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FENOMENOS DE TRANSPORTES PARA ENGENHARIA AMBIENTAL

Sistemas de Dimensões e Sistema de Unidades

Existem três sistemas básicos de dimensões primárias:


a) Massa [M], Comprimento [L], Tempo [t], Temperatura [T]
Sistema de Unidades Internacional
Massa – kilograma [kg]
Comprimento – metro [m]
Tempo – segundo [s]
Temperatura – Kelvin [K]
L
Força é secundária F = M 2
[kg m/s2 = N]
t

Sistema de Unidades Métrico Absoluto


Massa – grama [gr]
Comprimento – centímetro [cm]
Tempo – segundo [s]
Temperatura – Kelvin [K]
L
Força é secundária F = M [gr cm/s2 = dina]
t2

b) Força [F], Comprimento [L], Tempo [t], Temperatura [T]


Sistema de Unidades Gravitacional Britânico
Força – libra-força [lbf]
Comprimento –pé[ft]
Tempo – segundo [s]
Temperatura – Rankine[ºR]
t2
Massa é secundária M = F [slug = lbf.s2/ft]
L
c) Força [F], Massa [M], Comprimento [L], Tempo [t], Temperatura [T]
Sistema Inglês Técnico
Força – libra-força [lbf]
Massa – libra-massa [lbm]
Comprimento –pé[ft]
Tempo – segundo [s]
Temperatura – Rankine[ºR]
ft ⋅ lbm
g c = 32,2
lbf ⋅ s 2

Sistema MKS
Força – kilograma-força [kgf]
Massa – kilograma [kg]
Comprimento –metro [m]
Tempo – segundo [s]
Temperatura – Kelvin [K]
m ⋅ kg
g c = 9,806
kgf ⋅ s 2

Nesse sistema tanto a força [F] como a massa [M] são dimensões primárias, neste caso
existe a constante de proporcionalidade gc. A Segunda Lei de Newton fica
ma  ML 
F= → gc  2 
gc  Ft 
Primeiras Propriedades Físicas
Conceituação Qualitativa de Fluido
- Sólido;
- Líquido;
- Gasoso.

Primeiras Propriedades Físicas

Massa Específica ou Densidade Absoluta (ρ)

m
ρ=
V
Onde: ρ – massa específica
m – massa do fluido
V – volume do fluido
Unidade: M/L3

Tabela 1 – Massas Específicas de Alguns Fluidos


Fluido ρ(kg/m
ρ 3
)
Água destilada a 4ºC 1000
Água do mar a 15ºC 1020 a 1030
Ar atmosférico a pressão atm. e 0ºC 1,29
Ar atmosférico a pressão atm. e 15,6ºC 1,22
Mercúrio 13590 a 13650
Tetracloreto de carbono 1590 a 1594
Petróleo 880

Peso Específico (γ)

W
γ =
V
Onde: γ – peso específica
m – peso do fluido
V – volume do fluido
Unidade: F•L-3
Densidade Relativa ou Densidade (δ)

= =

Referência:
Líquido – água a 4ºC (1000 kg/m3 )
Gás – ar a 0ºC e 1 atmosfera (1,22 kg/m3 )

Volume Específico (Vs)

1 V
Vs = =
γ W
Onde: Vs – Volume Específico
γ – peso específica
m – peso do fluido
V – volume do fluido
Unidade: F-1L3

µ)
Viscosidade (µ

• A Lei de Newton da Viscosidade


v
F v
F v
A
y dv
dy
y
A
(b) Vista Lateral
(a) Pespectiva
τ
µ=
 dv 
 dy 
Líquido: A viscosidade diminui com o aumento da temperatura.

Gás: A viscosidade aumenta com o aumento da temperatura.

• Viscosidade Cinemática

µ
ν=
ρ
Unidade = L2T-1

• Medindo a Viscosidade dos Líquidos

Quanto mais fácil um líquido escoa menor a sua viscosidade.

Exemplo 1 – Deseja-se conhecer a massa específica, o peso específico e a densidade


relativa de um óleo, para isso utilizou-se uma proveta, que possui massa igual a 500
gramas, onde foi inserido 1 litro do fluido. Essa proveta com o fluido foi colocada em uma
balança que indicou a massa de 1370 gramas. Determine os parâmetros desejados.

Exemplo 2 – Sabendo que a densidade relativa do mercúrio é 13,6. Determine qual a


indicação de uma balança quando 1 litro desse fluido é colocado sobre ela.
Esforços nos Fluidos

Esforços de Massa e Esforços de Superfície

Onde:
∆F = Esforço devido ao contato físico
∆N = Componente Normal de ∆F
∆T = Componente Tangencial de ∆F
W = Peso da porção fluida (espaço de massa)

Dois Tipos de Esforços:


1. Esforço de massa (ex.: Gravidade)
2. Esforço de contato
Tensão de cisalhamento
→ →
→ ∆ T d T
τ = lim →
= →
∆ A → 0
∆ A dA
Tensão normal ou de pressão

→ →
→ ∆ N d N
p = lim →
= →
∆ A → 0
∆ A dA

Vetor Normal e de Pressão

Direção: normal a superfície


Sentido: de fora para dentro (compressão)
Em quase todas as aplicações considera-se como grandeza escalar
Pressão Absoluta e Pressão Efetiva

Pressão efetiva – pressão considerada a partir da pressão atmosférica.


Pressão absoluta – pressão atmosférica mais pressão efetiva.
Pabs = Patm + Pef.

Lei de Pascal
Em X

∗ ∗ = ∗ ∗

=
Como

=
Analogamente

Em Z

∗ ∗ = ∗ ∗ −

∗ ∗ = ∗ ∗ − ∗ ∗ ∗ ∗
=

= = =
E desprezando o peso
Velocidade corresponde a uma tensão tangencial e depende da viscosidade.

• Tensão Superficial

Tensão que se desenvolve na interface entre um líquido e um gás, ou dois líquidos


imiscíveis.

Tabela – Valores aproximados das propriedades de líquidos a 20○ e pressão atmosférica


norma, em contato com o ar.

Líquido Densidade d Tensão superficial σ (N/m)


Álcool etílico 0,79 0,0223
Benzeno 0,88 0,0289
Tetracloreto de Carbono 1,59 0,0267
Querosene 0,81 0,023-0,032
Mercúrio 13,57 0,51
Óleo Cru 0,85-0,93 0,023-0,038
Oleo lubrificante 0,85-0,88 0,035-0,038
Água 1 0,074

r
Tubos Capilares

σ σ
α α
W = m.g = ρ.V.g = ρ.g.π.r2.h
F = 2.π.r.σ.cosα (resistencia)
Como o peso é sustentado pela tensão superficial
W=F

2.σ . cosα
h=
γ .r

Tabela – Ângulos de Contato de Líquidos sobre o vidro


Líquido α (º)
Água 33 a 39,5
Mercúrio 140
Álcool 90
Éter etílico 5a8
Glicerina 22,16

Coesão e Adesão
Adesão – é o esforço entre o líquido e o recipiente
Coesão – é o esforço entre as moléculas do líquido

Água
Adesão > Coesão
Mercúrio
Adesão < Coesão

Álcool
Adesão = Coesão
Cavitação

Quando a pressão absoluta em um determinado ponto se reduz a valores abaixo de um certo


limite (pressão de vapor), alcançando o ponto de ebulição da água, esse líquido começa a
ferver e os condutos ou peças (de bombas, turbinas ou tubulação) passam a apresentar,
nesta região, bolhas de vapor, no escoamento. Fenômeno que prejudicam o rendimento da
bomba ou turbina.
Caso a região logo a jusante possua pressão inferior as bolhas tendem a crescer podendo
prejudicar e até mesmo interromper o escoamento. Se a região de jusante possuir pressão
superior, a pressão de vapor, essas bolhas tendem a implodir promovendo ruídos como se
fossem marteladas e ocasionando erosão das estruturas onde o fenômeno de cavitação está
ocorrendo.
A altura de sucção de sistema de bombeamento é dimensionado de maneira a impedir que
esse fenômeno ocorra.

Golpe de Aríete

Quando o escoamento de água, em uma tubulação, é interrompido bruscamente,


a água que não tem mais por onde escoar comprimi-se contra si mesma e obriga a parede
da tubulação a dilatar-se. Esse fenômeno, denominado golpe de Aríete, também
conhecida por martelo hidráulico, é acompanhado, normalmente, por um forte ruído
similar a um martelo batendo na tubulação, como o observado em válvulas de descarga
desreguladas.
A tubulação, desde a válvula que foi fechada até o reservatório, fica submetida a um
acréscimo de pressão ao longo de sua extensão. Caso o sistema não seja bem
dimensionado para suportar esse acréscimo de pressão, pode causar sérios danos.
Água
escoando

Água parada,
comprimida

(a) válvula aberta: (b) válvula fechada:


escoamento normal formação de onda de pressão
Fundamentos da Fluidostática
Variação da Pressão no Interior de uma Porção Fluida
z

k
Ponto P
(pressão P)
dy

dz

dx

j
i
y
x

Sistema em repouso, assim, forças em equilíbrio. Considerando que a pessão P se encontra


no centro do cubo.

- Forças em x

− +
dz
P

dx x
− ! ∗ = + ! ∗
2 2

Logo =0

- Forças em y

− +
dz
P

dy y

− ! ∗ = + ! ∗
2 2

Logo =0

- Forças em z

+
z

dz g W=γ*dx*dy*dz
P

dx x
− ! ∗ =# + ! ∗ $+% ∗ ∗ ∗ &
2 2

simplificando

=−

Para fluidos incompressíveis

= − %' − ' &

Plano de Carga

p = p 0 − γz ⇒ p 0 = p + γz
p atm = p 0 − γ z 0 ⇒ p 0 = p atm + γ z 0

Logo

p + γz = p atm + γz 0
dividindo por γ
p p atm
+z= + z0 = H
γ γ

Onde:
z é a carga de pozição ou altimétrica
p/γ é a carga piezométrica ou de pressão
H é a carga total
Vasos de pressão
Fluido Imiscível e imcompressivel sobreposto

( ã *+ = ,-. + / ℎ/ + ℎ + 1 ℎ1

Diagrama de Pressões
Exemplo 1 – Um reservatório aberto, cuja cota de fundo é 475 em relação ao nivel do mar,
possui 3 m de altura de lamina de água. A esse reservatório se encontra conectado uma
tubulação que passa por um ponto intermediário a cota 450 e termina em um registro, na
cota é 457. Determine:
a) a pressão medida no ponto intermediário e no registro;
b) o nivel do reservatório caso se deseja a pressão minima no registro de 3 kgf/cm2;
c) no caso de se manter o nivel inicial e fechar o reservatório mantendo ar
pressurizado na superfície, qual devera ser a pressão desse ar.
Exemplo 2 – Um reservatório, com 1 m de altura e area da base igual a 0,4 m2, possui 30
litros de água, 30 litros de oléo (δ=0,78) e 30 litros de glicerina (δ=1,26). Determine a
pressão no fundo do reservatório, lida em um manometro de boudon em kgf/cm2 e Pa.
Re: h=0,075 m; Pf=2236,68 Pa; Pf=228kgf/m2; Pf=0,0228 kgf/cm2

Exemplo 3 – Determine a leitura da altura na determinação da pressão atmosférica


correspondente a 0,87 kgf/cm2, quando o líquido manométrico for:
a) mercúrio (δ=13,6)
b) água (ρ=1000kg/m3)
c) óleo (δ=0,86)
Re: a) Patm= 8700 kgf/cm2; hHg= 0,64 m
b) hH2O= 8,7 m
c) hol= 10,12 m
Medição de Pressão

- Piezometro

= ,-. + ℎ

- Manômetro em U

= ,-. + ℎ = ,-. − ℎ
- Manômetro em U inclinado

= ,-. + 2

- Manômetro em U com fluido manométrico


= ,-. + ℎ − / ℎ/

- Manômetro de Boudon

- Transdutor de pressão

- Barometro de Torricelli

,-. = ℎ
- Manômetro diferencial em U

3 − 4 = ℎ% − /&

- Manômetro diferencial em U invertido

3 − 4 = ℎ
EXEMPLO 1
Um piezômetro de tubo inclinado, desenho abaixo, é usado para medir a pressão no interior
de uma tubulação. O líquido do piezômetro é um óleo com γ = 800 kgf/m3. A posição
mostrada na figura é a posição de equilíbrio. Determinar a pressão no ponto P em kgf/cm2,
mm Hg e m H2O.
PP = Pa

Exemplo 2 - Um manômetro em U de mercúrio foi instalado na entrada de uma bomba. A


deflexão do mercúrio é de 0,15 m. Determine a pressão efetiva no eixo da tubulação de
sucção.
Dados: γ H 2 O = 9810 N / m 3 e δ Hg = 13 ,6

z
h
Equilíbrio Relativo
Porção Fluida Acelerada por uma Força Vertical

Se está em equilíbrio

− / = % ± ,&%' − '/ &

Porção Fluida Acelerada por uma Força Horizontal


,
- =

Considere um tanque com 6 m de comprimento, 2 m de largura e 1,5 m de altura com 1 m


de altura de fluido.
Primeira Hipotese – Qual a aceleração para que o fluido não transborde?

, 1 10
- = = →,= = 1,67 ./
6 6

Segunda Hipotese – Qual o volume de fluido irá transbordar caso a aceleração seja de
2 m/s2.
, < 2∗6
- = = →<= = 1,2 .
6 10

∀>?@ABCD? DE = ∀FAFGF@H − ∀IFA@H


∀FAFGF@H = 2 ∗ 6 ∗ 1 = 12.1
%1,5 + 0,3& ∗ 6
∀IFA@H = ∗ 2 = 10,8 .1
2
∀>?@ABCD? DE = 12 − 10,8 = 1,2 .1

Segunda Hipotese – Qual o volume de fluido irá transbordar caso a aceleração seja de
3 m/s2.

, < 3∗6
- = = →<= = 1,8 .
6 10

Logo o real é:
, 1,5 1,5 ∗ 10
- = = →M= = 2,5 .
M 6

∀>?@ABCD? DE = ∀FAFGF@H − ∀IFA@H


∀FAFGF@H = 2 ∗ 6 ∗ 1 = 12.1
2,5 ∗ 1,5
∀IFA@H = ∗ 2 = 3,75 .1
2
∀>?@ABCD? DE = 12 − 3,75 = 8,25 .1

N@ = ∗ 1,5.
Pressão máxima

Quarta hipótese – Qual a máxima pressão quando a aceleração é de 3 m/s2 se o reservatório


for fechado.

<,
- = =
→ < = 0,3 ∗ M
M
∀@? = 6 ∗ 2 ∗ 0,5 = 6.1
∗<
∀@? = 6 = ∗2→M∗< =6
2
X=4,47 m e Y=1,34 m
, ∆ℎ
- = = → ∆ℎ = 0,46.
6−M
N@ = ∗ %1,5 + ∆ℎ&

Quinta hipótese – qual a maxima pressão quando o reservatório estiver cheio de fluido e
acelerado a 3 m/s2.

, ∆ℎ
- = = → ∆ℎ = 0,3 ∗ 6 = 1,8.
6
N@ = ∗ %1,5 + ∆ℎ&

- Porçao fluida acelerada em plano inclinado


,
- ∅=
, +

Exemplo- um caminhão tanque, com 4 m de comprimento, 2 m de largura e 1,5 m de altura


sobe uma ladeira com inclinação de 10% transportando 10.000 litros de gasolina (δ=0,8)
com aceleração de 2 m/s2. Determine a máxima pressão no fundo do reservatório.

- Porção fluida com aceleração centrifuga


, =R ∗(
Como o fluido está estático

− +, ( =0
,
= (
R (
= (
T U
R (
S =S (
R ∗(
'=
2

Volume do Paraboloide

∀V@?@CDHDF WX3∗
∀V@?@CDHDF WXY? Z ∗

=,∗( → = 2,( (
Como

∀V@?@CDHDF WXY? Z∗ @? ?
Substituindo

∀V@?@CDHDF WX Y? [ ?

S ∀
]
V@?@CDHDF WX\^ @ Y? [ ?
,_` a
∀V@?@CDHDF W =
2

_` ∗ '
Como Z=aR2
∀V@?@CDHDF W =
2

Bombas Centrífugas

Motor
Superfície
x Piezométrica

Recalque
ω

Bomba

Sucção
Recipiente
de água

Exercício 1 – O trem mostrado abaixo transporta 12 m3 de combustível, que possui


densidade relativa igual a 1,2, a uma aceleração de 3,0 m/s2. Determine a maior pressão
encontrada no vagão do combustível, sendo que o vagão é fechado para que não ocorra
derramamento. Resposta: Pmax=2520 kgf/m2 2m
4m

2m
2m
Exercício 2 – Qual a pressão encontrada no centro e nas bordas de um reservatório
cilíndrico, que contém água, se este gira em torno de seu eixo geométrico a uma velocidade
angular de 8 rad/s. Resposta: Pcentro=2975 kgf/m2; Pborda=5025 kgf/m2

6m S
4m

1,6 m

Exercício 3- Para o problema 17 determine o volume extravasado para a condição de


rotação de 18 rad/s. Resposta: 4,55 m3
Força Hidrostática Aplicada a uma Superfície Plana
NA

θ
h

dA
y’

x’
y

Não havendo tensão cisalhante num fluido em repouso, a força hidrostática é normal a

bc = d
superfície.

= + ℎ
bc = % + ℎ& d
ℎ=
bc = d+ d
bc = d+ G d

A posição real da aplicação da força é dada por:

y ´ FR = ∫ A ypdA

Substituindo p0=0, FR = ρgsenθy c A , p=ρgh e h=ysenθ

y ' ρgsenθy c A = ∫ A ypghdA


y ' ρgsenθy c A = ∫ A y 2 ρgsenθdA
y ' ρgsenθy c A = ρgsenθ ∫ A y 2 dA

Como ∫ A y 2 dA = I xx que é o segundo momento ou momento de inércia da área em relação

ao eixo x
e
d=f
Pelo teorema dos eixos paralelos I xx = I x x + Ay c2 onde f g g é o momento de inércia da área

em relação ao eixo x que passa pelo centróide, assim

fg g
e
= +
Gd
G

Tomamos os momentos em torno do eixo y e obtemos

x´ FR = ∫ A xpdA

Substituindo p0=0, FR = ρgsenθy c A , p=ρgh e h=ysenθ

x ' ρgsenθy c A = ∫ A xpghdA

x ' ρgsenθy c A = ∫ A xyρgsenθdA


x ' ρgsenθy c A = ρgsenθ ∫ A xydA

Como ∫ A xydA = I xy que é o produto de inércia da área

I xy
x' =
Ayc

Pelo teorema dos eixos paralelos I xy = I x y + Ax c y c onde Ixy é o produto da inércia da área

em relação ao eixo x y que passa pelo centróide, assim

fg g
e
= +
Gd
G
Exercício 1 – Um tampão, com 4 cm de diâmetro, colocado na lateral de um reservatório
suporta a força máxima de 25 N. Nessa condição determine a deflexão do manômetro de
mercúrio (δ=13,6) instalado reservatório.

Exercício 2 - A comporta AB, feita de ferro fundido (massa=425kg), é articulada em A e


possui 1,2 m de comprimento. Determina a força exercida no batente, localizado em B, para
que a comporta se mantenha fechada. (δglicerina = 1,2)(Re: FB=13,46 kN)

Glicerina
2m
A

1m

B 60º
• Força hidrostática sobre superfície curva submersa

bc = d
Força horizontal

= + ℎ
bc = % + ℎ& d
ℎ=
bc = d+ d
bc = d+ G d

fg g
Ponto de aplicação da força horizontal

e
= +
Gd
G

Onde yc é o centróide da área de projeção


Ixx é o momento de inércia de área da projeção
A é a área da projeção

bh = d
Força Vertical

= + ℎ
bh = % + ℎ& d
bh = d+ ∀@GFN@ @ GE?i@
Ponto de aplicação da força vertical
x, é o centro de massa do volume acima da curva

B=largura
bh = @>N ∗d+ ∀@GFN@ @ GE?i@

_`
Considerando Patm=0

bh = j ∗ kl
4
4R
x, =

bh = @>N ∗d+ ∀@GFN@ @ GE?i@

Considerando Patm=0
_`
bh = j ∗ kl
4
4R
x, =

bh = @>N ∗d+ ∀@GFN@ @ GE?i@

∀@GFN@ @ GE?i@ = ∀BWçãD ?W>@AnEH@? − ∀BWçãD oE@?>D


Considerando Patm=0
W GF?GEHD

_`
bh = p%` ∗ k & − j ∗ klq
4

x , Fv = x re, tan gulo Fv re tan gulo − x semi


,
− circulo Fv semi − circulo

r s = 0 → bc ∗ e
= bh ∗ e

bh = @>N ∗d+ ∀@GFN@ @ GE?i@

∀@GFN@ @ GE?i@ = ∀BWçãD ?W>@AnEH@? − ∀BWçãD oE@?>D


Considerando Patm=0
W GF?GEHD
_`
bh = p%` ∗ k & − j ∗ klq
4

x , Fv = x re, tan gulo Fv re tan gulo − x semi


,
− circulo Fv semi − circulo

r s = 0 → bc ∗ e
= bh ∗ e

Comportas Segmento
• Muito utilizado na engenharia (ex. barragens);
• Contrapeso na extremidade oposta reduz ao mínimo o esforço para manobra;
• A linha de ação da pressão passa sempre pelo eixo de rotação .

Para a situação do desenho


bc = G d
` t
bc = ∗ %` t ∗ k&
2

bh = ∀@GFN@ @ GE?i@

bh = u∀BWnNWA>D − ∀BWçãD >?F@AnEH@? v

t ` ∗`
bh = #w _` kx − ∗ k!$
360 2

Para a situação do desenho

bc = G d
` t
bc = ∗ %` t ∗ k&
2

bh = ∀@GFN@ @ GE?i@

bh = u∀BWçãD >?@VW DF @H − ∀BWnNWA>D v

u` + %` − ` &v ∗ ` t
bh = pj ∗ kl − w _` kxq
2 360

bc = G d
` t
bc = ∗ %` t ∗ k&
2

bh = ∀@GFN@ @ GE?i@

bh = u∀BWnNWA>D − ∀BWçãD >?F@AnEH@? v


t 2∗` ty ∗ ` ty
bh = pw _` kx − j 2 2 ∗ klq
360 2
t ty ∗ ` ty ∗ kv{
bh = zw _` kx − u` 2 2
360

Exercício 1 - 12 – Uma barragem na forma de um quarto de circulo, com 50 m de


comprimento e raio de 20 m foi construída para contenção de água para abastecimento.
Determine as componentes das forças, horizontal e vertical, e seus respectivos pontos de
atuação (Re: FH=98,1 MN; y`=13,3 m; FV=154,1MN; x`=8,49m).
Empuxo e Estabilidade

Corpos imersos em fluidos são submetidos a 2 forças, Peso (W) e


Empuxo (E).

W>E W=E W<E

Estabilidade de corpos Submersos

Corpo com estabilidade indiferente


Corpo em condição de instabilidade

Corpo em condição de estabilidade


Estabilidade de Corpos flutuante

Corpo com estabilidade indiferente

C = centro de massa do volume submerso

Corpo em condição de estabilidade


M= metacentro

Corpo em condição de estabilidade

Para corpos flutuantes


| = . ∗ = ∀GD?VD
W=E

} = IHEF D ∗ ∀BECNW?BD

fC@BW
~~~~~
s} =
∀BECNW?BD

Exemplo : Captação Flutuante


Um caixote metálico de peso igual a 6000 kgf, com largura de 3 m, 4 m de comprimento e
altura de 1 m, suporta uma bomba de 3800 kgf com centro de gravidade localizado a 1 m de
sua base. Determine, a altura máxima de colocação para que o sistema seja estável.
Fundamentos da Cinemática do Fluidos

O que é Escoamento?

A mudança de forma do fluido sob ação de um esforço tangencial.

Escopo da Cinemática dos Fluidos

Trajetória

Linha traçada por dada partícula ao longo de seu deslocamento.


z
Partícula no
Partícula no instante t3
Partícula no
instante t1
instante t2

x y

Linha de Corrente

Linha que tangencia os vetores de diversas partículas, umas após as outras.

z
Partícula no
Partícula no instante t3
Partícula no
instante t1
instante t2

x y

Linha de Emissão
Linha definida pela sucessão de partículas que tenham passado pelo mesmo ponto.

Método de Estudo da Cinemática dos Fluidos


Método de Lagrange
Esse método descreve o movimento de cada partícula, acompanhando-a em sua
trajetória total.

Método de Euler
Esse método consiste em adotar um intervalo de tempo, escolher uma seção ou volume
de controle no espaço e considerar todas as partículas que passem por essse local.
Classificação Geométrica do Escoamento dos Fluidos
Escoamento Tridimensional: As grandezas que regem o escoamento variam nas
três dimensões.

Escoamento Bidimensional: As grandezas do escoamento variam em duas


dimensões ou são tridimensionais com alguma simetria.

Escoamento Unidimensional: As propriedades e características podem ser


expressas em função do tempo e de apenas uma coordenada.

Classificação do Escoamento dos Fluidos

Quanto à Variação no Tempo


Permanente: As propriedades médias estatísticas das partículas fluidas, contidas em
um volume de controle permanecem constantes.

Não-permanente: Quando as propriedades variam com o tempo.

Quanto a Variação da Trajetória


Uniforme: Todos os pontos de uma mesma trajetória possuem a mesma velocidade.

Variado: Os pontos de uma mesma trajetória não possuem a mesma velocidade.

Quanto a Direção da Trajetória


Escoamento Laminar: As partículas descrevem trajetórias paralelas.

Escoamento turbulento: As trajetórias são errantes e cuja previsão é impossível.

Classificação Quanto ao Movimento de Rotação

Rotacional: A maioria das partículas desloca-se animada de velocidade angular em


torno de seu centro de massa.

Irrotacional: As partículas se movimentam sem exibir movimento de rotação.

• Número de Reynolds em Condutos de Seção Circular


Funcionando a seção plena
Laminar – Re<2.000
Turbulento – Re> 4.000

UD
Re =
ν
• Generalização do Conceito de Número de Reynolds
UL
Re =
ν
Onde L=4Rh (L- diâmetro hidráulico)

• Viscosidade Turbulenta

τ = (µ + ε t )
dv
dy
• εt = viscosidade turbulenta
• εt cresce com o aumento da velocidade
• em velocidades muito elevadas µ é desprezível
Equação da Conservação da Massa

Conservação de massa
dM 
 =0 dN  ∂ → →
dt  sistema e  = ∫ vc ηρd∀ + ∫ sc ηρ V d A
dt  sistema ∂t

como N = M e η = 1
dM  ∂ → →
 = ∫ vc ρd∀ + ∫ sc ρ V d A = 0
dt  sistema ∂t

• Casos especiais
a) escoamento incompressível (ρ é constante)
∂ → → ∂ → →
0=ρ ∫ vc d∀ + ρ ∫ sc V d A = (÷ ρ ) = ∫ vc d∀ + ∫ sc V d A
∂t ∂t
b) para um volume de controle não deformável (V é constante) e escoamento
permanente

%•d&B@F @€ %•d&WA>?@ @ = 0 → • = •d
→ →
0 = ∫ sc V d A
Onde Q é a vazão volumétrica (m3/s), V é a velocidade média (m/s) e A é a área (m2)
c) escoamento permanente e compressível

% •d&B@F @€ % •d&WA>?@ @ = 0 → ‚ = •d
→ →
0 = ∫ sc ρ V d A

Onde q é a vazão mássica (kg/s), ρ é a massa específica do fluido (kg/m3), V é a


velocidade média (m/s) e A é a área (m2)

Exemplo de um fluxo de massa através de dispositivo com múltiplas aberturas


Considere o escoamento permanente de água através do
dispositivo mostrado. As áreas são A1 = 0,2 m2, A2 = 0,5 m2,
e A3 = A4 = 0,4 m2. A vazão em massa na seção 3 é dada
como 3,88 kg/s. A vazão em volume entrando na seção 4 é de
1 m3/s e V1 = 10 i m/s. Determine a velocidade na seção 2.
Um encanamento com 0,4 m de diâmetro conduz água em regime permanente, com
velocidade de 1,5 m/s. Determine a vazão e a velocidade dessa água se o encanamento
sofrer um alargamento para 0,5 m de diâmetro.

Quatro canalizações unem-se numa cruzeta de um sistema distribuidor de água. Através da


canalização de 150 mm saem 27 l/s, e medidas efetuadas nas canalizações de 125 mm e 200
mm de diâmetro indicaram vazões afluentes de 25 l/s e 35 l/s respectivamente. Determine a
vazão e o sentido do escoamento na quarta tubulação que possui 225 mm de diâmetro. Qual
a velocidade média do escoamento em cada tubulação.

D=225 mm
D=125 mm

D=150 mm

D=200 mm

Exemplo da variação de massa específica em tanque de ventilação

Um tanque de 0,05 m3 contém ar a 800 kPa e 15 º C. Em t = 0, o ar escapa do tanque


através de uma válvula com área de escoamento de 65 mm2. O ar passa pela válvula a uma
velocidade de 311 m/s e a massa específica do ar é 6,13 kg/m3. As propriedades no resto do
tanque podem ser consideradas uniformes a cada instante. Determinar a taxa instantânea de
variação de massa especifica do ar no tanque em t=0.
Movimento
Equação da Quantidade de Movimen to

→ 
d P
F=
dt 
 sistema
→ → ∂ → → → →
FS+ FB = ∫ V ρ d∀ + ∫ V ρ V d A
∂t VC SC

Onde FS é correspondente as forças de superfície, devido a pressão e reação da superfície;


FB corresponde as forças de campo.

∂ →
Para um escoamento permanente a parcela ∫ V ρd∀ é igual a zero. Assim a equação fica
∂t VC
→ → → → →
FS+ FB = ∫ V ρV d A
SC

Para escoamento permanente, com fluido incompressível, e área constante, temos


→ →
 → → →  → → →
F S + F B = Vs ρ Vs A  − Ve ρ Ve A 
   

Lista de Exercícios
1 – A água que sai de um bocal atinge uma placa plana. A água deixa o bocal a 10 m/s, e a
área do bocal é de 0,005 m2. supondo que a água seja dirigida normal a placa e que flui ao
longo desta, determine a força horizontal sobre o suporte.
2 – Um recipiente de metal com 0,6 m de altura e seção interna de 0,1 m2, possui massa de
2,5 kg quando vazio. O recipiente é colocado sobre uma balança e água é escoada para seu
interior através de uma abertura no topo e para fora através de duas aberturas iguais nas
laterais. Sob condições de escoamento permanente, a altura de água do tanque é h=0,5 m.
Determine a leitura da balança.
1
2 2
Dados: A1=0,01m , V1=1,5 m/s e A2=A3=0,01m .

3 2

Balança
3 – Água escoa em regime permanente através de um cotovelo redutor de 90o. Na entrada
do cotovelo a pressão absoluta é de 221 kPa e a área da seção transversal é 0,01 m2. Na
saída a área da seção transversal é 0,0025 m2 e a velocidade é 16 m/s. O cotovelo
descarrega para a atmosfera. Determine a força necessária para manter o cotovelo no lugar,
considerando a massa do cotovelo seja de 0,5 kg e o volume no interior do cotovelo seja de
8 l.
Equação de Bernoulli para Fluidos Ideais
A equação de Bernoulli é derivada da equação da conservação da quantidade de movimento
para escoamento do tipo:
• Escoamento permanente;
• em uma linha de corrente;
• fluido incompressível;
• escoamento sem atrito.

Equação da conservação da massa


∂ → →
∫ vc ρd∀ + ∫ sc ρ V d A = 0
∂t
como o escoamento é incompressível e permanente
→ →
∫ sc ρ V d A = 0 ⇒ [ρ (Vs + dVs )( A + dA)] − (ρVs A)

(ρVs A) + (ρVs dA) + (ρdVs A) + (ρdVs dA) − (ρVs A) = 0

(ρVs dA) + (ρdVs A) = 0


Pela equação da quantidade de movimento
→ → ∂ → → → →
FS+ FB = ∫ V ρd∀ + ∫ V ρ V d A
∂t VC SC

fazendo cada parcela



F S = ( pA) − [( p + dp )( A + dA)] + FsB
 dp 
FsB =  p + dA
 2 

 dp 
F S = ( pA) − ( pA) − ( pdA) − (dpA) − (dpdA) + ( pdA) +  dA 
 2 

 dpdA 
F S = −(dpA) −  
 2 

F B = ρg s d∀

 dA 
F B = ρgsenθ  A + ds
 2 
como dssenθ = dz
→ →
 dA  dA
F B = ρg  A + dz ⇒ F B = ρgAdz + ρg dz
 2  2

∂ →
∫ V ρd∀ = 0 escoamento permanente
∂t VC

∫ V ρV dA = [(V
sc
s +`dVs )ρ (V s +`dVs )( A +`dA)] − (Vs ρVs A)

Vs ρdVs A + dVs ρV s A + V s ρV s dA

Logo fica

  dpdA    dA 
− (dpA) −  2  − (ρgAdz ) +  ρg 2 dz  = (Vs ρVs A) + (Vs ρdVs A) + (Vs ρVs dA) + (Vs ρdVs dA)
     
+ (dVs ρVs A) + (dVs ρdVs A) + (dVs ρVs dA) + (dVs ρdVs dA) − (Vs ρVs A)

Restando
[− (dpA)] − [(ρgAdz )] = (Vs ρdVs A) + (Vs ρVs dA) + (dVs ρVs A)

como pela equação da conservação da massa (ρV s dA ) + (ρdV s A ) = 0


a equação da conservação da quantidade de movimento se torna
− dpA − ρgAdz = Vs ρdVs A (÷ ρgA)
dp Vs dVs
dz + + = 0 int egrando
ρg g
p V2
z+ + = cons tan te
γ 2g
Teorema de Torricelli

Bernoulli entre 1 e 2

•/ • •
'/ + + =' + + →ℎ=
/
2 2 2
• = ƒ2 ℎ

Medidor Venturi

•3 •4
Bernoulli entre A e B
'3 + + = '4 + +
3 4
2 2
Como os dois pontos estão a mesma cota ZA=ZB

•4 •3
− = −
3 4
2 2

Analisando a diferença de pressão pelo manômetro em U com fluido manometrico


− =ℎ − 1!
3 4

_ ∗ „3 _ ∗ „4
Como Q=VA
•3 ∗ = •4 ∗
4 4
„4
•3 = ! ∗ •4
„3
„4 a
•3 = ! ∗ •4
„3

2∗ ∗ℎw − 1x
Substituindo

•4 = … /

„ a
1 − w 4x !
„3

Para chegar a vazão Q =VB*AB

Manômetro em U invertido

•3 •4
Bernoulli entre A e B
'3 + + = '4 + +
3 4
2 2
Como os dois pontos estão a mesma cota ZA=ZB

•4 •3
− = −
3 4
2 2

Analisando a diferença de pressão pelo manômetro em U com fluido manometrico


− =ℎ
3 4

_ ∗ „3 _ ∗ „4
Como Q=VA
•3 ∗ = •4 ∗
4 4
„4
•3 = ! ∗ •4
„3
„4 a
•3 = ! ∗ •4
„3

Substituindo

2∗ ∗ℎ
•4 = … †
„4 a
1−w x !
„3

Para chegar a vazão Q =VB*AB


Equação de Bernoulli para Fluidos Reais

p V2
H = z+ + + ∆hf
γ 2g

Exercício 1 - Um reservatório cuja cota de fundo se encontra a 25 m acima do piso possui


uma lamina de água de 3m. A esse reservatório se encontra conectado uma tubulação de
PVC, de 90 mm de diâmetro e 50 m de comprimento, que passa por um ponto (2) que na
cota 10 m e a 25 m do reservatório, e termina em um registro (ponto 3) a cota de lamina de
água se encontra a 15 m. Considerando que a perda de carga seja linear com o valor de 20
cm por m. Detemine:
a) a vazão que passa pelo sistema;
b) a perda de carga nos pontos 2 e 3;
c) a pressão no ponto 2.

Exercício 2 - Dois manômetros de Boudon foram conectados às seções de medição de um


Venturi (100 e 50 mm) em uma tubulação horizontal. Sabendo que a pressão a montante do
Venturi é de 40 KPa e que as perdas de carga entre as seções de medição perfazem 7% da
carga cinemática do trecho de menor diâmetro, determine a vazão máxima que não
conferirá pressão negativa na garganta do medidor.
Perda de Carga Distribuída

2 •
- Equação Universal ou de Darcy-Weisbach
∆ℎ = * ∗ ∗
„ 2
Onde: f é o fator de perda de carga;
L é o comprimento da tubulação;
D é o diâmetro da tubulação;
V é a velocidade média do escoamento;
g é a aceleração da gravidade.

Fator de perda de carga (f)

- Tubo lido e Re>105


1
f
( )
= 2 log Re f − 0,8

- Tubo liso e Re<105

f = 0,316. Re −0, 25

- Equação de Colebrook
1  k 2,51 
= −2. log + 
f  3,7.D Re f 
 

- Equação de Nikuradse

1 D
= 1,14 + 2. log
f k
Ábaco de Moody

Outras equações:

Equação de Hazen-Williams (50 mm<D<3500mm)


1,85
 Q L
hf = 10,643.  4,87
C  D

Equação de Fair-Whipple-Hsiao (D<50mm)

Tubos de aço galvanizado


Q 1,88
Água fria .................................. h f = 0 ,002021 L
D 4 ,88
Tubos de cobre
Q1,75
Água fria .................................. h f = 0, 000859 L
D 4,75
Q 1,75
Água quente.............................. h f = 0 , 000692 L
D 4 ,75
Equação de Flammant (16 mm <D< 160 mm)
Q1,75
h f = 0, 000824 L
D 4 ,75
Perdas de Cargas Localizadas

Expressão Geral para o Cálculo das Perdas de Cargas Localizadas


K é um coeficiente experimental e depende de Re

U2
hf = k
2g

Método do Comprimentos Virtuais


Igualando as equações de Darcy-Weisbach com a acima descrita, tem-se:

E através desta equação pode-se chegar a valores de comprimento equivalente (leq) que

2Wo •
correspondem aquele que causa a mesma perda de carga devido a uma dada singularidade.
∆ℎI = * ∗ ∗
„ 2

Importância Relativa das Perdas de Cargas


Despreza-se as perdas de cargas localizadas quando:
- L > 4.000 D
- V baixa
- Número de peças especiais não é grande
Escoamento Externo Viscoso e Incompressível

• Escoamento na camada limite é inicialmente laminar


• Transição para escoamento turbulento depende das condições:
o Corrente livre
o Rugosidade da superfície
o Gradiente de pressão
o Forças de campo
o Transferência de calor

• A camada limite turbulenta cresce mais rapidamente que a camada limite laminar.
• Ponto de separação – forma uma esteira viscosa atrás dos pontos de separação

Forças atuantes
• Cisalhamento – tangente a superfície do corpo
• De Pressão – normal a superfície do corpo

Forças resultantes
• Força de arrasto – paralelo ao escoamento
• Força de sustentação- perpendicular ao escoamento
Camada Limite
Conceito introduzido por Ludwig Prandtl, alemão estudioso de aerodinâmica, em 1904.
Prandtl, pelas dificuldades de utilizar as equações de Navier-Stokes, dividiu o escoamento
viscoso em duas regiões, uma perto das fronteiras solidas e outra cobrindo o restante do
escoamento.

Somente na camada limite a viscosidade é importante, fora o efeito da viscosidade é


desprezível.

Na camada limite a forças viscosas e de inércia são importantes.


Re (relação entre as forças viscosas e de inércia) é significativo na caracterização do
escoamento na camada limite.

Em placas planas, fluido incompressível, a transição pode ser retardada para


Rex=ρVx/µ>1.000.000.
Onde ρ é a massa específica [M/L3], V é a velocidade média do escoamento [L/t], x é o
comprimento da placa [L] e µ é a viscosidade absoluta [Ft/L2].

Para cálculo
Transição Rex=500.000
Para o escoamento com velocidade de 30 m/s de ar, a transição ocorre aproximadamente
x=0,24m.
Espessura da camada limite
Camada Limite Laminar de Placa Plana: Solução Exata
Para escoamento bidimensional, permanente, incompressível, com gradiente nulo, as
equações que regem o escoamento são:
Assim, chega-se
5 5x
δ≈ ≈
U Re x
νx
A tensão de cisalhamento na parede é dada por

∂u 
τw = µ
∂y  y =0
d2 f
τ w = µU Uνx 2
dη η =0

Assim

U 0,332 ρU 2
τ w = 0,332U ρµ =
x Re x

Coeficiente de cisalhamento
τw 0,664
Cf = =
1 Re x
ρU 2
2
ρU 2
Arrasto = C f l
2
Onde Cf é o coeficiente de cisalhamento, ρ é a massa específica, U é a velocidade fora da
camada limite, e l é a área por largura unitária.

Camada limite turbulenta


Para Re superiores a 500.000 a camada limite se torna turbulenta. Para essa condição
temos:
0,37 x
δ= 1
Re x 5

• Para 400.000<Re<4.000.000
−1
C f = 0,072 Re x 5

• Para 5x105<Re<107
−1 1700
C f = 0,072 Re x 5 −
Re x

• Para 106<Rex>109
0,455
Cf =
(log Re x )2,58

Para cilindros e esfera

Exemplo: Uma placa plana de madeira (δ=0,54) de 3m de largura, 30 m de comprimento e


20 cm de altura é rebocado em água parada a 20° C com uma velocidade de 6m/s.
Determine:
a) o arrasto em um dos lados da placa e o arrasto nos primeiros 3m;
b) a potencia do motor necessária para transportar essa placa;
c) a espessura da camada limite final da placa;
d) o comprimento da placa onde ocorre a transição de laminar para turbulento
(Re=5x105).
Fundamentos da Transferência de Calor
São três os modos de transferência de energia:
• Condução
• Convecção
• Radiação

Cada processo de transferência envolve um ou mais modos.

• Condução
A transferência de energia por condução ocorre por dois mecanismos:
o Interação molecular – maior movimento das moléculas em níveis de maior
energia (temperatura) concede energia para moléculas adjacentes com níveis
de energia menor (líquidos, gases e sólidos)
o Elétrons livres – os metais mais puros possuem maior concentração de
elétrons livres e com isso possuem maior capacidade de condução.
Como pode ser observado a condução é um fenômeno molecular. A equação que descreve
o fenômeno é a de Fourier (1822):
qx dT
= −k
A dx
Onde qx é a taxa de transferência de calor em x [Watts ou Btu/hr]; A é a área norma a
dT
direção do fluxo de calor [m2 ou ft2]; é a gradiente de temperatura na direção x [K/m
dx
ou °F/ft]; e k é a condutividade térmica [W/mK ou Btu/hr ft °F]

• Convecção
A transferência de calor por convecção envolve a troca de energia entre a superfície e
um fluido adjacente. Existem dois tipos:
o Convecção forçada – onde o fluido passa pela superfície devido a atuação de
um agente externo (bomba ou abanador);
o Convecção livre – onde o aquecedor (ou refrigerador) promove a circulação
do fluido próximo a superfície devido a diferença de densidade promovida
pela diferença de temperatura.

A transferência de calor por convecção, expressa pela primeira vez por Newton (1701), é a

‚ = ℎd%‡ˆ − ‡‰ &
referida lei de Newton de resfriamento:

Onde q é a transferência de calor por convecção [W ou Btu/hr], A é a área normal a direção


do fluxo de calor [m2 ou ft2], ∆T é a diferença de temperatura entre a superfície e o meio
[K], e h é o coeficiente de transferência de calor por convecção.
O coeficiente h é função da geometria do sistema, da propriedade do fluido e do
escoamento, e da magnitude de ∆T.
Um escoamento turbulento, que passa por uma superfície, possui uma camada limite
extremamente fina se comparada com o escoamento laminar, e as partículas fluidas
próximas a parede estão em repouso.
Assim, é verdade afirmar que o mecanismo de transferência de calor entre uma superfície
solida e um fluido envolve a condução entre as camadas fluidas próximas a superfície. O
filme fluido presente promove uma resistência a transferência de calor por convecção, e o
coeficiente h é considerado como o coeficiente do filme.

Mecanismo h [Btu/hr ft2°F] h [W/m2K]


Convecção de ar livre 1-10 5-50
Convecção de ar forçado 5-50 25-250
Convecção de água forçada 50-3.000 250-15.000
Vapor de água 500-5.000 2.500-25.000
Vapor de água condensada 1.000-20.000 5.000-100.000
• Radiação
A transferência de calor por radiação é dada pela troca de energia entre duas superfícies
separadas por vácuo. Esse processo ainda não é bem compreendido.

‚ = Šd%‡ˆa − ‡‰a &


A expressão de emissão de energia por um radiador perfeito ou corpo negro é:

Onde q é a emissão de energia por radiação [W ou Btu/hr], A é a área da superfície


emissora [m2 ou ft2], T é a temperatura absoluta [k ou °R], e σ é a constante de Stenfan-
Boltjmann, que é 5,672x10-8 W/m2k4 ou 0,1714 x10-8 Btu/hr ft2ºR4.
Condução Permanente
Condução permanente implica que as condições de temperatura, densidade e que todos os
pontos na região de condução sejam independentes do tempo.

Placa Plana

‹d
‚= %‡/ − ‡ &
Onde k é a condutividade, A é a área, e é a espessura, T1 e T2 são temperaturas.

`=
Resistência a transferência de calor

‹d

Placa plana com parede composta

%‡/ − ‡ &
‚=
∑` • - •,
Cilindro Oco Longo
O fluxo de energia radial através de um cilindro oco longo é um exemplo de condução
unidimensional, descrita por:
qr 2πk
= (Ti − Te )
L ln  re 
 r 
 i
Onde ri é o raio interno, re é o raio externo, Ti é a temperatura da superfície interna e Te a
temperatura da superfície externa. Para essa condição a resistência térmica é:

ln e 
r
ri 
R= 
2πkL

Esfera Oca
O fluxo de calor radial por uma esfera oca é uma condução unidimensional.
dT
q = −k A
dr
Onde A é a área da esfera 4πr2
dT
q r = −4πkr 2
dr
para T = Ti ⇒ r = ri
para T = Te ⇒ r = re
tem − se
4πk (Ti − Te )
q=
1 1

ri re
1 1
(F − (W
`=
4_‹
Transferência de Calor por convecção

A transferência de calor entre a superfície e o fluido adjacente, e pode ser descrita como:
q
= h∆T
A
Onde q/A é o fluxo de calor, h é o coeficiente de transferência de calor por convecção e ∆T
a diferença de temperatura entre a superfície e o fluido.

Parâmetros significantes em transferência de calor por convecção

A convecção tem relação direta com a quantidade de movimento do fluido, as difusividades


de movimento e energia são definidas como:
Difusividade de movimento
µ
ν=
ρ

A condutividade térmica e a grandeza que se denomina difusividade térmica (mostrada


abaixo) indicam a facilidade com que o calor pode se deslocar através do meio.
k
α=
ρc p
Onde µ é a viscosidade absoluta, ρ é a massa específica, k é a condutividade térmica, e cp
é o calor específico a pressão constante.

Exemplos de condutividade térmica


Material Condutividade térmica (W/m°C)
Cobre 386
Ouro 310
Aço inoxidável 16,3
Água a 20 C 0,594
Tijolo 0,557 a 1,08
Terra seca 0,128
Ar a 20 C 0,0257
Dióxido de carbono a 25 C 0,0164

A relação entre a difusividade de movimento e a térmica é designada como número de


Prandt (relação entre a difusão da quantidade de movimento e difusão de calor), dado
como:
ν µc p
Pr = =
α k

A razão de condutividade térmica pela resistência a convecção do fluido é o número de


Nusselt.
hL
Nu =
k
Analise dimensional da transferência de calor por convecção

Convecção forçada
As variáveis importantes nesse fenômenos são:
Variável Símbolo Dimensão
Diâmetro do tubo D L
Massa específica ρ M/L3
Viscosidade absoluta µ M/LT ou Ft/L2
Calor específico Cp Q/MT
Condutividade Térmica k Q/tLT
Velocidade V L/t
Coeficiente de h Q/tL2T
transferência de calor

Utilizando o método de PI de Buckinghan chega-se a analise dimensional de transferência


de calor por convecção em conduto circular como:
Nu = f '1 (Re, Pr )

St = f 2 (Re, Pr ) =
h
ρvc p
Onde Re é o número de Reynolds, Pr é o número de Prandt e St é o número de Stanton
(relação entre o fluxo térmico advectivo devido a uma diferença de temperaturas e
quantidade de energia por tempo e área necessária para atingir a mesma diferença de
temperaturas considerando o deslocamento de fluido).

Convecção natural
A diferença de densidade provoca pela troca térmica promove a expansão ou contração do
fluido. Tendo de ser, assim, levado em consideração o Coeficiente de expansão
volumétrica, β, dado pela equação:
ρ = ρ 0 (1 − β∆T )
Onde ρ0 é a massa específica do fluido no volume, ρ é a massa específica do fluido dentro
da linha aquecida, e ∆T a diferença de temperatura entre o fluido aquecido e o do volume.

Coeficiente de expansão volumética (por oC)


Material 1/°C
Alumínio 23x10-6
Cobre 17x10-6
Vidro (comum) 9x10-6
Vidro (pirex) 3,2x10-6
Ferro 11x10-6
Gelo 51x10-6
Álcool 100x10-5
Gases 3,66x10-3
Gasolina 11x10-4
Mercúrio 18,2x10-5
Ο empuxo provocado pela diferença de massa específica implica em efeitos gravitacionais,
impondo o uso da aceleração da gravidade. A velocidade do meio fluido como um todo não
é relevante. Assim as variáveis a serem consideradas nesse fenômeno são:

Variável Símbolo Dimensão


Comprimento L L
Massa específica ρ M/L3
Viscosidade absoluta µ M/LT ou Ft/L2
Calor específico Cp Q/MT
Condutividade Térmica k Q/tLT
Coeficiente de expansão β 1/T
térmica
Aceleração da gravidade G L/t2
Diferença de temperatura ∆T T
Coeficiente de h Q/tL2T
transferência de calor

Pela teorema de Pi de Buckinghan chega-se aos seguinte grupos:

βgρ 2 L3 ∆T
Gr =
µ2
Nu = f 3 (Gr , Pr )

Onde Gr é o numero de Grashof (razão entre forças de empuxo e forças viscosas)

Abordagem genérica para a resolução de problemas de transferência de calor por


convecção

Considerando a situação de um contorno sólido que esse encontra a temperatura Tp e o


ambiente a volta Tm. Admitindo que Tp> Tm e que a área de contato entre o contorno e o
meio fluido e A.

= h(T p − Tm )
q
A

Como a área de contato e as temperaturas são conhecidas, resta determinar o coeficiente de


transferência de calor por convecção. Para sua determinação utiliza-se o adimensional
número de Nusselt.
hL
Nu =
k
Ou seja
k
h = Nu
L
Onde L é o comprimento característico e k a condutividade térmica e são valores
conhecidos.

Assim é necessário a determinação do número de Nusselt. Sabe-se que para escoamentos


internos com rugosidade constante e para escoamentos externos que:
Nu = f (Re, Pr ) para convecção forçada
e
Nu = f (Gr, Pr ) para convecção natural

Convecção forçada

Quando o índice, no numero de Nusselt, for x indica que se está considerando na posição x,
que é denominado de numero de Nusselt local. Em outros casos a dimensão representada é
o número de Nusselt médio.

Placa plana com temperatura constante e escoamento laminar paralelo à placa:


Segundo Bennett e Myers (1978)
1 1
Nu x = 0,332 Re x 2 Pr 3

1 1
Nu L = 0,664 Re L 2 Pr 3
Para Re<5.105 e Pr>0,1
Onde L é o comprimento da placa.

Outra analise onde os adimensionais são calculados com propriedades físicas na


temperatura do fluido distante da parede, Pr, e próximo a parede, Prp, é mostrado abaixo (
Mijeev e Mijeeva (1979)).
0 , 25
1  Pr
1 
Nu x = 0,332 Re x 2 Pr 3  
 Pr 
 p 
0 , 25
1  Pr
1 
Nu L = 0,664 Re L 2 Pr  3 
 Pr 
 p 

A relação entre os dois números de Prandtl, nas duas temperaturas envolvidas, visa a
correção do valor de Nusselt para melhor representar o fluxo térmico.

Placa plana com temperatura constante e escoamento turbulento paralelo a placa:


Segundo Kreith (1977)
4 1
Nu x = 0,0288 Re x 5 Pr 3

4 1
Nu L = 0,036 Re L5 Pr 3
Para Re>5.105 e 60>Pr>0,5
Bennett e Myers (1978) sugerem:

4
Nu x = 0,0292 Re x 5 Pr 0,62
4
Nu L = 0,0365 Re L5 Pr 0,62

Segundo Mijeev e Mifeeva (1979) teremos

0 , 25
4  Pr 
Nu x = 0,03 Re x Pr 5 0 , 43  
 Pr 
 p 
0 , 25
4  Pr 
Nu L = 0,037 Re L Pr 5 0 , 43  
 Pr 
 p 
0,7<Pr<380

Cilindro com temperatura constante e sujeito a escoamento cruzado

Para cilindros imersos em escoamento perpendicular ao seu eixo, o número de Nusselt


médio, é sempre calculado utilizando o diâmetro do tubo como dimensão característica.

Gases: Nu D = b Re nD

1
Líquidos: Nu D = 1,11 Re nD Pr 3

Os valores de b e n são fornecidos a seguir:


ReD b n
0,4 a 4 0,891 0,330
4 a 40 0,821 0,385
40 a 4000 0,615 0,466
4.000 a 40.000 0,174 0,618
40.000 a 400.000 0,0239 0,805

Segundo Mijeev e Mijeeva (1979)


Ar: Nu D = B Re DN
0 , 25
 Pr 
Líquidos: Nu D = 1,14 Re Pr N 0, 36  
D  Pr 
 p 
Os valore de B e N são:
ReD B N
<103 0,49 0,50
>103 0,245 0,60
Escoamento em torno de esfera com temperatura constante

Para as esferas o diâmetro, também, é o comprimento característico. Segundo Kreith (1977)


temos:
 µp
0 , 25

(
Nu D = 2 + 0,4 Re 0, 5
+ 0,006 Re 0 , 67
)Pr 0, 4
 
 µ
D D

Para 3,5.104 < Re D <4,6.104
0,71 <Pr < 380
1,0 <  µ  <3,2
 
 µ p 

Convecção Natural

Placa plana vertical e cilindro vertical com temperatura constante

Segundo Kreith (1977) temos:


Escoamento Laminar
Nu L = 0,555(GrL Pr )
1
4 para Gr < 109

gL3 (Ts −T ∞ )
Onde Gr =
ν 2T∞
Onde Gr é o número de Grashof, g é a aceleração da gravidade, L é o comprimento, Ts é a
temperatura superficial, T∝ é a temperatura do fluido, ν é a viscosidade absoluta do fluido.
Escoamento Turbulento

Nu L = 0,0210(GrL Pr )
2
5 para Gr > 109

Segundo Mijeev e Mijeeva (1979)

Escoamento Laminar
0 , 25
 Pr 
Nu L = 0,576(GrL Pr ) 4  
1
para 103<Gr Pr < 109
 Pr 
 p 

Escoamento Turbulento

0 , 25
 Pr 
Nu L = 0,15(GrL Pr ) 5  
2
para Gr Pr > 109
 Pr 
 p 
Cilindro horizontal com temperatura constante

Segundo Kreith (1977) temos:

Nu D = 0,53(GrD Pr )
1
4 para Pr>0,5 e 103<Gr Pr < 109

Segundo Mijeev e Mijeeva (1979)


0 , 25
 Pr 
Nu D = 0,50(GrD Pr ) 4  
1
para 103<Gr Pr < 108
 Pr 
 p 

Esfera com temperatura constante

Segundo Kreith (1977) temos:


Nu D = 2 + 0,45(GrD Pr )
1
4

Placa horizontal com temperatura constante

Superfície quente para cima e superfície fria para baixo:


Regime laminar
1
Nu L = 0,54Ra L 4 105<Gr<2.107

Regime turbulento
1
Nu L = 0,14 Ra L 4 2.107<Gr<3.1010

Onde Ra=GrPr
Ra é o numero de Rayleigh – razão em força de empuxo e forças viscosas e uma razão da
intensidade de difusão de quantidade de movimento e calor.

Superfície fria para cima e superfície quente para baixo:


Regime laminar

1
Nu L = 0,27 Ra L 4 3.105<Gr<3.1010

Exemplos:
1- Em uma instalação industrial, ar quente a 300 °C flui sobre uma placa fina metálica plana, com
velocidade de 36 km/h. Como a placa contém alguns sensores, a mesma deve ser mantida a uma
temperatura de 27 °C. Para isto, utiliza-se um sistema de refrigeração composto por tubos sob a
placa, por onde circula água de refrigeração. Considerando que a placa é quadrada, com 1,5 m de
lado, determine o fluxo de calor a ser extraído pelo sistema de refrigeração para manter a placa na
temperatura de 27 °C. (νar=3,13x10-5 m2/s; Pr=0,687; kp=0,0364 W/mK)
Transferência de calor em superfícies estendidas

Para condições permanentes a primeira lei da termodinâmica reduz a expressão:


δQ
=0
dt
O fluxo de calor é:
q1 = q 2 + q3

Assim:
• • •
q = qR + qA

q = h( AR + ηAA )(Ts − T∞ )

A eficiência da aleta pode ser definida como:


calor realmente trocado pela aleta
η=
calor que seria trocado se AA estivesse na temperatura Ts

qA
η=
hAA (Ts − T∞ )
da eficiência por:
tgh(ml )
η=
ml
onde
e ml − e − ml
e tgh(ml ) =
hP
m=
kAt e ml + e −ml
Onde m é o coeficiente da aleta, P é o perímetro, h é o coeficiente de tranferencia de
calor por convecção, k é o coeficiente de transferência de calor por condução, e At é a
área da borda da aleta.

Tipos de Aletas
• Seção retangular

P = 2b + 2e ≅ 2b
At = be
2h
m=
ke

• Aletas curvas
P = 2(2πr ) + 2e ≅ 4πr
At = 2πre
2h
m=
ke

• Aletas Pinos

P = 2πr
At = πr 2
2h
m=
kr

Exemplo: Um dissipador de calor consiste de uma placa plana de alumínio ( k = 175 Kcal/h.m.oC )
de resistência térmica desprezível com aletas retangulares de 1,5 mm de espessura e 12 mm de
altura, espaçadas entre si de 12 mm, ocupando toda a largura da placa. O lado com aletas está em
contato com ar a 40 oC e coeficiente de película 25 Kcal/h.m2.oC. O lado sem aletas está fixado
sobre uma superfície a 150 oC. Calcule por unidade de área da placa o fluxo de calor.
Radiação

Radiação térmica -É a energia emitida, na forma de ondas eletromagnéticas, por toda


matéria que se encontre a uma temperatura absoluta finita.
• A radiação pode ser emitida por sólidos, líquidos e gases.
• Na ausência de um meio interveniente (como por exemplo no vácuo), há
transferência de calor por radiação entre duas superfícies que estejam com temperaturas
diferentes.
Propriedades típicas de uma onda:
c
λ=
ν
Propriedades básicas da radiação
• Irradiação
• Emissividade
• Radiosidade

Irradiação
• Corresponde à taxa na qual a radiação atinge uma superfície (W/m2).
• A radiação incidente pode ser proveniente de uma fonte específica, como por
exemplo o Sol, ou de outra superfície.
• A irradiação total (G) é obtida pela integração em toda a faixa de comprimento de
onda:


G = ∫ G y (λ )dλ
0

Onde Gλ corresponde à irradiação espectral

Irradiação: absortividade
• A fração da radiação total incidente que é absorvida pela superfície é chamada de
absortividade (α) e varia com o comprimento de onda:

radiação absorvida 1
α= = ∫ α λ Gλ dλ 0 ≤α ≤1
radiação incidente G 0
• Se α < 1, existe uma parcela da radiação que é não absorvida, ou seja, é refletida
ou transmitida.

Irradiação: refletividade
• É a fração da radiação total incidente que é refletida pela superfície (ρ) e como a
absortividade, varia com o comprimento de onda:
radiação refletida 1 ∞
ρ= ρλ Gλ dλ 0 ≤ ρ ≤1
radiação incidente G ∫0
=

• Existem dois tipos de reflexão: especular e difusa.


– Na reflexão especular, o ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão
(ex: superfícies polidas);
– E na difusa, a reflexão é uniformemente distribuída em todas as direções
(ex: superfícies rugosas).
• Um corpo real não exibe nem reflexão especular pura e nem reflexão difusa pura.

Irradiação: transmissividade
• É a fração da radiação total incidente que é transmitida através do corpo (t) e
também depende do comprimento de onda:
radiação transmitida 1 ∞
τ= = ∫ τ λ Gλ dλ 0 ≤τ ≤1
radiação incidente G0
• Logo: α + ρ + τ = 1
• Para a maioria das superfícies sólidas, a transmissividade é igual a zero, já que os
corpos são normalmente opacos à radiação incidente: τ = 0
α + ρ =1
Poder emissivo
Corresponde à taxa de radiação que é emitida pela superfície por unidade de área.
• Existe o poder emissivo espectral, Eλ (W/m2µm), que corresponde à taxa pela qual
a radiação de comprimento de onda λ é emitida em TODAS as direções no espaço
hemisférico de uma superfície, por unidade de área da superfície e por intervalo (dλ) de
comprimento de onda.
Poder emissivo total (En) - Corresponde à taxa de radiação que é emitida por unidade de
área em todas as direções possíveis e em todos os possíveis comprimentos de onda (W/m2):

Corpo negro
• É um corpo ideal cuja superfície é um emissor perfeito de radiação (em todas as
direções e comprimentos de onda), também conhecido como irradiante ideal:
– Para uma dada temperatura e comprimento de onda, nenhuma superfície
pode emitir mais radiação que um corpo negro;
– A emissão é difusa: depende de T e λ, porém não depende da direção.
• Também é um absorvedor ideal de radiação incidente, independente do
comprimento de onda ou da direção da radiação.
• Serve como padrão de comparação para a radiação de superfícies reais.

A distribuição espectral da radiação de um corpo negro (lei de Planck):


• Em qualquer λ, a radiação emitida por um corpo negro aumenta a medida que T
aumenta;
• Quando T aumenta, diminui o λ em que a radiação é máxima (Lei de Wien):
2,90 × 103
λrad max =
T

Corpo Cinza – é o corpo cuja energia emitida ou absorvida é uma fração da energia emitida ou
absorvida por um corpo negro. As características de radiação dos corpos cinzentos se aproximam
das características dos corpos reais.

Emissividade ( ε ) é a relação entre o poder de emissão de um corpo cinzento e o do corpo negro


Ec
ε=
En
Onde: Ec é o poder de emissão de um corpo cinza e En é o poder de emissão de um corpo
negro

Logo:
( )

q = σA1 εT14 − αT24

Exemplo: Um cilindro unitário de aço inox (k=52,9 W/mK), com 200 mm de diâmetro
interno, 10 m de comprimento e 5 mm de espessura, é utilizado para transportar produto
químico à 140 °C (temperatura da parede interna). Sabe-se que o ar do compartimento,
onde o cilindro é colocado, está a 20 °C, e uma brisa de 1,0 m/s cruza a tubulação,
determine o fluxo de calor transmitido do tubo para o meio. Considere ε = 0,6, σ (constante
de Stenfan-Boltjmann) é 5,672x10-8 W/m2k4.
Fundamentos da Transferência de Massa

Quando se tem um sistema com 2 ou mais componentes com concentração diferente, a


tendência natural é a transferência de massa, minimizando as diferenças de concentração no
sistema, esse é definido como difusão molecular.

Lei de Fick
A lei de transferência de massa mostra a relação entre o fluxo de difusividade da substancia
e o gradiente de concentração de massa transferida.

Fluxo de massa
dϖA
J A, y = − ρDAB
dy

Onde JA,y é o fluxo de massa na direção y, ρ é a massa específica, ϖ A é a fração mássica


de A na direção y, e DAB é o coeficiente de difusividade de massa.

N A , y = J A, y A

Massa específica total


n
ρ = ∑ ρi
i =1

Fração de massa (ωA)


ρA ρA
ωA = =
n
ρ
∑ρ i =1
i

PA M A
Para gases - ρ A = C A
RT
Onde PA é a pressão parcial da espécie A na mistura, T é a temperatura absoluta, R é a
constante dos gases (82,05cm3 atm / moleK ) , CA é a concentração, e MA é a massa molar.
Coeficiente de Difusividade
A difusividade mássica DAB, a difusividade térmica α = k ρc p e a viscosidade cinemática

(difusividade de movimento) ν = µ / ρ tem dimensões de L2/t.


A relação entre essas três grandezas se dá pelas relações de grupos adimensionais:
ν cp µ
• Número de Prandtl Pr = =
α k
ν µ
• Número de Schmidt Sc = =
DAB ρDAB
α k
• Número de Lewis Le = =
DAB ρc p DAB

onde µ é a viscosidade absoluta, ρ é a massa específica, k é a condutividade térmica, cp é


o calor específico a pressão constante, e DAB é a difusividade de massa.

Difusividade de massa gasosa


1
3  1 1  2
0,001858T 2  + 
 M A M B 
DAB =
Pσ AB2
ΩD
Onde: DAB é o coeficiente de difusividade mássica entre A e B (cm2/s), T é a
temperatura absoluta (K), P é a pressão absoluta (atmosfera), σAB é o parâmetro de
Lennard-Jones (Angstrons), Ω D é a função adimensional da temperatura e do potencial
intermolecular par um mol A em um mol B.
KT
ΩD =
ε AB
Onde K é a constante de Boltzmann (1,38x10-16 ergs/K) e ε AB é a energia de interação
molecular para o sistema binário AB (ergs)
σ A +σB
σ AB =
2
ε AB = ε Aε B
Difusividade de massa líquida
KT
DAB =
6πrµ B
Onde DAB é a difusividade de A em B; K é a constante de Boltzmann; T é a temperatura
absoluta; r é o raio das partículas e µB é a viscosidade do solvente B.

Pelo Arranjo Geral


DAB µ B
= f (∀)
KT
Onde f(V) é a função do volume molecular

7,4 x10−8 (ψ B M B ) 2 T
1

DAB =
µ B∀0A,6
Onde DAB é a difusividade de A no solvente B (cm2/s), µ é a viscosidade da solução
(centipoises), T é a temperatura absoluta (K), MB é o peso molecular do solvente, VA é o
volume molecular do soluto (cm3/g mole) e ψB é o resultado dos parâmetros associados ao
solvente B.
Os valore de ψB são: 2,6 para água, 1,9 para metanol e 1,0 para benzeno, éter, heptano e
outros solventes.

Difusividade de massa sólida


DK , ef DK , ef
NA = (C A1 − C A2 ) = ( p A1 − p A2 )
x0 x0

19400θ 2 T
DK ,eff =
τS ' ρ M
Onde x0 é o comprimento do percurso de difusão, ρ é a massa específica da partícula, M é a
massa molecular, τ é a tortuosidade, S’ é o fator forma e θ é o ângulo.
Exemplos
temperatura DAB
substancias (K) (cm2/s)
CO2-N2 273 0.144
H2-CH4 298 0.726
água -
butanol 303 1.24x10-5
Hélio -pirex 293 4.5x10-11
Hélio -pirex 773 2x10-8
Hg - Pb 293 1.1x10-16

Constante dos gases

R=0,082057 L.atm/K.kmol
R=8,31451 J/K.kmol
R=1,9872 cal/K.kmol
R=831,451 L.bar/K.kmol
R=82,057 cm3.atm/K.kmol
R=62,36 L.torr/K.kmol

Difusão de Hélio através de vidro pirex


1-Calcule o fluxo de massa jAy que ocorre na difusão do hélio através do vidro pirex em
regime permanente, considerando a temperatura de 500 °C. A pressão parcial do hélio é de
1 atm em y=0 e nula na superfície da placa y=Y. A espessura Y da placa de pirex é de 10-2
mm, e sua massa específica ρ B = 2,6 g / cm3 . A concentração e difusividade do hélio são
respectivamente iguais a 0,00084 volume de hélio gasoso por unidade de volume de vidro e
DAB =0,2x10-7 cm2/s. Determine o fluxo de massa do hélio. (MA=4g/mol)
Transferência de Massa por Convecção

A transferência de massa por convecção envolve o transporte de material entre dois


contornos de superfícies ou dois fluidos relativamente imiscíveis se movendo. Esse
fenômeno é descrito pela equação:
N A = K c A∆c A

Onde Kc é o coeficiente de transferência de massa, NA é o fluxo de massa, A é a área e ∆cA


é a diferença de concentração.
∆c A = c A,s −c A,∞
PA M A
c A, s =
RT

O Coeficiente de transferência de massa pode ser relacionado em um adimensional que é o


Número de Nusselt como pode ser mostrado em:
Kc x
Nu AB =
D AB

Placa Plana

1 1
Para escoamento laminar: Nu AB = 0,664 Re L 2 Sc 3

1
Para escoamento turbulento: Nu AB = 0,036 Re 0L,8 Sc 3

A solução exata nas condições de: 0,6<Sc<2500 e 0,6<Pr<100 é dada por


Kc x 1 1
Nu ABx = = 0,332 Re x 2 Sc 3
D Ab

Esfera unitária
1 1
Nu AB = 2,0 + 0,95 Re 2
Sc 3
Para 100<Re< 700 e 1200<Sc<1525
1 1
Nu AB = 2,0 + 0,552 Re 2
Sc 3
Para 2<Re< 800 e 0,6<Sc<2,7
Nu AB = 2,0 + 0,569(GrAB Sc ) para GrABSc<108
0, 25

Nu AB = 2,0 + 0,0254(GrAB Sc ) 3 Sc 0 , 244 para GrABSc>108


1

Cilindro unitário

Para 2.000<Re<35.000 e 0,6<SC<2,5


K c D p B ,lm
= 0,023 Re 0,83 Sc 0, 44
D AB P
Onde D é o diâmetro do tubo, P é a pressão total, DAB é a difusividade de massa da
componente A no fluido B, Re é o número de Reynolds, Sc o numero de Schmidt., e pB,lm é
o log da pressão média parcial do gás carreado.
p B ,G − p B ,i
p B ,lm =
p B ,G
ln
p B ,i

Onde PB,G é a pressão de B na fase de gás, e PB,i é a pressão de B na interface.

Para 2.000<Re<70.000 e 1.000<Sc<2.260


1
Nu AB = 0,023 Re 0,83 Sc 3

Exemplos
1- Estime a distancia percorrida por uma bolha de água, inicialmente com 1,0 mm de
diâmetro, caindo no ar a 50°C para reduzir seu volume em 50%. Assuma que a
velocidade da bolha é a velocidade terminal do diâmetro médio a 20°C. (Dados:
CD=0,78, ρágua =995 kg/m3; ρar=1,14 kg/m3, µar =1,91x10-5N.s/m2; DAB=0,26x10-
4
m2/s; pressão de vapor de água a 297K= 2,33x103Pa; R=8,314Pa m3/mol K; massa
molecular da água = 18,02g/mol).

4d p ( ρ p − ρ ) g
A velocidade terminal é de v0 =
3C D ρ

Onde dp é o diâmetro médio da partícula, ρp é a massa específica da partícula, ρ é a


massa específica do fluido, g é a aceleração da gravidade, e CD é o coeficiente de
descarga.
2 – Por um reservatório de água, com 0,093 m2 de área , escoa ar a temperatura de 43°C. e
1 atm. Sabendo que a água esta a 37°C e que a pressão de vapor de água é de 24mmHg.
Estime a razão de evaporação de água para um escoamento de ar a velocidade de 6 m/s.
Dado: Pr=0,703, DAB=0,26x10-4m2/s, R=8,314Pa m3/mol K, ρar=1,10 kg/m3, µar =1,94x10-
5
N.s/m2, MA=0,01802kg/mol

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