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UNIVERSIDADE ABERTA - ISCED

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E GESTAO


LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E AUDITORIA

IMPACTO DA AUDITORIA INTERNA NAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS,


CASO DE ESTUDO NO CONSELHO MUNICIPAL DA VILA DE MONAPO-
PROVINCIA DE NAMPULA (2017 - 2018)

JOSEFINA ALBANO

NAMPULA, NOVEMBRO DE 2022


UNIVERSIDADE ABERTA - ISCED
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E GESTAO
LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E AUDITORIA

IMPACTO DA AUDITORIA INTERNA NAS INSTITUICOES PUBLICAS,


CASO DE ESTUDO NO CONSELHO MUNICIPAL DA VILA DE MONAPO-
PROVINCIA DE NAMPULA (2017 - 2018)

Monografia científica entregue ao centro de recurso de Nampula,


Faculdade/Departamento de Ciências de Educação como requisito para obtenção do
grau académico de licenciatura em contabilidade e auditoria

O candidato
O supervisor
__________________________
_____________________

NAMPULA, NOVEMBRO DE 2022


CAPITULO II: REVISÃO DE LITERATURA

Nesta área de trabalho, a autora traz conhecimentos definidos por alguns autores de
obres literárias que abordam sobre auditoria interna, o seu conceito, importância,
vantagens e desvantagens, principais erros e fraudes do mesmo e medidas de prevenção

2.1. Conceituação de Auditoria externa e interna

Conforme afirma Nascimento (2014) & Attie (2000), basicamente a auditoria interna é
formada por profissionais ligados directamente à empresa, esses têm um menor grau de
independência e um maior tempo para aplicar testes dentro da empresa, pois passam boa
parte de seu tempo ali dentro. Os objectivos dos auditores internos é averiguar se as
normas internas são seguidas, se precisam ser mudadas e realizar auditoria das áreas das
demonstrações contábeis e operacionais.

A partir do conteúdo apresentado até agora é possível destacar que o objectivo principal
do auditor é emitir uma opinião sobre as demonstrações contábeis, atestando se as
mesmas estão de acordo com as práticas aceitas.

O trabalho de auditoria pode ser realizado a partir de um profissional advindo da própria


organização auditada, considerado o auditor interno, ou de um profissional externo à
entidade, chamado de auditor externo.

Attie (1998, p. 27) afirma que “a origem do termo auditor em português, muito embora
representado pela origem latina (aquele que ouve, o ouvinte), na realidade provém da
palavra inglesa to audit (examinar, ajustar, corrigir, certificar) ”. Considerando o
ambiente empresarial, a figura do auditor interno está mais relacionada com a
administração, uma vez que auxilia a organização no cumprimento das suas obrigações
e responsabilidades. Sendo assim, a auditoria interna se assemelha à consultoria, não
podendo o auditor interno, segundo o Conselho Federal de Contabilidade, auditar as
demonstrações contábeis das quais participou da confecção.

Em se tratando de empresas de grande porte, a auditoria interna deveria se reportar ao


Conselho Administrativo. Em referência à auditoria interna, Franco e Marra (2001)
destacam que: a auditoria interna é aquela exercida por um funcionário da própria
empresa, em carácter permanente.

Apesar de seu vínculo à empresa, o auditor interno deve exercer sua função com
absoluta independência profissional, preenchendo todas as condições necessárias ao
auditor externo, mas também exigindo da empresa cumprimento daquelas que lhe
cabem. Ele deve exercer sua função com total obediência às normas de auditoria e o
vínculo de emprego não lhe deve tirar a independência profissional, pois sua
subordinação à administração da empresa deve ser apenas sob o aspecto funcional.
(Franco e Marra, 2001, p. 219).

De acordo Franco & Marra (2001), Já a auditoria externa é formada por um profissional
não ligado directamente à empresa, tem um grau de independência elevado, por isso o
nome de auditor independente e tem a função de auditar apenas a área contábil da
empresa. Seus objectivos são averiguar se as demonstrações contábeis mostram a
verdadeira posição patrimonial e financeira da empresa e se as normas de contabilidade
estão devidamente aplicadas.

O volume de testes aplicados para averiguação dos factos, é menor, pois o auditor busca
erros que modifiquem significativamente as demonstrações contábeis da empresa
conforme afirma Nascimento (2014).

Voltando às considerações feitas por Franco e Marra (2001) acerca da auditoria interna
e da auditoria externa, nota-se que, para ambas, a independência do auditor deve ser
mantida, uma vez que a diferença deve estar apenas no vínculo das instituições.

Porém, quando se trata de uma avaliação exigida por um terceiro, é normal que esse
vínculo de emprego do auditor com a empresa auditada, no caso da auditoria interna,
não seja a preferida pelos solicitantes.

2.2. Normas da auditoria

Algumas condições são impostas para que a auditoria seja realizada. Essas normas são
aplicadas ao auditor, à execução do trabalho e ao parecer.

Em relação ao auditor, esse deve ser habilitado pelo CRC, ser totalmente independente
da empresa contratante, e ser cuidadoso em seu trabalho e exposição de conclusões, pois
pode prejudicar seu cliente caso não o seja.

Lopes de Sá (2000, p. 58) diz que: se o auditor não possuir requisitos de poder
financeiro que possam garantir a sua opinião, quanto aos riscos naturais, certamente seu
cliente estará desprotegido. Há vários casos de auditores que pagaram indemnizações
por faltas cometidas, possibilitando manter inabalável a fé que precisam possuir; se o
auditor não responde pela sua actuação, naturalmente deixa seu cliente à mercê de riscos
às vezes desastrosos para integridade patrimonial. A assinatura do auditor em balanços,
peças, relatórios, deverá dar-lhes um cunho de seriedade, fidelidade e garantia. Em
relação à execução do trabalho este deve ter um bom planeamento antes de qualquer
coisa, o auditor irá analisar toda parte contábil da empresa até a obtenção de
comprovações para emitir seu parecer.

Para Attie (2000, p. 59) o auditor deve planejar seu trabalho consoante as Normas de
Contabilidade e de acordo com os prazos e demais compromissos contratualmente
assumidos com a entidade.

Almeida (2008) ainda cita que o planeamento deve também buscar menor custos e
qualidade dos serviços. O parecer deve deixar claro se o trabalho foi realizado de acordo
com as normas contábeis e se as informações realmente fazem parte do exercício social
que se está analisando. O auditor pode emitir parecer satisfatório ou positivo sem
ressalva, com ressalva, com abstenção de opinião ou parecer adverso.

Dessa maneira, a auditoria externa, também chamada de independência é a mais usada


nesses casos; sendo esta o tipo de auditoria de conhecimento da instituição.

Haja vista os procedimentos de auditoria descritos por Boyton (2002) as instituições


publicas tem conhecimento prático da maioria deles, mas em dois deles a instituição,
tem mais dificuldade em lidar, que são:

 Inspecção – que compreende o exame detalhado de documentos e registos. Para


esse procedimento é necessário o levantamento de toda a documentação
relevante ao motivo para o qual se fez relevante a auditoria, o que requer maior
zelo e dedicação por parte dos profissionais da empresa, já que envolvem vários
sectores, como o de legalização, arquivo, recursos humanos, qualidade, sendo
em um só procedimento.
 Observação – que está directamente relacionada a acompanhar ou testemunhar
a realização de algum processo ou actividade. Para as instituições, esse
procedimento é também bastante complexo porque envolve a estrutura da
produção; área de maior atenção dos gestores em função do forte compromisso
com a qualidade e com a saúde daqueles que consomem e preferem os
sanduíches fabricados pela empresa.
2.3. Principais erros ou fraudes encontrados pela auditoria nas instituições
públicas

Pela falta de informação ou até mesmo pelo simples ato de burlar as leis, grande parte
das empresas são tomadas por erros ou fraudes que dependendo de como e por quem
forem descobertas podem levar a empresa à falência. O papel do auditor externo é
verificar esses possíveis erros em toda parte contábil e financeira da empresa.

A falta de organização, a violação dos princípios contábeis, as falhas na emissão de


notas fiscais electrónicas, a omissão de documentos ou falsificação destes, utilização
inapropriada de informações privilegiadas são os principais problemas evidenciados
pela auditoria.

À partir do momento que tais erros são encontrados, a administração da empresa deve
procurar formas de corrigi-los e buscar meios para adequar toda a contabilidade da
empresa de acordo com as normas contábeis actuais.

2.4. Auditoria como prevenção de erros e fraudes

O auditor não é responsável pelos erros e fraudes, mas pode encontrar formas de fazer
com que a organização evite tais actos, como afirma Nascimento (2014) em seu artigo
“auditoria independente: como lidar com os erros e fraudes nas organizações”.

O auditor tem papel fundamental de mostrar aos administradores os impactos que as


fraudes podem gerar na empresa e procurar formas de resolvê-los. Uma das formas é a
orientação quanto à melhoria do controle interno, pois assim será possível analisar mais
os balanços, ver os pontos fracos da empresa e onde poderia ou não haver erros e
fraudes.

As instituições e empresas também devem ser orientadas quanto à contratação de


profissionais qualificados que entendam de todas as leis actuais e que tenham um bom
currículo em outras empresas, evitando contratar pessoa que algum dia já gerou
problemas em outras organizações por conta de actos ilícitos. Outras formas de manter
maior controle e evitar qualquer acto que venha prejudicar a empresa é monitorar todas
as áreas que tem importantes documentos, com câmeras.
2.5. Controles Internos

Entendendo que os controles internos são os importantes para garantir a continuidade da


empresa e também a confiabilidade das informações, assim como diz Attie (1998, p.
112), a Empresa Alfa atribui especial atenção para as formas de controle. Como se trata
de uma empresa com uma estrutura bem definida, a administração tem facilidade para
verificar se os procedimentos estabelecidos estão sendo correctamente executados. A
divisão das áreas que compõem a organização, tais como produção, qualidade,
comercial, fiscal, financeiro e administrativo, basicamente, contribui para a verificação
particionada das funções, envolvendo a prevenção, observação, direcção e controle dos
acontecimentos da empresa, assim como relata Franco e Marra (2001, p. 267).

O controle interno deve avaliar sempre o risco de fraude observando todos os balanços e
documentos regularmente. Orientar os gestores à participar de treinamentos com
profissionais da auditoria sobre fraudes, pois tendo o conhecimento de como tudo deve
ser feito e conseguindo ver os benefícios e vantagens disso, as empresas poderão ter
uma maior credibilidade no mercado.

2.6. Importância de Auditoria Interno

São os principais gestores os responsáveis por essa verificação, reportando aos sócios
apenas os eventos mais relevantes que forem encontrados, com a intenção de promover
as correcções cabíveis. Sendo assim, a partir da entrevista foi possível observar que os
controles internos são rigorosamente verificados, principalmente em função de a
gerência entender que são esses controles os grandes responsáveis pela promoção e
manutenção do crescimento.

E essa importância não é entendida apenas pelos gestores não; os empregados de nível
estratégico são constantemente alertados, através de reuniões regulares, para a
importância do zelo no desenvolvimento das suas actividades, bem como os
empregados do nível operacional, para os quais são ministrados treinamentos
periódicos.

Mostrar para os empregados a importância de zelar pelos controles internos é uma


estratégia adoptada pela Empresa Alfa para minimizar os erros, uma vez que a todos são
apresentados uma visão holística da empresa, mostrando que esses erros podem não
reflectir directamente no trabalho de quem o cometeu, mas certamente influenciará o
serviço de outra pessoa ou sector.

No que se refere aos controles internos a Empresa Alfa aponta como um ponto forte o
facto de a maioria das actividades envolverem mais de uma pessoa, o que aumenta as
chances de acerto. Geralmente, uma mesma operação pode ser desenvolvida ou
conferida por mais de um profissional; e isso só é possível em função de um valor
cultural bastante disseminado na organização, que é o fato de uns conhecerem as
funções dos outros. Porém, os gestores ressaltam que as actividades são claramente
distribuídas, mas há uma forte interacção entre as áreas, visando sempre o caso de
alguém precisar se ausentar.

Além da interacção entre as áreas, foi apresentado como ponto forte, no que tange os
controles internos, a grande preocupação e incentivo da empresa na qualificação de seus
profissionais. A Empresa Alfa é uma organização que apoia, tanto moral quanto
financeiramente, a continuação dos estudos, dando oportunidades àqueles que se
dedicam e estão constantemente buscando o seu crescimento, assim como sugere Attie
(1998, p. 116).

Em contrapartida, existem alguns factores que interferem negativamente na prática e


supervisão dos controles internos, e que são de conhecimento da Empresa Alfa. Dentre
eles, um merece destaque: é o facto de a empresa não possuir um sistema de
informações que integre todas as áreas da empresa. Os sistemas de controle não
interagem entre si, o que aumenta as chances de duplicidades, uma vez que quantidade,
por exemplo, apurada em um sector pode não ser a mesma levantada em outro, e o
tempo de resposta, que é maior do que a das empresas que possuem sistemas integrados,
gerando relatórios com mais velocidade.

A empresa já está estudando uma estratégia para integrar os sistemas, apesar de afirmar
que esta não é uma questão de rápida solução.

2.7. Vantagens e desvantagens da Auditoria interna

Conforme Franco e Marra (2001, p. 28) a Auditoria tem como vantagens examinar os
registos, documentos e as confirmações feitas com a intenção de mensurar a exactidão
desses registos, emitindo um parecer. Convergindo a esse conceito, para as instituições
pública, a auditoria é tida como um processo que apura se a forma com que as
actividades estão sendo desenvolvidas está de acordo com o padrão e as leis aceitas.

A partir de observações acerca do assunto principal abordado nesse trabalho académico,


seja dentro ou fora do objecto de estudo em questão, a instituição, é possível apontar
que existe, nos dias actuais, certa resistência por parte das instituições públicas quando
o assunto é auditoria interna. Talvez pelo facto da auditoria levantar erros e fraudes,
sendo que nesta a repercussão é ainda maior, por envolver crimes, é possível observar
que esse assunto ainda não é um factor facilmente tratado pelas empresas. E, no caso da
instituição, não é diferente.

A visão apresentada por Attie (1998) de que a auditoria é uma ferramenta de controle
administrativo, destacando fatos e informações originadas nos mais variados sectores de
uma entidade pareceu não estar claro para os gestores da empresa estudada. Para eles, a
auditoria é um processo que pode sim ser benéfico para a empresa, mas que também
pode ser, por algumas vezes, desgastante, na medida em que as exigências, em termos
de controles, são muitas. A instituição, já passou por algumas auditorias em função da
exigência dos principais actores. Sendo assim, é importante salientar que as auditorias
sofridas pela empresa estudada não são aquelas exigidas pela legislação contábil, uma
vez que a instituição, por questões fiscais, está desobrigada a passar por ela.

Os gestores da organização destacaram que as auditorias ocorridas na empresa são para


avaliar a sua estrutura, haja vista que uma atenção especial deve ser dada ao sector
alimentício, justamente por estar directamente relacionado à saúde humana. Sendo
assim, a empresa desenvolve as suas actividades pautadas nas normas estabelecidas por
alguns órgãos relacionados ao sector.

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