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Programa Especial de Formação Pedagógica R2

Conforme Resolução 2 de 01 de Julho de 2015 CNE

Nome: Cinthia Madeira de Souza


Turma: 1020
Disciplina: Introdução ao Ensino de Ciências

ENSINO DE CIÊNCIAS: DEFINIÇÃO, CARACTERÍSTICAS, EXEMPLO DE


UMA AULA PRÁTICA

Ensino de Ciências: um caminho para o pensamento crítico e científico

O Ensino de Ciências é uma área da educação que visa proporcionar


aos alunos uma compreensão sólida dos conceitos científicos, processos e
métodos de investigação utilizados para explorar o mundo natural. Trata-se de
um campo que deve ter característica interdisciplinar, abrangendo diversas
áreas, como a Biologia, a Física, a Química e a Geologia, entre outras.

Em definição, Ensino de Ciências refere-se ao conjunto de estratégias


pedagógicas e práticas utilizadas pelos educadores para transmitir
conhecimentos científicos aos educandos, independentemente de sua faixa
etária, mas adaptando as atividades par cada nível de idade. Seu objetivo
principal é desenvolver uma alfabetização científica nos indivíduos, permitindo-
lhes compreender e interpretar o mundo que os cerca de forma racional e
crítica.

As Ciências estão intrinsecamente conectadas, e o Ensino de Ciências


promove a compreensão de que os fenômenos naturais não são isolados, mas
sim interdependentes. Isso significa que os conceitos de Biologia podem estar
relacionados com a Química, ou a Física pode influenciar a Geologia. Portanto,
uma abordagem interdisciplinar enriquece o aprendizado e fornece uma visão
mais holística do mundo natural. Além disso, incentiva os alunos a questionar,
analisar evidências e formar argumentos baseados em dados e fatos. O
pensamento crítico é fundamental para a resolução de problemas científicos e
para o desenvolvimento de uma postura cética diante de informações e notícias
que circulam na sociedade.

A Ciência está em constante evolução, e o Ensino de Ciências deve


refletir as descobertas e os avanços mais recentes, principalmente com
assuntos em alta, aumentando a conexão e o engajamento com os alunos.
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Além disso, é importante contextualizar o conhecimento científico,


relacionando-o com situações do cotidiano, questões ambientais, tecnológicas
e de saúde, por exemplo. O Ensino de Ciências deve ser acessível a todos os
alunos, independentemente de suas origens, habilidades ou características
individuais. O respeito à diversidade e a promoção de uma educação inclusiva
são pilares fundamentais para o desenvolvimento de uma sociedade mais
justa.

O Ensino de Ciências incentiva a realização de atividades práticas,


experimentos e observações, permitindo que os alunos se envolvam
diretamente com os fenômenos naturais. Através da experimentação, os
estudantes têm a oportunidade de vivenciar conceitos teóricos, tornando o
aprendizado mais significativo e duradouro. As tecnologias têm desempenhado
um papel cada vez mais relevante no Ensino de Ciências, proporcionando
recursos interativos, simulações e acesso a informações e pesquisas
científicas. A integração adequada de ferramentas tecnológicas pode
enriquecer a aprendizagem e estimular o interesse dos alunos.

Atualmente, um dos assuntos na mídia são as novas pesquisas e


descobertas gnéticas. Pensando na inclusão e na acessibilidade do maior
número de alunos, uma proposta de prática interessante para sedimentação do
conteúdo teórico seria a extração do material genético de frutas. Neste
experimento vamos usar o morango. Antes da aula, o educador deve explicar
os principais conceitos de genética, DNA e hereditariedade, além da
composição celular de vegetais e células animais, comparando também seres
eucariontes e procariontes. É uma prática que permite a interdisciplinaridade,
com conceitos de química, biologia molecular, botânica, biologia celular, dentre
outras. Também é possível realizar atividades em conjunto com educadores de
exatas, para realização de cálculos de probabilidade de hereditariedade e
interpretação de heredograma. O educador de língua portuguesa também pode
estar envolvido, na interpretação de situações-problema.

Segue roteiro proposto de aula prática:

a. Materiais:

Morango fresco ou congelado


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Sal de cozinha

Detergente

Álcool

Saco plástico

Copo plástico

Tubo de ensaio ou copinhos transparentes

Copo descartável

Colher

Peneira

b. Procedimentos:
1. Colocar os morangos dentro de um saco plástico e macerá-los
pressionando os morangos com os dedos até obter uma pasta
quase homogênea. Transferir a pasta de morango para um copo.
2. Em outro copo misturar 150 ml de água, uma colher (sopa) de
detergente e uma colher (chá) de sal de cozinha. Mexer bem com
uma colher, porém devagar para não fazer espuma.
3. Colocar cerca de 1/3 da mistura de água, sal e detergente sobre o
macerado de morango. Misturar levemente com a colher.
4. Incubar em temperatura ambiente por 30 minutos. Mexer de vez
em quando.
5. Colocar uma peneira sobre um copo limpo e passar a mistura
pela peneira para retirar os pedaços de morango que restaram.
6. Colocar metade do líquido peneirado em um tubo de ensaio ou
copinho transparente. Colocar apenas cerca de 3 dedos no fundo
do tubo.
7. Despejar delicadamente no tubo (pela parede do mesmo), sobre a
solução, dois volumes de álcool comum. Não misturar o álcool
com a solução. Aguardar cerca de 3 minutos para o DNA começar
a precipitar na interfase.
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Após a extração do DNA, o professor pode explicar os princípios


científicos por trás de cada etapa do procedimento. Isso inclui conceitos de
biologia celular, como a membrana celular e suas propriedades que são
quebradas pelo detergente, e a importância do sal na precipitação do DNA.
Além disso, o professor pode discutir como o álcool etílico é usado para
separar e visualizar o DNA, uma vez que ele é insolúvel nessa substância. O
educador também pode mostrar a importância de seguir um procedimento,
para um resultado confiável. Pode trazer notícias relacionadas ao tema para
enriquecer a aula. Após a atividade, é possível discutir aplicações do
conhecimento sobre extração de DNA em áreas como medicina, biotecnologia
e ciências forenses. Também pode ser um momento para abordar questões
éticas relacionadas ao uso do DNA em pesquisas e diagnósticos genéticos. A
prática de extração de DNA de morango é, portanto, uma atividade que vai
além da simples aquisição de conhecimento sobre a estrutura do DNA. Ela
promove uma abordagem interdisciplinar ao conectar conceitos de Biologia,
Química, Física e Matemática, além de estimular o pensamento crítico e a
reflexão sobre as implicações e aplicações da ciência no mundo real.

O Ensino de Ciências é uma área essencial para o desenvolvimento


intelectual e cidadão dos estudantes. Proporcionar uma educação científica de
qualidade é fundamental para formar indivíduos críticos, conscientes do mundo
ao seu redor e capazes de contribuir para o avanço da ciência e para a solução
dos desafios que a humanidade enfrenta.

Referências:

KRASILCHIK, M. O Professor e o Currículo das Ciências. São Paulo:


EPU, 1987.

LOPES, A. C. Conhecimento Escolar: ciência e cotidiano. Rio de


Janeiro: EdUERJ, 1999.

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