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História b- 1º teste

Módulo 0

1- Explicar a importância da História no contexto das Ciências Sociais


 A história é importante enquanto ciência que explica, contextualiza e
nos orienta
 saber história satisfaz as necessidades humanas de explicação do
presente e de orientação para o futuro porque muito do que somos
hoje explica-se através das ações opções contextos e evoluções dos
nossos antepassados
 É na relação que estabelece entre os diversos acontecimentos do
passado, na reflexão sobre as suas causas e na projeção das suas
consequências que o conhecimento histórico se constrói
 O conhecimento da vida dos seres humanos no tempo do passado ao
presente e no espaço geográfico em que viveram é o objeto de
estudo da história
 A história é o conhecimento da vida dos seres humanos no tempo e
no espaço. É uma ciência social e humana que serve de suporte à
compreensão do mundo contemporâneo e que está em constante
diálogo com as restantes ciências sociais e humanas.
 A história não se limita ao registo de acontecimentos. O seu
contributo está nas relações que estabelecem entre eles num
esforço de compreensão a interpretação do passado e de explicação
das causas e impactos da evolução humana

2- Salientar a localização no tempo e no espaço e a pesquisa e análise de


diferentes fontes históricas como metodologia da construção do
conhecimento histórico
 A compreensão dos acontecimentos das vivências e das
transformações nas condições de vida das gerações anteriores
depende da sua:
- localização no tempo
- localização no espaço geográfico
- pesquisa, análise e interpretação de fontes históricas (escritas e não
escritas) que nos forneçam informações sobre a vida das pessoas dessas
gerações
 A correta datação das fontes e, consequentemente, do
acontecimento o processo histórico em estudo é fundamental para
que o processo de conhecimento do passado esteja completo
 Por isso, as cronologias e as periodizações são ferramentas
indispensáveis no estudo da história o mesmo acontece com os
mapas porque um fenómeno histórico ou ocorreu num certo tempo,
mas também num certo espaço
 Sem a localização no tempo e no espaço geográfico os
acontecimentos históricos não seriam compreensíveis isto porque o
clima e morfologia condicionam a sua ação, características e
evolução
 Para organizar e facilitar a compreensão do passado, os historiadores
dividem o tempo histórico em períodos mais ou menos longos
consoante o conjunto de características e elementos comuns que os
definem (Idade antiga, idade média, idade moderna e idade
contemporânea)
3- Reconhecer a multiplicidade de fatores da evolução histórica e a
diversidade de ritmos evolutivos

 Os processos históricos desenvolvem-se a diferentes ritmos


(exemplo: revolução neolítica- 3000 anos VS revolução industrial-
menos de 200 anos)
 No processo evolutivo das sociedades, conflui uma multiplicidade
de condicionalismos que podem ser de ordem demográfica,
económica, social, religiosa, política, natural... Estes
condicionalismos contextualizam as ações ou acontecimentos
históricos que por sua vez produzem efeitos que se fazem sentir a
curto a médio ou a longo prazo, contudo, este processo evolutivo
desenrola-se num movimento espiral contínuo
4- Destacar a existência de permutas culturais e simultaneidade de
culturas, bem como a interação entre a História local/regional /nacional
e universal na construção de quadros espaciotemporais explicativos da
evolução das sociedades/civilizações
 A História nacional privilegia as particularidades dos fenómenos
históricos, sem desprezar a sua complementação com a história geral. A
História universal, mais do que a soma de histórias nacionais, é uma forma
de observar, analisar e pensar a evolução humana, integrando objeto de
análise numa multiplicidade de tempos e espaços
 Durante muito tempo no Ocidente os historiadores adotaram uma Visão
eurocêntrica da História
 A construção da História (mesmo da considerada universal) era feita na
perspetiva dos países e dos valores europeus, usados como medida
padrão para classificar o nível de desenvolvimento/civilização dos
restantes povos.
 A interação entre a história local/regional e a história nacional e a história
universal ao permitir construir quadros espaço temporais mais amplos e
mais completos, dá-nos uma perspetiva histórica mais correta
valorizando os dinamismos a complexidade e as reciprocidades dos
processos de intercâmbio entre comunidades e culturas diferentes
 A Visão global sobre os processos históricos permite-nos perceber a
sociedade global dos nossos dias, assente numa rede complexa de inter-
relações económicas sociais, políticas e culturais. Por outro lado, permite-
nos também perceber que a noção de civilização não é absoluta
 Há um relativismo cultural a que devemos atender quando analisamos
uma determinada sociedade
 Não podemos compreender as ações de outros grupos sociais se as
analisarmos segundo o nosso quadro de valores; temos de considerar os
seus hábitos motivações e contextos
 Nestes contactos entre diferentes povos e civilizações estabeleceram-se
permutas culturais. Em alguns casos, estas permutas caracterizam-se pela
superficialidade; noutros, a acumulação foi mais profunda produzindo
efeitos na miscigenação ética, na língua, na economia, nos valores, nas
crenças, na cultura geral.
 Nos contactos entre diferentes povos e civilizações estabeleceram-se
permutas culturais

o Periodização tradicional (“idades”) foi elaborada numa perspetiva


eurocêntrica e adotando certos factos como marcos divisórios como
se a história fosse constituída por compartimentos mais ou menos
estanques
Apesar do seu valor como referência de orientação importa chamar a atenção
para:
o Necessidades de considerar, na evolução das sociedades humanas, a
articulação de mudanças e continuidades;
o A importância de usar também outros critérios de periodização como
“estruturas” (longa duração), “conjunturas” (média duração) e
“acontecimentos” (curta duração) categorias estas que se podem
aplicar a quaisquer sociedades e não apenas ao mundo europeu ou
sociedades influenciadas pela civilização Europeia

Módulo 1
1- Referir as razões da precocidade de Portugal na formação de um Império
transoceânico

 No arranque da Época Moderna, Portugal reunia um conjunto de condições


favoráveis à expansão marítima. Uma localização geográfica privilegiada e
potenciada por uma rede hidrográfica de boa navegabilidade e por uma
rede de portos, permitiu a crescente articulação entre o pequeno comércio
de capotagem e o comércio externo de dimensão Internacional.

2- Identificar os quadros geográfico-económicos do Império Português

1º) navegação atlântica e exploração do comércio na África Ocidental


(muito importante durante o séc. XV)
2º) navegação pelo oceano Índico e abertura da “rota do Cabo”/oriente
(relevante durante o séc. XV, e, sobretudo, a 1ª metade do século XVI)
3º) Exploração do território brasileiro e afirmação do “Comércio
Triangular” no Atlântico Sul (adquire significado a partir da 2ª metade do
século XVI)
3- Descrever as bases da organização e admistração do Império colonial
Português

4- Explicar as fragilidades de Portugal na manutenção do seu Império colonial

 O maior desafio do Império colonial português residiu na sua própria


dimensão- um espaço demasiado vasto para um país de poucos recursos
humanos e financeiros. Estas fragilidades vão ser aproveitadas pelas
potências coloniais europeias em ascensão
 Sendo a expansão marítima e a continuação do Império uma empresa do
Estado muitos dos que nelas participaram eram funcionários da coroa com
contratos temporários pagos para o efeito
 À medida que o Império foi crescendo o estado foi até necessidade de o abrir
aos particulares
 consequentemente quer por curiosidade aventureirismo ou desejo de fazer
uma fortuna muitos portugueses aderiram por iniciativa própria às atividades
da expansão
 Com isto iniciou-se uma imigração crescente para o Império
 No entanto estes milhares de pessoas revelam-se insuficientes para a
colonização e manutenção de um Império vasto, disperso, rico e cobiçado
 Perdas no mar, aumento dos custos de transação e a concorrência das
companhias das Índias holandesa e inglesa, bem mais eficazes, pesavam
demasiado na economia marítima portuguesa
 Num cenário de crise económica generalizada que atingiu a Europa no século
XVII Portugal viu também diminuírem os fluxos comerciais ultramarinos e a
exportação de bens nacionais como o sal
 consequentemente retraíram se as receitas
 A coroa, também com a necessidade de defender a integridade do território
nacional no contexto de vários conflitos armados europeus, continuou a
recorrer a financiamentos extraordinários tal como sucedera ainda durante
o domínio filipino com o aumento de impostos a venda de padrões de juro
e de títulos de dívida pública medidas impopulares e instigadores da
agitação política e social
 A escassez de meios humanos e económico financeiros projetou a
debilidade do Estado português para pôr em marcha uma estratégia de
defesa dos seus territórios e foi amplamente aproveitada pelas potências
colonizadoras europeias em ascensão como Holanda

5- Salientar o acesso de Espanha aos metais preciosos do continente americano

 Os espanhóis iniciaram a sua expansão ultramarina com as viagens de


Cristóvão Colombo, nos finais do século XV. Gradualmente foram
conquistando a América Central e do Sul
 A exploração do ouro e da prata constituiu a principal motivação que
levou os espanhóis à conquista e colonização das vastas áreas do Novo
Mundo
 As Minas de ouro e de prata no México e no Peru onde se encontravam as
famosas e riquíssimas Minas de prata de Potosí (na atual Bolívia)
constituíram a principal atividade económica fundamental na América
espanhola entre a primeira metade do século XVI e meados do século XVII
 O primeiro ciclo do ouro correspondeu ao saque do ouro acumulado pelas
civilizações pré-colombianas a exploração do ouro aluvial ou de lavagem
calcula-se que nesta primeira fase tenham sido saqueadas entre 30 e 40
toneladas daquele metal precioso (de um total de 300 toneladas
produzidas durante um século pela América espanhola colonial)
 Por volta de 1540 iniciou-se o segundo ciclo do ouro o ouro de mineração.
As Minas de Buriticá na atual Colômbia foram responsáveis pela
prosperidade de Cartagena das Índias. Este ciclo terminou no fim do
primeiro quartel do século XVII, não só por esgotamento da mina de
Buriticá mas também pelo elevado número de mortos entre os
trabalhadores das minas (índios e negros trazidos da África) vítimas de
epidemias especialmente varíola
 Em meados do século XVI iniciara-se o ciclo da prata cujos principais filões
foram explorados nas minas de Potosí e nas Minas de Zacatecas (México).
A prata representou o 7 a 8 vezes o valor do ouro americano e ambos
foram motor de desenvolvimento económico de Sevilha e da Andaluzia e
depois da Espanha
 Tal como aconteceu com a administração do Império colonial português
também a Espanha criou instituições específicas para a exploração do
comércio colonial a Casa da Contratação criada em Espanha (Sevilha,
1503) seria a instituição que viria a exercer um papel de administração e
fiscalização do comércio entre a metrópole e as colónias pouco depois
fundara se o Conselho supremo das Índias cujas amplas atribuições
(administrativas, legislativas e fiscalizadores) expressavam o crescente
interesse da Coroa espanhola sobre as colónias

6- Demonstrar como o Tratado de Tordesilhas garantiu a exclusividade da


navegação e comércio ibéricos no quadro das relações político-diplomáticas
entre Portugal e Espanha

 Desde os inícios do projeto expansionista português que a rivalidade


castelhana pela posse e exploração de praças comerciais se fez sentir. À
medida que se davam a conhecer as riquezas controladas pela Coroa
portuguesa outras nações apareciam a disputar os mares e o comércio
colonial
 O domínio dos novos mares e terras descobertas ou conquistados pelos
portugueses exerceu uma atração primeiro sobre os espanhóis e logo a
seguir sobre os holandeses, ingleses e franceses
 Em 1994, dois anos após a chegada de Colombo às Antilhas, D. João II
celebra com os reis católicos um tratado capaz de satisfazer os interesses
de Portugal e de Espanha quanto à navegação e ao comércio das suas
respetivas áreas de expansão- o Tratado de Tordesilhas
 Este tratado garantiu a Portugal e à Espanha o exclusivo da navegação
dos mares do Mundo até finais do século XVI
 A partir de meados do século XVI a exclusividade dos países ibéricos na
expansão marítima começou a ser ameaçada pela Holanda França e
Inglaterra
 Correndo a ataques piratas às embarcações e aos domingos coloniais
portugueses e espanhóis holandeses franceses e ingleses acabaram por
destruir o monopólio marítimo e colonial dos Estados ibéricos
7- Justificar a importância das cidades de Lisboa Sevilha e Antuérpia no contexto
da economia mercantil do século XVI

Lisboa:
- inaugurou as primeiras rotas do comércio mundial tornando-se um dos novos
centros da economia mundial
- na segunda metade do século XV chegaram em grande quantidade o ouro, a
malagueta, o marfim e também escravos africanos
- na primeira metade do século XVI chegavam as especiarias e as drogas do
Oriente
- ponto de ligação entre as rotas do grande comércio ultramarino
Sevilha:
- inaugurou as primeiras rotas do comércio mundial tornando-se um dos novos
centros da economia mundial
- na segunda metade do século XV, com a chegada da prata americana à Casa
da Contratação, assumiu o papel de ponto de ligação entre as rotas do grande
comércio ultramarino
- comércio da prata e ouro americanos na segunda metade do século XVI
Antuérpia:
- cruzamento das rotas terrestres e fluviais
- Aproveitando a sua boa situação geográfica, no centro de um leque de vias
terrestres e fluviais, tornou-se, a partir do século XV, o principal mercado de
redistribuição de produtos africanos e asiáticos por todo o centro e norte da
Europa
- isto deveu-se à primazia que Portugal lhe conferiu ao instalar aí o seu principal
entreposto comercial (feitoria) que acabou por dar origem à primeira bolsa de
valores
- venda de produtos trazidos por portugueses e espanhóis no norte e centro da
Europa
 Em contrapartida de Antuérpia e de outros centros financeiros da Europa
chegavam a Lisboa grandes comerciantes obrigados a abrirem na capital
portuguesa as suas sucursais e agências de negócios nos séculos XVII e
seguintes novos centros económicos começaram a impor-se como foram
os casos de Amesterdão e Londres
 Portugal e Espanha lançaram as bases da expansão imperial através da
aquisição territórios e do controlo de rotas oceânicas fazendo nascer o
sistema mundial ou mundialização da economia
 Com efeito, o processo de integração das diferentes economias pressupôs
a circulação de mercadorias, serviços e capital através de fronteiras mas
também pessoas e de saberes
 foi responsável pela introdução de novas culturas como o milho e a batata
e da generalização de hábitos como o consumo de açúcar tabaco café ou
chocolate

8- Demonstrar a contestação à política do mare clausum por outros povos


europeus
Mare clausum/mare liberum

“mar fechado” “mar livre”


Corresponde à política defendida Corresponde à política defendida
por Portugal e Espanha por outros países europeus
Defesa do direito de descoberta e Defesa do direito de conquista e
da exclusividade de navegação e da liberdade de navegação e
comércio comércio

 A partir de meados do século XVI a exclusividade dos países ibéricos na


expansão marítima começou a ser ameaçada pela Holanda França e
Inglaterra
 Recorrendo a ataques piratas às embarcações e aos domínios coloniais
portugueses e espanhóis, holandeses, franceses e ingleses acabaram por
destruir o monopólio marítimo e colonial dos Estados ibéricos
 Os metais preciosos ibéricos tornaram-se acessíveis para uso monetário
numa escala grande e num curto período de tempo. O crescente nível de
liquidez financeira assumiu proporções mundiais e estava cada vez mais
associado à produção desses metais preciosos. Qualquer interrupção no
fornecimento destes metais preciosos causava efeitos muito para além
das finanças ibéricas. Não admira, portanto, que todos quisessem
controlar aquelas fontes de riqueza
 Com esses objetivos os holandeses puseram em causa a doutrina do mare
clausum defendida pelos portugueses que acabou por dar lugar ao mare
liberum imposto por holandeses, franceses e ingleses. O direito de
descoberta invocado anteriormente pelos estados ibéricos foi substituído
pelo direito de conquista

9- Evidenciar a afirmação de Amesterdão no controlo do comércio europeu e


mundial num sistema de capitalismo comercial e financeiro

Condições favoráveis ao desenvolvimento económico da Holanda:


o Agricultura de excedentes > havia produtos para comercializar
o Desenvolvimento de manufaturas > havia produtos para vender
o Construção naval e aluguer da sua frota mercantil
o Acolhimento de judeus expulsos da Península Ibérica que vão realizar
investimentos na economia holandesa

 No século XVII, os polos económicos deslocaram-se do Sul para o norte da


Europa e do Mediterrâneo para o Atlântico. Amesterdão destacou-se no
Norte apropriando-se de espaços comerciais europeus até então
controlados pelas cidades italianas, por Lisboa e por Sevilha

10- Demonstrar que as novas rotas do comércio intercontinental promoveram


a circulação de pessoas e produtos, iniciando um processo de mundialização
da europa

11- Salientar que a prosperidade das potências coloniais europeias se ficou


também a dever à prática da escravatura e do tráfico negreiro

 A colonização esclavagista do continente americano foi feita à custa da


transferência forçada e massiva de africanos, com profundas
consequências, quer para as suas comunidades de origem, quer para os
espaços de destino. Os seus impactos socioeconómicos e políticos, mas
também demográficos, culturais e religiosos moldaram profundamente as
sociedades modernas.
 A solução encontrada pelos portugueses e espanhóis de utilizar mão-de-
obra escrava nas plantações das suas colónias inaugurou um processo de
transferência forçada e massiva de africano
 Tal processo foi rapidamente seguido pelas restantes potências europeias
como a França, Inglaterra e os Países Baixos
 Inicialmente focado na produção açucareira nas ilhas atlânticas das
Canárias, Madeira e São Tomé, o funcionamento do tráfico negreiro
transatlântico foi-se desenvolvendo sobretudo com o fim da União Ibérica
passando o tráfico negreiro a ser feito diretamente entre o Brasil e Angola
 O aumento do tráfico deu-se de forma muito importante ao longo dos
séculos XVII e XVIII à medida que se multiplicavam as plantações no
continente americano (primeiro, de açúcar e tabaco depois de algodão e
café) e cresciam as exigências de mão de obra

Tráfico Negreiro
1) Há uma ligação entre a economia açucareira e prática da escravatura (na
Madeira e sobretudo no Brasil)
2) Já havia prática da escravatura em África, até devido à existência de
problemas tribais; havia redes de intermediários locais que faziam chegar
escravos às zonas do litoral onde se encontravam os portugueses
3) A prática da escravatura teve consequências de longa duração no atraso
económico e estrutural do continente africano

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