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Cinemática dos Fluidos

Grandezas físicas envolvidas:


Vazões:
a) Vazão em volume: Q
é o volume de fluido, por unidade de tempo, que Volume
atravessa uma dada seção do escoamento Q=
Tempo
b) Vazão em massa: QM
é a massa de fluido, por unidade de tempo, que
Massa
Qm =
atravessa uma dada seção do escoamento Tempo

c) Vazão em peso: QG
Peso
é o peso de fluido, por unidade de tempo, que QG =
atravessa uma dada seção do escoamento Tempo

recipiente
graduado em
Volume: V
volume
V
Q=
t
Tempo: t
cronômetro
Qm =
m
Balança Massa: m t
G
QG =
aceleração da t
gravidade: g
Peso: m.g = G
#####.#

Dimensões: Unidades:

[Q ] = L3 T - 1 >>>>> m3/s; m3/h; L/s; mm3/s; CFM; etc.

[Qm ] = F L- 1 T >>>>> Kgf .s/m = utm/s; utm/h.

[Qm ] = M T - 1 >>>>> Kg/s; Kg/h.

F T-
1
[QG ] = >>>>> Kgf/s; Kgf/h.

[QG ] = M L T -3 >>>>> Kg . m / s3 ; N/s.

r m [r -4 2
[r ] M L-
3
Massa Específica = r = m ; [r ] = F L-
4
T 2 ou [r ] = M L-
3
V
Kgf . s2 Kg
Unidades: 3
4 m
m

Peso Específico = g= G
;
[g ] = F L-
3
ou [g ] = M L- 2 T - 2
t Kg
Kgf
Unidades: 2
m
3 m s2

Como: m.g = G Então: g= r g

Relações entre Vazões:

Qm = m V
portanto: Qm = r Q
t V QG = g Qm

m g QG ou QG = g r Q
g
Qm = portanto: Q =
m ou QG =
t g g Q
Princípio da aderência:
"Partículas fluidas em contato com uma superfície sólida,
adquirem o estado de movimento desta superfície".

Assim no escoamento de um fluido, interior de uma tubulação:

A velocidade numa seção transversal do escoamento, varia exponencialmente, sendo


que seu máximo valor ocorre no centro da tubulação, enquanto que junto às paredes
internas da tubulação a velocidade é zero.

Para facilitar o equacionamento, define-se:


"velocidade média na seção": v
"valor fictício, considerado uniforme na seção, tal que multiplicado pela
área da seção correspondente, se traduz na vazão em volume" Q= v.A

Q
v A

Exemplo:
Considerando-se que no interior de uma tubulação a vazão em volume é de 36 m3/h
e o diâmetro da tubulação, D = 8cm, qual será a velocidade média na seção ?
Q = (36 m3/h).(1h/3600s) = 0,01 m3/s ; A = (p D2)/4 = p (0,08m)2/4 = 0,005m2 ;

v = Q/A = (0,01 m3/s)/0,005m2 = 2m/s

g
Como: Qm = r Q ; QG = g r Q ; QG = g Q e ainda: Q= v A

Então: Qm = r v A ; QG = g r v A ; QG = g v A
Regime de escoamento permanente: (REP)
"Ocorre quando num ponto qualquer do escoamento, todas as propriedades
do fluido permanecem inalteradas com o passar do tempo"
Nível constante
Exemplos:
No caso ao lado, o dispositivo de bóia,
com válvula, mantém o nível constante,
mesmo com a torneira aberta.
Se ajustamos a torneira para aumentar ou
diminuir o fluxo de fluido, ainda assim o
nível permanece constante.
No caso abaixo, sendo o regime de
escoamento permanente, em cada ponto
de medida as propriedades não se
alteram, com o passar do tempo.
Entretanto, pode ocorrer variação de
ponto para ponto.

v3
p3
t3
v1 v2 g3
p1 p2
t1 t2
g1 g2
Equação da Continuidade: Hipótese: (REP) ...então: Qm = cte
Se o regime de escoamento é permanente , a vazão em massa é constante.
Sendo o escoamento em regime permanente entre as seções (1) e (2). (abaixo)
Para que a massa específica "r " num ponto qualquer entre (1) e (2), não
varie com o tempo, é necessário que ao longo de um intervalo de tempo
Dt, a massa de fluido que entra por (1) seja igual à massa de fluido que
sai por (2).
Assim: Qm1 = Qm2 , ou r1 Q1 = r2 Q2 , como o REP não
garante que as massas específicas r1 e r2 , sejam iguais,
não se pode afirmar que as vazões em volume
sejam iguais. Para se afirmar que Q 1 = Q2 , só se
r1 = r2 ou seja fluido incompressível (liquidos).

Como a aceleração da gravidade tem variação


muito pequena com a latitude, pode-se afirmar:

Qualquer que seja o fluido sendo:


Qm1 = Qm2 , então: QG1 = QG2 .

Para fluidos incompressíveis (liquidos), Q1 = Q2 ,


além de continuar valendo: Qm1 = Qm2 e QG1 = QG2 .
Equação da continuidade para:
diversas entradas e diversas saídas:
Hipótese:
Regime de Escoamento Permanente;
com duas possibilidades:

a) Qualquer que seja o fluido vale:


∑QmE = ∑ QmS e ∑QGE = ∑QGS.

b) Para fluidos incompressíveis;


além de continuar valendo:
∑QmE = ∑QmS e ∑QGE = ∑QGE ;
vale também: ∑QE = ∑QS
Outras grandezas físicas de interesse para a Cinemática dos Fluidos

Temperatura:
Valor numerico indicativo do estado de agitação da matéria.
Quanto maior o estado de agitação, maior a temperatura. Assim considera-se que a matéria estando
em repouso absoluto, a temperatura assuma o valor zero absoluto.
Ainda não se desenvolveu tecnologia para obter esta condição (repouso absoluto).

Escalas de temperatura:
Para o estabelecimento de uma escala de temperatura, adotou-se a água como substância de
referência, em duas situações de mudança de estado físico.
A primeira foi a temperatura do gelo fundente na pressão de uma atmosfera, para a qual "Celcius"
convencionou que o seu valor é zero. Neste caso esta escala é relativa ou efetiva, porém não é
fisicamente coerente, tendo em vista o conceito de temperatura.
A segunda corresponde a água em ebulição, também na pressão de uma atmosfera, para a qual
convencionou-se o valor de 100 graus na escala "centrigada" segundo "Celcius".
Esta escala foi também adotada por "Kelvin" porém como escala absoluta, (fisicamente
coerente). Demonstra-se que o zero da escala efetiva corresponde aproximadamente a
273 graus absolutos. A concepção de duas escalas (efetiva e absoluta), justifica-se pela
facilidade em se obter as referências físicas da efetiva, tornando a construção de
termometros de baixo custo. E por outro lado, não sendo a efetiva fisicamente coerente
em muitas situações faz-se necessário o uso do valor absoluto da temperatura.
Analogamente, adotou-se as referências, do gelo fundente e da água em ebulição nas
escalas inglesas com alterações nos valores de 32 graus e 212 graus na escala Fahrenheit,
dividindo-se em 180 partes iguais. A escala absoluta correspondente leva o nome de
Rankine, para a qual basta somar 460 unidades aos valores da escala Fahrenheit.
Para converter :
0F = 0C x1,8 +32 ou 0C=( 0F - 32 )/ 1,8 e ainda K= 0C + 273 ou Ra= 0F + 460

CALOR: Define-se uma quilocaloria (1 Kcal) como a quantidade de calor necessária para
aquecer um quilograma (1 Kg) de água de uma diferença de temperatura de um grau na
escala Celcius (1 0C) ou de um grau na escala Kelvin.
No sistema inglês define-se o (British Thermal Unit ); (1 BTU) como a quantidade de calor
necessária para aquecer uma libra (1 lb) de água de uma diferença de temperatura de um
grau na escala Farenheit , ou de um grau na escala Rankine

Calor Sensível: Calor sensível de uma substância é a quantidade de calor necessária para
aquecer uma unidade de massa de uma substância qualquer, de uma unidade de temperatura.
Quando se diz que o calor sensível de uma substância é 3 kcal/kgoC,
significa que esta substância necessita de uma quantidade de calor 3 vezes maior que a
necessária para aquecer a mesma quantidade de água, no mesmo intervalo de temperatura.
Para pequenos intervalos de temperatura , o valor do calor sensível é considerado
praticamente constante.
Como se observa, a definição da quilocaloria , coincide com a definição do calor específico da água
e praticamente igual a 1 ( um ) , em baixas temperaturas.
Calor Latente: Quando uma substância entra em ebulição, a sua temperatura permanece
inalterada, mesmo havendo troca de calor. Esta é a temperatura de ebulição da substância, cujo
valor depende da pressão. No caso da água, a temperatura de ebulição no nível do mar é 100 0C,
mas no alto de uma montanha onde a pressão é 0,9 atmosferas , o seu valor cai para 96,2 0C.
Existe portanto, uma relação entre a pressão da água e a temperatura de ebulição, cujos valores são
obtidos por processos experimentais, e encontram-se tabelados nos manuais de termodinâmica.
Define-se o calor latente , como a quantidade de calor necessária para provocar a mudança de
estado de uma unidade de massa de uma substância , sujeita à pressão constante. O calor latente é
definido, tanto na passagem do estado sólido para o líquido, como do líquido para o vapor.
Um Kg de água sob pressão de 1 kgf/cm2, necessita de 540 kcal para passar do estado líquido para
o de vapor. Esta situação ocorre na temperatura de 100 0C e, desta forma, fica definido o calor
latente de vaporização da água, ou de condensação quando o processo ocorre no sentido inverso.
Reduzindo-se a pressão sobre a água, ela vai necessitar de mais calor para sua vaporização. Por
exemplo, quando está sujeita à pressão de 0,1 kgf/cm2, a temperatura de ebulição se reduz para
45,5 0C o seu calor latente é 571,6 kcal/kg. Da mesma forma, define-se o calor latente de fusão do
gelo, ou de congelamento da água, como o calor necessário para provocar a mudança de estado
de uma unidade de massa, sob pressão constante. Sob pressão de 1 atmosfera, o calor latente de
fusão do gelo é 80 kcal/kg.

Exercício Exemplo 1):


Calcular a quantidade de calor necessária para transformar 5 kg de uma pedra de gelo, inicialmente à
temperatura de -15oC e 1,0 kgf/cm2(abs); em vapor saturado, na mesma pressão. Dados:
Calor sensível do gelo: CSg = 0,5 kcal/kgoC;
Temperatura de fusão do gelo: 0 0C; Calor latente de fusão do gelo: CLF = 80 kcal/kg; Calor
sensível de água CSa = 1 kcal/kgoC; Temperatura de ebulição da água 100 0C; Calor latente de
vaporização da água: CLV = 540 kcal/kg.

Exercício Exemplo 2):


Por uma tubulação escoa água ( 1 Kgf/L ). Num dado trecho do escoamento temos uma redução da
seção da tubulação, de um diâmetro interno de 80mm o escoamento passa para um diâmetro
interno de 40mm. No maior diâmetro a velocidade média do escoamento é de 1m/s. Sendo a
aceleração da gravidade local de 10m/s2 , pede-se:
a) A velocidade média do escoamento na menor seção.
b) A vazão em volume. c) A vazão em massa. d) A vazão em peso.

Exercício Exemplo 3):


Por uma tubulação de diâmetro interno 80mm constante, temos o escoamento de Ar.
Em duas seções (1) e (2), distantes entre sí, são instalados aparelhos medidores de pressão e de
temperatura do Ar. São dados: p1 = 2 Kgf/cm2; t1= 150C; p2 = 1kgf/cm2; t2 = 650C;
a leitura barométrica local é de 740mm Hg; a velocidade média do Ar em (1) é de 10m/s;
a aceleração da gravidade local é de 10m/s2; para o Ar: RAr = 29,3 (kgf.m) / ( Kg.K).
Pede-se: a) A velocidade média do Ar na seção (2). b) As vazões em volume em (1) e em (2).
c) A vazão em massa. d) a vazão em peso.

Exercício Exemplo 4):


Um pistão está se deslocando no interior de um cilindro, com velocidade de 1m/s, na direção
indicada. A menos do espaço ocupado pelo pistão, o cilindro está preenchido por óleo. Sendo o
diâmetro do pistão de 80mm; pede-se determinar as vazões por (A) e por (B); indicando o sentido do
escoamento
(A) (B)

2 L/s
óleo
1,5 L/s óleo

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