial. — ele respondeu.

Bem, isso explicava.

Olhei para Elvira. — Você está vendo um policial?


Elvira, terminada com o café, agora estava despejando
doses de tequila. Ela olhou para Malik, em seguida, olhou
para mim. — Eu estava.

Virei-me para Malik para vê-lo sorrindo para Elvira


como se ele achasse que ela era adorável.

Voltei-me para Elvira para vê-la sugando de volta uma


dose de tequila. Ela, então, seguiu isso com um gole de café.

Só depois ela respondeu: — Para obter um fodão eu


tinha uma escolha. Motoqueiros, mercenários, militar ou
policial. Minhas roupas não dizem traseira de uma moto.
mercenários gritam "confusão" e, confie em mim, eu sei disso
por experiência própria. Eu não quero passar os meus dias
aprendendo as diferentes formas para limpar sangue de
calças cargo. E os militares são implantados e eu tenho
certeza que não tiram o lixo por meses e preocupa-me
doentiamente, enquanto ele está em algum lugar levando tiro,
mesmo que seja para manter meu povo seguro. Então, eu
fiquei presa com um policial. Ele leva um tiro e mantém as
pessoas seguras, mas pelo menos ele está em casa para tirar
o lixo.

— Eu não tenho certeza de que você fez isso ruim,


Elvira. Basta dizer, café da manhã na cama? — Eu apontei e
as sobrancelhas voaram.

— Garota, não me diga. Ou eu vou lembrar você, que


você segurou um rancor por três dias sobre gelo picado. Você
testemunhou suas transgressões. Para isso, eu seguro pelo
menos uma semana e você sabe disso.

Ela não estava errada. Ele gritou com ela na frente de


uma plateia. Shy iria comprar um freezer por isso,
definitivamente.

Para comunicar isso, eu bebi café.

— Você vai para uma semana, bebê, e teremos


problemas. — disse Malik baixo.

Elvira revirou os olhos para mim, mas não respondeu.

— Você fala com sua amiga há algum tempo como se eu


não estivesse bem aqui, nós também temos problemas. —
Malik continuou.

Elvira transferiu seu rolo de olho para ele.

— Você revira os olhos mais uma vez, e você perde


minha boca. — alertou.

Elvira olhou para ele.

O que ela não fez, eu vou notar, foi revirar os olhos ou


falar sobre Malik como se ele não estivesse lá.

Eu continuei tomando café.

Eu assisti Rush e Joker percorrendo o Complexo dando


a Malik olhares quando ele dava uma afirmativa, não verbal,
homem macho, elevando o queixo eu tenho isso. Eu não sabia
o que ele tinha, mas eu estava adivinhando o que ele tinha
era a sua mulher em um Complexo de motociclistas, por isso,
mesmo como policial ele ia fazer a sua parte para garantir
que o Complexo estivesse seguro.

Então, eu vi meu irmão e o seu irmão saírem pela porta


da frente. Então, eu esperei pacientemente o meu homem
chegar até mim.

Como qualquer motoqueiro bebê desde o nascimento


faria.

— Baby, eu estou bem.

— Deixe-me olhar para ele.

— Tabby, docinho, eu estou bem.

Inclinei-me para longe de Shy e plantei as mãos nos


quadris, olhando para ele. — E eu sou uma enfermeira, Shy
Cage. Eu também sou sua mulher. E eu vou olhar para isso.

— Está tudo bem. — respondeu Shy. — Baldy sabe o


que está fazendo.

Dr. Baldwin, um homem que eu tinha conhecido há


anos, sabia o que ele estava fazendo, mas ele faz isso por
dinheiro e isso não sai barato. Isso significava que, embora
ele fosse dono de uma Harley, precisando de um corte de
cabelo, tinha tatuagens, e parecia um brutamonte, ele
também tinha uma clínica muito bem equipada, cuja porta
dos fundos via mais ação do que à da frente.
Independentemente do conhecimento, Baldy sabia o que
estava fazendo, eu levei Shy com um olhar profissional.

Ele retornou cerca de dez minutos antes, que era cerca


de dez minutos depois que Malik fez um milagre, e teve Elvira
perdendo a atitude, e pelo tempo que Shy, o pai, e o resto dos
rapazes entraram todos seriamente chateados, Elvira estava
de pé entre suas pernas abertas enquanto ele sentava no
banquinho e eles estavam se acarinhando no banquinho do
bar.

Era bonito.

Agora, Shy e eu estávamos em seu quarto no Complexo.


Parecia que ele disse que estava com exceção de um pequeno
curativo branco no pescoço e descoloração em sua camiseta
preta sob o curativo com, eu sabia, sangue seco. Sua cor
estava boa. Ele não parecia letárgico, e ele tinha pontos com
apenas um anestésico local.

Ainda assim, eu queria ver.

— Querido, sente-se na cama e deixe-me ver. — eu pedi


baixinho.

Ele segurou meus olhos por algumas batidas antes de


suspirar e sentar-se na cama.

Cheguei perto, tirei suavemente a fita e olhei.


Os meninos não disseram nenhuma mentira. Foi apenas
um corte que levou apenas alguns pontos. Meu homem
estava bem.

Graças a Deus.

Cuidadosamente, eu pressionei a fita para trás e sentei


na cama ao lado de Shy.

— Feliz? — ele me perguntou.

— Que minha melhor amiga é uma idiota que levou o


meu homem para uma situação que incluía uma troca de
tiros e comprando problemas ao Clube? — Eu pedi de volta.
— Não.

Shy mudou, me reunindo em seus braços e me puxando


para a cama.

Quando ele tinha-nos arranjado, ele de costas, eu


principalmente em cima dele, ele deslizou a mão no meu
cabelo e me informou: — Por mais que eu não quero deixar
nada deslizar com essa cadela, o Clube tem tido problemas
com Benito por um tempo. Temos território Chaos em torno
do Ride que é livre de droga e prostitutas. Esta mensagem é
clara para todo mundo, mas ultimamente Benito esteve
invadindo. — Ele segurou meus olhos, respirou fundo e disse:
— Disse a ele, que eu não estarei feliz, mas é por isso que
Rush estava indeciso sobre o Clube.

— Eu não entendo. — eu disse a ele.


Ele me rolou para minhas costas, pressionando-me,
pairando perto. — Certo, Tab, as pessoas que mantêm o
território do Chaos limpo são Chaos.

— Ok. — eu disse.

Shy me estudou, então, explicou: — Os irmãos, baby.


Não a polícia.

Pisquei então muito pouco sono, muita tequila


misturada com muito café varrido e ele me bateu.

— Você está dizendo que vocês são vigilantes? — Eu


respirei.

Shy assentiu. — O nosso território, nossa regra, a nossa


lei, tudo em nossas mãos. No raio de cinco milhas ao redor da
loja e garagem. Todas as lojas. Todo o território do Chaos.

Oh merda. Eu não sabia disso.

Quer dizer, eu não era estúpida, e eu ouvi minha mãe e


meu pai lutando o tempo todo brigando, então não era como
se eu não soubesse que o Clube tinha um histórico
complicado. Além disso, era um moto Clube. Esse direito não
dizia muito. O pai tinha planos desde o início para obter o
Clube limpo. Eu tinha sido quase sempre protegida contra o
que levou a obter o Chaos limpo, mas o material era extremo,
quando ele andou fazendo isso então não era como se
estivesse perdido em mim.

Mas papai fez isso. Ele teve o Clube limpo.


— Shy...

Sua mão em concha ao lado da minha cabeça e seu


rosto ficou mais perto. — Baby, deixe estar.

— Eu não tenho certeza...

Sua mão apertou suavemente na minha cabeça. — Não


sendo um idiota, você sabe disso, mas ainda tenho que dizer.
Doçura, você não chega a ser nada. Este é um negócio do
Clube. Só sei que seu pai não é bobo. Ele tem seguido em
frente. Mas Rush é filho de seu pai. Ele não viveu o pesadelo
que seu pai viveu com a história do passado do Clube, mas
isso não significa que ele não tem uma missão. Tack puxou o
Clube através de alguma coisa séria, mas ele ainda é Chaos e
é acostumado para fazer o seu caminho, tomando o cuidado
dos negócios do Clube, olhando depois o que é nosso. Rush
acha que o trabalho de Tack não está feito. Ele quer proteger
o que é nosso e ter nossas mãos limpas de toda a sujeira que
temos que esfregar pra manter nosso território limpo. Rush
acha que é trabalho do Departamento de Polícia de Denver e
nosso trabalho é cuidar do nosso próprio, nem tudo dentro de
um raio de cinco milhas. Meu palpite é que ele falou com seu
pai sobre isso, Tack sabe que essa merda pode invadir, se
você não mantiver um perímetro de segurança, e não vermos
olho a olho. Meu outro palpite é que, em vez de mantendo
sua distância e fazendo a sua declaração fora do Clube, ele
decidiu pegar sua chance de fazer a mudança para se juntar
a nós.
Isso não soa bem.

Como, em tudo.

— Você quer dizer, derrubar o papai? — Eu perguntei


minha voz trêmula.

— Eu não sei o que significa. — Shy respondeu. — Eu


sei que o seu irmão não é bobo também. Eu posso dizer pelo
jeito que ele está tomando sua merda, como um recruta, que
o Clube significa alguma coisa para ele e, tenho que dizer
Tab, que chocou a merda fora de mim. Se eu tivesse isso
como meu legado, e eu completasse dezoito anos, eu estaria
trabalhando na direção da minha parte. Ele pulou a bordo
quando tinha vinte e cinco anos. Mas, não há negação ele
está todo dentro. Dog e Brick estão em Grand Junction, Hop
e eu temos ouvido de Tack e ele compartilha. Que é algo que
você não faz. Na medida em que você está preocupada, você
não sabe disso. Você tem que vê-lo jogar fora, assim como
todo mundo. Você não intervém. Você não tem palavras com
qualquer um deles. Eles são seu pai e irmão, mas a linha de
fundo é negócio do Clube, Tabby, e você sabe o que isso
significa.

Eu sabia.

Eu também sabia que não muito tempo depois que o


negócio desceu com Lee Nightingale e os meninos tinham a
costas de Shy, Shy se aproximou do pai para perguntar se a
sua oferta para ser tenente ainda estava aberta. Papai
compartilhou que ele estava segurando a posição para Shy
até que ele estivesse pronto para isso, ninguém foi
considerado ainda. Isso quis dizer que Shy estava no
santuário, uma posição elevada dentro do Clube e, na sua
idade, isso era enorme.

Portanto, como a sua mulher e com a sua posição no


Clube, eu tinha que ficar ao seu lado.

Isso significava não entrar na sua frente sobre o negócio


do Clube.

Então, eu simplesmente declarei: — Shy, eu não tenho


um bom pressentimento sobre isso.

— Você não tem porque você é uma filha e uma irmã. O


que você não é, é um filho ou um irmão Chãos. Eles podem
não olhar olho no olho, mas o seu irmão ama o seu pai, ele
respeita-o e, quando ele ganhar o seu cut, vai adicionar uma
relação diferente. Tudo o que não se dão bem o tempo todo.
Não há atrito, diferenças de opinião, política, até mesmo
confrontos. Mas, haverá sempre a fraternidade e todos nós
sabemos disso. Isso nunca vai morrer.

Bem, pelo menos havia isso.

Eu voltei atrás, meus olhos se movendo ao seu curativo


depois de volta para seu rosto.

— Quão grande é o problema com o cara do pornô? —


Eu perguntei em voz baixa, e eu tive o que eu esperava.

— Isso não é algo para você se preocupar.


Isso era algo que, como a mulher dele e ele o meu
homem com um curativo no pescoço, eu tinha que entrar em
sua frente sobre.

— Errado, Shy. — eu sussurrei.

Ele mergulhou seu rosto perto. — Sua amiga cadela é


uma bagunça. Ela bateu no fundo, mas, as coisas que ela
curte, não significam nada. Ela pode estar abalada e tentar
arrumar a merda, mas ela não pode. Não é legal ela chamar
você, arrastar você e, por causa de você, pôr o Chaos em sua
bagunça, mas isso ia acontecer só veio mais cedo. Você foi
arrastada, agora você sabe. Mas, isso é tudo que você sabe e
você não se preocupe.

— Isso é impossível. — eu o informei.

— Se você acha que este Clube não resistiu a


tempestades piores do que esse cara, você está errada.

Esta não foi uma informação bem-vinda.

— Shy, você foi baleado e está tudo bem, mas...

Sua cabeça se moveu, sua boca tocou a minha e quando


ele levantou a cabeça, seu polegar deslizou em meus lábios.
— Tab, baby, após o que você perdeu você acha que por um
segundo eu faria qualquer coisa, seu pai faria qualquer coisa,
para fazer você me perder?

Isso me fez sentir um pouco melhor, porque eu não


achava isso, nem por um segundo, mas isso não significa que
eu não repita, mesmo com o polegar ainda em meus lábios, —
Shy, querido, você foi baleado.

— Um corte. — esclareceu.

— Mas...

— Eu não vou deixar você.

— Mas, Shy...

Seu polegar pressionou contra meus lábios levemente.

— Tabitha, eu não vou te deixar.

Eu segurei o meu silêncio e seus olhos.

Então, eu levantei a mão, enrolei ao redor de seu pulso,


tirei a mão e sussurrei: — É melhor não.

Ele sorriu e sussurrou: — Você está presa comigo.

Deus, eu esperava que sim.

Eu tomei uma respiração instável.

Então eu lhe disse: — Desculpe a minha ex melhor


amiga ter-lhe cortado por uma bala.

Seu sorriso se transformou em um sorriso maior. —


Merda acontece.

Era uma espécie de trabalho forçado, mas eu sorri de


volta.
Ele puxou contra o meu aperto para que sua mão
pudesse voltar seu polegar deslizando ao longo de meus
lábios enquanto seus olhos observavam. Seu sorriso
desapareceu quando seu olhar encontrou o meu novamente.

— Sempre e para sempre, baby, você está presa a mim.

Eu desenhei uma respiração profunda que


milagrosamente foi me acalmando e eu assenti.

Shy me estudou, em seguida, baixou a cabeça, roçou


seus lábios contra os meus, e depois rolou para suas costas,
me levando com ele, me colocando ao seu lado.

— Apague doçura, — ele murmurou. — Fique comigo.

— Ok. — eu murmurei para trás, encostando-me mais,


sabendo que, depois de tanta cafeína como eu consumi, tudo
o que tinha acontecido e tudo o que eu aprendi, eu não iria
dormir uma piscadela.

Eu estava certa. Senti Shy relaxar debaixo de mim, a


respiração dele, mesmo saindo, o braço em volta da minha
cintura indo pesado.

Olhei para a sua camisa, os pingentes descansando em


sua garganta, minha mente saltando de pensamento em
pensamento, e nenhum deles feliz.

Em seguida, saltou e caiu adiante, você está presa a


mim.

Meus lábios se curvaram em um sorriso.


Então eu relaxei no meu cara, minha respiração
igualada, o meu peso contra ele indo pesado, pressionada
profundo no seu lado, em volta dele, no sono provando algo
que estava faltando em seu sono, mas que estava tudo bem
desde que ele já sabia.

Ele estava preso comigo também.


Capítulo 21
Apostando Tudo

Shy sentiu a vibração, ele abriu os olhos e sentiu o peso


de Tabby pressionado contra ele.

Cuidadosamente, ele curvou-se, beijou o topo de seu


cabelo, então deslizou debaixo de seu corpo adormecido.
Encontrando seus pés ao lado da cama, ele viu sua menina
se ajustar, enrolar em seu travesseiro, nunca perdendo o
sono.

Ele queria puxar seu cabelo longe de seu rosto para que
ele pudesse vê-la, sentir a suavidade correr por entre os
dedos, mas ele não queria arriscar acordá-la. Então, ele a
deixou em sua cama e saiu do quarto.

Quando ele atingiu a sala comum, ele viu que a maioria


de seus irmãos estava reunidos em torno do bar. Hop estava
sentado em um banquinho, Tack em pé perto dele.

Shy se aproximou e quando ele chegou perto Tack


perguntou: — Ela está bem?

— Dormindo. — Shy respondeu.

— Ela está indo bem. — Tack murmurou.


— Ela vai ficar fora por algum tempo, mas eu ainda
quero ter essa merda acabada e voltar para ela antes que ela
acorde. — Shy continuou.

Tack ergueu o queixo, Hop deslizou para fora do banco,


e eles se moveram para suas motos, Tack em seu telefone.

Eles esperaram até Tack terminar suas chamadas antes


de ligarem as motos e rugirem, Tack na liderança, Hop e Shy
andando lado a lado atrás dele.

Tack e seus tenentes chegaram ao ponto de encontro


primeiro. Eles estavam fora de suas motos e esperaram
quando o primeiro veículo parou.

Um carro da polícia sem identificação levando Mitch


Lawson e Brock Lucas, ambos detetives do DPD3. Ambos
próximos a Tack devido à complicada história, essa história
complicada, que tinha a ver com as mulheres e, no caso de
Lawson, crianças.

Shy observou os homens saírem do carro e abordarem e


não foi perdido em Shy que os homens, mesmo entre
sombras, avaliavam o curativo em seu pescoço.

Lawson olhou para Tack. — O negócio é, ontem à noite,


você comprou um problema.

3
Domestic Protection Division. (Divisão de Proteção Domestica)
— A melhor amiga da minha filha tem um vicio.
Nenhum fornecedor é bom com esse vicio, mas ela ainda
conseguiu pegar o pior. — Tack confirmou.

Lucas inclinou a cabeça para Shy. — Ela aprendeu uma


lição?

— Vamos ver. — Tack murmurou quando um Camaro


cinza fez a sua abordagem e todos os olhos se voltaram para
assistir Hawk Delgado estacionar e dobrar para fora de seu
veículo. Seu braço direito, Jorge, dobrou-se fora do lado do
passageiro.

Ao contrário de Lawson e Lucas, quando ele se mudou


para eles, o rosto de Delgado não estava avaliando. Ele estava
chateado.

Quando ele parou no grupo, com os olhos trancados em


Tack, ele declarou: — Após o encontro, temos que conversar.

— Não sou um grande fã de dano colateral. — Tack


voltou sua maneira de dizer que não haveria conversas após o
encontro. Ele fez o que fez e Hawk tinha de lidar.

— Você precisou dessa menina, você viu Elvira lá, você


sabia que estávamos trabalhando em um caso, tudo o que
tinha que fazer era me chamar. — Hawk atirou de volta.

— Não brinca, — Tack bateu fora. — Você está


trabalhando em um caso, é sobre o caso, e seu trabalho não
era sobre aquela garota. Cinquenta por cento de chance de
você deixar aquela garota nadar e seu tempo tinha acabado.
Ela significa alguma coisa para minha filha. Eu tive que me
mover e eu não tinha a opção de tomar todo o tempo limitado
que eu tinha para negociar com você.

Shy viu a boca de Hawk ficar apertada que significava


que ele concedeu o ponto.

— Certo, — Lucas cortou mudando de assunto antes


que o clima se deteriorasse ainda mais. — Não é um segredo
que Chaos vem tendo problemas com Benito por um tempo.
Também não é um segredo que o DPD sempre teve problemas
com ele, pois ele é um pedaço de merda babaca. O que era
um segredo até a noite passada é que Delgado tinha alguma
coisa trabalhando com isso e foi descoberto. Agora Benito vai
estar mais determinado a conquistar o território do Chaos, e
Hawk está lá fora, vendo, como eles provavelmente já
traçaram Elvira para sua operação. — Lucas treinou seus
tons em Delgado. — Para não mencionar, Malik está muito
puto porque Elvira estava pronta antes de você fazer o que
seja que você está sendo pago para fazer, você não discutiu
seu envolvimento com ele, e ela está agora seriamente
vulnerável.

— Ela ganhou proteção e parte disso é porque está


dormindo com um policial — Delgado voltou. — O resto é
comigo.

Isso foi formidável. Todos sabiam disso.

Mas, assim estava Benito. Todos sabiam disso também.


— Agora sabemos a configuração do lugar, — Lawson
ressaltou. — Sabemos também que chegou o momento de pôr
fim à operação de Benito.

— Esse tempo veio cerca de dois anos atrás. — Hop


jogou para fora.

— Não vou discutir isso. — afirmou Lucas. — Mas, isso


não aconteceu e eu acho que não escapou a ninguém que
essa merda foi levada em fogo brando. Agora a situação é
todos os tipos de quente.

— Extremo. — Tack concordou, em seguida, declarou:


— Guerra.

— Chaos e Delgado. — Shy acrescentou, olhando para


Hawk. — Eu acho que, cara, Benito está mais chateado com
você, e ele é uma doninha. Tenha um plano para isso.

— Eu sempre tenho. — Delgado respondeu.

— Então, tem um plano para tudo. — Shy continuou. —


Doninhas são filhos da puta lisos que podem ir para baixo da
terra. Ele pode não vir por trás. Ele pode cavar por baixo.

— Não está me dizendo algo que eu não sei. — disse


Delgado.

— O que ele está te dizendo que você não sabe, é que


agora este é um esforço de equipe — Tack anunciou. — É por
isso que convocamos esta reunião. Você é um alvo. Elvira é
um alvo. O Chaos é um alvo. Benito é um homem de vale-
tudo, de modo que agora são todos os olhos, todos os
ouvidos, todas as mãos, todo o poder de fogo... — Tack olhou
para Lucas e Lawson e acabou, — ... apostando tudo.

Shy olhou através dos homens e não ficou surpreso


quando ninguém disse nada.

Acordo tácito.

Lucas e Lawson podem ser policiais, mas seu vínculo


com Tack era tal que não era apenas sobre derrubar o
produtor pornô traficante de drogas. Com o Chaos na mira de
Benito, era mais.

Delgado e Tack estavam sempre batendo de frente, mas


Tack levou a mulher de Delgado de volta durante uma
situação intensa, o que significava que ele também tinha
Delgado. Em troca, Delgado pegou as costas de Tack quando
as coisas ficaram extremas com Cherry. Essas merdas não
desceram sem vínculos formando. Conflitos que nos unem.

Assim, sem mais palavras, a reunião terminou. Jorge e


Delgado moveram-se para o Camaro, Lucas e Lawson se
inclinaram no carro da polícia sem identificação.

Os três irmãos os assistiram sair, e quando eles o


perderam de vista, eles se mudaram do amontoado.

— Rush não vai ficar feliz com essa merda. — observou


Hop e Tack suspirou.
— Já não está. Tivemos conversando, — Tack lhes disse.
— Ele acha que devo deixar Lucas e Lawson e recuar. Eu
disse a ele que não vai acontecer. Ele sabe que isso vai ficar
confuso. E diz que isso prova o seu ponto.

— Ele está errado. — comentou Shy e Tack olhou para


ele, acenando com a cabeça uma vez.

— Ele está. — Tack murmurou então: — Ele vai ver. —


Ele ergueu a mão, enrolando ao redor da parte de trás do seu
pescoço, olhou para a distância e terminou: — Nós todos
vamos ver.

Eles fariam. Essa mensagem ficou clara na noite


passada.

Pegar Natalie, e declarar guerra.

Eles levaram Natalie.

Eles tinham guerra.

Agora era só decidir quem iria atacar primeiro.

— Preciso voltar pra Tab. — Shy murmurou, Tack


baixou a mão e olhou para Shy.

— Certo. — ele respondeu, em seguida, Shy o assistiu


tomar outro fôlego antes de declarar: — Ela é minha, mas
entendo que ela é sua, de uma forma que eu não tenho mais.
Respeito, mas estou pedindo a você pra carregar o fardo e a
deixar respirar mais fácil.
— Ela é sua, Tack, o que significa que ela não é burra.
Essa cadela ligou direto pra ela. — Shy ergueu a mão para
indicar o curativo em seu pescoço. — A noite passada não foi
despercebida para ela. Ela sabe que nós compramos
problemas

— Eu entendo isso, irmão. Eu não estou dizendo isso.


Eu estou dizendo pra você, suportar o fardo e a deixar
respirar fácil. Você está me entendo?

Shy sustentou o olhar dele e assentiu.

Tack atraiu outro fôlego, desta vez ele não escondeu


que, quando ele soltou, ele ficou aliviado.

— Lanie. — Hop murmurou, trazendo o assunto de volta


a mão que precisavam voltar para suas mulheres.

Tack virou-se e acenou para Hop.

— Certo. — ele repetiu. — Mais tarde, irmãos. Tenham


em mente, que é cedo, ele não vai logo em cima disso, mas
cuidem de suas costas.

Shy assentiu. Hop fez também.

Eles balançaram em suas motos e rugiram fora para


chegar a suas mulheres.
Tack
Tack Allen viu seus irmãos irem.

Ele não se moveu enquanto ele olhava. Ele não se


moveu por longos minutos depois de terem desaparecido.

Ele ficou lá sabendo.

Tyra, Tabby, Lanie, Sheila, toda a família.

Benito Valenzuela estava incondicionalmente rachado.


Oco. Vazio. Nenhuma emoção. Sem lealdade. Sem nada.

Vazio de tudo, exceto a ganância.

Um homem que não sentia nada, senão ganância, ele


lhe dava apenas uma opção para alavancar. Mas, ele tinha
muitas.

— Foda-se. — Tack sussurrou, fechou os olhos, sentiu o


oco pesar no estômago e abriu os olhos.

Isso não acabou.

Isso nunca fodidamente acabava.

— Foda-se. — repetiu ele, moveu-se para a sua moto,


passou a perna por cima e rugiu fora para chegar à sua
mulher.
Shy
Shy abriu a porta de seu quarto no Complexo,
atravessou e parou com o que viu.

Tabby estava sentada de pernas cruzadas em sua cama


vestindo sua camiseta. Sua cabeça estava abaixada e ela
estava olhando para o telefone dela, o perfil dela era uma
máscara de incredulidade.

Ele fechou a porta atrás dele, chamando. — Tabby?

Lentamente, sua cabeça virou em sua direção, a


descrença em seu rosto limpo, seus belos olhos azuis
começaram a brilhar, assim como os lábios perfeitos rosados
começaram se enrolar.

Em seguida, seu corpo começou a tremer.

Foi quando ele ouviu os risos.

Shy congelou com a visão.

Lá estava ela, sua menina, depois de uma noite como a


noite passada, sentada na cama, no seu quarto... rindo.

Oh yeah.

Essa era a sua menina.


Neste pensamento, através de seu riso, ela forçou para
fora, — Shy, querido, eu acabei de desligar o telefone com Ty-
Ty... — Ela parou balançando a cabeça, rindo um pouco
mais, mas antes que ele pudesse pedir, ela continuou: — Ela
só me deu as últimas novidades de Lanie e Hop e, querido,
você... não vai... acreditar.

Ela, então, disse-lhe que ele não iria acreditar e,


dizendo, provou que ela não conhecia Hop muito bem.

Porque Shy acreditava.

Em cada palavra.
Epílogo
Começa agora

Duas Semanas Depois...


Eu balancei fora da moto de Shy, os meus olhos
pegaram uma visão.

Denver estava iluminada, se alastrando da esquerda


para a direita, mas, nada além da escuridão.

Tudo isso era bonito.

Mudei-me para a beira da estrada da montanha, meu


rosto ardendo por causa do frio que chicoteou quando eu
montei com Shy, onde eu pertencia.

Na parte de trás da moto do meu homem.

Eu o senti passar por trás de mim. Ele passou os braços


em volta do meu peito, então eu senti seus lábios contra a
parte superior do meu cabelo.

— O que está na mente da minha menina? — ele


perguntou em voz baixa.

Ele então me conhecia.

— Natalie. — eu respondi, levantando minhas mãos e


enrolando meus dedos em torno de seus braços.
Minha amiga tinha caído fora do vagão, não que ela
nunca realmente tivesse o pegado.

Não demorou muito.

Isso também quebrou meu coração.

Depois disso, eu quebrei os laços. Isso me matou, mas


eu não poderia salvá-la, então eu tinha que salvar a minha
paz de espírito. O problema com isso era que não estava
funcionando.

Senti seus lábios deixando meu cabelo, mas sua


mandíbula os substituiu.

Olhamos a vista em silêncio.

Eu quebrei o nosso silêncio.

— Você deu a ela uma chance, ela estragou tudo. Saiu e


teve uma recaída. Você abriu o jogo com ela e agora, eu não
sei — Minhas mãos agarraram apertadas em seus braços.

— Shy, eu não sei quanto crédito eu tenho com ela, eu


estou preocupada.

Senti-o soltar um suspiro, seu peito se expandindo,


pressionando nas minhas costas.

— Você sabe o que eu sei? — ele perguntou.

— O que você sabe? — Eu pedi de volta.


— Eu sei que você pode gastar sua energia e espaço na
sua cabeça se preocupando, com uma cadela que estava a
um minuto de ser comida e quando sai e faz seu ponto, não
vale a pena.

Fechei os olhos.

Ele estava tão certo.

— Quer saber o que mais eu sei. — ele perguntou.

Abri meus olhos.

— O que você sabe? — Eu pedi de volta.

— Nenhuma quantidade de sua energia ou preocupação


vai mudá-la. Ela está perdida, Tabby, de certa forma é um
milagre se um dia ela se encontrar. Antes se usar, abra o
jogo. Não basta dizer a ela, para mim, a si mesmo. Faça isso.

Engoli em seco.

Shy estava certo novamente.

Portanto eu assenti.

Seus braços se apertaram e ele apertou os lábios na


parte superior do meu cabelo.

— Quer saber o que mais eu sei? — ele perguntou.

— O que você sabe, querido?

— Minha menina vai se casar comigo.


Eu pisquei.

Seus braços se soltaram da minha mão e ele me virou.


Quando eu estava cara a cara com ele, ele enfiou a mão no
bolso. Quando a mão dele saiu, ele agarrou a minha e
deslizou um belo diamante no meu dedo anelar esquerdo.

Eu encarei.

Era impressionante, lindo. Não muito grande que iria


me fazer pegar nas coisas e me preocupar. Não muito
pequeno que ele não dizia o que precisava dizer.

E o que dizia era o que os brincos de safira por direito


estão em minhas orelhas disse:

Eu era amada por um motoqueiro fodão.

Eu segurei minha mão na frente do meu rosto, os dedos


estendidos, a mão de Shy em volta da minha, polegar à base
do anel, e eu olhei através da escuridão em sua beleza.

— Você não poderia ter ido, mas escolher era tão


importante, por isso levei Cherry. — ele me disse e meus
olhos assustados se mudaram para seu rosto.

Lá estava de novo.

Eu era amada.

— Ela disse que seria do seu gosto, então é o que você


tem. — completou.
— É, — eu disse baixinho. — É exatamente do meu
gosto.

Ele sorriu para mim. — E isso é o que você tem.

Eu olhei para ele e depois diretamente para fora da


minha boca foi: — Eu queria você desde que eu tinha
dezesseis anos, Shy Cage.

A mão de Shy mudou-se para deslizar para cima do meu


pescoço e parou, colocando em meu queixo.

— Então, eu sou lento na absorção, embora querer isso


seria ilegal. Mas, eu te queria desde que você tinha dezenove
anos e você prendeu a sua língua na minha boca, — ele
voltou, então murmurou, — E pensei nisso, mesmo antes.

— Eu não quis enfiar minha língua em sua boca. Toquei


a ponta da sua para mostrar-lhe o que estava perdendo. — eu
corrigi, e seu sorriso ficou maior.

— Bom trabalho, doçura. O gosto foi tão doce, que anos


se passaram e eu não podia tira-lo da minha boca.

De repente, as lágrimas encheram meus olhos.

— Vamos nos casar. — eu sussurrei.

— Sim. — ele respondeu, ainda sorrindo.

— Vamos nos casar. — eu repeti.


— Sim, querida, e eu gosto disso que você gosta da
maneira que essas palavras têm um gosto em sua boca, mas
eu gostaria mais se você calasse a boca e me beijasse.

Eu não o beijei. Eu disse: — Vamos nos casar.

Shy ficou quieto, então ele soltou a minha mão para que
ele pudesse segurar meu queixo enquanto ele mergulhou seu
rosto perto. — Sim, Tabby, querida. Nós vamos nos casar.

Minha cabeça caiu para frente, batendo com a testa. Eu


curvei meus dedos ao redor de seus pulsos e segurei firme.

— Vou usar os diamantes de sua mãe no casamento. —


eu disse a ele.

— Bom, eu quero ela e meu pai lá conosco. — ele me


disse.

Uma lágrima escorreu pelo meu rosto. O polegar de Shy


mudou e a pegou secando.

Eu não disse nada, mas eu senti tudo.

— Tabby, eu te amo, querida, mas você está meio que


me deixando louco. — Shy admitiu.

— Eu não sei o que fazer. — eu confessei.

— Sobre o quê?

— Estar tão feliz.


Seus dedos flexionaram em minha boca quando ele
pressionou sua testa na minha.

Então, ele disse sua voz áspera. — Comece agora.

— Perdão? — eu perguntei.

— Comece agora. — repetiu ele.

— Shy...

— Comece agora, Tabitha. Comece a se acostumar.

Olhei em seus olhos, enquanto outra lágrima deslizou


para fora dos meus.

— Eu tive um sonho. — eu sussurrei.

Sua voz era rouca quando ele ordenou: — Cale a boca e


me beija.

Eu não calei a boca. Outra lágrima deslizou para fora


dos meus olhos e minha voz estava rouca quando eu repeti:
— Eu tive um sonho, Shy Cage.

Ele mudou de posição para que seus lábios estivessem


contra os meus e sua voz era agora crua quando ele ordenou:
— Cale-se, baby, e me beije.

— Eu tive um sonho, quando eu tinha dezesseis anos e


aqui estou eu, de pé, com o meu sonho, vendo-o virar
realidade.

— Porra. — ele murmurou.


Então, eu sabia que ele tinha perdido a paciência,
porque Shy inclinou a cabeça e me beijou.

Sim.

Eu sonhei um sonho, e lá estava eu, um anel no meu


dedo, a boca do meu homem na minha, de pé com o meu
sonho, parecendo real.

Eu estava certa sobre o que eu estava sentindo.

Eu estava sentindo tudo.

E era lindo.
Seis meses depois...
Em frente ao altar na nossa igreja, eu estava ao lado de
Shy enquanto segurava um buquê de rosas marfim com
hortênsias brancas na base, as hastes envoltas em fita de
cetim marfim, meu cabelo em uma série de ondas elegantes e
reviravoltas, porque, por alguma razão, Shy quis assim.

Eu estava usando um vestido marfim, também


sofisticado (para combinar com o meu cabelo), a liga que Ty-
Ty usou em seu casamento com meu pai em volta da minha
coxa, os brincos de diamante da mãe de Shy nas minhas
orelhas.

Neste arranjo, eu estava me casando com Shy.

Tyra era minha dama de honra.

Landon era o padrinho de Shy.

Pai, é claro, me levou ao altar.

Nós não nos incomodamos com daminha, uma vez que


Rider e Cutter, ambos levaram os anéis.

Sendo uma velha senhora agora com um pouco de


experiência, eu consegui me segurar e não chorar quando eu
disse — Eu aceito.

Eu me perdi quando Shy disse isso, mas eu percebi que


estava tudo bem desde que eu podia ouvir Tyra chorando
junto comigo.
A melhor parte da cerimônia foi depois que Shy beijou
sua noiva, e quando terminamos, ele não me soltou. Então,
eu fiquei em seus braços, o meu polegar acariciando sua
mandíbula, meus olhos nos dele. O mundo tinha derretido,
então eu não ouvi as vaias e gritos dos amigos e familiares.

Eu só ouvi o que ele murmurou em uma voz que era


estranhamente crua, mas incrivelmente linda:

— É como se eu fosse o único homem no planeta.

Naquele minuto, ele era, mas, novamente, para mim,


realmente quando me toquei, ele sempre tinha sido.

Embora, eu não entendesse porque ele disse aquelas


palavras e ainda mais tarde, quando perguntei, ele não
respondeu. Ele apenas sorriu para mim.

Eu percebi que eu deveria deixá-lo ter seu segredo. Não


importa de qualquer maneira, porque as palavras que ele
falou eram verdade.

Após a cerimônia, tivemos uma grande festa. O baile para


acabar com todos os bailes.

E a melhor parte disso foi que depois que tivemos nossa


primeira dança como marido e mulher com a música brega
que eu escolhi, Shy novamente não me soltou.

Segundos depois, "Heartbeats" de Jose Gonzalez começou


a tocar.

Uma música muito não-brega que Shy tinha escolhido.


Não era exatamente uma música que você pudesse
dançar, por isso, não dançamos. Nós apenas olhamos nos
olhos um do outro, abraçados perto, e balançamos enquanto
eu deixava as palavras do belo poema que Shy escolheu para
nós, para nos absorver lavar.

Foi o melhor dia da minha vida, e muito disso tinha a ver


com o olhar nos olhos do meu marido e vendo claramente,
era o melhor dia da sua vida também.

O único homem no planeta.

O único homem para mim.·.

E a vida foi muito, muito boa.

Um paraíso.

Continua em ...

Fire Inside

O próximo livro do Chaos...

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