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Conjuntos Numéricos
Conjuntos Numéricos
Apresentação
Em situações aplicadas envolvendo classificação, frequentemente é necessário lidar com categorias
(ou características em comum), como, por exemplo, marca de um produto, nacionalidade de um
indivíduo, porte de uma empresa, tipos de meios de transporte utilizados para se deslocar até o
serviço, entre outras. Para cada categoria podem-se listar elementos pertencentes ou não a ela.
Esta é a ideia intuitiva de conjunto.
É possível afirmar que, ao estudar conjuntos, considera-se uma “coleção” de objetos, chamados de
"elementos", que estão reunidos por um motivo comum. Por exemplo, podem-se reunir uma
caneta, uma meia e uma bola que têm em comum a característica “cor azul”, mas também é possível
formar um conjunto de vogais ou estabelecer conjuntos formados por números. Estes recebem o
nome de "conjuntos numéricos", e alguns deles são muito utilizados na resolução de problemas; por
isso, recebem nomes especiais: naturais, inteiros, racionais, irracionais, reais e complexos.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a noção de conjuntos, a sua definição, as suas
representações e as principais relações entre eles.
Bons estudos.
Acompanhe, neste Infográfico, um diagrama representativo dos conjuntos numéricos, que ajuda a
identificar qual conjunto está contido em outro, ou seja, mostra a relação de subconjunto entre
eles. Além disso, você vai conferir exemplos de números pertencentes aos respectivos conjuntos,
facilitando, assim, seu entendimento.
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Conteúdo do livro
Um conjunto pode ser entendido como qualquer coleção bem definida de objetos. Os conjuntos
numéricos são aqueles cujos elementos são números com determinada característica comum. O
ramo da matemática que estuda esses conjuntos é chamado de "teoria dos conjuntos".
Boa leitura.
FUNDAMENTOS
DE MATEMÁTICA
Introdução
Os conjuntos são bastante importantes em matemática. Talvez os mais
famosos sejam os conjuntos numéricos, como os reais, os inteiros e os
naturais. Embora eles tenham muitas aplicações puramente matemáticas,
muitas áreas se beneficiam de suas teorias, como quando temos que di-
vidir grupos que tenham características similares ou não, ou parcialmente
similares, e problemas de reconhecimento de padrões.
Neste capítulo, você aprenderá a definição de conjuntos, como
representá-los e suas propriedades.
1. Conjuntos numéricos
Um conjunto pode ser definido como uma coleção de entidades, as quais são
seus elementos. Ou seja, é uma coleção de elementos que estão relacionados
segundo alguma regra. Por exemplo, os elementos poderiam ser números,
frutas, pessoas, carros, etc. Já a regra à qual os elementos obedecem deve
ser bem-definida — por exemplo, poderíamos ter um conjunto de palavras
pertencentes à língua portuguesa.
Geralmente, são utilizadas letras maiúsculas para se especificar os conjun-
tos, como A, B, W, …, e letras minúsculas para os elementos de um conjunto,
como a, b, c ,z,... Por exemplo:
g, h ∈ A,
2 Conjuntos numéricos
Notação
Para se descrever os elementos de um conjunto, geralmente são utilizadas
chaves {} e vírgulas para separar os elementos. Por exemplo:
A = {x|x2 – 3x + 2 = 0},
B = {1, 2},
C = {2, 1, 2, 2, 1}.
1.1 Subconjuntos
Suponha que tenhamos dois conjuntos, A e B. Se a ∈ A, implica que a ∈ B.
Podemos dizer que A é um subconjunto de B e, alternativamente, que A está
contido ou é igual a B, A ⊆ B, ou que B contém ou é igual a A, B ⊇ A. Por
exemplo, se P = {2, 4, 6} e S = {"inteiros pares"}, então, temos que P ⊆ S.
Se dois conjuntos são iguais, cada conjunto está contido no outro, Assim,
A = B "se, e somente se” A ⊆ B e B ⊆ A.
Para os subconjuntos, temos o seguinte teorema: sejam A, B e C conjuntos
quaisquer, então:
1. A ⊆ A;
2. Se A ⊆ B e B ⊆ A, então A - B;
3. Se A ⊆ B e B ⊆ C, então A ⊆ C.
Nota: para o símbolo ⊆ lê-se “subconjunto contido ou igual à”, ou ainda o símbolo
⊇ , com a leitura de “subconjunto contém ou igual à”. Outro símbolo muito utilizado,
é o ⊂ que lê-se “subconjunto contido em”, ou ainda ⊃ , com a seguinte leitura
“subconjunto contém”.
(a, b) = (c, d) ↔ a = c e b = d
(a, b) + (c, d) = (a + c, b + d)
(a, b) ∙ (c, d) = (ac – bd, ad + bc)
i2 = (0,1) ∙ (0,1) = (0 ∙ 0 ‒ 1 ∙ 1, 0 ∙ 1 + 1 ∙ 0) = ( ‒ 1, 0) = ‒ 1
(‒2, 3) = ‒2 + 3i
(0, ‒1) = 0 ‒ 1i = –i
z = 2 + 3i → z = 2 – 3i
z = 5 – 2i → z = 5 + 2i
Como cada número complexo está associado a um par (𝑎,𝑏), que por sua vez
está associado a um único ponto no plano, podemos representá-los como um
ponto P no sistema de coordenadas cartesianas. O ângulo θ formado pelo
segmento Oz e o eixo x é chamado de argumento, e ρ é o módulo de z, que
definimos na Figura 1.
z = a = bi → |z| (cos θ + isen θ)
Vejamos um exemplo:
x2 – 2x + 10 = 0
∆ = b2 – 4ac = 4 – 4 ∙ 1 ∙ 10 = –36 → não possui raiz real
x = ±i
A = {1, 4, 5},
B = {5, 6, 8, 10} e
C = {10, 14}.
Sim podemos, pois neste caso estamos afirmando que o conjunto dos naturais
está contido no conjunto dos inteiros, que por sua vez está contido dentro do
conjunto dos racionais e por fim, o conjunto dos racionais está contido no
conjunto dos inteiros. A seguir quando aprendermos o conceito diagrama de
Venn e observarmos a Figura 3, este conceito fica bem claro.
9 Conjuntos numéricos
2. Diagramas de Venn
Uma maneira de representar conjuntos é usando os diagramas de Venn. Nesses
diagramas, os conjuntos são representados por áreas delimitadas no
espaço, geralmente círculos e elipses. Assim, o conjunto universo U é
representado por um retângulo, em que estão os outros conjuntos. A Figura
2 mostra três exemplos de diagramas de Venn. Em (a), há um exemplo em
que o conjunto A está contido no conjunto B; em (b), os conjuntos A e B são
disjuntos; em (c), os conjuntos A e B sobrepõem-se parcialmente.
R=Q∪I
N I
Números
Números Naturais
Irracionais
Z
Números Inteiros
Q
Números Racionais
C
Números Complexos
O conjunto universo U foi dividido em quatro regiões chamadas de i, ii, iii e iv. O
que pode ser dito sobre os conjuntos A e B:
a) se a região ii for vazia?
b) se a região iii for vazia?
Se a região ii for vazia, então A não contém elementos que não estão em B. Assim,
A é um subconjunto de B, e o diagrama deveria ser redesenhado como na Figura 2a.
Agora, se a região iii for vazia, então A e B não têm elementos em comum, sendo
disjuntos. Assim, o diagrama deveria ser redesenhado como na Figura 2b.
Para desenhar um diagrama de Venn, pode-se usar uma técnica que contém
dois passos, descrita a seguir. Primeiramente, supomos os seguintes conjuntos:
U = {1, 2, 3, …, 12}
A = {2, 3, 7, 8, 9}
B = {2,8}
C = {4, 6, 7, 10}
Figura 4. Passos para desenhar um diagrama de Venn. (a) Diagrama genérico. (b) Diagrama
genérico preenchido. (c) Diagrama redesenhado, eliminando os espaços vazios.
A ∪ B = {x|x ∈ A ou x ∈ B}
A ∩ B = {x|x ∈ A e x ∈ B}
Suponha os conjuntos:
A = {1, 2, 3},
B = {3, 4, 5} e
C = {6, 7}.
Temos que:
A ∪ B = {1, 2, 3, 4, 5}
A ∩ B = {3}
B ∪ C = {3, 4, 5, 6, 7}
B ∩ C = ∅
A ∪ C = {1, 2, 3, 6, 7}
A ∩ C = ∅
13 Conjuntos numéricos
A ⊕ B = {(A ∪ B) - (A ∩ B)}
A ⊕ B = {(A - B) ∪ (B - A)}
a) A∪B
b) B - A
c) C∪A
d) A - (C∪B)
e) (A-B)∩C
Vamos resolver cada um desses casos, mas antes vamos deixar claro que o
conjunto A={-3,-2,-1,0,1,2,3,4,5,6,7,8,9,10}, o conjunto B={2,5,6,8,9} e por fim, o
conjunto C={-4,-3,-,2,-1,0,1,2,3,4,5} assim:
Em um restaurante que serve prato feito você tem as seguintes opções de carne:
• Carne de gado;
• Peixe;
• Peixe e carne de gado.
Em determinado dia, ao fazer o fechamento das refeições do almoço, verificou-se
que foram servidos 54 pratos feitos todos com carne. Sendo que haviam 23
pedidos de pratos com peixe e 38 com carne de gado, quantos pedidos tinham
as duas opções junto?
Para facilitar a solução podemos pensar no diagrama de Venn
15 Conjuntos numéricos
23 - x + x + 38 - x = 54
23 + 38 - x = 54
61- x = 54
61- 54 = x
7=x
Com isso, concluímos que 7 pratos foram servidos com peixe e carne de gado.
Com isso, também seria possível concluir que pratos apenas com peixe são 23 – 7
= 16 e pratos apenas com carne de gado são 38 – 7 = 31 refeições.
Na prática, muitas vezes é necessário fazer a relação entre um elemento e um conjunto ou entre
dois conjuntos, também sendo frequente o uso de operações entre conjuntos.
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Na prática
Muitas vezes, associamos o estudo de conjuntos numéricos a problemas algébricos envolvendo a
resolução de equações ou o domínio de funções. No entanto, essa ideia pode estar presente em
problemas aplicados, auxiliando na interpretação de dados e na tomada de decisões.
Pré-cálculo
No Capítulo 1, "Matemática básica", é realizada uma breve revisão de conceitos da matemática
elementar, incluindo o estudo de conjuntos, na seção 1.1. Os autores apresentam a definição e as
propriedades dos principais conjuntos numéricos, seguidas de exemplos e exercícios para praticar
os conceitos estudados.
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