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Ministérios da Mulher Curso de Liderança

Como Jesus Tratava as Mulheres

(PP 2/3) “Outra vez, nesse aspecto, vemos o paradoxo de Sua vida. As pessoas comuns O
ouviam alegremente, mas os sacerdotes e governantes – embora cressem e tremessem – no
fim O rejeitaram. Ele saudou os pecadores, os ladrões e as prostitutas. Ele tratava os grupos
minoritários de seus dias com dignidade. Ele tinha compaixão dos temerosos, angustiados e
tristes, e no entanto, condenava o orgulho e auto-suficiência”. Morris Venden, Como Jesus
Tratava as Pessoas, Introdução.

Algumas pessoas têm a tendência de imaginar Jesus como um homem reservado e resignado
que saía do Seu caminho para curar o enfermo e sofredor; para dar paz mental ao pobre e
negligenciado; e para trazer esperança ao necessitado e rejeitado. Depois de estudar a cultura
e os costumes dos tempos bíblicos, de fazer comparação com o tratamento que Jesus dava às
mulheres, temos um quadro diferente. Jesus caminhou na Terra como um revolucionário. Sua
vinda desafiou o pensamento de homens e mulheres. Depois de terem um encontro com Ele,
suas vidas eram transformadas para sempre.

Nos tempos bíblicos, a vida da mulher era vivida primeiro sob a proteção de seu pai. Então, ao
se casar, ela se submetia à liderança do marido e da família. Houve ocasiões quando foi
considerada “impura”. Havia momentos quando se sentia sozinha no mundo, em busca de uma
palavra de esperança, de um olhar compreensivo ou do toque de Jesus para ser curada.

Tendo em vista que os evangelhos e outros livros do Novo Testamento foram escritos a partir
da perspectiva masculina, é interessante ver quantas vezes Jesus Se desviou de Seu caminho
porque sabia que uma mulher necessitava de Sua presença. Por exemplo, dirigiu-Se a Samaria
porque sabia que uma mulher viria buscar água (João 4).

Várias pessoas que seguiam Jesus de um lugar para outro eram mulheres. (PP 4) Lucas 8:1-3,
NVI, diz: “Depois disso Jesus ia passando pelas cidades e povoados proclamando as boas
novas do Reino de Deus. Os Doze estavam com ele, e também algumas mulheres que haviam
sido curadas de espíritos malignos e doenças: Maria, chamada Madalena, de quem haviam
saído sete demônios; Joana, mulher de Cuza, administrador da casa de Herodes; Susana e
muitas outras. Essas mulheres ajudavam a sustentá-los com os seus bens”. Provavelmente,
isso causava comentários interessantes devido ao apego estrito que os fariseus faziam da lei.
Mas e quanto à vida das mulheres que foi tocada por Jesus? O que elas nos falam dEle?
Consideremos as histórias que envolvem as seguintes mulheres:

(TR – 3, PP 5) 1. A viúva de Naim.

2. A mulher que tocou a veste de Jesus.

3. A mulher com o frasco de alabastro.

4. A viúva com duas moedinhas.

5. A mulher junto ao poço.

6. A mulher pega em adultério.

7. A mulher que foi a primeira a ver o Cristo ressurrecto.

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Há outras mulheres – Marta, Dorcas, Febe e muitas mais – porém, devido à escassez de tempo
iremos considerar brevemente apenas algumas das mulheres com quem Jesus interagiu.

A VIÚVA DE NAIM

Lucas 7:11-17 conta como Jesus visitou a cidade de Naim e deparou-Se com o jovem sendo
carregado para ser sepultado.

As viúvas dependiam, quase que inteiramente, dos parentes do sexo masculino, em especial
dos filhos. “Era um espetáculo de molde a despertar a compaixão. O falecido era filho único de
sua mãe, e esta uma viúva. A solitária aflita acompanhava à sepultura seu único sustentáculo e
conforto terrestre” (O Desejado de Todas as Nações, p. 318).

Dificilmente há uma cena mais triste do que a de uma mulher necessitada, solitária, pranteando
pela morte do marido e do filho. O que lhe reservava o futuro? Quem lhe supria as
necessidades diárias? Ela estava à mercê dos amigos e vizinhos. Mas “Ao vê-la, o Senhor se
compadeceu dela e disse: ‘Não chore’” (verso 13).

“‘Chegando-Se, tocou o esquife’ nem mesmo o contato com um morto Lhe podia comunicar
qualquer contaminação. Os condutores detiveram-se; cessaram as lamentações dos
pranteadores. Os dois acompanhamentos reuniram-se em torno do ataúde, esperando contra
todas as expectativas. Ali estava Alguém que banira a enfermidade e vencera demônios; estaria
também a morte sujeita a Seu poder?” (Ibidem).

A fim de ajudar essa viúva, enquanto simultaneamente mostrava o poder do Deus Todo-
Poderoso, Jesus fez várias coisas incomuns:

(PP 6)

1. Desviou-Se de Seu caminho para ajudar a pobre mulher.

“A uns trinta quilômetros de Cafarnaum” (Ibidem), e talvez fosse de difícil acesso. Porém,
mais de uma vez, Jesus Se desviou de Seu caminho a fim de ministrar às mulheres, como a
mulher siro-fenícia (Marcos 7:24-30).

2. Ele rompeu com a tradição.

Jesus estava sempre disposto a romper com a tradição quando isso beneficiava os outros,
especialmente as mulheres. Mesmo sabendo que se tocasse o caixão poderia ser considerado
“impuro”, Jesus o fez. O impuro não poderia torná-Lo impuro. Posteriormente, iremos ver que a
mulher com hemorragia por 12 anos, considerada como impura, tocou em Jesus, e isso não O
tornou impuro. Somente Jesus nos pode purificar de tudo o que nos torna “impuros” – quer
espiritual ou emocionalmente.

3. Ele ressuscitou o rapaz.

Por fim, Ele ressuscitou o jovem, dando-lhe novamente a vida. Não são mencionados os nomes
da viúva e de seu filho. Esses detalhes não são essenciais na história. O importante é que Deus
usou essa mulher cujo nome não é mencionado para ensinar uma lição à humanidade. “Aquele
que Se achava ao lado da desolada mãe à porta de Naim, vela ao pé de todo enlutado, à beira
de um esquife. É tocado de simpatia por nossa dor” (Ibidem). Era importante para Jesus que

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esses pranteadores tivessem a oportunidade de louvar e de saber que Ele tinha o poder de dar
a vida – independentemente de quem eles eram.

A MULHER QUE TOCOU O MANTO DE JESUS

Marcos 5:21-32 fala de outra mulher cujo nome não é mencionado no Novo Testamento, mas
cuja fé era forte – suficientemente forte para levá-la a crer que se tão-somente tocasse o manto
de Cristo poderia ser curada de sua enfermidade. Visto que tão pouco é conhecido a respeito
dela, pode, perfeitamente, simbolizar toda a humanidade. Ela pode ser você e eu, seu vizinho
ou o meu. Pode vir do Norte, do Sul, do Leste ou do Oeste.

Marcos diz que Jesus novamente estava cercado pela multidão. Então, surge uma mulher
afligida há doze anos por uma hemorragia (verso 25). Se, como criam os judeus, o fluxo
menstrual mensal tornava uma mulher judia ritualmente impura por sete dias, depois do que ela
devia ver o sacerdote (ver Levíticos 15), então imagine o que doze anos de sangramento
poderia fazer! Não apenas ela era considerada impura pela hemorragia, mas tudo o que tocava
também se tornava impuro. Ela era excluída do culto, da sociedade e do relacionamento
conjugal.

Jesus seguia caminho para curar a filha de um renomado líder da sinagoga quando Sua
jornada foi interrompida por uma mulher doente. O interessante é que essa filha havia nascido
no mesmo ano em que a mulher começara a padecer da enfermidade e a ter hemorragia
contínua. O tempo de Deus é surpreendente.

Sofrendo e constrangida, a mulher se esforça por alcançar Jesus e toca-Lhe o manto,


ignorando o ritual judaico da condição de impura da mulher com sangramento. A multidão não
sabe que ela sofre de hemorragia. Se soubessem de suas circunstâncias ao misturar-se com a
multidão, ela teria sido expulsa e atacada. Esquecida de sua dor e do cheiro do sangue velho,
seu único pensamento era aproximar-se dEle. Ela havia consultado a todos os médicos –
tentado todo tipo de medicação. Marcos diz que havia despendido todo seu dinheiro. Nada
ajudara. Somente Jesus poderia curá-la! Assim, arrastando-se ao pressionar e empurrar a
multidão, ela conseguiu aproximar-se e tocar-Lhe as vestes, e sentiu uma onda de poder correr-
lhe pelas veias. A hemorragia cessou instantaneamente!

Jesus também sentiu o poder que dEle saíra. Prontamente, vira-Se e pergunta à espantada
multidão: “Quem tocou em meu manto?” (verso 30).

Surpresos, os discípulos perguntaram: “‘Vês a multidão aglomerada ao teu redor e ainda


perguntas: ‘Quem tocou em mim?’”

(PP 7) “O Salvador podia distinguir o toque da fé, do casual contato da turba descuidosa. Essa
confiança não devia passar sem comentário. Queria dirigir à humilde mulher palavras de
conforto, que lhe serviriam de fonte de alegria - palavras que seriam uma bênção aos Seus
seguidores até ao fim dos séculos” (Ibidem, 344).

Sentindo-se culpada, a mulher impura se apresenta, temerosa e cai aos pés de Jesus. Conta
toda sua história. Com compaixão, dirige-lhe o olhar dizendo que sua fé a salvou e para ir em
paz, livre de seus sofrimentos. Imagine os comentários e os olhares da multidão naquele dia.

“Espero que ela não se tenha encostado em mim.”

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“Como ela se atreveu a tocar um homem?”


“Como ela ousou se meter entre nós?”

“Por que este homem é tão compreensivo com ela?”

“Será que Ele não sabe que ela está “impura”?”

Jesus a incentiva a contar à multidão a respeito de sua cura. Ela viu ex-amigos e vizinhos que a
haviam ignorado por doze longos anos. Enche-se de alegria por ter sido curada. Novamente
Cristo demonstra Seu poder ao dar a vida, a qual está disponível a todo aquele que crê – ainda
que envolvido nas pestilências deste mundo.

A MULHER COM O FRASCO DE ALABASTRO

Mateus 26:6-13, Marcos 14:3-9 e João 12:1-7 falam de outra mulher cuja vida foi tocada pela
compaixão de Jesus. Esta história ocorre na noite da sexta-feira, em Betânia, na casa de
Simão, que havia sido curado da temida doença, a lepra.

Dentre os convidados está Lázaro. Suas irmãs, Marta e Maria, também estão presentes, mas
ocupadas na cozinha. (Esta história é narrada nos três evangelhos, mas somente João
menciona o nome da mulher como Maria.)

Maria vem para o jantar com um valioso frasco de alabastro, contendo uma especiaria
caríssima. Enquanto os homens comem, bebem e conversam alegremente, ela se aproxima de
Jesus reclinado à mesa. Era costume que somente os homens comessem à mesa. As mulheres
deveriam estar ou na cozinha ou servindo o alimento. Elas comiam depois que os homens
tivessem terminado a refeição. Portanto, mesmo que tivesse entrado no aposento apenas para
servir, Maria estaria fazendo algo raro.

Que comoção esse ato provocou! Não apenas o aroma do perfume inundou o local, mas muitos
convidados ficaram contrariados com o valor pago pelo perfume que, segundo pensavam, fora
mal empregado. Edersheim diz:

“... o valor gasto era muito alto, lembrando-se que 300 denários seriam mais ou menos
suficientes para prover pão para 5.000 homens e suas famílias, e que o salário normal de um
trabalhador era de um denário por dia”. Alfred Edersheim, The Life and Times of Jesus the Mes-
siah, p. 721.

De acordo com Marcos o perfume “poderia ser vendido por trezentos denários” (Marcos 14:5).

Não satisfeito com isso, Garrison Webb nos diz que ela:

“Colocou-se atrás de Jesus de Nazaré. Colocando-se sobre Ele que estava reclinado sobre o
cotovelo, Maria deliberada, notória e audaciosamente ignora um costume de dois mil anos.
Agindo rapidamente, derrama o nardo da Índia sobre a cabeça do Mestre. Então, João
acrescenta, derrama mais perfume sobre Seus pés. Irrompendo na sala de banquete dos
homens, uma mulher ousou ungir um homem ‘da cabeça aos pés’” – Women in the Life of
Jesus, p. 154.

Quebrando o frasco, ela derrama óleo sobre a cabeça e pés de Jesus; então, por não ter uma
toalha, o que Maria faz? – desata seus longos cabelos e mostra-os em público – temos

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dificuldade de compreender esse agravo porque, naquela época, somente as mulheres


impudentes das ruas usavam os cabelos soltos para que todos os vissem e admirassem. Mas
Maria viera à festa para ungir seu Senhor e Mestre antes do dia de Sua morte que se
aproximava. Não havia Ele falado muitas vezes a esse respeito? Aparentemente os homens
não compreenderam o significado de Suas palavras, mas uma mulher levou-as a sério e
estendeu a mão a Jesus quando Ele necessitava de apoio.

Judas criticou e condenou a mulher, mas Jesus extraiu uma lição destacando a proximidade de
Sua morte. Os homens ficaram boquiabertos diante da audácia da mulher. Mas Jesus
compreendeu o que ela estava fazendo. “Deixem-na em paz”, Cristo disse amavelmente. (PP 8)
Mas eles teceram juízos por ela haver quebrado tradições como:

 Penetrar na festa dos homens.


 Quebrar um valioso frasco de alabastro.
 Desperdiçar dinheiro com perfume caro.
 Colocar-se sobre um homem.
 Tocá-Lo em público, e
 Soltar os cabelos para que todos os vissem.

Cristo coloca o nome da Maria nos livros da história cristã. (PP 9) “Eu lhes asseguro que em
qualquer lugar do mundo inteiro onde este evangelho for anunciado, também o que ela fez será
contado, em sua memória” (Mateus 26:13).

“Poucas coisas que nosso Senhor fez de forma mais genuína chocou os líderes religiosos de
Seus dias como Sua prontidão em estender compaixão e perdão a uma mulher que ‘era
pecadora’” – Anthony Deane, The World Christ Knew, p. 85.

A VIÚVA E AS DUAS MOEDINHAS

Marcos 12:41-44 menciona: “Então, uma viúva pobre chegou-se e colocou duas pequeninas
moedas de cobre, de muito pouco valor ... esta viúva pobre colocou na caixa de ofertas mais do
que todos os outros”. Jesus e os discípulos estavam próximos da saída do templo. Jesus
chamou a atenção dos discípulos para a pobre viúva dando tudo o que tinha como oferta. Que
contraste com os homens ricos que faziam grande ostentação de suas ofertas.

As pessoas deviam estar bem perto da viúva para saberem quanto dinheiro havia doado. É
bem provável que ela tenha ouvido as palavras de aprovação proferidas por Jesus ao comentar
com Seus discípulos a respeito do que ela fizera. Que alegria Suas palavras devem ter-lhe
trazido ao espírito! Isso ocorreu poucos dias antes de Sua crucifixão. Será que o ato de fé da
pobre viúva trouxe alegria a Jesus ao Se preparar para o maior sacrifício de todos os tempos?

(PP 10/11) “Uma outra lição de como Jesus tratou a viúva pobre é que o mais pobre, o mais
humilde, e não notado – pelos padrões mundanos – ainda é de grande valor aos olhos de
Jesus. Pelos padrões e avaliações de Seus dias, as mulheres eram cidadãs de segunda classe.
Uma mulher que havia perdido a companhia de seu esposo perdia mais do que apenas seu
companheiro – perdia também seu status na sociedade. E uma mulher que era viúva e pobre
estava entre as que se encontravam em uma das condições mais inferiores” – Morris L.
Venden, Como Jesus Tratava as Pessoas, p. 89.

A MULHER JUNTO AO POÇO

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João 4:1-42 conta uma das histórias mais interessantes a respeito de como Jesus lidou com
uma situação que envolvia uma mulher de outra cultura. O costume judaico dizia que os
homens não deveriam conversar com as mulheres na rua (até mesmo com sua própria esposa)
a fim de evitar a aparência do mal. Mas isso não deteve Jesus.

João 4:4, diz: “Era-lhe necessário passar por Samaria”. Como o estudo revela, vemos que o
motivo para passar por lá se devia a essa mulher. Jesus lhe deu a oportunidade de levar as
boas novas do evangelho a seus vizinhos!

Ele está cansado pela viagem e pelas pregações que fizera e assim os discípulos O deixam
sozinho descansando enquanto se dirigem à cidade em busca de alimento. Jesus se assenta
junto ao poço no calor do meio-dia, sedento e aguardando pela chegada de alguém que lhe
possa tirar água do poço.

A maioria das mulheres da cidade veio cedo de manhã para encher suas vasilhas e
conversarem entre si. Mas essa mulher chega na hora mais quente do dia para evitar a
maledicência das outras mulheres – visto que tem má fama na cidade.

Ela se encurva sobre o poço, enche sua vasilha e prepara-se para voltar. Fica surpresa quando
um estranho lhe pede água – embora seja o costume no Oriente Médio nunca recusar alimento
ou água a um estrangeiro, este homem é judeu, e um homem santo!

“O ódio existente entre judeus e samaritanos impedia a mulher de oferecer um obséquio a


Jesus; o Salvador, porém, buscava a chave para esse coração, e com o tato nascido do divino
amor, pediu, não ofereceu um favor” (O Desejado de Todas as Nações, p. 184).

Jesus leva a conversa para temas de natureza espiritual. “‘Se você conhecesse o dom de Deus
e quem lhe está pedindo água, você lhe teria pedido e ele lhe teria dado água viva’” (verso 10).

A resposta dela dizendo que Ele não tinha com que tirar a água mostra que estava pensando
na necessidade física dEle de água para refrigerar o corpo. Mas fica interessada na “água viva”
que Ele oferece. Jesus capta a linha de pensamento da mulher e prossegue com a mensagem
que tem para ela.

Jesus fala da água que provê a vida eterna. Agora prende a atenção dela. Como ela gostaria de
não mais precisar vir até o poço para pegar água a cada dia! Então Jesus muda a conversa
para o pecado em sua vida – o que a separa das outras mulheres da cidade. Quando lhe pede
para voltar para casa e trazer seu marido, ela responde confiantemente: “Não tenho marido”
(verso 17).

Agora Jesus pode ajudá-la a enfrentar o pecado que lhe domina a vida. Menciona os cinco
outros maridos que teve na vida. A mulher fica a perguntar-se que tipo de homem é esse
estrangeiro que conhece seus segredos do passado. No verso 19 ela reconhece que Jesus é
um profeta. Menciona o “Messias” e Jesus Se lhe revela como o Messias!

Assim que acaba de ouvir essa maravilhosa informação, chegam os discípulos. Eles ficam
horrorizados ao verem Jesus conversando com uma mulher – não apenas uma mulher, mas
uma mulher samaritana! Ela já aprendera muito e, surpreendentemente, “deixando o seu
cântaro, a mulher voltou à cidade”. Esta é uma mulher transformada que já não mais teme olhar
no rosto de seus vizinhos. Agora tem boas novas para partilhar! “Será que ele não é o Cristo?”

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Seu rosto tem um aspecto diferente e irradia alegria. Quais são os resultados do encontro de
Jesus com a mulher samaritana junto ao poço?

(PP 12)

 Ele não a condenou, antes lhe deu esperança.


 Ela partilhou as boas novas com seus vizinhos.
 Alguns vizinhos vieram ouvir Jesus.
 “Muitos samaritanos daquela cidade creram nele por causa do ... testemunho dado pela
mulher”.

Porém, a mulher e seus vizinhos não foram os únicos a serem afetados.

“Mas o propósito de Cristo ultrapassa a tradição humana. Ao conversar com uma samaritana,
Jesus ilustrou o poder do evangelho para toda a humanidade. Por intermédio de um único
contato, toda a cidade ouviu Sua mensagem. Isso causou indelével impressão nos discípulos”.
Carlos Medley, editorial, “Challenging the Status Quo”, Adventist Review, 24 de fevereiro de
1994.

(PP 13/14/15)

“Jesus começara a derribar a parede de separação entre os judeus e os gentios, e a pregar


salvação a todo o mundo. Conquanto judeu, misturava-Se sem restrições com os samaritanos,
anulando os costumes farisaicos de Sua nação. Apesar de seus preconceitos, aceitou a
hospitalidade desse povo desprezado. Dormiu sob seu teto, comeu com eles à mesa -
partilhando do alimento preparado e servido por suas mãos - ensinou em suas ruas, e tratou-os
com a máxima bondade e cortesia” (O Desejado de Todas as Nações, p. 193).

A MULHER PEGA EM ADULTÉRIO

João 8:1-11 conta a linda história da compaixão de Jesus pelo pecador. Trata-se da história de
uma mulher da rua que ganhava sua vida da forma mais difícil de todas – vender seu corpo a
qualquer homem que tivesse dinheiro para pagar seu preço. Talvez não tivesse marido ou pai
para protegê-la e sustentá-la.

Os homens a usavam, abusavam dela e se recusavam reconhecê-la em público. Visto que


sabiam tudo a seu respeito, recusavam-se a falar com ela, mesmo diante de sua tremenda
necessidade de um amigo.

Então, chega o dia em que é pega no ato, e embora o homem fuja, ela é arrastada pela rua a
fim de ser apedrejada até a morte – a punição por esse tipo de crime. (A lei requeria que ambos
recebessem o castigo, mas obviamente tratava-se de uma armadilha). Jesus Se encontra na
cidade.

Ela cai encurvada, sentindo-se profundamente envergonhada, aguardando pelas palavras de


condenação certa. João, o discípulo amado, registra as palavras então proferidas por Jesus:
“‘Mulher, onde estão eles? Ninguém a condenou?’”

“Jesus convidou alguém que absolutamente não tivesse pecado entre os presentes para trocar
as palavras pelas ações e atirar a primeira pedra contra a mulher cuja culpa era inegável. Mas

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Ele fez isso com tal defesa da dignidade e forma imperturbável que cada homem que O ouvia
foi compelido a desviar o olhar da pobre criatura caída à Sua frente e a olhar para dentro de si
mesmos” (Webb Garrison, Women in the Life of Jesus, p. 170).

Todos os homens desapareceram. As próximas palavras proferidas por Jesus soam aos
ouvidos da mulher e ecoam em sua mente: “‘Eu também não a condeno. Agora vá e abandone
sua vida de pecado’”.

A MULHER QUE FOI A PRIMEIRA A VER O CRISTO RESSURRECTO

João 20:1-18 prossegue com a história maravilhosa de Maria Madalena. Depois de abandonar
o pecado, ela se torna discípula de Jesus. Ela é uma das que, cedo no domingo, vão à tumba
onde Jesus foi sepultado depois da crucifixão. Ao ver que a pedra já foi rolada, ela corre até os
demais discípulos e conta-lhes que o corpo foi roubado. Pedro e João correm para
comprovarem por si mesmos o que ela disse.

Eles voltam para casa, mas Maria permanece junto à tumba, chorando. Então vê dois anjos.
Sua conversa com eles a respeito do roubo do corpo do Senhor finda com alguém perguntando:
“‘Mulher, por que está chorando? Quem você está procurando?’” Ela pensa que é o jardineiro
que está perguntando, mas quando o ouve dizer: “Maria”, sabe que é Jesus.

Maria corre para partilhar as boas novas de seu Senhor ressurrecto com os outros discípulos –
que alegria e que privilégio foi o dela por ser escolhida para essa tarefa! Ela, que fora perdoada
por seu Senhor, é agora a primeira pessoa a quem Jesus aparece depois de Sua ressurreição.

(PP 16) “As mulheres podem ser instrumentos de justiça, prestando santo serviço. Foi Maria
quem primeiro pregou Jesus ressuscitado. ... Se houvesse vinte mulheres onde há agora uma,
as quais fizessem dessa santa missão seu trabalho apreciado, veríamos muitos mais conversos
à verdade. A influência enobrecedora, suavizante, de uma mulher cristã, é necessária na
grande obra de pregar a verdade” (Evangelismo, pp. 471 – 472).

CONCLUSÃO

Certamente, Jesus tinha simpatia pelas mulheres de Seus dias. Ele Se comportava de forma
inesperada, afastando-se das tradições e fazendo o que sentia ser justo. Esse é o tipo de Jesus
a quem servimos – Aquele que tem consideração pelas mulheres e que toca a vida delas com
bondade e compreensão.

(PP 17/18) “Jesus tratava as mulheres como gente. Desviou-Se de seu caminho para refutar,
por Suas ações, as atitudes contra as mulheres. ... Insistiu para que a Maria de Betânia tivesse
permissão para sentar-se a Seus pés e aprender a teologia em vez de ser enviada para a
cozinha onde as tradições a colocavam. Ergueu a mulher pega em adultério ao nível humano
de seus acusadores. A mulher de Samaria ficou tão surpresa quanto os discípulos de que Ele
lhe dirigisse a palavra. Mas Jesus foi mais além; comissionou-a a levar as boas novas a toda a
sua vila”. (Patricia Gundry, Heirs Together, Zondervan Publishing House, Grand Rapids, MI.,
1980, p. 46).

(PP 19/20) “... Cristo também desafiou o status quo ao advogar a dignidade das mulheres. Em
incontáveis encontros, Ele afirmou as mulheres e elevou o nível de respeito por elas em uma
sociedade dominada pelos homens. Ele também fez um esforço especial para levar-lhes o
evangelho. Em resposta à compaixão de Cristo, as mulheres proveram um sistema de apoio-

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chave a Seu ministério e resistiram ao escárnio e a ridiculização por ouvirem Seus


ensinamentos”. Carlos Medley, editorial, “Challenging the Status Quo – 2”, Adventist Review, 31
de março de 1994.

Que resposta a um Salvador assim brota do seu coração? Você está disposta a enfrentar o
escárnio e ridiculização por Ele? Tome a decisão de ir e partilhar as boas novas de um Salvador
bondoso e amoroso com as mulheres em seu bairro, cidade, metrópole; com sua família,
amigos e vizinhos. Dê-lhes a esperança que tem sido transmitida ao longo dos séculos – que
Jesus ama a cada um de nós e que deseja que partilhemos Seu reino com Ele.

Recursos:

Reproducible Bible Story Coloring Book: Old Testament & New Testament Learning Fun
(Cincinnati, Ohio: The Standard Publishing Co, 1994).

Alexander, David and Pat, editores, Eerdmans’ Handbook to the Bible (Grand Rapids, Michigan:
William B. Eerdmans Publishing Company, 1973).

Anderson, Esther e Wolfe, Arlene, Women of the Bible: A Women’s Course of Bible Studies
(Nairobi, Kenya: Kesho Publications, 1974).

Carmody, Denise Lardner, Biblical Woman: Contemporary Reflections on Scriptural Texts (Nova
Iorque, Nova Iorque: The Crossroad Publishing Company, 1988).

Deane, Anthony, The World Christ Knew (Madison, Wisconsin: Adult Christian Education Foun-
dation, 1953).

Deen, Edith, All of the Women of the Bible (San Francisco, California: Harper San Francisco,
1988).

Douglas, J. D., editor geral, New Commentary on the Whole Bible (New Testament volume)
(Wheaton, Illinois: Tyndale House Publishers, Inc., 1995).

Edersheim, Alfred, The Life and Times of Jesus the Messiah (Estados Unidos: Hendrickson
Publishers, Inc., 1995).

Flora, Sherril B., New Testament Bible Story Patterns (Grand Rapids, Michigan: In Celebration
[T. S. Dennison], 1996).

Flowers, Ron e Karen, Love Aflame (Hagerstown, Maryland: Review & Herald Publishing Asso-
ciation, 1992).

Garrison, Webb, Women in the Life of Jesus (Indianapolis, Indiana: The Bobbs-Merrill Co. Inc.,
1962).

Gundry, Patricia, Heirs Together (Grand Rapids, Michigan: Zondervan Publishing House, 1980).

Habada, A. Pat, e Brillhart, Rebecca Frost, editores, The Welcome Table (Langley Park, Mary-
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Maus, Cynthia Pearl, Christ and the Fine Arts: An Anthology of Pictures, Poetry, Music, and Sto-
ries Centering in the Life of Christ (Londres, Inglaterra: Harper & Brothers Publishers, 1938).

Medley, Carlos, editorial, Challenging the Status Quo, Adventist Review, 24 de fevereiro de
1994.

Medley, Carlos, editorial, Challenging the Status Quo – 2, Adventist Review, 31de março de
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Ryrie, Charles Caldwell, The Role of Women in the Church (Chicago, Illinois: Moody Press,
1970).

Venden, Morris L., Como Jesus Tratava as Pessoas (Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora
Brasileira, 1990).

White, Ellen G., O Desejado de Todas as Nações (CD-Rom Obras de Ellen G. White, versão
2.0).

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