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Estudo de caso: tapetes artesanais iranianos.

Muitos países como Irã, Turquia, Paquistão, Índia e China produzem tapetes artesanais em
ambientes domésticos, caraterizados pela informalidade e improvisações. No Irã, a produção dos
tapetes persas envolve, diretamente, cerca de 2,2 milhões de pessoas e, indiretamente, cerca de 8,5
milhões de pessoas. Esses tapetes constituem-se em um dos principais produtos de exportação
daquele país, cuja renda só é inferior à do petróleo. Contudo, tem um significado social muito
maior, porque envolve trabalhadores de baixa renda, muitos deles na área rural.
A tecelagem manual de tapetes envolve tarefas repetitivas e monótonas, com posturas
inadequadas, durante longas horas de trabalho estático e estressante. Em consequência, há uma
alta incidência de problemas osteomusculares nos joelhos, dorso e ombros de tecelões.
Aplicou-se um questionário de áreas dolorosas de Corlett-Manenica a 1439 tecelões
selecionados aleatoriamente e constatou-se que 81% dos tecelões manifestaram dores nos dozes
meses anteriores ao levantamento. As partes do corpo mais doloridas, com mais de 30% de
incidência, foram os ombros, dorso inferior, mãos/pulsos, dorso superior, pescoço e joelhos.
Os postos de trabalhos também foram analisados, contatando-se que a maioria sentava
sobre o chão ou sobre uma superfície plana, com pernas cruzadas, realizando as tarefas de tecer
sobre um tear vertical. O tronco, pescoço e braços assumem posturas forçadas. Em outros casos,
com tear horizontal, exigem-se posturas forçadas do tronco (inclinado para frente) e cabeça para
frente.
Baseado nestas informações, pesquise na internet mais informações para entender a
disposição dos teares e a organização do posto de trabalho dos artesãos. Em seguida, sugira um
novo posto de trabalho, com dimensões e características do assento e da tecedura. Faça um esboço
da proposta e explique o porquê de cada dimensão sugerida e como cada problema osteomuscular
apontado no caso seria resolvido.

FONTE: Iida e Buarque. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo. Blucher, 2016

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