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COMPRIMIR NÃO É TOCAR COM FÉ

Marcos 5:21-43
INTRODUÇÃO: Depois de SER EXPULSO da cidade de GADARA, Jesus foi recebido por uma
grande multidão em Cafarnaum, do outro lado do mar da Galileia. A multidão o comprimia, mas
apenas duas pessoas se destacam nesse relato Jairo e a mulher do fluxo de sangue.
Duas pessoas diferentes, duas realidades diferentes,
duas necessidades urgentes:
Jairo era um líder da sinagoga; a mulher era uma anônima; Jairo era um líder religioso; a mulher
era excluída da comunidade religiosa; Jairo era rico; ela perdera todos os seus bens em
buscando saúde;
Jairo tivera a alegria de conviver doze anos com sua filhinha que agora estava à morte; a mulher
sofria havia doze anos uma doença que a impedia de ser mãe; Jairo fez um pedido público a
Jesus; a mulher aproximou-se do Senhor Jesus com um toque silencioso e anônimo.
O Senhor Jesus atendeu a ambos, mas, atendeu primeiro a mulher hemorrágica!
O que aprendemos com esta atitude de Jesus?
Aprendemos sobre as marcas de uma fé salvadora:
1) Uma fé nascida do desengano (5.26); 2) uma fé que estabelece contato com Cristo (5.27); 3)
uma fé sincera e corajosa (5.33); 4) uma fé confessada em público (5.33) e 5) uma fé
recompensada (5.34).
William Hendriksen, teólogo, comenta sobre três características da fé dessa mulher: fé
escondida, fé recompensada e fé revelada.
O toque da fé começa com a consciência de uma grande necessidade (Mc 5.25).
Vejamos alguns fatos sobre o sofrimento daquela mulher enferma:
 Esta mulher teve um sofrimento prolongado (5.25).
Esta mulher buscou a cura durante doze longos anos. Foram longos tempos de busca e de
esperança frustrada!
Foram doze anos de enfraquecimento constante; anos de tristezas da alma, de muitas lágrimas,
de noites mal dormidas, de madrugadas de choro, de sofrimento...
Talvez você também esteja sofrendo há muito tempo apesar de ter buscado solução em todos os
caminhos e de todas as formas. Romanos 5:3-5 – 3.
Outro ponto a observar: (5.26).
O Talmud dos judeus dava onze formas de cura para a hemorragia. Ela buscou todas sem
sucesso. Ela procurou todos os médicos sem sucesso.
Aquela mulher gastou tudo que tinha com vários médicos. Era uma mulher batalhadora e
incansável na busca da solução para a sua vida. Ela não era passiva nem omissa.
Ela não ficou amuada num canto reclamando da vida, antes correu atrás da solução. Ela bateu
em várias portas, buscando uma saída para o seu problema.
Contudo, apesar de todos os seus esforços, perdeu não só o seu dinheiro, mas também
progressivamente a sua saúde. Ela ficava cada vez pior. A sua doença era crônica e grave.
A medicina da época não tinha resposta para o seu caso. Os médicos não puderam ajudá-la.
Observemos: (5.25). Aquela mulher perdia sangue diariamente. Tinha uma anemia profunda e
uma fraqueza constante.
O sangue é símbolo da vida; ela parecia morrer pouco a pouco; a vida parecia esvair-se do seu
corpo.
Ela não apenas estava perdendo a vida, como não podia gerar vida. Seu ventre em vez de ser
um canteiro de vida, tinha se tornado o deserto da morte.
E fechando os pontos de sofrimento desta mulher, ela sofreu segregações (5.25).
A mulher hemorrágica enfrentou pelo menos três tipos de segregação, por causa da sua
enfermidade.
A segregação conjugal. Segundo a lei judaica, uma mulher com fluxo de sangue não podia
relacionar-se com o marido e possivelmente seu casamento já estava abalado.
Os rabinos decretavam que até o cadáver de uma mulher que morreu durante sua menstruação
deveria passar por uma purificação especial com água.
A segregação social. Uma mulher com hemorragia não poderia relacionar-se com as pessoas;
antes, deveria viver confinada, na solidão, no isolamento, sob a triste realidade social.
Por doze anos ela não pudera abraçar nenhum familiar sem causar-lhe dano. Doze anos sem ir
ao culto.
Por isso, chegou anonimamente para tocar em Jesus, com medo de ser rejeitada, pois quem a
tocasse ficaria cerimonialmente impuro.
A segregação religiosa. Uma mulher com fluxo de sangue não poderia entrar no templo nem na
sinagoga para adorar. Ela estava proibida de participar do culto público, visto que estava em
constante condição de impureza ritual (Lev. 15.25-33).
Mas com Deus ainda há esperança!! Jó 14:7 a 9 -
Foi então que esta mulher ouviu falar de Jesus. Quando tudo parece estar perdido, ainda há uma
saída, com Cristo.
Os nossos problemas não apenas nos afligem, mas eles também devem nos arrastam aos pés de
Jesus (5.27).
A mulher hemorrágica sem encontrar solução para o seu problema, buscou a Jesus. Ela ouvira
falar de Jesus e das maravilhas que Ele fazia (5.27). A fé vem pelo ouvir (Rom. 10.17).
O que ela ouviu produziu tal espírito de fé que dizia para si: “Se tão-somente tocar-lhe as vestes,
ficarei curada” (5.28).
Ela não somente disse que seria curada se tocasse nas vestes de Jesus, mas de fato ela tocou e
foi curada.
Por providência divina, às vezes, somos levados a Cristo por causa de um sofrimento, de uma
enfermidade, de um casamento rompido, de uma dor que nos aflige. Essa mulher rompeu todas
as barreiras e foi tocar nas vestes de Jesus.
Então, quando os nossos problemas parecem insolúveis, ainda podemos ter esperança (5.27,28).
A mulher ouviu sobre a fama de Jesus (5.27). Ela ouviu sobre a fama de Jesus e creu!
Então, ela foi a Jesus e foi curada. Jesus estava atendendo a uma urgente necessidade: indo à
casa de Jairo, para curar a sua filha que estava à morte; mas Jesus parou para cuidar dessa
mulher.
Ela poderia não ter valor social, nem prioridade para a sociedade ou para a multidão, mas para
Jesus ela tem todo o valor do mundo.
Logo, quando nós tocamos nas vestes de Jesus com fé, podemos ter a certeza da cura (5.28,29).
No meio da multidão, que comprimia a Jesus, a mulher tocou em suas vestes com fé e Ele
perguntou: “Quem me tocou nas vestes?” (5.30).
O que houve de tão especial no toque dessa mulher?
Larry Richards destaca quatro características do toque dessa mulher nas vestes de Jesus:
Foi um toque intencional. Ela não tocou em Jesus acidentalmente; ela pretendia tocá-lo.
Segundo, foi um toque proposital. Ela desejava ser curada do seu mal que a atormentava havia
doze anos. Terceiro, foi um toque confiante.
Ela foi movida pela fé, pois acreditava que Jesus tinha poder para restaurar a sua saúde.
Ela recebeu três curas distintas: A cura física. O fluxo de sangue foi estancado.
A cura emocional, Jesus não a desprezou, mas a chamou de filha (5.34) e lhe disse: “Tem bom
ânimo” (Mt 9.22).
A cura espiritual. Jesus lhe disse: “A tua fé te salvou” (5.34). O toque da fé acontece quando o
contato pessoal com Jesus é o nosso maior objetivo de vida (Mc 5.27-34)
Quatro fatos merecem destaque aqui: Muitos comprimem a Cristo, mas poucos o tocam pela fé
(5.27,34). Jesus frequentemente estava no meio da multidão.
Podemos ver que muitos não tiveram nenhum benefício dele. Jesus conhece aqueles que o
tocam com fé no meio da multidão.
Williams Lane disse corretamente: “foi o alcance de sua fé, e não o toque de sua mão, que lhe
assegurou a cura que buscava”. Não foi o toque da superstição, mas da fé.
Pela fé nós cremos, vivemos, permanecemos firmes, andamos e vencemos.
Pela fé nós temos paz e entramos no descanso de Deus. A multidão vem e a multidão vai, mas
só essa mulher “o toca” e só ela recebe a cura.
Aos domingos, a multidão vem à igreja. Aqui e ali alguém é encontrado chorando por seus
pecados, regozijando-se em Cristo pela salvação e então Jesus pergunta: quem me tocou?
Muitas pessoas vêm à igreja porque estão acostumadas a vir. Acham errado deixar de vir. Mas
estar em contato real com Jesus não é o que esperam acontecer no culto.
Elas continuam vindo e vindo até Jesus voltar, mas só despertarão tarde demais, quando já
estiverem diante do tribunal de Deus para darem contas da sua vida.
Possivelmente seja o maior número nas igrejas: é como a multidão que comprime Jesus, mas
não o toca pela fé. Vêm à igreja, mas não se encontram com Jesus.
Não se contente apenas em vir a igreja, mas, toque em Jesus com fé.
Não se contente em apenas ouvir um sermão, mas, toque nas vestes de Jesus com fé.
A mulher hemorrágica não estava apenas no meio da multidão que apertava Jesus, ela tocou em
Jesus pela fé e foi curada!
Seu toque foi com fé: Ela tocou em Jesus sob grandes dificuldades. Ela estava no meio da
multidão apesar de estar enferma, fraca, impura e rejeitada. Ela tocou em Jesus secretamente.
Vá a Jesus, mesmo que a multidão não o perceba ou que sua família não saiba, pois Ele pode
libertar você do seu mal. Ela tocou em Jesus sob um senso de indignidade,
Ela tocou em Jesus humildemente. Ela o tocou por trás, silenciosamente. Ela prostrou-se trêmula
aos seus pés. Quando nos humilhamos, Deus nos exalta.
Larry Richards teólogo americano disse, que o toque de Jesus salvou essa mulher fisicamente
ao restaurar sua saúde;
salvou-a socialmente ao restaurar sua convivência com outras pessoas;
E salvou-a espiritualmente, capacitando-a a participar novamente da adoração a Deus no
templo e das festas religiosas de Israel.
Hoje, Toque nas vestes de Jesus, pois Ele pode pôr um fim na sua angústia.
E finalizamos falando de um pai que por grande amor a sua filha enfrentou publicamente a
vergonha, a repreensão de outros lideres religiosos que poderiam condená-lo ou discipliná-lo
Jairo o dirigente de uma sinagoga, por amor a sua filha foi até o Senhor Jesus e suplicou por uma
cura, mas que no fim presenciou uma ressurreição milagrosa!
Deus Pai, nos ama muito mais do que Jairo amou sua filhinha!
Não consigo traçar uma comparação do amor de Deus Pai, com o amor de um pai terreno!
O que podemos fazer como pai terreno é seguir, nem que seja minimamente de longe, o exemplo
dEle em proporção infinitamente reduzida. Como ser um pai que ama! João 3:16
O amor de Deus Pai é infinito, imutável, incalculável, incompreensível, inimaginável, indescritível.
Como Deus Pai mostra que nos ama? Embora sejamos incompletos, Deus nos ama
completamente. Embora sejamos imperfeitos, Ele nos ama perfeitamente. Embora nos sintamos
perdidos e sem rumo, o amor de Deus nos encontrou e envolveu totalmente! Romanos 5:8 -
O amor Ágape de Deus Pai: Amor Ágape, é o amor incondicional e voluntário, que não discrimina,
que não impõe nenhuma pré-condição.
É um amor que independentemente se a outra pessoa fizer algo de bom ou ruim, poderá
aumentar ou diminuir esse amor,
O Ágape de Deus Pai é a fonte do amor, é o coração de quem ama, mesmo que muitas vezes
não seja correspondido.
CONCLUSÃO: Seja com aquela mulher que sofreu por 12 anos de uma doença crônica, que
tocou com fé em Jesus!
Ou seja, através da ressurreição da filha de Jairo, vamos ver Deus demostrando seu amor e
poder para com todos! Romanos 8:39
APLICAÇÃO PARA OS DIAS DE HOJE:
 O toque da fé começa com a consciência de uma grande necessidade
 As barreiras em nossa vida, não podem barrar a nossa fé
 Devemos buscar tocar em Jesus com fé
 O Ágape de Deus Pai é a fonte do amor
By Pr. Cláudio
Agosto de 2023

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