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Venha Ajudar

TRANSFORMAR
o Mundo
Venha A ju d a r

TRANSFORM AR
o Mundo
Esta é a história da visão e do trabalho da Campus Crusade
for Christ International, que no Brasil se denomina Cruzada
Estudantil e Profissional para Cristo. É um convite e um de­
safio para vir participar da maior aventura que o homem ja­
mais pode conhecer. Nosso mundo pode ser transformado, e
você pode desempenhar um papel importante nesse processo.
Em 1951 o Dr. Bill Bright descobriu que ajudar a transfor­
mar o nosso mundo seria uma tarefa estimulante. Ele era um
jovem negociante e estudava em um seminário teológico,
quando, de uma forma dramática, Deus lhe mostrou clara­
mente como investir a sua vida. Ele deveria, simplesmente,
ajudar a cumprir a Grande Comissão através de todo o mun­
do, começando com os estudantes universitários. Para muitos,
no começo, a Campus Crusade for Christ International pare­
cia apenas um sonho estudantil. O Dr. Bill Bright, porém,
sabia que era um plano de Deus.
Atualmente a Campus Crusade for Christ International
dispõe de uma equipe de 16.000 obreiros de tempo integral,
membros associados e incontável número de colaboradores
que estão servindo o Senhor Jesus Cristo em mais de 150 paí­
ses. Milhões e milhões de pessoas em todo o mundo estão tes­
temunhando acerca da transformação de vida que experi­
mentaram, pelo poder de Jesus Cristo, em
decorrência da influência desse ministério.
O Dr. Bill Bright é o fundador e Pre­
sidente da Campus Crusade for Christ
International. Entre outros livros, es­
creveu: “Espírito Santo - A Chave da
Vida Sobrenatural”, e “Promessas: Um
Guia Diário para a vida Sobrenatural” .
Escreveu também diversos livretos, en­
tre os quais “As Quatro Leis Espirituais” .

EDITORA E DISTRIBUIDORA CANDEIA


Caixa Postal 20.822
01498-São Paulo, SP
BILL BRIGHT

Venha A judar

TRANSFORMAR
oMundo

E D IT O R A E D IS T R IB U ID O R A C A N D E IA
Caixa Postal 20.822
01498 - SSo Paulo, SP
Título em português:
Venha Ajudar a Transformar o Mundo.

Título original:
Come Help Change Our World.
Copyright © Campus Crüsade for Christ, Inc.

Tradução :Magali Fraga Moreira


Oneida Green Almeida
Mareia Costa Veiga de Carvalho

Edição Especial EXPLO’ 85


Publicação autorizada por Here’s Life Publishers
San Bernardino, Califórnia 92402 —USA

EDITORA E DISTRIBUIDORA CANDEIA


Caixa Postal 20.822 - CEP 01498
São Paulo - SP

Um livro da Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo


TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
Prefácio
Há alguns anos, um dos líderes entre os erudi­
tos e teólogos americanos escreveu: “Encontro-me na
Faculdade de Wheaton, no Estado de Illinois, onde
devo falar na capela, amanhã. Cheguei tarde, cansado
e ansioso para descançar. Entretanto, antes de dormir
iesolvi ler o primeiro capítulo de seu livro “Venha
ajudar a transformar o Mundo”, que acabara de com­
prar. “São duas horas da manhã e terminei de ler os 8
primeiros capítulos. Caí de joelhos para dedicar nova­
mente minha vida ao Senhor Jesus Cristo. Obrigado
por escrever este livro, porque ele tocou o meu cora­
ção”.
As partes revistas do livro correram o mundo
em forma manuscrita, várias vezes, desde que comecei
a reescrever o livro original, “Venha ajudar a transfor­
mar o Mundo”. Escrevi em aviões, trens, quartos de
hotel e muitos outros lugares.
Achei importante incluir a revisão deste livro
em uma agenda já bastante superlotada, porque Deus
está agindo de modo tão dramático e revolucionário
por intermédio deste ministério, que se fazia necessá­
ria sua atualização.
Querido leitor, é minha oração que Deus fale ao
seu coração e o chame para tomar parte neste, ou em
outro movimento semelhante, dedicado a ajudar a
transformar o mundo através do cumprimento da
Grande Comissão — o maior desafio já feito pela
Pessoa mais importante que jamais existiu.
Bill Bright
Arrowhead Springs
índice
r

1. EXPLO’74: Uma experiência assustadora . 5


2. 0 início........................................................ 9
3. Crescimento................................................. 17
4. Mudança ..................................................... 29
5. Arrowhead: um sonho fabuloso ............... 41
6. A história de um milagre............................ 46
7. Provando a fé ............................................. 58
8. Treinamento: repetindo os princípios bá­
sicos .............................................................. 69
9. Estratégia para as Universidades............... 75
10. Berkeley: uma nova revolução................... 88
11. Vida para a América.................................... 96
12. Ministérios Especiais .................................. 104
13. A Aventura Estudantil................................ 112
14. Treinamento básico para militares............. 118
15. Ministério de Música.................................... 123
16. Atletas em ação........................................... 128
17. Multiplicando a mensagem ........................ 142
18. O filme “Jesus” ........................................... 149
19. O Centro de Operações.............................. 157
20. EXPLO’7 2 ................................................... 165
21. Cruzada de Oração .................................... 175
22. Alcançar o mundo....................................... 184
23. O impossível: especialidade deDeus.......... 194
24. Saturando a Nação .................................... 207
25. Vida para o Mundo: Campanhas de
Saturação...................................................... 222
26. Ministério nas Prisões ................................ 235
27. Ministério Familiar ..................................... 239
28. Embaixada Cristã......................................... 243
29. Centros de Treinamento ............................ 252
30. Universidade Internacional de Educação
Cristã................................................................260
31. EXPLO’85 .................................................... 271
32. Conclusão .................................................... 277
Apêndice I: Como ter certeza de que você é
um cristão..................................... 287
Apêndice II: Como saber a vontade de Deus
para a sua vida.............................. 294
EXPLO’ 74:
Uma experiência
assustadora
Meu coração acelerou-se quando me aproximei
do microfone. Era a responsabilidade mais aterradora
e o desafio mais estimulante da minha vida. Olhei por
sobre um oceano de pessoas que se espalhava por
todos os lados, tão longe quanto eu conseguia ver. As
estimativas oficiais eram de que um milhão e trezen­
tas mil pessoas estavam reunidas em Seul, na Coréia,
para aquela reunião da EXPLO’ 74, um congresso
internacional de evangelismo patrocinado pela Cruza
da Estudantil e Profissional para Cristo.
Minha mensagem baseava-se em Efésios 2:8-9 e
explicava que a salvação é um dom de Deus que
aceitamos pela fé. Depois de cada sentença que eu
dirigia à multidão, parava, para dar tempo ao Dr. C.C.
Park, um dos líderes da Coréia do Sul, de traduzir
minhas palavras. Ao concluir a mensagem, pedi aos
que quisessem receber Cristo e aos que, em resulta­
do da pregação, tivessem certeza da salvação, que
ficassem de pé.
De todos os pontos da Praça Yoido, pessoas
começaram a ficar de pé: idosos, jovens, homens de
negócios, fazendeiros, comerciantes e crianças ficavam
em pé e ouviam silenciosamente o coral da EXPLO,
de cerca de 8 mil vozes, cantar de modo suave.
5
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Mal podia acreditar no que via: centenas de
milhares de pessoas ficando em pé! Para ter certeza
de que haviam entendido o que eu dissera, repeti o
convite, vagarosamente. Mais pessoas ficaram de pé!

Um telefonema noturno
Cerca de meia-noite, atendi a um telefonema do
Dr. Joon Gon Kim para contar-me os acontecimentos
da noite. O Dr. Kim é diretor da Cruzada na Coréia e
é um querido amigo e colaborador na obra desde
1958; e com sua equipe foi o responsável pela reu­
nião de uma multidão tão expressiva.
“Tenho novidades maravilhosas”, ele disse. “Em
resposta ao seu apelo desta noite, nossa equipe calcu­
la que cerca de 80% do total estimado em 1 milhão
e trezentas mil pessoas ficou de pé. Já imaginou
que mais de um milhão de pessoas demonstraram que
aceitaram Cristo ou que, pela primeira vez em suas
vidas, tiveram certeza da salvação? ”
Demorei algum tempo para responder, porque
estava dominado pela emoção. Mesmo agora, quase
não posso evitá-la. Sei que a ocorrência deste fato se
deve à obra miraculosa e sobrenatural de Deus, pois
não é o novo nascimento o maior milagre de todos?
Este foi apenas um dos momentos marcantes
que testemunhei durante a EXPLO’ 74. Noite após
noite, eu era presa de temor e louvava a Deus quando
ficava em pé na plataforma e via aquela multidão de
rostos.
Fiquei profundamente comovido ao saber q'e
aquela foi a maior reunião de cristãos registrada na
história. Em uma das noites o número de pessoas
excedeu a um milhão e seiscentos mil, de acordo com
a estimativa oficial.
6
EXPLO'74: Uma experiência assustadora
Os recordes obtidos
Além deste primeiro fato surpreendente na his­
tória da igreja cristã, mais tarde o Dr. Kim contou-me
de outros 24 recordes relacionados com a EXPLO’ 74,
alguns dos quais, cinco anos depois, continuam ini­
gualáveis. Eis Alguns:
1. O maior número de cristãos treinados em
discipulado e evangelismo durante uma semana (um
total de 323.419 registrados, representando 78 na­
ções)
2. O maior número de decisões por Cristo em
uma única noite.
3. O maior número de pessoas reunidas em
grupos de oração durante toda a noite na história do
cristianismo (as reuniões de oração aconteceram du­
rante seis noites seguidas, com milhares de participan­
tes). Na noite anterior ao início da EXPLO, minha
esposa Vonette falou a mais de 100.000 mulheres
reunidas para orar.
4. A maior campanha de evangelismo pessoal
que já houve (mais de 420.000 pessoas ouviram o
evangelho em uma tarde e 274.000 tomaram a deci­
são de se entregar a Cristo).
5. O maior número de cristãos que se apropriou
da plenitude do Espírito Santo ao mesmo tempo
(estimou-se que 70% de uma multidão de 1.500.000
pessoas, em uma das noites, respondeu ao apelo).
6. O maior número de cristãos que entrega
sua vida para o cumprimento da Grande Comissão
ao mesmo tempo (estimou-se que entre uma multidão
de 650.000 pessoas que assistiam à reunião final de
domingo, 90% atendeu ao apelo).
Nenhuma multidão ou reunião de organizações
conseguiu alcançar o que se obteve na EXPLO’74.
Toda a glória deve ser dada ao Senhor Nosso Deus.
7
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
A vida sobrenatural
Recordo-me das palavras do nosso Senhor regis­
tradas em João 14:12, que tem sido uma constante
fonte de admiração e desafio para mim, desde meus
primeiros passos como cristão: “Em verdade, em ver­
dade vos digo que aquele que crê em mim, fará
também as obras que eu faço, e outras maiores fará,
porque eu vou para junto do Pai”.
Desde o início da minha vida cristã, tenho in­
terpretado este versículo com o sentido de que Deus
quer que seus filhos vivam de modo sobrenatural,
particularmente no aspecto de serem santos e produzi­
rem muito fruto, pois esta é a razão da vinda do
Senhor Jesus Cristo ao mundo. A Palavra de Deus nos
diz que “O Filho do Homem veio buscar e salvar o
que se havia perdido” (Lucas 10:10).
Através dos anos tenho orado para que a minha
vida e o ministério da Cruzada possam ser caracteriza­
dos pelo miraculoso e sobrenatural; que Deus possa
operar em nós e por nosso intermédio com tal poder
que todos que virem os resultados de nossos esforços,
reconheçam que Deus foi o causador e deem a Ele
toda a glória.
Agora, quando me lembro da EXPLO’74 — cer­
tamente uma das lembranças mais significativas e
emocionantes na história do nosso movimento - reve­
jo os primeiros dias que também se caracterizavam
pela adoração e glória a Deus, embora eu não tivesse
o privilégio de falar para milhões, ou mesmo milhares.
Houve uma época em nosso ministério que o único
ouvinte compreensivo que eu tinha era minha esposa.
Deixe-me levá-lo para aqueles dias, para o início
da história da Cruzada-Estudantil e Profissional para
Cristo e o momento em que Deus me revelou o
ministério que eu deveria empreender para Ele.
8
O Início

Era primavera de 1951, meu último ano no


Seminário Teológico Fuller. Havia dois anos que esta­
va casado com minha namorada de infância, Vonette
Zachary, anos emocionantes e felizes. Minha esposa
lecionava e tínhamos uma vida bastante ocupada e
cheia de novidades em Los Angeles.
Uma ou duas vezes por semana, além das reu­
niões regulares da igreja, tinha o privilégio de liderar
um grupo de mais de cem universitários e pós-univer-
sitários, rapazes e moças que queriam se tomar discí­
pulos do Senhor Jesus Cristo. Cumpríamos aproxima­
damente 30 missões por mês, visitando cadeias e
hospitais, locais de atendimento de missões itinerantes
e dávamos assistência onde sentíamos ser necessário.
Porém, logo descobri que tínhamos que esperar nossa
vez para realizar este trabalho, porque muitas outras
igrejas atuavam nesta área. Um dia ocorreu-roe que
não havia filas de espera para alcançar estudantes
universitários ou os altos executivos da cidade. Alí
estavam os líderes de hoje e de amanhã, sendo negli­
genciados.
9
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Contrato com Deus
Por esta época, Vonette e eu tínhamos nos
tomado profundamente conscientes de que o nosso
maior. objetivo na vida era viver e servir a Cristo.
Como resultado desta percepção, decidimos que fir­
maríamos um contrato com o Senhor. Não fora suge­
rido por ninguém, mas foi logo que decidíramos fazer
juntos. Antes de nos convertermos éramos ambicio­
sos, materialistas e egoístas; o Senhor nos transforma­
ra e nos capacitara a amá-Lo, despertando em nós o
desejo de serví-Lo e aos outros.
Em uma tarde de domingo fomos para aposen­
tos diferentes em nossa casa, para fazermos uma lista
dos objetivos que pretendíamos atingir na vida. Ao
propor casamento a Vonette, pensáramos em ter uma
lua de mel na Europa, conseguir o melhor professor
de canto para aprimorar sua bela voz e morar em
Bel-Air, um dos lugares mais chiques de Los Angeles:
No entanto, todas estas coisas tinham sido entregues
a Cristo e as ambições tomaram-se secundárias e não
havia mais lugar para elas. Assim, fizemos uma nova
lista das coisas que almejávamos.

Listas semelhantes

Nossas novas listas, incrivelmente parecidas, in­


cluíam: a) viver vidas santas, no poder e controle do
Espírito Santo; 2) sermos testemunhas verdadeiras de
Cristo e, 3) ajudar a cumprir a Grande Comissão em
nossa geração. Nossa preocupação era constituirmos
um lar cristão e pensamos em ter dois ou quatro
filhos e na conveniência de possuirmos dois carros. Atual­
mente, não temos nenhum carro e temos dois filhos.
Quanto aos carros, Deus providenciou nosso transpor­
to
O inicio
te por intermédio da generosidade de um amigo que
também está interessado em ajudar a alcançar o mun­
do para Cristo. Mencionamos também em nossas listas
que, se fosse do agrado de Deus, gostaríamos de
possuir uma casa bonita o suficiente para receber o
presidente dos Estados Unidos e modesta o bastante
para que um missionário da Missão Itinerante se sen­
tisse à vontade.
Àquela altura tínhamos começado a atender o
mandamento de nosso Senhor: “Buscai primeiro o
reino de Deus e a sua justiça” (Mateus 6:33). Críamos
que a vontade de Deus era melhor do que a nossa.
Quanto mais aprendíamos a respeito do amor de
Deus por nós, de sua sabedoria, poder e graça, mais
confiávamos nele; por isso assinamos nossos nomes
nas listas como um compromisso formal para com
Cristo e sua causa. Foi uma atitude bastante significa­
tiva, considerando que a tomávamos juntos e éramos
um casal jovem. Não houve envolvimento emocional,
mas simplesmente um ato de vontade. É claro que
tínhamos sido motivados pela ação do Espírito Santo
em nossas vidas, como diz o apóstolo Paulo “Porque
Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o
realizar, segundo a sua boa vontade” (Filipenses
2:13).
Não sabíamos o que poderia acontecer como
resultado deste compromisso, mas tenho certeza que
Deus sabia; em poucas semanas, enquanto continuáva-
mos a estudar, ensinar, participar da comissão de
trabalho e negócios, os planos de Deus começaram a
ser revelados.

Nascimento de uma visão


Uma noite, por volta da meia-noite, estava estu­
11
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
dando para um exame de grego no seminário. Não
havia nada de diferente quanto ao ambiente ou cir­
cunstâncias; Vonette dormia no quarto ao lado. Subi­
tamente, sem qualquer aviso ou sinal do que estava
para acontecer, sinto a presença de Deus de uma
maneira que nunca sentira antes. Embora não tenha
durado mais do que alguns segundos, tive a espantosa
sensação de que o Senhor colocara em minha mente
suas instruções para minha vida e ministério.
É difícil falar sobre esta experiência, pois receio
ser mal interpretado ou provocar em outras pessoas o
desejo de buscar sensações semelhantes; acho, entre­
tanto, que experimentei um pouco do que ocorreu
com o apóstolo Paulo ao encontrar o Senhor de
maneira tão dramática na estrada de Damasco. Esta
foi, porém, a maior experiência espiritual dã minha
vida cristã. Naquela hora e de modo bem definido,
Deus ordenou que investisse minha vida em ajudar no
cumprimento da Grande Comissão nesta geração. De­
veria começar a ganhar os estudantes para Cristo.
Como realizar esta tarefa não foi explicado em
detalhes mas, mais tarde, o Senhor deu discernimento
para completar a visão inicial. Acordei Vonette e,
juntos, louvamos a Deus por sua direção e promete­
mos que com sua graça e força haveriamos de obede­
cê-lo.

Conselho de cristãos mais amadurecidos


Embora meu coração estivesse cheio de louvor e
gratidão ao Senhor por aquela revelação maravilhosa à
respeito de minha vida, ainda precisava do conselho
de cristãos mais amadurecidos. No dia seguinte, fui
procurar um dos meus professores favoritos no semi­
nário, Dr. Wilbur Smith, famoso professor de Bíblia,
12
O Meio
pessoa erudita e autor de vários livros. Ao comparti­
lhar com ele o que Deus me havia revelado, levantou-
se da cadeira e começou a caminhar pelo escritório,
repetindo sempre: “Isto é de Deus, isto é de Deus.
Quero ajudá-lo. Dê-me tempo para pensar e orar so­
bre o assunto.”
Na manhã seguinte, ao chegar para a aula de
Bíblia das sete horas, o Dr. Smith chamou-me para
fora da sala e fomos para um pequeno escritório
usado para aconselhamento; deu-me um pedaço de
papel onde havia escrito estas letras: “CCC” (iniciais
em inglês de Campus Crusade for Christ) — Cruzada
Estudantil e Profissional para Cristo. Explicou-me que
Deus tinha providenciado o nome para minha visão.
Desde aquela experiência, tem sido minha pai­
xão e preocupação ser obediente à visão celestial que
Deus me deu. A primeira decisão importante que
tomei foi deixar o seminário faltando apenas terminar
algumas matérias para me formar. Estava convencido,
e ainda estou, de que Deus não queria que eu fosse
ordenado. Embora tenha grande respeito e considera­
ção pelo clero, o laicato, muitas vezes, possibilita
maiores vantagens em meu ministério com estudantes
e leigos.
O próximo passo foi procurar formar um conse­
lho composto por importantes homens e mulheres de
Deus para orientar-me na oficialização do meu minis­
tério. O Dr. Smith foi o primeiro de quem me aproxi­
mei; depois falei com Henrietta Mears, Billy Graham,
Richard C. Halverson, Dawson Trotman, Cyrus N.
Nelson, Dan Fuller e J. Edwin Orr, para participarem
desta tarefa. Todos prontamente concordaram em to­
mar parte nesta nova faceta da estratégia de Deus.
Os acontecimentos dos dias seguintes foram
concebidos debaixo de oração e meditação. “Senhor,
onde queres que iniciemos este ministério”? , era a
13
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
oração que Vonette, eu e nossos amigos fazíamos
freqüentemente na primavera e verão de 1951.
O alvo - UCLA
Cada vez mais a Universidade da Califórnia em
Los Angeles tornava-se objeto de nossa atenção. Pare­
cia tão certo começar alí, uma universidade que em
1951. tinha uma minoria forte e radical que exercia
grande influência e estava provocando muitos distúr­
bios. Achávamos que seria um dos lugares mais difí­
ceis para começarmos e que se nosso empreendimento
para Cristo fosse bem sucedido ali, seria bem sucedido
em qualquer outro.
Depois de nos reunirmos com os dirigentes da
universidade para explicar nossos planos e conseguir­
mos a aprovação do nosso trabalho com os estudan­
tes, procuramos um lugar para morar perto do cam­
pus. Os aluguéis eram altos e não havia nada disponí­
vel nas imediações, mas continuamos a procura,
orando para que Deus nos conduzisse ao local certo.
Um dia, enquanto estava procurando entre as
fichas de casas junto com o corretor, este encontrou
uma casa grande a apenas um quarteirão da universi­
dade, mas o aluguel era de 450 dólares por mês, o
que em 1951 era uma cifra astronômica. Nosso or­
çamento demonstrava que podíamos gastar apenas
200 dólares, embora ainda fosse mais do que, na
realidade, podíamos dispor. Quando o corretor colocou
de lado a ficha desta casa eu lhe disse enfaticamente:
“Esta é a casa e eu quero vê-la”.
“Por que? ” perguntou. “Estão pedindo duas
vezes mais do que a quantia que você está disposto
a pagar.”
Continuei a perguntar: “Há quanto tempo a
casa está para ser alugada”?
14
O início
“Há vários meses”. Explicou-me que as duas
irmãs que moravam na casa estavam planejando viajar
para a América do Sul, o que fariam na semana
seguinte.
Pedí-lhe autorização para ir visitá-las e achei
que a casa era perfeita para nós; ficava bem proximo
da universidade e era bem grande, com uma sala de
estar bem espaçosa, onde pude visualizar reuniões
com um grande número de pessoas. Expliquei às pro­
prietárias nosso interesse em alcançar os estudantes da
UCLA para Cristo e da impossibilidade de pagarmos
mais do que 200 dólares por mês. Responderam que
iriam pensar no assunto e me telefonariam. Quando
cheguei em casa, no bairro de Hollywood, haviam
telefonado. Impressionadas com nosso objetivo e que­
rendo tomar parte nele, concordaram, com os 200
dólares de aluguel se pagássemos 25 dólares por mês
para o jardineiro. Fizemos o acordo e logo nos muda­
mos para nosso novo lar em Westwood.

Corrente de oração

Nosso primeiro passo foi organizar uma cadeia


de oração de 24 horas, dividida em 96 períodos de
15 minutos e convidar pessoas para orar, para que
Deus realizasse uma obra inigualável na UCLA. Em
seguida, começamos a recrutar e treinar estudantes
interessados e a formar grupos para visitar os diversos
grêmios, dormitórios e associações da universidade. Os
grupos davam o testemunho pessoal de sua fé em
Cristo e depois eu pregava uma breve mensagem ex­
plicando quem é Cristo, o porquê de sua vinda e
como poderíam conhecê-lo pessoalmente.
Lembro-me bem de nossa primeira reunião com
um grêmio: foi no Kappa Alpha Theta, conhecido
15
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
como a “casa das moças bonitas”. Aparentemente as
interessadas em morar ali eram escolhidas, entre ou­
tras razões, pela boa aparência e personalidade. De
qualquer modo, ao terminar minha mensagem e desa­
fiá-las para aceitar a Cristo, muitas moças ficaram
conversando e fazendo perguntas. Foi um fato novo
para mim. Por mais de um ano tínhamos trabalhado em
vários grêmios, antes de Deus dar a visão deste ministé­
rio. Nunca tínhamos visto uma única pessoa entregar-
se a Cristo. Não tínhamos conhecimento de alguém que
tivesse aceito Cristo como resultado de nossas reuniões.
Resposta inacreditável
Ao final desta primeira reunião, fiquei surpreso
com o grande grupo de moças que permaneciam em
fila expressando o desejo de tomar-se cristãs. Vinham
uma após outra (mais da metade das 60 que estavam
presentes), dizendo “Quero me tornar cristã”. Foi
uma grande experiência ver a atuação de Deus. Era
uma confirmação segura de que a visão de ajudar no
cumprimento da Grande Comissão à partir das univer­
sidades do mundo inteiro era realmente da parte de
Deus. Inseguros, caminhando com cuidado, falando
discretamente, tínhamos sido cautelosos até então;
parecia, porém, que Deus estava nos estimulando a
seguir adiante, tornando-nos mais confiantes e assegu-
rando-nos que, se nos havia chamado para este minis­
tério, estava conosco.
Convidamos as moças para irem a uma reunião
que faríamos na noite seguinte, em nossa casa, e
muitas levaram os namorados. Foi uma noite emocio­
nante e memorável. Os rapazes eram céticos, mas vie­
ram com as moças da “casa das moças bonitas” e
muitos deles aceitaram Cristo.
Foi assim o início do movimento que atualmen­
te está atingindo milhões de pessoas.
16
Crescimento

Os dias que se seguiram demonstraram que a,


mão de Deus estava sobre nós e nosso ministério. Em
todas as reuniões que fazíamos èm grêmios, dormitó­
rios e com líderes de estudantes - a receptividade era
a mesma da primeira vez. Em poucos meses, mais de
250 estudantes da UCLA — entre eles o presidente do
corpo discente, o editor do jornal e um grande núme­
ro de atletas conceituados — entregaram-se a Cristo.
Era tão grande a influência que exerciam no campus
que ao meio-dia os carrilhões começaram a tocar
hinos.
Naquela e'poca as notícias do que Deus estava
fazendo na UCLA se espalharam por outras universi­
dades e estudantes, professores, leigos e pastores de
outras regiões do país perguntavam “Você pode nos
ajudar? Gostaríamos de começar um trabalho da Cru­
zada em nossa escola”.
Precisei tomar uma decisão muito importante.
A visão inicial que Deus havia me dado abrangia o
mundo. Se eu permanecesse na UCLA e gastasse todo
o meu tempo para alcançar um único campus, estaria
desobedecendo à visão celestial. Amava os estudantes
e não teria dificuldade em passar o resto da minha
vida servindo a Cristo em uma única universidade,
17
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
entretanto, havia um único caminho a seguir —recru­
tar e treinar outras pessoas para ajudar a alcançar as
universidades do mundo com as boas novas do amor
e perdão de Deus em Cristo.
Buscando uma equipe
Para expandir qualquer ramo de atividade, pre­
cisamos de pessoal. Havia necessidade de uma equipe
dedicada e qualificada que pudesse expressar sua fé.
Supunha que poderiamos encontrar pessoas assim às
centenas. Estabelecemos padrões altos que deveríam
ser preenchidos. O primeiro requisito para um mem­
bro em potencial era ser frutífero no seu testemunho
de Cristo; segundo, ser formado em seminário; tercei­
ro, que tivesse o mesmo objetivo que nós, em relação
a ganhar, ensinar e enviar pessoas para evangelizar o
mundo para nosso Salvador. Vonette e eu oramos
muito à respeito 'dá i^Sneia de nos lançarmos em
outros campus. 1
Finalmente concordamos que ela deveria perma­
necer como responsável pelo trabalho na UCLA en­
quanto eu percorrería outras universidades buscando
pessoas para formar equipes, o que me levou a visitar
muitas escolas cristãs e seminários do país.
Sofri uma grande decepção ao descobrir que
naqueles dias havia poucas pessoas, formadas ou não,
disponíveis produzindo fruto na obra do Senhor e
que, praticamente, não existiam bacharéis em teologia
que dessem um testemunho firme com diposição de
participar de nosso ministério. Por isto fomos obriga­
dos a mudar os requisitos exigidos para formar nossa
equipe. Concluímos que aceitaríamos pessoas de for­
mação universitária mas qualificadas dentro de um
espírito pronto a aprender, desejosas de levar outros a
Cristo.
18
Crescimento
Novos membros
Depois de procurar bastante, encontramos seis
pessoas. Duas delas, Dan Fuller e Calvin Herriot,
tinham sido companheiros de seminário e acabado de
se formar; Roe Brooks, um seminarista no meio do
curso; Gordon Klenck, recém formado por uma uni­
versidade, Roger Aiken e Wayne Arolla, ambos tam­
bém de formação universitária.
Gordon Klenck foi o primeiro a chegar a Los
Angeles. Precisava completar um crédito, que estava fa­
zendo por correspondência, antes de receber seu al­
mejado diploma. Eu conversara com ele no campus e
ficara impressionado com sua sinceridade e dedicação
a Cristo, embora parecesse muito jovem. Tinha 20
anos mas parecia ter apenas 17.
Houve uma falha nas cartas que trocamos: não
lhe fornecemos nosso número de telefone nem ende­
reço de casa. Ele tinha apenas o número da caixa
postal da Cruzada e quando chegou a Los Angeles
não sabia como nos encontrar. Éramos uma organiza­
ção muito pequena e nossa telefone nem constava na
lista. Nossa sala de jantar era também escritório e a
mesa servia como escrivaninha. Gordon instalou-se na
Associação Cristã de Moços e enviou-nos um cartão,
dizendo-nos que se não o encontrássemos ali, estaria
na biblioteca, fazendo suas lições do curso por corres­
pondência. Fomos procurá-lo e o encontramos na
biblioteca.
Gordon foi conosco para casa e assim que che­
gamos pediu uma mesinha para colocar sua máquina
de escrever, porque precisava terminar suas lições,
antes de iniciar nosso treinamento. Deve ter percebi­
do que se não o fizesse logo, nunca mais teria tempo
de fazé-lo. Lembro-me do comentário de Vonette ao
notar sua aparência tão jovem: “Você pretende trans­
19
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
formar o mundo com pessoas assim? ” Tenho certeza
de que Gordon deve ter olhado para nós e imaginado
se não teria cometido um erro ao vir juntar-se a nós.'

Ambiente familiar

Roe Brooks foi o próximo a juntar-se a nós ao


redor da mesa familiar. “Família” é a palavra exata
para ser usada, porque éramos uma família, não ape­
nas em Cristo, mas como experiência de vida. Comía­
mos e compartilhávamos juntos e o amor que sentía­
mos uns pelos outros era muito real. Vonette cozi­
nhava para todos nós e nunca sabia quantas pessoas
havería para jantar. Sempre nos arranjávamos, dividin­
do costelas ao meio ou acrescentando uma lata de
sopa ao cozido. Surpreendentemente, nunca ninguém
foi embora com fome.
Desde que tínhamos de fazer reuniões em grêmios
e dormitórios, era importante que todos nós observás­
semos regras de etiqueta, fôssemos polidos e nos
portássemos bem à mesa. Assim, Vonette e eu come­
çamos a ensinar estas coisas ao nosso grupo e ela era
a instrutora-chefe. Passamos por situações proveitosas,
e muitas vezes engraçadas, juntos.
Desde o início da Cruzada, demos bastante ên­
fase ao senhorio de Cristo, segurança da salvação e à
importância do ministério do Espírito Santo —como
nos apropriarmos do seu poder pela fé para vivermos
uma vida santa e sermos testemunhas frutíferas.
Achávamos, também, importante que cada membro
da equipe soubesse comunicar sua fé em Cristo ao
mundo estudantil da maneira mais eficiente possível.
Assim, começamos a procurar juntos os caminhos que
nos ajudassem a alcançar estes objetivos. Naquele pri­
meiro verão, Vonette e eu passamos várias semanas
20
Crescimento
dando treinamento intensivo aos jovens, segundo um
modelo que tem sido ampliado e desenvolvido no
decorrer do tempo.
No outono de 1952, iniciamos o ministério em
outras universidades, entre elas a Universidade Esta­
dual de San Diego, a Universidade do Sul da Califór­
nia, A Universidade da Califronia em Barkeley, a
Universidade Estadual de Oregon e a Universidade de
Washington.
Os membros da equipe recebiam um salário de
100 dólares por mês durante nove meses. Nos outros
três meses não receberíam remuneração. Era óbvio
que não haviam se juntado a nós por causa do salário,
mas porque queriam participar de algo maior que eles
mesmos: ajudar a transformar o mundo. Durante os
primeiros anos, Vonette e eu não recebemos salário
da Cruzada, mas dávamos nosso dinheiro para ajudar
a acelerar a expansão do ministério.

Casa nova

Houve muitas oportunidades de confiar no Se­


nhor. Certo dia recebemos um telegrama do Brasil,
das proprietárias da casa que tínhamos alugado por
um ano, dizendo que apesar de se terem passado
apenas 6 meses, queriam voltar. Poderiamos desocu­
par o imóvel? Enquanto lia o telegrama, o telefone
tocou. Era o Dr. J. Edwin Orr, evangelista e escritor
conhecido mundialmente, perguntando se eu conhecia
alguém interessado em morar em sua casa no ano
seguinte, enquanto ele fazia uma campanha evangelís-
tica ao redor do mundo. Eu conhecia alguém! Tans-
formamos a casa do Dr. Orr em nossa sede durante
um ano e meio e embora distasse quase 3 quilômetros
do campus, mostrou-se ideal para a fase seguinte do
21
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
nosso ministério da UCLA.
Continuávamos mantendo nossas reuniões, mos­
trando aos estudantes fatos à respeito de Cristo e
muitos atendiam aos apelos; por isto estávamos com
falta de espaço.
Todos os dias, no caminho para o campus, eu
passava em frente à uma casa em estilo morisco que
tinha uma placa de “Vende-se” presa no gramado,
Sua localização era esplêndida: Bel-Air, bem perto da
universidade. Quando nos casamos, prometera a Vo-
nette que um dia moraríamos ali e fiquei tentando a
parar e perguntar o preço. Rejeitei a idéia com sendo
um desejo egoísta e pessoal até que um dia me
convencí de que talvez Deus quisesse que adquiríssi-
mos a propriedade, localizada a apenas 3 quilômetros
do campus. Resolvi parar e conhecer a casa; o preço
pedido estava muito além do que poderiamos pagar e,
assim, decidi tirar o assunto de minha mente.

Ajuda da Dra. Mears


Entretanto, logo depois da conversa que tive
com o proprietário, nossa grande amiga, Dra. Henriet-
ta Mears, sabendo de nosso interesse pela proprieda­
de, contou-nos que também se interessara por ela há
alguns anos. No momento, gostaria de comprá-la,
desde que fôssemos morar com ela e arcássemos com
nossas despesas, é claro. Desde a morte de sua irmã,
Margareth, com quem vivera por muitos anos em uma
casa enorme perto da UCLA, esta tomara-se muito
grande para ela sozinha. Fomos, os três, ver a casa
novamente e concordamos unanimemente que seria o
ideal para nós e para o ministério da Cruzada. A casa
era enorme e projetada de tal maneira que poderia­
mos manter nossa privacidade e partilhar das refeições
22
Crescimento
em comum ou de outros momentos que quiséssemos.
Mais uma vez Deus estava suprindo nossas necessida­
des.
Fizemos a compra e logo estávamos felizes e
confortavelmente instalados em nosso novo lar e sede.
Em poucos dias os estudantes estavam lotando a casa
de Stone Canyon Road, 110, e quase 300 podiam ser
acomodados nas amplas salas desde que encostásse­
mos os móveis às paredes. Muitos foram levados à
Cristo nas várias reuniões, particularmente na pequena
sala de oração ao lado do vestíbulo.
Partilhar a casa de Bel-Air com a Dra. Mears foi
muito siginificativo para nós porque ela desempenhou
um papel importante em nossas vidas levando-nos a
conhecer Cristo.
Talvez eu deva contar alguma coisa a mais a
respeito de Dra. Mears. Depois da vida e orações de
minha mãe, a Dra. Mears, mais do que qualquer outra
pessoa, foi responsável por minha conversão, e foi
também por causa dela que Vonette fez sua decisão
espiritual e fui enriquecido pelo seu amor, conselho e
encorajamento em todos estes anos de ministério ri­
co, emocionante e frutífero.
Vonette e eu crescemos na mesma cidade de
Oklahoma, Coweta, uma maravilhosa comunidade de
aproximadamente 1.500 pessoas. Ela era bonita, inte­
ligente e elegante, de boa família e fíquei muito
impressionado por ela. Era, também, muito ativa na
igreja, e eu supunha que fosse uma cristã bem firme.

A decisão de entrar para o seminário

Entretanto, como era 4 anos mais nova que eu,


nunca nutri um interesse romântico por ela até que
me mudei para Los Angeles e montei um negócio.
23
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Assim, por uma série de coincidências, mantive conta­
to com ela, nos apaixonamos, ficamos noivos e, quan-'
do percebi, estavamos planejando a data do casamen­
to. Havia, porém, uma coisa que me preocupava: dizia
respeito à sua dedicação ao Senhor. Decidi entrar
para o seminário e me recordo de uma viagem que fiz
à Oklahoma, quando ia para o Seminário Teológico
de Princeton no outono de 1946, para conversar com
ela sobre o assunto.
Enquanto estávamos juntos, afirmei que Deus
deveria ocupar o primeiro lugar em nosso casamento
e isto a aborreceu. “Não acho que isto seja o correto.
A família deve ser a primeira preocupação de um
homem,” abespinhou-se. Comecei a argumentar mas
desisti, pensando que teríamos muito tempo para
aparar as diferenças.
No outono de 1947 transferi-me para o Seminá­
rio Teológico da Califórnia para ficar mais perto de
meus negócios (uma linha de doces finos chamada
“Bright — Doces da Califórnia”) - e estava em vias
de conseguir um diploma quando o problema do
relacionamento pessoal de Vonette com Cristo come­
çou a me preocupar novamente. Eu estava profunda­
mente interessado em sua vida espiritual, embora
crente novo e imaturo para ajudá-la por causa do
nosso envolvimento emocional.

Não crente

Estávamos noivos há dois anos, mas uma per­


gunta torturante persistia em minha mente: Seria ver­
dade, como eu pensara desde o início, que Deus tinha
escolhido Vonette para ser minha esposa? Se Deus
dirige homens e nações, e nem mesmo um pardal cai
sem seu conhecimento e até os cabelos de nossa
24
Crescimento
cabeça são contados, eu pensava, como ainda penso,
que Deus tem um parceiro especial para nós. Nomora-
ra muitas outras moças antes do nosso compromisso e
ficara fascinado por algumas, mas nunca propusera
casamento a nenhuma delas. Considerava-me marcado
pelo Senhor e confiava, mesmo antes de nosso primei­
ro encontro, que Vonette era aquela com quem parti­
lharia a minha vida e meu ministério por Cristo.
Depois que ela aceitou meu pedido de casamento,
ficamos conscientes de que ela não era crente e como
nunca aceitara Cristo como Salvador não podería
compartilhar de minha visão e preocupação de levar
outros ao conhecimento de Cristo.
Foi um dos maiores conflitos de minha vida. O
que deveria fazer? Entregar a minha vida a Cristo
para serví-lo? Meu maior desejo era viver e, se fosse
necessário, morrer por Ele. Amava e estava noivo de
uma moça que, mesmo sendo um bom membro de
igreja, não era crente. Era óbvio que não poderiamos
nos casar se ela não se convertesse. O conflito continuou
até resolvermos que talvez devéssemos considerar a pos­
sibilidade de Deus ter outros planos para nós. Começa­
mos a marcar encontros com outras pessoas. Eu saia
com moças essencialmente interessadas em viver para
Cristo e Vonette, eu supunha, saia com rapazes menos
interessados no Senhor. Porém, mantínhamos contato
por cartas e telefonemas, de Los Angeles para Den-
ton, onde ela estudava.

Visita à Califórnia

Chegou o dia da formatura de Vonette e ela


recebeu o diploma de economia doméstica da Univer­
sidade Feminina do Texas. Sugeri que visitasse o
irmão no sul da Califórnia. Aparentemente ela gostou
25
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
da idéia e teríamos oportunidade de decidir a nosso
respeito. Mais tarde ela me contou que confidenciara
a uma amiga da faculdade: “Vou para resgatá-lo deste
fanatismo religioso ou voltar sem o anel de noivado” .
Não fez nada disto.
Vonette foi comigo à uma reunião de centenas
de estudantes na Conferência Universitária que se
realizava em Forest Home, um famoso centro de
conferências para líderes cristãos fundado pela Dra.
Mears. Embora eu fosse capaz de ajudar outras pes­
soas a encontrar Cristo, com Vonette era diferente.
Alguém deveria me ajudar e a Dra. Mears era a esco­
lhida lógica; ela aconselhara milhares de jovens e sabia
argumentar com pessoas de mentes perquiridoras e
científicas.
Nesta fase Vonette estava duvidando da Bíblia e
até da existência de Deus e eu precisava da ajuda de
alguém que soubesse mais que eu. Por causa de nosso
envolvimento emocional tinha medo que aceitasse um
compromisso verbal com Cristo sem submeter-se à
Sua vontade: podia dizer sim com os lábios para me
agradar e no coração permanecer a mesma.
Chegamos àquele lindo lugar nas montanhas,
onde milhares de vidas tinham sido mudadas pelo
poder de Cristo. Vonette não podia deixar de se
impressionar com tantas vidas vibrantes. Gostava da
qualidade de vida que possuiam mas ficava embaraça­
da quando expressavam sua fé. Depois de dois dias
achou que o entusiasmo que sentira era devido à
novidade, pois tinha sido criada na igreja e não
vira nada do cristianismo que fosse tão emocionante;
o entusiasmo deles logo se extinguiria. Não queria
atrapalhar minha vida e sugeriu que uma vez que
aquilo não funcionasse para ela, deveriamos desmanchar
nosso noivado. Então pedi-lhe que conversasse com a
Dra. Mears, que desempenhara um papel importante
26
Crescimento
no meu nascimento e crescimento espiritual.

Feliz reconciliação

Enquanto Vonette e a Dra. Mears conversaram,


fiquei andando para baixo e para cima do lado de
fora da cabana, orando. O tempo passava — 15 minu­
tos, um hora, e nada. De repente a porta se abriu e
Vonette jogou-se em meus braços. Havia lágrimas em
suas faces e uma indescritível expressão de alegria em
seu rosto. Não houve necessidade de palavras. Vi o
que tinha acontecido e lágrimas de gratidão rolaram
em meu rosto.
Mais tarde Vonette escreveu as impressões da­
quele dia:
“A Dra. Mears foi uma das personalidades mais
vibrantes e entusiastas que já conheci. Estava
me esperando e toda a equipe da conferência,
sem que eu soubesse, estava orando por minha
conversão. Contou-me que ensinara química em
Minneapolis e sabia como eu me sentia, (eu
estudara química na faculdade e tudo tinha que
ser prático e funcional para mim. Esta era uma
das razões pelas quais eu questionava a validade
do cristianismo). Explicou-me como, a partir da
Palavra de Deus, eu podia ter certeza de que O
conhecia, usando uma terminologia bastante fa­
miliar: como uma pessoa em um laboratório de
química segue a tabela de valências, é possível
entrar no laboratório espiritual de Deus e seguir
sua fórmula para conhecê-Lo e andar com Ele”.
Amorosamente, continuou me explicando quem
é Cristo e o que eu podia fazer para conhecê-Lo
pessoalmente. “Dra. Mears, perguntei, “se Jesus
é o caminho, como encontrá-lo? ” Em Apoca-
11
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
lípse 3:20 Cristo diz: “Eis que estou à porta e
bato; se alguém ouvir e abrir a porta, entrarei,
cearei com Ele e Ele comigo”. Receber Cristo é
apenas uma questão de mudar a sua vida — sua
vontade, suas emoções, seu intelecto —comple­
tamente em direção a Ele. João 1:12 diz: “Mas
a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder
de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que
creem no seu nome”.
Quando a Dra. Mears acabou de falar, pensei:
“Se o que ela diz é verdade, não tenho nada a
perder e tudo a ganhar” . Abaixei a cabeça e
orei. Pedi a Cristo que entrasse em meu coração
e, quando olho para trás, a partir daquele mo­
mento vejo que minha vida começou a mudar.
Deus tomou-se real para mim. Pela primeira vez
estava pronta a confiar Nele. Tomou-se evidente
que minhas orações ultrapassavam o teto. Des­
cobri que tinha o controle de áreas da minha
vida que não havia conseguido controlar antes.
Não precisava mais tentar amar as pessoas, mas
havia um amor que jorrava de dentro de mim.
Deus acrescentou uma nova dimensão à minha
vida e tornei-me tão entusiasmada quanto Bill,
Dra. Mears e outros estudantes, e tão ansiosa
quanto eles para compartilhar Cristo com os ou­
tros” .
Logo depois da compra de nossa sede atual em
Arrowhead Springs, Califórnia, a Dra. Mears veio co­
nhecer a propriedade e participar da cerimônia de
lançamento da pedra fundamental, orando e dedican­
do ao Senhor nossas vidas e Arrowhead Springs. Convi-
damô-la a ir viver conosco, porém o Senhor levou-a
para o lar celeste —uma perda para nós, embora saiba­
mos que Ele age da melhor forma. Multidões foram
abençoadas e receberam benefícios, como nós mesmos,
através do grande ministério da Henrietta Mears.
28
Mudança

Nossa sede de treinamento mudou-se da UCLA


para Minnesota. No outono de 1956, Bill Greig tele­
fonou-me de Mound, Minnesota; ele era presidente do
Midwest Keswick e queria saber se a Cruzada estaria
interessada em ganhar de presente cinco acres de terra
em Mound, na praia do lindo lago Minnetonka. Sua
organização não poderia mais usar a propriedade e
estavam procurando outro grupo que pudesse utilizá-
la para a glória de Deus. “Venha conhecer o lugar. Se
preencher suas necessidade, é sua, “Bill falou.
Agradeci a oferta mas só quando vi o lugar
pude apreciar realmente o presente. Embora os pré­
dios fossem velhos e a maioria estivésse quase em
ruínas, e houvésse apenas uma fundação rústica para
uma capela-dormitório, o lugar prometia. Era uma
região maravilhosa, e eu sabia que seria ideal para um
centro de treinamento para nossa equipe e para estu­
dantes, e agradecidos recebemos o título de proprie­
dade. No verão de 1958 terminamos a construção da
capela e dormitório e com outras reformas que fize­
mos tínhamos espaço para treinar quase 150 pessoas
de cada vez.
Naquele primeiro verão tivemos mais de 150
pessoas. Tínhamos alguns problemas para terminar os
29
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
outros prédios. Carpinteiros, pedreiros e eletricistas
andavam por toda parte. 0 pessoal da equipe e alguns
voluntários ainda estavam pintando e colocando divi­
sórias nos dormitórios quando os estudantes chega­
ram. Na verdade, os estudantes se juntaram à equipe
para conluir a tarefa. Houve problemas, também, mais
do que eu gostaria de lembrar, mas mesmo estes
problemas serviram para nos unir cada vez mais, pois
o entusiasmo e o desafio da mudança para o novo
centro de treinamento eram muito grandes.

Argumentação eficaz

Um dos nossos preletores do treinamento da


equipe naquele verão era um cristão leigo, consultor
bem sucedido na área de vendas, um homem que
havia ensinado a milhares de vendedores, técnicas de
vendas. Um dos pontos principais de uma de suas
palestras, era que para ser um vendedor bem sucedi­
do, um homem deve estabelecer um alvo. Em outras
palavras, um homem que é um bom vendedor de
carros, diz a um comprador em potencial, basicamen­
te as mesmas coisas, e quanto melhor transmite a
mensagem, mais sucesso obtém. 0 perigo, porém, é
ficar enfadado de ouvir falar sempre as mesmas coisas
e demonstrar uma atitude de fadiga. Quando isto
acontece, e muda a mensagem, perde a sua eficiência.

Alvo determinado

Este preletor comparou o testemunho de um


crente ao comportamento de um vendedor secular.
Para sermos eficientes em nosso ministério para Cris­
to, devemos ter, de acordo com ele, “uma argumenta­
30
Mudança
ção espiritual”. Ilustrou suas observações contando de
muitos cristãos bem conhecidos que desenvolveram
uma argumentação especial e própria. Falou de um
pastor que falava basicamente a mesma coisa, não
importanto qual fosse a situação, enfatizava sempre
o mesmo ponto; de uma mulher, líder famosa no
meio evangéÜco, que oferecia sempre a mesma solu­
ção espiritual qualquer que fosse o problema apresen­
tado. Citou evangelistas de sucesso què'pregavam sem­
pre a mesma mensagem básica sob títulos diferentes.
Então apontou para mim e disse: “Bill Bright, que
trabalha com estudantes, professores e executivos im­
portantes, e também com encarcerados e homens de
Skid Row, acha que tem uma mensagem especial para
cada um deles, mas a verdade é que, embora nunca o
tenha ouvido pregar ou aconselhar, podería apostar
que ele tem apenas um argumento. Essencialmente,
diz a eles a mesma coisa.” Dizer que fiz objeções a
uma afirmação destas é ser muito brando. A simples
idéia de que um homem precisasse lançar mão do que
eu considerava técnicas da Madison Avenida para fa­
zer o trabalho de Deus me repugnava e ofendia.
Quanto mais ele falava, mais angustiado eu fica­
va. Ofendia-me que alguém sugerisse que eu ou qualquer
outro que verdadeiramente desejava servir ao Senhor
dependesse de truques, ou que não éramos dirigidos
pelo Espírito de maneira que o Espírito Santo pudes­
se ser específico por nosso intermédio para atingir às
diferentes necessidades das pessoas com que lidávamos.
Além do mais, aborrecia-me o fato de ser usado como
exemplo diante dos outros membros da equipe.
Depois que tudo terminou e eu estava lamben­
do as feridas (a mais séria era um ego dilacerado),
comecei a refletir sobre o que transmitia àqueles com
quem falava, jovens ou velhos, patrões ou operários,
episcopais ou batistas, estudantes ou professores, pre-
31
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
sídiários ou homens de Skid Row. Naquela tarde,
escrevi minha argumentação básica e, para meu espan­
to, meu amigo tinha razão: eu estava compartilhando
basicamente a mesma coisa com todas as pessoas, sem
perceber.

O plano de Deus

A matéria que escrevi naquela tarde (e mais


tarde dei um retoque) atualmente é conhecida como
“O plano de Deus para a sua vida”, a partir da qual
escrevi, mais tarde, “As Quatro Leis Espirituais”. Pedi
a cada participante da equipe que as decorasse. Come­
çamos a apresentar o argumento em entrevistas pes­
soais e reuniões de times na universidade. Por causa
deste tipo de argumento único, nosso ministério mul­
tiplicou-se cem vezes mais no ano seguinte.
Para aqueles que não estão familiarizados com o
Plano de Deus, devo explicar que é uma mensagem
explícita de 20 minutos sobre as afirmações de Cris­
to: quem Ele é, porque veio e como alguém pode
conhecê-lo pessoalmente. Não contém verdades sur­
preendentes ou novas: é simplesmente uma exposição
do evangelho. Entretanto, Deus tem usado esta men­
sagem, no poder e controle do Espírito Santo, para
atrair milhares de pessoas para Si.
O Plano de Deus foi nosso primeiro material
escrito sobre como evangelizar. O como fazer uma
aproximação explica quais os passos específicos envol­
vidos no conceito ou atuação do andar cristão. Há
uma tendência em círculos acadêmicos e teológicos
de minimizar a maneira de abordar a vida cristã e
compartilhar nossa fé com outras pessoas. “Este tipo
de abordagem é simplista e anti-intelectual”, dizem
alguns. Precisei de muitos anos de trabalho na frente
32
Mudança
da batalha espiritual com estudantes, professores e
leigos para começar a enfocar de maneira certa alguns
grandes conceitos cristãos. Quanto mais eu atuava
entre intelectuais, mais percebia a necessidade de de­
senvolver os simples “como.. .’ para a vida cristã.

A necessidade dos ‘como.. .’


Durante cinco anos, pouco depois de me con­
verter, de 1946 a 1951, estudei em dois seminários
teológicos sob a orientação de alguns dos maiores
eruditos do mundo cristão, aos quais devo muito.
Aprendí muito sobre a vida cristã, mas, como muitos
outros seminaristas — e outros cristãos — não conse­
gui ordenar as peças do quebra-cabeças: não sabia os
“como” do cristianismo.
A Cruzada cresceu e aperfeiçoamos o material
dos “como” ; descobrimos que o equivalente do sécu­
lo 20 das multidões que ouviam Jesus jubilosamente
atendem com grande alegria e entusiasmo à nossa
mensagem de alguns ‘como’ (ou conceitos transferí-
veis).

As Quatro Leis Espirituais

Mesmo achando que a mensagem de 20 minutos


sobre o Plano de Deus era bastante eficaz, sentimos a
necessidade de uma versão mais concisa do evangelho
para ser transmitida clara, rápida e simplesmente
àqueles cujos corações já estivessem preparados para
receber Cristo. Preparei um esboço do Plano de
Deus, complementado com versículos bíblicos e dia­
gramas e pedi à equipe que o decorasse. Durante
vários anos nós o escrevíamos à medida que falá-
33
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
vamos de Cristo, como testemunho de pessoa a pes­
soa. Porém, como mais e mais pessoas iam se envol­
vendo no programa de treinamento da Cruzada, tor­
nou-se patente que precisávamos imprimir a mensa­
gem para tomá-la acessível para aquisição e assegurar
exatidão ao conteúdo e uniformidade da mensagem.
Assim, surgiu o folheto.
Como o nome indica, há quatro verdades bási­
cas nas “Quatro Leis Espirituais”: 1) Deus o ama e
tem um plano maravilhoso para a sua vida. 2) O
homem é pecador e encontra-se separado de Deus,
assim não pode conhecer e experimentar o amor e o
plano de Deus para a sua vida. 3) Jesus Cristo é a
única provisão de Deus para o pecado do homem. Por
intermédio Dele podemos conhecer e experimentar o
amor e o plano de Deus para a nossa vida. 4) Precisa­
mos, individualmente, aceitar Jesus Cristo como
Salvador e Senhor para podermos conhecer e experi­
mentar o amor de Deus em nossas vidas.
No início, as Quatro Leis enfatizavam o pecado
do homem, mas o Senhor me mostrou que eu devia
dar ênfase ao amor de Deus. Esta mudança foi feita
imediatamente antes da impressão; eu havia termina­
do a revisão e deixado Vonette e as moças terminan­
do a parte de datilografia. Tinha viajado muito e
estava bem cansado, assim subi para dormir; estava
quase dormindo quando, subitamente, vi com clareza
que havia algo errado em começar as Quatro Leis
mostrando uma coisa negativa - o pecado do ho­
mem.
Revisão de última hora
Por que não começar por onde Deus começa —
o seu amor? Eu fora atraído para Cristo porque o
amor de Deus me subjugara. O amor de Deus era a
base da minha mensagem sobre o evangelho desde
34
Mudança
que me convertera. Queria que todos soubessem o
quanto Deus os amava e que Ele oferece um plano
maravilhoso para a vida daqueles que aceitam este
plano. Sentia que poucas pessoas diriam não a Cristo
se realmente entendessem o quanto Ele as ama e
quão grande é sua preocupação por eles.
Pulei da cama e gritei do alto da escada para
que Vonette e as moças revissem a mensagem de
maneira que a primeira lei fosse “Deus o ama e tem
um plano maravilhoso para a sua vida,” ao invés de
“Você é um pecador e está separado de Deus” . Muda­
mos a afirmação sobre o pecado do homem e de sua
separação de Deus para a lei n.° 2, assim as Quatro
Leis Espirituais começam com fatos positivos: o amor
e o plano de Deus.
Tempos depois uma das moças me disse: “Fi-
quei tão angustiada com a mudança da mensagem que
chorei naquela noite. Tive medo que você estivesse
começando a diluir a mensagem do evangelho e dei­
xando de ser fiel ao Senhor, porque enfatizou de
maneira tão forte o amor de Deus ao invéz do pecado
do homem. Agora, olhando para trás, tenho certeza
que isto foi um dos maiores acontecimentos na vida
da Cruzada”. Atualmente milhões de pessoas no mun­
do inteiro ouvem falar, por intermédio da mensagem
das Quatro Leis Espirituais, que Deus as ama e ofere­
ce um plano maravilhoso para as suas vidas. Já foram
impressas mais de 250 milhões de cópias em 100
línguas mais faladas do mundo. Creio que muitos
milhões têm aceito a Cristo como resultado da apre­
sentação das Quatro Leis Espirituais.
Cada uma das leis é ilustrada com porções da
Bíblia e diagramas. Descobrimos que a maioria das
pessoas acredita nas três primeiras leis mas que muitas
precisam de aconselhamento e assistência com respei­
to à quarta. Embora muitos creiam que Jesus Cristo é
35
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
o Filho de Deus e percebam a necessidade de tê-Lo
como Salvador, não sabem que atitude tomar. Por
isto, a mensagem simples das Quatro Leis Espirituais
ajuda aos inquiridores honestos, que são a maioria das
pessoas, a saber o que fazer.

O impacto do folheto

O folheto é tão simples que sua eficácia maravi­


lha as pessoas. Poderia contar centenas de histórias —
histórias impressionantes — de como Deus o tem
usado para alcançar pessoas que não atenderam a ou­
tras mensagens. Como exemplo vou relatar o que
aconteceu com um pastor auxiliar de determinada
igreja: o pastor decano veio para o treinamento em
Arrowhead Springs e ficou muito entusiasmado com a
mensagem das Quatro Leis Espirituais; voltou para
sua igreja e compartilhou o seu entusiasmo com a
igreja e seu pastor auxiliar. Este colocou o folheto de
lado pois não gostava deste tipo de literatura e para
ele era apenas mais um folheto. Deixou-o por ali, em
sua escrivaninha.
Dias depois, uma senhora da prefeitura passou
por ali para examinar a planta da igreja e suas instala­
ções. Quando estava quase terminando a inspeção, o
pastor percebeu que não havia falado do evangelho
para a senhora; olhou em volta rapidamente e a única
coisa disponível que viu foi o folheto das Quatro
Leis. Deu-lhe o folheto achando que não lhe faria
nem um mal.
“Leia isto”, disse, querendo dizer que o lesse
quando chegasse em casa. A senhora entendeu mal e
começou a ler ali mesmo, em voz alta. Leu cada
palavra e quando começou a ler a Quarta Lei, lágri­
mas começaram a correr de seus olhos. Pôs-se a orar
36
Mudança
em voz alta e entregou-se a Cristo.
A esta altura o pastor auxiliar estava tão espan­
tado que decidiu ir até Arrowhead Springs e ver por
si mesmo como usar as Quatro Leis. Começou a achar
que era o método mais eficaz do que qualquer outro
que já utilizara.

O ateu da ddade

Um amigo, missionário no Japão, contou uma


experiência gratificante que teve usando as Quatro
Leis Espirituais. Havia um homem muito admirado
em sua cidade natal, embora não fosse cristão. Era
conhecido como o ateu da cidade. Sempre que havia
uma reunião evangelística, os pastores, evangelistas e
leigos ‘testemunhavam’ para ele mas nunca tomava
uma decisão. Meu amigo, cujos pais haviam recebido
apoio deste homem, sentia ter uma dívida de gratidão
para com ele e também preocupava-se com sua alma.
Depois que obteve o folheto das Quatro Leis, o
missionário resolveu visitar o amigo e lê-lo para ele.
Ao terminar a leitura, perguntou: “Faz sentido para
você? ”.
O ateu respondeu que sim.
“Há alguma coisa que o impeça de aceitar a
Cristo? ”
“Não“, foi a resposta.
Os dois homens se ajoelharam e oraram e o
“ateu” pediu a Jesus para entrar em sua vida. Ao se
levantarem, meu amigo estava jubiloso, mas o ho­
mem o surpreendeu com a seguinte pergunta,
“Chuck, era isto que você e todos os outros líderes
cristãos estavam tentando me transmitir nestes anos
todos? ”
Ao responder que sim, o homem continuou,
37
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
“Por que não me disseram? Nem um homem seria
tolo de não aceitar a Cristo se verdadeiramente enten­
desse o que está envolvido”.
É claro que outros tentaram transmitir a mensa­
gem do evangelho mas não foram bem sucedidos. A
mensagem das Quatro Leis Espirituais destruiu a bar­
reira de ceticismo e indiferença e o ateu confesso
aceitou-a.
Descobrimos que o homem médio não precisa
ser convencido de que deve tomar-se cristão, mas
precisamos dizer-lhe como fazê-lo. Quero esclarecer
que é o Espírito Santo quem usa esta mensagem à
medida que dá poder ao que testemunha e ilumina ao
que ouve e aceita.
Não há poder mágico no folheto. Deus o tem
abençoado porque contém a essência do evangelho,
particularmente quando é usado por homens e mulhe­
res sob o controle e poder do Espírito Santo.

Ser cheio do Espírito


O segundo “como”, em importância, em nosso
treinamento, explica como ser cheio, controlado e
capacitado pelo Espírito Santo. Do mesmo modo que
muitos cristãos sinceros buscam as “coisas mais pro­
fundas” da Palavra de Deus, procurei durante muito
tempo compreender a Pessoa e a ação do Espírito
Santo. Jejuei e orei por muitos dias em minha tentati­
va de descobrir significado mais profundo em minha
experiência cristã. Em muitas oportunidades gozei de
um maravilhoso companheirismo com o Senhor e
tive, mesmo, várias experiências sabendo que o Espíri­
to Santo tocara e usara minha vida, mas não sabia
nada sobre como me apropriar da plenitude e poder
do Espírito Santo pela fé, ou como viver sob seu
38
Mudança
controle. Fiz um estudo especial da Pessoa e ação do
Espírito Santo e li tudo o que pude encontrar. Estava
faminto das coisas que Deus tinha para mim e ansiava
ser um homem de Deus, a qualquer preço, e sabia
que este desejo podería ser satisfeito apenas pelo
ministério do Espírito Santo em minha vida.
No verão de um dos primeiros anos da Cruzada,
Vonette e eu fomos convidados a passar alguns dias
em Newport Beach, em casa do dr. Charles Fuller,
famoso evangelista, que dirigia a “Hora do Reaviva-
mento à Antiga” no rádio e era fundador do Seminá­
rio Teológico Fuller. Ele e sua família eram muito
queridos por nós e aceitamos o convite agradecidos.
Estávamos muito cansados. Tínhamos andado cheios
de trabalho e ocupadíssimos, há anos sem férias, e
não havia nada mais aprazível do que pensar em ter
alguns dias só para dormir, deitar ao sol e nadar.
Passava da meia-noite quando chegamos e desfizemos
as malas; era quase uma hora quando nos deitamos e
apagamos a luz, esperando dormir em seguida.

Revelação noturna

Deus, porém, tinha outros planos. Ao me virar


para dormir, percebi que minha mente estava inunda­
da de verdades à respeito do Espírito Santo. Com
medo de esquecer se não tomasse notas imediatamen­
te, procurei lápis e papel e quando as folhas se
acabaram escrevi até em papel de embrulho.
Naquela noite Deus me deu as verdades a res­
peito da Pessoa e ação do Espírito Santo que têm
sido básicas para o ministério da Cruzada durante
anos. Este material foi incorporado ao nosso curso de
estudo bíblico, Dez passos para a maturidade cristã, e
os Conceitos Transferíveis, que têm sido usados por
39
VENHA AJ UDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
muitas igrejas e várias organizações cristãs no mundo
inteiro.
Este conceito básico e revolucionário de como
ser cheio do Espírito Santo foi condensado em um
folheto semelhante à mensagem das Quatro Leis, cha­
mado “Você já fez a descoberta da maravilhosa vida
cheia do Espírito? ” Este folheto também foi impres­
so aos milhões e está sendo usado por milhares de
cristãos para conduzir cristãos carnais a uma vida
abundante e frutífera no Espírito e, também, para
ajudar crentes novos a entender sua herança espiritual
em Cristo. Como as Quatro Leis, esta breve mensa­
gem do ministério do Espírito Santo tem dado resul­
tados revolucionários.

40
Arrowhead:
um sonho fabuloso

Por volta de 1960, nossa equipe compunha-se


de 109 pessoas e estávamos servindo a Cristo em 40
campus em 15 estados, além da Coréia e Pasquitão.
Havíamos começado um trabalho radiofônico semanal
que era transmitido por muitas estações locais sem
qualquer ônus para a Cruzada.
Havia se tornado claro que tínhamos ultrapas­
sado a capacidade de acomodação em mound, Mine-
sota, e começamos a intensificar nossa procura de
uma solução para nosso problema de expansão. Sabía­
mos que precisávamos construir ou comprar instala­
ções maiores na área do Lago Minnetonka ou em
outro lugar. Ficamos, então, sabendo, por intermédio
de George Rowan, amigo de longa data, presidente da
R.A. Rowan Company, em Los Angeles, que o famo­
so Arrowhead Springs Hotel e Spa, que durante qua­
tro anos estivera praticamente fechado, estava à venda
“por um preço bem acessível”.
Concordei em conhecer o hotel nas montanhas
perto de San Bemardino, na Califórnia, imaginando
que estivesse bastante estragado desde seus tempos de
prosperidade quando hospedava pessoas famosas do
mundo dos negócios e entretenimento. Para minha
surpresa, estava surpreendentemente bem conservado;
41
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
exceto pela pintura um pouco descascada do lado de
fora do prédio de seis andares, parecia haver pouca
coisa a ser feita. Não era possível regatear muito por
causa de um pouco de tinta!
“É um lugar esplêndido e seria o ideal para
nossa sede e centro de treinamento,” disse a George,
“mas tenho certeza de que está além de nossas pos­
ses. Qual o preço mínimo que o dono está pedin­
do? ”

Dois milhões de dólares — preço da etiqueta

“Ele está pedindo dois milhões, no duro,”


George respondeu. Suspirei fundo. Era uma quantia
impossível para nossa organização, que nunca dispôs
de um dólar a mais naqueles 10 anos de existência.
No momento, embora tivéssemos crescido a ponto de
precisar de instalações maiores, não podia imaginar
nenhuma maneira de levantar o dinheiro necessário
para uma transação daquele porte.
Dois milhões de dólares era um bom preço —
apenas uma fração da propriedade valia isso. Fora
avaliada em 6.700.000 dólares; as camas estavam ar-
ruamadas, havia lençóis nos armários, louças, talheres
e utensílios de cozinha (no inventário constava o
valor de 450.000 dólares). Pensei, “só precisamos
mudar”. Não parecia que estivera fechado praticamen­
te por 4 anos.
Entrementes, fiz uma pequena pesquisa e apren­
dí coisas interessantes sobre o famoso local: muitas
tribos de índios freqüentaram o lugar durante séculos,
trazendo os doentes e feridos para serem curados na
água mineral natural, quente, das nascentes. Chama­
vam o lugar de “terra santa”, e todas as armas de
guerra eram deixadas longe dali.
42
Arrowhead: um sonho fabuloso
0 primeiro hotel foi construído em 1854 pelo
dr. David Noble Smith e foi bastante divulgado como
estância climática. Quando foi destruído por um in­
cêndio, outros dois foram construídos.
Os dois, por sua vez, foram destruídos por
incêndios e a estrutura atual dê concreto e aço foi
levantada em 1939, financiada por um grupo de artis­
tas de Hollywood. Foi inaugurado em dezembro do
mesmo ano. Estavam presentes à inauguração de gala,
nomes famosos de Holywood e dos negócios: Rudy
Vallee, Al Jolson e Judy Garland se apresentaram
naquela noite.
Arrowhead Springs tomou-se um refúgio popu­
lar entre a colônia cinematográfica e altos executivos.
Próximo de Los Angeles, artistas famosos corriam
para Arrowhead em busca de descanso e distração.

Elefante branco

Entretanto, quando os meios de transporte se


desenvolveram e os astros passaram a poder viajar
mais longe, foram atraídos para Las Vegas e Palm
Springs e Arrowhead Springs tomou-se um elefante
branco. Vários proprietários tentaram recuperar o
prestígio do lugar mas sem sucesso. Finalmente, Ben-
jamin Swig, dono do Fairmont Hotel em São Francis­
co e o histórico Mission Inn em Riverside, na Cáifór-
nia, adquiriu-o da Fundação Hilton. O hotel funcio­
nou por pouco tempo e ele concluiu, como seus
precedecessores, que o potencial de lucro era limitado
e fechou-o. Grupos diferentes tentaram comprá-lo do
sr. Swig e um dos dois fizeram uso dele por algum
tempo, mas permaneceu mais fechado do que em
atividade por quase quatro anos até a minha visita.
Fiquei encantado pela antiguidade e beleza da
43
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
propriedade. Seguindo uma estrada sinuosa nas monta­
nhas acima de San Bemardino, sentia vertigens diante
da magnificência do lugar, antes de saltar do carro do
sr. Rowan. Fiquei mais impressionado à medida que
caminhava pelo terreno espaçoso e examinava os pré­
dios.
Abaixo, a cerca de três quilômetros, espalhava-
se o populoso vale, fervilhando de atividade —indús­
trias trabalhando, carros e caminhões correndo em
todas as direções, mas tudo o que eu podia ouvir era
o cantar dos pássaros, o farfalhar das palmeiras e o
vento soprando suavemente no meio delas, e o ruído
da água correndo das fontes artesianas, rolando desor­
denadamente sobre as rochas no Strawberry Canyon.
Mesmo esses sons não faziam barulho. De certa
maneira, o lugar era permeado por um certo encanto
e mais de uma vez me flagrei quase sussurrando com
o sr. Rowan, enquanto caminhávamos pelo terreno.
Havia 10 chalés privativos, quartos para mais de cem
pessoas, um auditório que comportava 700 pessoas,
um centro de recreação, 4 quadras de tênis, um
estábulo, duas piscinas grandes e o hotel propriamen­
te dito com 6 andares e 136 apartamentos. Sem me
esforçar muito podia ver 1000 pessoas ali, ao mesmo
tempo. Era de tirar o fôlego se comparado a Mound,
onde quase 150 pessoas era o máximo que podíamos
receber de uma vez, ainda encostados uns nos outros.

Falando com o Senhor

Eu imaginava se esta seria a resposta para nosso


dilema — necessidade de um lugar maior. Constrangi­
do querendo estar a sós com o Senhor, pedi licença
ao sr. Rowan e ao zelador de Arrowhead e entrei no
hotel.
44
Arrowhead: um sonho fabuloso
0 ruído dos meus passos ecoava ao passar pela
recepção vazia, o saguão, em direção à sala Wanhi,
totalmente envidraçada. Ali havia um bar, e nas prate­
leiras os copos estavam perfeitamente arrumados, sem
utilidade, e os armários de bebidas, vazios. Cadeiras e
mesas estavam agrupadas para proporcionar um am­
biente de intimidade aos visitantes de fim de semana
que podiam contemplar a cidade, que eu imaginava se
tornasse um sonho de estrelas, à noite. Era, entretan­
to, em pleno dia e eu não estava ali para tomar
alguma coisa ou descortinar o panorama, mas para
contar ao Senhor que estava povoando minha mente
sem me dar descanso.
Caindo de joelhos, baixei a cabeça e comecei a
orar e a ouvir. “Estou aturdido, Senhor. Este lugar é
tão grande e maravilhoso. Temos orado para que nos
oriente na aquisição de novas instalações, o melhor
lugar para nós, e sei que o Senhor o fará; mas se o
lugar é este, como vamos conseguir dois milhões de
dólares? Parece impossível até pensar no assunto.
Continuo, porém, ouvindo Sua voz em meu coração
dizendo que o lugar é este, que o Senhor o escolheu
para nós. Se for isto mesmo, a idéia tem que se
tornar clara como cristal para mim. Como podería ter
certeza?
Então, não em tom audível, Deus falou comigo
tão claramente como se houvesse um sistema de som
na sala: “Reservei este lugar para a Cruzada. Quero
que seja de vocês e proverei os recursos necessários
para pagá-lo.”
Com lágrimas descendo pelo rosto, respondí:
“Deus, não sei como o Senhor pretende realizar o
milagre, mas sei que é possível, e obrigado pelo pre­
sente. Reclamo esta propriedade em teu nome.”

45
A história de
um milagre

Voltei desta memorável visita a Arrowhead


Springs convencido de que, um dia, a Cruzada toma­
ria posse daquelas maravilhosas instalações. A sensa­
ção de que Deus queria o lugar para nós era tão real
que quase diariamente eu ficava na expectativa de
alguém telefonar dizendo que ouvira do nosso interes­
se em Arrowhead e o compraria para nós.
Sentia que o Senhor não queria que eu escreves­
se cartas pedindo ajuda e cria que Deus já tinha um
plano em andamento. Vonette, eu e outros membros
da equipe, propositadamente, limitamos nossa ação a
orar. Durante 14 meses oramos que se fosse da vonta­
de de Deus que Arrowhead Springs fosse nosso, Ele
supriria os recursos de maneira sobrenatural ou pouco
usual.
Cada vez mais eu me convencia de que Deus
queria que mudássemos para lá, embora não houvesse
evidência do fato. Não é necessário dizer que nossa fé
nunca vacilou. Algumas vezes vinha-me o pensamento:
“E se outra pessoa comprar a propriedade? ” Aí, no
fundo do coração, surgia a convicção de que com
toda a certeza seria nossa. Com freqüência eu orava
para que Deus não permitisse que comprássemos Ar­
rowhead a menos que esta fosse sua perfeita vontade
46
A história de um milagre
para nós. Eu tinha certeza que a menos que esta fosse
a verdadeira vontade de Deus, nos envolvermos em
levantar fundos para um projeto tão grande podería
estragar nosso ministério e destruir a Cruzada.
Enquanto orávamos, agíamos. Entre outras coi­
sas, estudamos a exequibilidade da propriedade, fize­
mos uma análise cuidadosa do custo envolvido para
aproveitar as terras, manutenção, reparos e funciona­
mento de todas as instalações. Depois de muitas se­
manas de estudo cuidadoso, vários fatores nos con­
venceram de que se precisássemos levantar dinheiro
para o investimento principal, poderiamos enfrentar a
situação e fazer funcionar tudo desde o começo.
Entre alguns destes fatores estavam: não pagaríamos
mais aluguel do escritório em Los Angeles, não tería-
mos mais despesas com centros de treinamento que
alugávamos de vez em quando e, também, o pessoal
que trabalhava na sede se mudaria para Arrowhead e
pagaria aluguel ali. Nossa convicção foi reforçada pela
dedicação da equipe que trabalhava até más tarde
sem pensar em remuneração ou louvor.

Começo das negociações

Então aconteceu. Henry Hanson, pá de dois


estudantes que haviam se convertido por intermédio
da Cruzada, me telefonou. Estava entabulando nego­
ciações com o sr. Swig, o proprietário, e este estava
sendo compreensivo, generoso e prestativo.
Embora não tivéssemos pedido auxílio financei­
ro aos que sustentavam o trabalho durante aqueles 14
meses de espera e oração, naquele momento senti que
o Senhor queria que contasse da oportunidade aos
meus amigos más chegados. Homens de negócios bem
sucedidos e dedicados a Cristo, muito interessados no
47
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
ministério da Cruzada, foram conhecer a propriedade
e conversar comigo. Muitos não concordaram com a
idéia, achando que não era sábio fazer a compra;
alguns achavam loucura mudar e que seria má admi­
nistração do dinheiro do Senhor, enquanto outros
criam que a Cruzada precisava das acomodações que
Arrowhead Springs nos proporcionaria. Firmados nas
bênçãos que Deus já havia derramado sobre nosso
ministério, achamos que era mais uma oportunidade
para confiarmos nEle por coisas maiores. Poucas pes­
soas sustentaram suas convicções com ofertas para
ajudar a fazer o pagamento inicial.

A compra da propriedade

Depois de muita oração e consideração cuidado­


sa a respeito de empréstimos e ofertas, o conselho de
diretores, agindo segundo a orientação daqueles ho­
mens interessados em nos ajudar, aconselhou-nos a
fazer uma oferta ao sr. Weig: um sinal de 15.000
dólares sobre uma compra de 2 milhões de dólares, e
mais 130.000 dólares a serem pagos 30 dias depois de
assinado o contrato. Surpreendentemente, a oferta foi
aceita. Sem dinheiro nenhum estávamos fazendo uma
compra de 2 milhões de dólares. Foi o maior ato de
fé que já vi ou tenha participado. Tomamos empresta­
do os 15.000 dólares para o sinal e no fim de semana
de l.o de dezembro de 1962 a Cruzada Estudantil e
Profissional para Cristo mudou-se da sua sede de
Westwood, Los Angeles, para Arrowhead Springs.
Ainda não tínhamos os 130.000 dólares para o
pagamento seguinte, mas alguns amigos concordaram
em ajudar e interpretando isto como sendo a vontade
de Deus, demos o primeiro passo adiantando 15.000
de sinal. Trinta dias mais tarde, no último instante,
48
A história de um milagre
130.000 dólares tinham sido dados por amigos inte­
ressados. Fui para S. Francisco visitar o sr. Swig e
fazer o pagamento. O organograma para os pagamen­
tos mensais era bastante puxado e seguiu-se uma serie
de experiências financeiras de altos e baixos que nos
obrigou a depender unicamente do Senhor. Qualquer
mudança financeira deixava a situação toda instável
durante meses - na verdade, anos. Deus usou a fé,
trabalho e oração de uma equipe dedicada para tomar
possível Arrowhead Springs.

Vidas transformadas

Desde o início, Deus abençoou e usou a nova


sede de um modo que ultrapassou nossas expectati­
vas. Centenas de rapazes e moças, e também, adultos,
vieram para Arrowhead para treinamento no primeiro
ano, e suas vidas foram transformadas. Tivemos a
convicção de que um dia Deus mandaria mil pessoas
por semana para treinamento. Logo este alvo foi
ultrapassado e eram tantas as equipes, tantos estudan­
tes e leigos que queriam assistir aos treinamentos que
um programa de conferências era cumprido todo o
ano não apenas em Arrowhead mas em universidades,
salões e hotéis dos Estados Unidos.
A decisão de comprar aquele local para nossa
sede internacional e instituto para evangelismo foi
uma das mais significativas que já tomei. Quando
Arlis Priest, importante executivo de Phoenix, visitou
Arrowhead, antes de sua aquisição, disse: “Se Deus
permitir que você compre esta propriedade, gostaria
de prestar meus serviços durante um ano, sem remu­
neração, para ajudá-los a organizar de modo eficiente
o escritório central.” Sua vida tinha sido transforma­
da em um de nossos programas de dia inteiro em
49
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Phoenix e esta foi a maneira de nos agradecer. Imagi­
nem sua surpresa quando, semanas mais tarde, fí-lo
recordar-se do oferecimento: “Quando você pode
vir? ”, perguntei. “Estamos prontos para mudar e
precisamos de um gerente”.
“Telefone mais tarde dando uma resposta” , dis­
se. Em alguns dias ele estava conosco; Deus o Usou
poderosamente na organização dos escritórios e para
colocar em funcionamento de modo eficiente todas as
instalações. Não sei o que teríamos feito sem ele e
sua encantadora esposa Nadine, que não só nos aju­
dou muito como concordava que Arlis trabalhasse
noite e dia para colocarmos tudo em ordem no mais.
breve espaço de tempo possível. Foi um prazer ver a
dedicação da equipe. Um dia normal de trabalho
tinha de 10 a 15 horas - e tudo com espírito alegre
— uma vez que todos éramos responsáveis por dife­
rentes tarefas.

Culto de Consagração
No dia 17 de maio de 1963 reunimos centenas
de amigos da Cruzada para o nosso culto de Consa­
gração de Arrowhead Springs como sedè internacional
e centro de conferências. O Dr. Walter Judd, trouxe a
mensagem de consagração, inspiradora e desafiadora,
como era próprio dele. O prefeito e autoridades locais
estavam presentes. O prefeito afirmou: “O que de
melhor já aconteceu à cidade de San Bemardino foi a
vinda da Cruzada para Arrowhead Springs”. Participa­
ram do acontecimento: Dr. Bob Pierre, presidente da
World Vision; Dr. Dick Hillis, presidente da Overseas
Crusade; rev. Armin Gesswein, diretor de Pastors’
Revival Fellowship; Dr. Walter Smyth, vice-presidente
da Billy Graham Evangelistic Assodation; Dr. Carlton
50
A história de um milagre
Booth, professor de evangelismo no Fuller Theologi-
cal Seminary; Dr. Roger Voskyle, presidente do Wes-
tmont College e o dr. John MacArthur, evangelista e
pastor radiofônico.
Também presentes estavam o sr. e sra. Guy F.
Atkinson, ele um dos maiores construtores de estra­
das do mundo, represas, pontes e outros projetos
multimilionários. Estava, então, com 89 anos — ativo,
perspicaz e arguto - tinha ido para ouvir o Dr. Judd.
Perguntou o que estávamos planejando fazer com a
propriedade e a respeito do ministério da Cruzada em
Arrowhead Springs. Fez mais indagações do que qual­
quer outro grupo de pessoas já me fez durante toda a
nossa vida.
Meses mais tarde ele mostrou interesse em aju­
dar, mas antes queria mandar seu advogado para veri­
ficar nossos registros financeiros e a estrutura de
nossa corporação, incluindo os estatutos. Ficamos
contentes que ele estivesse agindo daquela maneira.
Depois de vários dias de estudo cuidadoso da nossa
organização, orientação e registros financeiros feito
por ele e o advogado, o sr. Atkinson disse que gosta­
ria de fazer uma oferta de 300.000 dólares se conse­
guíssemos levantar a importância de 1.570.000 dóla­
res ainda devidos da dívida de 2 milhões de dólares.
Era um desafio estimulante. Deu-nos o prazo de um
ano para conseguir o dinheiro e nos pusemos em
campo com grande entusiasmo e determinação para
arranjar esta soma tão grande que eu nem podia
imaginar; para mim podería ser um bilhão que parece­
ría o mesmo. Tínhamos, porém, confiança que Deus
nos ajudaria.
Progresso lento

Entretanto, com o passar dos meses, parecia


5i
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
que não conseguiriamos alcançar nosso alvo de
1.570.000 dólares para que o sr. Atkinson desse sua
oferta. Recebêramos uma oferta do sr. Swig de des­
contar 100.000 dólares do saldo devido e mais
120.000 dólares de juros, que era um desafio a mais.
Tudo somado, dava 520.000 dólares, mas estávamos
tomando consciência de que teríamos de enfrentar
uma tarefa impossível. Perguntamos ao sr. Atkinson
se sua oferta permanecería válida caso vendéssemos
parte do terreno para conseguir o dinheiro; ele con­
cordou, com a condição de que não vendéssemos
mais de 400 dos 1.735 acres.
Arlis Priest e eu despertamos o interesse de um
grupo de 20 leigos para comprarem terras no valor de
um milhão de dólares. Estimamos que vendendo apro­
ximadamente 400 acres, levantaríamos esta importân­
cia. Contávamos também com a anuência do sr. Atkin­
son para conseguir o que faltava por intermédio de
ofertas, por isto nos enchemos de coragem e marca­
mos o dia 30 de junho de 1965 como a data limite,
bastante confiantes. Entrementes, gastávamos tempo
entrando em contacto com contribuintes em poten­
cial, tentando atingir o alvo.
A despeito do estímulo recebido, vimos que
estávamos muito aquém da quantia necessária. Eu
tinha feito um compromisso com o Senhor de que
não deixaria que Arrowhead Springs ou o levantamen­
to de ofertas interferisse com meu ministério espi­
ritual ou com o ministério de qualquer pessoa da
nossa equipe em trabalho direto nas universidades. Na
verdade, nem um dos membros de equipe de campo
foi solicitado a se envolver no levantamento de ofer­
tas em qualquer época, porque achávamos que a ex­
pressão tangível da nossa confiança no Senhor era
52
A história de um milagre
colocar nosso ministéno em primeiro lugar. Confiáva-
mos que se buscássemos primeiro o reino de Deus, o
Senhor supriría nossas necessidades financeiras.

Uma semana apenas


Na última semana antes da data limite, eu esta­
va participando de um trabalho em que fazia palestras
várias vezes ao dia, impossibilitado de auxiliar a con­
seguir ofertas. O Dr. Raymond Edman, presidente
da Faculdade Wheaton, veio como preletor de um
seminário de educadores, que se realizava ao mesmo
tempo que a conferência da Cruzada. Compartilhou
com Vonette e comigo um versículo que Deus lhe
havia dado naquela manhã enquanto orava por nossas
necessidades. O versículo era bastante apropriado: “Ò
que confia em mim herdará a terra, e possuirá o meu
santo monte” . Seremos sempre gratos ao Dr. Edman
por sua preocupação e orações por nós durante aque­
les dias de crise, e também pelo ministério de sua
vida e testemunho.
Na noite do dia limite, encontrei Arlis Priest
momentos antes de pregar. Informou-me de que ainda
precisávamos de 33.000 dólares e que todas as possi­
bilidades para conseguir recursos tinham sido esgota­
das. Humanamente falando, não havia nada que pu­
déssemos fazer. Depois que terminei minha pregação,
mais ou menos 9 horas da noite, perguntei novamente
se havia algum progresso. Embora diversos membros
da equipe estivessem reunidos em oração, esperan­
çosos, a situação permanecera a mesma. Achei que
não havia mais nada que eu, pessoalmente, pudesse
fazer, e fui para o chalé, exausto demais para conti­
nuar pensando no assunto.
53
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
A hora final se aproxima
Estava me despindo para dormir quando Vonet-
te voltou com os meninos de uma reunião de jovens.
“Devemos estar com todo o dinheiro, ou você não
estaria indo para a cama”, disse.
Contei-lhe como estava a situação, acrescentan­
do, “Fiz tudo o que podia. Vou deixar o resto nas
mãos de Deus”.
“Querido, nunca vi você desistir tão facilmen­
te”.
“Se está para acontecer um milagre, o Senhor
vai operar agora”, respondí.
Eram quase dez horas e tínhamos duas horas
até o momento fatal. Havíamos orado durante meses,
mas naquele momento, quando nos ajoelhamos para
orar junto com nossos filhos Zachary e Bradley, o
fizemos com um tom de urgência. Primeiro eu orei,
depois Vonette, Zac, mas me lembro da oração de
Brad; ele tinha apenas 10 anos, mas foi direto ao
cerne da questão: “Senhor, precisamos deste dinheiro
e pedimos que o Senhor no-lo envie imediatamente”.
Depois de orarmos e as crianças terem ido dei­
tar, peguei a Bíblia para ler antes de apagar a luz. Aí
vi um pedaço de papel que havia trazido do escritório
- continha memorandos dos dois lados e eu havia
lido apenas um lado - no outro estava anotado um
número de telefone. Gerri Von Frellick queria falar
comigo e pedia que eu telefonasse - eu não tinha
visto o recado.

Mais ajuda
Olhei no relógio e vi que em Denver deveria ser
cerca de 11,30 da noite. Relutei em telefonar tão
54
A história de um milagre
tarde mas Vonette sugeriu que talvez Gerri quisesse
ajudar. Liguei e ele atendeu meio dormindo: “Como
você está se saindo com sua campanha para levantar
fundos? ”, perguntou-me.
Contei-lhe que ainda tínhamos uma hora e meia
e ainda faltavam 33.000 dólares. A resposta foi que
queria nos enviar 5.000 dólares, se isto ajudasse a
atingir o alvo, e o faria na manhã seguinte. Gerri já
nos auxiliara muito quando da mudança para Arrow-
head Springs e estava ajudando novamente. Era ani­
mador, embora eu não achasse que 5.000 dólares
fizesse muita diferença, mas agradeci-lhe calorosamen­
te. “Você tinha razão, Vonette; ele queria nos dar
uma oferta. Agora precisamos de apenas 28.000 dóla­
res”.

Uma propriedade ofertada

Subitamente ocorreu-me que há um mês mais


ou menos, um executivo do Arizona nos oferecera
uma propriedade perto de Denver, pela qual um advo­
gado local fizera uma oferta de 17.000 dólares. Se ele
nos pagasse 20.000, precisaríamos conseguir apenas
8.000 e teríamos a possibilidade de levantar esta
importância. Quanto mais eu pensava no assunto, mais
animado ficava, assim telefonei para o advogado, no
Colorado. Disse-lhe que há um mês oferecera-nos
17.000 dólares pelo local e que no momento, por
causa de uma necessidade específica, queríamos ven­
dê-la por 22.000 dólares. Ele fez uma contra-pro-
posta de 18.000 e disse que enviaria o dinheiro na
manhã seguinte. Aceitei a oferta e ficaram faltando
apenas 10.000 dólares para alcançarmos o alvo.
Chamei a telefonista do hotel e contei as novi­
dades. Ouvi aplausos quando o pessoal que estava na
55
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
expectativa, orando, soube da notícia e que estáva­
mos perto do objetivo.
Entrementes, membros da equipe estavam reuni­
dos no saguão, orando e dando ofertas generosas de
seus magros recursos — não porque lhes tivesse sido
solicitado, mas porque se sentiram constrangidos pelo
Senhor. Arlis Priest se lembra daquela noite dramáti­
ca: “Estava ficando tarde. Nadine e eu já estávamos
deitados quando alguém bateu à porta. A cada instan­
te uma pessoa batia e, de cada vez, era-me entregue
um envelope com dinheiro. Nos primeiros que abri,
encontrei 25, 100 e 150 dólares. Sobreveio-me uma
paz, porque vi que Deus estava agindo de modo
especial. Aquelas pessoas dedicadas, que tinham pou­
co dinheiro para seu sustento, estavam dando a oferta
da viúva”.

Os minutos finais

Faltavam menos de 30 minutos para a hora


final; precisávamos ainda de 10.000 dólares. Estáva­
mos ficando animados. Tínhamos certeza de que
Deus iria responder nossas orações e suprir nossas
necessidades.
Quando faltavam 15 minutos para a meia noite,
o Dr. Walter Judd, que tinha vindo pregar em nossas
conferências, voltara de uma reunião da associação
médica local e me chamara para saber do andamento
do problema. Disse-me que gostaria de ofertar 5.000
dólares e que eu o avisasse se houvesse necessidade do
dinheiro. Enquanto isso, Vonette (sua mente funcio­
nava o tempo todo) me fez lembrar que há alguns
meses atrás, Al Curtis, nosso gerente administrativo, a
meu pedido, tinha reservado 5.000 dólares que o sr.
Atkinson ofertara para que fosse utilizado quando
56
A história de um milagre
houvesse necessidade. Na época concordamos que o
dinheiro deveria ser guardado para aquela ocasião, se
fosse preciso. No momento, entretanto, eu havia me
esquecido do assunto. Chamei Al, que havia acabado
de chegar de Los Angeles onde fora para conseguir
fundos. Confirmou que ainda tínhamos aqueles 5.000
dólares e eu lhe disse que íamos precisar dele.
Faltavam só os 5.000 dólares do Dr. Judd. Dois
minutos antes da meia noite chamei-o para me certifi­
car de haver entendido sua oferta. “Garanto esta
quantia”, ele repetiu e no minuto seguinte liguei para
o saguão do hotel para participar ao pessoal da equi­
pe que Deus operara outro milagre!
Vonette, eu e todos da equipe estávamos tão
entusiasmados e cheios de gratidão ao Senhor que
resolvemos nos reunir imediatamente no Salão Inter­
nacional para dar graças pelo milagre. Nos vestimos
rapidamente e fomos para o hotel. O Salão estava
repleto de pessoas transbordantes de gratidão.
Nas duas horas seguintes cantamos e louvamos
ao Senhor. Algumas moças do escritório, de pijamas e
casacos caseiros, com rolinhos nos cabelos; profes­
sores que foram assistir ao seminário de educadores; e
outros funcionários, todos participavam. Foi um
acontecimento maravilhoso, um dos pontos altos da
minha vida espiritual. Nunca ouvira a doxologia sendo
cantada com tanto entusiasmo, nem o hino “Lovai ao
Senhor, de quem fluem todas as bênçãos” com tanto
significado.

57
Provando a fé

As boas novas do que Deus havia operado preci­


savam ser contadas. Mal podia esperar para levar ao
conhecimento de nossos amigos o milagre que Deus
realizara. Uma carta foi enviada para centenas de
pessoas que constavam de nossos arquivos e para
amigos pessoais e mantenedores, contando que a meta
havia sido atingida e que a Cruzada conseguira saldar
o débito pendente. Escrevi:
“Rejubilem-se e dêem graças a Deus conosco. O
milagre aconteceu!
Deus atendeu às nossas orações! Faltando dois
minutos para o prazo final, 11,58 minutos de
30 de junho, o alvo de 1.570.000 dólares foi
alcançado o que nos possibilita a receber uma
oferta de 300.000 dólares, e o futuro de Ar-
rowhead Springs como nossa sede internacional
e Instituto Internacional de Evangelização está
assegurado (a venda do terreno será efetivada
dentro de 60 dias). Os detalhes do que houve
são muito mais dramáticos do que poderíam ser
descritos em palavras. Havíamos orado para que
Deus provésse as necessidades financeiras de tal
maneira que as pessoas reconhecessem Sua Pro­
vidência e que toda honra, louvor e glória lhe
58
Provando a fé
fossem dados. Deus nos atendeu e ninguém po­
dería ter planejado os últimos instantes de tal
maneira dramáticos, emocionantes e proveitosos
como Ele o fez” .
Telefonemas e cartas de congratulações nos che­
garam de todo o país.
Acontecimentos inquietantes
A história não havia terminado. Dez dias depois
os avaliadores anunciaram que a área exigida para
uma venda de um milhão de dólares era de quase 120
acres a mais do que havíamos imaginado. As 20
pessoas que comprariam as terras tomariam empréstimo
de uma companhia de seguros e, mais tarde, vendê-
las-iam ou desenvolvê-las-iam e os lucros obtidos se­
riam da Cruzada. Porém, para conseguir o empréstimo
seria necessário que o valor da área fosse o dobro do
valor do empréstimo, e isto queria dizer que para
termos um milhão de dólares em dinheiro teríamos
de hipotecar 2 milhões em terras.
Quando contei estes fatos ao sr. Atkinson, ele
ficou aborrecido. Disse que queria falar comigo ime­
diatamente. Conversamos sobre nosso acordo inicial e
de sua anuência de vendermos os 400 acres de terra.
“Lembro-me de quando as terras próximas a
Orange County eram vendidas a uns poucos dólares o
acre e agora estão valendo más de 50.000 dólares.
Vocês fariam um mal negócio vendendo por este
preço que estão pedindo. Não importa o que façam, não
vendam. Se o fizerem, não manterei minha oferta de
300.000 dólares”. Percebi que, por causa do inte­
resse e amizade que nos devotava, estava nos prevenin­
do contra um mal negócio. Entretanto, representava
um golpe esmagador e, ao acompanhá-lo até o carro,
mal podia esperar para voltar ao escritório e ceder às
5S
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
emoções: fechei a porta, caí de joelhos e chorei.
Sonhos desfeitos
O milagre transformara-se em miragem. Nossas
esperanças e sonhos estavam esfacelados. Ao tentar
responder ao desafio do sr. Atkinson, concentráramos
todos os nossos esforços em levantar o dinheiro para
o projeto. Desde que o objetivo não fora alcançado,
nossa situação financeira era insutentável. Não só não
podíamos fazer face à dívida como, também, estáva­
mos na eminência de perder a propriedade, a menos
que Deus interviesse imediatamente. Esta possibilida­
de parecia algo remoto naqueles momentos de desâni­
mo. Além do mais, eu teria de escrever às milhares de
pessoas que haviam recebido a carta anterior contan­
do do milagre que Deus realizara dizendo que não
houvera milagre algum. É lógico que havia humilha­
ção pessoal envolvida, mas, pior que isso, a causa de
Cristo sofreria e muitos crentes ficariam confundidos.
O que fazer? Peguei minha Bíblia e procurei
socorro e segurança. Somos admoestados e assegura­
dos de que “Todas as cousas cooperam para o bem
daqueles que amam a Deus, daqueles que são chama­
dos segundo o seu propósito” (Romanos 8:28). Li
“Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hebreus 11:6)
e “Mas o justo viverá por fé” (Gaiatas 3:11). Li,
ainda, um mandamento de Deus que havia aprendido
há anos e que em várias ocasiões fora significativo
para mim: “Em tudo dai graças, pois esta é a vontade
de Deus em Cristo Jesus” (I Tessalonicenses 5:18).
“Obrigado”
Desde que o justo vive pela fé e que “todas as
coisas colaboram para o bem dos que amam a Deus”,
60
Provando a fé
não havia melhor maneira de demonstrar fé do que
dizer “Obrigado”. Assim, ajoelhei-me e agradecí a
Deus pelo que estava acontecendo, com lágrimas; por­
que em Sua sabedoria e amor Ele sabia melhor que
eu o que deveria ser feito e que apesar da confusão e
incerteza, eu cria em um milagre maior. Enquanto
estava ajoelhado e dando graças pelo grande desapon­
tamento, Deus começou a dar-me convicção verdadei­
ra de que este milagre maior realmente aconteceria.
No dia seguinte, comecei a esboçar a carte que
informaria nossos amigos de que “nosso milagre” fora
apenas uma miragem, mas por alguma razão, sentia
que deveria esperar para enviá-la.

Poupando a propriedade
Passou-se uma semana, dez dias. Então o sr.
Atkinson telefonou-me dizendo que gostaria de falar
comigo novamente. Estivera conversando com Arlis
Priest e surgira uma idéia que talvez solucionasse
nossos problemas. Ao chegar a Arrowhead Springs,
veio imediatamente ao meu escritório. “Gostaria de
fazer uma sugestão: Que a Cruzada faça o emprés­
timo, como organização, da mesma companhia de
seguros que emprestaria aos 20 homens e estes assina­
riam as notas promissórias como fiadores. Se você
aprovar a idéia, minha oferta está mantida”.
Fiquei radiante com o oferecimento. Isto queria
dizer que não precisaríamos vender nossas estimadas
terras, das quais, sem dúvida, um dia necessitaríamos
por causa da expansão do nosso programa de treina­
mento. Os 20 homens concordaram com o novo ar­
ranjo, pois não estavam interessados em lucros pes­
soais, e assinaram as promissórias. Jess Odom, presi­
dente da seguradora, um crente sincero e amigo da
61
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Cruzada, aprovou o empréstimo cobrando as menores
taxas de juros legalmente permitidas.
O segundo milagre mostrou-se maior que o pri­
meiro. Economizamos muito em juros porque o sr.
Swig, generosamente, descontou 75.000 dólares ao
invéz dos 100.000 que havia tratado anteriormente,
devido ao espaço de tempo decorrido desde nosso
acerto. Assim, rasguei a carta de desculpas que pre­
tendia enviar a amigos e mantenedores e escrevi outra
contando o que Deus havia feito.
Serei sempre grato a Deus pela vida do casal
Atkinson pelo estímulo que nos proporcionou de
tantas maneiras. Depois da morte do sr. Atkinson, sua
família e amigos fizeram doações em sua memória, as
quais foram usadas para erigir a capela Guy F. Atkin­
son, em Arrowhead Springs, que lhe foi dedicada.
Antes e logo depois da compra de Arrowhead
Springs, tinha sido nossa oração que tudo que Deus
operasse por intermédio da Cruzada e das nossas
vidas, fosse marcado pelo sobrenatural e miraculoso.
Pedimos-Lhe que agisse de tal maneira que as pes­
soas pudessem dizer que Ele fora o responsável e Lhe
dessem toda a glória. Deus atendeu aquela oração em
muitas oportunidades.

Falta de água
Alguns meses depois de nossa mudança, enfren­
tamos um fato especial que exigia um milagre. Logo
de manhã Arlis Priest me chamou para contar que
nosso reservatório de água se esvaziara, misteriosa­
mente, durante a noite e que, com 450 pessoas que
estavam ali para muitas semanas de treinamento, não
era possível ficar sem água. Ao comprar a proprieda­
de nos certificamos de que havería água suficiente,
62
Provando a fé
mas verificamos que não era bastante para as nossas ne­
cessidades. Esta foi uma das maiores de todas as crises
que já surgiram em Arrowhead Springs.
Todos haviam gasto bastante para poderem es­
tar conosco e, no momento, nossa única alternativa
seria mandá-los de volta a menos que Deus realizasse
um milagre e nos suprisse de água. Devolver o dinhei­
ro de todos seria impraticável porque já o havíamos
gasto antecipadamente nos preparativos para o semi­
nário: manutenção, consertos e alimentação e não
sobrara nada para um eventual reembolso. Mais uma
vez nos deparávamos com um fato inesperado que
podería comprometer a posse da propriedade e possi­
velmente afetaria o ministério.
Meu primeiro impulso foi de pânico; depois,
lembrando-me da admoestação de em tudo dar graças
como expressão de fé, caí de joelhos, orando: “Se­
nhor, obrigado por este problema. Agradeço porque
uma vez mais o seu poder e sabedoria serão demons­
trados em nosso benefício”. Ainda ajoelhado fui ins­
tado a telefonar para George Rowan que, fazendo per­
furações na propriedade, descobrira grande quantidade
de água quente. Perguntei-lhe se sabia como poderia­
mos transformar a água quente do poço em água
potável; não a estávamos utilizando porque soubêra­
mos que uma torre para o resfriamento custaria no
mínimo 20.000 dólares e não dispúnhamos nem mes­
mo de 20 dólares extras, assim uma despesa de tal
porte estava bem longe de nossas possibilidade.

A torre de resfriamento
Em poucos minutos a pessoa me telefonou e
explicou como poderia ser construída uma torre de
resfriamento barata e simples. Com um esquema rudi­
63
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
mentar nas mãos, voei até o departamento de manu­
tenção e dei as explicações. Em seguida, várias pes­
soas da equipe e outros voluntários, tanto profissio­
nais como amadores, puseram mãos à obra. Mais ou
menos às duas horas da manhã, água fria corria da
torre. Novamente Deus ouvira as nossas orações.
Um dos fatos mais bonitos de todo o aconteci­
mento, entretanto, foi a atitude de todos diante do
problema. Reuniram-se em grupos, grandes e peque­
nos, para dar graças a Deus como expressão de fé,
mesmo na situação difícil, em obediência ao manda­
mento de I Tessalonicenses 5:18. Nas 24 horas seguin­
tes, cooperação e animação eram a tônica entre to­
dos. Alguns iam até San Benardino comprar garrafas
de água para si e para outros. Foi uma experiência
maravilhosa para as pessoas que confiavam em Deus
vendo como Ele honra a fé. Nada melhor para de­
monstrar fé do que dar graças a Deus por tudo o que
faz.

Crescendo na fé

Entretanto, estas não foram as únicas prova­


ções. Fatos assim eram freqüentes e quase continua­
dos. A fé é como um músculo: aumenta com o
exercício. Quanto mais aprendíamos sobre a fidelidade
de Deus, sua graça, amor, poder e sabedoria, mais
confiávamos nele. PenSo em mim mesmo: como, logo
no início do ministério, podia confiar em Deus em
relação a poucos dólares, mais tarde por algumas
centenas e, mais recentemente, para pedir milhões.
Por exemplo, nos primeiros dias do ministério vi que
tinha uma necessidade urgente de 485 dólares. Era
sábado de manhã e estava sozinho no escritório, oran­
do de joelhos por esta quantia quando o carteiro
64
Provando a fé
bateu com uma carta registrada. Abri a porta quando
já estava indo embora e ele me disse “Foi bom que
estivesse aqui, ou não podería deixar a carta”. Assinei
o recibo, voltei para orar mas resolví lê-la primeiro.
Dentro havia um aviso bancário de 500 dólares envia­
do por um amigo, de Zurique, na Suiça, cuja família
se convertera através do nosso ministério.

Necessidade de 48.000 dólares

Uma outra vez, precisávamos desesperadamente


de 48.000 dólares para pagar a parcela anual do
empréstimo. Uma quantia assim não é fácil de conse­
guir. Havíamos orado e trabalhado muito para levan­
tar o dinheiro mas sem resultado. A data do paga­
mento estava próxima quando um advogado amigo
que sabia da nossa necessidade me apresentou a al­
guém que concordou em fazer um empréstimo por 60,
dias. Eu estava no escritório do advogado pronto para
assinar os papéis necessários quando me chamaram
para avisar que Dean Griffíth havia telefonado de
Chicago e queria entrar em contato comigo imediata­
mente. Chamei-o em seu escritório e ele me disse:
“Tenho orado sobre a necessidade destes 48.000 dóla­
res e meu pai e eu gostaríamos de mandar imediata­
mente um cheque neste valor”. Não é preciso dizer
que eu fiquei muito agradecido. Ajoelhei-me e agrade­
cí a Deus pela resposta às nossas orações e, então,
voltei para contar aos nossos amigos que não precisá­
vamos do empréstimo. Oferecí-me para pagar as des­
pesas que houvessem ocorrido e os transtornos causa­
dos, mas meu oferecimento foi recusado.
A aquisição de Arrowhead Springs foi um gran­
de passo de fé. Tínhamos muito mais espaço do que
na propriedade do lago Minnetonka, em Minnesota,
65
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
mas que logo mostrou-se insuficiente. No verão de
1963, tanto o hotel propriamente dito, como as ou­
tras instalações ficaram lotados e nos dois verões
subseqüentes havia superlotação nos picos da estação.
Por volta de 1966 achamos que devíamos aumentar
nossas acomodações. Nossos planos indicavam que
logo estaríamos dando treinamento para milhares, se­
manalmente, nos meses de verão e não haveria lugar
suficiente, pois no momento nossa capacidade havia
sido totalmente preenchida.
Planos de expansão
Que deveria ser feito? Reuni um grupo de
renome, entre arquitetos e construtores, para me
orientarem. Norman Entwistle, nosso arquiteto, elabo­
rou planos. Um dos membros do conselho diretor
concordou em dirigir uma campanha de emrgência
para levantar fundo, chamada Operação Explosão. Pre-
cisávamos de muito dinheiro para construir novas
instalações e enfrentar as necessidade advindas do
crescimento rápido do ministério. Warren Bradley, um
importante contrutor de Los Angeles e homem cris­
tão, se propôs a construir o que quiséssemos sem
qualquer lucro para si ou para sua firma. Sofríamos
pressão da premência de tempo. Se não iniciássemos a
construção imediatamente, não conlcuiríamos as
obras a tempo de receber os estudantes do próximo
seminário.
Foi decidido pelo conselho diretor que, para as
necessidades urgentes, construiriamos um prédio de
baixo custo, bem simples, de madeira. Fomos infor­
mados, no entanto, de que naquela área o seguro
contra fogo era muito caro e, atendendo a uma reco­
mendação de Warren Bradley e seu irmão Elmer,
resolvemos • construir com tijolos e telhas. Norman
66
Provando a fé
Entwistle projetou um conjunto de 4 dormitórios e
um salão que poderíam acomodar de 480 a 640
pessoas.
Não tínhamos o dinheiro necessário para a
construção mas devido à nossa necessidade de tê-los
terminados o mais cedo possível, e depois de muita
oração, nos lançamos ao empreendimento certos de
que Deus suprida os pagamentos. Tratores limparam
o terreno, os alicerces foram colocados e algumas
paredes estavam sendo levantadas quando o recém
chegado (que a partir de então tornou-se um querido
amigo pessoal e mantenedor da Cruzada) surge em
cena. Ele e Arlis estavam vistoriando a obra e,
vendo todo aquele movimento de operários por todos
os lados, meu amigo perguntou: “Quem está finan­
ciando esta construção”?

Financiando o trabalho
ArlL respondeu: “Deus instou-me a colaborar
com você nesta necessidade”.
Nosso amigo abaixou a cabeça como se estivesse
meditando e orando silenciosamente e, então disse:
“Eu gostaria de tomar a meu cargo a provisão dos
recursos para a construção destes dormitórios. Vou
conversar com meus 4 sócios e ver se estão de acor­
do”.
Pouco tempo depois voltou ao meu escritório
para contar seu plano. Explicou-me que viera conhe­
cer o novo projeto do Arrowhead Springs Village e se
sentira movido pelo Senhor a entusiasmar seus sócios
a se juntarem a ele e pagar as despesas. “De quanto
vocês vão precisar? ”, perguntou. “De, aproximada­
mente, 550.000 dólares”, respondí. “Acho que pode­
mos fazer face a isto, se traçarmos um plano que nos
67
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
possibilite fazer jpagamentos mensais durante alguns
anos”.
Conversou por telefone com os sócios e em
pouco tempo haviam concordado unanimemente que
seria um bom investimento para o dinheiro que o
Senhor lhes tinha dado graciosa e generosamente.
Estavam sendo bons despenseiros. Viam ali uma opor­
tunidade de multiplicar seu capital em benefício das
milhares de pessoas que receberíam treinamento para
levar as verdades de Cristo ao mundo inteiro.

Dando glórias a Deus


Tempos depois, conversando com este homem,
disse-lhe: “O que vocês estão fazendo é um desafio e
um exemplo tão inspirador de mordomia cristã que
gostaria de colocar uma placa para que outros amigos
da Cruzada pudessem ver o que Deus fez por seu
intermédio. Que poderiamos escrever”?
A resposta foi: “Meus sócios e eu queremos dar
a Deus toda a glória pelo modo misericordioso com
que supriu nossas necessidades. Assim, escreva na pla­
ca: ARROWHEAD SPRINGS VILAGE, DOAÇÃO DE
CINCO HOMENS DE NEGÓCIOS QUE QUEREM
DAR À DEUS TODA A GLÓRIA”.
Mais tarde foi construído um lindo auditório
também usado como refeitório, no valor de 286.236
dólares, pagos por nossos amigos que pediram ao
Senhor que os capacitasse a suprir esta necessidade
também. Milhares de estudantes e leigos de mais de
50 países têm utilizado estas instalações ao receberem
treinamento para serem discípulos do Senhor Jesus
Cristo.

68
Treinamento:
repetindo os
princípios básicos
Creio que há três razões básicas por que Deus
tem abençoado o ministério da Cruzada de modo tão
extraordinário: 1) dedicação em exaltar Jesus Cristo e
sua causa em todas as circunstâncias; 2) uma forte
ênfase no ministério do Espírito Santo na vida do
crente; 3) treinamento específico, detalhado e abran­
gente para cada membro da equipe, estudante e leigo
sobre como viver vidas santas e compartilhar a fé em
Cristo com outros.
O ministério de ensino da Cruzada garante que
todas as pessoas que se associam à organização rece­
bam instrução adequada nos diversos programas de
treinamento nos quais se arrolem. Este ensino com­
preende princípios de vida cristã, princípios e méto­
dos de evangelismo e discipulado e, também, estudos
bíblicos e teológicos.

A importância da repetição
Nestes ministérios são muito enfatizados os
princípios básicos, que são repisados sistematicamen­
te. A repetição é um dos pontos importantes para o
aprendizado.
69
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Há algum tempo, tive oportunidade de explicar
à nossa equipe por que repetimos as mesmas mensa­
gens básicas com insistência, como parte de nosso
treinamento. Ao final das reuniões, um de nossos
diretores, antigo pastor presbiteriano, disse: “Gostaria
de compartilhar com vocês uma boa ilustração que
vai reforçar a ênfase da necessidade de repetição. Há
anos, eu era membro de uma igreja cujo pastor repe­
tia as doutrinas básicas do cristianismo várias vezes
durante o ano. Recentemente, depois de ficar ausente
durante 9 anos, voltei para uma visita e verifiquei que
aquele pastor continua a pregar e ensinar as mesmas
verdades básicas que causaram um forte impacto em
minha vida. Mais tarde, trabalhei junto com um
ministro bastante erudito, que pregava muito bem e
nunca falava duas vezes sobre o mesmo assunto. Gos­
taria de lhes dizer que não aprendi nada com este
pastor eloquente, mas, sinto que o que sei a respeito de
Cristo e da Bíblia, devo ao primeiro pastor que acre­
ditava e praticava o método de repetição”.

Treinamento faz diferença


Percebemos que quando damos um treinamento
sério, as pessoas são inspiradas a um clímax de dedi­
cação que não pode ser atingido apenas pela inspira­
ção. Estou convicto de que a verdadeira inspiração é
o resultado de um programa de treinamento sólido.
Desde o início deste ministério, nossa crença tem
sido, primeiro fazer discípulos e, depois de treina­
dos, enviá-los para testemunhar de Cristo. Mesmo em
reuniões onde o número de descrentes é considerável,
se a maioria dos presentes é de cristãos, quase todas
as mensagens são destinadas a eles, para que cresçam
na fé e se tornem discípulos. Ensinamos crentes
70
Treinamento: repetindo os princípios básicos
derrotados, desanimados e infrutíferos a se tomarem
espirituais, jubilosos e frutíferos, mostrando-lhes a
diferença entre andar em seu próprio poder e andar
no poder do Espírito. Ensinamos como compartilhar a
fé em Cristo com outros, de modo eficaz. No final
vemos que em poucas horas, crentes carnais podem se
tornar espirituais e estão aptos a falar de sua fé e a
compartilhar Cristo com os não-crentes alí mesmo,
nas reuniões. Estes, também, em pouco tempo, acei­
tam Cristo. Deste modo, mais pessoas vêm a Cristo
por intermédio de cristãos despertados do que seria
possível alcançar mesmo dirigindo todas as nossas
mensagens aos descrentes. Por certo os cristãos são
sempre transformados através de sua experiência de
levar outros a Cristo.
Os pontos básicos do treinamento são repetidos
vez após vez em cada um de nossos ministérios, mas,
embora nossa experiência e métodos sejam transferi­
dos para todos, sem exceção, cada ministério é espe­
cífico —dirige-se a grupos específicos de pessoas.
Inído do programa de treinamento

0 compromisso fundamental da Cruzada é trei­


nar e fazer discípulos e desde o início demos ênfase
especial ao treinamento da equipe quando, em nosso
segundo ano de existência, Vonette e eu nos encon­
tramos com nosso grupo de seis pessoas em Forest
Home e planejamos nosso programa para o ano se­
guinte. Ah iniciamos o preparo do material para evan-
gelismo e acompanhamento dos convertidos. No se­
gundo e terceiro anos o treinamento foi realizado nas
instalações da Cruzada em Forest Home; depois fo­
mos para o Campus da Faculdade de Westmont e
como o grupo continuasse a crescer, achamos necessá­
rio tranferir-mos para um lugar maior e em 1956 nos
71
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
reunímos perto da UCLA. Ultimamente o treinamen­
to tem sido dado, não só em Arrowhead Springs mas
em outros locais em todo o país.
Nosso compromisso com a necessidade de trei­
namento nos levou a estabelecer uma programação
determinada:
Cursos de estudo bíblico: Temos cursos de verão,
com a duração de 3 verões, 4 semanas de cada vez. O
currículo é centralizado na Bíblia e tem como objeti­
vo dar um treinamento bíblico sólido para capacitar
os crentes a desempenharem uma liderança espiritual
em um mundo em crise.
Curso de liderança: Centenas de cursos semanais e de
fins de semana são dados anualmente, visando ensinar
estudantes como viver uma vida cristã revolucionária
e transmití-la a outros no poder do Espírito Santo.
Através dos anos, temos desenvolvido séries in­
teiras de “Conceitos Transferíveis”, que nos têm aju­
dado a exercer um ministério dinâmico. Estes concei­
tos contêm a essência da vida cristã; por exemplo,
nossa experiência tem mostrado que é possível ensi­
nar tais conceitos em pouco tempo a crentes sinceros
que querem tomar posse deles.
Um conceito transferível é uma verdade que
pode ser transmitida a alguém que, por sua vez, o
transmitirá a outros, geração após geração, sem distor-
cê-la ou diluí-la. Era o que o apóstolo Paulo estava
dizendo a Timóteo, seu filho na fé, quando escreveu:
“E o que de minha parte ouviste, através de muitas
testemunhas, isto mesmo transmite a homens fiéis e
também idôneos para instruir a outros” (II Tim. 2:2).
Uma “técnica transferível” é o veículo — fita,
filme ou folheto —usado para transmitir um conceito
transferível. Assim, o folheto das Quatro Leis Espiri-,
tuais é uma técnica transferível e a mensagem nela
contida é um conceito transferível.
72
Treinamento: repetindo os princípios básicos
Quando Jesus deu aos discípulos este manda­
mento “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as cousas
que vos tenho ordenado” (Mateus 28:19,20), estava
se referindo a determinadas verdades que os capacita­
riam a ser mais firmes em suas convicções e mais
frutíferas em seu testemunho.
Desde que transmitimos o que vai em nosso
interior, não podemos ensinar outros antes de nos
termos apropriado de certos princípios importantes.
Não posso entender como alguém pode discipular
outro sem ensinar todos estes princípios transferíveis:
1. Como ter certeza de ser cristão.
2. Como experimentar o amor e perdão de
Deus.
3. Como ser cheio do Espírito Santo.
4. Como andar no Espírito.
5. Como testemunhar no Espírito.
6. Como levar outros a conhecer Cristo.
7. Como ajudar a cumprir a Grande Comissão.
8. Como amar pela fé.
9. Como orar.
É verdade que ninguém pode dominar estes
conceitos transferíveis. Depois de todos estes anos,
sinto-me como um principiante; entretanto, em ape­
nas poucas semanas ou meses, todos que desejam ser
usados por Deus podem aprendê-los o suficiente para
serem incorporados às suas vidas e transmitidos a
outros. Nosso objetivo é ensinar aos milhões de cris­
tãos a experimentar e compartilhar a vida abundante
em Cristo, para que possam ajudar a cumprir a Gran­
de Comissão. Estes conceitos transferíveis possibilita­
rão a realização deste alvo.
Atualmente, o nome Cruzada Estudantil e Pro­
fissional para Cristo é, em certo sentido, mal coloca­
73
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
do. Desde que começamos, na década de 50, a neces­
sidade de expandir e especializar os ministérios foi
bastante sentida. Em resposta a esta necessidade nos­
so campo de atividades cresceu, englobando faculda­
des, executivos, colégios, leigos, militares, atletas, mú­
sicos, oração, prisões e ministérios especiais tanto nos
Estados Unidos como em outros países.
Todas as áreas de ministério nos Estados Unidos
estão preenchidas por homens e mulheres de Deus
comprometidos com um único objetivo: ajudar a im­
pregnar nosso país com as verdades de Cristo de
maneira contínua. Nosso alvo em relação à terra é
levar as boas novas a todos em nossa geração.
Daqui para a frente gostaria de explicar mais
sobre o desenvolvimento individual e as estratégias
das áreas de atividades, demonstrando como se encai­
xam no objetivo da Cruzada de tomar a verdade
conhecida por todos e como poderemos ser usados
para “salvar alguns” ajudando a cumprir a Grande
Comissão de nosso Senhor.

74
Estratégia para
as Universidades
Quando da minha chegada a uma grande univer­
sidade do meio-oeste dos Estados Unidos, foi-me dito
que deveria jantar e falar no grêmio principal. Não
havia tempo de ir para o hotel nem me arrumar para
a reunião; já estava atrasado e fui rapidamente para o
local.
Ao entrar na sala, os rapazes saíram depressa,
como se eu fosse leproso. Fiquei imaginando o que
podería estar errado e estava intrigado com a frieza e
indiferença dos que permaneceram ali. Aparentemente
fora convidado sem que soubessem algo a meu respei­
to ou qual a natureza de minha mensagem. Não havia
dúvida de que haviam decidido, em alguma reunião
posterior ao convite, que não estavam interessados em
ouvir um pregador e que fora um erro terem me
chamado.
O presidente do grêmio mal falou comigo du­
rante o jantar. Era óbvio que não queria que os
outros pensassem que estava interessado em religião.
Foi um dever penoso avisar que haveria uma reunião
“religiosa” no andar superior depois do jantar. Sem
sequer me apresentar, simplesmente mencionou (em
um tom que demonstrava não estar interessado e
quem estivesse era um tolo), que um orador da Cali­
75
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
fórnia falaria aos que estivessem interessados em reli­
gião.

Não um pregador
Percebi, ao observar a atitude dos rapazes, que
não haveria ninguém para ouvir-me se não agisse rápi­
do. Assim, pedi licença ao presidente para dizer algu­
mas palavras. Com relutância concedeu-me alguns mo­
mentos e eu disse: “Estou notando pelas reações de
vocês que não estão mais interessados em religião do
que eu e quero tranqüilizá-los imediatamente. Não
sou um pregador e nem estou aqui para falar de
religião. Na verdade, oponho-me à religião. A história
tem mostrado que a religião tem feito mais do que
qualquer outra coisa para manter o homem na igno­
rância, medo e superstição atravéz dos séculos”.
Aquele grupo de antagonistas frios e indiferen­
tes subitamente animou-se. Alguns ficaram confundi­
dos. Algumas palavras bem escolhidas chamaram sua
atenção. Naquele momento, os rapazes pareciam
prontos para me ouvir e convidei-os a subir se quises­
sem ouvir mais. Alguns começaram a conversar: “pen­
samos que você fosse um pregador, mas não parece
muito religioso. Sobre o que vai falar? ” Outros, fi-
quei sabendo mais tarde, correram para o telefone e
convidaram os amigos de outros grêmios para virem
ouvir-me, dizendo: “Temos aqui hoje um pregador
que não parece muito religioso. Venham ouvir”. A
sala ficou lotada para a reunião e muitos tinham ido
movidos pela curiosidade.
“Como disse antes”, “comecei, oponho-me à reli­
gião. Deixem-me, porém, explicar o que quero dizer.
Por definição, a religião é o melhor esforço do ho­
mem para encontrar Deus, por intermédio de suas
76
Estratégia para as Universidades
boas obras, enquanto cristianismo pode ser definido
como Deus à procura do homem e a revelação de Si
mesmo em Jesus Cristo. Vemos, através dos séculos,
que em busca de Deus os homens se utilizaram até de
meios criminosos, como a Inquisição e as Cruzadas.
Superstições a respeito da reencamação e a crença de
que determinados animais são sagrados, têm feito
com que multidões morram à míngua para poupar
estes animais”.
“Não estou aqui para falar de religião mas para
dizer-lhes como Deus tomou a forma humana e des­
ceu à terra na pessoa de Jesus de Nazaré. Vim para
mostrar como podem ter um relacionamento pessoal
com Deus, possibilitado pela pessoa mais importante
que jamais viveu — o Deus-homem que mudou o
curso da história: A.C., antes de Cristo; D.C., depois
de Cristo, ou Anno Domini, ano do Senhor”.

Falando sobre Jesus


Nos 45 minutos seguintes falei a respeito de
Jesus — quem Ele é, por que veio à terra, o que
ensinou, os milagres que realizou, sua morte na cruz
por nossos pecados, sua ressurreição, sua mensagem
aos homens através dos séculos e sua importância
para os universitários de hoje. Quando terminei, pare­
cia que ninguém queria ir embora. Como de costume,
um bom número manifestou o desejo de receber
Jesus.
Centenas de estudantes nos grêmios e dormitó­
rios onde são realizadas as reuniões têm uma atitude
semelhante quando membros da equipe da Cruzada
apresentam a pessoa de Cristo — não uma religião,
não o cristianismo em sentido lato, nem a igreja, mas
uma Pessoa viva e dinâmica.
77
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
De que maneira obtemos respostas tão marcan­
tes por parte dos estudantes? Além da ênfase es­
piritual, parte da resposta é planejamento e estraté­
gia. Desde o início deste ministério nosso “slogan”
tem sido: “Ganhar a universidade para Cristo, hoje,
ganhar o mundo para Cristo, amanhã”. Nossa estraté­
gia para alcançar este objetivo é confrontar homens e
mulheres com o evangelho, ganhá-los para Cristo, fa­
zer com que cresçam na fé e enviá-los a proclamar,
juntamente conosco, as boas novas do evangelho.
Anos de experiência têm demonstrado que, em
média, de 1/4 a 1/2 de estudantes não cristãos que
participam das reuniões estão interessados em se com­
prometer com Cristo. Mesmo que nem todos os que
oram em compromisso mostrem evidências de uma
vida diferente na época, muitos o fazem.

Interesse em Cristo

Muitos adultos pressupõem que estudantes uni­


versitários não estão interessados em religião e em
igrejas, e estão certos quanto a isto. Entretanto, o
estudante médio está interessado na Pessoa de Jesus
Cristo, e temos feito esta distinção em nossas mensa­
gens.
Não falamos à respeito de religião ou igreja,
embora creiamos nesta e exijamos que todos os mem­
bros da equipe tomem-se membros ativos da igreja
local dentro de 90 dias após firmarem o compromisso
conosco. Encorajamos, também, todos os estudantes a
participarem ativamente da igreja.
Em nosso primeiro encontro a mensagem enfati­
za a Pessoa de Jesus. Algumas vezes somos antagoni-
zados ao chegar, porque acham que vamos falar de
religião e igreja, coisas que há muito rejeitaram.
78
Estratégia para as Universidades
Lembro-me de uma vez quando cheguei com
um grupo para pregar em um grêmio muito importan­
te, bem na hora do jantar, como tinha sido combina­
do; a reunião seria em seguida. Durante a refeição, o
presidente me contou estar diante de um problema
sério. Embora não fosse cristão, simpatizava com o
nosso ministério e queria nos avisar que muitos
rapazes estavam planejando causar embaraços para
que abandonássemos a reunião derrotados e humilha­
dos. 0 líder da trama era um dos estudantes mais
destacados, pessoa sem princípios a quem desagrada­
vam assuntos reÜgiosos ou cristãos. Estava decidido a
fazer de nós motivo de piadas e havia trazido para o
seu lado vários companheiros, que se opunham ao
presidente.
Depois da conversa, senti-me instado a pedir-lhe
que exercesse sua autoridade de presidente exigindo
que todos assistissem à reunião e que deixasse o resto
conosco. Embora não lhe tivesse dito, eu estava dei­
xando o resto com o Senhor. Os rapazes mostraram-
se descontentes quando souberam que sua presença
era exigida.
Antecipando-me à infelicidade e descontenta­
mento deles, saudei-os com bom humor e segui expli­
cando que não estávamos ali para brincar, mas para
falar sobre a Pessoa mais revolucionária que o mundo
já conheceu, uma Pessoa que fez as afirmações mais
revolucionárias sobre si mesma e as exigências mais
revolucionárias àqueles que quisessem seguí-Lo. Dei­
xamos claro que havia muitas pessoas que não tinham
a fortaleza interior para serem suas seguidoras e pedi­
mos a todos que se considerassem seus seguidores em
potencial que deixassem de lado seus preconceitos e
ouvissem o que seria dito como se suas vidas depen­
dessem daquilo, como, na realidade, era o que aconte­
cia com sua vida eterna.
79
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Receptivo ao evangelho
A atmosfera da sala transformou-se. Os rapazes
atenderam ao desafio, e quando houve oportunidade
para que os que desejassem aceitar a Cristo se mani­
festassem, metade dos ouvintes, inclusive o presidente
e o líder da conspiração para nos causar problemas,
foram comigo para o escritório, conversar. Ali tive­
mos a oportunidade de explicar mais sobre como
poderíam conhecer a Cristo; oramos com eles e plane­
jamos o início de um estudo bíblico semanal. Diver­
sas pessoas da equipe marcaram encontros com aque­
les que atenderam ao apelo e, também, com outros
participantes da reunião. No decorrer da semana estes
encontros foram mantidos e mais comprometimentos
com Cristo aconteceram.
Entrevistas pessoais foram feitas com pessoas
abordadas por membros do grupo com a seguinte
pergunta: “Que achou da reunião”? Normalmente a
resposta era: “Jóia! Maravilhosa! Nunca ouvi nada
parecido”. A pergunta seguinte era: “Significou algu­
ma coisa para você”? “Claro que sim”, era a respos­
ta. “Podemos conversar sobre o assunto”? Quase
sempre a resposta era afirmativa.
Muitas vezes, quando não havia pressa, o mem­
bro do grupo podia seguir adiante na conversa, se a
pessoa respondia que o que ouvira tinha significado
algo. Perguntava se gostaria de continuar conversando
naquele momento e falava das Quatro Leis Espirituais
e oravam juntos. Milhares de estudantes foram leva­
dos a Cristo desta maneira, e este tipo de aproxima­
ção é também usada por leigos que fazem um acom­
panhamento das atividades da igreja ou outros tipos
de reuniões a que não-crentes são convidados a' assis­
tir.
80
Estratégia para as Universidades
Impregnados pela oração
Uma reunião assim é sempre precedida de muita
oração. A equipe se reune uma hora antes de sair
para uma breve palestra onde é explicado a cada um
o que falar e como falar; ver como estão vestidos e,
finalmente, orar para que Deus atue no coração dos
estudantes. Estão cônscios de que a menos que Deus
fale através de seus lábios não haverá resultados, pois
Jesus disse: “Ninguém virá a mim se não for enviado
por meu Pai”. Pela fé, reconhecemos nossa dependên­
cia do Espírito Santo e apropriamo-nos da plenitude
do poder de Deus, e o grupo põe-se à caminho,
antecipando com alegria o que Deus realizará.
Além destas reuniões com grupos, é feito conta­
to individual ao acaso, tomando um café ou uma
coca-cola na lanchonete, centro de recreação ou aloja­
mento. Este tipo de contato é um instrumento evan-
gelístico que propicia uma oportunidade de comparti­
lhar as Quatro Leis Espirituais.
Não exercemos pressão nestes encontros. O ob­
jetivo é tomar claro como se pode alcançar um rela­
cionamento pessoal com Cristo e não que se tome
uma decisão imediata de aceitá-Lo.
Participar da vida universitária é uma outra
oportunidade de evangelização, quando nos é dada a
chance de interagir com os estudantes. Reuniões as­
sim são realizadas em centenas de campus em todo o
país e assistidos por cerca de 300 pessoas em alguns
e, em ocasião especiais, por alguns milhares. Da pro­
gramação fazem parte música, divertimentos, um pre-
letor — habitualmente alguém da Cruzada - e refrige­
rantes. Posteriormente, pessoas treinadas e estudantes
ficam à disposição dos visitantes que se mostrem
interessados na promessa de uma nova vida em Cristo.
81
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Evangelização “dinâmica”
A Cruzada está çomprometida a realizar uma
evangelização dinâmica, isto é, levar aos homens as
boas novas do Cristo vivo, seu amor e perdão, não
argumentando ou usando técnicas de pressão, mas
tomando a iniciativa de contar, como o apóstolo
Paulo escreveu, a respeito de Cristo, a todos os ho­
mens em toda parte.
A melhor maneira de conseguirmos isto é atra­
vés da multiplicação (treinar grupos de discípulos,
para ganharem outros que, por sua vez, possam ga­
nhar outros mais) e não da adição (simplesmente
levando pessoas a Cristo, uma de cada vez). Esta é a
razão pela qual o treinamento é tão importante desde
o início do ministério. Semanalmente, em centenas de
campus universitários, são realizadas Classes de Trei­
namento de liderança, nas quais milhares de estudan­
tes aprendem como compartilhar sua fé, como estu­
dar a Bíblia e como discipular outros estudantes.
Os que participam dos cursos são estimulados a
participar de pequenos grupos de trabalho, com
o objetivo de colocar em prática o ensino recebido no
treinamento. São grupos de mais ou menos 6 pessoas
que dão força uma às outras quanto ao testemunho e
andar cristão; suas vidas são enriquecidas e o relacio­
namento que mantêm entre si é aumentado. Devido à
ação destes pequenos grupos e das Classes de Treina­
mento de Lideranças, criam-se laços de amor cristão e
amizades semelhantes aos dos cristãos do primeiro sé­
culo, cujo amor de uns para com os outros era
celebrado.
Milhares de estudantes tomam conhecimento de
Cristo por intermédio destas reuniões de grupos, con­
tatos individuais, participação na vida universitária e
reuniões especiais com André Kole, Josh McDowell e
82
Estratégia para as Universidades
nossos grupos de- atletas e cantores. Acrescente-se a
isto uma extensa programação desenvolvida pelos
1.300 membros das equipes que no momento traba­
lham em centenas de campus nos Estados Unidos e
Canadá.

Feriados prolongados
Uma outra estratégia que tem alcançado sucesso
no trabalho com os estudantes tem sido envolvê-los
em algum ministério quando não estão na faculdade.
Esta estratégia foi utilizada pela primeira vez em
1965, em alguns feriados como os da Páscoa, nas
praias de Balboa e Newport, no sul da Califórnia.
Cerca de 30.000 estudantes da Califórnia e cir-
cunvizinhanças lotavam as praias ensolaradas naquela
época do ano. Estes feriados constituiam-se em um
dos maiores problemas para a polícia local por causa
dos diversos tipos de delinqüência, envolvendo sexo,
drogas, bebedeiras, alcoolismo e vandalismo.
Acreditávamos que deveriamos fazer alguma
coisa para falar de Cristo com os estudantes. Criou-se
um plano que era deslocar um grande grupo para
Balboa, onde ficaria hospedado em casas de amigos.
O período matutino seria passado em treinamento
para ensinar os estudantes a viver sob o controle e
poder do Espírito Santo de Deus e como transmitir
sua fé em Cristo de maneira eficaz aos vagabundos de
praia. As tardes e noites seriam usadas em contatos
pessoais e em grupos com os estudantes.

Resultados surpreendentes
Os resultados foram surpreendentes e fenome­
83
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
nais. Não era difícil fazer contatos. Havia muitas
pessoas que não tinham nada para fazer a não ser
sentar e escutar. Estudantes treinados, usando pesqui­
sas e folhetos evangelfsticos, cartas de Van Dusen e as
Quatro Leis Espirituais dividiam-se e atacavam à me­
dida em que se assentavam ao lado de rapazes e
moças bronzeadas usando as mesmas roupas de praia.
Milhares de estudantes foram alcançados e o impacto
foi tão grande que a delinqüência e vandalismo dimi­
nuiram em grande proporção e antes do final da
semana a polícia estava dando aos infratores a opor­
tunidade de optar entre ir para a cadeia ou conversar
com alguém da Cruzada.
Em um bar “convertido” chamado The Hunger
Hangar, diversas pessoas do nosso grupo estavam
prontas para providenciar refrigerantes e aconselhar
centenas de estudantes solitários que procuravam al­
guém para conversar à respeito das coisas de Deus.
Em frente de nossa sede de verão estava pendurada
uma bandeira onde se lia “Cristo é a Resposta”. Do
outro lado da rua alguns rapazes colocaram outra
bandeira com os dizeres “Booze é a resposta”. Nos
dias subseqüentes, aqueles rapazes foram se achegan-
do a nós, primeiro por curiosidade e depois por
interesse verdadeiro que surgiu à medida que fomos
conversando sobre Cristo e a salvação. Finalmente,
todos eles aceitaram a Cristo e a bandeira “Booze é a
resposta” veio abaixo.
De Balboa e Newport o ministério espalhou-se
para outras praias. Daytona, Forte Lauderdale, Pana-
ma City, Ocean City, Lake Tahoe, Cape Cod, Santa
Cruz, Colorado River e outros centros turísticos tor-
naram-se centros de atividade da Cruzada e milhares
de pessoas da equipe e estudantes, ali testemunhavam
de Cristo.
84
Estratégia para as Universidades
O filho pródigo contemporâneo

Certo dia, assim que entrei em meu quarto de


hotel, em Daytona Beach, um jovem bateu à minha
porta pedindo para pegar sua chave. Havia jogado a
mesma, do jardim para a varanda do terceiro andar, e
a chave caíra no meu terraço, no segundo andar.
Sabendo que Deus não comete erros e sentindo que
ali estava alguém levado por Ele, convidei o rapaz
para entrar e pegar sua chave. Então, perguntei se
tinha tempo para conversar. Enquanto falávamos, fa­
lei-lhe sobre o amor de Deus e seu perdão através da
fé em Jesus Cristo, como estava nas Quatro Leis
Espirituais.
Quando terminei, ele me contou esta história
comovente: “Cresci na igreja. Meus pais são crentes
fiéis mas rejeitei o cristianismo, pois não sentia satis­
fação na igreja. Meus pais não queriam que eu viesse
para cá, porque sabiam que eu podería me envolver
com o grupo errado, mas desobedecendo sua vonta­
de, vim assim mesmo. E agora, entre todos os lugares
do mundo, deveriamos nos encontrar aqui onde eu
seria confrontado com tudo que meus pais já me
haviam dito. Certamente Deus preparou este encon­
tro”.
Ajoelhamo-nos e oramos, e aquele filho pródigo
contemporâneo que andava fugindo do Senhor entre­
gou seu coração ao Salvador.

Expandindo-nos para outros pontos turísticos

O sucesso deste empreendimento induziu-nos a


expandí-lo de maneira a absorver estudantes em pro­
gramações semelhantes por todo o verão. Os projetos
de verão reuniam estudantes em vários pontos turísti­
85
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
cos para ajudá-los a crescer na vida cristã. A idéia é
simples mas eficaz. Um grupo de estudantes vai para
o local, arruma empregos e entra em uma rotina de
trabalho normal. Ao mesmo tempo, pessoas da Cruza­
da vão conviver com os estudantes em férias por um
determinado tempo. Algumas vezes os crentes moram
juntos e, normalmente, mantêm uma base comum
para se reunirem.
Depois das horas de trabalho, o pessoal da equi­
pe gasta tempo com os estudantes, ajudando-os a
adquirir habilidade para evangelizar. O constante flu­
xo de turistas propicia oportunidades para a prática
do evangelismo pessoal.
“O impacto duradouro proporcionado por este
projeto é incrível, “comentou uma pessoa do projeto
do Lago Tahoe. “Os membros das igrejas ficam exta­
siados ao nos verem voltar a cada verão. Os emprega­
dores nos pedem que enviemos estudantes para traba­
lhar por causa da vida dos jovens cristãos. Muitas
pessoas aceitam Cristo no trabalho, nas praias e
jardins por causa do testemunho dos estudantes”.

Projetos para o exterior e interior

Os projetos de verão também são realizados no


exterior e em cidades do interior. Em Detroit nos
aproveitamos de uma lei municipal que permite que
as ruas sejam fechadas para a realização de festas, desde
que os moradores o permitam. Levamos um caminhão
com material esportivo tais como cestas de basquete,
redes de volei, mesas de ping-pong, etc.” A rua tran-
formou-se em play-ground”, disse o diretor do proje­
to, “e o ambiente estava bastante propício para pre­
gar o evangelho”.
Além do trabalho com os estudantes universitá­
86
Estratégia para as Universidades
rios americanos, temos grupos que atuam exclusiva­
mente com estudantes estrangeiros. Há cerca de
260.000 estudantes estrangeiros nos Estados Unidos,
de quase todos os países do mundo, e estão mais
abertos para o evangelho ali do que se estivessem em
sua terra. Representam, também a liderança em po­
tencial dos países dos quais vieram. Alcançados e
discipulados a Cristo nos Estados Unidos, podem vol­
tar e ser uma poderosa influência em seu lugar de
origem.
Um homem a quem encontrei em uma recente
viagem ao Oriente Médio, conseguiu seu diploma em
uma universidade do meio oeste, onde esteve bastante
envolvido com o ministério da Cruzada. Atualmente
exerce um papel de liderança nos negócios e nas
comunidades cristãs de seu país, onde os cristãos
representam uma minoria.
Nossa equipe também ministra a pessoas de dife­
rentes etnias, incluindo pretos, hispano-americanos e
índios americanos. Uma das pessoas que trabalha co­
nosco, começou um ministério com estudantes asiáti­
cos na Universidade da Califórnia em Berkeley, e este
expandiu-se de tal maneira, que sua influência se fazia
sentir na vida de 60 pessoas de origem asiática. Te­
mos também pessoal ministrando em tempo integral
em campus universitário de pessoas de cor.
Milhares de estudantes são levados ao conheci­
mento de Cristo e discipulados por nossa equipe nas
universidades. Estes homens e mulheres dedicados,
estão comprometidos com o objetivo de ajudar a
cumprir a Grande Comissão nesta geração, e sabem
que as universidades representam a maior fonte de
força humana disponível para atingir este alvo.

87
Berkeley:
uma nova revolução
Em 1967, Berkeley era sinônimo de passeatas
de estudantes, e demonstrações de movimentos radi­
cais de todo o tipo.
Como crentes e participantes da equipe da Cru­
zada, tomamos consciência de quão pouco estava sen­
do feito por Cristo naquela Universidade, o berço do
movimento radical. Assim, em uma de nossas reuniões
para estudar estratégias para utilizar nas faculdades,
resolvemos reunir 600 pessoas, entre estudantes e
pessoal da organização de todo o pais, e saturar a
Universidade da Califórnia com as boas novas de Cris­
to por intermédio de uma conveção que duraria a
semana inteira. Nosso tema era “Solução —a Revolu­
ção Espiritual.”
Uma cadeia de jornais publicou esta notícia de
Berkeley:

Um novo tipo de revolução estava sendo prega­


do hoje nos degraus de Sproul Hall, no campus
da Universidade da Califórnia em Berkeley. O
local tem sido palco de protestos estudantis,
passeatas e desassossego há anos, mas, hoje, cerca
88
Berkeley: uma nova revolução
de 3.000 estudantes se reuniram para ouvir de
um novo líder revolucionário — Jesus Cristo. O
acontecimento foi promovido pela Cruzada Es­
tudantil e Profissional para Cristo, uma organi­
zação que está realizando sua convenção nacio­
nal esta semana no grêmio estudantil de Berke­
ley. Enquanto alguns estudantes distribuem fo­
lhetos contra e a favor da demissão do reitor da
Universidade da Califórnia, Clark Kerr, e outros,
botões onde se lê “Impeçam Reagan”, um gru­
po canta hinos evangélicos e proclama um novo
tipo de revolução. Conclamam-se estudantes a
crer em Cristo como o único que tem resposta
para todos os problemas atuais, e o único que
pode trazer uma revolução espiritual e transfor­
mar o mundo. Proclamam que a mensagem cris­
tã é revolucionária, porque mudou o curso da
história, produzindo grandes reformas sociais
por intermédio da mudança de vida e atitudes
das pessoas. A reunião da Cruzada, nos degraus
do Sproul Hall, veio em uma ocasião de turbu­
lência e tensão no campus, porque no dia ante­
rior, o Conselho Diretor havia demitido o reitor
Clark Kerr. Por esta razão, jornalistas e câmeras
de televisão foram até o local, presumindo que
os estudantes estivessem planejando uma grande
demonstração causada pela demissão, mas, ao
contrário, foram recebidos pelos revolucionários
da Cruzada, que haviam reservado a área algumas
semanas antes da demissão do reitor Kerr. Visto
que tinham direito ao espaço, foi possível para
os radicais desalojá-los, e as duas maiores redes
de televisão comentaram o fato de que Berkeley
era o campus mais tranqüilo em toda a Univer­
sidade da Califórnia, devido à influência da Cru­
zada Estudantil e Profissional no local.
89
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Os líderes estudantis se manifestam
Aquela semana em Berkeley começou com um
jantar de atletas no domingo. Foram convidados to­
dos os atletas da Califórnia e cerca de 400 deles
estavam presentes para ouvir o testemunho dos mais
famosos. Preguei uma mensagem sobre as boas novas
de Cristo e convidei-os a aceitá-Lo como seu Salvador.
Muitos dos atletas mais importantes atenderam ao
convite.
Na manhã seguinte, 125 líderes estudantis, que
dirigiam as atividades dos estudantes, participaram de
um café da manhã onde dois deles contaram de sua
fé em Cristo e prossegui pregando uma mensagem de
salvação, explicando quem é Cristo, por que veio e
como podemos conhecê-Lo pessoalmente. Muitos des­
tes líderes atenderam ao apelo.
No decorrer da semana foram realizadas muitas
reuniões, dentro e fora do campus. Cristo foi pregado
em 28 jantares oferecidos para estudantes estrangei­
ros, e muitos deles foram levados a Cristo. Tivemos
reuniões desde o meio-dia até mais de meia-noite no
Forum da Telegraph Avenue, ponto de encontro dos
estudantes radicais, dos moradores e hippies de Berke­
ley. Cerca de 40 dos radicais aceitaram Cristo du­
rante a semana. Além disto, todas as noites, outros
1.400 estudantes se ajuntavam no Berkeley Communi-
ty Theater para ouvir a equipe da Cruzada pregar
Cristo.
Billy Graham esteve conosco no último dia. Na
manhã de sexta-feira, último dia, um café especial foi
oferecido para cerca de 300 professores no Grêmio
Estudantil. Billy pregou uma mensagem maravilhosa e
explicou o propósito daquela semana em Berkeley.
90
Berkeley: uma nova revolução
Ameaça de cancelamento
Havíamos programado uma grande reunião ao
meio dia no Greek Theater, onde o Dr. Graham e eu
pregaríamos. Começou a chover forte ao amanhecer
e a chuva continuou durante toda a manhã. Em todos
os encontros que tivemos, oramos para que Deus
parasse a chuva a tempo para a reunião. Não havia
outro lugar e o Greek Theater não era coberto. Além
do mais, muitos seriam obrigados a deixar de ouvir a
mensagem do Dr. Graham. Enquanto orávamos, a chu­
va continuava a cair. O que fazer? Certamente Deus
não nos havia preparado para uma semana tão provei­
tosa testemunhando de Cristo para, no final, deixar-
nos sem ter uma reunião apoteótica.
“Qualquer coisa que pedirdes em oração, cren­
do, recebereis... Se pedirmos qualquer coisa de acor­
do com sua vontade, Ele nos ouve... Não é da
vontade de Deus que ninguém se perca, mas que
venha ao arrependimento.” Estas e muitas outras
promessas da Bíblia foram lembradas enquanto pedía­
mos a Deus, criador do céu e da terra, aquele que
controla os homens, nações e a natureza, que inter-
viesse para a salvação das almas. Então, aconteceu: a
chuva parou. Um hino de louvor brotou expontanea-
mente de nossos corações, pois vimos que a grande
reunião no Greek Theater seria realizada, de acordo
com os planos.
Mais de 8.000 pessoas, entre estudantes e pro­
fessores, estiveram presentes. Saudei-os com uma bre­
ve mensagem e apresentei o Dr. Graham. Depois de
apresentar o evangelho com clareza, convidou-os a
entregar suas vidas a Cristo. Muito tempo depois de ter­
minada a reunião 600 pessoas, da equipe e dentre os
estudantes, estavam se aconselhando e orando com os
91
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
que permaneceram para saber como se tornar cris­
tãos. Deus havia operado uma obra poderosa na Cali­
fórnia, mas isto era apenas o começo.

Programa de acompanhamento
Depois que saímos de Berkeley, os que ficaram,
começaram um programa de acompanhamento plane­
jado para preservar e estender o impacto ocasionado.
Todos quantos haviam pedido a Cristo que entrasse
em suas vidas e aqueles que demonstraram interesse
em saber mais a respeito, foram contatados na sema­
na seguinte à convenção. Cerca de 200 dos que ti­
nham recebido Cristo participaram de um retiro para
aprender mais sobre como viver uma vida cristã abun­
dante. Muitos dos que se mostraram interessados tam­
bém participaram.
Um jornal local descreveu assim a “invasão” de
Berkeley:
“Uma organização sem paralelo. Os radicais,
acostumados a serem saudados como os melhores
organizadores, pareciam espantados com a extensão
da campanha promovida pela Cruzada Estudantil e
Profissional para Cristo para evangelizar todo o corpo
estudantil de Berkely. Grupos de delegados pregaram
e compartilharam sua fé em Cristo em mais de 70
dormitórios, agremiações, e nas proximidades dos alo­
jamentos. Outros grupos pregaram e cantaram em
restaurantes, lanchonetes e locais onde há reuniões
dos movimentos pela liberdade de palavra, e, outros
ainda, iam de porta em porta, para terem a certeza de
que nem um dos 27.000 estudantes perdera a oportu­
nidade de ouvir a proclamação do evangelho de Cris­
to.
Além da programação normal da convenção,
com palestras pela manhã e à tarde, estudos bíblicos
92
Berkeley: uma nova revolução
e reuniões de oração, o pessoal da equipe também
pregou perto de igrejas e em igrejas que estavam
participando do trabalho.
Mais da metade dos estudantes manifestou o
desejo de se tornar cristão. Um jovem do Havaí que
estava visitando Berkeley tomou sua decisão em um
restaurante depois que uma pessoa da Cruzada, duran­
te a semana, falou com ele acerca do seu relaciona­
mento pessoal com Cristo.
Naquela semana marquei um encontro com um
dos líderes do movimento radical — uma pessoa bri­
lhante, dinâmica e de boa aparência. De origem judái-
ca, tornara-se ateu e comunista. Durante anos eu
fizera a seguinte pergunta a muçulmanos, induístas e
comunistas: “ Qual a pessoa mais importante que já
houve? ” Ao fazer esta pergunta ao rapaz, houve um
longo silêncio. “Acho que devo dizer que foi Jesus de
Nazaré,” foi a resposta relutante. Esta foi uma das
pessoas, entre os milhares, que foi confrontada com o
Mestre naquela semana.
O movimento radical foi esvasiado

0 Dr. Hardin Jones, conhecido cientista e pro­


fessor de Berkeley durante 40 anos, contou-me que a
espinha dorsal do movimento radical em Berkeley
fora quebrada naquela semana, e que desde então
falou-se mais a respeito de Jesus do que sobre Karl
Marx. Há poder no evangelho. Satanás não pode su­
portar isto. Quando ele é confrontado com homens e
mulheres que crêem e obedecem a Deus, renuncia ao
território ocupado.
Ao término da convenção, mais de 700 pessoas
estavam comprometidas com Cristo e cerca de 2.000
falaram que gostariam de saber mais sobre Cristo e
como poderíam entregar suas vidas a Ele.
93
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Em outra universidade, uma “invasão” seme­
lhante foi realizada, e fomos confrontados com estu­
dantes ativistas. Foi no outono de 1970 na Universi­
dade do Texas, que tivemos uma enorme oportunida­
de de glorificar a Deus.

Operação alternativa
Enquanto os radicais planejavam uma concen­
tração contra a guerra, mandávamos 400 pessoas, en­
tre estudantes treinados e equipe, trabalhando com
100 pilotos, para apresetnar uma alternativa para a
paz. O impacto mais importante, chamado Operação
Alternativa, seria a realização de duas reuniões de
discursos livres no fim de semana, mas também have­
ría duas passeatas pelo campus, distribuição de folhe­
tos e cobertura pelo rádio e televisão.
À medida que nosso pessoal começou a chegar
vindo de Arkansas, Oldahoroa e do Texas, colhia
assinaturas perto dos refeitórios.
Na manhã seguinte todos foram ao campus car­
regando cartazes, juntando uma multidão para uma
passeata e uma grande concentração no Main Mall,
que os estudantes da Cruzada haviam reservado sema­
nas antes.
Cerca de 1000 estavam reunidos para ouvir Josh
Mcdowell, que lhes falou do que Cristo representava
para ele. Falaram, também, outros oradores.
Quando demos oportunidade de usarem o mi­
crofone, estudantes e alguns professores falaram con­
tra o cristianismo e apregoaram um radicalismo políti­
co. Quando terminaram um estudante cubano pegou
o microfone e disse: “Vocês não sabem o que estão
falando. Passei por duas revoluções —uma em Cuba e
agora outra, em Jesus Cristo.” Enquanto falava sobre
94
Berkeley: uma nova revolução
as duas, afirmou que apenas Cristo é a resposta.
No sábado, milhares de estudantes e pais teste­
munharam uma concentração parecida no West Hall.
“0 ambiente estava eletrizado”, contou-nos mais tar­
de o diretor da Cruzada na Universidade do Texas.
“Centenas paravam para ouvir, em seu caminho o
jogo de futebol. Entre outras coisas, nunca os crentes
foram tão destemidos ou unidos como estavam na­
quele momento. Os estudantes da Universidade do
Texas viram como os cristãos estavam ativos.”
Uma estação de rádio descreveu o que houve
naquela semana em seu noticiário: “A Cruzada Estu­
dantil e Profissional para Cristo esmaga o Comitê de
Mobilização Estudantil.”
Estas experiências maravilhosas do poder de
Deus foram os pontos altos do ministério nos cam­
pus. Têm revelado ao mundo que a luz de Jesus
Cristo é mais poderosa do que as trevas. Quando
volto no tempo, oro mais intensamente para que
Deus faça isto novamente no mundo inteiro. Onde
quer que a luz do amor e perdão de Deus se defronte
com o ateísmo, Sua luz o sobrepuja.

95
Vida para
a América
Um dentista de Cape Kennedy, um homem de
negócios de New Jersey e um homem com uma
família jovem na Califórnia - todos participam do
ministério chamado Vida para a América. Que
os reúne? Um dos participantes do grupo disse: “Eu
e minha esposa éramos membros de igreja, típicos,
tradicionais, medíocres, uma espécie de crentes mor­
nos. Agora que experimentamos um relacionamento
profundo com Cristo, temos ajudado outros a encon­
trar este tipo de relacionamento e vendo igrejas intei­
ras se tornarem vivas, queremos usar o resto de
nossas vidas servindo a Jesus”. É este mesmo objetivo
que une 320 membros da equipe de um ministério
chamado “Vida para a América” nos Estados Unidos
e Canadá, a despeito da variedade de antecedentes e
instrução. Orientado por Alan Nagel, este ministério
está atuando de maneira dinâmica em todo o país.
0 ministério de leigos foi uma conseqüência
direta do ministério nos campus. À medida que Deus
operava poderosamente nas vidas de milhares nos
campus universitários, leigos começavam a perguntar:
“Como se justificam os resultados miraculosos alcan­
çados pela Cruzada entre os estudantes? Será que
poderiamos ter o mesmo tipo de treinamento dado à
sua equipe e aos estudantes? ”
96
Vida para a América
Seminários de dia inteiro
Foi em 1959 que iniciei um trabalho chamado
Seminário de Leigos para Evangelização, mais tarde
batizado de Seminários de Vida Cristã, em várias
cidades do país. Desde a manhã até tarde da noite, eu
apresentava os estudos básicos de como viver a vida
cristã e compartilhar sua fé em Cristo de modo mais
eficaz. Centenas de leigos e pastores participavam
destes encontros. Pouco depois, nascia o Ministério de
Leigos, agora chamado de “Vida para a América” e
desde então, tem dado alguns dos resultados mais
animadores que já tenho visto.
Os seminários de um dia inteiro se transforma­
ram em seminários de uma semana e se espalharam
pelas cidades, abrangendo centenas de igrejas e milha­
res de leigos que assistiram aos treinamentos.
Quanto maior era a freqüência aos treinamen­
tos, mais percebíamos a necessidade de que o Ministé­
rio Leigo se transformasse em algo mais do que um
seminário de treinamento. Desde o início a igreja
local tem sido a parte mais importante da estratégia
de Deus para ajudar a cumprir a Grande Comissão.
Naquele momento estávamos descobrindo como aju­
dar a igreja local mais efetivamente. Estávamos cada
vez mais convencidos de que os pastores e leigos são
a chave para evangelizar as comunidades. Se ensinados
da maneira adequada a compreender como partilhar
sua fé no poder do Espírito, poderão ser usados por
Deus de maneira revolucionária, como o foram os
cristãos do primeiro século.
Assessorando os líderes da igreja
A função do pessoal de “Vida para a América”,
era ajudar a igreja local em duas áreas: desenvolver,
97
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
junto com os pastores e leigos, um ministério de
discipulado e, também, movimentos de multiplicação
espiritual, com grupos da liderança de comunidade
como profissionais liberais e homens de negócios.
Neste ministério relacionado com a igreja, os
leigos ajudavam os líderes da mesma a promover
métodos de discipulado que se tomassem um estilo
de vida. Além deste programa, conferências de âmbito
nacional, chamadas Seminários de Vida Cristã, foram
patrocinados por pastores e leigos. Estes seminários
davam cursos de discipulado, evangelismo para leigos
e treinamento em administração. Os cursos de admi­
nistração visavam ajudar os pastores nas reclamações
sobre ter tempo, fazendo com que aprendessem a
determinar prioridades em suas atividades além do
treinamento em discipulado e evangelização.
Um certo pastor disse: “O treinamento sobre
administração supriu uma falha no meu trabalho e em
minha vida. Saber os “como” — como estabelecer
metas objetivas e claras, prioridades, planos de traba­
lho e dividir a carga de trabalho - nos ajudará a
alcançar sucesso na construção de uma comunidade
cristã”.

Tarefas de testemunho

Faz parte integrante de nossos Seminários de


Vida Cristã, um treinamento de laboratório. Menos de
24 horas depois de chegarem para o seminário, são
ensinados como testemunhar e passam algumas horas
procurando comunicar sua fé a outros. Os resultados
são incríveis e revolucionários. Muitos, poderiamos
dizer a maioria, saem para esta primeira tarefa de
testemunhar, com os dedos cruzados. Alguns estão
apavorados. Assim me disse uma senhora: “Não vou.
98
Vida para a América
Recuso-me a ir”. Disse-lhe que não tinha que ir, que
o trabalho era voluntário e que não deveria se sentir
sob pressão. Ela continuava repetindo como se esti­
vesse em estado de choque: “Não vou, não vou”, e eu
continuava dizendo que ela não precisava ir.
Finalmente, sugeri que talvez ela devesse ir com
alguém e ouvir. Com relutância e com o rosto branco
de medo, concordou em acompanhar alguém da equi­
pe. Duas horas depois voltou cheia de entusiasmo e
contentamento. Segurou minhas mãos entre as suas e
disse: “Estou tão contente que tenha me animado a
ir. Teria sido uma grande perda não ter ido. Minha
vida foi transformada para sempre esta tarde, quando
eu vi Deus transformar as vidas dos que aceitaram
Cristo”.

Vida transformada

Em uma cidade grande, eu estava falando em ■


uma reunião para a qual haviam vindo centenas de
leigos e estudantes de todo o estado, alguns, de mais
de 600 quilômetros. Ao concluir uma das palestras,
uma pessoa importante veio rapidamente pelo corre­
dor falar comigo: “Estas foram as palavras mais im­
portantes que já ouvi em minha vida. Hoje fui liberta­
do. Participo de 12 organizações cristã, inclusive duas
de minha igreja. Tenho tentádo servir ao Senhor de
tal maneira que praticamente me esqueci de meus
negócios e minha família. Agora você disse que a vida
cristã não é o que fazemos para Deus mas o que
permitimos que ele faça através de nós; que a vida
cristã é sobrenatural e que não podemos viver a não
ser por Cristo e que esta é uma vida de fé no poder
do Espírito Santo. Tenho tentado servir a Deus na
energia da came. Agora vejo porque tenho sido tão
99

t
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
miserável e improdutivo”.
Telefonou para sua esposa contando-lhe como
havia descoberto a vida controlada e cheia do Espíri­
to Santo pela fé e insistiu para que ela viesse encon­
trar-se com ele imediatamente no treinamento. Embo­
ra tivesse compromissos ela os cancelou e veio. Na­
quela noite, ao jantar, ouvindo minha palestra final,
os dois vieram para dizer como o curso de suas vidas
tinha sido mudado por causa dos novos conceitos que
haviam ouvido.
Em um outro seminário, mal havia acabado
uma das palestras sobre o ministério do Espírito San­
to, um pastor aproximou-se. Estava se rejubilando
com o fato de que agora sabia estar cheio do Espírito
Santo, pela fé, mas também estava triste porque, a
despeito de seus estudos teológicos e anos de ministé­
rio, nunca havia, pessoalmente, levado alguém ao co­
nhecimento de Cristo. Estava bastante preocupado.
Ao conversarmos e orarmos juntos, sentí-me compeli­
do a perguntar-lhe se gostaria de ser usado por Deus
naquele mesmo dia para levar alguém a Cristo. Olhou-
me com espanto como se dissesse: “Que bobagem.
“Nunca levei ninguém a Cristo em todos estes anos,
como poderia esperar fazer isto hoje?” Sugeri que
orássemos juntos e que então ele fosse de porta em
porta, nas proximidades de sua igreja usando nossa
Pesquisa Religiosa da Comunidade, e apresentasse o
evangelho e explicasse as Quatro Leis Espirituais. Ele
concordou. Pedimos a Deus que honrasse seus es­
forços.
Imagine sua animação e alegria quando voltou
naquela tarde, mal podendo falar. Na primeira casa
que visitou encontrou um rapaz de 19 anos que
estava preparado para o evangelho e depois de uma
simples apresentação das Quatro Leis Espirituais, acei-
100
Vida para a América
tou Cristo. Não é necessário dizer que esta foi uma
experiência marcante na vida do jovem pastor.

Treinamento indireto

Um grande passo adiante no Ministério Leigo


foi dado em 1974, quando o programa que havia sido
usado foi modificado de acordo com o dr. Norman
Bell, um crente, professor de Comunicações na Uni­
versidade Estadual de Michigan, conselheiro, consul­
tor, professor e amigo do Ministério da Cruzada Estu­
dantil e profissional Para Cristo. Em uma de minhas
visitas àquela universidade conversei com o dr. Bell
sobre um novo conceito em comunicação chamado
treinamento indireto, e tornou-se claro que este pode­
ría ser aplicado ao nosso treinamento básico. Poderia­
mos treinar dez milhões de cristãos no mundo inteiro,
ao invéz dos dez mil que tínhamos treinado. Pedi,
então, ao Dr. Bell e a Chuck Younkman, diretor do
nosso ministério de mídia e à sua equipe que ajudas­
sem a adaptar o treinamento básico, que tem sido
usado com sucesso por mais de 20 anos.
A modificação utiliza slides, filmes de 16mm e
fitas. Testes mostraram que durante o treinamento,
80% das pessoas guardavam 80% da informação, se
comparado ao método de preleção normal onde o
que se guarda é, frequentemente, pouco mais de 5%.
Quando Deus nos levou a orar para que levásse­
mos o evangelho por todos os Estados Unidos em
1976, não entendíamos como isto podería ser feito.
Poderiamos dar treinamento para que muitos ajudas­
sem a Cruzada a realizar um trabalho efetivo para
Cristo, mas não víamos como fazer o mesmo para
centenas de milhares que seriam necessários para al­
cançar a nação.
101
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Quando ouvi da possibilidade de modificar o
programa de treinamento para a forma indireta, o
Espírito Santo confirmou que esta era uma parte da
resposta à minha oração para a salvação de milhares
nos Estados Unidos. Conceitos revolucionários como
“Como ser cheio do Espírito Safito” e “Como teste­
munhar no Espírito”, além dos “comos” para evange-
lizar, poderíam atingir milhões de cristãos. Não esta­
ríamos mais limitados a dar treinamento por intermé­
dio das equipes, mas leigos e pastores poderíam ser
utilizados fazendo a apresentação deste método.

Os resultados do treinamento
A princípio houve muito questionamento e ceti­
cismo. A questão era saber se o treinamento indireto
resultaria em comunicação melhor do que um profes­
sor. Larry Marks um leigo metodista de Athens, Ala-
bama, expressou o sentimento das pessoas que haviam
assistido ao treinamento: “Fiquei espantado com a
quantidade de informação que obtive e podia me
lembrar quando necessário,” disse.
Marks também contou a história de Jack, um
leigo de sua igreja, que pensava poder testemunhar
apenas pelo seu modo de viver. Depois do treinamen­
to, entretanto, mudou seu modo de pensar. Fez uma
lista de 10 amigos a quem queria falar de Cristo e em
pouco tempo seis deles aceitaram Jesus como salva­
dor.
Ken Kirby, pastor da Bryan Street Baptist
Church, em Yuzaipa, Califórnia, também mostrou seu
entusiasmo sobre os benefícios deste treinamento:
“Dá resultados,” disse. “Não o recomendaria se não
houvesse transformação real nas vidas dos leigos. Te­
nho visto o Senhor usá-lo para tornar as pessoas
102
Vida para a América
destemidas ao anunciar sua fé.”
Os que fizeram este treinamento, em Seminários
de Vida Cristã, não saem para converter pessoas ao
seu modo de pensar ou à sua filosofia de vida, ou
mesmo à sua religião, mas anunciam com intrepidez a
mais importante notícia que o mundo jamais recebeu:
a boa nova do amor e perdão de Deus em Jesus
Cristo. À medida que milhares atendem ao apelo —
não pelas suas palavras mas pelo Espírito Santo —
sentem a alegria de saber que suas vidas são importan­
tes para a eternidade.
Ocorre-me que há muitos como Pedro e João
da Bíblia, que “pescaram” homens durante anos e
estavam desanimados e abatidos. Nunca haviam pega­
do ninguém, nunca haviam levado uma pessoa a Cris­
to. Há uma solução. É preciso apenas orar e pedir
que o Espírito Santo lhe dê poder e controle sua
vida, e ao mesmo tempo entregar tudo ao Senhor.
Então, você vai aprender como compartilhar sua fé. O
Espírito Santo o capacitará a transmitir aos outros a
mensagem da salvação.
O tempo é agora: homens e mulheres nunca
estiveram mais preparados para ouvir as boas novas de
nosso Salvador. A oportunidade é agora: Seminá­
rios de Vida Cristã estão sendo realizados em todo o
país para ajudar leigos e pastores a encher suas redes
e a desafiá-los a esquecer tudo e seguir a Cristo.

103
__________ 12
Ministérios Especiais

De todos os meios usados pela Cruzada para


alcançar homens e mulheres em todos os lugares,
provavelmente o menos usual seja o de nosso repre­
sentante especial André Kole. É um dos mais famosos
ilusionistas americanos e um dos melhores inventores
de efeitos mágicos. Tem passado os últimos 20 anos
tirando moedas do ar, serrando sua assitente em duas,
transformando lenços em bengalas e escapando da
“Mesa da Morte.”
Nestes últimos 12 anos, entretanto, suas apre­
sentações tem tido como único propósito ganhar a
platéia para Cristo, usando mágica e fantasia.
Aos 25 anos, alcançara grande sucesso no mun­
do dos negócios e dos truques. Estava casado, tinha
uma família e era dono de uma casa e um carro.
Além de fazer de 20 a 30 shows por mês, era respon­
sável por uma grande corporação no Arizona, co-
proprietário de uma fazenda e de alguns prédios, e
dirigia muitas firmas no campo das diversões.
Foi, porém, desafiado a considerar os milagres
de Jesus Cristo e o que Ele tinha a dizer. “Naquela
época sentia-me muito orgulhoso de minha reputação
como mágico”, relembra André. “Nunca tinha sido
enganado por outro mágico, e não pretendia ser de­
104
Ministérios Especiais
cepcionado pelo maior ilusionista que já aparecera no
primeiro século se assim era Jesus, na realidade”.

Prova inabalável
O cumprimento de professias bíblicas, a evidên­
cia da ressurreição e a vida dinâmica de muitos cris­
tãos, que viu, finalmente o constrangeram a deixar
Cristo controlar sua vida. Porém, só depois que pas­
sou dois dias com Elmer Lappen, então diretor de
nossa equipe na Universidade Estadual do Arizona, é
que André teve uma visão da vida diferente que o
esperava. Criou uma ilustração das Quatro Leis Espiri­
tuais e convencido de que podería funcionar, juntou-
se à equipe da Cruzada em 1963.
Atualmente, passa mais de 60% do ano viajan­
do; já atuou em 73 países e foi visto por mais de 78
milhões de pessoas pela televisão, em um único ano.
Já falou a mais de 2.600 platéias em universidades e
cerca de 400 cópias de seus dois filmes estão circulan­
do pelo mundo.
A qualquer lugar que vá, sua atuação e mensa­
gem nunca falham em prender a atenção da platéia.
Em uma recente viagem de 3 meses pela Ásia, desco­
briu que “as pessoas estavam receptivas em todos os
lugares. Atuei 100 vezes diante de 110.000 pessoas e
cerca de 10.000 atenderam ao evangelho. No momen­
to, a equipe, os estudantes e leigos estão fazendo o
acompanhamento dos novos cristãos”.
Uma turnê de 3 semanas pela América Latina
em 1973 resultou em 14 convites para se apresentar
em programa de TV - nove dos quais em cadeias
nacionais e todos livres de despesas porque seriam
levados ao ar como um serviço público. Ao mesmo
tempo, multidões se aglomeravam à cada atuação.
105
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Também no campus sua popularidade continua
a crescer. Em um ano escolar se apresentou a uma
média de um milhão de pessoas semanalmente, nos
palcos e na televisão. Entre os milhares que aceitaram
Cristo por intermédio de André, acha-se um líder
estudantil em Taiwan que disse: “Sr. Kole, quando
disse que a maioria das pessoas está rindo por fora e
chorando por dentro, descreveu-me perfeitamente.
Não é apenas um retrato da minha vida mas da vida
de todos os estudantes que conheço neste campus. Só
gostaria de tê-lo ouvido há uma semana ou mes­
mo há um dia atrás”. Outro disse: “Há 11 anos
que sou cristão mas deixei Cristo fora da minha vida
quando vim para a faculdade. Há cerca de um ano
tentei o suicídio; não achava nada por que valesse a
pena viver. Desde então estou fazendo análise, mas
depois da noite passada não preciso mais dela. Obriga­
do, agora eu sei que tenho Cristo. Obrigado por
mostrar minha necessidade”.
Pesquisando em 73 países, André aprendeu que
a maioria dos truques e ilusões são atribuídos ao
sobrenatural (feitiçaria e ocultismo), embora realiza­
dos por meios naturais. A única coisa que o homem
não pode reproduzir é a realidade do relacionamento
com Jesus Cristo. Eis porque ele vibra com a possibi­
lidade de usar sua capacidade com um propósito
eterno. A todos os lugares que vai, desafia homens e
mulheres a viverem suas vidas para Cristo. “Sempre
achei que Deus usa as pessoas que o mundo considera
pouco prováveis. Se Deus pode usar um mágico para
atingir seu propósito, pode usar qualquer pessoa”.
Ministrando para um grande público
Além de André, Deus tem usado Josh McDo-
well para ministrar a um grande número de pessoas.
106
Ministérios Especiais
Por um período de 12 anos, Josh viajou a 530 cam­
pus em 53 países e falou para um público estimado
em mais de cinco milhões de pessoas.
Formado pelo Seminário Teológico Talbot, Josh
mantém os estudantes interessados em sua mensagem
com evidências históricas, científicas e bíblicas bem
documentadas, para fundamentar a fé cristã. Entrega-
se totalmente à sua argumentação, caminhando e ges­
ticulando entusiasticamente, brinca com as pessoas e
conta-lhes incidentes de seu passado. Sua retórica é
direta e não mede as palavras para refutar uma idéia
errônea.
Suas mensagens raramente deixam de atingir o
objetivo. Um estudante que ouviu sua palestra sobre
“Sexo ao Máximo”, comentou: “Ele deu uma visão
muito saudável sobre sexo e namoro como eu nunca
tinha ouvido antes”.
Certa vez, 4.500 estudantes foram ouví-lo falar
sobre “Sexo ao Máximo” na Universidade Estadual de
Kansas, representando cerca de um terço do corpo
discente. Mais ou menos 400 deles preencheram car­
tões contando que haviam aceito Cristo naquela
noite.
Na Universidade Estadual de Louisiana, 9.000
estudantes foram ouví-lo quando foi ao campus e 900
deles anotaram nos cartões que haviam aceito Cris-
do.

Preparação e oração

Fatos assim não acontecem sem uma participa­


ção efetiva dos estudantes e muita oração. Os estu­
dantes da Faculdade Estadual de Louisiana, dois me­
ses antes de sua visita, iniciaram uma campanha pre­
paratória entrando nas salas de aula e escrevendo nas
107
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
lousas “Josh está chegando”.
A campanha do quadro negro seguiu-se a de
anúncios no jornal local com os dizeres “Josh em
janeiro”. Logo depois do Natal, quando são feitas as
matrículas para o semestre seguinte, colaram 150 car­
tazes pintados à mão e penduraram bandeirinhas que
diziam: “Josh estará aqui dias 21, 22, e 23 de janei­
ro”.
Dias antes de sua chegada, sua identidade foi
revelada. Pediu-se aos professores permissão para fazer
avisos nas classes, líderes estudantis foram convidados
para um jantar e todos os detalhes à respeito da visita
foram publicados.
A respeito de toda a organização prévia, proble­
mas de última hora surgiram, o que possibilitou ao
pessoal da equipe demonstrar sua confiança em Deus
para solucionar o que parecia insolúvel. Um erro na
programação do departamento de atletismo quase
obrigou a realização das conferências ao ar livre, no
inverno, no Estado de Wisconsin. Enquanto os outros
oravam, o responsável pela vinda de Josh conversou
com o diretor de atletismo e este resolveu cancelar os
jogos de basquete feminino e junior para que as
reuniões pudessem ser feitas no ginásio. O contrato
foi assinado dois dias antes da chegada dele.
Na Universidade de Illinois, o auditório já esta­
va reservado e o aluguem, 1.000 dólares por noite,
estava muito além do orçamento de Josh. Não havia
outro lugar no campus para acomodar todos os estu­
dantes esperados. Oração provou ser a resposta.
“Enquanto orávamos sobre o assunto”, disse
um estudante de Illinois, encarregado dos preparati­
vos, “Deus desmarcou a outra reunião e nos deu o
auditório de graça” ! Simplesmente dissemos: “Está
certo, Senhor, resolva isto”, e foi o que Ele fez. “O
fato serviu para edíficar a minha fé” .
108
Ministérios Especiais
Além de palestras em universidades, Josh. tam­
bém tem feito conferências para leigos. Escreveu mui­
tos livros, entre eles “Evidência que exige um veredic­
to” e “Mais evidências que exigem um veredicto”, que
estiveram na lista de livros cristãos mais vendidos.
Participou, também, da produção de um filme “0
segredo do amor”, que foi apresentado pela televisão
em muitas cidades nos Estados Unidos.

Ministério de teatro

Outro ministério especializado da Cruzada Estu­


dantil e Profissional para Cristo é o de teatro. Inicia­
do em 1974 por Jeff Taylor, atua em igrejas, nas
universidades e em trabalhos evangélicos nas ruas.
Destacam-se as produções “Changing Faces”, um tes­
temunho apresentado por um dos artistas; “0 Virgí­
nia”, que retrata a vida e a fé cristã de um patriota
revolucionário Patrick Henry”; “The Toy Shop” e
“The Pandemonium Parables”, uma dramatização de
algumas parábolas do Novo Testamento.
Em 1978 o grupo de teatro apresentou-se na
Irlanda para cerca de 3.000 estudantes em uma excur­
são de um mês. A apresentação de “The Pandemo­
nium Parables” no Carysfort Teacher Training College
foi um dos pontos altos da viagem. Cerca de um
terço do corpo discente assistiu à peça, que foi inter­
rompida várias vezes por causa dos aplausos, e muitos
livretos das Quatro Leis Espirituais foram usados.
Houve muitas oportunidades de conversar individula-
mente com os estudantes e alguns assuntos foram
discutidos durante horas.
109
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
O evangelho através da multimídia
A Projeto Paragon é outro ministério que atinge
um grande número de pessoas. Uma produção de 45
minutos, constitui-se em uma apresentação eficiente
do evangelho e um instrumento dinâmico de evangeli-
zaçâo e acompanhamento de convertidos. Nove proje­
tores mostram imagens que mudam rapidamente, sin­
cronizadas a músicas contemporâneas, em 3 telas.
Por serem simples tomadas e nâo um filme,
podem ser mais abstratas, pulando de uma cena para
outra, permitindo que o espectador preencha as lacu­
nas com pensamentos e experiências passadas.
As apresentações confrontam as pessoas com
questões sobre a vida, a morte e Jesus Cristo. “Se eu
devesse morrer” conta a história de um jovem casal
que vivia despreocupadamente e, em uma colisão,
foram mortos. “Como está sua vida amorosa? ” Co­
meça com um comentário jocoso a respeito do amor.
£ a história de um estudante e sua procura de realiza­
ção através do “amor ideal”, que, terminando, culmi­
na em depressão e suicídio.
Juntos, “Se eu devesse morrer” e “Como está
sua vida amorosa? ”, já foram apresentados a mais de
25 milhões de pessoas nos primeiros três anos e meio
de exitência do Projeto Paragon. Mais de 27.000
espectadores disseram que deram seu primeiro passo
em direção à Cristo durante a projeção.

Realização de um sonho
A primeira vez que Helmut Teichert pensou em
uma apresentação do evangelho por intermédio de
slides foi logo depois de se converter, no primeiro
ano de faculdade. Com a ajuda de outros 3 amigos,
110
Ministérios Especiais
Teichert começou a trabalhar: os slides mostravam
cenas do Vietnam, problemas de drogas e de ecologia
e oferecia a solução em Jesus Cristo. No verão
seguinte a equipe do Projeto Paragon trabalhou com
afinco para produzir outra projeção, que foi a espinha
dorsal do atual “Se eu devesse morrer”. O grupo fez
a primeira apresentação de um terceiro trabalho na
EXPLO‘72, em Dallas para uma multidão de 5.000
pessoas.
Teichert e sua esposa, Laney, continuaram a
desenvolver o Projeto Paragon em casa, enquanto tra­
balhavam em sua fazenda. Em muitas de suas apresen­
tações viram que cerca de 25% das pessoas atendia
ao apelo de aceitar Cristo e que havia necessidade
de disdpular estes novos crentes, o que não poderíam
fazer sozinhos. Este fato levou-os a perceber que seu
projeto deveria fazer parte de um ministério como o
da Cruzada, que daria o acompanhamento necessário.
Depois de se inscreverem para participar de nos­
sa equipe a serem aceitos os Teicherts passaram a perten­
cer aos Ministérios Especiais para trabalhar em seu
próprio projeto. Desde a criação das apresentações, já
viajaram pelos Estados Unidos e Canadá, visitando
não só as universidades mas também igrejas, colégios,
acampamentos, penitenciárias e bases militares.
As pessoas questionam os assuntos apresenta­
dos. Um estudante comentou: “Há 19 anos que pro­
curo alguém que me ame. Hoje sei que, finalmente,
encontrei Jesus, que agora vive em mim”. Outro dis­
se: “Como cristão, eu sempre soube para que fora
salvo, mas nunca pensei sobre do que fui salvo. Esta
noite percebi que preciso começar a falar de Jesus às
pessoas que amo, mesmo que não seja fácil para
mim”.

111
A "Aventura
Estudantil”
Scott Phillips era um estudante do colegial da
Escola Princeton, em Cincinnati, Ohio, ardoroso, fran­
co e rebelde. Aos olhos de muitas pessoas era um
sucesso. Um arqueiro violento no time de futebol,
também jogava tênis e participava de outras atividades
escolares.
Estava, porém, envolvido com outras coisas
pouco recomendáveis: bebia e fumava maconha. “Eu
era um selvagem”, ele conta. “Quando quase fui pre­
so por posse de maconha, fiquei desiludido com a
minha vida. Vi que não estava caminhando na direção
certa”.
Alguns de seus amigos aceitaram Cristo por
intermédio do grupo da Cruzada e ele começou a
prestar atenção. Depois de 5 meses percebeu que não
conhecia Cristo e só depois de mais um mês é que
abandonou tudo e converteu-se.
Russ Bannister, participante da Aventura Estu­
dantil, começou a ajudar Scott em seu crescimento
espiritual e levou a tarefa a fundo. Anos depois, Scott
voltava para casa nas férias de verão e liderava um
ministério de 60 estudantes. Também levou uma dele­
gação para assistir a uma conferência da Aventura
Estudantil nas Montanhas Rochosas, e discipulou vá­
112
A Aventura Estudantil
rios estudantes, entre os quais, seu irmão.
Pessoas como Scott revelam o potencial de estu­
dantes do curso colegial para promoverem impacto
em seu ambiente, que é cheio de realidades cruéis.
Mais de 5.000 adolescentes cometem suicídio anual­
mente. Uma pesquisa realizada pela Universidade de
Michigan revela que quase 62% dos adolescentes estão
envolvidos com alguma droga, enquanto 38,7 por
cento contam terem tomado cinco ou mais doses
seguidas de bebidas alcoólicas em um fim de semana.
Relações sexuais também predominam entre eles e
um terço de bebês brancos e 83% de bebês pretos são
ilegítimos.
Depois de 15 anos de ministério entre os estu­
dantes universitários, a entrada oficial da Cruzada
neste campo, problemático e confuso, deu-se em
1966. Por esta época muitos estudantes universitários
que haviam sido alcançados para Cristo pela Cruzada
estavam voltando para suas comunidades e procura­
vam organizar reuniões entre os jovens do colegial, e
começaram a funcionar grupos extra-oficiais. Não po­
díamos fiscalizar nem colaborar a menos que criás­
semos um programa organizado especialmente para
eles.
Para evitar conflitos e desentendimentos, mar-
quei um encontro com Bell Starr, presidente do Vida
Jovem e com Sam Wolgemuth, presidente da Mocida­
de para Cristo. Ambos foram corteses e calorosos.
Lembro-me de Bill Starr dizer, o que acredito tam­
bém expressava o pensamento de Sam Wolgemuth:
“Bill, estamos atingindo talvez um por cento dos
estudantes dos Estados Unidos. Seria ingenuidade de
nossa parte dizer que não há espaço para a Cruzada
alcançar os jovens do colegial. Apenas pedimos que
coopere conosco, que trabalhe conosco, que seja cui­
dadoso com o que está pensando em fazer, para não
113
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
cometer erros”.
Oramos juntos e desde então a Cruzada tem
trabalhado com afã para expandir seu ministério entre
seus estudantes.
Assim, o Ministério para o Colegial, denomina­
do ‘‘Aventura Estudantil”, começou sob a orientação
de Carl Wilson. Atualmente, como então, a estratégia
visa todos os participantes do mundo estudantil —
atletas, conselhos, presidentes de clubes, torcedores,
todos enfim. Quando alguns líderes são alcançados,
outros os seguem. Uma das coisas que impede os
estudantes de aceitarem Cristo é o medo de rejei­
ção, mas quando ficam sabendo que alguém a quem
admiram tomou posição ao lado de Cristo, sentem
liberdade de fazer o mesmo.
Pessoas da equipe conversam com os alunos
antes e depois do horário escolar e, algumas vezes,
durante o horário de almoço. Em uma escola só de
pretos em Atlanta, havia tanta gente querendo con­
versar com uma moça que esta pediu a outra garota,
uma crente nova, que a ajudasse falando com outras
duas. Carla leu o folheto das Quatro Leis Espirituais
para elas e estas aceitaram Cristo. Achando que os
estudantes estavam zanzando pelo corredor, o secretá­
rio perguntou-lhes o que estavam fazendo e Carla
explicou-lhe que estava compartilhando com as garo­
tas um folheto sobre Jesus e se ele gostaria de saber o
que continha. “Não vai me machucar se eu ouvir”,
respondeu e no corredor aceitou a Cristo como Salva­
dor.
Membros da equipe, muitas vezes, fazem pesqui­
sas ou realizam reuniões com times esportivos ou
agremiações, falando de Jesus a um grupo de estudan­
tes. A equipe procura ganhar e discipular aqueles que
serão fiéis em seu andar com Deus e destemidos no
testemunho diante dos colegas. Mike, um estudante
114
A Aventura Estudantil
de Chattanooga, no Tennessee, era um destes. Diante
de 50 jogadores de futebol e das torcedoras, convidou
cada um para encontrar-se com ele e discutir sobre
o relacionamento que tinham com Deus. Mike disse:
“Sei que muitos de vocês usam Deus como um
talismã antes do jogo, e alguns oram quando estão em
dificuldades, mas quero que saibam que conhecê-Lo é
muito mais que isso. Quero falar com cada um que
esteja interessado em desenvolver um relacionamento
pessoal com Jesus Cristo”.
No momento, a equipe da “Aventura Estudan­
til”, formada por 225 pessoas mais os voluntários,
está ministrando em mais de 175 escolas em 181
regiões metropolitanas do país, alcançando mais de
100.000 estudantes por ano. “Nossa meta principal é
ajudar a pregar a mensagem do amor de Cristo em
todas as escolas dos Estados Unidos”, diz Chuck
Klein, diretor da Aventura Estudantil. Por volta do
ano 2000 os planos são de atingir 3.800 escolas.
A equipe faz, também, um acompanhamento
pessoal para ajudar no crescimento espiritual dos no­
vos crentes, reuniões de discipulado e conferências,
chamadas de Largada, onde agrupam, no verão, os
estudantes para uma semana de desafio em quatro
lugares diferentes do país. Algumas destas reuniões
têm atraído cerca de 1.000 estudantes e seus líderes.
Kathy Schmid, professora de educaçãci física,
por três anos consecutivos, levou estudantes à “Larga­
da”. “A Largada”, ela diz, “oferece um ambiente
onde eles podem conhecer Deus além do nível
superficial, ambiente onde todas as distrações, como
som e outras, ficam de fora”.
Este projeto envolve voluntários, residentes,
professores, simpatizantes e leigos no ministério. A
“Aventura Estudantil” ajuda estas pessoas, que de­
sempenham papéis importantes na comunidade, a assu­
115
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
mir maior responsabilidade em levar o evangelho até
as escolas. Conferências como a Convenção Nacional
para Discipulado nos Colégios oferecem os recursos e
o treinamento necessários para preparar as pessoas a
ministrarem aos estudantes.
Em 1985, a equipe da “Aventura Estudantil”,
trabalhando em conjunto com a Mocidade para Cris­
to, patrocinou outro tipo de conferência. Chamado
de Congresso da Juventude’85, esta convenção levou
20.000 estudantes para a capital do país com o obje­
tivo de motivá-los e equipá-los para a tarefa de alcan­
çar sua escola - e seu mundo —para Jesus Cristo.
Este trabalho tem o compromisso de ajudar
outras organizações cristãs, igrejas, voluntários, profes­
sores e pais. O compromisso é grande, mas a causa é
maior ainda: alcançar uma geração. Chuck Klein des­
creve este ministério como um investimento no futu­
ro de nossa cultura: “Estamos lidando com pessoas
que estão formulando valores para toda a vida. Em
qualquer movimento que vise transformar o mundo,
os jovens terão de ser o alvo principal”.
Podemos transformar não só as vidas dos jo­
vens, mas, também, influenciar famílias inteiras. Em
um programa realizado em março de 1984, em San
Diego, 1.300 estudantes e seus pais assistiram a uma
apresentação de André Kole, um dos maiores ilusio­
nistas americanos, patrocinada pelo “Aventura Estu­
dantil”. Cerca de 258 pessoas escreveram em cartões
que haviam orado para aceitar Cristo. Um destes foi
Rob, de uma das escolas da região. Quando um dos
membros da equipe foi conversar com ele para firmá-
lo em sua decisão, descobriu que sua mãe e duas
irmãs também haviam tomado a decisão por Cristo
aquela noite.
Os pais percebem quando a vida de seus filhos
são transformadas por Cristo. Uma mãe conta: “Pete
116
A Aventura Estudantil
realmente está vivendo uma vida cheia do Espírito”.
Os pais de Kenny ficaram preocupados, no prin­
cípio, com medo que ele se envolvesse tanto com a
Cruzada que deixasse sua igreja. Em vez disto, Kenny
e outros estudantes, desejosos de passar a outros as
verdades que haviam aprendido, assumiram mais res­
ponsabilidades na igreja local.
Outra mãe comentou: “Nunca vi jovens como
estes — vivendo de acordo com suas crenças. A equi­
pe da escola, por certo, está enviando missionários
para a eternidade”.

117
Treinamento básico
para militares
A previsão bíblica é de que ouviremos de guerras e
rumores de guerras. Na condição em que o mundo se
encontra, sabemos que quando esfria uma situação,
outra pega fogo em seu lugar, exigindo um exercício
sempre equipado. Ele precisa ouvir uma pregação
clara do evangelho.
0 ministério entre militares começou em 1966,
logo depois que eu fui convidado a pregar em uma
congregação fundada por um homem que trabalhava
com imóveis. Este simpático senhor sulista, Coronel
da Reserva da Força Aérea Americana, John M. Fain,
servira com o General Douglas MacArthur na 5.a
Força Aérea no Pacífico, durante a II Guerra Mun­
dial, e, no momento, estava empenhado em levar
outros ao evangelho.
Depois de pregar em sua igreja, onde um bom
número de pessoas se converteu, o coronel Fain con-
tou-me como foi acordado no meio da noite, sentin­
do-se constrangido pelo Senhor a pedir-me que come­
çasse um trabalho da Cruzada entre os militares.
Acrescentou que estaria disponível para trabalhar on­
de o Senhor o colocasse.
118
Treinamento básico para militares
Alcançando os militares para Cristo

Este fato despertou-me, pois há muito tempo


me interessava pelo assunto; já havia falado em reu­
niões específicas para militares e achava que eram
muito abertos para o evangelho. Algum tempo depois
pedi ao Cel. Fain que fosse até Arrowhead Springs
para orientar uma programação específica para milita­
res por intermédio da Cruzada.
Atualmente, este ministério tem expansão mun­
dial. Já distribuiu centenas de milhares de cartas de
Van Dusen e livretos das Quatro Leis Espirituais em
várias bases militares no país e no mundo.
Muitas pessoas que não serviram ao exército
pensam nos militares como homens uniformizados
usando armas sofisticadas; nós vemos os alojamentos
como comunidades muito especiais — são cidades em
si mesmas, com bibliotecas, recreação, força policial,
assistência médica e comércio. Alguns possuem até
escolas.
O desafio, portanto, é atingir cada indivíduo
com a realidade de Cristo. A população dos quartéis é
constituída por mais rapazes solteiros que as comuni­
dades civis, com um contingente crescente de moças
solteiras, além de vilas militares onde moram casais
com filhos.
Além de viverem em uma comunidade diferen­
te, os cristãos militares têm uma oportunidade ímpar
de comunicar sua fé em suas bases no estrangeiro,
pois os Estados Unidos possuem-nas em várias partes
do mundo, o que possibilita a um rapaz ou moça
crente tomar-se um missionário naturalmente, pelo
fato de trabalharem para o Governo. Muitos países
enviam seus soldados para treinamento especial nos
Estados Unidos, e os militares americanos podem al­
cançá-los para Cristo.
119
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Por causa destes fatores, o ministério entre os
militares enfatiza o treinamento do pessoal militar.
Quando um homem sai de uma base, queremos que
tenha um relacionamento forte com Cristo e quando
chega à sua nova base queremos que seja capaz de
planejar sua própria estratégia para ganhar os homens
dali para Cristo e tomá-los discípulos, que, por sua
vez, possam alcançar outros mais.
Sob a liderança do Cel. Glenn Jones, antigo
executivo assistente do Presidente da Junta do Esta­
do Maior, nossa equipe militar está promovendo um
impacto nas bases militares, levando o evangelho a
mais de 2.100.000 homens.
Trabalhamos com a permissão do capelão e,
muitos, acolhem bem nossa assistência e, juntos, de­
senvolvemos planos para ganhar a base. Estudos bíbli­
cos, grupos de trabalho, oração, planejamento e teste­
munho pessoal preenchem os dias dos membros da
equipe, que ao mesmo tempo trabalha com os já
comprometidos com Cristo, treinando-os e fortalecen­
do-os na fé.
“Agradeço à Cruzada por nos ajudar a assentar
os alicerces de nossas atividades”, disse o capelão
James Eastland.
O capelão do exército, John DeSeager explicou
que o trabalho da equipe no ministério militar é uma
extensão de suas atividades eclesiásticas: “Por causa
de minhas ocupações, muitas vezes eles são meus
olhos, ouvidos, mãos e pés”.
Métodos de evangelização de massa também são
utilizados e centenas de homens e mulheres ouvem o
evangelho. Corais se apresentam em bases militares e
os Atletas em Ação fazem demonstrações com seus
times. Depois destas reuniões, os que aceitam Cristo
ou mostram interesse em aprender mais a respeito
dEle são contatados para acompanhamento pessoal.
120
Treinamento básico para militares
Com freqüência, Seminários de Leigos para
Evangelização são realizados para homens e mulheres
engajados. Skip Cannevit, um oficial não-comissiona-
do, caiu em si depois de assistir a apresentação de um
conjunto musical da Cruzada: “Eu estava assistindo
ao concerto, quando um dos participantes da equipe
veio falar comigo. Disse-lhe que era cristão, mas sen­
tia-me frustrado com minha fé. Ele convidou-me a ter
vida e então compreendí que, até então eu não havia
entendido o que era a vida cristã, pois estava tentan­
do andar no Senhor com a minha própria força e em
meus termos”. Skip tomou-se ativo em um grupo de
trabalho de sua base e começou a procurar outros
cristãos frustrados ou não-cristãos.

Retiros de fim de semana


Os fins de semana nas bases são usados para
recreação ou treinamento intensivo pelo ministério
entre os militares, espedalmente se o capelão e a
equipe da Cruzada programaram uma “Largada” ou
um retiro. Depois de um retiro de fim de semana, 9
pessoas aceitaram Cristo como Salvador pessoal, 32
dedicaram novamente suas vidas a Cristo e 13 de­
monstraram vontade de dar tempo integral para a
obra. Por intermédio destas e outras atividades, milha­
res de militares estão atendendo ao chamado do Se­
nhor.
As equipes deste ministério também oferecem
assistência aos capelães fazendo com que funcionem
de modo efetivo os programas aclesiásticos, discipu-
lando a congregação e tornando-a capaz de evangeli-
zar. Durante as campanhas de “Vida para a América”,
em 1976, muitos capelães ajudaram na tarefa de im­
pregnar suas bases com a mensagem do evangelho;
121
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
isto também está acontecendo nas bases do exterior,
ao lado dos movimentos do “Vida Para.. que estão
sendo realizados.
Nada pode ilustrar com tanta realidade a eficá­
cia deste trabalho como a história de uma vida trans­
formada. “Durante toda a minha vida procurei aven­
tura. Pilotar aviões de caça como oficial naval pare-
cia-me a resposta para o momento — além do prestí­
gio e segurança material. Mas a minha ânsia por ação
verdadeira não era satisfeita por combates e viagens
pelo mundo. Assim minha esposa e eu iniciamos uma
busca realista e prática de algo em que valesse a pena
investir nossas vidas para Nosso Senhor Jesus Cristo.
Tomamos conhecimento da Cruzada Estudantil e Pro­
fissional para Cristo e vimos as vidas transformadas e
movimentadas de alguns casais da equipe: aí tivemos
a resposta. Encontramos a atividade que procuráva-
mos: participar, em tempo integral, em uma equipe
da Cruzada”.

122
Ministério de Música

A música é uma linguagem universal e milhares


têm aceito Cristo e dedicado suas vidas ao seu senho­
rio por intermédio de nosso ministério de música.
O desejo de fazermos tudo para todos resultou
na formação de um grupo musical da Cruzada, cha­
mado New Folk e do início do ministério.
Em 1966, cerca de 200 pessoas, entre equipe e
estudantes, reuniram-se na Universidade Estadual de
Ohio para a Operação Otherside, planejada para alcan­
çar o campus, que contava com mais ou menos
40.000 alunos, com a mensagem de Cristo. Lá ouvi
um excelente conjunto chamado “Os Menestréis de
Cristo”, vindo da Universidade de Minnesota e que
fazia parte do grupo que atuava ali, sob a direção de
Ted Martin, então nosso diretor regional. Os integran­
tes do conjunto perguntaram se havería lugar para
eles em nosso ministério. Enquanto conversávamos e
oravamos sobre o assunto, senti-me compelido a con­
vidá-los a irem a Arrowhead Springs naquele verão,
para treinamento.
Durante o verão, o nome foi mudado para
“New Folk” e, depois da temporada, sairam para sua
primeira viagem visitando 125 faculdades de 27 Esta­
dos, e cantando para cerca de 250.000 pessoas. Deus
123
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
abençoou seu ministério de maneira impressionante, e
milhares de alunos foram levados ao Salvador por
meio dos concertos.

Expansão para o exterior


A partir de 8 cantores do primeiro grupo, o
ministério de música cresceu e agora temos mais de
10 conjuntos que se apresentam não só nos Estados
Unidos mas também no exterior.
“Os Forerunners”, conhecido como o conjunto
mais espetacular da Europa, tanto entre os cristãos
como no meio secular, apresentou-se de 1967 a 1974.
Em uma de suas viagens à Finlândia, cantaram para
uma média de 1.000 a 2.000 pessoas por dia. A
platéia, pressurosamente, fazia perguntas a respeito de
sua fé em Jesus Cristo, quando acabava a apresenta­
ção. O líder de movimento humanista, formado por
jovens, contou que, a despeito de todos os seus esfor­
ços para encontrar realidade e sentido em seu traba­
lho para melhorar a condição humana, sentia que
ainda havia um vazio em tudo e, depois de aceitar
Cristo, escreveu: “Vocês e sua música atingiram-me
como nada o conseguira até então. É um grande
alívio haver encontrado a resposta”.
Outro grupo, “Os Crossroads”, viajou pela Ásia
em concertos evangelísticos. Na Melásia levaram mais
de 18.000 pessoas a dois concertos — foi a maior
reunião do cunho cristão havida naquele país nos
últimos cem anos. No total, apresentaram-se diante de
2.500 ouvintes em uma viagem de 7 dias.
Depois de um dos concertos na Malásia, uma
jovem muçulmana chamada Nari pediu a um dos
cantores que lhe explicasse a diferença entre o cristia­
nismo o islanismo. Conversaram sobre a singularidade
124
Ministério de Música
de Jesus e, no dia seguinte ela falou com outra pessoa
que lhe contou porque tornara-se cristão, embora
fosse de origem muçulmana. Depois de 3 longas con­
versas, Nari aceitou Cristo. Mais tarde receberam cartas
contando sobre as mudanças havidas em sua vida
desde que aceitara Cristo como o caminho para
Deus.
No mesmo concerto, um estudante budista que
estava “cansado de rezar para uma parede de estátuas
de pedra” aceitou Jesus por intermédio de um dos
cantores. Pouco antes da partida do grupo, manifestou
sua ansiedade de compartilhar sua experiência com
seus pais, budistas.
O grande impacto produzido pelo grupo, em
nome do Senhor, tomou-se evidente pelos resultados
de uma viagem à Ásia realizada entre julho de 1976 e
maio de 1978. Visitaram 8 países, cantaram em 300
concertos, apresentaram o evangelho para 256.000
pessoas e viram 20.413 tomarem a decisão de aceitar
Cristo como Salvador.
Em incursões internacionais, o grupo americano
do Ministério de Música tem viajado para outros paí­
ses em concertos evangelísticos e promocionais, estes
planejados para arregimentar pessoas que queiram nos
ajudar a propagar a mensagem do evangelho, de forma
intensiva, em qualquer cidade ou país.
Em uma viagem destas, para as Filipinas, para
participar de uma campanha de “Vida para Manila”,
testemunho pessoal depois dos concertos e em outras
ocasiões, a equipe de música falou com mais de 900
pessoas. Cerca de um terço destas decidiu-se por Cris­
to. Certa vez, alguém da equipe começou a ler em
voz alta o livreto das Quatro Leis Espirituais para um
pequeno grupo, e 8 dos 14 estudantes que ouviam
aceitaram a Cristo como seu Salvador. Um total de
mais de 12.000 pessoas assistiram os 24 concertos e,
125
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
destas, mais de 2.000 se inscreveram para um treina­
mento que seria dado na campanha “Vida para Mani­
la”, em uma viagem de 19 dias.

Famintos de Deus
Grupos de cantores nos Estados Unidos também
notaram que as pessoas têm fome de Deus, pois viram
milhares de indivíduos se entregarem à Ele. Em uma
das apresentações do “New Folk” em um colégio, de
600 alunos presentes, 260 aceitaram a Cristo e 125
outros demonstraram vontade de conversar mais à
respeito do assunto.
Cada um dos grupos musicais criou um estilo
diferente para se apresentar a platéias variadas: leigos,
alunos de colégios e faculdades, militares e detentos.
Além da importância evangelística do ministé­
rio, dá-se ênfase ao discipulado. Alguns grupos viajam
para regiões determinadas para que haja oportunida­
de de dar um atendimento pessoal às pessoas a quem
levaram a Cristo durante os concertos. Para promover
o discipulado, um programa de acompanhamento é
planejado junto com o diretor local da Cruzada, para
ser realizado depois que terminam as apresentações.
Parte do programa de discipulado consiste em
ensinar como usar os talentos individuais para falar de
Cristo. Seminários de Música para evangelização, diri­
gidos por pessoas da equipe, ensinam aos interessados
em música como compartilhar sua fé e como organi­
zar um programa evangelístico.
O objetivo do Ministério de Música é apresentar o
amor imutável de Deus e a mensagem emocionante de
Jesus Cristo por intermádio da música. Sua expressão
criativa exerce uma influência que rompe barreiras e
torna fácil a comunicação em todo o mundo.
126
Ministério de Música
Cada programa musical é planejado para apre­
sentar Cristo através de um ritmo familiar aos ouvin­
tes, seja folclórico, rock leve, comtemporâneo ou clás­
sico. A finalidade principal é transmitir a realidade de
Cristo para cada pessoa na platéia.
Um estudante, depois de um concerto musical,
disse: “Todos os grupos profissionais importantes en­
tulharam minha mente com perguntas. Este grupo satis­
fez-me com suas respostas”.

127
Atletas em ação

Os atletas têm desempenhado um papel impor­


tante no ministério da Cruzada, desde seu início. Nos
primeiros anos, Donn Moomaw, Bob Davenport, Don
Shinnick, o campeão olímpico do decatlo Rafer John­
son e muitos outros, por todo o país, têm participado
ativamente em levar outros atletas para Cristo e, por
intermédio destes, um segmento maior da sociedade.
Um dos primeiros atletas a aceitar Cristo e a
se tornar participante do movimento foi Donn Moo­
maw, jogador de futebol no time da UCCA e ganha­
dor do prêmio All American em 1952. Desistiu de
uma carreira promissora como profissional para se
tomar pastor presbiteriano. Explicando porque tomou
esta decisão, Moomaw disse: “Estou jogando na uni­
versidade de Deus, agora. A emoção temporária das
conquistas esportivas e o aplauso das multidões não se
comparam com o desafio e as emoções de compar­
tilhar Cristo com outros” .
A influência de Donn em relação ao cristianis­
mo fez-se sentir no mundo inteiro. Encontrei-me com
um importante executivo, jovem, membro da igreja
de Donn, cuja atividade profissional o levava a viajar
muito. “Eu era um ateu, até conhecer Donn Moo­
maw”, falou. Por causa de sua vida e ministério
128
Atletas em ação
convecí-me que Cristo é o caminho único para Deus”.
O artigo dos Los Angeles Examiner, de 27 de
dezembro de 1954, trouxe um artigo de página intei­
ra com o testemunho de 9 atletas do grande time de
futebol da UCLA, o campeão daquele ano. Todos
eram participantes ativos da Cruzada e dentre eles, 4
haviam recebido medalhas do “All-American” no tem­
po de faculdade.

Prêmio Warner
Um dos pontos altos de minha experiência com
estes atletas foi o do dia em que Bob e Barbara
Davenport deram-me uma caixinha embrulhada para
presente. Bob era um dos maiores atletas da UCLA e
ganhara medalhas do “All-American” em dois anos e
era o diretor do grupo de alunos da Cruzada. Ao
abrir a caixa, deparei-me com um lindo relógio. Fi-
quei muito contente mas não podia imaginar porque
me estavam oferecendo um presente tão caro. Bob,
então, disse para olhar o que estava escrito atrás:
“Bob Davenport, prêmio Warner, 1955, para Bill, de
Bob e Barbara Davenport”. Olhei para ele espantado,
porque aquilo queria dizer que ele estava me dando
seu prêmio mais cobiçado, um dos mais valiosos, ao
lado do troféu Heisman, que só um atleta da Costa
Oeste pode receber. Disse: “Bob, eu não posso aceitar
isto, pois é algo que você deve conservar ou dar para
seu filho”.
Eles queriam me dar o relógio em gratidão e
amor pelo que Vonette e eu fizêramos por eles,
ajudando-os a conhecer Cristo como parte essencial
de suas vidas. Pode-se imaginar como me senti como­
vido com o fato e, naquele momento, agi como
sempre ajo quando meu coração se enche de alegria e
129
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
gratidão e não tenho palavras para expressar a emo­
ção: sugeri que orássemos. Ajoelhamo-nos e oramos
para que em minhas viagens pelo país, Deus usasse o
relógio de Bob como um meio de contar as boas
novas de nosso Salvador. Deus respondeu, muitas ve­
zes, àquela oração.
Por exemplo, ao visitar a Universidade Estadual
de Michigan, encontrei um calouro que era um craque
do futebol e ganhara medalhas do “All-American” no
colégio e na Faculdade da Califórnia. A primeira coisa
que me perguntou foi: “Conhece Bob Davenport”?
Disse que sim e perguntei-lhe se o conhecia. “Não,
mas sou seu fa há muitos anos” foi a resposta.
Certa vez Bob Davenport falara na assembléia
de sua escola de tal maneira que o deixara muito
impressionado. Sabendo que Bob nunca fala a menos
que possa testemunhar de Cristo, perguntei se ele
havia contado de sua fé em Cristo e fiquei sabendo
que sim. Mostrei, então, o relógio que ganhara e o
rapaz olhou-me com os olhos arregalados. Depois de
explicar porque Bob me dera o presente, pergun­
tei-lhe se já havia feito a maravilhosa descoberta da
vida nova em Cristo. Respondeu-me que não. Acres­
centou que estava freqüentando uma igreja assidua­
mente desde que o ouvira falar na escola, há alguns
anos, mas ainda não havia tomado uma decisão por­
que não sabia como fazer.
Rapidamente expliquei-lhe como poderia conhe­
cer Cristo pessoalmente e ao ajoelharmo-nos, ele
orou e entregou sua vida a Jesus. Tudo se passou em
poucos minutos, porque Deus já havia preparado seu
coração e usara o relógio de Bob Davenport em
resposta de nossa oração.
Por causa da influência que os atletas podem
exercer, tornou-se bastante evidente que se fazia ne­
cessário um trabalho especialmente dirigido a eles.
130
Atletas em ação
Em 1967, pedi a Dave Hannah para dirigir o ministé­
rio de atletas, da Cruzada, que mais tarde veio a se
chamar “Atletas em Ação”. Dave jogou futebol para
Universidade Estadual de Oklahoma, onde liderava o
time como goleador. Depois de formado tentou o
“Los Angeles Rams”, mas lesões dolorosas nas pernas
cortaram sua carreira.
“Eu tinha um grande desejo de jogar futebol
como profissional, mas Deus, subitamente, tirou-me a
vontade e, deu-me uma visão para desafiar atletas e
ajudá-los a alcançar o mundo para Cristo”.

Um programa para falar de Cristo


Dave acreditava que os atletas podeiiam ser um
instrumento efeitvo para alcançar o mundo com o
evangelho, pois desde que são as pessoas mais admira­
das do país e do mundo, se forem ganhos para Cristo
e disciplinados, usariam sua posição e fama para pre­
gar o evangelho a muitos que nunca ouviríam um
pastor, os pais ou os professores. Sentia que os “Atle­
tas em Ação” poderíam formar times de todas as
modalidades esportivas e competir contra faculdades e
clubes, o que traria platéias a que contariam de sua
experiência com Cristo.
A idéia inicial foi um time de basquete. Pelos
padrões existentes, não haveria chance, primeiro por­
que precisava permissão da NCAA para jogar nas
maiores universidades como um jogo extra na progra­
mação anual, e depois, achar quem quisesse jogar com
um time desconhecido de antigos jogadores de facul­
dade.
Contra todas as previsões, chegou a permissão
da NCAA e em 1967, Dave entrou em contato com
mais de 40 das maiores universidades, interessadas em
131
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
jogar com “Atletas em Ação”. Marcou 29 partidas no
calendário esportivo de 1967-68. Felizmente, nin­
guém perguntou-lhe quantos jogadores tinha ou quem
era o técnico, porque, na ocasião, tinha apenas um
jogador e não tinha técnico.
O único jogador era o antigo campeão do se­
gundo colocado na classificação, o time da Universi­
dade de Michigan, Larry Tregoning, e quando come­
çou o torneio a l.o de dezembro, haviam conseguido
reunir 9 jogadores e um técnico, Fred Crowell, que
viera da Universidade do Alasca.

Jogos abertos
Dave se recorda de como abriram a primeira
temporada jogando em noites consecutivas contra
“Utah” e “Wichita”. Nossos observadores contaram
que o time de Utah era bom, mas o de Wichita era
espetacular. Em nosso primeiro jogo, Utah ganhou por
mais de 20 pontos. Estávamos perdendo por 18 pon­
tos no primeiro tempo e nunca me esquecerei do
desafio que representou para nossos jogadores ficarem
de pé para dizer: “Cristo é a resposta para todos os
problemas da vida” .
A multidão foi calorosa e quase a metade do
público ficou mais um pouco depois do jogo para
saber como poderíam se encontrar com Jesus pes­
soalmente.
Depois de voar o dia inteiro, o novo time che­
gou a Wichita, Kansas, morto de cansaço. As perspec­
tivas não eram promissoras contra o “Shockers”, que
participava do campeonato nacional. Diante de
10.000 torcedores, que gritavam sem parar, os “Atle­
tas em Ação” estavam perdendo por 23 a 5 nos
primeiros 5 minutos. Aconteceu, então, uma rèvira-
132
Atletas em ação
volta miraculosa e no fim do primeiro tempo estáva­
mos à frente por 46 a 44.
Perdemos o jogo, mas depois de uma luta encar­
niçada que teminou no minuto final. 0 técnico Fred
Crowell recorda o que pensou depois do jogo, en­
quanto o time fazia sua preleção: “Ali, de pé, lamen­
tando o jogo perdido, ouvia Mack (Crenshaw) pedir
que os interessados em receber informações sobre um
relacionamento mais maduro com Cristo olhassem a
última página do programa. Milhares de pessoas aten­
deram. Deus estava me mostrando que vencer o jogo
de basquete era insignificante comparado com o nos­
so propósito mais importante”.
Embora ganhar jogos não seja o propósito mais
importante, as equipes dos “Atletas em Ação” regis­
tram um bom recorde através dos anos. Terminaram
sua primeira temporada com um recorde de 15 jogos
ganhos em 29 partidas, índice considerável quando se
analisa o fato de terem jogado em território adversá­
rio. Mais importante, o time falou para mais de
75.000 pessoas a respeito de Cristo. Tanto Dave
quando eu sentimos que é importante organizarmos
os melhores times possíveis para os “Atletas em
Ação”. As pessoas respeitam-no e ouvem-no mais
atentamente quando você é um vencedor.

Almejando o topo
Dave fixou um padrão alto. “Se pudéssemos
reunir o melhor time amador do mundo, muito mais
pessoas nos ouviríam quando falássemos do evange­
lho”.
Desde seu primeiro ano, o time de basquete dos
“Atletas em Ação” derrotou muitos dos melhores
times dos Estados Unidos. Em 1972, tínhamos dois
133
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
times, um na costa leste e outra na oeste, que logo
ficaram conhecidos como “USA”, que disputava com
as maiores universidades, e “Challengers”, que jogava
principalmente com times de faculdades menores.
Em 1975, os “Atletas em Ação” começaram a
escalada para atingir o sonho de Dave de se tornarem
o melhor time amador do mundo. Naquele ano, Bill
Oates, técnico de sucesso do “Santa Ana Junior Col-
lege”, na Califórnia, assumiu a direção do time dos
“Atletas em Ação — USA”. Bill sempre orava com
Dave para que surgissem novos jogadores em poten­
cial.
Começaram a acontecer coisas; seguidamente
Oates ia ao escritório de Hannah com a notícia de
que outro jogador havia se inscrito. Finalmente, todos
pelos quais tinham orado se juntaram aos “Atletas em
Ação”.
Oates reuniu os novos jogadores em um grupo
que mudou por completo a sorte dos outros times.
De um recorde de 30 partidas ganhas e 13 perdidas
no ano anterior, o “USA” pulou para a marca de 37
a 8. Entre as partidas ganhas estava uma contra o
“Cincinnati Bearcats” , vitória de 86 a 81. Foi a
primeira vez que o “Cincinnati” perdeu em casa em
33 jogos. O “USA” terminou o ano ganhando o
Campeonato Nacional Amador da União de Atletis­
mo.

Recusando ofertas para seiem profissionais


A temporada de 1976/77 marcou a chegada de
mais jogadores talentosos de basquete. Dois deles re­
cusaram ofertas para jogar na Associação-Nacional de
Basquete, ambos comprometidos com o evangelho.
Ralp Drollinger, da UCLA, foi um deles; recusou uma
134
Atletas em ação
oferta do “Boston Celtics” naquele ano e uma outra
dos “New Jersey Nets”, para um contrato de 3 anos
no valor de 400.000 dólares, porque o maior objetivo
de sua vida era conhecer a pessoa de Jesus Cristo e
ajudar a levar a mensagem da salvação, para cumprir a
Grande Comissão.
Bayard Forrest também recusou uma oferta pa­
ra jogar 2 anos no “Seattle SuperSonics” e ganhar
230.000 dólares. “Estou mais preocupado em juntar
tesouros no céu”, disse ele, que fora um astro no
“Grand Canyon College”. Com Bayard e Ralph sus­
tentando a posição central, o “USA” chegou a um
recorde de 54 partidas ganhas contra 7 perdidas, e
duas das vitórias deram-lhe fama nacional.
O primeiro destes jogos foi contra o imbatível
time da “University of San Francisco Dons”, primeiro
colocado no país. Era a primeira vez em nove anos e
meio de existência que os “Atletas em Ação” joga­
vam em casa e aproveitaram a ocasião para dominar
os poderosos “Dons”, vencendo o primeiro tempo
por 11 pontos de diferença e, no final, por 19 pon­
tos, 104 a 85. De repente, os aficcionados dos espor­
tes começaram a ouvir falar dos “Atletas em Ação”.
Jornais davam cobertura à vitória, o “Sports ülustra-
ted” programou uma reportagem especial e a cadeia
de TV, NBC, no programa Grandstand, mostrou lan­
ces do jogo.

Não foi acaso


Em duas semanas, os “Atletas em Ação” desfi­
zeram a idéia de que haviam vencido por acaso,
derrotando o 5.° time da classificação do país, o
“University Of Nevada” em Las Vegas, por 104 a 77.
O técnico do “Las Vegas”, Jerry Tarkanian, demons­
135
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
trou seu respeito pelos “Atletas” nas entrevistas após
o jogo. “Eles nos bateram de todo o jeito.. . domina-
ram-nos totalmente. Fomos derrotados por um time
muito melhor. Eles podem participar de qualquer
time do país”. Além da credibilidade que as duas
vitórias deram ao “Atletas em Ação”, 13.706 torce­
dores ouviram o evangelho.
A partida final da temporada foi com o “Soviet
Union Army Team”, um dos melhores times amado­
res do mundo. Em um jogo impressionante, diante de
10.239 torcedores entusiastas, os “Atletas” perderam
por 108 a 106. Eles haviam andado a passos largos
para realizar o sonho de Dave de formar o melhor
time amador do mundo. Fazendo uma média de 95
pontos em cada jogo durante o ano, vencera por uma
média de 21 pontos cada partida disputada, um resul­
tado impressionante. O time também falara de Cristo
a 165.000 pessoas que assistiram aos jogos durante a
temporada.
O time começou o ano seguinte batendo os
russos por 93 a 84. Também derrotaram o “Mary-
land”, o “Michigan”, o “San Francisco” , o “Syracu-
se”, o “Las Vegas” e, também, o time formado por
técnicos de todo o país, onde jogavam os melhores
jogadores universitários. Contaram 35 partidas ganhas
no campeonato universitário, durante 2 anos. Hannah
comentou: “Pode ser que o melhor time amador do
mundo seja o formado por cristãos cujo ministério,
através do basquete, é tomar o evangelho conhecido”.
Na manhã seguinte ao último jogo da tempora­
da, pegaram um avião para a América do Sul, a fim
de encontrarem com seis outros times de países do
Hemisfério Ocidental na Copa Cristovão Colombo. Os
“Atletas em Ação” representavam os Estados Unidos
no torneio e derrotaram a Argentina por 81 a 69 nas
finais, ganhando o campeonato. Esta vitória marcou
136
Atletas em ação
o recorde de 37 vitórias e 4 derrotas, o melhor já
conseguido pelo time.
No outono de 1978 foram escolhidos para re­
presentar os Estados Unidos no Campeonato Mundial
de Basquete nas Filipinas. Louvo ao Senhor pela
oportunidade e, que seja de meu conhecimento, foi a
primeira vez na história que um time cristão represen­
tou seu país em um campeonato.
Embora o time lutasse muito para vencer, não
conseguiu: ganhou seis jogos, perdeu quatro, classifi­
cando-se em 5.° lugar entre catorze países.
A segunda equipe dos “Atletas”, os “Challen-
gers”, também alcançou sucesso nestes anos todos.
Jogando, principalmente, contra universidades peque­
nas, conseguiu o recorde expressivo de 41 jogos ga­
nhos e 8 perdidos em 1978. No ano seguinte o time
transferiu-se para o Canadá para estabelecer ah a sua
sede e começar a jogar contra as universidades cana­
denses. Em 1979, talvez, sua maior vitória, foi derro­
tar o “Soviet Nacional” por 79 a 71.

Equipes de luta romana

Do mesmo modo que os times de basquete,


nossas Equipes de Luta Romana foram bafejadas pelo
sucesso. Desde seu início em 1967, quando viajou
para o Japão, o grupo melhorou bastante até se
colocar entre os melhores dos Estados Unidos na
categoria de amadores. Em 1971 venceu o “United
States Wrestling Federation Championship”, sagran-
do-se a melhor equipe de luta romana do país.
Vários dos nossos lutadores foram campeões
nacionais universitários, e muitos deles foram escolhi­
dos para viajar ao exterior representando os Estados
Unidos. Freqüentemente têm oportunidade de falar
137
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
do evangelho em países estrangeiros, em razão das
medalhas que recebem. Em 1976, nos Jogos Olímpi­
cos de Montreal, 2 de nossos lutadores representaram
os Estados Unidos e ganharam medalhas. John Peter-
son ganhou medalha de ouro em sua categoria e Gene
Davis, de bronze.
Jim Axtell é um testemunho v. o de como o
Senhor tem usado a equipe de luta romana dos “Atle­
tas em Ação” para motivar as pessoas a se voltarem
para Cristo. Quase ao final de seu curso na Universi­
dade de Minnesota, ele e seus colegas participaram de
uma luta com o grupo dos “Atletas”. “Ao terminar,
os lutadores compartilharam comigo o que Jesus Cri­
sto significava para eles. Conversando com os rapazes,
pude sentir que tinham um relacionamento profundo
com o Deus vivo. Alguns dias mais tarde, decidi
entregar-me a Cristo”. Jim começou a notar mudan­
ças em sua vida nas semanas e meses seguintes. De­
pois de se formar, juntou-se à equipe dos “Atletas em
Ação”, usando seu talento como um meio de falar de
sua fé aos outros.

Levantamento de Peso

No outono de 1969, os “Atletas em Ação”


iniciaram uma equipe de Levantamento de Peso. Russ
Knipp, um homem que bateu 9 recordes mundiais e
30 americanos, ajudou no planejamento do novo cam­
po de ação.
No decorrer do tempo, os levantadores de peso
que participam de nossas equipes têm se exibido em
todo ò país, em colégios, universidades, igrejas, clubes
cívicos e bases militares e, nestas apresentações, o
peso que levantam muitas vezes ultrapassam as marcas
existentes. A parte principal do programa é a apresen­
138
Atletas em ação
tação do evangelho. Dão seu testemunho, contando às
pessoas como Deus tem transformado suas vidas e
como podem permitir que Ele transforme a delas
também.
Uma Equipe de Corredores foi acrescentada à
lista dos “Atletas” em 1971. Todos os outonos com­
petem nas corridas mais importantes dos Estados Uni­
dos, e depois participam dos circuitos fechados para
disputar com os líderes dos amadores. Vários premia­
dos nos “All-Americans” e um recordista mundial já
correram pelo time dos “Atletas”. Temos também
uma equipe que pratica corrida de obstáculos e um
dos participantes já ganhou quatro títulos nacionais
desde seu início.
Nossa Equipe de Ginastas também viaja pelo
país, exibindo-se em colégios e faculdades. Estes, tam­
bém, aproveitam a oportunidade para falar de Cristo
àqueles que vão assistir às demonstrações. Além das
demonstrações, participam de competições contra co­
légios e universidades importantes.
Na esfera esportiva os “Atletas” também têm
times de futebol, basebol, voleibol, uma equipe que
atua entre os atletas e técnicos de colégios e faculda­
des, e, além disso, tem programas de rádio e televisão
e um ministério dedicado aos atletas profissionais.
Parte do ministério com os atletas profissionais
é treiná-los para saber como compartilhar sua fé e
ajudá-los a se firmar na fé por meio de uma “Semana
de Profissionais” que constitui uma grande concentra­
ção evangélica em determinada região. Em 1973, 20
atletas participaram da “Primeira Semana de Profissio­
nais”, em Atlanta, na Geórgia. Naquela semana os
jogadores falaram em assembléias nos colégios, em
faculdades, clubes cívicos e igrejas. O ponto alto da
semana foi um jogo de futebol entre os profissionais
e um time de astros formado por jogadores do “Geor-
139
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
gia” e “Geórgia Tech”. O computo geral mostrou que
mais de 73.000 pessoas ouviram o evangelho e 10.000
aceitaram Cristo. Depois daquela semana em Atlan-
ta, os times têm viajado para diversas cidades e bases
militares dos Estados Unidos e Canadá.

Por que “Atletas em Ação? ”


Muito do sucesso dos “Atletas em Ação” é
devido a pessoas que tomam possíveis as vitóriâs.
Freqüentemente pergunta-se aos “Atletas” por que
participam deste ministério, especialmente quando po­
deríam estar ganhando muito dinheiro em outro lu­
gar. O treinador de luta romana, Gene Davis, que
perdeu apenas 2 competições em seus dez anos de
carreira nos “Atletas”, explica que tomou-se parte do
grupo porque via o grande impacto que causavam, ao
lado da Cruzada, sobre pessoas de todo o país e do
mundo.
Um profissional de futebol disse que tem traba­
lhado com os “Atletas” por causa da necessidade que as
pessoas têm de ouvir de Cristo: “Alguém interessou-se
por mim o bastante para se aproximar e falar-me de
Cristo e, por isso, sinto que devo aproveitar minha
atuação como jogador de futebol para falar aos jovens
acerca da resposta para suas necessidades”.
Mais de 5 milhões de pessoas já ouviram mem­
bros de nossas equipes de “Atletas em Ação” compar­
tilharem o evangelho nestes 10 anos de ministério.
Outros milhões ouviram a mensagem pelo rádio e
televisão. “Não há possibilidade de sabermos quantas
foram transformadas como resultado de nosso minis­
tério”, comenta Dave Hannal. “Os números podem
ser enganosos. Temos coletado cartões com observa­
ções anotadas depois de muitas de nossas apresenta­
140
Atletas em ação
ções, para que outros ministérios da Cruzada possam
fazer um acompanhamento daqueles que aceitam
Cristo”. Mais de 335.000 especificaram em seus car­
tões de decisão que aceitaram Cristo durante os dez
anos e meio do ministério.
Sob a liderança de Dave, o ministério entre os
atletas da Cruzada Estudantil e Profissional para Cris­
to tem testemunhado de Cristo em todo o mundo.
Há uma grande satisfação quando se houve contar do
que acontece ao compartilharem do amor e perdão de
Cristo com o público. Um estudante nos escreveu
depois de um jogo de basquete contra o “North
Carolina State”: “Costumava fazer uso de drogas e
tinha problemas sexuais, mas agora quero viver uma
vida cristã. Escrevam dizendo-me como viver assim”.
Um dos torcedores que assistiu a um jogo
dos “Atletas” comentou: “O que disseram ontem à
noite precisa ser dito mais vezes para mais pessoas”.
Os “Atletas” continuam a buscar seu objetivo,
viajando e competindo em todo o país e no mundo,
contando às pessoas acerca das promessas transforma­
doras que estão em Cristo.

141
Multiplicando
a mensagem
Nunca antes na história tivemos oportunidades
tão ilimitadas de alcançar o mundo com as boas
novas do amor e perdão de Deus. A diversidade de
informação — rádio, televisão, jornais, revistas, livros
— nos fornecem os meios de transmitir para muitas
pessoas o conhecimento de Cristo como Salvador e
Senhor.
Bob e Amy George e sua família são um
exemplo notável de como o Espírito Santo pode usar
os meios de comunicação para levar as pessoas a Cris­
to. Um de nossos mais antigos filmes, “Revolução
Já”, que mostra como Deus estava usando os estudan­
tes universitários envolvidos em nosso movimento, foi
apresentado em cadeia nacional de televisão. A famí­
lia George, assistindo ao programa em casa, ficou
comovida com sua conclusão que Jesus Cristo é a
única esperança para o mundo. Algum tempo depois
os George foram a Arrowhead Springs para um en­
contro particular e tive a alegria de levar ambos a
Cristo.
Compartilhando sua fé
Esta família começou, logo em seguida, a com­
142
Multiplicando a mensagem
partilhar sua fé e alegria em Cristo com outras pes­
soas - família, amigos, empregados e companheiros
de trabalho — e viram muitos deles aceitarem Cristo.
Desejando saber mais à respeito de evangelização, Bob
assistiu a 3 seminários de Leigos para Evangelização.
Ao conversarmos depois de uma das aulas de treina­
mento, perguntou-me a respeito dos 2.500 moradores
de Los Angeles que, com ele, tiveram uma atitude
positiva em relação ao programa de televisão. Contei-
lhe que cada um deles fazia parte de uma relação
para enviarmos correspondência, cartas e outros mate­
riais, e que, devido à falta de colaboradores, não
poderiamos lhes dar atendimento pessoal.
Bob falou da responsabilidade que sentia em
relação a isso, afirmando: “Nestes últimos dias tenho
sido compelido pelo Senhor a tomar a meu cargo
estas 2.500 pessoas. Posso ter este privilégio..?
Fiquei surpreso. Havia só quatro meses que era
cristão e já queria fortalecer outros na fé e passar
para adiante o treinamento e conhecimento que ad­
quirira. Dei-lhe o encargo e imediatamente começou
a planejar com outros a quem havia ganho para Cristo
uma linha de ação. Juntos, organizaram um programa
de acompanhamento para os que moravam perto de­
les e que tinham sido receptivos. Alguns anos mais
tarde, Bob e Amy juntaram-se à nossa equipe para
trabalhar em tempo integral e ele desempenhou o
papel mais importante no sucesso obtido pela campa­
nha “Vida para a América”, como diretor desse mi­
nistério em Dallas, no Texas.
A família George é igual às milhares de pessoas
que, no mundo inteiro, estão esperando ser alcança­
das e discipuladas para Cristo — esperando para se
tomarem parte do grande movimento que quer aju­
dar a transformar vidas, levando homens e mulheres
ao Salvador. i
143
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Que meio podería ser melhor do que a comuni­
cação de massa?

O impacto da comunicação de massa


A comunicação de massa — jornais, rádio, fil­
mes e televisão — causou um grande impacto na
sociedade. Influenciam a opinião pública, mantêm-nos
melhor informados do que antigamente, ajudam a
m oldar a personalidade (geralmente de maneira nega­
tiva), e atingem quase todos os aspectos da nossa
vida. Estou convencido de que, como cristãos, deve­
mos utilizar a comunicação de massa para proclamar
o evangelho.
Em certo sentido, proclamar o evangelho é co­
mo uma ofensiva militar, a comunicação de massa
como a força aérea —quebra a resistência do objetivo
— para que as forças de terra possam chegar e captu­
rar o alvo. As forças de terra são aquelas pessoas que
dão testemunho individual do evangelho. A comunica­
ção de massa desempenha um papel importante por­
que prepara o caminho para os desafios pessoais de
aceitar Cristo.
Nosso compromisso, como movimento, é usar
os meios de comunicação de massa para aproveitar ao
máximo as oportunidades de pregar o evangelho, co­
mo complementaçâo ao nosso compromisso de evan-
gelizar pessoalmente. Em muitos sentidos, nosso Mi­
nistério de Comunicação de Massa beneficia e susten­
ta não só o nosso movimento como, também, as
igrejas do país. Nossas equipes usam, em grande esca­
la, nossas publicações e material evangelístico em
seus ministérios. Nossas programações de rádio e tele­
visão alcançam pessoas em regiões onde não temos
equipes. Estas usam tapes e filmes para ministrar a
144
Multiplicando a mensagem
muitas pessoas, simultaneamente, dilatando o raio de
ação e eficácia de seu ministério pessoal.
Chuck Younkman, diretor de nosso ministério
de Comunicação de Massa, explica a importância des­
te trabalho: “Televisão, rádio, filmes, tapes, audiovi­
suais e literatura propiciam oportunidades de alcançar
milhões de pessoas de uma só vez, como também,
aumentar nossa eficácia na abordagem individual para
testemunharmos de Cristo”.

Comunicação para universitários

Começamos a utilizar os meios de comunicação


de massa devido à falta de material evangelístico que
transmitisse, de modo atraente, as verdades do evan­
gelho aos universitários. A publicação do “Collegiate
Chalenge” foi iniciada em 1967, para suprir aquela
necessidade e, desde então, nossa equipe e os estudan­
tes crentes tem usado milhões de cópias não só nos
Estados Unidos como, também, em outros países.
Milhões de estudantes aceitaram Cristo por
intermédio dessa revista. Uma jovem pegou um exem­
plar no grêmio estudantil, enquanto estava lendo, foi
vista por uma pessoa de nossa equipe, que começou a
conversar com ela sobre a publicação. Antes de termi­
narem a conversa, a moça aceitou Cristo como seu
Salvador. Depois de formada, juntou-se à equipe da
Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo e agora
está pronta para levar o evangelho a outras pessoas.
“Revolução Já”, um livro que traz minhas men­
sagens básicas e os pontos principais para nosso trei­
namento, foi publicado em julho de 1969. O título
atraiu um jovem radical que pensou que fosse encon­
trar nele algo referente à revolução política. Ao lê-lo,
ficou surpreso mas não desapontado, pois durante a
145
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
leitura aceitou Cristo. Depois de algum tempo em
estreito contato com nossa equipe, recebendo treina­
mento em profundidade, inscreveu-se para participar
dela e foi aceito, exercendo agora um ministério pro­
veitoso para nosso Senhor.

Carta a Yjin Dusen

Um dos nossos materiais mais populares de lite­


ratura evangelística, a “Carta a Van Dusen”, surgiu
quando um homem de negócios que estava interessa­
do em conhecer Cristo, pediu-me que conversasse
com ele a respeito. Ele morava em Nova York e eu
em Los Angeles e não havia possibilidade de visitá-lo.
Assim, escrevi uma carta explicando os fatos básicos
referentes a Cristo e à vida cristã.
Depois de enviar a carta, ocorreu-me que era
um tipo de carta que podia ser enviada a quase todos
a quem eu queria falar do evangelho. Por isto, milha­
res de cópias foram mimeografadas com o nome fictí­
cio de Van Dusen no lugar do da pessoa a quem eu
havia escrito originalmente. Estas cópias foram usadas
com estudantes. A aceitação foi tão animadora, e em
alguns casos tão surpreendente, que decidimos impri-
mf-la. Hoje, milhões de cópias da “Carta a Van Du­
sen” são usadas no mundo inteiro e são encontradas
nos idiomas mais falados.
Uma série de estudos bíblicos, os “Dez Passos
para a Maturidade Cristã” e nossa série de “Conceitos
Transferíveis”, que transmitem as verdades básicas do
cristianismo, são muito usados em todos os nossos
ministérios. Milhares de igrejas e outros grupos cris­
tãos fazem uso deste material para dar crescimento
aos que aceitam o evangelho e aos cristãos mais
antigos.
146
Multiplicando a mensagem
A nossa publicação mais conhecida é “World-
wide Challengè”, que é enviada para mais de 80.000
leitores, mensalmente. Esta revista, editada por Judy
Downs Douglass, tem como objetivo levar notícias
sobre o que Deus está fazendo em todo o mundo e,
também, promover o crescimento dos leitores em seu
relacionamento com Deus. Desde que iniciamos sua
publicação em janeiro de 1974, muitos têm escrito
dizendo que ela os tem ajudado a entender nosso
ministério em profundidade, além de incentivá-las es-
piritualmente.
Além disto, o mais novo veículo de comunica­
ção de massa é a Editora “Here’s Life”, que coordena
a publicação e distribuição de livros, tapes, material
evangelístico e outros. Por intermédio deste material
tão importante, esta publicadora está influenciando
de modo positivo a vidas de milhares de pessoas.

Ministério de filmes

Outro ramo de nosso ministério de comunica­


ção de massa que está obtendo sucesso é o departa­
mento de filmes, agora denominado Paragon. Nossos
filmes são feitos com um objetivo: falar da ressurrei­
ção de Cristo, e estimular as pessoas a aceitá-Lo como
Salvador e Senhor e, também, a se tornar discípulos
para ajudar a cumprir a Grande Comissão. Eles são
exibidos em vários lugares — igrejas, acampamentos,
faculdades, escolas, penitenciárias e bases militares.
Por intermédio dos filmes contamos a história e os
milagres que aconteceram na EXPLO’72; pregamos
em comunidades negras sobre a relevância de Cristo
em relação aos seus problemas; mostramos os perigos
do ocultismo e como os crentes podem experimentar
a vida feliz e abundante que Cristo oferece, além de
147
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
ensinar a transmitir as boas novas a outras pessoas.
Um homem escreveu para contar como Deus
usou o filme “Too Late to Wait” planejado para falar
do evangelho às minorias, e compartilhou do entusias­
mo de ver a operação de Deus em sua igreja, depois
de assistir ao filme exibido em uma aula de sociologia
do colégio. “Um dos professores ficou muito comovi­
do e achou o filme excelente. . . Por causa do filme e
outros meios evangelísticos usados em nossa congrega­
ção, os jovens do colégio que davam testemunho
cristão passaram de 3 para cerca de 30”.
Filmes a respeito do lar cristão e do papel do
pastor se acham disponíveis para aluguel em nossa
biblioteca circulante.
Temos também tapes com centenas de mensa­
gens que fazem parte de nosso programa de treina­
mento. Com os toca-fitas compactos, encontrados
atualmente, pode-se ouvir os tapes em qualquer lugar.
Entre as mensagens temos o Ministério do Espírito
Santo, vida familiar e treinamento para evangelização,
mensagens evangelísticas e uma série de estudos sobre
vários livros da Bíblia. Além disto, nosso ministério
da comunicação de massa também ajuda com material
visual os nossos seminários de treinamento e escolas
de teologia.
Transmissões por televisão, de jogos de basquete
selecionados dos “Atletas em Ação”, tambe'm têm
alcançado muitas pessoas, que são atraídas por um
bom entretenimento esportivo e ouvem uma mensa­
gem cristã dentro do programa.

148
O filme "Jesus”

Sob um céu estrelado e temperatura amena,


paquistaneses de todas as idades caminhavam por cor­
redores parcialmente escuros, procurando lugar para
sentar em frente à tela. Mulheres vestindo sarís flori­
dos assentavam-se em esteiras trançadas, algumas ni­
nando bebês. Um bando de crianças se espremia perto
da tela, com as cabeças caídas para trás, desconforta-
velmente, para ver o filme. Homens em pé, formando
uma ala ao redor do espaço determinado para a
reunião.
Para a maioria dos habitantes da pequena vila de
Korungi, podería ser o primeiro filme que assistiam.
O filme era “Jesus”, um retrato da vida de Cristo
baseado no evangelho de Lucas.
Havia cerca de 300 pessoas no início da exibi­
ção, falada em Urdu. Durante o desenrolar da histó­
ria, ficaram silenciosas e atentas. Na cena da crucifica­
ção, muitos rostos mostraram sofrimento, alguns solu­
çaram. Quando, porém, o Cristo ressurreto apareceu
aos discípulos, suspiros de alívio saíram da multidão.
“Hoje iniciei um novo relacionamento com Je­
sus”, disse Mustaq, um varredor de rua de 18 anos.
“E pensar que Ele fez tudo por nós - sofrendo tanta
dor. Agora quero fazer algo por ele”.
149
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Cenas assim se repetiram em vários lugares do
mundo e mais de 250 milhões de pessoas viram a
história de “Jesus” e milhões - como Mustaq —
demonstraram vontade de aceitar Cristo como Sal­
vador. O filme foi traduzido em mais idiomas do que
qualquer outro e foi chamado por alguns missionários
de “O maior instrumento de evangelização da história
da igreja”.
A realização deste filme e sua utilização para
levar o evangelho para tantas pessoas é a realização de
um sonho meu. Desde 1947 que eu tinha a idéia de
produzir um filme sobre a vida de nosso Senhor.
Naquela época eu era um cristão jovem e tinha muito
zelo mas não conhecimento.
Assim mesmo, falei com Cecil B. DeMille, famo­
so produtor, sobre o projeto. Ele havia feito um filme
mudo Sobre o Senhor, chamado “O Rei dos Reis”,
além de outras obras entre elas “Os Dez Mandamen­
tos”. Este homem foi uma grande inspiração para
mim e, certa vez, encontrei-o depois de ele haver
pregado em um culto.
DeMille contou-me que seu pai havia sido ator
na Broadway que se convertera e se empenhara em
levar o evangelho àquele segmento da indústria do
entretenimento. Fora para Hollywood para produzir
filmes cristãos e disse que gostaria de só produzí-los
se tivesse dinheiro para isto.
Eu também não tinha dinheiro para iniciar um
projeto daquele porte e a falta de verbas continuou a
frustrar meu sonho durante130 anos. Durante muitos
anos, depois do início da Cruzada, falamos sobre a
necessidade de realizar um filme sobre a vida de
Cristo, como um instrumento ideal para evangelizar.
Conseguimos cópias de mais de 30 filmes baseados na
vida do Senhor e a maioria não era biblicamen-
te correta. Consideramos, seriamente, comprar os
150
O filme “Jesus”
direitos de um destes filmes e fazer as modificações
necessárias para tomá-lo biblicamente certo.
Embora sentíssemos que um filme assim seria
de grande utilidade para evangelizar nunca consegui­
mos dinheiro suficiente para suprir as custas de pro­
dução.
No outono de 1976, falei com um homem que
tinha uma idéia surpreendente: queria filmar a Bíblia
inteira. Era um empreendimento temerário, mas John
Heyman parecia ter o estofo para tornar este sonho
uma realidade. Era um importante produtor cinema­
tográfico judeu, que havia feito mais de 20 longas-me-
tragens.
Apresentei-o a Paul Eshleman, que na época era
o diretor do Ministério dos Campus nos Estados Uni­
dos e os dois se entrosaram em uma amizade sólida.
Nos meses seguintes, encontrei-me diversas vezes
com Jonh e muitas vezes, quando estive em Washing­
ton, ele viajou de Nova York para lá, a fim de
trocarmos idéias sobre o filme e conversarmos a res­
peito de Jesus como o Messias. Paul também teve
conversas freqüentes com John.
Finalmente, chegou o dia em que John se entregou
a Cristo e Deus tocou em sua vida de modo alenta-
dor. Não muito depois desta ocorrência, ele foi até
Arrowhead Springs para uma reunião especial, Paul
Eshleman estava com ele e, também, Bunker e Caroli-
ne Hunt, amigos de longa data e generosos mantene­
dores do ministério.
Conversamos sobre a possibilidade de um filme
a respeito da vida de Jesus, sob a direção e John
Heyman. Os Hunt se ofereceram para financiar a
maior parte do projeto e, em poucos minutos, um
sonho pelo qual tínhamos orado durante tantos anos,
tomou-se realidade.
Exatidão e autenticidade eram o lema do filme.
151
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Um trabalho cuidadoso feito por uma equipe de pes­
quisadores reuniu 318 páginas de material, que forne­
cia o cenário bíblico, teológico, histórico e arqueológi­
co de cada cena. O Evangelho de Lucas foi a base
para o scri.pt. Em essência, o filme era um documen­
tário, sem retoques, das escrituras.
Atores judeus foram usados para a maioria dos
pape'is, mas a busca de um ator para desempenhar o
papel principal levou meses. Duzentos e sessenta e
três atores fizeram testes e, finalmente, o inglês Brian
Deacon foi escolhido. Ele decorou capítulos inteiros
de Lucas e leu o Evangelho 22 vezes antes de se
iniciarem as filmagens. Foi tão convincente como
Jesus que espectadores'aplaudiam no fim de suas falas
e muitos pediam para serem curados por ele depois
das cenas de cura serem filmadas.
A filmagem foi toda feita em Israel e o tempo
todo Heyman exigiu perfeição, prestando atenção me­
ticulosa a todos os detalhes. Chegou a parar ao perce­
ber a marca de um tênis na poeira.
É sabida a dificuldade de se realizar um filme e
este não foi exceção. Eshleman lembra o comentário
de John: “Este foi o filme mais difícil que já fiz.
Você não pode imaginar os problemas que enfrentei”.
Nas cenas do batismo de Jesus e dEle acalman­
do a tempestade, o tempo e a água estavam gelados;
Deacon pegou pneumonia e foram perdidos dois dias.
Durante as filmagens, a mensagem de Cristo
tocou muitas vidas. Certo dia um rapaz que aban­
donara a faculdade apareceu, procurando traba­
lho. Andara perambulando pela Europa tentando en­
contrar um rumo para a sua vida. Chegou a Israel de
coração e bolsos vazios.
Depois de transportar cenários durante dois
dias, pegou uma Bíblia dos Gideões em um hotel de
Tel Aviv e começou a ler Lucas. Ao terminar, ajoe­
152
O filme ‘‘Jesus
lhou-se e aceitou Cristo como Salvador. Cinco me­
ses depois estava estudando em um seminário de
Dallas para ser pastor.
Mesmo antes de ser exibido, o filme continuou
a transformar vidas, às vezes de modo surpreendente.
Quando Eshleman estava discutindo com os executi­
vos de Hollywood sobre a distribuição do filme, en­
controu-se com um executivo de Warner Broters que
perguntou: “Como posso ter fé em Jesus”? Pouco
depois, com voz emocionada, abaixou a cabeça e
aceitou Cristo.
O propósito do filme “Jesus” é dar às pessoas
uma nova vida, uma nova esperança e razão para
viver.
A fita estreou nos Estados Unidos no outono
de 1979. Depois de ficar em cartaz um ano, tinha
sido assistido por mais de qüatro milhões de especta­
dores.
Depois de uma exibição, uma professora disse
aos seus alunos que gostaria de esclarecer como pode­
ríam aceitar Cristo, se pudessem ficar mais um
pouco depois da aula. Dois dias depois havia levado
14 alunos à Cristo.
Em Birmingham e Jacksonville, gerentes dos
dnemas deram as vidas a Cristo e em uma exibição
especial para estudantes universitários em Sacramento,
21 manifestaram o desejo de seguir a Jesus.
Desde a sua concepção, o filme foi planejado
para todos, não apenas para uma faixa de público. A
narrativa simples e direta do livro de Lucas é facil­
mente traduzida para outros idiomas. Más de 10
milhões de dólares foram levantados e gastos para
fazer 100 traduções — a máoria mediante dublagem
de som com sincronia dos lábios. Muitas versões juntam
uma mensagem evangelística. A Cruzada tem planos
de terminar a tradução para 271 idiomas más falados
153
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
até 1990 e em outros 1.000 dialetos por volta de
1995.
Quando da estréia do filme na Europa, poucos
esperavam que tivesse boa aceitação. O dono de um
cinema em Zurich, na Suiça, concordou com relutân­
cia em exibir o filme, por poucos dias, porque achava
que não daria lucros. Seis semanas depois o filme
linha sido visto por quase 4.800 pessoas.
Em Londres, uma manchete de jornal dizia: “Je­
sus suplanta E.T.”. La, em um cinema, 10.000 pes­
soas viram o filme em quatro semanas. Singapura foi
o lugar em que o maior número de pessoas assistiu ao
filme em um só cinema: 200.118 em quatro semanas.
Vimos grande receptividade nos países em desen­
volvimento, onde muitas vezes pescadores e agriculto­
res fazem seu comércio da mesma forma em que era
feito nos dias de Jesus. Enquanto centenas mostra­
ram-se sensíveis ao filme na América e Europa, foram
milhares e milhares na Ásia, África e América Latina.
Nos países do terceiro mundo, equipes com projeto­
res e telas portáteis levaram-no a vilarejos distantes.
Depois de armarem o equipamento e distribuírem
folhetos com propaganda, freqüentemente havia um
público de mais de 1.500 pessoas. Para muitos era a
primeira oportunidade de assistir a um filme.
Algumas equipes sofreram grande risco para
promover as exibições. Foram atacados, roubados,
aprisionados, apedrejados, envenenados e queimados
com brasas. Todas as equipes da índia foram apedre­
jadas e surradas, conta Charlie Abro, coordenador do
filme alí. “Nem mesmo pensamos mais sobre isto.
Esperávamos passar por dificuldades e esta foi uma
delas”.
O sacrifício e perseguição valeram a pena. Em
muitos vilarejos da região de Maharashtra, na índia, as
pessoas ficaram esperando até 3 horas da manhã até
154
O filme "Jesus”
que chegasse a luz e a projeção não terminava antes
das 5 e meia. Em outros lugares pediam que fosse
mostrado novamente, nem bem acabava a projeção.
Em certo lugar, foi mostrado 3 vezes consecutivas.
Histórias semelhantes são inúmeras. Em uma
semana de luta feroz em El Salvador, “Jesus” foi
exibido em Santa Telca. Metade dos 52.000 habitan­
tes da cidade assistiu ao filme e 5.600 foram salvos.
No final de 1984 o filme havia sido mostrado para
mais de 250.000 pessoas em El Salvador.
Os habitantes de Hsanguang, em Burma, envia­
ram uma mensagem à equipe da Cruzada, dizendo
que gostariam de assistir ao filme durante o festival
de colheita. A única maneira de se chegar lá era de
helicóptero e o custo, proibitivo. Os aldeões não
desistiram e projetores, gerador, combustível, tela,
cordas, e membros da equipe foram colocados em
elefantes para serem transportados para as montanhas
de Hsanguang.
Durante o festival da colheita, em duas noites
consecutivas, 6.500 pessoas assistiram ao filme e, des­
tas, 141 professaram sua fé em Cristo.
Em muitos casos, os melhores acontecimentos
relacionados com o filme sucederam depois que este
deixou as cidades. 0 vilarejo de Pamongan situa-se no
coração da Indonésia, baluarte da fé muçulmana. Alí,
cerca de 200 aldeões se reuniram ao ar livre para ver
o filme. Logo no início, o amplificador se estragou e
parecia que a única alternativa era cancelar a apresen­
tação. Um mulá (professor muçulmano) rapidamente
se ofereceu para emprestar um, da mesquita local.
Ao fim da projeção, cinco pessoas aceitaram a
Cristo, e uma delas foi o mulá.
Missionários da Cruzada foram até ali para dar
um acompanhamento aos novos crentes. Na primeira
reunião havia 8 pessoas presentes, mas ao final de um
155
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
ano quase 200 se reuniram em casa de Sunarti, uma
das convertidas. Esta nova igreja passou para a jurisdi­
ção da igreja batista de Semarang.
“Jesus Cristo é maravilhoso”, disse um operário
que se converteu na primeira noite em que o filme
foi exibido. Aos olhos dos outros, não sou ninguém,
mas porque sou cristão, sou filho de Deus e isto é um
grande privilégio”.
Oro para que nos anos vindouros, literalmente
bilhões de pessoas — muitas do terceiro mundo —
possam ter a mesma oportunidade que este homem
teve de ouvir a mensagem que transforma vidas, por
intermédio do filme “Jesus”.

156
O Centro
de Operações
Tenho passado a maior parte da minha vida
com uma mala nas mãos e, sempre que voltamos a
Arrowhead Springs, cada dia é como se fosse Natal.
Nenhum lugar do mundo é melhor para nós do
que lá.
Não sou o único que espera com ansiedade,
voltar para Arrowhead. Com frequência visitantes co­
mentam as fisionomias radiosas, a atitude jovial, a
vida transbordante e o espírito maravilhoso que veem
na equipe que trabalha lá. É este pessoal que dá o
suporte essencial para o ministério da Cruzada ao
redor do mundo.
Muitas vezes recebo elogios pelo admirável mi­
nistério da Cruzada — elogios que não mereço nem
procuro. O louvor deve ser dado ao Senhor, que em
Sua soberania e misericórdia chamou um grupo muito
bem dotado e dedicado de homens e mulheres que
me auxiliam na direção e liderança deste trabalho.
Estas pessoas com quem tenho o privilégio de traba­
lhar são maduras, cheias do Espírito, capazes, que
participam conosco da obra, em média, há 10 anos.
Juntos oramos, planejamos, estabelecemos estraté­
gias e trabalhamos para ajudar a cumprir a Grande
Comissão.
157
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Steve Douglas, Vice-Presidente Administrativo,
lidera os ministérios que atuam ao redor do mundo.
É formado com louvor pelo MIT e colocado entre os
2% melhores de sua classe na Escola de Administra­
ção de Harvard. Loren Lillestrond é o Diretor dos
Ministérios nos Estados Unidos.

Quadro de Diretores
Um grupo de renomados homens de negócios
fazem parte da mesa diretora da Cruzada. Seu sábio
conselho tem me ajudado a evitar erros e a tomar
decisões melhores do que faria sozinho. São eles: S.
Elliot Belcher, Jr., Presidente da Southern Life Insu­
rance Co.; Clarence E. Brenneman, Presidente da C.W.
Tower, Ltd.; Claude T. Brown, Presidente da Brown
Transport Corporation; Bruce A. Bunner, sócio da
Peat, Marwick, Mitchell & Co.; Leroy O. Eger, Presi­
dente da Decent Devices e IXTUS F.A. Costa Rica;
Edward L. Johnson, Presidente da Financial Federa-
tion, Inc; L. Allen Morris, Presidente da Priest Enter­
prises. A última participante da mesa é minha querida
esposa Vonette.
Gostaria de escrever um capítulo inteiro sobre
cada uma destas pessoas e de outras que me ajudam
por causa do que significam para mim e para o
ministério, mas teria que usar, no mínimo, 200 pági­
nas. Não se pode compreender a razão do grande
sucesso deste trabalho sem mencionar estes e milhares
de outros colaboradores a quem Deus chamou e capa­
citou.
Os responsáveis pela sede do ministério, em
Arrowhead Springs, são parte de uma equipe de ho­
mens de negócios qualificada e bem sucedida, que
dedicaram suas vidas a Cristo e auxiliam a cumprir a
158
O Centro de Operações
Grande Comissão por intermédio da Cruzada. Estão
sob a direção de Steve Douglas e me orientam em
muitas decisões importantes.

Trocando uma posição secular pela Cruzada


Um caso típico é Jim Shroeder que, com sua
esposa Marti, deixou uma carreira rendosa na direção
de uma companhia telefônica para juntar-se à equipe
da Cruzada. Como Assistente Administrativo do Vi­
ce-Presidente, ocupava um cargo de liderança. Ele
explica suas razões: “Sentia um grande desejo de
compartilhar minha fé constantemente e sabia que
Deus havia me dado uma capcidade de trabalho que
poderia ser usada para Ele em um trabalho evangélico
de tempo integral. Vibro com a possibilidade de parti­
lhar dos milagres que Deus opera continuamente por
intermédio deste ministério”.
Eis o que diz uma pessoa que trabalha como
secretária: “Creio sinceramente que todas as funções
em Arrowhead Springs ajudam a alcançar milhares de
pessoas”.
“Saber que estou ajudando alguém a obter in­
formação sobre o que Deus quer que faça em termos
de alcançar o mundo para Cristo é estimulante para
mim”, acrescenta uma secretária que trabalha no de­
partamento pessoal. Ela lida com cerca de 40 cartas
por dia, cartas de pessoas perguntando como poderão
trabalhar nos diversos ministérios da Cruzada.
“Somos membros de um mesmo corpo”, diz
um administrador, “e acho que é um privilégio estar
desenvolvendo minha capacidade de trabalho aqui na
sede. Gosto do que faço, mas, acima de tudo, amo a
Pessoa a quem sirvo. Por que Deus me chamou para
este ministério, exerço atividade de âmbito mundial e
159
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
estou sempre na expectativa do que Ele pode fazer”.
Estas pessoas, junto com muitas outras, também
dedicadas, completamente comprometidas com Jesus
Cristo, estão produzindo fruto em Seu poder e são a
força que faz de Arrowhead Springs o lugar dinâmico,
produtivo, estimulante e vivo que é.

Impacto sobre os outros


Arrowhead Springs vive em atividade fervilhan­
te. Os 800 membros da equipe, devido ao seu envolvi­
mento direto com milhares de programas, grande
quantidade de material e milhões de pessoas em um
ministério mundial, têm exercido uma influência cris­
tã em um incontável número de pessoas de países e
culturas diferentes. As pessoas que trabalhairi direta­
mente no campo missionário dependem do pessoal de
Arrowhead Springs para suprí-las em todas as necessi­
dades, a fim de manter em funcionamento o esquema
de trabalho.
Arrowhead Springs não para. A equipe da Sede
Internacional está sempre a planejar, organizar, a res­
ponder cartas, a criar, a renovar-se, a dar informações,
a dar treinamento, a ensinar, a dar publicidade, a
estudar, a ensaiar, a orar, a escrever, a influenciar.
Embora antigamente o local fosse um hotel e estação
de águas para magnatas e astros de Hollywood, agora é
um local de trabalho para o Senhor.
Arrowhead Springs é um lugar de multiplicação.
Sendo um centro internacional de treinamento, está
ensinando e treinando cristãos continuamente —ensi­
nando como experimentar a vida cheia do Espírito,
como compartilhar sua fé, como ensinar a outros a
também experimentar e compartilhar a mesma vida
de vitórias e de frutos. Em outras palavras, são treina­
160
O Centro de Operações
dos para se multiplicarem. Este treinamento — seja
por intermédio do Instituto de Leigos para Evangeli-
zação, do Instituto de Estudos Bíblicos, de uma pa­
lestra no colégio, do Seminário para pastores ou exe­
cutivos, de curso sobre o crescimento da igreja ou do
instituto de administração —é acessível a toda a equi­
pe.

Companheirismo
Todos da equipe da Cruzada, inclusive eu mes­
mo, quer estejamos na sede, nas universidades ou
comunidades, somos desafiados diariamente para serr-
mos o que Cristo quer que sejamos — servos, vivendo
em obediência a seus mandamentos sob o poder do
Espírito Santo. Juntos trabalhamos para ajudar a
cumprir a Grande Comissão nesta geração. Cada mi­
nistério, escritório, publicação, plano de ação, ativida­
de e projeto gira em tomo deste alvo.
Em Arrowhead Springs há uma variedade ilimi­
tada de ministérios e oportunidades de servir o mes­
mo Senhor.
O maior departamento do sistema financeiro do
ministério é o de contabilidade. Está diretamente afe­
to ao Diretor Financeiro e me dá assistência no cuida­
do com o dinheiro de Deus; administrando toda a
política financeira, escrituração de livros, orçamento,
folha de pagamento, contas a pagar e a receber e
administração de seguros.
Ligados, também, ao sistema financeiro, estão
os Departamentos de Processamento de Dados, Dati­
lografia, Correspondência e Compras. O processamen­
to de dados por computador resulta em eficiência
e economia de trabalho.
161
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Conferências

O Departamento de Conferências procura rece­


ber calorosamente, com hospitalidade cristã, as pes­
soas que nos visitam como participantes de equipes,
estudantes, leigos, conferencistas e algumas personali­
dades. Neste trabalho estão envolvidos a administra­
ção do hotel, recepção de hóspedes, matrículas para
os cursos e conferências, livrarias, alimentação e eco­
nomia doméstica. Arrowhead Springs é considerado
um dos mais bonitos centros de conferência dos Esta­
dos Unidos. Quando não estão sendo usadas para
treinamento, as acomodações podem ser utilizadas
por igrejas e outras organizações evangélicas.
Manutenção é outra área importante na admi­
nistração e conservação da sede. Desde quando o
Senhor nos deu o local, temos demonstrado nossa
gratidão e boa vontade mantendo uma equipe de
tempo integral que cuida do terreno e dos prédios e
planeja a construção de novas acomodações, o que
embeleza o lugar a cada ano.
O Departamento de Pessoal está em constante
planejamento e oração, pois temos um movimento
regular de 110.000 pessoas no movimento Ágape,
além do trabalho de arrolar e dispor as equipes,
manter um fichário de participantes e gerir todos os
negócios que lhe são afetos, tem em vista, principal­
mente, ser usado por Deus para colocar as pessoas em
posições estratégicas a Seu serviço.
O Ministério de Comunicação de Massas traba­
lha crendo que nada é impossível para Deus utili­
zando revistas, jornais, campanhas pelo correio, rádio,
filmes, programas de televisão, material evangelístico
audio-visual e aconselhamento pelo correio, tanto para
cristãos como não-cristãos, ajudando esta geração a
162
O Centro de Operações
ouvir do amor de Jesus Cristo e saber como conhecê-
Lo pessoalmente.

Correio
Dentro da Divisão de Comunicação está o De­
partamento de Correspondência. Mantém correspon­
dência com milhares de crentes, em uma tarefa co­
lossal de programar um acompanhamento regular dos
convertidos e de todo o material da Cruzada.
Separar e encaminhar corretamente a correspon­
dência que chega é o principal trabalho deste departa­
mento, além de registrar todas as contribuições feitas
por intermédio de cartas e informar ao departamento
de contabilidade.

Uso dos talentos


Arrowhead Springs é um organismo vivo, onde
todo crente, não importa qual seja seu talento ou
habilidade, pode ser usado por Deus em um ministé­
rio transformador e frutífero. Estamos em. oração
constante pedindo mais pessoas com prática anterior
em secretariar, administrar ou mesmo pregar - quali­
ficações que, geralmente, não estão associadas ao tra­
balho cristão mas que são indispensáveis a um movi­
mento de evangelização mundial.
A pessoa que trabalha na sede ocupa uma posi­
ção estratégica, centro nervoso de um movimento que
está sendo dirigido e abençoado por Deus. É um
soldado da oração, intercedendo por missionários de
todo o mundo e diariamente tem motivos para louvar
ao Senhor por milagres específicos acontecidos em
várias partes do globo. Está desempenhando o traba­
163
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
lho inicial, necessário, que resulta em mais frutos na
obra. Todos os dias está ajudando a plantar e a regar
milhares de sementes da Palavra de Deus e a colher
30, 60 ou 100 vezes, mais. Se você está interessado e
qualificado para uma ou mais oportunidades que exis­
tem para participar da equipe da sede, por favor,
escreva pedindo mais informações.

164
EXPLO’ 72

Em 1969, eu estava assentado no palanque do


grande City Auditorium, em Minneapolis, durante o
Congresso Americano de Evangelismo, ao lado do
evangelista indiano Akbar Haqq e ouvia uma das
mensagens do Dr. Billy Graham.
A certa altura, inclinei-me em direção ao Dr.
Haqq e falei rapidamente que sentia um forte sinal do
Senhor para que a Cruzada patrocinasse um congresso
de evangelismo - a princípio para treinar jovens em
compartilhar sua fé.
O Dr. Haqq respondeu: “Bill, acho que você
deve fazer isto”.
Este foi o início de uma idéia que mais tarde
tomou-se um dos acontecimentos mais extraordiná­
rios na história de nosso movimento.

Cem mil delegados


Ao voltar para Arrowhead Springs, apresentei a
idéia aos nossos diretores de ministério e alguns deles
ficaram entusiasmados; outros, duvidosos de que de­
véssemos intentar uma tarefa de tal porte. Finalmen­
te, depois de vários meses, concordamos em prosse­
165
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
guir com a idéia. Assim, começamos a conversar e a
crer ná possibilidade de reunir 100.000 estudan­
tes na maior cidade dos Estados Unidos em um con­
gresso; a época sugerida foi o verão de 1972.
A 21 de dezembro de 1970, eu estava falando
em uma conferência em um hotel de Chicago e,
depois da mensagem, perguntei a Paul Eshelman, en­
tão nosso diretor em Madison, no Winsconsin, e a sua
esposa, Kathy, se poderia falar com eles por alguns
minutos. Contei, então, a Paul que nossos diretores
regionais haviam votado pela realização desta enorme
programa de treinamento sob sua direção. Perguntei-
lhe se poderia dirigir tudo e depois de vários dias em
que buscou a orientação do Senhor, aceitou.
Os planos começaram a tomar vulto logo e, em
março de 1970, Paul visitou duas cidades para a possí­
vel realização da EXPLO’72 — Dallas e Chicago. Dal-
las mostrou ser a melhor, pois poderiamos acomodar
os estudantes e leigos que íamos hospedar.
Ao conversar com os responsáveis pelo Departa­
mento de Convenções de Dallas e da Câmara de
Comércio para discutir nossos planos, mas que eram
incrédulos, a tarefa tomou-se bastante clara: estáva­
mos mudando uma cidade para dentro de outra. Os
administradores de Dallas, entretanto, deram-nos o
sinal verde.
Em maio, Paul e Kathy mudaram-se para Dallas
e foram passar o verão em Arrowhead Springs. onde
desenvolvemos os planos iniciais para o EXPLO.
No fim do verão, 10 “membros privilegiados”
da equipe da EXPLO foram com eles para Dallas para
iniciar a preparação que duraria 2 anos.
As responsabilidades da equipe da EXPLO, que
no final, na época do congresso, contava com 300
pessoas, era gigantesca: criar uma estratégia nacional
de promoção, incluindo rádio e televisão, filmes pro­
166
EXPLO’72
mocionais, publicações em jornais, anúncios, folhetos,
avisos em boletins de igrejas; convidar líderes evangé­
licos de todo o país para falar e conseguir acomoda­
ções, refeições, transporte e matrícula para 100.000
pessoas.

O poder da oração
Trabalharam longos períodos, sacrificando ativi­
dades particulares e até horas de sono. Em todo o
país, enquanto orávamos com eles e por eles, víamos
Deus suprindo suas necessidades dia a dia, pois criam
que Ele faria grandes coisas.
Por exemplo, oramos por 200 agentes de filmes
promocionais que pudessem nos ajudar a criar entu­
siasmo pela EXPLO. Ao se iniciar o Congresso, havia
no mínimo este número e 1000 filmes em circulação
- o produtor contou que foi a maior distribuição de
filmes evangélicos já realizada.
Confiando em Deus para prover o material de
escritório, a equipe orou pedindo mais uma máquina
e alguém ofereceu uma. Orou por uma copiadora e
outra pessoa emprestou. Oraram poi uma boa recepti­
vidade no departamento de reservas dos hotéis e antes
de o congresso terminar, tínhamos o maior número
de reservas já dado a qualquer organização para uma
convenção em Dallas.
E, é claro, continuávamos a orar pelos delega­
dos que iriam para lá. Orávamos para que o Senhor
despertasse milhares para sentirem sua necessidade de
um andar mais próximo de Deus, para sentirem o
desejo de compatilhar com outros os modos práticos
e naturais de realizarmos tudo.
167.
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Oitenta e cinco mil inscritos

Em fevereiro de 1972, faltando apenas quatro


meses para a EXPLO, tínhamos apenas 19 delegações
inscritas. Na data da abertura, sob a dinâmica lideran­
ça de Maru Banks, uma importante mulher de negó­
cios que prestou serviços voluntariamente, tínhamos
1300 delegados vindos de 1000 cidades. O número
total de delegados inscritos chegou a quase 85.000,
representando cerca de 70 países. A 12 de junho
começaram a chegar em grande número, de avião,
carro, motos, ônibus, trailers, à pé e de bicicleta. Às
3 horas da manhã, os ônibus começaram a chegar ao
enorme “Market Hall”, ao lado da auto-estrada Stem-
mons, onde os delegados fariam sua inscrição.
Durante o longo tempo de espera, no meio do
calor, dos inconvenientes inevitáveis e das complicações
de transporte, muitos se assentavam em cima das
malas, estudando a Bíblia, orando ou cantando. O
comportamento deles era uma inspiração. Adotaram o
seguinte lema: “Você não pode tornar as coisas tão
difíceis a ponto de me fazer reclamar”.
De madrugada, quando a equipe se reuniu para
orar, os jornais da manhã de Dallas traziam uma página
inteira com os seguintes dizeres: “Algo histórico está
acontecendo aqui”. A mesma mensagem aparecia con­
tinuamente no painel eletrônico do prédio da “Blue
Shield”, no centro da cidade. O prefeito Wes Wise
repetia as palavras em flashes na televisão toda a
manhã. Dallas deu uma acolhida calorosa à EX-
PLO’72.
O congresso tornou-se histórico porque foi até
o momento a maior tentativa na história, de se reali­
zar um treinamento evangelístico de uma semana intei­
ra. Treinamento especializado foi dado em 63 locais
diferentes, para colegiais, universitários, leigos, pasto­
168
EXPLO'72
res, professores, militares, executivos e esposas, atletas
e 2000 delegados estrangeiros.

Temas básicos da vida cristã

Nos estudos da manhã, apresentados em forma


de painel e palestras, os participantes ouviram a res­
peito dos temas básicos da vida cristã: como andar no
poder do Espírito Santo diariamente, como experi­
mentar o perdão e amor de Deus, como saber sua
vontade e como transmitir seu plano e seu amor para
outras pessoas. Este era o “alimento” da EXPLO.
Muitos professores de Bíblia convidados, como o sr.
J. Edwin Orr, Dr. Harold Ockenga (Presidente do
Seminário Gordon-Conwell), e Sam Wolgemuth (Presi­
dente da Mocidade para Cristo Internacional), leva­
ram mensagens que ajudaram a esclarecer o real signi­
ficado do discipulado.
Os estudantes também eram escalados para
pequenos grupos de ação, das seis às oito, com um
líder. Encontravam-se várias vezes durante a semana
para que pudessem discutir sobre o que tinham apren­
dido e receber aconselhamento pessoal dos líderes.
As tardes ofereciam uma variedade de 49 semi­
nários opcionais, e os temas variavam desde casamen­
to cristão e namoro à utilização para Cristo da comu­
nicação de massa, auto-aceitação e como lidar com o
ocultismo.
Depois de ouvir uma mensagem sobre “Como
viver com seus pais”, uma moça, formada em Berke-
ley, disse: “Vou voltar para casa e pedir perdão à
minha mãe por causa de minha rebeldia”.
No tempo livre das tardes, os delegados visita­
ram a Exposição de Oportunidades Cristãs, que lhes
permitia verificar as possibilidades de trabalho em
169
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
206 grupos missionários, escolas e igrejas em todo o
mundo. Nós os havíamos convidado para vir à EX-
PLO’72 como nossos hóspedes para promover seus
ministérios. Soubemos que nada semelhante acontece­
ra antes e muitos delegados, tendo vindo à EXPLO
com os corações abertos, desejosos de servir a Deus
em qualquer lugar, acharam a exposição de valor
incalculável.
“Intercristo”, um serviço de computador, forne­
cia informações personalizadas de trabalhos específi­
cos que poderíam ser preenchidos em muitas organi­
zações da feira. Por 3 dólar os delegados recebiam
listas com 5 e até 10 opções que combinavam com
sua instrução e capacidade. Com esta relação em
mãos, estavam aptos a procurar as organizações que
sabiam estar procurando pessoas com sua qualifica­
ção.
Os tradutores da Bíblia Wycliffe fizeram uma
demonstração com audio-visual sobre o trabalho que
realizam em países primitivos. No final da semana,
além dos 480 pedidos para maiores inform ações, qua­
tro casais haviam se decidido a começar um treina­
mento para trabalhar na equipe Wycliffe.
Fizemos todo o possível para permitir que os
estudantes passassem o tempo que necessitassem na
Exposição, deixando os stands abertos desde cedo até
quase meia-noite, algumas vezes. Sentíamo-nos entu­
siasmados e encantados ouvindo a maioria dos exibi-
dores contando que a exposição da EXPLO foi a mais
proveitosa que já houvera.

Reuniões noturnas no Cotton Bowl

Todas as noites da semana, o “Cotton Bowl” de


Dallas vibrava com os louvores que os delegados da­
170
EXPLO’72
vam a Deus, unidos no que parecia ser uma grande
reunião de família, o estádio com todos os lugares
literalmente tomados. Uma multidão transbordante,
composta principalmente de colegiais entusiasmados,
acomodava-se no gramado do campo de futebol cober­
to com um plástico, enquanto outros assistiam atra­
vés de um circuito fechado de televisão de um local
próximo ao Memorial Auditorium.
As noites eram ricamente abençoadas por Deus
por intermédio das mensagens do Dr. Billy Graham,
Presidente Honorário da EXPLO, e do Dr. E.V. Hill
da Igreja Batista Monte Sião, localizada na região
centro-sul de Los Angeles, que junto comigo, prega­
vam à enorme multidão. Apresentações de conhecidos
conjuntos cristãos, entrevistas com delegados ansiosos
para compartilhar como Deus operava ou o que ensina­
ra a eles durante a semana e relatórios de representan­
tes estrangeiros completavam as grandes reuniões.
Todas as noites as manifestações eram expontâ­
neas e cheias de regozijo e os participantes batiam
palmas acompanhando a música e canto junto com os
conjuntos. O estádio ressoava com as palavras “Louva­
do seja o Senhor” e muitas vezes a resposta poderia
vir de outro ponto “A-a-a-men”! Bob Horner, nosso
Diretor no Colorado — Wyoming, que servia como
“mestre-de-cerimônias” dos grandes programss, disse:
“Nunca estive em um palco onde não havia medo; era
como se apresentar em uma renião de família”.
O Governador Reubin Askew, da Flórida, e ele
próprio um participante, concordou: “O que mais se
salienta quando vejo este grupo de jovens, brancos,
pretos e amarelos, no Cotton Bowl (cerca de 60.000
inscritos eram colegiais e universitários), de cabelos
compridos ou curos — é que estão ligados por um
laço comum —Cristo. Aceitam-se uns aos outros pelo
que são - filhos de Deus”.
171
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Espalhando as Boas Novas
Os participantes da EXPLO’72 não podiam e
não guardaram o amor de Cristo apenas “dentro” do
círculo familiar, pois este amor fazia com que tiras­
sem proveito de todas as oportunidades para falar aos
habitantes de Dellas, policiais, fregueses de lojas, mo­
toristas de ônibus e repórteres que Deus tinha um
plano — uma plano maravilhoso e rico —para as suas
vidas.
Oramos para que a EXPLO fosse apenas um degrau
em direção ao cumprimento da Grande Comissão nos
Estados Unidos até 1976 e no mundo até 1980, e à
medida em que víamos 85.000 pessoas com os livre-
tos das Quatro Leis Espirituais e Evangelhos de João
nas mãos, percorrendo a região de Dallas-Fort Worth,
desejosas de levar as bovas novas de nosso Senhor
para milhares nas tardes de terças e quarta-feiras, que
foram usadas para testemunhar, nos asseguramos de
que a Grande Comissão pode e será cumprida.
Embora não tenhamos registros completos, fize­
mos uma estimativa de que pelo menos 25.000 pes­
soas haviam aceito Cristo até o final da semana.
Joye Scott, de Rockford, Illinois, contou que as
pessoas com quem falou estavam abertas e receptivas:
“Elas nos recebiam em suas casas e ficavam curiosas
para saber o que iríamos dizer. Muitos concordavam
em que tínhamos algo a dizer ao mundo”.
“Fui abordado por muitos dos participantes e
todos pareciam bastante sinceros; o movimento da
EXPLO é a maior esperança que o mundo está vendo
em anos, disse o perito contador J. M. McDonnel.
Em uma pesquisa local feita pelo “Dallas'Times
Herald”, os repórteres descobriram que “a atitude de
uma grande maioria de homens de negócios, secretá­
rias e funcionários de escritórios entrevistados nas
172
EXPLO’72
ruas centrais na quinta-feira era de total apoio aos
delegados”.
O Capitão John Squier, do Serviço de Trânsito,
falou aos moradores de Dallas que era importante
que fossem pacientes nos engarrafamentos que hou­
vessem durante a semana. “Se considerarmos que es­
tas pessoas estão aqui imbuídas de um espírito de
fraternidade crista, eu diria que estamos tendo um
congestionamento de trânsito que vale a pena”.
Reunião final
A reunião final no “Cotton Bowl” foi realizada
na noite de sexta-feira, terminando com uma tocante
cerimônia de velas acesas que simbolizavam a dissemi­
nação do amor de Deus entre as pessoas no mundo
inteiro. No sábado o congresso teve seu ponto alto
com o Festival de Música Evangelística, assistido por
cerca de 180.000 pessoas — muitos dos quais não
eram cristãos quando chegaram. O festival começou
às 7,25 da manhã, pois as pessoas começaram a se
acomodar em frente ao palco rotativo de cerca de
450 metros de largura, contruído em um enorme
terreno vago no centro da cidade onde mais tarde
seria construída a “Woodall Rodgers Freeway”. Músi­
cos evangélicos, como Johnny Cash e sua família, os
“Statler Brothers”, Andrae Crouch e os Discípulos”,
Connie Smith, Katie Henley (do “Godspell”), Larry
Norman e muitos outros fizeram o auditório vibrar
com músicas que exaltavam o Salvador.
Por volta das 3 horas da tarde, depois de o Dr.
Graham ter pregado, foi dada uma explicação
bem clara do que era preciso fazer para aceitar
Cristo como Salvador, para aqueles que ainda não
haviam tomado essa decisão. Depois, em toda a ex­
tensão da área, os participantes da EXPLO podiam ser
vistos compartilhando o amor de Deus por intermédio

173
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
das Quatro Leis Espirituais com pessoas desejosas de
uma nova vida.
Naquele dia, 8S.000 pessoas treinadas deixaram
Dallas com um alvo e um desejo de ganhar suas
comunidades para Jesus Cristo. Como resultado, creio
que foi dada uma nova ênfase ao evangelismo em
muitas igrejas e grupos de jovens evangélicos. Em
entrevistas realizadas por repórteres de rádio e televi­
são, a resposta mais comum à pergunta “O que esta
semana significou para você? ”, era: “esta semana eu
aprendi como testemunhar de Cristo”. Pessoas habili­
tadas podem transformar comunidades em todo lugar.
Nas últimas duas noites no “Cotton Bowl”, ao
pedir que aqueles que desejassem dispor de seu tem­
po, talento e bens para cumprir a Grande Comissão
que ficassem de pé, a maioria atendeu ao pedido.
Louvamos, também, a Deus pelo testemunho
que a EXPLO foi para o mundo dos não-crentes.
Aproximadamente 400 representantes da imprensa
convergiram para Dallas, dos Estados Unidos, Holan­
da, Noruega, Nova Zelândia, Israel, Alemanha, Fran­
ça, índia e Filipinas. Agências de informações como a
UPI e AP, e cadeias de televisão como CBS e NBC,
revistas evangélicas e seculares e até jornais radicais
estavam presentes.
Em todo o mundo os meios de comunicação
estavam dizendo “estes estudantes são diferentes”.
Os efeitos do congresso se fizeram sentir ainda
mais nos dois meses seguintes, ao serem exibidos os
especiais sobre a EXPLO, de 3 horas de duração, em
cadeias de televisão de todo o país, em um total de
235 emissoras. Cada programa teve uma audiência
calculada em 35 milhões de pessoas.
Os cinco dias em Dallas terminaram, mas cre­
mos que a explosão espiritual ali iniciada continuará a
dar resultados em todo o mundo por muitas gerações.
174
Cruzada de oração

“Não há nada que se possa fazer”.


Tenho ouvido esta declaração centenas de vezes
e ainda fico espantado ao ver que, mesmo os cristãos,
aceitam-na como verdadeira nos momentos de crise
com que o mundo se depara.
Há algo que todos podem fazer —seja o empre­
sário, a dona de casa ou o estudante: Todo cristão
pode orar e a oração é a arma mais poderosa do
mundo.
Dia virá em que todos os segredos do Pai serão
plenamente compreendidos pelos filhos dos homens e
muitos cristãos ficarão admirados por nunca haverem
se apropriado dos poderosos recursos espirituais pro­
metidos por Deus a todos os que crêem em Cristo
porque não aprenderam a orar. Nenhum dos privilé­
gios humanos se compara ao de gozar comunhão com
Deus — literalmente falar com Ele e obter sua respos­
ta.
Em 1972, o nosso país defrontou-se com uma
de suas maiores crises em 200 anos. Devido à grande
necessidade de oração, minha esposa Vonette sentiu-
se compelida a lançar a Cruzada de Oração da Grande
Comissão, inicialmente programada para organizar,
mobilizar e motivar mulheres a orar. Algumas líderes
175
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
entre as mulheres cristãs, como a sra. Billy Graham,
sra. Harold Lindsell esposa do redator do Christianity
Today, a finada sra. Howard Davidson, filha de Abra-
ham Vereide, fundador da International Christian
Leadership e a sra. Fred Dienert, oradora da Associa­
ção Evangelística Billy Graham, uniram-se a Vonette
para falar em inúmeras reuniões de oração de grande
amplitude. Houve muita repercussão não apenas entre
as mulheres mas, também, entre os homens. Sua preo­
cupação pela situação moral e espiritual do país tor­
nou-se o alicerce de um movimento para informar e
unir cristãos de todas as denominações e organizações
em oração, em grupos de duas ou até vinte pessoas, com
o objetivo de um despertamento espiritual de âmbito
mundial.

Incentivando os cristãos a orar

Como o próprio nome sugere, a Cruzada de


Oração da Grande Comissão tem como objetivo in­
centivar os milhões de cristãos a unirem-se em oração
para um reavivamento mundial e o cumprimento da
Grande Comissão. Nestes anos todos Deus nos tem
convencido de que devemos continuar dando priorida­
de à oração e creio ser esta uma das maiores razões
porque Ele tem derramado suas bênçãos nos diferen­
tes ministérios da Cruzada.
O ministério de oração começou em 1951, com
uma corrente de oração de 24 horas, divididas em 96
períodos de 15 minutos e, ininterruptamente pessoas
oraram para que Deus falasse aos corações dos estu­
dantes no campus. Houve conversões impressionantes;
pessoas que odiavam Deus e eram suas in im ig as,
foram transformadas de maneira maravilhosa. Não há
como descrever o que aconteceu sem considerar a
176
Cruzada de Oração
intervenção sobrenatural de Deus como resposta de
oração.
Lembro-me de um jovem, importante no cam­
pus, não só no meio esportivo como no social. Odiava
Deus e criticava os cristãos da faculdade. Bebia
muito e estava em vias de se tornar um alcoólatra.
Fui convidado por alguns rapazes que haviam
aceito Cristo por intermédio do nosso ministério, para
pregar na agremiação da qual ele era presidente.
Quando lhe pediram que me enviasse um convite
formal, respondeu: “Não quero nem um destes fanáti­
cos religiosos aqui. Se Bill Bright vier, terá que passar
por cima do meu cadáver”. Não fiquei sabendo do
fato na ocasião, mas depois os rapazes, muitos dos
quais eram atletas corpulentos, contaram-me que ha­
viam respondido que para eles estava certo - passa­
riam por cima do seu cadáver. Assim, apesar de sua
oposição, fui convidado.
Ao pregar naquela noite, convidei os que quises­
sem aceitar o Senhor que viessem falar comigo e
aquele presidente da agremiação foi um dos primeiros
a se aproximar. Convidei-o para almoçar em um dia
da semana.

“ Preciso de Deus”

Depois do almoço, contou-me que a idéia cor­


rente era de que ele fosse feliz porque animava todas
as festas, era um grande atleta e estava sempre con­
tente. Porém, disse, “provavelmente sou a pessoa mais
miserável deste campus e preciso de Deus”. No carro,
voltando para casa, aceitou Cristo como Salvador.
Naquela tarde ele começou a ler a Bíblia. Seu
colega de quarto perguntou, “Que você fez, meteu-se
em religião”? A resposta foi, “Hoje aceitei Cristo”.
177
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
“Eu o conheço”, falou o colega, “você está só se
preparando para uma discussão”. Na manhã seguinte
ele reuniu todos os companheiros, muitos dos quais
eram cristãos, e contou: “Ontem aceitei Cristo. Vocês
me conhecem e sei que vou passar por momentos
difíceis para viver como cristão e quero que orem por
mim”. Deus o usou para causar um impacto no cam­
pus e creio que foi resposta à oração.
Ano após ano temos testemunhado milagres co­
mo resposta de oração. Em dezembro de 1971, muitos
grupos de cristãos, em locais diferentes, começaram a
orar em favor da EXPLO’72. Tínhamos problemas e
poucas inscrições. O futuro parecia negro. Somente
depois que milhares de cristãos de todo o país come­
çaram a orar com profundo senso de urgência e fé,
em grande parte por causa da influência de Vonette
na Cruzada de Oração da Grande Comissão é que Deus
solucionou muitos dos problemas logísticos da reu­
nião e as inscrições começarám a inundar Dallas. Por
intermédio da oração, Deus levou mais de 85 mil
pessoas à EXPLO’72.

Corrente da oração de 24 horas

Na esteira do poderoso derramamento do Espí­


rito de Deus na EXPLO’72, decidimos expandir ainda
mais nosso alicerce, de oração, estabelecendo um
ministério de oração de 24 horas, ininterruptamente,
na Capela Memorial Guy F. Atkinson, em Arrowhead
Springs. Presenciamos respostas comoventes por causa
desta corrente de oração e de outras que surgiram nos
campus e em comunidades dos Estados Unidos e do
mundo inteiro.
Certa feita fui convidado para pregar em uma
reunião durante o café da manhã promovido por um
178
Cruzada de Oração
prefeito e um governador, na qual estariam presentes
mais de 1350 líderes. Precisei viajar a noite toda para
chegar a tempo para a reunião. Apesar do meu cansa­
ço, 369 pessoas aceitaram Cristo naquela manhã. Com
certeza um fato importante foi a oração.’Ao mesmo
tempo em que eu pregava, 30 membros da equipe
estavam de joelhos na capela em Arrowhead Springs,
onde eram 5,30 horas da manhã. Creio que foi uma
demonstração importante do poder de suas orações e
das de outros, inclusive a minha.
Na tentativa de reunir indivíduos e grupos para
orar, descobrimos que as pessoas têm facilidade de se
agrupar para efrentar problemas de emergência ou de
importância. Entretanto, depois de algumas reuniões,
alguns perdem o interesse porque o orar constante
parece tornar-se mecânico e repetitivo. Embora a ora­
ção seja a arma mais poderosa do cristão contra o
pecado e os poderes das trevas, talvez seja o aspecto
mais negligenciado do culto oferecido a Deus, provavel­
mente porque não sabemos como orar. Percebendo
isto, a Cruzada da Oração da Grande Comissão criou
os Seminários de Oração Dinâmica para ensinar a
orar. Pessoas experimentadas ensinam nestes seminá­
rios usando conceitos transferíveis.

Ministério de Oração e Assitência


Outro ministério, o de Oração e Assitência, flo­
resceu em 1977 quando Vonette apresentou a seguin­
te questão: “Se a oração é tão importante, tão neces­
sária para qualquer ministério, por que não há ministros
de oração de tempo integral”? Pessoas de mais idade fo­
ram chamadas para este trabalho. Considerando a impor­
tância do assunto, Paul Utley atendeu ao apelo, ofere­
cendo-se para orar em tempo integral para encorajar
179
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
outros a se filiarem a este ministério. “Pensei muito
sobre o assunto e encontrei um precedente na Bíblia na
vida da profetiza Ana, que passava o dia todo no tem­
plo em oração intercessória”.
Comparando o vibrante exemplo de Ana com a
vida de pouca oração dos cristãos americanos, Utley e
Vonette chegaram à conclusão que um ministério
de aconselhamento e oração por telefone, funcionando
ininterruptamente por 24 horas e intercedendo por
grande número de pessoas com problemas, podería
causar um impacto significativo. No dia 16 de setem­
bro de 1977 foi iniciado o programa de Oração e
Assistência.
A primeira chamada do dia foi a de uma moça
de 18 anos, sofrendo de leucemia. Um dos membros
da equipe ouviu sua história e ficou sabendo que os
médicos haviam-lhe dado apenas 3 meses de vida e
logo que a moça manifestou o desejo de aceitar
Cristo oomo Salvador, dirigiu-a em oração.
Este caso, entretanto, não termina aqui. Ela
foi assistida por orações intercessórias e nos primeiros
passos para o crescimento de sua vida espiritual. Este
tipo de acompanhamento é a meta do sistema de
controle dos pedidos recebidos pelo centro de Oração
e Assistência.

Grupos de oração nas igrejas e comunidades


Em algumas cidades foi adotada a estratégia de
se escolher um coordenador do programa que atuaria
ao lado dos encarregados das reuniões de oração das
diferentes igrejas, dividindo a cidade em regiões, esti­
mulando a formação de grupos de oração nas igrejas e
180
Cruzada de Oração
comunidades. Um boletim mensal de louvor e oração
é distribuído para fornecer a todos informações sobre
assuntos locais e nacionais pelos quais orar. Este tra­
balho ajuda às várias reuniões de cristãos que aconte­
cem na cidade. 0 boletim local é um complemento
do enviado mensalmente pela Cruzada a milhares de
pessoas nos Estados Unidos e no mundo inteiro, para
incentivá-las a orar por projetos e organizações dife­
rentes.
A Cruzada da Oração da Grande Comissão é
parte importante do movimento de oração do projeto
“Vida Para...” ao redor do mundo. Como resultado,
ainda continuam correntes de oração de 24 horas,
organizadas pelas igrejas, em todos os quadrantes de
várias cidades.
O lema do ministério é “Chamar o mundo para
orar”. Nossa meta é que todas as grandes cidades do
mundo iniciem um trabalho assim, unindo e infor­
mando os crentes sobre os tópicos da oração, estabe­
lecendo um centro de oração semelhante ao que te­
mos atualmente em Arrowhead Springs. Este alvo
pode ser alcançado por igrejas que se comprometam a
orar com programas pré-estabelecidos, um dia por
mês, sendo necessário apenas 31 igrejas para sustentar
este ministério, pois cada uma é responsável por 24
horas apenas uma vez, mensalmente.
Para unir e apoiar as pessoas com motivos espe­
cíficos, um diário pessoal de oração foi criado em
1978, objetivando incentivar o povo cristão a orar
por assuntos definidos de domingo à sábado. Este
diário também contém um mapa e uma lista dos
países, para que haja intercessão pelos problemas
mundiais, além de tópicos auxiliares para que possa
ser adaptado a um uso personalizado.
181
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Convocando milhares à oração
Nos últimos anos, desde que nossos filhos fo­
ram para a universidade, Vonette tem convocado mi­
lhares a orar, quando viaja comigo. Ela ajudou a
iniciar a Cruzada de Oração da Grande Comissão em
muitos países.
A oração tem se firmado como parte integrante
de nosso trabalho na América Latina também. No
Centro Latino-Americano em Cuemavaca, no México,
uma linda Capela de Oração da Grande Comissão foi
construída, quase integralmente pelos cristãos lati­
no-americanos. Neste centro existem duas correntes
de oração que atuam por 24 horas. Uma ora por
problemas da América Latina e outra pelas necessi­
dades mundiais. As 3 horas da tarde; os cristãos
mexicanos são incentivados a interromper o seu traba­
lho para orar por seus países. Foi escolhido este
horário por causa da hora da Siesta e, também, por­
que esta é aceita como sendo a hora em que Jesus
morreu na cruz. Muitas igrejas que ficavam fechadas
estão agora abrindo suas portas para os que desejam
se reunir para orar nas primeiras horas da manhã.

Oração no Oriente Médio

Iqbal Massey, esposa do nosso diretor de assuntos


para o Oriente Médio, Kundan Massey, viajou por
toda a região, falando a milhares para incentivar a
formação de grupos de oração. No Marrocos, onde há
pouco mais de 150 cristãos, há sete correntes de
oração, uma parte para cada dia da semana.
Tem havido muitas experiências, que fortalecem
a fé, relacionados à oração específica. No Egito, para
onde Vonette viajou acompanhada por um grupo de
1S2
Cruzada de Oração
mulheres da equipe, encontrou-se com líderes das
igrejas de todo o país. Foi realizada uma reunião ao
mesmo tempo em que Sadat, Begin e Carter conversa­
vam sobre o tratado de paz entre Israel e o Egito, em
Washington. As mulheres se ajoelharam inúmeras ve­
zes, orando por aqueles líderes, e também, estabelece­
ram uma estratégia de oração para ajudar a cumprir a
Grande Comissão no Egito.
Anos depois, no verão de 1984, Vonette era
uma das líderes na reunião de 3.200 pessoas, que
participaram da Assembléia Internacional de Oração
em Seul, na Coréia. Líderes cristãos de todo o mundo
referiram-se àquela semana como o segundo Pentecos-
tes. Muitos de nós que tomamos parte nas reuniões,
nunca mais seríamos os mesmos por causa do que
houve ali. Tivemos oportunidade de ver os cristãos
coreanos em seu comportamento com a oração, o que
foi uma benção. Mais do que qualquer outra, a igreja
da Corria é a que se assemelha à do primeiro século.
Semanalmente, centenas de milhares de pessoas pas­
sam a noite em oração. Nos últimos dez anos, o núme­
ro de membros passou de 3 para sete milhões e creio
que a razão deste crescimento é a oração. O Dr. Joon
Gon Kim, nosso diretor na Coréia e Ásia, exerceu
grande influência para esta participação.
Sou grato a Deus pela liderança de Vonette na
Assembléia de Oração e em tantos outros movimentos
de intercessão em nosso país e em todo o mundo.
Estamos comprometidos com a oração porque reco­
nhecemos que não importa quão eficientes sejam as
estratégias, planos, técnicas, material e liderança; sem
o poder do Espírito Santo de Deus, pouco fruto
espiritual será colhido para glória do Senhor.

183
Alcançar o mundo

Você pode imaginar o impacto de 10.000 ho­


mens e mulheres leigos, indo a todas as cidades e
vilas do mundo, exercendo suas profissões e, ao
mesmo tempo, falando de Cristo? Deus me deu esta
visão logo depois da EXPLO’72 e assegurou-me que,
se trouxera quase 100.000 pessoas àquela histórica
reunião, com certeza poderia levantar 100.000 ho­
mens e mulheres para investir dois ou mais anos de
suas vidas para levar o evangelho até aos confins da
terra. Ao orar a respeito do assunto, sentia mais e
mais convicção de que era realmente vontade de Deus
que me empenhasse nesta tarefa e os líderes do movi­
mento também se mostravam favoráveis à idéia.
Nos meses seguintes coordenamos a estrutura
básica de um movimento que se ia chamar Ágape
(ágape é a palavra grega usada no Novo Testamento
para indicar o “amor de Deus”). Em janeiro de 1973,
convidamos os líderes de várias organizações missioná­
rias para trocar idéias e nos aconselhar. Entre eles
ençontravam-se o Dr. Clyde Taylor, Diretor da Asso­
ciação Nacional de Evangelistas, o Dr. Edwin Frizen
da Associação Interdenominacional de Missões Estran­
geiras, o Dr. Donald Mcgavran da Escola Fuller de
184
Alcançar o mundo
Missões Mundiais e Cliff Barrows e Walter Smyth da
Associação Evangelística Billy Grahan.
Compartilhamos com eles nossas idéias de como
gostaríamos de desenvolver o movimento e, como
respeitava muito a opinião deles, perguntei-lhes o que
achavam de levarmos adiante os planos. Houve um
instante de silêncio.

O incentivo dos líderes cristãos

O Dr. Taylor quebrou o silêncio: “Se me tivesse


sido feita essa pergunta há um ano eu teria respondi­
do não, pois seria um empreendimento temerário.
Entretanto, a EXPLO’72 mudou minha resposta. Ao
ver como Deus usou esta organização para reunir
quase 100.000 pessoas e solucionou problemas tão
difíceis, não só acho que vocês devem seguir adiante,
como acho que são a única organização dos Estados
Unidos que pode empreender o projeto”.
Em seguida falou o Dr. Frizen: “Também acho'
que devem prosseguir, não por causa da magnitude da
EXPLO’72 mas pelo seu espírito, pois ao reunir 200
organizações cristãs para que apresentassem as oportu­
nidades que oferecem, percebi que este é o espírito
que devemos ter se desejamos ver o mundo alcançado
para Cristo”.
A Cruzada convidou estas organizações para que
tornassem conhecidos seus ministérios, como expres­
são de nosso amor e desejo de ajudar a criar um
espírito de unidade entre os diversos grupos.
O Dr. McGavran disse: “Há 20 anos, ao ser
empossado como Deão da Escola Fuller de Missões
Mundiais, falei em meu discurso: se realmente leva­
mos a sério a Grande Comissão, temos que pedir a
Deus que levante pelo menos 100.000 missionários
185
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
para atingir o mundo. “Agora, ouço que Deus lhes
deu a mesma visão, e não apenas isto, deu-lhes
também os recursos para realizá-la”.
O próximo a se manifestar foi Cliff Barrows:
“Não preciso ser convencido do mérito de um progra­
ma assim. Meu pai, fazendeiro aposentado, atualmen­
te participa de um trabalho semelhante e isto mudou
sua vida”.
Tudo o que Walter Smyth pode dizer foi: “Que­
ro empenhar todos os recursos e influência da Asso­
ciação Billy Graham para ajudar a realizar esta visão”.

À procura de um diretor

Convencidos de que estávamos no caminho cer­


to, precisávamos encontrar um diretor para esta nova
atividade. Em dezembro de 1972, Deus colocou em
meu coração que o Dr. Larry Poland, Diretor da
Faculdade Cristã de Miami, era o homem escolhido.
Quando, porém, perguntei-lhe se assumiría o cargo,
respondeu que gostaria mas já estava comprometido
com um programa de expansão da escola. Concordou,
entretanto, em nos aconselhar enquanto estabelecía­
mos as bases do movimento.
A situação começou a se tomar cômica, pois
periodicamente eu perguntava a Larry se Deus estava
nos orientando do mesmo modo. Eu deixara bem
claro que não gostaria que ele se juntasse a nós se
não se sentisse chamado por Deus, mas em meu
coração eu estava convencido de que ele era o ho­
mem de Deus para a tarefa de nos ajudar a realizar a
visão que eu recebera. Eu não sentia paz em relação a
qualquer outra pessoa para ocupar o cargo, embora
Larry continuasse a dizer não. Finalmente, em março
de 1973, por intermédio de uma série de circunstân­
186
Alcançar o mundo
cias marcantes, completou-se o tempo de Deus e Ele
chamou Larry para nos assessorar como diretor do
trabalho.

Equipes de todo o mundo

A equipe do Ágape não é formada apenas de


americanos. Já temos europeus viajando para outros
países para tomar conhecimento das suas necessida­
des. Estamos planejando centros de treinamento para
cada continente e em vários países para preparar seus
próprios habitantes, tomando-os capazes de ajudar
outros em sua própria terra e em outras partes do
mundo. A equipe chinesa está orando especificamente
para que Deus levante 10.000 chineses para participa­
rem do trabalho.
Antes de viajar para o exterior, a equipe do
Ágape assiste ao treinamento regular da Cruzada e a
um programa especial de três meses e meio chamado
“Ágape - Treinamento Internacional”. Além do trei­
namento básico de como viver uma vida cheia do
Espírito e de como compartilhar sobre Cristo de
modo mais eficiente, toma-se especial cuidado em
instruir os participantes nos princípios bíblicos, aju­
dando-os a se alimentar sozinhos da Palavra de Deus.
Mostramos a importância da comunicação transcultu-
ral e dos relacionamentos pessoais; ensinamos como
aprender a nova língua logo ao chegar ao país estran­
geiro e, também, os cuidados a serem tomados quan­
to à saúde.
Os participantes da equipe acham que o que
aprendem no treinamento é de valor inestimável. Uma
jovem professora que ia para a África, comentou: “Vi
minhas fraquezas transformarem-se em força e agora
sou uma pessoa completamente diferente”.
187
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
O movimento envolve um trabalho estratégico.
Médicos, enfermeiras, professores, técnicos em agricul­
tura, engenheiros e empresários podem ir a lugares
vetados a missionários. A necessidade de pessoas deste
nível é tão grande que têm permissão para entrar em
muitos países onde é proibida a entrada de missioná­
rios, embora as autoridades saibam que vão falar de
Cristo enquanto desempenham suas funções.
Um bom exemplo é o caso de uma pessoa
enviada para um país da África Ocidental. É um
atleta e técnico, e por isso participa da comissão
nacional de esportes para ajudar o país a desenvolver
times nacionais competitivos. Os atletas são tidos em
alta conta ali e este homem pode causar maior impac­
to como um cristão do que qualquer pessoa empenha­
da apenas em uma atividade missionária.
Outro aspecto interessante do movimento é que
seus participantes podem unir ao lado espiritual ao
vocacional em seu trabalho. Grande parte do tempo
estão envolvidos em discipulado e evangelismo, e ao
mesmo tempo em que exercem sua atividade, estão
comunicando o evangelho por intermédio de uma
vida centrada em Cristo.

Conceito de equipe

O movimento Ágape tem um conceito de equi­


pe. Muitas vezes os missionários são enviados para
uma determinada região sozinhos ou com apenas um
companheiro. Entretanto, a equipe está sempre por
perto, quando não um grupo, no mínimo uma outra
pessoa está próxima. O relacionamento entre estas
pessoas testemunha de modo enfático o fato de Cris­
to ser o centro desta pequena comunidade, e os
188
Alcançar o mundo
nacionais começam a ver o que Ele pode fazer no meio
de sua própria sociedade.
“Vivíamos em um aquário”, disse um partici­
pante de equipe Ágape que lecionava em uma escola
na Suazilândia. “A todo instante pedíamos ao Senhor
que nos ajudasse a refletir Sua pessoa. Acho com­
preensível que as pessoas aceitem o que você fala
desde que sua vida mostre a realidade do fato. Um
dos momentos mais felizes de nossas vidas foi quando
uma das alunas disse a mim e a minha companheira
de quarto que via Jesus Cristo em nossa amizade”.
Os participantes da equipe concordam em
passar dois anos no país para o qual se inscrevem,
embora muitas vezes escolham continuar com bases
permanentes depois de viverem a experiência de se­
rem usados por Deus de modo tão maravilhoso. Sa­
bendo que sua permanência pode ser temporária, po­
dem focalizar sua atenção naquilo que podem fazer
para preparar os naturais do lugar na tarefa de alcan­
çar seu país para Cristo.
O objetivo do movimento Ágape é despertar um
grande número de habitantes da região, vocacional e
espiritualmente, para que a equipe, ao voltar a seu
país de origem, deixe atrás de si pessoas capazes de
exercer uma profissão além de um bom grupo de
cristãos discipulados e aptos a alcançar sua terra para
Cristo.

Uma clínica médica na Coréia


Uma equipe do Ágape na Coréia exemplifica
como funciona o princípio de despertar vocações e
ganhar pessoas para Cristo. Foi organizada uma clíni­
ca médica em um dos bairros mais pobres de Seul.
Trabalhando ao lado dos coreanos, a equipe deu assis­
189
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
tência a cerca de 20.000 doentes e em menos de-um
ano houve mais de 3.700 decisões por Cristo. Quando
deixaram a clínica para voltar aos Estados Unidos,
havia um médico e uma enfermeira coreana para dar
continuidade ao ministério.
O espírito do movimento é o de se ter um
coração de servo. Não importa quão capacitada possa
ser a equipe, nada fará se não sair para o campo na ple­
nitude do Espírito Santo e com corações humildes. Em
muitos casos estarão trabalhando sob a orientação dos
dirigentes locais e precisam fazê-lo com espírito de ser­
viço.

Ajudando os cristãos locais


Além dos homens e mulheres treinados que
viajam para o exterior com o objetivo de exercer suas
profissões como um meio de compartilhar as boas
novas de Jesus Cristo, cerca de 375 americanos se
encontram, no momento, no exterior promovendo
treinamento, especialização vocacional e prática admi­
nistrativa para ajudar os cristãos locais a alcançar seus
países para Cristo.
O Dr. Al Rhea é um exemplo de alguém que
ajuda neste ministério. Deixou uma próspera clínica
dentária em Jacksonville, na Flórida, para juntar-se a
nossa equipe e, mais tarde, levou sua família para
Nairobi, no Quênia, onde trabalha em estreito relacio­
namento com indivíduos de diferentes países africa­
nos no Centro de Treinamento da Grande Comissão
na África Oriental. Supervisiona o treinamento de 3
ou 4 pessoas em cada curso, ensinando-lhes os prin­
cípios da evangelização e do discipulado, ajudando-
os a colocar em prática o que aprenderam desenvol­
vendo seus próprios ministérios.
190
Alcançar o mundo
Ê bastante compensador manter relações de
amizade com estas pessoas, sabendo que estes líderes
vão voltar a seus países de origem e vão adaptar o
treinamento que receberam à sua língua em situações
peculiares. Eles vão a regiões onde nunca iremos e, se
pudéssemos ir, levaria anos até que compreendésse­
mos sua cultura”.
No outono de 1976, o movimento Ágape con­
vocou uma Conferência de Impacto Mundial em Bir-
minghan, na Alabama, primeira de uma série de reu­
niões criadas com o propósito de mostrar aos cristãos
as maneiras práticas de envolvimento nos trabalho de
evangelização mundial.

Ajudando os representantes das missões

Durante as conferências, os delegados eram in­


centivados a conversar com os representantes enviados
pelas missões, denominacionais e interdenominacio-
nais, como a OMS Internacional, Gospel Recordings,
Mission Aviation Fellowship, Wycliffe Bible Transla-
tors, Christian and Missionary Alliance and the Con-
versative Baptist Foreign Mission Society. Ao todo,
145 representantes se apresentaram em uma ou mais
conferências.
“Pudemos falar à respeito de nosso ministério e
explicar como as pessoas podem se dedicar mais,
mesmo que não possam ir pessoalmente”, disse Alison
Boyer do Language Institute for Evangelism. “Algu­
mas pessoas que assistiram conferências anteriores
juntaram-se a nós como missionárias”. Experências
como esta foram partilhadas por muitos dos represen­
tantes das missões que participaram do evento.
As primeiras 18 conferências foram assistidas
por 18.046 pessoas e, destas, 2.150 decidiram-se a ir
191
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
como missionárias para outros países, 3.677 compro­
meteram-se a orar por um grupo específico ainda não
alcançado e 979 assumiram o compromisso de susten­
tar financeiramente o trabalho de evangelização.
Pessoalmente, acredito que a pregação do evan­
gelho do Senhor Jesus Cristo envolve uma preocupa­
ção pelas viúvas, órfãos, presidiários, pobres, doentes,
analfabetos e idosos. Não se pode dizer “Amo a
Deus” e não demonstrar amor pelos que passam ne­
cessidades. Preocupação verdadeira resulta em ação
específica. Entretanto, creio também, que a maior
ajuda que se pode dar a alguém, qualquer que seja
sua situação, é falar-lhe do amor e perdão de Jesus
Cristo e levá-lo a aceitar a Cristo como Salvador.
Como servos do Senhor, devemos dar ênfase ao cuida­
do com os pobres e oprimidos mas dar atenção muito
maior à pregação do evangelho. Assim, todas as pes­
soas da face da terra terão a oportunidade de dizer
sim a Jesus Cristo e conhecer a alegria libertadora que
sentimos ao seguí-lo em fé e obediência.

Bairro dos ladrões


Um exemplo maravilhoso da união da assistên­
cia social com o evangelismo ocorreu nas Filipinas.
Um jovem médico fíhpino, ao lado de alguns mem­
bros do Ágape, organizou uma equipe médica para
trabalhar em um lugarejo conhecido como “Bairro
dos Ladrões”. Em um ano, mais da metade da popu­
lação composta de 2.000 pessoas havia se convertido
a Cristo e vários grupos de estudo bíblico reuniam-se
no povoado.
Quando cheguei a cidade de Baguio, pedi a
alguém que conseguisse um encontro com o prefeito
do lugar, que era um professor. Ele nos contou que
192
Alcançar o mundo
poucos, senão nenhum dos moradores do lugar, traba­
lhavam; a maioria roubava para viver. A equipe médi­
ca chegou e organizou a clínica, que funcionava algu­
mas horas por dia e o resto do tempo era empregado
na visitação e testemunho “de porta em porta” e
estudos bíblicos. O resultado da conversão de mais de
1.000 pessoas foi a redução de 80% na criminalidade
e o lugar não é mais conhecido como “bairros dos
ladrões”, mas foi rebatizado com o nome de Vila da
Páscoa.
Eis o que acontece quando indivíduos decidem
investir pelo menos 2 anos de suas vidas no movimen­
to Ágape, ajudando os outros. Estamos orando para
que Deus use nossa equipe, no momento sob a dire­
ção de Paul Mckean, para obter resultados semelhantes
em centenas de milhares de povoados e cidade do
mundo inteiro.
Gostaria de pedir-lhe que agora mesmo medite e
pergunte ao Senhor se Ele quer que você tome parte
neste trabalho. Escreva-nos, se estiver interessado em
maiores informações.

193
O impossível:
especialidade
de Deus
Depois de lhes ter contado a respeito do nosso
ministério no exterior por intermédio do Movimento
Ágape, gostaria de retomar os fatos da EXPLO’74 e
compartilhar a extraordinária visão de alcançar o
mundo que os acontecimentos de Seul provocaram
nos milhares que ali estiveram.
Aquela semana foi verdadeiramente um exem­
plo de como as bênçãos sobrenaturais de Deus foram
derramadas na vida de um homem —o Dr. Joon Gon
Kim, nosso diretor do ministério na Coréia. Deus o
conduziu por um caminho especial para tomá-lo o
grande homem de fé que é hoje.
Um dos passos difíceis durante a caminhada
teve de ser dado quando estava reunido com a famí­
lia, certa noite. Era primavera, e a chuva caia suave­
mente enquanto falavam sobre os acontecimentos do
dia. Repentinamente, um grupo de guerrilheiros co­
munistas invadiu o povoado, matando os que encon­
travam pela frente. Sua família não foi poupada. Os
guerrilheiros deixaram, em sua trilha sangrenta, os
corpos da esposa e do pai do Dr. Kim, sendo que ele
também foi espancado e deixado como morto. No
frio da noite, reanimado, fugiu para, a segurança das
194
O impossível: especialidade de Deus
montanhas junto com sua filha: eram os únicos
sobreviventes.

Amar os inimigos

0 Dr. Kim era um homem de Deus e aprendera


na Bíblia que devia amar seus inimigos e orar pelos
que o perseguiam. O que fazer? Qual deveria ser sua
atitude em relação aos que haviam arrancado seus
queridos do seu lado? O Espírito de Deus convenceu-
o de que deveria voltar ao povoado, procurar o chefe
comunista que havia liderado o ataque e dizer-lhe que
o amava, falar-lhe do amor de Deus em Cristo e
tentar ganhá-lo para o Salvador. Assim foi feito e
Deus honrou sua obediência. Estarrecido, aquele che­
fe ajoelhou-se para orar com o Dr. Kim e entregou
sua vida a Cristo. Em pouco tempo, alguns dos comu­
nistas se converteram e ele os ajudou a construir uma
igreja.
Seu nome tornou-se conhecido por toda a Co­
réia do Sul, mas este humilde servo de Deus quis
ajudar a evangelizar seu país inteiro. Na realidade, a
visão ultrapassou a Coréia e alcançou a Ásia, e sua
crença era que os coreanos haveríam de poder
ajudar a evangelizar o Oriente. Embora fosse pastor
de uma grande igreja, uma das maiores da Coréia, e
houvesse terminado seus estudos teológicos ali, foi
para os Estados Unidos para aperfeiçoar-se no Semi­
nário Teológico Fuller.

A Cruzada na Coréia

Ao encontrá-lo no Seminário Fuller em 1958,


senti-me desafiado por sua dedicação a Cristo, sua
195
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
humildade e sua visão. Juntos, fizemos um pacto
com Deus de ajudar a evangelizar a Coréia. Este pacto
estava em sintonia com a visão primeira que Deus me
havia dado com relação à Cruzada. Quando lhe expus
minha estratégia para alcançar o mundo, ele aceitou
iniciar o ministério da Cruzada na Coréia e ser o
primeiro diretor nacional no exterior.
Desde o início a Cruzada tinha convicção de
que os nacionais de um país poderíam realizar melhor
a tarefa de levar o evangelho ao seu próprio povo do
que os missionários, pois não têm problemas com a
língua e a cultura que estes enfrentam. Cremos, entre­
tanto, que a atividade do missionário é importante,
desde que se disponha a servir os habitantes do país
em que está. O Dr. Kim e todos os demais diretores
estrangeiros que se têm juntado a nós desde 1958 são
líderes nacionais. Recebem treinamento e orientação
quanto à filosofia para auxiliá-los a alcançar seus
compatriotas para Cristo. Por essa razão, foi com
alegria que vimos o Dr. Kim tornar-se membro de
nossa equipe.
Em curto prazo de tempo, ele tinha firmado o
ministério e estava arregimentando e treinando outros
coreanos para ajudá-lo a alcançar para Cristo os estu­
dantes da Coréia. Seu ministério tem sido um dos
mais marcantes na história de seu país.

Terra Santa

O ponto alto deste ministério foi a EXPLQ’74.


Durante toda a semana senti-me como se estivesse em
terra santa, dia após dia vendo a obra sobrenatural e
miraculosa de Deus. Noite após noite, ao me levantar
para falar, olhando aquele “mar de rostos”, sentia-me
196
O impossível: especialidade de Deus
cheio de temor e reverência. Podia sentir a presença
de Deus de modo muito real.
Sempre que penso no que Deus fez na EX-
PLO’74, sinto o desejo de louvá-Lo, porque realmente
toda a honra, louvor e glória lhe são devidos.
Já falei sobre alguns dos “primeiros” desta reu­
nião sem precedentes.
Para mim o mais significativo foi a informação
dada pelo Dr. Kim ao telefone — que 80% da assis­
tência da primeira noite, calculada em um milhão e
trezentas mil pessoas, manifestou-se como tendo acei­
to Cristo ou como tendo firmado sua convicção
quanto à salvação, pela fé, como resultado de minha
mensagem, da qual há um resumo no apêndice deste
livro.
Nenhum grupo de pessoas ou de organizações
podería jamais ter conseguido os resultados da EX-
PLO’74. Toda a glória, honra e louvor devem ser
dados a Deus. Nils Becker, coordenador das delegações
internacionais (mais de 3 mil pessoas, de 78 países,
participaram), disse que desde o início todo planeja­
mento da EXPLO era de tal magnitude que não só
ultrapassava a capacidade de compreensão, como tam­
bém, a capacidade de realização. Mas os milagres se
sucederam porque, “pessoas estavam orando e Deus
respondeu às orações”.

A importância da Oração
Não há dúvida de que a oração, mais do que
qualquer coisa, e a diferente ação do Espírito de
Deus, pode explicar a EXPLO’74 e o reavivamento
que tem ocorrido na Coréia. A caminhada não tem
sido fácil. O evangelho chegou ali em 1876 e desde
então a igreja coreana tem passado por dificuldades.
197
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Durante a amarga ocupação do país pelos japoneses,
que durou 35 anos, estes tentaram obrigá-la a adoção
do shintoismo. Depois a Coréia foi dividida ao meio
pelo comunismo. De fato, dois terços dos cristãos
antigamente vivia na região que agora é conhecida
como Coréia do Norte. Durante a ocupação japonesa
milhares foram mortos e muitos fugiram para o sul,
deixando para trás seus haveres e, em muitos casos,
suas famílias.
Porém, a dedicação dos cristãos à oração e ao
comprometimento com a evangelização fez com que
o igreja da Coréia do Sul dobrasse de tamanho a cada
década desde 1940 e crescesse a uma taxa, atualmen­
te, 4 vezes maior do que a taxa de crescimento
demográfico. Há anos que os crentes se reunem, antes
do amanhecer, nas igrejas, para orar pelo seu país.
Pelo menos 30 oraram e jejuaram durante 40 dias e
noites especificamente em favor da EXPLO’. Na noite
anterior à abertura oficial da EXPLO’74, cerca de
300.000 coreanos organizaram uma reunião de oração
espontânea, e todas as noites depois daquela, centenas
de milhares permaneciam na Praça Yodo para orar até
o romper do dia. “Os cristãos estão orando por um
despertamento espiritual há três décadas”, disse o Dr.
Kim, “e a EXPLO’74 foi parte da resposta de Deus as
suas orações”.

Sacrifício
Este compromisso de oração demonstra o que
foi a EXPLO. Centenas de famílias reservaram do seu
arroz nos meses que antecederam à grande reunião,
para auxiliar na provisão de alimentos para os delega­
dos. Algumas famílias sacrificaram uma refeição diária
durante meses para ajudar na doação de bolsas para
198
O impossível: especialidade de Deus
estudantes. Vinte estudantes universitários venderam
seu sangue para poder pagar a inscrição. Na semana
da EXPLO, cerca de 44.000 coreanos se acomodaram
em barracas na ilha de Yoido, suportando dois dias
de sol forte e ventanias. Outros 176.000 dormiram
no chão de 2.944 escolas colocadas à disposição. A
maioria dos outros quase 100.000 delegados ficou em
suas casas ou em casas de amigos e parentes em Seul.
A alimentação de um grupo tão grande consu­
miu 7.000 sacos de arroz e foram utilizadas 20 gigan­
tescas panelas projetadas pelo Dr. Joon Gon Kim.
Uma equipe de 320 homens e 60 mulheres trabalhou
desde as 5 horas da manhã até tarde da noite para
preparar as refeições dos delegados. Complementaram
a dieta de arroz com “duk Kwang”, uma espécie de
rabanete amarelo, “saewoo”, um peixe e pão. No
total, foram consumidos 600 toneladas de arroz, 150
toneladas de duk Kwang e saewoo e 3 milhões e
seiscentos pedaços de pão.
Os mais de 3.000 delegados estrangeiros ficaram
instalados com mais conforto. A metade ficou hospe­
dada em 12 hotéis de Seul e a outra metade nos
dormitórios da Universidade Feminina de Ewha (a
maior universidade feminina do mundo); nos 18 anda­
res do edifício da Cruzada e nas bases militares
americanas foram acomodados mais de 200 membros
da equipe que foram para o treinamento. Uma frota
de 50 ônibus fazia o transporte destes delegados es­
trangeiros até a praça Yoido todas as noites. As
mensagens das grandes reuniões eram traduzidas em
Inglês, Japonês, Cantonês, Mandarim,, Espanhol e
Alemão e podiam ser captadas por rádios transistori­
zados fornecidos a cada delegado estrangeiro.
Os delegados chegaram a Seul de quase todas as
maneiras possíveis. Cerca de 1.000 jovens coreanos
foram de bicicleta, em caravana. Todas as noites a
199
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
maioria caminhava quilômetros para assistir às grandes
reuniões. Alguns corriam, cantando “Revolução de
Jesus! Manifestação do Espírito Santo”.
Estudantes de um colégio de Hartfor, em Con-
necticut, conseguiram 3.750 dólares em quatro sema­
nas vendendo bolos, lavando carros e algumas ofertas
das igrejas para mandar cinco representantes. Uma
moça americana estava tão decidida a ir que alistou-se
na Força Aérea um ano antes para poder participar
junto com a delegação militar. Gideon Umandap per­
deu o vôo fretado das Filipinas porque lhe foi negado
visto de saída por causa de suas atividades comunistas
antes de se tornar cristão. No dia seguinte, ao encon­
trar um general do exército, falou-lhe de sua “nova
vida em Cristo” e este não só lhe deu o visto como o
levou ao aeroporto a te.mpo de pegar o avião.

A importância do treinamento
Todas as manhãs havia reuniões em vários lo­
cais. Quer os delegados se reunissem em barracas,
salas de aula ou hotéis, todos recebiam treinamento
para aprender como viver uma vida cristã plena de
significado, como se apropriar da plenitude do Espíri­
to Santo e como falar de sua fé em Cristo a outros,
usando as Quatro Leis Espirituais. Folhetos das Qua­
tro Leis Espirituais foram impressos especialmente
para a EXPLO, em coreano de um lado e em inglês,
japonês ou chinês, do outro.
As tardes eram livres para que escolhessem, en­
tre os vários seminários realizados, os que gostariam
de assistir, reunidos sob a denominação geral de Insti­
tuto de Missões Mundiais. Nestes seminários desta­
cavam-se homens como o Dr. Peter Beyerhaus, profes­
sor de missões na Universidade de Tubingen, na
200
O impossível: especialidade de Deus
Alemanha Ocidental e o Dr. Samuel Moffett, diretor
do Seminário Teológico Presbiteriano de Seul.
Na tarde do sábado, 17 de agosto, os delegados
se espalharam pelas ruas de Seul, na época a nona
maior cidade do mundo com seis milhões e quinhen­
tos mil habitantes. Falaram a 420.000 pessoas das
quais 272.000 aceitaram a Cristo e 120.000 mostra­
ram-se desejosas de ouvir mais a respeito do assunto.
Um militar americano, baseado na Coréia há
dois meses, testemunhou para um rico construtor, o
qual aceitou a Cristo e com veemência pediu a Deus
que controlasse todas as áreas de sua vida com o
poder do Espírito Santo. O soldado comentou:
“Aquele homem estava ávido pelo material que lhe
dei. Dei-lhe tudo o que podia e ele gostaria de ter
mais, se eu tivesse para dar”.
Um empresário canadense e membro do Conse­
lho da Cruzada, Peter Dueck, declarou: “Eu ouvia
falar dj abertura dos coreanos para o evangelho mas
não achava possível compartilhar com pessoas de ou­
tra língua”. Vi como estava errado. Certa noite,
durante o jantar, Peter falou de Jesus a um casal da
universidade e convidou-o a assistir à reunião na ilha
de Yoido. Eles chegaram às 7 horas em ponto e o
rapaz aceitou Cristo.

Calculando o número de pessoas

Ao ler a respeito das grandes multidões que


assistiram à EXPLO’74, pode-se pensar: “Como é pos­
sível determinar com tanta segurança o número de
pessoas que participou de uma reunião tão grande”?
O Rev. David J. Cho, um dos mais importantes líde­
res cristãos da Coréia, coordenador geral da EXPLO e
também da Cruzada Billy Graham que se realizou em
201
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Seul em 1973, explica: “De acordo com as medidas
oficiais, a praça Yoido tem 1.400m de comprimento
por 480m de largura. Se 3.000 pessoas se assentam
deixando espaços de 50cm entre si, no sentido do
comprimento e 700, a intervalos de 80cm no sentido
da largura, 2.100.000 podem ser acomodadas ao mes­
mo tempo. A cada reunião, o coordenador do plane­
jamento e mais seis assistentes, sob minha orientação,
faziam um mapa com os números acima para calcular
a multidão. A estimativa era passada ao Dr. Kim que
a examinava para corrigir qualquer exagero e ver se
estava de acordo com os cálculos oficiais; depois,
esta estimativa era divulgada.
Um fato surpreendente, ocorrido na EXPLO,
foi o comparecimento de 600 mil pessoas (segundo
estimativas oficiais) à reunião noturna de quinta-feira,
a despeito do dia chuvoso e da morte trágica da
esposa do presidente Chung Hee Park, no atentado
contra sua vida. Mesmo sob a chuva e a efeito da
prisão de um cidadão japonês ligado ao assassinato, o
Dr. Akira Hatori, conhecido evangelista do Japão,
pregou como estava programado.

Pedido de perdão

Todos ficaram visivelmente comovidos ao ouvir


o Dr. Hatori pedir, aos delegados japoneses que se
colocassem de pé e falar aos coreanos: “Estamos aqui
com os corações partidos por causa dos pecados que
nós, japoneses, cometemos contra vocês. Pedimos seu
perdão em Jesus Cristo, e almejamos ser como vocês,
Cristãos da Coréia, sacrificando-nos a nós mesmos”.
A sra. Georgalyn Wilkinson, Diretora da Radio-
fusão para o Extremo Oriente, lembra-se bem daquela
noite: “Abri a porta da cabine onde dois japoneses
202
O impossível: especialidade de Deus
estavam traduzindo o apelo para aceitar a Cristo;
lágrimas escorriam por seus rostos, enquanto falavam
e oravam silenciosamente para que seu povo atendesse
ao apelo”.
Embora o Dr. Kim me tivesse pedido que apre­
sentasse as mensagens nas reuniões de maior concen­
tração, durante a semana, líderes cristãos conhecidos
internacionalmente também pregaram nas reuniões
noturnas, como o Dr. Kyung Chik Han, Pastor Eméri­
to da Igreja Presbiteriana de Young Nak, a maior
igreja presbiteriana do mundo; o Dr. Chamdu Ray,
Diretor Executivo do Escritório de Coordenação do
Evangelismo na Ásia; o Dr. Philip Teng, pastor da
Igreja da Aliança do Cabo do Norte e professor do
Seminário Bíblico Aliança de Hong Kong.

Transmissão Mundial
Todas as mensagens nas grandes concentrações
foram transmitidas pela Radiofusão do Extremo
Oriente. Uma estação transmissora estava dirigida para
a América Latina, enquanto outra alcançava as Filipi­
nas, Sudeste da Ásia, Àustrália, Nova Zelândia e Indo­
nésia. Carl Lawrence e Dave Hudson gravaram e pu­
blicaram as mensagens mais importantes. A sra. Wil-
kinson, que se encarregara de lecionar os intérpretes,
comentou: “0 Senhor nos deu as pessoas mais capa­
zes que poderiamos conseguir”. Somos muito gratos
pelo auxílio inestimável desta organização.
A EXPLO’74 serviu, acima de tudo, para disci-
pulado e treinamento. O Dr. Kim falou à multidão:
“Cada um de vocês precisa se converter em uma
centelha espiritual — uma fagulha que incendeie suas
igrejas”. Não há dúvida de que a maioria dos delega­
dos tornou-se uma “centelha”.
203
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO

O Dr. Hatori contou-me que, no passado, eles


haviam realizado grandes reuniões de cunho espiritual,
muito abençoadas, mas nada semelhante à EXPLO’74.
Aquela convenção foi caracterizada pelo treinamento
oferecido e pela total dependência do Espírito Santo,
além de uma organização bíblica e santa.
O Dr. Chandu Ray disse que estava entusiasma­
do em relação ao treinamento de mais de 300.000
leigos e acreditava que aquela fosse uma nova oportu­
nidade de revolucionar toda a Ásia, o que lhe trouxe
novo ânimo.

A delegação chinesa

Quando consideramos que dois terços dos habi­


tantes da Terra vivem na Ásia, a importância de um
treinamento assim torna-se mais evidente e urgente.
Eu estava vibrando por causa dos 450 chineses que
estavam participando, vindos de Hong Kong, da Re­
pública Popular da China e de outros países asiáticos.
Uma tarde, houve uma reunião onde foi discutida a
estratégia que poderia ser utilizada para alcançar os
então 800 milhões de habitantes da China Continen­
tal. Eles estavam entusiasmados com os treinamentos
e queriam mais ainda. No dia separado para testemu­
nhos, viram 419 das 963 pessoas com quem haviam
compartilhado as Quatro Leis Espirituais confessarem
que haviam aceito Cristo.
Chi Young Mim, um dos 1.200 delegados de
Cheju, uma pequena ilha da Coréia do Sul, disse:
“Depois da EXPLO’74, queremos voltar e começar a
evangelizar toda a ilha”.
204
O Impossi Vel: especialidade de Deus
Participação de pastores

A Cruzada sempre se preocupou em ajudar a


igreja local e esta ajuda foi uma outra meta da EX-
PLO. Cerca de 13.000 pastores, pastores assistentes,
evangelistas coreanos, representando quase todas as
12.000 igrejas protestantes da Coréia, assistiram à
conferência de pastores. Durante cinco dias, assuntos
denominacionais e doutrinários foram esquecidos para
estudarem, orarem e passarem tempo juntos. Incluin­
do os estudos devocionais particulares, palestras, semi­
nários opcionais das tardes e as grandes reuniões no­
turnas, seu programa começava às 5,30 hs da manhã e
prolongava-se até 11 horas da noite e, algumas vezes
houve reuniões que varavam a noite. Dormir era
opcional. Um dos pastores comentou: “Quando estes
pastores voltarem para suas igrejas, começaremos a
ver por toda a Coréia uma pregação do evangelho
igual à do livro de Atos”.
Muitos outros pastores e leigos assistiram ao
curso “Ministério de Administração”, planejado para
ensinar os cristãos a serem melhores mordomos do
tempo e dos talentos. Um dos preletores, o Dr.
Howard Hendricks do Seminário Teológico de Dallas,
ressaltou: “Se não planejarmos o uso do nosso tempo,
outra pessoa o fará por nós, muitas vezes aquela que
não compartilha nosso interesse e compromisso com
Cristo”. O evangelista coreano Joseph Toh e o estu­
dante chinês de teologia Chiu Pi-Chi contaram que
aumentou sua compreensão de como princípios de
liderança e estabelecimento de metas estavam relacio­
nados ao ministério de tempo integral. Hexel Hernan-
do, um dos 80 participantes filipinos, falou a seus
colegas, muitos dos quais asssitiram aos seminários de
administração: “Sentimos um grande entusiasmo, pa­
ra, ao voltarmos à escola, colocar em prática o que
205
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
aprendemos sobre este assunto”. 0 Dr. Hendricks
concluiu sua última mensagem dizendo: “0 efeito da
EXPLO’74 não será determinado pelo que aconteceu
esta semana aqui em Seul, mas pelo que você fará em
decorrência destes acontecimentos”.
E os resultados têm sido verdadeiramente mira­
culosos. Eisuke Kanda, nosso diretor no Japão, con­
tou que, como fruto da semana, a maioria dos 1.000
delegados japoneses tinha se convencido de que im­
pregnar seu país com o evangelho era uma possibilida­
de real. Uma senhora de Idaho contou que Deus lhe
dera entendimento para crer nele a respeito de assun­
tos que ela nunca havia considerado antes, através do
exemplo dos coreanos, de seu trabalho intenso e
simples. Um leigo coreano falou cheio de con­
vicção: “Nosso país vai ser transformado, pois agora,
sabendo como evangelizar, poderemos falar de Cristo a
todos”.
Um relatório do governo, publicado em 1978,
mostrou um dos efeitos duradouros da EXPLO’74 na
Coréia: A igreja coreana cresceu de 3 milhões de
membros em 1974 para 7 milhões em 1978. Nos
quatro anos seguintes à EXPLO, a igreja cresceu mais
do dobro e o milagre continua. A Deus seja dado
todo o louvor!

206
Saturando a Nação

Trabalhar para o cumprimento da Grande Co­


missão de nosso Senhor é fazer discípulos em todas
as nações e levar o evangelho a toda criatura, e tem
sido este o objetivo deste ministério desde que recebi
a primeira visão em 1951. Em 1968, sentímo-nos
impelidos a estabelecer um alvo de oração tendo
como meta o fim de 1976 para alcançar os Estados
Unidos' e, o fim de 1980, para alcançar o mundo
inteiro com pregação do evangelho.
Sabíamos que a Cruzada não atingiría este alvo
por si mesma. Nosso papel seria o de catalizador,
motivador, estrategista e orientador de outros mem­
bros do corpo de Cristo. Como acentuei, muitas ve­
zes, para nossa equipe, a Cruzada é apenas uma folhi­
nha da videira do corpo de Cristo. Foi este, exata­
mente o papel que desempenhamos nas campanhas
“Vida para a América”, que ajudaram a saturar os
Estados Unidos com o evangelho.

Problemas que dominam a sociedàde


Lembro-me de uma conversa que mantive com
os líderes das equipes, certo dia, em 1973, sobre o
207
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
desafio de alcançar nosso país para Cristo. Á medida
que discutíamos os problemas de nossa sociedade -
crime, pobreza, divórcio, alcoolismo, drogas e outros
— ficávamos mais cônscios de que a única solução
seria o renascimento espiritual e moral do país. Ainda
mais, percebemos que esta solução, por intermédio de
Jesus Cristo, só seria possível se cada pessoa tivesse a
oportunidade de aceitar seu convite: “Vinde a Mim,
todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos
aliviarei” (Mateus 11:28). Então, depois de estas pes­
soas serem ensinadas e treinadas, havería uma mudan­
ça na moral de nosso país. Conversamos e oramos
sobre a solução deste problema durante vários meses.
Nesse período de planejamento, surgiram 8 princípios
que pareciam formar a base de um plano que podería,
realmente, nos ajudar atingir nossa meta.
Primeiro, reconhecemos que para alcançar to­
do o país, precisávamos ir aos locais de maior
concentração populacional — as cidades. Mais de 75%
de nossa população de 216 milhões de habitantes
concentra-se nas 265 áreas metropolitanas. Assim, ha­
via a necessidade de um plano cujo objetivo maior
seria alcançar as comunidades metropolitanas e dali
alcançar as 18.000 comunidades menores.
Segundo, reconhecemos que os recursos neces­
sários para o empreendimento estavam à nossa dispo­
sição nas igrejas locais e através delas. Milhões de
cristãos freqüentam as igrejas, prontos para entrar em
ação, mas, não sabem como alcançar o mundo para
Cristo. Nosso trabalho com milhares de pastores e
centenas de milhares de leigos em todo o mundo nos
convenceu de que havia um grande número de
cristãos esperando e desejando ser ensinado e ter uma
vida frutífera em Cristo.
208
Saturando a Nação
A Necessidade de liderança local
Terceiro, reconhecemos que havia necessidade
de líderes locais em todas as areas metropolitanas -
pastores e leigos desejosos de empenhar tempo e
habilidades no cumprimento da tarefa. De quantos
precisaríamos? A questão não é tanto de quantidade,
mas de qualidade. Todos os grandes movimentos se
iniciaram com um pequeno grupo de homens realmen­
te dedicados à causa. Lênin conquistou a Rússia, um
país de mais de 100 milhões de habitantes, naquela
época, com um grupo que, de início, constituia-se de
apenas 17 homens. Mao Tse-Tung tomou a China, o
país mais populoso do mundo, com a dedicação total
de um punhado de renegados. Quantos homens nosso
Senhor usou para dar início ao maior movimento de
todos os tempo? Apenas 12.
Quarto, compreendemos que os cristãos precisa­
vam orar e crer que Deus mostraria a maneira adequa­
da de alcançar suas cidades para Cristo.
Quinto, concordamos em que os cristãos preci­
sariam ser treinados para desenvolver seu pleno poten­
cial para nosso Senhor. Na verdade, estávamos envol­
vidos em uma batalha, de natureza espiritual. Ne­
nhum comandante pensaria em fazer os preparativos
para uma batalha sem haver treinado e equipado suas
tropas. Também os cristãos precisam aprender como
submeter-se ao poder do Espírito Santo para se toma­
rem testemunhas eficientes (Atos 1:8). Há necessidade
de aprender a fazer discípulos (Mateus 28:19,20) -
ganhar outros para Cristo e ajudá-los a crescer na fé,
para que estes também continuem o trabalho.
Sexto, definimos que em tempo oportuno preci­
saríamos despertar a atenção de uma cidade inteira, o
que só podería ser feito utilizando os meios de comu­
nicação de massa - televisão, rádio, jornais e outros.
209
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO

Sétimo, ponderamos que cada cidade deveria ser


dividida em pequenas áreas para que houvesse partici­
pação pessoal dos crentes no trabalho. Haveria subdi­
visões menores em quarteirões e grupos de 50 casas
por quarteirão.

Expansão de programas

Oitavo, sentimos que deveriamos dar assistência


às igrejas quanto à expansão do programa do discipu-
lado e evangelização na própria congregação, para que
pudessem prosseguir de modo contínuo e duradouro
em suas comunidades.
Considerando estes oito aspectos importantes e
orando incessantemente, demos início ao movimento
que no final veio a ser conhecido como “Vida para a
América” e, mais tarde, “Vida para o Mundo” —por
intermédio do qual milhares de pessoas viriam a co­
nhecer Cristo.
Tínhamos certeza de que os princípios estavam
bem fundamentados, mas no outono de 1973 a per­
gunta mais importante a ser respondida era - funcio­
naria?
Para testar esses princípios em circunstâncias
reais, pedi a 3 pessoas que iniciassem o plano em 3
cidades. Bruce Cook, meu assessor especial na época,
foi para Atlanta, Bob George, um executivo impor­
tante que se juntara a nossa equipe de leigos foi para
Dallas e Sid Bruce, nosso Diretor do Ministério para
Militares, foi para Nashiville.
No ano seguinte, aprendemos muito quanto a
estratégias exequíveis para serem utilizadas em nosso
programa de saturar as cidades com o evangelho. Bob
George, trabalhando na Primeira Igreja Batista de Dal­
las, sugeriu que fossem criados grupos que expandis-
210
Saturando a Nação
sem a atuação da igreja para além de suas comunida­
des. Bruce e Tom Cummings, um empresário de
Nashiville, sugeriram que fosse usado um computador
para dividir a cidade em áreas de trabalho e o pro­
gresso seria controlado mediante a visitação domici­
liar.

Inicio do Teste Fundamental

Foi em Atlanta que primeiro colocamos em


prática tudo o que havíamos planejado. Cada iniciati­
va seguia um padrão: oração, planejamneto, trabalho,
mais oração e milagre.
Bruce Cook, que mais tarde passou a dividir a
coordenação do movimento em âmbito nacional com
Paul Eshleman, falou sobre alguns dos pontos altos
dos acontecimentos de Atlanta: “De acordo com os
planos, a princípio, deveriamos organizar uma comis­
são local de pastores e leigos que formariam a lideran­
ça do trabalho. Feito isto, nós da Cruzada atuaríamos
prestando assistência de treinamento e serviriamos
como reservas. Porém, depois de 3 meses de reuniões
com vários leigos e pastores, parecia que não ia surgir
uma liderança. Cooby Ware, o Diretor da Cruzada em
Atlanta, e nossa equipe começaram a orar, e um
nome nos surgiu — Jerry Nims, presidente de uma
empresa recentemente estabelecida naquela cidade.
Quando lhe falamos de nossa visão e do desafio
representado pelo movimento, testemunhamos nosso
primeiro milagre: ele estava orando para que Deus lhe
mostrasse uma obra à qual se dedicasse e pudesse
serví-lo e aceitou colaborar conosco.
Nims, presidente do Conselho de Administração
da Dimensional Development Inc., cumpria uma progra­
mação intensa de reuniões e telefonemas e muitas
211
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
vezes começava a trabalhar antes do romper do dia,
fazendo do café matinal um encontro de negócios.
“Há muito tempo que venho orando por uma
oportunidade de realmente me dedicar à obra do
Senhor — para lutar nas trincheiras. Quando surgiu
esta, tive de admitir que era mais do que eu esperava,
mas Deus tranqüilizou-me que me capacitaria para
realizar um bom trabalho”.

A escolha de um coordenador de oração

Em fevereiro de 1974, testemunhamos o segun­


do milagre, pois ao pedirmos à sra. Joyce Hopping
para liderar o trabalho de oração de toda a cidade,
ela respondeu: “Agora sei porque Deus tem me ensi­
nado a orar nestes dois últimos anos”. Em um mês,
mais de 1.000 mulheres haviam se comprometido a
participar de uma corrente de oração de 24 horas
para sustentar o “Ágape Atlanta”, como então foi
chamado ali o movimento. Que resposta para nossas
orações!
Naquela primavera vimos muitos leigos e mem­
bros da equipe iniciando ministérios em diferentes
locais da cidade. Bob Reinhart, um vendedor de
ações, organizou um grupo na comunidade dos soltei­
ros; Rusty Wright, da equipe, organizou grupos para
fazer palestras em escolas a fim de mostrar a relevân­
cia de crer em Cristo e ter a vida transformada por
Ele, tendo falado em 23 faculdades na Região de
Atlanta; Martha Ozmit, uma dona de casa, começou a
ensinar mulheres a dirigir chás evangelísticos em seus
bairros; Harold Thompson, um ex-presidiário, iniciou
um ministério nas cadeias, não só em Atlanta mas em
todo o Estado da Geórgia, com a aprovação e endos­
so do então governador Jimmy Carter.
212
Saturando a Nação
Havia muitos motivos para entusiasmo, mas,
temos de reconhecer que os membros das igrejas
eram de suma importância para atingir a cidade. Víra­
mos igrejas envolvidas no Discipulado do Caminho da
Vida mas percebemos que só a união de um grupo
significativo delas, em um esforço concentrado, causa­
ria um impacto verdadeiro em Atlanta.
A primavera de 1975 parecia ser a época ideal
para uma campanha assim e Bruce e sua equipe come­
çaram a traçar e tecer planos. Trabalharam todo o
verão e outono de 1974 e uma campanha de satura­
ção do evangelho começou a tomar forma.
Foi planejado que a cidade seria dividida em
regiões e uma das igrejas participantes seria responsá­
vel por uma delas. Cada região seria então subdividida
pelo computador em quarteirões de 50 casas cada
um. Deste modo, haveria necessidade de 8 mil obrei­
ros treinados — cada um responsável por um quartei­
rão. Assim, o pastor podería orientar pessoas para
uma tarefa específica como parte do plano de levar
toda a cidade a conhecer Cristo.
A mesmo tempo, os meios de comunicação de
massa desencadeariam uma campanha de grande alcan­
ce, para mostrar Jesus Cristo como a questão mais
importante na vida de todos os habitantes da cidade.

Os problemas enfrentados
Depois de tudo planejado e do trabalho inicia­
do, o inevitável aconteceu. Surgiram os problemas.
No dia 15 de novembro de 1974, a equipe de Atlanta
encontrava-se sem dinheiro, sem o sistema de compu­
tador, sem planejamento de mídia e, o pior de tudo,
sem pastores comprometidos para liderar a campanha
programada para começar em cinco meses.
213
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Bruce, Cobby e os demais membros da equipe
dobraram os joelhos e Deus começou a operar os
milagres. Primeiro, providenciou os líderes. O Dr.
Charles Stanley, pastor da Primeira Igreja Batista,
concordou em liderar uma comissão de pastores que
orientaria a campanha. Depois, convidei Bob Screen,
um consultor de propaganda, para reunir-se conosco a
fim de discutirmos o tema da campanha, e adotamos
este: “Já encontrei uma Nova Vida em Cristo”. O
problema do computador foi solucionado mas o di­
nheiro necessário ainda estava faltando.
Por volta de 30 de março, 90 igrejas estavam
participando com 4.000 obreiros treinados. Havíamos
conseguido o dinheiro para pagar as primeiras despe­
sas, incluindo 122 “out-doors” estrategicamente colo­
cados pela cidade.
O dia l.° de abril era a data limite para fazer­
mos o pagamento dos anúncios veiculados pela televi­
são e pelos jornais — 50.000 dólares. Exatamente às
14 horas daquele dia, King Grant, um dos mais im­
portantes empresários de Atlanta, telefonou dizendo
que encarregar-se-ia de conseguir um empréstimo da­
quele valor, em seu nome, possibilitando o prossegui­
mento da campanha.

10.000 decisões
Durante as 3 semanas de campanha, mais de
140.000 residências foram visitadas, 25.000 pessoa^
interessadas telefonaram, e houve mais de 10.000
decisões por Cristo. Era apenas o início de um traba­
lho semanal contínuo que foi realizado pelos mem­
bros das igrejas.
Como contar o que ocorreu em Atlanta? Foi
214
Saturando a Nação
tudo um milagre. Lembro-me do que foi dito por
Neemias no Velho Testamento, quando a muralha de
Jerusalém foi reconstruída em 52 dias: “Reconhece­
mos que por intervenção de nosso Deus fizemos
esta obra” (Neemias 6:16).
Aquelas poucas semanas foram extremamente
animadoras. A este sucesso espetacular em Atlanta e
o início da campanha “Vida para a América”, em
outras cidades, com a possibilidade de levar milhões a
Cristo, somaram-se bênçãos derramadas por Deus nas
vidas de todos da equipe.
O que ocorreu em Atlanta foi apenas o princí­
pio. Nos dois anos seguintes, o movimento “Vida
para a América”, atingiu 246 grandes cidades e milha­
res de pequenas comunidades. Nossos consultores de
“marketing” nos asseguraram que, por intermédio dos
meios de comunicação, no mínimo 179 milhões de
americanos tomaram conhecimento da campanha “Já
encontrei Nova Vida em Cristo”. Cerca de 7.700
milhões ouviram o testemunho pessoal de 325.000
obreiros das 15.000 igrejas cooperadoras e mais de
532.000 aceitaram o Senhor durante as campanhas.

Impacto sobre milhões

Creio que estes números representam apenas a


ponta de um “iceberg” porque é totalmente impossí­
vel registrar tudo o que Deus fez e está fazendo por
intermédio dos obreiros e das igrejas participantes.
Estou certo de que milhões de pessoas aceitaram a
Cristo durante a campanha e milhares de cristãos
continuaram a viver vidas controladas pelo Espírito e
a testemunhar do Salvador.
Nos dois anos de planejamento da campanha
215
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
“Vida Para. . vivi de mala na mão. Em minhas via­
gens, que eram constantes, falava em diferentes cida­
des a cada dia, algumas vezes em 3 cidades no mesmo
dia — trabalhando com estudantes leigos e pastores,
tentando incentivar os cristãos à oração e ao trabalho
para reavivamento espiritual de âmbito mundial. Não
teria feito o que fiz nem por um milhão de dólares,
mas me alegrava fazê-lo por meu Senhor.
Esforcei-me para dedicar todos os momentos ao
processo de acelerar o movimento e conseguir a verba
necessária para saturar os Estados Unidos com o evan­
gelho até o final de 1976. Não participava de coisa
alguma que não contribuísse para a evangelização to­
tal deste país no afã de levar os Estados Unidos de
volta para Deus.
Foi um período de grande entusiasmo, pois
vimos Deus operar milagres por intermédio da cam­
panha “Vida para a América”.
Tim Calahan, um advogado que participou do
movimento em Washington, D.C., afirmou que um
dos pontos altos da campanha foi o trabalho conjun­
to de igrejas de várias denominações; pessoas de gru­
pos raciais e situação econômica diferentes participa­
vam lado a lado.
Dois alunos do curso colegial que moravam pró­
ximos a Washington, Pan e Scott Cox, resolveram,
como parte da campanha, telefonar aos participantes
da banda da escola, na qual também tocavam. Doze
dos 17 colegas a quem Scott telefonou e 18 dos 23 a
quem sua irmã telefonou, aceitaram Cristo como
Salvador. Todos os 30 novos crentes começaram a se
reunir com pessoas mais experientes para aprender
mais a respeito da “Nova Vida em Cristo”. Mais de
9.000 pessoas da região aceitaram a Cristo.
216
Saturando a Nação
Recepção calorosa em cidades do interior

Em Filadélfia, 430 igrejas se uniram para alcan­


çar aquela cidade de quase 5 milhões de habitantes.
Cerca de 100 igrejas de pessoas de raça negra aderi­
ram ao movimento, e alguns dos resultados mais notá­
veis foram obtidos em regiões onde predominam
aqueles irmãos.
A Igreja Batista do Novo Testamento, cujo pas­
tor é o Rev. Nathaniel Winslow, foi uma das partici­
pantes. Além de seus 30 membros que se envolveram
no trabalho, outros 10 receberam o treinamento ofe­
recido pelo movimento. Estes obreiros testemunharam
aos vizinhos e cerca de 130 pessoas aceitaram a Cristo
e 206 uniram-se a grupos de estudo bíblico.
Woody Parker, pastor de outra pequena igreja
também envolvida naquela campanha, disse que nas
cidades do interior não é comum permitir que estra­
nhos entrem nas casas, à noite, porque as pessoas têm
medo de serem assaltadas e agredidas, mas os mem­
bros de sua igreja eram recebidos e 50% dos que
ouviram do evangelho aceitaram Cristo.
No lado Oeste dos Estados Unidos, o Senhor
também proporcionou grandes resultados. Um dos
pontos altos foi a cooperação das igrejas, contou Jim
Burke, coordenador da campanha na cidade de Por-
tland, onde 230 delas trabalharam juntas. Pastores e
leigos comentaram q esforço conjunto de tantas igre­
jas e denominações diferentes com o objetivo comum
de pregar o evangelho a toda a cidade.
Surgiu um problema em Portland quando 80%
da veiculação da campanha pela televisão foi cancela­
da e os responsáveis deixaram bem claro que não
mudariam de idéia. Tanto em Portland como em
outras cidades as pessoas começaram a orar e horas
mais tarde, no mesmo dia, o homem que havia proibi-
217
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
do categoricamente a compra de espaço para as trans­
missões da propaganda pediu-lhes que fossem até seu
escritório imediatamente para decidir uma nova pro­
gramação.
Na região da Grande Los Angeles, 950 igrejas
cooperaram, entre elas 35 membros de descendência
oriental, 67 hispânicas e 73 de raça negra. Cerca de
27.600 pessoas aceitaram a Cristo como Salvador du­
rante a campanha.

Reação em cadeia

Dois dos obreiros da campanha presenciaram


acontecimentos inesperados ao atender um compro­
misso de visitação. Ao chegar à uma casa, a pes­
soa a ser abordada havia sido chamada para um
trabalho externo, mas, seu filho adolescente, estava
presente e perguntaram-lhe se poderíam conversar com
ele.
O menino aceitou a Cristo como Salvador e
Senhor de sua vida e, depois, pediu-lhes que esperas­
sem enquanto convidava alguns amigos para virem até
sua casa.
Logo chegaram cinco meninos. Através da expo­
sição das Quatro Leis Espirituais, estes também acei­
taram Cristo. Um deles chamou os pais, que ficaram
curiosos para ver o que estava acontecendo e vieram
logo, e ao ouvirem de Cristo, aceitaram-no como
Salvador. Vendo isto, três outros meninos também
chamaram os pais, os quais também aceitaram Cristo.
O resultado foi a salvação de 14 pessoas.
Em Phoenix, 5.800 pessoas disseram que ha­
viam aceitado Cristo. Uma senhora aleijada, que vivia
confinada a uma cadeira de rodas, fez uso de seu rádio
de faixa do cidadão para convidar motoristas de cami-
218
Saturando a Nação
nhão a irem até sua casa e ela explicar-lhes-ia o
significado da campanha “Já Encontrei Uma Nova
Vida em Cristo”, cinco dos que atenderam seu convi­
te aceitaram Cristo por intermédio de seu testemu­
nho.
Acontecimentos igualmente miraculosos ocorre­
ram no sul e no meio-oeste. Um obreiro da “Vida
para Chicago”, disse que dissipou suas dúvidas quanto
à salvação e que pela primeira vez havia testemunha­
do de sua fé e uma pessoa tinha aceito a Cristo por
seu intermédio. Fatos como estes se sucederam por
todo o país: milhares dos que receberam treinamento
foram esclarecidos quanto às dúvidas sobre a salvação
e milhares foram usados por Deus para levar sua
primeira pessoa a Cristo.

Um fato negativo traz resultados positivos

“Creio que nossa maior força foi nossa fraque­


za”, comentou Nimrod McNair, um dos líderes da
campanha em Chicago. “Nossa produção de mídia foi
fraca devido à falta de recursos, além de não termos
conseguido penetração nas maiores cadeias de televi­
são. Entretanto, no dia 19 de novembro, o jornal
Chicago Tribune saiu às ruas com uma matéria criti­
cando o movimento: a matéria era negativa mas os
resultados foram positivos. “Na esteira do artigo do
Tribune vieram entrevistas objetivas com a NBC, ABC
e CBS, grandes cadeias de televisão, e uma matéria no
Sun-Times de Chicago. Em conseqüência de toda a
publicidade que fizeram, a porcentagem dos habitan­
tes que haviam tomado conhecimento da campanha
subiu de 20 para 70%. Milhares aceitaram a Cristo.
O Rev. Joe Masterson, da Igreja Batista Kenwo-
od, disse que a campanha “Vida para Dallas”, revolu­
219
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
cionou sua igreja. Dezessete membros de outra igreja,
também em Dallas, levaram alguém a Cristo pela
primeira vez em suas vidas na primeira semana da
campanha.
Roger Vann, coordenador em Houston, contou
como foi interessante a maneira de Deus dirigir a
publicidade da campanha: uma rede de televisão era
contrária à propaganda religiosa paga. Deus mudou
seus corações e deu 20.000 dólares para chamadas no
melhor horário. Foi uma cobertura melhor do que
nas das duas outras estações de televisão, onde não
houve publicidade e tivemos de suportar todos os
custos.
Dick Burr, coordenador da Campanha em Mia-
mi, contou que deram muita ênfase à assistência pres­
tada às pessoas. Assim, 34% dos que aceitaram
Cristo inscreveram-se em grupos de estudo bíblico,
perfazendo um total de 2,240 pessoas, um dos mais
altos do país.

Grandes reuniões de louvor

Ao final das campanhas na maioria das 246 cida­


des, grandes reuniões de louvor foram realizadas para
glorificar a Deus pelo que Ele havia efetuado. Ao
visitar cidade após cidade, para tomar parte nestas
reuniões, sentia-me cheio de alegria e gratidão a Deus
pelos milhares que haviam sido salvos.
Em Chicago, Vonette e eu assistimos à Assem­
bléia da Associação Nacional dos Evangelistas. Muitos
pastores paravam para conversar conosco nos interva­
los e contar como Deus tinha usado a campanha
“Vida para a América” para abençoar vidas e igrejas.
A meu ver, este movimento foi um enorme
sucesso, o mais invulgar que já chegou ao meu conhe­
220
Saturando a Nação
cimento. Durante um curto espaço de tempo, mais
pessoas ouviram do evangelho e aceitaram a Cristo
como Salvador e Senhor do que em qualquer outra
época desde o surgimento de nosso país, além de
aumentar o número dos envolvidos em discipulado e
treinamento de evangelização.
Um dos aspectos mais importantes do movimen­
to, de acordo com os pastores e leigos com quem
conversei, foi o sentimento de fraternidade que sur­
giu entre as denominações e entre as igrejas locais:
trabalharam, testemunharam, oraram e viveram juntas
o amor de Cristo.
O Dr. Billy Graham afirma com freqüência que
o sucesso verdadeiro de uma cruzada abrangente só
pode ser verificado, no mínimo, em 5 anos; esta
afirmação também pode se aplicar à campanha “Vida
para a América”. Só Deus sabe quais serão as conse-
qüências da atuação dos milhares de leigos que apren­
deram a compartilhar sua fé, dos milhões que ouvi­
ram o evangelho e das igrejas que aprenderam a
trabalhar juntas em prol da meta comum: a pregação
da palavra de Deus em todo o mundo.

221
Vida para o Mundo:
Campanhas
de Saturação
Deus tem realmente realizado milagres conver­
tendo pessoas por intermédio de nossa equipe e dos
voluntários espalhados nos 158 países onde exerce­
mos ministérios, mas ainda há um grande número de
pessoas que não o conhecem. Em 1984 a população
mundiàl era de 4.7 bilhões de pessoas e na virada do
século espera-se que haja 6.25 bilhões. Do ponto de
vista humano, nosso alvo de ajudar a alcançar cada
um com o evangelho parece absurdo e impossível,
mas a passagem pelo mar Vermelho e a multiplicação
dos pães e peixes também pareceram.
Quando Jesus nos deu o mandamento de ir por
todo o mundo e pregar o evangelho a toda a criatura,
fazendo discípulos em todas as nações, prometeu que
iria conosco. Porque dEle é toda a autoridade no céu
e na terra, podemos ir a cada um dos 210 países e
protetorados do mundo plenamente confiantes em que
Aquele em quem habita toda a plenitude da Divinda­
de irá conosco e suprirá todas as nossas necessidades.
Deste modo, o verdadeiro motivo de sua vinda ao
mundo será consumado —buscar e salvar o perdido e
falar de Seu amor e perdão a todos os homens.
222
Vida para o Mundo: Campanhas de Saturação

Estratégia comprovada
Deus nos tem capacitado a fazer grandes avan­
ços em direção ao cumprimento da Grande Comissão
por intermédio de “Vida para o Mundo”. Este movi­
mento reúne muitas das estratégias e alguns dos con­
ceitos que tiveram êxito na campanha “Vida para a
América”. Os planos de ação são recebidos com
maior entusiasmo e obtém mais sucesso do que nos
Estados Unidos.
Em 1977, Bailey Marks, então nosso diretor na
Ásia, convidou-me para dar início ao movimento “Vida
Para...” em alguns países do continente. Inúmeras
vezes ouvi dizer: “Nunca aconteceu algo assim na
história de nosso país”. Parece que houve um traba­
lho sem precedentes do Espírito de Deus, chamando
os cristãos de diferentes organizações e denominações,
que geralmente não cooperavam entre si, para traba­
lhar em harmonia e amor.
Quando cheguei ao Paquistão, o país estava
passando por perturbações políticas. Embora houvesse
passeatas por toda a cidade, ônibus e trens sendo
incendiados e pessoas sendo mortas, ainda assim os
cristãos compareciam às reuniões. Realizavam reu­
niões de manhã e à tarde com cerca de 1.200 pessoas
presentes em cada uma delas. Alguns líderes cristãos
de Lahore e Karachi, duas das maiores cidades paquis-
taneseas, reuniam-se. para orar, confraternizar e fazer
planos para inicar o movimento naquelas importantes
cidades.
A publicidade da campanha em Manila e Ba-
guio, nas Filipinas, começou em março daquele ano, e
Deus a abençoou poderosamente, pois milhares aceita­
ram Cristo. Resultados recentes das campanhas trou­
xeram-me, e à equipe, um grande entusiasmo. As
estatísticas mostraram que 1.971 obreiros e 102 igre­
223
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO

jas participaram da campanha e foram obtidas


209.830 respostas entre os diferentes meios de publici­
dade utilizados. Nas primeiras 13.000 vezes em que o
evangelho foi pregado, 9.242 pessoas decidiram-se por
Cristo, 70% de respostas positivas. Mais da metade
daqueles que aceitaram Cristo como Salvador inscre­
veram-se em grupos de estudos bíblicos para aprender
os fundamentos da fé cristã.

Adaptações culturais
Embora muitas das estratégias fossem as mes­
mas usadas na campanha “Vida para a América”,
fizeram-se necessárias alterações nas campanhas da
Ásia, devido às diferenças culturais. Por exemplo, o
“outdoor” “Já Encontrei” predominou mais em Ma­
nila e Baguio do que nas cidades americanas. Os
donos de lojas mostravam-se desejosos de exibir ban-
deirinhas e posters nas vitrinas e milhares de taxis —
que dominam as ruas de ambas as cidades —exibiam
adesivos. “Não se pode olhar para qualquer lugar sem
deixar de ver “Já Encontrei Uma Nova Vida”, comen­
tou Bailey Marks.
Em Manila e Baguio houve uma campanha
pequena, mas sistemática, por telefone, a que teve
grande penetração quando utilizada nos Estados Uni­
dos. Em regiões onde poucas pessoas possuem telefo­
ne, a ênfase da campanha publicitária era informar,
pessoas que gostariam de obter informações mais de­
talhadas à respeito de Cristo, que telefonassem ou
preenchessem cartões que deveríam ser colocados em
uma das 800 urnas coletoras com os dizeres “Já
Encontrei” espalhadas pelas duas cidades. O plano
funcionou: mais de 180.000 das 210.000 respostas
obtidas foram encontradas nas urnas.
224
Vida para o Mundo: Campanhas de Saturação
Um casal de Manila usou 40% de seu tempo
fazendo contato com pessoas que haviam respondi­
do ao apelo publicitário da campanha. Todos os fun­
cionários dos cinco escritórios pertencentes ao casal
aceitaram Cristo.

Ansiosos para ouvir

A campanha realizada em Tijuana, no México,


em novembro do mesmo ano, também foi muito bem
sucedida. No primeiro dia, em que o tópico da cam­
panha foi “A Mensagem Revelada”, pessoas pude­
ram se manifestar telefonando para a sede ou preen­
chendo os cartões e depositando-os nas umas da
campanha. Os moradores de um subúrbio de Tijuana
ficaram tão pressurosos para saber como ter nova vida
em Cristo que formaram fila para depositar os cartões
na caixa que havia do lado de fora de um supermer­
cado.
Uma senhora de um outro bairro, não só escre­
veu seu nome e endereço, como também anotou nas
costas do cartão como ir à sua casa: qual o ônibus
que se deveria tomar, onde descer e como chegar lá.
“Ela estava tão aflita para receber a visita de alguém
que fez tudo, salvo anexar a passagem do ônibus”,
comentou um obreiro.
Muitos dos que aceitaram Cristo durante a
campanha mostraram muito interesse em crescer na fé
e oitenta por cento deles inscreveu-se em grupos de
estudos bíblicos.
Outra campanha realizada na América Latina,
foi na cidade de San Cristobal, na República Domini­
cana. Situada perto da capital, que é San Domingo,
San Cristobal é uma cidade de cerca de 44.000 habi­
tantes dos quais 2.000 são cristãos evangélicos. Ah
225
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
existem 18 igrejas protestantes, 17 das quais partici­
param da campanha, com uma equipe de 640 obrei­
ros treinados. Realmente houve necessidade destes
voluntários, porque mais de um terço da população
da cidade pediu o folheto “Você Também Pode En­
contrar”, que traz uma explanação do evangelho.
90% de respostas
Ao começar a atender às solicitações, os obrei­
ros depararam-se com um nível de receptividade sem
precedentes, comparando-se com outras campanhas
evangelísticas realizadas na América Latina, onde a
média de pessoas que ouviam Cristo e O aceitavam
como Salvador chegava a 50%. No entanto em San
Cristobal atingiu-se a média incrível de 90% — 10.260
conversões entre 11.400 pessoas que ouviram o evan­
gelho.
Em Singapura tivemos algumas dificuldades pe­
culiares. Esta pequena ilha tem uma população de
cerca de 2 milhões de pessoas, de nacionalidades
variadas: chineses, malaios, indianos e ocidentais. Há
uma multiplicidade de raças, idiomas e religiões e não
há interesse em mudar a situação. Alcançar aquela
cidade parecia uma tarefa tão complexa que os líde­
res do movimento “Vida Para.. .” pediram ao Senhor
que levantasse pessoas para orar especialmente pelo
trabalho, no mínimo 10 crentes orando ininterrupta­
mente. Em fevereiro de 1977 havia 5 grupos orando
24 horas, e ao ser iniciada a publicidade da campa­
nha, outros 5 grupos estavam formados. Quase 8.000
crentes participaram destas correntes de oração.
Trabalho conjunto das igrejas
Das 180 igrejas existentes, 110 fizeram-se repre­
226
Vida para o Mundo: Campanhas de Saturação
sentar enviando obreiros. Um jovem da Igreja Cristã
de Jurong disse que depois do treinamento recebido
transformára-se de convertido em discípulo, zeloso e
empolgado.
Nove pessoas dentre as que trabalhavam no cen­
tro telefônico eram cegas, e usando cópias em Braille
das Quatro Leis Espirituais, conversavam com os inte­
ressados, obtendo resultados tão eficazes quanto os
outros obreiros.
A campanha “Vida Para Malásia” foi o primeiro
empreendimento deste tipo a ser iniciado em um país
muçulmano. A lei, ali, é explícita: não é permitido
aos cristãos falar do evangelho aos muçulmanos. Hou­
ve um esforço conjunto para alcançar os 48% da
população de origem chinesa.
Diariamente recebíamos telefonemas ameaçado­
res e automóveis com os adesivos “Ja Encontrei”
eram danificados, mas os obreiros não se acovarda­
ram. George Lee, membro da comissão executiva
de “Vida para a Malásia”, encontrou seu carro raspa­
do, pois alguém tirara os adesivos com uma faca.
Reagiu à situação dizendo que o carro podería ser
pintado novamente, depois de terminada a campanha
e que, no momento, apenas cobriría os estragos colan­
do novos adesivos.

A Campanha em Hong Kong


Outra campanha notável foi realizada em Hong
Kong, cidade de cerca de 4,5 milhões de habitantes.
Lembro-me de como fiquei emocionado ao receber o
primeiro relatório de Andrew Ho, novo diretor ali.
Havia 359 igrejas participando e 300 delas realizaram
campanhas evangelísticas e de reavivamento simulta­
227
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
neamente com a publicidade do movimento. O núme­
ro de obreiros chegava a 15.000 e mais 85.000 ajuda­
vam das mais variadas formas. Estes 100.000 crentes
representavam quase a metade da população protes­
tante da colônia.
Ao final, 28.175 pessoas haviam sido salvas. Um
fato gratifícante foi saber do número de novos crentes
que passaram a freqüentar as igrejas locais. Um mês
depois da campanha, 200 igrejas mostravam um au­
mento de freqüência na faixa de 30 a 150 pessoas em
cada uma e várias delas iniciaram novas congregações.
Antes de ser iniciada a publicidade, um missio­
nário convidado para falar em determinada igreja dis­
se que o movimento “Vida para Hong Kong” deveria
ser apoiado; pessoalmente não sabia a posição da
igreja em relação à campanha mas pedia que todos
participassem. Em resposta, o pastor deu-lhe um tapi-
nha nas costas e contou que em conseqüência do
treinamento de “Vida Para...” 7 novos membros ha­
viam sido arrolados e, em seguida, pediu a todos que
ali estavam, como resultado da campanha, que levan­
tassem a mão. Houve inúmeras manifestações.
A campanha em Nairobi, no Kenya, trouxe
grandes benefícios para as igrejas. Soube-se de 15.000
pessoas que aceitaram Cristo e 6 igrejas batistas bati­
zaram 2.600 novos membros como resultado direto
do trabalho.
Cidades da Europa também participaram das
campanhas. Em Barcelona, na Espanha, havia 35 igre­
jas e Tolra é um exemplo, pois embora envolvendo-
se mais tarde, seus membros ainda puderam assistir ao
treinamento; fizeram 119 visitas e falaram de Cristo
em 109 delas. Vinte e quatro pessoas foram salvas e
31 inscreveram-se em estudos bíblicos.
228
Vida para o Mundo: Campanhas de Saturação
Freqüéncia triplicada

A igreja de Tampere, na Finlândia, teve sua


freqüéncia triplicada nos 3 primeiros domingos se­
guintes ao início da campanha. Uma igreja de subúr­
bio, com 350 lugares, tinha freqüéncia regular de 150
pessoas , mas naquelas 3 semanas havia mais de 600
tentanto se acomodar ah. Nosso diretor na Europa,
Kalevi Lehtinen, um finlandês, ficou muito animado
com as duas campanhas e as próximas já programa­
das. Como eu, ele sente que estes movimentos na
Europa podem acender um grande reavivamento
abrangendo todo o continente.
Lahore, no Paquistão, foi a primeira cidade do
Oriente Médio em que realizamos a campanha. Nosso
diretor nacional no Paquistão, o professor Daniel
Bakhsh, contou que Jesus Cristo foi o tópico de
conversa da cidade talvez pela primeira vez em sua
história.
A grande maioria da população é composta de
muçulmanos e houve muita oposição à campanha,
mas, apesar disso, Deus a abençoou ricamente e regis­
traram-se 1.000 decisões para Cristo, resultado signifi­
cativo para o país.
Um voluntário que trabalhava em uma empresa
onde não havia cristãos, contou que pela primeira vez
seus colegas mostraram-se interessados em ouvir de
Cristo e centenas de. estudantes queriam saber o que
significava “Já Encontrei Uma Nova Vida”.
O sucesso alcançado por estas campanhas em
todo o mundo encheram-me de gratidão e louvor para
com o maravilhoso Deus, mas tenho pensado seria­
mente nos 62% da população mundial que não vivem
em cidades mas em povoados e em zonas rurais. Por
isso, o que aconteceu nas montanhas de Kilingu, na
zona rural do Kenya, deixou-me muito entusiasmado.
229
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO

Como em muitas regiões semelhantes, a maioria


da população de Kilingú (75%) é analfabeta. Assim,
no trèinamento de evangelização para pastores e lei­
gos usamos aparelhos de som, gravadores, fitas k7 e
um folheto ilustrado mostrando como aceitar a Cris­
to.
Memorização do material

O aprendizado através da memorização é co­


mum na maioria dos países africanos, e o treinamento
dado assim foi bastante eficiente, além de os partici­
pantes poderem transmití-lo às suas igrejas usando as
mesmas fitas k7 do treinamento. Deve-se o sucesso do
treinamento à oração e trabalho intenso de nossa
equipe na África e à liderança notável de nosso dire­
tor, Don Myers.
Completado o treinamento, quatro automóveis
e uma motocicleta, equipados com auto-falantes, co­
meçaram a anunciar em dialeto local o tema da cam­
panha “Encontrei” — “Niniwonete” — percorrendo
toda a região da tribo Kamba. Em pouco tempo,
onde quer que fossem, encontravam crianças cantan­
do a música que transmitiam.
Nos primeiros dias, os motoristas ajudaram na
colocação de bandeirolas amarelas para indicar aos
interessados os locais onde poderíam encontrar a nova
vida em Jesus Cristo, sobre a qual ouviam “cantar” os
alto-falantes. As bandeirolas também mostravam onde
eram realizados os estudos bíblicos.
As pessoas caminhavam quilômetros — às vezes
transpondo montanhas —para ouvir sobre a nova vida
que Cristo oferece. Em média, 50% dos que foram
aos centros de informações aceitaram Cristo. Em
alguns lugares, de acesso mais difícil, 75% dos que
ouviram, foram salvos.
230
Vida para o Mundo: Campanhas de Saturação
Foram também realizadas campanhas rurais no
México e nas Filipinas, para difundir a mensagem
transformadora de Jesus Cristo. O potencial destas
campanhas me assusta, quando penso nas centenas de
milhões de pessoas vivendo em povoados e que po­
dem ser alcançadas desta maneira.

A campanha na Índia
Um dos resultados mais espetaculares foi obtido
no Estado de Kerola, na índia. 0 diretor nacional
naquele País, Thomas Abraham, confiou no Senhor
para que até o final de 1976, aquele Estado, de 22
milhões de habitantes, fosse totalmente alcançado pe­
la pregação do evangelho. Das ruas mais movimenta­
das das cidades costeiras até as plantações de chá das
montanhas, obreiros treinados percorreram todo o
Estado, .indo de casa em casa, pregando as boas novas
de Jesus Cristo. No final da campanha, 99% das casas
haviam sido visitadas.
Nos últimos 3 meses foram realizadas grandes
reuniões evangelísticas nos 11 distritos de Kerala,
para que os que trabalhavam e estudavam durante o dia
e não eram encontrados nas visitas, também pudessem
ouvir o evangelho.
A programação destas reuniões compunha-se de
3 partes: uma mensagem evangelística curta, transmi­
tida por alguém da equipe da Cruzada: um filme de
André Kole “World of Illusion” e um outro filme,
“Life is Where I’m going”.
“Certa vez, uma igreja que nos dera permissão
para utilizarmos suas instalações para uma reunião,
voltou atrás em sua decisão. Começamos a orar, pe­
dindo orientação ao Senhor quanto ao que fazer e
alguém sugeriu que usássemos um terreno em frente
231
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
à uma mesquita”, contou-nos Thomas Abraham. Não
se concebe que muçulmanos pudessem ceder um lu­
gar, provido de eletricidade, sem cobrar, para que
fosse realizada uma reunião evangélica, mas foi o que
aconteceu. Provavelmente foi a primeira vez que algo
semelhante ocorreu e muitos tiveram uma experiência
pessoal com Cristo naquela noite. Cerca de 380.028
pessoas aceitaram Cristo por intermédio de reuniões
assim, e o total geral computado foi de 1.850.982 sal­
vos durante a campanha.
Thomas conta que parecia um sonho impossível
em 1969, mas pela graça de Deus, no dia 31 de
dezembro de 1976, quase todos os lares de Kerala
haviam sido visitados e todos nôs da equipe da Cruza­
da, na índia, estávamos louvando a Deus por termos
completado a tarefa de saturar a nossa Jerusalém com
as boas novas.

Chegando à Colômbia
Deus também agiu poderosamente na Colômbia.
Ao lado de Sérgio Garcia, Diretor de Assuntos para a
América Latina, e de Nestor Chamorro, nosso diretor
na Colômbia, tive oportunidade de participar durante
3 dias da grande campanha realizada naquele país.
Durante todo o ano de 1978, estimou-se que de 65 a
86% dos 27 milhões de habitantes ouviram sobre
como relacionar-se pessoalmente com Jesus Cristo.
Muitos foram abordados pessoalmente, outros ouvi­
ram mensagens pelo rádio, viram publicidade em tele­
visão, jornais e folhetos.
Na primeira metade do ano deu-se ênfase à
evangelização de casa em casa, as cidades foram divi­
didas em regiões sob a responsabilidade de grupos de
voluntários e membros da equipe.
232
Vida para o Mundo: Campanhas de Saturação
Houve também reuniões de massa. No mínimo
750.000 pessoas ouviram o evangelho na semana da
Páscoa e a l.° de julho, Nestor calculou que 45% da
população já tivera contato com a Palavra de Deus.
A l.° de agosto, 9 grupos de estudantes sairam
em viagem, em “missão sacrificial”. Percorreram to­
dos os povoados e zonas rurais do país, saturando-os
com o evangelho e organizando grupos de oração.
Uma outra equipe, a “missão impossível”, desenvol­
veu um ministério entre funcionários públicos de Bo­
gotá. Em dezembro, através de campanhas publicitá­
rias, reuniões de massa e outros projetos, a tarefa
estava completa.
Nossos relatórios mostram que quase 18 mi­
lhões de pessoas, de uma maneira ou outra, foram
atingidas. Só Deus sabe a verdadeira extensão dos
resultados, mais de 2.6 milhões de decisões por Cristo
foram registradas.

Campanha para angariar fundos

Intimamente relacionada com o projeto de al­


cançar pessoas em todo o mundo está a campanha
para levantar os recursos necessários. Para ocupar-se
desta tarefa temos o Departamento de Expansão, no
qual trabalham pessoas dedicadas a manter um conta­
to regular com cristãos a quem assistem espiritual­
mente e informam como podem investir seu dinheiro
para ajudar no cumprimento da Grande Comissão.
A campanha surgiu por causa da grande necessi­
dade de fazer face às despesas do movimento “Vida”
em diversas cidades da Europa. A meta é conse­
guir um bilhão de dólares para financiar estes progra­
mas que visam alcançar um bilhão de pessoas para
Cristo até 1990.
233
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO

Wallace E. Johnson, co-fundador da cadeia Holi-


day Inns, Inc., está colaborando como Diretor Inter­
nacional Honorário de “Vida Para o Mundo”; Roy
Rogers, ator e empresário, é o Vice-Diretor; Nelson
Bunker Hunt, capitalista e executivo de companhias
de petróleo, é o Diretor da Comissão Executiva Inter­
nacional, e Ed Johnson, Presidente e Diretor da “Fi­
nancial Federation”, uma das instituições financeiras
mais importantes do país, é o diretor da campanha
nos Estados Unidos.
Wallace Johnson, logo no início da campanha,
definiu o espírito do projeto: “Devemos nos dedicar a
este programa de tamanha envergadura e importância
para que nos anos vindouros exerça influência nas
mentes e ideais das pessoas”. Enfatizou, também, que
a campanha deveria ser direcionada para angariar fun­
dos ainda não canalizados para outras organizações ou
igrejas cristãs, pois não desejamos criar um clima de
competição relacionado a dinheiro ou projetos.
Deus continua a operar através do movimento
“Vida Para o Mundo” e nunca me senti tão otimista
e confiante, com tanta convicção de que Ele vai
realizar uma obra poderosa para demonstrar Seu amor
e perdão a todos os homens e nações do mundo!

234
Ministério
nas Prisões

“Um Salvador pessoal é a única solução para


um problema penal”.
A Cruzada estendeu seu ministério em direção
às prisões devido a um acontecimento singular. Larry
Benton, que mais tarde tornou-se diretor desse traba­
lho, recebeu um telefonema de um vizinho avisando-o
de que sua casa fora assaltada, sua esposa agredida e seu
carro roubado. Foi para casa imediatamente e, no
caminho, começou a orar: “Querido Deus, sei que o
Senhor está no controle de tudo e nada acontece em
nossas vidas sem a Sua permissão. Sei que o Senhor
não causou este acontecimento, mas permitiu que
ocorresse. Por que? A Sua promessa é de que todas
as coisas colaboram para o bem, mas como pode
resultar o bem de algo assim? O Senhor disse que dés­
semos graças por tudo e embora eu não me sinta
agradecido, dou graças pela fé. Por favor, use este
fato para Sua glória”.
Ao chegar, a primeira coisa que viu foi a gara­
gem vazia. A porta de entrada estava aberta, havia
cordas pelo corredor e a casa estava cheia de policiais.
Sua esposa, Beverly, encontrava-se na casa vizi­
nha, chorando convulsivamente, o rosto bastante ma­
235
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
chucado. Uma ambulância levou-a para o hospital e
Larry começou a andar pela casa, examinando a situa­
ção. Os indícios eram claros — uma luta na cosinha,
Beverly arrastada para a sala de estar e depois para o
banheiro. Uma lâmina suja estava na pia onde o
assaltante se barbeara.
No hospital, ela contou mais: o homem disse
que iria continuar a cometer crimes ‘porque o mundo
está uma bagunça’ e Beverly falou-lhe que esta atitu­
de não traria solução, mas Cristo nos corações dos
homens era a resposta para trazer paz ao mundo.
Antes de sair ele disse que havia planejado matá-la e
que ela podia agradecer ao seu Deus que tivesse
mudando de idéia.

32 anos de antecedentes criminais

O homem foi preso e mandado para a cadeia da


cidade: sua ficha registrava 32 anos dedicados ao
crime. Larry e Beverly enviaram-lhe uma carta per­
doando-o e testemunhando de Cristo. A este fato
deveu-se sua conversão. Seria um final feliz para um
incidente tão traumatizante?
Ao contrário, foi o início de um novo capítulo
nas vidas de Larry e Beverly, o primeiro passo para a
organização do ministério nas prisões, estendendo o
trabalho de evangelização e discipulado aos presos de
diferentes instituições penais.
Um ano depois do incidente em sua casa, Bever­
ly começou a dar aulas de artesanato na cadeia públi­
ca de San Bernadino. Estas aulas ampliaram-se para
cultos dominicais noturnos; posteriormente, 150 de­
tentas aceitaram a Cristo, em conseqüência de seu
ministério.
O trabalho passou da cadeia municipal para o
236
Ministério m s Prisões
Instituto Penal Feminino da Califórnia, em Frontera,
onde Beverly começou a ensinar os Dez Passos Bási­
cos para a Maturidade Cristã e os Conceitos Transferí-
veis, além de levar a série de filmes “O Lar Cristão”,
produzidos pelo Dr. Henry Brandt, conhecido psicólo­
go e conferencista cristão.
Devido aos bons resultados alcançados pela
apresentação dos filmes, os Benton conseguiram que
eles fossem projetados em 18 penitenciárias da Cali­
fórnia e em algumas no Texas, Idaho e Pennsylvania.
Levar os filmes às prisões fazia-os entrar em contato
com os capelães das principais delas e organizar Insti­
tutos de Evangelização para Leigos.

Capelães sobrecarregados

A maioria destes capelães estava sobrecarregada


de trabalho. Por exemplo, um deles, esgotado, era
responsável por 3.000 homens. Por falta de auxiliares,
precisava marcar seus compromissos com 3 semanas
de antecedência. Em pouco tempo Larry e Beverly
começaram a planejar um treinamento especial de
“para-capelães”, visando aliviar o trabalho dos cape­
lães no atendimento das necessidades espirituais dos
detentos. No verão de 1975 foi iniciado o primeiro
curso.
A equipe da Cruzada fazia o discipulado indivi­
dualmente ou em grupos pequenos. Antha Avril, uma
ex-detenta do Instituto Penal Feminino da Califórnia,
é uma dentre as muitas pessoas que os Benton disci-
pularam.
Eis sua história: “Uma noite uma amiga convi­
dou-me para ir a uma reunião organizada pelo Minis­
tério nas Prisões; aquelas pessoas não me condenaram
por meus crimes como muitas outras fizeram; falaram
237
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
do amor e plano de Deus para minha vida, arruinada
e sem esperança. Interessei-me em saber mais sobre
este amor e este plano e convidei Cristo para entrar
em meu coração. Seis pessoas se converteram por me
ouvir cantar no chuveiro. Perguntaram por que eu
cantava na prisão e se seria possível alguém ser feliz
ali e, então, pude compartilhar acerca de Cristo com
elas”.
Este ministério também dá assistência aos
presidiários que são libertados, através de estudos
bíblicos especiais liderados por leigos treinados, além
de ajudá-los em seu reajustamento à sociedade. Larry
diz terem percebido que uma das coisas mais difíceis
para eles é a readaptação, pois há tanta diferença
cultural entre o lado de fora e de dentro da prisão
quanto entre dois países. O entrelaçamento que há no
estudo bíblico serve como uma ponte entre o deten­
to, sua família e as instituições.
Há um contraste interessante entre a mudança
de vida’ dos detentos orientados pelo ministério e os
demais, mostrado pelas pesquisas sobre crimes. Ro-
bert Martinson, um sociólogo da Universidade de New
York, organizou uma grande pesquisa e chegou à
conclusão de que a penitenciária que conduz um
programa de reabilitação não obtém mais êxito do
que a que deixa os detentos sem assistência. A despei­
to disto, nosso trabalho tem alcançado sucesso em
transformar suas vidas. Larry Benton crê que o traba­
lho dos “para-capelães”e voluntários atinge a raiz dos
problemas e não apenas a superfície. A criminalidade
é simplesmente a manifestação externa do pecado e o
verdadeiro problema encontra-se nos corações dos ho­
mens. A comunhão com Jesus Cristo e a aplicação da
Palavra de Deus aos problemas diários é a única
solução.
238
Ministério
Familiar

Ela estava desiludida com o casamento, a famí­


lia e a vida, e resolvera suicidar-se. O divórcio talvez
fosse uma solução. Seu relacionamento com o marido
era muito sofrido e ela se encontrava em total deses­
pero, pois nunca imaginava levar uma vida tão mise­
rável, sentindo -se tão fracassada como esposa, mãe e
profissional.
O dia 27 de abril, uma sexta-feira, marcou o
primeiro dia da Conferência sobre a Vida em Família,
patrocinada pelo Ministério Familiar da Cruzada 0
marido desta senhora, que não era crente, convidou-a
para ir à conferência mas ela recusou-se a ir, dizendo
que o encontraria na segunda-feira no tribunal para
darem entrada nos papéis de divórcio.
Mas aconteceu algo inusitado e maravilhoso. O
marido acabou por convencê-la a acompanhá-lo e na­
quele fim de semana ela entregou sua vida e seu
futuro ao Senhor. Pela primeira vez o casal encontrou
uma esperança à qual se agarrar e um projeto de vida.
No último dia de conferências a esposa che­
gou-se a um dos oradores em lágrimas, e abra­
çou-o. Contou-lhe como ela e o marido estavam ten­
tando recomeçar a vida e o casamento com uma nova
239
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
esperança, e aceitaram a idéia de receber aconselha­
mento durante os meses seguintes.
A família americana está vivendo em grande
conflito. Nos últimos anos, um milhão de casais por
ano tem se divorciado. Estatísticas demonstram que
59% das crianças de menos de 18 anos passaram
algum tempo da vida morando com apenas um dos
pais. Há um rápido crescimento do número de famí­
lias constituídas de apenas um membro do casal.
Diante da situação das famílias em crise, nosso
Ministério Familiar ergueu-se para atender o lamento
dos desesperados. Em 1984 este trabalho expandiu-se
bastante, com um aumento de 60% no compareci-
mento às conferências. As 25 conferências realizadas
em Denver, San Francisco, Dallas e Chicago atraíram
mais de 25.000 pessoas! Não há dúvida de que todos
estão ansiosos para encontrar as respostas para os
problemas familiares que estão vivendo.
As respostas estão sendo encontradas. Um casal,
casado há 30 anos, participou de uma conferência em
Nova York. Um dos tópicos do programa é fazer com
que os cônjuges troquem cartas de amor, e, no mo­
mento em que deveríam fazer isto, ambos começaram
a chorar e choraram por mais de uma hora, pois
começaram a abrir os corações um para o outro. Mais
tarde a esposa contou que pela primeira vez, em
todos aqueles anos, o marido realmente revelou-se a
ela. Aquela noite de sábado foi o início de uma lua
de mel e, um ano depois gozavam de um relaciona­
mento mais íntimo, feliz e compensador.
De início, o Ministério Familiar visava orientar
os membros da equipe da Cruzada, preparando-os
para o casamento, mas pouco a pouco o objetivo foi
sendo mudado, enfatizando o enriquecimento da vi­
da conjugal. A idéia era ajudar os casais a constituí­
rem casamentos sólidos para que pudessem ministrar.
240
Ministério Familiar
de modo mais eficiente o cumprimento da Grande
Comissão.
Dennis Rainey, diretor do ministério, explica
que o objetivo dos seminários é mostrar o que está
acontecendo com o casamento moderno e qual a
orientação bíblica sobre o assunto. Ao apresentar o
plano de Deus para o casamento, alertam as pessoas
para as pressões da vida que afetam o relacionamento
do casal e os leva ao fracasso. A partir deste enfoque,
há orientação prática quanto à comunicação, sexuali­
dade, solução de conflitos, e outras mais.
Os seminários não se resumem apenas a pales­
tras. Os tópicos pertinentes são abordados em três
dias de reuniões e as noites são livres para que os
cônjuges possam conversar sobre o que estão apren­
dendo.
Este ministério se enquadra muito bem na estra­
tégia da Cruzada de enfatizar a evangelização e o
discipulado. Seu objetivo é ajudar as igrejas a fortale­
cer as ‘famílias para que estas possam falar das boas
novas na sua geração.
Famílias cristãs sadias concorrerão para que
mais missionários sejam enviados e a não ser que
ocorra alguma mudança na família americana nas,
duas próximas décadas, nós mesmos precisaremos de
missionários.
A necessidade de uma perspectiva bíblica para o
casamento tem provocado um incrível crescimento no
Ministério Familiar. Temos uma série de fitas, “Fun­
damentos da Vida Familiar”, e um manual de confe­
rências que podem ser levadas para estudo individual
ou em grupos pequenos nas igrejas.
A equipe de “Vida para a América”, organizou
uma conferência em Nova York assistida por 700
pessoas — duas vezes mais do que o número esperado.
No ano seguinte os resultados foram mais espantosos:
241
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
1.325 pessoas assistiram-na e na época foi a maior
conferência da história do Ministério Familiar, tão
grande que 200 dos participantes foram acomodados
em uma sala repleta para ver os oradores através de
um circuito interno de televisão. Em conseqüência do
grande sucesso obtido, foram programadas reuniões
em Filadélfia, assistidas por 900 pessoas e em Boston,
por 800. Isto dã uma idéia do grande calor espiritual
de uma região que normalmente é tida como fria em
assuntos espirituais.
Um pastor que assistiu à reunião de Nova York
aproximou-se de um dos oradores trazendo a esposa
pela mão e pareciam um casal feliz, mas não era
verdade, confessou que estavam à beira do divórcio.
Ele estava se preparando para contar à sua congrega­
ção que iriam se separar, mas Deus trabalhou no
coração deles naquele fim de semana e curou muitas
de suas feridas. A conferência dera-lhes uma visão
bíblica do casamento e da família; desistiram do
divórcio e adquiriram uma nova esperança.
As 56 pessoas que trabalham com este ministé­
rio, além de uma equipe de 20 preletores, confiam
em Deus para transformar vidas para Sua glória. E é o
que vem acontecendo em cada conferência. Uma do­
na de casa de Kansas contou que foram à reunião
com sérios problemas matrimoniais, desanimados e
questionando se valeria a pena investir em seu casa­
mento. Os métodos, práticos e a aplicação dos princí­
pios bíblicos ajudou-os a renovar seus compromissos
mútuos e familiares, e ela estava louvando ao Senhor
pelo fim de semana que os tirou do desespero e os
levou a alegrarem-se com o casamento e um com o
outro.

242
Embaixada Cristã

Através dos séculos a história do mundo tem


sido escrita por homens de visão, fé e dedicação, e
um exemplo foram aqueles que deram origem aos
Estados Unidos. Estavam determinados a pagar um
alto preço por sua liberdade e pela nossa. Lembre-se
do rigoroso inverno de 1777-1778, quando o General
George Washington caiu de joelhos na neve do Vale
Forge: parecia que a batalha pela independência esta­
va perdida. Ele clamou pela ajuda de Deus e a batalha
foi ganha.
Lembre-se da Assembléia Continental, uma reu­
nião importante na qual os representantes das diferen­
tes colonias chegaram a um impasse. Quando parecia
não haver esperança para um acordo. Benjamim Fran-
klin levantou-se: “Senhores”, disse, “já vivi o bastante
para saber que Deus governa os homens e as nações, e
se até mesmo um pardal não cai sem Seu conheci­
mento, também uma nação não pode nascer sem Sua
bênção. Proponho que suspendamos a sessão para
orar”. A história relata que depois da reunião de
oração, os representantes encontraram uma solução
imediata e satisfatória para suas controvérsias.
No verdadeiro sentido da palavra, hoje somos
243
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
um povo livre, vivendo no país mais abençoado espiri­
tualmente porque Deus atendeu as orações de um
sem número de cristãos.

A importância da integridade

É muito importante que nosso país tenha líde­


res íntegros para guiar nossos destinos. A Bíblia diz:
“Quando se multiplicam os justos o povo se alegra,
quando, porém, domina o perverso, o povo suspira”
(Provérbios 29:2) e “A justiça exalta as nações” (Pro­
vérbios 14:34). Por causa da grande necessidade de
pessoas íntegras em posição de autoridade, iniciamos
a Embaixada Cristã para ministrar a líderes nos varia­
dos postos do governo em Washington, D.C. Compar­
tilhamos com eles as boas novas de Jesus Cristo, para
que possam conhecê-Lo e apoiar-se em Sua sabedoria
e fortaleza para desempenhar suas grandes responsabi­
lidades.'
Embora a Cruzada tenha trabalhado em Was­
hington há alguns anos e Eleanor Page tenha exer­
cido ali um ministério frutífero com as esposas dos
congressistas, a Embaixada Cristã iniciou-se oficial-
mente a 23 de fevereiro de 1976, com uma reunião
que contava com alguns líderes locais, o diretor do
ministério, Swede Anderson, além de nossa equipe.
Desde o início Deus tem reiteradamente atendido ao
anseio espiritual de homens e mulheres em posição de
liderança.
Tomei consciência deste anseio quando fui até
o escritório de um senador, que eu não conhecia. Um
amigo comum pediu-me que passasse ali par visitá-lo.
Passados alguns momentos, parecia que já nos conhe­
cíamos há longo tempo. Perguntei-lhe se era cristão e
falei do evangelho usando as Quatro Leis Espirituais.
244.
Embaixada Cristã
Em uma visita de 15 minutos, o senador converteu-se.
De outra vez, preguei na casa de um congressista
para vários deles e suas esposas. Depois da reunião, mui­
tos se aproximaram e pediram-me que fosse visitá-los.
No dia seguinte fui ao escritório de um deles e
perguntei-lhes se achara importante o assunto que eu
abordara na noite anterior e a resposta foi positiva.
Perguntei-lhe, também, se gostaria de aceitar Cristo
como Salvador e, dizendo que sim, ajoelhou-se ao
lado da poltrona para orar.
No corredor falei de Cristo a um outro que
também estivera presente à reunião e este, também,
aceitou Cristo.

Interesse pelo treinamento

Não havia interesse apenas em aceitar Cristo


mas, também, em receber orientação quanto a viver
uma vida cristã verdadeira. Perguntei a um senador se
não gostaria de assistir a 14 horas de treinamento, o
que corresponde a quase a metade de um período
normal, pois eu sabia que seu intenso programa de
trabalho não lhe permitiría participar do curso inte­
gral. Sua resposta foi que se ele estivesse tão ocupado
a ponto de não poder participar, então algo estava
errado, porque não havia nada tão importante quanto
o treinamento.
A Embaixada Cristã atua em todas as áreas do
governo, inclusive entre os militares, promovendo jan­
tares e almoços para grupos pequenos ou grandes,
para falar de Cristo. Os participantes são convidados a
estudar a Bíblia em grupo (temos cerca de 20 delas
atualmente) e a assistir seminários especiais organiza­
dos para ajudá-los a crescer na vida cristã e a levar
outros ao Senhor.
245
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Washington para Jesus
O ponto alto do ministério em Washington, D.C.,
foi uma reunião monstro com cerca de 500.000 pes­
soas que foram até ali para passar o dia 29 de abril
de 1980 em oração pela pátria. Creio que este aconte­
cimento, a que demos o nome de “Washington para
Jesus”, marcou um momento importante na história
do país.
As emoções fervilhavam em meu peito ao sen-
tar-me na plataforma armada a poucos metros do
edifício do Capitólio. Sentimentos de adoração, lou­
vor e alegria misturav.am-se em meu coração ao ver
tamanha multidão vinda de todo o país.
Estava colaborando com Pat Robertson, da Ra­
diodifusão Cristã, como co-diretor da programação, e
uma de minhas responsabilidades era incentivar os
líderes evangélicos a participar do evento empregando
seus esforços para que alcançasse sucesso. Um amplo
espectro estava ali representado: gregos ortodoxos,
católicos romanos, protestantes, carismáticos e não
carismáticos, todos tinham um único propósito: arre­
pender-se, voltar-se para Deus em nome de nosso país
e mostrar nosso pesar por nossos pecados.
O dia foi pleno de poder, pregações ungidas,
orações e cânticos que nos recordavam de nossa de­
pendência de Deus. Orei em Cristo, clamando pela
promessa de II Crônicas 7:14: “Se o Meu povo, que
se chama pelo Meu nome se humilhar e orar e me
buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então
eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e
sararei a sua terra”.
Veio-me à mente que, com certeza, aquela gran­
de multidão de homens e mulheres — e nossa sinceri­
dade — haviam tocado o coração de Deus. Depois de
tão grande reunião, Adrian Rogers, Ben Haden, Pat
246
Embaixada Cristã
Robertson e muitos outros líderes cristãos concorda­
ram que aquele foi um dos dias mais importantes na
história de nosso país.

Alcançado as Nações Unidas


Praticamente a metade da equipe que dirige a
Embaixada Cristã procede de um ministério frutífero
em outros países e tem concentrado o seu trabalho
entre os diplomatas que ocupam as embaixadas em
Washington e das Nações Unidas em Nova York. Este
ministério começou em 1978.
A maioria dos países enviam seus homens
mais capazes para representá-los em Washington e
Nova York e poucas entre elas mantêm relações ínti­
mas de amizade com americanos cristãos. A equipe da
Embaixada Cristã investe tempo com eles, convida-os
para suas casas promovendo jantares especiais e
festas para eles.
Um casal latino-americano que se converteu está
ansioso para compartilhar de sua nova fé com os
amigos que ocupam cargos importantes logo que vol­
tem ao seu país e a mesma coisa está acontecendo
com diplomatas da África, Europa, Ásia e Oriente
Médio.
Doze pessoas do grupo, lideradas por Frank
Obien e Glen Kleinknecht conversaram com funcioná­
rios e delegados das Nações Unidas sobre um relacio­
namento pessoal com Cristo e convidaram-nos para
uma recepção. Entre os 70 que foram à festa e
ouviram uma breve pregação do evangelho encontra­
vam-se um ministro de relações exteriores, mais de
seis embaixadores, vice-cônsules, subsecretários, dele­
gados das Nações Unidas e seus funcionários.
247
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Contatos influentes

Swede Anderson acha que o trabalho nas Na­


ções Unidas e embaixadas em Washington podem ex­
pandir nosso movimento em âmbito mundial, pois
acredita que um dos aspectos mais importantes da
Embaixada Cristã é que as personalidades importantes
que aceitaram a Cristo, que trabalham nas Nações
Unidas, no Banco Mundial ou nas embaixadas, podem
levar a mensagem para os líderes de seus países,
transformando suas vidas e abrindo portas à pregação
do evangelho.
Percebemos que quando estas pessoas reconhe­
cem que têm necessidade de Cristo e Ele passa a fazer
parte de suas vidas, encontram soluções para os pro­
blemas pessoais e familiares mais complexos. Cristo
também lhes dá segurança de que vai guiá-las no meio
das pressões das respondabilidades profissionais. Ve­
mos famílias restauradas e nova esperança entre as
pessoas alcançadas por este movimento tão importan­
te.
Além deste ministério já estabelecido naquelas
duas cidades, estamos lançando as bases para iniciar­
mos embaixadas nas maiores capitais do mundo.
Outro movimento de grande importância da
Cruzada, destinado a trabalhar com líderes do mun­
do, é o Ministério Executivo, que visa alcançar as
personalidades do mundo dos negócios e profissionais
de alto nível.
Seminários para Executivos

Um dos pontos importantes da estratégia é o


Seminário para Executivos, realizada várias vezes por
ano em Arrowhead Springs e outros lugares do país e
do mundo. Através de grandes reuniões, discussões
248
Embaixada CristS
em grupos pequenos e interação pessoa a pessoa, os
executivos e suas esposas aprendem a melhor usar
seus talentos e recursos para Jesus Cristo, e a perce­
ber como são importantes para ajudar no cumprimen­
to da Grande Comissão. Outro aspecto relevante é
que eles descobrem que têm necessidades individuais
que só Deus pode preencher.
Durante toda a semana do seminário, homens e
mulheres assumem um posicionamento pessoal em
relação ao amor de Deus e ao desafio de começar ou
renovar seu relacionamento com Ele. Quando execu­
tivos que chegaram ao ponto mais alto de suas carrei­
ras aceitam Cristo, normalmente seu entusiasmo é
tão grande quanto o de quaisquer outros grupos.

Experiência gloriosa

Certa vez, um dos executivos com quem eu


havia orado no segundo dia do seminário (sua esposa
havia aceito Cristo no dia anterior) conversava duran­
te o almoço com outro, com quem eu havia orado
vinte minutos atrás, e contou-lhe alegremente: “Minha
esposa tem quatro dias de idade e eu três”. (É claro
que se referia à sua idade em Cristo). Perguntou,
então, ao outro: “Quantos anos você têm? ” O segun­
do homem pensou um pouquinho e respondeu: “Te­
nho só vinte minutos” !
Muitos outros espalhados pelo refeitório tinham
alguns minutos, horas ou dias de idade. Havia gran­
de júbilo entre nós e também no céu!
O desejo de viver uma vida transformada conta­
gia a quase todos que participam do seminário e o
contraste entre o clima de chegada e o de partida se
evidencia nos rostos jubilosos, camaradagem calorosa
e cânticos alegres ao término de cada seminário. Po-
249
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
rém, a diferença é mais evidente quando voltam para
a “velha rotina” com novas perspectivas e prioridades.
Uma senhora escreveu: “O seminário foi tão
organizado e animador! Quero voltar para Oklahoma
e viver de acordo com o que ouvi e senti. Estou
pedindo a Deus que me mostre exatamente o que
quer que eu faça em minha comunidade para Ele.
Quero ser verdadeiramente uma mulher de Deus”.
Outro executivo comentou: “Minha esposa e eu
queremos agradecer pelas grandes bênçãos que recebe­
mos no Seminário para Executivos. Nós dois nos dedica­
mos novamente para ter uma vida centralizada em Cris­
to e buscar a vontade de Deus para nós”.
“Gostei muito das manifestações de amor e
amizade que recebi”, escreveu outro executivo. “A
programação foi muito proveitosa e modificou a mi­
nha vida e a de minha esposa”.
Seminários semelhantes têm sido organizados
com gçande sucesso no exterior, e os executivos e
profissionais de alto nível da Ásia, América Latina,
África e Europa, têm atendido calorosamente aos
apelos de fazer de suas vidas um instrumento valioso
para a causa de Cristo.
Ministrando através de jantares

O ministério entre os executivos também atua


através de jantares evangelísticos. Durante 13 anos
Arthur De Moss, que fazia parte do nosso Conselho
de Diretores da Campus Crusade for Christ, e sua
esposa Nancy, organizaram jantares nos quais os con­
vidados tinham a oportunidade de ouvir de Jesus.
Art, como o chamávamos carinhosamente, já está
com o Senhor, mas Nancy continua com o ministé­
rio.
250
Embaixada Cristã
A cada seis semanas é preparado um jantar para
150 e até 700 pessoas em sua casa, e ao final os
convidados ouvem um testemunho pessoal de perso­
nalidades famosas como Charles Colson, Pat Boone, a
escritora Joni Eareckson, o senador Bill Armostrong
Roy Rogers e Dale Evans e vários atletas profissio­
nais, que compartilham sua fé em Cristo.
Aqueles que aceitam Cristo durante os teste­
munhos, são convidados para um jantar com grupos
menores e orientados para participarem de estudos
bíblicos para crescimento espiritual. Cerca de 600
homens e mulheres estão participando destes estudos,
liderados pela equipe da Cruzada.
Muitos casais crentes de todo o país estão
participando dos jantares de Nancy e freqüentando
um seminário de 2 dias que os orienta na realização
de seus próprios jantares evangelísticos. Aplicando os
princípios aprendidos nos seminários de suas comuni­
dades, têm obtido resultados gratificantes, como, por
exemplo, a decisão de aceitar Cristo sendo tomada
por 54 pessoas em um único jantar.
Art via a necessidade espiritual dos mais bem
posicionados socialmente, como um fator para o su­
cesso deste ministério. “Porém, o fator mais significa­
tivo”, enfatizava, “é a atuação de Deus, e pessoas que
pareciam difíceis de serem alcançadas, estão sendo
salvas por Cristo”.
O objetivo do Ministério entre os Executivos é
alcançar pessoas que possam exercer uma grande in­
fluência por Jesus, não apenas em suas comunidades
mas também em todo o mundo. E Deus o tem usado
grandemente. A Ele seja dada toda a honra, glória e
louvor.

251
Centros de
Treinamento
Há alguns anos tive o privilégio de me dirigir a
um grupo ímpar. Era um dia quente e úmido em
Manila, capital das Filipinas, e me levantei para falar
vestindo as roupas essenciais. Os estudantes se acomo­
davam em carteiras duras e um quadro negro era o
único enfeite da sala.
Vindos de muitos países da Ásia, aqueles estu­
dantes queriam receber treinamento para exercer um
ministério mais eficiente para o Senhor. O tema abor­
dado foi o das qualificações para uma revolução espi­
ritual e a mensagem foi simples. Falei-lhes da necessi­
dade de entronizarem Cristo como Senhor de suas
vidas, de serem cheios do Espírito Santo, de preserva­
rem Cristo como o primeiro amor de suas vidas e
terem sempre em mente a tarefa de alcançar o mundo
para o Senhor. No final, instei-os a se compromete­
rem com a Palavra de Deus e a oração, e testemunha­
rem de Cristo.
Deixei bem claro que deveríam estar na depen­
dência do Espírito Santo e não na energia da carne,
que Deus não nos chama para fazer alguma coisa sem
nos dar o poder, sabedoria e graça necessários. Quando
terminei reinava um grande entusiasmo entre eles e
passamos bons momentos em comunhão.
252
Centro de Treinamento
Nos dias que se seguiram, continuaram um tra­
balho intensivo de evangelização e discipulado de no­
vos crentes, preparando-se para o ministério em seus
países. Tenho certeza de que alguns deles estavam
apreensivos quanto ao treinamento, inseguros quanto
aos benefícios que receberam e poderíam ser postos
em prática na volta para casa, no desempenho da
tarefa que Deus lhes confiaria.
No decorrer das semanas, continuaram a receber
ensinamentos básicos para a vida cristã — como
ser cheio do Espírito, como viver uma vida santa,
como testemunhar e participar no cumprimento da
Grande Comissão, e outros. Além de assistir as
palestras, tinham lições práticas de como dirigir estu­
dos bíblicos nos “campi” e ir testemunhando enquan­
to cumpriam suas atividades diárias normais.
Ao voltar para casa, além de conhecimentos,
tinham experiência, e puderam iniciar ministérios bem
sucedidos, que em certas situações foram bastante
relevantes para a causa de Cristo.
Um dos que concluiram o treinamento foi con­
versar com Bailey Marks, então diretor dos nossos
projetos na Ásia: “Se ao voltar para o meu país
colocar em prática o que aprendi, vou acabar na
cadeia ou morto, porque lá é contra a lei alguém
mudar de religião”.
Bailey confortou-o: “Você deve fazer o que
Deus lhe disser que faça, pois não vamos pressioná-lo
a fazer nada”.
Ao voltar para casa, o rapaz começou a traduzir
o material da Cruzada para seu idioma. Naquela épo­
ca havia apenas uma centena de crentes naquele país
segregado. Embora o trabalho de tradução fosse im­
portante, ele começou a ficar exasperado por não
estar testemunhando. Finalmente, falou para a esposa:
253
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
“Vou sair para testemunhar, não importa o que acon­
teça”.
Naquela tarde, as primeiras pessoas com quem
falou a respeito de Cristo aceitaram-no como Salvador
e no dia seguinte todos participaram de um estudo
bíblico e o rapaz começou a ensinar-lhes o que apren­
dera no treinamento em Manila.
Atualmente, é um fato histórico que houve uma
grande repercussão do seu ministério: mais de 25.000
pessoas foram batizadas e quase outro tanto aceitou
Cristo, mas ainda não recebeu o batismo. Nosso dire­
tor, com a ênfase em evangelismo e discipulado que
tinha aprendido no centro de treinamento, foi quem
acendeu a fagulha para este reavivamento.
Estes grandes progressos, porém, foram obtidos
por um preço significativo. Nosso diretor, junto com
outros crentes, foi preso várias vezes, mas mesmo
assim ele e sua família conservam um espírito forte e
radioso., a despeito dos obstáculos. Perguntei a sua
esposa como se sentiu com a prisão do marido e ela
respondeu que “com ciúmes”, porque gostaria de
estar na prisão por causa do Senhor. Sua fUha adoles­
cente teve um comportamento semelhante. Quando
soube que o pai havia sido preso por causa do seu
testemunho, perguntou à mãe, chorando, por que o
pai tinha todos os privilégios. Certamente foi uma
recordação de como os primeiros cristãos enfrentavam
o sofrimento.
A minha oração é que pessoas como nosso
diretor e sua esposa sejam levantadas em todos os
países e ensinadas em nossos centros de treinamento
para que possam exercer um ministério eficiente na
transformação de suas comunidades e países.
Centros de Treinamento como o de Manila
têm sido muito positivos para ensinar equipes em
todo o mundo. Com duração de 9 meses a um ano,
254
Centro de Treinamento
dão a base necessária sobre a qual as equipes erigem
ministérios dinâmicos, de evangelização e discipulado.
Foram criados centros de treinamento seme­
lhantes para leigos, com duração variável de algumas
semanas até 3 meses, e são uma versão abreviada do
ensino que tem capacitado nossa equipe a iniciar
ministérios dinâmicos em várias partes do mundo. Há
anos que venho orando para que possamos implantar
centros de treinamento como este em todas as cida­
des do mundo livre com mais de 50.000 habitantes.
Alguns dos centros foram instalados em zonas
rurais remotas por causa das necessidades existentes.
Dale Robertson, um veterano da equipe da Cruzada
de Vista, na Califórnia, é coordenador de um centro
perto de Davao, Filipinas. Ele e seus colaboradores
seguidamente viajam até um outro centro de discipula­
do da zona urbana.
Na primeira etapa da viagem chegam até o final
do trecho servido por ônibus; aí pegam um jipe para,
durante 2 horas, vadear rios e transpor montanhas até
chegar ao Vale de Arkann. A viagem é cansativa e
frequentemente suas botas e roupas ficam enlamea­
das, mas ao chegar encontram corações ansiosos pelo
treinamento.
Em um grupo de 16 estudantes há 12 pastores,
representando praticamente todas as igrejas do vale.
“Basicamente estas pessoas são fazendeiros sem ins­
trução que trabalham como pastores e é muito signifi-
cante ver como têm facilidade para aprender”, disse
Dale.
Isobello Bamunya utilizou o ensino que recebeu
no centro de treinamento de Davao levando 50 pes­
soas a Cristo durante as duas semanas de funciona­
mento do centro. Muitas delas aceitaram Cristo
depois da projeção do filme “Jesus”, no povoado em
que moram. De outra vez, Bamunya andou quase 30
255
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
km até um povoado próximo onde pregou e compar­
tilhou as Quatro Leis Espirituais com seus habitan­
tes. Em conseqüência daquela viagem, as pessoas da
região resolveram construir sua própria igreja.
Os Centros de Treinamento “Vida” traba­
lham com a igreja local, que se beneficia do treina­
mento e com o aumento da freqüência. Quando não
há igrejas para reunir os novos crentes, são iniciados
grupos bíblicos de comunhão nos lares para reuniões
regulares.
No nordeste da Tailandia, como resultado das
estratégias de evangelização dos Centros de Treina­
mento “Vida Para...”, que também faz a apresentação
do filme Jesus nos povoados, há milhares de novos
cristãos, muitos dos quais de lugares onde não há igreja.
No momento há mais de 520 grupos bíblicos de
comunhão nos lares com, no mínimo, 15 pessoas em
cada um, naquela região da Tailândia, 40Õ dos quais
onde antes não havia cristãos.
Resultados semelhantes estão sendo obtidos em
outros lugares:
— em 1984, 280 evangelistas de povoados, lei­
gos e pastores receberam treinamento no Centro de
Treinamento de Madhya Pradesh, na índia. Deste gru­
po surgiram 60 grupos de estudo bíblico nos lares e
muitos novos crentes foram batizados.
— no Paquistão, o Centro de Treinamento de
Lahore instruiu 1.500 estudantes, 150 pastores e
1.200 leigos desde sua instalação. O filme “Jesus” já
foi exibido para 930.000 pessoas, 139.000 das quais
manifestam desejo de aceitar Cristo como Salvador.
— Na Indonésia, foram realizados 2 centros de
treinamento em 1984, em Kelet, com 95 participan­
tes. Utilizando-se de métodos variados, os participan­
tes compartilharam o evangelho com 7.920 pessoas,
das quais mais de um quarto manifestou desejo de
256
Centro de Treinamento
aceitar Cristo. Foram iniciados 70 grupos de estudo
bíblico nos lares e nove congregações foram criadas a
partir da igreja de Kelet. A maior parte do treinamen­
to é dirigida pelos líderes da igreja.
Sob a liderança de Curt Mackey, Diretor dos
Centros de Treinamento “Vida Para...” em todo mun­
do, está sendo desenvolvido um plano de trabalho
para treinamento de leigos, capacitando-os a serem
líderes espirituais, aprimorando seus conhecimentos
para poderem fazer parte da equipe de treinamento
em futuros cursos. Estes voluntários leigos são muito
bem sucedidos em seu discipulado com seus pares.
E quanto aos paísçs que não podem ser alcança­
dos pelo filme “Jesus”, e onde os convertidos não
podem participar de centros de treinamento e grupos
de estudo bíblico? Embora à primeira vista muitos
possam cair nesta categoria, creio que um dia todos
terão estes grupos de comunhão e estou orando para
que 25 milhões de grupos suijam em todo o mundo.
Muitos destes grupos serão formados como con-
seqüência de programas de rádio em cadeia que ultra­
passarão as barreiras, que parecem inexpugnáveis, do
mundo de hoje. Na República Popular da China as
barreiras são políticas; no Oriente Médio, religiosas e
na índia, logísticas.
Desde 1979, a Cruzada tem conseguido transpor
estas barreiras através da transmissão de programas
evangélicos pelo rádio. Com a ajuda dos equipamen­
tos de transmissão como o da Rádio Transmundial e
da Companhia Transmissora do Extremo Oriente, pro­
gramas de instrução cristã e discipulado têm atingido
a China, Índia, Oriente Médio e Indonésia.
Nosso ministério recebe cerca de 1.200 cartas da
índia por mês, 500 do mundo árabe e 200 da China
como resultado dessas transmissões.
Esses programas deixam sua marca nos ouvintes.
257
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO

Um deles escreveu: “Sou um ouvinte antigo da Rádio


Transmundial na China e tenho usado seus programas
para incentivar outros irmãos e irmãs. Eles também
têm ajudado muito no meu crescimento espiritual;
são como um rico banquete espiritual”.
Em muitas regiões da Ásia os programas são
usados para dar continuidade ao filme “Jesus”. As
pessoas que o assistem são incentivadas a sintonizar
seus rádios em uma estação cristã que irradia o treina­
mento da Cruzada. Ouvindo a programação podem
inicar o crescimento espiritual através dos fundamen­
tos da fé cristã claramente explicados.
No distrito de Quilon, na índia, muitos ouviram
com regularidade a série de 90 programas de treina­
mento da Cruzada transmitida pelo rádio. Os ouvintes
foram convidados a assistir uma conferência realizada
no decorrer de um dia no Centro Estudantil Mar
Thoma, em Quilon. Cento e sete compareceram e 45
aceitaram a Cristo. Pessoas de 29 localidades mostra­
ram interesse em instalar Rádio-Clubes Nova Vida na
região.
Conferências semelhantes foram realizadas em
outras regiões do país, e atualmente 63 clubes bíbli­
cos estão se reunindo semanalmente, com 919 partici­
pantes.
Irradiando estes programas pelos transmissores
localizados em Guam, Sri Lanka e Chipre, nosso mi­
nistério tem uma audiência em potencial calculada em
um bilhão de pessoas. Estamos orando para que con­
tinuemos a receber cartas como a deste ouvinte turco:
“Estou acompanhando suas lições pelo rádio e vou
continuar. Sei muito pouco sobre o cristianismo e
vou até à cidade pesquisar sobre o assunto. Vou ter
que procurar e me esforçar muito mas estou resolvido
a fazer isto, não importa a que preço”.
Não há dúvida que a observação de Jesus aos
258
Centro de Treinamento
seus discípulos ainda hoje é verdadeira: “Erguei os
olhos e vede os campos, pois já branquejam para a
ceifa” (João 4:35). Utilizando-nos do filme “Jesus”,
dos centros de treinamento, grupos de estudo bíblico
nos lares e do ministério do rádio, procuramos ajudar
aqueles que são os resultados da ceifa a se firmarem
em um andar dinâmico e jubiloso com Cristo.
É nosso objetivo criar 5.000 centros de treina­
mento, um em cada comunidade importante dos paí­
ses do mundo livre até 1995.
Esperamos treinar milhões de cristãos de todas
as denominações para ajudar a evangelizar suas comu­
nidades e países. Estes cristãos exibirão o filme “Je­
sus” para mais de 5 bilhões de pessoas por volta do
ano 2.000, quando os especialistas calculam que have­
rá cerca de 6.5 bilhões de habitantes. Com a exibição
do filme e outros recursos, esperamos ver um bilhão
de pessoas se convertendo. Os cristãos capacitados
também ajudarão na liderança dos 25 milhões 'de
grupos de estudo bíblico nos lares, planejados para
ensinar e discipular o bilhão ou mais de novos crentes
em sua fé cristã.
Você e sua igreja podem participar deste gran­
dioso plano para o cumprimento da Grande Co­
missão financiando um Centro de Treinamento com
25.000 dólares e provendo seu sustento durante
algum tempo até que possa manter-se sozinho. Você
também pode sustentar a equipe do filme “Jesus”,
que conta com cerca de 6 pessoas, durante um ano,
ofertando 25.000 dólares, que são as despesas com
salários, viagens, filmes, projetores e as demais neces­
sárias.
Através do seu envolvimento nos Centros de
Treinamento e o filme “Jesus”, você pode ajudar
a transformar o mundo.

259
Universidade
Internacional de
Educação Cristã
Observando a comunidade universitária de hoje,
a origem do humanismo e um caldeirão de comporta­
mentos morais conflitantes, causa perplexidade lem­
brar que mais de 100 das primeiras e mais importan­
tes instituições de ensino deste país foram criadas sob
princípios cristãos. Veja a Universidade de Harvard,
fundada em 1636, em cujo escudo se lê: “In Cristi
Gloriam” (Para a Glória de Cristo)! Embora os purita­
nos que a fundaram não pretendessem que se transfor­
masse em seminário teológico, um dos 19 regulamen­
tos da universidade afirma que todo estudante deve
considerar “o fim último de sua vida e de seus estu­
dos conhecer a Deus e a Jesus Cristo. .. e colocar
Jesus como a base, o único fundamento de todo o
conhecimento e saber”.
Uma autoridade da época calculou que 52% dos
formandos da escola no século XVII iam para o
ministério.
A Universidade de Columbia foi inicialmente
conhecida como Universidade do Rei e seus estatutos
enfatizavam especificamente as atividades espirituais.
Os anúncios da época dizem o seguinte: “O principal
objetivo desta universidade é ensinar e exortar os
260.
Universidade Internacional de Educação Cristã
estudantes a conhecer Deus em Jesus Cristo, e a
amá-Lo e serví-Lo, com toda a sobriedade, piedade, e
retidão, com um coração puro e humilde... para
orientá-los no estudo da natureza, no conhecimento
de si mesmos e de Deus, e seus deveres para com Ele,
consigo mesmos, uns para os outros e em tudo que
possa contribuir para sua felicidade, agora, e na vida
futura”.
Muitas outras Universidades, como Princenton,
Dartmouth, William e Mary, começaram como escolas
cristãs. Salta aos olhos que a comunidade universitária
desgarrou-se de seus ideais. Educadores sérios têm
demonstrado sua preocupação e mesmo alertado
quanto a decadência do ensino nas salas de aula do
país. O problema é tão grande que várias autoridades
nos disseram que 45% dos cidadãos de um dos países
mais ricos do mundo são formalmente ignorantes. Até
os formandos do colegial de algumas regiões não
aprenderam a ler e escrever.
Qual a razão disto? Em sua maior parte o
ensino superior abandonou o Deus vivo e verdadeiro
para adorar o deus do humanismo secular. Atualmen­
te o humanismo tomou-se o tema dominante nas
escolas dos Estados Unidos. Há anos que o cristianis­
mo bíblico vem sendo ridicularizado e cristãos since­
ros têm sido coagidos ou desestimulados de prosseguir
seus cursos de graduação ou não têm conseguido o
diploma depois de anos de estudo constante.
A universidade exerce sua influência em todos
os aspectos da sociedade e, sendo a nossa cultura
fundamentada na ética cristã, vemos que há um afas­
tamento cada vez maior dos currículos escolares dos
fundamentos bíblicos, que tem provocado um câncer
moral no país. Não deve causar surpresa o fato de
estarmos em franca decadência moral e bíblica, pro­
vocando problemas sociais, econômicos e políticos.
261
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Este é o motivo pelo qual Deus nos dirigiu para
começarmos a Universidade Graduada Internacional
Cristã. Esta universidade deve ter os padrões mais
altos e inflexíveis, tanto espirituais quando acadêmi­
cos, para que os melhores e mais qualificados profes­
sores e estudantes cristãos de todo o mundo queiram
participar dela.
Ela representa o início do cumprimento de uma
visão que Deus me deu há muitos anos: o sonho de
fundar uma universidade graduada internacional para
os crentes ao nível de Oxford, Harvard ou Stanford.
Não quero diminuir a importância de muitas faculda­
des cristãs muito boas que atualmente oferecem cursos
de graduação em áreas específicas. Nós apoiamos e
incentivamos estas escolas que honram o Senhor e
Sua palavra, mas sem nos mostrarmos pretensiosos,
nossa universidade está planejada para concorrer com
as de melhor nível do mundo.
Creio que uma das maiores necessidades de nos­
so tempo é uma universidade de nível acadêmico
excelente e uma visão bíblica do mundo que honre e
exalte a Deus e não a visão do humanismo secular
que entroniza o homem. Treinando estudantes univer­
sitários de teologia, comunicação, administração, edu­
cação, medicina, direito, letras, educação física, co­
mércio, vamos aumentar o número de líderes no
mercado de trabalho que poderá causar impacto para
Cristo.
Lembro-me de estar orando em meu escritório
quando Deus me deu a primeira visão da necessidade
de construir a Universidade Graduada Internacional
Cristã. “Senhor, como vamos construir uma universi­
dade assim”? perguntei. Um empreendimento destes,
com “campi” espalhados por todo o mundo, vai cus­
tar centenas de milhões, se não bilhões de dólares”.
Desde que foi iniciada em 1951, a Cruzada
262
Universidade Internacional de Educação Cristã
nunca terminou um único dia com um dólar a mais
do que o necessário para os compromissos imediatos,
por isso não havia dinheiro para a universidade, mas
mesmo se tivéssemos, pela ética não podería ser usado
porque não fora destinado a este propósito.
Certo dia, orando no escritório, Deus me deu
um plano de ação específico. Precisávamos encontrar
5.000 acres de terra, separar 1.000 para os “campi”
universitário e deixar que o resto fosse subdividido
em áreas residencial, comercial e industrial em dota­
ção, o que daria um financiamento a longo e curto
prazo. Este plano nos daria o dinheiro suficiente para
construir a universidade e os '‘campi” satélites ao redor
do mundo.
Convoquei nossos homens-chave e compartilhei
a visão com eles. “O Senhor quer que construamos
uma universidade de âmbito mundial, com “campi”
satélites nos países mais importantes”, falei. Antes
que fizpssem perguntas, expliquei que o financiamen­
to do gigantesco empreendimento viria da receita dos
5.000 acres de terra.
Não temos nenhum dinheiro, mas mesmo assim
vamos procurar os 5.000 acres. O Senhor providen­
ciará o dinheiro para a compra, pois este projeto é
Sua idéia, não minha, expliquei. Tenho certeza que os
corretores com quem conversarmos sobre a situação
da terra riram e balançaram a cabeça, estupefatos,
quando ficaram sabendo que não tínhamos dinheiro.
Como Abrahão, não sabíamos para onde ir, mas está­
vamos convencidos de que devíamos confiar e obede­
cer a Deus.
Quando começamos a procura da terra que seria
escolhida para o nosso projeto, ouvimos falar de uma
grande fazenda perto de Washington, D.C., mas não
tinha 5.000 acres e não era o que queríamos.
Um amigo do ministério comprou cerca de
263
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
2.5000 acres perto de nossa sede central e ofereceu-se
para alugar 1.000 acres para construção da universida­
de a 1 dólar por ano durante 100 anos. Era um
oferecimento muito generoso mas não geraria renda
suficiente para construir e manter a universidade. As­
sim, recusei, agradecendo sua generosidade. Deus ti­
nha determinado 5.000 acres e continuaríamos a pro­
curar e a orar.
Um outro amigo ficou sabendo do nosso proje­
to e disse que nos daria uma fazenda de 5.000 acres.
Foi também uma oferta generosa e apesar de seu
valor, a terra não era apropriada para o que quería­
mos.
Continuando a busca, soube de 5.045 acres de
terra devoluta nos limites da cidade de San Diego.
Pedi à pessoa que fizera o planejamento da Universi­
dade da Califórnia em Irvine que preparasse um proje­
to para mostrarmos ao prefeito e outras autoridades
em San Diego. Compartilhei com eles a nossa visão da
Universidade Gradudada Internacional Cristã e nosso
desejo de construí-la naquele terreno. Mostraram-se
favoráveis à idéia da universidade e dos benefícios
econômicos que a cidade recebería na esteira do em­
preendimento. Incentivaram-nos a continuar com os
planos.
Tranqüilos quanto ao apoio das autoridades,
começamos a negociar a compra, durante todo o ano.
Tenho certeza de que ouve muita dúvida e provavel­
mente muitas risadas nos bastidores quando continua­
mos nas negociações para comprar a propriedade sem
dinheiro algum. O preço pedido era de 5.500 dólares
o acre, bastante razoável para a região, pois uma área
vizinha estava sendo vendida por 45.000 dólares o
acre. O Senhor nos orientara para encontrar os 5.000
acres e nos mostrara uma propriedade que nos encan­
tara na região de melhor clima do país. Agora era Sua
264
Universidade Internacional de Educação Cristã
responsabilidade nos garantir o dinheiro para comprá-
la.
A Cruzada não podia nos ajudar financeiramen­
te mas compartilhei o sonho da universidade com
alguns amigos e a necessidade de conseguir 150 mil
dólares para garantir a opção de compra por 90 dias.
O dinheiro para os primeiros 30 dias foi providenciado
por um amigo a quem expliquei que corria o risco
de perdê-lo, mas, no caso de realizarmos a compra
teria um lucro de 50.000 dólares. Outras duas pessoas
nos garantiram os outros 100.000 dólares nas mesmas
condições.
Os noventa dias passaram depressa e não havía­
mos conseguido o dinheiro. Quase no último dia do
prazo precisei viajar para a Europa pois tinha compro­
missos importantes ali, inclusive uma conferência com
a equipe européia. Os proprietários não concordaram
em prorrogar o prazo mas mesmo assim falei às pes­
soas encarregadas das negociações que providencias­
sem a escritura da compra, embora não tivéssemos o
dinheiro para fechar a compra. Estávamos a ponto de
perder os 150.000 dólares que já dêramos até ali. Eu
tinha certeza de que em nenhum outro lugar do
mundo encontraríamos 5.000 acres que preenchesse
tão bem nossas necessidades. Além dos mais, parecia
que o Senhor estava dizendo “Confie em Mim, Eu
providenciarei o dinheiro”.
O vôo atrazou-se e perdemos a conexão para
Viena; hospedaram-nos em um hotel em Lourdes até
o dia seguinte. Nas 8 horas seguintes entrei em conta­
to com investidores em potencial nos Estados Unidos
e orei bastante. Às 4,30 hs da manhã (horário de
Londres) fiz o último telefonema e pudemos comprar
a propriedade. Verdadeiramente foi um presente de
Deus, o milagre dos milagres. Concretizamos a com­
pra em sociedade através de um empréstimo bancário
265
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
sob a responsabilidade de dois amigos, mas como a
propriedade valia mais do que o valor pago, outro
banco fez um refinanciamento sem exigir garantias.
Entre as muitas razões que valorizavam a pro­
priedade, estavam a atmosfera acadêmica e cultural,
além do clima ideal, das proximidades de uma das
maiores cidades americanas. Nos meses seguintçs en­
frentamos muitas dificuldades financeiras pois quería­
mos conservar a propriedade, uma das mais valoriza­
das do mundo, de acordo com os entendidos. Era
ideal para o que tínhamos em mente e estávamos
convencidos de que milhares de casais poderíam mu­
dar para La Jolla Valley, em bases de arrendamento
ou usufruto vitalício, para nos ajudar a construir e
manter uma grande universidade para a glória de
Deus.
Uma das maiores dificuldades que tivemos sur­
giu no dia 11 de setembro de 1984, quando a Câmara
Municipal de San Diego se reuniu para apreciar o
nosso pedido de desenvolver parte do La Jolla Valley,
pois queríamos usar 1.000 acres para a construção da
universidade de 750 para construir um parque indus­
trial universitário de tecnologia; os 3.300 acres restan­
tes, que seriam utilizados para áreas residenciais, co­
merciais, teriam que esperar pela segunda etapa.
Pela perspectiva humana, parecia haver pouca
esperança de aprovação para flosso projeto e se nosso
pedido fosse rejeitado, a própria universidade estaria em
perigo. Sem a renda que receberiamos do parque
industrial, não havería dinheiro suficiente para a cons­
trução.
O projeto tinha todo o apoio de altos empresá­
rios e profissionais liberais de San Diego, da Associa­
ção Evangélica de San Diego, e outros, mas havia
forte oposição do novo prefeito, apoiado pelos ho­
mossexuais e alguns grupos de ecologistas.
266
Universidade Internacional de Educação Cristã
Depois de 4 horas de discussão, acabaram reali­
zando a votação às 11,30 da noite, dando 5 votos a
nosso favor e 4 contra. Houve um instante de silêncio
e aturdimento, seguido de uma explosão de aplausos
daqueles que nos apoiavam.
Depois de receber a decisão, sentí-me inundado
de alegria e louvor e no hotel, passei quase toda a
noite louvando ao Senhor. Quase não pude dormir, a
não ser por alguns momentos, e logo despertei para
louvar a Deus novamente.
Por volta de 5 horas da manhã levantei-me para
tomar café da manhã em companhia de um grupo de
pastores e leigos que se uniram a nós para agradecer e
louvar ao Senhor.
Muitas vezes já me perguntaram por que a Cru­
zada está construindo uma universidade. Eu respondo
apresentando várias razões.
Primeira, a filosofia da universidade é compatí­
vel com a primeira visão dada por Deus em 1951, de
alcançar o mundo para Cristo em nossa geração por
intermédio de um processo contínuo de discipulado e
evangelização.
Segunda, os mais de 30 anos de experiência da
Cruzada na organização de programas educacionais e
de treinamento nos deram substratos ricos na área de
educação.
Terceira, o nosso ministério iniciou-se em um
campus universitário e já trabalhamos com milhões de
estudantes em todo o mundo, conhecemos suas neces­
sidades e nos sentimos qualificados a satisfazê-las.
Quarta, a Cruzada é muito bem aceita em todos
os países. O movimento Ágape, no qual profissionais
podem desenvolver sua vocação e ao mesmo tempo
pregar o evangelho, é a única missão que canaliza
universitários. Líderes treinados na universidade pode­
267
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
rão, através de suas profissões, discipular pessoas in­
fluentes em muitos países.
Creio que Deus está nos dirigindo para preen­
cher o vácuo existente na educação cristã de nível
universitário, tão necessária na maioria das matérias
acadêmicas. Com a Escola de Teologia fundada em
1979, teremos a unificação dos princípios de ética
para toda a universidade.
Desde seu início, o alvo da Cruzada tem sido
ajudar a transformar o mundo. Para alcançar este
alvo, precisamos de homens e mulheres altamente
qualificados em suas profissões cuja ética esteja fun­
damentada na Palavra de Deus. A Universidade Gra­
duada Internacional Cristã proverá os líderes que se­
rão orientados de acordo com uma visão bíblica do
mundo para compartilhar o amor de Deus com ou­
tros, discipular os que aceitam Cristo e demonstrar
a validade de um estilo de vida baseado na Palavra de
Deus.
Um dos pontos básicos da universidade é o
currículo. Em sua preparação, a equipe designada, ao
lado de conhecidos educadores, está recolhendo o
melhor de 200 anos de educação americana e acres­
centando conceitos educacionais recentes. Esta combi­
nação de métodos comprovados e idéias novas, vai
fazer com que desde o princípio o nível da faculdade
seja de alta qualidade. O currículo está sendo plane­
jado para ultrapassar os padrões acadêmicos usuais
sem estar ligado a sistemas educacionais tradicionais.
A universidade vai alcançar o mundo a partir da
sede-mãe, em San Diego, e para isto utilizaremos o
que há de melhor em tecnologia, inclusive satélites,
rádio de longo alcance, televisão e computadores.
É importante para que os planos tenham suces­
so, que contemos com líderes enérgicos, poderosos e
academicamente qualificados. Somos afortunados por
268
Universidade Internacional de Educação Cristã
contar com pessoas assim em nossa Escola de Teolo­
gia: o Dr. Ron Jenson e o Dr. Ted Cole.
Antes de se tomar diretor da Escola, o Dr.
Jenson fazia parte da equipe da Igreja do Salvador em
Filadélfia, que em 7 anos cresceu de 14 casais para
uma média de freqüência dominical de 1.300 pessoas.
Foi também reitor do Centro de Treinamento de
liderança Cristã — uma extensão da Escola de Teolo­
gia em Filadélfia — onde dirigia o treinamento sema­
nal de 75 pastores de 22 denominações para evangeli-
zação, discipulado, administração e crescimento da
igreja.
O Dr. Jenson obteve seu doutoramento no Se­
minário Batista Conservador do Oeste, onde deu iní­
cio, ensinou e dirigiu um programa de evangelização e
discipulado. Começou sua participação na Cruzada
quando era calouro de uma faculdade no Estado do
Oregon.
“Queremos ser conhecidos como uma escola
que sabe tudo a respeito do crescimento saudável do
pastor, da igreja e de líderes cristãos treinados para
colaborar em organizações interdenominacionais e
para-eclesiásticas”, ele comentou, “e por isto estamos
criando um novo modelo entre as escolas para ensinar
os estudantes”.
Novo modelo ao qual se refere é um método de
divisão equitativa entre os estudos formais e os práti­
cos. Para os estudantes da Escola de Teologia, isto
significa que estão diretamente envolvidos com a igre­
ja local, aplicando os ensinamentos de classe. Quando
se formarem, terão experiência das várias atividades
da igreja e estarão preparados para ocupar um papel
de liderança. Este mesmo padrão de aulas teóricas e
práticas será seguido em outras áreas de ensino.
Outra pessoa que lidera a programação dinâmica
da escola é o Dr. Ted Cole, Vice-Diretor Executivo.
269
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Foi um dos pastores americanos mais importantes
durante 28 anos, dirigindo uma igreja de 6.500 mem­
bros. Tem vários diplomas e fez seu doutorado no
Seminário Batista do Leste. É um modelo de prédica
eloqüente, ganhador de almas dedicado e compassivo.
Orienta o trabalho diário da Escola de Teologia, auxi­
liado por professores eruditos e colaboradores.
Creio que a verdadeira batalha pelas mentes e
corações dos homens está sendo travada nas escolas,
onde não exercemos maior ação há mais de 50 anos,
em grande parte por causa de nossa letargia e falta de
sensibilidade para o que está ocorrendo. Como disse
certa vez o famoso político, filósofo e estadista britâ­
nico Edmund Burke: “O que é preciso para o mal
triunfar é que os homens bons não façam nada”.
Muitas pessoas boas não têm feito nada, e por
causa disto perdemos a universidade. O Dr. Charles
Malik, um dos maiores estadista de nossos dias e
antigo . presidente da Assembléia Geral das Nações
Unidas, acha que precisamos reconquistar esta insti­
tuição tão importante. Diz ele que nada se compara à
premência de retomarmos as universidades para Jesus
Cristo. Cristo não é bem-vindo à universidade. Na
realidade, é ignorado; se não, considerado inimigo.
Para influenciarmos o mundo em que vivemos, esta
secularização das universidades, esta separação, se não
franca inimizade entre as grandes universidades e Je­
sus Cristo não pode continuar sem consequências de­
sastrosas para toda a civilização ocidental.
Confiamos em Deus que a Universidade Gradua­
da Internacional Cristã formará os líderes que ajuda­
rão a mudar esta situação — homens e mulheres com
uma visão global para honra e glória de Cristo, exer­
cendo influência de longo alcance.

270
Expio’ 85

No verão de 1984 eu me encontrei com cerca


de 30 diretores do movimento mundial da Cruzada
Estudantil e Profissional para Cristo, em um belo
recanto montanhoso da Áustria. Do lado de fora, a
luz do sol, filtrando através das nuvens, refletia-se na
encosta rochosa da montanha. Mas não estávamos lá
para admirar o cenário, por mais belo que fosse;
estávamos discutindo um projeto que iria acelerar este
movimento mundial, mais do que tudo que tínhamos
intentado realizar desde que o ministério começou em
1951.
Hoje, os detalhes deste projeto - agora conheci­
do como EXPLO ’85 - estão tomando forma, mas
naquela ocasião era somente uma idéia.
Nosso objetivo era o de realizar um congresso
que acendería uma centelha de revolução espiritual
em todos os continentes. Em anos passados, tínhamos
visto o valor de tais conferências.
Em 1972, a EXPLO 72 atraiu 85.000 estudan­
tes e leigos para a maior conferência deste tipo. Estas
pessoas voltaram para suas casas determinadas a pro­
vocarem um impacto por Cristo. Eles o fizeram, e
muitos ainda o estão fazendo.
271
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Dois anos mais tarde, uma conferência seme­
lhante foi realizada em Seul, na Coréia do Sul. Mais
de 323.000 pessoas assistiram às sessões de treinamen­
to diário de vida cristã efetiva, sendo que em uma
única noite de programa de inspiração, mais de um
milhão de pessoas participaram.
Em 1976 este treinamento para transformação
de vidas foi levado a 325.000 cristãos representando
15.000 igrejas de quase todas as denominações, como
parte de um esforço coordenado para levar a mensa­
gem de Cristo ao maior número de pessoas nos Esta­
dos Unidos. Conhecido como “Vida para a América”,
esta campanha resultou em 532.000 pessoas tomando
sua decisão por Cristo. Estou convencido de que este
número representa somente a ponta do incebergUe,
pois literalmente milhões de vidas foram transforma­
das em todo o país, como resultado deste programa.
Campanhas “Vida Para.. semelhantes às reali­
zadas no Estados Unidos, começaram a ser feitas em
outros países. Cristãos em muitas cidades por todo o
mundo uniram-se para alcançar as suas comunidades,
e Deus abençoou de maneira extraordinária. Um dos
melhores exemplos aconteceu em Seul, quando a
campanha culminou com uma semana de reuniões
que se chamou “Vida Para a Coréa”, da Cruzada para
Evangelização Mundial. Mais de dois milhões de pes­
soas compareceram a algumas das reuniões da noite,
com mais de 10.5 milhões participando das cinco
noites da campanha.
Realmente, Deus abençoou muito nosso traba­
lho quando procuramos confiar e obedecer à Sua
direção para cumprir a Grande Comissão. Mas não
ficamos satisfeitos. Eu sentia que se quiséssemos nos
comprometer para alcançar o mundo, em obediência
à ordem do Senhor, precisaríamos organizar um gi­
gantesco congresso mundial para ajuntar aproximada­
272
EXPLO’85
mente 40.000 a 50.000 estudantes e leigos que fos­
sem líderes em seüs países. Desta maneira poderiamos
equipar, encorajar e motivar estas pessoas para um
ministério dinâmico em seus países de origem.
Discuti a idéia da conferência, em profundida­
de, com Bailey Marks, que por muitos anos tem sido
o diretor executivo de nosso ministério na Ásia, e que
agora está servindo como Vice Presidente para os
Ministérios Internacionais. Quando Bailey começou a
pesquisar a possibilidade de realizar tal conferência,
descobriu que o custo para montá-la e transportar os
representantes do mundo inteiro para um determina­
do local seria astronômico —muito mais que poderia­
mos pensar em gastar.
“Por alguns dias perdi o entusiasmo pela confe­
rência”, disse Bailey. “No entanto, o Senhor não me
deixou esquecê-lo, e continuei a orar”.
Certa manhã, após algum tempo em oração,
Bailey foi para o banheiro se barbear, e enquanto ele
passava pelo ritual diário, o Senhor lhe deu algumas
soluções notáveis para a aparente barreira que tínha­
mos a nossa frente.
Foram estas soluções que ele compartilhou co­
nosco aquele dia. Quando olhei ao redor da sala,
antes de Bailey começar a falar, vi homens represen­
tando todos os continentes — homens de todos os
tamanhos e cores, desde louríssimos europeus até
esbeltos orientais de cabelos negros. Americanos, afri­
canos, asiáticos e latino-americanos reunidos ao redor
das mesas, como um em Cristo, compreendendo a
urgência de levar as boas novas do amor e do perdão
de Deus por todo o globo terrestre.
Enquanto Bailey falava, Deus nos deu unidade
de espírito. Por várias vezes, paramos para orar por
sabedoria ao tratar dos problemas que enfrentávamos.
A dificuldade de reunir tantas pessoas não nos assus­
273
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
tava, porque Aquele que criou os céus e a terra estava
trabalhando em nós, como já havia feito tantas vezes
em outras épocas.
Nós ouvíamos Bailey esboçar algumas das idéias
que Deus lhe havia dado para fazer da EXPLO ’85
uma realidade. Em vez de trazer pessoas de todo o
mundo para um lugar determinado, por que não fazer
reuniões separadas e uní-las através de transmissão por
satélite? Desta maneira, cerca de 100 conferências
poderíam ser conduzidas, e inspiração e treinamento
poderíam ser transmitidas para cada localidade. Cente­
nas de milhares de pessoas poderíam ser treinadas sem
sair de seus países.
No começo, nem todos os diretores ficaram
entusiasmados com a idéia Era algo totalmente novo,
e muitos ponderaram se isto podería acontecer nos
países em desenvolvimento. Então, quando estes ho­
mens de Deus começaram a orar, pensar e planejar,
começaram a ver como esta conferência podería aju­
dá-los a realizar seus próprios sonhos em suas áreas de
responsabilidade. Começaram a ver como a EXPLO’
85 podería acelerar seus ministérios para alcançar
seus compatriotas com a mesnagem de Jesus Cristo.
Após algumas horas de discussão, cada um dos nossos
diretores concordou que aquela era a vontade de
Deus e que devíamos prosseguir.
Logo, os planos começaram a tomar vulto. Bai­
ley e seu assistente, J-erry Sharpless, iniciaram a gigan­
tesca tarefa de confirmar os locais para a conferência,
preparar a transmissão por satélite e confiar em Deus
para o sustento financeiro deste grande empreendi­
mento. Uma boa parte dos fundos foi reservada para
doações, para que pessoas dos países do Terceiro
Mundo pudessem assistir, e talvez não o fizessem por
falta de dinheiro.
Eu continuo entusiasmado pelo potencial da
274
EXPLO’85
EXPLO ’85. Creio que será evento de significado sem
precedentes. Em cada local de conferência, represen­
tantes serão treinados nos fundamentos da vida cristã
e serão motivados e inspirados ao saberem, pela infor­
mação por satélite, sobre o que Deus está fazendo no
mundo inteiro. Será uma chamada mundial para uma
revolução espiritual, equipando e motivando pessoas a
levarem o amor e o perdão de Deus, através de Jesus
Cristo, a todas as pessoas de todas as comunidades de
todos os países do mundo.
Emissões por satélite serão transmitidas, para
todo o mundo simultaneamente, por duas horas diá­
rias, durante quatro dias, de um dos seis locais, Nova
Iorque, cidade do México, Seul, Berlim Ocidental, e
Nairobi no Quênia. Estas transmissões vão dar um
toque internacional ao evento.
Imagine o efeito desta conferência em um gru­
po de crentes em Sri Lanca, onde menos de um por
cento da população é cristã, ou em uma nação predo­
minantemente mulçumana. Ao invez de se sentirem co­
mo uma pequena minoria, eles verão, na transmissão
por satélite, o que Deus está fazendo, e vão reconhecer
que são parte do corpo mundial de Cristo. Vão saber
que também podem testemunhar das grandes e pode­
rosas coisas que Deus prometeu cumprir a seu favor
em seu próprio país. Não somente serão inspirados,
mas também receberão o treinamento que necessitam
para capacitá-los, através do poder do Espírito Santo,
a confiar em Deus para grandes coisas em sua região
do mundo.
Meu coração se rejubila de louvor a Deus quan­
do penso no que pode ser realizado para a Sua glória
através de reunião mundial como a EXPLO ’85. Creio
que os dias 27 a 31 de dezembro de 1985 serão
grandes dias na história, de como esta conferência
desencadeou explosões de reavivamentos por toda a
275
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
terra. Com 100 locais de conferência ao redor do
mundo, e centenas de milhares assistindo, é um even­
to que, verdadeiramente, pode causar uma grande
transformação. Pode ajudar a transformar o mundo à
medida em que, milhões de vidas forem direta e
indiretamente revolucionadas pelo Cristo vivo traba­
lhando através desta grande conferência.

276
Conclusão

0 maior desafio jamais feito ao homem, foi


apresentado pela pessoa mais importante que já viveu
— Jesus Cristo. Este desafio da Grande Comissão foi
feito quando o nosso Senhor disse: “Toda a autorida­
de Me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome
do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a
guardar todas as cousas que vos tenho ordenado. E
eis que estou convosco todos os dias até a consuma­
ção do século” (Mateus 28:18-20).
No capítulo 10 de Romanos, nós lemos: “Todo
aquele que invocar o Nome do Senhor, será salvo.
Como, porém, invocarão Aquele em Quem não cre­
ram? e como crerão Naquele de Quem nada ouvi­
ram? e como ouvirão, se não há quem pregue? E
como pregarão se não forem enviados”?
Há 4,7 bilhões de pessoas em 210 países e
protetorados, ao redor do mundo, que esperam para
ouvir as boas novas do nosso maravilhoso Salvador. O
maior desafio que o homem deve e pode começar a
compreender é o privilégio de levar a mensagem do
amor, do perdão, da paz e da graça de Deus, através
do Senhor Jesus Cristo, a cada uma destas pessoas.
277
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Desafio contínuo
Este desafio me cativa dia e noite. Tento avaliar
todas as coisas que faço, à luz da Grande Comissão.
Avalio e coloco em prioridade cada hora de todos os
dias e tento eliminar aquelas coisas que não têm um
significado verdadeiro para a realização deste objetivo
que me consome dia e noite.
Faço isto não porque esteja interessado na es­
tratégia, simplesmente pela estratégia, mas porque
amo o meu Senhor e quero obedecê-LO. Ele é mais
importante para mim do que a minha vida. Eu viajo
pelo mundo dia e noite, fazendo discípulos e compar­
tilhando a “mais alegre das novas” com todos que
podem ouvir, porque O amo. Não devemos ir pelo
mundo somente para ser uma parte da estratégia, mas
porque o Senhor nos comissionou. Esta comissão não
é sô para missionários, evangelistas ou pastores, é para
cada um de nós em quem Jesus Cristo veio habitar.
Se nós amamos a nossso Senhor, levaremos o seu
mandamento à sério.
Não devemos cruzar os braços e balançar a
cabeça diante do mal que nos cerca em nosso mundo,
sem fazer nada a não ser esperar a volta de Cristo. É
verdade que o Cristo pode voltar amanhã, e se isto
acontecer, estou pronto e ficaria muito feliz de ver
Aquele a Quem amo e tenho servido por tanto tem­
po. Mas, as Escrituras nos dizem que nenhum homem
sabe do dia ou da hora de Sua volta, e isto se dará na
hora em que menos se espera; será como “um ladrão de
noite”.
Eu aprovo todos os esforços para advertir cris­
tãos e não-cristãos a se prepararem para a volta do
Senhor. Entretanto não devemos interpretar errada-
mente as Escrituras, como muitos o fizeram em gera­
ções passadas, resultando em uma despreocupação pe­
278
Conclusão
las almas dos homens, e falhando em corrigir os males
da sociedade. Deus espera que nós, como Seus filhos,
sejamos Seus representantes aqui na terra. Nós deve­
mos amar com o Seu amor e ir, em Seu Nome, ao
encontro dos necessitados, das viúvas, dos órfãos e dos
prisioneiros.

Reformas sociais
Os verdadeiros crentes das gerações passadas
sempre estiveram à frente das reformas morais e so­
ciais, como por exemplo, as leis de trabalho do me­
nor, o voto da mulher, a abolição da escravatura.
Outras reformas sociais tomaram vulto a partir de um
poderoso despertamento espiritual que varreu a Ingla­
terra através do ministério de John Wesley, George
Whitefield e seus companheiros. Nossa geração não
deve estar menos preocupada com as injustiças, onde
quer que elas estejam.
Entretanto, a principal maneira de resolver as
doenças sociais é mudar o coração dos homens, falan­
do do Senhor Jesus Cristo. Nosso compromisso priori­
tário como cristãos deve ser o de fazer discípulo e
evangelizar, em obediência ao mandamento do nosso
Senhor, e então, ensinar os novos crentes que “amar
nosso próximo como a nós mesmos” inclui ajudá-los
onde for necessário. Mas, lembrem-se que o Senhor se
importa mais com a alma do que com o corpo. O
corpo doente quando sara, tornará a ficar doente e
morrerá por fim. A alma vive para sempre!
II Pedro 3:9 diz que o Senhor não quer “que
nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrepen­
dimento”. Ele está dando mais tempo para os pecado­
res que se arrependerem.
Como servos do Deus vivo e do nosso Salvador
279
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
vamos continuar atentamente a nos doar, como ex­
pressão do nosso amor por Ele, para apressar o dia da
Sua volta, porque “a noite vem, quando ninguém
pode trabalhar”. (João 9:4).
É necessário que milagres aconteçam para que a
Grande Comissão seja cumprida. Nada, fora da visita­
ção sobrenatural do poder de Deus, será suficiente.
Mas, precisamos anunciar certas responsabilidades
também. Creio que precisamos fazer pelo menos qua­
tro coisas para ver a Grande Comissão cumprida.

Pensamentos sobrenaturais
Em primeiro lugar, devemos pensar sobrenatu­
ralmente. Você se lembra dos espias que foram à
terra prometida? Depois de 40 dias eles voltaram
com dois relatos — o da maioria e o da minoria. Os
10 espias relataram que a terra era realmente boa,
mas que havia gigantes ali que os esmagariam, pois
eles pareciam gafanhotos aos seus olhos. Eles não
ousariam entrar naquela terra.
Porém, Josué e Calebe disseram: “O Senhor é
conosco; não os temais”. E o povo de Israel murmu­
rou e gritou que não queria entrar na terra da promes­
sa, mas, sim, voltar para o Egito. O resultado foi que
todos com idade acima de 20 anos morreram no
deserto. Mais tarde, Deus deu a Josué e Calebe a
oportunidade de entrarem na terra prometida, porque
eles O obedeceram. Os 10 espias foram destruídos
porque foram desobedientes. Tinham inteligência aca­
nhada, como a de muitos cristãos de hoje.
A maneira de certos homens com enorme capa­
cidade executiva é sempre uma surpresa para mim,
pois pensam em impérios, e em construir grandes
patrimônios, mas quando se trata do reino de Deus,
280
Conclusão
seus pensamentos não vão além de suas pequenas
igrejas. Eles ajudam na igreja, cantam no coral, vão ali
uma ou duas vezes por semana e sentem que seu
dever religioso está cumprido. Quando algum proble­
ma surge em sua comunidade eles dizem: “Por que
alguém não faz alguma coisa”? Cerca de 125 milhões
de americanos dizem que são seguidores de Cristo, e
ainda assim, temos deixado esta grande nação se de­
sintegrar moral e espiritualmente.
Precisamos começar a pensar com a mente de
Deus. “Porque como imagina em sua alma, assim ele
é.” (Provérbios 23:7). Nós nos tomamos no que pen­
samos. Se pensamos que somos fracos e insignifican­
tes, nos tomamos assim. Em vez disso, precisamos
nos ver como aptos a cumprir grandes coisas para o
Senhor e, então poderemos ser aquele tipo de pessoa
que diz: “Tudo posso nAquele que me fortalece”.

Orações Sobrenaturais
Em segundo lugar, simplesmente comece a orar
orações sobrenaturais e crer que Deus age poderosa­
mente. Logo após a decisão do Supremo Tribunal
em 1963, a qual muitos interpretaram como signifi­
cando que a oração e o estudo bíblico nas escolas era
ilegal, Deus começou a nos disciplinar. Foi como se
uma rolha tivesse sido tirada, e o mal veio sobre'nós
como uma praga de gafanhotos. Em curto espaço de
tempo, o presidente John F. Kennedy foi assassinado
em Dallas, a cultura das drogas atingiu milhões de
nossos melhores, o conflito racial entre negros e bran­
cos quase se transformou em guerra civil em muitas
cidades, os campus das universidades se inflamaram
com distúrbios, violência, revolução e a guerra do
Vietnã dividiu os Estados Unidos.
281
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
Mas algo maravilhoso aconteceu em 1968. Os
filhos de ;Deus começaram a orar para que houvesse
um grande reavivamento espiritual em nosso país.
Eles reivindicaram as promessas de Deus, intercede­
ram e levantaram suas vozes em obediência a II Crô­
nicas 7:14. Por todo o país havia reuniões de oração,
pastores começaram a dar mais atenção à oração,
correntes de orações se tornaram comuns em toda a
nação, milhões de americanos estavam orando. A ma­
ré começou a mudar.
Deus levantou um exército de pessoas como
Rex Humbard, Jerry Falwell, Pat Robertson, Kathryn
Kuhlman, Robert Schuller e muitos outros no rádio e
na televisão, até que 125 milhões de pessoas puderam
ouvir o evangelho todas as semanas. Cerca de 85
milhões de pessoas estavam freqüentando igrejas. O
Instituto Gallup fez um levantamento e descobriu que
mais de 50 milhões de pessoas, com idade acima de
18 anqs, disseram que eram nascidas de novo. Deus
honrou a oração sobrenatural.

Planos sobrenaturais

A terceira coisa que devemos fazer se queremos


ver a Grande Comissão cumprida é elaborar planos
sobrenaturais. Eu já compartilhei sobre o Dr. Joon
Gon Kim e a EXPLO’74, mas você pode imaginar sua
audácia quando, diante de 85.000 pessoas reunidas
em Dallas para a EXPLO’72, ele disse: “Em 1974, nós
teremos 300.000 pessoas vindo para a EXPLO’74 em
Seul na Coréia, e queremos que você venha”. Nunca
na história houve um grupo de 300.000 cristãos sen­
do treinados ao mesmo tempo.
O Dr. Kim, um humilde servo de Deus, predisse
algo impossível. Na realidade, sua equipe enumerou
282.
Conclusão
mais de 70 razões porque aquilo não poderia aconte­
cer. Ele anulou aqueles argumentos dizendo: “Jesus
disse que “aquele que crê em mim, fará também as
obras que eu faço, e outras maiores fará, porque Eu
vou para junto do Pai. E tudo quando pedires em
Meu Nome, isso farei”!
Um total de 323.419 pessoas de 78 países
veio para o treinamento, e nos quatro anos que se
seguiram à EXPLO’74 a igreja da Coréa do Sul cres­
ceu de três milhões para sete milhões de pessoas. O
Dr. Kim, este homem de Deus, planejou sobrenatural­
mente e Deus o usou para tocar a nação inteira.

Esperar grandes coisas


Finalmente, devemos esperar que Deus faça algo
grandioso. “Faça-se-vos conforme a vossa fé” (Mateus
9:29). Ha algum tempo, eu estava em Nazaré e tive a
oportunidade de orar com um homem que era uma
das autoridades da cidade. Estávamos sentados na sala
de jantar do hotel, e após termos orado juntos ele
estava radiantemente feliz, e me pergntou: “Dr. Bri-
ght, será que o senhor poderia mandar alguém para
Nazaré para nos ajudar a compartilhar esta nova ver­
dade com outros”? Jesus passou 30 anos em Nazaré,
e este homem estava dizendo: “Mande alguém para
nos ajudar a compartilhar esta nova verdade”.
De repente, ocorreu-me o que foi dito pelo
Senhor, quando ele percorria aquelas ruas empoeira-
das de Nazaré: “E não fez ali muitos milagres, por
causa da incredulidade deles” (Mateus 13:58). Aquilo
me deixou perplexo, pois esta é a tragédia do mundo
cristão —o Senhor está impedido por causa do espíri­
to de Nazaré — o espírito de incredulidade — que
283
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
tem escravizado grande parte do Corpo de Cristo.
Deus honra a fé, e sem fé é impossível agradá-10.

Comprometido com Cristo


Antes que você possa, genuinamente, se envol­
ver para cumprir a Grande Comissão e ajudar a trans­
formar o mundo, precisa primeiro voltar sua vida com­
pletamente para Deus. Jesus disse: “Buscai, pois, em
primeiro lugar, o Seu reino e a Sua justiça, e todas
estas cousas vos serão acrescentadas” (Mateus 633).
Nossas finanças também precisam estar voltadas para
o Senhor. Não há nada errado em ganhar dinheiro.
Agradeça a Deus por pessoas que têm a capacidade
de ganhá-lo, que reconhecem que tudo pertence ao
Senhor e não a elas, para acumular, mas para passa­
rem adiante pela causa do reino.
Ha* algum tempo, ocorreu-me que há muitos
cristãos que estão construindo patrimônios e colocan­
do seu dinheiro em fundações. Quando morrerem,
aquelas fundações estarão sob o controle de outras
pessoas que, afinal, não serão fiéis às convicções cris­
tãs daquele que construiu o patrimônio.
Se eu entendo corretamente as Escrituras, Deus
espera que cuidemos de nossas famílias, mas além
disso, o cristão nunca deve acumular; deve, sim, é
investir no reino. O próprio processo de acumular
causa estrago, exatamente como o maná no deserto.
Deus dava maná para um dia, e se fosse guardado
para o outro dia, ele estragava. Quando examinamos a
vida de cristãos que acumulam, descobrimos que o
seu dinheiro os tem afligido, e a seus filhos, porque
desobedeceram a Deus. O dinheiro não lhes pertencia,
eles eram somente mordomos.
284
Conclusão
Alcançando pessoas ao seu redor

Assim que voltamos nossas vidas e nosso dinhei­


ro para o Senhor, precisamos prosseguir com o evan­
gelho. Vá para as pessoas da comunidade onde você
mora. Alcance seus queridos, seus vizinhos, seus ami­
gos, seus semelhantes.
Esta é a única maneira de saturar o mundo com
boas novas de Jesus Cristo — os cristãos levarem à
sério o mandamento do nosso Senhor para proclamar
a “mais alegre notícia jamais anunciada” para as pes­
soas de todos os lugares.
Você quer voltar sua vida completamente para
Jesus Cristo, agora? Você quer dar seu tempo, seus
talentos e seu tesouro para ser usado por Ele para
ajudar a cumprir a Grande Comissão? Se você quiser,
junte-se a mim nesta oração:
“Senhor, meu Deus, eu me curvo reconhecendo
Sua soberania em minha vida. Eu O seguirei
onde o Senhor quiser que eu vá. Com Sua
ajuda, Senhor, eu farei tudo o que o Senhor
quiser que eu faça, não importa o que custar.
Agora, eu lhe dou o meu tempo, os meus talen­
tos, o meu tesouro — tudo o que sou e o que
possuo — que eu seja usado pelo Seu Espírito
para ajudar a mudar nosso mundo e cumprir a
Grande Comissão nesta geração. Em Nome de
Jesus, Amém”.
Se você orou sinceramente, Deus o ouviu e
promete dirigir seus passos. Quero encorajá-lo a sepa­
rar um tempo especial para comunhão com o Senhor
em oração, estudo bíblico e testemunho, e a se tornar
ativo na comunhão de uma igreja local, se você ainda
não é. Se eu ou as pessoas da Cruzada pudermos ser de
285
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
alguma ajuda, por favor, dê-nos este privilégio. Tam­
bém ficaríamos contentes de poder enviar-lhe algum
material para estudo, a fim de ajudá-lo em seu cres­
cimento espiritual.
Se você sentir que Deus quer que você O sirva
através do ministério da Cruzada, há muitas e variadas
oportunidades. Por favor, entre em contato conosco
para maiores informações. Você pode escrever para
“Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo, Caixa
Postal 20.822, 01498 - São Paulo, SP, Brasil. Em
Portugal o endereço é Rua Campo lindo, 150 —
4200 Porto. Ficaremos contentes em poder ajudá-lo.
Como uma última palavra, eu gostaria de dizer
que a vida de um verdadeiro discípulo de Cristo não
é fácil, embora, seja uma vida cheia de aventu­
ras e emoções. Realmente, o que tenho pensado da
vida é isto: se somos cristãos ou não, vamos ter
problemas na vida; cristãos ou não, um dia vamos
morrer. Se tenho de sofrer e um dia morrer, por que
não fazê-lo pela melhor e mais alta causa - pelo
Senhor Jesus Cristo! Eu o convido a juntar-se a nós:
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O NOS­
SO MUNDO!

286
Apêndice I
Como ter certeza
de que você
é um cristão
Minha experiência em aconselhar estudantes e
leigos, por todos estes anos, desde que conheci
Cristo pessoalmente, me convenceu que há milhões de
bons e fiéis freqüentadores de igrejas que receberam
Cristo, mas, que não estão seguros de sua salvação.
Embora tentando agradar a Deus de todas as maneiras
com esforços disciplinados, ainda estão inseguros de
seu relacionamento com Ele.

Desinformação

Por que existe esta angustiosa incerteza entre


tantas pessoas que, genuinamente, querem conhecer
Deus e O tem procurado por anos seguidos? Pessoal­
mente, estou certo que esta falta de segurança é
simplesmente devida a uma desinformação de Quem é
Deus, do significado verdadeiro da crucificação e res­
surreição de Jesus Cristo e o que envolve recebê-lo
como Salvador e Senhor.
Será que é o seu caso? Será que você ainda
está inseguro quanto ao seu relacionamento com
Deus, embora você tenha sido criado num ambiente
287
1
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
cristão e tenha crido nEle e no Seu Filho por muitos
anos?
Se você morresse neste momento, você sabería
onde iria passar a eternidade?
Você tem certeza, agora, que o Senhor Jesus
está em sua vida, que você é um filho de Deus, que
seus pecados foram perdoados e que você tem a vida
eterna?
Ou talvez você tenha recebido Cristo recente­
mente e ainda não esteja seguro de que todas estas
coisas realmente aconteceram — você não tem segu­
rança de sua salvação e tem sérias apreensões sobre o
lugar para onde irá quando morrer.
Se você está entre esta grande multidão que
ainda está procurando a Deus, eu oro para que a sua
busca se concretize ainda hoje, enquanto continua a
ler.

O Maior presente

Tomar-se um cristão representa receber, pela fé, o


maior presente que pode ser oferecido ao homem —a
dádiva de Seu Filho unigênito — através de Quem
podemos experimentar o amor e o perdão de Deus.
Receber Jesus Cristo como Salvador e Seguí-10 como
Senhor, envolve nosso intelecto, nossas emoções e
nossa vontade.
Para se tomar um cristão, ou estar certo que
você é um cristão, é necessário um claro entendimen­
to intelectual do que isto envolve. Cristianismo não é
um “salto cego de fé”, mas é um algo construído
sobre fatos históricos, documentados por séculos de
estudos e pesquisas. Muitos estudiosos dedicaram suas
vidas para investigar a vida, os ensinamentos, a morte,
a ressurreição e a influência de Jesus de Nazaré.
288
Como ter certeza de que você é um cristão
Jesus Cristo afirmou ser Deus, dizendo: “Eu e o
Pai somos um” (João 10:30). “Quem Me vê a Mim,
vê o Pai” (João 14:9). “Eu sou o caminho, a verdade,
e a vida; ninguém vem ao Pai senão por Mim” (João
14:6). Para se tornar um cristão, você precisa olhar
honestamente para estas afirmações e crer intelectual­
mente que Jesus é Deus, que Ele morreu pelos seus
pecados, foi sepultado, ressuscitou e quer entrar em
sua vida e ser seu Salvador e Senhor.

Emoções
Estar seguro de que você é um cristão, envolve
as emoções. Emoção é um sentimento ou reação a
um ato, um evento, ou uma experiência específicos.
O fato de não se distinguirem os diferentes tipos de
emoções, tem confundido muitas pessoas quanto ao
seu relacionamento com Deus. A ênfase errada sobre
as emoções, provavelmente tem sido a maior causa
para a falta de segurança de um relacionamento vital
com Deus através de Jesus Cristo.
Uma pessoa poderá ser muito extrovertida e
altamente emotiva, enquanto que outra será calma,
reservada e introspectiva. Estas duas pessoas encaran­
do o mesmo fato ou participando da mesma experiên­
cia, vão ter reações bem diferentes — uma, com
grandes emoções e a outra, cahnamente.
Cada pessoa que recebe Jesus Cristo como seu
salvador e Senhor terá um tipo diferente de experiên­
cia emocional. Paulo conheceu Cristo num dramáti­
co encontro na estrada de Damasco. Timóteo, por
outro lado, foi criado num lar cristão, onde veio
conhecer Cristo ainda bem jovem e crescer gradual­
mente na fé. O fato de que sua experiência com Deus
possa não ser tão emocional como a de outras pes­
289
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
soas, não a toma menos real. Nós não devemos de­
pender de nossas emoções, pois elas podem ser enga­
nosas.
Como, pois, pode alguém estar seguro de que é
um cristão? Não existe alguma confirmação que Deus
dá ao homem que sinceramente recebe Cristo? As
Escrituras nos dão uma tripla confirmação de que
Jesus Cristo está em nossa vida, que somos filhos de
Deus e que temos a vida etema.
A Palavra de Deus
Primeiramente, temos o testemunho externo da
Palavra de Deus. A segurança é baseada na autoridade
da Palavra de Deus. Quando você conhece as condi­
ções de Deus, como estão reveladas em Sua Palavra,
você pode ficar seguro de que é um filho de Deus.
Em segundo lugar, há o testemunho interno do Espí­
rito Santo: “O próprio Espírito testifica com o nosso
espírito que somos filhos de Deus” (Romanos 8:16).
Nossa vida transformada é um terceiro testemunho de
que somos cristãos: “E assim, se alguém está em
Cristo, é nova criatura: as coisas antigas já passaram;
eis que se fizeram novas” (II Coríntios 5:17). Esta
mudança pode ser súbita ou gradativa, de acordo com
a personalidade de cada indivíduo.
Há lugar para as emoções na experiência cristã,
mas não devemos procurá-las, nem tentar trazê-las de
volta do passado.
Não devemos ignorar o valor das emoções que
são legítima. Porém, é mais importante lembrar que
devemos viver pela fé — em Deus e em Suas promes­
sas — e não na busca de uma experiência emocional.
O próprio ato de buscar uma experiência emocional
contradiz o conceito de fé, que é a única maneira de
agradar a Deus.
290
Como ter certeza de que você é um cristão
A vontade
Além do intelecto e das emoções, tornar-se um
cristão envolve a vontade. Nosso relacionamento com
Cristo pode ser ilustrado com os requisitos para um rela­
cionamento matrimonial que tem na sua forma ideal, os
mesmos três ingredientes: intelecto, emoção e vontade.
Por exemplo, um homem pode estar intelectual­
mente convencido de que a mulher de quem ele quer
ficar noivo, é a “mulher certa” para ele. Ele pode
estar envolvido emocionalmente e amá-la de todo
coração, mas casamento requer mais do que intelecto
e emoção: envolve o querer.
Somente quando o homem e a mulher, num ato
de vontade, se comprometem mutualmente diante de
um ministro ou de outra autoridade, é que se tornam
marido e mulher. As duas palavras “sim” fazem a
diferença. Assim é o nosso relacionamento com Jesus
Cristo. Não é suficiente crer que Jesus Cristo é o
Filho He Deus e o Salvador dos homens; nem é
suficiente ter uma experiência emocional ou espiri­
tual. Embora ambas as coisas sejam válidas, ninguém
se torna um cristão até que, num ato de vontade,
receba Cristo em sua vida como Salvador e Senhor.
Pode, entretanto, haver uma diferença entre o
relacionamento matrimonial e a experiência cristã. No
matrimônio, a seqüência da entrega é sempre intelec­
tual, depois emocional e finalmente volitiva. Porém,
na entrega para Cristo, a seqüência geralmente é inte­
lectual, depois volitativa e, finalmente, como um re­
sultado, emocional.

Verdades básicas

Para ter certeza de que realmente é um cristão,


291
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
você deve estar, intelectualmente, a par de certas
verdades básicas da Bíblia:
Primeiro, Deus o ama e tem um plano maravi­
lhoso para a sua vida.
Segundo, o homem é pecador e está separado
de Deus; desta maneira, não pode conhecer nem ex­
perimentar o amor e o plano de Deus.
Terceiro, Jesus Cristo é a única provisão de
Deus para o pecado do homem. Através dEle você
pode experimentar o amor e o plano de Deus.
E quarto, precisamos, individualmente, receber
Jesus Cristo como Salvador e Senhor; então, podere­
mos conhecer e experimentar o amor e o plano de
Deus.
Isto faz sentido para você? Você já recebeu
pessoalmente Jesus Cristo como seu Salvador? Se já
O recebeu, você tem certeza de sua salvação? Tem
certeza de que se você morresse extamente agora,
você passaria a eternidade com Deus, no céu?
Se você não puder responder “sim” a estas
perguntas, quero sugerir que procure um lugar tran-
qüilo onde possa estar sozinho e receba o Senhor
Jesus Cristo como seu Salvador, agora mesmo.
Se você nunca recebeu Cristo num ato defini­
do e deliberado de sua vontade, pode fazê-lo agora
em oração. E se você não está seguro de que é um
cristão, pode ficar seguro agora. Em qualquer dos
casos, quero sugerir que você faça esta oração, como
se fosse sua:
“Senhor Jesus, eu preciso do Senhor. Eu Lhe
agradeço por ter morrido por meus pecados. Eu
abro a porta da minha vida e 0 recebo como
meu Senhor e Salvador. Obrigado por perdoar
os meus pecados. Tome o trono de minha vida
e transforme-a, fazendo-me o tipo de pessoa
292
Como ter certeza de que você é um cristão
que o Senhor quer que eu seja. Em Nome de
Jesus, Amém.”
Recentemente, em um de nossos seminários para
executivos, um homem de negócios me procurou.
Tinha sido um membro ativo de sua igreja por mais
de 50 anos, e sempre presumiu que fosse um cristão,
embora nunca tivesse recebido Cristo num ato deli­
berado de sua vontade, por fé. Pela primeira vez
ouviu testemunhos de outros homens de negócio que
haviam recebido Cristo, e ouviu uma explicação de
como alguém pode se tornar um cristão, da maneira
como está registrado neste capítulo. Agora, tinha al­
gumas dúvidas quanto ao seu relacionamento com
Deus . “Eu tenho de 90 a 95% de certeza de que sou
um cristão — de que Cristo está em minha vida —mas
não estou absolutamente seguro”.
Está me ocorrendo que você, prezado leitor,
também pode estar inseguro. Se assim o for, gostaria
de encorajá-lo, como fiz com aquele homem, a fazer
a seguinte oração:
“Senhor Jesus, eu não estou absolutamente se­
guro de que o Senhor esteja em minha vida e
de que eu seja um cristão. Se o Senhor ainda
não estiver habitado em mim, eu O convido,
hoje, a entrar em minha vida, a perdoar os
meus pecados e a transformar-me no tipo de
pessoa que o Senhor quer que eu seja. Pela fé,
eu Lhe agradeço por ter, agora, entrado em
minha vida, de acordo com a promessa de Apo­
calipse 3:20, e pelo fato de que nunca me
deixará. Agora sei, pela Sua Palavra, que tenho
a vida etema e que, se morrer hoje, passarei a
eternidade com o Senhor, no céu, Amém”.
293
Apêndice II
Como saber
a vontade de Deus
para sua vida
limo Sr.
Paulo R. Moreno
Avenida W - 3
Brasília, D.F.
Ref: Como Conhecer a vontade de Deus para a sua
Vida
Caro Paulo:
Obrigado pela recente carta em que você conta
algumas das maravilhosas experiências em sua nova
vida com Cristo.
Ao ler a parte da carta em que você expressa o
desejo de investir toda a sua vida em Cristo, parei
para dar graças a Deus. Primeiro, por Seu grande amor
e fiel direçfo na vida de todos que nEle confiam.
Segundo, porque você se dispôs a confiar ao amor de
Deus todos os aspectos da sua vida.
Ê exatamente neste ponto que muitos cristãos
se privam da vida plena, abundante e com um propó­
sito, que o Senhor Jesus prometeu em João 10:10.
Por não compreenderem o verdadeiro caráter e a
294
Como saber a vontade de Deus para a sua vida
natureza de Deus, Seu amor absoluto, Sua graça,
sabedoria, poder e santidade, muitos crentes insensa-
tamente escolhem viver de acordo com seus próprios
planos, em vez de considerarem e fazerem a vontade
de Deus. Alguns têm uma idéia tão distorcida de
Deus que O julgam um tirano a quem têm de aplacar,
ou cuja ira precisam experimentar, como aquelas que
adoram um deus pagão. Tendo medo dEle, não po­
dem amá-Lo nem confiar nEle. Isto acontece, às ve­
zes, com pessoas que transferem a Deus o medo de
um pai terreno, que foi por demais enérgico, exces­
sivamente exigente, ou mesmo tirano.
Muitos crentes sinceros desejam fazer a vontade
de Deus, todavia não sabem como descobri-la. Certo
estudante procurou-me para se aconselhar comigo.
“Como posso saber o que Deus quer que eu faça”?
perguntou-me. Resumidamente expliquei-lhe a melhor
maneira de conhecer a vontade de Deus — isto é, o
“Princípio da Mente Renovada”, que aparece na
Bíblia. Em menos de uma hora, segundo as sugestões
contidas nesta carta, o jovem descobriu o que estava
buscando havia anos. Não só ficou sabendo o que
Deus queria que ele fizesse, mas até mesmo a organi­
zação em que Deus queria que ele trabalhasse.
Você me pergunta então: “O que é esse ‘Princí­
pio da Mente Renovada’? ” É um princípio baseado
num texto de Romanos 12:1-2 e fala de uma mente
equilibrada, transformada, sob o controle do Espírito
Santo. “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias
de Deus, que apresenteis os vossos corpos por sacrifí­
cio vivo, santo e agradável a Deus. E não vos confor­
meis com este século, mas transformai-vos pela reno­
vação da vossa mente, para que experimenteis qual
seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”
(Romanos 2:1-2).
Há uma enorme diferença entre a inclinação do
295
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
homem natural ou carnal, de agir de acordo com o
“bom-senso”, e a do homem espiritual que segue a
“Princípio da Mente Renovada”. O primeiro depende
da sabedoria humana, sem se beneficiar da sabedoria
e do poder de Deus. O segundo, tendo a mente de
Cristo, pela fé recebe a cada momento sabedoria e
orientação de Deus.
Na qualidade de cristão, suas decisões se ba­
seiam em emoções imprevisíveis e circunstâncias do
acaso? Ou você faz suas decisões de acordo com o
“Princípio da Mente Renovada”?
Através dos anos, ao aconselhar muitos crentes,
a pergunta mais freqüente é a seguinte: “Como posso
conhecer a vontade de Deus para a minha vida? ”
Invariavelmente, a maioria dos que procuram meu
aconselhamento estão esperando alguma revelação ex­
traordinária de Deus, a fim de conhecerem Seu plano.
Sem diminuir a importância das emoções, maior ênfa­
se precisa ser dada à importância da mente renovada
que Deus nos deu. Multidões de cristãos sinceros
desperdiçam a vida, inativos e sem poder, esperando
de Deus alguma palavra fora do comum.
Deus prometeu sabedoria aos Seus filhos, de
acordo com Tiago 1:5-7. Além disso, sabemos com
absoluta certeza que, quando oramos de acordo com
a vontade de Deus, Ele sempre ouve e atende nossas
petições (I João 5:14, 15). O cristão deve viver pela
fé, e a fé vem através da compreensão da Palavra de
Deus. Logo, é imprescindível enfatizar a importância
da Bíblia na vida daqueles que querem conhecer ou
fazer a vontade de Deus.
Se você deseja conhecer a vontade de Deus para
a sua vida, de acordo com o “Princípio da Mente
Renovada”, procure acompanhar meu pensamento.
Primeiro, considere estas perguntas: “Por que Jesus
veio? ” Ele veio “buscar e salvar o perdido” (Lucas
296
Como saber a vontade de Deus para a sua vida
19:10). Nesse caso, “qual é a maior experiência da
sua vida? ” Se você é crente, sua resposta evidente­
mente é: “Conhecer Cristo pessoalmente como meu
Salvador e Senhor.” Agora uma pergunta final: “Qual
a maior coisa que você pode fazer para ajudar os
outros? ” A resposta obviamente é: “Levá-los a Cris­
to”.
Jesus veio buscar e salvar o perdido, e todo
crente recebeu a ordem divina de ser uma testemunha
fiel de Cristo. Jesus disse: “Nisto é glorificado meu
Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis
meus discípulos” (João 15:8). Portanto, segue-se logi­
camente que a coisa mais importante que eu possa
fazer como cristão é permitir que o Senhor Jesus
Cristo, em todo o poder da Sua ressurreição, tenha
controle completo e sem reservas da minha vida. De
outra forma Ele não pode continuar buscando e sal­
vando o perdido através de mim.
Por isso, todo crente sincero deseja colocar à
disposição de Cristo seu tempo, talentos e tesouros,
de modo a alcançar o máximo para Cristo. Para
alguns o talento é a pregação, evangelismo ou ensino;
para outros, negócios; para outros ainda, ministério
ou missões, e para outros, o cuidado do lar, etc. Leia
Romanos 12:5; I Coríntios 12; I Conríntios 14; Efé-
sios 4, e outras passagens.
Para avaliar os talentos que Deus lhe deu em
forma de instrução , personalidade e outras qualida­
des, gostaria de sugerir que você faça numa folha de
papel uma lista das maneiras mais lógicas pelas quais
sua vida pode ser usada, a fim de realizar o máximo
para a glória de Deus. Com o desejo de colocar a
vontade dEle acima de tudo mais, faça uma lista dos
prós e contras de cada oportunidade. Onde e como,
de acordo com o “Princípio da Mente Renovada”,
pode o Senhor Jesus Cristo, através de sua vida sub­
297
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
missa, realizar o máximo para continuar Seu grande
ministério de “buscar e salvar o perdido”? Você
verificará que, fazendo assim, chegará a saber sem
dúvida como agir dentro da perfeita vontade de Deus
para a sua vida. Vai aqui uma palavra de aviso: O
“Princípio da Mente Renovada” não é válido a não
ser que existam certos fatores.
1. Não deve haver em sua vida nenhum pecado
não confessado. I João 1:9 nos orienta: “Se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e
justo para nos perdoar os pecados e nos
purificar de toda injustiça.”
2. Sua vida precisa ser inteiramente dedicada a
Cristo, de acordo com Romanos 12:1-2 e
você precisa ser cheio do Espírito Santo, em
obediência ao mandamento de Efésios 5:18.
Como no caso da salvação, somos cheios do
Espírito e controlados pelo Espírito através
da fé.
3. Para conhecer a vontade de Deus, você preci­
sa andar no Espírito (permanecer em Cristo)
cada momento. Você coloca sua fé na fideli­
dade de Deus, com a confiança de que o
Senhor dirige e continuará dirigindo sua vida,
de acordo com a promessa de que “o Senhor
firma os passos do homem bom” (Salmo
37:23), Porque “como recebestes a Cristo
Jesus, o Senhor, assim andai nele” (Colossen-
ses 2:6). Como? Pela fé, colocando sua con­
fiança completa nEle. Agora, você precisa
continuar andando pela fé. Lembre-se de que
“tudo o que não provém de fé é pecado”
(Rom. 14:23) e “o justo viverá por fé”
(Rom. 1:17) e “sem fé é impossível agradar
a Deus” (Heb. 11:6). A fé é o catalizador de
todo o nosso relacionamento cristão.
298
Como saber a vontade de Deus para a sua vida
Em espírito de oração, você deve considerar o
conselho de outras pessoas, especialmente de crentes
amadurecidos e dedicados, que conhecem a palavra de
Deus e são capazes de relacionar as promessas da
Bíblia com as suas necessidades. Todavia, cuidado
para não dar excessiva importância ao conselho de
outros. Ainda que Deus nos fale muitas vezes por
meio de outros cristãos, somos admoestados a colocar
nossa confiança nEle. “Agrada-te do Senhor”, diz o
Salmo 37, “e ele satisfará aos desejos do teu coração.
Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o
mais ele fará.” Também em Provérbios 3 lemos:
“Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te
estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o
em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas
veredas.”
Deus nunca Se contradiz. Ele nunca nos leva a
fazer qualquer coisa “contrária” aos mandamentos da
Sua Palavra; pois, de acordo com Filipenses 2:13,
“Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o
realizar, segundo a sua boa vontade.”
Através dos séculos, homens piedosos e sinceros
já sugeriram fórmulas espirituais para se descobrir a
vontade de Deus. Algumas são válidas; outras não têm
base na Bíblia e são enganadoras. Por exemplo, um
jovem formado no Seminário veio procurar-me. Esta­
va investigando várias possibilidades de servir a Cristo
e tinha vindo discutir o ministério da Cruzada Estu­
dantil e Profissional para Cristo. Aplicando o “Princí­
pio da Mente Renovada”, perguntei-lhe: “De que for­
ma você espera que Deus revele o lugar de serviço
que tem para você? ” Ele respondeu: “Estou seguindo
o sistema da ‘porta fechada’. Há alguns meses come­
cei a investigar diversas oportunidades para servir. O
Senhor fechou a porta para todas menos duas, e uma
delas é a Cruzada Estudantil. Se o convite de uma
299
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
determinada igreja falhar, saberei qup Deus me quer
na Cruzada.” Muitos cristãos sinceros seguem este
método ilógico e sem base bíblica, que causa insatis­
fações e decepções. Não me entendam mal. Deus
pode fechar portas, e muitas vezes o faz, na vida de
um crente ativo e controlado pelo Espírito Santo. Foi
o que aconteceu com o apóstolo Paulo. Em atos
16:6-11 lemos que ele foi proibido pelo Espírito
Santo de ir a Bitínia, porque Deus o queria na Mace-
dônia. Minha referência a “portas fechadas” não ex­
clui essas experiências, mas diz respeito a uma atitude
descuidada, sem a avaliação cuidadosa de tudo que se
relaciona com o assunto.
Esta maneira de encarar a questão é ilógica,
porque permite que elementos de sorte influenciem a
decisão, em vez de uma avaliação cuidadosa e inteli­
gente de todos os fatores envolvidos. Não tem base
na Bíblia, porque exclui o uso das faculdades da
razão que Deus nos deu, e que são controladas pelo
Espírito Santo. Além do mais, o sistema da “porta
fechada” labora em erro, porque procura a vontade
de Deus pelo processo de eliminação em vez de bus­
car primeiro o que Deus tem de melhor. Deve ficar
claro que a verdadeira fé é estabelecida na base de
fatos. Portanto, o uso da razão controlada pelo Espí­
rito dá mais ênfase à fé viva, em vez de diminuí-la.
Ao fazer decisões alguns crentes sinceros descansam
quase inteiramente em impressões ou palpites, receio-
sos de que se usarem suas faculdades mentais não
estão exercendo fé adequada e por isso vão entriste­
cer o Espírito Santo.
Há os que concluem que a porta se fechou
simplesmente por causa das dificuldades encontradas.
Entretanto, a experiência ensina, e a Bíblia confirma,
que as mais ricas bênçãos de Deus freqüêntemente
vêm depois de períodos de maior provação —dificul­
300
Como saber a vontade de Deus para a sua vida
dades financeiras, perda de saúde, oposição de pessoas
queridas e críticas de irmãos em Cristo. A bênção de
Deus, no entanto, é prometida somente aos que são
obedientes, que perseveram, que demonstram sua con­
fiança na fidelidade de Deus. A aparente derrota da
Cruz foi seguida pela vitória da Ressurreição.
Ao considerar a questão da vontade de Deus,'
quatro fatores básicos são importantes. A vontade de
Deus é revelada: 1. Pela autoridade da Bíblia; 2. Por
circunstâncias providenciais; 3. Por convicção baseada
na razão; 4. Por impressões do Espírito Santo em
nossa mente. Todavia, a avaliação é mais segura,
quando se trata de um cristão amadurecido do que de
um recém-convertido ou de um cristão carnal, e há
sempre o perigo de se interpretar erradamente as
“impressões”.
Você precisa conhecer a origem de uma “orien­
tação” antes de saber como agir. A pessoa experiente
pode achar que a direção vem de Deus e, no entanto,
ela pode vir dos “dominadores deste mundo tenebro­
so”. Satanás e seus auxiliares muitas vezes se disfar­
çam em “anjos da luz” para realizar “milagres, sinais,
predição de eventos”, etc. O inimigo de nossas almas
é um falsário consumado.
Lembre-se, assim como você não muda a direção
de um automóvel virando o volante, a não ser que ele
esteja em movimento, Deus também não pode dirigir
nossa vida a não ser- que estejamos em franca ativida­
de para Ele.
Eu o desafio a começar a empregar o “Princí­
pio da Mente Renovada” hoje em todo o seu relacio­
namento. Aplique-o ao investir seu tempo, seus talen­
tos e seus tesouros, porque esse princípio se aplica a
tudo que você faz neste mundo.
Todo cristão deve promover um inventário espi­
ritual regularmente, fazendo-se a si mesmo estas per­
301
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
guntas: O meu tempo está sendo aplicado de tal
maneira que eu estou levando a Cristo o maior número
possível de pessoas? Meus talentos estão sendo em­
pregados ao máximo para que o maior número possí­
vel de pessoas seja conduzido a Cristo? Meu di­
nheiro, meu tesouro, está sendo investido de forma a
apresentar maior número de pessoas a Cristo?
Todo cristão é exortado a ser um bom mordo­
mo do tempo, talento e tesouro que Deus lhe dá. Por
isso esses investimentos não devem ser orientados por
tradição, hábitos ou emoções. Todo investimento de
tempo, talento e tesouro, a não ser que o Espírito
Santo oriente de outra forma, deve ser determinado
pelo “Princípio da Mente Renovada”, de acordo com
Romanos 12:2.
Quanto às perguntas feitas por sua namorada, o
mesmo princípio se aplica a ela. Como é que esse
“Princípio da Mente Renovada” se aplica ao caso de
uma secretária, de uma dona-de-casa, de um inválido
ou de alguém que, devido a circunstâncias alheias à
sua vontade, não tem contato direto com homens e
mulheres que precisam de Cristo?
Primeiro, cada cristão precisa ser uma testemu­
nha de Cristo. Trata-se de um simples ato de obediên­
cia, para o qual a pessoa não precisa ter o dom de
evangelizar. Se os contatos da vida diária não apresen­
tam oportunidades de testemunhar de Cristo, o crente
obediente criará oportunidades através de contatos
pessoais, correspondências, telefonemas, etc. Dois dos
cristãos mais felizes e frutíferos que já conheci eram
inválidos presos ao leito. Apesar de dores constantes,
davam um testemunho poderoso de Cristo a todos -
tanto estranhos como conhecidos. Aquilo que ocupa
o lugar central em nosso coração ocupa o lugar cen­
tral em nossos lábios.
Segundo, uma avaliação cuidadosa deve ser feita
302
Como saber a vontade de Deus para a sua vida
para determinar se Deus não pode ter uma posição
melhor em nossa vida. 0 “Princípio da Mente Reno­
vada” se aplica de novo. Por exemplo, uma secretária
numa organização secular pode ter oportunidade me­
nor de contribuir para o bem da causa do Senhor. É
possível que Deus queira usar o talento dela em uma
organização evangélica. É preciso ter muito cuidado,
entretanto, para não fugir do que parece ser uma
tarefa difícil. Uma avaliação cuidadosa das responsabi­
lidades atuais da pessoa, com essa nova compreensão
da direção de Deus, poderá revelar um grande poten­
cial para Cristo.
Mais uma palavra de explicação precisa ser da­
da. É verdade que Deus ainda revela Sua vontade a
alguns homens e mulheres de maneiras fora do co­
mum, mas isso deve ser considerado exceção em vez
de regra. Deus ainda dirige os homens hoje como tem
feito através dos séculos. Filipe estava realizando uma
abençoada campanha em Samaria. Tudo indicava que
ele deveria continuar. Mas Deus interferiu por uma
revelação especial, e Filipe foi dirigido pelo Espírito
Santo a pregar Cristo ao eunuco etíope. De acordo
com a tradição, Deus usou o eunuco para comunicar
a mensagem de nosso Senhor vivo ao seu próprio
povo.
Quando vivemos de acordo com o “Princípio da
Mente Renovada”, podemos ser dirigidos por Deus de
modo excepcional, todavia não devemos esperar por
tais revelações antes de começarmos a agir para Cris­
to. A fé precisa ter um objeto. Nossa fé está firmada
na autoridade da Palavra de Deus apoiada em fatos
históricos, e não em uma experiência emocional su­
perficial. Todavia, a confiança do crente na vontade
de Deus revelada em Sua Palavra, resultará em deci­
sões feitas mediante o “Princípio da Mente Renovada”.
A confirmação da vontade de Deus vem de
303
VENHA AJUDAR A TRANSFORMAR O MUNDO
diferentes maneiras, de acordo com muitos fatores,
inclusive a personalidade do indivíduo em considera­
ção. Em geral, a confirmação é uma certeza silencio­
sa e tranquila de que você está fazendo o que Deus
quer que você faça, com a expectativa de que Deus o
usará para dar “muito fruto”.
Ao passo que você com sinceridade se entrega
ao estudo diligente da Bíblia e permite que um Deus
e Pai amoroso, sábio e soberano controle a sua vida
de acordo com o “Princípio da Mente Renovada”,
você experimentará alegria e verá resultados. Espere
que o Senhor Jesus Cristo atraia pessoas a Si por
meio de você. Ao iniciar cada dia, reconheça o fato
de que você pertence a Ele. Agradeça-Lhe pelo fato
dEle viver dentro de você. Convide-0 a usar sua
mente para pensar os pensamentos dEle, seu coração
para expressar o amor de Cristo, seus lábios para falar
a verdade dEle. Peça a Jesus que Se sinta à vontade
em sua vida e possa continuar buscando e salvando
almas através de você.
Minha oração sincera, Paulo, é que você possa
conhecer essa espécie de vida, que você possa se
apropriar inteiramente de tudo que Deus deu como
sua legítima herança em Cristo. Espero ter notícias
suas quanto à sua aplicação pessoal do “Princípio da
Mente Renovada”.
Afetuosamente em Cristo,
Bill Bright
P.S. Ainda que esta carta de fato não tenha sido
escrita a Paulo R. Moreno, ela contém o conse­
lho básico que o Dr. Bright dá a jovens e
adultos a respeito do importante assunto: “Co­
mo saber qual é a vontade de Deus para a sua
vida”
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