JOÃO 5.
1-16 = PRÉDICA concentravam ao redor desse tanque, pois acreditava-se que
Querida Comunidade!
Quero saudar a comunidade com o versículo bíblico, lema da
semana, que encontramos em Jeremias 17.14: “Cura-me,
Senhor, e serei curado; salva-me, e serei salvo.” Este
versículo aponta para o cerne da mensagem de João 5.1-16:
cura e salvação. Quantos há entre nós que já experimentaram
algum tipo de enfermidade e de sofrimento, e lembram do
quanto têm orado e esperado por cura e libertação. O texto
bíblico nos revela que Jesus Cristo deseja a cura integral do
ser humano. Ela é um presente de Deus, independente do
nosso merecimento. Por isso, nos é permitido orar, suplicando
pela mesma.
Nesta história bíblica da cura de um doente queremos
concentrar nossa atenção no comportamento e na ação do
povo, de Jesus e do doente.
Querida Comunidade, que impacto nos é apresentado nesta
história bíblica: Por um lado, fala-se de uma grande festa em
Jerusalém. Uma multidão se comprime no Templo. Há muito
cântico, muita alegria, comida e festa. O povo recorda os
grandes feitos de Deus e agradece por isso. Por outro lado,
não muito longe dali, uma multidão de doentes desesperados
e ameaçados de morrer jaz à beira do Tanque de Betesda.
Estão abandonados e não podem contar com a ajuda de
ninguém. Porém, o texto bíblico relata que o Senhor Jesus
procura os doentes. Este é o cerne desta história bíblica:
Jesus Cristo cura e salva!
O POVO
O povo estava festejando em Jerusalém. Aglomerava-se ao
redor do altar do Templo para fazer suas ações de graças.
Bem próximo dali havia uma piscina chamada Betesda.
Betesda significa: CASA DA MISERICÓRDIA. Os doentes se
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essas águas tivessem poder curativo. Por isso, acorriam para
ali os cegos, os paralíticos, os aleijados, além de pessoas que
tinham problemas de reumatismo e artrite. Eles esperavam a
hora em que a água se agitava para entrar e conseguir a cura.
Entre eles, havia um homem que já estava ali há 38 anos (é
como se fosse nos dias de hoje – alguém que já espera desde
1969). Ele não tinha ninguém para ajudá-lo. Vejam bem: O
homem doente, deitado ali há 38 anos na “Casa da
Misericórdia”, bem próximo ao Templo onde o povo festejava
e glorificava a Deus. Ali, este homem desabafava resignado:
“Eu não tenho ninguém que me ajude!”
Isso costuma acontecer ainda em nossos dias. Basta visitar
um ancionato para fazer esta constatação. Muitos idosos
reclamam: “Meus filhos não querem mais saber de mim. Não
tenho ninguém que me dê atenção. Como é bom quando
aparece alguém para conversar com a gente.”
Querida Comunidade, tudo isto poderia estar acontecendo
agora: Nós estamos aqui, reunidos na Igreja, cantando e
louvando a Deus, enquanto que bem perto de nós, “bem
debaixo do nosso nariz”, ali onde vivemos, em nossa família,
na nossa vizinhança, no nosso trabalho e estudo, pode haver
alguém que reclame: “Não tenho ninguém que me ajude. Eu
não tenho ninguém que se importe comigo e que me dê um
pouco de atenção; ninguém para quem eu possa abrir meu
coração; ninguém que tire tempo para mim.” Poderia ser que
bem perto de nós existam pessoas que passam por
dificuldades, que estejam desempregadas, que não têm
condições suficientes para levar uma vida digna. Talvez elas
estejam dizendo agora: “Não temos ninguém que nos
socorre!”
Conforme o relato bíblico, algumas horas mais tarde aquele
homem, que estivera paralisado durante 38 anos, passa no
meio do povo em festa. Ele consegue andar sozinho e carrega
o seu colchão. Ele vai alegre, curado, agradecido. Ele carrega
o colchão sobre o qual estivera deitado por longos 38 anos.
Um milagre! Jesus o curou. O que deveria acontecer? O povo
não deveria explodir em alegria e louvor por tão grande
milagre de cura? Mas o que acontece de fato?
O povo, que ignorara aquele homem doente por 38 anos,
agora é capaz de apontar os dedos acusadores em direção
daquele que carrega o colchão: “Você está cometendo pecado
grave. Hoje é sábado e, conforme a nossa lei, é proibido
carregar qualquer coisa neste dia!”
É assim que as pessoas se comportam normalmente?
Enquanto o homem jazia doente, ninguém o enxergava. Agora
todos apontam o dedo acusador contra ele. Querem descobrir
nele um pecado para condená-lo. Seríamos parecidos com
aquelas pessoas? Como agimos em relação ao nosso
próximo?
JESUS
Voltemos os nossos olhos para a ação do Senhor Jesus. Ele
também comparece à festa. Ele também se faz presente ali
onde Deus é louvado e glorificado. Mas, preferencialmente ele
vai para onde está a dor e o sofrimento, para ali onde pessoas
jazem esquecidas e abandonadas. O vers. 6 afirma: “Jesus VIU
o homem doente”. Jesus não olha apenas superficialmente,
mas enxerga especificamente o sofrimento e a dor daquele
que estava ali já há 38 anos. Jesus enxerga aquele que perdeu
as esperanças. Por isso, não precisamos reclamar: “Ninguém
me vê, ninguém se importa comigo!” Jesus vê! Ele diz: “Eis
que estarei convosco todos os dias...” (Mateus 28.20). Ele
enxerga cada um de nós. Enxerga aquele que já não tem mais
esperanças. Jesus não só vê, mas também se aproxima e
pergunta: “Você quer ficar curado?”
E nós? Esperamos que alguém nos dê atenção quando
sofremos? Em quem depositamos nossas esperanças? O
homem doente confiou em Jesus. Por isso, recebeu como
resposta o convite para levantar-se e colocar o colchão nas
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costas e caminhar. “Levanta-te!” quantas vezes Jesus já fez
esta afirmação? “Levanta-te e confia em mim. Sai de cima
desse colchão de desespero e de resignação. Segue-me e
experimenta o milagre da restituição da dignidade de tua
vida!”
Aqui não se trata de transformar uma pessoa de 70 anos,
cheia de reumatismo, em um jovem de 18 anos, todo
“serelepe”. Jesus se refere não só ao corpo exterior, mas está
interessado na nossa cura interior, nossa pessoa integral. Ele
nos convida a levantar, a confiar nele, a crer. O homem, na
história bíblica, foi curado, experimentou o milagre. Não foi só
curado de uma paralisia corporal, mas teve sua comunhão
reatada com Deus. Existe algo pior do que ficar 38 anos preso
a um leito de enfermidade? Existe! É ficar eternamente
separado de Deus!
Jesus não só se preocupou com a cura física daquele homem.
Jesus também anunciou e concretizou a vida eterna – a vida
em comunhão com Deus. “Ele veio para nos trazer vida, e vida
em abundância”.
O DOENTE
Como já sabemos, o doente estivera deitado durante 38 anos
sobre um leito de enfermidade, de solidão, de desespero e de
resignação. Durante todo esse tempo, ele não tinha ninguém
que o socorresse ou lhe desse atenção.
Porém, quando Jesus o procura e lhe dá atenção, o doente
confessa: SENHOR (Kyrie). Isso indica que aquele homem
percebeu que estava diante do Salvador, daquele que podia
ajudá-lo, curá-lo e salvá-lo. Por isso confiou nele. Quando
recbeu o convite: “Levanta-te!”, ele não hesitou nem duvidou
– “...No mesmo instante...” (vers. 9). Ele não reclamou dos 38
anos que ficara esquecido. Mas reconheceu que estava na
presença do Salvador e que esta oportunidade era única e que
não podia perdê-la. Imediatamente atendeu á Palavra de Jesus
e nos mesmo instante pôde se levantar. Estava curado!
O que este homem fez em seguida? Talvez ele corresse para
casa, para sua vida particular e aproveitasse ao máximo esses
38 anos perdidos – igual a um bezerro novo quando é solto
pela primeira vez no pasto - Não! Este homem foi ao Templo
para agradecer a Deus. Este foi o seu 1º pensamento. Em
seguida, ele passou a dar testemunho ao povo, anunciando
que a cura fora realizada pelo Salvador.

Nesse sentido, este homem se torna um modelo para a nossa

fé. Quantas vezes o misericordioso Senhor estendeu suas
mãos amorosas em nossa direção? E nós fizemos o quê? Para
onde fomos? A quem agradecemos? Para quem falamos sobre
o assunto?

Esta história já tem quase 2000 anos. Mas ela poderia

acontecer hoje, ao nosso redor, aqui onde estamos. Nela
reconhecemos o povo, que ignora o sofrimento das pessoas,
mas é rápido para criticar e condenar quando algo não
acontece segundo suas regras e leis. Lá está Jesus, o Filho de
Deus, que deseja nos curar e salvar. Depois, ele quer ir
conosco em direção daqueles, como o doente, que não têm
ninguém por eles e que esperam por nossa ajuda. Jesus quer
fazer de nossa comunidade um “Tanque de Betesda”, uma
“Casa de Misericórdia”. Amém
(Taduzido e adaptado por Geraldo Graf de: Zuversicht und
Stärke – Predigthilfen – 5.Reihe/6 – 2007 por Harmut Kraft)