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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

CURSO DE TURISMO

MARIA GABRYELA ANDRADE DOS SANTOS

O TURISMO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS


RESENHA CRÍTICA

SÃO LUÍS
2023.1
O TURISMO E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
RESENHA CRÍTICA

Resenha crítica dos textos do Semintur Jr. Turismo E


Relações Internacionais: Uma Breve Abordagem De
Teoria E História e Debates teóricos das relações
internacionais, política externa e a interação entre o
nível internacional e o doméstico para a obtenção da
última nota da disciplina de relações internacionais.

SÃO LUÍS
2023.1

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO--------------------------------------------------------------------------------------- 4
HISTÓRIA E TEORIA DO TURISMO--------------------------------------------------------- 5
HISTÓRIA E TEORIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS-------------------------- 7
TURISMO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS---------------------------------------------- 8
GLOBALIZAÇÃO----------------------------------------------------------------------------------- 9
CONCLUSÃO--------------------------------------------------------------------------------------- 11
REFERÊNCIAS------------------------------------------------------------------------------------- 13

SÃO LUÍS
2023.1

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INTRODUÇÃO

O primeiro artigo busca mostrar que em um mundo globalizado, com


acesso a informações em todos os lugares e a qualquer momento, com o
encurtamento das distâncias, tenta mostrar o quão necessário o estudo das novas
fronteiras impostas pelo ser humano e as medidas integracionistas, nessa questão
podemos abordar também sobre o conceito de não-lugar conceito usado por Marc
Augé, que estamos inteiramente ligados por conta da tecnologia dos GPS ou pela
simples ação de capturar momentos e memórias e as eternizar em forma de
fotografias ou vídeos. E o próprio autor fala: “O turismo, como uma atividade que
transgride as fronteiras, é um importante componente das relações internacionais.
Os Estados mantêm entre si, além das relações comerciais, relações diplomáticas
para o acesso de pessoas vindas de outros Estados.”

O artigo começa fornecendo uma visão geral do turismo como um fenômeno


global e destacando sua importância econômica e social. Em seguida, discute como
as relações internacionais estão intrinsecamente ligadas ao turismo, pois a
mobilidade e o encontro de pessoas de diferentes países são aspectos centrais dessa
atividade. Busca-se fazer um resgate histórico do Turismo e das Relações
Internacionais, desde as primeiras relações sociais que deram origem às duas áreas,
através de sua evolução até os fenômenos de integração e da globalização.E com a
conclusão do artigo percebe-se a interrelação entre toda a rede do turismo e toda a
política por trás das relações internacionais assim como o papel do turismo na
promoção da paz, na diplomacia cultural e no desenvolvimento econômico e essas
teorias fornecem uma base conceitual para entender como o turismo pode
influenciar as relações entre os países.

Já o segundo artigo tem por objetivo apresentar algumas contribuições das


teorias de relações internacionais e dos principais autores que até hoje provocam
debates nessa área de estudos, dessa forma, mais focado na definição concreta das
relações internacionais em si. Foram destacadas algumas abordagens do tema, tais
como o realismo e o neo realismo, o liberalismo e o liberalismo neo institucional.
Mas antes de tentar definir ambos os temas é importante ressaltar a complexidade e

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a amplitude desses dois sistemas ao serem estudados, por serem áreas que possuem
várias ciências interligadas que em conjunto formam individualmente o turismo e as
relações internacionais.

Tendo em mente que para o estudo do turismo leva-se em consideração áreas


como o social, econômico, cultural, histórico e ambiental e essas também são áreas
de interesses nos meios políticos principalmente tratando-se de diferentes países,
pois são bases que podem construir interações por afinidade entre os representantes.

HISTÓRIA E TEORIA DO TURISMO

O artigo inicia falando um pouco sobre o início das viagens e o que as


motivaram, provando também que o turismo vai muito mais além do que uma
simples viagem, pois compreende toda uma rede de bens e serviços para bem
receber e atender o turista, como colocado pelo autor. O autor destaca que as
viagens têm sido uma parte importante da evolução humana, e o turismo pode ser
definido como o deslocamento temporário e voluntário de indivíduos ou grupos,
motivados por recreação, descanso, cultura ou saúde.

O texto menciona que as viagens se desenvolveram na antiguidade clássica


grega e romana, com a construção de infraestrutura viária, como estradas, pontes e
viadutos, que possibilitaram deslocamentos mais longos. A Grécia, com sua
localização privilegiada cercada pelo mar Mediterrâneo, utilizava-o como meio de
transporte para suas diversas ilhas, o que prova uma grande complexidade para a
época o que foi se aperfeiçoando ainda mais com os anos se passando e a essência
do turismo surgindo ao que conhecemos e estudamos como é hoje. As principais
motivações para as viagens na Grécia eram as peregrinações religiosas, turismo de
saúde e os jogos olímpicos, eventos nos quais moviam multidões para tais. Já
durante o Império Romano, houve o apogeu das viagens, com a existência de um
vasto império e excelentes estradas que facilitam o trânsito dentro de seu território.
A Pax Romana, um período de paz de dois séculos, também contribuiu para o
desenvolvimento das viagens, proporcionando segurança aos viajantes, com essas

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transformações é notável como a transição do homem vai se alterando com os
períodos da história.

No entanto, com a queda do Império Romano, as viagens se tornaram


perigosas e difíceis devido à falta de segurança, saques e assassinatos, o que acaba
por interferir ainda hoje na motivação de pessoas a realizarem passeios/turismo em
determinadas regiões, por um instinto humano de prezar pela segurança da vida. A
mobilidade dentro do império foi abalada devido à destruição das estradas e aos
ataques frequentes de bárbaros e vândalos. Nesse período, houve uma reformulação
da sociedade, com o retorno ao campo e a formação de feudos. O comércio entrou
em estagnação e as pessoas raramente precisavam se deslocar dos feudos.Em um
contexto de anarquia, falta de ordenamento político e insegurança, as pessoas
passaram a buscar lugares próximos e seguros para suas viagens, evitando trajetos
longos por medo.

E depois de muitos anos e diferentes períodos da histórias, surge então


Thomas Cook, criador do grand tour que foi impulsionado principalmente por conta
do período renascentista onde as pessoas estavam em busca de iluminação e
conhecimento, e por consequência disso, criaram o transporte ferroviário que
possibilitou o início do grand tour entre e Loughborough e Leicester, o surgimento
das primeiras viagens organizadas com o advento dos novos meios de transporte.
Thomas Cook, um pregador da Igreja Batista na Inglaterra, organizou a primeira
viagem agenciada ao convencer o gerente de uma companhia de trem a ceder um
trem para uma viagem entre Loughborough e Leicester, com o propósito de realizar
um sermão contra o álcool. Essa viagem, que contou com a participação de 570
pessoas, marcou a entrada do turismo na era industrial e comercial. Com o tempo,
Cook expandiu suas atividades, atuando como agente de viagens, reservando hotéis
e escrevendo livros com dicas para viajantes.

A revolução industrial proporcionou facilidades que favoreceram o cenário


do turismo. Houve uma maior disponibilidade de tempo para as viagens, aumento
da segurança e o tempo livre passou a ser utilizado para o lazer e recuperação das

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energias desgastadas no trabalho. Isso resultou em uma democratização do lazer e
do turismo, impulsionados por uma série de fatores.

No início do século XX, o turismo apresentava um crescimento gradual,


porém modesto, até o início da Primeira Guerra Mundial. A partir desse ponto, a
Europa entrou em um período de crise e recessão, interrompendo o fluxo turístico,
vemos que a história dos territórios influencia diretamente na proporção em que as
pessoas transitam entre eles, e por consequência disso estão abertas ou não ao
turismo.

HISTÓRIA E TEORIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

A segunda parte do artigo menciona que as relações internacionais são


definidas como os contatos estabelecidos entre grupos socialmente organizados
além das fronteiras nacionais. Desde a antiguidade, as relações internacionais
existem, seja por meio de alianças militares entre cidades gregas ou da instituição
de mediadores para resolver conflitos, evidenciando a necessidade humana de se
relacionar, mas não apenas interagir, mas criar afiliados com interesses mútuos para
que ambos possam tirar proveito desta aliança. Talvez por essa complexidade das
relações internacionais e a sua extrema importância entre os países e estados, seja
necessária a sua correlação ao turismo por estudarem tópicos que interessam ambas
as ciências.

As tribos pré-históricas, os impérios e as cidades-repúblicas gregas já


estabeleciam relações com seus vizinhos. A Grécia deixou um legado importante
para a humanidade, com suas bases filosóficas, artísticas e políticas. A palavra
"política" tem sua origem na Grécia, referindo-se à arte de governar em prol do
interesse geral da sociedade, apesar de que na época não eram todos que tinham a
capacidade de fazer “política”.

Na Grécia antiga, os gregos criaram organismos específicos para lidar com


suas relações exteriores. Os embaixadores eram enviados em missões especiais para

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entregar mensagens, trocar presentes e representar o ponto de vista de seu povo
diante dos governantes. Essa prática é considerada o início da diplomacia, em que o
diplomata personificava uma entidade política e representava a distinção entre o
público e o privado. Esses embaixadores eram protegidos, mesmo durante tempos
de guerra, e não podiam ser ameaçados ou ter suas vidas atentadas. Essa prática de
proteção é considerada o início do instituto da arbitragem e da proteção diplomática,
o que demonstra importância.

O autor também colocou exemplos como na época da era medieval e no


contexto pós segunda guerra mundial, que por sua imensidão afetou diversas áreas
que englobam as relações internacionais e o turismo como por exemplo o cultural,
econômico e político. Pode-se colocar que a segunda guerra mundial tenha mudado
a mente das pessoas novamente assim como a revolução industrial, a forma em que
as pessoas se comportam e interagem entre si, consequentemente interferindo nas
relações entre os embaixadores de diferentes países.

TURISMO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

O artigo aborda a relação entre turismo e relações internacionais.


Inicialmente, menciona que há poucos estudos que abordam essa conexão de forma
disciplinar, devido à complexidade do tema, e vemos isso constantemente no curso
de turismo, por envolver áreas que são influenciadas por diversos fatores e por ser
uma ciência que se altera com frequência. As relações internacionais vão além de
questões diplomáticas e conflitos, englobando também fenômenos de
interdependência, solidariedade, relações econômicas e culturais.

A revolução científica e tecnológica, a evolução da economia global, a


internacionalização de interesses privados, a formação de blocos econômicos
regionais e a proteção internacional dos direitos humanos são fatores que
enriqueceram o campo das relações internacionais e impulsionaram a interação
entre turismo e relações internacionais, o que apresenta não só a evolução dos
conhecimentos humanos em relação ao controle das coisas que estão ao seu redor,

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mas a interação social e interpessoal o que reflete na imagem que um país ou um
estado mostra para os outros.

Após a Segunda Guerra Mundial, os países adotaram medidas mais


restritivas para a entrada de estrangeiros em seus territórios, visando à segurança
nacional e a política intergovernamental. No entanto, essa abordagem protecionista
foi superada, permitindo que as relações internacionais interagissem e
contribuíssem para diversas áreas das ciências sociais. O turismo desempenha um
papel importante nas relações internacionais, pois influencia o desenvolvimento
econômico dos países e atua como agente motivador da integração econômica e
social, e em muitos lugares como no próprio Brasil poderia ser melhor explorado
para maiores retornos financeiros e a abertura de mais portas para o país, tendo em
vista que o turismo de fato alteraria a forma em que os outros países enxergam-no.
O turismo é visto como uma indústria capaz de proporcionar crescimento
econômico, empregos, renda e melhoria do nível de vida, tanto em países
desenvolvidos como em desenvolvimento.

No entanto, a conexão entre turismo e relações internacionais não pode ser


compreendida isoladamente. Fatores como globalização, ascensão de novos
Estados, formação de blocos econômicos, criação de organizações internacionais
voltadas para o turismo e formulação de tratados influenciam diretamente o setor do
turismo, e a globalização é uma palavra muito importante que deve ser melhor
definida.

GLOBALIZAÇÃO

A globalização é um processo complexo e multidimensional que envolve a


intensificação das interações e interconexões como o próprio nome mostra, ao
redor do globo. Refere-se à crescente integração econômica, política, social, cultural
e tecnológica em escala global.

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Em termos econômicos, a globalização implica na expansão e interconexão
dos mercados em nível mundial. Isso ocorre por meio da liberalização do comércio,
investimentos estrangeiros, fluxos de capitais, integração de cadeias produtivas
globais e avanços nas tecnologias de comunicação e transporte. Como resultado,
empresas e países estão cada vez mais interligados, permitindo a circulação de bens,
serviços, capital e mão de obra em uma escala global.

No âmbito político, a globalização está relacionada ao aumento da


cooperação e interdependência entre os países. Organizações internacionais, como a
Organização das Nações Unidas (ONU), o Fundo Monetário Internacional (FMI), a
Organização Mundial do Comércio (OMC) e outras, desempenham um papel
importante na promoção da cooperação global, resolução de conflitos e na
formulação de acordos e tratados internacionais.

No aspecto social e cultural, a globalização envolve a difusão de valores,


ideias, conhecimentos, estilos de vida, produtos culturais e práticas sociais através
das fronteiras. Através dos avanços nas comunicações e na internet, as pessoas
podem se conectar e interagir de maneiras nunca antes imaginadas, promovendo a
disseminação e o intercâmbio de culturas, línguas e identidades.

A globalização também tem um impacto significativo no desenvolvimento


tecnológico e na inovação. Avanços na tecnologia da informação e comunicação
(TICs), transporte, energia, biotecnologia e outras áreas têm permitido a rápida
disseminação de informações, acelerando a troca de conhecimento e a colaboração
global em pesquisa e desenvolvimento.

É importante notar que a globalização não é um processo uniforme ou


homogêneo. Seus efeitos variam entre países, setores e grupos sociais, levantando
questões sobre desigualdades, exclusão social, perda de identidade cultural,
impactos ambientais e desafios para a soberania nacional. O debate em torno da
globalização é complexo, envolvendo diferentes perspectivas e interpretações sobre
seus benefícios e desafios.

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Em resumo, a globalização define-se por um conjunto de setores que juntos
constituem a base para as relações internacionais, a sua complexidade e necessidade
é tão inquestionável que por vezes somos incapazes de compreendê-la ou até
mesmo estudá-la.

CONCLUSÃO

É intrínseca a interação entre o turismo e as relações internacionais, por


apresentar um campo de estudo promissor e relevante para estudantes de turismo.
Ao compreender a conexão entre essas duas áreas, nós como estudantes de turismo
temos uma perspectiva diferente sobre o fenômeno turístico e adquirimos uma visão
mais abrangente do contexto internacional em que ele se insere, e o quão importante
o turismo é para mostrar para o resto do mundo a face do Brasil e dessa forma abrir
portas para futuras alianças importantes de sucesso.

O estudo das relações internacionais no contexto do turismo permite


compreender como fatores políticos, econômicos, sociais e culturais afetam e
influenciam a indústria do turismo em nível global. Isso inclui o impacto das
políticas governamentais, acordos internacionais, desenvolvimento de destinos
turísticos, atração de investimentos, cooperação entre países, questões de
sustentabilidade, proteção de direitos dos turistas, além de compreender a dinâmica
dos outros países e analisar como se comportam diante de certas circunstâncias que
interferem na motivação de turismo. Oferece a nós, estudantes de turismo uma
vantagem competitiva no mercado de trabalho. Nos tornamos profissionais mais
capacitados para lidar com os desafios e oportunidades do turismo em escala global
e ter uma visão mais ampla quanto a forma em que interferimos na imagem do
nosso país. Além disso, adquirem habilidades em negociação, diplomacia,
compreensão intercultural e estratégias de marketing internacional, que são
essenciais para uma carreira de sucesso no setor do turismo.

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A correlação do conhecimento em relações internacionais também permite
que nós turismólogos estejamos preparados para enfrentar os efeitos da globalização
e as demandas do mercado internacional. Com a conexão das relações e o turismo,
somos capazes de analisar as tendências globais, adaptar-se às mudanças nas
preferências dos turistas internacionais e desenvolver estratégias para promover
destinos turísticos em diferentes contextos culturais e políticos.

Além disso, esses dois campos juntos nos faz valorizar o ambiente e a
sustentabilidade, principalmente por serem pontos que tem sido cada vez mais
colocados em evidência nos últimos anos principalmente com a aplicação da agenda
30, o que impulsionou fortemente a busca pela preservação da vida e do planeta. Ao
compreender as dinâmicas internacionais, os turismólogos podem contribuir para o
desenvolvimento sustentável e o sucesso do turismo em nível global.

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REFERÊNCIAS
RIBAS, M. D.; SILVA, A. P. Turismo e Relações Internacionais: uma breve abordagem de teoria e
história. Universidade Federal do Pampa – Santana do Livramento; Centro Universitário
Franciscano – UNIFRA, 8 de novembro de 2013. Disponível em:
https://www.ucs.br/site/midia/arquivos/turismo_e_relacoes_internacionais.pdf. Acesso em: 09 jul.
2023.
SEITENFUS, R. A. S. Relações internacionais. Barueri: Manole, 2004.
BARRETTO, Margarita (ORG). Turismo, políticas públicas e relações internacionais. São
Paulo: Papirus, 2003.
MAGNOLI, Demétrio. Relações Internacionais: Teoria e História. São Paulo: Saraiva 2004.
Diverio, T. S. M., Da Silva, L. G. Z., & Netto, C.G. , M. (2016). Debates teóricos das relações
internacionais, política externa e a interação entre o nível internacional e o doméstico. Revista
História: Debates e Tendências, 16(1), 230-244.

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