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ÍNDICE DOS CAPÍTULOS

CAPÍTULOS PÁGINA
CAPÍTULO 01 - PISTOLA 9 M973 "FI" 02
CAPÍTULO 02 - PISTOLAS 9 M975 “Beretta” e PT-92 Taurus 17
CAPÍTULO 03 - FUZIL AUTOMÁTICO LEVE M964 - FAL 35
CAPÍTULO 04 - METRALHADORA 7,62 M 919 A4 65
CAPÍTULO 05 - METRALHADORA M9 M972 BERETTA 80
CAPÍTULO 06 - METRALHADORA 7,62 M971 “MAG” 96
CAPÍTULO 07 - METRALHADORA .50 M2 HB “BROWNING“ 125
CAPÍTULO 08 – ARMAS NÃO-CONVENIONAIS 161
CAPÍTULO 01 - PISTOLA 9 M973 "FI"

INDICE
NO Assunto Página
01 APRESENTAÇÃO
02 CARACTERÍSTICAS
03 MEDIDAS PRELIMINARES
04 DESMONTAGEM DE 1O ESCALÃO
05 DESMONTAGEM DE 2O ESCALÃO
06 DESMONTAGEM DE 3O ESCALÃO
07 DESMONTAGEM DE 4O ESCALÃO
08 MONTAGEM DA ARMA
09 FUNCIONAMENTO
10 SEGURANÇAS DA ARMA
11 MANEJO DA ARMA
12 VISTA SECCIONADA DA PISTOLA
13 QUADRO DE INCIDENTES DE TIRO
14 VISTA EXPLODIDA DA PISTOLA
15 LEGENDA DA VISTA EXPLODIDA DA PISTOLA

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PISTOLA 9 M973 "FI"

1-APRESENTAÇÃO

A pistola é definida como arma de fogo leve, de porte e individual. Durante os dois grandes
conflitos mundiais, ficou consagrada nos campos de batalha para o combate a curta distância,
comprovando sua eficiência técnica e operacional.
A pistola 9 mm fabricada no Brasil, pela IMBEL, é um projeto derivado da Colt .45 projetada
por J. Browing.
Esta arma, adotada pelo Exército norte-americano desde 1911, é veterana de inúmeros
conflitos internacionais, onde obteve o melhor conceito de arma de defesa aproximada pelo alto grau
de rusticidade, aliada a um eficiente desempenho operacional.
As Forças Armadas do Brasil optaram também por esse modelo, e a pistola Colt .45 passou a
ser construída pela IMBEL, na sua fábrica de Itajubá-MG. Ao longo dos anos, a IMBEL incorporou-
lhe uma série de melhoramentos derivados da experiência e estudos próprios, como melhor
empunhadura, redução do peso e climatização para operações em ambiente tropical.
A pistola Colt emprega como princípio motor o curto recuo do cano. É classificada como semi-
automática, pois realiza automaticamente todas as operações de funcionamento, exceto o
desengatilhamento e disparo.
Com a tendência mundial do calibre 9 mm Parabellum, o Brasil teve de modificar suas armas,
abandonando o calibre .45.
A IMBEL introduziu no projeto 9 mm, Modelo 1973, vários melhoramentos que fizeram dela
uma pistola praticamente perfeita. As melhorias foram:

Climatização
Todas as peças são tratadas com fosfato de manganês e pintura ao forno. As molas recebem
oxidação negra brilhante.

Revestimento interno
O interior da câmara e do cano é totalmente cromado. A película de cromo duro dificulta a
deposição e aderência de resíduos da combustão, facilitando e tornando mais eficiente sua
manutenção.
Ausência de peças de alumínio ou ligas leves
Construída somente em metais de dureza superior, tratados termicamente, a arma não sofre
desgaste prematuro.
Segurança
Ao contrário das armas congêneres, a pistola IMBEL não dispara acidentalmente por queda ou
qualquer situação imprevista. Possui três dispositivos para isso: um imobiliza o cão quando a arma está
engatilhada; outro impede o disparo acidental no semi-engatilhamento; e uma tecla de segurança que
só permite o disparo se a arma estiver corretamente empunhada.
O mecanismo da IMBEL 9 M973 é simples e robusto, proporcionando maior confiabilidade e
segurança. No Brasil, mais de 50 mil pistolas já foram produzidas, não só para as Forças Armadas
brasileiras, como para as nações amigas. Em todo o mundo, a fabricação dessa arma já supera 50
milhões de unidades.

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2 - CARACTERÍSTICAS

2.1-DESIGNAÇÃO
NEE ...........................................................1005-1063-726-2
Indicativo militar.........................................Pst 9 M973 "FI"
Nomenclatura .............................................Pistola 9mm Modelo 1973-Fábrica de Itajubá

2.2-CLASSIFICAÇÃO
Quanto ao tipo ..............................................De porte
Quanto ao emprego .......................................Individual
Quanto ao funcionamento .............................Semi-automático
Quanto ao princípio de funcionamento.......Ação direta dos gases (curto recuo do cano)
Quanto à refrigeração ...................................A ar

2.3-ALIMENTAÇÃO
Carregador ....................................................Metálico tipo cofre
Capacidade....................................................8 cartuchos + 1
Sentido .........................................................De baixo para cima

2.4-RAIAMENTO
Número de raias ...........................................4 (quatro) ou 6 (seis)
Sentido .........................................................À direita
2.5-APARELHO DE PONTARIA
Alça de mira ................................................Tipo entalhe
Massa de mira ..............................................Seção retangular

2.6-DADOS NUMÉRICOS
Cano comprimento ....................................12,8 cm
Arma comprimento .....................................21,8 cm
Calibre .........................................................9 mm Parabellum
Passo do raiamento ......................................25,4 cm
Peso sem carregador ..................................1.010 g
Peso com carregador vazio .........................1.100 g
Peso com carregador completo ...................1.208 g
Peso da massa recuante ..............................532 g
Peso do gatilho .............................................Entre 2.300g e 3.100g
Comprimento ..............................................21,8 cm
Velocidade inicial .......................................349 m/s a 25 m da boca da arma
Velocidade teórica de tiro............................20 tiros por minuto
Velocidade prática de tiro............................14 tiros por minuto
Alcance máximo .........................................1.800 m
Alcance útil .................................................50 m
Vida da arma ...............................................Indefinida
Penetração em tabatinga a 50 m ..................40 cm
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Penetração em bloco de pinho a 50 m.........10 cm

3 -MEDIDAS PRELIMINARES
1ª- Retirar o carregador.
2ª- Trazer o ferrolho à retaguarda.
3ª- Inspecionar a câmara.
4ª- Levar o ferrolho à frente.
5ª- Desengatilhar a arma.

4-DESMONTAGEM DE 1o ESCALÃO
4.1-RETIRAR O CARREGADOR
Comprimir a cabeça serrilhada do retém do carregador e retirá-lo.
4.2-ENGATILHAR E TRAVAR A ARMA
Com o polegar, trazer o cão totalmente a retaguarda.
Levar para cima, o dispositivo de segurança do cão.
4.3-RETIRAR O ESTOJO DA MOLA RECUPERADORA
Apoiar a arma com o cano voltado para cima e o punho para o operador.
Comprimir a cabeça serrilhada do estojo da mola recuperadora e girar a manga do cano para
a esquerda.
Afrouxar a pressão gradativamente sobre o referido estojo até que o mesmo saia do seu
alojamento, forçado pela mola recuperadora.
Em seguida, retira-se o estojo.
4.4-RETIRAR A MANGA DO CANO
Girar a mesma para a direita e, logo em seguida, puxar a manga para fora, retirando-a.
4.5-DESTRAVAR A ARMA
Levar para baixo, o dispositivo de segurança do cão.
4.6-RETIRAR A CHAVETA DE FIXAÇÃO DO CANO
Recuar o ferrolho, até que a extremidade do ressalto serrilhado da chaveta, coincida com o
entalhe médio, existente no ferrolho.
Empurrar o eixo da chaveta que aflora do lado direito da armação, retirando-a em seguida
pela esquerda.
4.7-RETIRAR O FERROLHO
Tendo o cuidado de manter o punho voltado para cima, puxar a armação para a retaguarda,
segurando o ferrolho com a mão esquerda.
4.8-RETIRAR O TUBO-GUIA DA MOLA RECUPERADORA E A MOLA
RECUPERADORA
O tubo-guia e a mola recuperadora estarão soltos e apoiados sobre o cano, na mão esquerda
do operador.
4.9-RETIRAR O CANO
Ainda com o ferrolho na posição anterior, vira-se o elo de prisão do cano para frente.
Em seguida, levanta-se a parte posterior do cano, fazendo com que se desengrazem do
ferrolho os ressaltos engrazadores (existentes no cano).
Leva-se o cano para frente até que abandone totalmente o ferrolho.

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5-DESMONTAGEM DE 2o ESCALÃO

5.1-RETIRAR O PERCUSSOR E A MOLA DO PERCUSSOR


Com um toca-pino, comprimir a cauda do percussor e retirar a placa-retém do percussor e do
extrator, deslizando-a para baixo.
Tendo o cuidado de apoiar o percussor para não saltar do seu alojamento, por distensão de
sua mola, retirá-lo junto com sua mola.
5.2-RETIRAR O EXTRATOR
Com uma chave de fenda pequena, pressionar a garra do extrator para fora e para a
retaguarda, fazendo com que a garra deslize para dentro do alojamento do extrator, existente no
ferrolho.
Feito isso, basta puxar o extrator para fora de seu alojamento, pela retaguarda do ferrolho.
5.3-RETIRAR AS PLACAS DO PUNHO
Com uma chave de fenda, desaparafusar os parafusos das placas do punho e levantá-las de
seus encaixes no punho.
5.4-DESENGATILHAR A ARMA
Agindo na tecla do gatilho, levar o cão a frente.
5.5-RETIRAR O BLOCO ALOJAMENTO DA MOLA DO CÃO
Com um toca-pino, retirar o retém do bloco alojamento da mola do cão, pelo lado direito.
Em seguida, fazer com que este deslize nas suas corrediças até que saia do seu alojamento (o
cão deverá estar na posição avançada).
5.6-RETIRAR O DISPOSITIVO DE SEGURANÇA DO CÃO
Trazer o cão à retaguarda, a 2/3 da posição de engatilhamento.
Puxar o dispositivo por seu ressalto serrilhado para fora, fazendo ao mesmo tempo,
movimentos oscilatórios em torno do seu eixo para facilitar sua retirada.
5.7-RETIRAR O DISPOSITIVO DE SEGURANÇA DO GATILHO
Com a ação descrita anteriormente, vemos que o dispositivo de segurança do gatilho está
solto, bastando retirá-lo do seu alojamento.
5.8-RETIRAR A MOLA TRÍPLICE
Basta desencaixar sua extremidade inferior e levantá-la.
5.9-RETIRAR O CÃO COM ALAVANCA DE ARMAR O CÃO
Com um toca-pino, retirar o eixo do cão pelo lado esquerdo.
Retirar o cão com a alavanca de armar do seu alojamento.
5.10-RETIRAR A ALAVANCA DE DISPARO E A NOZ DE ARMAR
Com um toca-pino, retirar o eixo da noz de armar pelo lado esquerdo.
Ficarão soltas a alavanca de disparo e a noz de armar.
5.11-DESMONTAR O CARREGADOR
Com um toca-pino, comprimir o ressalto da placa-retém do fundo do carregador e deslocar
para fora, o fundo do carregador.
Retirar a placa-retém do fundo do carregador, tomando o cuidado de apoiar a extremidade
da mola do carregador a fim de evitar sua descompressão violenta.
Puxar para fora, a mola do carregador.
Colocar o carregador na vertical para que saia, por baixo, o transportador.

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6-DESMONTAGEM DE 3o ESCALÃO

6.1-RETIRAR O RETÉM DO CARREGADOR


Fazer pressão sobre a cabeça serrilhada do retém do carregador.
Com uma chave de fenda pequena, girar o fixador do retém do carregador para a esquerda.
Retirar o retém do carregador do seu alojamento.
62-RETIRAR O GATILHO
Com a ação descrita anteriormente, vemos que o gatilho está solto, bastando retirá-lo do seu
alojamento, pela retaguarda do punho.
6.3-DESMONTAR O BLOCO ALOJAMENTO DA MOLA DO CÃO
Prender o bloco alojamento em um torno de bancada.
Com auxílio de uma haste de ponta arredondada, pressionar a cabeça-apoio superior da mola
do cão, para dentro do bloco.
Com um toca-pino de ponta igual ou menor que 2 mm, retirar o pino-retém da cabeça-apoio
superior da mola do cão.
Soltar gradativamente a haste, até que fiquem soltas a cabeça-apoio superior, a mola do cão
e a cabeça-apoio inferior da mola do cão.

7-DESMONTAGEM DE 4o ESCALÃO

7.1-RETIRAR O EJETOR
Com um toca-pino de ponta bem fina, retirar o pino de fixação do ejetor.
Retirar o ejetor pela parte superior da armação.

Esta desmontagem, só é feita em caso de substituição do ejetor.

8-MONTAGEM DA ARMA

8.1-MONTAR O EJETOR
Colocar o ejetor no seu alojamento e prendê-lo com o pino de fixação do ejetor.
8.2-MONTAR O BLOCO ALOJAMENTO DA MOLA DO CÃO
Prender o bloco alojamento em um torno de bancada.
Colocar no bloco alojamento a cabeça-apoio inferior da mola do cão, a mola do cão e a
cabeça-apoio superior da mola do cão.
Com auxílio de uma haste de ponta arredondada, pressionar a cabeça-apoio superior até que
seja possível introduzir o pino-retém da cabeça-apoio superior da mola do cão.
8.3-COLOCAR O GATILHO
Colocar o gatilho pela parte traseira da armação, fazendo-o deslizar até sua posição normal.
8.4-COLOCAR O RETÉM DO CARREGADOR
Colocar o retém do carregador na armação de maneira que a cabeça serrilhada faceie a
armação.
Com uma chave de fenda pequena, girar o fixador do retém do carregador para a direita.
8.5-MONTAR O CARREGADOR

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Introduzir o transportador e a mola do carregador no corpo do carregador.
Comprimir a mola do carregador, até que a mesma faceie com o fundo do corpo do
carregador.
Colocar a placa-retém do fundo do carregador, de modo que o último elo da mola do
carregador fique presa no dente existente na placa-retém.
Em seguida, coloca-se o fundo do carregador, até que o mesmo se aloje sobre a placa-retém.
O elo menor da mola do carregador, estará em contato com o transportador e o elo maior,
estará preso no dente da placa-retém do fundo do carregador
8.6-MONTAR A ALAVANCA DE DISPARO E A NOZ DE ARMAR
Fazer o sistema alavanca de disparo-noz de armar, fora da arma e colocá-lo no seu
alojamento (o apoio dos dentes do cão, na noz de armar, para cima).
Apertando ligeiramente o gatilho, as peças ficarão em alinhamento.
Introduzir o eixo da noz de armar pelo lado esquerdo da armação.
8.7-COLOCAR O CÃO COM ALAVANCA DE ARMAR O CÃO
Colocar o cão e prendê-lo por intermédio de seu eixo, que entrará pelo lado esquerdo.
8.8-COLOCAR A MOLA TRÍPLICE
Alojar a parte inferior da mola tríplice na ranhura existente na armação, de modo que o ramo
esquerdo, repouse sobre o ressalto apoio da mola tríplice na noz de armar.
O ramo central, deve repousar na cauda da alavanca de disparo.
O ramo direito, deve ficar para cima a fim de atuar no dispositivo de segurança do gatilho.
Prender a mola tríplice, colocando parcialmente o bloco alojamento da mola do cão, ficando
este fora da armação cerca de 1/2 cm
8.9 -COLOCAR O DISPOSITIVO DE SEGURANÇA DO GATILHO
8.10-COLOCAR O DISPOSITIVO DE SEGURANÇA DO CÃO
Trazer o cão à retaguarda, a 2/3 da posição de engatilhamento.
Colocar o dispositivo de segurança do cão, fazendo ligeiros movimentos oscilatórios.
Com uma chave de fenda pequena ou um toca-pino, empurrar a cabeça-apoio do dispositivo
de segurança do cão para dentro de seu alojamento.
Colocar o cão na sua posição mais avançada.
8.11-COLOCAR O BLOCO ALOJAMENTO DA MOLA DO CÃO
Introduzi-lo totalmente, verificando a posição correta da alavanca de armar o cão na cabeça-
apoio superior da mola do cão.
Colocar o retém do bloco alojamento da mola do cão, que entrará pelo lado esquerdo.
8.12-ENGATILHAR A ARMA
As demais operações de montagem, se procedem na ordem inversa da desmontagem.

9-FUNCIONAMENTO
Estudaremos o funcionamento em duas fases: Recuo do Ferrolho e Avanço do Ferrolho.
RECUO DO FERLHO
1-Destrancamento
2-Abertura
3-Extração 2a Fase
4-Ejeção
5-Apresentação
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AVANÇO DOFEROLHO
6-Engatilhamento
7-Carregamento
8-Fechamento
9-Extração 1a Fase
10-Trancamento
11- Desengatilhamento
12-Disparo
13-Percussão

Para o estudo do funcionamento, vamos iniciar do momento em que partiu o primeiro tiro. As
fases se processarão na seguinte seqüência:
9.1-DESTRANCAMENTO
Os gases agindo sobre o fundo do culote do cartucho, farão com que o ferrolho recue,
trazendo consigo o cano.
O elo de prisão do cano inclinando-se para trás, faz com que o cano se abaixe e se
desengraze do ferrolho, havendo portanto o destrancamento.
9.2-ABERTURA
Ao desengrazar-se do ferrolho, o cano completou o movimento chamado de "curto recuo".
O ferrolho entretanto, continua recuando e se afasta do cano, dando-se a abertura.
9.3-EXTRAÇÃO 2a FASE
No seu movimento para trás, o ferrolho ao deixar de ter contato com o cano, retira da câmara
o estojo, por intermédio do extrator, que o está prendendo com a sua garra.
9.4-EJEÇÃO
Continuando o ferrolho o seu movimento para trás e mantendo o estojo ainda preso pelo
extrator, faz com que o culote deste venha se chocar com o ejetor, que está montado à retaguarda e a
esquerda da armação.
A violência desse choque, vence a ação da garra do extrator e o estojo é projetado para fora,
através da janela de ejeção.
9.5-APRESENTAÇÃO DO CARTUCHO
O ferrolho ao sair de cima do carregador, faz com que este apresente um novo cartucho que
ficará na condição de ser levado à câmara.
9.6-ENGATILHAMENTO
Quando o ferrolho recua, leva para trás o cão, o qual gira em torno do seu eixo e comprime a
sua mola.
A parte ínfero-posterior do ferrolho, força para baixo a alavanca de disparo, que é articulada
com a noz de armar.
Ao baixar, a alavanca de disparo permite que a noz de armar tenha movimentos livres
(ficarão desengrazadas).
A noz de armar que está sob pressão do ramo esquerdo da mola tríplice, gira colocando o
seu apoio dos dentes do cão, em condições de impossibilitar o avanço do cão.
No final do recuo a mola recuperadora está completamente comprimida e a parte ínfero-
posterior do ferrolho está forçando o cão completamente para trás, além da posição de engatilhamento.

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Quando a parte ínfero-posterior do ferrolho deixa de fazer pressão sobre o cão, este gira um
pouco para frente, engrazando-se o dente de engatilhamento do cão, no apoio dos dentes do cão, na
noz de armar.
No intervalo compreendido entre o disparo e o recuo do sistema, é comum o atirador
continuar comprimindo simultaneamente a tecla do gatilho e o dispositivo de segurança do gatilho.
Quando o atirador relaxa a pressão sobre a tecla do gatilho, o ramo central da mola tríplice
impele para a frente e para cima a alavanca de disparo, que alojará sua cabeça no escavado existente na
parte ínfero-posterior do ferrolho e se engrazará na noz de armar (ficarão engrazadas).
Fica desta forma, a arma pronta para novo disparo, isto é, engatilhada.
9.7-CARREGAMENTO
A mola recuperadora que foi comprimida pelo ferrolho, distende-se, levando o ferrolho à
frente, e ao encontrar o cartucho apresentado, retira-o do carregador e o introduz na câmara através da
rampa de acesso.
9.8-FECHAMENTO
Após ter introduzido totalmente o cartucho na câmara, o ferrolho entra em contato com o
cano, dando-se o fechamento.
9.9- EXTRAÇÃO 1a FASE
No momento em que há o fechamento, a garra do extrator empolga a virola do cartucho,
dando-se a extração 1a fase.
9.10-TRANCAMENTO
Ao entrar em contato com o cano, o ferrolho continua a avançar e o elo de prisão do cano,
que se achava inclinado para trás, gira para a frente, levantando o cano, que vai engrazar no ferrolho.
9.11-DESENGATILHAMENTO
Quando se comprime simultaneamente a tecla do gatilho e o dispositivo de segurança do
gatilho, a alavanca de disparo é forçada para trás pela cauda do gatilho.
Como a alavanca de disparo está engrazada com a noz de armar, esta trasmite este
movimento para a noz, obrigando-a a girar em torno do seu eixo libertando assim o cão.
9.12- DISPARO
O cão gira violentamente para a frente por ação de sua mola, chocando-se com a cauda do
percussor.
9.13- PERCUSSÃO
O percussor avança, no interior do seu alojamento no ferrolho, comprimindo a sua mola,
indo sua ponta alojar-se no seu orifício, percutindo a cápsula do cartucho. Em seguida, o percussor
retrai-se por descompressão de sua mola.
As fases acima descritas, se repetirão para cada disparo, somente havendo diferença no último
disparo, pois que, ficando o carregador vazio, a rampa comando do transportador suspende o dente-
retém do ferrolho na chaveta de fixação do cano e este prende o ferrolho à retaguarda por meio do
entalhe anterior que existe no mesmo.

10-SEGURANÇAS DA ARMA

Possui a pistola, três seguranças:


1-Dispositivo de Segurança do Cão
2-Dispositivo de Segurança do Gatilho
3-Dente de Segurança do Cão

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1-DISPOSITIVO DE SEGURANÇA DO CÃO
Este dispositivo garante o travamento e o destravamento da arma durante o manejo para a
execução do tiro.
A) Atuando-se no dispositivo de segurança para cima, até que penetre no entalhe existente à
retaguarda e a esquerda do ferrolho, trava-se a arma. Esta operação só é possível estando a arma
engatilhada. Na posição de repouso, o dispositivo em questão, não poderá ser movido porque o seu
dente de segurança é barrado pela noz de armar que impede, devido sua posição no mecanismo, a
passagem do dente de segurança. Estando a arma engatilhada, há possibilidade da noz de armar dar
passagem ao dente de segurança, podendo então o dispositivo movimentar-se, indo o dente de
segurança colocar-se apoiado à retaguarda da noz de armar imobilizando-a.
B) Atuando-se no dispositivo de segurança do cão para baixo, em sentido inverso ao da
operação anterior, destrava-se a arma.

2-DISPOSITIVO DE SEGURANÇA DO GATILHO


Alojado na parte posterior do punho, impede a retração do gatilho quando comprimido
isoladamente por tensão muscular ou esbarro casual.
A) Quando a arma é empunhada, a própria mão do atirador agirá naturalmente sobre o
dispositivo de segurança do gatilho, permitindo que o gatilho tenha seu movimento livre. Isto porque
o dispositivo em questão, uma vez comprimido, gira em torno do seu eixo, subindo, deixando então de
barrar o gatilho, o qual terá livre caminho no seu alojamento, toda vez que se fizer sentir sobre a tecla a
ação do dedo do atirador.
B) Quando o dispositivo de segurança do gatilho está em repouso, o dente de segurança do
mesmo, está por trás da cauda do gatilho o qual não terá livre caminho no seu alojamento toda vez que
for comprimido isoladamente por ação do dedo do atirador ou esbarro casual.

3-DENTE DE SEGURANÇA DO CÃO


Fica situado na parte anterior e superior do cão, sendo mais profundo que o dente de
engatilhamento. Imobiliza a noz de armar mesmo que haja compressão simultânea da tecla do gatilho
e do dispositivo de segurança do gatilho. Para utilizarmos esta segurança da arma, bastará trazer o cão
para a retaguarda cerca de 1/3 de seu recuo.

11-MANEJO DA ARMA
Sempre ao iniciar o manejo, o atirador deverá trazer o ferrolho à retaguarda e inspecionar a
câmara, para verificar se a arma está carregada. As operações de manejo, são as seguintes:

11.1-Municiar o carregador
Consiste em colocar os cartuchos no carregador.
11.2-Alimentar a arma
Consiste em colocar o carregador municiado na arma.
11.3-Carregar a arma
Consiste em trazer o ferrolho totalmente à retaguarda e soltá-lo. Ao final desta operação, a
arma estará engatilhada.
11.4-Travar a arma
Consiste em levantar o dispositivo de segurança do cão.
11.5-Destravar a arma
Consiste em abaixar o registro de segurança do cão.
11.6-Disparar a arma

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Consiste em comprimir simultaneamente o dispositivo de segurança do gatilho e a tecla do
gatilho.

12-VISTA SECCIONADA DA PISTOLA

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13-QUADRO DE INCIDENTES DE TIRO

TIPOS DE
CAUSAS CORREÇÕES
INCIDENTES
1-Garra do extrator quebrada ou 1-Substituir o extrator.
FALHA
gasta. 2-Retirar o estojo.
NA
2-Virola do estojo quebrada. 3-Verificar as guias de desliza-
EXTRAÇÃO
3-Recuo incompleto do ferrolho. mento.
FALHA NA
1-Ejetor quebrado. 1-Substituir o ejetor.
EJEÇÃO
1-Alavanca de disparo quebrada 1-Substituir a alavanca de disparo.
ou gasta. 2-Remover a obturação.
FALHA
2-Cavado existente na parte 3-Substituir a mola.
NO
ínfero-posterior do ferrolho
DESENGATILHA-
obturado.
MENTO
3-Ramo central da mola tríplice
quebrado.
1-Dente de engatilhamento do 1-Substituir o cão.
cão gasto. 2-Substituir a noz de armar.
2-Apoio dos dentes do cão, na 3-Substituir a mola.
FALHA
noz de armar, quebrado ou gasto. 4-Substituir a alavanca de disparo.
NO
3-Ramo esquerdo da mola
ENGATILHAMENTO
tríplice quebrado.
4-Cabeça da alavanca de disparo
quebrada ou gasta.
NEGA 1-Munição defeituosa. 1-Substituir a munição.
1-Mola do cão quebrada ou 1-Substituir a mola.
FALHA NO fraca. 2-Substituir a alavanca.
DISPARO 2-Alavanca de armar o cão
quebrada.
1-Ponta do percussor quebrada 1-Substituir o percussor.
FALHA NA
ou gasta.
PERCUSSÃO
2-Cauda do percussor quebrada. 2-Substituir o percussor.
1-Estojo rompido no interior da 1-Retirar o estojo.
FALHA câmara. 2-Substituir a munição.
NO 2-Munição defeituosa. 3-Reparar as abas.
CARREGAMENTO 3-Abas do carregador amassadas. 4-Substituir a mola.
4-Mola recuperadora quebrada.
1-Mola do carregador quebrada, 1-Substituir ou inverter a mola.
FALHA fraca ou montada incorretamente. 2-Reparar ou substituir o
NA 2-Transportador amassado. transportador.
APRESENTAÇÃO 3-Reparar ou substituir o corpo do
3-Corpo do carregador amassado. carregador.
1-Corpo do carregador amassado. 1-Reparar ou substituir o corpo do
FALHA carregador.
NA 2-Retém do carregador gasto. 2-Substituir o retém.
ALIMENTAÇÃO 3-Mola do retém do carregador 3-Substituir a mola.
quebrada ou fraca.

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14-VISTA EXPLODIDA DA PISTOLA

15-LEGENDA DA VISTA EXPLODIDA DA PISTOLA


15.1- CANO:

a)alma
b)boca
c)raias
d)cheios
e)câmara
f)rampa de acesso
g)ressaltos engrazadores
h)encaixe do elo de prisão do cano com olhal.

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15.2- ELO DE PRISÃO DO CANO
15.3- EIXO DO ELO DE PRISÃO DO CANO
15.4- CHAVETA DE FIXAÇÃO DO CANO:
a)eixo
b)dente-retém do ferrolho
c)ressalto serrilhado
15.5- FERROLHO:
a)janela de ejeção
b)superfícies entalhadas
c)inscrições
d)traço de referência do entalhe de mira
e)alojamento do bloco com entalhe de mira (alojamento da alça de mira)
f)rebaixo dos ressaltos engrazadores
g)guias de deslizamento
h)cavado na parte ínfero-posterior, para alojamento da cabeça da alavanca de disparo.
15.6- MASSA DE MIRA
15.7- BLOCO DE MIRA (alça de mira)
15.8- MANGA DO CANO:
a)ressalto de fixação
b)alojamento do cano
c)virola
15.9- ESTOJO DA MOLA RECUPERADORA:
a)corpo
b)cabeça serrilhada
15.10- MOLA RECUPERADORA
15.11- TUBO-GUIA DA MOLA RECUPERADORA:
a)corpo
b)virola
15.12- EXTRATOR:
a)corpo
b)garra
c)cauda com alojamento da placa-retém do percussor e do extrator.
15.13- PERCUSSOR:
a)cauda
b)corpo
c)ponta
15.14- MOLA DO PERCUSSOR
15.15- PLACA-RETÉM DO PERCUSSOR E DO EXTRATOR
15.16- CÃO:
a)testa
b)cabeça serrilhada
c)dente de segurança
d)dente de engatilhamento
e)olhal do eixo do cão
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f)olhal para articulação com a alavanca de armar o cão
15.16- EIXO DO CÃO
15.18- ALAVANCA DE ARMAR O CÃO
a)olhal para a articulação com o cão
b)ponta
15.19- EIXO DE ARTICULAÇÃO DA AL. DE ARMAR O CÃO COM O CÃO.
15.20- ALAVANCA DE DISPARO:
a)cabeça
b)olhal para a articulação com a noz de armar
c)cauda
15.21- NOZ DE ARMAR:
a)ressalto-apoio da mola tríplice
b)apoio dos dentes do cão
c)olhal do eixo da noz de armar
d)encaixe da alavanca de disparo
15.22- EIXO DA NOZ DE ARMAR
15.23- MOLA TRÍPLICE:
a)mola da noz de armar (ramo esquerdo)
b)mola da alavanca de disparo (ramo central)
c)mola do dispositivo de segurança do gatilho (ramo direito)
15.24- DISPOSITIVO DE SEGURANÇA DO GATILHO:
a)cabeça
b)corpo
c)dente de segurança
d)olhal do eixo do dispositivo de segurança do cão
e)engrazadores
15.25- BLOCO ALOJAMENTO DA MOLA DO CÃO:
a)olhal do retém do bloco alojamento
b)olhal do pino-retém da cabeça-apoio superior da mola do cão
c)superfície serrilhada
d)ressaltos engrazadores
15.26- CABEÇA-APOIO SUPERIOR DA MOLA DO CÃO
15.27- PINO-RETÉM DA CABEÇA-APOIO SUPERIOR DA MOLA DO CÃO
15.28- MOLA DO CÃO
15.29- CABEÇA-APOIO INFERIOR DA MOLA DO CÃO
15.30- RETÉM DO BLOCO ALOJAMENTO DA MOLA DO CÃO
15.31- ALÇA PARA O FIADOR
15.32-PINO-RETÉM DA ALÇA PARA O FIADOR
15.33- GATILHO:
a)tecla
b)corpo
c)cauda
15.34- DISPOSITIVO DE SEGURANÇA DO CÃO:
a)corpo
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b)ressalto serrilhado
c)dente de segurança
d)eixo do dispositivo de segurança do cão
15.35- ARMAÇÃO:
a)punho
b)berço
c)guarda-mato
d)alojamentos, encaixes, orifícios, entalhes e corrediças
15.36- EJETOR:
a)corpo
b)dente
c)alojamento do pino de fixação
15.37- PINO DE FIXAÇÃO DO EJETOR
15.38- ALOJAMENTO DA MOLA COMUM À CHAVETA DE FIXAÇÃO DO CANO
E AO DISPOSITIVO DE SEGURANÇA DO CÃO
15.39- CABEÇA-APOIO DA CHAVETA DE FIXAÇÃO DO CANO
15.40- MOLA COMUM À CHAVETA DE FIXAÇÃO DO CANO E AO DISPOSITIVO
DE SEGURANÇA DO CÃO
15.41- CABEÇA-APOIO DO DISPOSITIVO DE SEGURANÇA DO CÃO
15.42- PORCAS DOS PARAFUSOS DAS PLACAS DO PUNHO
15.43- RETÉM DO CARREGADOR:
a)cabeça serrilhada
b)alojamento do fixador do retém do carregador
15.44-MOLA DO RETÉM DO CARREGADOR
15.45- FIXADOR DO RETÉM DO CARREGADOR
15.46- PLACA DIREITA DO PUNHO
15.47-PLACA ESQUERDA DO PUNHO
15.48-PARAFUSOS DAS PLACAS DO PUNHO
15.49- CORPO DO CARREGADOR:
a)entalhe para o dente-retém do ferrolho
b)orifícios para a contagem dos cartuchos
c)abas
15.50- MOLA DO CARREGADOR
15.51- TRANSPORTADOR:
a)Rampa de comando do transportador
15.52-FUNDO DO CARREGADOR
15.53- PLACA-RETÉM DO FUNDO DO CARREGADOR
15.54- ESCOVA DE LIMPEZA DO CANO
15.55- PORTA-ESCOVA
15.56- VARETA DA ESCOVA DE LIMPEZA

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CAPÍTULO 02 - PISTOLAS 9 M975 “Beretta” e PT-92 Taurus

NO Assunto Pag
1 Apresentação
2 Características
3 Medidas preliminares
4 Desmontagem
5 Montagem
6 Funcionamento
7 Seguranças
8 Quadro de incidentes de tiro
9 Calibradores (Utilização, manuseio e conservação)
10 Vista da arma seccionada
11 Vista explodida
12 Legenda da vista explodida

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PISTOLAS 9 M975 “Beretta” e PT-92 Taurus

1-APRESENTAÇÃO:
As pistolas 9 M975 “Beretta” e PT-92 “Taurus”, calibre 9mm x 19 mm “parabellum”, são
armas de tiro semi-automático, com trancamento através de um bloco oscilante em vertical e com
desbloqueio mediante o recuo do cano. Tal característica apresenta, entre outras, a notável vantagem
de uma sensível redução de velocidade de retrocesso da massa recuante, com conseqüente diminuição
do solavanco da arma durante o disparo.
Construída com a utilização de aços e ligas especiais, as pistolas 9 M975 “Beretta” e PT-92
Taurus, não obstante seu peso limitado de 0,950 Kg, foi projetada para usar cartuchos 9mm
“parabellum”. Em condições normais de ação, a velocidade inicial e a correspondente energia cinética
do projetil, proporcionam um alto poder de impacto em disparos de até 150/200 metros de distância.

2-CARACTERÍSTICAS
2.1-Sistema de dupla ação
Este sistema, pelo simples acionamento do dedo no gatilho, possibilita uma maior rapidez de
manuseio, mesmo com o cão desarmado.
2.2-Carregador bifilar
Com capacidade para 15 cartuchos, tem o mesmo comprimento de um carregador tradicional,
permitindo praticamente duplicar a autonomia de fogo da arma.
2.3-Indicador de cartucho na câmara
Quando o mesmo estiver alojado na câmara, a extremidade do extrator fica saliente, revelando
uma marca vermelha. Assim, é possível controlar visualmente, ou pelo tato, a existência de um
cartucho na câmara, sem necessidade de recuar o ferrolho.
2.4-Indicador de carregador vazio
Quando o último cartucho ou estojo, for ejetado, a arma, pela ação do retém do ferrolho,
permanece aberta, alertando o atirador acerca do término da disponibilidade do carregador.
2.5-Dispositivo de desmontagem
Extremamente rápido e simples, foi projetado de tal forma a evitar qualquer desmontagem
casual ou involuntária.
2.6-DESIGNAÇÃO
NEE....................... .......................................1005-1052-800-8
Indicativo militar ...........................................Pst 9 M975 “Beretta”
Nomenclatura ................................................Pistola 9mm Modelo 1975 (Beretta)
NEE....................... .......................................1005-1064-425-0
Indicativo militar ...........................................Pst 9 M975A1
Nomenclatura ............................................Pistola 9mm Modelo 1975A1 (PT-92 Taurus)

2.7-CLASSIFICAÇÃO
Quanto ao tipo ...............................................De porte
Quanto ao emprego .......................................Individual
Quanto ao funcionamento. ............................Semi-automático
Quanto ao princípio de funcionamento ........Ação dos gases (curto recuo do cano)
Quanto à refrigeração ....................................A ar

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2.8-ALIMENTAÇÃO
Carregador .....................................................Metálico, tipo cofre
Capacidade ....................................................15 cartuchos + 1
Sentido ...........................................................De baixo para cima

2.9-RAIAMENTO
Número de raias .............................................6 (seis)
Sentido ..........................................................Da esquerda para a direita

2.10-APARELHO DE PONTARIA
Alça de mira .................................................Tipo entalhe, retangular
Massa de mira ...............................................Seção retangular
2.11-DADOS NUMÉRICOS
Calibre ..........................................................9 mm
Peso com carregador vazio ...........................0,950 kg
Peso com carregador cheio ...........................1,137 kg
Peso do carregador vazio ..............................0,094 kg
Peso do carregador cheio ..............................0,282 kg
Comprimento da arma ..................................217 mm
Comprimento do cano ..................................125 mm
Velocidade inicial ........................................401 m/seg
Velocidade teórica de tiro ............................275 tiros por minuto
Velocidade prática de tiro ............................Variável
Alcance máximo ...........................................1.800 m
Alcance de utilização ...................................50 m
Pressão do gatilho (com 2.700 g) .................Não dispara
Pressão do gatilho (com 5.000 g) .................Dispara

3-MEDIDAS PRELIMINARES

3.1-RETIRAR O CARREGADOR
Comprimir o retém do carregador, localizado na parte inferior esquerda do punho da arma.

3.2-VERIFICAR A CÂMARA
Sem executar o manejo da arma, observar se a extremidade do extrator encontra-se saliente e
destacando-se uma marca vermelha. Em caso positivo, significa que há um cartucho introduzido na
câmara da arma.
Executar dois golpes de segurança, trazendo o ferrolho totalmente à retaguarda verificando a
câmara e levando-o à frente.

3.3-DESENGATILHAR A ARMA.

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4-DESMONTAGEM DE 10 ESCALÃO

4.1-RETIRAR O FERROLHO
Com a mão direita empunhar a arma.
Com a mão esquerda, segurar a parte superior do ferrolho e comprimir o retém da alavanca
de desmontagem (à direita da arma). Simultaneamente, girar a alavanca de desmontagem de 90o.
Deslizar o ferrolho para frente, até separá-lo da armação.

4.2-RETIRAR A HASTE-GUIA E MOLA RECUPERADORA


Comprimir a haste-guia e mola recuperadora para frente e levantá-las, deixando que a mola
se distenda vagarosamente.

4.3-RETIRAR O CANO
Comprimir o mergulhador do bloco de trancamento para frente, até que os ressaltos de
trancamento sejam retirados dos seus alojamentos existentes no ferrolho.
Retirar do interior do ferrolho, o conjunto cano e o bloco de trancamento, levantando a sua
parte posterior.

4.4-RETIRAR O BLOCO DE TRANCAMENTO


Segurar o cano com uma das mãos e com a outra levantar a parte posterior do bloco de
trancamento retirando-o lateralmente.

4.5-RETIRAR AS PLACAS DO PUNHO


Com uma chave de fenda, desatarraxar os parafusos de fixação das placas e retirá-las.

4.6-DESMONTAGEM DO CARREGADOR
Com o auxílio de um toca-pino, comprimir o ressalto da placa retém do fundo do carregador,
em seguida deslocar para fora o fundo do carregador. Com o polegar, amparar a placa retém do fundo
do carregador, a fim de evitar uma descompressão violenta da mola. Sairão do interior do carregador:
Placa retém do fundo do carregador;
Mola do carregador e transportador. Bastará separá-los.

5-DESMONTAGEM DE 20 ESCALÃO

5.1-RETIRAR A ALAVANCA DE DESMONTAGEM


Com a mão esquerda, pressionar o retém da alavanca de desmontagem. Com a outra mão,
girar para cima (aproximadamente de 20o), a alavanca de desmontagem, puxando-a para fora. Soltar,
vagarosamente, o retém da alavanca de desmontagem, tendo o cuidado de evitar que o mesmo salte por
ação de sua mola. Retirar o retém e sua mola.

5.2-RETIRAR O RETÉM DO FERROLHO


Girar a parte posterior do retém do ferrolho para cima, com o dedo polegar esquerdo fixando
a parte anterior do retém. Realizar movimentos oscilatórios no retém do ferrolho, a fim de retirar o seu
eixo da armação. Retirando o retém do ferrolho, a sua mola sairá juntamente com o retém.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 20


Cuidado para que a mola do retém do ferrolho não salte.

5.3-RETIRAR O TIRANTE DO GATILHO


Com a arma apoiada sobre a mão, lado direito voltado para cima, forçar o ramo superior da
mola do tirante do gatilho, baixando-a do seu alojamento. A seguir, com o auxílio de uma chave de
fenda, levantar a parte anterior do tirante (na altura do gatilho) e retirá-lo da armação.
5.4-RETIRAR O GATILHO
Com um toca-pino, deslocar o eixo do gatilho, da direita para esquerda, retirando-o da
armação. Retirar o gatilho pela parte superior da armação, tendo o cuidado para que não salte a sua
mola.

6-DESMONTAGEM DE 30 ESCALÃO

6.1-RETIRAR O PERCUSSOR E O EXTRATOR


Colocar o ferrolho sobre uma superfície de apoio, com a massa de mira voltada para baixo.
Com um toca-pino, deslocar o eixo do extrator, retirando-o do ferrolho. Retirar lateralmente o extrator
e sua mola e, pela parte posterior do ferrolho, o percussor e sua mola.
Ao retirar o ferrolho da superfície de apoio, cuidado para que as molas do extrator e do
percussor não saltem.

6.2-RETIRAR O EJETOR
Apoiar a face esquerda da armação sobre uma superfície plana, em seguida deslocar da
direita para a esquerda os pinos do ejetor. Retirar o ejetor da armação.

Esta desmontagem, só é feita em caso de substituição do ejetor.

6.3-RETIRAR O PINO DO REGISTRO DE SEGURANÇA


Engatilhar a arma.
Colocar a armação sobre uma superfície plana, com o punho voltado para cima e sem forçar
o cão.
Com um toca-pino de diâmetro apropriado, retirar o pino do registro de segurança.

6.4-RETIRAR O REGISTRO DE SEGURANÇA


Com a armação apoiada em uma das mãos, registro de segurança voltado para cima, com o
auxílio do polegar e o indicador da mão livre, elevar o registro de segurança e ao mesmo tempo fazer
movimentos oscilatórios e retirá-lo da armação.

Cuidado para que a mola do mergulhador do registro de segurança não salte.

6.5-RETIRAR O EIXO DO REGISTRO DE SEGURANÇA


Desengatilhar a arma, empurrando a armadilha para frente e liberando o cão que ficará na
posição avançada.
Retirar o eixo do registro de segurança da esquerda para direita.
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 21
Para retirar o mergulhador e mola do registro de segurança, bastará colocar a armação com o
punho voltado para baixo.

6.6-RETIRAR A ARMADILHA
Com um toca-pino, deslocar o eixo da armadilha da esquerda para direita, de modo que o
toca-pino fique fixando em seu lugar à mola da armadilha. Em seguida, agindo no olhal da mola da
armadilha, retirá-la da armação. Com o dedo indicador, amparar a armadilha. Em seguida, girar a parte
anterior da armação para baixo e a armadilha cairá por ação da gravidade, sendo retirada da armação
com auxílio do dedo indicador.

6.7-RETIRAR O RETÉM DO CARREGADOR


Com a armação apoiada sobre uma superfície plana e com o punho voltado para cima, retirar
o pino do retém do carregador. Pelo lado esquerdo da armação, retirar a bucha do retém do carregador
e sua mola, pelo lado direito sairá o retém do carregador.

6.8-RETIRAR O APOIO DA MOLA DO CÃO


Apoiar a armação em uma superfície plana, lado direito voltado para cima. Retirar, com
auxílio de um toca-pino, o pino do apoio da mola do cão, tendo cuidado pois haverá uma distensão
violenta da mola do cão.
Retirar pela parte inferior do punho da armação, o apoio do cão e a mola do cão.

6.9-RETIRAR O CÃO
Com um toca-pino, retirar o eixo do cão. Retirar, em seguida, pela parte superior da armação
o guia da mola do cão.

7-MONTAGEM DA ARMA

7.1-MONTAR O CÃO

7.2-MONTAR O APOIO DA MOLA DO CÃO


Colocar, em seu lugar o apoio da mola do cão, juntamente com a mola.
Colocar o punho da armação na posição vertical e fazer coincidir o orifício da armação com
o orifício do apoio, colocando em seguida o pino do apoio.

7.3-MONTAR O RETÉM DO CARREGADOR.

7.4-MONTAR A ARMADILHA
Introduzir o ramo menor da armadilha no seu alojamento (em cima).
Introduzir o eixo da armadilha da direita para a esquerda.

7.5-MONTAR O REGISTRO DE SEGURANÇA


Colocar o eixo do registro de segurança da direita para a esquerda.
Comprimir o mergulhador e mola do registro de segurança e pressionar o registro de
segurança para baixo, encaixando-o em seu eixo.
Fazer a coincidência do olhal do registro de segurança e olhal do eixo do registro de
segurança, colocando o seu pino, batendo-o de cima para baixo.
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 22
7.6-MONTAR O EJETOR

7.7-MONTAR O PERCUSSOR E O EXTRATOR


Colocar em seus alojamentos o extrator e o percussor, com suas molas.
Comprimir o percussor de maneira que coincida o olhal do extrator com o orifício do eixo
do extrator.
Colocar, de cima para baixo, o eixo do extrator.

7.8-MONTAR O CARREGADOR

7.9-MONTAR O GATILHO
Colocar, no seu encaixe, a mola do gatilho, ficando o ramo curvo da mola voltado para
cima.
Introduzir o gatilho e sua mola na armação.
Colocar o eixo do gatilho da esquerda para a direita.

7.10-MONTAR O TIRANTE DO GATILHO


Introduzir parcialmente o eixo do tirante do gatilho no olhal superior do gatilho, em seguida
colocar o ramo curvo da mola para frente do eixo do tirante do gatilho.

7.11-MOLA DO TIRANTE DO GATILHO


O ramo maior deve ser introduzido na parte inferior do tirante do gatilho.

7.12-MONTAR O RETÉM DO FERROLHO


Colocar a mola do retém com o ramo maior voltado para baixo, introduzindo no seu
alojamento na armação.
Dar um giro no retém para encaixar o seu eixo no orifício da armação.

7.13-MONTAR O RETÉM DA ALAVANCA DE DESMONTAGEM


Colocar a mola do retém no seu alojamento na armação.
Colocar o retém em seu alojamento.

7.14-MONTAR A ALAVANCA DE DESMONTAGEM


Comprimir o seu retém e colocar a alavanca.
Girar o seu ressalto para baixo (posição de desmontagem).

7.15-MONTAR O BLOCO DE TRANCAMENTO NO CANO

7.16-MONTAR O CONJUNTO DE TRANCAMENTO NO FERROLHO

7.17-MONTAR A HASTE-GUIA E MOLA RECUPERADORA

7.18-MONTAR AS PLACAS DO PUNHO

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7.19-UNIR O CONJUNTO ARMAÇÃO-FERROLHO E BLOCO DE TRANCAMENTO

8-FUNCIONAMENTO

O estudo do funcionamento da pistola será realizado considerando-se que já ocorreu o primeiro


tiro. Para facilidade de compreensão, vamos analisar o funcionamento considerando dois processos.

8.1-PRIMEIRO PROCESSO – POR AÇÃO SIMPLES

RECUO DO FERROLHO
1-Destrancamento
2-Abertura
3-Extração
4-Ejeção
5-Apresentação

AVANÇO DO FERROLHO
6-Carregamento
7-Fechamento
8-Trancamento
9-Engatilhamento
10- Desengatilhamento e Percussão

8.1.1-Destrancamento
Os gases, agindo sobre o fundo do culote do estojo, farão com que o ferrolho recue, trazendo
consigo o cano. Com o recuo do ferrolho, o mergulhador do bloco de trancamento se choca no batente
da armação e a parte anterior do mergulhador age na rampa do mergulhador no bloco de trancamento,
abaixando-o. Em conseqüência os ressaltos de trancamento são retirados dos alojamentos no ferrolho.
Neste momento, estarão desengrazados o cano e o ferrolho e os ressaltos de trancamento estarão em
seus alojamentos na armação, havendo portanto o destrancamento.

8.1.2-Abertura
Ao desengrazar-se do ferrolho, o cano completou o movimento chamado de "curto recuo".
O ferrolho entretanto continua recuando e se afastando do cano, dando-se a abertura.

8.1.3-Extração
No seu movimento para a retaguarda, o ferrolho, ao deixar de ter contato com o cano, retira
da câmara o estojo por intermédio do extrator, que o está prendendo com a sua garra.

8.1.4-Ejeção
Continuando o ferrolho no seu movimento para a retaguarda, mantendo o estojo ainda preso
pelo extrator, faz com que o culote deste venha a se chocar com o ejetor que se encontra montado à
retaguarda e a esquerda da armação. A violência deste choque vence a ação da garra do extrator e o
estojo é projetado através da janela de ejeção, para fora da arma.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 24


8.1.5-Apresentação
O ferrolho, ao sair de cima do carregador, faz com que este apresente um novo cartucho, que
ficará em condições de ser levado à câmara.

8.1.6-Carregamento
A mola recuperadora que foi comprimida pelo ferrolho, distende-se, levando-o à frente e, ao
encontrar o cartucho apresentado, o ferrolho retira-o do carregador e o introduz na câmara.

8.1.7-Fechamento
Após ter introduzido totalmente o cartucho na câmara, o ferrolho entra em contato com a
parte posterior do cano, dando-se o fechamento.

8.1.8-Trancamento
Ao entrar em contato com o cano, o ferrolho continua a avançar e o bloco de trancamento
sobe a sua rampa de elevação, introduzindo os ressaltos de trancamento nos seus alojamentos no
ferrolho, o que caracteriza o trancamento da arma.

8.1.9-Engatilhamento
Quando o ferrolho recua, o cão gira para a retaguarda e comprime a sua mola, através do
guia da mola do cão. O espigão do tirante do gatilho abandona o seu alojamento sendo forçado para
baixo, pela parte inferior do ferrolho. Em conseqüência, o ressalto do tirante do gatilho sai de cima do
ressalto apoio do tirante do gatilho na armadilha e esta volta à sua posição de repouso, por ação de sua
mola. Quando a armadilha volta à sua posição normal, o seu ressalto apoio do dente do cão é colocado
no dente de engatilhamento do cão, prendendo-o à retaguarda e dando-se o engatilhamento.
Nesta situação, será evitado que se faça o tiro de rajada, ainda que o atirador continue a
comprimir a tecla do gatilho. No intervalo compreendido entre o disparo e o recuo do sistema, é
comum o atirador continuar comprimindo a tecla do gatilho. Ao ser relaxada a pressão sobre a tecla do
gatilho, o tirante do gatilho, forçado pela sua mola é obrigado a subir. Em seguida o ressalto do tirante
do gatilho entra em contato com o ressalto apoio do tirante do gatilho na armadilha. Fica, desta forma,
a arma pronta para um novo disparo, isto é, engatilhada.

8.1.10-Desengatilhamento e percussão
Quando se comprime a tecla do gatilho, o tirante do gatilho, através da ação do seu ressalto
sobre o ressalto apoio do tirante do gatilho na armadilha, faz com que esta gire para frente e o seu
ressalto apoio do dente do cão (na armadilha), abandone o dente de engatilhamento do cão, liberando-
o. Estando livre, o cão gira violentamente para frente por descompressão de sua mola. O cão choca-se
na cauda do percussor, que avança no seu alojamento comprimindo a sua mola, indo sua ponta alojar-
se no seu orifício, percutindo a cápsula do cartucho. Em seguida, o percussor retrai-se por
descompressão de sua mola .

8.2-SEGUNDO PROCESSO – POR AÇÃO DUPLA


Este processo deverá ser utilizado nos casos de nega ou quando a arma estiver com um
cartucho na câmara e o cão em sua posição de "repouso", Figs. 1 e 2.
Neste caso, ao ser comprimida a tecla do gatilho, o ressalto do tirante do gatilho entra em
contato com o apoio do ressalto do tirante do gatilho existente no cão, obrigando-o a girar para trás.
Durante este giro, através de seus dentes, o cão afasta de si a armadilha, e comprime sua
mola através do guia da mola do cão.

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No limite máximo do seu giro, o cão estará livre da armadilha e avançará violentamente por
descompressão de sua mola, indo chocar-se na cauda do percussor. Após a execução do primeiro
disparo, a seqüência do funcionamento será idêntica à estudada na Ação Simples.

Em ambos os processos, após o último tiro, a mola do carregador se descomprime,


elevando-se. Em conseqüência, o apoio do dente anterior do retém do ferrolho, eleva-o, e o retém
não permite o avanço do ferrolho, ficando a arma aberta.

9-SEGURANÇAS DA ARMA
Possui a pistola, duas seguranças:

SEGURANÇAS
1-Registro de Segurança
2-Dente de Segurança do Cão

9.1-REGISTRO DE SEGURANÇA
Situado ao lado posterior esquerdo da armação, trava a arma, imobilizando a armadilha. Esta
segurança garante o travamento da arma durante a execução do tiro, estando engatilhada ou
desengatilhada.

9.1.A) Arma engatilhada: agindo-se no registro de segurança para cima, a sua haste de
segurança coloca-se na parte superior da armadilha. Em conseqüência, a armadilha fica imobilizada
não permitindo que o cão tenha movimentos livres.

9.1.B) Arma desengatilhada: agindo-se no registro de segurança para cima, o ressalto do


seu eixo gira para baixo e entra em contato com a cauda do tirante do gatilho, obrigando-o a abaixar.
Neste movimento o ressalto do tirante do gatilho sai do seu alojamento no cão impossibilitando o seu
giro. Simultaneamente, a haste de segurança atua na armadilha, como no caso anterior, não permitindo
o engatilhamento da arma.

9.2-DENTE DE SEGURANÇA DO CÃO


Fica situado na parte anterior e superior do cão, imobiliza a armadilha na compressão acidental
do gatilho, desde que não ocorra o engatilhamento da arma.

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10-QUADRO DE INCIDENTES DE TIRO

TIPOS DE
CAUSAS CORREÇÕES
INCIDENTES
1-Carregador com mossa ou sujo. 1-Retirar o carregador da arma e
O carregador não entra totalmente executar uma manutenção
FALHA no seu receptor. adequada.
NA 2-Retém do carregador com 2-Desmontar o retém do
ALIMENTAÇÃO desgaste ou quebrado. O carregador e substituí-lo.
carregador não poderá ficar fixo
no interior do receptor.
1-Mola do carregador fraca ou 1-Substituir a mola do
defeituosa. O cartucho não fica em carregador.
FALHA
condições de ser alcançado pela
NA
parte anterior do ferrolho.
APRESENTAÇÃO
2-Transportador amassado ou 2-Substituir o transportador.
defeituoso.
1-Rebarba, sujeira ou corpo 1a)Eliminar a rebarba;
estranho na câmara. 1b)Limpeza e lubrificação da
2-Cartucho amassado ou câmara;
defeituoso. 1c)Remover o corpo estranho.
3-Mola recuperadora defeituosa. O 2-Substituir a munição.
ferrolho não irá totalmente à 3-Substituir a mola recuperadora.
FALHA
frente.
NO
4-Abas do carregador defeituosas. 4-Substituir o carregador.
CARREGAMENTO
Durante a apresentação do
cartucho fica com sua ponta
demasiadamente elevada, em
conseqüência não entra na
câmara, quando levado à frente
pelo ferrolho.
FALHA NA EJEÇÃO 1-Ejetor gasto ou quebrado. 1-Substituir o ejetor.
FALHA NO 1-Substituir a mola do cão.
1-Mola do cão fraca ou quebrada
DISPARO
1-Munição defeituosa. A cápsula 1-Substituir a munição.
NEGA
tem marca da ponta do percussor.
1-Dente de engatilhamento do cão 1-Substituir o cão.
com desgaste.
2-Mola da armadilha montada 2-Montar corretamente.
incorretamente.
FALHA 3-Mola da armadilha quebrada. 3-Substituir a mola da armadilha.
NO 4-Apoio para a mola da armadilha 4-Substituir a armadilha.
ENGATILHAMENTO quebrado.
5-Espigão do tirante do gatilho 5-Substituir o tirante.
gasto.
6-Ressalto apoio do dente do cão 6-Substituir a armadilha.
(na armadilha) gasto.

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1-Ressalto do tirante do gatilho 1-Substituir o tirante do gatilho.
gasto ou quebrado.
FALHA 2-Ressalto apoio do tirante do 2-Substituir a armadilha.
NO gatilho (na armadilha), gasto ou
DESENGATILHA- quebrado.
MENTO 3-Apoio para o ressalto do tirante 3-Substituir o cão.
do gatilho (no cão), gasto (na ação
dupla).
FALHA NA 1-Extrator quebrado ou gasto. 1-Substituir o extrator.
EXTRAÇÃO
FALHA NA 1-Ponta do percussor gasta ou 1-Substituir o percussor.
PERCUSSÃO quebrada.

11-EMPREGO DE CALIBRADORES

11.1-CALIBRADOR DE CÂMARA (Falso Cartucho) - (B-780 433/3)


Este calibrador, destina-se a controlar o desgaste do alojamento para o cartucho,
formado pela composição dos conjuntos cano-ferrolho. É usado da seguinte forma:

Com a arma montada, retrair o ferrolho até que seja aprisionado pelo retém do ferrolho,
ficando em posição aberta.

Introduzir o calibrador de câmara B-780 433/3, de forma que o mesmo se aloje como se
fosse um cartucho comum (Fig. 3).

Segurar o ferrolho, e ao mesmo tempo, apertar o retém do ferrolho de forma a liberá-lo,


permitindo um deslocamento suave até que encoste no falso cartucho, sem bater.

Completada a operação anterior, a arma deverá ficar aberta, isto é, não deverá fechar
totalmente. Para controle visual, basta verificar a parte traseira do ferrolho que não deverá concordar
com a parte traseira da armação (Fig.4).

Se a arma fechar totalmente, fica evidenciado que a câmara atingiu a folga máxima admitida
para o cartucho e, nesse caso, o cano da arma deverá ser substituído.

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11.2-CALIBRADOR DE AFLORAMENTO DO PERCUSSOR - (B-780 612)
Este calibrador, destina-se a controlar os cursos máximo e mínimo admissíveis para a ponta do
percussor aflorar no fundo do ferrolho, Figs. 5 e 6.

É usado da seguinte forma:


Desmontar o conjunto do ferrolho da arma.
Posicionar o ferrolho na base “A” do calibrador B780 612, de modo que, as “abas” da
mesma se encaixem no alojamento onde, com a arma montada, é alojado o bloco de trancamento
(Figs.7 e 8).

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Girar o parafuso “B” pela cabeça recartilhada, avançando o percussor até encontrar uma
resistência positiva (não forçar), formada pelo pino do extrator e pelo extrator (Fig.7).

Passar o calibrador “C” na ponta do percussor aflorada, conforme indicado nas Figs.9 e 10.
O lado do entalhe gravado 2,0 mm deve passar sem interferência, e o lado gravado 1,30 mm não deve
passar livremente.

Caso o afloramento da ponta do percussor esteja fora dos limites controlados pelo calibrador
“C”, o percussor deverá ser substituído.

11.3-CALIBRADOR DO DIÂMETRO INTERNO DO CANO - (B-780 613)


Este calibrador, destina-se a controlar o desgaste máximo admissível para o diâmetro interno do
cano, seja na boca, seja na parte traseira, junto à câmara. É usado da seguinte forma:
Desmontar o cano do conjunto da arma, limpando-o internamente em toda sua extensão.

11.3.1 CONTROLE DA BOCA

Introduzir o calibrador B-780 613 pelo lado da boca, sem forçar e observar a posição da
linha de referência “A” na Fig.11, gravada no calibrador.
Essa linha de referência não deve ultrapassar o plano “b” que passa pela boca da arma.
Caso ocorra a ultrapassagem do limite acima citado, indica que o cano está com o seu
diâmetro interno maior que o máximo admissível devendo, em conseqüência, ser substituído.

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11.3.2 CONTROLE DA CÂMARA

Introduzir o calibrador B-780 613 pelo lado da câmara, sem forçar e observar a posição da
linha de referência “B” na Fig.12, gravada no calibrador.
Essa linha de referência não deve ultrapassar o plano “a” que passa pela boca da arma.
Caso a ultrapassagem do limite acima citado, indica que o cano está com o seu diâmetro
interno maior que o máximo admissível devendo, em conseqüência, ser substituído.

11.4-FREQUÊNCIA DE UTILIZAÇÃO
A não ser que ocorra algum acidente, ou que outros indícios assim recomendem e com vistas
a assegurar um bom desempenho da arma, ela deve ser controlada através dos calibradores descritos
com a seguinte freqüência:
1o controle: após 1000 tiros acumulados;
2o controle: após 2000 tiros acumulados;
3o controle: após 2500 tiros acumulados.
Após o 3o controle, a cada 500 tiros acumulados subsequentes.

11.5-RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA O MANUSEIO E CONSERVAÇÃO DOS


CALIBRADORES

11.5.1 Os calibradores são instrumentos de alta precisão. Apesar de serem fabricados com aços
endurecidos, entretanto, estão sujeitos a deformações e desgastes. Assim sendo, devem ser manuseados
com cuidado de forma a evitar quedas, bem como passados nas peças a controlar sem esforço ou
choque.
11.5.2 Para melhor proteção e conservação, os calibradores devem ser mantidos nos estojos de
madeira.
11.5.3 Após o uso, limpá-los com um pano macio ou algodão, embebido em um solvente tal
como tetracloreto de carbono, tricloroetileno ou ainda benzina, protegendo-os em seguida com
vaselina neutra.
11.5.4 Caso sejam pouco usados, a cada 6 meses limpar, inspecionar quanto a um possível
ataque corrosivo e proteger novamente com vaselina neutra.

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12-VISTA SECCIONADA DA PISTOLA

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13-VISTA EXPLODIDA DA PISTOLA

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14 -LEGENDA DA VISTA EXPLODIDA DA PISTOLA

1-Cano 28-Mola do Mergulhador do Registro de Segurança


2-Bloco de Trancamento 29-Ejetor
3-Mergulhador do Bloco de Trancamento 30-Pino do Ejetor (Par)
4-Pino do Mergulhador do Bloco de 31-Bucha do Cão
Trancamento 32-Cão
5-Ferrolho 33-Eixo do Registro de Segurança
6-Mola Recuperadora 34-Guia da Mola do Cão
7-Guia da Mola Recuperadora 35-Mola do Cão
8-Extrator 36-Apoio da Mola do Cão
9-Pino do Extrator 37-Pino de Apoio da Mola do Cão
10-Mola do Extrator 38-Eixo da Armadilha
11-Bloco com Entalhe de Mira 39-Mola da Armadilha
12-Percussor 40-Armadilha
13-Mola do Percussor 41-Retém do Carregador
14-Armação 42-Mola do Retém do Carregador
15-Alavanca de Desmontagem 43-Bucha do Retém do Carregador
16-Retém da Alavanca de Desmontagem 44-Pino do Retém do Carregador
17-Mola do Retém da Alavanca de 45-Bucha da Placa do Punho (4 Peças)
Desmontagem
46-Parafusos das Placas do Punho (4 Peças)
18-Retém do Ferrolho
47-Placa Esquerda do Punho
19-Mola do Retém do Ferrolho
48-Placa Direita do Punho
20-Gatilho
49-Corpo do Carregador
21-Eixo do Gatilho
50-Transportador
22-Mola do Gatilho
51-Mola do Carregador
23-Tirante do Gatilho
52-Chapa da Mola do Carregador
24-Mola do Tirante do Gatilho
53-Fundo do Carregador
25-Registro de Segurança
26-Pino do Registro de Segurança
27-Mergulhador do Registro de Segurança

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CAPÍTULO 03 - FUZIL AUTOMÁTICO LEVE M964 - FAL

ÍNDICE

NR Assunto Pagina
1 Apresentação
2 Características
3 Medidas preliminares
4 Desmontagem de 1o escalão
5 Desmontagem de 2o escalão
6 Desmontagem de 3o escalão
7 Montagem
8 Funcionamento
9 Segurança
10 Seguranças adicionais
11 Manejo
12 Quadro de incidentes de tiro
13 Incidente de tiro
14 Acidente de tiro
15 Ação imediata
16 Acessórios
17 Regulagem do escape de gases
18 Regulagem do Aparelho de Pontaria
19 Instruções para substituição do Apoio do ferrolho
20 Emprego de caliradores
21 Resumo do emprego de calibradores
22 Vista explodida
21 Legenda da vista explodida

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FUZIL AUTOMÁTICO LEVE M964 - FAL

1-APRESENTAÇÃO
O fuzil 7,62 M964, é uma arma adotada no exército brasileiro em substituição aos antigos fuzis
e mosquetões de repetição de calibres 7mm e .30. Foi adotado como arma portátil do combatente de
qualquer arma, atendendo as necessidades de uniformização da munição, bem como da modernização
do equipamento.
É uma arma de aceitação internacional, tendo sido muito utilizada desde 1960 na África quando
de lutas internas. Suas excepcionais características já foram comprovadas nas mais diversas situações e
condições de emprego.
Esta arma foi projetada e executada com objetivo de colocar nas mãos do soldado, uma arma
que tenha – em grau até agora não igualado – as mais importantes qualidades a saber:
perfeita maneabilidade;
possibilidade de iniciar instantaneamente tiro intenso e apontado;
facilidade de manutenção em campanha;
segurança absoluta de funcionamento.

2 -CARACTERÍSTICAS

2.1 -DESIGNAÇÃO
NEE.................................................................1005-1062-443-5
Indicativo militar ............................................Fz 7,62 M964
Nomenclatura .................................................Fuzil 7,62 M964 “FAL”
NEE................................................................1005-1062-414-6
Indicativo militar ............................................Fz 7,62 M964 Br1
Nomenclatura .................................................Fuzil 7,62 M964 “FAL/FI”

2.2 -CLASSIFICAÇÃO
Quanto ao tipo ................................................Portátil
Quanto ao emprego ........................................Individual
Quanto ao funcionamento ..............................Semi-automático
Princípio de funcionamento............................Tomada de gases (em um ponto do cano)
Quanto a refrigeração .....................................A ar

2.3 -ALIMENTAÇÃO
Carregador .....................................................Metálico, tipo cofre
Capacidade .................................................... 20 cartuchos
Sentido ...........................................................De baixo para cima

2.4-RAIAMENTO
Números de raias ...........................................04 (quatro)
Sentido ...........................................................A direita

2.5-APARELHO DE PONTARIA
Alça de mira ...................................................Tipo lâmina graduada e visor com cursor

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Massa de mira ................................................Tipo ponto com protetores

2.6-DADOS NUMÉRICOS
Calibre ............................................................7,62 mm
Comprimento .................................................1,10 m
Peso do carregador vazio ...............................250 g
Peso da arma com carregador vazio ..............4,200 Kg
Peso da pressão do gatilho ............................3,5 a 4,5 Kg
Velocidade inicial do projetil ........................840 m/s
Velocidade do tiro .........................................Automático: 120 tiros por minuto
Semi-automático: 60 tiros por minuto
Velocidade teórica de tiro ..............................650 / 750 tiros por minuto
Alcance máximo ............................................3.800 m
Alcance útil sem luneta .600 m
Vida útil da arma ............................................Superior a 16.000 tiros

2.7-MUNIÇÕES UTILIZADAS
Ordinário .......................................................7,62 M1
Perfurante ......................................................7,62 Pf
Traçante .........................................................7,62 Tr
Festim ............................................................7,62 Ft
Manejo ...........................................................7,62 Mnj
Lança-granada ...............................................7,62 Lç-NATO

2.8-TIPOS DE GRANADAS
Anti-pessoal ...................................................Cor havana / cinta vermelha
Anti-carro .......................................................Cor amarela / vo / cinta branca
Incendiária .....................................................Cor cinza
Exercício ........................................................Cor preta ou azul

3-DESMONTAGEM

3.1-MEDIDAS PRELIMINARES
Antes de iniciar a desmontagem da arma, deve-se tomar as seguintes precauções:
Retirar o carregador.
Dar dois golpes de segurança.
Retirar o reforçador para tiro de festim.
Retirar a bandoleira.
Abrir a arma, agindo na chaveta do trinco da armação. (Atenção: Manter o cano voltado
para BAIXO)

3.2-DESMONTAGEM DE 1o ESCALÃO
3.2.1-Retirar o Conjunto Ferrolho-Impulsor do Ferrolho
Puxar para trás, a haste do impulsor do ferrolho.
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3.2.2-Retirar a Tampa da Caixa da Culatra
Puxando para trás, a tampa deslizará em suas corrediças.

3.2.3-Separar o Ferrolho do Impulsor do Ferrolho


Deixe o ferrolho cair normalmente e, ao mesmo tempo, exercer pressão na cauda do
percussor, utilizando a face de uma mesa de madeira.

3.2.4-Retirar o Percussor
Fazendo pressão sobre sua cauda e por meio de um toca-pino, retirar o pino do percussor.
Retirado o pino do percussor, o mesmo sairá do seu alojamento por força de sua mola.

3.2.5-Desmontar o Obturador do Cilindro de Gases


Fazendo pressão sobre o retém do obturador, girar ¼ de volta no sentido horário e retirá-lo.

3.2.6-Retirar o Êmbolo do Cilindro de Gases


Puxar o êmbolo do seu alojamento e separá-lo da sua mola.
A última espira da mola é a mais apertada para mantê-la junto ao êmbolo.

3.3-DESMONTAGEM DE 2o ESCALÃO

3.3.1-Retirar o Guarda-Mão
Afrouxar o parafuso do guarda-mão e retirá-lo

3.3.2-Desmontar o Extrator
A desmontagem do extrator é feita com auxílio de uma ferramenta especial.
Retirando o extrator, retira-se com cuidado, o impulsor do extrator de seu alojamento e sua
mola.

3.3.3-Separar o Conjunto Cano-Caixa da Culatra do Conjunto Armação-Coronha


Após girar a armação até o limite máximo, desaparafusar a cavilha do eixo da armação, com
uma chave de fenda.
Retirar a cavilha do eixo da armação.
Com auxílio de um toca-pino, fazer com que o eixo da armação saia de seu alojamento, pelo
lado direito da arma, por cerca de um centímetro.
Retirar o eixo da armação.
Retirado o eixo da armação, separa-se o conjunto cano-caixa da culatra, do conjunto
armação-coronha.

3.3.4-Retirar o Disparador
Girar o disparador de 90o efetuando leve pressão para trás
Continuar o movimento para a retaguarda, até liberá-lo da caixa da culatra.
A mola do disparador é cravada e não deve ser desmontada, a não ser para substituição,
em órgão de 3o escalão.

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3.3.5-Desmontar o Mecanismo da Armação
Colocar o registro de tiro e segurança na posição “R” e liberar o martelo agindo no gatilho.
Com auxílio de uma chave de fenda, introduzir sua fenda por baixo do estojo da mola do
martelo e fazer sair o estojo de seu apoio na armação e retirar o conjunto estojo-haste-guia e mola do
martelo.
Girar o registro de tiro e segurança para cima, até que fique em posição vertical e retirá-lo.
Girar a placa suporte dos eixos para sua posição mais elevada e puxá-la para trás.
Com auxílio de um toca-pino, empurrar o eixo do martelo para fora e retirar o eixo e o
martelo.
Com auxílio de um toca-pino, empurrar o eixo do gatilho intermediário para fora e retirar o
eixo e o gatilho intermediário, segurando-o para não saltar.
Retirar o gatilho, separando-o do impulsor do gatilho. Como a última espira da mola do
gatilho intermediário é aberta, esta não deve ser retirada a não ser para substituição.

3.3.6-Retirar a Chapa da Soleira


Retirar o parafuso da chapa da soleira e separá-los.

3.3.7-Retirar as Molas Recuperadoras


Com auxílio de uma ferramenta especial, retirar o parafuso das molas recuperadoras e as
molas.
Separar o parafuso, a arruela, as duas molas (interna e externa) e a haste das molas.

3.3.8-Retirar a Massa de Mira


Verificar a sua posição.
Atarraxá-la completamente, contando o número de cliques.
Desatarraxá-la por meio de uma ferramenta especial.
Retirar o engrazador e a mola da massa de mira.

3.3.9-Desmontar o Carregador
Fazer deslizar, em seu encaixe, o fundo do carregador até ficar um centímetro para fora.
Puxar o fundo do carregador.
Retirar a mola do transportador, até o fim.
Girar o transportador cerca de 45o, no interior do carregador.
Separar a mola do transportador.

3.4-DESMONTAGEM DE 3o ESCALÃO
A desmontagem de 3o escalão deverá ser realizada somente em níveis mais elevados de
instruendos. Não utilizá-la para conscritos.

3.4.1-Desmontar o Anel Regulador de Escape de Gases


Com auxílio de uma ferramenta especial, desaparafusar o anel regulador de escape de gases
e retirá-lo.
Por meio de uma chave de fenda, retirar a extremidade da mola de travamento, de seus
alojamentos, e retirá-la.

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3.4.2-Retirar o Cilindro de Gases
Com auxílio de uma ferramenta especial, desaparafusar a luva do cilindro de gases e puxar a
mesma em direção a boca da arma.
Retirar o pino do cilindro de gases.
Desatarraxar o cilindro de gases e puxá-lo para trás.
Separar do cilindro de gases, o anel regulador de escape de gases e a luva do cilindro de
gases.

3.4.3-Retirar a Alça de Transporte


Retirada a luva do cilindro de gases, a alça de transporte está solta.

3.4.4-Desmontar a Alavanca de Manejo


Com auxílio de um toca-pino, tirar o pino da chaveta da alavanca de manejo.
Retirar o mergulhador e mola de seu alojamento.

3.4.5-Retirar o Retém do Carregador


Com uma chave de fenda, desaparafusar o parafuso-eixo do retém do carregador e retirá-lo.
Comprimir a mola do retém do carregador e segurar o retém, quando a mola ficar solta,
retirar o retém.

3.4.6-Retirar o Retém do Ferrolho


Retirado o retém do carregador, o retém do ferrolho está solto.

3.4.7-Desmontar o Punho
Com auxílio de uma chave de fenda, desaparafusar a porca de fixação do punho e retirá-la
junto com o punho.

3.4.8-Desmontar o Guarda-Mato
Após retirar o punho, basta girá-lo para frente e para baixo, que o mesmo está solto.

3.4.9-Desmontar o Impulsor do Gatilho


Fazer pressão para trás, sobre o impulsor do gatilho, para comprimir sua mola e girá-lo para
baixo.
Separar o impulsor e sua mola.

3.4.10-Desmontar a Armação da Coronha


Retirar o parafuso da coronha, que liga a armação.
Separar a armação da coronha.

3.4.11-Desmontar o Trinco da Armação


Retirar o parafuso-suporte da chaveta do trinco da armação.
Com auxílio de um toca-pino, retirar o pino-guia do trinco da armação, mantendo o toca-
pino no alojamento do pino, para que a mola do trinco não seja distendida violentamente.
Com o dedo fazendo pressão sobre o trinco da armação, retirar o toca-pino.

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Retirar a mola e o mergulhador do trinco da armação.
Fazer pressão sobre a extremidade do eixo da chaveta do trinco e retirar a chaveta.
Retirar o trinco da armação de seu alojamento.

3.4.12-Desmontar a Alça de Mira


Desaparafusar e retirar um dos parafusos de correção do desvio da alça de mira.
Fazer deslizar a alça de mira para o mesmo lado de onde foi retirada o parafuso de correção
(não mexer no outro parafuso).
Retirar o pino-limitador do cursor da alça de mira e por meio de uma pressão do botão
serrilhado daquele cursor, retirar o mesmo.
Separar o cursor, o botão serrilhado, a mola do botão serrilhado, o cursor da alça de mira e a
mola de travamento dos parafusos de correção de desvio da alça de mira.

3.4.13-Desmontar os Zarelhos
Zarelho Anterior
Retirar o parafuso do zarelho e afastar a braçadeira, retirando-a do cano.
Zarelho Posterior
Desaparafusar os dois parafusos e retirá-lo.

3.4.14-Desmontar a Haste do Impulsor do Ferrolho


Com auxílio de um toca-pino, retirar o pino da haste. Esta operação, somente será realizada
em caso de substituição.
Retirar a haste, o mergulhador e a mola do mergulhador.

3.4.15-Desmontar a Alavanca de Manejo


Com auxílio de um toca-pino, impelir o retém do punho da alavanca de manejo para fora e
separar o punho, o retém e o corpo da alavanca. Esta operação, somente será realizada em caso de
substituição.

3.4.16-Desmontar o Ejetor
Com auxílio de um toca-pino, empurrar o pino do ejetor somente até a metade, para facilitar
a desmontagem.
Retirar o ejetor, puxando-o na direção da boca da arma.
Caso não saia facilmente, empurrá-lo com um toca-pino de bronze. Esta operação, somente
será realizada em caso de substituição.

3.4.17-Desmontar o Apoio do Ferrolho


Com auxílio de um toca-pino, empurrar o apoio do ferrolho da esquerda para a direita e
retirá-lo.
Esta operação, somente será realizada em caso de substituição.

3.4.18-Desmontar o Registro de Tiro e Segurança


Retirar o pino do registro de tiro e segurança.
Separar as partes componentes, que são: o registro, o mergulhador, a mola e o pino.

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4 – MONTAGEM

A montagem é executada na ordem inversa da desmontagem, com exceção do trinco da


armação, que procede-se da seguinte maneira:
Colocar o trinco da armação com o mergulhador e mola;
Colocar o pino-guia do trinco;
Pressionar o trinco, dando posição para a chaveta;
Colocar a chaveta do trinco da armação;
Colocar o parafuso-suporte da chaveta do trinco da armação.

5 - FUNCIONAMENTO
Para facilidade de estudo, o funcionamento será apresentado nos seguintes tópicos:
Ação dos gases;
Recuo das peças móveis e
Avanço das peças móveis.
A arma será considerada, neste estudo, em uma posição inicial assim definida:
Um cartucho encontra-se na câmara;
A arma está trancada e
Dá-se a percussão.

5.1 -Fases de Funcionamento

Durante o Recuo das Peças Móveis:


1-Destrancamento e Abertura
2-Extração 2a Fase
3-Ejeção
4-Apresentação

Durante o Avanço das Peças Móveis:


5-Ação das Molas Recuperadoras
6-Carregamento e Fechamento
7-Extração 1a Fase
8-Trancamento

5.2 - Ação dos Gases


O projetil percorre o cano e ultrapassa o evento de admissão de gases (F-Fig. 1).
Os gases atravessam o evento de admissão de gases e atingem o obturador do cilindro de
gases (A), que está ligado ao bloco do cilindro de gases (B).
Caso o obturador esteja fechado, (letras “Gr” para cima), os gases não penetram no cilindro
de gases e a arma funciona como arma de repetição.

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Com o obturador aberto, (letra “A” para cima), os gases atravessam o evento de admissão e
entram em contato com a cabeça do êmbolo (D).
Sob a pressão dos gases, o êmbolo retrocede e deixa livre o evento de escape de gases (E).
O evento de escape de gases tem abertura variável, segundo a graduação em que se ache o
anel regulador de escape de gases (C).
O anel regulador, destina-se a fazer aumentar ou diminuir a saída dos gases e assim
controlar a pressão destes, na cabeça do êmbolo.
O êmbolo (P-Fig. 2), em seu recuo, obriga o impulsor do ferrolho (B), a retroceder.
A mola do êmbolo, que foi comprimida, distende-se e torna a levar o êmbolo para a sua
posição avançada.

5.3 -Recuo das Peças Móveis

1-Destrancamento e Abertura
Quando o impulsor do ferrolho recua, as suas rampas de destrancamento (B1-Fig. 3), entram
em contato com os ressaltos de destrancamento do ferrolho (C1) e faz com que a parte posterior do
ferrolho, erga-se e abandone o seu apoio (D-Figs. 3 e 4), na caixa da culatra (E-Fig. 4).

5.3.1-Extração 2a Fase
O batente do ferrolho no impulsor do ferrolho (B2-Fig.5), entra em contato com o ferrolho
(C2) e este é levado para a retaguarda.
Nesse momento, a garra do extrator retira o estojo da câmara, conservando-o preso ao
ferrolho.

5.3.2-Ejeção
Quando a face anterior do ferrolho se acha próxima ao defletor da janela de ejeção, o estojo
choca-se com o ejetor (Fig. 6) que obriga-o a girar e sair para cima e para a direita.
Depois desta fase, o movimento das peças móveis continua até que o conjunto ferrolho-
impulsor do ferrolho vem parar junto da parte posterior da armação.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 43


Durante o recuo, houve a compressão das molas recuperadoras, por intermédio da haste do
impulsor do ferrolho.

5.3..3 -Apresentação
Durante a última parte do movimento das peças móveis para trás, os cartuchos existentes no
carregador, sob o impulso da mola do transportador, sobem, e o mais acima, apresenta seu culote de
maneira a ser empurrado pelo ferrolho, quando este avançar.

5.3..4 -Avanço das Peças Móveis

1-Ação das Molas Recuperadoras


As molas recuperadoras em certo momento de sua compressão, impedem que o conjunto
ferrolho-impulsor do ferrolho, prossiga em seu recuo.
A seguir, impelem tal conjunto para frente, por intermédio da haste do impulsor do ferrolho.
As rampas de impulso (B3-Fig. 7), existentes no impulsor do ferrolho, entram em contato
com as rampas de impulso do ferrolho (C3) e este é impelido para frente.

5.3.5 - Carregamento e Fechamento


O ferrolho avançando mais, liberta o cartucho das abas do carregador e o introduz
completamente na câmara.
Está realizado o carregamento.
O ferrolho terminou seu avanço e a arma está fechada, embora ainda não esteja trancada.
Quando o ferrolho avançar, a parte inferior de sua face anterior, entra em contato com o
culote do cartucho e leva-o para frente.
A ponta do projetil ao avançar, encontra a rampa de acesso, que eleva e orienta aquela ponta,
para que haja a introdução na câmara de carregamento.
Nesse momento, o cartucho está liberado parcialmente das abas do carregador.

5.3.6 - Extração 1a Fase


No momento em que termina o carregamento, dá-se a 1a fase da extração, pois o ferrolho
procurando avançar mais, obriga o extrator a empolgar por sua garra, o culote do estojo.

5.3.7-Trancamento
Como o ferrolho não pode avançar mais, o impulsor do ferrolho, por intermédio de sua
rampa de impulso (B3-Fig. 7) que age sobre a rampa de impulso do ferrolho (C3), obriga este a baixar.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 44


As rampas de trancamento do impulsor do ferrolho (B4-Fig. 7) e do ferrolho (C4), entram
em contato e impelem este último para baixo.
O ferrolho, coloca-se então, diante do apoio do ferrolho (D-Fig. 8).
Deu-se o trancamento da arma.

6-SEGURANÇA

O fuzil possui uma segurança. O registro de tiro e segurança na posição “S”, seu eixo apresenta
à cauda do gatilho, sua parte arredondada, não permitindo que este suba e atue no gatilho
intermediário.

7-SEGURANÇAS ADICIONAIS

7.1 -Pela Posição do Impulsor do Ferrolho


Como o impulsor do ferrolho continua o seu movimento para frente, após o ferrolho parar, a
face inferior da mortagem do impulsor do ferrolho (B5-Fig. 8), coloca-se sobre a parte superior do
ferrolho (C5) e impede que este se levante e destranque a arma.

7.2 -Pela Posição do Percussor


Durante o movimento das peças móveis, a cauda do percussor está oculta pelo impulsor do
ferrolho (Fig. 9).
Somente quando se dá o trancamento completo, pela chegada do impulsor do ferrolho à sua
posição mais avançada, é que a cauda do percussor fica descoberta. Aí então, é que pode ser realizada
a ação do martelo sobre o percussor, para que haja a percussão.
7.3 -Pelo Retém do Ferrolho
Depois de ter saído o último cartucho do carregador, o gancho do transportador entra em
contato com o retém do ferrolho (Fig. 10), e, sob a pressão da mola do transportador, levanta o
referido retém.
Quando o ferrolho procura avançar, encontra em seu caminho, o retém do ferrolho (Fig.10)
e fica preso.
A arma fica aberta e o atirador é avisado de que o carregador está vazio.

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7.4 -Pela Posição do Disparador
Durante o seu movimento para trás, o impulsor do ferrolho, obriga o martelo a girar para
trás.
Logo que a face posterior do impulsor do ferrolho, ao avançar, ultrapassa o martelo, este se
levanta e entra em contato pelo entalhe (F2-Fig. 9) com a cauda do disparador (K2), que o mantém em
posição de “ENGATILHADO” (Fig.9).
Nos últimos milímetros do seu avanço, o impulsor do ferrolho entra em contato com o dente
do disparador (K1), por intermédio de seu ressalto posterior inferior esquerdo (B6).
O disparador sob a pressão do impulsor do ferrolho, gira e libera o martelo (Fig. 12), o qual
em seguida é detido no seu entalhe (F1-Fig. 12), pelo dente do gatilho intermediário (G1-Fig. 12).

7.5 -Pelo Mecanismo de Disparo

7.5.1-Posição Inicial
Suponha-se a seguinte posição inicial:
A arma está engatilhada;
A arma está travada.

7.5.2-Posição “Travada”
O registro de tiro e segurança, acha-se na posição “S”, que indica que a arma está travada.
O eixo do registro de tiro e segurança (J1 e J2-Fig. 11), apresenta à cauda do gatilho o
seu arredondamento (J1).
Nesta posição, a cauda do gatilho não pode subir e não pode atuar no gatilho
intermediário.

7.5.3 - Posição “Tiro Semi-Automático”


O registro de tiro e segurança, acha-se na posição “R”, indicando que a arma está
preparada para o tiro semi-automático.
O eixo do registro de tiro e segurança, apresenta à cauda do gatilho, o seu entalhe menor
(J2-Figs. 11 e 12).

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7.5.3.1-AVANÇO DO MARTELO
A pressão do dedo na tecla do gatilho, faz a cauda do gatilho (H2-Fig. 12), entrar em contato
com a cauda do gatilho intermediário (G2).
O gatilho, que continua o seu movimento sob o efeito da pressão do dedo, impele a cauda do
gatilho intermediário (G2), para cima.
Em conseqüência, o dente do gatilho intermediário (G1), baixa e desprende-se do entalhe do
martelo (F1), este liberado, avança sob a pressão de sua mola e provoca a percussão, por choque do
encontro da cauda do percussor.
Durante o avanço do martelo, o gatilho intermediário, que já não está pressionado pelo
martelo, e que tem o olhal de seu eixo de forma oval, vem para frente (Fig. 13), sob a ação de sua
mola.
Nesta posição, a cauda do gatilho intermediário (G2), perde contato com a cauda do gatilho
(H2).
O dente do gatilho intermediário (G1) eleva-se, então, e fica em posição de prender o martelo
na próxima vez.

7.5.3.2 - POSIÇÃO ENGATILHADO


As peças móveis recuam e fazem girar o martelo para a sua posição recuada.
No avanço, o disparador mantém o martelo preso, durante o tempo de segurança (Ver D-
Pela Posição do Disparador) .
No fim do curso das peças móveis, o disparador liberta o martelo.
O martelo gira ligeiramente em torno de seu eixo e o seu entalhe (F1), vem prender-se no
dente do gatilho intermediário (G1), e obriga a este último recuar um pouco, para ir colocar-se contra o
seu apoio na cauda do gatilho (H2-Fig.12).
Quando a pressão do dedo sobre a tecla do gatilho cessa, este volta à sua posição normal,
sob a pressão de sua mola, fazendo baixar sua cauda, o que permite ao gatilho intermediário, recuar o
pouco que necessita para estar em condições de prender novamente o martelo.

7.5.4 - Posição “Tiro Automático”


O registro de tiro e segurança, acha-se na posição “A”, que indica que arma está preparada
para o tiro automático.
O eixo do registro de tiro e segurança, apresenta à cauda do gatilho, o seu entalhe maior
(J3-Fig. 13).
No momento em que se dá a pressão do dedo sobre a tecla do gatilho, o ciclo dos
movimentos do gatilho e do gatilho intermediário, é o mesmo que no caso do tiro semi-automático.
No entanto, como o curso do gatilho agora é maior, o dente do gatilho intermediário (G1),
permanece abaixado e não mais prende o martelo quando este avançar.
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 47
O martelo, então, é acionado somente pelo disparador.
O disparador, impedindo que a queda do martelo seja antes do fim do curso do impulsor do
ferrolho, torna-se possível o tiro automático, pois, se o martelo estivesse mantido até o fim do avanço
daquele impulsor, seguiria este último e assim, empurraria o percussor para frente, ao invés de chocar-
se contra ele.
Ao cessar a pressão do dedo sobre a tecla do gatilho, as operações repetem-se da mesma
forma que no tiro semi-automático.

7.5.5 - Posição “Tiro de Repetição”


Para o lançamento de granadas, emprega-se o tiro de repetição, para o que, além do registro
de tiro e segurança ser colocado na posição “R”, deve-se girar o obturador do cilindro de gases, até
que as letras “Gr”, fiquem para cima.
É usado então, um cartucho de lançamento (que não possui projetil), para fazer o papel de
carga de projeção da granada.

8- MANEJO
As operações de manejo aqui apresentadas, são apenas aquelas que tenham ligações diretas
com a utilização do armamento.
8.1 - Municiar o Carregador
Consiste em introduzir o cartucho no carregador.
8.2 - Alimentar a Arma
Colocar o carregador municiado na arma.
8.3 -Engatilhar
Trazer a alavanca de manejo completamente a retaguarda, e, logo após, deixar que a mesma
vá à frente.
8.4 -Travar
Colocar o registro de tiro e segurança na posição “S”.
8.5 -Destravar
Colocar o registro de tiro segurança na posição “R” ou “A”.
8.6 -Desngatilhar
Pressionar a tecla do gatilho.

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9-QUADRO DE INCIDENTES DE TIRO
TIPOS DE
CAUSAS CORREÇÕES
INCIDENTES
1-Garra do extrator gasta ou 1-Substituir o extrator.
quebrada. 2-Substituir a mola.
FALHA NA 2-Mola do extrator quebrada ou fraca. 3-Sacar o estojo da câmara.
EXTRAÇÃO 3-Virola do estojo quebrada. 4-Regular o escape de gases.
4-Recuo incompleto do ferrolho por
insuficiência de gases.
FALHA NA 1-Ponta do percussor gasta ou 1-Substituir o percussor.
PERCUSSÃO quebrada.

1-Ejetor quebrado. 1-Substituir o ejetor.


FALHA NA EJEÇÃO
2-Insuficiência de gases. 2-Reduzir o escape de gases.
1-Corpo do carregador amas-sado. 1-Substituir o carregador.
FALHA NA 2-Retém do carregador gasto. 2-Substituir o retém do
ALIMENTAÇÃO 3-Mola do retém do carregador carregador.
quebrada. 3- Substituir a mola.
1-Insuficiência de gases. 1-Reduzir o escape de gases.
2-Dente do gatilho intermediário gasto 2-Substituir o gatilho
(tiro semi-automático). intermediário.
FALHA NO
3-Cauda do disparador gasta (tiro 3-Substituir o disparador.
ENGATILHAMENTO
automático). 4-Substituir a mola.
4-Mola do disparador fraca ou
quebrada (tiro automático).
1-Insuficiência de gases. 1-Reduzir o escape de gases.
2-Estojo rompido no interior da 2-Sacar o estojo da câmara.
câmara. 3-Substituir a munição.
FALHA NO
3-Munição defeituosa. 4-Substituir o car-regador.
CARREGAMENTO
4-Abas do carregador amassadas. 5-Substituir as molas.
5-Molas recuperadoras fracas ou
quebradas.
FALHA NO 1-Mola do martelo quebrada ou fraca. 1-Substituir a mola.
DISPARO
1-Mola do carregador fraca ou 1-Substituir a mola.
quebrada. 2-Substituir o transportador.
FALHA NA
APRESENTAÇÃO 2-Transportador amassado. 3- Substituir o carregador.
3-Corpo do carregador amassado.

FALHA NO 1-Dente do disparador quebrado. 1-Substituir o disparador.


DESENGATILHA
MENTO
NEGA 1-Munição defeituosa. 1-Substituir a munição.

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10 - INCIDENTE DE TIRO

Há um incidente de tiro quando se produz uma interrupção de tiro, sem danos para o
material e/ou pessoal, por motivo independente da vontade do atirador.
A causa do incidente é, normalmente, eliminada por um conjunto de operações chamado
“ação imediata”, a ser realizado prontamente pelo atirador.
Ao Fz 7,62 M964, aplicam-se com a devida adaptação, as prescrições do capítulo 4 do T 9-
210.

11 - ACIDENTE DE TIRO

Há um acidente de tiro quando se produz uma interrupção do tiro, com danos, de qualquer
natureza, para o material e/ou pessoal.
As causas, efeitos e responsabilidades devem ser apuradas e imputadas na forma da
legislação vigente, em todos os casos de acidente de tiro ou de dano, de qualquer natureza, que resulte
em inservibilidade, ou não, do material.

13 - AÇÃO IMEDIATA

É constituída pelas seguintes operações:


12.1- Travar a arma.
12.2- Retirar o carregador.
12.3- Executar 2 (dois) golpes de segurança, para extrair, se possível, e ejetar um cartucho ou
estojo que esteja na arma.
12.4- Examinar, cuidadosamente, a caixa da culatra, a câmara e a alma, para ver se existe
qualquer anormalidade.
12.5- Deixar o conjunto ferrolho-impulsor do ferrolho ir para sua posição mais avançada.
12.6- Recolocar o carregador.
12.7- Acionar a alavanca de manejo para carregar a arma.
12.8- Destravar e recomeçar o tiro.
12.9- Caso a arma não reinicie seu funcionamento normal, repetir as 4 (quatro) primeiras
operações, e, dentro dos exatos limites de cada escalão de manutenção, pesquisar as causas do que está
ocorrendo.

14 – ACESSÓRIOS

O Fz 7,62 M964 é dotado de acessórios para aumentar de eficiência e flexibilidade de emprego,


bem como para possibilitar a execução do tiro de modo correto.
Dentre os acessórios desta arma, destacam-se os mencionados a seguir:

13.1 -Bocal para Lançamento de Granadas-Alça para Lançamento de Granadas-Quebra


Chamas
O bocal para lançamento de granadas e quebra-chamas, como se vê na Fig.14-A, é uma peça
cilíndrica, perfurada simétrica e obliquamente em sua periferia e fixada fortemente por atarraxamento
à boca do cano. Sua desmontagem e substituição, só é permitida em 4o escalão.

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Existe, como dotação para um certo número de armas, uma alça para lançamento de
granadas, que é articulada com o obturador do cilindro de gases Fig. 14-B.

13.2 - Reforçador para o Tiro de Festim


Possui um reforçador para o tiro de festim, do tipo que se vê na Fig. 15, que é colocado
para o uso de munição de festim.

13.3 - Baioneta
A baioneta é igual a que está na Fig. 16, para transformar este fuzil como arma de choque.
13.4 - Luneta para Tiro Especial (LUN PNT FZ OIP 3,6X / FZ 7,62 M964)
A luneta para tiro especial Fig.17, fixada a uma tampa da caixa da culatra de forma
especial, próprio para receber esta luneta, é um acessório a ser montado, em substituição à tampa da
caixa da culatra normal, num fuzil escolhido para tiro de precisão.
O fuzil deve ser escolhido pela sua precisão e regularidade no tiro normal, e, após a
regulagem da luneta do fuzil, deve ser considerado como “fuzil para tiro especial”, ficando a luneta
como seu acessório normal.

13.5 - BANDOLEIRA
Utilizada para dar mais comodidade para o transporte do armamento Fig.18.

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14 - REGULAGEM DO ESCAPE DE GASES
A regulagem do escape de gases, tem por objetivo assegurar o funcionamento correto da arma
por intermédio de uma variação da pressão que os gases podem exercer sobre a cabeça do êmbolo do
cilindro de gases.
Como processo para regulagem do escape de gases, fica estabelecida a seqüência de operações
abaixo:
1a) Colocar na arma, um carregador vazio;
2a) Girar o anel regulador de escape de gases, até que chegue à sua posição mais avançada,
como na Fig.19;
3a) Girar, em sentido contrário (desaparafusando), o anel regulador de escape de gases, até
que o algarismo 7 fique sobre o eixo longitudinal da arma, Fig.20, o que dá a abertura máxima para o
escape de gases, ou seja, é a situação em que ocorre a “falta de retrocesso”;

4a) Girar (aparafusando), o anel regulador de escape de gases, entalhe por entalhe, e disparar
(após introduzir cada cartucho na câmara de carregamento, com a mão), um tiro depois de cada
manobra, até verificar que, após determinado disparo, de que o ferrolho ficou preso à retaguarda pelo
seu retém, Fig.10;
5a) Confirmar tal retenção do ferrolho à retaguarda, fazendo o disparo de alguns tiros (cada
cartucho deve ser introduzido na câmara, com a mão, um por um);
6a) Recomeçar, se necessário, a 5a operação, até que em cinco (5) disparos, haja cinco (5)
retenções do ferrolho pelo seu retém;
7a) Fechar um entalhe no anel regulador, para ter certeza plena de que o recuo do ferrolho está
correto. A arma está regulada. Na falta da chave do anel regulador Fig.21, o anel pode ser girado por
meio da ponta de um cartucho Fig.22, ou, em último caso, à mão.

15 - REGULAGEM DO APARELHO DE PONTARIA


A regulagem do aparelho de pontaria do Fuzil 7,62 M964 “FAL” e “FAP”, somente será
realizada nos seguintes casos:
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 52
1o) Quando a arma estiver sido desregulada, por motivo de reparação;
2o) Quando se deseja que a precisão da arma seja ajustada ou posta em “ponto 0” para um
determinado atirador ou um emprego bem definido. Nesse caso, é preciso estar seguro de:
Que o atirador seja capaz de obter agrupamentos corretos, isto é, que não ultrapasse para
um agrupamento de cinco (5) tiros a uma distância de cem (100) metros, um círculo de diâmetro de
quinze (15) centímetros;
Que o atirador, disparando nas mesmas condições e com o mesmo fuzil, obtenha
sistematicamente um mesmo desvio do ponto médio de impacto. Tal desvio deve ser comprovado com
várias séries de tiros;
As correções em altura, são efetuadas deslocando-se a massa de mira para cima ou para
baixo, ou substituindo-a;
As correções em direção, são efetuadas deslocando-se lateralmente o corpo da alça de mira;
Tais correções, somente devem ser efetuadas por elemento especializado, pertencente, no
mínimo, ao 2o escalão de manutenção, ou ainda, pelo oficial instrutor.

15.1 - CORREÇÃO EM ELEVAÇÃO

15.1.1 – FERRAMENTAS
Deve ser usada somente a chave para massa de mira Fig.23, destinada a regular esta peça, pois,
do contrário, ela seria danificada pelo uso de ferramenta imprópria.
15.1.2 - MASSAS DE MIRA
Existem quatro (4) tipos de massas de mira de alturas diferentes, como na Fig.24.
As massas de miras identificam-se pelo número de pontos brancos que aparecem sobre a parte
superior da base circular das mesmas.
Na parte inferior da base circular da massa de mira, existem 16 (dezesseis) entalhes que servem
para fixar a massa de mira, por meio do engrazador da massa de mira.
Na parte superior, encontram-se os números: 0, 4, 8 e 12. Servem para localizar a posição da
massa de mira com relação à linha de referência que se encontra sobre o bloco do cilindro de gases,
Fig.25.
As massa de mira, possuem as seguintes medidas: No 1 = 3,65mm; No 2 = 4,30mm; No 3 =
4,95mm e No 4 = 5,60mm.

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15.1.3 - CORREÇÃO
A correção dos erros de pontaria em elevação (altura), efetua-se seja atarraxando, seja
desatarraxando, ou ainda trocando a massa de mira.
Linha de referência
1- Número da massa de mira (No 1)
2- Orifícios para a chave da massa de mira
3- Número de referência

15.1.4 - PARA BAIXAR O PONTO MÉDIO (PM)


Para fazer baixar o ponto médio dos impactos, é preciso desatarraxar a massa de mira,
ou seja, fazê-la subir.
A colocação de uma outra massa de mira mais alta, localizada da mesma maneira que a
anterior, fará baixar igualmente o PM.

15.1.5 - PARA SUBIR O PONTO MÉDIO (PM)


Para fazer subir o ponto médio dos impactos, é preciso atarraxar a massa de mira, ou
seja, fazê-la baixar.
A colocação de uma outra massa de mira mais alta, localizada da mesma maneira que a
anterior, fará subir igualmente o PM.

15.1.6 - DESLOCAMENTO DO PM (Em Altura)


Atarraxando ou desatarraxando em “n” entalhes a massa de mira, será obtido um
deslocamento do PM de “x” centímetros a “y” metros, conforme se verifica no quadro abaixo:
Distâncias
Números de Entalhes
50 m 100 m 200 m
1 0,5 cm 1 cm 2 cm
3 1,5 cm 3 cm 6 cm
6 3 cm 6 cm 12 cm
8 4 cm 8 cm 16 cm
12 6 cm 12 cm 24 cm

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16 = 1volta completa 8 cm 16 cm 32 cm
Colocação de outra massa de mira, localizada da
6 cm 12 cm 24 cm
mesma maneira que a substituída.

15.1.7 - COLOCAÇÃO EM “PONTO 0”


Considerado os elementos da trajetória e da paralaxe linha de mira-eixo do cano, é necessário
regular um Fuzil 7,62 M964.
A alça de mira, deverá estar colocada na distância mínima, ou seja, duzentos (200)
metros, o atirador deverá ocupar a posição normal de tiro (arma apoiada sobre os sacos de areia, na
altura do guarda-mão), visando a base do espelho no alvo. A largura da base do espelho, é igual à
projeção da largura da massa de mira na distância correspondente, como na Fig.26.

Para o Tiro a Distância de: Altura do PM


50 m + 2,5 cm do ponto de pontaria
100 m + 6 cm do ponto de pontaria
150 m + 5 cm do ponto de pontaria
200 m 0 = ponto de pontaria

15.2 - TROCA DA MASSA DE MIRA


Há necessidade de trocar a massa de mira, nos seguintes casos:

15.2.1-QUANDO A MASSA DE MIRA FOR DANIFICADA


Substituir a massa de mira danificada, por outra da mesma altura, procedendo-se como segue:
Atarraxar a fundo a massa de mira que se vai substituir, tendo o cuidado de contar o número
de “clicks” (clicks, é o ruído que se ouve quando é girada a massa de mira);
Logo após, desatarraxá-la totalmente;
Atarraxar a fundo a nova massa de mira (de mesmo número e mesmo modelo);
Desatarraxar a nova massa de mira, do mesmo número de “clicks” que foi contado na
primeira destas operações;
A nova massa de mira, estará localizada, então, com a mesma altura da que foi substituída.

15.2.2 - QUANDO SE PROCEDE A REGULAGEM DA ARMA


Se a massa de mira encontra-se atarraxada a fundo e se deseja fazer subir o PM dos impactos;

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Se a massa de mira encontra-se desatarraxada a tal ponto que sua base circular começa a sair
de seu alojamento no bloco do cilindro de gases e se deseja baixar ainda o PM dos impactos Figs. 27 e
28.

15.2.3 - CORREÇÃO EM DIREÇÃO

15.2.3.1 -FERRAMENTAS
Uma chave de fenda de dimensões apropriadas é necessária.

15.2.3.2 - PARAFUSOS DE CORREÇÃO DO DESVIO DA ALÇA


Existem dois (2) parafusos de correção do desvio da alça de mira. Um está à direita, o outro à
esquerda. A parte inferior da cabeça do parafuso possui doze (12) entalhes. Nestes entalhes, alojam-se
as extremidades da mola de travamento dos parafusos de correção do desvio da alça de mira. Cada vez
que um parafuso gira, a extremidade da mola passa de um entalhe a outro e produz um (1) “click”.
Uma volta completa corresponde a doze (12) entalhes, pelo que se pode ouvir doze (12) “clicks”.

15.2.3.3 - DESLOCAMENTO DA BASE DA ALÇA


A base (corpo) da alça pode ser deslocada de mais ou menos 2mm para a direita ou para a
esquerda, ou seja, três (3) voltas completas dos parafusos de correção do desvio da alça de mira.

15.2.3.4 - CORREÇÃO
A correção dos erros em direção, se faz deslocando a base da alça para a esquerda ou para a
direita, conforme o caso.

15.2.3.4 .1-Deslocar o PM para a direita


Desatarraxar de uma volta ou duas, o parafuso da direita;
Atarraxar o parafuso da esquerda (que fará deslocar a base da alça para a direita), de tantos
entalhes quantos forem exigidos para a correção, e cujos valores aparecem no quadro abaixo;
Atarraxar a fundo o parafuso da direita.

15.2.3.4 2-Deslocar o PM para a esquerda


Desatarraxar de uma volta ou duas, o parafuso da esquerda;
Atarraxar o parafuso da direita (que fará deslocar a base da alça para a esquerda), de tantos
entalhes quantos forem exigidos para a correção, e cujos valores aparecem no quadro abaixo;
Atarraxar a fundo o parafuso da esquerda.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 56


15.2.3.4 3-Deslocamento do PM em direção
Atarraxando de “n” entalhes o parafuso de correção do desvio da alça de mira, como nas
segundas operações indicadas em “1” e “2” acima, será obtido um deslocamento lateral do PM de “x
cm” a “y metros”, conforme se lê no quadro abaixo:
DESLOCAMENTO DO PM EM DIREÇÃO
Número de entalhes 50 m 100 m 200 m
1 0,5 cm 1 cm 2 cm
3 1,5 cm 3 cm 6 cm
6 = ½ volta 3 cm 6 cm 12 cm
12 = 1 volta completa 6 cm 12 cm 24 cm
24 = 2 voltas completas 12 cm 24 cm 48 cm

16 - INSTRUÇÕES PARA SUBSTITUIÇÃO DO APOIO DO FERROLHO

16.1 - SUBSTITUIÇÃO NO 3o E 4o ESCALÃO


1o) Retirar da arma o apoio do ferrolho a ser substituído;
2o) Medir a cota “b” do apoio do ferrolho, com auxílio de um micrômetro de precisão de 0,01
mm;
3o) Escolher, com auxílio de um micrômetro, um apoio do ferrolho de mesma medida, ou
ligeiramente superior (no máximo 0,02mm);
4o) Colocar o apoio do ferrolho com o punção especial F-11091 e martelo de pena;
5o) Controlar a seleção do apoio do ferrolho: o controle será feito com o conjunto impulsor do
ferrolho-ferrolho, de modo que haja trancamento quando, atuando sobre o calibrador E-8007
(previamente introduzido na câmara), se fizer pequena pressão sobre o impulsor do ferrolho e que
não seja possível o trancamento quando o conjunto impulsor do ferrolho-ferrolho atuar sobre o
calibrador E-8002, previamente introduzido na câmara;
6o) Após o controle, três casos podem ocorrer:
1o caso: O conjunto impulsor do ferrolho-ferrolho, tranca com o calibrador E-8007 e não tranca
com o calibrador E-8002: a seleção será correta;
2o caso: O conjunto impulsor do ferrolho-ferrolho, não tranca com o calibrador E-8007:
escolher um apoio do ferrolho de cota “b” ligeiramente menor, substituir e fazer novo controle;
3o caso: O conjunto impulsor do ferrolho-ferrolho, tranca com o calibrador E-8002: escolher
um apoio do ferrolho de cota “b” ligeiramente maior, substituir e fazer novo controle.
7o) Quando não for possível encontrar um apoio do ferrolho que satisfaça às condições de
controle, a arma necessitará substituição de outras peças como cano, caixa da culatra, ferrolho e
impulsor do ferrolho.

16.2 - SUBSTITUIÇÃO NO 5o ESCALÃO

16.2.1 - SELEÇÃO DA PEÇA


A peça será selecionada com auxílio do aparelho verificador B-6502 e dos calibradores
auxiliares B-6502/8 e B-6502/9. O aparelho verificador deverá ser calibrado periodicamente pelo
contra-calibrador D7513.

16.2.2 - COLOCAÇÃO DA PEÇA


Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 57
A peça será colocada com o punção especial F11091 e o martelo de pena.

16.2.3 - CONTROLE DA SELEÇÃO (Controle da Folga de Carregamento)


O controle será feito com o conjunto impulsor do ferrolho-ferrolho, de modo que haja
trancamento quando, atuando sobre o calibrador E-8007, previamente introduzido na câmara, se fizer
pequena pressão sobre o impulsor do ferrolho e que não seja possível o trancamento quando o conjunto
impulsor do ferrolho-ferrolho atuar sobre o calibrador E-8002, previamente introduzido na câmara.

17 - EMPREGO DE CALIRADORES

17.1-CALIBRADORES DE CANO
É a medida do diâmetro interno do cano, entre os cheios opostos. É verificada medindo-se suas
penetrações pela boca e pela câmara. Os calibradores são:
17.1.1 - Calibrador 7,57 mm - CB 134 - (Diâmetro Mínimo)
Serve para verificar o cobreamento e a dilatação irregular do cano, que deverá penetrar no
interior do cano sem nenhum forçamento ou mesmo atrito em ambos os sentidos, isto é, da câmara
para a boca e da boca para a câmara, Fig.29.

17.1.2 - Calibrador 7,67 mm - CB 32 - (Diâmetro de Usura)


É o calibrador que vai verificar a usura do cano da arma, Fig.29. O seu emprego deve ser
auxiliado por uma régua milimetrada. É utilizado da seguinte forma:
1o) Introduzir o calibrador pela boca e medir a penetração;
2o) Introduzir o calibrador pela câmara e medir a penetração, incluindo o comprimento desta;
3o) Somar as penetrações da 1a e 2a medida;
4o) Limites:
Se a soma for menor que 300 mm = BOA;
Se a soma for maior que 300 mm = ADVERTÊNCIA;
Se o calibrador passar em todo cano = REFUGADA.

17.1.3 -Calibrador 7,80 mm - CB 33 - (Avanço de Raiamento)


Este calibrador é empregado para confirmação do calibrador 7,67 mm, Fig.29. Se der
refugo com o 7,67 mm ou com o 7,80 mm indistintamente, a arma estará refugada (recolhida ao 4o
escalão para a troca do cano). Este calibrador é introduzido somente pela câmara, incluindo o
comprimento desta e utilizado com os seguintes limites:
Se a penetração for menor que 80 mm = BOA;
Se a penetração for entre 80 a 120 mm = ADVERTÊNCIA;
Se o penetração for maior que 120 mm = REFUGADA.

17.2 - CALIBRADORES DE CÂMARA


É a medida a partir do diâmetro 10,16 cm, do cone de encosto do cartucho na câmara, até a face
anterior do ferrolho (apoio do culote do cartucho), estando este, em uma posição de trancamento, em
contato com o seu apoio, na caixa da culatra. É verificada utilizando-se os seguintes calibradores:

17.2.1 - Calibrador de folga de carregamento 41,423 mm - U 110 43 Co - (Mínimo)


Este calibrador deve sempre permitir o trancamento da arma, significando que a arma está
BOA, Fig.29.

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17.2.2 - Calibrador de folga de carregamento 41,503 mm - U 110 44 Co - (Máximo)
Este calibrador não deve permitir o trancamento de uma arma nova, ou de armas reparadas
pelo último escalão. Em armas usadas, quando trancar, significa que a mesma está BOA, Fig.29.

17.2.3 - Calibrador de folga de carregamento 41,723 mm - CB 6 - (Advertência)


Quando a arma aceita este calibrador, permitindo o trancamento, significa que a folga de
carregamento está próxima do limite máximo, ADVERTÊNCIA, devendo ser utilizada com cuidado e
calibrada com mais freqüência, Fig.29.

17.2.4 - Calibrador de folga de carregamento 41,773 mm - CB 5 - (Refugada)

Quando a arma aceita este calibrador, permitindo o trancamento, deve ser recolhida para
manutenção de 3o ou 4o escalão, significando que a arma está REFUGADA, Fig.29.

17.3 - CALIBRADOR DE AFLORAMENTO DA PONTA DO PERCUSSOR

É a medida da saliência da ponta do percussor sobre a face anterior do ferrolho (apoio


do culote do cartucho). A sua posição de percussão, é verificada pelo calibrador de afloramento da
ponta do percussor E 8015 = U 3997, Fig.30, que apresenta as seguintes dimensões:
MÍNIMA: Saliência de 1,33 mm: o afloramento da ponta do percussor deve ser maior do que
esta dimensão.
MÁXIMA: Saliência de 1,53 mm: o afloramento da ponta do percussor deve ser menor do
que esta dimensão.

17.4 - CALIBRADOR DE FOLGA DO EXTRATOR

É a medida da folga mínima que deve existir entre a garra do extrator e a face anterior do
ferrolho (apoio do culote do cartucho). A sua posição de extração, é verificada pelo calibrador de folga
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 59
do extrator E 8000 = U 10865 Co, Fig.31, que colocado como se fosse a virola de um cartucho, entre a
face do ferrolho e a garra do extrator, deve passar livremente, sem movimentar o extrator (sem forçar o
culote). A espessura deste calibrador é de 1,37 mm.

18 - RESUMO DO EMPREGO DE CALIBRADORES DO FAL

CALIBRADORES FAL / FAP OBSERVAÇÕES


CB 134 7,57 mm Deve penetrar em todo o comprimento do
cano.
7,67 mm Soma das penetrações pela boca + câmara. A
BOM < 300 mm penetração pela câmara, também inclui o
CB 32 comprimento desta.
Soma das
ADVERTÊNCI Não usar a arma em tiros de precisão a mais de
penetrações > 300 mm
A 200 m. Recalibrar após novos tiros.
pela boca +
câmara. Penetra em todo
o
4 ESCALÃO o comprimento R E F U G A D O
do cano
7,80 mm Penetração pela câmara. A penetração pela
BOM câmara, também inclui o comprimento desta.
CB 33 < 80 mm
Penetração
pela ADVERTÊNCI Não usar a arma em tiros de precisão a mais de
De 80 a 120 mm
câmara. A 200 m. Recalibrar após novos tiros.
4o ESCALÃO > 120 mm REFUGADO
U11043Co BOM 41,423 mm Sempre tranca.
U11044Co BOM 41,503 mm Só não tranca em armas novas.
ADVERTÊNCI Se trancar, é porque a folga está no limite.
CB 6 41,723 mm
A Recalibrar após novos tiros com o CB 5.
41,773 mm
o o
3 OU 4 Se trancar, trocar R E F U G A D O
CB 5
ESCALÃO o apoio do
ferrolho

18.1 - CALIBRADORES DE CANO


CB 134 (7,57 mm) - Diâmetro mínimo - Verifica o cobreamento e a dilatação irregular do
cano.
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CB 32 (7,67 mm) - Diâmetro de usura - Verifica a usura do cano.
CB 33 (7,80 mm) - Avanço de raiamento - Confirma a usura do cano.

18.2 - CALIBRADORES DE CÂMARA

U 110 43 Co (41,423 mm) - Deve trancar, BOA.


U 110 44 Co (41,503 mm) - Tranca com restrição, BOA.
CB 6 (41,723 mm) - Se trancar, ADVERTÊNCIA.
CB 5 (41,773 mm) - Se trancar, REFUGADO.

APOIO DO FERROLHO DO FAL/FAP


R- 6,53 a 6,55 mm Y- 6,67 a 6,69 mm
S- 6,55 a 6,57 mm Z- 6,69 a 6,71 mm
T- 6,57 a 6,59 mm A- 6,71 a 6,73 mm
U- 6,59 a 6,61 mm B- 6,73 a 6,75 mm
V- 6,61 a 6,63 mm C- 6,75 a 6,77 mm
W- 6,63 a 6,65 mm D- 6,77 a 6,79 mm
X- 6.65 a 6,67 mm E- 6,79 a 6,81 mm

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19 -VISTA EXPLODIDA DO FUZIL 7,62 M964 “FAL”

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20 -LEGENDA DA VISTA EXPLODIDA DO FUZIL 7,62 M964 “FAL”

04-Cilindro de gases 75-Gatilho


05-Pino do cilindro de gases 76-Mola do gatilho
06-Anel regulador de escape de gases 77-Impulsor do gatilho
07-Luva do cilindro de gases 78-Gatilho intermediário
08-Quebra-chamas 79-Apoio da mola do gatilho intermediário
09-Mola-retém da granada 80-Mola do gatilho intermediário
10-Mola de travamento do anel regulador de 81-Eixo da gatilho e do gatilho intermediário
escape de gases 84-Mola do registro de tiro e segurança
11-Massa de mira 85-Mergulhador do registro do registro de tiro e
12-Braçadeira do zarelho anterior da segurança
bandoleira 86-Pino do registro de tiro e segurança
14A-Zarelho anterior da bandoleira 87-Trinco da armação
19-Parafuso do zarelho anterior da bandoleira 88-Mola do trinco da armação
20-Mola do retém da massa de mira 89-Mergulhador do trinco da armação
21-Êmbolo do cilindro de gases 90-Pino-guia do trinco da armação
22-Mola do êmbolo do cilindro de gases 95-Parafuso da chaveta do trinco da armação
23-Engrazador da massa de mira 96-Guarda-mato
25-Apoio do ferrolho 97-Punho
28-Ejetor 98-Porca de fixação do punho
29-Pino do ejetor 101-Transportador do carregador
30-Corpo da alavanca de manejo 102-Mola do transportador do carregador
31-Chaveta da alavanca de manejo 103-Fundo do carregador
32-Mergulhador do punho da alavanca de 104-Tampa da caixa da culatra
manejo 105-Mola recuperadora exterior
33-Mola do mergulhador do punho da 106-Mola recuperadora interior
alavanca de manejo
107-Haste das molas recuperadoras
34-Pino da chaveta e do mergulhador da 108-Disparador
alavanca de manejo
109-Mola do disparador
35-Punho da alavanca de manejo
110-Eixo da armação
36-Retém do punho da alavanca de manejo
111-Cavilha do eixo da armação
39-Apoio da mola do retém do ferrolho
112-Corpo da alça de mira
40-Mola do retém do ferrolho
113-Parafuso de correção do desvio da alça de
41-Tecla do retém do ferrolho mira
42-Pino da tecla do retém do ferrolho 114-Cursor da alça de mira
43-Retém do carregador 115-Botão serrilhado do cursor da alça de mira
44-Mola do retém do carregador
116-Mola do botão serrilhado do cursor da alça de
45-Parafuso-eixo do retém do carregador e do mira
retém do ferrolho
117-Pino-limitador do cursor da alça de mira
46-Ferrolho
118-Mola de travamento dos parafusos de
47-Extrator correção do desvio da alça de mira
48-Mola do extrator 119-Base do zarelho posterior da bandoleira
49-Amortecedor de vibração da mola do 122-Pino do zarelho posterior da bandoleira
extrator
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50-Percussor 125-Parafuso da coronha
51-Mola do percussor 126-Arruela do parafuso da coronha
52-Pino do percussor 128-Parafuso da chapa da soleira
53-Corpo do impulsor do ferrolho 129-Parafuso da cauda de fixação da coronha e do
54-Haste do impulsor do ferrolho zarelho posterior da bandoleira
55-Mola da haste do impulsor do ferrolho 138-Parafuso de fixação do guarda-mão
56-Mergulhador da haste do impulsor do 139-Gola do guarda-mão
ferrolho 140-Corpo da alça de transporte
57-Eixo da haste do impulsor do ferrolho 141-Punho da alça de transporte
58-Impulsor do extrator 142-Arruela da alça de transporte
62-Placa-suporte dos eixos do martelo e do 143-Anel de pressão da alça de transporte
gatilho 144-Arruela de pressão para o parafuso do guarda-
67-Tubo alojamento das molas recuperadoras mão
70-Martelo 145-Arruela cônica dentada da chapa da soleira
71-Eixo do martelo 146-Anel de pressão do parafuso do guarda-mão
72-Haste-guia da mola do martelo
73-Mola do martelo
74-Estojo da mola do martelo
147-Lâmina da baioneta com punho Sc 4/1-Corpo do retém do ferrolho com pino
150A-Retém da baioneta C6-Armação
151-Mola do retém da baioneta Sc 7/1-Registro de tiro e segurança
152-Eixo do retém da baioneta C8-Chaveta do trinco da armação
153-Corpo da bainha Sc 9/1-Corpo do carregador
159-Parafuso de fixação do bocal da bainha Sc 10/1-Corpo do zarelho posterior da bandoleira
162-Correia de lona C11-Coronha
163-Ponteira da bandoleira C12-Chapa da soleira
164-Presilha da bandoleira C13/14-Guarda-mão
170-Tampa do depósito de óleo Sc 16/1-Bocal da bainha
171-Haste de lubrificação Sc 16/4-Suporte da bainha
172-Junta da tampa do depósito de óleo C17-Aparelho municiador
174-Tampa do estojo de limpeza do cano C19-Reforçador para tiro de festim
175-Alça do estojo de limpeza Sc 20/1-Corpo do estojo de limpeza com fundo do
178-Extremidade porta-pano depósito
179-Extremidade roscada C21-Escova de lubrificação do cano
180-Cordel do dispositivo de limpeza C23-Cano com bloco do cilindro de gases
C2-Obturador do cilindro de gases Std 13-Rebite oco
C3-Caixa da culatra Std 14-Rebite oco

FIM

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CAPÍTULO 04 - METRALHADORA 7,62 M 919 A4

NO Assunto Pagina
01 CARACTERÍSTICAS
02 DESMONTAGEM
03 MONTAGEM
04 FOLGA DA ARMA
05 MANEJO
06 FUNCIONAMENTO
07 SEGURANÇA
08 INCIDENTES DE TIRO
09 NOMECLATURA

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METRALHADORA 7,62 M 919 A4

1 – Características
1.1 - Designação
NEE.......................................................................................................1005-1060 830
Indicativo militar ............................................................................Mtr 7,62 M919 A4
Nomenclatura ..................................................................Metralhadora 7,62 M919A4

1.2 – Classificação
Quanto ao tipo ..............................................................................não portátil
Quanto ao emprego........................................................................coletivo
Quanto ao funcionamento..............................................................automático
Quanto princípio de funcionamento ...........................................utilização do recuo do sistema
cano caixeta ( curto recuo do cano )
Quanto a refrigeração.....................................................................a ar

1.3 – Alimentação
Carregador ..................................................................................tipo fita , de lona
Capacidade .................................................................................100 ou 250 cartuchos
Sentido .......................................................................................da esquerda para direita

1.4 – Raiamento
Número de raias ........................................................................................04 ( quatro )
Sentido ....................................................................................da esquerda para direita

1.5 – Aparelho de Pontaria


Alça de mira .......................................................................................... tipo lâmina, com cursor e
visor, graduado de 0 a 2400 Jd, com um corretor de vento permitindo um desvio máximo de 10
milésimos para direita e para esquerda.
Maça de mira seção retangular ...............................................................seção retangular,
articulada na parte anterior da caixa da culatra.
Mecanismo de pontaria em direção:
barra ( no reparo ) graduada de 0 a 425” para a direita e de 0 a 450 “ para esquerda com
volante de pontaria em direção de 0 a 25” para ajustagem de pontaria em direção, até 1”
Mecanismo de pontaria em alcance:
graduado de 0 a 200’’’ para ângulos positivos e negativos para pontaria a grosso modo.
volante do mecanismo de elevação graduado de 0 a 50 ```para ajustagem em alcance, até 1”

1.6 – Dados numéricos


Calibre................................................................................7,62 mm
Peso da metralhadora .........................................................14,074 kg
do reparo 7,62 M2 terrestre ................................................6,356 kg
Comprimento .....................................................................1,045 cm
Alcance útil ........................................................................540 m
Vida da arma ......................................................................150000 tiros

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Velocidade inicial.............................................................. 817 m/s
Velocidade teórica de tiro ................................................ 400 a 550 t/m
Velocidade prática de tiro.................................................. 250 t/m

Observação
1. A metralhadora 7,62 M919 A4, normalmente utiliza o reparo. 30 M2 Ter. podendo, no
entanto de acordo com a viatura em que é instalado, usar os mais variados tipos de reparos.
2. Existe a metralhadora 7,62 A4 – fixa, NEE 1005-1060-880, que só difere desta por não
possuir punho no bloco de fechamento e ter para - choque inclinado .

2 - DESMONTAGEM DA METRALHADORA

2.1 – Abrir a tampa


Para isso comprimir o trinco da tampa para retaguarda e abrir a tampa .

2.2 – Prender a mola recuperadora


Com a mão esquerda, trazer o ferrolho a retaguarda ( por meio da alavanca de manejo),
mantendo-o nessa posição; com a virola do cartucho ou chave de fenda, empurrar a haste – guia e girá-
la até que a sua fenda tome posição vertical ( nessa posição, os ressaltos da haste – guia se alojarão em
seus cavados no ferrolho e a mola recuperadora ficará comprimida em seu alojamento ).

2.3 – Retirar o bloco de fechamento


Levar o ferrolho um pouco a frente a fim de que a haste - guia não impeça a sua retirada;
empurrar o trinco da tampa para frente e retirar.

2.4 – Retirar a alavanca de manejo


Retirando a alavanca de manejo, puxar o ferrolho para a retaguarda até abandonar a caixa da
culatra.

2.5 – Retirar o ferrolho


Retirada a alavanca de manejo, é só puxar o ferrolho para a retaguarda até abandonar a caixa da
culatra.

2.7 – Retirar a armação


Com um toca – pino ou cartucho, comprimir o eixo do gatilho, através do orifício onde o
mesmo se aloja na placa lateral direita da caixa da culatra, e ao mesmo tempo, puxar o gatilho a
retaguarda trazendo o conjunto armação - caixeta e cano, até que a armação saia da culatra. Empurrar o
acelerador para frente, desprendendo a armação da caixeta e retirá-la da arma.

2.8 – Retirar o conjunto cano - caixeta


Puxar o conjunto cano - caixeta, retirando-o pela parte traseira da caixa da culatra.

2.9 – Desmontagem do ferrolho


Retirar o transportador – ejetor, basta levantá-lo pela esquerda.

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2.9.1 – Mola recuperadora e haste - guia
Assentar a parte saliente da haste - guia sobre uma superfície sólida ( mesa ) e empurrar
firmemente o ferrolho, comprimindo a haste–guia contra a superfície, fazendo pressão sobre o ferrolho
e girá-lo até que os ressaltos da haste - guia abandonem seus cavados no ferrolho. Aliviar a pressão
sobre o ferrolho aos poucos, permitindo a distensão da mola e com uma das mãos segurar a haste -guia
e mola recuperadora até retirar o ferrolho.

2.9.2 - Eixo da alavanca de armar


Girar a cauda da alavanca de armar totalmente para retaguarda e retirar o seu eixo pelo lado
esquerdo.

2.9.3 – Alavanca de armar


Retirado o seu eixo, é só retirá-la por cima do ferrolho ( na montagem de alavanca de armar,
observar para que a ponta arredondada (cabeça) fique voltada para baixo e para trás).

2.9.4 – Gatilho intermediário


Antes de retirar o gatilho intermediário é necessário libertar o percursor. Para isso, segurar
firmemente o ferrolho e comprimir com uma chave de fenda, o gatilho intermediário, e com outra
chave de fenda deslocar a lâmina do batente da mola do percursor para a esquerda fazendo-a entrar em
seu alojamento no ferrolho, isso permitira a retirada do gatilho intermediário, por baixo.

2.9.5 – Batente da mola do percursor


Com uma chave de fenda trazer a lâmina do batente a sua posição normal, pela parte inferior do
ferrolho empurrar o pino do batente da mola do percursor e retirá-la por cima.
2.10 – Percursor
Levantar ligeiramente a parte anterior do ferrolho para que o percursor e sua mola saiam do seu
alojamento.

2.11– Desmontagem da armação

2.11.1 – Eixo do gatilho


Com auxílio de um toca pino, empurrá-lo e o mesmo sairá pela direita.

2.11.2 – Gatilho
Puxá-lo pela retaguarda do conjunto amortecendo.

2.11.3 – Acelerador
Retirar o eixo do acelerador e o acelerador.

2.11.4 – Amortecedor de recuo


Comprimir a mola deslocando a haste - guia para a direita, a fim de deslocar o pino da fenda na
armação, separando o amortecedor da armação.

2.12 – Desmontagem do cano - caixeta


Cano, desatarraxá-lo da caixeta.

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2.12.1 – Caixeta
Retirar o pino da tranca e a tranca ( na montagem da tranca, observar para que a parte
duplamente biselada fique para cima e para frente ).

2.12.2 –Mola retém do cano


Colocar a chave de fenda, entre o dente da mola e a caixeta, forçando-a para frente, ela sairá (a
mola retém do cano só deverá ser retirada para substituição).

2.13 – Retirar o trinco da tampa


Com um martelo de bronze ou de chumbo, deslocar o trinco da tampa para trás, com leves
Pancadas, até que ele saia de seu alojamento.

2.14 – Retirar a tampa


Remover o contra – pino do parafuso da tampa e desaparafusá-la. Ficam soltas a porca, o
parafuso, a mola, a placa móvel e a placa fixa.

2.15 – Desmontagem da tampa

2.15.1 – Alavanca do impulsor


Desaparafusar o parafuso da alavanca do impulsor. Com um toca-pino, retirar o eixo da
alavanca do impulsor agindo por baixo; a alavanca ficará solta.

2.15.2 – Impulsor
Desloca-se o impulsor para qualquer lado e o retira da ranhura guia; com um tocapino, retira-se
o eixo da lingüeta; ficam livres a lingüeta com braço do impulsor e sua mola .

2.15.3 – Mola abaixadora


Com uma chave de fenda deslocar a mola da esquerda para direita, tendo o cuidado de não
deixá-la saltar.

2.16 – retirar o retém da fita


Remover o eixo do retém da fita para trás. Ficam soltos o retém e sua mola.

2.17 – Desmontagem da alça de mira


Retirar o pino do botão serrilhado do corretor de vento com auxílio de um toca – pino. Retirar o
botão serrilhado do corretor de vento, o mergulhador e a mola do botão e a bucha do parafuso - sem -
fim. Com o auxílio de uma chave de fenda desatarraxar o parafuso–sem – fim do corretor de vento,
com a retirada deste, a alça de mira fica liberada.
Retirar com um toca pino, o pino do botão serrilhado do parafuso de elevação, em seguida,
retira-se o botão serrilhado do parafuso de elevação. Retira-se o pino do parafuso de elevação, em
seguida, retira-se o parafuso de elevação do cursor. O cursor da alça de mira está liberado.Retira-se,
com o auxílio de um toca - pino, a mola da alça de mira. Desatarraxar os parafusos de fixação da
escala do corretor de vento, liberando a escala (fazer as marcações para montagem).

2.18 – Desmontagem do para - choque


Com auxílio da chave combinada M6, desatarraxar o parafuso de ajustagem. Com um alicate de
bico fino, retirar o mergulhador e a mola do parafuso de ajustagem do seu alojamento. Com um tarugo
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 69
de bronze ou latão, bater levemente, na parte anterior do para choque, em seguida, os discos de fibra
sairão com o para -choque.

3 – Montagem

Devemos proceder de maneira inversa à desmontagem

4 – Folga da arma

Folga de uma arma é a distância entre o culote de um cartucho introduzido na câmara e a face
anterior do ferrolho. A folga nas Mtr. 30 é regulada mediante a obtenção de um determinado espaço
entre a parte posterior do cano e a face anterior do ferrolho. A folga de uma arma deve ser regulada,
obrigatoriamente antes do primeiro tiro, para assegurar o funcionamento perfeito da arma e evitar
possíveis incidentes decorrentes de uma folga excessiva ou insuficiente.

4.1 - Folga insuficiente – Acarreta um funcionamento mais lento, com um emperramento das
partes móveis. A tranca não entrará em seu alojamento no ferrolho, o que poderá danificar o ferrolho, a
caixeta o ressalto da tranca ou a própria tranca. Incidentes na extração também poderão ocorrer devido
ao trancamento incompleto ou destrancamento inoportuno.

4.2 - Folga excessiva – A folga excessiva acarreta um funcionamento deficiente, com choque
entre as partes móveis, podendo danificá-las. A folga em excesso também poderá provocar a ruptura
do estojo, ficando parte do mesmo engastado na câmara.

4.3 – Regulagem da folga


A folga da Mtr estará regulada quando houver o trancamento perfeito na posição de disparo.
Isso significa que, em sua posição mais elevada, as partes móveis deverão guardar a seguinte relação
entre si:
4.3.1 - tranca – completamente sobre sua placa elevadora e em contato com a parte anterior
do seu alojamento no ferrolho.
4.3.2 - Ferrolho – em contato com a parte posterior do cano.
4.3.3 - Cano – complemente a frente. Para se verificar a situação acima, trazer, ligeiramente o
ferrolho a retaguarda, por meio da alavanca de manejo. O cano deverá iniciar seu recuo
simultaneamente com o ferrolho: qualquer retardo no início do recuo do cano em relação ao ferrolho,
se iniciará uma folga desregulada.

4.4 - Para regular a folga da arma, agir da seguinte maneira, com a arma montada:
Trazer o ferrolho à retaguarda cerca de 2 cm, com o auxílio de uma chave de fenda, atarraxar o
cano à caixeta, agindo nos entalhes da parte traseira do cano, até que, soltando a alavanca de manejo, o
ferrolho impulsionado pela mola recuperadora não consiga ir totalmente a frente: desatarraxar o cano
da caixeta, um ponto de cada vez, até que o ferrolho, por ação da mola recuperadora, vá complemente
a frente. Não forçar o ferrolho à frente com as mãos. Seu avanço dar- se-á unicamente por ação da
mola recuperadora. O conjunto cano – caixeta avançará com o ferrolho para a posição de disparo;
desatarraxar, em seguida, de mais um ponto, o conjunto cano-caixeta; dar um golpe na alavanca de
manejo para fazer a verificação. No avançar para a posição de disparo o sistema, não deverá haver o
menor forçamento entre as partes móveis. Estas deverão atingir facilmente a posição mais avançada,
que será de um som metálico, correspondente ao trancamento. É importante essa verificação, e
conforme seu resultado, deverá ser atarraxado ou desatarraxado o conjunto cano-caixeta, de mais um

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ponto. A regulagem prática de folga da arma é empregada quando as Mtr .30 não possuírem, entre seus
acessórios, um calibrador de folga.

5 – Manejo
5.1- Municiar o carregador: Organizar o carregador tipo fita de lona, com auxílio da
máquina de carregar .30 M918.
5.2- Alimentar a arma: Com a tampa aberta colocar a fita sobre a mesa de carregamento de
modo que o primeiro cartucho fique empolgado pelo transportador - ejetor; com a tampa fechada
colocar a fita de modo que o primeiro cartucho ultrapasse o retém do carregador.
5.3- Carregar e engatilhar: Agir na alavanca de manejo trazendo-a uma vez a retaguarda,
caso a alimentação tenha sido feita com a tampa aberta, e duas vezes caso a alimentação tenha sido
feita com a tampa fechada.
5.2 - Disparar: Acionar a tecla do gatilho .

6 - Funcionamento:
Para melhor compreensão do funcionamento, vamos partir do momento em que houve o
primeiro disparo, observando-se em seguida as fases do funcionamento.

Recuo No Avanço

• Destrancamento • Ejeção
• Abertura • Carregamento ( 2 ª fase )
• Extração • Fechamento
• Carregamento ( 1 ª fase ) • Trancamento
• Engatilhamento • Desengatilhamento e percussão

No Recuo:
• Destrancamento:
Por ocasião do disparo, os gases agindo sobre o culote do cartucho farão sentir esta ação. Cano
ou ferrolho, que recuará levando consigo a caixeta, que faz sistema com o ferrolho por intermédio da
tranca. A tranca, que deslizava sobre sua plataforma, quando encontra a sua rampa de acesso é forçada
para baixo pelos abaixadores da tranca (na armação), liberando o ferrolho que começa a recuar sozinho

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por ação dos gases e pelo impulso que recebeu do acelerador, comprimindo a mola recuperadora.
Neste momento cessa o recuo do conjunto cano-caixeta, que passa a fazer sistema com a armação.

• Abertura:
Quando começa recuar sozinho, o ferrolho se afasta da parte posterior do cano havendo, então,
a abertura.

• Extração:
Ao mesmo tempo que o ferrolho se afasta do cano, por intermédio da ranhura extratora é retido
o estojo da câmara, houve, então, a extração. durante a queima da carga de projeção, o estojo dilata-se
ligeiramente aderindo as paredes da câmara e poderá partir se for extraído no mesmo instante, para
evitar tal acidente, é necessário uma certa ressividade no início da extração, o que é conseguido pela
parte anterior e superior da tranca que, sendo duplamente biselada, assegura um destrancamento
progressivo e consequentemente uma extração sem violência.

• Carregamento( 1ª fase ):
Desde o início do recuo, o transportador-ejetor, que faz sistema com o ferrolho, vai retirando o
cartucho da fita. Deslizando sobre a parte superior do ressalto de rotação é forçado para baixo pela
rampa abaixadora; sai de cima do ressalto de rotação e coloca o cartucho no extrator.

• Engatilhamento:

Durante o recuo, o percursor é forçado pela alavanca de armar a recuar ficando preso pelo
gatilho intermediário.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 72


No avanço:
• Ejeção:
Ao iniciar o avanço por distensão da mola recuperadora, o transportador-ejetor, forçado que foi
pela rampa abaixadora, desliza na rampa do ressalto de carregamento e passa por baixo deste, forçando
o cartucho a deslizar no extrator colocando-o em coincidência com a câmara; o estojo que se acha no
extrator é forçado para baixo pelo ejetor e termina por cair. Houve então a ejeção.

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• Carregamento ( 2 ª fase ):
Quando se vai processar o carregamento, o transportador-ejetor, forçado pela rampa de ressalto
de elevação abandona o cartucho parcialmente introduzido na câmara e vai empolgar, forçado pela sua
mola abaixadora, um novo cartucho que se encontra ainda na fita. O ferrolho no seu avanço, introduz o
cartucho que se acha no extrator, na câmara.

• Fechamento:
Ao colocar o cartucho na câmara, o ferrolho entra em contato com a parte posterior do cano e
há então, o fechamento.

• Trancamento:
No avanço, o ferrolho encontra-se com o acelerador, desfaz o sistema cano–caixeta, avançando
a partir deste momento, ficando a armação parada. A tranca encontrando a rampa de acesso do seu
ressalto, sobe engrazando-se no ferrolho, que passa a fazer sistema com o cano – caixeta continuando
assim o avanço.

• Desengatilhamento e percussão:
No final do avanço, a parte anterior do gatilho, agindo no gatilho intermediário faz com que o
mesmo se abaixe liberando o percursor, este indo a frente, vai ferir a cápsula do cartucho, isto é, há a
percussão.

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• Funcionamento do mecanismo de alimentação:
Durante o recuo do ferrolho, a fita permanece parada, enquanto o impulsor é levado da direita
para esquerda pela sua alavanca, cujo talão desliza (em sentido contrário ao avanço) pela ranhura guia
do ferrolho. O talão da alavanca do impulsor, enquanto o ferrolho avança, desliza pela ranhuras–guia
(na parte superior do ferrolho), dando ao impulsor, um movimento da esquerda para a direita. Durante
esse movimento, a lingüeta do impulsor arrasta a fita para a direita, deixando, ao terminar o avanço,
um novo cartucho em condições de ser retirado da fita, pelo transportador-ejetor.

7 - Segurança:

Por não dispor esta arma de registro de segurança, é conveniente retirar o carregador da arma
quando esta não estiver atirando. Para isso, colocar um bloco de madeira entre a câmara e a face
dianteira do ferrolho.

8 - INCIDENTES DE TIRO
TIPOS DE CAUSAS CORREÇÕES
INCIDENTES
FALHA NA 1. Virola do estojo quebrada 1. Substituir
EXTRAÇÃO 2. Ranhura extratora quebrada 2. Substituir
FALHA NA 1. Ejetor quebrado 1. Substituir
EJEÇÃO 2. Mergulhador do transportador ejetor quebrado 2. Substituir
1. Alavanca de armar gasta ou quebrada. 1. Substituir
FALHA NO
2. Mola do batente do percursor quebrado. 2. Substituir
ENGATILHA
MENTO 3. Ressalto do gatilho intermediário ou do percursor gasto 3. Substituir
ou quebrado
FALHA NO 1. Gatilho empenado 1. Substituir
DESENGATI 2. Bico ou ressalto do gatilho quebrado 2. Substituir
LHAMENTO
NEGA 1. Munição defeituosa 1. Substituir
1. Alavanca de armar gasta ou quebrada 1. Substituir
2. Pino do batente da mola do percursor quebrado 2. Substituir
DISPARO
3. Mola do percursor quebrada 3. Substituir

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FALHA NA 1. Ponta do percursor gasta ou quebrada 1.Substituir
PERCUSSÃO
FALHA NO 1. Estojo rompido no interior da câmara 1. Substituir
CARREGA 2. Mola recuperadora quebrada 2. Substituir
MENTO 3. Munição defeituosa 3. Substituir
FALHA NA 1. Mola da lingüeta do impulsor quebrada 1. Substituir
APRESENTA
ÇÃO
FALHA NA 1. Posicionamento incorreto do carregador tipo fita 1. Substituir
ALIMENTA 2. Retém da fita quebrado 2. Substituir
ÇÃO 3. Molas do retém da fita quebradas 3. Substituir

9 - NOMECLATURA
FERROLHO

CAIXETA

ARMAÇÃO
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CONJUNTO DA TAMPA

1A . Parafuso da alavanca do impulsor 1B . Arruela


1C . Eixo da alavanca do impulsor 1D . Porca do parafuso
1E . Arruela 1F . Alojamento do eixo da alavanca
2 . Alavanca do impulsor 3 . Eixo da lingüeta
4 . Lingüeta 5 . Mola da lingüeta
6 . Cursor 7 . Mola abaixadora
8 . Tampa

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ALÇA DE MIRA

1. Pino do botão serrilhado do corretor de vento


2. Botão serrilhado do corretor de vento
3. Mergulhador do botão seRrilhado do corretor de vento
4. Mola do botão serrilhado do corretor de vento
5. Parafuso sem fim
6. Alça de mira
7. Parafuso de fixação da escala
8. Escala do corretor de vento
9. Mola da alça de mira
10. Pino encosto da alça de mira
11. Bucha do parafuso sem fim
12. Base da alça de mira

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BLOCO DE FECHAMENTO

FIM

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CAPÍTULO 05 - MTR M9 M972 BERETTA

ÍNDICE

Nr Assunto Página
01 APRESENTAÇÃO
02 CARACTERÍSTICAS
03 DESMONTAGEM
04 MONTAGEM
05 FUNCIONAMENTO
06 SEGURANÇAS
07 INCIDENTES DE TIRO
08 QUADRO DE INCIDENTES DE TIRO

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 80


MTR M9 M972 BERETTA

1 – APRESENTAÇÃO

A Metralhadora de mão, calibre 9mm, modelo 1972 “BERETTA”, é uma arma automática que
funciona pela ação dos gases diretamente sobre o ferrolho (utilização direta dos gases), sem nenhum
sistema de trancamento mecânico. Pode efetuar dois tipos de tiro: o tiro semi-automático (tiro a tiro) e
o tiro automático (rajada). É uma arma compacta, pois grande parte do cano situa-se no interior do
ferrolho, característica esta que lhe dá grande estabilidade no tiro automático. Em face de sua baixa
cadência de tiro, possui uma boa concentração de impactos, não havendo desperdício de munição. É
alimentada por carregadores metálicos, tipo cofre, com capacidade de 30 ou 40 cartuchos. Dispõe de
uma coronha metálica que pode ser dobrada sobre o lado direito da arma, para maior facilidade de
transporte.

2 - CARACTERÍSTICAS

2.1 - Designação
Referência numérica NEE 1005-1 N 063 052
Indicativo militar Mtr M9 M972
Nomenclatura Metralhadora de mão, calibre 9mm, mod. 1972

2.2 - Classificação
Quanto ao tipo Portátil
Quanto ao porte individual
Quanto ao emprego individual
Quanto ao funcionamento Automática
Quanto ao princípio de funcionamento Ação dos gases sobre o ferrolho culatra
desaferrolhada
Espécie de tiro Tiro direto

2.3 - Alimentação
Carregador Tipo cofre metálico
Capacidade 30 ou 40 cartuchos
Sentido De baixo para cima

2.4 - Raiamento
Número de raias 6 (seis)
Sentido À direita
Passo 0,250 m

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 81


2.5 - Aparelho de pontaria
Alça de mira. Tipo visor basculante, graduado para 100 e
200m, com proteção lateral regulável.
Maça de mira Tipo ponto com proteção total regulável em
altura.

2.6 - Dados numéricos


Calibre 9 mm
Peso sem carregador 3,0 Kg (aprox)
Peso com carregador de 30t 3,80 Kg (cheio)
Peso com carregador de 40t 3,920 Kg (cheio)
Comprimento c/ coronha aberta 64,5 cm
Comprimento c/ coronha fechada 41,8 cm
Velocidade teórica de tiro (auto) 500 a 550 tpm
Alcance de utilização Até 200m

3. DESMONTAGEM

3.1- MEDIDAS PRELIMINARES


Para desmontagem da Mtr M 9 M972 “BERETTA” devem ser tomadas as seguintes medidas
preliminares:
a) Retirar a bandoleira;
b) Retirar o carregador;
c) Fazer recuar o ferrolho, examinando a câmara para ver se não tem cartuchos; e
d) Levar o ferrolho à frente.

3.2 DESMONTAGEM DE 1º ESCALAO

dação

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 82


Deve ser procedida na seguinte ordem:

a) Tampa de caixa da culatra


Libertar a tampa da caixa da culatra, comprimindo seu retém. Desatarraxá-la, retirando-a
com a mola recuperadora.

b) Luva de fixação do cano - cano - ferrolho


Libertar a luva de fixação do cano, abaixando o seu retém. Desatarraxar a luva e retirar o
ferrolho do cano. Separar a luva de fixação do cano, levantando a parte posterior do cano, trazendo-o
para a retaguarda.

c) Punho posterior
Retirar a cavilha do tubo de fixação do punho posterior, comprimindo suas extremidades e
empurrando-a para o lado oposto. Retirar o tubo de fixação do punho posterior. Forçar, com pequenos
golpes, o punho para trás e para baixo, retirando-o.
NOTA: O tubo de fixação do punho posterior deve ser colocado sempre da esquerda para a
direita da arma e sua cavilha pelo lado oposto.

3.3 - DESMONTAGEM DE 2º ESCALÃO

a) Carregador
Com um toca pinos, pressionar o retém do fundo do carregador, fazendo-o deslizar para fora de
seu encaixe.
Com o polegar, apoiar o retém para evitar a descompressão violenta da mola do carregador.
Retirar a mola do carregador e o transportador.

b) Extrator
Com um toca - pino, retirar o eixo do extrator, apoiando o extrator com o dedo polegar. Retirar
o toca - pino, liberando o extrator, que sairá juntamente com sua mola.

c) Placas do punho posterior


Com uma chave de fenda, desatarraxar os parafusos e retirar as placas.

d) Punho anterior
Com uma chave de fenda especial, desaparafusar a porca do tirante do punho anterior. Retirar o
fundo do punho e o punho. Com um toca - pino, retirar o eixo do tirante, ficando livre o tirante.

e) Dispositivo de segurança do punho


Com um toca - pino, retirar o pino limitador do dispositivo de segurança do punho e o pino
limitador do gatilho/eixo do dispositivo de segurança. Retirar o dispositivo de segurança do punho.
Separar o retém, o ferrolho e o impulsor do dispositivo de segurança do punho.

f) Gatilho - Alavanca de disparo


Com um toca - pino, retirar o eixo do gatilho. Retirar o conjunto gatilho - alavanca de disparo.

g) Registro de tiro
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 83
Com uma chave de fenda, abrir a arruela de travamento do registro de tiro e retirá-la.
Pressionando o registro de tiro para a esquerda, retirá-lo.

h) Registro de segurança
Com uma chave de fenda, abrir a arruela de travamento do registro de segurança e retirá-la.
Pressionando o registro de segurança para a direita, retirá-lo.

i) Armadilha
Com um toca - pino, retirar o pino limitador e o eixo da armadilha. Retirar a armadilha.
j) Impulsor da alavanca de disparo
Com uma chave especial, girar o impulsor de meia volta, até que a aba do seu suporte saia de
seu encaixe no bloco central. Retirar o impulsor.

3.4 - DESMONTAGEM DE 3º ESCALÃO

a) Coronha
Com uma chave de fenda, retirar o eixo da charneira da coronha, ficando livre a coronha e o
mergulhador da charneira da coronha com sua mola.

b) Chapa da soleira
Com uma chave de fenda, abrir a arruela de travamento do eixo da chapa da soleira e retirá-la.
Com um toca pino, retirar o eixo da chapa da soleira, ficando livre a chapa da soleira com seu
mergulhador e mola.

c) Tampa da caixa da culatra


Com uma chave de fenda, abrir a arruela de travamento suporte do zarelho posterior e retirá-lo,
ficando livres na tampa o protetor do amortecedor, o amortecedor e o suporte guia da mola
recuperadora.

d) Luva de fixação do cano


Com um alicate especial, abrir a arruela de pressão e tirá-la, ficando livre o zarelho anterior.

e) Percursor
Com um toca - pino, retirar o pino do percursor. Introduzindo o toca - pino no alojamento do
extrator, forçar o percursor para frente, retirando-o.

f) Armadilha
Com um toca - pino, retirar a bucha do eixo e da alavanca da armadilha, ficando livres o corpo,
a alavanca e a mola da armadilha.

g) Retém da luva de fixação no cano


Com um toca - pino, retirar o eixo do retém da luva de fixação do cano. Com uma chave de
fenda, pressionar a mola do retém, retirando-a pela frente juntamente com o retém.

h) Retém do carregador

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 84


Com um toca - pino, retirar o eixo do retém do carregador e o pino inferior do ejetor. Segurar o
retém do carregador e retirar o toca - pino, ficando livres o retém do carregador e sua mola.
i) Ejetor
Com um toca - pino, retirar o pino superior do ejetor. Retirar o ejetor pela janela de ejeção.

j) Retém da tampa da caixa da culatra


Com um toca - pino, retirar o pino de pressão do retém da tampa da caixa da culatra. Segurar o
retém da tampa e retirar o toca - pino, ficando livres o retém e sua mola.

l) Massa de mira
Com a chave da massa de mira, desatarraxá-la, retirando-a de seu suporte.

m) Alça de mira
Com um toca - pino, retirar o pino de pressão do parafuso de regulagem da alça de mira. Ficará
livre a mola do parafuso de regulagem da alça de mira. Com uma chave de fenda, desatarraxar o
parafuso de regulagem da alça de mira retirando-o. A alça de mira e sua mola ficarão livres.

4 - MONTAGEM

A montagem é feita na ordem inversa da desmontagem.

PARA FACILITAR O TRABALHO SIGA A SEGUINTE ORDEM:

4.1 - MONTAGEM DE 3º ESCALAO

a) Alça de mira
Colocar a mola da alça de mira, em seu alojamento, colocar a alça de mira com o visor marcado
com número 1, voltado para a parte posterior da caixa da culatra. Introduzir o parafuso de regulagem
da alça de mira pela direita. Montar a mola do parafuso de regulagem e, pressionando-a, introduzir o
pino de pressão do parafuso de regulagem.

b) Massa de mira
Com a chave da massa de mira, atarraxá-la em seu suporte.

c) Retém da tampa da caixa da culatra


Montar a mola no retém. Colocar o retém com a mola no alojamento existente no suporte da
coronha, com o entalhe para baixo. Pressionar o retém, colocando o pino de pressão no orifício XIII,
fazendo-o passar, também, pelo entalhe.

d) Ejetor
Colocar o ejetor pela janela de ejeção, coincidir seu orifício superior com o orifício III da caixa
da culatra, introduzindo, a seguir, o pino superior do ejetor.

e) Retém do carregador
Colocar a mola do retém do carregador no seu alojamento existente no retém. Em seguida,
colocar este conjunto na caixa da culatra, de modo que sua ponta superior penetre no rasgo “A”
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 85
existente no ejetor. Obrigar a mola do retém, com uma chave de fenda, a se alojar no alojamento do
retém do carregador. Em seguida, coincidir, com o auxilio de um toca - pino, o orifício inferior do
ejetor e o orifício do retém do carregador com o orifício IV da caixa da culatra. Colocar o eixo do
retém - pino inferior do ejetor.

f) Retém da luva de fixação do cano


Colocar a mola do retém da luva de fixação do cano no seu alojamento no retém. Colocar o
retém com sua mola em sua posição e, com uma chave de fenda, comprimir a mola para que sua
extremidade se aloje em seu assento, na caixa da culatra. Coincidir o orifício do retém com o orifício I
da caixa da culatra. Colocar o eixo do retém.

g) Armadilha
Introduzir a mola da armadilha entre o corpo e a alavanca da armadilha. Comprimir as duas
peças até coincidir os orifícios e colocar a bucha do eixo da armadilha.

h) Percursor
Colocar o percursor em seu alojamento no ferrolho. Fazer o entalhe do percursor passando uma
broca pelo furo do pino do percursor (diâmetro 2,57 + 0,033). Colocar o pino.

i) Luva de fixação do cano


Colocar o zarelho anterior com a peça voltada para frente. Colocar, a seguir, a arruela de
pressão na parte cônica, calculando-a, de modo que, alargando, possa penetrar no rebaixo existente na
luva, impedindo a saída do zarelho e deixando-o girar livremente.

j) Tampa da caixa da culatra


Introduzir o suporte do zarelho posterior no orifício da tampa. Montar o suporte guia da mola
recuperadora, o amortecedor e o protetor do amortecedor. Fixar estas peças com a arruela de
travamento, colocando-a no rebaixo existente no suporte do zarelho.

l) Chapa da soleira
Colocar em seu alojamento o mergulhador e mola da chapa da soleira observando a posição
correta da chapa da soleira. Pressionar o tubo da coronha contra a mesma, de modo a comprimir a
mola, fazendo coincidir os orifícios. Colocar os eixos da chapa da soleira. Montar a arruela de
travamento no eixo da chapa da soleira.

m) Coronha
Colocar a mola do mergulhador e o mergulhador no alojamento do suporte da coronha com a
ponta do mergulhador para fora. Pressionar a coronha, fazendo coincidir os orifícios do suporte da
coronha e da charneira. Colocar o eixo da charneira da coronha. A coronha deve ser pressionada
aberta.

4.2 - MONTAGEM DE 2º ESCALÃO

a) Impulsor da alavanca de disparo


Com uma ferramenta especial, colocar o impulsor da alavanca de disparo no bloco central da
caixa da culatra, girando-o de meia volta até que a aba de seu suporte se aloje no seu encaixe no bloco
central.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 86


b) Armadilha
Com o dente da alavanca da armadilha para frente, colocar a armadilha, de modo que o furo da
bucha do eixo da armadilha venha coincidir com o orifício IX da caixa da culatra. Colocar o eixo da
armadilha no orifício IX. Em seguida colocar o pino limitador da armadilha no orifício X da caixa da
culatra, de modo a passar no entalhe existente na parte posterior da armadilha, a fim de limitar o seu
curso.

c) Gatilho - Alavanca de disparo


Girar a alavanca de disparo para cima. Colocar o conjunto na caixa da culatra, de modo que o
furo superior do gatilho coincida com o orifício VI da caixa da culatra. Colocar o eixo do gatilho.
NOTA: Para evitar que o gatilho gire, colocar um toca pino, temporariamente, no orifício VII
da caixa da culatra, de modo que detenha o gatilho, agindo no orifício de limitação do curso do gatilho.

d) Registro de segurança
Colocar o registro de segurança no orifício XI da caixa da culatra, pelo lado direito da arma
(onde está gravado FUOCO - primeiro). Fixar o registro de segurança pelo lado oposto, colocando a
arruela de travamento em seu rebaixo.

e) Registro de tiro
Segurando a arma com o alojamento do carregador virado para cima, comprimir, com a chave
de fenda, a alavanca de disparo e introduzir o registro de tiro, pela esquerda do orifício VIII da caixa
da culatra. Fixá-lo com a arruela de travamento.

f) Dispositivo de segurança do punho


Colocar o impulsor do dispositivo de segurança em seu alojamento no dispositivo de segurança
do punho. Comprimir a mola do impulsor até que sua extremidade se aloje no entalhe existente no
batente do dispositivo de segurança do punho. Montar o retém do ferrolho no seu encaixe no
dispositivo, com seu dente virado para frente.
Montar o dispositivo de segurança na caixa da culatra, introduzindo, inicialmente, sua parte
posterior. Retirar o toca - pino do orifício VII da caixa da culatra e alinhar o furo do eixo do
dispositivo de segurança com o orifício VII da caixa da culatra, colocando o pino limitador do
gatilho/eixo do dispositivo de segurança. Em seguida, colocar o pino limitador do dispositivo de
segurança no orifício XII da caixa da culatra, fazendo-o passar, no rasgo limitador do dispositivo de
segurança.
Agindo na tecla de segurança, nivelar o encaixe do batente do dispositivo de segurança com a
base da alavanca da armadilha. Introduzindo uma chave de fenda no orifício junto do alojamento do
suporte do impulsor do dispositivo de segurança, fazer alavanca sobre o impulsor do dispositivo de
segurança do punho, transferindo a extremidade do impulsor para a base da alavanca da armadilha.

g) Punho anterior
Colocar o tirante do punho de modo que coincida seu orifício com o orifício II da caixa da
culatra e prendê-lo em seu eixo. Montar o punho em seu tirante, colocar o fundo do punho e fixar estas
peças com a porca do tirante do punho utilizando a chave de fenda especial.

h) Placas do punho posterior


Colocar as placas, aparafusando-as.

i) Extrator

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 87


Colocar a mola do extrator sobre o fundo do alojamento do extrator. Colocar o extrator com o
dente para frente, no alojamento, de modo que seu orifício coincida com o orifício de seu eixo no
ferrolho. Colocar o eixo do extrator.

j) Carregador
Introduzir o transportador e o conjunto mola - retém no carregador, com a extremidade mais
elevada da espira superior voltada para frente. Pressionar o retém, de modo a permitir que o fundo do
carregador deslize em seu encaixe.

4.3 - MONTAGEM DE 1º ESCALAO


a) Punho posterior
Colocar o punho posterior na caixa da culatra, de modo que o orifício do punho posterior alinhe
com o orifício V da caixa da culatra. Colocar no orifício V o tubo de fixação da armação, com a cabeça
voltada para a gravação “SINGOLO”. Pelo lado oposto, introduzir totalmente, a cavilha no tubo.

b) Luva de fixação do cano - ferrolho


Encaixar o cano no ferrolho. Encaixar a luva de fixação no cano, fazendo os ressaltos existentes
no cano coincidir com os rasgos da luva. Girar a luva de ¼ de volta. Abaixar o retém da luva de
fixação do cano e colocar todo o conjunto na caixa da culatra. Atarraxar a luva, até que o pino do
retém encaixe no orifício existente na luva, para fixá-la.

c) Tampa da caixa da culatra


Introduzir a mola recuperadora pela retaguarda da arma e atarraxar a tampa da caixa da culatra
até a mesma se engrazar no retém da tampa.

d) Carregador
Introduzi-lo em seu alojamento até que fique preso pelo seu retém.

e) Bandoleira
Prendê-la nos zarelhos com os grampos de segurança.

5 - FUNCIONAMENTO

Recuo do ferrolho Avanço


• Engatilhamento
• Extração • Desengatilhamento
• Ejeção • Carregamento
• Apresentação • Percussão

5.1 - POSICAO INICIAL

A arma está alimentada e foi efetuado um disparo

5.2 - RECUO DO FERROLHO


A pressão desenvolvida pela deflagração da carga da pólvora, agindo em todos os sentidos,
força o projétil para frente e o ferrolho para trás.
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 88
Graças a massa do ferrolho, seu recuo se efetua após a passagem do projétil pela boca da arma.

a) Extração
A pressão que empurra o estojo contra seu alojamento no ferrolho obriga-o a recuar. A função
do extrator consiste em manter o estojo no seu alojamento no ferrolho, a fim de evitar que ele tombe
no mecanismo antes da ejeção. O extrator servirá, também, para extrair um cartucho ou estojo que
tenha provocado um incidente de tiro.

1 . Estojo (amarelo)
2 . Ejetor (vermelho)

b) Ejeção
No momento em que o alojamento do culote do cartucho, no ferrolho, se encontra,
aproximadamente, à altura da parte posterior da janela de ejeção, o estojo entra em contato com o
ejetor que, sobressaindo no alojamento do culote, obriga-o a girar em torno da garra do extrator e o
projeta para fora da arma.
c) Apresentação do cartucho
Continuando seu movimento para retaguarda o ferrolho ultrapassa o carregador, não estando
mais pressionados pelo ferrolho, o transportador eleva-se pela ação da mola do carregador, até que o
cartucho de cima seja limitado pelas abas do carregador, dando-se, então, a apresentação deste
cartucho.

5.3 - AVANÇO DO FERROLHO

a) Engatilhamento
Após o fim do recuo do ferrolho, a mola recuperadora o empurra para a frente; ele é retido logo
no inicio do avanço pela armadilha, caso o registro de tiro esteja na posição “SINGOLO” (tiro semi-
automático); ou recomeça o ciclo, se o registro está na posição “RAFFICA” (tiro automático).

b) Desengatilhamento
Ação do dedo sobre o gatilho abaixa a parte posterior da armadilha, liberando o ferrolho que,
sob a ação da mola recuperadora, é lançado à frente.

c) Carregamento
Após um percurso para a frente de cerca de 35mm, a parte inferior do ferrolho “F” entra em
contato com o culote do cartucho apresentado e o empurra para a frente.
Em seu movimento, o projetil encontra a rampa de acesso “R” existente no cano, orientando-se
para a câmara, desprendendo, assim, o cartucho, das abas do carregador. O ferrolho continua
empurrando o culote do cartucho, introduzindo-o completamente na câmara, dando-se, então, o
carregamento.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 89


R . Rampa de acesso

F . Parte inferior do ferrolho

d) Percussão
O ferrolho, terminando seu movimento para frente, obriga o extrator a levantar-se, indo o
culote do cartucho ocupar seu alojamento. Ao mesmo tempo, o percursor “P” que é saliente no
alojamento do cartucho, percute a cápsula, provocando a deflagração.

P . Percursor

6 - MECANISMO DE DISPARO

6.1 - Seguranças

a) Registros de segurança
Com o registro de segurança comprimido do lado “FUOCO”, o rebaixo existente no mesmo
permite a introdução da forquilha “F” da armação do dispositivo de segurança do punho, quando se
comprime sua tecla, ao empurrar a arma. Com o registro de segurança comprimido do lado
“SICURA”, a forquilha “F” do dispositivo de segurança do punho encontra o diâmetro maior do
registro, não podendo, pois, se deslocar, ficando imobilizado o dispositivo de segurança.

F . Forquilha

b) Dispositivo de segurança do punho

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 90


Com o registro de segurança na posição “FUOCO”, comprimindo-se a tecla “T”, o
dispositivo de segurança do punho gira em torno de seu eixo “E”, abaixando a sua parte anterior, que
obriga o retém do ferrolho “R” a deslizar para baixo, em seu alojamento no bloco central da caixa da
culatra. Conseqüentemente, a parte posterior do dispositivo de segurança se eleva. O ferrolho pode
então, se, deslocar livremente, já que o retém do ferrolho está recolhido em seu alojamento no bloco
central e o batente do dispositivo de segurança permite a rotação da alavanca da armadilha quando a
mesma for comandada. Liberando-se a tecla, a mola do impulsor do dispositivo de segurança do punho
obrigará o dispositivo a voltar a sua posição primitiva.
Quando a tecla não está sendo pressionada, o ferrolho não pode ser trazido à retaguarda, em
virtude do seu retém “R” estar aflorando no interior da caixa da culatra. A alavanca da armadilha “A”
não pode girar em torno de seu eixo, quando for comandada, porque o batente “B” do dispositivo de
segurança não permite este movimento.

A . Alavanca da armadilha

F . Forquilha

B . Batente

R . Retém do ferrolho

A . Armadilha

B . Batente

6.2 - Tiro intermitente

O registro de tiro se encontra na posição “SINGOLO para o tiro intermitente. Comprimindo-


se a tecla do dispositivo de segurança do punho e agindo-se na alavanca de manejo, o ferrolho vem a
retaguarda, abaixando a parte posterior da armadilha, comprimindo a mola do impulsor do dispositivo
de segurança do punho. O ferrolho, continuando seu movimento para trás, deixa de agir na parte
posterior da armadilha, que se eleva por ação da mola do impulsor do dispositivo de segurança do
punho. Soltando-se a alavanca de manejo, o ferrolho vai à frente, por ação da mola recuperadora,
ficando preso pela armadilha, quando sua rampa de engatilhamento encontra-se com a rampa de
engatilhamento do ferrolho. A arma está engatilhada. O corpo do registro de tiro está com seu diâmetro
maior encontrado com a nervura da alavanca de disparo. Após ter comprimido o dispositivo de
segurança do punho, a pressão do dedo sobre o gatilho faz o mesmo girar em torno do seu eixo,
levando consigo a alavanca de disparo, que comprime a mola do seu impulsor. A alavanca de disparo
descreve dois movimentos, um para cima acompanhando o movimento do gatilho e outro de rotação
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 91
em torno do seu eixo no gatilho, forçado pelo deslizamento de sua nervura no registro de tiro. No seu
movimento ascendente, a alavanca de disparo aciona a alavanca da armadilha, que obriga a armadilha
a girar em torno do seu eixo, abaixando sua parte posterior liberando o ferrolho, dando-se o
desengatilhamento. A parte mais elevada da alavanca de disparo escapa da parte anterior da alavanca
da armadilha. No seu avanço, o ferrolho ultrapassa a armadilha, permitindo que esta gire por ação da
mola do impulsor do dispositivo de segurança do punho, obrigando a mesma a girar, elevando sua
parte posterior. Quando o ferrolho recua, por ação dos gases, o engatilhamento se processa conforme
descrito anteriormente. Liberando-se a tecla do gatilho, este volta a sua posição primitiva por ação do
impulsor da alavanca de disparo. A face superior da alavanca de disparo coloca-se novamente sob a
parte anterior da alavanca da armadilha.

H . Impulsor da alavanca de disparo


N . Nervura da alavanca de disparo
R . Rampa de engatilhamento
C . Registro de tiro
D . Parte mais elevada da alavanca de disparo

6.3 - Tiro automático


O registro de tiro se encontra na posição “RAFFICA para o tiro automático. A arma está
engatilhada, conforme descrito anteriormente. O corpo do registro de tiro está com seu rebaixo em
contato com a nervura “N” da alavanca de disparo. Após ter comprimido o dispositivo de segurança, a
pressão do dedo sobre o gatilho faz o mesmo girar em torno do seu eixo, levando consigo a alavanca
de disparo, a qual descreve os mesmos movimentos descrito anteriormente. No seu movimento
ascendente, a alavanca de disparo aciona a armadilha, que gira em torno do seu eixo, liberando o
ferrolho. Face a posição mais recuada ocupada pela alavanca de disparo, isto é, posição decorrente da
introdução de sua nervura no rebaixo do registro de tiro, sua parte mais elevada não escapa da parte
anterior da alavanca da armadilha. Enquanto não se liberar a pressão sobre a tecla do gatilho, o tiro
continuará se realizando. Liberando-se somente a tecla do gatilho, este volta a sua posição primitiva
por ação da mola do impulsor da alavanca de disparo “H”, permitindo que a armadilha gire em torno
do seu eixo, elevando sua parte posterior por ação do impulsor do dispositivo de segurança do punho
“I”, retendo o ferrolho à retaguarda.

M - Mola da armadilha
I - Impulsor do dispositivo de segurança do punho
N - Nervura da alavanca de disparo
H - Impulsor da alavanca de disparo

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 92


NOTAS :
(1) Caso se libere, simultaneamente, a tecla do gatilho e do dispositivo de segurança do punho,
ambos voltam às suas posições primitivas por ação do impulsor da alavanca de disparo e do impulsor
do dispositivo de segurança do punho, respectivamente. A armadilha gira em torno do seu eixo,
elevando sua parte posterior. Nesta situação o batente do dispositivo de segurança do punho não
permite a rotação da alavanca da armadilha. Quando o ferrolho recua por ação dos gases, age sobre a
parte posterior do corpo da armadilha, que gira, comprimindo sua mola que está montada entre duas
peças. Quando o ferrolho avança, este fica preso pelo corpo da armadilha que se elevou por ação da
sua mola.

(2) Caso a tecla do dispositivo de segurança seja liberada sem que se libere o gatilho, o
dispositivo de segurança não voltará à sua posição, devido à alavanca da armadilha.

7 -INCIDENTES DE TIRO
7.1 - Generalidades
Há um incidente de tiro quando se produz uma interrupção de tiro (sem danos para o material
e/ou pessoal) por motivo independente da vontade do atirador.
A causa do incidente é normalmente eliminada por um conjunto de operações chamadas “ação
imediata” . É constituída pelas seguintes operações:
- Retirar o carregador
- Dar dois golpes de segurança, para extrair, se possível e ejetar um cartucho ou estojo que
esteja na arma.
- Travar a arma com o ferrolho à retaguarda.
- Examinar, cuidadosamente, a caixa da culatra, a câmara e a alma do cano, para ver se existe
qualquer anormalidade.
- Recolocar o carregador.
- Destravar e recomeçar o tiro.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 93


7.2 - QUADRO DE INCIDENTES DE TIRO

Os incidentes de tiro comuns são apresentados no quadro a seguir.


As medidas de correção só devem ser realizadas após execução das primeiras quatro operações
da ação imediata.
• Estojo rompido no interior da câmara • Substituir
• Abas do carregador amassado • Substituir
Falha no carregamento
• Mola recuperadora fraca • Substituir
• Munição defeituosa • Substituir
• Ponta do percursor gasta ou quebrada • Substituir
Falha na percussão
• Mola recuperadora fraca • Substituir
• Garra do extrator quebrada ou gasta • Substituir
Falha na extração • Mola do extrator quebrada ou fraca • Substituir
• Virola do estojo quebrada • Substituir
Rajada de dois ou três • Nervura da alavanca de disparo de • Substituir
disparos com o registro disparo gasta
de tiro em intermitente
• Mola do carregador fraca ou quebrada • Substituir
Falha na Apresentação • Transportador amassado • Substituir
• Corpo do carregador amassado • Substituir
Falha no • Alavanca de disparo quebrada • Substituir
desengatilhamento • Alavanca da armadilha quebrada • Substituir
• Armadilha quebrada • Substituir
• Mola da armadilha quebrada • Substituir
Falha no engatilhamento
• Mola do impulsor do dispositivo de • Substituir
segurança do punho quebrada
Falha no disparo • Mola recuperadora fraca • Substituir
Nega • Munição defeituosa • Substituir
Falha na ejeção • Ejetor quebrado • Substituir
• Corpo do Carregador amassado ou • Substituir
com mossa • Substituir
Falha na alimentação • Mola retém do carregador quebrado ou • Substituir
fraco
• Retém do carregador gasto

FIM

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CAPÍTULO 06 - Metralhadora 7,62 M971 “MAG”

NR Assunto PÁGINA
01 APRESENTAÇÃO
02 CARACTERÍSTICAS
03 DESMONTAGEM 1º ESCALÃO
04 DESMONTAGEM DE 2O ESCALÃO
05 DESMONTAGEM DE 3O ESCALÃO
06 MONTAGEM
07 FUNCIONAMENTO
08 MANEJO
09 MANEJO DO BIPÉ
10 INCIDENTE DE TIRO
11 ACIDENTE DE TIRO
12 AÇÃO IMEDIATA
13 REGULAGEM DO APARELHO DE PONTARIA
14 MANUTENÇÃO
15 QUADRO DE INCIDENTES DE TIRO
16 EMPREGO DE CALIBRADORES
17 RESUMO DO EMPREGO DE CALIBRADORES
18 VISTA EXPLODIDA
19 LEGENDA DA VISTA EXPLODIDA

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1-APRESENTAÇÃO

Quando se cogita a utilização de uma metralhadora pesada para um carro de combate ocidental,
a escolha recai fatalmente sobre a extraordinária Browning .50.
Contudo, ao se necessitar de uma arma de alta flexibilidade tática para o mesmo carro, capaz de
assumir a função de arma coaxial e até figurar como segunda metralhadora em reparo de torre, a
eleição se faz baseado em vários fatores, como por exemplo, o calibre, a capacidade de
aprovisionamento de munição, habilidade em suportar rajadas prolongadas e pouca necessidade de
manutenção a partir do 3o escalão.
Todos os fatores citados, acrescidos do peso específico do armamento, também são levados em
conta ao se buscar o equivalente para equipar as tropas de infantaria.
Graças a herança da II Guerra Mundial, onde os vencedores procuraram absorver o máximo da
inventiva existente nos territórios conquistados pelos Aliados, surgiram alguns projetos, não tão novos
assim, francamente baseados no que se havia criado “do outro lado da trincheira”.
Dentre os projetos encontrados pelos pesquisadores de material bélico, havia uma, não
propriamente novidade, que havia feito fama no campo de batalha devido a sua enorme capacidade de
destruição, acompanhada por um ruído característico, tamanha era a sua cadência de tiro: a MG 42
alemã, por si, uma evolução da não menos famosa MG 34.
O ruído característico, era o resultado dos seus 1.000 disparos por minuto.
No estudo da metralhadora MAG, que só realiza o tiro automático, temos que atentar para o
cuidado de não aquecer seu cano demasiadamente, o que se consegue com muita facilidade, evitando
rajadas prolongadas. Contudo, a remoção e a troca do cano são facílimas, graças a um sistema que
permite tal operação seja efetuada em pequeno espaço de tempo.
Outro detalhe importante é a regulagem dos gases, feita através de uma válvula que se encontra
sob o cano. Ao fazer uso desta válvula, consegue-se uma variação da cadência de 600 a 1.000 tiros por
minuto. Também devemos ressaltar a fácil desmontagem, tornando operações normais de manutenção
bem simples, além de diminuir o tempo despendido com o treinamento de recrutas.
Esta magnífica arma é utilizada em mais de 60 países, sendo o equipamento de eleição imediata
por qualquer força armada, não só pelo seu desempenho fora do comum, como também, pela
confiabilidade e grande poder de fogo.

2-CARACTERÍSTICAS

1-DESIGNAÇÃO
NEE..........................................................1005-1063-756-0
Indicativo militar ......................................Mtr 7,62 M971 “MAG”
Nomenclatura ...........................................Metralhadora 7,62 Modelo 1971 “MAG”
2-CLASSIFICAÇÃO
Quanto ao tipo ..........................................Não portátil
Quanto ao emprego ...................................Coletivo
Quanto ao funcionamento ........................Automático
Princípio de funcionamento......................Ação dos gases, por tomada no terço médio do cano
Quanto a refrigeração ...............................A ar
Quanto a espécie de tiro ...........................Tiro direto
3-ALIMENTAÇÃO
Carregamento ............................................Retrocarga (mesa de alimentação)
Alimentação ...............................................Fita de elos metálicos articuláveis

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 96


Carregador .................................................Tipo caixa ou tipo cofre
Capacidade ................................................Tipo caixa: Com capacidade para 1 fita de
alimentação com 50 cartuchos
Tipo cofre: Com capacidade para 5 fitas de
alimentação totalizando 250 cartuchos
Sentido .......................................................Da esquerda para a direita
4-RAIAMENTO
Números de raias .......................................04 (quatro)
Sentido ......................................................A direita
Passo .........................................................Uma volta em 0,305 m
5-APARELHO DE PONTARIA
Alça de mira ..............................................Tipo lâmina basculante com o cursor e visor,
graduada de 100 em 100 m e de 200 a 1800 m
Massa de Mira ...........................................Regulável em altura e direção
Ângulo de ceifa (sobre o bipé)...................± 50o
Ângulo de ceifa (sobre reparo M971 Ter)..Em direção ± 67o Em altura ± 30o
6-DADOS NUMÉRICOS
Calibre ........................................................7,62 mm
Peso da metralhadora ..................................10,800 kg
Peso do grupo do cano ................................2,800 kg
Peso do reparo M971 Ter ...........................10,450 kg
Comprimento da Mtr c/ quebra-chamas......1,255 m
Comprimento do cano .................................0,545 m
Velocidade inicial do projetil ......................840 m/s
Velocidade do tiro (regulável) ...................600 a 1000 tiros por minuto
Alcance máximo .........................................3.800 m
Alcance de utilização sobre bipé .................800 m
Alcance de utilização sobre reparo .............1.800 m

Durante a desmontagem da arma, serão mencionadas ferramentas com a nomenclatura


OREA, que vem do francês Outil de Reparation et Entretien Arme; ou seja; Ferramenta para
Manutenção e Reparação da Arma.

3-DESMONTAGEM
1-MEDIDAS PRELIMINARES
Antes de iniciar a desmontagem da arma, deve-se tomar as seguintes precauções:
Abrir a tampa da caixa da culatra, agindo nos ferrolhos de travamento.
Trazer a alavanca de manejo completamente para a retaguarda.
Colocar o registro de segurança, na posição de segurança “S”.
Levantar a mesa de alimentação e verificar se a câmara está vazia.
Colocar o registro de segurança, na posição de fogo “F”.
Agindo na tecla do gatilho, levar as peças móveis à frente.

2-DESMONTAGEM DE 1o ESCALÃO
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 97
a -Retirar o Cano
Comprimir, com o polegar da mão esquerda, o botão da alavanca de retenção do anel
roscado de fixação do cano e com a mão direita dar um golpe para a esquerda no punho de transporte.
Levar o cano à frente liberando-o da arma.

b-Desmontar o Regulador de Gases


Pressionando a lâmina de fixação do anel regulador de escape de gases, desatarraxá-lo
(mantendo sempre a lâmina pressionada) e retirá-lo.
Em seguida, retira-se as meias luvas do regulador de gases e o regulador propriamente dito.

c-Retirar a Coronha
Pressionar o retém do bloco posterior e, simultaneamente, exercer um esforço para cima
sobre a coronha, a fim de separá-la da arma.

d-Retirar o Conjunto Recuperador


Pressionar o retém do eixo-guia do conjunto recuperador para a frente e para cima até liberá-
lo e retirar o conjunto por trás da caixa da culatra.

e-Retirar o Conjunto Êmbolo-Corrediça-Ferrolho-Culatra Móvel


Trazer a alavanca de manejo para a retaguarda e retirar o conjunto de peças por trás da caixa
da culatra.

f-Retirar o Mecanismo da Armação


Pressionar para a direita o eixo da armação e retirá-lo.
Girar a armação para baixo e para a frente, retirando-a.

4-DESMONTAGEM DE 2o ESCALÃO

a- Retirar o Quebra-Chamas
Com a chave de boca especial com massa (OREA 46), desatarraxá-lo e retirá-lo.

b- Separar o Conjunto Êmbolo-Corrediça do Conjunto Ferrolho-Culatra Móvel


Com um toca-pino, retirar o eixo superior da biela.
Separar o conjunto êmbolo-corrediça do conjunto ferrolho-culatra móvel.

c- Desmontar o Extrator
Utilizaremos a chave para desmontagem do extrator (OREA 19). Na falta desta ferramenta,
poderemos trabalhar com o raspador para limpeza do cilindro de gases, combinado com a chave para
desmontagem do extrator (OREA 78).
Introduzir um dos ganchos da ferramenta, na ranhura existente no impulsor do extrator e o
outro na ranhura do ferrolho.
Mantendo a ferramenta de desmontagem nesta posição, exercer pressão sobre o ferrolho de
modo a trazê-lo no prolongamento da culatra móvel.
Retirar o extrator e liberar cuidadosamente a ferramenta (OREA 19), deixando o ferrolho
voltar para cima sob a ação da mola do extrator.
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 98
Retirar o impulsor do extrator e sua mola.

d- Retirar as Plaquetas da Armação


Com o raspador para limpeza do cilindro de gases (OREA 78), que dispõe de uma chave de
fenda, ou com uma chave de fenda (OREA 28), retirar os parafusos das plaquetas e as plaquetas da
armação.

e- Retirar o Registro de Segurança


Girar o registro de segurança 1/4 de volta no sentido horário e retirá-lo pela esquerda.

f- Retirar a Armadilha
Com um toca-pino, retirar o eixo da armadilha.
Girar a armadilha 1/4 de volta para qualquer lado e retirá-la por cima, liberando-a do gancho
da armadilha.

g- Retirar a Mola da Armadilha e do Gatilho


Com um toca-pino, retirar o eixo da mola da armadilha e do gatilho.
Retirar a mola da armadilha e do gatilho, por cima da armação (observar a posição da
mola).

h- Retirar o Conjunto Gatilho - Gancho da Armadilha


Com um toca-pino, retirar o eixo do gatilho.
Retirar o gatilho e o gancho da armadilha (não separar estas peças).

5-DESMONTAGEM DE 3o ESCALÃO

a- Desmontar o Ejetor
Adaptar a ferramenta especial para desmontagem do ejetor (OREA 15), no conjunto culatra
móvel-ferrolho.
Comprimir o ejetor por meio da ferramenta (OREA 15), pressionando-a sobre o ferrolho.
Com um toca-pino apropriado e um martelo, retirar o pino de travamento do ejetor.
Liberar cuidadosamente a ferramenta (OREA 15) e retirar do seu alojamento o ejetor e sua
mola.

b- Desmontar a Massa de Mira


Adaptar a ferramenta especial para desmontagem e regulagem da massa de mira (OREA 34)
e levantar o estribo de retenção da massa de mira.
Desatarraxar a massa de mira com a ferramenta (OREA 34).
Desatarraxar um dos parafusos de regulagem do suporte da massa de mira com a ferramenta
(OREA 34).
Retirar o suporte da massa de mira pelo lado oposto do parafuso retirado.

c- Retirar o Anel Roscado de Fixação do Cano


Suspender o ferrolho da alavanca de travamento do cano.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 99


Com um toca-pino, afastar o pino de fixação do anel roscado.
Desatarraxar o anel e retirá-lo.

d- Retirar a Alavanca de Travamento do Cano


A alavanca de travamento fica livre com a retirada do anel roscado.
Ficam livres também o ferrolho da alavanca de travamento e sua mola.

e- Desmontar o Bipé
Com um toca-pino, rebater o pino de travamento do bipé.
Girar o bipé 1/4 de volta para qualquer lado e retirá-lo pela frente.
Retirar o anel-grampo do eixo das pernas do bipé.
Retirar a porca e a arruela do eixo das pernas do bipé.
Retirar o eixo, ficando livres a mola das pernas e as pernas do bipé.
Girar a cabeça articulada do bipé, a fim de retirar o pino de ligação do bipé.
Girar 1/4 de volta para qualquer lado, o eixo oco do bipé, retirando a bucha com o
mergulhador e a mola da cabeça do bipé.
Ficam livres a cabeça principal, cabeça articulada e o eixo oco do bipé.

f- Retirar o Zarelho Anterior


Com a retirada do pino de travamento do bipé, fica livre o zarelho anterior, que é retirado
para o lado esquerdo da arma.

g- Desmontar a Alavanca de Retenção do Anel Roscado de Fixação do Cano


Com um toca-pino, retirar o eixo da alavanca de retenção para frente.
Retirar a alavanca e a sua mola.
h- Desmontar a Tecla de Retenção do Bipé
Com um toca-pino, retirar o eixo da tecla de retenção, ficando livres a tecla e a sua mola.
i- Desmontar a Placa de Obturação do Bloco Anterior
Introduzir um toca-pino, no furo existente na placa de obturação.
Deslizar a placa para trás e retirá-la.
j- Desmontar a Tampa da Caixa da Culatra
Com a tampa da caixa da culatra fechada, retirar o eixo da tampa pelo lado direito.
Retirar a tampa e a mesa de alimentação.
Empurrar a placa de retenção do cartucho para trás e para cima.
Retirar a mola-lâmina de retenção da alavanca de alimentação.
Prender a mola de retração da alavanca de alimentação e retirar a alavanca.
Retirar a mola de retração da alavanca de alimentação.
Retirar a mola dos ferrolhos de trav. da tampa, juntamente com os ferrolhos.
Retirar o grampo circular das bielas, saindo todo o conjunto (bielas, impulsores e garras).
Retirar o eixo da placa de retenção do cartucho, ficando livres a placa de retenção e suas
molas.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 100
l- Desmontar a Garra de Travamento da Tampa
Adaptar a ferramenta para desmontagem da garra de travamento da tampa (OREA 8), na via
de alimentação, de modo que a parte posterior da ferramenta (menor), fique apoiada sobre as guias
principais anteriores; e a parte anterior da ferramenta (maior), fique alojada na garra de travamento.
Pressionar a parte posterior da ferramenta (OREA 8), para baixo deixando a mesma na
posição horizontal.
Com um toca-pino, retirar o pino de retenção da garra de travamento.
Afrouxar gradativamente a ferramenta e retirá-la da arma.
Retirar a garra com as suas molas.
m- Desmontar a Aldraba da Janela de Ejeção
Com um toca-pino, retirar o eixo da aldraba.
Ficam livres o corpo da aldraba e a sua mola.
n- Desmontar a Alça de Mira
Com um toca-pino, retirar o eixo da lâmina da alça de mira.
Ficam livres o impulsor da alça de mira e sua mola.
Retirar o parafuso de fixação do cursor da alça de mira.
Retirar o cursor da alça de mira.
o- Desmontar a Alavanca de Manejo
Retirar o pino de fixação do botão da alavanca de manejo.
Retirar o botão da alavanca de manejo.
Retirar o corpo da alavanca de manejo, puxando-o para trás.
Retirar o pino de travamento do botão de travamento da alavanca de manejo.
Ficam livres o botão de travamento e sua mola.
p- Desmontar o Botão de Comando da Alavanca de Alimentação
Com um toca-pino, retirar o pino de retenção do botão de comando.
Ficam livres o botão e sua mola.
q- Desmontar o Percussor
Com um toca-pino, retirar o pino retentor do percussor.
Retirar o percussor de seu alojamento.
r- Desmontar o Retém do Bloco Posterior
Com um toca-pino, retirar o pino do retém do bloco posterior.
Com um toca-pino, retirar o eixo do retém do bloco posterior, ficando livres o retém, a mola
e o apoio da mola.
s- Desmontar a Chapa da Soleira - Zarelho Posterior
Com uma chave de fenda, retirar os parafusos da chapa da soleira.
Retirar a chapa da soleira da coronha.
t- Desmontar a Coronha
Adaptar a ferramenta especial para retirar o anel-mola do parafuso de fixação da coronha
(OREA 64) e retirá-lo.
Adaptar a ferramenta especial para retirar a roseta do parafuso de fixação da coronha
(OREA 45) e retirá-la.
Com uma chave de fenda, retirar o parafuso de fixação da coronha.
v- Desmontar o Amortecedor
Fixar o bloco posterior em um torno de bancada.
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 101
Com a chave de boca especial com massa (OREA 46), desatarraxar a bucha do bloco
posterior, tendo o cuidado de levantar as duas extremidades da arruela de fixação da bucha.
Retirar as arruelas “Belleville”, em número de 11 (onze).
Retirar o eixo-guia das arruelas.
Retirar o anel-freio.
Retirar o cone de aço e o tampão.

4-MONTAGEM
A montagem é executada na ordem inversa da desmontagem, observando-se os seguintes
detalhes:
A posição da mola da armadilha e do gatilho, com o ramo inferior, por trás do pino de
apoio, no gatilho. (Veja detalhe na Fig. 10-W).
Na montagem do extrator, atenção na correta adaptação da ferramenta especial (OREA 78),
e cuidado com a respectiva mola.
Na montagem da mola do extrator, introduzir o lado com espira mais aberta no impulsor do
extrator e o lado com espira mais fechada no alojamento na culatra móvel.
Na colocação do conjunto êmbolo-corrediça-ferrolho-culatra móvel na caixa da culatra, o
gatilho deve ser pressionado, e o dedo indicador, deve ser colocado entre os conjuntos, de modo que os
mesmos fiquem na horizontal e possam ser completamente introduzidos na arma.

5-FUNCIONAMENTO
Para facilidade de estudo, o funcionamento será apresentado nos seguintes tópicos:
Avanço das peças móveis;
Ação dos gases; e
Recuo das peças móveis.
A arma será considerada, neste estudo, em uma posição inicial assim definida:
Mecanismo da culatra retido, pela armadilha, na sua posição posterior (engatilhado); e
Fita de cartuchos introduzida na arma, estando fechada a tampa da caixa da culatra.
A-Fases de Funcionamento
Estudaremos o funcionamento em duas fases: Avanço das Peças Móveis e o Recuo das Peças
Móveis.

Durante o Avanço das Peças Móveis: Durante o Recuo das Peças Móveis:
1-Desengatilhamento 8-Destrancamento
2-Carregamento 9-Extração Primária
3-Extração 1a Fase 10-Abertura
4-Fechamento 11-Extração 2a Fase
5-Trancamento 12-Ejeção
6-Confirmação do Trancamento 13-Engatilhamento
7-Percussão

B-Avanço das Peças móveis


O conjunto êmbolo-corrediça-ferrolho-culatra móvel encontra-se retido à retaguarda, com a
extremidade posterior da armadilha alojada no cavado existente embaixo da corrediça.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 102
A armadilha é mantida nesta posição, por ação de sua mola.

1-Desengatilhamento
Ao ser acionado o gatilho, a ação deste provoca a descida da armadilha, liberando assim, a
corrediça.
O mecanismo da culatra avança, então, sob a ação do conjunto recuperador.

2-Carregamento
O talão da culatra móvel, encontra o culote do primeiro cartucho, retirando-o da fita e
direcionando-o para a câmara, através da rampa de alimentação (R-Fig. 1-A).

3-Extração 1a Fase
Após o cartucho está parcialmente introduzido na câmara, o extrator se afasta e permite ao
culote do cartucho se colocar na cubeta da culatra móvel, por trás da garra do extrator (Fig. 1-B).

4-Fechamento
No final da introdução do cartucho na câmara, a parte anterior da culatra móvel, encostará
na parte posterior do cano.
A arma está assim fechada (Fig. 1-C).

5-Trancamento
Quando a culatra móvel encosta na parte posterior do cano, a parte côncava do ferrolho
entra, então, em contato com as extremidades das guias principais anteriores da culatra móvel, fixadas
nas paredes laterais da caixa da culatra, o que obriga o ferrolho a baixar-se.
Durante este tempo, a corrediça continua seu movimento para frente e, por intermédio da
biela, abaixa ainda mais o ferrolho, cuja superfície de trancamento vem se colocar diante do suporte de
trancamento, que fica no interior da caixa da culatra.
A arma está assim trancada (Fig. 1-D).

6-Confirmação do Trancamento
Após o trancamento, o conjunto êmbolo-corrediça, avança ainda uma curta distância, até a
extremidade anterior da corrediça encostar na parte posterior do cilindro de gases (Fig. 1-E).

7-Percussão
No momento final do contato do conjunto êmbolo-corrediça com o cilindro de gases, o
percussor, que é solidário à corrediça, aflora em seu orifício de passagem na culatra móvel, dando
assim a percussão (Fig. 1-E).

C-Ação dos Gases


Após se efetuar o disparo, no momento em que o projetil ultrapassa o orifício do cano,
correspondente à tomada de gases, uma parte dos gases passa por este orifício; para o regulador e deste
último, para o cilindro de gases.
O êmbolo do cilindro de gases e a corrediça, que são solidários, são lançados, assim, para
trás.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 103
D-Recuo das Peças móveis
Com a ação dos gases sobre o êmbolo, este passa a recuar, acontecendo o mesmo com a
corrediça, o ferrolho e a culatra móvel, que lhes são solidários.

1-Destrancamento
No princípio deste movimento para trás, o conjunto êmbolo-corrediça, perde contato com a
parte posterior do cilindro de gases, que provoca o retrocesso do percussor, o qual é solidário à
corrediça, e arrasta também a biela, a qual se liga, por um lado, à corrediça e, por outro, ao ferrolho.
A biela atuando sobre o ferrolho, arrasta-o contra as extremidades, em forma de ressaltos,
das guias principais anteriores da culatra móvel, fixadas nas paredes laterais da caixa da culatra,
obrigando o ferrolho a efetuar um deslocamento para cima, sob a ação da biela, e para trás, sob o efeito
do contato entre a parte côncava do corpo do ferrolho e os ressaltos (Fig. 1-F).

2-Extração Primária
Tal ação da biela, provoca o arrastamento lento e progressivo do ferrolho, que, por
intermédio do extrator, “descola” o estojo da câmara (Fig. 1-F).
É a isto que se convencionou chamar de “extração primária”, o qual permite, às armas que
a possuem, um funcionamento particularmente suave e isento de ações bruscas, causadoras de
incidentes, como a degola do estojo.

3-Abertura
Prosseguindo a corrediça em seu movimento de recuo, a parte posterior do ferrolho é
levantada até desprender-se completamente do suporte de trancamento, ficando praticamente na
horizontal e, a partir daí, começa a recuar também a culatra móvel, a qual se afasta da câmara e
propiciando a abertura (Fig. 1-F).

4-Extração 2a Fase
Recuando os conjuntos êmbolo-corrediça-ferrolho-culatra móvel, este último arrasta consigo
o culote do estojo, empolgado pela garra do extrator (Fig. 1-G).

5-Ejeção
Retirado o estojo, o ejetor situado na parte anterior da culatra móvel, acima do extrator, pode
então atuar por ação de sua mola, que estava comprimida, empurrando o estojo para baixo, vencendo
assim a força da garra do extrator.
O estojo, é então, ejetado pela janela situada embaixo da caixa da culatra (Fig. 1-G).

6-Engatilhamento
O engatilhamento, será estudado no funcionamento dos mecanismos do gatilho e do registro
de segurança (Letra G, Pág.14).

E- Mecanismo de Alimentação
Conforme fizemos para as fases do funcionamento, vamos iniciar o estudo, com a arma
engatilhada e a fita na mesa de alimentação.

1- Posição Inicial
O mecanismo da culatra encontra-se engatilhado, isto é, na sua posição posterior. O
mecanismo é mantido nesta posição, pela retenção da corrediça através da armadilha.
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 104
Uma fita de alimentação M971 está introduzida na arma, estando o primeiro cartucho
colocado sobre a via de alimentação, em frente à rampa de alimentação (R-Fig.1-A); o culote deste
cartucho se encontra, pois, em frente ao talão da culatra móvel, sobre o caminho que este vai percorrer
(Figs. 2 e 3).

2-Alimentação
A alimentação se efetua em duas fases, ocorrendo uma metade no percurso transversal da
fita de alimentação durante o avanço das peças móveis da arma e a outra metade durante o recuo.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 105
o curso do movimento do mecanismo da culatra móvel para adiante, ocorrem as seguintes
ações:
Quando a culatra móvel se movimenta para frente, o botão de comando da alavanca de
alimentação (A-Fig. 2), solidário com a culatra móvel, acompanha esta última em seu movimento
retilíneo.

Na primeira metade do seu deslocamento para frente, o botão de comando da alavanca de


alimentação (A-Fig. 2) se desloca na parte axial da ranhura da alavanca de alimentação, não
transmitindo qualquer movimento às garras de alimentação. Enquanto isso, o talão da culatra móvel
(B-Figs. 3 e 4) trabalha na parte inferior do culote do primeiro cartucho, empurrando este para fora da
fita e introduzindo-o na câmara, guiado pela rampa de alimentação (R-Fig. 1-A).
Na segunda metade do seu deslocamento para a frente, o botão de comando da alavanca de
alimentação, movendo-se na ranhura da alavanca de alimentação, trabalha sobre a sua parte curva e
oblíqua (G-Fig. 2), obrigando a alavanca a girar em torno de seu eixo (C-Fig. 2) e deslocando assim
sua extremidade anterior (D-Fig. 2) para a direita.
O movimento para a direita da extremidade anterior da alavanca de alimentação arrasta as
bielas superior e inferior do mecanismo de alimentação (J-Fig. 2), as quais provocam um
deslocamento, para a direita, do impulsor superior das garras de alimentação (M-Fig. 2), o qual arrasta
as garras anterior e posterior (4-Fig. 4), e, para a esquerda, o impulsor inferior (L-Fig. 2), o qual
arrasta a garra central de alimentação (5-Fig. 4).
Em seu movimento para a direita, o impulsor superior, por intermédio das garras anterior e
posterior, exerce uma pressão sobre o segundo cartucho, obrigando-o a deslocar-se transversalmente
para a direita até que esteja em contato com os planos inclinados da placa de retenção do cartucho (F-
Fig. 4)

Em seu movimento para a esquerda, o impulsor inferior arrasta a garra central (5-Fig. 4), a
qual, comprimindo suas molas, liberta o segundo cartucho (Figs. 4 e 5) empurrado para a direita pelas
garras anterior e posterior do impulsor superior, para vir se colocar por detrás desse cartucho.
Neste momento, as três garras se encontram por trás do segundo cartucho e o mecanismo da
culatra acaba seu movimento de avanço (Fig. 5).

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 106
4-Segunda Fase - Recuo das Peças Móveis
No curso do movimento do mecanismo da culatra para trás, ocorrem as seguintes ações:
Após a percussão do primeiro cartucho, a culatra móvel com o botão de comando da
alavanca de alimentação são lançados para trás, deslocando-se em um movimento retilíneo.
Na primeira metade do deslocamento da culatra móvel para trás, o botão de comando se
desloca na parte axial da alavanca de alimentação, não transmitindo, portanto, qualquer movimento às
garras de alimentação.
Na segunda metade do deslocamento para trás, o botão de comando (A-Fig. 6) que corre na
ranhura da alavanca de alimentação, atua sobre a parte oblíqua e curva da alavanca (H-Fig. 6),
obrigando esta a girar ao redor de seu eixo (C-Fig. 6) e deslocando, assim, a sua extremidade anterior
(D-Fig. 6) para a esquerda, isto é, em sentido contrário ao indicado na primeira fase.

Esse movimento para a esquerda da extremidade anterior da alavanca, arrasta as bielas (J-
Fig. 6), a qual provoca um deslocamento, para a esquerda, do impulsor superior (M-Fig. 6), o qual
arrasta as garras anterior e posterior (4-Fig. 7) e, para a direita, o impulsor inferior (L-Fig. 6), o qual
arrasta a garra central (5-Fig. 7).
Em seu movimento para a direita, o impulsor inferior, por intermédio da garra central,
exerce uma pressão sobre o segundo cartucho obrigando-o a deslocar-se transversalmente para a
direita até que se encontre em frente à via de alimentação. Durante seu deslocamento para a direita, o
cartucho obriga a placa de retenção a levantar-se e vem colocar-se debaixo dela (6-Figs. 7 e 8).

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 107
Em seu movimento para a esquerda, o impulsor superior arrasta as garras anterior e posterior
(4-Fig. 7), as quais, comprimindo suas molas, libertam o terceiro cartucho, o qual é arrastado para a
direita em virtude de estar ligado ao segundo cartucho através dos elos da fita de alimentação. As
garras vêm, então, colocar-se por trás do terceiro cartucho (4-Fig. 8) prontas a recomeçar o ciclo.
O recuo total da culatra móvel provoca a abertura da via de alimentação e permite, pois, que
o segundo cartucho venha a colocar-se sobre ela, debaixo da pressão da placa de retenção (6-Fig. 8),
estando, pois, em sua posição definitiva, pronto para ser empurrado para a câmara pela culatra móvel,
quando esta novamente avançar (Fig. 8).

F-Funcionamento do Regulador de Gases


O funcionamento do regulador de gases (Fig. 9), está baseado no escapamento, para o
exterior, do excesso dos gases resultantes da deflagração da pólvora dos cartuchos. Com efeito, uma
parte dos gases (G) segue o projetil em sua saída pelo cano, enquanto que a outra parte penetra nos
orifícios abertos na parede do cano e no bloco de cilindro de gases (a).

Os gases que passam pelos orifícios referidos se introduzem no regulador (B) propriamente
dito, cujo corpo está provido de três pequenos orifícios de escape (C).
Quando se gira a luva de comando (D) do anel regulador do escape de gases, este desloca o
anel regulador (E) ao longo da parede do bloco do cilindro de gases que abraça o regulador de gases e
assim obtura mais ou menos os três orifícios de escape do bloco, correspondentes aos pequenos
orifícios abertos no regulador. Pode-se, assim, variar a quantidade de gases que trabalha sobre a cabeça
do êmbolo (H).
Quando o anel regulador (E) se encontra na posição em que obtura completamente os três
orifícios de escape (posição “MAX”), a quantidade de gases que atuam sobre a cabeça do êmbolo, isto
é, a destinada a fazer funcionar a arma, é a quantidade máxima. A velocidade de tiro e a força de recuo
do mecanismo, são assim, elevadas ao máximo.
Caso contrário, isto é, caso se folgue a luva de comando (D), o anel regulador (E) se desloca
de maneira a liberar, progressivamente, o três orifícios de escape já mencionados; a quantidade de
gases que escapa para o exterior aumenta e a que trabalha sobre o êmbolo diminui.
Com os orifícios completamente abertos (posição “1”), obtém-se velocidade de tiro e força
de recuo mais reduzidas.

G-Funcionamento dos Mecanismos do Gatilho e do Registro de Segurança


É concebido para assegurar:
Uma posição de segurança mecânica, quando se empurra o eixo do registro de segurança
para a direita.
Uma posição de tiro automático, quando se empurra o eixo do registro de segurança para a
esquerda.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 108
O registro não pode ocupar a posição “Segurança”, quando o mecanismo móvel está para
adiante, na posição “desengatilhado”.
A (Fig. 10), mostra o mecanismo da culatra “engatilhado” com o registro de segurança (K)
na posição de “Segurança” (S). Nesta posição, o eixo do registro apresenta uma superfície cheia junto
ao ressalto (T) da armadilha, o que impede que esta gire, mantendo assim a sua extremidade posterior
(A) alojada na caixa do mecanismo da culatra de tal maneira que esta extremidade retém a corrediça na
sua posição recuada, mesmo quando se atua sobre o gatilho.
A (Fig. 11), representa o mecanismo da culatra “engatilhado”, com a corrediça na posição
recuada e o registro na posição de “Fogo” (F). O gancho (B) da armadilha e a extremidade posterior
(A) da armadilha penetram na caixa da culatra.

Quando se comprime o gatilho, este gira ao redor do seu eixo (H); ao começar este
movimento de rotação, o gancho da armadilha baixa, girando em torno do seu eixo (E). Ao mesmo
tempo, o pino (D) do gatilho, o qual comanda a armadilha, se levanta e entra em contato com a face
inferior do braço anterior (1) da armadilha.
O braço anterior é empurrado para cima e, simultaneamente, a extremidade posterior (A) da
armadilha baixa, enquanto o gancho (B) continua descendo e é arrastado para trás.
Este movimento para trás é determinado pela ação das duas projeções (F) da armadilha,
trabalhando sobre a rampa (G) do gancho da armadilha.
Depois de ultrapassada a parte superior desta rampa (Fig. 12), o gancho é empurrado para a
frente, pela mola do gancho, e o nariz do gancho (I) vem se colocar sob as projeções (F) da armadilha.
Enquanto se mantém apertado o gatilho, o gancho permanece em sua posição inferior, bem
como a extremidade posterior (A) da armadilha, esta última em conseqüência da introdução do ressalto
(T) da armadilha no vazado (K) do eixo do registro de segurança; a corrediça pode então, mover-se
livremente realizando assim, o tiro automático (Fig. 12).
Quando se liberta o gatilho (Fig. 13), a sua parte anterior se levanta, arrastando consigo o
gancho (B) e o braço anterior (1) da armadilha, do que resulta uma maior descida da extremidade
posterior (A) da armadilha.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 109
O gancho (B) sobe, ficando mais elevado que a face posterior (M) da corrediça; quando esta
retrocede (Fig. 14) faz, por meio de seu ressalto, girar o gancho (B), para trás. O gancho se liberta
assim, do braço anterior (1) da armadilha, cuja mola (Z), empurra a extremidade posterior (A) para
cima, obrigando a armadilha a penetrar novamente na caixa da culatra.

A extremidade posterior (A) da armadilha, prendendo-se no vazado da corrediça, mantê-lo-a


na posição de “engatilhado”, enquanto o gancho (B), impulsionado por sua mola, volta a tomar sua
posição inicial (Fig. 15).

H-Ação da Armadilha
O gancho da armadilha, serve para proteger esta última, contra os choques devidos aos
deslocamentos da corrediça, e para impossibilitar a colocação do registro de segurança, na posição de
segurança, quando a arma não está engatilhada.
Qualquer que seja a ação sobre o gatilho, durante o tiro, o gancho mantém a extremidade
posterior da armadilha em sua posição baixa, evitando assim a sua avaria por ação da corrediça.
Quando o mecanismo da culatra está na sua posição avançada e o gatilho livre, o gancho
mantém ainda a extremidade posterior da armadilha na sua posição baixa, impedindo assim a
colocação do registro na posição de segurança; estando o ressalto da armadilha introduzido no vazado
do corpo do registro. Este dispositivo impede a avaria da armadilha se, por inadvertência, se quiser
engatilhar o mecanismo com a arma na posição de segurança.

I-Ação do Amortecedor
O funcionamento do amortecedor (Fig. 16), dar-se-á da seguinte forma:

Ao final de seu deslocamento para trás, a corrediça (G) vem se chocar contra o tampão do
amortecedor (A) alojado no bloco posterior e obriga o tampão a retroceder ligeiramente.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 110
O tampão do amortecedor comunica seu movimento ao cone de aço do amortecedor (B) que,
penetrando no anel-freio do amortecedor (C), provoca uma ligeira compressão da camada de ar no
interior do bloco posterior.
Dilatando-se, em função dessa ação, o anel-freio faz contato com a parede do tubo (E) que
contém o dispositivo amortecedor, exercendo, assim, uma ação de frenagem a qual, juntamente com a
compressão das arruelas “Belleville” (D), amortece consideravelmente o choque de recuo.
Depois de comprimidas, sob a ação do choque da corrediça, as arruelas “Belleville” voltam
à sua posição inicial por si mesmas e empurram para frente o anel-freio, o cone de aço e o tampão do
amortecedor, fazendo assim, com que todo o dispositivo se rearme em sua posição inicial.

Durante a desmontagem e montagem do conjunto amortecedor, deveremos atentar para os


seguintes detalhes:.
A disposição das arruelas “Belleville”, pois a montagem incorreta das mesmas, implicará
em não amortecer devidamente o recuo da corrediça, cujo choque no tampão do amortecedor é
superior a 1.000 Kg. A montagem incorreta, ocasionará a quebra do bloco posterior, ferindo
gravemente o atirador.
Não esquecer da arruela de fixação da bucha (F-Fig. 16); pois se montarmos a bucha do
bloco posterior (H-Fig. 16) sem esta arruela, o bloco posterior também quebrará em função do recuo
da corrediça.

6- MANEJO
As operações de manejo aqui apresentadas, são apenas aquelas que tenham ligações diretas
com a utilização do armamento.

1-Municiar a Fita
Com o auxílio da máquina para carregar elos metálicos M971, introduzir os cartuchos na
fita.
2-Alimentar
Abrir a tampa da caixa da culatra.
Colocar a fita de cartuchos sobre a mesa de alimentação, de modo que o primeiro cartucho
esteja em contato com o ressalto-retém do cartucho que se encontra no lado direito da mesa de
alimentação. É aconselhável não colocar qualquer cartucho no primeiro elo da fita. Quando se coloca a
fita na arma é necessário encaixar o primeiro elo nos ressaltos existentes para esse fim. Assim
encaixada, a fita não pode soltar da arma durante as manipulações da tampa da caixa da culatra.
Fechar a tampa da caixa da culatra.
3-Engatilhar
Trazer a alavanca de manejo completamente a retaguarda.
4-Travar
Pressionar o registro de segurança para a direita colocando na posição “S”.
5-Destravar
Pressionar o registro de segurança para a esquerda colocando na posição “F”.
6-Disparar
Pressionar a tecla do gatilho.
7-Escolha da Cadência de Tiro
Agir no anel regulador de escape de gases, de modo a fechar ou abrir os orifícios de escape
de gases, aumentando ou diminuindo a cadência (variável de 600 a 1000 tiros por minuto).
8-Reforçador para o Tiro de Festim
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 111
A metralhadora MAG, possui o reforçador para o tiro de festim M971.
Para adaptá-lo na boca do cano, devemos desatarraxar o quebra-chamas, com auxílio da
chave de boca especial com massa (OREA 46).
Retirá-lo e atarraxar o reforçador.
7-Manejo do Bipé

a-Preparação do Bipé para o Tiro


Estando o bipé rebatido contra a arma, para prepará-lo para o tiro:
Exercer uma pressão sobre a tecla de retenção do bipé e, simultaneamente, aproximar, uma
da outra, as duas pernas do bipé, a fim de desprender seus ganchos dos entalhes abertos na parte
anterior das guardas da caixa da culatra.
Girar o bipé para frente.
Sob a ação de sua mola, as pernas do bipé se afastam e, quando atingem a posição vertical
com relação à arma, seu mergulhador entra no seu alojamento, na cabeça do bipé.
As pernas ficam assim travadas na posição de tiro.

b-Rebater o Bipé
Estando o bipé pronto para o tiro, para rebatê-lo:
Aproximar uma da outra, as duas pernas do bipé.
Girar o bipé para trás até que as pernas venham a se alinhar contra a arma.
Introduzir os ganchos das pernas do bipé nos entalhes abertos na parte anterior das guardas
da caixa da culatra.
A tecla de retenção do bipé voltará assim, automaticamente, para o seu alojamento entre as
duas pernas do bipé, travando-o nessa posição.

8-Colocação do Carregador
Cada arma pode ser também alimentada por meio de uma caixa metálica contendo uma fita
de 50 cartuchos.
O propósito principal deste acessório é permitir ao soldado progredir com sua arma e abrir
fogo sem ter preocupações de que a fita possa soltar da arma.

9-Colocação da Fita de 50 cartuchos na Caixa Metálica


Para colocar a fita na caixa metálica, inicialmente, enrola-se a fita da seguinte forma:
Estende-se a fita com a parte aberta dos elos dirigidos para baixo e a ponta dos projetis para
a frente.
Colhe-se, em seguida, o elemento final da parte esquerda da fita, o qual deve ser colocado
sobre o elo seguinte; o processo se repete de modo a enrolar toda a fita.
Abrir a tampa da caixa metálica, exercendo uma tração para cima, e introduzir a fita de
cartuchos.
Fechar em seguida a tampa da caixa metálica, fazendo com que o primeiro cartucho da fita
apareça na parte superior da caixa metálica.

10-Colocação da Caixa Metálica na Arma


A caixa metálica de alimentação é fixada na caixa da culatra, por meio de um trilho e um
retém.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 112
Para colocá-la na arma, deve-se:
Introduzir o trilho na ranhura correspondente, existente na caixa da culatra.
Guiar a caixa metálica de alimentação até que o retém se enganche por trás do botão de
retenção.

11-Alimentação da Arma
A alimentação da arma se efetua da mesma forma que quando se emprega a fita sem a caixa
metálica, porém, é necessário exercer um movimento de tração sobre a fita, de modo a trazer o
primeiro cartucho para a correta posição de alimentação.

12-Recomendações
Para o transporte, levar o mecanismo da culatra para a frente; para tanto, comprimir o
gatilho para libertar a corrediça. Para evitar um choque inútil ao mecanismo deve-se, enquanto se
comprime o gatilho, freiar com a mão, o movimento do mecanismo por meio da alavanca de manejo.
As partes móveis devem ser lubrificadas. Porém, quando se emprega a arma em uma região
arenosa, estas peças devem estar apenas ligeiramente lubrificadas.
Não se deve introduzir manualmente um cartucho com a arma aquecida pelo tiro.
Em caso de nega de fogo, deixar transcorrer pelo menos um minuto antes de abrir o
mecanismo.
Em caso de incidente de tiro, abrir a tampa da caixa da culatra e retirar a fita da via de
alimentação.
Quando a arma não está atirando, a aldabra da janela de ejeção deve permanecer fechada a
fim de evitar a introdução de areia ou poeira no mecanismo. Quando se recomeça o tiro, o atirador não
deve se preocupar com a aldabra, pois a mesma abre automaticamente pelo movimento do mecanismo
da culatra.
Deve-se ter cuidado para que as fitas não se arrastem pelo chão ou tenha contato com poeira
antes de sua introdução no mecanismo de alimentação.

13-INCIDENTE DE TIRO
Há um incidente de tiro quando se produz uma interrupção de tiro, sem danos para o
material e/ou pessoal, por motivo independente da vontade do atirador.
A causa do incidente é, normalmente, eliminada por um conjunto de operações chamado
“ação imediata”, a ser realizado prontamente pelo atirador.

14-ACIDENTE DE TIRO
Há um acidente de tiro quando se produz uma interrupção do tiro, com danos, de qualquer
natureza, para o material e/ou pessoal.
As causas, efeitos e responsabilidades devem ser apuradas e imputadas na forma da
legislação vigente, em todos os casos de acidente de tiro ou de dano, de qualquer natureza, que resulte
em inservibilidade, ou não, do material.

15-AÇÃO IMEDIATA
Há três séries de ações imediatas para a metralhadora MAG:

a- 1a Ação Imediata
Realizar as seguintes operações:

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 113
1a) Manter a arma em posição de tiro.
2a) Engatilhar o mecanismo e assegurar-se que o mesmo permanece na sua posição posterior.
3a) Colocar o registro de segurança na posição de segurança “S”.
4a) Abrir a tampa da caixa da culatra e retirar a fita de alimentação.
5a) Colocar o registro de segurança na posição de fogo “F” e trabalhar sobre o gatilho para
fechar o mecanismo.
6a) Engatilhar novamente o mecanismo.
7a) Recolocar a fita de alimentação, assegurando-se que os primeiros cartuchos estão
corretamente colocados.
8a) Fechar a tampa da caixa da culatra.
9a) Reiniciar o tiro.

b- 2a Ação Imediata
Se a primeira ação imediata não foi eficaz, realizar as seguintes operações:
a
1 ) Realizar as seis primeiras operações descritas na primeira ação imediata.
2a) Fechar o regulador de gases, de um ou dois entalhes (1 ou 2 “cliques”).
3a) Recolocar a fita de alimentação.
4a) Fechar a tampa da caixa da culatra.
5a) Reiniciar o tiro.

c- 3a Ação Imediata
Se a segunda ação imediata não foi eficaz, realizar as seguintes operações:
a
1 ) Realizar as seis primeiras operações descritas na primeira ação imediata.
2a) Mudar o cano.
3a) Recolocar a fita de alimentação.
4a) Fechar a tampa da caixa da culatra.
5a) Reiniciar o tiro.
6a) Caso a arma não reinicie seu funcionamento normal após a realização dessas operações, é
necessário determinar a causa do incidente e realizar a sua correção, a menos que a correção seja
operação de um escalão superior, caso em que a arma deve ser enviada para reparos.

16-REGULAGEM DO APARELHO DE PONTARIA


A arma quando vem de fábrica, geralmente precisa ser regulada, isto é, necessita que o
centro médio dos impactos, deve ser levado para o centro do alvo.
Para isso, devemos regular em direção e altura.

a-Regulagem em Direção
A massa de mira possui lateralmente dois parafusos de regulagem, que permite deslocar os
tiros para ambos os lados.
Cada clique dos parafusos, corresponde, no alvo, a um deslocamento lateral de 1 cm, a uma
distância de 100 m.
Para trazer o centro dos impactos para a direita, desatarraxa-se o parafuso da esquerda e
aperta-se o da direita, tantos cliques forem necessários.
Para a esquerda, atua-se de modo contrário ao da direita.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 114
b-Regulagem em Altura
A massa de mira possui uma forma retangular, que é atarraxada no bloco da massa de mira e
permite variar sua altura.
Cada meia volta na massa de mira, corresponde, no alvo, um deslocamento vertical de 5,40
cm; a uma distância de 100 m.
Caso se deseje trazer para baixo o centro dos impactos, devemos, com auxílio da ferramenta
especial para desmontagem e regulagem da massa de mira (OREA 34), levantar o estribo de retenção
da massa de mira e desatarraxar tantas meias voltas sejam necessárias.
Para subir, faz-se de modo inverso.
Estas operações devem ser realizadas por pessoal especializado e com a arma pelo menos
sobre o reparo M971 Ter, para melhor fixação.

17-MANUTENÇÃO
É importante ter sempre presente que toda e qualquer arma, notadamente a arma automática,
deve ser objeto de operações de manutenção executadas com zelo.
Quando a manutenção é bem executada, os incidentes de tiro são raros, e o desgaste da arma
decorre de sua utilização normal e ideal. É idéia errada que a arma deve estar sempre brilhando com
excesso de óleo. O óleo tem a função de proteger as partes internas da arma quando esta não se
encontra em uso e de lubrificar as partes móveis durante o tiro. O uso excessivo de óleo facilita o
acúmulo de poeira que passará a agir como abrasivo, aumentando o desgaste da arma.

a-Manutenção para o Tiro


Desmonte a arma dentro do escalão permitido.
Verifique se há rebarbas ou mossas nas superfícies de atrito.
Lubrifique segundo o quadro abaixo:

PEÇAS COM LEVE CAMADA DE ÓLEO PEÇAS QUE DEVEM FICAR SECAS
Conjunto recuperador Cano
Culatra móvel Cubeta da culatra móvel
Corrediça Êmbolo
Interior da caixa da culatra Regulador do escape de gases
Mecanismo de alimentação Cilindro de gases
Mecanismo de disparo Partes externas

18-QUADRO DE INCIDENTES DE TIRO

TIPOS DE
CAUSAS CORREÇÕES
INCIDENTES
1-Insuficiência de gases. 1-Reduzir o escape de gases.
FALHA NA 2-Câmara suja. 2-Limpar a câmara.
EXTRAÇÃO 3-Extrator defeituoso. 3-Substituir o extrator.
4-Munição suja. 4-Limpar a munição.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 115
5-Mola do extrator defeituosa. 5-Substituir a mola.
1-Percussor quebrado. 1-Substituir o percussor.
FALHA NA 2-Sujeira no interior do mecanismo. 2-Limpar o interior da arma.
PERCUSSÃO 3-Orifício de passagem da ponta do 3-Desobstruir o orifício.
percussor obstruído.
1-Insuficiência de gases. 1-Reduzir o escape de gases.
FALHA NA 2-Caixa da culatra suja. 2-Limpar a caixa da culatra.
EJEÇÃO 3-Ejetor quebrado. 3-Substituir o ejetor.
4-Mola do ejetor defeituosa. 4-Substituir a mola.
FALHA NO 1-Pino do gatilho quebrado. 1-Substituir o pino do gatilho
DESENGATI 2-Braço anterior da armadilha quebrado. 2-Substituir a armadilha.
LHAMENTO
1-Má colocação do cartucho na fita de 1-Colocar o cartucho na posição
alimentação. correta.
2-Defeito em alguma peça do mecanismo 2-Substituir a peça defeituosa.
de alimentação (garras ou molas). 3-Substituir o conjunto
FALHA NA
3-Conjunto recuperador defeituoso. recuperador.
ALIMENTAÇÃO
4-Má colocação da fita na via de 4-Retirar a fita e colocá-la
alimentação. corretamente.
5-Elos da fita de alimentação defeituosos. 5-Substituir os elos.
6-Cartuchos defeituosos. 6-Substituir os cartuchos.
1-Caixa da culatra ou peças do me- 1-Limpar a caixa da culatra.
canismo da culatra sujos. 2-Substituir o conjunto
2-Conjunto recuperador defeituoso. recuperador.
TRANCAMENTO 3-Cartucho sujo ou defeituoso. 3-Limpar ou substituir o
INCOMPLETO cartucho.
4-Degola do estojo. 4-Retirar o estojo da câmara.
5-Biela quebrada. 5-Substituir a biela.
6-Eixo da biela quebrado. 6-Substituir o eixo.

1-Insuficiência de gases. 1-Reduzir o escape de gases.


2-Caixa da culatra suja. 2-Limpar a caixa da culatra.
FALHA NO 3-Freiamento no movimento das peças 3-Verificar manualmente a
RECUO móveis. razão e eliminar a causa.
4-Peças móveis avariadas. 4-Examinar manualmente o
funcionamento e eliminar a
causa.
1-Insuficiência de gases. 1-Reduzir o escape de gases.
2-Sujeira no interior da caixa da culatra. 2-Limpar a caixa da culatra.
FALHA NO
3-Armadilha quebrada. 3-Substituir a armadilha.
ENGATILHA
4-Registro de segurança quebrado. 4-Substituir o registro de
MENTO segurança.
5-Falta de lubrificação. 5-Lubrificar as peças móveis.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 116
19-EMPREGO DE CALIBRADORES

A-CALIBRADORES DE CANO
É a medida do diâmetro interno do cano, entre os cheios opostos. É verificada medindo-se suas
penetrações pela boca e pela câmara. Os calibradores são:

A.1-Calibrador 7,57 mm - CB 134 - (Diâmetro Mínimo)


Serve para verificar o cobreamento e a dilatação irregular do cano, que deverá penetrar no
interior do cano sem nenhum forçamento ou mesmo atrito em ambos os sentidos, isto é, da câmara
para a boca e da boca para a câmara, Fig.17.

B.1 -Calibrador 7,67 mm - CB 198 - (Diâmetro de Usura)


É o calibrador que vai verificar a usura do cano da arma, Fig.17. O seu emprego deve ser
auxiliado por uma régua milimetrada. É utilizado da seguinte forma:
1o) Introduzir o calibrador pela boca e medir a penetração;
2o) Introduzir o calibrador pela câmara e medir a penetração, incluindo o comprimento desta;
3o) Somar as penetrações da 1a e 2a medida;
4o) Limites:
Se a soma for menor que 150 mm = BOA;
Se a soma for de 150 até 200 mm = ADVERTÊNCIA;
Se o calibrador passar em todo cano = REFUGADA.

C.1-Calibrador 7,80 mm - CB 199 - (Avanço de Raiamento)


Este calibrador é empregado para confirmação do calibrador 7,67 mm, Fig.17. Se der
refugo com o 7,67 mm ou com o 7,80 mm indistintamente, a arma estará refugada (recolhida ao 4o
escalão para a troca do cano). Este calibrador é introduzido somente pela câmara, incluindo o
comprimento desta e utilizado com os seguintes limites:
Se a penetração for menor que 80 mm = BOA;
Se a penetração for entre 80 a 90 mm = ADVERTÊNCIA;
Se o penetração for maior que 90 mm = REFUGADA.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 117
B-CALIBRADORES DE CÂMARA
É a medida a partir do diâmetro 10,16 cm, do cone de encosto do cartucho na câmara, até a face
anterior do ferrolho (apoio do culote do cartucho), estado este em uma posição de trancamento, em
contato com o seu apoio, na caixa da culatra. É verificada utilizando-se os seguintes calibradores:

1-Calibrador de folga de carregamento 41,283 mm - G 8749 - (Mínimo)


Este calibrador deve sempre permitir o trancamento de todas as armas, significando que a
mesma está BOA, Fig.18.
2-Calibrador de folga de carregamento 41,483 mm - G 8750 - (Máximo)
Este calibrador não deve permitir o trancamento de uma arma nova, ou de armas reparadas
pelo último escalão. Em armas usadas, quando trancar, significa que a mesma está BOA, Fig.18.

3-Calibrador de folga de carregamento 41,653 mm - CB 39 - (Advertência)


Quando a arma aceita este calibrador, permitindo o trancamento, significa que a folga de
carregamento está próxima do limite máximo, ADVERTÊNCIA, devendo ser utilizada com cuidado e
calibrada com mais freqüência, Fig.18.

4-Calibrador de folga de carregamento 41,703 mm - CB 40 - (Refugada)


Quando a arma aceita este calibrador, permitindo o trancamento, deve ser recolhida para
manutenção de 3o ou 4o escalão, significando que a arma está REFUGADA, Fig.18.

C-CALIBRADOR DE AFLORAMENTO DA PONTA DO PERCUSSOR


É a medida da saliência da ponta do percussor sobre a face anterior da culatra móvel (apoio do
culote do cartucho), na posição de percussão. É verificada pelo calibrador de afloramento da ponta do
percussor CB 189, como na Fig.19, que apresenta as seguintes dimensões:

MÍNIMA: Saliência de 0,15 mm: o afloramento da ponta do percussor deve ser maior do
que esta dimensão.
MÁXIMA: Saliência de 0,74 mm: o afloramento da ponta do percussor deve ser menor do
que esta dimensão.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 118
D-CALIBRADOR DE FOLGA DO EXTRATOR
É a medida das folgas máxima e mínima, que deve existir entre a face da cubeta da culatra
móvel e a garra do extrator. A sua posição de extração, é verificada pelo calibrador de folga do extrator
G 9278 Co ou E-8000, como na Fig.20, que colocado como se fosse a virola de um cartucho, entre a
face da cubeta da culatra móvel e a garra do extrator, que deve passar livremente, sem movimentar o
extrator (sem forçar a sua mola). Este calibrador, apresenta as seguintes dimensões:
MÍNIMA: 1,51 mm: o calibrador deve ser introduzido entre a parede da cubeta e o extrator.
MÁXIMA: 1,90 mm: o calibrador não deve alojar-se entre a parede da cubeta e o extrator.

19-RESUMO DO EMPREGO DE CALIBRADORES DA METRALHADORA MAG


CALIBRADORES MAG OBSERVAÇÕES
CB 134 7,57 mm Deve penetrar em todo o comprimento do cano.

7,67 mm Soma das penetrações pela boca + câmara. A


BOM penetração pela câmara, também inclui o
CB 198 < 150 mm comprimento desta.
Soma das
ADVERTÊN De 150 até 200 Não usar a arma em tiros de precisão a mais de
penetraçõe
CIA mm 200 m. Recalibrar após novos tiros.
s pela boca
+ câmara Penetra em todo
4o
o comprimento R E F U G A D O
ESCALÃO
do cano
7,80 mm Penetração pela câmara. A penetração pela
BOM
CB199 < 80 mm câmara, também inclui o comprimento desta.
Penetração ADVER- Não usar a arma em tiros de precisão a mais de
pela De 80 a 90 mm
TÊNCIA 200 m. Recalibrar após novos tiros.
câmara
4o R E F U G A D O
> 90 mm
ESCALÃO
G 8749 BOM 41,283 mm Sempre tranca.
G 8750 BOM 41,483 mm Só não tranca em armas novas.
ADVER- Se trancar, é porque a folga está no limite.
CB 39 41,653 mm
TÊNCIA Recalibrar após novos tiros com o CB 40.
41,703 mm
o o
3 OU 4 Se trancar, R E F U G A D O
CB 40
ESCALÃO recolher para 4o
escalão

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 119
1- CALIBRADORES DE CANO

CB 134 (7,57 mm ) - Diâmetro mínimo - Verifica o cobreamento e a dilatação irregular do


cano.
CB 198 (7,67 mm ) - Diâmetro de usura - Verifica a usura do cano.
CB 199 (7,80 mm ) - Avanço de raiamento - Confirma a usura do cano.

2- CALIBRADORES DE CÂMARA

G 8749 (41,283 mm) - Deve trancar, BOA.


G 8750 (41,483 mm) - Tranca com restrição, BOA.
CB 39 (41,653 mm) - Se trancar, ADVERTÊNCIA.
CB 40 (41,703mm) - Se trancar, REFUGADO.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 120
20-VISTA EXPLODIDA DA METRALHARA MAG

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 121
21-LEGENDA DA VISTA EXPLODIDA DA METRALHADORA MAG
01-Cano 86-Mola do botão de comando da alavanca de
03-Bloco da massa de mira alimentação
05-Bloco do cilindro de gases 87-Pino de retenção do botão de comando da
alavanca de alimentação
08-Corpo do suporte da massa de mira
88-Ferrolho
09-Mola de travamento do parafuso de
regulagem do suporte da massa de mira 89-Biela
10-Estribo de retenção da massa de mira 90-Semi-eixo maciço da biela
11-Eixo do estribo de retenção da massa de 91-Semi-eixo oco da biela
mira 93-Eixo superior da biela
12-Parafuso de regulagem do suporte da massa 94-Mola do eixo superior da biela
de mira 95-Extrator
13-Massa de mira 96-Impulsor do extrator
14-Regulador de gases 97-Mola do extrator
15-Meia-luva do regulador de gases 98-Mola secundária do extrator
16-Parafuso de comando do anel regulador de 99-Percussor
escape de gases 100-Pino retentor do percussor
17-Cavilha do anel regulador de escape de 101-Ejetor
gases
102-Pino de travamento do ejetor
18-Arruela de regulagem do regulador
103-Mola do ejetor
19-Anel regulador de escape de gases
104-Eixo-guia anterior do recuperador
20-Lâmina de fixação do anel regulador de
escape de gases 106-Mola do recuperador
23-Chaveta do parafuso de comando do anel 107-Eixo-guia interior do recuperador
regulador de escape de gases 108-Guia anterior do recuperador
24-Luva de comando do anel regulador de 109-Pino de fixação do guia anterior do recuperador
escape de gases 110-Retém do eixo-guia do recuperador
25-Porca de fixação do parafuso de comando 111-Botão-engate do recuperador
do anel regulador de escape de gases 112-Alavanca de manejo
26-Arruela de segurança do regulador 113-Botão da alavanca de manejo
27-Alavanca de travamento do cano 114-Pino de fixação do botão da alavanca de manejo
28-Braço do punho de transporte e de retenção do mergulhador do registro de
30-Punho de transporte segurança
31-Porca de fixação do punho de transporte 115-Botão de travamento da alavanca de manejo
33-Ferrolho da alavanca de travamento do 116-Mola do botão de travamento da alavanca de
cano manejo
34-Mola do ferrolho da alavanca de 117-Pino de travamento do botão de travamento da
travamento do cano alavanca de manejo
35-Anel roscado de fixação do cano 118-Alavanca de manejo propriamente dita
36-Pino de fixação do anel roscado de fixação 119-Arruela de fixação da alavanca de manejo
do cano propriamente dita
37-Zarelho anterior 120-Tampa
41-Cilindro de gases 134-Eixo da tampa
42-Pino de travamento do bipé 135-Mola do eixo da tampa e do eixo da armação
58-Cavilha anterior 136-Impulsor superior de alimentação
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 122
59-Carretel anterior 137-Garra anterior de alimentação
60-Anel da cavilha anterior 138-Garra posterior de alimentação
74-Placa de obturação do bloco anterior 139-Mola das garras anterior e posterior de
75-Alavanca de retenção do anel roscado de alimentação
fixação do cano 140-Eixo das garras anterior e posterior de
76-Botão da alavanca de retenção do anel alimentação
roscado de fixação do cano 141-Impulsor inferior de alimentação
78-Eixo da alavanca de retenção do anel 142-Garra central de alimentação
roscado de fixação do cano 143-Mola da garra central de alimentação
79-Mola da alavanca de retenção do anel 144-Eixo da garra central de alimentação
roscado de fixação do cano
145-Biela superior de alimentação
80-Êmbolo
146-Biela inferior de alimentação
81-Corrediça
147-Ligação curta da biela de alimentação
83-Culatra móvel
84-Botão de comando da alavanca de
alimentação
148-Ligação longa da biela de alimentação 207-Retém do bloco posterior
149-Rodete da biela de alimentação 208-Mola do retém do bloco posterior
150-Grampo circular das bielas 209-Apoio da mola do retém do bloco posterior
151-Placa de retenção do cartucho 210-Eixo do retém do bloco posterior
152-Eixo da placa de retenção do cartucho 211-Pino do retém do bloco posterior
153-Mola do eixo da placa de retenção do 212-Tampão do amortecedor
cartucho 213-Cone da aço do amortecedor
154-Mola de retenção da placa de retenção do 214-Anel-freio do amortecedor
cartucho
215-Arruelas “Belleville”
155-Alavanca de alimentação
216-Eixo-guia das arruelas “Belleville”
159-Mola de retenção da alavanca de
217-Bucha do bloco posterior
alimentação
218-Arruela de fixação da bucha do bloco posterior
160-Ferrolho de travamento da tampa
219-Cabeça principal do bipé
161-Mola dos ferrolhos de travamento da
tampa 220-Cabeça articulada do bipé
162-Mola-lâmina de retenção da alavanca de 221-Eixo oco do bipé
alimentação 222-Mergulhador do bipé
163-Garra de travamento da tampa 223-Mola do mergulhador do bipé
164-Pino de retenção da garra de travamento 224-Bucha da cabeça do bipé
da tampa 225-Mola das pernas do bipé
165-Mola da garra de travamento da tampa 226-Eixo das pernas do bipé
166-Aldabra da janela de ejeção 227-Arruela do eixo das pernas do bipé
172-Eixo da aldabra da janela de ejeção 228-Porca do eixo das pernas do bipé
173-Mola da aldrrabra da janela de ejeção 229-Anel de segurança do eixo das pernas do bipé
177-Plaqueta esquerda da armação 230-Perna esquerda do bipé
178-Plaqueta direita da armação 231-Gancho da perna esquerda do bipé
179-Roseta da plaqueta direita da armação 232-Perna direita do bipé
180-Parafuso das plaquetas da armação 233-Gancho da perna direita do bipé
181-Gatilho 236-Rebite dos ganchos das pernas do bipé
182-Gancho da armadilha
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 123
183-Mola do gancho da armadilha 237-Sapatas das pernas do bipé
184-Pino do gatilho 238-Cavilha de ligação do rebite longo das sapatas
186-Eixo do gancho da armadilha das pernas do bipé
188-Pino de apoio da mola da armadilha e do 239-Rebite longo das sapatas das pernas do bipé
gatilho 240-Rebite curto das sapatas do bipé
189-Eixo do gatilho 241-Pino de ligação do bipé
190-Armadilha 242-Tecla de retenção do bipé
191-Mola da armadilha e do gatilho 243-Eixo da tecla de retenção do bipé
192-Eixo da armadilha e da mola da armadilha 244-Mola da tecla de retenção do bipé
193-Registro de segurança 245-Coronha
196-Eixo da armação 246-Roseta do parafuso de fixação da coronha
197-Lâmina da alça de mira 247-Parafuso de fixação da coronha
198-Cursor da alça de mira 248-Anel-mola do parafuso de fixação da coronha
199-Parafuso de fixação do cursor da alça de 249-Chapa da soleira
mira 250-Parafuso da chapa da soleira
200-Eixo da lâmina da alça de mira 251-Quebra-chamas
201-Impulsor da alça de mira 254-Armação
202-Mola do impulsor da alça de mira
203-Ferrolho do cursor da alça de mira
204-Eixo dos ferrolhos do cursor da alça de
mira
205-Mola dos ferrolhos do cursor da alça de
mira
206-Bloco posterior
OBS:
Arruela de regulagem do Anel Regulador de Escape de Gases
No interior do anel regulador de escape de gases, existe uma arruela para o anel regulador.
Esta fica entre o anel regulador e o parafuso de comando deste anel.
A arruela pode ser substituída por 5 (cinco) outras que são:
1ª : Lisa e fina, vem na montada na arma;
2ª : Possui 2 dentes em sua borda tem maior espessura;
3ª : Possui 3 dentes em sua borda tem maior espessura;
4ª : Possui 4 dentes em sua borda tem maior espessura;
5ª : Possui 5 dentes em sua borda tem maior espessura;
Com o uso da arma, os gases ao passarem pelos orifícios de regulagem do regulador de gases
provocam um desgaste com o aumento do seu diâmetro, com isso, num determinado ponto o anel
regulador não vai mais obstruir totalmente o orifício de regulagem do regulador de gases,
ocasionando uma baixa cadência de tiro pela perda de gases.
Para solucionar este problema desmonta-se o anel regulador, verificando a arruela existente, e
substitui a mesma pela próxima da relação acima. Este processo se repetirá até o uso da ultima
arruela (5ª). Quando não tiver mais regulagem o armamento deverá ser recolhido para manutenção de
4º escalão, para substituição do bloco do cano e todo o conjunto de regulagem de gases.

FIM

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 124
CAPÍTULO 07 - Metralhadora .50 M2 HB “BROWNING“

NO Assunto Pagina

01 INTRODUÇÃO

02 CARACTERÍSTICAS E DADOS NUMÉRICOS

03 DESMONTAGEM DE 1º ESCALÃO

04 MONTAGEM DE 1º ESCALÃO

05 DESMONTAGEM DE 2º ESCALÃO

06 MONTAGEM DE 2º ESCALÃO

07 NOMENCLATURA

08 FUNCIONAMENTO

09 SEGURANÇA

10 INCIDENTES DE TIRO

11 MANEJO

12 PROGRAMA DE VALIDAÇÃO CANOS

13 INSPEÇÕES NA MTR .50 M2 HB “Browning”.

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Metralhadora .50 M2 HB “BROWNING“

I. INTRODUÇÃO

A Mtr. 50 M2 HB é utilizada por vários países como arma de ataque e defesa. Seu emprego é o
mais variável possível: pode ser empregada como arma coaxial de carro de combate ou como arma
automática deste mesmo veículo, ou ainda, como arma antiaérea, terrestre e de aeronaves. Um dos
principais motivos de sua preferência é a capacidade de efetuar tiros em profundidade, visando situar o
inimigo através de sua resposta ao fogo. Dessa forma, considerando o seu grande alcance, o soldado
pode, confortavelmente, saber onde estão os focos de resistência sem correr o risco de ser atingido pelo
fogo inimigo. No entanto, para realizar o tiro com segurança esta arma requer certo cuidado que,
normalmente, não são necessários em outras armas. A não observância de tais cuidados pode ocasionar
danos à arma e riscos ao atirador. No Brasil, pesquisa da antiga DAM (Diretoria de Armamento e
Munição) revela que 70% dos acidentes envolvendo esta arma foram provocados por imperícia no seu
manejo. Estes acidentes conferiram à arma a má fama de problemática, sendo evitada pelos
combatentes brasileiros.
Podemos atribuir o alto índice de acidentes a dois fatores principais: um de natureza técnica e
outro de natureza pessoal.
O de natureza técnica reside no fato de que o cano desta arma não é fixado de forma
permanente, à caixa da culatra. Portanto, não possui uma posição previamente estabelecida em relação
às peças móveis, como ocorre normalmente com as outras armas. Desta forma, dependendo do
posicionamento do cano, a distância entre a sua parte posterior e a face anterior do ferrolho ficará fora
daquela requerida para um funcionamento seguro, ou seja, se o cano estiver demasiadamente
atarraxado a distância entre este e o ferrolho será insuficiente (folga insuficiente) e poderá
comprometer o funcionamento da arma. Em contrapartida, se o cano estiver, insuficientemente,
atarraxado à caixeta, a distância entre este e o ferrolho será muito grande (folga excessiva) e poderá
causar danos ao armamento e ao atirador.
O problema de natureza pessoal está relacionado com a perícia do atirador ou responsável pela
preparação da arma para o tiro, pois, é este militar que posicionará o cano corretamente em relação às
peças móveis e, tal posicionamento exige conhecimento técnico e o emprego de acessórios que
acompanham o armamento, sem os quais, não será possível verificar se o cano está ou não posicionado
corretamente.
Se o militar não sabe como posicionar o cano, certamente, sua imperícia irá contribuir para a
ocorrência de incidentes ou acidentes de tiro.
A fim de resgatar a confiança dos usuários desse armamento as OM de manutenção têm se
empenhado, no sentido de minimizar as ocorrências de acidentes por falhas técnicas, enquanto as OM
usuárias convergem esforços para melhorar o adestramento de suas tropas.

1- CARACTERÍSTICAS E DADOS NUMÉRICOS:

A - DESIGNAÇÃO
Referência Numérica.....................................NEE 1005-1 061 100 2
Indicativo Militar..........................................Mtr .50 M2 HB MV “Browning”
Nomenclatura................................................Metralhadora .50 M2 HB “BROWNING”

B- CLASSIFICAÇÃO
Quanto ao tipo................................................Não portátil
Quanto ao emprego........................................Coletivo
Quanto ao funcionamento..............................Automático
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Quanto ao Princípio de Funcionamento.........Utilização do recuo cano-caixeta (curto recuo
do cano)
Quanto à refrigeração ....................................A ar

C - ALIMENTAÇÃO
Carregador .......................................................Tipo fita, de elos metálicos
Capacidade.......................................................Indeterminada
Sentido..............................................................Da esquerda para a direita ou vice-versa

D - RAIAMENTO
Número de raias.................................................8 (oito)
Sentido...............................................................Da esquerda para a direita

E - APARELHO DE PONTARIA
Alça de mira........................................................Tipo lâmina, com cursor e visor
Maça de mira.......................................................Seção retangular, com protetor

F - DADOS NUMÉRICOS
Calibre...................................................................0.50 pol ou 12,7 mm
Peso da metralhadora............................................38,140 Kg
Peso do cano.........................................................12,712 Kg
Comprimento da metralhadora.............................1,750 m
Velocidade Inicial.................................................880 m/s.
Velocidade Teórica Automática...........................450 a 550 tpm
Velocidade Teórica Intermitente..........................75 tpm
Alcance Máximo...................................................6900 m
Alcance de Utilização...........................................900 m
Alcance Útil..........................................................2300 m
Vida da arma.........................................................15000 tiros

2. DESMONTAGEM DE 1º ESCALÃO:

A desmontagem de 1º Escalão da Mtr .50 M2 é precedida de 4 (quatro) medidas preliminares.


Considerando a arma sem fita de munição. São elas:

a) Prender a tecla do retém do ferrolho com seu gancho de fixação


Visa facilitar a execução dos golpes de segurança

b) Abrir a tampa da caixa da culatra

c) Executar 2 golpes de segurança


Visam evitar acidentes com munição deixada na câmara por descuido e são executados
puxando-se o sistema à retaguarda, agindo-se simultaneamente na alavanca de manejo e na alavanca
de manejo auxiliar.

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d) Inspecionar a câmara
A desmontagem de 1º escalão é executada pela guarnição da Mtr .50 M2, visando a
manutenção de 1º escalão ou seja, limpeza e lubrificação, e se compõe de 07 (sete) operações:

1) Retirada do cano
Agindo nas alavancas de manejo recue levemente o conjunto cano-caixeta-ferrolho e coloque o
anel mais fino de um elo metálico entre a caixeta e a mesa de alimentação, em seguida, leve o conjunto
suavemente à frente, até que o elo metálico fique preso entre a caixeta e a mesa de alimentação. A
utilização do elo tem por finalidade coincidir a mola retém do cano com o furo existente do lado
direito da caixa da culatra, abaixo da mesa de alimentação. Esse procedimento é necessário para
atarraxar ou desatarraxar o cano. Desatarraxar o cano, em sentido anti-horário e retirá-lo da caixa
da culatra.

2) Retirada do bloco de fechamento


Identificar, antes, o retém do trinco do bloco de fechamento e o trinco . Verificar se a tecla do
retém do ferrolho está solta. Puxar para trás o retém do trinco do bloco de fechamento e para cima o
trinco do bloco de fechamento, em seguida, levante o bloco com ambas as mãos pelos punhos,
retirando-o da caixa da culatra.

3) Retirada da mola recuperadora


Com o polegar, forçar a haste-guia da mola para a esquerda e puxá-la para trás.

4) Retirada da alavanca de manejo e seu pino


Para isso, trazer a alavanca de manejo auxiliar e o pino da alavanca de manejo até os cortes em
forma de meia lua, existentes nas corrediças laterais da caixa da culatra. Após coincidi-los com os
cortes, basta puxá-los para fora da arma.

5) Retirada do ferrolho
Apoiar com uma das mãos a parte posterior do ferrolho e empurrá-lo para trás até que saia da
caixa da culatra.

6) Retirada do sistema caixeta-armação


Inicialmente, com o auxílio de um toca pino, forçar para dentro a mola retém da armação, pelo
furo existente na parte posterior direita da caixa da culatra. Simultaneamente, empurrar para trás o
sistema caixeta-armação, retirando-o do interior da caixa da culatra

7) Desfazer o sistema caixeta-armação


Empurrar o acelerador para a frente. Esta ação provocará a separação da caixeta e da
armação.Terminada a desmontagem de 1º escalão, as peças deverão estar dispostas, da esquerda para
direita, na seguinte ordem:
- Cano;
- bloco de fechamento;
- mola recuperadora e haste guia da mola recuperadora;
- alavanca auxiliar de manejo e pino da alavanca de manejo;
- ferrolho;
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- caixeta;
- armação.
3. MONTAGEM DE 1º ESCALÃO:

A montagem de 1° escalão é a operação inversa da desmontagem, sendo mais delicada e mais


difícil, começando pelo ponto em que terminou a desmontagem.

1) Refazer o sistema caixeta-armação

a) Com a mão esquerda, segurar a caixeta com a cauda de ligação para trás e a mola retém do
cano para a direita. Com a mão direita, segurar a armação (indicador por baixo do acelerador) de modo
que os abaixadores da tranca fiquem para frente . Aproximamos a caixeta da armação tendo o cuidado
de:
- Colocar os ABAIXADORES DA TRANCA em correspondência com seus alojamentos;
- girar o ACELERADOR para cima;
- colocar o "dente" da CAUDA DE LIGAÇÃO por cima do "dente" do PISTÃO DO
AMORTECEDOR.

b) Tomando esses três cuidados, basta empurrar a armação contra a caixeta até que o acelerador
complete o giro para trás e suas garras se prendam na cauda de ligação.

2) Montagem do ferrolho na caixeta-armação


Colocar o ferrolho em suas corrediças, na caixeta, tendo o cuidado de:
- Verificar se a ALAVANCA DE ARMAR está para a frente;
- deitar o TRANSPORTADOR EJETOR para a frente;
- não levar o FERROLHO completamente à frente, para que este não esbarre no
ACELERADOR.

3) Montagem do conjunto caixeta-armação-ferrolho na caixa da culatra


Com o polegar esquerdo, comprimir para cima o retém do ferrolho a fim de dar passagem ao
mesmo; empurrar o conjunto para dentro da caixa da culatra até ouvir o estalido característico
indicando que a mola retém da armação se prendeu à parede direita da caixa da culatra.

ATENÇÃO
A alavanca de armar deve ser deitada para frente, a fim de evitar o emperramento do
ferrolho no interior da caixa da culatra. É um incidente difícil de ser sanado, requerendo, via de
regra, intervenção de órgão especializado.

4) Montagem da alavanca de manejo e seu pino


Colocar a alavanca de manejo auxiliar em seu alojamento no ferrolho e deslocar o mesmo até
fazer a coincidência deste alojamento com os cortes em "meia lua" existentes nas corrediças laterais da
caixa da culatra . Colocar, então, o pino da alavanca de manejo e a alavanca auxiliar de manejo,
empurrando-os bem ao fundo, a fim de prendê-los corretamente. Em seguida, levar o ferrolho
completamente à frente.

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5) Montagem da mola recuperadora
Colocar a mola recuperadora em seu alojamento no ferrolho, encaixando o pino da cabeça da
haste-guia da mola recuperadora na parede direita da caixa da culatra.

6) Montagem do bloco de fechamento


Antes de montar o bloco de fechamento em seu alojamento, verifique se a mola retém do
amortecedor de recuo, existente na parte inferior da armação, não está um pouco para fora da armação,
caso esteja, empurre-a para o interior da armação. Esta medida tem por finalidade retirar a mola retém
do amortecedor de recuo do caminho do bloco de fechamento, permitindo, desta forma, um
fechamento perfeito da caixa da culatra.
Segurar o bloco de fechamento pelos punhos, e introduzi-lo em suas corrediças. Puxar para trás
o retém do trinco do bloco de fechamento e para cima o trinco do bloco de fechamento, introduzindo o
bloco completamente.

7) Montagem do cano
Agindo nas alavancas de manejo recue levemente o conjunto cano-caixeta-ferrolho e coloque o
anel mais fino de um elo metálico entre a caixeta e a mesa de alimentação, em seguida, leve o conjunto
suavemente à frente, até que o elo metálico fique preso entre a caixeta e a mesa de alimentação. A
utilização do elo tem por finalidade coincidir a mola retém do cano com o furo existente do lado
direito da caixa da culatra, abaixo da mesa de alimentação. Esse procedimento é necessário para
atarraxar ou desatarraxar o cano. Atarraxar o cano completamente e retroceder dois cliques. Retirar o
elo metálico.
A montagem de 1º Escalão completa-se ao serem executadas as Medidas Complementares, em
número de 03 (três):

a) Fechar a tampa da caixa da culatra


Basta abaixar a tampa da caixa da culatra, forçando-a ao encontro da caixa da culatra, até que
esta fique presa.

b) Engatilhar a arma
Puxar o sistema cano-caixeta-ferrolho à retaguarda, agindo na alavanca de manejo e alavanca
de manejo auxiliar, até que o ferrolho fique preso pelo seu retém. Em seguida, agir na tecla do retém
do ferrolho, liberando-o, para que volte à posição avançada.

c) Desengatilhar a arma
Basta agir na tecla do gatilho.

4. DESMONTAGEM DE 2º ESCALÃO:
Para que se entenda melhor todo funcionamento da arma e a manutenção possa ser feita dentro
do escalão requisitado, faz-se necessário a desmontagem de 2º escalão, que inclui as seguintes
operações:

A- DESMONTAGEM DO FERROLHO

1) Retirada do transportador-ejetor
Colocar a peça na vertical (90º com o ferrolho) e em seguida, puxá-la para a esquerda
retirando-a.

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2) Retirar o desvio
Basta levantá-lo, tomando-se o cuidado de, quando da montagem, observar o sentido de
alimentação. O desvio deverá coincidir com a letra "L", se a arma for alimentada pela esquerda; e com
a letra "R", se a arma for alimentada pela direita. Para saber o sentido da alimentação da arma basta
observar o posicionamento dos batentes do cartucho, existentes na mesa de alimentação. Tais batentes
limitam o movimento do cartucho, portanto, se estiverem montados à direita da mesa de alimentação, a
arma está sendo alimentada pela esquerda; e, se estiverem montados à esquerda a arma está sendo
alimentada pela direita.

ATENÇÃO
A montagem incorreta do desvio provocará a quebra do talão da alavanca do impulsor,
indisponibilizando o armamento.

3) Retirar a Alavanca de Armar


Girar a alavanca de armar para a retaguarda e retirar o seu eixo.

4) Retirar o batente da mola do percussor


Inicialmente, devemos liberar o percussor, comprimindo o gatilho intermediário.
Há dois tipos de batentes da mola do percussor, a saber:

a) batente inteiriço: é composto de uma única peça. Para desmontá-lo basta deslocar sua lâmina
para fora de seu encaixe no ferrolho, com o auxílio de um toca-pino ou chave de fenda, e, em seguida,
com um toca-pino, empurrá-lo para fora de seu alojamento pela parte inferior do ferrolho.

b) batente conjugado: é composto de uma lâmina e um pino batente com ressalto. Para
desmontá-lo desloque a lâmina para fora de seu encaixe no ferrolho com o auxílio de um toca-pino ou
chave de fenda, desencaixe a lâmina do pino batente, retirando-a de seu alojamento, em seguida, com
um toca-pino, empurre o pino batente para baixo, retirando-o de seu alojamento pela parte inferior do
ferrolho.
Durante a montagem deve-se observar o correto posicionamento do ressalto do pino batente,
que deve ocupar toda a extensão do alojamento da tranca no ferrolho. A montagem incorreta não
permitirá o perfeito encaixe da tranca com o ressalto do pino batente, impossibilitando o trancamento
da arma, ou seja, as peças móveis não irão completamente a frente na hora da montagem na caixa da
culatra.

ATENÇÃO
O batente da mola do percussor conjugado admiti apenas, para um perfeito trancamento,
a tranca com entalhe. Essa tranca, no entanto, possibilita o trancamento com o batente inteiriço,
porém, a utilização desse batente com este tipo de tranca não é recomendável.
O batente inteiriço só deve ser utilizado com a tranca inteiriça.

5) Retirar o retém do gatilho intermediário


Pressionar o gatilho Intermediário para baixo e, em seguida, retirar o retém do gatilho
intermediário, deslocando-o para a esquerda.

6) Retirar o gatilho intermediário e sua mola


Basta puxá-lo para cima e, com o auxílio de um toca-pino, retirar sua mola.
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7) Retirar o percussor com extensão
Inclinar o ferrolho e retirar o percussor pela sua parte posterior. Logo após, separar o percussor
de sua extensão.

B- DESMOTAGEM DA ARMAÇÃO

1) Retirar o amortecedor
Empurrar o amortecedor para retaguarda e puxá-lo; o mesmo sairá pela parte posterior da
armação.

ATENÇÃO
Durante a montagem tomar o cuidado de posicionar a seta, existente na parte posterior
do amortecedor, entre as marcações "C" e "O", existentes na parte posterior direita da
armação, próximo à sua mola retém. A montagem da seta fora dessas marcações, poderá
provocar incidentes de tiro, devido ao aumento da resistência oferecida ao recuo das peças
móveis pelo amortecedor de recuo.

2) Retirar o acelerador
Usando um toca-pino, empurrar o eixo do acelerador, retirando-o da armação.

C- DESMONTAGEM DA CAIXETA

1) Retirada da tranca
Usando um toca-pino, empurrar o eixo da tranca, retirando-a de seu alojamento na caixeta. Na
montagem, atentar para que a parte da tranca que possui inscrições fique para retaguarda da caixeta.

D- DESMONTAGEM DA CAIXA DA CULATRA

Desmontagem da tampa

1) Retirada da alavanca do impulsor, mergulhador e mola


Retirar o contra-pino da alavanca do impulsor, em seguida, posicionar a alavanca no centro da
tampa e retirá-la de seu eixo, tomando o cuidado para não deixar que o mergulhador salte.
2) Retirar o impulsor;
Uma vez retirada a alavanca do impulsor, basta deslocar o impulsor para a direita ou esquerda,
e retirá-lo de seu alojamento na tampa

3) Retirar a lingüeta, o braço da lingüeta e a mola


Para essa desmontagem basta retirar o eixo da lingüeta

Desmontagem da mesa de alimentação


a) retirar o eixo do retém da fita, o retém e suas molas;
b) retirar o eixo dos batentes do cartucho e os batentes.

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Desmontagem da alavanca do gatilho intermediário
Girar o eixo da alavanca do gatilho intermediário até que sua chaveta encontre o rasgo existente
na caixa da culatra. Retirar o eixo de seu alojamento até que a alavanca do gatilho intermediário caia
no interior da caixa da culatra.
Para a montagem recomenda-se que esta alavanca seja a última peça a ser montada na arma,
pois, com o conjunto caixeta-ferrolho-armação já montados na caixa da culatra, a citada alavanca pode
apoiar-se no ferrolho e, com isso, ter a sua montagem facilitada.

ATENÇÃO
A alavanca do gatilho intermediário deve ser montada no centro da placa superior da caixa da
culatra, abaixo da porca de ajustagem e na direção do gatilho intermediário. A montagem em local
diferente não possibilitará o desengatilhamento da arma, indisponibilizando-a.

5. MONTAGEM DE 2º ESCALÃO:
A montagem é feita no sentido inverso da desmontagem.

6. NOMENCLATURA:
Para estudo da nomenclatura analisaremos a Mtr .50 M2 sob dois aspectos:

Externamente:
a) Caixa da culatra;
b) camisa de refrigeração;
c) cano;
d) bloco de fechamento.

Internamente:
a) Ferrolho;
b) caixeta;
c) armação.

A- Externamente:

a) Caixa da culatra: é uma peça de aço, onde se acha montado o mecanismo da arma. Divide-se
em seis partes:

1) bloco dianteiro;
2) tampa da caixa da culatra;
3) placa de cobertura;
4) placa lateral direita;
5) placa lateral esquerda; e
6) placa inferior.

1) Bloco dianteiro: parte da arma por onde é feito o carregamento. É constituído de:

- Massa de mira com proteção;

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- mesa de alimentação;
- batente anterior do cartucho;
- retém da fita;
- guia da fita;
- batente posterior do cartucho com lingüeta-guia do cartucho;
- janela de alimentação (quando a tampa da caixa de culatra estiver fechada).

2) Tampa da caixa da culatra: parte da arma que serve para fechar a caixa da culatra e auxiliar a
alimentação. Nela encontramos:

- Trinco;
- rampa abaixadora;
- mola abaixadora;
- alavanca do impulsor (talão, corpo, ponta e mergulhador com mola );
- impulsor (cursor, lingüeta, braço, eixo e mola ).O impulsor tem por missão arrastar a fita de
munição para o interior da mesa de alimentação.

3) Placa de cobertura

- Alça de mira, compreendendo: base e lâmina graduada, contendo esta última uma escala de
200 a 2.600 jardas, numerada a cada 100 jardas.
- suporte da luneta telescópica com dedal serrilhado;
- corretor de vento com botão serrilhado e escala;
- alavanca do gatilho intermediário com eixo;
- retém do ferrolho;
- guia da alavanca de armar.

4) Placa lateral direita

- Alavanca de manejo;
- cursor da alavanca de manejo;
- suporte do cursor da alavanca de manejo;
- pino da alavanca de manejo;
- fenda do pino da alavanca de manejo;
- orifício para compressão da mola retém da armação;
- orifícios retangulares para o gatilho antiaéreo;
- orifício para ressalto da cabeça da haste-guia da mola recuperadora.

5) Placa lateral esquerda


a) Externamente:
- Alavanca de manejo auxiliar;
- fenda da alavanca de manejo auxiliar;
- orifícios retangulares para o gatilho antiaéreo;
- chaveta do eixo da alavanca do gatilho intermediário.

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b) Internamente:

- De rotação ressalto de elevação do transportador-ejetor;


- ressalto do transportador-ejetor.

6) Placa inferior

- Janela de ejeção;
- ressalto da tranca com rampa e plataforma .

b) Camisa de refrigeração: consiste em um pequeno tubo oco de ferro com perfurações, o qual
envolve a parte do cano, próxima a câmara, à fim de arrefecê-lo durante o tiro. A camisa de
refrigeração é solidária a caixa da culatra.

c) Cano: peça que recebe o cartucho para ser percutido, resistindo às pressões dos gases,
imprimindo movimento de rotação ao projétil e orientando-o na direção do alvo. É reforçado para
resistir ao aquecimento e possui um pequeno movimento horizontal (avanço-recuo) solidário ao
mecanismo da culatra. É composto de:
- Boca;
- alma (raiada);
- câmara de carregamento;
- entalhes para a mola retém do cano;
- rosca;
- alça de transporte.

d) Bloco de fechamento: é a parte da caixa da culatra contra a qual se chocam, no recuo, o


ferrolho e a armação (amortecedor). Nele encontramos:

- Pára-choque com 22 discos amortecedores (de fibra);


- gatilho com tecla dupla ;
- retém do ferrolho com tecla ;
- luva (sobre o pará-choque), com gancho do retém do ferrolho;
- punho duplo;
- retém do trinco do bloco de fechamento;
- trinco do bloco de fechamento.

B- Internamente:

a) Ferrolho: é provavelmente a peça mais importante da arma. Prende o cartucho na câmara, no


momento do disparo; extrai o estojo vazio e o ejeta; retira um cartucho novo da fita e coloca-o na
câmara; provoca o movimento da fita, alimentando a arma. É constituído por uma série de peças que
nele são montadas, além de orifícios, ranhuras e nervuras, são elas:

- Extrator ou ranhura extratora;


- orifício de passagem da ponta do percussor;
- transportador - ejetor;
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- desvio;
- ranhuras-guia do talão da alavanca do impulsor;
- alojamento do desvio;
- gatilho intermediário (com entalhes);
- retém do gatilho intermediário (com entalhes);
- batente da mola do percussor (com lâmina e pino);
- percussor (com ponta e extensão);
- alojamento da mola recuperadora;
- alojamento da tranca;
- talão (com olhal para a alavanca de manejo auxiliar e pino da alavanca de manejo);
- alojamento do transportador-ejetor;
- nervuras-guia do ferrolho;
- olhal para o eixo da alavanca de armar;
- alojamento da alavanca de armar;
- alojamento percussor;
- ranhuras-guia do gatilho intermediário;
- alojamento do retém do gatilho intermediário;
- alojamento da alavanca de armar.

b) Caixeta: é a peça onde se atarraxa o cano, fazendo a ligação deste com o mecanismo da
culatra. É composto das seguintes partes:

- Mola retém do cano;


- rosca para o cano;
- tranca com pino;
- cauda de ligação;
- alojamentos dos abaixadores da tranca;
- ranhuras-guia do ferrolho;
- alojamento da tranca.

c) Armação: é mantida na caixa da culatra pela mola retém da armação e liga-se à caixeta por
intermédio do acelerador e do amortecedor de recuo que se prendem à cauda de ligação. Nela
observamos:

- Acelerador com eixo e garras;


- amortecedor de recuo (com pistão, mola, e corpo);
- mola retém da armação e seu alojamento;
- mola retém do amortecedor de recuo;
- abaixadores da tranca;
- ressaltos guia da armação;
- corrediça do ressalto do amortecedor de recuo.

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7. FUNCIONAMENTO

Para melhor compreensão do funcionamento partiremos do momento em que houve o primeiro


tiro, observando-se em seguida as seguintes fases do funcionamento:

A- RECUO DAS PEÇAS MÓVEIS

a) Princípio físico utilizado


O princípio físico utilizado no armamento é o da "Ação e Reação", que diz o seguinte:
"A toda ação há uma reação, com mesmo módulo, mesma intensidade, mesma direção, porém,
com sentidos opostos".

b) Ação dos gases


A chama produzida, pela deflagração da cápsula da munição é transmitida à pólvora da carga
de projeção. A queima progressiva da pólvora dá origem à formação de gases cuja força de expansão
age em todos os sentidos. Esta força impele o projétil pelo interior do cano, enquanto a força de reação
tenta jogar o estojo para fora da câmara. Entretanto, esta ação é impedida, uma vez que o estojo da
munição acha-se preso ao ferrolho e este trancado à caixeta, por intermédio da tranca.

c) curto recuo do cano


O curto recuo do cano é o princípio de funcionamento utilizado por este armamento. Ele se
verifica desde o início do recuo do conjunto cano-caixeta-ferrolho até a abertura da câmara de
carregamento do cano. Sua principal finalidade é retardar essa abertura da câmara, o suficiente, até que
o projetil ultrapasse a boca do cano, de forma a haver uma simultaneidade entre a passagem do projetil
pela boca do cano e a abertura da câmara de carregamento. Esta simultaneidade é de suma importância
para um perfeito funcionamento da arma. Desta forma, se a abertura da câmara ocorrer após a
passagem do projetil pela boca do cano, os gases, que estão fazendo pressão em todos os sentidos no
interior do cano, acompanharão o projetil, em conseqüência, quando se der a abertura da câmara a
pressão dos gases não será suficiente para fazer com que o ferrolho recue, prejudicando o
funcionamento da arma. Caso a abertura da câmara ocorra antes da passagem do projetil pela boca do
cano, haverá uma pressão de gases sobre o ferrolho muito grande, provocando danos às peças móveis e
ao ressalto da tranca.

d) Destrancamento

Peças que interessam:


Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 137
- Tranca;
- ressalto da tranca;
- abaixadores da tranca e seus alojamentos;
- alojamento da tranca (no ferrolho).

A força de reação, proveniente da expansão dos gases, agindo sobre o fundo do estojo farão
sentir esta ação sobre o ferrolho, obrigando-o a recuar, levando consigo a caixeta, que está a ele ligada
por intermédio da tranca, e, consequentemente o cano. Durante o recuo desse sistema, a tranca, que
deslizava sobre a plataforma do seu ressalto, ao encontrar a rampa do ressalto é forçada para baixo por
intermédio dos abaixadores da tranca, que simultaneamente, vão penetrando em seus alojamentos na
caixeta, forçando o pino da tranca para baixo. Ao abaixar a tranca sai de seu alojamento no ferrolho,
que começa a recuar sozinho por ação dos gases e pelo impulso que recebeu do acelerador ,
comprimindo as molas recuperadoras. Neste momento cessa o recuo do conjunto cano-caixeta, que

passa a fazer sistema com a armação,.ocorre portanto, o destrancamento da arma.

e) Abertura

Peças que interessam:


- Ferrolho;
- câmara de carregamento do cano;
- talão do ferrolho;
- caixeta.

Completando o destrancamento, o ferrolho passa a recuar sozinho por ação dos gases e pelo
impulso do acelerador, que forçado a girar violentamente para retaguarda pela parte posterior da
caixeta, age no talão do ferrolho, acelerando o seu recuo. O ferrolho, então, afasta-se da câmara de
carregamento do cano, dando-se a abertura.

f) Extração
Peças que interessam:
- Ranhura extratora do ferrolho;
- câmara. de carregamento do cano;
- acelerador;
- aresta anterior e superior da tranca;
- caixeta;
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 138
- estojo da munição;
- talão do ferrolho.

Ao mesmo tempo que o ferrolho se afasta do cano, por intermédio de sua ranhura extratora é
retirado o estojo da câmara, havendo então a extração. Durante a queima da carga de projeção, o estojo
dilata-se ligeiramente, aderindo às paredes da câmara e, poderá se partir se for extraído no mesmo
instante. Para evitar tal incidente, é necessário uma descolagem do estojo das paredes da câmara e,
também, uma certa progressividade no inicio da extração. A descolagem do estojo ocorre por ação do
acelerador, que pelo seu formato côncavo - convexo e pelo impulso que levou da caixeta no recuo do
sistema cano-caixeta-ferrolho, age no talão do ferrolho, obrigando este a fazer um pequeno movimento
e descolar o estojo antes de se completar o destrancamento. A progressividade no inicio da extração é
conseguida pela aresta anterior e superior da tranca, que é duplamente biselada. Portanto, a ação
conjunta do acelerador e da aresta anterior e superior da tranca, asseguram um destrancamento
progressivo e uma extração inicial sem violência.

g) Engatilhamento (1ª fase)


Peças que interessam:
- Alavanca de armar;
- guia da alavanca de armar;
- gatilho intermediário com mola;
- percussor com extensão;
- batente da mola do percussor.
Durante o recuo do sistema cano-caixeta-ferrolho, a parte superior da alavanca de armar
choca-se com a parte posterior de sua guia (fig 1); a alavanca é obrigada a girar em torno de seu eixo,
deitando-se para frente. Com esse movimento, a parte inferior da alavanca gira para a retaguarda,
levando a extensão do percussor de encontro ao gatilho intermediário e comprimindo a mola do
percussor de encontro ao seu pino batente (fig 2). Em seu movimento para a retaguarda, a extensão do
percussor obriga o gatilho intermediário a abaixar-se, comprimindo sua mola. Quando o dente da
extensão do percussor ultrapassa o dente do gatilho intermediário, este sobe, por descompressão de sua
mola, ficando em condições de reter a extensão do percussor, assim que ela seja liberada pela alavanca
de armar, pois esta alavanca mantém a extensão do percussor em uma posição além do gatilho
intermediário (fig 3).

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 139
Fig 1

Fig 2

Fig 3

h) Apresentação do cartucho (1ª fase)


Peças que interessam:
- Cartucho;
- transportador/ejetor;
- ferrolho;
- ranhura extratora do ferrolho;
- ressalto de rotação e mola;
- rampa abaixadora, existente na tampa.
Com o recuo do ferrolho o transportador-ejetor retira da mesa de carregamento um novo
cartucho, transportando-o sobre o ressalto de rotação. A medida que o ferrolho recua, o transportador-
ejetor vai sendo forçado a abaixar-se pela rampa abaixadora, localizada na tampa. Ao abaixar-se, o
transportador/ejetor força o ressalto de rotação para baixo, comprimindo sua mola e, ao mesmo
tempo, vai colocando o cartucho na ranhura extratora do ferrolho. Quando o ferrolho chega ao final de
seu recuo o transportador/ejetor sai de cima do ressalto de rotação, que volta a sua posição original por
distensão de sua mola e apresenta ao ressalto do transportador-ejetor sua rampa de ejeção.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 140
i) Alimentação (1ª fase)
Peças que interessam:
- Talão da alavanca do impulsor;
- ranhura-guia do talão (no ferrolho);
- lingueta do impulsor e mola;
- cartucho.

Durante o recuo do ferrolho , a fita permanece parada, enquanto o impulsor é levado para a
esquerda ou direita, dependendo do sentido de alimentação da arma, pela alavanca do impulsor, cujo
talão desliza em sua ranhura-guia existente na parte superior do ferrolho.Com o movimento do
impulsor, a lingueta é obrigada a subir, comprimindo sua mola de encontro à tampa, pelo cartucho que
se encontra na mesa de carregamento. No final do recuo, a lingueta do impulsor sai de cima do
cartucho e, por descompressão de sua mola, volta a sua posição normal posicionando-se na lateral do
cartucho, ficando, desta forma, em condições de arrastá-lo ao encontro de seus batentes na mesa de
carregamento.

B- AVANÇO DAS PEÇAS MÓVEIS


a) Apresentação do cartucho (2ª fase) e ejeção
Peças que interessam:
- Ressalto do transportador-ejetor;
- rampa de ejeção do ressalto de rotação;
- ferrolho;
- ejetor;
- estojo e janela de ejeção.
No início do avanço do ferrolho, por distensão das molas recuperadoras, o ressalto do
transportador-ejetor desliza na rampa de ejeção do ressalto de rotação, obrigando o transportador/ejetor
a abaixar-se (fig 1). Com esse movimento o transportador/ejetor força o cartucho a deslizar na ranhura
extratora colocando-o em coincidência com a câmara, havendo a apresentação do cartucho.
Simultaneamente com a apresentação do cartucho haverá também a ejeção, pois, o estojo que estava na
ranhura extratora é forçado para baixo pelo ejetor, saindo pela janela de ejeção, existente na parte
inferior da caixa da culatra (fig 2).

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 141
Fig 1 Fig 2
b) Carregamento
Peças que interessam:
- Transportador/ejetor;
- ressalto de rotação;
- ressalto de elevação;
- ferrolho;
- câmara de carregamento;
- cartucho.
Com a apresentação, o transportador-ejetor passa para baixo do ressalto de rotação, coincidindo
o cartucho com a câmara de carregamento. O ferrolho continuando seu avanço vai introduzindo o
cartucho na câmara de carregamento do cano (fig 1). Quando vai se processar o carregamento, o
transportador-ejetor sobe a rampa do ressalto de elevação e abandona o cartucho, parcialmente
introduzido na câmara. Ao subir a rampa do ressalto de elevação o transportador-ejetor é forçado pela
mola abaixadora a empolgar um novo cartucho que se encontra na mesa de carregamento.
Continuando seu avanço o ferrolho introduz o cartucho na câmara, caracterizando o carregamento (fig
2).
Fig 1 Fig 2

c) Trancamento
Peças que interessam:
- Sistema cano-caixeta-armação;
- sistema cano-caixeta;
- mola do amortecedor de recuo;
- ferrolho;
- tranca;
- ressalto da tranca.
Durante o avanço do ferrolho, seu talão bate no acelerador, desfazendo o sistema cano-caixeta-
armação Com isso, a mola do amortecedor de recuo se distende e lança o sistema cano-caixeta à frente,

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 142
ficando a armação parada. A tranca, acompanhando o avanço da caixeta, sobe a rampa de seu ressalto
alojando-se no ferrolho que, ao desfazer o sistema cano-caixeta-armação, recebe uma aceleração em
seu movimento do acelerador para poder acompanhar o movimento do sistema cano-caixeta. No
momento em que a tranca aloja-se perfeitamente no ferrolho ocorre o trancamento, passando o ferrolho
a fazer parte do sistema cano-caixeta por intermédio da tranca.

d) Engatilhamento (2ª fase)


Peças que interessam:
- Alavanca de armar;
- guia da alavanca de armar;
- gatilho intermediário com mola e dente;
- percussor com extensão.
Durante o avanço do sistema cano-caixeta-ferrolho, a alavanca de armar é obrigada a girar para
retaguarda pela parte anterior de sua guia (fig 1). Com esse movimento, a parte inferior da alavanca de
armar abandona a extensão do percussor que por descompressão de sua mola, tenta acompanhar o
movimento da alavanca, porém, fica retida pelo dente do gatilho intermediário, dando-se o
engatilhamento (fig 2; 3 e 4).

Fig 1

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 143
Fig 2

Fig 3

Fig 4

e) Alimentação (2ª fase)


Peças que interessam:
- Ferrolho;
- talão da alavanca do impulsor;
- ranhura-guia do talão (no ferrolho);
- lingueta do impulsor e mola;
- cartucho e transportador-ejetor.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 144
Durante o avanço do ferrolho a alavanca do impulsor é obrigada a girar em torno de seu eixo
para a esquerda ou direita, dependendo do sentido da alimentação da arma, pelo deslizamento de seu
talão nas ranhuras guias do ferrolho. Com esse movimento a alavanca obriga o impulsor a deslizar para
o interior da tampa. Nesse deslizamento do impulsor, sua lingueta, que se encontra posicionada na
lateral do cartucho, empurra-o de encontro aos seus batentes, arrastando a fita de munição e deixando o
cartucho em condições de ser retirado da fita pelo transportador/ejetor.

f) Desengatilhamento
Peças que interessam:
- Gatilho;
- alavanca do gatilho intermediário;
- gatilho intermediário;
- extensão do percussor.

O atirador, ao pressionar a tecla do gatilho, transfere o movimento à alavanca do gatilho


intermediário que, obrigada a girar em torno de seu eixo, abaixa a sua parte anterior. Com esse
movimento a parte anterior da alavanca age no talão do gatilho intermediário, obrigando este a
abaixar-se e comprimir sua mola. Ao abaixar, o gatilho intermediário libera a extensão do percussor,
dando-se o desengatilhamento..

g) Disparo
Peças que interessam:
- Extensão do percussor;
- batente da mola do percussor;
- mola do percussor.
Ao ser liberada pelo gatilho intermediário, a extensão do percussor é lançada violentamente à
frente pela descompressão da mola do percussor, que se encontrava comprimida de encontro ao seu
batente.

h) Percussão
Peças que interessam:
- Percussor;
- Espoleta do cartucho.
Indo à frente, o percussor fere a cápsula do cartucho, caracterizando a percussão.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 145
8. SEGURANÇA:

Esta arma não possui dispositivo de segurança. É conveniente, entretanto quando não estiver
atirando, retirar a fita de munição, abrir a tampa da caixa da culatra e prender o ferrolho à retaguarda,
deixando a arma aberta. Para isso não esqueça de liberar a tecla do retém do ferrolho.

9. INCIDENTES DE TIRO
INCIDENTE C A U S A CORREÇÃO
FALHA NA 1. Virola do estojo quebrada. * Remover.
EXTRAÇÃO 2. Ranhura extratora quebrada. * Substituir.
3. Folga excessiva ou insuficiente. * Regular.
FALHA NA EJEÇÃO 1. Ejetor quebrado. * Substituir.
2. Mola do ressalto de rotação quebrada.. * Substituir.
FALHA 1. Alavanca de armar gasta ou quebrada. * Substituir.
NO 2. Mola do gatilho intermediário quebrada. * Substituir.
ENGATILHAMENTO 3. Ressalto da extensão do percussor ou ressalto * Substituir.
do gatilho intermediário gasto ou quebrado.
FALHA NO 1. Talão do gatilho intermediário gasto ou * Substituir.
DESENGATILHA quebrado. * Substituir.
MENTO 2. Alav. do gat. intermediário gasta ou quebrada.
3. Alav. do gat. Intermediário montada no local * Montar no
errado.
local correto.
FALHA 1. Pino do batente da mola do percussor * Substituir.
NO quebrado.
DISPARO 2. Mola do percussor quebrada. *.Substituir.
FALHA NA 1. Ponta do percussor gasta ou quebrada. * Substituir.
PERCUSSAO
FALHA NO 1. Estojo rompido no interior da câmara. * Remover.
CARREGAMENTO 2. Mola recuperadora quebrada. * Substituir.
3. Munição defeituosa. * Substituir.
FALHA NA 1. Mola do ressalto de rotação quebrada. * Substituir.
APRESENTAÇÃO 2. Batentes do cartucho trocados. * Destrocar.
FALHA 1. Posicionamento incorreto fita de munição. * Reposicionar.
NA 2. Retém da fita quebrado. * Substituir.
ALIMENTAÇÃO 3. Molas do retém da fita quebradas * Substituir.
4. Taão da alav. do impulsor quebrado. *Substituir.
NEGA 1. Munição defeituosa. * Substituir.

10. MANEJO:
Antes de se executar as operações de manejo, deve-se, com o auxílio de uma das máquinas de
carregar M2 ou M7, organizar a fita, tendo o cuidado de utilizar, sempre, um elo a mais que o número
de cartuchos.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 146
Operações de manejo
1) abrir a tampa da caixa da culatra;
2) colocar a fita sobre a mesa de carregamento de modo que o transportador-ejetor empolgue o
primeiro cartucho;
3) fechar a tampa da caixa da culatra;
4) selecionar o regime de tiro:

a) Tiro intermitente – a tecla do retém do ferrolho deve estar na posição superior. Para cada
disparo, deve-se pressionar primeiro a tecla do retém do ferrolho e, em seguida, o gatilho.

b) Tiro automático - pressionar a tecla do retém do ferrolho para baixo e prendê-la com o
gancho-retém , existente na luva do pára-choque do bloco de fechamento.

5) carregar a metralhadora: se o regime de tiro selecionado for o intermitente basta liberar o


ferrolho, agindo na tecla do retém do ferrolho. Se for o automático, agir nas as alavancas de manejo e
trazer o ferrolho à retaguarda. Em seguida, liberar as alavancas para que o ferrolho vá à frente apenas
por descompressão da mola recuperadora.

ATENÇÃO
Se a metralhadora estiver preparada para o tiro semi-automático o ferrolho permanecerá
na posição recuada. Neste caso, levar a alavanca de manejo para a frente, depois de soltar o
ferrolho com o retém. Se a metralhadora estiver preparada para o tiro automático a alavanca de
manejo irá para a frente com o ferrolho, quando for liberada.

6) Selecionar a alça;
7) disparar a arma, pressionando a tecla do gatilho.

11. PROGRAMA PARA VALIDAÇÃO DE CANOS:

A- ROTINA DE PROCEDIMENTO PARA SELEÇÃO DE CANOS

I. VERIFICAÇÃO DO DESGASTE DO CANO

a) Separar a Mtr com seus respectivos canos;


b) Abrir a tampa, agindo no retém;
c) Agindo nas alavancas de manejo trazer o mecanismo à retaguarda e engatilhar a Mtr, em
seguida, leve o conjunto à frente agindo na tecla do retém do ferrolho;
d) Agindo nas alavancas de manejo recue levemente o conjunto cano-caixeta-ferrolho e
coloque o anel mais fino de um elo metálico entre a caixeta e a mesa de alimentação, em seguida, leve
o conjunto suavemente à frente, até que o elo metálico fique preso entre a caixeta e a mesa de
alimentação. Essa operação tem por finalidade coincidir o ressalto da mola retém do cano com o
orifício existente no lado direito da caixa da culatra, abaixo da mesa de alimentação e, com isso,
permitir a retirada ou a montagem do cano na arma.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 147
e) Retire o cano da Mtr, desatarraxando-o;

NOTA

A utilização do elo tem por finalidade coincidir a mola retém


do cano com o furo existente do lado direito da caixa da culatra, abaixo da
mesa de alimentação. Esse procedimento é necessário para atarraxar ou
desatarraxar o cano.

f) Retire o elo metálico, agindo na alavanca de manejo e recuando levemente o conjunto cano
caixeta- ferrolho, em seguida, leve o conjunto suavemente à frente;
g) Limpe e seque a câmara e a alma do cano;
h) Faça a inspeção visual, para verificar danos que possam comprometer à alma do cano. Caso
positivo o cano deverá ser classificado como “ destruir”, caso negativo o cano está aprovado;
i) Faça a inspeção de toque na câmara, para verificar corrosões ou mossas que possam
comprometê-la. Caso positivo o cano deverá ser classificado como “ destruir”, caso negativo o cano
está aprovado.
j) Verifique o desgaste do cano, aplicando o calibre de início de raiamento na câmara e faça a
leitura.
l)Verifique se está ainda de .520 ( marca vermelha ). Caso positivo o cano deverá ser
classificado como “destruir”, caso negativo o cano está aprovado.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 148
APLICAÇÃO DO CALIBRE DE INÍCIO DE RAIAMENTO

II. VERIFICAÇÃO DA PROFUNDIDADE DA CÂMARA

A) PROFUNDIDADE MÍNIMA: Consiste em se verificar se a câmara está com sua


profundidade dentro da tolerância mínima. Procede-se da seguinte forma:

a) Introduza o calibre D 5845 MIN no interior da câmara;

b) Aplique o calibre F 6575 sobre a parte posterior do calibre D 5845 MIN como indicado;

c) Verifique se existe Luz entre a parte posterior do calibre D 5845 MIN e a base do calibre F
6575 (fig 1). Caso positivo, classifique o cano como “selecionável” e verifique a profundidade máxima
da câmara, caso negativo classifique o cano como “destruir” e retire-o do processo (fig 2);

APLICAÇÃO DO CALIBRE D 5845 B (MIN) E F 6575, PARA


VERIFICAÇÃO DA PROFUNDIDADE MÍNIMA DA CÂMARA

Fig 1 Fig 2

B) VERIFICAÇÃO DA PROFUNDIDADE MÁXIMA: Consiste em se verificar se a câmara


está com sua profundidade dentro da tolerância máxima. Procede-se da seguinte forma:

a) introduza o calibre D 5845 MÁX no interior da câmara;

b) Aplique o calibre F 6575 sobre a parte posterior do calibre D 5845 MÁX como indicado;

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 149
c) Verifique se existe luz entre a parte posterior do cano e as abas do calibre F 6575 ( fig 03 ).
Caso positivo classifique o cano como “selecionável” , caso negativo classifique o cano como
“ajustável” (fig 04);

APLICAÇÃO DO CALIBRE D 5846 N (MAX) E F 6575, PARA


VERIFICAÇÃO DA PROFUNDIDADE DE CÂMARA

Fig 03 Fig 04

g) Coloque as etiquetas nos canos, de acordo com a sua classificação;

h) Verifique se o cano tem número, caso positivo preencha o campo nº 1 da etiqueta e o campo
nº 2 com o nº da arma. Caso negativo preencha o campo nº 2 com o nº da Mtr;

i) Para facilitar a passagem da luz coloque uma folha de papel em branco sob os calibres.

III. VERIFICAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DO CANO

A) CALIBRAGEM DA FOLGA DE CARREGAMENTO

a) Agindo nas alavancas de manejo trazer o mecanismo à retaguarda e engatilhar a Mtr, em


seguida, leve o conjunto à frente agindo na tecla do retém do ferrolho;

b) Agindo nas alavancas de manejo recue levemente o conjunto cano-caixeta-ferrolho e


coloque o anel mais fino de um elo metálico entre a caixeta e a mesa de alimentação, em seguida, leve
o conjunto suavemente à frente, até que o elo metálico fique preso entre a caixeta e a mesa de
alimentação;

c) Monte o cano na arma, atarraxando-o completamente;

d) Retire o elo metálico, agindo na alavanca de manejo e recuando levemente o conjunto cano-
caixeta- ferrolho, em seguida, leve o conjunto suavemente à frente;

e) Observe se uma pequena parte das ranhuras do Cano aflora. Caso positivo vá para o passo
seguinte; caso negativo classifique o cano como “refugado”;

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 150
NOTA
No avanço do sistema pode ocorrer que o ferrolho não tranque,
neste caso haverá um espaço de cerca de 1cm entre a caixeta e a mesa de
alimentação.

f) Agindo nas alavancas de manejo recue levemente o conjunto cano-caixeta-ferrolho e coloque


o anel mais fino de um elo metálico entre a caixeta e a mesa de alimentação, em seguida, leve o
conjunto suavemente à frente, até que o elo metálico fique preso entre a caixeta e a mesa de
alimentação;

g) Desatarraxe o cano de um clique;

h) Retire o elo metálico, agindo na alavanca de manejo e recuando levemente o conjunto cano-
caixeta-ferrolho, em seguida, leve o conjunto suavemente à frente e verifique se a caixeta encosta na
mesa de alimentação. Caso positivo vá para o passo seguinte; caso negativo desatarraxe mais um
clique, no máximo três, até que a caixeta encoste na mesa de alimentação;

i) Agindo nas alavancas de manejo recue levemente o conjunto cano-caixeta-ferrolho e coloque


o anel mais fino de um elo metálico entre a caixeta e a mesa de alimentação, em seguida, leve o
conjunto suavemente à frente, até que o elo metálico fique preso entre a caixeta e a mesa de
alimentação;
j) Levante o transportador.

l) Coloque o calibre D6096 (Fig. 7) "NO GO" suavemente entre a ranhura extratora do ferrolho
e o cano e verifique se entra. Caso positivo classifique o cano como “refugado”; caso negativo retire
tantos cliques quantos necessários, no máximo cinco, até que o calibre D6096 "NO GO" passe entre a
ranhura extratora do ferrolho e o cano;

m) Atarraxe o cano de um clique;

n) Coloque o calibre D6096 "GO" suavemente entre a ranhura extratora do ferrolho e o cano e
verifique se passa. Caso positivo vá para o passo seguinte; caso negativo desatarraxe tantos cliques
quantos necessários, no máximo dois, até que o calibre D6096 "GO" passe entre a ranhura extratora do
ferrolho e o cano;

o) Coloque o calibre D6096 (Fig. 7) "NO GO" suavemente entre a ranhura extratora do ferrolho
e o cano e verifique se entra. Esse calibre não deverá passar, já que sua espessura é maior que a do
calibre “GO”. Caso passe houve erro na verificação. Certifique-se, verificando novamente.

p) Retire o elo metálico.

NOTA
A folga de carregamento estará correta quando o lado do
calibre D6096 “GO” passar entre a ranhura extratora do ferrolho e o cano
e o lado do calibre “NO GO” não passar.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 151
B) REGULAGEM DA FOLGA DE TRANCAMENTO

a) Fazer a regulagem da folga de carregamento;

b) Retirar o bloco de fechamento e a mola recuperadora;

c) Agindo na alavanca de manejo recuar o ferrolho até a metade de seu curso;


d) Colocar o calibrador D5845 B MIN na ranhura extratora do ferrolho;

e) Agindo na alavanca auxiliar de manejo levar o ferrolho à frente e introduzir completamente


o calibrador na câmara;

f) Observar se tranca , verificando se a caixeta encosta na mesa de alimentação. Caso positivo


vá para o passo seguinte; caso negativo classifique o cano como “refugado”;

g) Substitua o calibrador MIN pelo calibrador D5845 N MÁX;

h) Agindo na alavanca auxiliar de manejo levar o ferrolho à frente e introduzir completamente


o calibrador na câmara;

i) Observar se tranca , verificando se a caixeta encosta na mesa de alimentação. Caso positivo


classifique o cano como “refugado”; caso negativo o cano está adequado, classifique-o como
“selecionado”;

j) Recue o ferrolho e retire o calibrador MAX;

l) Monte a mola recuperadora e o bloco de fechamento.

m) Preencha o campo nº 5 com o número da Caixa da Culatra

n) Preencha o campo nº 4 com "SELECIONADO".

o) Marque o número da arma no Cano, Caixeta, Ferrolho e Tranca como indicados no Padrão
do ANEXO D.

OBSERVAÇÃO: As armas que não aceitarem nenhum cano, ainda poderão ser adequadas,
trocando-se o ferrolho ou a caixeta e, em seguida, submetidas novamente ao processo de adequação
com os canos que estiverem sobrando.

12. INSPEÇÕES NA MTR .50 M2 HB “Browning”.

Assunto: Preparação para o tiro.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 152
APRESENTAÇÃO
A Seção de Armamento da Escola de Material Bélico elaborou a presente nota de aula,
buscando uniformizar os procedimentos relativos à preparação da Mtr .50 M2 HB para a execução do
tiro real.
Este trabalho pressupõe que a metralhadora a ser inspecionada e calibrada possua os seus canos
perfeitamente adequados e validados.
A validação e adequação de canos são realizadas pelas OM de manutenção e, em linhas gerais,
são trabalhos executados em cada arma, a fim de se obter o melhor conjunto possível. Uma arma que
não possua os seus canos perfeitamente validados e adequados pode ser objeto de um grave acidente.
Caso haja dúvidas quanto à realização desses trabalhos em uma determinada arma, não a empregue no
tiro real; solicite, antes, uma inspeção específica ao órgão de apoio de 3° escalão.
Outra observação de suma importância, diz respeito ao intercâmbio de peças entre as armas.
Cada metralhadora deve possuir dois canos a ela adequados. Nunca utilize em uma arma, um cano
pertencente à outra.
Lembre-se de que uma preparação adequada para o tiro evita acidentes e incidentes, permite o
treinamento do combatente e prolonga a vida da arma.

DESENVOLVIMENTO

Antes de ser empregada, a Mtr .50 M2 HB requer uma inspeção e duas calibragens (folga de
carregamento e tempo de percussão ou sincronismo) que são primordiais à segurança da arma e de sua
guarnição.
Os procedimentos a serem desenvolvidos neste trabalho, podem ser sintetizados nos seguintes
tópicos:

Inspeções: Deve-se atentar para as seguintes peças:

1. Retém do ferrolho;
2. ressalto de rotação;
3. ressalto da tranca;
4. desvio e batentes do cartucho;
5. amortecedor de recuo;
6. mola retém do cano;.
7. tranca;
8. alojamento da tranca no ferrolho;
9. gatilho intermediário;
10. extensão do percussor.

Calibragens:

1. folga de carregamento;
2. tempo de percussão ou sincronismo.

Para que se possa realizar as inspeções, deve-se desmontar a arma até o escalão permitido. Com
a arma desmontada , são iniciados os trabalhos afetos à inspeção.

1ª tarefa
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 153
A primeira tarefa consiste em verificar se a porca da haste do retém do ferrolho encontra-se
contrapinada.
As peças envolvidas nesta tarefa são: a haste do retém do ferrolho, a porca da haste do retém do
ferrolho e o contra-pino que imobiliza a citada porca.
Este conjunto de peças está localizado internamente na caixa da culatra, em sua parte superior.
Esta verificação é importante, tendo em vista que, na ausência do contra-pino, a constante
vibração da arma provocada pelos tiros, pode fazer com que a porca da haste do retém do ferrolho se
desajuste. Caso isto ocorra, o retém do ferrolho sairá da sua posição correta de funcionamento e
provocará falhas na execução do tiro intermitente.
Para realizar esta verificação, você deve:
1. observar, na parte anterior e interna da placa superior da caixa da culatra, se a porca está
contrapinada;
2. caso se verifique a sua ausência do contra-pino, apertar ou afrouxar a porca até que o seu
entalhe coincida com o orifício existente na haste do retém do ferrolho;
3. a seguir, colocar um novo contra-pino com diâmetro proporcional ao do orifício.

2ª tarefa
A segunda tarefa consiste em verificar se a porca do ressalto de rotação encontra-se
contrapinada.
As peças envolvidas nesta tarefa são: o ressalto de rotação, a porca do ressalto de rotação e o
contra-pino que imobiliza a citada porca.
Este conjunto de peças se localiza na lateral esquerda da caixa da culatra. O ressalto de rotação
está no interior da caixa da culatra na face esquerda; enquanto a sua porca pode ser vista no lado
externo à esquerda.
O ressalto de rotação tem a função de direcionar os movimentos do transportador-ejetor. Na
ausência do contrapino, a trepidação da arma durante o tiro, pode fazer com que a porca se desajuste.
Caso isto ocorra, o ressalto de rotação impedirá o ferrolho de ir à frente, provocando incidentes de tiro
.
Esta tarefa pode ser realizada da seguinte forma:

1. pela face exterior esquerda, observar se a porca encontra-se contrapinada;


2. caso não esteja, alinhar um dos seus entalhes com o orifício existente na haste do ressalto de
rotação;
3. a seguir, colocar um novo contra-pino com diâmetro proporcional ao do orifício.

3ª tarefa
A terceira tarefa consiste em verificar as condições e a correta fixação do ressalto da tranca.
As peças envolvidas nesta tarefa são: o ressalto da tranca, a porca do ressalto da tranca e o
contra-pino que imobiliza a citada porca.
O ressalto da tranca está localizado no interior da caixa da culatra e a sua porca pode ser vista
externamente na face inferior da mesma.
O ressalto é uma peça fundamental ao trancamento e destrancamento da arma. Se ele estiver
frouxo no interior da caixa da culatra, certamente será danificado. Se demasiadamente apertado, ou
empenado oferecerá uma grande resistência ao movimento do sistema cano-caixeta-ferrolho,
provocando um retardo na abertura da câmara de carregamento e, consequentemente, incidentes de tiro
provocados por insuficiência de recuo.
Esta tarefa pode ser cumprida por você, da seguinte forma:

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 154
1. Observar se a porca do ressalto da tranca encontra-se contrapinada;
2. na ausência do contra-pino, apertar ou afrouxar a porca até que haja a coincidência entre um
dos seus entalhes e o orifício do parafuso do ressalto;
3. colocar um contra-pino com diâmetro proporcional ao do orifício, tendo a preocupação de
prender o contra-pino, também, na mola do ressalto da tranca.
4. observar, pela parte inferior da caixa da culatra, se o ressalto fica perfeitamente assentado
sobre a face interna da caixa da culatra.
5. se, por um acaso, houver um espaço entre as laterais do ressalto e a face interna da
caixa da culatra, é um sinal de que o ressalto está empenado. Nesse caso deve-se substituí-lo.

4ª tarefa
A quarta tarefa consiste em verificar a correta montagem de algumas peças responsáveis pela
alimentação da arma.
As peças envolvidas nesta tarefa são: o desvio e os batentes do cartucho.
Cada uma dessas peças, individualmente, será verificada.

A - Desvio
O desvio está localizado na parte superior do ferrolho e é perfeitamente identificado pela forma
circular de sua superfície.
Se estiver montado de maneira inversa ao sentido de alimentação da arma, certamente haverá
danos à alavanca do impulsor. A arma ficará indisponível.
A verificação da sua montagem pode ser feita da seguinte forma:

1. observar o posicionamento da alavanca do impulsor, montada na tampa;


2. se o seu talão estiver do lado esquerdo da tampa, a alimentação da arma está sendo feita pela
esquerda; logo, a ranhura existente no desvio deverá estar coincidindo com a letra “L” , inscrita na
superfície do ferrolho;
3. se o seu talão estiver do lado direito da tampa, a alimentação da arma está sendo feita por
esse sentido; logo, a ranhura existente no desvio deverá estar coincidindo com a letra “R” , inscrita na
mesma superfície do ferrolho;
4. se houver a necessidade de trocar a posição do desvio, basta retirar o conjunto, colocar a
caixeta- ferrolho armação da caixa da culatra, colocar o transportador-ejetor na posição vertical, retirá-
lo pelo lado esquerdo do ferrolho e, em seguida, levantar o desvio;
5. montar o desvio em sua posição correta.

B - Batente anterior e posterior esquerdo do cartucho


O batente dianteiro do cartucho se posiciona na mesa de carregamento.
Os batentes anterior e posterior esquerdo do cartucho são parecidos entre si e, se forem
montados de forma trocada, haverá uma falha na alimentação.
A maneira mais simples de verificar se a montagem dos batentes está correta é a seguinte:

1. observar se o batente montado na parte anterior da mesa de carregamento possui, em seu


corpo, a inscrição “FRONT”;
2. caso a inscrição seja “REAR”, será necessário substituí-lo pelo batente correto;
3. a troca do batente pode ser realizada com a retirada do eixo dos batentes. Para isto, retirar o
contra-pino do citado eixo, a seguir, trocar o batente e montar o eixo e seu contra-pino;

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 155
4. na hipótese de não haver qualquer inscrição no corpo dos referidos batentes, basta saber que
o batente anterior é o de maior comprimento.

5ª tarefa
A quinta tarefa consiste em verificar a correta montagem do amortecedor de recuo.
As peças envolvidas nesta tarefa são: a haste do amortecedor de recuo e a armação.
Este conjunto se localiza no interior da caixa da culatra.
O amortecedor de recuo tem dupla função: amortecer o recuo das peças móveis e auxiliar no
movimento de impulsão para a frente (recuperação) dessas mesmas peças. Sua montagem incorreta
prejudicará o funcionamento do armamento.

Esta tarefa pode ser cumprida da seguinte forma:


- verificar se a marcação em forma de seta, existente na superfície posterior do amortecedor,
está posicionada entre as marcações “C” e “O”, existente na parte posterior direita da armação. Caso
não esteja, basta girar o corpo do amortecedor até que a seta se posicione entre as citadas marcações.

6ª tarefa
A sexta tarefa consiste em verificar se a mola retém do cano cumpre a sua finalidade de evitar
que o cano desatarraxe.
As peças envolvidas nesta tarefa são: a mola retém do cano e os entalhes do cano.
A mola retém do cano se localiza na face anterior direita da caixeta.
Se o cano girar durante o tiro, afastando-se do ferrolho, a necessária distância entre ele e o
ferrolho será afetada. Com isso, a percussão do cartucho realizar-se-á sem que o mesmo esteja
totalmente introduzido na câmara, causando um acidente de proporções consideráveis.
Para executar esta tarefa, é preciso considerar os dois tipos de mola retém:
- com simples ressalto;
- com duplo ressalto.
A mola com simples ressalto é utilizada nas armas de modelos mais antigos. Ela permite que o
cano gire em qualquer situação. Pode ser usada em qualquer tipo de caixa da culatra. Este tipo de mola
oferece pouca segurança para o tiro. Por esta razão, deve-se fazer uma linha de fé com giz entre o cano
e a camisa de refrigeração, para observar se o cano está desatarraxando e, sempre que possível,
verificar a folga de carregamento nos intervalos de tiro.
A mola com duplo ressalto é utilizada nas metralhadoras mais modernas. Nessas armas,
encontramos um pequeno orifício na face anterior direita da caixa da culatra, abaixo da mesa de
carregamento. O cano só deve girar se houver coincidência entre o ressalto externo da mola e o citado
orifício.
A tarefa de verificação para este tipo de mola pode ser efetuada, por você, da seguinte forma:

1. Com a arma montada e o conjunto cano-caixeta-ferrolho à frente, tentar desatarraxar o cano


com as mãos. Ele não deve girar;
2. se o cano girar, trocá-lo pelo seu sobressalente;
3. tentar girar o novo cano;
4. se novamente o cano girar, significa que a mola não está cumprindo a sua função de fixá-lo;
5. neste caso, deve-se substituir a mola;
6. se o cano sobressalente não girar, significa que as ranhuras do cano principal estão gastas;
7. neste caso, deve-se substituir o cano principal.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 156
7ª tarefa
Terminadas as tarefas da inspeção, você deve preparar a arma para as calibragens de folga de
trancamento e de tempo de percussão, executando a montagem completa da arma.

Para a montagem, seguir-se-á a seguinte seqüência:

1. montar o conjunto armação-caixeta;


2. montar o ferrolho no conjunto armação-caixeta;
3. montar o conjunto armação-caixeta-ferrolho na arma;
4. colocar a alavanca de manejo e o pino do ferrolho;
5. colocar a mola recuperadora;
6. colocar o bloco de fechamento;
7. colocar o cano. Para esta operação, é necessário que haja uma coincidência entre o ressalto
externo da mola retém do cano e o orifício existente na caixa da culatra.

Você executará, agora, as calibragens de folga de carregamento e de tempo de percussão ou


sincronismo.

A) CALIBRAGEM DA FOLGA DE CARREGAMENTO

O cano desta arma não é fixado, de forma permanente, à caixa da culatra, nem possui uma
posição previamente estabelecida em relação às peças móveis. Desta forma, dependendo do
posicionamento do cano, a distância entre a sua parte posterior e a face anterior do ferrolho ficará fora
daquela requerida para o funcionamento seguro. Se esta distância for pequena (insuficiente), significa
que o cano está demasiadamente atarraxado, não permitindo o trancamento completo. Se for grande
(excessiva), o cano está demasiadamente desatarraxado, permitindo a percussão sem que o cartucho
esteja totalmente introduzido na câmara. Em ambos os casos, haverá sérios danos à arma. A finalidade
da calibragem de folga de carregamento é exatamente posicionar o cano corretamente em relação ao
ferrolho, permitindo um funcionamento seguro do armamento.

Para executar a calibragem de folga de trancamento, precisa-se do conjunto de calibradores


com as inscrições “Headspace .202 - GO” e “Headspace . 206 - NO GO” e seguir a seguinte seqüência:

A) CALIBRAGEM DA FOLGA DE CARREGAMENTO

a) Agindo nas alavancas de manejo trazer o mecanismo à retaguarda e engatilhar a Mtr, em


seguida, leve o conjunto à frente agindo na tecla do retém do ferrolho;

b) Agindo nas alavancas de manejo recue levemente o conjunto cano-caixeta-ferrolho e


coloque o anel mais fino de um elo metálico entre a caixeta e a mesa de alimentação, em seguida, leve
o conjunto suavemente à frente, até que o elo metálico fique preso entre a caixeta e a mesa de
alimentação;

c) Monte o cano na arma, atarraxando-o completamente;

d) Retire o elo metálico, agindo na alavanca de manejo e recuando levemente o conjunto cano-
caixeta- ferrolho, em seguida, leve o conjunto suavemente à frente;
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 157
e) Observe se uma pequena parte das ranhuras do cano aflora. Caso positivo vá para o passo
seguinte; caso negativo, o cano está refugado, ou seja, não oferece segurança para o tiro. A arma deve
ser submetida a um programa de validação de cano. Informe a OM de manutenção.
NOTA
No avanço do sistema pode ocorrer que o ferrolho não tranque,
neste caso haverá um espaço de cerca de 1cm entre a caixeta e a mesa de
alimentação.

f) Agindo nas alavancas de manejo recue levemente o conjunto cano-caixeta-ferrolho e coloque


o anel mais fino de um elo metálico entre a caixeta e a mesa de alimentação, em seguida, leve o
conjunto suavemente à frente, até que o elo metálico fique preso entre a caixeta e a mesa de
alimentação;

g) Desatarraxe o cano de um clique;

h) Retire o elo metálico, agindo na alavanca de manejo e recuando levemente o conjunto cano-
caixeta-ferrolho, em seguida, leve o conjunto suavemente à frente e verifique se a caixeta encosta na
mesa de alimentação. Caso positivo vá para o passo seguinte; caso negativo desatarraxe mais um
clique, no máximo três, até que a caixeta encoste na mesa de alimentação;

i) Agindo nas alavancas de manejo recue levemente o conjunto cano-caixeta-ferrolho e coloque


o anel mais fino de um elo metálico entre a caixeta e a mesa de alimentação, em seguida, leve o
conjunto suavemente à frente, até que o elo metálico fique preso entre a caixeta e a mesa de
alimentação;
j) Levante o transportador

l) Coloque o calibre D6096 "NO GO" suavemente entre a ranhura extratora do ferrolho e o
cano e verifique se entra. Caso negativo retire tantos cliques quantos necessários, no máximo cinco, até
que o calibre D6096 "NO GO" passe entre a ranhura extratora do ferrolho e o cano; caso positivo, o
cano está refugado, ou seja, não oferece segurança para o tiro. A arma deve ser submetida a um
programa de validação de cano. Informe a OM de manutenção

m) Atarraxe o cano de um clique;

n) Coloque o calibre D6096 "GO" suavemente entre a ranhura extratora do ferrolho e o cano e
verifique se passa. Caso positivo vá para o passo seguinte; caso negativo desatarraxe tantos cliques
quantos necessários, no máximo dois, até que o calibre D6096 "GO" passe entre a ranhura extratora do
ferrolho e o cano;

o) Coloque o calibre D6096 "NO GO" suavemente entre a ranhura extratora do ferrolho e o
cano e verifique se entra. Esse calibre não deverá passar, já que sua espessura é maior que a do calibre
“GO”. Caso passe houve erro na verificação. Certifique-se, verificando novamente.

p) Retire o elo metálico.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 158
NOTA
A folga de carregamento estará correta quando o lado do
calibre D6096 “GO” passar entre a ranhura extratora do ferrolho e o cano
e o lado do calibre “NO GO” não passar.

B) CALIBRAGEM DE TEMPO DE PERCUSSÃO OU SINCRONISMO

A finalidade desta calibragem é, durante o tiro automático, sincronizar o desengatilhamento


com a chegada das peças móveis à frente, de forma a fazer com que a arma só desengatilhe quando as
peças móveis estiverem completamente à frente.
Para isto, você deve usar o conjunto de calibradores com as inscrições “No fire .116” e “Fire .
020”, e seguir a seguinte seqüência:

1. retirar o bloco de fechamento;

2. retirar a mola recuperadora;

3. com o auxílio de uma chave de fenda, desatarraxar a porca de ajustagem, até que não mais
ocorra o desengatilhamento. Se houver a necessidade de engatilhar a arma durante esta operação, basta
trazer a alavanca de manejo auxiliar até a metade do seu curso e levá-la novamente à frente.

Obs: caso o ferrolho fique preso à retaguarda, pressione, para cima, a cauda do retém do
ferrolho.

4. a seguir, continuar desatarraxando a porca de ajustagem, até que não mais ocorra o
desengatilhamento;

5. colocar o calibrador com a inscrição “Fire . 020” entre a mesa de carregamento e a caixeta;

6. atarraxar a porca de ajustagem clique a clique, agindo simultaneamente na alavanca do


gatilho intermediário, até que ocorra o desengatilhamento;

Obs: a verificação do desengatilhamento deve ser feita utilizando-se o bloco de fechamento.

7. retirar o calibrador;
8. engatilhar a arma novamente e levar o ferrolho à frente;

9. introduzir o calibrador “No fire . 116” no mesmo local, mantendo-o nesta posição;

10. continuar atarraxando a porca de ajustagem, tendo o cuidado em contar o número de


cliques, até que ocorra novamente o desengatilhamento;

11. retirar o calibrador e engatilhar a arma;

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 159
12. desatarraxar a porca de ajustagem, considerando a metade dos cliques contados;

13. montar a mola recuperadora;

14. montar o bloco de fechamento;

15. confirmar a calibragem da seguinte forma:


- introduzir o calibrador “No fire .116” . A arma não deve desengatilhar;
- introduzir o calibrador “Fire .020” . A arma deve desengatilhar.
Obs: As metralhadoras de modelos mais antigos não possuem a porca de ajustagem para esta
calibragem. Neste caso, deve-se apenas checar se esta regulagem está correta. Se não estiver, a arma
deve ser recolhida para manutenção de 3° escalão.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 160
CAPÍTULO 08 – ARMAS NÃO-CONVENIONAIS

INDICE
NO Assunto Pag
01 Introdução
02 Desmontagem
03 Desmontagem Especial
04 Montagem
05 Manejo
06 Funcionamento
07 Seguranças
08 Incidentes de Tiro

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 161
INTRODUÇÃO

A presente nota de aula foi elaborada pela Seção de Armamento da Escola de Material Bélico,
com a finalidade de servir como fonte de informação para o estudo das armas leves não convencionais,
ou seja, armamento leve de não dotação do Exército Brasileiro.
Em termos de armamento individual, a pólvora foi a grande responsável pela substituição
gradual do arco-e-flecha e da balestra pelas armas de fogo curtas (Revólveres e Pistolas) e longas
(Espingardas, Mosquetões, Fuzis, etc.).
“Canhões de mão” como eram conhecidos, começaram a surgir por volta de 1450, os
Mosquetões de mecha e ação de roda já estavam em uso 100 anos depois, gradualmente foram sendo
introduzidos canos raiados, projéteis alongados e espoletas de fulminato de mercúrio, aumentando a
precisão do tiro, nascia o Fuzil. Em meados do Século XIX um grande passo foi dado com a criação do
cartucho metálico.
O crescente avanço tecnológico a partir da Segunda Guerra Mundial, evidenciou uma grande
corrida armamentista, com o desenvolvimento pelas grandes potências de artefatos de elevado poder
de destruição. Apesar dessas considerações, as armas leves não perderam a sua importância no
combate. Elas continuam sendo empregadas em todas as fases de uma guerra, em todos os tipos de
conflitos e em qualquer variedade de terreno. Seja qual for o emprego do combatente no campo-de-
batalha, ele sempre necessitará utilizar um armamento leve para sua defesa.
Os conhecimentos e informações tratados no presente trabalho foram extraídos das seguintes
fontes de informações:
• Nota de aula “Introdução ao estudo do armamento leve”, EsMB.
• Nota de aula B1-01 “Generalidades do armamento leve”, EsMB.
• Grande enciclopédia de armas de fogo, Editora Século Futuro.
• Armas & Armas, Ronaldo Olive.
• Guia de armas de guerra, Editora Nova Cultural.
• Revistas Magnum, diversos exemplares, Editora Magnum.
• Gun, o mundo da arma ligeira, G&Z Edições Ltda.
• Munições, Editora Fittipaldi.
• Revista do Exército Brasileiro, a evolução do armamento leve, 1° trimestre 1997.
• Artigos e fotos extraídos da “Internet”.

A compreensão dos conceitos aqui transmitidos são de extrema necessidade aos militares
especializados na resolução de panes e incidentes de tiro, bem como torna importante o aprendizado da
correta manutenção a ser realizada, tornando-a uniforme, prática e mais eficiente no âmbito do
Exército Brasileiro.

BOM ESTUDO !

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 162
ARMAS LEVES NÃO CONVENCIONAIS

I. GENERALIDADES

A. DEFINIÇÕES:
1. ARMAMENTO LEVE: Antes de iniciar o estudo do armamento leve não convencional,
necessário se torna que expliquemos o que seja um armamento leve.
Compreende-se por armamento leve, aqueles que possuem pesos e volumes relativamente
reduzidos, podendo ser transportados , geralmente, por um homem, ou em fardos por mais de um, além
de possuírem calibre inferior a .50 pol.
Devido a grande variedade do material bélico, existem armas que não se enquadram
perfeitamente dentro da definição. Ex. Lç Rj AT4, Lç Gr 40, espingardas cal 12, etc.

Fig 1 - Lç Gr 40 M79

2. CALIBRE: Quando se fabrica o cano de uma arma, longa ou curta, um cilindro de aço é
furado, alargado e retificado até um determinado diâmetro. Este diâmetro, antes de procedido o
raiamento, é chamado de CALIBRE REAL ou DIÂMETRO ENTRE CHEIOS. Em seguida, o
raiamento, constituído de um certo número de ranhuras de pequena profundidade, será usinado de
forma helicoidal ao longo do cano. A distância entre os fundos opostos do raiamento é chamada de
DIÂMETRO ENTRE FUNDOS e é igual ao DIÂMETRO OU CALIBRE DO PROJÉTIL que
será usado na arma. Conclui-se, portanto, que o calibre do projétil será sempre maior que o calibre real
do cano e essa diferença a mais é que irá fazer com que o projétil seja forçado contra os cheios, neles
se engrazando e passando a acompanhar a hélice segundo o qual o raiamento foi fabricado e
adquirindo, assim, a rotação necessária para sua estabilização após sair do cano.
B. ASPECTOS CLASSIFICATÓRIOS:
Para fins de estudo, o armamento leve é classificado, segundo suas características principais,
em diferentes grupos.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 163
1.QUANTO AO TIPO:
a- DE PORTE: conduzidas em coldre
b- PORTÁTIL: conduzidas por um só homem, geralmente dotadas de bandoleira.
c- NÃO PORTÁTIL: conduzidas por viaturas ou divididas em fardos para dois ou mais
homens.
2. QUANTO AO EMPREGO:
a- INDIVIDUAL: quando se destina à proteção daquele que o conduz.
b- COLETIVO: quando é utilizado em benefício de um grupo de homens ou fração de tropa.
3. QUANTO AO FUNCIONAMENTO:
a- REPETIÇÃO: funcionam pelo princípio da força muscular do atirador, que através de suas
ações desencadeará cada fase do funcionamento.
b- SEMI-AUTOMÁTICO: funcionam pelo princípio do aproveitamento dos gases resultantes
da queima da carga de projeção, o qual realiza quase todas as fases do funcionamento, exceto o
desengatilhamento.
c- AUTOMÁTICO: funcionam pelo princípio de aproveitamento dos gases da carga de
projeção, que realiza todas as fases do funcionamento.
4. QUANTO AO PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO:
a- FORÇA MUSCULAR DO ATIRADOR: Ação sobre o gatilho.

Fig 2 – Rv Colt Python .357 Magnum

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 164
• Sistema de alavanca ou “lever action” .

Fig 3 - Carabina Puma .38 SPL

• Sistema de bomba ou “pump”.

Fig 4 – Espingarda Winchester 1917 Cal 12

• Sistema de ferrolho.

Fig 5 – Fuzil de Repetição Krag-Jorgensen .30-30

b- UTILIZAÇÃO DOS GASES:

• Ação direta sobre o ferrolho ( ex. Submtr Ingram, Uru, Pst de pequeno calibre, etc. ).

• Curto recuo do cano ( Pst 9x19 parabellum, .45 ACP, etc. ).

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 165
• Tomada de gases em um ponto do cano ( ex. Fz Steyr AUG A1, Colt M 16, etc.).

5. QUANTO À AÇÃO:
a- SIMPLES: a ação do atirador sobre o gatilho, só realiza o desengatilhamento ( ex. Pst 9
M973, etc. ).
b- DUPLA: estando a massa percutente em repouso, a ação do atirador sobre o gatilho, pode
realizar várias fases do funcionamento, culminando com o desengatilhamento.
c- SIMPLES E DUPLA: as duas características são reunidas em uma só arma. (ex. Pst
TAURUS PT 92 ).

6. QUANTO AO TRANCAMENTO:
a- CULATRA DESAFERROLHADA OU DESTRANCADA ( blowback ): utiliza-se do
princípio da massa ( peso do ferrolho, com auxílio das molas recuperadoras ), para retardar a abertura.
b- CULATRA AFERROLHADA OU TRANCADA: utiliza-se do princípio de sistemas de
trancamento. ( basculante, rotativo, roletes, etc. ).

7. QUANTO À ALIMENTAÇÃO:
a- MANUAL: a munição é colocada uma de cada vez na arma.

b- COM CARREGADOR:

• Tipo lâmina ( Mosquetões ).

Fig 6 – carregador tipo lâmina

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 166
• Tipo cofre metálico ou de polímeros: - retangular ( Mtr Uzi, Fz Steyr AUG A1, etc. ).-(
tambor ( Mtr Thompson, etc. ).

Fig 7 – carregador tipo cofre retangular Fig 8 – carregador tipo cofre tambor

• Tipo fita de pano ( Mtr .30 ).

Fig 9 – carregador tipo fita de pano

• Tipo fita metálica de elos destacáveis ( Mtr .50, etc.). ou não destacáveis ( Mtr MAG, etc. ).

Fig 10 – Carregador tipo fita metálica

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 167
• Tipo tubular ( Carabina Puma .38, Espingarda de Repetição Cal 12, etc. ).

Fig 11 – Carregador tipo tubular

• Tipo especial: - lâmina de adaptação da mun .45 ACP P/ Rv .45 M917 S&W
-“Speed loader”: dispositivo que permite o carregamento rápido e
simultâneo de todas as câmaras de um Revólver.

Fig 12 – “Speed Loader”

8. QUANTO AO RAIAMENTO:
a- ALMA LISA:

• Cilíndrica

• Tronco-cônica
b- ALMA RAIADA:

• Sentido horário ou anti-horário

• Passo constante ou progressivo


c- ALMA POLIGONAL:

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 168
• Geralmente hexágono ou octógono retorcido

Fig 13 – Alma poligonal

C. NOMENCLATURA APLICADA AO FUNCIONAMENTO:


1.ALÇA DE MIRA:
Regulável ou não, é a limitação oferecida ao olho do atirador.
2.ARMADILHA, EXTENSÃO DO GATILHO OU GATILHO INTERMEDIÁRIO:
Realiza o engatilhamento ao segurar a massa percutente.

3.CANO:
Divide-se em:
a- CÂMARA: recebe a munição e suporta a pressão inicial dos gases.
b- RAIAS: quando existentes, são sulcos internos em formato helicoidal, destinados a
imprimir rotação ao projétil.
c- CHEIOS: diametralmente opostos nos dão a dimensão do calibre.

4.CÃO, MARTELO OU MASSA PERCUTENTE:


Ao ser desengatilhado, dispara, por ação da sua mola, de encontro ao percussor.

5.CARREGADOR:
Alojamento da munição para os tiros subsequentes.

6.CORONHA:
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 169
Suporte destinado à estabilização da pontaria por apoio no ombro do atirador, podendo ser
fixa, rebatível, articulada, retrátil, destacável, etc.

7.CAIXA DA CULATRA:
Invólucro metálico, disposto na parte média de uma arma longa, no interior do qual se
movimenta o ferrolho, ligando ao mesmo tempo o cano e a coronha.
8.EJETOR:
Lança para fora da arma o estojo ou cartucho.

9.EXTRATOR:
Retira o estojo ou cartucho da câmara.

10. FERROLHO:
Geralmente aloja o percussor e realiza o trancamento da arma.

11. GATILHO:
Tecla destinada ao acionamento da arma.

12. GUARDA-MÃO OU TELHA:


Em armas que necessitam o uso de duas mãos, é o apoio para a mão que não estará acionando o
gatilho. Necessário para proteger a mão do calor dissipado pelo cano da arma.
13. GUARDA-MATO:
Proteção que envolve o gatilho.
14. IMPULSOR DO FERROLHO:
Aloja o ferrolho e obriga-o a trancar ou destrancar a culatra.
15. MASSA DE MIRA:
Enquadra o alvo na visão já limitada pela alça de mira.
16. MOLA RECUPERADORA:
Atua sobre o ferrolho ou seu impulsor, (peças móveis), retardando a abertura ( principalmente
em culatras desaferrolhadas), e após o término do recuo, armazena energia suficiente para fazer as
peças móveis retornarem à posição inicial.
17. PERCUSSOR:
Recebe a pancada da massa percutente e fere a cápsula do cartucho.
18. PUNHO:
Apoio para a mão que irá acionar o gatilho.
19. REGISTRO DE SEGURANÇA:
Oferece a segurança por travamento do sistema.
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 170
20. REGISTRO DE TIRO OU CHAVE SELETORA:
Permite ao atirador selecionar o regime de tiro a ser realizado:
a- SEMI-AUTOMÁTICO
b- AUTOMÁTICO
c- RAJADA CONTROLADA
21. SOLEIRA:
Torna cômodo o apoio da coronha ao ombro do atirador.

D. FASES DO FUNCIONAMENTO:
1. ABERTURA:
Perda do contato entre o ferrolho e a câmara.

2. ALIMENTAÇÃO:
Ato de colocar a munição no tambor ou colocar o carregador municiado na arma.

3. APRESENTAÇÃO:
Estando a câmara vazia, é o ato realizado pelo carregador de colocar um cartucho pronto para
ser levado à câmara. No revólver, é o alinhamento do cartucho com o percussor, realizado pelo giro do
tambor.

4. CARREGAMENTO:
Realizado pelo ferrolho, é a retirada do cartucho do carregador e a introdução do mesmo na
câmara.
5. DESENGATILHAMENTO:
Perda de contato entre a massa percutente e o gatilho ou sua extensão.
6. DESTRANCAMENTO:
Operação que permite que o ferrolho possa se separar da câmara.
7. DISPARO:
Avanço da massa percutente resultado da distensão da sua mola.
8. EJEÇÃO:
Ato de expulsar o estojo deflagrado do armt, depois que o mesmo foi extraído da câmara.
9. ENGATILHAMENTO:
Massa percutente presa somente pelo gatilho ou sua extensão.
10. EXTRAÇÃO:
Divide-se em duas fases: na primeira o extrator empolga a virola do cartucho e na segunda
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 171
o extrator retira o estojo da câmara.
11. FECHAMENTO:
O ferrolho entra em contato com a câmara.
12. PERCUSSÃO:
O percussor fere a cápsula do cartucho.
1.TRANCAMENTO:
Ligação rígida realizada entre o ferrolho e a câmara.

II. REVÓLVERES

A. DEFINIÇÃO:
Arma de porte, de repetição, na qual os cartuchos são colocados num tambor atrás do cano,
podendo o mecanismo de disparo ser de ação simples ou dupla.

B. HISTÓRICO:
1836- Patenteado pelo Cel Samuel Colt nos EUA. Tinha uma configuração rígida e seu
carregamento era feito câmara por câmara, com os componentes individuais ( PN, PROJÉTIL,
ESPOLETA ) e o funcionamento era por ação simples.

Fig 14 – Rv Colt
1851- Robert Adams, inglês, cria o revólver de ação dupla.
1857- Expira a patente da Colt e surgem os revólveres S&W nos EUA.
1858- Surge o cartucho metálico.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 172
1870- É criada pela S&W a ejeção automática dos estojos pelo basculamento do cano.

Fig 15 – Rv S&W
1899- A S&W cria o basculamento lateral do tambor.

O desenvolvimento do revólver estava praticamente completo no fim do século XIX. A partir


de então, os aperfeiçoamentos estiveram mais ligados ao uso dos metais leves e cartuchos mais
poderosos, como o magnum.

C. CARACTERÍSTICAS OPERACIONAIS:

1. VANTAGENS:

• Grande versatilidade balística, permitindo a variação de cargas, pois sua carga de projeção só
trabalha no lançamento do projétil.

• Muito boa rusticidade e segurança, tanto em porte quanto em uso de pronto emprego.

• Grande variedade de modelos, comprimento de canos e empunhadura.

• Intercambiabilidade de munições.

• Manuseio simples e prático, não requerendo altos níveis de treinamento.

2. DESVANTAGENS:

• Dificuldade de porte dissimulado.

• Pouca capacidade de munição.

• Demanda muito tempo de recarregamento.

• Não admite tiros “silenciados”.


Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 173
D. MUNIÇÕES:
Munições mais utilizadas em revólveres e suas respectivas Vo :
.22………………..SHORT...............319 m/s
.22………………..LONG.RIFLE......332 m/s
.32………………..S&W............ .......215 m/s
.32………………..S&W.LONG........238 m/s
.38……..................S&W....................209 m/s
.38 …...................S&WSPECAL..….230 m/s
.357...............MAGNUM.....................376 m/s
.44...REMINGTON.MAGNUM..........411 m/s
.45 AR.ou.45ACP.comadaptdor..........253 m/s

OBS: Estas informações são meramente comparativas. Na prática, os valores costumam ariar
consideravelmente, de fabricante para fabricante e, até mesmo, entre lotes diversos de um mesmo
fabricante. Quando possível, a velocidade inicial do projétil foi dada com base num cano de arma
típica daquele cartucho.

III. PISTOLAS
A. DEFINIÇÃO:
Arma de fogo, de porte, que utiliza a pressão dos gases resultante da queima da carga de
projeção para seu funcionamento, podendo realizar tiros semi-automáticos ou automáticos.
Seu nome provém de Pistoia, um velho centro de armeiros italianos.
B. HISTÓRICO:
1883- Andres Scharzlose, belga, propôs a utilização dos gases para uma pistola que
funcionasse pelo movimento do cano.
1891- Hugo Bochardt, norte-americano radicado na Alemanha, cria a primeira pistola e põe
o carregador no punho.
1896- Peter Paul Mauser, alemão, amplia a capacidade de tiros e introduz o sistema de
segurança.
1898- George Luger, alemão, cria a empunhadura anatômica.
1899- John Moses Browning, norte-americano, radicado na Bélgica, reduz drasticamente o
número de peças componentes e viabiliza a rusticidade.

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1911- Browning, sugere a munição de grande impacto por ampliação de massa.( .45 ACP ).
1929- Carl Walther, alemão, introduz o sistema de dupla ação.

Fig 16 – Pst Walther P 38


1935- Browning, amplia a capacidade do carregador.

Poucos foram os desenvolvimentos de alguma importância, a partir da segunda guerra mundial.


Os novos modelos são significativos por utilizarem novas técnicas (fundição de precisão, ligas leves,
utilização de polímeros, métodos e processos de fabricação), mas os princípios de funcionamento
continuam, em essência, os mesmos.

Fig 17 – Pst Glock

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C. PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO:
Os princípios de funcionamento mais comuns são:

• Ação direta dos gases sobre o ferrolho: ( para pequenos calibres. Ex. .22 LR - 6,35 BROWNING -
7,65 BROWNING - .380 ACP – etc. ).

• Curto recuo do cano: ( para calibres mais potentes. Ex. 9 x 19 - .40 S&W – .45 ACP ).

MUNIÇÕES:
Munições mais utilizadas e suas respectivas Vo:

• .22 SHORT...................................................319 m/s

• .22 LONG RIFLE.........................................332 m/s

• .25 ACP / 6,35 BROWNING........................232 m/s

• .32 ACP / 7,65 BROWNING.......................275 m/s

• .380 ACP / 9mm CURTO............................302 m/s

• 9x19 parabellum / 9mm LUGER.................346 m/s

• .40 S&W......................................................302 m/s

• .38 SUPER AUTO.......................................370 m/s

• 10mm AUTO...............................................370 m/s

• .45 ACP.......................................................253 m/s

IV. METRALHADORAS DE MÃO

A. DEFINIÇÃO:
São armas de funcionamento automático, leves e simples o suficiente para serem operadas por
um único soldado e sem a necessidade de acessórios de apoio.

B. HISTÓRICO:
Utilizadas pela primeira vez em combate durante a primeira guerra mundial, para suprir as
necessidades de um grande volume de fogo a curta distância, era a única opção para tiros contínuos,
uma vez que os fuzis da época eram de repetição e tinham pouca capacidade de tiros no carregador.
A Villar-Perosa, introduzida pelos italianos em 1915, poderia ser considerada a primeira arma
desse tipo.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 176
Fig 18 – Mtr Villar-Perosa
C. CLASSIFICAÇÃO QUANTO A GERAÇÃO:
1a GERAÇÃO: pesadas, primorosamente produzidas e com material de primeira linha, onde
denota-se o emprego de usinagens e utilização de madeiras nobres. ( ex. Mtr Thompson ).

Fig 19 – Mtr .45 M928 Thompson


2a GERAÇÃO: nascidas durante a II grande guerra, utilizavam-se de materiais menos nobres, e
seu processo fabril era, invariavelmente, estampadas e as coronhas passaram a ser articuladas. ( ex.
INA, Uru, etc. ).

Fig 20 – Mtr Uru

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3a GERAÇÃO: foram compactadas, o ferrolho agora passou a revestir o cano, e o carregador
passou a ter seu alojamento no interior do punho, e ainda, a sua estabilidade durante o tiro contínuo
passou a ser a primeira fase do seu desenvolvimento. ( ex. Mtr Uzi, Ingram, etc. ).

Fig 21 – Mtr Uzi

Fig 22 – Mtr Ingram MAC 10

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 178
4a GERAÇÃO: (existente somente para alguns autores). O uso de polímeros especiais tem
substituído o trabalho de estamparia, (ex. Mtr Steyr Mpi 69 / MPi 81). O percussor deixa de ser
usinado ou cravado no ferrolho e passa a utilizá-lo como alojamento e apoio, permitindo assim que o
armamento funcione com a culatra fechada.

Fig 23 – Mtr Steyr MPi 81

D. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO:
Ainda que as metralhadoras de mão tenham aparecido, ao longo dos seus mais de 80 anos de
existência, em grande variedades de formatos e calibres, o seu princípio de funcionamento permaneceu
virtualmente inalterado. A quase totalidade das submetralhadoras, tem o seu princípio de
funcionamento baseado na ação direta dos gases sobre o ferrolho, conhecido também como
“blowback”.

MUNIÇÕES:
As metralhadoras de mão utilizam munições iguais as de pistola, porém as mais comuns são:
.380 ACP - .45 ACP e 9x19 PARABELLUM, sendo esta última a mais usada militarmente em todo o
mundo.
V. ESPINGARDAS

A. DEFINIÇÃO:
Arma de fogo, comprida, portátil, com cano de alma lisa, geralmente empregada para caçar.

B. HISTÓRICO:
Desde a sua invenção as espingardas fizeram parte das dotações armamentistas de vários
exércitos. Porém um largo passo, para tornar-se um armamento militar, foi dado na I guerra mundial,
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 179
onde as características daquele combate ( as trincheiras ), consagrou a WINCHESTER 1897, em
calibre 12 e com ação de bomba.
Já na II grande guerra, sua utilização sofreu grande declínio, as trincheiras quase não existiam e
os blindados tornariam as espingardas quase inúteis, se não fosse a utilização destas para a guarda de
instalações e campos de prisioneiros de guerra.
Prestes a cair em desuso, foi extremamente reaquecida nas florestas da Corea e do Vietnã. E
hoje sofre um grande reaquecimento, devido a adoção de 2 “espingardeiros” no GC Mariner’s dos
EUA.

C. CLASSIFICAÇÃO QUANTO A GERAÇÃO:


1a GERAÇÃO: repetição de um ou dois canos. (paralelos ou sobrepostos ).
2a GERAÇÃO: repetição, sistema de bomba, carregador tubular.

Fig 24 – Espingarda Cal 12 de 2a geração

3a GERAÇÃO: semi-automática, carregador tubular ou cofre.

4a GERAÇÃO: reúne as características da 2a e 3a geração.


Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 180
D. MUNIÇÕES:
Embora já tenha existido muitos outros, atualmente os calibres mais em uso são os seguintes:
CALIBRE DIÂMETRO INTERNO NOMINAL EM mm
12........................................................................................18,50
16........................................................................................17,00
20........................................................................................15,70
24........................................................................................14,80
28........................................................................................14,00
32........................................................................................12,80
36 ( .410 )...........................................................................10,50

OBS.: O número que indica o calibre de uma espingarda é expresso pela quantidade de
projéteis esféricos de chumbo de diâmetro igual ao do cano, necessário para formar 1 libra de peso, ou
seja, 0,454 Kg. Exemplificando: o calibre 12 tem um diâmetro interno nominal correspondente a uma
esfera de chumbo que pesa 1/12 lb, são necessárias, portanto, 12 esferas para se atingir 1 lb.
O calibre 36 é uma exceção pois, segundo o critério acima, deveria ser calibre 67. Tendo um
diâmetro nominal de 0,410 pol, esse calibre é também designado por.410, especialmente fora do
Brasil.

VI. FUZIS DE ASSALTO

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A. DEFINIÇÃO:
O fuzil de assalto é uma evolução natural e obrigatória dos “fuzis” que já na II guerra mundial
possuíam um sistema de automatismo.

B. CARACTERÍSTICAS:
Selecionar seus tiros em intermitentes e contínuos. Possuir grande capacidade de munição no
carregador e utilizar munição de grande potência e longo alcance.

C. HISTÓRICO:
Após a II guerra mundial, os fuzis de repetição foram relegados ao segundo plano e as
pesquisas recaíram para o desenvolvimento dos novos fuzis de assalto.

EVOLUÇÃO DOS FUZIS


FUZIL DE MECHA
Dá–se ciência que em 1400, utilizava-se armas de fogo de cano longo, onde o atirador fazia
uso de um ferro incandescente para ascender o estopim, seu dispositivo de disparo consistia no
acionamento de um ferro no formato de um (S) onde se colocava o estopim, este quando acionado
girava em torno de seu eixo e introduzia a parte incandescente do estopim dentro da caçoleta local
onde era armazenada a pólvora realizando assim o tiro.
FUZIL DE RODA
Em 1630, surgiu na Alemanha, um fuzil de roda de pedra de silício como iniciador do
processo de queima da pólvora, onde esta roda de pedra era acionada a girar sobre um metal criando
centelhas que iriam acionar a carga. (Registrado num esboço de Leonardo da Vinci, na biblioteca
Ambrosiana de Milão).
FUZIL DE PEDERNEIRA
Em 1700, Ingleses e Franceses, utilizaram-se de lâminas de pedra sílex como acionador, esta
lâmina chocava-se sobre uma chapa metálica produzindo a centelha.

CARTUCHO DE PAPEL / METÁLICO


Em 1830 - já se tem ciência de armas que usavam cartucho de papel e em 1840 começam a ser
produzidos os primeiros cartuchos metálicos que passam a ser utilizados por todos os projetistas e

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armeiros da época, o que logicamente alimentou a idéia dos armeiros de todo o mundo, com o grande
problema que era: capacidade de tiro e o uso da arma com uma repetição mais rápida.

SISTEMA DE ALAVANCA
Nos anos de 1860 a 1880 vários fuzis com sistema de alavanca que foram criados com vários
calibres, (50/70, 45/70,.50, .54) dentre as mais famosas está a MARLIN 1895 SS Americana,
conhecida pelo emblema de um cavaleiro a galope, está arma utilizava munição calibre 45/70, mais no
final do século XIX, começaria a fabricação das carabinas como são conhecidas hoje pela COLT e
uma das primeiras foi a COLT .44, hoje seu modelo é produzido por vários países inclusive o BRASIL
que é fabricado pela ROSSI.

PROJETIL OGIVAL PONTIAGUDO


Com objetivo de alcançar maiores distâncias e manter a trajetória constante do projétil foi
desenvolvido no inicio do século XX a munição ogival pontiagudo com um universo de calibres e
Fuzis de diversas nacionalidades que foram amplamente utilizados na Primeira Grande Guerra.

FUZIS DE REPETIÇÃO ( FERROLHO )

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 183
Ainda no final do século XIX começou a aparecer os fuzis de repetição por ação de ferrolho,
onde modelos foram fabricados em vários países do mundo, principalmente na Europa e Ásia, na
Europa um dos mais renomados foi o MAUSER por parte dos alemães que utilizava munição 7mm.
Sendo utilizado na Primeira Guerra Mundial.
Já no continente norte americano foi empregado pelos Estados Unidos o fuzil KRAG-
JORGENSEN calibre 30/40 modelo 1896.
Após a primeira Grande Guerra, viu-se a necessidade de aumentar o poder de fogo das armas
portáteis, ou seja, de emprego individual, começando assim a busca de um fuzil que aumentasse o
poder de fogo em relação a capacidades tiros e a velocidade de seus disparos.

FUZIL DE CARREGAMENTO AUTOMÁTICO

Sendo que em 1936 foi utilizado pela primeira vez por um Exército um fuzil com
carregamento automático o M1 GARAND .30, com capacidade de oito de tiros no carregador, já neste
fuzil nota-se a preocupação do remuniciamento, pois uma vez dado o ultimo tiro o carregador era
ejetado e o ferrolho ficava aberto, facilitando sua alimentação.
Obs: Este foi o único fuzil automático utilizado na segunda Grande Guerra.

Durante o decorrer da Segunda Grande Guerra Mundial viu-se que o volume de fogo de armas
portáteis tornou-se fundamental para conquista de objetivos, tipos localidades e área estratégicas, tendo
em vista que os combates iam tornando-se mais móveis ou seja o combate saía das trincheiras, o que
custou muito caro aos Alemães, já que a fabricação bélica germânica só desenvolveu um fuzil
automático em 1944 o MP 44, que após ser analisado por Adolf Hitler teria dito o termo STUM-
GEWEHR ou seja fuzil de assalto.
Após este pequeno prefácio, estudaremos a evolução dos fuzis de assalto, quanto ao seu
principio de funcionamento seu trancamento e a classificação por gerações destes fuzis.

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 184
FUZIS DE ASSALTO

DEFINIÇÃO:
Fuzil de assalto é o que possui capacidade de selecionar seus tiros em intermitente e contínuos,
possui grande capacidade de munição no seu carregador e sua munição tem capacidade de abater alvos
a grandes distâncias.

CARACTERISTICAS:
Os fuzis de assalto possuem varias características que os diferem dos antigos fuzis dentre elas a
principal é o aumento da capacidade de tiros, diminuição de seu comprimento, assim como seu peso, e
principalmente o aumento de polímeros na construção dessas armas.

SISTEMA DE TRANCAMENTO:
Dentro do estudo da cinemática dos armamentos o que sempre denotou curiosidade e
preocupação é o tipo de trancamento utilizado por diversos fuzis, pois do trancamento vem a segurança
para o usuário.
Os tipos de trancamento mais utilizados são:
-Basculante utilizado no FAL. MD2 IMBEL
-Roletes utilizado nos fuzis HK33, HKG3
-Rotativos utilizado nos COLT, STYER AUG, AK 47

CLASSIFICAÇÃO QUANTO A GERAÇÃO


É importante salientar que a classificação quanto a geração dos fuzis de assalto é utilizada
de modo a auxiliar o entendimento do estudo dos fuzis, uma vez que uma fabrica Bélica para
manter o marketing de seu nome cria varias versões com diferenças na construção de uma arma
utilizando o mesmo nome sendo acrescentado apenas um sufixo para diferencia-la do modelo
anterior, assim sendo muitas empresas utilizam o termo geração para diferenciar os variados
tipos de armas.

PRIMEIRA GERAÇÃO

Podemos enquadrar como de primeira geração os fuzis que surgiram até a metade do
século XX, onde eram feitos de metais com bastante resistência, o que acarretava em um maior
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 185
peso, tais armamentos são constituídos na sua maioria por peças de aço, utilizam como placas de
guarda mão, telha e coronha madeira ou polímero, sendo este ultimo em pequena proporção,
pois a principal idéia é a rusticidade do armamento, caracterizado ainda por um comprimento
demasiado mesmo aqueles com coronha retráteis
O principio de funcionamento destes fuzis é por tomada de gases na extensão do cano, e
este atuando sobre um êmbolo; os fuzis de primeira geração são classificados pelo calibre que
são os seguintes: 7,62x39 – 7,62x51

SEGUNDA GERAÇÃO

Caracterizamos como de segunda geração todos os fuzis de assalto com calibre 5,56 x 45,
o que ocasionou um aumento considerável na capacidade de tiros por carregador. Constituídos
de ligas metálicas leves como alumínio endurecido e com emprego amplo de polímero no seu
formato.
Os fuzis de segunda geração tem seu princípio de funcionamento por tomada de gases em um
ponto do cano, e o que difere dos de primeira geração é a ausência de um êmbolo para acionar o
impulsor do ferrolho, geralmente estes fuzis recebem a ação dos gases diretamente em um estojo no
impulsor como por exemplo o M 16 – AR 15, ou por ação de choque em um pistão, proveniente da
força dos gases no caso do fuzil STYER AUG.
Seu sistema de trancamento é feito na maioria das armas deste calibre por ferrolho rotativo,
com exceção do fuzil HK 33, que possui trancamento por meio de roletes.

A GERAÇÃO 7,62 x 51

O apoio mútuo ao remuniciamento, por parte dos aliados, criou seríssimos problemas
logísticos, e forçosamente passou-se a pesquisar o desenvolvimento para aquele que haveria de tornar-
se a munição dos futuros campos de batalha.

PAÍS FUZIL ANO


EUA M14 1945
BÉLGICA FAL 1948
ALEMANHA HK-G3 1959

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 186
Fig 25 – Fz HK G3
OBS.: O FAL é adotado por mais de 90 países e produzido, sob licença por mais de 10 e o
Brasil é o único país no mundo que produz o FAL em clone perfeito do belga.
Por outro lado, os soviéticos desenvolveram em 1947 a munição 7,62x39 e o Fz AK 47 que
viria a ser o fuzil de maior produção mundial.

Fig 26 – Fz AK 47

1. A GERAÇÃO 5,56 x 45
Os EUA , baseados nas teorias do efeito hidráulico, que se produz no choque de pequenos
projéteis a velocidades muito altas, criaram a munição 5,56x45.
PAÍS FUZIL ANO
EUA M16 1959
ALEMANHA HK-G33 1963
ISRAEL GALIL-AR 1969
ITÁLIA BERETTA-AR70 1970
EUA RUGER MINI 14 1973
AUSTRIA STEYR AUG A1 1978
BÉLGICA FNC 1984
Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 187
Fig 27 – Fz Steyr AUG A1
A RESPOSTA SOVIÉTICA: em contrapartida à movimentação ocidental, em torno dos
novos sistemas armamento/munição, a URSS cria em 1974 a versão atualizada do seu AK 47, o AK 74
e uma nova, e polêmica munição, a 5,45x39 que devido a sua ponta oca e base de aço, tem um efeito
altamente traumatizante, contrariando assim a convenção de Genebra.

D. PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO:
Os fuzis de assalto já produzidos no mundo, utilizam os mais diversos princípios de
funcionamento, porém os mais comuns são:

• TOMADA DE GASES EM UM PONTO DO CANO:


- Com sistema de trancamento rotativo ( ex.Fz M 16 – AR 15 – STEYR AUG A1 – etc. ).

• AÇÃO DIRETA DOS GASES SOBRE O FERROLHO:


- Abertura retardada por roletes ( ex. Fz HK G91 ).

Fig 28 – Trancamento por roletes dos Fz HK

MUNIÇÕES :
Munições mais comuns e suas respectivas Vo.

• 5,45x39.....................................................................900 m/s

• 5,56x45 / .223 REMINGTON..................................988 m/s


Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 188
• 7,62X39 / 7,62 KALASHNIKOV............................710 m/s

• 7,62x51 / 7,62 NATO / .308 WIN............................840 m/s

E. A NOVA GERAÇÃO:
Se considerarmos as armas de desenho curto, o “bullpup” ( carregador à retaguarda do punho,
ex. Fz Steyr AUG A1 ), como os últimos vestígios dentro de um desenho clássico, a próxima geração
de fuzis de assalto será constituída por armas de aspecto semelhante, que irão disparar munição sem
estojo.

Fig 29 – Fz HK G 11

O primeiro desta nova série é o Fz alemão HK G11 com sua munição 4,7x21 sem estojo, que
por si só obriga os exércitos de todo o mundo repensar no armt individual do soldado do terceiro
milênio.

FIM

Escola de Material Bélico - Subseção de Armamento Leve – Apostila de Armamento Leve 02 189

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