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Maceió
2023
Edna dos Santos Freitas
Maceió
2023
RESUMO
Nesse trabalho acadêmico vamos ver que a história da cana-de-açúcar em Alagoas vem desde
o período da colonização, quando os primeiros engenhos foram construídos no começo do
século XVI, definindo as bases para o desenvolvimento econômico da região. O plantio da
cana-de-açúcar conseguiu prosperar graças a fatores naturais que eram propícios, como clima
favorável, solos férteis e a presença de cursos d'água. A cana-de-açúcar tem um papel
economicamente de suma importância em Alagoas, ela é cultivada em larga escala, gerando
empregos e promovendo inovações tecnológicas na agricultura. O estado abriga uma
indústria açucareira bem desenvolvida, contribuindo para a balança comercial e arrecadação
de impostos, além de matéria-prima para açúcar, a cana-de-açúcar é uma fonte essencial de
etanol, contribuindo para uma matriz energética sustentável.
In this academic work we will see that the history of sugar cane in Alagoas dates back to the
period of colonization, when the first mills were built at the beginning of the 16th century,
defining the bases for the economic development of the region. Sugarcane planting managed
to prosper thanks to natural factors that were conducive, such as a favorable climate, fertile
soils and the presence of watercourses. Sugarcane plays an economically extremely important
role in Alagoas, it is cultivated on a large scale, generating jobs and promoting technological
innovations in agriculture. The state is home to a well-developed sugar industry, contributing
to the trade balance and tax collection. In addition to being a raw material for sugar, sugar
cane is an essential source of ethanol, contributing to a sustainable energy matrix.
Alagoas é um estado cheio de riquezas naturais e culturais e traz consigo uma história
marcada pela cana-de-açúcar, uma cultura que moldou a identidade do estado. Desde do
início da colonização, quando Cristovão Lins construiu os primeiros engenhos no início do
século XVI até os modernos complexos agroindustriais de hoje, a cana-de-açúcar
desempenhou um papel vital no desenvolvimento deste estado do nordeste brasileiro. A
trajetória da cana-de-açúcar em Alagoas não é apenas um capítulo da história econômica da
região, mas uma narrativa que abrange uma riqueza de elementos culturais, sociais e
ambientais que ecoam até os dias atuais visto que (Silva, 2012) “foi na América que a cana-
de-açúcar encontrou excelência em seu desenvolvimento.” (p. 16). Depois que Colombo
levou as primeiras mudas de açucar para São Domingo, as lavouras se estenderam desde
Cuba até chegar em outras ilhas do Caribe, sendo levadas mudas também, para as Américas
Central e do Sul. Logo com o cultivo das primeiras mudas de cana, Martim Afonso de Souza
fundou na Capitania de São Vicente (1533), o primeiro engenho para produzir açúcar, seu
nome era: São Jorge dos Erasmos. Dessarte, “Novas pequenas plantações (...) foram
introduzidas em várias regiões do litoral brasileiro, passando o açúcar a ser produzido nos
Estados de Pernambuco, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Sergipe e Alagoas. (...) Nessa
época, na Europa, o açúcar era um produto tão cobiçado que foi apelidado de “ouro branco”,
tal era a riqueza que gerava.” (Silva, 2012, p. 16).
Neste trabalho vamos explorar essa história rica e complexa, traçando o contexto
histórico da cana-de-açúcar e seus impactos econômicos ao longo dos séculos, focando-se
numa noção dos desdobramentos do cultivo da cana, principalmente, em Alagoas, deixando
evidente a sua relevância e desafios para o presente e futuro.
A cana-de-açúcar faz parte da história do estado de Alagoas, isso vem desde o início
da formação da região. No início do século XVI, Cristovão Lins ergueu os primeiros
engenhos de Alagoas, dando a eles os nomes de Escurial, Maranhão e Buenos Aires,o que
veio a partir dessas construções foi o setor que seria um dos mais importantes para o
desenvolvimento do estado de Alagoas. De acordo com informações tiradas do site do
Sindaçúcar-AL a primeira usina de açúcar de Alagoas foi erguida em 1891 na terra de
Atalaia, foi idealizada pelo Barão de Vendesment, nascido na França que embarcou para o
Brasil em busca de fazer fortuna aqui, ele trouxe da Europa equipamentos de ponta para dar
vida à produção de açúcar. Depois de um tempo, com a criação da vila de Atalaia, a ocupação
em si acabou sendo expandida para outras regiões do interior.
Já Diégues Júnior (2002, p. 48), afirma que o primeiro engenho implantado em
Alagoas foi o Buenos Aires, em Camaragibe, foi uma idealização de Cristóvão Lins,
português que recebeu uma doação. Lá por meados de 1600, Cristovão comandou uma
expedição nas proximidades de Alagoas e se fixou na atual região norte do estado, instalando
o ‘Escurial’ em Porto Calvo.
“Trataremos em primeiro lugar da lagoa do Sul, porque é a que foi
melhor povoada. No tempo da primeira povoação foi seu proprietário
Diogo Soares da Cunha, pai de Gabriel Soares da Cunha, senhor do
Engenho Novo, o qual a obteve por doação de Duarte de
Albuquerque, senhor de toda a capitania de Pernambuco (...)”
(WALBEECK & MOUCHERON, 1643, p. 124).
Gráfico 1: Produção de cana-de-açúcar (moída) para Alagoas e Nordeste nas safras de 1990–1991 a 2009–
2010.
Segundo Carvalho (2009), mesmo com as dificuldades que o setor tem sofrido, não
teve diminuição na taxa de crescimento e de expansão da agroindústria sucroalcooleira
alagoana. Porém, a manutenção da agroindústria canavieira em Alagoas é atribuída a algumas
poucas empresas que se modernizaram, pois aquelas menos competitivas não sobreviveram
ao ambiente de livre mercado ocasionado pela desregulamentação.
DIEGUES JR., Manuel. O Banguê nas Alagoas – Traços da influência do sistema econômico
do engenho de açúcar na vida e na cultura regional. 2 ed. Maceió: EDUFAL, 2002.
SILVA, João Paulo Nunes da; SILVA, Maria Regina Nunes da. Noções da Cultura da Cana-
de-Açúcar. 2012
SEFAZ-AL. Dados mostram que açúcar da cana continua como produto mais exportado de
Alagoas. Disponível em: <https://www.sefaz.al.gov.br/artigo/item/1801-dados-mostram-que-
acucar-da-cana-continua-como-produto-mais-exportado-de-alagoas>. Acesso em: 14 abr.
2023.