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Ao longo deste manual procuraremos trazer algumas respostas sobre essas inquietações,
lembrando que a base para a planificação de aulas são os programas de ensino, que são
documentos oficiais fornecidos pelo Ministério de Educação e que trazem grande parte dos
conteúdos que devem ser abordados nas diferentes classes no Ensino Secundário Geral (ESG),
incluindo algumas estratégias de abordagem desses conteúdos (sugestões metodologias).
Contudo, sabemos que ensinar não é só ministrar conteúdos, mais do que isso, é educar e formar
personalidades. Por isso, o ensino deve ocupar-se da formação da pessoa em todas as vertentes.
Assim, quando falamos em o que ensinar na disciplina de Química devemos ter em mente que
os temas abordados nas aulas precisam estar relacionados com o quotidiano do aluno para
prepará-los para a vida. As aulas devem orientar os alunos para viverem numa sociedade cada
vez mais científica e tecnológica. Por exemplo, se o professor pretende tratar do tema sobre
ácidos ao nível de 8a classe é aconselhável que sejam os próprios alunos a dar exemplos do seu
Além disso, ensinar a Química permite que o cidadão possa realizar uma reflexão crítica do
mundo a partir dos conteúdos abordados na escola. Para Martins (2011), esta concepção
implica mudanças nas próprias instituições educativas, na cultura organizacional e nas suas
metodologias por forma a proporcionar aos cidadãos capacidades para compreenderem e
interpretarem a realidade no contexto em que estão inseridos.
Por essa razão, ensinar a disciplina de Química significa capacitar os alunos a participarem
criticamente nas questões da vida quotidiana, pois esta disciplina está relacionada às
necessidades básicas dos seres humanos como alimentação, vestuário, saúde, moradia,
transporte, etc. Além disso, dispor de conhecimentos químicos ajuda o cidadão a se posicionar
em relação a inúmeros problemas de vida moderna que tem comprometido a sobrevivência das
gerações actuais e das vindouras, como poluição, uso indevido de inseticidas, pesticidas,
adubos, entre outros. Aprender acerca das diferentes substâncias, sua ocorrência, seus
processos de obtenção e suas aplicações permite ao aluno traçar o paralelo com o
desenvolvimento social e económico do país, dando um contributo positivo na busca de
alternativas para o desenvolvimento da comunidade onde se encontra inserido.
Isso significa que uma pessoa com formação em Química saberia, por exemplo, preparar de
forma adequada as diluições de produtos domésticos, administrar profilaxias para evitar
doenças que afectam a saúde pública (como a cólera) e exigiria que as mercadorias atendessem
às exigências legais de comercialização (como prazos de validade). Além disso, essas pessoas
saberiam posicionar-se criticamente sobre os problemas que lhes inquietam na sua
comunidade. Por isso, Pinto & Santos (2006) afirmam que, mais do que ensinar conceitos, leis
e teorias, o ensino de Ciências Naturais, em geral, e de Química, em particular, deve ajudar o
aluno a construir argumentos científicos, por exemplo saber ler e interpretar escritos científicos
Quando falamos em como ensinar a Química percebemos que não existe uma receita mágica e
sim algumas recomendações. Uma delas é trabalhar com aulas práticas, textos para debates,
vídeos didácticos para ajudar na construção de conhecimentos e alguns momentos o quadro e
giz. Portanto, de nada vale um conhecimento se esse conhecimento é incapaz de produzir
progresso pessoal e social. Será inútil se a Química não permitisse o desabrochar da
compreensão de natureza (Seu objectivo primordial) junto com o despertar da consciência e da
cidadania.
Assim, a educação é um factor de soberania de uma nação cujo povo com acesso à educação
dificilmente deixar-se-á dominar fisicamente, economicamente ou culturalmente. Considera-
se a nossa sociedade muito dependente da Ciência e da tecnologia. É de se imaginar a
calamidade que representa, para uma nação, um povo sem educação científica. A Química, Por
ser uma das ciências naturais, deve estar presenta na vida de todo indivíduo que almeja ser voz
activa no seu seio social.
Assim, a Química é uma das disciplinas da área das Ciências Naturais que está presente na vida
de todo indivíduo que almeja ser voz activa no seu meio social, daí a razão do seu ensino nos
diferentes níveis.
Ao estudar a Química como ciência experimental poderá perceber que ela ocorre como um
processo subdividido em três fases sucessivas: observação, representação e interpretação.
a) Observação. Nesta fase, o químico observa o que se passa durante a experiência: uma
subida de temperatura, uma mudança de cor, a libertação de um gás, etc.
Em cada uma destas fases, ocorre simultaneamente, uma abordagem a nível macroscópico e
microscópico: