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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E
TECNOLÓGICAS
COORDENAÇÃO DO CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA

ANA CAROLINE BARROS DE OLIVEIRA


RAYMISON DOS REIS SARAIVA

IONIZAÇÃO E DISSOCIAÇÃO

MACAPÁ-AP
2022
ANA CAROLINE BARROS DE OLIVEIRA
RAYMISON DOS REIS SARAIVA

IONIZAÇÃO E DISSOCIAÇÃO

Trabalho .....

Orientador:

MACAPÁ-AP
2022
INTRODUÇÃO
O processo de ensino-aprendizagem de química frequentemente é observado na
educação básica como um dos mais difíceis de ser compreendidos pelos alunos, isso é dado
pelo fato de muitos discentes terem uma certa aversão à disciplina, grande parte das vezes isso
ocorre pelos modelos de ensino adotados pelos docentes, onde é utilizado mais da
memorização de um determinado assunto do que a compreensão plena dele. A metodologia de
um professor aliada a curiosidade e vontade de um aluno são os principais indicativos de uma
boa compreensão dos temas tratados nas aulas.

Um estudo realizado por Andrade, Lima e Santos (2013) enumerou 5 categorias que
apresentam as principais dificuldades dos alunos no aprendizado de Química: I) ausência de
base matemática, II) complexidade dos conteúdos, III) metodologia dos professores, IV)
déficit de atenção e V) dificuldades de interpretação. Segundo os autores desse trabalho,
“essas dificuldades podem ser minimizadas a partir de ações efetivas do professor e interações
com os alunos”.

A matéria de química é uma das que mais necessita de materiais para demonstração, e
são muito raras as escolas públicas de ensino fundamental ou médio que possuem laboratórios
para experimentação. Devido a isso, coube aos profissionais da área encontrar maneiras de
contornar esse problema que afeta grande parte do Brasil. Uma das formas mais interessantes
de se trabalhar metodologias mais inclusivas e atuais é o PhET, um projeto sem fins lucrativos
desenvolvido pela Universidade do Colorado Boulder que busca dinamizar o ensino de
matemática e ciências da natureza de forma acessível e prática para professores a alunos.

Com a grande presença da internet e dos equipamentos tecnológicos no cotidiano da


população, tornou-se quase que obrigatório inserir o ensino nos meios digitais, por razões de
acessibilidade, mas também por questão de interatividade. Diante disso, este projeto buscará
identificar a importância da inserção de metodologias modernas no processo de ensino-
aprendizagem da matéria de química para os alunos do 1º ano do ensino médio.
REFERENCIAL TEÓRICO

PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Historicamente, o processo de ensino-aprendizagem caracterizou-se de diversas
formas, desde a ênfase no papel do professor como transmissor do conhecimento, até a
concepção atual, na qual entende-se que é um processo que envolve um todo e onde o aluno
tem um papel de destaque (FERNÁNDEZ, 1998).
De forma clara e objetiva, o processo de ensino-aprendizagem nada mais é do que um
nome para um sistema complexo de interações comportamentais entre professores e alunos.
Os substantivos ensino e aprendizagem são frequentemente usados para denotar ensinar e
aprender, separadamente, raramente fica claro que as palavras se referem a um processo e não
a coisas estáticas ou fixas. Tendo esse entendimento, fica nítido que não se pode dizer que
correspondem a dois processos independentes ou separados (BOTOMÉ; KUBO, 2001).
De acordo com Alves et al. (2012, p. 3):

O processo de ensino e aprendizagem tem como mediação o professor


e aluno tendo como objetivo a construção do conhecimento que são
partes constituintes do processo do conhecimento. O processo de
construção é mútuo, professor e aluno agem ativamente dentro da
construção do ensino, o aluno não é um quadro branco, as vivências
de suas geografias devem fazer parte constituinte desse processo
(ALVES et al., 2012, p. 3).

Portanto, o professor não é apenas um transmissor de conhecimento, nem o aluno


apenas um absorvedor de informações. O conhecimento prévio que cada aluno traz consigo é
essencial para um exame crítico, comparativo e cooperativo dos conceitos de base científica,
ou seja, é de suma importância no processo de ensino e aprendizagem a vivência de cada
aluno ser levada em consideração (ALVES et al., 2012).
De acordo com Fernandez (1998, p. 23):

A eficácia do processo de ensino-aprendizagem está na resposta em


que este dá à apropriação dos conhecimentos, ao desenvolvimento
intelectual e físico do estudante, à formação de sentimentos,
qualidades e valores, que alcancem os objetivos gerais e específicos
propostos em cada nível de ensino de diferentes instituições,
conduzindo a uma posição transformadora, que promova as ações
coletivas, a solidariedade e o viver em comunidade (FERNANDEZ,
1998, p. 23).
Portanto percebe-se que o processo de ensino-aprendizagem não centraliza o
conhecimento apenas no professor, há uma troca de ideias entre professores e alunos, onde é
de fundamental importância levar-se em consideração a diversidade de cada um, bem como
experiências e vivências. Sendo assim, no próximo tópico será tratado detalhadamente sobre a
aprendizagem de Química na educação básica e suas implicações.

A aprendizagem no ensino de química

Aprender química é essencial para entender absolutamente tudo ao redor do mundo,


ela permite que cada pessoa possa traçar parâmetros para avaliar o desenvolvimento social e
econômico e, assim, exercer sua cidadania. A química está ligada às necessidades humanas
básicas - alimentação, roupas, saúde, moradia, transporte, etc. - e todo cidadão precisa
entender esses fatores (MENDONÇA & PEREIRA, 2015).
Nesse sentido, o Ministério da Educação (MEC) diz que:

A Química participa do desenvolvimento científico-tecnológico com


importantes contribuições específicas, cujas decorrências têm alcance
econômico, social e político. A sociedade e seus cidadãos interagem
com o conhecimento químico por diferentes meios (MEC, 2006, p.
30).

Quando se fala especificamente do aprendizado de Química no Ensino Médio espera-


se que ela proporcione aos alunos uma compreensão abrangente e integrada das
transformações químicas que ocorrem no mundo físico e possam, assim, julgar as
informações da tradição cultural, da mídia e da própria escola de uma forma bem
fundamentada, com a finalidade de desenvolver neles um senso crítico para tomada de
decisões de forma independente. Esta aprendizagem visa capacitar os alunos a compreender
os próprios processos químicos e a construção de descobertas científicas em estreita ligação
com as aplicações tecnológicas e suas implicações ecológicas, sociais, políticas e econômicas
(MEC, 2006).
Percebe-se então que a Química é de fundamental importância para a sociedade como
um todo, no entanto muitos alunos possuem uma aversão em relação à disciplina e apresentam
muitas dificuldades no processo de aprendizagem. Nesse sentido, de acordo com Gonçalves e
Santos (2017), esse desinteresse pela aprendizagem de Química pode ser causado pela falta de
criatividade na formulação das aulas, onde o método de memorização de fórmulas e
informações acaba sendo supervalorizado, resultando em uma limitação do aprendizado por
parte dos alunos.
Reiterando o que foi dito anteriormente Carvalho et al. (2010) afirma que a
metodologia utilizada pelos professores é um grande motivo para isso ocorra, pois acabam por
enfatizar a memorização de fórmulas, priorizar cálculos e desvalorizar a experimentação e
construção do conhecimento científico dos alunos, dificultando o aprendizado da disciplina.
Carvalho et al. (2010, p. 2) diz que:

Percebe-se um currículo de química divergente das propostas


defendidas pela comunidade de pesquisadores em Educação Química,
que consideram nos processos de construção do conhecimento escolar
a inter-relação dinâmica de conceitos cotidianos e químicos, de
saberes teóricos e práticos, não na perspectiva da conversão de um no
outro, nem da substituição de um pelo outro, mas, sim pelo diálogo
capaz de ajudar no estabelecimento de relações entre conhecimentos
diversificados, pela constituição de um conhecimento plural capaz de
potencializar a melhoria da vida (CARVALHO et al., 2010, p. 2).

Tendo em vista o que foi apresentado, nota-se que a aprendizagem de Química


enfrenta grandes obstáculos, há uma necessidade urgente de mudanças.
Para que haja essa mudança no processo de ensino-aprendizagem de Química um dos
principais pontos a ser implementado na metodologia dos professores é a contextualização.
De acordo com Batalha et al. (2008), atualmente, há uma forte tendência no ensino de
química de contextualizar o conteúdo e incluir aspectos das ciências sociais nos currículos,
tais como questões ecológicas, políticas, econômicas, éticas, sociais e culturais relacionadas à
ciência e tecnologia.
O próprio MEC fala sobre a contextualização no ensino de Química, isso fica bem
nítido onde ele diz que o aprendizado de Química:

[...] deve possibilitar ao aluno a compreensão tanto dos processos


químicos em si quanto da construção de um conhecimento científico
em estreita relação com as aplicações tecnológicas e suas implicações
ambientais, sociais, políticas e econômicas (MEC, 2006, p. 31).

Compreender a importância da contextualização é fundamental para o


desenvolvimento de estratégias de ensino que avancem na preparação para o exercício da
cidadania. Portanto, é necessário que o professor saiba que contextualizar constrói
significados e significados não são neutros, contêm valores porque explicam o cotidiano,
constroem uma compreensão dos problemas do meio social e cultural. Contextualização é
algo que dá sentido ao conteúdo. Ou seja, a abordagem contextualizada do conteúdo faz parte
do processo de aprendizagem, além de facilitá-lo (BATALHA et al., 2008; FALJONI-
ALÁRIA & WARTHA, 2005).
Segundo Faljoni-alária e Wartha (2005, p. 2) contextualizar o ensino significa:

Incorporar vivências concretas e diversificadas, e também incorporar o


aprendizado em novas vivências. Contextualizar é uma postura frente
ao ensino o tempo todo, não é exemplificar. É assumir que todo
conhecimento envolve uma relação entre sujeito e objeto.
Contextualizar é construir significados e significados não são neutros,
incorporam valores porque explicitam o cotidiano, constroem
compreensão de problemas do entorno social e cultural, ou facilitam
viver o processo da descoberta. Buscar o significado do conhecimento
a partir de contextos do mundo ou da sociedade em geral é levar o
aluno a compreender a relevância e aplicar o conhecimento para
entender os fatos, tendências, fenômenos, processos que o cercam.
Contextualizar o conhecimento no seu próprio processo de produção é
criar condições para que o aluno experimente a curiosidade, o
encantamento da descoberta e a satisfação de construir o
conhecimento com autonomia, construir uma visão de mundo e um
projeto com identidade própria (FALJONI-ALÁRIA & WARTHA,
2005, p. 2).

A partir disso, conclui-se que a contextualização aproxima o estudo da Química das


realidades e vivências dos alunos, além de influenciar e facilitar a aprendizagem de conteúdos
antes considerados difíceis (BATALHA et al., 2008).
Outra forma de facilitar a aprendizagem dos alunos e que se encontra em falta nas
metodologias dos professores de Química é a experimentação, ela possibilita a formação do
conhecimento e facilita o processo de ensino e aprendizagem, pois combina teoria e prática.
A química teve seu surgimento como uma ciência experimental, na qual modelos e
conceitos eram estabelecidos diante de observações de fenômenos naturais. Da mesma forma,
as aulas experimentais são parte essencial da construção do conhecimento no processo de
ensino e aprendizagem. Embora a experimentação sempre tenha existido no ensino de
química, somente nas últimas décadas surgiram propostas de formação de conceitos e
atividades adaptadas às realidades dos alunos. Essas propostas tentam contextualizar as
composições químicas e suas aplicações tecnológicas nos domínios social, histórico, político e
ambiental (MERÇON, 2013).
Nesse sentido, Silva (2016, p. 21) afirma que:

A experimentação no Ensino de Química torna-se indispensável para o


processo de ensino e aprendizagem dos conteúdos científicos no
sentido de que favorece a construção das relações entre a teoria e a
prática, bem como as relações entre as concepções dos alunos e a
novas ideias a serem trabalhadas (SILVA, 2016, p. 21).
As atividades experimentais podem ser abordadas de diferentes formas e com variadas
contribuições para o processo de ensino-aprendizagem da química. Nesse sentido, OLIVEIRA
(2010) evidencia algumas dessas possíveis contribuições, tais como:
 Motivar e despertar a atenção dos alunos;
 Desenvolver a capacidade de trabalhar em grupo;
 Desenvolver a iniciativa pessoal e a tomada de decisão;
 Estimular a criatividade;
 Aprimorar a capacidade de observação e registro de informações.
Entretanto fulano de tal, destaca que a maneira que a experimentação é trabalhada na
sala de aula ainda tem um caráter muito tecnicista e limitada, fazendo uso de roteiros sem
flexibilidade, onde os discentes interagem como meros reprodutores e com a única finalidade
de obter os resultados já esperados pelo professor. Nesse modelo a experimentação contribui
de forma rasa para construção do conhecimento científico e para o desenvolvimento do
indivíduo. Sendo assim, a experimentação não pode ser desenvolvida de forma engessada, ela
precisa alcançar uma aprendizagem significativa e prazerosa (MENEZES; SANTOS, 2020).
Sendo assim, fica claro que a experimentação é uma ferramenta importantíssima para
o ensino e aprendizagem de química, principalmente por aproximar a Química da sala de aula
com o cotidiano dos alunos, tornando as aulas mais dinâmicas. No entanto, ela não pode ser
desenvolvida de qualquer forma, é necessário que saia do tradicional, que esteja entrelaçada
com a realidade dos alunos e os oportunize interagir com liberdade (BASAGLIA; FARIAS;
ZIMMERMANN, 2008).

METODOLOGIA

A presente pesquisa será realizada em uma escola localizada no município de Santana-


AP, com os alunos de duas turmas do 1º ano do ensino médio, identificados como turma A e
turma B.
A abordagem adotada nesse estudo será a qualitativa, pois segundo Guerra (2014) o
objetivo do cientista nessa abordagem é “aprofundar-se na compreensão dos fenômenos que
estuda, interpretando-os segundo a perspectiva dos próprios sujeitos que participam da
situação, sem se preocupar com representatividade numérica, generalizações estatísticas e
relações lineares de causa e efeito”. Nesse sentido, entende-se que abordagem qualitativa da
investigação requer que o mundo seja examinado com a ideia de que nada é trivial, que tudo
tem o potencial de fornecer uma pista que nos permite obter uma compreensão mais
reveladora de nosso assunto estudado (BIKLEN; BOGDAN, 1994).
Tendo vista que o objetivo do trabalho é verificar a influência do aplicativo xxx na
compressão do conteúdo de ionização e dissociação, o procedimento metodológico utilizado
será o comparativo que consiste basicamente em uma “investigação de indivíduos, classes,
fenômenos ou fatos, com vistas a ressaltar as diferenças e similaridades entre eles” (GIL,
2008, p. 16-17).
Sendo assim, cada uma das duas turmas terá uma abordagem metodológica diferente, a
turma “A” será o grupo de controle, ou seja, servirá como base de comparação para o grupo
que receberá o tratamento em teste, onde a aula será desenvolvida de forma mais comum,
utilizando-se apenas o slide como suporte. A turma “B” será o grupo experimental, a aula será
ministrada servindo-se como suporte o aplicativo xxx, para que dessa forma este grupo seja
posto em contraste com o grupo anterior e se consiga obter conclusões sobre qual método foi
mais eficaz para o processo de aprendizagem dos alunos.
Para que essa comparação seja realizada será feito o uso de pré-questionários e pós-
questionários iguais para as duas turmas. Essa técnica foi escolhida por possibilitar atingir um
grande grupo de pessoas e por não expor os investigados a opiniões pessoais dos
pesquisadores. Segundo Gil (2008, p.122):

Pode-se definir questionário como a técnica de investigação composta


por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o
propósito de obter informações sobre conhecimentos, crenças,
sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações, temores,
comportamento presente ou passado etc. (GIL, 2008, p. 122).

A análise de dados será realizada através da categorização, esse método é “uma


operação de classificação de elementos constitutivos de um conjunto por diferenciação e, em
seguida, por reagrupamento segundo o gênero (analogia), com critérios previamente definidos
(BARDIN, 2016).”

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