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BONDADE
PRIMEIRA PARTE
A bondade nos permite observar, sentir e participar das variadas formas muito
sutis da manifestação do amor.
Quando ouvimos alguém dizer: ‘Eu te amo’, é importante começar a observar
com muita atenção: Quem é que está me amando? é aquela pessoa que está
dizendo me amar ou é Deus, o criador de todas as coisas, um amor infinito que
está me amando através do amor daquela pessoa?
O mesmo entendimento podemos deslocar para outros fatos como ao observar
um artista se apresentando. Considerando que este artista é uma pessoa que é
muito talentosa, ele, ao apresentar, será a expressão da divindade se fazendo
através do talento e da criatividade do artista. Ao apresentar, o artista irá tocar
as fímbrias mais profundas da sensibilidade da plateia.
Quando o artista termina sua apresentação, a plateia vai aplaudir e até mesmo
ovacioná-lo. É justamente neste ponto onde entra a ação da bondade: o ser que
age em função do ego pensará que as palmas são para ele. O ser que tem o
processo de bondade entronizado em seu coração, saberá, com muita clareza,
que estes aplausos não são para ele e sim para as bençãos que chegam do Alto
e permeiam as pessoas através da sua arte. Internamente ele se curva e agra-
dece as dádivas ali distribuídas. O Amor ali se fez presente. Neste momento, o
amor dos Planos mais elevados dirigido para aquelas pessoas veio através dele,
mas não é dele.
Quando estiver diante de uma apresentação de um grande talento, o melhor a
se fazer é ficar em silêncio e acolher aquilo que está diante de você. Com este
silêncio, agradecer por tudo que recebeu, pois é fato que muito foi distribuído e
nem sequer percebido.
Necessário o silêncio para que consiga sentir a leveza, a pureza, a bondade do
Criador. A bondade que se faz presente através da inspiração, através da ati-
tude, através até mesmo do amor despertado, naquele momento, nas pessoas.
Isto é bondade.
Como já dissemos, a bondade é uma expressão da essência do ser, da Mônada.
Então, essas consciências de amor, de compaixão, não são consciências da pes-
soa física e nem da alma. A alma não tem esse estado de consciência propria-
mente dito, alma apenas transmite dos planos superiores estas consciências
para os planos da matéria. Ela também está em processo de evolução. Assim,
como ela está em contato direto com os planos superiores, ela passa a ser, para
nós, o nosso primeiro instrutor espiritual. Será a primeira janela que se nos
abre para o plano espiritual. Como instrutora, será ela que nos ensinará a elevar
a nossa consciência material para que seja possível contatarmos essas Consci-
ências Maiores. Como sabemos, estas bençãos do alto estão disponíveis o tempo
inteiro.
Enquanto estamos na matéria, a bondade, com toda sua suavidade, é uma ener-
gia que podemos chamar de consciência. É um dos últimos estágios que pode-
mos alcançar, isto porque ela é extremamente sutil, extremamente diáfana. É
um sopro, um vento, uma consciência que nos faz ficar mais perto de Deus
quando a tocamos.
Nesse sentido, um dos primeiros subprodutos da bondade é a compaixão. Esta
bondade se assemelha ao amor.
Agora, neste caso, é sempre bom repetir: a pessoa que pratica a bondade não é
uma pessoa bondosa. A pessoa bondosa é a pessoa que pratica caridade. A pes-
soa que pratica a bondade é a pessoa que tem compaixão, está clara essa dife-
rença? Em outros momentos, nós já fizemos o estudo do que é a compaixão,
estão lembrados?
Vamos conversar um pouco mais sobre a pessoa bondosa, aquela pessoa cari-
dosa, que pratica a caridade.
Para compreender melhor, precisamos entender que a caridade é o ato praticado
em função de ajudar as pessoas necessitadas, quando praticado com respeito,
carinho, empenho e entrega, ajuda as pessoas que fizeram o ato de caridade a
se tornarem pessoas melhores, mais conscientes, mais trabalhadoras, mais
amorosas e até mesmo mais solidárias.
Mas a bondade só se apresenta quando a pessoa faz com compaixão.
Compaixão é o estado de consciência atingido por aquele ser que consegue es-
cutar e entender o sofrimento do outro. Compreende de tal forma e com tal
profundidade que é capaz de ajudar a pessoa que sofre em suas necessidades
mais profundas.
A compaixão pode ajudar as pessoas em suas necessidades materiais também,
o que qualquer um pode fazer ou pode fornecer. Porém, somente a pessoa que
tem compaixão reúne as condições internas necessárias para ajudar o ser em
suas necessidades mais profundas. Necessidades estas que, quase sempre, não
são ditas, são apenas sentidas na intimidade dos ser que padece da necessidade
deste acolhimento.
E, como a primeira manifestação da compaixão é a empatia, isto abre caminhos
para toda pessoa que quiser, poder realizar a ação de estar mais próxima dos
irmãos que sofrem. Porque a empatia é a capacidade de ver o mundo com os
olhos do outro que está na sua frente.
Imagina que a compaixão é uma derivação da bondade. Observe como podemos
ser muito maiores quando podemos amar de verdade.
o amor é compassivo,
o amor não pede nada para si,
o amor só tem uma via de mão única,
o amor só dá,
o amor tem a capacidade de entender tudo,
o amor compreende tudo,
o amor não cobra nada, dá de si mesmo.
o amor só oferece o amor,
Isso tudo é amor
A bondade é como o amor, porém, em um nível acima. O amor aprendemos
a acessá-lo e vamos construindo esta ponte. A bondade só a atingimos
quando estamos prontos, maduros. A bondade vem de planos superiores. A
bondade é um estado de consciência que vem do cosmos.
Angelo
21/12/2020