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Academia Militar "Marechal Samora Machel"

Estudante‫ ׃‬Filomena João Amole Jemula


Mestrado‫ ׃‬Administração e Regulação de
Educação

Docente‫ ׃‬PhD, Nelson Chapala.


Cadeira‫ ׃‬Práticas de Supervisão e Inspecção Educacional

TEMA:
História da supervisão escolar no Mundo, África e em
Moçambique
Nampula, Agosto De 2023
HISTÓRIA DA SUPERVISÃO ESCOLAR NO MUNDO E ÁFRICA

Ayer (1954), afirma que‫׃‬


Durante a Pré-história não se pode falar de um serviço de supervisão
escolar, pois não se dispunha de um sistema de educação. Já nos povos
da Antiguidade, Índia, Egipto, Pérsia e China, a vigilância das
instituições educativas estava a cargo de pessoas representantes das
castas sacerdotais ou da nobreza. Foi na Grécia que nasceu a verdadeira
instituição educativa, como um sistema que acompanha o indivíduo
desde o nascimento até a idade adulta. Aí existiam pessoas,
encarregadas de exercer vigilância sobre as escolas. No caso de Roma,
esta actividade cabia aos censores (p. 6).
Cont.
Após a Idade Média, quando se estruturam as modernas nações e se
fundam os sistemas escolares, compreendendo a educação em todos
os seus níveis, surge a inspecção escolar em termos de instituição. A
partir de então, inspecção tem sido exercida de modo diverso,
variando não só o objecto mas também os propósitos e os métodos
adoptados pelo inspector.
Entre os séculos XVII e XIX, a supervisão é considerada inspecção,
geralmente realizada por leigos. O supervisor é chamado "inspector" e
suas funções eram mais de julgar do que funções executivas. Julgava
mais o professor do que o ensino ou o rendimento do aluno.
Cont.

No século XIX, com o aparecimento das escolas normais, a supervisão


é predominantemente uma actuação sobre o professor, no acto de
ensinar. O professor é despreparado e precisa de orientação e
treinamento; é necessário ensinar-lhe a ensinar melhor. Visando o
controle do professor esta é ainda uma supervisão autoritária.
Já no século XIX, o supervisor é um profissional e dispõe, muitas
vezes, de formação específica no campo de ensino. É ainda nessa
época que surgem os supervisores especiais, em decorrência da
ampliação do currículo, com inclusão de música e arte, ciência e
história.
No século XX, aperfeiçoam-se os métodos e técnicas de ensino; por
outro lado, surgem critérios objectivos de aferição do rendimento
escolar, através dos testes de escolaridade.
História da supervisão escolar em Moçambique

A supervisão em Moçambique tem que ser enquadrada antes de mais na


evolução do sistema da educação (Barbosa, Ibraimo, Laita & Mussagy,
2017).
Os autores acima salientam que, no período colonial (1845-1974), foi
fortemente marcado por uma educação virada aos interesses coloniais,
sobretudo para a produção de matérias-primas para as indústrias
portuguesas. Neste período houve forte aliança entre o regime colonial
português e a igreja católica. Na inspecção escolar colonial, o inspector
tinha a autonomia de tomar medidas punitivas contra os infractores da lei
referente à educação. Tais medidas consistiam na suspensão imediata e
expulsão, muitas vezes por causa das irregularidades tais como: falta ao
serviço, postura não adequada e a não planificação das aulas.
Cont.
No período do governo de transição (1974-1975) a educação em
Moçambique foi marcada pela transição da inspecção escolar
colonial para a inspecção que se pretendia depois da
independência, ou seja, uma inspecção que visava controlar as
políticas do Sistema Nacional de Educação (SNE) (Barbosa, Ibraimo,
Laita & Mussagy, 2017, p.83).
Após a proclamação da independência nacional a 25 de Junho de
1975, a Frelimo assumiu o poder político. No âmbito da
implantação do seu governo, concretamente em 1978, através do
diploma ministerial 76/ de 11 de Setembro, o Ministério de
Educação e Cultura (MEC) criou a Inspecção Geral da Educação e
Cultura.
Cont.
Na visão de Selimane (2015)‫׃‬
Portanto, em 1978 foram criadas as Comissões de Apoio
Pedagógico (CAP’s) que passaram a actuar tanto ao nível
central do Ministério de Educação, quanto no 4 provincial, nas
Direcções Provinciais de Educação e Cultura (DPEC). Nesta
perspectiva, cabia a CAPs supervisionar o processo da
divulgação e implementação dos desígnios e ideais da
educação no novo panorama político e ideológico criado pela
independência nacional. As CAPs funcionaram até 1987 e
congregavam professores de diversas áreas curriculares e
níveis educacionais (p.96).
CONCEITOS DE SUPERVISAO ESCOLAR

Na óptica de Silva (2013) a supervisão escolar é um instrumento


de garantia para execução do que foi planeado, exigindo um
profissional preparado para o exercício desta função, visto que
ele acaba desempenhando diversas funções dentro da sua
função precípua, facto que o supervisor também dá assessoria
ao professor mediando-o nas suas relações com os alunos,
estabelecendo uma acção pedagógica de parceria para a
superação de problemas surgidos no âmbito escolar.
CONT.

De acordo com Nérici (1974, cit. em Rolla. 2006),


supervisão escolar é a visão sobre todo o processo
educativo, para que a escola possa alcançar os objectivos da
educação e os objectivos específicos da própria escola
(p.15).
Portanto a supervisão escolar cinge-se na escola, dando
orientação nas suas actividades gerais, observando e
estabelecendo ligação entre todas as partes da escola, como
também dando ferramentas e recursos necessários para o
alcance dos objectivos plasmados.
Conclusão

Em gesto de conclusão, o campo da supervisão ampliou-se, não se limitando


mais a salas de aula, mas atingindo a todas as condições que afectassem à
situação ensino-aprendizagem. Por outro lado, o foco das atenções do
supervisor deslocou-se do professor, em seu comportamento profissional e
suas características pessoais, para os objectivos do ensino, em função dos
quais são interpretados: actuação do professor e comportamento do aluno.
Finalmente, a supervisão na área da educação em Moçambique sempre
esteve associada ao regime político vigente. No período colonial, vigorou
mais a inspecção do que a supervisão propriamente dita. No período da luta
de libertação nacional, a supervisão caracterizou-se por uma interajuda, ou
seja, devido a falta de professores formados e com prática psicopedagógica,
cada professor supervisionava as aulas do outro. No período pós-
independência, a Frelimo adoptou o regime socialista, e foi atribuída
também a educação o papel de formar o homem novo, dotado de ideologias
revolucionárias, socialistas e anticoloniais.
Kanimambo

Kochukuro

O meu muito obrigado pela


atenção dispensada

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