Macro 2 - Notas 01

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Macro II - Rômulo Sales

Ementa
Propõe a continuidade dos estudos em macroeconomia, aprofundando agora suas principais
correntes evolutivas e seus modelos, bem como as perspectivas de longo-prazo.
Conteúdo Programático
Curva de Phillips.
Modelo Monetarista.
Modelo Novo Clássico.
Modelo novo Keynesiano.
Modelo de ciclos reais e negócios.
Teoria do Crescimento Econômico.
Tópicos especiais de política econômica.
Macroeconomia pós-keynesiana.

Bibliografia Básica
BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. 3a ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
DORNBUSCH, Rudiger; FISCHER, Stanley; STARTZ, Richard. Macroeconomia . 8a
ed., Madrid: McGraw-Hill, 2002.
MANKIW, Gregory . Macroeconomia . 5a ed., Rio de Janeiro: LTC, 2004.
Bibliografia Complementar
FROYEN, Richard. Macroeconomia. São Paulo: Saraiva, 2001.
LOPES, Luiz; VASCONCELLOS, Marco (orgs.). Manual de macroeconomia: básico e
intermediário. São Paulo: Atlas, 1998.
SACHS, Jeffrey; LARRAIN, Felipe. Macroeconomia em uma economia global. São Paulo:
Makron Books, 2000.
WYPLOSZ, Burda. Macroeconomia : uma abordagem européia. Rio de Janeiro: LTC, 2005.
Nota 13/07 - aula do final do cap. 10
Vídeo recomendado: Aula 17 Macro I O modelo monetarista e as expectativas adaptativas

1.Taxas naturais de desemprego e produto longo prazo e curto prazo


- A taxa natural de desemprego é o nível de desemprego que prevalece quando a economia
está operando em seu potencial de produção, ou seja, quando não há pressões
inflacionárias. É determinada por fatores estruturais, como características dos mercados de
trabalho e políticas governamentais relacionadas ao mercado de trabalho.
- A taxa natural de produto, por sua vez, é o nível de produto ou renda que a economia
atinge quando opera em seu potencial máximo de produção, sem pressões inflacionárias.
Também é influenciada por fatores estruturais, como tecnologia e capital físico.

A Figura 10.1 mostra que as taxas naturais de produto e emprego dependem da


oferta de fatores de produção e da tecnologia da economia – fatores do lado da oferta. As
taxas naturais de produto e emprego não dependem do nível de demanda agregada. Tudo
isso é praticamente igual ao sistema clássico; a diferença entre Friedman e os economistas
clássicos é que a teoria de Friedman não pressupõe que a economia se encontre
necessariamente nesses níveis naturais de emprego e produto no curto prazo. (p.234,
Froyen)

2. Política monetária no curto prazo: a visão monetarista de Friedman


- Friedman argumenta que a oferta de moeda é o fator dominante na determinação da
inflação. Um aumento na oferta de moeda leva a pressões inflacionárias, enquanto uma
redução na oferta de moeda pode ajudar a reduzir a inflação.
- No curto prazo, Friedman argumentava que a política monetária pode ter um impacto
sobre a renda e o emprego, mas esses efeitos são temporários. Ele enfatizava que a
política monetária não pode sustentar permanentemente uma taxa de desemprego abaixo
de sua taxa natural devido a fatores estruturais.

3. Política monetária no longo prazo para a visão monetarista


3.1 Curva de phillips
- A curva de Phillips revela uma relação inversa entre a taxa de desemprego e a taxa de
inflação. Quando a taxa de desemprego é baixa, a inflação tende a ser alta e vice-versa.
- Os monetaristas, como Friedman, interpretam a curva de Phillips como uma relação de
curto prazo que pode ser explicada pelas expectativas de inflação e ajustes nominais. Eles
argumentam que mudanças na demanda agregada, causadas principalmente pela política
monetária, podem influenciar temporariamente o desemprego e a inflação.
3.2 Curva de phillips de longo e curto prazo
- Os monetaristas também propõem a existência de uma curva de Phillips de longo prazo,
que é vertical e representa uma relação estável no longo prazo entre desemprego e
inflação.
- No longo prazo, a economia retorna à taxa natural de desemprego, e a inflação é
determinada principalmente pela política monetária e pelas expectativas de inflação.
3.3 Tentativa de “fixar” o desemprego
- Os monetaristas argumentam que tentativas de "fixar" o desemprego abaixo de sua taxa
natural por meio de políticas expansionistas podem levar a pressões inflacionárias
persistentes no longo prazo.
- Eles destacam a importância de manter a oferta de moeda estável e evitar políticas que
gerem expectativas inflacionárias, a fim de manter a estabilidade econômica a longo prazo.

4. A curva de Phillips de curto prazo para Keynes


- Na visão keynesiana, a curva de Phillips de curto prazo representa a relação inversa entre
o desemprego e a inflação. Keynes argumentava que a demanda agregada impulsiona a
atividade econômica e que uma maior demanda agregada pode levar a uma redução do
desemprego no curto prazo, mas também a um aumento da inflação.
5. A curva de Phillips de longo prazo para Keynes:
- Para Keynes, no longo prazo, a economia pode não estar operando em pleno emprego e a
curva de Phillips de longo prazo é vertical, indicando que a inflação não está relacionada ao
desemprego. Segundo Keynes, o nível de produto e emprego é determinado principalmente
pela oferta agregada, que é influenciada pela produtividade, capacidade de produção e
outros fatores estruturais de longo prazo. Na visão keynesiana, a demanda agregada é o
principal fator que impulsiona a economia no curto prazo, mas não tem impacto duradouro
sobre o produto de longo prazo.
- A curva de Phillips de longo prazo vertical na visão keynesiana reflete a ideia de que, no
longo prazo, o desemprego não está relacionado à inflação. Keynes argumentava que a
oferta agregada determina o nível de produto potencial e, portanto, o desemprego de longo
prazo não é influenciado pela inflação.
- Essa visão implica que as tentativas de reduzir permanentemente o desemprego por meio
de estímulos monetários ou fiscais excessivos podem levar a pressões inflacionárias no
longo prazo sem reduzir o desemprego. Para Keynes, a estabilidade de longo prazo requer
políticas que foquem na oferta agregada e em fatores estruturais que influenciam a
capacidade de produção e a produtividade, em vez de se concentrar apenas na demanda
agregada.

6. Políticas de estabilização para o produto e o emprego: a visão keynesiana


“Por que a ausência de um efeito de longo prazo da demanda agregada sobre o
produto e o emprego não leva os keynesianos a aceitar uma posição não-
intervencionista em relação a políticas econômicas?
A razão é que, na visão keynesiana, políticas de demanda agregada visam estabilizar o
produto e o emprego no curto prazo. A meta de tais políticas de estabilização é manter a
economia em seu nível de equilíbrio diante de choques de demanda ou oferta agregada.
Em outras palavras, o objetivo de políticas de estabilização é, como o nome indica,
compensar influências potencialmente desestabilizadoras sobre o produto e o emprego.
A conclusão de Friedman quanto a políticas não-intervencionistas baseia-se, na preposição
que o setor privado é basicamente estável se deixado por sua própria conta. Assim, não
esperaríamos grandes choques desestabilizadores sobre a demanda do setor privado por
produto. [...] os monetaristas não acreditam que nosso conhecimento da economia nos
permita prever tais choques e projetar políticas com precisão suficiente para compensá-los.
Ainda seria possível argumentar que, deixado à sua própria conta, o setor privado produz
níveis de equilíbrio de produto e emprego que são “indesejáveis”. O desemprego poderia
ser “alto demais”. Seria possível propor, então, que o papel da política monetária seja
assegurar que o desemprego e o produto fiquem em níveis “desejáveis”. A teoria da taxa
natural de desemprego mostra que a política monetária não pode cumprir esse papel e
indica que tentativas de alcançar tais metas de desemprego arbitrárias terão efeitos
desestabilizadores sobre o nível de preços no longo prazo.
[...] o papel de curto prazo para políticas econômicas de estabilização, sejam elas
monetárias ou fiscais. Os keynesianos acreditam que a demanda agregada do setor privado
é instável, basicamente por causa da instabilidade da demanda por investimento. Os
keynesianos creem que, mesmo para uma dada oferta de moeda, tais mudanças na
demanda agregada do setor privado podem causar flutuações grandes e prolongadas na
renda. Consequentemente,acreditam que políticas monetárias e fiscais devem ser usadas
para compensar tais mudanças indesejáveis na demanda agregada e estabilizar a
renda.”(Froyen, 2009)

7. Determinantes da taxa natural de desemprego:


- Os determinantes da taxa natural de desemprego incluem fatores estruturais, como
características dos mercados de trabalho (rigidez de salários, políticas de proteção ao
emprego) e mudanças demográficas (taxa de participação da força de trabalho, migração).
- Outros fatores, como tecnologia, políticas governamentais e mudanças nas preferências
dos trabalhadores, também podem influenciar a taxa natural de desemprego.

8. Histerese:
- Histerese refere-se à ideia de que choques econômicos adversos podem ter efeitos
persistentes sobre o produto potencial e o desemprego, mesmo após o término dos
choques iniciais.
- Na perspectiva keynesiana, a histerese sugere que o desemprego de curto prazo pode
afetar a taxa natural de desemprego no longo prazo, pois as pessoas desempregadas por
um longo período podem perder habilidades e conexões no mercado de trabalho, tornando
mais difícil para elas encontrar emprego no futuro.
- Propriedade de que, quando uma variável é afastada de um valor inicial por um choque,
ela não apresenta nenhuma tendência a retornar mesmo depois de passado o choque.
Taxas de desemprego persistentemente altas em muitos países europeus levaram
economistas a argumentar que o desemprego exibe histerese.

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