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LUCIA CASTELLO BRy RUTH SILVIANO BRAD Passageiras da voz alheia Se a superficie da agua se turvar ou se plissar, mesmo que seja pelo gotejar das légrimas de quem a contempla, a imagem se revela fugidia, incapturdvel A personagem feminina, construida e produzida no registro do mas- culino, nao coincide com a mulher. Nao é sua réplica fiel, como muitas vezes cré 0 leitor ingénuo. E, antes, produto de um sonho alheio e ai ela circula, nesse espaco privilegiado que a ficcao torna possivel. Como produ¢ao feita na linguagem, o texto literario 6 sempre confusao Possibilidade de construgao de objetos de desejos, sempre impossiveis, pois 0 desejo nao tem porto definitivo; 0 texto é o lugar onde esses ob- de vozes, babel de desejos, fascinante equivoco, lido como realidade. a etl jetos se corporificam na materialidade dos significantes. E como se os delirios e todos os sonhos que encenam 0 desejo de ple- nitude nele se alucinassem, tornando-se visiveis e audiveis, pela poten- Cialidade das palavras que ressoam, ecoam, em sua musicalidade poética. Nesse espago nasce a heroina literaria, romantica, sempre pronta @ Ser 0 desejo do desejo de seu herdi. E nesse espelho do texto, espelho arcisico, emerge uma certa miragem ‘da mulher: aquela tao conhecida nas produgoes e subproducgées literarias. Enquanto perfei¢ao realizada_ na beleza corporal ou numa pretendida virtude que a esculpe como ama Na empia cintila nos textos tradi 96 No reflex dessa face, Narciso se rejy is one ein ‘ 4 isd de completude meemo que “ : s 4 Imagem se revela ‘ m efle “ ti 3 beleza viril de Amar Eco seria amar a incom s . . entrecortada, sempre trai * . ascem todos os equivecos @ * t et em textos feitos por homens. @ a espe engano se encena na passagem abaixo “ “ escente rado do grupo fiel de seus come eiros, perguntava “Aqui nao ha aiguem?” “Ha aiguém”, sae ers Koo Ele se admire © olha em torno. *Vem!", grita: « ' epete vite Ele othe pare tras, ¢, a&o vende Quem, aproxima se, perge Por que foges de mim?" seera Insiste ©. ludido pela vor de “Vem pare junto de mim, A nada Eco responders com mais bos voatade: © Ajunta © gesto @ paiavra . Gat © desejado Ble foge. © dir, ac fugir “Afaste-te responde & sua, cor A mulher escrita para sempre perdica nos abismos de seu desejo desconhecido. Consu- mida de amor, Eco definha, perde seu corpo @ torna-se pura voz conde- nada A maldigao de|so repetir. | f no e do espelho da folha branca do texto que surge esta figura de mulher que circula no imaginario literario ¢ social. Entretanto, a idea- jigagao feminina, qualquer que ela seja, sempre cumpre a sentenga de g morte da mulher. Se éla aceita este lugar, ela aceita a sua petrificagao, por mais bela 6 perfeita que seja a estatua onde ela se erige: ai ¢ o lugar da alienagao de seu desejo. Como construgao imaginaria, ela é sintoma e fantasma masculino, eo maior fascinio da ficcao reside justamente em fazer coincidir, ilusoria- mente, a realidade com uma miragem. E essa miragem do feminino vem joeta SAO seduzindo ha séculos, nesses textos em que 0 narrador ou 0 PI é-lo falar, por meio do gesto magico do deslocamento de capazes de faz vozes. E o que é masculino torna-se feminino, e 0 desejo do impossivel torna-se o possivel do desejo. Imagens exemplares dessas figuras véem-se nos perfis de construidos por José de Alencar, que acabam se revelando desejo alheio. Passageiras da voz alheia, Luciola, Diva, Aurelia circulam como prototipos do amor de abnegagao, cego no espelho de seus herdis Seria ilusdo imaginar que sao elas figuras num mundo onde a voz feminina ja se faz ouvl RUTH SILVIANO BRANDAO ‘taveis: as vezes plenas de um inquietante sentido ¢ significagdes. E no leito onde se tecem que elas revelam sua previstas solug6es, inesperadas vered: gttzaa com anscanet O lugar do texto sobre o feminino Nem sei se é meu, se de outrem, 0 acenar da loucura com méos de poesia Cecilia Meireles proximo a nos mesmas quanto a questao do e nada ntagao Quando se trata de algo tao feminino e sua imagem, o isco é ai mergulhar narcisicamente mais ver ou ouvir sendo a propria face ou a propria voz, na doce te de submergir nos reflexos fascinantes de um espelho particular. Entdo o que espero aqui € que, refletindo essa imagem, ela me seja devolvida com sua transparéncia ou suas ranhuras, seus obliquos des- vios que podem ter-me escapado no gesto de construi-la. Falar da mulher ou da figura feminina, onde quer que ela resplandega, 6 de alguma forma falar de mim mesma, do meu desejo e do meu in- consciente, pois o texto sempre fala de seu autor: No entanto, é importante que se saiba de que lugar este texto especial ‘se engendra, de que encruzilhada de saberes ele emerge como texto. E, ynte, que saber é este, sempre questionavel, nunca definitive e Bioue saver 6 este om que a busca de uma verdade sempre es- © ndo se deixa apreender? a natureza da minha questao, ao masculina, enquanto s ‘e circulam noa livros, procuro na psi ‘me parecem mais pertinentes @ mais fecundos. ), este trabalho nao 6 psicanalitico, pois sua especifica a ficgdo literaria. Materia privilegiada como espago em aye ° ou seja, a representagao da mu: intoma e fantasma que habi- candlise os caminhos ae entre significante e significado. Assim, a matéria com que trabalho Mannoni (1973), as “ 60 iMaginario, ai onde, Como diz imagens pavoneiam”. Aj constroi e comanda seus fantasmas. Este mesmo que deslo eM seus personagens, modulando-a, segundo s segundo a verdade de seu desejo. ca sua vor ‘eu desejo de verdade ou Nesse sentido, a figura feminina é fina voz retirada de um Tegistto masculino e se constr6i de forma similar a do ventriloquo ¢ seu boneoo: ‘confusao de vozes, perversa construgao enganosa, como fantasma cons- clente ou inconsciente, nos tortuosos caminhos do desejo que se mime- tizam ou reduplicam nas linhas do texto. Ora, ficgao literdria e fantasia psicanalitica sao conceitos aparentados que nascem de um mesmo solo natal. Solo matricial em que germinam os devaneios, os sonhos, os mitos, produgées do inconsciente que S40 sempre substitutos de uma falta original que estrutura 0 ser ae Falta original, objeto perdido sempre alucinado, vazio produtor 8 objetos segundos, originarios e nao originais, construidos e reconstruldls: + ee n (1970): fantasma psiquico e ficgdo literaria, como revela Sarah Kofmal ( ae Nascido da lacuna, enigma dessa lacuna, ai nesse nao-lugat 40 me perdido, vivida satisfagao nunca experimentada, constituem-s° 0 —— tasma, 0 texto e a feminilidade. Todos eles sao construgdes imaginarias qu oda terialidade da escritura, esse tecido formador do corpus one literatura: lugar onde o desejo do impossivel torna-se 0 nae sejo, no espelho do texto onde se debruga o escritor ~ ness@ al plo de Narciso, no seu gesto de mirar-se no vazio transparent i me ese corporificam Be jante. branca, onde ele vai se construir como sujeito desejant A mulher escrita “Nesse espelho, que @ fonte onde ele se duplica na construgaéo dos us objetos ficcionais; nesse lugar onde se entrecruzam —além de sua ypria - outras vozes ficcionais -, ai se engendram as personagens yrarias. Sores de papel, como quer Roland Barthes, mas que, por sua forga se- jutora, ganham um estatuto de realidade no imaginario do leitor, preso a ga hipnotica do texto, onde se fixam seus olhos, onde se marca 0 com- sso do ritmo pulsional de sua respiragao. ‘Aesse proposito, ouga-se Clarice Lispector em A hora da estrela (1979, . 29) Ou nao sou escritor? Na verdade sou mais autor porque, com apenas um modo de pontuar, fago metabolismos de entonagao, obrigo o respirar alheio a me acompanhar 0 texto Como, no meu caso, o que me fascina é a personagem feminina en- jendrada nesse espago linguageiro, fica a questao de como escapulir do fascinio do imaginario executando os trés gestos que me parecem fun- mentais no ato da leitura/escritura: do imaginario ao simbolico, ao teal, ois sO se comeca a ler a partir das identificagdes que se estabelecem sntre leitor e texto — leitura amorosa }- olho no olho. Contato corporal com corpo erético do texto, viagem por suas margens, cortes, citagdes, mar- as do gesto pulsional Em seguida, ha de se propiciar 0 necessario distanciamento, 0 des- ear da instancia ficcional, a tentativa de conquistar o simbélico, o ins- T-5e no codigo, esse espago da razao falica, de onde se podem tecer articulagoes formadoras de um discurso coerente, tarefa a que este ‘alho se propoe. Entretanto, sabe-se que algo sempre escapa, algo da dem do nao-domesticavel, do nao-simbolizavel, que ha em toda leitura todo texto. © que se pretende finalmente é a construgao de um terceiro texto, fabri- ido entre-textos, no limiar do corpo literério e do texto interno do leitor. Este meu terceiro texto - que fala da personagem feminina — quer-se sctever e escrever com os fios significantes produtores de algo novo, le um novo lugar, que nao se fixa nem no imaginario masculino, nem no 10 desejo feminino de ai se abismar, tal Eco na voz de Narciso. RUTH SILVIANO BRANDAO Acredito que esse lugar 6 possivel, nao 6 uma utopia, apesar da ten- tagéo de cair no texto confessional, autobiografico, ou, ao contrario, de tratar a ficgéo como 0 bidlogo a seu inseto, dissecando-a ou secando-a. Este terceiro texto 6 uma construgao, assim como aquele que se pro- duz entre o analista e seu analisando. O conceito de construgao opée-se ao conceito de verdade, desvendamento de enigma por meio de uma chave fixa e milagrosa que desvendaria o texto de seus disfarces, fa- zendo seu strip-tease, punindo-o de sua natureza enganosa. Fle se faz como uma terceira margem que quer levar em conta 0 in- consciente, sem mimetizar seu discurso, mas sem desconhecé-lo. A fascinante (in)quietude do feminino Desejos Belos corpos de mortos que nunca envelheceram, com lagrimas sepultos em mausoléus brilhantes, jasmim nos pés, cabega circundada de rosas ~ assim sao os desejos que um dia feneceram sem chegar a cumprir-se, sem conhecerem antes 0 prazer de uma noite ou a manhé luminosa. Konstantinos Kavafis te na literatura uma fantasia que sempre reaparece como um ver- iro fantasma, com diversas aparéncias, 0 mesmo rosto debaixo da cara, a amada morta, a mulher meio-morta, meio-viva, a morte-que- morre. is textos diferentes me ocorrem, marcados por esse estranho fas- = para mim, leitora que me leio neles: “Pavana para uma defunta ita”, de Jorge de Lima (1974, p. 200), @ ° (1984). Em ambos, os titulos dialogam com outros titulos, a literaria, mas fazendo com ela um todo mente, nesse lugar de confluéncias de en- quarto fechado, de Lya vindos de fas artes, que nao que se ipleta e que se 1é duplal lhadas sémicas que 6 0 texto literario. ‘0, na obra de Jorge de Lima, ¢ variante de um tema que volta sempre, de uma figura feminina egando por “Pavana", esse sonet A mulher escrita 1974, p. 32). Entretai " into, a morte rey presenta lente nfo coincide com a morte biolégica, sempr cmt vel pelo desejo do sujeito ‘ e impensada e A morte néo tem uma figura na vida, Nosso inconsciente na lugar para a representagdo de nossa mortalidade Thpsssielle presentagio, a morte 6 aquilo que imita, por esta impale dade mesmo, uma realidade da morte. Ela vai mais longe. Signi- ficante sem significado, Segredo absoluto, novo de forma absoluta, que deveria permanecer escondido, pois se se manifesta a att 6 porque estou morto: 80 0s mortos conhecem 0 segredo da morte. A morte nos conhecera, nds nao a conheceremos (id., ib., p. 31-32). funta infanta, tornando possivel essa impossibilidade, € objeto e de uma misica ininterrupta, afirmacao & poténcia da vida, unidade ica realizada no fluxo vital da sucessdo de acordes. Eterno 16 mo impossibilidade absoluta, negagao (Laplanche e Pontalis, s/d)? morte biolégica, com todo o horror da putrefacao. ‘Assim, magi- e, nos descaminhos do Real,’ produz-se essa Infanta, lugar onde reflete a propria face, vendo nela seu objeto de amor, nunca atin- do texto. Sujeito e objeto dele pela lamina fina do espelho gem de todos 0s sonhos ara sempre impossivel éa mira ste, nostalgica, da expe somo diz sempre, tambem de Phanes, 0 andr6- rado jagdo pi pela humanidade que nunca desi . do continuo, da androginia perdida, ¢ mente, Georges Bataille,* reiterando 0 mito psicanalitico ‘ao Verneinung, 6 um “process pelo qual é jerneinung, P negagao”, em alemi ae , embora formulando um de seus desejos, pensamentos ‘ou sentime! continua a defender-se dete, negando que Ine pertenga” Real, leia- jo e Magall wocacio, APA nurgo ona no ato psicanaltico, fo ndament ‘sempre aparece COM oin- se em vallei mnaes (1981): “O {to do conceito lacaniano 4° : sc $ objeto do definigao, mas de © jece no ais cimento, Sempre ‘fora de Jog? .-o Real tom a ver com a falta a-ser, com a Tu 0 Roal 6, portanto, informe, peur fu oque (1967, introdugto) rofere- 10 0 erotismo, Bataille do continuo. 2 gino prim: Primordial (Vernant, 1973, p. 88). Objeto de amor narcisico, a ima- gem refletida ¢ corpo Bre arate" tuonr dn hipnowe de repetcto tarot tase na flor narcisica, lirio retirado da bela Liciepe) mW cn neal 1983, p. 101). Eco e passividade, assim é a aa Wl cceatl , efunta infanta, imagem do feminino, enquanto sombra e suporte do narcisismo masculino, poética © sinistramente petrificada em sua beleza estranha e muda. A musica de Ravel ecoa no soneto, monocordicamente, sem pausa, sem mudanga de acorde, em suas frases simétricas, mantendo o ritmo igual ao da respiracao do leitor, que, por sua vez, com sua voz, recria 9 soneto e a musica, instaurando indefinidamente o duplo, 0 eco. Todos esses gestos tornam viva a imagem da defunta infanta, menina morta, infanta: aquela que nao fala, é falada, mantida santa e assexuada, na sua petrificagao de morta. O amor imaginario, como fonte de todos os reflexos e especulagoes, prende, captura e eterniza esse objeto privi- legiado que é a mulher idealizada, nesse artefato ilusdrio que é 0 texto literario. Fantasma sempre reinventado, ele aparece em “0 retrato oval” * de Edgar Allan Poe (1981, p. 278), em que um jovem marido pintor m literalmente a mulher amada, enquanto simbolicamente a torna etem imortal, presa no retrato oval, ovo cosmico, inicio e fim, estratificagao desejo de beleza, lugar onde tudo se torna alucinadamente possive proprio escritor vai afirmar na sua “Filosofia da composigao” a prop da expressao nevermore repetida pelo corvo: “De todos os temas melancélicos, qual, segundo a comp! iversal da humanidade, é 0 mais melancolico?” A “E quando ~ insisti - esse i mais poético?” Pelo 4 resposta evidente. co dos temas se torna 0 ngadamente, a resposta tam! > perto & B rte, a boca mais capaz de desenvolver tal do mundo, @, igualmer Jespojado de seu amor” (id., ib., p. 916). tema 6a de um amante ¢ “pavana", ja modificado e articulado sinta- ra a musica, no espago fechado do poema, leituras. A disseminagao sémica se faz reinscrevendo a musica, repetindo-a na a, exibindo-a morte da fe- primeiro verse de ente no soneto, incorpo! anto Oo abre para outras novas inscrigoes, 0 poema jnterioridade e, num processo contrario de abertur: objeto poético - a imagem da feminilidade - 0U da ue pulsa aqui e agora. A defu: denuncia e mascara o lugar que er ocupa no imaginario masculino das sociedades_patriarcais: iginao na das_sociedades_palrialcs= e morta, aquela que nao fala, eco de outras vozes, tal qual a ninfa ‘apaixonada por Narciso e que ‘acaba por Pi rder_o proprio Compo, \do-se pura voz: a voz que repete a voz do mado, amado inatin- ol ita insensibilidade para 0 verdadeiro outro, drogado pelo espetaculo da propria peleza. Ai reside 0 Unheimliche do , 9 retorno do recalcado social: a imagem da morta amada, pa- daquela que, para ser mada, deve ser pura passividade e eco. om na sua ambigiiidade, a defunta infanta, como a instancia xal de que fala Deleuze, produtora do Sentido, flutua do baixo (0 ) para o alto (os salgueiros silvestres), do leito para 0 sepulcro/ em que descansa, lugar de vida e de morte, encerrada, mas ani- que “repousa ouvindo", entrelugar, intermiténcia do desejo, ritmo 10. Como reflexo narcisico, talvez a defunta infanta seja 0 reflexo sempre gravado do rosto materno, na sua beleza solene e hieratica, de que se opde ao fantasma do corpo despedacado, espago de pre perdidas e para sempre Pro- dade, enquanto vida q nta, na sua idade de duplo, mostra € ocult: Ta sua absolut 08 gozos e satisfagdes, para sem) s. defunta infanta de Jorge de Lima é a condensagao de uma figura de i Que percorre sua obra, No e1xo metonimico, como presenga inin- ipta. E a Mira Celi de “Anunciagao e encontro de Mira Celi” (Lima, 4, p, 113), o inesperado ser, ao mesmo tempo eterno e temporal, in- ual e coletivo, mitico e mistico, sempre mado e procurado, pre- ite e ausente, talvez o “eterno feminino” do eterno desejo masculino: 23 RUTHE SRVIANG BRANOAO, a Anjo aide, Memoria e al, Galo sem Pedro a Sempre negado, . Face perida, oy Cangio sosinna “ De infanta jovem, | Defunta e santa ! Incorruptivel (id, p, 127), Mesmo no Livro de sonetos em que a infanta se inelui, ha outras va. nagdes do tema, como “Sssa infanta boreal era a. defunta” ou “Devolve- me teu halito, defunta”, Quanto ao ‘tulo do poema considerado tele. Tencial “Bssa Pavana...", emprestado de Ravel, modificado sintaticamente Para se incluir sem ruptura no corpo do Soneto, @ incipit, primeiro verso Com seu rejet, ele proprio postico, de dupla ressonancia, na medida em — que evoca a pega musical e gera a musicalidade do novo texto. Os dois Utules tornam-se um mesmo, mesma imagem, mesmo reflexo, ‘sem, no 'S Se reduplicarem, Ocorre uma sobrecarga si simples redundancia. 0 titulo musical @ 0 literério, de autores oriundos de diferentes sociedades, como que se condensam musical e visual da figura fantastica e fantasmatica da defu objeto causa de Gesejo. Desejo insaciavel de um objeto alucinado. Uma tal impossibilidade fulgura como 0 Real d cinadamente, rebelde a todas as simbolizagdes, sivel, com tod entanto, apena: oven © © seu aparato encantatorio, musical hipnot esplendor ilusorio das vivéncias narcisicas, “vertigem ae iptalzndo com camscanst

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