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Marcos 5.

24
A mulher hemorrágica ensina-nos sobre as marcas de uma fé salvadora: 1)
Uma fé nascida do desengano (5.26); 2) uma fé reflexiva (5.28); 3) uma fé
resoluta (5.27); 4) uma fé que estabelece contato com Cristo (5.27); 5) uma fé
sincera (5.33); 6) uma fé confessada em público (5.33) e 7) uma fé
recompensada (5.34).

O toque da fé começa com a consciência de uma grande necessidade (Mc


5.25).
Destacamos quatro fatos sobre o sofrimento dessa mulher enferma:

Em primeiro lugar, um sofrimento prolongado (5.25). Aquela mulher


hemorrágica buscou a cura durante doze anos. Foi um tempo de busca e de
esperança frustrada. Foram doze anos de enfraquecimento constante; anos de
sombras espessas da alma, de lágrimas copiosas, de noites maldormidas, de
madrugadas insones, de sofrimento sem trégua. Talvez você também esteja
sofrendo há muito tempo apesar de ter buscado solução em todos os
caminhos. A Bíblia diz que a esperança que se adia faz adoecer o coração (Pv
13.12).

Em segundo lugar, um sofrimento que gera desesperança (5.26). O Talmud


dava onze formas de cura para a hemorragia.446 Ela buscou todas. Ela
procurou todos os médicos.
Em terceiro lugar, um sofrimento que destruía os seus sonhos (5.25). Aquela
mulher perdia sangue diariamente. Tinha uma anemia profunda e uma
fraqueza constante. O sangue é símbolo da vida. Seu diagnóstico era sombrio;
ela parecia morrer pouco a pouco; a vida parecia esvair-se aos borbotões do
seu corpo. Ela não apenas estava perdendo a vida, como não podia gerar vida.
Em quarto lugar, um sofrimento que produzia terríveis segregações (5.25). A
mulher hemorrágica enfrentou pelo menos três tipos de segregação, por causa
da sua enfermidade.
segregação conjugal. Segundo a lei judaica, uma mulher com fluxo de sangue
não podia relacionar-se com o marido e possivelmente seu casamento já
estava abalado. Se ela era solteira, não podia casar-se. A mulher menstruada
era niddah (impura) e proibida de ter relações sexuais.
A segregação social. Uma mulher com hemorragia não poderia relacionar-se
com as pessoas; antes, deveria viver confinada, na caverna da solidão, no
isolamento, sob a triste realidade do ostracismo social. Essa mulher era tratada
quase como se estivesse com lepra.
A segregação religiosa. Uma mulher com fluxo de sangue não poderia entrar
no templo nem na sinagoga para adorar. Ela estava proibida de participar do
culto público, visto que estava em constante condição de impureza ritual (Lv
15.25-33). Era considerada impura, portanto, impedida de participar das festas
e dos cultos.

O toque da fé acontece quando voltamo-nos da nossa desilusão e


buscamos a Jesus (Mc 5.27)
Destacamos três coisas importantes aqui:
Em primeiro lugar, os nossos problemas não apenas nos afligem, eles também
nos arrastam aos pés de Jesus (5.27). A mulher hemorrágica depois de
procurar vários médicos, sem encontrar solução para o seu problema, buscou a
Jesus.

Em segundo lugar, quando os nossos problemas parecem insolúveis, ainda


podemos ter esperança (5.27,28). A mulher ouviu sobre a fama de Jesus
(5.27). Quando tudo parece estar perdido, ainda há uma saída, com Cristo. Ela
ouviu sobre a fama de Jesus: que Ele dava vista aos cegos e purificava os
leprosos; que libertava os cativos e levantava os coxos; que ressuscitava os
mortos e devolvia o sentido da vida aos pecadores que se arrependiam. Então,
ela foi a Jesus e foi curada.

Em terceiro lugar, quando nós tocamos as vestes de Jesus com fé, podemos
ter a certeza da cura (5.28,29). No meio da multidão, que comprimia a Jesus, a
mulher tocou em suas vestes e Ele perguntou: “Quem me tocou nas vestes?”
(5.30).

Foi um toque intencional. Ela não tocou em Jesus acidentalmente; ela


pretendia tocá-lo. Segundo, foi um toque proposital. Ela desejava ser curada do
seu mal que a atormentava havia doze anos. Terceiro, foi um toque confiante.
Ela foi movida pela fé, pois acreditava que Jesus tinha poder para restaurar a
sua saúde. Quarto, foi um toque eficaz. Quando ela tocou em Jesus, ficou
imediatamente livre do seu mal. Sua cura foi completa e cabal. Ela recebeu três
curas distintas: A cura física. O fluxo de sangue foi estancado. A cura
emocional. Jesus não a desprezou, mas a chamou de filha (5.34) e lhe disse:
“Tem bom ânimo” (Mt 9.22). A cura espiritual. Jesus lhe disse: “A tua fé te
salvou” (5.34).

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