Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Sequências e Séries Infinitas
Sequências e Séries Infinitas
Apresentação
No dia a dia ou em problemas de aplicação, é comum nos depararmos com sucessões de termos em
uma ordem determinada, como, por exemplo, a ordem cronológica, a ordem de tamanho, a ordem
dos meses do ano ou dos dias da semana ou a sequência dos números naturais. Podemos afirmar
que, em uma linguagem mais informal, esta é a ideia de sequência, que pode ser finita ou infinita.
Na matemática, o conceito de sequência é uma função f(n) cujo domínio é um subconjunto dos
números inteiros, e seu enésimo termo pode ser representado por an = f(n). Assim, podemos pensar
uma sequência como uma coleção de valores de an em uma lista de termos.
Nesta Unidade de Aprendizagem, vamos definir sequências e abordar um aspecto muito importante
em seu estudo, que é a avaliação de sua convergência, realizada a partir da ideia de limites, com
aplicações nas áreas de química, física, engenharias, computação, entre outras.
Bons estudos.
No Infográfico a seguir, você vai ver a definição formal de sequência, a condição de convergência e
exemplos de uma sequência convergente e outra divergente.
Aponte a câmera para o
código e acesse o link do
conteúdo ou clique no
código para acessar.
Conteúdo do livro
Em matemática, o termo "sequência" é usado para denotar uma sucessão de números cuja ordem é
determinada por uma lei ou função. Neste capítulo, desenvolveremos algumas das ideias básicas
referentes a sequências. Além disso, veremos que as séries infinitas são somas que envolvem um
número infinito de termos e que elas desempenham um papel fundamental, tanto na matemática
como na ciência. Como exemplo, podemos mencionar a aproximação de funções trigonométricas e
logarítmicas, a resolução de equações diferenciais, o cálculo de integrais difíceis, a criação de
funções e a construção de modelos matemáticos de leis físicas.
No capítulo Sequências e séries infinitas, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai
ampliar os seus conhecimentos sobre séries e sequências infinitas e conhecer os conceitos, as
definições e os teoremas. Diversos exemplos são apresentados para elucidar o conteúdo em
estudo.
Boa leitura.
CÁLCULO II
Cristiane da Silva
Sequências e séries infinitas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Um ramo importante do cálculo é a teoria das séries infinitas. Elas forne-
cem uma nova perspectiva das funções e de muitos números — como
exemplos, podemos mencionar a série de Gregory-Leibniz e a série
infinita da função exponencial. A primeira revela que o número irracional
π está relacionado com os recíprocos dos inteiros ímpares de maneira
inesperada, enquanto a segunda mostra que a função f(x) = ex pode ser
expressa como um polinômio infinito.
Séries como essas são bastante utilizadas em aplicações, tanto na
parte computacional quanto na análise de funções. Se você pensar no
termo “sequência” em uma linguagem mais informal, verá que significa
uma sucessão de coisas em uma ordem determinada, por exemplo, a
ordem cronológica, a ordem de tamanho ou a lógica.
Neste capítulo, você conhecerá o conceito de sequência e conver-
gência, e verá como reconhecer a convergência de uma sequência.
Para isso, são retomados conceitos envolvendo sequências e séries
que são necessários para o entendimento do assunto em estudo. Você
encontrará neste capítulo diversas ilustrações que procuram elucidar
adequadamente o foco do estudo. Além disso, verá exemplos resolvidos
para facilitar a compreensão, bem como informações importantes para
ampliar o conhecimento.
2 Sequências e séries infinitas
1 Sequências
Rogawski (2009) destaca que as sequências de números podem ser percebidas
em situações diversas. Para compreendê-las, pense em uma situação bem
simples. Imagine, por exemplo, que precisa dividir uma pizza pela metade, que
você mais uma vez divide pela metade, e continua dividindo indefinidamente
pela metade, como mostra a Figura 1. Assim, a fração de pizza deixada em
cada estágio forma a sequência Isso é a sequência de valores de
, para n = 0, 1, 2, ...
Entende-se uma sequência como uma função f(n) cujo domínio é um sub-
conjunto dos inteiros, onde os valores an = f(n) são denominados termos da
sequência e n é o índice. Informalmente, pensamos na sequência como uma
coleção de valores {an} ou uma lista de termos: a1, a2, a3, a4, ... Quando an
for dado por uma fórmula, costumamos dizer que an é o termo geral (RO-
GAWSKI, 2009).
Sequências e séries infinitas 3
Solução:
4 Sequências e séries infinitas
–
Essa sequência é reconhecida como a sequência de aproximações de √2 ≈ 1,4142136,
produzida pelo método de Newton com valor inicial a1 = 1: quando n tende ao infinito,
–
an tende a √2 (ROGAWSKI, 2009).
Fonte: Rogawski (2009, p. 536).
a)
b)
c)
d) 1, 3, 5, 7, …
Solução:
a) Na Figura 3, os quatro termos conhecidos foram colocados abaixo do seu número
de posição. Veja que o numerador é igual ao número de posição, e o denominador
é o número de posição mais 1. Isso sugere que o enésimo termo tem o numerador n
e o denominador é n + 1, conforme indicado na figura. Assim, a sequência pode ser
expressa como
Sequências e séries infinitas 5
c) Essa sequência é idêntica à mostrada em (a), exceto pelos sinais alterados. Assim,
o enésimo termo da sequência pode ser obtido multiplicando-se o enésimo termo da
parte (a) por (–1)n+1. Esse fator produz corretamente os sinais alterados, uma vez que os
seus valores sucessivos, começando com n = 1, são 1, –1, 1, –1, … Assim, a sequência
pode ser escrita como
Quando o termo geral de uma sequência a1, a2, a3, …, an, … for conhecido, não há
necessidade de escrever os termos iniciais. Nesse caso, é comum escrever somente
o termo geral envolvido por chaves, ou seja, ou . A letra n é chamada
de índice da sequência, e não é essencial usar n como índice; qualquer letra que não
estiver reservada para outros propósitos pode ser usada.
Fonte: Anton, Bivens e Davis (2014, p. 597–598).
Solução:
A definição exige que encontremos, para cada ϵ > 0, um número M tal que |an – 1| < ϵ.
Para todo n > M, temos:
Segue que |an – 1| < ϵ é válido com . Por exemplo, se ϵ = 0,01, então
podemos tomar . Assim, |an – 1| < 0,01 para n = 300, 301, 302, …
Fonte: Rogawski (2009, p. 536).
Sequências e séries infinitas 7
Figura 7. A sequência an = .
Fonte: Rogawski (2009, p. 537).
8 Sequências e séries infinitas
Sabendo que as sequências são funções, pode-se pensar nos seus limites.
No entanto, como a sequência {an} está definida somente para valores inteiros
de n, o único limite que faz sentido é o de an quando n → + ∞. A Figura 10
mostra os gráficos de quatro sequências, cada uma se comportando de maneira
diferente quando n → + ∞ (ANTON; BIVENS; DAVIS, 2014).
Prove que:
Solução:
Aplicamos à função exponencial f(x) = rx. Se 0 < r < 1, então
Analogamente, se r > 1, então f(x) tende a ∞ quando x → ∞, de modo que {rn} também
diverge a ∞. Se r = 1, então rn = 1 para todo n, e o limite é 1.
Fonte: Rogawski (2009, p. 538).
3 Teorema do confronto
O teorema do confronto para sequências diz o seguinte: sejam {an}, {bn},
{cn} sequências tais que, para algum número M, bn ≤ an ≤ cn para n > M e
. Então (ROGAWSKI, 2009). Veja a seguir
alguns exemplos de aplicação do teorema do confronto.
Sequências e séries infinitas 11
Exemplo 1
Mostre que, se , então .
Solução:
Temos:
–|an| ≤ an ≤ |an|
Como |an| tende a zero, –|an| também tende a zero, e o teorema do confronto decorre
de .
Exemplo 2
Na aplicação do teorema do confronto deste exemplo, vamos provar que, dado
qualquer R, realmente tende a zero. Prove que para todo R.
Solução:
Podemos supor que R > 0. Então existe um único inteiro M ≥ 0, tal que M ≤ R < M + 1.
Para n > M, escrevemos como um produto de n fatores:
Anton, Bivens e Davis (2014) usam uma representação gráfica para explicar
o teorema do confronto, como você pode observar na Figura 11.
De acordo com Anton, Bivens e Davis (2014), esse teorema é útil para
encontrar limites de sequências que não podem ser obtidos diretamente. Veja
os exemplos do uso do teorema do confronto propostos pelos autores.
Exemplo 1
Use uma evidência numérica para fazer uma conjectura sobre o limite da sequência:
Solução:
O quadro a seguir, obtido com um recurso computacional, sugere que o limite da
sequência possa ser zero.
Sequências e séries infinitas 13
1 1,0000000000
2 0,5000000000
3 0,2222222222
4 0,0937500000
5 0,0384000000
6 0,0154320988
7 0,0061198990
8 0,0024032593
9 0,0009366567
10 0,0003628800
11 0,0001399059
12 0,0000537232
Exemplo 2
Considere a sequência Se tomarmos o valor absoluto
ANTON, H.; BIVENS, I. C.; DAVIS, S. L. Cálculo. 10. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014. v. 2.
ROGAWSKI, J. Cálculo. Porto Alegre: Bookman, 2009. 2 v.
Dica do professor
Informalmente, podemos pensar uma sequência como uma coleção de valores de an em uma lista
de termos. Dessa forma, podemos ter sequências de números pares, de números múltiplos de n, de
pagamentos de uma dívida, de comprimento de onda no espectro eletromagnético, entre outras.
É importante destacar que uma sequência pode ser finita ou infinita, mas nosso foco de estudo aqui
são as sequências infinitas.
Acompanhe, nesta Dica do Professor, como usar o teorema do confronto para a análise da
convergência de sequências. Para compreender melhor esse importante teorema, vamos
primeiramente retomar a definição de sequências, sua classificação e alguns exemplos de
sequências convergentes e divergentes.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Na prática
As sequências surgem nas mais diferentes áreas de conhecimento, quando existe regularidade na
sucessão de termos. As progressões aritméticas e geométricas foram nosso primeiro contato com
elas, mas as sequências também estão na matemática financeira e no cálculo de raízes de algumas
equações, entre outras situações.
Neste Na Prática, você vai ver como o conceito de sequências pode ser útil na análise do
escoamento de um tanque defeituoso, resultando em vazamento.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.