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Jardim Medicinal:

Integrando conhecimentos
Tanea Maria Bisognin Garlet
Sílvia Villanova Lavallós
Pollyana Stefanello Gandin
Isabella Ávila Rauta
Paola Naiara Conti
Adrian Wermeier Weizemann
Jardim Medicinal:
Integrando conhecimentos

Tanea Maria Bisognin Garlet


Sílvia Villanova Lavallós
Pollyana Stefanello Gandin
Isabella Ávila Rauta
Paola Naiara Conti
Adrian Wermeier Weizemann

1.a Edição

Santa Maria
Pró-Reitoria de Extensão | UFSM
2022
Reitor
Luciano Schuch

Vice-Reitora
Martha Bohrer Adaime

Pró-Reitor de Extensão
Flavi Ferreira Lisbôa Filho

Pró-Reitora de Extensão Substituta


Cultura e Arte
Vera Lucia Portinho Vianna

Desenvolvimento Regional e Cidadania


Jaciele Carine Sell

Articulação e Fomento à Extensão


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Subdivisão de Apoio a Projetos de Extensão


Alice Moro Neocatto
Bruna Loureiro Denkin
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Subdivisão de Divulgação e Eventos


Aline Berneira Saldanha

Revisão Textual
Camila Steinhorst

Projeto Gráfico e Diagramação


Reginaldo Martins Barbosa Júnior
Ellen Milder Nunes

J37 Jardim medicinal [recurso eletrônico] : integrando conhecimentos /


Tanea Maria Bisognin Garlet ... [et al.]. – Santa Maria, RS : UFSM,
Pró-Reitoria de Extensão, 2022.
1 e-book : il. – (Série Extensão)

ISBN 978-65-87668-29-1

1. Fitoterapia 2. Plantas medicinais 3. Terapias complementares


I. Garlet, Tanea Maria Bisognin

CDU 581.6:615.89

Ficha catalográfica elaborada por Alenir Goularte CRB-10/990


Biblioteca Central - UFSM
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 7
INTRODUÇÃO 8
HISTÓRICO DO JARDIM MEDICINAL 10
ORIENTAÇÕES PARA UTILIZAÇÃO DAS PLANTAS MEDICINAIS 14
PLANTAS DO JARDIM MEDICINAL 15
ALCACHOFRA 16
ALECRIM 17
ARRUDA 18
BABOSA 19
BARDANA 20
BOLDO 21
CALÊNDULA 22
CAPIM-CIDRÓ 23
CATINGA-DE-MULATA 24
CELIDÔNIA 25
CONFREI 26
ERVA-LUÍSA 27
FUNCHO 28
HIBISCO 29
HORTELÃ 30
LAVANDA 31
LOSNA 32
MANJERICÃO 33
MELISSA 34
MIL-FOLHAS 35
PRONTO-ALÍVIO 36
ORA-PRO-NOBIS 37
PULMONÁRIA 38
SÁLVIA 39
TOMILHO 40
CONSIDERAÇÕES FINAIS 41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 42
AUTORES
Tanea Maria Bisognin Garlet: licenciada em Ciências Biológicas
(UFSM), mestra em Botânica (UFRGS), doutora em Agronomia (UFSM),
docente do Departamento de Zootecnia e Ciências Biológicas da Universidade
Federal de Santa Maria, Campus Palmeira das Missões. E-mail: taneagarlet@
gmail.com
Sílvia Villanova Lavallós: licenciada em Ciências Biológicas (UFSM),
servidora da 15ª Coordenadoria Regional de Saúde (15ª CRS), Palmeira das
Missões, RS. E-mail: silvia-lavallos@saude.rs.gov.br
Pollyana Stefanello Gandin: acadêmica de Enfermagem,
Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Santa Maria,
Campus Palmeira das Missões. E-mail: pollyanagandin@gmail.com
Isabella Ávila Rauta: acadêmica de Ciências Biológicas, Departamento
de Zootecnia e Ciências Biológicas da Universidade Federal de Santa Maria,
Campus Palmeira das Missões. E-mail: isabellarauta@gmail.com
Paola Naiara Conti: acadêmica de Ciências Biológicas, Departamento
de Zootecnia e Ciências Biológicas da Universidade Federal de Santa Maria,
Campus Palmeira das Missões. E-mail: paolaconti11130@gmail.com
Adrian Wermeier Weizemann: acadêmico de Zootecnia,
Departamento de Zootecnia e Ciências Biológicas da Universidade Federal
de Santa Maria, Campus Palmeira das Missões. E-mail: adrian_weizemann@
hotmail.com
RESUMO
Esta cartilha tem como objetivo apresentar 25 plantas do Jardim
Medicinal da Universidade Federal de Santa Maria, campus Palmeira
das Missões, utilizadas na medicina popular do Rio Grande do Sul. Esse
espaço abriga plantas de interesse medicinal e terapêutico. Cada planta é
contemplada por nome popular, nome científico, família, origem, partes
utilizadas, indicação terapêutica e utilização, forma de uso e algumas
observações relevantes. Assim, pretende-se auxiliar no desenvolvimento de
ações educativas e de sensibilização sobre a importância do uso adequado de
plantas medicinais voltadas à comunidade em geral.

Palavras-chave: Plantas medicinais; Fitoterapia; Terapias complementares.


APRESENTAÇÃO
As ações com plantas medicinais nos cuidados com a saúde vêm
sendo desenvolvidas nos últimos 10 anos, no campus da Universidade Federal
de Santa Maria (UFSM) em Palmeira das Missões (PM). Recentemente, foi
remodelado um espaço denominado Jardim Medicinal que abriga plantas
de interesse terapêutico. Esse espaço serve de apoio ao desenvolvimento de
ações educativas voltadas à comunidade em geral.
Esta cartilha compreende 25 plantas de utilização na medicina popular
do Rio Grande do Sul e que fazem parte da coleção do Jardim Medicinal do
campus da UFSM/PM. Das plantas selecionadas, 24 correspondem às exóticas
no Brasil, sendo apenas uma planta nativa no Brasil, porém exótica no Rio
Grande do Sul. Não foram contempladas nesta cartilha espécies nativas no
Rio Grande do Sul, pois esse tema já foi desenvolvido no trabalho de extensão
“Plantas medicinais nativas de uso popular no Rio Grande do Sul” de Garlet
(2019).
As plantas com suas respectivas fotografias são apresentadas
individualmente em cada página para auxiliar no seu reconhecimento e na
sua identificação. Estão dispostas em ordem alfabética do principal nome
popular, seguido do nome científico, família, outros nomes populares,
origem, partes utilizadas, indicação terapêutica e utilização, forma de uso,
além de observações relevantes. A nomenclatura botânica seguiu orientações
da Flora do Brasil (2020), e as informações sobre as plantas foram compiladas
a partir de bibliografia específica. Os registros fotográficos foram realizados
pelos próprios autores no Jardim Medicinal.
Esperamos que este material possa contribuir na integração do
saber popular aliado ao conhecimento científico. Além disso, vislumbramos
a intensificação e o compartilhamento de experiências por meio de ações
educativas envolvendo plantas e saúde, proporcionando um ambiente de
aprendizado a todos que se interessarem em visitar o Jardim Medicinal.

7
INTRODUÇÃO
A utilização de plantas medicinais nos cuidados com a saúde é uma
prática terapêutica reconhecida por diversos grupos étnicos ao longo do
tempo. No Brasil, o emprego das plantas na medicina tradicional apresenta,
principalmente, influência das culturas indígenas e dos imigrantes que
chegaram na época da colonização do país, como africanos e europeus.
Nos últimos anos, várias iniciativas de órgãos governamentais têm
respaldado e fomentado o uso seguro e sustentável de plantas medicinais
e fitoterápicos, pela elaboração de políticas nacionais voltadas à Atenção
Primária à Saúde. Destacam-se a Política e o Programa Nacional de Plantas
Medicinais e Fitoterápicos (BRASIL, 2016), que foram elaborados segundo
recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ademais, no estado do Rio Grande do Sul, foi realizado um estudo
pelo “Projeto APLPMFito/RS – Arranjo Produtivo Local de Plantas Medicinais
e Fitoterápicos”, com o propósito de implementação da Política Intersetorial
de Plantas Medicinais e Fitoterápicos na Secretaria Estadual de Saúde. Esse
estudo resultou em uma lista de plantas medicinais mais utilizadas no Rio
Grande do Sul (REPLAME/RS), conforme consta na Portaria SES/RS 588/2017.
Essa relação contempla plantas medicinais nativas, exóticas, naturalizadas e
cultivadas, elencando as mais pesquisadas, as mais utilizadas e aquelas que
são prioritárias para estudos e pesquisas com financiamento do Sistema
Único de Saúde (SUS) (RIO GRANDE DO SUL, 2017).
Neste contexto, cabe destacar a participação do Jardim Botânico de
Porto Alegre no projeto APLPMFito/RS com o Horto de Plantas Medicinais,
que serve de referência para o desenvolvimento de ações ambientais e em
saúde. Essa referência como uma coleção científica de plantas contribui para
a certificação botânica de espécies, que podem ser integradas nos programas
de Fitoterapia dos municípios gaúchos (RIO GRANDE DO SUL, 2018).
A Fitoterapia pode ser descrita como terapêutica caracterizada pelo
uso de plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, sem
a utilização de substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal.
Portanto, corresponde a uma prática multiprofissional e que promove a
aproximação dos trabalhadores da saúde com a comunidade, possibilita a
ampliação das ofertas de cuidado e favorece a integralidade em saúde, além
de ampliar o diálogo entre as equipes de saúde e comunidade (BRASIL, 2012).
Desta forma, a exemplo das ações desenvolvidas no Jardim

8
Botânico/ Horto de Plantas Medicinais de Porto Alegre, o Jardim Medicinal
da Universidade Federal de Santa Maria, no campus Palmeira das Missões,
constitui um espaço importante para valorização e preservação de espécies
com potencial terapêutico. Com isso, pretende-se auxiliar nos estudos sobre
o acesso seguro e o uso adequado das plantas medicinais e dos fitoterápicos
através da promoção de ações educativas interprofissionais, interdisciplinares,
intersetoriais e comunitárias integradas à saúde.

9
HISTÓRICO DO JARDIM MEDICINAL
O Jardim Medicinal da Universidade Federal de Santa Maria,
campus Palmeira das Missões (UFSM/PM), surgiu a partir de um projeto
de revitalização de um horto de plantas medicinais já existente no local,
desde o ano de 2015, em uma área total de terreno de 621m², tendo como
coordenadas 27° 55' 19,704" S e 53° 19' 13.836" O. Nesse espaço, eram
cultivadas plantas medicinais e hortaliças, distribuídas aleatoriamente e sem
estrutura organizada, tais como: alecrim, alcachofra, bardana, boldo, batata-
yacon, cidreira, mil-folhas, orégano, tomilho, dentre outras (Fig. 1).

A partir do projeto arquitetônico, desenvolvido em 2019 de forma


colaborativa pelas arquitetas Taiane Girardi e Tatiana Castro, de Palmeira
das Missões, foi possível a implantação do Jardim Medicinal. Estudantes
voluntários, bolsistas de extensão, servidores terceirizados da universidade e
voluntários da comunidade auxiliaram na execução das atividades. Nesta área
onde estava o horto, as mudas das espécies existentes foram resgatadas para
sua preservação. Foram realizadas a limpeza da área e a terraplanagem para
construção de canteiros (Fig. 2). As espécies foram propagadas e mantidas na
casa de vegetação anexa ao espaço até o momento do transplante definitivo.

10
No projeto arquitetônico do Jardim Medicinal, na área total de 621m2,
foi proposta uma estrutura de canteiros em forma de mandala, dentro da
área de 283,53m2. Para a demarcação dos canteiros, foram adquiridos blocos
de concreto, recebidos pelos voluntários do projeto por meio de doação da
empresa Ledur de pré-moldados, do município de Palmeira das Missões. Os
demais materiais, como pedra brita, tijolos de argila, palanques e telas para
cercado foram obtidos pelo Departamento de Zootecnia e Ciências Biológicas
da UFSM/PM. Para acesso à área interna da mandala, colocou-se um portão
recebido através de doação comunitária (Fig. 3).

11
Após finalizada a obra da mandala, os canteiros receberam as mudas
das plantas medicinais, que foram mantidas em vasos e propagadas na casa de
vegetação da área do Jardim Medicinal (Fig. 4). Destaca-se o engajamento de
todos os envolvidos com relação aos cuidados periódicos, tanto para irrigação
e manutenção quanto para propagação e incorporação de novas espécies de
plantas à coleção científica.

O Jardim Medicinal da UFSM/PM foi idealizado para ser um espaço


de integração do conhecimento relacionado à identificação botânica e ao
uso adequado das plantas. Nele são contempladas atualmente 70 espécies,
potencialmente importantes como medicinais, aromáticas, condimentares e
alimentícias não convencionais (PANC). As espécies foram obtidas por meio
de doações comunitárias e catalogadas pelo nome popular, nome científico
e família. Algumas delas já possuem, inclusive, placas de identificação
doadas pela Cooperativa Sicredi do município de Palmeira das Missões aos
voluntários das ações (Fig. 5 e 6).

12
Fig. 6 - Detalhe de planta identificada com placa contendo nome popular, nome científico, família e origem, em 31/03/2021.

13
Algumas mudas das espécies da mandala serão usadas para auxiliar
na criação de hortas medicinais nas Estratégias de Saúde da Família de
Palmeira das Missões. Com a organização do Jardim Medicinal, será possível
o desenvolvimento de atividades educativas in loco voltadas à comunidade,
bem como a sensibilização sobre a importância do uso de plantas medicinais
e fitoterápicos nos serviços públicos de saúde.

ORIENTAÇÕES PARA UTILIZAÇÃO


DAS PLANTAS MEDICINAIS
As plantas medicinais são constituídas de princípios ativos e estes são
responsáveis por sua ação terapêutica, que desencadeia diversas reações no
organismo humano. O emprego das plantas medicinais na medicina caseira
exige alguns cuidados como: identificação das espécies, indicação conforme
sintomas, preparação adequada, efeitos terapêuticos e doses recomendadas.
A planta ou suas partes podem ser utilizadas frescas, quando
coletadas no momento do uso, e secas, quando submetidas à secagem, sendo
denominadas de droga vegetal. As preparações, que estão citadas neste
trabalho, correspondem às formas mais comumente empregadas para uso
episódico, oral ou tópico, recomendadas pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA) na Resolução RDC Nº 10, de 9 de março de 2010 (BRASIL,
2010). Estão relacionadas a seguir:

a) Infusão: preparação que consiste em verter água fervente sobre a droga


vegetal e, em seguida, tampar ou abafar o recipiente por um período de tempo
determinado. Método indicado para partes de consistência menos rígida
tais como folhas, flores, inflorescências e frutos, ou com substâncias ativas
voláteis.
b) Decocção: preparação que consiste na ebulição da droga vegetal em água
potável por tempo determinado. Método indicado para partes de drogas
vegetais com consistência rígida, tais como cascas, raízes, rizomas, caules,
sementes e folhas coriáceas.
c) Maceração: preparação que consiste no contato da droga vegetal com água,
à temperatura ambiente, por tempo determinado.
d) Compressa: é uma forma de tratamento que consiste em colocar, sobre
o lugar lesionado, um pano ou gaze limpa e umedecida com um infuso ou
decocto, frio ou aquecido, dependendo da indicação de uso.
e) Gargarejo: agitação de infuso, decocto ou maceração na garganta pelo ar
que se expele da laringe, não devendo ser engolido o líquido ao final.

14
f) Banho de assento: imersão em água morna, na posição sentada, cobrindo
apenas as nádegas e o quadril geralmente em bacia ou em louça sanitária
apropriada.
No preparo das infusões, decocções e macerações, para fins de
padronização, são adotadas as seguintes medidas de referência (BRASIL,
2010):
a) 1 colher de sopa equivale a 15 mL ou 3 g;
b) 1 colher de sobremesa equivale a 10 mL ou 2 g;
c) 1 colher de chá equivale a 5 mL ou 1 g;
d) 1colher de café equivale a 2 mL ou 0,5 g;
e) 1 xícara de chá ou copo equivale a 150 mL;
f) 1 xícara de café equivale a 50 mL;
g) 1 cálice equivale a 30 mL.

PLANTAS DO JARDIM MEDICINAL


A seguir são apresentadas 25 plantas do Jardim Medicinal que estão
assim denominadas: alcachofra (Cynara solymus), alecrim (Rosmarinus
officinalis), arruda (Ruta graveolens), babosa (Aloe arborescens), bardana
(Arctium lappa), boldo (Plectranthus barbatus), calêndula (Calendula
officinalis), capim-cidró (Cymbopogon citratus), catinga-de-mulata
(Tanacetum parthenium), celidônia (Chelidonium majus), confrei
(Symphytum officinale), erva-luísa (Aloysia citrodora), funcho (Foeniculum
vulgare), hibisco (Hibiscus sabdariffa), hortelã (Mentha arvensis), lavanda
(Lavandula angustifolia), losna (Artemisia absinthium), manjericão (Ocimum
basilicum), melissa (Melissa officinalis), mil-folhas (Achillea milefolium),
pronto-alívio (Salvia microphylla), ora-pro-nobis (Pereskia grandifolia),
pulmonária (Stachys byzantina), sálvia (Salvia officinalis) e tomilho (Thymus
vulgaris).

15
ALCACHOFRA
Nome científico: Cynara scolymus L. sinônimo de Cynara cardunculus L.
Família: Asteraceae
Outros nomes populares: alcachofra-comum, alcachofra-cultivada, cachofra.
Origem: região do Mediterrâneo.
Partes utilizadas: folhas.
Indicação terapêutica e utilização: tem ação colagoga, hepatoprotetora,
hipolipidêmica, hipoglicemiante e antiespasmódica. Utilizada para melhorar
o funcionamento do fígado, facilitar a digestão e diminuir a taxa de colesterol.
Forma de uso: infusão de 1 colher de sobremesa das folhas em 1 xícara de chá
de água, 3 vezes ao dia.
Observações: o uso pode provocar flatulência, fraqueza e sensação de fome.
Diminui a secreção do leite em mulheres que amamentam. Os botões florais
cozidos são comestíveis.
Referências: (BRASIL, 2010, 2021; LORENZI; MATOS, 2008).

16
ALECRIM
Nome científico: Rosmarinus officinalis L.
Família: Lamiaceae
Outros nomes populares: alecrim-de-jardim, alecrim-de-cheiro, rosmarino.
Origem: região do Mediterrâneo.
Partes utilizadas: folhas.
Indicação terapêutica e utilização: tem ação colerética, colagoga,
hepatoprotectora, diurética, cicatrizante, antimicrobiana, espasmolítica e
anti-inflamatória. É um tônico geral da circulação sanguínea e do sistema
nervoso, eleva a pressão arterial, alivia dores, fraqueza, esgotamento cerebral,
reumatismo, cistite, enterocolite e hemorroidas inflamadas. Externamente
atua como estimulante do couro cabeludo.
Forma de uso: infusão de 1 a 2 colheres de chá das folhas em 1 xícara de chá de
água, 1 a 2 vezes ao dia. Para uso tópico, aplicar no local afetado 2 vezes ao dia.
Observações: usado em doses excessivas pode causar irritação renal e
gastrointestinal.
Referências: (BRASIL, 2010, 2021; LORENZI; MATOS, 2008; TESKE; TRENTINI,
1995)

17
ARRUDA
Nome científico: Ruta graveolens L.
Família: Rutaceae
Outros nomes populares: arruda-aromática, arruda-fedorenta, arruda-fêmea,
ruda.
Origem: Europa meridional.
Partes utilizadas: folhas.
Indicação terapêutica e utilização: tem ação anti-helmíntica, febrífuga,
emenagoga e abortiva. Utilizada para desordens menstruais, inflamações
na pele, dor de ouvido, dor de dente, febre, cãibras, doenças do fígado e
verminoses.
Forma de uso: infusão de 1 colher de chá das folhas picadas em 1 xícara de chá
de água, 2 vezes ao dia.
Observações: pode ser tóxica sobre o útero, provocando hemorragias, e sobre
a pele, que pode sofrer severas queimaduras quando exposta ao sol.
Referências: (LORENZI; MATOS, 2008; TESKE; TRENTINI, 1995)

18
BABOSA
Nome científico: Aloe arborescens Mill.
Família: Asparagaceae
Outros nomes populares: aloe, aloe-candelabro, babosa-de-flores-alaranjadas.
Origem: África.
Partes utilizadas: folhas.
Indicação terapêutica e utilização: tem ação cicatrizante e antimicrobiana.
Utilizada para queimaduras e ferimentos superficiais de pele, hemorroidas
inflamadas (em supositórios), contusões, entorses, dores reumáticas e para
tratar cabelos.
Forma de uso: tópico, utilizando o sumo ou gel que fica na parte interna das
folhas.
Observações: o uso interno não é recomendado, pois pode causar nefrite
aguda devido aos compostos antraquinônicos.
Referências: (CARDOSO, 2010; LORENZI; MATOS, 2008).

19
BARDANA
Nome científico: Arctium lappa L.
Família: Asteraceae
Outros nomes populares: baldrana, bardana-maior, pega-pega, orelha-de-
gigante.
Origem: Europa.
Partes utilizadas: folhas frescas, raízes.
Indicação terapêutica e utilização: tem ação anti-inflamatória, depurativa,
diurética, antisséptica, cicatrizante, bactericida e antimicótica. Utilizada para
afecções de pele em geral, furunculoses, abcessos, acnes, eczemas, pruridos,
ulcerações, herpes simples, reumatismo, diabetes, afecções gástricas e
hepáticas e na eliminação de ácido úrico.
Forma de uso: decocção de 2,5 colheres de chá das raízes em 1 xícara de
chá de água, 2 a 3 vezes ao dia. Para uso tópico, aplicar as folhas esmagadas
diretamente sobre a epiderme ou compressas da decocção na pele lesada, 3
vezes ao dia.
Observações: não é recomendado o uso concomitante com diuréticos
sintéticos.
Referências: (BRASIL, 2010, 2021; TESKE; TRENTINI, 1995).

20
BOLDO
Nome científico: Plectranthus barbatus Andr.
Família: Lamiaceae
Outros nomes populares: boldo-africano, boldo-brasileiro, boldo-nacional,
falso-boldo.
Origem: África e Índia.
Partes utilizadas: folhas.
Indicação terapêutica e utilização: tem ação hipossecretora gástrica, diminui
o volume de suco gástrico e a acidez. Utilizado para controle da gastrite, azia
e mal-estar gástrico.
Forma de uso: infusão ou maceração de 1 a 3 colheres de chá das folhas em 1
xícara de chá de água, 2 a 3 vezes ao dia.
Observações: o uso pode diminuir a pressão arterial. Não deve ser utilizado
por gestantes, lactantes, crianças, hipertensos e portadores de obstrução das
vias biliares.
Referências: (BRASIL, 2010, 2021; LORENZI; MATOS, 2008).

21
CALÊNDULA
Nome científico: Calendula officinalis L.
Família: Asteraceae
Outros nomes populares: bonina, malmequer, maravilha, margarida-
dourada.
Origem: Ilhas Canárias e região do Mediterrâneo.
Indicação terapêutica e utilização: tem ação antiespasmódica, anti-
inflamatória, antisséptica, cicatrizante, emenagoga, emoliente e sudorífica.
Utilizada como estimulante das funções hepáticas e digestivas, evita a formação
de cálculos na vesícula, gastrite e úlcera. Externamente contra conjuntivite,
eczema, herpes, gengivite, feridas, acnes, inflamações purulentas, assaduras
de crianças, pruridos, reumatismo e contusões.
Forma de uso: infusão de 1 a 2 colheres de chá das flores em 1 xícara de chá
de água, 2 vezes ao dia. Externamente aplicar compressas na região afetada
3 vezes ao dia. Para a mucosa oral, fazer bochechos ou gargarejos, 2 a 4 vezes
ao dia.
Observações: não é recomendado o uso interno em gestantes devido à ação
emenagoga.
Referências: (BRASIL, 2010, 2021; LORENZI; MATOS, 2008; TESKE; TRENTINI,
1995).

22
CAPIM-CIDRÓ
Nome científico: Cymbopogon citratus (DC.). Stapf
Família: Poaceae
Outros nomes populares: capim-cidreira, capim-limão, capim-santo, cidró.
Origem: Europa e Ásia.
Partes utilizadas: folhas.
Indicação terapêutica e utilização: tem ação calmante, antiespasmódica,
antimicrobiana e analgésica. Utilizado para aliviar cólicas menstruais e
intestinais leves, nervosismo, intranquilidade, ansiedade e insônia leves.
Forma de uso: infusão de 1 a 3 colheres de chá das folhas em 1 xícara de chá
de água, 2 a 3 vezes ao dia.
Observações: pode aumentar o efeito de medicamentos sedativos.
Referências: (BRASIL, 2010, 2021; LORENZI; MATOS, 2008).

23
CATINGA-DE-MULATA
Nome científico: Tanacetum vulgare L.
Família: Asteraceae
Outros nomes populares: erva-lombrigueira, tanaceto, tanásia, pluminha.
Origem: Europa.
Partes utilizadas: folhas e flores.
Indicação terapêutica e utilização: tem ação estimulante, digestiva, anti-
helmíntica, emenagoga e abortiva. Utilizada para aliviar enxaquecas, náuseas,
dor de dente, estimular o apetite e contra a sarna.
Forma de uso: infusão ou maceração de 1 colher de café das folhas ou flores,
em 1 xícara de chá de água, 1 vez ao dia. Externamente em banhos da infusão
das flores para sarna.
Observações: não deve ser administrada em mulheres grávidas. Pode provocar
hemorragias e distúrbios gastrointestinais em dose elevadas por tempo
prolongado.
Referências: (BRASIL, 2021; LORENZI; MATOS, 2008; LOPES, 1997).

24
CELIDÔNIA
Nome científico: Chelidonium majus L.
Família: Papaveraceae
Outros nomes populares: erva-andorinha, erva-das-verrugas, iodina, figatil ,
quelidônia.
Origem: Europa e Ásia.
Partes utilizadas: folhas.
Indicação terapêutica e utilização: tem ação depurativa, anti-inflamatória,
antiespasmódica, analgésica, diurética, laxativa e ativadora das funções
hepáticas e biliares. Utilizada para melhorar o fluxo da bile e as funções
digestivas, estimular a atividade uterina e circulatória e normalizar a taxa de
colesterol do sangue.
Forma de uso: maceração de 1 folha em 1 xícara de água, deixar repousar por
uma noite, tomar 1 vez ao dia, em jejum. O látex alaranjado das folhas é útil
para eliminar verrugas e calos em aplicação localizada.
Observações: não deve ser administrada em mulheres grávidas. Uso excessivo
causa sono, irritação da pele, tosse irritante e dificuldade para respirar.
Referências: (LORENZI; MATOS, 2008).

25
CONFREI
Nome científico: Symphytum officinale L.
Família: Boraginaceae
Outros nomes populares: consólida, língua-de-vaca, orelha-de-burro.
Origem: Europa e Ásia.
Partes utilizadas: folhas e raízes.
Indicação terapêutica e utilização: possui ação anti-inflamatória,
antimicrobiana e cicatrizante. Auxilia no tratamento decorrente de entorses
e contusões. Empregado no tratamento de picadas de insetos, equimoses,
fraturas ósseas, hematomas e queimaduras.
Forma de uso: restringe-se ao uso tópico, por meio do decocto de suas folhas
em forma de compressa ou lavagem, ou, de sua raiz amassada. Aplicar 1 a 3
vezes ao dia sobre o local a ser tratado.
Observações: devido às propriedades hepatotóxicas não deve ser utilizado
internamente.
Referências: (BRASIL, 2021; LORENZI; MATOS, 2008).

26
ERVA-LUÍSA
Nome científico: Aloysia citrodora Palau (sinônimo de Aloysia triphylla Royle)
Família: Verbenaceae
Outros nomes populares: erva-cidreira, cidró, cidró-pessegueiro, cidrozinho.
Origem: América do Sul (Chile).
Partes utilizadas: folhas.
Indicação terapêutica e utilização: tem ação adstringente, sedativa branda,
antiespasmódica, carminativa, digestiva, calmante, inseticida e bactericida.
Utilizada para reduzir febres, aliviar espasmos do sistema digestivo e contra
resfriados. Em aromaterapia é empregada para acnes, problemas nervosos e
digestivos.
Forma de uso: infusão de 1 colher de sobremesa das folhas em 1 xícara de chá
de água. Administrar até 3 vezes ao dia sem exceder duas semanas.
Observações: devido à ação irritativa sobre as mucosas, é contraindicado seu
uso nos processos de gastrite, úlceras e lesões do sistema urinário.
Referências: (FLORIANÓPOLIS, 2019; LORENZI; MATOS, 2008).

27
FUNCHO
Nome científico: Foeniculum vulgare Mill.
Família: Apiaceae
Outros nomes populares: erva-doce, funcho-doce, funcho-italiano, pinochio.
Origem: Europa.
Partes utilizadas: frutos.
Indicação terapêutica e utilização: é antiespasmódico, antiflatulento e
estimulante das atividades digestivas. Auxilia na eliminação de gases, no
combate à cólica e na amamentação, potencializando a lactação. Possui
atividade inseticida e antifúngica.
Forma de uso: infusão de 1 colher de sopa de frutos secos (sementes) em 1
xícara de chá de água, tomar 2 a 3 vezes ao dia.
Observações: não deve ser utilizado em pessoas com histórico de convulsões
e com refluxo. Deve ser evitada forte exposição ao sol quando em uso desta
planta, devido às cumarinas, pois pode causar hiperpigmentação cutânea
pela fotossensibilização.
Referências: (BRASIL, 2021; LORENZI; MATOS, 2008).

28
HIBISCO
Nome científico: Hibiscus sabdariffa L.
Família: Malvaceae
Outros nomes populares: caruru-azedo, groselha, rosela, rosélia, vinagreira.
Origem: África.
Partes utilizadas: folhas e flores.
Indicação terapêutica e utilização: tem ação antiespasmódica, calmante,
diurética, digestiva e febrífuga. Alivia distúrbios gastrointestinais, febre,
hipertensão e como protetor das mucosas (bucal, bronquial e pulmonar).
Forma de uso: infusão de 1 colher de sopa de cálices e brácteas das flores em
1 xícara de chá de água, 1 a 3 vezes ao dia.
Observações: serve no preparo de pães, molhos, geleias e sucos, como PANC.
Referências: (KINUPP; LORENZI, 2014; LORENZI; MATOS, 2008; TESKE;
TRENTINI, 1997).

29
HORTELÃ
Nomes científicos: Mentha arvensis L.
Família: Lamiaceae
Outros nomes populares: hortelã-japonesa, menta, vique.
Origem: Japão.
Partes utilizadas: partes aéreas
Indicação terapêutica e utilização: possui ação antidispéptica, analgésica,
antiespasmódica, antivomitiva, e antigripal. Usada contra dor de cabeça,
como descongestionante nasal, no alívio do mal-estar respiratório e problemas
digestivos.
Forma de uso: infusão de 3 colheres de café das partes aéreas para 1 xícara
de chá de água, 2 a 4 vezes ao dia. As folhas podem ser cheiradas como
desobstruente nasal.
Observações: o uso é contraindicado em gestantes e lactantes, pode diminuir
a secreção de leite materno.
Referências: (BRASIL, 2021; LOPES, 1997; LORENZI; MATOS, 2008).

30
LAVANDA
Nome científico: Lavandula angustifolia Mill.
Família: Lamiaceae
Outros nomes populares: alfazema, lavanda-inglesa, osmarin.
Origem: Europa.
Partes utilizadas: inflorescências e folhas.
Indicação terapêutica e utilização: tem ação digestiva, antiespasmódica,
antidepressiva, sedativa, analgésica, antiasmática, diurética e sudorífica.
Auxilia no alívio da insônia e ansiedade leves. Também é indicada no
tratamento de enxaqueca, cólicas e gases intestinais, sinusite e doenças
respiratórias (asma, bronquite, catarro e gripe).
Forma de uso: infusão de 1 colher de sobremesa das flores ou inflorescências
em 1 xícara de água. Beber 1 xícara de chá, 3 vezes ao dia.
Observações: em doses elevadas pode causar sonolência. Não usar com
medicações depressoras do sistema nervoso central.
Referências: (BRASIL, 2021; FLORIANÓPOLIS, 2019; LORENZI; MATOS, 2008;
TESKE; TRENTINI, 1995).

31
LOSNA
Nome científico: Artemisia absinthium L.
Família: Asteraceae
Outros nomes populares: absinto, artemísia, erva-dos-vermes, losma.
Origem: Europa, Ásia e norte da África.
Partes utilizadas: folhas e flores.
Indicação terapêutica e utilização: tem ação antiespasmódica, emenagoga,
colagoga, vermífuga. Melhora a digestão, aumenta o apetite, estimula o
peristaltismo intestinal, as secreções biliares e pancreática. Também age
contra picadas de insetos.
Forma de uso: infusão de 1 colher de chá da planta picada para 1 xícara de
água, beber até 3 xícaras ao dia meia hora antes das refeições principais. Em
uso externo, prepara-se o decocto de 1 mão cheia da planta fresca para 1 litro
de água, aplicar como compressa ou fazer lavagem do local a ser tratado,
como pequenos ferimentos e picadas de insetos.
Observações: devido à tujona, a administração em altas doses pode causar
vômitos, dor de cabeça, cólicas no estômago e no intestino, zumbidos e
distúrbios do sistema nervoso central como degeneração nervosa irreversível
(absintismo).
Referências: (LORENZI; MATOS, 2008; TESKE; TRENTINI, 1995).

32
MANJERICÃO
Nome científico: Ocimum basilicum L.
Família: Lamiaceae
Outros nomes populares: alfavaca, basilicão, erva-real.
Origem: Ásia tropical.
Partes utilizadas: folhas e inflorescências.
Indicação terapêutica e utilização: possui ação antiespasmódica, adstringente,
anti-inflamatória, antibacteriana, antitussígena, carminativa, digestiva,
diurética, estimulante, febrífuga e galactógena. É indicado para combater
dores estomacais, má digestão, cólicas intestinais, além de ser um tônico do
sistema nervoso em casos de estafa mental. Estimula a secreção láctea em
nutrizes com problemas de aleitamento.
Forma de uso: infusão de 1 colher de sobremesa das folhas e inflorescências
picadas, para 1 xícara de água, beber 1 xícara antes das principais refeições.
Observações: seu uso não é recomendado nos três primeiros meses de
gestação.
Referências: ( LORENZI; MATOS, 2008; TESKE; TRENTINI, 1995).

33
MELISSA
Nome científico: Melissa officinalis L.
Família: Lamiaceae
Outros nomes populares: cidreira, cidreira-verdadeira, erva-cidreira, melissa-
romana.
Origem: Europa e Ásia.
Partes utilizadas: folhas.
Indicação terapêutica e utilização: tem ação diurética, sedativa, carminativa,
antiespasmódica, colerética, eupéptica, anti-inflamatória, hipotensora e
virustática sobre herpes labial. Favorece a secreção da bile, melhora a digestão,
alivia cólicas intestinais e dores de cabeça. Recomendada para tratar quadros
leves de ansiedade e insônia.
Forma de uso: infusão de 1 a 2 colheres de sobremesa de folhas para 1 xícara de
água, 2 a 3 vezes ao dia. A compressa das folhas evita o entupimento mamário
em lactantes.
Observações: utilizar com cautela em pessoas com pressão baixa. Não utilizar
em pessoas com redução da função da tireoide (hipotireoidismo).
Referências: (BRASIL, 2010, 2021; LORENZI; MATOS, 2008; TESKE; TRENTINI,
1995).

34
MIL-FOLHAS
Nome científico: Achillea milefolium L.
Família: Asteraceae
Outros nomes populares: milefólio, mil-em-ramas, novalgina, pronto-alívio.
Origem: Europa, Ásia e norte da África.
Partes utilizadas: partes aéreas.
Indicação terapêutica e utilização: possui ação antiespasmódica, anti-
inflamatória, antipirética, hemostática, cicatrizante, diurética e colerética.
Utilizada para estimular funções digestivas, contra gases intestinais e cálculo
renal. Externamente é empregada no tratamento de hemorroidas, contusões,
doenças de pele, feridas e dores musculares.
Forma de uso: infusão de 1 colher de chá das partes aéreas para 1 xícara de
água, 3 a 4 vezes ao dia. Uso externo em banho de assento da infusão.
Observações: não usar juntamente com anticoagulantes e anti-hipertensivos.
Não deve ser utilizado por pessoas portadoras de úlcera gástrica ou duodenal
ou com oclusão das vias biliares. O suco da planta fresca pode desenvolver
fotossensibilização na pele.
Referências: (BRASIL, 2010, 2021; LORENZI; MATOS, 2008; TESKE; TRENTINI,
1995).

35
PRONTO-ALÍVIO
Nome científico: Salvia microphylla Kunth.
Família: Lamiaceae
Outros nomes populares: erva-de-são-pedro, maragata, melhoral.
Origem: México.
Partes utilizadas: folhas.
Indicação terapêutica e utilização: tem ação analgésica, utilizada em dor de
cabeça, gripe, febre e para tratar distúrbios digestivos e respiratórios.
Forma de uso: infusão de 1 colher de sobremesa das folhas picadas para 1
xícara de água, quando houver dores.
Observações: o nome maragata é usado pelos gaúchos, em alusão às flores
vermelhas.
Referências: (GARLET; IRGANG, 2001; LOPES, 1997).

36
ORA-PRO-NOBIS
Nome científico: Pereskia grandifolia Haword
Família: Cactaceae
Outros nomes populares: groselha-da-américa, rosa-madeira, rosa-mole.
Origem: nativa no Brasil, no Nordeste, Sudeste e Sul (exceto RS, onde é
cultivada).
Partes utilizadas: folhas e flores.
Indicação terapêutica e utilização: possui ação antioxidante, anti-inflamatória,
diurética, hipotensiva e emoliente. Empregada em diabetes, pressão alta,
doenças reumáticas e inflamação. Alivia dores gástricas e úlceras. Revigorante
do organismo.
Forma de uso: utilizar as folhas cruas ou cozidas, com emprego na culinária
como PANC. As folhas devem sofrer branqueamento para serem consumidas
como refogados, bolinhos, pães e massas verdes. As flores podem ser agregadas
a outros pratos.
Observações: não deve ser consumida por longos períodos em grande
quantidade, pois causam picância na garganta.
Referências: (KINUPP; LORENZI, 2014; SIM; NURESTRI; NORHANOM, 2010).

37
PULMONÁRIA
Nome popular: Stachys byzantina K. Koch.
Família: Lamiaceae
Outros nomes populares: orelha-de-lebre, orelha-de-coelho, peixinho-da-
horta.
Origem: Turquia, Ásia e Cáucaso.
Partes utilizadas: folhas.
Indicação terapêutica e utilização: possui ação antimicrobiana, cicatrizante,
expectorante e antitussígena. É empregada para tratar problemas respiratórios
como tosses, bronquites e asma.
Forma de uso: infusão de 1 colher de sopa das folhas picadas para 1 xícara de
água, 2 vezes ao dia.
Observações: no Brasil a planta é muito utilizada na alta gastronomia como
PANC. As folhas quando fritas ficam crocantes, com textura e leve sabor de
peixe frito.
Referências: (BATTISTI et al., 2013; GARLET; IRGANG, 2001; LOPES, 1997;
KINUPP; LORENZI, 2014).

38
SÁLVIA
Nome científico: Salvia officinalis L.
Família: Lamiaceae
Outros nomes populares: sabiá, salva, salva-comum, salva-dos-jardins, sálvia-
comum.
Origem: região do Mediterrâneo.
Partes utilizadas: folhas.
Indicação terapêutica e utilização: tem ação tônica, antiespasmódica,
antisséptica, adstringente, antioxidante, antisudorífica, emenagoga e
hipoglicemiante. Utilizada para tratar distúrbios digestivos (pirose), salivação
e suor excessivos, problemas de menopausa e diabetes. Serve para tratar
afecções da boca (gengivites, aftas) e garganta (faringite).
Forma de uso: infusão de 3 a 4 colheres de café em 1 xícara de água, 2 a 3 vezes
ao dia. Externamente usam-se compressas no local afetado ou em gargarejos,
1 a 2 vezes ao dia.
Observações: seu uso é contraindicado para gestantes e por pessoas
que apresentam epilepsia, insuficiência renal ou neoplasias estrógeno
dependentes. Diminui a secreção láctea em lactantes. Pode elevar a pressão
em pacientes hipertensos.
Referências: (BRASIL, 2010, 2021; LORENZI; MATOS, 2008).

39
TOMILHO
Nome científico: Thymus vulgaris L.
Família: Lamiaceae
Outros nomes populares: timo.
Origem: região do Mediterrâneo.
Partes utilizadas: folhas e inflorescências.
Indicação terapêutica e utilização: tem ação adstringente, digestiva,
antiespasmódica, antisséptica, antifúngica e expectorante. Relaxa espasmos
e controla a tosse, Externamente emprega-se em banhos estimulantes e para
fortalecer os cabelos.
Forma de uso: infusão de 1 colher de sopa da planta para 1 xícara de água, 2 a
3 vezes ao dia. Para uso externo, preparar a decocção com 2 colheres de sopa
da planta para 1 xícara de água, após aplica-se sobre o couro cabeludo com
suave massagem.
Observações: não deve ser utilizado durante a gravidez.
Referências: (LORENZI; MATOS, 2008).

40
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Jardim Medicinal constitui um espaço importante para valorização
e preservação de espécies com potencial terapêutico. As plantas da coleção
científica são catalogadas pelas suas nomenclaturas popular e botânica, a fim
de auxiliar na identificação e reconhecimento das espécies.
Esperamos que esse espaço sirva de apoio científico para o
desenvolvimento de ações educativas voltadas à comunidade acadêmica,
equipes de saúde, escolas de educação básica e comunidade em geral.
Ademais, vislumbramos que o Jardim possibilite a aquisição de hábitos
de cuidados terapêuticos saudáveis para o tratamento de problemas mais
simples de saúde com eficácia e segurança.
Destacamos, ainda, que o Jardim Medicinal pode servir de inspiração
à comunidade, incentivando a prática caseira de plantio, manuseio e
manutenção de plantas medicinais. Essa prática, considerada terapêutica
e de autocuidado, aumenta o bem-estar de quem a realiza e proporciona a
melhoria das condições de saúde física, mental e emocional.

41
REFERÊNCIAS
BATTISTI, C. et al. Plantas medicinais utilizadas no município de Palmeira das
Missões, RS, Brasil. Revista Brasileira de Biociências, v. 11, n. 3, p. 338–348, 2013.

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outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10 mar. 2010. Disponível
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44

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