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FUNDO POLÍTICA OPERÁRIA - POLOP BR RJANRIO F3.0.0.

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Título

4 3 9 p a f> TRIBUNAS DE DEBATES


1970, 1971 e 1974, 1976 a 1981
f 2 r 0 ■</>■

UMA CONTRIBUIÇÃO A ATUAL Dl

PARTE I :' A tatlca como gula para a ação na luta de classes

Quando desenvolvemos agora a discussão a respeito de tatica, o primeiro irroblema que


se coloca é o significado da tatica na atividade politica.
. Tal significado sofreu na praticaque nos formou as mais variadas de­
formações, produto dos desvios que penetraram na esquerda quando esta procurou superar o
reformismo do PCB. Isto e, os desvios não so estão presentes nas concepções politicas a-
dotadas no terreno pratico, mas tambem no proprio significado da tatica.
Segundo um dos documentos básicos da 0. - Formar a^Vanguarda Proletaria - os termos
estrategia e tatica, retirados da literatura militar, so se aplicam na luta de classes
quando existem exercitos de classes, organizados e em choques. Em nossa real idade v afir­
mava aquele documento, nao existe ainda um exercito nosso ; parecemos mais com um Esta
do-maior autonomeado e sem tropas . Em Problemas da Revolução Brasileira , Ernesto Mar­
tins diz mesmo que se deve substituir o termo estrategia por linha estrategica , por­
que so tem sentido falar naquela quando ha exercitos a serem levados para a batalha . E
em documentos mais recentes, vamos encontrar esse tipo de discussão quando se trata de de
finir o significado atual da tatica parada nossa atividade politica. Chega-se mesmo a se
propor outros termos, como linha tatica ou diretrizes taticas , para resolver o pro­
blema de não sermos um partido e de não existir no momento um proletariado independente.
Quando aqueles does. (os does. básicos) pretenderam marcar a lnexistencia hoje de um
proletariado independente e o isolamento das Os. politicas proletarias, para efeito de li
ta ideologica contra o reformismo ou contra o militarismo, eles não nos ajudaram na cor­
reção dos desvios a que temos estado sujeitos quando modificaram o significado, ou os
termos, do tatica e estrategia. Pelo contrario, esta concepção iria provocar ou desenvol
ver as nossas ilusões vc^Luntaristas e na pratica o espirito de seita e a postura de gru­
pos doutrinaristas. As taticas ou as posições adotadas para a atividade politica cor­
respondiam a vontade de ver se ^formar um proletariado independente e um partido dirigin­
do a luta de classes, vontade teórica , abstrata, afastada dos limites da realidade ime
diata. Com Í3So, as discussões se reduziam aos problemas da politica de organização, ou
mais precisamente aos apelos aos militantes para se ir a classe, formar o partido, os co
mites, etc., e a pratica se reduzia ao propagandismo, ao espirito de seita, etc.
Vinculando o significado de estrategia e tatica a existencia ou nao de um exercito
mobilizado, de um proletariado independente, estavamos no passado consolidando os desvi®
que nos levrriam na fase de conjuntura adversa a serios problemas de sobrevivencia poli­
tica. Ate ha pouco, esta concepção não deixava lugar para a compreensão do momento atua],
da conjuntura politica, como elemento determinante defuma tatica. A conjuntura^politica
era desfigurada ou reduzida ao problema de sermos um estado-maior autonomeado e de não
haver um proletariado independente. Hoje essa concepção atua no sentido de separar meca­
nicamente estrategia e tatica, de tomar a estrategia como resolução '’o problema da ine —
xistencia de um partido e de um proletariado independente. Os objetivos estrategicos tor
nam-se consequencia da situação de nossas forças e da sua relação atua.
com o proletariado e desse modo reduzem-se a necessidades atuais da nossa relação com o
proletariado, separadas das necessidades do proletariado na luta pelo poder. Do ponto de
vista estrategico, primeiro se constroi o Partido, depois luta-se pelo poderi
0 significado de estrategia e o de tatlca estão vinculados, segundo as concapções
leninistas, a fase ou etapa da revolução e aconjuntura politica, respectivamente. Panaca
da etapa da revolução ha um so objetivo estrategico; para cada conjuntura politica ha u-
ma tarefa central. E cada tarefa central corresponde em cada conjuntura a maneira de co­
mo se luta pelo objetivo estrategico, mesmo que ele esteja ainda a leguas de distancia cà
possibilidade de se efetivar. 0 objetivo estrategico esta ligado a mudança de qualidade
das relações entre as classe; a tarefa central de uma tatica esta ligada a mudança de qrn
lidade das características que compõem o quadro politico num determinado momento das re­
lações entre as classes.
A luta de classes, em especial a luta entre a burguesia e proletarido, não deixa de
existir^porque este não e ainda uma classe para si, consciente, preparada, independente.
A luta c desigual, a maioria e facilmente acorrentada, iludida, vencida. Mas a luta não
cessa, as condições materiais da vida social alimentam-na .a cada momento. Ha um exerci­
to ' despreparado, sem direção, sem consciência. Desde que existam grupos revoluciona-los
que pretendem intervir nesta realidade, terão de se armar de uma estrategia para a guer
ra de classes e de taticas para as batalhas
desta guerra. Estes instrumentos não nascei j. partir do movimento e nem a partir de uma
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dete-L-miru-oa característica do movimento operário e da sua,relação com as Os politlcas. ^
Nascum a partir do trabalho de elaboração dos revolucionários que se colocam a serviço
dos interesses históricos do proletariado. Ne^te sentidç, a estrategia e um plano geral
pa*_ a acão consciente no.conjunto da guerra ou da luta de classes. E a tatica, um pia
no p ;ra a ação consciente num determinado momento desta guerra ou desta luta de classas
E, deste ponto de vista,, não e a existencia de um proletariado independente que muda o
significado da tatica e da estrategia. Estes são instrumentos das Os. politicas, quer
sejam partidos ou nr\ } quer o proletariado se^a mais oy menos consceinte de seus interes
ses. A luta por um proletariado independente e um principio que se aplica tanto na es—
trategiz como na tatica. Luta-se a cada momento pela independ3ncia do proletariado. Nas
vesperas da revolução proletaria soviética, por exemplo, os bolcheviques lutavam pela i£
dependencia do proletariado; naquele momento, as concepções pequeno-burguesas, democrati
cas, inundavem o prolexariado.
0 px’imeiro passo de um movimento ^evolucionário, mesmo que não possua^ vínculos orga
nicos e políticos com o proletariado, e definir uma estrategia apropriada a luta de cias
ses em sua etapa atual. Para isso e necessário partir da analise das relações fundamenta
is entre as classes que caracterizam uma situação de conjunto, ou seja, que caracterizam
a etapa da revolução social que se coloca na ordem do dia. Dentro dessa situação de con­
junto, cabe examinar qual a tarefa ou o objetivo a se conquistar capaz de desarticulares
sa situação, quais os inimigos principais e os aliados mais importantes e qual a direção
dos golpes do proletariado .para conquistar a influencia sobre as massas populares. A par
tir dessa compreensão, pode-se formular um programa que sirva de unidade aos revoluciona
rios e expresse os seus compromissos com a luta do proletariado, tanto em termos de prin
cipios quanto em termos de um programa minimo que assuma as necessidades estrategicas e
exprima as reivindicações que cumprem no caminho da luta de classes essas necessidades.
3toas ccncepçõer, de .conjunto é que vão permitir compreender em cada momento que ta-
reJ . são necessarias se assumir para se intervir de maneira corretano processo de lutas
de .'asses. A visão de conjunto e as necessidade objetivas da luta do proletariado numa
situ A o de ccnjunto estarão presentes na analise de cada momento politico e nas posiçõ®
tax c-dctada.3. á isto que assegurara que a ação pratica corresponda a cada conjuntura
ar r.Ci ...»sidadcs estrategicas e aos compromissos assumidos pelos revs. através de um pro­
grama, ou L-eja, que cada tatica que compõe o processo revolucionário esteja ligada em se
u conteúdo pela estrategia adotada para todo este processo.
No entanto, os momentos particulares do processo revolucionário co são compreensive
is p?lo exame da situação das classes em luta, das forças sociais ouma pratica se refle­
te ao n.lvel da luta politica e que portanto age sobre o conjunto da formação social. Nes
te exame há que se relacionar os interesses objetivos do proletariado com os diversos in
teresoes poiitj cos que agem no campo da politica. Desse modo e que se poderão definir as
tarefai., que nos coloquem prese.rtes na luta que se processa na conjuntura e ao mesmo tem­
po correspondam aos interesses estrategicos da luta do proletariado.
bs comunistas lutam para atingir os objetivos e .interesses imediatos da classe ope
peraria; nas ao mesmo tempo, tambem defendem, dentro do movimento atual, o futuro deste
movir.erito' (Manifesto Comunista). Eis aí, segundo Lenin, o postulado da tatica da luta
politica do proletariado. Uma ação consciente de comunistas que defendem as aspirações i
mediatas e ao mesmo tempo desenvolvem no movimento as tarefas que preparam o seu futuro,
a p^sragem de um estagio a outro, a vitoria de uma batalha e a preparação para outra ba­
talha.
Esta relaçao entre o imediato e o futuro, presente nas agões praticas próprias a ca
da momento da luta de clas~es, corresponde no campo das posiçoos adotadas a maneira como
agem as concepções estrategicas, ou os pontos de vista proletários, para que se conceba
uma r-atica apropriada a uma coniuntura politica. Ou seja, e do ponto de vista de classe,
ou í. partir d&3 ;ono.3pçÕes estrategicas, que se pode compreender ur i. conjuntura politica
E e a sua compreensão cue permite definir uma tatica correta para se intervir na realida
de.
n chamava a atenção em diversos momentos para a importancia fundamental do exa­
me l. . õuaçao atual da luta de classes para a determinação das tarefas praticas. Em al
gir:. 'itações abaixo podemos ver de maneira clara essa importância? ver que o exame da
co.v: •nrura corresponde ao exame das tendencias politicas refletidas ao nivel politico pe
lc- -r? is de forças sociais; que a cada momento corresponde uiia tatica dentro defuma
est :’at-3i~ia geral; que cada tatica representa um objetivo imediato de ataque, etc.: Tal
é a situação politica no momento atual. Tais são as tres tendencias politicas principais
correspondentes as tres forças sociais principais da Russia presente... L de enorme im—
portancia a questão de sabor çial destas resoluções (a resolução do:? bolcheviques ou a
dos mencheviques) tem em conta de um modo mais acertado o momento politico e define de
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*

um modo mais acertado a tatica do proletariado revolucionário... Se entende por taticade


um partido sua conduta politica ou carater, a orientação e os procedimentos de sua atua­
ção política**. (Duas taticas da social democracia na revolução democratica - Lenin). Ou
ainda: “Cada uma destas fases (se refere as fases da luta ate 190^) se caracteriza por u
ma conjuntura de luta essencialmente distinta e um objetivo imediato de ataque; cada fa­
se representa, por assim dizer, um combate isolado numa campanha geral. Nada podera se
estender em nossa luta sem estudar as condições concretas da cada batalha . (Um passo a-
diante, dois passos atras, Lenin).
Em cada momento há, pois, uma conjuntura particular de luta, dada pela luta que se
desenrola entre as forças sociais mais importantes. Cabe relacionar com essa situação ob
jetiva os interesses historicos do proletariado que pode não estar çresente como classe
independente em determinadas circunstancias. Mas em cada situação^ ha um objetivo imedia
to de ataque** que corresponde a uma batalha isolada dentro da campanha geral , defini
da pela estrategia da revolução proletaria. Como disse Stalin em suas Conferencias de
192/4-: ^Trata-se de destacar, entre a serie de tarefas que lhe coloca o Partido, precisa­
mente aquela tarefa imediata cuja solução constitui o ponto central e cujo cumprimento
assegura a solução com exito das outras tarefas imediatas . Ou, como disse Lenin: Não
basta ser revolucionário e partidario do socialismo e do comunismo em geral. Deve saber
encontrar-se em cada momento o elo especial da cadeia a que se deve agarrar com todas as
forças para dominar toda a cadeia e preparar solidamente a passagem ao elo seguinte .
Cabe a tatica determinar a cada momento a tarefa central que, uma vez cumprida, re­
presentara o cumprimento^de um conjunto de tarefas necessarias para preparar o passo se­
guinte. Determinar esse elo nada mais significa do que relacionar a situação das for­
ças conscientes e seus pontos de vista estrategicos com a situação objetiva, com as ten-
dencias politicas que agem com base em forças sociais na luta de classes^em cada momento
Não basta, pois, conceber a conjuntura como de refluxo ou de fluxo, mas e necessário ve­
rificar nela as suas particularidades politicas, de modo a conceber a tarefa que e possji
vel e necessaria realizar para ultrapassar uma fase, para ganhar^uma batalha e preparar
a seguinte. Assim, por exemplç, Lenin dizia em Que Fazer? que a vida politica
* e uma cadeia sem fim, composta de uma serie infinita de eles
Toda a arte de um politico consiste precisamente em encontrar e agarrar-se com força,
precisamente ao elozito que menos lhe possa ser arrancado das mãos, que seja o mais im­
portante num dado momento, e que melhor garanta ao seu possuidor a posse de toda a cadei
a. E definia este elozito como a construção de um jornal politico para toda a Russia,
com o objetivo de unificar os circulos social-democratas nas suas ações politicas, de e~
ducar e preparar dirigentes revolucionários, de construir uma organização de combate,eta
Mas, ao mesmo tempo, argumentava que se ja houvesseç dirigentes capazes, uma atividade
politicamente centralizada, naquela situação objetiva, poder-se-ia agarrar outro elo, ou
seja, um elo superior ao correspondente a construção do jornal. Portanto, em cada conjun
tura, do ponto desvista de classe, ha uma tarefa central necessaria e possivel de ser re
alizada. E isto so e compreensivel pelo exame do momento politico, no qual se relaciona
a situação das forças conscientes e de seus objetivos gerais com a realidade objetiva.
A passagem de uma tarefa principal a outra corresponde a mudança do principal cen —
tro de gravidade politico, isto e, ao deslocamento do trabalho de organização, propagan­
da e agitação de uma forma de luta principal a educação, ligação com as massas e direção
da luta contra o poder. Assim, a tarefa principal corresponde a forma de luta capaz de
representar na conjuntura o principal centro de grzvidade do trabalho politico, isto e ,
do trabalho de propaganda, agitação e organização revolucionário, cujo conteúdo e dado
pelas necessidade estrategicas da luta do proletariado.
Assim, por exemplo, em 1905 Lenin dizia: *o trabalho de propaganda, agitação e or­
ganização esta orientado piara fortalecer e ampliar os vinculos com a massa. Este traba —
lho que e sempre necessário, nos momentos revolucionários raramente pode ser considerado
suficiente... Não resta duvida que ainda teremos de trabalhar muito para educar e organi
zar a classe operaria, porem, atualmente a questão consiste em saber onde reside o prin­
cipal centro de gravidade politico desta educação e desta organização: nos sindicatos e
nas associações legais ou na insurreição armada... (Duas Taticas). Em 1918 dizia: Nos­
so trabalho para organizar, sob a direção do proletariado, a contabilidade e o controle
por todo o povo da produção e distribuigão dos produtos se acha muito atrasado em rela —
ção a nossa tarefa direta de expropriaçao dos expropriadores. E este um principio funda­
mental para compreender as particularidades do momento presente e as tarefas do poder
soviético que daqui se derivam. 0 centro de gravidade na luta contra a burguesia ee des­
loca para a organização desta contabilidade e deste controle . (As tarefas imediatas do
poder soviético).
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No momento em que começou a surgir a nova esquerda no Brasil, a partir da derrotado


reformismo em 1964-, o centro de gravidade da atividade politica voltava-se para a criti­
ca as concepções reformistas, para a formulação das bases teóricas em que se deveria as­
sentar o processo revolucionário no pais» Naquele momento, sem duvida, a elaboração de
um programa de carater proletário que unificasse as forças de esquerda era tarefa centrá.
A partir de determinado momento pode-se ver pelos does» da epoca que a esquerda se encon
trava atrasada em relação a terefa de se ligar aos setores avançados do proletariado, em
particular. Com o desenvolvimento da crise que teve seu ponto maximo em 68 , apesar das
tentativas de mudar o centro da gravidade, não se conseguia determinar através de uma a-
nalise politica a tarefa central, a forma de luta principal capaz de exercer o centro de
gravidade do trabalho de agitação, propaganda e organização dos revolucionários. Conce­
bia-se no geral que se esgotara a. faseada luta ideologica contra o reformismo, como tare
fa principal, e que se deveria partir para o proletariado. Mas essa constatação não
passava de um apelo porque se mantinha numa nova fase da luta a mesma pratica, as mesmas
posições assumidas na fase de luta contça o reformismo para o terreno da pratica, envol­
tas em desvios que correspondiam a sua adequação a pratica.
Hoje, ao relacionarmos a nossa visão sobre a estrategia da luta de classes do pxro-
letariado e a situação de nossas forças com a realidade, temos de determinar onde esta o
centro de gravidade principal do trabalho de educação e organização, do trabalho que vi­
sa a se ligar a massa, preparando o futuro do movimento, a direção da luta pelo poder.Es
te e o dado mais importante a se localizar na analise concreta do momento atual. Ao nivd
da tatica cabe determinar que tarefa pratica central corresponde a esse centro de gravi­
dade politico, à qual devemos nos agarrar com todas as forças para que se possa cumprir
um conjunto de outras tarefas.
Na discussão sobre tatica^ainda se coloca um outro problema. Trata-se da questão da
politica de organizaçao. Ate ha pouco muitos companheiros, apegados as suas concepções
taticas voluntaristas, pretendiam desviar as discussões para o campo da politica de orga
nização. Uns diziam que tatica correta havia no passado; outros diziam que o PTCP (El)
era uma tatica correta; o que faltava era uma politica de organização. E toda a discussão
acabava por ressuscitar a antiga formula da inconsequencia pratica. Posições justas sem­
pre tivemos; o que nos faltou foi una consequencia pratica, ou seja, una politica de dis­
tribuição de forças! Sem duvida que isto tambem faltou, mas faltou justamente porque nun
ca se conseguiu assumir no momento politico posições taticas corretas. Entre as posições
gerais, perspectivas, em principios justas no geral, e a pratica colocava-se um campo a-
berto para o expontaneismo e consequentemente para as inconsequencias praticas, que to —
mam a forma de voluntarismo, propagandismo ou liquidacionismo, de acordo com as particu­
laridades da situação. E, no conjunto do processo, pode-se verificar que estas taticas
que assumem a pureza da consciência de classe, separando-a da realidade concreta* impli­
cam no terreno da organização em uma forma^de organização de seita deponde fluem todo o
sectarismo e o qlue comumente chamamos de purismo ou isolzcionismo .
Para se ter uma tatica, há que se ter chegado antes a um acordo a respeito das quee
tões teóricas mais gerais que dão^condições de se formular um programa rev. E, para que
efcta tatica seja realmente rev.,ha que se ter uma organização que assuma na pjratica os
principios gerais de organização que correspondem as necessidades do processo rev., em
geral e as da ação politica desenvolvida a cada instante. São campos distintos, mas que
se relacionam dialeticamente. Lenin dizia que na fase inicial da rev. russa, antes de
1918, as questões mais importantes a se resolver entre a social-democracia eram questões
programaticas. Na epoca do crescimento da luta op>erarla, ja no inicio do sec. XX, as quas
tões mais importantes se davam no terreno da tatica , cuja expressão fora a luta contra
o economicismo. Ja em 1904, as questões mais importantes entre os sociais-democratas se
davam no terreno da organização, cuja expressão fora a luta contra os mencheviques. Essa
separação corresp>onde a realidade em que se desenvolvia o movimento social-democrata rus
so. Não quer dizer com isso qlu no plano dos principios estas questões se desenvolvem se
paradamente. Era o que Lenin afirmava quando, desde a luta contra o eoonomicismo, dizia
que a social-democracia, a organização dos revs., estava em atrazQ com as exigencias da
luta de classes. E que tanto a luta contra o economicismo no plano da tatica como contra
o expontaneismo, contra a subordinação as formas de luta e de organização geradas pelo m
movimento expontâneo. Que tanto a tatica, como a politica de org. são aspectos conscien­
tes para se intervir sobre a realidade, dentro de suas necessidades, e não pára segui-la.
vir atras do movimento, da luta de classes.
A politica de org. esta intimamente ligada a tatica, porque é no campo da org., que
se estabelece a ligação entre a teoria e a pratica. Para uma tatica rev., combativa, ha
necessidade de uma estrutura organizativa rev., combativa; para que essa tatica dirija ób
forças e as ações da 0 . são necessarias medidas de org. que façam com que a pratica cor-
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corresponda a cada momento as necessidades do plano tatico. E e no plano da org., poi$
que se assume o plano tatioo, tanto pela maneira como se organizam no geral as forças re
volucionarias (uma 0 . de combate), como pelas medidas praticas internas adotadas a cada
instante para dirigir a pratica dentro de um plano tatico, isto e, para dirigir a prati­
ca para o exterior.
Luckacs chama a atenção para o fato de que a experiencia dos partidos politicos tem
demonstrado que em determinados momentos eles se voltam para o interior e em outros para
o exterior. Mas afirma que a compreensão do processo casual que tem conduzido a um erro
não significa de modo algum adaptar-se a ele. Menos ainda quando a maneira correta de a-
tuar para o exterior demonstra ee forma notável ate que ponto e absurdo fazer distinções
entre tatica e organizagão na vida interior do partido e ate que ponto esta unidade in —
terna a§e sobre a liga^ao intima que une a vida voltada para o interior com a vida ori­
entada p^ra o exterior^. (Metodologia da organização - Luckacs). Ainda afirma que as
taticas que separam artificialmente a vida e a evolução da classe da consciência de
classes correta (supondo que ela possa subsistir em tal isolamento abstrato) assumem
forma de org. de seita e que as taticas que se nivelam aos niveis mais baixos 01^ mesmo
medio de consciência correspondem as formas de org. dos oportunistas. Em suma: ^não po­
dem separar-se mecanicamente os problemas politcos e os problemas de organização^ (Lenir)
Se no conjunto do movimento de esq. no país conseguimos desenvoler a luta ideologi-
ca proletaria por ocasião da discussão das posições gerais do proletarido na revolução
brasileira, por ocasiaõ da formulação de um programa que se
ogusesse ao programa reformista, entretanto, não conseguimos desenvolve-la quando a ques
tao principal se colocava no terreno da tatica e da politica de org. Separamos a luta ^
deologica ao nivel das questões de programa e estrategia da luta ideologica ligada a pra
tica necessaria a cada momento. Não conseguimos formular uma tatica adequada a realidade
e, com isso, fomos incapazes de avançar a pratica de intervenção nas lutas e a luta ideo
logica contra os diversos desvios que penetraram no movimento de esquerda apos a desagre
gação da principal org. reformista, o PCB.
Sem uma politica adequada, seu um guia para a ação pratica, deixamo-nos contaminar
pelas saidas imediatistas e pelo voluntarismo. Alem disso, nos fechamos como seita inte­
lectual travando uma luta ideologica que, se fora suficiente no momento de crise do refar
mismo, logo apos o golep de 64, ja era suficiente a partir dai, principalmente a partir
de 1967, quando se inicia uma recuperação do movimento de massas. E mais uma vez manteri
amos a tradição, que ha muito predomina no mov. comunista internacional, de fuga ao exa­
me do objetivo da pratica politica em cada pais, para não ferir os modelos teoricos de
rev. que passaram a monopolizar o mov. comunista desde a epoca de Stalin. Mesmo nas divi
sões internacionais, apos Stalin, e mesmo a luta anti-s-fcalinista desenvolvida principal­
mente pelas correntes trotskistas no p^ano internacional, manteve-se^a produção de mode­
los teoricos exportáveis, ou então um propagandismo intelect^alista um isolamento da
consciência de classe abstrata para não contamina-la com as realidades dominadas pela
burguesia. E nós herdamos essa tradição, e ao chegarmos a clnclusão de que a revolução e
ra socialista, de que o proletariado brasileiro era a força hegemônica no processo rev.,
ao concebermos um programa e as linhas gerais da revolução, numa cirtica inicial, teori*
ca, ao reflbrmismo, paramos por aí, para manter a sua pureza. Na pratica, ou nada faziam®
ou íamos a reboque das possibilidades que em cada momento chegavam a nosso objetivo como
a maneira de formar a classe independente, de se opor ate diversas tendencias oportunistas
de conservar o purismo da consciência que o proletariado brasileiro ainda não tinha.
A tarefa mais importante consiste ^ainda em desenvolver uma tatica correta para a re
alidade. Não que antes não tivessemos taticas e visões sobre a conjuntura. Estas e —
ram, contudo, produto exclusivo de nosso estado de espirito; eram a maneira de como bus­
cavamos manter na pratica aquilo que ainda estava num nivel extremamente geral, as posi­
ções proletarias. A sua cristalização na formação de quadros, frente a luta ideologica
contra o reformismo e outras tendencias oportunistas, nos levou a mante-las como genera­
lidades e na pratica seguir as brechas que se apresentavam como mais radicais, como mais
perto daquelas posições. Não se aplicavam a realidade aquelas posições porque a realida­
de era vista pela otica da vontade que inflamava a juventude no Brasil na critica ao re­
formismo e na luta contra a ditadura. A realidade da epoca de formulação das teses inici
ais para a critica ao reformismo mudara. Ma s o marxismo tomou-se um dogma morto: a rea­
lidade da epoca de 64 , com amplos movimentos de massas, na qual faltava uma vanguarda ca
pacitada para desencadear a rev. continuou a alimentar as posições dos agrupamentos po-J-
liticos que surgiam na critica ao reformismo. E as posições que conseguimos atingir na —
quela epoca passaram a ser o guia para a pratica, quando, na verdade, não eram mais do
que o inicio de um longo processo de formulação de posições que, em estreita ligação com
a realidade, poderia fazer avançar a rev. socialista no Brasil.
@®ââ@agosto / I975§@aãã
II» PARTE; AS LIÇÕES DO PASSADO

O periodo iniciado com o golpe militar de 1964 foi um dos mais ricos em experiencias
tanto se conquistaram vitorias, como se cometeu uma enormidade de erros desastrosos para
o movimento rev.
Para efeito de exposição, podemos dividir esse periodo em tres fases de modo a com­
preender melhor os desvios da pratica politica e os seus avanços dentro das particulari­
dades que compunham a realidade da epoca.
A primeira fase caracterizou-se pela derrota do movimento de massas e de sua direção
reformista e consequentemente por vima crise no movimento de esquerda. Esta situação abri
u espaço para o desenvolvimento da luta ideologica contra o reformismo e a formação e
crescimento de uma nova esquerda anti-reformista • A pratica principal se dava, sem du­
vida, na luta ideologica e, consequentemente, na formulação de posições gerais que deve­
riam güiar a pratica politica no processo de luta de classes no Brasil.

A segunda fase caracterizou-se pela recuperação do movimento de massas e pelo apare


cimento no cenário politico do pais do movimento de massa estudantil como força social
mais importante naquele momento. Esta situação criou um campo fertil para se desenvolver
no terreno da pratica politica as perspectivas gerais a quese chegou na critica ao refor
mismo, o que deixaria mais claro o despreparo do mov. de esq. em assumir na pratica uma
politica consequente, anti-reformista e proletaria.
A terceira fase caracterizou-se pelo declinio do mov. de massas, pela recuperação e
conomica e fortalecimento politico da ditaDura militar e pela desarticulação do mov. de
esq. que depois dos ascenso de 1968 partiu em massa para o terrorismo. Esta situação ge­
rou uma crise ideologica profunda no mov. de esq., suas forças se reduziram rapidamente,
muitas Os. desapareceram com os golpes da repressão e com os efeitos da crise ideologica
A luta pela sobrevivencia politica e os primeiros sintomas de crise estimularam a criti­
ca ao passado, abrindo com isto espaço para a luta contra os desvios que permaneceram ou
se desenvolveram na trajetória da esq. rev. e para a reorganização de forças. Face ao
crescimento das contradições sociais e do fortalecimento no plano politico de alternati­
vas liberais e reformistas, aquele processo acabou por ser influnciado por essas alterna
tivas, ora se errvando a alguns de seus aspectos, ora ressuscitando velhos desvios para
combate-los.

a) Na primeira fase
0 fato mais importante na primeira fase foi, Sem duvida, a quebra do total dominio
reformista sobre o mov. de esq. no pais. 0 golpe militar por si so enfraquecera a politi
ca reformista. No entanto, sao as divisões e criticas ao reformismo no plano internacio­
nal, onde se destacava o -papel que spassou a exercer na America Latina a revolução cuba
na, e no plano nacional o trabalho critico realizado principalmente pela POLOP, ja an —
tes de 64, que fortaleceram o processo de critica ao reformismo e a ideologica anti-refer
mista que atuariam no processo de luta interna e de cisoes no PCB.
Entre as questões mais importantes do debate em t o m o das concepções sobre a revolu
ção brasileira, estavam as questões da etapa da revolução e da forma de organização da
luta rev. De um lado, coloca-se o tradicional reformismo que, passando por cima das l i ­
ções das experiencias desastrosas de 64, ou melhor, jogando a responsabilidade do golpe
sobre os setores esquerdistas da pequena-burguesia (referia-se aos adeptos de Brizola) ,
continuou a afirmar que a rev. era anti-imperialista e anti-latifundiraria, ou seja, era
uma rev. democratico-burguesa. Em consequencia, a atividade politica deveria se voltar
para a aliança com a burguesia nacional e todos os setores politicos que estavam em can
flito com o golpe, o li ue exigia se abdicar da luta proletaria em favor da luta ^pacifica
por reformas dentro da sociedade capitalista (exemplos dessa politica estão na frente
ampla ’ de 67 /68 , na qual se incluia ate o ex-governador fascista da GB, Carlos Lacerda ,
e a atual frente patriótica anti-fascista , onde cabem ate mesmo amplos setores da Are­
na) .
De outro lado colocavam-se os setores que, baseando-se na experiencia da revolução
cubana e nas criticas ja desenvolvidas ao reformismo no plano internacional, caracteriza
vam a revolução brasileira como socialista, o proletariado como força hegemônica na fren
te com os trabalhadores rurais e setores da pb. urbana e consideravam necessário a forma
ção de um partido rev. e a luta armada para transformar a sociedade capitalista. Entre
essas dluas correntes, existiu um amplo espaço para diversas variações, desde as do ja e
xistente populismo do PCdoB, que transportava para o Brasilo modelo de revolução chlaesa
até as alas radicais na forma, como a de Marighela, conservadora, no conteúdo, ou seja ,
no carater da rev.
Ao nivel dos princípios, podemos dizer que nessa fase existiram tres correntes prin
cipais: uma direitista, que correspondia aos que criticavam o reformismo e populismo,maji
tendo seu conteúdo, com pequenas variações, como o caso da ALN, da corrente do PCB (pos­
teriormente PBBR) e outros; e uma revolucionaria, que considerava a revolução como socia
lista, embora nesta houvesse variações em termos de posições sobre a organização da luta
Esta ultima corrente, bastante forte pois contava com as dissidências do PC e grupos in­
dependentes, tinha na POLOP o seu setor mais* avançado em
termos de concepções politicas gerais, aquele que tinha maior clareza a respeito da situ
ação de conjunto da formação social brasileira e da estrategia para a luta de classes no
Brasil. Sua influencia sobre essa corrente foi bastante grande. Conseguiu introduzir as­
pectos importantes do marxismo-leninismo na luta de clsses no Brasil, conseguiu dar as
correntes que iniciavam a critica mais radical ao reformismo iima base inicial, indispen
savel para avnaços posteriores.
0 amplo mov. de critica ao reformismo criava as primeiras condições para se retomar
a atividade politica no interior da luta de classes de forma consequente. Se possuia seu
lado fraco, o isolamento em que se encontrava em relação ao proletariado, entretanto, se
us setores mais avançados assumiram alguns pontos de partida teoricos com os quais pode ­
riam absorver as experiencias da luta de classes anteriores, se unir em tomo de um pro­
grama politico, preparando-se para intervir no terreno pratico da luta de classes. Em
virtude do domínio reformista sobre o movimento de esq» e em virtude da derrota sofrida
em 64 ter criado as condições para se desenvolver a critica as suas concepções, o centro
de gravidade do trabalho rev. voltava-se naquele momento para a luta ideologica, para a
critica as bases teóricas em que se assentavam as posições reformistas. Consequentemen­
te, para os setores mais avançados na critica ao reformismo, a tarefa mais importante te
ria de ser a de formular uma estrategia, ou um caminho geral para a rev. brasileira, que
superasse as incorreções das concepções reformistas, e um prograçia politico que estives­
se voltado para a unificação desses setores e que pudesse ser o ponto de partida para a
tomada de posições no terreno mais pratico da luta.
Essa atividade, que à primeira vista pode parecer uma atividade teórica é entretan­
to essencialmente politica. Tratava-se de retomar os principios gerais do marxismo-leni­
nismo para com eles travar o combate as concepções reformistas e elaborar um projeto de
programa politico para atrair os diversos setores que passaram a empunhar a bandeira da
luta anti-reformista. Havia que se processar uma transformação no carater de grupo inte­
lectual a que estava submetido o setor mais avançado na critica ao reformismo, para que
çudesse assumir de maneira consequente a tarefa de influir na reorganizaçao da esq.,isto
e, de um mov. de esq. socialista. E alem disso para que pudesse desempenhar na pratica
outras tarefas como a de se ligar a setores mais ativos ou que melhores condições possu­
íam para se reorganizar no movimento operário. No entanto, a falta de uma compreensão so
bre as tarefas do momento levaram a POLOP a conservar a sua postura e a sua pratica de
grupo intelectual, deixando-se arrastar pelas facilidades da pratica junto a pb. Esta
0 ., que já havia antes de 64 desenvolvido as premissas basicas da critica ao reformismo
e buscava ja naquela epoca se aproximar do proletariado para se transformar numa 0 » poli.
litica proletaria, ainda que pequena, contudo, ate 1966 ainda nao tinha conseguido avan­
çar nesta transformação. Não que não houvesse vontade ou que em diversos momentos não a-
dotasse posições praticas para intervir na atividade politica, como foram as iniciativas
de se aproximar de grupos independentes de 64, de apoiar um foco guerrilheiro logo apos
64, de transformar o PO em jornal politico, etc. 0 AVI, de abril de 1966, chamava a aten
ção para este fato ao dizer: Sempre tivemos muita vontade de ultrapassar essa etapa. Es
sa vontade subjetiva se evidenciava nas discussões internas sobre o trabalho de massaò ,
sobre a finalidade de nossa imprensa e em resoluções que decidiam quw ate a data tal, te
remos tantos por cento de quadors operários,^ou dentro do prazo x, a organização começa­
ra um congresso de fundação do partido.<>.etc . No ent^jito,xao levantar os problemas da
0 ., este doc. vai ficar praticamente no apelo para a ida a classe , para se criarem os
*exemplos’, etc. Ao lado do questões gerais da maior importancia para a critica as conce
pções reformistas, no terreno pratico assume uma posição sobre a situação daguele momen­
to e propÕe uma tarefa central para transformar a 0. Sobre a situação diz; Embora nos­
sos afazeres no seio da esq. não tivesse sido esgotados inteiramente, chegamos a conclu­
são. que tirbamos de dar o passo decisivo da luta ideologica a politica diaria . E mais a
diante, £o afirmar que a tarefa central estava na formação dos quadros e no seu preparo
para o trabalho operário, dizia: Todos os nossos militantes devem estar a altura de de­
fender nosras posições, sejam em reuniões de operários, em contato com as dissidências
do PC ou contra os revisionistas. A luta ideologica que travamos visa conseguir concreta
mente a mobilização e organização da classe operaria nos proximos conflitos políticos.
A primeira questão que chama a nossa atenção o a postura bastante doutrinarista da
0. Em 66 , quando mal se iniciiva o processo de cisões do PC, quando diversas dissiden —
cias e outros grupos, fracos teórica e politicamente, abriam um campo para a discussão
politica, para se lutar por um acordo em termos de um projeto de programa que pudesse sr
vir de base a discussões das forças anti-reformistas, neste momento se considerava que
estavam praticamente esgotados os afazeres no seio da esq. Isto e, a 0. sistematizara a
critica geral ao reformismo e assim considerava cumprida sua missão no interior das for­
ças rev. Procurava, então, assumir outra tarefa principal, a de mostrar, para a esq*,
qual o caminho da pratica.
No entanto, o caminho da pratica e da transformação da 0. era concebido como uma qu
questSo de formação de quadros, para que pudessem se aproximar dos operários e travar a
luta ideologica com as dissidências e contra os revisionistas. Porque seria esta luta i-
deologica que iria concretamente mobilizar a classe operaria nos proximos conflitos.
Esta ai toda uma visão equivocada sobre a^pratica politica que, longe de superar o cara-
ter de grupo propagandistico e teorico, ja estava ai consolidando desvios que estariam
presentes em toda a trajetória da 0 .
\ v.\
Curvando-se as primeiras influencias do foquismo sobre o processo de critica ao
pacifismo do reformismo, a 0 . deixou de considerar o trabalho politico de desenvolver a
critica às concepçõs reformistas e elaborar um prgjeto de programa politico como tarefa
principal para correr atras de exemplos práticos a fim de disputar com o ativismo pb.
que penetrava na esq. Claro esta que, para uma 0. politica, um momento de principalidade
para a luta Ideologica ao nivel das conepções gerais, programaticas, não retira importan
cia da atividade pratica voltada para os setores mds importantes (no caso, o proletaria­
do e o mov. estudantil)« para a sua transformação em 0 . de combate. Entretanto, quando se
inverteu naquele momento essa principalidade, concebendo que era o fato de travar essa
luta ideologica a causa do despreparo da 0 . para a politica diaria , ou para o não cum­
primento das metas grandiosas, por exemplo, a formação de células de 7 operários e 3 es­
tudantes (AV i), longe de se superar o problema, levaram-se para o terreno mais pratico,
da politica diaria , os desvios inerentes a um grupo de intelectuais que não consegue se
transformar em força politica. A concepção pratica que se adota baseia-se de um lado na
ja existencia das posições politicas para a pratica concreta - a própria critica geral ao
reformismo - e de outro em que era a formação dos quadros e a própria luta ideologica jun
to aos operários e aos setores da esq. que mobilizariam a classe operaria nos proximos c
conflitos. E com isto começava--se a formalizar a separação entre as perspectivas gerais,
correspondentes aos interesses historicos do proletariado, da situação real do proletari.
ado e da luta de classes. 0 espaço aberto seria prenchido por medidas de organização in­
terna e por zigue-zagues nas opções praticas, onde predominariam o doutrinarismo ou o
propagandismo e ao nivel organizatorio o sectarismo e o espirito de seita. Estes desvios
ficam mais patentes,quando, em sua parte final, o AV I cita um trecho dejjenin escrito
alguns meses antes da revolução de outubro. Nele pregava-se a tatica de libertar a li­
nha proletaria da intoxicação pb. , através da propaganda, do tralialho paciente de escla
recimento. E para isto argumentava-se que o partido deveria ficar por algum tempo em mi­
noria, contra a intoxicação das massas. Ao dizer que la estavam mais avançados do que nos
querendo com isto justificar uma pratica doutrinarista e isolacionista, ate que o proble
tariado se mobilizasse independentemente, o doc. esquecia-se de toda a experiencia da re
volução russa, de como se formou a social-democraria, de como se transformou em partido,
de como conservou no seu interior setores atrazados, etc., e principalmente da enorme di
ferença que ha entre falar em se manter isolado quando se tem amplas bases politicas no
proletariado e quando somos apenas um grupo de intelectuais.

b) Na segunda fase:
A inexistencia de movimentos expontâneos no proletariado e de debates políticos en­
tre os operários criava uma grande barreira para a critica ao reformimsmo no interior da
classe operaria. A própria herança reformista e a derrota de 64 colocavam os operários
distantes deste tipo de discussão politica. Ao contrario, pela tradição politica e cultu
ral em virtude do crescente descontentamento da pb. com o golpe, o movimento estudantil
se apresentou como o setor mais aberto a este tipo de discussão. Pode-se dizer que foi no
seu interior onde se avançou na luta anti-reformista, onde se encontraram as condições
para se tirar dela consequencias praticas para a intervenção na luta demassas e na orga-
nizáçao da vanguarda. Mas foi la tambem onde se criou uma base para o desenvolvimento dos
novos desvios do movimento rev.
Ainda não se havia desenvolvido em toda a nova esquerda o aprofundamento da discus­
são em tom o das concepções corretas, e anti-reformista, para a revolução brasileira.Ain
da não se havia produzido um programa^ politico que servisse de base a aproximação dos di
versos setores de es<j. que se abriam as concepções sobre a revolução proletaria no Bra —
sil. E a realidade ja colocava na ordem do dia o problema da pratica concreta, ja cobra-
é.p.Jp

va da esq. posições politicas anti-reformistas para intervir nas lutas que se iniciavam
e nas movimentações dos setores mais avançados da massa. As analises das deformações do
capitalismo e dos erros pacidistas do reformismo, não sendo canalizados para um programa
politico e para uma tatica de intervenção e organização das forças de esq., passaram a
se flmdir com o estado de espirito proveniente do processo de radicalização da pb. - revo
lucionarismo -produzindo uma ideologia anti-reformista de carater pb. Esta iria por sua
vez alimentar as perspectivas praticas que a esq. viria a adotar. De modo geral, indepen­
dente do carater das concepções gerais a que cada grupo chegou na critica ao reformismo,
esta situação estaria presente na pratica desses grupos, estabeleceria, por assim dizer,
a unidade das concepções mais heterogeneas no terreno anti-reformista.
A ORTI ja havia, na fase anterior, colocado o problema da sua transformaçao e da pra
tica de intervenção, em particular no proletariado. Mas colocoueste problema de maneira
incorreta. A falta de uma visão correta a respeito de nossas tarefas na epoca, do papel
de um programa politico, de uma estrategia e de uma tatica e da relação desses com a pra
tica, a falta de visão do papel da pratica na transformaçao dos quadros e na superação do
atrazo da 0 . em relação as exigencias da realidade política iria trazer maiores inconse-
quencias no momento em que se iniciava uma retomada das ^utas de massa e em que as influ
encias do estado de animo da pb. cresciam sobre a esq. Ja naquela fase haviamo^ abejto o
espaço para acompanhar ao nivel das posições gerais, da consciência de classe pura , o
estado de animo da pb. e na pratica cair no intemismo, nas soluções voltadas para o in­
terior da 0. e no doutrinarismo na intervenção politica» E, cnsequentemente, a ORM que ,
mais do que qualquer outra força, tinha claro a necessidade de se aproximar do proletari
ado, de se ligar politica e organicamente a seus setores mais avançados, alimentada por
aquelas incorreções e pela onda de revolucionarismo da pb. so iria encontrar condições
de exercer o seu dorutrinarismo no mov. estudantil. Ai, apesar do praticismo, ha uma rea
1 idade favoravel as atitudes professorais.
Quando o movimento estudantil começou a se refletir na arena politica como força so
ciai, carregando consigo palavras de ordem radicais, a influencia da pb. sobre os novos
contigentes da esq. ampliou-se. E assim ficavam provados os limites estreitos em que ain
da se encontrava a critica ao reformismo, a incapacidade das Os. mais avançadas nesta
critica de abrir o caminho pratico para avançar o mov. rev.
Ha cumps. que, tentando manter um veu mistico sobre o passado, tentando valorizar u
nilateralmente o papel inicial que teve a 0RM-P0L0P ao trazer^ o marxismo-leninismo para
a atividade politica, em especial para o processo de critica as concepções gerais do ref
formismo, buscam através de argumentos incorretos esconder as suas fraquezas, seus erro$
seus desvios. E com isto colabaoram para que vicios antigos se mantenham no presente, vi
cios que devem ser apurados da pratica rev. e de nossa formação. Uns consideram que a 0»
possuia posiçoes corretas e tatica adequadas as realidades e que so a partir do inicio
de descenso do mov. de massas (inicio da Ja fase), por falta de uma politica de org«,irti
ciou-se um processo de desvios em ralação a tatica, ate se chegar as posiçoes formuladas
na TD-3 (El) que serviriam de base a elaboração do PTCP. Este ponto de vista se acha pre
sentei por exemplo, nas TDs 18 e 26 (El). Outros comps., tambem procurando evitzr discu­
tir o passado de forma consequente, subestimam os erros e desvios existentes na pratica
e nas posições sistematizadas no passado mais distante. Consideram que os erros edesvios
dessa epoca não chegaram a ser institucionalizados, so sendo no momento em que se alabo-
rou o PTCP5 reduzem, assim, a critica ao passado a critica ao PTCP« Estas considerações
procuram, de um modo ou de outro, manter viva a famosa racionalização que pretende encon
brir os desvios do setor mais avançado da ER: lucidez teórica e inconsequencia pratica.
Os primeiros não compreendem que as medidas organizatorias que se tomam a cada mome
nto são determinadas mais diretamente pelas posições politicas adequadas a cada conjuntu
ra. E que estas posições não saem diretamente das concepções gerais acerca da rev. brasi
leira, mas são detorminddas pelas particularidades da realidade concreta em que se atua.
Se impiricamente podemos detectar a ausência de medidas organizatorias, de uma pratica
partidaria, em determinado momento de nossa pratica passada (epoca do descenso a partir
de 68), isto se deve ao fato de que naquele momento de descenso, de declinio da ativida­
de rev., a crise de perspectivas explodiria em primeiro lugar no terreno da org. Não ha­
via como encontrar medidas organizatorias para manter a esq., do crescimento de nossas
forças, etc., através do proselitismo,do propagandismo que marcava a inconsequencia de
nossa pratica politica. Ou^seja, através de posições gerais (greve geral, Comite de Em —
presa , etc), coerentes com as concepções teóricas a que se chegou na critica ao re­
formismo, mas incoerentes com a realidade da luta de classes, em especial com a situação
das forças de esquerda e do movimento operário.
A teoria e a pratica estão na atividade politica relacionando-se através de uma or-
-le.p-jj.

ganização . E as contradições entre elas vão aparecer no terreno da org., mais partícula'
mente na incapacidade de dirigir, de utilizar corretamente na pratica asforças que se tai
E neste terreno onde as divergencias politicas^acabam por ficar mais claras, acabam por
criar problemas para uma so direção, para um so centralismo. E se se procura solucionar
o problema no nivel em <jue aparece, no jroprio campo da política de org., para não rom­
per com a ideologia da lucidez teórica , acaba-se por se institucionalizar o burocratis
mo como arma para se manterem os mitos e uma coesão artificial. A inconsequencia prati­
ca provinha principalmente da falta de capacidade politica para corrigir os erros ao ni­
vel das concepções gerais, depurar-se da ideologia que ocupava o lugar do marxismo na a-
nalise da situação presente e com isto encontrar as posições politicas que atuariam sob»
a fraqueza interna, sobre a maneira de se utilizar as forças que possuiamos, porque tais
posições estariam adequadas e voltadas para o exterior, para a intervenção.
N A»
Os segundos nao compreendem que no passado diversos does. contem a chamada institu
cionalização dos desvios presentes no PTCP. Empiricamente pode-se observar que os desvi
os do PTCP levaram a crises mais profundas, a desagregaççoes, etc. E que, numa conjuntu­
ra extremamente adeversa, as suas concepções taticas voluntaristas eram bem mais j/isive-
is. Esses comps., cuja visão se acha presente na atual tese de El, para serem rigoro­
sos com o ’.que coneituam como tatica, passam a caracterizar o passado pela ausência de
tatica. Desse modo não podem compreender que posições encontradas nos AVs, no Formar a
Vanguarda do Proletariado, no proprio PSB tiveram para a 0. o sentido de tatica. E agiam
na realidade como se fossem taticas para a intervenção politica. E como eram coerentes
com uma visão acerca da consciência de classe abstrata, mas incoerentes com a realidade,
ou seja, longe da situação real da luta de classes naquele momento, em especial da cons­
ciência real do proletariado, elas ao nivel das concepçeos politicas para o momento ti­
nham um sentido voluntarista. 0 que nelas estava presente era de um lado as concepções
gerais acerca da revolução brasileira, o que e correto, mas de outro lado, a vontade te
orica de um grupo que não conseguia deixar de ser intelectual e que por isso se arrasta
va atras do estado de animo da pb. 0 que acontece então e que o voluntarismo estava pree
sente ao nivel das posições concebidas como posições politicas para a pratica, mas na
pratica concreta, na intervenção, o que predominava era a pratica professoral, propagan-
distica. á bem diferente, sem duvida, o papel das posições voluntaristas para os milita­
ristas e para as Os. que se propunham a se aproximar do proletariado pela atividade poli
tica. Para que as posições dos primeiros se concretizassem, fossem levadas a pratica,bas
tava mesmo a vontade de se organizar dé modo a desenvolver as açÕes de expropriação e os
atentados terroristas. Para os segundos, no entanto, não bastava a vontade; precisava ha
ver uma correspondencia entre ela e a realidade imediata. Construir os comitês, como or-
gãos de duplo poder, organizar a greve geral, formar o partido, etc. não poderiam sair
do proselitismo na pratica, por mais vontade que se tivesse.
As criticas gerais, as premissas iniciais a que se chegou no processo de luta ideo-
logica com o reformismo, sem duvida da maior importancia naquele momento, sem duvida pon
to de partida para as auto-criticas que ate hoje possam ser feitas por grupos a sser ul­
trapassadas pelas exigencias da realidade. Transformaram-se em dogma morto', deixaram
de ser um guia vivo para o desenvolvimento da pratica para abrir o caminho, e não fechar
ao desenvolvimento de novas posições adequadas aos principios, mas adequadas também a re
alidade imediata. Nossa doutrina, dizia Engels, por si e por seu celebre amigo, não e
um dogma, mas um guia para a ação. Esta formula classica destaca de modo surpreendente
este aspecto do marxismo que se perde de vista a todo^instante. Desde então, nos fazemos
do marxismo uma coisa unilateral, disforme e morta; nos o esvaziamos de sua parte mais
pura, nos solapamos suas bases teóricas fundamentais^- a dialética, a doutrinz da evolu­
ção histórica, multiforme e cheia de conttadiçÕes; nos enfraquecemos sua ligação com os
problemas práticos e concretos da epoca, suscetiveis de modificações a cada reviravolta
da historia... Claro que eu não falo das tarefas gerais e essenciais que não mudam nas
reviravoltas históricas, a partir do momento em que não se modifique a correlação funda­
mental das classes. É bastante evidente que esta orientação geral de evolução economica
(e não somente economica) da Russia, assim como a correlação fundamental das diferentes
classes da sociedade russa, não se modificou, por ex. no curso destes últimos seis anos.
Mas as tarefas de ação imediatas se modificaram muito claramente durante este periodo ,
assim como a situaçao social e politica concreta; desde então, os diversos aspectos do m
marsismo, que e uma doutrina viva, não podiam deixar de aparecer em primeiro plano (Cer
tas particularidades do desenvolvimento historico do marxismo 8 Lenin).
// % \
As posições gerais qlue se encontram sistematizadas no Aonde Vamos serviam a pro­
paganda junto a esquerda. Dentro das concepções taticas contidas no AV I estas mesmas po
sições passariam, a partir de 66 , a ser utilizadas na intervenção nas lutas pela luta 1-
deologica que visaria a mobilizar as massas trabalhadoras . E destacava-se a importance
a da formação de quadros para a pratica. A critica ao reformismo, no terreno teorico jus
ta, estava no terreno político envolta na ideologia de ascenso rev. (das movimentaçoes
de massa de antes de 64) e a partir de 66 no revolucionarismo sustentado pelo desconten­
tamento da pb. Agia-se como se bastasse empunhar a critica geral%as concepções reformis-^
tas para atrair amplos setores que saiam do PC e em especial as bases operarias rebeldes
e com isto mobilizar as massas contra a ditadura. Alem de se ter uma visao teoricista so
bre a política (a critica teórica ao reformismo era tudo)^ tinha-se uma visão que subes­
timava a capacidade de luta de classes trabalhadoras. Se e verdade que a ditadura não
era tão forte politicamente logo apos o golpe, tambem^e verdade que a traição
reformista fora bastante expressiva para ter deixado sàllos no movimento operário que
pudessem se rarticular rapidamente e impedir a consolidação do regime de exceção. Ao con
trario do que alguns comps. pensam (como por ex. a TD-26 (El)), nao se pode dizer que
até 68 ainda havia çossibilidade de barrar a marcha da ditadura militar. 0 proletariado
na fase de lutas até 64 sequer conseguira, em virtude das traições reformistas, livrar s
seus sindicatos da dependencia dos orgãos estatais. A queda do populismo e a desarticula
ção das lideranças reformistas desarmaram o proletariado, deixaram-no no nivel mais bai.
xo de organização e consciência. E mesmo que estivesse ainda fraca a ditadura e mesmo que
o PC, por um acaso, emeampasse depois a derrota de 64 as posições mais avançadas sobre a
revolução brasileira , seria impossível levar o proletariado rapidamente a luta contra o
regime. Pensar assim seria esquecer que uma vanguarda consciente e que formas de organi-
zzção mais dinamicas e combativas se formam num processo de lutas onde as condições obje
tivas impusionem o mov. expont neo e as vanguardas atuem sobre ele.
Agiam sobre nossas cabeças as perspectivas gerais para a revolução brasileira e a
vontade de ve-las em pratica, vontade esta alimentada pelo descontentamento da pb» e pe
la radicalização do mov. estudantil. Se a vontade e um dos aspectos e bastante importan­
te da atividade rev., entretanto, ela iria agir na pratica coiro^se bastasse para ser rev
se dizer a favor do marxismo e das concepções gerais adequadas a rev. brasileira, curvan
do-se a essa realidade, ou melhor, dando consequencia a esses desvios, os diregentes pre
gavam o isolacionismo e a virtude da luta ideologica em mobilizar o proletariado. Prega­
va-se o isolamento das massas e pregava-se a luta ideologica para mobilizar o proleta
riado, numa aplicação mecanica e direta de uma posição tatica especifica a uma situação
particular da rev. russa, quando ja existia um forte partido rev., quando se saia de uma
rev. e se estava as vesperas, poucos meses, da rev. de outubro. Desintoxicar o proletari
ado da fraseologia pb. a partir de abril de 191? na Russia era um trabalho pratico imedi
ato, necessário e possivel. Da p ' peculiaridade da situação real, tal como
ficou exposto, desprende-se obrigatoriamente para o marxista - que devo ter presente os
fatos objetivos, as massas e as classes, e não os individu s, etc - a peculiaridade para
o momento presente. Esta peculariedade destaca em primeiro plano a necessidade de mistu
rar uma, dose de vinagre e fel na adocicada limonada das frases democratico-revolucionari
as**, "^necessário, portanto, (...) um trabalho de liberação do proletariado da embria­
guez pb. geral. (...) Na aparei:cia isto e so um trabalho de propaganda* Mas, na realidacb
e o trabalho rev. mais pratico, pois e impossivel impdsionar uma rev. que estancou, qu
que paralizou-se, com frases, e quese dedica a marcar passo sem sair do lugar, não por
obstáculos exteriores, não porque a burguesia empregue contra ela a violência, mas sim
por causa da fe irracional do povo . (Lenin - As tarefas do proletariado em nossa rev.).
Essa tatica aplicada aqui mecanicamente, mesmo quando criavam-se condições objetivas
para um inicio da retomada das lutas de massa, iria satisfazer a nossa consciência pura
ou as nossas necessidades intelectuais e a expectativa que procuravamos alimentar sobre
a mobilização do proletariado a partir da luta ideologica; na pratica, entretanto, iria
impulsionar a nossa vocação doutrinarista e o espirito de seita.
Nas suas tres primeiras partes, escritas em 1966, o "Aonde Vamos** traz sem duvida ,
questões das mais importantes sobre a estratégia rev. e a critica ao reformismo. Isto nes
demonstra que ja havia condições antes mesmo de sua produção de sistematizar as questões
gerais mais importantes que deveriam compor um programa politico. Por outro lado, quando
o AV I chama a atenção para o atrazo da 0. em se transformar numa 0. politica, para a ne
cessidado de uma pratica profissional, e quando as cisões no reformismo se aceleram, as
tarefas praticas no terreno da organização e da luta passam a cobrar um projrama politim
como ponto de partida. Este programa ou um projeto de programa como proposta para os se­
tores da esquerda que mais poderiam avançar na ruptura com o reformismo acabou ficando
implícito nos does. voltados para a luta ideologica ou para o aprofundamento da çompreen
são da 0. sobre a situação de um conjunto da sociedade e da luta de classes-. E so saria
explicitado um ano mais tarde, não se livrando, entretanto, da forma de te:rto de luta i-
deologica e nem dos desvios voluntaristass nas posições e doutrinaristas na pratica que
iam se consolidando na 0.
Se tanto o Aonde Vamos como posteriormente o Programa Socialista fornecem no plaro
teorico as condições para a formulação de um programa político que contenha a estrategia
geral e um programa minimo para a luta de classes no pais, não fornecem entretanto as con
dições para que se rompa com as barreiras intelectuallstas e se compreenda que a pratica
politica é determinada por uma realidade politica concreta, particular, como particulari
dade de uma situação de conjunto, e consequentemente a pratica politica tera que refle —
tir as ppsições gerais, os princípios gerais do marxismo-leninismo. Porque aquelas does.
pretendem colocar em pratica posições determinadas diretamente pelas concepções gerais
acerca de uma situação de conjunto da luta de classes e pelos principios gerais e não pe
la realidade particular na qual se atuava, posições que satisfaziam a oonsciencia puraj
mas mas se colocavam distantes da consciência real do proletariado. Dai os apelos vão se
dirigir essencialmente para o terreno da atividade internaj e ai que sempre se vai procu
rar justificar por que a lucidez teórica não conseguira ainda transformar a O.,não con
seguira tomar possivel a penetração, nao conseguira atrair forças de esq., etc. A ques­
tão principal a se enfrentar, para o AV em 66, era então a FQ. Ate certo ponto seguem es
sa tradição comps. (como porex: a TD17) que tentam ver os erros do passado como falência
dos intelectuais, e recolocam como centro da atividade atual a formação, o estudo,enfim,
a pratica voltada para o interior.
E na busca de posições para a pratica que estivessem coerentes com a critica geral
ao reformismo e coerentes com o revolucionar!smo dos quadros, vai se chegar a teorizar a
eficacia, em termos de tatica, do foco guerrilheiro. E quem vai introduzir essa questão,
de forma sistematizada, e a ultima parte do AV, escrita ja em 67 . Não encontrando ate aí
os caminhos para se formular ur.a tatica justa que pudesse dirigir a pratica de modo a en
frentar os problemas da aproximação com o proletariado, da intervenção na luta estudante
da transformação da 0., da sua profissionalização, etc., procurou-se render homenagem ao
anti-pacifismo que ja arrastava setores importtantes da esq. para posições foqluistas
Seria mais uma posição voluntarista a estimular o doutrinarismo pratico que ocuparia 0
lugar de uma tatica correta, de uma pratica consequente, adequada ao momento.
Em virtude das condições objetivas - a desorganização e recesso do movimento operá­
rio, o isolamento em relação ao proletariado, a radicalização da pb» - a nova esquerda
passou a centrar a critica ao reformismo niuna das consequencias praticas de suas concep­
ções - o pacifismo. E rapidamente se abriu as influencias das posições extraidasde uma
sistematização apressada da experiencia da rev. cubzna, feita por Debray. A estrategia
foquista ia mais ao encontro das possiblidades imediatas de pratica que satisfaziam ao
revolucionarismo que penetrara na esq. Afinal, dizer-se a favor da luta armada, da impla
ntação de um foco guerrilheiro a partir das forças de esq. deslocadas da cidade para al­
guns pontos do campo, das ações armadas que iriam fazer a propaganda nas cidades e obter
os recursos materiais no foco, tudo isto estava bem ao, gosto da espectativa acerca da ca
pacidade da vanguarda arrastar atras de si as massas revoltadas tão logo fizesse na
pratica o que o reformismo não fizera. A radicalização da pb» alimentava a ilusão de que
as condições eram favoraveis para desencadear a ofensiva rev. A questão se reduzia então
a organização dos combatentes que com as suas ações de vanguarda arrastariam atras de si
as massas exploradas. Se estas concepções so foram se realizar na pratica de maneira ma­
is ampla algum tempo depois, arrastando quase todas as forças da nova esq., deve-se ao
fato de quecom o ascenso das lutas de massas, especialmente as do mov. estudantil, cria­
ram-se condições para a pratico, politica nas massas, 0 que colocou de lado a tarefa prin
cipal (a preparação para a instalação do foco) ja assumida em termos de perspectiva a
partir de 66 por varias forças de esq.
Se para a P0L0P a critica ao reformismo não reduziu ao combate ao seu pacifismo e a
produção de uma estrategia militarista, no entanto, tambem se deixou arrastar pelas pres
sões da pb. E isto se deve, no caso, ao fato de agir na pratica^ com posições que represe
ntavam no maximo principios para uma tatica e que se prestavam a luta ideologica e não a
pratica politica que age no imediato, no real, com vistas a atingir objetivos ue imedia
tos que preparem 0 futuro. Se era dever de ua 0. rev. combater ao nivel da luta ideologi
ca as concepções focuistas, isto so poderia ser feito de forma consequente naquela fase
da luta de classes se conseguíssemos compreender que o centro da gravidade da atividade
rev. não estava na discussão do foco, ou nessa ou naquela forma de colocar em pratica a
preparação do foco guerrilheiro, mas sim nas lutas de massas que cresciam no movimento
estudantil e que davam os primeiros sinais de ascenso no mov. operário. E era a situação
das forças conscientes em relação a essas lutas, que cracterizavam o momento atual, que
determjnaria a tarefa a se enfrentar com principalidade naquele momento.
Pretendiamos formar o partido do proletariado a partir das concepções gerais criti­
cas ao reformismo que, penetrando no processo de cisões do reformismo, traria paia fora
dele as vastas bases operarias rebeldes . Num determinado momento passamos a colocar co
mo central a formação de quadros para que estes impulsionassem a luta ideologica nas dis
F?) • 0 • 0 ' 6 , f . /<{

cussões com a esq. e nas "reuniões de operários'* visando a pr3parar a mobilização do pro­
letariado e com isto, pelo '"exemplo , formar o partido. Em 67, passa-se a procurar resol
ver na pratica a formação do partido através do foco guerrilheiro. Assim, diz o AV IV:
*Á forma ideal que essa vanguarda pode tomar e a do partido rev. mas ha condições que po
dem dificultar ou atrasar a formação desse partido. Tradições politicas particulares em
cada pais, derrotas recentes, recesso do mov. de massas... Ai estava a justificativa pa
ra não se ter conseguido exitos na tatica de formar o partido. Como havia então, pelas
observações empiricas, derrotas recentes, recesso domov. de massas, etc, que para tentar
forma-lo pela via militar. Assim, diz ainda o AV IV: E justamente o surgimento de um fo
co armado com uma posição politica que oferece uma perspectiva rev. tanto para as forças
lutando ;ao campo, como as da cidade, que pode acelerar a formação do partido... Com pou
cos milhares de militantes seremos, sem duvida, nas condições de hoje (I967 O um partido
revê, mas sempre limitados pela ilegalidade de atingir as vastas massas dos explorados
deste pais. 0 foco as atingira em escala^muito maior, porque concentra a atenção de ami­
gos e inimigos e repercute materialmente . (grifos nossos).
Não só se deixava arrastar por perspectivas pequena burguesas que, mesmo agregadas
as concepções e principios que deveriam estar presentes nas posições praticas dos revs.,
não deixavam de ser pbs., como se explicitavam de modo claro como se transformava ao ni-
vel intelectual a vontade em realidade. Nem sequer tinham se dado os primeiros passos na
penetração no proletariado e ja se falava na possibilidade de em 19§7 milhares militant©
comporem um partido que, para se transformar em partido de massas, romper as barreiras
da ilegalidade'-', deveria ^utilizar a arma do foco guerrilheiro. Na verdade, o que esta pre
sente nestas concepções e a mesma postura que tem os intelectuais quando se escondem em
seus gabinetes para desenvolver aspectos das ciências, considerando que tudo passara a
girar em tomo de suas revelações. Estavam presentes naquelas concepções as esperanças
de que a simples difusão das teses gerais, criticas ao reformismo, seria suficiente para
aglutinar toda a esq.., ou pelo menos os seus setores que se aproximavam das concepções
socialistas que , sem duvida, formariam^uma 0. de milhares de quadors. E de que entre mi
lhare3 de quadrc3 estivessem tambem as bases rebeldes operarias . E então 0 foco passa­
ria. a fazer o resto, a transformar esse partido num partido de massas. No lugar da luta
ideologica que sepropunha antes para mobilizar 0 proletariado, agora se propõe o foco co
mo arma da mobilização das massas e para levar-lhes as concepções politicas que se encon
travam em nossas cabeças. 0 processo rev. vai então se processando em nossas cabeças com
incrivel simplicidade e coerência, como se o trab. rev. fosse idêntico ao trab. dos pro­
gramadores de computadores.
Um ano antes da direção da P0L0P aprovar o AV IV, o AV I apelava para a ida a cias
se e para a FQ como meios de dar exemplos a esq. Dava a luta ideologica através das dis
cussões e do material escrito o papel de vir a mobilizar o proletariado. Agora, em 1^967
adota-se o caminho do foco guerrilheiro como, meio de travar a luta ideologica, como meio
de formar 0 partido e mobilizar as massas. Temos vanguardas de luta ideologica e de pro
paganda comunista, que estão procurando encontrar o caminho para a ação rev. Sua exis —
tencia já é uma condição para o inicio de uma guerrilha consequente. E nesse sentido não
ha duvida de que a guerrilha em parte, preenche o vacuo da não existencia de um partido
r e v ( A V IV).
Tambem no que diz respeito a estas concepções não se tiraram consequencias pratica^
a não ser se aprendia com a pratica. Era mesmo permitido divagar no terreno teorico, pre
tendendo mostrar as forças de esq. 0 que fazer, porque no terreno da organização e da
pratica deintervençao nada se cobraria da teoria ou da lucidez teórica . Mesmo quando
estas concepções vieram a fazer piarte do Programa que serviu a formação do FOC, elas não
tiveram c onsequencias na pratica, ou seja, a 0. não dirigiu suas forças, como fizeram
posteriormente diversos setores dâ esq., para a pratica militar. E isto não se deu, como
afirman muitos comps., por causa da lucidez teórica , em virtude da justeza das teses
gerais. Se formos ver bem o que ha de justo nelas, vamos encontrar concepções acerca da
forrração social e principios do marxismo-leninismo que, se são premissas para uma pratia
con,:oquente, não são suficientes, são bastante ^insuficientes, para que nao haja desvios
na pratica para que não se assumam na pratica posições reformistas, voluntari stas ou li-
quidacionistas. Lenin nos da um exemplo disto quando diz em Duas taticas da Social Demo
cracia Russa' que não era a falta de concordancia com 0 programa, com as reivindicações
gerais do proletariado, etc., que tomavam as posições dos mencheviques reformistas, opo
rturistas. Era a maneira como pretendiam lutar na epoca de ascenso rev. de 1905 pelo pro
grama justo, pelas concepções gerais justas, etc. Se não se levaram ã pratica as posiço'^
foquistas, era porque a 0. de cima a baixo estava contaminada pelos vicios da pratica do
utrinaria, professoral, de grupo intelectual. Alem disso, estavam crescendo as lutas de
maesa e principalemtne a discussão e a pratica no movimento estudantil, 0 que tornava po
ssivel manter as posições gerais como arma para a disputa de influencia na massa avança-
F*2) • <p- • 6 \f. \ 6

da e na pratica nos quadros expontaneamente se ocupavam da atividade de massas uma vez


que tinham acesso direto ao ambiente onde as lutas mais cresceriam.
0 ascenso do mov. estudantil levaria a esq. a lançar suas forças na atividade de ma
ssas deste setor, deixando provisoriamente de lado as questões praticas da luta armada .
Esse mov. criava as condições para que os diversos grupos politicos tivessem sua voz ele
vada ao nivel da luta politica. De outro lado, a radicalização dos estudantes frente a
ditadura permitiria manter a unidade interna das Os. baseada na vontade de derrubar o re
gime, de construir o partido, de mobilizar o proletariado.
Por essa ocasião a POLOP fundira com a Dl do R.G. do Sul. Essa fusão e a formação do
POC ativaram as expectativas de que se estaria formando o partido. De fato, formava-se u
ma 0. bastante grande, onde a Dl-RS tinha acessos a setores operários do PCB. Mas isto
não permitia se dizer, como diz o PSpB, que se formava o nucleo do partido operário. Se
no geral podemos chamar de partido, para efeito de propaganda politica e para efeito de
trabalho de organização, a grupos que se armam de perspectivas gerais sobre o processo
rev., que representam, independente de suas bases, um mov. politico, ainda que ao nivel
do pensamento politico, não podemos de forma alguma confundir isto com partido operário,
ou nucleo de partido. Para que um nucleo de partido exista e necessário existir a inte —
çraçao das ideias politicas dos grupos revs. com grupos de operários que estejam ligados
a luta operaria, ao movimento vivo. A existência de alguns operários na Dl-RS trazidos
por influencia de dirigentes que se desligam do PC não era ainda suficiente para se dl —
zer formado nem mesmo um nucleo de partido operário. Um nucleo ou partido operário nao se
forma pelo ajuntamento de Os. ou por efeito da luta ideologica; forma-se pelo trabalho
pratico de ligação com operários ou grupos de loperarios que participam da vida, dos con
flitos e das lutas lutas travadas no interior do mov.
A criação do POC não iria transformar, por decreto, a natureza propagandistica da O
Pelo contrario, ao se conceber que estava formado o nucleo do P. operário, estimulava-se
a tendencia propagandistica. E em consequencia disto, não havia por que, no momento de
ascenso, de formação do nucleo do P., etec, se pensar em acumular forças na penetração 4
do proletariado em descer das alturas da consciência abstrata e ir ao encontro das neces
sidades da luta operaria. Tratava-se de, agora mais do que nunca, levar ã pratica as po­
sições ja definidas, formar a classe independente, construir o partido, formar os comitês
de empresa, etc! E pa ra realizar essas posições o unico proMema que se encontrava para
enfrentar era o de encontrar alibis para aproximar do proletariado os arquadros de ori
gem pb. Ao inves de uma tatica de intervenção, a discussão voltava-se para questões qua
se técnicas que se não deixavam de ser problemas, so poderiam ser resolvidos se fosse rom
pida-3 a tradição de luta^ ideologica, se fossem abandonadas as perspectivas grandiosas
que satisfaziam somente a vontade condicionada pelas concepções gerais para a revolução,
se fossem canalizado o revolucionarismo existente para tarefas pratica addquadas as ne —
cessidades de se preparar os passos seguintes do processo rev.
0 mov. operário criou oportunidadespara uma aproximação, para consolidar alguns laço§
mesmo que pequenos, se os revs. tivessem sabido encontrar naquele momento as formas de
luta e organização mais adequada a levar na pratica os compromissos que em does. e no pp
grama se assumiram com o prletariado. No entanto, propumha-se formas de luta e de organi
zação elaboradas em gabinete, para se opor em palavras ao reformismo e a outras tenàenci
as. Para o mov. operário propunha-se a organização de comitês de empresa e a partir da
greve de Minas se propos a organização da greve geral contra o arrcho. Por coincidência,
ambas as formas de luta e organização estavam dentro do programa, coerentes com as con —
ccpçÕes gerais, coerentes com a necessidade de ficar no terreno da luta ideologica, for­
mulando oposiçoes ao que havia de errado na terra. Para o mov. estudantil, onde o campo
era fertil para se testarem as mais variadaz posições, adotou-se uma -posição bem ao gos
to intelectual: o mov. de universidade critica. Para o mov. estudantil que se colocava
naquele momento como força mais importante na luta politica, importaram-se da Europa con
copçoes que, sem um maior aprofundamento, foram levadas a pratica. Nem sequer procurou-®
verificar se as teses importadas serviam ao revisionismo ou a uma politica proletaria. E
ra novidade e tinhamos, para marcar posição diante de outras tendencias, de apresentar
uma posição nova, aparentemente rev., mas que na^ verdade serviria para alimentar as e x —
pe O L»wl;ivas de transformar o mov. estudantilnum polo proletário , irradiador das posições
gerais que defendiamos, num movimento de critica a sociedade burguesa. De certo modo, da
va-so ao mov. estudantil o papel que se pretendia dar ao foco guerrilheiro.
Apesar de concentrada no trabalho estudantil, a esq., mesmo suas tendencias que me­
nos pontos de partida possuiam em relação ao proletariado, procurava dele se aproxiaar
principalmente por meio da agitação e propaganda feita por grupos de estudantes nas por­
tas das fabricas e em favelas. A esq. esteve presente nas greves de Contagem e de Osascq
nas manifestaões do 1» de maio de SP e da GB. No entanto, tudo isto preenchia muito mais
/

as necessidades de render homenagem ao prletariado e principalmente de estimular o seu a


tivicmo pratico, do que a colocação em pratica de uma tatica adequada, dee uma linha pro
letaria de atuação sobre os cnnflitos estudantis e operários de modo a acumular forças na
penetração e na organização partidaria. Se todo o ativismo voltado para o trabalho opera
rio tinha a sua importancia, podia ser um ponto de partida para a aproximação, abertura
de contatos operários, coisa de maior importancia devido a composição não operaria da no
va esq. no entanto, so representaria saldos se fosse canalizado por um plano e não ficas
se ao sabor da vontade e das brochas da realidade.
Mais uma vez a 0. que melhores condições possuaia para elaborar esse plano para atu
ar no mov. operário de forma consequente foi incapaz não so de ver o siginificado politi
co do ativismo voltado para o trabalho operário realizado pela esquerda (por ex: na GB,a
DI-GB distribuia nas portas das fabricas milhares de panfletos em cada semana; as portas
e muros das fabricas permaneciam pichados com palavras de ordem de agitação; jornais a —
propriados ao trabalho operário eram distribuidos aos milhares...), como foi incapaz de
agir no plano real das lutas, ficando mais uma vez com a luta ideologica.
A greve de Minas demonstrou, empiricamente, o despreparo da 0. E isto não era novi­
dade, porque este despreparo para o trabalho operário ja era indicado no AV I em 66. 0
doc. Por uma pratica partidaria , de junho de 68, e quem vai examinar esse despreparo .
E nele, mais uma vez, vai se falar sobre a contradição^entre a^ lucidez teórica e a in-
cosequencia pratica, ou seja, o atrazo da colocação da^lucidez em pratica. Dis^o doc:
0 que nos confere uma posição unica dentro das esqs. e o papel que atribuimos a classe
operaria no processo rev... A linha proletaria não se limita a elaboração de posições r
revs.; dela faz parte inseparavel a colocação em pratica das premissas teóricas. E a i
estamos atrasados... Este atrazo tornou-se obvio durante os últimos meses e, principalme
nte, durante os dias criticos que foram da greve de Minzs ate o primeiro de maio . Em
primeiro lugar, no terreno teorico, não era apenas o POG que dava um papel determinado a
classe operaria. Se ele tinha avançado mais na compreensão do conjunto do processo rev.,
outras 0c., embora com limitações no plano teorico, se aproximavam dele (como por ex: a
DI-GB). Tambem no plano pratico, talvez outras Os. não reformistas, de tendencia socialfe
ta, em'.termos de .rquantidade fossem mais consequentes no trabalho operário.. Em segundo
luèar, não pode haver uma contradição entre posições revs. saldas de uma linha proleta
ria" @ á. pratica, a não ser que as posições não estejam adequadas à realidade, e sendo
assim predominam nela desvios. Mas como empiricamente o que sempre se viu no interior da
0. foi o despreparo a resistencia a uma pratica politica, um apego ao proselitismo, etc,
isto passava no campo da analise a servir de base para se tomar o atrazo da 0., a sua ca
pacidade de intervir nos movimentos, em particular na pratica operaria, como problema de
formação.
0 doc., ao dizer que um dos ângulos da, revisão critica estaria no modo como se tira
ram consequencias praticas de nossas posições , afirma que isto diz respeito, principã.
mente, a preparação de nossos quadros, individual,-<•* e coletivamente, para desempenhar
o papel de revs. junto a classe operaria - faz parte da formação de quadros o Vejam que
e a mesma linha que atua na estrategia da 0. As posições estão formuladas pelos dirigen­
tes, pelos teoricos ; falta os quadros se preparaem para leva-las a pratica. A FQ revs.
desliga-se então da pratica de intervenção, da atividade politica diaria. As inconsequn-
cias sao remetidas para a falta de preparo dos quadros, porque são concebidas como inca­
pacidade dos quadros de demnstrarem na pratica a justeza das oposições, ou, em outras pa
lavras, de travarem a luta ideologica.
Afinal, as ppsições eram bastantes *consequentes ' em relação às ^concepções proleta-
rias em geral; o problema e que estavam bem distantes^da realidade: A função do partido
(POC) e liderar a classe ou setores da classe. Para nos isso significa que temos de d e ­
sencadear - como ja dissemos - uma atividade que se irradie alem da nossa força conumeri
ca. 0u, em outras palavras, a nossa fraqueza numérica não deve ser impedimento para Bxer
cer essa atividade partidaria. Essa preocupação há muito^vcm nos guiando. Deternina a
nossa tatica, as nossas palavras de ordem como Comite de empresa, greve geral, etc., que
visam a organização da classe com os meios a sua disposição, que visem que cia trave lu-
t^s parciais e que se prepare par^ lutas mais decisivas em todos os lugares, mesmo onde
nos não a alcancemos diretamente . (Por uma pratica partidaria).
A preocupação de agir comojpartido é que determinava a tatica, que na verdade se re
sumiu a palavras de ordem como greve geral , comite de empresa etc. e medidas no ter­
reno da organização, como FQ, concentração de esforços,etc. A tatica não era determinada
pelo momento político, ^ela conjuntura^especifica daquele momento, mas saia diretamente
de nossas preocupaçeos com respeito as concepções gerais sobre o processo rev. Como c^
consequencia, ficava aberto erire as posições que expressavam a nossa 'vontade proletaria
e a realidade o espaçõ para o imediatismo, as improvisações e principaleWtne para se con
F V 0 - 0 - é,f n

servar o predominio do doutrlnarismo na atividade pratica.


w \
Exemplo maks marcante desses desvios foram as posiçoes que se tentaram levar a prati.
ca apos as manifestações operarias de Contagem e do 1* de maio. Considerou-se que a pala
vra _ de ordem de grevegeral contra o arrocho saia do pia
no da propaganda para o da pratica concreta. Isto e, ao inves da propaganda da tatica -
greve geral e comitês de empresa - devia-se partir para organizar em cada local a greve
geral contra o arrocho e os comitês de empresa. Isto na pratica nada mais significou do
uqe conservar a propaganda das formas de luta e de organização acrescidas agora dos ape­
los que se dirigiam ao interior da esq. e para a propaganda da tatica ou do que se de­
ve fazer quando se tem uma classe consciente e um partido rev. substituia uma pratica
rev. pelo propagandismo. Meso quando era evidente a primeira vista que o que se propunha
não poderia se tornar ação, justificava-se ainda assim o propagandismc^ dizendo-se que um
dia, quando os operários estivessem lutando vão se lembrar de nossos apelos , de nossas
palavras de ordemJ
Sem considerar a capacidade real do mov. operário no momento em que esta vam se dan
do aquelas primeiras manifestações operarias, sem duvida as mais importntes que ocorreran
apos o golpe de 64, e principalmente sem considerar o que a ER havia acumulado em termos
de penetração no proletariado, em termos de ligação com seus pontos mais importantes,pro
curavamos adotar para a pratica posições determinadas por nossa preocupação em agir co
mo partido e não pela visão correta do momento em que se atuava.
Sem nanhüna acumulação de forças na penetração, na aproximação com setores do proletaria­
do, mesmo setores mais combativos, queriamos saltar da luta teórica, ou da pratica no mo
vimento estudantil, para um trabalho pratico no interior do proletariado de organização
da greve geral. E confiar demais na magia das palavras, na propaganda dos apelos ou na
propaganda do que uma classe dirigida por um partido rev. poderia fazer naquele momento,
ou então na capacidade do mov. expontâneo.
Se estas concepções não penetraram ou não tiveram praticamente nenhum papel no mov.
operário, tiveram entretanto no interior da 0. Consolidaram de vez a postu^. propagandis
tica e agiram sobre a consciência dos quadros produzindo a visão de que o doutrlnarismo
seria responsável pelas próprias movimentações operarias, pela formação das comissões o-
perarias em fabricas de Osascç^, como a da Cobrasma, etc. Exemplo marcante desse estado
de espirito esta presente em Problemas da Revolução Brasileira, escrito ja bastante tem
po depois dessa fase de euforia, ja na fase de descenso, por um dos mais lúcidos dirigen
tes da 0.: Como organização politica, como vanguarda marxista-leninista, a Politica Ope
raria subordinou todos os aspectos da luta de classes, o estudantil, o do campo, a luta
armada e sua forma particular de guerra de guerrilha, ao objetivo estrategico da mobili
zação e organização do proletariado industrial. E como toda estratégia e uma questão de
economia de recursos disponiveis, concentrou todas as suas forças e quadros: l) nas doo-
nindustrias chaves, cujo movimento repercute em toda a classel e 2) no mov. estudantil ,
que naquela altura era a grande fonte de quadros revs... Trabalhamos em dois nivãis.Pri
meiro penetramos diretamente nas fabricas e nos bairros, formando quadros operários, cri.
ando organizaçoes de bzse e dando o exemplo da atividade rev. no seio da classe; segundo
dirigiamos a nova esquerda, que estava surgindo depois do golpe de maneira confusa media
te uma serie de lutas internas nas organizações tradicionais, principalmente o PCB. Gran
de parte de nossa literatura estava destinada a eese fim e concentrava seu peso na impor
tancia, na organização e nas particularidades do trabalho cperario. Os resultados se fize
ram sentir durante a reorganização da nòva esquerda e o estabelecimento de Frentes forma
is e taticas nas fabricas e bairros... Nem as greves gerais de Minas nem de Osasco teri­
am sido realizadas sem o insistente e concentrado trabalho da Politica Operaria no seio
e junto as esqsü (grifos nossos).
Apesar do reformismo permanecer de diversas formas na pratica da esquerda através de
seus diversos desvios, produzidos por uma maneira incompleta de desenvolver a critica ao
PCB, este, na forma tradicional e organica como vinha monopolizando a politicacfe esq. no
pais, fora quebrado no momento de ascenso das lutas. Se este fato e da maior importancia
principalmente quadno o reformismo do PCB permanece forte e hegemonico em muitos paises,
não podemos por isso ignorar os nossos e os erros do conjunto do mov. rev., porque foram
eles que nos conduziriam posteriormente, em uma situação desfavoravàls e de intensa tira
nia, a um processo de desgaste, de desagregação, de crise profunda. A nova esq., pelos
proprios erros que cometera e pelo seu enfraquecimento, abria espaço para novamente vir
a se fortalecer o reformismo tradicional. Não são as criticas aos nossos erros que forta
lecem o reformismo agora. Justamente e a falta de uma critica mais profunda para liqui —
dar os subjetivismos que alimentaram praticas inconsequentes o que atrasa o nosso proces
so de recuperação. 0 reformismo não morre por ter havido uma destruição do antigo^regime
populista, por terem sido transformadas as suas antigas bases de existencia. Ele e produ
to da luta de classes em esfera internacional, e ideologia da pb. e consequentemente ira
encontrar a cada realidade as formas apropriadas de se realizar.

c) Na terceira fase

0 intenso debate teorico e posteriormente o ascenso domov. estudantil e as lutas o-


perarias encobriram muitos dos desvios do mov. rev., ou melhor, a própria realidade, pe­
la sua dinamica, impedia de imediato que viessem a tona as consequencias desastrosas dos
erros que a esq. cometera. Com o declinio da luta de smassas, o fortalecimento do regi­
me pelo AI-5 e a recuperação economica, o mov. rev. seintiria mais de perto as suas in —
consequencias. De um lado, os setores^ que mais longe levaram o oportunismo de esq. prete
nderam manter pelas ações armadas o clima rev. causado pelas lutas estudantis. Num prjl
meiro momento, suas ações espetaculares conseguiram manter esse clima , arrastando para
suas fileiras a maioria da geração de revs. formados a partir de 64 e em especial nos as
censos de 67 /68 . Retomavam-se assim na pratica as coneepções pouco consequentes desenvol
vidas na luta contra ao pacifismo do PCB. Se o ascenso de massas còlocara num plano se —
cundario as consequencias praticas daquelas concepções, logo apos o inicio do descenso e
da ditadilra apos o AI-5 criaram-se as condições para que a indignação pb. fosse canaliza
da para a pratica militarista. 0 terrorismo e as expropriações, consideradas como etapas
preparatórias para a instalação do foco guerrilheiro e da luta armada em escala nacio —
nal, passaram a tomar o lugar principal na atividade rev. 0 eixo do descontentamento da
pb. sai das lutas de massas estudantis, principalmente, e passava a ação militar contra
as forças repressivas. As ações armadas deafifiasamoo poder ja em fise de fortalecimento
politicoj E sem duvida que iriam fazer parte do proprio processo de fortalecimento do re
gime. Este utilizaria as ações armadas para melhor unir a classe dominante, para melhor
aparelhar sua maquina repressiva e para desmoralizar, a partir de deterttinttdomomento, a
esquorda rov.
0 revolucionarismo pb. da esq. teve, por assim dizer, o seu centro de gravidade na
critica ao pacifismo do PCB na primeira fase, nas lutas de rua dos estudantes, na segun­
da fase, e na atividade terrorista e de expropriação na terceira fase. Por todo esse pro
cesso predominavam na esq. a vontade e o ativismo pratico e ao nivel teorico asneias-cri
ticas aoisformismo. De nosso lado fomos influenciados por essa situação; mas o aprofunda
mento maior da critica geral ao reformismo e a tradição propagandistica da 0. iriam atu­
ar na nova fase no sentido de uma crise interna e praticamente uma pairalização da ativi­
dade pratica. Enquanto estavam na ordem do dia os movimentos de massas, o nosso doutrina
rismo mantinha internamente expectativas em t o m o de exitos imediatos^ a serem tirados
pof nossa pratica. Como nossas perspectivas eram formuladas com vistas a luta ideologica
e a pratica doutrinarista, as concepções <^ue haviamos assumido a respeito do foco guerri.
lheiro nao seriam colocadas em pratica, nao iriamos assumir na pratica os preparativos p
para a sua. instalação. 0 maximo que se fazia era enaltecer estas ações porque estas adia
vam a concentração de esforços na instalação do foco guerrilheiro.
De um lado a impossibilidade de manter o proselitismo, a esq. voltada para o prati-
cismo armado, e a ação repressiva e 0 descenso impedindo lutas de massas ou movimentações
de massa avançada; de outro lado as^repercussões no interior da 0. dos primeiros exitos
das ações militares e da dedicação dos militaristas em contrastes com a apatia intema
são os principais fatores que atuariam no desenvolvimento da crise intema. Esta crise,
que tinha as suas raizes no passado, que se no passado não se tinha tomado mais seria fo
ra em virtude da realidade ser extremamente favoravel ao crescimento da esq. anti-refor­
mista, independentemente de seus erros, exigia uma revisão mais consequente do passado e
0 rompimento das posições criadas para efeito de luta Ideologica, posições que, subesti-
tuindo a consciência real do proletariado pela consciência interna ou pela vontade e dos
quadros, atuavam nos does. e mesmo no programa para qe na pratica dominasse o doutrinaras
mo.
No entanto, refletindo as barreiras do passado, a crise se explicita através da lu­
ta entre duas tendencias que, se começavam a sentir a necessidade de transformar a 0, nu
ma 0. de combate, a necessidade de se discutir uma tatica e inclusive superar algumas li
mitaçoes no programa, serão incapazes de colocar as discussões no terreno da critica no
passado e ao mesmo tempo no terreno da comprensão de novo momento politico em que se dad
a a atividade rev. A divisão se faz em termos ideologicos; para contestar os vicios e a
apatia da 0., uma tendencia busca socorro na combatividade dos militaristas. A herança a
se ronunciar do passado se resume em assumir na pratica ações militares que pudessem pro
fiscionnlizar os quadros e criar as condições para um trabalho operário mais ativo, mais
ofensivo. Outra tendencia, que conservava mais ou menos o^nucleo da antiga P0L0P antes da
fusão com a DI-RS, passou a buscar socorro nas tradições teóricas do passado, o que re
presentava um fechamento a qualquer critica ao passado; tratava-se de transformar a 0.
numa 0 de combate voltada para o trabalho operário, retomando a tradição da ORM (antiga
POLOP), como se o FOC, ou seja, a fusão com a Dl-RS, fosse o responsável pela apatia, pe­
las inconsequencias, etc.
Sem se desenvolverem as discussões sobre tatica e sobre a transformação da 0. numa
0. de combate, uma vez que ambas as tendencias se achavam contaminadas pela pressa e pe!h
ideologia da epoca de ascenso, que se conservava na areana politica com base nas açÕes
espetaculares dos grupos militaristas, procéssou-se o fracionamento. Este, por assim di­
zer, era a condição fiara as duas tendencias se livrarem da crise e dirigirem uma pratica
nova que superasse a estagnação e a apatia. 0 fracionamento em si ja era um fator de es­
timulo ao crescimento da vontade e consequentemente criava condições para a coesão volta
da para as arrancadas no terreno da pratica.
A fração sida do POC (El), por não ter se comprometido com a necessidade de criti­
car o passado, possuiria ao nivel de direção uma maior unidade (as tradições do passado)
que, ao lado da ideologia criada no fracionamento lhe permitiria um processo de direcio­
namento d9 sua pratica para o trabalho operário e um processo de elaboração de posições
.
vpara esta pratica, e como resposta ao avanço do militarismo. Apesar da realidade adver­
sa, e de não se ter uma visão sobre as consequencias dessa situação para a atividade re\j
alimentava-se a ideologia da arrancada como meio de contornar o agravamento da crise in­
tema, iniciada no POC. Esta ideologia, que criava as primeiras condições para se sair da
estagnação, poderia, sem duvida, ter sido aproveitada para se romper com o passado e orga
nizar uma pratica mais consequente. Embora se tenham dado alguns passos para isto, esta­
vam ainda longe de ser os decisivos; não atuariam sobre as causas dos vicios propagandis
ticos.
Da mesma forma que fazem hoje muitos comps. que pretendem recuperar a tradição teó­
rica da 0. violentada pelos desvios provocados pelo PTCP, naquela epoca tambem se pre­
tendia retomar e ^recuperar essas tradições desvirtuadas pelas inconsequencias do POC.
passava-se assim, por cima da critica ao conjunto da trajetória da 0. 0 fracasso do POC
por si so passou a justificar a retomada das tradições da ORM, como se estas nada tives^
sem a ver com esse fracasso, como se fosse a inconsequencia da Dl-RS a causa do fracassa
Partiu-se então de questões contidas nas teses Tiradentes, no AV I e no Formar a
Vanguarda do Proletariado, does. que insistiam na ida a classe, na necessiddade de se
formar o partido do proletariado no mesmo processo em que a sua consciência e organizaçã)
se tornem independentes. Ir a classe e formar o partido impunham no passado anterior, co
mo vimos, a formação de quadros como condição para se desnvolver a luta ideologica que
mobilizaria o proletariado. Num determinado momento passaram a determinar posições sobre
o foco guerrilheiro, considerando-se a instalação do foco naquela ocasião como condição
para transformar os gmjDS revs» de milhares de quadros em partido de massas. Mais tarde
passaram a determinar a posição de que com a form ção do POC formara-se o nucleo do par­
tido operário e se partiu para se assumir a direção das lutas operarias com palavras de
ordem de greve geral e comitês de empresa e no plano interno formação de quadros. Agora
tratava-se para retomar a tradição, de determinar, a partir da necessidade de ir a clas­
se e formar o partido, que tarefas estavam mais adequadas ao estado da consciência da 0.
Durante todo o passado as posições adotadas no plaflo-estratégico e no plano tatico
estavam adequadas a propaganda. Assumindó posições para uma classe independente, corres­
pondentes a consciência de clacse pura, na pratica se fazia propaganda de concepções ta­
tica ou estrategicas que não poderiam se materializar, ou seja, não poderiam dirigir a
pratica de intemveção da 0., a não ser no seu aspecto doutrinarista, professoral. Dizia
se o que era justo de se realizar na praitea se não existissem forças politicas reais,u-
ma classe operaria desorganizada e dominada ideologicamente, etc. No plano concreto as
posições serviam de um lado a luta ideoologica, que sem duvida tem um papel importante em
qualquer ocasião; de outro lado para os apelos para a FQ, para os métodos professorais ,
etc. Na primeira fase da luta a partir do golpe de 64, estes desvios puderam ser contra­
balançados pelo erseimento do campo para a luta ideologica no nivel dos princípios e das
concepções gerais contra o reformismo. Na segunda fase foram contrabalançados pelo ascen
so do movimento de massas, especialmente o estudantil, que alimentava o crescimento da
nova esq» e deixava um espaço para a politica de recrutamento com base no proselitismo.
No entanto, na terceira fase, a esquerda se concentra não mais na discussão sobre a
pratica, mas na pratica armada. E esta pratica não cria durante um largo periodo^brechas
que alimentassem a luta ideologica geral e discussões, a não ser sobre questões técnicas
da pratica militar e do foco. Por outro lado, declinara a atividade de massas no mov es­
tudantil, as vanguardas ou eram caladas pela repressão ou aderiam a atividade militar.
Tambem ai se erguia uma barreira'a atuação da esq., em particular uma atuação dominada
pelo propagandi smo.
Essa situação, que criara a apatia e a crise do POC, passou mais do que antes a exi
gir, a partir do fracionamento e da ideologia criada por ele, uma ruptura com o doutrina
-18-
rismo, a exigir um esforço para a produção de posições politicas que pudessem ir a prati
ca, que pudessem determinar açções praticas através de medidas organizatorias. Nestas
condições favoraveis para se romper com o passado, a tradição ainda iria pesar e impedir
que houvesse ruptura. Os apelos para a ida a classe e para a formação do partido foram
retomadas para ocupar o lugar da uma tatica. Entretanto, a situação do momento e a ideolo
gia interna eram contrários a que se utilizassem os instrumentos daluta ideologica e da
FQ para realizar a tatica de acordo com a tradição.
Havia uma situação de descensoj os militaristas realizando os sous ideais na prati­
ca contestavam a nossa falta de pratica. Os nossos ideais nestas circunstancias iriam en
tão determinar a concentração de esforços na classe para criar os canais de expressão pa
ra o descontentamento e a revolta latente das massas. Essa tarefa, antes de ser simples­
mente produto do voluntarismo da epoca, representava a retomada naquelas circunstancias
da tradição toorica da 0. Esta trdição, que sempre esteve em paz com as concepções gera­
is para a revolução, mas sempre distante da realidade concreta, teria de produzir, no mo
mento em que a luta ideologica e os apelos para a formação não satisfaziam a consciência
interna e se fossem adotados representariam a liquidação da 0., a aberrante tarefa de
criar os canais para as massas se expressarem. Porqueo dentro da tradição da 0. esta era
na verdade a unica tarefa coerente com a necessidade de formar o P., a necessidade de
mostrar o caminho para a esq., a necessidade de ver a classe a altura de assumir as posi
ções proletarias,^etc. Para que esta tarefa não se dreduzisse a mais uma palavra de or­
dem de propaganda , aodtaram-se um oonjunto de posições que compunham uma tática de cons­
trução partiâaria. Posições a respeito dos grupos operários, das oposições sindicais, de
formas de organizações, etc. E sem duvida que, embora estivessem todas subordinadas a u-
ma posição extremamentevoluntarista - criar os canais de expressão para se formar as ba­
ses politicas do partido -, elas superaram um dos aspectos da tradição passada oque era
o de procurar explicar a contradição entre as posiçõès corretas ® a realidade pela in­
capacidade dos quadros, pelo despreparo da 0. para apratica, Este fato permitiu que a 0.
pela primeira vez pudesse concentrar esforços na pratica operaria, buscando uma aproxima
ção fisica e politica. Isto teve consequencias importantes para aquele momento. Ao se co
locar na ordem do dia o trabalho, operário e ao se dirigirem forças neste sentido, inclu­
sive mantendo com regularidade o JN, combatiam-se na pratica as influencias que a ativi­
dade militarista exercia sobre a esq. a partir do refluxo do mov. de massas. Combatia-se
de outro lado a tendencia a se voltar para a pratica interna, para ò estudo, a qual era
um reflexo do desanimo que começava a ganhar corpo com o declinio do revolucionarismo da
pb. e o desgaste politico da pratica militarista. Essa influencias ideologicas ja haviam
naquele momento penetrado na discussão do P0C. Nesta 0., a formação de duas tendencias
movidas por aquelas influencias ideologicas acabou por transformar a crise de direção nu
ma crise ideologica do coletivo, levando-o a desagregação.
A importancia, pois, das posições que viriam posteriormente a fazer parte, do PTCP
estava de um lado na primeira tentativa mais consequente que a 0. fazia em toda a sua t
trajetória para se aproximar da classe, para assumir na pratica o trabalho operário; de
outro lado, em se opor as saidas militaristas e intemistas. Ao julgar do profundos des­
vios que contem aquelas posições (do PTCP), não podemos faze-lo no abstrato, como por ex
- sem levar em conta as reais possibilidades das influencias mulitaristas e intemistas.Ha
comps. que não levam em conta essas possibilidades mais desastrosas porque dogmatizam a
tradição teórica da 0. e fecham os olhos para o fato de que nesta tradição não so havh.
teorização sobre o foco que dava„m cobertura as saidas militaristas, como havia uma acen­
tuada Jtendencia ao intemismo, a substituir a pratica politica pela atividade intema ou
pela luta ideologica voltada para satiefazer a consciência intema.
No processo de discussão que elaborou as posições que viriam a fazer parte do PTCP,
estabeleceu-se uma nova contradição. Supera um dos lados da tradição , supera a tenden­
cia intelectuailsta de conceber que entre as posições gerais, incontestáveis, e a sua nS>
realização pratica estava a incapcidade dos militares militantes e consequentemente os
problemas práticos a se enfrentar se voltavam para dentro da 0. Mas não supera o outro ,
o de tomar as posições gerais, incontestáveis, como formas de luta e organização, como
tatica que se adequava as observações empíricas.
De um lado, as novas posições seriam inadequadas a realidade e neste sentido iam
manter a tradição propagandistica na pratica. De outro lado, ao colocarem os problemas a
se enfrentar fora da 0., nos grupos operários, nas oposições, etc., cias abriam condições
para a aproximação com os oprarios, para um maior contato com a classe. Claro esta que o
peso da tradição ainda presente poderia ser superado desde que a pratica fosse a partir
dai um elemento vivo e critico, que a sua continua sistematização pudesse oferecer expe-
riencias para ajudar a se romper devez com as barreiras do passado que atuavam ao nivel
das analises da correlação de forças e ao nivel das perspectivas taticas. Neste sentido,
são corretas das observações feitas naquela epoGa por Raul Villa: Alguns comps., as ve-
zes, apresentam a superação dos métodos amadoristas como a questão fundamental que nos d
define, e a política voltada basicamente para a penetração na classe - a ida imediata a
classe, o desvio de recursos para essa atividade, a adequação das direções a este trabal
lho, as tarefas imediatas que forçam cada de nos a transformar sua formação e sua prati­
ca e força a organização como um todo a colocar os çroblemas reais do mov. operário - co
mo uma questão complementar»•. 0 aspecto principal e a adequação da 0. as tarefas da pe-
tração, os métodos profissionais visam tomar eficientes esse objetivo... Toda essa ati­
vidade (a ida à classe) e necessariamente carregada de uma grande dose de improvisação
no começo e recusa-la por causa disto e permanecer sempre no ponto de partida... Ainda
que possa haver furos e lacunas, não e ai (se referia as questões programaticas) que es­
tão os pontos de estrangulamento principais. Por isso, o aprofundamento de questões mais
gerais - guerra rev., papel do campo, etc. - depende basicamente do nosso avanço pratico
para se fazer de um angulo mais concreto. (A força de nossas posições basicas - TD-4 (E$
Raul Villa).
A conjuntura a partir do refluxo do mov. de massas e do fortalecimento politico da
ditadura determinava para a esq., que não havia ainda se transformado em força politica,
que nem sequer dera os primeiros passos na aproximação com o proletariado, a necessidade
de um trabalho paciente de acumulação de forças junto aos setores avançados que se manti^
veram dentro do mov. operário e do mov. estudantil. No meio operário existiam os grupos
operários algumas atividades de oposição sindical e raras lutas isoladas, algumas ativi­
dades em bairros. Um trabalho paciente de aproximação com estes grupos e tendencias, um
trab. de agitação e propaganda em seu interior de modo a unir as possibilidades do trab.
de massas, especialmente no nivel das reivindicações imediatas e da oposição ao sind. pe
lego, com o trab. de educação visando a criar pequenos núcleos de operários mais combati
vos, mais conscientes, ligados as atividades de fabr. e de sind., utilizando o mais pos-
sivel os meios legais etc. Para conceber a importancia e a consequencia deste trab., apa
rentemente insignificante, havia que se romper com o passado, havia que se abandonar a
tradição do passado no lado em que formulava posições que ficavam ao nivel das concepções
e principios gerais, para satisfazer a consciência pura que a 0. deveria portar, para a-
limentar a sua tradição propagandistica. Havia que se partir da realidade concreta, da
situação das classes e do poder politico, da situaç~ao do proletariado e da esq., para
se chegar a posições justas. Noexame da realidade concreta agem as posições estrategicas
e os principios, não para serem simplesmente adequados ou produsirem mediações , mas
para impedirem que na formulação da tatica adequada a conjuntura atuem desvios ou pontos
‘de vista não proletários. Então, as posições determinadas pelo iromento em que se atua co
rrespondem sim aos principios e a estrategia, mas são essencialmente voltados para a pra
tica, são necessarias e possiveis de ser desenvlvidas na pratica, tranformam aspectos da
realidade concreta, E poderiam tambem transformar o carater da própria 0. que segundo a
tradição fazia a propaganda da estrategia e da tatica (quando voltada para o exterior) a
ser apsumida por um proletariado independente. Ate la a pratica so poderia ser pratica
ideologica ou atividade interna.
E e essa tradição que vai predominar na ruptura parcial que se tentou fazer com o
passado. As observações de Villa sobre o pepel da pratica para o avanço das posições não
teriam consequencias. As posições ainda impregnadas dos vicios passados entravam em con­
tradição com as necessidades concretas da partica de aproximação com o proletariado. Es­
sa situação era agravada face ao declinio acentuado da conjuntura, o desgaste da esq., o
processo de desmoralização, a perda de forças, etc. Tudo isto atuava para aceletar a
crise interna. Abandonar as concepções do PTCP de abrir os canais de expressão, formaras
bases politicas do partido, organizar os núcleos de comitês, etc, seria abandonar toda u
ma tradição não criticada, seria desarmar a Ideologia combativa forjada em oposição ao
POC. Quando a propaganda não mais conseguia manter os mitos , quando as improvisações
na i pratica (como a principalidade dada a pratica legal no interior das pasto —
rais) não mais preenchiam o vazio, não mais canalizavam para a pratica a combatividade,a
crise se desenvolveu rapidamente e no lugar da combatividade aparecem a apatia, as t©i —
dencias liquidacionistas e o burocratismo.
Na fase em que se acentuou o descenso das lutas e o fortalecimento politico da dita
dura militar, onde as ideologias que superestimavam a capacidade da esq. alterar o qua —
dro da luta de classes entraram em crise, os erros e desvios passaram a ter consequenci­
as liquidacionistas. A persistencia da pratica militarista levou diversas Os. ao desapa­
recimento I a persistencia dos erros acumulados na trajetória da ORM e do POC acabou por
produzir a desagregação frente a problemas de seg,, o burocratismo e a crise desagregado
ra de El, etc. Alem do conjunto dos erros e desvios da nova esq., terem consequencias 11.
quidacionistas na atual fase da luta de classes, vieram a tona posições politicas que de
forma aberta pregariam a capitualção, se curvariam frente a tendencia a liquidação do
mov. de esq.
Surgindo era El como adequação do PTCP a conjuntura negativa, o POP era abertamente
uma politica liquidaot onlsta. Disfarçado como politica provisoria e sem romper com o PTCP
essa politica se curvara a marcha da crise de desagregação de esq. Essa perspectiva de
recuo veio a se expressar de forma mais aberta nas Tds 1?,18 e 26 (El) que, ao contrario
do ROP, iriam se opor ao PTCP. Essa oposição a tatica que se mantinha por diversos anos
dentro da 0. e o priodo longo do ROP iriam condicionar as soluções encontradas para a
crise desagregadora de Ei. No lugar do PTCP introduziu-se uma politica provisoria(aprova
da no ultimo pleno) marcadamente influenciada pelas posições liquidacionistas, era parti­
cular as da TDs 18 e 26.
Na superação da crise de perspectivas e desagregação agem sobre as lutas no interi­
or das Os. tanto o peso das tradições passadas como as influencias dos setores que hoje
tem condições de se opor no plano politico a ditadura. As tradições não são superadas
sem um processo.de autocríticas de todo o passado e um processo de pratica onde as novas
posições adotadas possam se enriquecer, possam perde as suas indefinições e desvios que
ainda se mantem. Neste processo de pratica atuam aogra as influencias dos seteres que na
atual luta politica levantam bandeiras de oposiçãp a ditadura.
A crise da esq. gerou um mov. de superação do militarismo e do populismo em duas im
portantes Os. 0 enfraquecimento dessas Os. (E3 eE4) não permitiu que este processo de de
finições em to m o de posições programaticas, estrategicas e taticas se desse de forma ma
is organizada e sistematizada. Assim e que apesar dos avanços èssas Os. ainda não tem u-
ma linha, mesmo que provisoria, sistematizada. Isto e, ainda não possuem uma maior defi­
nição a respeito do Programa, estrategia e tatica. Ao nivel da estrategia e programa as
posições ainda são individuais ou quando assumidas são bastante pouco fundamentadas, v e ­
jam ex. disto na TDll (does de E3 e E4). Ao nivel da taticaas posições sistematizadas es
tão mais relacionadas ao debate de ser ou não justo apoiar determinadas candidatos do
MDB, e a utilização dos meios parlamentares para a denuncia, em particular para a luta
em defesa dos presos politicos.
As indefinições quanto aos aspectos centrais da estrategia e da tatica vão, nestas
Os., abrir espaço para se manterem tradições passadas e em particular para intervirem as
influencias politicas das oposições burguesas a ditadura. Essa influencia politica apare
ce nestas Os. de modo mais claro na perspectiva que estão desenvolvendo a respeito da u-
tilização dos meios parlamentares de luta como uma das praticas revs. atuais. E em conse
quencia desta perspectiva e da influencia que causa a atual luta politica de oposição
burguesa, esta Os. vão deixar de se definir a respeito dos plataformas de luta ou a res­
peito das reivindicações principais que determinam o conteúdo das ações revs. Acaba por
ocupar o lugar dessas indefinições a palavra de ordem generica de defesa das liberdades^
democraticas. Sob o argumento de que o governo dos trabalhadores da cidade e do campo e
radical demais para o momento e atrazado para o futuro (TDll), a palavra de ordem de de­
fesa das liberdades democraticas pode então encontrar o seu destino, conferir a nature­
za da luta contra o poder e consequentemente justificar o apoio a luta pela redemocrati-
zação, por um governo democrático, independente de seu carater de classe. Se ha reivindi^
cações democra ticas que são do interesse do proletariado, isto não quer dizer que em re
lação ao poder os grupos revs. passem a lutar por um governo democrático, que não seja o
govemo capaz de assegurar o cumprimento de um programa minimo rev. Caso contrario, inde
pendentemente da vontade, se estara introduzindo um outro objetivo em relação ao poder ;
masmoque se pretenda dizer que e um objetivo tatico, ele na verdade cumprira o papel de
objetivo estrategico numa etapa de revolução democratica, não-socialista. A estrategia
não e uma tatica para o futuroj ela e um caminho geral correspondente as necessidades da
realidade de conjunto do desenvolvimento da luta de classes. Um outro objetivo em relaçã
ao poder significa uma outra estrategia; para cada etapa da revolução ha um so objetivo
estrategico, ha um so objetivo em relação ao poder.
Nos tambem, para não cruzarmos os braços ou não ficarmos no propagandismo, fomos
influenciando pelas perspectivas libarais. Buscando romper com o ativismo inconsequente
de nossa pratica passada qe nos levou a quase completa destruição, buscando romper com
as fortes tradições propaagandisticas que herdamos M o passado da OHM e do POC, e na au­
sência de uma alternativa proletaria, na ausência de uma 0. mais consequente em termos
de pratica operaria e de perspectivas politicas, fomos encontrar nas bandeiras qus as o-
posições burguesas levantavam as reivindicações que nos pareciam ser as que interessavam
ao proletariado na luta pelo poder. Afinal, estas bandeiras ja estavam levantzdas, ja
possuiam areas, mesmo desorganizadas, de apoio, e então por que nao lutar nos seus limi­
tes, mesmo que so apoiando algumas das reivindicaçõesl Não conseguiamos ver que, embora
interesse ao proletariado lutar por reformas, por modificações parciais do poder de modo
a lher trazer beneficios imedir.tos e melhorar as suas condições de vida, uma 0. rev. não
pode de maneira alguma estabelecer o conteúdo de sua atividade nestas reivindicações.Por
que se assim o fizejjs* esta relacionando o imediato e o futuro dentro de uma concepção
- 21-
P2> -<p-

reformista, esta objetivamente lançando a perspectiva da luta reformista pelo poder,mes­


mo que fique a fazer profissões de fe no socialismo, na rev. dos trabalhadores, etc, por
que estas os reformistas tradicionais tambem as fazem. Estas concepções incorrentas festi.
veram presentes no BI3, ou seja, na sistematização de nossa PP. Sua revisão foi parcial­
mente feita no BI9, quando verificamos que este desvio, embora grave, não havia entretan
to tido maiores consequencias na pratica concreta, ficando mais ao nivel da formulação •
Naquela ocasião suspendemos aquelas reivindicações de carater reformista e ficamos com
as reivindicações sindicais. So mais tarde, nas Tds 8 e 7, e que viemos a afprofundar ma
is estas questões, reconhecendo que a volta a plataforma sindical não resolvia o proble­
ma de lutar por uma alternativa proletaria frente a luta contra a dfiadura.
As Os. que vem de um processo de autocritica em relação ao passado e ligando esse
processo a pratica concreta vão sofrer de maneiras diversas a influencia das perspectivas
libarais, em virtude de sua fraqueza e em virtude do atrazo em se definir a respeito de
questões programaticas e estrategicas. El, uma das Os. do campo proletário, se manteve
durante um tempo grande voltada para dentro, afastada dapratica, e suas^discussões fica­
vam nos limites da retomada das tradições passadas, a tradição teórica . Na oposição ao
PTCP correntes mais abertamente liquidacionistas e e correntes que criticando unilateral
mente o voluntarismo, não vendo que tal voluntarismo em termos de posições, elaboradas
para o interior da 0., não era mais do que a cobertura para a pratica doutrinarista, aca
baram por entrar por um caminho de definição da tatica onde o consciente e rebaixado, e
colocado nã> a serviço da intervenção na realidade, dentro das possibilidades da realida­
de, mas como consequencia da conjuntura, como consequencia das tendencias objetivas que
independente da esq. atuam para mudar a conjuntura. Essa tendencia, que passou $ predomi
nar na direção da pratica de El, não rompeu com as tradições passadas; buscou socorro ne
las, sem uma visão critica de suas deformações, para atacar um dos aspectos que essa tra
dição produzira - o PTCP. Quando se teve que sistematizar uma tatica que tinha que estar
coerente com a tradição do passado, não se teve outro modo que buscar socorro nas pers­
pectivas liquidacionistas. Porque restabelecerias tradições passadas, sem uma visão cri­
tica, na atual conjuntura, ainda negativa, so ha o caminho do PTCP ou do liquidacionismo.
Sem deixar de romper com esse carater liquidacionista, as posições atuais de El evoluem,
tanto por criticas a elas dirigidas, como pelo crescimento das lutas atuais e o fortale­
cimento das politicas liberais. Tem que evoluir em alguns aspectos ultra capitulacionis-
tas da tese aprovada no pleno e tem que revestir as posições ainda atrazadas de uma apa­
rente combatividade em oposição as oposições burguesas ao regime. E então a tradição pas
sada encontra no atual sectarismo e na fraseologia ultra rev. de El a maneira de disfar­
çar as suas deformações, seu intemismo e as consequencias propagandisticas que isto traz
a pratica. E pior ainda. Esse propagandismo vem agora rebaixado ao que se pretende fazer
na conjuntura, passa-se a rebaixar o conteúdo da agit-prop. ao que se torna necessidade
consciente para as massas e passa-se a elaborar formas de luta e organização, que agora
so são compreendidas e aceitas por militantes que seguem o centralismo, para eèfeito de
propaganda, de ensinar de fora do mov. o que o mov. deve fazer.
Ha uma unidade bastante precaria ao nivel dss forças mais avançadas da esq., das
forças que podemos caracterizar como uma tendencia proletaria da esq. E proletaria essa
tendencia em termos da unidade que existe ao nivel de algumas concepções gerais e princi.
pios que atuam para o desenvolvimento de uma perspectiva justa em relação a rev. brasile
ira. Mas que não impedem os desvios na pratica, que não impedem que não venham a se d e ­
senvolver nesta pratica alternativas que rompam por completo com essa precaria unidade.
Entretanto, embora precaria, essa unidade em termos de ideologia acetca da rev. pro
letaria é um dado importante para se desenvolverm discussões e praticas, é um dado onde
a partir dele podera se chegar a uma maior unidade em termos de programa e estrategia e
chegar a acordos na pratica que permitam um trabalho mais concentrado e com forças mais
amplas para a formação de um mov. de esq. proletaria ligado aos movs. atuais que ocorrem
na area operaria e na area estudantil. A discussão e a pratica poderão elevar essa unida
de, criar outros critérios práticos mais elevados para definir um campo proletário e po­
derão intervir para que não venham a se criar blocos em nome de tradições, em nome de se
rem organizações tradicionais , etc. que passem a estabelecer a EP como consequencia da
aceitação por parte de outras Os. das posições de um desses blocos.
Essa unidade fragil,ainda que sofra influencias de tradições passadas não criticadas
e do carater da atual luta de oposição a ditadura, ainda assim e o fator mais importante
do esforço que a esq. faz para se reorganizar e superar a crise de perspeptivas, e o fa­
tor que permite um ponto de partida para se opor em termos de alternativas politicas e db
organização de forças partidarias ao reformismo e ao popúlismo como como se manifestam
hoje na luta de classes.
III* parte: 0 programa» a estratégia e o momento atual

um programa rev. sintetiza de forma clara e precisa os aspectos mais marcantes do


desenvolvimento da sociedade e das relações entre as classes, destacando a posição do
proletariado, a sua situação politica frente ao Estado e a importancia de sua luta; os
objetivos da luta das Os. revs. e dos operários conscientes, as suas relações com outras
correntes politicas, e a sua atitude frente aos interesses de outras classes; e por fim,
as reivindicações que expressem as necessidades objetivas do proletariado na luta de cia
sses no país. 0 programa expressa assim uma visão marxista acerca do desenvolvimento so­
cial e da luta de classes e os compromissos gerais que os revolucionários assumem para
com a luta do proletariado. Neste sentido, por expressar o pensamento marxista-leninist^
os pontos de vista historicos do proletariado com respeito a revolução brasileira, ele e
o primeiro instrumento de unidade dos quelutam pela libertação dos oprimidos. E para is­
to ele nao pode ser simplesmente um texto teorico ou um texto de luta ideologicaj ele te
ra que conter os pontos fundamentais capazes de produzir o primeiro nivel de unidade da
atividade pratiça dos que se colocam ao lado do proletariado na luta de classes. E, con­
sequentemente, e um instrumento dos grupos, organizações ou partidos que expressam os
pontos de vista do proletariado na luta de classes.
A luta no interior da esq» contra o reformismo, principalmente, permitiu um acumulo
de experiencias acerca dos problemas ligados a um programa e a uma estrategia para a re-
voluç~ao brasileira. E foram ectaá experiencias as mais importantes que o passado nos le
gou. Apesar de sistematizadas em alçuns programas e principalmente no Programa Socialis­
ta para o Brasil, que, sem duvida, e a maior contribuição teórica que o passado nos dei­
xou, no entanto essas experiencias e sua sistematização foram insuficientes para unir
em tom o de uma perspectiva programatlca o conjunto das que se uniram movidas pelo dese­
jo de superar os erros e traições da politica reformista, expressa pelo PCB. Rofletindo
a crise teórica do movimento comunista internacional e a sua atomização em diversas cor­
rentes politicas, ate mesmo antagônicas, o movimento de critica ao reformismo, na ausên­
cia de um centro teorico e politico forte no país, ou no exterior, so desagregou, ou me­
lhor, se atomizou numa serie de grupos que de uma forma ou de outra se ligaram as corren
tes internacionais em moda na America Latina. Antes de se chogar as ultimas consequenci-
as no processo de critica teoríca ao reformismo o no processo de elaboração de um progra
ma e de uma estrategia visando a unir a nova esquerda, esta foi encontrar condições de
praticar n seu antireformismo na radicalização do"mov. estudantil e na. pratica terroris­
ta. E aderiram ao terrorismo d^sde Os. que do ponto de vista programatico estavam mais
próximas de uma concepção proletaria, como os casos do MR-8 e da Var-Palmares, passando
pelos setores intermediários, PCBR, indo ate as que mantinham concepções programaticas 1
denticas do PCB, como o caso da. ALN. De outro lado, fortaleccram-ze outras tendencias
que, embora não aderissem-ao foquismo, ja se comprometiam, em palavras, ha muito tempo,
com a guerra de libertação nacional, ou seja, com a aplicação mecanica e dogmatica das
experiencias das revoluções asiaticas, como os casos do PC do B e de uma fração da AP.
K •*
Estamos agora as voltas com a depuração das ideologias pequeno-burguesas que pene —
traram em nossas posições, em particular nocampo da tatica. Lutamos agora contra as de -
formaçoes que vem das tradições passadas e contra as influencias dos setores liberais
das quais podemos ser alvo. 0 principal no memento, ao nivel da discussão, e sem duvida
a depuração das visÕes ideologicas que ocuparam o lugar das analises de conjuntura e do
propagandismo ao nivel da tatica, desvios que marcaram nosso passado, e das influencias
das atuais atitudes politicas dos representantes da pb. e dos setores descontentes da bu
rguesia. Embora este seja o lado principal da discussão, não podemos deixar de levar em
conta as concepções formuladas em does. básicos que utilizamos para a aproximação parti-
daria, e que fornecem a linha aue interfere nas analises e nas posições tatica a serem^
assumidas. Não podemos; como ha muito ja vem sendo feito, apenas constatar 'limitações
dos does. básicos e em particular no PSpB. Se o princiçal nao e a^discussão do programa
e da estrategia, se não iniciarmos agora a critica as limitações existentes, em parti­
cular no PSpB, corremos o risco de continuar formando quadros com perspectivas equivoca­
das, e de produzir taticas onde esteja presente a influencia dessas perspectivas equivo­
cadas. Alem disso, essa discussão e importante ao nivel da esquerda que vem de processos
de rompimento com concepções militaristas ou populistas, porque podera vir a criar junta
mente com as discussões sobre -tatica e a pratica condições para se forjar um instrumento
inicial de unidade, um programa unico que possa no processo de ligação com os movimentos
da massa avançada substituir a unidade ideologica, que carateriza a tendencia proletaria
da esq., pela unidade politica em termos de perspectivas gerais.
As concepções contidas no PSpB influenciaram e continuam influenciando setores da
esq. que procuravam e procuram aprofundar a critica ao reformismo. E sem duvida um pon­
to de unidade entre algumas Os. e de referencia para a pratica e as discussões das ten—
dencias proletarias da esq. No entanto, as próprias Os. que o adotam tem falado em variaB
- 1 -
ocasicfes^da existência de limitações e até mesmo desvios neste programa. Agora outras Os
que ja há algum tempo iniciaram um processo de auto-critica de suas concepções e pratica
militaristas ou populistas formulam criticas ao PSpB, tomando-o como referencia para as
suas discussões de programa, estrategia e tatica.
é importante aqui levantarmos algumas questões que julgamos ser limitações e desvi­
os do programa, algumas questões que podem estar interferindo negativamnetn no esforço
que fazemos çara formular uma tatica correta e ainda algumas incompreensões e erros da —
queles que ja formulam em does. criticas ao PSpB. Como ja afirmamos, as concepçoes
programaticas, nas quais estão presentes os aspectos centrais de uma estrategia rev.,sao
os pontos de partida para a unidade da EP e para o trabalho de aproximação partidaria ;
são tambem a linha que permite estudar e compreender os momentos politicos e definir as
taticas adequadas dentro de um ponto de vista proletário.
As experiencias na luta teórica contra o reformismo foram sistematizadas no PSpB em
6?. Apesar de ser o mais importante aldo da pratica passada, não deixou de se contaminar
pelos desvios que inundaram o processo de formação da nova esq., ou seja, que inundaram
o mov. de critica e superação pratica do reformismo. A ausência de lutas operarias mais
generalizadas, o destaque dado à critica ao pacifismo do PCB e as teorias de Debray esti
mularam as posições e a pratica militaristas. Era essa saida radical que a esq. encontra
va para a sua pratica anti-reformista. Este desvio interrompeu praticamente o processo de
desenvolvimento da critica proletaria ao PCB. A unidade passou a se fazer em termos de
concepções taticas ou estrategicas apropriadas ao terrorismo e a implantação do foco gue
rrilheiro no campo.
Naturalmente que ainda estava por se completar a critica mais consequente ao reform
mismo e que, independente da onda aventureirista da pb., ela poderia e deveria ter se de
senvolvido. Ai estava de fato o ponto de partida para a unidade da esq. proletaria. A re
alidade fornecia lutas estudntis, o aparecimento das primeiras lutas operarias, um amplo
mov. de oposição a ditadura, praticas militaristas, praticas populistas, praticas refor­
mistas. Era um campo fértil para se desenvolverem as posições proletarias, um campo fér­
til para o debate, para a critica, para a luta ideologica no terreno dos principios e
no terreno dos principios e no terreno pratico. No entanto, depois de se formular 0 PSp^
muito pouco se desenvolveu, nem mesmo um jornal politico regular que pudesse acompanhar
o dia a dia da luta de classes se produziu. Mas se produziram posições que visavam a cri
ar exemplos grandiosos para se opor as pretensões grandiosas dos que pretendiam derrubar
a ditadura com o ME e depois com o terrorismo. A greve geral, os comitês de empresa, as
amplas bases operarias, o movimento de universidade critica, a frente de esq. rev., a co
construção do partido, etc. eram os exemplos que se pretendiam criar para atrair a esq.
Exemplos que não saiam do papel e que so satisfaziam as necessidade intelectuais dos que
contemplavam o desenrolar da luta de classes, que não tinham conseguido superar o estrei
to espirito de grupo teorico, apesar dos constantes apelos para a ida a classe.
0 primeiro defeito do PSpB é ser um doc. muito mais voltado para a luta ideologica
do que um programa de unidade de forças politicas que intervêm na luta de classes. Em
consequencia disso, suas analises são extensas e em muitos momentos, para efeito da luta
ideologica, vai deixar de ser rigoroso, como e o caso, por exemplo, de examinar as clas­
ses em bloco, ou seja, a burguesia de um lado e os trabalhadores da cidade e do campo de
outro? de não distinguir no bloco das classes dominantes o inimigo prindpal e o nivel de
cooperação existente neste bloco, nem distinguir os setores politicos sobre os quais se
devem concentrar os golpes dos operários conscientes com o fim de adquirir influencia so
bre as massas; de conceber o desenvolvimento capitalista estagnado e o sistema em crise
permanente e em consequencia disto criar expectativas falsas a respeito das conjunturas
politicas; de conceber a ditadura como continuidade da ditadura velada de antes de 64,de
ixando de particularizar a atual forma de dominação na relação com os trabalhadores e c
com outras classes' etc. 0 segundo defeito e ter encampado uma perspectiva foquista, ou
seja, ter assumido uma forma de luta armada especifica e ter dado a ela o papel de acelje
rar uma situação rev. e colocar no cenário politico umanova lideranga, uma alternativa
ao poder e, ainda mais, de acelerar a unificação da esq. e a formaçao de um partido ope­
rário rev. 0 terceiro deMto e ter assumido uma postura eectaria e teoricista ao consi­
derar o POC como nucleo do partido operário. 0 quarto defeito e ter entrado em questões
taticas, como cosntrução do partido, frente de ^esquerda, formação de comitês e sindicat®
livres e ainda considerar que o proletariado so travara a luta politica quando assumir a
consciência interna da 0., o que significa reduzir a atividaderev. a luta ideologica %
consequentemente, se voltar para o interior, para o desenvolvimento do espirito de seita
0 programa de que necessitamos hoje precisa desempenhar um papel importante no de —
senvolvimento da unidade das forças proletarias de esq., precisa ser um instrumento para
ampliar e unir em t o m o de suas concepções o mov. de esq. socialista que ainda ao nivçl
F2> *0 •<p • <p. 2 6

programatico se acha mais unido por concepções teóricas ou ideologicas acerca do desenvol
vimento da luta de classes do que por um instrumento politico. Todos sabem que a pratica
da EP, as contradições entre as diversas concepções pequeno-burguesas e a realidade, e
mesmo a atividade teórica de intelectuais da pb. tem çroduzido constantemente novos esti
mulos à formação de um mov. de esq, socialista, isto e, tem desenvolvido no interior das
atividades mais importantes entre os operários e os estudantes ideias contrarias as con­
cepções teóricas e programaticas dos reformistas e dos populistas, ideias que de modo ge
ral se aproximam .de uma ""ideologia acerca da revolução socialista brasileira. Buscar a
unidade em tom o de um programa e sem duvida o primeiro passo para que diversos grupos
passem a atuar em termos de movimento, onde ag questões praticas, as divergencias e des­
vios na pratica poderão ser enfrentadas de forma mais consequente de um ponto de partida
unico. Se esta unidade e alcançada no mesmo processo em que se desenvolve as tarefas ta-
ticas de ligação com as praticas dos setores avançados,onde aí tambem as formas de orga­
nização devem estar voltadas para unir a tendencia socialista, podemos dizer que se for­
ja um mov. politico de carater socialista em condições de se fundir com as lutas das mas
sas proletarias num futuro proximo.
Dos defeitos do PSpB que assinalamos anteriomente,alguns deles ja foram levantados
em duas criticas recentes elaboradas, uma por um dirigente de E3 e outra pela direção de
E4. 0 primeiro doc. aponta uma serie de limitações no programa, como na analise dos entB.
ves ao desenvolvimento capitalista, na analise das classes e^ setores de classes, na ana­
lise das particularidades da forma de poder mais apropriada a dominação burguesa, na ana
lise do papel principal dos comunistas na fase de transição, e nas concepções sobre guer
ra rev. Em todos os pontos criticados, com exceção do ultimo, não ha uma divergencia an
tagonica; o doc. procura aprofundar quest~oes que considera limitadas, sem contudo rom­
per com o pontos de vista mais importantes do PSpB. Ja na critica do segundo doc., as
questões destacadas entram em choque com a linha geral d© programa.
Muitas das criticas levantadas são justas, especialmente as do primeiro doc.;outras
no entanto, se podem conter algumas verdades, são em seu conteúdo incorretas e muito pro
vavelmente por consequencia de uma ma interpretação de concepções do programa que estão,
sem duvida, envolvidas na ideologia dá epoca de sua produção e misturadas cora proposições
que cabem a uma tatica. Quando a tarefa central, do ponto de vista tatico, era sem duvicà
a luta ideologiòa contra o reformismo, voltada para a produção de concepções programati­
cas e estrategicas que unifecassem num primeiro nivel o mov. de oposição ao reformismo ,
as questões mais praticas acabaram por ser enfrentadas com as próprias concepções gerais
que se assumiam. A preocupação com a discussão teórica contra o reformismo acabava por
deixar outras tarefas, as que visavam a criar condições para a pratica dos quadros no
trabalho operário, ao sabor da espontaneidade. Com o processo de desagregaçao do reformfe
mo e com o inicio do ascenso estudntil e a retomada das lutas operarias, colocaram-se co
mo questão principal os problemas práticos, os problemas de tatica. ^iante dos problemas
práticos e dos problemas teoricos da luta contra o reformismo, o PSpB assumiu tanto o pa
pel de instrumento de luta ideologica nas questões progrmaticas, como instrumento de ta­
tica. Como 'nele predominou a luta ideologica quando usado como instrumento politico pas
sou a interferir na pratica um conjunto de questões, desde as expectativas de crise per­
manente o da estagnação do desenvolvimento capitalista que^alimentavam as ideologias que
superestimavam as possibilidades da realidade imediata, ate formulaçõas a respeito de fo
rmas de luta e organização que, relacionadas com essas ideologias, tiveram o papel de u-
ma tatica permanente, de uma tatica para uma conjuntura teórica. E, desse modo, o PSpB a
tua para que a pratica não saia dos limites do propagandismo. Ao analisar a realidade e
traçar uma alternativa contra a ditadura, ao situar a luta principal do momento (a luta
ideologica nas massas e na vanguarda) e as tarefas da vanguarda, através de um debate no
interior do doc. com a pratica reformista ou com as soluções praticas pbs., as concepções
do PSpB adiquiriram a forma de proposições taticas. Suas analises a respeito da situação
do capitalismo brasileiro alimentavam a ideia de que haveria uma crise permanente e que
transportada para o plano da conjuntura corresponderia a uma visão idealista acerca das
possibilidades da pratica rev.
Numa das criticas de Engels ao programa de Erfurt, ele dizia: *Í2m minha opinião, o
programa deve ser tão curto e preciso quanto possivel. Pouco importa que se encontre,por
acaso, uma palavra ou uma frase cujo ^lcanOe seja impossivel apreender a primeira vista.
Tratava-se então da discussão de ura programa politico voltado para a unidade^ e para a a-
ção pratica no proletariado. Corasiderava que as partes pouco corapreensiveis a primeira
leitura poderiam ser explicadas pela imprensa ou nas reuniões, porque uma vez apreendido
o sentido das frases elas se transformavam em verdadeiras palavras de ordem. 0 PSpB e um
doc. extenso e que se preocupa com a luta ideologica contra a pratica reformista ou ou­
tros desvios. Isto e, ele opõe diretamente as concepções programaticas nele existentes a
pFatica reformista, por exemplo, para dizer que a tatica reformista e inconsequente. Es-
te raetodo induz então os militantes a utilizarem os pontos de vista programaticos para r
responder diretamente os problemas práticos, o que impede o desenvolvimento da aprecia —
ção sobre o momento politico e a formulação de posições apropriadas. E, consequentemente
passam a ver a luta de classes de uma maneira pura, conservando-se ruma pratica propagan-
distica, esperando ocasiões nas quais se possam realizar as aspirações contidas no pro—
grama. ,
Mesmo agora, quando a realidade ja cansou de demonstrar que ha necessidade de exami
nar os seus momentos particulares e tragar uma tatica apropriada, as discussões muitas
vezes ficam ao nivel da existencia ou nao de movi^mentações de massa, da possibilidade
ou não de construir o partido, de penetrar, etc. Se, dentro de seu metodo, o programa
colocou para os militantes a tatica de se construir o P., de formar a frente de esquer­
da formar comitês de empresa, os sindicatos livres, de ficar na luta ideologica, porque
a luta politica consequente so se travara com a formação do P., da classe independente,e
que isto esta ligado a existencia de um foco guerrilheiro, não sera discutindo se ha ou
não condições de se realizarem essas tarefas que avançaremos na tatica e resolveremos os
problemas que o passado nos deixou. Estas questões se colocam como problemas concretos a
se resolver em determjnados momentos, em determinadas circunstancias. Nao cabe a um pro­
grama se ater em questões que não estarão presentes nas preocupações dos militantes duran
te todo o processo rev. E nem cabe a nos deslocar essas questões para a estrategia e
siplesmente ficar na expectativa do momento em que vai ser propicio realizar este ou a_^-
quele ^objetivo estrategico"*, como se uma estrategia fosse retalhada em varios objetivos
que são gradualmente conquistados.
/ N
Quando um programa fala, por exemplo, de que e nossa missão levar ao proletariado a
consciência de sua situação como classe, ou seja, levar-lhe a consciência politica, ou q
quando fala que deve-se concentrar os golpes de nossas forças e dos operários
conscientes sobre a politica pb. em suas diferentes formas (reformismo, populismo, demo-
cratismo) para conquistar a influencia sobre as massas, são questões fundamentais que es
tarão presentes em nossa pratica em toda conjuntura sob. formas de luta e de organização
apropriadas. Ao contrario, ao falar da formação do partido como primeira tarefa, ou da
formação de comitês , ou da luta ideologica como principal, etc., esta são questões que
so podem se colocar no plano tatico, como consequencia das perspectivas programaticas e
estrategicas que agem sob formas de luta e organização apropriadas a cada momento.
Apesar das analises extensas do PSpB, voltadas para a luta ideologica, elas deixaran
de ser precisas na analise das classes e na relação do proletariado com as classes.E nes
se sentido, contribui bastante para o aprofundamento destas questões o doc. do comp. de
E3 (TD-ll). Não que o programa deva conter todas as apreciações sobre cada classe ou se­
tor d e classe, mas que e com base naquela visão qe se pode ser rigoroso ao destacar o
papel do proletariado na rev. brasileira, ao estabelecer reivindicações que atraiam, as
outras clzsses ou setores de classe que podem e devem ser ganhos pelo proletariado, ao
apresentar o aliado principal do proletariado, ao explicitar o seu inimigo principal,eto
0 defeito da critica do comp. de E3 e que ao procurar estabelecer no bloco das classes
dominantes o seu setor principal, o grande capital, financeiro e industrial, para caracte
rizar quem e o inimigo, principal do proletariado, não avaliou o papel do medio capital
na ceesão do bloco do poder e na manutençao de concepções politicas liberais, populista^
etc., concepções que ao nivel do desenvolvimento da unidade do proletariado com outros
setores aliados e para o avanço da influencia do proletariado sobre as massas são o prin
cipal entrave. Esse setor não e o inimigo principal na luta pela derrubada de poddr bur­
guês, mas alimenta e serve de base as alternativas tradicionais da burguesia ou da pb.
que são as inimigas principais na disputa da liderança e da influencia proletaria sobre
as massas de trabalhadores e seus aliddos.
Influenciados pela ideologia da epoca, ao analisar as deformações que atuam e se de
senvolvem no processo' de desenvolvimento capitalista no Brasil, o PSpB considerou-se a
partir de 64 como bloqueadoras do desenvolvimento. Isto e, considerou que o capitalismo
não mais se desenvolveria, o que representaria em trmos politicos uma crise permanente .
Para que isto fosse verdade seria necessário que as massaa trabalhadors estivessem em
permanente mobilização e não permitissem que a ditadura implantasse a sua politica de su
perexploração. Como o PSpB discute o problema da ditadura como a ditadura em geral da
burguesia, então não procura salientada sua particularidade, aquela que se liga ao atual
estagio do desenvolvimento capitalista, ou seja, a necessidade da superexploração. Porqie
e a possibilidade da superexploração e da intervenção maciça na vida economica que permi
te as classes dominantes periodos de desenvolvimento economico, periodos de expansão da
acumulação da capital e da capacidade produtiva. Se a dependencia do imperialismo e a es •'
trutura agraria atrasada são deformaçãoes ja vindas do passado e que vão se tranforman-
do com o desenvolvimento e gerando novas deformações, como e o caso da superexploração
necessaria, que difere da exploração de antes de 64, isto não quer dizer que o desenvol-
vimento tornou-se impossivel a partir de um ponto. Esta perspectiva alimenta a superesti
mação das possibilidades da realidade para a atividade rev., alimenta o desprezo pela a-
nalise de cada momento politico, uqando não alimenta o economicismo. Em consequencia dis
so, o programa estabelece aspectos de uma tatica em oposição ao reformismo e coerentes c
com a visão acerca da crise permantente, da estagnação pcrmantente do desenvolvimento ca
pitaiista e de suas consequencias ao nivel das concepções ideologicas sobre a conjuntu­
ra. Com isto, o PSpB reduz o campo, para as^ taticas , que respondem ao imediato, a poli-
tica de organização ou a medidas técnicas que melhor permitam agir na pratica para mo­
bilizar a classe de maneira independente, para formar o partido, para travar a luta ideo
logica como preparação da luta politica e da mobilização das massas, para formar os comi
tes, etc. E quando não se rompe com esta ideologia, tem-se então que se transportar toa­
das essas questões para objetivos estrategioos que seriam conquistados em outro momenb
politicopolitico, que seriam taticas para uma próxima conjuntura.
Embora não tenha levado em conta que a ditadura aberta é consequencia em ultima ins
tancia da necessidade da superexploração como meio de garantir periodos de expansão ecos
nomica, o PSpB vai considerar a ditadura como a forma de poder das classes dominantes ma
is adequada ao estagio do desenvolvimento capitalista brasileiro. Tambem contribui para o
eclarecimento deste fato o doc. do comp. de E3, qundo diz que a ditadura não e um fenome
no passageiro, uma exceção para um determinado momento, mas a forma mais perfeita para a
dominação da burguesia no. Brasil. Isto vai trazer consequencias da maior importancia pa­
ra o caminho da luta do proletariado pelo poder. A primeira se refere ao aspecto central
da luta do proletariado pelo poder. Refere-se a necessidade que o proletariado tem de
conquistar direitos politicos, de lutar pela sua liberdade politica para quàorar a resis-
tencia ditatorial das clases dominantes, para se fortalecer e levar a sua influencia po­
litica sobre os setores aliados. Neste sentido, a luta pela completa liberdade de organi
zação e manifestação para as classes trabalhadoras e o aspecto central ou a reivindica —
ção central na luta pelo poder. Isto traz como consequencia a necessidade de atacar os
aspectos dominantes, os aspectos que maior destaque tem na politica da ditadura de forta
lecer o poder economico das classes dominantes e de restringir os direitos dos trabalha­
dores - o arrocho salarial e a maquina repressiva que prende, tortura e assassina. No
processo da luta de classes^, os exitos do proletariado na conquista de direitos politic®
desde os que estão ligados a area sindical ate os que impedem a repressão e a superexplo
ração de agir livremente, representarão conquistas parciais, representarão uma acumula^
ção de forças para a disputa do poder, para a conquista da liberdade completa de organi­
zação enanifestação.
A segunda consequencia daquele fato se refere à alternativa em termos de objetivo
estrategico que assegure a transição para o socialismo e que para isto tera que opor a
ditadura das classes dominantes a democracia para as classes trabalhadores. Para assegu­
rar a liberdade politica rar a liberdade politica para os trabalhadores e a possibilida­
de do proletariado consciente lutar pela hegemonia .nas massas oprimidas e para a implan
tação de sua ditadura, essa alternativa tera que se constituir em governo rev. provlsori)
e quebrar a resitencia da ditadufa e das classes dominantes, desarticulando as forças re
pressivas, armando o proletariado, nacionalizando a terra, estatizando os monopoliios e
os colocando sob controle _operarios, etc. Como o PSpB o define e como a critica do comp
die E3 chama a atenção, o goevemo rev. dos trabalhadores da cidade e do campo, como for
ma de poder provisorio ao qual cabe realizar uma serie de tarefas, entre as quais a mais
importate e garantir a liberdade de organização e manifestaão ao proletariado, e o objeti
vo estrategico (unico) na luta pelo poder. Ou seja, o governo capaz de realizar as tare­
fas que assegurem a. liberdade para as massas trabalhadoras e garantir a livre agitação
politica so podera ser um governo sustentado pelos trabalhadores. Este ser o^governo que
merecera a apoio do proletariado consciente. Não se trata de verificar qual e o momento
em que ira se formar este governo, qual a sua composição, como chegara ao poder, etc.
Trata-se sim de colocar claramente num programa que somente um governo que realize o pp
grama minimo, ou seja, as reivindicações capazes de garantir politica e economicamente a
completaliberdade para os trabalhadores merecera o seu apoio e e por ele que se deve lu­
tar.
Esta posição não é sectaria, como dizem os comps. de E4 (TDll) porque não veem pos­
sibilidade na atualconjuntura dela se efetivar. Tambem não e uma perspectiva atrasada
quando toamada como objetivo estrategico.
Como já dissemos, só há um objetivo estrategico, ou seja, para cada etapa da revolu
ção ha uma estrategia. A etapa de nossa revolução e socialista e consequentemente para
essa etapa .. da revolução ha uma estrategia, A etapa de nossa re­
volução e socialista, e consequentemente para essa etapa cabe uma estrategia. E nesta es
trategia ha um objetivo na luta pelo poder; este objetivo consideramos ser a formação de
um governo de transição que realize as tarefas necessarias para a instaleção da ditadura
P S <ÿ-0-S,p.

do proletariado. A ditadura do proletariado, a construção do socialismo fazem parte do p


programa maximo das Os. proletarias ou do partido do proletariado. Pode ser que no momen
to em que se criem condições para se formar o govemo provisorio e se colocar em pratica
o programa minimo, so um partido rev. esteja em condições de levar os trabalhadores a to
mada do poder, como aconteceu na^segunda etapa da rev. russa. Mas se o govemo dos traba
lhadores da cidade e do campo iraæsumir desde o inicio a forma de ditadura do proletari
do, isto sera consequencia do momento politico, da correlação de forças, da influencia
dos revs. sobre o conjunto das massas trabalhzdoras e outras classes aliadas. 0 impor
tante e que o objetivo do governo provisorio rev. tanto assegura uma maior composição de
forças para enfrentar a burguesia e a sua maquina repressiva, como assegura as condições
para os operários conscientes e o partido rev. do proletariado c onquistarem pela via po
litica a hegemonia sobre as massas. Vejaçi, por exemplo, que nas vesperas da revolução de
outubro, quando os bolcheviques ja haviam decidido pela insurreição armada e retirado a
palavra de ordem de todo o poder aos Soviets (porque estas organizações de poder operari.
o estavam dominadas pelas concepções da democracia pb.), alguns dias antes Lenin ainda
via uma minima possibilidade para chegar a um acordo com os mencheviques e formar um go­
vem o de transição apoiado nos Soviets. Se os comps. de E4 não pretendem de fato conce —
ber duas etapas, ou seja, primeiro luta-se contra esta ditadura militar por um govemo
democcratico-burgues e depois luta-se pela ditadura do proletariado, não tem sentido em
nome de lutas parciais, ou para se contrapor as concepções puristas , considerar secta-
ria a proposição de govemo rev. dos trabalhadores.
As reivindiçações^que compoem um programa minimo são de fato par ciais em relação
aos objetivos finais, a ditadura do proletariado, a . contrução
do socialismo, ao comunismo, mas são as que preparam de fato as condições para a transi­
ção para o socialismo. Se entre estas reivindicações vão existir reivindicações qeu em
principios cabem dentro de concepções de reforma do poder, que não sao em principio opos
tas as reformas, que podem ser aceitas em detrminadas circunstancias pelos setores poli
ticos que lutam por reformas do poder e da ditadura, entretanto, a luta por elas não sig
nifica apoiar ou fortalecer setores das classes dominantes, em particular os seus setoras
que de epoca vãoclamar pela democracia burguesa. Pelo contrario, a luta por elas enfra­
quece o conjunto das classes dominantes, porque uma vez conquistadas dão ao proletariado
condições de ir mais a frente, de não parar a espera de novas traições dos politicos de­
magogos. Assim, por exemplo, o direito de contratar os salarios diretamente con/os patro
es e o direito de greve são de modo geral reivindicações que não> transformam o Estado das
classes dominantes, embora o enfraqueçam. Se representantes da burguesia liberal e em
particular da pb. estao dispostos a aceitar essas reivindicações, porque estão jreocupadcB
com o desenvolvimento do mercado intemo ou com um desenvolvimento mais humano do capi
talismo, elas representam nas ir/.os do proletariado uma arma para impor suas necessidades
economicas imediatas a toda a burguesia, em particular, para reagir a necessidade objeti
va da superexploração que e um meio fundamental no atual estagio de desenvolvimnto para
seestimular o crscimento economico. Tambem não transforma o Estado a luta> contra as tor­
turas e contra as arbitrariedade policiais que ferem os direitos humanos . Aqui tambem
a luta contra as torturas e arbitrariedades policiais significa um fortalecimento da lu­
ta do proletariado e um enfraquecimento da maquina repressiva que garante as classes do­
minantes o direito de oprimir. Ja no entanto a luta por eleições diretas, pela reyogação
do AI-5, pela reforma da Constituição, etc., que tambem não transformam o Estado das cia
sses dominantes, são reivindicações que estabelecem um conteúdo a luta contra o poder,
que são em si umaaltemativa burguesa ao poder expressam ,enfim, as aspirações reformi
stas de setores das classes dominantes ou da pb. frente a ditadura aberta e frente ao
crescimento da integração imperialista e monopolização. A luta por essas reivindicações
representa um fortalecimento dos classes dominantes, porque ao fortalecer alguns de seus
setores interessados, principalnente, em determinadas conjunturas, pelas reformas cria
condições para em momentos de crise estes setores estabelecerem uma unidade politica ao
nivel do bloco do poder, para contornar a crise, para manter a luta de classes nos limi­
tes compativeis com a ordem da exploração capitalista.
Ha reivindicações que, embora não sejam em principio incompativeis com alternativas
reformistas ao poder, são necessidades vitais da luta das massas oprimidas e do desenvol
vimento social que, ao serem conquistadas, agem sobre as bases do poder das classes domi
nantes, obrigando-o a ceder poder tão somente as m,assas exploradas. Ha outras reivindi­
cações que formam^uma alternativa reformista ao poder que opõe a democracia burguesa ou
a democracia pb. a ditadura. Essa alternativa de poder não ataca as bases de sustentação,
do regime; estas reivindicações correspondem aos aspectos centrais de uma alternativa de
setores das classes dominantes que ficaram para tras com o avanço do monopolio ou de re­
presentantes da pb. que aspiram ao paraiso da pequena propriesdade ou a um capitalismo
de estado onde a pb. assuma o papel dirigente. E seste setores estão dispostos a fazer
concessões, a buscar apoio nas massas oprimidas para se fortalecerem. Ao levanterem a bai
- 6-
%
Fij» ÇÍ ■0 • 3o

bandeira da distribuição da renda, da nacionalização das empresas estrangeiras, da revo­


gação do AI-5, da reforma da Constiuição, das eleições diretas, eles formulam uma later-
nativa a atual forma de poder desligada entretanto, das necessidades do desenvolvimento
social, das necessidades de se romperem as bases que sustentam o regime burguês; o pro —
blema então não esta em quem carrega esta bandeira, mas no conteúdo de classe dessa ban­
deira; mesmo que o proletariado a carregue, nada mais estara fazendo do que abandonar os
seus interesses frente ao poder das classes dominantes para carregar nas costas os inte­
resses de setores atrasados das classes dominantes e interesses da pb.
Mesmo que esses setoes apoiem reivindicações que são do interesse das massas, como
direito de greve, melhores salrios, liberdades sindicais, estas passam atestar vinculad$
a alternativa reformista a ditadura, alternativa cuja viabilidade se da em momentos on
de se t o m a necessário, devido a crise e as lutas das massas, uma unidade do bloco das
classes dominante^ voltada para acalmar e enganar as masas e acumular forças para contor
nar a crise. Se da justamente quando a luta das massas trabalhadores cresce e essas po —
“ dem tomar em suas mãos a bandeira que lhes interessa.
Os trabalhadores objetivamente lutam, por ex., pela revogação do AI-5 ao conquistar
direitos ligados as suas necessidades imediatas que na pratica tornam inutil o AI-5» No
entanto, ao se colocar fcente r.o poder, o proletariado consciente e hoje as Os. revs.não
podem fortalecer alternativas burguesas ou pbs. ao poder, Porque estas alternativas for­
talecem a penetração das ideias burguesas e pb. no proletariado, o que entra em contrad_i
ção com a estrategia revolucionaria, ideias que representam as necessidade politicas de
setores ou do conjunto das classes dominantes em determindas momentos. As massas trabalía
doras não chegam espontaneamente a luta pelo poder; espontaneamente chegam a reividicaç-
ções politicas e economicas que correspondem mai^ diretamnte as suas necessidade economi.
cas. Para lutarem pela revogação do AI5 e pelo estado de direito , por eleições diretas
pela nacionalização das empresas entrangeiras, por ex:, e preciso que nelas penetre a in
flueicna politica de fora, no caso dos representantes da burguesia liberal ou da pb. Nos
temos que levar a luta do proletariado seus interesses objetivos na luta pelo poder, a —
queles que estabelecem no nivel da luta politica uma alternativa independente.
Claro esta que no processo de luta de classes interessam ao proletariado a revogaçã
do AI-5, melhorias salariais, liberdades democraticas, etc. Mas o proletariado conscien­
te tera que opor ao vazio dessas^reivindicações quando elevadas ao nivel de alternati­
va ao poder, a ditadura, ao vazio no sentido de se apresetar como uma forma poçular,de
união das classes^exploradas e exploradoras, com um conteúdo não proletário, tera que o-
por a esse vazio reivindicações que em forma e conteúdo so interessam aos trabalhadoras
e ao desenvolvimento social, ao desenvolvimeto .da luta de classes. 0 proletariado opõe
hoje, por exemplo, a revogação do AI-5 das leis de exceção que caracterizam a diatdura a
sua completa liberdade de organização e manlfestaçao. Claro esta que esta reivindicação
se coloca contra o AI-5 e as leis de exceção, mas se coloca contra no sentido proletaria
e não burguês.
Portanto, em termos de politica çeral, de relação direta com o poder, as reivindica
ções qus interessam ao proletariado so podem ser reivindicações que uma vez colocadas em
pratica criam um antagonismo frente ao Estado das classes dominantes, abrem espaço para
a transformaçãoes do Estado, para a passagem do poder burguês ao poder da classe operari
a. Levar ao proletariado ou a outros setores reivindicações politicas que não exprimam^o
carater de classe da revolução, que correspondam a formação de um governo democrático
qualquer, para não ser sectário, e o mesmo que ajudar a perpetuar no proletariado o r e ­
formismo e a dominação burguesa, o atrelamento aos setores politicos que melhores condi
ÇÕes posuem de disputar com os revs. e o proletariado consciente a influencia sobre as m
massas oprimidas.
£ía parte do PSpB onde se estabelece o programa minimo há limitações porque o carater
dado as reivindicações la cntidas e o de servirem de guia para os revs. verificarem se
apoiam ou não um governo de transição, se este tem ou não condilões de levar a pratica
este prog?ama. E, nesse sentido, o PSpB reduz essas reivindicações apenas as mais impor
tantes, as que so podem ser atingidas plenamente com a instalação de um governo proviso-
rio sustentado pelos trabalhdores. E alem disso, por sua pouca preocupação com a pratica
politica concreta, não vai deixar claro que as reivindicações contidas no programa mini­
mo são as que devem orientar a pratica rev. durante todo o processo de luta de classes
e não vão servir apenas para definir o govemo provisorio.
♦N» *
Um programa deve estabelecer em primeiro lugar as reivindicações relativas a politi
ca geral, relativas a transformação do Estado. Em nossa realidade estas reivnidcações de
vem ser assumidas por umépvo.mo provisorio rev. com o objetivo central de garantir a li­
berdade politica, a completa liberdade de organização e m anifestação ao prdetariado, de
garantir todas as suas conquistas acumuladas durante o processo de luta de classes. E pa
Y 2 >* 0 0-
#

ra garantir a possibiliddde proletariado consciente lutar para a implantação de sua di­


tadura. As reivindicações que asseguram isto são as que se voltam contra o poder economi
co das classes dominantes e contra o seu poder politico e militar. São as que visam a de
sarmar politica e economicamente as classes dominantes. Entre elas, as mais importantes
são a destruição da maquina repressiva e o armamento do proletariado, estatização dos mo
nopolios e controle operário das fabricas, estatização dos bancos, nacionalização da ter
ra, controle dos meios de comunivação.
Em segundo lugar, o programa deve estabelecer um conjunto de reivindicações que as­
segurem direitos aos operários e outros setores aliados em particular^ os assalariados a-
gricolas e os camponeses pobres. Essas reivindicações dizem respeito as necessidades par
ticulares desses setores da sociedade, necessidades para melhorar as suas condições poli
ticas e economicas. E exemplo disto, para os operários, o direito de greve, liberdades
sindicais, reconhecimento das xomissões ou comitês de operários de base, imprensa opera­
ria livre, contratos coletivos de trabalho de acordo com as necessidades de elevação do
padrão de vida dos trabalhadores, direito de organizar orgãos de apuração das necessidad
des economicas dos trabalhadores, orgaõs de controle da segurança e condições de traba —
lho nas empresas. Para outros setores, por exemplo, terra para os camponeses pobres, con
tra a censura a criação artistica e literaria, contra a legislação repressiva aos estu —
dantes, etc.
/ N
Como dissemos antes, esta presente no PSpB uma visao de crise permanente, o que o
leva a estabelecer aspectos de uma tatica que na .pratica teria um carater permanente.Li
gado a isto esta presente nele a influencia foquista. Pelo papel dado ao foco, o PSpB es
tabelece uma estrategia militar onde se combina o foco,^ como acelerador de uma situação
de uma situação rev. , como fator de transformação do pequeno partido de milhares de
quadros em partido de massa, com a insurreição urbana que, na fase decisiva, teria o pa
pel principal. 0 peso dado ao foco e o papel que ele passa a ter na luta de classes impo
em uma estrategia militar onde a aliança dos trabalhadores da cidade e do campo, assim
como a disputa da influencia politica sobre as massas, a penetração das concepções revs.
anti-reformistas e anti-populistas seriam consequencias do foco guerrilheiro. Então em
termos de tatica pregava-se a formação do partido de milhares de quadros , confor
me se teorizou^no AV IV, pela penetração do programa do POC, ou seja,do PSpB, nos "’setoe
res combativos do proletariado (entedia-se por estes setores as bases das Os. reformis­
ta e centristas), isto e, manteve-se no PSpB em termos de tatica a ilusão de que haveri­
am um encontro das perspectivas programaticas com as necessidades dos ^conflitos laten­
tes entre bases e direçãoes reformistas e centristas. Ainda curvando-se as tendencias
intelectualistas da 0., consederou-se como nucleo deste partido a 0. que portava o PSpB,
os intelectuais que sistematizaram o PSpB. E ainda em termos de tatica e ligado a perspe
ctiva estrategica foquista, o PSpB,^considerando a necessidade de um proletariado inde —
pendente, que tal independencia so e conquistada na luta politica, que a luta politica
so sera consequente se travada ao nivelda destruição da classe dominante e elevação do
proletariado a classe dominante, e que, portanto, a luta politica so sera consequente q
quando o proletariado se libartar da tutela ideologica da burguesia, vai então optar pe­
la luta ideologica de um lado, como elemento central para se atingir a mobilização para
a luta politica consequente, e de outro vai entregar ao foco guerrilheiro a tarefa de ir
radiar nacionalemte as perspectivas revs., de mostrar o caminho da luta politica conse —
quente as massas oprimidas, de selar a frente dos trabalhadores da cidade e do campo, de
transformar o P. em partido de massa.
Os elementos da tatica proposta pelo PSpB e adequados à estrategia foquista seriam
entãos frente de esq. rev. como passo para ampliação do nucleo do partido (o POC), a lu­
ta ideologica voltada para a penetração do PSpB nos conflitos latentes entre bases opera
rias e direções reformistas e centristas, e para a organização dos comitês de empresa.Os
resultados dessa tatica, indo ao encontro do foco guerrilheiro, permitiria que este pro­
duzisse um partido rev., acelerasse uma situação rev., levasse ao conjunto das massas o-
primidas o exemplo de luta e as perspectivas revs. Estariam então criadas as condições
para a luta politica consequente e para a insurreição urbana. Entre o foco e a insurrei­
ção do proletariado haveria, segundo o PSpB, um so caminho, apesar de prolongado, isto e,
o caminho da luta politica consequente em harmonia com o desenvolvimento do foco guerri­
lheiro, ambos desembocando na insurreição urbana.
Este preciosismo em termos de como se dá a luta por todo um processo esta bem liga­
do as necessidades intlectuais de grupos que detinham aspectos teoricos e apenas a vonta
de para fazer a revolução. Este intelectualismo em termos em termos de programa esteve
tambem presente em outras Os., comp por exemplo no programa de E3, quando se decidiu pe­
lo militarismo. Se os militaristas seüançaram de corpo e alma na pratica terrorista e os
portadores do PSpB não, isto se deve ao fato de que para o PSpB o foco deveria se insta
lar em um momento teorico que na pratica seria dificil de determinar, em situação em que
r*8- •r
*0 *0•

o seu surgimento aceleraria uma situação rev. Por outro lado, colocava-se antes^dessa s
situação uma ta tica na qual a luta ideologica, a penetração nas bases rebeldes e a
formação da FER seriam fatores para a implantação do foco e fatores que atuariam para a
mobilizaçõao das massas a fim de se propiciarem as condições para o foco irradiar as per
spectivas revs., formar o partido de massas e criar as condições para a luta politica
consequente» 0 PSpB acaba por expressar posições que no terreno pratico implicariam em u
ma primeira fase onde não haveria luta politica, onde a luta ideologica e a principal^ a
luta politica nao seria consequente, e uma segunda fase onde apos o foco haveria um so
caminho, uma so luta consequente, isto e, a luta politica pela derrubadz do poder burguac
Essas perspectivas do PSpB fizeram com que as taticas no passado se colocassem no t
terreno da organização, das medidas internas, em particular quanto a formação, ou dos a-
pelos as bases para a ida a classe. No trabalho atuavam as concepções programaticas atra
ves da propaganda ou da luta ideologica. Isto e, fazia-se a propaganda de formas de luta
e de organização adequadas a uma classe independente, adequadas a fase da luta politica
consequente. Essa luta ideologica e o propagandismo visavam a ampliar as forças, penetra:
nas bases que estavam em conflitos com as direções reformistas e centristas e aguardar o
momento do foco onde se criariam as condições para a luta politica conesquente, a forma­
ção do partido rev. dos trabalhadores, e a efetivação da frente dos trabalhadores da ci­
dade e do campo.
Hoje, quando para cirticar o passado, ou a falta de tatica e de analese de conjuntu
ra, não se aprofunda o significado das concepções contidas nos does. básicos, e an parti­
cular no PSpB, e resolve-se explicar • os desvios do passado de maneira simplis­
ta, como sendo a aplicação direta da estrategia, criam-se novas confusões, não se supera
o propagandismo e ainda se corre o risco de rebaixar o conteúdo da pratica rev. Para con
tornar problemas do passado, os comps. de El procuram remeter para a estrategia as pers­
pectivas taticas contidas no PSpB, perspectivas vinculadas a uma estrategia foquista e a
uma visão de crise permanente do capitalismo, onde a realidade necessitaria numa primein
fase da ação ideologiga e numa segunda da ação politico-militar.
Se fosse valida em nossa realidade a reedição do modelo de revolução conforme siste
matização de Ernesto Martins no Marxismo Militante n*l ou se estivessemos numa situação
de conjunto marcada por uma ocupação estrangeira, ou por contradições que colocazsem a
guerra popular ou camponesa como solução dessas contradições, deveriamos tentar traçar
estrategias marcadamente militares. Como essas soluções não cabem a nossa realidade e co
mo a solução das contradições que marcam a nossa situação de conjunto se da através da
luta politica do proletariado, nas cidades principalmente, luta que sem duvida tera que
usar e apoiar formas de luta armada, formas de organização para o combate armado, a nosa
estrategia e essencialmentepolitca; nela não se pode tratar especificamente da estrategi.
a militar. Uma estrategia militar que possa servir futuramente a organização da luta gue
rrilheira ou a açao de um exercito rev. nos confrontos com as forças armadas da reaçã9 e
consequencia no plano militar da aplicação da estrategia politica que se assume em todo
o processo daluta de classes. Mao, ao falr sobre o processo da revolução russa, em seus
escritos militares, distinguia as taticas e estrategias politicas no caso da Russia, mes
mo na fase da luta contra a invasão apos a revolução de outubro,e as tatica e estrategi­
as militares na China.
Por outro lado, uma estrategia não é um conjunto de formas de luta e de organização
um conjunto de objetivos a se assumir no processo rev. formar os comitês de empresa, lu­
tar pelos sindicatos livres,formar o partido, penetrar no proletariado, ou seja, 'fun­
dir as ideias socialistas com o mov. vivo, luta politica consequente, etc. não passam a
ser objetivos estiratejicos, como se a estrategia fossem varias, cada uma com um objetivo
parcial, que cada vez mais se aproxima do objetivo final, a tomada do poder.
A estrategia se define em função de uma situação de conjunto, situação qve compõe
um conjunto de contradições “e relações de de classe que expressam a dominação politica
e economica da burguesia sobre o proletariado. Alterar essa situação de conjunto e alte­
rar a relação de dominação,^de classe dominada os trabalhadores se tornem classe dominan­
te. 0 objetivo estrategico e, pois, aquele que propicia a mudança dessa relação Para ca­
da etapa da revolução ha uma estrategia, e numa estrategia ha um so objetivo, correspon­
dente a necessidade da mudança da relação de dominação.
Um programa rev. expressa resumidamente, de forma clara, os principios que orientam
as ações das Os. revs., como a necessidade constante da agitação e propaganda politica
que leva ao proletariado as ideias revs., anecessidade do partido politico proletário or
ganizado segundo os principios leninistas de organização, a necessidade da ditadura do
proletariado para construir o socialismo, etc. E os aspectos centrais de uma estrategia,
como a luta pela completa liberdade de organização e manifestação dos trabalhadores da
cidade e do campo e a formação de um governo rev. provisorio dos trabalhadores da ci-
dade e do campo como primeiro passo para desarmar politica e economicamente a burguesia;
como a necessidade de voltar a luta do proletariado consciente contra a presença da pb.
populista e reformista no interior do mov. de massas, impedindo a sua unidade em termos
de posições mais consequentes e impedindo que o proletariado atraia outros setores, em
particular os camponese, para a luta pelo poder; como a necessidade de establecer uma a-
liança com os trabalhadores do campo, etc.
Um programa não fala das formas de luta e de organização, dos meios de luta; estas
questões relativas a tatica e a politica de organização^devem ficar a cargo dos Congres­
sos, Conferencias e das Direções das Os. Um programa so se refere a um emio de luta qua
ndo este corresponde a um principio da atividade rev. no país. Um programa fixa então os
principios e as tarefas fundamentais face ao conjunto do mov., isto e, para o processo
da luta de classes em seu conjunto.
Um programa deve responder de modo claro e preciso alguns temas que, de modo iniciáL
poderiam ser resumidos nos seguintes aspectosí a) o desenvolvimento capitalista, a gran­
de produção, a integração imperialista e a cooperação das classes dominantes, a situação
a que este desenvolvimento leva as massas trabalhàdoreas, principalemte os operários; b)
o proletariado e as outras classes em relaççao com o sistema economico atual, os objeti­
vos gerais da luta do proletariado, isto e, seus objetivos historicos que correspondem a
um programa maximo; c) os .objetivos gerais dos revs. em relação ao proletariado, a edu­
cação do proletariado, a educação voltada para o desenvolvimeto da conscienc-ia politica
e da luta politica e da formaçao e desenvolvimento do partido rev., a disput- de influ­
encia e liderança sobre as massas oprimidas, as frente e alianças, a relaçãoados revs.
com o proletariado de outros paises; d) o estado burguês, o regime mais adequado a domi­
nação atual da burguesia, a sur relação com o proletariado, o centro da luta do proleta­
riado pelo poder, a liberdade politica e o governo rev. provisorio como primeiro passo
paraa libertação do proletariado e das massas oprimidas do jugo do capital e comotarefa
central dos revs. frente ao poder; e) as reivindicações de politica geral; f) as reivin­
dicações de politica especifica.

junho/75
T R I B U N A DE D E B A T E S N Ú M E R O 7

1. OBSERVAÇÕES SOBRE A TESE APROVAD A NO PLENO DE LIB ERATIVO DE El

2. T ESE DE El: C O N J UN TU RA E TÁTICA

3. ADENDO: PONTOS D E PARTIDA P A R A O BALANÇO E A REORIENTAÇÃO DA O


(BALANÇO APROVADO PELO CN DE El)
Ç2>.<j>.<p. &, o. 35

OBSERVAÇÕES SOBRE A TESE APROVADA NO PLENO

DELIBERATIVO D E El

Introdução:

A TD-3 (El), publicada há mais de quatro anos, trazia em seu in


terior u m plano tático que u m ano mais tarde viria a ser referendado na
II Conferência. Esta Conferência recomendou o aprofundamento de algumas
questões introduzidas como adendos ao plano : a sobrevivência da esquerda
e a prioridade para o trabalho legal. Logo a seguir, o CN abre com^uma in
trodução à TD-14 (El) uma Discussão Interna que deveria responder às lacu
nas do plano aprovado e chamava a atenção para o exame da situação inter­
na, com o objetivo de adequá-la à tática, e para o aprofundamento da v i ­
são sobre a conjuntura. Propunha u m ativo ou uma Conferência para fechar
esta nova fase de discussão.
De fevereiro de 72 ao final de 7 4 , a discussão interna se desen
vo lveu à m a r g e m da direção, ao nível das tribunas individuais e muito a-
lém dos limites propostos pelo CN na TD-14. Este esteve durante todo es­
se tempo às voltas com as contradições e posições incorretas deixadas pe­
la II Conferência e que refletiam heranças de deformações não criticadas
na prática passada. 0 PTCP* a política de recuo e a TD-16 ( prioridade no
trabalho legal), contraditorios entre si e contraditórios com a realidade,
impediam uma linha de coesão para a direção e para o coletivo. 0 C N , p r a ­
ticamente durante três anos, se "contentou" em b us ca r uma linha de " coe­
rência" entre essas contradições, sem resolv er nenhuma delas, o que o le
vou a uma política vacilante e a zi gu e- z a g u e s , onde em determinados momen
tos pred omi na vam os adeptos do PTCP com a mediação da TD-16 e em outros
os da política de recuo sem o PTÇP e de um processo idealista de discus -
são interna, no qual se achava gá implicita uma posição política extraída
de uma visão subjetivista da pratica passada de El.
A própria realidade externa tratou de m u d a r a correlação de for
ças, sepultando muitas das ilusões do PTCP e TD-16 e, principalmente, a-
fastandi lideranças que mais se i dentificavam com aquela linha política .
No entanto, antes de perder suas forças, essa tendência havia conseguido
m o b i l i z a r o coletivo para num"plebiscito" vo t a r contra a suspensão do
PTCP. E embora o CN viesse a seguir se aut ocriticar desse instrumento uti
lizado e se m a n if est ar a favor da suspensão do PTCP, dizendo mesmo que e£
te era contraditório com a çolítica do ROP (recuo organizado provisorio),
compreendida como linha política e não apenas como m e d i d a s organizatórias
extraordinárias face a problemas imediatos (veja Balnaço do ROP até à R A N ),
optou entretanto pela manutenção da decisão do coletivo de uma maneira
formal, isto é, sem traçar uma linha de atuação sobre aquilo que conside­
rava ter sido u m pronunciamento errado das bases. 0 problema não esta no
respeitar a decisão mesmo incorreta e mesmo através de instrumento inade­
quado, mas no fato de "capitular" diante desta decisão. Essa " capitula -
ção" tinha, contudo, um objetivo político não explícito que com o correr
do tempo ficaria claro. As lideranças que dominavam o CN após a RAN viam,
com base em conclusões subjetivistas acerca de^balanços parciais do passa
do, o rosário de erros acumulados como consequência da falta de formagao
e capacidade teórica dos militantes, da ruptura destes com as tradições
teóricas da ORM, e qu e^qualquer prática na conjuntura negativa teria que
voltar-se para a solução desse problema. Neste sentido, a aceitação passi_
va da decisão do coletivo serviu ao CN de escudo contra os que pretendi_
am ac el era r o processo de solução da crise e para m a n t e r a política de re_
cuo.
Enquanto a crise se desenvolvia, já em uma fase de desagregaçao
interna, onde tendências e organismos intermediários exigiam soluções, o
CN se colocava acima dela, com os seus sonhos de realizar um processo de
discussão ideal, ou seja, que se preparasse um balanço do passado, desde
o IV Congresso, com base n u m processo de formação dos militantes, e que a
p a rti r daí se realizasse uma discussão sobre conjuntura e tática, etc. A
realidade pressionava as bases e as SRs a responderem a problemas prá ti­
cos com instrumentos adequados, a re sponderem a outras forças^de esquerda,
a responderem ao enfraquecimento da militância, à crise ideológica, etc .
Ç-z.cp-ò- 6

Enquanto issç, o CU optava p o r um processo de discussão interna que só po


deria ser viável no caso'de uma 0 . fortalecida na atividade prática e com
uma capacidade de mantê-la em desenvolvimento, e não numa 0 . arruinada par
cerca de quatro anos de tática deformada (PTCP), complementada p ost e r i o r ­
mente pelas novas deformações do ROP. A completa burocratização do CN se
deve à separação entre a situação real que a 0 . vivia e os princípios e
objetivos vistos__de maneira purista, do ponto de vista do dever jurídico
burguês. Separação necessária para a preservação de um CN incapaz., enquan­
to orgão dirigente, o que na prática^correspondia a uma direção formal.De
outro ponto de vista, a burocratização refletia a incapacidade da direção
m a n i f e s t a r de maneira mais sistematizada os seus pontos de vista l i q ui da­
cionistas, de modo a não ferir a moral revolucionaria que ainda não havia
sido completamente abatida. Se o liquidacionismo já estava gerando a desa
gregação de El, no plano das posições, contudo, ele se encontrava disfar­
çado em defesa da "sobrevivência"da 0. E era em nome disso que se defen­
dia o ROP e o colocava como centro de qualq uer tática para a esquerda (ve_
ja Balanço do ROP até a^RAN). Já agora as lideranças dessa política tecem
explicitamente elogios às TDs 17 e 18, onde estão mais presentes as posi_
çÕes liquidacionistas^(Veja TD-9 (0.) e TD 30 (El).
Da II Conferência até. o pleno deliberativo, realizado há pouco
tempo, passaram-se praticamente 3 anos, tempo suficiente para^demo nst rar
a completa falência e incapacidade da direção. E nesta situação só caberi
a m soluções anormais, quase que desesperadas. 0 ponto culminante da cri­
se, onde se colocava em jogo a própria sobrevivência da 0 ., não iria c om ­
p or tar amplas discussões, correções de todos os erros acumulados nestes
três anos e mais ainda os acumulados em todo o passado da esquerda. A mai
oria das SRs. e alguns organismos pres sio nar am então o^CN a convocar um
pleno deliberativo, com poderes para eleger nova direção e discutir, uma
po lítica provisória. 0 CN resolveu adota r essa medida através da C irc ul ar
8 , o que levou dois de seus membros a renunciarem po r discordarem do cará
ter deliberativo do pleno convocado.
0 instrumento escolhido para m u d a r a tática e a direção entra em
contradição com -os estatutos da 0 . e com os princípios do centralismo de-
mò;iát'ico., considerados do ponto de vista de normas gerais para o f unc io ­
namento de uma 0» politica. E justamente quem mais vai se u t i l i z a r dessa
contradição são as lideranças que mais se identificam com a política de
recuo e com as tendências idealistas e liquidacionistas (veja TDs. 9 (0.)
e 30 (El). Outros companheiros, por motivos diversos, também se p ro nun ci­
am contra a quebra do centralismo democrático e caracterizam o pleno c o . mo
forma liz ad or de um fracionamento (veja TD-31 (El).
0 centralismo democrático e as normas estatutárias, por serem ne_
cessidades da prática revolucionária, reconhecidas por todos os militan -
tes, se transformam em elementos da coesão de uma 0. E, ainda que mal a -
pliçados e compreendidos, a sua evocação sensibiliza um coletivo. Ve j a m o
exemplo do "plebiscito" realizado há tempos pelo CN de El. A p es ar de méto_
dos oportunistas, de instrumento "inédito" para consulta às bases e de to
do o desgaste do PTCP, as bases, em nome da legalidade, v o t a r a m contra^ a
sua suspensão, porque em sua defesa levantou-se a bandeira dos princí -
pios : só uma Conferência pode a l t e r a r o que outra Conferência decidiu. E
agora, aqueles que se id entificam com a política desagregadora do antigo
CN e com as teses liquidacionistas existentes na discussão interna l e v a n ­
tam a bandeira da "legalidade", que mais uma v e z volta a sensibilizar o
coletivo.
Havia no momento da convocação do pleno uma situação de exceção,
uma situação extremamente particular, que exigia soluções particulares .Es_
tas soluçoes no plano da organização teriam necessariamente de re presen­
tar a aplicação da teoria leninista e, em particular, dos estatutos,a uma
situaçao específica, para a qual n e m os princípios, n e m os estatutos r e£
p o nde m diretamente. Era necessário u m instrumento e decisões no campo da
organização para aquela situação: seria um pleno deliberativo^ou uma Con-
ferG.icia imediata a forma mais adequada para a d o t a r uma solução provisó -
ria capas de dar^o primeiro passo no enfrentamento da crise ? A deci­
são na prática já se deu. Cabe, em termos de balanço crítico, verif ica r
qual dos dois intrumentos era o mais adequado ou se naqu el a situação, na
prática, ambos se confundiam.
Se ainda não damos uma resposta a esta questão, devemos entretan
to nos v o l t a r contra a direção que v em sendo dada a toda a agitaçao que
ora se faz a respeito do car áte r "não leninista" do pleno deliberativo que
- 2 -
pretende tr ansformar a atual Dl numa nova consulta às bases (sob a forma
de C o n f e r ê n c i a ), de modo a responder se foi ou não válido 0 pleno delibe­
rativo. E por trás dessa consulta estão presentes posições liquidacionis-
tas e métodos burocráticos que p re ten de m novamente, sob a capa da legali­
dade, dominar a 0. (exceção se faça à RD-31 (El)* Mesmo a TD-31,que propu
nha uma saída - a Conferencia imediata - que poderia naquele momento ser
a mais justa, desloca a discussão para 0 problema dos princípios, em p a r ­
ticular do centralismo democrático, para esclarecer 0 direito que todos
têm de defender suas posições, mesmo que não sistematizadas em documentos.
E por não deixar clara a sua posição, mesmo que fosse inicial e limitada,
a respeito das^diversas alternativas políticas, sistematizadas ou não e
que durante três anos estiveram presentes na prática da 0 ., acaba p or for
talecer os objetivos daqueles que lideram 0 processo da critica ao pleno
deliberativo.E eitas lideranças, enquanto não se m a ni fe sta re m acerca de su
as proposições para a prática política de forma mais clara, 0 que estará
presente sao seus compromissos com a famigerada política de recuo e as su
as simpatias em relaçao ao liquidacionismo das TDs. 17 e 18.
A democracia interna deve garantiria todos 0 direito de manifes,
tar seus pontos de vista. Mas para que ela não se transforme numa democra
cia pequeno-burguesa, é necessário que os que se m a n i f est am tomem pa rt T
do em relação às posições políticas em jogo e, nessa tomada de posição ou
. nesse combate, às posições contrárias, seja possível se criar as condi-
çoes para um posicionamento político do coletivo sobre 0 conjunto^das po-
siçoes, o que fortalecerá a coesão e 0 centralismo. Se durante três anos
de contradições, de crise^aguda, 0 CN não abriu um canal^para a democraci_
a se realizar, nas condições reais de El e não em condições ideais, ele
rompeu com 0 centralismo democrático. E este rompimento tinha o objetivo
claro de impedir que outras tendências que já h a v i a m avançado na ^crítica
aos seus desvios e à^política da 0 . v i e s s e m a pre do min ar na direçãoch prá
tica da 0. A discussão do caráter do pleno deliberativo acabará p or ser­
vi r à dogmatização da teoria leninista, ou melhor, à transformaçao do cen
tralismo democrático em norma jurídica burguesa se se desligar da situa­
ção concreta p or que passava e passa a 0 . e das correntes políticas^ que
se m a n i f e s t a m na prática interna e externa de uma forma clara ou não.

Outro aspecto das discussões atuais, que ^te m sido relegado a um


plano secundário devido à agitação em torno do caráter correto ou não do
pleno, é a política provisória adotada pelo pleno e transformada em tese
do CN para a atual fase de Dl. E é sobre ela que pretendemos aqui desen -
v o l v e r observações críticas como ponto de partida para a discussão desse
documento em nosso coletivo e para a Dl conjunta entre nós e El.
Essa tese teve origem em um documento apresentado por uma _ das
SRs de El ao pleno deliberativo. Esse tinha^sido produto das discussões
de conjuntura e tática realizadas nesta seção, onde pôde haver uma aproxi^
maçao entre duas das tendências que se m a n i f e s t a v a m nas tribunas individu
ais : TDs 19, 25^e 29 e TDs. 18 e 26. Durante o processo de crise de El,
desde a II Conferência, os companheiros que si ste matizaram suas posições
nas TDs 19, 25 e 29 se coloc ava m à frente do processo de discussão,na m £
dida em que conseguiram, a p es ar das limitações que contêm aquelas TDs, de_
senvo lve r 0 combate ao PTCP e aos desvios liquidacionistas tanto do ROP
como das TDs 1 7 e 18, principalmente. A importância dessa crítica e a sua
ne cessidade não s ubstituiam entretanto 0 a profundamento de uma a lt e r n a t i ­
va política, ou seja, de uma linha políti ca para a prática atual da 0. A
crise de El colocou limites grandes tanto para o desenvolvimento da críti
ca aos desvios como para a sistematização e o a profundamento de uma linha
política. E isto^se agravou quando a crise passou a exigir uma solução i-
mediata. Foi então^elaborada uma p ro p o s t a de tática ao pleno que continha
profundas d e f o r m a ç õ e s ,^tanto por influência da pressa de sua sistematiza-
çao, como de contradições existentes entre as duas tendências que se uni.
am na SR de W para a sua produção. Al gu mas das contradições foram supera­
das na discussão realizada no pleno e o documento foi modificado em al­
guns de seus itens que expre ssa vam ma i s a influência ideológica das p e r s ­
pectivas contidas nas TDs 18 e 26.
0 documento aprovado e tran sf orm ado em política provisória de
ser,na atual fase de discussão, o r e f e r en ci al para as antigas tendências,
ou para as que se formam agora, a v a n ç a r e m na explicitação ou desenvolvi -
mento de suas posições.^No entanto, devido à fraqueza da atual direção,sa
ida de um pleno que, além de não r e p r e s e n t a r formalmente as posições das
bases, não contou com o apoio de boa parte das lideranças convocadas, a a
tual discussão tem se concentrado praticamente na validade ou não desse
pleno. A pe sa r dessa realidade, consideramos que a atual linha é um ponto
de partida para a superação da crise. Para isto é necessário que o atual
CN consiga m a n t e r de fato o caráter provisório dessa linha e das medidas
saídas do pleno, o que significa intervir sobre a atual discussão procu -
rando deslocar os debates e m ^ t o m o da validade ou não do pleno para o a
profundamento das posições táticas. Para^isso, é importante se extrair 1^
ções de um balanço que situe as deformações de todo o passado, o que cria
rá condições para que os responsáveis pela antiga direção e todas as ou­
tras correntes se m ani festem em todo o coletivo de maneira mais clara a
respeito das questões orgânicas e das questões políticas.
Para a discussão da tese de conjuntura e tática de El, aparece de
início uma grande dificuldade. Devido às particularidades da Dl de El, es_
te documento se prende à^necessidade de, junto aos aspectos analisados do
momento atual e as posições táticas a s s u m i d a s ,^estabelecer métodos e con
ceitos teóricos e de situar a cada passo relações diretas entre as que s­
tões que mais caracterizam os erros do passado e as respostas práticas ne_
cessárias à atual realidade. É nos instrumentos específicos para a ( forma
ção^teórica de quadros que se devem re solver os problemas ligados à unifi
cação dejnétodos e conceitos. E são nos balanços do passado onde se ex­
trai lições a respeito dos erros de formulação da tática, de sua relação
com a e s t r a t é g i a , do por que se cometeram desvios e erros, etc. Assim e
que os textos teóricos e um balanço aprofundado da atividade política pas_
sada devem servir de subsídio para a elaboração da análise da situaçao a-
tual e da tática, assim como tambem o são os documentos de luta ideológi­
ca produzidos na fase de discussão. A tese ou a posição assumida deve ser
entao bem direta e bem simples. Nos textos de Lenin, p or exemplo, mesmo
os de luta ideologica, não há uma^discussão de conceitos teóricos ou m e t £
dos de forma pura ou isolada. Estão presentes em sua aplicação, na sua for
ma prática. No texto "A revolução proletária e o renegado Kautsky", onde
estao presentes conceitos de ditadura, de democracia, assim como uma vi­
são teórica não marxista de K a u ts ky a respeito da^passagem do capitalismo
ao socialismo, etc., Lenin, mesmo citando Marx, não vai opor de forma pu ­
ra a teoria mar xista à teoria de K a u t s k y reduzindo o livro a u m debate t£
órico. 0 debate é, antes de tudo, u m debate político e ao alcance de to­
dos. Qualquer operário compreenderá facilmente ao ler aquele livro por que
K a u t sky era u m traidor a pe sar de "marxista", mesmo que o operário^nao co­
nheça a teoria marxista, e compreenderá por que a ditadura proletaria e a
forma de realizar a sua democracia e çor que é ela que serve concretamen-
te a sua luta, não no plano dos princípios, mas no plano concreto da vida
e luta operária.
Ao serem explicitados o método e os conceitos com o objetivo de
se dar rigor ao texto (tese), acaba-se^muitas vezes por b u sca r na realida
de apenas exemplos, o que limita as análises e suas consequências para a
tática. Assim, por exemplo, em quatro ou cinco itens diferentes do docu­
mento, aparec em apreciações sobre a situação da classe, em muitos casosjn
ra satisfazer a necessidade de ex em plificar conceitos e métodos. Alem dis_
so, e talvez p or consequência disto, o^documento assume uma l inguagem so­
fisticada. Isto não é apenas uma questão formal^ ela pode estar servindo
para m a n t e r ao nível de "principios" questões que não são respondidas no
plano prático, ou melhor, os conceitos, os princípios ou as formulaçoes
rais - que incorporam essa sofisticação - ac abam por oc upar lacunas e p r £
tendem assum ir nestas o papel de dar "cientificidade" às posiçoes formula
das no texto.
Da forma como se apresenta, o documento é bastante inadequado a
uma 0 . politica que busca concentrar-se no trabalho operário e ^ pe net ra r
suas posições em seus setores avançados. Sem dúvida que os operários, mes
mo os mais capazes, sentirão imensas dificuldades em c omp re end er o doeu -
mento, as s i m como os militantes que já chegam à pratica política com uma
herança cultural. Em vista dessas questões, é possível cjue muitas das ob­
servações que faremos a seguir não sejam de fato divergências mas li mita­
ções na maneira como se sistematizou o documento.
Ê nec essário chamar a atenção também sobre as nossas fraquezas e
limitações de nossa prática que a f e t a m o aprofundamento que buscamos dar
às questões em discussão, as si m como a forma inicial em como se encontra
as discussões de alguns problemas importantes para a atual pratica politi_
ca.
I

Buscando superar em parte as dificuldades que o documento apresen


ta, não seguiremos a sua estrutura. Organizamos as nossas observações em
três itens gerais, de modo a compor os diversos aspectos^ qu e^f az em parte
do aprofundamento dasjposiçÕes taticas. Esta exposição não só facilita a
crítica e a compreensão do documento, como apresenta um método de aprofun
damento dos problemas coloca los pela atual fase de Dl. Ao abordar cada uin
desses itens, não pretendemos responder a todas as insuficiências apresen
tadas no documento, mas, pelo menos, deixar aberto o campo para u m p o s t e ­
rior aprofundamento.

I) Os pontos de partida para o aprofundamento da visão sobre o momento

atual e sobre a tática.

Os pontos de partida para se compreender a situação atual e elab£


rar uma tática correta advê m de duas fontes. A primeira e o próprio passa
do (visto de maneira crítica) da prática política, em par tic ul ar no país.
Essa prática acumulou, como no geral todos concordam, muitas^deformações
que se não forem criticadas em suas particularidades ainda vão .encontrar
terreno para agir, mesmo que sob outras roupagens. Entretanto,_o passado
nao pode ser reduzido a uma visão geral sobre as suas d e f o r m a ç õ e s ,ele nos
fo rn ece,além dessa visão, muitas liçÕes retiradas dos diveros aspectos de
suas experiências deformadas ou não. E também não pode se reduzir a uma
fonte de estudos abstratos, ou seja, de estudos que não tenham relação oom
os problemas concretos levantados pela prática política atual. E é na re­
dução do passado a estes dois extremos que tendem a se colocar, de u m la ­
do, a tese do atual CN de El, de outro, as lideranças do antigo CN.
A segunda fonte é a^visão de conjunto acerca do^capitalismo no pa
ís, em sua fase de integração ao imperialismo,das relações fundamentais
entre as classes e da estratégia necessária parado desenvolvimento da lu ­
ta pelo socialismo. Estas análises e estas posições se encontram nos^docu
mentos básicos, em part icu la r no P3B. No entanto, devido às deformações
na prática passada e na mais recente, é importante resumi-las, explicitan
do em especial a estratégia que deve orientar as práticas que se colocam
ao lado do proletariado, ao lado da revolução socialista no Brasil.
Como dissemos antes, estas duas ordens de questões devem ser con­
sideradas pontos de partida para o aprofundamento da situação atual e p a ­
ra a elaboração da tatiça e, consequentemente, devem servir para a forma
çao e para a luta ideológica contra os desvios atuais. Não devem fazer par
te do corpo do documento que irá apre se nta r a visão sobre a situação atu
al e sobre tática.

a) A primeira fonte

Pela observação do passado, e mais particularmente da fase em que


se produziu e se colocou em prática o "Plano Tático de Construção Partida
ria" (El), pode-se concluir que fracass ara m os objetivos que a nova es
querda procurava al ca nça r : superar o reformismo, pe net rar no pro l e t a r i a ­
do, se c olocar como alternativa política a amplos setores. Todos concor -
dam que os erros e desvios que levaram a esquerda^a não cumprir a ma i o r
parte dos objetivos almejados estão em questões básicas,como o isolamento
do proletariado, as origens p equ eno-burguesas das novas Os., a_ situação
de crise do MCI. Como estas questões são dados da realidade, não avança -
mos emanada ao ficarmos explicando o passado pela sua existência. A práti_
ca política é quem poderá modificá-los.
Ao se u l t r a pas sar esse nível de compreensão do passado, ap arecem
no momento duas correntes. Uma explica os erros do passado pelo fracasso
de uma geração de intelectuais revolucionários que não estavam (nem es­
tão) preparados teoricamente para a sua missão. A formação teórica precá
ria e os méto dos organizatórios empregados para a discussão e formulação
das posições táticas são, para esta corrente, as causas mais importantes
que têm permitido o vo lun tarismo e todos os erros cometidos na esquerda ,
em pa r t i c u l a r na "tendência proletária" a partir do IV Congresso de El
Porque até este Congresso teria existido "lucidez teórica", o que tinha
permitido então os avanços nas análises da sociedade^brasileira e^na fo r­
mulação de uma estratégia geral para a nossa revolução, em oposição às
^$44 6\pAo
tendências reformistas e populistas. Para essa corrente é então a partir
da fusão com a DI-RS e a formação do P. que se teria iniciado um p r oce s­
so de degeneração da "lucidez teórica". 0 que se busca apr ender com. o pas_
sado, pois, é que não há capacidade suficiente para se dirigir a prática
política dentro dos objetivos gerais a que ela se propunha antes. É neceis
sário então u m "recuo" que visa a mo di f i c a r as metas e a própria estrutu­
ra de funcionamento para buscar a "pureza teórica". Daí a visão de que só
é possível se avançar na pratica depois de todo um processo idealista de
Dl, onde se analise o passado como fonte para um trabalho teórico e ^não
politico. Isto^porque ao colocar o teórico, a "lucidez", como consequên -
cia da apreensão geral do marxismo e de sua aplicação nas práticas p ass a­
das isoladamente da prática atual e de suas necessidades objetivas, cria-
se uma separação entre teoria e prática. E o político é visto exclusiva -
menté~comõ~ a "capacidade abstrata" a se formar, ^a qual, depois de pronta,
venha a dar resposta aos problemas da intervenção na luta de olasses de
modo a se^avançar no caminho estratégico da revolução brasileira.
Não só o nosso passado, mas também o do MCI nos mostrarão incapa-
cidades, erros e desvios, produtos, em última instância, de deficiências
na formação teórica. Mas somente em ultima instância, porque não basta ter
uma capacidade de compreensão do marxismo para não se cometer desvios e
erros na prática. Esta oferece problemas concretos aos quais o marxismo
não responde diretamente, e entre a teoria científica e a prática se mani^
festam interesses de classe que tanto pod em asse gur ar a aplicação correta
da teoria como a incorreta. Plek han ov e Kautsky, com grande "lucidez teó­
rica", não deixaram de cometer__ grandes erros na direção da prática políti_
ca. Dessa postura ou dessa visão idealista acerca de nossos problemas, so
podem sair soluções do tipo da política do ROP ou das proposições das TDs
17 e 18 (21). Nos momentos de crise ideológica mais profunda da pequena
burguesia, as soluções são l i q u i d a c i o n i s t a s , capitulam diante das tarefas,
b u sca m esconderijos nos laboratórios onde se vai analis ar o passado e com
pr ee nde r o marxismo. Nos momentos em que a realidade começa a m a n i fe st ar
tendências para retomar o processo de lutas, o liquidacionismo poderá se
reves ti r de um aparente revolucionarismo que buscaria travar a luta ape -
nas no terreno dos princípios, de cima das impurezas da realidade. Em vis_
ta dessas questões, é que os adeptos dessa corrente não dão agora nenhuma
importância , antes de realizar a purificação dos quadros pela formaçao
teoriça, à intervenção na realidade de maneira a mod i f i c a r aspectos parci^
ais, à produção de um jo rnal,^revista e outros materiais necessários ao
trabalho político, à manutenção de uma estrutura orgânica de caráter com­
bativo, etc. Em todos os materiais desde a formulaçao do ROP, ap esar das
diferenças e das modificações no correr do tempo, no essencial estas con­
clusões a pa rec em nas TDs 14» 17, 18, 30 e no "documento de renúncia" de
dois membros do CN (TD-9 (0).
A segunda corrente em termos de visão acerca do passado está p r e ­
sente ^nas posições da tendência que desenvolveu em El a crítica ao P T C P e
à política do ROP, a ssi m como ao capitulacionismo das TDs 17 e _l 8 p rin ci ­
palmente. Essa corrente (TDs 19»25, 29) predominou na elaboração da tese
oficial do novo C N . No entanto, as necessidades imediatas do combate aos
desvios da política oficial^e das tendências da Dl li mitaram uma m a i o r a
profundamento de suas posições, como acabou sendo em parte influenciada
pelas contradições^da vida interna, absorvendo algumas posições ainda vin
culadas às concepções de recuo, e rejeitando outras posições por uma sim
pies inversão, ou seja, adotando unilateralmente o seu contrario. Ao bu£
car uma explicação geral aos erros e desvios do passado, essa corrente ,
diferentemente da^primeira, vai usa r como critério a unidade n ec essária
entre teoria e^prática. No passado, os avanços no campo da teoria geral
para a revolução brasileiro, mesmo ç^ue ainda limitados, não foram co rres­
pondidos com avanços na pratica política. Entre a teoria e a prática a t u ­
ar a m interesses p e q u e n o - b u r g u e s e s , sob a^forma de voluntarismo ou imedia-
tismo. E a causa mais imediata da produção de posições adequadas a estes
interesses se deveu a u m espaço vazio entre as posições gerais e a reali_
dade concreta, vazio no sentido dos interesses da luta do proletariado
Não se a p li cav am dialeticamente as posições gerais à realidade viva, elas
serviam simplesmente para justificar o revolucionarismo da pequena burgue
sia e al im e n t a r posiçoes inconsequentes. Não se pro duziram táticas adequa
das à estratégia e aos momentos políticos, porque se via a realidade esp£
cifica pelas lentes das deformaçoes estruturais do atual período h i s t óri ­
co de desenvolvimento do capitalismo no Brasil. Esta explicação geral, ao
— 6 —
f ò 4J

contrário da primeira, permite ver a relação entre teoria e pratica no


passado, como permite ap render com ele de onde é^necessário part ir hoje
para corrigir os erros e desvios em íntima ligação com as necessidades da
prática, ou seja, relacionando a teoria com a prática. É, então, uma p r e ­
missa geral tanto para se a nalisar m e l h o r o passado, como para agora en­
contrar perspectivas mais corretas para orientar a intervenção política.
Portanto, cria condições para impedir que a crítica ao passado seja feita
de maneira abstrata, isto é, sem p ro curar responder aos^ problemas atuais
da prática p o l í t i c a i respostas que se forem dadas poderão abrir o caminho
para que com uma pratica mais adequada venha^a resolver suas limitações ,
lacunas, etc., inclusive a deficiente formação dos militantes.
Ao encampar essa premissa, entretanto, a tese do CN a encampa
com deformações. Ela assume na tese o papel da crítica específica ao p a s ­
sado e o papel da "cientificidade" das posições assumidas no terreno das
análises e da tática. Em função disso, o passado como palco de experiên­
cias práticas concretas nada mais tem a v e r com o presente. E neste a n o ­
va pratica nada irá ensinar, n e m corrigir. E, desse modo, rompe-se com o
próprio significado daquela premissa geral na medida em que ela seria um
guia útil e fundamental para ligar a teoria à prática. Mantendo-se atrela
da aos desvios da tradiçao de El, a tese assume a postura de que a teoria
é tudo e a prática é apepas o seu subproduto. A explicação geral do passa
do e a apreensão teórica'de vcertos,imé.todos e conceitos a respeito de con­
juntura e tática passam a ser q bastante para que a tese se apresente co­
mo imune aos erros, desvios e lacunas. _
As3umindo explicitamente a posição de que o balanço do passado ,
ou a crítica ao passado, não era objeto da tese e que tem uma autonomia
em relação à necessidade de se co mpreender a conjuntura e de se formular
perspectivas táticas, o documento deixa clara a postura a que n o s .referi­
mos acima. E mesmo que se diga que ^á h aviam sido examinados o período da
produção do PTCP e o çeríodo de vigência do ROP, este exame, além de fi­
car nos limites da critica geral (a falta de uma análise de conjuntura e
a inadequação da tática ao momento), não examina todo^o passado e n e m re-
laciçna os erros, e inclusive a falta de análises e táticas corretas, com
a prática an ter io r e com o processo de crítica ao reformismo que formou a
nova esquerda no país. 0 documento assume uma posição que pretende conci­
liar visões críticas gerais diferentes a respeito do passado. Diferenças
estas que trazem consequências para o exame mais minuciçso dos erros do
passado^quando se busca deles e xtrair lições para a prática atual, ou s£
ja, lições que servem^para resolver problemas específicos da atividade a-
tual, problemas que não se resolvem simplesmente pela compreensão de ser
necessaria uma "mediação" entre estratégia e a realidade e o conhecimen
to de mét 'dos^ e conceitos teóricos. E por isso o documento, mesmo depois
de sua correção com a discussão do pleno, apresenta contradições e pontos
onde pode m se desenvolver desvios na atividade prática.
Ao dar ênfase aos desvios acumulados no período de produção e de
vigência do PTCP, ou^seja, no período após o fracionamento do P., o docu­
mento assume a posição de que este período representou uma ruptura com as
tradições da ORM, etc., sem contudo deixar de es cl arecer que a vida da 0.
sempre se deu à m a r g e m do MO. No entanto, o próprio documento irá dizer
que foi neste período (PTCP)que a 0. conseguiu aproximar-se do proletaria
do, criar pontos de contato, co nhecer m e l h o r a realidade da classe, etc .
A^razão de ser da 0. é a sua tradição teórica abstrata ou a sua realiza -
ção^na aproximação e penetração no proletariado ? Há que se f a z e r ^ m a re­
lação entre os profundos desvios da prática mais recente com a prática
mais anterior, porque senão cai-se no esquema dos liquidacionistas atuais
que de certo modo dizem que até o IV Congresso houve "lucidez", houve ca ­
pacidade teórica e que a partir^daí (houve uma fusão com a "falta de luci_
dez^ da Dl, saída de "quadros lúcidos',' etc.) começou-se a ac um u l a r defor­
mações e que, p o r t a n t o % só com um processo abstrato^de reeducação isto p £
deria se resolver. Sera que antes do IV Congresso não houve^erros,não hou
ve imediatismos e v o l u n t a r i s m o s , não houve falta de uma visão correta so­
bre tática ? E como se explicar, p o r exemplo, que se tenha apoiado u m fo­
co guerrilheiro que se organizou logo após 6 4 , o reboquismo em relação à
onda militari sta da pequena^burguesia, o que levou o Aonde Vamos IV a a d £
tar uma posição de construção partidária a partir do foco guerrilheiro ,
etc. ? E po r que um dirigente lúcido como EM em um documento mais recente
(Problemas da revolução brasileira) avalia as forças e 9 papel de sua 0.
no movimento operário de uma maneira completamente ilusória ?
Ap e s a r dos desvios, El (após o f r a c i o n a m e n t o ) se ajproximou e se
concentrou de fato no trabalho operário, ultrapassarão o nível de luta i-
deológica em que esta questão ficara no passado. E as experiências aí não
po d e m ser desprezadas simplesmente por se ter que ajustar contas com o vo_
luntarismo. E n e m se compreenderão as contradições desse período, os er­
ros e avanços, se não os relacionarmos com o passado mais distante e com
as situações concretas da época.
0 esquematismo^que o documento i r á ^ a p r e s e n t a r fem questões sobre a
relação estratégia e tática e na manipulação de princípios e conceitos vii
ter a sua origem justamente no desprezo p o r um ezame mais cuidadoso do
passado e na superestimação do papel <jue tem a explicação do passado pela
falta de análise de conjuntura e de tatica como "mediação" entre estrate-
gia e realidade imediata.
D i z o documento que os saldos acumulados na prática mais recente
na aproximação com^a classe e na^efetivação de pontos de contato não re­
prese nta m penetração. A penetração é vista em seu significado puramente
teórico, isto é, no próprio ato de fusão entre teoria e movimento vivo. E
nesse ponto de vista, __o documento apresenta uma igualdade mat emá ti ca en­
tre partido, penetração, organização de combate e estratégia. As quantida
des acumuladas nada têm a v e r com uma n o v a q u a l i d a d e , compreendendo-a de
maneira dialética, ou como produto de uma ruptura, mas ela, no entanto ,
não^se faz sem um processo de acumulação de quantidades. A construção par
tidária, a penetração e a estratégia são processos e em cada um^ha objeti_
vos finais a se atingir. E,como processos, não se limitam na prática con­
creta ao ato de execução de seu objetivo final e, por conseguinte, .estão
presentes na r e a l i d a d e ? seja ela favoravel ou não a execução dos objeti -
vos, como posições^políticas e como resultados parciais. Os saldos a c u m u ­
lados na aproximação são saldos acumulados na penetração. P o r acaso o ca­
minho da penetraçao não necessita destes saldos na atual realidade? E is_
to nos leva a outra questão que é a de que apes ar das posições deforma -
das do PTCP, do.seu desajuste da conjuntura, pela primeira v e z El se m o ­
bilizou para formular uma tática para penetrar, uma tática para superar o
isolamento em çjue se encontrava o P., uma tática para superar o desvio
do P. em diregao ao militarismo. E este fato criou no campo da organiza -
ção as condiçoes para de fato se concentrar no trabalho operário. Os sal
dos negativos se devem à incorreção da tática e os saldos positivos se de_
v e m à ruptura do eixo da construção partidária que passou da prática ide-
ologica ou das saídas imediatistas pequeno-burguesas (ME ou FG) parao^tra
balho operário concreto. E este foi possível porque se formulou uma táti­
ca de intervenção. 0 que limitou o seu alcance foi a inexistência do rom­
pimento com o imediatismo e vo lun tarismo e os próprios "purismos"^da tra­
dição passada. E por não ter rompido com o passado, essa tática não abriu
espaço para se a prender com a realidade, com as novas experiências, o que
poderia ter evitado as suas consequências desastrosas no período mais re­
cente.
A questão de caracterizar a atual prática como uma prática de p e ­
netração £que hoje se caracteriza pela a c u m u l a ç ã o ^ e forças) não é apenas
uma questão formal. Está presente no caráter da tática a se assu mi r hoje.
Ou ela procura dirigir o conjunto da prática para a penetração (compreen­
dida como processo dialético e não gradual) orgânica e política ou ela a-
bre mão disto e vai se co nc entrar na manutenção de contatos, n u m trabalho
teórico, ou numa resistência ideológica, n u m trabalho de propaganda da es_
tratégia, etc, tudo isto representando uma ruptura com o processo de p e n £
tração e podendo ser caracterizado como^recuo : vai-se co nce nt rar em de -
terminadas tarefas para em outra situação retomar o processo de penetra -
ção, o que em nossa realidade, onde nã o^e x i s t e m ainda os laços com o p ro­
letariado, irá significar uma conservação física de militantes, uma tran£
formação em organização fechada ao exter ior e voltada para os seus p ro bl£
mas internos.
Ao reduzir a penetração ao ato de formação do Partido (a fim de
m a n t e r rigor entre conceitos que significam fusao entre teoria e m o v i m e n ­
to operário vivo) e tomando este como a estratégia, o documento acaba por
sep ar ar tática e estratégia ao dar à conjuntura, vista como dado objetivo,
o papel exclusivo de definir a possibilidade ou não da formação do P. e,
c o n s e q u e n t e m e n t e A da penetração. Dessa forma, a tática atual, compreendi^
da como orientaçao para a nossa intervenção, está separada da estratégia
pela contradição entre esta e a conjuntura. Hoje não se forma o partido e
port an to não se realiza a estratégia! A próxima conjuntura será a conjun-
- 8 -
p 3 tf>. 4 j

tura de ascenso e então será possível criar o partido e realizar a estra


tégia. Em 6 8 , por exemplo, havia condições para se formar o partido, diz
o documento. E, seguindo a sua lógica, este naturalmente não se formou
porque não existia uma tática voltada para esse objetivo. E aplicando tal
lógica a 68 e supondo ter sido possível formular uma tática de CP, ou se­
ja, formação de bases políticas no proletariado, a 0 . teria que te~ envia
do os seus estudantes para as fábricas para organizar tais bases e no res
to confiar na magia da pureza das posiçoes que po r si só transformariam as
consciências e forjariam lideranças 1 0 que se acumulou antes para ser
possível construir o P . ^ e m 6 8 ? Que alteração na realidade^tínhamos c o n s e ­
guido realizar para entao colocar no centro das tarefas táticas a organi­
zação ou formaçao do P.?
Além desse esquema nas relações entre estratégia^ tática, partido,
penetração, Ode combate, e t c . ? o documento ainda lança mao de outros como
os de que a tática e a estratégia soo conceitos aplicáveis a exércitos e
que hoje somos apenas um "estado-maior a u t o n o m e a d o " , etc.
Todo esse esquematismo adv ém da aplicação no terreno prático da
luta ideológica necessária que se tinha travado no passado. Da luta ideo­
lógica que visava a explicitar os princípios do marxismo-leninismo, mas
que acabou p or confundi-los com as próprias particulatidades que teriam
que ter a estratégia e a tática para a intervenção na realidade política.
E, neste sentido, passou-se a se criar todo u m esquematismo na prática oon
creta. A estratégia e a tática são instrumentos, na luta de classes, para
orientar as práticas das Os. políticas ou dos partidos. Elas são os ins -
trumentos de uma intervenção consciente e, portanto, não podem ser instru
mentos do "exército mobilizado". 0 "exército" mobilizado e^seguindo uma
tática e estratégia, o fazem pela direção da v anguarda e não pela a ssi mi­
lação consciente destes instrumentos. P or outro lado, hoje, a p es ar de nao
existir um Partido e uma classe para si, existe u m "exército" que, mesmo
que^dominado ideologicamente e desorganizado, age na luta de classes. Es­
te é o exército que existe hoje e, por outro lado, existem forças consci­
entes com determinadas particularidades. É nessa realidade que a estrate-
gia e a tática atuam, como instrumentos das Os. conscientes e^não para a-
guarddar uma realidade ideal. A estratégia, por outro lado, não se reduz
a princípios gerais do marxismo-leninismo, aplicáveis a qua lquer realida­
de, válidos para a luta ideológica^e para a demarcação de terreno entre
as práticas revolucionárias e as n ã o - r e v o l u c i o n á r i a s . A necessidade da di_
tadura do proletariado, de transformar a classe em si em classe para si ,
ou seja, uma classe independente, de um partido político do proletariado
para guiar as classes oprimidas para a sua libertação, etc., são princí -
pios do marxismo-leninismo. Os princípios não se confun dem com as táticas,
programas, etc., conforme Lenin afirmou em "A revolução proletária e o re_
negado Kautsky". T am bém no "Esquerdismo, doença infantil do comur.ismo" ,
afirmou: "o que importa agora e que os comunistas de cada país levem em
conta com plena consciência tanto as tarefas fundamentais, de princípio ,
da luta contra o oportunismo e o doutrinarismo de esquerda, como as parti_
cularidades concretas que esta luta adquire e deve a dquirir inevitavelmen
te em cada país, de acordo com os aspectos originais de sua economia, su
a política, sua cultura, sua composição n a a ã o n a l . .. ".
Se estes princípios estão presentes na prática revolucionária ao
nível da luta ideológica e como guia para a formulação de posições, no en
tanto, a estratégia e a tática, p or exemplo, não se reduzem a eles. A es­
tratégia é a maneira própria, particular, de como se deve orientar o p r o ­
cesso revolucionário n u m determinado país e em determinado momento histo-
rico. Portanto, identificar a nossa estratégia com a formação do partido
(o momento da fusão da teoria cor o movimento operário) é deixá-la ao n í ­
vel dos princípios, sem responder às necessidades do caminho da revolução
brasileira. Se nos documentos do passado da 0 . acentuou-se a ne cessidade
de se c onstruir o P. e de tomá-lo como tarefa imediata, esta questão f un ­
damental no terreno da luta ideológica para separar as correntes pequeno-
burguesas, que pr ete ndi am substitui-lo pelo foco guerrilheiro ou pelas vin
guardas a r m a d a s x e reformistas, que c on sideravam já ter se formado o par-;
tido revolucionário, das correntes proletárias. E seria importante coloca
lo como tarefa imediata, como o P S B o faz, para caracterizar o atraso do
proletariado e de sua vanguarda em relação as necessidades objetivas. Co-
locando-o como uma das tarefas imediatas da vanguarda, o P S B não deixou ,
entretanto, de traçar antes disto uma linha estratégica para a revolução
brasileira que nos dá condições de desenvolvê-la (a linha es tratégica;com
o próprio desenvolvimento da prática.
Ao analisarias relações entre as classes na sociedade brasilei'
ra e as suas contradições, o P S B indica os objetivos de uma estratégia s£
cialista ( a destruição da ditadura que organiza o bloco dominante no p r £
cesso de integração com o imperialismo e a formação do governo dos traba­
lhadores), as classes aliadas e as frentes necessárias, a necessidade de
a t rai r as massas semi-proletárias e pequero-burguesas que são tradicional
mente dominadas pelos políticos populistas e pela "burguesia l ibe ral",eto
0 fato de retomar a estratégia proposta pelo PSB, ainda que pouco desen -
volvida, nos fará ultrapassar a sua redução aos princípios gerais que ca­
ra ct erizam o marxismo-leninismo. E isto e^importante porque a estratégia
em sua linha geral e quem determina que tática é mais justa dentro de de­
terminadas condições impostas^por um momento do processo revolucionário .
Porque, na verdade, a tatica é a aplicação de^um plano geral de lutas {es
tratégia) - apropriado a uma etapa da revolução - a um momento especifico
desta etapa, caracterizado pelos fluxos ou refluxos do movimento., A táti­
ca ass im concebida é então parte da estratégia e a ela serve e não simplfi£
mente uma "mediação" que representaria o "meio" entre uma tal realidade e
um objetivo final. A tática não se reduz, pois, à questão de saber se é
ou não possível formar o Partido, mas determina que ações políticas e or-
ganizatorias correspondem às necessidades estrategicas nos limites da a tu
al situação, que açoes podem nos levar a ultra pa ssa r com^êxitos o momento
atual. So dessa maneira não se tomará o ato da organização^do Partido co­
mo o produto de uma conjuntura que não esteja em contradição com a "estra
tégia", mas como consequência das^intrervençoes políticas sobre realidades
concretas. Desse modo, a construção do. Partido não só depende das condi -
ções externas, mas fundamentalmente do c aráter de nossas ações e das trans
formações que elas efetivam nos momentos concretos da luta de classes.Iíão
basta se a b r i r uma conjuntura de ascenso do movimento para se colocar co­
mo centro das tarefas táticas a organização do Partido proletário. Porque
se não se preparou para isto, essa tática acabara na prática tendo
o papel de propaganda para outras forças. E, sem dúvida, que preparar- se
para a construção do Partido não basta tê-lo como objetivo numa próxima
conjuntura, mas é necessário a p l ica r a linha estratégica à atual realida­
de para se determinar as tarefas que respondem aos problemas levantadosjb
la situação atual, quer problemas de ordem política, quer problemas de or
dem organizatória. Concebendo a estratégia como uma linha que orienta um
processo revolucionário (para cada período histórico, ou para cada etapa
da luta de classes, há uma estratégia), não haverá lugar para duas estra­
tégias - uma pura a 0. e outra para um Partido. As m odificaçõeSique podem
nela ocorrer se deverá ao fato de poder se superar suas limitações, ao ní
vel teórico, pelo desenvolvimento da prática. Não há uma fase para a 0.,
que se reduz ao objetivo C o n s t r u i r o Partido, e uma fase jara o Partido ,
que será reduzida ao obgetivo tomar o poder.
A luta ideologica do passado, ao nível dos princípios, fêz des_
cê-los à prática como tarefas imediatas a se cumprir na conjuntura. A cri
tica que se faz então à falta de "mediação" fica ainda pela metade, p or -
que também tais princípios não sub stituem ou não ocupam o lugar de uma e£
tratégia. A estratégia que nos orienta não pode se reduzir a uma identida
de de diversos conceitos, ou seja, ser igual à penetração, à c o n s t r u ç ã o ^
partido, à organização de combate e tudo isto realizável pela modificaçao
da conjuntura que ocorrerá em virtude de fatores exclusivamente externos
a nossa atividade, alheios à pratica revolucionária. Nestas circunstância^
a tática muito pouco tem a falar a não ser que devemos c onservar ou aumen
tar o número de contatos operários com a classe e realizar a propaganda cíT
estratégia. E é por isso mesmo que, ap esa r de algumas divergências secunda
rias, os próprios adeptos da política de recuo e das teses da TD-lT^e lH
co ncordam com a tática e dizem que ela assume (com algumas deformaçoes)as
propostas da C i r c u l a r 7 do antigo CN (veja TD-9 (0.)
Ao se contentar com uma explicação geral dos erros do passado
e de tê-la desenvolvido mais na análise do PTCP, a tese atual acaba por
a s s u mir no seu "anti-voluntarismo" uma postura espontaneísta. Enquanto o
PTCP superestimava o papel na conjuntura das forças c o ns ciè nte sx conside­
rando no plano politico ser possível criar os canais de expressão e m o b i ­
lizar o proletariado e no plano organizatório u ni r a vanguarda e lid era n­
ças em bases politicas, a atual tese subestima o papel das forças consc i­
entes ao v e r a m odificação da conjuntura à margem^de q ualquer ação das
vanguardas, porque o que interessa da conjuntura é saber se se pode ou nao
- 10 -
fz.4>4-p!ip, 4 5

construir o Partido, ou seja, se há ou não ascenso do movimento de m a s­


sas. Se o fator de estabilidade geral da conjuntura - os êxitos econômi­
cos e a capacidade de controlar as oposiçÕes e as lutas de massas - está
além das possibilidades da prática revolucionária intervir diretamente,en
tretretanto, a conjuntura, do ponto de vista de nossa estratégia, não se
reduz à característica geral - fluxo ou refluxo. Desse ponto de vista, a
conjuntura de refluxo se caracteriza de forma mais particular, p or exem­
plo, pela^crise de^perspectiva do movimento revolucionário e pela sua m a r
-ginalização das práticas em desenvolvimento no proletariado. Ora, inter­
v i r sobre isto no mesmo processo em que fatores objetivos a t u a m para modi_
ficar no geral a^conjuntura significa atuar sobre a conjuntura^de uma m a ­
neira revolucionária e preparar, pelos resultados de nossas ações, condi­
ções para passarmos a outras tarefas que a nova situação nos colocará.

b ) A segunda fonte

A tese procura resumir e atuali za r alguns dos aspectos que cara£


terizam o atual estágio do cajdtalismo no Brasil. Ou seja, a fase em que
se desenvolve a integrarão com o imperialismo, na qual o^desenvolvimento
se acha bloqueado, de um lado, pela dependência em relação ao imperialis
mo e,^de outro, pela estrutura agrária atrasada. Partindo dessa^deforma -
ção básica na economia, o documento acaba por simplificar uma série de
questões do atual estágio do capitalismo, tomando-as como produto direto
da economia. Acaba p o r não relacionar a luta debelasses a nt erior com as
modificações ocorridas e, principalmente, por não relacionar a estrutura
com a superestrutura.
Já bem antes úé^6A, a burguesia desenvolvia ao nível econômico o
seu processo de integração com o imperialismo. Antes da crise que se re -
solveu com'o golpe m i l i t a r , ’a força principal -da burguesia se achava já
dissociada dos políticos oAue a representavam.O regime a nt eri or mantivera
unido p o r um longo período o bloco das classes dominantes com a hegemonia
da chamada burguesia tradicional. Com a crise política e a predominância
na economia da burguesia associada - burguesia industrial e financeira -,
foi po ssível uma nova composição do bloco do poder, uma nova unidade onde
passou a dominar a grande burguesia associada. A ruptura entre os políti_
cos e os interesses dessa fração e dessa nova unidade necessária, na cri­
se da época, criaria as condições para o exército a s s um ir o papel de par­
tido político, na ausência de um partido político burguês representante
dessa nova unidade^ou na ausência de Uni partido proletário e de um pro le ­
tariado revolucionário. Portanto, é incorreto tomar a ditadura - como re­
gime político p a r t ic ul ar e instaurado em determinado momento - como produ
to direto da realidade econômica; o bloqueio ao desenvolvimento que gera
uma crise estrutural permanente exige, em última instância, um regime for
te. P or v e r a realidade política como produto direto^da economia e que,no
documento, não se consideram as mudanças na correlação de forças e na com
posição do bloco no poder.
Da mesma forma é incorreto^ em nome da tese da crise estrutural
permanente, não situar as modificaçoes ocorridas na sociedade, como se e£
tas fpssem entrar em contradição com aquela tese. A ditadura corresponde
não apenas a uma das formas de p od er de que a burguesia lança mão, mas a
um regime que >rocura ac ele rar a pas sagem do capitalismo brasileiro a uma
fase superior, a que, devido as suas deformações, convencionou-se chamar
de s u b - i m p e r i a l i s m o . Na primeira fase da ditadura, a que o documento cha
ma de fase de saneamento, corresponde, na verdade, ao controle da crise £
conômica, dirigindo a recessão para a aceleração da centralização do capi_
tal e, deste modo, se p r e pa rar am as condições para o funcionamento do si£
tema já sob a hegemonia do capital centralizado e voltado para a produção
de bens duráveis e a profundamento do mercado interno, ou seja, a concen­
tração da renda em estreitas faixas do mercado. A p esa r das mudanças de p £
lítica, a ditadura no essencial m a n t é m suas características básicas e con
seguiu por isso corresponder às necessidades de desenvolver o capitalismo
nos limites de suas deformações estruturais. É importante chamar a aten­
ção para este fato porque a discussão travada entre os intelectuais e que
nos influenciam têm por objetivo chamar esse processo de transformação de
crescimento econômicç e não de desenvolvimento. Essa caracterização pode
sei* considerada no máximo como "humanista"; entretanto ela está submetida
- 11 -
à ideologia pequeno-burguesa que vê o desenvolvimento do grande capital
não como um estágio superior, mas sLm como u m retrocesso e para isto pro­
curam demonstrar que este tipo de ‘'modelo" não traz benefícios para as
massas populares. A p esa r desse rrocesso no Brasil ter que lançar todo o
peso de suas deformações crescentes nas costas das massas trabalhadoras ,
não deixa de ser um processo de desenvolvimento. De 64 para cá, a capaci­
dade produtiva da força de trabalho aumentou e o caráter social da pro du­
ção se expandiu.i
A expansão do caráter social da produção e da capacidade produti­
va da força de trabalho e, por outro lado, o crescimento das deformações
implicam numa necessidade cada v e z m a i o r de um regime forte e intervencio
nista e com capacidade para planejar. Essa realidade exige no plano ^polT
tico e econômico uma solução socialista.^E enquanto o proletariado nao se
pr ep ara r para a sua missão, as contradições entre as necessidades imedia­
tas da burguesia, que correspondem no plano político a uraa democracia bur
guesa, entrarão em choque com o regime forte e intervencionista exigido
pelo próprio grau de contradições que^o desenvolvimento do capitalismo a-
tingiu. Essa situação contraditória não se transforma em instabilidade^po
lítica, na medida em que a ditadura consiga exitos em sua função econônã
ca capazes de a ssegurar o suprimento das necessidades imediatas da burgue
sia. Os êxitos na principal função da ditadura são, por assim dizer, o fa
tor de estabilidade e coesão do bloco dominante, porque para realizar seu
papel a ditadura não pode a cum ul ar saldos políticos nas camadas p o p ula ­
res. Isto só se dá de forma indireta, na medida em que os setores da b u r ­
guesia que têm influência sobre as massas estejam em determinados momen­
tos em perfeita harmonia com o regime e suas realizações.
F o r não ter caracterizado m e l h o r o processo de desenvolvimento ca
pitalista em sua fase atual, a relação entre o econômico e o político, c£
mo estruturas, as particularidades do regime político, o documento acaba
p o r cair n u m certo e c o n o m i c i s m o , ao v e r a ditadura simplesmente como p ro­
duto da realidade econômica e, desse modo, reduzido em termos de processo
histórico a^apenas uma mudança da forma de poder das classes dominantes ,
sem alteração no bloco do poder, etc- 0 ^que é mais grave, porque traz con
sequências para a pratica atual, é dar à crise economica atual o poder de
v i r a derrubar a ditadura, sem considerar as relações entre estrutura eai
perestrutura e sem considerar a luta de classes que reflete essas estruru
ras e age sobre elas, independentemente da falta de um proletariado inde­
pendente. __
Não basta empiricamente se obser var a relação estreita existente
entre o econômico e o político. É necessário examinar as particularidades
dessas relações estreitas e os interesses de classe que se colocam em evi_
dência em cada conjuntura, para não deixar à realidade econômicas o
papel de produtor imediato dos fatos políticos. N ão^basta a crise interna
cional impedir o desenvolvimento da politica de comércio exterior da dita
dura para que esta^resolva voltar-se para o mercado interno, no sentido dê
sua expansao, ou não basta que a taxa de lucros da burguesia decline^para
a ditadura perder seu p ode r de repressão. Ha toda uma realidade econômica
implantada e voltada para um determinado rumo, e há diversos interesses e
conômicos e políticos em jogo forjados por essa realidade econômica e p e ­
la luta de classes desenvolvida sobre essa base econômica.
A instabilidade causada pelo desenvolvimento da crise^econômica ,
na medida em que a ditadura não consiga asse gur ar em sua função econômica
exitos para todos os setores da burguesia, nao significa de imediato a que
da da ditadura, mas sim a abertura de uma crise política. E nesta, se a f
tadura não entra com saldos políticos acumulados nas massas p o p u l a r e s ,ela
conseguiu acumulá-los nos setores mais importantes da burguesia^e na b u r £
cracia m i l i t a r e técnica. Sem lig ar a crise política e as divieÕes da bur
guesia às características das lutas de massas, em part ic ula r à lutado p r £
letariado, não podemos ar ri s c a r palpites sobre queda da ditadura, que po­
de inclusive cair p o r fatores excepcionais, como Lenin considerava, im po£
síveis de se dominar nas análises.
As lutas das massas a ta ca m os pontos básicos do controle da dita­
dura sobre a economia e, por conseguinte, ap ro fundam a i n s t a b i l i d a d e ,a cri^
se política e as divisões da burguesia, o que pode criar as condições p a ­
ra u m f ortalecimento político das correntes burguesas descontentes e que
se a p eg am as suas velhas alternativas políticas. E, nestas circunstâncias,
p o d e m se apresentar, a p e s a r de desajustadas das necessidaddes econômicas,
como f a t o r de unidade do bloco no poder. 0 que nos interessa, no entanto,
- 12 -
nesse processo de lutas é ativar as lutas das massas por suas próprias rei
vindicações e livrá-las da dependência das velhas alternativas burguesas,
isolar os setores "liberais" da burguesia e da pequena burguesia, at rain­
do as massas para as reivindicações do proletariado na luta contra a dita
dura.
U m resumo da situação geral do capitalismo brasileiro em sua fa
se atual deveria também explicitar as relações básicas entre as classes
sociais e suas frações com o objetivo de m e l h o r caracterizar o caminho e£
tratégico, seu objetivo, a direção da luta p r i n c i p a l } a força principal ,
outras forças disponiveis, que forças dever,ser atraídas e u t i l i z a d a s ,que
forças pode m ser neutralizadas, etc. Como já vimos antes, esta explicita-
ção^é da máxima^importância. Deve ser produto de u m trabalho de sistemati_
zação das posições contidas no PSB.

I I ) A situação atual

U m exame do movimento atual parte da compreensão que temos a res.


peito da situação geral do desenvolvimento capitalista no Brasil e sua re
lação com o imperialismo e do caminho estratégico justo para o processo cET
revolução brasileira. Esse exame visa então^a determinar as particularida
des atuais da luta debelasses e da correlação de f o r ç a s % ao nível po líti­
co, econômico e ideológico. E para isto t o m a - c e necessário examinar de
modo mais minucioso a atual crise econômica e as tendências no campo di lu
ta política,^os interesses objetivos do proletariado na atual luta políti_
ca, a situação do proletariado e do movimento revolucionário, os fatores
caracterizadores da atual conjuntura, de um ponto de vista de classe, e
suas consequências para uma tatica revolucionária. Sendo estes os itens
mais importantes para a compreensão, do momento atual e de suas consequên­
cias gerais para a nossa pratica política, seguiremos essa ordem na críti_
ca à tese de El. Como dissemos antes, estas observações críticas não se­
guem a ordem do documento e n e m visa a já responder as suas lacunas - mas
pelo menos apontá-las -, n e m tampouco a esgotar as discussões dos aspec -
tos que consideramos incorretos.

a) A atual crise econômica econômica e as tendências no campo


da luta po liticã

Ao responder às questões relacionadas a este item, o documento


mantém-se ainda preso a um economicismo, o que o leva praticamente a a va­
liar os aspectos centrais da política econômica e as tendências da crise
de u m angulo estritamente econômico. Isola essas questões da luta de cla£
ses, dos interesses que a g e m e reagem ao nível econômico e politico. Nãc>
avalia os reflexos dessa situação d e c r i s e na luta do proletariado e na3u
ta politica geral. Reduz as observações políticas a um^paragrafo e mesmo
assim para dizer que a crise econômica estimula oposições burguesas e po­
de levar o regime a a d ota r os esquemas populistas, o que significa a qu e­
da da ditadura, pelo menos em suas características básicas.
0 documento despreza a situação política porque para ele a cri­
se econômica,que tendera fazer declinar a taxa de lucros da burguesia, l £
va de imediato à redução da capacidade de reprimir. E, consequentemente ,
os impasses de hoje se resolvem; as massas poderão retomar as suas lutas
e a esquerda poderá formas as bases do partido !
De início, o documento não relaciona os diversos aspectos mais
importantes da política da ditadura com o seu aspecto çrincipal, o arro -
cho salarial. Este fica mesmo diluído em seu papel político específico no
atual regime, quando o documento determina diretamente da crise estrutu -
ral inerente ao desenvolvimento capitalista no Brasil a necessidade da su
p e r e x p l o r a ç ã o : assim, o arrocho sempre existiu e o "distributivismo" a n t £
rior a 64 era pura medida demagógica. É necessário considerar a necessida
de constante do rebaixamento do salário real, mas não se pode caracteri -
zar de demagogia uma fa3e de desenvolvimento distinta da atual, que se ca
racterizava pela substituição de importações e, consequentemente, se v o l ­
tava para 0 mercado interno e para a sua ampliação. As deformações cres -
centes pa s s a r i a m a exigir posteriormente uma nova fase de desenvolvimento
onde, pelas contradições e situação da luta de classes, o arrocho salari­
al passou a ter o papel de impul si ona r a acumulação, estando na base de
todas as outras medidas mais importantes tomadas. 0 arrocho não é simpl e£
- 13 -
mente a necessidade de rebaixar os sa_ários devido à dependência do im­
perialismo e à deformada estrutura agrária, mas a necessidade de assu -
m i r o seu controle politicamente, de m an i p u l a r o seu índice segundo as
ne cessidades^econômicas do^atual processo de desenvolvimento.
A lém dessa q u e s t ã o , xo documento considera que o papel prin ci ­
pal da política de estímulos à exportação^se deve a necessidade de re -
solver os problemas de mercado interno. Não deixando de levar ao exteri
or o excesso de determinados produtos, o papel principal dessa política
no entanto é m an ter o nível alto das importações e dos pagamentos cada
v e z mais elevados dos serviços, juros e amortizações das entradas de di^
nheiro em forma de financiamento ou empréstimo. Essas importações e o en
dividamento exercem o papel de a ume n t a r a reduzida capacidade de pouçan
ça e (investimento do país. E esta necessidade é satisfeita pelos estimu
los à exportação, mesmo com o sacrifício do mercado interno.
Entre os aspectos principais que caracterizam a intervenção do
regime político^e que correspondem aos interesses gerais d a x burguesia
monopolista estão a política de arrocho e a política de comércio exter^
or, a política de controle dos^preços e do sistema financeiro. 0 poder
não pode assegu ra r a manutenção de um plano do tipo dos necessários a
uma sociedade socialista, em virtude da propriedade privada e dos inte­
resses divergentes dos setores da burguesia (e n e m é preciso falar das
contradições dos projetos capitalistas com as massas trabalhadoras). Es_
ses setores a d o t a m práticas de acordo com seus interesses imediatos, a £
s i m como o proletariado em suas lutas econômicas. A anarquia da produ -
çao capitalista e a tendência ao declínio da taxa de lucros no processo
de acumulação do capital levam os governos a int ervirem sobre o proces
so econômico a fim de contornar essas questões que, por sua vez, estimu
lam as práticas econômicas da burguesia n e m sempre dentro dos objetivos
de uma política geral. Em determinados momentos, essa contradição aumen
ta. As práticas econômicas da burguesia tornam^insuficiente a interven­
ção dos governos para conter a anarquia e a própria queda da taxa de lu
cros.
A burguesia achava-se até há pouco p ressionada pelos aumentos
de salários decorrentes da relativa baixa do exército de reserva e que,
junto à acumulação desenfreada, provoca -umn tendência à queda dos^ lu -
cros. E pressionada pelo governo que p r o cu ra conter os preços. A l e m di£
so, a crise internacional atual gera oportunidades para estoques especu
lativos e a alta dos preços de determinados produtos. P o r outro lado, o
financiamento das importações e o n ece ssário endividamento que a umentam
a capacidade de investimento interno sofrem restrições com a crise fi­
nanceira, al é m de serem consumidos pelos^aumentos dos preços das maté­
rias primas importadas que servem agora à especulação. A inflaçao cres­
ce de forma imprevisível, o que leva a correções nos índices salariais
previstos, mesmo que abaixo do custo de vida. Há, portanto, mesmo sem
considerar as possibilidades das lutas operárias, uma série de fatores_a
tuando para desorganizar o controle rígido da ditadura sobre a economia
e, consequentemente, reduzir a sua capacidade de m a n t e r os exitos na su
a função econômica. Aum entam as contradições com as necessidades imedia
tas da burguesia, em especial de seus setores que p o s sue m piores condi­
ções materiais para assi mil ar os efeitos da crise econômica (o médio ca
pitai e os setores agrários) nas circunstâncias em que ela se desenvol­
ve, fou seja, dentro da atual correlação de forças que determina que a
política da ditadura seja a política que mais interessa ao grande capi­
tal industrial e f i n a n c e i r o .
As ideéias burguesas t r a d i c i o n a i s ,que se co nservaram no^plano
político como forças secundárias e se a c h a m infiltradas na consciência
das massas p o p u l a r e s ,a c aba m p o r v i r agora a expressar na arena política
os descontentamentos da burguesia e também das massa s populares. 0 movi
mento pela redemoçratização se fortalece como alter na tiv a política, en­
campa reivindicações imediatas das m a ss as populares e pressiona a dita­
dura dentro dos limites estreitos em que se expressam as forças p o l í t i ­
cas no momento.De outro lado, dentro do ''partido" burguês dominante -ou
seja, o exército - se acha intocável a m á q uin a repressiva e que nao e a
penas força m i l i t a r mas é o braço m a i s capaz e consciente do "partido "
que pretende conservar o c ap it ali smo e a dominação dos setores monopolis
tas no bloco do poder, de m a n t e r o processo de integração ao imp eri ali £
mo e a p ass age m ao " s u b i m p e r i a l i s m o " . Embora a crise atual e a interven
ção da ditadura p o ssa m con trariar até mesmo interesses imediatos da fra
- 14 -
çao da burguesia que domina o bloco das classes d o m i n a n t e s ,^os i nteres­
ses políticos manifestados pelo mo vimento de redemocratização f er i ’•ao muL
to mais os seus interesses imediatos uma v e z colocados em prática, tantõ"
na economia como na pçlítica. Alé m do mais, as alternativas burguesas
tradicionais sao inviáveis historicamente. Portanto, o problema consiste
no uso dessa força política que a ditadura, como representante da fração
principal da burguesia, vem^fazendo para acalmar a luta de classes. E ,
por outro lado, na utilização dos setores mais radicais e mais "puros "
para a me drontar os políticos burgueses^que v ê m se formando ou retomando
o^seu prestígio, especialmente frente às massas que, pelo seu atrazo^Lhes
dao apoio, mas també m frente a setores de vanguarda, p or causa de posi-
çoes equivocadas assumidas ou simplesmente p o r falta de alternativas re­
volucionárias em vista da crise e desgaste da esquerda proletária.
Quem polariza ou reflete no momento, ao nível político, as con
tradições com a ditadura, é o movimento pequeno-burguês pela redemocrati_
zaçao e que é fortalecido agora pelas contradições da burguesia e u t i l i ­
zado pela ditadura e pela fração principal da burguesia. A ditadura p r o­
cura depurar dessa tendência a sua ala de esquerda, ou seja, os setores
reformistas de esquerda, para transformá-la em força útil para o projeto
de institucionalização do regime e para, ao lado da repressão, conter o
mo vimento de massas nos limites institucionais. Esse ponto de equilírrio
que se^busca a lc a n ç a r é, entretanto, bastante frágil, pois depende da ma
nutençao da crise a níveis que não prov oq uem maiores reações de setores
da burguesia e, principalmente, que não estimulem o movimento de massas
a ul tra pas sa r os limites do projeto de institucionalização e dos canais
permitidos para a sua manifestação.

b) Os interesses objetivos do proletariado na atual luta poli


tica.

0 fato de não se dar importância à luta politica atual, às^ su ­


as particularidades, à sua relação com o proletariado, etc. se deve à p £
siçao implícita na tese de que, na situaçao^em que não existe o partido
e u m proletariado independente e n e m condições para criá-los, a a t i v i d a ­
de da vanguarda deve se reduzir à propaganda da estratégia, ou seja, dos
objetivos gerais do^proletariado e de p r i n c í p i o s ^ r e v o l u c i o n á r i o s , e a u-
ma atividade secundária ao nível das reivindicações imediatas^das massas
trabalhadoras. Ergue-se pois uma barreira, em nome das condições conjun ­
turais, entre as práticas ao nível das necessidades imodiatas e das p os ­
sibilidades imediotas de organização e os interesses do proletariado na
atual luta política. No lugar destes se coloca a propaganda geral porque
se entende que o proletariado só estará presente na luta política quan­
do tiver um partido e uma consciência independente e concretamente a ati
vidade acab a^ por se transformar em prática de contatação i n d i v i d u a l e não
de intervenção como vanguarda nas práticas fomentadas pela realidade atu
al.
P o r mais isoladas que seiam as l u t a s , j o r maiores que sejam a
desorganização e a falta de consciência, isto não afasta os trabalhado -
res da luta de classes. Suas aspirações, não m ani festadas p or movimentos
g e r a i s ,fQ suas lutas isoladas, que já agora crescem,^refletem-se ao ní­
vel político sob a forma de luta pela redemocratização. Esta luta peque-
no -burguesa encampa algumas das reivindicações operarias imediatas e por
isto,dentro dos limites das m a n i f e sta çõ es legais e da consciência das mas
sas proletárias, ela recebe o seu apoio. Se já^agora os setores avança -
dos das massas tendem a ir a reboque das posições reformistas e se a t r e ­
lam às alternativas que o m ov im ent o liberal cria no plano político, isto
se deve a falta de uma alterna ti va proletária, porque aqueles que po dem
defendê-la a b d ic am disto ao deixar de lado as tarefas relacionadas a l u ­
ta contra a ditadura, porque se p e n s a que só em outra conjuntura, quando
for possível se constr uir o partido, irá se criar tal alternativa. E en­
quanto se espera po r essa alternativa, o reformismo e outros tipos de o-
portunismos são os que crescem m a i s uma v e z nas camadas avançadas e sao
os que hoje levanta m a bandeira da luta contra a ditadura e nel a as rei­
vindicações imediatas das massas trabalhadoras, diluídas nos interesses
democráticos da burguesia na a t u a l crise.
0 caminho de nossa e s t r a t é g i a e as experiências da luta do p r £
letariado em 6 4 , 68 e no m o m e n t o atual nos per m i t e m d et erminar os inte -
resses objetivos do p r o l e t a r i a d o na luta contra a ditadura, luta que e
\ F3 4 ^ . 6 , f.5o

impulsionada por contradições das mais diversas, oriundas do estágio do de


senvolvimento capitalista no Brasil e da correlação de forças a tua l.E m vir
tude da fraqueza do proletariado em termos de consciência e organização e
em p art icular do atual refluxo do movimento de massas, essa luta hoje assu
me o carater pequeno-burguês e é fortalecida pelos descontetamentos de se­
tores da burguesia. Este caráter, entretanto, não elimina a relação dessa
luta com o proletariado e em especial a sua influência sobre seus setores
mais combativos. Assim como não elimina interesses o b j e t i v o s •que o proleta
riado tem na luta contra o regime atual, interesses nao conscientes ou não
explícitos. E são justamente estes interesses que po de m v i r a dar uma dire
ção própria às lutas do proletariado de modo que seus setores mais co mba tT
vos levantem a bandeira das lutas contra a ditadura que interessam ao p r o ­
letariado ainda que em condições de correlação de forças d e ? r '.vorável.E is_
to ainda assume ma ior importancia quando exerce o papel de afa sta r a influ
ência das correntes liberais, em part ic ula r de seus setores reformistas de
esquerda que realizam trabalho direto sobre a -amadas avançadas das mas­
sas e que, em nome de suas reivindicações, buscam atre la r o movimento aos
ideais da burguesia. 2 o fazem quando tomam ro plano^político, entre a lg u ­
mas jxvindicaçÕeSiimediatas das massas, reivindicações como eleições li­
vres, democratização do regime, etc., que só servem para confundir as mas
sas e serem utilizadas pela burguesia em seus interesses no jogo político."
Elas desviam para os ideais burgueses as reivindicações das massas orpimi-
das e a s s um em o papel de seus interesses que ainda não podem v i r à tona pe
lo nível de sua luta e consciência.
Os interesses objetivos do proletariado na luta contra a ditadu
ra c orr espondem a reivindicações que v i s a m a destruir as bases de sustenta
çao do regime atual, não do capitalismo em geral, mas ’a forma particular
com que ele exerce agora no pais a s u a ^ d o m i n a ç ã o . Sendo levadas a prática
essas reivindicações através da agitação política e com o objetivo de pene
trar nos setores avançados, elas p o d e m exercer o papel de isolar ou, pelo
menos, diminuir a influência dos setores reformistas e liberais sobre os
setores em que atuamos. Do ponto de vista estratégico, este isolamento cor
responde ao isolamento dos setores não hegemônicos do bloco do poder, que
são as fontes do reformismo, setores que pos su em maiores contradições com
o grande capital e com a ditadura e que estão mais comprometidos com os i-
deais nacionalistas, populistas, de^ocrático-burgueses e que, p or isso,con
seguem a t r ela r as massas ideologicamente, impedir a unidade das classes o-
primidas pela hegemonia do proletariado, etc., e desse modo impedir que a
luta do proletariado ultrapasse os limites do capitalismo. Os reais inte -
resses do proletariado, que pode m ser reunidos em poucas reivindicações _-
f i m do arrocho salarial, completa liberdade de manifestação e organização
para as classes trabalhadoras, liberdade dos presos políticos, fim das tor
turas e destruição da polícia política da ditadura - fundem na situação po
lítica atual as reivindicações mais imediatas e as mais gerais do pro let a­
riado e de outros setores a l i a d o s . _
Se tais interesses já são necessidades objetivaa, atuais, liga­
das à realidade política, contudo, ainda não correspondem ao nível de con£
ciência e organização expresso nas atividades desenvolvidas hoje pela nama
da mais combativa do proletariado. E é neste espaço que devem a gir as v a n ­
guardas conscientes por meio do trabalho de propaganda, agitação e organi-
zaçao. T o m a r conscientes esses interesses em íntima ligação com os fatos
vivos da realidade política e das práticas desenvolvidas pelas camadasraLs
combativas, principalmente, e tirar as suaSiConseçjuênciaSino terreno da or
ganização (organização sindical e organização política) são as n ecessida -
des que esses interesses objetivos impem na atual luta política. Na ^ luta
contra a ditadura, avanç ar a consciência e organizar a vanguarda política
do proletariado é então uma palavra de ordem de ação, mesmo não podendo se
atingir os seus objetivos finais, devido às condições objetivas e subjeti­
vas que caracterizam o momento atual. É de ação porque estará presente na
agitação, na propaganda, no trabalho de massas e no trabalho de organiza -
çao e porque corresponde às necessidades objetivas da luta do proletariado
no atual momento.

c ) A s i tuação do_ prol e ta r ia do_ _e jto m o v i m e n t o revolucionário

Embora o >documento tenha chamado a atenção em seu ini -io sobre o


destaque a se dar à análise da situação do movimento operário, esta dei­
xou de resp ond er a diversos problemas importantes. Gomo é o caso de deter-
- 16 -
mi n a r mc.is precisamente a relação do MO com a atual luta política, com a
crise em desenvolvimento, etc. Al é m de uma parte descritiva e de afirma —
çoes gerais sobre a manutenção da consciência populista e o caráter isola­
do das lutas atuais, o documento introduz algumas questões que merecem uma
m e l h o r discussão; o chamado"fenômeno da aceitaçao-rejeiçao" das " v a n g u a r ­
das" existentes, o caráter populista das lutas que s ob reviveram no MO e no
ME, a existência de uma ideologia fragmentada e a existência de uma camada
de operários de vanguarda e uma camada de massa avançada.
0 longo r e f l u x o ^desorganizado e o derrotismo existentes no MO
têm a sua base nas deficiências estruturais do movimento - atrazo de cons­
ciência e falta de tradição e organizaçao independente. No entanto^ foram
caracteristicas conjunturais que atuaram diretamente para a situaçao cte deis
censo. Entre estas características, estão, em primeiro lugar, os exitos e-
conômicos da ditadura que consegujam u n i r o conjunto das classes dominan-
tes^e obter a estabilidade suficiente para reprimir na raiz q ua lquer opo­
sição sem p recisar de se importar demais com questões de "fachada". A in­
tervenção do Estado na e c o n o m i a ^ o momento de m a i o r estabilidade política
garantia o afastamento^das reações econômicas do proletariado do campo des
sa intervenção. A ss im é que os impulsos para a luta espontânea se davam pra
ticamente nos fatos excepcionais que u lt rap ass av am a "normalidade" da su -
perexploraçao controlada pela ditadura. Atrazos de pagamentos, irregulari­
dades de descontos do INPS, de pagamentos de taxas de insalubridade, etc.
Em segundo lugar, o ritmo acelerado do crescimento econômico criou oportu­
nidades para as massas trabalhadoras, individualmente, contornarem os efei
tos do arrocho salarial, como o subemprego, estimulado pelas altas rendas
de 3etores da pequena burguesia, as horas extras e a oportunidade de empre
go para outras pessoas da família.
t A atual crise,que afeta todas essas questões, começou a criar es
timulos tanto^para o aumento das lutas contra as irregularidades excepcio­
nais em relação ao próprio controle da ditadura, como mais recentemente pa
ra as lutas que já entram pelo campo do controle, exigindo maiores salários'.
As tendências a instabilidade política e^ao desenvolvimento da crise econô
mic a correspondem no movimento operário as tendências que se a p r e se nta m ne
le como fatores mais dinâmicos - o m ovimento de oposição sindical e as lu­
tas de fábricas.
0 desenvolvimento destes dois aspectos que caracterizam o_M 0 e
que co rr espondem as tendências em evolução na conjuntura política não é no
documento^destacado. Em seu lugar, o documento procura car acterizar o MO
pelo "fenômeno" da rejeição-aceitação das vanguardas depositárias das li
ções e experiências^do passado. E, por outro lado, apresenta as lutas iso­
ladas como sobrevivências do movimento populista do proletariado no pa s s a ­
do e as "vanguardas rejeitadas" como o centro para o trabalho de interven
çao no proletariado, a p a rti r dos pontos de contatos já conquistados ant e ­
riormente .
A^chamada ^ v a n g u a r d a " , que se tinha formado nos movimentos passa
dos e que têm consciência da contradição entre o proletariado e a burguesi
a e da necessidade do socialismo, no processo de derrotas se isolou indivi
dualmente ou em grupos operários. E isto nada mais representou do que a fa
lência das perspectivas que a formaram e^a guiaram na sua prática. Ao se i’
solar em grupos fechados, de fortes tendências obreiristas e des in ter es sa­
da da situaçao política exterior, essa "vanguarda" se transformou n u m im­
portante agente do desenvolvimento da ideologia derrotista no interior do
MO. jjsses grupos e operários dispersos, que c on sideravam impossível fazer
qu alquer coisa, que justificavam sua apatia e seu derrotismo dizendo <jue a
massa nada queria fazer, etc., de fato pa ssaram a representar as t e n d e n á a s
em decadência e depositárias de deformações crescentes. É subjetivismo ,pojs,
dizer que a 3ua consciência elevada, anti-capitalista, era rejeitada pelo
movim ent o de massas, em sua situação de lutas isoladas. A crise do MO se
caracteriza pelo atrazo da consciência e organização em relação^às tarefas
exigidas pela atual luta de classes. Este atrazo não se refere abaixa cons
ciência do conjunto da massa, mas principalmente de seus setores avançados
forjados pelas luta3 anteriores e pelas práticas e contradições atuais. 5
esta camada que exçressa o atrazo da consciência do proletariado. Po r ou­
tro lado, a consciência não se mede pelOiConhecimento ou pela compreensão
que cada un^tem^a respeito das contradições 3oc-iais e da n ecessidade do so_
cialismo. Não são as intenções que nos interessam, para a análise, mas é a
cons ci ência^manifestada na prática concreta. E a pratica concreta desses
grupos operários, chamados de vanguarda, não se colocava à frente das lu-
- 17 -
tas isoladas, não exercia papel de vanguarda nos limites impostos pela si­
tuação geral da conjuntura. Pelo contrario, sua prática, fechada em grupos,
representou no MO uma tendência c a p i t u l a c i o n i s t a , d e s a g r e g a d o r a , atrasada.
Mas, quando os operários que compõem e s s a " c a m a d a :' saem de seus grupos fe -
chados,onde acham -ue conservam sua consciência elevada, e exercem indivi­
dualmente ou como movimento de oposição al gu m papel nas lutas atuais, aí. é
que se manifesta a prática e consequentemente a consciência mais_ elevada
no momento atual. Na verdade, dentro do esquema a c e i t a ç ã o - r e j e i ç ã o , é no
lado da aceitação, da correspondência às necessidades de lideranças nas lu
tas isoladas, de oposição aos p e l e g o s , e t c . , que está o aspecto mais av a n ­
çado e mais dinâmico do movimento operário. E por isto mesmo é que a nossa
intervenção não deve se concentrar sobre as "vanguarda^ rejeitadas", sobre
a prática em que esses setores m a n i f e s t a m abstratamente a sua "consciência
elevada", mas sobre as práticas mais dinâmicas, as que, com o desenvolvi -
mento do momento atual, tendem a aglut ina r os operários mais combativos ,
que r os que part ic ipa m desses grupos fechados e os que se m a n t i v e r a m isola
dos, quer os que despertam agora com o crescimento das lutas atuais.
Por outro lado, essas lutas isoladas não são restos que sobrevi
v e r a m do movimento populista. M e l h o r seria caracterizar as práticas capitü
lacionistas e derrotistas dos grupos operários ou dos operários mais expe­
rientes como restos do populismo, porque estas práticas ficaram, com a fu­
ga do plano político de lideranças populistas, bastante longe dos esforço de
sesperado da classe em resistir às duras condições de vida, sem o rganiza­
ção, _sem lideranças, com u m controle rígido da ditadura, com a m e a ç a s de de
missões e amedrontada diante do terror policial. Esse esforço em resistir
e^quejcom o desenvolvimento da c o n j u n t u r a ,passa a ganhar maiores estímulos
n ã o ^ t e m as suas origens no movimento populista do passado, mas nas contra­
dições atuais e nos limites impostos pela realidade. São movimentos espon­
tâneos e } como tal, estão presos à dominação da ideologia^burguesa. E m e s ­
mo que ja existisse um partido revolucionário e organizações mais livres ,
ainda as si m o movimento espontâneo, como tal, mani fes tar ia a dominação idjs
ológica burguesa. 0 que lhe retira essa característica é a capacidade das
vanguardas em dirigi-lo dentro de objetivos de classe, dentro de caminhos
anticapitalistas.
0 crescimento dessas lutas isoladas e as pressões que exercem so
bre a atividade sindical estimulam então a aglutinação e o desenvolvimento”
das práticas de oposição^sindical que, sem duvida, correspondem às necessi_
dades atuais de unificação dessas lutas isoladas. Estes dois aspectos in -
terligados e em íntima relação com os desdobramentos da situação política
e econômica atual criam um campo de prática favorável ao aparecimento de 3i
deranças parciais e de operários combativos. A camada avançada que partici^
pa mais ativamente dessas lutas, cuja consciência vista individualmente e
variada (operários antigos, mais experientes, ligados^aos grupos fechados
ou isolados, operários novos forjados pelas contradições e lutas atuais) ,
t o m a - s e mais sensível à política porque as contradições e conflitos com o
regime político se tornam mais reais, na medida em que esta prática entra
pela área de intervenção da ditadura. É aí que os operários vão buscar so­
corro nas alternativas políticas e que já buscamjias velhas alternativas
presentes agora no movimento pela r e d e m o c r a t i z a ç ã o ; daí a tendência ao
fortalecimento do reformismo e do populismo como direção política dessas a
tividades. E será uma intervenção correta das forças de esquerda proletá -
ria neste momento que poderá for tal ec er a alternativa proletária e dispu -
tar a influência com os políticos oportunistas.
A camada avançada que participa das lutas isoladas e do m o v i m e n ­
to de oposição na verdade está fundida com o m ovimento em seus aspectos p_o
sitivos e negativos. 0 que não está fundida com o m ovimento é uma p e r s p e c ­
tiva proletária independente. E não avançaremos nisto se ficarmos a v e r a
situação do proletariado pelos contatos que acumulamos e pelos contatos que
temos com o que o documento chama de "vanguarda rejeitada". Porque se es­
tes pontos sao na verdade pontos de partida, eles o são para uma ação cor­
reta nas atividades mais importantes que crescem no movimento operário , e
não para que os conservemos através de uma propaganda geral, tentando man
ter neles a suposta consciência anti-capitalista, até que condições exter­
nas se alte re m e a rejeição se transforme em aceitação. A educação de ope
rários só assumirá seu papel principal se estiver submetida a uma política
de intervenção nas lutas e praticas das camadas avançadas. Assim, uma poli
tica de massas nao é simplesmente um meio de estar presente para a t rai r o-
perários para a propaganda geral, mas um meio para influenciar as tendên-
- 18 -
F s . 6, p. 53

cias do atual movimento e para nele fortalecer a bandeira das alternativas


proletárias adequadas à atual situação política.
Da mesma^forma, o documento ao se referir ao MS aplica nele as
fórmulas da re jeição-aceitação e dos rectos do movimento populista. Não com
preende o documento, ao falar sobre o M E de 6 8 , que este movimento é em sí
pequeno-burguês que no entanto pode ser dirigido dentro das necessidades e
objetivos^do proletariado. 0 ME não se transforma em "movimento proletário1'
em oposição ao s eu^caráter pequeno-burguês. As contradições do movimento es
tudantil e a existência nele de uma vanguarda proletária são o que t o m a r a
possível dirigi-lo dentro de perspectivas de classe. Há o processo de dire
çao (quc^pode ser revolucionário) do movimento (que em si ainda será peque"
no-burguês) e há o processo de transformação de estudantes intelectuais pi
queno-burgueses em intelectuais revolucionários. Se o M E em 6 8 conservou -
sc^dentro de uma perspectiva política pequeno-burguesa, não foi por co nse ­
quência de uma direção populista, mas como consequência das perspectivas pe
queno-burguesas que al im ent av am as prátidas das organizações de esquerda^~
proletária, chamadas assim pelas concepções gerais a respeito da revolução
brasileira. E estas tiveram liderança no movimento e mesmo o peso princi -
pal, como p or exemplo a Dl na GB. E mesmo agora, quando as forças mais con
sequentes, do ponto de vista das perspectivas gerais, afastam-se do ME de’i
xando o lugar para o crescimento do reformismo, ainda assim os setores s o ­
cialistas têm peso nas principais universidades, na federal da GB e em es­
pecial na USP, onde as ultimas eleições (para entidades) revelaram este fa
to.
^Quanto a situação da esquerda, o documento praticamente a reduz
à^avaliaçao da própria 0 . e quando vê o movimento de esquerda o vê na rela
ção de aproximação com a 0. Desse modo, não se avalia m e l h o r o atual forta
lecimento do reformismo na sua relação com a situação política geral e com
a situaçao por que passa o movimento de esquerda revolucionária. Quanto a
este, embora o documento tenha considerado a existência de setores se aprn
ximando, já no jornal oficial tomaram-se posições de c on siderar fora da es
querda proletária algumas organizações que v ê m de processos a u t o - c r í t i c o s ”
em relação ao militarismo e ao populismo. Esta visao estreita se liga, sem
dúvida, ao crescimento da atual onda liberal, onde as velhas tradições pro
pagandistas de El a impulsionam ao isolamento e à luta ao nível dos prin-
cipios. Não podemos reduzir o conjunto das posições ou das práticas cbs se_
tores da chamada esquerda proletária a erros que possam, dentro de nosso
ponto de vista, estar agora contribuindo para ali m e n t a r ilusões demoçratis
tas ou reformistas. Consideramos que há um setor de esquerda proletária a
lém de nossas f o r ç a s ( P S B ) que, a p esa r das^divergências e dos desvios exis
tentes, é um campo fértil para a aproximação da prática de intervenção no
proletariado, em especial, e para os debates que b uscam superar a nossa cri
se de perspectivas,^d es env ol ven d o- se a unidade teórica em íntima relaçao
com a unidade na prática.

d) Os fatores caracterizadores da atual conjuntura, de u m _ ponto


de vista de cTa s V e e suas consequências para umã Ta~tica revo
Tu c i oríaría"~

Em sua parte de c o n c e i t u a ç õ e s , o documento diz que a análise de


;onjuntura deve dete rmi na r o aspecto ou elo principal que, pela ação conc­
e n t r a d a das forças revolucionárias, provocará com êxito a sua modificação.
0 documento posteriormente caracterizará a conjuntura pelo descenso do m o ­
vimento de^massas e pelo isolamento das vanguardas. E nestas circunstân
cias, a ação das forças revolucionárias não altera a conjuntura; sua a l t e ­
ração passa a ser^produto exclusivo de fatores de ordem objetiva, em espe ­
cial fatores econômicos.
Na tu ralmente que estamos numa conjuntura de refluxo do movimento
de massas e, po r outro lado, de uma ausência de um partido revolucionário
ou de l a ç o s ^ p o l í t i c o s (e orgânicos entre as vanguardas, que se c ara cterizam
por concepções proletárias, e o movi me nto operário. E, nestas circunstân -
cias de refluxo, é impossível e fe tivar a fusão entre o movimento so cialis­
ta e o movimento operário. Esta fusão só se realiza em momentos de ascenso
da luta de classe capaz de fo rjar lideranças e v ang uardas revolucionárias
do movimento, que compo nha m bases políticas com representatividade nele.
Mas o que está dito até aí é ainda muito geral e não caracteriza
as particularidades da conjuntura quando a relacionamos com a nossa estra-
tégia e com a nossa situação em relação ao caminho estratégico definido.As
causas conjunturais do descenso do movimento operário são a estabilidade
política da ditadura e os ''êxitos" econômicos alcançados. Os problemas que
começam a ameaçar os exitos da ditadura no camço econômico e as consequên
cias que isto traz para a sua estabilidade política e stimulam tanto o cre_s
cimento das lutas operárias como o crescimento de oposiçoes burguesas e que
se refletem no campo político onde predomina a luta entre o movimento libe
ral, pela redemocratização, e os setores mais duros, aqueles que estãonuis
conscientes das necessidades do grande capital e do processo de integração
com o imperialismo. Esta tendência na luta política obriga a ditadura a jo
gar com ambas as forças para con qui st ar saldos políticos para a n ul ar os e-
feitos de desgastes provenientes de problemas econômicos que não pode con
tomar.
Essa situação em desenvolvimento estimula no movimento operário
as atividades que, como vimos, exer ce m o papel de aglutinadoras e formad£
ras de operários combativos e, po r outro lado, entram no campo de interven
gão política e econômica da ditadura, as s i m como estimula as lutas e as
práticas das camadas avançadas de outros setores, em pa rticular o setor e£
tudantil. P o r outro lado, essa mesma situação reanimou forças políticas de
esquerda, especialmente o reformismo que, através de uma política mai s " c o m
bativa", tem conseguido arrast ar setores avançados para alianças com o m o ­
vimento liberal, onde pre dominam as idéias de seus setores mais ligados aos
interesses da burguesia, o que t o m a possível ut ilizar opositores pequeno-
burgueses e setores ligados às lutas atuais^para re solver problemas políti
cos da ditadura através da chamada "distenção" dirigida por Geisel. Enquan
to isto, os setores mais conscientes da esquerda ainda se debatem na cris*e
de perspectivas, o que tem impedido de se desenvolver uma prática ma is ^ c o r
reta e mais combativa. Entretanto, poss uem pontos de contato com as prá ti ­
cas m a i s #i m p o r t a n t e s , do ponto de vista de classe, na atual conjuntura -lu
tas de fabricas, o movimento de oposição sindical e a luta pela reorganiza
ção das entidades ou pela sua dinamização no setor^estudantil.
Levando em conta a estratégia e a situação atual, a nossa inter
venção nessas lutas deve pro cu rar :
a) C omb a t e r e diminuir a influência do m ovimento liberal sobre
as camadas avançadas, acentuando a atividade nas bases do m ovimento e a g i ­
tando as palavras de ordem que dizem respeito aos interesses do proletaria
do na atual luta política em oposição aos limites que o movimento liberal
coloca à luta contra a ditadura e a atual agitação política ;
b) formar tendências mais combativas ao nivel da atividade de
massas, com o objetivo de d inamizar as práticas mais importantes em em d_e
senvolvimento no atual momento, defendendo as reivindicações imediatas e
estimulando as alternativas práticas que pr eparam melhores condições para
a luta contra a ditadura;
c) ao nível das forças políticas de esquerda proletária, a nossa
atividade deve buscar enfrentar a crise de perspectivas, procurando unir
forças para^uma prática comum e estimulando os debates das posições gerais
e das posições taticas.
A formação de uma alterna tiv a revolucionária, ao nível^ das lutas
atuais de modo a enfrentar o atrazo do proletariado em relação às n e c e s s i ­
dades objetivas da luta contra a ditadura e da construção de seu partido
revolucionário é a tarefa geral que liga a resolução de nossas atuais f ra ­
quezas às necessidades da luta de classes, nos limites da atual^conjuntura.
Essa alternativa em termos de^tática corresponde a uma acumulação de forças
ao nível político na preparação de condições favoráveis para uma luta p r o ­
letária contra a ditadura e ao nivel organizatório na preparação de condi
ções favoráveis para nesta luta se organ iz ar a v anguarda d) proletariado em
partido político. E ela poderá se d esenvolver no processo em^que fatores ob
jetivos at ua m para a instabilidade do regime, para a alteração do quadro de
refluxo do m ovimento de massas, se c o n s e g u i r m o s ,neste processo, l e v a r à p r á
tica uma intervenção, dentro das características apontadas acima, onde a or
ganização da tendencia mais combativa e mais consciente que se forma e par
ticipa nas lutas e atividades^de massa atuais mais dinâmicas assuma o pa­
pel principal. Esta organização assume este papel na tática porque uma v ez
alcançada podemos dizer que conseguimos realizar um conjunto de tarefas no
desenvolvimento de uma alternativa proletária de modo a u l t r a pas sa r a con­
juntura com exito, conseguimos i ntervir em suas particularidades que mais
nos interessam mo d i f i c a r (sob o ponto de vista estratégico). E, dessa ma -
- 20 -
neira estaremos aptos a passar a tarefas mais elevadas na conjuntura seguh
te.

III - As formas de l u ta e organização

Nesta parte, diversas são as questões a serem respondidas e apro


fundadas. Iremos apenas apresentá-las e concentrar a discussão em algumas'
delas que sao abordadas pelo documento.
Tendo em vista que a nossa intervenção deve se dirigir principal
mente sobre as atividades de oposição sindical e as lutas isoladas nas fá­
bricas, é necessário em primeiro lugar levar em contadas relações dessas a
tividades existentes com os fatores objetivos que estão atuando sobre o ge
ral da conjuntura. Em segundo lugar, a relação que têm entre si e com a si
tuaçao do movimento operário. Em terceiro lugar, o nosso grau de ligação *é
capacidade de intervir sobre essas lutas.
Tendo isto presente, devemos então determinar a forma de inter -
vençao, ou seja, a relação entre o trabalho legal ou semi-legal e o traba­
lho clandestino; como o trabalho clandestino e partidário se combina com o
trabalho legal ou semi-legal para atingir de maneira mais ampla as lutas a
tuais, com que forma se revestirá o trabalho no qual temos laços orgânicos
para que tais laços não sejam abertos no trabalho de massas ao ní^el das aa
madas mais combativas, qual a forma de organização mais apropriada a g o r a jü
ra aglutinar os operários mais combativos que se forjam e atuam nas oposi-
çoes e^nas lutas de fábricas ou para desenvolver a ligação entre eles e as
oposiçoes e as lutas de fábricas, qual a política de oposição, apropriada
ao trabalho nas oposições já existentes ou nas que estao em formação e no
trabalho de fábrica, que caracterize e oriente a tendência mais avançada
que pretendemos fortalecer em íntima ligação com as lutas atuais, quais são
as reivindicações que se devem utilizar no trabalho legal ou semi-legal ;
qual a agitaçao a ser realizada neste nível de trabalho, contra quem se di
rige principalmente : contra os patrões, contra a ditadura, contra os pele
g03, contra a política salarial, ou contra o controle sindical, etc.; quaT
e a relação justa no momento entre a oposição e osindicato controlado: con
correr nas eleições, participar ativamente do sindicato pelego, ou conser­
var-se afastada para realizar uma propaganda do sindicalismo livre, etc. ,
qual é a relação ju3ta entre as oposições e as fábricas, que instrumentose
que^formas de organização são adequadas para dinamizar as relações das op£
siçÕes com a vida sindical e com as lutas^das fábricas.
Estas questões respondidas compõem uma política de intervenção
que tem como objetivo central ligar nossas forças às lutas atuais como ten
dências mais combativas. Cabe então responder ainda que forma de o rg aniza­
ção materi al iza este objetivo central, ma terializa o fortalecimento de uma
alternativa proletária em oposição às atuais alternativas liberais, a par
tir de que pode se formar, qual a sua relação com as organizações de es
querda proletária, qual o nosso objetivo ai; qual a sua unidade, que ins -
trumentos pode utilizar, etc.
Em seguida, devemos deixar claras quais as características no mç>
mento das organizações de cunho partidário e das organizações não p a r t i d á ­
rias, as relações entre ambas e como se comportam os elementos organizados
nas organizaçoes não partidárias, como através delas realizam a atividade
de massas e o trabalho revolucionário de agitação e propaganda e de aproxi
mação partidária.
Para o movimento estudantil,^definir a intervenção nas práticas
da massa avançada,^a política em relação às entidades, aos grupos de estu­
do, às oposiçoes, à formação da vanguarda socialista; a relação entre o tra
balho legal e semi-legal e o trabalho clandestino, de modo a ligar as lu­
tas estudantis às necessidades objetivas do proletariado na luta política
e às necessidades de agora fortalecer nas praticas existentes uma alterna­
tiva proletária ^ a relação entre as reivindicações estudantis e as reivin­
dicações proletárias na luta política.
Quanto à agitação e propaganda, definir o seu papel na política
a ser desenvolvida, suas formas e seus inetrumentos adequados à atual rea­
lidade.
E, finalmente, definir posições sobre a formação de operários e
de intelectuais revolucionários, sobre a sua r e l a ç ã o e suas p ar ti c u l a r i d a ­
des. Sobre os critérios para a m i l i t ânc ia aplicados às atuais necessidades
da prática política e da situação política geral. Sobre o caráter da orga-
- 21 -
f3

nização capaz de desenvolver a política de intervenção e resguardar a sua


estrutura e as tradições teóricas e políticas do marxismo-leninismo.

a) Sobre a intervenção política

_A acumulação de forças não se reduz a uma atividade no terreno da


organização. Não se definem os aspectos caracterizadores de uma tática redu
zindo-a, como o documento o faz, a acumulação de forças na aglutinação de ¥
lementos avançados._A acumulação de forças ao nível da organizaçao e conse
quência da acumulação de forças ao nivel político. Se o documento (tese)par
te daquela caracterização e vai ficar nos seus limites» é porque vê a con -
juntura apenas do ponto de vista de ser ou não possível construir o partido
e ser ou nao possível^existir movimentos de massas. Como não é possível oons
truir o partido por não haver ascenso do movimento de massas, esta questão
vista unilateralmente vai reduzir a tática de acumulação de forças ao aumen
to do número de contatos operários através^de um trabalho sobre as “vanguar
das", cuja consciência "anti-capitalista" é "rejeitada" pelns^lutas atuaisT
E, dessa maneira, o documento nao dá importância e por isso não bu3ca com -
preender o papel das lutas ao nível de oposição e das lutas de fábrica, o
que o leva a opor a consciência "anti-capitalista",já existente nas camadas
de"vanguarda", ao trabalho legal e semi-legal que ela realiza nas lutas iso.
ladas e na atividade sindical (oposição). Considera então que neste traba -
lho passa a haver a diluição daquela consciência. Em consequência disto, as
posições assumidas pelo documento, de certo modo, querem que haja uma parti_
cipação nesta "diluição", quando por exemplo se adota a plataforma de luta”
forjada pelo próprio movimento de oposição sindical, para ser possível che_
gar às vanguardas e sobre elas desenvolver a propaganda da estratégia, bus­
cando aproximar alguns de seus setores para esperar que a conjuntura mude e
com ela o "fenómeno" da ^re^jeição-aceitação", ou seja, "consciência avança­
da- diluição". Em oposição^a prática i -gQ.1 e semi-legal que dilui a consci­
ência da "vanguarda", propõe então a organização clandestina para preservar
esta consciência até que mude a^realidade. E, com isto, nossa intervenção
como vanguarda política vai então agir contra aquilo que representa agora os
aspectos mais importantes das práticas desses operários (que se encontravam
fechados em seus grupos clandestinos e obreiristas para desenvolver seu pa
pel de "vanguarda") em nome de uma consciência abstrata anti-capitalista. A
intervenção da esquerda vai então, segundo essa visão, barrar o^avanço da
prática atual, uma vez que se concebe que as lutas de massas, não^podendo
se desenvolver na conjuntura, não comportam o trabalho legal. Então, se es­
te for utilizado, o será como meio de^chegarmos à "diluição" para de lá tra
zermos operários de vanguarda,que estão se deformando, para os organismos
clandestinos e para ouvirem a nossa propaganda geral.
0 trabalho de educação, considerado como propaganda da estratégia
e das teses do marxismo-leninismo^ passa a ser visto como a tarefa central
e cujo resultado será a aproximaçao de operários de vanguarda. Tudo^o mais
é meio çara atrair os operários. Não se coloca o trabalho de educação como
consequencia da política de intervenção nas lutas, onde então pode assumir
seu papel fundamental para avançar a consciência e a organizaçao partidária,
e desta forma abre-se o espaço para uma atividade estritamente propagandis­
ta.
Segundo a ótica do documento, para que a atuação nas lutas isola­
das se t o m e um "meio" para a aproximaçao,basta se ter uma plataforma de
lutas, plataforma esta que não é um instrumento para unificar as lutas iso­
ladas, mas para direcionar a ação dos operários de vanguarda. Entretanto, a
plataforma que o documento apresenta foi forjada pelo próprio movimento de
oposição sindical que no momento atual corresponde às necessidades de unifi
cação das lutas isoladas. Por isso,a plataforma assume um caráter semi- le­
gal e contém reivindicações imediatas do movimento operário e, na prática ,
e^uin instrumento para a unificação das lutas isoladas, mesmo que por condi
ções objetivas estas possam não se unificar no momento atual. Essas reivin­
dicações correspondem ao ponto mais elevado a que chegaram as lutas atuais
(oposição e lutas isoladas) e por isso devemos tomá-las e defendê-las em
nossas intervenções. Não somente para atrair^operários, mas principalmente
para o trabalho junto ao movimento de oposição e às lutas isoladas, onde de
vemos nos ligar e organizar a sua tendência mais combativa.
Então dizer, como diz o documento, que essa plataforma é para a a
ção, mas não tem objetivos no movimento, porque se os tivesse teria de ser
propagandeada (porque não há condições para a unificação das lutas) demons-
- 22 -
t 6, p. 5 1

tra uma total incapacidade de traçar uma política sobre^as lutas atuais de
modo a não cair no voluntarismo. Essa plataforma pode não ter objetivos no
movimento se só consideramos-movimento as suas formas mais puras (lutas ge
neralizadas) e se damos a uma plataforma o papel de mobilizar o movimento
de massas. Numa luta^contra a t r a z o d e pagamentos numa fábricax por exemplo,
os operários que estão ligados a nós deverão fazer uma agitaçao dessas rei
vindicações e aglutinar em torno delas os operários mais dispostos para dT
namizar o movimento de oposição formando apoios nas fábricas. Essa ativida
de deve se dar de forma mais aberta possível, com cobertura da atividade
sindical de oposição-. Nos grupos de sindicalistas e nas devemos influencia
los para adotar esse conjunto de reivindicações como instrumento de unida­
de do conjunto do movimento e para a sua pratica legal nos sindicatos e nas
fábricas. Como então então essa plataforma não tem^objetivos no movimento?
A agitação de ordem econômica e a agitação política devem ao la­
do da propaganda estar presentes em todas as nossas atividades, desde as
mais abertas até as mais clandestinas e para isto aevem adquirir formas j
instrumentos apropriados. A diferença entre a agitação e a propaganda não
é que uma é voltada para o que se pode efetivar de imed?ato e a outra pa­
ra o que se efetiva no futuro. Esse modo de ver a atividade de agitação e
propaganda, presente no documento, leva a uma separação entre o que pode
ser realizado e o que^ainda não pode, entre o que já é consciente e o que
nao é, entre a estratégia e a pratica concreta,^entre os objetivos^ gerais
na luta política e os imediatos, etc. Dizer então que a agitação não pode
agora ultrapassar os problemas !iconcretos" de fábricas, que nao pode ir a-
lem dos limites de isolamento^das lutas, que não pode estimular a amplia -
çao da luta e muito menos então trazer para a realidade viva as necessida_
des objetivas^do proletariado na luta política, etc. é a maior das estrei-
tezas. Para não ser voluntarista, traça-se uma politica que se arrasta por
trás da realidade. E maior ainda é a falta de bom senso quando se desligam
a agitação e a propaganda da atividade prática concreta, de seus problemas,
dos estímulos que os fatos vivo3 da vida política causam, ao apenas se per
mitir que a agitação só^se faça em cima de um fato concreto da fábrica (cõ'
mo, por exemplo,t demissões, atrazo de pagamentos...) e a propaganda só se
faça da "estratégia" e das teses do jnarxismo-leninismo.
E desse modo,, a intervenção que se propõe no proletariado fica
bem ao gosto da consciência an ti -ca pitalista abstrata da chamada " camada
de v a n g u a r d a 11! Ou então fica atrás do movimento atual, pretendendo fazer a
gitação só em casos muito especiais^de conflitos econômicos localizados e
defender um conjunto de reivindicações imediatas para a t r a i r as "vanguar -
dns". Essas "agitações" concretas que v êm atrás^da reação espontânea da
massa diante de uma irregularidade na fábrica são ultrapassadas emjnuito pe
los fatos em si, independentes da agitação revolucionária, que estão pre -
sentes na atual realidade, como a fome, a f a ] ta de alimentos, o custo de tá.
da, as migalhas dadas pela ditadura, os seus crimes, o terror^policial, as
traições dos políticos liberais, etc. E na ausência da agitação e propagan
da revolucionaria, a3 reivindicações imediatas ocupam o seu lugar, o queíe
va a atividade política concreta a ficar atrás da consciência efetiva mani
festada já pelo movimento de oposições com todas as suas limitações. Além
disso, o documento ainda precisa explicar que o aparecimento na plataforma
sindical da reivindicação "por um sindicato livre", p o r exemplo, não é com
o objetivo de realizá-lo na conjuntura e desse modo não serve à agitação,
porque ultrapassa os limites das lutas isoladas. Essa reivindicação para o
documento visa a a cen t u a r a importância da atividade de fábrica que, devi­
do ao conjunto de suas orientações, só terá consequência paradas forças da
0., ou seja, para a política de distribuição de forças. E então a p la taf or
ma forjada pelo movimento exterior à 0. vai a c a ba r p o r lhe impor uaa p o l í ­
tica de organização, isto é, dirigir suas forças de acordo com os ^pontos
da plataforma; como se fosses questões novas para a esquerda proletária sa
ber a situação dos sindicatos, a importância das lutas de fábricas, etc. i

b ) S o b re as formas de o r g a n i zação f.

Tirando consequência da separação que se fêz antes entre uma ca­


mada de vanguarda, com consciência anti-capitalista, e uma camada interme­
diária, _com consciência sindical, o documento^procura indicar formas de or
ganizagão apropriadas. E como considerou a prática legal ou semi-legal das
oposiçoes como diluidora da consciência anti-capitalista dos operários de
"vanguarda", vai p rop or somente formas de organização clandestinas c o m o ob
- 23 -
í3

jetivo de t o m a r clandestinas as práticas^dessas camadas. Para os primei -


ros propÕe as "comissoes" ou "ligas" operárias. Para os segundos propÕe a
organização de grupos clandestinos nas fábricas como bases de oposição, em
bora chama a atençao para o fato de que estes grupos não podem na atual con
juntura ser centralizados pela oposição, porque considera que não se for­
mam oposições na atual situação.
Quanto às oposições existentes t considera-as grupos^clandesti -
nos de operários de vanguarda. E a sua pratica atual de oposição aberta é
considerada diluidora de sua "conscifncia anti-capitalista". Para superar
isto, propoe uma forma de organização com tamanhas exigências que só não
a chama de base da organização, porque a conjuntura impede de dizer isto_.
Tudo isto para salvar a vanguarda, a sua consciência abatrata» da diluição
na atual prática de oposição sindical que se dá de forma aberta J Na inten
ção, o que o documento pretende é que essa forma de organização - comis -
sões ou ligai - traga para dentro de si a chamada camada de vanguarda, a-
fastando-a^de sua prática legal, para lhe dar uma prática regulada, com rí
gidos critérios de ingresso e de funcionamento, e uma plataforma de lutas"
sindicais para com ela fazer o trabalho de criação dos grupos clandesti -
nos nas fábricas como boies de uma futura oposição. E com isto transformar
essa forma de organização num organismo por onde se pode realizar a "polí­
tica de massas", cujo objetivo é atrair para ele novos^operários. Na práti_
ca, entretanto, esse. nolitica vai reduzir essas comissões no máximo a uma
frente de esquerda e das Os. que têm grandes concordâncias e, pior ainda ,
vai deixá-la sem uma linha de atuação ,,enganadas por estarem representan­
do a prática mais avançada, o que abrirá o campo para o reboquismo, para as
improvisações e imediatismos.
Sabemos que é indispensável para o êxito tático encontrarmos u-
ma forma de organização def:^ida corretamente em suas relações com as lu
tas atuais e com as organizações partidárias e em seu papel de materiali -
zr>r o conjunto de tarefas necessárias à acumulação de forças no nível poli
tico e organizatório. As comissões que já se formaram com base na3 forças
que a esquerda já acumulou só conseguirão exercer um papel correto na rea­
lidade quando se concentrarem nas atividades que as transformem numa ten -
dênci^ mais combativa nas lutas atuais. Isto implica em estar presente com
uma política combativa no movimento de oposição e nas lutas de fábricas ,
buscando ultrapassar as limitações políticas das atuais^lideranças das opo
sições, ou seja, os atuais limites de sua^atuação nas fábricas e nos sindl
catos. Nos locais onde não existem comissões, deve-se buscar criá-las,mes
mo que com poucas forças ou com bf.se nos trabalhos já desenvolvidos em op*o
siçoes e nas fábricas. Mesmo que reduzidas agora às forças mais próximascE
esquerda proletária, elas criam melhores condições para enfrentar os pro -
blemas práticos de sua transformação em tendência combativa nas atuais lu­
tas .
Se agora não conseguem ultrapassar as próprias forças acumula -
das pela esquerda proletária, nem por isso devemos regê-las por critérios
de funcionamento e consciência exigidos para a organização partidária. Pa­
ra que cumpram o seu papel, não é necessário que tenham tais critérios; pe
lo contrário, todo operário que se manifestar a favor dos resultados práti­
cos da atividade dessas comissões, a favor de sua plataforma para o traba­
lho sindical e da agitação que faz por meio de boletins ou jornais ( quer
nas atividades sindicais, quer nas lutas de fábricas) deve ser considerado
membro da comissão, mesmo que ainda não se disponha a se organizar clandes^
tinamente ou participar mais ativamente das lutas. Terão condições de par­
ticipar do núcleo dessa forma de organização os mais dispostos e os que
concordam em se organizar clandestinamente. A política a ser invada por es
ssas comissões, o nível de consciência a ser alcançado por seus membros,os
objetivos de se transformarem em tendências combativas nas oposições e nas
lutas isoladas serão produto não de critérios rígidos de participação, mas
de uma intervenção política das organizações de esquerda sobre elas. E es­
sa intervenção não se reduz à comissão em si, a sua conservação. Ela deve
na comissão ultrapassar os limites da prática sindical, buscando levar a
essas organizações os interesses atuais do proletariado na luta política ,
buscando ganhá-las pararas suas áreas de influência, quer nas atividades
sindicais e de oposição, quer nas atividades de fábrica,procurar elevar a
consciência acima da plataforma utilizada agora para o trabalho de oposi­
ção mais aberto. Por outro lado, deve se revestir da forma de movimento de
oposição sindical, de modo a dar condições aos operários ligados à nossa a
tividade de participarem abertamente em atividades sindicais e nas lutas’
de fábricas, procurando influenciá-las no sentido da formação de setores
mais combativos. Nas fábricas, esses setores devem encontrar os meios de se
organizar mais^adequados a cada local - grupos de oposição, delegações sin
dicais, comissoes de diversas espécies, etc. Estas formas de organização Ôb
vem ser as roais abertas possíveis, mesmo que não sejam ainda aceitas pela
empresa. Seus setores mais dispostos, assim como os que participam das opo
sições sindicais, encontram na organização clandestina - comissoes e subco
missões - o meio para dinamizar as atividades que só podem se desenvolver
de maneira legal ou semi-legal. E em toda essa prática deve estar presen
te o trabalho#independente de organização, que deve se utilizar do J N e dos
cadernos operários, principalmente, para impulsionar a aproximação em orga
nismos partidários.
0 nosso objetivo é fazer com que os organismos^de operários, em
particular as comissoes, levem à prática as nossas posições, não como pro­
duto de imposições de critérios^ mas como produto de nosso trabalho poljl
tico. Assim tambem o é em relaçao aos movimentos de oposição onde devemos"'
estimular os seus setores mais combativos^e fazê-los vir a desempenhar um
papel de destaque^nesses movimentos. Se não é possível na situaçao atual se
formar uma oposição sustentada por bases e por um amplo movimento, ela se
forma no entanto com base em lideranças sindicais e lideranças que partici
pam das lutas isoladas.^E a sua formação e desenvolvimento^e fundamental
para melhorar as condições para a nossa política de formação das comissões
e^de atuaçao sob a cobertura legal dada pelas oposições, especialmente nas
fabricas onde se deve estimular a organização dos operários que exercem al
guma liderança; assim como para nor ligar aos grupos operários e ao3 sindT
calistas, como movimento de oposição, onde buscaremos estimular e organi -
zar suas tendências mais combativas.

c ) Sobre a propaganda

Além da compreensão incorreta do que seja agitação e propaganda,


a tatica proposta não deixa nenhum papel para a agitação política. Quanto
a propaganda, ela vai falar da estrategia - que acaba por ficar ao nível
de princípios gerais do marxismo-leninismo - para a "vanguarda" e da^plata
forma de lutas para a carrada intermediária, o que entra em contradição com
o que se disse anteriormente, ou seja, que a plataforma se destina a"ação"
e nao a propaganda.
Na prática se considera que a propagí-.ada, ou a luta de princí -
pios, basta para a intervenção no proletariado, porque este já possui uma
"vanguarda" e que o problema é apenas combater seus desvios; o resto pode
ser encaminhado por canais orgânicos í E, assim, adota-se na prática a pos
tura^de "estado maior auto-nomeado" que procura, pela luta ideológica, le­
var às "bases políticas do populismo" a^perspectiva do proletariado na re­
volução brasileira. 0 mais grave ainda é separar essa propaganda, mesmo ge
ral e professoral,da^ atividade revolucionária sobre a camada intermediária,
a ^ual se reduziria à propaganda^da plataforma e^que em nada av°nçará aoons
ciência dessa carnada; pelo contrário, se colocará atras dela e deixará aos
políticos burgueses o papel de ganhá-la na media em que sua prática a esti
mula a buscar alternativas políticas.
Uma vez que nossa agitação e propaganda estejanligadas aos fa -
tos da vida política e da prática das camadas avançadas, aos problemas que
afligem as massas, etc., trazendo os pontos de vista de classe para o pre­
sente e respostas atuais para cada fato,elas conseguem atingir o que cha­
mamos de massa avançada. Se a agitação e a propaganda que partem de nossa
imprensa oficial não atingem o conjunto desta massa nos locais onde atua -
mos, em virtude de nossas poucas forças, das barreiras impostas pela clan­
destinidade, inclusive pelo baixo nível de consciência de determirados con
tatos, não quer dizer com isto que por outras formas e vias não se consi -
gam contornar esses fatores. Quando os operários as assimilam e tiram de­
las consequências para a sua prática, esta prática atinge outros setores ,
tanto através de outros veiculos escritos como da palavra oral. Chega por
exemplo a setores não atingidos diretamente, quando um operário, com base
nos argumentos apresentados na imprensa, ganha um companheiro para a práti
ca de oposição sindical, quando consegue discutir com outros os fatos polT
tico3 de conhecimento de todos de que a agitação ou a propaganda lançaram"
mão. Os jornais das comissoes e de oposições que se tornem mais combati -
vas podem, devido a nossa influência, reproduzir em nível mais adequado a
agitação e propaganda revolucionária.
■4>4-6 \ á

As limitações e erros do documentos existentes na política de in


tervenção, incluindç-se aí a agitação e propaganda, na prática podem aca -
bar por reduzir a tática ao seguinte esquema : faz-se propaganda/da estra­
tégia, ou a luta ideológica ao nível dos^princípios,sobre os operários já
proximos, estes se organizam nas comissões e estas, por sua vez,' fazem a
propaganda da plataforma de luta na camada intermediaria. Isto se as comi£>
sões se submeterem à influência__dessa política ou se se submeterem a critls
rios que as reduzem a organizações partidárias.

d) Sobre a organização dos revolucionários

Entre os diversos problemas que não foram abordados nestas obser­


vações por não estarem presentes no documento-tese de El e outros pelo qua
se nada que se falou sobre eles, como o caso da política geral para o ME ¥
para a relação com a esquerda, estão ainda uma serie de outros na parte da
organização hoje necessaria para desenvolvermos as nossas atividades polí­
tica - relações entre organismos partidários e nãopartidários, os critérios
de militância e de formação de bases, a política de formação de operários
e da transformação de estudantes em intelectuais revolucionários, etc.
Aqui apenas levantaremos duas questões para serem melhor aprofun­
dadas. Uma diz respeito à posição tomada pelo documento em relação ao tra­
balho de massas. Diz que este trabalho deve fir»ar a cargo de organismos pe
riféricos, nos quais se^incluem as comissões operárias, grupos de estudo ,
etc. Poderia esta questão ser considerada uma medida provisoria de economi
a ou preservação de forças, se não estivesse presa u concepção sobre o tra
balho^de massas contida no documento. Na verdade, para que os organismos
periféricos realizem ajpolítica de massas conforme a tática define, seria'
necessário que a relação da 0. com eles fosse uma relação de assistência ar
gânica. Os organismos não partidários devera ser ganhos para uma atividade'
política que nos interessa e, por outro lado, devem^servir para que nossos
militantes ou elementos parapartidarios atuem através deles nas práticas de
massa avançada e nas lutas atuais. Assim, ampliamos as nossas forças, atua
mos mais abertamente sem precisar mostrar laços orgânicos, além de poder
nestes organismos ganhar^partidariamente os que mais se destacam.
A segunda questão se refere ao problema que já levantamos anteri­
ormente de identificar estratégia com partido, com organização de combate,
etc.JPara não ultrapassar os limites da conjuntura, o documento diz que ho
je não se forma a OC, da mesma forma que o partido. E diz que este concei­
to, para Lenin,estava ligado ao de Partido.
Sabemos que o partido é fusão do movimento socialista com o movi­
mento operário; ha que ter essa fusão para haver um partido. No entanto ,
tal partido pode ou não ser uma OC. A social-democracia russa, já fundida
com o movimento operário (Lenin diz mesmo que o grupo Emancipação e Luta de
Petrogrado poderia ser considerado o seu nucleo) não era ainda uma OC e p r
isto Lenin a partir do C}ue Fazer - e antes já havia falado nisto no Por on
de começar - dá ênfase u questão d.“ organização, porque^o partido se acha
va em atrazo em relação ao movimento operário,^isto é, não possuía uma es­
trutura combativa para ser possível agir com táticas combativas. Ainda per
sistia nele as normas e o funcionamento dos círculos propagandísticos. Na
fase do liquidacionismo, Lenin volta a insistir a respeito da estrutura
clandestina^e dos métodos conspirativos contra as tendências que propunham
a legalização do partido, o abandono de sua estrutura para uma dissolução
nos grupos legais, etc.
0 problema da organização de combate não é o mesmo que o problem
da fusão do movimento operário com o socialismo. Na Rússia houve um atra­
zo da formação da OC. Nao quer dizer, no entanto, que as duas devam se dar
no mesmo processo. Lá estava ooncretamente se criando um problema que a te_
oria de organização teria de resolver. 0 caráter conspirativo, a combati­
vidade, o profissionalismo, etc. foram questões assimiladas de organizaçcc?s
pequeno-burguesas russas voltadas para o terror, em que esta prática neces
sitava de uma estrutura de combate. Assim também podemos ver nas experiên­
cias da^guerra de guerrilhas em que os pequenos comandos, antes de criaria
ses políticas, ^já têm de^se revestir de uma estrutux-a de combate. Concreta
mente, é o caráter da prática que irá determinar qual a forma de organiza­
ção necessária. Nossa prática e voltada para o combate, apesar de nao ser­
mos partido e de não podermos construí-lo na atual realidade. Os^nossos m_é
todos conspirativos, a necessidade de ’'esenvolver a especialização e a pro
- 26 -
V"3.0.<í>. 6 tjf.éJ
fissionalização dos jnilitantes, o funcionamento estanquizado, a política ds
segurança, a formação como prática prcf issional, etc. são necessidades de
no3sa prática para intervir na luta de classes. Esta necessita da estrutu­
ra de combate. Ao contrário, por exemplo, as proposições práticas da TD -
jl7 alterariam a nossa estrutura, a 0. deixaria de lado os fatores que a ca
'acterizariam como 0. combativa, para se transformar em grupo de intelectu
i3 para o estudo ou a participaçao em grupos legais.
A discussão dessa^que3tão é,^portanto, importante porque junto
om'ela se coloca a discussão de uma série de aspectos de nossa estrutura,
ia vida interna, que ainda são bastante atrasados diante das necessidades
de nossa prática atual e da preparação para práticas futuras.

DN
fevereiro/75
/

T
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I
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T R I B U N A D E D E B A T E S N Ú M E R O 1 2

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I
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S O B RE A CIRCULAR 4 DO CN DE El E O P R O C E S S O DE U N I F I C A Ç Ã O I
In t r o d u ç ã o :

Apos um p e r i o d o g r a n d e de i n d e f i n i ç õ e s s o b r e a d i s c u s s ã o c o n j u n t a
e u n i f i c a ç a o , no seu u l t i m o p l e n o El r e s o l v e u t o m a r p o s i ç ã o c o n t r a a r e a l i z a
çao da Dl c o n j u n t a v i s a n d o a u m a m e s m a C o n f e r e n c i a . A lg u m t e m p o d ep o i s , o CN
de El d e c i d i u se a u t o c r i t i c a r d e s s a p o s i ç ã o . A g o r a o CN v o l t a a t r á s fr e c u a no
v ã m e n t e p a r a u ma p o s i ç ã o s e m e l h a n t e a do pleno.
A t r a v é s da C i r c u l a r 4, e x p l i c a m e ss a m u d a n ç a de p o s i ç ã o com d o i s
m o t i v o s : o p r a z o nao c o i n c i d e n t e e p r i n c i p a l m e n t e d i v e r g ê n c i a s e x i s t e n t e s . E
que as p r i n c i p a i s d i v e r g e n c i a s e nt r e as du as Os. l e v a r a m - n o s a c a r a c t e r i z a r
a 0. c o mo um " se t or v a c i l a n t e da EP", is to e, um s e t o r que v a c i l a e n t r e as
" p o s i ç o e s d e m o c r a t i s t a s da p e q u e n a b u r g u e s i a " e as " p o s i ç õ e s p r o l e t á r i a s de
El'*.
Mo i n i c i o do doc. p r e t e n d e m o s r e s p o n d e r as q u e s t õ e s l e v a n t a d a s p e ­
lo CM de El, q u e s t õ e s que, s e g u n d o a s ua vi sa o, e x p l i c a m o c a r a t e r " v a c i l a n ­
te" da 0. Aqui nao i r e m o s ó p r e c i a r as p o s i ç o e s do CN c o n t i d a s no n o v o p r o i e -
to de tati ca , a nao ser a q u e l a s as q u a i s a c i r c u l a r se r e fe re. E, no fin al
d e s t a r e s p o st a, nos p o s i c i o n a r e m o s f ac e a atual d e c i s ã o de El de a d i a r a reu
n i f i c a ç a o e as p r o p o s t a s qi.e nos fa ze m a t r a v é s da C i r c u l a r 4.

a) A luta contra a ditadur;

S e g u n d o o CN, s o m o s o p o r t u n i s t a s em v i r t u d e de n o s s a p o s i ç ã o de "l u
ta c o n t r a a d i t a d u r a " . E ss a p o s i ç ã o , s e g u n d o os c o m p s . , trai c o m p l e t a m e n t e a
v i s a o s o b r e os c a m i n h o s g e r a i s da l u t a p r o l e t a r i a no país . C o n s e q u e n t e m e n t e ,
m a n t e m o s p a l a v r a s de o r d e m p e q u e n o - b u r g u e s a s em n o s s a p l a t a f o r m a de l u t a que
t a n t o s e r v e m p a r a d e f e n d e r um o p e r á r i o co mo um F r a n c i s c o Pi n to . E, em funçi-o
disto, s om o s v a c i l a n t e s em r e l a ç a o a E3 e E4 na r e l a ç ã o que e s s as O s . t ê m crm
a EP ( s e g u n d o El e s s a s Os. nao fa ze m p a r t e da E P ).
No p r o j e t o de tese, o CN d iz que, em v i r t u d e da 0. nao ver que nao
ha s o l u ç ã o b u r g u e s a p a r a a c r i s e e s t r u t u r a l do c a p i t a l i s m o b r a s i l e i r o ,n o s C £
l o c a m o s a l u t a c o n t r a a d i t a d u r a no c e n t r o da t at ic a, a i n d a que d i s p e n s a n d o
os a l i a d o s p a r a e ssa t a r e f a e que n e s t e p o n t o E3 e E4 são m a i s c o n s e q u e n t e s
p o r q u e vao b u s c a r a l i a d o s ro p o p u l i s m p ,
C la ro e st a que d i a n t e d e s s a " c o m p r e e n s ã o " o CN não d e v e r i a a p e n a s
" ad i a r " a u n i f i c a ç a o , m a s r o m p e r com e s s e o b j e t i v o , tal é a d i s t â n c i a em que
o CN n os c o l o c a em «Vr e l a ç a o aos ^ i n t e r e s s e s do p r o l e t a r i a d o na l u t a de classes.
P a r a r e s p o n d e r a tao g r a v e s c r i t i c a s , e x p o s t a s de m a n e i r a e x t r e m a m e n t e r e d u ­
zidas, sem r e f e r e n c i a s a doe s. , etc., t e r e m o s que f a z e r u m a s é r i e de cita­
ç õ e s t i r a d a s de n o s s o s d oe s. , p r i n c i p a l m e n t e da T D-7 ( O b s e r v a ç õ e s s o br e a T,e
se a p r o v a d a no p l e n o d e l i b e r a t i v o de El). E s t as c i t a ç õ e s t e r ã o c o m o o b j e t i v o
m o s t r a r ao c o l e t i v o de El a s p e c t o s de n o s s a s p o s i ç o e s tao m a l c o m p r e e n d i d a s
e i r r e s p o n s a v e l m e n t e c r i t i c a d a s p e lo CN.
"... nos a g i m o s d e n t r o dos l i m i t e s da r e a l i d a d e , v i s a n d o a ac um u -
l a r f o r ç a s t anto p a r a a f o r m a ç a o da c l a s s e i n d e p e n d e n t e como p a r a a l u ­
ta p r o l e t a r i a c o n t r a a d i t a d u r a . E e e s ta d i r e ç ã o p o l i t i c a que p o d e i m ­
p e d i r de se c a i r t a n to no r e b o q u i s m o , ou n u m a p r a t i c a f o r a d as p o s s i b i ­
l i d a d e s da c o n j u n t u r a , com o no i s o l a m e n t o , na s e p a r a ç ã o e n t r e a p r o p a -
g a n d a da e s t r a t e g i a e o t r a b a l h o e s t r i t a m e n t e s i n d i c a l " . (TD-8: r e s p o s ­
ta ã c a r t a de El; j a n e i r o 75)

"... Em v i r t u d e da f r a q u e z a do p r o l e t a r i a d o em t e r m o s de c o n s c i ê n ­
c ia e o r g a n i z a ç a o e em p a r t i c u l a r do atua l r e f l u x o do m o v i m e n t o de mas
s a s , e s sa l u t a (a l u t a c o n t r a a d i t a du r a) h o j e a s s u m e o c a r a t e r p e g u e n o
b u r g u ê s e e f o r t a l e c i d a p e l o s d e s c o n t e n t a m e n t o s de s e t o r e s da b u r g u e
s i a ." (TD-7: o b s e r v a ç o e s s o b r e a t e s e a p r o v a d a no p l e n o d e l i b e r a t i v o de
r l : f e v e r e i r o 75)

"A f o r m a ç a o de u m a a l t e r n a t i v a r e v o l u c i o n á r i a ao n í v e l das l u t a s a
t u a i s de m o d o a e n f r e n t a r o a t r a z o do p r o l e t a r i a d o em r e l a ç a o as n e c e s ­
s i d a d e s o b j e t i v a s da l u t a c o n t r a a d i t a d u r a e da c o n s t r u ç ã o de seu p a r ­
tido r e v o l u c i o n á r i o e a t a r e f a ge ra l que l i g a a r e s o l u ç ã o de n o s s a s atu
ais f r a q u e z a s as n e c e s s i d a d e s da l u t a de c l a s s e s , n os l i m i t e s da atual
c o n j u n t u r a . E s s a a l t e r n a t i v a em t e r m o s de t a t i c a c o r r e s p o n d e a u m a acu-
miLi acgo de f o r c a s ao Juíve^ Q o i i t i c o n a jjr.eoaxacão de CJjaditoes f a v o r a -
iífiis n a r a u m a l y t a o r ^ l e t a r i a c o n t r a ia d i t a d u r a e ao n i v e l o r g a n i z a t õ -
rio na p r e p a r a ç a o de c o n d i ç o e s f a v o r a v e i s p a r a n e s t a l u t a se organizar
a v a n g u a r d a do p r o l e t a r i a d o em p a r t i d o politico." (TD-7)

"A at ual c rise, que a f e t a t o d a s e s s a s q u e s t õ e s , c o m e ç o u a c r i a r es


t i m u l o s t a n to p a r a o a u m e n t o d a s l u t a s c o n t r a as i r r e g u l a r i d a d e s e x c e p ­
c i o n a i s em r e l a ç a o ao p r o p r i o c o n t r o l e da d i t a d u r a , c o m o m a i s r e c e n t e -
m e n t e p a r a as l u t a s que ja e n t r a m p e lo c a m p o do c o n t r o l e , e x i g i n d o ma i
o r e s s a l a r i o s . As t e n d e n c i a s a i n s t a b i l i d a d e p o l í t i c a e ao d e s e n v o l v i -
m e n t o da c r i s e e c o n o m i c a c o r r e s p o n d e m no m o v i m e n t o o p e r á r i o as t e n d e n -
c i as que se a p r e s e n t a m n e l e c om o f a t o r e s m a i s d i n â m i c o s - o m o v i m e n t o
de o p o s i ç ã o s i n d i c a l e as l u t a s de f a b r i c a s . 11 (TD-7)
"A i n t e r v e n ç ã o d i r e t a da d i t a d u r a no s s i n d i c a t o s , ou i n d i r e t a m e n t e
a t r a v é s do s p e l e g o s , e o ^ a u m e n t o d os c o n f l i t o s nas f á b r i c a s , r e f l e x o do
a g u ç a m e n t o da s c o n t r a d i ç o e s s o c i a i s ,c r i a m a b a s e m a t e r i a l p a r a o t r a b a ­
l ho r e v o l u c i o n á r i o de l i g a ç a o c om os o p e r á r i o s m a i s d i s p o s t o s . c. _ §uirgem
c o n d i ç o e s m a t e r i a i s p s r a o c r e s c i m e n t o e r a d i c a l i z a ç ã o das t e n d ê n c i a s d e
o p o s i ç ã o s i n d i c a l . Na s f a b r i c a s s u r g e m p o s s i b i l i d a d e s de se organizar
g r u p o s n os m o m e n t o s de c o n f l i t o s . ""... :1o p r i n c i p a l p o n t o fr ac o do m o v i ­
m e n t o r e v o l u c i o n á r i o e a f a l t a de l i g a ç a o p o l í t i c a com os s e t o r e s a v a n ­
ç a d o s do p r o l e t a r i a d o . E o do m o v i m e n t o o p e r á r i o é a f a l t a de c o n s c i ê n ­
cia e o r g a n i z a ç a o i n d e p e n d e n t e s . E st es d o is f a t o r e s i m p o e m a qualquer
p o l i t i c a que p r e t e n d a se c h a m a r p r o l e t a r i a o d e v e r de c o n c e n t r a r for -
ças p a r a a s o l u ç ã o d e s s e s p o n t o s f r a c o s . " "... o i m p o r t a n t e n ao e s i t u ­
ar em que c a m p o o p r o l e t a r i a d o vai se s u b o r d i n a r , m a s d e s e n v o l v e r no
t r a b a l h o p r a t i c o suas r e i v i n d i c a ç õ e s atuais, aq ue l as , que na l u t a con -
tra a d i t a d u r a , vao c o n t r a as suas b a s e s de e x i s t ê n c i a . " (Nova Luta,
t e m b r o 74)

"Uma vez e s s a s l u t a s v i n d o ã t o n a e t r a z e n d o c om el as as s uas r e i ­


v i n d i c a ç õ e s i m e d i a t a s , m e s m o as que os p o l i t i c o s l i b e r a i s e a g o r a até
m e s m o os m a i s r e a c i o n á r i o s d e f e n d e m , c om o as m e l h o r i a s s a l a r i a i s , e l a s
vao bem m a i s l o n g e do que o m o v i m e n t o l i b e r a l p r e t e n d e . P o r q u e el as m o ­
b i l i z a m m a s s a s e a s s u m e m p o r c o n t a p r ó p r i a a d e f e s a das r e i v i n d i c a ç õ e s ,
e a s s i m saem d os l i m i t e s e s t r e i t o s do jogo p a r l a m e n t a r . " " D e v e m o s v o l ­
ta r as n o s s a s a t i v i d a d e s p a r a as l u t a s e as p r a t i c a s d os s e t o r e s a v a n ç a
dos n e s t e s l u g a r e s (se r e f e r e as b a s e s do m o v i m e n t o ) p o r q u e aí as lutas.
m e s m o sob i n f l u e n c i a dos m o v i m e n t o s l i b e r a i s no p l a n o p o l i t i c o . vao e n ­
c o n t r a r m e i o s p r o p r i o s p a r a se e f e t i v a r e p o r q u e ai s u r g e m s e t o r e s c o m ­
b a t i v o s o n d e p o d e m o s d i s p u t a r a i n f l u e n c i a p o l i t i c a . E s s a i n f l u e n c i a de
m o d o a l g u m p o d e r a ser d i s p u t a d a de f o r m a c o n s e q u e n t e no s l i m i t e s da atu
al l u t a p o l i t i c a . o n de os s e t o r e s da b u r g u e s i a d e s c o n t e n t e a s s u m e m o c o n
t r o j e e a d i r e ç ã o do m o v i m e n t o de o p o s i ç ã o . As v e r d a d e i r a s b a n d e i r a s do
p r o l e t a r i a d o na l u t a c o n t r a a d i t a d u r a c h e g a r a o ao p l a n o d a l u t a p o l í t i
ca se p a r t i r e m dos e s f o r ç o s p r o p r i o s das m a s s a s p a r a c o n q u i s t a r suas
r e i v i n d i c a ç õ e s i m e d i a t a s e das a ç o es p o l i t i c a s que as f o r ç a s m a i s c o n s ­
c i e n t e s s o u b e r e m r e a l i z a r p a r a d i s p u t a r a i n f l u e n c i a p o l i t i c a s o br e as
c a m a d a s m a i s c o m b a t i v a s que s u r g e m n e s t a s l u t a s . " ( N o v a L u t a , m a r ç o 75)

n Os i n t e r e's 1s e s .o b.i e t i v o s/C— .do p■..-..


■■■■— * r o l e....
t a r ...................
i a d o na l u t a c.....
o n t r.
a. ....
a d. i......
tadu-
ra c o r r e s p o n d e m a r e i v i n d i c a ç õ e s que v i s a m a d e s t r u i r as b a s e s de sus -
t e n t a ç ã o do r e g i m e a t u a l , não do c a p i t a l i s m o em geral, m a s da f o r m a p a r
t i c u l a r com que ele e x e r c e a g o r a no p a i s a sua d o m i n a ç ã o . Sen do l e v a d a s
a p r a t i c a e s s a s r e i v i n d i c a ç õ e s a t r a v é s da a g i t a ç a o p o l i t i c a e com o o b ­
j e t i v o de p e n e t r a r n os s e t o r e s a v a n ç a d o s , el as p o d e m e x e r c e r o p a p e l de
i so l a r , ou p e l o m en o s , d i m i n u i r a i n f l u e n c i a dos s e t o r e s r e f o r m i s t a s e
l i b e r a i s s o b r e os s e t o r e s em que a t u a m o s . . . Se t a i s i n t e r e s s e s ja são
n e c e s s i d a d e s o b j e t i v a s , a t ua is , l i g a d a s a r e a l i d a d e p o l í t i c a , c o n t u d o .
a i n d a nao c o r r e s p o n d e m ao ni ve l de c o n s c i ê n c i a e o r g a n i z a ç a o e x p r e s s o
n a s a t i v i d a d e s d e s e n v o l v i d a s h o je p e l a c a m a d a m a i s c o m b a t i v a do p r o l e t a
r i a d o . " (TD-7)
E st ao ai a l g u n s t r e c h o s o n d e p o d e m se o b s e r v a r as n o s s a s p o s i ç õ e s
s o b r e "a l u t a c o n t r a a d i t a d u r a " . P o d e - s e o b s e r v a r que, ao c o n t r a r i o do que
as c r i t i c a s i r r e s p o n s á v e i s do CN p r e t e n d e m d e m o n s t r a r , n o s não e s t a m o s t r a i n
- 2 -
A« 0 f 0
do" a v i s a o s o b r e os c a m i n h o s g e r a i s da l u t a p r o l e t a r i a no pais. E tambem
que nos, a p e s a r de n o s s a s L i m i t a ç õ e s ,ja s a o e m o s ver, e is to ja ha b a s t a n t e
tempo, que não ha s o l u ç õ e s b u r g u e s a s p a r a a c ri s e e s t r u t u r a l do c a p i t a l i s m o
b r a s i l e i r o , ou seja, que nao ha u ma e t a p a de r e v o l u ç ã o a n t e s da e t a p a s o c i a ­
l ista.
Qu an do i n s i s t i m o s no fato da p r e s e n ç a das c o n t r a d i ç o e s f r e n t e a d ^
t a d u r a m i l i t a r , no fato de que e s t a s c o n t r a d i ç o e s g e r a m m o v i m e n t o s de opos.i
çao que e st ao sob a i n f l u e n c i a e d i r e ç ã o da b u r g u e s i a e dos p o l í t i c o s r e p r e ­
s e n t a n t e s da p e q u e n a b u r g u a s i a , no fato de que a a t i v i d a d e r e v o l u c i o n a r i a , e m
q u a l q u e r m o m e n t o , de d e s c e n s o ou nao, tem p r e s e n t e a q u e s t ã o do p o de r , da lu
ta c o n t r a o p od e r, no fato de que p r e p a r a r o f ut u ro do m o v i m e n t o é c a p a c i t á -
lo, q u a l q u e r que s ej a o n i / e l em que e st e ja , p a r a a l u t a p e lo p od er , no fato
de que l u t a r ho je c o n t r a a d i t a d u r a e J u t a r c o n t r a a p r e s e n ç a ou penetração
das a l t e r n a t i v a s l i b e r a i s nas c a m a d a s a v a n ç a d a s dos t r a b a l h a d o r e s , é formar
s e t o r e s c o n s c i e n t e s e c o m b a t i v o s n o s m o v i m e n t o s a t ua is , o p o s t o s as a l t e r n a t i
vas b u r g u e s a s e c o n s c i e n t e s dos i n t e r e s s e s do p r o l e t a r i a d o na l u t a c o n t r a a
d i t a d u r a , etc., q u a n d o i n s i s t i m o s n e s t a s q u e s t õ e s p r e t e n d e m ò s n os o p o r , d e um
lado, ao e c o n o m i c i s m o ou o ) r e i r i s m o , de o ut ro , ao d o u t r i n a r i s m o ou p r o p a g a n -
di sm o, d e s v i o s que e st ao 1 '.gados a n o s s a t T a d i ç a o p a s s a d a .
As r e i v i n d i c a ç õ e s p r i n c i p a i s que os r e v o l u c i o n á r i o s a s s u m e m tem u-
m a g r a n d e i m p o r t a n c i a . E le s d e t e r m i n a m o contei..-lo c e n t r a l da s t a r e f a s de agi^
t a ç ao p o l í t i c a que i n t e r v é i nos d i v e r s o s f a t o s que e n t r a m em c h o q u e c om i n t £
r e s s e s i m e d i a t o s , e s p e c í f i c o s da m a s s a ou de c a m a d a s a v a n ç a d a s , b u s c a n d o uni^
f i c a - l o s em t e r m o s de i n t e r e s s e s g e r a i s da c l a s s e na l u t a p e lo p o d e r p o l i t i -
co. *4P o r e s t a r e m a c* i m a d os c o n f n*l i t o s que' f ocorrem locali Ofz a d o s ao n í v el das re-
l a ç o e s e n t r e o p e r á r i o s e p atroes e ao n í v e l das r e l a ç õ e s s i n d i c a i s e p o r e x ­
p r e s s a r e m os a s p e c t o s m a i s i m p o r t a n t e s da r e l a ç ã o do p o d e r p o l i t i c o da b u r -
g u e s i a com as m a s s a s o p r i m i d a s , r e l a ç a o que v i s a a m a n t e r a d o m i n a ç a o p o l i t i
ca e e c o n o m i c a da b u r g u e s i i, e s t a s c o n t r c d i ç o e s nao sao c o m p r e e n s í v e i s espori
t a n e a m e n t e . E p o r is so m e s io e que a a g i t a ç a o p o l i t i c a que v i s a a t o r n a r com
p r e e n s i v e l e s t a s c o n t r a d i ç o e s , v i s a a u n i r e e l e v a r ao n í v el dos i n t e r e s s e s
p o l í t i c o s c*'-> p r o l e t a r i a d o is d i v e r s o s c o n f l i t o s l o c a l i z a d o s , os d i v e r s o s as
p e c t o s p a r t i c u l a r e s e l o c a l i z a d o s da d o m i n a ç a o da b u r g u e s i a e do c a p i t a l ; e
u m a t a r e f a c o n s t a n t e que n ao m u d a c o n f o r m e as m u d a n ç a s c o n j u n t u r a i s .
Ao e s t a b e l e c e r e m os se us p r o g r a m a s m i n i m o s , as Os. r e v o l u c i o n á r i a s
e s t a b e l e c e m um c o n j u n t o de r e i v i n d i c a ç õ e s . R e i v i n d i c a ç õ e s que e x p r e s s a m in te
r e s s e s m a i s l i g a d o s as a t i v i d a d e s e c o n o m i c a s de u ma c l a s s e , i n t e r e s s e s mais
i m e d i a t o s , m a i s s e n t i d o s m s r e l a ç õ e s d i r e t a s com os p a t r õ e s e n as r e l a ç õ e s
ao n i ve l s i n d i c a l ( i n t e r e s s e s que se c o n t r a p o e m aos a s p e c t o s p r i n c i p a i s da
l e g i s l a ç a o t r a b a l h i s t a , p o r e xe mp lo ) e i n t e r e s s e s m a i s g e ra is , i n t e r e s s e s pe
la m o d i f i c a ç a o do E s ta do , ela t r a n s f o r m a ç ã o da s o c i e d a d e . T o d a s as r e i v i n d i
c a ç o e s e n c a m p a d a s p o r um p r o g r a m a m í n i m o , i n c l u s i v e as que e x p r e s s a m de m o d o
m a i s s i g n i f i c a t i v o as c o n t ra di ço e s p r i n c i p a i s e n t r e as m a s s a s e o p o d e r poli^
tico, p o d e r que e x e r c e num d e t e r m i n a d o ' s ' i o d o a d o m i n a ç a o b u r g u e s a , sao n e ­
c e s s i d a d e s o b j e t i v a s . E s t ro r e f l e t i n d o n n e c e s s i d a d e s do d e s e n v o l v i m e n t o so
ciai, as n e c e s s i d a d e s da t r a n s f o r m a ç a o r'a s o c i e d a d e .
Q u a n d o f a l a m o s E nt ão d os i n t e r e s s e s o b j e t i v o s do g r o l e t a r i a d o na
l u t a c o n t r a a d i t a d u r a , e s t a m o s nos refe~"‘ndo a r e i v i n d i c a ç õ e s que c o r r e s p o n
dem às p r i n c i p a i s c o n t r a d i ç o e s d as m a s s a s t r a b a l h a d o r a s co m a d i t a d u r a m i l i ­
tar, c o m o p o d e r que e x e r c a a g o r a a d o m i n a ç a o da b u r g u e s i a . E s t a m o s n o s re fe
r in d o a r e i v i n d i c a ç õ e s que vno c o n t r a os p r i n c i p a i s a s p e c t o s da p o l i t i c a c om
a qual a b u r g u e s i a e x e r c e a sua d o m i n a ç a o , vao c o n t r a a s ”b a s e s de s u s t e n t a -
ç ã o" do r e gi me . A r e i v i n d i c a ç õ e s em que d e v e m o s n o s c o n c e n t r a r p a r a estabele^
cer o conteúdo principal Ú 3 nossa agitaçao politica, para explicitar agora
ao n i v e l d as c a m a d a s que e <ercem a l g u m a a t i v i d a d e nos m o v i m e n t o s os i n t e r e s ­
ses p o l i t i c o s do p r o l e t a r i a d o c o n t r a os i n t e r e s s e s e b a n d e i r a s levantadas
p o r o u t r a s c l a s s e s a t r a v é s de setores politicos.
Ao c r i t i c a r essr v is a o, ao c o n s i d e r a - l a o p o r t u n i s t a , ao c o n s i d e r a -
la n ão p r o l e t á r i a , ao c o n s i d e r á - l a l i g a d a a p e r s p e c t i v a de o u t r a c l a s s e , e t c .
o CN de El e x p r e s s a que neo c o n s e g u i u r o m p e r c om o e c o n o m i c i s m o ( a p e s a r da
f r a s e o l o g i a u l t r a r e v o l u c i o n a r i a ) p r e s e n t e na tese a p r o v a d a no p l e n o d e l i b e ­
rati vo . A p e s a r de t e r a b s o r v i d o a l g u m a s d a s c r i t i c a s que l h e s f i z e m o s , a b s o r
v e u - a s m u i t o m a i s em t e r m o s de ’’c o n c e i t o s " (vej a i n t r o d u ç ã o da T D- 10 ) do q u ê
de c o n s e q u e n c i a p r a t i c a . A s s i m e que, p o r e x e mp l o, o j o r n a l o f i c i a l PO - 42
(maio 75) d iz c o i s a s e m e l h a n t e ao q ue f a l á v a m o s ja no N o v a L u t a de s e t e m b r o
f Z.$.cf>.6ip. 6t> ^

74 • depois na cart«*resposta a carta do CN (TD-B): "Mas tais lutas são ds cu


n h o r e v o l u c i o n á r i o , e se v o l t a m c o n t r a as b a s e s s u s t e n t a d o r a s da r ea ç ã o . Sao
as l u t a s p e l a l i b e r d a d e de m a n i f e s t a ç a o e o r g a n i z a ç ã o i n d e p e n d e n t e s . . . 0 p r o
l e t a r i a d o p r e c i s a l u t a r p e l o d i r e i t a de g r e v e e p o r s i n d i c a t o s l i v r e s . P r e c i
sa l u t a r c o n t r a o a r r o c h o s a l a r i a l , p e l a i m p r e n s a o p e r a r i a l i v r e , ” e t c . (PO -
42). Ao c o l o c a r e s s a s q u e s t õ e s , o j o r n a l v a c i l a em c o l o c a r g ue as b a s e s de
s u s t e n t a ç ã o sao da d i t a d u r a , p r e f e r i n d o u s a r o o ter mo " re a ça o ", p a r a n ão com
p r o m e t e r o a tr az o d as p o s i ç õ e s do CN em r e l a ç ã o a "l uta c o n t r a a d i t a d u r a n .
L o g o a segui r, o m e s m o a r t i g o do j o r n a l c o l o c a no m e s m o n í v e l as r e i v i n d i c a ­
ç õ e s d os e s t u d a n t e s , como a l u t a c o n t r a a PEG, p e l a l i v r e organização, con
t r a o 477, etc. N a p r a t i c a , o que is to m o s t r a e que a q u e l a s r e i v i n d i c a ç õ e s ,a
p e s a r da f r a s e o l o g i a e da a p r o x i m a ç a o em t e r m o s de f o r m a das c r i t i c a s que fa
ziamos as p o s i ç o e s do CN, sao c o n t i d a s ao n i v el d as r e l a ç õ e s s i n d i c a i s , f-3
sim, l i b e r d a d e de m a n i f e s t a ç a o e de o r g a n i z a ç a o n a d a m a i s s i g n i f i c a m do que
as l i b e r d a d e s r e l a c i o n a d a s a p r a t i c a s i n d i c a l ; nao se e s t e n d e m p a r a o c o n j u n
to d a s m a s s a s t r a b a l h a d o r a s e nao se c o l o c a m n a r e l a ç ã o d i r e t a com o poder
p o l i t i c o , i sto e, a d i t a d u r a .
P a r a c o n t o r n a r as c r i t i c a s a su as p e r s p e c t i v a s e c o n o m i c i s t a s que a
b r e m e s p a ç o p a r a a p r a t i c a r e f o r m i s t a , o CN d e s t a c o u da antiga plataforma
s i n d i c a l , t i r a d a da o p o s i ç ã o de S. Pa ulo , as r e i v i n d i c a ç õ e s m ã s i m p o r t a n t e s .
A lem de n ao r o m p e r com o snu c a r a t e r s i n d i c a l , o que t r az c om o c o n s e q u e n c i a
r e b a i x a r a a g i t a ç a o p o l i t i c a , a q u i l o vai s e r v i r de p r e t e x t o p a r a e l e v a r t e o ­
r i c a m e n t e o n i v e l de u n i d a d e e x i g i d o p a r a o m o v i m e n t o de o p o s i ç ã o s i n d i c a l , o
que vai ter c om o c o n s e q u e n c i a um m a i o r i s o l a m e n t o e s e c t a r i s m o f r e n t e aos mo
v i m e n t o s , em p a r t i c u l a r f r e n t e as o p o s i ç õ e s s i n d i c a i s e c o m i s s õ e s . 0 a t u a l " o
b r e i r i s m o d o u t r i n á r i o ” do CN de El vai s i g n i f i c a r e n t ã o o p o n t o de unidarlp
e n t r e o seu d i r e i t i s m o ( r e b a i x a m e n t o da a g i t a ç a o p o l i t i c a ao n í v el s i n d i c a l ,
a t i t u d e a p o l i t i c a n a i n t e r v e n ç ã o n os m o v i m e n t o s ) e o seu e s g u e r d i s m o (se iso
l a do m o v i m e n t o p a r a não se " c o m p r o m e t e r " com o seu b a i x o n i v el de u n i d a d e e
c o n s c i ê n c i a , c o n t r a p o n d o - l h e um o u t r o " m o v i m e n t o " que só e x i s t e em t e o r i a ).
M
* 0
De um l a d o c o n s e r v a seu a t ra zo , nao sa be qual e o s i g n i f i c a d o de se a s s u m i r
9 . * ** t **
n a p r a t i c a r e v o l u c i o n a r i a r e i v i n d i c a ç õ e s p n l i t i c a s que vao c o n t r a as b a s e 1’
de s u s t e n t a ç a o do regim e, da d i t a d u r a , r e b a i x a o c a r a t e r d e s s a s r e i v i n d i c a -
ç õ es à p r a t i c a s i n d i c a l ; de o ut ro , c o n s i d e r a que as o p o s i ç õ e s s i n d i c a i s nao
e x i s te m , p o r q u e o p o s i ç o e s p a r a o CN sao s o m e n t e as que ag em na p r a t i c a s e g un
do a p l a t a f o r m a d e f i n i d a p e l o CN, i s t o e, so se c o n s i d e r a a o p o s i ç ã o aq.amdfe
d i è a t o p e l e g o q u a n d o e s t a m a n i f e s t a na p r a t i c a o que o CN e s t a b e l e c e em t e o ­
ria. C o n s e q u e n t e m e n t e , se m a n t e m o i s o l a m e n t o e o p r o o n g a n d i s m o e a a c u m u l a -
ç ao de f o r ç a s n a o vai s a i r do pa pe l. N a o se vai p a r t i c i p a r do m o v i m e n t o p a r a
e l e v a r o seu ní vel, mas, de f o ra do m o v i m e n t o , vai se a s s u m i r a p r á t i c a da
c r i t i c a ao m o v i m e n t o , a p r a t i c a gue v i s a s o m e n t e a d e t e r m i n a r o c a r á t e r r do
m o v i m e n t o : e um m o v i m e n t o p r o l e t á r i o , nao e um m o v i m e n t o n 1
0 CN de El n ao c o m p r e e n d e que, * 1--- oa c o r r e l a ç a o de
f o r ç a s atual, o p r o l e t a r i a d o tem i n t e r e s s e s o b j e t i v o s em r e l a ç ã o a disputa
do p o d e r e a d i s p u t a de i n f l u e n c i a s o b r e as m a s s a s . Que, ao c o n t r a r i o do que
a n o v a t e s e di z (págs. 2 7 / 2 (3), o p r o l e t a r i a d o tem h oj e i n t e r e s s e s o b j e t i v o s
na q u e d a da d i t a d u r a . Que a q u e d a d a d i t a d u r a , c om o as r e i v i n d i c a ç õ e s p r i n c i
p a i s que vao c o n t r a as suas b a s e s de s u s t e n t a ç a o , nao ser ao i n t e r e s s e s o b j e ­
t i v o s s o m e n t e q u a n d o a c o n j u n t u r a m u d a r . ^ie n c o n j u n t u r a , que i n d e p e n d e n t e ­
m e n t e da e s q u e r d a se vai a l t e r a n d o , nao vai e s p o n t a n e a m e n t e g e r a r a l u t a p o ­
l í t i c a e c o n s c i e n t i z a r o p r o l e t a r i a d o de se us i n t e r e s s e s .
P o r nao cc mn,,‘5f‘n H çr e s t a s q u e s t õ e s , o CN m a n t e m as p o r t a s abertas
p a r a o r e f o r m i s m o , p o r q u e o r e f o r m i s m o nao d e i x a de d e f e n d e r as n e c e s s i d a d e s
i m e d i a t a s da c la s s e , m a s a r c o l o c a no p l a n o p o l i t i c o c o m o r e i v i n d i c a ç õ e s que
v i s a m a r e f o r m a r o E s t a d o e o c a p i t a l i s m o . Ao a b d i c a r da a g i t a ç ã o p o l í t i c a
na p r á t i c a , p o r q u e em " c o n c e i t o s " a s s i m i l o u t a m b e m a q u i a s p e c t o s de nossas
c r í t i c a s , ao n ã o l h e d e t e r m i n a r o c o n t e ú d o prin<-->'r»»1 as c o n t r a ­
dições principais d a a~ : m a s s a s t r a b a l h a d o r a s c om o p o d e r p o l i t i c o , q u e
e x p r e s s e os i n t e r e s s e s p r o l e t á r i o s f r e n t e aos a s p e c t o s c e n t r a i s da d o m i n a ç a o
da b u r g u e s i a a t r a v é s da d i t a d u r a m i l i t a r , do p o l í t i c o , do p o d e r e n q u a n t o for
çe o r g a n i z a d a ao n í v e l do p o l i t i c o , p o r m a i s p r o f i s s ã o de fe que f a ç a d as te
ses gerais, p o r m a i s que e x p l i q u e at.necessidade do s o c i a l i s m o , p o r m a i s que
q u e i r a se c o l o c a r c o n t r a o r e f o r m i s m o , o CN de El na p r a t i c a age c o m o p r o f e s
s o r es do s o c i a l i s m o que se c u r v a m f r e n t e aos l i m i t a s da c o n j u n t u r a , q ue revi
sam o l e n i n i s m o q u a n d o dão à c o n j u n t u r a o p a p e l de d e t e r m i n a r o c o n t e ú d o da
- 4 -
v. 1
açao revolucionaria.
P o r i s t o m es mo , p o r r o m p e r com o c o n t e ú d o p r o l e t á r i o que se l e v a a
c a d a c o n j u n t u r a a t r a v é s de f o r m a s de l u t a e o r g a n i z a ç ã o a d e q u a d a s , p o r c o n c e
b e r que a at ual c o n j u n t u r a vai f o r j a r t e n d ê n c i a s o b j e t i v a s , fo ra do a l c a n c e
da e s q u e r d a que i ra o p r o d u z i r f u t u r a s l u t a s p o l í t i c a s e f u t u r o s " d e s e j o s o b ­
j e t i v o s " p e l a q u e d a da d i t a d u r a , p o r s u b s t i t u i r o a t r a z o de sua t á t i c a p o r u
m a f r a s e o l o g i a r e v o l u c i o n a r i a que tem o p a p e l de a t r a i r um ou o u t r o c on t a t o ,
m a e nao c o n s e g u e f a z e r p o l i t i c a , o CN de El nao c o n s e g u e c o m p r e e n d e r p o r que
se d e v e l e v a r a g o r a a c l a s s e os seus i n t e r e s s e s o b j e t i v o s na l u t a c o n t r a a
)itadura, p o r que a c u m u l a r f o r ç a s e a c u m u l a r f o r ç a s p a r a a l u t a c o n t r a a di-
cadura, p o r que nao se p o d e r o m p e r com a p e n e t r a ç ã o . 0 CN não c o n s e g u i u a i n ­
da c o m p r e e n d e r que a p e n e t r a ç ã o não é d e t e r m i n a d a p e l a c o n j u n t u r a , m a s é con
s e q u e n c i a de se a s s u m i r a c a d a m o m e n t o a t r a v é s de f o r m a s p a r t i c u l a r e s e a d e ­
q u a d a s o c o n t e ú d o r e v o l u c i o n á r i o , enfim, a p o l í t i c a r e v o l u c i o n á r i a . Nao c o n ­
s eg u i u c o m p r e e n d e r que a p r a t i c a r e v o l u c i o n a r i a , ao a c u m u l a r for ça s, o faz
p a r a a l u t a p o l i t i c a , p a r a a l u t a c o n t r a o po de r, p a r a a l u t a c o n t r a a d i t a ­
dura. É e s t a a d i r e ç ã o que p e r m i t e nao se c a i r na a t i v i d a d e l i q u i d a c i o n i s t a
que se so vai f i c a r no i s c l a c i o n i s m o e p r o p a g a n d i s m o é p o r q u e a i n d a se está
d e s l i g a d o do m o v i m e n t o , nao se tem p e s o no m o v i m e n t o . A c u m u l a r f o r ç a s p a r a
p e n e t r a r em o u t r a c o n j u n t u r a e nao p a r a a l u t a p o l í t i c a , e nao p a r a a u m e n t a r
o n o s s o pe so no m o v i m e n t o ; a c u m u l a r f o r ç a s c o n t r a a a c u m u l a ç ã o de f o r ç a s do
p o p u l i s m o e nao d i s p u t a n do com o " p o p u l i s m o " que, a p e s a r de nao s er um p a r ­
tido o p e r á r i o , tem i n f l u e n c i a s o b re a m a s s a a v a n ç a d a e s o b r e o c o n j u n t o da
m a s s a e a m a n e i r a de t e o r i z a r o "recuo" , é a m a n e i r a de t e o r i z a r o i s o l a c i o -
n i s m o p a r a p r e s e r v a r em p a l a v r a s a " p u r e z a p r o l e t a r i a " , é a m a n e i r a de c a p i ­
tular frente a conjuntura.
P a r a u n i r o e c o n o m i c i s m o a f r a s e o l o g i a r e v o l u c i o n á r i a , o CN de El
**ír que d i z e r que so q u a n d o se i n v e r t e r a c o r r e l a ç a o de f o r ç a s a q u e d a
- m a d u r a se ra um i n t e r e s s e o b j e t i v o da cilasse o p e r á r i a . E q u a n d o se dará
o " i n t e r e s s e o b j e t i v o " em r e l a ç a o ao s o c i a l i s m o ? E p o r que nos d e t e r m i n a m o s
a r e v o l u ç ã o s o c i a l i s t a , e por.,que d e t e r m i n a m o s um p r o g r a m a m i n i m o , e tc .? So-
_nte p o r e ^ c u b r a ç õ p s t e c r i c a s ? Ou u s a m o s a t e o r i a p a r a r e f l e t i r os interes»
ses r ea i s de u ma c l a s s e ? A c l a s s e o p e r a r i a , i n d e p e n d e n t e m e n t e do n í ve l de su
a c o n s c i ê n c i a , i n d e p e n d e n t e m e n t e da c o r r e l a ç a o de f o r ç a s (que tem a v e r c om
a c o n s c i ê n c i a ) ,tem i n t e r e s s e s reais, i n t e r e s s e s o b j e t i v o s . Se e s t e s i n t e r e s ­
ses se t o r n a m p r e s e n t e s p e l a m u d a n ç a de c o n j u n t u r a , que nao d e p e n d e de n o s -
sas a ço e s n em de n o s s a v o n t a d e , p a r a que s e rv e m e n t a o as v a n g u a r d a s revoluci^
o n a r i a s ; a p e n a s p a r a t e o r i z a r , p a r a e x p r e s s a r o que a c l a s s e e s p o n t a n e a m e n t e
realiza ?
I n d e p e n d e n t e m e n t e da c o r r e l a ç a o de f o r ç a s e do n í v e l de c o n s c i ê n -
ci a p o l i t i c a do p r o l e t a r i a d o , ele tem i n t e r e s s e s o b j e t i v o s n a q u e d a da d i t a ­
d u r a e tem r e i v i n d i c a ç õ e s T i n c i p a i s gue e x p r e s s a m e s t e s i n t e r e s s e s . N u m mo
m e n t o em que a c l a s s e não l u t a na p o l i t i c a como c la s se , t em um n i v e l b a i x o
de c o n s c i ê n c i a , s u a s l u t a s s~o l o c a l i z a d a s , n u m m o m e n t o em que na a r e n a p o li
t i c a a o p o s i ç ã o ao r e g i m e se faz a t r a v é s de p e r s p e c t i v a s b u r g u e s a s , não s e r a
a b d i c a n d o dos i n t e r e s s e s r e a i s do p r o l e t a r i a d o e da a g i t a ç ã o p o l í t i c a que se
p o d e d i s p u t a r e se o p o r na p o l i t i c a ao d e m o c r a t i s m o , p o p u l i s m o , etc. C o m o
p r e t e x t o de a c u m u l a r f o r ç c s c o n t r a o p o p u l i s m o e nao acumularcfprças.iápiejkud«
tando, ao n i v el da m a s s a avançada/'*corado p o p u l i s m o : e - o u t r a s i d e p e n d e n c i a s i de
'’’■"«s da classe a burguesia, vai-se evitar a pol it ic a porque nela domina
-UAijUesia e com isto se faz o jogo da b u r g u e s i a . Do p o n t o de v i s t a do CN
de El, os i n t e r e s s e s só sao r e a i s q u a n d o sao s e n t i d o s , c o m p r e e n d i d o s , q u a n d o
o f e r c c e m rp*nil+»dns i m e d i a t o s p a r a as m a s s a s t r a b a l h a d o r a s . Do p o n t o de v i s ­
ta do CN de t x , so se faz a g i t a ç ã o p o l i t i c a em c o n j u n t u r a s o n d e a m a s s a " d e ­
s e ja " a q u e d a da d i t a d u r a . Do p o n t o de v i s t a do CN de El, r e i v i n d i c a ç õ e s pr o
l e t a r i a s h o je sao as que e s t ao ao n i v e l das n e c e s s i d a d e s e c o n o m i c a s i m e d i a -
tas e de su as c o n t r a d i ç õ e s com a r e a l i d a d e s i n d i c a l at ual. L e n i n d i s s e : " ...
os s i n d i c a t o s i n g l e s e s d e s d e h a :m u i t o c o m p r e e n d e r a m e c u m p r e m a t a r e f a de
d a r "à l u t a e c o n o m i c a , em si, um c a r a t e r p o l i t i c o " ; que d e s d e ha m u i t o l u t a m
p e l a l i b e r d a d e de greve, p e l a s u p r e s s ã o de t o d o s os o b s t á c u l o s j u r i d i c o s que
se o p õ e m ao m o v i m e n t o c o r p o r a t i v o e a in d i c a l , p e l a p r o m u l g a ç ã o de l e i s de
p r o t e ç ã o a m u l h e r e a c r i a n ç a , p e l a m e l h o r i a d as c o n d i ç o e s de t r a b a l h o . . . "
" . . . D e fato, a f r a s e "dar a l u t a e c o n ô m i c a , em si, um c a r a t e r p o l i t i c o " n ão
tem n e n h u m o u t r o c o n t e ú d o do que a l u t a p e l a s r e f o r m a s e c o n o m i c a s . " "... Rei
v i n d i c a r m e d i d a s c o n c r e t a s não é r e i v i n d i c a r r e f o r m a s s o c i a i s ? " (Que f a z e r ? J
Ç2>,<f>><P

E também d i s s e em "P or o n d e C o m e ç a r ?", o p o n d o - s e a " t á t i c a - p r o c e s s o ", que


a a g i t a ç a o p o l i t i c a e a n e c e s s i d a d e da 0. de c o m b a t e nao m u d a m de a c o r d o com
as m u d a n ç a s c o n j u n t u r a i s .
E e a i n d a o p r o p r i o L e n i n quem v ai c h a m a r a a t e n ç ã o p a r a o f at o de
que em q u a l q u e r m o m e n t o as r e i v i n d i c a ç õ e s p o l í t i c a s p r i n c i p a i s , as que vão
c o n t r a os " s u s t e n t á c u l o s ” do r e gi me , g u i a m a a g i t a ç a o p o l í t i c a e vai c o m b a -
t e r a p o s i ç ã o , s e g u n d o ele r e f o r m i s t a , de r e l e g a r a " p r o p a g a n d a " r e i v i n d i c a ­
ç õ e s que nao s ej am " c o n c r e t a s " , r e i v i n d i c a ç õ e s que n ao se c o n s i d e r a m a t u a i s
p a r a a m a s s a t r a b a l h a d o r a . "As r e i v i n d i c a ç õ e s o p e r a r i a s , c a m p o n e s a s e de p o ­
l í t i c a g e ra l sao i g u a l m e n t e a t u a i s p a r a as m a s s a s , elas são i g u a l m e n t e i m p o s
tas p e l a s n e c e s s i d a d e s do m o v i m e n t o o p e r á r i o e p o r todo o c u r s o d a v i d a r u s ­
sa." "... De m o d o geral, o r e f o r m i s m o c o n s i s t e nisto: as p e s s o a s se c o n t e n -
tam em f a z e r a a g i t a ç a o p a r a as m u d a n ç a s que não e x i g e m a s u p r e s s ã o d a s ba­
ses e s s e n c i a i s da v e l h a c l a s s e d o m i n a n t e , p a r a as m u d a n ç a s c o m p a t i v e i s co m a
m a n u t e n ç a o d e s t a s b as es . A j o r n a d a de o i t o h o r a s e c o m p a t í v e l dom a m a n u t e n ­
ç ão do p o d e r do c a p i t a l . Os l i b e r a i s rus so s, p a r a a t r a i r o s o p e r á r i o s , es tã o
d i s p o s t o s p o r si m e s m o s a d e f e n d e r (na m e d i d a do p o s s í ve l ) e s t a r e i v i n d i c a -
% ...» ^
çao. Q u a n t o as r e i v i n d i c a ç õ e s p a r a as q u a i s o L u t c h nao q u e r " f a z e r a g i t a -
çao", e l a s sao i n c o m g a t i v e i s c om a m a n u t e n ç a o das b a s e s do r e g i m e f e u d a l , p r e
c a p i t a l i s t a . " ( Q u e s t õ e s de l it ig io ) E v e j a m que as d u a s r e i v i n d i c a ç õ e s , a l em
da p r ó p r i a j o r n a d a de o i t o horas, que f a z i a m p a r t e das p r i n c i p a i s r e i v i n d i c a
ç o e s p a r a a a g i t a ç a o do s r e v o l u c i o n á r i o s rus sos , t e r r a p a r a os c a m p o n e s e s e
d e m o c r a t i z a ç a o do E s ta d o, c o r r e s p o n d i a m a e t a p a da r e v o l u ç ã o d e m o c r a t i c o - b u r
guesa, e eram j u s t a m e n t e e s t a s e n ao a " o p e r a r i a " que os r e f o r m i s t a s p r e t e n ­
d i a m r e l e g a r "aos a r q u i v o s da p r o p a g a n d a " .
E na o v e n h a m d i z e r que h oj e e d i f e r e n t e . M e s m o sem p r e c i s a r r e c o r -
rer a d i s c u s s ã o t e ó r i c a , os f a t os e s t a o ai p a r a m o s t r a r que " l i b e r a i s " , "au
t e n t i c o s " , " r e f o r m i s t a s " , etc. se c o l o c a m c o n t r a o a r ro c ho , a f a v o r do d i r ei
to de greve, de d i r e i t o s s i n d i c a i a L ^ etc. Se e s t e fato nao i m p l i c a em que
e s t a s r e i v i n d i c a ç õ e s na o s e j a m da ma io rL i ro po r ta n ci a p a r a o p r o l e t a r i a d o , nem
em que as f o r m a s de l u t a r p o r el as a d o t a d a s p e l o s o p e r á r i o s ou l i b e r a i s b u r ­
g u e s e s s e ja m as m e s m a s , r e v e l a e n t r e t a n t o que e l as n ao se o p o e m aos i d e a i s
r e f o r m i s t a s de s e t o r e s a t r a s a d o s da b u r g u e s i a , que com el as nao se d i s p u t a a
i n f l u ê n c i a f r e n t e aos p o l i t i c o s o p o r t u n i s t a s , que a a g i t a ç a o com b a s e n os fa
tos da s u p e r e x p l o r a ç a o e d as a r b i t r a r i e d a d e s ao n ív e l s i n d i c a l n a o p o d e se
s e p a r a r d a a g i t a ç ã o com b a s e no s f at o s das a r b i t r a r i e d a d e s que r e c a e m s o b r e
o s t r a b a l h a d o r e s , d a c i d a d e ou do campo, na sua v i d a d e n t r o da s o c i e d a d e e
n ao so na f a b r i c a ou no s i n d i c a t o , f a t o s que r e v e l a m a t o t a l f a l t a de l i b e r ­
d a d e p a r a as c l a s s e s t r a b a l h a d o r a s , a e x i s t e n c i a de u m a m a q u i n a r e p r e s s i v a
p a r a c a l a r o s t r a b a l h a d o r e s e p a r a l i q u i d a r os se us m a i s d e s t a c a d o s r e p r e s e n
tantes.
P o r que o CN de El n a o a c e i t a a g o r a r e i v i n d i c a ç õ e s a l em d a s q ue es
tao l i g a d a s a v i d a s i n d i c a l e à s n e c e s s i d a d e s e c o n o m i c a s m a i s u r g e n t e s ? Por
que o CN a b d i c a de t o m a r u m a p o s i ç ã o em t e r m o s de r e i v i n d i c a ç õ e s e de a g i t a ­
ç ao p o l i t i c a f r e n t e à d i t a d u r a m i l i t a r ? S e ra p o r c a u s a do d e s c e n s o ? Se rá
p o r q ue a i n d a nao h o u v e m u d a n ç a da c o r r e l a ç a o de f o r ç a s ? Se ra p o r que ainda
nao e x i s t e u m p a r t i d o ? N a d a d i s s o i m p l i c a em a b d i c a r da a g i t a ç ã o r e v o l u c i o n a
ria e da s r e i v i n d i c a ç õ e s p o l í t i c a s que i n t e r e s s a m ao p r o l e t a r i a d o na l u t a
c o n t r a a d i t a d u r a . As r e i v i n d i c a ç õ e s p o l i t i c a s , a a g i t a ç ã o r e v o l u c i o n á r i a e
a p e n e t r a ç ã o não d e i x a m de e x i s t i r p o r i m p o s i ç õ e s d a c o n j u n t u r a . S e g u n d o o
CN, q u a n d o o s o p e r á r i o s a c e i t a m e l u t a m p e l a p l a t a f o r m a de l u t a s i n d i c a l e -
l e s a s s u m e m um a l u t a p r o l e t a r i a ; q u a n d o s e n t e m a t r a ç a o p e l a p o l í t i c a e ado -
tam, p o r e x e m pl o , r e i v i n d i c a ç õ e s ou a l t e r n a t i v a s l i b e r a i s e l e s p a s s a m a ser
os o p o r t u n i s t a s , os i n i m i g o s d a r e v o l u ç ã o . E st e s e c t a r i s m o e c o n s e q u e n c i a da
p o l í t i c a que v i s a a r e b a i x a r a c o n s c i ê n c i a o p e r a r i a ao n i v e l s i n d i c a l , visa
i s o l á - l o s d as q u e s t õ e s p o l i t i c a s p o r q u e n a p o l i t i c a q ue m tem f o r ç a e a b u r -
g u e s i a e os r e v o l u c i o n á r i o s so p o d e m d i s p u t a r i n f l u e n c i a com a b u r g u e s i a
q u a n d o h o u v e r m u d a n ç a da c o r r e l a ç ã o de força s, q u a n d o o p r o l e t a r i a d o " e s p o n ­
t a n e a m e n t e " r e s o l v e r a s s u m i r a l u t a p o l i t i c a c o n t r a a d i t a d u r a , q u a n d o o pro
l e t a r i a d o p a s s a r a d i r i g i r na l u t a a g u e d a da d i t a d u r a i
E a e s t r e i t e z a do C N de El e t a m a n h a que c h e g a a c o n s i d e r a r a li -
b e r d a d e p a r a os p r e s o s p o l í t i c o s c o mo u m a r e i v i n d i c a ç a o p e q u e n o - b u r g u e s a , de
m o c r a t i s t a , o p o r t u n i s t a , etc., p o r q u e t a n t o s e r v e p a r a d e f e n d e r um o p e r á r i o
c om o um F r a n c i s c o P i n t o . A e x i s t e n c i a de p r e s o s p o l i t i c o s e c o n s e q u e n c i a d i ­
r e t a d a e x i s t ê n c i a de u m a m á q u i n a r e p r e s s i v a o r g a n i z a d a no i n t e r i o r d a s for
f:2.p.

ç-ao a r m a d a s . .c o m n seu setor. m a i s d p s t a c a d o , m a i s e f i c i e n t e na g u a r d a d o s in-


( t e r e s e a s o d a b u r g u e s i a ,v o l t a d a p a r a a c a b a r com as Os. p o l í t i c a s , p a r a a r e ­
p r e s s ã o s o b r e o s s e t o r e s a v a n ç a d o s das m a s s a s , p a r a a r e p r e s s ã o s o b r e os m o ­
v i m e n t o s . Nao e p o r e x i s t i r e m r e f o r m i s t a s e r e p r e s e n t a n t e s da p e q u e n a b u r g u e
sia c o mo v i t i m a s da m a q u i n a r e p r e s s i v a que a l i b e r d a d e p a r a os p r e s o s p o l i t i
cos d e i x a de ser i n t e r e s s e da l u t a do p r o l e t a r i a d o . Afin al , o p r o l e t a r i a d o
c o n s c i e n t e nao v ai b u s c a r c o m b a t e r as i n f l u e n c i a s de s e t o r e s p o l í t i c o s que
se o p o e m de m a n e i r a b u r g u e s a à d i t a d u r a d e i x a n d o de e n c a m p a r r e i v i n d i c a ç õ e s
q ue t a m b e m s e r v e m a e s t e s s e to r es ; afinal, o p r o l e t a r i a d o c o n s c i e n t e não f i ­
ca s a t i s f e i t o q u a n d o a r e p r e s s ã o age s o b r e s e t o r e s que l e v a m no p r o l e t a r i a d o
u ma p o l í t i c a b u r g u e s a ou p e q u e n o - b u r g u e s a l
5e ha o u t r o s s e t o r e s i n t e r e s s a d o s na l i b e r d a d e d os p r e s o s p o l i t i -
cos, m e l h o r a inda. E n t r e t a n t o , bem s ab em os , os p o l i t i c o s b u r g u e s e s e m e s m o
os mf a i%s a u t ê n Mt i c o s ,rsj se d e f e n d e m d i r e i t o s h um an o s, b on s t r a t o s 'p a r a os 'p r e s o s
p o l í t i c o s , nao e s t a o d i s p o s t o s a e n f r e n t a r a l u t a p e l a l i b e r d a d e d o s p r e s o s
p o l i t i c o s e a l u t a c o n t r a a m a q u i n a r e p r e s s i v a . C o m o e que o p r o l e t a r i a d o não
tem i n t e r e s s e ni sto , como e que se o p o e m a i s t o a l i b e r d a d e de greve, ou a s *3
l i b e r d a d e s s i n d i c a i s ? Se ra que e s t a s r e i v i n d i c a ç õ e s n a d a tem a v e r c om a e-
x i s t e n c i a da m a q u i n a r e p r e s s i v a , com a e x i s t e n c i a das t o r t u r a s e d os p r e s o s
p o l i t i c o s . É j u s t o l u t a r c o n t r a as p r i s õ e s , t o r t u r a s e a s s a s s i n a t o s não só
de o p e r á r i o s r e v o l u c i o n á r i o s , m a s de q u a l q u e r o p o s i t o r , e q u i v o c a d o ou nao ,
que c ai a nas m a o s da t ir a n i a . A g i t a r s o b r e os a to s de t i r a n i a , de p r i s õ e s , d e
t o r t u ra s , etc. e t o m a r a l i b e r d a d e d o s p r e s o s p o l i t i c o s c om o uma das r e i v i n -
*• f ■
d i c a ç o e s p o l í t i c a s do p r o l e t a r i a d o n a d a tem a v e r c om o d e m o c r a t i s m o . 0 CN
de El p o d e f i c a r em ça z com a sua c o n s c i ê n c i a , p o r q u e ao a g i r m o s a s s i m na o \,
v a m o s l e v a r aos o p e r á r i o s i l u s õ e s d e m o c r a t i s t a s ; p e l o c o n t r a r i o , e a g i n d o as
sim que o s o p e r á r i o s s e n t i r ã o m a i s a n e c e s s i d a d e de a c a b a r com a t i r a n i a da
b u r g u e s i a , de a j u s t a r c o n t a s com os c r i m i n o s o s e i m p o r às c l a s s e s d o m i n a n t e s
a sua d i t a d u r a .
E nao p a s s a de m a i s u ma c r í t i c a i r r e s p o n s á v e l do CN d i z e r que seri
a mos m a i s c o n s e q u e n t e s c om a n o s s a p o s i ç ã o se n o s a l i a s s e m o s aos p o p u l i s t a s
(ou a " b u r g u e s i a l i b e r a l " ) p a r a l u t a r p o r um g o v e r n o b u r g u ê s l ib e r a l , p o r u-
m a r e f o r m a da d i t a d u r a . Os c omps. nao e n t e n d e m que, ao a b d i c a r e m de se p o s i ­
c i o n a r f r e n t e a d i t a d u r a , p o r q u e a c o r r e l a ç a o de f o r ç a s não p e r m i t e , e l es ca
p i t u l a m f r e n t e a o n d a d e m o c r a t i s t a e que, p e l o c o n t r a r i o , ao a s s u m i r m o s em
n o s s a a t i v i d a d e r e i v i n d i c a ç õ e s como a l i b e r d a d e c o m p l e t a de o r g a n i z a ç a o e ma
n i f e s t a ç a o p a r a as c l a s s e s t r a b a l h a d o r a s , a d e s t r u i ç ã o da m a q u i n a r e p r e s s i -
va, c o n t r a as t o r t u r a s e p e l a l i b e r d a d e d os p r e s o s p o l í t i c o s e p el o fim do
a r r o c h o s a l a r i a l , e s t a m o s c o l o c a n d o a q u e s t ã o da a l t e r n a t i v a p r o l e t a r i a à di^
tad ur a, e s t a m o s o p o n d o a g o r a , a o n i v e l da s a t i v i d a d e s da m a s s a a v a n ç a d a , à di
t a d u r a e à s r e f o r m a s u ma s o l u ç ã o p r o l e t a r i a .
Ou s er a que os c o mp s ., ao " d e s c o b r i r e m " a g o r a (nov a tese) que não
ha c o n t r a d i ç õ e s ou c o n f l i t o s na b u r g u e s i a m a s sim " a n t a g o n i s m o s " , p a s s a r a m a
a c r e d i t a r que as n e c e s s i d a d e s e c o n o m i c a s i m e d i a t a s a c a b a r a o p o r l e v a r o s p o ­
p u l i s t a s ao p o d e r e a c a b a r a o p o r f a z e - l o s c u m p r i r a q u e l a s r e i v i n d i c a ç õ e s po-
l i t i c a s . 0 p o p u l i s m o a s s i m c om o a " l i n h a d u r a " d e i x a r a m de r e f l e t i r c o n t r a d i -
ç o e s da b u r g u e s i a a p e n a s p o r q u e o CN a ch a que e m e c a n i c i s m o d e t e r m i n a r as bjj
ses de c l a s s e n os s e t o r e s p o l i t i c o s . 0 CN não c o n s e g u e e n t e n d e r que as c on -
t r a d i ç õ e s e n t r e s e t o r e s da b u r g u e s i a , e m b o r a s e c u n d a r i a s , e m b o r a não r o m p e n ­
do com a " c o o p e r a ç ã o " , sao as b a s e s m a t e r i a i s da e x i s t ê n c i a das a l t e r n a t i v a s
p o l í t i c a s b u r g u e s a s e que vao t er um p e s o m a i o r ou m e n o r , vão se a p r e s e n t a r
de u ma f o r m a ou de o ut r a, c o n f o r m e as s i t u a ç õ e s c o n j u n t u r a i s . E que, p o r t a n ­
to, nao se p o d e d e c r e t a r o fim dos s e t o r e s que c o m p o e m a b u r g u e s i a s i m p l e s -
m e n t e p o r q u e e s t a m o s no c a p i t a l i s m o e n u m a f a se de i n t e g r a ç a o e c o o p e r a ç a o
e n t r e as " b u r g u e s i a s m o n o p o l i s t a s " e as " b u r g u e s i a s t r a d i c i o n a i s " . Os c om ps .
q u e r e m c om esse d e c r e t o c o m b a t e r as p o s i ç o e s que a c r e d i t a m ser uma e t a p a ne-
c s s s a r i a a r e v o l u ç ã o d e m o c r a t i c o - b u r g u e s a e se e s q u e c e m que ja e s t a m o s no ca
p i t a l i s m o e que, p o r t a n t o , a c o o p e r a ç a o e n t r e as c l a s s e s d o m i n a n t e s e c o n s e -
q u e n c i a d a d o m i n a ç ã o d as r e l a ç õ e s c a p i t a l i s t a s de p r o d u ç ã o . D e s l i g a n d o as al
t e r n a t i v a s p o l í t i c a s de su as b a s e s m a t e r i a i s , em e s p e c i a l o p o p u l i s m o , os
comps. q u e r e m m o s t r a r que a b u r g u e s i a , i n d e p e n d e n t e m e n t e da l u t a de c l a s s e s ,
da s l u t a s d as m a s s a s que p o d e m v i r a f o r t a l e c e r o p o p u l i s m o , p o d e r á o p t a r
p o r e s ta ou p o r a q u e l a p o l í t i c a c o n f o r m e e s t e j a m os seus i n t e r e s s e s e c o n o m i -
c o s i m e d i a t o s , c o n f o r m e aja a c r i s e e c o n o m i c a . E que, p o r t a n t o , o p o l i t i c o ,
a d i s p u t a d as a l t e r n a t i v a s p o l i t i c a s ao p o d e r e q u e s t ã o que p e r t e n c e à c r i s e
^ ' A
e c o n o m i c a que m a n i f e s t a e s p o n t a n e a m e n t e a a l t e r n a t i v a polxtj.ca Gn a gr a d o do
c o n j u n t o da b u r g u e s i a . É e n t a o m a i s s eg u r o f i c a r ao n í v e l r i n d i c a l do que se
c o m p r o m e t e r no p o l i t i c o com i n t e r e s s e s p r o l e t á r i o s , p or q u e , qu sm sabe, a b u r
guesia acabara por adotá-los !
Um g o v e r n o c ap a z de a d o t a r as r e i v i n d i c a ç õ e s p o l í t i c a s que vão con
t ra as b a s e s de s u s t e n t a ç a o do r e g i m e a tu a l so p o d e r a ssr um g o v e r n o s u s t e n ­
tado p e l a s l u t a s dos t r a b a l h a d o r e s , p o r q u e sao e s t as r n i v i n d i c a ç o e s p o l i t i —
cas que, c o l o c a d a s em p r a t i c a , d e s a r t i c u l a m o p o d e r p o l i t i c o da b u r g u e s i a e
a b r e m as c o n d i ç o e s p a r a a d e m o c r a c i a o p e r a r i a , p a r a a t r a n s i ç ã o p a r a o s o c i a
li sm o, p a r a a e x p r o p r i a ç a o da b u r g u e s i a , p a r a a d i t a d u r a do p r o l e t a r i a d o .
F i n a l m e n t e , q ua n t o a ser c o n s e q u e n t e em r e l e ç e o ao t r a b a l h o com a
e s q u e r d a , p a r a o CN i s t o n a d a m a i s e do que a s s u m i r na p r a t i c a o l ad o s e c t á ­
rio, i s o l a c i o n i s t a , de sua p o l i t i c a e c o n o m i c i s t a . A p e s a r drs d i v e r g ê n c i a s que
t e m o s com E3 e E 4 , c o n s i d e r a m o s p o s s i v e i s os a c o r d o s p a r a a p r a t i c a e discujs
sao com e s t a s Os. E s t a m o s d i s p o s t o s a u n i r e s f o r ç o s p a r a f o r t a l e c e r as p r á t i
c as de a p r o x i m a ç a o com o p r o l e t a r i a d o , as d e n u n c i a s das a r b i t r a r i e d a d e s da
d i t a d u r a , as d i s c u s s õ e s sob :e p r o g r a m a e tatica, ate. C o n s i d e r e m o s que são
t e t a s -'atividades que c r i a m as c o n d i ç o e s p a r a a v a n ç a r a u n i d a d e e p a r a su pe -
ra r os d e s v i o s e x i s t e n t e s n~i E P . 0 s e c t a r i s m o dos comps. so p e r m i t e a c o r d o s
o n d e h a j a c o n c o r d a n c i a tota.'. com as s ua s p o s i ç o e s ; os c cmps. não s a b e m o que
e p o l i t i c a p a r a fora, p a r a a ir. c e r v e n ç a o ; so v e em a p o l i t i c a como s a t i s f a ç ã o
de seu e s p i r i t o de seita. N ao f a z e m o s c o n c e s s õ e s de p r i n c í p i o s ; f a z e m o s a c or
d os co m Os. r e v o l u c i o n a r i a s , a c o r d o s que v i s a m a m e l h o r a r as c o n d i ç õ e s para
a p r g t i c a e d i s c u s s ã o , a c o r d o s que v i s a m a e l e v a r e nao a r e b a i x a r o n ív e l
d as p o s i ç o e s p o l i t i c a s . Os comps. a d o t a m o m e t o d o de se i sol ar , de se a f as -
tar, de d e c r e t a r o c a r a t e r n e s s a s Os., tudo i s t o c om o fim de " p r e s s i o n a r " ,
de a g i r " r a d i c a l m e n t e " , e s p e r a n d o que os " i n t i m i d a d o s " f a ç am a u t o c r í t i c a .
E q u a n t o ao fa to do CN c o n s i d e r a r que c o l o c a m o s no c e n t r o da t á t i ­
ca a l u t a c o n t r a a d i t a d u r a , nao p a s s a de m a i s u m a dr; s u a s c o n s i d e r a ç õ e s i r ­
r e s p o n s á v e i s . O n d e o CN de El viu i s t o ? No doc. o n d e c r i t i c a m o s a sua pri -
m e i r a t e se (na T D-7), f ic a b em c l a ro que o c e n t r o de g r a v i d a d e , ou m e l h o r , o s
p o n t o s m a i s i m p o r t a n t e s p a r a a n o s s a a t u a ç a o festão nas l u t a s l o c a l i z a d a s de
f a b r i c a s e n o s m o v i m e n t o s de o p o s i ç ã o s i n d i c a l . E que a n o s s a t a r e f a c e n t r a l
e a i n t e r v e n ç ã o n e s t e s p o n t o s p a r a f o r m a r e u n i r em t e r m o s de o r g a n i z a ç ã o o
s e t o r m a i s c o n s c i e n t e e c o m b a t i v a da o p o s i ç ã o s i n d i c a l . C om o o CN a s s i m i l o u
em " c o n c e i t o s " e s t a s p o s i ç o e s , co mo nao fez a u t o c r i t i c a no c a m p o das p o s i -
ç o e s p o l i t i c a s de s ua 'tese (a p r i m e i r a ) , como e n c a i x o u e s s e s " c o n c e i t o s " em
s eus d e s v i o s , sem s u p e r a - l o s , ele p r e c i s a a g o r a a l t e r a r as n o s s a s p o s i ç õ e s
p a r a d i s f a r ç a r os se us m é t o d o s ; t em que d i z e r que n o s s a s p o s i ç o e s so br e a ltj
ta c o n t r a a d i t a d u r a t r a e m os o b j e t i v o s da l u t a p r o l e t á r i a , e p a r a r e f o r ç a r
isto, p a r a i m p e d i r que o c o l e t i v o c o m p r e e n d a as n o s s a s v e r d a d e i r a s p o s i ç o e s ,
diz que c o n s i d e r a m o s que es ta l u t a e s t a no c e n t r o da t at i ca . E ao f a l a r so-
b re i s s o se r e f e r e a f o r m a de l u t a e n ao ao c o n t e ú d o que e s t a p r e s e n t e em
n o s s a a g i t a ç a o e que se b a s e i a n a s r e i v i n d i c a ç õ e s que e x p r e s s a m i n t e r e s s e s
do p r o l e t a r i a d o na l u t a c o n t r a o p od e r, e q ' i 3 , p o r t a n t o , e s t a r a s e m p r e na t £
tica, t a n t o n as t a r e f a s s e c u n d a r i a s , q u a n t o na t a r e f a c e n t ra l .

b ) Oposição Sindical e Comi - ~cqs Oor-rarias:

S e g u n d o o CiM de E. o que ab re c a m i n h o pai-, a n u s a a a t i t u d e " v a c i ­


l a n t e " é a " l i n h a e s p o n t a n e í s t a " que presid--; ns n o s s a s d i r e t r i z e s . Isto é , p o r
f a l ta de u m a p o s i ç ã o f o r m u l a d a , o n d e d e t e r m i n e m o s o p a p e l da v a n g u a r d a , v a ­
m o s f i c a r ao s a b o r d os v en t os , e os v e n t o s h o je s o p r a m p a r a o l a d o das a l t e r
n a t i v a s l i b e r a i s . S e g u n d o a i n d a o CN de El, es te e s p o n t a n e i s m o e st a p r e s e n t e
na v i s ã o que t e m o s s o b r e o i s o l a m e n t o d as l ut as , que nos l ^ v o m a nao c o n s i d e
r ar o m o m e n t o do " sa lt o" . D e s s e m o d o c o n s i d e r a m o s q ue o i s o l a m e n t o se r o m p e
" p a r c i a l m e n t e " , se r o m p e g r a d u a l m e n t e , i n d e p e n d e n t e m e n t e da c o r r e l a ç ã o de n
for ça s. T a m b é m e s t a p r e s e n t e n a s p o s i ç o e s s o b re o p o s i ç ã o s i n d i c a l e c o m i s s ã o
o n d e não v e mo s , ou d i l u i m o s , o fato de que o c e n t r o da f o r m a ç a o das o p o s i -
ç o e s s i n d i c a i s r e s i d e na i n t e r v e n ç ã o da v a n g u a r d a c o m u n i s t a - da hegempn.ia da
l i n h a p r o l e t á r i a ao n í v e l da c o n s c i ê n c i a s i n d i c a l . . >U •
Q ua nd o c r i t i c a m o s as p o s i ç o e s c o n t i d a s na t e s e do CN (a p r i m e i r a
tese), ou na sua p o l í t i c a p r o v i s o r i a , p o s i ç õ e s q ue c a p i t u l a v a m f r e n t e ao qua
- 8 -
-dro de i s o l a m e n t o d a s l u t a s e d i s p e r s ã o d a s a t i v i d a d e s da m a s s a a v a n ç a d a , p o ­
s i ç õ e s que ao n i v e l t e o r i c o e r am j u s t i f i c a d a s p o r u m a e s t r a n h a " t e o r i a da ra
j e i ç a o - a c e i t a ç a o ", c h a m a v a m o s a a t e n ç ã o p a r a que a n o s s a a t u a ç ã o d e v e r i a se
v o l t a r p a r a as l u t a s de f a b r i c a s e p a r a as a t i v i d a d e s de o p o s i ç ã o s i n d i c a l ,
p o i s e ra m n e s t a s o n d e os a t u a i s c o n f l i t o s c r i a v a m m e l h o r e s c o n d i ç õ e s p a r a di_
n a m i z a r a p r a t i c a da m a s s a a v a n ç a d a e c o n s e q u e n t e m e n t e p a r a a n o s s a i n t e r v e n
çao. E s t a v a m o s nos o p o n d o à p o l i t i c a de a c u m u l a r f o r ç a s ao n í v e l das " v a n -
g u a r d a s a n t i - c a p i t a l i s t a s " , v a n g u a r d a s e s t as " r e j e i t a d a s " p e l a s lu ta s . Isto
e, a t e se do CM (a p r i m e i r a tese) t r a ç a v a u m a p o l í t i c a que se o p u n h a as lu­
tas atu ais , p o r s er e m d i l u i d o r a s da c o n s c i ê n c i a a b s t r a t a da c h a m a d a " v a n g u a r
da r e j e i t a d a " . P r o c u r a m o s d e m o n s t r a r q ua i s e r am os a s p e c t o s p r i n c i p a i s das
l u t a s a t u a i s e que, a p e s a r de su as l i m i t a ç õ e s , dí d i s p e r s ã o da m a s s a a v a n ç a ­
da, i s o l a m e n t o das l utas, er am n e l e s o n d e d e v e r í a m o s i n t e r v i r , c o n c e n t r a r
forç as . P r o c u r a m o s d e m o n s t r a r que da p o l i t i c a de m a s s a s não é um m e i o para
c o n t a t a r e l e m e n t o s de v a n g u a r d a e r e t i r a - l o s da " p r a t i c a d i l u i d o r a " . E que
se n o s nao r o m p e m o s o q u a d r o de i s o l a m e n t o das l u t a s que c a r a c t e r i z a a a t u al
c o n j u n t u r a , d e v i d o à s i t u a ç ã o de n o s s a s forças, ao i n t e r v i r n e s t a s l u t a s , n ó s
t e r e m o s que a t u a r c o n t r a o i s o l a m e n t o ; que se o seu r o m p i m e n t o d e p e n d e de
c o n d i ç o e s o b j e t i v a s , nao p o d e m o s s i m p l e s m e n t e c r u z a r os b r a ç o s . Ao a g i r c on
t ra o i s o l a m e n t o das lu ta s , p o r q u e e x i s t e m t e n d e n c i a s o b j e t i v a s a g i n d o para
isto, n a d a m a i s f a z e m o s do que a g i r c omo v a n g u a r d a que s ab e p r e v e r as t e n d ê n
cias, a m a r c h a da c o n j u n t u r a e a tu a s ob r e e s ta m a r c h a . Se a b d i c a r m o s de in -
t e r v i r c o n t r a o i s o l a m e n t o e d i s p e r s ã o , a b d i c a m o s de c u m p r i r t a r e f a s de v a n ­
g u ar da , c r u z a m o s o s b r a ç o s p a r a que a p r ó p r i a m a r c h a d a s c o n t r a d i ç õ e s r e a l i ­
ze p o r si so a q u i l o que se rá i n e v i t á v e l , o a s c e n s o das l u t a s de m a s s a s . Inti
m a m e n t e l i g a d a a e s s a s c r i t i c a s , e s t a v a o fa to de que nã o ha a c u m u l a ç a o de
f o r ç a s f o r a do m o v i m e n t o , etc.
□ CM p a s s o u a e n c a m p a r m u i t a s de n o s s a s c r í t i c a s , mas, ao d i l u i r u
m a a u t o c r í t i c a , nao r o m p e u com o c o n j u n t o de p o s i ç o e s a t r a s a d a s que d e f e n d e .
G que fez foi um a j u n t a m e n t o de p e r s p e c t i v a s a t r a s a d a s e de p e r s p e c t i v a s que
v i n h a m de c r i t i c a s que m o s t r a v a m de m a n e i r a c l a r a a c a p i t u l a ç a o d a s t e s e s do
C N . ü e x e m p l o d i s t o e s t a no fa to de que, na p r i m e i r a t e s e do CN, a t e o r i a da
a c e i t a ç a o e r e j e i ç ã o o c u p o u o l u g a r da a p r e c i a ç a o o. e das p o s i ç õ e s s o b r e as
l u t a s de f a b r i c a s e s o b r e as o p o s i ç o e s s i n d i c a i s , f at o e s te que t r o u x e como
c o n s e q u e n c i a a c o n c e p ç ã o da a c u m u l a ç a o de f o r ç a s f o r a do m o v i m e n t o . Ja o atu
al p r o j e t o de t a t i c a (a n o v a tese) diz que a t e se ( r e f e r i n d o - s e à ant ig a, a
p r i m e i r a ) " c o l o c a c o r r e t a m e n t e , no c e n t r a l , o l u g a r do t r a b a l h o de o p o s i ç ã o
s i n d i c a l , co mo s u p o r t e da n o s s a a t i v i d a d e de a c u m u l o de f o r ça s ". AÍ e st á u ma
e n o r m e c o n t r a d i ç a o , p o r q u e a a n t i g a t e s e p r a t i c a m e n t e na o f al o u em o p o s i ç ã o .
E ste fato m o s t r a m a i s u m a v ez a r e s i s t ê n c i a do CM em a s s u m i r a u t o c r í t i c a s , a
p r o f u n d a r p o s i ç o e s , d i s c u t i r . 0 que faz á a j e i t a r as c o i s a s de f o r m a a e s c o n
der e d i l u i r v s eu s d e s v io s.
C o m b a t e n d o o s u b j e t i v i s m o d a p r i m e i r a t e s e e a f i r m a n d o as t e n d e n -
c i a s o b j e t i v a s da r e a l i d a d e , d i z í a m o s na TD -7 ( O b s e r v a ç õ e s s o b r e a t es e ap ro
v a d a no p l e n o d e l i b e r a t i v o de El): "E p o r i ss o m e s m o e que a n o s s a i n t e r v e n ­
ç ão na o d e v e se c o n c e n t r a r s o b r e as " v a n g u a r d a s r e j e i t a d a s " , s o b r e a
p r a t i c a em qu e e s s e s s e t o r e s m a n i f e s t a m a b s t r a t a m e n t e a s ua " c o n s c i ê n -
c i a e l e v a d a " , m a s s o b r e as p r a t i c a s m a i s d i n â m i c a s , as que, c om o d e s e n
v o l v i m e n t o do m o m e n t o atual, t e n d e m a a g l u t i n a r os o p e r á r i o s m a i s c o m b a
tivos, q u er os que p a r t i c i p a m d e s s e s g r u p o s f e c h a d o s e os que se m a n t i ­
v e r a m i s o l a d o s , q u e r os que d e s p e r t a m a g o r a com o c r e s c i m e n t o d as l u t a s
atuaisL*.." 0 c r e s c i m e n t o d e s s a s l u t a s i s o l a d a s e as p r e s s õ e s que e x e r -
xem s o b r e a a t i v i d a d e s i n d i c a l e s t i m u l a m e n t a o a a g l u t i n a ç a o e o d e s e n v o l v i ­
m e n t o das p r a t i c a s de o p o s i ç ã o s i n d i c a l que, sem d u vi d a, c o r r e s p o n d e m as n e ­
c e s s i d a d e s a t u a i s de u n i f i c a ç a o d e s s a s l u t a s i s o l a d a s . "
V e j a m q ue p r o c u r a m o s m o s t r a r de um l a d o o d e s e n v o l v i m e n t o de uma
s i t u a ç a o o b j e t i v a que e s t i m u l a a p r a t i c a da m a s s a a v a n ç a d a e c r i a c o n d i ç o e s
p a r a u m a a p r o x i m a ç ã o em t e r m o s de o p o s i ç ã o ; de o ut ro , a n e c e s s i d a d e de n o s s a
i n t e r v e n ç ã o s o b r e e s t a p r a t i c a . E s t a v a m o s c h a m a n d o a a t e n ç a o p a r a o fa to de
que as c o n d i ç o e s o b j e t i v a s i m p u l s i o n a m p r a t i c a s que c o r r e s p o n d e m as n e c e s s i ­
d a d e s da u n i f i c a ç ã o d as l u t a s i s o l a d a s . M a i s ad ia nt e , na TD-7, d i z i a m o s que
a p l a t a f o r m a s i n d i c a l que u t i l i z a m o s foi f o r j a d a p e l o proprio.. m o v i m e n t o de
o p o s i ç ã o s i n d i c a l (S. P au l o ) , o q ue lh e d a v a um c a r a t e r s e m i - l e g a l e ao a s su
m i - l a d e v e r i a m o s c o m p r e e n d e r que "na p r a t i c a e um i n s t r u m e n t o p a r a a u n i f i c a
çã o da s l u t a s i s o l a d a s , m e s m o que p o r c o n d i ç o e s o b j e t i v a s e s t a s p o s s a m não~
se u n i f i c a r no m o m e n t o a t u a l " (TD-7). Ai ja f a l a v a m o s na n o s s a i n t e r v e n ç ã o e
- 9 -
q u a n t o a i s so d i s s em o s: "... n ao c o m p a r t i l h a m o s da v i s a o f a t a l i s t a dos com-
.. a . ^ p a m h e i 00 a n q u a n d o c o n s i d e r a m que na c o n j u n t u r a de d e s c e p s o , q u a n d o nao se
c r i ou a i n d a o P., nao se p o d e a t u a r c o n t r a o i s o l a m e n t o . Isto p o r q u e ao
a t u a r c o r r e t a m e n t e p a r a se l i g a r as o p o s i ç o e s e as l u t a s i s o l a d a s ,ao m e s
mo t e m po que a t u a m o s p a r a u n i r os s e t o r e s m a i s c o m b a t i v o s , e s t a m o s a tuan
do c o n t r a o i s o l a m e n t o . M a s co mo os c o m p a n h e i r o s so d i s c u t e m no n í v e l
dos " c o n c e i t o s " , a sua p r e o c u p a ç ã o e d i z e r o o bv io , que e n q u a n t o nao hou^
v e r m o v i m e n t a ç o e s de m a s s a t, nao h a v e r a a p o s s i b i l i d a d e de se f o r j a r e m
s e t o r e s que l i d e r e m ou que d i s p u t e m a l i d e r a n ç a do c o n j u n t o do m o v i m e n t o
de m a s s a s * C om o nao d e p e n d e de no s a m o b i l i z a ç ã o do m o v i m e n t o de m a s s a s ,
t a m b e m nao p o d e m o s a t u a r c o n t r a o i s o l a m e n t o . E de que m o d o i r e m o s acumij
l a r f o r ç a s ? F o ra d as l u t a s i s o l a d a s , f o r a d as a t i v i d a d e s da m a s s z a v a n ­
ç ad a ? E p o r isto os c o m p a n h e i r o s v ão d i z e r que o p o s i ç ã o e l u t a s i s o l a d a s
s e mp r e e x i s t i r a m ( e m b o r a e st e fato n ão t e n h a m e r e c i d o n e n h u m a a t e n ç a o
por p 'a r t e da m
tese) c om o se n o s s a a t u a ç a o so br e i s t o ... n a d a ..
t i ..
v e s-sWTe— —V"’
a "
." v'er
'—
c om a a t u a ç a o s o b r e o i s o l a m e n t o ." (TD-10, a br il 75 - I n t r o d u ç ã o a Res -
p o s t a (de El) a c r i t i c a de Q -3 a tese)
Como ja v i m o s antes, a c o n j u n t u r a p a s s o u a d e t e r m i n a r , p a r a o CN,o
c o n t e ú d o da açao r e v o l u c i o n a r i z , o que na p r a t i c a s i g n i f i c a a b r i r c a m i n h o pa
ra o r e f o r m i s m o . Aqui, no c as o do " i s o l a m e n t o " , a c o n j u n t u r a vai d e t e r m i n a r
p a r a o CN que nao p o d e h a v e r p r a t i c a s c o n t r a o i s o l a m e n t o , a t i v i d a d e s que iri
t e r v e n h a m no p r o c e s s o de m u d a n ç a da s i t u a ç a o de i s o l a m e n t o p a r a a s i t u a ç a o
de a s c e n s o d as l u t a s de m a s s a s . As p o s i ç o e s , r e f e r e n t e s ao p r o b l e m a do " i s o ­
l a m e n t o , a s s u m i d a s p e l o CM em sua n o v a tese, m o s t r a m m u i t o c l a r a m e n t e ate on
de a " t e o r i a " d e i x o u de s e r um g u ia p a r a a açao e se t r a n s f o r m o u na p r ó p r i a
ação. 0 i s o l a m e n t o das l u t a s c a r a c t e r i z a a atu al c o n j u n t u r a . A p e s a r de e x i s ­
t i r e m t e n d ê n c i a s o b j e t i v a s a t u a n d o p a r a a sua a l t e r a ç a o , ou seja, p a r a a a l ­
t e r a ç ã o da p r ó p r i a c o n j u n t u r a , a c o n j u n t u r a e de i s o l a m e n t o das l u t a s e, p o r
t an to , o CN a c h a que d e v e m o s , p a r a s er fiel à teo ri a, e s p e r a r que as c o i s a s
m u d e m , e s p e r a r que e s p o n t a n e a m e n t e o i s o l a m e n t o se r o m p a e com e le in pa r eç a m
p a r a n o s s a a l e g r i a o " d e s e j o " p e l a q u e d a da d i t a d u r a , a l u t a p o l í t i c a , as bj|
ses p a r t i d a r i a s , o p a r t i d o , enfim, as c o n d i ç o e s p a r a c r i a r o g o v e r n o r e v o l u ­
c i o n á r i o d o s t r a b a l h a d o r e s d a c i d a d e e do campo.
M a s como o CM c o n s e g u i u , ap os as c r i t i c a s f e i t a s as suas p o s i ç o e s ,
f a z e r uma e m e n d a aqui e o u t r a ali p a r a c o n t o r n a r os a s p e c t o s m a i s v i s i v e i s
de s e us d e s v i o s , ele p a s s a a e l a b o r a r a g o r a uma n o v a " t e o r i a " que v i sa a m an
t e r e s s a v i s ã o d e s c r i t a a c i m a e ao m e s m o t em po d a r um a a p a r ê n c i a de que vai
i n t e r v i r p a r a a c u m u l a r f or ça s. Ma pag. 21 da n o v a tese, o CN s e p a r a a d i s p e r
são da m a s s a a v a n ç a d a e o i s o l a m e n t o d a s lu ta s. Isto p a r a d i z e r que s o b r e a
d i s p e r s ã o se atua, que p o d e - s e u n i r a m a s s a a va n ç a d a . Como nao c o n s e g u e ver
as c o i s a s em p r o c e s s o , como so c o n s e q u e v e r as q u a l i d a d e s d as c o i s a s de ma­
n e i r a e s t a t i c a , o CN d e m o n s t r a com e s sa t e o r i a da p o s s i b i l i d a d e de u n i r a m£3
ssa a v a n ç a d a em t or no de s u a s p o s i ç o e s , a f a s t a d a do p r o c e s s o de u n i f i c a ç a o
d a s l utas, que as su as p r e o c u p a ç o e s c o n t i n u a m v o l t a d a s p a r a a c o n t a t a ç a o i n ­
d i v i d u a l , p a r a o t r a b a l h o j u n t o às " v a n g u a r d a s r e j e i t a d a s " . Ao c o n s i d e r a r a
d i s p e r s ã o da m a s s a a v a n ç a d a co mo o c a s i o n a l e o ^ i s o l a m e n t o da s l u t a s nao, o
CN d e m o n s t r a t a m b e m que q u a n d o fa la em o p o s i ç ã o e em a t i v i d a d e s da m a s s a a-
v a n ç a d a se r e f e r e a a t i v i d a d e de o p o s i ç ã o que s eus m i l i t a n t e s ou c o n t a t o s re
a l iz am , não vê a m o v i m e n t a ç a o da m a s s a a v a n ç a d a c o r r e s p o n d e n d o as t e n d e n c i a s
ao c r e s c i m e n t o d as l u t a s e ao r o m p i m e n t o do i s o l a m e n t o . A t u a r s o b re o i s o l a ­
m e n t o é a g o r a o m e s m o que a t u a r s o b r e a c a m a d a a v a n ç a d a , p o r q u e a a t i v i d a d e
d e s s a c a m ad a , e m b o r a v a c i l a n t e , l i m i t a d a , p r e s a a p r e c o n c e i t o s , etc., e im -
p u l s i o n a d a p e l a e v o l u ç ã o d as l u t a s e c o r r e s p o n d e às n e c e s s i d a d e s ob.j e t i v a s
da u n i f i c a ç ã o d as lu ta s, é o n d e as l u t a s i s o l a d a s c r i a m as c o n d i ç o e s p a r a a-
c u m u l a r f o r ç a s p a r a r o m p e r com o ^ i s o l a m e n t o . A n o s s a i n t e r v e n ç ã o ai v i s a en
tão a f o r t a l e c e r e s s a a c u m u l a ç ã o de f o r ç a s e v i s a a e l e v a r o seu c o n t e ú d o po
l í t i c o , v i s a a f o r m a r em seu i n t e r i o r um s e t o r m a i s c o m b a t i v o e c o n s c i e n t e .
A p e s a r de a s s i m i l a r a l g u m a s p o s i ç o e s com as q u a i s c r i t i c a m o s as de
f o r m a ç õ e s de sua p r i m e i r a tese, o CM a i n d a c o n s e r v a o a t r a z o de su as p o s i -
ç õ e s , a i n d a n ã o c o n s e g u e c o m p r e e n d e r q u e ^ a p e s a r da c o n j u n t u r a nao p e r m i t i r a
c l a s s e l u t a r c o n t r a o p o d e r p o l í t i c o , nao p e r m i t i r a c l a s s e a s s u m i r s e u s i n ­
t e r e s s e s na l u t a p e l o p od e r, a p e s a r da c o n j u n t u r a não p e r m i t i r o r o m p i m e n t o
do i s o l a m e n t o d a s l ut as , n a o p e r m i t i r a u n i f i c a ç a o dos m o v i m e n t o s , etc., nos
vamos, c om o v a n g u a r d a , a t u a r p a r a que os o p e r á r i o s c o m p r e e n d a m os se us i n t e ­
resses, p a r a que a c l a s s e v e n h a a " d e s e j a r " na p r á t i c a a q u e d a da d i t a d u r a ,
- 10 -
eyiie se r o m p a o iaolamorYt«. F n ao v e n h a m o s c o m p a n h e i r o s d i z e r que is to
esta f u m pr»fTr>ihi l i H a d e s da c o n j u n t u r a , p o r q u e ja s a b e m o s m u i t o b em quais
sao os l i m i t e s da atua l c o n j u n t u r a . M a s t a m b e m s a b e m o s m u i t o bem que as for
m a s de l u t a e o r g a n i z a ç a o a d e q u a d a s a e s t a c o n j u n t u r a nao p o d e m d e i x a r de re
f l e t i r a q u e l a s n e c e s s i d a d e s o b j e t i v a s , a q u e l e c o n t e ú d o . Sao es ta s f o r m a s que
se r e s t r i n g e m , que se s u b m e t e m aos l i m i t e s da c o n j u n t u r a . M a s el as não a s s i £
tem p a s s i v a m e n t e a m a r c h a e s p o n t a n e a d o s a c o n t e c i m e n t o s d as t r a n s f o r m a ç õ e s ;
el as i n t e r v ê m n isto.
S o b r e o p a p e l e a p r a t i c a de o p o s i ç ã o e s o b r e as c o m i s s õ e s o p e r a -
rias, o CM de El e l a b o r a n vainente c r i t i c a s i r r e s p o n s á v e i s que p r e t e n d e m o-
c u l t a r as m o d i f i c a ç o e s que i n t r o d u z i u em suas p o s i ç o e s e a t e n d e r aos d e s v i o s
que o a j u n t a m e n t o de p o s i ç o e s a t r a s a d a s e a v a n ç a d a s c o n s e r v a .
0 CM di z que d a m o s um p e s o e n o r m e aos m o v i m e n t o s " f l u i d o s ” de o p o ­
s ição s i n d i c a l e que s u b e s t i m a m o s ou d i l u i m o s a i n t e r v e n ç ã o da v a n g u a r d a c o ­
m u n i s t a n e s t e s m o v i m e n t o s . De fato demos, em p a r t i c u l a r na c r í t i c a à p r i m e i ­
ra t es e (TD-7), um p e s o a e ss a t e n d ê n c i a , f o r j a d a p e l a s c o n t r a d i ç õ e s no ní -
vel s i n d i c a l e em p a r t i c u l a r na sua d i n a m i z a ç ã o q u a n d o e s t a s c o n t r a d i ç õ e s se
a cir r am . Isto se d e v e ao fato da i m p o r t a n c i a d e s s a t e n d ê n c i a e de p r o c u r a r
d e m o n s t r a r ao CM que e s t a v a n e s t a t e n d ê n c i a um dps p o n t o s p r i n c i p a i s p a r a a
c o n c e n t r a ç a o de n o s s a a t i v i d a d e . C o i s a que t e ve o seu p ap e l, p o r q u e o C N ,que
n a o f a l a v a em o p o s i ç ã o e qi_e so f a l a v a na " v a n g u a r d a r e j e i t a d a " , p a s s o u a
c o n s i d e r a - l a . Isto, no e n t a nt o , de m o d o a lg um d i l u i u o p a p e l da v a n g u a r d a .
N e m t a m p o u c o d i l u í m o s o c a r a t e r das c o m i s s o e s d i s s o l v e n d o - a s no c o n j u n t o das
o p o s i ç o e s . V e j a m o s a l g u n s e x e m p l o s que d e m o n t r a m que m a i s uma vez o CN e i r ­
responsável .
"Se nao e p o s s í v e l na s i t u a ç a o atual se f o r m a r uma o p o s i ç ã o s u s t e n
t a d a p o r b a s e s e p o r um a m p lo m o v i m e n t o , e la se f o r m a no entanto^ com ba
se em l i d e r a n ç a s s i n d i c a i s e l i d e r a n ç a s gue p a r t i c i p a m d as l u t a s i s o l a ­
das. E a sua f o r m a ç a o e d e s e n v o l v i m e n t o e f u n d a m e n t a l p a r a m e l h o r a r as
c o n d i ç o e s a g o r a p a r a a n o s s a p o l í t i c a de f o r m a g a o d as c o m i s s o e s e de a-
t u aç a o sob a c o b e r t u r a l e g a l d a d a p e l a s o g o s i ç o e s e s p e c i a l m e n t e n a s f a ­
b r i c a s o n d e se d e v e e s t i m u l a r a o r g a n i z a ç a o dos o p e r á r i o s que e x e r c e m
a l g u m a l i d e r a n ç a ; a s s i m c o m o p a r a n os l i y a r aos g r u p o s o p e r á r i o s e aos
s i n d i c a l i s t a s , c o mo m o v i m e n t o de o p o s i ç ã o , o n d e buscaremos estimular
e o r g a n i z a r as suas t e n d e n c i a s m a i s c o m b a t i v a s . 11 (TD-7)
"As c o m i s s o e s que ja se f o r m a r a m com b a se n a s f o r ç a s que a e s q u e r ­
da ja a c u m u l o u so c o n s e g u i r ã o e x e r c e r um p a p e l c o r r e t o na r e a l i d a d e
q u a n d o se c o n c e n t r a r e m n as a t i v i d a d e s que as t r a n s f o r m e m n u ma t e n d ê n c i a
m a i s c o m b a t i v a m s l u t a s a t u a i s . Isto i m p l i c a em e s t a r p r e s e n t e s com u-
m a p o l i t i c a c o m b a t i v a no m o v i m e n t o de o p o s i ç ã o e n a s l u t a s de f á b r i c a s ,
b u s c a n d o u l t r a p a s s a r as l i m i t a ç õ e s p o l i t i c a s d as a t u a i s l i d e r a n ç as das
o p o s i ç o e s , ou seja, os a t u a i s l i m i t e s de sua a t u a ç a o n as f a b r i c a s e nos
s i n d i c a t o s . " (TD-7)

" N um a l u t a c . n t r a a t r a z o de o a g a m e n t o s n u m a fá br ic a, p o r ex em
pio, os o p e r á r i o s que cst ao l i g a d o s i n o s d e v e r ã o f a z e r a g i t a ç a o d e s s a s
r e i v i n d i c a ç õ e s (se r e ' . r e a p l a t a f o r m a de l u t a s i n d i c a l ) e a g l u t i n a r em
t o r n o d e l a s os o pe r ar i s m a i s d i s p o s t o s p a r a d i n a m i z a r o m o v i m e n t o de
m r
o p o s i ç ã o f o r m a n d o a p o i n s n ?s f n b r i c a s . E s sa a t i v i d a d e d e ve se d a r de
f o r m a m a i s a b e r t a p o s e vel, com c o b e r t u r a da a t i v i d a d e s i n d i c a l de o p o ­
si ção. M o s g r u p o s de s. n d i c a l i s t a s e n as o p o s i ç o e s d e v e m o s i n f l u e n c i a -
lo s p a r a a d o t n r_n ~ s? c n.j unto_d_e r e i v i n d i c a ç õ e s c om o i n s t r u m e n t o de uni
d a d e do c on j u n t o do m; m a n to o p a r a a sua p r a t i c a legal n os s i n d i c a t o s
e n a s f a b r i c a s . C om o e r t a o e s t a p l a t a f o r m a nao t em o b j a t i v o s no m o v i m e n
to ? (TD-7)
"A p o l í t i c a a ser l e v a d a p or e s s a s c o m i s s o e s , o n i v e l de c o n s ­
c i ê n c i a a ser a l c a n ç a d o p o r s eu s m e m b r o s , os o b j e t i v o s de se t r a n s f o r m a
rem em t e n d ê n c i a s c o m b a t i v a s n a s o p o s i ç o e s e na s l u t a s i s o l a d a s se ra o
p r o d u t o n ao de c r i t é r i o s r i g i d o s de p a r t i c i p a ç a o , m a s de uma i n t e r v e n -
ção p o l í t i c a das o r g a n i z a ç o e s de e s q u e r d a s o b re e l a s . E e ss a i n t e r v e n -
çao nao se re du z a c o m i s s ã o em si, a sua c o n s e r v a ç ã o . Ela d e v e na co -
m i s s ã o u l t r a p a s s a r os . l i m i t e s da p r a t i c a s i n d i c a l , b u s c a n d o l e v a r a e s ­
sas o r g a n i z a ç o e s os i n t e r e s s e s a t u a i s do p r o l e t a r i a d o na l u t a p o l i t i c a
b u s c a n d o g a n h á - l a s p a r a as suas a r e a s de i n f l u e n c i a , g u er na s a t i v i d a -
d e s d s i n d i c a i s de o p o n i ç a o , q u er nas a t i v i d a d e s de f a br ic a , p r o c u r a r e
- 11 -
l e v a r a c o n s c i ê n c i a a c i m a da p l a t a f o r m a u t i l i z a da agora p a r a o t r abalho
de o p o s i ç ã o m a i s a b e r t o . " (TD-7)
" Di z er e n t a o que a a g i t a ç a o nao p o d e i r a le m d o s l i m i t e s de i s o l a ­
m e n t o das lu ta s , que nao p o d e e s t i m u l a r a a m p l i a ç a o da l u t a e m u i t o m e ­
n o s en ta o t r a z e r p a r a a r e a l i d a d e v i v a as n e c e s s i d a d e s o b j e t i v a s do pro
l e t a r i a d o na l u t a p o l i t i c a , etc., e a m a i o r das e s t r e i t e z a s ." (TD-7)
" ... n e s t e p r o c e s s o , l e v a r à p r a t i c a u m a i n t e r v e n ç ã o , d e n t r o das
c a r a c t e r i s t i c a s a p o n t a d a s acima, o n de a o r q a n i z a ç a o da t e n d ê n c i a m a i s
c o m b a t i v a e m a i s c o n s c i e n t e que se f o r m a e p a r t i c i p a nas l u t a s e a t i v i ­
d a d e s de m a s s a atuais, m a i s d i n a m i c a s , a s s u m a o p a p e l p r i n c i p a l .E s ta o r
g a n i z a ç a o a s s u m e e st e p a p e l na t a t i c a p o r q u e uma vez a l c a n ç a d a p o d e m o s
d i z e r que c o n s e g u i m o s r e a l i z a r um c o n j u n t o de t a r e f a s no d e s e n v o l v i m e n ­
to de u ma a l t e r n a t i v a p r o l e t a r i a de m o d o a u l t r a p a s s a r a c o n j u n t u r a com
ê x i t o ..." (T D - 7 )

" ... l u t a r p a r a que a o p o s i ç ã o se t o r n e m a i s a t i v a e c o m b a t i v a


t a n t o n as a t i v i d a d e s do ..sindicato q u a n t o nos c o n f l i t o s de fá br i ca . P a-
ra xs to e n e c e s x a r i o l u t a r em seu i n t e r i o r p a r a que e la v e n h a a a d o t a r
um u n i c o p r o g r a m a d e g l u t a s e que n e le d e v e m e s t a r p r e s e n t e s de m a n e i r a
c l a r a as r e i v i n d i c a ç õ e s m a i s s e n t i d a s p e l a m a s s a e as r e i v i n d i c a ç õ e s
que se c o l o c a m c o n t r a o s i n d i c a l i s m o p e l e g o e as l e i s do g o v e r n o que
b u s c a m i m p e d i r gue os t r a b a l h a d o r e s l u t e m l i v r e m e n t e p e l a d e f e sa de su-
as1 n e c e s s i d a d e s . Ou seja. as r e i v i n d i c a ç õ e s que ' se c o l o c a m 7c0o11n t r...........
a o .. rs-■i
b a i x a m e n t o s a l a r i a l e a lei do a r r o c h o s a l a ri a l, a e x p l o r a ç ã o e a o b r i ­
g a t o r i e d a d e d a s_ho r a s extras, a i n s t a b i l i d a d e no e m p r e g o ^ as p é s s i m a s
c o n d i ç o e s de t r a b a l h o , a f a l t a de l i b e r d a d e de o r g a n i z a ç a o e m a n i f e s t a -
çao nas f a b r i c a s e no s i n d i c a t o , a p r o i b i ç ã o da greve, a f a lt a de a u t o ­
n o m i a do s i n d i c a t o em r e l a ç a o ao g o v e r n o , etc. (Nova Luta, m a r ç o 75)

"P a r a e n f r e n t a r os z i g u e - z a g u e s do m o v i m e n t o de o p o s i ç ã o a t u a l , os
o p e r á r i o s m a i s c o n s c i e n t e s que se l i g a m a esse m o v i m e n t o , que a t u a m na
v i d a s i n d i c a l e n a s l u t a s de f a b r i c a s , n e c e s s i t a m se o r g a n i z a r de modo
i n d e p e n d e n t e p a r a que p o s s a m u n i r f o r ç a s p a r a se t r a n s f o r m a r e m no s e t o r
m a i s c o m b a t i v o e c o n s c i e n t e do m o v i m e n t o de o p o s i ç ã o e das l u t a s _____ que
tendem a c r e s c e r . Or ganizados dessa maneira, podem traçar planos para
e n f r e n t a r o s p r o b l e m a s que s u r j a m na v i d a s i n d i c a l , nos s e t o r e s de o p o ­
sição, ou n a s f a b r ic a s. P o d e m u n i r e s f o r ç o s p a r a l e v a r aos s e t o r e s , que
c om a l u t a se a p r o x i m a m , a l t e r n a t i v a s p o l i t i c a s i n d e p e n d e n t e s que ex__ -
p r e s s e m o b j e t i v o s de c l a s s e na l u t a c o n t r a a d i t a d u r a , c o m b a t e n d o a s s im
a p e n e t r a ç a o de a l t e r n a t i v a s l i b e r a i s e p e g u e n o - b u r q u s s a s e n t r e os o p e ­
r á r i o s que p a s s a m a se i n t e r e s s a r p e l a p o l i t i c a em v i r t u d e do d e s e n v o l ­
v i m e n t o d as c o n t r a d i ç o e s ao n i v e l f ab r i l e s i n d i c a l c o m o r e g i m e políti_
c o . O s o p e r á r i o s c o n s c i e n t e s nao p o d e m de m o d o a l g um s e p a r a r as s u as tji
r e f a s no m o v i m e n t o atual, a q u e l a s que p r e p a r a m m e l h o r e s c o n d i ç õ e s para
a l u t a de hoje, das t a r e f a s que p r e p a r a m as l u t a s do f ut ur o. A sua atu-
a çao n as l u t a s de f a b r i c a s e n a s a t i v i d a d e s s i n d i c a i s p a r a f o r t a l e c e r o
m o v i m e n t o de o p o s i ç ã o s i n d i c a l e p a r a se c o l o c a r e m c om o os m a i s d e s t a ­
c a d o s d e f e n s o r e s das r e i v i n d i c a ç õ e s m a i s u r g e n t e s das m a s s a s nao p o d e
e s t a r d e s l i q a d a de u ma p r e o c u p a ç a o p o l i t i c a , da n e c e s s i d a d e de se a r m a r
e a r m a r com a l t e r n a t i v a s p r o l e t a r i a s os o p e r á r i o s gue vao se f o r j a n d o
n a s l ut as . P a r a isto, ha e n t a o que se l i g a r a a g i t a ç a o p o l i t i c a , gue de
n u n c i a os c r i m e s d a d i t a d u r a e da b u r g u e s i a e as t r a i ç õ e s dos p o l i t i c o s
d e m a g o g o s , e a p r o p a g a n d a , que e d u c a e a p r o x i m a o p e r á r i o s de o r g a n i z a -
ç õ e s que l u t a m p e l o s o c i a l i s m o , a a t i v i d a d e p r a t i c a na v i d a s i n d i c a l e
n as l u t a s de f a b r i c a s . N u m a l u t a e s p e c i f i c a na f a b r i c a e n u m a c o n v e r s a
c om g r u p o s de o p o s i ç ã o , ao f a l a r n u m a a s s e m b l e i a s i n d i c a l , ao c o n v e r s a r
com um c o n t at o , ao p a s s a r um j o r n a l ou um f ol he to , etc., i s t o e, em ca
da c a s o c o n c r e t o , os o p e r á r i o s c o n s c i e n t e s hao de e n c o n t r a r as f o r m a s
a p r o p r i a d a s p a r a r e a l i z a r a l i g a ç a o e n t r e o p r e s e n t e e o f ut u ro . S a b e ­
rão c o m b i n a r a a t u a ç a o m a i s a b e r t a e m a i s ampla,^ ao n i v el do m o v i m e n t o
de o p o s i ç ã o s i n d i c a l , com o t r a b a l h o r e v o l u c i o n á r i o de a g i t aç ã o, p r o p a ­
g a n d a e o r g a n i z a ç ã o que nao p o d e se f a z e r a b e r t a m e n t e , ou seja, as v i s ­
tas da r e p r e s s ã o , dos p a t r õ e s ou d e d o - d u r o s , d e v i d o à f r a q u e z a do m o v i ­
m e n t o o p e r á r i o e a f o r ç a da d i t a d u r a e de s u a ^ m a q u i n a r e p r e s s i v a . A g i n ­
do assim, os o p e r á r i o s m a i s c o n s c i e n t e s p o d e r ã o se t r a n s f o r m a r na fra-
- 12 -
f r a ç a o m a i s c o m b a t i v a e o r g a n i z a d a das l u t a s atua is , p o d e r ã o se t r a n s ­
f o r m a r num n u c l e o de o r q a n i z a ç a o i n d e p e n d e n t e e de c o m b a t e n t e s c o n s c i e n
tes dos i n t e r e s s e s do p r o l e t a r i a d o na l u t a c o n t r a a d i t a d u r a e p e l a r e ­
v o l u ç ã o s o c i a l i s t a ". ( No v a Luta, m a r ç o 75)
E m b o r a s e j a m c a n s a t i v a s e s t a s c i t a ç õ e s são e n t r e t a n t o i m p o r t a n t e s
p a r a m o s t r a r q u a i s sao os a t u a i s m é t o d o s de d i s c u s s ã o a d o t a d o s p e lo CN e que
ja p r o c u r a m o s c n t i c a - l o s na i n t r o d u ç ã o a sua r e s p o s t a a n o s s a c r i t i c a a t e­
se (TD 10). E s t a s c i t a ç õ e s p o d e m m o s t r a r o p a p e l f u n d a m e n t a l , d e n t r o da táti
ca, que d a m o s a or g n i z a ç a o da p a r c e l a m a i s c o m b a t i v a e c o n s c i e n t e da o p o s i ­
ção s i n d i c a l , m o s t r a que e s t e e o c e n t r o da t át ic a, m o s t r a o p a p el que d a m o s
a i n t e r v e n ç ã o c o n s c i e n t e na o p o s i ç ã o , m o s t r a , e n f i m novamente o caráter ir­
r e s p o n s á v e l das c r í t i c a s do C N .
0 CN que h o j e f a la na o r g a n i z a ç a o dos s e t o r e s m a i s c o n s c i e n t e s e
c o m b a t i v o s da o p o s i ç ã o (e na t e s e no va diz s er i s to um n ú c l e o de o r g a n i z a ç ã o
i n d e p e n d e n t e ) e q ue i s t o nao se c o n f u n d e com a o p o s i ç ã o , o CN que diz s o b re
a i m p o r t a n c i a da i n t e r v e n ç ã o c o n s c i e n t e nas o p o s i ç õ e s , etc., e n f im o CN que
h o je se v iu o b r i g a d o p e l a s c r í t i c a s j u s t a s que l h e s f i z e m o s a e n c a m p a r m u i ­
tas d e ^ n o s s a s p o s i ç o e s , que n ão fez n e n h u m a a u t o c r i t i c a , que d i l u i u e s s a en-
c a m p a ç a o sem r o m p e r c om a a n t i g a tese, g ue a d o ta m é t o d o s s e c t á r i o s e o p o r t u ­
n i s t a s de d i s c u s s ã o , não c r ia as c o n d i ç o e s p a r a s u p e r a r o s seus a t r a z o s , p a ­
ra a p r o f u n d a r as d i s c u s s õ e s e p a r a se c h e g a r a p o s i ç õ e s j us ta s.
0 CN r e s o l v e d e c r e t a r que o p o s i ç õ e s sao s o m e n t e a q u e l a s que e s t ão
na p r a t i c a r e f l e t i n d o as s ua s p o s i ç õ e s , as p o s i ç õ e s c o n t i d a s pos d o c u m e n t o s
e j o r n a i s de El. E gue a c o m i s s ã o e a q u e l a que e s ta c o e s a em t or no do " ca r a -
t er de c l a s s e " ( c a r a t e r es te d e t e r m i n a d o p e lo CN de El) da p a l a t a f o r m a de lij
ta da o p o s i ç ã o . Isto e, o p o s i ç ã o e c o m i s s ã o p a s s a m a s e r p r o d u t o s dos d e c r e ­
tos do CN de El, p a s s a m a t e r u m a e x i s t e n c i a a p e n a s q u a n d o ha c o i n c i d ê n c i a s
e n t r e o q ue ha h o je e o que se sonha, o que se d e s e j a a t i n g i r . E s s e c o m p o r t a
m e n t o , ou e s t a s p o s i ç o e s e s t a o bem ao g o s to do p a p e l que se da a c o n j u n t u r a .
A c o n j u n t u r a p e r m i t e f o r m a r a " o p o s i ç ã o " e a " c o mi s sã o" ; p a s s a - s e e n t a o a d ^
c r e t a r a h e g e m o n i a na ò p o s i ç a o , a d e c r e t a r o fim ou a e x i s t e n c i a da o p o s i ­
ção, p a s s a a se d e c r e t a r os e x p u r g o s na c o m i s s ã o , e n f i m p a s s a a d e c r e t a r a
h e g e m o n i a na c o m i s s a o ^ e o p o s i ç ã o d a q u i l o que e a p e n a s t e o r i a , d a q u i l o que a-
i n d a nao e x i s t e na p r a t i c a , d a q u i l o que a i n d a nao se a l t e r o u p e l a i n f l u e n c i -
a p o l i t i c a , p e l a i n t e r v e n ç ã o c o n s c i e n t e . 0 CN d iz q ue não há o p o s i ç õ e s e que
as c o m i s s õ e s sao s e u s o r g a n i s m o s p a r a - p a r t i d a r i o s . V ai e n t a o f i c a r a f a z e r a
p r o p a g a n d a do que s e ra a v e r d a d e i r a o p o s i ç ã o , a p r e g a r o i s o l a m e n t o f r e n t e on
as a t u a i s o p o s i ç õ e s p o r q u e sao " o p o s i ç o e s p e l e g a s " , a d e c r e t a r na c o m i s s ã o
os e x p u r g o s .
Nao e n o v i d a d e n e n h u m a o fato de s er n e c e s s á r i o l u t a r nas o p o s i - ^ c -
ç õ e s p e l a h e g e m o n i a , c o n t r a o p o p u l i s m o , etc. M a s e s t a l u t a se dá na p r á t i c a
d e n t r o d a s o p o s i ç o e s e no s m o v i m e n t o a t u a i s e nao p o d e s e r s u b s t i t u í d a p e l o s
d e c r e t o s s a í d o s das t e o r i a s e l a b o r a d a s em g a b i n e t e s . Ao l u t a r nas o p o s i ç õ e s
reais, mesmo.; as m a i s a t r a z a d a s , e s t a m o s na p r a t i c a l u t a n d o p e l a h e g e m o n i a ,
d i s p u t a n d o com o p o p p u l i s m o e ate m e s m o co m o p e l e g u i s m o que i n f l u e n c i a se ­
t o r e s da o p o s i ç ã o . E s s a d i s p u t a e e s sa h e g e m o n i a nao sao p r o d u t o s do rnciocí^
nio i n t e l e c t u a l , e s t e r a c i o c í n i o , ou a t e o r i a n ao o c u p a ii l u g a r da p r á t i c a .
0 CN n ao ve, com o t a m b e m nos n ão v í a m o s ha t e m p o s atras, a n e c e s s i d a d e de es
t a b e l e c e r c o m p r o m i s s o s ao n i v el da o p o s i ç ã o e c o m p r o m i s s o s ao n í v e l dos o p e ­
r á r i o s m a i s c o n s c i e n t e s . E que tais c o m p r o m i s s o s p a r t e m do n í v e l em que e s t á
a u n i d a d e dorconjurato da o p o s i ç ã o , i n c l u i n d o os s e us s e t o r e s a t r a z a d o s , e a
u n i d a d e d os s e t o r e s a v a n ç a d o s , d os s e t o r e s m a i s c o n s c i e n t e s , que na c l a s s e
r e f l e t e m as i d e i a s s o b r e a l u t a p e l a i n d e p e n d ê n c i a da c l a s s e , p e l a f o r m a ç ã o
do p a r t i d o , p e l o s o c i a l i s m o . E p a r t e m d e s t e s n í v e i s p a r a e l e v a r a conscienci^
a e unidade, para num processo disputar, pela via política, a'hegemonia. A
h e g e m o n i a d a s p o s i ç o e s m a i s a v a n ç a d a s n as o p o s i ç o e s e n as c o m i s s o e s .
M a s e n x e r g a n d o a r e a l i d a d e s e g u n d o os ó c u l o s da t e o r i a e l a b o r a d a a
., , , ' . ~
r e s p e i t o do q ue p o d e r a v i r a ser a o p o s i ç ã o e c o m i s s ã o , o CN c o m e t e os m a i o ­
res dos d e s a t i n o s . C r i t i c a q u a l q u e r a c or d o, c r i t i c a us a c o r d o s a d o t a d o s na
p r a t i c a de o p o s i ç ã o com os s i n d i c a l i s t a s e o u t r o s s e t o r e s , a c o r d o s que v i s a m
a d e m o n s t r a r o s s e us e rr os , i l u s õ e s , q ue v i s a m a e l e v a r o seu n í ve l de c o n s ­
c i ê n c i a e a t u a r c o n t r a s ua s v a c i l a ç õ e s , q ue v i s a m a a m p l i a r o c a m p o p a r a a
n o s s a i n t e r v e n ç ã o i n d e g e n d e n t e . Na p r a t i c a n ão faz n e n h u m e s f o r ç o p a r a a r t i ­
c u l a r f o r ç a s de o p o s i ç ã o , p a r a se a p r o x i m a r de s e t o r e s m a i s a t r a z a d o s da opo
si çao. E se a i n d a n ao se i s o l a r a m p o r c o m p l e t o i s t o se deve, em p a r t i c u l a r r.u
- 13 -
no caso de "W", as a t i v i d a d e s d os " s e t o r e s v a c i l a n t e s " e " p o p u l i s t a s " da e s ­
que rd a, ou seja, d os e s f o r ç o s r e a l i z a d o s p o r n os e p o r E4 p a r a a r t i c u l a r um
n ú c l e o de o p o s i ç ã o .
N a C o m i s s ã o de "W" e x i g e a g o r a a s a i d a de E4 p o r c o n s i d e r a r que e^
te s e t o r da e s q u e r d a so c a b e na o p o s i ç ã o p o r q u e la os o p e r á r i o s l u t a m p o r
r e i v i n d i c a ç õ e s s ua s e nao se c r i a m o p o r t u n i d a d e s p a r a s e r em l e v a d a s r e i v i n d i
IS» . . f * “ "
c a ç o e s p o p u l i s t a s , de p o l i t i c a ge ra l. D e c r e t a que r e p r e s e n t a n t e s o p e r á r i o s
de E4 na C o m i s s ã o tem um a c o n s c i ê n c i a que f i ca a b a i x o da da m a s s a apatica ,
p o r q u e e s t a nao l u t a d e l i b e r a d a m e n t e p o r i n t e r e s s e s b u r g u e s e s , que na o p o s i ­
ção es ta 0. p o d e c o n c o r d a r com a p l a t a f o r m a em n o m e da u n i d a d e , " a c h a n d o que
a q u i l o ali e s i n d i c a l " . D e c r e t a que a C o m i s s ã o so e l u g a r p a r a a q u e l e s que
c o n c o r d a m t a m b e m com a " p l a t a f o r m a de l u t a s " , m a s que e n t e n d e m que e la e u ma
p o s i ç ã o de c l as se , que sao l u t a s p o l i t i c a s e as u n i c a s da c l as se . P a r a qu em
nao c o n c o r d a c om e s sa p o l í t i c a de d e c r e t o s , com e ss e s e c t a r i s m o e p r i n c i p a l ­
m e n t e com o e c o n o m i c i s m o e a d e s c a r a c t e r i z a ç a o da l u t a p o l i t i c a e d os i n t e -
r e s s e s p o l i t i c o s do p r o l e t a r i a d o na l u t a c o n t r a a d i t a d u r a (que o CN p r e t e n ­
de i m p o r c om o c r i t é r i o de c o n s c i ê n c i a d os o p e r á r i o s da C o m i s s ã o ) , o l u g a r de
a t u a ç a o e na o p o s i ç ã o . Com e s s a p o l i t i c a , os c o m p a n h e i r o s vao a c a b a r f i c a n d o
s o z i n h o s e e nt ao t a l v e z p o s s a m r e a l i z a r os s eu s son ho s, p o s s a m o r g a n i z a r as
s ua s " c o m i s s õ e s " e as su as " o p o s i ç õ e s p r o l e t a r i a s " , l o n g e dos " d es vi o s " , lon
ge das i m p u r e z a s e das c o n t a m i n a ç õ e s da a tu al r e a l i d a d e .

c ) S o b re o p r o p a q a n d i s m o :
0 0
/ " Qu a nd o p e r g u n t a m o s aos c o m p a n h/ e i r/ o s o n d1e e IVs t a a e s t r a t e g i n a na su *’
a t at ic a, os c o m p a n h e i r o s c o l o c a m que 'ai, e a a g i t a ç a o e a p r o p a g a n d a e a
c a p i t a l i z a ç a o p a r t i d a r i a ' . E se s u r p r e e n d e m q u a n d o c h a m a m o s i s so de p r o p a g a n
dismo l "
mt 0
Eis a m a n e i r a como o CIM de El a p r o f u n d a a d i s c u s s ã o p o l i t i c a . E m to
d a a p a r t e da C i r c u l a r 4 r e f e r e n t e à r e l a ç ã o com a n o s s a 0., nao se faz ne-
«W A f , * •
n h u m a c i t a ç a o , n e n h u m a r e f e r e n c i a , a p e s a r d as m a i s g r a v e s c r i t i c a s . A u n i c a
r e f e r ê n c i a e esta: "ai, e a a g i t a ç a o e a p r o p a g a n d a e a c a p i t a l i z a ç a o p a r t i ­
d á ri a" . De o n d e os c o m p a n h e i r o s r e t i r a r a m e s sa c i t a ç a o ? De um d o c u m e n t o , de
u m a d i s c u s s ã o , de u ma c o n v e r s a na rua? Os c o m p a n h e i r o s r e t i r a r a m i s s o e da
sua c a b e ç a que a e s s a a l t u r a ja e s t a um tan to p e r t u r b a d a c om o e s f o r ç o que
f a z e m p a r a a j u n t a r p o s i ç o e s sem f a z e r a u t o c r i t i c a s .
Bem, a p e s a r do b a i x o nível, v a m o s m o s t r a r m a i s u ma vez ao CN que
t a m b e m n e s t a q u e s t ã o de c r i t i c a r o p r o p a g a n d i s m o ja a v a n ç a m o s o b a s t a n t e e
já e x p r e s s a m o s i s to q u a n d o c r i t i c a m o s as p o s i ç o e s o f i c i a i s do CN de El. An­
tes p o r e m e bom f i c a r c l a ro que na p r a t i c a r e v o l u c i o n a r i a ha um c o n t e ú d o , bí|
s e a d o no c a r a t e r da r e v o l u ç ã o e n a s r e i v i n d i c a ç õ e s que se e s t a b e l e c e m n um
p r o g r a m a m í n i m o de m o d o a e x p r e s s a r e s s e c a r a t e r , de m o d o a e x p r e s s a r as n e ­
c e s s i d a d e s o b i e t i v a s do / d e s e n v o l v i m e n t o s o c i a l e da l* i b e r t a ç a o d os t r a b a l0h a -
d ore s. Que e s t e c o n t e ú/ d o se a ch a p r e/ s e n t e t a nt o na t a t i . c0a co a mo na e s t r a t e f -
gia. P o r o u t r o lado, e bom que t a m b e m f i q u e c l a ro que ha t r e s c a m p o s e s p e c í ­
f i c o s da açao r e v o l u c i o n á r i a : a a g i t a ç a o , a p r o p a g a n d a e a o r g a n i z a ç a o .0 trja
b a l h o de a g i t aç a o, o de p r o p a g a n d a e o de o r g a n i z a ç a o sao, s e g u n d o L e n i n (ve
ja Que F a z e r ?), os a s p e c t o s da açao r e v o l u c i o n a r i a . Seu c o n t e ú d o nao v ar ia ;
o que vai v a r i a r são as f o r m a s de l u t a e o r g a n i z a ç a o ; e s t a s f o r m a s de l u t a e
de o r g a n i z a ç a o a d e q u a d a s a c o n j u n t u r a i m p o e m l i m i t e s e u ma d i r e ç ã o a a ç a o re
v o l u c i o n a r i a , l i m i t e s e d i r e ç ã o que nao e n t r a m em c o n t r a d i ç a o com o seu c o n ­
teúdo, com o c o n t e ú d o de c la sse , r e v o l u c i o n á r i o .
A e s t r a t e g i a , p o r ser um p l a n o a p r o p r i a d o a t o d a u ma e t a p a de revo
l u ç ã o e p o r e s t a r p r e s e n t e n e l a o c o n t e ú d o da açao r e v o l u c i o n a r i a em t e r m o s
de o b j e t i v o s em r e l a ç a o ao p od er , de a l i a n ça s , de d i s p u t a de i n f l u e n c i a p o li
t i c a n a s m a s s a s o p r i m i d a s , etc., p o d e 1 a d e e g u r a r a c i m a das v a r i a ç õ e s c o n j u n t u
r ais os i n t e r e s s e s do p r o l e t a r i a d o . A p a r t i c u l a r i z a ç ã o d e s s e c a m i n h o g e r a l ,
d e s s e s i n t e r e s s e s de c l a s s e e x p r e s s o s na e s t r a t e g i c a , de a c o r d o com a s i t u a ­
ção de um m o m e n t o da l u t a de c l a s s e s e a m a n e i r a de se f o r m u l a r a t a t ic a . A
t á t i c a não se s e p a r a da e s t r a t e g i a ; a t a t i c a e e nt a o u m a p a r t e da e s tra te gi a,
r e f l e t e a e s t r a t é g i a n um m o m e n t o p a r t i c u l a r da l u t a de c l a s s e s .
0 CN de El na c r í t i c a ao v o l u n t a r i s m o r e s o l v e u r e t i r a r do c a m i n h o
da t á t i c a a e s t r a t é g i a , c o l o c a n d o - a c o mo um o b j e t i v o ^ a se at in gi r. D e p o i s de
n o s s a s c r í t i c a s r e s o l v e u e s t a b e l e c e r u m a o u t r a r e l a ç a o e n t r e e s t r a t e g i a e ta
-^4 -
tica. C om o nao p r o c u r o u f a z e r u m a a u t o c r i t i c a , i s t o e, c o m o nao p r o c u r o u r e ­
f l e t i r s o b r e os se us erros, m a s a p e n a s c o n t o r n a r a s p e c t o s m a i s v i s í v e i s de
seus d es v i o s , m a n t e m uma s er i e de c o n t r a d i ç õ e s e. a t r a z o s em suas p o s i ç õ e s , o
# m / ■ v > f
que o s l e v a a m é t o d o s de d i s c u s s ã o i r r e s p o n s á v e i s , a c r i t i c a s sem o m e n o r
fundamento, a c r i t i c a s que m o s t r a m a i n c a p a c i d a d e do CN de d i s c u t i r , apro -
f u nda r, r e s p o n d e r p o l i t i c a m e n t e . E m o s t r a com i s t o a c o n f u s ã o r e i n a n t e nas
cabeças d o s d i r i g e n t e s de El.
P a r a e s c o n d e r o seu e c o n o m i c i s m o na p r a t i c a , p a r a e s c o n d e r a sua
p o l í t i c a gue v i s a a r e b a i x a r o i n t e r e s s e p e l a p o l i t i c a e n t r e os o p e r á r i o s (por­
que a p o l i t i c a de o p o s i ç ã o a d i t a d u r a e d o m i n a d a h oj e p e l o s l i b e r a i s ) , que vi
sa a m a n t e r os o p e r á r i o s ao n i v e l das r e i v i n d i c a ç õ e s s i n d i c a i s p o r q u e a c h a m
que ai nao vao t er o p o r t u n i d a d e s de m o s t r a r o seu i n t e r e s s e p e l a p o l i t i c a .
de m a n i f e s t a r a s i n f l u e n c i a s que s o b r e eles e x e r c e m o p o p u l i s m o , o r e f o r m i s -
mo, os p o l i t i c o s l i b e r a i s ; p a r a e s c o n d e r as suas i n t e n ç õ e s de i s o l a r os o p e ­
r á r i o s c o n s c i e n t e s em o r g a n i s m o s com n o m e s p o m p o s o s p o r q u e e s t e s já c o m p r e e n
de’ram p e l a s I í ç o b s d os p r o f e s s o r e s que a p l a t a f o r m a de l u t a s i n d i c a l t em um
c a r a t e r de c l as se , r e p r e s e n t a a l u t a p o l i t i c a , e a e x p r e s s ã o da e s t r a t é g i a
s o c i a l i s t a , e t c , ; p a r a e s c o n d e r , de o u t r o lado, a s e p a r a ç a o e n t r e e ss a p r á t i ­
ca 6 a sua f r a s e o l o g i a r e v o l u c i o n a r i a , os " j u l g a m e n t o s r a d i c a i s " que f a z e m a
r e s p e i t o de t od o s os aue nao a c e i t a m as suas p o s i ç o e s , p a r a e s c o n d e r que as
p r o f i s s o,e s de fe u l t r a - r/ e v o l u c i o n a r i a s/ so fi ca m em / p a l a v r a s , p a r a e s c o n d e r a
c o n t r a d x ç a o e n t r e o c a r a t e r de sua p r a t i c a e o c a r a t e r de su as p a l a v r a s , o CN
** (V ~
nao e n c o n t r a o u t r o m e i o s e n ao o de d e s v i a r a a t e n ç a o do c o l e t i v o p a r a os ata
q u e s u l t r a r a d i c a i s aos que se o p õ e m a sua p o l i t i c a c a p i t u l a c i o n i s t a e p r o p a
gandista.
V e j a m o s de que m a n e i r a e x p l i c i t a m o s ao CN o que e n t e n d e m o s p o r re-
laçao entre estrategia e tatica e o que c o n s i d e r a m o s p r o p a g a n d i s m o a t r a v é s
de a l g u n s e x e m p l o s , de a l g u m a s c i t a ç õ e s , c i t a ç õ e s r e t i r a d a s de d o c u m e n t o s ,ci
t a ç o e s que p o d e m ser c o m p r o v a d a s , que e s t ao f u n d a m e n t a d a s :
"Ao a n a l i s a r as r e l a ç õ e s e n t r e as c l a s s e s na s o c i e d a d e b r a s i l e i r a
e as suas c o n t r a d i ç õ e s , o P 5 B i n d i c a os o b j e t i v o s de u m a e s t r a t e g i a s o ­
c i a l i s t a (a d e s t r u i ç ã o da d i t a d u r a que o r g a n i z a o b l o c o d o m i n a n t e no
p r o c e s s o de i n t e g r a ç ã o com o i m p e r i a l i s m o , e a f o r m a ç a o do g o v e r n o d os
t r a b a l h a d o r e s ) , as c l a s s e s a l i a d a 3 e as f r e n t e s n e c e s s a r i a s , a n e c e s s i ­
d a d e de a t r a i r as m a s s a s s e m i - p r o l e t a r i a s e p e q u e n o - b u r g u e s a s que sao
tradi ci o na lm en t e dominadas pelos politicos p opulistas e pela "burguesia
l i b e r a l " , etc. 0 f at o de r e t o m a r a e s t r a t e g i a p r o p o s t a p e l o PSB, ainda
que p o u c o d e s e n v o l v i d a , no s fa ra u l t r a p a s s a r a sua r e d u ç ã o aos p r i n c i -
p i o s g e r a i s que c a r a c t e r i z a m o m a r x i s m o - l e n i n i s m o .E i s t o e i m p o r t a n t e
p o r q u e a e s t r a t e g i a em sua l i n h a ge ra l e r g u e m d e t e r m i n a que t á t i c a _____ é
m a i s justa d e n t r o de d e t e r m i n a d a s c o n d i ç o e s i m p o s t a s p o r um m o m e n t o do
p r o c e s s o r e v o l u c i o n á r i o . P o r q u e , na v e r d a d e , a t a t i c a e a a p l i c a ç a o __ de
um p l a n o g e r a l de l u t a s ^ e s t r a t e g i a ) - a p r o p r i a d o a u m a e t a p a da r ev o l u
çao - a um m o m e n t o e s p e c i f i c o d e s t a e t a o a , c a r a c t e r i z a d o p e l ò s f l u x o s ou
r e f l u x o s do m o v i m e n t o . A t a t i c a a s s im c o m p r e e n d i d a e p a r t e da e s t r a t e -
qi a e a e la s e r v e e n ao s i m p l e s m e n t e u ma " m e d i a ç ã o 11 que representa o
"m ei o" e n t r e u m a tal r e a l i d a d e e um o b j e t i v o f i n a l . " (TD-7)
" Es s e m o d o de v er a a t i v i d a d e de a g i t a ç a o e p r o p a g a n d a , p r e s e n t e
no d o c u m e n t o (na p r i m e i r a t e s e de El), l e v a a um a s e p a r a ^ a o e n t r e o que
p o d e s er r e a l i z a d o e o que a i n d a nao pode, e n t r e o que ja e c o n s c i e n t e
e o que nao e, e n t r e a ^ e s t r a t e q i a e a p r a t i c a c o n c r e t a , e n tr e os o b j e t i
v os g e r a i s n a l u t a p o l i t i c a e os i m e d i a t o s , e t c. " (TD-7)
"E m a i o r a i n d a e a f a l t a de bom s en so q ua n d o se d e s l i g a m a a g i t a -
çao e a p r o p a g a n d a da a t i v i d a d e p r a t i c a c o n c r e t a , de seus p r o b l e m a s , d o s
e s t í m u l o s que o s f a t os v i v o s da v i d a p o l i t i c a c a u s a m , ao a p e n a s se p e r ­
m i t i r que a a g i t a ç a o so se f aç a em c i m a de um fato c o n c r e t o da f a b r i c a
(como, p o r e x e m p l o , d e m i s s õ e s , a t r a z o s de p a g a m e n t o s ...) e a p r o p a g a n ­
da só se f a ça da " e s t r a t e g i a " e d as t e s e s do m a r x i s m o l e n i n i s m o ."(TD 7)

"Al em da c o m p r e e n s ã o i n c o r r e t a do gue s e j a a g i t a ç a o e p r o p a g a n d a , a
t á t i c a p r o p o s t a ( p r i m e i r a t es e de El) nao d e i x a n e n h u m p a p e l p a r a a agi
t a ç ã o p o l í t i c a . Q ua n t o a p r o p a g a n d a , e la vai f a l a r da e s t r a t e g i a - que
a c a b a p o r f i c a r ao n i v e l d os p r i n e x p i o s g e r a i s do m a r x i s m o - l e n i n i s m o
p a r a a " v a n g u a r d a " e da p l a t a f o r m a de l u t a s p a r a a c a m a d a i n t e r m e d i a -
ria ..." (T D - 7 )
, - 15 -
"... na p r a t i c a p o d e m a c a b a r p o r r e d u z i r a t a t i c a ( p r i m e i r a te se
de El^ ao s e g u i n t e es qu em a: f a z - s e p r o p a g a n d a da e s t r a t é g i a , ou a l u t a
i d e o l o g i c a ao n iv e l dos p r i n c i p i o s , s o b r e os o p e r á r i o s ja p r ó x i m o s ; e s ­
tes se o r g a n i z a m nas C o m i s s o e s e estas, p o r sua vez, f a z em a p r o p a g a n d a
da p l a t a f o r m a de l u t a (a s in di ca l) na c a m a d a i n t e r m e d i á r i a . Isto se as
C o m i s s o e s se s u b m e t e r e m a i n f l u e n c i a d e s s a p o l i t i c a ou se s u b m e t e r e m a
c r i t é r i o s que a r e d u z e m a o r g a n i s m o s p a r t i d a r i o s . " (TD-7)
Co mo vêem, os c o m p a n h e i r o s do CN de El, sem o m e n o r f u n d a m e n t o , di
zem p a r a nos o que d i s s e m o s de m a n e i r a f u n d a m e n t a d a em r e l a ç ã o a p r i m e i r a te
se. Isto p a r e c e b r i n c a d e i r a de c r i a n ç a que r e c e b e u ma o f e n s a e r e t r i b u i com
ou tr a. E p r e c i s o a s s u m i r a u t o c r i t i c a s e q u a n d o se f i z e r e m c r í t i c a s é p r e c i s o
f u n d a m e n t a r ; nao b a s t a d i z e r é "aí", e d ai d i z e r sao " p r o p a g a n d i s t a s " .Bem sa
b e m o s q u e ^ t o d o s n os h e r d a m o s u ma t r a d i ç a o p r o p a g a n d i s t a , p r o f e s s o r a l , que es;
ta t r a d i ç a o tem b a s e s em n o s s a f o r m a ç ã o e em n o s s o d e s l i g a m e n t o do m o v i m e n t o
o p e r á r i o . L u t a m o s ja ha b a s t a n t e tempo, i n c o r r e n d o i n c l u s i v e em o u t r o s d es v i
os (vej a r e f e r e n c i a a elos no 31 -9 ;e na TD-8 - c a r t a r e s p o s t a a El), p a r a
r o m p e r com e s sa t r a d i ç a o . A c h a m o s que ja a v a n ç a m o s a g o r a o s u f i c i e n t e p a r a
nao c o m e t e r os e r r os gue ha p o u c o c r i t i c a v a m o s na t es e de El (a p r i m e i r a ) , p a
ra nao s e ç a r a r e s t r a t e g i a e t a t ic a , p a r a nao f i c a r na p r o p a g a n d a p r o f e s s o r a l
da e s t r a t e g i a , c om o se f o s s e m o s g r u p o s de " te o ri c o s " .
A p e s a r da c r i t i c a e x t r e m a m e n t e m a l f o r m u l a d a , e x t r e m a m e n t e f o r ç a -
da, e x t r e m a m e n t e i r r e s p o n s á v e l , dá g a r a v e r que os c o m p a n h e i r o s do CN de El
a i nd a n aq a p r e n d e r a m o que e a g i t a ç a o e p r o p a g a n d a , o que tem e la s a v er c om
a e s t r a t e g i a e t a t i c a e o que e p r o p a g a n d i s m o . 0 p r o p a g a n d i s m o c o n s i s t e em
f i c a r a f a z er p r o p a g a n d a de " f o r m a s de l u t a " e de " f o r m a s de o r g a n i z a ç ã o " ,de
’íaçoes c o n c r e t a s " , que e s t e j a m de a c o r d o com a " c o n s c i ê n c i a i n t e r n a " m a s ain
da d i s t a n t e s das p o s s i b i l i d a d e s r e a i s da l u t a de c l a s s e s . C o n s i s t e em d e i x a r
de e x p l i c a r a o p r e s s ã o , d e i x a r de e x p l i c a r as t r a i ç õ e s d os p o l i t i c o s de ou­
t ra s c l a s se s , d e i x a r de e x p l i c a r os i n t e r e s s e s do p r o l e t a r i a d o na l u t a pelo
poder, p a r a f i c a r n a p r o p a g a n d a d os a p e l o s a d e t e r m i n a d a s aç õe s c o n c r e t a s , n a
p r o p a g a n d a de u m a f o r m a de l u t a ou de um a f o r m a de o r g a n i z a ç ã o que a i n d a não
p o d e m se r e a l i z a r , que, se f o r e m l e v a d a s a p r a t i c a p o r m e d i d a s no t e r r e n o da
o r g a n i z a ç a o , nao u l t r a p a s s a r a o os m i l i t a n t e s de um a 0. M a s como o CN em '.'cón
c e i t o s " a s s i m i l o u n o s s a s c r i t i c a s a r e s p e i t o de a g i t a ç a o e p r o p a g a n d a , m a s na
p o l i t i c a c o n t i n u a s u b m e t e n d o - a s a c o n j u n t u r a , c o n t i n u a d e t e r m i n a n d o o seu
c o n t e ú d o p e l a c o n j u n t u r a , ou seja, i g u a l a o c o n t e ú d o da a g i t a ç a o e p r o p a g a n ­
da ao s o b j e t i v o s que se p r e t e n d e a t i n g i r na c o n j u n t u r a (•'Joposições p r o l e t á -
rias", " c o m i s s o e s como o r g a n i s m o s p a r a - p a r t i d a r i o s " ), e n t ã o vai c o n f u n d i r o
c o n t e ú d o da a g i t a ç a o e p r o p a g a n d a com as f o r m a s de l u t a e de o r g a n i z a ç ã o a s ­
s um id as , vai t o m a r um p e l o ou tr o. Isto na p r a t i c a traz c o m o c o n s e q u ê n c i a um
r e b a i x a m e n t o do t r a b a l h o r e v o l u c i o n á r i o e o r o m p i m e n t o c om a p e n e t r a ç ã o e a
a c u m u l a ç a o de f o r ç a s p o l i t i c a , e um e x t r e m o s e c t a r i s m o em r e l a ç ã o às a t i v i d a
des do c o n j u n t o da o p o s i ç ã o s i n d i c a l , em r e l a ç ã o as d i v e r g e n c i a s , em r e l a ç ã o
aos c o m p r o m i s s o s n e c e s s á r i o s ao n í v e l da o p o s i ç ã o e do s s e t o r e s m a i s c o n s c i ­
entes. 0 a n t i g o p r o p a g a n d i s m o , a p r o p a g a n d a das f o r m a s de l u t a e de o r g a n i z a
çao c o r r e s p o n d e n t e s a um a " c o n j u n t u r a t e ó r i c a " , a um a c o n j u n t u r a i d e a l i z a d a
de m o d o a e s t a r p r o x i m o do o b j e t i v o e s t r a t e g i c o , e r e b a i x a d o à p r o p a g a n d a
d os o b j e t i v o s que se p r e t e n d e a t i n g i r n u m a c o n j u n t u r a m a i s real.
P a r a o CN os i n t e r e s s e s dos t r a b a l h a d o r e s só s er a o c o n s i d e r a d o s
q u a n d o vem a t o n a p e l a açao atual, p e l a l u t a a t u a l das m a s s a s t r a b a l h a d o r a s .
Os i n t e r e s s e s d o s t r a b a l h a d o r e s sao e n t ao r e b a i x a d o s as p o s s i b i l i d a d e s imedi^
a t as das l u t a s das m a s s a s , sao r e b a i x a d o s ao n i v e l b a i x o de c o n s c i ê n c i a e or
g a n i z a ç a o que as l u t a s i s o l a d a s de h o je r ev el a m. E nt ao os c o m p a n h e i r o s a c h am
que so se p o d e f a l a r no a r r o c h o q u a n d o n u m a l u t a l o c a l i z a d a p o r m e l h o r e s sa
l a r i o s a m a s s a ja e s t a e s p o n t a n e a m e n t e se o p o n d o ao a r r o c h o , ou q u a n d o as lu
tas se g e n e r a l i z a r e m e e n t ao se c o l o c a r p a r a as m a s s a s a d e r r u b a d a do a r r o -
* * * i •
cho
A e ate m. e s m o da d i t a d u r a . A/ p o l i t i c a rp a s s a a i r a t r a s Mdo m o v if m e n t o e s p o n -
taneo; um d i a a m a s s a c o l o c a r a o p r o b l e m a do p o d e r e e n t a o so ai a v a n g u a r d a
vai f a l a r na d e r r u b a d a do p o d e r b u r g u ê s , na f o r m a ç a o de um g o v e r n o de t r a b a ­
lhadores 1
Se e s t a s c o n f u s õ e s l e v a m os c o m p a n h e i r o s a c o m e t e r e m e r r o s p o l i t i -
cos, i st o e c o m p r e e n s i v e l e nao e i s t o que i m p e d e um a p r o f u n d a m e n t o n u m a di£3
c u s s a o seria. i\lo e n t a n t o , j u n t o c o m as suas c o n f u s o e s , os c o m p a n h e i r o s sao
i r r e s p o n s á v e i s p e l a s c r i t i c a s que fazem. Nao p o r q u e f a z em c r i t i c a s , m a s p o r ­
que e x p l i c a m as n o s s a s p o s i ç õ e s co m a i n t e n ç ã o de d e t u r p a - l a s p e r a n t e o c ol e
tivo de El. Diz o C N : no p o n t o de apo i o d e s t e d e s v i o (o e s p o n t a n e i s m o ) r e s i d e
em 0 - 3 n ao d i s t i n g u i r no s i n t e r e s s e s i m e d i a t o s da c l a s s e a sua a çã o atual,
p o s s í v e l n u m a c o r r e l a ç a o de f o r ç a s d e t e r m i n a d a . D e s s a f o r ma é de um e x t r e m o
g r a d u a l i s m o c o l o c a r a l u t a c o n t r a o a r r o c h o c om o ação atua l da c l a s s e . " E p e r
g u n t a m o s m a i s um a vez. o n d e e gue c o l o c a m o s que a l u t a c o n t r a o a r r o c h o e u-
m a açao a tual da c l a s s e , i st o e, que a c l a s s e l u t a h o j e c o n t r a o a r r o c h o s a ­
l a r i a l . C o l o c a m o s que a l u t a p e l o fim do a r r o c h o e um i n t e r e s s e o b j e t i v o da
c l a s s e o p e r a r i a , c o m o o e a d e r r u b a d a da d i t a d u r a , a t o m a d a do po d er , a c o n s
t r u ç a o do s o c i a l i s m o . E nt r e o i n t e r e s s e o b j e t i v o e as p o s s i b i l i d a d e s de lu -
t a r p o r ele, p o d e h a v e r d i s t a n c i a s e d i s t a n c i a s b a s t a n t e gr an de s.
D i s s e m o s s o b r e as r e i v i n d i c a ç õ e s que« expressara os i n t e r e s s e s o b j e ­
t i v o s do p r o l e t a r i a d o na l u t a c o n t r a a d i t a d u r a » e c o n s e q u e n t e m e n t e s o b r e o
"fim do a r r o c h o s a l a r i a l " que " se nd o l e v a d a s a p r a t i c a e s s a s r e i v i n d i c a ç õ e s
a t r a v é s da a g i t a ç a o p o l i t i c a e c o m o o b j e t i v o de p e n e t r a r n os s e t o r e s a
v a n ç a d o s , e l as p o d e m e x e r c e r o p a p e l de i s o l a r o u , p e l o me n os , d i m i n u i r
a i n f l u e n c i a dos s e t o r e s r e f o r m i s t a s e l i b e r a i s s o b r e os s e t o r e s em que
a t u a m o s . . . Se t a is i n t e r e s s e s ja sao n e c e s s i d a d e s o b j e t i v a s , a t uai s, li
g a d a s a r e a l i d a d e p o l i t i c a , c o n t ud o, a i n d a nao c o r r e s p o n d e m ao n i v el de
c o n s c i ê n c i a e x p r g a n i z a ç a o e x p r e s s o na s a t i v i d a d e s d e s e n v o l v i d a s h o je p £
la c a m a d a m a i s c o m b a t i v a do p r o l e t a r i a d o . " (TD-7)
Q u a n t o ao f at o de n o s nao c o n s e g u i r m o s " d i s t i n g u i r , no p r o c e s s o de
m u d a n ç a s , o m o m e n t o do ü sa lt o" , em que a c o r r e l a ç a o m u d a " , nao ha m u i t o o
que e s c l a r e c e r . 0 f at o de e s t a r m o s n u m a c o n j u n t u r a d e t e r m i n a d a e de e s t a r e m
em m a r c h a t e n d e n c i a s p a r a a sua m o d i f i c a ç a o nos ja c o n s e g u i m o s v e r i f i c a r ha
m u i t o t empo. Nao e so o CN que c o n s e g u e v e r i f i c a r ao n i v e l t e o r i c o a e x i s t ê n
cia de " sa lt o s" , ou seja, a p a s s a g e m de u m a s i t u a ç a o p o l í t i c a p a r a o ut r a . 0
que ha de d i f e r e n t e e que nos n a o f i c a m o s a e l o c u b r a r s o b r e o m o m e n t o do sal
to e t ud o o que s e r a p o s s i v e l f a z e r d e p o i s d is to . Na p r a t i c a a m u d a n ç a se rts
a l i z a n um q r o c e s s o c o m p l e x o o n d e o t em p o nao se r e d u z ao " s a l t o " v i s t o teori^
c a m e n t e . So na t e o r i a dos c o m p a n h e i r o s , que o c u p a o l u g a r da p r a t i c a , e que
o " s a l t o " se r e a l i z a com rigor, com h or a m a r c a d a , com c a r a c t e r í s t i c a s p r e d e ­
t e r m#i n a d a sM, etc. A Ao f i c a r e m d e s l u m/ b r^a d o s c o m o ^m o m e n t o do "salto", os c o m p a -
n h e i r o s na o v e em que a g o r a o que e i m p o r t a n t e e i n t e r v i r p a r a c o n a e g u i r c u m ­
p r i r t a r e f a s g ue a s s e g u r e m p a s s a r p a r a o u t r a s t a r e f a s m a i s e le v a d a s . E n e s s a
i n t e r v e n ç ã o nao se p o d e c o l o c a r u m a c o n t r a d i ç a o e n t r e o que se faz, o que se
p o d e e de ve r e a l i z a r na c o n j u n t u r a e a p r e p a r a ç ã o do f ut uro .
" N a t u r a l m e n t e que e s t a m o s n u m a c o n j u n t u r a de r e f l u x o do m o v i m e n t o
de m a s s a s e, p o r o u t r o lado, de u m a a u s ê n c i a de um p a r t i d o r e v o l u c i o n a -
• 1 f • A
rio ou de l a ç o s p o l í t i c o s e o r g â n i c o s e n t r e as v a n g u a r d a s , que se c a r a ç
t e r i z a m p o r c o n c e p ç o e s p r o l e t a r i a s , e o m o v i m e n t o o p e r á r i o . " (TD-7)

"As c a u s a s con ju n t u r a i s do d e s c e n s o do m o v i m e n t o o p e r á r i o são a


e s t a b i l i d a d e p o l i t i c a da d i t a d u r a e os " e x i t o s " e c o n ô m i c o s a l c a n ç a d o s .
O s p r o b l e m a s que c o m e ç a m a a m e a ç a r os e x i t u s d a d i t a d u r a no c a m p o e c o n ô
m i c o e as c o n s e q u e n c i a s que i st o tr az p a r a a sua e s t a b i l i d a d e p o l í t i c a
e s t i m u l a m ....
t..a n t o o. .c r e--
sci. m e n t o-■ das l u-....—
-..- —— t a s o p----
e r a r-—'
i a s1...c om o,,--------
o c r e s -----—...
cimento
de o p o s i c o B S b u r g u e s a s e que se r e f l e t e m no c a m p o p o l i t i c o o n d e predonvi
na a l u t a e n t r e o m o v i m e n t o l i b e r a l , p e l a r e d e m o c r a t i z a ç ã o , e os s e t o -
res m a i s d u r o s . . . " (TD-7)

" 0_c r e s c i m e n t o d e s s a s l u t a s i s o l a d a s e as p r e s s õ e s que e x e r c e m so


b r e a a t i v i d a d e s i n d i c a l e s t i m u l a m e n t ao a a g l u t i n a ç ã o e o d e s e n v o l v i -
m e n t o d as p r a t i c a s de o p o s i ç ã o s i n d i c a l que, sem d u v i d a , c o r r e s p o n d e m
as n e c e s s i d a d e s a t u a i s de u n i f i c a ç ã o d e s s a s l u t a s i s o l a d a s . E s t e s dois
a s p e c t o s i n t e r l i g a d o s e em í n t i m a r e l a ç ã o com os d e s d o b r a m e n t o s da situ
açao p o l i t i c a e e c o n o m i c a atu al c r i a m um c a m p o f a v o r á v e l ao a p a r e c i m e n ­
to de l i d e r a n ç a s p a r c i a i s e de o p e r á r i o s c o m b a t i v o s . " (TD-7)

Ao n o s c r i t i c a r p o r n ao v e r o m o m e n t o do "s al to ", da " m u d a n ç a " ,etc.


e ao c a r a c t e r i z a r a n o s s a p r a t i c a co mo e s p o n t a n e i s t a , ou m e l h o r , e v o l u c i o n i s
(W I ' . ““
t a , o CN, p o r q u e nao c o m p r e e n d e gue o c o n t e ú d o da açao r e v o l u c i o n a r i a nao se
s u b o r d i n a a c o n j u n t u r a , que a t a t i c a d e v e c o r r e s p o n d e r a c o n j u n t u r a m a s que
o seu c o n t e ú d o e s t a alem da c o n j u n t u r a , seu c o n t e ú d o r e f l e t e as n e c e s s i d a d e s
do p r o c e s s o d a l u t a de c l a s s e s n u m a e t a p a da r e v o l u ç ã o ,a c a b a t e n d o que e x p l i
c a r o gue nao c o m p r e e n d e , e x p l i c a r o seu a t r a z o p o r d e t u r p a ç õ e s de p o s i ç õ e s ,
por criticas irresponsáveis.
F 3 do

F i n a l m e n t e , no c a s o da p e n e t r a ç a o , o CM c o n s e r v a nas suas posi -


ç o e s a v i s a o de que nao se p e n e t r a hoje. A p e s a r de ja t e r a s s u m i d o um a de
n o s s a s c r i t i c a s que se r e f e r e ao fato de que nao se a c u m u l a m f o r ç a s f or a do
m o v i m e n t o , a i n d a a s s i m nao c o n s e g u e e n t e n d e r que a c u m u l a r f o r ç a s no m o v i m e n ­
to so p o d e se f a z e r p e n e t r a n d o . C o n f u n d i n d o p e n e t r a ç a o co m o ato de f o r m a r o
p a r t i d o ou c o l o c a n d o - a como o o b j e t i v o e s t r a t e g i c o , nao c o m p r e e n d e n d o que a
p e n e t r a ç a o e u ma c o n s t a n t e da p r a t i c a r e v o l u c i o n a r i a , t an t o a nt es c o mo " . d e ­
p o i s da f o r m a ç ã o do p a r t id o , que a c o n j u n t u r a a t ua p a r a d e t e r m i n a r as f o r m a s
p o s s í v e i s de l e v a - l a a p r a t i c a , o C»\l t a m b e m nao e n t e n d e que sao a a g i t a ç a o e
a p r o p a g a n d a os i n s t r u m e n t o s p r i n c i p a i s da p e n e t r a ç a o . E gue em c o n s e q u e n c i a
da p e n e t r a ç a o a t r a v é s da a g i t a ç ã o e p r o p a g a n d a r e v o l u c i o n a r i a s e que se c r i ­
am as c o n d i ç o e s p a r a a l i g a ç a o o r g a n i c a , p a r a os l a ç o s m a i s e f e t i v o s . M a s co
mo os c o m p a n h e i r o s r e b a i x a m a a g i t a ç ã o e p r o p a g a n d a , n a t u r a l m e n t e que na
" p r a t i c a c o n c r e t a " , ao se a t u a r sob formas, a d a p t a d a s a c o n j u n t u r a , o que o
CN a c ha que d e v e " p e n e t r a r " são as f o r m a s de l u t a e de o r g a n i z a ç a o ja " p r o n ­
tas", ja r e a l i z a d a s t e o r i c a m e n t e , o que na p r a t i c o vai m a n t e r o i s o l a m e n t o
em r e l a ç a o a m a s s a a v a n ç a d a e a a c u m u l a ç a o nao vai p a s s a r de c o n t a t a ç a o indj^
vidual.

d) S o b re a unificação:

C o l o c a m o s em p r á t i c a já ha b a s t a n t e t e m po a p e r s p e c t i v a de u n i f i c a
çao com El. Es ta p e r s p e c t i v a t i n h a como b a s e a e x i s t e n c i a de p o s i ç o e s p r o q r a
m a t i c a s comu ns , a e x i s t ê n c i a de um p r o c e s s o de Dl v o l t a d o p a r a c o r r i g i r e r­
ros e f o r m u l a r uma tatica. o f o r t a l e c i m e n t o do c a m p o da TP. Qu a nd o se c r i a -
ram as c o n d i ç o e s p a r a esse p r o c e s s o g a n h a r i m pu l so , q u a n d o de n o s s a p a r t e ja
e s t a v a m o s t e r m i n a n d o a p r i m e i r a fase de n o s/ s a s d i s c u s s õ/ e s e da p a/ r t e de El
se e l e g i a um no vo CN e se a p r o v a v a u m a p o l i t i c a p r o v i s o r i a , t a m b e m c o m e ç a r a m
a a p a r e c e r as p r i m e i r a s d i v e r g ê n c i a s c om a p o l i t i c a do CN. A c a r ta que o CN
n os e n v i o u p r o p o n d o a r e t o m a d a da s d i s c u s s õ e s , ao a c e i t a r a n o s s a p o s i ç ã o de
C o n f e r e n c i a c o n j u n t a , ja t r a z i a as p r i m e i r a s d i v e r g e n c i a s . Em sua r e s p o s t a
p r o c u r a m o s l e v a r ao c o l e t i v o de El a s p e c t o s de n o s s o p r o c e s s o de r e o r g a n i z a ­
ção e de p r á t i c a de m o d o a e n f r e n t a r v i s o e s d e f o r m a d a s a n o s so r e s p e i t o , v i ­
sõ es que p r e t e n d i a m " j u s t i f i c a r " i n t e r n a m e n t e os a t r a z o s de El em s u p e r a r su
a c r i s e e o a t r a z o nas d i s c u s s õ e s p o l i t i c a s c o n os c o. N e b t a carta., c r i t i c a m o s
a p o s t u r a do n o vo CN ( n a q u e l e m o m e n t o c o n s i d e r a v a m o s a p e n a s uma p o s t u r a e
não um m é t o d o que i r i a se c o n s o l i d a r ) de c o b r a r a u t o c r i t i c a s a n te s m e s m o de
se r e t o m a r um p r o c e s s o de d i s c u s s ã o .
Ao c o n t r a r i o do cue o CN a f i r m a agora, na r e s p o s t a a sua c a r t a
nó s c r i t i c a m o s a sua p o s i ç ã o de c o b r a r um b a l a n ç o a u t o c r i t i c o :"... os c o m p a
n h e i r o s se a p r u s s a m p o r f a z e r e x i g e n c i a s que nao p o d e m r e p r e s e n t a r c n t e n o s
g e r a i s p a r a que se p o s s a e f e t i v a r a u n i f i c a ç a o . Na v er d a d e , o que e s t a p r e ­
s e n t e ai sao a n t i g o s d e s vi o s, a i n d a nao s u p e r a d o s de todo, o " f e c h a m e n t o " pa
ra as d i s c u s s õ e s ou u ma " p o s t u r a 11 de d o n o s das s o l u ç o e s da p r a t i c a p o l i t i c a .
M a s c o n c l u s o e s da carta, d.izem os c o m p a n h e i r o s : "no e n t an to , uma e x p l i c a ç a o
f or m a l d e s s a a u t o c r í t i c a , no c a mp o do b a l anço da t r a j e t ó r i a de 0 — 3 ( gr i fo s
n os sos ) f a z - s e n e c e s s a r i a " , e m a i s a di an te: "A C o n f e r e n c i a d e v e r a d e l i b e r a r
em p r i m e i r o l u g a r s o b r e o b a l a n ç o a u t o c r i t i c o da 0. e de 0-3. É e s t a a q u e s ­
tão d e c i s i v a p a r a a r e u n i f i c a ç ã o . " (Aos c o m p a n h e i r o s de E l — T D — 8) E m a i s adi_
ante f a l a v a mo s: " N e s t a s c i r c u n s t a n c i a s , a c h a m o s que e i n c o r r e t o a p r e s s a r a
C o n f e r e n c i a , p r a t i c a m e n t e ? e d u z i - l a a um a d i s c u s s ã o a p r e c s d a das t e s e s ou po
s i ç õ e s o f i c i a i s ja f o r m u l a a a s . P r o p o m o s qua seu p r a z o s ej a m a i o r de m o d o a
p e r m i t i r um a p r o f u n d a m e n t o m a i o r da s p o s i ç o e s e de m o d o a que as b a s e s nao
f iq u e m m a r g i n a l i z a d a s d e s s e p r o c e s s o . " (Idem)
A r e t o m a d a da s d i s c u s s õ e s na c o m i s s ã o e n t r e as d u a s Os. e no c on -
j u n t o do c o l e t i v o e ra p a r a n o s um p r o c e s s o de a p r o f u n d a m e n t o , de d e b a t e s a -
c e r c a das q u e s t õ e s r e f e r e n t e s a c o n j u n t u r a e t a ti ca . Nao viam os , ao c o n t r a -
rio do que f a l am os c o m p a n h e i r o s do CN, que a c o m i s s ã o d e v e r i a se c o n c e n t r a r
na p r o d u ç ã o de um b a l a n ç o . D e v er ia , is to sim, c o o r d e n a r e a p r o f u n d a r as d i s ­
c u s s õ e s i n t e r n a s nos d o i s c o l e t i v o s . A v i s a o do CN a c e r c a da c o m i s s ã o se con
c e n t r a r na p r o d u ç ã o do b a l a n ç o se d e v e ao fato de que o CM nao p e n s a v a n a q u e
, le m o m e n t o em f o r m u l a r o u t r a t e s e , ; p r e t e n d i a num p r a z o c u r t o r e a l i z a r um a
c o n f e r ê n c i a c o n j u n t a o n d e se d i s c u t i r i a a te se (a p r i m e i r a tese) de El. Os
M , A f
c o m p a n h e i r o s , a c r e d i t a n d o que nao h a v e r i a m a i o r e s d i v e r g e n c i a s em t o r no da
18 -
tese, p r o c u r a v a m t o m a r c o mo c o n d i ç ã o p a r a a r e u n i f i c a ç ã o o b a l a n ç o a u t o c r í t i
co. T ao l o g o a p a r e c e r a m as p r i m e i r a s c r í t i c a s ao CN, n a r e s p o s t a a sua c a r t a
e l o g o d e p o i s as c r i t i c a s a sua tese, s i s t e m a t i z a d a s na T D-7, i s t o c o l o c o u
em c r i s e a p e r s p e c t i v a de r a p i d a u n i f i c a ç ã o , da u n i f i c a ç ã o t e r c om o c r i t é r i o
o b a l an ç o, etc. De f at o e s t a v a m o s , de n o s s a p ar t e, r e t o m a n d o o p r o c e s s o de
d i s c u s s ã o e p o r isso, p o r v e r a i m p o r t â n c i a q ue t i n h a o a p r o f u n d a m e n t o d as
p o s i ç o e s t a t i ca s , a i m p o r t a n c i a que t i n h a o m a i o r c o n h e c i m e n t o de n o s s a s po -
s i ç o e s p o r p a r t e do CN e do c o l e t i v o de El, p r o p ú n h a m o s u m a d i l a t a ç ã o do
p r a z o p a r a a r e a l i z a ç a o da C o n f e r ê n c i a .
E n q u a n t o isto, ou seja, l o g o após as n o s s a s c r í t i c a s a te se do CN
de El, as r e u n i õ e s da c o m i s s ã o f i c a r a m s u s p e n s a s " e s p e r a n d o " um d o c u m e n t o
r e s p o s t a a e s s a s c r i t i c a s . E s s a s u s p e n s ã o r e v e l a que o p r o b l e m a ou a "cri -
se" e s t a v a no a p a r e c i m e n t o de d i v e r g ê n c i a s e que este fato ia c o n t r a as ex -
p e c t a t i v a s do CN e m t o r n o de u m a r a p i d a c o n f e r e n c i a e u m a r á p i d a a p r o v a ç ã o de
sua tese. A c o m i s s ã o de m o d o a l g u m se c o n c e n t r o u na e l a b o r a ç ã o do b a l a n ç o ; e m
su as p o u c a s r e u n i õ e s f o r a m d i s c u t i d o s p r o b l e m a s l i g a d o s a os p r i m e i r o s do eu -
m e n t o s o f i c i a i s t r o c a d o s p e l a s Os., as c a r t a s e d e p o i s a TD-7 ( c r í t i c a à t e ­
se) e r e s p o s t a do CN a TD-7
A p e s a r de nao h a v e r um m a i o r c o n h e c i m e n t o do CN a c e r c a de n o s s a s
p o s i ç o e s - fato que os se us d o c u m e n t o s d i r i g i d o s a n ós r ev el a m, i n c l u s i v e , d e
m a n e i r a m a i s cl ara, a r e c e n t e c i r c u l a r que aqui c r i t i c a m o s -, a p e s a r d as b a ­
ses de El nao t e r e m c o n h e c i m d n t o de n o s s a s p o s i ç o e s e a p e s a r dos a p e l o s que
s e t o r e s que se o p o e m ao CN c o m e ç a r a m a f a z e r p a r a o a d i a m e n t o da C o n f er ê nc i a,
o CN c o n s i d e r o u que ja e s t a v a em c o n d i ç o e s de r e a l i z a - l a e que so a d i a r i a se
t i v e s s e c e r t e z a de que h a v e r i a u m a s u p e r a ç ã o das d i v e r g e n c i a s c o n o s c o , i s to
e, se n o s a c e i t a s s e m o s as p o s i ç o e s do CN e as s ua s e x i g ê n c i a s . E st a é a m a -
n e i r a c o mo o CN e n c a m i n h o u o p r o c e s s o de d i s c u s s ã o c o n j u n t a ; e ss a e a m a n e i ­
ra c o mo v i u ^ o p r o c e s s o de u n i f i c a ç a o ; e s s a e a m a n e i r a c o m o o CN faz p o l i t i -
ca em r e J a ç a o aos que d i s c o r d a m de s ua s p o s i ç õ e s .
Se p o r q u e s t õ e s i n t e r n a s nao f o s s e p o s s í v e l a C o n f e r e n c i a con ju nt a,
se fo ss e n e c e s s á r i o p a r a r e s o l v e r p r o b l e m a s f u n d a m e n t a i s de El a r e a l i z a ç ã o
u r g e n t e da C o n f e r e n c i a , o CN d e v e r i a a s s u m i r e s sa p o s i ç ã o , a d i a n d o a u n i f i c a
çao. E n t r e t a n t o , p a r a j u s t i f i c a r os seus m é t o d o s de " p r e s sã o ", os s eu s m é t o ­
dos s e c t á r i o s e i r r e s p o n s á v e i s de f a z e r p o l i t i c a , o CN a p r e s s a d a m e n t e " s is t e
m a t i z a " u m a ser i e de p i c h a ç õ e s , p i c h a ç õ e s p o r q u e não t i v e r a m a m e n o r f u n d a -
m e n t a ç a o ( r e s p o s t a a c r i t i c a a t e s e e c i r c u l a r 4).
0 a d i a m e n t o do p r a z o da C o n f e r e n c i a , ou se i s to n ao f o s se p o s s í v e l
d e v i d o a s i t u a ç a o i n t e r n a , o a d i a m e n t o da u n i f i c a ç a o s e r i a m m e d i d a s que por
f '/ W f» L • I» *** ' <*W *
si so n ao f e c h a r i a m as d i s c u s s õ e s v i s a n d o a u n i f i c a ç a o e n t r e as d u a s Os. ;
p o s s i b i l i t a r i a m um a p r o f u n d a m e n t o de p o s i ç õ e s e m e s m o que não f o s se p o s s í v e l
s u p e r a r as d i v e r g e n c i a s , el as f i c a r i a m d e m a r c a d a s no t e r r e n o p o l í t i c o , e a m ­
bas as Os. t e r i a m as su as p o s i ç õ e s e n r i q u e c i d a s .
Os m é t o d o s i r r e s p o n s á v e i s e a i m a t u r i d a d e p o l í t i c a do CN de El, e
nao as d i v e r g e n c i a s , f e c h a r a m , p e l o m e n o s p a r a nos, o p r o c e s s o de d i s c u s s ã o
pa«wr a u m a u n i f i c a ç a o a c u r t o pr az o. Nao ha c o mo d i s c/ u t i r e a p r o f u n d <awr v posi
ç o e s c o m q u e m se c o l o c a c o m o j u i z da p u r e z a p r o l e t a r i a , c om q ue m nao e c a ­
paz de a s s u m i4r /Va u t o c r í t i c a s , c om quem não e c a p a z s e q M u e r de c r i t i c a r0 sem de "
f o r m a r as p o s i ç o e s de o u t r a s Os., sem " i n v e n t a r " p o s i ç o e s . C l a r o e s t ^ que es
tes m é t o d o s , c o mo p r o c u r a m o s m o s t r a r a n t e r i o r m e n t e , se d e s e n v o l v e m d e v i d o a
p o s i ç o e s p o l i t i c a s e a v i s õ e s t e ó r i c a s . M a s c a b e aq ui c r i t i c a - l o s i s o l a d a m e n
te ao n i v e l da i n c o m p a t i b i l i d a d e c om a p r a t i c a r e v o l u c i o n á r i a e c om as di s -
c u s s õ e s p o l í t i c a s e n t r e Os. r e v o l u c i o n a r i a s .
T a is m é t o d o s ja p r o d u z i r a m u m a f a s t a m e n t o de E3 e E4. Isto é, o
CN r e s o lv e u, sem m a i o r f u n d a m e n t a ç a o e d i s c u s s ã o com e s s a s Os., d e c r e t a r a
s ua s a í d a da EP a t r a v é s de um f o l h e t o s o b r e as e l e i ç õ e s de n o v e m b r o d i s t r i b u
f * “
ido no t r a b a l h o e x t e rn o . Sem f a z e r f o l h e t o s , m a s c om os m e s m o s m é t o d o s , de -
c r e t a que e s t a m o s " s a i - n a o sai" do c a m p o da EP, i s t o e, s o m o s um s e t o r va ci
lante.
E d e p o i s de tudo isto, o CN p r o p o e que a p ós a C o n f e r e n c i a de sua
0. n o s f a ç a m o s u m a RAN p a r a d e l i b e r a r s o b r e sua tese. N a c e r t a e s p e r a o CN
q ue n e s t a RAN p o s s a m o s m e l h o r " r e f l e t i r " e " a c e i t a r " a sua p r o p o s t a de tese,
sem d i s c u t i r , sem d i v e r g i r , sem a p r o f u n d a r , e e n t ão h a v e r á u ma " u n i f i c a ç a o "
ao g o s t o d e q u e m n ao se e s f o r ç a e nao l u t a p a r a a u n i d a d e , p a r a o d e s e n v o l v i
m e n t o d as f o r ç a s e da s p o s i ç õ e s da E P .
A p e r s p e c t i v a de u n i f i c a ç a o , c o n f o r m e h a v i a m o s f o r m u l a d o e c o l o c a ­
do em p r a t i c a , e s ta a g o r a s u p e r a d a . Ao se f e c h a r o c am po p a r a o a p r o f u n d a m e n
to das p o s i ç o e s que o r i e n t a m a n o s s a p r a t i c a , em v i r t u d e dos m é t o d o s i r r e s -
p o n s a v e i s e em v i r t u d e da i m p o s s i b i l i d a d e de s u p e r a r as d i v e r g ê n c i a s , u ma
das c o n d i ç o e s p a r a a u n i f i c a ç a o d e i x o u de e xi s t i r . A p e n a s as v i s o e s p r o g r a m a
t i c a s com un s, v i s o e s e s t a s que e s ta o s u j e i t a s a uma s e r i e de c o r r e ç o e s , de
d e p u r a ç õ e s dos d e s v i o s da p r a t i c a p a s s a d a , e a v o n t a d e de f o r t a l e c e r o c am po
p r o l e t á r i o nao b a s t a m p a r a i n d i c a r a g o r a um n ov o c a m i n h o p a r a se r e t o m a r o
m e s m o p r o c e s s o de u n i f i c a ç a o , ou m e l h o r , p a r a m a n t e r a m e s m a p e r s p e c t i v a de
u n i f i c a ç a o . Um n o v o p r o c e s s o o n d e se p o s s a m c r i a r as c o n d i ç o e s p a r a a u n i f i ­
c a ç a o t e r a c|ue e s t a r p r e c e d i d o de uma p r a t i c a o n d e os m é t o d o s i r r e s p o n s á v e i s
e as d i v e r g e n c i a s m a i s d e s t a c a d a s , ao n i v e l da at ual d i s c u s s ã o " c o n j u n t a " ,se
j am s u p e r a do s .

e) Perspectivas :

0 que c a r a c t e r i z a p a r a n os o c a m p o da EP no m o m e n t o atual, onde


as Os. m a i s a v a n ç a d a s em t e r m o s de p e r s p e c t i v a s se e n c o n t r a m i s o l a d a s do p ro
l e t a r i a d o , se e n c o n t r a m e n f r a q u e c i d a s t e o r i c a m e n t e , d e v i d o as c r i s e s p o r que
p a s s a r a m e p a s s a m , o n d e as l u t a s d a c l a s s e o p e r a r i a e as a t i v i d a d e s da m a s s a
a v a n ç a d a sc dao num n i v e l e x t r e m a m e n t e baixo, etc., são a i n d a n e s t a s c i r c u n s
t a n c i a s p r i n c i p i a s g e r a i s e p o s i ç o e s g e r a i s em comum. A u n i d a d e a c e r c a do ca
r a t e r da r e v o l u ç ã o b r a s i l e i r a , a n e c e s s i d a d e a c e r c a da p r i n c i p a l i d a d e do tra
b a l h o o p e r á r i o , a u n i d a d e a c e r c a da n e c e s s i d a d e de se l u t a r p e l a i n d e p e n d ê n ­
c ia do p r o l e t a r i a d o e p e l a f o r m a ç a o de seu p a r t i d o , a u n i d a d e a c e r c a da p r i n
c i p a l i d a d e das f o r m a s de l u t a o p e r a r i a s como m e i o de p e n e t r a r no p r o l e t a r i a ­
do sao a s p e c t o s g e r a i s que c a r a c t e r i z a m um c a m po do EP. C l ar o e s ta que não
sao s u f i c i e n t e s p a r a que nao .haja d e s v i o s e d i v e r g e n c i a s , ate m e s m o a c e n t u a
das, e n t r e as f o r ç a s de e s q u e r d a . 5o a g o r a e que e s t a m o s a v a n ç a n d o na f o r m u ­
l a ç ã o de t at i c a s , so a g o r a e que e s t a m o s l u t a n d o p o r r o m p e r com t r a d i ç õ e s aj2
t e r i o r e s , a i n d a s o m os f ra co s, a i n d a t e m o s o d o m i n i o so br e u ma p r a t i c a bastan^
te p e q u e n a . E de m o d o a l g um p o d e m o s d e c r e t a r o c am p o da EP s e g u n d o o c o n j u n ­
to de p o s i ç õ e s que a d o t a m o s . Se c o n s i d e r a m o s , p o r ex em p lo , que nao b a s t a um
p r o g r a m a c o m u m p a r a a s s e g u r a r uma u n i f i c a ç a o de f o rças , c o n s i d e r a m o s t a m b e m
que a i n d a não há um p a r t i d o o p e r á r i o p a r a e s t a b e l e c e r c r i t é r i o s r i g i d o s a c er
ca das p o s i ç õ e s p r o l e t a r i a s . Um p a r t i d o , a i n d a que p e q u e n o , t er a sem d u v i d a
c o n d i ç õ e s de e x i g i r f o r a dos p r i n c i p i o s g e r a i s e d as p o s i ç o e s g e r a i s c r i t e -
r io s m a i s p r á t i c o s ja c o n f i r m a d o s p e l a e x p e r i e n c i a , ja a s s u m i d o s p e l o s o p e r a
rios mais combativos e conscientes.
Se a d o t a r m o s a p o s t u r a de p a r t i d o , ou e n t a o se nao r o m p e r m o s co m o
e s p i r i t o de seita, n a t u r a l m e n t e que a EP vai g i r a r em t o r no de nos e vai i n ­
c l u s i v e t e r que f a z e r z i g u e - z a g u e s c o n f o r m e os n o s s o s e r r o s e d e s v i o s . D e s s e
p o n t o de vista, p o r ex em p lo , El, que se c o n s i d e r a o m o d e l o p a r a a E P , t e r i a
de t e r e s t a b e l e c i d o co mo c r i t é r i o p a r a a t e n d e n c i a p r o l e t á r i a , ha a l g u m t e m ­
po atras, a sua f a m i g e r a d a p o l i t i c a de "r ecuo", ou seja, o seu l i q u i d a c i o n i s
mo, em o u t r o m o m e n t o , a sua p r a t i c a l e g a l i s t a , a g o r a , o s s eu s d e s v i o s e c o n o m i -
c i s t a s e e n ta o o c a m p o p r o l e t á r i o v a r i a r i a s e g u n d o as o s c i l a ç o e s das Os de
e s q u e r d a m a i s a v a n ç a d a s que, d e v i d o a sua f r a q u e z a , i s o l a m e n t o , d e v i d o a l u ­
ta p o l i t i c a a tu al ser l i d o r a d a p o r p e r s p e c t i v a s p e q u e n o - b u r g u e o a s , p o r p o i i -
ticósc.da l i n h a l i b e r a l , d e v i d o a i m p o r t a n c i a p o l i t i c a em t e r m o s de c o n s c i ê n ­
cia que tem o m o v i m e n t o e s t u d a n t i l , etc., vao c o n t i n u a r s endo v i t i m a s d e d e s -
vios e de i n f l u e n c i a s de o u t r a s c l a ss es , p o r m a i s c o n f i a n t e s , p o r m a i s i l u ­
m i n a d o s que a c h e m o s e s t a r s en do num d e t e r m i n a d o m o m e n t o . Os u n i c o s c r i t é r i o s
/ / A M
r i g i do s , ja c o m p r o v a d o s p e l a e x p e r i e n c i a , que de fato nao se a l t e r a r a m p o r
to do esse p er i o d o , sao os c r i t é r i o s m a i s g e r a i s , s a o a l g u n s p r i n c i p i o s e p d s i
ç o es g e r a i s que p o d e m e s t a b e l e c e r a u n i d a d e do c a m p o p r o l e t á r i o . E p o r a l gu m
t e m p o a i n d a vai ser e s t a a u n i d a d e n e c e s s a r i a p a r a o d e s e n v o l v i m e n t o das p rai
t i c a s e das d i s c u s s õ e s a fim de e n c o n t r a r no p r o c e s s o de l u t a s c r i t é r i o s
mais rigidos para limitar o campo proletário.
Em v i r t u d e disto, a p e s a r das d i v e r g e n c i a s e d e s v i o s e x i s t e n t e s , a-
c h a m o s f u n d a m e n t a l l u t a r p a r a a a p r o x i m a ç a o na p r a t i c a e p a r a o d e s e n v o l v i -
m e n t o das d i s c u s s õ e s e n t r e nos, El, E3, E4. A p e s a r d as p o s i ç õ e s i s o l a c i o n i s -
*
tas de El, v a m o s l u t a r p a r a que el a se m a n t e n h a na p r a t i c a c o n j u n t a c o n o s c o
e com o u t r a s Os. e que p o s s a f a z e r p a r t e das d i s c u s s õ e s so bre e s t r a t e g i a e
t á t i c a e n t r e e s s a s Os.
• - 20 -
I »

Pb.c^ , 6 ff- $ 3

E m b o r a t e n h a m o s um m a i o r c o n h e c i m e n t o d as p o s i ç o e s de El e m a i o
f .
res l a ç o s p o l í t i c o s , a c h a m o s que no m o m e n t o a p r a t i c a j u s t a e f o r t a l e c e r o
c o n j u n t o da E P , e l u t a r em p r i m e i r o l u g a r p a r a e n c o n t r a r os p o n t o s de u n i d a ­
de na a t i v i d a d e p r a t i c a ao n í v e l da m a s s a a va n ç a d a , em s e g u n d o l u g a r d i n a m i ­
z ar as d i s c u s s õ e s s o b r e e s t r a t e g i a e t at i ca . N e s t e p r o c e s s o p o d e r ã o a m a d u r e ­
c e r u n i d a d e s e i n c l u s i v e a m a d u r e c e r c o n d i ç õ e s p a r a que h a j a u n i f i c a ç ã o de al
g u m a s d e s s a s Os., em p a r t i c u l a r e n t r e no s e El.
Em r e l a ç a o as n o s s a s d i s c u s s õ e s i n t e r n a s , t e m o s l e v a d o e c o n t i n u a ­
r e m o s l e v a n d o ao c o l e t i v o como s u b s i d i o as d i s c u s s õ e s de c o n j u n t u r a e t á t i c a
as p o s i ç o e s de o u t r a s O s . , e m p a r t i c u l a r de El. N u m p r a z o de c e r c a de um mês
p u b l i c a r e m o s um p r o j e t o de t á t i c a c om b as e nas d i s c u s s õ e s já d e s e n v o l v i d a s a
te a g o r a e u t i l i z a n d o c o m o s u b s i d i o o p r o j e t o de t á t i c a de El ( e de E3 e E4
se ja t i v e r e m f o r m u l a d o os s eu s p r o j e t o s ) . E s s e p r o j e t o de t á t i c a d e v e s e r -
vi r de g u i a ao c o l e t i v o p a r a se p o s i c i o n a r s o b re as q u e s t õ e s r e f e r e n t e s à tá
tica, a s s i m c o m o q u e s t o e s de o r g a n i z a ç a o . Com a s a í d a d e s s e p r o j e t o m a r c a r e -
m o s a d a t a de n o s s a C o n f e r e n c i a . E s t a C o n f e r ê n c i a e s t a r á a b e r t a à p a r t i c i p a -
çao de um r e p r e s e n t a n t e de El, de E3 e de E 4 .
Q u a n t o as p r o p o s t a s que El nos faz, n ao as a c e i t a m o s . A c h a m o s que
em v i r t u d e do que ja a p r e c i a m o s a n t e r i o r m e n t e n ão e x i s t e m m a i s as c o n d i ç õ e s
p a r a m a n t e r o a t ua l p r o c e s s o de u n i f i c a ç a o . P o r o u t r o lado, não t em s e n t i d o
a l g u m r e a l i z a r m o s u m a RAN p a r a d e l i b e r a r s o br e a t e s e de El. F a r e m o s u m a Con
ferencia para fechar uma posição sobre tatica e o nosso coletivo tera acesso
n ao so ao p r o j e t o de t á t i c a da DN co mo t a m b e m de El.
Q u a n t o ao c o n v i t e de p a r t i c i p a ç a o de r e p r e s e n t a n t e s da 0. na C o n f e
r e n c i a de El, c o n s i d e r a m o s que e le e s ta l i g a d o as d e m a i s p r o p o s t a s que El
n os fez e que n os nao a c e i t a m o s . E st e c o n v i t e e s t á p o i s d e n t r o do c a r a t e r e
d a s p e r s p e c t i v a s c o n t i d a s na c i r c u l a r 4 do CN. No e n t a n t o , a c h a m o s v á l i d o
que as C o n f e r e n c i a s de Os. r e v o l u c i o n a r i a s e s t e j a m a b e r t a s a p a r t i c i p a ç a o de
r e p r e s e n t a n t e s de Os. p r ó x i m a s e em p a r t i c u l a r no c a so de d u a s Os. que deseri
v o l v e m g r a t i c a s c o m u n s e que t i v e r a m u m a Dl c o n j u n t a , a p e s a r de suas g r a n d e s
l i m i t a ç õ e s . A c h a m o s i m p o r t a n t e a p a r t i c i p a ç a o de um o b s e r v a d o r da 0. na C o n ­
f e r e n c i a de El p a r a l e v a r a ela a n o s s a p o s i ç ã o a r e s p e i t o do p r o c e s s o de u-
n i f i c a ç a o , a s s i m c om o p a r a ter um c o n t a t o m a i s d i r e t o com as p o s i ç õ e s que es
t a r ao s en d o d i s c u t i d a s e c om i st o p o d e r a s s i m i l a r e x p e r i e n c i a s e t r a z e r a
n o s s o c o l e t i v o . I n d e p e n d e n t e m e n t e da p a r t i c i p a ç a o de um o b s e r v a d o r da 0. na
C o n f e r e n c i a de El, ao a s s u m i r u m a p o s i ç ã o so br e o p r o c e s s o de d i s c u s s ã o e u-
n i f i c a ç a o , e st e d o c u m e n t o se d i r i g e a C o n f e r e n c i a de El e aos c o l e t i v o s das
d u a s Os.
F i n a l m e n t e , q u a n t o à C o m i s s ã o e n t r e as d u a s Os, a c h a m o s j u s t o s u s ­
p e n d e - l a . P r o p o m o s que um o u t r o ti po de C o m i s s ã o v e n h a a se f o r m a r e f u n c i o ­
n a r en tr e r e p r e s e n t a n t e s da 0., de El, de E3 e de E4. Ha m e s m o p r o p o s t a s n es
se s e n t i d o p o r p a r t e de E3 e E 4 , e m b o r a e s s a s Os, d e v i d o aos p r o b l e m a s d a re
l a ç ã o com El, q u e i r a m e x c l u í - l a das d i s c u s s õ e s s o b r e e s t r a t é g i a e t á t i c a . A
w #* • w
s u s p e n s ã o da C o m i s s ã o e n t r e a 0. e El que v i s a v a a e n c a m i n h a r o p r o c e s s o de
d i s c u s s ã o c o n j u n t a e u n i f i c a ç ã o não i m p l i c a na s u s p e n s ã o do s c o n t a t o s i n d i v i
d u a i s e n t r e as 0s. P e l o c o n t r á r i o , a c h a m o s que d e v e m o s m a n t e r os c o n t a t o s de
d i r e ç ã o e os c o n t a t o s r e g i o n a i s , e s t e s v o l t a d o s p a r a a d i s c u s s ã o da p r a t i c a
c o m u m p o s s i v e l de ser l e v a d a n a s r e g i õ e s o n d e a t u a m o s . E sao da m a i o r i m p o r -
t a n c i a e s s e s c o n t a t o s , de n í v e l o p e r á r i o e e s t u d a n t i l , v o l t a d o s p a r a a d i s-
c u s s a o da p r a t i c a , p o r q u e e na a t i v i d a d e p r a t i c a o n d e se p o d e m a g o r a a c u m u -
l a r n o v a s c o n d i ç õ e s p a r a a s u p e r a ç ã o do s m é t o d o s e d i v e r g e n c i a s que i m p e d i -
ram o e x i t o do p r o c e s s o de u n i f i c a ç ã o atual.

DN
julho/75
IBI§y^.DE_DEBATES J9.3
l‘r- '
■’’1
9yôt_I_A_HERÁNÇA_QA-REVQLl/çÇ0_RySSA- ? .rr)

"D<? <7we se trata e <áe uma Sociedade corriunista não como^ se desenvol-
iüp
veu sobre as bases que lhe sao projprias, mas, pêlo contrario, taí corno
Jw
acaba de sair da sociedade capitalista; uma sociedade que, por c c m e -
od * quência, em todos os aspectost eõonêmico, mordi, intelectual, apresen­
ta ainda os estigmas da antiga sôciedade que a engendrou.
•* 4 « * •
,fMas estes defeitos são inevitáveis na primeira fase^ da sociedade
comunista, tal como aàaba de sair da soõiedade capitalistas apos um
rr longo e doloroso parto. 0 direitò nunca pode ser tnais elevado que o es
y'i tado econômico da Sociedade e 0 grau de qivilibaça.0 que lhe correspon-
. de»w i L , á
~(Marx.:/Crítica do Programa de Gotha", Portucalense Editora)

0 que represetiia hoje a União Soviitica pardio proletariado mühdiál T^Esta pergunta
continua a preocupaf* as vanguardas teóricas 6 de 'lita em quase tod^s os países, tanto
nos que jã se livraram do domínio capitalista, coita naquelas qúe a ndd aspiram essa meta.
As respostas variam de “socialismo" a "capitaiisijip de Estado", inc lilhdo até mesmo "po-
tência imperialista igual às outras". Más aí se trata de definições dè extremos Entre e
las há uma série dehuanceí.
A União Soviética de hoje, certamente, não cbrfesponde a imagem qlJô os revolucioná­
rios marxistas de todas as gerações fizeram de uma sociedade socialista. Trata-se do um -i
sistema burocrático, com uma hierarquia levada ao ertfceàso, com uma cáhândá de democracia
socialista em todos os rnveis, sistema que deixa põUca oü nenhuma Margem para a iniciati^
va e autogestão das massaí trabalhador;s.
y ■ „ . j ■, ■'
Não há dúvidas também que a Ufliãó Soviética passou por profundas mudanças desde os'
dias de Lehlfl. Mas, 0 que significam essas mudanças, qual 1tat1Va/fiente ?
ARevoldçãO Ruiáa e a tomada do podei* pelos^bolcheviques ré^eíentoü urtla das trans­
formações mais radicais e mais profundas da historia da huniahidade» Estúdartdo essa^revoliu
ção, inclusive a sua fase põs-revolucionária, verifica-se cjue ela passod poj* uma série
de estágios diferentes, mas nunca sofreu uma contra-revolução. Surgem dificuldades quan­
do se pretende provar 0 contrário, de um ponto de vista marxista. n-otski, em diVers^s
versões, afirmara que a Revolução Russa sc#rera um "termidor". Mas 0 termidor - paraiolo
tirado <1a Revolução Francesa e qúe marca 0 fim do domínio dos jacobinos - implicou m ga£
sagem do poder da pequena-burguesia para as mãos da burguesia propriamente dita, isto e,
JSignificou uma mudança do regime de classes. E quem teria realizado esse "termidor"_na U
niao^Soviética ? A burocracia ? Neste caso, a burocracia seria uma classe - afirmaçao qüel
t 0 próprio Trotski sempre rejeitou. Essa contradição no seu esquema interpretativo do de- |
senvolvimento põs-revolucionãno da URSS, ele nunca chegou a superar.
Mais frãail ainda é 0 esquema dos maoTstas. Segundo eles, houve uma contra-revoluçao
.por ocasião da morte de Stalin. A burocracia representa a "nova classe", que tomou 0 po-
;<Jer e restaurou 0 capitalismo na União Soviética. Trata-se aí de afirmações puramente po
lçmicas, sem nenhuma tentativa analítica.
•* í c : i j õ • . *
Todos esses esquemas explicativos (há outros) não nos podem satisfazer e não satisfy
rão a ninguém habituado a raciocinar com categorias marxistas. Jã salientamos que não en- U :
contramos na história da URSS nenhum momento de contra-revolução, que tenha alterado as |) '
bases de classes da sociedade. Isso poderá parecer estranho, em vista das críticas ao si ;
tema^soviético atual, que esboçamos no início. Mas, para compreender 0 fenômeno da União”
Soviética de hoje, não se pode partir de esquemas preconcebidos de revolução e de social is
mo (esquemas que, na maioria das vezes, em nenhum lugar foram comorovados). Para compeen ~
•dçr.o desenrolar da Revolução Russa, é preciso, antes de tudo, estudar as suas particula
‘>rfdãdes, as condições concretas nas quais se realizou. Tentaremos esboçá-las em s^.nuida.
J: •:
n.r 0 PONTO DE PARTIDA
n .L'P '!rr
Ao contrário do que-esperavam os pais do socialismo científico e toda u-iia j/ê/
revolucionários marxistas, a primeira revolução proletária vitoriosa não sf- <Aeu.
países industriais mais vançados do Velho Mundo, e sim num dos m?is atr^sCv^ u
Lenin cheqou a explicar esse fato com a "tecri? do elo mais frare** Wiíisi Oiv*A(a’ 'h '\ L ‘U n - ’
nar uma teoria, tratava-se de uma justific.^v/Ov 'ft ilt ua*
\í^ra Lenin, a Revolução Russa seria a espoleta da revolução no Ocidente. A insurreição^So
proletariado russo sr^ria imitada a curtbyprazo pela classe operária da Europa Central e
OcidcntaI , once "c^/ormava u:na arise çe^olueionâria, deppis de quatro anos de guerra in-
ter-impcria‘iSta. _r esse argumento qúe ajudava Lenin a convencer frações reticentes do
jlproprio re*'!:',c.' oichavique a passar para a revolução proletária. Quando Lenin discutia
I com Kamenev sobra as 'Tfjses £>■ Abri'l", as primeiras greves dos. metalúrgicos alemães, ain^
da sob o; estado Ja i,::erra, pareciam confirmar os seus argumentos perante as bases. Em
j seguida, quando a data d: insurreição ja estava sendo discutida no Comitê Central a re-
ivolta da ifarinha _a ;_ucrra i:emã reforçava os arnumentos de Lenin.
Seria pura aspecuiaçao ouerer discutir sa Lenin teria se decidido pela insurreição
caso tivesse saoido dc .‘ .ntecíao qui a revolução proletária na Rússia^ ficaria isolada. 0 que
se poda supor,^pelos der 5 traváoS então.ontre os bolcheviques,J que ele teria tido
muito ma-:s o:ficu.dadc:' ;>ara convencer seus companheiros. Em todo caso, pode-se concluir
que Lenin nac esc:.' despreparado para a eventualidade de um iælamënto da revdução. Mais
de uma vez, usou nos seus discursos a rassalvâ "se 0 proletariado ficar sozinho"... Esta
va ma.hôr pr.epar?dc do :,ue irctski. quaj deSde 1905, na elaboração da sua teoria da revo
luçao permanente^ declarara: "sern 0 apoio estatal direto do proletariado europeu, a cias
se operará, d<. Rússiajúíe poderia continuar no poder e transformar 0 seu domínio têmpora"
h
rio numa ditadura astaye': a prolongada..." (Citado por Isaac Deutscher em "0 Profeta Ar­
mado"). Na /espera de in:.ur;eição de Outubro, Trotski reafirmou essa convicção, mas tan­
to ele ccíTiO Leniü es avam ccnvencdos de que 0 proletariado europeu não d§ÍAaria.j)8 revo­
lução russa cozinha. ;h!; ^ o;,. -uoootq fiUflMao:
Por tras dessas, pr'jyqtipaçôeô a; elaborações teóricas havia um problemh1maiéHaf bas­
/ tante convincente:
COriVfnCenta: áa .lasse
.lasse operaria
OOeraria yuasa,
hmias?.. uma
uma iilha
ilha num mar H
nlim mar dep nnniilarãn
população, cam^ne^á^èe-
ramWhkp&v'yfcp-'
■a ria capaz
ná2,por sua propria força, de manter 0 poder conquistado e transformar a Sbcibdà-
de em bases'socialis cas ? ^ -r • .j* ■ «“ •

^xisis',-'parti'*a:ji d^ prs.nissa ou «ue era 0 capitalismo, com a sua concentração de capi­


tais, dlvlspõ dá trabalho, tecnologia, nível de distribuição e de comunicação, qtlicria-
va as condições para a construção de uma sociectde socialista. j ,rv^ 0n \
Esse^dasenvoívirrar estaca atrasador,no reino dos Czares. E havia^PavSMflÊs1.*k pró"
pria h is t o r ia e hz yraciiçõés russas so desenvolveram de uma maneira difflrçflteri&as.qdft Eu­
ropa ^Oci denta 1 . A historia >.*ssa não conhéda a luta entre as cidades e o^carçp.ifo, n3fyf,CCrc
nhecia a l u c: :vbaaa, dos a!fte sca s e da plebe contra a nobreza•,ffti|dal'«kjuer.r-
marca a histo^>*wttcrc?paiv. r,ra..ve séculos e qua criou uma consciência burguesa*, aímir.an- 1
do com a jtevolií.çac Francesa a 2 Revolução 'Industrial Inglesa.'-11, ,, ot.
A Russia

maqui
domínio mor.gol, e sa empenharam imediatamente em_sufocar 0 desenvolvimento autônomo das
poucas cidadas independentes que mantinham relações ccm a Liga Hanseãtica do norte da Eu
ropa. ■ 'rtf.fío•
Um i?'r;oxo r I.^tremento desse desenvolvimento era a Igreja Russa. 0 que dominava
era a tradição o;.- i.isSncio. A Igreja -Ortodoxa Russa não^foi totada pelas correntes protes^
tantes o u : em voguica,-pelo aburguesamento Lia própria Igreja Católica.
A industrialização russa era recente. Iniciada e realizada principalmente pelo Esta
do, em consequência, da? darrotas sorridas na Guerra da Criméia, e visando uma "moderniza_
çãò" da sociedade qye permitisse enfrentar 0 poderio militar do Ocidente. Que 0 resulta­
do desse esforço roi insuficiente ,-,mostrarambduas guerras: a de 1904 contra 0 Japão e a
Guerra MundUMe. 1?14. . if’
: o ir .y(r, >;•, , ».

ses_de verão a base de uma agrictiltürí arcaica. fio longo inverno russo, dormia perto do
fogão na cozinha, como^encarriaçaó1da Ihercia!' Hoje’,1 ja se esqueceu 0 que era uma aldeia
russa antes da Revolução. Para lembrar-se»‘bastaria Voltar aos romances de um Tolstoi.
Mas esse camponês, por cutro lado, se .distinguia por uma sede insaciável de terra. Desta
terra que jã havia sido des suas comimid^dfeS, dp "r,iir",,e que os grandes, proprietários! /
tinham se apossado com 0 apoio des governos 'ca^ristas. 0 futuro, d? R^sia, dependia, nas
palavras de Lenin. de quem iria dar a terra áos;campbneses: se a burgue^fi^, ou ou.proleta-
2 . ’- r v 11, -.«mi . u. .jVíVír-tí , c n o ‘i í 5i?rj <
riado. ,2r:. ,-r ~ ; ■
. ■ .
A clabst o; araria russ;. ■ jov^m i> nyquená. As estimativas, no momento da revolução,
não ultrapassavam :> Y.JÍ;'ihÕas;de operários industriais, mas cs dados mais frequentemente
citados referem-se r. 'L :vilhoc:_aJL2ÍíL.’ (Zinoviev, ma^s tarde, fala em 6 e_8 milhões,_mas
aT inclui carnudas mar;-••■ •.~>is' c ylvmpajD, cem ó intuito de "reforçar" o caráter proletãric
da Revolução. ) Era u:r ;.oietariaoo excepcional , rebelde, ctün capacidade de luta e de sa­
crifício. Uma das. van-agéns* para. a sua luta éra o alto grau de concentração, como em Pe-
trogrado, 'onde tiávin '-'ábricr^ oorr 40.000 opoirarics (Fabrica Putilov). Conquistara a lide
rança na luta p o l i r c r:.; sociedade russa. :A "Hegemonia do proletariado" não era mais um
postulado teõrlcü, sim u fato què ia possibilitar a Revolução de Outubro. Ao mesmo tem
po, ainda esteva miri vc ligado ac canpo; <m cranHe parte tratava-se da primeira geração de
operãrics industriais. Nos anoa de dosemnroqc ejíe miséria, também depois da (Revolução,
muitos operários. gualif-cados, voltavam as suas aldeias., onde um pedaço de terra
permitia r. subsistência. * ,
0 prâetariado r .so, jit dos mais revolucionários da sua época, todavia não tinha ti­
do nenhum. ..-xperíencia d. .jt gestão. Praticamente nao tinha conhecido nenhuma fase de vi_
da democrat':c -tosrf :.:sa. (Corn exceção1dc fevereiro a outubro de 1917.) Não tinha desfruta I
do daquel as"condi çi>.-s nvr.is favcravôls da luta pelo socialismo", de. que falava Engel s. Es- *
sa falta ' exnarler.v:* 'cnocratira ia dlficulta-lb em seçuida nó manejo dos instrumentos
da der.:ocrucia social isva. Conconi tantemerte não corheda sindicatos, se abstrairmos uma
pequena r;irr a, fcrircviãrirs. Isso, de certc modo, facilitou a luta revolucionária,
mas, da mos^a nano iva, torrou-se um obstáculo apos a Revolução, quando o proletariado ter
ncu-se classe dcminar.te.- '• • , ;i
Clara Z : : n : i;-»gantc comunista alemã, um dia perguntou a Lenin se a revo^jção
não teria sido facilitada pele fatc de a grande maioria do povo russo ter sido analfabeta.
Depois de 1i■v\ . ' .; tuçàv, Lenin concordou, rras acrescentou que era muito difícil cons­
truir o see.1a !üít.- ocir. r.:iaifar>ctos.
0 FATO CONSUMADO
* • .. , ü * \ *. J.,
Em 1920/2í, C:<v'is <v- r'uas- quatro sn^z de guerra civil e intervenção armada de 14
paTses capitalise s, do-s fatc.. estavam consumados. Err primeiro lugar, .a onda revolucionS
ria, qua tird.a abalaa. > . Eu»vpa Central e qua alimentara a esperança dos bolcheviques no
sentido de um *■' *stra«:\..rt da revolução parado Oeste, tinha-se esgotado. 0 capitalismo eu
ropeu sobrevivera a cerca-.a ?• República Soviética, que ficara sozinha e tinha de resolver
os seus problemas por cor.to ^ropria.
Em se-;
sociais ac:
xigindo sol
quando cs mar'niioircs, aliados fiéis da revolução de 1317, sÇ ^èbcleras contra o coder so
vietico.
0 esforço dc cu-r;:. Mana 'daixado a Republica Soviética em rui nas. Para tar uma idé­
ia da devastecausaca. tar em ccnfca cue em 1921 a renda nacional era^um terçc da
de 1913, o ulto.o ur.o da paz. A prodüçZc Industrial tinha caído, no mesmo perTodo, para
um quinto; ••• .".ir.araçâr. do carvão, part um décimo; a produção de ferro, para um qjadragesi_
mo. Ao mer . :■-no.. a ■ puíação da Moscou ficou reduzida a metade e a da Potrogrado a um
terço em rei sçao a *!9'i3.
Não ;.:e*.os alarma,',tt era a situação social’. Da pequena classe operária russa, nem 50%
continuáVrüii ar.. vl:ricas o usii.as. A sua parte mais ativa, com a tomada do poder, saíra da
produção para oc ?par' finçõas p líticas e áominiitrativas no novo Estado e, em seguida,
forneceria os :• -■'»dantes e comissários poli ticos para um exército de camponeses, que no
auge da guerr. oivi' chegou a conter com 5 milhões de combatentes; ou formava unidades de
elite (dívisoev prolotárias)cano dorso deu forças revolucionarias. A antiga classe operá­
ria tinha se esgotado fisicamente na revolução e na guerra civil e o que restava era jus­
tamente a rarte menos dinâmica e manos politizada, Com a reconstrução que sa iniciava,_a
lacuna tinha de ser preenchida e o foi com centenas de milhares, e posteriormente milhões,
de camponeses, vindo a qualidade política da classe a sofrer novas alterações.
Quando os bolcheviques tomaram o poder, não-pretendiam por enquanto, no campo econô­
mico, passar alem dc "crtrole da ’-rodução", isto ê, deixar as__fãbricas funcionando com
seus antigos donos, nas. sob .controle operSric__e cogestão. A idéia não deu certo. Os donos
geralmente fugiram espoiitaneamente ou os operários o fizeram fugir. Mas, nem cs operários
nem os bolcheviques è,st?vum preparados para gerir o parque industrial. 0 problema foi en­
coberto pela guerra c.iV 1: quando a produção'se limitou praticamente ac esforço de ouerra.
As cidadís tinham dc s-)r aeastecidas com o predute do camponês, mas não produzlím artiaos
. 3 .
?2> é P

industriais para dá-los em troca dcs cereais. Instaurou-se a requisição forçada r'e trigo.
0 sistema foi batizado ie "comunismo de guerra". Eliminava em grande parte a__ci»'cuUçãc
de dinheiro e c pagamento dos operários se deu, na maioria das vezes, em espécie. Ccmc sem
pre acontece em casos semelhantes, surgiram teorias que pretendiam transformar a necessi­
dade em virtude. Senundc essas, o comunismo de querra era tido como um passo_na construção
do socialismo. A realidade nãc o comprovou. 0 camponês aguentava as renuisicões, porque e
ram tidas r •no provisórias, enquanto a volta dos grandes proprietários de terras, que a-
ccmpanhavam os exércitos brancos, seria duradoura. 0 sistema não resolvia, tampouco, a si^
tuação nas cidades, que passavam fome, porque a quantichle dos alimentos requisitados era
insuficiente. 0 descontentamento crescia. Em 1921, notava-se um aumento da influencia men
chevtque nos fabricas - jã tida como morta entre os operários industriais.
A saída dc impasse preconizada oor Lenin estava na chamada Nova Política Econômica,
mais cortecida como f!EP, conforme a sigla russa. A cidade, doravante, pagaria_ao camponês
o nroduto do seu trabalho. Foi estabelecido um sistema de quotas. A requisição armada fci
abolida. Ac mesmo tempo, foi criado um espaço para a iniciativa privada^na economia, tan­
to na^pro^ução, quanto na distribuição ias mercadorias. 0 Estado proletário se assegurou
n dcmínio das indústrias chaves, mas o caminho estava aberto para o restabelecimentc da e-
cononia de mercado. Mesmo as indústrias estatais tinham de respeitarias leis do mercado.^
Foi uma tentativa de reconstruir a economia soviética nn quadre do célebre "um passo atrás,
dois adiante" de Lenin. Ele mesmo caracterizava o sistema instalado como "carita'ismo de
Estado", que sõ não virava capitalismo pura e simplesmente porque se dava sob o demínie da
Ditadura do Proletariado.
Hoje não ha mais dúvidas que essa solução tirou a revolução do beco sem saída, mas,
ao mesmo tempo, a NEP tornou-se um terreno fértil para as lutas de facções no interior do
PCUS nos anos que se segiram.
AS PRIMEIRAS 0P0SIÇ0ES
Pode-se dizer que as eposições no seio do Partido Bolchevique suroiram com a -.r\ 'ia
revolução. A formação de um governo nuramente bolchevique jã encontrou resistência 1e uma
parte do Partido e, se essa não passou de um episódio, deve-se sohrctu^o à ati tde míope o
arrogante dcs mencheviour-c c acH-idis-rcvoluelutiár ios df? direitd, que não exiniram menos do
que o a f ã s v i e Lenin e Trotski do governo como preço para a colaboração. (ns sociais
revolucionários de esquerda chegaram a integrar temnnrariamente o governo.)
A primeira oposição de envergadura foi a de Bukharin, a dos chamados 'emun^ : dc
esquerJ',u, pur ocasiac do Tratado de Brest-Litowsk. Bukharin, que nesta 'Ccisia;. po • ccn
t-».- ccm ogjoio d^s sociais-revolucionarios de esquerda, exigia a querra revolucico; ;ia
contra a Alemanha, a fim de levar a revolução para o Ocidente.
A querra revolucionariacontra países capitalistas, em princípio, fazia m-te ia dou
trina bolchevique da revolução proletária. Em 1920, Lenin e Trotski tentaram móler ializã-
|a no^conflito ccm a Polônia, mas o Exército Vermelho f-’ derrotado ãs portas de Varsóvia.
Em princípios de 1918, entretanto, tanto Lenin ccmç Trotski sabiam que a jovem República
Soviética nãc estava em condições de enfrentar a maquina militar alemã, ainda intacta na
Frente Oriental. Os camponeses russos^ esootados e cansados por quatro anos de guerra im­
perialista, desertavam em massa dc exército, para não perder a vez na distribuiçãc das
terras. Havia_divergências entre Lenin_e Trotski, mas não se podia falar naquela ocasião
dc uma oposição trotsquista. As divergências oiravam em torno da tática a seguir iurante
as negociações. Trotski pretendia resistir ao máximo ãs exigências dos militares alemães,
para mostrar ã classe operária do Ocidente que a Revolução Russa não estava de jog*. ccm
caries marcadas com a monarquia dos Hchenzcller e que Lenin nao era "agente alemão", eme
afirmavam os sociais-patriotas dos países aliados. Trotski exaoerou essa tática., mas f ~
naln-iante, nas votações decisivas, aliou-se a Lenin contra Bukharin.
Seguiram-se cs anos da guerra civil e de intervenção estrangeira. Nãc havia ooosiçõ-
es^no seio do Partido. As poucas que surniram, como a Oposição Militar de Stalin f; Voro-
shilov,__se relacionavam com o emprego maciço de "especialistas militares" (oficiais do an
tigo exército cazarista), política defmdida por Trotski e endossada por Lenin m^snõe ti­
veram consequências na vida partidária.
_ As Opcsições que nos interessam aqui, isto é, aquelas que questionaram ? estrutura o
conomica, social e política da República Soviética, e que marcaram profundamente o seu ~
futuro desenvolvimento, surgem com o termino da querra civil, num momento em que i.
ranças de umã revolução no Ocidentc tinham passado. Foi justamente q jande r PC c icr
chegou a tomar consciência que tinha de solucionar o problema da manutenção^ *< ; - s:!
■ajuda externa. E o que levamos em conta como Oposições nao são meras dive-^gênci: opi­
nião na cúpula ou nas bases do Partido, mas a existência de facções organize,.as c m :'is •
.4 .
r s - «5 <a Q ) , p $
ciplina propria, que procuram, sustentar os seus pontos de vista, apesar de derrotadas em Con-
* gresscs, contra a maioria do Partido.
A primeira dessas oposições, a do "Centralismo Democrático", surgiu em 1920, liderada por
Osinsky e Sapronov. Sua formação se liga principalmente ;ao restabelecimento das direções res­
ponsáveis de u,n sc homem nas empresas estatais. At® então, as fábricas e demais empresas in­
dustriais tinham sido dirigidas por conselhos compostos por representantes dos operários,sin­
dicais e técnicos. 0 sistema não aprovou na tarefa da reconstrução e mais adiante veremos por
que. Mas, o caso das direções das empresas sÓ representava c cume de um fenômeno geral na so­
ciedade soviética - a do restringimento da democracia socialista dentro, esfera do Partido a
favor das atividades dos "especialistas". A facção do "Centralismo Democrático" representou a
primeira forma de protesto oryanizado dent-o do Partido, mas não estava em condições de,apre­
sentar uma alternativa viável. 0 que propunha er'áóa conservação de métodos que, neffassado,
não tinham solucionado os problemas mais urgentes da sobrevivência;da jovem República. Sua pia
taforma estava enriquecida ainda com reivindicações Obviamente utópicas, como o abastecimento
gratuito para os trabalhadores H base de um igualitarismo total, etc. Por isso mesmo, o "Cen­
tralismo Democrático" n£o sobreviveu ao 99 Congresso de ferma organizada. •
Repercussão'maiòr dentro das fileiras do Partido obteve a "Oposição Operária" de Kollon-
tai e Shliapnikov, que também se tornara conhecida no Ocidente.
/ A Oposição Operária procurara igualmente elaborar uma alternativa ã tendência do restrin
gimento da democracia socialista. 0 eixo de sua argumentação e plataforma se situava na exi-
. gencia da entrega da reconstrução e da administração da economia soviet\ca aos sindicatos. Ar
gumentava que eram cs sindicatos as organizaras de massas, que conglomeravam a classe opera-
riar,6, portanto, eram os órgãos mais indicados para a realização da Ditadura do Proletariado
e garantir, na prátiça, a democrac;? socialista. ,,, , »,
Essa tentativa foi combatida frontalmente por Lenin, Trotski e quase toda a liderança b:^
chevique. Embora tomassem posições diferentes na questão sindical, estavam uníssonos na argu7
mentação sobre a ihçapacidade dos sindicatos soviéticos de tomar essas responsabilidades eco­
nômicas. Não negavam que, em principio, os sindicatos tinham um papel de destaque na cmstru-
çãc de uma sociedade socialista, mas a receita da Oposição Operária ie*chocava com_a realidade
soviética, com o despreparo cultural e técnièedas massas, com seus sindicatos recem-formados
e sem tradições.
Foi Trotski quem mais enfaticamente investiu contra a Oposição Operária, pois defendia
justamente o extremo oposto na discussão. No.passado, ã procura de uma srlução para os proble
mas econômicos candentes, tinha defendido a proposta da "militarização do trabalhe". Esbarrou
com a resistência da maioria do Comitê Central e dos prÕprics sindicatos, evidentemente, o a
bandonou esse ponto de vista. Agora_, no 109 Congressojio Partido, nc qual a discussão sindi­
cal atingira o auge, e no qual também'a Oposição Operaria apresentara suas teses, <33fendi a *.
posição de "Estatização dos Sindicatoá". Novamente não se impôs contra a maioria, quo sob al‘
derança de Lenin recitou os dois extremos. Z preciso ver, porem, que tanto a Plataforma ;ds (T-
posiçao como as teses de Trotski ainda partiam da premissa d? continuação da polTtiíf.,comu
nismo dc guerra. Esta, porem, recebeu logo em seguida o golpe mortal pelo levante, dçis marinhei­
ros de Kronstadt. A revolta.jirmada mostrou o quanto os bolcheviques estavam atrasácos r.a..sol?
ção dos problemas mais, urgentes do pais e varreu as teses opostas da mesa Cr Congresso* A Opo­
sição Operaria caiu na passividade frente a realidade da NEP, instituída pelo C-ngresso. Dei­
xou de atuar como uma facção dentre do Partido. Posteriormente, os seus remanescentes se cin­
diram em duas tendências. Uma, liderada por Kollontai, degando a conclusão de querias condi­
ções russas, as suas concepções ideais de construção socialista nãc correspondiam à realidade,
se colocou ã disposição de Stalin. A outra ala, sob a liderança de Shliapnikov, nas lutas in­
ternas futuras iria juntar-se a Trotski. ,
ÇUrOCRACIA X DEMOCRACIA SOCIALISTA / P C'
Lenin já definira a Rússia Soviética como "ditariira do proletariado com deformações buro
ciáticas" Nos últimos anos de sua vida, dedicou-se ã luta contra essas deformações, centra õs
métodos do Stalin na Secretaria-Geral do Partido e no Controle Operário e Camponês^ da mesma
maneira como havia se oposto às soluções "administrativas" de Trotski. 0 caso nao é tão sim­
ples para poder-se afirrrar que Lenin havia querido abolir a burocracia. Est era cer^sta por.
especialistas e o proletariado spyieticc precisava de especialistas nos mais diversos ramos
para se manter no poder e assegurar c funcionamento de sua maquina estatal. Sobre essa neces­
sidade, toda a liderança do Partido e do Estado em pouco tempo estava de acordo. 0 próprio : -o
tski, que nas lútas internas posteriores iria levantar a bandeira da luta contra a Burocracia,
em 1521 ainda dizia numa discussão com sindicalistas:
"Burocracia (...) nãc foi uma descoberta do tzarisme. Representava toda uma epoca no de
senvclvimentc da humanidade'Jt «época ainda não encerrada, e que seüs males surgiam "em propor-
^ ' Ò • <f> <£ - G .
ção inversa ao esclarecimento, acs padrões culturais e a consciência política das massas".
Deutscher resume a argumentação de Trotski ,__que pleiteava que um serviço público compe-
tente5 hierarquicamente organizado, tinha seus méritos e que a Rússia sofria não dos excessos,
mas sim da faltajje uma burocracia eficiente. Usou esse argumente repetidamente, dizendo que
em prcl da eficiência era necessário conceder certos privilégios limitados ã burocracia. Fez-
se, desse medo, porta-voz dos grupes administrativos, e isso mais tarde permitiu a Stalin cla_
ssificã-lo, com certa lógica, como o "patriarca dos burocratas" (citado confcrme Deutscher em
"0 Profeta Armado").
0 problema que Lenin colocava era "quem controla quem": os comunistas rs burocratas, ou
vice-versa, e citava como eemplo a administração da cidade de Moscou.
__0 que era essa burocracia ? Evidentacnte, ela englobava então muitos operários e revolu­
cionários, mandados para a administração pública, a fim de romper a resistência da velhama-
quina estatal, para transformá-la em instrumento da Ditadura do Proletariado. Nas condiçoes
russas, entretanto, a "quebra da máquina de Estado burguesa" e a formação de uma nova, prole­
tária, não podia ser realizada sem um aproveitamento intensivo da antiga burocracia herdada do
passado. Era ccmpesta de "especialistas", que, bem ou mal, administravam profissionalmente.
Esse processo se deu em diversos níveis nos diversos setores. Sõ não se deu praticamente no s£
tor de segurança e repressão, que o novo regime teve de criar. Mas já se dera maciçamente nas
Força?. Armadas, onde, durante a Guerra Civil serviram 40.COO ex-oficiais czaristas. vigiados
por comissários políticos. Na Justiça a situação não era muito diferente, nois não havia mui­
tos juizes e bacharéis revolucionários e os poucrs disponíveis se dedicavam a repressão de e~
lementos ccntra-revolucionários. As necessidades cresciam quando se tratava de^asse^urar o a-
bast.ecimentc das cidades, o funcionamento dos meios de transportes e, não por último, garan­
tir a gerencia das fábricas e dos meies de produção em geral. Os novos administradores e fun­
cionários públicos "vermelhos", como eram chamados, se misturavam com burocratas antigos e tra_
quejados, e nãc podiam deixar de aprender o seu oficio com eles. Na medida em que aprendiam,
absorviam tradições da burocracia russa.
A realidade russa naquela fase da revolução fez com que a meta de Lenin de "çada um ser
temporariamente burocrata" ("Estado e Revolução"), para evitar c surgimento de uma mã.,uina ba
rocrática, não passasse de um objetivo remeto. 0 problema concreto e ^mediato era d? sobrevi­
vência da revolução e isso agora dependia do funcionamento e da eficiência do novo Estado. Is
so, por razões já indicadas, a classe operária russa não estava em condições de garantir dir£
tamente. Não o estava eni vir ludv-de-seu-reduzide tamanho em relação ã população global - não
estava em virtude de seu nível cultural herdado des tempos do czarismo. Ela sr podia oarantir
esse funcionamento mediante o controle exercido sobre a burocracia e exercia esse contrrle,
bem ou mal, per intermédio do Partido.
Nessas condições - e temos de ter consciência disso - os sovietes, órgãos da democracia
socialis*^ falharam na Rússia, como órgãos de poder proletário na fase pos-revoluci<,nária.Ti_
veram o seu papel come órgãos do Duplo Poder e da Insurreição, mas não conseguiram enfrentar
as tarefas da manutenção da ditadura proletária^ nem as da recuperação econômica. Nessas cir­
cunstâncias, a burocracia tinha um papel necessário a desempenhar na manutenção do poder pro­
letário e na construção do socialismo. 0 problema posto por Lenin, todavia, perdurava, quem
controla quem ?
OPERÁRIOS E CAMPONESES
No decorrer das disossões sobre a rjuestão sindical, Lenin dirigiu-se a Trotski dizendo:
"0 camarada Trotski fala do Estado Operario.__Permita-me dizer que isso Ó pura abstraçao (.._.)
Não se trata de um Estado completamente operãrio__e aí está o X da questão (...) Em nosso país
o Estado não é na realidade operário, e sim operário e camponês".
"Operário e camponês" - eis aí o "X da questão", que os sucessores de Lenin tiveram de
enfrentar na prática. 0 próprio Lenin via a realização da Ditadura Proletária nas condições
soviéticas depender do funcionamento da "Aliança Operário-Camponesa". Essa preocupncão, a do
relacionamento do proletariado urbano com a imensa maioria dos camponeses estava sempre pressn
te na estratégia de Lenin, desde as discussões sobre o Programa Agrário da Social-Democracia
Russa ate a redação do seu Testamento, onde receiava a divisão do Pnrtido em um? fração ope­
raria e outra camponesa.
A atitude do camponês foi decisiva durante a Guerra Civil. No início, cansadcjie qualquer
guerra e satisfeito com o pedaço de +-rra recebido pela Revolução, ele procurava não envolver
se com^a Guerra Civil. 0 motivo para defender a Revolução com a arma na mão foi fornecido pe­
los Exércitos Brancos, que procuravam restabelecer as grandes propriedades da antiga nobreza.
Aí o mujique despertou, e isso permitiu a organização de um Exercito Vermelho de milhões de
camponeses, comandados por operários.
Ÿ'b-lfi'ÿ - C T j p - ^ O
Jrî assinaïanps tamb'^i que era essa amqáçaVie perda das suas >rras que fez o camponês se
conformar mesmo com cs “equisições de cereais durante o comunismo de guerra - mas semente en­
quanto durava a Li-, irr.' 11yil e 'a .aisieaça do retorno dos grandes proprietários fundiários.
0 camponês não era socialista, num raciocinava em termos de coletividade. Sua ânsia de
terra própria vez dele um individualista extremo. Este traço, mais o fato de ter sido a Revo­
lução que lh? cera a cerra, representavam os dois poios extremos do comportamento do camponês.
Não é anedota, ma:; a voz prevalecente no campo e citada por vários autores c-ra que os bolche­
viques eram gente boa, pôis tinham distribuído a terra, mas os comunistas eram gente má,pois
queriam coleti'izar a terra...
Com o fim da ^»erra e ) esgotamento ca política baseada nas requisições de cereais,o des
contentamento no campo começou a tomar formas violentas. Kronstadt so era o cume do iceberg.
Entre 1920 e 21, registreran-sc. mais de 130 levantes camponeses na Rússia Central. A NEP, afi
nal de contas, não era ourra ooiia do que uma política de apazigamento do campo.
0 que significava . NEP para c camponês ?
Em principio, cor.rlstie de um so decreto. •; que aboliu as requisições. * entrega dos ex­
cedentes da’produção agraria era regulair.er.tada por preços e quotas fixas. Mas, esse primeiro
decreto tinha ccnsequenciau. De nada adiantava pagar.d camponês em dinheiro, se ele não ccnse
guia comprar g que precisava. 0 que ele precisava eram de artigos industriais, de tecidos e *
sapatos a ferramentas e instrumentos de trabalho. Eram justamente esses artigos que faltavam
numa situação err qu » a indústria produzia um quinto do volumejie 1913. Iniciou-se c período de
reconstrução, qus s? rpoioi' ..-.ti dois pilares principais: a indústria estatal, o setor sociali­
zado, qu:: abrangia as grandes empresas, e o setor privado, de iniciativa particular. Este nun
ca chegou a ultrapfss?" zj% da produção global, mas era essencial para o abastecimento do cam
po, jS que incluía gr^ndo purdc- do setor ue serviços.
Outr,i_conseqi:êncirt dá NEP foi uma mudança na estrutura da Aliança Operãrio-Camponesa. A
distribuição dar- ';orr,s; evidentemonte, r.to tinha produzido relações igualitárias no campc. £
n inevitável qre <••.? '.am,».';ví recebesse r.,ais do que outro ou que recebesse terras melhores que
as de sèu vizinho. Wo pr!r.cToio . ?s bolcheviques se apoiavam nos chamados camponeses pobres,
que_d!.'rante a ,;u..r" . ci"!'' .--j.jdavi“ nas requisições.Cem a FFP, esse eixo tinha de mudar. 0 cam
ponês pobre :i5o ch^pu. . c*.?vdentc*5 d>; produção necessarios para o abastecimento das cida­
des, elo pruduaU son •». p-ra a subsiste*,-'.cia. SÕ o camponês médio e o "kulak"^(camponês ri
co, que k;vpregava n.Ho de oora) dispunha.! de produção necessária. Já que o intercâmbio agora
transcorria a base c'a uma economia de mercado, era inevitável fazer concessoes periódicas pa­
ra Incentivar , »»rsdução. Assim, por e.\er:olo, as quotas em espacie foram paulatinamente subs­
tituídas por ii'ipOstr." r,m dinheiro. Cs campotiesec tinham de vender o seu produto para poderem
pagar os impostos. Pos cericrn.nnte, foi liberal1:;*ido o estatuto rural, facilitando o emprego de
assalariados e, finalmente, tolerava-se que os camponeses mais ricos arrendassem t*rr. do vi
zinte menos afortunados para extendor a produção.
Todas essas concessoes foram feitas, a princípio, para assegurar o abastecimento das ci_
dades e permitir n recon.vtroção da economia urbana. 0 Poder Soviético, longe de criar forças
produtivas superiores ã velha sociedade capitalista, ainda estava empenhada «_m atir.gir o nTvel
econornico do período anterior ? guerra. Mas a pobreza dos recursos economcos da jov^m Rcpubli
ca Soviética foi tal que qualquer concessão a uma classe ïa em detrimento da situação de ou­
tra - partindo da premissa que as duas classes fundamentais da sociedade soviética eram cons­
tituídas por operários e camponeses. Não há dúvida que as concessões aos camponeses íam em de
trimento da r-'.tuação material dos operários industriais. Preços mais altos para os cereais sfr
nificavam pão r.ais c ro nas cidades. Mas não concedendo aumentos, os camponeses nãc produziam
as qjantidr.des necessárias de trigo - e os operários ficavam sem pão.
Essa .situação temos de ter em mente, se quizermos compreender a origem das lutas de fac­
ções, qiie se d jenrolaram de 1923 em diante. Anos mais tarde, em 1928, quando a luta interna
atingia o seu '.uge,^rorria uma piado de gosto político duvidoso nas ante-salas do Comintern:^
c^:.r T'otski, c operário Ta bem e o camponês ía mal; com Bukharin, o camponês ía bem e o operS
Ho ía mal; cçr.i Stalin o a "Linha Geral do Partido", todos estavam na merda...
Lenin tinha qualificado a NEP como "recuo", mas_a imensa maicria do Partido, que aceitara
e,sa alternativa, não tinha idéia alguma das consequências dessa nova política. Em pouco tem­
po, enfretara o problema do pulular do capitalismo agrário no campo (através do kulak) e do
surgimento de uma nova burguesia nas cidades (os chamados "homens da NEP"). Nem tinham idéia
aindc-çlmo a c v.ivlo -;sse recuo seria superado, para poder dar o passo para frente. Hoje, es-
quoçe'ïlê Taci i"'.ont'" que a construção de uma economia em bases socfelistas ainda_nãc tinha pre­
cedentes.. inhuma "entativa de conquista do pod^r pelo proletariado tinha ido tão longe. Naque
Te momento„ ainda ;vio estava comprovadov historicamente, que a classe operária estava em con-
.7 .
^r'*2) • 4 - 4 - C * íjP*
diçços de organizar ima economia em bases coletivistas, alem dos^padrões capitalistas. E òpVc
letariado russo tinfcc. de comprovar cs postulados teóricos dos clássicos do marxismo num dos pa^
íses mais atrasados da Europa, representando ele mesmo uma ilha num mar de economia camponesa
Queremos lembrar esse fato antes de entrar nas lutas de facções propriamente ditas, lutas in­
ternas c;ue so desenvolveram ã base da problemática que a NEP criara, lutas que marcaram deci-
sivamar.te a face e as estruturas internas da primeira Ditadura do Proletariado vitoriosa.
A PRIMEIRA OPOSIÇÃO TROTSQUISTA
Queremos assinalar aqui o que jã assinalamos antes,__nue a divergência no seio do Partido
ainoa não constitui opesiçãn no sentido de facção partidária. Todo cemunista_sÓ pode agir con
f^rme a sua consciência de revolucionário. Ele tem que decidir se uma divergência com a linha
política ê tao crava ;ue inaossibilita uma militância comum ou se se submete ao centralismo de
moeratico porgue acha oue o denominador comum, o objetivo da luta comum, mais do que a diver­
gência monencânea, e principal. Visto desse angulo, a divergência e um direito do comunista mi_
litanto e não pretendemos aqui aplicar os padrões stalinistas posteriores^(mas não sõ stali-
niscas) de qvo qualquer divergência só pode ser remediada por uma "autocrítica" formal.
òa funcionamos ta>r,be,n que r.ão vemos nas divergências de Trotski por ocasião de Brest-Li-
tcvsí' "mo lüta de fccçãc. Tampouco nas divergências de Lenin e Trotski sobre a questão da mi_
litarização do :rakalho ou da estatizaçãc dos sindicatos. Todas essas questão foram debatidas
dentro des padrões da democracia parti daria e a minoria se submeteu ã maioria.
Qualitativamente diferente tornou-se a divergência entre Lenin e Trotski sobre a questão
da planificação da economia soviética, mas as consequências só apareceram depois da retirada
de Lenin da vida política - im virtude de sua doença e morte posterior.
Enquanto Lenin participava da direção do Partido e do Estado, se opunha âs concepções de
Trotski sobre as possibilidades de uma planificação global da economia soviética. Argumentava
que durente^a NFP, rr.a espécie de capitalismo de Estado, com a existência_de 20 milhas de u-
nidades agrícolas particulares, não havia possibilidade de uma planificação global da economi_
a. Lenin acurava Trotski de formalismo administrativo. Defendia o ponto de vista de qu o "Gcs
plan" 'o órgão estatal de planificação) so poderia elaborar planos setoriais, mas não globais.
Pa^a tal, :.ipha de rer criada ainda uma infra-estrutura, no decorrer da época da reconstrução.
0 uni co setor__ca eooacmia onde admitia uma planificação global era o da eletrificação. Foi qtfn
do. lançou a cêletra pa1avra-de-ordem "eletrificação + Ditadura do Proletariado = socialismo".
ÍÍÓ.2C ÍJcutscher', r.a rua biografia de Trotski, quis dar a impressão que Lenin, no seu lei_
to de inerte aceitara o ponto de vista de Trotski sobre a planificação, da mesma forma como "
já teria aceito inplici car.iente a "teoria da revolução permanente". Tais tentativas do autor a
meaçar, diminuir r valor histcrico de sua obra. Em geral, ele não esconde as fraquezas d?c. po­
sições de Trntski e só podemos atribuir esse deslize ao seu empenho constante de defender a
PçC'oa de Trotski das calúnias posteriores, que o stalinismo levantou contra o fundador do E-
xlrcito Vermelho. Pato e que Lenin, impossibilitado de intervir no Congresso do Partido, onde
pretendia dar contate aos métodos burocráticos de Stalin, procurou o apoio de Trotski para a
dcnyncia d:s acontecimentos na_Gecrgia. As relações entre Lenin e Trotski tinham sido tensas,
pr'/.'icIha*rr.ento devido as dtergências em torno da questão do planejamento. Facilitando a recon
ciíiação, Lenin r.ão fez rr.ais do que conceder a Trotski que se poderia ter feito mais em mate-
-ia de plan.: riento. Mas isso tampouco adiantou. Trotski, em vez de enfrentar StãTTn’, preferiu
fazer um. "compromisso podre" (Lenin) com ele e as preocupações do fundador da República Sovie
tica sobre os acontecimentos da Gaorgia e os métodos de Stalin não encontraram porta-voz.
Tudo isso, entretanto, não passava de uma introdução a uma groblematica posterior, onde
os conceitos de Trotski sobrqfe planificação conservam sua importancia.
No que cMz respeito à liderança bolchevique, assistimos com a NEP a mudanças de pcsiçõas
fLͻH^n+3is. Um exemplo e o caso de Bukharin. Porta-voz dos "comunistas de esquerda", logc
depois da r^voluçã-', tornou-se expoente de um curso de direita, que defendia uma política de
"socialismo a passo da lesma”, com raceio de por em perigo a Aliança Operario-Campcnesa.
Zinoviev e Kamenev, por sua vez, que formaram a "troika" com Stalin na política de con­
tenção dos camponases, passaram-se em seguida para o lado de Trotski, para formar a Oposição
Unida.
As rivalidades e antagonismos pessoais, sem dúvida, desempenharam seu papel na luta inter
na em torno da sucecsão de Lenin. Assim, a aliança Zinoviev-Kamenev-Stalin foi motivada em
grande__pãrte pela resistência dos velhos tdlcheviqes contra uma liderança de Trotski, cujo pajs
sado não estava esquecido e que, por sua vez, em suas atitudes pessoais, ncada fizera para su­
perar a desconfiança existente. Por outro lado, não se pode dar importância em demasia as re­
lações pessoais. Sinal é que o antagonismo entre Zinoviev e Trotski ficaria superado^quando se
tratou de criar uma frente única contra Stalin. As causas eram mais profundas. Não há dúvidas
.8 .
que Trotski e Stalin representavam dois poios, duas concepções antagôni cas nuna luta que iri; r\
aba’lar os fundamentos do Partido e do Estado soviéticos. (P
1923: 0 ANO DECISIVO
Mais radical de todas, oorem, foi a mudança ocorrida na posição de Trotski. Todos os his
- a

&
lizir o ponto de rompimento em 1923. Isaac Deutscher, no seu "Profeta Desarmado", o coloca no
decorrer so ano de 1922. “3
-£>
’Ao acompanharmos as dissensões no Politburo e examinarmos a partitipaçãv*yj' V>
teve Trotski, somos surpreendidos pela modificação que ocorreu no prÕprio Trotski, em
ccrcu de um mo. Na primeira metade de 1922 ole falava principalmente como o disciplina
rio bolchevique, na segunda jã estava em conflito comc os disciplinãrios. 0 contraste se
.,vide:.c ia em muitas desuas atitudes, mas torna-se mais evidente quando lembrar.os que no
inicio do ano ele acusara, em nome do Politburo, a Oposição dos Trabalhadores, perante o
r-ártide í: a Iritornacional. Não obstante, jã no fim do ano ele parecia adotar opiniões a-
t i ntão defendidas pela Oposição * . - y \ (e
V, pelos Voecemistas),
4v.V* 111»J I.U* / . ••
Trotski, a princípio, atacou-c -os e advertiu-os de que os bolcheviques não devi an, em ciy■
au.i: tãncia alguii.a, opor-se aos-3 lideres ao Partido em termos de "nos" e 'eles’. Não obs-
tante, io cirso de 1222 Trotski parecia ter adotado a r:aicria de suas ideias e ima atitu
maioria do Politburo em termos da n*:s. í- :
ee .vavü a e 'eies\
(Isaac Deutscher, "0 Profeta De-
sarmodo")
itv/ i...õrr.o ano. em 1922. chocara a liderança üo Ichovique e c prõprio Lenin, recusando ser
iciTiOsdc Vice-Presidente do Conselho dos Comissários do Povo, isto Õ, subrtitutojie Lenin na­
ch "ia uo^gevorno. Muito se especulou sebrm as causas dessa renúncia, mas ela so se tornaria
coitipí'C'ivel ro quadro da futura passagem da Trotski para a Oposição.
Que se dera cc-n Trotski ? Que foi que provocou esse pont. de ruptura ? Não nos podem sa-
tisfiTcr, certamente, as explicações de Deutscher, no sentido de que Trotski tc-ria vivido um
conflito entre ''autoridade e liberdade".
Par^ nos inteirarmos da situação de Trotski temos de voltar ao problema fundamentai -ia
Revolução r.vssa - o seu isolamento. A Rússia Soviética tinha de resolver cs seus protlerr.r .
parenteufcnte insolúveis de força provia, jem o auxilio do proletariado vitoriosr^oo países
mais^adiantades. 0 futuro desenvolvimento mostrou que r.ão eran prepriaaonte insolúveis, ms
os métodos exigidos nas condições russas para garantir a manutenção do poder o asseou/ar c
salto qualitativo para uma economia em bases coleti vistas, assustou <* 'ima • -e Vidar
comunistas, educadas nas tradições do marxismo ocidental. Ma medida err que - revol*.:çâc (fil
çava nesse ca«i1nh.o* >urgiram grupos de oposição no seio do Partilo, que Mi i;<~J S(
vam com o pre^s e os sacrifícios exigidos por semelhante desenvelvinierrto, o. siirj: Sf30nt.£
não acreditavam mais numa perspectiva socialista sem u,.:a revolução no Ocider.t° rc' Ski foi ;
/As*••
UI.i GGb :meiros na euoula do Partido posto diante dessa situação. Nao pretame ’ ar a ♦1 0 S / \t } i I

su atitude pela sua "teoria da revolução permanente". Ela so e expiiic.v/sl .pela realidade rus
sa de então. A teoria da revolução permanente, aliãs.^não passa de urna tentativa fde \c 1nterpre-
tação d'» processo revolucionário mundial vista de ura ângulo russo, Fato e que ha um momento
tr. qi« * ut.:;ki nao queria mais tomar responsabilidades pelo futuro desenvolvimento e destino
da revolução. E isso, forçosamente, o levou para o campo da oposição.
i> tos dc chegar a esse ponto de ruptura definitiva, ocorreu uma evolução nc.Oci^nte que
.j- '•! • ur.ir temporariamente as facções hostis do Partido russo. Na_se _<unda metade de 1923,
esbouçc..!-so a possibilidade do surgimento de uma situação revolucionaria nr. Alemanha. 0 futuro
ò .. a i'n1 .v* dor eventos mostrou que essa perspectiva era ilusória, mas por muito tempo a lido-
rc.-ça r.ovnd.ica aceitou a ficção do levante dos operários alemães curto praz-:. Qiando esse
t voncou e a realidade não confirmou as expectativas, os comunistas alemães tiveram de ba
------- --- --------------- , , v . w .................................................----------------------------------------------------------------------- --------- » -------------------------------------- ---------------------- —

te o »atiradv, enrcontando uma crise interna. Mas quem mais__se apegou a ficção 1 de uma “situ
-V revolucionaria" na Alemanha, a ponto de se tornar uma idéia fixa, foi Trotski.^Atê hoje,
u.r, dos ixioir.as qo trotsquismo
*otsqu internacional e constituído pela "situação revolucionaria r< de
1923", qjG teria sido jogada fora Na luta interna no PC soviet^o, que agora recrudesceu, os
aconvç.cimantos a1emães tiveram um papel de destaque; "com Lenin, em 1917, a Revolução Russa;
com Zinoviev, Kamenev Stalin. em 1923, o desastre alemão", este tornou-se um dos argumentos
favorites de Trotski.
Foi iusCamante o cas( Momao quo enterrou definitivamente qualquer esperança a medio pra
zc de poder vencer as dificuldá^les internes mediante a ajuda do proletariado vitorie« no 0c]_
dente. Se p/ponte de ruptura pára Trotski não tinha sido atingido airda, agora estava.
.9.
_ , r . p - <?3
A primeira Oposição trctskista, que se formara ainda um fins de 1923, em torno da_cnamad2
"Plataforma dos 46", saiu sem a assinatura de Trotski e sem que interviesse nas discussões. Pa­
recia até quo hesitava se valeria a pena levar avante a argumentação na forma ermo .fora forni
lada no documento. Os lideres mais conhecidos da Oposição, Preobrajenski, Plata'-w, Antonov-Dv
seenko, defendiam posições originalmente formuladas por Trots Id. Os pontos fundamentais da Pla^
taforma podem ser resumidos no seguinte:
- Constata-se a existência de uma crise econômica e financeira, que a maioria do Politbu­
ro não sabe enfrentar, por incapacidade política e econômica,
- Constata-se a ausência de uma direção planificada e organizada da indústria;
- Constata-se uma crescente burocratização e hierarquização da vida partidária, que para^
lisa os debates internos. Arsdida proposta e suprimir novamente a resolução do 10Ç Conqresse
do Partido, que diz respeito à proibição de formar facções ou agrupamentos em seu seio.
Pode-se ver que
um todo. Critica a
vida partidária. Da
ral (como a Oposição Operária), mas exige à aLertura de uiofespaço para^si, mediante a revoga­
ção das proibições de formar facções, adotadas no 10Ç Congresso. As criticas são feitas em no­
me da eficiência do regime.(E.H.Carr caracteriza essa oposição como sendo de tecnocratas.) E
em nome dessa eficiência que se exige planificaçaoje industrialização. Certo ou errado, trata
se ainda da tentativa de elaborar unva alternativa à situação reinante naquele momento.
£ o ângulo da critica - a eficiência - que determina também o caráter social do apoio. A
oposição de 1923 tinha as suas bases principalmente entre os quadros intelectuais do Partido,
concentrados em Moscou e entre a juventude, principalmente entre estudantes das Escolas Técni­
cas. No que diz respeito as massas trabalhadoras, a repercussão foi pequena.
"Onde a Oposição teve menos exito^ foi nas fileiras dos operários industriais, pois
embora defendess' ?s interesses da indústria, essa defesa Ta mais a favor dos técnicos e
dos administradores do que dos proletários da categoria (.._.) No seu p r o ç r t r a político e
ecor.rmico nam havia o qi:c despertasse o entusiasmo dos operários, nem o que Ta ao encon-
dos seus interesses imediatos (...)" (Carr, "0 Interregno")
A Oposição foi derrotada em duas fases. Na ausência de Trotski, na 13? Conferência do Par
tidos, çm janeiro dí 1924, e finalmente com a presença de Trotski, no 139 Congresso do Partido,
em maic de ’9?.’. Mas, com isso, a luta não '.erminou.
A CPOSIÇAO UNIDA
Trotski r.ão navia sido derrotado ha nr!ito ':rr >o, quando surgiu a cisão no seio da "troi­
ka". Zinov’ev e Kamenev entraram em or ” ição a Stalin, que, por sua vez, era apoiado por Bukha_
rin, Rikcv a Tom? 'i. Novamente se coloca c problema dos antagonismos pessoais na liderança, mas
queremos lembrar qua a hostilidade entre 7 ‘r.oviav c Trotski, no passado, tinha predominado so­
bre todas aj outras rivalidades no Politburo. Forc.n, por exemplo, Zinoviev e Kamenev que tinhan
exigido a exclusão da Trotski do Partido, a foi Stalin^quem se opôs a essa medida e a impediu.
Para compreender a reviravolta de Zinoviev e Kamcnev, e preciso levar em conta outros fatores.
Vere.no:: como Doi.tsc^or descreve a situação no 149 Congresso do Partido, na qual a facção dos
leningradenses (Zinoviev) foi derrotada.
"Se Trotski tivesse mantido abertos os ouvidos para o que os liningradenses estavam
dizendo, não poderá deixar de perceber imediatamente que estavam defendendo causas que e-
le pruprio dafendora e atacando as ati'udes que atacara. Como oposicionistas, comoçavan/ncfc
ele parara. Argumentavam a partir de suas premissas, retomavam os seus argumentos para le_
vá-los mais adiante. Ele criticara a falta de iniciativa do Politburo, sua negligência com
a indústria e sua solicitude excessiva para com o setor privado da economia. Os leningra­
denses fizeram o mesmo(...) Trotski não podia deixar de concordar com cs argumentos que a
presertavam (...) pc‘.p vinham do arsenal do internacionalismo clássico (...; Como ela,fa-
lavam da aliança profana entre o homem da NEP, o kulak e o burocrata; e como ele faziam
um apelo £ara o renascimento da democracia partidária. Ele advertira o Partido contra a
"degenraçao"
2ge de sua liderança a agora a mesma advertencia ressoava de forma ainía mais pun
gente e alarmante,* is protestos dos liningradenses contra o perigo "termidorianc".
Alem disso, Trotski não apoiou a Oposição de Leningrado. As feridas causadas na recente
luta de facções ainda aram profundas demais, para permitir uma aliança imediata com Zinoviev.
Haveria de passar mais de utr ano para que se realizasse.
Quando se realizou e se formou finalmente a "Oposição Unida", a aliança não se limitava
5s facções de Trotski e de Zinoviev-Kamenev. Participaram igualmente Shliapnikov, c líder da
antiga Oposição Operária, os remanescentes da "Democracia Socialista" e de outras oposições his
.10.
seml-cTandestrirndade. ç o, . ( ÿ . %^ .
Qual era o denominador comum desses agrupamentos heterogêneos, que no passade tinham-se
combatido mutuamer,’:e ?
Procurando encontrar uma formula suscinta, poderíamos dizer que o denominador comum era
o desespero con a realidade da situação p5s-revolucionária. Um sintoma disso era o surgimento
de uma terminologia, do "termidor", levantada originalmente pela Oposição Operaria. 0 exemplo
histórico da Revolução Francesa - a mais radical na história humana até o Outubro Vermelho -
sempre estava presente no raciocínio dos bolcheviques. 0 desenrclar da Revolução Francesa, en
tretanto, ja devido ac caráter de revolução burguesas tinha de sar diferente da russa, Tambem
na França, uma facção após outra abandonou as fileiras, mas a abandonavam na medida cm que a
revolução se radicalizava e se aprofundava. Até que o radicalismo chegou aos seus licites pos
s'iveis e desimbrccu no Termidor.
Na Un'iâo Soviética, o caminho foi diferente. Revolução proletária num pais predominante­
mente camponês, por muito tempo não f'-Je radicalizar suficientemente para ir ao encontro das
aspirações dardasse operaria. Durante quase uma década, estava empenhada em reconstruir a e-
conomia do país, destruída na luta revolucionária, para criai as premissas para u,. futuro sal
to qualitativo,..que as oposições de esquerda exigiam de imediato. Deutscher assinala n1 cita-
ção acima que Zinoviey-Kamenev, depois de Trotski, buscavam o: seus argumentos nr :.r$onal do
“internacionalismo clássico". Mas esse arsenal estava num nível de abstração, qua tinra de ser
adaptado as condições concretas da realidade soviética.
Está claro.^aléin disso, que parte da Oposição súM ü perfeitamente que u caminho i». revo­
lução russa não ía conforma os preceitos do "internacionalis.no c iãssicc ‘. 0 próprio Votski,
no passado» tinha defendido medidas, como a militarização do trabalho, â c-áatizaça> dos sindi_
catos, que teriam horrorizado qualquer "internacionalista clássico". (Stalin, posteriormente,
as pôs em prática.) Em princípios de 1922, ainda, no 120 Congresso, Trotski dirigia-se ca se­
guinte maneira.a ciasse operária soviética:
J ’Poda kí»ver mementos em que c governo não lhes pagara salários ou em qur .nes pa
rara somente u metade deles, quando os trabalhadores terão de emprestar (a ou*:.-a metade)
ao iistacío" (CiLado por Deutscher.)
Agora, na r!ataforma c!a "Oposição Unida", o jumento salarial dos operários fndustriais a
bria a lista das reivindicações. As concessões mutuas necessárias para encontrar um denomina-*
dor comum en^re os diversos agrupamentos da Oposição Unida, por si so_jã impediram que essa
se apresentas:o como alternativa ã política da maioria. Para a Oposiçã' 0p*rar4a e rruoos si­
milares, a reivindicação salarial era indispensável. Para Zinoviev e Kamenev, era trais eepres
são de seu imediatismo politico. Para Trot.ski, deve car sidcûi er^nte, ja c.’?*' ,\ã,. Mais
perspectivas ca revolução russa isolada solucionar os seus problemas. Para ela. tratava-se a-
gora de erguer bem alto a bandeira do "internacionalismo ciassico". Anos mais rarce, r.a sua
biografia de Stalin, ele Ta admitir gue nenhur. .iriçenta trotsquista responsável acreditada
naquela ocasião ser possível uma vitoria da Oposição.
Essa afirmação, aliás, não 5 de todo correta. Os tecnocra: ;as entre os tiiri jantes t;,r'ts-
quistas. c:mo Preobrajenski e Piatakov insistiram ac seu Programa de'andide }»ã muito c algu­
mas reivindicações suas entraram r.a Plataforma oficial. Assim, por exemplo, exigi««»’ o "acha
manto de todas as empresas industriais não-rentaveis. Mas q.iaj era a empresa qi*.. f.;acioa'va
rentávelmante .»cb ur.i ponto de vista econômico ? Qualquer operário tinha de sentir sou lugar .
meaçado. Tal reivindicação contribuiu para neutralizar os efeitos da campanha salariai e cor­
tou as possibilidades de penetração dos oposicionistas no proletariado.
A luta interna, desta vez, foi caracterizada por uma violência inédita. A Oposiça: r
peu as regras do jogo, procurando mobilizar o descontentamento latente das massas for-', do Par
tido. 0 que mais irritou os velhos bolcheviques foram os slogans oposicionistas que fal..vam ~
de_u:r,a "aliança dos burocratas, homens do NEP e kulafs" para restabelecer o capitalism:, r.a U-
nião Soviética. Os velhos revolucionários (que estavam incluídos entre ss "burocratas ), que
haviam lutadop>'a Revolução, que toleravam a NEP »'or motivos de força maior, mas qui estavam
procurando um caminho para superá-la, não perdoavam a Trotski esses métodos de luta interna,e
davam carte branca a Scalin para que aplicasse, por sua vez, medidas ate então só utilizadas
c:n:ra osjnr.rigos 1o classe. Seria todavia totalmente irrealista querer expjicar a derrota
da oposição Unida pelos métodos duvidosos do Secretário-Geral. Este teve atrás de si a maiori_
d iartido a era justamente por este fato que podia usar métodos abertamente discriminatory
os t.- repressivos contra a Oposição. E ele teve cuidado de lançar mão desses métodos sÓ depois
de c Oposição t.’ ficado desmoralizada e isolada no seio do Partido.
0 PAPEL. DE STALIN
Stalin, sem dúvida, foi o líder mais pragmático que a revolução russa produziu. Intelec­
tualmente .macfiocre, um dos mais "russos" dos diriqentes, era provavelmente o menos influencia
.11.'
ci‘liaras da construção socialista na Russia pos-revolucionaria. A lenda dqèinistro georgíanc, ^
que planejara a sua ascençae a ditador inccnteste da primeira revolução proletária vitoriosa,,*-
desde o início - isso continua lenda. A personalidade de Stalin, não ha duvida,- marcou profun^'0'
damente o desenvolvimento e a__estrutura_da sociedade soviética, até o ponto em que uma perso; ^
nelidade pocíe_iiif1*jír na Historia. Mas e preciso ver a figura histórica como produto da Histõ .
ria. Stalin não criou a burccracia, nem mesmo a atribuíu o papel cjue ela teve na Rússia Sovie Q
tica. Ele foi ar,tas produto e chegou a se tornar prisioneiro da maquina burocrática. Mas, an- *
te: c: •'■.•do, pc'io :-au caráter enformação, se prestou melhor para responder as necessidades da r
realidade soviética naquele oeríodo de isolamento do que os seus adversários nas lutas de fac ■£>
çõâS. ^
0 neme de Stalin estã estreitamente ligado ã chamada "teoria dc ~•'■»Msir.o num sÓ país",
emboa Bukharin apoiasse ■-yalrccnte aquela formula e não faltem autores que atribuíram a este
a paternidade. Pari nós, isto ha de ser um problema secundário. 0 que importa 5 o papel que a
fÕrmula desempenho:..
Evidentemente, nZo 5,0 óraia. òe uma teoria. Tratava-se, antes de tudo, de uma palavra-de-
ordem, de una perspectiva apresentada acs trabalhadores soviéticos, numa fase em que as espe­
ranças de uma revolução no Ccidente tiveram de ser congeladas. A única possibilidade real era
de prosseguir na construção socialista por força própria, enquanto não mudava a situação in­
ternacional. Hoje, visto em retrospectiva, 1 preciso reconhecer que a palavra-se-ordem teve um
papel decisivo, que mobilizou uma geração da trabalhadores r:"-Hcos para um esforço snbrohu
m3no, suportando os sacrifícios_c!o um nível de vida baixís. para transformar um dos países
mais atrasados da__Europa em potência industrial.^Quando foi lançada a palavra-de-ordem, ainda
não tinha 0 conteúdo que mais tarde tomou. No início, a enfase estava em socialismo num sÓ pa
ís. rosteriormente, na fase do stalinisrno propriamente dito, quando predominavam ãs consideric
ções de política externa, 0 acento mudou para socialismo num só país. No início, também não se
tratou de criar uma sociedade socialista acabada num só país (ou atedo comunismo; como Stalin
afirmara em 1937). Partiu-se simplesmente da premissa de que 0 proletariado no poder, mano is£
lado num sÓ país, não poderia deixar de construir o socialismo. Eis a formulação original de
Stalin:
!Para_acabar com o poder da burguesia e estabefecer 0 peder do proletariado num só_pa
ís,_isso não significa t^r chegado S vitoria completa do socialismo (...) Para chegar ã
vitória final do socialismo, para organizar a produção socialista, os esforços de um só
país são insuficientes, particularmente^de um país camponês como a Rússa; para isso se
requer cs esforços dos proletários de varies países avançados."
Stalin leve., a herança leniniana da NEP ate ãs últimas consequências compatíveis com o
sistema soviético.Quando chegou a tomar influencia decisiva sobre a políti© econômica, en» 1922
aproxinadrante, a NE? mal tinh? dado cs primeiros passos. Em 1923, a produção industrial atin
gira 252> do nível de 1913 e isso jã foi considerado um sucesso, pois duplicara no prazo de 2”
anos. Em 1926/27, 0 nível de antes da guerra foi atingido. Isso explica, em çrande parte, a
derrota daseposições.
Completada a fase da reconstrução, e criada dessa maneira a infra-estrutura necessária,
colocou-se na prática 0 problema da superação da NEP e da criação de uma economia planificada.
Isso supunha a supressão_do setor privado na economia na cidade e no campo. Lenin ja havia
sinalado que com 20 milhões de unidades agrícolas particulares, não era goss' "el planificar a
economia soviética. Sokolnikov, atuante no setor de desenvolvimento econômico, posteriormente
constatou que a "indústria estava amarrada pelas condições reinantes na economia camponesa".
A coletivização das terras tornou-se condição indispensável para 0 salto qualitativo em
direção de uma economia socialista. Nesse intuito, Stalin encontrou__uma nova oposição, a de
Bukharin, queapoiara a sua política até então. Bukharin, como 0 próprio Stalin e, da mesma
forma Trotski, cabiam muito bem que 0 futuro da República Soviética dependia da industriali
zação. Mas, se para Trotski a industrialização era um princípio,queinde -/.dia das condições
concrotas, para Bukharin a industrialização intensiva naquele momento punha em perigo as rela
ções entre campo e cidade, entre operário e camponês. Propunha como alternativa um "socialis­
mo 1 passo de lesma", que não pusesse em risco a aliança operãrio-camponesa, como havia sido
concebida durante a NEP.
Acontece que nessa altura, 1928/29, as relações entre cidade e campo tinham atingido vi­
vamente um ponto crítico, que precipitou os acontecimentos. A Auto-confiança dos camponeses tf
nha crescido com as concessões obtidas no passado. 0 poder e a influência do kulak havia aumcn_
tado. 0 campo se negava a vender as quantidades necessárias de cereais e a base dos preços es
tabelecidos e ameaçava novamente de fome as cidades.
Para vencer 0 ponto morto, Stalin propôs originalmente a expropriação dos kulaks (que li
dravam a resistência), transformando as suas terras em centros de irradiação para uma campa-'
.1 2 .
„ ^ 3 - 0 çtf-G , p i;
nha intensiva de coletivização. Bukharin receiava que essa medida não ia se limitar na prati­
ca aos kulaks e acabaria por atingir igualmente os camponeses médios, que dispunham de grasso
excedente de cereais necessários para a alimentação das cidades. Stalin afirmava que c gover-
hc soviético dispunha de recursos para equipar e fornecer créditos para a transformação de 8%
das terras cultiváveis erti colkoses (cooperativas agrícolas socialistas). Pelos cálculos de Bu
kharin, os recursos mal chegavam a 6%.
Fato é que, naquela altura dos acontecimentos, a NEP tinha dado o que podia dar para o
desenvolvimento econômico e qualquer futtnro progresso em direção ao socialismo exigia a sua
superação, que, por sua vez, pressupunha medidas radicais. Stalin estava preparado para isso,
tende sido o único do velho Politburo disposto a arcar com as consequências em toda sua_exteji
são. Era o único entre essa rjeração de TTderes que não tinha escrúpulos de aplicar cs métodos
indicados para uma solução rapida do problema.
Silenciada a ogosição da direita, lançou-se a campanha da coletivização da agricultura.
Foi uma coleti^^açao forçada, e outra não teria sido possível na escala em que foi realizada
0 Estado Soviético não tinha recursos para demonstrar aoi camponeses a superioridade da agri­
cultura ccletivizada. Não houve meias-medidas. Em quatre anos, o campo soviet1co_consistia dd
colkoses e scvkoses (fazendas estatais). Visto em retrospectiva, surge a impressão de que St£
lin estava disposto a quebrar, de uma vez por todas, a resistência do camponês individualista.
Os mêtodosjjtilizads jãantecipavam o Stalin de épocas posteriores.^Milhões de camponeses
resistiram_à coletivização, foram mandados para a Sibéria. Planos pré-estabelecidos coletivi-
zaram região por região, com a ajuda de tropas de segurança. 0 preço foi caro: quase metade
da criaçao de gado, porcos e cavalos do pais fo1 perdida Os camponeses abatiam os animais na
vespera da entrada nos colkoses.
Hoje, pode-se especular se haveria alternativas a essa política e até que ponto seriamá
ternativas. Mas isso não passa de especulação. Para nos ^ importante ter clareza que essa expe
riência soviética não pode ser generalizada como um principio para a construção socialista.Cu
tras revoluções, posteriores e que se deram em condições má1s favoráveis, seguiram caminhos_
diferentes para levar o socialismo no campo. Ncsso problemi aqui é levar em conta as condiçõ­
es particulares da construção socialista na União Soviética,. Visto desse ângulo, a história
confirmou a justeza da pblTtica de Stalin, no final da decaga de 20 e inTcio da de 30. A cole-
tivização permitiu os Planos Quinquenais e a industrializado. Dez anos mais tarde, a União So
viética estava em condições de enfrentar e derrotar os exercitos do imperialismo mais üjressT
vo e mais poderoso da Europa, o da Alemanha Nazista.
Durante os debates dos anos 20, Preobrajenski, um dos teóricos da oposição trotsquista,
defendera e fundamentara a teoria da "acumulação socialista primitiva". Um dos esteios dessa
teoria era a afirmação de que a classe operaria soviética tinha de explorar o camponês para
criar uma industrialização em bases socialistas. Significava que tinha de se apropriar do ex­
cedente da produção agrícola, sem poder fornecer valores corrfeipondentes em troca. A maioria
do Partido rejeitava essa teoria, considerada inapropriada numa fase em que se procurava con­
tentar o camponês. 0 próprio Trotski se distanciava dela, pois/ não queria fornecer rszões para
a acusação de "subestimar o papel do camponês". Mas, agora qué a questão da acumulação soci'-
1ista estava colocada^ Stalin^pôde implantã-la, Independentemente de justificações teóric ,.
Da mesma forma como pos em prática os conceitos salariais menifestados por Trotski em 1922 e
a estatização dos sindicatos, bem como a militarização de fat;ó do trabalho.
Será justo, portanto, falar - como o prerrio Trotski afirmara - que Stalin teria roubado
o programa da ’posição ? Acreditamos que tal carece de fundamento. Em linhas gerais, toda^a
liderança bolchevique conhecia as premissas da construção socialista. 0 problema - como já mm
cionamos - era do quando e do çomo. f
A começar pelo problema da planificação da economia. Leyantado por Trotski, em 1920, pas
sou-se quase uma década para que as premissas fossem criadas. 0 mesmo tinha-se dado com a irirfis
trialização de base, ist.j é, a concentração dos esforços na criação de uma indústria pesada.”
Os recursos de investimentos da NEP eram limitados, e sua utilização precoce na indústria pe­
sada teria privado o camponês dos produtos de consumo que eje esperava em troca dos produtos
do seu trabalho. E sem esses fornecimentos agrTcolas, a produção industrial teria desmoronada
Era um circulo vicioso, que sÕ podia ser rompido por meios èxtra-econômicos. Mas mesmo essas
medidas extra-econÔmicas sc podiam ser tomadas depois de ser reconstruída a economia destruí­
da pela guerra civil. /
Por outro lado, do ponto de vista económico, a coletivização completou c carater socia­
lista da revolução. Dali em diante a acumulação podia se dar em bases socialistas, eliminando
a economia de mercado. É não foi gratuitamente que, quandp esse ponto foi atingido, os anti­
gos porta-vozes da Oposição abandonaram Trotski. Preobrajenski, Piatakov e Radek ~ só para cj_
tar os mais conhecidos - se colocaram a disposição de Stalin e da maioria do Partido. Isso nao
.13.
pode__s~r explicado pelas medidas de coação exercidas contra os oposicionistas. Velhos revolu­
cionários, estavamjia&ituados a enfrentar perseguições. 0 que pesou foi o fato de que estavam
sendo postas em pratica medidas qe eles sempre haviam pleiteado teoricamente, mas tinham plej^
teadc como princípios, sem levar em conta as condições concretas. Como disse Preobrajenski rrm
is tarde: "A coletivização e o ponto essencial. Será que a previ ? Não, não a previ." (Carr,
"0 Interregno") I
Ccmo resultado dessa nova situação, houve a desintegração completa das oposições surgidas
durante aNEP. Zinoviev e Kamenev jã haviam entregue os pontos. A Oposição Trctskista, apesar
de resistir mais tempo, no final do 19 Plano Quinquenal, em 1934, tinha deixado de existir de
f^ma organizada. Da? .em-diante, o trotsquismo na URSS s6 serviria como bode expiatório de Sta
lin, em outra fase de stalinisme.
STALINISMO
Falamos ae Stalin e do seu papel nas lutas de facções, mas essa fase do desenvolvimentr
da União Soviética não pode ser considerada ainda como stalinista. Nas lutas de facções, Sta­
lin representava a maioria do Partido contra oposições minoritárias. Minoritárias tanto no con
junto do Partido, quantp no meio dos chamados "velhos bolcheviques", o núcleo proveniente das
lutas na clandestinidade sob o aarismo e que incorporava a experiência da velha fração leninis^
ta. Apesar dos metedes administrativos que Stalin preferia usar ns debates internos, ainda vi
goravam certos padrões democráticos e legalistas da vida partidária, que tinham de ser respeT
tados. As medidas administrativase repressivas não poderiam ter sido postas em pratica sem a
cancordancia c conivência dos órgãos dirigentes, como o Comité Central e o Politburo. Stalin
tin!ia üf1apoio dessa naioria, mesmo levando em conta que as minorias estavam sub-representadas
em toda!: as conferencias e congressos, de 1923 em diante.
0 que podamos cîiamar, entac, de Stalinisme ? Evidentemente, não se trata de um conjunto
de teorias que Stalin criou. Isso nunca foi a sua força e, além disso, conhecemos o menospre­
zo com q'.'j tratou a teoria,que contrariava a sua prática.
Stalinisme, na historia da União Soviética, 5 a fase da ditadura pessoal de Stalin, a fa
sena qual ele repritr.i'j e eliminou sistematicamente os restos da democracia socialista ainda
existentes c íi jnçi.cn çs„antigos oposicionistas como todos os dirigentes da maioria do^ Parti­
do considerados oposicionistas em potencial. Nessa fase* substituiu toda a liderança do Esta­
do e de Partido por criaturas absolutamente fiéis ou incapazes de fazer oposição, transforman
do, ass'.:,i, o Partido em mero instrumento executivo da sua política.
£ evidente que não existe uma linha divisória rígida que separe o stalinismo da fase an­
terior. ?iuitos elen:entos_do futuro stalinismo já estavam presentes na atuação de Stalin no pas
sado, desde a "pacificação" da Geórgia (que jã havia enfurecido Lenin), mas o salto da quanti
dade em qualidade pode ser accmpanhado.
A liderança e o prestigio de Stalin chegaram ao auge com a conclusão do 19 Plano Quinque
nal. 0 fato d : as metas do Plano terem sido atingidas e as bases da indústria pesada soviéti­
ca terem sido criadas numa escala muito mais ampla do que qualquer oposição sonhara, jã teria
garintide a de um prestigio inédito e incontesté. A isso somou-se o fato de essa obra ter si­
do refelizsda ei.i bases de acumulação socialista, eliminando definitivamente os restos dos sati­
res capitalistas da economia soviética. Stalin foi festejado como o realizador da construção"
socialista, apesar dos imensos sac rTcios materiais que ssa fise custou aos trabalhadores so­
viéticos. Ao^r.iesmo tempo, havia a sensação predominante de que a situação critica tinha sido
superaoa* a e;)oca de sacrificios__ultrapassada e igualmente o estado de exceção que limitava a
democracia socialista na vida diária.
A sociedade toda esperava uma volta aos padrões da democracia socialista. 0 Partido, que
tinha conferido ao "oiitburo e, implicitamente, a Stalin poderes extraordinários nos anos crT
ticos, esperava uma volta aos padrões leninistas de vida partidária. Nas fáb; ■‘cas de Moscou,
Loiingrado e outras cidades industriais, realizav3m-se assembléias gerais dos operários que
discutiam condiçoes dr. trabalho e maior participação dos trabalhadores no planejamento ofcrga-
nizaçoó a?, p-odoçSc. A população esperava uma elevação do nível de vida, reivindicação levan­
tada \d ;/;t.'ro do .Politburo por Kircv.
Isso quer dizer que, no mesmo momento em que Stalin desfrutava de uma liderança inquestio
nada, enfrentava uma oposição latente em quase todas as camadas da sociedade soviética contra
a continuação des seus metódOs de governo e administração. Não se tratava de uma oposição orga_
ni/ada o” masiüo estruturada. Tampouco se dirigia contra a pessoa de Stalin; pelo contrário, as
espai-inças de u.na v:dc. melhor e do restabelecimento da democracia estavam concentras na dire
çãe dc ic.rti j , cj -*: tinha conseguido resolver os problemas fundamentais no passado.
K.-je r, } esta ciaro se lin naquela altura jã tinha decidido sufocar essa tendência s^
ciai 0!!/se o?:tava disposto a ir ao encontro dessas aspirações. Parece ter havido hesitações,ou,
■.- ■; 1 .14. r
\ ? • W - á - c ? p <?£
p^t menos, houve medi das contraditórias. Mas, em 1936, quando Stalin ja estava preparando os
processos mcnstros de Hoscòu, chegou a ser promulgada uma nova Constituição cujo texto foi e-
laborado por_uma comissão presidida por Bukharin. Tratava-se de fato da Constituição mais de­
mocrática ate então adotada na URSS - embora não tenha chegado a ser colocada em pratica.
rara enveredar pcío caminho da manutenção dos seus métodos políticos jã consagrados no
passado, Stalin tinha do lançar mão da repressão e, sobretudo, tinha de eliminar de antemão
qualquer possibilidade de oposição por parte do Partido. E o Partido foi a primeira vitima do
Stalinismo.
0 sinal foi o assassinato de Kirov em Leningrado. Secretário do Partido naquela cidade,
tinha sido para la enviado com o propósito de desmantelar a maquina montada por Zinoviev. A-
depto de Stalin nas lutas de^facções do passado, tornara-sejporta-voz de uma "abertura". Kru-
chtchev afirmou no seu relatório no 20Ç Congresso - e ele nao contou propriamente uma novida­
de - que Stalin estava conivente com a morte de Kirov. Mas o fato 5 que o assassinato polTti
co serviu como pretexto para desencadear uma onda de repressão nas fileiras partidárias. Conv
çou pelo elo mais fraco, Zinoviev e Kamenev, mas isso não bastava. Primeiro, porque a corren­
te de democratização^!nterria não era liderada nem per Zinoviev, nem por Kamenev, que jã tinhan
perdido toda a influência política. Segundo, porque essas medidas de repressão política agora
tinham de despertar descontentamento e desconfiança, principalmente entre os velhos bclchcvi-
ques, que sabiam muito bem que os dois antigos oposicionistas r.ão tinhara nada a ^''cr ccn os
atentados políticos. Alem disso, a versão de Kruchtchev, apresentada 20 anos mais tardo4 jãcir
culava naquele tempo entre os velhos bolcheviques.
Stalin, naquela aitura dos acontecimentos, deve t p r çhegado a conclusão de que me^as-ver
dades nao resolveriam o seu caso e sÓ provocariam o surgimento de uma oposição organizada. A
resposta que d:u aos problemas que enfrentava consistia nos processos monstros còntra expoen­
tes das antigas ooosições e da velha guarda. No decorrer de três processos, o mundo estarreci_
do tomou conhecimento de que quase toda a liderança dos tempos de Lenin que tinha sobrevivido
- ccr.i exceção de Stalin - tinha sido agente da_polTcia secreta do Czar e instrumentos e agen­
tes dos imperialismos al;.r..ao, italiano e japonês. Começou a repressão e o terror físico maci­
ço. Os velto; bolcheviques foram as primeiras vitimas, mas o terror se dirigia igualmente con­
tra a geraçao nova no Partido e no Komsomol,_que pleiteava reformas políticas e administrati­
vas. Atingiu tanto a burocracia estatal oconÕmica, como a liderança do Exército Vermelho. Não
precisamos entrar aqui cm_ietalhes; hã uua abundância de literatura e documentacão a respeito.
0 quajios interessa aqui e o rr.otivo desse terror» que, ã primeira vista, parece nao passar de
ambições loucas de um ditaoor. Mas, também nesse caso, ambições somente nao explicariam c fe-
nomeno.
Não há duvida quo a personalidade de Stalin, seu caráter e seu nível intelectual, desem­
penharam cseu papel. Ja assinalamos que era ele a personalidade mais ’ru>sa" da liderança boi
chevique, isto ê, quem mais encaranava tradigões históricas russas, inclusive as que Marx se~
referia como "Decpctismo Oriental".
Não hã tijvida também que o isolamento da revolução foi uma premissa para o surgimento da
liderança de Stalin. 0 fato__de a revolução ter precisado solucionar todos os seus probiomas
exclusivamente por força própria, revalorizou tradições e métodos herdados da própria histó­
ria. Lenin teria dito que a Rússia era__um pais cheio de tradições bárbaras e que, para comba­
ter essa barbárie, os bolcheviques em último caso teriam que lançar mão de métodos bárbaros.
0 que parr Lenin era e.;i último caso, isto é, uma exceção, para Stalin se tornou normal c roti
neiro.
C ano de 1934 roi rjais um ano decisivo para a União Soviética, não só no que di7. respei­
to a transformação económica^ mas também ao terreno social. 0 19 Plano Quinquenal jã produzi­
ra centenas de milhares de técnicos,^administradores e professores vermelhos, toda uma inteloc
tualidade nova, saida da classe operária e identificada com a revolução. Igualmente formara
centeas de milhares de operários especializados que, em virtude do seu papel no processo de
produção, jã estavam em condições de ter voz na divisão de trabalho e no planejamento da pro-
duçec nas empresas. Tudo isso implicou numa áevação do nível cultural e técnico r-?s centros in
dustriais ena criação de uma base materialpara o funcionamento de uma democracia socialista
em bases mais amplas. Esses fatores novos não só criaram condições para mudanças na estrutura
soviética, ccmo impeliram nessa direção.
.1tal in e sua equipe se decidiram pelo esmagamento dessas tendências novas, nas quais vi­
ram um perigo para o Estado Soviético. Mão estavam dispostos a correr riscos e abandonar os
métodos que no passado tinham dada certo. 0 que tinha funcionado até então tinha ^cualmente de
assegurar o futuro. Mas com essa atitude de um conservadorismo auto-suficiente iam contra a
corrente social e política. Para se impor nessa situação, necessitavam do terror em grande e£
tilo» ara praciso aterrorizar toda uma sociedade em desenvolvimento.
.15.
Nãc e raro história do movimento operário (e na história em geral) que uma liderança
criada em determinada época e sob determinadas condições de luta falhe e fique superada quan- y \
do mudam a época a as condições. Raros, porém, são os casos em que tais lideranças tenham corar v
ciência das s»** limicaçoes. 0_casal Lafargue foi uma dessas raras exceções. Kautsky e Plekha
nov são tidos corhd exemplos clássicos de marxistas de alto nível que não perceberam que certa
fase da luta de classes estava superad;
Com Stalin, as coisas não se passaram de forma diferente. Tendo^se tornado dirigente má­
ximo dò Partido mma apcca critica e completada que estava a Revolução de Outubro com a sccia_
lização do campo, e o.início da economia planificada, nãc percebeu, ou não quis perceber, que _
sua ação na liderança do Partido e do Estado tinha gerado situações e condições novas,que re­
queriam novos métodos. Sua situação, porém, era diferente da dos dirigentes de partidos operã
ries no passado. Dispondo de pederes, estatal e de repressão, usou esses recursos para asseou
rar a continuidade do seu regime. l'm Lenin, que rpresentava o progresso histórico, podia fin­
car no papel de “primo inter pares". Para Stalin, que de certo momento em diante se opunha as
tendências de desenvolvimento inerentes a sociedade soviética, essa situação ja nao era mais
possível. A ditadura pessoal, por sua vez, tinha de marcar profundamente toda a estrutura da
sociedade soviética. Apesar dos futuros progressos econômicos, a superestrutura política e i-
deologica regrediu.
0 QUE REon£SENTA A URSS HOJE ?
Quando se procura definir o caráter da União Soviética hoje não se pode deixar de enca­
rar o papel da burocracia, tal como o regime stalinista a deixou. As »'risas evidentemente
hão se passaram da maneira tãc simples como é descrita por certos autores (e o próprio Trots­
ki em certas polêmicas): antes de Stalin, democracia socialista; com Stalin, burocracia. Jã
menciona;,os como Lenin enfrentou o prcblema. Ele não pretendia simplesmente abolir a burocra­
cia, isso teria side irreal. Sua preocupação era o controle do aparelho burocrático pelo Par­
tido e as organizações de ...assas.
Lenin tinha plçra consciência da_necessidade da burocracia e via nela, nas condições rus
sas. parte integrante do sistema soviético. Por isso mesmo, falava de uma "ditadura do prole­
tariado còm deformações burocráticas"..-
A? coloca-ja o problema do que^consistia a ditadura do prdetariade na Rússia Soviética e
de que maneira .sca foi exercida. Já que a classe operária russa mostrou limitações para o e-
xercTcio direto do podsr (a falência'dos sovietes depois da tomada do poder), ela sÓ podia a-
gir irdiretrmente, por meio de um instrumento. Este instrumento era o Partido Comunista. Cabi^
a a ele exercer a ditadura em nome do proletariado, decidir os rumos da Revolução ( constr ução
do socalismc) e se utilizar da burocracia para a execução dessas tarefas. Uma das^primeiras
consequências c.s;-, situação, que Lenin nãc havia previsto, foi uma paulatina fusão entre o
Estado e o artido. Isto explica, em parte, porque as lutas de facções no seio do Partidc to­
maram um caráter tão agudo.
As lutas de facções, per sua vez, diminui ram com sua intensidade a democracia ic seio ;o
Partido, isto e, burocratizaram lentamente a vida partidária. Stalin, na fase da ditadura pc^
soalz liquidou definitivamente os restes da democracia interna, tomando o Partido uma parte
da máquina burocrática, uma parte privilegiada, encarregada de assegurar o cumprimento das do
cisões políticas tomadas na cúpula. 0 Partido, em vez de controlar a burocracia, torr.cu-'c
parte do sistema burocrático. Atingido esse ponto de desenvolvimento, não se pode mais fafer de
"defor!Aaçces,:. Trata-se de uma degenerescência dD sistema.
Então a burocracia tomou conta da Ditadura do Proletariado ? Até que ponto isso modifi­
cou o caráter do Estado Soviético ?
rrotski, no sau livro "A Revolução Traída", escrito, jã na fase da planificação e acumula­
ção socialista primitiva, afirma^que a tendência do regime burocrático era estabelecer o sis­
tema cinitalifta na URSS. Isso só mostra o grau de alheamento dos problemas reais da socieda­
de so\iãtiça a que chegou na fase posterior'.
A burocracia soviética ê um produto da Revolução de Outubro (da realidade russa e do iso-
laniènto na fise critica). Ela exerce um tutela sobre a classe operaria soviética e a socieda­
de toaa e es~a posição representa sua força e lhe garante privilégios materiais. Com seus pri_
vilêgios e o espirito pequeno-burgues daí decorrente, pode querer imitar o modo de vida das
classej dominantes do Ocidente (embora não passe de uma imitação caricatural), mas não pode
"querer" restabelecer o capitalismo, pois isso destruiria as bases do seu poder, que consiste
justemente na gerência de uma economia coletivizada e planificada.
Não falta..! tamLr:m os "teóricos" que falam da burocracia como_uma "nova classe" e do sis-
t:ma soviético coriio "capitalismo de Estado". Evidentemente, não são categorias marxistas que
estao sendo usadas no casc. Capitalismo de Estado não deixa de ser capitalismo e não elimina
.16 .
a caça do lucro como força motriz do processo. de._pradução. Além disso, não elimina a burguesia,
.distinta do Estado capitalista, embora reduza o seu ctfmpo de ação. Finalmente, nãc supera a e-
ccnomia de mercado. Nós vimos que Lenin chegou a caracterizar a economia soviética sob a NEP
como capitalismo de Estado, embora um capitalismo de Estado sem precedente, pois se dava sob u
ma Ditadura do Proletariado. A NEP, entretanto, fõi superada por uma acumulação socialista prT
mitiva, cuja força motriz não era mais o lucro. Essa superação, justamente, foi realizada com
a colaboração ativa da burocracia.
Trotski, no livro citado em outras ocasiões, rejeitara a definição da burocracia como cia
sse, mas escolhera um termo não menos infeliz. Procurou caracteriza-la como "castá". Acontece ,
que uma casta Ó um estrato social ainda mais fechado do que uma classe. De uma classe para,ou­
tra pode-se passar. Milhões de camponeses, no mundo inteiro, se tornaram operários industriais,
ooerarios conseguem se passar para a pequena-burguesia e pequeno-burguess podem transformar-se
em capitalistas - embora, na fase monopolista, isto soja mais raro. Mas, numa casta se nasce e
se morre. Isso, certamente, não corresponde à realidade da sociedade soviética, onde anualmen­
te saem centenas de milhares de ncvos técnicos, administradores, cientistas, etc. dasJJnivers^
dades para se integrar na burocracia. Sao filhos de operários e camponeses, que não tem outra
alternativa do que a integração no sisitema, se quiserem exercer suas profissões. Integram a
burocracia, começando por baixo, adquirindo privilégios na medida em que sobem, e eles progri­
dem nesse caminho na medida em que provem sua eficiência e se adaptem ao sistema. Isso, csfta-
mente, não Õ uma característica da sociedade de castas.
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Stalin desistira de querer controlar a burocracia através do Partido. Isso lhe teria for­
çado a fazer concessões que, ao m v m ver, teriam ameaçado a eficiência do sistema. Preferiu'
controlar a burocracia estatal (e o próprio Partido) através da policia política, a NKVD. Seu
sistema era simples: um diretor de uma fábrica tinha direitos e deveres. Os direitos consisti­
am nos seus privilégios. Os deveres, antes de tudo, no cumprimento do plano de produção díabo-
rndo para a sua empresa. Se não conseguiu atingir as metas, seja por incompetência ou mesmo
por motivos alheios a sua vontade (como falta de matéria-prima ou mão de obra), era demitido,
preso e acabava na Sibéria. Hoje, depois da !ldesestalinização" de Kruchtchev, os métodos se.mo
dernizaram e se civilizaram. Mas, no fundo, o sistema continua o mesmo.
Stalin se opusera mesmo aquelas reformas modestas. Depois da vitoria sobre o nazismo,qíaan
do a sua liderança e seu prestigio atingira um novo auge (inclusive em escala mundial), nova­
mente surgiu na sociedade soviética uma vasta tendência a favor de reformas, de democratização
interna e de uma elevação do nível de vida. Milhões de soldados soviéticos, operários e campo­
neses fardados, tinham conhecido o Ocidente e essa experiência os fez questionar as procrias
condições de vida em casa. A primeira medida de Stalin foi transferir para a Sibéria todos os
soldados e oficiais que haviam caído prisioneiros e conhecido, dessa maneira, mais demoradamen
te, o nTvel de_vida no Ocidente. Essa medida pôde passar despercebida pela orande maioria da “
população soviética que, naguele. momento, ignorava quais dos seus filhos haviam morrido ou es­
tado no cativeiro alemão. So anos mais tarde, após a morte do ditador, os sobreviventes entre
os prisioneiros de guerra puderam voltar às suas casas. Publicamente, Stalin de novo tomava a-
titudes conciliatórias frente ãs reivindicações vindas de baixo, mas ele não se conformou cor.
elas. Ano a ano, apertou de novo cs parafusos. Na véspera da sua morte, estava preparando uma
reedição dos Processos dos anos_30, com a "descoberta" de uma "conspiração dos mÓdiccs do Krem
lin^. Tudo indica que nos seus últimos anos de vida seu regime pessoal tenha tomado formas pa~
rancicas, tendo chegado a desconfiar de seus colaboradores'mais fiéis e próximos. A quase ime­
diata libertação e reabilitação dos médicos acusados depois da morte de Stalin, foi um primei­
ro passo para um processo de reformas que, acompanhado por lutas internas na cúpula do PCUS,du
rou até o fim da década de 50.r ~
Tratava-se de uma reforma do sistema burocrático, mas não de sua abolição. Foram eliminacte
os piores xcessos do stalinismo, como o trabalho forçado e as arbitrariedad"s e onipotência
da NKVD. Na política económica, foi conseguida em poucos anos uma radical elevação do nível de
vida, principalmente pela elevação dos sa|ãrics mais baixos. Conforme análises norte-amorica­
nas, na época, a escala de salários na idústria, que antes tinha como base a relação de 1 a 5,
ficou reduzida para 1 a_3. Todas essas medidas em conjunto conseguiram neutralizar as diversas
oposições surgidas no pós-guerra. 0 que ficou de oposição, os chamados " ’issidentes", são em
sua^maior parte compostos por^conentes burguesas, de liberais, como Sakharov, passando por es-
lavofilos abertamente reacionários, como Soljenitzin, sem qualquer enraizamento na massa
G motivo da aparente passividade da classe operária soviética (dizemos ‘‘aparente", pois
nada sabemos dos conflitos e tensões què se dão nas empresas industriais daquele pais) Ó que
ela foi fonr.ada no decnrrer do'processo'da acumulação socialista primitiva, sem ligaçcío direta
com o proletariado que fez a Revoluçad. Passada a fase da acumulação primitiva e da resons.tru*
ção apos a Segunda Guerra Mundial, a União Soviética iniciou uma fasè de crescente progresso
material, que garantiu um mvel de vida muito alto quando comparado com o passad.. Pela primei_
ra vez, os trabalhadores soviéticos estão colhendo os frutos materiais dos sacrifícios an­
teriores, e todas essas conquistas se deram sob esse sistema burocrático. Na experiência
da grande massa trabalhadora, a ditadura do proletariado e o socialismo ainda e insepará­
vel da tutela burocãtica. E esta é aceita, apesar dos conflitos diários existentes porque
parece garantir as conquistas do socialismo.
A própria burocracia não e mais a mesma dos tempos da NEP. 0 elemento físico herdado
da velha Rússia, evidentemente nao existe mais. A burocracia atual foi formada por Esco­
las Superiores e Universidades._Racicnalizou-se e modernizou-se, na medida em que um sis­
tema burocrático ê capaz de fazê-lo.
Assim mesmo, a burocracia jã proveu ser um obstáculo para a expansão das forças pro-^
duti\es. Basta ver a diminuição do crescimento anual do Produto Interno Bruto da URSS nade
cada passada^e& rarsistencia do problema agrário, até hoje não solucionado, que obriga o
governo soviético a importar cereais do Ocidente. Isso tem de criar conflitos, cujas^con-
sequências ainda são imprevisíveis. A superaçao definitiva da degenerescência burocrática
e_o restabelecimento da democracia socialista na URSS dependerá em grande parte da expaji
são da revolução proletária para os países industrializados do Ocidente, isto Ó, para pa­
íses onde o ponto de ^artida da Ditadura do Proletariado se situa em nível muito superior
ao da Rússia em 1917. Semelhante revolução no Ocidente tornará ?mpossível a sobrevivência
do sistema burocrático na URSS. _________ _____ ,,__________
Uma das características essenciais dostalinismo é a de ter transformado em virtude
o atraso e a miséria pelos quais a Revolução Russa passou. De ter apresentado o modelo so
viêtico ccmo o único válido para qualquer revolução proletária. Acontece que na Rússia fõi
mais fácil fazer a revolução, mas as dificuldades posteriores foram infinitamente maiores
do que seriam no Ocidente. E, nesse sentido, o stalinismo foi uma reação ã colocação leni
niana do problema. 0 próprio Lenin declara no seu célebre "0 Esquerdismo, Doença InfantiT
do Crrunismo"•
"Também seria errado não ter em conta que depois da vitória da revoluçãc prole­
tária, mesmo que seja em apenas um dos países adiantados, se produzirá, com teda a
certeza, uma radical transformação: a Rússia, logo depois disso, transformar-se-á não
em país modelo, e sim de novo, em país atrasado (do ponto de vista "scviÓtic?" e so­
cialista)."
£ verdade que estas linhas foram escritas há mais de 60 anos, pouco tempo depois da
tomada do poder. Entrementes, a revolução mudou prox,,ndamente a face da velha Rússia. In-
dustrializou-a, terneu-? a segunda potência do mundo e elevou radicalmente o nível cultu^
ral de sua população. Mas, enquanto a Uniao Soviética não superar as consequências do st¥
linisme, essa citação do Lenin continua valida. ■■■ ..-
Temos que ver o domínio burocrático na fase pcs-revolucionaria na Rússia como uma ne
gação das tentativas falhas de resolver os problemas da manutenção da ditadura do proletari
ado com os métodos da democraciassoei alista. A negação da negaçao estará no restabelecimen^
to da democracia socialista em nível mais alto, para o qual a própria fase anterior criou
as bases materiais. E somente este salto qualitativo permitirá o desenvolvimento de uma s£
ciedade socialista naquela parte do mundo.
_August Thalheimer, 5 procura de uma definição para o nível de socialismc soviético., <
propôs "Socialismo de Estado". F. uma definição contraditória - ele salienta - mas a con-
tradiçao é do próprio desenvolvimento que a Revolução de Cutubro percorreu.
A HERANÇA MUNDIAL DA REVOLUÇÃO DE OUTUBRO
0 isolamento em que a União Soviética vivia nos primeiros 25 anos da sua existência -
como a única ditadura do proletariado vitoriosa, cercada e bloqueada pelo mundo capitalis
ta - marcou não sÓ as suas próprias estruturas sociais e políticas, mas deixou igualmente
profundos traços no movimento operário internacional. Mormente porque a Revolução Russa se
sentiu desde o início como vanguarda da revolução mundial e, até certo ponto, preencheu es
se papel.
Acontece que a política externa de um país é sempre condicionada e, de algum modo, um
prolongamento da sua situação interna.Isso diz respeito também a partidos, na medida em
que têm uma política externa. A situaçao da URSS e do PCUS mudaram mais de uma vsz em sua
história.
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0 primeiro efeito da Revolução de outubro, a curto e médio prazo, foi a divisão do
movimento operário mundial, grosso modo, em reformistas e revolucionários, seciais-demo-
cratas e comunistas. Estes, formando-se em partidos independentes e reunirdo-se numa In­
ternacional, na maioria das vezes, não dispunham de experiência e tradição de luta prõpri
. 18 .
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as. Iam a Moscou para aprender ccin os revolucionários russos. Durante os primeiros quatro
Congressos da Internacional Comunista, os leniriistas, a começar pelo próprio Lenin, proc^
ravam discernir, nos debates com os companheiras de outros países, quais eram os traços
da Revolução Russa que tinham validade geral para a luta de classes em escala internacio­
nal quais representavam particularidades russas. Tratava-se de um processo de aprendiza­
gem do comunismo mundial, que foi interrompido com a morte de Lenin e o início das lutas
acções.
0 próprio Lenin, na sua última intervenção no Quarto Congresso da I.C., produziu um
quase balanço, declarando:
"Em 1921, no Terceiro Conqresso, votamos uma resolução sebre a estrutura ornânj_
ca dos partidos comunistas, assim como cs métodos e o conteúdo do seu trabalho.0 tex
to ê excelente, mas essencialmente russo, ou quase, najnedida em que fei tirado das
condições de vida russas. Eis o seu lado bom, mas também o seu lado mau. Seu lado mau
porque estou convencido de que quase nenhum estrangeiro o pode ler: antes de afirmar
feto reli essa resolução: primeiro, Ó demasiadamente comprida (...) Segundo, mesmo se
a lessem ninguém a compreenderia, precisamente por ser demasiadamente russa. Não po£
que fosse escrita em russo - fez-se um esforço para a traduzir para todas as línguas
- mas porque está inteiramente impreçrada do espírito russo. E terceiro, se algum es^
trangeiro excepcionalmente a compreender, não a pode aplicar (...) Tudo o que se di_s
se na resolução permanece letra morta. Ora, a menos que compreendamos esse fato, nao
podemos avançar. Creio que o mais importante para todos nós, tanto russos como cama­
radas estrangeiros, c que após cinco anos de revolução russa, é nosso dever instruir
mo-nos (...) Estou persuadido de que devemos dizer, a esse respeito, não só aos rus­
sos, mas também aos_camaradas estrangeiros, que o mais importante no^período qüe se
segue é o estudo. Mós estudamos no sentido geral do termo. Eles, gorem, devem estu­
dar no sentido particular, para compreender realmente a organização, a estrutura, o
método e o conteúdo da ação revolucionária."
É um Lenin quase desconhecido para a geração de revolucionários posterior, um Lenin
que exige que se estude a experiência da Revolução Russa, mas que se estude também cada
situação particular, para poder aplicar a experiência. "Nós estudamos no sentido geral do
termo. Eles (cs camaradas estrangeiros) porõm, devem estudar num sentido particular..."
Nao £>asta querer imitar experiencia russa. Nem stalinistas, nem trotskistas fizeram ques
tão de divulgar este Lenin.
NaJJRSS, os epígono?, estavam absorvidos pela luta interna e procuravam utilizar-se
das seções estrangeiras da I.C. para fortalecer as suas posições. Conseguiram isso em vir
tude da irradiação qut o Estado Operário e Camponês exercia sobre os revolucionários de
todo o mundo e, dessa nuneira, não foi difícil para a maioria do partido soviético domi­
nar a I.C. - que continuava a falar russo.
Nesta altura, já podamos falar de uma segunda fase na historia da Internacional^ Of^
cialmente, ela se deu sob a consigna da "bolchevização" dos PCs estrangeiros. Na pratica
implicao na ir.cervenção dc Centre, cm Moscou, nos partidos estrangeiros mais importantes,
para impor direções de absoluta fidelidade S facção dominante na União Soviética^ Esta fa
se, não_sÓ interrompeu o processo da formação de PC's cepzes de aplicar'a experiência dã
revolução russa de maneira criadora nas lutas de classes nos seus países. Transferiu para
a Internacional a luta interna e a contínua burocratização, que estavam em progresso na
sociedade soviética. 0 que caracterizava doravante a I.C. era a absoluta mediocridade te­
órica e o aventurei rismo de esquerda ("teoria do social-fascismo"), que tivera seu desfe­
cho com a vitória do fascismo na Alemanha.
A terceira fase na vida da I.C. inaugurou-se aproximadamente em 1934/35. Era a da
submissão da I.C. as necessidades da política externa do Estado Soviético. Dá-se seb c_
signo das "Frentes Populares", na qual os PC's apoiavam as chamadas "burguesias democrati
cas e progressitas" contra a ameaça fascista. Não Ó preciso salientar aqui que essa polí­
tica se deu pelo preço do abandono completo da herança leninista. Ela coincide cronologi­
camente com a ditadura pessoal de Stalin. "Jã que os PC's não sabem fazer a revolução,que
nos ajudem pelo menos"- teria dito o Secretario Geral, conforme mais de uma testemunha^
Tratava-se praticamente de uma liquidação da Internacional como instrumento da revolução
internacional. Até a dissolução formal foi só um passo.
Evidentemente, as ligações dos PC's com o centro de Moscou não pararam com a dissol^
ção, mas continuaram de maneira bilateral. 0 fato novo foi o expancionismo soviético du­
rante e em consequência da Segunda Guerra Mundial. Nas regiões e países, onde o Exército
Vermelho avançava, foi obrigado a expropriar as velhas classes dominantes e exportar o
sistema socialista. Foram "revoluções" feitas de cima para baixo, nas quais pouca ou ne-
. 19 .
nhuma iniciativa foi deixada para as classes operarias nacionais. Pois o que foi exporta­
do não era so c socialismo como também o sistema burocrático ã semelhança do do senhor s£
viéticc. As chamadas ’’Democracias Populares" - assim chamadas para não assustar os alia­
dos ocidentais - nasceram dessa_maneira com um sistema burocrático, que a URSS tinha deseji
volvido durante um quarto de século de isolamento. Foi essa a única maneira como Stalin
concebia a expansão socialista. Mas, mesmo em tempo de vida de Stalin, houve revoluções
genuinas, de força orõpria, como a iugoslava e, posteruormente, a chinesa. Todas essas re
voluções se deram um caráter socialista contra os pareceres de Stalin, que tinha de con-
formar-se_com os fatos consumados. As contradições inerentes ao sistema stalinista leva­
ram ã cisao do bloco oriental, com a rebelião da Iugoslávia e, posteriormente, da China.
Tratava-se, entretanto, de rebeliões de burocracias nacionais contra o domínio da soviétj_
ca e isso, de arfemão, não determinou a mudança dos métodos utilizados no confronto.
A política externa de Stalin, principalmente depois da guerra, fracassou e o preço
pago depois desse fracasso custou caro ã União Soviética. Implicou na reconstrução do ca­
pitalismo na Europa Ocidental e trouxe consigo o espectro de uma Terceira Guerra_Mundial.
Custou^caro também ao proletariado mundial, pois o não aproveitamento das situações revo­
lucionarias na Europa Ocindntal (Alemanha, França e Itália) e a colaboração dos PCs nos
governos burgueses daqueles países neutralizou a ação das classes operárias e permitiu c
ressurgimento agressivo de uma_força interimperialista em escala mundial. Uma Europa soei
alista, com seu potencial econômico e político, aliado à União Soviética, teria enterrado
para sempre as aspirações de domínio mundial, do imperialismo americano. Desse gonto de
vista, a política extern? stalinista tinha um lado puramente contra-revolucionário.
0 fracasso da política externa, mais o conservadorismo que o ditador revelara até os
últimos anos da sua vida levou ã jã mencionada "desestalinização". Da maneira como Stalin
foi apresentado em público por Khruchtchev, os efeitos para o proletariado mundial foram
duvidoss. Khrichtchev, evidentemente, nao soube explicar o papel histórico de Stalin (sem
minar as suas próprias posições), e as suas^revelações", da maneira como foram apresenta­
das e veiculadas, so contribuiram para desmoralizar o movimento comunista internacional
ém sua totalidade. ^ j
No extremo oposto das facções soviéticas (embora so fora das fronteras da URSS) en­
contra-se o trotskisi..o, qne^se recomenda não so como alternativa histórica ao stalinismo,
mas também co;.io úmeo £ legitimo herdeiro da Revolução de Outubro e da I.C..
Mo que diz rvípcv. i figura de Trotski, como alternativa a Stalin, jã tratamos do
assunto. Restaria apreciar o seu papel nas lutas de classes em escala mundial - na medida
em.que liderou una corrente internacional do comunismo.
Má r.jftvj corre, Z uocu pequena, entre os adeptos da Quarta Internacional e suas ci-
sões, a vèfsSo dc que nas lutas de facções no seio do PCUS Trotski teria falhado e se re
velado "ingênuo". Seu verdadeiro valor e sua importância teria se reveladc no Exílio, co
mo cor.tinu?.dor ;!':o lutas revolucionarias dos bolcheviques, contra os efeitos desagregado
res do stalinismo em escala mundial. 0 próprio Trotski, de certo modo, reforçou essas o-
pinioes, quando c.^tou no seu diário, escrito no exílio, na França:
"Para ser bem claro, direi o seguinte. Se eu não estivesse, em 1917, em Peters-
burgo, a Revolução de Outubro teria acontecido do mesmo modo - condicionada pela pre-j
senca ?. a direção de Lenin (.._.) Enquanto cjue o que eu faço agora e, na total signi-/
ficaçao da pala~vra 'insubstituível". Não ha nesta afirmação a menor vaidade. 0 desnK)
ronámento das duas Internacionais trouxe consigo um problema, que nenhum dos chefes
dessas Internacionais tem possibilidade de enfrentar. As particularidades do meu des­
tino pessoal me coiccaram diante desse problema, armado dos pês ã cabeça com uma se­
ria experiência. Oferecer um método revolucionário ã nova geração, por cima das cabe
ças dos chefes da Segunda e da Terceira Internacional, e uma tarefa que não tem, afõ
ra minha pessoa, homem nenhum que a possa cumprir". (Trotski. "Diário do Exílio". E7
diçees Populares - Destaque do autor.)
Em que consistia o jztpel "insubstituível" de Trotski naquele momento ?
Como coroação da sua atividade no Exílio, Trotski via a fundação da Quarta ínternaci_
onal, que deveria continuar a obra da I.C. leninista. Mas, o ;je essa nova Internacional
representava de fato ? No momento da_sua fundação so abrangia uma fração da antiga Oposi­
ção da Esquerda Internacional, que jã havia sofrido duas cisões maiores. A primeira,quan­
do Trotski queria obrigar todas as seções nacionais a seguir a política do "entrismo", i£
toj, de entnla^nos partidos da Segunda Internacional. Esta cisão foi liderada_pelos espa
nhõis, por Andre Nin, que, em seguida, se juntaram ao Bloco Operário . Camponês da Cata­
lunha para formar o POUM. A segunda cisão, maior, se dá justamente em torno do problema
da fundação da Interacicnal e e liderada pelos italianos, que a acharam uma aventura.Quan
.20 .
ff* JoA
do alnternacional fo1 fundada, finalmente, e nisso Trotski se mostrou intransigente, suas
"seções nacionais" variavam entre 50 e 200 militantes por país. Apesar dos seus títulos,5s
vezes pomposos, nenhuma das seções podia ser considerada como um partido.
0 próprioJTrotski justificou a fundação dessa,-internacional com o fato de a I.C.,na
sua constituição, em 1919, ter sido igualmente fraca. Mas, em primeiro lugar, a comparação
não é seria, A fraqueza da I.C., que pelo menos dispunha do PC soviético, dos Espartaqui:s
tas Alemães, etc. não pode ser comparada com a "fraqueza" da Quarta, composta de seit?.s.
A Internacional trotskista, quando surgiu, naõ passava de mera caricatura da I.C.. E cari­
catura ela continuou, copiando em miniatura os orgãos e a estrutura da I.C., como os seus
Comitês Centrais, Politburôs, etc.
Em segundo lugar, a I.C. foi fundada numa situação revolucionaria na Europa Ocidental,
quando se tratava de aproveitar uma situação histórica, antes que ela se esgotasse. A A l
Internacional foi^fundada numa fase de franco descenso do movimento operário internacional.
Sua historia não é uma história de revoluções - nem sequer de tentativas de revoluções -
mas de prosaicas sequências de cisões, tentativas de reunificações e de novas cisões, como
um fiel reflexo da falta de perspectivas nas lutas de classes reais.
A tentativa de copiar a I.C. e de repetir a história, não e casual. Representa a pró­
pria essência do trotskismo. Enquadrados na fórmula da "revolução permanente" - "teoria"
pela qual Trotski interpretou a Revolução Russa - os trotskistas pouco ou nada puderam coji
tribuir de maneira criativa nas lutas de classes nos seus países, encarando-as estreitamen
te pelos padrões da Revolução Russa. Não ê por acaso que tanto os trotskistas como os re­
manescentes do stalinismo no Brasil defendem no presente momento a convocação de uma Assem
bleia Constituinte.
0 próprio Trotski abriu o caminho, em 1923, guando mediu os acontecimentos alemães pe
los padrões do modelo russo. Em todas as suas polemicas sobre os acontecimentos alem;es,
nãc há uma análise concreta que permita concluir que a situação tenha estado madurâ para a
tomada do poder pelos comunistas. Mas, a todas as objejões levantadas pelos revolucionários
alemães, ele respondia: "Esses argumentos ouvimos também na véspera da Revolução de Outubro
ra Rússia".
Um papel análogo desempenhou em relação a Revolução Espanhola. Na^Espanha, em 1936,ao
contrário da Alemanha em 1923, houve realmente uma situação revolucionária, desencadeada
pelo levante dos militares. 0 PCUM representava naquele momento a força mais consequente
no país, defendendo um programa deação que poderia ser resumido em três pontos: fornt3 ção
de um Governo Operário, expropriação dos latifúndios e imediata independência para as co­
lônias. Trotski combatia o POUM (que ele considerava centrista) e o argumento que sempre
voltava nas suas críticas era: "Em Petrogrado, em 1917, fizemos as coisas de maneira dife­
rente./
A Revolução Espanhol a, porem, não era igual à russa, nenhuma outrí o foi e nenhuma fu
tura o será. Toda a revolução exige uma atuação criadora da sua vanguarda, a adaptação crT
tica de experiências do passado a uma realidade concreta. Para essa ob^a o trotskismo não“
seria capaz sem negar a si mesmo, pois ele também não passa de um ãngilo russo da inter-
pretação_da revolução mundial - embora de outra época que o stalinisme. Desse ponto de
vista, não passam dos dois lados de uma mesma medalha.
De nossa parte, rejeitamos absolutamente a campanha de difamação stalinista ccntra a
figura histórica de Trotski, que culminou no seu assassinato no exilic mexicano. Rejeita­
mos igualmente qualquer outra tentativa de diminuir o papel de Trotsk', ao lado de Lenin,
na Revolução e na Guerra Civil. Concordamos com Trotski quando ele saienta que "a presen­
ça de Lenin", .em 1917, em Petersburgo, jã garantiu a Revolução, mas isso não diminui_o pa
pel qua ele mesm desempenhou, embora as razões sejam diferentes das clegadas no "diário""’.
A^figura de Lenyi era decisiva porque ele se empenhou^a vida toda pek formação de um par­
tido de revolupi )nãri0s, capaz de levar a classe operária ã revoluçãc. Trotski nuoca che­
gou a admitir 4' ;o.
Da mesma mvieira, todavia, não vemos nenhum sentido de querer n&gar o papel de Stalin
na fase de cohs rução socioHsta na União Soviética e isso independen*o do seu desempenho
político poster Dr. Para nos, tanto Trotski como Stalin fazem parte co Panteon das lideraji
ças que a Revo1>ição Russa produziu em suas diversas fases, independentemente das simpatias
ou antipatias d.spertadas pelas figuras históricas. Isso ê uma premissa indispensável quaii
do se trata de aproveitar as experiências de um processo revolucionário concreto.
NÜS E A REVOLUÇÃO DE OUTUBRO
Essa problemática toca, em que diz respeito ã nessa luta ? E Óbvo que os problemas
que enfrentamos atualmente no „Brasil são bastante diferentes, mas, assim mesmo, nãc pede-
F?).0-0-G.Jq5

mos ficar indiferentes aos caminhos que o processo revolucionário mundial tomou desde 1917. '
Não podemos ficar indiferentes, em primeiro lugar, porque a Revolução Russa e seu desenvo^
vimento posterior marcou profundamente o movimento operário no mundo intá"o, e isso sent^
mos na própria carne.
Em segundo lugar, a existência da União Soviética e do campo socialista é hoje um dos
eixos fundamentais em torno do qual gira a política mundial e que influi nas lutas de clas^
ses em escala internacional e, consequentemente, nas lutas de classes em cada país.
Finalmente, não podemos ficar indiferentes porque íi experiência passada diz respeito
ao nosso próprio futuro.
O que não-devemcs -fa^er, e isso^oi um erro do passado, é ficar em função das lutas
de facções de PC‘s em outros paTses (seja do PC soviético ou de qualquer outro - os rótulos
podem mudar, mas o sistema é o mesmo). Nossa luta fundamental esta em funçãc da emancipa­
ção do proletariado em nosso país. Sõ ??sim podemos nos tornar um fator político e social
nas lutas de classes reais. E é a partir deste ângulo, que devemos procurar compreender e
absorver a experiência das lutas em outras partes do mundo.
Se nõs queremos tirar lições para o futuro, temos de aprender a distinguirmos aspec­
tos especificamente russos da Ditadura do Proletariado das formas que ela tomará em outras
revoluções, que se dêem em ou^-as circunstâncias. Uma lição ja podemos tirar da Revolução
Russa: a democracia socialista não é um princípio abstrato, mas necessita de condições ma
teriais criadas antes da revolução, que o proletariado transformado em classe dominante ”
possa aproveitar.
Não se trata propriamente de uma novidade para Marxistas. 0 próprio Marx jã salien­
tou: "do que se trata aqÜT^Ó de uma sociedade comunista como se desenvolveu sobre as ba­
ses que lhes são próprias, mas,pelo_contrãrio, tal como acaba de sair da sociedade capi­
talista". A experiência soviética sõ__nos mostrou concretamente as consequências previs­
tas teoricamente. No caso russo, porem, temos de levar em conta o grau incipiente do de­
senvolvimento do capitalismo: também o proletariado russo herdou "os estigmas da antiga
sociedade que o engendrou".
Nesse sentido, a experiência soviética ainda e a mais rica para nõs (mesmo no senti­
do negativo). A China principiou de um ponto de partida mais baixo ainda. E os países i£
dustrializadcs, como a Alemanha Oriental ou a Tchecoslovaquia, onde a revolução e a cons^
trução socialistas poderiam ter partido de um nível mais alto, não estavam em condições
de apresentar uma alternativa, porque desde o início o modelo soviético lhes foi imposto^
de cima para baixo. Conhecemos os conflitos que esse fenômeno gerou e que o problema está
longe de ser superado, como mostra atualmente o caso da Polônia.
r

Atualmente, e_hã muito, a União Soviética perdeu a sua força de irradiação revoluci­
onária. Em consequência da sua política interna e externa despertou inclusive hostilida­
de em vastos setores da esquerda mundial, que neqam nela qualquer carãter socialista. (Em
outros setores da "esquerda" essa hostilidade não passa de um anti-comunismo velado por
uma fraseologia radical). Como revolucionários marxistas temos de evitar julgamentos cmo-
cionais e simplistas. Não podemos nos colocar no gonto de vista de querer rejeitar uma re
vclução porque não gostamos da forma que tomou. Não podemos querer elaborar alternattas
pará fatos históricos. Disso, a própria historia terã que se encarregar. A revolução mun
dial começou em 1917 em Petrcgrado e, se ela tomou rumos não previstos pela geração que
a fez, r.êm por isso deixou de ser um fator que mudou a face do globo. E e justamente por
isso, pelo fato de o socialismo ter ultrapassado o estágio da propaganda e ter-se materi­
alizado em condições concretas, que perdeu a sua imagem imaculada para tomar formas his­
tóricas determinadas. .f .
Sob a influência direta.da Revolução de Outubro, criou-se um campo socialista^que,
apesar das suas contradições internas, liquidou o sistema capitalista nos seus domínios
e que constitui uma ameaça permanente para o capitalismo e o imperialismo no resto do
mundo. Assim como se formou, sob a influência direta e o exemplo da liderança soviética
e uma criação com uma cabeça de duas faces. A própria URSS não segue mais uma política de
fomentar revoluções no mundo capitalista. Isso os PCs de orientação soviética demonstram
diariamente. Mas, onde revoluções surgem de força própria e criam um fato consumado, a
URSS é obrigada a apoiar e sustentã-las. Temos esses exemplos de Cuba ã Etiópia. São os
interesses vitais da União Soviética que a impelem a apoiar a expansão do campo socialista.
Também a burocracia não pode ignorar que a vitória definitiva do socialismo no mundo sa
se pode dar em escala mundial. 0 intercâmbio comercial com o mundo capitalista não pode
substituir a divisão de trabalho socialista internacional. Nesse sentido, a URSS represeji
ta um aliado contra o imperialismo, principalmente no campo militar.
Se nós dissemos que a democracia socialista necessita de uma base material, deixada
.22 .
/ 1' .Pâ:..tó'(Ô \o(,
püla sociedade anterior, tocamos num assunto que nos diz particularmente respeito. 0 qu..
para a Rússia era o atraso e as tradições semi-bárbaras, para nos e o subdesenvJvimento e
as estruturas herdadas do passado colonial. Isso quer dizer que a revolução socialista no
Brasil estaria condenada de antemão a sofrer degenerescências ? Bem, não somos tão pessi­
mistas.
Objetivamente, nenhuma nova revolução, e isso inclui anossa, se dará em condições
tão desfavoráveis como se deu a russa. Nenhuma nova revolução ficará mais isolada no mun­
do capitalista, pois hoje existe um campo socialista que, direta ou indiretamente, serve
como escudo e apoio. Nenhuma nova revolução, inclusive a nossa, estará sob a pressão do
precisar industrializar em tempo tão curto e exigir sacrifícios materiais tão grandes, co
mo foi o caso da União Soviética nos anos 20 e 30, sabendo que tinha pouco tempo p'.ra en­
frentar novamente a agressão imperialista.
Isso, poréip, sÕ e o pano de fundo. Especificamente, no que diz respato ao grau 1e rle
senvolvimento capitalista da sociedade brasileira, já está incomparavelmente superior ac
existente na Rússia Czarista. 0 desenvolvimento brasileiro na indústria e a gr^dfjza nume
ric- do nosso prolekriado são mais favoráveis do que tinham sido no reino doà Cza* ?s, na
véspera da sua derrubada. No momento da Revolução de Outubro, 80% da populaç"o vi> ! v‘r<-
da no campo. No nosso caso, a população rural não ultrapassa 35X.
No que diz respeito ao campo, não lidamos com o tipo de camponês europeu, individua­
lista. Entre nós, formou-se um proletoriado rural, direta ou indiretamente assalariado,pa_
qual a propriedade individual da terra não terá o peso que teve na Rússia põs-revo
Ijcionãria. Neste terreno, temos a aprender mais com a revolução cubana do c;uo com ? rus­
sa.
0 nosso proletariado não atingiu ainda o grau de disposição de luta revolucion'~ia,
que caracterizou o russo sob o czarismo. 0 caminho da formação^da classe operaria n Bra-
s 1 indica outras características. 0 proletariado brasileiro já dispõe de certa estrutura
s ndlcal, que, embora atrelada, se tornou um fator social no país, que tem de ser levado
er. conta pela classe dominante. As lutas coletivas de massas dos últimos anos já msstraram
c. tendência para o rompimento das cadeias impostas. E isso indica também a importância
q"o esse futuro movimento sindical livre tera para a formação política da classe. Tudo de
pendera evidentemente do desenrolar das lutas e do grau de iniciativa e de participação
u;s massas^proletarias nelas. São esses os fatores que *ormam a classe, que desenvolvem a
s’,” experiência coletiva_e a sua capacidade de autogestão. São esses os fatores qi'2 possi_
b).itam superar a situação na qual as vanguardas, formadas principalmente por elementos
vir-Jos i clasre media, procuram falar pela classe operaria.
t dessa lesenvolvimento do proletariado_brasileiro que dependerá, enfúltima irstancia
, i nível da futura democracia socialista. Não há dúvida de que a revolução socialista bra
sileira terá que lidar com a herança do atraso em que_a classe dominante nativa e o impe-
rirlismo deixará c país. Não hã dúvida também que será preciso de mais de un gerao'-' pa­
ra ’evar o seu povo, principalmente do interior, a um nível cultural e técnico qut nranta
o pleno desenvolvimento de uma democracia socialista, que leve ao definhamento do ”tado
e, 'orn isso, so definhamento de qualquer demoa-acia.Mas limitações impostas r r ror~‘ções
ofc.. :tivas airida nao significam degenerescência. Nem o socialismo soviético catava z. toma-
tic mente condenado a degenerescência. Esta, no caso russo, foi produto de fatores histó­
ricas concretos, que procuramos caracterizar.
Finalmente, no^nosso caso, hã o fator da consciência da problemática, do aproveita­
mento de uma experiência. "Liberdade é o conhecimento da necessidade", já disse H: no
qu eoi apoiado reiteradamente por Engels. E esse conhecimento c um fator que evitai qus
‘r "oprios revolucionários se tornem vítimas das forças sociais cegas. E esse conheciren
'sssas experiências, têm de ser transmitidas, não só a uma elite, mas à própria clojf“
ia medida em que o nível Je luta o permita.
Por isso, o atual nível degluta, ainda predominantemente econômico e incipiente do
I- to de vista da atividade política do nosso proletariado, não nos deve fazer perder de
•a os objetivos finais. Foi isso que sempre distinguiu revolucionários de reformistas^
o quando se encontravam najnesma trincheira. Por isso,_tambêm, essa discussão para nos
.1 w "abstrata", não Ó privilégio de"teõricos" que "não têm nada a_fazer". Ela faz parte
dj formação de comunistas brasileiros, que saibam aplicar a experiência do marxismo vive
a realidade do seu país.
a A A M O C R ÍílC A NECESSÁRIA DA OgCiAMIAÇAO
A BDttCmCTTOIZAÇÃa BA AÔÏÎAÇAO S PBDPAGAHÖA -

JANEI BD/77

nf39
(espt ci a i )

«ï n iliHMimi— 'WiWiwiiianilim«ï'"MiWiriiiiiii u m m » miiiiiiinrinrwnnf riwrri


ioi

A A U T O C R Í T I C A N J C E SS/ RI A DA O ^ G a NIZAC/ iO
A •DESCAKACTSRI2ACÃO DA AG IT A Ç Ã O E PiíÜa'AGA,,Dk

O Proj eto sobre C o n j u n t u r a e Tática a ser apresentadojpelo Cü a pró


xina Con fer ê n c i a deverá conter necessariamente una introdução en que c o n ­
ceitos n a i s gerais cia práti ca r ev olu cionária l eninista fiquem devidamente
esclarecidos.
Em primeiro lugar, é de se fixar a relação da Tática com a E s t r a t é ­
gia e o P rog r a n a e os pr incípios m a i s gerais da p r á t i c a revolucionária.
Ao contrário ""as conceições reformistas e revisionistas, a Tática
nao p ode ^ s e r vista como uma etaça autónoma em relação à estratégia. A de-
terninaçao da tática r evolucionaria pela estratégia revoluc io nár ia é sem
pre a t u a l , a Tática deve estabelecer, pois, a cada conjuntura, m e i o s de
luta e forcas de organização e luta que possibilitem vitórias e ganhos que
sejam, ne s t a m e s m a conjuntura, revolucionários.
A incompreensão deste princípio político po r parte dos revisionistas
de diversos m a t i z e s tem p or causa teórica (alem de causas polí ti cas e h i £
tóricas m a i s gerais) a interpret aç ãqé inp li sta e linear do processo r e v o ­
lucionário russo e da p r á t ica bolchevique. Velhos e novos "taticistas" teu
uma p rof und a incà. acidade de ent ender o caráter r e v o l u c i o n á r i o , estratégi
coj^que poss uía 'a luta pela denocrada bu rg u e s a na Éússia cie antes de fev”
re iro de 1917.
Em "Duas Táticas da Soci al -Dt mo cra cia n a Revolução De mocrática",Le-
n i n afirma: "Os m a r x i s t a s estão convaiicidos do caráter b u r gu ês da R e v o l u ­
ção russa." Ora, isto evidencia que a luta pela democracia era d i r e t a m e n t e ,
ii lediatanente, uma luta r e v o l u c i o n á r i a o u se^a, ama luta que conduziria
a mu da n ç a s estruturais na _s ociedade russa da epoca. Daí o empenho dos r e ­
v o lucionários russos, então, na luta pela revolução democrática. No caso
brasileiro é necessário que perguntemos: A lúta pela democracia b u r g u e s a
e uma luta diretamente revolucionária, nó país ? A obtenção da repúb lic a de_
m o c r á t i c a e das liberdades democráticas vai significar (em si, como no ca
so da Rússia) uma revolução social ?
Os revoluc io nár ios atuam, sempre no sentido direto da revolução,
longe de ser voluntarista, esta frase é o divisor de águas entre a práti
ca revolucionária e a prát ic a r e f o m i s t a . A tátiça rev olucionária surge,
então para fixar a ca£a mom en to .conjntural os m e i o s e as fornas de luta
levando en consideraçao a correlação de forças entre as classes funda me n
tais. Diz L e n i n em “Projeto de Pro g r a m a de nosso Partido": "0 Pr og ram a
deve deixar aberta a questão dos meios, deixando sua escolha a critério
das organizações que lutam e dos C o n g res so s do Partido, que sao os que
fixam sua tática." M a i s adiante: "Para evitar equívocos, disremos desde
já que a. nosso ver nos m o m e n t o s atua is o terror é um m eio de luta fora _
■ propósito que o Partido (enquanto P a r t i d o ) deve rechaçar, enquanto nao
ée ;rodázir uma m u d a n ç a na situaçao que exija uma m u d a n ç a de tatica."
, .>./«,■>
*
-••i-i, .,
Estas colocações iniciais sobre estratégia e tática -(assunto a que
voltaremos m a i s adiante) se fazem no sentido de int rod uz ir a resposta^a
•’'•fvrgunta: onde errano-s ? Teríamos errado ao s u s t e n t a m o s nossa es ora te—
■gia revolucionária na ~o bjetivaçao fio GRT ? Estaria errada a tática prol
tária de acumulação de forças a p r o v a d a na III C o n f e r ê n c i a ?

C o n sid er amo s correta a linha-ayal das noss as concepções e s tra té gi­


cas e táticas atuais. 0 nosso erro basi co esteve na foraulaçao ^errada rLe
um ^«incíuio político geral da prát ica revolucionaria: o conceito de a g i -
taçao e propaganda. E, deixemos isso b e m claro, nao se tratou de um erro
h t e ó r i c ò " ; ele se fez presente em toda nossa prática, n i n a nd o d i a r i a m e n ­
te nossas atividades, en todos os níveis. A prática, ressentindo-se d e s ­
te erro, viu-se desarticulada, exigindo, entre outras coisas, a inplanta
ção oficiosa de una pol ítica de improv is açõ es p or parte de nossos m i l i ­
tantes nas frentes, ficando assim aberto un>feSL>aço para a d e s a g r e g a ç a o ..na
0. De uma m a n e i r a geral, po dem-se e ncontrar aí as causas organicas das
divergências partidá ri as do pós-III Conferência.
B a s i c a m e n t e , nosso erro centrai s e^ caracterizou ao sermos confundi
do o conceito de pa la vra s de ordem de acao com o de agitaçao p o l í t i ca.
Bn Lenin, a questão se ool oca man ei ra f undanentalaente cliversa;
a p a l a v r a de orden de ação (ou o chamamento à ação) está ligada ao n o m e n -
to específico da açao4 linitando-se a isso. V ejanos cono a questão é v i s ­
ta no "Que Fazer" : "Nao se pode charar a n a s s a a una ação - no sentido con
creto^da palavra, e nao no seu sentido geral - a nao ser no próprio lugar
da ação; nen se pode exortar os outros à ação sen se dar o exenplo no ato."
Já a agit-prop, ainda segando Lenin, se darão, anbas, en cina dos
objetivos revolucionários, se diferindo apenas no seu alcance de n a s s a e
na^quantidade de conceitos veiculados , ou seja: a agitação coloca poucas
ideias pa r a n u i t a gente; a propaganda coloca várias idéias a poucas p e s ­
soas; quanto aos veículos, a agitação se faz principalxmente de viva voz,
enquanto que a propaganda se faz, tanbén p r i n c i p a l n e n t e , por neio da pa­
lavra escrita.
Quanto à p lat aforma de lu ta s,-Lenin não a vê cono un iten da^Tática,
na s sim, da estratégia,^do prograna, dividindo este en r eivindicações fun
danentais e reivindicações parciais (ver "Exército Revolucionário - Gover
no Revolucionário", julho de 1905). A estas questões retonarenos de n a n e i
ra n a i s específica n a i s adiante,
É inportante destacar que a nossa au to crí tic a não se deve a urm su­
posta fidelidade f o m a l aos textos de Lenin. 0 fato real é que os nossos
erros poden-se explicar - e se explicam, efetivamente - en f u n são de nao
ternos le vado en conta estas definições; pelo contrário, nos pautamos por
u n a prá tic a que as ne gava frontalmiente. Vejanos n a i s detalhadamente.
P o r h a v e m o s desenvolvido n o s s a agitação apenas^en cina das palavras
d e o rd en/1 .e aç ã o .J f ono s incapazes dex fazer uma agitação pol í t i c a do pró­
prio GRT nos no v i n e n t o s de massa. No caso Herzofe, p o r exenplo, en vez e
a g i t a m o s ^ a palavra de ordem do GRT li gada à especificidade da questão-
(destruição do aparato re .ressivo do Estado burguês) nos perdenos na pro-
pos^a da luta contra a PEG. Este fato^nao foi isolado. ífci todas as nanifVjs
taçoes e n o b i l i z a ç o e s estudantis, ao/íao a g i t a m o s o GRT de n a n e i r a explí­
cita, acabamos por deixar aberto un largo espaço político preenchido pe -
los denocratistas e reformistas con a agitaçao da democracia e das l i b e r ­
dades democráticas.
f Quanto a nos sa prppa^anda, ela foi feita de m a n e i r a absolutamente
[empírica, desorganizadaJTo que seria o principal instrinento - o JN - re£
trito n a sua distribuição a quadros que, na prática, já se comprónetian con
a estratégia geral; alem de tudo, o próprio jornal se transforma em instru
mento de instruções, de palavras de orden inediatas, descaracterizando-se
de ■seu par>el central de veículo de propaganda revolucionária; por outro la
do, os cadernos operários e estudantis - os que chegaram a ser elaborados -
não encontravan claramente definidos suas funções e seu papjel.
Entretanto - é b o m que se destaque já aqui - o fato de nos autocri-
t i c a m o s de h a v e r estabelecido uma ligação errada entre agit-prop e p a l a ­
vras de ordem de ação não significa que entre ánbas nao deva existir r e ­
lação alguma, como querem os demoerstistas e cen tri staá.^Bibora a agit-
prop não seja a m e s m a coisa que pal av ras de ordem de açao, isto na.o sig­
n if ica que elas possam se contradizo' ; mais, isto nao quer dizer que elas
cejan independ ent es em seu conteúdo. Eis como L e n i n viu a questão: "...
É ^oreciêo un prograna, que deve expBssar nossos conceitos fundamentais,
fixar com exatidao no ssas tarefas pdíticas i n e d i a t a s , ^assinalar as r e i -
v i n d i c ações n a i s próximas que são as que deven determinar o conteúdo do
nosso trabalho de a g i t a ç ã o . .." ("Projeto de Pr ogr am a de Nosso Partido"-
grifos nossos).
De tudo, o que se conclui é quB, n a realidade, a no s s a p ratioa foi
conpronetida por un erro geral. Assán, a rigor^ a a utocrítica deve— se si­
tuar no canpo geral, en todos os nivéis da p r a t ica partii.aria, ja^que to_
da ela esteve n i n a d a pel a defoimaçao en torno de un principio político
básico da p r á tic a revolucionária: o p rincípio a agit-prop r e v o l u c i o n a ­
ria. ~ ... . .
jUo

Vendo pois agora a neces sid ade ^d a agitarão e pr opaganda constantes


dos objetivos revolucionários estratégicos, ve-se também, de m a n ei ra i \r'.-
d i a t a , a necessidade de se explicitar o p rog ra ma do GRT. Isto p o r q u e , a
forma em que éLe se encontra no PSB - apes ar de essencialmente justo - a-
in d a é mu i t o geral e pouco detalhado, para p o d e r dar uma resposta à co m­
plexidade dos ac ont ecimentos sociais a que nos devemos referir através la
agit-prop. £o não h ier ar q u i z a r as r à vindica ç õ e s , deixando desse çiodo c l a ­
ro as que sao fundamentais e as pa rc iais,© pro g r a m a do GRT constante nc
"“3B deixa espaço para " interpre t a ç õ ® táticas" que podem acabar por negá-
_o em seus princípios básicos, na prática.
0 Programa, pois, deve conter um corpo coeso de rei vi ndicações fun
danentais e parciais, (estas derivancb daquelas ou as supondo), sendo que**
"ãs f un damentais se refiram diretamente ao poder, como b and e i r a p o l í t i c a .
Deve assim, refletir os interesses de cada setor da sociedade e frações
de classe que estejam o b j e t i v a m e n t e .interessados em compor a Frente R e v o ­
lucionária dos Trabalhadores da Cidade e do Campo, explicitando ap formas
e organismos de poder, os organismos de base de sustentaçao deste poder,
eto. Só assim poderemos falar em GRT enquanto um determinado governo pro-
'isorio, fruto de uma determinada famaçao social, em direçaó a ditadura
o proletariado e não em um vago "governo de trabalhadores" que apenas
ui to dificilmente p ode ríamos d i f e r m o i a r da pr ópr ia ditadura do proleta
i Lado, correndo, assim, o risco de nos alherarmos à c on cr eti cid ade las
utas de classe no laís, de diluirmos nos sa intervenção no propagandismo
•iostrato, deixando espaço aberto para a proliferação da aventura ou do
oportunismo.
Antes de passar mo s ao Programa, convém algumas observações a r e s ­
peito do Congresso dos Trabalhadores. Nas Teses da direção p ara o VI Con
gresso, em especial a tese de sindicatos, fica explícita uma visao de que
o Congresso dos Trabalhadores seria uma espécie de união de sindicatos
de trabalhadores, algo como as CGT. Pa re ce-nos justo, no entanto, ver o
Congresso dos Trabalhadores como órgãos de p o d e r local, regional e n a c i ­
onal formado por deputados de trabalhadores eleitos pela base, quer esta
seja uma fábrica, um sindicato, uma associação pro let ár ia de bairro ou
associações de estudantes,pintei ectuais - para citar apenas algumas p o s ­
sibilidades. Co ngregando não apenas os trabalhadores sindicalizados, mas
todos os trabalhadores, empregados ou desempregados, eleitos dentro de
suas organizações de- base , o Cong res so de Trabalhadores terá uma a m p l i ­
tude sem dúvida m a i o r e m a i s abrangente que a de uma CGT, nos m o l d e s como
ela é ge ral me nte formada, como união de sèndicatos. A respeito das bases
* abris, p ar a evitar malentendidos, as DS's deverão ser eleitas p or toda
a m a s s a da fábrica, quer seja sindicalizada, quer não,e deverá ter poder
de centralizar as lutas de fábrica, dirigi-las, podendo-se colocar tam­
b é m a seu encargo o controle da produção. Vejamos o programa:
P R O G R A M A DO GOVERNO R EV OLU CIO NÁ RIO DOS TRABALHADORES
1. Instalação de um Congresso de delegados de trabalhadores da cidade e
do campo como base p ol ítica do novo jioder.
- instalação de congressos m u n i c i p a i s e estaduais como base do po d e r
local e regional ,
- eleição dos delegados nos orgaos de base dos t r a b a l h a d ò r e s : delega­
ções sindicais, sindicatos^ associações prole tár ia s de bairro, enti
dades estudantis, a ssociaçoes de intelectuais, e todos os demais or
gaos de representação de base das trabalhadores e seus aliados
. Destruição do aparato' repressivo do estado burguês.
- Vlestruição do Exército » M a r i n h a e A ero ná utica/
- destruição da políc ia civil ^
- destruição dos aparatos especiais de repressão - C O D I , OBAN,etc.
- formação das m i l í c i a s de trabalhadores e das Forças Armadas R e v o l u ­
cionárias ; •
Livre funej.onamento dos sindicatos, das Delegações Sindicais e CG .
- fim do atrelamentó sindical
Livre funcionamento das entidades estudantis locais, UE E ' s e UNE.
Livre funcionamento de qu ais qu erássociações sustentadas p o r trabalha- *
dores da cidade e do campo e seus aliados.
Livre funcionamento para os partidos políticos dos trabalhadores à
base do programa revolucionário.
- repressão aos partidos políticos burgueses e contra-revolucionários
Livre funcionanento da inprensa das associ açõ es revolucionárias de
trabalhadores.
- retirar dos burg ue ses o controle da grande imprensa

.2. Nacionalização dos b ancos e sua fusao em um banco único.

3. Nacionalização dos m o n o p ó l i o s nac i o n a i s e estrangeiros e das fontes


principais de m a t é r i a prima.
- controle operário das empresas n aci on alizadas

4. Naci ona liz aç ão^ da terra. Fim do latifúndio.


- coletivização das grandes faz endas capitalistas
- formaçao de cooperativas de i^equenos produtores, que terao g a r a n t i ­
do seu direito de posse sobre a terra
- distribuição de terra a posseiros, arrendatários, parceiros e a
pe quenos camponeses - gar antia da posse da terra que ocupam

5. F o m a ç ã o de Co op erativas de consumo de forma a combater a especulação.


- serão compostas p o r representantes de trabalhadores da cidade e do
cajnpo

6 o P lan ificação dos setores b á s ic os da economia.

^N7. Fim do arrocho salarial.


- aumento geral dos salários, de forma a recuperar o nível de vida
perdido a p ar tir de 1 9 6 4
- jornada de trabalho de 8 horas
- e::terfsão das garantias trabalhistas para o campo
- pelo fim das condições de insalubridade
- m e d i d a s de combate ao desemprego
. - papam e n t o das h o r a s - e x t r a de
- salário igual para o m e n o r

Fim da p olí t i c a educacional do governo burguês.


- fim do pagamento do ensino, em todos os níveis
- fim do exame ves ti bul ar para o acesso à universidade - id.jubilaçao
- fim da intervenção das empresas capitalistas na vi d a da universidade
- fim das universidades particulares - naciona li zaç ao das existontos
- fim da tecnização do ensino - currículos abertos para a realidade
social e a necessidade dos trabalhadores
- gestão da universidade por comissões pa ritárias de alunos, p r o f e s ­
sores e funcionários eleitas
- alimentação e ma te r i a l didático gratuito, b e m como habi taçao e
transporte
- pes q u i s a voltada p ar a os interesses das m a s s a s trabalhadoras

III.

Visto, pois, que é o próprio p ro grama que estabeleceras reivindica-


• ções oarciais revolucionárias, nao há assim, um espaço político pára que
as m es mas sejam colocadas no campo da tática.^A tática, portanto, vai se
referir a m e i o s de luta e foimas de o r g a n i z a ç ã o .adequados a cada momento
conjuntural. A tática, portanto, não pode ser vista^como algo autônomo
em relação à estratégia, nem mu it o menos, contraditório.
Conclui-se, consequentemente, que não /çode ha v e r uma identidade
conceituai entre re iv indicações pa rciais e tati ca.
Se em uma determinada co njuntura (como a que vivemos^atualBante)
nao é possível se obter m a i s que vitorias parciais, isto nao vai signiíi_
car que a n o s s a tática vai ser de "vitórias parciais". Isto p o r q u e ,^ape-
F 3 .</>• é - G , p j P

sar de a tática ser de terminada pela conjugação de fatores objetivos (a


força da classe, sua capacidade - ou nao - de ec rtóbilizar unific cV :c. -
te) e subjetivos (a força da própria vanguarda), ela será sempre um i n s ­
trumento da vanguarda frente ao m o v im ent o espontâneo, visando atingir d e ­
terminados objetivos.
0 que nos^vai separar - e nos separa realmente - dos democratistas
e reformistas não é o fato dé termos táticas diferentes, em primeiro lu~
-gar. A linha demarcatória está no campo .do p ro gra ma mínimo. Pa r a eles,
programa m í n i m o é democrático (a esse respeito, veja-se o exemplo de 0 -2 ,
que apesar de aceitar o GRT em princípio, acaba p or fundar um pro grama
tático que cumpre, em termos políticos, o papel que caberia na verdade ao
programa do GRT, rompendo portanto com este n a p r á t i c a ). Para nós o p r o ­
grama m í n i m o é revolucionário, é o pr ogr am a do GRT. É evidente que, neces
sarianente teriam s que ter táticas diferentes.
Ao acreditarem que a democracia é uma etapa estratégica r e v o l u c i o ­
ná ri a (mesmo que nao admitam isso v a b a l m e n t e ) , ou seja, que a obtenção da
democracia já coloca o proletariado ao nível do poder, os reformistas vão
p r o p o r m e i o s de luta (por ex.,_petições a m i n i s t r o s lamuriando contra a
censura) e formas de organização (parlamento, oposição sinOical eclética,
etc.) de acordo com a sua estratégia.
E exatamente pelo fato de que a democracia ser nec es sár ia enquanto
uma saída temporária da b urg u e s i a é que se identificam a tática bu rg u e s a
c as táticas democratistas e reformistas. Assim, a linha rera] das táti­
cas reformista e dem ocr atista/oloca (mesmo sem terem consciência disso)
;eu açúmuio de forças dentro de um projeto geral democrático-burguês.
P o r nosso lado, no ssa tática (meios de luta, formas de organização
para o movimento) deverá se p r e o c u p a r com a qualidade de classe do acunu-
lo de forças, mes mo qúe tal acúmulo só se dê hoje m m a parc ela bem de te r­
m i n a d a dos trabalhadores.
Dizer que isto vá significar o a ban do no do m o vim en to é^errado;
errado porque, sendo explícito nosso pr ogr am a de reivindicações, ele vai
dar conta de quaisquer mobilizações, de quaisquer movimentos; também •£
errado porque nos parece evidente^que a exirtencia da p r ó pri a camada r.van-
çáda se fundamenta nas m a n i f e s t a ç õ e s isoladas de toda a classe. (E aqui
m a n i f e s t a m o s m a i s uma vez que o Projeto nao fazia essa ligação necessária.)
Enquanto linha geral de uma tática proletária, o acúmulo de forças
vai-se colocar sempre, em qualquer conjuntura, a nao ser na crise r e v o l u ­
cionária, quando se coloca na ordem-do-dia o assalto ao poder. E se dize­
m o s tática prol et ári a com tanta êrfase,.é porque para os democratistas
eles já lutam pelo poder, pelo governo democrático.
Dizer que noss a po lítica é sectária, i nt ernista ou isolaçionista .
nesse contexto todo só pode estar a serviço da adoção deúma prática es-
p o ntaneísta que pode, inclusive, render-se ao democratismo. À esse r e s ­
peito, vale a{)ena citar alguns trechos de LeniniÈfcvO sentido histórico da
luta interna do partido na Rússia" (texto de 1910), ele afirma; "Falar
da luta de tendências n a revolução russa pondo rótulos tais como 'secta­
rismo', 'incultura', etc., e não dizer uma pal av ra sobre os interesses c-
conômicos fundamentais do proletariado, a b u r g u e s i a liberal e o campesina
to democrático, é descer ao nível d e ^ o m a l i s t a s baratos,." No texto "0 Po-
pulismo e liqui da cib nis mo como E l e men to s de Desintegração do M o v ime nt o D~
; e r á r i o " , texto de 1913, ele afirma; "Somente contra estes grupos e gru-
Vnhos (em dur§ luta, inevitável nas condições b u rg ue sas e entre uma se­
rie de flutuações pequeno-burguesas) se estrutura a unidade real das nas
.sas’ operárias dirigmdas pela m a i o r i a dos p rol et ári os com consciência
c l a s s e ." (grifos do autor)
A acusação de " divisionismo" o u ’ de que "rachamos" o m ov i m e n t o só
pode v i r ,_ p o r t a n t o , acompanhada da abstençao de dar umg<6 onsciência e uma
organização proletárias ao movimento. A existência de f rações no m o v i m e n
to em suas diversas fases não á um fato novo, nem pode ser visto como aX-
go estranho ou amedrontador.
Analisando o m o v i m e n t o operário alemão de 1902 em. "0 Que^Faéer",
segundo capítulo, lenin, m a i s uma vez, aborda a questão; "Também no p r < -
sente,* a classe op eraria alema esta fracionada, se se po d e ^ u s a r esta ex- 4
pressão, em várias ideologias: uma parte doe operírij.á c t' agru.
.sindicatos operários católicos e monárquicos; outra nos sindicatos Hir sch -
Drincker, fundados pelos admiradores bur g u e s e s do tvade-unionismo i n g l e c ;
uma terceira, nos sindicatos socjais-democratas. Est a última é i n co mpa ra ­
velmente m a i o r queas demais,-porém a ideol ogi a social-democrata só pôde
co nq uistar esta supremacia e só poderá m a n t e - l a desenvolvendo uma luta
sem tréguas ('porfiada', em espanhol) contra iodas as demais ideologias."
(grifos nossos)
Na h i s t ó r i a ‘atual vemos também exemplos desta divisão. No movimento
operário espanhol, no movim ent o operário argentino, no movi me nto operário
italiano, etc. Ninguém deve se ame dro nt ar com isso, a m e n o s que esteja
disposto a fazer sérias concessões de princípio*
Noss a tática deve visar a criçao de frações proletárias no interior
do m o vim en to e explicitar formas de luta e de organizaçao adequados à c.-n
juntura. Deve dizer os m e i o s de lu t ^ os i nst rumentos específicos a seren
utilizados n: t r a b a l h o ,^articular 0síhei03 abertos e ^ c l a n d e s t i n o s , legais
e ilegais p a r a a obtenção dos objetiwos de unificaçao da p a r c e l a combati­
va sob a p e rsp ec tiv a revolucionária.

Os conceitos de lutas parciais, lutas gerais, lutas econômicas e lu


tas p olíticas só podçrão ser cornpre ©d i do s se v istos dentro dos puincí; ios
gerais da práti ca revolucionária, não se reduzindo ao campo da p rópria tá
tica, ou da estratégia ou do programa.
Lenin, ao dividir o Pro grama em "reivindicações fundamentais e r e i ­
vi ndicações p a r c i a i s " , coloca as duas categorias no campo das r e i vi ndi ca­
ções revolucionárias. Sob essa ótica, nao tem sentido a contradiçao luta
econômica.x^luta política. Seria, por exemplo, ridículo dizer que os ope-
rários de São Petersburgô seriam economicistas ao se m o b i l i z a r e m em 1 9 OS
sob a "palavra de ordem de luta" de "jornada de 8 horas e anuas i" (vor
"Infoime sobre a Revolução de 1905", de Lenin; texto escrito em janeiro
de 1917). Também nao teria sentido acusar L e n i n de economicista quando
ele inseria a "jornada de 8 horas" entre as r ei vin dicações^fundamenta is
"na qualidade de^bandeira p o l í t i c a " no programa revolucionário em julho
de 1905 (ver "Exército Revolucionário e Governo R e v o l u c i o n á r i o ,1905)•
A questão de ser economicistç. ou nao se refere à po litica levada
pela vanguarda, às concepções gerais desta va nguarda em relaçao à luta
pelo socialismo, ao papel a ser deseçipenhado pelo proletariado - isto num
plano m a i s geral - e aos m e i o s de luta e foimas de organização propostos
e imprimidos p or esta va nguarda no movimento.
Ao dizermos que a proposta de um índice que nao questiona o arro-
cno é economicista, o dizemos porque este entra em contradiçao com a agi
tação e pr opaganda da luta contra o arrocho^ caracterizando um i s o l a m e n ­
to entre a reivindicação parcial (liia pelo índice) com a agitaçao^e p r o ­
paganda da reivindicação geral, fundamental, política, revolucionária (lu
ta contra o arrocho salarial); aí sim estaríamos realizando uma política
tradeunionista, se não questionássemos o arrocho já no índice.
Quanto à questão de que o í n d j ce q.ue questiona o arrocho nos "af~s'*
;aria d a massa", só podemos dizer não derem os p a u t a r nos sa política e
‘caminho m a i s fácil, que nem sempre (ou quase nunca) é o m a i s justo. E ■
"Que Fazer" , L e n i n critica esse tipo de raciocínio: "Rabocheie Deil '
ga inclusive a general iz ar este grande preceito, acusando Iskra e Zaryá"
'opor seu p ro gra ma ao movimento', 'como um espírito que se incorpore no. ^
um caos amorfo'. P or ém - pergunta,. L e n i n - em que consiste o papel da s -
cial -democracia senão em ser o 'espírito' que nao só se incorpora sob
o movim.ento espontâneo, m a s que tambem eleva este^.yltimo ao nivt-T de__
programa ?" - grifos originais. Ou. ainda; .'"Pois nao h á de consistir en
seguir se arrastando a reboque do m o v i m e n t o coisa que, no m e l h o r d.os c a ­
sos» seria inútil para o m ov i m e n t o e, no pior dos casos, extremamente n o ­
civa." - grifos originais.
F 3 . <£>•<£•G > , p . 314

Quando colocamos no Projeto ant e r i o r que "a democracia aeria a^ior


coisa do mundo", fomos criticados p o r nosso sectarismo, m a s a crítica re
al, que pre cis ar ia ter sido feita, não o foi.
A afirmação é errada pelo fato de encobrir conceitos que nos são es
senciais para a prática revolucionária.
Em primeiro lugar, nega, na prática, a análise da implarptação da de
rnocracia bur gu esa no pais enquanto v á l vu la de escape das tensões políticas
provocadas pelo aguçamento da atilai crise geral do po d e r b u r guê s no país,
como instrumento de controle da radicalização do mov i m e n t o de massas. N e ­
ga, n a prática, a análise da pró pri a inevitabilidade do advento da democra
cia burguesa.
A que&tão central, m a i s importante, nao é questionar se >x> período
de democracia b urg ues a será bo m ou ruim (embora isto seja importante tam­
bém); o m a i s importante é evidenciar claramente o advento deste período
nas suas caracterizações centrais: sua provisoriedade, seu caráter burguês
e sua inevitabilidade enquanto desfecho das lutas de classe atuais.
E o advento da democracia bu rg u e s a será inevitável exatamente pelo
fato de que as m a s s a s se encontram sob controle ideológico do p o p u l i s m o .
Viáto isso é que pode mos nos per g u n t a r se o periodo democrático será bom
ou ruim par a o proletariado.
A resposta, entao, fica clara. Já que só é possível m u d a r a i d e o l o ­
gia das m a s s a s no fogo de suas própria s lutas, é evidente que é neste p e ­
riodo de democracia bur g u e s a que poder emo s ganhar as m a s s a s para uma p e r £
pectiva r ev olucionária proletaria, já que, então, não estarao sob o con -
trole repressivo direto da burguesia.
Es peramos que n i n g ué m tire disso a "conclusão" de que então devería­
m o s lutar atualmente pel a democracia. Nossas análises já demonstraram exau£
tivamente o significado da p olí tic a democratista.
M a s a questão não se esgota aí. Na colocação de que "a democracia se­
ria a p i o r coisa do mundo" se manifesta, implicitamente o desprezo à carac_
terização rigorosa da crise revolucionária, os fatores que concorrem pa r a a
m e s m a e as tarefas da vaiiguarda aí.
Ne ss a m e s m a linha, o Projeto coloca que, muda ndo a conjuntura, o GRT
passa imediatamente a ser uma p a l a vra de ordem de ação. Ora,isto é errado;
era primeiro lugar, a pala vra de ordem de açao para a instalaçao do GRT nao
é o próprio GRT e sim a i n s u r r e i ç ã o . 0 GRT e a parte fundamertal do nosso^
programa que, naquela conjuntura (de^crise revolucionária) poderá e devrá
ser conquis ta da através da insurreição.
No entanto, par a que ocorra uma situação de crise revolucionária ó
absolutamente fundamental que - além de fatores objetivos - concorram fato_
res subjetivos (tais como a ^c ons ci ênc ia r evolucionaria das massas, preparo
das ma s s a s p a r a a insurreição) fatores estes cjue dependerão necessariam ente
da atuação da v anguarda proletária r e v o l u c i o n a r i a .
Assim, n.a práti ca ao formular tal frase, o Projeto obscurece noss as
tarefas no período democrático, obs 0 'recendo, assim mesmo, o próprio papel
da vanguarda na revolução.
IIIIIIIIII
IIIIII
II
•(fi* •G p - )l$
^ 3 - 0 . < £ • G,ip-Jtó
DECLARAÇÃO POLÍTICA

1Q Parte

CRÍTICA AS CONGEPCOES PROGRAMÁTICAS INTRODUZIDAS PELA III9CONF.

A) A VISÃO SOBRE DEPENDENCIA

’’Aprimeira questão que se coloca (5 quanto ao papel do pro­


blema da dependôncia nas nossas posições. E isso já coloca quo
se trata de um papel chave, decisivo. É nesse sentido que o pr£
je to situa;.a questão do Gov. dos Trab Ê por se treter de capi-
tâismo dependente que se situa a incapacidade estrutural do capi
tdismo brasileiro em dar respostas a suas contradições, em ter­
mos basicamente da relação entre a incapacidade de mercado e <> a
necessidade da s upcr-exploração. Dessa forma que a dominação do
classe no país, passa já a situar o papel estrutural da ditadura
militar, co mo resposta ao nível de tensão estrutural que a luta
de classes æsu m e , objetivamente radicâizada. É essa situação cb
jetiva que alimenta inclusive as visões voluntaristas (que não pïï
diam compreendê-la sendo, por ela arastada) da 'explosividado 1_
tente' das massas. Isso traz desde logo uma implicajão vital; ;
incapacidade do sistema em absorver o descontentamento d»3 nas­
sas, em atender às mais imediatas necessidades salariais, já qui­
lhes d inviável pagar o valor da força de trabàho, A inplicaç~j
necessária que daí decorre reside n a combinação entre luta polí-
ca e luta econômica que responda a essa realidade. Essa é a lues
tão chave no que toca à particularidade da estratégia e da táti­
ca para o pais. E ê por essa questão que se faz presente o pa­
pel da dependôncia nas nossas posi ç õ e s ’*. ( ’Tarefas Æuais da
D l ’, CN deaembro de 1975, pág.2)

1. Neste trecho do doc. de abertura da Dl iniciada com a III2 Conferên­


cia, o CN procurou sistematizar não apenas os pressupostos teóricos(base
ados nas teses de Rui Mauro) que estiver aia presentes na táãca recém-aprjõ
vaday como também definir os marcos para uma revisão daestratégia da or-
gmLzação. Dada aimportância que o tema em questão (dependência) exerceu
na linha da 0., co mo pressuposto máximo de uma série de desvios que che^
g a r a m a ameaçar nossa existência política, ê por aí que começaremos. Cri
t i c a r e m o s a visão da realJLzação externa da mais-valia e d$ necessid'ade ob~
i ’tiva super-e^ploraçao, pois e „justamente a partir dai que se desdobram
consequências politicas em -Çodos niveis: quer seja para desconhecer o pc-
p ■*1 da .vanguarda révolu cionarir baseada no programr socialista, quer seja
ar.rn desconhecer o panei das lutas parciais, quer sej*- p a r a substituir a
iti dura do nroletariàdo pelo GRT na propaganda.
2. 0 primeiro e-3 forço de crítica à teoria da dependôncia de Rui Mauro
^or nossa parte se deu com a edição de um artigo publicado no n? 3 da Mil.
Ne 3 se artigo, criticávamos principalmente a tentativa de Rui Mauro do al
terar ainterpretação marxista sôbre a acumulação de capital, introduzin­
do conceitos como 1super-exploração *, além de colocar a troca desigual
como essencid ao desenvolvimento capitalista nos países centrais. Desta­
cávamos que a lei do valor em Rui Mauro tinha uma existência apenas '; ro
forma* já que era transgredida no que se refere ao intercâmbio desigual
o tambdm no que 3e refere à remuneração do trabalhador (considerada
baixo de seu valor') .
3. Sôbre a questão do intercâmbio desigual, o artigo d a MM não negava
as evidências empíricas do problema, mas destacava que isto se dava, cm
peimeiro lugar pela concorrência dos produtos e similares que o centro
passava a produzir e, em segundo lugar, pelos preços de'monopólio da ópo.
ca imperialista que encareceram os produtos industrializados em relação"
aos oçrários« Nos èis casos, não se podia falar em transgressão da lei
lo valor ner.i tampouco de uma necessidade orgânica do capitalismo a nívol
da viabilização da pró priaacumulação . (Ver M M n? 3, págs. 23 e 24)
4. SÔbre a-;questão da remuneração da força de trabalho abaixo de seu va
lor (3uper-€xploraç;io ) dizíamos não ser possível manter um limite arbitrïï
rio para o valor da força de trabalho, que este valor ê histórico e varia
F3,-0 ■0 -G, 1»>
___ Decl. Pol. - 2 -

a de país para p a i s . Que r.s razoes sobre as oscilaçoes possíveis dos s;.-
0 A ** *
larios teriam que ser encontradas no quadro da concorrência e nao da ana-
* *
lise geral do:capital, como queria Rui Mauro. Alias dados empirieos so-
M /
bre a sijjuaçao da cLasse,trabalhadora através doç tgmpos no Brasil e sua
comparaçao com outros paises da America L a t i n a ja sao suficientes para co
0 0 0
locar por agua abaixo qualquer limite rigido e arV .trario sobre o valor
da f o r ç a de trabalho.

5. 0- esforço de critica ao artigo da MM se tornava meramente teorico, no


entanto, quando acabava por aderir 'as consequencias da visao de Rui Mauro.
Aplaudia a visão a respeito do papel fundamen&l do mercado externo, da nao
i-nterferência do consumo do trabalhador na realizaçao do produto e, p o r­
tento, da realização externa da mais-valia. 0 artigo, apesar de todos os
seus pressupostos avançados, acabava no final por se render a tese do "ar
rocho estrutural": o arrocho nao era parte inerente ao processo de acumu
laçao mundial, mas justificava-se pela estreiteza do mercado interno. j\pe
0
sar de tudo, portanto, ma ntinha intacta a linha politica do Projeto apro­
vado. (Ver a partir da pag. 26 do artigo citado).

6. Essa questão da necessidade de realizaçao da mais-valia no exterior,


/ / A A

e, no entanto, argumento ha muito tempo combatido. Lenin, em polemica


/ \
com os populistas de sua epoca, que defendiam tese semelhante a de Rui
Mauro, escreveu:
"A realização do produto na sociedade capitalista (e, por conseguinte,
também a realizaçao da mais-valia) nao pode explicar-se sem colocar
claro antes: 1 ) que o produto social, do mesmo modo que cada uma óe
suas unidades, se decompoe, atendido seu valor, em tres pr rtes ( .... )
(em capital constante, capital variavel e mais-valia) (...) e 2 ) que
por sua forma natural deve ser dividido em duas grandes sub-divisoes '
meios de produção (consumidos produtivamente) e artigos de consumo (con
sumidos individualmente). Depois de estabelecer estas teses teóricas
fundamentais, Marx explicou de modo completo o processo de realizaçao
do produto em geral e da mais-valia em particular, dentro da produção
capitalista, e pos em relevo que era completamente errado misturar o
mercado exterior com o problema da realizaçao".
(El Desarrollo dei Capitalismo en Rusia,
Lenin, pag. 33 )

!. Os populistas; combatidos por Lenin insistiam que pela^pouca expres -


sao do mercado interno na Russia,-dada as condiçoes de miséria das mas­
sas camponesas, a mais-valia tinha que scr realizada externamente e como
para a Ru ssia era impossivel aquela altura Conquistar esses mercados, fi­
cava demonstrada a impossibilidade de desenvolvimento do capitalismo rus­
so. Lenin contra-argumentava com as seguintes colocaçoes: 1) o rnerc
interno e criado pela divisão social do trabalho (separaça' entre indus -
tria e agricultura; criação dos diversos ramos industriais); 2 ) como con
sequencia direta de toda economia, mercantil, a populaçao urbana paü.;r
crescer mais que a rural, gerando mercado; 3) o despojamento do' produtor
direto de seus meios de p rod u ç ã o ,(proletariznçao do pequeno proprietário)
cria mercado interno, pois abre o mercado aos meios de produção, que alem
i.o;.mais, produzirão r.iercadorias, fora o fato de que os meios de subsisten
cia dos novos operários se convertem cm mercadoria; 4) a realizaçao do
roduto é a realização de suas 3 partes constituintes (capital variavel,
constante e mais-valia.), nao entro,ndo o mercado externo nr questão da rer
F s - 0 -^.6.1P H8

, - Decl. Pol. - 3 -
lizaçao; 5) a amplitude do mercado interno deçende, tão somente, do
grau de desenvolvimento capitalista em dado país.
* !. ' ••
A / A

8. Lenin prova tambem que, de acordo com Marx, o "crescimento do merca


do interno para. o capitalismo e, ate certo ponto, 'independente' do cres
Cimento do consumo individual, verificando-se mais por conta do consumo
produtivo" (rd. pag. 49). E m nossas teses simplesmente abstraimos o p a ­
pel do consumo produtivo, bem como do consumo individual capitalista, sem
explicarmos ainda de que maneira os operários se mantinham sem lançar
mao de seu oroprio consumo individual. Nesse sentido, recuamos bestante
de nossas posiçoes basicas a respeito. Sempre insistimos que a crise de
1961 era a primeira 'genuinam'ente nacional', nao gerada por nenhuma tur­
bulência no mercado externo. A este respeito, ver o Curso Brsico cap. 9.
/ ^ ÍW /
Sistematizamos ate aqui as conclusoes. Nao e verdade que a mais-va-
lia no Brasil se realize a partir do mercado externo (como queria o P r o ­
jeto, ver a esse respeito a pag. 15). Como ja argumentamos, essa proble
Tirtica da realizaçao externa da mais-valia nao tem precedentes no marxis
mo-l eninismo, embora o tenha em correntes populistas. Tambem nao e *.er-
ja.de que qualquer recuperaçao economica no Brasil tenha que passar por u
• o. alta de preços dos produtos para o mercado externo. A complexidade
u;: economia brasileira ja ha muito ultrapassou os limites da simples ex-
^ <v
portaçao de produtos primários. Nao custa lembrar a esse respeito o pe-
* ^ . >
pel que detem hoje a produção industrial no mercado global (superior a
produção agricola). Embora nao neguemos que exista repercussão de qual-
/ ✓
quer crise no setor agrario na industria, bem como que a crise internrci
onal repercute de uma forma ou de outra internamente, o que queremos cri
/ M /
ticar aqui e a visao mecanicista e retrograda de tentar explicar a situa
çao brasileira com pa.droes de um seculo atras. Ou seja, de colocar
exportaçao de produtos primários como o aspecto chave da economia brasi­
leira, que viabiliza e explica todos os outros.

10. Reafirmamos aqui a visao tradicional da 0. a respeito da crise do


1961, ou seja, que se trata de uma crise gerada internarnente com o esgo­
tamento da substituição de importaçoes e nao por fatores oriundos de qual
rst s

quer dificuldade mais relevante nas exportaçoes. " 0 pais sofria as con-
r.cquencia.s de quase todas as crises do mercado capitalista mundial (jus­
tamente cm virtude de sua funçao de exportador de matérias primas para
mercado) e a crise de 20 teve repercussões economicas e politicas para
nos. Desta vez, todavia, a crise nao veio simplesmente como consequen -
cia da situação do mercado externo: tratava-se de uma CRISE CÍCLICA DC
CAPITALISMO NO BRASIL, tratava-se de uma saturaçao no mercado interno .Nas
T;.tados Unidos e diversos paises europeus tinha havido uma crise e qued-v
tia produção em 1 9 5 8 / 5 9 que, todavia foi superada por uma retomada da ex­
pansão das atividades econômicas. Mas enquanto os dados estatisticos a-
mericanos atingiam niveis inéditos, o ritmo de expansao das atividades ao
3rasil diminuia, mais constantemente, ate chegar a estagnaçao" (Curso Ia
sico, II Parte, pg 21). Mesmo atualmente, problemas serios no balanço
comercial tiveram repercussões apenas moderadas no crescimento industri­
al até agora. Ao mesmo tempo que u m a recente r ecuperq.çao nos preços da
soja e do café não foi capaz de reverter a tendencia a crise.
f |h

*w r * ■
11. Nao e verdade tambem que a burguesia nao pode pagar o valor real da
força de trabalho. Em primeiro lugar, porque tal valor e muito relativo.
Em segundo, que, sob pressáo do movimento operário, os capitalistas . se­
rão obrigados a aumentar o solário e, se isso necessariamente dimimuirá
seus lucros, fica sempre aberta a possibilidade do emprego do máquinas
poupadoras de ma-de-obra (exploraçao óe mais-valia. relativa). Épossível
que algumas empresas de ramos trrdicioanais menos produtivos bem como rs
de pequeno porte nao possam ingressar nesse caminho e vao a falência,rrrf,
isso de forma alguma pode ser extrapolado para as grandes empresas. (A es
se respeito ler as recentes declarações de burgueses vendo com tranquili
dade possiveis reivindicações salariais). Portanto, nao e verdade que o
arrocho salarial seja 'estrutural' ou 'objetivo', vital para a existên -
cia do capitalismo no Brasil. (Ver "Liquidar o Passado...", pag . 3 e O

12. Com tais definições estaremos negando a exploraçao imperialista no


3rr sil? 0 capitalismo brasileiro pode se desenvolver da mesma forma co­
mo o capitalismo europeu, por exemplo? 0 fato de situarmos na produção
industrial interna o aspecto central da economia brasileira (e não a ec^
a
nomia agrario-exportadora), o fato de admitirmos que a burguesia pode
conviver sen o arrocho e que a mais-valia nao se "realiza" no exterior,na
da disso nega a teoria do imperialismo, embora negue possivelmente deter
minadas visoes te rceiro-mun dista s. 0 qúe caracteriza o sub-desenvolvi -
' ~ A

mento brasileiro e justamente a integração economica dos diversos segmen


tos da burguesia brasileira com o imperialismo. Como frisa Baran em *E-
/ M
conomia Politica do Desenvolvimento', a causa do sub-desenvolvimento nao
o o intercâmbio desigual (ver pag. 321), mas sim o modo de utilização do
íxcedente potencial. A utilizaçao do excedente potencial em remessa de
lucros para o exterior, no consumo faustoso das classes dominantes o nr
'.lanutençao de uma enorme burocracia civil e rnilitar seriam ar: principair.
causas do sub-uesenvoiviment o, para nao falar de uma industria precoce -
mente monopolista, incapaz de absorver a rnao-de-obra excedente, de cria;
*
mercado p a r a os produtos agrarios e de incentivar a agricultura corn pro­
dutos a baixo custo. Isto nao quer dizei’ que o capitalismo brasileiro
nao possa continuar existindo, ou que nao possa ser explicado segundo os
nadroes de '0 Capital' no que tange a sua reprodução. Quer diz er rpet:
que se ele continuar, as desigualdades regionais continuarao a crescer.'
■ gricultura continuara, com seus problemas cronicos de baixa produtivii;--
úe, o desemprego e a marginalidade continuarao a existir e se agravrru',
o terciário continuara 'inclando', enfim, quer dizer que todos os
/ «w M
maios A

tioicos do subdesenvolvimento nao serao exterminados se a ordem economic"


-social nao for destruida.

B) A REVISÃO DA ES TRA TÉ GIA . 0 NOVO GRT

1. Com a nova visao sobre a exploraçao capitalista no Brasil ("super—


exploração estrutural"), e com a tese sobre o papel determinante do mor
cado externo na realização da mais-valia, completou-se na 0 . urna revi­
são das teses anteriores, e se pode dizer que o novo quadro da. realida-
ue brasileira em suas linhas gerais estava pronto. Qual o significado
olitico da nova teoria?
Decl. Pol. -5-

Em primeiro lugar, a visao sobre a incapacidade da burguesia abrir


mao do arrocho recolocava na 0 . as teses defendidas em 1969 pela fração
militarista do POC sobre a "incap cidade da burguesia fazer concessões”.
A

A consequencia tirada pelo POC em 69 era a tese segundo a qual no Brasil


os trabalhadores se organizavam "na linha direta da revolução". (Naqie
la epoca, tal foi a base do voluntarismo militarista). No nosso caso,o
significado politico da tese sobre o 'arrocho estrutural' foi a caminha
da a passos largos para urna pratica esquerdista. -A se Levar às últimas
consequencirs o referido ponto de vista da tese do Pleno e do Projeto,
so poderiomos concluir que no Brasil nao haveria lugar para e s lutaspai_
ciais. Pode-se considerar o atenuante de que o Projeto nao ousou expli
citar esta concepção, em todas as letras. No entanto, afirmava: "0 pro
blema do poder passa a se colocar na ordem do dia tão logo o MO faça
presente". Enquanto o d o c . "Tarefas Atuais na Dl" se encarregaria de
enfatiser a questão sustentando que o sistema (capitalista brasileiro )
soria incapaz de 'absorver o d escont entamente das massas, atender as ir.e.
is imediatas reivindicações salariais, pois lhe e inviável pagar o va­
lor da força de trabalho'. E continuando na linha do Projeto, tambem a
crescentava que, dado este quadro 'estrutural', o problema do poder se­
ria colocado pela classe tao logo fossem superados os limites do isola­
ient o das lutas atuais.

A semelhança com as teses da tendencia militari sta do POC e mais


3o que clara. 0 esquerdismo de ambas as posiçoes, por outro lrdo, tam­
bem guarda grande semelhança com a s correntes anarquistas combatidas por
Marx no interior do M^ europeu, ou com a corrente esquerdista combatidí:
por Lenin depois da revolução russa. Foi combatendo as posiçoes de Lr-
/ M
sale sobre a 'lei de bronze do salarie', e combatendo as posiçoes de
Proudhon sobre a suposta inconsequencia das greves por aumentos de seli_
rio, que Marx destacou a importancia das lutas parciais e seu papel na
formaçao jjolitica do proletaria do. Nao e por acaso que o Pr oje to passe
por cima de todas as considerações anteriores da 0 . sobre o processo (v
. — s
prazo) de formaçao da classe operaria independente, e em seu lugar colo
cr a catastrofe iminente, quando a classe operaria se veria automaticr-
monte diante do problema da tomada do poder. As projeçoes catastrofi -
cas para o futuro imediato ocultavam, como um veu ideologico, os problc
w s concretos da formação poltica do proletariado, somente possivel de
ser conseguida ao longo das batalhas parciais, no que tgm importancia
fundamental as lutas e ascaramuças c o t i ’ianas de resistência economica-
Uma vez que o capitalismo brasileiro teria suas características 'sui ge
neris', não comportando as mínimas reivindicações economicas, necessari
anente o MO -se veria frente ao problema do poder tao logo superasse o
'isolamento'. Foi no desdobramento pratico dessas posiçoes, que a 0.
chegou ao extremo isolamento politico, ja nos dias do rrcha de 0-7 , nas
seções de são Paulo e Minas, quando a entao maioria do CN abandonava
-.s entidades estudantis pelos 'blocos de oposição' .

~ '
2. E nao ficamos por ai. A mesma visao sobre o carater estrutural do
arrocho, a mesma suposição de que o fim do arrocho seria o colapso do
c&nitelismo brrsileiro, nos levou a defender intransigentemente o indi-
~ / / /
ce de 200$ de recuperação salarial,. Seria o unico indice revoluciona -
rio, uma vez que se colocaria em questão a continuidade do capitalismo-
abrindo çampo para u colocação da alternativa de poder. Esta proposta
ultra-esquerdista é perfeitamente coerente com os conceitos do Projeto
r * , b-i- ; p .m
\

Decl. Pol. - 6 -
sobre o 'carater estrutural da super-exploração ' : o resultado prático é
a negeçao das lutas parciais de natureza economica, em troca de uma su­
posta bandeira politica geral, a bandeira da recuperação do salário de
64, entendida como 'xeque-mete' do capitalismo brasileiro.
/ ^
Os resultados práticos deste conjunto de concepçoes foi naturalmen­
te de todo diverso daquele esperado inicialmente. Em torno dos vários
desdobramentos do Projeto, feitos pelas duas tendências qtiie se formaram
n a O . , no inicio de 76, iniciou-se o processo de desagregação. Os dogma?
que se mostrara^ eficientes par a sustentar os fracionamentos, na históri-
real apenas conseguiram levar a 0 . a um isolamento da classe e a ume cri
se sem precedentes.

3. M a s o esquerdismo nao vem so. Ele carrega consigo sua outra face,
as bases de um desvio direitista. As ideias aobre a 'trrnsferência do
valor nas relações de intercâmbio', bem como as ideias sobre a super-ex-
oloraçao como 'venda dr força de trabalho abaixo do seu valor', - ideias
que a 0. endossou dos textos de Rui Mauro Marini - nos aproximava dos
/
'modelos' sociologicos sobre o 'terceiro mundo'. A fraseologia ultra-
radical que envolvia estes teses mal encobria suai ligações com as ve-
lftas teses populiátas. 0 mesmo se pode dizer de um outro postulado que
no Projeto ocupou um lugar de destaque: a tese sobre o 'carater estrutu
•turrl da ditadura militar'. 0 P/jjeto afirma, por exemplo:
"Dessa forma, 1964 foi a primeira manifestaçao concreta dessa rea-
/ ,
lidede basica ao capitalismo brasileiro, que coloca a necessidade es-
trutural da ditadura militar como solução burguesa uniea pa r a q u e o
poder de estado possa efetivar a domina,çao de classe tal como ela se
* *
da no pais". (grifos do original)
*
Contraditorio, o Projeto acrescentaria a seguir a ressalva de que r
*
democracia poderia existir nos momentos de crise, frisando porem que se
M /
riam momentos em que 'nao ha condiçoes objetivas p ara alternativa burgue
sa' .
Apesar de confusas, e evidente a semelhança entre estas rfirmaçoer;
t y r

e aquelas defendidas por Jose Carlos de Melo no artigo publicado pela.Te


oria e Prí tier n2 4 . Na nossa M M - 4, je foi feita uma. critica a estas posi
çoes, cuja cons^-quencia implicite e concluir que a luta pelas liberdades
a *
oolitiers deveria estar presente da na nossa politica atual.

4. Foi no entanto este conjunto.de teses e inovaçoes que sustentou a re


/isao da nossa estrategia. Criticou-se os conceitos estrategicos anterio
res, aprovados nos Congressos da 0.; taxou-se estes conceitos de espon-
taneistas e propagandistas; e no seu lugar foi colocado uma nova versão
: obre o governo de trànsiçao. Diz o Projeto:

"... (0 GRT) ... nao se trata apenas de uma especulaçao hipotética


quanto a que, em se chegando a coloca.r o problema do poder, o prole­
tariado estera fraco p a r a assumir a sua ditadura. De forma mais ca^e
/ A ^ '

gorica, a palavra de ordem do governo de transiçao responde r radier-


~ * A

lizaçeo objetiva da l u t a de classes no pais que se expressa na f a l ê n ­


cia objetiva, no plano estrutural da democracia burguesa enquanto rl-
te rnetiva de poder". E ma,is adia te: "Visto que o GRT nao e, no pro-
/ / *
cesso brasileiro, apenrs uma hipótese viável, uma possivel arma a se
F ? -é-j,-G,p

Decl. Pol. - 7 ~
~ *
lançar mao num future distante, mas c uma necessidade conc ret a" ... etc
✓ r*>
A MM ns 4 ja criticou esta .falsn generalizaçao sobre a 'ditodura estrutu-
A * '* A

ri; 1' , defendendo que o fenomeno real que se observa e a tendencia ao agu
ç raient o das contradições objetivas, o que implica numa t endencia a radi­
calização das lu ta s de classes, sera no entanto reduzir a atualidade, ou
/ A *

riesmo o futuro proximo, ao masmo piano das tenciencias históricas* Inte-


ressa • aqui destcoar o aspecto basico da visao
do Projeto sobre o GRï: o referido doc., bem como outros docs, represen
tativos d.' neriodo, elevam o GRT a nova posiçao de 1nosso objetivo estre
;ico mois proximo' . Estreitamente ligada a esta posiçao esta r garan­
tia de que o GRT no Brasil deve ser v i s t a como ume necessidade. C GRï
se transforma na referencia fundamental para a nossa agitação e -propagan
dt .
Sabia-se que o GRT, - um governo de transiçao - aindr. nao era a di­
tadura do nr oie tarif do, ainda nao era um governo socialista. Re s salvos
neste sentido encontram-se no Projeto, na Tese sobre LA, etc. E ntretan­
to, a distinção entre as durs fases praticamente desaparece nos referi -
dos esquemas em virtude das tensões 'objetivas e estruturais' existente'1
*
nr sociedade brasileira. Para nos que acredi t^varnos que o problema
poder seri.-». colocado na ordem do d i a teo logo o MO superasse o isolamen­
to, dado a incapacidade do sistema em fazer concessões, esta opinião so-
* /
bre o CRT forçosamente pareceria bastante rezoavel. A problematica da
formaçao politica da classe nas lutas parciais ja h.-via entre nos cedid'-
t'erreno para, rs expectativas quanto a irrupção de um MO na luta direta
pelo poder. E uma vez formado um governo de transiçao haveriam igualmei.
te Sazões or gr ni cas. e ao nivel das ultimas instancias a tornar meramen­
te convencional a distinção entre e transiçao e a ditadura do proletari
a do. Aqui se chega ao cliraax do movimento revisionista, onde a revisão
lcança as posiçoes basicas da 0., e mais, as fontes originais eta que se
baseiam, - as teses da 3- Internacional.
A primeira objeção que se deve levantar decorre de que existe afi­
nal, e efetivamente, u m a distinção.entre governo de transiçao e governo
socialista ou ditadura do proletariado. As 'tensões o bje tiv . '^nao anu
lam esta distinção. Lembre-se que a. tese do governo de trarsiçao era ,
.ara a IC, u ma consequência da tatica da Trente Ú n i c a . Tratava-se de
organizar '*a. coligaçao politica e economica. de todos os partidos politi
cos contra o poder burguês para. a derrotai definitiva desses últimos".Os
governos de transiçao assim formados, desde que fossem revolucionários,
seriam apoiados pelos comunistas. Entretanto, ressalta a Tese, estes
fovernos "tampouco sao a ditadura do proletariado nem constituem
forma de transiçao necessaria a ditadura..." (Reeoluçoes sobre ticr ' -
42 Congresso da IC). A tese da IC se sustentava na experiência veri.fi
cada na Europadurante os anos de crise, e o nivel de formaçao d 5 prole-
tariado p e m i t i a que æ levantassem hipóteses quanto a possibilidade da
formação de governos de transição de operários e camponeses nos Balcana
na Checoslováquia, etc.
0 sentido histórico desses governos de transiçao, que justifica o
apoio e a participação dos comunistas, e que podem ser um ponto de p a r ­
tida para a conquista da ditadura do proletariado. Concepção que a Ò. en
dossou, conforme se pode ver nos seus docs. básicos : "Èm principio aooi
.-■mos todas ns lutas, parciais, todo o movimeçto qvé ajude de .frto a obje
t.ivos socialistas, quer dizer, nossa estratégia, atenta melhorar -a si­
tuação do proletariado e de sua vanguarda na luta de classe, para colo-
4 - V/
Decl. Pol. - 8 ,-
é . 0 ^
ca-lo em posyjáo favoravçl ao enfrentamento dr revolução socirlista". (Cr
■ir'-- " s e Carater) Este e um dos pilares da nosse concepção sobre o GET".*
Observe-se que e pressuposto para a formação do governo de transição a e •
A / A
cistencia de uma crise Evolucionaria, ou seja» exatamente a oxistencia de
^ A
ama 'tensão o bjetiva’. Assim oomo a IC teorizou sobre o governo de tran-
si ç n o a/ partir das experiencias das lutas de classes durante a crise revo—
lucionaria que s e seguiu ao fim da primeira guerra mundial - um momento
caracterizado por 'tensões objetivas'. Entretanto, nas concepções da IC,
assim como nas concepçoes que a O. extraiu dos 1 9 s Congressos da IC, a rc
revolução socialista e seu pressuposto - a formaçao do proletariado como
clcsse independente - so pode ser resultado das exper ienciaf e do apren­
dizado prctieo da classe em suas lutas parciais, cujos passos a vanguard:-
a eve 'iluminar ' através da agitaçao e propaganda, e este aprendizado pra-
tico nao se do milagrosamente, por maior que seja a 'tensão objetiva'.

0 fundamento para a formaçao do governo de .transição e a constituiçã


/ / /
u m a frente uni ca operário - camponesa num momento de crise revoluciona
ri' em que as. massas, ja em rebelião contra a velha soeiedade, ainda nao
A . , A »-*

tem consciência socialista. Sendo assim, este governo nao pode ser defi­
nido aprioristicamente como inevitável. Importa para nos destacar sua
A

oofcòibilidade, com bases na experiencia das lutas de classes, e traçar as


conuiçoes ncs quais o apoiaremos. 0 PS3 traço uma* plataforma minima pari:.
~ A ív A

a caracterizaçao de um governo de transiçao como governo efetivamente re-


✓ **
vo lu cionario.

E para melhor assumir esta nossa concepção tradicional sobro o GRT,


citaremos o Curso Basico. Naquele d o c . , afirma-se que a definição do cara
-r da revolução socialista nao significa que toda eclosão de um movimen-
to revolucionário ja leva a dite dura do proletariado. E argument" do que
~ A

a instalaçao de um governo socialista, isto e, da ditf dura do proletari:


a
do, depende de uma serie de fatores: depende em primeiro-.lugar de exi-s -
tencia de um proletariado consciente do .sou papel, mobilizado em torno
■'.e objetivos de luta proprios; dependerem segundo lugar da rdesao dos s -
us íiliados do campo e da cidade, isto e, depende de que estas classes ar-
.ubmetam a hegemonia da classe operaria. Esta a t u aç ão - diz o CB - s;
por um lado e fruto da consciência e da. organizaçao do proletariado, de
o u t ro ela so podo ser resultado de -uma crise revolucionaria. Citemos aqui
textualmente a referida parte do CB:
/ «S/
"Situação revolucionaria, todavia, nao surge de vez - elas amadurecer
durante a,luta de classe na medida em que esta. se aguça. Ha momentos
trj.nsitorios em que as massas revoltadas se tornam de fato donas do
oais, sem ter consciência ainda do caminho a trilhar e sem tirar o.s
consequencias da situaçao. Situação em que a. sua força ja lhes per mi
to tiraj 0 poder das classes dominantes, embora as relações cie forças
ainda nao -nôrmitam a instalaçao da Ditadura do Proletariado.
A ~ * A
Nestas ~

circunsta.ncias, a formaçao de um governo de transiçao, que afaste os


represents ntes d a velha sociedade dominçnte e do imperialismo, pode
.o tornar um passo decisivo em direção a Ditadura do Prole tor i n d o ".

' *•
A politica do Projeto desvirtuou inteiramente estas ideias. Reviu-as
: i bstituiu-a.ií: por outras bem diferentes. 0 GRT do ;Pro jeto ^seria o nosso
objetiyo necessário, seria o nosso objetivo estratégico, ja r e presentari
propria hegemonia do proletariado, e no entanto, a 'hegemonia' ainds
iião seriç. a ditadura do proletariado. Resta concluir que o real çigniíi
ta o politico desta inocaçao e o rebaixamento do nosso programa, e o seu
■/iltamento, e a substituição da meta/la ditadura do proletariado por u-
, m eta anterior, Consequencia' disso e que a. nossa agit/prop passa a se
'X - . ,j Decl. Pol. -9-
basear'no 'rrograma do G R✓ T ', e não nas metas do socialismo e da ditadura
do proletariado. Estas ultimas refluem de cena, perdem a a tualidade,dã~
lugar ao 'programa do GRT'. Enquanto as nossas posições anteriores eram
bem claras, inclusive nos textos sobre o governo de transição:
"0 objetivo do Brasil socialista tem de ser nitidamente delineado
em nossa propaganda em todas as fases da luta, pois e a compreensão
das metas, que transformam em movimento militante a oposição dos traba
lhadores a sociedade atual". (AV n2 3) " ~
Ou ainda:
A m ^

"0 governo da-revoluçao vitoriosa, do Brasil socialistr, nao pode


ser outro senão a Ditadura do Proletariado" (CB, aula X)

Ja nç. Tese sobre LA, e o GRT que nasce da revolução vitoriosa; e co


mo o GRT e àli identificado com hegemonia do proletariado, da confusão •
resu lt a inevitavelmente o rebaixamento e o envilecimento do que se enton
de por hegemonia.

6 . Elevado ao nivel de objetivo cstrategico, transformado em referencia


para a nossa agit/prop num momento em que a 0 . respirava as concepçoos
esquerdistas sobre a estrutura] idade do arrocho e sobre a iminência da
luta pelo poder, consideramos entao necessário desdobrar n plataforma do
GRT. Foi portanto a substituição das metas do socialismo pelo programa­
do GRT, associada a visao esquerdista sobre a necessidade de somente le ­
var a açao as palavras de ordem do programa, q u e nos levou ao desdobra­
mento da plataforma do GRT e a aprovaçao da. longa lista levada à 4^ Con­
ferencia. Foi com base em pressupostos politicamente falsos que caimos
numa discussão aparentemente importante mas efetivamente apenas diletan­
te sobre o que deveriamos incluir na plataforma do GRT.
As discussões esquemoticas e intelectualistas sobre o que o prolete
riado deveria exigir 3 garantir em sua luta diret a pelo poder sao talvez
0 sintoma mais claro da alienacao da 0 . e do seu *alheiamento frente as
>.refas reais do momento, As construçoes esquematicas, ao mesmo tçmpo
em aye expressavam aprofundavam o nosso isolamento da classe operaria,
também nos levaram ao rebar.Ramerrto das nossas metas socialistas,

'! . As concepçoes sobre o GRT, e sobre a necessaria irrupção de uma luta


pelo poder tao logo 9 MO se fizesse presente, implicavam numa completa
.rovisag da linha politica^da 0. A pro.tlcmatica do GRT çubstituia a linha
jstrategica pãLa org&nizaçao independente da classe operaria. A luta pe
los 2 00 %, a agit/prop rebaixada ao nivel,de um p ro grama ecletico e_ante­
rior ao socialismo, etc, ignoravam na pratica o problema da formação
proletariado.. Ignoravam a importância das lutas parciais de natureza fi­
co nomi ca, das lutas e pequenas escaramuças contra a çarestia, 0 arrocho,
oolocando em ssu lugar o dogma da recuparaçao do salario de 64 como úni­
ca alternativa revolucionaria. Ignoravam que as lutas parciais contra 0
caoital, mesmo ^ as mais incipientes, em torno de qualquer indice de r.au
to sa la ria l ■
, sao -“u n d a men tai s considerando-se a perspectiva 'estrategica
(M A ■'

da mobilização do proletariado em torno dos seus interesses. E esta 0 >•


perspectiva de longo prazo que precisamos recolocar na.0 .
, Hoje, a perspectiva a se considerar, dentro dos limites das lutas 0
inda disperâas, nao pode der outro, visaíuüos estimular as lutas operar!
as em torno dos seus objetivos de classe, como sao os àaJLuta salarial,,
con&ra o arrocho, contra n carestia, p or melhores condiçoes de vida, etc.
Serao esta;-.; as lutas que precisamos estimular, e dentro delas desenvolver
a agit/prop das netas socialistas.
o, A estrategia da 0. vem resumida nas. Toses " Tir adentes":

"A íormaçao dessa classe operaria, indep en den te ,continua sendo a ta-
KRfa fundamental de qualquer movimento l evolucionário consequente.; no
pais. A conquista da liderança pelo proletariado brasileiro numa a-
liança de classes que abranja 0 campesinato e as camadas radicais e
- ' Decl. Pol. - 10 -
*
assalariadas da PB, e a premissa pars qualquer luta revolucionaria
consequentç, seja contra a exploraçao imperialista, seja contra a o-
pressao indigena".

E ainda:

"Apesar de depois da derrota de abril, provocada por uma prolongaó-


politica reformista e revisionista das Esquerdas, „todas as condições
objetivas para uma conscientização da classe operaria estcrem dadas,
o proletariado dificilmenfc^dara esse passo decisivo §ozinho, ,de for­
ça propria. P a r a a formaçao da classe independente e necessário r
atuaçao dos agitadores e propagandistas revolucionários, que definan
para ela seus interesses, despertem a sua solidariedade de classe e
a auto-confiança na sua força, liderem-nas nas lutas parciais e indi
quem claramente os seus objetivos finais".

_ * + p
9. E sobre estes conceitos estrategicos definidos pela 0* ja antes mes­
mo do 4e Congresso, que precisamos enfrentar tas nossas tarefas atuais. E
como se ve, estes conceitos estrr tegicgs implicam numa concepção sobre o
papel da vanguarda. Nosso papel nao e o de pretender enquadrar as lutas
de classes em planos pre-estabelecidos e retirados de discussões especu­
lativas. As criticas que fizemos, no passado, as propostas de a.umento
salarial que nao representassem a recuperação do salario de 5 4 , sao uma
das manifestagoes mais estplicitas do abandono dos conceitos estraegico s
que, alias, nao foram introduzidas pela 0 ., mas herdados do marxismo-le-
winismo. Os esquemas,do 'programa do,GRT' publicados no PO-54, a,propos
ta de recuperar or salario de 64 como uni ca alternativa revolucionaria,as
formas organizatorias ideais e arquitetadas fora da experiência pratica
(OSP), etc, nadamais representam quq a substituição da visão materialis­
ta sobre o movimento operário por formulas idealistas. Como diz acerta-
damente um,Editorial daJ4M do exterior, o grande problema politico hoje
no Brasil e a intervenção do proleta.riado nas lutas de classes sob ban -
deira propria. S p força motriz da lu ta do proletariado hoje ainda so__
pode ser encontrada na sua situaçao material (luta contra a carestia,
contra a inflação, contra o arrocho). E como diz o referido Editorial:
"Que nao nos digam que isso e economicismo. As lutas proletarias tem
que t omrr forçosamente as reivindicações economicas como ponto de par
tida. Uma classe que nao luta p e l a sua situaçao economica nao estera
em condiçoes de formular uma polit ica aropria".

Ponto de vista que alias nao e inovaçao da 0., mas consta nas pagi­
nas classicrs do marxismo-leninismo. Veja-se, por exemplo, o seguinte
trecho do 'Informe Sobre a Revolução de 1905', escrito por Lenin em ja­
neiro de 1917:

"De onde se deduz com toda clareza que so a luta econômica^ que,
so a lutr por u m melhoramento direto e imediato da sua situaçao e
capaz de por eirj movimento as camadas mais atrasadas das massaç explo­
radas, de educa-las verdadeiramente e de converte-las - numa eooca de
revolução -, no c urso de poucos meses, em um exercito de lutadores
polit ico s" .
^ A <
0 abandono da justa relaçao entre luta economica e l u t a politica im
plicou tambem no-abandono do metodo materialista na escolha das formas
organizatorias para o movimento em troca de invenções ideais e vazias,
como a OSP.
".Se a situaçao material da classe e a grande alavança que os ©munistas
tem de aprender a manejar, ,o segundo pa.sso consiste em encorajar e fo­
mentar as formas organizatorias de hase do proletariado".
(Editorial da MM-exterior)
Nao s erao a.s formas organizatorias ultra-esquerdis t a s , mas quelas
colocadas pela e^periencia, qye devemos encorajar e fomentar. 0 A nosso o
bjetivo central e a organizaçao nas fabricas, na linha dos Comités de
Enpresa, cuja viabilidade o movimento operário brasileiro ja demonstrou
F2> ■p ■< 6 -<ô't ■M

Decl. Pol. - 11 -
em v a r i a s ’situações. Visamos tambem a organizaçao nos bairros, e,jamais
poderemos limitar as possibilidades de ampliar a organização operária nos
limites dogmáticos de formas inventadas e irreais.

1 0 . ,A estrategia da 0 ., que de-ye direcionar a nossa tatic a na atualida­


de, e a formrçao da classe operaria independente. Esse objetivo, vproje
t c;do a slongo prazo, está ligado ao objetivo da íormação do partido.- Vo l­
temos a tese 'Tiradentes':

"0 processo da formaçao da classe operária indepçndente está estreita


mente ligado ao surgimento do partido revolucionário da classe operar
ria e o progresso desse reflete o amadurecimento da classe operária".
Falar em proletariado como classe independente é falar de um prole­
tariado consciente do sçu papql, mobilizado em torno dos seus interesses.
0 nosso objetivo estrategico a a mobilização do proletariado mo mesmo pro
cesso ,em que so forma o partido revolucionário. Visamos, a formaçao de" “
um exercito ro^olycionario (o proletariado independente) e de uma vpngur.r
da capaz de liuera-lo.
/ w A
Mas egte processo historiço nao^pode ser previsto de forma m e c a n i c .
A„independencia da classe operaria nao exclui que ela tenha ilusões po-
liticas, principalmente sobre o caminho ao socialismo; isto e; o salto
qualitativo da organizaçao independente pode se dar com o partido revo­
lucionário ainda em minoria. 0 exemplo da r evolução russa e bastante i
lustratyvo tambem sobre este ponto, pois como se sabe o partido b o l c h e ­
vique so conquistou a maioria da classe muitos anos depois do surgimen­
to do proletariado russo como classe independnnte.

Com^ afirma o doc. ^Liquidar o Passado, paça Destruir o Futuro?',a


independencia da çlasse nao significa que ela ja lute pelo poder, i;em que
necessariamente ja esteja sob a liderrnça de um partido revolucionário
(embora seja esÿe o nosso^objetivo). A independencia da cl&sse operari;
significa a sua organizaçao e -luta em oposição as instituições burguesas.
Exemplos historicos os. mais diversos, como o Chile e Portugal (o outros)
mostram que_a formaçao do proletariado como classe pode se dar ainda den
tro de ilusões dernocratico-legalistas sobre o caminho p ar a a tomada do
poder.

Nao podemos ver a formrçao independente da classe como o ponto fi -


nal de uma evolução, ç sim o inicio de uma luta mais consequente: sera
um marco, pois alterara as relações de forças na sociedade. (Ver 'Liqui­
der o Passado...?' e Teses "Tiradentes").

11. A experiência da revolução russa traz lições valiosas sobre este


oroblema. Falando sobre a situaçao do movimento operário em texto da t a ­
do de 1895/1896, ('Projeto de Programa do^Partido Social Democrata e ex-
plicaçao deste Projeto') Le nin se refere as greves economicas que marc-'.-
*
ram aquele periodo afirmando qus:
✓ f
.. « "Essr passagem dos operários, agora iniciada em toda parte na Rús­
sia, a uma luta firme por suas necessidades vitais, a um a l u t a prrr
alcançar concessoes e melhores condiçoes de vida, melhor salario e u-
ma.jornaua mais surta, assinala o enorme progresso feito pelos o p e r á ­
rios ruse os, ra.zao p ela qu.nl a Partido Soc.ial-Democrata e todos os. o-
pe rarios conscientes devem dedicar ,a atenção principal a essa luta, e
como cdLnborar com ela'.'.
« Le nin explica porque a luta 'para alcançar concessoes e melhorer
condiçoes de vida' representa um gigantesco passo adiante:
"Em primeiro lugar, através dessa lute, as massas o p e r a r i a s -apren­
dem a distinguir e a pôr a „nu todos e cada um dos processos da e x p l o ­
ração capitalista, a estuda-los do ponto de vi s t a da lei, de suas cor
dições de vide. e dos interesses da classe capitalista... Em segundo
lugar, os operários nessa lutr experimentam surs f or ç as ,.A aprendem r
unir-se - aprendem a compreender a necessidade e a‘importância da
Decl. Pol. - 12 -

niao... Em terceiro l u g a r , essa luta desenvolvo, a consciência dos ope­


rários" .

Assim e q ueALenin atribui as lutas por melhoresA condiçoes de vida u


m a enorme imoortancia. „ Interpretar essas lutas econômicas corno 'gigan -
tescos„passo a d i a n t e 1 e algo que seria incompreepsivel para nos quando
defendia m o 9 em unissono a luta pelos 2 0 0 % como unica lu+ia salarial ~ de
carater p o^ i t i c o . .. E no entanto Lenin e bem claro. Defendendo uma po­
sição anti-venguardista, ele continua o trecho acima citado com as.se -
guintes questões: -

Mas a luta dos operários contra os patrões, por sur s necessidades co­
tidianas,^ os faz, por si mesma e de modo inevitável, abordar os pro -
blemas públicos, os problemas politicos, os fez estudar como se dirif .
o Estado russo, como se ditam as leis e as normas, e a que interesse.;
estas s e r v em" .
9 mJ
Para Lenin, ^a luta dos operários contra os patrões os faz abordar
os problemas noliticos, e os faz abordar ertes problemas p or si mesni;
d e modo inev itável.

Sob este ponto de vista, qual e 0 papel do partido comunista? Lenin


da a resposta no mesmo artigo citado. Explicando que a atitude assumi,
durante um conflito fabril, pelos inspetores de fábrica e pelos ministros,
fazem os operários se defrontrrem com as leis e com os representantes
do poder estatal, acrescenta Lenin:
/ M
"Alem disso, a essas ecplicaçoe s dos representantes do poder estatal e
/ M /
ao fato de que os operários rao conhecendo diretamente em benefi­
cio de quem age esse poder, unem-se os volantes e outras explica -
çoes dos socialistas, de modo que os operários, nessa greve, ja reco
bem plenamente sua educaçao p o l i t i c a .... Nisso, portanto, deve con -
sistir a a .iuda que o Partido Social Donocrata pode prestar a luta de
classe dos operários, mediante a contribuição na luta por su-s neces­
sidades mais essenciais".
Evidentemente, estas explicações quedos socialistas precisam dar r
classe em ca d a conflito, sobre a exploraçao capitalista e 0 papel do E s ­
tado, representam apenas u m a das tarefas 'davanguarda. Lenin acrescentr :

"A segunda ajuda deve_consistir, ,como se diz no programa, em contri -


buir para a organizaçao dos operários"....

"J. terce ira consiste erçj assinalr 0 verdadeiro objetivo da luta, igto
e, em explicar ao.s operários em ejae se assenta e baseia a exploraçao-
do trabalho pelo capital, de que modo a propriedade privado sobre a
tçrra e os instrumentos ae trabalho acarreta a rniseria das massas o 2
rarias, obriga-os a vender seu trabalho ao capitalista e a entregar -
lhes gratuitamente todo o excedente Jo produto do trabalho do opera -
riodepois de atender ao sustento deste; em explicar, alem disso, como
essa exploração, leva, inevitavelmente, a luta de classe dos operá­
rios contra os capitalistas, quais sao as condiçoes dessa luta e seus
objetivos finais: numa palavra, em explicar o que susçintamente se
assinalou nesse programa". (Mais adiante, depois da guerra, a na IC-,
Lenin acrescentaria a tarefa de dar combate intransigente as posiçoés re
formistas e centristas, da 2& Internacional da "Internacional AmareLe" ,
etc).

12. Qua,n do uefendemos a. reintroduçao na 0 . dos seus conceitos estrate


gicos básicos, elaborados nos seus primeiros Congressos, estarmos tambem
defendendo r reintroduçao das tesgs de Lenin sobrç o papel da,vanguarda
e sobre a relaçao entre luta economica, e luta nolitica. Os t$ i í c o s aci­
ma citados, do artigo Projeto de Programa e Explicaçao do Projeto, frlx r
uma linguagem què a 0 . desconheceu ou esqueceu nesses anos de desvio
F 2 >-<p • ç 5 - G , p

Decl. Pol. - 13 -

ijguardista. Admitir, como Leniu admitia, que z luta por melhoria nas
ccndiçoes de vida levaria inevitavelmente a classe operaria c.. abordar os
roblerras politicos; admitir, como Lenin admitia, que o papel da vanguar
da seria aderir a esses movimentos e ajuda-los explicando a exploraçao
«'■ „pitalista, organizando as lutas e divulgandoos fins do movimento opera
rio; admitir essas concepções na 0 . seria o mesmo que defender u ma here­
tic, pois a 0 . esteve acirradament e coesa em torno do dogma de que somen
te a luta salarial pelos 2 0 0 % seria u m a luta politica, e^de que o nosso
prpel,seria o de,lever a classe a,assumir as reivindicações arbitradas
por nos como as unicas revolucionarias, e apresentadas numa longa lis ti­
de ’programa do GRT' . Dogmatismo que somente começa a se^esvaziar a 4f
Conferencia, quando a O . assume as 'palavras de ordens praticas', isto e.
admite apoiar e propor reivindicações economicas &or menores que f o s s e m ,
em funçao das condiçoes de luta-
Evidentemente, nao ha em Lenin nada parecido com uma lista de reeei
/ * N
tas p rr a cada luta operaria. P ara Lenin, o partido deve aderir as luta;
da classe contra o capital e nestas lutas ajudar a classe a se tornar
consciente do seu papel e dos fins do seu movirrmto. 0 Projeto de Progra
i- da Lenin contem as reivindicações praticas do Partido, e um dos itens
uraz rs reivindicações da classe operrria. Estas reivindicações eram vis
tas corno uma referencia para a ígitação e propaganda, e nado tem a ver co:
• c.:mis a de força que produzimos, no sonho esteril e na pretensão intei­
ramente descabida de enquadrar dentro dela o processo historico, e os iin
;ulsos sempre originais da lut a cotidiana da clp.sse operaria.
v*
^ /
14. Visamos ajudar na mobilizaçao do' proletariado em torno dos seus pro
rios interesses, ajudar no desenvolvimento dos combates de classe con -
tra classe; visamos n superação da trr jetoria anterior do M0„ b r a s i l e i r o ,
quando o proletariado foi 1 evado a defender interesses ocasionais
' f . da bur —
•jesia. A luta da classe operaria brasileira por seus proprios interes­
t s e necessidades essenciais, uma vez tornada uma luta nacional, marca­
ra a intervenção do proletariado como classe independente.
Ao ajudar a clpsse a desenvolver suas próprias reivindicações^ deve
remos simultaneamente colocar os fins de seu movimento: a revoluçoo so­
cialista e a ditrdura do pr ole to ri a d o.

1 5 . Como jr. foi d i t o , o desvio das posiçoes estrrtegicas da 0 ., com rs


posiçoes da 3- Conferencia, inclui tambpem o que se passou a entenderdes
de la como sendo a nossa tarefa no campo dr. organizaçaò do classe,
proposta de OSP seguia o mesmo metodo de arbitrar como 'politico' e como
'revolucionário' somente o movimento ou a força còmprometida com a listr
de reivindicações que arbitramos, onde,ocupava lugor de destaque a ban -
deira dos 200%, Teoricamente, a OSP e resultado de „uma atitude idealis.
ta- Ela visa organizar forças ideais (fragoes operarias que fechariam
com aqunia ja referida lista de reivindicações), e nao os forças reais -
i.jto^e, aquelas que se organizam hoje ern torno das lutas operarias que
se d ao hoje- e que sp .o lutas por p equena s melhorias nas condições de v i--

Politicamente, a OSP e resultado o expressão de u m a politic?- ultra


esquerdista: de uma politica que abandona a vida. ftual do MO em troca
de sonhos sobre o que deveria sor hoje o movimento, o que teria forçosa­
mente de nos levar, e de fato nos levou, a um afastamento total da clas-
iáO. Finalmente, a OSP ó resultado de uma poneçpção que absolutisa o pa­
rei da agitação e propaganda, e despreza na pratica o papel da experiem-
oia da. classe: Supunharnos que a simples agitaçao dos 200% na. Assemble!-
Sindical, e a. propaganda das nossas razões através dos nossos instrumen­
tos, convenceria a massa avançada da justeza daquelas propostr s. também
job este osoecto a OSP peca por um defeito elementar: esta fora. da rea-
Decl. Pol: - 14 -
lidade.
Dissemos que a OSP e, politicamente, resultado e expressão de uma po
litica ultra-esquerdista,. Nas poucas ocasioes em que æ íormaram organis
mos com este nome - em Sao Paulo, antes do racha, e no Rio, posteriorme n-
ue, - o que se vie. era a tendencia ao afastamento dos poucos operários ra
nhos da realidade do movimento operário. 0 rapido esvaziamento desse? or
ganismos_ e consequencia deste æ u afastamento da realidade, fato que ocor
reu em Sao Pe.ulo, como mostram os balanços de 0-7 (ver BI-11 de 0-7), -uõ
ocorreu no Rio, e mais uma vez em Sao Paulo, nos dias em que formou a m i ­
noria.

C) A VISÃO SOBRE LUTA ARMADA

1. As^novrs concepçoes a respeito introduzidas a partir de 3ê ^onferên-


ciaesrao esboçadas em 'Tarefas Atuais da Dl' e, de forma mais detnlheda ,
na 'Tese sobre L u t a Armada' (prepareçao para o VI Congresso). 0 primeir'..
doc. limit:-se a considerar a guerrilhe, como 'pro pagand ismo arme do ' , en-
cgntrando no PSB 'um desvio' sobrex o assunto. A insurreição operaria e
ai considerada como a alternativa a guerrilhe., sem levar em conta que,mes
mo no PSB, es duas questões estao longe de ser oporem. 0 segundo doc.
leva adiante as concepções do primeiro, de forma mais detalhada, mes já
partindo de novas teses a respeito do GRT.

2. Com respeito aquestao da guerrilhem devemos reconhecer que ecistem no


PSB frases mal colocadas e que o assunto tem um destaque exagerado no cor
po do texto, dando mergem a interpretações errôneas, Um exemplo disso o
o seguinte colocaçao do programa: "A guerrilha tem sue. importância nes -
se.s condições, por permitir a manutenção da luta por longo tempo, nas f
ses de descenso do movime nto de massas. Iniciando-se com i o o u c o s e isolr-
--------------------------------------------------------------------------- ^ ^ 4. ^

das forças, com que conta e vanguarda,operar ia, ira crescendo a medida
em que for alcançando as primeiras vitorias contre o exercito da reação
ç em que vai delineando os objetivos de luta para os trabalhadores d:i ne-
is inteiro” . (PSB, pag.38)
* *
3* E verdade que no contesto do proprio PSB e, mais ainda, nos does. em
que e. 0. polemisa com o debraysmo (como em 'Luta Armada e Lute de Classes',
de EM) tais imprecisões devem ser relevadas. Nunca,tentamos omitir, nem
mesmo diminuir, e. importância da insurreição proletaria em releção ao fo­
co de guerrilha. A esse respeito , vejamos o que EM diz no doc. 'Liqui -
dar o Passado...?':
"A 0. nunca viu çontradiçao entre guerra de guerrilha e insurreição.
Muito pelo contrario, nas condiçoes concretas do Brasil so vimos ba -
ses uma, guerra de guerrilhas, quando,for ao encontro de uma insur
reiçeo operaria nas cidades" (doc. cit. pag. 19)

v. Ainda .segundo EM, o destaque exagorado da questão da guqrrilha no PSB


devia-se principalmente as condiçoes da luta de frações da. epocr em que
o programa foi aprovado, ‘quando uma das questões centrais em jogo era jus
tamente a critica ao debraysmo, presente rr s concepções daqueles que vie­
rem a former a Colina. Para todos os efeitos, a posição sobre a guerra de
guerrilhas que cbvemos òbfender no,momento e aquele sisteraatize.de em 'Lute
Armada e Lut. de Classes', onde e criticada de forma clara e sem margem p/
auviüas o vanguardismo armado de Debray e defend id > papel decisivo da insur­
reição ne revolução socialista.

Sobre e importancia da. luta de guerrilheis, toda nossa defesa proven


d. consideração da experiencia da revolução cubana. A esse respeito velo
citar outra passagem da 'Liquidar o Passado...?':
3o
A ^
"Vamos elinfinar a expe iencio
* viva da revolução
o* cubana de nossas pon-
deraçoes sobre a estratégia? Por que nao cabe no modelo, que os compa­
nheiros por acaso se fizeram da revolução russa? Dito de passagem nr
nhuma revolução cabe exatamente no inodelo da outro. Mas, como revolu­
cionários latino-americanos temos a obrigação de estudar e aproveitar
as formos de luta que se desenvolvem nesta parte do mundo, em paises
com um passado, estruturas sociais e problemas semelhantes".
(doc. cit. peg.19)
?
C. Quanto ao doc. 'Tese de,Luta Armada', aprovado pelo CN em astembro de
1976, existem jlesvios específicos que mereceip ser criticados. 0 primeira
refere-se a própria visão sobre G R T , o que ia nos referimos em parte ante
rior degte doc,. Cabe aqui, no entanto, aqyilatar os desdobramentos dê
tal visao ao nivel da luta armada. 0 GRT e tomo do como uma necessidade
uo psocesso,revolucionário e a sua implantação como sendo fruto da insur-
oiçao operaria nas cido.des. A insurreição visaria destruir os aparatos
[oliticos militares da burguesia em seus pontos decisivos, paro garantir
vigência do GRT e^a radicalizaçao do processo de passagem a ditaduro do
;roletariado. Ao nao ver o GRT como um governo nao-socialista, a tese ti
nho que alterar necessariamente as condiçoes de sua implantaçao, que deva
rir. ser fruto da^insurreiçao dirigida pelg partido da classe (alias, prr-
tido e insurreição eram citados como um so processo).

7. Em primeiro lugar, sao muitos as condições em que um governo operari'


e^camppnes alcança 9 poder z nao incluindo necessário.mente, a insurreiçoo
Nao e a toa que no rpoca nao reconheciamos 0 governo da UP enquanto govei
no de tronsiçao. Comteories como essa nao podiamos interpretar 0 caso
chileno, nem tampouco 0 periodo de fevereiro a outubro na revolução russo,
periodo pre-insurr eci ona l, mas onde os^sovietes ja feziam porte de uma es
trutura,de duplo-poder. Ouse j a, o carater necessariamente contraditorio
do GRT e doviilrmente suprimido e substituido por algo,que deixa muito pou
co a dever a própria dito dura do prole te ri ad o, com a un^ca d ‘ferença de
que nesse GRT apenas os aparo tos decisivos foram destruidos, enquanto que
no ditadura do proletariodo todos os resquicios teriam sido exte imiuado.
E mais ainda, nesse GRT o proletariado ,ja garantiria as choves decisiva.
"a situaçao, sendo o neriodo seguinte, mero desdobramento.

Essa tendência a simplificar a lut a de clasres, £ nao levar em consi-


ieraçao o processo, necessoriamente longo e contaditorio, do aprendizado
das,massas, o derivar a luta politica pelo poder da luta economica pelos
..rJLarios (luta contra 0 arrocho 'apontando' parado GRT), a esqyoçer o pa-
el dos lutas parciais, a considerar a insurreição aomo indissolúvel do
; rocesso de construção partidaria: tudo isso permeou de alto a baixo
linha programatica que se procurou introduzir na Organizaçao a portir da
Conferencia. E mb çra tais teses nao tenham sido aprovadas oficialmente
pela 0 ., nao^resta duvida quentiveram presentes durante esse periodo em
nossa ogitaçao e propaganda, alem de, (neste caso do.s questões militores)
ter se chego do a troduzir a visao em diretrizes concretas visrndo a mili­
tarização df vanguarda.

ü) A VISÃO SOBRE 0 CAMPO


S rw
1. As criticrs que sao feitas a esse respeito em 'Tarefas Atuais da Dl'
e nas teses do CN parado VI Congresso contra os documentos bosicos podem
ser resumidas na acusaçao de que o trabalho no campo e visto como desdo­
bramento dr luta de guerrilhas. Tal acusaçqo tem a sua razao de ser nr
mt dida em que
x nenhuma ressalvo sobre isso e feita,
s nem no PSB nem nos ...do

cumentos mais conhecidos, como 'Aonde Vamos?' E verdade que EM, em "Li
quidar o Passado...?' esclareceu a questão da seguinte forma: '
"A citarão do trecho sobre a totica de guerrilha rural evidentemen­
te não soluciono o questão uas formas de luta e organizaçao, que as
Decl. Pol. - 16 -
massas dos trabalhadores do campo adotarao...A lacuna eaiste e existe
conscientemente. 0 assunto foi debatido no IVsCongresso, quando o P r o ­
grama foi adotado e, novamente, no V Q , na votação das propostas de emen­
das. Chegamos a conclusão, nas duas ocasioes, que ja estava nos em condi-
çoes de defnir -formí s fundamentais de luta dos operários incustriais. A
dos trabalhadores do campo, entretanto, estava ainda taç incipiente e ru­
dimentar, que nao permitia distinguir formas organizatorias mais duradou
ras. Haviam existido as Ligas Camponês. Linitadas a região do cultivo da
cana em Pernambuco, principalmente, representavam verdadeiras ilhas no
Centro q no Sul do pais. Tinhamos razoes para duvidar que essr forma or-
gp.nizatori.a desenjpenhs ria papel maior no futuro. A outra forma, a dos . in
dicatos, ainda nao tinha rompido o quadro oficial e, de resto, existia
nrincipalmente no papel. A unica coisa que podiamos supor, conhecido a
tradiçao do interior, era o carater extremamente violento que as lutas de
classe no campo podiam tomar em todas as suas fases, quando recrudesces­
sem". (Liuidar o Passado...?') pag. 18
tst *

2. A questão do campo nao teria dado tanta margem a equivoros, se essa


explicaçao de EM pudesse ter sido conhecida,ha mais tempo. Em does. menor
conhecidos e mais antigos da 0., a questão e colocada corretamente. Veja-
se, por exemplo, a tese '0 Movimento Camponês no Brasil' - aprovada no ?■*
Congresso da PO:
"Essa nova proposição representa (trata-se da proposta ,de organizar o
movimento camponês), de nossa oarte, uma critica aos métodos aventurei
ros -conspirativos d'e luta. Nosso objetivo sera fund amontelme nte poli ui
zar e organizar o campesinato. Assinj procedendo, cada liga, cada sindi
cato, cada associaçao camponesa sera uma,trincheira, pois as armas sao
o complemento da consciência revolucionaria e todo o problema de toma
dr do poder esta centrado sobretudo nesta".
A lacuna, portanto, a respeito do trablaho do campo existe e dever?} ser
suprimida assim que as lutas de massa ho campo possam nos dar subsidios
sobre as formas de luta e de organizaçao. De toda forma, e maneira sub­
jetiva como se^tentou sngrir estq lacuna, levando para o campo, com pe -
quenas alterações, a visao que tinhamos (por sinal errada) do trabalho o-
perario, en muito pouco contribuiu para avançar na questão. 0 papel que
'Tese de Campo' par a o VI Congresso da aos Sindicatos Rurais e a luta
contra o arrocho e uma simples extrapolação para o campo das condiçoes
que viamos nas cidades.
/ /•
3 . E vclaro que poderemos adiantar na parte de tatica algumas considera­
ções a respeito, mas a ausência de lutas maiores no campo e, alem disso,
a pouca experiência da 0 . nesse terreno serao limites gue deverão ser n e ­
cessariamente levados em conta ein quais que c recomendaçoe s taticas sobre
o trabalho camponês. De nai|a adianta forjar esquemas muito 'completos' e
';rt ic ulsdos' mas que na pratica se mosfrem completamente irreais, isso
hipótese de serem colocados em pratica.

e) A VISÃO SOBRE SINDICATOS

1. Neste ponto, entamos em u m a questão que envolve aspectos de prdem


tica. Aliás, o doc. clássico dc 0. a resgeito, ^Nosso Trabalho,no S i ’ i
cato' vê o problema tambem enquanto questão de tatica., ao contrario
'Tese sobre Sindicatos' que o CN apresentou ao coletivo no ano passa:o,
como proposta para o novo Programa.
E isso é plenamente explicável. Em verdade, o CN com suas conce i -
ções sobre dependência e arrocho, passou simplesmente a desconhecer o •
pel das lutas parciais e a tomar toda lutã econômica, sindical, como '.vtr
oconomicista, ao mesmo tempo que a luta contra o arroçhQ estava 'na dire­
ção' da luta oelo poder. Nessas circunstâncias, nao e a toa que os sindi
Decl. Pol.- 17 -
/ M *
catos pessem a ser considerados nesta tese como 'orgaos de poder prolete
rios ' .

2. A esse respeito vejamos a seguinte colocação da mencionada Tese:


"Nas Condições brasileiras, onde a'politica de arrocho e um dedo estru
tural, a luta operrria 'pelo aumento e pela melhoria des condições de
vida des m a s s a s ' ,significa a propria luta contra o arrocho. 1'sto no:
que nao ha no pcis de um ponto de vista proletário, unja luta econêmic.
que interesse a classe". ('Tese sobre Sindicatos’ , pag. ó) E como o
*
•> fim do arrocho so podia ser garantidq pelo GRT (que por sua vez serir
implantado nor via insurrecional), ficavamos na contingência de conside -
A

rar toda luta economico como reformismo e a lu t a contra o arroçho^codto lu


ta pelo poder. E o sindicato (ou melhor a CGT) passa a ser o orgão d"~
sustentaçao do GRT. E aqui, quando o conjunto de posiçoes estratégica. ->
riginais introduzidas a partir da 3S Conferência chega as consequênci- r
ratices para o trabalho opercrio, que podemos perceber em toda sua dimen
sao o grau de afastamento completo dos conceitos mais primários e eleger
teres do marxismo-leninismo como luta economica e luta parcial, cônscia ~
cir sindical, etc.

3. Mas neo param ai, nessas aberrações caricaturais do merxismo-leninis> o


os erros introduzidos pela Tese de Sindicato. 0 doc. procura provar terri-
bem que o atrelarnento sindical e antes de tudo um atrelarnento politico o
que^a quxstao orgaoica e irrelevante, de modo a justificar nossa pertici-
paçao sindical e criticar princip&lment e a visao de 0 - 7 de ida c.s fabri -
cas (0-7 entrave nu roe. fase ultre-volunteri sta, negando quelquer possibili.
dade de trabnlho dentro dos sindicatos). Conquanto a .igtençao fosse (pa._
tieiper do sindicato ) a postura ultra-rrdical car acteris tica de nossas
teses^nesse periodo tinha que 'aprofunder' a questão, 'articule* la com, o
questão do poder, trata-le como^ 1 questão de principio', colocando por a-
gua abaixo todas as boas intenções.-
' A f
4-. Parece-nos 9 Dvio que se o atrelarnento orgânico do á nd i c a t o existe ate
hoje, isto se,.4 a pela falta de mais elementar consciência sindical por
parte do proletariado brasileiro. Est a 'descoberta* da importancia de
questão politica çor partè da Tese n ao chega a ser novidade. Alias, ern
nossas posiçoes basicas, nunca defendemos o contrario, como atesta 'Nosso
Trabalho nos Si nd ic a t o s ' :
"Se nao recomendamos essa tatica (o boicote) nas nossas sondicoes, no
presente momento, e. antes de tudo, por paradoxal que possa parecer,
devido a falta de u m a consciência sindical d e nossa classe opeicrir".
(NTS, pag. 1)
r *
Mas, hrvia, e claro, raizes mais profundas para o ata.que que a Tese fr :
aos documentos básicos. 0 desconhecimento do papel das lutas économie rs
e porciais nr formação d a consciência da classe l eva va a Tese a simples-
menre desconhecer o papel do atrelarnento orgânico dos sindicatos, enqurnto
orjãos do E s t adt» existentes para impedir a luta de classes. Isto porque
nao estavernos interessados na luta econômica (que chemc vamos de 'eco roci­
ei sta' )', -mos sim na luta contra o arrocho (luta que era 'politica'), que
.c ponta v a imediatamente para ú m a situaçeo de'crise revolucionaria, para r
tom ade do poder, onde a que st aí) do atrelarnento sindical simplesmente des^
parecia em presença de conflitos rui to meis serios.
\ *
5. E s s a capacidade. que a Tese sobre Sindicato demosntrs de nao compreen­
der o processo de aprendizado das massas e de analise» os mais simples
confrontos econômicos em termos de lute. pelo poder, leva o doc. \ conclu­
sões as mais surpreendentes. En*re elas a de que os sindicatos populis -
v-.-s eram representativos, mobilizavam e organizavam a classe (!), embore.
f2)-0>tgí.6,p;J33
Decl. Pol. -IB -
A * A

para 'lutas economic: stas ' . Destaca-se ai a mais completa ignorância so-
s
bre o funcionamento sindical na epoca do populisme, onde primava q cupulir
mo, a ausência de qualquer organizaçao pela base, as 'greves'gerais1 oca­
sionadas pela paralizaçao dos transportes, etc. Alem de outros dados comc
/ * /
o escasso numero de sindicalizados, mesmo nas epocas de maior ascenso. To
da a concepção da Tese pode æ r resumida num pensamento aparentemente sim-
pl es :
/ . /
"Num momento de ascenso revolcucionario (que alias prevemos -ocra breve',
' A

nos jogqromòs para o alto o atrelamento orgânico".


0 problema e que para chegar ness^ situ açãoideal, a classe operaria jr do
ve teç a consciência da necessidade de tomada do poder. Que essa conscien
cia so pode ser adquirida pela experiencia; que fS lutas economicrs e orr-
ciais tem papel de destaque nisso; e, "inalmente, qie o sindicato estait 1
existe paia impedir essa possibilidade, ou seja, para manter a clrsse d e ­
sarmada e sem consciência. E, se o proletariado brasileiro, chegar^nu
situaçao revolucionaria sem os elementos mais simples de uma conscience
de ceasse, por mais que grite a vanguarda e por mais que o momento seja
propicio, ela nao chegara sequer a arranhar o poder.

6. O^rosarijo de concepçoes deformadas da 'Tese de Sindicato' nao para


por ai. Alem das conhecidas colocaçoes sobre o 'arrocho estrutural', quf
p e r m i t e m ,inclusive ao redator da Tese afirmeir que 'falar de capitalismo
ng pais e falrr de uma politica de arrocho para os trabalhadores', (t s ,
pc.g. 1 ), o que nos le v a a concluir que antes de 1964 'viviamos num regime
pre-capitelista, te mos afirmações do tipo: ’'sob a ditadura militar
/ / / / / w
politica levada pelos pelegos e de esvaziar a§ lutas operarias, e ai janac te
rir æ n t i d o se falar de atrelamento, pois nao ha mobilizaçoes operarias li
ga.das a burguesia", desconhecendo-se o papel^que tem o sindicato atrelado
justamente ne inexistencia de tais mobilizaçoes; ou ainda uma acusaçao do
aue "Nosso Trabalho no Sindicato" desconhecesse a existencia anterior n
1937 de sindicatos livres no Brasil, quando este diz explicitamente que
"nosso proletariado, ha u m a g e ra ç a o , nao sabe realmente o que sao sindica­
tos operários, o que sao sindicatos li\»res" (NTS, pag. 2); ou ainda, quo
''a hegemonia da burgueçia industrial, em 5 0 , n a o ,comportava aqueles sind!
atos lavres" (Tese, pag. 3), quando fica impossivel explicar como em ou­
tros paises sub-deaenvolvidos & America Latina existem e existiram sindi-
* *
cr tos livres em funcionamento; ou mesmo "Nü.0 ha assim urna estrutura toi ''re
condene|de antemao toda a politica,que o sindicato venha a levar, por^u ,
antes de tudo, o sindicato e a propria massa por ele polarizadr, e mar
!l e g i s l a ç a o ' . (Tese, pag.3), onde se escamoteia justamente o papel da
gislaçao' na 'polarizaçao da massa'; ou entao ao acusar de espontaneistr
a suposta afirmaçao de que sindicatos independentes da tutela do Esta 0 o
teriam tambem uma politica independente, quando NTS afirma que podem ! -
ver sindicatos livres, mas sob liderança reformista, mas que nestes ccr .
nossa postura diante d$ trabalho sindical deveria ser outra (ai sim, g'- , 1 r
o sindicato, e nao nega-lo); ou quando acusa 'Formar a Vanguarda: Proleta •
ria,' de propor Comitê de Empresa economicistas so por causa do pecado
'defender os interesses econômicos' do proletariado, acusaçao absurda,
nas comparável aquela mais adiante, quando a Tese af irma que 'as fabric:
r ~o são instâncias organizatorias (nao organizam a clrsse), mas ,sim cen -
tros de produção' (Tese, pag.5), o que nao merece sequer comentários.

7. Mesmo tendo sido escrito ha quase 10 anos, 'Nosso T rabalho no Sindica­


tos' nos oferece mais , subsidio para a elaboraçao de,nossa tatica sir.
dical atual que es esdruxula.s Teses aprovadas pelo CN um ano atras. Er
primeiro lugar porque não se aventura no terreno puramente especulatorio
da atribuição aos sindicatos de um panel de sustentaçao do podor proletá­
rio, ou qualquer fantasia semelhante; em segundo lugar porque nao envere-
r nor uma tatica de boicote do trabalho no sindicato, embora para isso
Decl. Pol. 19-
tenha .justificativas muito melhor fundamentadas que rs da T.ese, As di:c •
trizes de NTS podem ser sintetizadas da seguinte maneira: a) os sindica­
tos, atuais brasileiros fazem parte do aparelho estatal e forem criados pa
ra evitar a luta de classes e nao como instrumento de lut a de classes; ”
d ) to.is sindicatos tem atrasado a formação da consciência dr classe, mesmo
A • ✓ r*j ~
da consciêncir sindical; c) nossa tatica de intervenção nao --iode ser pau-
tada nas tesos xzlas^icasde intervenção sindical, pois deste.;: teses, trata-
se de sindicatos livres; d) nossa tatica deve asr no sentido de destrui^f?
.*■ maquina sindic&l existente e da formaçao do sindicato livre; e) não
cabe o boicote porqáe a classe nao tem consciência sindical,e nehhuma ou-;
tra alternetivr poderia ser dada, ao contrario do outros paises (como E s ­
panha, p.e.,; f) a utilizaçao do sindicato deve ser no sentido de denun­
ciar os pelegoq e a estrutura sindical, utilizando v.s brechas legais
‘‘
•e chegar aí: fabricas; g) devemos fortalecer as organziações de base,uies
mo aquelas ligadas aos sindicatos^ h) poderemos participar de di ret ori as
sindicais, desde que hajam condiçoes para um trabalho de organizrção t>o.U.
base; i) nao devemos apoiar campanhas üe sindicaiiza.ção, para nao
confundir a nassa a respeito jjo papel do sindicato atrelado; j) nartici
pcT^de sindicatos e de oposiçoes s^ndiôaist desde que coloquem êm xequo T
nolitica çalariaL do governo; k) e preferivel correr o riscr de inte. ver.
çoes do que aceitar a política sindical.

Nao nos ocuparemos aqui dr critica as concepçoes sobre Comitês de Em -


prêsa queA sao feitas no doc. 'Tcuetfos Atoais da Dl', edi tad o^ log o,após à.
Conferencia. A esse respeito, nadn teríamos a acrescentar as criticas
de EM em 'Liquidar o P a s s a d o .... ?'. Alem do mais, desde a edição de 'Te­
se sobre Sindicatos ', hoube^complota. omissão do papel dos Comitês de Em -
presa, mais do que fdrmulações novas a respeito. Com o sindicato se trans
formando em orgao de poder, as Delegações Sindicais passaram a ocupar o
lugar dos organismos de re resentaça.o da classe. De certa f o r m a , vieram o.
ocupar o papel dos comitês, Emboi^ nao devamos brigar por causa de nomen­
claturas não deixa de ser difícil vislumbrar nas atuais' DS's paoel de ta-
■ nho destaque. As D S 's hoje existam em pouquíssimas fábricas, sao em ge-
V 1 pelagas, nao organizam a classe pela base e nao sao reoresentr tivas.
corto que tr ticamente poderemos aproveita-las parai alguma coisa, mas
•uerer ver nelas os orgaos de base do poder proletário já e sonV.ar demais.
Decl. Pol. - 20 -

F) A__ QUESTÃO DO PROGRAM A

1. Cabe aqui reafirmar as autocriticas feitas anteriormente pela 0*, des


de a publicação da TD-39. N ess e,doc., nos autocriticemos do abandono da t:
gitaçao e propaganda revolucionaria embasada no programa e suc substitui­
ção por plataformas de luta onde era omitida a questão do poder (na piat_
f o r m a operaria a palavra de ordem mais geral era a de luta contra o ar­
rocho e na plataforma estudantil, a luta contra a PEG). De inicio, justi
ficavamos a ausência das palavras de ordem finais (referentes a toncda do
• / *

ooder) com o estagio de,descenso das lutas de classes no Brasil. Este a r ­


gumento nao era muito solido, tendo sido bastante combatido na l it eratu­
ra revolucionaria. A esse respeito, vejamos o que diz Talheimer em " Cs
Pontos do Programa":
"As palavras de ordem de transiçao da carta (refere-se a Carta Circular
do Comite Central da Liga dos Comunistas, de 1850, escrita por Marx)
nao deviam naturalmente ser escondidas pelos membros da Liga Comunista
ate que explodisse o novo levante operário, mas antes mesmo disso ocor
rer eles deviam propagandea-las na classe operaria. A carta nao tinlv só
*
por objetivo desenvolver as perspectivas das novas lutas,.revolucioneri
a§ diante dos, membros, de lhçs traçar as linhas dç principio da estra.-
tegia e dr tatica revolucionarias, ela devia tambem fazer penetrar
propagr nda de entao dos comunistas na classe operaria. Por esse propr -
ganda, os comunistas deviam preparar a classe operaria para as lutas
revolucionarias iminentes; fazer a propaganda da luta pelo poder so
quando esta ja começou e dar provas de reboquismo". (doc. cit. cep. so
bre as palavras de ordem de transiçao)

2. Essa concepção era, no entanto, bastante agravada com a teoria.oro 'ar


rocho estruture.1' (cuja contrapartida no ME era a *PEG estrutural') que
possibilitava uma comçleta confusão entre a luta econômica e luta políti­
ca. Quando nos ,defendiamos da acusa ao de economicis mo que nos fazia o de-
mocratismo ermavamos todo um esquema em que o arrocho salarial erp a ex -
** * *
pressão mais sistetica cb capitalismo no Brasil, decorrendo dai que a lu­
ta salarial contra o arrocho era, 'nas condições de nosso capitalismo de-
*
nendente', uma luta oominentemente politica, que 'apontava' diretamente pi_
ra a luta polo poder. A consequencia disso e que qualquer luta saleriel
que nao questionasse o arrocho, era, em contrapartida, uma luta 'economi-
cista'. De repente, as lutas econômicas simplesmente desaparecerem dô nos
so vocabulário: ou bem as lutas salariais eram contra o arrocho (e por -
tanto, 'po l i t i c a s '), ou bem nao eram (e portanto, 1 ec onioistas'). A esse
respeito, vejamos o que diz Talheimer, ao distinguir oá dois tipos de lu­
tas: / / M M
"E necessário compreender que a tran si çao , a transformaçao da luta ecó
nomicas em luta politica e vice-versa nao se completa a partir de um
*
simples desejo ou por uma simples ideia; que a luta politica nao se
distingue somente quantitativamente, nem pela qualidade, a grandeza cl
a amplitude da l uta econômica. Ela difere tambem quaiita.tiv amente pel*
sua forma, sua maneira de nascer, os meios de luta,_os objetivos, ou
seja, a. tran§içao de u m a em outra e uma^transformaçao no sentido estri
tamente dialético do termo, uma. transiçao para um outro terreno. Em
M M A /
caso,de transformaçao ou de transiçao da luta economica em luta p o l i t i ­
ca, e uma transiçao de uma forma mais inferior em uma forma superior,
de uma forma particular em uma forma geral da. luta de cif. sses. Es:,a
transiçao ou essa transformaçao tem suas leis, suas condiçoea e surs
regras especiais". (Doc. cit. cap. sobre reivindicações parciais)

3. Assim, para Talheimer, a identidade que existe entre luta e c o n o m i a


Se Cl. r- . - 21 -
r A

mice, e lute politico no da,polo f rto de ambas sorem lu ta:" d? classe.


Mes a semelhança pern por ai. As condições em que surgem, os meios que
yii pregam e os objetivos que perseguem são diferentes, sendo oue o pas­
sagem da forma -especifica, inferior de. ^uta de classes (lute economic: }
para a forma geral e superior (lute politics.) exige ume transformação d v
letica que nem sempre e possivel e que, nos momentos de descenso, trez
nüito meis dificuldades que em momentos de crise social (onde, em gerei,
l uta economi c a se transforma em poli ti ca rapidamente). A vm^tierde o -ve
abor compreender essas,le is pera nao ceir em dois desvios simétricos:
transformer tudo em politico ou transformartudo era econômico. Quanto
suposto perigo de nossa atividade sindical ceir no campo do reformismo ó
' inda Talho imer quem elucida a questão:
" 0 que cs aproxima (a lute sindical comuniste de luta sindical rofor -
mista) e que a lute a n d i c a l e nquanto t a l , fice dentro dou n: rcos uo
gime economico capitaliste. Sua base é e realização do v. lor da fere-

de tr abe lho pele classe o p e n r i e . A diref onça qus fr? com quo eles sp or:nrrii
violentement e e a posição de principios em relação ao sist cap.it: -
lista Uo Estr do burguês. Os reformistas que se colo cr m sobro o terreno
do sistema capitalista e dosA interesses comuns entre o capitel eN o tr
bailio se esforçam em consequencie, pera adapter a luta sindical es nr-
cessideuos de valorizaçao eapitelista, de um la do, e a existencie i:
Estedo burguês, de outro. Dei e sua tendência: 1) de__ impouir em g o ­
rai que rs lutes ooereries explodem ou de estrangula-las ume vez, qu,-
elas tenham eclodido num momento em que a sociedade burguês: este .\.b -
lnda ou cinde quando elr;, por gutras rezoes, tem u.ma necessidade urgen
te que es lutas por salaries n a o ,explodem,-nor exemplo, em tempo de
guerra. 0 principal motivo q.qui e e crença ne transformação de lute e-
conomica om lute politice. em lute revolucionarie pelo poder, que pode
fecil e raoidr mente se iniciar num momento como este; 2 ) mesmo em ter;
pos de esterilidade relative ÿo capitalismo, a tepdencia de restringir
o mais possivel as lutes economicas, de onf ro.quece- 1 a s , de intervir pc
ie liquiua-las". (doc. cit. cap. cit.)

/ /
4. Em suma o que nos distinguira dos æ f o r m is tas na luta sindical sere o
frto de que interviremos sempre part fortalecer n luta, organiza-la, am -
■>lia-lc eo t.,aximo,sem nos importarmolssobre a capacidade ou ne o da burgue­
sia poder setisfazer naquele momento o reivindicação de massa^opereria.
Em suma, nosse combativi dad e, derivsa de 90s sa posição de principio em r*1-
leçe.o ao Estr do capitaliste, nos coloc? ra num campo oposto ao sindicalis­
mo reformista (ou pel ego). E, para isso, mac e nccessrrio que busquemos
reivindicações irreais (como o indice de 2 0 C ,) com as quais a messe ainda
nro si probleme.ti za.

3. Mes nao foi apenes ne^substituiçeo Jo pjograme por plataforma de lutr


e consequente confusão entre luto economica e luta politice que nos
equivocamos. .ao foi a TD-32 que conseguiu lever e. eu.tocritj.ca a seus
mr- rcos e tuais . A incorporação, ,através da Tese da 4ã Conferencie, do ,cor
ceito das 'palavras de ordem praticas' deu o passo seguinte nr- autocriticr:
~ V

nao cabe a venguarda imprimir nas lutes como pelevra de ordem de açao, es
clevras de ordem finais d^ programe (ou mesmo as de ,trc.nsiçeo) sem cor*Ji
Qoes concretas para isso. E preciso que existem também es 'palavras de or
d em nr et ice, s ', mais conhecidas na teoria revolucionaria como 'palavras__ ue
oroom par c i a i s 1 e definidas por Talheimer como palavres de ordem pera 0
•.nfitese dg luta pelo 00d e r , (ou seja jjera qiand o a lute pelo poder neo es
teja ne ordem do die). Par 9 ele o caret er fr
,Q rei d rs reivindic - çoes
: lfvres de ordem perciais e 0 de que 'os marcos da ordem cr vit ali st a e
do es fado Durguêc não são ainda ultrapessedos ". Pera nos, todas ns p a r -
vras de ordem de ação tinhem que ser reiradas do programa, ou seja, deve
riam ester no linha direta de. tomada do poder (serem, no minimo, reivin-
F2>.\Ó'V0 X IW
Decl. Pol. - 22 -
caçoes de transiçao), o que tinha uma certa relação xzom a visão catastr'
fica sobre rs possibilidades^}o capitalismo brasileiro (de não poder der
as massas nem as reivindicações mais simples). A Tese da 4S Conferência
realiza, ao fazer autocritica dessa relaçao Programa-açã2 , n ruptura do
qualidade com os desvios da pratica recente da organizaçao. Para a Tese
existe um processo de aprendizado das massa s onde tem importância funur-
mentcl as formas mais embrionarirs da lutq, de classes, como c luta egor.ô
wiva? as reivindicações parciais. 0 critério para essas reivindicações
pcssa a se n a o .0 Programa, mas a disposição efetiva das massrs para a lu'
ta. Eis a conclusão geral que tira Radek (apoiado por Lenin e citado
:or Talheimer no mesmo doc.) sobre a questão:
"Se poderia ainda citar muitas
a
outras ~palavras
~ * de ordem. Eu não 0 f; -
rei. Elas saem da luta pratica. 0 que nos dissçmos, 9 que lhes damos
como palavras ue ordem, por diretrizes gerais, e de nao se oporem ern
todas as luta s d 0 proletariado, a o o b jetivo pelo q u al lu t am a s roca a a s ,
mas de reforçüraa l u t a das massr-s pela sua neces sidade pratica, do r-x-
■ilirr, do ensánar a esr.fs mr sas a nu t r ir d e sejos mais elevrdos: 0 d -
sejo da conquista do poder" . (grifos nossos)

6 . Essas p<\lavra s de Radek sintetizam com grande precisão o sentido das


palabras de ordem praticas, ou palavras de ordem parciais. Elas derivam
das necessidade s p r a t icas das massas e não da cabeça da vanguarda ou
programa feito a priori ('ou porque temos la^os nossos conceitos sobre
depçndência', como diriz IjJM sotjre os 200/5). À Avanguarda comunista cabe,
poia-las decididamente ate cs ultimas consequencias (no que se diferirá
dos reformistas) e realiz? r dentro dela uma propaganda dos objetivos mc ia
elevrdos da classe no sentido da tomada do poder, Para a 3a Internacion:
na epoca dos primeiros congressos, as reivindicações parciais não deviam
ser desenvolvidas no Programa; a respeito delas apenas a çonsideração eçbo
çada mais r cima por Radek devir ser tomada, enqua.nto principio geral. Ou ­
tra coisa seria as palavras de ordem finais (poder soviético, exército
vermelho, expropri.açao das empres&s capitalistas, naciorjeljzação da terr;
e as prl avr: s de ordem de transiçao (sovietex enquanto orgaos de luta, r>.>-
/ A M «w

maroento da classe operaria, conv.role da. oroduçao, apropriaçao de terras


pelos ermponeses, etc), que deveriam constar do programa com uma conside­
ração, inclusive, sobre suas condiçoes de a p li cab ili da ae. Sobre as pala­
vras de ordem de transiçao, essas sim na linha direta da tornada do poder,
e util ver aqui em que condições elas devem ser empregadas, Ainda segundo
Talheimer (e quando citamos TH. aqui eç taroos dando tambem a interpre taça -
da 3- Internacional sobre 0 assunto, je que ele fazia parto da Comissão
pera a elaboraoao do programa do VI2 Congresso da entidade), as palavras
de ordem de transiçao tem as se ruint escar acteris^icas: a) sao palavras
desordem para antes da tomada do poder (co contrario das palavras de orC,-'.
fánais) b) elas ultrapassam os quadros da ordem burguesa, embora loceli-
zadam ent e; c) eles encontram a resistencio da burguesia, o que coloca f.
*
classe operaria no dilema: ou perder as conquistas ou seguir adian t e , ul
trapassando cada vez mais essas conquistas; d) ^deveiji ser empregadas en­
quanto palrvras de ordem,de açao aoenas nos p eriodos_revolucionários ? : -
d o s ; è) nos outros periodos, deve ser empregada como propaganda; f)
propaganda as palavras de ordem finais devem ser articula.das cóm as pal -
vras de ordem de transiçao.
-c6-(ò,£- 75?
Decl. Pol. - 23 -
/ A
z'. Como já foi mencionado, a autocritica da 46 Conferencia ficava pelr.
metade, ne medida em que substituiamos o PSB por um programa do GRT que
tinha que responder a todos os p r ob lem ast porque necessitavamos disso pa
ra a propaganda. Ora, o^pro grama do GRT e um programa formado,por pala -
vras de ordem ife transiçao, fundamentalmente.^ Antes da autocritica da 4^
Conferencia, chgcava-se cl arame nte^ com a visao que expressa Talheimer m a
is acima. Queriamos colocar na açao palrvras de ordem que seriam, em sua
maior parte (dizemos em sua maior parte, porque o 'programa do GRT foi
endossado com palavras deordem parciais e com palavras de ordens finais,
numa grande confusão), palavras de ordem de transiçao, ou seja, para se-
rown a p l i c a d a s ® neriodos revolucionários a g u dos , o que nao e o nosso ca
so. Mas esse foi apenas um meio-erro, prontamente criticado pêlo CN
egoca da 49 Conferencia. A outra metade foi, como ja dito, a substitui­
ção do PSB por um 'programç de transiçao', onde as reivindicações socia­
listas finais ficavam diluidas ■ ✓ no meio
/ de tantas
✓ outras,1 onde o GRT toma
N —
va o lugar da ditadura proletaria (o que ja criticamos em outra parte der_
se documento).

8 . Bc-m,ate aqui criticamos: a) a descarocterizaçao da agitaçao e proga


ganda pela substituição do progr am a por plataforma de luta; b) a visao
•de derivar as palavras d e ordem -de açao das palavras de ordem do progra­
ma; d) a substituição do PSB por um p r o g r a m a ,de transiçao (programa do
G R T ) . Resta um ponto ainda: a visao sobre a necessidade de revisão^ do
PSB no atual momento. Somos contra esse ponto de vista por duc s razoes:
a
a primeira porque consideramos que as falhas existentes no Programa so
coserão ser supridas com a colocação das lutas de classes em um novo pia
no ( o que acarreta qup gara o nivel atual das lutas, nossos objetivos
gerais expostos no PSB sao suficientes para dirigir nossa propaganda e ,
por outro lado, que certos aspectos necessitam para serem ampliados de
exper iene ias concretas que so a luta de classes nos dara) e a segunda
porque a 0 . enfrenta hoje_ tarefas no sentido de sua recuperação muito
mais urgentes e que deverão monopolizar nossas energias em prazo imedia­
to (nossa fraqueza numérica de um lado faz com que tenhamos que dar prin
cipáLidade a um maior enraizamento na classe operaria e 'por outro „lado
nosso maior fortalecimento para enfrentar qualquer tarefa de revisão do
PSB dependera fundamentalmente desse enraizamento e da maneira como pos­
samos sistematizar as experiências da luta de classes). Em suma, para re
visarmos o Programa, teremos que contar, de um lado, com uma vanguarda
bem formada em todos os antidos, teorico e politicamente (o Manifesto cus
tou a Marx e Engels, pelo menos 5 anos de estudos; o Programa do partido
russo pelo menos 3 anos par a Lenin e Plekhanov) e de outro com a exneri-
encia adquirida na luta de c l a s s e s v com a colaboração conjuntaAdos men.-
òros da organização que serão tambem porta-vozes dessas exoe ri enc ias . 'Pa
ra enfrentar a diversidade e a complexidade das questões que deve tratai
o nosso programa ha igualmente maior necessidade de' o submeter a ym es tu
■ o da massa dos simples rnembros do partido. E a eles e nao aos sabios
doutores que ele^e destinado, ele deve ser-lhes compreensivel e respon -
der a suas questões'. ("Os Pontos do Programa", A, Talheimer, cap. ij

G) CONCLUSÃO

* a ~
,Varios anos de pratica esquerdista e de florescimento de concepçoes
sectárias gradativament e liquidaram as posições basicas da 0. A estagna
çao do ROP, como desfecho natural do PTCP, e mais adiante a lenta decom­
posição da 0 . com os sucessivos rachas e com o retroçesso geral cio traba
lho operário, atestam a esterilidade de posiçoes politicas desvinculadas
da experiencia, e artificialmente esquematizadas em debates de seita.

As posições basicas da 0. sempre se basearam na tr; diçao marxiste -


F ^ ' ô - Î G . p - M

Decl. Pol. - 24 -

leninista e nas sistematizações dos primeiros Congressoda da 3 S Interna •


cional.. Foi corn estas posiçoes que a O . sej3 esenv^lveu nos seus primei­
ros congressos, enfrentando as novas condiçoes politicos abertas com o gol
pe de 64 e deixando marcas reais n a evolução da esquerda brasileira. En­
tretanto, o periodo ultra-esquerdista criou a ficção de 'um prssado prope
gandista' na 0 ., e sob a^handeira da critica ao propagandismo e ao espon­
te neismo atacou as posições politi cas e teóricas fundame n^ai s. ^Tomou- se
como certo (sem nenuma fund amentaçao demonstrativa) que a 0 . não possuir.,
::te o Projeto da 3 â Conferência, u m a visao clara sobre o GRT. Ou, que a
0 . nao tinha uma estrrtegia c^ara» mas apenas uma suposta diluição-espon-
taneista. As posicoes sociologicas o pequeno-burguesas de Rui Mauro so­
bre a 'Dialética da depe nd en ci a' passaram a figurar eomo sustentáculo de u
ma concepção global sobre a revolução brasileira, que chegou inclusive c
se desdobrar em detalhes sobre o seu futuro. Entretanto, rs 'novas' con
cepçoes se revelaram mais tarde como herança eiletica de ' elhas , posições
teóricas esquerdistas e populistas, A busca de uma 'mediação tatica' cr-
racteriza todo o periodo ultra-esquerdista da 0. Esta no PTCP, na s pr i­
meiras e precursoras 'pl^taformr s de lutç' . Continuou com o piôno de}.ib^
rctivo e com a 3a Conferencia. A autocritica da^TD-39 e da 4& Conferen -
cia nao superou o desvio, pois manteve a 'mediaçao', agora nr forma de um
'Programa do_GRT', ainda nao socialista. Noçoes elementares do marxismo,
como a relaçao entre l u t a economica e l ut a politi ca, cederam lugar a in-
"jransigendia na 'luta politi ca' pelos 2 0 0 %.
' A

A autocritica da 0. aberta na 4§„Conf erencia inicia-se justamente


com a reir.troduçao^ de uma das concepçoes ,mais elementares do marxismo-le-
ninismo: o apoio as reivindicações operarias, por minimas que æ jam, que
signifiquem alguma'forma de luta contra o capital. ,Sob a terminologia de
'palavras de ordem praticas ou imediatas', a autocrit ic a da 0 . começou re
introduzindo o bê-a-ba da con cepçao materialista sobre a luta de classes.

A tarefa atual e a rotomade. das pçsiçoes basicas da 0. Estas pose­


ções formam um referencial coerente, ja transformado em experiencia s pra-
tiers no^nosso passado. Quanto as 'lacunrs' das^ nossas posiçoes programa
1 i c c s , nao devemos nem godemos pretender preenche-lrs agora. Esta sera
matarefa que so ganhara atualidade quando a luta d e classes colocar no-
'ros oroblem? s e nos solicitar novr s resnostas. Como vanguarda marxista ,
nao devemos nos antecipar a historia e formular, nos proprios, os proble­
m s a serem resolvidos, sob pena de voltarmos a gravitar em torno de um
nundo i^rçal. As lacunas do nosso programa decorrem dos limites existen­
tes na propria, formaçao e experiencia do proletariado. Nao podemos nem
^evemos preencher estas 'lacunas* com especulações .
Entretanto a expectativa anteriormente aberta para o VI Congresso e-
ra exatamente a^de levnr adiante o preenchimento dessas 'lacunes ' , ou sejr,
era a continu açao das discussoe s ,e specula, ti vas que preencheram as teses
publicadas por nos ha um ano atras. A nossa experiencia atual, que deve­
mos ampliar e sistematizar, sgra sem duvidd subsidio para enriquecimento
fu turos - nr s subsidies que so ganharao dimensão a prazo. Como colocaram
os comps. da PO-exterior em 'Meias Verdades Nao Resolvem' ,

"... nao somos _nos_some nte que temos,algo a dar, mas igualmente o pro­
letariado... nao sao some,nte os operários que tem a aprender, mas i -
gurlmente a vang ua rda teórica. 0 processo nao pressupõe um papel pas­
sivo do proletariado, disposto a absorver as sabedor ias trazidas de fo
a a _
r a por nos, mas a vanguarda teórica igualmente tem de aprender a lidar
com a s fornes de luta e de organização, que o movimento vivo desenvol­
ve espontaneamente".

A 13os sa pratica atual, um a vez recolocada em termos materialistas, q


cumulara valiosas contribuiçoes para um futuro desdobramento do nosso pro
'rama*. Entretanto, querer realizar,este desdobramento hoje, querer cobrir
lacunas com suposições e esquemas, e um,erro^em que a 0 . nao deve mais in
correr. As teses p a r a o 63 Congresso ai estao, mostrando o preço que a
Decl. Pol. - 25 -
O* pagou quando nos aventuremos neste terrerjo p e l a primeira vez. As teses
nao foram^capazes de trazer outra coisa senao especulações sobre o G R T ,
sua relaçao com os sindicatos, e sobre a luta armada, alem da nova 'histó
ria critica* da 0 ., (tese de balanço, nao publicada) adapatada às concen-
Çoes revisionistas que se implantaram. Aquelas discussões intele ctualis-
tas hoje entram para os arquivos da 0 . apenrs como registro de uma crise
de perspectiva, como ante-sala^da desagregaçao que viria a seguir, e,em
suma, como registro de discussões improdutivas que preencheram nr. verdade
o vazio gerado na 0. pela pratica ultra-esque rdista. As projeções idea -
listas sobre o futuro, expressão do nosso isolamento da realidade, apare-
•jera.m na§ hipóteses sobçe o lugar dos sindicatos nr. sustentação do GRT,
:j ? . s hipóteses sobre o peso dos soldados (a ' cisao horizontal') na insur -
.reiçao, no detalhamento de um plano dç insurreição que chegou a propor
íormas organi zatorias (comrndos e^milicias), etc. E enquanto se concluirm
os esquemas para a futura revolução, o Balanço condewava o 'passado prope.
jandista da 0 '.
A 0. pode e deve compreender os *us erros passados parr nr o repeti -
los. Tomando como pressuposto a,retomada dc linha dos primeiro s ,Congres­
sos da 0 ., a nossa tarefa atual e a de reorganizar o trabalho gratico e r
madurecer rs novas ^propostas taticas a partir das sistematizações de oxr;
riencias e suas cr\<;iços. Armados pelas orientações basicas da 0.,
Ijasso do movimento pratico valera mais do que mil esquemas idealistr s .Tal
o o caminho por onde as nossas discussões poderão ser realmente fecundas,
o por onde podera se dar a recuperação politica da 0 .

CN - OCML-PO
Preparação da 5 B Conferencia)
10/77

*******
VÓ- 3. IP 141

T T - « ' 2-
ÍL-. DI. . E _A ESTRA T É GIA__ PROLETÁRIA

1 - A presente discussão na 0* tem pur centro a tatica. Isto _ so da


num momonto em que estar,ios rucem-saidos de um fracionamento e das discu^scxjs
que 0 pr ecederam, mas que apusar disto nao foi possivel formular definitiva,
mente uma tatica para esta conjuntura. E isto sem falar em todo o processo*
de discussões para a III2 conferencia.
Portanto, a discussão quo tjejo existe na 0. tom que necessariamente; de.
f i nir f e de modo correto, uma tatica para romper com a herança propagandis­
ta o dar conta das tarefas que a realidade coloca.
Poróm, esta discussão para que seja consequente, para que não tenha
qs mesmas deficiências das anteriores pçecisa ir alem, questionar as pró­
prias bases da tatica ou seja, a estrategia.
A» (
Este doc. pretende colocar o porque dessa discussão crepresenta 0 ní­
vel dc questionamentos em Hl e H2.
Se a discussão hoje gravada na Q. pretende daç respostas taticas, medi
nr na conjuntura a estrategia proletaria, e necessário antes de tudo..que e-
la exista, pois de outra maneira vai so ficar a dar voltas sem nunca respon.
dor as tarefas conjunturais.

2 a,polo propagan dismo 0


- A trajetória da 0. sempre foi marcad isto
pode s e r ffacilmente constatado nos seus does. básicos e num b alanço do tôda
a sua pratica.
a ^
Os conceitos tçoricos de penetraçao e org anizaçao^indepe ndente ate ho-
je çjefinem a estrategia. filas penetrar o quo? As posiçõc -5 ger ais da^O? Is-
co e evidente na medida em quo se deseja umc^c lass j operaria para si, a fu-
sao do teqrio/éocialista com ó movimento expontân eo. Mas nada de fino em termos
da direção a ser adotada no movimento, as tare fas quo a class o deve assumir,
Da mesma forma que foi necessário a organizaça o independente para 0 proleta.
riado russo, tiveçam os camponeses 0 trabalhad ores c hi n e s e s ■o sabemos muito
bom que as 'estrategias russas e chinesas não e ram as1 mesmas.

, Nu *Formas A l/anguarda Proletaria' o definida uma 'linha estratogica rjje


e a linha da p netraçao o da formação da classe independente conjo so nao
bastasse a definição de que a estrategia servia para a 0 ^através de uma 'li.
nha'J e não^para a classe, passa-se a dofinir de que modo e possivel a pone-
traçao. E ai se descreve ate a entrada oe profissionais liberais (dentistas,
médicos) nos sindicatos.
a
E portanto neste doc, que se forma as^bases sobre as quais nasceu PTCP.
Esto nada mais era do que uma sistematização das forrpas em quo seria pns -
sivol uma aproximação com elementos avançados para ai desenvolver uma propa
ganda anti-capitalista.
0,que ha marcante nesta fase nao e apenas a falta de mediação entre
estrategia e conjuntura ^como coloca o Projeto, mas principalmente a não e-
xistência de uh.a estrategia. Dessa maneira, a pratica teria que ser necessá
riamente propagandista e dou tririaris t a , pois o que se objetivava era a peno.
traçao.
Tilas a luta de classes nao para e muito monos prrou no sono ropista.Quen
do a 0. finalmente acordou para a realidade pretendeu i^ue a IIIa conf. tc-
chasse uma tatica de intervenção na realidade, Ainda ai a penotraçao e a or
ganizaçao independente oram os referenciais ostrategicos para a formularão*'"
da tatica. Se nao era possivel
!a penetraçao, era no entanto possivel ranhar
os elementos de consciência anti-capitalista que estavam presentes no movi­
mento. Para isso era fundamental a existência do uma plataforma dg lutas: 0
moio através dc qual se daria a pen oty aç nn. A questão dominante ai, não são
a f propostas para o movimento o sim ganhar os elementos para cue fosse pos
sivel desenvolver a propaganda pois ao nivel do movimento, nas nossas pro -
postas nao navia 'njsrimjrrm diferença entre cs diversos oontos da plataforma,
om termos, daquilo que diferiria reformismo do não reformismo'.
0 Projoto avança om relação a jese 0 0 foz principalmente na determir i
ção das^caracteristicas da massa avançada. Essq avanço, no entanto, ainda '
se da sobre as mesmas bases da Tose. 0 que norteia a tatica do Projeto o
A DI e a Est. Prol. - 2 - -
acumulo de forças na massa avançada, e is to so materializa p r încipalmo nte _«
na C.O. e na l_ES. Se o centro da tatica e a formação de organismos que es-
tao^fora dç mpvimonto, então quais são os objetivos da plataforma de lutas,
sunao b preprio meio para una aproximação com os elementos avançados?
Porisso que a existencia da plataforma de lutas, por^si so, nao repre­
senta um çempimento corn o pr o pag an dis mo. Reflete a evolução da conjuntura '
na trajetória da 0., ou seja, existem elementos que pressionam a 0. Tradu -
zindo estes elementos, temos:
1) a aproximaçao nos moldes anteriores já não o mais possível;
2) o aparecimento do demccratismo enquanto tendência politica dominante na
massa avançada;
3) a necessidade de respostas ao movimento. Estos fatores pressionam par'1
que a 0. se adapte aos novos tempos e desta maneira apresento novos mei;
que purmitam a aproximaçao.
0 problema e oue a aproxinjação exige cada vez mais rue^se tenha propos
tas qm identifiquem3 pesição politica da 0. Nesse sentido entao que se compre,
endç. as constantes modificações na plataforma de lutas e nas formas organi-
za terias.
0 que ocorre e que as Comissões Operarias nunca existiram e tampouco a
LES funcionou. Se hoje esta sendo proposta^a extinção desses organismos (pun
tos) centrais da tatica de acumulação de forças) c a criação de org an ism es1
como a OSP e P.iPR a questão não é apenas de politica de organização. Quer so
acompanhar o movimento e ao mesmo tempo manter uma tatica que nao pensa cen
tralmente isto. A consequência só pode ser urna pratica reboquista o cheia"
de remendos e vacilações.
Do ponto do vista estratégico, o projeto rove as colocações do FVP, nas
mantêm o nucleo central^ quando determina que a tatica visa os pontos do
partida para a ponetreçac, lue pontos de partida são ossos? A C.O. e a LES
que infelizmente nao existiram.
[ï!u§rno quando se coloca que o acúmulo dt, rqrças para o' G R T , a estrato
gia e tatica em nada se modificam, pois o nivel de generalidade ainda e o
m e s m o . #A tatica ainda e 'interna^, quem pcumula forças o a 0., dessa manei­
ra a tática não visa a classe, não visa o movimento. A 'articulação' com o
GRT se na*tcrializa na 7-.0. e na LES.
» ~ é f ' A
Dentro de uma l m n a correta n^o so o movimento acumula forças como a
proçria 0. aumenta a sua influencia, recruta mais elementos, etc..., mas o
'acumulo de ferç.s^ de modo algurrf e urna direção, visa determinado oijetivo'
ou e o centro da tatica.
No yitual campc, ru melhor, coip esta 'estratégia', a tática teria oue
ser continuamente modificada. E ^lom disso com a tetiça de '^cúmulo de for­
ças' e o mçvirr.ento exigindo continuamente respostas so poderíamos desenvol­
ver uma pratica reboquista, sempre atras das prupestas democratistas rlunun-
ciando seu carator pb. .

3 - A discussão que nocossitanos tem que envolver além da tática , a


discussão da estrategia pois de outra maneira ficaremos sempre com as táti­
cas de remendos, querendo rgodiar na conjuntura conceitos teoricgs (penetra-
çac) o cue evid-ntemente so pode sc. traduzir numa ausência de tatica.
Á discussão da estrategia tem que envolver o problema do CRT, as suas
tarefas, as classes que o sustentam, como se traduz a hegemonia do proleta­
riado, de que maneira se articulam essas parcelas que sustentam c GRT na
Trente, que organismos materializam a frente dos trabalhadores, quais as ta
refas militares para alcançar o GRT, etc.
Zssa§ definiçeus necessariamente ,tem uma at u a l i d a d e ,nesta conjuntura ,
cu seja, e a partir dai que sera possivel formu lar uma tatica.

4 - Neste sentido, oste doc. propoe quç a C o n f . seja adiada o marcada


uma nova data para que a discussão de estrategia faça parto da atual Dl.
D I S C U SSÃO SÕ!3RE .EST R A TÉ GIA

A n e c e s s i d a d e da E s t r a t e g i a ^ (o GR"£) e x p l i c a d a p a l a s c o n c c i t o s c o n c r o -
tos f u n d a m e n t a d o s no c a m p o da a ç ã o p o l i t i c a , p a r a a t e n d e r as u r g e n t e s n o c u s
s i d a d u s ein r e p a r a r as q u e s t õ e s c e n t r a i s de n o s s a t a t i c a h o j e ,^ v o l t a d a para
a a t u a l c o n j u n t u r a , t o r n a - s e o p o n t ü f u n d a m e n t a l da Dl. H u c s t o e s lev/antadas
p e l a M i n o r i a e a r e s p o s t a da !T:aioria não a t e n d e r a m ,aos p r o b l e m a s dg f u n d o ,
pois e n q u a n t o a p r i m e i r a t e n d ê n c i a m u d a o e i x o p o l i t i c o da a t u a l t a t i c a (sem
a s s u m i r t o t a l m e n t e a n o v a p o s i ç ã o , p ois .logo a d i a n t o c o l o c a o s s a tar Ta a
c a r g o de t odo o c o l e t i v o ) , a m a i o r i a a p e n a s m o d i f i c a s u p e r f i c i a l m e n t e as a-
t u ais f o ç m n s e r g a n i z a t o r i a s x e, a s s i m , não r e s o l v e o g r o b l e m a . Este , f r i s a ­
mos, e s t a l o c a l i z a d o na v i s ã o do P r o j e t o q u a n t o ao a c u m u l o de f o r ç a s que,
sem um g u i a c e n t r a l - a e x p l i c i t a r a o do GRT em t e r m o s p o l l t l ccs-mil:'.tares -
d e i x a um g r a n d e v a z i o , d e v i d o p r i n c i p a l m e n t e a n e s s a e s t r a t é g i a ser apenas
l i m i t a d a nç a t u a ç ã o p r j p a g a n d i s t a . Ou m e l h o r : a t a t i c a a t u a l so r e s p e n d e isr^
c i a l m e n t e as q u e s t õ e s da c o n j u n t u r a de ago r a ; as f o r m a s o r g a n i z a t e r i a s , nas
q u ais p r e t e n d e a c u m u l a r f o r ç a s i n t e r n a s e no m o v i m e n t o , e s t a o v o l t a d a s p a r a
u m a p r o p o s t o o s t r a t e g i c a p r o p a o r n d i s t a . P e r i s s o , c omg a l t e r n a t i v a , c o n s i d o -
r a m o s ^ q u e as p r o p o s t a s c o n c r e t a s ( p o l i t i c a s ) d o -GRT e o p o l o c e n t r a l na or_i
e n t a ç a c de n e s s a t a t i c a pari a c o n j u n t u r a at u a l .

C R Í T ICA AO-GRT PftOPA GAfDi *"

Ne P r o j e t o , o ^ p a p o l do G o v e r n o das T r a b a l h a d o r e s % que d e v e r i a m e r e c e r '


u m a m e l h o r d e f i n i ç ã o em t e r m o s c r n c r e t o s e p e l i t i c o s , e l i m i t a d o por u m a v i ­
são p a r c i a l o m e r a m e n t e p r c p a o a n d i s ta. D a I n t r o d u ç ã o G o r a i r e t i r a m o s a l g u n s
t r e c h o s . " . . . 0 G o v e r n o de T r a n s i ç ã o r e s p g n d u portar,to ao s e g u i n t e p r o b l e m a ;
o p r o b l e m a do g o d e r se c o l o c a d e s d e o i n i c i o do m o v i m e n t o , mas p od e so c o l £
car d esde, o. i n i c i o c om o p a l a v r a de o r d e m t a t i c a , ja c o m o d i t a d u r a do p r o l e ­
t a r i a d o , o que p r o p õ e que d e s d e o i n i c i o su p o d a r i a i m p r i m i r à c l a s s e p e r s ­
p e c t i v a do e x p r o p r i a r a b u r g u e s i a de e m p r e g a r m é t o d o s da d i t a d u r a do p r o l e ­
t a r i a d o , ...? f\ião, p ois i s s o sg a r a d i c a l i z a ç ã o do p r o c e s s o v i r a a c o locar'
c o m o n e c e s s i d a d e c o n c r e t a ao n í v e l da c o n s c i ê n c i a das m a s s a s " ( q r i f o s do Pro
jeto) , ^
::P o r i s s o o G o v e r n o e de T r a n s i ç ã o e p o r t a n t o p r o v i s o r i o . N a , m e d i d a em
c;U3 a v a n g u a r d a c o m u n i s t a a s s u m e a m a i s a b s o l u t a h e g e m o n i a nos oroãos^de sus_
t jntaçao ate, e t c.. Sobre essas c c n - ~ i tuaçees a un^ca coisa a proveitável ,
ao lado da d e f o r m a ç ã o , e a ê n f a s e de um GRT ( p r o v i s o r i o ) . N e m de lon g e e v j
c a d a o u a i s os e r g ã o s que a v a n g u a r d a c o m u n i s t a d eve c o n q u i s t a r . E o ÇRT pro
p o s t o no P r o j e t o i r r a d i a u m a f o r ç a i n s i g n i f i c a n t e que ^ o r n a /n o s s o acúmulc '
ae f o r ç a s s e m p r e p r o v i s o r i o . n u a n d o a f u n ç ã o da e s t r a t e g i a o d e l i m i t a r , gui
ar a ta t i c a .

lílais a d i a n t e a < u e s t ã o se c l a r e i a e v e m o s que o GRT não p a s s a de u:. pi.l


ro propagandisrno. Eis o que diz o P r o j e t o ; "0 que n os i n t e r e s s a o t e r o [>■-
y e r n o do t r a b a l h a d o r e s •c o m o a p a l a v r a de .ordem oue p o s s a ser c o n t r a p r o p c t.r
a 'r o d o m o c r a t i z a ç a o ', p a r a d a c l a s s e o p e r a r i a . E n e s s e s g n t i d o e s t a r a d i r e c i
o n a n d o a o r g a n i z a ç ã o da c l a s s e , m e s m o que não c h e g u e a ó r g ã o de pod e r , m e s ­
mo na o a t i n g i n d o a F r e n t e dos T r a b a l h a d o r e g , t e r a se a r m a d o a c l a s s e , pois
a p a l a v r a de o r d e m c o n c r e t a do G o v ê r n o . t e r a p o s s i b i l i t a d o b a r r a r a d i l u i r ã o
d r m o c r a t i s ta ??? A n t e s de m a i o r s c o n s i d e r a ç õ e s , e s s a s o b s e r v a r o e s ape n a s '
tem o i n t e r e s s e cm 'ter o G o v e r n o des T r a b a l h a d o r e s c o m o p a l a v r a de o r d o m " -
Cra i s s o e a p e n a s um p a r a g r a f o que so c o n t e m d e f i n i ç õ :s c o n t r a d i t ó r i a s . í.■ s
a n t e s de p r o s s e g u i r m o s , p r o p o m o s as s e g u i n t e s i n d a g a ç õ e s ;
1) Uma p a l a v r a de o r d e m p o d e ser c l a s s i f i c a d o c o mo ~s t r a t e g i a ?
2) 0 que s i g n i f i c a ç o n c r c tarionto F r e n t e dos T r a b a l h a d o r e s ? C om o p o d e r o m o r '
a r m a r a c l a s s e o p e r a r i a se iãa c c n s o g u i m o s c h e g a r aos ó r g ã o s de p o d e r ? Por-
qur o P c r j e t o diz que 0 p r c b l 'ma do g o v e r n o óo c o l o c a c omo p r o b l e m a c o n c r e ­
to, m as nao d e f i n e o GRT p c l i t i c a m c n t e c o m o t a l ?

A q u e s t ã o , c omo ^ s t a f u n d a m e n t a d a 0 a c u m u l o de forças, 0 P r o j e t o que 1


d e f i n e , d o s s a ,m a n e i r a ... a .linha,r:ue o r i e n t a e n t ã o i t o d a a n o s s a a t i v i d a d e 1
a t u a l e 0 a c u m u l o de ,orç a s , 0 a c u m u l o de f o r ç a s so c e n t r a na c a m a d a njeis
c o m b a t i v a da c l a s s e , u n i f i c a n d o e s s a c a m a d a sob a l i n h a p r o l e t a r i a ao n i v e l
d - s u a c o n s c i ê n c i a e, em cim? dis s o , a g l u t i n a n d o a q u e l a s cuje c o n s c i ê n c i a 1
a s s i m i l a o c a r a t e r de c l a s s e a n t i - c a p i t a l i s ta (?)* da l i nha de i n t e r v e n ç õ e s
nas l u t a s c o n c r e t a s , da p l a t a f r r m a de lutas. 0 a c u m u l o de f o r ç a s tem s e n t i -
do p r e c i s o ‘rie nao tor uina linha onc'o jr. se esteja avanrando na propria penp_
traçoo e sim, tundo em mentc as,tarufas quo a ponetraoao vira a colocar, •
criado pontos de partida noçessarios a ponotraçao vira a^cclocar, criando '
os pontos de partida necessaries a penetração enquanto não se altera a cor­
relação de forças" (inturronação nossa)
Novamente o problema do^ausoncia de uma visoo da estratogia g o l i t i c a 1
(era termos do uma conceituarao ccncrota) implico no visao da 0. sobre r: que
seja acumulo,de forças, crianc'o os' problemas q u e ,enfrentamos hoje na ostru-
tyraçãe da tática para o movimento. Porisso, a tatica da 0., regida poJc a-
cumulo de forças, tom apenas ermo guio a conjuntura (o Projete, quando ana*
li Sa a conjuntura, levanta corretamente a ausência cio lutas unificador, a
questão do arrocho; o dominio politico e iduolcgico da^burguesia, etc;. n-
trotanto, quando da moterializaçao das propostas do açao ao movimento, í.
unfrant^ os graves preblumas de mod ifi.caçáü, imposta pelo^movimento, pais
a sua tatica tom,apenas a conjuntura como guia. A definição da classe um si
(como sujoito teoríco-histcrico) rocobo apenas pinceladas, gois a própria'
conjuntura delineia as consequencias cie sua origem e fermaçao - a ouesta: '
da cogsciôncia politica populista u ,un exemple - embora falte no Projet ; Li­
ma analiso histórica da classe operaria brasileira de uma forma estrutural.
Assim, vamos tentar lançar luzes com 'luatts1 r.iais ampliados do qu. ac
dos companheiras da minoria;
A /
;[.'~o podum separar-se mecanicamente os problumas politicos dos pre': ’.u»
mas de o rganização” Lenin - No oncurranento do XI Congresso do PC (b)
Uma das quostõos que necessita um enfrontamento mais claro e a difor n.
ça entre queda da di tadur a ” e a 11quo hr a jda conjuntu r a :l (mudança da correia
ção c!e forças).
Analisemos mais de perto: o rue ira servir de indicador,^no plano p r U
tico para a Vanguarda Comunista, a mudança da correlação de forças (em nos­
sa roa lidar! e concreta)? temos do ■fcur uma resposta cm nossos dres., do ferma
detalhada, dentro da abstraçãc tucrica do marxi smo -léninisme, adequado as
nossas propostas de ação a o ,movimento, pois todas r.s propostas ria 0. ton si,
do delimitada pula nossa analise conjuntura.
M
E, literalmente a quebra da conjuntura implicaria na perda. de cpK5;-.--^.
da burqulosi.a u no fortalec i men to. do. p r o le tar ia d n .
r.Ias aqui surgom duas questões:
1) a quebra da conjuntura^implica urja açao das massas de forna unificada,
esse processo du ,unificaçao nao sera criado um um movimonto o sim, lig^dc a
um processo dialotico entre o avanço no unificação das lutas dependuntu r!a
perda de coesão do ditadura. E a explicitarão do forma desdobrada e - consi
derames - uma das tarefas mais importantes na atual Dl;
2) a cjuubra da conjuntura implica^na desarregacao da ditadura, portanto sac
questões interligadas. Em consequência, sobre o GRT, segundo as propestas '
dos does. çja 0., os cenclusoos sao estas:
a) o GRT so poderá ser ^ssumido em outra conjuntura, cm um movimento do mas,
sas unificado, embora ja^so tenha visto guo a quebra da conjuntura (a corro,
lação de forç s) pressupõe a desagregação da ditadura;
b) mas a proposta de GRT e uma alternativa a ditadura militar.E a forma co­
mo e colocada o GRT, com a desagregação da ditadura perde o seu poso nbjoti
rvo diante o movimento de massas.
A proposta de GRT, como alternativa de poder de intermediação a Dit.adu,
ra do prolutariado, deve s<_r a questão principall Entretanto o séu p: pui
no frojoto e outro, o,'hoje, o GRT não, deve estar ligado, ^rie forma estro: t-.
no campo da prupaganda. Os limites da •con juntura tambpm não podem ser rt.ne­
gados, como diz a proposta ria minoria. Propçe o doc. da minçria 'A Dl c
.Nossas ‘arufas' "...situamos quo o çixo politico de nossa tatica se articu­
la com o GRT, o que quçremos dizer o que o GRT passa a ter uma coíicre tiriria
de atual (?), pois sera tjefinição de seu programa, riç seus aroãos de sustoK
tação na massa, de seus orçaos de poder que^pcrmitira que ostabçleçamos c;.r
retamente as nossas palabras do ordem de ação , definir o conteúdo e in: tru,
montos riu nossa agit/prop e das formas organizaterias que iremos realizar'
1 h o n e 1. Ao mesmo tempo^na^colocaçõos da minoria existem definições do tip; '
"e precido tonar das mãos dos riemocratistes as bandeiras cie luta contra :•
ditadura", ao lado de propostas per um Congresso Operário come intermedia -
Disc. s f Estrat* - 3 -

ção ao GRT que, ao mesmo tempo deve ser levado ho.je no movimento de massa a
vançada. (? 1 )
Antes de lançar uma proposta mais claça no campo da tática é necessn -
rio algumas considerações no campo da historia da classe operária:
Seguindo o raciocínio do que foi dito acima, as nossas propostas táti­
cas estro limitadas exclusivamente pelo quadro conjuntural, pois rmo temos
um guia no campo da estratigia de forma clara,e concreta. Assim, devemos a-
nexaç algumas considerações sobre as caracteristicas estruturais da c l a s e 1
operaria brasileira, de maneira mais d e t al had a.
/ A, ' ,
A historia de nossa formaçao social especialmente^da classe operaria ,
em suas caracteristicas particulares, dentro de um modelo de capitalismo de
pendente, provocou unja situaçao especial, singular, diantn o ruadro de fer­
maçao da classe gperaria latino-americana, pois:
l) A classe operaria urbana no Drasil adquiriu recentemente uir. ’s t a t u s ’ de
classe mais importante (pelo grau do dependência dire ta do outras classes ’
diante ela no plano do mercado) na formação social brasileira, no meados da
:ocada de 60. (as forças produtivas, a partir de 64, alcancaram um n^vel r'o
ualidade diferente: vide explicações do Projato sobre a substituição de
importaçoes" )i
?) Nas situações históricas em guu a classe opuraria encontrou-se em 'rfer-
si v a ' ,Adou-se na condição du apondic. da burguesia, pois nenhum troço do
consciência socialista foi imprimida nessas momentos. Os exemplos de 35, 4f
e entre 62 e 64 foram situaçeus, nas quais não estavam presente uma vnrn'iar
da, orientando-a para seu papal politicu-pratico (a classe para siO. cem
muito menos as posições defendidas (as quais a classe foi a reboque foram
"semelhantes" a uma tendencia oocial-democrr.ta;
j) Especial men te , em 64, na solução ,!>urguosr. para aquela crise se dçu ne ca...
po da política, colocando, apos vitoria da burguesia, a classe operaria no
mais profundo recuo e na mais completa desorganizarão.
Mas o Projeto nao erradicai. A derrota de 64 da classe operaria,tem su
as origens na fragmentaçao da consciência do seu papel du sujeito teorien -
histórico (comc; classe um si), motiv_ç_da__£uj.a_ ausência de_ urra ■rnaniza^ão ijn
dep e n d e n t e . A consciência populTsta e uma V e n V ã q u ê m T i a , ~ V nao’ uma~ caus~aY

ft NECESSIDADE DA TATICA S'iR OR I FM TA DA P LC_ 013. ' J J 1 & ESTRATÉGICO

Em grimoiro lugar deve ser a'tática uma mediação egtre a conjuntura o


a estratégia. 0 impasse hnjo da 0, - consideramos - esta na ausência do uma
definição mais clara do ÇRT^(o objetivo a st rat eg ico ), na definição do ,sou
programa, dns classes e orgacs de sustentação. Todas nossas pr postas toti-
cas no movimento sofrendo uma pobreza teorica-politica, caind no prr.pagan-
dismo pela não definição do GRT.
U GRJ como alternativa a Qi to.dura, e xclusivamcnte, parcializa e limita
n definição do objetivo estratjgico e ccnsotuentemonte impl ica nos objet.i _
ves taticgs, nas propostas de organizarão para a atual conjuntuta. A p a r t Tr
do raciocínio de quo a Ditadura a um dado estrutural em norsa formação r c ei
ul, protanto, o GRT,como alternativa de peder vem presente na formação d”"
sujeito pclitoco-pratico da r-velução brasileira. A crise internacion?..' r'o
capitalismo traz sintomas que leva a definir os objetivos,do GRT de u.. m -
neira mais amp.la, pois nao deixa nem a lungo prazo uma saída para a burro. ■■
sia. E no caso da bur-juesia br asileira, ,pelo grau enorme de dependenc'a, a
dosagreganao devora^atingir um nível político, cujas consequências por:.*,r~c.
afetar a sua condição estrutural de classe dominante na formação social.
Sundo assim, a quebra do cocsac da burguesia deve s.-r encarada ^an m'
polo angulo estrutural, pcis a crise assim a indica.
Alem do alternativa à Ditadura, o centro político da "strategia do G"T
deve ser a interm^diaçao a Ditadura do Proletariado. Os 5 minutos, rs 5 di­
as ou 5 moses do tempo de GRT,podem ser marcados, hoje, raso ernsioamos ma­
terializar nossos o ij; tivos táticos do acordo a um GRT cor,o intermediarão a
Ditadura do Proletariado.
0 GRf e uma forma político militar da vanguarda preparar as bases da
Dis c, 3 / Estrat. - 4 -

D i t a d u r a cJo P r o l e t a r i a d o . 0 scu p a p e l m i l i t a r to m cje r e c e b e r u m a s u s t . n + a -


ç ã o _ e e p o i o das f o r ç a s do i n t e r n a c i o n a l i s m o p r o l e t á r i o ^ e , p o r t a n t o , a p r o p a
r a ç ã o de q u a d r o s n e s s e s e n t i d o , ^ (a l e m do urna ^ a l i a n ç a t a c i t a ^ e u m a t a r a f a '
do p r e s e n t e . A a l i a n ç a com as f o r ç a s do MCI ç p a r t e de sua f u t u r a s u s t e n t a ­
ção. T o d a a a g i t a ç ã o e p r o p a g a n d a em n o s s a t a t i c a d eve e s t a r p r e s e n t e , nos
m o m e n t o s de l u t a s i s o l a ' a s , v o l t a d a s p a r a os o b j e t i v o s rio GRT. H o j e o n ú m e ­
ro do l u tas i s o l a d a s se r e p e t e m du f o r m a m a i s c o n s t a n t e . EI n e s s a s m o m e n t o s '
a b r e m - s e c o n d i ç õ e s de a ç õ e s p irciais v o l t a d a s p a r a os i n t e r e s s e s do GRT. A
f o r m a ç ã o de o r g a n i s m o s c o m p o s t o s de e l e m e n t o s m a i s a v a n ç a d o s da c l a s s e o p e ­
rária, c o n j u n t a m e n t e a o s , e s t u d a n t e s 0 t r a b a l h a d o r e s r u r a i s h o j e ( d e n t r o do
u m a ^ p l a t a f o r m a de a ç ã o l i m i t a d a a i n d a p u l a c o n j u n t u r a ) s i g n i f i c a r a os em­
b r i õ e s de s u s t e n t a ç a o do GRT e r e p r e s e n t a r a um s a l d o p o s i t i v o no mevirrrnte.
E c l a r o que a c o r r e l a ç ã o de f o r ç a s não p e r m i t e a i n d a u m a d e s a j n t r a l i z a ç ã r '
des 3 i. o v i m e n t o s (ITIO, UTE e ITIC) - e a l t e r n a t i v a s rie lutas e s p e c i f i c a d a s ri.
ses 2 m o v i m e n t o s d e v e m e x i s t i r - e n t r e t a n t o nao p o d a m o s 'prender' os elriion
tos m a i s a v a n ç a d o s do ff.E ( e s p e c i f i c a m e n t e ) d e n t r o da p e r s p e c t i v a e x c l u s i v o '
das q u e s t õ e s da PEG ou u n i f i c a ç ã o das lutas do ME, p ois o g r a n d e p r o b l e m a '
da univ'icaçao do Í;E d e n t r o de uma p e r s p e c t i v a r e v o l u c i o n a r i a 0 p r o l e t á r i o '
l o c a l i z a - s e na a u s ê n c i a de um m o v i m e n t o da c l a s s e . E s p e r a r por u m a u n i f i c o
ção do ME, s e g u i n d o u m a d i r e t r i z s o c i a l i s t a , sem a n t e s a c o n t j c o r a unif:':c-
ção d a s , p a r c e l a s m a i s a v a n ç a d a s do filO e uma g r a v e c o n t r a d i ç o o . R e p e t i r a vu
lha p o l i t i c a da o r g a n i z a ç ã o de ouc 0 3 -m a i s c o m b a t i v o s dos m o v i m e n t o s do rmr
sa a v a n ç a d a d e v e m s:.r g a n h o s p a r a £ 0. e n e g a r o a c u m u l o rie f o r ç a s do rm vi-
m e n t o v o l t a d e p a r a a p e r s p e c t i v a do GRT, E 3 s o s o r g a n i s m o s a b r i r i a m urr.^c'iip
hoje, de f o r m a ç ã o da c o n s c i ê n c i a r e v o l u c i o n a r i a - p r o f i s s i o n a l . As ac jí rra
t i c a s d e s s e s o r g a n i s m o s , em v i s ã o i m e d i a t a , e s t a r i a m na p r e p a r a ç ã o rio ui.
c ia s e a g i t a ç ã o s i m u l t a n ea nas f a b r i c a s , b a i r r e s o p e r á r i o s , s i n d i c a t o s , nni
v e r s i d a d e s , a r e a s de p r o d u ç ã c a g r i c o l a , n u a n d o nas p r i s õ e s ou a s s a s s i n e r'
de t r a b a l h a d o r e s e e s t u d a n t e s ; na s u s t e n t a ç ã o 0 i n f r a - e s t r u t u r a das c a n ' v •
n h a s s a l a r i a i s ; p i c h a ç õ e s e p a n f latacjens nas f a b r i c a s e u n i v e r s i d a d e s ; tu_a
r i a m , n o s b a i r r o s o p e r á r i o s de i m p o r t a n c i a e s t r a t e g i c a , em a p o 5 o ao t r a b r I h '
de f a b r i c a , etc, etc.
A p l a t a f o r m a de l u t a s d e s s e s o r g a n i s m o s t e r i a c o m o c e n t r o o a p o i e a 'Tas
se o p e r a r i a i n d ú s t r i a l u r b a n a , hojr , devirio a sua c o n d i ç ã o de l í der ria r. vo
lução, a l e m c'as t a r e f a s e n u m e r a d a s a c i m a . Os e l e m e n t o s m a ^ s a v a n ç a d o s d e v e ­
r i a m p a s s a r por f as u de p r e g a r a ç ã o Am i l i t a r no m o m e n t o p o l i t i c o rue prenuTieji
a s s e m a m u d a n ç a da c o r r e l a ç a o dc f r r ç a s . 0 t r a b a l h o das P S P ' s e rio IY1PR devcT
r i a m sor d i r e c i o n a d o s em a p o i a r e, f u t u r a m o n t ç , r e c e b e r a lirl r a n ç a desr.es'
e r g a n i s m o s , t e n d o em v i s t a u m a u n i f i c a ç a o p o l i t i c a o o r g a n i c a dos 3 m o v i m o n
tos em o u t r a c o n j u n t u r a .
0 e s p a ç o a ser p r e e n c h i d o per e s s a s o r g a n i s m e s de u n i f i c a ç ã o rios ele
m e n t o s m a i s a v a n ç a d o s do f.'PR e das C'iP's 3 do MC e s t a r i a c o n d i c i o n a d o p elo
p r o p r i o i s o l a m a n t n das l u t a s e a dor c o n t i n u i d a d e do movimente, de m a s s a avan
cada, h o je.
A a m p l i a ç a o d e s s e s o r g a n i s m o s a 0 s a l d o p o s i t i v o em l i d e r a r os m o v i m e n
tos i s c l a d o s da m a s s a a v a n ç a d a , p r o c u r a n d o c h e c a r o^isolai n'r t e r ã o rcmpi~
do o p r o p a g a n d i r i n o , e m a t e r i a l i z a d o um a c u m u l o de f o r ç a s no m o v i m e n t o real
e v i v o n e s s a c c n j u n t u r a . E s s a s organismos, f r i s a m o s , d g v e m e s t a r rcgi'.1c° '
por u m a p l a t a f o r m a de l u t as a n t i - d e m o c r a t i s t a s , p r e l u t a r i , t,;ndo c omo n b j e
tivo e s t r a t e g i e o o GRT, sob a l i d e r a n ç a da c l a s s o a p a r a r i a i n d u s t r i a l ria^T
g r a n d e s c i d a d e s . N e l e s , cs s a us c c m p e n o n t e s não p o d e r ã o ser c a r a c t e r i z a d o s ,
na a t u a l c o n j u n t u r a , ccnto e l e m e n t o s p a r t i r i a r i o s . D e v e m ser c r o a n i s m o s db
v a n g u a r d a e i n d e p e n d e n t e s do m a s s a a v a n ç a d a ,

(Yl. - 1/77
0 3 S : P a r t e d e s t a s pre p o s t a s s, r a o d e s e n v o l v i d a s o a m a d u r e c i d a s po s t e r i r .'.'f.ien
te» D e v e ser lido t a m b e m o doc. que s e o u e a n e x o "A N e c e s s i d a d e rie Uma va
T e s e d e x L A : , a l e m d i s s o o p r o p r i o a c u m u l o de f o r ç a s vo.ltade p ara o GRT tom
o b r i g a t o r i a m e n t e de sçr intenraria por p r o p o s t a s de o r g a n i z a ç a o p ara o c a m ­
po d o ^ p r r l e t a r i a d o a g r i c o l a . 1 ste doc. nao s i t u a as c o n s i d e r a ç õ e s a nem oro
poe s o b r e e s t a q u e s t ã o das f o r m a s a r n a n i z a t e r i a s no campo.
" Entregas piores e talvez mai s difundidas
deturpações do m ar x i s m o pelos partidos soei
alistas dominantes, se encontra a m e n t i r a õ
portunista de que a preparação da i n s u r r e i ­
ção, e^em geral a concepção desta como uma
arte, e blanquismo" - 0 M AR X I S M O E A I N S U R ­
RE IÇÃO (Lenin).

As propostas contidas na 'fese de l ut a Armada, o u e m e t o d o l o g i c a m e n + e


propõe na introdução uma discussão dentro dos limites ao m a rxi smo -l eni -
nismo, deixa um amplo espaço em seu conteúdo, além da necessidade de ur>
desdobramento das propostas gerais. Alguns conceitos da tese, também,
têm definiçõeá erradas e incompletas.
Assim, no s s a proposta não tem o caráter de p ro d u z i r uma alternativa
global à tese, e sim apontar com novas contribuições políticas, aliadas
as críticas da articulação teórica da tese de LA.
Em primeiro lugar, sobre as críticas que aqui levantamos, quanto ao
nível metodológico, apontamos para a organizaçao cronológica das teses,
cuja sequrncia tem relação com o processo de desenvolvimento da linha
p o lítica da 0. e o movimento: as questões MCI e do ^ampo produzidas pri_
meiro, consequentemente por meio de conclusões e sínteses, enriqueceri""
'í.i a tese de LA.
x,o raciocínio da tese de LA, da II Parte, intitulada - " A K e vo lu -
,'ao Pro let ári a na Atual ^'ase do Imperialismo" - retiramos o seguinte
trecho: " £ segunda guer ra mundial realiza a partilha dos mer c a d o s en -
tre as potências capitalistas. 0 capital rompe as fronteiras geográfi -
cas em b u s c a de lucro m áximo no m e r ca do mundial; deixa de ter sentido
para a b u r g u e s i a o próprio conceitonde pátria ...
... Na impossibilidade de ocorrência da guerra total, o verdadeiro
campo de b a t a l h a entre o sistema capitalista e o socialismo se encontr:
nos países de periferia. E e ta nova situação estratégica é m a r c a d a pel o
fato de que a libertação de um país periférico da estrutura do sistem-
ca pitalista é sempre um golpe estratégico no imperialismo"» E logo em
seguida, a conclusão desta parte di-? o seguinte: " ... Que a atual c ri ­
se do sistema vai acirrar, gerando as condições necessárias que colocam
a Revolução Socialista objetivamente n ã~ ordem H o d ia a nível internacTo
n a l ". (grifos nossos)
Mas a to^e perde força no campo concreto, quando nao^faz uma a n á ­
lise das situações de confronto entre as duas forças antagônicas, no
campo da lut a poli tica-militar, em vários países da periferia (apenas
se prende ao °hile no período Allende, e isso, consideramos, apenas tem
o^valor de elucidar algumas questões de um discurso um tanto quanto e s ­
téril com algumas facções da esquerda internacional democratista, espe ­
cialmente do uhile).
Desde a revolução Socialista de outubro na Hússia, podemos declarar
eue as revoluções de massa, por mei o violento, das quais as forças soci_
alistas co nseguiram vencer, e impor governos de transição, em dire -
çao à Ditadura do Proletariado, ou mesmo aquseles que foram diluídos (cj_
f ' da Argé li a e outros), as lutas tiveram a participação de amplas cam_
• r de m a ss as nas quais a liderança do prolet: riado se fez presente a -
vés de um partido organizado. E na fase militar, A PR ESE NÇA DE FOR -
áS M I T ITARES E P O LÍT IC AS DE OUTROS PaTS35"S0CIAIiTSTAS, EM CONTRAPOSI -
'AO X ALIANÇA DAS FORÇAS R EA CIONÁRIAS L OCAIS COM 0 IMPERIALISMO, FOI A
CARAC TE RÍS TI CA PRINCIPAL.
E claro que estes processos não se deram de forma linear. As p a r t i ­
cularidades existiram, e tanto a quantidade e a qualidade de ambas • r
forças ( I n t e r n a c i o n a i s - P r o l e t á r i a s , ou a dos figressores Imperialistas'
foram diferentes. Podemos genericamente, classificar em 3 períodos d is ­
tintos a his t ó r i a das revoluções onde foram implantados governos de
transição, impostos pelas forças proletárias sempre em aliança com o :
vimento internacional p r o l e t á r i o :
1) A Revolução Chinesa - ali as forças 'proletárias', em 1949» consegui
ram fundaria Repub li ca Pop ula r da China. Na luta revolucionária, as for
ças proletárias chinesas inicialmente lutaram contra as forças da b u r -
guesia - con stituídas^majoritariamente pelos grandes proprietários de
terras - sem a inclusão, nessa etapa, de forças estrangeiras. Já na se­
gunda fase, quando se deu a invasão japonesa, foi feita uma aliança do
Kuomitang: eis forças proletárias, lideradas por Ma o Tse-Tung, est abe le ­
ceram uma trégua com as forças reacionárias locais, sob a direção de
Chiang Kai Chek, contra o inimigo c omum,■ estabelecendo-se para o PCC u-
m a fase de luta, cujo centro tático determinava a "Libertação ^acionai".
Após a expulsão dos japoneses, novamente no seio interno da socieda
de japonesa as contradições objetivas entre as classes fundamentais a d ­
quiriram um papel dominante. 0 conflito po lit ic o-m ili ta r prosseguiu. A
vitória das forças p r o l e t á r i a s - p o p u l a r e s , dirigidas por um partido comu
nista, que apoiado por um exercito cu^a base social era composta por ~
camponeses (pequenos, m éd ios propri etá rio s e camponeses sem terra), e s ­
tabeleceu uma nova sociedade. U m a n ova fase voltada para a implantação
da Ditadura do Proletariado era o novo objetivo das forças proletárias,
ue sem ajuda da URSS teria sucumbido. E m ilh a r e s de técnicos e especi?
listas m il i t a r e s vieram desse país, cuja ausência teria provocado possi
velmente um desastre e o fracasso da revolução chinesa!
Mas se na China a implantação do governo de transiçao, anteriormon-
te seguiu mm processo oposto à insurreição geral e sim, uma guerra de
bertaçao nacional por meio de guerrilhas, nao devemos esquecer que já
fase 'militar' da^revolução chinesa existiram várias insurreições, art..::
e depois da criação do exército vermelho chinês. ^ essas insurreiçõéc a
deram principalmente nas cidades, tendo como força m a i s atuante, l i d < r- n
do outras camádas urbanas, o m in ori tár io proletariado industrial.
Porém, as forças imperialistas internacionais tentaram, após a vltá
ria das forças proletárias lideradas por Mao, implantar-se no sul da
China.
Se isto aconteceu depois da revolução nao se deveu ao descuido das
forças i mperialistas e nem ao acaso. Durante a fase m i l it ar (aqui não ca
be o Japão como força dominante do imperialismo), tanto os Estados U n i ­
dos e r In gl aterra (cjue reunia m a i o r e s interesses na Ch ina naquele perí_
odo) tinham-as atenções voltadas para a disputa no campo m i l i t a r contra
as forças do E ixo -Fa sc ist a em outros locais de m e r c a d o s mais importan -
te s. ...... ... ...
Já em 1949, ano da consolidaçao da Revolução Chinesa, e c on omi cam en ­
te (apesar da l im itada agressão ao sul da China) esses dois países, r e ­
presentantes m a i o r e s do imperialismo internacional, estavam enf r a q u e c i ­
dos e seus interesses on conquista de m erc a d o s estavam na Europa. Além
ia g uerra fria na ^ E u r o p a (contra a URSS e as nações que instalatam go -
vernos de transição ao socialismo).
P o r outro lado, frisando na questão da participaçao aliada da URSS
na fase politic o- mil ita r e na consolidação da Rep úb li c a ^ P o p u l a r da C h i ­
na, deve ser levado em conta em nossa análise e discussão de LA dentro
da 0 . que, além da ajuda bélica, existiram presentes no exército ve r m e ­
lho chines instrutores m il i t a r e s soviéticos e quadros do PCC que foram
treinados na URSS. ?
A segunda situação localiza-se pelo quadro estrutural e conjuntural
la Europa, no final da chamada 2 a g u er ra mundial: as forças sociali't, s
se consolidavam em diversos países, formando governos de transição; Ja
APOIO DO EX ÉRC IT O VERMELHO SOVIÉTICO; Entretanto a conjuntura anterior
nesses paíse s da -^uropa foi a p re do m i n â n c i a do fascismo, imposto por o-
xércitos estrangeiros que levou a um processo de^transformação radical-
de todas as relações de classes. Sendo assim, é óbvio que na Al emanha c
na Itália, a resistência, no quadro geral das forças pr oletáçias ao ,òom
b a t e r o fascismo, teve qualidades diferentes, porem o auxílio direto
das forças m i l i t a r ? s soviéticas foi o dado essencial: só foi 'implantado
governos de transição em direção ao socialismo, n a q u e l e s ,países cujas
forças proletá ri as receberam esse apoio direto. A Iu go slávia e a Albânia
tiveram um apoio indireto da URSS, sendo portanto exceções.
<

A - 3
Não cabe m a i ore s detalhes específicos, mas nesses países que segui­
ram a tática de alianças de classes contra o inimigo comum, no plano m_i
litar, com poucas exceções, aconteceram insurreições que jorecederam as
tropas da URSS. Na p r ó pr ia Alemanha ac on tec era m insurreições em cidades
importantes, principalmente nas localizadas à leste-de Berlim^ pouco an
tes da chegada das tropaô soviéticas. Podemos citar as .situações da Fr; .n
■çá (PCF e 'maquis') e a Grécia, cujas forças populares de .esquerda esta_
vam me lho res organizadas, mas sem a presença do exerci to ;vermelho ; essas
forças foram p osteriormente superadas por forças centristas - liberais
burgu esa s - que receberam em seus territórios o maciço apoio dad tropas
norte-americanas, endossado depois pelo~plano Marshall. Se a^fronteira.
em Berl im separava dois exércitos antagonicos, separava também dois si_s
temas.
0 XX Congresso do PCTTS, que inicioujjim processo visando eliminar os
desvios stalini sta s4 iniciou a pr opaguçao para os PC's de todo o mundo,
da chamada 'transiçao pacífica', uma pr oposta de alia nç a tática do p r o ­
letariado com as bur gu esi as lçcais, contra o inimigo comum: o imper ia -
ismo. E a Rússia, no período de Kruschev, no campo da orientaçao para
0 movini.nto internacional, 'acrescentou os desvios quanto às concepções
1 < n i n i f tas de insurreição.
Após a segunda guerra, o i m p e r i a l smo, na Coréia, colocou em pr á t i ­
ca '1 ■i n t e r v e n ç ã o j a r m a d a :aberta em qua lqeur parte da área pe riférica on-
‘o os m e r c a d o s fossem 'ameaçados' pelas forças proletárias. E a histórji
a, principalmente nos países me no s desenvolvidos, já está cheia dos m a e
ri: ores realizados pelos imperialistas norte-a mer ica no s (sempre em comum
cordo com as bur gue si as locais, dépendantes do apoio m ate ri al e finan-
coiro dos centros hegemônicos) Nesse processo, as formas de governos
'T-opostas e agoiadas peloé imperialistas foram as ditaduras abertas,
Pois a experi encia com ó fascismo, o monstro que tentou engolir seus
criadores, não serviu. Assim cabia, na periferia, impor as ditaduras
cio.s-caudilhos, das juntas m ilitares ou outras formas semelhantes; sendo
noucos os países da periferia que tiveram, após a 2a guerra períodos re
lativamente longos de democraci^-liberal (ditadura velada da burguesiaj.
Desde a 2a Guerra, com exceção de Cuba r(Biaía dos Porcos e Bloqueio),
um caso singular, foram poucos cs^exemplos de países que alcançaram o
socialismo sem sofrer a intervenção direta go imperialismo por meio d'
açoes armadas (talvez se expliquem as exceções da Tanzânia, Brazzavile,
D a o m é , Iemen do Sul, po r serem mercados de m en or importância).
„Os casos seguintes do V i e tnam,„Angola ,-Laos, Cambodja^ Moçambique,
estao múito b e m enquadrados ria visao m o d e r n a de intervenção, posta em
prática^pelos exércitos agressores imperialistas. Apenas que após a i n ­
tervenção nos países da Indochina, o emprego de m e r c e n á r i o s ^rofissio -
nais veio ser a nova m oda lidade do imperialismo de por em prati ca a ali_
■'nqa m i l i t a r com as forças reacionárias locais.
0 fascismo não se criou na -^mérica L a t i n a porque essa região ficou
ieterminada pelo imperialismo come um centro a servir as regiões mais
in du str ializadas por meio de produtos primários (manufaturados, minerais,
irodutos agrícolas) além de capital, provenientes dos empréstimos e da
Huper-exploração da m ai s-valia do operariado latino-americano.
Cons ideramos também que as explicações dadas à pr eferência dos Esta
>f— U n i d o s , após a 2 a guerra, em 'desenvolver' nos países da E u r o p a Oci
sutal e no Japão, uma po lítica de industrializaçao ma i s avançada, não
as comumente dadas em alguns livros e documentos, atribuindo como
isas a tradição industrial desses países ou a existência de uma mão -
1 -obra qualificada, etc, pois na própria 2a guerra os países nais desen
v Ividos ne sta área tiveram destruídos seus parques industriais e o nú-
f.rero de m o r t o s (principalmente na Inglaterra e Alemanha) foi grande, ■ fV
t' ndo o contigente dessa mão-d e-o br a qualificada. Além disso, no proc< s
í ) da guerra, as grandes modificaçces e a aceleração (que foram acentua
das posteriormente) na tecnologia industrial foram qualitativas. A p r o ­
v i a idade m é d i a dos operários m ai s qualificados nos países m a i s i n d u s ­
trializados (da E ur op a Ocidental e vapão) demonstram que esses foram
'ormados no pós-guerra. (E se consideramos o atual nível dessa classe,
F 3 ® . \ lío,

A - 4
r e f o m i s t a , existem razões além da po lít ica reformista dos PC's dessa
área, que devem ser consideradas: as conquistas foram relativamente ir:
portantes e grandes, considerando-se o tempo de formação desta nova ~~
classe, aliada à inexistência de ditaduras). Portarito, na divisÊb in t e r ­
nacional do trabalho, o capitalismo, após a 2 a guerra, obedeceu um cri­
tério no qual o inimigo principal deveria ser barrado diretamente nas
formas pol íti ca e militar: a p resença das tropas do exército vermelho c
Ts novos^países socialistas que poderiam incentivar e servil de aliados
òiretos as revoluçoes nessa area. (Nota-se que fora d o s ’Esta dos Unidos,
e na E. Ocidental que estão concentrados os maiores 'esforços' poli ti -
cos e mi li t a r e s do imperialismo: OTAN).
Assim na A. Latira e em outras áreas da periferia, onde. o proletari
ado vem^sofrendo eternamente uma g u e m sem quartel das bu rguesias 1 o -~
cais até hoje não é conhecido nenhum caso de alianças táticas entro o
proletariado e as bu rgu esi as 'locais', cujas consequências tenham sido
beneficas ao operariado. E dizer que a democracia faliu estruturalmente
no Brasil ou na América L at ina é ter uma visão de análise falsa., neutra;,
pequeno-burguesa. Se consideramos que após a 2a guerra a divisão inter
nacional do trabalho sofreu m o d i f i c a ç o e s , tendo por base a própria dina
mi c a da h i s t ó r i a das lutas de classes e o avanço das forças g r o d u t i v a s T
0 operariado da América. L a t i n a ficou'sob constante intervenção milita r
"da burguesia', e po r isso 'nunca existiu', obedecendo-se os m o d el os co­
nhecidos, a democracia liberal em um determinado tempo e espaço que afe
tasse as estruturas dos países latino-americanos.
— L’ No caso da formação social brasileira, o operariado industrial urba
no obteve ma tu rid ad e recentemente, em níveis qualitativos e qu a n t i t a t i ­
vos. A ma t u r i d a d e de po de r i nfluenciar diretamente no quadro estrutural
da sociedade brasileira. (Não podemos tentar r ebater que na R u s s i a do-
1917 existia uma^classe o pe rár ia industrial minoritária, etc, etc. Acon
tece que a divisão internacional do trabalho era de outra qualidade, a
repressa.o imp erialista era outra - de m a n e i r a bem inferior -; as contra
d i ções da formação russa eram grandes entre as classes dominantes; o po_
der de coesão politi co- mi lit ar ado imperialismo é diferente e superior
atualmente; o nível de dominação e in terferência das forças imp e r i a l i s ­
t's também é maior, m a i s objetivo e rnai-s rápido. Oomo também as análi -
ses devem ser de forma concreta e dialética. Se em 1 9 3 0 , podemos classi
fi ca r como sendo o ano do seu nascimento, é em m e a d o s da década de 60,
1 período de sua maturidade. A p r ó p ria característica do m e r c ado inter-
io brasileiro serve como prova. 0 abastecimento desse merc ad o de p r o d u ­
tos industriais, produzidos no Brasil, se inicia nos m eados dos anos: 60
e seu desenvolvimento e dependência se acentua nos anos 70. Daí, o gr; u
de h omo ge ini dad e necessário da.classe operária bra s i l e i r a consolida-se
atualmente. E o desenvolvimento do processo de dependencia do capit;7is
mo bra sileiro em relação ao imperialismo interferiu naquilo que podem r
cl assificar como hom ogeinidade das f o r ç a s ^ p r o d u t i v a s , dando início ao
processo de padronização e a diversificação estanque das categorias tr;
balhadoras- profissionais , cujo resultado levará o b je tivãmente a un - -
* cirramento de peso entre a classe operária e os arcaicos sistemas de
controle (sindicatos operários e as leis trabalhistas) da burguesi' ri<
forma estrutural. Quanto ao caráter político e conjuntural, aqui cab;
explicação da nossa proposta de intervenção na m a s s a avançada, as m u .n
ças serao c m d i c i o n a d a s pelo papel de intervenção da v anguarda prol- -
ria (portanto o próprio conceito^de m a s s a avançada ne ce s s i t a ainda ui
n e l h o r desdobramento em relação à. estratégia, pois o GRT ainda não est;'
c l a r o ).
Sem essa h o m o g e i n i d r d e , era quase impossível a consciência m é d i a d
operário s e n t i r , através da espontaneidade n e c e s s á r i a , o sistema capit;__
lista -ono inimigo (leia-sê e s p o n t a n e i d a d e ) .
E • crise mundial capitalista irá acelerar esse processo. Se antes
os alianças pela democracia nunca serviram à classe operária, hoje, maif
do ’ue nunca não'se coloca essa questão. Portanto, as alianças pregadas
por certas parceleis da" esquerda, pelo mo vimento democratista, liderado
p rincipalmente pelo M D B , p oderá provocar uma al ternativa ao fascismo.
Sendo que na versão cabocla, nem mesmo a pal avr a socialismo existe. Se
podemos levanta r essa hipótese do fascismo, é levando em conta certas ca
racterísticas estruturais de nossa formação social. S a acentuação do
. processo do m o v ime nto democratista, caso siga a linha políti ca de conba
. te ao capitalismo m o n o p o l i s t a e o 'comunismo', diretamente a brirá um ca;_
po ao fascismo., amortecendo as novas condições abertas pela crise em st.
chegar ao socialismo pela via proletária, culminando pela insurreição
dos trabalhadores da cidade e do campo.

T>m Exemplo de Insurreição na A m é r ic a La tina


De m a n e i r a clássica, na América Latina, apenas o exemplo boliviano
pode ser citado. Ali, houve um caso de insurreição Operária com um domí
nio do poder por um breve período. As forças operárias e populares sob“
■o^ comando de Jua n L e chi n O q u e n d o , não prepararam as bases da organiza -
ção política em direção à ditadura do proletariado. Se na B o l ív ia não a
conteceu a intervenção de 'forças estrangeiras', deveu-se às^condições
inferiores da B o l í v i a na classificação dois centros^de produção periféri
c- do imperialismo e, principalmente, pelas, condições geográficas e ecõ
1 icas desse país. Os centros pr in cipais da B o l í v i a só poderão ser bom
'utrdeados (caso haj a uma intervenção vinda de fora) pela aviação. Qua l ­
quer exército de fora terá de levar no m ínimo 3 a 4 anos de preparação,
caso empregue o número convencional de homens. P o r problemas de pressa
o altitude, um ^exército ficará com graves problemas de mobilizaçao, e
frerá grande número de baixas se empregar os m é t o do s convencionais dc
combate, sem o treinamento exigido. As operações de 'guerrilhas' feitas
sob o comando de Ghe Guevara foram realizadas em sua m a i o r i a por boüivi
anos, ac ostumados ao ambiente e tambán a área de situação- do fOco teve-'
s^ u £ a i° açao^apenas eâi locais de baix as altitudes, compa.rando-sc. às
regiões onde estão localizadas as m a i o r e s cidades e vilas da Bolívi? .
Portanto, pelas características das formaçoes sociais da América La
tina onde o proletariado vive sob constante^exploração direta e sofre uv
controle intensivo dos aparelhos de repressão das ditaduras, torna-s»
inviável atualmente uma aliança dos trabalhadores, ou mesmo de certos
setores, com a burguesia., sob a égide da i deologia p ol ítica de aliança
de classes contra o inimige comum, o imperialismo. Além da forte de pe n­
dência de 'nossas' burguesias locais em relação ao capital financeiro
internacio nal or igi na da pelas amarras históricas e estruturais, desde seu
nascimento, aos centros hegemônicos.
Em bora com a aceleração da crise^possam surgir condiçoes conjüntu -
rais que,ao invés de surgir uma reação radical sob liderança da classe
operária, ela poder á vir a ser substituída (caso o i m p e r i a 1ismo perca o
controlo político direto das burguesias locais e que nos centros m a i s
importantes surjam problemas que desviem e concentrem nesses locais to­
talmente suas atenções) pela chamada força dos democratistas que apenas
terão como saída um sistema de característica fas ci sta (0 Peru, atual^-
m n t e , é ,o país onde esse processo encontra-se m ai s adiantado). No j^ro-
rio seio das forças armadas brasileiras existem tehdências para a cria
i.a> de um Estado Na ci onalista forto e^ na crise, os espaços poderão ser
reenchidos e ampliados por essa facção liderando as^demais camadas d£
sociedade brasilèira. E a derrota para a classe operaria^(de seu se ter
■".ais avançado) não n ece ssi ta rá ser fã ta pela m a n e i r a clássica, tendo .’
vista a p r ó p ria situação estrutural da classe operári a b r a s i e l i r a hoje
ti a sua possível superação pelas forças d m o c r a t i s t a s no auge da cri: .
Daí chegamos à conclusão de que r.o caso do Brasil, cabe a elasse ^
perá ri a a lide ra nça da insurreição, ..por meio de uma p olítica pròlet- -
ria, guiada por seu partido em armas, no mom ent o crucial da r a d i c a l i z a ­
ção do m o vim ent o de massas, todavia já tendo presente em nossa tatic;
que nesse processo de radicalização, a b u rg ues ia irá recorrer ao apoi
direto das forças imperialistas. E neste processo em direção ao G R T S
p o r m ei o da insurreição não cabem aliam$as de classes. Apenas nessa n rn
p ectiva pr ec isamos de uma políti ca específica, neste momento, para os
setores da po qu ena - b u r g u e s i a que apoiam o GRT e a lide ra nça da classe
perá ri a na insurreição.
F s > . <$■<£. 6 P lá?

A - 6
E é de importância capital essa aliança com o MCI. Se certos compa­
nheiros estão esquecidos, ou negaram os exemplos his tóricos das inter -
venções recentemente no Uruguai, ChiDs, Argentina (ainda continuam), A n ­
gola e B r a si l(n a área de Xa mb ioá e A rag u a i a estavam presentes a s s e s 30 -
res mili tar es norte-americanos). Além das fornias semi-clandestinas d;
repressão em atuar mili ta rme nte contra as^forças revolucionárias. Neste
processo, as formas mais novas da repressão, em caso de perigo de seus
interesses fazem inicialmente^o uso dfe forças reduzidas e selecionadas.
A repressão tende a uma atuação conjunta internacional. Os exemplos r e ­
centes concretos dem ons tra m isto.
Aqui citamos uma parte da^introdução da Tese: "A utilização pela
b u r gue si a de instrumentos jurídicos ou m ili tar es de opressão às classes
exploradas estao relacionadas com o nível de aguçamento das lutas de
classes. om^as condiçoes ob je tivas , ao níyel estrutural, já madu ra s pa
ra a revolução socialista, o aparelho do Estado bu rgu ês assume o papel
de guardiao direto do capital. Dentro desta análise podemos afirmar que
a de mo cracia burguesa esta hi sto ricamente falida enquanto ao aguçamento
,Jas- l u t ; s de classe. A *burguesia-, para a m a n u te nça o das r e l a ç õ e s de ex-
plor çao econômica ^e do po de r político frente ao seu inimigo - o prol -
tariado, tem como unico caminho o fortalecimento de seu Estado através
d m i l i t a r i s m o " . Assim deve-se e ntender que o poder de ihtervenção de
e sao que a b ur gue si a ira perder com a crise, abrindo espçiço para a r>
rganizaçao a ser executada pela vanguarda, em guiar o proletariado par'
GRT, deve sérjfeito de uma m a n e i r a dialética. Os limites relatives
r"e nao-inte rv enç ao da burguesia, de forma direta, pela açã ; repressiva
"evem ser entendidos corretamente, nodevido espaço concreto, para não
re criar uma. visão idealista. Portanto, frisamos, que a correlação de
forças e a quebr a da conjuntura se dará p or mei o da perda de coesão da
burgu esi a em controlar e reprimir o movimento de na ssas, é uma visão
■correta. Por ém em outra conjuntura, quando o proletariado da cidade e
do campo a s s um ir a b and ei ra de luta contra o arrocho salarial (a lut;
contra a super-explor: ç ã o ) ,^em nível nacional, e estiver m a t e r i a l i z a n d o
as suas formas de rganizaçao, em direção ao GRT (com a m o v i m e n t ç r o a-
bert a de massas), a burguesia, me s m o enfraquecida nas f o m a s politic" ,
econômica e ideoló çic a, ^re cor re rá à agressao indiscriminada, devid 1 • o
seu desespero (e ai está o se u ponto fraco, pois a repressão não se <f:a-
rá de forma coesa). A consequ~encia disto, em uma visao dialética, é que
nesse m o m en to a bu r g u e s i a nao poderá usar a coesão de seus aparelhos re
p r e s s i v o s , ^poi's estará enfraquecida o n j u n t u r a l m e n t e , ma s porá, repeti -
mos, em prá tic a uma po lít ica bestial e repressiva, com o apoio dos agen
tes da repressão do estrangeiro (forças reduzidas e selecionadas, i n i c i ­
almente). consequência, devemos ter em análise, também, em que níveis
de interesses (econômicos, políticos e militares), o Brasil representa
para 0 imperialismo. A evolução das nossas forças produtivas e o nosso
oapel na localização e stratégica diante do quadro do me rc ado in t e r n a c i ­
onal capitalista já leva-nos a considerar que adquirimos um 'status' no
nerc ad o imperialista, superior aos demais países da América Latina, mes
me comparando-se áos casos de Angola, Moçambique, Ienm do Sul, D a o m é ,
etc. Portanto, qualquer plano de tomada de poder, qualquer análise so -
bre a^insurreiçao e o futuro GRT, devem estar presentes e coligadas, as
st~es do enfraquecimento interno da b urg u e s i a articulada à aliança
c as forças imperialistas, (se a dominação do mercado, no Brasil, est;'
rcada p rincipalmente pelo capital financeiro, consequentemente fica sob
'meaça de uma intervenção dos exércitos mercenários, sustentados pelar:
•andes, associações financeiras). Essa nov a forma de agressão será a
c mp lem e n t a ç ã o de uma etapa superior da aliança das b u r g ues ia s locais
com o imperialismo;. ^E também, substitui a forma antiga de um'país (es
Estados Unidos da América) assumir os riscos de uma condenação no se: ■
interno de sua sòciecjade e dos organismos de opinião p ública mundial,
fora isso, os me rce n á r i o s não ob edecem as convenções e atuam objetiv: -
ente. P ortanto é parte dessa compreensão as questões de que as b a s e s
óe um apoio' decisivo e ma rcante das forças internacionais proletárias
sao tambem essenciais-na es~trategia em direção ao GRT e a sobrevivenci:.
deste em direção "ã. Ditadura do Proletariado^
□ Cftf.lPO Nfl I N S U R R E I Ç ÃO

So i n i c i a l m e n t e colo-comos ,quo a tese de c a m p o d e v e r i a ser p r e p a r a d a '


primeiro,, em v i s t a ^ d e seu c o n t e ú d o o s t a r na o r d e m do dia i,mr'diata da t a t i -
ca do a ç u u u l o de f o r ç a s v o l t a d a p a r a o G o v e r n o R e v o l u c i o n á r i o dos T r a b a l h a
dores, e p o r q u e as q u e s t õ e s do LA poderiam ser e n r i q u e c i d a s p o l o desenvolvi,
m e n t o de um a t e s e s ô b r e o c a m p o e, ao m e s m o te mpo, e v i t a r i a as " h a n a l i d a -
d e s " ^ e o g r a v e o r r o da t ç s e do LA, que d e t e r m i n a na pag. A , a s e g u i n t e con
clu s ã o ; "••• o que d e v e r ^ ser f e i t o a d i a n t e no c a m p o p a r a a d e f l a ç r a c a o da
i n s u r r e i ç ã o que i n s t a l a r a o G R T ? E ja sn pode a d i a n t a r u m a r e s p o s t a : nada"
( g r i f o n o s s o ) , filais a d i a n t e , s e g u e u:n r a c i o c i n i o i n c o m p l e t o , t e n t a n d o j u s ­
t i f i c a r pgr m o i o de u m a , g r a v e - r a c i o n a l i z a ç ã o , e x e m p l o de uma a n a l i s e , er­
rada, e s t a t i c a e 'socio logica ' . "A h i s t o r i a das lutas de c l a s s o no p ai s tem
d e m o n s t r a d o que as l u tas u n i f i c a d a s , p o l i t i c o s do c a m p e s i n a to (?) b r a s i l e i
ro so dera m , todas, d e n t r o de um pspar.o p o l i t i c o d e t e r m i n a d o p e l a m o b i l i z a
çao do p r o l e t a r i a d o u r b a n o ; i s t o do fato, é a p e n a s u m a d e c o r r ê n c i a da ca -
racterizar.ão de n o s s a f o r m a ç ã o social', um pais, c a p i t a l i s t a i n d u s t r i a l , com
un g rau de u r b a n i z a ç ã o c o r r e s p o n d e n t e a e s s a f o r m a ç ã o " ( g r i f o e i n t e r r o o a -
ção, nos s o ) .

Ora, v e j a m o s de f o r m a c o n c r e t a e s s a ' a n á l i s e ' ; em p r i m e i r o lugar, e l a


faz a d i s t i n ç ã o das l u tas e n t r e - c i d a d e e c a m p o por u m a s i t u a ç ã o e s t r u t u r a l
9 c o y j u n t u r a l do p a s s a d o . Em s e g u n d o , as l u t as a t u a i s , a i n d a p a r c i a i s e d e s
;ontinua s, t r a v a d a s h ç je no c a m p o não se c a r a c t e r i z a m p o l a m o h i l i z a ç a o dr
p r o l e t a r i a d o i^rbano. E c l a r o que em p a r t e o d e s e n v o l v i m e n t o p a r a a u n i f i c a
çao, d o p o n d e r a da s i t u a ç ã o do o p e r a r i a d o u r b a n o em s uas l u tas p o l í t i c a s
u n i f i c a d a s , conjuntaij}ent£ so nov. dgs t r a b a l h a d g r o s do campo. Toçjavia e s n e
p r o c e s s o de u n i f i c a ç a o nao o b e d e c e r a u m a dOgendenci,a s e m e l h a n t e a c o n j u n t o
ra de 61 a i n i c i o de 64 (a d e v i d a a r t i c u l a o a o d i a l é t i c a do r e l a t ivo o r a u 1
de, d e f e n d ê nc i \ do mo\^.jjo amjD o. _a o_ m o v . d_o_s_ t r a o a l h á d o r e s das c i d a d es e uni
q u e s t ã o a sor e n f r e n t a d a f u t u r a m en t.n J* p o i s existe, um. f a t o c o n c r o to,_que. . .
t e s e do LA (que não s e g u i u o din'im5.smo da h i s t o r i a , e f i c a p r e s a a u m a v i ­
são t e o r i c i s t a ) nao s i t u o u ( c o n s i d e r a m o s p e l a f a l t a de uma a n a l i s e ^ c o n c r e ­
ta, d i n â m i c a e o b j e t i v a e a t u a l ^ os a v a n ç o s das_ r e l a o oes_.de. p r o_duoap_ c a p i ­
t a l i s ta no campo, a p a r t ir d.e 1Í.S4., e a s iLcqnse.qu.ejntes m o d i f i c ações, q u o io-
to vê m provocam.!^ no campo. Uma infornjaçao ; a t u a l m e n t e no i n t e r i o r ( n o ^ c a m
pol, pelas* e s t a t í s t i c a s r e c e n t e s , o n u m e r o do a s s a l a r i a d o s - d i r e t o s e s t a o art
p r i m e i r o lugar, os 'b o i a s - f r i a s ' p r i n c i p a l m o n t o , c u j a s i t u a ç a o o bastante
s i n g u l a r : ê ï e s estão a r t i c u l a d o s s o c i a l m e n t e nas c i d n d o s e nos c a m p o s ) , por
t a n t o u m a s i t u a ç ã o que i n v e r t e u em g r a n d e p a r t e o q u a d r o e s t r u t u r a l das re
l aç o e s de c l a s s e s do canp o . E com e s s a m o d i f i c a ç a o , e l i m i n a - s o c e r t a s de­
p e n d ê n c i a s e x i s t e n t e s a n t e r i o r m e n t e e n t r e a c i d a d e e o camno, hoje.
A , q u e s t ã o m e t o d o l o g ^ c a n o s s a p a r t o 9 ^ ? t u a o c a m n o ijo GRT, f o i t a p e l a '
tese, c bem v u l g a r e e m p i r i c a . D c o n c e i t o ^ d e c a m p o n ê s e u s a d o i n d i s c ç i n i n a
d a m e n t e . E na tese de LA a b a s e d a § r e l a ç õ e s s o c i a i s do p r o d u ão e s t a c e n ­
t r a d a na i g u r a do c a m p o n ê s e, em u l t i m a i n s t â n c i a , cai s u b j e t i v a m e n t e na
v i s a o de r e l a ç õ e s f e u d a i s no c a m p o r a s i l e i r o , ou (a v e r s ã o quo a c r e d i t a -
nos) a o ^e m p r e g a r este conceito^ faltou um a ^ a n a l i s e detalhada, ba se a d a na
c o n c u p ç a o m a r x i s t a - l e n i n i s t a s o b r e a q u e s t ã o da terra. A s s i m , a tese, ao u
sar o c o n c e i t o de c a m p e s i n a t o c aiu no c a m p o da m i s t i f i c a ç ã o .
I\la h i s t o r i a de n o s s a e c o n o m i a , r.ompre d e f e n d e m o s a v e r s ã o de que d e s ­
de o sou n a s c i m e n t o com a p r o d u ç ã o do a n u c a r , r e a l i z a d a nos E n a n n h o s d o n o r
rir ste b r a s i l e i r o , com o uso do t r a b a l h o do e s c r a v o nenro, no s e c . X V I , es-*
sa r e l a ç a o de p r o d u ç ã o ,e s t a v a a r t i c u l a d a d i r e t a m e n t e ao E s t a d o p o r t u g u ê s o
o r a g u i a d a p e l o s p r i n c i p i o s •do c a p i t a l i s m o : e x i s t i a lucro, e os p r o d u t o s o
ram d e s t i n a d o s a um m e r c a d o . (Obs. : o p r o d u t o de 3 e s c r a c o ^ o e r a v a o capx
tal p a r a a c o m p r a de um o u t r o e s c r a v o ) . P o r t a n t o os e r r o s que s u r g e m n e s s a
d i s c u s s ã o l o c a l i z a m - s e p o r , t e n t a r a n a l i s a r e s s a r e l a ç ã o do p r o d u ç ã o r e a l i *
z a d a no B r a s i l n a q u e l e p e r i o d o , i s o l a d a da M e t r ó p o l e . Para t o r n a r m a i s o b ­
j e t i v a e s s a c o m p r e e n s ã o , c i t a m o s a q u i a l g u n s t r e c h o s de P a u l o 11/rigt: ...a
e c o n o m i a b r a s i l e i r a se d e s e n v o l v e u sob o c o n t r o l e de um Estado Burcjuo:
( P o r t u g a l ) , que a d q u i r i u um c a r a t e r e x t r e m a m e n t e d i n â m i c o ao r o a l i z a r i:n
dos p r i n c i p a i s p r o c e s s o s (se não o p r i m e i r o c omo sug ro lïlarx em " D r i g e n r '
do C a p i t a l " de a c u m u l a r ã o p r i m i t i v a , r e a l i z a n d o u n a das p r i n c i p a i s r e v o l u ­
ç õ e s b u r g u e s a s da h i s t o r i a . A r e v o l u ç ã o b u r g u e s a c'e 1305 em P o r t u g a l (ver
a o b r a de A l v a r o C u n h a l - A luta de -lasses em P o r t u g a l ) teve c omo u m a de;
suas m e d i d a s m a i s d e s t a c a d a s na l u t a c o n t r a o m o n o p o l i o f e u d a l da t e r r a , n
*v /
instituição da lei das sesmarias, loi burguesa bastante avançada na e p o c a s
que condifcionava a gropriedade da terra a sou cultivo, abolindo assim o ca
reter vitalicio, proprio do sistema roudal". Citando lYlarx em 0 ,'anital o
le frisas "... o monopolio da torra o u m condição histórica'previa que
constituiu a base permanente do^modo de produção capitalista. Pm se gu i d a , 1
aprofundando o estudo das relações de produção no campo rotirar.ioe,de lo ma­
is alguns trechos; '... Foram cometidos assim os maiores erros teoricos...
a caracterização das mais variantes 'classes' como camponesa (feudal'... A
critica do termo camponês 1pornitirs
— —. —f . , m «m i m m -• ,
verivicar que a maioria.de nopulacao'
—: — m im m m m «- ■- - — - r - - ~ . » - ■ • «. -|ij~ i r~ « ■ — —» * - «. » r - . •' • — «- m** i •

'ca mp one sa 1 ten como forma principal der r .lacao de trabalhosa forma ans al-i
ri a d a , pura ou enco b e r t a , juntamente -corr, uma parcela p o n d e r á v e l d e agricul .
tores pequenos e medios proprietários trabalhando sob a forma mercantil.
«? •. ** *
A tose de LA qUe constantemente ;usa o exemplo da situaçao da Russia
de. 17* poderia estabelecer um paralelo daqUció pais, naquele periodo, com
ü Vietnam^do tempo da agressao norte-americana ; ^ inoxistencia do relações
de produção capitalista no campo e, por consequencia, a ausência qualitéti
va e qualitativa da trabalhador assalariado, (tntão porque nenar no^lrasi
um papel politico fe militar aos tr .balhndores do campo na implantarão rln
•GRT ? ).
A respeito de um ensinamento que poderá ser usado e enquadrado no qu .
dro estrutural da insurreição em nosso pais, motivado pelo processo d a r
tas reais e concretas- dos trabalhadores^do canjpo, retiramos em Lenin, ' 'r
Primeiro Ls oco das Teses Sohre a ^uestão Agraria, na II Internacional; '...
As massas trabalhadoras e exploradas dos campos que o proletariado dar ci­
dades d3ve oanhár para o c ombate ou nelo menos para ,aç .suas causar "ãr re
presentadas em todos os p a íses capitalistas pelas classes seguintes: l) ;
prolçtaried- agricola, ou seja, os operários assalariados (ao ano, ao tem­
po, a J o rna da) que tiram os seus meios, de existencia do trabalho assalaria
do nas empresas agricclas capitalistas. A ornanizaçao desta classe -.(goliti
ca, m i l itar, sindical, (^oogoj^at i y e , cultijral, etc) independente e distinta
dos outroe grupos da populaçao rural, a propaganda e a agitaçr.o reforçado'
no aeio desta classe que se pretende liger ao poder dos soviete^ o e,Òite-
dura do Proletariado constituer» ar tarefar essenciais de todos os paises .
Lenin, mais adiante, fu n d a m e n t a •n diferença desta classe diante os chama -
dgs camponeses ou pequenos^propr.letarios de terras, que juntamente com os
modioe proprietários deverão aer ganhos apjps a consolida ão do poder opera
rio nas cidades. v
Dentro da nossa atual formação social, em particular no interior, men
mo entre os assalariados, existem locais de maiores concentrações, nao sejn
r‘o n campo caracterizado por uma homogeneidade social e oconrvica. Concre-
tamente, no intorior^paulista, no triângulo mineiro,,no rorte do etado do
.io^Q ,em certas regiões do sul .da 3ahia (cacau, petroleo, borracha), onde
vjstao estabelecidas centros importantes de produção, cujo trabalho direto'
o rbastanteAdinamico, e são pdr^ou'-.ro lado bastante diferente do .conjunto ■
socio-economico de outras regiões do campo. E dentro d o s o b j tivos do GRT,
as ocupaçoes dessas areas, durante a insurreição, pelas ililicias, poderão'
intervir ná maneira do^ahastecimento das principais cidades e evitarão um
possivel boicote das forças burguesas.
Afora isso, no camgo, nas reoiõos previamente escolhidas, noderãn se
' i n f i l t r a r g - n t e s ou,apos a eclosão d.a insurreição - comandos vindo r'o f o -
ra (da,um pais ou paires socialistas, previamente ali&dos „as nossar por 5
çoes tatic as e es t r a teqicas. Um assunto a ser aprofurçdado na Teso de '
pois existirao^3 aíternativas ; i
a) A sustentaçao,do GRT;
b) Uma força politico-militar que venha a contrapor O1 auxílio de mercená­
rios, cuja intervenção sera exigida b imposta pela burguesia;
c) Como a prepararão dos quadros militares c!a vanguarda da insurreição u.
bana.
O^caso de insurreição c!e Luanda, Angola, e logo em seguida toda a , sue
tentaçao p o l i tic o -,mi 1 i tar dos comandos cuhanos com seus assessores politi­
cos foi fundamental e antecipou as Torças mojjcenarias,internacionais em a-
poio a r^paçao local aliada a ,. 'rica do iul (nessa analiso deve estar pit.
sente, Sempre, ,a base social do IÏIPLA). P.' enquadra-se cm uma parte da tor
de LA, quando e colocada a necessidade da antecipação da tomada do godn?-
pelo proletariado para impedir que a hurguosia de o seu golpe. Uma anali;^
detalhada sobre Angola deveria ser empreendida o anexada ar discussões do
Congr ess o.
As possibilidades do emprego de 'Focos* (diferente da forma pregada
pelo Aonde Vamos), poderia ser outra alternativa utilizada no campo. Rua
importancia sçria secundaria para a Insurreiçãg, pois teria o papel de
'iscas( ao exercito burguês, desviando-o para areas longes'das cidades .
Deveria ser estabelecidos em locais previamente escolhidos. Outre impor-
tancia, belica, que deveria sçr definida aos 'Focos', estaria em, cortar
certas vias do^ahastecimanto ar cidades e sabotar as centrais olctricas'
e as^comunicaçõos. Fssas açõos, sendo materializadas, deixaria em panico
as forças da rearao e abateria a r.ioral da burguesia, t claro que frisa -
mos, nesta proposta, que os. 'Focos' o star iam, condi c i onados a.o. tempo. dg
insur reição nos princijpais centros urjaajnqs_.
Ainda sobre o papol,do campo na insurreição, cabe aoora, nossa con­
juntura uma orientação tatica mais clara na política do acumulo rio for­
ças,^pois quase todos os conflitos registrados no campo, na atualidade ,
se dao através de agoos armadas ou de formas violentas (emboscadas, ^ sa­
ques, focos, ocupaçoes de lugarejos e pequenas cidades, etc). A 0. nao pe
de nonar quo essas açoes violentas caracterizam hoje as lutas travadas '
no campo, de maneira espontânea. Sa, se tomos como centro na tatica '
para e campo, o trabalho nos sindicatos rurais, temos tambem de avaliar
as outras partos do co nj unt e.
.'onclusão: De uma forma nenerica, grande pa te das a rti culações,to
oricas da Tese de LA segue a situaçao concreta ao processo ,rovoluciona -
rio dos bo lch evique^, na insurreição de 1917. Tilas nes^a análise concreta
da insurreição no Russia a toso deforma, ievido o carater das propostas.
Apesar de referir-se que ção sorno repetidor os fatos e nem criada'
as condiçoes as quais levaram a rachadura rio exercito tzarista, a tose '
torna-se ostroita quando compara a uma possivel intervenção rias Torças '
armadas brasileiras ne exterior (apesar de analisar corretamente o papel
das forças armarias brasileiras, como nuarri:'ã do capital, guiadas pela
doologia da seg. interna) a situação de guerra da Russia contra a Alem'--
nha. Concordamos que dificilmente serão estabelecidos esses paralelos rrr
forças armadas burguesas daqui. Contudo, alem da guçrra, outros fatores
contribuiran para o enfraquecimento da coesão do exercito tzarista ; v'-tr
res, inclusive, mais importantes. Durante a queda o tzarismo, ,ar. forra:-
armadas ryssas tinham sofrido importantes 'rachaduras'. 0 periorio inter­
mediário a queda do Tzir ate a tomada de poder pelos sovietes, liderado
pelos bolcheviques, provocou importantes 'vacilações' nas .'orças opostas
aos bolcheviques. 0 breve periodo de Kerensky e a tentativa de golpo do
general Kornilov abrir m espaços vitais. Lenin îm "ttarxismo e Insurrei -
ç a o 1', faz menção a ess s 'rachaduras' que provocaram vacilações de impor
tancia capital para a concretizarão da insurreição dos solclarios e^opera ■
rios, guiados poios bolchoviqycs. J ’is louns trechos: t!As vacilações nas
fileiras do inimigo ...... hoje sao gigantescas: nosso inimigo principal.
p__ imperialism o d a entente oi g imperialismo mundijijL (já que os paliados'
se encontram na cabeça desto com eça a .vacilar entre a guerra ate o triun
fo final e na pa^ separada contra a Rurr.ia. Õs nossos democratásperueno-
iDurnueres, que ja perderam, e v i d e n t e m e n 'e a maioria do povo, quer dizei-,
a coalÍ3ao com os democratas constitucionalistas". Mais adiante prosse­
gue ".... politicamente, nos dias 3 e 4 de julho, não terçamos podido 1
ngs sustentar no poder, pois, antes_ ria Korniloviada. o exercito o as pro
vincias podiam marchar e teriam TnercKädo- s ôb VV Pet~roorado ;.
Porisso deve ficar claro nessa discussão, que na formaçao socialru*
sa, entre as classes dominantes, existiam serias contradições. Fssas cias"
ses, em curto p o n o d o , revezavam- se no poder, e todas tinham influênci"
significativa na base social das forças armadas russas. , portanto, na
ie agora a resposta para a pergunta" 'quais os fatores que irao provocar
a fraqueza o as vacilaçoes^da burguesia, abrindo o espano essencial par."
a doflagraçao da Insurreição?

- !Jera,a evolução do movimento de massas, liderada pelo proletaria­


do, que sera guiado pela v a n g u a r d a ,comunista. Sendo a articulaçao com as
forças de apoio do MCI comando pol:'.tico-militar, parte ■tambem da respos­
ta, Sem essa devida alianna o^GRT nao se materializará. F a intervenrão'
a Ditadura dn Proletariado (não deve notar na terrível proposta dos dei.o
rf) - G vp •
ft - 1 0 -

?0 O)
crat^stas que sonham^com o impossível, yma Assembleia Constituinte) ser"
a pçopria consolidação do GRT em apoio as forças do Internacionalismo Pr
l etario.
Dessa maneira, a tese de LA apenas responde de maneira abstrata
g e r a l ”que^as próprias condições para a insurreição'só serão dadas pela ra
dicalizaçao do movimento de massas no seu sentido «
Em ultima instância a característica da^Tese de LA e a abstração e
o uso do cspontaneismo linear, chamada, as vezes, de teoricismo.

m. - cél H 2 1/77

Pi. A crítica da Tese de LA não tem uma precisão textual, mas considera­
mos que responde algun s questões.
v /r i o s passos para trás, quase nenhum para a frente

(OBSERVAÇÃOs ESTE DOCUMENTO F O I PRODUZIDO *


em j u n h o , l o g o a p ó s s e t e r c o n h e c im e n to do
f r a c i o n a m e n t o de 0 —7» Em bora t e n h a o i ” c u l ^
do n o s o r g a o ® d i r i g e n t e s , su& p u b l i c a ç ã o
f o i r e t a r d a d a em f u n ç ã o de s e r i n t e n ç ã o d t
s e u a u t o r i n t r o d u z i r —l h e m o d i f i c a ç õ e s h
c o r re ç õ e s a p a r t i r das d is c u s s õ e s in io ia is .
E s t a s , no e n t a n t o , f o r a m s e a t r a z a n d o e
h o j e e l e j a e d i v u l g a d o numa s i t u a ç a o b a s ­
t a n t e ^ d i v e r s a da o r g a n i z a ç ã o , qu ando j á v i
e ra m a l u z d o c e . com o a T D -41 e a c i r o u l a r
1 1 . No e n t a n t o , p a r a n ao r e t a r d a r m a is su a
d i v u l g a ç a o , o a u t o r c o n t e n t o u - e e em f a z e r -
l h e p o u o a s m o d i f i o a ç õ e s e m a n te v e a fo rm a
e o« c o n t e ú d o o r i g i n a i s , , em b o ra d e t e r m i n a ­
d a s q u e s t õ e s j á p u d e sse m s e r ro a is a v a n ç a -
d a s em f u n ç ã o do e s t á g i o s rumo Q t u a i s d a s
d is c u s s õ e s in te r n a s ,)
t -■
I.> Um a p e l o In u s ita d o
«
^ " G a l o que i_._;— até a q u i n ao o a n t o u n ã o c o n t e m a is oom meu o u v i d o '1, É a
d e o i s a o o a t e g o r i c a do p e r s o n a g e m do g r a n d e a u t o r n a o i o n a l T a l f r a s e sem p re
me v o l t a v a à m e m ó ria q u an d o fensava na n e c e s s i d a d e d a s a t i t u d e s p o l í t i c a s s e ­
r e m ' to m a d a s no momento o p o r t u n o e n a s c o n s e q u ê n c i a s que o c o r r e m qu an d o n a o o
s ã o . Ha m om en tos n a v i d a p o l í t i o a de um i n d i v í d u o e , p o r que n ão d i z e r , de su
a v i d a em g e r a l , em que d e t e r m i n a d o o o n j u n t o de a c o n t e c i m e n t o s , num p a r a l e l o
com o p r o c e s s o r e v o l u o i o n á r i o , ganham o s f o r o s de uma i n s u r r e i ç ã o f em que a a
ç a o p r e m a t u r a p ode d e s p e r t a r e p r e v e n i r o i n im ig o e a a ç ã o t a r d i a j á n ão c o n ­
t a ma i a oom a s o o n d i ç õ e s f a v o r á v e i s p a r a a v i t ó r i a - , A imagem m a r o a n te d a q u e la
a f i r m a ç ã o i n c i s i v a do o o m eço e a s e n s a ç ã o de p e r d a do "m o m en to mi n s u r r e c i o n a l "
p e r s e g u i r a m -m e i n s i s t e n t e m e n t e n o s m om en tos que m a rc a ra m o s Ú l t i m o s ta m p o s *
q u e a n t e o e d e r a m a 3& . C o n f e r e n c i a e q u e s e s e g u i r a m a e l a , m om entos em que *
n ã o me f i z p r e s e n t e oom uma i n t e r v e n ç ã o o r a l o u e s c r i t a que a p r e s e n t a s s e de 1
f o rm a p r e o i s a e d e t a l h a d a m in h a s c o n s i d e r a ç õ e s s o b r e o c o n j u n t o de p r o b le m a s
q u e e ra m c a r a d t e r i z a d o s oomo a o r i s e da O r g a n i z a ç ã o ,, U san d o o mesmo p a r á i e l o ,
e r a com o s e as c o n d i ç õ e s o b j e t i v a s j á e s t i v e s s e m d a d a s m as o e le m e n to s u b je tJL
v o , a c l a r a c o n s c i ê n c i a d o s p r o b le m a s e s u a r e s o l u ç ã o n ã o e s t i v e s s e m à a l t u r a
do m om ento»
E s t a a u s ê n c i a s e p r e s t o u a i n t e r p r e t a ç õ e s que s e acom od avam n a s c r í t i -
c a s a uma p o s t u r a v a o i l a n t e q u e , em s i m e sm a s, e n c o b r i a m uma s u s p e i t a e f e t i v a
de I r r e s p o n s a b i l i d a d e p o l í t i o a , do p e s s e d i s m o de quem e s p e r a o d e s f e c h o dos a
c o n t e c i m e n t o s p a r a v e r de que l a d o o v e n t o s o p r a *
Nefctas p a l a v r a s i n t r o d u t ó r i a s g o s t a r i a de e x p o r uma v i s ã o , a i n d a em g e ­
r a l , d a s r a í z e s de t a l c o m p o r ta m e n t o , n a o a p e n a s como uma p r e s t a ç ã o de c o n t a s
a o s c o m p a n h e ir o s como tam bém p o rq u e a o r e d i t o que s e j a ú t i l p a r a um m e lh o r e n ­
t e n d i m e n t o e a p r e o i a ç ã o do que vem a s e g u i r »
0 p r o c e s s o p o l í t i c o spà que c u lm in o u n a 3 a 0 C o n f e r ê n c i a e que m a rc o u os
ru m o s d a 0 . d e s d e e n t ã o r e m e x e u em uma enorm e gama de p r o b le m a s a f e t o s a o mo­
v im e n to r e v o l u c i o n á r i o que a b r a n g e r a m d e s d e a s p e c t o s bem p a r t i c u l a r e s da p r á ­
t i c a im e d ia ta , p assan d o p e la a v a l i a ç ã o da c o n ju n tu r a , p e lo p a p e l d e s ta na *
f o r m u l a ç ã o t á t i o a , p e l a r e l a ç ã o e n t r e t á t i o a e e s t r n t é g i a e c h e g a n d o mesmo ,
i s s o m a is r e c e n t e m e n t e , a o p r ó p r i o q u e s t i o n a m e n t o p a r o i a l de a s p e c t o s da e s -
t r a t é g i a e do PSB. Embox*a d e s d e o p r i n o í p i o t i v e s s e me c o l o c a d o a b e r t o a o s a r
g u m e n to s , a o a p r o f u n d a m e n to da d i s c u s s ã o , à I m p o r t â n c i a e n e c e s s i d a d e de uma
d i s c u s s ã o que r e c o l o c a s s e com j u s t e z a o p a p e l da t á t i c a n a p r á t i c a da uma org,
f z ).0-0-G.p’líf
t

r e v o l u c i o n á r i a , p r o b le m a s que sem d ú v id a j á v in h a m s e n s i b i l i z a n d o a o r g . e •
p r i n c i p a l m e n t e a d i r e ç ã o n a c i o n a l mesmo a n t e s do P l e n o D e l i b e r a t i v o , t i n h a 1
c l a r o que n ã o s e p o d e r i a nem d e v e r i a r e p e t i r um p r o o e s s o n o s m o ld e s do que l e
v a r a à s d e f i n i ç õ e s p o l í t i c a s I n i o i a l s d a OOML em q u e a u r g ê n o i a no ro m p im e n to
com a e s t a g n a ç ã o a , p o s t e r i o r m e n t e , o r o l d ã o d a p r á t i c a em p l e n o d e s e n v o lv im a n
t o t in h a m a f o g a d o o s p r o b le m a s de f u n d o , em p a r t i á f u l a r , o d a t á t i c a q u e , s o b ”
a f o rm a de p o l ê m i c a , j á v in h a m s e c o l o c a n d o m a is e f e t i v a m e n t e d e s d e a R e u n iã o
A m p lia d a de 6 9 . E v i t a r um p r o c e s s o em que o d in a m ism o d a s d i r e ç õ e s e o e n tu w l
asm o c o l e t i v o com a r e v i r a v o l t a da p r a t l o a e n v o l v i a m um c o l e t i v o c u j a r e f e r ê n
c i a m a io r e r a a c o n v i c ç ã o na j u s t e z a da l i n h a e n ão su a a l a r a co m p re e n sã o , e -
r a a o o n f i a n ç a em s u a l i d e r a n ç a sem Bjuutábax a t e n t a r p a r a s u a a f r a q u e z a s e e -
r á tam bem a c o n v i c ç ã o de que com a ,,j u s t a ,, d e f i n i ç ã o d o s p r o b le m a s g e r a i s da
p r a t i c a r e v o l u c i o n a r l a * c e r t a m e n t e e s t a r i a a b e r t o o oampo p a r a s e u a p r o f u n d a ­
m en to c o n t í n u o e i r r e v e r s í v e l « ,
ifêo s e to m e i s s o como uma a n á l i s e de fu n d o do p a s s a d o d a 0 » H a v e rá te m ­
po e l u g a r p a r a i s s o » Na p r ó p r i a d i s o u s s ã o p a s s a d a j á s e o o l o o o u e s t a d i s c u s ­
s ã o em n í v e l m a is p r o f u n d o 0 I f e s , é - j u s t a m e n t e a e s t a p r o f u n d i d a d e do p r o c e s s o
p a s s a d o que g o s t a r i a de me r e f e r i r , ,
A os c o m p a n h e ir o s que e n t ã o compunham a ch am ad a " t e n d ê n c i a o r í t i c a ” f o i ,
no f i n a l d a s c o n t a s , t a r e f a de c r i a n ç a a r r a s a r com o a r í e t e d a q u e l a , oomo a •
p o d e re m o s c h a m a r , " l o & l c a l e n i n l s t a " , a s i n d e f i n i ç õ e s de d i r e ç ã o , d a p o l í t i c a
e d a s r e f e r ê n c i a s d a o r g a n i z a ç ã o de e n t ã o . E f o i s o b r e a b a s e d e s t a " l ó g i o a "
e d a s o o n o l u s õ e s a que l e v a v a , que e ra m e n o a r a d a s como a c o r r e t a I n t e r p r e t a ~
ç ã o da d i a l é t i c a d a l u t a de c l a s s e s e do p a p e l e t a r e f a s da v a n g u a r d a , é qu e
s e e r i g i u vima p r o p o s t a t á t i c a q u e r e u n i u em t o r n o de s i d a m a i o r i a d á O r g a n i­
zação,

^ l o r a n ã o h a j a d ú v i d a s que a s f o r m u l a ç õ e s d a " t e n d ê n c i a o r í t i o a " f o r a m


a s m a is e l a b o r a d a s , a m a d u r e c i d a s e a c a b a d a s do p r o c e s s o a n t e r i o r , é p r e o i s o
s e n o t a r que n a p o l ê m i c a t r a v a d a s u r g i r a m c o n t e s t a ç õ e s c r í t i c a s que a f e t a v a m
d e s d e o s p r i n c í p i o s a t é a s c o n c l u s õ e s f i n a i s , m as que e ra m r e c h a ç a d a s p e l o '
cam po d e f o r ç a d a q u e l a " l ó g i o a " , d e s p r e z a d a s e r e l e g a d a s com a e t i q u e t a d e a n
t i ~ l e n i n i s m o , d a r e e d i ç ã o do v o l u n t a r i s m o , ou e n t ã o e ra m m e ra m e n te i g n o r a d a s
p o r n ã o s e a p r e s e n t a r e m a r t i c u l a d a s em um t o d o c o e r e n t e , p o r n ã o s e e x p r e s s a ­
re m num c o r p o de p r o p o s t a s p a r a a i n t e r v e n ç ã o p o l í t i c a g l o b a l da 0 . n a c o n j u n
tura„
0 d e s f e c h o d a q u e l e p r o c e s s o , t o d o s o o n h e o e m a s . Da m in h a p a r t e , e n e s t e
p o n t o n ã o e s t a v a a o z i n h o , c o n s i d e r a v a que a s c o n d i ç õ e s n ã o e s t á v a m p o l i t i o a m e n
t e m a d u ra s p a r a a C o n f . r e p r e s e n t a r o p o n to d e c i s i v o da m udan ça de rum o* a rja
f e r ê n c l a e f e t i v a p a r a a r e c u p e r a ç ã o I m e d i a t a e h i s t ó r i c a d a 0 » , que a c L is o u s -
isão a b s o l u t a m e n t e n ão fe a v ia r e s p o n d i d o o e s s e n c i a l do c o n j u n t o de p r o b le m a s
l e v a n t a d o s , A d i r e ç ã o p o l í t i c a , no e n t a n t o , s o b r e a c o n s i d e r a ç ã o de que o e s ­
s e n c i a l j á e s t a v a o o l o c a d o e a p r o f u n d a d o e a s s i m i l a d o no d e b a t e e p r e s s i o n a d a
p e l a c o n v i c ç ã o d a n e c e s s i d a d e de i n c r e m e n t a r a p r á t i c a d a 0 . t e n d o 'e m v i s t a o
a v a n ç o d a c r i s e e a s p e r s p e c t i v a s do a s c e n s o do m o v im e n to de m a n à a B , .a c h o u p ar
bem r e a l i z á - l a de q u a l q u e r f o r m a , 4r ’
N a q u e le d e s f e c h o , m&nha p o s i ç ã o d e u m argem p a r a m u i t a s d ú v i d a s e s u s p e i ­
t a s no s e n t i d o em que j á f o r a m t r a t a d a s m a is a t r á s , P u i o o n t r ^ ’ o f r a a i o n a m e n t o
de 0 - 6 p o r c o n s i d e r a r q u e s e d a v a sem b a s e p o l í t i c a a m a d u r e c i d a e i * è a l e bo -
b r e t u d o p o rq u e s i g n i f i c a v a m a is um p a s s o p a r a a ô e s c a r a c t e r i z a ç ã o 1 do p a p e l e
dei, i m p o r t â n c i a do c e n t r a l i s m o d e m o o r á t i c o » t a n t a s e t a n t a s v e a e s r e a f i r m a d o •
de b o c a e n e g a d o de f a t o n a h i s t ó r i a d a 0 . A lém do m a is c o n s i d e r a v a que e s t a ­
vam d a d o s d a o r g , o s c a n a i s p a r a uma r e t o m a d a d a l u t a p o l í t i c a , em p a r t i o u l a r ,
c o n f i a n t e de que a r e a b e r t u r a i m e d i a t a da d i s o u s s ã o a p r o v a d a em C o n f , , p e l o
s e u p r e t e n d i d o c o n t e ú d o , n ô o e s s a r l a m e n t e r e c o l e o a r l a o s p r o b le m a s que a d l s -
c u s s ã o p a s s a d a não h a v ia r e a lm e n te s o lu c io n a d o «
• cie- * •»rri’ ■ oúesr ■ ."..<1 o b 9 aJuSoífít j
A p a r t i r d e e n t ã o , a t a r e f a que me c o l o q u e i f o i a de a p r o f u n d a m e n to d a -
q u e l a s c r í t i c a s , a t e n t a t i v a de s i s t e m a t i z á - l a s e o r g a n i z á - l a s de um modo c o £
r e n t e e , em c im a d i s s o , f o r m u l a r uma v i s ã o b á s i c a do que c o n s i d e r a v a a s p r o —
p o s t a s c o r r e t a s p a r a q m o m en to . I s t o n ã o s i g n i f l « a v a que me f u r t a r i a à s t a r e ­
f a s p o l í t i o a s que a 0 . me d e l e g a s s e , e d e l a s n ã o me f u r t e i . Mas n e c e s s a r i a m e n
t e , a s c r í t i c a s qu e v i n h a d e s e n v o l v e n d o r e p r e s e n t a v a m um f r e i o i m e d i a t o (embo
r a n ã o a b s o l u t o ) a uma c o n t r i b u i ç ã o m a is e f e t i v a e m a is c r i a d o r a no d e s d o b r a ­
m en to p r á t i c o d a s p r o p o s t a s o f i c i a i s , E n e s t e a s p e c t o , n ão f a l t a r a m c r í t i c a s
à o m i s s ã o , a s r e i t e r a ç õ e s de qu e s e h o u v e s s e m c r í t i o o s , que s e e x p r e s s a s s e m •
s o b r e o rum o d a s p r o p o s t a s c o n o » e t a s , a s c o b r a n ç a s d a p o s i ç ã o s i s t e m a t i z a d a . -
Não r e s t a d ú v id a de ç^ue a t a r e f a que me p r o p u s e r a ca m in h o u com l e n t i d ã o .
A p r o v a m a is c a b a l d i s s o e q u e s ó h o j e s a i e s t e d o o u m e n to , e a i n d a m a rc a d o •
p o r um sem -n u m e ro de i m p r e o i s õ e 3 . A c r e d i t o que i s s o s e d e v e u à g e n e r a l i d a d e •
oom qu e a d iB O u s s ã o p a s s a d a h a v i a d e i x a d o e s t a s o r í t i c a s i n i c i a i s , a le m do f a
t o de n ã o c o n t a r p a r a s e u a m a d u r e o im e n to com o d e b a t e c o l e t i v o à a 0 . , n ã o so
p e l o d e s i n t e r e s s e d o s q u a d r o s d i r i g e n t e s em d e d i a c u t l r p r o b le m a s ''s o l u c i o n a -
d o s ” com o p e l o f a t o da d i s o u s s ã o f o r m a lm e n te a b e r t a a i n d a n a C o n f . e p o s t e r i o r
m e n te r e to m a d a oom o d o o u m en to de a b e r t u r a , não t e r e m e f e t i v a m e n t e s e n s i b i l i ­
z a d o e m o b i l i z a d o o o o l e t l v o e to m ad o o o r p o n a 0 ,
E r a I n t e n ç ã o m inha a p r e s e n t a r uma o r í t i c a ndetalhada d o s e r r o s a t u a i s da
0 « , no t o o a n t e à s q u e s t õ e s d o s s e u s p r e s s u p o s t o s , s u a s a s a l l s e s d a s i t u a ç ã o
c o n ju n tu ra l e s u a s o o n o l u s õ e s t á t i o a s . P r e t e n d i a a i n d a a l t o r d a r o s p r o b le m a s
d e P r o g r a m a e e s t r a t é g i a a b o r d a d o s no documento de a b e r t u r a e a r e l a ç ã o des -
t a s q u e s t õ e s com a t á t i o a e s o b r e a r e f e r ê n c i a d i s s o t u d o txxü t r a ç a r o e s b o ­
ç o de a n s l i s e d a s i t u a ç ã o o o n o r e t a e de uma l i n h a de a t u a ç ã o que v i e s s e m t r a ­
z e r urna, n o v a ó t l o a p a r a a d i s o u s s ã o i n t e r n a e s i g n i f i c a s s e um p o n to de p a r t i ­
d a p a r a a s u p e r a ç ã o d o s n o v o s i m p a s s e s que a 0„ s e c o l o c o u no p e r í o d o a t u a l ,
em b o ra e l a n ã o d s oonBidere como t a l 0 C o n s i d e r a v a a i n d a que uma t a l análise '
d e v e r i a to m a r oomo r e f e r ê n o i a a s o o n o l u s õ e s às q u a i s c h e g a a 0 . e d e v e r ia m *
s e r m a is o l a r a s p o s s í v e i s , a o meu v e r , c o n d i ç ã o i m p r e s o i n d i v e l p a r a uma a p r e ­
c i a ç ã o e f e t i v a do d o o u m en to e de a b r i r uma p e r s p e o t i v a de ro m p e r a b a r r e i r a '
c r i a d a p e l a " l ó g l a l e n i n i s t a " do P r o j e t o .
No e n t a n t o , a t e m p e s t a d e I n e s p e r a d a d o s ú l t i m o s a c o n t e c i m e n t o s p a ssa ra m
a c o b r a r uma i n t e r v e n ç ã o m enos d e m o ra d a e e n e s s e s e n t i d o que e s p e r o que s e *
e n t e n d a e a p r o v e i t e e s t e d o o u m e n to , q u e s e p e r d o e s u a s l a c u n a s (sem i g n o r á —
l a s ) e s e a p r o v e i t e o que p o s s a t e r de ú t i l a o d e b a te «
. 0 a p e l o I n u s i t a d o a o q u a l me r e f e r i a a o e n t i t u l a r e s t a i n t r o d u ç ã o é du —-
p i o . Um no s e n t i d o da a t e n ç ã o d o s c o m p a n h e i r o s , no s e n t i d o de que e m p re s te m *
s e u s o u v i d o s a o g a l o que e s t á c a n t a n d o com a t r a s o , m as sem d u v i d a , n ão á x f o ­
r a de h o r a , 0 o u t r o , d i z r e s p e i t o a oomo g o s t a r i a de s e r o u v i d o . A "lófeiiífe.
i r r e t o r q u í v e l " do p r o j e t o p o d e p a r e c e r a ú n i o a r e f e r ê n c i a m a t e r i a l i s t a j u s t a
p a r a um a p r o f u n d a m e n to d a d i s o u s s ã o . Ifes e s t a " l ó g i c a ” é um d o s o b j e t o s
m a is I m p o r t a n t e s d e m eus q u e s t i o n a m e n t o s e c r í t i c a s . N e s te s e n t i d o é que a p e ­
l a r i a a o s o o m p s. p e d i n d o - l h e s um e s f o r ç o de n ã o s e r e s t r i n g i r e m à o o m p a ra ç ã o
s i m p l i s t a , a o p r é - j u l g a m e n t o , ou a o j u l g a m e n t o p a r c i a l e u n i l a t e r a l d a s i d é i ­
a s que a p r e s e n t o . l 3 s o , ,sem d ú v i d a , p r e j u d i c a r i a s e n s i v e l m e n t e a a p re c ia ç ã o
do t e x t o e o a p r o v e i t a m e n t o de su& s i d é i a s no d e b a t e . A c r e d i t o mesmo que o s *
ú l t i m o s a c o n t e c i m e n t o s vêm f a v o r e o e r o s u r g i m e n t o de uma p o s t u r a m a is a b e r t a
à r e c e p ç ã o de n o v o s a r g u m e n t o s . T r i s t e c o n s o l o o de c o n s t a t a r que u m a - p o s 3 Í -
v e l b re ch a p a ra a r e a b e r tu r a â x r e a l d as d is c u s s õ e s venha d e sse j e i t o .
P a r a e n c e r r a r , g o s t a r i a a i n d a de me d e s c u l p a r p e l a e x t e n s ã o do t e x t o e ,
em m o m en to s, a s u a p r o l i x i d a d e , Como j á me r e f e r i , a s i d é i a s v in h a m se n d o a —
a s a d u r e o id a s q u an d o o f r a o io n a m e n to v e i o o o b r a r uma i n t e r v e n ç ã o m a is i m e d i a t a ,
o q u e c e r t a m e n t e co m p ro m e te u um m e lh o r a c a b a m e n to e p r e c i s ã o d a s q u e s t ã o s ,
q u e c e r t a m e n t e e n c u r t a r i a m s e u v o lu m e . A s s im , s o u o b r i g a d o a l h e s p e d i r , a lé m
do j á r e f e r i d o e s f o r ç o p o l í t i c o , ujfra v e r d a d e i r a p r o v a de r e s i s t ê n c i a f í s i c a .
D it o i s s o , v am o s a o q u e I n t e r e s s a .
# •
II. Onde s e d e s o o b r e que a i n d a n ã o s e h a v ia m e s g o t a d o o s e s t o q u e s de " i s m o s " .

Ha de s e r e c o n h e c e r que n o s 1 5 a # o s de h i s t ó r i a d a 0 . , o f r a c i o n a m e n t o 8
l e v a d o a c a b o p e l o s o o m p s. d e W n ã o l e v a a - t a ç a do m a is r á p i d o . Os que, d« '
mesma r e g i ã o f r a c l o n a r a m a n t e r i o r m e n t e a 0 . ( 0 - 3 ) n ã o aguardaram nem meio ano
a p o s o d e s f e c h o d a 2 a . C o n f e r ê n c i a p a r a to m a re m a s u a " d e o i s ã o histórica11»
Nao c a b e d u v i d a , no e n t a n t o , que em m a t é r i a de i r r e s p o n s a b i l i d a d e p o l í t i c a , o
f r a c l o n a m e n t o a t u a l da W é r e c o r d i s t a a b s o l u t o «
0 que h á de m a is o h o c a n t e n e s t e c a s o , m e lh o r d i z e n d o , o h i l a r i a n t e d e l a
e d e onde p a r t e , quem o l i d e r a , o s p r e s s u p o s t o s em que s e f i r m a , o rum o e a *
v e l o c i d a d e d o s a o o n t e o i m e n t o s e a t e r m i n o l o g i a que e n v o l v e » Quando a 0* sqraça»
a p a r e n t a v a r e s p i r a r o s a r e s do f u t u r o , q u an d o e n v e r g a v a p e l a p r i m e i r a vez na
h i a t o r i à d a 0 . o m an to da c o e s ã o p o l í t i o a em c im a de uma t á t i o a l e n i n i o t a ,
c o n v e n c i d a de h a v e r e x o r c i z a d o o s f a n t a s m a s do p a s s a d o " v o l u n t a r i s t a , propa­
g a n d i s t a e b u r o o r á t i c o " , s e g u r a d a s o l i d e z m a t e r i a l i s t a de s e u s p r i n o l p l o s e
d i s p o s t a a m e t e r a s m ãos ( a g o r o l i v r e s ) n a m a ssa do t r a b a l h o p r á t i c o » e i s que
s e a b a t e s o b r e e l a a t e m p e s t a d e i n e s p e r a d a e o o m ío a do f r a o I o n a m e n t o . C om ica
s im , sem d ú v i d a , no e n t e d l m e n t o S h a k e s p e a r e a n o em que o g ê n e r o d a s c o m é d ia s 0
c o m p o r ta v a , à s v e z e s , m a i o r núm ero d e m o r t o s que o d a s t r a g é d i a s «
No o o n j u n t o d a 0« (em s u a s b a s e s ) c o m e ç a v a - s e a t o m a r conheo im e n to d.o '
s u r g i m e n t o de d i v e r g ê n c i a s r e l a c i o n a d a s com a a p l i o a ç ã o d a t á t i c a , em especial
no t o c a n t e a o t í r a n a l h o j u n t o a o s s i n d i o a t o s q u a n d o , em v e l o c i d a d e verdadeira­
m e n te a l u o i n a n t e a s I n f o r m a ç õ e s com eçam a o h e g a r dan do c o n t a qu e W. defendia,
a r e a l i z a ç ã o de uma C o n f e r ê n o i a i m e d i a t a c o n t r a o que o GN se opunha, e que *
p r o d u z i a um d o o u m en to o r i t i c a n d o a prática levada naquela região,; Ao mesmo 1
te m p o c i r c u l a r i a um d o cu m e n to de W e x p o n d o suas razões« Enfim, e r a aquela pro
m e tid a d i s o u s s ã o » v i v a , a p r á t i c a r e f e r e n o i a n d o os a p r o f u n d a m e n to s d a tática"*
e d a í p o r d i a n t e » R e ce b e m o s t a i s d o c u m e n to s ( C i r c » 7 e d o o . de W) e a i n d a e s ­
ta m o s a s a b o r e a r o s " o p o r t u n i s m o s " e " l e n i n l s m o s " q u a n d o , t r a n s c o r r i d a uma s e
ç ia n a , s e t a n t o , som os a t l r ^ l d o 3 p e l a e s t a r r e c e d o r a n o t í c i a do f r a c io n a m e n to »
M ais p r o n t a m e n t e a c a a in d Q , r e c e b e m o s n o v a o i r c u l a r n a o i o n a l ( a de nfi 8 ) y . i n t e r
v in d o c o m p e te n te m e n te s o b r e o a s s u n t o , r e s p o n d e n d o à s o r í t l c a s de W, o r i t i o a n
do» s i t u a n d o l a c u n a s e d e f i n i n d o o c o m p o r ta m e n to p o l í t í o o a s e r a s s u m id o »
Lá em C a s a b l a n c a a lg u é m d iá r ia s " P r e n d a o s s u s p e i t o s de c o s t u m e " »
E a n ó s , o o o l e t i v o d a 0 . t n ão r e s t a r i a de i m e d i a t o s e n ã o a o o n o lu s ã o de
q u e o r i t m o do t r a b a l h o p o l í t i c o da 0» c e r t a m e n t e n ã o s e a j u s t a à h l m p u l s l v l
d a d e de s e u s q u a d r o s .
Uma v e z p a s s a d o o s u s t o i n i c i a l , a r e a l i d a d e n o s r e o l a m a e vam os procurar
e n t e n d e r a s r a z õ e s , a s o r i g e n s , o s c a u s a d o r e s de t ã o h e d io n d a a t i t u d e » Tratar-
s e —i a c e r t a m e n t e d e b a s e s m a l f o r m a d a s , p e n e t r a d a s do v í r u s da m e t a f í s i c a , op_o
s i t o r e s f e r r e n h o s do P S B , q u a d r o s r e t i o e n t e s em a s s u m i r e a o o m p a n h a r o d e s e n - ”"
v o l v i m e n t o do p r o o e s s o a u t o c r í t i o o e de r e c u p e r a ç ã o d a 0 » , e l e m e n t o s p e q u e n o --
b u r g u e s e s s o l a p a n d o a f i r m e z a da c o e s ã o h i s t ó r i o a a d q u i r i d a em c im a da tática»
E f i c a m o s e s t a r r e c i d o s cora uma» s u r p r e s a í Nao e r a n a d a d i s s o » Os mentores da
n o v a d e c i s ã o h i s t ó r i c a , o s p r e g a d o r e s d a n o v a r e i n s t a l a ç ã o do l e n i n i s m o são
m em bros d i r i g e n t e s , d q q u e la mesma d i r e ç ã o que j á h a v i a r e i n s t a l a d o o leninismo
n a 3 a ° C o n f . , d a q u e l a mesma W que o u s a r a l u t a r e o u s a r a v e n c e r * 0 c l i m a da r e
g i ã o , com c e r t e z a , d e v e e s q u e n t a r o s a n g u e ( e , p o s t e r i o r m e n t e , o s m i o l o s ) .
I&.S j á e s t a m o s e s c a l d a d o s em s i t u a ç õ e s de f r a c l o n a m e n t o . A f i n a l , n ã o f o i
um nem f o r a m d o i s em n o s s a h i s t ó r i a . E n t ã o , r e s e r v a n d o o m e lh o r de n o s o s p a c i
ê n c i a , v am os e s t u d a r o s t e x t o s , p r o c u r a r e n t e n d e r que ord em de q u e s t õ e s t ã o
g ra v e s p ro v o co u d e c is õ e s tã o e x tre m a s .
E a í v am os d e s c o b r i r , p a r a n o s s o p a sm o , que a s d i v e r g ê n c i a ® n ã o g i r a v a m
em t o r n o do P S B , nem da e s t r a t é g i a r e v o l u c i o n á r i a e nem da t á t i o a e x p r e s s a no
P r o j e t o . E s t a é e s s e n c i a l m e n t e j u s t a , t o d o s a d m ite m , em b ora a c e i t e m que te m
la ig u n a s a q u i e a l í , e o CN c h e g a mesmo a a d m i t i r que te m um d e s v i o g r a v e , q u e ,
no e n t a n t o , n ã o a f e t a 3ua e s s ê n c i a » 0 p r o b le m a e s t a em que v o o ê s (e v o c ê s ta m
bém) n ã o a e s t ã o a p l i c a n d o com o o P r o j e t o d e f i n e »
W, em p o u c a s p a l a v r a s , d e i x a c l a r o como a c h a que d e v e s e r e n t e n d i d a a
tu a ç ã o i
"N ao cab eria aqui, h o j e , te n t a t iv a s a c r o b á t i c a s d e s e i d e n t if ic a r a ' e s ­
p e c i f i c i d a d e da c r i s e a tu a l da 0 . * De d i r e ç ã o ? P o l í t i o a ? O r g â n i c a ? De i n s t r u ­
mentos? Os fatoB aão c l a r o s i o CN rompe com a t á t i o a d a 0 . , com o s m é to d o s l e
n i n i s t a s , oom a p rá tic a p r o l e t á r i a . " (pg. 1 , parág. 2, g r ifo no o r i g i n a l ) , ~
E x i s t e m l a c u n a s ? S im .
" É p r e c i s o uma d i s c u s s ã o e s p e o í f i c a s o b r e o t r a b a l h o no s i n d i c a t o , p r i n ­
c i p a l m e n t e no que d i z r e s p e i t o a oomo a t u a r o o n c r e t a m e n t e •n e l e (e a q u i » e n t r a
a q u e s tã o d as d e le g a ç õ e s s i n d i c a i s ) " , (p g . e , o o n c lu s ã o ).
E s o b r e o s f u n d a m e n to s de <^ue o CN s e d e s v i a do P r o j e t o a o n e g a r uma c a ­
mada de o o n s o i e n o i a s i n d i c a l p r é - e x i s t e n t e n a c l a s s e , de c a r á t e r p r o p a g a n d i s ­
t a do í n d i o e de 1 1 0 ^ e do p a p e l a t r i b u í d o a o s b o l e t i n s de f á b r i c a e d a i n c a ­
p a c i d a d e do CN em d i r i g i r p o l i t i o a m e n t e a 0 . # rom p en d o com a l i n h a , b o i o o t a n —
do a d i s o u s s ã o b u r o o r a t i c a m e n t e e d e s c a r a c t e r i z a n d o e d e s a g r e g a n d o a 0 » , p r o -
pÕe a r e a l i z a ç ã o de uma C o n f . I m e d i a t a p a r a a u t o r i z a r a d i r e ç ã o a r e i n s t a l a r
o l e n i n i s m o . D i a n t e da o p o s i ç ã o do CN à c o n v o c a ç ã o de t a l C o n f . , n ã o h á o u t r o
o am in h o p a r a W s e n ã o a s s u m i r o ô n u s do f r a o i o n a m e n to , A f i n a l , bem e l e s o defjL
n em , " c e n t r a l i s m o e t á t i c a s ã o um ú n io o m o v im e n to " £ p g , 1 , p a r g , 6 ) .
E s e r i a de s e l a m e n t a r que L e n in com s u a s e s d r u x u l a s d iv e rg ê n c ia s t á t i —
o a s n ão t i v e s s e s i d o e x p u l s o do p a r t i d o em a b r i l de 1 7 *
Q u an to à d i s c u s s ã o0^0 no o o l e t i v o ? I m p a s0s í v e l , e v i d e n t e m e n t0e^0, 0 CN a b o i c o —
t a r i a em o im a de p o s i ç o e s d e f o r m a d o r a s , A lem do m a i s , d i s c u s s ã o de que o o l e t i
v o ? 0 n o o s o ? Não t r a r i a n a d a de n o v o . A p o s i ç ã o d a s l i d e r a n ç a s e a exp ressão
da p o s i ç ã o d a s b a s e s D A h, o s c o m p a n h e ir o s bem o s a b i a m , & rua t r a d u ç ã o d a s o r i
e n t a ç õ e s g e r a i s da t á t i o a p a r a a p r á t i o a c o n o r e t a que vam os t i r a r a p r o v a d«T
f o g o de quem e s t á do l a d o do l e n i n i s m o ou o o n t r a e l e , E n ão f o s s e n a s d i r e t r i
z e s 9 s e r i a n a p o l í t i c a de o r g a n i z a ç ã o , e n ão f o s s e n e e sa ip s e r i a n o s t i q u e s
n o s t r e j e i t o s e n a o o r d o s o l h o s d o s m i l i t a n t e s . Q u an to a o c e n t r a l i s m o * à u n i
d ad e de a ç ã o ? N o n s e n s e í Sem a j u s t a c o m p r e e n s ã o d a t á t i o a ( a n o s s a ) , im pos -
s í v e l . E s t a t u t o s ? O r a , e s t ã o a s e r v i ç o do b u r ó c r a t is m o , l ê n i n , sem d ú v id a s e
o r g u l h a r i a de s e u s s e g u i d o r e s , B a k u n in ta m b é m .. . ,
M as, p a s s a d a a a n g ú a t i a de v e r q u ão b a i x o h a v i a r e g r e d i d o a o o n s o i ê n c i a
a o m esn o s de p a r t e d a 0 , , q u ão i r r e s p o n s á v e l e q u ão l o n g e h a v i a c h e g a d o a d e ­
f o r m a ç ã o d o s p r i n c í p i o s e o o p o r t u n i s m o , o s o o m p s. da b a s e f o r a m p r o o u r a r na
C l r c . n a c i o n a l o e n t e n d i m e n t o da o o o r r ê n c i a de f a t o s t ã o g r a v e s e i n e s p e r a d o s .
E p a r a s u a s u r p r e s a i r i a m c o n s t a t a r a - f r i e z a , a t r a n q u i l i d a d e p o a u to d o m í n i o
com que o CN s e a s s e n h o r a da 3 Í t u a ç ã o „ A c o r a g e m oom q u e a d m i t e q u e a d i r e ç ã o
f o i p r o p a g o n d i s t a e l i b e r a l , a s e r e n i d a d e com que r e c o n h e c e a e x i s t ê n c i a d e 3
d e s v i o s e l a o u n a s no P r o j e t o e x p o n d o - o s a o s o l h o s d e t o d o s , a f i r m e z a com que
c o m b a te " o q u e h á de m a is r i d í c u l o e g r o t e w c o em m a t é r i a de o p o r tu n is m o n o s
ú l t i m o s te m p o s " e a c o n f i a n ç a qu e m a n i f e s t a n a r e c u p e r a ç ã o f u t u r a d a 0 , em c i
ma do r e d i r e c i o n a m e n t o do CN e d a 0 . B a s t a s e f i x a r a s d i r e t r i z e s p o l í t i o a s •
de i n t e r v e n ç ã o i m e d i a t a s o b r e a p r á t i o a no MO e no ME e r e t o m a r a d i s c u s s ã o
" c u j a p a r a l i z a ç ã o n ã o f o i um f a t o r e s t r a n h o o u i s o l a d o a e s s a t r a j e t ó r i a d e f a r
ma d a da d i r e ç ã o " .
E n f im , p o d e - s e d o r m i r t r a n q u i l o , Nos vam os c o r r i g i n d o e p r e s e r v a n d o a t a
t i c a e o l e n i n i s m o p o r a q u i , e l e s v ã o p o r l á e a r e v o l u ç ã o m a r c h a , Não v am os
d e i x a r que e s t a a b e r r a ç ã o v e n h a p e r t u r b a r o c o r r e t o e n f r e n t a m e n t o d o s p ro b lj»
m a s, P o r i s s o , n a d a de p r e c i p i t a ç õ e s , de d e f i n i ç õ e s " a f a v o r " o u " c o n t r a " o
CN, n a d a d e " f a l s a s m d b i l i z a ç õ e s " , A p r ó p r i a c i r c u l a r j á d e t e r m i n a i s uma ord em
de p r io r id a d e p a ra a s d i s o u s s õ e s 0 E , p a ra d i r i m i r a s d ú v id a s , é c a t e g ó r i c a ;
"M as a discussão não poderia ficar nesse nível- de " r o m p e r " ou não com o
P r e j e t o . T i n h a - s e que diBCutir as p o s i ç õ e s c o r r e t a s , Ê uma discussão de t á t i ­
o a . E v id e n t e m e n t e que sim. Hfew n ão é p a r a n d o p a r a r e d i s c u t i r o P r o j e t o * I s t o
e u m c l a r o .- o p o r t u n i s m o .. . "
" A d i s c u a a a o t e r i a que s e d a r como d i s c u s s ã o t a t i c a * m as o ca m in h o p a r a
e x p l i c i t a r a x s ta b a i * e d e b a t e r é o n c r e t a m e n t e a s d i v e r g ê n c i a s t i n h a que s e r o 9
r e l a c i o n a m e n t o d e s t a d i s c u s s ã o com a p r á t i t f a da 0» p e l a q u a l o CN t e r i a que '
r e s p o n d e r p o l i t i c a m e n t e . C a so c o n t r á r í >, é i m p o s s í v e l d i s c u s s ã o em uma 0» po­
l í t i c a . " (C irc . 8 , p arág . 9 -1 0 )*
• Com o d e v i d o p e r d ã o d o e o o m p a n h e l.-o s* to m o a l i b e r d a d e de s e r " o p o r t u n i s
t a " . Os f a t o s n a o s ã o t a o c l a r o s como (>s q u e r W em s u a s a c r o b a c i a s p a r a e v i -
t a r a i d e n t i f i c a ç ã o d o s p r o b le m a « ,. E en b o r a nenhum m i l i t a n t e s e su p o n h a t r a p e
z i s t a ( e m u ito m enos p a l h a ç o ) e -m ais 'io qu e n e c e s s á r i o s e f a z e r um e s f o r ç o
i m e d i a t o p a r a J l o c a l i z a r a s r a z õ e s e p a r t i c u l a r id a d e s d a o r i s e aJb u al que d e s a
g u o u no f r a c io n a m e n to » P o i s s e r i a p r e c i s o que a s e n s i b i l i d a d e p o l í t i c a d o 3
n o sso s q u ad ro s t i v e s s e c h a g a d o à s r a i a s da a t r o f i a p a r a n ã o s e a p e r c e b e r e m
d a g r a v i d a d e de n o s s a s i t u a ç ã o x * *u| d a f r a g i l i d a d e e x t r e m a em que s e e n c o n t r a
a c o e s ã o d a 0« o n d e uma d i s c u s s ã o s o b r o a o p l i c a ç ã o d a t á t i c a e s e u s i n s t r u ­
m e n to s a b r e e s p a ç o p a r a a e x i s t ê n c i a de um f r a c i o r a m e n t o * p a r a n ã o p e r c e b e r e m
que a a r t i l h a r i a p e sa d a de a c u s a ç õ e s e " iu m o s " (q u e o p u d o r me im pede d e r e ­
p e t i r ) q u e e ra m e n d e r e ç a d o s â p o l í t i c a e à s d i r e ç o e 3 p a s s a d a s da 0 » s ã o r e t o ­
m ad as a g o r a p a r a r e f o r ç a r a c ‘d i a t r i b e s i n t e r n a s do CNW " r e c o l o c a n d o " m a is uma
v e z o l e n i n i s m o n a 0» (co m o tem p o vam o3 f i c a r p r á t i c o s n i o 3 o ) »
Nao* n ao e a t o a que a d i s c u s s ã o r e s s u r g e d e n t r o do CN com a mesma v i r u
l ê n c i a ^ v e s t i d a com e s t a ro u p ag em ,, m a rc a d a p o i e s t a t e r m i n o l o g i a * como tam bèni
n ã o e a t o a que um s e t o r d a 0» p o s s a j u s t i f i c a : « tuna a t i t u d e f r a c i o n i o t a em t
t o r n o de d i v e r g ê n c i a s de a p l i c a ç ã o da t á t i c a * Os m a ro o s d e s t a d i s c u s s ã o ,, que
e x p l o d e d e s t a f o rm a i h s ó l i t a e t r i s t e , devera s a r b u s c a d o s no c o n t e ú d o , n o s 9
m é to d o s e n a a l a c u n a s d a d i s c u s s ã o p a s s a d a * no c a r á t e r e g r a u de a m a d u re c jm e ji
t o d as co n o lu s o e s t i r a d a s , n a s su a s r e f c ré n e la i! e p re s s u p o s to s »
A d i s c u s s ã o p a s s a d a s o b r e a q u a l s e e i r i g l r a m a s 'p r o p o s t a s a t u a i s d a 0 ,
f o r a m m a r c a d a s p e l a b a n d e i r a d a r e i n s t a l a ç ã o do l e n i n i s m o e e s t e s e c o n s u b s ­
t a n c i a v a numa r e c o l o c a ç ã o d a s r e f e r ê n c i a s t e ó r i c a s d e s t a d o u t r i n a p r i n c i p a l -
m e n te no t o c a n t e á r e l a ç ã o e n t r e e s t r a t g g i a e t á t i c a e o p a p e l da a n á l i s e de
c o n j u n t u r a n a d e f i n i ç ã o d e s t a u l t i m a . F o i em c im a de um d e s e n v o l v i m e n t o d e s -
t e s p o n t o s de p a r t i d a * s o f r e n d o a s c r í t i c a s d i s p e r s a s d a o p o s i ç ã o in te rn a e
c r í t i c a s m a is e l a b o r a d a s de o u t r a s o r g a n i z a ç õ e s (em e s p e c i a l * d e 0 - 3 ) que a 0 .
« h e g o u á f o r m u l a ç ã o p o l í t i c a qu e r e g e h o j e Btia a t i v i d a d e e s e u s m é b o d o s. Mas
e s t a s q u e s tõ e s e c r í t i c a s a o b o lu ta m e n te não fo ra m r e s p o n d id a s e in c o r p o r a d a s
a u t o c r i t i c a m e n t e em n o 3 3 a l i n h a » A a r t i c u l a ç ã o t e ó r i c a d o 3 c o n c e i t o s e a n a l i ­
s e s da r e a l i d a d e s e ás f e c h a r a m num c í r c u l o » t a u t o l ó g i c o de fe n ô m e n o s que s e
e x p l i c a v a m e j u s t i f i c a v a m u n s a o s o u t r o s f o r a da r e a l i d a d e » j •
0 que s e r i a uma j u s t a c o r r e ç ã o em r e l a ç ã o a o p a s s a d o r e c e n t e d a 0» no 0
s e n t i d o de r e c o l o c a r o p a p e l d a p r á t i c a p o l í t i o a com o e s p a ç o e d e f e r ê n c i a s à
p a r a o a m a d u r c c im e n to p o l í t i c o a c a b a s e t r a n s f o r m a n d o n o e x c l u s i v i s m o d e s t e ’
c r i t é r i o * a r e c o l o c a ç ã o d i n e c e s s i d a d e da t á t i c a em l u g a r das d ilu íd a s lin h a s
±KBx±K3ca t á t i c a s do p a u s a d o r e d u n j e num c r i t é r i o t e ó r i c o que s o b r e a b a s e de
a n a l i s e s p a r c i a i s da c o n j u n t u r a v i i j u s t i f i c a r a a b s t r a ç ã o do m ó v im en to de maci
s a < e v a i s e r v i r de fu n d a m e n to a o ^ p r i n c í p i o " do c e n t r a l i s m o em t o r n o d a t á t i ­
c a , Também n e s t e c a m p o , o c e n t r a l i 3 m o d e m o c r á t i c o f i c a r e d u z i d o a n feia d u z i a
de c h a v õ e s de <jue sem t á t i c a n ã o h á c e n t r r l i s m o 3 , a v i l t a n d o o l u g a r do P r o g r a
ma e d a e s t r a t o g i a * d e s p r e z a n d o s o l e n e m e n t e o s e 3 t t u t o s » A r e a l i d a d e c o n c r e ­
t a j e s t a c o m p le x a r e a l i d a d e de m i l e uma f a c e s f i c a r e d u z i d a a o i s o l a m e n t o 1
c o n j u n t u r a l e n t r e v a n g u a r d a e raa3sa que v a i d e f i n i r o s l i m i t e s do a cü m u lo de
f o r ç a s numa p a r c e l a a v a n ç a d a da m aaoa d e f i n i n d o a s s i m o s l i m i t e s do t r a b a l h o
r é v o lu e io n á r io »
%

Em c im a d a " j u s t e z a i n t r a n s i g e n t e ” de n o s s a s p o s i ç õ e s c o n s e g u im o s n o c i —
s o l a r p r o g r e s s i v a m e n t e d e t o d o s o s s e t o r e s d a e s q u e r d a o r g a n i z a d a ,. d o s s e t o —
r e s de m a s s a que e s t a a t i n g e , a p o n to d e a lg u m a s 0 s „ t e r e m c h e g a d o a o p o n to 1
d e n o s s i t u a r oomo o s p r i n c i p a i s i n i m i g o s d e n t r o da e s q u e r d a , E c o n t r a e l a s 1
d is p o m o s a p e n a 3 do a r s e n a l d a c r í t i c a a o ” d e m o c r a t i s m o ” em g e r a l , do " o p o r t u -
n ism o p e q u e n o —b u rg u ê s* *, e t c c De f a t o , n ã o p o r a í que v am o s m e d ir o e s t á g i o e
a s i t u a ç ã o a t u a l d a 0 , t com o tam bém n ã o o p o d e r ía m o s f a z e r em t o r
no d o s p r e c á r i o s r e s u l t a d o s j á c o n s e g u i d o s p e l a n o s s a p r á t i c a « , T a n to o i s o l a
raen to p od e s e r a o o n e e q u ê n c i a de uma p o s i ç ã o j u s t a oomo q u a l q u e r p o l i i c ap ljL
c a d a oom e n t u s i a s m o e o o e r ê n c i a a c a b a a r r a n j a n d o a d e p t o s e c r i a n d o s a a 3 b ases*
o q u e d e m s i n ão é a p r o v a d e s u a j u s t e z a »
Não s o p o d e r e p u t a r a o c o r r ê n c i a do a t u a l f r a c i o n a m e n t o s i m p le s m e n te a o
“ o p o r t u n i s m o ” ^ d e s l a v a d o de a l g u n 3 p e q u e n o - b u e g u e s e s i n f i l t r a d o s , m s p r i n c i -
p a lm e n te a a u s ê n c i a d e um cam po r e a l d e d i s c u s s ã o 0 à a u s ê n c i a de r e f e r ê n c i a s
j u s t a s p a r a e s t e , e s e a d i s c u s s ã o p r e v i s t a n a o s e g u i u em f r e n t e n a 0 , , s e 5
n a o to m o u o o n t a do c o l e t i v o e f o i n a p r a t i c a r e t a r d a d a , p a r a n a o d i z e r r u l e g &
d a p e l a d i r e ç ã o , i s t o s e d e u p o rq u e n in g u é m t i n h a r e a l m e n t e n a d a d e n o v o a d i
z e r 0 A t á t i w a e s t a v a f o o h a d a p a r a vuaa c o n j u n t u r a d e d e s f e c h o i m p r e v i s í v e l s o ­
b re o q u a l não t e r ía m o s p a p e l r e a l p a s d i s c u s s õ e s p r o p o s t a a que e n v o lv ia m a
r e t o m a d a de a s p e o t o s do P r o g r a m a e d a e s t r a t é g i a n ã o i r i a m a l t e r a r cm n a d a de
f u n d a m a n ta l a t a t i c a , e n t ã o e r a s ó r u e s t a o d a d i r e ç ã o d i s p o r d e m a is o u me­
n o s tem p o p a r a i B i x i s A t t x t r p r o d u s i r oo a p ro fu n d a m e n to s p a r a o c o l e t i v o d e g u s­
t a r e d i g e r i r n o s m om en tos d e Ó c io q u e s u a p r á t i c a p o l í t i c a l h e p e r m i t i s s e ..
E n o s a r r e d o r e s da d i r e ç ã o , a d i s c u s s ã o t e r i a que s e m a r c a r p e l a MR e a l p £
l i t U r " qu e te m m a ro a d o oo m é to d o s e a t e r m i n o l o g i a i n t e r n a , t e r i a que f i c o r
e s p r e m id a n o s l i m i t e s d e quem e s t a r e a l e l e n i n i s t i c r. m e n te t i r a n d o a o c o n s e ­
q u ê n c i a s do P r o j e t o a
D i r i a m e n t i r ,; s e a f i r m a s s e nue j á h a v i a - p r e v i s t o o d e s f e c h o ( p r o v i s ó r i o ;
a t u a l , q u e o s f a t o s n ã o me c a u s a r :.m s u a p r a s a ., A mim tam bém i m p r e s s i o n o u o s o ­
l i d e z a d q u i r i d a p e l a d i r e ç ã o n a s m o m o ra v a is d i s o u s s õ e s da D l a n t e r i o r em bora
a c h a s s e , n o s l i m i t e s de m in h a s f o r m u l a ç õ e s , que a c o e s ã o de e n t a o n ão d e v i a 1
s e r s u p e r e s t i m a d a , A c h a v a que s e r i a no a p r o f u n d ;:m en to d a n o v a d i s c u s s ã o p ro ­
p o s t a que oe c r i a r i a o cam po ( m u ito m a is do que nn p r a t i c a e x t e r n a ) p a r a o
c h e o a m e n to d o s p r e s s u p o s t o s t á t i c o s , p a r a a b r i r uma b r e c h a n a ^ " a r m a d u r a l o g i
c a ” do P r o j e t o que p e r m i t i s s e a n e c e s s á r i a r e t o a i a d a da d i s c u s s ã o 0 E n fim , e r ­
r a r é humano,, T e n te m o s iã o n o s h u m a n iz a r d e m a i s ,
Em bora m u i t a s q u e s t õ e s p o s s a m a i n d a f i c a r em a b e r t o , n ã o e n c o n t r a r e m u ~
ma r e s p o s t a » g l o b a l no p r e s e n t e d o c u m e n to , e s t o u s i n c e r a m e n t e c o n v e n c i d o de
q u e a m enos que s e r e p o n h a a m a n e i r a o o r r e t a a s b a se s da d is c u s s ã o , e is o o
p a s s a p e i a xggangfc.rwyatiB r e c o n s i d e r a ç ã o do P r o j e t o , a 0 , t e r á q u e v i v e r um nu­
m ero d e f r a c i o n a m e n t o o i g u a l a o núm ero de q u a d r o s (m en o s ura) ( e i 3 t o v a l e ta ra
bem p a r a W) a t é que c a d a m i l i t a n t e f i q u e f r e n t e a f r e n t e com a r e a l i d a d e e a
v e j a oom 0 3 p r ó p r i o s o l h o s »
No p r e s e n t e d o cu m e n to a d i s c u s s ã o co m e ç a p e l a c a r a c t e r i z a ç ã o e s i g n i f i c a
do d a p a r c e l a c o m b a t i v a , s u a r e l a ç ã o com a v a n g u a r d a , a m a s s a , o s i n d i c a t o ,
oe p r o j e t a s o b r e o p r o b le m a g e r a l d a r e l a ç ã o e n t r o a v a n g u a r d a c o m u n i s t a e o •
m o v im en to de m a s s a s e d a í p a r t e p a r a a a b o r d gera d a s p r o p o s t a s p o l í t i c a s d a 0 o
D e p o is d e s t e p o n t o , t o r n a - s e n e c e s s á r i o am a i n c u r s ã o no cam po da a v a l i a ç a o
d a s i t u a ç ã o c o n c r e t a « D e p o is d i s s o , o d o o u m en to a p r e s e n t a um e s b o ç o g e r a l de*
com o a o v i s õ e s a p r e s e n t a d a s devem oe e x p r e s s a r numa p r o p o s t a de i n t e r v e n ç ã o u
C o n c l u i n d o , a p r e s e n t a um e s b o ç o de que p o n t o s devem s e r ab o rd ;.>d o3 p e l a d í s c u s
s ã o n a 0 * ,, i m e d i a t a m e n t e o á p r a z o e n a s r e p e r c u s s õ e s que uma r e v i s ã o c r í t i c a
d e v e t e r no p l a n o de r e l a c i o n a m e n t o com a e s c u e r d a r e v o l u c i o n a r i a .
III. Onde a e ^ d e a c o b r e que é p o s s í v e l d i s c u t i r q u e s t õ e s c o n c r e t a s e c h e g a r a
c o n c l u s o e s .. . a b s t r a t a s .

A n t e s d e e n t r a r m o s em m a i o r e s c o n s i d e r ç o e s s o b r e o t r a b a l h o de f á b r i -
c a e o t r a b a l h o p a r t i c u l a r do S i n d i c a t o , v am o s t e n t a t v e r m a is de p e r t o e s t a
f a m o s a p a r c e l a o o m b a tiv a qu e e s t a dan d o t a n t o p an o p a r a t a n t a s m a n g a s , o h e g a n
do o ON a a f i r m a r qu e em s e s i t u a n d o c l a r a m e n t e a d e f i n i ç ã o s o b r e t a l p a r c e l a
é qu e s e a b r e o cam po p a r a p r e c i s a r a s d i r e t r i z e s t á t i c a s .
“0 q u e a l t e r a m o s h o j e , a p a r c e l a m a is c o m b a t i v a d a c l a s s o e s u a f r a ç ã o
m a is c o n s c i e n t e e s t á Ao mesmo modo i s o l a d o do c o n j u n t o ,, m o i m p li c a n d o p o r t a n
t o , em t e r m o s a t u a i s , numa m o d i f i c a ç ã o de r e p e r c u s s ã o h i s t ó r i c a , ” ( P r o j e t o ,
g r i f o no o r i g i n a l ) . . .
E n q u a n to i s s o , a c l a s s e como um t o d o é m a r c a d a p e l a . . *
w. . . d i s p e r s ã o , d e s o r g a n i z a ç ã o e um n í v e l d e o o n s c i ê n o i a onde a n e c e s ­
s i d a d e da l u t a c o l e t i v a 30 s u r g e numa ó t i c a e x tr e m a m e n te i m e d i a t i s t a sem s i g ­
n i f i c a r uma e l e v a ç ã o do n í v e l b a i x o de s o l i d a r i e d a d e d e c l a a s e , p o i s m o tiv a d a
e s p o r a d i c a m e n t e p o r um o u o u t r o e x o e s s o da e x p l o r a ç ã o * .
E n ã o s e r i a n e c e s s á r i o a q u i r e l e m b r a r m o s com o u t r a b a t e l a d a de c i t a ç õ e s
o modo como o P r o j e t o e a C i r c o 8 e x p õ e 0 a b is m o c o n j u n t ú r a l e n t r e e s t a p a r o ^
la e a m a s s a , e n t r e a v a n g u a r d a ce a m a s s a , da o n d e v ã o s a i r a s c o n o l u s o e s d e
c i s to a s s o b r e q u a l n o s s a s t a r e f a s h o j e . E s t a s d e f i n i ç õ e s s ã o d e im p o r tâ n c ia * ”
d e c i a i w a n a f o r m u l a ç ã o d a s d i r e t r i z e s t á t i c a s do P r o j e t o n a m e d id a em que s ã o
o fu n d a m e n to p a r a s e c o n c l u i r que a o l a s s e n ão s e u n i f i c a n o s l i m i t e s da co n ­
j u n t u r a e tam bem na p r o p o r ç ã o em que s e p a s s a a i d e n t i f i c a r o m o v im en to u n i f i
c a d o como a e x p r e s s ã o d e uma c o n s c i ê n c i a p o l í t i c a s u p e r i o r do m o v im en to e
com a c r i a ç ã o e m a n u te n ç ã o d e o r g a n i s m o s r e p r e s e n t a t i v o s e s t á v e i s do m ovim en
t o de m a s s a .
• A meu v e r , e s t e e ym d o s p o n t o s c e n t r a i s d a "m o d e rn a l ó g i c a l e n i n i s t a " •
d a 0„ e c u j o s d e s v i o s v ã o s e p r o j e t a r em t o d o s o s n í v e i s d a s p r o p o s t a s a t u a i s .
Na c l a s s e o p e r á r i a , mesmo no c a s o d a n o s s a , m a r c a d a p o r a n o s de d e s o r —
g a n i z a ç ã o e a p a t i a , se m p re e x i s t e m e l e m e n t o s que s e d a s t a c a m do c o n j u n t o . Deja
t a c a m - s e p e l a s m a is v a r i a d a s r a z õ e s q u e o c a s i o n a l m e n t e re u n e m no e le m e n to
a s c o n d i ç õ e s , s e j a p a r a e x e r c e r a l i d e r a n ç a numa l u t a q u e s e e v i d e n c i e , o u mes
mo q u an d o e s t a n ã o a c o n t e c e , no r e s p e i t o que o s o p e r á r i o s l h e v o ta m p o r s u a
c o r a g e m , f i r m e z a , c l a r e a a i n t e l e c t u a l , e n f i m , um sem nçunero de q u a l i d a d e s que
3!Kariam com 0 i n d i v í d u o e a s c i r c u n s t â n c i a s n a s q u a i s ela3 s e r e v e l a m . Um com
b a t e n t e r e v o l u c i o n á r i o a t u a n d o em uma f á b r i c a n ã o p r c c i s a d e p e n d e r u n ic a m e n t e
do s u r g i m e n t o de uma s i t u a ç ã o de l u t a o u d a p r ó p r i a l u t a p a r a l o c a l i z a r a l -
guns d e l e s , s e a p ro x im a r e i n i c i a r um t r a b a l h o p o l í t i c o . E v i d e n t e m e n t e , no
p r o c e s s o de l u t a , s u a s q u a í i d a d e s e d e f e i t o s podem f i c - r m a is e v i d e n t e s , m a i­
o r n u m ero d e l e s podem s e r e v e l a r e a 3 s i m p o r d i a n t e .
No c a s o d a c l a s s e o p e r á r i a b r a s i l e i r a h o j e , a l é m d a q u e l e s e l e m e n t o s j á
r e f e r i d o s , h á um o u t r o t i p o com c a r a c t e r í s t i c a s d i f e r e n t e s do c o n j u n t o d a n a s
s a c T r a t a - s e d o s e l e m e n t o s que j á t i v e r a m uma v i v ê n c i a r e a l , com o d i r i g e n t e s ,
p a r t i c i p a n t e s o u mesmo m e ro s a s s i s t e n t e s de p r o c e s o o s de l u t a p a 3 3 a d o s da c i a s
s e , em m a i o r o u m en o r g r a u o b j e t o s d a a g i t a ç ã o e d a p ro p ag an d a re v o lu c io n á « ~
r i a ^ que f o r a m f o r a m d i s p e r s o s q u e r p e l a r e p r e s s ã o à s l u t a s , q u e r p e l a m ovim en
t a ç a o ratural da c l a s s e . M u ite s d e s s e s a c h a m - s e d e s g a s ta d o s e d e s ilu d id o s
quantG à.3 p o s s i b i l i d a d e s de l u t a , o u t r o s t e m e r 0 3 0 3 da c o e r ç ã o 9 r e p r e s s i v a 9
a l g u n s d e s e n v o l v e n d o a lg u m t r a b a l h o de m o b i l i z a ç ã o p r ó p r i o , o u t r o s a i n d a s im ­
p l e s m e n t e i s o l a d o s . Era g e 3? a l , s ã o e s s e s a u e e n g r o 3 3 a m a s a s s e m b l e i a s s i n d i * -
c a i s , a s a t i v i d a d e s de o p o s i ç ã o e da p a s t o r a l , a s a t i v i d a d e s d e b a i r r o , e t c .
Ha d o i s a s p e c t o s a s e c o n s i d e r a r no t o c a n t e a e s t e s e l e m e n t o s d i f e r e n c i a
d o s da m a s s a s s u a r e l a ç ã o com a m a s s a e 0 3 t r a ç o s i d e o l o g i c o s e a s t e n d ê n c i a l ã
p o l í t i c a s que o s m arcam (É a ix im tta d e n tro d is s o , «rua p o s t u r a e re la ç ã o com a
e sq u e rd a o r g a n iz a d a ).
Mas e s t a m o s f a l a n d o d a p a r t e e a i n d a n ão f a l a m o s no t o d o . A n t e s de p r e ­
c is a r m o s e s t a s q u e s tõ e s a p o n ta d a s lo g o a c im a , s e r i a c o n v e n ie n te f a la r m o s d a s
c a r a c t e r í s t i c a s q u e m aroam e c o n j u n t o , a m a s s a , o q u e t o r n a r á p o s s í v e l u n a me
l h o r a b o rtfa g e m do p r o b l e m a ,
^ 0 P r o j e t o e c a t e g o r i o o q u an d o a f i r m a que a s l u t a s , n o s l i m i t e s em q u e s e
d a o n ão s i g n i f i c a m uma e l e v a ç ã o do n í v e l b a i x o de s o l i d a r i e d a d e d a c l a s s e e
n a i m p o s s i b i l i d a d e c o n j u n t u r a l d a u n i f i c a ç ã o do m o v im e n to . Vamos v e r e n t ã o a
q u e s e r e d u z o fa m o so “ a p r e n d i z a d o com a s p r ó p r i a s e x p e r i ê n c i a s " , t ã o r e p e t i ­
d a m e n te c o p i a d o d e L e n i n .
0 a g r a v a m e n t o d a s o o n d i ç õ e s o b j e t i v a s o r ia m a s c o n d i ç õ e s s u b j e t i v a s p a r a
que o m o v im en to s e a o e n t u e . s e e x p a n d a , s e d e s d o b r e ., J?ão s e r v e d i z e r q y e a 1
c l a s s e e s t á lia 1 2 a n o s o u m a is em r e g i m e d e s u p e r e x p l o r a ç ã o . A c l a s s e s e n t e *
s e u s p r o b le m a s e d i f i c u l d a d e s no p r e s e n t e t a e l e s r e a g e . A d e r r o t a e a f r a g —
m e n ta ç a o do m o v im e n to d e 6 7 - 6 8 n ã o s e d e u a p e n a s p e l a d e s a r t i o u l a ç ã o do que (
j a e x i s t i a em f o r m a ç ã o em t e r m o s d e o r g a n i s m o s e p r e s e n ç a da e s q u e r d a * m as
tam bem p o rq u e a o o n s o l i d a ç ã o e c o n ô m ic a c r i o u n o v a s o o n d i ç õ e s d e e m p r e g o , p o s ­
s ib ilito u a c o n te n ç ã o da i n f l a ç ã o e p r o v is o r ia m e n te r e l a x o u a p r e s s ã o econ ô
m io a s o b r e a c l a s s e (s * m f a l a r n a e s c a s s e z d e m ã c - d e - o b r a q u a l i f i c a d a que in ­
c l u s i v e d eu a s e t o r e s o p e r á r i o s uma f o r ç a d e b a r g a n h a s o b r e o s s a l á r i o s ) « , 0 *
d e s e n v o l v i m e n t o d a c r i s e e o o n ô r a io a , e x p r e s s o e n t r e o u t r a s c o i s a s no o r e s c i m e n
t o a o e n tu a d o da i n f l a ç ã o , p r e s s io n a n d o s o b re a s n e c e s s i d a d e s c o t i d i a n a s d a s
massa s e x p l o r a d a s , e s t i m u l a - a s á a ç ã o , à r e a ç ã o , e n e s t e s e n t i d o a u n id a d e é
um s e n t i d o q u a s e e s p o n t â n e o do m o v im e n to . P o i s o b r e a b a s e da d e f e s a d a 3 s u a s
o o n d i ç o e s de v i d a que s e o r l a r a m o s e m b r i õ e s do m o v im e n to s i n d i c a l , d e s d e o *,
a l v o r e s do c a p i t a l i s m o .
Mas a í é q u e s e d e v e c o n s i d e r a r que n ã o e s t a m o s m a is n o s a l v o r e s d o c a ­
p i t a l i s m o , m as l i d a n d o com uma c l a s s e o p e r a r i a d e t e r m i n a d a q u e , p o r m enos que
t e n h a v i v i d o e x p e r i e n e i a s d e l u t a s , é m a rc a d a p e l o p a s s a d o do m o v im e n to , p e l o
p a p e l que f o i s e n d o a s s u m id o p e l o s i n d i c a t o , p e l a p r e s e n ç a da i d e o l o g i a b u r —
g u e sa e a r e f o r m i s t a , p e la a u s ê n c ia ou i n s i g n i f i c a n t e p re s e n ç a da a g i t a ç ã o e
p r o p a g a n d a r e v o l u c i o n á r i a s . P o r m a is q u e s e p e n s e n a s m u d a n ça s d e c o m p o s i ç ã o
d o s a e l e m e n t o s que com põem a c l a s s e , q u e g r a n d e s o o n t i n g e n t e s d e l a n ã o v i v e r a m
o p e r í o d o p r e - 6 4 e m u ito p o u c o s te n h a m v iv id o a e x p e rie n
o i a d e 6 7 - 6 8 , n ã o s e p o d e •i m a g i n a r uma c l a s s e q u e b ra n d o a s m a q u in a s e fo rm a n ­
do c o r p o r a ç õ e s do m e s t r e s « A s o c i e d a d e c a p i t a l i s t a d e s e n v o l v i d a e s t á a í p r e -
s e n t e oom s u a i d e o l o g i a , com s e u s i n s t r u m e n t o s de c o e r ç ã o e de d i l u i ç ã o d a 3 ±
l u t a s , e o m o v im e n to a c a b a e x p r e s s a n d o e u a r e v i t a l i z a ç ã o n a s m a n i f e s t a ç õ e s lo_
c a l i z a d a s e d e s c o n t í n u a s que c o n h e c e m o s .
0 que s i g n i f i c a o a p r e n d i z a d o com a p r ó p r i a e x p e r i ê n c i a ? NUma l u t a de
f á b r i o a , p o r e x e m p l o , mesmo que a s p r o p o s t a s d o s e l e m e n t o s m a is a v a n ç a d o s n ã o
te n h a m s i d o i n c o r p o r a d o s p e l a raao 3 a „ i s s o s i g n i f i c a que a ra a e sa n a d a a p r e n d e u ?
A o l a s s e o p e r a r i a n ã o a s s i m i l a de modo hom ogên eo s u a s e x p e r i ê n o i a s de l u t a e
a p r e g a ç ã o r e v o l u c i o n á r i a o u p o l í t i c a em g e r a l . Mas mesmo oomo m a s s a , e l a jpxx
ap ren d e e m u lta o o i s a a p re n d e p o r c o n t a p r ó p r i a . E l a d e s e n v o lv e a s o l i d a r i e ­
d a d e , a p r e n d e a c o n f i a r n a v a n ta g e m d a l u t a u n i f i c a d a em r e l a ç ã o á i n d i v i d u a l ,
e mesmo que s e j a sükxãtH d e r r o t a d a , a lg u m a l i ç ã o se m p re f i c a 0 Mas e s o b r e t u d o
q u an d o e x i s t e m a g i t a d o r e s e o r g a n i z a d o r e s r e v o l u c i o n á r i o s que e s t e m o v im en to
p o d e t i r a r a s m e l h o r e s l i ç õ e s » E s t a s l i ç õ e s , como j á d i s s e m o s , v ã o s e r a b s o r
v i d a s d e m odos d i f e r e n t e s p e l o s e l e m e n t o s d a m a o 3 a , e s ã o a q u e l e s d e m a io r
c l a r e z a , m a is c o r a j o s o s , e ; o a que t i r t r ã o a s m a i o r e s l i ç õ e s d a e x p e r i ê n c i a e
d a p r e g a ç a o r e v o l u c i o n á r i a , q u e , mesmo p a o s a d o s o s m o t i v o s que r e s u l t a r a m n a
l u t a s e m o s t r a r ã o d i s p o s t o s a d a r c o n t i n u i d a d e a um t r a b a l h o r e i n v i d i c a t ó r i o
e p o l í t i c o ,, mesmo que n ão a e t e n h a fo rm a d o um o r g a n is m o e e tá v e l r e p r e s e n ta ti

P a r a a m a s s a , p a s s a d o o e s t í m u l o m om en tân eo que c r i o u a s i t u a ç ã o de lu-t


t a - , r e t o r n a á a p a t i a , m as e a t a a p a t i a x x j á n ã o ê a meama do a n t e s * A e x p e r i —
e n c i a ^ n a o p a s s o u sem d e i x a r m a r c a s ,, E l a v a i s e r a r e f e r e n c i a c r í t i c a d a i a o b i -
l i z a ç a o em uma n o v a s i t u a ç ã o d e l u t a , é e l a que v a i r e v e l a r que m é to d o s s e 9
m o s tr a r a m e f i c a z e s e q u a i s n ã o , é e l a q u e v a i d e s t a c a r q u a i s o s e le m e n to o que
m e re c e r a m c o n f i a n ç a , q u a i s o s v a c i l a n t e s , q u a i s c s t r a i d o r e s .
0 q u e è p r e c i s o d e s t a c a r a q u i e n i s s o d i v e r g i m o s f r o n t a l m e n t e do P r o j e ­
t o , e q u e a o r l i ç a o de o r g a n i s m o s r e p r e s e n t a t i v o s - e s t á v e i s n ã o p o d e s e r a r e ­
f e r e n c i a e x o l u s i v a do a m a d u r e c im e n to do m o v im en to ,, 0 s u r g i m e n t o d e t a i s orga«>
n is m o s s i g n i f i c a , é v e r d a d e , qu e a q u a l i d a d e g e r a l do m o vim en to
e s t a n u d a n d o , qu e s e e s t a o fo rm a n d o a s b a s e s r e a i s do m o v im en to o p e r á r i o ln d e
p e n d e n te e i s s o r e p r e s e n t a de f a t o um s a l t o de q u a l i d a d e na * o o n s c ie n e i a g e •»
x k x ± r a l do m o v im e n to x x x x x x x jnraxxxx x x x jtttx xjpMreibdt o p e r á r i o 0 Mas p a r a h a v e r
um s a l t o e p r e c i s o que t o d o o m o v im en to e n ã o a p e n a s s u a " v a n g u a r d a " t e n h a a*»-
cu m u la d o f o r ç a s 0 O P r o j e t o , numa p e n a d a t e ó r i c a , s im p le s m e n te a b s t r a i e s t a
n e c e s s i d a d e , re s u m e a a c u z o u la ç a o d e f o r ç a s a a g l u t i n a ç ã o da p a r c e l a a v a n ç a d a ,
e n e s s e rum o n ã o e d e e s t r a n h a r que c o n s i d e r e que a m u d an ça do p e s o do MO n a
o o n j u n t u r a n ã o s ó in d e p e n d e d a v o n t a d e d a v a n g u a r d a , com o in d e p e n d e do v o lu m e
e co n te ú d o de s e u t r a b a l h o , da r e p e r c u s s ã o d e s t e t r a b a l h o na o r g a n iz a ç ã o e d i
r e c i o n a m e n t o do m o v im en to e s p o n t â n e o , in d e p e n d e do s ig n if ic a d o r e a l da exp e~
r i e n c i a v i v i d a p e l o m o v im en to ,, I s t o p o r q u e o P r o j e t o n ã o t r a t a d e q u a i s as
f o r m a s p e l a s q u a i s e s t a p a r c e l a c o m b a t i v a e m e r g e n te m antem s e u o v í n c u l o s com
a m a s s a f p o rq u e c a n a i s i s s o é p o s s í v e l e v i á v e l n e s t e s e n t i d o , q u a l d e v e s e r
s u a p o s t u r a p a r a o m o v im e n to , n ã o aó q u an d o e s t e t e n d e l o c a l i z a d a m e n t e p a r a u
ma s i t u a ç ã o de l u t a , maa no d i a a d i a do m o v im en to „
A g o ra podem oa x s t x m m i r e t o m a r o p ro b le m a d a r e l a ç ã o e n t r e a v a n g u a r
d a e a m a s s a , o p ro b le m a d e i x a d o em a b e r t o m a is p a r a t r á s da r e l a ç ã o e n t r e a —
q u e l a p a r c e l a d i f e r e n c i a d a e a m a s s a e s e u m o v im en to e s p o n t a n e o 0
P a r a o P r o j e t o , o i s o l a m e n t o d e s t a ca m a d a c o m b a t i v a eúl r e l a ç ã o à m a s s a
e o t r a ç o m a is m a r c a n t e d a s i t u a ç ã o o o n j u n t u r a l no t o o a n t e â c l a s s e e o p o n to
d e p a r t i d a p a r a a a t u a ç ã o e c a p i t a l i z a ç ã o r e v o l u c i o n á r i a s © Mas o cjue o Projeto
n ã o f a z , e a í f o rm a uma v i a a o e s t á t i c a e a b s t r a t a d a c o n j u n t u r a , e uma a n á l l c e
do que s i g n i f i c a e s t e i s o l a m e n t o , e s t a " i m p o s s i b i l i d a d e " de l i g a ç ã o » Na s u a o
t i c a , e 3 i;a l i g a ç ã o s o e x i s t e em c im a d a s l u t a s e d e s a p a re c e d e p o is d e la s 8
mesmo que n a l u t a a cam ad a t e n h a s e a m y li a d o £no c a s o , a g l u t i n a d a em t o r n o d e
um g ru p o d e O p o s iç ã o S i n d i c a l P r o l e t á r i a n a f a b r i c a ) ,
0 que te m q u e s e r e n t e n d i d o é que a - s i t u a ç ã o d e s t a p a r c e l a d i f e r e n c i a d a
d a m a s s a d e v e s e r v i s t a num d u p lo a s p e c t o ^ A t c i z do i s o l a m e n t o d e s t a p a r a e l a
q u e j a v i v e u e x p e r i ê n c i a s no p a a o a d o e d a f a l t a d e p e r s p e c t i v a s d o a e lo m e n to a
n o v o s q u e o m o v im e n to e s p o n t â n e o d e s p e r t a e r e v e l a d e v e s e r l o o a l i z a d o n o a e r
r o s e o m is s õ e s d a a t u a ç ã o p a a s a d a i da e s q u e r d a r o v o l u c i o n a r i a j que m anca c o n ­
se g u iu e s t a b e l e c e r v í n c u l o s d u r a d o u r o s e a ó l i d o a com a m a 3 s a 0 E a t e a v í n o u l o s
e x i s t i r a m em p e q u e n a e s c a l a e l o í a l i z a d a m e n t e em 6 7 - 6 8 e n ã o bo p o d e o o n c e b e r
o s ru m o s que a q u e l a s m o b i l i z a ç õ e s to m a r a m « , a a f o r m a s qu e a d o ta r a m ,, sem s e srfu
c o n s i d e r a r a in te r v e n ç ã o da v an g u ard a o r g a n iz a d a 0
Quando L e n i n mede o a a c e n s o d a c r i s e r e v o l u c i o n á r i a n o s p r i m e i r o s a n o a
d e s t e s é c u l o e n t r e o u t r s c o i s a s p e l o i n c r e m e n t o do ^numero de g r e v e s p o l í t i ­
c a s e de 3u a e x p a n s ã o , te m qu e s e t e r c l a r o que aa p o s s i b i l i d a d e d a s g r e v e B x
serem p o l í t i c a s s e d e u s o b r e t u d o em f u n ç ã o d o s l o n g o s a n o a d e a g i t a ç ã o e p ro
p a g a n d a s o c i a l - d e r a o c r a t a q u e a s p r e c e d e r ;i m , •à a t i v i d a d e d a o u e l a g r a n d e q u antjL
d a d e d e c í r c u l o s a que e l e tam bem s e r e f e r e „ P o r t a n t o , o i s o l a m e n t o d e s t a c a ­
m ada em r e l a ç ã o à m aso a n ã o p o d e s e r v i s t o f o r a d o s e r r o s c o m e t i d o s p e l a e s —
q u e r d a 91 s u a i n c a p a c i d a d e era e n t e n d e r a s r a z o e s d o s f l u x o s e r e f l u x o s e , moe
mo q u an d o i s s o f o i ra a is o u m enos p e r c e b i d o , a i n c a p a c i d a d e de c r i a r a e s t r e i ­
ta r o s v í n c u l o s com a a t i v i d a d e qu e a m a s s a e x e r c i a o u t e r i a c a p a c i d a d e de
e x e r c e r , d e e n t e n d e r 0 c a r á t e r d o s o r g a n i s m o s que p o d e r ia m s e r c r i a d o s 3 s o b r e
v i v e r n a s c o n d i ç õ e s d e v i t ó r i a d a r e a ç ã o , <c o n s o l i d a ç ã o e c o n ô m ic a e a s s é d i o .9
r e p r e s s i v o que s e * d e s c o rtita ra m após 69«
Na s u a l i n h a d e r a o i o c í n i o , no e n t a n t o , 0 P r o j e t o s e s u s t e n t a n a o o n v i -
ç ã o d e qu e o m o v im e n to de raa 3 o a , n a « c o n d i ç õ e s a t u a i s , n ã o e x i s t e como *a0 v i —
m en to o r g a n i z a d o e que a e s q u e r d a n ã o p o d e s e c o l o o a r no p a p e l de a l t e r a r ec-
t a r e a l i d a d e » de c r i a r o m o v im e n to de m a s s a s , o m o v im e n to Esqp e s p o n tâ n e o »
** 0
De f a t o , c r i a r o m o v im e n to e s p o n t â n e o e u ® - c o n t r a s e n s o s o b t o d õ s o s pon
to s d e v i s t a . E v i d e n t e m e n t e , n a o s e t r ã t a d i s s o , lía a a q u e s t ã o e s s e n c i a l p a ­
r a o s c o m b a t e n t e s r e v o l u c i o n á r i o s , a q u e s t ã o m a is d e c i s i v a e a d a s u a l i g a ç ã e
com o m o v im en to de m a s s a s » a o n c tv e l e n a s c o n d i ç õ e s em q u e e s t e s e m a n i f e s t a «
É s o b r e a b a s e d e s t a r e l a ç a o e d e nenhum a o u t r a q u e a e c r i a a v a n g u a r d a do j$o
v im e n to e , a l é m d e l a , a p r ó p r i a v a n g u a r d a s o c i a l i s t a . A v i s ã o do P r o j e t o r e s ­
p a l d a d a em " d e t e r m i n a ç õ e s c o n j u n t u r a i s " t a l com o é f o r m u l a d a , de que 0 i s o l a ­
m en to n ã o p o d e s o r ro m p id o n o s l i m i t e s d e s t a c o n j u n t u r a é uma gao ta a jg«3î.Bi f a l s i .
f i e a ç ã o d a t e o r i a r é v o l u e i o n á r i a , é uma a b o r d a g e m e r r ô n e a d e um p ro b le m a r e ­
a l » Os m a r c o s da c o n j u n t u r a s e t r a n s f o r m a m numa c e r c a d e a r a m e Æ arpado que
s e r á ro m p id o q u an d o o m o v im en to e s t i v e r em u n i f i c a ç ã o , m as n ã o s ã o c o n s i d e r a ­
d o s o s c a m in h o s que e l e te m que p e r c o r r e r p a r a c h e g a r a e s t e e s t a g i o » Quando
o m o v im en to d a c l a s s e o p e r á r i a v i s t o n a s u a d i s p e r s ã o ma3 tam bém em s e u c o n ­
j u n t o r e v e l a , p o r uma s é r i e d e c i r c u n s t â n c i a s q u e e s t á s a i n d o de s e u p o n to
m a is b a i x o e m a n i f e s t a t e n d ê n c i a s a o c r e s c i m e n t o em c im a de c o n d i ç õ e s o b j u t i -
v a s f a v o r á v e i s ( a c r i s e em a n d a m e n t o ) , a v a n g u a r d a d e v e fce r c l a r o que a v u i i f i
cação d e s t e m o v im e n to é a s u a t e n d ê n c i a m a is e s p o n t â n e a , e q u e p n e s t e s e n t i ­
d o , é uma m e ta a s e r c o l o c a d a « , É o t r a b a l h o d e n t r o d e s t a o t i c a q u e v a i c r i a r
a s b ases r e a is p a r a 'a c l a 3 3 e s e c o m p o r t a r d e m a n e i r a d i v e r s a f r e n t e a o p o ­
d e r b u r g u e 3 e s e u s i n s t r u m e n t o s ,, á e v i d e n t e , tam b ém , qu e n a o s e p o d e f a l a r '5
em u n id a d e em g e r a l » A u n id a d e a que me r e f e r i é a e x p r e s s ã o d a s t e n d ê n c i a s
d a r e v o l t a e s p o n t â n e a e d i s p e r s a , p a r a quem o sem n ú m ero de c a b e ç a d a s v a i a -
p o n t a r p a r a a n e c e s s i d a d e de u n iã o » A g o r a , t a l u n i ã o n ã o p o d e a a r r e a u l t a d o
s e n ã o d a a t i v i d a d e d a v a n g u a r d a o r g a n i z a d a , a p o n ta n d o s o b r e que b a s e s e l a d e ­
v e a e x d a r , em t o r n o d e q u a l p r o g r a m a e do g r a u d e i n f l u ê n c i a p o l í t i c a q u e a
v an g u ard a c o n s ig a e x e # o e r s o b r e e s t e d e s e n v o l v i m e n t o * I s t o n ã o e o r i a r o m£
v i m e n to e s p o n tâ n e o « l a t o é a t u a r como v a n g u a r d a s o b r e a s t e n d ê n c i a s n a t u r a i s
q u e e s t e e n v o l v e » D e ix a d o a s i , e l e v a i n ã o s ó 3 e r e a ;í £ r i n g i r a o a l c a n c e d a s
r e i v i n d i c a ç õ e s m a is i m e d i a t a s q u e s u a i d e o l o g i a l h e a p o n t a como tam b ém , n a rnc^
d i d a em qu e o s i n d i c a t o n ã o é um c e n t r o o r g a n i z a d o r d a 3 ' l u t a a d a c l a s s e , v a l
se e s g o ta r e d a s g a s ta r em l u t a 3 r e p e t i d a s e d e s u n i d a s »
0 que é p r e c i s o s e e n t e n d e r é s o b que f o r m a s a e s q u e r d a p r e c i s a s e l i ­
g a r a o m o v im en to de m a s s a , q u e t i p o s d e l u t a 3 a m a a s a d e s e n v o l v e , que t i p o s
d e o r g a n i s m o s e s t e m o v im e n to e 3 p o n t ã n e o c r i a ou p e r m ite c r i a r » á n e s s e e s p a ­
ç o que a e s q u e r d a p o d e s e l i g a r e f e t i v a m e n t e a o m o v im e n to , e e s t e m o v im en to
qu e d e v e s e r o p o n t o d e p a r t i d a p a r a s e r d i r e c i o n a d o num s e n t i d o r e v o l u c i o n á ­
r i o , é p a r t i c i p a n d o d e s t e m o v im e n to e s e u s o r g a n i s m o s ( e c r i a n d o o u t r o s c o r ^
r e a p o n d e n t e a à c o n s c i ê n c i a e c a p a c i d a d e de o r g a n i z a ç a o da m a s s a ) , n e l e s e a -
t r a v é s d e l e s , 'q u e a e s q u e r d a v a i e x e r c e r s u a a g i t a ç ã o e p r o p a g a n d a , d e s t a £jkk
f o r m a p o d en d o c a p i t a l i z a r « 0 3 e l e m e n t o 3 d e s t a c a d o s do u o v im e n to e o r g a n i z a -
l o s em n í v e l m a is e l e v a d o »
Se a c o n s c i ê n c i a d a q u e l e s e l e m e n t o s a o s o u a i s n o s r e f e r i m o s vcom o lid je
r a n ç a s p o t e n c i a i s do m o v im e n to e s p o n t â n e o n a o s e d i f e r o n c l a s u b s t a n c i a l m e n t e
d a o o n s c l e n o i a d a m a a s a , a c o n s c i ê n c i a d a q u e l e s o u t r o s , d o a que a o f r e r a m o s
e f e i t o s d a s e x p e r ie n e i a s p a s s a d a s e s t á m a is d i r e t a m e n t e lig a d a ao s e r r o s , o -
m is s o e s e d e fo rm a ço e B i n t r o d u z i d a s p e l a p r á t i c a da e s q u e r d a , e a í n ã o me r e ­
f i r o so m e n te à e s q u e r d a que a g i u em 6 8 , m as-tam b ém à i n f l u ê n c i a m a is a n t i g a
e h o j s a i n d a p r e s e n t e d a s t e s e s r e f o r m i s t a s . Se e s t ã o i s o l a d o s h o j e do m o v i­
m e n to , i s t o s e d e v e a o s e r r o s q u e e s t i v e r a m n a b a s e d e s u a f o r m a ç ã o e a o ta
t c de a e s q u e r d a n ã o t e r c o r r i g i d o a q u e l a s e r r o s em s u a a t u a ç ã o p o s t e r i o r .***
C o n s i d e r a r que n a s c i r o u n s t â n c i a s a t u a i s é um e r r o s e p e n s a r n a p o s s i b i l i d a d e
d a v i n o u l a ç a o s i s t e m a t i c a d e s t a p a r c e l a com o m o v im en to d e m a s s a é d e s c o n h e ­
c e r que a í e s t á a p e d r a d e t o q u e da o o r r e ç ã o d o s d e s v i o s do p a s s a d o , do v a n -
g u a r d is m o d a e s q u e r d a e s e u p r o p a ^ a n d i s m o . é m a is do que e v i d e n t e que a v i n -
c u l a ç ã o , a o n í v e l que s e d á , n ão e a e x p r e s s ã o d a a s s i m i l a ç ã o das te s e s so ­
c i a l i s t a s p e l a m a s s a , qu an d o e s t a e s t á á u n d a m e n ta lm e n te d o m in ad a p e l a i d e o l o ­
g i a b u r g u e s a e m a l a c o n s e g u e v e r s u a s n e c e s s i d a d e s p r e s e n t e s , q u a n to m a is “
h i s t ó r i c a a , E n t a o , d ev em o s o r i e n t a r e s t a p a r c e l a a s e c o l o c a r n a c a b e ç a d a l u
t a e s p o n t â n e a , s i n d i c a l , , a s e t o r n a r uma l i d e r a n ç a s i n d i c a l ? I s t o devem oB ,
a em d u v i d a , m as s e r i a m o s t r a i d o r e s do p r o l e t a r i a d o s e n o s s a a ç ã o f i c a s s e ner/—
t e ? pé„
0 q u e è o m o v im en to « t m f c t x a i de o p o s i ç ã o s i n d i c a l t a l oomo e l e a e f o r ­
mou a t r a v é s d o s a n o s ? T r a t o u - s e d a t e n t a t i v a de q g l u t i n a ç ã o d o s e l e m e n t o s d e s ­
t a c a d o s da m as 3 a , n o t a d a m e n t e , é a q u e l e s qu e j á h a v ia m v i v i d o e x p e r i e n e laíj
a n t e r i o r e s de l u t a e j á h a v ia m s o f r i d o i n f l u e n c i a d a e s q u e r d a o r g a n i z a d a / v o l
t a d a p a r a a c r i a ç ã o de um o r g a n is m o q u e r e p r e s e n t a s s e uma a l t e r n a t i v a a o o m -~
p r o v a d a i n c a p a c i d a d e d o s s i n d i c a t o s a t r e l a d o s r e p r e s e n t a r e m o s o r g a n is n o Q de
l u t a da c l a s s e . A A tiv id a d e d e la s se « o n o e n tra v a p a r tic u la r m e n te na p a r t i c i —
p a ç a o n a s e l e i ç õ e s s i n d i c a i s ( l a n ç a n d o c h a p a s ) e n s ca m p a n h a s s a l a r i r i s . P £
r a d e s t e s m o m e n to s, e l a s s e e n f r a q u e c i a m em d i s c u s s õ e s e s t é r e i s e s e f r a g — •
m en tav am em m i l b o o a d o s que s e r i a m a j u n t a d o s « n o v a m e n te qu ando de uma n o v a da<»>
t a i m p o r t a n t e do c a l e n d á r i o s i n d i c a l o f i c i a l . S u a s p l a t a f o r m a s de l u t a s e r e ­
sum iam n a e n u m e r a ç ã o de r e i v i n d i c a ç õ e s s i n d i c a i s d a c l a s s e , e n t o e fcs q u a i s ,
n a o r a r o , f i g u r o u a l i b e r d a d e de o r g a n i z a ç ã o , o d e s a t r e l e m e n t o s i n d i c a l . No
s a c o de g a t o de 3 u a s c o m p o s i ç õ e s n ão f a l t a r a m e l e m e n t o s r e f o r m i s t a s qu e de —
f e n d ia m um f o r t a l e c i m e n t o do s i n d i c a t o a t u a l , nem o s q u e v ia m n a to rn ad a do
s i n d i c a t o p e l a e l e i ç ã o um p a s s o d e t e r m i n a n t e p a r a a l i b e r t a ç ã o d e l e . 0 fa to
d e f l i s i v o no f r a c a s s o r e p e t i d o d e s t e o r g a n is m o f o i . o d e , em s u a h i s t ó r i a , o
m o v im e n to n ao t e r e x i s t i d o com a p e r s p e c t i v a c l a r a d e c r i a r e e f t t r e i t a r v i $ ~
c u l o s e s t á v e i s com o m o v im en to d e m a s s a , q u e f o s s e a b a s e de s u a a t i v i d a d e ,
q u e r e s p a l d a s s e s u a c o n t i n u i d a d e . E i s s o o c o r r e u p e l a a u s ê n c i a de p r o p o s t a s
j u s t a s e uma a t i v i d a d e c o n s e q u e n t e d a e s q u e r d a r e v o l u c i o n a r i a . E n t ã o , o r i t i -
car t a i s o p o s i ç õ e s como e l e i t o r a i r a s o u p e l e g a s como o f a z e m o s , c h e g a n d o 8
mesmo a i d e n t i f i c a - l a s oom o s p r ó p r i o s p e l e g o a do s i n d i c a t o e uma s i m p l i f i c a ­
ç ã o e g e n e r a l i z a ç ã o no m ínim o l e v i a n a .
S itu e m o s a g o r a o p ro b le m a do S i n d i c a t o . A c i r o . 8 d e f e n d e , o o r r i g i n d o
o P r o j e t o , que a a p r o x i m a ç ã o da p a r c e l a o o m b a tiv a do S i n d i c a t o e a e x p r e s s ã o
d a a c u m u l a ç ã o p e l e g a . E 3 t a d e f i n i ç ã o , em b o ra n ã o t o t a l m e n t e i n j u s t a , e n v o l v e
uma e s p e c u l a ç ã o t e ó r i c a , que s e p r e s t a a c o n f u s ã o . I
Nos a n o s q u e s e s e g u i r a m a 64, e m a is p a r t i c u l a r m e n t e a p ó s 68, o S i n d i ­
c a t o p a s s o u p o r um p r o a e s c o qu e a c e n t u o u i n c l u s i v e a s u a p r ó p r i a d e s o a r a c t e -
r i z a ç ã o , mesmo d a f u n ç ã o m e d ia d o r a e p e l e g a que m a r c a r a 3u a e x i s t ê n c i a a n —
t e 3 do g o l p e . E i s t o s e d e u p e l a p r o g r e s s i v a d e s m o b i l i z a ç ã o do p r o l e t a r i a d o
que s e p r o c e s s o u a p ó s 64o Os e l e m e n t o s que s e d i r i g e m a o S i n d i c a t o n a s ep o —
o a a de ca m p a n h a s o a l a r a i a i s c u e l e i ç õ e s s i n d i c a i s o f a z e m n ão p o rq u e te n h a m
a i d o c a p i t a l i z a d o s p e l a " p o l í t i c a p e l ^ e g a " , m as p o r q u e , a o n í v e l em que s e
e n c o n tr a m a a l u t a s d e c l a a s e e l e e uma r e f e r ê n c i a n e c e s s á r i a , o u n i c o c a n a l
l e g a X f em b o ra a d m ita m a n e c e s s i d a d e da o r g a n i z a ç ã o i n d e p e n d e n t e . Não e s ta m o s
f a la n d o * . c e r t a m e n t e , da o a p i t a l i z a ç ã o r e f o r m i s t a » que a t r a i o s o p e r á r i o s a o
S i n d i c a t o n a p e r s p e c t i v a de f o r t a l e o ê ~ l o 0
0 p e le g u ia m o s e m a ro a J u s t a m e n t e p o r p r e t e n d e r a f a s t a r a s o a r a o t e r í s -
t i o a s p o l í t i c a s d a l u t a s i n d i o a l , - e n a m e d id a do p o s s í v e l , b a r r a r a fatm xxx
p ro p ria p r o lif e r a ç ã o d e s ta s l u t a s . É a l i , n as a s s e m b lé ia s s in d io a ia » nos
r a r o e m om entos- d a s o a m p a n h a s e d a s e l e i ç õ e s , f a l a n d o d e s e u t r o n o que o c a —
c i q u e ^ o h e f e a g e e r n e s t e a g i r , n a s j o g a d a s que f a z e n t r e a a g i t a ç ã o r a d i c a l
e a p r a t i c a o o n o i l i a t o r i a e l e g a l i s t a qu e e l e v a i o u m p rin d o o s e u p a p e l* A -
o r e d i t o que s e p o s s a e n o a r a r oomo o a p i t a l i z a ç a o r e a l d a p o l l t i o a p e l e g a , a
um b an d o d t u n s t a n t o s e l e m e n t o s ? e x e o u t o r e s que s ã o - d a s t r a m ó i a s d a cam a­
r i l h a p e _ l « g « , t ã o i n x x # o o r r p m p id o s oomo s e u s c h e f e s . Mesmo q u an d o em uma
A s s e m b l é i a o p e l e g o te m s u a p r o p o s t a a p r o v a d a p e l a m a i o r i a , i s t o n ã o s i g n i ­
f i c a que e s t a a m i o r i a f o i g a n h a p e l a p e r s p e c t i v a p e l e g a . S i g n i f i c a que o pe
l e g o , UBando d a s a r m a s que j á d e s o r e v e m o a , jo g a n d o oom o n í v e l b a i â o de
c o n a o i ê n o i a e o r g a n i z a ç ã o d a a l a s s e , n e u t r a l i z a a s t e n t a t i v a s de l u t a , nos
m a r c o s 'd a q u e l e p r o o e s s o . P a s s a d a a cam p an h a que m o tiv o u a q u e l a a s s e m b l é i a ,
a i n d a m a is q u e no o o t i d l a n o d a s l u t a s e r e i v i n d i c a ç õ e s e l e o o n tin u a m e n te s e
d e s m o r a l i z a oomo um e f e t i v o a g e n t e d o s p a t r õ e s no m o v im en to o p e r á r i o .
E s t a a t i v i d a d e l i m i ta d a d o s p e le g o s de h o je é a - r e s p o s t a s u f i c i e n t e
a o n í v e l e à s e x i g ê n o i a s do m o v im en to a t u a l d a a l a s s e . 0 que n ã o s e p od e
n o rar e q u e n a m e d id a do a v a n ç o d a s l u t a s e d a p r e s e n ç a m a is s e n t i d a do
t r a b a l h o o r g a n i z a d o d a e s q u e r d a no m o v im e n to , o s i n d i o a t o p e le g o v a i s e r *
c h a a a d o à a ç ã o , n ã o so p e l o s o p e r á r i o s q u e , em um p r o o e s s o d e l u t a s podem ; "
p a r a l á ae d i r i g i r em b u s c a d e um c a n a l l e g a l p a r a r e f o r ç a r s u a s r e i v i n d i ­
c a ç õ e s o u p a r a p r e s s i o n a r o s i n d i c a t o p a r a c o n v o f a r uma a s s e m b l é i a , oomo e
p r i n c i p a l m e n t e p e l o s p a t r o e s f q u e p a r a c o n t o r n a r uma s i t u a ç ã o d e l l u t a de u
ma f a b r i c a v ã o e x i g i r a p r e s e n ç a do S i n d i c a t o * s e s e r v i r d e s e u s s e r v i ç o s
d e " m e d i a d o r " . Não s e p o d e n e g a r tam bém a u e no p r o o e s s o d e l u t a s d a o l a a a e ,
o p e l e g u ia m o s e r e v e s t e d a o o n o t a ç ã o p o l l t i o a ftz q u e s i g n i f i q u e a c o n s » r v a -
ç a o d a ord em b u r g u e s a ,, Não é á t o a q u e e l e f o i o p r i n c i p a l o a n a l d e m an ip u ­
l a ç ã o t r a b a l h i s t a e r e f o r m i s t a d a o l a s s e . N e s te s e n t i d o , o d e s e n v o l v i m e n t o
do m o v im en to v a i f o r ç a r o S i n d i c a t o a a s s u m i r tuna f u n ç ã o m a is a t i v a e a í *
s im e l e d e v e s e r e n c a r a d o n a s u a p o s s í v e l i n f l u ê n c i a p o l í t i o a c r e s c e n t e , »
q u e p o d e r á e s t a r c a p i t a l i z a n d o e l e m e n t o s , a í n ã o s ó em t o r n o d a d e f e s a de
a lg u m a « r e i v i n d i c a ç õ e s i m e d i a t a s , m as oomo i n s t r u m e n t o e a g e n t e d e a lg u m a
o a o r r e n te b u r g u e s a o u p e q u e n o - b u r g u e s a q u e t e n h a o i n t e r e s s e de s e a s s e n h o -
r s r a o .'«ovlm en to e s p o n t â n e o sem á s r i s o o s d a p o l í t i c a i n d e p e n d e n te do p r o l e
t a r i a d o . Não é d e s e e s t r a n h a r p o r t a n t o qu e o s r e f o r m i s t a s t r a d i c i o n a i s e s ­
t e j a » « a t é h o j e e n t r i n o h e i r a d o s n o s s i n d i c a t o s e d i r e t o r i a s s i n d i o a i s á espet
p e ra d e -v e n to s m e lh o re s ,
V ( r . ' . ) D i a n t e d e t u d o Í 3 s o , e do e x p u a e m o s m a is p a r a t r á s » n a o podem os
d e l x á r d e» o b s e r v a r que a d i s c u s s ã o dada n e s t e s l i m i t e s , o de du as in te r p r e
t a ç õ e a , ume. d i r e t a e o u t r a o r í t i o a ( p a r o i a l ) do P r o j e t o , n ã o p a s s a de uma *
d i s c u s s ã o s o b r e b a s e s f a l s a s . P a l s a s p o rq u e d e a c o n h e c e e ig n o r a a r e l a ç ã o *
d e s t a cam a d a com a ra a ssa „ com o m o v im en to d e m a s s a s , a o g o s t o do " l i n i n o s m o "
do P r o j e t o . B n tã o p a r a o s s e g u i d o r e s do P r o j e t o s e t r a t a d e d i s p u t a r a c o n —
q u l a t a n d e s t a cam ada a o s p o p u l i s t a s e o p o r t u n i s t a s de to d o s o s m a t i z e s , aos
p e l e g o s ,, a o s r e f o r m i s t a s a o d i a b o a q u a t r o , s e j a fu n d a m e n ta lm e n te n a s aB —
se in b lé ia s e c a m p a n h a s s i n d i c a i a p aa m o b i l i z a ç õ e s a q u e W s e r e f e r e , s e j a '
n a s i t t t a a d e f á b r i v a , n a m e d id a em que s e u s e l e m e n t o s c o n c o r d e m oom n osw a *
p la ta f o r m a de l u t a s .
E n t ã o , o q u e c a b e r e a l m e n t e a n a l i s a r p a r a e e 8a i r d e s t e s a t é l i t e em
o r b i t a p e ir p e tu a e n t r e o c é u do s o c i a l i s m o e a t e r r a d a m a ssa d e s u n i d a e i n —
c o n s o i e n t e , , s ã o o o c a n a i s que a l i g s j n a m a s s a , q u e p o l í t i o a , q u e p r o p o s t a s ,
que a t i t u d e s , que p r á t i c a p r e c i s a d e s e n v o l v e r n e s t e s e n t i d o . A Í s im , n a 2»
p e r s p e c t i v a do e s t a b e l e o i m e n t o d e s t e s v í n c u l o s , s e p o d e r a d i s c u t i r s o b r e ou
t r o p r is m a a s u a p r e s e n ç a numa a s s e m b l é i a s i n d i c a l , e num p l a n o m a is g e r a l '
n a u t i l i d a d e que p o d e t e r 0 s i n d i o a t o p a r a f i n s do a v a n ç o do m o v im en to r e —
v o »l u o i o n a r i o .

IV , Onde s e d e s o o b r e a I m p o r t â n c i a t r a n s o e A e n t a l do o a l o u l o p e rc e n tu a l
s o b r e o s d e s t i n o s d a m o v im en to o p e r á r i o .

T r a ta m o s n e s t e t r e c h o d e como a O r g , a t r a v é s de s e u P r o j e t o e d e s d o —
b r a m e n to s p o s t e r i o r e s d e l e , f o r m u l a o i t r a b a l h o p o l í t i o o , e o s i n s t r u m e n t o s
d e l e . A a g l u t i n a ç ã o d a p a r c e l a a v a n ç a d a em OSP f 0 o b j e t i v o c e n t r a l do a o u
m ulo de f o r ç a s . E s t a a g l u t i n a ç ã o s e d á em t o r n o d a a o e i t a ç ã o e o e n te n d im e n
t o d a p l a t a f o r m a de l u t a s , com o a r e f e r ê n c i a u r t a t o e n t r a l do t r a b a l h o d<B
a g i t a ç a o e p r o p a g a n d a . E s t a p a r o e l a , a g l u t i n a d a d e s t a f o rm a e s o b r e e s s e s 1
p r e s s u p o s t o s d e v e s e t r a n s f o r m a r n a l i d e r a n ç a e f e t i v a do m o v im en to qu an d o *
e s t e s e o r g a n i z a r u n i f i c a d a m e n t e , n a v i r a d a d a c o n j u n t u r a » E l a s e r á n ã o uma
l i d e r a n ç a q u a l q u e r , mas 4 l i d e r a n ç a p r o l e t á r i a do f u t u r o m o v im e n to .
Vamos t o m a r com o r e f e r ê n c i a um i n s t r u m e n t o que p e l a s s u a s o a r a o t e r í s -
t i o a s ^ e uma e x p r e s s ã o b a s t a n t e o o n o r e t a e a b r a n g e n t e do t r a b a l h o de c a p i t a —
l i a a ç ã o d a p a r c e l a o o m b a tiv a s 0 M a n i f e s t o d e f o r m a ç ã o d a OSP d a r e g i ã o .
D e p o is de f a l a r no i s o l a m e n t o et d i s p e r s ã o d a s l u t a s da o l a s s e , s u a »
d e s o o n t i n u i d a d e , d e d i z e r que n ã o o o lo o a m a n e c e s s i d a d e d e d e r r u b a r o a r r o ­
c h o , m o s t r a q u e n e s t a s l u t a s a o l a s s e n ã o c o l o o a em p r á t i o a a u n i c a arm a "
que a o l a s s e p o s s u i p a r a v e n c e r e s t a s i t u a ç ã o - a g r e v e . Em s e g u i d a f a z a 1
o r í t i c a a o s i n d i c a t o a t r e l a d o . M o s tr a a i n d a que e n e s t e q u a d ro que o s p a —
t r o e s * a t r a v é s d a d i t a d u r a , o o n se g u e m im p e d i r a o r g a n i z a ç ã o d e a um m ovim en­
t o am p lo p e l a d e r r u b a d a do a r r o o f c o ^ do a t r e l a m e n t o , d a l e i d e g r e v e . A f ir m a
em s e g u i d a q u e , n a m e d id a em que n ã o podem os e n f r e n t á - l o s numa l u t a d e c i s i ­
v a , é p r e c i s o a cu m u la r f o r ç a » .
A c u m u la r f o r ç a s é i n t e r v i r n a s l u t a s em o im a d a p l a t a f o r m a que o o n t e —
n h a a d e f e s a d o s i n t e r e s s e s d a o l a s s e , que o o lo q u e a l u t a p o r a u m e n to como
a p r i n c i p a l ^ e l e v a n d o o s i n d i o e s e s p o n t â n e o s d e s t a s l u t a s de modo que c o _
b rem p a r c i a l m e n t e 0 que o a r r o c h o r o u b o u e p ro p o n d o f o r m a s de o r g a n i z a ç ã o '
q u e co m b ata m 0 a t r e l a m e n t o e p r e p a r e m a g r e v e como f o rm a d e l u t a ,
D e fe n á e a i n d a que mesmo que n ã o s e mobiliza t o d a a o l a s s e , a t i n g i m o s
o s m a is c o m b a t i v o s , o s que f e c h a m oom a p r o p o s t a e o r g a n i z a n d o a a ç ã o d e s —
t e s e s t a r e m o s a cu m u la n d o f o r ç a s .
A n a l is e m o s oom o u id a d o e s t a j i p r o p o s t a , Vamos c o m e ç a r p o r o n d e e l a d e f i
n e qu e a p l a t a f o r m a re s u m e o s i n t e r e s s e s d a c l a s s e n e s t a o o n j u n t u r a ,, Ao raes^
mo te m p o , o s c o m p s u a f irm a m que e s t a p r o p o s t a n ã o p o d e s e r a s s u m id a p e l a 4
m a s s a n e s t a o o n j u n t u r a e que 0 f a t o - d e s t a v i r a a s s u m í - l a i m p l i o a r i a em 4
q u e a c o n j u n t u r a j a e s t a r i a mudando» E o ?uc P r o j e t o é c l a r o a o j l a r a e n t e n ­
d e r que n a m u d an ça d a o o n j u n t u r a o qu e c a b e f a z e r e a c o l o c a ç ã o de p r o p o s ­
t a s que j á q u e s tio n e m o p o d e r b u r g u ê s , o o l o c a n d o a a l t e r n a t i v a do g o v e r n o
d o a t r a b a l h a d o r e s à d i t a d u r a b u r g u e s a * Ou s e j a , q u an d o a p l a t a f o r m a p u d e r 1
s e r a s s u m i d a , a l u t a j á v a i s e r o u t r a Q A p l a t a f o r m a , a l é m i t r n do m a i s ,
p r e t e n d a s e r a e n c a r n a ç ã o d o s i n t e r e s s e s p r o l e t á r i o s s que i n t e r e s s a m à c i a s
s e e a m a is n in g u ém . N e s t e s e n t i d o , è tam bém 0 m a rc o p a r a i m p e d ir que a * x
c l a s s e s e j a a t i n g i d a p o r i d e o l o g i a s e s t r a n h a s que o o lo q u e m i n t e r e s s e s que a
a f a s t e m d a l u t a r e a l m e n t e p r o l e t á r i a qu e e l a d e v e t r a v a r h o j e 0 Mas como a
s i t u a ç ã o e de is o la m e n to d a s l u t a s , não se pode p r e t e n d e r que a o l a s s e a s s u
ma d e - f a t o a l u t a p e l a d e r r u b a d a d õ a r r o o h o e a s o u t r a s p r o p o s t a s d a p l a t a ­
fo rm a . H o je , a t r a v é s d a s l u t a s i s o l a d a s , e l a l u t a r i a p a ro ia lm e n te p o r aq u £
l a s o b j e t i v o s , o u m e lh o r d i z e n d o , e n a l u t a p a r c i a l p o r a q u e l e s o b j e t i v o s
q u e e s t á o e s p a ç o p a r a a a o u m u la ç a o de f o r ç a s (q u e s e e x p r e s s a n a a g l u t i n a -
ção da p a r o e l a a v a n ç a d a ).
T r a t a - s e de uma p l a t a f o r m a que r e s p o n d e a p e n a s a o a I n t e r e s s e s d a o l a s
s e o p e r á r i a ? De f o r m a n en h u m a. T a l oomo é o o l o ç a d a , n o s m a r c o s r e i v i n d i c a ~
t ó r i o s s i n d i c a i s em que s e l i m i t a , a t i n g e a t o d o s o s s e t o r e s a s s a l a r i a d o s '
à a p o p u l a ç a o ,^ P o d e - 3 e d i z e r que a l u t a c o n t r a o a r r o c h o , a l e i de g r e v e e o
a t r e l a m e n t o s ã o a e x p r e s s ã o d o s o b j e t i v o s s o c i a l i s t a s d a o l a s s e h o j e ? Não *
n l o e s s a r l a m e n t e , V i s t a s em s i , s ã o l u t a s s i n d i c a i s , q u e podem r e p r e s e n t a r a
d i s p u t a p o r m e lh o re s s a l á r i o s , c o n d iç õ e s l i v r e s de b a rg a n h a da f o r ç a de t r a
b a l h o , a l i b e r d a d e d e o r g a n i z a ç ã o p a r a l u t a r p t l o s a l á r i o e t c . I s t o o P r o je i
t o r e o o n h e c ç . E s t á s e o rg a n iz a n d o a r p a r o e l a c o m b a t i v a a o n í v e l de s u a c o n s
c iê n c ia s in d ic a l, A c a p i t a l i z a ç ã o s o c i a l i s t a v a i se d a r em o u t r o n í v e l .
P o r q u e I n f e l i z m e n t e , m a l d i t a c o n j u n t u r a , n ã o s e p o d e g a n h a r o s o p e r á r i o s di,
re ta m e n te p a ra o s o o ia lis m o , p a ra a l u t a c o n tr a a d i t a d u r a , p e lo g o v ern o *
r e v o l . M as, n e s t e s e n t i d o , o s l i m i t a s d a p l a t a f o r m a s ã o s i n d i c a i s , • p o r ma
is <jue o s e l e m e n t o s que s e a g l u t i n a m em t o m o d e l a se o o n s o i e n t izem d e s t e
c a r a t e r e o om p reen d am o s i n t e r e s s e s f u t u r o s do p r o l e t a r i a d o , • e s t a p l a t a —
f o r m a que d e v e r á s e r a g i t a d a e p r o p a g a n d e a d a n a s l u t a s d e f á b r i o a a d - e t e r n u m
Como a s l u t a s n ã o s ã o a s s u m i d a s p le n a m e n te p e l o m o v im e n to ,o o m o n e s t a
c o n j u n t u r a e l e n ã o s e u n i f i o a em t o m o d e s t a p l a t a f o r m a , i x x e l a s e p r e s t a ,
n a v e r d a d e # e o o n o r e ta m e n te , à p ro p a g a n d a d e g l u t a s que d e v e rã o s e r in o o r p o -
r a d a s p e l a m a s s a , t ã o c e d o a c o n j u n t u r a m ude. Ou s e j a , a p r o p a g a n d a s i n d i —
c a l » Como a s l u t a s n ã o s ã o u n i f i c a d a s , q U a l o s e n t i d o de s e f a z e r uma piro —
p o s t a q u e s ó p o d e s e r a s s u m id a p e l o m o v im en to u n i f i c a d o ? A p r o p a g a n d a , e v i ­
d e n t e m e n t e , Se e s t á s e a c u m u la n d o f o r ç a s a t u a l m e n t e , s o b a b a n d e i r a d e s t a s
l u t a s e oom a o o n s o i ê n c l a d e q u e c o n t r a e l a s so é p o s s í v e l l u t a r p a r o i a l m e n
t e h o j e ( e i s s o é d e i x a d o o l a r o p a r a o s o p e r á r i o s ) , e s t á s e a cu m u la n d o f o r ^ -
ç a s p a r a que o m o v im en to a s a s s u m a q u an d o t i v e r c o n d i ç õ e s . Q ual a " d i f e r e n
ç a d e o o n s o i ê n c i a " que a u t o r i z a o s t r a b a l h a d o r e s a a s s u m i r a " l u t a c o n t r a a
Ijài d e g r e v e " ,, " o o n t r a o a r r o c h o " , " c o n t r a o a t r e l a m e n t o s i n d i c a l " f o r a *
da l u t a o o n tr a a d ita d u r a b u rg u e sa l a t l f u n d i á r i a ? A d i f e r e n ç a e n tr e a o o n s—
o i ê n c i a s i n d i c a l e a c o n s c i ê n c i a r e v o l u c i o n á r i a , p o s s i v e l m e n t e . Mas a s s u m i r
a l u t a c o n t r a e s t e s i n s t r u m e n t o s d a d o m in a ç ã o de c l a s s e s i g n i f i c a que a 1
o l ç e s e , no s e u p r o f f e s s o d e l u t a s e de a p r e n d i z a d o p o l í t i c o * s o b a i n f l u e n c i
a d i r e t a e d i r i g e n t e de uma v a n g u a r d a r e v o l u c i o n á r i a , to m o u c o n s o i ê n o i a 'q u e
p a r a l u t a r o o n t r a e s t a s m a n i f e s t a ç õ e s d a s o o i e d a d e qu e a t o l h e m e o p rim em ,
te m que l u t a t 1 tam bém c o n t r a o g o v e r n o que a s g a r a n t e e s u a s b a s e s d e s u s t e n
t ação o ^ ^ mtOMLâ a.
N e s te s e n t i d o , o o l o o a r e s t a p l a t a f o r m a d e i* i l u t a s , oomo p r o p a g a n d a *
q u e é* s i g n i f i c a r e b a i x a r a p r o p a g a n d a p o l í t i c a r e v o l , à < p r o p a g a n d a s i n d i c a l
Mas o s d e s d o b r a m e n to s d a p l a t a f o r m a v a o m a is l o n g e , P a r a n ã o f i o a r *
n o s m a ro o s d a p r o p a g a n d a , é p r e o i s o q u e s e t e n h a um í n d i c e que q u e s t i o n e o
a r r o ç h o , que b a s e a d o no a u m e n to do c u s t o de v i d a do a n o p a s s a d o e n a s u a 9
p r o j e ç ã o p a r a o a t u a l ( m a is o a u m e n to d a p r o d u t i v i d a d e ) d e i x e e v i d e n t e que
a ç l ^ . 3 s e l u t a c o n t r a o a r r o c h o e n ão s i m p l e s m e n t e p o r a u m e n to s s a l a r i a i s ,
Se a c l a s s e a ssu m e t a i s í n d i o e s de r e i v i n d i c a ç ã o , e s t á t r a v a n d o uma l u t a 5
p a r o ia l c o n tra o a rro c h o , caso c o n tr a r io n ão.
N e s te p o n to o CN e W d i v e r g e m . A p r o p o s t a e x p r e s s a a c i m a , r e f l e t i d a
n o s 1 1 0 $ q u e o CN d e f e n d e h o j e (o u 7 0 $ , d e p o i s d a Cam panha salarial) é q u e £
t i o n a d a p o r W q u e e x i g e 2 0 0 $ , o u s e j a , a o o b r a n ç a do a r r o c h o d e s d e s u a s o rá .
genso 0 B ■•oaoA
A p r im e ir a v i s t a , f i o a re a lm e n te d i f í o i l de se o p ta r q u a l d as du as *
p r o p o s t a s é a m a is e n g r a ç a d a n a s u a j u s t i f i c a ç ã o ,
0 m o v im e n to é f r á g i l , d e s o r g a n i z a d o , m as nem p o r I s s o v am o s e x i g i r 9
q u e o s p a t r o a s n o s déem n ã o s ó o que r o u b a r a m no a n o p a s s a d o # m as a i n d a o
q u e e l e s v ã o r o u b a r o a n o q u e v em . Sem f a l a r d a p r o d u t i v i d a d e . R e a l m e n t e , u
ma c l a s s e p r e v i d e n t e , v a l e p o r d u a s„ E e v i d e n t e m e n t e , a lg u é m que n ã o t e n h a
e n te n d id o o s e n tid o t r a n s o e d e n t a l d e s t e i n d i c o , de f a t o n ã o oo a p r e e n d e u o
q u e e o a r r o c h o , n ã o l u t a c o n t r a e l e » Os c o m p s , de VV n ão f a z e m p o r m enos .
Tem os que m o s t r a r o que e a t e e b a n d id o s n o s r o u b a r a m d e s d e 6 4 « M o s t r a r , e a
c l a r o , p o is v a i s e r d i f í o l l e n c o n tr a r o p e r á r io s tã o p r e d is p o s to s ao r i d í c u ­
l o é e l e v a r t a l p r o p o s t a a s e u s c o m p a n h e ir o s de f á b r i c a *
Se e s t o u e x a g e r a n é o * e p a r a r e s s a l t a r um d e s a t i n o . 0 CN d e f e n d e que a
no i n d i c e que s e v a i e x p r e s s a r a l u t a p a r o i a l o o n t r a o a r r o o h o e q u e um ou­
t r o í n d i o e q u a l q u e # n ã o t r a r i a e s t e c o n t e ú d o . As f á b r i o a 3 que a c a t a s s e m t a l
í n d i c e em u m ai l u t a s a l a r i a l e s t a r i a m q u e s t i o n a n d o p a r c i a l m e n t e o a r r o c h o ,
l u t a n d o p a r o i a l m e n t e o o n t r a e l e , a s o u t r a s não.*
A d e f i n i ç ã o d a G i r e , 3 e a p r o x im a d a m e n te c e r t a , Um s e n t i d o da l e i do
a r r o o h o é f a z e r oom que a e v o l u ç ã o do s a l á r i o n ã o a co m p an h e a e l e v a ç ã o do
c u s t o de v i d a , g a r a n t i n d o a e l e v a ç ã o d a t a x a d e l u o r o s » Mas n ão é p r e e i s o *
i n v e n t a r m a l a b a r i s m o s e s t a t í s t i c o s p a r a a e p r o v a r i s s o , a o s o p e r á r i o s « Quan
do o g o v e r n o d e t e r m i n a um í n d i o e a t r a v é s d o s s e u s o á l c u l o s e s t r a t o s f é r l o o s 7
e s t a b e l e c e n d o o s l i m i t e s do a u m e n to o f i o i a l , a í e s t a r á p la sm a n d o a f o rm a c o
mo a l e i , o i n s t r u m e n t o a r r o o h o l h e s e r v e b a q u e ie m om en to. Q u a lq u e r r e i v i n -
d i o a ç ã o q c im a d a q u e l e v a l o r s e r i a uma o o n t e s t a ç ã o e f e t i v a d e l e , f o s s e d e 1
o u lOOO^c T a n to a 0 . j á u s o u oomo W u s a a g o r a o a xg iu aafc?» a r g u m e n to d e m ar—
o a r c l a r a m e n t e a d i f e r e n ç a d e n o s s o í n d i o e (o p r o l e t á r i o , o r e v o l . ) d o o í n -
d l o e s d o s p e l e g o s e d e o u t r a s p r o p o s t a s » I&o é p r e c i s o t e r ín d ic e qye se
j a d i f e r e n t e do í n d i o e d o s p e l e g o s p a r a d e i x a r o l a r o que n ão so m o s p e l e g o s ~
tam b em , 0 p e l e g u i s m o do S i n d i o a t o n ão e s t á em p e d i r um tn ín éloe d e 5 0 1» q u an d o
o g o v e r n o s e d is p u n h a a d a r 3 7 # * U mesmo p e d in d o t a l í n d i c e , o s p e l e g o s p o ­
d e r i a m f a z e r ( e f i z e r a m ) uma d e n u n c i a t ã o r a d i c a l do a r r o c h o q u a n to q u a l q u e r
o u t r o * 0 d i f e r e n t e ^ e i s s o que é p r e c i s o e s o l a r e o e r , d e r u n o i a r , é como e l e s
p r o p õ e a o r g a n i z a ç ã o d a l u t a (o u m e l h o r , s u a n ã o o r g a n i z a ç ã o ) , oomo e l e s 4
c o n c ilia m e tra e m a c l a s s e .
C o n s i d e r a r que a l u t a qie a c l a s s e t r a v a h o j e n ã o é o o n t r a o a r r o o h o k
c o n s i d e r a r q u e e l a n ã o to m o u o o n s o i ê n o i a d a r e l a ç ã o e n t r e o i n s t r u m e n t o l e i
do a r r o o h o e s e u s m e n t o r e s e d e f e n s o r e s , a d i t a d u r a b u » g u e sa „ P o rq u e o a r r 5 —
bho p a lé m d e s l ; ? i i f i o a r a n ão e l e v a ç ã o d o s s a l á r i o s » 9 p o l i t i c a m e n t e é w i s
i m p o r t a n t e a o s i / u n i f i c a r q u e o g o v e r n o o o n t r o l a , d e t e r m i n a (e a p l i c a ) a p o l í
t i o a s a l a r i a l c o n v e n i e n t e p a r a a b u r g u e s i a e que a d e o i s a o d o s a u m e n to s s a l a
r i a i s não são f e i t a s n a t u r a l e d ire ta m e n te e n tr e o p e r á r io s (• s u a s rfep íiesen
t a ç õ e s ) e p a t r õ e s . Quando s e c o n s t a t a que a o l a s s e l u t a d e s u n id a m e n te p o r s a
l á r i o e n ã o a i n d a num m o v im e n to u n i f i c a d o t e n d o oomo b a n d e i r a de l u t a a d e r
r u b a d a do a r r o o h o , a d e n ú n o ia do a r r o c h o te m um c l a r o s e n t l d ó d e d e n u n o ia , 4
d e p r o o a g a n d a , e n ã o é o a c a t a m e n t o d e í n d i c e s t a i s como 86 p r o p o e qua j á v a i
s i g n i f i c a r que a o l a s s e e s t á l u t a n d o p a r o i a l m e n t e c o n t r a 0 a r r o c h o . £ no oam
po d a p r o p a g a n d a , d a d e n ú n c i a , n ão é p r e c i s o i n v e n t a r f ó r m u l a s a r t i f l o i a i s ,
a s s i m com o c o l o c a r t a l b a n d e i r a como a c e n t r a l , a d e c i s i v a , é l i m i t a r a d e ­
n ú n c ia d a s m ú ltip la s f a c e t a s p e la s q u a is se m a n if e s ta a o p re s s ã o p o l í t i o a •
e o o n ô m io a d a d i t a d u r a , a d e n ú n c i a do o a r á t e r d e c l a s s e d e s t a e d e s u á s i t u a ­
ç ã o de in im ig a v i s c e r a l da o l a s s e o p e r á r i a .
Md.3 i s t o t u d o a o o n t e o e p o r q u e a 0 . n ã o s e p r o p o e a a c u m u la r f o r ç a s no
m o v im e n to d e m a s s a e s im n a oam ada c o m b a t i v a , sem a t e n t a r que a a g l u t i n a ç ã o
e a v a n ç o d e s t a è f u n ç ã o i n s e p a r á v e l d a a c u m u l a ç ã o d e f o r ç a s e o a v a n ç o do m£
v im e n to com o um to d o «
Em que a e n t l d o e ara t o r n o d e que l u t a s o m o v im e n to a c u m u la f o r ç a s ? As
l u t a s q u e c a r a c t e r i z a m 6 m o v im e n to e s p o n t â n e o h o j e s a o l u t a s d e r e s i s t ê n c i a
a e x p l o r a ç ã o o a p i t a l i s t a , n ã o a p e n a s no s e n t i d o e x c l u s i v a m e n t e d a o p r e s s ã o e^
c o n o m io a , m as â s in ú m e r a s f o r m a s q u e a s s u m e o e x e r o i m e n t o d a d o m in a ç ã o . E l a s
r e f l e t e m em p r i m e i r o p l a n o a m a g r e z a s a l a r i a l , m as tam bem a f a l t a d e e s t a b i ­
l i d a d e n o a e m p r e g o s i a f a l t a de s e g u r a n ç a , a i n s a l u b r i d a d e , o s a b u s o s de a u ­
t o r i d a d e , o s d e sm a n d o s p o l i o i a i s i n t e r n o s n a s f á b r i c a s e d a p o l í c i a e do a —
x e r o i t o , a r e f l e t e m a in d a n ão qç a o p r e s s ã o v iv id % n a s f á b r i c a s , como em t £
d a s u a v i d a ^ em t o d a a q u a l q u e r o u t r a a t i v i d a d e * A p r e d o m i n â n c i a , sem d ú v i d a ,
s ã o a s r e a ç õ e s a o r e b a i x a m e n t o do n í v e l d e v i d a »
As fo rm a s p e l a s q u a is e s t a s l u t a s s e m a n ife s ta m s£ o v a r i a d a s . S a b e -s e
d e ^ g r e v e a - t a r t a r u g a , a b a i x o - a s s i n a d o s , q u e ix a s de g ru p o s ou a e ç õ e s a o s p a —
t r õ e s , p r o o e s s o s i n d i v i d u a i s o u o o l e t i v o e a t r a v é s do S i n d i o a t o , p a r a l i a a ç ã a a
p a r o l a i s a , m a is r a r a m e n t e , p a r a l i s a ç õ e s g e r a i s da f á b r i c a s , N e s t a « ú l t i m a s ,
n o a p o u o o s c a s o s q u e s e s a b e , f o r m a r a m - s e c o m i s s õ e s da l u t a qu e o o o r d e n a r a m
o m o v im en to e f o r a m p o r t a - v o z e s d a s r e i v i n d i c a ç õ e s j u n t o a o s p a t r Õ e s .
l a r g a d o à s u a e s p o n t a n e i d a d e , o a c ú m u lo d e f o r ç a s que o m o v im en to p o d e
a d q u i r i r n e s t a s i t r i i t a i o v a r i a d a s f o r m a s de m a n i f e s t a ç ã o d a i n s a t i s f a ç ã o J
d a m a s s a o p e r á r i a v a r i a em g r a u e o o n t e ú d o , m as f i e a , n e c e s s a r i a m e n t e l i m i t a ­
d a p o r s e u s p o n t o s d e p a r t i d a . ú e v i d e n t e , p o r e x e m p l o , que a l i ç ã o d e i x a d a
p o r uma l u t a o o l e t l v a que o u lm in e numa p a r a l l z a ç ã o g e r a l o u p a r o l a i é bem *
m a i s x x á r l o a , d e i x a m u ito m a i s l i ç õ e s do q u a a a b e r t u r a de u m - p r o o e s s o n o '
s i n d i o a t o o u a s i m p l e s I d a d e um g ru p o d a o p e r á r i o s aom p a t r ã o . A p r e s e n ç a ’
d a uma v a n g u a r d a a t u a n t e n e s t e p r o o e s s o te m o p a p e l de o r i t i o a r a s f o r m a s *
m a i s a t r a s a d a s , o r i e n t a r a o r g a n i z a ç ã o do m o v im en to o o l e t i v o ( o u j a f o rm a ma­
i s i m p o r t a n t e , sem d ú v i d a , é a g r e v e ) , g a r t i o l p a r de s u a e f e t i v a ç ã o , e s t i m u ­
l a r s u a p r e p a r a ç ã o e t o . A s m o t i v a ç õ e s n a o p r e o l s a m s e r i n v e n t a d a s . E l a s •s ã o
p r o d u z i d a s e r e p r o d u z i d a s o o n t l n u a m e n t e p e l a s c o n d i ç õ e s de o a d a f á b r i o a , £
p a rtic ip a n d o d e s te p ro o essd que a v a n g u a r d a f a z a d e b ú n c i a do s i s t e m a c a p i ­
t a l i s t a , que m o s t r a a r e l a ç ã o e n t r e a s l u t a s p a r c i a i s e a s g e r a i s , q u e a p o n ­
t a p a r a ob o b j e t i v o s p r o g r a m á t i o o s do m o v im e n to o p e r á r i o , que m o s t r a q u a l a
f o r m a m a is a d e q u a d a d e l u t a p a r a o a d a c a s o , que v a i m o s t r a r q u e a g r a v e é a
f o r m a d e o i s i v a da l u t a o p e r á r i a (em s e u e s t á g i o a t u a l ) . N e s te p r o o e s s o e q u e
o s o p e r á r io s são t e s t a d o s p e la s l u t a s , são le v a d o s a re o o n h e o e r p e la p r á t i o a
e oom a p r e s e n ç a d o s e l e m e n t o s d e v a n g u a r d a , que t a i s f o r m a s e t a i s i n s t r u —
m e n to s f o r a m o u n ã o m a is e f i o a z e s , s ã o e s t i m u l a d o s a d e s e n v o l v e r a s o l l d a r i e
dade a t i v a , são l e v a d o s a o o m p re e n d e r a i m p o r t â n c i a d a l u t a o o l e t i v a e t o .
F a la m o s i n o l u s i v e em o r l a r o s m e i o s d e l i g a ç ã o com a m a s s a . I s t o n ã o a
o r i a r o m o v im e n to . E s t e s m e i o s , à s v e z e s e x i s t e m , à s v e z e s n ã o , m as o f u n d a ­
m e n t a l é que e x i s t a m a s c o n d i ç õ e s p a r a que e l e s s u r j a m o u s e ja m f o r m a d o s ,
a q u e , p e l o que s ã o c o r r e s p o n d e m a o n í v e l d e o o n s c i e n c i a e de e x p e r i ê n c i a p £
l í t i e a d a o l a s s e . Mas c o n d i ç õ e s a t u a i s , e s t e s m e l o s s ã o f u n d a m e n ta lm e n te l e ­
g a i s . São f o r m a s d e a g l u t i n a ç ã o de o p e r á r i o s em t o r n o d e a lg u m a a t i v i d a d e 1
p e r m i t i d a , l e g a l , q u e s e r v e m n ã o ao p a r a d e s e n v o l v e r a s o l i d a r i e d a d e e o e s ­
p í r i t o d e u n i ã o e t r a b a l h o o o l e t i c o oomo tam b ém , e p r i n c i p a l m e n t e do n o s s o
p o n to d e v i s t a , d e o a n a i s p a r a la a t i v i d a d e d e a g i t a ç ã o , p r o p a g a n d a e o r g a n i ­
z a ç ã o d a v a n g u a r d a r e v o l . e d o s r e s u l t a d o s de s u a c a p i t a l i z a ç ã o . A lg u n s m e i­
o s j á e x i s t e m e e x i s t e uma i n f i n i d a d e d e o u t r o s q u e podem s e r p e n s a d o s , c r i a
d o s e t e s t a d o s : a s d e l e g a ç õ e s s i n d i c a i s (oomo em W ), c a i x a s d e a j u d a , a t i v i ­
d a d e s o u l t u r a i s t a i s oomo o í r o u l o s de l e i t u r a , g r u p o s de t e a t r o e t c . Nos mo­
m e n to s d e l u t a , é e v i d e n t e que g e r a l m e n t e e l e s n ã o 3 e r ã o a d e q u a d o s nem s u f i *
o i e n t e s e s e r ã o e r i a d o s o r g a n i s m o s p r o p r i o s , m as p a s s a d a a q u e l a , s ã o uma e s ­
t r u t u r a da r e o u o .
Sem d u v i d a , 4 n e c e s s á r i o a g l u t i n a r o s e l e m e n t o s a v a n ç a d o s tam bém f o r a Ê
d a q u e l e s m e io s l e g a i s do v i n o u l a ç ã c o o n t í n u a oom a m a s s a p o r q u e n a m ed id a ’
em que s a o l e g a i s e re s p o n d e m a o n V e l a t r a s a d o de o o n s o i ê n o i a e - o r g a n i z a ç ã o
d a o l a a s e , n a o p o d e r ia m s e r o oan aü e x o l u s i v o d a p r o p a g a n d a r e v o l . T r a t a r e m o s
d i* e o > tÉKUP a d i a a t l i , o t a e * i o i * x * o m b i b i exrp « m t x o i m m r W m a u
A 0 . p r o p o e uma OSP n o s e n t i õ o de d l f e r e n o i a r a s u a p r o p o s t a de a g i u —
t i n a ç a o d a p a r o e l a o o m b a tiv a d a a p r o p o s t a s d i l u í d a s , p e l a g a s e e l e i t o r e i r a s
d a s O Ss e x i s t e n t e s . S ao e s s a s OSP a r t i o u l a d a s em g r u p o a de f á b r i c a que no ,
r e s s u r g i m e n t o do m o v im en to d e m assati d e v e r ã o s e o o n s t i t u i r em s u a l i d e r a n ç a ,
a l i d e r a n ç a d e um m o v im en to in d e p e n d e n te d a o l a s s e e s t r u t u r a d o em o o m i t ê s de
e m p r e s a . E m a i s . A l i d e r a n ç a d e s t e p .-o o e s s o f u t u r o j á e s t á s e n d o o r g a n i z a d o
d e s d e h o j e s o b a h e g e m o n ia p r o l e t á r i a . E s t a a r g u m e n t a ç ã o p a r t e a i n d a da r e f e
r ê n c i a m a is g e r a l d e q u e j a p a r o e l a p r o l e t á r i a m a is c o n s c i e n t e d e v e se m p re 1
B e r o r g a n i z a d a oomo f r a ç ã o p a r t i d á r i a n o r o r g a n i s m o s de m á s s a '.
Nb- a u s ê n c i a do m o v im en to de mansaB e d e s e u s o r g a n i s m o s r e p r e s e n t a t i —
v o sp a 0 . a o h o u p o r bem o r i a r a f r a ç a o p r r t i d á r i a no qu e h a v i a , a p a r o e l a 1
o o m b a tiv a d e o o n s o i ê n o i a s i n d i c a l . P a r a ^ i s s o * num p l a n o , t e r i a q u e d e p u r a r *
e s t a p a r o e l a - d o 8 q u e n ã o s e a d a p t a s s e m â p r o p o s t a de O SP, s u a p l a t a f o r m a e *
o s Q s t s e l l n * « tft s s c r x o l l u U u r j u a I í i u i uaoc n w « * *
Em que n o s s a p r o p o s t a d e OSP rom p e oom o s l i m i t e s " e l e i t o r e i r o s " e "pja
le g o s tf' d e s t a s o p o s i ç õ e s ? No d e f e n d e r a f á b r i c a oomo o c e n t r o de a c u m u la ç ã o
d e f o r ç a s ? A s o p o s i ç õ e s n ã o o negam e s e n ã o o le v a m à p r á t i c a ê q u e n u n o a •
f o r a m g a n h a s ^ p a r a uma p e r s p e c t i v a j u s t a de l i g a ç ã o e n t r e v a n g u a r d a e o m o v i­
m en to e s p o n t â n e o (o q u e tam bém n ã o o f e r e c e m o s h o j e ) j em g a r a n t i r a o r í t i o a *
a o a t r e l a i c e n t o e o p a p e l s e o u n d á r io da v i t o r i a n a s e l e i ç õ e s ? E s t a s o p o s iç õ e s
ad m item e s t a - c r i t i o a ( a m enos d e a l g u n s e l e m e n t o s r e f o r m i s t a s , o u d e s o r i e n t a
ílo s ) m as a 0 . n à s u a y g á t i g « j x i a n i o r í t i o a , n ã o a p r e s e n t a uma a l t e r n a t i v a p r a
t i o a r e a l a e l a , S e r i a em t o m o d a p l a t a f o r m a d e l u t a s ? Ao n í v e l s i n d i o a l *
d e s ta p la ta fo rm a é p e r f e i t a m e n t e - a c e i t á v e l e s i m i l a r ao de o u tr a s p l a t a f o r
mr;.B d e o p o s i ç ã o . No e n t a n t o , a 0 . r e s o l v e u e r i g i r um í n d i o e d i v i s o r d e m g u a s
e n t r e o s que r e a l m e n t e q u e re m l u t a r p a r c i a l m e n t e o o n t r a o a r r o o h o e o s que *
q u orem d i l u i r a s o p o s i ç õ e s no p e l e g u i s m o , «Tá t i v e m o s a o p o r t u n i d a d e de o r i t j .
o a r e s te o r i t é r i o a n te rio rm e n te .
Mas a a t i t u d e d a 0 . n ã o é e s t r a n h á v e l . A f i n a l , o i s o l a m e n t o e n t r e e s t a
p a r o e l a n a s o p o s i ç õ e s e a m a s s a é uma d o e n ç a o r õ n i o a d a c o n j u n t u r a . E n t ã o , o
que r e s t a v a f a z e r oom a q u e l a s e l e m e n t o s , d a p a r c e l a - a v a n ç a d a j á bem o u m al a
g l u t i n a d o s sm o p o s i ç õ e s e r a s e p a r a r o j o i o do t r i g o . Uma w s z f e i t o i s s o ,
t r a t a r - s e - i a rde i g n o r a r o r e s t a n t e e oom o s p o n t o s de p a r t i d a j á o b t i d o B , es?
t e s s im , v a c i n a d o s c o n t r a a s a m a n a ç õ e s m a l s ã s do " e l e i t o r a l i a m o " e do " p e l e -
g u i s m o " , i r a r r a n c a r a n o v a p a r o e l a e m e r g e n te d a s l u t a s d e f á b r i c a â l o t a r e i
a do m o vim en to e s p o n t â n e o . - A - c i s ã o d a OS c o n q u i s t a d a p e l a 0 . f o i u m a im â g n íf i
o a , uma t e t u m b a n t e v i t ó r i a . . . d e P i r r o . C o n se g u im o s a f a s t a r d e n o s s a i n f l u ê n
o i a , p e r d e r a o a p a c i d a d e d e p e r s i s t i r n a l u t a p o l í t i c a e i d e o l ó g i c a oom am­
p l o s s e t o r e s d a q u e l a p a r c e l a j á t e s t a d a e e x p e r i m e n t a d a em l u t a s , s e m i - p o l i -
t i z a d a , p o r c a u s a do q u e ? N on fim d a s c o n t a s , d e um c á l o u l o de p o r c e n t a g e m .
Mesmo o m o v im e n to s i n d i c a l p o d e s o f r e r o i s õ e s , m a n i f e s t a ç ã o d a s d i v e r -
g ê n o i a s p o l í t i c a s q u a n to à o p ç ã o qu e o m o v im en to d e v e * t o m a r em t a l ou
q u a l s i t u a ç ã o p o l í t i c a . E n o s o in d im o s e s t a a m e a ç a de m o v im en to s i n d i c a l oom
a b a n d e i r a d e u a a OS p r o l e t á r i a o u j o p r o g r a m a é t ã o s i n d i c a l q u ar*«^ q u a l q u e r
o u t r o do g ê n e r o . P o d e r - s e - i a a r g u m e n t a r qtfe m u i t o s e l e m e n t o s OS a n t i g a r £
v e la v a m «*** i n e q u í v o c a a t r a ç ã o p a r a a s t e s e s d e m o o r a t i s t a s . Mas a p r ó p r i a 0 .
n ã o d e f i n i a em s e u P r o j e t o qu e o d e m o o r a tis m o a i n d a n ã o p e n e t r a r a n a c l a s s e
o p e r á r i a , q u e s e t r a t a v a t a n t o p a r a e l e oomo p a r a n ó s ãn a c u m u l a r f o r ç a s ?
Om que os c o m p a n h e ir o s m e n ta lm e n te devem e s t a r c o b r a n d o a e s t a a l t u r a
da a rg u m e n ta ç ã o , e q u a l a q u a lid a d e da a g i t a ç ã o e p ro p ag an d a r e v o l u c i o n á r i a s ,
o n d e e oomo s e d a a c a p i t a l i z a ç ã o p o l í t i c a , Que p l a t a f o r m a d e v e s e r d e f e n d i d a
p ara a o la s s e ?
Oom o p e r d ã o d e m a is um p a t ê n t e s e s , a n t e s de r e s p o n d e r a e s t a s p e r g u n ­
t a s , é p r e c i s o que a e f a ç a uma u n o u r s ã o , a i n d a q u e l i g e i r a , s o b r e o q u a d r o '
da s i t u a ç ã o g e r a l , lo o a liz a f ts x q u a is o s l i m i t e s im e d ia to s o b j e t i v o s e s u b je ­
t i v o s do m o v im e n to o p e r á r i o , e s o b e s t e p r i s m a v e r q u a l a a t i t u d e d a o l a s s e
p a r a oom s e u s a l i a d o s i m e d i a t o s e l o n g í n q u o s , o q u e d e v e e s p e r a r d e l e s , q u a l
deve s e r s u a a t i t u d e p a r a oom eleB.
ê •
V, Onde s e a p r e s e n t a a lg u m a s id é ia s so b re a situ a ç ã o a tu a l.

0 p o n to d e p a r t i d a , a p e d r a de t o q u e , a meu v e r , p a r a s e f o r m a r uma v i
s ã o da s i t u a ç ã o c o n j u n t u r a l e a o o m p re e n s ã o d e que n ã o v iv e m o s tuna s i t u a ç ã o
d e o r i s é r e v o l u o i o n á r i a . M u ito bem , d i r ã o , Mas em <|ue i s t o é d i s c o r d a n t e do
P r o j e t o ? A d i s o o r d a n o i a e s t á em q u e no P r o j e t o e s t a l a t e n t e a idéia d e que a
e v o l u ç ã o d a ò o n j u n t u r a d e v e d e s e m b o c a r numa s i t u a ç ã o d e o r i s e r e v o l u o i o n á r i a ,
c r i s e e s t a q\ie s e r i a r e s o l v i d a q u e r p e l a I m p l a n t a ç ã o d e um g o v e r n o r e v o l . , %
q u e r p e l a ,r e t o m a d a d a d i t a d u r a b u r g u e s a , f i o a n d o a i n d a a b e r t a a e v e n t u a l i d a ­
d e de um g o v e r n o l i b e r a l b u r g u ê s t r a n s i t ó r i o e i n s t á v e l * Na v e r d a d e , o P**oj 5
t o n ã o o o l o o a a q u e s t ã o p r e c i s a m e n t e d e s t a f o rm a m as n ã o d e i x a o u t r a a l t e r n a
t i v a p a r a a e v o l u ç ã o d o s a o o n t e o i m e n t o s n a m e d id a em q u e " n ã o h á s a í d a e s t r u
t u r a l p ara o c a p ita lis m o b r a s i l e i r o " .
D iz e l e q u e , n a m e d id a em que o o a p i t a l i s m o i n t e r n a c i o n a l v i v e a g®an->
d e c r i s e m u n d ia l d o p o s - g u e r r a , a o r i s e i n t e r n a do o a p i t a l i s m o b r a s i l e i r o r<»
p r e s e n t a o f i # do m i l a g r e que e r a s u s t e n t a d a Ç a fo r a o a r r o o h o ) p e l a s e x p o r t a
ç o 9 3 oomo s a í d a p a r a d im p a s s e d e m e r o a d o . A lem do m a i s , e s t á a f a s t a d a a p o ji
s l b l l i d a d e d e uma r e o u p e r a ç ã o d a e c o n o m ia o a p l t a l l s t a p e l a v i a do d e s e n v o l v i
m en to do s e t o r d e b e n s d e p r o d u ç ã o p o rq u e i s t o s e r i a uma i n o o n o e b í v e l r e d i y i
s ã o i n t e r n a o i o n a l do t r a b a l h o , in d a in a lo que no b o j o d e uma o r i s e - d o i m p e r i a
l i s m o ( a í tam bém o p o r q u e da i m p o s s i b i l i d a d e do s u b - i m p e r i a l i s m o ) , Sob e e t e
p r i s m a , q u a l q u e r esq u em a d e m o d l f i o a ç ã o do m e ro a d o i n t e r n o f i o a r i a n a d e p e i» -
d ê n o la e x c l u s i v a da l u t a de o l a B s e s .
P o r m enos q u e s e te n h a iw ta u í d a d o s p r e c i s o s p a r a a n a l i s a r a s i t u a ç ã o e—
o o n o m ic a , e s t a a n á l i s e é c l a r a m e n t e i n o o m p l e t a e o o m p r o m e tid a 0 A b s t r a i o f a ­
t o d e qu e é s o b r e t u d o a a u B e n o i a d e um m o v i m e n t o - o p e r á r i o f o r t e e o r g a n i z a d o
q u e f a o i l i t a o cam po p a r a a r e c u p e r a ç ã o b u r g u e s a , No e n t a n t o , d i r ã o o s oompa
n h e i r o s , ' 0 m o v im e n to n ã o é f o r t e h o j e m as w u o t s e t o r n a r á com o a g r a v a m e n to
d a c r i s e . S im , e s t a ^ é uma p o s s i b i l i d a d e e o o b j e t i v o c e n t r a l d e uma e s q u e r d a
q u e s e q u e i r a r e v o l . d e v e s e r t o r n á - l o f o r t e m as s e e s t a é a ú n i o a a l t e r n a t i
va h i s t ó r i c a a b e r t a p e l a r e a l i d a d e a t u a l , o f r a c a s s o d e s t e t r a b a l h o d a e s q u a ?
d a n ã o v a i i m p e d i r q u e a e o o n o m ia o a p i t a l i s t a , e s t r u t u r a l m e n t e i n v i á v e l , va
f e n e c e n d o e m u rch a n d o a t é oe r e t i r a r d a v i d a p u b l i c a p a r a a lg u m r e c a n t o de
Cam pàs d e J o r d ã o o u do G u a x u já .
A in d a que n ã o p o s s a a p r e s e n t a r uma v i s ã o m a is e l a b o r a d a d a s p e r s p e o t i —
v a s d a e o o n o m ia c a p i t a l i s t a no p a í s , p e n s o q u e a q u e s t ã o d e v e s e r e n o a r a d a •
so b o s e g u in te p ris m a * f
0 a r g u m e n to d e c i s i v o do P r o j e t o é s o b * e a i n v i a b i l i d a d e do d e s e n v o l v i ­
m en to do s e t o r d e b e n s <le p r o d u ç ã o d e v i d o â o r i s e i m p e r i a l i s t a . «Nao o r e i o *
q u e s e p o s s a d e s c a r t a r e s t a p o s s i b i l i d a d e aom e s t a s i m p l i c i d a d e . 0 c o m p o r ta ­
m en to do i m p e r i a l l w n o era o r i s e é r e s u m id o a o e s t e i t a m e n t o do m e r c a d o , a o p r £
p r e v a l e o i m e n t o d a c o o p e r a ç ã o e n t r e a s n a ç õ e s d e s e n v o l v i d a s em d e t r i m e n t o d a s
ú n a ç õ e s d e p e n d e n t e s , à I n v i a b i l i d a d e d e uma r e d i v i s ã o i n t e r n a c i o n a l do t r a ­
b a lh o . 0 que n ão é t r a t a d o a oomo o i m p e r i a l i s m o s e c o m p o r ta no p r o c e s s o d e
o r i s e , oomo e s t a r e p e r c u t e n o 3 p r o b le m a s d a s r e i n v e r s c e B e da b u s c a de n efroa
d o s p a r a d a r s a i d a a s e u s p r o a u t o s e p a r a i n v e s t i r . De f a t o , s e s e p e n s a s s e "
em uma p o l í t i c a de i n v e s t i m e n ;o d o s c a p i t a i s i m p e r i a l i s t a s n o s s e t o r e s d e g
b e n s de p r o d u ç ã o d o s p a í s e s d e p e n d e n te s em g e r a l , o s e n t i d o d i s s o a n o tÉ ta p o n
ta ria e f e t i v a m e n t e p a r a uma r ^ d i v i s ã o i n t e r n a o i o a a l do t r a b a l h o , a uma n o v a
fo rm a d a r e l a ç ã o e n t r e o s p a i a « « o e n t r a i s e p e r l f é r i o o s do s i s t e m a o a p i t a l i s
t a , e i s s o sem d ú v id a q u e a g r a v a r i a » em t e r m o s I m e d i a t o s , a s p r e s s õ e s e c o n o ~
m io a s e s o o i a i s n o s p a í s e s o e n t.r * a ia 0 Idas a a b e r t u r a d e s t a p e r s p e o t i v a em re*»
l a ç a o a um (o u a l g u n s ^ p a í s d e p e n d e n te d e t e r m i n a d o , o u j o d esem p en h o da e c o n c
m ia i n t e r e s s a p r o f u n d a m e n te a o i m p e r i a l i s m o (± u ± 1 sk^jb in tim a m e n te l i g a d o a
eo o n o m ia i n t e r n a ) n ã o s o v i r i a de fe n o o n tro a p r o b le m a s p a r t i o u l a r m e n t e g r a -
v e s do d e s e n v o l v i m e n t o do c a p i t a l i s m o i n t e r n o como r e p r e s e n t a r i a o s u r g im e n ­
t o im e d ia to de um m e ro a d o o o m p ra d c r d e b e n s de p r o d u ç ã o e o u t r o » a lé m de um
oampo r e s p e i t a v e l m e n t e am p lo p a r a o i n v e s t i m e n t o d e c a p i t a i s , á j u s t a m e n t e
p e l o f a t o de n ã o s e r uma p o l í t i c a a p l i o á v e l a t o d o s ou m u ito s p a is e B dep en­
d e n t e s m as em um (o u a l h u * ^ d e l e s em d e t r i m e n t o d o s o u t r o s é que e x i s t e o e £
p a ç o p a r a e s t a p o l í t i c a ( e p o r t a x r t o , d e uma p e r s p e o t i v a s u b - i m p e i i a l i s t a ) . E
n e s t e s e n t i d o , p o r um o o n j u n t o d e f a t o r e s e o i r o u n s t ã n c i a s ( s i t u a ç ã o m i l i t a r
e s t r a t e g i f l f e , q u a l i d a d e do p a r q u e i n d u s t r i a l , e e t á g i o e n í v e l de l u t a d e e l a »
s e s , f a r t u r a d e r e o u r s o a n a t u a r a i s e t o ^ ) o B r a s i l s e r i a um ndos p a í s e s m a is i n -
d i o a d o s p a r a e s t e p a p e l« E s t a " s ^ o l u ç ã o " p a r a a c r i s e o a p i t a l i s t a i n t e r a a ’
t r a z a i n d a o b e n e f i c i o de n a o a f e t a r a fu n d o o s t e r m o s d a c o o p e r a ç ã o d o s d i ­
v e r s o s s e t o r e s d o m in a n te s e o i m p e r i a l i s m o , n o s m d ld e s em que vera s e a f i r m a n
do « "o ^ iie lie a v tf o r n s lle ltira o o aaeq I s ^ jr T
A f i r m a r que a s xmu± o o i s a s v a o s e g u i r i n e x o r a v e l m e n t e e s t o rum o n e r i a
t a r e f a p a r a d r u i d a s e p a Í 3 - ê e - s a n t o , s e c o n s i d e r a r m o s a p r e c a r i e d a d e de n d s -
s a s a n a l i s e s ( e d a s que e x i s t e m n a p r a ç a ) s o b r e o s p r o b le m a s e t e n d ê n c i a s e —
c o n o m io a s e p o l í t i c a s do c a p i t a l i s m o i n t e r n a c i o a n l e i n t e r n a m e n t e . 0 que po­
dem os f a z e r num i p r i m e i r o m omento é c o n s i d e r a r q u a i s a s l i n h a s m a is a c e n t u a —
d a s d a s t e n d ê n c i a s do d e s e n v o l v i m e n t o o a p i t a l i s t a no p a í s e no mundo s o b r e a
b a s e d e s u a o o n s t i t u i ç a o h i s t ó r i c a e d a r e a l i d a d e a t u a l , £ q u a n to m e lh o r f u n
d a m e n ta d a e m a is p r e c i s a f o r e s t a a n a l i s e , m e lh o r v i s ã o t e r e m o s d a s f o r ç a s "*
em j o g o , daw *a l t e r n a t i v a s a b e r t a s p a r a u n s e o u t r o s s e t o r e s , p a r a uma ou ou­
t r a p o l í t i c a . E d e n t r o do q u a d r o d a s p o s s i b i l i d a d e s qu e j á s e pode n o t a r n e s
Sas t e n d ê n c i a s , n ã c c r e i o q u e s e p o s s a d e s c a r t a r a p e s o que p o s s a t e r uma '
ê n f a s e e c o n ô m ic a a o d e s e n v o l v i m e n t o do s e t o r de b e n s de p r o d u ç ã o .
0 q u e s e d e v e o b s e r v a r em t e r m o s i m e d i a t o s é que eartaraos v iv e n d o a i n d a
um p r o o e s s o de a g r a v a m e n t o d a c r i s e oom a q u ed a s e n s í v e l n a e x p o r t u ç ã o d e ma
n u f a t u r a d o s , a g r a v a d a p e la queda n o s p r e ç o s d o s p ro d u to s a g r í c o l a s ( p a r t i o u ­
l a r m e n t e do a ç ú c a r ) . D e v e - s e o b s e r v a r tam bém que a in d a não se f iz e r a m *
s e n t i r o s e f e i t o s d a d e s t r u i ç ã o d o s c a f e z a i s ( d e v i d o à a l t a d e p r e ç o s ) m as *
q u e e s t e f a t o r d e v e a f e t a r a e o o n o m ia n a c i o n a l n o s p r ó x i m o s a n o s . A in d a no
p l a n o d a s e c p o r t a ç õ e s , a p e s a r do e s f o r ç o e a l g u n s ê x i t o s m e n o re s de a t i n g i r 4
m e r c a d o s a f r i c a n o s e l a t i n o - a m e r i c a n o s , a s i t u a ç ã o d a e o o n o m ia m u n d ia l d e v e
b a r r a r a s t e n t a t i v a s d e uma a m p l i a r ã o m a is s i g n i f i c a t i v a e o o n o m io a m e n te d e s t e
s e t o r . F o r o u t r o l a d o , mesmo q u e j á s e venham f a z e n d o a lg u m a s i n v e r s õ e s no n
s e t o r de ben s de c a p i t a l , é de s e n o t a r q u e e s t e s o a p i t a i s tê m ura p r a z o de
m a t u r a ç ã o e q u e , em t e r m o s i m e d i a t o s e s t a p o l í t i c a r e p r e s e n t a um f a t o r r e o e ji
s i v o n a m ed id a em qu e i m p l i c a n a o o n t r a ç ã o d e n o v a s d í v i d a s com i m p o r t a ç õ e s
e e m p r é s t i m o s . No e n t a n t o , p o r uma s é r i e d e f a t o r e s , s e j a p e l o d e s e n v o lv im e n
t o a p r a z o do s e t o * . r e f e r i d o m a is a c i m a , s e j a p e l a i n t e n s i f i c a ç ã o da a t i v i d a
de n a e x t r a ç ã o p e t r o l í f e r a ( o o n t r a t o s d e r i s o o e t o « ) , do f i n a n c i a m e n t o a o r e
p la n tio d e o a f e e o u t r a s m e d id a » , t o d a s oom r e p e r c u s s õ e s a p r a z o » n ã o s e *
p o d e o o n a i d e r a r q u e a e c o n o m ia b r a s i l e i r a e s t á m e rg u lh a d a numa o r i a e " i r r e —
v e r s í v e l " . £ n a o a e p o d a e s q u e r o e r * tambcím q u e um f a t c r o l a r a m e n t e f a v o r á v e l
a e o o n o m ia o a p i t a l i a t a no p a í s é o d o l o r o s o a t r a s o do m o vim en to o p e r á r i o » o u
J a e x i s t e n o i a f o r t e e o r g a n iz a d a c o l o c a r i a in d u b ita v e lm e n te f a t o r e a b a s t a n t e
d i v e r a o a n a s s o l u ç o e s p o s s í v e i s da o r i a e a t u a l . P o r t a n t o » em b o ra 86 p o a a a e n
t r e v e r u k a p r o f u n d a m e n to d a r e c e a a a o e aco n ô m io a n o a p r o x im o a a n o s (oom r e p e r —
o u s s õ e s s o b r e a e a t r u t u r a p o l í t i c a ) , n ã o a e p ode d e s o o r i s i d e r a r a s a l t e r n a t i -
vaB de que a b u r g u e s i a p o d e l a n ç a r feão p a r a o r e e r g u i m a n t o d a e o o n o m ia aem t
t o o a r n o a 8 e u a i n s t r u m e n t o s p r i n c i p a i s d e e x p l o r a ç ã o como o a r r o h o e a o b r e t u
do» sem q u e b r a r a o o o p e r a ç ã o a n t r e s e u s v á r i o s a e t o r e f i e n t r e a i a oom o impa
ria lia m o . *
3 » n ã o e s t a m o s v i v e n d o uma a i t u a ç a o d e o r i s a r e v o l . , e n t ã o n ã o e 8 t á oo_
l o o a d a n a o rd e m do d i a , oomo p ro b le m a r e a l , oomo o p çã o p o l í t i o a p o s s í v e l » a
d e r r u b a d a d a d i t a d u r a . P o r m a is q u e o d e s e j a m , qu e o .íu e lr a g t, que o p r o p a -
guem oom r o u p a g e n » d i v e r s a s o » a r a u t o a d a p . b . l e g a l i á t a do JflDB Ijpodqpdb» o u
a l g u n a s c o r r e n t e s d a e a q u e r d a » o s de o ima a i n d a poden. a » a g u e n t a r m u ito bem
e _ o » d a b a i x o e s t ã o l o n g e d e r e p r e s e n t a r um p e r i g o r n a l p a r a a q u e l a s . Também
n ã o a e p o d a ^ v e r no o r e a o e n t e a p o i o que o MDB vem o b to n d o , am p a r t i c u l a r d e a —
d e a a e l e i ç õ e s d e 7 4 » e qu e a m e a ç a s e r e p r o d u z i r n a a e l e i ç õ e s d e a t e an o » a
f o r m a p o p u l a r c a p a z d e p o r em x e q u e a d i t a d u r a . A f o r ç a do MDB ó f u n d a m e n ta l
m e n te l e g a l • e l e i t o r a l e e l e n a o é a e x p r e s s ã o p o l í t i o a d e um m o v im en to d » '
m a s s a s e s t r u t u r a d o p e l a s b a s e s que r e p r e a e n t a a s a uma f o r ç a , p o l í t i o a e f e t i v a .
Não a e p o d e o o n a i d e r a r que f o i f u n d a m e n ta lm e n te o MDB oom s u a p r e g a ç ã o
l i b e r a l que d e a p e r to u o " s e n tim e n to d e m o o rá tio o " da m assa a p á t i c a ( p a r t i o u —
l a r m e n t e d a p . b . ) m as s im qu e o o r e a o im a n to d a q u i l o que a e te m oham ado de mo
v im e n t o d e m o o r á t i o o m a n i f e s t a n a « x p r e s s i v a v o t a ç ã o do MDB em 7 4 • em o u t r a
a e r l » d a m a n i f e s t a ç S e a n ã o - e l e i t o r a i s f o i a e x p r e s s ã o do d e s o o n t e n ta m e n t o a
r e b e l d i a d e s e t o r e a d a s m a s s a s e x p l o r a d a s a c i r r a d o s p e l o a g r a v a m e n to 4 « su a
s i t u a ç ã o m a t e r i a l , p e la v i o l ê n o i a da a ç ã o r e p r e a s l v a dos ú ltim o s a n o s , p e lo
sem nu m ero d e m a n i f e s t a ç õ e s o p r e s s i v a s d a d i t a d u r a r e a c i o n á r i a e f a v o r e o i d o s
p e l a su a v a c i l a ç ã o p o l í t i o a a o e n tu a d a p e l a o r i s e em m a r o h a . Nao s e d e v e e n »
o a r a r t a l m o v im en to » num p r i m e i r o m o m en to , oomo a l u t a p e l o p r o j e t o de o r g a ­
n i z a ç ã o do e s t a d o e d a e o o n o m ia b u r g u e s a s p r o p o s t o s p e l o MDB. A a c e i t a ç ã o d a
t a i s p r o p o s t a s d a p a r t e d e e e t o r e s a t u a n t e s r e p r e s e n t a uma e f e t i v a o a p i t a l l »
z a ç ã o d a p o l í t i o a l i b e r a l b u r g u e s a n e s t e s s e t o r e s . Mas e n q u a n to m o v im en to pç>
l í t l o o , em g r a n d e p a r t e e s p o n t â n e o , r e p r e s e n t a a f o rm a oomo o s k e o a n is m o s do
e x e ro lm e n to da d ita d u r a de c l a s s e a f e t a e e s tim u la a r e a ç ã o d a s m a ssa s à e x ­
p l o r a ç ã o e á o p r e s s ã o . Se ohegam a f a z e r o p ç ã o e n q u a n to s e t o r e s ma i a uoufimenoe
o r g a n i z a d o s ,' p e l a a ç ã o l e g a l d a o p o s i ç ã o o o n s e n t l d a , s e s » o o l o o a oomo t a r e ­
f a XMfvxá r e f o r ç a - l a e p r e s s i o n a - l a a a g i r o o n s e q u e n t e m e n t e , o f a z e m sem a x v
v i s ã o o r í t i o a qu e a e x l s t ê n o l a d e uma e s q u e r d a p r o l e t á r i a c o n s e q u e n t e p e r m i­
t i r i a (n a a u s ê n c i a do 190 com p r o p o s t a s p r ó p r i a s ) , sem o o n d iç Õ e s p o l í t i c a s »
i d e o l ó g i o a s p a r a a t e n t a r p a r a a n e c e s s i d a d e d a l u t a r e v o l . do p r o l e t a r i a d o *
oomo o m e lo d e o i s i v o d e c o n f r o n t o e d e r r u b a d a d a d i t a d u r a e i n s t a u r a ç ã o d » u
ma v a r d a d e i r a d e m o o r a o l a . Se é v e r d a d e q u e a r i t e a s t e s s e t o r e s , m a r o a n te m e n te
p . b » , a te n d e m a o e o o d e s u a p r ó p r i a o o n s o i ê n o l a de o l a s s e , n ã o é m enos v e r d a
d e q u e a e s q u e r d a r e v o l . te m s e o m i t i d o r e p e t i d a m e n t e d e m e t e r a não n e s s a 1
m assa de l u t a p o l í t i o a r e a l , de a g i r s o b r e e l a , de i n f l u e n o i a - l a e de s e r e ­
f o r ç a r n e l a . A d e rru b a d a da d ita d u r a f o r a da o o n s id e ra ç ã o d a s ~ f o r ç a s m a te r i­
a i s ( p o l í t i o a s , m i l i t a r e s ) q u e a p ro v o q u e m f i o a a e n d o uma p a l a v r a p e r d i d a n a
n e b u lo s a d as u to p d a s .
B if a a o p u a à o l | M U A m B M tx ro • í I m # 4
Se a l u t a xjKSjgaxptxs d e m o o r á t i o a d a p . b . p o d e h o j e s e r c a p i t a l i z a d a l i ­
v re m e n te p e l a a l a l i b e r a l l e g a l i s t a e n t r i n c h e i r a d a na o p o s iç ã o o f i c i a l » i s s o
s e #d e v e p o r t a n t o a que o p r o l e t a r i a d o n a o s e f a z p r e s e n t e com s u a s p r o p o s t a s
p r ó p r i a s p a r a o a p i t a l i z a r e a t a a g i t a ç ã o s o c i a l p a r a oe o b j e t i v o s r e v o l . , m asE
n a a u s ê n c i a d e s t e , p a r c i a l m e n t e p o r q u e a p r ó p r i a v a n g u a r d a r e v o l . , que a e oo
l o c a no p a p e l d e p o r t a - v o z d o s i n t e r e s s e s do p r o l e t a r i a d o n a o f o i c a p a z de
p e r c e b e r a i m p o r t â n c i a d e s t e s m o v im e n to s , de d e f i n i r c o r r e t a m e n t e q u a l a p o £
t u r a do MO p a r a com e l e s f d e a t r a i r * , n a m e d id a do p o s s í v e l , e s t e m o v im en to
p a r a o s i n t e r e s s e s p r o l e t á r i o s . A 0 . p o r e x e m p lo , oom m e ia d ú a i a d a t a x a ç ò e s
a o o a r a t e r p e q u e n o b u rg e s d e s t e s m o v im e n to s ( t t £ , l u t a d o s i n t & l e o t u a i s c o n -
t r a a o e n s u r a , d e n u n c ia da r e p r e s s ã o e t c . ) e x o r t a o s e s t u d a n t e s (ú n ic o d e s t e s
s e t o r e a m onde s e f a z p r e s e n t e ) a s e a t e r e m à l u t a c o n t r a a R e fo rm a U n i v e r s i -
t á r i a • a d e fe n d e r a c o n s o lid a ç ã o o r g a n iz a to r ia , l i m i t a n d o n i s s o (o u pouoo
m a i s ) a s m e ta s a l o a n s á v e i s n a o o n j u n t u r a . £ a í s e o m it e d e a p o n t a r a a l t e r n a
t i v a c o r r e t a , p r o l e t á r i a p a r a e s t a s l u t a s , com o tam bem é a í , no s e c t a r i s m o
q u e f u n d a m e n ta e s t a o m i s s ã o , que e s t á a r a i z d e s e u i s o l a m e n t o p o l í t i c o a t u -
ftfrrfgr .seleu p * jrceq 1*m % mu i t f n w r u t i eft »inol oafae oxitff s t ao •
0 P r o j e t o o o l o o a qu e o d e s e n v o l v i c a n t o d e s i g u a l d a o r i a e a u m e n ta a s d l
v e r g ê n o i a s d o s s e t o r e s j i a b u r g u e s i a p r o v o c a n d o f i s s u r a s n a o o e s ã o do b l o c o
d o m i n a n t e . 0 qujfr e l e n ã o f a z e v e r em que s e n t i d o e de q u e f o r m a s s e m a n i f e s
ta m e s t a s f i s s u r a s e a q u e b r a d a o o e s ã o , o que r e p r e s e n t a m em t e r m o s d a s a l *
t e r n a t i v a s p o l í t i o a s e o o n ô m io a s do s i s t e m a , em que s e n t i d o s ã o b r e o h a s p a r a
o d e s e n v o l v i m e n t o do m o v im e n to o p e r á r i o e n e s t e s e n t i d o , q u a l d e v e s e r a po_s
t u r a do m o v im e n to o p e r á r i o p a r a oom e l a s . I s t o , sem d ú v i d a , n ao re o o m e n d a nau
um a a p o u o o a q u e l e d o c u m e n to , a i n d a m a i s s e p e n s a rm o s q u e em s u a s a f i r m a ç õ e s
a ú n l o a o o i a a q u e r e p r e s e n t a a lg u m a o o i s a p a r a o p o s s í v e l a v a n ç o do MO s a o a
q u e la a f i s s u r a s . P a r a o P r o j e t o a ú n ic a c o n s id e r a ç ã o d ig n a de a p r e o la ç â o e
q u e n e l a s p ro v o o a ra a v a f f i l a ç á o m o m en tân ea d a d i t a d u r a e m p r e g a r s u a m aq u in a
r e p r e s s i v a c o n t r a d e t e r m i n a d a s m a n i f e s t a ç õ e s e a í e s t a r i a d ad o o oarapo p ara
e s t a s s e e x p a n d i r e m p a r a a l e m d e s e u s l i m i t e s l o c a i s , u n i f i o a n d o - a e • r a p r e -»
s e n t a n d o o i n d í c i o d a m ud an ça o o n j u n t u r a l , ã a o 30 P r o j e t o p o d e o h e g a r a e s t a
v is ã o l o t e r i c a da t o i s t ò r i a f o i p o rq u e em s u a '» r e f o r m u l a ç ã o " d a t e o r i a f o i
i n v e n t a d a a c o n t r a d i ç ã o d e um p o l o s ó , a b u r g u e s i a unida» em t o r n o de s e u s i n
t e r e s s e s g e r a i s em t o r n o d a d i t a d u r a , p o l o a l i á s q u e n ã o g o z a nem d a f o r ç a
d a s v e rd a d e s m e t a f í s i c a s p o i s que e s t á s u j e i t o à am eaçad o ra p o s s i b i l id a d e
d e a lg u m a l u t a l o a a l i z a d a x e x t r a p o l a r d e s e u s l i m i t e s l o c a i s .
,Nao s e p od e r e s u m i r a e v o l u ç ã o da o r i s e á s p r e s s õ e s d o s g r u p o s b u rg u e ­
s e s e s t i m u l a d o s j e l o d e s e n v o l v i m e n t o d e s i g u a l d a o r i s e e a o mesmo tem p o c o n ­
s i d e r a r oomo q u e s t ã o d e p r i n c í p i o a u n id a d e d a b u r g u e s i a em t o r n o d a d i t a d u ­
r a e s o u p ro g r a m a e o o n ô ra ic o e p o l í t i c o . 0 qu e e p r e o i s o r e s s a l t a r e a n a l i s a r
oom m a i o r p r o f u n d i d a d e e q u e n o q u a d r o d a s i t u a ç ã o a t u a l onde o p r o l e t a r i a d o
n ão s e f a z p r e s e n t e oomo f o r ç a a m e a ç a d o r a a o s i n t e r e s s e » r e a c i o n á r i o s re la ­
x a - s e a n e c e s s i d a d e da c o e s ã o b u r g u e s a e ■«lara a « - a b r e - s e o cam po ptftra 0 f i o -H»
r e s o i m e n t o de s u a s c o n t r a d i ç õ e s i n t e r n a s . 0 q u e ^ s e d e v e t e r o l a r o é q u a i s o s
l i m i t e s p a r a o d e s e n v o l v i m e n t o d e s t a s c o n t r a d i ç õ e s 8 que f o r ç a s e l a s d e s e n c a ­
d e ia m , com o e s t a s r e p e r c u t e m n o s .p l a n o s e o o n ô r a i c o * e p o l í t i c o s , e n f i m , oomo
« g e f e tiv a m e n te s e c o n f ig u r a a c o r r e l ^ a ç ã o de f o r ç a s e , n e s te s e n tid o o o n clu
i r com o o p r o l e t a r i a d o d e v e s e s i t u a r em r e l a ç ã o a e l e s p a r a e x p l o r á - i a s em
b e n e f í o i o d e s e u m o v im en to a t u a l e de s e u s i n t e r e s s e s f u t u r o s . i^ v io l
A a s o e n s ã o do g o v e r n o G e i s e l r e p r e s e n t o u , no p l a n o d a s leaJâaxBçaa n u a n c o s
p o l í t i c a s i n t e r n a s à s P o r ç a s A rm ad as a v i t ó r i a p r o v i s ó r i a d a c o r r e n t e I d e n t l
f i c a d a com 0 " c a s t e l i s m o " , a s s o c i a d a à c i n t e n ç õ e s i n i c i a i s de C a s t e l o f e .v o r a
v e l a um r á p i d o r e t o r n o à r e p r e s e n t a ç ã o o i v i l ( a s P o r ç a s A rm ad as oomo m e d ia ­
d o r a s e v i g i l a n t e s d a o r d e m ), a p o s o s a n e a m e n to p o l í t i o o n e c e s s á r i o , De 6 4 *
p a r a o á , no e n t a n t o , a s m o d i f i o a ç õ e s p r o o e s s a d a s no p la n o d a e c o n o m ia e da
r e a l i d a d e p o l í t i o a e s o o i a l o o l o o a r a m p a r a o E s t a d o uma s é r i e de t a r e f a s e e
x i g e n c l a s q u e n ã o podem s e r s i m p l e s m e n t e i g n o r a d a s e d e s o a r t a d a s p e l a s clas­
s e s d o m in a n te s » Ê p d * a í qu e s e ^ p o d e o b s e r v a r que e s t a c o r r e n t e nãú. p o d e ma­
i s d e c o l o c a r a s i m p l e s v o l t a a o s . . q u a r t e i a , a s s i m oomo e no cam po d a s a l t e r ­
n a t i v a s e o o n o m ic a s e p o l í t i c a s d e v á r i o s s e t o r e s b u r g u e s e s (e m i l i t a r e s ) que
se deve p r o c u r a r e n te n d e r o s d e b a te s so b re a n a c io n a liz a ç ã o v e rsu s
p r i v a t i z a ç ã o e a s p o l ê m i o a s ^ s o b r e a Mu&xx&axxqsput e s t r u t u r a ç ã o p o l í t i o a do '
E s ta d o , a in s t itu o io n a liz a ç á o e t c ,
Nao s e p o d e f a l a r d e 1191a p o l í t i o a J u s t a s e n ã o s e f a l a d a s q u e s t õ e s po
l í t i o a s a t u a i s , a q u e l a s que e a t a o n a o rd em do d i a . J a m o s tra m o s que 0 p a d s
n a o v i v e uma o r i s e r e v o l u c i o n a r i a , qu e 0 MDB e n q u a n to f o r ç a p o l í t i o a s ó o o n t a
e f e t i v a m e n t e oom 0 a p o i o d a m a s s a no p l a n o e l e i t o r a l (0 que a a é c l a r a m e n t e
i n s u f i c i e n t e p a r a a b a l a r a s b a s e s do r e g i m e ) , q u e a d l a s s e o p e r a r i a p e l a s u a
f r a q u e z a e d e s o r g a n i z a ç ã o p e s a m u ito p o u o o no rumo d o s a c o n t e o i m e n t o s a t u a i s
e n t ã o te m o s q u e v e r n a s M hbraxaaa d i v e r g ê n o l a s m a n i f e s t a s h o j e e n t r e o s s e t o ­
r e s b u r g u e s e s , s u a s p r o p o s t a s a o n í v e l p o l í t i c o e e o o n ô m ic o e a v i a b i l i d a d e
d e s u a e f e t i v a ç ã o no c o r p o d a o r i s e ^ 0 o a n p o r e a l d a s t r a n s f o r m a ç a e s im e d ia ­
t a s - p o r que p o d e p a s s a r a c o r r e l a ç ã o d e f o r ç a s . D is s e m o s o o r r e l a ç ã o d e f o r ­
ç a s . E n ã o a o h a m o s q u e s e j a o u t r a o o i s a . D esd e que s e v e j a e s t a como o m o v i­
m en to r e l a t i v o d e d o i s p o i o s p r i n c i p a i s , o e n f r a q u e o i m e n t o de um d e l e s r e p r e
s e n t a n e o e s s a r i a m e n t e 0 f o r t a l e c i m e n t o r e l a t i v o do o u t r o , Ê n e s s e s e n t i d o
q u e s e p o d e e n t e n d e r que a s v a o i l a ç õ e s d a d i t a d u r a , o s v a i - e v v e m da d i s t e n —
s a o e t c . , f a v o r e o e m a p r o l i f e r a ç ã o e a o r g a n i z a ç ã o do m o v im en to o p e r á r i o s i g
n i f i c a n d o o b j e t i v a m e n t e qu e a o n j u n t u r a a t u a l s e r e v e l a m a is f a v o r á v e l a o *
o r e s o i m e n t o do m o v im e n to r e v o l , que a d o s a n o s r e o e n t e s , que a o o r r e l a ç ã o
d e f o r ç a s , o u m e l h o r B que 0 tm o v im e n to d e s t a e a i x j f a a x a x a a i f a v o r á v e l ao a -
v a n ç o do MO, á tam bém s o b o p r i s m a d a a n á l i s e d a s v a r i a n t e s do p r o o e s s o p o l i
t i o o q u e n ã o s e d e v e e n o a r a r a s p r ó x i m a s e l e i ç õ e s s o b o p r is m a e x o l u s i v o de,
r e p r o d u ç ã o d a f a r s a d e m o o r a t l o a q u e j ã e s t a m o s c a n s a d o s de a s s i s t i r .
N aonae p o d e i g n o r a r q u e ob t e m a s , a g â * K y a a a g i t a ç ã o s o o i a l , a «aUaxxx
m o b iliz a ç ã o (e m b o ra n o s l i m i t e s e l e i t o r a i s e n o s l i m i t e s qjjte a p r o p o s t a b u r
g u esa o s o o lo o a ) v ã o a f e t a r 0 m o io o p e r á r i o a s s i m com o a t o d o s o s o u t r o s ,,
v ã o p r o c u r a - l o s , c o b r a r uma o p ç ã o , f a l a r d e t e m a s qu e to c a m em s u a s r e i v i n ­
d i c a ç õ e s m a is s e n t i d a s . 0 d e s f e c h o a o u r t o p r a z o d e s t e p r o o e s s o , num p la n o
m a is g é r a l , n ã o é c l a r a m e n t e p r e v i s í v e l sem um a p r o f u n d a m e n to A v f x â u x x x
n a q u e l a s j q u e s t õ e s q u e l e v a n t a m o s m a is a t r á s . No e n t a n t o , a d i a n t a n d o a lg u m a s
q u e s t õ e s j a r a s e a p r o f u n d a r , a c r e d i t o qu e em b ora n ã o s e p o s s a d e s c a r t a r i n —
t e i r a m e n t e uma i n t e r v e n ç ã o d o s " d u r o s ” d a s J P o r ç a s A rm a d a s , te m que s e v e r qi®
e s t a n ã o é a ú n i c a a l t e r n a t i v a - p a r a a r e a ç ã o o o n s e r v a d o r a f a z e r f r e n t e a uma
v i t o r i a i m p o r t a n t e da o p o s i ç ã o . Nos p r o p r i o s e s c a l õ e s g o v e r n a m e n t a i s s e d is-«
o u te m oomo a r e f o r m a p o l í t i c a ( r e d i v i s ã o d o s p a r S t i d o s ) e a i n s t i t u c i o n a l i z a
ç ã o p a r a m i n i m i z a r o s e f e i t o s d e uma t a l v i t o r i a e d e s o a r a c t e r i a a r . r 0 b lo o o
d a o p o s i ç ã o . Tamfeém p o r q u e o a l c a n c e d e s t a s e l e i ç õ e s a i n d a n ã o a f e t a o s i n s ­
t r u m e n t o s m a is d i r e t o s de p r e s s ã o s o b r e o g o v e r n o oomo s e r i a o o a s o d a s e l e j i
ç õ e s p a r a o O o n g r e s s o , a e l e i ç ã o de g o v e r n a d o r e s e mesmo a p o s s i b i l i d a d e d e
um C o n g r e s s o d e o p o s i ç ã o e l e g e r 0 p r e s i d e n t e da r e p u b l i o a »
JEm r e s u m o , p r o o u r a n d o l o o a l i z a r a i m p o r t â n o i a do a p r o f u n d a m e n to d a s '
q u e s t õ e s c o n j u n t u r a i s numa ó t i c a o o n t r á r l a á do P r o j e t o , a c r e d i t o que p r e o i —
sa m o s e n t e n d e r a s n u a n o e s do p r o o e s s o e o o n ô m lo o e p o l í t i c o b r a s i l e i r o p a r a £
le m d a g e n e r a l i d a d e d a a f i r m a ç ã o de que a b u r g u e s i a e s t á u n id a em t o m o d a
d i t a d u r a p e l o s s e u s i n t e r e s s e s m a is g e r a i s * q u e é p r e c i s o e n t e n d e r d e maneira
o l a r a o s i g n i f i o a d o e o a e n € i d o da r e v o l t a d a p „ b . e x p r e s s a num sem -n ú m ero
d e m a n i f e s t a ç õ e s , l u t a s e i n t e n ç õ e s i-p ara t i r a r r p r o v e i t o d e l a s aa em beneficio
da l u t a r e v o l u c i o n a r is e p a ra p o d e r co m b a te r e f e tiv a m e n te a s p o s iç o e s r e f o r ­
m i s t a s e p o p u l i s t a s q te s e f o r t a l e c e m n e s t e c a m ]o j que e p r e o i s o e n t e n d e r 9
c l a r a m e n t e juuEapBaxjni o p a p e l a t i v o do t r a b a l h o r e v o l . n a q u a l i d a d e d a s t r a i e
f o r m a ç õ e s p o r que poda p a s s a r a c o r r e l a ç ã o d e f e r ç a s a p á r t i r d a s t e n d ê n c i a s
o b je tiv a m e n te l o o a l i z a l a a .
E n c e r r e m o s p o r e » u i e s t e e x t e n s o p a r enter o e v o l t e m o s , à l u z d o s p r o ­
b le m a s l e v a n t a d o s , a - . » n a l i s a r q u a i s o s ru m o s de uma a l t e r n a t i v a p r o l e t á r i a
c o r r e t a na c o n ju n tu r a . ri c r í | X c q <> * ■
* ,
VIo Onde o a u t o r c o r a j o s a m e n t e s e e x p õ e à p c n s i b l l l d a d e de s e r o l a s s i f ic a d o 2
c a r im b a d o e c r u c i f i c a d o oom a e s p e r a n ç a ie s e r o u v id o »

0 que p r e t 4 n ã o f a z a r n e s t e ite m é e x a m t v a r como s e p ode t i r a r o m áxim o


d e p r o v e i t o p a r a o a v a n ç o do m o vim en to r e v o l 0 a p a r t i r d a s o o n d i ç õ e s a t u a i s
com o e l a s s e m a n i f e s t a m ( e p a r t i n d o do n í v e l em que a <e n t e n d e m o s ) , sem n u n -
o a p e r d e r d e v i e t a a s n o s s a s p e r s p e c t i v a s e s t r a t é g i c a s . Tendo em v i s t a e s t a
p r e c a r i e d a d e n o s s a n o q u e t a n g e a o c o n h e o im e n to p r o f u n d o da s i t u a ç ã o a tu a f c
s e r i a p e r i g o s o f a l a r m o s j á a g o r a da " p r ó x i m a ” o e n j u n t u r a . A " p r ó x i m a " o o n ju n
t u r a v a i d e p e n d e r do d e s e n v o l v i m e n t o d a s f o r ç a i s e t e n á ê n o i a s p o l í t i o a s no ijn
t e r i o r d e s ta e da re p e rc u e o ã o d c s u a a ç ã o s o b r e c m o v im en to c o n t r a d i t ó r i o
d a o o r r e l a ç ã o d e f o r ç a s . A o r e d i t o , i s s o s i m , que o m e lh o r e n te n d im e n to d a dá.
a l é t i c a d a l u t a d e o l a s s e s no p a í s t a l oomo é a t u a l m e n t e e r e l a o i o n a d a à s i ­
t u a ç ã o m u n d ia l v a i n o s p e r m i t i r d e f i n i r u n a v i s ã o m a i s , m enos s u j e i t a a ' e r —
r o s m u ito g r a n d e s (e m u ito p e r i g o s o s , p o r t a n t o ) d a s - p e r s p e c t i v a s f u t u r a s e
i s t o d e v e s e r um o b j e t o d e n o s s a d i s o u s s ã o p o l í t i c a . íam bém p o rq u e a r e v i s ã o
d e n o s s a l i n h a d e v e y r e p e r c u t i r f a v o r a v e l m e n t e i/ãó s ó n a n o s s a p r á t i c a como
cambem s e r e v e l a r á n a p r ó p r i a o a p a o i d a d e d e e n t a í i d e r e a n a l i s a r a r e a l i d a d e
o o n o r e t a a p a r t i r do ro m p im e n to oom o t e o r l o i s m o qu e mareia n o s s a s o o n c e p ç õ e s
a tu a is .
O lh an d o s o b o p r i s m a do m o v im en to d a s o o i s a s , d e v e - s e n o t a r que e s ta m o s
v i v e n d o o d e s a b r o c h a r d e uma c o n j u n t u r a f a v o r á v e l a o c r e s c i m e n t o d o s m ovim en
t o s p o p u l a r e s (a r e f e r e n o i a p a r a I s s o s e r i a m o s f a t o 3 que h o j e e a t ã o a c o n t e —
o e n d o e n ão o e s t a v a m a c o i s a de um h x h ©u doife a $ o s ) . D evem os c o n s i d e r a r '
q u e n o s li m i f r e s d a a t i v i d a d e a t u a l do MO ( s u a s l u t a s e c o n ô m i c a s e s p a r s a s e - *
a s m a is r a r a s e p o u o o e x p r e s s i v a s m a n i f e s t a ç õ e s p o l í t i c a s ) e do ME ( e d a p .
b . em g e r a l ) , o e f e i t o o b j e t i v o que e s t a a t i v i d a d e p r o d u z é , qu an d o m u ito de
d e s g a s t e d a d i t a d u r a b u r g u e s a - l a t i f u n d i á r i a , o u s e j á , o o n s i d e r a n d o - s e que *
n a o e s t a a b e r t a uma l u t a e f e t i v a p e l o p o d e r , que p o s s a a b a l a r a s b a s e s d a s^o
o i e d a d e , a s b a s e s de s u s t e n t a ç ã o de c l a s s e do e s t a d o b u r g u ê s - l a t i f u n d i á r i o ,
o s e n t i d o o b j e t i v o d a l u t a d e c l a s s e s h o j e ( i n d e p e n d e n t e d a o o n s c i ê n c i a e ix
d a s i n t e n ç õ e s d e u n s ou o u t r o s s e t o r e s s o o i a i s ) n ã o é de c o n f r o n t o j d è l u t a
a b e r t a ( e nem v e l a d a ) p e l o p o d e r , m as d e d e s g a s t e d e s t e . N e s te s e n t i d o a i n d a
s e p o d e v e r tam bém a p r ó p r i a l u t a e o o n ô m ic a n a m ed id a em que f o r t a l e o e o MO,
q u e d e s m a s c a r a o s f u n d a m e n to s d a s o c i e d a d e o a p i t a l i 3 t a , que a b r i g a a b u rg u e ­
s ia a r e a g i r , m o s t r a r s u a s g a r r a s , u s a r t o d a s u a l e g i s l a ç ã o e s u a f o r ç a . No
e n t a n t o , o a l c a n c e d e s t e d e s g a s t e é a i n d a m u ito p e q u e n o (bem m en o r sem d u v i ­
d a n o MO do que no ME) e s e f o s s e m o s d e f i n i r n o s s a t á t i c a p o r e s t a c o n f i g u r a
ç ã o d a s i t u a ç ã o a t u a l c a i r í a m o s em e r r o . A o o n t r a - p a r t i d a d e s t e d e s g a s t e é a
a c u m u l a ç ã o de f o r ç a s d o ^ m o v im e n to e é a e s s e a s p e c t o d a s c o n t r v d i ç õ e a a t u a i s
q u e d ev em o s d a r o p e s o m a i o r , onde a n o s s a a t u a ç ã o d e sem p en h a um p a p e l e f e t i
vo.
0 t i p o de m o v im e n ta ç ã o p r e d o m in a n te h o j e no MO é a r e s i s t e n o l a & e x p i o
r a ç ã o e e s t a m o v im e n ta ç ã o , a s f o r m a s d e l u t a e o r g a n i z a ç ã o com que a c o n t e c e m ,
s ã o a e x p r e s s ã o do n í v e l d e a o n s c i ê n o l a a t u a l da c l a s s e . A q u a l i d a d e d e s t a '
, ' *» f
o o n s o i e n o l a s o p o d « m udar p e l a e ç a o de d o i a f a t o r e s * o a m a d u r e c im e n to do m o*
v ir ç e n tò em t o r n o d e s u a p r ó p r i a e x p e r i ê n o i a , t a n t a n d o e e x p e r i m e n ta n d o f o r m a s
d e iriLuta e o r g a n i z a ç ã o , r e a p l i o a n d o f ó r m u l a s f e l i z e s , r e f u t a n d o o u t r a s e t o . ,
e p e l a r e l a ç ã o d a v a n g u a r d a com o m o v im en to (v a n g u a r d a oom o m o v im en to (v a n ­
g u a r d a e s t a n ã o s ó p r o l e t á r i a ) a tu a n d o em o Ima d a s l u t a s e n o s o r g a n i s m o s ,
o r i t i o a n d o a s f o r m a s d e l u t a , e s t i m u l a n d o a o r g a n i z a ç ã o I n d e p e n d e n te e a u n i
d a d e , f a z e tf d o a a g i t o a ç ã o e p r o p a g a n d a r e v o l .
As m o v lm e n ta ç o e s que te m o c o r r i d o no oampo da p e q u e n a b u r g u e s i a te m '
a s s u m id o um c o a r á t e r bem m a is p o l í t i o o do que a s do MO. No e n t a h t o , oomo ,ía
o b s e r v n m o e , e s t a s l u t a s , a d e s p e i t o d a s i n t e n ç õ e s p o l í t i o a s d e a l g u n s , n e* 1
o o lo o a to a d i t a d u r a o o n t r a a p a r e d e m as o b j e t i v a m e n t e a d e s g a s t a m , r e v e l e d 1
su a f a l á o l a , a d esm aso aram .
A s s im , s o b o p r i s m a do e f e i t o r e a l de d e s g a a t e da b u r g u e s i a e s e u s in a
t r u m e n t o s de d o m in a ç ã o d e um l a d o e p r i n c i p a l m e n t e , no que t o o a a i n t m r e n —
ç ã o d a v a n g u a r d a o r g a n i z a d a , do p r o o e s s o d e a o u m u la ç ã o de f o r ç a s p a r e d e f i —
n i r oomo s e « a p r e s e n t a h o j e a r e l a ç ã o do m o v im e n to r e v o l u o i o n á r i o oon o po —
d e r p o d e re m o s c o m b a t e r a s i l u s õ e s v o lu n ta r is ta s e u tó p io a s dos r a d ic a ls pb,
p o d e re m o s f o r m a r uma v i s ã o r e a l i s t a do a l o a n o e a t u a l d a s l t í t a s o p e r r r i a s e •
i s s o v a i r e p e r o u t i r n ã o aã. no p la n o d a p r o p a g a n d a p o l í t i o a e d á l u t -Is i d e o l ó -
g i o a o o n t r a o u t r a s t e n d ê n c i a s eomo tam bém em n o s s a a t u a ç ã o , naB fo v m as de l u
t a e o rg a n iz a ç ã o a p ro p o r, e t o . <
A b o rd a n d o a g o r a m a is do p e r t o a r e l a ç ã o c o n c r e t a d a 0 . 'oom o m o v im e n to ,
e p re c is o d if e r e n c ia r a lg u m a s q u e s t õ e s , F o r e x e m p lo , o o n s l d e r a r i o o que se
te m cham ad o d e s e t o r m a is >skuk a v a n ç a d o do m o v im e n to , a p a r c e l a que s e o r g a ­
n i z a em 0 3 , qu e p a r t i c i p a em p a s t o r a i s e t o . , o s e u n í v e l de o o » s o i ê n o i a , e a
do m o v im en to d e m a s s a em g e r a l , s ã o d o i s n í v e i s d i v e r s o s a c o r i s i d e r a r g o rçju e
s ã o s i f e r e n t e s ò s s e u s n í v e i s d e o o n s o l ê n c l a e p o r q u e a q u e l a p a r c e l a n ão é a
l i d e r a n ç a do m o v im e n to , n ã o o r e p r e s e n t a .
Os s e t o r e s m a i s a v a n ç a d o s n ã o só vêem a n e o e s s i d a d e d a u n i f i c a ç ã o e r<e
f o r ç a m e n t o d o ^ m o v im e n to , co m b atem bem o u m a l o p e l e g u i s m o e o a t r e l a m e n t o , *
oomo tam bém tê m uma v i s ã o a n t i - c a p i t a l i s t a f r a g m e n t a d a ,' de d i v e r s o s m a t i z e s .
A e s t e n í v e l , n o s s a t a r e f a p r i n c i p a l é a p ro p ag an d a, m o s tra r a n e c e s s id a d e '
d a l t i t á p o l í t i o a , d e n u n o i a r e r e v e l a r o c a r á t e r de c l a s s e d a d i t a d u r a , o p e -
p e l áo p r o l e t a r i a d o , do p a r t i d o e t o . Ao n í v e l d a m a s s a , no e n t a n t o , o n í v e l
de o o n S o i ê n o i a e bem i n f e r i o r e p a r a e s t a a a l t e r n a t i v a d a d a e s p o n ta n e a m e n te
e a l u t a p e l o s s e u s i n t e r e s s e s im e d ia to s , a l u t a e c o n ô m ic a , r e i v i ^ d i o a t ó r i a .
A p l a t a f o r m a qu e p o d e r e s p o n d e r a e s t e n í v e l de c o n s o i ê n o l a e a. d i s p o s i ç ã o *
d e lu t^ i é uma p l a t a f o r m a s i n d i o a l . É s o b a é g i d e de uma t a l p l a t a f o r m a que
a v a n g u a rd a s o o l a l i s t a e a p a r o e l a a v a n ç a d a p o d e rá ro m p er a s b a r r e i r a s que a o
• e p a ra m do m o v im e n to e s p o n t â n e o . I s t o n ã o s i g n i f i c a s e o m i t i r d e f a z e r a a —
g i t a ç ã o p o l í t i o a m as s im que no m aro o d a s o o g d i ç õ e s a t u a i s erfca n ã o p ode s e r
a t ô n i o a , o f a t o r d e o i s l v o p a r a o a v a n o o do m o v im e n to , f itfà n d o f c e s t r i t a a 1
c o n d i ç õ e s l o o a l l z a d a s , d e p e n d e n te do n í v e l d e r a d i c a l i z a ç ã o d e d e t e r m i n a d a s
s i t u a ç õ e s , d a q u a l i d a d e d a p r e s e n ç a e do t r a b a l h o d o s s e t o r e s a v a n ç a d o s no
l o o a l e d e s e u s v í n o u l o s oom o m o v im en to e t c . I s t o n ã o a f a a t a a n e c e s s i d a d e
d a p r o p a g a n d a r e v o l u o i o n á r i a a Ber f e i t a n a e s t e i r a do m o v im en to e s p o n t â n e o ,
m as e s t a v a i e n o o n t r a r um -oam po m enos f é r t i l h o j e n a a g i t o ç ã o p b l í t i o a do que
n a m o v im e n ta ç ã o e o o n ô m io a .
No que t o o a à a g l u t i n a ç ã o d a p a r o e l a a v a n ç a d a , a c r e d i t o qu e a p e r s p e c ­
t i v a m a is g e r a l p a r a g a r a n t i r a s u a o o e s ã o e r e f o r ç a m e n t o é d e f e n d e r a a d o -
ç ã o de uma p l a t a f o r m a s i n d i o a l que s e j a l e v a d a à a t i v i d a d e j u n t o à m a s s a e *
no p r o c e s s o d a l u t a p o l í t i c a r * i d e o l ó g i c a * em a e u s e i o p ro o u rar a firm a r u -
ma afcx p l a t a f o r m a d e ^ e x p r e a s e a s n e c e s s i d a d e s p o l í t i o a s a t u a i s do m o vim en to
f u n d a d a em n o s s a v i s ã o p r o g r a m á t i c a e n a s o a r a o t e r í s t i a a s c o n j u n t u r a i s , no a
c ú u u l o d e f o r ç a a e t o . 0 s e n t i d o d a p l a t a f o r m a s i n d i c a l comum p a r a a OS é g a ­
r a n t i r a c o n d i ç ã o n d e a t u a r o o n j u n t a m e n t e oom f o r ç a s d a s q u a i s d i v e r g i m o s no
p l a n o e a t r a t e g i o o e mesmo d a s p e r s p e c t i v a s p o l í t i o a s i m e d i a t a s , Ê o fu n d am en
t o d e s u a u n id a d e n a m e d id a em qu e é a e x p r e s s ã o d a q u a l i d a d e de s u a r e l a ç ã o
i m e d i a t a oom o m o v im e n to d e m a s s a .
E n t ã o , p r o c u r a n d o o r d e n a r a s a t i v i d a d e s h o j e , no dque d i z r e s p e i t o aa
MO, pod em os o b s e r v a r o s e g u i n t e ;
A ^ p l a t a f o r m a g e r a l que d e v e i n r g i m i i r g í y s e r v i r foom o r e f e r ê n c i a p a r a
a a t u a ç ã o d a p a r c e l a a v a n ç a d a e uma p l a t a f o r m a a i n d i o a l . T r a t a - s e d e uma p i a
t a f o r m a g e r a l d e a g i t a ç ã o • d e n ú n c i a , u t i l i z a d a com o r e f e r ê n c i a p a r a o r i e n - ~
t a r a a l u t a s p a r c i a i s e d e v e a e r t r a d u z i d a , r e a u m id a o u d e s d o b r a d a em f u n —
ção d a s o o to d iç õ e a p r ó p r i a s d e c a d a l u t a , d e o a d a s i t u a ç ã o . A a g i t a ç ã o e de
n ú n o ia p o l í t i o a s , e m b a a a d a numa p l a t a f o r m a p o l í t i c a qu e 8 e f u n d a m e n ta , em u l
t im a i n s t â n c i a , em n o a a o p r o g r a m a m as q u e • t r a d u z i d a p a r a o s m i l i t e s d e noji
s a s t a r e f a s de a c u m u la ç ã o de f o r ç a s e t a r e f a de n o sso B ca m a ra d a s ou s i m p a t i ­
z a n t e s p r e s e n t e s à s l u t a a de m assa ou p e l o s s e t o r e s de o p o s iç ã o i n f l u e n o i a —
d o s p o r n o s s a p r o p a g a n d a . A a g i t a ç ã o x p o l í t i o a p a r a a m a s s a f i o a d ep en d en d o 1
d a s o o n d i ç o e s e p o s s i b i l i d a d e s l o o a i a . A a g i t a ç ã o p o l í t i o a f e i t a p e l a OS 9
v is ta oomo o o n j u n t o v a i d e p e n d e r d e s e u n í v e l d e o o n a o i ê n o i a . A s s im , t r a t a -
s e p a r a n ó s de t r a v a r a l u t a i d e o l ó g i o a em a e u a e i o m as p r o o u r a n d o g a r a n t i r
no p l a n o i m e d i a t o a s u a u n id a d e d e a ç ã o em t o r n o d a a g i t a ç ã o e o o n o m io a j u n t o
á m assa.
A a t i v i d a d e p r i n o i p a l d e p r o p a g a n d a é j u n t o à s p a r c e l a s a v a n ç a d a s do 4
m o v im e n to o n d e e l a s s e o r g a n i z e m , m asm i s t o n ã o e x c l u i a n e o e s s i d a d f c de n o s s o
t r a b a l h o d e p r o p a g a n d a a o n í v e l d a s f á b r i c a s , em b o ra n e s t e o am p o , p e l a qu aljL
d ad e d o a o o n t a t o s que a e p o s s a f a z e r i n i o i a l m e n t e ,- o n í v e l d a s o o lo o a ç õ e s e
o a te m a s podem t e r que s e r m a is b a i x o s e l i m i t a d o s . A B sim , h á uma d u p lo oam—
po p a r a a p r o p a g a n d a n a a f á b r i o a a h o j e : um no s e n t i d o d a o r g a n i z a ç ã o in d e p e n
d e n t e t a l oomo e l a a e d e s c o r t i n a h o j e s o b a s p e r s p e c t i v a s de c r e s o i m e n t o e
f o r t a l e c i m e n t o d e o p o s i ç õ e s e o u t r o no s e n t i d o de n o s s o p r o g r a m a r e v o l . , c a ­
p i t a l i z a n d o e l e m e n t o s p a r a n o s 8a p e r s p e c t i v a e s t r a t e g i c a .
No qu e t o c a a o r g a n i z a ç ã o do m o v im e n to , a i n d a que sem uma v i s ã o m a is £
l a b o r a d a d a s p o s s i b i l i d a d e s e p e r s p e c t i v a s , a r r i s o o a lg u m a s i d e i a s p a r a me -
lh o r se d i s c u t i r .
S abem os qu e o s i n d i o a t o a t u a l n ã o s e m a ro a p e l o p a p e l d e o e n t r o a g lu tJ L
n a d o r e o r g a n i z a d o r do m o v im e n to e i s t o f a z oom q u e o m o v im en to em c r e s c im e n .
t o s a i a em b u s c a d e f o r m a a p r ó p r i a s . I s t o n ã o d e v e s i g n i f i c a r p a r a n ó s o a -
b an d o n o d e q u a l q u e r v e l e i d a d e em r e l a ç ã o a o s i n d i c a t o . P r im e ir o que e l e a —
in d a e o o e n t r o n e o e s s a r i o de r e f e r ê n c i a do c a l e n d á r i o s i n d i c a l ( e l e i ç õ e s ,
c a m p a n h a s ) ) s e g u n d o que n a f e d i d a d a m u l t i p l i c i d a d e e avan ço d as lu ta s e le
v a i s e r ch am ad o à a ç ã o , s e j a p o r p r e s s ã o d o s o p e r á r i o s , s e j a p e l a p r e s o ã o dos
p a t r õ e s q u e n ã o p r e s o i n d i r d a s m a l í o i a s p e l e g a s . Também n ã o . s e d e v e m e n o sp re
zar a a t i v i d a d e f o r a do c a l e n d á r i o s i n d i c a l o f i f f i a l qu an d o s e p o d e u s a r o
s i n d i c a t o p a r a p r o p a g a r uma l u t a , o o n v o c a r a s s e m b l e i a s e t c . E v i d e n t e m e n t e , x
aw o o n d i ç o e s d e s t e a p r o v e i t a m e n t o s ã o l i m i t a d a s a i n d a m a is s e o o n s i d e r a r m o s
o c a r á t e r p a r a - p o l i o i a l q u e te m a s s u m id o o p e l e g u i s m o , m as nem p o r i s s o devem
s e r s im p le s m e n t e d e s c a r t a d a s , , C ada c a s o d e v e s e r o u i d a d o s a e i n d i v i d u a l m e n t e
e s t u d a d o . B ob e s t a o t i c a a i n d a p n ã o s e d e v e t e r p e j o em p r o o u r a r u t i l i z a r c a
n a is le g a is p e r m i t i d o s p e l a e s t r u t u r a s i n d i c a l ou p e l a l e g i s l a ç ã o tra b a - ~
l h i s t a oomo a a f o r m a ç ã o (o u a t u a ç ã o em) de c o m i s s õ e s s i n d i o a i s , C lp a s e t o 0
P a r t i c i p a r d « sto « s t r u t u i a utmAtmnl n ao s i g n i f i c n em e i c o m p a c tu a r com o a t r e l a
m en to na m çd id r em que s a o p a r t© d a v i d a a t u e i do MO e que e s t e nao c o n s t i t u i u »
cm ouR h t s $ o r i a P u s a a l t e r n a t i v a p r ó p r i a a i s s o . ,
Ao n i v e l d a s l u t a s d e f a b r i c a v. a fo rm a o r g a n i z n t g r i a quo te m „ s u r g id o p a r a
f a z e r ,f r © n t© à e n e c e s f-ld fid e e de l u t a que tem s u r g i d o s a o , a s c o m is u o e s p o r e © ç a o ,
p o r f á b r i c a ©tCe L ß t a s n a c tem e i d ç p e rm a n e n te s » Emfcora e p a p e l c o n s t a n t e d a v an
g u a r d a p r o c u r a r e s t i m u l a r a fo rm a ç a o e a c o n s o l i d n ç a o de o r g a n ia m o s d c l u t a e r©
p .re & o n ta ça o d a c l a s s e , d e v e - s e n o t a r que a s c o n d i ç o e s i m e d i a t a s parR ume. am p la 11
fo rm a ç ã o e c o n s o l i d a ç ã o de t a i s o r g a n is m o s ifi-s d iK tis tK s x r iw r a x m m a x a a s a o l i m i t a ­
das p e la fra g o e n ta ç a o d a s l u t a s ..* p e lo a t r a s o da c o n s c i ê n á l a .
P o r i s s o , em bora ç s t a f u n ç ã o n u n ca d e i x o de s § r uma p r c o c u p a ç a o n ossa e
doa e e to r e s a v a n ça d o s, e p r e c i s o p e n s a r a o r g a n i z a ç a o do m ovim ento d e m a n e ira m a is
am p la que p r o c u r e t i r a r p r o v e i t o d a s c o n d i ç o e s d g v e r s a s a t u a i s , , É n e s e e s e n t i d o
qu© c o n s i d e r o i m p o r t a n t e o e s t í m u l o à p : o l i f o r a ç a o de o ig a n ie m o s l e g a i s p a r a a
r e a l i z e ç a o de a t i v i d a d e s d i v e r g e s a s q u a i s me r e f o r i a n t e r i o r m e n t e ( c u l t u r a i s ,
e g p o r t i v a s © t c . ) qu ©9 em bora Dao ç e p r e s e n te m ea> s i uma a v a n ç o da l u t a eco n ô m ica,,
a a o um m oio d© s e a t i j a g i r medL.or num ero de o p e r á r i o s com a p ro p a g n n d a , de p r e p a ­
rar a f a z e r a a g i t a ç a o e c o n ô m ic a e p o l í t i c a , s a o uma "e B C O la " dg o r g a n i z a ç a o ©
do e x e r c l m e n t o d a s o & i d a r i c d a d e dt< c l a s a © e? p o r cim a de tu d o # s a o uma e s t r u t u ­
r a d e recuO o E s t a r o d e d e o r g a n is m o s c >m^ j r d i s c c n o s , r a f a m e n t e b a s ta p ara o
tra v a a e n to d a s l u t a s e devem os sim p r o c u r a r a c o n s t i t u i ç ã o d e o r g a n is m o s m a is
v o l t a d o s ,p a r a a l u t a o p e r a r ia ,» a s o o m is e o e s » mas e s t a s c j a d is s e m o s nem s e a p r©
sa o p o s g ív e ie de s a r o » c r i a d a s e m a i t i d a s .
,N ao s e r i a o p o r tu n o a g o r a * d a d a a a b s o l u t a f a l t a de e x p e r i ê n c i a n o s s a ( ©
do p r ó p r i o m o v im e n tç) f i c a r d e s d o b ra n d o ©m d e t a l h e s qug.1 s e r a o - m ecanigm o d a 1 JL
g n ç a o d e s s a s c o m i s t o e e com a q u e l a e s t r u t u r ^ d a o p o s i ç ã o com a e c o m is s o e s » a
e s t r u t u r a l e g a l o Uma v e z d e f i n i d o s o s c r i t é r i o s © $ p o l i t i c a g e r a i s , m u ito v a i
t e r que a e r a p r e e n d id o cqm a e x p e r i e n c i a ^ com a e t e n t a t i v a s o o s e r r o s ,
No qu© t o c a a o ^ c a r a t e r a b e r t o ~ o u c l a n d e s t i n o d á s o r g a n is m o s d a c l a s s e ho­
j e , p e l a s mesmas r a z õ e s que a e s t r u t u r a cham ada de r e c u o © a b e r t a j a quo j o g a *
com p o s s i b i l i d a d e s l e g a i g e a a g i t a ç a o e c o n ô m ic a p o s s a s e r , e v e n t u a l m e n t e s a b s r -
t a ( a d e p e n d e r d e ^ c o n d i ç o e s e s p e c i f i c a s ) , o g r o s s o d a a g i t a ç a o p o l i t i c a e mesmo
e c o n ô m ic a a i n d a v a o t e r que s e r f e i t a s p ç r m e io s c l a n d e s t i n o s , o u ^ s e m i - c l ^ n d e s t i
n o s . ‘ N e s te s e n t i d o , devem os t r a b a l h a r p a r a que a s , OS e a s co m isfco es de f a b r i c a
s e e s t r u t u r e m em m o ld e s o s i ç a is r e s g u a r d a d o s p o s s í v e i s , o qu©, no a n ta n h o , n ao
d eve s e r u » a c o n d iç ã o p a r a n o s s o t r a b a l h o e nsm m u ito m enos uma co n d ifcao a p f l
o i i p a r a p a r t i c i p a r m o s d e t a i s o r g a n is m o s » 0 que devem os é , a p o ia d o s numa v i s a o
da l u t a d e c l a s s e e e d a c o n j u n t u r a , d a s e x p e r i ê n c i a s h i s t ó r i o a s do m ovim ento e t c
d e f e n d e r a n e c e s s i d a d e do r e s g u a r d o d e t a i s o r g a n is m o s p e l o que a in d a n ao têm
r e s p a l d o r e a l d e um m ovim ento d e m a s s a s a o q u a l l i d e r e m e que o s e n c u b r a e p r o ­
te ja .
Ab l u t a s que s e tra v a m h o j e no Mg e ©n o u t r o s s e t o r e s d a pb em g e r a l ( i n ­
t e l e c t u a i s c o n t r a a c e n s u j a » a r e p r e s s ã o e t c » ) têm um cu n h o bem m a is p o l í t i c o e ,
também p o r i s s o , a a g i t a ç a o p o l í t i c a a f a z e r n e s t e m eio é m u ito m a is f r e q ü e n t e
e p ro fu n d a » E l a s i n t e r e s s a * d e s p e r t o a o p r o l e t a r i a d o a in d a m a is p o r q u e , p o l í t i c o s
que s a o e te n d e n d o f a c i l m e n t e k r a d i g a l i z a ç a o p peçam m a is a c u r t o p r a z o s o b r e a ,
e s t a b i l i d a d e p o l i t i c a da d i t a d u r a , s a o um campo f e r t i l p a r a a p ro p a g a n d a d a s t e
s e a re v Q l* A c r e d i t o que a p o s t u r a g e r a l do p r o l e t a r i a d o p a r a com e s t a s m ovim en“-
i c s t a ç o e s , d e v e s e r de a p o i a r e r e f o r ç a r e s t a s l u t a s n a m ed id a em que r e p r e s e n -
Um a d e n u n c ia d a d i t a d u r a e s s e u e g r á t e r de ç l a s s e ( s e u s i n t e r e s s e B , *sn a& me­
c a n is m o s e t o . ) r c r i t i c a n d o a s i n t e n ç õ e s d e m o c r á t i c o p e q u e n o -b u r g u e s a s que s a o ire
p r im i d a s a m a io r p a r t e d g l a s ( c o n t r a A I - 5 e t c » ) e tambem n a meddda em que p o s -
sam r e f o r ç a r a o r g a n i z a ç a o in d e p e n d e n te d e s e t o r e s de o l a s t e a iiá tu i& s a l i a d o s po
t e n c i a i s do p r o l e t a r i a d o .
M u ito em bora a l u t a p o l í t i c a n e s t e m aio s e j a a m a is v i s í v e l * e l a s o f r e n e -
ce & u & ila m e n te ais c o n tin g ê n c ia * » d a O o u ju n tu ra e do p a s s a d o U i s t o r i c o d ü u tv luovi -
m e n to , s o f r e v a i s e v e n g , x e c r u d g s o e n d o em a lg u n e m om entos m o tiv a d a s p o r f a t o «*
re s e s t i m u l a n t e s ( e l e i ç õ e s , p r i s õ e s ) e r e g i e d i n d o m a is a d i a n t e . I s t o e p a r a mos
t r a r que o t r a b a l h o n e s t e m eio n&o pode s e r e s t r i n g i r à xi a g i t a ç a o p o l í t i c a m a is
ra c íic a l e que também v a l e p a r a t a i s s e t o r e s a n e c e s s i d a d e d a c o n t i n u i d a d e do a o
v im e n to em t o r n o de o b j e t v o s m enos a r r o j a d o s , m a is l i g a d o s a s c a r a o t e r í s t i c a 3
p ró p ria s de c a d ç s e t o r . No c a s o do ME, a l u t a r e i v i n d i c a t o r i a em t o i n o d o s p r o ­
b le m a s u n i v e r s i t a i i o s , da KUt de m e rca d o de t r a b a l h o , p o r exem p lo e em o u t r o s s e
t o r e s l u t a s c o n d i z e n t e s com c a d a um d e l e s ( s a l a r i a i s , m e lh o ie s c o n d i ç ç e s de t r a ­
b a l h o , e t c . ) p r o c u r a n d o sempe r e f o r ç a r a o r g a n i z a ç a o in d e p e n d e n te e a a c u m u la ç a o
de f o r ç a s .
P o r c e r t o , uma v i s a o m a is d e t a l h a d a d a m a t e r i a l i z a ç a o d e s t a s p e r s p e c t i v a s
v a i d e p e n d e r de uma a n a l i s e m a is p ró x im a d a s i t u a ç a o d o s o r g a n is m o s e x i s t e n t e s ,
d a ç f o r ç a s a t u a n t e s e m ,s e \j n e i g e s u a s p o ç i ç o e s a t u a i s e s o b r e tu d o de n o s& as '
p r ó p r i a s f o r g s , p o i s s ó ^ a i e n t a o s e r á p o s s i v e l uma c o r r e t a h i e r a r q u i z a ç a o d a s pri^
o r i d a d e s , dg d i s t r i b u i ç ã o de r e c u s o s .
Mas n ao r e s t a d ú v id a s „ d e que a a u t o c r í t i c a d a s p o s i ç o e s a t u a i s do p r o j e t o
no s e n t i d o g e r a l p r o p o s t o n ao s o pode m u l t i p l i c a r e s t e s r e c u r s o s em p r a z o r e a l t i .
v ã m en te c u r t o como também a b r e uma gama a t é e n t a o i n s u s p e i t a d a de p o s s i b i l i d a d e s
p a ra e x p lo ra r n o ssos re c u rs o s a tu a i s .
Km
V I. Onde s e p r o c u r a t i r a r a lg u m a s c o n c l u s o e s .
.. r e l e i o ^ e s t a s t a n t a s p á g i n a s e n ao p o s s o d e i x a r de p r o v a r um& lo n g ín g u a s e n
s a ç a o de d e sâ n im o a o ^ v e r fluao io n g e e l a s aL n d a f i c a r a m d a s intençoeB i n i c i a i s „
a o v e r q u a n ta s q u e s t õ e s n ao f i c a r a m bem e l u c i d a d a s , q u a n ta s o u t r a s f i c a r a m em a -
b e r tO ; a o v e r g g e n e r a l i d a d e d a s c o n c l u s o e s .„ A xxx c l a r e z a , a q u e l a o l a r e z a que
r e p u t a v a s e r t a o i m p o r t a n t e p a r a uma d i s c u s e a o m e lh o r e m a^s p r o d u t i v a , e s t a o lft
r e z a que te im a em s e i n s u r g i r c o n t r a q u a s e t o d a s a s p r o d u ç o e s e x t e r n a s e i n t e r -
n a s d a Q. d o s ^ ú l t i m o s tem pos e que a b r e o e s p a ç o p a r a t a n t a s c o n f u s o e s e „ t a n t a s
a c e i t a ç õ e s i r r e s p o n s á v e i s , m a is \jma v e z b u r l o u rao m e lh o r de n o s s a s i n t e n ç õ e s . A
id e ia i n i c i a l de r e p o r t a r a s c r i t i c a s a c i t a ç õ e s t r a n s c r i t a s d o ^ P r o j e t o e , d 8 ou
t i o s d o cu m e n to s e t e x t o s a c a b o u sen d o p r e t e r i d a d i a n t e da e x t e n s ã o c a t a s t r ó f i c a
e i n v i á v e l que a s s u m i r i a o t e x t o mas s o b r e t u d o p e l a u r g ê n c i a em me f a z e r x p r e ­
s e n t e no d e b a te a n t e s que a p o e i r a do v e n d a v a l f r a c i o n i s t a f o s s e a s s e n t a d g p e l a
c h u v in h a m iuda d a r o t i n a . E q u a n ta s o u t r a s q u e s t o e ç r e f e r e n t e s à s d i g c u s s o e s prfe
p o s t a s s o b r e o P ro g ra m a e a e s f c r e t e g i a , s o b r e a p o l i t i c a de o r g a n i z a ç a o , s o b r e a '
s i t u a $ a o d a 0 . e o s m é to d o s n ao fo ram r e l e g a d a s .
E , no e n t a n t o , em que p e s e e s t e r o s á r i o de f a l h a s e l a c u n a s , c o n s i d e r o que
f o i p o s s i v e l a p r e s e n t a r , d e b a ix g de uma s é r i e de â n g u l o s e a p a r t i r , d e d i v e r s o s
p o n to s d e p a r t i d a , que a s p o s i ç o e s a t u a i s d a 0 . s e embasam em p r i n c í p i o s f a l s o s
e a n á l i s e s p a r c i a i s , que a s c o n c l u s o e s que co n tém s e p r e s t a m a uma p o l í t i c a e s -
q u e r d i s t a , s e c t ç r i a em s u a c o n c e p ç a o ^ g l o b a l . P e n s o a in d a que mesmo n o s l i m i t e s em
que me f o i p o s s i v e l a b o r d a r a s q u e s t õ e s , f o i p o s s í v e l a p o n t a r p a r a uma s é r i e de
n o v o s p ro b le m a s e p e r s p e c t i v a s p a r a s e u e n f r e n ta m e n to ,, no s e n t i d o f i n a l d a 0 . r e
c u p e r a r s e u ^ p a p e l d e v & n gu ard a r e v o l . , h o j e , in e q u iv o c a m e n te p e r d i d o . A lg u n s com
p a n h e i r o s n ao c o n s e g i r a o c o n t e r o r i s o . "N ovos p r o b l e m a s í " E algum o u v id o a t e n t o
n ao d e i x a r a d e e s c u t a r o ç s e o b i o de uma e n f i a d a de " i s m o s " s e a r t i c u l a n d o h i s t é ­
r i c o s ao a r . E n f i n , o a r e de t o d o s . J á a c a b e ç a » c a d a un tem a s u a .
£ tom ando como r e f e r ê n c i a e s t a s c r i t i c a s e p r o b le m a s q xe l e v a n t e i que co n ­
s i d e r o o campo da r e a b e r t u r a d a , d i s c u s s ã o n a 0 . F e l a r em r e a b e r t u r a ? Mas e l a j á
n a o e s t a a c o n t e c e n d o ? Nao vem a i„ u m a u o v a c i e c u l a r n & c i o n a l , a num ero 10, d i r e c i o
n a n d o -a e p r o g r a m a n d o -a ? Vem e n ao vgm . E Bt a d i s c u s s ã o que vam a i , a que c e r t a - ~
m en te^ v a i s e r p r o p o s t a , uma d i s c u s s ã o que c o r r i g e o P r o j e t o - .( c o m o a f i i r ç u l a r 8 )
mas n ao q u e s t i o n a - o , ou que o r e a f i r m a , como W9 mas que n ao o l e v a em j u c x i i x x x x
c o n t a em s u a p r a t i c a ( e nem c r i t i c a d o P r o j e t o q u a n d o ^ d e fe n d e s u a p r á t i c a que é
c o n t r a d i t o r i a com e l e ) . E s t a d i s c u s s ã o , c e r t a m e n t e , nao n o s b a s t a . A c r e d i t o B i n -
c e r a m e n te que a m enos que a 0 . g e a b r $ , s e d i s p o n h a , s e e s f o r c e em d i s c u t i r oa
q u e s tã n a m e n to s a o P r o j e t o e l a ^ n a o d a r a um p a s s o p a r a s a i r do im p a s s e ípue em que
s e e n c o n t r a , um im p a s c e que n a o s e m o s t r a no d i a a d i a p o rq u e o b s c u r e c i d o p e l a
" c o e r ê n c i a " d a s p r o p o s t a s p o l í t i c a s » mas que e x p lo d e i n s o l ú v e l , sem a c h a r c a n a i s
p a r a s e r d i s c u t i d o , p o rq u e e s t e s c c n a i s s a o b a r e a d o s p e l a " l è g i c a l e n i n i s t a " do
P ro je to .
A d i s c u s s ã o qu© a e f e z n e c e s e a r i a , p o r t a n t o , d e v e g e r v i r p a r a r e t i f i c a r o s
d e s v i o s em que a , 0 . s e em brenhou n a f o r m u la ç a o e a p l i c a ç a o de s y a a p r o p o a t a s a -
t u a i s . E l § d e v e r a c e r t a m e n t e r e p e r c u t i r no c o n j u n t o de n o a s a p r a t i c a , in a tr u m e n -
t o s , c r i t é r i o s e m é to d o a . A d i s c u s s ã o d e v e sL n d a r e a f i r m a r de m a n e ir a v i v a , '
c o r r i g i n d o a s d i a t o o ç o e a im p l a n t a d a s no p e r í o d o r e c e n t e , o p a p e l e o l u g a r do *
c e n t r a l i s m o d e m o c r á t i c o , r e a f ir m a n d o a u a s u s t e n t a ç a o no P ro g ra m a e e s t r a t é g i a da
0.
Náo s e r i a o c a s o a d i a n t a r a q u i um r o t e i r o e p r a z o s p a r a a d i s o u s s a o . l a t o
d e v e s e r f e i t o „ p e l a d i r e ç ã o com a mdor p b r e v id a d e « De q u a lq u e r f o r m a , p a r e c e -m e
rçue a r e a l i z a ç a o de uma C o n f e r e n c i a que e n f r e n t e a s q u e s t õ e s a ,, que me r e f e r i ,
que s i t u e e , r e f e r e n c i e e dê p r a z o s p a r a o d e s f e c h o d a a ^ d i s c u s s o e s s o b r e o P r o -
tr a m a e e s t r a t e g i a no c o r p o * d e um C o n g r e a s o , a r e a l i 2 a ç a o d e s t a C o n f e r ê n c i a é u -
ma n e c e s s i d a d e r g a l e q u a lq u e r fo rm a de e n f e s ta m e n to que n ao e s t a pode comprome
t e r a s u a c o r r e ç ã o , á o r e d i t ç a i n d a que d e v i ó à g r a v i d a d e d o s a c o n t e c i m e n t o s r e - ~
c e n t e a , p e l o a l c a n c e d a a c r i t i c a s e q u e a tio n a m e n to s l e v a n t a d o s , e s t a C o n f . d e v a
s e r e a l i z a r no m a le c u r t o p r a z o v i á v e l . I s t o a i g n i f i c q , g a r a n t i n d o o e s p a ç o e o
tem po p a r a uma e f e t i v a p a r t i c i p a ç a o c o l e t i v a n o s d e b a t e s , o a p ro fu n d a m e n to d a a
c r itic a s a tu a is .
N e s ta C o n f . a 0 . d e v e a i n d a d e f i n i r o e s p a ç o do C o n g r e s s o e n e s t e , c o n s i ­
d e r a n d o /s e uçaa n o v a e ç a de x k í k k s h k k k k I b relac«b o n am §n to com g. e s q u e r d a a p a r t i r
á g uma r e v i a a o a u t o c r í t i c a d a 0.»* n e s t e e s p a ç o , e n t § o , p o d e r ã o s e d a r a s c o n d i -
ç o e s e f e t i v a s de uiaa r e a p r o x im a ç a o e mesmo u n i f i j a ç a o , p a r t i c u l a r m e n t e oom a s Os
que s e fo rm aram §ob a b a n d e i r a do PSpB .
Tudo i s s o , como a e v e , p r e ç s u p o e um p r o c e s s o a u t o c r í t i c o d e g ra n d e e n v e r g a
d u r a e p r o f u n d id p d e . Uma t a r e f a a r d u a , sem a m enor d ú v i d a , e s t a de c h e g a r è v e r ­
d a d e . E m y ito e c o m p a n h e iro s p o s s i v e l m e n t e a i n d a gu ard am a s m a r c a s d o s d e s g a s t e s
d a d i s c \j s a o a n t e r ò r e n ao v e ja a . com b o n s o l h o s e s t a n o v a t e n t a t i v a de d e s p e n t e a r
o que j a e s t a v a p e n t e a o , de r e n e g a r o que j á e s t a v a a c e r t a d o » A os c o m p a n h e iro s
to jo o a l i b e r d a d e , d e r e p r o d u z i r u m ,t r e c h o de M a rx , d i r i g i d o à i m p a c i ê n c i a d o a
f r a n c e e e a , e n c o n t r a v e l num d o s p r e f á c i o s a o C a p i t a l .

"N aç h á e s t r a d a r e a l p a r a a c i ê n o i a
e s o t e u pm p r o b a b i l i d a d e de c h e g a r
a s e u s cim o s l u m i n o s o s , a q u e l e s que
e n f r e n ta m a c a n s e i r a de g a l g á - I ob
por v e re d a s a b r u p ta s .”

X.X.X/X.XoX.X.Xo/X.X.X.XoXoX.X.^X.X.XoX.XoXo/XoX.X.

(6-4) -L u ís -
r2> -0-o Gi Ç - i u
-27-

das condições e possibilidades locais, a agitação política feita pela


0.3. vista como conjunto vai depender de seu nível de consciência. As
sim, trata-se para n<5s de travar a luta ideológica em seuj3eio mas
procurando garantir no plano imediato a sua unidade de açao em torno
da agitação econômica junto à. massa.
a atividade principal de propaganda é junto às parcelas avan
çalas do movimento onde elas se organizem, mas isto nao e::clui a ne-<*"
cossidade de nosso trabalho de propaganda ao nível das fábricas, em­
bora neste campo, pela qualidade^dos contatos que se possa fazer i-
nicialmente, o nível das colocaçoes o os temas podem ter que ser mais
baixos e limitados. Assim, há u m duplo caapo para a propaganda nas
fábricas hoje: u m no sentido da organização independente tal como ela
se descorting lioje sob as perspectivas de crescimento e fortalecimen
to de oposiçoe3 e outro no sentido de nosso programa revol., capitaTi
zando elementos para no ssa perspectiva estratágica.

I!o que toca à organização do movimento, ainda que sem uma


visão mais elaborada das possibilidades e perspectivas, artisco al­
gumas idéias para melhor se discutir.
Sabemos que o sindicato atual nao se ma rca pelo papel de
centro aglutinador e organizador do movimento e isto faz com que^o
movimento em crescimeto saia em busoa do formas próprias. Isto nao^
deve significar para nós o abandono de qualquer veleidade cm relaçao
ao sindicato. Primeiro que elo ainda^ó o centro necessário de rofo-
rência do calendário sindical (oloiçõos, campanhas); segundo que n a
medida da multiplicação o avanço das lutas elo vai ser chamado^à a-
ção, seja^por pressão dos operários, seja pela pressaojlospatrocs
quo não vão prescindir das malícias pologas. 'xVaibóm nao oo devo m e ­
nosprezar a atividade fora do calond'rio sindical oficial quando se
pode usar o sindicato para propagar u m a luta, convocar assomblóias,
etc. Svidentemente, as condiçoos Tosto aproveitamentoo sao limitadas
ainda mais so considerarmos o cai átor para-policial que tom assumido
o poleguismo, mas nem por isso dovom sor simplesmente descartadas.
Cada caso deve ser cuidadosa c individualmente estudado. Sob osta ó-
tic a ainda, não so deve ter pejo cm procurar utilizar canais logais
permitidos pela estruturaisindicai ou pela legislação trabalhista
como a formação (ou atuação gm) do comissões sindicais, Uipa3, etc.
Participar desta cstruturajiao significa em si compcatuar com o atro
lgmonto n a medida em que são parto da vida atual do iJO e quo este
nao constituiu, cm sua história, u m a alternativa própria a i33o.
no nível das lutas do fábrica, a forma organizatória quo tom
surgido P^ra fazer fronte as necessidades do luta^quo t o m surgido 3ao
as comissoc3 por soção, por fábrica, etc. üJstas nao to m sido pormanom
tes^ ünbora 6 papel constante da v anguarda procurar estimular a for-
maçao c a consolidação de organismos de luta c ropresontaçao da cias
so, dove-so n o t q u o as condições imdodiatas p ar a u m a ampl forma-
çao e consolidação do tais o r g m i s m o s 3ao limitadas pela fragmenta-*
çao das lutas, pelo atrazo da consciência.
Por imsso, embora osta função nu nca deixo de ser u m a pregou
paçao nossa e dos setores avançados, u prociso pensar a orgçnizaçao
do movimento do man eir a mais ampla que procuro tirar proveito das con
diçõos adversas atuais. 2 nesse sentido quo considero importanto o os
tímulo h proliforaçao de organismos logais para a roalizaçao do ativi
d,.des diversas y-3 quais m g referi m t e r i o r m o n t e ( ctilturais, espor­
tivas, otc ) que, embora nao representem em si u m avanço d •, luta eoo-
nômica, são ü m meio de so atingir maior námero do operários com a
propaganda, do proparar a fazer a igitação econômica o política,
são uma "escola" do organização e de oxorcimcnto da solidariedado de
classe e, por cima de tudo, sao u m: estrutura de recuo. Esta rode
do organismos como j ' dissemos, raremonto basfca p>-ra o travamonto
das lutas o dovomos sim procurar a constituição do organismos mais
voltados par£ a luta oporária, as comissões, mas estas, já dissemos,
n e m sorapro sao possívcÍ3 de serem criadas o mantidas.
Nao seria oportuno agora, dada a absoluta falta do experiên
cia nossa (0 do próprio movimento) ficar geadobrando o:n dotalho 3 qual
oorá ojaeoanismo da ligação dessas eomissoon com aquela estrutura, da
oposição com as comissoes e a estrutura legal. U m a V 02 definidos os
critérios e a po.'* itica gerais, muito vai ter quo aei* apreendido com
a experiência, com as tentativas e oa erros.
.To que toca ao caráter aberto ou clandestino dos organismos
da classe hojje , polas mesmas razõos que a estrutura ohaiaada eje re­
cuo 6 aberta já que joga com possibilidades legais e a agitação eco­
nômica possa 3er, eventualmente, aberta (a depondor de condiçoos ca-
pocíficas), o grosso da agitação políica 0 ’•’mesmo econômica ainda vão
ter que ser feitas por meios clandostiiios, ou semi-elandesjinos. ííos
te sentido, devemos trabalhai’ para quo as 0.3. c as comissoes do fá­
brica 30 ostryturcm cm moldes os mais resguardados possíveis, o quo,
no entanto, nao devg sor ■uma condição para nosso traballio c nem mui­
to monos uma condição a priori para participarmos do tais organis­
mos. 0 que devemos <5, apoiados numa visão da luta de cla3sos e da
conjuntura, das#$)xperieneias históricas do movimento, etc., defen­
der a noccssidaaü do resguardo de tais organismos polo que ainda não
tem do respaldo real de um movimento de massas ao qual lidorom e
quo os encubra e proteja.
a s lutas cuo 30 travem hojo 210 HU 0 emoutros setores da p.b.
coral (intelectuais contra a censura, a ropressag, etc) tôm um eu
^riho bom maie político c, tambóm por isso, a açitaçao política a fa~
ser neste moio 5 muito mais frequente e profunda. iSlas interessem
de perto ao proletariado ainda^mais proquo, pol áticas que são e ton
dondo facilmente & radicalização, pegam mais a curto prazo sobro a “
estabilidade política da ditadura, sao um ccmpo fortil para a propa­
ganda das teses revol. Acredito quo a postura geral do proletariado
para com estas movimentações deve ser de apoiar e reforçar 03 tas lu­
tas na medida em quo representem a donáncia da ditadura em sou car£tor
de classe (seus intoressos, mocaniomos, etc), criticando ao intenções
democrático pequeno-ourguosas que sao imprimidas a maior parto do-
las (contra aI-5, etc) 0 tambóm 11a medida em quo posorm reforçar a
organizaçao indopondonte de setores de classo aliados potenciais do
proletariado.
Iluito ombora a luta política neste meio soja a mais visível,
ela sofro noeossariamonte a3 contingências da conjuntura 0 do passa­
do histórico deste movimento, sofro vaio o vens, rccrudgscondo om al
guns momentos motivadas por fatores estimulantes (oluiçoes, prisões)*
e regredindo mais adianto. Isto ó para mostrar que otrabalho neste
moio não podo so restringir à agitaçao política maio radical e quo
tembórn valo para tais setores a necessidade da continuidade do mo­
vimento om t o m o de objotivos monos arrojados, mais ligados às ca­
racterísticas próprias de cada' sotor. No caso do I:U2, a luta reivin-
dicatória om t o m o dos problemas universitários, da RU, do moreado
de trabalho, por exemplo 0 om outros ootorgs lutas condizentes com
cada um dolos ( salariais, molhoroo condiçoos de trabalho, etc.) „
procur.uido sempre reforçar a organização independote e a aeumulaçao
de forças:
Por certo, uma visão mais detalhada da matorializacao gostas
perspectivas vai depender do uma análiso mais próxima da situaçao
dos„organismos existentes, das forças atuantes om seu soio 0 3uas p_o
siç 003 atuais 0 sobretudo do nossas próprias forças, pois só aí en­
tão sor£ possível uma correta hiorarquizaçao das prioridades, do dis_
tribuiçao do rgeursoe.
Mas nao resta dávidan do ouo a autocrítica das posiçoes atu
ais do projeto no sentido ogoral proposto nao só podo multiplicar os,
tes rec\jros om prazo rolativamento curto como tambóm abre uma gama
ató entao insuspoitada do po 3 sibilidadeo para explorar nosos recur­
sos atuais.
Releio estas tantas páginas e ngo posso deixar de provar uma
longínqua sensaçao de desânimo ao ver quao longe elas ainda ficaram
las intenções iniciais, ao ver quantas questões não ficaram bera el'a-
cidadas^ quantas outras ficnrarn em aberto, ao ver a generalidade das
conclusoes. a clgreza, aquela clareza que reputava ser tão importante
para uma discussão melhor e mais produtiva, esta clareza que teima em
se insurgir contra quase todas as produções externas e internas da
0. dos 'ilt imos ^tempos e que abre o espaço para tantas confusões e
tantas acoitaçoos irresponsáveis, mais uma vez burlou o melhor dc^
nossas intenções, a id<5ia inicial do reportar- as críticas a citações
transcritas do Projeto o de outros úocumontos o textos acabou sondo
preterida diante da extensão catastrófica e inviávol que assumiria
o texto ma 3 sobretudo pela urgência cm me fazer presente no debate
anto 3 que a poeira do vendaval fracionista fosse assentada pela chu-
vinhg miuda da rotina. E quantas outras questões referentes às dis­
cussões propgstas sobro o Programa o a estratégia, sobre a política
de organizaçao, sobro a situação da 0. u os métodos não foram rele­
gadas .
E, no entanto, cm que po3C este rosário de falhas o lacunas,
considoro que foi possível apresentar, debaixo de uma série de ângu
los o a partir do diversos pontos do partida, que as po3Íçoes atuais
da 0. se emba3am em princípios frJ-sos e rmáliscs parciais, que as
conclusões que contem se prostam a uma pol; itica esquerdista, sectá­
ria em sua concepção glo b al. Penso ainda que mesmo nos limites em que
me foi possível abordar as quustões, foi possível apontar para vima
série dc novos problomaa c perspectivas pmra seu enírentamento, no
sentido final da 0. recuperar seu papel de v a n ^ u a r d r c v o l ^ , hoje,
inequivocamente perdido, Alguns companheiros nao construirão conter
o riso. !,Novos problemas!” E algum ouvido atento nao deixar* de es­
cutar o assobio do uma enfiada de :,ismos:7 se artieul -ado histéricos
no ar. Enfim, o :x é de todos. Já a cabeça, c.'.da um tem a sua.
ê tomando como referencia estas críticas e problemas que
levantei que considero o campo da reabertura da discussão n a 0. Fa­
lar em reabertura? Mas ela ja nao ostá acontecendo? Ilao vom aí uma
nova circular nacional, a n£ 10, direcionando-a e programando-a?
7em e nao vem. Esta discu 3 são que vem aí, a que certamente vai ser
proposta, uma discussão que corrige o Projeto (como a^Circular 0)
mas nao o questiona, ou que o reafirma, como ias nao o leva em
conta em sua rprática (e nem critica o Projeto quando defende sua
prática, que é contraditória com ele). Esta discussão, certamente,
não nos b^ 3 ta. Acredito sinceramente *ue a menos que a 0. se abra,
se disponha, se esforce em discutir os questionamentos ao Projeto
ela não dará ym passo para sair do impasse em que se encontra, um
impasse que nao se mo3tra no dia a dia porque obscurecido pela t:coe-
rencia " das propostas políticas, mas que explode insolúvel, sem achar
canais para ser discutido, porque estes canais sao barrados pela
'•’lógica l e n i n i s t a ^ d o Projeto.
A discussão que se faz necessária, portanto, devo servir
para retificar os desvios cm que a 0. se embrenhou na formulaçao e
aplicação de suas propostas atuais. Ela deverá certamente^repercutir
no conjunto dc nossa prática, instrumentos, critérios e métodos. A
discussão deve ainda reafirmar de maneira viva, corrigindo as distor
çoes implantadas no período recente, o ppapcl^e o lugar do centra­
lismo democrático, rofafirmando sua sustentação no Programa o estra­
tégia da 0*,. v
Nao seria o caso adiantar aqui um roteiro o prazos para a
discussão. Isto deve ser feito pela diro^ao com a maior brevidade. Dc
qualquer foajma, paroco-me que a roalizaçao do uma Conferencia que on
frente as questões a qüe me referi^ qúe situe a» referencie e dê
prazos para o desfecho das discussoeg sobre Programa e estratágia
no corpo de um Congresso, a realizaçao desta Conferência é uma n e ­
cessidade real e qualquer forma de enfrentamento que nao esta pode
comprometer a sua "correção. Acredito ainda que devido à gravidade
dos acontecimentos recentes, pelo alcance das críticas e questiona­
mentos levantados, esta Conf. deva se re<J.izar no mais curto prazo
viável. Isto gignifica, garantido o ospaço e o tempo para uma efeti­
va participaçao coletiva nos debates, o aprofundamento das críticas
atuais. a
Nesta Conf. a t). deve ainda definir o espaço do Congresso
e neste, considorando-se^uma nova era do relaoioncaonto com a esquer
da a partir dc u m a revisgo autocrítica da 0*, nesto e3paço, entao,
podorao ge dar as condiçoes efetivas do u m a raaproximaçc>o e mesmo
unificaçao, particularmente com as 0 . ’s que so formaram oob a b^.n-
doira do PSpB.
'fudo isso, como se vê, pressupõe u m processo autocrítico de
grande envergadura e profundidade. Uma tarefa árdua, 3em a menor dú­
vida, esta de chegar è verdade. 13 muitos companheiros possivelmgnte
ainda guardam a3 marcas dos desgastes da discussão anterior e nao
vejam com bons olhos esta nov a tentativa de despentear o que já es­
tava penteado, de renegar o que já estava acertado, a o s companheiros
tomo a liberdade de reproduzir u m trccho de tlarx, dirigido a óimpa­
ciência dos franceses,’ cncontrável n um dos prefácios ao Capital.

"Nao há ostrada roal para a ciência


e BÓ têm probabilidade de chegar a
3 0U3 cimos luminoso3, aqueles que
onfrentam a cansoira do galgá-los
por veredas abruptac.”
(29 parte )

1. 0 golpe de Estado que, em abril de 64, sub sti tu iu a democracia par


læxsntar burguesa pela ditadura militar, tornou-se uma necessidade para
as classes dominantes com a radicalização da luta de classes. 0 aseeri
so do movimento de massæ, dentro da crise cíclica da économie ca pita -
lista brasileira, pôs em perigo o lucro e o 3Í3tema de dominação da
burguesia.
Mas em abril de 64 nào existia no Brasil uma classe o pe rar ia ind_e
pendente. Or ga nizada pelas cdpulas e mobi liz ad a em torno de bandeiras
populiste, a classe operaria ainda não podia tomar o poder. Po r outro
lado, os me can is mos de dominação direta da -burguesia h avi am se d e sga s­
tado o esgotado sua capacidade de c o n t i n u a r garantindo o po d e r p o l í t i ­
co. de o proletariado ainda não podia governar, a burgue si a naquela
poca já não podia fazê-lo. Foi em tais condições que todas as classes
foram silenciadas politicamente e "cairam de joelhos diante da culatra
do fuzil". A intervenção do exército e a implantação da di tad u r a aber
ta desarua politicamente todas as clæses, mas apenas para ga ran ti r
poder social da burguesia, a propriedade, a família, a religião e a or_
dem burguesas.
A ditadura m i l i t a r brsileira <5 uma ditadura aberta e indireta da
burguesia. ]5 o po d e r do Estado t o m a d o autônomo e apoiado em baione -
ta3. Entretanto, ela somente r eforça as características da hegemo ni a
do grande capital no bloco dominante.
Não houve uma alteração das classes no pod er em abril de 1964 .
0 Estado era e permanece uma ditdura burguesa e latifundiária, subor­
dinada ao imperialismo, e sob a hegemonia do grande capital. 0 golpe
de abril não m u d o u as. c l a s ses no p od er mas a l t e r o u a forma do seu po-
dur e o peso específico de csâa um dos setores deminantes. A mudança
na form a do poder tinha <çe se dar através de uma contínua e conflitosa
depuração das velhas lideranças, da destruição do poder dos velhos re
présentantes da dominação de classe, da organização de novas i ns tit ui-
çCfes e novas lideranças. A3 lutas políticas no seio das classes domi ­
nantes de l ápara cá p ro moveram essa substituição de lid- ranças e apa r£
tos de governo, e com isso alteraram aprópria correlação de forças ns
composição das c l æn es dominantes, com a hegemonia mais nítida dos gru­
pos mo nop olistas e financeiros. 0 distanciamento entre o po d e r polítl
cc e as suas bases 30ciai3 - c ara cterística da ditadura m i l i t a r - p e r ­
m i t i u ao novo regime faze r a políticade um se t o r mais dinâmico do sis­
tema, exatamente aquele setor que está também mais destacado de qual­
quer atividade em particular e que representa o capital em sua forma
maÍ3 pura : o setor financeiro, lí essa camada da clsse dominante que
detém a hegemoniado regime.
0 reinado do c a p i t à financeiro no Brasil está enraizado no desen­
volvimento capita lis ta ocorrido nas décsfe anteriores, a m o n t a g e m de um
grande p a r ue industrial i mplicou n um enorme processo de centràização
e concentrarão do capital, e no estreitamento da integração imperialis
ta. Aditadura m i l i t a r acelera e reforça essas t e n d ê n c i ® objetivas. En
tretanto, é importante ins istir em que a ditadura m i l i t a r é umavarian-
te da ditadura da burguesia, e não de parte dela. É ditadura de classe*
isto é, da classe inteira e não de 'ima fração, nem de um "setor ultra
reacionário". A dit ad ura m i l i t a r reforça a integração imperialista,mas
não é a ánica f o m a de dominação burguesa cqpaz de fazê-lo. oua parti-
culaidade - enquanto ditadura "ta e indireta da burguesia - é an­
tes c on seq u ê n c i a de uma determinada situação política, é o produto de
uma c o n tin gê nci a conjuntural, quando a burguesia se m o s t r o u incapaz de
manter, através dos 'eus mecanismos diretos, a sua propriedade, sua fa
milia, 3ua religi&> e sua ordem. A tutela militar g a r a n t i u a reprersão
sobre o movimento operário, e a recuperarão da taxa de lucro através
do arrocho salarial.
2. Até 1968, a continuação da crise econômica e as divisões internas
da burguesia, com reflexos no aparelho militar, impediram a consolida
ção da ditadurae reativa?am manifestações aplas de massa, como as g r e ­
ves operárias de Contagen e Osasco e o movimento estudantil.
A consolidação da ditadura se deu a p art ir de fins de 68, e o
AI-5 é u m marco neste sentido. A consolidação da dit adura aborta se
beseou nos êxitos alcançados na repressão aos movimentos de massa ope
rários e estudantis, na repressão às organizações de esquerda e nõ
desmantelamento da oposição democrático-burguesa. 0 pano de fundo que
pos sib il ito u a polarização de forças em t o m o do regime (coesão das
forças armadas, apoio da burguesia e consentimento passivo de grande
parte da pequenaburguesi4>y t o r n and o- ® em base social duradoura, foi a
recuperação econômica ocorrida a part ir de 1968.

3. AX-ecuperaçS econômica foi possível com a elevapão da taxa de lu


cro em decorrência do arocho salarial, e com a racionalizarão econômi­
ca que acom pa nho u a aceleração dà processo de concentraçi) dó capital.
A lenta retomada do ciclo de crescimento se deu com a utilização da
capacidade ociosa na indústria, e com a atração de investimentos mas-
siços provenientes do centro do sistema imperialista. U m a conjuntura
le preços -'.avoráveis, no mercado externo, para os produtos primários
e alguns industrializados, deu mão r impulso ao movimento cíclico de
expansão da economia capitalista brasileira.
A política de arrocho salarial foi a solução "clássica" utili za ­
da pela burguesia para fazer fronte à crise. Ela foi, entretanto, u-
ma opção política, somente viável em decorrência da correlação de for
ças na luta de classes. 0 "arrocho" não é uma condição "sine qua non"
para o capitãismo brasileiro. A história anterior a 64 m ostra inclusi
ve outras alternativas para o capitalismo no país. Durante a d ita du­
ra militar, porém, o arrocho salarial tem sido a pedra angular das e-
le v a d ® taxas de lucro.

4. A correlação de forças a que c h eg ou a luta de classes a partir de


68, quando se a rt i c u l o u o aparato repressivo monolítico, manteve a
dispersão do movimento operário e damassa em geral. Nos anos de apogeu:
da di tadura m i l i t a r deixou de existir quãquer sinal de ação conjunta
da classe oper'ria. As lutas irrompiam isoladamentçhas seções de fá»
brica e raramente abrangiam a/fábrica toda Excessões dignas de nota
foram as greves da Brahma(1973 n o Rio), na Volks, Chr ysler e Villares
( ;ão Paulo), c[uenão conseguiram, porém, se expandir. A ação da re­
pressão, a l i q uid aç â dos embriões de organização independente em 64 e
em 68, o arrefecimento da combatividade em função das derrotas políti
cas e das expectativas que o "milagre" econômico chegarai a abrir - to
dos esses fatores pesaram no prolongamento de uma situação objetiva
de descenso profundo do movimento operário. Conheciam-se apenas gru­
pos operáios isolabs formados por antigas li d e r a n ç ® ou por pequenas
frações despertadas para a luta a p a r t i r dos pequenos conflitos. Es-
ssb frações mais av an ç a d ® descreveram uma trqjetória prática bastante
vari áv el e ísâdentada. Logo nos primeiros anos do descenso, formaram-
se alguns grupos operários i n d e p e n d e n t e s , alguns dos quais chegaram a
editar jornas clandestinos e documentos de orientação política, c.en-
trando suaatuaçã) nos sindicatos. Entretanto, as experiências de m a i ­
or relevo foram aquelas desenvolvidas pelas Oposições Sindicais. A 0
posição M etalárgicade 3ao Paulo c h ego u a conseguir significativo cres
cimento nos aoos 72 e 75, sendo em eguida desarticulada pela repres -
s~o. AComissi) primeiro de Maio, organizada no Rio entre 1971 e 1974,
ag lut ino u operários de várias catego:ias industriais, de en vol veu uma
p r áic a de oposição sindical, e pu bl i c o u um jornâ periódico - o "1° de
Maio" - que c h e g o u a criar tradição em alguns setores de m a s s a avança­
da. A grande limitação desses grupos independentes e oposições sindi­
cais foi, porém, a3ua incapacidade de cri ar raizes nas fábricas e man
ter uma c on tinuidade no trabalho. Ma rc ado s por vícios sindicalistas ê
é l e i t o r e i r o s , que impediam o desenvolvimento de uma agitação e propa -
ganda socialistas, os grupos e oposições também não conseguiram desen­
vo lv er métodos profissionais de articulação entre o trabalho legal e
as etividades clandestinas; a sua desarticulação pela polícia tornsva-
se frequente. Estabilidade m a i o r conse gui ra m os organismos de bairro,
onde 3e aglutin ar am pequenas frações da clsse operári a conjuntrmente
com setores proletarizados da pequena-burguêsia. Em sua grande m a i o ­
ria dirigidos pela igreja católica, as "pastorais operárias" e dis—
seminaram bastante, principalmente em São Paulo.
Atos individuais de rebeldia e i n c o n f o r m i s m o , lutas esporádicas e
anônima3 a nível de seção , raramente abrangendo a fábrica tod^ forma-
/;ão de grupos dispersos de oposição sindical ou aglutinados em torno
de Associações de bãrro e pastorais dalgreja - esta é a história, do
1 0 nos anos de auge daconsol i dação da ditadura.

5. A trajetória da esquerda compõe a outra face d a h i s t ó n a desse perí


odo . Evidentemente, não se p o der ia esp era r dos fatores subjetivos uma
i n tervenção t à que implic®se em completa reviravolta hi itórica. Só
podia esperar das forças de es qu e r d a que c o m p r e end es sem as tendências
objetivas do momento, selecionando formas de luta e organizaão e m a n ­
tendo viva a p r o p a g a n d a revolucionária. Entretanto, a his t o r i a da es
querda revolucionária imprimiu-se ao longo desses anos, agravando o
quadro de dispersão dos m o v i m ent os daclasse. 0 desvio de m a i o r parte
das forças para as ações militaristas, e os planos esquerdistas que
part ir am também das organizações que se m a n t i v e r a m no trabalho ojperari_
o, foram 'atores que ac entuaram a desagregação do MO.

6. Nesses anos de a p o g e u da d i t a d u r a militar, apenas o movimento es­


tudantil c o nse gu iu m anter o r g a n i rac:ões mais e stáveis. Reorganizando
Centros jfcadêmicos e Conselhos de Representantes a p artir de 1970, foi
possível dc

(continua na página eguinte)


uma atividade reivindicatoria e de pequenas denuncias na maioria das es
c^las e das principais universidades do pais. Tambem as- atividades cul"
turais e esportivas cumpriram uma funçao importante na formação ideolo-
da massa e na aglútinaçao das frações mais avançadas que se politizavam
nas lutas. A existencia continua dessas entidades possibilitou uma di-
vulgaçao das principais experiencias de luta e a continuidade de um len
to aprendizado politico da massa estudantil nas principais escolas. 0 n-
dç melhor se concentram easas caçacteristicas e ein Sao Paulo. Lm 1971
ja ocorriam cm Sao Paulo assembleias com 500 estudantes presentes, e em
1973 ocorre uma importante manifestaçao de massa no protesto pelo assas
sinado de Alexandre Vanucchi pela ditadura.

ó , A situaçao acima descrita começa a se modificar lentamente com o


inicio da crise capitalista e com os primeitos sinais da crise da dixa-
dura militar, em 1974.
O s primeiros^sinais da crise economica vem <uom a crise financei­
ra» 0 montante da,divida externa e o déficit no balanço de pagamentos -
ja marcavam no inicio de 1974 uma reversão de tendências.
Por outro lado, a inflaçao mundial,crescente^nos paises de çen—
tro do sistema imperialista, repercutia no irasil, não apenas através -
dos encargos anuais decorrentes da divida externa, mas tambem através -
oí elevaçao do preço de certos produtos importados, como c petroleo, —
fertilizantes etc. /Entretanto, a crise munc'ial apenas agravava os f•-
tores internos que ja empurravam a exonomia brasileirq, para a crise^ os
p»íoulaçoes no mercado ,financeiro^ encareçimento do credito e elevaçao -
geral dos preços. Em ultima instancia, ja pesavam entao os orimeiros :i
nais de umr superprodução industrial e da queda dos investimentos prouu
tivos. ,
Evidentemente, a reversão das tendencias ao nivel da economia -
nao signifiervr ja a precipitaçao de uma crise economica,em todas as
suas conseçu encias. Com os drdos atuais, de 1977, e possivel concluir -
qu.e as dificuldades economicas enfrentadas pelo capitalismo brasileiro
nos últimos anos ainda nao significam a atuação das forças destruidorrs
da crise em todo o seu alcance, sendo porem um inequivoco e persistente
einal da crise que se aproxima. A crise ciclica do capitalismo br^silei
ro, em perspectiva, e agravada pol~ crise internacional do capitalismo.
Estimi: tivas para esle ano preveem uma queda na produção industrial a
nivel ainda mais baixo daquele verificado em 197 5, ao mesmo tempo em
cue caem no mercado externo os preços dos principais produtos primários
exportados pelo Brasil.

7, Os problemas econômicos verificades a partir de 1974 reativam as


lutas inte rnas da torguesia. A qjeda da taxa de lucro em alguns setores
industriais e a disputa em torno da distribuição dos fundos de financia
mento desencadeiam a luta pelo controle direto da politica economica. A
intensidade das pressões pelo cntrole da politica economica tem estado
na razao direta dos efeitos que a crise em desenvolvimento e as priori­
dades governamentais exercem sobre diversos setores e ramost esses efei
tos se distribuem desigualmente entre a bqrguesia comercial e industri­
al e no setor financeiro. Importante, porem, ç ressaltar que as pres­
sões sobre o regime nao partem apena.s de um unico setor da burguesia,-
mas de seus diversos setores; eles se tornam cada vez mais claramente -
um movimento da burguesia - em seu conjunto.
Continuando a falar em nome de toda a classe dominante, a ditrdu-r
ra militar mantem, por outro lado, a rigidez de suas prioridades mais -
gerais, nao t.onseguindo assimilar o jogo das forças que se realinham no
seio das classes dominantes, e que pressionam por remaneja^mertos diver­
gentes. A ditadura apenas concede remendos imediatos em varias frentes
— o chamado "pragmatismo responsável" — mas pel a sua propria natureza,
em razao dos mecanismos de decisão qu.e a •caraterizam, nao oferece canais
para a lit re organizaçao e manifestação d-s pressões burguesas, Compreen
dendo que nao encontra hoje canais diretos capazes de tornar eficientes
suas pressões, capazes de materializa-las em efetivas medidas governamen
tais, a burguesia reivindica inicialmente uma "institucionalização" do
regime, e passa depois a falar com muita prudência e cautela em "redemo-r
cratizaçao do pais".
A situaçao do conjunto da luta de classes hoje e muito diferente
daquela que em 64 deu lugar ao golpe militar. A burguesia vem recuperan-
do sua rutqconfiança , depois de todos esses anos de depressão do m o v i ­
mento operário, e vem revitalizando os mecanismos por enquanto cpenas
embrionários — de sua dominaçao direta. H o j e , a burguesia começa a se -
cansar do regime tutelar, dos seus velhos "he^ois" de 64 e dos novos pre
tenderjtes, e luta pela liberfla.de de manifestação e organizcção direta, -
isto e, luta pelo controle direto do aparelho do listado.

8. Assistimos atu almenteAa desagregaçao dos aparatos politicos da ,di


tadura militar. A crise economic'- e o catalizados de um processo continuo
d6 decomposição do regime, tanto mais agravado quanto mais nitida se tor
na sua incapacidade de representrr a classe dominante em seu conjunto —
dentro das novas condiçoes históricas.
Desde 1974 que se desenrola um processo lento, oorem seguro, de -
paulatina subversão dos mecanismos da ditadura indireta. 0 proprio "ri­
tual" das e l e i ç õ e s .mantido inicialmente pela ditrdura como elemento de -
M ' ' A *
composição de sua fachadr, esboça uma tendencia a se transformar em veicu
lo eficicnte para novr.s pressões. A burguesia as utiliza para revitalizar
o r rlrmento, e o parlamento esboça uma transformaçao de orgao de facha­
da para arma politica na luta buí i.iesa pelr retomada do controle direto
sobre ■ s decisões governamentais. 0 MDB tambem começa a se transformar:
de reservr doutrinaria do pensamento burgues-liberal, passa a "frente am
pia" da oposição burguesa, começa a polarizar a burguesia e a peqiaena -
burguesia na na luta pela redemocratiz£ção.
A continuada e pertinaz subversão dos aparatos politicos da dita­
dura militar alcança tambem os simbolos maispreciosos cb regime. A Are­
na, simbolo da "uniao nacional" da burguesia em apoio a .ditadura,, cinde-
atualmente em correntes hostis. 0 chamado "com? ndo revolucionário", -
isto e, o Alt") Comando das Forças Arnjadas - o coração do regime - acentir
divisões interrjas a cada passo que da no sentidc 3a sucessão de Geisel.
Se antes o rodizio dos generais na presidencia serviu para acomodar div«r
. ências e deslocamentos de forças no interior da oficialidade, ,se serviu
portanto^para refazer a. coesão militar em novas bases, agora, so espelha
as divisoe e polrriza movimentos conspirativos. A demissão de Silvio
Frota do Ministério do Exercito, acompanhada peia sua. tentative de mobi­
lizar os Comandos do Exercito contr^ o Governo Geisel,cria um novo marco
na historia da ditadura, militar. As contrrdiçoes engendradas p ela crise
nacional se fundem em torno do processo sucessorio - e esis se mostre in
capaz de resolvê-las. A burguesia vê alarmada a cisao militar, e no ,en—
tanto a cont inuidade da. ditadura indireta passa a significar tambem o
agravamento dessa mesma cisao-.
Enqi ?n to prossegue a decomposição dos seus mecanismos de poder,-
.rr d,itadura militar se enfraquece, fç.z algumas concessões r. oposição demo
crática, e orocura encobrir sua pratica repressive com algumas declara­
ções human is ta.s, tentanto sugerir para si mesma alguma respeitabilidade.
Entretanto,a ditadura enfraquecida nao e uma ditadura em processo de au­
to- democratização. Apesar do avançado estado de decomposição, e da defen
siva d'-'i decorrente, os aparelhos e os métodos do regime continuam exis­
tindo .

9. Dentro ddste duadro de primeiras mudrnças politicas, a pequena -
D e c l . Pol. T.C. -5-
burguesia tr.mbem se movimenta. Toma para si a causa da rede noc r a t ização
recobrer-a com o manto u n i v e r s ã dos Direitos Humanos, das Liberdades D£
mocráticase dos Direitos Políticos, e c ontribui nesta luta com os por-
tavozes mais dinâmicos e com a fraseologia mais radical. Ai mesmo ter:
po em <jie floreia a luta pela democracia com pronunciamentos 3olenes ,
chega $ vêzes a pr om ete r realizar nesta lut a as mais profundas revolu­
ções neste país. A OAB, a A3I , a CNBB, os jornais "Movimento", "Pas­
quim", 'Brasil Mulher", "0 ,São Paulo, o? autênticos do MDB e demais
herdeiros de Brizzolla, tudo isto estimulab pel a e squ e r d a democratista
compõem a "alaesquerda"na frente ampla que hoje luta pela Democracia Li
beral. 0 comportamento da p eq uena-burguesia contribui, enfim, para re­
fo rçar a autoconfiança da burguesia, e sua convicção crescente de que
jápode, afinà, v o l t a r a governar diretamente, e sustentar diretamente
a direção po lítica e ideológica da sociedade brasileira,

10. 0 movimento de massaressurge inicialmente com o movimento estudan


til. As greves gerais de São Paulo e na Bahia e m 1974 iniciaram a re~
tomáia de amplas lutas estudantis, cujo marco mais recente fo ram as m a ­
nifestações nacionas do primeiro semestre deste ano, seguidas pela or­
ganização de greves e passeatas em vários "dias nacionais de luta".
0 movin en to estudantil superou assim a fase das lutas dispersas ,
realizado manife st açõ es nacionais, unificadas. Para que este enômeno
fosse possível pesaram determinações atuais - a crise nsional, o des
contentamento político da peeiuena-burguesia e o enfraquecimento da di­
tadura - mas p e s ar am tamoém as experiências acumuladas e a educação
po lí tic a que a m ®sa estudantil viveu, lentamente, nos últimos ano3, in
clusive durante o período do auge da ditadura. As grandes m n i f e s t a -
ções ocorreram porque os estimules atuais advindos da situação n^cio -
nal repercutem numa ma s s a que e x p e r i m e n t o u uma certa educação pol'tica
e p rod u z i u uma fração bastante po lit iz ada e organir-àda em entidades.
Manifestações políticas por enquanto isoladas em relação ao m o v i ­
mento operário, e s u b met id a a influência maj or itá ria (e quse e x c l u s i —
va)j,da agitação democratista e centrista, o M E até aqui tan sido absor
vido pela oposição liberal à ditadura, e suas m anifestações c a n a l i z a ­
das em auxílio ao movimento pela de mocracia parlamentar.
0 .campo para a radicalização, contudo, se recolocará sempre qu^-
es to urarem man if e s t a ç õ e s estudantis. 0 atual movimento pela reorgan i­
zação 'da TJNE, se bem conduzido, pode rá e xtr apolar os limites do libera
lismo e retomar os m arcos do 29 Q Congresso d a UNE. De grade im portân­
cia são também os l?s passos dados at ua lme nt e no sentido de uma inte —
gração das a ti vidades estudantis com R e a l i d a d e e o movimento da clas­
se operária e dos camponeses,

11. 0 movimento operário ensaia hoje os primeiros sinais de retomada.


0 m ovimento pe l a reposição salarial, deflagrado no AC paulista como um
movimento de índole legal, m o b i l i z o u uma Assembléia de 5.000 operários
em São B ern rdo e r e p e r cut iu em inúmeras outra3 itesembléias op rárias dc
Campanha salarial em vários pontos do país. J]pe3ar de tod-'S as manobras
dos pelegos para amortecer a luta e c a n a l iz á-l a pa r a formas de pres­
sões de cdpula, a luta pelos 34% é a pri m e i r a manifestação coletiva da
classe em defesa de seu nível de vida. Aqui não se pode fala r aindr,
como no M E do 19 semestre, na deflagração de um m ovimento ascendente
gene r a l i z á b . 0 precedente contudo iá permite situar em te mos F3alis
tas a previsão da retomada d^s lutas operárias de massa.
Significativas têm sido as "Assembléias do Povo", que em São P au­
lo c he go u a reunir 5.000 participantes em 1976, enquanto e prevê para
este ano umaafluência muito maior. As assembléias de Bcirro são m a n i ­
festações conjuntas de operários e setores p r o l e t a r i z a d o s , e a sua for
çamotriz é a luta contra a^arestia, an defesa do nível de vida. A3si7T
como o movimento p e l a reposição dos 34%, as "Assembléias do Povo" são
sintoma d^s m o a i f icações objetivas que hoje começam aatingir o compor-
taoento ia clsse operaria, embora ainda se dêem nt quadro geral da d i s ­
persão .
Essa3 primeiras m anifestações de retomada do movimeilto repercutem
nos sindicatos. As últimas Assembléias de C ampanha têm aglutinado um
número sem precedentes desde 68, Da .Assembléia dos 2.000, realizada
em sao Paulo em outrubro de 76, à Assembléia dos 3.000 em São Bernardo
no início deste ano, até as Assembléias recentes, é indiscutível a di-
■ namização ocorrida, refletindo os primeiros e promissores sinâs do len
to despertar ao nível da massa.
Os peleg03 também já sentem as primeiras mudanças, e muitos já pro
curam adaptar linguagem e atitude à novasituação que se aproxima. Con=-
tiruando a cumprir o papel de esvaziar as lutas de massa, e sabotar as
d i v e r s a f ormas de organizações operáias que surgem, os pelemos p r e c i ­
sam no entanto acompanhar o ânimo geral para n&> se isolarem. Daí as
recentes "áuerturas" e maior "combatividade" de reconhecidos pelegos,
diante de próximas eleições sindicais.
Finalmente, cabe destaar que as recentes manifestações operárias
mais uma vez coloc ar am na p rática aorganização pela baBe, n s ábricas.
A forrmção de grupos de apoio por fábrica na luta pelareposição sala ri­
al (na Volks o grupo de apoio c h eg ou a renuir 2 Õ 0 operários), reafirma
a necessidade daorganiz-ção nas empresas. AJLiás, mesmo as lutas desen
volvidas nos anos negros do descen30, como a d a Villares e a da Volks»
também lev ara m à formação de Comissões de fábrica,

1 2 , Os re eridos sintomas de dinamização do movimento operário tem


ur.ia determinação atual no início da crise nacional, no agravamento das
condições de viú da classe com a inflação e o de emprego, e no enfra­
quecimento da ditatira, Mas esta é a atualidade de um movimento que
descr ev eu ao longo dos últimos anos urnadet r minada trajetória h i s t ó r i ­
ca, daqual é também resultado, Pois é justamente a estas tr dições,às
experiências e à m en tal ida de já adquiridas, que a cri e atual da rele ­
vo, 3 preciso portanto compre end er a n at ureza do "lento apiendir^ado "
que a m a s s a op er á r i a ab sor v e u nos anos de descenso, e sobre i:to não
podemos aqui ir além das e vid ê n c i a más gerás,
0 movime nt o operário esteve no últimos anos entregue à 'sua pró —
pria sorte, recebendo no mádmo a inf luência u n i l a t e r à do trabalho edu-
' estivo desenvolvido pela igreja, A ausgneiade um trácàho maior da "es­
querda rovolucionáiã' em geral e da e sq u e r s a proletária e m pati cul ar é
antes de más nada consequência de uma circunstâia objetiva" o limite
físico (e portanto político) a que estão sujeitos os pequenos grupos or
ganizalos daesquerda. Em segundo lugar, pesaa m os desvior cometidos
n a prátíc^ q ue v a r i a a m do tacionismo destrato (tentativa de "cria* lu-
t 3 s"nos primeiros anos de descenso) ao doutrinarismo u l tr a-e ^q uer dis ta
(tentativa de form ar organismos ideais e abandono do trabalho de m a s ­
sa) .
Nas lut's dispersa, nas oposições sindicás, as As sociações e pns-
to r a Í 3 de Bairro, contudo, desenrolou-se a hi stória real do MO, e n e s ­
te terreno fez m ui ta falta a atuação educativo da v ang uar da socialista,
(mesmo considerafo-se aestreiteza d s experiências de luta desenvolvi —
dssj. A pregação da igreja, humanista e conciliatória, foi talvez a voz
m a i 3 expressiva que ~al can ço u contingentes mais significativos d c m a s s & X

.■»torno às lutas mãs amplas, que hoje jáse a nuncia lentamente, v e m mai
umavez marcado pelaingenuidade e pela ausênciade uma consciência de
classe. As correntes peq ue no- b u r g u e s ,:,s da esquerda não fazem mais do
que alim ent ar este strao. levando par a clase o p e r á i a pregação de bancei
ras burguesas, como o reforço às lutas b u r g u ê s ® Efcuais em prol das Li~
berdades D em ocráticas ou Liberdades política. E n t r e ta íto, a força m o ­
triz d a l u t a operárias fioje, que dá conta de ne ces sidades de classe j á
sentidas e extremamente urgentes, é a lutacontra o arrocho e a carestia
É em torno desse eixo que se desenvo lv em os embriões de luta de clsse
nas fábricas, assim como também nos bairros, embora nesses haja uma ai
luição m a i o r dos interêsses em jogo. E sendo esta a for ça motriz das
atuai3 embriões de lutadde classes, é esta a tendência objetiva que
pre ci 3a ser e s t i mu lad a pelos v erdadeiro3 revolucionários, aquem cabe a
taefa intraisferível de m an ter a agitação e a propaganda, ajudar as ira
yões de clsse que pud ere m ser alcançalas a identificar seus inimigos e
a compree nd er os objetivos socialistas.

12. A dispersão das lutas operárias ao longo da conjuntura, e o isolj.


mento das frações mais combativas que c hegaram a s e organizar, criara;-
a f a l s a im pre ss ® sobre asuposta existenclade u macamada da classe dist in­
ta e estratificda. Durante certo tempo, nós caracterizamos estacamada
em nossas teses, e propusemos uma s eparção entre o trabalho de massa
e do trabàho com a "massa arançada". 0 resultado foi o rebãxamento e
virtual extinção do trabalho de massa, das deniincias e das formas de a
gitação áLequáLs à situação. Nesta estanquização entre massae massa a-
v a n ç a d a esteve centrada aconcepção doutrinarista (de esquerda) e o ar­
gumento principal para a prática ult r-e squerdista de c onstruir organis­
mos ideás e "paralelos", isto é, à m a r g e m da realidade. Entretanto, a
ex periência m o s t r a que não existem camadas estratificadas, e a3 fra­
ções mais combativ'S são frações da massa operária, despertadas nas lu
tas, mobili-das em t o m o da dinâmica diária do MO (por mais incipiente
que r:eja ...) e c^ue aprendem naluta e na ex periência própria, como o
faz aclasse operaria em seu conjunto.
A estanquização entre m a s s a e mas sa avançada esteve acompanhada
de toda umateorir’ação sobre a impossibilidade de surgirem lutas n a c i o ­
nais ánda naatual conjuntura. Aqui, foi também o nível das lutas de
classes que pos si b i l i t o u o e s q u e m a t i s m o . Kc.?e, quando ainda não pode-
.lOS fà£T numa nova conjuntura, quando ainaj*. vivemos o período geral do
descenso, á ocor em entretanto ma nifestações estudantis articuladas
n a c i o n a l m e n t e , e o movimento operário já _ ns inu ou um primeiro passo r£s
se sentido. A experiência histó ric a não pode ser e nq uadrada n um esque
matismo rígido. As mudanças na 3ituação po lí t i c a tampouco po dem ser
delimitadas através de um raciocínio maniqueistas -elas acompanham pro
cessos às vezes lentos, e os saltos de quàidále são precedidos por modi
ficações parciais.

13. A crise nacional hoje nos c o l o c a às vésperas da queda da ditaàura


militar. A experiência das lutas de classes e a historia d®3 d i t a d u -
ras indiretas, tanto no Brasil como no exterior, permite que se le v a n ­
tem hipóteses aeste respeito, embora não se deva com isto pret end er re
cria* fórmul's artificias. 0 prime iro ponto que deve ser destacalo Z
que o prolecariab hoje n ® tem condições de derrubar aditadura. Eviden
temente, o quadro poderá mudar, e um ascenso nacional do movimento ope
ráio poderianos c o l o c a r numa situação como a de Cuba em 1958, embora
tal hipótese ~eja b s t a n t e improvável? hoje a crise da ditadura já es
tá bpstante sentuala, enquarto se desenvolve um movimento liberal de
grandes proporções, sustentado pela burguesia e por setores da penuèna
burguesia. A situação atual nos aproxima muito mais dos exemplos da
rTrécia ou da Espanha, ou mesmo do Brasil em 1945, ruando as próprias
clases d om inantes tomaram a in iciativa de p o r um fim à sua ditadura a-
berta. Hoje, a classe operária b ras ileira não luta pelo poders por ou
tro lado, eáiste efetivaiente uma luta contra a d i t a d u r a , e ela partê
...da própria burguesiae de setores crescentes da peque na burguesia.

14. U çl á l timo ponto a ser levartado n a caracterização geral da c on juntu


r a a t u d d i z respeito aos fatores subjetivos, isto é, à 3ituação das o r ­
ganizações de esquerda.
A grande m a i ori a da esquerdab ra sil eir a hoje é democratista, inclu
sive grande parte d ® organizações denominates de "esquerda r e v o l u c i o n á ­
ria'", como o M R - 8 e aAJML. Refletindo claasente as e s p e r a n ç ® atuais da
pe qu ena-burguesig que torce por una R ep ábl ica D e m o c r á t i c a e Liberal, a
es querda te or izo u um complexo discurso de racionalizações para justifi­
car seu gpoio ao movimaito d a bu rgu es ia liberal. Gerãmente afirmando que
a burguesia não poderáabsorver aredemocratizaçi) n e m organ iza r m e c a n i s ­
mos de dominação que n2> -ejam os da ditadura militar, alegando razSos
de táticae agumentos aliancistas no velho estilo do PCB, o democratis-
no reforçae incentiva a convocação da Constituinte (con exceção do MR-
8, que defende ao liberdades democráticas nrs não aceita a Co nstituin­
te) - e d e um modo geral reivindica n a prálca outras formas de domi­
nação burguesa. Estes ® p l o s setores da outrora chaiada "esquerda xevolu
cionárià' são hoje os irais ardorosos herdeiros do reformismo. Tanto
quânü. .0 o PCB, lut am por reformas no Estado burguês-latifundiário.
Correntes centristas p ro curam por sua vez c onciliar a e str atégia
reformista pelaredemociatizaçft com as posições revolucionárias. A r g u -
írientando também com umateoria sobre o caráter permanente da ditadura
militar, s uposta forma exclusiva de dominação possível para a burguesia
b r asileira p r o p õ e m a ban deira geral d luta c o n tr a a ditadura. Esque •
mas teóricos e justificativas à parte, esta "bandeira geral", como se
sabe,é hoje empunhatóapenas pela b u r gue sia e pe l a p e n uen a- bur gue si ^ pois
o proletari alo não luta'pelo poder. A "bandeira geral" da luta contra a
ditadura e p e l ® Liberdades Políticas, que nestes t e m o s é van^uaxleada
pelo MEP, não passa n a prática de uma conciliação com al uta liberal pe
la redemocr tização do Estado,
F i n a l m e n t e , resta considerar a ^ i o s s ^ i r ó p r i ^ i t u a o ã o , a situação da
PO. Tendo seguido uma trajetória de d e s v io s volunt ar ist as e p r o p a g a n ­
distas desde 1970, hoje a PO se encontra dividida em vária3 frações.De
todas as frações daPO, a línica que se m ant ev como herd ira dss po s i ­
ções pro gra na tic a3 e estratégicas dos primeiros Congressos foi a PO-ex
terior. E é em torno das c ríticas publicadas na M M - e x t e r i o r pelo gru
po no exílio que hoje se dá o qarofundamento da no ss a autocrítica, en­
quanto cresce em torno delas tamb'em uma polariza ão da? outr s fra ­
ções, abrindo perspectivas a prazo para a reunificação. Da nossa p a r ­
te, po rt ato , a «içamos agora n^i ut o c r í t i c a aberta pela 4 9 Conferôncia, e
reafirmamos os c onceitos estratégicos do 42 Congressos mobili: arlo-nos
em torncD d a l i n h a e s t r a t é g i c a pela^òrganizáçS i nde pendente do prole taria
do, c on forme consta na primeira parte de s t a Declaração Política, comba
temos as diversas co n c e p ç õ e s etapistas e relormistas da esquerda, e vi
.samos hoje 0 enrázamento na c lasse operáriev sempre dentro da perspe ct T
va de luta pelo Brasil Socialista,

*****:;■

vi
DECLARAÇÃO POLÍTICA ( 3& Parte )
JESES SOBRE TÁTICA

M /
1. Podemos sumarizar a situaçao politica brasileira atual como de —
crise d r. ditadura militar. A atual forma de governo perde, cada vez mais
o^-poio de setores ponderpveis do bloco burgues-latifundiario no poder.-
Nao e apençs a pequena burguesia que demonstra sua insatisfação com o re
3'ime; tambem elementos significativos dr burguesia dão mostra de seu —
cansaço com a tuiela do governo militar e acenam com a reivindicação de
uma abertura democr-tiça. Esse desgaste gradativo dos militares diante -
de suas bases sociais e acompanhado, por outro lado, de uma intensifica-
çao das lutas demrssa, intensificaçao que e mais visivel nos movimentos
de pequenr burguesia, mas que começa a existir tambem no movimento das -
m: ssas t rabnlhadorr.s.

2. 0 desgaste dr ditadura militar, se nao anula o poder repressivo -


do regime e sua capacidade de desarticular osmovimentos de masr.a, nor ou
tro lado tem dr do margem a movimentosmais amplos, tanto no movimento es­
tudantil, quanto no movimento operário. 0 MO parte, no entanto, de pon­
tos extremrmente baixos de orgnnização e conscienvia. as liderança® pele
gas e reformistas dominam a maior p a r t e ,dos sindicatos, o q. e, aliado ao
' trelameuto sindical, vem n tornrr dificil um maior desenvolvimento des
•sas lutas. A modificaçao do qurdro politico e drs possibilidades dof^novl
mentos
/
das massas trabalhadoras vai encontra-las, assim, em um oonto —
A A» ^ «v ' 1

baixissimo d :,consciencia e organizaçao. E ai nao se trata apenas do —


problema historico da inexi syencir da organizaçao independente da classe
operaria e__de seu partido politico; esse problema se agrava pelos anos -
de repressão da ditadura a qualquer movimenteçpo de massa, o que gerou -
ainda mrior apatia, medo e descredito em relaçao as possibilidrdes de lu
ta.

3. N a o vivemos^mais no periodo negro de reaçao, que vai de 1969 r -


1974. A crise economicr e politic- que abala a ditadura militar dr-, hoje
maiores possibilidt des para o surgimento e amoliação dos movimentos de
massa, embora a/Ôitadura mantenha ainda^sua capacidade de repressão ( que
ela u s o minimo indispensável, para nao nmpliaç rànda mais o seu desgas
te politico, interno e externo ). As lutas operarias e de outras camadas
trabalhadoras ressurgem a partir das reivindicações mais imediatas: rs
que se referem as péssimas condiçoes materiais de vida, condições que —
tendem r se agravar cjm o recrudescimçnt o da inflação. Uma ^classe desur-
ganizadr e sem consciência, com seus orgaos de representaçao atrelados -
ao Estado e dominados por uma burocrrcia sindical que tudo faz para amor
tecer as lutas que surgem: eis hoje a situaçao em que se encontra a cias
se operaria ( situaçao que nao e diferente, senao menos grrve, que a de
seus aliados no campo ).
/ M
1-. _ Ao lrdo desta ma situaçao d°s massas trabalhadoras, encontramos -
tambem - da esquerda brasileira. A esquerda não reformista nro soube en­
contrar um- p e r s p e c t i v a justa parr a sua intervenção politica, tendo se
co:itfalidado, alem disso, num momento muito pouco propicio parçn qualquer
inte rvençao. Os erros da esquerda, aliados a repressão militr.r, reduzi
ram de tal modo o contingente d- corrente anti-reformista, que hoje te­
mos que partir, também do lado dr vanguarda revolucionaria, de pontos -
extremamente baixos joara as tarefas que o momento esta a nos exigir. Em
e. — >ecial - O r g a n i z a ç a o , que liderou a luta contra, o reformismo de:„de a -
sua origem e que, p o r t a n t o ,_estavg. capacitada a enfrentar o de> censo de
forma mais organizada, se nao chegou a assumir os deí.vio» mais gritantes
do imedirtismo peque-burgues como o militarismo e o d e moc ra tis mo , por ou­
tro lr.do ficou imobilizada num periodo grande, passou por f-ses volunta—
ristas e esquerdistas, desperdiçando grande parte de suas forças, cindin­
do-se cm diversos grupos e se incapacitando, na prática, a dar uma opção
revolucionaria p a r a o momento de de::;censo.

5. Se tentamos aqui s u m a r i z a r ,esses traços gerais da situaçao politi­


ca atu'1 e da 0. dentro dela, e porque queremos falar aqui de tatica,-
ou seja, dos meios qije pretendemos empregar no sentido de avançar em nos
sos objetivos estrategicos e no sentido de implantar o programr socialis
ta. E, parr i,sso, e essencial a .çaracterização ,da 0., pois ela sera^o su
jeito d- politica traçada, na pratica, Nossa tatica deve refletir não a
tatica ideal de um pau tido ^ja formado para umr intervenção global na lu­
ta de classes, ,como se pudessemos ter as maos recursos dessa ordem. Nos-
sqrti't^ca e r t ati cr de umapequenr orgrnizaçao revolucion rriq, com escac
sos vinculos çorn a,massa e que atua. numa realida.de onde tambem a esquer­
da revolucionaria e reduzida e as massas proletaria.s carecem de organiza
çao proprir e dos elementos mais simoles de uma consciência de classe. -
E sí -c. compreensão, a do nosso verdadeiro peso na luta de classes, muit s
vezes nos fr.ltou, lançr.ndo-nos em tarefas que não tinhamos condi§oes de
realizar. Queremos deixar isso bem claro, para que nro incorramos n o v —
mente em esquemas de taticas e estrategias ideais, tão ideais que de.xa
ram de for& a considerrçao ue nossas verdadeiras forças.

6. Antes de entrarmos em nossas diretrizes taticas, convem destrc r


aqui algumas questões de ordem,mais geral, de metodo de rtuaçao, uma das
quais ja foi incorporada na pratica da organização a partir da ,IV Con—
ferencia: Trata-se, em primeiro lugar, das palavras de ordem p raticas, -
ou seja, drs palavras de ordem parciais para as lutas do proletariado e
de seus aliados. ( Evident emente,estamos nos referindo as lutas parciais
dos trabalhadores da cidade e d p % campo contra o capital, ou rs lutas es­
tudantis contra a PEG, ou soja, as lutas que encontram sua determinaçao
na contradição fundamental da sociedade, e que podem ser canalizadas pa­
ra o movimento revolucionário.) Esta postura diante dar. lutas dos/6raba—
lhr.dores, r de não se opor a reivindicaçao das massas, mas apoia-la, de­
senvolve-la e mostrarmos dentro dela a maior combatividade, tem tanto —
mais importancia quando sabemos que as lutas dos trrbalhadores prrtem
hoje de reivindicações economicas em sua maioria e, diga-se de passagem,
reivindicações muito modestas. Em circunstancias como esèr, a concepção
esquerdista de aplicar as reivindicações de transiçao e fundamentais em
cada luta so nos levaria (como levou) a um isolamento cada vez maior em
relação as massas. Isso não significa que em certas ocasiocs nro deva­
mos nos opor a "embriagues em massa" e fô-carmos em minoria; mas essas
situações s a o ’aquelas em que a classe dominante procura iludir politica_
mente o proletariado, não sendo o caso das lutas economicas da classe
dentro das atuais circunstancias. Exemplificando, se algum dia a bur -
;uesia conseguir ganhar a classe operaria p a r a a opçao de Constituinte,
não sera por isso que abandonaremos nossa posição contraria a Constitu­
inte. Poderemos ate vir a participar de eleições e do proprio p; rir.men
to, mas na medida em que pudermos manter acesa a nossa denuncia a a l t r
nativa burguesa em relação a. crise de poder. Ja as lutas economicas sao,
antes de tudo, reivindicações da classe operaria, representando hoje o
ponto de partida para amob ili za çao do proletariado.
a ~
7. Outro aspecto geral q u e devemos ressaltar aqui e o da estratificaçao
;ia consciência da massa operaria. Como e sabido, a observaiçao dessa es
H f f G , P e&J

tratificação deu margem n serios desvios na linha da O r g a n i z a ç a o , desde


o Pleno Deliberativo. A constataçao da existência de u m a camada mris
consciente, que mantinha continuidade nos orgaos de representaçao, que
nao refluia com o final das lutas levou a nossa politica de "rcumulaçao
de forças na massa avançada" e de secundarizaçao das lutas de massas.As
lutas de mrss a tinham importancia para nos na medida^em que pudessem
fortalecer a aglutinaçao da parcela mais combativa. E verdade que os
rspectos mais acintosos da concepção foram pouco a pouco atenuados
partir do Projeto (1975) e com a novr Tese (1977). De tal forma atenua
dos que rs consequencias nefrstas.na pratica politica (passividade dian
te das lutrs de mass, propagandismo) acrbaram por ser anuladas. Mas fo-
ram anui rd r s , mantendo-se ainda a concepção de acumulo de forçrs na rnr.s
sa avançada, encoberta por inúmeros consideraçoes que a contrabalançr -
vam. E preciso aqui por as coisas em seus devidos lugares. A estrati­
ficação dr consciência da classe de formr. a caracterizar 3 camrdrs den­
tro dclr: r massa propriamente dita, a massa avançada (consciência sin
dical'' e a vr.nguarda (organizada partidrrir1m e n t e ) e uma cnrr cteristica
jerrl do movimento operário (e portrnto, nao so do MO brrsileiro pos-
68), oue so desaparece (momentaneamente) no momento mesmo dr tomada do

poder, quando as parcelas decisivas da massa assimilam a estrrtegia do
parxido.e a materializam. .Nao sendo uma circunstancia especifica do.cr
so brasileiro, es;.a estrrtiiicaçao tem que ser vista uentro dos moldes
gerais da atuação da vanguarda comunista nr luta de classes. E ai nro
ha como privilegiar a intervenção na massr avrnçrdr. 0 desenvolvimento
drs lutrs de mass, a organizaçao e sustentaçao ,dos organismos sindiçris
e a capitalização partidaria sao aspectos inter-rexacionados de um ú n i ­
co processo, onde o determinante sao rs lutas de massr, independente dr
formr em que se dêem (abertamente ou^nao, armadas ou nao, isoladas ou
nacionais, etc). Se hoje as lutas sao pouco expressivas e ocasionais
isso tom de imediato uma consequencir ao nivel da parcela avançada (tam
bem reduzida, tombem dispersa) e ao nivel da vanguarda (hoje, p e q u e n a s
organizações de revolucionários, asm muitas raizes na classe operaria e
que uão formam - e nem podem formar um verdadeiro partido da classe).Nao
ha como privilegiar a intervenção na massr avançada ou concluir querela
seja o resultado mais visivel e importante de nossa intervenção. Nao e
, a
possivel admitir isso nem para o periodo negro de 1969-1974, nem muito
menos agora, quando as lutas de massr tomam cada dia maior vulto.

8. Umr das acusações mais em moda contra a Organizaçao, desde o . seu


nascimento, é a de que a 0. não teria tatica, que seriamos "propagandis
tas", "doutrinaristas". Essa acusação parte, no entanto, de concepções
erradas a respeito do que seja tatica e chega, invariavelmente, de qual
quer 1 " do ,que parta, a concepção pooulista de luta contra a ditrdura .
A tatica da conta dos meios, das formas de luta e de organizaçao prrr
‘-.vrnçarmos em nossos objetivos estrategicos (capazes de colocar a lutr
/ w
úe classes em qovo n i v e ^ ) , que por sua vez sao derivados do Programr so
cialista. A tatica esta assim,, a serviço da estrategia - e delr. nao se
dissocir. Por outro lado, a tatica nao pode deixar de levar em conta
s forças prra materializá-la; os contingentes com que contnmos prra co
locr-la em pratica. Sendo assim, que significado podem ter hoje rs "tr
ticas" de "luta ant i- fas ei st" ,^de "luta anti-ditadura", dej'luta demo -
crática" ou de "luta de resistência", ou qualquer combinaçao que se pos
sr. fazer de todas essrs? Na medida em que as massas trabrlhrdoras hoje
não lo tam pelo poder, se limitam a reivindicações economicas, o que es-
percr dessas inúmeras "taticas"? Em termos de forçrs materiais que se­
tores hoje lutam contra o regime? Obviamente, setores da clrsse domi —
nante e setores da pequena-burguesia urbana. Sao esses que podem ^ser
canalizados gara tais alternativas e nao o proletariado, dado o nivel
de mobilisaçao em que se encontra. E, na hipótese que pudesse, o que
gc.nharir.rn os trabalhadores com a instauraçao da democracia? A liberda-
rw ~ ~ A A
de de organizaçao e ma ni festação, dirao alguns. No entanto, e ilusorio
r char que um movimento dominado nela burguesia liberal e pequena— bur­
guesia possa instaurar a liberdade de organização e manifestaçao para a
classe operaria. Tais conquistas, que no Brasil querem dizer: fim do
atrelamento sindical,fim da lei de greve, liberdade para a imprensa ope
* a ew
raria e seus partidos politicos hao de ser conquistr.s dos trabalhadores
ou nao serao mais do que arremedos nesse terreno. E essas conquistas
M A A
se dao com luta, luta que partira inevitavelmente dos niveis atuais, em
torno de reiviridiceçoes economicas. Centrar a tatica numa luta que os
trabalhadores nao travam e, ainda mais, com conteúdo burguês (nao r evo­
lucionário) significa ceq^rar a atuarão nos astores de pequena-burguesir
e djficultar no meio ooeiarioa organização independente; esir deve se dar em -br
ivos concretos e a pnrtir de lutas concretas e, principalmente, de
ve estar articulada com a propaganda da necessidade do estrdo p r o l et á­
rio ( e nro da democracia burguesa).
/ /
9. A tatica de luta contra a ditrdurr e pu .tanto r u ma bandeira pequeno-
a
burguesa que pietende penetrar no movimento operário. As lutrs economi­
cas atoais do proletariado sao tao luta contra a ditrdurr, como luta pe
lo GRT ou pelo socialismo. As lutas econômicas aturis são rpenrs lutrs
por salário, por melhores condiçoes de vida e de trabalho, contra r. ca­
restia, nao sao lutas politicrs propriamente .ditr s. Os que pensam que
nao, frzem como aqueles que Thalheimer critica em "Os Pontos do Progr a­
ma" : vêem o politico-em toda a parte, transformam o economico s e m n r e e m
politico. E nao tardarao a se decepcionar. Alem do mais, nr hinotese
^e que as coisas fossem diferentes, que o proletariado ja reivindicasse
m l i t i c a m e n t e , entao, nao caberia a palavra de ordem generica de "luta
contra a ditadura"; tal palavra de ordem so serviria para coloc:r os
trabalhadores sob a tutela das classe- ominantes, que mais cedo ou ma­
is tarde se voltariam contra, elas se aproveitando de seu atraso de cons
ciência (lemremos da Argentina, lemremos de Po rt u g a l ) . Caberiam consig
n; s claramente socialistas. Que educassem e organizassem a classe.
M / A

10. Esrro íBmelhonte cometem os comos. que propoe umatatica de resisten-


cia contra a ditadura. Tal resistência nao pode ser criada pela, van£ur_:
das ou bem existe e deve ser organizada; ou bem nao existe e e mais
uma ficção. 0 que importa,e considerar que categorias tais como "resis
tênc ia ", "defensiva estrategica", etc, aplicam-se a forças organizadas,
a exercitos, a classes organizadas e mobilizadas, fora do que nao p a s ­
sam de abstrações e palavras ocas. A questão nao e apenas..de nome*, se
considerássemos a existencie de lutas de resistencia, caberia a nos or-
ganizá-lrs. propor os Comitês de Resistência (que seriam clandestinos),
realizar ações coordenadas no sentido de desgastar a ditadura; enfim,ti
rar as consequências práticas da tatica. Resistencia parte sempra da.
existência de exércitos derrotados e que podem ser organizados na der -
rota do modo a desgastar o inimigo. Nao e essa a situaçao do Brasil ,
infelizmente. Quando a classe foi derrotada em 1964 ela ai n d a nao com­
punha um exercito organizado, ela ainda nao era uma classe nem organiza
* mm
m
da, nem independente. Hoje, estamos partindo de lutas especificas, que
podem e devem ser direcionadas. Tais lutas sao empreendidas por uma
classe que se renovou nesses últimos 13 anos, e que conta com experiên­
cias negativas no sentido de que nao foi organizada e nem teve consciên
cia de seus verdadeiros objetivos. Sua organizaçao deve se dar em tor­
no desformas mais^primarias, mais sindicais, mais economicas, que a de
Comitês de Resistencia ou qualquer outra organizaçao própria de realida
des diferentes, mais avançadas. Nesse snntido, nao ha resistencia poli
tica, assim como e uma impropriedade falar em "resistencia econômica" »
enquanto movimento de classe (unificado). Existem sim lutrs economicas
com possibilidades de se transformarem em lutas politicas e que devem
A M
ser direcionadas objetivando ganhos em consciência e organizaçao que vi
sem a formaçao de um verdadeiro exerci o proletário (objetivo a longo
A A M
prazo, e obvio: ele hoje nao existe, nem mesmo disperso.
/ /
11. Se pudessemos sintetizar o conjunto de nossas diretrizes taticas
para o momento diriamos que nossa tatica e de concentrar forças para o
enraizrmento na classe oueraria de f orma a crirr e fortalecer todos os
embriões de organizaçoes independentes. Isso derivr do fato de sermos
uma pequena Organizaçao, que todavia nao utilizou todos os seus recur -
sos e que tera que faze-lo, necessariamente, nos pontos de maior priori
dade. Deriva tambem da necessidade de maior enraizamento rs classe, de
forma n transformar, a Organiz. çao em uma Organizaçao verdrd eirament e pro
*
l e t a ri c, que reflita em sua vida interna os problemas da classe. E, por
/ / a / *
fim, e tambem uma consequencia do objetivo estrategico mais proximo de
organizar a classe independente. Alguns criticos perguntarao: mas es-
^ ^ A A
ses objetivos nao sao gerais? onde^esta o objetivo politico? em torno
de que bandeiras essa atividade sera feita? A eles so podemos responder
que esses objetivos nao sao gerais. A organizaçao independente da cias
m / / % "
se nao e um objetivo geral, na medida em que ela e uma realidade em' mui
tos paises, mas nao no nosso (sua concretizaçao colocaria, inclusive, a
luta de classes no Brasil em outro nivel - tratando-se de um objetivo
politico da mais alta relevancia) . 0 enraizamento na classe não e ne­
cessário para muitos partidos e organizações (que ja o fizeram), mas
não para nos (e, diga-se de passagem, para toda a esquerda revoluciona­
ria). A concetraçao de forças pode nao ser uma politica tambem em de—
terminados momentos (como o que Lenin descreve em "Que Fazer?"), quando
a presença na classe operaria ja esta garantida em seus pontos decisi -
vos. Quanto rs bandeiras politicas, nos t e m o s um Programa - o Progrrmr
Socialista para o Brasil - que nao foi feito para ficar nas prateleiras
e ser substituido na pratica por plataformas "taticas". Nossa agitação
e oropaganda deriva do Pro grama e e em torno dele que pretendemos, no
me: mo processo em que encaminhamos a criaçao e firtalecimeiito dos orga­
nismos independentes, dirigir as lutas e capitrlizar partidrriamente.En
fim, nosso programa, no qual se baseia nossa agit/prop e um programa so
cialista e não um simples pr ograma anti-ditadura ou um programa.demo -
crático. Mas, e a especificidr de do Estado, a concreticidade da luta
de classes? 0 PSB trata dessa especificidade e dessa concreticidade, e
oor isso ele é atual. Ele define o atual Estrdo como 'Umr ditadura mili
tar que exerce o poder em nóme do bloco bu rgu ês-latifundirrio; por isso,
nossa luta não é uma. simples "luta contra a ditadura", mr.s visa atacar
sobretudo es bc.ses sociais da ditadura (que sao, alias, rs mesmrs da dc
mo cracia).
✓ ✓
12. Esclareçamos mais essas diretrizes de tatica. Nossa politica
rs* v

concentraçao de forçrs deve s e r direcionada para dar prioridade a inter


rs> * rsj * •—

vençao na classe operaria, nas mg-ioes onde ela e mais concentrada, nrs
a
categorias mris combativr s e nas fabricas. Essa orioridade, sem a qurl
M A

o enraizamento nao se daria, deriva da importancia fundamental dr clas­


se operarir nr. frente cbs trabal br dores, das regiões ma is cbse.nvolvidrs so
bre o resto do pais e do fato de nao se poder falar em organizaçao inde
tendente cem organizaçao por fabrica, pela base. Nro e possivel, no en
..tanto, reformular drasticamente a loeaçao de forças da Orgrnizrçao, le­
gada do uma serie de rachas e de praticas erradas que foge dessr linha
de prioridades. Nao e possivel frzer isso sem correr grandes riscos nr
r+i *

desestruturaçao da Organizaçao. E preciso fazer uma mediação entre a


linha de prioridades e r smtuaçr.o rtunl, de modo que a passagem nao cru

;e transtornos. Devemos, de inicio, mobilizar todos os nossos esforços
- em todrs rs frentes - no sentido de utilizar todos os meios de atin -
*
;fir a clrsse operaria. Transferir gradativamente cada vez mris recur -
.3os parr. as areas prioritr ri a s , csntrndo com os limites de nossr. compo­
sição socirl (que, por razoes de segurança, impedira a IP purr e sim —
o l e s ) . E, nor fim, levar em conta a existência de trabalho politicopor
M * / \
pc rte de orgrnizaçoes de linha próxima a nossa, em especirl 0-6 e 0-7 ,
em determinadas areas, evitando a duplicidade ue recursos.
A exclusão da IP enqurnto politicr geral se deve aos problemas de
segurrnçr que ela acarreta dentro das atuais consepçoes politicas.
formulação da oolítica dr IP liga-se inclusive a fase esquerdista, quan
do semelhante recurso seria comor uivei com os pr.droes de u m a pratica pro
oagandista e quase que ecclusivamente clandestina. Mas diante das orien
taçoes aturis, a integraçao de quadros de origem pequeno-buiguesa impos
sibilitr o desenvolvimento de uma pratica mris aberta, que utilize in -
elusive os meiso legais, pois trarit problemas de segurança graves nr
/■ r*J

hipótese de um confronto com a repressão.


13- Essa linbr de prioridades nro exclui o trabalho sindicr1, o tra­
balho de bairro, o trabalho no cam ^o, o trabalho estudantil ou o trebr-
lho com r. pequena burguesia. Em primeiro lugar, porque temos recursos -
em rlgurts desses setores,que nao podem ser realocados diretamente ( ca­
so do M E e dr. pb ) nas fabricas prioritárias; em segundo lugar ( crso
do trabalho de br.irro e tambem do ME ), porque podem ser instrumentos -
par' determinadas atividades que possibilitarao chegar as fabricas; em
terceiro lugar ( caso do trabalho de bairro e üo trabrlho no camno ),—
• o r r tingirem setores de grande imp->rtrncir na frente dos trabalhadores.
0 que queremos dizer e que nao deslocamos recursos par a o trabalho no
cá.mpo e nro entenderemos como um objetivo em^si o M E ( e o trabalho na
pg ); alocaremos recursos nos bairros, oue nao possam ser alocados nas
fabricas, visando objetivos proorios nos,bairros, mrs, princinrlmente,-
chegar as fabricas., E, finalmente, deve mos nos dispor r ,desenvolver to
das rs demais pontas^que surgirem em qualquer setor possivel de adotar
r. perspectiva proletária, mesmo que nro tenha a prihcipal prioridade.

14. Nosso trabrlho de fábrica, trrbrlho prioritário, deve visrr r —


criação e fortalecimento .dos organismos frbris independentes. Para es-sr
tarefa, teremos que combinar o trabalho clandestino ( dito artesanai )-
PsjzS-já-G.p.Jcé

de pe-de-ouvido com formas logris de utilizaçao de Delegações Sindicris,


rssociaçoes esportivra e culturris de faorica, murris, conselhos de re­
presentantes por seçno, etc. 0 trrbnlho clandestino tem rã grrnde impor
trncia, dado o limite das formas legais e o fato de so podermos desen—
volver plenamente nossa agit-prop através de meios clandestinos. 0 obje
tivo deve ser a criaçao e fortalecimento de associaçoes esportivas e e-
culturais,Afundos de assistência mutua, Delegações Sindicais desatrela-
das, comitês de luta etc. Muitas dessas formas^terao vigenci- apenas -
temporaria, enquanto durar u ma luta, mas issoAnão tem problema, nr medi
da em cue a experiencia sera de grrnde importância parr lutas futuras.-
Essas rtividades de criaçao e fortalecimento de associações e org-nis—
Tisos frbris representativos e de desatrelamento dos exist entes lig-dos
aos sindicryos, serao levrdrs a crbo, nrturrlmente, por operários mris
combativos, que tenham consciência da necessidrde de fortàlecer a orga­
nização, a solidariedr.de e o espirito de lutr entre os_ companheiros da
fabrica. N e s s a ,medida, essesorgrnismos agruçarao operários de vrrias —
tendencias politicas dentro de um mesmo espirito de combatividade, alem
de elementos de "massa" ainda nao comprometido^. As restrições prra a
participaçao devera ser, assim, as menores possiveis e os orgrnismos os
niris^amplos possiveis. Pode ser necessaria a agrupoçao clandestina dos
operários mris combativos p a r a d i s c u t i r a direção efetiva dos organis—
mos e drs lutrs fabris; esses agrupamentos, bases fabris de ooosições -
sindicais combrtivas poderão funcionar a base de uma unidade de pontos
de vista no terreno sindical : luta corítrr o arrocho, lutr contra a lei
de greve, lutr. contra o atrelamento sindical, luta pela liberdade de or
ganizr.çao e manifestrçao para os ooerrrios, Na medida ern que a^iutas sê
desenvolverem sera inevitável uma divisão de aguas no interior des:es -
grupos, r base de divergencias politicas que ultrapassem aquela unidade
, ma.s, pOr enqu/rto, dadas as caracteristicas principalmente economicas
das lutas operarias, os grupos poderão existir em torno desses nontos -
colocados.

15. 0 trabalho no sindicato deve ser visto^estreitamente articulado


com o trabalho fabril. As diretrizes gerais sao r. que estao em " Nosso
Trabrlho nos Sindicatos ": a) os sindicatos atrelados nao sr.o instru—
mento de lutas de classes, mas^existerj) para amortece-las; b) nossa tati
ca devo se embasar na destruição da maquina sindical existente e criação
dos sindicatos livres; c) nao devemos boicotar 0 sindicato, na medida -
em que nao temos outra opçao a dar no momento ;n d) devemos utilizar os -
sindicatos parr denunciar os pelegos e chegar as fabricas; e) podemos -
participar de eleições sindicais, de: de que seja possivel na campanha e
na diretoria atingir as bases de fabrica, que devem ser fortalecidas; -
f) não devemos aceitar a politica sindical, mesmo sob o risco de inter
'venção. 0 trabalho sindical de/e ser feito pelos elementos ,do trabalho
de fabrica que nao tenham problemas maiores de segurança, ja que nao po
demos arriscar 0 desbaratamento de nosso trabalho, em funçao da legali-
■ Ja.de sindical. Pelas taticas anteriores ( mesmo a da IV Conferencia ),
davamos principalidr.de ao trabalho sindical em relaçao ao trabalho de
fabrica, porque consi^eravamos a principal idade da massa a v a n ç a d a sobre
a massa,e a aglutinaçao da primeira no sindicato. Nesse sentido, o tra­
balho de fabrica se esvaziava. Hoje, podemos colocar o trabalho sindicrl
no seu devido lugar ( secundário ), tanto pelos riscos que ele implica,
como pel^s potencialidrdes maiores que temos nas fabricas. Em certas —
circunstancias, especirlmente nçs campanhas salariais e campanhas elei­
torais, apratica sindicrl tomara um destaque maior no con.!unto do nosso
tr abrlho.
sobretudo as bases sociais de ditadura (que são, alias, r s mesmrs da dc
mocracia).
✓ /
12. Esclareçamos mais essas diretrizes de tntica. Nossa politica dc
-concentraçao de forças deve s e r direcionada para dar prioridade a inter
vençao nr classe operaria, nas regiões onde ela e mais concentrada, nrs
a
categorias mris combrtivrs e nas frbricas. Essa prioridade, sem a qual
o enraizamento nao se daria, deriva da importancia fundamental da clas­
se operarir nr frente <bs trabalhadores, das regiões ma is dbsenvolvidrs so
bre o resto do pais e do fato de não se pod-r falar em organização inde
pendente sem organizaçao por fabrica, pela base. Nao e oossivel, no en
tanto, reformular drasticamente a locação de forças da Orgrnizrçao, le-
gr da de uma. serie de rachrs e de praticas erradas que foge dessr- linhr
de prioridades. Nao e possivel fazer isso sem correr grandes riscos nr
desestruturaçao dr Organizaçao. E ireciso fazer uma mediação entre a
linha de prioridades e r smtuação atual, de modo que a passagem nao cru

•c transtornos. Devemos, de inicio, mobilizar todos os nossos esforços
- cm todr.s as frentes - no sentido de utilizar todos os meios de atin -
a
gir a clrsse operaria. Transferir gradativamente cada vez mris recur -
/ /
sos prrr as are as prioritarias, contando com os limites de nossa compo­
sição social (que, por razoes de segurança, impedira a IP pura e sim —
iles). E, nor fim, levar em contn a existência de trabalho politicopor
(S, * * \
>r rte de organizaçoes de linha próxima r. nossa, em especial 0-6 e 0-7 ,
em determinadas areas, evitando a duplicidade de rccursos.
A exclusão da IP enquanto políticr geral se deve aos problemas do
segurança que ela acarreta dentro das atuais concepçoes politicrs.
formulação da política da. IP liga-se inclusive a fase esquerdista, quan
do semelhante recurso seria coriprtivel com os prdroes de u m a pratica nro
oagandista e quase que occlusivaniente clandestina. Mas diante das orien
taçoes atuais, a integra.çao de quadros de origem pequeno-buigues^ impoe
sibilita o desenvolvimento de uma pratica, mais aberta, que utilize in -
clusive os meiso legais, pois traria, problemas ue segurança graves
* «•*>
hipótese de um confronto com a repressão.
13* Essa linha de prioridades nao exclui o trabalho sindicrl, o tra-
'balho de brirro, o trabalho no ca.m ->o, o trabalho estudantil ou o trrbr-
lho com a pequena burguesia. Em primeiro lugar, porque temos recursos -
er:i alguns desse« setores ^que nao podem ser realocados diretamente ( ca­
so do ME e dr pb ) nas fabricas prioritarias; em segundo lugar ( crso
]o trabalho de bairro e tambom do ME ), porque podem ser instrumentos -
pari determinadas atividades que possibilitarao chegar as fabricas; em
terceiro lugar ( caso do trabalho de bairro e flo trabalho no campo ),—
por r tingirem setores de grande impnrtrncia na frente dos trabalhadores.
0 que queremos dizer e que nao deslocamos recursos para o trabalho no
oamoo e nao entenderemos como um objetivo em^si o M E ( e o trabalho na
P!Ç ); alocaremos recursos nos bairros, que nao possam ser rlocrdos nas
fabricas, visando objetivos pronrios nos.bairros, mas, princinrlmente,-
•chegar às fábricas..E, finalmente, deve mos nos dispor a ,desenvolver to
das as demais pontas ,que surgirem em qualquer setor possivel de adotar
r perspectiva proletária, mesmo que nro tenha a prihcipal prioridade.

14. Nosso trabf lho de fábrica, trabalho prioritário, deve visar a —


criação e fortalecimento dos organismos fabris independentes. Prra es-sr
tarefa, teremos que combinar o trabalho clandestino ( dito artesanai )-
jíC pe-de-ouvido com formas legris de utilizaçao de Delegações Sindicais,
rssociações esportiva:. e culturris de fabrica, murris, conselhos de re­
presentantes por seçao, etc. 0 trrbalho clandestino tem ai grrnde impor
tancia, dado o limite das formrs legais e o fato de so podermos desen—
volver plenamente nossa agit-prop atrrves de meios clandestinos, 0 obje
tivo deve ser a criaçao
3 e fortalecimento
A ' de associaçoes
fv 3 esoortivas e e-
culturais,afundos de assistência mutua, Delegações Sindicais desatrela-
das, comitês de luta etc. Muitas dessas formas^terao vigencir apenas -
temporaria, enquanto durar uma luta, mas issoAnao tem problema, nr medi
da em que a experiencia sera de grrnde importancia para lutas futuras.-
Essas rtividrdes de criaçao e fortalecimento de associações e organis—
mos frbris representativos e de desatrelamento dos exist entes ligados
ros sindicryos, serao levrdrs a cabo, nrturrlmente, por operários mris
combrtivos, que tenham consciência da necessidrde de fortltlecer a orga­
nizaçao, a solidrriedr.de e o espirito de lutr entre os companheiros da
fabrica. Nessa,medi da, essesorgr.nismos agruparão operários de varias --
tendencias noliticas dentro de um mesmo espirito de combatividade, alem
de elementos de "massa" ainda nao comprpmetnlo§. As restrições para a
participação devem ser, assim, as menores possiveis e os orgrnismos os
n: is amplos possiveis. Pode ser necessaria a agrupaçao clandestina dos
operários mris combativos para discutir a direção efetiva dos organis—
mos e das lutrs fabris; esses agruoamentos, bases fobris de ooosições -
sindicais combativas poderão funcionar a base de uma unidade de pontos
ue vista no terreno sindical : luta contra o arrocho, lutr contra r lei
de greve, lutr. contra o atrelameuto sindical, luta pela liberdade de or
'ganizaçao e manifestaçao para os ooerarios. Na medida em que a$Íutrs se
desenvolverem sera inevitável umr divisão de aguas no interior des: es -
grupos, a base de divergencirs politiças que ultrapassem aquela unidade
, mas, pdr enqu/rto, dadas as caracteristicas principalmente economicrr.
das lutas operarias, os grupos poderão existir em torno desses oontos -
colocados.

15. 0 trabalho no sindicato deve ser visto^estreitamente articulado


com o trr balho fabril. As diretrizes gerais sao r. que estao em " Nosso
Trabrlho nos Sindicatos a) os sindicatos atrelados nao sr.o instru—
mento de lutas de classes, mas^existerp para amortece-las; b) nossa tati
ca deve se embasar na destruição da maquina sindical existente e criação
dos sindicatos livres; c) nao devemos boicotar o sindicato, na medida -
em que na.o temos outra opçao a dar no momento d) devemos utilizar os -
sindicatos parr denunciar os pelegos e chegar as fabricas; e) podemos -
participar de eleições sindicais, defcde que seja possivel na campanha e
nr diretoria atingir as bases de fabrica, que devem ser fortalecidas; -
f) nao devemos aceitar a politica sindical, mesmo sob o risco de inter
vençro. 0 trabalho sindical de/e ser feito pelos elementos ,do trabalho
de fabrica que nao tenham problemas maiores de segurança, ja que nro po
demos arriscar o desbaratamento de nosso trabalho, em funçao d r l e g a l i ­
dade sindical. Pelas taticas anteriores ( mesmo a da IV Conferencia ),
davr.mos principrl-idade ao trabalho sindical em relaçao ao trabrlho de
fabrica, porque consideravamos a principal idade da massa avançada sobre
a massa,e a aglutinaçao da primeira no sindicato. Nesse sentido, o tra­
balho de fabrica se esvaziava. Hoje, podemos colocar o trabalho sindical
no seu devido lugar ( secundário ), tanto pelos riscos que ele implica,
como pel£.s potencialidades maiores que temos nas fabricas. Em certr s —
circunstancias, especialmente nas companhas salariais e campanhas elei­
torais, apratica sindical tomara um destaque maior no con.:unto do nosso
trabalho.
A prioridade não se modifica, entretanto. 1 1 ém das propostas p ar a cam
panha, a g i t ar em os a luta contra o atrelamento sindical e, principal —
mente, a n ecessidade de reforçar a organização fabril pela base, quer
através daformação de grupos de fábrica, nas assembléias, quer através'
• d a formação da comis sS es de p ro pag and ap ara p ercorrer as fábricas. 0
sindicato permite uma base legal p a r a toda uma série de atividades que
pode m ser exploradas, entre elas a próp ri a imprensa rindical. 0 traba
lho deve ser, no entanto, bastante cuidadoso, para impedir que a re—
pressão poss a d e s a r t i c u l a r os esforços» A Oposição Sindical p or c a t e ­
goria :deve reun ir todos os elementos fechados com os pontos já m e n c i o ­
nados anteriormente para a constituição de suas bases fabris. Eladeve
combater as práticas eleitoreiras e a participaci) de elementos oportu-
n i s t ® que nH> estão interessados em levar uma prática de combatividade
s i n d ic i . Não há campo para O S ’s fechadas com o Pro gr ama atuãmente e
por isso, devemos pe cuar das OSP's.

16. Nosso trabalho de bárro visa, como já foi dito, canalisar recur -
3 0 s de qadros do setor estudatil para o trabalho o p e r á i o , ter aíesso às
fábricas em função desse trabalho, m a n t e r contato com outros setores
não-operáos da frente de trabalhadores e construir nos próprios bairros
organismos independentes que dirijan as lutas específicas e desenvolvam
a combatividade e a solidariedade entre as massas trabalhadoras. Tem,
portanto, um objetivo próprio e também objetivos de fortalecimento de
n o s s a fronte principal. Obviamente, os bairros a serem privilegiados
serão os de forte pr ese nç a operária. Os meios para isso podem ser
grupo3 culturais e esp rtiv®, criação de jornais de bairro, criação
de cursos p r o f i-sionãs ou supletivos, utilização do trabalhu co muni­
tário dalgreja e de associações filantrópicas, penetração nas associa­
ções de bairro e federações de associações, integração de certas áreas
profissionais daunivers:.dade com os bairros através de estágios e ex-
p e r i ê n c i a s - p i l o t o , etc. Como se vê, existe uma g a m a de possibilidades
que pod em ca nãisar recursos do M E e da pequen a- bur gue si a para fort ale ­
cer essa frente e permitir uma ampliação de n o sso trabalho operário.
Grupos de bárro po d e m ser formabs em t o m o de cada atividade a aí tam­
bé m os liais combálvos podem ser aglutinados cl andes tinaente, numa espé ­
cie de ''oposição de bairro" que vise d e s e n v o l v e r amáo r combatividade e
solidaiedáe entre os moradores, neutralizando os políticos burgueses e
a influência do Estado nas associações de hairro. Esse trabalhu, pred£
minabementelegã. tem que ser c o m p l e m e n t a b , para alquirir ura c aráter revo­
lucionário, p e l ano ss a agit/prop c landestina p rincipalmente à base do
JN.

17. Nosso tráoalho estudantil não deve ser considerado como um fim .o.;
si, mas um elemento importante de acesso à clase operáia e aos trabal a
dores em geral. Como um f im em si, o ME além de não possuir imp ortân­
cia estratégica, na ausência de um movim ent o operário, to rna-se^um ca ­
nal de absorção e transmissão de toda sorte de ideologias e opções da
burguesiae da pequena-burguesia. É esaaa situação que vivemos atual -
mente, com o predomínio democratista no ME e umacerta m arginalizarão
das tendências socialistas (algumas das a uais f i z e ram muitas conce^ões
política^ pa rap o d e r e m continua* i n f l u i n d o ) . Ê possível umainversão des^
sa situ^âo, n a m e d i d a em que o MO aumente sua pre sença no cenário n acT
onal com umaperspectiva própria e na m ed id a e m que a va n g u a r d a comunis
ta no M E intervenha com pio postas justas. De q u a l q u e r forma é possí -
vel m a nte r no M E frações coriprometidas com os trabàhadores que, apesar
de minoritárias, n & chegam as e r insignificantes e que p od em exercer um
trabalho de d i v ú l g a ç ã de nossas posições na pb e a u x i l i a r nosso enrai-
zaiento na classe. As condições particulares do estudante per mi tem um
crescimento acima dam édi a do trabalho no M E o que, ãiado à suaimp ort ân
cia ftual na luta de classes, como único movimento de massas organizado
e capaz de ir radirar posições para todo o resto da sociedade, faz em
com que nã> devamos aàotar umg^olítica de abálono gradativo do setor. 0
que cabe é v e r sevcaáter secundáio e a necessid ad e de utilizálo para
chegaros os tráoalhadores. 0 que pode s e r feito através da sfcmção em es­
colas técnic®, escola3 secundaistas proletarizaàas, atuação de profes ••
- ( p ' ^ • (o

sores em e sco l® profissionais e supletivos, realização de pesquisas


em bairro e projetos-piloto de sáüde, educação e assistência, fundação
de j o m á s de bairro, f o r m ã o de comitês de solidariedade aos trabalha
dores, etc. As possibilidades são muitas e inexploradas. Não cabe a
qui uma receita geral, mas caia frente de trabalho será capaz de plane
jar uma mão r inte venção nu m terreno que possivelmente somos os primei
ros a penetrar. 0 MB permite também o acesso a toda uma série de set£
res dgfcb, como pro fissionais liberais, jornsListas, bancários, etc. a l ­
guns dos quais pode m ser ganhos para a pe rs pec tiv a proletária, signifi
cando taiben possibilidades de apoio logístico p ar a a Organização, que
nã> podem ser d e s p r e z a d a s . Cabe aqui,alem de desenvolver a política pro
letáia ness es setores de pequena-burguesia, de modo a integrá-los na
luta dos trabalhadores, colocar em funcionamento todas as correias que
possam ligar fisicaente esse trabalho com o trabalho entre as masas tra
bâhadoras, desenvolvendo-o ainda ■más. Sobre a intervençã) mais especí­
fica no movimento estudantil, cabe aqui o estabelecimentpfte uma linha
geral de promoção das lutas e s p e c í f i c a no combate à P o l í t i c a Educaão -
nal do Govêrno e de umas o lidai edale dos estudantes às lutas dos traba -
lhaores, árayés de um tràoàho constante de denúncias utilizando todg&or-
te de áividales. 0 M E tem condições de legéLidále más p r m p í c i a para o
desenvolvimento daagit/prop de nossq^-inha programática e deverlos explo_
rar essas condições ao máximo. Devemos continua* a combeter taibém pela
criaçã) e fortàecimento da entidades livres, representativas e organiza
das pela base, combatendo as b u r o c r a c i a estudantis existentes, democra­
tizando as entidades e s e u funcionamento e reconstruindo a e s t r u t u r a m
cional do movimento estudantil, com arefundação da UNE, das UEE's, dos
DCE's livres, dos C/fs livres e daáicul^ão da3 entidades profissionais
com ess^éstrutura. No ME, dado seu a/anço, é possível formarmos frações
de massa ançada em torno de posições programáticas, num nível de unida
db nuito acima portanto, nue as Oposições Sindicais. Havendo possibi-
lidale, devemos t ambém promover movimentos culturais dentro da p e r s p e c ­
tiva proletáia, utilizado formas legais de divulgação, visando dar una
opçã) aos intelectuãs socialistas e a t i n g i r ctravés desse meio as massas
trabalhadora.
18. Quanto ao trabalho no campo podemos explorar as pontas existentes e
possíveis, atra/és do trabalho estudantil, principàmente em H. Quer or
ganizãndo cursos de alf âoetização, q ue r aproveitando estágios profissio
nâs no campo, quer r e a l i z a n d o p e s q u i s a s - p à l o t o , quer organizando c omi­
tês de solidaried^e com os trabãhadores r u r ã s , o ME tem amplas possibi
lidades de iniciar um contato mãor com os trabãhadores rurais, numa rê
gião onde elas tem significativa i m p o r t M a p o l í t i c a . Outrapossibilidar
de é ap ro veitar o trablho comunitário da Igreja, embo ra mais difícil e a
d e pender de umadedicação maior, nem sempre possível de ser con eguida a
trarés do ME. Quanto a) trâoalho em si no campo, não temos c o n siç õe se nen
hánecessidaLe agora de es tabelecer linhas mais precisas. Ê preciso con­
seguir, primeiramente, os contatos, à base de um paciente trdcdLho de pro
selitismo. jfcs l i n h a políticas gerais sã) as que e s t & no P3B e na plata -
forma de lutas que apace na Tese sobre o Campo (preparai) para o flQ Con­
gresso) .

19. Nossas diretrizes táticas não estariam completas se não fàássemos


na atuação parlamentar. Somos c ont rários à utilização do Parlamento na
finalidade a a faror do seu boicote, através das campanhas de voto nulo ,
na m e d i d a em que não podemos utilizá-lo como veículo de uma a g i t a ç ã o e
propag ad a revolucionárias baseadas no Pr og r a m a e que v i s a s s e m desmasc a­
rar o domínio da burguesia e do latifúndio, encoberto pelo Parlamento.
Enquanto essas condições não se a l t e r a r e m nSo vemos como m o d ifi ca r n o s ­
so ponto de vista. Não podemos comparar a atuação p ar lam e n t a r atualme
te com a a t u a ç ã sindical, mesmo sàcendo que sindicato e pa lamento são
instrumentos d? burguesia, isto porque no sindicato é possível toda uno
série de propostas que entram em choque com o atrelamento e c om os pele
gos, sendo possível igualmente umaáuação revolucionária.
No Parlamento, dada a abrangê nci a do orgro, nao poderíamos deixar de^pro-
pegaçdear o^nosso Progrc ma como um todo, o que nas atuais condições é im
possivel. N n nos deteremos aqui nasApropostas especificrs de Constituin
te, dado o efeito deseducativo ^ue tem sobre as massas trrbrlhrdoras, no
sentido de propagandear uma opçao democrrtico-burguesa. 0 que nro quer -
dizer que nao venhamos a participar dela, umr vez que se viabilize den—
tro de um qurdro de liberdade de agitrçao e propaganda. Mas se o fizer—
-nos sera p a ra^ de nun ci ar, entre outras coisas, a própria Constituinte ( e
nao vemos razao para nao iniciar este trabalho de denuncir desde ja, ,—
oois embora pçr^icipar de um parlamento nao seja uma questão de^principi) ,
denunci,-.-lo ja^e uma questão de principio, em qurlquer circunstancia den
tro de revolução socialista ).

20. Agitar, propagandear e organizar são tarefas constrntes dr vrngu-


rda e tres aspectos básicos da pratica revolucionaria. Não pcdemos esgo
tar aqui de antemao todrs rs possibilidades qae surgem com a pratica,- —
nas diversas frentes, om torno da rgitação, da propaganda e da organiza­
rão. Indicaremos apenasostraçosmais gerais dessas atividades, nr atuali­
dade: a) prioridade da agitação, propaganda e organizaçao clrndesdinas
sobre rs legr.is; b) jornal "P.O.” como instrumento principal de propr —
;rndr e rgitcçao clandestinas, distribuido o mais amplamente possivel, -
resguardadas as KaniàxçaKx normas de segurança. ( A preparação do jornal
"P.O." sera tambem um eixo para r nossa organizaçao interna, pois sera -
nrepr.rrdo r base dos informes de todos os o r g m i s m o s da 0.) ; c) revis­
te "M.M.", crdernos operários e estudantis, curso Basico, como instrumen
tos complementrres de propaganda clandestina, principalmente voltados —
para os contatosmais estreitos d a _ 0 . e os GER's; d) utilizaçro de todrs
rs b r e c h a r legris parr a veiculaçr.o de nossa agit-prop; desenvolver
denuncias constrntes para n roassa a partir das entidades legris de frbri
ca, de brirro e de escola; f) utilizaçro de boletins e panfletos legris
e clrndostinos como instrumento de agitaçao numa drda luta concreta;
g) orgrnizrçro de atividades gremiais e de representaçao independente em
t -das as frentes de trabalho; h) organização de grupos de Oposição Sin-
üicrl em torno dr plataforma sindical minima; i) organização de tenden-
cirs fechrdaa com o Programa Socialista no ME; j) organizaçao de GFR's
entre o:: elementos combativos ,interessadosem estreitarmos virjeulos corç a
0., conhecgr mais a linha politica, visando a preparrçao politica, teori
ca e ideologica p a r a uma pratica militante profissional.

21. Por fim, vejamos as perspectivas do trabalho com a Esquerdr brasi


leira. Dentro da Esquerdr, devemos destrerr, em primeiro l u g r r a s orgr-
nizaçoes qáe criticam atualmente a linha de liberdade:.s democráticas, —
. endo possivel traçar formas de intervenção comum e instrumentos de dis­
cussão politica e teórica visando incentivar o debate em prol de.umr —
mrior unidrde de combate. Dentro deste campo devemos situar - pelos infor_
mes atuais que temos - as dversas frações recentes da PO, 0 MEP e a AP.
Cremos poder endossar a propostr.de 0-7 no sentido dr abertura de uma TD-
comu.m centra da na discussão do Programa e da taticaT Participaremos des-
t.r. TD uefondendo ,as posiçoes oficiais da 0. no terreno do Progrrmr,
estrategia e da tatica. Devemos procurar ter contatos regulares visando
** troca de material e a discussão com todas as Os. aci ma mencionndas.
Dentro deste cappo rnti-democratistr. devemos ^destacar, no entanto, um -
proximidade maior - tanto no terreno ,p rog r a m á t i c o , como no terreno t&ti
co - com 0-7, 0-6 e 0 grupo do Ceara. Aqui cabe falar de contatos mais
estreitos visando a reunificação dq 0 . , que hoje se tornr. possivel r per
tir drs recentesnuto-criticas nossas e de ()-7, apos as intervenções do -
grupo do Ceara. Esue processo nao pode ser visto como imediato, ja que
V s • j6 - -<5.

>
ainda existem muitas questões tendentes e o estreitamento mutuo de nos %
sos laços e bastante recente, emhora ja torne possivel para nos fazermos
/— * r*J
a proposta de unificaçao do orgao central , da revista e dos instrumen­
tos de propaganda e formaçao , acompanhada de uma discussão de propos -
tas comuns para as diversas frentes de trabalho. 0 estreitamento maior
a a

dos laços tornara possivel prever prazos mais concretos para a efetiva-
çao da reunificação. Em segundo lugar, colocamos as outras organizaçoes
de esquerd" nao-reformista, com as quais poderemos realizar ali'- nças e
formaçao de organismos independentes da classe, reservando em todós os
casos, a autonomia de agitaçao e propaganda. Nesses casos, o contato de
ve ser estabelecido a partir das frentes de trabalho, sendo desneces —
0 A r *
sario um contato oficial, a nivel de direção.

22. Por fim podemos nos perguntar sobre a influência que a aplicação
dessas diretriz es terao na evolução conjuntural. E preciso romper de
vez com as ilusões mecanicistas e voluntr ristas no sentido de "deixar
marcas na conjuntura" ou de atuar para romper com a atual situação. A
«w A A
situaçao atual da classe operaria e seus aliados do campo e ainda de um
tal atraso, exigindo tarefas ainda tao iniciais que atribuir aos traba-
A A
lha dores a possibilidade de queda da ditadura e um sonho destituido de
qualquer realidade. 0 mais provável e uma substituição "pacifica" da
fo rm a de governo, possivelmente acompanhada de mobilizaçoes burguesas e
peaueno-burguesas em uma especie de festa para a qupil a classe operaria,
nro ser^ convidada. Eisso sera sempre a hipótese mais viavel enquanto
os trabalhadoresnao se organizarem e nao lutarem por suas reivindicr —
(v A A A
çoes, mesmo a.s mais imediatas- Se e previsivel que a nova situaçao
conjuntural dara margem cada vez mais a movimentações crescentes da
/ «V A _

clrsse, dai nao se conclua que sera isso o decisivo na modifie-' çao da
forma de Estado: nao o foi em Portugal, como nao o foi na Grecia, pa­
ra citar apenajs dois exemplos (sendo que em Portugal a classe partia
ue um nivel de consciência e organizaçao bem mais alto que no caso bra
sileiro,. Nao sera nos atribuindo tarefas tao decisivas r nobres que
teremos maior ânimo para a intervenção na luta de classes. A historia
da 0. esta cheia de apelos desse tipo que acabaram gerando desanimo, a
' A ""

patia e desconfiança entre as nossas fileiras. E preciso ter consciên­


cia do atraso na formaçao independente da classe e da crise que a E s ­
querda brasileirq, passa hoje, para que possamos partir para uma recupe
ração em bases solidas, sem falsas ilusões. 0 primeiro passo para is­
so estamos dando com as autocriticas politicas recentes. 0 segundo pes
so sera a. retomada do trabalho na classe no sentido de um maior enrai­
zamento e influência em seus setores decisivos. Recuperada a teoria
que deu base e fundamento a propria existencia de Politica Operaria,se
trabalharmos bem poderemos / chegar em breve rsj a uma recuperaçao
A
definiti-
vr da. 0., o que significara uma contribuição tambem importante pa.ra a
historia do movimento operário e das massas trabalhadoras, através da
criação e fortalecimento das formas hoje possiveis de organizaçao in
dependente, em setores decisivos da classe.

CN/OCML-PO
10/77
TD-45 A REALIZAÇÃO D E UM C ON GR ESS O: UMA NECESSIDADE ATUAL

1. Com este novo documento pretendemos reforçar a nossa posição em defe­


sa da necessidade da realizaçao de um Congresso da 0. Este reforço vai-
se dar no aprofundamento das colocações feitas no documento anterior ("U-
ina Intervenção Inicial")» entendendó-se ^este aprofundamento nao so em ter
mos da explicitaçao de conceitos q.ue ali defendemos,_ como tambem da incor
ooraçao de reposicionamentos e avanço de novas posições. Çomo pretende -
mos deixar clnro no decorrer deste documento, tanto os^reposicionamentos
como o avanço em posições somente fizeram crescer em nos a convicção da
necessidade (urgência) do Congresso.
*
0 nosso d ocumento anterior padcceu de precariedades determinadas, bn
sicamente, iela ur gência com que foi elaborado., pois o obijetivo dele nao
era outro senão o de uma tarefa imediata: a manutenção da D.I. de Congns
so aprovado pela 4& Conferência.Se não seseguimos o nosso objetivo prati­
co imedia to (obtivemos apenas 2 votos no referendo), isto ha de s^Óever,
fundawentalmente, as insuficiências do proprio documento, embora secunda­
riamente ha de haver pesado o fato de alguns companheiros nao o terem li­
do antes da votação, fato este causado apenas por questões técnicas, en -
tre as quais ae destaca o nosso proprio atraso na elaboraçao do documento.
Na circular 16 o CN nos critica p o r não havermos, em "Uma Interven -
<v / M
çao Inicial", entrado "no merito das questões levantadas, permanecendo ao
f * * N .
nível do debater que problemática deveriamos colocar em debate" (circ. 16
pog. 8). Narealidade, não e correta a critica do CN, pois "entrar no meri
*v ^ 0 A

to das questões levantadas" acreditavamos que poderiamos faze-lo d entro


d r. propria discussão d e^C on^resso. Não seria a primeira rdz que alguem
proporciona u ma discussão interna sem entrar em uma explicitaçao maior das
pqsiçoes que o levaram a propor aquela discussão. Alias, sintomaticamente-
:v do.cumento trazia o titulo de ’TUma Intervenção I n i ci al " (grifo atual).
K
Neste documento pretendíamos , como ja foi dito, aprofundar npssas
osiçoes. Encontraremos, por certo, dificuldades de método ja que: ambo
ra a D.I, de Congressoesteja formalmente bloqueada pela decisão do refe­
rendo, ^ela d e fato ja esta aberta na 0. Existo foi feito p ela propria"Do
olara$ao Politica", do CN, de maneira implicita. Tal fato se deve a que e
impossivel "voltar aos documentos básicos" de maneira acrítica, ou seja.
sem levar em conta a consciência politica atual da 0. como um todo, se;
se discutiç e pesquisar as raizes dos alegados desvios em relação aos do­
cumentos bas^cos; tais tarefas levam inevitavelmente à disçussqo destes
documentos^básicos, e nao, apenas, a sua consulta ou a toma-los como sim-
oles "subsidies", como quer-a circular 16, expressando assim, todo o posi
cionamento do CN e da grande maioria da 0. - por e n q u a n t o , esperamos.

Quando dissemos que a "Decla agio Politica" de fato abriu a discus -


sao de Congresso e porque ela se posicignou criticamente a partir de uma
conceituaçao atual (se estes conceitos sao corretos ou nao, discutiremos
l i s adiante), em relação aos documentos básicos, as posiçoes estratégiers
.Itipendencia, estruturalidade ou não d;., ditadura, GRT, Campo, etc,

0 que o CN nao percebeu, nr "Declaração Politica" foi o real alcance


do seu posicionai)ento. E preciso que se deixe absolutamente claro que nãc
estamos levantando, qualquer hipótese 3e que o CN tenha assumido uma postu
*a paternalista em relajao aos militantes da 0., tipo: "nós podemos inves
tigas a estrategia; v o c e s ' nao". Absolutamente. 0 que ocorre e' que o CN,
(ipetimos, nao se deu conta da impossibilidade p o l ítica e histórica de u-
i:‘ volta acritica aos documentos básicos»
Em funçao desta contradição de método da nossa D.I. atual (ou seia a
A #

i.cistencia de uma D.I. de Congresso existindo de fato em contraposição


k •. f
V* 1 v
A Realizaçao ... - 2 -
uma disposição formal de nao fazer esta D.I.) e que encontramos, por nos
/ /
so lado, dificuldades em tamteem estabelecer o metodo deste cbcumento, fic-
cando o seguinte dilema: a) abordariamos a discussão
*
nor* temas, onde fi-
gurariam um balanço geral da 0 ., p papel historico e politico dos documen
tos básicos na propria trajetória da 0., a questão^da L.A., GRT, FRTCC,
etc? ou b) responderiamos os documentos da direção, inserindo aí nos­
sas posiçoes a respeito dos temas gerais, assim como sobre as questões ta
ticase organicas atuais? f
Preferimos o segundo caminho; isto porque acreditamos que a discus -
sao "de Programa", para dar frutos que dela temos que^esperar, deve ser
um movimento orgânico, centralizado, dirigido pelo proprio CN, unificado,
portanto. Assim sendo, o objetivo deste d o c u m e n t o fe tentar convencer os
militantes da 0 ., inclus ive o CN', a aorov a rem nr próxima conferencia a a-
b ertura imediata de u ma Discussão Interna visando a realização de um Con­
g r esso . da 0 . Em um item de encerramento deste documento^defenderemos es­
pecificamente o que consideramos a justeza - e urgência- da realização do >
Congresso.
Vamos, portanto, a apreciaçao critica dos documentos do CN. f
/ ' ^
2. Sobre a "Critica ao Documento "Uma Intervenção Ini ci al" 1
, publicada
ne Circular 16.
1. 0 CN afirma que a relaçao programa-pratica fixada pe l a 4a Conference
foi uma conquista teórica, cuja vida p olitica e dada pelas "palavras-de -
ordem praticas". Sus tenta o CN que a deliberação da 4a Conf. em realizar
o Congresso deve ser questionada porque a necessidaáe do Congresso era vis
ta em funçao de se explicitar o programa do GRT e, ^sendo o GRT somente una
hipótese qom que podemos vir a nos defrontar, tambem a necessidade da e x -
plicitaçao do seu programa nao se coloca hoje. Segundo o CN, o que ocor ­
reu foi que, no lugar anteriormente ocupado pelas "plataformas de lutr" r
4a Conf; colocou o Pr og r a m a do GRT e não, como seria justo e correto, o
orogrio Programa Socialista para o Brasil. A consequencin, a se manter
visao da 4a Conf. , seria a continuaçao do rebaixamento da nossa agit/procy
segundo o CN.
Veja os «ais de perto dsta questão.
Em primeiro lugar, o CN nao atentou para o fato de que o Programa do
GRT aprovado na 4a Conf. nao se limitava a referir apenas a questões da
lut a imediata, e, ainda mais, a deliberaçao da 4a Conf. diz respeito a ne
ceesidade da agit/prop do pr ograma como um todo, ou seja, tanto da sua
*■* ** 0
arte &eral como dos itens que dizem respeito a reivindicações mais proxi
aias. ■■
/ ^
Em segundo lugar, a retomada dos principios leninistas da relaçao pro
rrama/agit-píop nao e apenas uma conquista teórica; isto porque a dçlibe-
oao fala de uma aplicaçao imediata daqueles ^principios na nossa pratic;:
ifiin, tratou-se de um a deliberaçao p ar a a pratica concreta., sendo, por-
i into, pol it i c a .
Em terceiro lugar, se pode ser justo (voltaremos a esta questão) qu:
concepção das "Pop's" exclui a necessidade de u ma plataforma de GRT d e ­
a l b a d a , por outro lado, e equivocado supor que a concepção de "Pop's" _
sa escluir a necessidade de um Pr ograma geral coeso, unificado, justo, T r_~.
■rama este que e a nossa bandeira de agitaçao e propaganda - conforme
jolocaçoes da TD-39 e as deliberações da 4a Conferência.
Portanto, a nossa proposta de Congresso não se deve a necessidade dt
"explicitar a plataforma do GRT"; a funçao de um Pjqgrama na vida de uma 0.
revolucionaria (e da pratica revolucionaria l aninista em geral) "toai , além
de ser a base e a razao de ser da a g i t a ç ã o e propaganda. 0 programa exerce
uma determinação p ermanente em toda a nossa pra.tica (nas nossas analises
e con ju ntu rt, nas nossas taticas, nas nessas politicas de organização) ,
■nvdo, assim, uma causa sempre presente nos nossos acertos e erros.
o,IP M

A Necessidade *.. v- 3 _

Quanto a questão do G-RT (se temos tido, ou nao, u m a visao coesa £. 2


bre e le nr. riossa historia), do conceito de classe operária independente,
de O.S.P. e de indice,^trataremos delas quando abordarmos a "Declaração
Politica", tese do CN a Conferência.
No entanto, por stír uma questão de ordem mais geral queremos, já
qui, nos referir as "palavras de ordem praticas", as "Pop's".
Antes
~ * de mais nada, trata-se de colocar o nosso reposicionamento
* ei;.
re laçao as "pop's". Se, quando do seu lançamento pelo CN, nos nos p o s i ­
cionamos Contra a sua inco rporação pela 0. (embora na conferencia tenhr
mos aberto mro de polemizar sobre 0 problema para nao desgastar a u n i d a ­
de da 0 . frente aos oportunistas pequeno-burgueses que lideraram o frac^'
onamento e a fundaçao de 0 -8 ), hoje, consideramos que a palavra de or­
dem e juste 0 correta. E isto porque a concepção anterior tendia a nos
afastar, isolar, do movimento real d r. classe operaria, na medida em que.
le a n t e - m a o , pretendiamos prefixar as palavras de ordem do nosso progra­
ma para quele movimento. Na realidade, as pop* s assumem ho.je uma impor-
tancia em funçao dos primeiros sintomas de revigoramento do movimento, da
classe operaria. Se no periodo anterior não temos muitos exemplos (so
rne lembro de dois, 0 das enuidades da universidade^S Srtia lut a na fabrica
. ue Y em que as p o ^ ’s devessem ser aplicadas, podemos com certeza, prever
ra um futuro proximo o surgimento e a multiplicação constante de movi-
lontos da classe operaria em defesa do seu nivel de vida. E bom que fi-
I cue claro, q u e as pop's nao sao apenrs uma alternativa conjuntural. E ■
las dizem respeito a um metodo de atuação nas lutas de classe concernçr
te a pratica revolucionaria em qualquer conjuntura. Se elas serao ma'
aplicaveis concretamente em períodos de mobilizaçao da classe, isto nao
significa, que nao sejam aplicaveis aos movimen-tos de massa isoladas. Po.
i ^arjto, nao e justo dizer (como j<j ouvirnos de alguns companheiros) que ’o:
tras das pop's se esconde uma analise de con juntura que afirma a exic -
tencia de um movimento operário atuante e de peso nas lutas de c las se.o
seja, u m a analise de conjuntura que na verdade nao corresponderia a rea­
lidade atual. / A*
Mas, ainda e bom que fique claro, nao acreditamos que as pop's ex -
clue a necessidade das palavras de ordem parciais que devem conter no
nosso ^progrrmr . Achamos, mesmo, que as pop's sao um instrumnto, um meio,
-traves do qurl teremos melhores oportunidades de levar ao movimento dc
fe. rmssa.s nossas palavras-de-ordem parciais propgrama.ticas.% Isto porque o a
nadurecimento, a radicalização do movimento em direção as nossas pola -
/ras de ordem parciais do programa, esta radicalização, repetimos, deve­
ra ter ^>or base a experiência própria deste movimento a partir de uma su
consciência inicial. E evidente que somente a experiencia do movimen­
to rü.;o sera suficiente para faze-lo alcançar 0 nivel do nosso Programa;
como dissemos e la e, no entanto, a base soore a qual desenvolveremos nos
sa agitaçao, .
Ja podemos, concluir, entao, que as pop's, na pratica, excluem a ne
Uiosida&e de uma explicitacao muito detalhada das nossas palrvras-de-or-
iljm parciais programaticas. Por outro lrdo, no entanto, é absolutamente
i idispensável que 0 nosso Programa contenha estas palavras de ordem p a r ­
ciais, pois tambem ao^nivel das reivindicações parciais o movimento ha
Je cindir - como historicamente tem cindido - entre revolucionários e r
formistas, e nao so quanto aos métodos e formas de'luta como tambem qupr
00 ao conteúdo drs reivindicações propostas. 0 que a experiência -inoV-,
.sive a mais. recente - tem demonstrado a exaustão e que os reformistas d-:,
todos os matizes tem se recusrdo em fazer aguçar a luta de classe (cola
oor-ndo portr.nto com a burguesia) corn suas propostas tipo "não podemos
)cdir muito aumento para nao deteriorar a economiá do país"; como muita
gente ja disse, a luta economica e tambem luta de classes. Prestes cv.e 1
j ùigr., cow ó u a politica de "apertar os cintos", de triste memória.Que nin
guem se iluda: novos,apelos "patïioticos" surgirão brevemente no cenário
brasileiro; que ninguem se surprenda quando aqueles que hoje lutam pela
volta da democracia lutarem, em futuro próximo, pela "defesa e manutenção"
da democracia; as custas dos trabalhadores, é claro.
, Voltaremos >. esta questão. Mas, desde já, é importante fixar um prin
cipio: que nao se espere que a luta ecanomica do proletariado brasileir-
ve se der «m instancias diversas da luta política, cono ocorria na época
do capitalismo liberal nos paises do centro do sistema.
Para encerrar este item, qu eriamos discordar da crítica que nos é
feita pelo CN quanto aos termos do nosso documento anterior. Reconhecemos,
como ja foi dito, que o nosso documento anterior careceu de um aprofunda
mento maior. No entanto, mesmo sem^esse aprofundamento, consideramos jus­
to o tom do d o c u m e n t o , ^ adjetivaça^ forte, o que reafirmemos aqui. Se u-
samos aquela adjetivaçao e porque tinhr.mos considerado que ela i d e nti fi e
va a postura que a "PO-Exterior" t,assumira em seu ..documento. Adjetivação
acirrada usaram os autores do doc. "Meias Verdades...", acirrada e despro
positada. ,Se o CN tivesse entrado no merito da forma do doc. "Meias Ver­
dades..." e bem provável que nao nos tivesse feito a critica que fez. Se
alguem iniciou uma discussão em termos radicalóides não fomos nós. Finnl-
m o n t e ? nao acreditamos mesmo que o CN £ense que nos tenhamos nos esqueci-
tio da pecesoidaàe de ipanter umadiscussao isenta de sectarismos; também a-
quela epoca, nossa pratica nao autorizava tal pensamento por prrte do CM.
3. Sobre a "Deélaraçao Politica"
M / ^
Pa leitura da "Declaraçao Politica" do CN uma conclusão geral sait»
aos olhos: o erro da direção nao se limitou a questão do metodo-, a que
ja nos referimos; na eua "volta aos documentos básicos" o CN se posicionr
sobre os mesmos de maneira tro apressada que acaba por se colocar contr
determinadrs posiçoes que, do nosso ponto de vista, e que realmente s e n -
* 0 ~ / s
am os fundamentos básicos da P O . E esta e u ma questão a que queriamos f-'r
um grande destaque neste documento: o CN esta correndo o risco de rever
a nossa estrategia sem mesmo se dar conta disso, sem conscientizar pro -
fundamente o coletivo desta revisão; isto porque, o proprio CN nao tem
esta consciência. Cabe, portanto, uma pergunta: .quais sao, realmente,
os nossos fundamentos básicos? A ela pretendemos responder no decorrer
* fst

deste documento. Mais do que obvio, nao nos consideramos portadores do


que seria a "consciência da PO", mas, por outro lrdo, a direção - pelr
"Declaraçao Politica" - r.uo se mostrou capaz de expressar com fidelidade
0 que ha de mais essencial na contribuição que a "PO", em toda a sua his
/ \ M 0
toria , deu r revolução proletaria no Brasil. Pode -se mesmo dizer que,'
ria intenção de corrigir um desvio, o CN incorreu em outro mais grave.
* » *
1. Dependencia - Super-exploraçao - arrocho etc.
~ . » .! :f
Comecemos por uma cita^ao do "Programa Socialista para o_ B rasil"‘:
1 íuando o imperialismo tomou conta das regiões mais atrasçidrs do globo e
s integrou no mundo capitalista na qualidade de regiões de pen dentes, ao
esmo tempo cortou suas possibilidades de repetir ò processo de desenvol
vimento trilhado Pelas nações capitalistas avançadas".
(PSB, págs. 19/20 - grifo meu).

Visto que o termo "dependencia" n a o ve estranho as tradições teori -


cas dr "PO" (afastado, assim, um certo preconceito qüe a "Decl. Pol."lrn
çr sobre ele, trata-se agora tentar exnlicitar melhor o que foi e o que
e a dependência na historia do desenvolvimento do capitalismo no Brasil.
Não fa remos u m a analise exrustivr sobre a questão (nem teriamos condi­
ções para isso); no entanto, reafirmamos alguns principios que nos paro
cem realmente básicos.
F 3 - 0 - 0 - O iP
V

A Nocossidade ... - 5 -
g ) durante a epoca do colonialismo nos parece obvio que o Brasil era de -
A * 0 .
pendente, economica e politicamente. 0 mimimo de bom senso nos pjupa um-.,
explicitaçao maior desta questão; no entanto, para combater pontos de
vista estranhamente introduzidos na questão, gostariamos de relembrar que
o processo de colonizaçao desenvolvido pelos paises ibéricos (Portugal e
Espanha) foi diferente daquele desenvolvido p la Inglaterra; durante o
periodo colonial,^ todaa economia brasileira era dirigida pela metrópole,
dependia da metropole; toda a produção (madeira, cana, metais e pedras
oreciosas, cacau) era dirigida para o exterior.

b) todos r*t sabem que a independencia politica dos paises latino-americanos


A
em relaçao r. P^rtugal-Espanha foi na realidade uma consequencia do desen-
v ’lvimento do capitalismo industrial principalmente na Inglaterra, tendo
3 ido çstas "independencir s" apenas uma troca de dependência; a Inglaterra
iue ,i; ha v i a anteriormente garantido para as suas fronteiras os frutos
la espoliação colonialista portuguesa no Brasil (como reação industrial
rnais forte a Inglaterra no inicio do seculo XVIII, houvera imposto trata­
dos leoninos a Portugal) p a s s a e q u e r e r explorar diretamente um mercado §■
letivo (alta burocracia civil e militar) existente nas colonias; esse re^
trito mercado veio a ser o consumidor de bens de consumo nao duráveis que
a industria inglesa (impulsionada pela P rimeira revolução industrial) pr
duz.
\ ** *
c) Com a la guerra mundial a Inglaterra perde sua condição de pais hegT
monico do sistema para os E.E.U.U. 0 Brasil, entao,^ deixa de depender C.-
Inglaterra e passa a depender dos Este dos Unidos. E importante que se dei
xe claro - para evitar interpretações apressadas - que a passagem a noVa
rs A ~ '
fase de dapendencin .nao se da de forme, linear, tranquila. Em primeiro lu-
gar, e de se lembrar que as substituições de importação fez ser instalr.-
da no pais uma industria voltada para um determinado mercado interno, com
a formaçao de u ma burguesia industrial interna que encontrou contradições
com o capital externo. E evidente que se tratava de contradições secunda­
r i a s , e foi (tambem) por nao entender que as contradiçoes eram secundarias
e que o PCB desenvolveu sua politica reformista. So de passagem , remete-
nos p~r'n o conceito de cooperaçao antagônica que bem explicita as contra­
dições do periodo. 0 que, entretanto, deve ficar estremamente claro, pois
* ■> r* A ^ m / /

e de fundamental importancia, e que a nova dominaçao sobre o pris e a do-


'\nrçáo proprir da era do capitalismo monopolista, a dominação financeirr.
que equivale a dizer que a dependência atual c f i n a n cei ra . E aqui um;
ooservaçao que salta aos olhos: toda a economia brasileira atualmente e
àirigida e estruturada tendo como fatores determinantes a remessa de lu­
cros para o exterior e o pagamento da divida externa.
Pelos fatores enunciados, queremos apenas reafirmar que o Brasil
Mm pais estrrtegicamente dependente pois esta desta maneira dominado p -
los ■interesoes ôe economias mais cbsenvolvidas, economias que conseguir1
cumular em sua fronteira maiores quantidades de capital. Este domínio 3
* 0 • A /

da através do controle, exercido por estes paises, das fontes interna c:


n ais e fin an ciamentos. . , .
Por fim, queriamos ressaltar que cbpendencia em si não explica, n-.-
P x ~
da respostr as nossas perguntas mais atuais: super-exploraçao, arrocho os
X A

trutural, estruturalidade da ditadura, assim como as consequencias qv.<~


dai deveremos tirar. Porem, ela deve_ser uma premissa sempre presem;e r-
píoc ur a daquelas respostas. A questão do mercado interno (que considera
* x
mos decis iv a), por exemplo, so pode ser esclarecida se vista a luz da a-
tualidade do capitalismo m u n d i a l , mas a ela voltaremos adiante, de manei
ra mais cbtrlhada. w / / . r*i
Na "Declaraçao Politica" do CN transparece a ideia (nao de maneira
<0•<f> C, P

explicita, e cirro) do comportamento.de um capitalismo brasileiro como


que imune do movimento geral do capitalismo mundial do imperialismo. E es­
ta nossr impressão se ceafirma na analise que a "Declaração" faz da Criso
de 1961 e nr que nao faz do golpe de 64. (voltaremos a esta questão). Do
qualquer maneira, achamos valida esta citação de Lenin:
"0 capitalismo se transformou em um sistema universal de subjugamen-
to colonial e de estrangulamento financeiro da imensa maioria da popula -
çao do planeta por um punhado de paises adiantados"
(Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo) jr
Nao. Nao podemos dar as costas a internacionalizaçao do capital;
imperialismo. Talvez a quase desconsíderaçao (no minimo abordagem s u p o r t : ,
ciai) da questão por parte do CN se deva a que o trato desta questão te
nha sido tr adiconalmente reformista, burguês, nacionalista e c o n c i l i a ■
* * ~
em toda a historia recente. Mas, e exatamente esta questão que sç encon­
tra na ordem-do-dir. de todo o movimento comunista internacional: como ei -
frentar ^e desarmar) o capitalismo na era do monopolio, do imperialismo?"
Lenin, ja t inh a dado a resposta, no "Imperialismo...": >
"A luta contra o imperialismo e uma frase vazia se não estr ligada
indissoluvelmente com a luta contra o oportunismo". Ou ainda: "'Jrna 'lutr1
contra a política dos trustes e dos bancos que deixa intacta as bases de
u n s e de outros e B f o rm ism o e pacificsmo burguês, não vai alem de propósi
tos bons e inofensivos";
0 / *
A nossa luta, portanto, e, seti duvida, uma luta contra o impaiallis-
mq, entendendo-se este como o estagio atual do capitalismo, seu último ee
trgio; e somente neste sentido que ganha maior corpo o conceito de inter-
nrcionalismo pr o l e t á r i o . Se os te çceiro-mundistas deturparam ' s análises
leninistas do imperialismo, isso,e um problema deles.
Diz Sweesy: "0 mito do estagio feudal em^que viveriam as ecotjomiaK *
da periferia decorre exatamente dr. imcompreensao da relaçao necess á r i a e
permanente entre o desenvolvimento do centro e o desenvolvir.entoTo subde­
senvolvimento da periferia; este mito (base de todo o reformismo da noss'.
era, a era do capitalismo monopolista) impede que se veja uma cristaliru
verdade: economias òbpendentes so podem produzir burfuesias dependentes".
' _ (Sweesy, "Capitalismo Moderno", grifos nosso:.;
nota: para evitar suposições de' que poderiamos estar incorrendo em modis­
mo por incorporarmos conceitos tipo "capitalismo moderno ", queriamos le u .
brar que, no "imperialismo" Lenin usa aquele termo como sinonimo de impe­
rialismo, de capitalismo monopolista).
Dissemos anteriormente que transparece uma visao isolacionista por
parte dr.s posiçoes da direção. Por isso nos detivemos na questão do impe­
rialismo enquanto etapa^de todo o capitalismo mundial. Voltaremos ainda a
abordar este tema. Queriamos, agora (apenas para mostrar a origem dos nos
sos temores quanto- a posição do CN) falar sobre a analise que e feita dr
crise de 61.
0 CN afirma que a crise foi gerada "internamente" e que se tratou d<,
uma "CRISE CÍCLICA DO CAPITALISMO NO B R A S I L " , citando o Curso Básico.
CN fez a citação sem perguntar pela c orreção própria da citação; o Progr
itir tambem fr< uma afirmaçao como esta, que o CN nao usou.
Mas, vejamos a questão. Se a crise de 61 e finto imediato do esgota­
mento de uma fase do desenvolvimento do capitalismo no pris, e preciso i-
uentificar esta fase. E se essa f^se de substituição de importações foi
originada por estimulos e d etermina ç ões geradas fora das fronteiras do p;
is, í o s r e s t a a obvia conclusão de que nao nos cabe isolar todo o ciclo
em um suposto universo 'interno1, como sugere a "Declaraçao". 0 fato Cia
ro de a crise-, brasileira de 61 não se assemelhar ti crise brasileira de
não nos autoriza afirmar que em 61 tenhamos tido u m a crise cíclica do cr-
A criso ciclica do capitalismo
Titalismo,/conforme Marx teorizou em "0 Capital" encontra u m a correspon­
dente renl no crise capitalista originada mos paises de centro em 29 (e
tr.mbem aturlmente, diga-se de passagem), e rjão na crise brasileira de 61.
A crise brasileira de 61, foi um fenomeno tipico de um pais subd csenvolvi
do, dependente,en umafase da estruturaçao de sua economia, estruturaçao
esta em que semprie estnra presente a dependencia áos ccntros hegemonicos
„do imperialismo.
* ' Mas isto a que estamos chamando de "isolaciqnásmo" da "Declaração Po
litica" atinge seu ponto mais claro (e de previsiveis consequencias mr.is
çrpves) e quando esta "Declaração" afirma, se referindo as origens e con-
formaçao ria crise atual por qae passa a economia brasièira: "Entretanto, a
■ crise mundial apenas agravava por fatores internas que ja empurravam r
economia brasileira oara a crise: especulações no mercado íincnceiro, en
/ * ~ 0 A

carecimerrto do credito e elevaçao geral dos preços. Em ultima instancia,


3 a pesavam então os primeiros sinais de u m a supe r-produção industrial e dr
queda dos investimentos produtivos" ("Decl. Pol." 2B parte, pag. 4). Mais
/ / /
adiante,, na mes ma pagina: "A crise ciclica do capitalismo brasileiro e a
gravada*Vela crise internacional do capitalismo".
As incorreçoes saltam a vista. Sera que a "Declaraçao" supoe que o
r' sil estaria fora do capitalismo internacional?! Por que o capitalismo
Lntornacional estaria ja em u m a criso, e o Brasil nao? 0 "efeito" (con
oeito este ja, em siip equivocado) da crise capitalisra internrcional ser
apenas o de "agravar" a crise ciclica do capitalismo brasileiro?
Diz Sweesy: "Esses dr is grupos de paises (desenvolvids e subdesenvol
vidos acham-se indissoluvelmente interligados e nada do que se passa em um

L
d o s “grupos oode ser entendido se for considerado isoladamente do sistema
como um todo". - Capitalismo Moderno, grifos nossos.

Na primeira parte da "Declaraçao" o CN afirma que nao~ esta negando a


dominaçao imperialista, que hao est a negamdo a impossibilidade de o c api­
talismo ^brasileiro se desenvolver nos moldes do capitalismo europeu, que
nao esta negando o subdesenvolvimento. No entanto, estas afirmações da "De
claraçao" caem no fcampo do formalismo , ja que, na pratica nao se tiram
conclusoes delrs; alias, no que diz respeito ao subdesenvolvimento, a "De
claraçao", ao lrdo de incongruências e contradições, chega mesmo a por em
•erigo ee mais significativas e solidas analises que nossos documentos ba-
i5Tcbs (a frente, o proprio Programa) faziam da questão. Como demonstrare­
mos mais adinnte .
Vejamos agora a questão da "realização da mais valia".
Parece-nos que este ponto tera sido mal discutido e mal colocado. Nao
i e trato, furl&mentalmente, acreditamos, dg se,perguçtar se a mais valia
.„o iaaliza interna ou externamente. A questão basica e s..ber se a taxa de
lucro obtida pelo capitalismo no Brasil (e cbmais paises dependentes subde
. r ivolvidos) e estruturalmente igual, maior ou menor que a obtida nos pai-
de centro. Mas esta questão, reafirmamos, somente podera ser correfta-
'nte pensada se/í£var em conta que vivemos atualmente a era do capitalic
o financeiro., do capitalismo monopolista, do imperialismo. Tal constata­
d o nos obriga, portanto, a utilizar os conoeiros clássicos de acumulação
o reprodução do capital no contexto concreto do imperialismo. E ja, aqui,
ntecipamos mossa resposta: o imperialismo, por sua proprip natureza,
necessita obter uma taxa de lucro m aior nas economias s u b d e s envolvidas, po
qu e?
Vamos a Lenin. Na conceituaçao e definição do imperialismo, Lenin eu
tra em polêmica com Kautsky. Para este, o imperialismo seria u m a politic-
preferida, urna simples escolha, pelo capital, combatendo a tesB leninistr
de que o imperialismo seria umr f a se particular (com leis próprias, por -
A iMecessictade pr. ü -
tanto),'^um estagio do capitalismo, P ara Kautsky, a política d<e anexaç' se&
"de’ "nações agrarias" e que era a característica básica' do imperialii.smo,
sendo este, na sua definição: "... um produto do capitalismo industrial
altamente desenvolvido'.' Ao combater, com veemência, este posicionamento
de ^autsky, Lenin o a cu sa de se prender a umarealidade já ultrapassada do
desenvolvimento capitalista, de 35 prender a definições próprias da fase
da livre concorrência, do capitalismo industrial.
De passagem, apenas, queriamos aqui apontar uma certa semelhança des
ta visao kautskista com a metodologia aplicada pela "Declaração Politicã".
3sta, na intensao de provar que nao se pode analisar a realidade brasilei
ra com "pauroes de um secúlo atras", se êh ao trabalho de afirmar que a e~
conàmia brasileira não e predominantemente agraria, que a economia brasi
leira ja "ultrapassou a fase da simples exportação de produtos primários",
jfa. o que esta preocupaçao da. "Declaraçao" evidencia e, nr realizade, u
ma resposta a uma pergunta que nao deyeria ser posta em discussão. Isto,
^0rque e obvio que a economia brasileira e mais complexa que a de El Sal
lor, de Hondurcs ou outras parecidas. E mais, importante, não e o cri-
rio de ser a./rraria ou nao que poderá explicar o lugar e a função da e-
jonomia brasileira dentro do quadro geral do capitalismo. Este lugar e
unçao sao explicados pelas relações (próprias da era do imperialismo)
jue a economia brasileira e obrigada a manter com os centros hegemônicos
do capital financeiro internacional, relações estas que vão se carácteri
zar, fundamentalmente, pelo t.ipo de remuneração que aquele capital fiaãn
eeiro pretende (por ser estruturalmente obrigado, como coloca-Lenin) au­
ferir nos paises perifericos. »
Mas voltemos a questão inicial.
Sabemos que, rio processo deproduçao, 0 capital se divide em "capital
constante e variável e mais valia. Sabemos, tambem, que o lucro capitalis
ta - ou s e j a ; remuneraçao do capital aplicado - provem da mais valia, e
que esta, por seu lado, e maior ou menor de acordo com exploração maior
ou menor, da força de trabalho a s s a l ar iad a. Sabemos, ainda, que a mais va
lia se realizr qurndo os produtos sao vendidos no mercado (e aqui entra
lH fator crucial: o mercado; a ele voltr.remqs sdiante). Se, por um lodo,
mais valia e produzida no proprio processo de produção, ela se realiza,
io entanto, no mercado, ou seja, e vendando os produtos nQ mercado que os
capitalistas -'btem concretamente os seus lucros, lucros estes que configu
/fypn a renrodução ampliada do capital, ou seja, o retorno do capital inves
Á L 2 acrescido do que foi explorado do operariado.
A pergunta clara, portanto, seria esta: existe no Brasil um mercado
x n a z de, cornnrando-consumindp, fazer voltar ao investidor de maneira am­
ada o que foi investido no processo de produção? E a resposta so pode
f\r não. Tanto por questões teóricas quanto históricas. Nao existe nem po
existir.
. ■_ ✓. ~
Antes de mais nada e fundamental que fique d a r o que nao estamos a-
.rmsndo que não exista nenhum mercado no Brasil. 0 que pretendemos de
onstrar e que nao existe um mercrdo suficientemente amplo que c o r respor-
- ao nivel do investimento capitalista no Brasil. Pretendemos demonstra-
;ue os trab- l-badgres/fl^ltrüturalmente estao). excluidos do,mercado brasi
eiro; que este e comporto pela alta classe media e pela propia burguesi”
Pretendemos demonstrar, tambem, que este mercado restrito b r a sileiro faz
parte de um ^rnplo mcrcado internacional de consumo, ao lado dos próprios
trabalh ad ore s•dos paises de centro,
Seria tom que procurássemos as caracteristicas da passagem da era do
capitalismo industrial (ou concorrencial) para a do capitalismo monopolista,
financeira (ou imperialsimo).
Na epoc' Ja chamada acumulaçao primitiva (que antecedeu a fasç do ca
italismo ccrconencialj o desenvolvimento do capitalismo se deu através de
Fo, •fp * G> i |p*

A Necessidade ... - 9 -
..pilhagens e desnpropriaçao das terras dos camponeses dos países de cen -
tro. Em decorrencia disto, foi possivel aos capitalistas terem em mãos os
dois fatores essenciais a produção industrial: capital e força de traba
lho abundante, esta formáda pelos grandes contingentes de camponeses que,
expulsos de suas terras, afluiram as cidades em busca de trabalho. Se r.
f % r /V
principio estes trabalhadores foram vitimas de brutal exploraçao { v e r E n
#s/ 0 **"
gelç: "Situaçao da Classe Operaria nr Inglaterra"), a partir de determi
nado momento esta situaçao foi superada; sem duvida em função de duas
razoes: a resistencia do operariado e a possibilidade real de o capita­
lismo r-j
de centro0 atender as pressões dos trabalhadores. Ver C.C.
/
Nao h r. duvida de que o primeiro impulso do capitalista e deixar o
operariado morrer defome. No entanto, a prrtir dç própria pressão do pro
letariado foi formado, em parte, um mercado operário para r. produção ca-
piralista nestes paises de centro nesta epoca do capitalismo concorrencial.
Isto era favorecido em funçao da pouca diversificaçao e sofisticação dos
produtos e pel© relativamente pouco (em relaçao ao cp.pitalismo monopolis
ta) capital empregado e em circulaçao. Assim, o capitalismo de centro (e
* / /
a Inglaterra e sempre o modelo neste periodo) empregava parte do capital
na produção de produtos a serem consumidos pela sua própria clrsse operr
n r ; tendo por.tr.rto, os salarios dos operrrios significativa importância
na realizrçao dr mais valia. E bom, pois, que fique clnro que:
a) tal proces so se refere ao desenvolvimento do capitalismo nr suà fase
concorrencial;
b) que apenas uma parte do capital investido se detina a produção de a r ­
tigos a serem consumidos pelos operários do proprio pçis;
c)^que esse processo ocorreu (note-se que o verbo esta no passado) nos
paises de centro.
• Marx (em "Salrrio, Preço e Lucro") ja alertava para o fato de que n*
0 *
e o consumo dos operários a mola.mestra ao mercado capitalista; e sim
consumo^de pbjetos de "luxo".
E e a partir dr acumulaçao capitalista daquela fase concorreciclque o
dado o uai to para o capitalismo financeiro. Isto porque o reinvestiment
do capital acumulado (acrescente-se a isso o enorme aumento dr capacidade
produtiva com a 2® Revolução Industrial) nao dava de ntro dos próprias
fronteiras dos paises de centro uma rentabilidade proporcional ao proprio
inestimento. Mesmo que de passagem, e bom recordar algumas premissas br.si
car com que o marxismo avalia a economia capitalista:
a) a tendfinci.a decrescente dc taxa de lucros;
b) a contradição fundamentrl do capitalismo, com a produção coletiva e
■•pro v i rçao individual do produto social.
E pois em funçao do esgotamento do mercado interno que os paises de
centro passam a exportar capitais ex ced entes, sendo esta a caracteristic
nuamental da fase imperialista do capitalisma^note-se que, para ser vi
' 1 este investimento do capital no exterior e preciso que ele retorne
com uma taxa de lucro superior aquela que poderia ser fornecida pela apl
^açao deste capital no proprio páis de origem. E por isso que Lenin fal'
que nao existe uma simples"escolha"(como queria Kautsky) na exoortaçao df
/■ /
caoitais; e por isso que Lenin fala dos "super-lucros"; e i)or isso que
>odemos falar om suoer-exploraçao noa paises de periferia. E o Brcsil
um pais periferico, como afirma, concretamente, o Programa, citajao fe_i
ta.
/ / ✓
Dizer que o preço ao salário e ^ so lv id o pelas lutas de clrsse e cor-
to, assim cono tamben e-certo que o proprio capitalismo sera "resolvido !
p 3 * 6 ’P *

pelas lutí-b de classe. Porem, concretanente, os que nos interessa e fix' r


es fronteiras estruturais/Sue se move o capitalismo (e em seu seio a lutr
de classe) hoje.
Retornemos ainda a questão do mercado.
Diz Mrrx (no "Prefacio a Critica da Ecomomia P o l i t i c a " ) : "Considero
o sistema da economia burguesa na seguinte ordem: capital, propriedade
fundiaria, trabalho asslariado, comercio exterior, mercado mundial".
Diz Lenin, no "Imperialismo...": "Porem, sob o capitalismo o mercrdo
interno estr inevitavelmente enlaçado com o ecterno. Ja frz muito tempo
que o capitalismo criou um mercado mundial". Gostariamos que se f i z e s s o ~
qui uma com >nraçao deste conceito com r argumentaçao desenvolvida por Lo-
nin no "Desenvolvimento do Capitalismo na Russia", no trecho cit-^do pelo
CN, trecho em que Lenin reproduz os conceitos teoriicos básicos dr. acumu-
laçao capitalista da era concorrenciaonal. Relembremos, também, que
mesmo depois da revolução burguesa de 1905 (o livro Desenvolvimento do C:
pitalismo na Russia" foi escrito em 1898), a burguesia russa não conseguiu
formar um mercrdo interno baseado no consumo das massas trabalhadoras .
Mas, quem compoe este "mercado muni/ial" de que fala Lenin? Sem duvi
da, o proletarirdo dos paises de centro, evidentemente ao Indo de toda a
burguesia e alta classe media (a tal alta burguesia civil, estatal e m i l i ­
tar). A burguesia (os capitalistas) nao podem abrir mão deste mercado dr
consumo. Diz Engels, em uma carta a Marx, drtada de outubro de 1858: "Na­
turalmente, ; or parte de uma naçao que explora o mundo inteiro isto (a as-
oiração da Inglaterra em ter uma "aristscracia burguês,^ e um proletariad-
a r * . 0
burgufts) e, c.te certo ponto, logico". (citado por Lenin)

E a questão do "consumo produtivo"? Na apreciação que fr.z desta qu<:


+ -o, a "Declrraçao" erra ao colocar na mesma problematica consumo produti
'.-o e mercado interno,
sem se dar conta de que, para nos (o quo preocupa •
*** . / /
. na presente discussão) o importante e saber se os operários brasilei
ros^poderão se constituir em um mercado de consumo de bens duráveis e n~
.u r a v e i s , e nao, s-ber se no Brasil pode existir um consumo de bens d e ,ro
duçao entre as empr sas, que e o que caracteriza o consumo pro du ti v o.Est
e obvio, existe. Talvez nao com a importânc a que o CN sugere, pois cor;
9 rJ /
ressaltr o proprio Lenin, na cartelizaçaoe monopolização propria da frao
+ A \ iw /

imperialista, ha uma tendencia que conduz a eliminaçao deste comercio en-


t^je as empresas.
E quanto, especificamente, a super-exploraç,ao?
Como vimos, anteriormente, o preço dos salaries não pode ser discuti
do tendo-se em vi s t a apenas o poder de pressão dos trabalhadores; isto ror
que este poder de pressão vai incidir sobre uma situação objetiva. E é es
ta situaçao objetiva que ueve ser discutida; em outras palavras, o sistemr*
imperialista tem como parte de sua prpria natureza uma estruturação into/
iii cional de s .larios. Se o'operariado de um determinado pais rompe locali
zr damente com esta estrutura, isto não significa que ela não exista. E i:
to r que estamos chamando de "estrutura internacional de aalrrios" (nco s'-
oemos se com muito rigor ou propriedade do termo) se caracteriza, funda -
0 *
lentalmente, pelo fato de que nos paises perifericos subdesenvolvidos (c?
aD do Brrsil) os salaries sao mais baixos do que nos paises de centro, r
isto não em razro de uma crueldade maior do capitalismo intern'.cional pa-
0 0 0
?: com os operários dos paises perifericos dependentes, mrs, sim, por sr
* r
ata-r de uma característica inerente,' essencial, ao proprio imperialis-
* •i .. ' + * '
Diz Lenin: "Nestes paises atrasados, o beneficio e normalmente elev-
^ 3 • (p • çf) •G , )p

A Necessidade ... - 11 -
do, pois^os capitais^sao escassos, o preço da terra relativamente pouco
consider vel, os salários baixos e c.s mhterias primas baratas".
Se nao se pode dizer de maneirr abstrata se um salario e baixo ou
*** 0 0 0 -
nao, pode-se seguramente dizer <^ue um nivel de salarios e baixo ou alto
v rolaçao a outro nivel de salarios. No nosso caso, trata-se, .agora de
^3 estabelecer se ha (ou nao) uma correspondência necessaria entre os re
1 tivamente altos salarios pagos no centro ^do sistema imperialista e os
rlrtivamente baixos salarios pagos nos paises da periferia do sistema
nperialista. Em uma carta a Kautsky (citada por L e n i n ) , Engelsprocura
'xplicar a situação politico.-ideologica da classe operaria inglesa er
i89?: "Aqui nao ha um prrtido operário, não ha mais que radicais consei
vr.dores e liberais, e os operários se aproveitam com eles, com a maior
0 N
tranquilidade do mundo, do monopolio colonial da Inglaterra, e'do seu mo
íopolio no mercado mundial". Como se sabe, uma das posições b á sicas Jo
jjenin sobro o imperialismo e que este da as condições objetivrs pera o
urgimento do proprio oportunismo no MO dos paises de centro.
---- Retomemos, tambem, umacolocação do "Aonde Vamos?" (II), ao falar do
prpletc.rird g brasileiro. Iniciando 0 trecho com a p.firmaçao de que •
olr.sse operaria brasileira nao e reformista no estilo europeu, o r e f e r i ­
do docránento brsico da 0. explica: "Para isso falam entre nos as premis
sas economicas existentes nos paises altamente industrializados e imperi
alistas, onde a burguesia usa o lucro obtido na exploraçao do mundo sub**
desenvolvido oara a neutralização de seu proletariado".
0 0
0 que se pode afirmar, ate agora, e que os conceitos de super-explo
roçao e ^rrocho estrutural nao nasceram de cabeças maquiavelicr s %de quem
quer que sejr ; o uso deturpado que se fez e se faz deles e ou^ra questão;
nao surgirrm Je cartolas magicas;^ pelo contrario, encontram bases teóri­
cas nos pr^rios clássicos e tambem nos documentos básicos da 0.
f 0 ~
Queriamos» fazer, aqui, uma serie de citações do nosso "Programa S.o
cialista para o Brasil". Achamos que estas citações sao necessárias como
um reforço indispensável a nossa arg um en ta ça o, Diz o Programa:

(pag.f f) "A burguesia so pode evoluir a custa da crescente exploraçao


das ^íiassa. trabclha so raí .
h) (pag. 16) "As empresas estrangeiras vieram explorar seus lucros, aqui
mais gordos qte em seus oaises de origem principalmente pela maior ex
ploraçao dos trabalhadores",
c) (pag. 16/17) "Por outro lado, a monopolização sofrida pelr economia
nacionrl/acontua todas as contradiçoes do capitalismo. A introdução no
pais de técnicas mais avamçadas aumenta de muito a desproporção entre
a.capacidade produtiva do monopolio e a capacidade aquisitiva do povo.
Ao megrno tempo em que a produção capitalista destroi rs condiçoes de
sobrevivencia dos pequenos prqdutores autonomos; jogando milhares de
seres humrnos, no mercado de trabrlho, o avanço técnico limita -rs nos
sibilidades de emprego destas populaçoes que em bor parte v ao se cons­
tituir nos aglomerados miseráveis das fr.ve^as e mocambos, "e ' ainda es
ta coricontraçao dà> empresr» e o progresso técnico, com o respectivo au
mento do 1exercito industrial de r e s e r v a * , que deprime os salarios ao
0
mais baixo nivel".'
Queriamos, aqui, de passagem, destacar duas questões. Em primeiro
l u g a r r a reafirmação da impropriedade da citação do "Desenvolvim ento do ,
do Capitalismo na Rússia", feita pela "Declaraçao Política"; a inoportu-
Ld^de daquela citaçao par a a discussão deste te ma fica obviamente clarr
e comparadr com o trecho do "Programa" acima referido. Em segundo lugar,
ro^srltamos que o problema da "monopoliznçao precoce" da economia brasi-
íeira - u m a questão essencial, por certo - nao nao tem seu peso real nr.s
M M \ 0 ^
preocupações da "Declaraçao Politica", na configuraçao que faz da econo­
mia brasileira,'e dr questão dos salarios especificamente. Fica mais unr
* N ~ A /

vez, ao nivel de uma citaçao sem maiores consequencias praticas.


Prossigamos.
d) (pr.g. 18) " Vimos que o modo de produção no Brasil traz como consequen
cia naturei a carência de mercado inte rno , a baixa produtividade agríco-
lr, a sangria de capitais, a inflaçao e a explorrçao violenta drs mn.q -
trabalhadoras" (grifos atuais,nossos)

1 e) (pag. 27) "... porque ‘(existe a ditadura; ? para que os monopólios se


/ engordem com os salarios que deixam de pagar aos operários..." (grifo
/-O atuais, nossos)
0 / r+t
Ate ^agora, ja temos razoes suficientemente fortes para susneitarmoe
~ r 9 *
ue a "Declaraçao Politica" está correndo um sério risco de deixar de 1
(' •) rlgumas conquistas teóricas mais significativas do comunismo (a con •
•** • * M 0
ribuiçao de Lenin para a analise e compreensão do atual estagio do c-,-oi
b-lismo, o imperialismo), como tambem, o. que seria igualmente grrve, c..
e o risco de dar as costas, e mesmo negar implicitamente-,rs elaborrçoe'*
nais fundamentais que "Politica Operaria" desenvolveu, nr. carr cterizrg~-
do cnpitalismo brrsileiro, seu lugar uentro da constelação imperialista ,
surs fronteiras históricas.
0 ry ■'(I , *’i
Nesse caminho, a "Declaraçao" e obrigada a. usar de conceituaçoes ‘
r-
.
M 0 0
argumentações desprovidas de maior rigor teorico e, tambem, obscurecedo-
* - * fst
ras de analises historicamente (desde a fundrçao dr 0.) trrdicionais nr
nossa 0.
• Ao dizer, nor exemplo, que "0 que caracteriza o subdesenvolvirrmto
X ~ A

brasileiro o justamente a integraçao economica de diversos segmentas da


burguesia brr sileira com o imperialismo" (pag. 4), a "Declaração" e no
m-inimo sioplista; isto porque, ~ sejuir tal con ceituaçao, a Inglaterra,
/ /
por exemplo, seria tambem subdedesenvolvida. Logicamente, na mesma pagi-
M N
na, a "Declaraçao" se refere a remeesr ue lucros como causa do subdesen-
/rlvimento, ao que junta o consumo faustoso das classes dpminantes, a-
crescentando, no fim, a monopolizaçao precoce da economia; como o que se
rirm consequencias do subdesenvolvimento, a "Declaraçao" fala drs desi -
0 / /
jualdades regionais, da brixa produtividade agricola (coisr alirs que os
fatos desmentem . a m p l a m e n t e ) , do desemprego e da marginalidade. Mas qua
is rs i3lacoes de tudo isso com a classe operaria, com seus srlr>.rios ? r
'Declaraçao" evità abordar a questão ai. Do nosso ponto de v i s t a falar
A 0
em "causas e consequencias" do subdesenvolvimento e u ma metodologia incor
reta. 0 subdesenvolvimento da periferia tem suas causas nas mesmrs causr r
/ A s

do desenvolvimento des economias centrais. Faz parte, ja, do acervo teori­


co da 0. as posiçoes de Sweesy e Gunther Frank segundo as quais desenvol­
vimento do dentro e subdesenvolvimento da oeriferia sao elementos do me. -
mo processo
M 0 da estruturaçao da economia 0 imperialista, Isto cirro, a tare
fa, nao e apenas anunciar que ,o Brasil0 e subdesenvolvido; -resta saber
que significr isso para a classe operaria. E isto vai significar s u p e ■-
exploraçao e arrocho estrutural. Mas r. "Declaraçao" nao quer afirmar is­
so. Para tanto, se contenta apenas em enunciar o subdesenvolvimento b r a ­
sileiro; isto mos parece mais um a homenagem ao obvio incontestável, que
cumpriu o pa^el de querer livrar a "Declaraçao" da obrigação de enfrentrr
_:om rigor o que seria o essencial na discussão.
Quando, na segunda parte, se propõe a entrar no merito da questão
arrocho estrutu_al", relacionando tal questão com o desenvolvimento con-

t
Fo) • Cjf
> <p-Q> .)p •
A Necessidade ... - 14 -
pondo fim ps querelas burguesia industrial X latifúndio exportador, r
que a buigüesia industrial abre mao do mercado interno, optando pelo apro
fundamento icfinitivo da integraçao com o imperialismo na qurlidade de so
:io-mencr . E, assim, contra o pano delindo desta reacomodrçao que eclodo
crise social, economica e politica dr. ordem capitolista brasileira, cri
✓ 0
se esta que r tinge seu climax em abril de 1964. E por isso que, reafirma­
i s , nos parece profundamente equivocado afirmar-se, como rfirma a "Declr
ӂao", que o ascenso do movimento de massas de 64 se da "dentro da cris
iclica dr e c on om ia capitrlista brasileira..." Tal afirmaçao desconhece,
na pratica: a) o conceito ma rxista de crise ciclica; b) as relações pr?
prias estabelecidas entre o centro e a periferia subdesenvolvida do sis í.
na imperirl ista; c) a propria historia do desenvolvimento do capitalismo
orr.sileiro,
A "Declaraçao" rfirma que a concepção da ditadura estrutural serve
base a;: colocaçoes centristas do MEP; a isto responderemos que o uso de -
formado que os centristas fazem de qualquer tese e problemr deles; na re,
lidade, a tese da ditadura estrutural nao dr. direito p ninguém de ser c
trista; se os œ nt ri sta s querem e e ’ mecr.nicistrs e, por isto, prrtem pa.;
0 0
o raciocínio simplista de achar que r democracir no Brnsil e um avanço r
voluvion ario estrategico, eles quo vao para o inferno com seu mecanicis-
mo; nos, d; ‘'Politica Operaria" (que tem na OCML-PO a verdadeira e unicr
herdeira de suas tradições mris significativas) recorremos ao nosso "Pro-
grama" e afirmamos que qualquer democracia no Brasil nao tera nenhum car­
te r revolucionário e bradamos : rovoluçao socialista ou caricatura de re
voluçao.
0 qie o centrisme oportunisa do MEP nao viu e que o advento de uma
' ' * *
lemocracia no Brasil e possível encuanto uma saida provisoria para a bur •
,-;^'ia; o que o centrisme nao viu e que esta democracia no Brasil sera an
te-sala para novas formas de ditaduras abertas, se durante sua vigencir
o forem efetivadas conquistas
"""'r ** 0prol et.-ri as est rat e r i c a s , o que colocarir
lutas de classe no pais em nivel mris elevado, colocando, assim, a pos
oilidade estrategica de um GRT ou, mesmo, da ditadura do proletariado «
>rem estas rs posições centristas criticadas pela MM-4. M M 4 não criticc
conceito de ditadura estrutural porque este e uma drs referencias basic:
o "Programa Socia lis ta pa r a o Brrsil".
D e p e n d encia; su per -ex pl ora çao ; ditrdura estrutural, arrocho e strut
al. Est,as suo realidades das relações do sistema imperialista em n e m -
os quais muitos "crimes"foram cometidos: reformismo, av ent ureirismo, es--
luerdismo, centrisme e quantos "ismos" a mais se quizerem acrescentar,
nos, da "PO" tambem cometemos nossos "crimes".
*** 9 A

Mas nao sera pelo fato de havermos tirado consequencias erradas do


nn realidade que poderiamos da: as costas para esta æ a l i dad e.
Sim«, Nos erramos no tratamento ao GRT (voltrremos a isso mris adian­
te, especificamente); erramos , e nisso fomos esquerdistas, ao nro levr -
\

nos a pratior, o instrumento leninista drs pop's.


r*t 0 0
A "Decl-raçao" fica pox ai. Uma anr.lise mais cuidadosa no entanto,
provaria que temos gravissimos erros e contradiçoes nas nossas de^iniçoo:
estrategiars sobre o campo, luta armada, Frente Revolucionaria dos Traba ­
lhadores* estando nossas documentos básicos mrrcr.dos por estes erros (vol
taremos '■ : sso) . Mas quanto r. isso a !iDeclaração" silencia. Prefere desen-
olver umametodologia que corre o serio risco de nos remeter de voltr a un
s * 0
seculo atras: suas analises da re.--j id de estrutural brrsileirr, em muitos
•-spectos, bem se adequariam a um pris capitalista de centro, nr fase do t
Jo 62j>i'\s\ O n o ;ais; p. "Deo'1aração" o faz de maneira tpo sumaria-
quanto superficial: "0 arrocho nao e um a condição 'sine qua non' para
capitalismo orasileiro. A historia anterior a 64 mostra inclusive outras
0
alternativas para o capitalismo no pais".
Com este posicionamento, a "Declaraçao" passa ao largo da analise -
tambem ja tradicional na 0. - segundo a qual toda fase da economia brasi
leira que e conhecida como fase de substituição de importaçoes de bens
/ /
duráveis, tambem se caracterizou pelo chamado"desenvolvimento com infla-
~ x /---- ---- ---------r---- — -----
ç a o " , o resultado disso nos salaries dos operários foi a continua desv ai )
rizaçao do salario r e a l » em consequencia da inflaçao.

2. Ditadura: a questão da sua estruturalidade.

Diz a /Declaraçao" : "A ditadura militar reforça a integraçao imperi


alista, mas nao e a unica forma capaz de faze-lo" (parte 2, pag. 1)
Diz o PSB: "Para essa politica econômica de defesa do lucro e corto
geral dos srlarios foi preciso um regime politico mais o p m s s o r e repres
s i v o . Po :'.sí o, a dite dura aberta nao e um fenômeno passageiro na vida
brasilei- a: ela e o resultr.do de u;na politica burguesa, quando a burgue­
sia nao pode mais exercer a ditadura de maneira velada" (pag. 26/27, gri
fos nossos)
Diz o "Caminhos e Carater: "... qualquer nova experiencia em termos
* * ~ *
o-: Republica Democratica nao passara de um intervalo para que a classe a
*
minante prepare outra forma de ditadura aberta", (pag. 11)
/ (VI

Com quem esta a razao? Com o "Programa" e o "C.C.", ou com a "Decl


raçao" ?
Um bom cp.ninho para se sanear esta duvida colocada pela "Declaraçp
00 *
seria ver se nos clássicos encontramos alguns posicionamento teorico mr
/ /
implo a respeito. Vejamos Lenin: "0 imperialismo e a epoca do capital f..
*
nanceiro e dos monopolies, os quais trazem em seu conjunto em todas s
:es do mundo f tendencia a dominaçao e nao a liberdade" ('Imperiel isrno: 1
se Superior do Capitalismo"). Se olharmos froje a face do globo, mesmo do
maneira rapida, percebemos um carater quase profético nesta coloceçao
lenin. 0 merjno Le nin continua: "Kautsky rompeu com o marxismo ao defon -
/ ✓
der,para a eooca do capital financeiro u m Aideal reacionario, a democrrci
pacifica, o simples peso dos fatores economicos, pois este ideal arrast;
objetivamente ^,para tras, do capitalismo monopolista ao capitalismo nao mo
nopolista, e e um engano reformista", (livro citado)
A "Declaração Politica", no entanto nao parece (a nao ser de passarem
formalmente) a preocupar em situar o capitalismo brasileiro (assim como
os varios aspectos de sua historia) dentro do contexto mais geral do capi
salismo nurdiaL. Assim, a analise que faz do golpe de 64 se limita apenr

os aspectos mais imediatos, se esquecendo das condicionantes históricas
:onomi cr.s r*ai s gerias. Diz a "Declaraçao", se referindo a Di tadura e o
golpe que a instalou: "Sur particularidade - enquanto ditadura aberta e
ir direta d; burguesia - e, antes consequencia de uma determinado situaçp
;iitica, e o produto de uma contingência conjuntural, quando a burguesi
. ;• mostrou incapaz de manter, através de seus mecanismos diretos, a sua
ropriedade, sua familia, sua religião e sua ordem. A tutel • militar gf
.antiu a repressão sobre o movimento operário, e a recuperaçao da tpxa > *
Lucro através do arrocho salarial", (pag. 1, parte 2)
Ora, este trecho omite (quando não podia omitir no contexto em çur
fixado) considerações fundamentais que a "PO" tem feito em toda a su: .s
:oria. são elas: a) 1964 marca a falência do populismo no Brrsil; b) -
/ /
> marca o fim de um periodo de lutas de classe no pais, iniciado em i
^2>•«!>• y i - G . p Í3*

Definitivamente, nao 'deve ser este o caminho. Para usarmos uirfr in"
gem bastante^conhecida, díriamos que o CN esfca "jogando fora a criança
junto com a agua do banho".
Nao, companheiros. D e p e nd en ci ar arrocho estrutural, ditadura estrut
ral, super-exploraçao se constituem em realidades proprirs do capitalistr
monopolista, do imperialismo, fazendo dele a "ante-sala dp revolução".
Lenin nao estava fazendo poesia quando usou o termo. Diz ele no "Imperir-
M (V *
lismo": "Esta agudizacao de contradiçoes e a força motriz mais potente
do periodo bistorico de transiçao iniciado com a vitoria definitiva do cr
pitai financeiro mundial", (grifos meus). Se alguem considerar generico
este trecho de Lenin, poderia recorrer ao "Programa Socialista para o Br;_
sil
"Po.c tuuo isso x(0 Programa se refere a "exploraçao violenta ✓ . das mas-
s trabalhadoras", a ditadura estrutural, ao arrocho) Leninja chamara
imperialismo de ante-sala da revolução social. Porque, em primeiro lugar
■o integrar definitivamente todo o mundo ao domínio do capital, ao revoli
onar todas as areas do globo e subordina-las as necessidades do lucro,
•.rdurecem as condiçoes internaci 'inr.is para a revolução socialista. E e
egundo lugor, porque aguça as contradiçoes inerentes ao sistema capita
ista: a conxradiçao entre o crescimento .da produção e o consumo, a cc >•
tradição entre o' carater privado da apropriaçao e o carater social da pr
duçao". (prg. 17)
Continua o "Programa":
"Integrando a ^burguesia brasileira na economia imperialista, o de:-o
volvimento capitalista nacional criou as condições para que a luta anti-
. ^ /
imperialista hoje no Brr.sil so possa ser também -umaluta anti-capital-.st • .
(pag, 17). Se o reformismo (ou suas formas mais modernas e sofisticadas
quizer levrr lutas de "libertaçao nacionrl" pela democracia, ou coir-tf
que o valha, isso e problema deles. Nos, da "OCML-PO" pr eferimos ficar o---:,

|H-
Lenin, e fazermos dp luta contra o imperialismo a mesma luta contra o c.-.•
talismó, a luta pelo socialismo.
Nao sc pode, pois, drr as costas para esta realidade do imperialism
oara a "a, -uoizaçao de contradiçoes'.'. E a "Declaraçao", talvez com recei'
principio justo) de incorrer em erros tipo "o proletariado brasileiro
;i.e organiza na linha d ir et a da revolução", acaba por cair no erro inverso
'.o supor e d: r a entender um desenvolvimento mn.is ou menos linear e lent'
lo movimento operário em direção ao confronto final com a burguesia. Dl
"Declaraçao":
"As projeçoes catastróficas para o futuro imediato ocultavnm73ffl°veu
;oologico, os problemas concretos da formação politica do proletariado,
■ente possível de ser conseguidp ao longo das batalhas parciais, no au
A A

importarcia fundamental
- a- . +
as lutas' e escaramuc es cotidTianrs de resiste
" ..................... ‘ 11 ■ ■' ■— ............................- - —-

■j-a economica" . (pag. 5» grifos nossos)


Em primeiro lugar, queremos deixar bastante claro que não somos ade
:os da "teoria" de que tao-logo-mude-a-conjuntura-o proletáriado-coloc- _
>r ra-si-r.-Qüéptao-do-poder. Isto porque, obviamente, para o proletariad
se colocar n ,questão do poder e necessário que ele desenvolva uma ideoi' ■
-?ia, uroá orga ^izaçao e urna consciência que ele se pOde adquirir no dec j
rer de lutas que tera que travar.
Por outro lado, nao sera nenhum "catastrofismo" poder-se afirmar qu
a) as luta.. onerarias tenderão a se radicalizar politicamente com granu.
rapidez, de c.cordo com r tese leninistp dp agudizaçao de contradiçoes, q
alias, a i.i.t ria tem comprovado e::auativamente , em'todo o mundo subdese:
\ A / '
volvidnt b) a s lut~s economica.s (diferentemente dos pais es de centro ou
r* M *
uj jjjtíixoao j j ot-pitciiismo >-J.j-jrrt.iv.uj.) ter°.o uma cono.taçao politica ire
dia amente presente em seu desenvolvimento, tsr.to pela forv:?. ouanto
w.àiüeudo, como, alirs, tem ocorrido no Brasil desde a revolução de 193C;
c) e errado supor (como o faz a "Declaraçao!') a hipótese de lûtes e esc
-muças cotidianas de resistencia economica, a nao ser que assumam teses
da "resistencia desorganizada", ou, por outro lado, se pretenda um longo
uriodo de vigoramento no pais de uma democracia burguesa tipo clássico:
sto porque, acreditamos a decada recente de ditadura bur guesa ja demonr-
trou a nao ocorrência destas "escaramuças cotidianas de resistencia ecor
.nica"; as que houve, por serem poucas e dispersas, nao conseguiram dr.r
saldos significativos na organizaçao e conscientização da cla s se.
Ate agora, temos combatido as posiçoes da "Declaraçao Politica" r.?
quilo que, a nosso ver, elas tem de contrario as mais fundamentais pos
çoes basiers da "PO". Combateremos, também, o que nos parece ser um
alheamento historico da "Declaraçao", quando ela, na pratica, dn a onto- •
der um florescimento verdejante da democracia burguesa no Brasil, o qua
indica uma metodologia secularmente ultrapassada (Lenin no Prefacio è c
çao alema do "Imperialismo" afirma queum dos seus objetivos com o livri
"... demonstrar todo o embuste das concepçes e das esperanças social-pac
fis tas pr. "democracia mundial'").
A partir de agora, no entanto, nosso documento ira combater também
*
cs aspectos equivocados, contraditçrios e obscuros dos nossos documentos,
básicos; aspectos estes que, embora tenhamocasionado graves erros p o l i t i ­
cos da 0. era toda sua historia,
podem - e devem - ser superados sem se
* *
oerder e vista os nossos principios proletários, estes,alias tambem pre -
sentes nos documentos básicos.

3. Sobre o CRT
Na sua resposta ao nosso documento anterior, o CN se recusa a admitir
ue ao longo dos- nossos documentos básicos a definição e c o m eituação tf o
GRT se encontra de maneira ambigua, confusa, obscura c contraditoria; p 1-
ra nosso espanto, chega, inclusive a citar como sendo justa uma passage
de um jornal "PO" de antes do golpe em que, o GRT e cbfendido e propos!
dentro de uma otica clara e abertamente democratista.
Na realidade padeiros encontrar nos nossos doeu mentos GRTs de todas
cores e w r todos os gostos.
r / /
Se alguem quizer um GRT que seja util a propositos demoerntistas (co
mo, inclusive a atual corrente centrista e democratista de 0-7) basta- se
servir da citaçao do "PO" pre-golpe, acima referida; vamos repeti-la: "
superaçao da crise brasileira, a realizaçao das reformas de estrutura, a
defesa v- a anpliaqao da democracia encontram-se hoje nas mãos da classe o
peraria, e ela so pode cumprir esta tarefa de uma maneira: fazendo- a si
f ^ * Al. w 1 1a

revolupao e implantando no pais um governo popular, o governo dos traba


lhadores . rifos nossos) De passagem, queriamos- acrescentar aqui um?
questãor a "Declaraçao Politica" (l§ parte , pag. 9) acusa a tese de 1/
de afirm r que o GRT nasce da revolução vitoriosa (acusação, alias, que'
não corresponde a verdade, pois o. que esta na Tese de LA e que o GRT nat.
ce sa insu: oi ça ó ); se, no entanto, estivesse mais atento as suas propri
-s cita oes, o CN teria facilmente visto que a ideia de um GRT surgindo
da revolução e cfcfendida e pelo referido- "PO" pre-golpe.
Se alguem quiser um r e f o r ç o ^ ara o ponto de vista de que o governo
revolução vitoriosa sera a ditadura do proletariado, o que de fato, '
.na posição correta, basta ir ao Curso Basico, au la X: "0 governo da re-
olução vitoriosa, do Bcsil socialista, nao pode ser outro senao a-Dita
F a ■< $ - 0 - G . P svti

/7
Iiit'h ^ r'"1o!°rindo" .
îv •* /
A "Declaraçao" defende da hipótese de um GRT instalado por v ia pp.ci
fica, ma: o "C.C." diz: "Levando em conta, igualmente, as particularida
des do pris, acreditamos que o surgimento desse governo nao pode ser pro
duto de um piocesso eleitoral e tera, para se impor, que resulte da intc
vençao ativa e*violenta,dnsmassas trabalhadoras". E o "PSfi" e taxativo:
Q tipo ce governo visado,que surge .da - p r o p r i a .insurreição, ..,T
"Embota, por -eu lado, o A.v. n a o ^ j r tao taxativo a respeito, pois nao
da destaque ao problema da forma do-instalaçao do GRT, limitrndo-se refe
rir a colocação do IV Congresso da I.C. diz o AV-3: "As resoluções nao
pre-estnbelecem ou se esses governos de transiçao surgem de processos e-
leitorais ou insurrecionais, mas deixam d a r o que sua existencir nao po-
■ ser garantido por^dispositivos legais e juridicos".
Queriamos, tambem, rapidamente, fazer aqui outro destaque. Nao se
. abe corn que objetivo a "Declaraçao" afirma que o governo de /.llend ' err
im GRT. (E.M. tambem faz esta afirmação). Isto nos parece errado. Os no^_
:.'OS -documentos básicos tem apenas uma referencia comum em rolr.ção a car,;
cterizr.çao do GRT, a referencia de que suas medidas (as do GRT) serao ^
’r.ntidas pelo proletariado em armas. E, tanto antes quanto depois da en­
trada dos generais no ministério de Allende, não foram os operários era
A --------------- ' f
armas que garantiram as medidas do governo Allende, e sim, o proprio exe
oito, ou seja umainstituiçao que nao se apoiava na força material do ope­
rariado. Nao vamos deter mais sobre este problema. Em si, ele nao nos pa­
rece funuamental neste doc. (embora seja fundamental compreender a experj
encia chilen; e tirar lições dela, como tambem achamos fundamental a po ­
sição de que o GRT havera de ser instalado por via insurrecional) .
P p p
Se alguem basear-se nos ebeumentos básicos para afirmar que o GRT e u
ma etapa a ser necessariamente cumprida no processo revolucionário bras^
leiro, brsta ir ao "Aonde ^Vamos?" : "Considerando este aspecto particular
as lutas de classe no pris (a ausência da consciencir politica dr classe
trabalhadora) e levandoP P
em conta que no decorrer do aprofundamento
/ J
do A

->roces:;o revolucionário sera colo cr:d o para nos o problema do governo de


-rt nsiçao, a esquerda revolucionaria deve estar preparada pr.ra participa-1
A P
r”">oiar um governo revolucionário dos trabalhadores".
/ /
0 que ha, de fato e a dubiedade. E toda esta dubiedade nos parece
surgir da indefinição de conceitos, ate elementares, como socialismo, re
uçao socialista, ditadura do proletariado, GRT, insurreição, etc tudo
o denoro do contezto das lutas de classe no pais.
Do nosso ponto de vistr, o elemento chave que tem obscurecido todr
.ostao e a visao equivocada sobre a Frente Revolucionaria dos Trabalhad__
■s da Cidade e do Campo.
Nos nossos documentos básicos a Frente p (que sustenta o GRT) se conei
/

istancia pelo seu carater social, ou seja, e definida como umr frente (*?
:'itre às "classes" dos trabalhadores dr cidade e os do campo. E ri est'
nro, ai esta a matriz de toda a confusão. 0 conceito de Frente nao se --
v p P
j.ica a identidade histórica e programática existente entre os^trabalï.r
es d a ’cidrde e do campo brasileiros; isto porque ambos j a estão histori
amente interessados na ditadura do proletariado enquanto poder sociali..
:a. 0 conceito de "Frente" se r: fere a uma identidade apenes pr s sage ira
interesses. E de se deixar absolutamente cirro que os trabalhadores do cr
p *

■>o tem' o mésmiseimo interesse dos trabalhadores dr cidrde em implantar o


•p ~
Tocialismò, jr. que os trabrlhr dores do ermpo sao, em sua maioria assalrri
dos; o mesmí. simo interesse em destruir a propriedade privrdr em sua j-
P r+J
rande mr iorir. E e por isso que nao nos cabe falar em trabalhadores dr
■idade de um lado e trabrlhr dores do c.-,npo do outro lrdo, como se fosseir
lrsses sociais distintas; distintas seriam se os trabrlhr dores do ermpo
? 2 > ftQ ( - G . p -W \

brasileiro fossem, om maior ir, pequenos proprietários o que efetivamente


nao ocorre. 3 de se entender que, no Brasil uma ditadura do proletaria­
do tera como base social, com igual poder de decisão, tanto o.proletária
do urbano como o rural.
*
A "Frente Revolucionaria dos Trabalhadores da Cidade e do Campo" que
sustentaria o GRT seriâ, de fato, uma f rente pol i ti ca , ou seja, o Gover­
no Revolucionário dos Trabalhadores seria exercido por um conjunto de
partidos j^liticos, um a F re n t e , realmente. E o Partido Proletário que fi
zesse parte desüa Frente poderia representar igualmente parcelas tanto
uo proletrrirdo urbano quanto rural. Este Governo Revolucionário dos Tr-
b-lha dor es difere
~ *da Ditadura
/ do Proletariado
/ / / (urbano e rural) exatamen-
cs pela questão ao partido unico que e proprio da ditadura do proletarie

E obvio que na Frente estariam partidos ainda nao totalmente identi


ficados, com a necessidade da ditrdura proletaria; par ti dos cujas inten -
cões "socialistas e proletarias" seriam checadas somente ai, na pratica,
no fogo „dessa que seria uma fase aguda de lutas de classes.
E e somente dentro desta concepção que ganha clareza a seguinte pr s
sagem dc. "Programa": "Na medida em que essa consciência tomo conta dar
massas trrbalhrdoras (a consciência da necessidade dr ditrdura dó prole­
tariado) - e a .pratica do governo de transiçao tem que acelerar este •>r
cesso - as massas trabalhadoras seguirão a facçeo (o partido) mais rc di -
A / /

cal e mris consequente do governo revolucionário, que os liderara e rs


levara a instalar a„ Ditadura do rroletãriado# a--forma de governo da revo
luçao socialista, a unica alternativa ao dominio imperialista".(pag. 32-
parenteses me us)
Para a 3- Internacional a. Frente Revolucionaria a qpe chama de "Fren
te ufticr 1r era a 11colxgaoao Pojuiica e economica de todos os partidos pa
lití cos contra o poder burguês.. . (grifos meus).
No T r o jf to" (tese da 35 Conferencia) colocou-se que o GRT seria uma
fase do oei ar revolucionário que •se caracterizaria nela ausencir ainda d;
irrl p a r tido p o l i c o • Tra^a-sc e cirro ao urna irisao erradn. Mc.o nr.o e crr?
Jizer que o GRT, ocorrendo, se caracterizara pelo exercimento do podei
r ;/olucioi.ario através de ijma frente, ao contrario da ditadura do prole-
íiado, em qv.e so exercera o poder revolucionário através de um partido
■;,i c o . Quando tratou desta problema ao criticar o "Tarefas Atuais da D I M
doc. de E.M.* (:lLiquidar o Passado...") nao se deu ao trabalho de aven-
r na questão, ficando ao nivel de "fraglar" o doc. criticado apenas
os seus erros mais visiveis.
Quando o documento "Meias Verdades...", provocativamente, nos per --
■junta se esquecemos de que a revolução bras‘ileira e socialista, teria, e •.
colhido um melhor caminho se procurasse contribuir com a nossa. D J . de ;
ieira manos professoral. .Assim procedendo, e provável que recorresse rs
.‘o lo cações do "Programa" c ao "Aonde Vamos", onde fica clara a colocar-"'
>e que a ocorrência de um GRT nao descarcterizaria c. revolução brasilei
:a enquanto socialista. Se consultarmos documentos, veremos que a luv
leio GRT e '.ofendida como a no s s a luta contra a ditadura no processo dr
reVOlüça.o' í.acialisra (estando nisso, por outro lado, acreditamos, preson
tes as ba se 8 los desvios voluntariatas do.PTCP, evidencia, do que esta uni
erro de Binv 3o do Programa, onde se mistura estrategia com tatica, con -
juntura toli e trutura - mas a isso voltaremos mais a.diante).
Mas, ’>e x: to o GRT e uma etapa a ser necessariamente cumprida prla
revolução socialista no Brasil ?
/cmd'. ’t i o s que nao, E ar .ii £: ^ixado u ma auto-critica pessoal em
F a <p-p G.pítfo

IJS

■'f”!ciorírmento., ja que, anterior me nte , acreditávamos que ne-


woüüanaüieuúo cer íamos que passar pelo GRT. Sem querer diluir a auto -
critica, reafirmamos que °s ambiguidades dos documentos básicos dão <.i
co concreto r que os militantes M da 0. incidam
P P nesse erro. Mas,1 como comu-
nistas, sabemos que a função da ra.. tocritica e exatamente evitar que se r r
pitam erros cometidos.
0 GRT, rcroditamos, vai-se colocr.r como uma necessidade real se , q u n
do v busjursia nao puder mais^exercer o poder no contexto de uma grave c n
se, a OCML-PÒ (o partido operrrio que dela surgir incorporrndo suas posi-
çoes) nr.o tiver força suficiente para exercer sozinho o poder politico,
tendo, osSim, que reparti-lo com uma Frente R evolucionaria. De passagem,
queriamos ressaltar que a questão de que nos vamos apoiar esta Frente^Re
volucionaria no Poder ou participar dela, e um a questão, agora, secundari
oí isto porque este nosso apoio, ocorrendo, devera basear-se na força r e ­
al que tivermos no movimento de massas, importando menos, no caso, termos
nos ou nr o al juma pasta ministerial ou coisa que p
o valha.
Par qu e um GRT seja realmente revolucionário,.para que a frente qur
■ exorç- sejr realmente
, uma Frente --------
Revolucionaria
^------- ----—----— dos Trabalhadores da Ci

d°de e do Campo, c preciso que este governo execute determinadas medidas
que radicalizem a luta d^e clrsse, que a coloquem em um nivel superior, pr
t que a transição^pretendida nao seja um "transição" para um governo bur
ues. Nos, pois, so apoiaremos um Governo ou participaremos dele se ele
tomr.r estas medidas. Que medidas sao estas? Aqui entra a questão do Pro--
ramoMinimo. Cu do Programa do GRT.
0 Programa do GRT deve serm pois, o elenco, o conjunto destas medi -
las, de carater politico, sindical, economico, institucional. Para reunir
as medidas constantes di "Programa do GRT" contido no PSB.
Pergunta-se se tais medidas sao socialistas ou nao. É obvio que al; u
nas de las (como „nacionalização dos monopolios nacionais e estrangeiros)
sao claramente tipicas de uma sociedade organizada,em moldes socialistas
Outras delas nao serao tipicamente socialistas (cOmo um aumento geral d<
salarios, por exemplo) mas terao o pppel de radicalizar as lutas de clas­
se no sentido da ditadura do proletariado. E preciso que se entenda de u-
ma vez por toda, que GRT e Ditrdura do Proletariado dizem respeito a orgr_
nizaçao pstritamente politica do poder revolucionário. 0 socialismo, por
ceu lado, compreende uma estrutura mais geral de todas as instancias da
sociedade (politica, economica, ideologica) , incluindo ai a própria dit -
:ura. dop proletariado.
x

Ha rr Mito tempo o marxismo-1 eninismo nos ensinou que para obter o po-
ler sobrr a economia, o proletari; do deve, primeiro, exercer o dominio
obrn o o d o r pol itico organizando seu Estado. Mas, mesmo exercendo a si
. oitadura, o proletariado ‘podera se ver obrigado a tomar medidas que nao
s. j m tipicamente socialistas,, / corno foi
/ o caso da Nova Politica Econômic;
r>*>
nvolvida por Lenin na Russia Soviética, ou mesmo as rmedidas
+s
deP distr:"
j-ao de Terra a camponeses que rnovavelmente, a revolução proletária, br-
leira ha de desenvolver dura te um periodo previsivelmente .t - nde.
Por tudo isso, e falso opor Socialismo X GRT, como colocou "Meias
erdades..." mareferida provocação que faz a 0. Talvez fizesse bem uma :
Lida do "Mais Uma Vez a PB", onde o proprio ’E.M. demonstra r. Ferdinantl -
;-chado oue o proletr.riado deve lutar por seus interesses especificos o
iuai quer fr.se da revolução.
Mas voltemos-a questão das reivindicações do Pr ograma do GRT.
■eivindicaçoes sao chamdas de estrategicas- exatamente porque, realizV.d: s,
;oloCam a luta de classes e m um nivel q ua li ta t ivam e n t e , estrate gi caro em
F 3 * (fl* (f> g , p #2>y

rrrnnr-i.or nivel de antos. É bom que fique claro qyie se conseguirmos,por


exemplo, o esTjaoeiec.-mento uo uin^i indicate Livre isto significa u m a cor •
ouista estrrtegi.'-a, embora nao va signifidar que -tenhamos tomado o podei
c. classe operar*a tera adquirido uma forca politica estrate gicr, mudando
o que, mil it armer, se , poderia ser chamado de quadro de operações; a classu
operaria teria um arsenal de ataque e defesa p ro pr iost
Para nao ir mris longe, no malfadado "Meias Verdades..." os membroá ■:
grupo "PO-Exterior" transcrevem a tese leninista de que "um programa con­
tem - a definição dos objetivos estrat e g i c o s , isto e, das metas intermedi
arias, marcos qualitatives que permitem continuar a^luta em condiçoes ma­
is favoráveis e em nivel rnais alto" (pag., 1). Poderiamos citar, tambem, a
. S A f
qui, os textos "de Len in "Exercito Revolucionário e Governo Revolucion rio"
"Projeto do Programa do Nosso Partido" e "Teses de Abril", mas poupa remo
os companheiros destas citações por considerarmos a questão ja s u f i c i e n ­
temente esclarecidas.
Ja nodemos, então, conclúir com maiores razoes que as Pop's nao ex -
f *
cluem s reivindicações do Prog ram a Minirno, a que Lenin chama tambem de
"reivind í c e ç õe s parciais do Programa"-. Sintetizando, por duas razoes: •)
a necesevu: ’e de fixar rr.arcos qualitativos do avanço das lutas de classe
mesmo ar.tes da tomada do poder, seja GRT ou ditadura do proletr ri a d o ; b)
a necessidade de se fixarem critérios para a integraçao d a 0. ern Frentes
Revoluci nariá6,
N o faso ao Brasil -• levando-se em conta a historia das lutas de cias-
A M
se e a consciência da classe operaria, e, por outro lalo as limitações e.
truturais do nosso capitalismo sub desenvolvido (tudo isso tendo-se por b
se o oue ha de m^is essencial nos documentos básicos) - estas reivindicr -
— ;)9s do Programa. Minirno se referirão a orgamizaçao independente da çlasr.a
'Sindicato Livro) ,exproprif.ção dos Monópplios, a elevaçao geral do nivel
tos salaries e a destruição do aparelho militar da burguesia; íundamentr i
mente:
•Quanto a.o problema dr destruição do aparelho repressivo da burguêsi
✓ r v * ** ' *
(exercito,- ma.rinha e aeronautica) a questão colocada e se, ocorrendo o
este sera ou nao instalado pela ressureiçao. Defendemos a posição de qu<-
um governe que se proponha a. realizar aqueles itens do Programa Minirno o -
•oenas se instalará através da v i a violenta. Como ja foi dito inúmeras
zes em documentos anteriores nao e improvável que o proletaria.do arrano..
no fogo da luta de alasses, de um governo burguês uma ou outra daqucl'p
reivindicações . No entanto, um Governo Revo lucionário cuja razao de a —
seria exatamente o curnpoiaier.tc daquelas medidas, cujo programe, seria o
próprio Programa Mirimo do Revolução Brasileira, este governo, repetimos,
so se instai ara o i m p e r a .ygít .v c s cio respaldo armado das massas.

Ia ‘ Campo

A 'Deoiuração P o lv t. ea ’ comete un grave erro de avaliaçao ao sui.-^r


que os eiros dos nossos doc.-ment os ba.?ices a respeito de L*A. e Çampc ..
resumi: iam a lacunas e qae ; stos "lacunas" seriam supridas por nos quai jo
o movir e vi camponês se r e a ;ivar-
Par. "provar" que. de todo, :;?á foi esquecido que a luta no carme e
dara através de meios ttais completos que a simples ida de guerrilheiros
;.ra la, a "Declaraçao" cx^a um documento do Segundo Congresso. Ora,
"Declaraçao" não percebeu o que seria exatamente facil perceber: 0 'Ti 11
laprovado ao gi ■ rto Congresso)traz uma vr.sae. de L . A . -Campo íj u c exclui '■
tal documento eparatorio de 22 Congresso. Todos os documentos que sp.
virán, de subsidio ao Quarto Congresso e ao Programa negara?., •. visão e;. ■>
cado no documento que a "Declaração" ivita para "provar" cp’e n 0. teve
^ 3 -Cf) $ Ç>,p
*
A Necessiuauo ... -

tra vidao. Mais grave: esta visao do documento de preparaçao do 22 Con­


gresso pausa a ter na otica da "Declaraçao" um papel h i storico e politx-
comnis importante que o "PSB", o "A.V's"-, o "Mais Uma Vez a Pequena Bu r ­
guesia", o "Teses Tiradentes". Ora, nao e por mero acaso que tal docu­
mento do 22 Congresso e "menos conhecido" -dog militantes daJD. E preciso
se ter-sempre claro* que a 0. e uma organizaçao politica, e nao um institu
to de pesquisa« "
M f? se a "Declaração" comete estes erros de avaliaçaó da trajetória
da 0. e porque isto faz parte da s u a •metodologia, a metodologia da ida
M / * * *
nao critica aos documentos básicos, o que ja criticamos no inicio deste
' ** *
documento. Na realidade, o que ocorre e qúe por mais autocriticas que r
0. tenha feito do tática e poli tier de organizaç a o, nao fizemos henhurna
•uto-criticr explicit a, socializada organicamente em toda a O . das nossas
falhas em relação à estrategia. 0 fato de a 0. nao haver realizado Con -
gressos ue uma maneira sistematica nos privou ( e tem privado) de um cor:
tante aprofundamento da nossa estrategia. A permanecerem os nossos erros
/ v* '
neste campo, ninguém tenha duvida de que, no futuro, novas e interminc
veis auto-criticas taticas haverao de ser feitns.
Dizer, como diz a "Declaração", que o que haveria de errado no '}'
grama" sobre a guerrilha seriam "frases mal colocadas e que oddest? que
xageírado no corpo do texto, dando ma r ge m a interpretações errôneas), ui-
zer isto, repetimos, e no minimo, u m a ingenuidade da "Declaraçao". Inre
nuidade porque nao percebe que os erros do Programa a esse respeito .esc
alinhados perfeitamente dentro dc uma "logica" vanguardista presente nos
" A V s " , no "Mais Uma Vez a PB". "Teses Tiradentes". Nao se trata .de
erro a’cidental/
do programa e, muito
/
monos, de erro de menos i m p^ o r t a n cj e ,
Poderiamos, aqui, citar varias passagens dos documentos b a s i c o s T r i o
grama, "Mais Uma Vez a PB". "T.T.‘") onde a gu erilha e apresentada clrra­
inente tendo como ohjetivo
• /
imediato Ma "luta contra a ditadura", como
instrumento que "apressara a formaçao do Partido", como "alternativa ro
reformismo dominante", como realizadora "em miniatura,
1 da✓ frente dos trr
balhadores •da Cidade e do Campo", >’um complemento necessário p a r a a mobi
lização das massas", "instrumento pratico da aliança operario-car»ponesr'
etc etc. -Mrs não faremos tais citações; elas correriam, inclusive, o rio
• / /
co de se tor-narem exaustiva; .apenas, recomendariamos como essencial que.
a leitura e apreciaçao deste do umènto., os companehriso consultem oc
"ocumentos básicos referidos.
** *
0 que aindf permrnece presente em toda a problemática Campo-L.A. é
aquela visao de Frente Revolucionaria dos Trabalhadores da Cidade e .. S:
/ / •
Campovista sob uma otica s oc i a l ,-que ja criticamos, 0 esquema dos does,
básicos podera ser a s s i m •resumido: "a vanguarda do proletariado cumano
mandaria destacamentos armados, ao campo, para convidar os a l ia. dos (?'
camponeses a fazerem parte da F.R.T.C.C."Ver pag, 28/29 do PGB.
Nao. Os erros não são simples. E nesta mesma metodologia voluntary
ta e simplista que se alimentaram os PTCP's, os POC's, os )-3 e f .s POr'
da vida.
A fir m a r , como o faz E.M. em "Liquidar p Passado..." que a "fr-quo.
(?) do tratamento dado á questão de L.A. estaria no lugar (prrte final'
que ocupa no programa o que "podera ser interpretado como seu ponto masci
mo e conclusão final", afirmar isso, e ignorar o fato de que realmente
L.A. Q metodologicamente colocado no Programa como conclusão final. Tanto
as "Teses Tiradentes" como "Aonde Vamos?" deixam isso absolutamente clar^
Dizer, também, que a redação se deu sob o impacto da dis cussão co ’í
F 3 -<P p 0,,\p ^ 3 3

A Necessidade ... - 22 -
A i /

t e n d e n c i a ^ e b r a y s t a s , e se esquecer de que vai uma grande diferença entre


uma explicitação e uma .justificativa; e e essa diferença que da o espaço
concreto para a au to -c rit ica .
Na realidade, a auto-çritica se £az necessaria. A colocaça^ de que
o.doc. "Luta Armada e Luta de Classes" teria feito esta auto-critica
uma colocaçao incorreta, pois nao procura ir a base da questão. Pelas se
guiníes razoes: a) uma autocritica politicatem que ser explicita» par-
que possa ser socializada organicamente em uma 0. revolucionaria; b)"L.
A. e L.C." tem como ã x o a critica a visao debraysta de que o foco substi
tuiria •o partido, nao residindo apenas besta questão os problemas ^da 0.
referentes ao tema L . A . ; se dissermos ap e nas , e porque os, does. basi^os
defendem a posição áe que a guerrilha e um elemento indispensável na
formação do partido; c)"L.A. e L.C.", apesar de ressaltar bastante o f_.
to de o processo de tomada do poder na revolução cubana ter ocorrido
forma bastante especifica (não tendendo a se repetir na A.Latina),
se refere ao fato de que as nossos does. básicos sao, na pratica,, um»
tentrtiva de copia do modelo cubano sobre a questão; assim a hipótese
ume* auto-critica real -e mandada bem para longe.
Não estamos, aqui, desprezando a expuriencia guerrilheira cubana;
fato de se oriticar a visão oficial da 0. a respeito da questão L.A.-Cru,.
pa não significa ignorar a experiencia cubana, 0 que se critica e a vi •
sao vagguardista e voluntr ris t a presente ^noguocumentos. Visao esta que^
ja causou - e seguramente causara - gravíssimos prejuizos a estruturaçac
orgânica-e fortalecimento de uma linha proletaria para a revolução brasi
leira.
5. Sobre o Problema da Independência dr Classe Operaria e do M.O.
*
No nosso documento r.nte :ior haviamos criticado a "PO-Exter ior " j?or
esta haver colocado q u e "o objetivo estrategico mais proximo prr a nos re
presenta a intervenção do proletariado como classe no cenário nacional".
E mantemos esta critiçaj na sufyientativa apressada de socorrer a "PO-Ex
::erior", o CN, na circular 16, afirma que nos estavamos equivocados, e
que a "PO-Sxterior" estava se referindo ^era a "intervenção do proletari: lo
oomo classe independente". Mas quem esta equivo cado e o CN. Se tivesse
lido com mais atençao o paragrafo do doc. "Memas Verdades..." que c r i t i u _
mos, o 'CN encontraria: "Sem a intervenção ativa dm proletariado, nao h?
vera progresso na caminho da formaçao da claase independente...",
0 que há de realidade, portanto, e que a "PO-Exterior" afirmou que
"intervenção do proletariado como classe no cenário nacional" seria um
bjetivo estratégico. E isso e errado. Objetivo estrategico C a interven -
çao do proletariado como classe independente.
Se levantamoes esta questão nao e apenas para cobrar a leitur' e r r -
da que o CN fez do nosso documento e do proprio "Meias Verdades..."
A questão central e a seguinte: ha possibilidade de a classe ope? -
ria vir a ser independenfe no terreno economico-sindi cal e ao mesmo terr,-
po, nr.o ser independente no terreno politico? Pode-se considerar indo -
pendente uma <±asse operaria cuja ideologia politica^se ja o populisrrjo? ,
estas pergi ntas resoondenos om um seguro e sonoro n a o . E esta nao e uma
respost . individual nossa, e sim uma das bases teóricas mais s ig bif icata­
vas da "Politica Operaria". Não vamos nos estender em citações a respei ',a
deste ponto; isto porque seriamos obtigados a citar a metade^do doc. "A-
onde V' r.ios': e tambem qu- se a metadde do doc. "Caminhos e Carater". No en­
tanto, queriamos ressaltar, apenas, uma citação do "Aonde Vamos": "Somen­
te qua.ndo o proletariado sentir e compreender que esta empenhado numa
guerra de classes, ele se organizara e compcrtara como classe, tanto na
terreno sindical quanto politico. 0 trnbalho no seio do proletariado tem
de se iniciar tendo como br.se uma argumentação anti-capitrlistr e anti -
burguesa". (pag. 20) 0"Aonde Vamos" pergunta: "Em que consiste a tutela
burguesr sobre o movimento operário?" E responde, em seguida: ""(em não
entenderquo).. . r. defesa consequente destes interesses específicos (dos
trrbalh dores) teria levado no r.tual estado das contradições r. uma luta
contrr estn so cLedade". (pag. 2)
/ / / A ,
E tambem por isso -- por levarmos em conta a experiencia pratica das
lutas de clrsse no Brasil -, que nao acreditamos na hipótese de "ura len­
to e contraditorio aprendizado das mr.ssas", ou coisa que o valha, como
quer r "Declaraçao".
Como ja foi dito, as teses da ditrdura estrutural, do arrocho estru­
tural, da super-explornçao, da tenção objetiva das contradições sociais

no priíj, todas estas teses, foram usadas de formadamente, inclusive nos
nossos proprios documentos básicos - e exaustivamente sobre a questão dr
A * * ,
independencir do M . O . , so queriamos, aqui fazer este alerto, ja que as
posiçoes da ’“Declaraçr.o" abrem espaço para uma hipotética (e do nosso
ponto de vista impossivel) coexistencia pacifica, ou frente permanente,
da nossr atuaçao revolucion: ria, cora a atuaçao reformista em geral, no
terreno da luta economica e sin dical. E ressaltamos que não será aoenrs
m * * r
nr. queatfco do m étodo e dn c ornbr.tividr.de que nos sare*mos-‘adversários . dos
reforjnistas-populistas; tambem na questão do conteúdo das reivindicacõe.-,
campos diferentes. Diz o,"Aonde Vamos?": "0 que defirje a J.u
te revolucionaria da classe operaria o a interdependencia entre métodos
e objetivos".’(pag. 29)
Do pr oongera, apenas p a r a finalisar, queriamos lembrar que não e os*
tranh- r.o movimento operário (tanto no passado qurnto no ..presente) a oc r
rencia si.,iultanea de sindicatos rea ci onarios, sindicatos reformistas e
sindicatos revolucionários.
Fiquemos por aqui nesta questão.
6. Sobr^ a Tatica proposta na "Declaração"
r / /
E i.i primeiro lugar, e de se destacar que na tatica proposta esta evi
denciada u m a preocupação com as nossr s forças materiais como jamais ,co
tcl p ocisão, foi feito na 0. Aqui, so temos que saudar este comportame^
to, que Pe de grnnde
■ #_ significaçao na nossa trajetória. Diz o documento:
r
"sc pudessemos aintetizar o conjunto das nossas diretirzes taticas para
* r s
o momento di riamos que nossa tatica e de concentrar forças pa r a o enrai
zamento na classe operaria de forfcr. a criar e fortrlecer todos os embri­
ões do orgrnizf.ções independentes". Feita a reafirmação do conceito qu
temos ue "organizçtçao independente", nadr temos a discórd-r do conteud'
geral da proposta tatica. Discordrmos, especificamente de tres pontos: •
propasta de OS (com a negaçao da O S P ) , a questro do indice (quando so
bre mr.o dos 200%) e a avaliaçao da esquerda. Discutiremos estes portas
neste documento; pontos menores de importancia pouco significr.tivr, cr .-
* f-4 \ ✓ A

mos que seria melhor aborda-los e m moçoes a própria conferencia,

a) 0S xOSP •
■< IV /
0 pano de fundo sobre o qual devo ser discutida esta questão e
que diz respeito ao Sindicato Livre e a Organizaçao Independente do .pr -
letariado. * *
Por sindicato Livre uma linha proletaria ha de entender algo muit-
A ' *
mris am,lo do que um sindicato fora do controle bu roc rrt ic o- ju r id ic o- ro -
pressivo dos orgaos do Estado burguês. Em uma rapida olhadr. através do
A Necessidade ... -24 -
desenvolvimento das lutns de classes no pais, pode-se ver claramente que
foi a ausência de uma consciência independente da clrsse que deu origem
e campo de propagação ao atrelamento sindical, e que este. atrelamento
sindical foi principalmente politico-ideologico. 0 "Caminhos e Caráter"
ueixa claro que a ditadura instalada em 64 não precisou alterar profunde
mente a estrutura sindical, porque esta era a mesma herdada do Estado No
vo, isto oorque o reformismo que chegou a dominar o sindicalismo brasi -
leiro , nao foi capaz (nao quiz) modificar esta estrutura, porque ela
servia muito bem a politica reformista de colaboração de classes.
Portanto, um'sindicato Li v re ha de /ser um sindicato anti-reformistr .
anti-democratista, um si ndicato proletário. Um sindicato que se baseie
■v consciencir independente da classe operaria. E por consciência inde-
'endente ha de se entender sua ocorrência em todos os niveis, tanto quan
to as lutas e reivindicações econômica s ,quanto politicas, quanto aos mei
~>s e ins tru mentos de l u t a ; tudo isso, segundo os nossos documentos basi
cos, forma um so e unico conjunto.
IW / M
Nao entender isso e dar margem a confusoes, e correr o risco de cr-
ir em arapucas; como ocorre com a "Declaração", quando afirma, por exem­
plo, que um dos pontos em que a OGML-PO poderia defender na prática sin­
dical serie a "luta pela liberdade de organizaçao e rnanifestaçao aos ooe
rrrios"; ora, esta paLavrr de ordem e centrista, que melhor ficaria tr
M /
boca dos Q-Jse 0-8* s. em manifestações estudantis; se esta palavra de or
dem esta no "Brograma"-, nao significa que ela seja correta,, evidenciando,
muito mais, uma consequencia deformada que tira da tese (justa e neces -
saria) da uitrdura estrutural.
Afirrr. c "Declaraçao" que uma unidade hoje seria possivel porque as
lutas operarias seriam economicns. Ja combatemos esta visão da "Declara -
r* * . / /
çao"; de pns m, queriamos evidenciar, apenas, que e muito dificil
convencer a quem quer que s e j a que "luta contra o arrocho, lu ta contra r.
lei de greve, luta contra o atrelamento sindical e a (tal) luta pela li­
berdade de oi 'anizaçao e manifestaçao para os operários" - estr a plata­
forma de unidade proposta pela "Declaraçao" -, e muito dificil convencer,
repetimos, de que est*~ s lutas sejam econômicas.
E mais
*
do que obvio que em uma ou outra luta isolada, mesmo no sin-
dicato,^ nos podemos vir a formar junto a reformistas e democratistas e
pap a-hostias,. Mas isso, em hipótese alguma, significa que possamos abrir
mao hoje da nossa organiznçao própria para o trabalho sindical. E esta or
jaizaçao sindical própria hojessria a OGP - Oposição Sindical -^roletarin.
Pois ela e que deve corresponder hoje aos nossos objetivos estrategicos
do (verdadeiro, nao pelego, nao reformista) sindicato Livre e dr Organizo
çao Independente da classe operaria.
No passado recente desgastamos a OSP em razão de termos drdo u ^ t r ^
tamento esquematista, artificial, ao problema da luta sindical, e do que
seria a divisão da classe operaria em massa e massa avançada. 0 que nao
* ~ • / '\ ' * '
vimos e que nao havia (.nem ha) espaço politico iara existencoa pratico.
desta tal massa avançada enquanto tal. Os operários quçfarrastavamos ao
* rsi
sindicato la compareciam nao espontaneamenteipas, domo dissemos, quase li
9 A /

teralmente arrastados por nos; e a grande maioria com consciência politi


ca (mais ou menos elevada). De fato, o que não percebeijios foi que os pro
A * ~ —

prios interesses salariais dos operários nao poderiam ser jogrdos hoje
dentro da lutr puromente economico. Ernesto Martins, seieferiu, recente-
v *
lente, rs .freves de Ososco e Contagem como greves politicas, no fundo.
0 que nao conseguimos v e r e que a OSP deveria ser formada não enquan
<f>-Q),p íib

to alternativa orgr.niz toiia pa ru viuo... òoju, c > a


- ,i, "t>0 " p/o\i combatentes r evolucionários já
p'roximos a nossa linha, portrnto, quadros de vanguarda do movimento.''
os sa auto-critica, .absolutamente necessaria neste, ponto, nro deve le -
var a que abdiquemos da necessidade de atuar com forças proprias ho camp 3
jindicai.
r*j S •
A "Declaraçao" dis que "nao ha campo para OS's fechadas com Progra-
ir atualmente* e, por isso devemos ecu-r das "OSP's".
E de se definir e que signifier este "atualmente". De fato hoje (de
eKoro do 1977) noc nao temos forças suficientes fechadas com nossa li -
/ M ,
1 : proletaria para formar u m a OSP. Mas isso nao signifier, absolutamen-
í, que nao possamos vir a ter, mesmo na atual conjuntura. Por que os re
'ormistas, democrp.ristas, catolicos o social-démocratas (estes vermes ja
v;tão botando a cabeça para fora) podem ter forças e nos hão podemos? Se
'~o fosse pelos fracionamen tos, -a OCML-PO, poderia, hoje, lançar chapas
indicais, com possibilidades de vitoria em alguns dos nais importan
r r / / —
■,òs centros do M.O. do pais. E evidente que a mais facil par \ eles, pois
/ A •

■ontam, de saida, com umrvantagem: a ausência de uma consciência inde -


/ ' a

endente, proletaria, da classe operaria- brasileira e, em consequencia,


e seus destacamentos e lideranças de vanguarda. Mas, e cirro, nao se
rata d e f e n d e r a e stadificuldade• Nem a "Declaraçao" pretende isso, res
.lte-se. 0 erro da "Declaraçao", por incrivel que prreça, e não ter i-
% * A * ^

.'o rs ultimrs consequenciás das auto-critica da conceituaçao que fizemos


.in torno da massa avançada.
+ s
Quando dissemos mais atras que a OSP corresponderia hoje as formula
f* * *
oes' estr; topic's do Sindi crto Livre e dr Cl rs se Operaria Independente,
■v ^ A A

■ao queri rnos dizer que sc trata


de uma correspondência mecanica, em-que
*
uern fizesse ; rte da OSP hoje seria a classe, operaria independente do
* • *
uturo, oi. qualquer extençao arbitraria neste sentido. 0 que afirmamos •*.
. ;■ a OSP deve reunir hoje os combatentes dispostos a liderar a luta pe-
o sindicato livre e a organização .independente, entendendo-se estes con

d.uos conforme os definimos acima, r pc rtir dos documentos brsicos da 0.
Participaremos hoje das O S ’s reformistas-democrrtistrs-social-demo-
*
tãs-ca.tolicos existentes? Sim. Cirro, Mas apenrs tendo o:: vista a a-
tura de novr s frentes, apenrs em vista o aumento das boss r s forças,
m o objetivo, inclusive, de relermos formara nossa O.S., a O . S s P .
Enfim, o ue e preciso se entender e que æ O . S ' s . nao sao fruto d^
anhuma orgrnizaçao sindical espontanea da classe operaria. Sao, de írto,
. isi / ■'
r ^rnizraoes (ou frente)de esquerda (nao so militantes profissionais,
lar o) atu ar.d o nr. frente s i n d i oal »
Por isso qualquer apoio a essa OS's que venhamos a d a r 'sera i:em^re
ro anoio c riti c o .
/
.) Sobre o índice
Enquanto fundamentação, nade temos r. acrescentar aqui. Defendemos r
efesa de um indice de reajuste de ?00% para toda r. clasi.e operaria como 1
ia palavra de ordem do Programa Minirno, do Programa do GRT; o Programa
tuai se rofere a uma vaga "elevação _arrl dos salaries"; a historia tem
' lonstraóo exr istivamentf é nr
que questão dos aumentos, salariais que
traidores Or. classe melhor servem i\ our/uesir: "realmente, e preciso
■ icntar os >: iar.ios, mt. iao muito, prra nao enfraquecer :. economia do
ís, par; nao aumentar inflação", costuma dizer oa agentes da burgue-
Se deíerdernos o indice de 200% e nao um outro qualquer e porque es
te se refere r. um nivel salarial alcançado pelo proletariado .qurndo este
ja havia n m p i d o . c o m a politica salarial populifeta-janguista em 64, dando
,«m passo gigantesco na direção de uma consciência independente, passo es
te somente detido pelas baionetas do gol o.
Como palavra de ordem do programa de transição, os 200% será, ho je,
'■O propaganda, como podera, trmbénf, ser de ação para o movimento, isto a
depender da f orça que tivermos neste movimento. Se, em uma determinada
:i tu ação concreta., quer .em campanha salarial sindical, quer em uma luta
isolada de fabrica, for aprovado um indice menor para a luta (ou mesmo
ue a tendencia
* . clara
— se.ia esta aprovação)
/ J .nos deveremos nnoinr n lutn
o r este indice menor, sem - em hipótese alguma- d e ;Kar de fazer a propa
nda dos 200/i^e, inclusive, deixar de tentar mudar o indice pi ra 200%,
Vjservando, e obvio, a realidade concreta da luta, sua potencialidade,
,'ou amadurecimento pratico; este amadurecimento pratico podera vir, por
uorto, nao so da experiencia concreta dr luta, como, .por outro lado, ne­
cessitara da componente essencial dr. nos. a atividade de agitação, propa-
anda e organiraçao.
Queriamos a-;ui, tambem, defender a .necessidade da inclusão dr pala-
ra de ordem das Campanhas Trimestrais no nosso Programa Minimo. Como ar
-umento, remeteremos para o AV (II), onde se coloca, que entre as princi-
ais origens do golpe estava a luta operaria por revisões salariais me -
os espaçadas, o que, segundo o documento, era um combate a politica de
olaboraçao de classes do PC.

o) A O .e a Situação da E.R.
M *
Diz r "Declaraçao": "Tendo seguido uma trajetória de desvios volun-
ristas e r o"-agand istas desde 1970, hoje a PO se encontra dividida em
■ rias frações". Do nosso ponto de vista, ha dois erros nesta frase.
* ***
Em primeiro lugar, o que seria a trajetória de desvios da "PO" nao
~"Ti?çou em 1970, mas antes (abordaremos esta questão no proximo it^m des
o documento); em segundo lugar, a "PO" naò se acha dividida em varias
✓ A "PO" que conseguiu manter viva no pais a luta revolucionaria
‘■'r, coes.
oletaria-, *enfrentando os desvios reformistas, democratistos e centris-
, foi e e a OCML-PO. A "PO" que, apesar de tudo, aos trancos e barran
.oü, reconhecemos, nao se rendeu ao canto da sereia das deformações do i-
liatismo pequeno-burguês foi a O C M L - P O ; a "PO" que conseguiu se manter
rtruturada, superando as tentativas liquidacionistas ( hoje fantasiados
guardas palacianos das tradições) surgidas em seu seio foi a OCML-PO.
Nao, a "PO" nao esta fracionada. Nao sfeo da "PO" aqueles que sairam
OCML-PO, e, ja ha algum tempo, deixara„m de honrar o que ha de mais s;
■ do na nossa linha:uns se incorporaram ao centrismo (0-3, 0-7 e 0-8) e
tra íacçao fracionista. (0-6) hoje vegeta na obscuridade, ocultando sue
*
"rgonha liquidacionista com a folha de parreira de. uma hipotética e obs
tra pratica ue "formaçao de quadros", a espera de que a tempestade pas-
para que possa sair a rua sem molhar *os pes.
Colocar
* os
. erros
\ * dá OCML-PO nò i^smo mar de rendicao
‘~ politica (0-7)
ideologica ( -6) e cometer um grave erro. A "Declaraçao" nem faz uma
ferencia. r 0-8, desconsiderando-a enquanto C. De nosso lado, nao vemos
ihuma diferença q u a l i t ^ t ^ g entre 0-3, 0-6, 0-7 e 0-8, enquanto Os.
.idros mais lionestos e/maxs deformado existem igualmente em tours elas.
As p o ;i oilid ades (aque preferimos c h am ar de hipóteses) de reunifi-
?ao levantadas pela "Declaraçao" em relação e. 0-6 e 0-7, nos nro vemos
cuanto reunificaçao em um plano suoerior. Estas Os. ter ao que f; zer au
F-ò-yS-<p ç > , p - i } g
A Necessidade ... - 27 -
j-criticns explicitas de suas deformaçoes, as quais reafirmamos nem de
j.onge se assemelham a nossos erros, estes muito menores, d e qualidade
diferente.
A especificidade real se refere unicamente a chamada "PO-Exterior".
'.o contrario òos demais frações da "OCML-rO", o grupo que hoje se deno­
mina "PO-Ext r i o r " , jamais se rendeu ao domocrrtismo e ao centrisme: mui
j'.) pelo contrario (tanto antes como depois de seu afastamento orgânico
. 0) tem dado substanciais e indispensáveis contribuições r. nossa luta
-ontra as varias formas do ^imediatismo pequeno-b ur guê s, fazendo-, aliás,
testa lutr um bandeira nroprio nac sur s atividades práticas.
' / /
No entanto, e equivocado dizer que e a "PO-Exterior" a "unica que
0 rnanteve como herdeira das posições programe bicas e estratégicas dos
primeiros Congressos...", como diz a ’’Declar aç ão" . Por que só os "primei
'-os" Congressos? 0 IV e o V Congressos estariam contidos aí? Sc estão, a
j 1 il-PO n ad ï fez que nao fosse autorizado em suas fundamentações, como,
resto, nr.da fez que nao estivesse fundamentado em todos os Congressos
a 0. 0 que hr., de fato e que, nos proprios documentos baslcos (teses
;sicas dos Congressos ou saidas dos Congressos) existem enormes erros
*
ue deixaram espaço por onde penetrrrrm vrrios - e graves, reconheçamos-
isvios que cometemos, desvios estes que vão desde o militarismo do POC
te o esquematismo do Projeto da 3- Co n f . , passando com destpque ospeci-
1, pelo PTCP.
Quonto rs contribuições^? D.I. feitas pela "PO-Exterior", queremos
.embrar que eutao em discussão; se estao certos ou erradas, e o que vero-
*!Os; se entoo certos a ponto de dar o papel que a "Declaração" quer dnr
\ "PO-Exterior", e o que veremos tambem.
De tudo, sem duvida, uma coisa e clrra: p grupo "PO-Exterior" e o
>ue mais proximo se encontra de nos; mais oropriamente, poderianos dizer
ue e o unico que se encontra proximo de nos; em relação ao qual temos
* * r
.zoes pare olimentar serias expectativas de, em futuro proximo, uma pra
A *
ca organica-partidaria sob o mesmo centralismo. 0 processo, contudo,
.o nos v ^
r o c e ser o da
^ reunifierçao e, sim, o da reintegraçao, a prrtir
-

1 autoc i-ticas especificrs dos componentes do grupo.


Quanto ao companheiro Ernesto Martins, fica a necessidade de uma au
oritier por haver de vontade propria, decidido colocar-se for? do cen
li3mo ua 0. quando lhe foi colocada r tarefa de publicar na MM do ex-
lor a Tese aprovada na 39 Conferência; alegou o comp. d i s c o n r n c i a s
■ as com o documento. Discordcndo, seriamente ou nao do docurrnnto, nao
ha o companheiro o direito do comportamento politicamente individual-
o t a que demonstrou.
Os outros membros da "PO-Exterior" (com exceção da com :, n. ) segui
o procedimento orgânico de E.M. : se colocando fora do centrolismo d?
desligando-se.
Quarito r estes outros companheiros dr- "PO-Exterior" (2 quadros) a l ­
ias questõe s precisam ser esclarecidas. Antes de tudo, uma coic' devo
car clara: não 3B trata de elementos exilpdos, nao podondo, portanto,
ponto de vista ideologico e organi zr.torio, serem incluidos no "gruno
o exílio" de que fala a "Declaríição". Tais quadros deixaram o pais er-
ontaneamente, sem que pesassem sobre eles problemas de segurança seri-
o a ponto de impedir, ou mesmo dificultar sua militancia politica no
is. Antes da sua saidr, tais quadros pediram oxplicitamente, em reuni
o de cclul<
■ , seu desligomento da C. Na fundamentação'do pedido de des-
A Necessidade ... - 28 -

ligamento, tais quadros alegaram, tambem, explicitamente, falta de con-


~ ' a /

lições iue.ologicas para a militância na 0. e no pais.


'Xiando o CN procurou estruturar uma seçao no exterior, inte; rou es­
tes quadros sem exigir deles uma autocr-itica ideologica explicita. E es
ta e a questão. 5 e se errou naquela, epoca, integrando os referidos qua
/ / * —
dros sem exigir auto-critica, de maneira, alguma se esta autorizado a se

errar novamente. Portanto, para se reintegrar estes quadros, ha que se
*
exigir uma duola auto-critica: uma pelo desligamento por motivos de in -
dieciplinr partidaria, na epoca do opisodio publicaçao - nao publicaçao
do "Projeto" na MM-exterior, e outra pelo descompromisso ideologico anti
-revolucionário express; do quando ® desligaram da 0. ainda aqui no pais.
* # /
Se exigimos a autocrítica do companheiro Ernesto Martinse, em nivel
diferente, dos out os dois companheiros da "PO-Exterior" evidentemente ,
r* < A» f f
nao $ r a por razoes formais. Se o fazemos e porque so podemos conceber
pratica r v o l u c i o n a r i a como pratica organizada, centralizada, disciplina
da, leninista.

IV - Proposta rie realização do Congresso


r* *
A nossa pr oposta de realizaçao do Congreeso se da em cima da neces­
sidade da superaçao de erros presentes nos nossos principais documentos
✓ / / ~
oasicos, incluindo ai o proprio PSB. E a. superaçao destes erros, ao con
trario do que coloca a "Declaração", nao precisa se fundamentar em uma.
nova onda de movimento de massas; na realidade, e isso devn ficar abso
lutamente claro, nao propomos u m a atualizaçao do PSB, mas sim, a corre­
ção de seus erros.
DefenJemos, o ponto de vista de que as raizes dos nossos desvios^
se encontram em erros de método e conteúdo presentes nos documentos bá­
sicos. Contrariamente ao que afirma a "Declaraçao", nossos desvios re­
montam a epocas anteriores a 1970.
E.M. (em "Liquidar o Passado...") afirma que nas bases dos erros
recentes estaria a nao compreensão que em 1970 a conjuntura havia muda-
lo. Esta colocação, o errada,por ser incompleta,-S obvio que o PTCP não
leva em conta a conjuntura; ma.s, tambem, por seu 2a.do, os documentos ba
sicos se confundem a este respeito-, misturando propostas estrategicas
* f+j
com propostas con.iunturais, o que demonstra que tambem nao levam em con
ta a conjuntura; mais grave, as próprias colocaçoes estrategicas sao la
colocadas claramente como objetivos imediatos, baseando-se isso em uma
eformação do conceito de ditadura estrutural; esta deformação reside no
fato de supor que a e s truturalidadc da. ditadu ra excluiria a ^.correncia
de ciclos conjunturais; sendo este, tembem, o erro do MEP e base de suas
concessoes ao democratismo
N r através
- da. sua politica / centrista.
Passaremos ag o ra as citações dos documentos básicos.
Diz o "lormar a Vanguarda Proletaria...":
"Querer esperar que surjá um novo movimento de massas para enfrentar
problema dr penetraçao na classe operaria e confiar nas soluçoes espon
A * / / r*
taneas que a luta politica possa apresentar. Nao negamos o nanei da es -
nontaneida,de do movimrnto de massas, mas este sempre reflete o grau e
A A ' ' '

consciência e a experiencia politica ja. adquirida no passado, fie nos nao


nos empenharmos em influir agora e constantemente sobre a consciência
da classe operária, formando no seu seio um niucleo revolucionário cuja
atuação rej crcutam sobre a classe toda, o comportamento das massas em fu
turas crises nao sera qualitativamente muito diferente do passado" ( ri-
fos originais).
P s (p fi-Q, P r?4o

A Necessidade ... -29 •-


~ ^ íw
Ora, esta colocaçao e a mesma colocaçao que constitui o eixo- base
do PTCP. E absolutamente indispensável deixar claro que a "Declrração"
orra profundamente ao afirmar que o que poderia existir de errado nos do
cumentos básicos seriam "frases mal colocadas" . Reafirmamos que o PTCP
nao caiu do ceu.
"0 problema e atingir com- nossa rgitaçao G propaganda u m a clrsse pr
ralizada que nao tem ideia da sua própria força, para que ponhr. as solu-
fsj f M r*
çjoes em pratica, em condiçoes de novc.s lutas que alimentarao su- au to-con
Ciança;1.
Trata-se,aqui, de lembrar que, quando liderou o fracionamento que
ou origem a 0-3, o cacique dos fracionistas de entao comandou seus se -
uidores desfraldando a bandeira da necessidade de "despertar nr clrsse
v a r a r i a a confiança na luta e np vitoria".
0 doc. "Mais Uma Vez a Pequena-Burgue sia" (que -teve e tem ura grande
a p e l na fornaçao e consolidação da nossa linha proletaria, anti-refor -
is ta e anti-democratista) nao escapou da. confusão entre estrategia e tr
* M / /
tica, caindo tambem, em proposiçoes vol untarist a s . E ai ja surge a que^
M M f
tao da L.A. , a questão da. guerrrilhr. 0 foco e apresentado xzomo "comple-
nento necessário para a mobilizaçao das massas" e "mobilização drs mas-
sas n a luta contra à ditadura e a sociedade". Defende-se o desencadeamen
jO da lut: ao guerrilha como uma tarefa imediata. A guerrilha e rpresen­
da como um instrumento de resolução do problema de formação do Parti-
.10 revolucionário, a resposta con creta 'ao reformismo.
Os erros cometidos neste documento se *baseiam na metodologia (errr-
ia) de querer imprimir os objetivos estratégicos a qualquer c o n 'untura ;
M M /
questão dp formaçao do Partido e vistr como se dependesse inicialmente
iOS primeiros disparos do foco.
Nas "Teses Tiradentes" (doc, anterior ao "Mais Uma Vez r PB"), encon
uram-se, de forma sintetizada - porem clarissima - todos os desvios de
* *
jonteudo e método que viriam a ser incorporados pelo PSB, desvios estes
ambempresentes no "F.V.P. - L.E.O".
Nas "Teses Tiradentes" estao fixados alguns dos fundamentos rnris es
M / *
'■nufais dr linha geral da revolução proletaria no pais, entre os quais
conceito de organização e consciência independnnte do prole t: ri do. No
* r*
'■;iitanto,
* r tambem ^estao presentes no documento✓ erros graves. C l a r m e n t e es

+,r, la a formulação de que o campesinrto sera liderado pelo operariado ur
jano da mesma maneira que este liderara as camadas radizaliz adas dr. PB.
/ A <v

a apontamos neSte documento as gravo.® consequencias que tal formulaçao


✓ ~
Ú3VQ na nossa teoria e na nossa pratica. Mas os problemas nao so resume p
isso. Diz o documento:
"Para deí. iertar a clasee para a açao revolucionaria e necessário
ris. E oreciso o exemplo dr luta aberta contra a ditrdura, e o regime".
m *
v ra quem quizer ver, esta © l o caçao e um verdadeiro coquetel de voluntr-
ismo, de vanguardismo, de desprezo as condiçoes objetiva e conjuntura-
s de luta. Os erros de avoliaçao foram mr is d a r o s :
"depois do golpe militar e o esgotamento das possibilidades da atua
~o nolítica legal por parte do proletariado e de seus aLiados (?) do
jampo, a guerrilha, quando enquadrada numa estrategia geral de luta reve
cionarir, torna-se catalizador da ciaçse operaria e instrumento prati-
*
y: da aliança ooerario-ermponesa" .
Ora, foi a "OCML-PO "quem inventou o desprezo pelo trabalho le :al?
ontinuemos. 0 documento, ele sim, tom uma visao errada da estruturali-
.-.de da dite dura, interpretando-a de maneira mocanicista; nao i ■ r aca
A O .« « ^ v ■"

ao que no cretiho citado mais acima, fala em "luta contra a ditadura e o


*
regime". 0 MEP teve onde beber. 0-7 tambem continua tendo.
/ A
Ninguém devia ter-se surpreendido com o surgimento da tendencia mi­
litarista do POC. Aquela tendencia encontrava fundamentos nos nossos do-
cumentos oasicos, inclusive no proprio PSB, como demonstraremos, Reafir-
mamos que a çuestao central nao e se ser contra ou a favor da guerrrilha
como um instrumento estrategico dr luta de classes no Brasil; o problema
e que nos documentos brsicos a proposta dr luta de guerrilha vem montada
.h v oluntc ris mo, voluntarismo este mantido no PTCP, agora já sob a forma
da criação èos "poios proletários" pera criar o artido e raobvllzarcs mas
nas; anteriormente isso deveria ser feito através da guerrilha. Se o ."L.
+ *
e L.C." faz uma autocritica da / proposta de «guerrilha
y - auto-critica
/ er
envergonhada, timida, apenas implicita - ele nao faz a auto-critica do
voluntarismo que acompanhou a proposta na historia da 0 .
0 "Aonde Vamos" e o "Caminhos e Carater"..." se posicionam de uma m^_
íeira geral sobre a questão da luta armada, j^tfazendo uma posição mais
'.mc.durecida sobre a funçao e o papel da guerrilha no campgfestrrtegico.
’o entanto, e preciso que se insista em que nao e este o problema em d'is
cussao; a questão central diz ^respeito a o vanguardismo e o voluntarismo
’iresentes nrs propostas de pratica nos documentos da 0. 0 "AV's" defena:'
posição da instalaçao do foco nos momniatos de descenso e o, "C;C." ,-chr
,]ue o foco somente desempenhara seu papel (neste documento o foco ja e
'catalizador", como tambem o^é mo "L.A. e L.C.", quando nos does. ante- '
riores seu papel e funçao sao diferentes,* sem que se tenha feito qual
quer auto-crica explicita) dentro de uma conjuntura revolucionaria. So -
~ / /
ore esta questão, o que temos a dizer e que na própria "Dl" do Congresso
■oderemos enfrenta-la sem maiores dificuldades.
Mas e no PSB que as coisas ficrm mr.is claras. Lomo ja dissemos, ele
incorpora todos os erros, imprecisões 'e contradições anteriores.
A luta contra a ditadura. K neste terreno que.se desenvolvo a estra
uegia da luta revolucionaria proposta polo PSB. Nao vamos criticar aqui
rl pa la vr a de ordem. Consideramos que a OCML-PO (incluindo ri, inclusi-
/e,a perticipaçao de E.M., e passagens de documentos básicos) combateu
especificamente esta proposta na luta contra o voluntarismo (inclusive
'■ critica ao PTCP), o reformismo,
———— oj democratismo ^e o centrismo.
- — Nos li-
.trremos, portanto, a citações e rapidas observaçoes.
Diz o'Programa";
"A luta pela destruição das bases sociais da ditadura coloc:-se co-'
mo primeiro passo no caminho da revolução socialista no Brasil" (oég.26)
ote-se que neste trecho fica aberto um espaço teorico para se interer -
Lar etapas que estrategicamente seriam necessariamente percorridas no"c_
,inho de revolução".
Diz o "Programa:
"Para isso (combater a ditruura- parenteses meus) e preciso m o b i l i ­
zar as clrs-cs cu,jos interesses estejam na aniquilação dos grandes (?
exploradores", (pag.28)
A Frente dos Trabalhadores da Cidade e do Campo e proposta para le-
;ar a. luta contra a ditrdura; diz o "Programa":
"E em torno da classe operaria industrial - seu setor mais concen­
trado e organizado - que as mr.ssrs exploradas deverão levar a luta con­
tra a ditadura e os seus sustentáculos sociais, formçndo a Frente dos
Traoalhadores da Cidade e do Campo".
E de se destacar ai a visao, ja criticada, a respeito do caráter dr
• cp■<p■G . P>

’"’rente dis Trabalhadores. Presente, tprâbem, esta n visao da ímutu-oiade üa


dura a qualquer crise.
Diz o "Programa" :
"A grande massa dos aliados dr clrsse e constituida pelos trabalha­
res do campo. Radicalizadas pela miséria a que sao levados no atual re
me, mas impotentes ante o poder e as armas das classes possuidoras, es
•s passas rurais - assalariados puros, posseiros, meeiros, ooouenos crm
T

neses etc - dependem de uma vanguarda armada que leve ao campo a psas-
•ictiva e a exoeriencia da organizaçao do proletarirdo urbano" (pcág. 2 8 ) ^
:ifo nosso), continua o "Programa", mais adiante: "Da pequena burguesia
>rgem tambem contingentes que se juntarao a luta proletaria".
Neste trecho, nos parece cristalinos oá erros da nossa estrategia.
iuanto ao metodo, fica evidenciada a ja referida concepção deformadora dr
itadura imune r crises, com os camponeses eternamente condenados no i-
)bilismo se nao forem iluminadis pela vanguarda armada. Qurnto r tambem
. referid; concepção de Frente Revolucionrria, e de se perceber que a
>sj.çao do Programa e a de um a frente social, liderada pelo operariado ur
no; nest; Frente os camponeses teriam o mesmo peso que a pequena-bur&ue
.r. Prossigamos.
Ja o movi"ento estudantil poderia "servir a revolução dos trabalhado
t 'S na medida em que faz da sua luta pela liberdade de organi7 ~ç~o um a
;ta intransigente contra o regime, sem concil.ação e integrando a Fron­
te d->s Trabalhadores" (Progrma, pag. 29). E foi por ai que seguiu o MEP
e, recentemente, a FOC. Nao que considerrmos que o centr ismo nossa ser
** r+t
*v ificado a. partir dos' documentos
✓ básicos. Mas nao se pode iv ■r as evi —
.joncia^-áe jnnelas em nosso proprio Programa por onde o centrisme pode
. .letrar* tranquilamente.., Conforme o texto acima citado.*
Ja, a esta altura, podemos anunciar que a auto-critica qu. O CML-PO
do volu n tarismo petecepista nao foi completa^,porque devor i; ambem
•.uto-crit ic\: se estender aos dooumontos bquiços, >iue defender;, • es -
vtegia marcada pelo voluntarismo.
Prossigamos. Est a n#pagina36 da atual ediçao do "-orogram;;".
"0 estabelecimento de uma unidade de ação da esquerda revoluciona
■.a, em torno de principies básicos e com fins imediatos de luta contra
iitadurr., sera um passo decisivo para a mobilizacao da classe o per r.ri
(grifos nossos). Os "principies básicos" a que se refere o trecho
jitado vom logo a seguir explicitados, na pagina seguinte do "Programa".
k.:.o de tal forma genericás que podem abrigar todo o democratismo e cen-
*
: ismo que surjam. De especifico, fixam apenas a necessidade do "reconhç_
neirto dr luta armada e, especifi camen te, da luta de guerrilhas". Que
--m o s apenas de passagem, lembrar mais uma vez que a visao da guerri -
nao e p- nto isole, do na nossr estrategia e no nosso Programa, que es
:ia ape "fora. de lugar", como quer Ernesto Martins. Como vimos, e-
M / /
tem um funçao politica essencial na nossr estrategia, nos nos: os er
s na forr.ulaçao da estrategia, como' máterializadora do voluntarismo
•/
■■'oca .;o antes do PTCP. Depois,
* no PTCP, este voluntarismo viria tra.
■—
■ tido de "criar poi os proletários" etc.
Fiquemos por aqui:

Conclusão.

É, pois, r partir de evidentes falhas nos nossos documentos básicos


.o propomos a realização do Congresso da. Organizaçao. Nesta proposta
A Necessidade ... - 32 -

nao nos move r. intenção de corrigir por corrigir os erros. Nosso obje-
oivo e unific.r o nosso "Programe.", fechando es breches que*ele deixa
co voluntarismo, ao democrarismo e ao contrismo. 0 nosso Progremc é a
eossa^principe1 erma de propaganda. 23 a partir dele, que elaboramos nos
se. tatica. / A
Hojo, quando, ja podemos vislumbrar a ocorrência de um novo ciclo
ue lutas abertos de classe no pais, e mais do que nunca necessário que
tenhamos oastante afiaçles as nossas r r m r s . •
Um Programa Revolucionário tem u m a função sempre atu al .
Para encerrar, ume citaçao, bastante curte, mas de profunco signi­
ficado. Diz o "Aonde Vamos?":

"Os objetivos do futuro representam o diviâor de águrs do preson


te". “

Afj.nso Barros
Dezembro /77
f ' ~
As criticas feitas a TD-45 em discussões realizadas era parte no CN,
e em parte no BP, são publicadas neste documento. Elas cumpriram o p a ­
pel de aprofundar na direção a autocritica dos desvios da 3® Conferência,
’íeoresentam um maior esclarecimento das posições basicas da 0.
mm f \ ^
A publicação destas criticas a TD-45 tem portanto a importancia de
levar para todos os organismos da^O. esta reafirmaçao das posições bási
cas, como parte do rearmamento teorico, politico e ideologico da.O.
Nao estamos aqui cobrindo lacunas ou corrigindo as posiçoes básicas
Trata-se simplesmente de concluir a tarefa de "desenterrar" o PSB. E fun
damental que a 0. tome consciência da natureza deste movimento politico
e do seu significado: por um lado, sua importancia e enorme, pois indi­
ca a direção para a superaçao da longa crise que a 0. viveu durante os
anofe de desviomm esquerdista.
», Por
r outro lado,
mm indica * os limites deste de-
bate: pois nao estamos elaborando posiçoes programaticas, mas s i m p l e s ­
mente "acertando as contas" com os .desvios e reafirmando posiçoes ja tra
çadas no passado.
/ m
m
Ate aqui, a atençao para este debate tem sido qua se ^absoluta. Entre
tanto, na medida em que as posiçoes tradicionais da 0. sao suficientemen
te esclarecidas, coletivamente, ja nao cabera a atual polarizaçao - cora
tudo que implica em termos de concentraçao de energias.
Armada com as suas posiçoes basicas, a 0 precisa se voltar para as
discussões absolutamente vitais da pratica imediata, cujos problemas sao
crescentes e complexos.
' m
m *
Este doc. resume as discussões travadas ate aqui no que toca ao re­
torno ao PSB. As criticas a TD-45 visam sobretudo situar as referencies
basicas com que conta a 0. $ara desenvolver a sua pratica - referencias
herdados dos Congressos e validas atualmente.

BARROS E A DEPENDÊNCIA

1) A concepção de Barros sobre a dtjpendencia pode ser sumarizada da se­


guinte forma: • a) a falta de mercado no centro leva o imperialismo a in
vestir naperiferia, onde a taxa de lucro e estruturalmente (necessaria
mente) maior; b) sao os baixos salarios na periferia que permitem es­
sa alta taxa de lucro, donde a super-exploraçao do trabalho e estrutural;
c) a inexistencia de mercado de consumo de trabalhadores na periferia ,
possibilita essa exploração acentuada, ja que a super-exploraçao naa rf£.
ta o mercado de consumo dos trabalhadores (que nao^existe); d) nos pai
ses centrais, no entanto, a situaçap e inversa e la a burguesia pode a-
tender as reivindicações dos trabalhadores, pois isso aumenta o mercado
de consumo; e) o nivel de investimento nos paises perifericos e estru­
turalmente maior que a capacidade de absorção do mercado interno desses
países, daí a necessidade das exportações.
%'
,í■i*■
2) Quando Barros fala da necessidade do imperialismo em ter taxas de lu
cros maiores na periferia, caberia responder a duas questões: porque e-
existe essa necessidade estrutural? se essa necessidade for abalada, o
capitalismo chega ao fim? À primeira pergunta, Barros responde com o es
gotamento do mercado interno nos países centrais. Mas a explicaçao e in
suficie nte: se. o mercado se esgotou nos paises centrais e nao existe
(ou existe abaixo do nivel de investimento) nos paises nerife ri cos , en
~ A K "

tao permanece em todo o mundo capitalista a tendencia ao sub-consumo. /


segunda pergunta, ha apenas umaresposta implicita (afirmativa), mas sem
maiores fundamentações. Rui Mauro chega as mesmas conclusoes- apelando
para uma nova interpretaçao da acumulaçao 'do capital. Rosa fala do "en
torno nao-capitalista". 4 B a r r o s , no entanto, se omite. 0 imperialismo
aparece como um senhor todo poderoso que utiliza ditaduras militares pa
ra obrigar o proletariado da periferia a trabalhar com remuneraçao bai­
xa. A nossa resposta a esse problema e a seguinte: o capitalismo tem
nec essidade de elevar (ou evitar a redução) dataxa de lucros em todos
os pai‘ses do m u n d o. Na periferia ele encontra condiçoes que propiciam
maior taxa de lucros: baixa composição organica do capital(pelo atraso
na industrializaçao),^ mao de obra abundante (fruto da eniste;icia do la­
tifúndio e dos monopolios que se instalam) permitindo maior taxa de ex-
ploraçao, terras baratas, matérias primas acessivels, etc. Essas condi
çoes propicias nao estao, no entanto, imunes a alterações, entre elas a -
organização dos trabalhadores^para a luta salarial, o^aumento do preço
do solo urbano pela especulàçao, o esgotamento de matérias primas, etc..
^ 4 — A mamütençao de nenhum desses f a t o r e s >pode ser considerada "estrutural:l.
A taxa de lucro podera baixar ai tamberm, fazendo com que- a burguesia lan
ce mão de outros expedientes (cono a exploraçao mais intensa da mais va
lia relat iva ).Diminuição d.a taxa de lucro, embora leve a crises capi-
// <w /
talistas, por si so nao impede o desenvolvimento capitalista, que alias
* *
e desigual e contraditorio,

3) Quanto à questão da super-explòraçao estrutural na periferia, quere


mos lembrar que o termo, utilizado principalmente 4por Rui Mauro, esta
ligado ao conceito de exploraçao da mais-valia absoluta. E possivelqje
Barros se dissocie dessa interpretaçao, mas a admissao de que existe
tambem exploração de mais-valia relativa na periferia coloca o esquema
em xeque. Sim, poitíue se ela existe, existe tambem a possibilidade de au-
*x " " *
mentar os salarios, romper com o arrocho salarial, mantendo, ou ate am-
oliando, a exploraçao do,trabalho (bastaçdo para isso que a produtivida
de cresça mais que o salario real). Alias, veremos que esse exoediente
nao e apenas utilizado nos paises perifericos . Por erçquanto, f i q u e m o s
apenas com dados para o desenvolvimento do Brasil na epoca do çrescimen
to com inflaçao. ^nalisando esse periodo Barros fala em "continua des-
v alorizaçao do salario r e a l » em consequencia da inflaçao". Os dados
não poderiam ser mais*contundentes, em relaçao ao questionamento dessa
visão. No beriodo de 1949 a 1959 o salario medio real na industria su­
biu 31%, enquanto a produtividade do trabalho saltava para 102% no mes
mo período! \ burguesia, nao interessa apenas^que os salarios reais di
minuam, ou permaneçam estáveis; para ela tambem e bom (no sentido que
permitem tambe-m grandes lucros) que o aumento dos salarios reais fiquem
a baixo sos aumentos de produtividade. Mas Barròs simplesmente desconhe
ce as possibilidades do èmprego de tecnologias de maior produtividade
D&ra a acumulaçao do capital. Implicitamente, portanto, a suá visao es
tá a teoria ruimaurista de mai£3 valia absoluta na periferia^ X mais-va
l i a relativa no centro. Nao queremos aqui negar que os salarios no
Brasil sao baixos em relaçao ao dos paises centrais. E s s a ma remunera-
~ Á'\i
çao e obviamente um dos fatores (ao ^ado da baixa composição organica
do-capital - baixa em relaçao aos paises centrais), que elevam as ta -
xás de lucro aqui no Brasil- Mas a,causa objetiva disso se deve á exis
tencia de um imenso exercito industrial de reserva (fruto do latifúndio
~ V . *
e -da monopolizaçao precoce da economia). Mas mesmo esse imenso exercito
industrial do reserva esta sujeito as leis que qualquer exe*c~vj ^d.
xcoerva de qv. Iquer parte do mundo: rios auges ele d i m i n u é e nas crises
aumenta. Basta para comprovar isso ''que citemos a carência de meo de
obraespecializada nos grandes centros urbanos brasileiros atualmente (e
mesmo de nao qualificados, como na construção civil), fruto do cresci -
rçento enorme da economia nos anos recentes. 0 que queremos refutar acyi
e a visao de que o imperialismo estaria economicamente sem sustenta ç ao
se a periferia rompesse com os mecanismos de arrocho sslpriai. Se e cer
to que essa possibilidade rebaixaria em termos imediatos a taxa de lu -
cros, por outro lado essa contingência nunca foi capaz de, por si so,
desbancar a burguesia, que habitualmente usa pa ra conter o aumento de
* * /
salaries uma. arma tradicional: a substituição de gente por maquinas. E
logico que t a m b e m / a ^ B n g o prazo levara a diminuição da taxa de lucro (pe
lo aumento da composição organica do capital), mas quem disse que o ca-
piralismo, em qualquer pais do mundo, esta imune a essa lei inexorável?
Para elevar seus salaries os trabalhadores têm de contar com uma fort e
organizaçao sindical; e isso e valido, mesmo nas circunstancias de e —
xistencia de um grande exercito industrial de reserva, gois o s sindica­
tos funcionam como um monopolio,(A luta salarial e tambem um fator eco*
coniao.)
4) A tese seguinte de Barros e sobre o mercado interno. Refere-se a
um mercado restrito, onde os trabalhadores nao participam. E alem dis­
so: diz que a capacidade desse mercado esta abaixo do nivel de investi
mento. Em primeiro lugar, nada temos a objetar que se classifique o
*
mercado brasileiro como restrito. Num pais de 100.000.000 de pessoas
onde apenas 20 milhões estao integradas nesse mercado, a classificaçao
parece ser exata. P o r e m , nao podemos concordar que os trabalhadores
(principalmente os urbanos) nao façam parte dele. Empriricamente pode­
mos constatar que a introdução do credito direto ao consumidor ampliou
consideravelmente a possibilidade de consumo do operariado urbano, mes
mo para os bens de consumo duráveis (generalizou-se o uso de radio, te-
l.evisão, geladeira, fogão, etc mesmo nas familias mais pobres). E, so­
bretudo, refí.tamos veemen temente a possibilidade do mercado ser "inferi
or" ao' nível de investimento. E aqui nao conta/aP con?radiçao interna no
esquema de Barros (mercado insuficiente nos paises centrais, mas tambem
insuficiente nos periféricos). Aqui conta a realidade empiricamente cors
tatavel. Se houvesse esse descompasso, das duas uma, ou a economia te­
ria entrado em crise de realização (sub-consumo) ou teria se voltado pa
ra as exportações. Como ninguém nega que a economia cresceu considera­
velmente desde 1968, a hipótese que resta seria a dò que cresceu para a
exportaçao. Que falem, entao, os dados:
percentagem das exportaçoes no P N B ........... ..7,6 % (1969)
% de manufaturados que e e x p o r t a d a ........... ..5,0 % (1970)
% de automoveis que e e x p o r t a d a ............... ..0,2 % (1971)
% de geladeiras que e^exportada .................0,9 % (1971)
% de televisores que e e x p o r t a d a ................0,5 % (1971)

I n f e l i z m e n t e para a tese de Barros, justamente o setor mais dinâmico da


economia, o de bens de consumo durável, foi o que apresentou dados mais
inexpressivos no que tange a exportaçao. So nos resta concluir que a e
conomia cresceu baseada principalmente (em seus 90%) no mercado interno.
E aqui cabe comparar o índice 'le exportaçao do Brasil com o de outros
países centrais, a maioria dos quais se situa entre 20 e 3 0 % do respec--
,'tivo PNB, bem acima do indice brasileiro e de outros paises indmtriali-
* ' /
zados da America Latina, como Mexi ^ ° Argentina 'eue ocei'1
9-10%). Se isso foi possivel, mesmo sabendo que os trabalhadores cons-
tituem parcela menor nesse mercado, e porqj e o mercado interno nao e
composto apenas de. consumo dos trabalhadores, como ja cansamos de repe-
- •»** •. *
tir, Inclui tambem o consumo produtivo (que ainda e enorme, apesar da
tendencia.a monopolizaçao citada por Barros), o consumo dos capitalis -
' s r da classe media, dos empregados do terciário, etc. A con œntraçao-
Je rendas ampliou o salario do pessoal mais especializado e do. pb em de
t-rimento dos nao especializados, alimentando o que se chamou de "merca-
lo seletivo". Mas o fato de ser seletivo nao quer dizer que nao exista,
—• «s* /' L
. j' *

jjS ôeja "insuficiente" em relaçao ao. investimento. 0 fato tambem de um
dado crescimento ser-baseado em exportações,, por si so tambem nao prova
*
nada. Queremos lembrar, a proposito,- que'um dos: ingredientes do mils -
gre alemão e do japonês foi justamente a expansão da produção para e ex
/ / / * —
terior. E ninguém ate hoje chegou ao cumulo de afirmar que isso se deu
por nao haver mercado interno nesses paises. Fazemos essa colocaçao pqr
que temos consciência de que aumentam as exportaçoes de manufaturados do
Brasil, o que pode' configurar uma nova redivisao int ernaCional do tra­
balho, em que o Brasil fica com a produção de bens de consumo tipo cal
M / «•»
çados, texteis, etc. Mas se isso ocorrer, nao tera sido por nenhuma "es
cassez de mercado interno", mas sim como instrumento para pagar as im -
portações, divida ex t e r n a ; etc. Sobre isso, voltaremos no final.
* /
5) A contrapartida da teso anterior e que nos paises centrais, por ha­
ver participação dos trabalhadores no mercado, a burguesia nao pode di­
minuir o salario dos trabalhadores para nao afetar o^consumo. Havôria
assim uma especie de acordo entre a burguesia dos paises centreis e o
proletariado dos mesmos paises q u e .permitiria altos salaries pera os ul
timos, cuja conta seria paga pelos trabalhadores do terceiro mundo. Nao
entraremos ncs repercussões ool. 'ticr-.s da •exi stencia desse "nroleteriado
'A ~ * ~
Durgues" no centro. Sao por demais obvie.s e nao interessa no momento .
Queremos afirmar que mais uma vez Barros mostra desconhecimento da exis
íencia da exploração via mais-valia relativa. A burguesia dos paises
ce n tra is tem utilizado amplamente a acumulaçao baseada no aumento ^ da
orbdutividade do trabalho acima do aumento de sua œmuneraçao. Alias,es
setem sido a saida para muitas crises e responsável ate por alguns "mi
lagres". A "conta" do milagre japonês e do alemao foi paga pelo traba­
lhador japonês e pelo alemao. A produtividade do trabalho ate I960 cres
ceu mais que os salaries reais da Alemanha. No Japao, o milagre tem du
rado mais, pelas condiçoes singulares dessa formaçao social (entre as
quaisum abundante exercito do reserva); o fenômeno pode ser ilustrado pe
los dadoa abaixo: .. . . .
1958 salário • •••produtividade
\

1958 96 93 os salários sao reais


1970 . 192 .......... 323 e as cifras relativas
(para 100 em outro ano qual
quer)

É claro quo não há bem qus'3empre dure. Um. proletariado organizado sa­
berá lutar por aumentos nos salaries reais, mesmo acima da produtivida­
de. Foi o que os alemães fizeram a partir de 1960, ‘pondo o milagre a
pique. Situaçõeí/similares ocorrem na Grã Bretanha e Françe. Nessas cir
cunstãncias surgem os planos de congelamento salarial, como o ’
T .ano Bar
■1 . o jr,f
Resp. Td-45 ’ 4
re, para surpresa daqueles que acham que o fenômeno e típiCo dos países
perifericos. A luta de classes tem atualmente um panei decisivo na e-
closao de crises capitalistas, e em cada pais a situação é parti­
cular (por isso, inclusive, as crises mundiais nao se abatem igualmente
sobre todos os paises: ha os milagrosos tipo Japao e Alemanha e os em
rccessao continua como a Gra-Bretanha) . Do comportamento do proletarido
depende ou nao a recuperação economica, sendo que crise capitalista não
significa fim do capitalismo (senao a Gra-Bretanha "ja era" ha muito tem
po). A chamada "estagflaçao" - recessão com inflaçao e fruto da resis
a v / «w my
tencia da classe em ter seus salários cortados. Mas para Barros nao ha
lugar para a çonsideraçao das especificidades de cada formaçao social
perante a crise mundial (dai o seu espanto em relação as consideraçoes
do PSB e Declaraçao .Politica sobre a crise ciclica nò Brasil).

6) Resta agora refutar as acusações de Barros de que a Declaraçao Poli


tica prestaria a tese sobre sub-desenvolvimento (e desenvolvimento do
sub-desenvolvimento) apenas homenagens formais* Queremos voltar a a-
-. ^ fv
firmar que o que caracteriza o sub-desenvolvimento e a apropriaçao__ex­
terna de parte consideraval do ex cedente econômico. Na epoca da colonia
essa apropriaçao era via monopolio do comercio externo pela metropole
que, como intermediaria, abiscoitava a "parte do l e a o " . Com a indepen-
A / / /

dencia e a economia agrario-expoítadora desfce periodo e possivel que es


se excedente fosse encaminhado para o centro via intercâmbio desigual
t \ ~ A '

(.dovido a maior composição organicr do capital no centro) e vi a empres-


timos estrangeiros. A substituição de importações se da numa epoca em
.A 4 ...... - ~
que se enfraquecem os laços tie dependencia, mas mesmo ai as exportaçoes
*
detinham um papel importante, sendo o excedente apropriado da forma ja
mencionada (intercâmbio desigual). Hoje, com a associaçao imperialista
na industria, o excedente segue - alem das formas tradicionais vi a ex-
portaçao - através da remessa de lucros, pagamento de royalties e ju-
ros da divida. Nao negamos,, nesse sentido, que as exportaçoes sejam es
se.nciais para gerar, divisas e viabilizar a transferencia desse exce -
dente. As causas desse tipo de desenvolvimento sub-desenvolvido (que
nao repetira o desenvolvimento dos paises centrais, queremos deixar bem
claro: nenhum pais como o Brasil pode almejar desenvolver-se tendo que
dispor anualmente de parcelas tao consideráveis do excedente para o
pagamento dos itens mencionados), repetimos, as caysas desse sub-desen­
volvimento (apropriaçao externa de parte considerável do excedente) e
constantemente reproduzida na medida em que a sangria de capitais l e v a
implicitamente, para manter a acumulaçao, a u ma necessidade de empresti
mos e investimentos diretos, que mantem o ciclo. Agora, dai mao se de­
duz que a exportaçao exista porque nao ha mercado interno. 0 mercado
interno existe e tem sido responsável pela realizaçao de 90% da produ -
r* * ** *
çao, seu estimulo; as exportaçoes tambem existem, mas pa ra viabilizar a
transferencia de excedente, cada vez mais necessaria dado a. i n t e g r a ç a o
imperialista. 0 desenvolvimento sub-de-senvolvido pode se mostrar, como
mostrou alias no periodo recente, um dinamismo muito grande, mas nao i-
sento de contradições e profundas deformaçoes. Procuramos demor.strar
que o fim do. arrocho salarial não abalara estruturalmente essa situaçao,
Um país jovem como o Brasil, onde a composição orgânica do capital ain­
da é bastante baixa (meismo nos setorves mais modernos) em relação a dos
países centrais, tem amplas possibilidades-de elevar a taxa de explora­
ção baseada cada vea mais na mais-valia relativa (que nao pressupõe ar­
rocho salarial, embora pressuponha aumento salarial menor que da produ-
■G>.p ■

uiviuade ). jL obvio que nessas circunstancias aumentara o envio de royrl


ties, juros, etc. o que mantera intacta - agravando - a integração im
perialista e o^sub-desenvolvimento. A necessidade de pagamento desse ex
cedente exigira igualmente um incentivo maior às exportações, que pode­
rão ter um destaque maior do que possuem atualmente, especialmente a ex-
portaçao de manufaturados» Uma política de "distribuição de rendas1' não
esta, portanto, fora de questão, podendo ampliar também o mercado inter­
no com acréscimos no salario minimo. Pelas mesmr.s razões mencionadas, a
democrrcia-burguesa podera ter uma vigência rrzoavel no futuro, especial
mente se puder contar com instrumentos adequados de controle i d e o l ó g i c o
dos trabalhadores (como o PS, os sindicatos atrelados, etc.). A ditadura
oerta podera ter novamente vigência se a luta de classes reproduzir a-
cueles condiçoes classicas a que $ refere Thalheimer, o que alias vale
também para qualquer pais central. E mesmo que o proletariadl consiga
^ n h o s salariais acima do aumento de produtividade, nem por isso a bur-
* * ^
v-uesia esta perdida. Pois essa e justamente a situaçao atual de muitos
crises europeus onde procura implantar congelamentos de diário, contando
inclusive com a colaboraçao dos soci áL-democratas, cbs euro-comunistas e
demais traidores, interessados em "desenvolvime nto pacifico para o socia­
lismo,
* ...
o que exigiria
. "alguns sacrifioios" da✓ classe. A ditaiura aberta
e antes de tudo um expediente no terreno politico da luta de clrsses, cu
ja relaçao com asituaçao economica se da "em ultima instancia".

A TD-45 E AS P O S IÇÕES BASIC/S DA 0.


*■

1) "... o termo *dependencia’ nao e estranho as tradições teóricas da PO


(afostado, assim, um certo preconceito que a D.P. lança sobre ele)..."
(TD-45)
~ / ~ a
0 que a Declaraçao critica e a visao da 3- Conferencia sobre a De -
A * ,
oendencia. A D.P. desenvolve uma critic a teoricá ao esquema que o Proje
to montou sobre a dependência. Este esquema da Conferência é estra -
nho as tradições teóricas da 0.
a * ’*"# ~
’ A
. ✓
v '
A D.P. nao nega a dependencia, pelo contrario, ela a reafirma, repe
tindo a visao dos Congressos da 0. Diz a D . P . :

"0 que caracteriza o sub-desenvolvimento brasileiro e justamente a


integraçao economica dos diversos segmentos dr burguesia brasileira com
? imperialismo. Como frisa Baran em "Economia Politica-do Desenvolvimen
t>o". a causa do sub-desenvolvimento nao esta no intercâmbio desigual mr.s
n no modo de utilizaçao do excedente econômico".

A D.P. resume as características da integraçao imperialista que


PSB havia posto em destaque: a monopolização precoce e a sangria de ca­
pitais (entre outras).

A D.P. nao pretendia desenvolver, alem da caracterizaçao basica, r


nossa visao sobre o desenvolvimento caoitalista no Brasil. 0 objetivo cb
~ a / /

documento era criticar as correpçoes da 3- Conferencia, isto e, visavamos


nootrar a completa falta de base marxista para a tese da "realizaçao da
is-valia no mercado externo". Visavamos destacar a existencia de um
• era.do interno, destacando o mercado produ tiv o, mas sem excluir o mercn
(^3, <p-<f>- G . p V í o

üo bons üe consumo, para repor justamente as teses do PSB sobre o ciclo


economico no Brasil.

Para u m a exposição positiva (fora dos limites daquela polêmica) do


subdesenvolvimento^brasileiro, caberia destacar ao lado do imperialismo,
a questão do latifúndio.
~ * A m, ,
Nao ha"preconceito" contra o termo dependencia. Ha u ma critica a
um certo conceito de dependência (o do Projeto).

Preconceito houve, rra; época da 3 â Conferência, e mesmo antes, con­


tra o termo subdesenvolvimento. Deixando-se influenciar pela ,ronda" teo
rica sobre a dialética da dependencia, houve na 0. uma concordancia ta-
cita com a critica ao termo, considerando- um "conceito sociologico".

2) /"... E se esta fase de substituição de importaçoes foi originrdapor


estimulos e determinações geradas fora das fronteiras do pais, -nos res­
ta a obvia conclusão de que nao nos cabe isolar todo -o ciclo em um su­
posto universo 'interno', como su gere a D.P." ... (TD-45)
% /' *
0 comp. aqui interpreta a D.P. e conclui que ela ai isola o ciclo
em um universo interno. 0 que a D.P. faz, porem, e repetir a tese lo
PS B e do Curso Basico sobre a crise de 61. E nem o PSB nem o CB isolam
o- ciclo num universo interno. Diz o Curso Basico:

"A crise foi causada pelo esgotamento relativo da acumulação capi­


talista que se vi nh a dando no Brasil. A produção nacional da deca
da de 50 alcançou a taxa media de crescimento anual de 5,2% apre­
sentando sinal de declinio a partir de 1962: cresceu em apenas 1,
4% em 1963 (menos que o crescimento da populaçao que tem tido a ta
xa media anual de 3%) > decresceu em 3% em 64 e permaneceu estagna-
da em 65. E que o surto de desenvolvimento da dacada anterior, fa
zendo aumentar grandemente a procura d-js meios de produção (materi
as primas, maquinas, trabalhadores), criou condiçoes'para que es -
tes meios de produção tivessem aumentado os seus preços-, 0 aumen-

to dos preços dos produtos agricolas, dos equipamentos importa d os
' A ' N
para a industria, a resistencia crescente dos operários a sua ex-
ploraçao, fizeram diminuir a taxa de lucro e desencadearam os meca
nismos da crise".
* ' * A

Ai esta, de fo rm a clara, a analise feita pela 0. sobre a crise de


61. A TD-45 critica a D.P. por esta nao se perguntar pela correção pro
oria do texto citado. E acrescenta:
A * '
..."a crise brasileira de 61 foi um fenomeno tipico de um pais sub
desenvolvido, de pendente, em uma fase da estruturação de sua economia ,
estruturação esta em que sempre estara presente a dependência aos centros
^egemonicos do imperialismo".

Cabe observar que A.B. nao analisa a crise de 61. Sua visão sôbre
os fatores que cbsencadearam a crise termina por nao ser apresentada. Li
mita-se a criticar a conceituaçao de crise ciclica, dada pelo PSB, a-
íirmando que a crise tal como foi teorizada por Marx encontra um corres
oondente real na crise de 29, "nos paises do centro", e nao no Brrsil .
t+t v
x or que a crise de 61 nao corresponde a teoria das crises, de Marx? No
esboço traçado pelo Curso Basico, fica claro o me anismo que levou a
queda da taxa de l u c r o .
•* * v
Lembrar, finalmente, que a referencia feita pela D.P. a crise de
51 visava mostrar que a crise rçe deu apesar de nao haver crise nes expor
ç o e s . V isavamos, portanto, combater a concepção do Pro.jeto sobre o na
ol do merce cb e x te rn o. (jVer trecho daD.P. que trata do assunto). Quando o
" / A

comp. A.B. cobra, de forma generica, a presença da dependencia aos centros


.legemonicos na crise de 61, esta de fato passando ao largo d r. questão po
xemica que afinal motivou a inclusão daquele item na D.P. Visavamo.p lern
orar que ocorreu em 61 uma crise no Brasil sem que ocorresse simultanee-
lente uaa retraçao da procura no mercado externo. E isto contrarie o es-
m ema do Pro.jeto, pois ali se coloca o mercado externo como solução es-
cruturalpara o problema da realizaçao da mais-valia, tratando-se do cepi-
':rlismo dependente.

3. "Vejamos agora a questão da 'realizaçao'da mais-valia .


"Pareçe-nos ,que este ponto tem sido mal discutido e mal colocedo.
qürstão basica e saber se a taxa de lucro obtida pelo capitalismo " no
Brasil (e demais paises dependentes subdesenvolvidos) e estruturalmente
igual, maior ou menor que a obtida nos paises de centro". (TD-45)

0 comp. coloca, portanto, esta .pergunta em primeiro lugar. Sendo as


sim, responJeriamos citando o PSB: a taxa dç lucro no Brasil e maior do
que no centro imperialista por duas razoes basicas: diferença nr compo­
sição orgânica do capital e salarios mais baixos. Aparentemente, a res­
posta dada pelo PSB, e que endossamos, e a mesma dada pela TD-45, e nao
haveria nenhuma divergencia neste ponto. Entretanto, iremos logo perce­
ber que a resposta dada pelo comp. A.B. acrescenta outros considerandos.
Para tanto, o comp. levanta outras perguntas, diante das quais aquela co
locada inicialmente como pergunta fundamental acaba sendo superada por
outras que, pelo que da a entender o texto, seriam mais funda­
mentais ainua. Pois logo acrescenta:

.. ."Mas esta questão, reafirmemos, somente podera ser corretamente


pensada se se levar em conta que vivemos stualmente a era do capita-
• /
1'ismo financeiro, do capitalismo monopolista, do imperialismo. E ja a-
qui antecipamos nossa resposta: o imperialismo, por sua própria nature-
za, necessita obter um a taxa de lucro maior nes economias subdesenvolvi­
das. Por que?

Como se ve, a pergunta mais fundamental vem logo depois .daquela a-


a
nunciada como tal pe la TD-45. A pergunta feita e s e o imperialismo ne­
cessita, pelr sua natureza, obter uma taxa de lucro maior nes economias
subdesenvolvidas.
A * M /

Idêntica pergunta, porem, nao encontraremos nos d a s s i c o s nem nos


^ ' *
does. básicos. E verdade que nenhum de nos leu o capital, mas esta em
r* «w /
Bukarin uma citaçao de Marx onde ele esclarece que o «jipital nao e expor-
xado pela absoluta impossibilidade de ser investido dentro do proprio pa
/ “ * •
is, mas porque sempre busca o lucro maximo.
Diz Marx, (citado.por Bukarin em "Imperialismo e Acumulaçao "):-•

"Se se envia capital ao estrangeiro isto nao ocorre poraue nao se


• / /
pode absolutamente emprege-lo no pais. Ocorre quando se pode em-
*
prega-lo a uma taxa de lucros mais alta no exterior".

0 capital se dirige para onde o lucro e maiori Isto é tudo. 0 que


o PSB diz e que.a exportaçao do capital para os paises subdesenvolvidos
levou os lucros imperialistas.
'Ç . (p - 0 - Q ) ( yÇ> •

• Nao ignoramos a dificuldade crescente de abssrção do excedente eco-


nomico, conforme analisa P. Baran, tratando ds imperialismo. Esta difi­
culdade crescente (e uma tendência), nao cria, porém, "necessidades" no­
vas: o capital continua a se movimentar no sentido do lucro máximo, e é
,^or esta razao que se dirige aos paises subdesenvolvidos.

Entretanto, o comp. A.B. situa a questão de outro modo. Cai numa


variante do modelo de Rui Mauro, para quem o capitalismo necess itaria dos
lucros adicionais da periferia, sem o que seria inviável, entraria em co
lapso.

T) "A pergunta clara, paitanto, seria esta: existe no Brasil um merca­


do ;iapaz de, cotnprando-consumiaâo, fazer voltar ao investidor de maneira
ampliada o que foi investido no processo de produção? E a resposta so po
de ser n a o . Tanto por questões teóricas quanto históricas. Nao existe
nem pode existir". , .

0 comp. A.B. procurou se desfazer desta pergunta, mas a ela retor -


na. E da a mesma resposta indicada no Projeto da 3- Conferência.

A discussão desta pergunta, no terrono teorico, ja, foi feita na 1&


perte deste doc. Alias, a D^P. ja colocava a-visão de Lenin, baseada em
Marx, para quem o mercado externo nao entra ria discussão do problema da
realizaçao. A discussão em cima dos dados .estatisticos e historicos tam
0 , .1- - . V ~ —
bem foi feita na 19 parte. Aqui, cabò ' mencionar a posição do PSB.
A posição de colocar -a realização da mais-valia no mercado externo
esta no PSB?
f f A ^
0 que encontramos no PSB e a analise sobre a formaçao de um parque
industrial no Brasil e os problemas enfrentados pela sua correspondente
íoduçao nas condiçoes especificas do mercado interno brasileiro. 0 PSB
nao debate, em nenhum ponto, sobre a suposta sepáraçao entre a produção
(interna) e a circulaçao (externa) conforme R.M.M. procuraria (depois)
situar a questão. Quando trata do mercado para a produção industrial bic
sileira, o PSB se refere ao mercado interno, inclusive situando os seus
limites estruturais. -
0 PSB fala dos limite s estruturais do mercado interno, e nao da s u l
incapacidade de "fazer voltar ao investidor de maneira ampliada o que
foi investido". Quando menciona a "carência de mercado" e exatamente pa
ra se referir aos problemas que limitam (mas nao impedem) o desenvolvi -
mento capitalista. Diz o PSB:
"0 desenvolvimento capitalista pressupõe a subordinação dos meios
de produção à marcha da acumulaçao do capital, com a consequente ex
pansao do mercado. Pressupõe a utilizaçao do solo por empresas ca­
pitalistas que substituem os grandes proprietários que especulam com
o valor daterra. 0 dominio la.tifundiario no Brasil - que se mani -
festa no baixo aproveitamento da terra - amortece o crescimento
capitalista no p a i s . As longas faixas de terra que sao entregues a
uma pecuaria extensiva ou puramente ao abandono a espera de valori-
zaçao, sao a niarca do capitalismo impotente e sem vitalid adade"
(grifos nossos)
f
0 latifúndio limita o crescimento do mercado, amortece o crescimen­
to capitalista, e e neste sentido que o PSB fala em carência de mercado
interno. (No PSB, o trecho que fala em carência d.e merccdo vem logo e-
os este paragrafo citado por n o s ) .
Falar uos limites estruturais que amortecem o desenvolvimento poten
ciai nao e o mesmo que concluir pela impossibilidade da acumulação, isto
e, pela desproporção estruturei entre investimento e mercado interno, e
pelo papel "sui generis" do mercado externo, como defende o comp. A.B.

0 comp. A.B. nao nega de forma absoluta a existência do mercpdo in-


' / /
terno. Afirma porem que este mercado e insuficiente para o nivel de in-
vestimento no Brasil. Sem entrar nas implicações teóricas desta nosiçao,
ur.be frizar que ela nao se encontra no PSB.
*
Vejamos como o Cmso Basico coloca o problema; Tratando dr acumulr-
çao capitalista em geral - e sem fazer nenhuma restrição para o caso das
economias sub-desenvolvidas - diz o CB:

"Nestes circunstancias, poderia parecer que a produção capitalista


«üeveria entrar em colapso ao fim de cada ano, na hora do balanço. (0
CB esta se referindo aqui a cesproporçao entre produção e capacidr-
de aquisitiva da m a s s a ) . Evidentemente, isto não acontece pelas rr
zoes ja expostas: grande parte das empresas compram e vendem prra
outras
M empresas capitalistas. E cada ciclo / de investimento adia a
solução do problema do produto final da industria de artigos de mas
sa. Todavia, periodicamente a crise vem a tona"....
Em outro trecho:
*
"Uma fabrica vende para outra e para terceira, que, por sua vez,tam
bem repetem a operaçao. Esta circulacao* de mercadoria em forma de
produtos acabados, semi-acabados ou materias-primas, perfazem grrn-
de percentagem da produção bruta de um pais".
/ /
Alem do consumo produtivo, o CB também destaca o consumo dos capitr
listas (pag. 3 do CB-1)
Finalmente, o CB se refere ao consumo dos trabalhadores:
*
"Estas industrias deoendem, isto sim, de uma grande massr de consu-
*
midores que, na sociedade burguesa, e constituida de assalrriados .
Quanto mpis desenvolvida a sociedade, maior a participação dos ope­
rários no consumo geral".
Veja-se que o CB nao abre exceções para o consumo dos operários no
/ r
crso dos paises subdet.envolvidos. Da a entender que este consumo cresce
com o desenvolvimento dasociedade. Nos paises subdesenvolvidos, o consu
mo operário seria menor.

A T D - 4 5 > entretanto, exclui os trabalhadores do mercado - para de


monstrar que nao existe mercado suficientemente amplo para o nivel de in
vestimentos no Brasil:

5) "Pretendemos demonstrar que os trabalhadores eàtao (estruturalmente


cotão) excluidos do mercado brasileiro;"- (TD-45)
*
0 curso Basico fala (tratando do Brrsil) que a imensa maioria da po
pulação nao tem capacidade aquisitiva "para absorver o minimo de mercado
rias considerado como necessário nara um nivel de vida do seculo XX". Is
to não e o mesmo que afirmar que os trabalhadores estao excluidos do
/ \ A

mercado brasileiro: 0 CB esta se referindo a "carência" de marcado (no


sentido dado ao termo pelo PSB), ou seja, ao baixo nivel de vida e ao
desemprego, que amortecem o desenvolvimento capitalista. Vai grande di­
ferença entre esta tese e a conclusão de Afonso Barros sobre r exclu s ão
dos trabalhadores do mercado: ' o consumo dos trabalhadores vnotadamente
*
aos trabalhadores urbanos), abrange produtos da industria de alimentos,
roupas, eletrodomesticos, etc.

6) "... (ocorre nos paises de centro) ... a resistência do operariado


e a p o ssibilidade real de o capitalismo do centro atender p s pressões dos
trabalhadores. Ver C.C." (TD-45)
Es t a citação da TD-45 está ligada a tese sobre a estrutura internaci
onal de salario, que sera discutida adiante. Destacar porem que fica ..
entendido do trecho acima, (bem como da própria tese sobre a estrutura
internacional do salario), que n.o caso dos paises sub-desenvolvidos o ca
r* K r *
pitalismo nao poderia atender as pressões dos trabalhadores.

Ou "não poderia fazer concessões" - para usar a terminologia do Pro


jeto e do Tarefas Atuais na Dl.
r* f + r* r*
A Declaraçao Politica critica a tese da superexploraçao e poe em
a /
destaque esta sua consequencia politica: a "impossibilidade de conces -
soes" no capitalismo brasileiro coloco em terreno completamente novo os
conceitos estrategicos.e o problema geral da formaçao da classe para si.
Coloca estes problemas de forma distinta da que se ve no PSB e nos does.
/ /
básicos. Este ponto sera visto adiante.

7) Estruturo internacional de salarios: a) arrocho estrutural.


Para funaamentar a tese do "arrocho estruturai", a TD-45 cita o PSB:
"A burguesia so pode evoluir a custa da crescente exploraçao das mas
aas trabalhadoras"
/ '
Esta çitaçao nao da base para a tese do arrocho estrutural. Ela e
a repetição de conceito clássico do marxismo, e se aplica pera' todos os
p a í s e s capitalistas. (Ver "Projeto de Programa", de Lenin, onde ele de­
fende a inclusão no Programa russo do co-nceito de miséria social crescen
te, mais ou menos nestes termos do PSB).

A TD-45 cita tambem: (do PSB)


"As empresas estrangeiras vieram explorar seus lucros, aqui . mpis
gordos que em seus paises de origemprincipalmente pela .maior explo-
*. ração dos trabalhadores".
Visto isoladamente, este trecho poderia ter alguma relaçao com o ar
rocho estrutural (embora o "principalmente" ja desautorizasse a'extrapo­
lação feita pelo comp. A.B. quanto ao "arrocho estrutural"). Porem, o
trecho não pode ser citado isoladamente. Trata-se do seguinte paragrafo
do PSB: . V
"As empresas estrangeiras vieram explorar seus lucros, aqui mpis
gordos que em seus paises de origem principalmente pela maior expio
ração dos trabalhadores. Para os capitalistas brrsileiros r. entra­
da desses maquinários (la obsoletos, mes aqui bastante modernas)sig
nificava mais produtividade , e, logo, mais l u c r o s " .
(PSB, pag. 16, grifos nossos)

Estas duas causas para a existência de uma^taxa de lucro maior nos


paises sub-d esenvolvidos (e no Brasil) vem tambem no CB:

. .. "Estesppaíses que constituem um bom mercado sao justamente os p_r


íses su b-d esenvolviuos, onde a composição organica do capital e in­
ferior, em virtude do atraso do desenvolvimento técnico, e onde
F 2 > -$ 0

> >
força de trabalho - o salario - e mais barata, em virtude do
baixo nivel de vida"*
A mençao a diferença de composição organica do capital (PSB e CB )
desautoriza a extrapolaçao sobre o arrocho estrutural e a impossibilidn-
de de vir o capitalismo brasileiro atender as pressões dos trabalhadores.
Conforme diz Ernesto Martins,
M A /

"0 capitalista nao aumenta espontaneamente os salarios, quando cres


ce a produtividade social, mas Marx nao deixa duvida que a produti­
vidade e um fator quq nossibilita na economia capitalista aumentos
reais de salario1
.’.. V . (grifo de E.M. "Liuidar o Passado ...")

E adiante:
"Essas consideraçoes sao validas para o funcionamento da economia
capitalista em geral e o surgimento de um capitalismo dependente nac
altera as leis gerais da acumulaçao do capital" ("Liquidar o P a s . .’■)
0 comp. A.B. cita tambem o AV n$2, em defesa dp sua tese:

"Para isso (para o surgimento de um MO reformista ao estilo europeu)


faltam entre nos as premissas economicas existentes nos paises altr-
mente industrializados e imperialistas, onde a burguesia usa o lucro
obtido na exploraçao do mundo subdesenvolvido para a neutralização
de seu proletariado".
Este trecho do AV-2 trata claramente do fenômeno da aristocrecia o-
ocraria (uso dos lucros extras para neutraliear o proletariado). A exis
tencia de um nivel de vida mais elevado nos paises de centro, poreem,nro
le v a a conclusão de um arrocho estrutural na periferia. Pois ha a nossi
bilidáde de os lucros extras do capital imperialista na periferia serem
' * *■*- *
sustentados, mesmo que haja ai uma eventual elevação dos salarios pelr
pressão dos trabalhadores. E o PSB, como foi dito acima, leva em consi­
deração o fator que abre esta p os si bi li da de : a modernizaçao do mpquinr-
rio.

8) "Com este posicionamento (refere-se ao argumento da P.P. sobre a po­


lítica salarial de antes de 64), a Declaraçao passo ao lrrgo dr analise-
tambem ja tradiconal
/ na 0. - segundo M
a qual toda fpse
<V da economia brasi-
/
leira que e conhecida como substituição de importaçoes de bens duráveis,
tambem se caracterizou pelo chamado "desenvolvimento com inflacao"? o re
sultrdo disso nos salarios dos operários foi a continua desvrlorizrcão
do salario real, em consequencia da inflaçao".

Ate ai, a TD-45. Vejamos porem o que diz o PSB:


/ f

"A moderna industria de base implantada no pais exigiu a desvalori-


zaçao do salario real dos trabalhadores através do mecanismo da in­
flação. Em 1952, um onerariocomum recebia um salario corresponden­
te a apenas 84% do que B ce b i a um seu camarada em 1914. E mesmo no
.periodo da euforia desenvolvimentista - entre 1955 e 1959 - en­
quanto a produtividade do trabalho aumentou em 37 % t o lucro bruto
dos empresários cresceu de 76$, a elevação do salario real ficou
por vo l t a de 1 5 % . (PSB, grifos nossos)
N
A ~ * N

Como se ve, o PSB se refere a uma elevação do salario real em 15.Ó ,


justamente durante a fase de crescimento do ciclo economico (entre r -
59). 0 comp. A.B. atribui aos does. básicos a tese da desvalorizacro___
contínua, o que, na verdade, ja se trata de uma generaliançao sua, desau­
torizado polo texto do PSB.
*
Observe-se que o salario real subiu, como afirma o PS3, entre os r-
nos 55 e 59. Se a tese do "arrocho estrutural" fosse correta, estes de­
viam ter sido anos de crise para o capitalismo brasileiro. Entretanto,
aqueles foram anos de crescimento, exatamente os anos da euforia desen-
volvime ntista.
**■» / *
0 PSB analisa a ^desvalorização do salario real atreves da inflaçao,
mas nao o faz sob a otica do arrocho estrutural. 0 trecho acima citrdo
e mais um a demonstraçao deste fato.

9) Estrutura Intornacional do Salario; b)aristocracia operaria no no


centro.
0 comp. A.B. cita Lenin e Engels, a proposito da aristocracia ope-
raria. Nao percebeu, porem, que Lenin trata da aristocracia operaria,no
proprio "Imperialismo, Fase Superior ..." (obra citadapor A.B), como um
fenomeno temporário, que rtinge uma parte minoritaria do proletrriado. /
obtenção de elevados lucros monopolistas pelos capitalistas, diz Lenin,-
+ A *
"lhes da a possibilidade economica de subornar a certos setores operrri-
/ /
os e, temporariamente, a uma minoria bastante considerável últimos.... "
e^tc. ("Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo", grifo nosso). Tam­
bém Thalheimer, intervindo no 52 Congresso da I.C., destaca o carater
* a *
temporário do fenomeno da aristocracia operaria na sociedade capitalista.
Cabe acrescentar que nem o PSB nem o CB afirmam que a aistocracia o
peraria seria um dado estrutural, permanente, do imperialismo. E certo
** M A

que o PSB e o CB nao ex pli cit am , por outro lado, a visao de Lenin sobre
c transitoriedade da aristocracia oneraria. Esta falha dos textos basi-
s ^ * ~ a
cos, porem, nao autoriza a conclusão estranha - ou a extrapolação - so
* A -1 i 4
bre a aristocracia operaria como fenomeno estrutural, o que, de resto, i
ria contra a tese marxista classica sobre a pauperizaçao crescente dos
trabalhadores na sociedade capitalista.

10) Estrutural? dade da dita.dura


A TD-45 cita um trecho do PSB onde se diz que a ditadura aberta npo
/ a *
e um fenomeno passageiro na vida brasileira, e que e o resultado de umr.
/ M
politica burguesa quando a burguesia nao pode mais exercer a ditadura ve
lrda.
* ~ *
Comecemos por esta ultima afirmaçao: a ditadura ,!e resultado de u-
ma politica burguesa quando a burguesia nao pode mais exercer r ditadurc
de maneira velada". (PSB)
0* *
Aqui, o P SB nao faz mais do ^que reproduzir os termos clássicos em-
pregados por Marx e Engels na analise do bonapartismo, validos para as
diversas situações em que se formaram ditaduras abertas. Para Marx e
Engels, o golpe de Napolejo III ocorreu quando o proletariado pinda npo
podia tomar o poder, e a burguesia ja nao podia fazê-lo. Evidentemente,
esta é um a caracterização válida para uma determinada situação global da
luta de classes, passiveis de evolucao no sentido do rerorno p ditadura
velada. Quando Engels fala que a burguesia francesa, em 1851, nao podir
mais seguir gonernando à maneira antiga, ele nao pretemdia, evidentemen­
te, dizer que o bonapartismo passava a ser estrutural.
/ * *
0 mesmo se da com o PSB. Veja-se trmbem o CB, na parte t e o n c p ?;«-
ral sobre as ditaduras abertas:
"Porem, quando a democracia burguesa, apezar de todos esses recursos,
nao mais garante a ordem existente e os privilégios das classes domi
nantes, estas escolhem o caminho da ditadura aberta" (grifos nossos)

E passa a falar das diversas experiências de ditadura aberta, sem com is


to insinuar qualquer ideia do tipo "fascismo estrutural", etc.

Thalheimer coloca as ditaduras abertas como fenômenos periodicos (no


mundo capitalista atual).
Por outro lado, o CB e clarissimo em apresentar a mesma visão, que
desautoriza a tese da ditaduraestrutural:
"0 bonapartismo e o fascismo sao movimentos que necessitam de tempo
e de condições apropriadas para amadurecerem. Por isso, o instru -
mento mais comum usado pela classe dominante e a ditrdura militar .
Em geral, esta e um a sclução de emergencia* eficiente em termos de
crise. A longo p r a z o , todavia, a ja tradicional ditrdura___ militar
nao corresponde as necessidades da burguesia, pois os problemas de
uma sociedade industrializada sao demasiadamente complexos para se­
rem resolvidos pela hierarquia militar. Embora o crescente milita-
A • /

rismo seja.um fenomeno comum em qualquer pais capitalista, r burgue


sia prefere lançar mão das forças aripadas como recurso de reserva
destinado a repressão interna. Acontece que o aguçamento das crises
sociais e politicas, principalmente em paises sub-desenvolvidos, o-
brigam a classe dominante a apelar com crescente frequencia para es
se recurso" (grifos nossos)
em termos
0 CB coloca as ditaduras abertas/de crescente frequencia, assim co-
~ x f
mo o faz em relaçao as crises ciclicas.
Abordagem idêntica aparece no "Classes e Estado" - subsídio prr , r
discussão do Programa (Ernesto Martins, 1967). Ver trecho citado nr cri
tica a 0-7 onde o comp. E.M. explicita inclusive que a ditadura militar,
a longo prazo, não corresponde as necessidades de u ma sociedade industri
alizada ou em industrializaçao. Veja-se tambem o AV-1 e o A V - 3 •

Diz o AV-1: A A

"Temos plena consciência de que a atual forma ditatorial do governo


e transitória. 0 regime imposto pelo 12 de abril esta em transfor­
mação e ainda não conseguiu encontrar uma forma estável. De uma co_i
sa podemos estar certos: se os atuais governantes cederem seus lu-
f f
gares a grupos rivais e as bases da ditadura, o exercito, o latifun
dio, o imperialismo e os monopolios ficarem intactos, entro a nossf
classe dominante tera conseguido mais uma vitoria".

E dia o AV-3:
«■. /■
"Nao queremos dizer que, teoricamente, isso seja a unicr possibili­
dade da ditadura aberta terminar. Temos precedentes no pais, quan­
do as classes dominantes cansadas da tutela que tinham pedido "re-
democrrtizaram" o seu governo. Embora isso nao seja o caso atual, ^
possibilidade pode surgir se a situaçao economica lhes permitir umr
alternativa" (grifos nossos)
0 comp. A.B. coloca que o CC traz a posição da ditadura estrutural.
Proeem, no mesmo paragrafo do trecho citado, ha o seguinte trecho que
TD-45 não citou:
..."Em primeiro lugar porque não temos interesse em restabelecer
•4 |
r ntigo 'str tus q u o ', que consolidará novamente o dominio da burguesia com
a folha de oarreira 1de mo cra ti ca1 " (grifos nossos)

Onde o CC levanta claramente a possibilidade de a democrrcia vir r.


consolidar a dominação burguesa. ^E quanto ao t e m o in te rv al o, que o
comp. E*M. usa referindo-se ao oeriodo democrático, ele esta coerente com
a visão dos does. hasicos sobre a natureza periódica (e nao estrutural )
da ditadura aberta.
Finalmente, observe-se que o CC situa o golpe como consequência de
uma crise co n .iuntural e nao como decorrencia de fatores estruturais (co­
mo e o caso da tese de ditadura estrutural).
*
0 que vem colocedo no capitulo 2 do CC:
/ M
"0 golpe militar de 64 foi um nitido produto das contrrdiçoes de tra
balho assalariado e capital, as quais se tinham tornado fundamentais
na sociedade brasileira. Foi oroduto direto da crise economice ci-
clica do capitalismo bresileiro, começada em 6l/62, tendo e t i n g i d o
o seu ponto mais baixo em 64/65 ..." etc
(Para comparar a diferença de enfoque, ver a parte do CC que trata
da revolução de 3 0 , onde o movimento e situado claramente como expressão
de mudanças e struturais)
Resta discutir porque o PSB afirma que a ditrdura aberta nao e um
fenômeno passageiro na vi d a brasileira. Escrito ja depois do 3e aniver­
sario do golpe, esta passagem do PSB pode ser interpretada como ume alu­
são à solidez do esquema politi co vitorioso, ou como uma alusão a sua p e ­
riodicidade. Tlão há, entretanto, o menor fundamento, nem no P S 3 nem nos
does. que lhe subsidiaram, para a conclusão dai tirada pelo comp. /.B.
quanto a "ditr.duraestrutural".

11) A TD-45 cita Lenin para fundamentar a tese sôbre a contradiçao que
haveria entro imperialismo e democrrcia.
"Imperialismo e a epoca do capital financeiro e dos mo n o p o l i o s , os
quais trazem em seu conjunto em todas as partes do mundo a tenden-
cia a dominaçao e nao a liberdade" (Lenin)

A confusão feita pelo comp. A.B. na interpretação deste trecho de


Lenin fica ortente. 0 comp. toma como sinônimas as expressões democre -
cia e liberde.de. Contudo, a identidade entre estes conceitos nao perten
ce ao marxismo, nem a Lenin. E este ultimo quem afirma, por exemplo:
"Posto que domina e produção mercantil, a burguesia, o^ooder do di­
nheiro ,o suborno (direto ou através da Bolsa) e 'realize.vel' com quel
quer forma de governo, com qualquer democrecia"
"Pode—se oerguntar: o que muda na relaçao analisada ao ser substi—
tuido o capitalismo com o imperialismo, isto e, o capitalismo pre-
monopolista com o monopolista?"
"Unicamente que o poder da Uolsa. a u m e n t a ’
. Porque o capital ^finan­
ceiro é o grende capital industrial, que cresceu ate o monopolio e
se fundiu com o capital bancário. Os grandes bancos se fundem com
a Bolsa, absorvendo-a ..."
"Prossigamos, Se para a 'riqueza' em geral ^e plenamente reelizryel
a dominação sôbre qualquer republica democratica... etc "(Lenin, 'To -
bre a Caricatura do Marxismo e o Economismo Imperialista", 191' )
Outras referencias podem ser estudadas, As notas de Lenin sobre a
# A
"Critica ao Prograna de ’otha". ou. o que deve ser visto como referencia
mais irrefutável, - '0 1 • '.do e a Revolução". Neíie trecho clássico, es
crito em
f
1917,
f
Lenin qualifica a Democracia Burguesa como f
"a melhor for-
ma politica possivel para o capitalismo". Escrito na Russia de 1917,pou
co antes da revolução de outubro, nr epoca de Kerenski e depois da expe-
riencia da tentativa con^ra-revolucionaria de Kornilov, ^nao se pode no
caso argumentar que a tero de Len in seria somente aplicavel aos paises do
'Centro1. Trata-se da exposição mais clara da teoria marxista sobre o
Estado.
f

E por que Le nin considera a Democracia como melhor forma politicapa


ra o capitalismo? Exatamente porque se trata da sua ditadura direta (a-
lem de ser um a form a de mistificar e controlar o proletariado). As van-
t ^ e n s da ditadura direta a burguesia perde sempre que necessita da tute
lp de alguma envoltura, seja na forma das forças armadas ou de um parti-
/ \ *** *
do de massas (fascismo). Estas consideraçoes de Lenin eram validps tan-
/ * f f
to para os paises capitalistas desenvolvidos da Europa do inicio do secu
lo, como também para a Russia atrasada de setembro de 1917.
f
Mas voltemos aos does. básicos da 0. Relemremos, em primeiro lugar.
os trechos citados acima do Curso^Basico e do Classes e Estado, onde s
afirma que, apesar da militarizaçao crescente, a demoerpeip. e o melhor v.
volucro para a burguesia* Ao qu r acrescentamos o seguinte trecho do AV-
3:
M M f

..."Essa redemocrr.tizaçao burguesa, entretanto, nao se estendeis es


pontaneamente ao proletariado, nem ao campesinato. Ela conserva r r
intactas todos os instrumentos da ditadura, pois sao os mesmos que
a classe dominante vs-:. na democracia burguesa como meio de domina -
ção dos explorados"
Como se vê, os does, básicos nao confundem Democracia com Liberdade.
Eles vêem a possibilidade da Democracia sem qualquer redução da militari­
zação e da utilizaçao dos instrumentos de ditadura de classe.
A confusão feita pela TD-45 decorre da concepção, introduzida pelo
Projeto, aegundo a qual a Democracia seria incapaz de manter a D o m i n a ç a o
burguesa nps condições de "tensão objetiva" (sub-desenvolvimento) .

Finalmente, veja-se no "Liquidar o Passado...":

"E ja que a 'dependência coloca a ditadura militar como um dado es­


trutural* poderia se perguntar por que na referida fpse do pos-guer
ra o sistema funcionava sem ditadura militar? "

Em outra parte da TD-45 o comp. diz:


^ f

"0 que o centrismo oportunista do MEP nao viu e que o advento de u-


Eia democracia no Brasil 3 possivel enquanto uma saida provisoria para
b u r g u es ia ";
— * 0 0 .
A conceituaçao de d j m o c m c i a provisoria no caso esta bem próxima da
impressão òbixada pelo Projeto quanto a democracia por ele^prevista.
fato é que para A.B. rorin+e a D.M, consolidaria a dominação burguesa.

12) 0 comp. A.B. criti a D.P. por esta supostamente dar a entender "um
desenvolvimento mais ou n°nos linear e lento do movimento operário em d_i
reção ao confronto final com a burguesia". Notar, em primeiro lugar
que a D.P. nao faz nenhuma afirmaçao usando estes termos. Trata-se de
M /
uma interpretoçao da TD-45» que paro embasa-la cita 0 seguinte trecho da
D.P. :

"As projeçoes catastróficas para o futuro imediato ocultavam como


f f w f
um veu ideologico os problemas concretos da formaçao politica do prole-
f

tcriado, somente possivel de ser conseguida ao longo úas batalhos parei


ais, no que tem importancia fundamental as lutas e escaramuças cotidia­
nos de resistência economica".

A TD-15 grifa as palavras "lutas e escaramuças cotidianos de resis


A A m /

üencia economica". Contudo, nao ha como sustentar que falor em escara­


muças economicas seja sinonimo de desenvolvintnto linear e lento do MO .
Encontraremos colocações semelhantes a estas da P.P. nos teses dos 1 5 s
f «w

Congressos do I.C., escritas em epoca de grandes tensões e crises, e em


IM M /
rneio a escensos e rebeliões do MO. Por outro lado, nao ha como desco -
nhecer tambem que a referencia as "escaramuças economicas" ficaria des­
locada se seguissemos 0 conceito de "errocho estrutural" e aceitassemos
a sua consequencia natural, ou seja, que 0 capitalismo nao pode atender,
no Brasil, as reivindicações salariais dos trabalhadores. A questoo que
se coloca aqui para o debate, portanto, nao e pensar se seria ou nao
f r ~ ~

nossivel um desenvolvimento linear e lento do MO, pois tal posição nao


' A

foi defendida por ninguém na nossa D.I. A polemica deve girar em torno
do problema de ser ou nao ser. possivel ao capitalismo brasileiro fazer
concessões. Em torno desta polemica, a D.P. responde afirmativamente e
destaca a importancia das "escaramuços" no desenvolvimento do MO. A TD-
45» por outro lado, nega a oossibilidade das concessoes (arrocho estru-
/ /
tural) e pensa de outro ^modo a educaçao nolitica da classe. (Por outro
lado, a D.P. nao se detem nas lutas economicas: ela menciona tambem, e
A ~ ^
com enfose, as condiçoes de desenvolvimento dos lutos politi cos de cias
se) .

13) A TD-45 considera a proposta de GRT do PO pre-golpe como democra -


tista. Isro porque se fala ali em ampliaçao da democrecie e reformas
de estruturo.
Quanto à ampliação da democracia, o PO tinha em mente por um l^do
a defesa dos'conquistas democraticas do proletariado, q simultaneamente
o conquista da "democracia revolucionaria". 0 PSB (pag. 31) e o CC (po
gs. 11 e 12) identifica o GRT com a d emocracia r evoluciono r i a . (Ver Le-
nin em "A Catastrofe Iminente" e Thalheimer em "Pontos do Progromo").

Como explica 0 Editorial da MM-Exterior ("A Crise que se /,vizinho"),


; defesa das conquistas democráticas do proletariado nao pode ser con -
fundida com a defesa de uma plataforma democrotica, que limite forçosa­
mente a luta proletária. Atualmente, lutamos pela aboliçao do contro­
le dos sindicatos pelo Ministério do Trabalho, e esta e uma luta por
um direito democrático. Isto poderio nos confundir com os democrotis
tas? v ,
Quanto è palavra de ordem de "reformas so com o GRT", nao podemos
esquecer que "reformes" eram aquele.s: o PO do dia 12 de morço traz uma
pletaforma no essencial idêntica à que aparece no PSB paro 0 GRT: en-
camçeção dos monopolios imperialistas sem inüeniaaçao, encampaçao do la
tifundio sem indenizaçao, etc.

14) "A D.P. defende a hipótese de um GRT por via pacifica" (TD-45)
F 3 - 0 - 0 - G .p-JéJ

Aqui ba um flagrante equivoco. A D.P. nao defende, absolutamente


esta possibilidade. 0 que ha na D.P. e uma caracterizaçao do governo
de Allende como governo de transição. As teses da I.C., o AV-3 e o
PSB mencionam a possibilidade de governos operários (de transição - ci
ta inclusive exemplo da Bolivia, onde a direção do processo estava com
um a liderança p b ) . 0 GRT, cujo conteúdo e dado pela plataformr expos
ta no PSB, seria a nossa bandeira de açao numa situaçao deste tipo.

15) Sobre a FRTCC: "0 conceito de Frente nao se aplica à identidade


histórica e programatica existente entre trabalhadores da cidade e do
campo brasileiros: isto porque ambos ja. estao historicamente interes­
s a d o s na d i t a d u r a do p r o l e t a r i a d o e n q u a n to p o d e r e o c i a l i e t o " (TD-45)
Mais adiante:
* 0
"E de se entender que no Brasil uma ditadura do proletariado tera
como base socid, com igual poder de decisão, tanto o proletariado urba
no como o rural".

Estes dois trechos trazem uma simplificaçao, um exagero, na avali


açao da sociedade e das classes.

Falar que os trabalhadores do campo e da cidade têm os mesmissi -


mos interesses, e que terao na ditadura do proleteriado igual poder de
decisão, significa trazer mecanicamente para o plano da realidade con-
cre ta a abstraçao representada na divisão de sociedade entre burguesi
a, e proletariado. No plano concreto, ha e sempre havera no capitalis
mo a pequenapropriedade e os contingentes de pb em prolet?r i z a ç ã o ; em
segundo lugar, persistem diferenças entre o proletariado industrial e
o rural. Na revolução russa, os soviets de deputados camponeses ti -
nham uma vi da relativamente autonorna em relaçãr» ao soviet de ooerarios.
E Marx e Len in jamais deixaram de destacar o papel esp ec ia l , dirigente,
do proletariado ^pdusfcrial, apesar de ja conheçerem o setor assalaria­
do rural.
A 0*0 P
A consequencia desta simplificaçao na analise da sociedade concre
ta e r diluição da hegemonia do proletariado, noçao que ocupa lugar da
maior importância no leninismo. Sobre isto, ver tambem na TD-45:
..."No entanto, tambem estao presentes no doc. erros graves 'ref e
re-se às "Teses Tiradentes"). Claramente esta la a f*rmulaçro de que o
*
campesinato sera liderado pelo op^aariado urbano da mesma maneira que
*
este liderrra as camadas radicalizadas da pb".

Ora: aqui o comp. dilui a hegemonia do proletoriado (industrial),


; hegemonia da classe operaria no processo revolucionário. A diluição
iircroduzida com esta identificaçao completa entre ^operariado industri­
al e assalariados rurais, diluindo as analises classicas de Lenin so -
ore a concentração e disciplina (etc) dos operários ("Um Passo Adian­
te...", e outros), - trara consequênciaspraticas em termos de uma revi
sao completa das nossr.s perspectives, ti nto imediatas quanto futures.
/ m
Em termos imediatos, ficaria em aberto a politica de concentraçao
no opereriado industrial. Pois neste caso, po que nao irmos, em igual
peso para o campo?
M / 0S0

0 comp. A.B. pensa as questões politieas como se a formaçao social


M /
concreta reproduzisse as abstrações teóricas de uma sociedade dividida
entre burguesia e proletariado, e sem distinções entre cidade e campo.

16) Pergunta-se se tais medidas (GRT) são socialistas ou não. B ób -


vio que algumr s delas (como nacionalizaçao dos monopolios nrcioncis e
estrangeiros) sao claramente tipicos de uma sociedade organizads _em
r.ioldes socialistas" (grifos nossos)

Em primeiro lugar, cabe levantar que medidas tais como r nacione-


M /
lizaçao dos monopolios pode se colocar num capitrlismo de Estado sob a
M / M /
direção da propria burguesia, neo sendo oois uma caracteris ticp exclusi
vr: de sociedrdes ja dirigidas pelo proletrriedo (como classe dominante)
- Ver Lenin, Teses dc Abril, etc.
Em segundo lugar, a nacionalizcçao dos monopolios levpdr durante r
ditrdura do proletariado (como no C í s o russo) representa u ma medidp de
transição do capitalismo pa ra o socialismo. Uma "sociedade organizcda
em moldes socialistes" so pode ser uma sociedade que -fcnha abolido toda
*
a propriedade privada, conforme diz Marx e Lenin. E esta sociedade so-
/ M
cialista, e esta aboliçao completa da propriedade privpda, que constitui
o fim do nosso movimento, o fim traçado pelo PSB, e que deve presidir a
agit/orop formadora da consciência da clpsse operaria. A confusão feitr
acimp, no trecho citado dr TD-45» aindn e uma sobreyivencia dc nossa an
tiga concepção sobre o GRT como o nosso objetivo e a referencia para a
agit/prop.

Mais adiante, diz a TD-45:


*
"Por tudo isto, e falso opor socialismo X GRT como colocou "Meias
V e r d a d e s " ....
/ M
E certo que nao se deve opor as durs coisas, simplesment e ~>orque se
quer com uma delas (com o GRT) avançar em direção a outra (rev. socir-^
lista, etc). Mas o que o "Moias Verdades..." diz, e tambem r D . P., o
que nao se oode confundir as duas coisas, e a TD-45 ainda mantem parte
da confusão, achando por exemplo que a encampaçao dos monopolios e me-
Jida tipicp de uma sociedade socialista. 0 resultpdo pratico dr confu-
sao e a diluição ou rebaixamento dos fins do nosso movimento, que de­
vem orientar a agit/prop, e que e a aboliçao de toda a pronriedroe nri-
vrda, e nao so dos monopolios.
A plataforma do GRT ■'iraz palrvrrs de ordem de transição que cbverr o
ser proppgrndeadas articuladamente com a propaganda dos fins. A confu-
sao entre es durs coisas, a redução de uma delas a outra, altera funda­
mentalmente o conteúdo dr agit/prop.

17) "Se consultarmos docimentos, veremos que a luta pelo GRT o fefendi
do como a nossa luta contra a ditrdura no processo da revolução socia -
lista (estando nisso, por outro lr.do, acreditamos, presentes as bpses
dos desvios v o lu nt ar istas do P T C P . .." (TD-45)
* *
No entanto, esta critica do comp. decorre de um equivoco que se
generalizou na 0. desde o Projeto, Os does. básicos falam sempre da re
volução dos trabalhadores como nossa alternativa a D.M., e a Rev. dos
trabolhp.dores e entendida como o processo desenvolvida na ditpdurr do
proletariado. Destruição das bases sociais da ditadura, Tilternctiva a
ditrdura militar das classes dominpn; tes, etc - tudo isto aparece no
;T3 como sinônimos òa revolução socialista, da fundaçao e desenvolvimen
9-i\

to da ditadura do proletariado, Na resposta a 0-7 há várias citações do


PSB que esclerecem ser j£te o sentido do texto, alias também presente no
AV e no CB. A confusão decorre, como dissemos, da leitura e interpreta­
ção do PSB feita na rpocn da 3- Conferência (Projeto). Quando a 0. se
arma de conceitos estranhos a sua tradiçao, mas na ilusão de rs estar se
guindo.

Na pag. 30 da TD-45 ha uma citação do PSB com a mesma interpretação


dada pelo Projeto. 0 trecho citado se refere a ditadura do proletariado,
r.T.s o comp. o interpreta como estando ligado aó GRT - o que o leva a cri
~ / / —
ticar brechas no PSB pera as visoes etapistas* A critica e inteiramente
infundada.

1 ) Sobre a Independência do HO
A D.P., assim como os does. da PO-exterior, defendem a intervenção
do proletariado como classe independete como o nosso objetivo estrategi
co.

A TD-45 cria uma oposição ou u ma distinção entre "proletariado a-


gindo como classe" e "proletariado independente". Entretanto, as duas
exoressoes sao usadas com o mesmo significado. Pois sem duvida existia
antes de 64 um MO mobilizado, "unificado" nacionalmente. Mas era um mo
vimento atrelado a burguesia, e por isto dizemos q u e o proletariado nao
agia como classe (ou seja: como classe para si).

Mas o Meias Verdades, o Liquidar o Passado..., e, depois, a D.P.,


destacam que esta formaçao do proletariado como classe e um processo.
Nao pode ser confundido com uma hipotética "formaçao completa" da cons­
ciência da classe, meta da qual somente na tomada do poder a classe co­
mo um todo começara a se aproximar mais claramente. Temos, no entanto,
* r* *
um objetivo estrategico definido como condição para a própria tomada do
poder. Ele e a intervenção do proletariado como clpsse,ou, em outros
palavras, a mobilizaçao do proletariado em torno dos seus interesses es
* M "
pecificos, ou, em outra?, palavras, a formaçao de um proletariado inde -
oen dente. Ma.rx falava da formaçao do proletariado independente em 1848
(quando ainda nao existia o partido politico). (Ver citação mensagem do
CC da Liga no doc. Mais Uma Vez a PB).
* *
Lenin fala em classe oneraria independente no Russia no texto "Pro­
jeto de Programa", de 189..(7), quando o partido Social Democrata apenas
estava sendo fundado. E o pertido ainda cumpriria um longo trabalho edu
cativo, e a classe operaria ainda teria um a longa trajetória no sentido
do seu amadurecimento, ate a tomada do poder (com a conquista da maioria
da. classe pelo o Partido Bole hevique).

0 comp. A.B.coloca a questão da independência da classe de outr';



forma. Dentro dos coneitos da TD-45 seria possivel falar em oroletariu
do independente na Russia quando o oartido mal articulava a sua funda-
çao? E Lenin, *o texto citado na própria D.P., quem esclarece minucio­
samente como se dava a formaçao do proletariado russo como classe. Os
conceitos da D.P. nao sao outros senao os do referido texto de Lenin
("Sxplicaçao do Projeto"), e os dos does, básicos, cu.ias proposições
centrais sao transcritas.

19) A TD-45 considera um trecho do EVP (que trata da tarefa de influir


"agora e constantemente" sobre a consciência da classe) uma antecipaçao
do PTCP.
•<ò -G>•P

Aqui ha o mesmo erro do PeLno o da 3â Conferencia: e onde se joga,


realmente, a criança junto com a agua do banho. 0 PTCP queria a mobili-
zaçao imediata do proletariado, queria a penetração das posições básicas
da 0. no^ prõLetariado, ignorando o descenso e apenas com base nas frequen
tes companhas agitacionistas. 0 FVP, porem, expõe um conceito estrptegi
co: a necessidade permanente de influir na formação da consciência da
*
ias. a, e a necessidade de construir núcleos capazes de repercutir nr
classe toda. Es ta e uma perspectiva estrategica valiosissima, abandona-
da no entanto pelo Projeto ao introduzir o "trabalho com a ma sr.a avançe-
ua". Evidentemente, a possibilidade de um nucleo organizado vir a r e p e r c u -
* ■
tir em to cfe a clasáe se colocara de fornias diferentes em cala conjuntura. Numa enocs. de
rofUnda diversão como foi a conjuntura pos 6Q a ppssibilidaie cbummcv. ou u m expeaáendir
de ’crganizrçao vir a repercutir alem de seu^ proprios limites era sempre
muito limitada, embora tambem nao ten ha desaparecido. Experiências avdri
çadas houveram e efetivamenre repercutiram dentro ue certos limites. 0
que o PTCP não conseguiu foi traçar os métodos justos de atuação, colo -
cando em seu lugar a terefa imediata do mobilizar a classe (ver conferêr
cia cb fundaçao da O C M L ) . Subjpcente a estas tentativas praticas, desen
volveu-se u ma concepção ideologica vanguardista (exagerar ó papel da van
guarda).

20) Sobre o problema do foco

0 comp. E.M. explicou as razoes da parte do PSB sobre o foco "a


parte fraca do programa": EmM. nao nega a incorreção do texto, mas o
balanço/xa7 a resneito do real significado daquelas teses vem confirma

do em dois fatos da historia da 0.:
M \ ^ ^
Primeiro, pelo fato de nao se ter levado a pratica uma experiencia
militarista. 0 precedente de 65 ocorreu em funçao de uma ma avaliaçao
uo momento, e nao em funçao de um erro de concepção, tamto que se fez
auto-critica da* experiencia tão logo se amadureceu uma visao sobre o mo-
monto. (Ver relatorio do CN ao 4Q Congresso).

Segundo, norque a 0. publicou, logo depois do 42 Congresso, um tex­


to que modifica as insinuações foquistas do PSB ("Luta Armada e L.C.").

Estes s ao fatos roais, e a historia real da 0. Hoje iriamos aven­


çar em relação ao que ja foi dito no Luta Armada e L u t a de Clrsses? 1
riamos tido alguma experiência militarista que precisasse ser enterrada?

Sem dúvida, ü m a futura reelaboração do PSB deverá visar a modifi ca­


rão da parte sobre foco. Colocarianos, c
sobre o foco, um resumo do LA
LC. Esta nova. redação, porém, não justifica por si so um Congresso; e
se a. 0. tern consciência do que ocorreu - e se conhece a concepção expoí.tr
i0 LA e LC, não ficarão brechas irnedisatas para o militarismo. Esta adver
tència para ps quadros da 0. é tarefa que as pronrias conferencias p o d e ­
rão realizar em suas resoluçoes, pois nao precisamos aqui produzir algo
que ja nao haja no acervo da 0.

OBSERVAÇÃO FINAL
*
Esta critica ao documento do comp. A.B. foi redigida vis; ndo a dis-
jussao no B.P. Posteriormente, resolvemos p u b l i c a - l a . (Tambem o comp.
Fa <f> Q>,y> M S

A.B. devera publicar um resumo das suas posições nesta discussão).


..
Par a nao atrasar a discussão, resolvemos nao alterar a redação ini
ciai, exceto em pontos localizados. Com isto, a forma de exposição des
te documento ficou bastante esquemática, e certas partes ficaram bastan
te resumidas. Estes problemas, contudo, poderão ser superados nps dis­
cussões de cel», onde os asistentes detalharao mais a posição da dire -
ção.
~ / • /
Finalmente, cabe repetir uma colocação ja feita na parte introduto
ria deste doc. : com a maior explicitaçao da auto-criticaje com maior ex
[ücitcÇEO dcsposlçees basicas jda 0. a tarefa de por em destaque as discus­
sões sobre tatica (e sobre a prr.tica) ja nao pode ser adiada. No CN,
vnrias questões referentes a pratica imediata e a nossa taticr sofreram
adiamentos no seu enfrentaménto em funçao da prioridade dada as discus­
sões aqui publicadas. Agora, a 0. deve e pode enfrentar com prioridade
as questões vitais da pratica.

B.P. - fevereiro/78

*** ********
r
Fa> -0 0 *6 . )p:c
?66

S02R3 05 N O S S O S 02J3TIV0S H : 3 D I A ? O S

O c.oc• “ITossa p o s i ç ã o f r e n t s a o £ S D " d o C U c o n t é n u n e p o s i ç ã o quo


m e ç a r e c e o a t a r n a r c a d a _por u n a d u b i e d a d e e n t r o u: .n a l t e r n a t i v a do iv.ta
p o l í t i c a r o a l o u u a a l t e r n a t i v a de p r o p a g a n d a , I n i c i a l -.ente h a v i a m e >r.
r e c i d o q u e se t r a t a v a u a p o n a c de o r r o a t e ó r i c o s - p a r t i c u l e r n o n t s o uso"^
do c o n c e i t o de h e g o n o n i a - a l ó n d e u... c o r t o n e c a n i c i s n o a o oct b e l e c o r o
p o s i ç ã o e n t r e n o s s a (do F G ^ ) a l t e r n a t i v a d o l u t a o a " l u t a c o n t r a a dite[
d u r a “ c o l o c a d a e m t e r n o s c o r e i s o u g e n o r i c o s * P o r i s c o rneono - n a p r i m o i
r a l o i t u r a - h a v i a p e n s a d o c^v.e as c r í t i c a s d o v i é n so loc:.lÍ3ar n a f o r n a T
S n t r a t a n t o a co.iâa d e v o s e r v i s t a d e o u t r o n o d o * l o i s so as c o n s t a n t e s '
r o s s a l v a s do d o c « , s u a s i d a s o v i n d a s ao r e d o r d o p o d e r p o l í t i c o t o m a r a '
d i f í c i l l o c a l i s a r a c r í t i c a , já t.ua e.. . c a d a r o s s a l v a h á uria autodefesa*
p r o v i a , e n t r e t a n t o já a g o r a c c n s i d o r o que as d u b i e d a d e s c ã o rotr.pidas eu
d o t a r n i n a d a c c o l o c a ç õ e s , e c ã o r o n ^ i d a s o n f a v o r de uma a l t o r n a t i v a erra
da*
Cc o r r o s t e ó r i c o s c o n t i n u a m l á e se t o r n a « a t é mais r.ítidos j e n t r o
t & n t o j á ó ^ p o s c í v e l d e t e c t a r una c o n c o p ç ao, e m b o r a deva c a r d i t o que aiã
sa c o n c e p ç ã o ainda n ã o s o ^ a f i r n a i n t e g r a l n o n t e , raac - r e l u t a n t e a o n t # -o7
i n s i n u a a t r a v é s dac o m i s s õ e s d o p r ó p r i o P S 3 , 13 ácrodito r.uo i s s o so re ••
f l o t e tr.-bou n u a c e r t o c o r t o q u e há e n t r o o doe. d o progrr.na e o de tátj
cai o c.oc. süe t á t i c a p a r e c e _ p e n d a r p a r a o u t r o l a d o , g a r e c o - ancora nao
c o n c l u s i v s n e n t e - i n d i c a r n ã o e x a t a m e n t e o u t r a d i r e ç a ô p o l í t i s a , raàs ao
tr.onos u n d e s v i o ( p a r a uiia p o s i t i v o ) e a r o l n ç ã o ao d o c * d e pro3ra:ua*
Unbora fossa a q u i necessário urna c r í t i c a mais desenvolvida, este *
doc. procurará se a t e r a p e n a s a o n a i s o s c a n c i a l , 2 or ^"ce • A g e n t e Xevar*
ao c o l e t i v o e s t a s ^ q u e s t õ e s • 2 de qualquer foraa nao have r á p r e j u i 2 o pois
os d o e s . d a d i r e ç ã o o s t ã o s u f i c i e n t e m o n t e a v a n ç a d o s p a r a p e r m i t i r agera .
a c o n t i n u i d a d e do dobato.
' p G>,

1. PARA. QUE SERVE U M P R O G R A M A M Í NIMO ?

Aqui está a p r i m e i r a ^ d i f i c u l d a d e . Esta dificuldade expr ai sa un


a v a n ç o d a d i s c u s s ã o t se a t é h á p o u c o Ô?fi1 0 o n s e n s o s o b r e a n e c e s s i d a d e do
p r o g r a n a mxnJ.no, n ã o h á c o n o v e r q u e e s t o c o n s e n s o e s t a v a fundado em idé
i a s b e m g e r a i s c o n o n a t u r a l m e n t e o c o r r e n o s í n í c i o s de t o d o debate. N e s ­
te p o n t o o CN a v a n ç a : p r o c u r a p r e c i s a r as r a z õ e s m a i s c o n c r e t a s qu e r e i ­
vindicam a d e f i n i ç ã o d e u m p r o g r a m a mínimo e c o m i s s o t o m a a iniciativa
de a b r i r o d e b a t e , P o i s osso p r o c i s a m e n t o i m p l i c a e m p o r a p r o v a e con -
senso anterior, E co m e c e m o s p o r q u e a e x p l i c i t a ç ã o das divorgê n c i a s .
As r a z õ o s n a s q u a i s o CN ~ f u n d a m e n t a ç p r o g r a m a mínimo estão pr^o
d o m i n a n t e m e n t e l i g a d a s a u m a _p r e v i s ã o de t e n d e n c i a s p o l í t i c a s . Ao colocar
q u e u n p r o g r a m a s o c i a l i s t a ^ n ã o t e r i a p a p e l p r á t i c o face às condições atu

I
a i s de l u t a p o l í t i c a , (a n ã o s e r - e v i d e n t e m e n t e - n a p a r t o de p r i n c í p i »
os e e n t ã o n a ^ a t i v i d a d e d e p r o p a g a n d a ) , e ^ q u e p a r a r e a l m e n t e o r i e n t a r no
s s a i n t e r v e n ç ã o n a l u t a c o n c r e t a é n e c e s s á r i o d e f i n i r as q u e s t õ e s iraedi]s
t a s p a r a as q u a i s d e v e c o n v e r g i r o m o v i m e n t o r e a l , m a n t é m u m a posição *
j u 3 t a . i<as q u a n d o d á o p a s s o s e g u i n t e , q u a n d o t o r n a m a i s p r e c i s a e s s a po
si çã o, d á t a n b e m u m p a s s o f a l s o ; p o i s a q u i p a s s a a f u n d a m e n t a r i s s o qu<»
t o d o s c h a m a m o s d e ^ " c o n d i ç õ e s a t u a i s " d a l u t a de c l a s s e s , e m clna do uma
p r o v i s ã o d a s t e n d e n c i a s p o l í t i c a s . T r e v i s ã o i m p l í c i t a , c o n t u d o . E porque
i m p l í c i t a ? P o r q u e o c o n t e ú d o d a s " c o n d i ç õ e s a t u a i s " é e x p r e s s o já sob a
f o r m a d e u m a c o n s e q u e n c i a p r a t i c a : p r o c i s a n o s do u m p r o g r a m a qu e d e f i n a *
os t e r m o s dos n o s s o o a c o r d o s p o l í t i c o s . E v i d e n t e m e n t e a n e c e s s i d a d e d e ’
d e f i n i r a c o r d o s c a r r e g a c o n s i g o - o u atras do s i - - uma p r o v i s ã o q u a n t o *
a una l i n h a p r o v á v e l de d e s e n v o l v i m e n t o das t e n d e n c i a s poT.íticas,
E a q u i c o n s i d e r o e s t a r a f o n t e t o o r i c a mais d i r e t a das c o n c e p ç õ e s *
d o f e n d i d a s p e l o CIT. P a r e c e - m e u m e r r o cue o pr o grana .so j a e n t e n d i d o o de
f i n i d o c o m o u n a p r o p o s t a de u n i d a d e a_o nível de J;endoncias o u f o r c a s p o -
i í t i c a s , c o ..10 o t e r m o de u n a c o r d o p o l x t i c o , Mas m e pareoe t a n b e m q u e •
t a l e r r o v a i t e r s u a s r o p e r c u s s õ o s p o l í t i c a s m a i s *p r á t i c a s n a -.aneira co
n o o s i t u a d o o p r o b l e m a d a l u t a c o n t r a a d i t a d u r a . T o d a v i a , a n t e s da prçj
c i s a r ' m a i s e s t a s c o n c l u s õ e s e c r i t i c a s v e j a m o s mais do p e r t o a o o s i ç ã o "•*
do CIT|
" i o r ú l t i m o a i n d i s p o n s á v e l r o c o r d a r q u e os t e r m o s do s n o s s o s *a -
c o r d o s * já e s t ã o d a d o s e u n o s s o p r o g r a m a m í n i m o : f i m dos n o n o p ó l i
os ( e t c . . . / , i U a l c u o r c o m p r o m i s s o a b a i x o do programe, m í n i m o 3 Gri*T
- t r e l a r a r e v o l u ç ã o :\es i n t e r e s s e s d a b-trguosiaj s o r i a a b r i r mão'
cos o b j e t i v o s do p r o l e t a r i a d o , , , ( p á g , 8 ) . "C P r o g r a m a d o G R T n ã o
0 o p r o g r a m a de u m g o v e r n o s o c i a l i s t a , p o r t a n t o . As tar e f a s d e s s e
governo v o l t a m - s e c o n t r a as b a s e s s o c i a i s d o r e g i m e p o l í t i c o i m -
p l a n t a d o n o p a í s em 64. o v i s a m c o m i s ô o a c u m u l a r f o r ç a s p a r a a i m
p l a n t a ç ã o d a ^ i t a d u r a do P r o l e t a r i a d o . R e v e l a m , n o e n t a n t o , a frçi
çueza do quem n ã o p o d e a i n d a i m n o r s o u ^ p r o p r i o p r o g r a m a a toda a
s o c i e d a d e o e o b r i g a d o a f a s e r c o n c e s s o o s t o n p o r a r i a s ^ Cesto g r i f o
e m e u ) (p ã g - 1k ) " < u a n d o d i z e m o s q u e o p r o g r a m a do GT./? é o p r o g r a
ma mínimo d o s c o m u n i s t a s b r a s i l e i r o s , q u e r e m o s e n f a t i z a r com isso
os t e r m o s de u n a c o r d o , de u m p o n t o d o u n i d a d e c o m o u t r a s tenden­
c i a s (não n e c e s s a r i a m e n t e c o m u n i s t a s ) r e l a t i v a m e n t e a o E s t a d o : £
q u e l a s s ã o a s m e d i d a s m í n i m a s , i n d i s p e n s á v e i s , p a r a ^ q u o os c o m u -
n i s t a s acoitem a p o i a r o u p a r t i c i p a r de u m g o v e r n o n a o comunista"
(pag. I*:).

N a s c o l o c a ç õ e s t r a n s c r i t a s a c i m a e s t ã o e n t r e l a ç a d o s o s a s p e c t o s ojs
s e n c i a i s d a p o s i ç ã o d o CN, F i q u e m o s p o r e n q u a n t o a p e n a s c o m a ç u o s t ã o do
pr o g r a m a mínimo.
E m p r i m e i r o l u g a r , u n a d i s t i n ç ã o , C D o e , fale d o c o r d o s " o:n d o i s
s e n t i d o s d i f e r e n t e s ; q u a n d o o n f r o n t e o proòle...a do no o p r o l e t a r i a d o dje
v e o u n a o u t i l i z a r as d i v o r g o n c i a c antro facções das clr.saos d o m i n a n ­
t e s , p a r e c o u t i l i z a r o t e r m o a c o r d o p a r a se r e f e r i r a compromissos e n t r o
as c l a s s e s ou s e t o r e s d o classe (e t a l v o z p o r i ú s o uti.'.ina o t o r m o a c o r ­
d o entro a s p a s ; v o j a o t r e c h o d a c i t a ç ã o d a p a g , C); n o r e s t a n t e do d o c ,
o ter_.o a c o r d o aparoco p a r a i n d i c a r c o m p r o m i s s o s co:.: t e n d e n c i a s p o l í t i -
c as. I s t o s e r i a u n p e q u o n í s s i n o d e t a l h o f o r m a l 30 em toda a l i n h a do doc.
F s -$ - í Ó G

não f i c a s s e s u g e r i d a u m a i d e n t i d a d e e n t r e aa a l i n ç a s de c l a s a o neceosárjl
aa s. r e v o l u ç ã o o os a c o r d o s p o l í t i c o s que se c o l o q u e m a o l o n g o cia l u t a , '
i d e n t i d a d e s u g e r i d a (já q u e n ã o a p a r e c e e x p l i c i t a m e n t e ) p e l o p a p ò l atr i ­
buído ao p r o g r a m a mínimo*
3 a q u i :’ .o p a r e c e q u e e s t á o p r o b l e m a s o p r o g r a u a d e v e s e r d e f i n i d o
e u f u n ç ã o d a 3 n e c e s s i d a d e s do d e s e n v o l y i m e n t o s o c i a l ; a o f a z e r i s s o t eu'
q u e n o c a s s a r i a s n e n t e s i n t e t i z a r os i n t e r e s s e s c a o a s e s d e r e a l i z a r a a l i a n
ça tíe c l a s s e s , já que e s t a n ã o se r e a l i z a f o r a d o e s t a g i o c o n c r e t o de dçj
3 env o l v i m o n t o . A c r e d i t o quo dizer que há u n pr o g r a n a c o m p a t í v e l com o
d e s e n v o l v i m e n t o s o c i a l ( s o c i a lista ) o u m s e g r e d o p r o g r a m a quo v i 3 a d e f i ­
n i r os t e r m o s de u m a c o r d o c a p a s de g a n h a r o c o n j u n t o de s e t o r e s s o c i a i s
p a r a o p r i m e i r o , s i g n i f i c a s e p a r a r a a l i n ç a .de c l a s s e s d o g r a u c o n c r e t o 1
do d e s e n v o l v i m e n t o , e s i g n f i c a - d e c o r r e n t e m e n t e - c o n f u n d i r e s t a a l i a n ç a '
co:.: os a c o r d o s o c o m p r o m i s s o s p o l í t i c o s *
Idealmente n ã o p o d e m o s - a c r e d i t o eu - l u t a r " p e l o s o c i a l i s m o ” e xa­
t a m e n t e p o r q u e i s s o s ó s e r i a o b j e t i v o p o s s í v e l de s e r ^ c o l o c a d o e m u m a oo
c i e d a d e t a l e m ; v.o a f o r m a ç ã o s o c i a l f o s s e a re aiirsaçao p l e n a d o m o d o de
p r o d u ç ã o * P o i s a l u t a p e l o s o c i a l i s m o t e m que se t r a d u z i r s e m p r e na luta
p e l a s t r a n s f o r m a ç õ e s s o c i a i s i m e d i a t a s , d a s aiaio d e endontle t o d o o d e s e n
v o l v i m e n t o u l t e r i o r , o qu e - p o r s e r e m e x a t a m e n t e i m e d i a t a s ~ ce ligam •
p r o f u n d a m e n t e c o m ac a s p i r a ç õ e s v i v a s d a o m a s s a s *
A s s i m n ã o o e x a t a m e n t e u m " a c o r d o " f a l a r em "'e e nn t r e g a d a t e r r a aos
c a m p o n e s e s ''. A p e n a s er.i ú l t i m a i n s t a n c i a q j u s t o d i z e r q n e i s s o e u m a -
c o r d o , p o i 3 e p o s s í v e l s u p o r que o p r o l e t a r i a d o p o d e r i a i m p o r e s t a o u &
q u e l a m e d i d a p e l a f o r ç a * ^ n t r e t a n t o se fala:..oc e m h e g e m o n i a do p r o l e t a ­
r i a d o s o b r e os d e m a i s t r a b a l h a d o r e s , f a l a m o s n a c o n q u i s t a d e u m a l i d o r a n
ç a o d e u..:a d o m i n a ç ã o p r e d o m i n a n t e m e n t e d e m o c r a t i o a s • P o » i s s o m e s m o ,
q u a n d o o P C 3 f a l a o m " o r g a n i z a ç ã o do f a z e n d a s c o l e t i v a s o entrs.;a de t e r
r a a o s ca :.pon e s e c de a c o r d o c o m as c o n d i ç o e s l o c . i s " , te r.t o e s t a r e s p o n ­
d e n d o a o g r a u c o n c r e t o te d e s e n v o l v i m e n t o do c a p i t a l i s m o , c o m o - p o r ia*»
sc m e s m o - e s t á so t o m a n d o c a p a z d e r e s p o n d e r a o s i n t e r e s s e s i m e d i a t o s '
da ;as*sT. d a o a ;poneoes p o b r e s . C o m o f i c a c l a r o n o a r t i g o d e J o a o F e r r e i ­
ra, n ã o co p o d o o r g a n i z a r fr r e n d a s c o l e t i v a s i m e d i a t a m e n t e s o m q u e se t £
cri,?, do a s contíiçõos ...atcriais q u o p e r m i t e m g a n h a r o c a m p e s i n a t o ^ p a r a
_í ...
sr.m, ~J a ^ c o e r ç a o ;^. lias v o l t a r a o s m a i s ac.iante
a di a n t o a q u e
do c a m p e s i n a t o p o ^ r o (não a s s a l a r i a d o ) q u o m o p a r e c e ui to i m p o r t a n

A q u i o q u e i n t e r e s s a v o r e qv.e as m e d i d a s i_.ediatas d o p r o g r a m a mj
nino n ã o s ã o e x a t a m e n t e u m a c o n c e s s ã o (no p r o c i s o se n t i d o do a c o r d o pol:
t i c o , ce o o n í o s c u n i d a d e hfni
d o unicac.3 i-ininos, t c ), m a s t r a n s f o r t u ç o o s inc.i c p e n s a
v o i s p£ a v o i s p a r a c no p o s s e so f a l a r
• o p r ó p r i o p r o l e t a r i a d o , íiidiSpèííaavoi
e m t r a n s i ç ã o ao s o c i a l i s m o * 3 p o r i e s o ^ o p r o g r a m a n í n l n u n ã o r e v o l a "a
f r a q u e z a de q u e m n ã o p o d e i . n o r s e u p r ó p r i o p r o g r A m a a t o d a a s o c i e d a d e '
citado) •
ímp io s?
lias a q u i a p o s i ç ã o co Cil ostã m a r c a d a por essa s e p a r a ç ã o e n t r o as c o n d i ­
ç õ e s m a t e r i a i s o a s i t u a ç ã o d a s c l a s s e s . A c r e d i t a a s s i m n a o x i s t e n c i a do
um pro, ;rama s o c n . a ü s t a quo p o d e r i a eventual, .onte ‘ae c o l o c a r n a o r d e m do
d i a a d e p e n d e r c o f o r t a l e c i m e n t o do p r o l o t a r i a d o * i a s ao m e s m o t a m p o re
c o . m o c e quo úo;e eis s e ce t r a d u z e m p r i n c í p i o s , d a d o a f r a q u e s a d o p r o -
Le ;a:: i ß o ; o - e n t ã o - v a i d e f i n i r u m p r o g r a m a " n ã o - s c c i a l i s t a " , " r a d i -
c a l " , m a s quo e n f i m c u m p r o u m p a p e l r e v o l u c»i. o. wnwáu r * i o ,] f
-- a
■-» s
— í a v* a
-vn
. k -çy a
V Ir
* Wa
. l u »tV a
— » 1

p e l o s o c i a l i s m o * »;or i s s o m o ano. o CU a to cio m o m e n t o c h a m a e s s e p r o g r a m a 1


de " p r o g r a m a m í n i m o .os s o c i a l i s t a s " , já q u oj ele n ã o t o m vic.a p r ó p r i a , n o
s e n t i d o da n o c e s s i d a d o aociali
o u t r a c o i s a e a:.ir 'o pro,:rr,:x. mínirj»o p r o g r a m a do
C U T " , o— ora s o j a f e i t a '03;
"ITa v e r d a d e ú u m a d i s c u s s ã o e s c o l á s t i c a a d e p r o t e n d o r d e f i n i r se * t
u m a v o z a p l i c a d a s as m e d i d a 3 d o p r o g r a m a m í n i m o , e s t a r í a m o s o u n 1
n ã o n a D i t a d u r a do P r o l e t a r i a d o , Isso é a b s o l u t a m e n t e impro^/isíval
C f u n d a m e n t a l é e s c l a r e c e r q u o as m o d i d a s c o n s t a n t e s d o C a p , I V 1
d o 1 C 3 e s t ã o a q u e m d a s n e c e s s i d a d e s p a r a se c o n f i g u r a r p l e n a m e n t e
a ->itac'.ura do P r o l e t a r i a d o , t a l c o m o e c o n c e b i d a t c o r i c a m o r . t o " ,
(pág. 1 Li - r o d a p é - ú l t i m o g r i f o e m e u T
-G.p ‘X \

k.
IS o q u e s a r i a u m e d i d a s q u o n ã o s s t i v o s s o m a q u ó m ^ d a D i t . do ? r o l e t £
r i n d o , -?.l c o n o c o n c e b i d a teórica-..'.ante? 2 i s u n a c u e s t a o c u j a r e s p o s t a o
p a c i f i c ; e n t e c o n s i d e r a d a c o m o p r e s s u p o s t o n o r a c i o c í n c i o do C N t s e n t o ­
davia opclarecê-lQi D i t a d u r a do P r o l e t a r i a d o se c a r a c t e r i z a r i a p e l a r £
a l i s a ç ã o dos p r i n c í p i o s s o c i a l i s t a s u n i v e r s a l m e n t e r e c o n h e c i d o s ; s o c i a l ^
s a r os m a i o s de p r o d u ç ã o , e n u.ia p a l a v r a « E n t r e t a n t o (ser: e n t r a r a q u i n a
a m b i g u i d a d e de u s o de c o i s a s be.: d i s t i n t a s c o m o " g o v e r n o s o c i a l i s t a " a 1
" d i t a d u r a d o p r o l e t a r i a d o " , que o d o c . a l t e r n a ) , qu o r e p e r c u s s ã o i s s o t £
r i a n o p r o g r a m a m í n i m o , o u s eja, jia p a r t e p r á t i c a de u m p r o g r a m a s o c i a l i
s t a , c o m p a t í v e l c o m a e t a p a d a r e v o l u ç ã o ? " x a t a m o n t e i s s o o q u e h a do ma
is a m b í g u o n a p o s i ç a õ d o CN ; p o i s a n o c e s s i d a d o de q u o o p r o g r a m a c o n t e ­
n h a u m a p a r t o p r á t i c a se d e v e a o f a t o de ^ue - p a r a s o r i n s t r u m e n t o p o l ^
t i c o - el e p r e c i s a i n d i c a r as t r a n s f o r m a ç o e s m a i s i m e d i a t a s n o p l a n o p o ­
l í t i c o a e c o n ô m i c o , q u o já p o d e m s e r e x p r e s s a s s o b a f o r m a tíe r e i v i n d i c ^
ç Õb o p a l a s u a l i g a ç ã o c o m a s i t u a ç ã o i m e d i a t a d a s m a s c a s .
~ A D P c o m o u n a f o r m a do g o v e r n o qu o c o r r o s p o n d o a u n m o m e n t o h i s t ó ­
r i c o de t r a n s i ç ã o p a r a o s o c i a l i s m o s o r í a m e r a a b s t r a ç ã o s o n ã o c o n t a s o o 1
c o m o p a r t i d o do p r o l e t a r i a d o , ou seja c o m a f o r ç a p o l í t i c a c o e s a n ã o ^
penas em torno das t r a n s f o r m a ç õ e s imediatas, i n d i s p e n s á v e i s (quebrar ao
a l a v a n c a s de p o d e r b u r g u ê s n o t e r r e n o p o l í t i c o o e c o n o m i c o , p a r a u s a r •
u m a f r a s e só), m a s s i m c o m o c o n j u n t o d o p r o g r a m a e p o r t a n t o c o m s e u o b ­
j e t i v o f i n a l ( a t i n g i r o s o c i a l i s m o ). 0 D o c * do CII a c a b a r e d u z i n d o p a r t i ­
dos à c l a s s e s , e o f a t o ó q u e o p a p e l d o p a r t i d o 3e d i s s o l v e : as3lra o
p r o g r a m a I e n t e n d i d o i d e n t i c a m e n t e c o m o o a c o r d o n o s a n t i d o s o c i a l o no*
s e n t i d o p o l í t i c o , c o m o c o l i g a ç ã o de c l a s s e s e de tende::.cias p o l í t i c a s 1
n u m só plano. Qual o s s n t i d o que t e r i a e s c r e v e r o p r i n c í p i o ^ d e " s o c i a l i ­
z a ç ã o d o o m e i o s do p r o d u ç ã o " n o b a f o r m a de u:ia r e i v i n d i c a ç ã o , o u n i fic o:
d e s s a f o r m a o t r a b a l h o p o l í t i c o no t a r r e n o p r á t i c o ? A p r ó p r i a c l a s s o ope
r á r i a n ã o a t i n g e ti.^a c o n s c i g n c i a s o c i a l i s t a a i-ão s o r ^ n o p r ó p r i o 3 o c i a l X
smo; ó e x a t a m e n t e a v a n g u a r d a , o p a r t i d o , a q u e l a f r a ç ã o do p r o l e t a r i a d o •
:ue ter* c o n s c i ê n c i a s o c i a l i s t a e q u o p o r t a n t o oe u n i f i c a o m t o r n o do u n a

!
t & 1 b a n d e i r a . “A parto p r á t i c a d o p r o g r a m a d e v o t r a d u z i r e s c a o b j e t i v o 1
f i n a l - que, a n t e s do s o c i a l i s m o , u n i f i c a a p e n a s a p r ó p r i a v a n g u a r d a - 1
ínos o b j e t i v o s i m e d i a t o s q u e ^ p o o s a m d e s d e já a t i n g i r e u n i f i c a r as nassas,
'por 30 r e f o r i r à s u a s i t u a ç ã o c o n c r e t a . 2 e v i d e n t e m e n t e a s s e s o b j e t i v o s *
i m e d i a t o s n ã o s ã o u m " á l i b i " , u n " e n g o d o " , u m a " i s c a " p a r a quo as i.iassas
l u t e m pelo s o c i a l i s n g sem sabor disso. Ccorro quo - como c o l o c a d e - u m a 1
c o i s a n ã o o s t á s o p a r a d a da o u t r a , e a c o n c r e t i z a ç ã o d a t r a n s i ç ã o p a r a o
s o c i a l i s m o t o m s o u n e c e s s á r i o p o n t o d o p a r t i d a n a s m e d i d a s q u o v i s e m í<uo
b r a r as a l a v a n c a s d o p o d e r b u r g u ê s , c u e é o o b j o t i v o i m e d i a t o d a l u t a . ~
ila d i s c u s s ã o a t u a l 3 u r g i u .ais r e c e n t e m e n t e a p o s i ç ã o (a q u a l c o -
n h e ç o a p e n a s p o r i n f o r m e ) de q u o o p r o g r a m a m í n i m o t e v e l u g a r h i s t o r i c a -
m o n t o n a R ú s s i a d e v i d o ú n i c a e e::clucivamento a e t a p a d e m o c r á t i c a . Isso,
e m p r i m e i r o ,l u g a r , e u m a s i m p l i f i c a ç ã o d á n i s t ó r i a ç a a l , p o i s o p r o g r a m a
m í n i m o n ã o t e v e l u g a r a p o n a s n o s s a etapa.* N a ’o o n f orencia. do a.bril (veja*
t e n t o s e s c o l h i d o s s o b r e p r o g r a m a v o l . II, od. TCcP) q u a n d o ao t r a t a d a n u
dança do p r o g r a m a , d a sua a d a p t a ç ã o à s o g u n d a e tapa 'vjea t a m b é m T e s o a T
de a b r i l o C a r t a s o b r e a t á t i c a , a r e s g e i t o d a s u p e r a ç ã o d a e t a p a d o a c i *
crática). a r e s o l u ç ã o da C o n f e ren cia nao oli m i n a o pro g r a m a mínimo, m as,
ao c o n t r a r i o ao m o d i f i c a r o c o n j u n t o d o p r o g r a m a , i n c l u i e m p a r t i c u l a r m o
d i f i c a ç õ o s n o p r o g r a m a m í n i m o . N a o se p a s s o u a s s i m do u m p r o g r a m a "demo-*”
crático" a u . p r o g r a m a "socialista", no que d iz r e s p e i t o a sua parte pr&
t i c a . a q u a l e v i d e n t e m e n t e s o f r e t o d o s os e f e i t o s d a q u o l a - m u d a n ç a m a i s *
g e r a l , m a s r.ão s i g n i f i c a q u e se c o n f u n d a c o m e l a (ou s e j a , n ã o s i g n i f i c a
do m o d o n e n h u m q u e o p r o g r a m a m í n i m o f o s s o o p r o g r a m a d a e t a p a d e m o c r á t i
ca e o p r o g r a m a m á x i m o o da e t a p a s o c i a l i s t a ) . Ao a d o t a r u n p r o g r a m a m í ^
n i m o e m a b r i l de -12. comp.v.t í v o l c o m a ^ n o v a e t a p a d a r e v o l u ç ã o , o p a r t i d o
b o l c h e v i q u e e;:primia a n e c e s s i d a d e n ã o do d o f i n i r u m p r o g r a m a p a r a f i r Q
l i d a d o s "d o a c o r d o s " , n a o s i m p a r a a p o n t a r as t r a n s f o r a ç o e s m a i s u r g o r i
tea d n e c e s s á r i a s c o m o p o n t o de p a r t i d a p a r a u n a t r a n s i ç ã o p a r a o s o c i a
lismo.
3:.vtre -li e 1? d a s e t e m b r o de 19 17, L a n i n o s c r o v i a n a " C a t á s t r o f e 1
i m i n o n t o e os m e i o s de a c o n j u r a r " :
"■ara melhor fazermos entender esta questão capital (que 6 em sumn
^''3 '(ft * •Co ,|P

a q u e s t ã o do p r ogra.ia de q u a l u e r s o v e r a o v e r d a d o i r a . ..ente r e v o l u c i o n á r i o ,
q u e d e s e j e s a l v a r a 1'.v.sa i a d a g u e r r a e da ’o u e ) f v a n o s e n u m e r a r e s s a s me
d i d a s p r i n c i p a i s da c o n t r o l e , Verer.io3 q u e a u m g o v e r n o i n t i t u l a d o d e m o -
c r a t i c o r e v o l u c i o n á r i o , ao i nvés de só d e c r e t a r (or d e n a r ^ p r e s c r e v e r ) , ^
r i a b a s t a d a a p l i c a r d e s d e a p r i n e i r a s e m a n a d a s u a o ;:i3tencia as P3 princi­
p a i s .e d i d a s de
.eciiãas <5e c o n t r o l o e e s t a b e l e c e r s eé r i a s s a n ç õ e s , . n n ç o e o de p e s o f
c o n t r a os c a p i t a i s t a s q u e fraudulentar.iente se t e n t a s s e m s u b t r a i r a tal
c o n t r o l e , c o n v i d a n d o a p r ó p r i a p o p u l a ç ã o a v i g i a r os c a p i t a l i s t a s , a v o -
l a r p e r q u o e l e s ce c o n f o r m a s s e m o s c r u p u l o s a n o n t e cor.; as d e c i s õ e s s o b r e 1
o c o n t r o l e , p a r a qua a 3 u a a p l i c o ç a o so n u n t i v e e s e n a Russia p o r :.iuito 1
t e n po.
12sta3 ne d i d a : px’i n c i p a i s sao:
f u s a o d e todon os b a n c o s nu:: c u j a s o p o r a ç o e s seriarj c o n t r o -
l a d a s p o l o íctado, o u a n a c i o n a l i z a ç ã o cos b a n c o s ;
a n a c i o n a l i s ç ã o doc s i n d i c a t o s c a p i t a l i s t a s , i s t o os a g r u ­
p a m e n t o s c a p i t a l i s t a s m o n o p o l i s t e s n a i s i. p o r t a n t e s ( s i n d i c a t o s
d o a ç ú c a r ^ d o p e t r o l e o , d a h u l h a , da m e t a l u r g i a , e t c) ;
a* s
w w upre V s
V sã
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u os i g i l o cUo1 m
V . 1e r cw ix aaOli ;j
U X

a o a r t e l i a a ç ã o o b r i g a t ó r i a , i s t o ó, a o b r ii g a ç ã o de t o d o s os i n -
dustriais, comerciantes, patrões e m g e r a l , se a g r u p a r e m em c a r ­
teia ou cindicator ;
í.'. c agrupai o n t o o b r i g a t ó r i o o u o e s t í m u l o sc a g r u p a m e n t o d a p o p u -
l a ç a o e.: s o c i e d a d e s de c o n s u m o e u m c o n t r c l e e x e r c i d o s o b r e e s ­
te a g r u p a iento" (o g r i f o é de L e n i n )
ITao se t r m t a m a i s - c o m o é c l a r o - de u m p r o g r a m a p a r a a p r i n e i r a 1
fase d a r e v o l u ç ã o ; e s t o, ja se v o l t a p a r a a s a l a v a n c a s do p o d o r -■m u e s ;
E 36 p o r ’mi.itar.os " m e s ó u n p r o g r e a s o c i a l i s t a ? 11, o p r e c i s o "è,'rt o s e s c l &
recer se 3 0 jfitr. f a l a n d o n o o b j e t i v o f i n a l - a oró >ri' s n oocaii a
»l* íi n a ç ã o - *
pois o n t ao n ao h a v e r i a sentido nenhum, f o r m u l a r um roera: r. pr ' tx c o que
n a o v i s o j istamxjnte c r i a r as c o n d i ç õ e s i m e d i a t a s rv.a a b r e m o cm. i n h o pa
rc 30 cr-.og ar a tal o b j e t i v o f i n a l . 2 s o c i a l i s t a ai ó a parto mais ime
diatx'. d a t r a n s i ç ã o p a r a o s o c i a Ü 3 o, t r a n s i ç ã o qr.o s ó p o d e s e r efetuada
p e l a d i t a d u r a do p r o l e t a r i a d o .
P o r i s s o m e s n o v e j o c o n o um e r r o i d e n t i f i c a r " p r o g r a m • ínimo" com
■programa co / **nnXMl
U.A :st3 e r r o se liga a c o l o c -.r c p r o g r a m e m í n i m o c o m o
c o n d i ç ã o para u a l q u e r a c o r d o , e co. o c o n d i ç ã o ~jv:%r p a r t i c i p a r do g o v o r -
n o s r e v o l u c i o n á r i o s . Host:', m o s n a c i t a ç ã o L e n i n c o l o c a que e s t o d e v e ser
o p r o g r o m a de q u a l c u e r g o v e r n o v e rd?.-,C eira::- o n t . r e v o l u c i o n á r i o ; t a n t o na

d i f e r e n ç a e s t á n a c o r r e l a ç ã o d e f o r ç a s , n o s e n t i d o d a s tondom.cias políti_
c a s I #a o p a s s o cue as m o d i d a s d o p r o g r a m a são u passo necessário , indis­
p e n s á v e l , o i m p l i c a m u: -z\ m u d a n ç a do q u a l i d a d e d sociedade em s o u c o n j u n
j._ , „-ti o_ g_______
to _____. ' • _ _ f. __ ____ » / ■
o v e r n o p r o v i s c r i o n a o o iva p a s s o i x i d i s p e n s á v e l ( c o r r e l a t o

ao
í__j _ ________ \ — —«
p r o p r x o p r o g r a m a ; m a s e v e n t u a l , d e p e n d e n d o da c o r r e l a ç ã o do f o r ç a s , s o n -
d o rs s i m umia alternativa çue p o d o s i g n i f i c a r u m a passage..: nven os d o l o r o s a
( c o n f o r m a léonin m o s t r a on "A p r o p ó s i t o d a s c o n s i g n a s " ) a d T ’u r a do p r o
letariado »
:u;.nc “> c o n d i ç õ e s do " a c o r d o " , cabe lembrar a e x p e r i ê n c i a ’do m o ­
v i m o n t o ; ve jamos a i n d a Lenin, pelo menos n e s t a parto m a i 3 teoricai

11 «) ó n e c e s s á r i o d i f u n d i r e n t r o a c l a s s e o p e r á r i a u n a i d ó i a c o n -
c r o t a da m a r c h a mais p r o v á v e l da r e v o l u ç ã o o d a n e c o s s i d a d o do
a p a r e c i m e n t o , em d e t e r m i n a d o m o m e n t o , do u m G o v e r n o R e v o l u c i o n a ­
r i o F r o v i s o r i o , d o q u a l o p r o l e t a r i a d o e x i b i r á a r o a l i s a ç ã o do 1
t o d a s as r e i v i n d i c a ç õ e s p o l í t i c a s o o c o n o n i c a s i m e i d a t a s do n o s -
so p r o g r a m a ( p r o g r a m a m í n i m o ) .
(...)
C) c o n d i ç ã o n o c e s s á r i a p a r a e s t a p a r t i c i p a ç ã o ( p a r t i c i p a ç ã o do 1
partido no governo) ó o controlo rigoroso do partido sobre s , eus 1
m a n d a t á r i o s o a s a l v a g u a r d a c o n s t a n t o d a i n d e p e n d e n o i r c.a s o c i a l -
d e m o c r a c i a . .."
(. ..)
F 3 ^ p 6 , p W .

" E n q u a n t o a b u rf .asia " d e m o c r á t i c a d e i x a n a s o n b r a a q u e s t ã o d a d<5


r r u b a d a do g o v o r a o c z a r i s t a , n o a tíevemes c o l o c a - l a e m p r i m e i r o 1
plar.o e i n s i s t i r n a n e c e s s i d a d e de ur. G o v e r n o R e v o l u c i o n á r i o P r o ­
v i s ó r i o , A c l a s s e o p e r a r i a do
E m a i s , d e v e m o s i n d i c a r o p r o g r a m a de a ç ã o de t a l g o v e r n o , p r o ç r a
n a e s s e q u e c o r r a s p o n d e as c o n d i ç õ e s o b j e t i v a s d o m o m e n t o histori_
c o q u e atravesse-..aos e as t a b a f a s d a d e m o c r a c i a p r o l e t á r i a , 0 r e ­
f e r i d o p r o g r a m a ó to. o o p r o g r a m a m í n i m o d o n o s s o p a r t i d o , o p r o ­
g r a m a d a 3 trans:; o r m a ç o e s p o l í t i c a s o econoraicas i m e d i a t a s , coinpl«»
t a m e n t e r e a l i z á v e i s , p o r u m l a d o , co:a b a s e n a s r e l a ç õ e s e c o n o m i c o
s o c i a i s a t u a i s , e n e c e s s á r i a s , p o r o u t r o l a d o, p a r a d a r o p a s s o a
s e g u i r , p a r a r e a l i z a r o s o c i a l i s m o 11 ( D ua s t a t i c a s ) .

A q u e s t ã o do G o v s r n o ^ r o v i s o r i o , c o l o c a d o corao a l t e r n a t i v a a d e r r u
b a d a d o c z a r i s n o , n ã o ' v i n c u l a d a o r g a n i c a r e n t e a o p r ó p r i o p r o g r ma; o
p r o l e t a r i a d o d e v e exi;:ir a r e a l i z a ç ã o Co p r o g r a m a , e " c o n f o r m o a c o r r e i a
c a o do f o r ç a s e a o . t r e s f a t o r o s cv.e n a o e p o s s í v e l f i x a r cor- p r e c i s ã o *
d e s d e já, e a d m i s s í v e l a p a r t i c i p a ç ã o de m a n d a t á r i o s do n o s s o p a r t i d o n o
GR37, c o m o fi:a de l u t a r c o n t r a q u a l q u e r t e n t a t i v a c o n t r a - r e v o l u c i o n á r i a ^
e d e f e n d e r os i n t e r e s s a s p r ó p r i o s d a e l a s s e o p e r a r i a " ; " c o n d i ç ã o n e ^ e s s á
r ±a p a r a a p a r t i c i p ç ã o ó o c o n t r o l e ... e a s a l v a g u a r d a de i n d e p e n d e n c i a
d a s o c i a l - d e n o c r a c i a "•
T u d o i s s o e n t r e t a n t o o r a d i t o n a e t a p a d e r a o c r á t i c a ; e m 17 o proble.
raa é c o l o c a d o c o n t u d o de m a n e i r a d i f e r e n t e :
" C h a m a - s o co..:promisso e m p o l í t i c a a c o n c e s s ã o f e i t a a c e r t a s e x i -
gónciaa;, à r e n ú n c i a de u m a p a r t o d a s p r o p r i â c r e i v i n d i c a ç õ e s eia
v i r t u d e de u m a c o r d o co:.; c u t r o p a r t i d o " (...) " N o s s o p a r t i d o , c o
mo qualquer outro p a r t i d o político, a s p i r a a c o n q u i s t a r o poder 1
p a r a s i . H o s s a a et a ó a d i t a d u r a d o p r o l e t a r i a d o r e v o l u c i o n á r i a "
T m T " 7 ! g o r a se p r o d u z i a revo l u ç ã o russa uma mudança tão brusca
e original, q u o , coro partido podemos propor um compromisso volun
tário, não e v i d e n t e m e n t e à burguesia, n o s s o d i reto e p r i n c i p a l
n i m i g o de c l a s s e , :.£\o s i m a n o s s o s a d v e r s á r i o s m a i s p r o x i m o s , os
p a r t i d o o s " c.irigentos" d a d e m o c r a c i a p e q u o n o - b u r g u o s a , os s o c i a l i s
t a s r e v o l u c i o n á r i o s © m e n c h e v i q v i e s " ( .. . ) "í ura c o m p r o m i s s o de n o s
sa p a r t o , r e t o r n a r a n o s s a e x i g ê n c i a de a n t e s d e j u l h o : t o d o p o de r
a o s s o v i e t s , f o r m a ç ã o de u m g o v e r n o c o n s t i t u í d o p o r C R * s e m e n c h o
v i q u e s , r e s p o n s á v e l p e r a n t e os s o v i e t s " (.*.) " C c o m p r o m i s s o c o n s i
s t i r i a e m q u e os b o l c h e v i q u e s , s e m p r e t e n d e r u m a p a r t i c i p a ç ã o no
g o v e r n o (i: ;posr-,úvol p a r a o i n t e r n a c i o n a l i o t a , se n a o s e r e a l i z a m _g
f o t i v a m e n t o as c o n d i ç õ e s d a d i t a d u r a d o p r o l e t a r i a d o e d o carapesd^
n a t o p o b r e ) , r e n u n c i a r ã o a e x i g i r de i m e d i a t o a p a s s a g e m d o p o d e r
a o p r o l e t a r i a d o o aos c a m p a n e s o c p o b r e s , o á o s m é t o d o s r e v o l u c i o ­
n á r i o s de l u t a e m f a v o r d e s s a r e i v i n d i c a ç ã o , A c o n d i ç ã o . q u e não
seria n o v i d a d e , seria a plena liberdade para a propaganda o a con
v o c a ç ã o d a A s s e m b l é i a C o n s t i t u i n t e . . . " ( S o b r e os c o m p r o m i s s o s , s_o
t o m b r o de 17) (o 12 g r i f o f o o r i g i n a l , os d e m a i s s ã o m e u s ) .
M a s n ã o v o u c o n c l u i r a i n d a , A f i n a l e s s a q u e s t ã o do GIIT, ao n ã o p o d o
s e r r e s o l v i d a de m a n e i r a t ã o s i m p l e s c o m o o f e z o CIÍ, n ã o p o d e m o s t a m b é m
e s q u e c e r que t e m a s u a h i s t ó r i a , e h á t a m b é m a r e s o l u ç ã o d a I n t e r n . C o m u -
n i s ta.
Cobro esta última, diz Talheimer:
"inc.o v o i o o I V C o n g r e s s o d a I C que se o c u ç o u m i n u c i o s a m e n t e c o m a
q u e s t ã o do G o v e r n o O p e rá rio» p o r e m nã o a e s c l a r e c e u e s i m a u m e n t o u a c o ^
f u s ã c a u t o — g o r a d a , i^o m í n i m o 3» se n ã c m a i s , d i f e r e n t e s p o s i ç õ o s e x i s t e m
paralelas, emaranhadas o opostas, ^araprovar isto especificamente f a l t a 1
e s p a ç c a q u i ; i s t o d e v e s e r f e i t o e m o u t r o t ? a b ? l h o ,,," ( c o n t r i b u i ç ã o pa
r a a h i s t o r i a d-', p a l a v r a de o r d e m d o G o v e r n o Opar".rio - '.?c l h o i m o r ), ~'al-
h e i m o r n ã c e s c l a r e c e a c r í t i c a , m a s a p o s i ç ã o que d e f e n d e a s e g u i r perrni
to e s c l a r e c e r sua v i s ã o . E m p r i m e i r o l u g a r elo 0 3tá c r i t i c a n d o a p o s i ç ã o
s u r g i d r n o P C A l e m ã o e m c u e é a d m i t i d a a p a r t i c i p a ç ã o d o s cc .unistas em
G o v e r n o s C p o r á r i o s d e b a s e d e m o c r a t i c o - p a r l a m e n t a r . E a rosolv. ç ão d a I C 1
r e a l m e n t e c r i a c o n f u s õ e s : " U n g o v e r n o d e s s e t i p o s ó ó p o s s í v e l so s u r g o 1
y
da lv.te c.o a a a e ô o , 00 09 a p o i a e::: o r g a n i s m o s o p e r o r i o s ai-tos p a r a o ce;:-
b a t o a c r i a d o s p o l o s m a i s a x ' l o o n o t e r a s das m a s s a c o p e r á r i a s o p r i m i d a s •
U;.i g o v a r n o o p e r á r i o s u r g i d o da u n a c o m b i n a ç ã o p a r l e m e n t :;r t • ..m!-.a n v e d a 1
p r o p o r c i o n a r a o c a s i ã o de r e v i t a l i z a r o movir.onto o p a r a r i c r e / o l u c i o n a r i
o" ( o e g u o ressalvr. -.o ser.tido do que o:n t o d o s os c t a o s d o v o r a eo s o g u i r
a l u t a c o n t r a a b u r j u e a i a , e t c ) . *>or o u t r o l».do o p r o g r a: r. d o t .-1 g o v e r ­
n o n ã o fie?, co i u~ p a p a l clc.ro ( s a m f a 1 e r :ua o progra...a ’> g e n é r i c o 110
eue ira r a s p e i t o a o asjpécto o c o n o u i c o c o p o L a r ,jurgv.ee s c c . t r o l o dr. p r o ­
d u ç ã o - s e m qualquer e s p e c i f i c a ç ã o — o " c o l o c c r c o b r a oc rie oc o m a i o r •
p e c o ion i m p o s t o s " ) t p o i s ce - i n c i a l m a n t a - é d i t o rue o " p r o g r a m a nain
e l e m e n t a r de u m g o v o r n o o p e r á r i o d o v e c o n c i a t i r e arr.;a^ o p r o l e t a r i a d o .
e tc, .jais a b a i x o ce a f i r m a q u e " a m c o r t a c c i r c u n s t a . ^ i c s , 00 cornu -
n i s t a s do v o n declarr.r -0 0 d i s p o c t o s a f o r m a r u n g o v o r n o c o u p a r t i d o s 0 or
g a n i s a ç õ e s o p e r á r i a s n ã o c o m u n i s t a s . Pore.! co p o d a m f a s c - l o ce cor.tam *
c o m an n u f i c i e n t e n g a r a n t i a s de q u e o s s e c g o v e r n o s o p o r a r i o s l e v a r a o a
c a b o r a v i n a n t e a l u t a c o n t r a a b u r g u e c i a n o s e n t i d o i n d i c a d o a c i m a 11« "N o s
te c a n o , an c o n d i ç õ e s ^natxirais de p a r t i c i p a ç ã o ... s a o ••• ( s ô g u a n - s e *
c r i t a r i o s de i n d e p e n d e n c i a do p a r t i d o , l i g a ç a o corn ac m a s s a s ) • #C r e t p r i ­
m e i r o é a p r e s e n t a d o c o m o o " c a c o g e r a l ' 1 c.oc g o v e r n o s j d o p e i s a admitido
u m c a n o ;p . r t i c u l a r o b e c u r o ( " c o r t a s c i r c u n s t a n c i a s " ) e n que p o d o - s a p a r ­
t i c i p e r J u n t o co::i p a r t i d o s não-cor.:unistc3 (no q u e d i f o r o do caso garai?),
d e e d o q u e ••• travar', a l u t a c o n t r a a b u r g u e s i a ^ . . . c o n f o r m a indicr.do aci_
n a ; n o r i a u m a r e s s a l v a a b s o l u t a m e n t a d e s n o c o s o à r i a , p o i o ^ i n t r o d u z u m cas'?
p a r t i o u l a r que o n n a d a se d i s t i n g u o d o g é r a i , s_e a c i m a n a o h o u v e s s e je. 1
i n t r o d u z i d o a h i p ó t e s e d a co.ibinação p a r l a m e n t a r , lu ® o b r i g o u a f a c e r r.
r e s s a l v a do que u:.'. ;c varno r e a i m a n t e r e v o l u c i o n á r i o d o v e c o n d u c i r a l u t a
m a i s e n c a r n i ç a d a e, e v a n t u a l a n t e , a g u e r r a c i v i l c o n t r a a b u r g u e s i a * *3
co: t u d o i e s o o p a p o l d o p r o g r a m a n ã o f i o a c l o r o } o r a ce v a i a l a m d e l a ,
o r a ce f i c a " a b a i x o " .
JiU.-r.n4p e n f i m t r a t a de c a c o s c o n c r e t o s , e x c l u i n d o oc d aie t i p o s co
g o v e r n o l i b e r a l o s o c i a l — d e m o c r a t a , s o b r a " u . g o v e r n o c'a o p e r á r i o s e c - n
p o n o n e c " , " u m governo o a e r á r i o c o m ^ p a r t i c i p a ç ã o d o s co: . i m i s t a c 11f o "uia
v e r d a d e i r o g o v e r n o o p e r á r i o p r o l e t á r i o q u e « o..i ou r. f o r m a m a i c 9~~ra ( g r i ­
f o m a u Î c o p o d e c e r e n c a r n a d a p ~ r u m p a r t i d o c o m u n i s t a . 3, nova... ^ n t a I 1
" Co c o m u n i s t a s p o d e r ã o , c - c o r t a s c o n d i ç õ o s 0 ) ^ 0 c o m c e r t a s g a r a n t i a s ,
n p o i a r u . govorno o p e r á r i o n ã o c o m u n i s t a (mas n ã o é d i s t o que 00 a a t a 1
tratar, d o o t a m p o t o d o ?1). P o r é m os c o m u n i c t a s d a v a r ã o e x p l i c a r a q u a l -
quoi' p r a ç r ; a c l a s s e o p o r a r i o qu o s u a l i b e r t a ç ã o c o p o d o r a c e r a s o o g ’ virad.a
p e l a c i t a d u r a d o p r o l e t a r i a d o . Cs o u t r o s d o i s t i p o s do g o v o r n o ( q u e ^ - p o r
e x c l u s ã o - s ã o o g o v o r n o ce o p o r a r i o s e c a m p o n e s a s o o g o v e r n o " o p e r á r i o 1
p r o l e t á r i o " (?) q u o e m s u a for:.ix m a i s p u r a ... ) e m qu o p o d a m p a r t i c i p a r
os c o m u n i s t a s t m a p o u c o s ã o a d i t a d u r a cio p r o l e t a r i a d o i;am c o n s t i t u o m ume.
for..;?, da t r a n s i ç ã o n e c e s s á r i a p a r a a t i n g í - l a , p o r é m p o d e m s e r u m p o n t o de
p a r t i d a p a r a a c o n q u i s t a dossr. d i t a d u r a . A d i t a d u r a t o t a l (???) do p r o l e
t-^riûdo có p o d e c e r r c a l i n a d a p o r u:;. g o v o r n o o p e r á r i o c o m p o s t o da c o m u n i e
1 .1 / - . ' 1 „ j. _ _ * _______ 1 J ^ f __ _ ________ 1 ___ - ___ ^

I v a s a i n d a c o n f u n d e m m a i s s n o p r i m e i r o c -co "a l u t a c o n t r a a b u r g u e s i a "


(o que c eria o p r ó p r i o c a c o g e r a l ) e n o s e g u n d o oc c o m u n i s t a s apoiam o
governo n ã o - c o n u n i s t a ^ p o r é m deverão... explicar que a l i b e r t a ç ã o d a cia,
s s o operária só podara ser a s s e g u r a d a ? o l a 3P ••• o continua-o o ser.* sa -
b e r as "condi ;ões e g a r a n t i a s " que justificam o a p o i o , or. quo diferiu a
g o r a da p a r t i c i p a ç ã o , f i n a l m e n t e , h a um govarno o p e r á r i o '‘prole tario"^ T
quo e. sua for:.‘.a m a i s p u r a . * • obcorvação qu-a o c o m p l e t a d a pol?. inovação'
f i n a l , a .'itacura " t o t a l " do proletariado. -2 p r e c i s o aqui c o n c o r d a r com*
a c o n c l u s ã o do T a l h e i m e r : h á a í 3 p o s i ç õ e s , se nao m a i o » c o e x i s t i n d o pa­
r a l e l a m e n t e « eaiora nh ada s e o p o s t a s .
No c e u pronunciamento seguinte a I n t e r n a c i o n a l ^o: „ u r i s t a " r e s o l v o u "
o p r o b l e m a : "Ç V C o n g r e s s o d e c l a r o u a p a l a v r a á e o r d e m d o 2.o va m o O p e r á ­
r i o c o s o " s i n o n i m o " d a ^ i t a d u r a c’o P r c l o t a r i a d o , i s t o é, e n t e r r o u - a o a
n a n t e v e a o :-.esmo t e m p o . i‘ã o se atrever, a r e c o n h e c e r a c o n f u s ã o i n d e s c r i ­
t í v e l c u e a p r ó p r i a E x e c u t i v a c r i a r a n e s t a q u e s t ã o e, a s s i m , por.iitiu 1
F a ' 0 - ^ - O ' i P .

que a f a l t a de c l a r e z a p e r s i s t i s s e Aa t é h o j e “ ( t a l h e i m e r , i d e m ) .
M a s v e j a m o s a g o r a as c o n s e q u e n c i a s q u e o p r o p r i o T a l h e i m e r tira»co
m o colabora para ue r e c u p e r á s s e m o s a " c l a r e s a " :
"Perguntai f
F o r c u e o ■e—
s t—
á s i o ^ i n iic i ail
■ i da D i t a d u r a do Proletariado é chamado do
Sovenio Cper'rio-Canyoneo ?

Resposta t
Este p e r -untacoloe a, na realidade» duas perguntas que t e m de 1
ser separadas para que possa, .os r esp onde-las • A' prineira pergunta* por -
q u e o estário inicial daDP pode ou deve ser apresentado co:.i um n o n e e s p e
c i a i ? A se ,ui-dat porque justamente com o nor.ie de Governo Operário Camp<>
nos? _ - < , A
A designação especial para o este.';io inicial da DP, isto a, a enfa
so e separaçao deste estagio, e ne c e s s a r i a e c onaoquentemente util» por­
q u e através disso torna-se compreensível que a ditadura do Proletariado *
não c r i do céu c c n o algo completamente pronto e, o im que é a 1 g o cm de -
senvolvimento. llão t o m somente uma -aré-hlstó r i a , a luta pelo poder, _ n a
tfrenta da uai encontram-se os R a t B * ( órgao político de representação *
do nassa) como órgãos de luta - ias t a c h e m uma historia - a luta pela q.
firmação da ditadura do ^roletariado e pela construção do socialismo, na
q u a l a composição o estrutura da ditadura do ^ a t ö so m o d i f icam, 0 de s e n ­
volvimento da Ditadura dos Soviete na P.úsoia mostra dois novos r.spéctos1
importantes* e ,
ic _ existo aí u~. setor partidario, os social-rovclucionarios de
eceuerer que se aliam aos bolcheviques por quo estão de acordo co:.: o pro
grama agrário destes últimos, na medida d:.:: ue exprimiam a vontade das
massas camponesas de tomar a terra aos latifunc .iarios%
Ao mes::: o tempo, porém, os social-revolucionarios do esquerda n ã o 1
aceitam algu-ja s medidas da 'itadura do Proletariado, necossarias, ainda*
estão prccos a ilusões pacueno-burgucsas cemocraticas o n a cionalístastAs
sim, pa r t i c i p a m em parte da i n s u r r e i ç ã o , t o n a m parto n o i n í c i o d o G o v e r ­
n o dos Soviets (corno minoria) o final: ento se afastam# Isto nao precisa*
rapetir-s o sob e sta for-a on outro país, p o r é m mostra uma possibilidade
geral -o está ;io inicial da DP» a participação (ou minoria) daquela p a r ­
cela de um partido r e f o rmista pocueno-burgueo que p a r t icipou na luta p e ­
lo podor, que se a s s e nhorou dos interesses específicos da camada por ela
representa a o que r e p r e s e n t a a aceitação pratica festa camada da parto*
do programa quo a atir.ge diretamente** (...) "A outra pergunta* porque o
nome da "Governo Operário Camponês o usado para designar esse estagio *
inicial ... Quanto ao uso da designação de ° o v e m o Operário parao está­
dio inicial da D P explica-se pele fato do quo cuando existem dois nomes*
’Dara u deter inado conceito e so torna no c e s s a r i o diferenciar, ura deles
í a?is adequado, (•..) ^ fato dole ter sido nval utiliaado temporariamon
t© nc se..tido da uma forma intermediária (impossível) entro a democracia
burguesa o a Ditadura do Proletariado, não precisa, dopois quo so recon-
L o c é u tal conceito co. .o insustentável, serum impedimento para dar-lhe o
côntoúc o corto**.
(...)
3. pergunta:
:orque a DP "pura" jã não se chama aoverno '■'percri o Camponês?
llesposta»
-orque se o nome Governo Operário Camponês é utilisado para o •
estágio inicial da DP- esta correto, tanto para outros estágios quanto •
paratodos o s 'seus estágios, ou 3eja, par o seu conceito global utilizar*
outros nomes. As diferenças de nomos dovem corresponder as diforônças '
conceituais, se não euere os criar confusão" (3K RSSPCSTy. - do A* Talhej.
mer o rerogrinus ao camarada E * C * )

Docc u l p e m a longa citação, lias o< problema é quo o Aondo Vamos'' de


iS.M. havia transf o r a d o a r e s o l u ç ã o do I V Congresso da IC núma vordade '
toorica inquestionada na experiencia do m ovimento comunista. 2 c exata -
.ento talheimer quem nega e questiona essa verdade, ias, ao fars a críti-
_ -u A ^ 3 f ^ j
c a j u s t a q u a n t o o i m p o s s i b i l i d a d e de u m a f o r m a “iniar: :e diaria" o u t r a c\e ‘jf
K o c r a c i a b u r g u e s a o a D! (e e exata: e n t e a -)P q u e c o i v o c p o n c c -rcíisiç a a
p a r r o s o c i a l i s m o ) , s e c r i t i c a e n t ã o o contaútío q u o o 3 o v a m o rovisório
v i n h a g a n h a n d o , c o n s i d e r a e n t r e t a n t o que n a o e n e c e s s á r i o a b a n d o n a r o no
me, co;.: a f i n a l i d a d e p r e c i s a tíe c a r a c t e r i z a r o e s t á g i o i n i c i a l d a DP.
i i s t o pareco-:::o i n c o r r e t o . P o r q u e os b o l c h e v i q u e s n ã o co::aidera -
rau. n e c e s s á r i o d a r u; n o m e e s p e c i a l a o p e r í o d o e m ç u a os e s s e r i s t a s de
e s q u e r d a p a r t i c i p a r a m d o govorno" P o r q u e .'."o estava:.: d o m i n a d o s p o r e s s a '
i d e i a " n o v a " do d i t a d u r a " pura" do p r o l e t a r i a d o , quo a I n t e r n a c i o n a l C o ­
m u n i s t a c h a m a t a m b é m do d i t a d u r a " t o t a l " . A D i t a d u r a do P r o l e t a r i a d o so
desenvolve - como tudo o mais - conformo o próprio Talheimer assinala ,
d e s e n v o l v i i e n t o q u e e n a r c a d o n o p l a n o político p e l o m o n o p ó l i o que o p a r
t i d o do p r o l e t a r i a d o v e n h a a a t i n g i r o qi-.o c o r r e s p o n d e a r e a l i z a ç ã o de
t r a r . o f o r m a ç o e s n a b a s e . E n t r e t a n t o n a o Iia n e n h u m s a l t o do qualidade novo,
a l e m d a q u e l a qu e p r o c e d e u a i n s t a l a ç ã o desse g o v o r n o : a i n s u r r e i ç ã o , o
___f •. _•»_ _______ ____ __ _____ -»____• __f __ • _ / __ f . \ " •

seristas da osquertía (que c o n c o r d a v a m •apenas co: a ')ar:s


g r a m a ) não altera o dado de conjunto.

se o::prossa n o a p o i o a u m g o v o r n o e m b a ç a d o exclusiva, e n t e ;:.os s o v i e t s e


c o m p o s t o p e l o s p a r t i d o s ma j o r i t a r i o s ‘n o s esmos s o v i e t s ; mas c o n s i d e r a 1
i m p o s s í v e l a p a r t i c i p a ç ã o n o governo# A c-odição per. o e c o r d o é a i n d a a
l i b e r d a d e Je p r o p a g a n d a (o c o n v o c a ç ã o d a Constituiu;;), entretanto p a r t i ­
c i p a r d o g o v o r n o é i m p o s s í v e l p o r u o não há c o :.: íc.czr co participar :jc. ;c
r i t a r i a .-ento, o u s e j a de r< “oalir.a: a s c o u c a ç o e ; ca cita:.ura T' 0 ..o t á r i a ,
que s o Ca' ao po..o programa mínimo.

Vejamos as conclusõas que ja se colocamj

a) C programa mini .o não coucecsao rue faze: os e:: v i r t u d e do

u m a -ar t e cio u m p r o g r a m a q u o e m seu c o n j u n t o o s o c i a l i s t a , e q u e so j u s ­


t i f i c a para a p o n t a r as t r a n s f o m a c õ o c imediatas r u e parmi tom a b r i r a t r a

% p r i a parte p r a t i c a d o p r o g r a a, o, na v o r c a d o , admitir u .:. ait ça o alte­


rnante r b s t r a t a na q u a l a f o r m a ç ã o social seria a r e a l i z a ç ã o zlo::a d o r.:o-

pcor.ívy.1 q e a própria classe opor .ria se terue socialista, a não s e r


ma f r a ç ã o c.v.:nçada dessa classe, f r ação quo c o próprio per t i d o .
C pregrama mínimo ó assim a parte do r.osso progra a sa cor bin«
3ina o
ator. cas necessidades imediatas das massas com a apss cm das ala
van or. s co
r --- -— pcacr
---- nara as maos o proletariado, llão visa exterminar com
própria exploraçao capitalist-, noisa .-.o co podara sor cumprida ao l on­
go da própria ditadura proletária» o que constitui s u a r-r.ão do sor cor,-;
trm:siçao do capitalismo para o socialismo.
Por isso m.asm o a parto pratica do p r o g r a m a socialista d ovo ter ecj
conta c grau con or ato de des envolviment o do aapitalismc • --pomas como oxe
mplo, mão o possível falar do orgamizaçao do fazendas o _ ativas r.os lo -
c a i s am q u a as condições m a t e r i a i s _já geradas polo desenvolvi, onto con -
ereto ainda não o permitiriam, a não sor pela via stalinists on quo os
^ ft-i'X/jU'Uc*'e. K/tfWuJLty\V
<*A~AfJUou*x2> rtcc.
—La .
IC.
m é t o d o s de c o r e ç ã o a n - s c e d e a a c r i a ç ã o de c o n d i ç õ e s n o v a a (o se o s t a l i -
n i s m o foi b e m s u c e d i d o no plano da s o c i a l i z a ç ã o da produção, g e r o u c o n t r a
diçces tamanhas que o c o n d e a a u como altern a t i v a ) , Ao levar eu conta õ
| g r a u c o n c r e t o da d es e n v o l v i m e n t o , o p r o g r a m a m í n i m o t o r n a - c e c a ^ a z e n t ã o
- cônae:_ueater.8nte - de a t e n d e r a a l i a n ç a de c l a s s e s n e c e s s á r i a a r e v o l u
,ç ã o *
i:o r u l t i m o , a p e n a s u m a r e s s a l v a s o d o c , d o CII e l i b e r a l q u a n d o u s a
e m uít
s i t u a ç õ e s s e m e l h a n t e s oa'ter:..os "ditacur; 'o p r o l e t a r i a d o " o " g o v e r n o
socialista , alternadamente. I o r definição, a ditadura do prol
n ã o a u m g o v e r n o s o c i alista; são duas coisas q u a l i t a t i v a ente d i v o r s a s •
3 v i d e n t e m e n t e s e r i a u~-a c r i t i c a i n f a n t i l a t r i b u i r ao CIT u m a c o n f u s ã o c o n
ceitual« n t r e t a n t o asse p r o c e d i m e n t o l i b e r a l p a r e c e - m e a d v i r do o sforço
*
retórico e m cue p r o c u r a o CII c o n c i l i a r a f i r m a ç õ e s e r e s s a l v a s t o p r o g r a -
n a c u m p r e u m p a p e l r e v o l u c i o n á r i o , m a s n ã o é o p r o g r a m a c.o u m g o v o r n o s o
c i a l i s t a ; n a v e r d a d e e s t a s e n d o u s a d o n o s e n t i d o de d i t a d u r a p r o l o t á r i a ,
C problem r e a l e c u e f i c a e s v a z i a d a n o s e u c a r á t e r de t r a n s i ç ã o , /.o fi i
e co c a b o , a " d i t a c u r a do p r o l e t a r i a d o " de ue f a l a o CII á a l g o s e m e l h a n
t e a d i t a d u r a " t o t a l " d o p r o l a t a r i a d o d o I V C o n g r e s s o d a IC, A s s i m o p r o
g r a n a "far. a v a n ç a r a l u t a p e l o s o c i a l i s m o " , m a s n ã o o aindr. a p r ó p r i a l u
t a p e l o s o c i a l i s m o . E x a t a u e n t e aí a n t a a c o n f u s ã o ; r.ão e x i s t e o u t r a " l u ­
t a p e l o s o c i a l i s m o " c u e n ã o s e j a - n o s e n t i d o p r a t i c o , n ã o n o s e n t i d o da
p r o p a g a n d a - a t r a n s i ç a o p a r a o socialis:.c, A t o m a d a do p o d e r p e l o p r o l o
t a r i a c o t o m e x a t a m e n t e o p a p e l que o 311 a t r i b u i t o d a v i a a o G 3 T : a b r i r ca
m i n h o , c r i a r o p r i m o i r o p o n t o :de' p a r t i d a m a t e r i a l e c o n c r o t o p a r a q u e ã
t r a n s i ç ã o p o s s a s o r c o l o c a d a er.taó c o m o p r o b l e m a p r á t i c o , s o c i a l .

b) A o d e f i n i r as m e d i d a s i m e d i a t a s q ue p e r m i t e m a b r i r c a m i n h o p a r a
a t r a n s i ç ã o , o p r o g r ma m _ n i m o v a i i n d i c a r t a m b é m as a l i a n ç a s d o c l a s s o *
n e c e s s á r i a s , a b a s e s o c i a l1 cor-n cue t e r a de c o u t a r e s s a t r a n c i ç p o ,
(oJ m Entretanto isso não significa u e " os t o r n o s os r.ossos a c o r d o s polí^
t i c o s " s e j a m as r e i v i n d i c a ç õ e s d o p r o p r i o p r o ' a m a i.nnimo, Se de a c o r d o *
com nos sr. carncteritir.çac ?a e t a p a r e v o l u c i o n á r i a , etc, r.ao s e colocara •
quaisquer pooaibilida-.es de a l i a n ç a c o n a burguesia ou c o m qualquer ce -
t o r c u f r a ç ã o c’ . esta c l a s s e , i c t o n ã o s i g n i f i c a q u e - n:o o plano político
■venha-os ou n ã o f a z e r acordos, c o m p _romissos com . p a r t i dlos n o l í t i c o s ainda
c ue
ue sa o: i d e í ó ^3 iicc o de s
j a b u r g u ê s o c o n t é u d o ido^.o e u programa p o l í t i c o * Hoje , p o r
se;
exemple o, n nao
ã o se c o l o c a m a c o r d o s c coo o 10 3 pe para f i n s e l e i t o r a i s , de u t i l i
z a ç ã o d o p a r l a m e n t o (o cue n ã o s i g n i f i c a ' que ie i s s o v e n h a a se c o l o c a r n<j
f u t u r o , c o m o já c o l o c a o doc. da t á t i c a ) , ru :.ias se c o l o c a m a c o r d o s c o m s o -
t o r e s d o mesmo 1231 n a b a s e . o n d e se f i s o r e m p r e s e n t e s tais s e t o r e s , A..X4
n al idade d o s a c o r d o s vari: em c o n f o r m i d a d e c o m o m o m e n t o rtni ~ * i nn (hojo ;<
p o r e x e m p»l1oo, elas se j u s t i f i c a m u a r a f o r t a l e c e r o f a z a r a v a n ç a r a l u t a *
do r e s i s t e — c i a e - c o n c o m i t a n t e a e n t o - a o r g a n i z a ç a o i n d e p e n d e n t o ) o a
u r i c a c o n d i ç ã o d e p r i n c í p i o para e s t a b e l e c e r m o s a c o r d o s p o l í t i c o s o a li
b o r d a d o da a g i t a ç a o , a s a l v a g u a r d a de n o s s a i n d e p e n d e n c i a c o m o t o n d ô n c i
a p l a t i c a ( s o b r e e s t a q u e s t ã o , ~ c r e i t o q u e o " e s q u e r d i s m o " do L e n i n cj
a c o n t r i b u i ç ã o m a i s c l a r a p r e c i s a - n o s e n t i d o c o n c e i t u a i - cuo t o n o s *
a d i s p o s i ç ã o ; s u a d i s c u s s ã o (da m a n e i r a : a i s m i n u c i o s a p o s s í v e l ) s e r i a 1
v a l i o s a n o s e n t i d o d e co...jater as t e n t a ç õ e s q u e s e m p r e n o s a c o m p a n h a m do
t e n t a r e n q u a d r a r o p r o c e s :o r e v o l u c i o n á r i o e m u m e s q u e m a parr-: rilitar de
r a c i o c í n i o ).

c) .uauto ao QO.T, a c r e d i t o q u e d e v e m o s m u d a r b a s t a n t e a c o n c e p ç ã o '


do G o v e r n o P r o v i s ó r i o . U m a ver, sii s i t u a d o q u e o p r o g r a m a n a n i n o q . e h o j e do
v e m o s d e f e n d e r n ã o é a p r o p o s i ç ãão o de u m a c o r d o p o l í t i c o q u a v i s e d e f i n i r
03 p o n t o s d e u n i d a d e n a l u t a p o l í t ;<i c r.I do um a f o r m a de
g o v o r n o e s p e c í f i c a , d i s t i n t a d a d i t a d u r a do p r o l ata ri ado e m b o r a c o r r e l a t a
a o p r o g r a m a , é p r e c i s o e n t ã o deixea r c l a r o s o a i n d a h a v e r i a l u g a r p a r a al
g u m t i p o ao g o v e r n o p r o v i s ó r i o , A p r i m e i r a u e s t a o o or.tao q u o nao nos *
cabe aefinir uv.: " mas s i m u m p r o g r a m c do p a r t i d o ,
idas c a je c o l o c a r o p r o b l e m a : h a n e c e s s i d a d e e se d e f i n i r u m a f o r ­
m a de g o v e r n o a l t e r n a t i v a ditad me repr s c o uma supera
ç a o dc p a r l a m e n t a r i s m o ? A c r a c i t ' cia. i.nr* no p á r o c o o çuo :.ao d? d ovo
AN s e r confvn-'ido e s t e p r o b l e m a c o m o u t r o , o d a p a r t i c i p a ç ã o doc a o -.unista c
T o i s s o r i a u m a v a n ç o p o l í t i c o i m o n s o a c o n s t i t u i ç ã o do u:::a f o r m a do too
F â '<fi-

dei' e n b a s a d a ora o r g a n i s m o s d a n a s s a do r e p r e s e n t a ç ã o d i r e t a « A c o n p o s i -
ç ã o d o g o v o r n o , o p r o g r a m a que a d o t o e f u n ç ã o d a s i t u a ç ã o p o l í t i c a das
massas, da t a n d o n c i a p o l í t i c a d o m i n a n t e . E i v d e n t e n a n t e d o f a n d e m o s sempre
q u e o iiosao p r o g r a m a s o r i a o ú n i c o v i á v e l " p a r a q u a l q u e r g o v o r n o v o r d a -
d e i r a m e n t o r e v o l u c i o n á r i o " ; n a s n ã o n o s e s q u e ç a m o s s e r a sso ur. p r o g r a m a 1
de p a r t i d o , o q u o n ã o p o d e h a v o r p o r o u t r o l a d o u.' g o v o r n o v e r d a d e i r a n e
n t o r o v o l u c i o n á r i o s o u qu o e x i s t a a f o r ç a p o l í t i c a c a ^ a z d i s a o , o u 3 0 ja,
o p a r t i d o r e v o l u c i o n á r i o . A c r e d i t o quo o a s o ó u m a l i ç a o f u n d a m e n t a l dr.
p a l a v r a do o r d e m d o " t o d o p o d a r a o s s o v i e t s ” ; o l a o:;prooaa u m a r e n ú n c i a 1
dp f o r ç a p o l í t i c a r e v o l v t c i o n á r i a s o m l u t a r p o r u m g o v e r n o q u e a p l i q u e o
sou p r o g r a m a , r e c o n h e c e n d o quo ó n e c e s s á r i o a n tes de n a i s n a d a m o d i f i c a r
as t o n d ê n c i a s p o l í t i c a s n a s n a s s a s . H ã o se t r a t a v a e n t r e t a n t o do u n a 1
p u r a o " o p o r t u n a " m c n o b r a t ao í.oorno t o n p o , o f a t o de q u o o p o d e r so e: ?-
b a s a s s e nos soviots, do quo o n € ã o o g o v o r n o dos p a r t i d o s m a j o r i t á r i o s >
n o s p r o p r i o o s o v i o t s , o a t o r n a s s e E o s p o n a r . v o i s p o r a n t o as nassas, r o p r e c o
ntavir u m a v a n ç o r o a l n o p l a n > p o l í t i c o s o c i a l , o n b o r a n ã o t i v o s s o f u t u r o
enquanto pernanoco3so sob uma orientação política pequono-burguosa.
Cabo entre W tanto Wa
. o
W progra
j.*, V Vm a a p----------
o n t -a >r e s s a f o r m a do j o v a r n o a í sim
d i s t i n t a d a d i t a d u r a d o p r o l e t a r i a d o ? A c r o d i t o qiuo sin, o n b o r a t a l q u e g -
t ã o possa a or v i s t a con ..ain va';ar, não havane o ln e c e s s i d a d e s i m e d i a t a s 1
q u e o;:ijau ui-^a r o s t o s t a a c a b a d a , l^as c o l o c a d a e m t e r n o s g o r a i s n ã o me pa_
r o c a c o r um a q u e s t ã o t á t i c a . * t á t i c a n o s e n t i d o d e q u o n a o se t r a t a do
u u a e t a p a h i s t o r i c a m e n t e n e c e s s á r i a } d o quo ó a l g o q u e ó d o f i n i d o - aí ’
s i n - o m f u n ç ã o d a c o r r e l a ç ã o de f o r ç a s , lias co..:o o p r o g r a m a d o v o o s t a r 1
v o l t a d o - e m s u a p r a t o p a r a t i c a - p a r a a q u e s t ã o d o p o d e r , p a r a as a l a -
v a n c a s d o p o d a r b u r g u ê s t a n t o n o p l a n o p o l í t i c o c o m o n o eccnoriico, ele
p r e c i s a c o n s i d o r a r a o r g a n i z a ç ã o c o n c r e t o d e s s o p o d e r . A d o r r u b a d a d a d:L
t a d u r a d e v o s u r c o np ido ra tía n a o c o m o f a s o d o c. d o CII, q u e s o do u m I n d o
f a l a da a b s o l u t a n e c e s s i d a d e de l o v - r o m c o n t a a f o r m a do p o.ar, e t c do
o u t r o p r o c u r a o p o r a " l u t a c o n t r a a d i t a d u r a " d a " l u t a c o n t r a ca as b a s o s
de s u s t e n t a ç ã o 11, A c r o d i t o o n t r o t a n t o qr.o a d e r r u b a d a d a d i t a.'ura s o r á u n
f a t o r d a p r o g r e s s o n a m o d i d q e n q u o i m p l i ue n a orflaniza.-.r.o d a s -lassas, 1
n a org; n i Z a ç a o i n d o p e n c o n t o o do b a s o e l o v a d a a o n T v o .1 d a i n s t i t u l ç o o s
p c . - í t i o a s . IIooso p r o c e s s o , n o i n t e r i o r d e s s a l u t a c o n c r o t a o q u e os co;:;u
n i s t a s b r a s i l e i r o s d a v e m l u t a r s e m p r e ptira _ue s e u p r o g r a m a m í n i m o g a -
n h e i n f l u e n c i a n a c m a s s a s (o c o n c o m i t a n t o n o n t e , a o n í v o l d a p r o p a g a n d a ,
amplia:-«.'.') tc.mbán a f a c ç ã o s o c i a l i s t a , p a r t i d á r i a . Iiojo os p o n t o s de p a r ­
t i d a p a r - u n f u t ror o p a r t i d o ) .
I'cr i s s o , p o r v o r o p r o b l e m a d a d i t o d u r a d e s s a n a n e i r a , o p o r c o n -
s i d o r a r . q u e n ã o p o d o os s u b o r d i n a r a d o r r u b a d a da d i t a d u r a ao p r o d o m í n i
o d o s s o c i a l i s t a s ( p r o g r a m a m í n i m o ) , n e m p o r o u t r o l a d o d e i x a r e s 3 a tar£,
c o m o p r i v i l é g i o d o s l i b e r a i s , a c r e d i t o e n t ã o q u o s e r i a n e c o s s á r i o %q u o

b u r g u e s a a a d i t a d u r a d o p r o l e t a r i a d o # E n a m e d i d a o m q u a o p r e l o tariad..,
conoviiovft a h e g e m o n i a (a q u a l n ã o pc.do p o r t a n t o s o r o p o s t a a o s " p a n t o s 1
d o v i s t a d o cia a s o " c o m o fr.s o CIT), a q u e i s s o no e x p r e s s o n o E o r t a l e c i -
n o n t o d o s o u p a r t i í g , q u e so r e s o l v a o proble. a dr d i t a d u r a d c prolot ari _
ad oj n a o m e p a r o o e tambor-, qv.a d e f i n i r u m a a l t e r n a t i v a a d i t a d u r a c o n d i c i
o n a d a a o r g a n i z a ç ã o de : a s c a s s i g n i f i q u e c o n d u z i r a l u t a p o r u m c a m i n h o 1
roais Tt r a s a d o . 'Erata-so do d u a s ‘ç u o s t o o s S a o r g a n i z a ç ã o d a s n a s s a s o a *
l u t a ^ p o r n o s s o s p o n t o s do v i s t a * U n o f a d a m o s s u b o r d i n a r a p r i m e i r a q u e s ­
t ã o a segu_.da, e m b o r a se t r a t a de l u t a r ,'osdo ja p e r n o s s a s p o s i ç õ e s . 0
q u e o um:. q u e s t ã o t a t i c a , ó s a b e r se q u a n d o o p r o b l e m a d o p o d o r se c o l o ­
c a r os u c Q c o s p o n t o s do v i s t a s s e r ã o p r e d o m i n a n t as o u n ~ o . I . . p r e v i s í v e l .
^ rua e g a r a l : d o u m m o d o o u da o u t r o - o i n d i o p o n s a v e l que os o r g a n i s m o s 1
d o m a s s a t e n h a m so a f i r m a d o c o m o i n s t i t u i ç ã o p o l í t i c a a l t e r n a t i v a a o p a r
l a m a n t a r i s m o ; o, p o r o u t r o l a d o é a t u a l a p r a s e n t a r e s s a .uastã na forma
da una a l t e r n a t i v a t. d i t a d u r a m i l i t a r .
J ã o d e v o m o s o n t r e t a n t o c o n d i c i o n r r i s s o a p a r t i c i p a jão d o s c o m u n i s
t a s , c a i s a quo d o p e n á o d a o c r r o l a ç ã o do f o r ç a s . E v i ''.enter- u, .to v.m g o v e r n o
p r o v i o or i o d e s s o ti~-o c o n t a c o m o a p o i o d o c c o m u n i s t a s a t ó quo se : .astro
s u p e r a d o fronte as m a s s a s , p e l ' s r e s p o s t a s q u e d a a o s problemas o b j e t i v o s .
Quanto a participar diret?.„3nte, dbpendo efbtivanente das circunstâncias '
específicas (evidentemente astá excluída aqui a hipótese do programa m í ­
nimo socialista, fato eue configuraria já a ditadura do proletariado ain
que a tr r.vos do governo de coalisão, etc. o eue e absolutamente secundá­
rio). Circunstancias específicas que - alem da situação em que a revolu­
ção esta nuna etapa burguesa - ja fore.a colocados pelo problema do fas -
cisco, E l: geral é entretanto a hipótese .:enos provável, alén do que não
teü: coroo ser definida en um prograna.

d) C doc. do CII tem un lado positivo que ó o de aprofundar as que.a


toõs parr. alén do consenso genérico anterior. Isto pernite abrir o deba­
te, cinde. que seja equivocada a posição defendida. Entretanto essa l a d o ’
positivo é pouco a pouco apagado por colocações sectárias, que agem no •
sentido de fechar a discussão: "concorde exatamente conigo ou vá para...
o refornisno". Den, ou reformismo deixou de sor una traição prática e de
c o n ju n t o , una cisão nuito profunda de campos ideolo^icos t e passou a sor
qualquer desvio ea relação a ura linha "exata", ou entao está se usando <3
ssa palavra de naneira irresponsável. Una coisa é falar de refornisno do
PCZ, roas no doc. do CII ate Tovar acaba"entrando" no reformismo, expulso*
que é do campo revolucionário (con alguna ressalva: apemas a falta de ló
gica não o leva a sair de ves deste campo)•
Cra, cono dis o doc, de tática do nesno CII, "ainda vivenos tanto '
no país coroo en escala internacional o processo de reconstrução do novi-
nento comunista« íloje este processa ainda passa por u:n nonento de defini
çõos políticas e de tentativas de diversas organizações de afirmarem co
mo tendoncias d a nov, de nassas. 3 é i3so eue permitirá o surgimento -na
is à fronte - de un delineamento nais claro das tende: .cias políticastque
se expresso então nuna naior unificação da iísquorda^ Revolucionária e
nuna divisão de águao mais amadurecida om relação ao refornisno".
L discussão que se fas hoje conta con referencias gerais a separar
revolucionários de rof ornistas : nada mais rue isso, pois não se forcar aro
ainda alternativas práticas. í um processo do definição, de discussão en
que é preciso considerar pontes gerais em comum que garanten a continui­
dade do debate e da pratica; so os democratistas ja sao - por assa ccrac
turística isoladamente - reformistas, não havoria o que fazer, debate a?
gun a travar, etc. /.lém do que^una coisa é um desvio que pode levar ao re
fornisno, cuo - em última 0
instancia
0
- sofre a influencia do refornisno ,
A *
etc., o outra coisa e o proprio. Como disia Lenin a~wU.tharin na discus -
são sob_e os sin 'lieatoe , o mal desto último é que so via uma ferida no
corpo de lguen, ja imaginava que esse ora um honon norto, embora ent r e 1
a ferida o a norto do paciente houvesse una longa trajetória, onde a mor
te só efetivaria a;os 3oçssemia o osta após a infecção...
llessa ruostão do metodo do discussão há entretanto um destaque a
facor pois implica nuna questão importante:
•■'.uenaerao portanto os "trabalhadores"—que o PS2 supostaroento n ã o 1
dofine — se nao aquoles interessados "no oxtormínio da ordem vi -
gento"? (...) "Ilão está evidente cuo sob a rubrica "trabalhadores"
e possr.vel agrupar a grande maioria dos assalariados urbanos o rurais •
que tem contradiçõos com asbases cociaio do regime ?I (pág. 9 do
doc. s/ prograna)
Nao, camaradas, não está evidente não. lias podorignos discutir a
quos*r_ --- ---- ’--- ' “ .... . TT ■ . .
ló<
vo:
vançaãos no debate e na prática. Hoje não. Cs trabalha d 01*0 o do que fala *
c - C-~j nao agruoam apenas "a imensa maioria tios assalariados urbanos e ru
r aisu mas ta. bem a pocuona-burroos i a . o campesinato pobre principalmontò.
S aria c nas o de discutir se realmente o termo "trabalhadores do campo" ó
justo par se referir a classes distintas; de qualquer forma mão ó evi -
donto .
logo em seguida: "Não está evidente :..ue essa palavra (trabalhado
r s o ) dofine o agrupamonto_de forcas fundamenta 1 nesta fase de luta. quan
do :■ proletariado ainda não podo exercer a sua hegemonia" ?í (ideal
/.qui a coisa fica mais complicada. Cra, om que a hogamonia de pro-
^ 3 - 0 <?■(>■? s n

latariado raporcute a ponto da sor um traço ^arcanto a fieTinir £ agrupa­


mento de forcas (rut deve ocr a b*\co social da rov, ) j ora, osce (os tra­
balhadoras) o o agrupamento fundamental da forças apertas cuando o prole­
tariado não pode o;:arcer a sua hegemonia? 2 dapois, qual o agrupamento ?
■Zzza'ia»3:.to o rosno, par jce-me# A ravolução proletária necessita de umá ’
base copular; o problema está 'exata-uento 3:: conquistas a direção proletá
r ia no s e i o dessa base social* las saria preciso explicar porque se acro
dita cuo a conquista dasc:a direção toria também a'roparcussão do modifi­
car a próçria base social (agrupamanto de forças)# Se não há uma mudan­
ça no caráter histórico da revolução, não consigo entander como se opera
ria tal mudai.ça# Isso ó aliás contrnditoric com outras passagons do doc.
ea que fieL cia ro que a aliança de classes que se quer forjar ó compatí­
vel com a etapa socialista da revolução, ate,
Tudo ostaria muito bem, imito diccutívol; mas aí ac coise»s escure—
cem tuiis ainda t a "reivindicação" c’a maior rigor na concoituação do "tra
ba lidadores" ó vinculada ao damocratisno, .ala — asma necanioa que levou 1
a identificar esto último com o reformismo# Cra, pur quem ostá colocan
dj na boca do P312 coisas cuo o 1:3E não disse j o ainda por cima como "ovi
denoia", convenhamos que o fu^ir a discussão.

2) LOTA CONTIÏA A DITADURA 3 TÁTICA

C doc#
doc, da Taticr diforo bastante noste aspócto.^Go peca por gonç.
ralidado entrotrnto
enl corresponde ao r.ívol que a discussão tinha chocado e
abre certas perspectivas. Do um modo ou do outro, te:: uma'postura difer^
nto e m r a l a ç a o ao debe. to (pois no momento em qua vi o doc# do Cil sobro •
programa
va:
opor
pos ideológicos aírtagônicos).
C doc. d a tática conté : um enfoque diforonto exata-:onte r.uma que£
tão p r o . t á t i c a « a ca luta contra a ditadura. Tal enfoque, contudo, s ó 1
aparece muito fragmontariamonte a'por isso se poderia dizer que ostivos-
ao implicando orj outra concopção. Antas, um desvio e '.relação ao doc. de
programa.
IIo s®r. imenso esforço para demonstrar validade da palavra de or­
dem "fortalocer a direção oporária na resistencia a ditadura", o - mais*
a fronte - no at^sa sobro a gitaçdo, faz uma;corta sopareção antro o pre-
grara o a^resistoncia e ditadura. Tal separação nodoria (mas ossa couse-
ç^uencia :iao e la tirada) conduzir a quo se conferisso um carto clactaqua*
a lvita contra a ditadura no torrono programático. Isco fica colocado ma
is claramente quando so procura dafinir o alcance atual da agitação ao
afirmar qao "a nooca atividade do agitação devo estsr fuadada ma donúnci
polí^
______________________ o ao *
d o suo tompo visando fazer penetrar o iiuosj programa que aponta a finali-
dado da luta" (pag. 19 do doc. - grifos do original - Doc. de Tática)
$ntretanto,no longo íte:. intitulado "fortalecer a direção •••"(jar
to II, itom ’a*), ó quo poda on onconctrar a raiz de certas indefinições
Afinal, nos Ia altura, o cloc. de tática procura so dofonder rt tode o custo
cio sindicalismo ou do propagc.xidisr.io, procura um "santido político" para
a atividade etuul# Cr a , não ó Cifícil omcontrá-lo •:as:..o por.ua algo como
um contido ou direção garai polo sempre ser "imp.rrV. ido" a nossas açõec •
I-ias, çonoo;.:os bo— , talvez fi-.v.a um tante forçado afirmar quo a "rooiston
ci~" o o contido par§ o qual converge a atividade atual, lico significa1
transformar a rosistoncia em um ofcjotivo (já quo r.~c ó u princípio) a
guiar o co.*junto do tu..a prática, a qual não tom - ela própria - tal cara
ctorístioa. .w bom vareade que o coo# insiste zais do ura v o z no fato do"
quo a resistencia - no sentido político - já I um fato atual; mas, tal -
vez gor ii-se r_r nça, procura garantir-se roforç:v:to radobradamoxato a afi
rmaçao da que - ca qualquer modo - todas as tarofas atuais convirgqa
ra a rssistancia política# i'as, afinal do ccntas, o
3o-se trata de una questão ~*tica devia especificar eu tarefas, ob jeti
vos, que permitissem deixe ~ ais claro o sentido geral da atividade. E
- ainda - que impedissem c_\ ^ a discussão fosse feita nesse nível altanen
te generico^ abstrato, en^ :e certas coisas só poderiam se justificar ptr
um valor pratico atual, (ó asse o caso da resistência) passar.: a se justjL
ficar pelo futuro. Cria-se mm isterio. Fala-se nesse sentido geral, ca­
pas de arituclar, de 3er o ponto de convorgencia de inúmeras tarefas sin
dicais (que são sintetizadas como a fraquesa mais urgente das massas trã
balbador a s ), e esse sentido geral e auto-justificado por ser un sentido~
geral*é co...o se estivéssemos discutindo a necessidade geral de que existon
pontos tfo convergencia nasdefiniçõe3 políticas; e de que esses pontos de'
convergencia tivo3sem por sua vez uma adequaçao ao raoriento do defensiva.
A discussão vai imediatamente parr.o plano dos princípios* a necessidade*
"eu geral" da "luta política", ou da vd "sontido político" para a ativi­
dade. E toda a argumentação desse item pode ser resumida eu: "por meno -
res e sindicais que sejan as atividades atuais, o sou enfrentanento está
a serviço da penetração da alternativa revolucionaria n a s •m a s s a s ; hoje 1
isso deve so adequar a questão de r esistencia etc. C doc. tíe tática su­
pera certas li;.itações da tese de tática de 0-3, cue ainda fica prosa à
"parcela avançada", cooo o objotòvda tática (embora isso não repercuta lá
numa"estanquização" da massa, poÍ3 afirma-se "o objetivo geral do influ­
ir nas lutas de massa-"-); isso repercute na Tese de Tática de CJ numa cer
ta dubiedade ao colocar o problema da rosistencia* tanto ó uma caracte -
rística das lutas de massa, como um comportamento (subjotivo) da parcela
avan çada. 3, alóm d Í 3 S o , fica extremamente autonomo o problema da unida
de dos setores mais combativos, que nao fica situado como früto do um ot
forço para a criação de organismos e conquistas do movimento. /. TC:?-4 já
situa F.3 questões de maneira bem mais avançada, mas dá poso especial ain
da a "u ificação dos setores combativos" que aparece como o saldo materi
al da prática atual. C^atualdoc. da tática do CIT procura' definir a táti­
ca a:.; função da situarão das ma3sas, e nis c^ d á um passo. Entretanto, ao
procurar vincular o problema dardsistencia as lutas e manifestações de
massa, ou seja, ao procurar defini-lo como um problema objetivo, políti­
co, o não co :o uma característica ideologica, cai nu:., impasse. O proble­
ma objetivo parece nao ser encontrado no presonto, mas apenas no futuro,
ou - ao menos - nos traços evolutivos.cue levam do presonta ao futuro.
Com isso, na vercc-c, a "resistência" fica esvasiada, não consoguo
passar pela prova do confronto co:: a realidado. acredito que isto está •
diretamente ligado ao fato de que na vordade não tenos aí uma tática,mas
umâ linha "oral que so aproxi;.ia do "momento atual" :n s não o particular!
za. —
C doc. do tatica contem na verdade uma serie do questões que sen -
pre vão ostar presonto na atividade* o trabalho de organização especial1
da classo, a utilizaçao de todas as formas o meios que permitam ampliar*
a esfera de açãc do trabalho organizado, a utilização do todos os meios*
legais que auxiliem o trabalho independente, otc. I-lá ainda considerações
de ordem ostrategica: importancia das possibilidades de união entre soto
res diversos (campo e bairros), peso doa trabalhadores do campo, papel ~
geral da pb o - no seu interior - do HE. A partir daí, aproxima -se do
momeonto atual* a fraqueza mais imodiata dos trabalhadores resido no po-
quono desenvolvimento do sindicalismo combativo; alcance que podo tor ho
jo o trabalho noa sindicatos; posição fronte ao parlamento hojo, otc. ~
0 ponto de amarçamento dessas questões rocai então no sentido geral
oferccido pelo resistoncia, Um doc. de tática, na verdado, não orecisu -
ria contor essas questões gerais; no-nonso caso, devido aos caminhos da
pratic a passada, ainda teria importancia a'colocação de questões gorais
como o aproveitamento do3 meios legais, etc. o mesmo com o enorme deta -
lhamer.to que fazo doc. do tatica, ^pois o uma manôira c?e propor rcorionta
çõos om praticamente todos 0 3 aspóctós daprática* Er.trotanto, so há sen­
tido (r.j. doc. preparatório par r. a Ç.) no nosso c aso a t u a l 'om rot ornar 1
tocas oasas questões, de outro lado ' preciso ver quo c doc. de tática a
caba não cumprindo o papol de definir _ma is precisa ente (o quo não signi
fica detalhamento e sim a identificação do momento atual) o objetivo iã
is imediato# w “
\

E a naneirade definir o r i e n t a ç o e s t a t i c a s e s t a in.tiaanan.te


da a a n á l i s e que fa: d a s i t u a ç a o a t u a l .
.'iuando p r o c r u r d e s t a c a r a d i f e r e n ç a que h á e n t r e os d i a s de h o j e e
o p e r í o d o q u e o d e s c e r c o ce a p r o f u n d o u , m o s t r a n d o e n t ã o q u e n o d i f i c a -
se a ^t onder.cia d a s l u t a s d o n a s s a , a b r e caninho para abandonar a con­
c e p ç ã o da c o n j u n t u r a (e d o t á t i c a ) d o P r o j e t o i u n " i n e n s o " p e r í o d o d e f i ­
n i d o p o r u n a c a r a c t e r í s t i c a g e r a l , S u o » n o ° aco ^'r ° j eto, s o e x p r e s ­
s a v a n o " i s o l a n e n t o " e r.a " u n i f i c a ç a o " • ^raz: c a r a c t e r í ó t i c a s que d a v a n 1
c o n t a d a c o n j u n t u r a ; d i a n t e d e l a s q u a l q u e r m u d a n ç a n ã o e r a s e n ã o u na m u ­
d a n ç a d e d e t a l h e q u e n ã o trrania q u a l q u e r a l t e r a ç a o p a r a a p r a t i c a . N o a -
t u a i doc. ó m a n t i d a a c a r a c t e r i z a r ã o da c o n j u n t u r a n e d i a n t e a i d e n t i f i ü
o a ^ ã o de t r a ç o s g e r a i s (c^ ora, a " d e f e n s i v a " • e " o f o n s i v a " ), q u e n a v o r -
ac.9 i d e n t i f i c a m p e r í o d o s o u f a s e s n a i s á n p l a s da l u t a. S i t u a ç a o de defer,
e i v a e nr. v a r d a d o t o d o v.... p e r í o d o e:.: q u e o d a d o n a i s d e c i s i v o da c o r r e i a
ç a o da f o r ç a s p e r m a n e c e s e n a l t e r a ç õ e s p r o f u n d a s : o e n f r a q u e c i : o n t o r e l a
t i v o d a s c l a s s e s o p r i n i d a c f r e n t e ac c l a s s e s o p r e s s o r a s . E n t r e t a n t o , a a
v a l i a ç ã o d o m o m e n t o a t u a l , o a d e f i n i ç ã o da t á t i c a , n ã o p o d o t o r c o n o ob
J o t o e s s e t r a ç o g e r a l n a s D i n ac i.odif i c a ç õ e s iai3 p e c u l i a r e s do n o n e n t o
p õ - T t i c o . A r i g o r , a p a s s a g e m d a d e f e n s i v a à o f e n s i v a é u~ia m o d i f i c a ç ã o 1
estratégica e não apenas no terreno militar.
3 o o a c o n c e p ç ã o de t á t i c a ( a d q u i r i d a p o r n ó s coca a t o s e o o projetai
e a r r a n h a d a p e l o a t u a l d o e* d o CII q u a n d o d i a q u e o p r e c i s o v e r q u e as 1 ^
t a s de n a s s a h o j e e n d i a r_ao t e n a p e n a s u; • r t n o " laaior t o rue n o s a n o s
antorioros, nas s i n - n u i to nais cue isso - a p r e s e n t a m una n o v a t e n d e n -
c i a a d o o r o s c i n e n t o d a s l u t a s , e n b o r a i s s o n a o s i g n i f i q u e q u e estaca: os
n o l i n i a r do u m a u n i f i c a ç ã o n a i s a m p l a etc. ‘-'ntro t a n t o , q u e c o n s e q u e n c i a s
t i r a d i s s o ? A p e n a s a do r e f o r ç a r o sox'.tido g _e r a l da a t i v i d a d e . tática
c o n t i n u a - b a s i c ame n t e - a n o sna on pe r í o d o p o l i t i c a m e n t e t>o dive r s o s ♦
c o n o 7 0 / 7 3 o y hTll 1 m a t e n d e - s o a s s i n - n o e s c o : x i e l - a c o n c e p ç ã o f o r n a -
l i s t a d o p a s s a d o r e c e n t e . Ila " n o i t e p o l a r " d o s a n o s do aprofundamento 1
do dosconso, roalnente 3eria juste concen tr ar a atividado nas tarefas 1
s i n d i c a i s . I c ç o e r a e: ben concreto, na o n a o h a v e r i a m u i t o centido e m
fassor c o u c o s s õ o s a lo.j i c a , c o n o e s s a de a r t i c u l a r e s s a p r á t i c r s i n d i c a l 1
(sindioeJ. n o s n o ) c o n a l u t a p o l í t i c a " e n g e r a l " ? o c u e h a v e r i a - c o n o 1
s e m p r e d ave h a v e r - ó a a g i t a ç ã o p o l í t i c a a t i n g i n d o s e t o r e s u a i s ou no -
n o s a m p l o s . i^as d a t a r e f a ' o r n a n e n t o #e p a r t i d á r i a da a g i t a ç ã o p o l í t i c a *
n ã o p o d e r í a n o s d a d n s i r u n a " l i n h a t á t i c a p o l í t i c a ” í-C t i p o " f o r t a l e c e r a
d i r e ç ã o p r o l e t á r i a . . . 11. 0j*a| n a v e r d .de 0 i s s o que e f e i t o - o a t u a l n e n -
to - p e l o doc . da t á t i c a : a p r á t i c r ó s i n d i c a l * n a s - p a r a n ó s - t o m q u e
a o t a r a s e r v i ç o de n o s s o c o b j e t i v o s p o l í t i c o s (v.ão p a r e c e ó b v i o d e n a i s !
L° p a r a c o n s e g u i r " s t a t u s " do d e f i n i ç ã o c o n c r e t a ? ) ; e s s e " a s o r v i ç o h o tm
p e q u e n o ojtped^onto a r a a o l v o r g r a n d o o p r o b l e m a s : e n t r e as t a r e f a s s i n d i -
c a i s de h o j o e a s u a e x p r e s s ã o p o l í t i c a f u t u r a h n a c;:a:a:.:ento a a t i v i d a d o
do a ÿ i t n ç a o ; o ela, a g i - a ç a o , qu o n f a a " c o n v e r g i r ' 1 ( a p r o v e i t a n d o - s e d a
t e n d o n c i a a o c r e s c i m e n t o dr.s l *1 ,u t a s ) o p r o s e n t o parr, o f u t u r o . Ila v o r d a d o
t o d o q u i p r o q u ó or. t o r n o do " f o r t a l e c e a direção proletaria.
t e n t a d o p o r os ca t a r e f a p e r n a n o n t e o p a r t i d á r i a . E s s e no c a n i s ;o ;::c-
v e r d a d e u n a d i s c u s s ã o d o g e á t i c a : v e n d a d o s g o r a i s , santidoc g o r a i s ge h a n ‘
d i m o n s a o de q u e s t ã o c o n c r e t a , o o e n t e n d i m e n t o d a r e a l i d a d e ó d e s l o c a d o *
p a r a o t e r r e n o da f r a s e o l o g i a ; u n a p a l a v r a do o r d e n c o n s e g u e a s s i n o p o ­
der o m u l t i p l i c a r d i v e r g o n c i a » que - e s t r a n h a m e n t o ? - n ã o a p a r e c e m - ou
e n t a o n a o a p a r e c e m co . a n o s n a i n t e n s i d a d e - n o t o r r e n o d a s t d r o f a s c o n ­
cretas. Eis a r e a l i d a d e espelhada e l a c i r c u l a r r e g i o n a l d o C.
*2 d e o ut •o _at;o a a f i r n a ç a o d o qu e necessário "enfrentar a fraque
za :.iais i m e d i a t a d o s t r a b a l h a d o r e s ' 1 é a p e n a s u n a orna nova para u m a vo-
l h a c o n c e p ç ã o : a d o " P o m a r a V a n g u a r d a " ,» c o n o a e t a p a o r g a n i a a t õ r i a da
e s t r a t é g i a , n a s c o n o a r e s p o s t a a u m m o m e n t o g e r a l de d e f e n s i v a . D i t o d e
m o d o g e r a l , o j u s t o : p a r a 3 u p o r a r a s i t u a ç ã o do d e f e n s i v a o p r a C i s o ( s e = q
e n f r e n t a r a f r a q u e z a cos t r a b a l h a d o r e s que
r o o i a o b j e t i v a m e n t e n o sau n í v e l de o r g a n i a a ç ã o ; n e s s e -p r o c e s s o t e r á 1
grando i p o r t a n c ^ a u n s i n d i c a l i s m o combativo, a l t e r n a t i v o ao p o l eguismo,
e t o . a t o . 0 que o i n j u s t o o f a z e r d e s s a c a r a c t e r í s t i c a g e r a l a p a r t i c u -
l a r i d a d o d o n o n e n t o p o l í t i c o o f a n e r d e s s a t a r e f a g o r a i u. o b j e t i v o o s p o
ciai, c. guise. d e t a t i c a .
Assim, nos últimos anos bast ava d i z e r que era necessário concentrar
tarefas sindicais. Seria falso, excessivamente pomposo, d ize r que se
estava "enfrentando a fraqu ez a mais imedi ata dos trabalhadores". D e s lo ca
se o problema. —
^Entretanto, hoje vivemos uma nova situação política. De s s a nova si­
tuação o doc. do CN capta u m traço: existe u m novo problema, a tendência
ao crescimento das lutas. Quando procu ra trazer a análise da situação po
lí tica para o terreno do m ovimento de massas, ele dilui e s e a nova tendên
cia. Reconnece generosamente a "importância" das assembléias do povo, õ
crescimento das campanhas salariais, como exemplo estat ís tic o a demons -
trar a tendência. M a n t é m aí a concepção do Projeto: esses exemplos p od em
entretanto ser d i l u í d o s ,^talvez porque - no fundo - ind iq uem apenas uma
alteraçao no 'Jritmo" e nao uma nova tendência. Se é realmente ning nova
I tendência é aí - e exatamente aí - que cabe f undar a definição da tática.
Ca pt ar os fatos novos e p erceber qual a via i mediata de d e s e n v o l v i ­
mento da luta é o que permite realmente forja r uma vanguarda, nmq organi
zação política, e não uma organização de p ropagandistas que tem sua aten
çao atomizada e dispersa pelo enorme elenco de tarefas permamentes, ori­
entada apenas pela própria prioridade geral que h i er arq ui za formalmente
essas tarefas entre si.
Cria-se u m a contradição: fruto da nova tendência, essas mobilizações
mais amplas são u m "dado" importante ( , mas continua o problema basi-
co: não se alterou o nível de organizaçao do movimento (alterou-se então
o "ritmo" ou algo assim). U ma coisa é vista fora da outra, e o "modelo"
abstrato de organização como foi erigido em tarefa concreta fora da situ
ação imediata, serve nao como guia para a ação, mas^co mo entrave a ela.~
Não são essas mobilizações a via atual de organização, pois esta é busca
da e m outra p a r t e , no ae co r r e r de um a fase geral, na qual se m entaliza “
u m movimento de massas linear que percorre os trilhos retos e seguros de
u m e nf rentamento m o le cul ar da "fraqueza imediata".
E r a exatamente a ss im que víamos as primeiras mobilizações estudant-
tis: na época de Vanuchi (noves fora as aberrações da época) não havia
nc.da de novo, o m ovimento continuava isolado. 0 doc. de tática faz »ma
coisa que não é igual mas muito parecida: dá uma impor tâ nci a m aio r , mas
m a n t e m o estigma, o movim ent o continua desorganizado.
Entretanto, as assembléias do povo de 76 d e v e r i a m ter tido para nós
o papel de colocar na ordem do dia a muda nç a de t á t i c a . Tudo hipotético,
é b e m v e r d a d e , pois naquela época estávamos e n r e d a d o s p o r u m a outra or­
d e m de problemas; mas o problema nao é exor ciz ar o passado, mas sim veri
f i c a r até que ponto os seus fantasmas ainda nos a ss o m b r a m o presente, "c>
p r im i n d o como u m pesadelo o cérebro dos vivos".
Mas seria preciso u m raciocínio que privilegiasse as deduções ló g i ­
cas para fazer presente no cotidiano a "última instância", para não con ­
sid era r que mobilizações desse tipo são algo de inteiramente novo em re­
lação aos anos que atravessauosaté 7 4 . Para que pod er ia nos servir uma
tática, senão exatamente para indicar essa via de d ese nvolvimento políti
co? Mas ainda vemos a tática como a reprodução do imenso^arsenal e expi-
dientes que compõem a po lítica comunista; a sua reprodução frente a tra­
ços gerais de u m a situação concreta, implicando então apenas na ponde ra ­
ção quanto ao alcance, etc., que po d e m ter.
Os fatos já estão passando e ainda a s s i m vemos a situação atual co­
mo prolongamento "acelerado" aa velha situação, por esse método de racio
cínio. E isso já aponta para uma série de entraves práticos.
Nossas definições nara o ME, a res posta a um pro blema como o da
Constituinte, etc., estão no nível compatível com uma realidade já ultra

I
passada.^Mas nao e efetivamente falta de diretrizes para esta ou aque -
l a questão. É a tática em seu conjunto que é defeituosa. Alguns aspectos
da prática o evi d e n c i a m mais, e apenas isso.

k
y, A PRATICA ENSINA*

ij3 recentos n o b i l i s a ç ô a s ^do l!E de un l a d o e, do o u t r o , c ou e s p e c i ­


a l des t ..que, o o i g n i f i o a d o d o u l t l n o Ie do tîaio, apontan u n a s o r i © d o 1£
ç o e a q u e a p r e c i s o a g o r a aaaitoilar.
A situação do 1Æ rovola o esgote™.ento do no a a t. s d efinições gorquo *
não fcaos oapazea tío dar una resp o sta rasoavel exatamente a queotao con­
t r a i * qual o papel do 1^3 no atual noaanto? ^.uais cs t a r e f a s e objetivos*
que oo’.oo.' .00 a,,ora para o oon.lunto do novin©nto 7 ITosce.s resp o stas ten
deran a una ju steaa "g a ra i" 9.U® a'.anas inpadiraa quo co: etessaaos os e r -
roo nais gravoc ® aponas iaso* Jîsca juoteaa geral a a l i á s in ta ira a a n te •
coapatívol^con o n iv al atual do noooas an álise s sobro a situação p o l í t i -
oai situação geral do dofencivc para as clesoec ogri id e s , ©nfraquecinen
to da ditadura quo não sig n ifio a ainda una situaçao^do r a c .o gera l a t e .
D o o u t r o ^ l a d o , u a aspaoto 'f o r t e * e:j n o s s a análise* o d o o c o a p a a o o *
e n t r o a s i t u a ç ã o d o KE o d o s t r a b a l h a d o r e s , a n a c o s s i d a d e do 123 l e v a r em
c o n t a a s i t u a ç ã o o o n c r o t a d o s t r a b a l h a d o r e s , assuair.do a c c i a n a p r á t i c a '
a p e r s p e c t i v a g e r a l f-« i n t e g r a ç ã o ‘na l u t a ~ d o s t r a b a l h a d o r e s , ou soja, o
papol apenas a u x i l i a r do IíE, etc*
M a a l g u j o r r o ea t u d o i a a o ? N ã o , a r i g o r n ã o , aas t a l v o s a p o n a s p £
l o d e eue nao p o d o o r r a r q u e a n ã o s© a r r i s o a * D e f i n i ç õ e s aaain g e r a i s ~
t e n a v a n t a g e a de - p o r andai* n a e s f o r a d o s p r i n c í p i o s g o r a i s - r o d u z i r ’
t o d a a a a r g o a d o o r r o s , n a s c o a a d e s v ? n t a g e a d« , ao ne s ..o t©~.po, r o d u -
z i r '© a e a n o a n u l a r t o d a a o a p a c i d a d o do so i n f l u i r n o s a c o n t e o i n e n t o s r o
ais •
Influir r.os acontjoinentos r^&às não o a aesna coisa que "oatar ea
u a i o r l a " , ou sor a tendenoia hegemónica no sqíçj das forças qu© decidea ’
asses acantoei: ©ntos. E quando veaos a conaequoncia prá t i c a aais iaporta
nte d.estn crítica © que aç pogiçõos atuais l u p l l o a n na porca doasa ca p a ­
cidade d ©influencia, t a nben nao conftindinos isso coa o fato do "ostar ©a
a i n o r i a " » Ea aünoria continuaremos talvos çor u a boa te a p o ainÇa, so pon
saaos ea tornos d© nossac posiçõos p r o g r a a a t i o a s , que - para nos - o 9
que roalaonto define a hegenonia.
Ua axenplo clássico* ©a ni no r i a activera-. os bolcheviques, ea 17
na prinoira coaposição dos soviets ( I üongrosso)| osco partido tinha a
a pena a 1y/> dos delagados} ontretanto isso n ã o significa ruo fosso ua?. T
força entre outras, pois, ao contrário, o fato d© t or posado no andaaen
to das coisas ninda quando a i noritário foi exatanento a condição d ecisi­
va (oa toraos Toncrotos, asjornadas do agosto) para rue p udesse passar a
aaioriaídocto ponto do vista a propaganda ó apenas auxiliar, ainda quo '
nosso porfodo concreto tivesse u -.! pese acentuado, conforsne so. deduz da
"carta^sobro tática"),
■-> boa verdade que não sonos ainda un partido n e a nui to aoüios ao a
tuais anifoot çõos do a assa tem as diaensõos d© u n tí.l oxoiiplo. E n t r e ­
tanto o r a c i ocínio gorai', p o d © ser eonsidorado o aesao. 0 outro^probelaaj
"estar ©a minoria", q u n falso pr «bl ©aa se deslocado da situação h i s t ó r i
ca, e ôa geral condus apenas ao panico o na nolhor dac hipóteses ao reb£*
quisao» C probloaa r©a l a a capacidad© do influencia nos fatos roais,©xa
taaent© quando isco é aais difícil, quando os pontos do vi s ta geraic, T
partidarios n a o sao ainda reconhecidos sonãc por uaa paq u e n a facção. F a —
rec©-::e que a finalidade nais precisa de u.ja titica e exataaente esta, *
quo © u-.a decorrancia do acerto coa quo so def i n i u quo tarefas o caninhoo
sao ago ra aais ^ ad e q u a d o s , raci o c i n a n d o soapro e:^ toraoc do papel quo d e ­
vo cuaprir a tatica no aoaento atual. Cra, ao não correr riccoc, não dan
do nen. u a paono a l o a do torreno ooguro doc princípioo o da sensatos, fi<í
caaosea corta adida ni n a posição oportunista "apreciando" o d e s e n r o l a r 1
dos fatoc, coao u n a ospecie de 'jainoria proficcional" (coao dinia Leon '
Elua^ h o a a a talentoso nesca :atoria, "C poder ó tontaderr , nao só a ppoci
çs.o o conf ortávol" ) .
i^aroce-ae q u o o C E — K dou - j u n t a a a n t o c o a noesos a :igoc doc s a fron
te - u a p a s s o i a p o r t a n t © no s o n t i d o da a l t e r n a t i v a s a a i c c o n c r e t a s . A i n ­
d a ficou n o aoio c a n i n h o , a v e r d a d o , n a o a p o n t o u " e a q u o d i r e ç ã o d e v o n o s '
p-ç>.p?n

r e c o l v o r o p r o b l e m a ( v j e C P e J L t s e é que f o i r e c e b i d o , já q u e e o c a c é l
é i c o r r i g i v e l m e n t e d e s p r e o c u p a d a c o - j a c i r c u l a ç ã o de m a t e r i a i s ) .
A crítica cue os co m p s do X faaem ao posições a s s u m i d a s n o S E — K t
ten o pr.'3Í d e r e f o r ç a r o l a d o mais atrasado d? pratica que v í nhazaos 1
tondo. Co.: e f e i t o , c e n t r a r h o j e a crítica no f a t o de q u o a a a n d o m a n o s a
c r í t i c a ao d a n o c r a t i s m o , s i g n i f i c a não dar u m p a s s o s e q u e r a f r e n t e .
A b a n d o n a d o s a c r í t i c a a o do: »ocra ti o no, p o r c e m o o t o -a a c a r a c t e r í s -
t i o a de tonder.cia? í^uase i s o o . E n t r e t a n t o f o i a s s e o a s p e c t o •p r i n c i p a l ,
o po-to n e n t r a v e c e n t r a l na n o s s a a t i v i d a d e ? De m o d o a lgum, .uo objoti,
vos c o i o c - ^ o o par^.o c o n j u n t o d o movi-c.r.to ho.^o? iiosa e n q u a s t ã o c e n ‘; •
t r a i , c o . p a t í v o l c o i a d e f i n i ç ã o d o p c p o l d o tas a t u a l m e n t e , q u e s t ã o que
o C E - K n ã o r e s p o n d e u s a t i s f a t o r i a m e n t e , *e q u e 03 co: ps. de jí n ã o a p e n a s '
dei::am Ce r a s p o n d e r c o m o a i n d a d e s l o c a i-:«
-i.vfcre ianto a r e s p o s t a p o d a o e r procurada'por esse car.inho. a v a n ç a r
a res i s t a n e i a p o p u l a r , A q u i n o v a m e n t e os c o m p s . de Z criticai o fato de
quo "resistencia p o p u l a r " l e v a r i a a confundir a composição s a c i a i do3 sp
t o r e c englobados n a l u ta, co:: o c o n t e ú d o político, a ‘direação da luta.Ja
varemos as ta auastão, mas a n t e s esgotemos a primeira.
Co a criticaao democrrtio ao foi abandonada 0 principalmente porque
o S3-:. comegava a perceber que a crítica ao democratismo ,já não podia :aa
is ser faits a moda antiga (contraposição pura da palavras do ordem),mas
ainda não encontrava satisfatoriamente n . oaninho novo, k crítica de 7. o
nesse sentido aabatrata, axatamonto por não so referir a esse caninho no
vo,
3 aqui e praciso deirar a uastão no tar *ano ado .nado: a./, primeiro
lugar a questão j? não podo cer . ais rocolvida no ca. po do "dãl?l.tiiçooo_r
para o 1-i", Ao indagarnoc quais ao tarefas que se colocam para o conjun
to^ão 112 hoje, estamos desde logo apcmtado para fora íelo , i^ois sua empa
ri c..aia reconto e ?.s condições políticas novas es-.; quo vivemos j§ há algum
tempo, i n l i c a m an ua as tarefas do organinação prcpria, ltacade ica" ao
ainda são inportaates, o são já comc questão secundária, pois a rasistôn
cia doslôca-se ..oc proble as específicos do ilS para a ação aio geral da
dita ura, iTaste campo a atuação do 131 só pode. ter - no nou entender - um
senti ~a: annllar o ^ocr;a ;a da ait.-.^nra auxiliando ja_ or::anisação popular,
neste torreno que deveremos situar as tareras concretas n.o so colo -
quem r. cada momento, Entretanto esse sentido reivindica uma outra tática,
pois l nt oc de oer um proble...a do "iíí, j/. passom a ser u: problema daclas-
se opor ária o do povo pobre, po.Í3 os ta. os falando - o conlocando no cen­
tro -_da "organização popular" a quo os estudantos apenas auxiliara, k
questão portanto atingindo o conjunto da tática, atinge e.. primeiro lu -
gar o noess trabalho junto a classe oparária a apenas secundariamente os
estudantes.
2 aqui parece-me s e r inadiávol tirar lições ,já não digo das a s s e m b l é i a s
do povo de Vo, mas - mai3 proximamente - cio ultimo íc do :a i c .
l^ao foi um lc de 1-ai o "vermelho" a guisa do pe ocorreu em 68 na
praça da Ce, o q so os nossos alegras anigoíj trotshistaç julgevam poder '
r o o t i r , davido a sua tradicional afeição a grandiloqüência e a gritaria
oca, ou oaja, demagogia perueno-burçuesa,
-introtar.to nao se tratou também de un si .:plec pZ.rolonge.menta, "re­
visto e aU-.entado" quo foss e , dos anos anteriores, Co á prolongamento ,
nao encontraremos no 1^ de maio dos ar.os anteriores (por extansão nas
nifestações txpicí.s do período) a relação, mas neste caco apenas nao A b -
semblóias do Povo, Do mesmo modo, ac recontes campanhas salariais inali-
can numa :rudança significativa.
Paio que e ctou ^abendo, os çom.ps, do 0 3 procupam agora elaborar u
ma preposta do "Comitos de Recistencia", com quo so procuraria i-espondor
ao potencial revelado por estas manifestações anplac r.oc bairros,
3 acredito que isco ce indica mais precicamente o alcance prático'
dac tarefas que se colocam agora, dove t ra-er consigo u a visão maio pra
cisa da tatica, de modo a que ela não 0 0 ja simples hiorarquisação dac ta.
refas par: .anentoc.
ho jo , a tarefa e exatamente oc ca: or^;anir:ação a roolctência ponular
^ llQ i-~-t-avlor tíósse -.rocosso cue lutamos aela hegemonia, ou seja, procura
mos fortalecer a direção operaria, seja pela defesa do programe, soja po
lo esforço do or^anisaçao xaropria do proletariado_nac fábricas e, em se-
g u n d o lugar, ç e l a S r e p e r c i a s õ o a d a s t a s duac q u o s t õ e s b o t e r r e n o da c o n s ­
trução partidaria*
üm t r o n o do cuo q u e s t õ e s se dá h o j e a r o s i s t or..c i a p o p u l a r , a i n d a '
p o t e n c i a l e p a s s i v a .ante, o q u e 00 a s u a organisaçao tornara a t i v a e c o n
o r o t a ? E u t r o n o d a q u e l e s q u o s t õ e s c a n d e n t e s , q u o e . cad a m o m e n t o históri^
c o — o s t r a > 0 0 corno m a i s a g u ç a d a s (a guerra e a foi e, n o c o n h e c i d o e x e m -
p i o ) } h o j e e s s a s q u o s t õ e s sao o x a t a m e n t e a carestia, a alta en lou qu eco dc)
r a d o custo cio vicia, do us lacio, e a r o p r a s n ã o policial de o u t r o l a d o . *
u ão as d u a s q u e s t õ e s p o l í t i c a s m a i 3 i m p o r t a n t e s n o n o ar.to, a q u o l a s q ue
e v i d e n c i a m os d o i s a s p e c t o s c o que a d i t a d u r a m i l i t a r p r o c u r a a l i v i a r '
"os de c i u a " ca c r i s e c ipitalLsta» A q u o s t a o da o a r o s t i a o p o r o u t r o l a ­
do d e o s p e c i a l iai por tan cia p e l a s s u a s a m p l a s r o p e r c u s s o e s ; o l a se r e l a c i
o n a h o j o n ã o a p e n a s c o a as c a l a m i t o s a s c o n d i ç õ e s do vida c.as n a s s a s p o p u

sa t r a t a p o r t a n t o d o p r o b l o m a s a l a r i a l se v i s t o 0 c u a c cli.:ensoos p u r a -
manta oorporativac, nas dosto p r o b l o m a s i t u a d o o suas r a l a ç õ e s com a
p o l í t i o a coral c o n :.ue a ditadura m i l i t a r t o n t a s a l v a r a c o o s a o b u r g u e -
sa, .uais as s o l u ç õ e s o a r a esses problemas? Hão ha outra senão a q u e l a s 1

.rriaçao mais ampla da f ormaçí


o hipótese da praso t ã o l o n g o q u a n t o a b s t r a t o ) .
•V a • I < . I .

.á & l ij U W 9 U u C« V C n V V M V V W iI. — 'V V v/u v»

nas m a n i f o s t a ç õ e s c o n c r e t a s d e s d e já.
ii d e s d e já, q u e r d i s e r co:.j as ç o n d i ç õ a s a t u a i s , i s s o ^ s i g n i f i c a a
p r e s a n t a r o problesna d a r J s i s t õ n c i a a o a r o s t i a e a r e p r e s s ã o p o l i c i a l ^
n ã o a p e n a s s o b a f o r m a de p r o b l e a p o l í t i c o g o r a i a do f o r m a s o r g a n i 3 a t o
r i a s g e r a i s , :..r.s t a m b é m s o b a f o r m a da t r a r o f •o c o n c r o t a s , i m e d i a t a s e
o~. c o n t r a p a r t i d a d e o r g a n i s a ç ã o m a i o l o o a l » ^ p r e c i s o a q u i u n a p l a t a f o r ­
ar. o u p r o w r a n a d a a ç ã o , m a i s i m e d i a t a .ue i n d i q u e os o b j e t i v o s c u j o a l c a n
oe imaterial p o d o s e r d e t e r m i n a d o n o n o n a n t o ,
A neoessidade de u n proçraiaa de a ç ã o i m e d i a t a se f a s s e n t i r t a m b é m
n o t r a b a l h o da o r g m i s a ç ã o p r ó p r i a da c l a s s e o p o r á r i a { a p o n t a r as c o n q u i s
tas q u o d o v a m a g o r a n o r t e a r o t r a b a l h o s i n d i c a l , que a i n d a a a v i a do
o r g a n i z a ç ã o n a s f á b r i c a s , p a r t i c u l a r m e n t e ao c o n q u i s t a s n o t e r r e n o ^ do
f u n c i o n a n e n t o d o s i n d i c a t o , q u e d e v a m s e r os o b ^ o t i v ò s i m e d i a t o s , o o '
q u e p o d o d a r u m p a s s o a f r e n t e n o t r a b a l h o s i n d i c al. q u e t o n d e a se e n -
red
tro
movin<
oal
oe jí
de tor . i n a ç ~ a o d e o d j o t i v o s mais im ed iatos pe rm i t i r i a m cob ra r hoje uma o
r i e n t a ç a o m e n o c a r t e s a n a l , v o l t a d a p a r a e x p l o r a r as v i a s i m e d i a t a s da o r
g a n i z a ç a o n a s f á b r i c a s . A ú l t i m a c a m p a n h a c o l o c o u u m a s í r i e cio questões"*"
q u e p o d o u e n t ã o m o s t r a r o quo d o v o s o r e x p l o r a d o ; o d o c . de t á t i c a do
C U - nosto asrócto - a p r o x i m a - s e b a s tante da questão,
A q u o s t a o d o s b a i r r o s e cie u m t r a b a l h o s i n d i c a l m a i s p r o f i s s i o n a l 1
a c a b a e r i g i n d o do n o s u m a n u d a n ç a do o s t i l o . 3 f © t i v a : .2a n t e o p r o c i s o d e i ­
x a r do p e n s a r e m torr.ro cia p o l í t i c a e s t u d a n t i l q u e - d e v i d o as c a r a c t e ­
r í st ic as a r o G p o n s a b i l i d a d o social desso setor - o eu ger a l algo mais 1
oi.uplos, q uo p o d o s o r r e s o l v i d o p o r u m n ú m e r o -oquor.o d e e x p e d i o n t e s e
Oúv-.omas; a l g u m a s r e i v i n d i c a ç õ e s , e n t i d a d e s , forniaçao de u m a t o n d e n c i a .
• •• " a r t i c u l a r " as q u e s t õ e s i m e d i a t a s c o m a l ;um o b j o t i v o gare 1 quo satis
faça a natural curiosidado d o e s t u d a n t o a c e r c a do f u t u r o , o t e m o s os i n
gridierit as do una r a a o á v o l ^ p o l í t i c a . £ b o r a s e r t o r f o r .ralado u m p l a n o '
n a s c o n o r o t o s o b r o as q u o s t o o s p r a t i c a s a i s i m e d i a t a s , a c r e d i t o quo e l a s
' F s - j ó - c r f G . i p í ®
^ m

devam c o w :'gir sempre? para um ponto o“ r.o e o da dospartar a. oapacidade *


co aut o~'jestao das .'.asoas r.v;: terreno cuja repercussão social a inteira-
menta dinars a da universidade. Implica em ï.uo refor:'..e..os o nosso estudo,
partindo o estudo Ca política não da toori.. geral do Estado, ,;ac da orga
nização c merot.~ do Estado, da administraçao, dos organismos políticoa 1
locais a casinstituições sociais, tal couo osse aparelho se far; sentir^'
na vida das assas; o p a p e l 'da uma camada do intolectuais na organisaçao
social, oo.iG "cimento", etc»; o mesmo na economia, rua podo partir de uma
detoninadr. política economica do.-iinante, do nívol atual ^dos seus recur­
sos o íx^r.s de orjanisaão; destaque pa:~a a p o l í i c a agraria e situaçao1
coc carpos• Isso deve repercutir também numa crpacidat a mais concrets a
racional de dafesa do programa.

4) REGISTÔIICIÁ POPULAR E COiJGTITUxITTE " P O P U L A R "

Do ondo surge a proposta de Constuinte ? El?, não ora faita,


x o p i o, em 71 su 72. E, se por acaso o fosse, seria fácil mostrar

falso problema} e una resposta burguesa a um problème, real, o 1


desgasto dr ditadura»
ó qua se visa com a proposta de constituinte r.ão o exatamente dis­
penser o "concurso" das massas na lut r. contra a ditadura. Ias sim r e s e r -
v n r » l h o o papel do b o b o da certo, ou soja, de baso de pressão para a f o r -
mação alternativas rue pormitom a reorganização polntioa da burguesia»
Os liberais "osclarecidos" olham com visível entusiasmo para o exemplo es
panhol o procuram tirar dessa e::per:.a- cia concreta tòdos os ensinamentos
estrat^jioos o táticos que ela aponta. Quo porfaijão 1 3 - o falta faz a
quio genio político de um Cuaresl i-as uma. das lições :ua os liberais ja

xistisse ao r.es.io tempo outros genios co„o ü o:izales o Gantiago C a r r i l o , 1


especialmonte esta ultimo. E a grande vordade I çue não faltam candida -
tos a preencher os rooiectivoc papéis; falta encontrar a trama : ais ade­
quada, pois ao condições são específicas.
Prazar a política para o plano parlar.ientar; deixar (e inclusivo e&
timular) quo as : assas se organizem no terreno sindical o qua poli icanen
te se mobilizem (o ativamente) porém não para criar organizações própri­
as,mas par-, fortalecer a fórmula burguesa, o parla: v^nto, ate» Eis os-’sa­
grados principais da oem sucedida redo: ocratização a ospan. ola, que ao •
longo da ...istoria j-~ foram uoedos uma boa cantona do vazas.
A proposição do constituinte tom pretensões semelhantes, embora a
indr. não tenha resolvido sati3fatórianente certos problemas, antre oles"^
_ __ - ____l ^ ^ / __ J ^ ij _ *• _ . , ** . __

ai
C[t
_ : t ----------------------- Z ' J — _ a — <->------------------ * — --------— •—
;ituinte fei­
ta paio partido bolchovique; com a "pequona" diferença qua os bolchovi -
ques faziam isso om 1 9 0 5 com a insurraição nas ruas; pois e ..bora a ques-
coio-
clida co
jus tenta
argu -
manto dos ::.odarnos trotshistas seria o c aso da - um potico cmtos - quan­
do ainda nao existiam os soviets na . perspoctiva insurreicional, propor*
a constituinte como o "ápico" de um ^rocosso no cual o próprio soviet *
surgiria; o provavelmente nuaCa t eriam surgido. Voja-so t a m b é m cue o sur
gimento - pala primeira vez - dos soviets não passou por uma prévia "de-
mocrú tiie. burguesa" (e estava-se na etapa denocr?tica, o que torna a coi­
sa maio complicada).
Do ponto do vista dos princípios a proposta dos trotshistas é jus­
ta. Jma cono«ituinto^tíasse tipo póda ser colocado teoricamente« mesmo am
condições da revolução socialista. Entretanto qual a sua ralaçao com a
^ 3 a -< p G.p ja ,
* *
21.
ai tua; “ o atual, já que e s t a s e n d o f a i t a hoje? N e n h u m a , do ponto de viata
revolucionário. Hoje a constituinte '.ua e s t á n a o r c a u - â o - c i a é gure.mante

ohooí - s e coj ±330. E n t r e t a n t o o " p r i n c ip ioc io" ( i n t e l e c t u a l i s m o , i m a g i n a ­


ção fcrtil e raciocínio muito c u r t o ) d o s t rot olcistas a o d a f e n d e r hoje o
» « ■ a à I ■ mf m
m a «

n o d a s p o r s p a c t i v a s •i m e d i a t a s , f o r t a l e c e n d o o que o n oi je. e m a i s f o r t e ,
a sa í d a parlamentar.
E do qualquer m aneira n ã o cerve'o a r g umento do ue a çuestao está
colocada co o agitação p o l í t i c a g e r a l . P o i o o único m o m e n t o em rue a a*>
gitação p o l í t i c a passa a s e r e. a; i t a ç ã o do formas c o n e r o tas de podar - o
inclusiva - de n u a s formas c.õ organisação (no que oe situa a constituin
to) é essatanente e m q u e isao sc t o r n a u_..a v i a de d e s o r . v o l v i n e n t o inedia
to.
Mac Q certo que - hojo em dia - a rosposta ao p r o b l e m a da c o n s t i - -
tuinte n ã o p o d o m a i o ser h i p o t é t i c a c o m o h á d o i o a n o s a t r á s , e m que ree.l
m e n t e o c o n t r o d o p r o b l e m a r e o i d i a n o f o r t a l e c i m e n t o do oindicslisuo com
bativo4
-•-ojo e m d i a s a n o n ã o é ,aia a q u e s t ã o c e n t r a l . C a n d a m e n t o d a c r i ­
se, oracc:. -ento d o d e o c o n t o n t s m e n t o da u m l a d o e o c'osgaste d a d i t a d u r a *
d o o u t r o , c o l o c a m c o m o p r o b l e .a o e n t r a l a o rra niaaç.ão dr r e s i s t o n c i a p o ­
p u l a r , o u : a eicprossão ...aio i m e d i a t a p o d e m a n t a o s e r V o m i t e s do_ -^Vaisten-
c i a a o a r o s t i a o ropras^õão p o l i c i a l v o u s t a n t a d ó s n o s b a i r r o s , p o s o i b i l ^ -
d a d e qu o d e c o r r a d a s n o b i l i s a ç o o s ja o c o r r i d a s . l a s o e v i d a n t e n e n t o nao
s i g n i f i c a a n u l a r ao t a r e f a s n o t e r r e n o o i r . d ic àli amo c o m b a t i v o , n e a a o p o r ­
q u e ..al ao i n i c i o u ; e n t r e t a n t o a l a d e v o s e r v i s t - ~ o i n t e r i o r da u m a n o ­
va situação política^ a qual justamente implica am p r o b l e m a a cujo enfran
t a m e n t o c o l o c a n u n n:ivol s u p e r i o r as t a r a f a a a i n d i c a i a e c'a o r g a n i z a ç ã o 1
propria c c l a c o a o p e r a r i a . -°oio. o a p r o v e i t a n o n t o daa v i a s d e d e s e n v o l v i
monto n o v a s , p o d a c r i a r c o n d i ç õ e s m e l h o r e s pare. o p r ó p r i o t r a b a l h o d e or
g a n i a * ião nao f á b r i o a o .
^ o l t a m o s a c r í t i c a da X t ó a o c o l o c a r a s t e p r o b l e m a , c a m a r a d a s ,q u e
P f f
ao t o r n a p o s a í v o l t o r c l a r o o n d a ao c o nw t r a a crr.tica ao ait o r n a t ivas bur
g u e o a a o u c a n t r i a t a a , e o p o a a i v e l ante.o t i r a r a " c r i t i c a a o d a m o c r a t i s -
--—

m o " f e u m a o a t e r i l g u o r r a d o a l o g a n o ( " l i b e r d a d e a p a r a oc t r a b a l h a d o r a o 11
X " l i b e r d a d e s do: o c r á t i c a s " ). á n a m e d i d a e m que a p o n t a m o s o t e r r e n o c o n
e r e t o a., que d o v o s e g u i r a l u t a p o l í t i c a , o q u e a p o n t a m o s e n t ã o 03 o b j e ­
t i v o s i m e d i a t o s q u o so c o l o c a m p a r a o c o n j u n t o d a mosse^, qu e co doli:. it a'
tombem em m a e a o n d o d o v o m o c c e n t r a r o c o m b a t o p o l í t i c o as doar.is t o n -
;o a d i f e r o n -
íemativa re­

li ho
r o o do t
mente a
t i a a ja ae c o l o c a co .0 p r o b l e m a * t r a t a - s e d a g a n h a r as .lascas p a r a o f a ­
t o de q u o i s s o :iao e a p o n a o a s c u n t o p a r a oc de " c i m a " , n o s g a i n o t e s ,
m a s do q u a o b l a t e u m a m a n e i r a p l o b e i a do f a s e r p o l í t i c a , h o j o c o m p a t í v e l
com a resistência.

C77 - ifuno.
• T /j &
OabuHV&ÇOES SOaiiE A E E S P O j TA DO BP X TD-45

I) Na sua resposta ao nosso documento anterior* o BP julga h a ­


ve r resolvido as questões por nos levantadas em relação a iodos os •—
problemas que envolvein a proposta da realização do Congresso da 0. e,
no final, iropoe que se colocjue tuna pedra sobre o assunto, alegando -
que precisai-los tratar da pratica.*
Que precisamos tratar da pr ati ca não resta a menor duvida. -
Du vidosa e a hipótese de cue a d'> scussâo de Congrei-so dificultaria a
pratica. Afinal, não seriamos le ni nistas se acreditass^mos na inexica
cia dos instrumentos do centralismo democrático para garantir a reali
anão d?i pratica part id ari a global.
E relação ainda a questão discussão interna x pratica, rea^-
P: riamos nosso ponto de vista de que a a m e l ho r e x p l i c i t a ;ãc de ros«-
sas posições — corrigindo o errado e reafirmando o certo — c;ue ne-a

*
'«v
■ ........ ............................ .............
1' )T nos armara para intervir na realidade. Com o ^aguçamento das
•v de classe, a nuestão do poder politico tende cana ve- mais ™
ir um grande d e s t a q u e , ^quer na agitação, quer na propaganda; e ee
lu-

* .. questão do po d e i politico que sb situam as nossas maiores deficie


P r as, contradições e lacunas. A possibilidade de as posições proletá-
A ias ( a nossa 0 $ ) v i r e m a pol rizar o movimento e mesmo setores ■?.*'
,\j!p ü i-Jantes da esquerda, vai depender de respostas claras e congruentes
\j\> r,. possamos dar a questão do p o d e r político revolucionário, sua ce
y V posição, meios de realiza^-lo etc; e nossas respostas, as respostas
atuais da- 0 ., repetimos, ainda são obscuras e insuficientes era rela^--.
çno ao problema, em que pese o fato de estarmos mais ( muito mais ) •-
avançados r e o restante da esquerda.

i! íossa p osição não i nteressa di scutir por discutir; não —


acreditamos, tambem, que uma D.I. tomara tempo da pratica e x t e r n a ”
1 ..osso objetivo e adq u i r i r melhores armas, mais afiadas, para intervir
V na luta-; mais, não estamos pedindo uma interrupção da batalha para -
afiarmos nossas baionetas.

ii) Iíão acreditamos gue o BP tenha aprofundado e esclarecido ■me-


lhor sua: , posições nas criticas que desenvolve ao nosso d o c u m e n t o . 0
que houve, nas discussões no BP e no CN , foi uma maior abefctura em
terios d( eliminação de certos preconceitos. Alguns fantasmas f o r a m -
devidamente afastados. As discussões se de ra m em nível mais elevado
principalmente a que foi feita no BP. Pode-se dizer, mesmo, 'c.e a -
T D - 4 6 : foi incapaz de refletir com maior fidelidade o proprio cara—
ter das discussões, ja que seu texto final não i n c o n o r o u alguns arca
\itxi cs e explicações levantados.
Por outro lado, continuamos a acreditar que somente um Congre
sso — com tudo que ele implica em termos de preparação sistematica —
e rue poderá dar uma solução consequente e seria para o debate.
j.ío entanto, não nos furtaremos a algumas observações a —
;lResposta a TD-451’. Vejamos.
— Primei ra Parte —
1) A TI}-46 nos critica porcu-e teríamos formulado u m esquema e
que seria consequência uma colocação absurda; segundo o BP: 0 impe­
rialismo anarece como u m senhor todo-poderoso que utiliza ditaduran -
ilitares para obrigar o proletariado da peri fer ia a trabal ar com
remuneração ba ixa.” ( pag. 2 )
Ora, do nossc ponto de vista — e do nonto de vist a dos do
cumentos básicos da 0. , 0 :'A.V.", p o r exemplo — a função da ditadura
nos naíses ~>eriféricos ó, em pri meiro lagar, garantir oue os orabalha
dores trabal .’em com remuneração baixa; oue o apoio do imperialismo te
: ia sido decisivo para a instalação e manutenção de ditaduras de di—
reita em todo o mundo nos parece ser fato tão obvio que n em os dete-
emos nole. Assiij, não veaos nada de supostamente absurdo ria coloca—
So do nosso 'esquema” .
A TD-46 afirma que :,o capitalismo t e m necessidade de elevai
oi; evitar a redução) da taxa de lucro em todos os _paises__do ^ d o 1 .
ag. 2 , grifos oiiginais ). ííão discordamos disso e também não vemos
o jae esta afirmação, tão genérica, tem a v e r com o tema 'em debate.
A seguir a T B - 46 alinha um argumento com o qual, ai sim,
Ge os div r ências i m oo rta n t e s . Di:' o BP que são varios os eleiientc
• 1o p r o p i c i a m uma maior taxa de lucro na periferia, citando a baixa •
> -'osioão o -ánica do caiital, mão cie obra abundante, terras br.rati/;
t é r i a s-p ri mas acessíveis etc. L a nossa divergência surge no mo. io
t.. em que a T O - 45 aforma cue estes elementos são independentes entre
:i. Do ponto de vista do P S B -- ponto de vista co nue concorda. >os •
..yfces fatos aão interdependentes. Dste conjunto de fatores constitui
o próprio subdesenvolvimento. São tão estruturais quanto estrutural ó
pVÓprio subdesenvolvimento. A isto ainda retornaremos nest. s ;,0bser
v a o Õ e s 1'. ?:< ui só queríamos acrescentar que, de acordo coí o P'j,, o -
cj.e. fsiito pr incipal de maximização da taxa de lucro da burguesia nos
■aíses de r e r if eri a é a baixa remuneração do trabalho; esta ese,
liás, é a me s m a oue B u k h a r i n defende no livro citado nela própria -
T )- 4 6 .
3) a Td-46 afir .a que nós colocamos em seru.e o nosso proprio
esouema ao ad.Aitirmos cue t a m b é m existe exploração de mais -v ali a rela
t i v a na periferia. Por nosso lado, não vemos contradição alguma. Pois»
a) Hada impede que uma determina empresa adquira maquinas
ais sofis içadas e, ao mesmo tempo, continue a p aga r salarios baixos
r-os seus trabalhadores; /
b) U m aumento geral de salarios, enquanto estraúegia global
h capitalismo na periferia, seria certamente um elemento de pressão
lo s outro» fatores oue caracterizam o próprio subdesenvolvimento, fato
re. estes 1 e, em conjunto, são os responsáveis pelgfínaior taxa de lu­
cro na periferia. 0 que realmente ios parece contraditor'io e se su o:
- como implicitamente supõe a TD-46 — oue possa ocorrer iwa estrato
ia de salários altos e alta composição orgânica do capital no pais -
mesmo tempo, sem que i. so comprometa a próp ri a condição de subdes
v o l v i mento;
c) Como coloca o PSB ao definir o subdesenvolvimento, a
. vmiç.ão ( tecnologias modernas tem, nos paises de pefiferia, u»u e.' .
...c pressão sobre os salários em função do deseúiprego jaaio:-: o e ac
jata, sendo tal mecanismo uma lei do proprio subdesenvolvi ento;
d) í:ão e pode identi fic ar os processos de formação — o
a função esmecífica, concreta, atual, no sistema capitalista mun-
al __ dos exércitos industriais de reserva dos países de centro -
co os dos países de periferia; isto poroue estes diferentes exeicitos
fa em pressão sobre níveis s alariais d i ferentes ( a própria TD-46 ad­
ite rue ’ ■ ...io Brasil os salarios sãp mais baixos em relação aos dos -
países c e n :,::ais5, ); é de se destadar, também, que o de se.. • e o na oe~
riferia é e.vormemeníe mai or e qualitativamente diferente do de ser •ore*-.
0 - 0 ,P Jg\
"Observações. . . ' 1 - 3
;;o no centro, o que é uma das características estruturais do subdesen
v o l v i m e n t o ; como da a entender E. Martins no seu pouco articulado i; -
"Meiaa Verdf.des.. , é preciso p r o pag an dea r que e somente o socialis-
10 nue p od erá resolver na America Latina o p ro blema do desemprego p -
•antesco — e outros problemas — , como resolveu em Cuba.

•1) A Ti)-45 d i '3 que wBarros simplesmente desconhece as pos.ibi


idades de e jrego de tecnoLogias de maior produtividade pair, a acumn
..ação do capital ". ( pag. 2 ). ITão, Barros não desconhece isso. 0 -
ie jarros afirm a e que em uma formação social concreta e pais subde
jenvo.Lvido ( caso do Brasil ) aumento de produtividade não representa
^umento de nível salarial.
E i abstrato, é óbvio que se pode dizer que, obtendo maior
■ tividade, a b urguesia teioj^ossibilidade de aumentar o salario; -
:.o entanto, isto não nos autoriza descon hec er os mecanisuos de funcio
•ameato da economia capitalista ( tendo o marxismo como referência -
)ói'ica ) nos países periféricos a énoca do imperialismo. 'lias, se
'i detivéssemos somente na conceituação teórica geral, ve rificaria—
>s iate a i i.rodução de t ecn ologia mais avançada, mesmo gorando maior
-odutividade, não e capaz de deter a tendência decrescente d; tara ã
e acro, o ' ue — em termos da apreciação do medeio teorico mais ge-
do capitalismo, do ponto de v i s t a marxista — obstacuiir.a a repro
11 'ão pac if ica e infinit a da p r o pr ia acumulação capitalista.

^3) Quando a T '>-46 afirma que, de 1949 a 59» o salario indus—


’ ial médio subiu de 3 2 $ e a produtividade subiu em 1 0 2 ?Í, o nosso de-
ate precisa discutir estes dados Levando em conta que:
a) Diz o PSB: "A b urguesia só pode evoluir a custa da ex­
ploração crescente das nas as trabalhadoras. A mode rna industria Ce -
base implantada no çaís exigiu a desvalorização do salario real dos -
nrao^lliadores através do aiecanis mo da inflação. E m 1952, um o erário
f .-> lum recel.ia um salario correspondente a apenas 84$ do que recebia -
■je camarada em 1914. E mesmo no período d ese nvo lvimentista — entre
'f-9 5 5 e 1 9 5 9 — enquanto a p r o d u t ivid:.de do trabalho aumentou em^3 7 $®5-
lucro b n to dos empresários cresceu em 76$, a elevação do salario -
'•■al ficou -p or v ol ta de 15$." ^ ( PSB, pag. 12 ).
i:o trecho citado, é de se notar que o PSB, mesmo ohservan-
.o / um aumento no salário real N em um curto . ,■ —Wperíodo
w i do capitalismo
f no -
•iis, não deixa de dar ênfase a "desvalorização do salario íea.l dos -
rebalnadores através do mecanismo da inflação".
E poderíamos, aqui, perguntar* se acaso tivessemos, hoje,-
auAento da ordem de 15$ no salario real do traba lh ado r brasileiro,
salario deixaria de ser um salario de fome ? As massas trabal iado~
y t e ria m superado a mis éri a em que v i v e m ?
Fa realidade, o erro k k x e e Í í í k b da TD-46 foi o de isolar -
oríodo que, al é m de muito curto, foi bastante especificc n histo
do capitalismo no país. Quanto a isto, deve-se d est ac ar m e no e
• o i.medi ato do p os-guerra a econo^iia b ras ileira não ti aia de Cieis
•jua bala nça de pagamentos, possuindo ainda reservas em outo, tudo-
sco se de-vendo ao fato de se ha v e r beneficiado com a propria uerra.
a realidade, a TD-46 não trabalhou com maior rigor com os dados que
'r. -a a mão
')) uanto a questão do merc do interno, qaeríamos reafii.mar -
nossa posição: nunca dissemos que não ha via mercado interne no r. oi
P 3 . Qi.qí G,p-

0 O £»J. w O v -í vo *~"

o ue disse .^os — e continuamos di ;e/ido — e que os trabal adores o£o


'ia.vticina i s.i ^nificativamente deste íercado. E claro que os trabalha
lores c o m e m ( >orém na grande maior ia das vejaes tão mal < i e não c: e-í
a a in erir um m ínimo de calorias e proteínas ne cessai i a s ao c.ue
sor ia o fuüc ?.onamento normal do organismo ) .
E relação ao documento anterior, e preciso oue se faça r*-
qui uma nota. Naquele documento já t í n amos deixado clara nossa posi-
ão em relação a existência de um mercado consumidor no pais; no en­
tanto, nas. discussões da nossa posição, alguns companheiros não ate n
taram b em para esta colocarão. Por isso, reafirmamos: existe um merca
0 capitr-.lis:a mundial de consumo de bens duráveis e não duráveis, ba
sicamente co-.costo pela população total dos paises de centro ( burgue
..'a, classe édia e proletariado ) e pela b urguesia e classe media -
:ok: países r ubdesenvolvidos perifericos.
/■ TD-46 afirm a que bá fo .ão* geladeira, televisão etc, mes
.o .na case. das famílias mais pobres; embora não tenJmmos a mão esta—
LÍsticas precisas -em relação a estes itens, acreditamos não ser esta
a i . estão central. 0 c/ e imposta saber e se o consumo dos trabalha—
dores t e m uma significação global no total dos investimentos na produ
'ão de bens de consumo duráveis e não duráveis no Brasil. Produzem-se
:afé, cacau, soja etc pa r a o consumo do trabalhador brasileiro ? Pro
use -se automóveis para o trabal. t.ador brasileiro ? fí coi. .truçãc cã
1 1 ao Brasil é dirigida para a t e nde r as necessidades de moradia dos
trabalhadores ? As estatísticas pui licaáas p ela própria ; p r e n s a li-
i:..ral r e sp ond em com um não a todas estas perguntas.

7) /• TD-46 faz uso de dados estatísticos para defe der a pos:'


2 B.r- de que as exportações são um i t e m de p e q u e n í s s i m a significarão '•&
economia brasileira. E usa para isso dados a base do Produto líaciona'
ruto; afir ma que (apenas?) 7, 6< do P E se dest ina a e:> por Lae ão.
E m primeiro lugar, deve-se destacar ^ue 0 conceito de
é bastante impreciso, prestando-se a m a n i p u l a ç õ e s , não sendo esta, -
evidentemente, a intenção da TD-46. -obre o PNB, portanto, e preciso
oue se diga-
a) 51$ do PKB representa.';! o item de serviços ( movimento -
comercial, bancário, fretes, juros internos etc );
b)Estes 7 ,6$ do ^NB que são exportados compom-se de bens de
consumo duráveis e não duráveis, ja que o Brasil não exporta tecnolo-
ia n e m capitais.
c)A produção industrial do PüB e em torno de 2 Tfr;
d) Desta produção industrial, uma gr nde parte ( .não dispo
ios de estatísticas precisas a mão ) diz respeito a produção de matmi
laria e materias-primas industriais.
e) 0 índice de 7 ,6$, portanto, ó um índice alto ro r ue di:
respeito a discussão oue nos interessa? pois a pa u t a de ex •oitaçoo:-. -
rasileiras é composta principalmente, fundamentalmente, de bens r .e
'deiia i sor consumidos pelos operários brasileiros, caso estes ti ves
ei. salários mais altos; cafe, cacau, carne, açúcar, semi-m a n ufaturr>-
os. a l é m dos manufaturados propriamente ditos ( roupas, sapatos, ele
r.-domes ' 1 cos e ate automoveis e tratores ) que cada ve s alcan-
c ... maior destaque na paut a de exportações, como reconhece a i.. cor ia
r -46.
uanto a af.i rmação — que nos traria infelicidade — de < 1 .
MT do cresci ento da econoada se deu em torno do mercado iutermo,
ríamos, apenas, afinnar que t a mb em este dado deve ser visto a 1.iz das
argumentações que acabamos de fazer; não se deve esquecer, t a mb em oue
a recuperarão da economia se fez a partir de uma grande p r o cur a de
bens de produção, alem do mercado burguês e de c.lasse media, a oue ja
os referimos.
8) A TI)-46 afirma; "Mas pa r a Darros não ihá lugar par a a consi
d oração das especificidades de ca« .a forma ão social perante a crise -
muudial ( daí seu espanto em relação as considerações do PÍJB c üecla^-
ranão P ol íti ca sobre a crise cíclica no Brasil ) ".
A citação d e s t a p a s s a g o m tem a finalidade de exe.m- Li li ca?,
o tratamento pouco acento que a TD-46 deu a varias colocações do nos-
30 do cume f't o . Queríamos, assim, afirmar que o que critica os i.a Decla
.ação — e o q u e r e a l m e n t e n o B causou, a ainda causa, espanto — e a
osinão defendida pela D P segurado a qual a crise mundial teria apenas
o papel de agravar uma crise interna do capitalismo brasileiro, crise
o st a r no ja existiria, segundo a DI’, an tes mesmo da defla ra ião ua -
a.l crise -m u n d i a l . 0 DP não respondeu, portanto, a esta critica -
■i fisemos. E seria muito utiL que a respondesse.
o\
Quando fala da questão do subdes n volvimento a T.0-40 aper .
íorça e.... nos a crença de oue o C!v não deu ao tema um tratamento ri­
goroso, e de que não tira as conse uências da ocorrência do sudesen­
volvimento no país.
Ao reafirmar, ior exemilo, que "o qre car cteriza o suble
cenvolvime to e a apropriação externa de parte co-sideravel do exce—
dente econê i c o ” , a TD-46 fica em uma m e i a - v e r d a d e . Isto por«ue*
a) A apropriação externa de gr nde parte do escedente eco-
ê-iico é um mecanismo que viabiliza o subdesenvolvimento, r e p r o d u z i n ­
do-o; no entanto, não e o unico elemento a caracterizar o subdesenvol
•i m e n t o .
b) 0 s ubdesenvolvimento t am be m se d e f i n e f se caracteriza,
^ela dependência econêioico-imnanceira, pel a existência de elevados ní
veis de desemprego, pelo pagamento de salários baixos aos tra albado-
res, ’ o ela misé ri a das massas;
c) não se pode, portanto, isolar apenas um dos elementos -
que ca rac terizam o su bd ese nvolvimento e elegê-lo como se fosso o uni­
co car cterizador do capitalismo subdesenvolvido. As causas ;■ conse—
i.êr.cias do s ubdesenvolvimento (na peri fer ia ) são apenas o outro lar-
^o da moeda do desenvolvimento (no centro do sistema ). Trata-se de
im conjunto de fatores i nterdependentes que ag e m entre si, em cadeia,
to figurando o proprio sistema capitalista como um todo.
A sim, os baixos salarios, a miséria das m a s s a s , o imenso
<■ cito indi strial de reserva, a remessas de lucros, a apropriação -
e;-' rna de grande parte do excedente, a depen dên cia etc, todos estes
icntos, f or mam uma unidade indivisível. E o elemento mais geral --
: fag todo esse sistema funcionai, e a p o l í t i c a , ou seja, o poder -
<..e rstado na. mãos da burguesia, como nos ensina Mar x - enr i /.to (>'■ ■ m
cípio basico -, e demo nst ra Lênin, especificamente no "Imperialis. o.„
o no -’Estado e a R e v o l u ç ã o " .
Por outro lado, não pode »os deixar d e manifestar uma certp
perplexidade diante do fato de a TD-46 considerar como sendo "enormes
os excedente a serem tr nsferidos pa r a o centro e, contraditoriament
considerar como quase que desprezíveis as cifras referentes as export
"Observações..." - 6

ções ( co io°fes ao tratar confusamente da questão do PKB ) ; acres cera­


te-se a isso ue a TD-46 recon.ece explicitamente que as exportações
são essenciais para gerar divisas e. via bi liz ar a t ransferência des__
te excedente". ( pag. 5 da TD-46 ).

10) A seguir, a Tm-45 fala oue o Brasil é u m "país jovem" e que


au lent ando e. produtividade (cer$A consequente aumento da exp.lcração da
iais-valia relativa ) poderia f inanciar o envio dos grandes — e cies
centes — excedentes p a r a o exterior. Como consequência, teríamos õ
agravamento ca "integração imperialista « do s u b d ese nv olv ime nt o” .
Aparentemente, um esquema logico; porém, de fato, irreal.
V e jamos:
U'-- primeiro lugar, e absolutamente imprópria a definição -
do Brasil enuuunto um -país -jovem” ; o Brasil, segundo o P B é u i país
st.1 odesenv’Ivide«. c jo de seuvolvimento e, e s t r u t u r a l m e n t e , bloqueado,
V d - 46 desconhece que o aumento generalizado, estratégico,
da composição orgânica do capital no país põe em xeque u, a das carac-
t ri «ações do proprio subdesenvolvi ment o , ou. seja a baixa composição
or áliiica do capital no pais como • k lodo, como a firma o PSB.
\ T O - 46 não alenta para o fato de que "aprofundar o subde
£•• ivolvimen'o1’ signi fic a aprofundar todas as características do s u b ­
de envolvimento, ou seja- salários o a i x o s , baixa composição or. .áriica
do capital na economia co .ío um todo, monstruosas taxas de desemprego
etc, fatores estes cue te a uma inter de .endênc.ia necessária. a. n ã o __
ser que a T -46 acredite • ue subdesenvolvimento sepa apenas um sinêni
mo de integração i p e r i a l i s t a " • ftrnesto Martins ja criticava osta su
posição no seu desastrado "Meias Verdades" 5 nós também a c:. it içamos -
no nosso documento anterior.

11) ' Td-46 afir ma que i.averic. uma contradição bá sica em todas
us nossas formulações r>or<„ue teríamos afirmado ame não existe eicado
1 o exterior e t a m b é m no Brasil. A l g ns companheiros da 0. ta, ém mani
; ítaram esta posição. Oueriamos esclarecer;
a) Heafirme.no nossa posição da existência de um me: cac-o -
de c :>nsumo mundial;
b) ouando afirmamos cue o;- capitais i m p e r i a l i s t ms se d: ri
í': m a perife ria em virtude do esgotamento de mercado condimente.-
.utavamos nos referindo a mercado de ijavestimento. Espera os cue a
cuestão fique d e f i n i t i v a .lente esclarecida com a citação do tree; o c
PuB, que r-c segue;
•• 0 capitalismo chegou a sua fase imperialista, nos países
ais adiaiitados do sistema, quanáo o processo de acunulação des capi-
m-is, fazendo-se a um ri ti mo b e m maior que a capacidade de absorção -•
interna, so se resolveu p e l a a 'iica^ão externa." ( PSB, pag. 15 )

i. ) , 'O<3— 46 a fir . c. ie, fumeio- ando o escuema que c;r / ticamos


ais acj. a no item lo, noceremos ter uma distribuição de renda, ampi:'.
.cão ao .mere ;o interno, - ■ ue "a • emocracia burguesa poderá ter uma
v i g ê n c i a b e m rauoavel .ac f a t u r o " ; afir.ma t ambem a TD-46; •> [ «ditadura
alerta e antes de tudo um expediente no terreno politico das lutas de
cias; e, cuja relação com a situação eoonêmica se da em ui-i .a inetêna
cia'1.
cote-se cue e . '‘0- 4 6 , quando liga sua hipótese
. e s lári os
altos com a sua -dpotese de de ocracia de v igência "bem ra, oável-’ nc
rasil, da 1 aa leve estocada mo ; ea próprio esquema ”anti-eco.-.-.o micia
f Oj -(f> . <# •Q> .\p Mj
"Observações...” - 7

ta.
/ias quando afirma que " A ditadura aberta e antes de tudo
o i expediente no terreno >olitico das lutas de classe, cu. a relação -e
;oAi a situação econtfmica se da oa n ■ima in st â n c i a11 ( asnas originais
ifos nos..os ), quando afirma isso', repetimos, a TD-46 n~o ■>enas se
confunde, .ias comete um ^rave erro teórico, de base. Diz .£nin, em -
eu prefacj o a pri meira edição de : 0 Estado e a Revolução ” :
" ■' questão do Fstado reveste em nossos dias de uma impor-
:á'mcia par' i.cular tanto do ponto de vista teorico como do ponto de
v ta pratico. A . ^ u r a imperialista acelerou e acentuou considerável
e .te o -rocesso de transformação do capitalismo m onopolista em caoi-
-a.liSi.io m onopolista do Estado. A monstruosa opressão das æ: sas trr-v-
\ al iadoras pelo E s t a d o , _oue se c o o funde cada vez mais estreita, ente
con os agrupamentos. capitalista; todo--poderosos, afirma-se ais e
íais” . - ( C í í o s nossos.)
E esta a visão leni.ai st a do problema. Portanto, esta ait le
ci.lação da economia com a p ol i t i c a apenas em "ulti <ia inst^.icia” ,ia -
••ão faz parto da realidade do cap t Ij.smo do nosso tempo, do i- ■>eiia-
iismo.

- Secunda Parte

1) A TD-46 diz cme a «DP lesuíiie a;., características do integra


ção imperialista que o PSÏ'. 'avia posto em destaque; a monopolização -
precoce e a sangria de capitais ( entre outras )". T B - 46, >ot q. 6
De fato, entretanto, a DP não resumiu as caracterxs'icas -
da integração imp er ialista que o P U havia posto em destaoue, pois a
).P. omitiu a posição do P3B,segundo a qual a monopolização p:;.ecoce -

’deprime os salários ao nais baiy.o n í v e l ” . Iiós ja havíamos feito a -
citação deste treco o do 3B no document o anterior. A TJ)-46, . • o onta.-ïk
o, não re eu ao trabalho de leva-la em consideração. Portanto, reme
'omos aqui para a leitura do r ferido trecho do PSD. Ele se encootra
o aragraf ' ue começa na p a g in a 16 e termina na pa gina 1 7 atual
leão do PSB.
t) Pranto a q». estão se pode ou não ha v e r uma crise rj| país ge
ada dentro d j.s pro prias fronteiras, temos a dizer o seguinte
a) N u m mercado de m a i s ou menos 15.000.000 de cc su '.dore:.
Xo se poderia, em tese, negar a ..ipotese de uma crise capitalista
!.■. ntro das fronteiras nacionais;
b) Entretanto, a epoca do i periaiismo, com a i n t e r n a d o ,
lj ■ ação do capital, todas as crises cíclicas do capitalismo t end em r
m: lroente o. ser mundiais, como a H ist o r i a tem comprovado, alias.
c) Ouando a T B - 46 afirma ( citando o CL ) caie foi o l,surto
de desenvolvimento da décad a a n t e r i o r 1' que inflacionou os .reçps dos
leios de produção, ger ndo a crise, a TD-46 não se per-.unta pelos fau­
tores que l e v a r a m ao que > CB chama de !ïsur to de desenvolvimento da -
década a nte r i o r ” . Do nosso lonto de vista, como ja dissemos, este sur
to foi um período específico da h ist o r i a do capitalismo brasileiro, e
fc<ve como causa toda uma situação do capitalismo mundial d- guerra e
do pos-guerra.
d) Marx, por seu lado, cuando fala das crises cíclicas do ca­
pitalismo, tem uma visão diferente d . DP e da Td-46.
É certo cue n enh um de nos leu ”0 Cap it al” em sua edição j a
terral, ma no resumo de Borclrdt encontramos as seguintes 'r .p s cri—
^ 3 - 0 - 0 • G . p - o M

” Ob se r v a n õ^~

Tas de Haro:;
— :,As condiçoec gerai.j de cris« ( na medida que sSo inde--'
penâSïiteÿ c.af. osç:;la .ne,, gerais dos pregos ) devera ser
'de duz id as 1 rs corn ...ais da produção capitalista*?.
( £..ifos n o s s o s ) . Coutix.‘ .ua Ma r x ï
xxeikex axîaaiî.»::'';axâiîHx;' «s.-.pJou w : p 4c a m i ? U B x l a & •£&;>:-sjbkse...
SBXBHXXrXX
sl A simples relação asav-lariado capitalista implica:
1 . nus a ti orla ..os -/oc! -.tores, os operários, MãBxpEH-
BapsxgKZXEDiîSiii'aiâi’-îXJsœ seja:, não-consumi dores ( nã. compra
dores ) de uma grande ,,arte de seus produtos, a saber -
os meios e os materiais de trabalho
2 . Qre a mai or ia do y piodutores, os operários, não oos-
sam consumir um ecuivalente de seu produto, senão se e l e ‘
p r o d u z e m mais do oue osse produto — a mais-vali a ■©«. so
bre-produto:l .
■ 'ais adi arfe, üar x a f i -• a " aess£nc.ia da produção capite
ji a implica, pois, una produção cae não leva em conta os li ait es -
!.. íercado".
■azx considera a amta ou a baixa de preços dos meios de
odução co o -crise parcial-, causada por urna”produção desprooorcio-
„!•’ • acredita, ainda, que 1 a pro pri a crise pode ser uma forma de ..
co ipensação •.
t-Iarx conclui» ” \ super-produção e de terminada p e l a lei -
..o.a.1 d a pro du ção cap ita li sta: p r o d u z ii na -pedida das f o i ç as prodati-
v a 3 , isto e, s e rundo a po ssibilidade de explorar, com uma nassa de ca
pitai dada, a maior ipassa possr.vel de fcrah&lho, sem levai e . conta os
liaites retas do ce r c a d o*1- ( grifos oui .inais )
T j poir , baseados em uma feate marxista, que r e a f i 3.namos a
oossa posição ante ri o a: t- cra.se _>: -G 4 ião foi uma crise cic !ica.
ota; Os trec. on de M a r r , citados entre a?,pas, fora extraí
dos da la. edição e . P oj.t utiles do lio., ano do ‘'0 Capital", feito por -
Juliei Borc. ardt, edi (-.ado e-: 1>67 ,>e ■... Zahar ]-jditora. P a : iras; 20C, -
.07, 289. »
3) uanto a ífiy neção ca TO -4 r f: eco o objetivo da P P era -
lo r trar a falta da base marxista p í.i . . a tese da realização da. .Æ-iæ-va
lia no mercado e x t e r n o ’, continuâmes acreditando ç.ue a BI . se eofor< cu
: ito p ar a p ou ca coisa, pia o defuado não merecia tanta vola, ja «ue,
'Como afirma aos ant\ ri oriente, ,aseaado • ar., inclusive em una tese de
dukharin, a estão b a s ics na-.- o sabe?' se a mais valia se réalisa ou
não no exterior; na r alidade a O a se empenhou na solução de um fal
o problema, •falsa ei pie colocado o decisivo pelas posições tercei­
ro- av.ndi st a s .

4) \ TB-4b a f i i a o ..a,ã , ..1 se desloca para o exterior nãc


é oela ia.possibilidi.de
r do aplica.-, x^ no o ais de origem, mas ei busca a'
1 cro máximo; a T B - 46 tiia e.:lo c o. =coito Âe uma citação de Mar:- feita
po r Pukharin. Po entant p , Buldi.ii a- • fa outras considerações en seu
livro. V e ja..os nu ai s são
'e se export. ...pil' l, :isto se faz também para se obter
a i lucro ext: a: - dirario- ,
T.:, nais adiaatc. ; no pa.-.t ^a 1 1 1 do mesmo livro de Puk ha rin
ci t ado p el a T ') -46 , enc c-.<11 r a os :
Esta difer en ra de r e m a n«ração do trabalho, da ruai depen
"Ccsex vaçot... „ . . -

de funcional, lente o xiíve.1 do lucro, é a ve rd ade ir a causa 1 c-r rida -


dos capitais ".
i\a realidade, o çr.e i mporta ficar claro e que os salários
:.a p e i f e r i a são mais b a i x o s , nãs apenas e v e n t u a l m e n t e , /..as estrutural
icnte. E este e um ponto de vista defendido literalmente por Marx em
. 0 Capital-, E os salarios são baixos por que se tratam Ce iaises sr tv.
.o envolvidos . tie, p o r sua ve/,, so são subdesenvolvidos p o r oue os
.'‘■ ■sesjde centro são desenvolvidos^ e estes, por seu lado, sáo desen-
v lvidos p or que os outros são subdesenvolvidos. Este é o esocema da
~'.«sanajcxiXüSJiiB his to ria do capitalismo mondial. E é l e v a m ;.o isto em
conta que Doc.ere.jos resp on der se os países centrais tive ra m ou neces*.
~iCade de e? portar capitais excedentes. E sem querer entrar e t;m a a
•'ilise H XHx sm áü uu.o seria necessariamente pr ofunda e detail.ada de to­
das «■ ( tapa:, da acumulação capitalista e do movimento internacional
uo capital ( em nie necessariamente teríamos '>ue levar e ■ . conta a lei
da t e n d ê n c i a ’decrescente d?, taxa dp lucro ),queríamos, aqui, íicar —
co i a citacao 'do ^SB que fiarmos uo item 1 1 da p ri meira narie desta
doc mento, o que e defendida a posição de cue os caoitais dos países
desenvolvidos vieraj. pa r a a perif eri a por falta de absorção interna
em relação a acumulação de excedentes. E mais do que óbvio çue eles -
não viria.i para a pe r i f o r i a se os 1 cros aqui não fossejii maiores. É -
roo. taivfce Ceixai claro ".o quando se fala em incapacidade de um de t a
minado mercado a bsorver excedentes, está-se falando de uma economia -
ca italista, em que a ca m c i d a d e de um mercado não se mede em numero
de :-.ome m s , •.as, sim, na capacidade le esta economia considerada pro—
p o rc io /m- lucros crescentes, rue oossam c ontrabalançar a t endência -
histó ric a cio sistema a crise.

5) Quando trata do problema do mercado interno e dos seus li-


mite§, a T O - 45 cai em interpretações subjetivas do PSB.
Oi a a T d - 4 6 ; ;I Quando me nciona a carência de me cs :
1 o e ex
•-.monte p ara • e referir aos problemas que lim ita m ( ,oas não impedem )
j r-osenvolvimento ca pi ta l i s t a 11, (na g. 9 ). Ja 0 PSB tem outra visão:
Brasil e oie um pais capitalista industrial, cujo des-erm olvi àeato
c i-.-ntra-sfc b lo q u e a d o 5’. ( pag. 11 ). E nada nos autoriaa #Lo tó £or eta r
s!,e b l o q ueio a que se refere 0 P3B como algo passageiro; ■-»eZb contrá
ri , a ideia clara do PSB-e que 0 subdesenvolvimento só sera superaelq
'Ia r volução r.ocialista.
T P - 4 ") in terpreta eirada'aente uma pa ss a g e m do CB ( oue í'a
Ja do ba.i xo p od er aquisitivo da imens maioria da população brasilei-
■t enruarn-o u 1 dado estruturai, característico do subdesenvolvimento, ,
..ir .ando fre; »» 0 CE está se referi do a 'carência • de -neicado ( l .o
" .'lido dado ao termo pelo PSB ), ou seja, ao baixo nível de v id a e «.
.( desempre .0 , que amortece.- • 0 desenvolvimento capitalista'1. T.tj-46, -
>ag. 1 0 , rifo original.
Ora, ao inter :m tar 0 termo "amortecei?" ( e grifá-lo ) a -
~4ó acena implicitamento para a hipótese de o Brasil capitalista -
.Ir a ser de: envolvido, ■ . ue incoxooraria as gr ndes massas ao merca
do de consumo.
A interpretação qne a T.ü-46 aa ao termo carência de m er c a-
do é uma ir.'.- rpretacão cue supõe esta carêhcia apenas como um dado -
cuantitativo, ocasional e s up e ravel. Ja as posições mais caras a tradi
ção da “P . O . 5' ( inclusive o PSB), enriquecidas pelas tesos de Gunther
Prank sobre o wde envolvi mento do subdesenvolvimento", afir mam que
F h -0 - 0 G . \ p - J°\k

’QV-uc:

,r ;ais o c :.":;.talisrc no '= .:s ,


’il sera capaz de incorporar as grandes -
oassas trabalhadoras ac mercado de co tsurao.
6) Ouar.do pretende criticar nossa posição sobre o cue I».aviamos --
chamado de níveis internacionais de salario, a T)-46 não nos xesponc eu
sobrè a citacão que fizemos do ,;A . V . ;,S onde fica clara a rei.:.' ão entre
o salário alto no c e n r o o o salario baixo na periferia.
Has o qu< realmente denoj. stra o car ater pouco reflexivo da
Tò- 4 6 é o tratamento eu. dá ; -'paupe i -ação crescente dos trabalhado­
res na socie.Iade c a p i t a lis ta 1 ( esta, ama tese de Marx ) . Ao tehxar -
c. 1oater o nosso ponte de vista de çue os traba.Lhadores do centro tem
um salário i ela ti vau cnto alto, a 7 C~Au por certo se esqueceu dos bem
alimentados e b em vestidos trabalha ores dos Estados Unidos, / .eioaiil a,
Bélg ic a etc., e se socorreu do. tese marxista da pauperi^-açSo; no e, ta
o não 1 e correu e, ba mesma tese ,.arxista ao tratar do Brasil, passt
...lo-lhe desp erc eb ida a miséria mortal; a fome, a doença, .as condições
cues* s u b - h an^p em cue vive a ime. sa maioria dos trabaU.a ores brari.
leiros.
É bc eixar claro, por- fim. e não estamos afirmaildo e os -
trabalhadores n orte-americanos e e : opeus sejam burgueses ou ^ue não
ten.:-am, o o não precisem, de desenv ol ver sua luta económica.

7) 0 n v • o procura rc f .ar a ’ese d ditadura estrutural, a TD-46


não conv-iib i par o av m ç . mo esclarecimento da auestão.
B importante o\ 3 ervar ue. uando o CB fala cue nos países
suLdesenvolvidos as classes dominantes, em função de crises soíiais e
políticas, são obrigados c. apelar com crescente frequência a ditadura
abefrta, a T - 4 6 não se detém sohrj este ponto; limita-se a i t t i c p m m
te ntar comparar as crise.s s o ciais e p o l í t i cas tip i c a s do sp b d_e senvol-
vii.u nto co o concei' . geral de crises cíclicas do capitalismo. Ora,-
isso é de sconhecer a tos: .leninista .os elos fracos, assim co io desco
ihecer por me se dás ( como di» o P3B ) que o imperialismo e a ante-
sala da revolução,
^ )o noFso ponto j e vista, reafirmamos;
B a ) 0 PSB, c o r r e t a m e n t e ,&2xjic defende o conceito de ditadura
s T * r u t u r a l , ass im como o C.C. t a m b é m o faz;
b) 0 PSB tira consequências erradas da tese da ditadura -
estrutural, ao supor que a d it adura estaria imune as crises, chegando,
a defender o tonto de v is ta da luta contra a ditadura como uma e s t r a ­
tégia geral
Ai nd a em relação a ditad ura estrutural, a Td-46 nos acus:
le não havermos entendido o trecho de Lên in que c i t a m o s , sepundo o --
qual n o iimperialismo tr % a t e ndê nc ia a dominação e não a liberdace'
■;a a T 0 - 4 6 não atentou par a outra citação de lê ni n que filemos, c
ele af irma < -.e;
K a u t s k y rompeu co. ■ o marxismo ao d efender p ara a e »oca .o
capital fin>: ceiro um iteal reaciscio,, a dem ocracia pacifica, o si m—
i.es peso dos fatores e-';.' 'micos, pois este ideal arrasta objetivamen
te paia trás, do capitais^ o monopolista ao capitalismo não .tonopolis
v=t...’ - ( jênin, :i 0 I ialismo . „.)
É fundamenta.! < '.c não se pense que estamos acusando o Cu -
e kautskista — como alguns compa, leiios, apressadamente, chegaram a
SUP03-. Pai a se se:, k a u t s k i s t a é preciso cometer erros c ; a.l.i tat ivamen-
te ais graves quo os contidos na: tosicões da, .Direção. iVuito longe de
Ç'b -qi ÿ-Q),
O b s e r v a ç õ e s ... - il

xb esquecei ' ue todo o osforço dos companheiros é exatamente o de -


ivi+.ar o reformismo. 0 que criticamos e a falta de rigor, k h s i x í i í í i í x j k k x
> j. íediatismo, cci nua se lan çar am a tarefa, preocupados — e esta preo
i.pação so o credencia politi ca e ideologicamente — com a manutenção
de nossa linha r evo lu cionaria e proletária; talvez o imediatismo auo
tem contaminado o metodo dos companheiros da direção se deva ao fato
do h a v e r a m ficado como que assustados comi os graves desvios esquerdis
'■as em que mergu lho u a pra tic a da 0 . em periodos recentes, desvios e3
es que os companiieiros foram os primeiros a detectar, y y B s t y cr:^ygnV-
XKH cumpri.vdo, assim, u/ma tarefa essencial par a a manutenção da nos-
a 0 . en u.anlo uma Org nização pro letária e revolucionária.

') \
0 conceito de democracia piov isé ri a não é um conceito só
<.'0 • "o >e'CT) ■, inventado pelo '’Pro.ieto". É um conceito claramente de-
•P ndido no :íCaminhos e C ar á t e r . . . ” e no ''Programa Socialista oara o
•'•asi.L■’. Tratam-se de e vidéhciasm qu.e nehhuma interpretação subjeti-
vi f.ta conéf guira contornar.

no alegra a af rmação da T;>-46 ( e isto pode, ieal e n t e ­


ei considerado um avanço ) de que não e3tá defendendo o -’desenvolvi-
o lento e linear do M O :; na leitura da DP nos sentimos autorizados
e er cue o Cri est.i vesse defendendo tal posição. Agora, resta a e. a;
e f e tj.re consequências , a nivol de nossa pol ít i c a sindical, da
osr a pi opa anda, da nossa agitação.

11) Oue riamos d e i x a r muitíssimo bem claro, que não defendemos


•i losição de '-ue o "capitalismo brasileiro na o pode fa^er concessões'';
:sta e uma An posição oue im licitamente regutamos quando nos reposi-
cionamos e. relação as "POP's!?.
/.gora, que firue t a mbé m claro: a tese do arrocho estrutural
"'O entra em contradição com o qae i’oi dito acima, 0 arxocho estrutu­
ral e uma estrategia do capitalismo no oaís. 0 que negamos, portanto,
e a miçotese de o capitalismo brasileiro v ir a adotar uuia estratégia
le salarios altos pa r a o proletariador
-) A 'T0— 46 insiste na qualificação do governo de Allende como
■ 1 Ç ove m o de Transição. ÍTo s : a tese é a de que o governo de h:.lende -
ho foi u m governo de transição, as s i m couo o governo de K e r e n s k y tam
bf. • :ião o foi , a p es ar de t omb em apoiado por partidos operários e campo
>ses; tais partidos, no entanto, não eram revolucionárioç,mas, sim,
form'd st a s , abertamente reformistas ( a UP no Chile e socialistas <a?
e v o l u c i o n á r i o e meacheviqu.es na Russia); a não ser que se confunda
o overno de Transição ( que só T)cde ser de transição para a ditadura
lo p r o le tar ia do e, portanto, revolucionário •*— como coloca o P. T j ) com
o s governos
, dos —social-traidores
■■ I ----------— que
t correm em socorro da burgu esi a -
iarJ epocas de situação revolucionaria.

A. Th-46 não respondeu a .osição que deiendemos e i rei: '-ão


' :T e a ditadura do proletariado, em que sustentamos que •• element,.,
i/t: enciador eentral entre os dois tipos de governo era a uestão d
^ cimento do poder politico: se o poder fosse exercido >or u a Pr en
.evolucioiv ria, teríamos um fl-RT; se por um partido único revo.lucio
o- teria .os a Dita dura do Proletariado. Trata-se de u. tese da -
"j. Internacional ( incorporada pelo PSD, embora em meio a confusão -
•o- que ele rata todo o tema). Seria èssencial oue a 0. se p:.;o.'^ncia
ri detal. i.aO.a >ente s o m e a questão, que, acreditamos, tem hoje uma im
*G,p

joi óâncxa capital ■'a nossa propaganda.


•s-, .:a ■’uestão da PRTCC a Tl)-46 combate nossa posi' ão afirmando
ue estaria
/ os di luindo/ a 'hegemonia do p r o l e t a r i a d o " 7: a f i n a também
ue " h a e se, :
.-?re na vera no capitalismo a oequena propriedade e os con
entes da p b em p r o l e t a r i s a ç ã o ; e segundo lugar persistem as dife
a .oas entre o .-»roletariado industrial e o rural” , (pag. Ií3) .
jie fato» não consideramos nue a questão renha sido suficien
be icnte respondida. Isto porque:
a) O que criticamos foi o fato de que o PSB acaba por colo
car os trabaliadore? do campo no mesmo nível dos estudantes e termos
de u ia aliar -a estrategica de classes;
b) coloca ios também q> e a visão de PRTCC — o processo de
’a formação concreta proposta no I\T3 — traz consigo, necessariamente,
• -a visão v 1 .ntarista, não da lu gar a uma i n t e r v e n ão da va;i.,uarda -
evolucionaria nas lutas próprias dos trabalhadores rurais- de :>cart an
o, na pra :ica, a po ssibilidade de existência desta lutas;
c) a Ti)-4 não respondeu a nossa crítica segunao a al o
ve os tríM.alhadoi s r rais c o .j o u..'.a outra classe, de <i alidade di
ferente da dos proletários urbanos. .~
)Tão, companiieiros. Iião dilui a he ,eatonia do proletariado.-
*
j^tretanto, e qrec.>«.o que ficjue claro que esta h egemonia ea r e lação -
gos a ssalaria 1os ruiais se da apenas e m razão de uma maior capacidade
o. 'ani/.atoria, de ma ma io r capacidade de mobil iz açã o etc, òo violeta
y'i ado ui bano j pode-se, inclusive, falar rue o proletariado urbano esta
•ia .ais pi opens o a su. terar certas crendices ideológicas — eou.o as
-eli iosas — que os assalariados rurais. Tudo isso, torém, não sig-
ifica a "r re lonia de uma classe sobre o u t r a . E ao identificar, ao
uolocar no .esmo espaço teorico-politico, a h e gem on ia que os a s s a i s
iados urbamos exer cerão spbre os as. alariados rurais com a hege \onia
o piolf ariado em geral exercerá sobre determinados segmentos da
•’ uena burguesia, ao fazer isso, a Tf)-46 comete um erro teórico e >o
itico de grandes o r o p o r ç õ e s . .

15) ' ' a ado tratad da questão GRT x D itadura do Proletariado -


do r>outo de vi st a das medidas concretas a serem tomadas e i um ou ou
o p o d e r revolucionário ) a TD-4u ta mbém se equivoca.
Em. primeiro lu ar, reafirmamos que a e n c a m p a ç ã o , a eatati-
•.-ao dos m o n o olios ( de t o d o s , nacionais e estrangeiros, e não ape-
. de um o ' outro ou daqueles de setores de infra-est rut ura )é uma -
•M ida Lipicamente / socialista,
f ou seja, e uma ta refa
f que
' somei.rte ura
j
oder r . r o l e i o p od era cumprir. Iso pela razão obvia de c;i..o a pro—
ia existência do capitalismo m ono po lis ta se confunde com a existêrv-
a dos aorooolios capitalistas.
E m segundo lugar, e de se entender one as medidas de socia
’.ização da economia sac posteriores a socialização do poder oolítico7
sto e, a instalação do proletaria«::.o enquanto classe d o m i n a n t e . ; es-
■?. e u. a questão c 'ave do leninismo. E é por ela que se fa necessá-
..& a organização po lit ica do proletariado, e é n ela que se funUnmen-
a p r o pr ia noção de ditadura do -»roletariado. Portanto, ’os fins do
■isso movimento-, enquanto movimento político, não é outro senão a -i-u
ilação da ditadur do proletariado, par , a partir dag, sociali—
■â'. aos toda e economia. A socialização de toda a ecoíiouiia será um pro
.erso a ser dirigido, desde o início, pelo proletariado organizado em
lasse d o m i n a n t e ; pode, inclusive, comjortar algum retrocesso passage
ac no eampo economi.c0 ( oomo fci 0 caso da NEP na Russia ), ou podera
conviver p o r a..-, determinado período com a peque na propriedade rural -
.como talvess ocorra a Brasil, coao coloca o PSB ); mas n e m oor isso
roixara de- s<. r uraa ditudura do pr ole tariado dirigindo a construção do
,-ici a l i s m o ,
I:ao vemos, portanto, coao a c efesa dest s posições possa -
if- ar rebaixando 'o r ijins do nosso movimento" . Enfim, reafirmamos: a
i ' stão da br nsição e u um pr obl ema essencialmente politi-
0 , As palavras de ordem ue tr nsição ( como as nue estão na olatafor
ia do CRT d 1 PSB ) dipem rospeito não a pedaços dos meios de produção
ore a b o c a n 1 ariamos dr burgu es ia op um período das lutas de classe c ;•e
:: ^oteticam -te seria necessário cuj.-iprir ( e aqui relembramos a a u t o ­
crítica 3a existente e.a 1 0 .la a 0. ea relação a visão anterior do CRT
0 anto a rua '•'inevitabilidade") . As palavras de ordem de tr nsição -
-’no, '.a r e a l i d a d e , itens míniinos ( no sentido de indispensáveis, bási
cos) ea to.:,no (Job tais poderíamos ia:v.er parte, concordaríaaos em fa-
n-T p a r t e r de uma Pr - '.te RovfliucionarAa para exercer o cue tie foto *>
eria um CRT , ou se ja, iaP - o v e m o -.-evolucionário de transição para a
'i-.tadura do prole fcariadc, ’ imporir.ntc ressaltar que u m CRT para ser
:'ealme -'te .r e <rolu.çionarir. arvora de -,or :;r medidas socialistas, ■ odidas
00.0 a p r o pr ia ditadura olc <'ar.i a<!o teria que tornar também; senão
ele ( o CRT ) do.Uarja cl- v r e v oluci o n á r i o , pois, como sabemos, —
ou a revolução é soeia ta ou e caricatura de revolução",

>16) i\ mno.o a osesa«o da classe operaria independer r-e-1, ou do


JM 0 :' i n d e p e n d e n t e te ar: pouco a ac rescentar ao que disséra os no -
nosso documento anterior, 0 PSB, o A.V., o FVP-LEO -et e ta bém o C.C,
deixai absolutamente claro que o proletariado so sera independente se
or independente orgânica, pol íti ca e ideologicamente em relação a -Ui
I-rguesia e a pequ en a burguesia, ,Sit omat i G a m e n t e , o PSB 'rata da
k r.tão no item - -’A rormação do Partido Revolucionário da Ciasse Operá
( pags. 22/23 )
Reafirmamos bambem que a c asse operaria poder;, atu ar no -
f f f
..rio pol itico n acional sem ser, no entanto, uma classe 0 eraria in
o ardente. bastante claro que a classe o* eraria se tornara indev­
idente 110 roprio prbc.esoO das lutas de classe; sendo, pôrt rto, — •
i in tervenção enquanto classe um fator basico a sua propria diná, j
de tr ansrormação em classe i n d e p e n d e n t e .
pão discorreremos irais sobre este tema aqui, ja cue 0 Cií -
ospa p re parando uma m o ç ã o sobre "Classe Operaria Independente" a ser
• ■ rer entada 0. Conferência.

■") A T:o~46 faw .a interpretação subjetiva do"i*VP-LjiO" par a —


rm&r qur , de modo algum, não ravia ali uma antecipação do PTCP, -
vamos £ 0 ' i discu tir r i terpr^b .ção do BP. Apenas remetemos para
■.c.itura do ,'VP , prino t.aente nas páginas 2 ( 52 parágrafo )
1 42 parag ra fo ); ass:-..- :'ei'.a a leitura -, os companheiros po.lerão
oO) .>:< '/ar de - ue '.ado a > '; - visão correta.

A visão geral i.-uto da .)P cuaiubo da T;>46 é a de roe foi a


- . do Projeto ( jt, o--?, ) ue a 0 . teria se afastado de suas
r a c e p ç õ e s basica . 'vor-airoamos qu< já nos pos ic ionamos suficiente«»
.iónte sobre todo <.; io <.c>. !.eat , Uosso ponto de vi st a geral e o de cue
s ra zes dosr nopso.i < r_: r-0 estão r
nas J.acunas e imprecisões dos -pro >rios
1 ■'OUü ^ntos b a s i c o p ; i;.-- ib^m e n<-Süa posição que a retomada dos doctv-ien
" O b s e r v a çõ es. .. ” - 14
tos básicos rae fa o Cí t e m sido pouco rigorosa e apressada.
ueríamos, neste item, apenas nos deter na questão da época
e . que te/J aios perdido de vista os fundamentos básicos, iirnesto Mar­
tins, em se documento :!íi'ove Teses5', afirma: " k insistência, porém,
o que nosr os çoapanhei -cs e. • 7 0 / 7 1 p e r si sti am nos eiros de análise
de con'jr ' ra r* mo str av a claramente que a falha estava n u m outro ní-
"il, estava no terreno da compreensão geral das lutas de classe e das
elações e >tre classe e vanguarda. E essa f lha não peruiitiu reeonhe-
9 a con :untura quîuido seu carater j estava publico e notorio. Helen
í.o. e os does, da cisão com o P00 ate o PTCT tem-se a impressão de
r , p a r a se s a.--torear, a ação da v a n uarda tenha se t o m a d o a forca
«ntrir. da r volução ‘.
i:ste fcreçho de E. Martins da campo a duas observações í ..m ~
•'0 ta ites:
a) C o m o v e vê. para E. Martins a p e r d a da metodolo. ,ja mar~
,ta leni. vista -não foi i na ugurada na 0. r>elo "Projeto" •
L) E . M . , no e itanto, se p ou pa do trabal o de se ne. juntar
clara-. <e te se avia algu ma relação entre o voluntaris o •■»eteceois
e alguns aspectos das formulações anteriores da Organisa ão. :>e o
:sse feito, p or certo não p a r a r i n o meio do caminho e, c o n s e q u e n t
"'I ‘e, enco :rar.i.a nas fal.ias dos proprios documentos básicos as raí-
do va;v.. ardis ao, lo voluntaris .o e do esquerdismo.

. 'São é convincente a erplicação de que a parte d o ’P ... rue -


trata da "L. ." se.ia si d e s m e n t e uma ‘'parte fraca" do Pr o gr a. a.
J ossa crítica foi — e c* — ao sentido de que a p.-mte e --
't.A.**’ sintetiza e da co-po a um me todo v o lun tar is ta e imediatista, -
e.-.i ue a relação cias se -va nguarda dertro da revolução brasileira e c<
Locada de -odo e s q u e m á t i c o ; baseando*.so* em pressupostos er uivocados;
("lestão da HTCC, da visão catast. o*^Tpã de •uma luta contra i-.j.-ia dita
' ra i'iune a crises, do .‘.pel messie' v’1 co de u m a vangu ard a armad a ; -
d'i.'i, toda a; criticar, quo temos fõi.to.
e o doc. " lei' . e Luta d e classes" da campo p ar a U/na au-
o~ciátipa dos erros mai visíveis co etidos em torno do tej.oa, ele, -
> doeu itnto,’ no entanto ião faz, p o l í t i c a e or gani camente esta auto—
~ ftica. i? é poí-oue a autocrí tic a nã foi feita ^ ue o método volunta-
' ã rta pe r m a n e c e u na 0 .; não para inr-talar focos ou coisa -e o valha,
?.s p ara dete rr dna r "TTCPs ’ com seu voluntarismo e m essia ás' o , ou, -
'~o, pa r a subsidiar 'Projetos" com seu esquerdismo e esruematismo.

Março de 7 8
Afonso Darros.
CONSIDERAÇÕES S0I3RE
A DISCUSSÃO POLÍTICA
ATUAL
F a 0 o . p

CONSIDERAÇÕES SuBRE A D I SCU SS ÃO P O L Í T I C A ATUAL

la. parte: SOBRE O P R O G RAMA

1. De q u e m e a q u e m estames f a l a n d o ?

E m outras circunstâncias, a formulação oe tais perguntas poderia


par ece r estranha, para não ^dizer u m m en osprezo à in te ligência dos le ito ­
res. Se considerarmos, porem, a trajetória vivi da por nossa organização e
outras que ^temos considerado próximas, no campo da a s s i m chamada "tendên­
cia proletária", aevemos c onvir que as perguntas não são assi m tão fora
de propósito. No que nos^diz respeito, temos sido afetados nos últimos a-
nos por um a grave sucessão de traumas políticos e organizatórios que aba­
la r a m profuncamente nossa confiança política, que nos co l o c a r a m diante de
inúmeros e n em sempre compreensíveis f r a c i o n a m e n t o s , fracionamentos estes
que, juntos com outras tantas cabeçadas táticas, nos f i z e r a m cadavsznais
duvidar de nossa capacidade ae v ir a construir aquela tão decantada e fir
me organização proletária; nesse mesmo período assistimos ao e s t r e i tam en ­
to das nossas pontas de trabalho, do número dos nossos quadros e isto ain
da no período mais recente, num panoram a de retomada das lutas sociais. ~
TudQ isso nos leva hoje a nos aproximarmos de uma reunião decisória com
manifestações aqui e ali de d e scr en ça nos seus resultados, de d e s c o n f i a n ­
ça nos nossos dirigentes, de impotência diante da realidade objetiva. E n ­
tre manifestações escritas e orais qae s u r g e m do coletivo, f i g u r a m visões
que vão desde abnegação absoluta do PSB (TD-46), p assando pela d efesa da
esquerda p rol etária se "colocar na v a n gua rd a das lutas pelas liberdades
democráticas" (TD-44, RV) e na v a n gu ard a aa "resistência popular" (TD-47)
e há ainda as posições, como as da TD-^tt e do doc. de tática do ON que en
do s s a m a tese p rimitiva de 0 - 3 de "reforçar a dir eç ão operária na re­
sistência à ditadura"; e certamente h á o conjun+o das posições desenvolvi^
das pelos cmdas. dessa 0 ., que têm sido uma r e f erê nci a constante às nos­
sas discussões e que ab ra n g e m desde as críticas ao programa, explicitadas
e m suas ..., como propostas titicas que "evoluíram" das definições pri -
meiras de "reforçar a direção operária ..." às tarefas de "organizar a re
sistê nc ia^ po pul ar à ditadura".
Não r e s t a m dúvidas^que já de a l g u m tempo a 0. de ixou de ser 0 po­
lo mais avançado das posições proletárias no país, a fonte da teoria revo
?LUCionária capaz de combater as múltiplas formas assumidas pelas concep -
ções pequeno burguesas que p e r m e i a m o movime nto social e o d ese n v o l v i m e n ­
to das forças de esquerda. No p rocesso da d e s ag reg aç ão desse papel que foi
nosso^ no passado, fortaleceu-se u m a outra força da tendência que, pelas
v>osiçoes teóricas^que veiculou e a práti ca que desenvolveu, manteve acesa
a chama das posições proletárias no debate po lítico entre as esquerdas^e,
e m menor escala, no conjunto do m o vim en to social. No entanto, a evolução
da situaçao política nacional, as e vi dencias da ma i o r ef erv es cen cia dos
movimentos de massa e, neste processo, o revigor am ent o das concepções p o ­
pulistas ue diversos matizes e suas vitórias relativas e m a tingir e procu
rar dire ci ona r o movimento, deixam, a nu a e x t r e m a fragilidade do campo
prol etário aa^esquerda; este se en contra f r a g m e nt ado e m numerosas peque -
nas organizações de ma i o r ou me no r fragilidade p olítica e organizatória ,
e m sua maio ri a enfrentando processos internos de d i scu ss ão e, como conjun
to, incapazes de se a p r e se nta rem frente ao movim ent o como u m polo p o l í t i ­
co coerente, como uma força n'erojedora ue respeito e apoio, como um a lide
rança capaz de assumir uma dir eçã o firme do niovimento social.Certamente ,
a conquista desta liderança no movimento, ao ^enos de u ma fração sign if i­
cativa deste, não depende somente da disp os içã o e da clareza de u m a ten -
dê nc ia política, mas também, e principalmente, do amadu re cim ent o político
do próprio movimento. Marxistas que somos, não ^odemos e squecer que as du
as coisas se d e s e n v o l v e m simultaneamente. E s l a e squ erd a fragm ent ad a contã
porém, c om u m ponto de referência comam, o PS3; e p o d e - 3 e dizer que todas
se m o s t r a m hoje interessadas e pr eocupadas c om a a p rof und am ent o do inter-
P 3 - 0 -0 - < S , p 3o3 .

câmbio político, com a necessidade de estre ita r os vínculos internos da


tendência, de ampliar as possibilidades das frentes práticas, etc. Isto
tudo e muito promi sso r e parece afastar, até segunda^ordem, o fantasma do
b a lua rti sm o que já causou tantos prejuízos à revolução no país.
D e n t r o de nossa 0., porém, m ovida talvez pela fraqueza a que che­
gamos e pelos rooeios da discussão interna, esboça-se uma tendência que
tende a i dentificar e m 0-3 o novo polo das posiçoes proletárias no país
e como consequência disso, pode cair numa simplificação dos caminhos a se
r e m percorridos pc*ra a superação da crise da esquerda proletária. Já che­
gou mesmo a se m an i f e s t a r posições que d e f e n d e m uma rápida absorção de
nossa ü. por aquela.
Kealmente^ dentro de um prima mais geral, pode-se considerar que
a nós, como 0 . , nao há alternativas fora do desenvolvi men to conjunto da
tendência, mas esse desenvo lv ime nto conjunto só pode ser entendido no pia
no da luta políti ca e ideológica e aa prática. Se no plano prático, as põ
sições flutuantes que temos adotado ( e m muito emanadas de 0- 3 ) nos temjer
m i tid o u m campo efetivo de a^roximaçao, ae prática comum, acreditamos que7
no campo da discussão política, as posições desenvolvidas no interior da
0 . não têm sido capazes de chegar ao âmago dos problemas, e muito emborc
tenham surgido posições críticas aqui e ali às concepções de 0- 3 , o cara-
ter fragmentário dessascrítictis, c. ausência de u m texto que as organize e
deferida tem contribuído para atraco da polêmica e, portanto, do ele -
ne n t o fundamental para aquele ostreitaii jnto dos laços de que falávamos.
Antes de prosseguirmc j , procuremos situar me lhor a situação das
forças desta tendencia que, como já dissemos, emerge por retos e tortos
caminhos da teoria do PSB.
A força que^se encontra e m me ln or esta do organizatório e político
c om melhores condições internas para fazer frente aos problemas é, cer ta­
mente, 0- 3 ; não é p reciso nos aprofundarmos muito no porque disso: basta
di ze r que, por uma série de c i r c u n s t â n c i a s , iniciou mais cedo uma linha
au tocrítica aos erros do v o l u n t a n s m o e m que mergulhamos de 70 em diante,
acomp an had a de uma prát ic a pol. e quilibrada e regular que hoje apresenta
seus frutos. No entanto, e m que pese seu ma i o r numero de pontas no movi -
mento, o e ntr osamento interno de^suas posições e a relativa coesão de seu
coletivo, pelo menos aparente, não se poae di z e r qu e^s ej a qua l i t a t i v a m e n ­
te diferente das outras, no que toca a ser a expressão efe ti va de algum
seto r atuante do p rol etariado e de sua organização política; muito embora
a p rática que desenvo lv eu e desenvolve tenha frutificado e tenha seu peso,
o forte de sua influência repousa ainda e m sua produção teórica, no forne
c i m e nt o de elementos para a luta p olí ti co- id eol ógi ca com as correntes de
esquerda. De nós, já falamos e tornaremos a falar. Aa outras v ar ia m no
grau , firmeza e coerência de sua prática e definições políticas, mas no
que toca à influência geral no movim en to a fraqueza é sensível.
Muito em bora tenham aparecido nos últimos tempos pontos de conver­
gência na prática no M O e no ME entre várias delas e que, e m alguns casoõ
se mat er ializou em atuações comuns, o fio de união, que inclusive propici
a essa possibilidade, tem sido o PSB e nisso se conta inclusive 0-4 que,
ao criticá-lo, tomou-o como referência à sua linha.
0 debate sobre o pr og ram a está lançado e não cabe mais dis cutir
se ele é ou não necessário; que fosse uma simples r eafirmação dele, esta
reafirmaçao teria que respo nde r as críLicas que lhe f o r a m formuladas; mas
acima de tudo, sob o prisma de recompormos os fundamentos teóricos da es­
q u erda proletária,j criando o caiado para um entrosamento mais efetivo das
forças que a compoem, tal discussão é fundamental; isto é o que procurare
mos m o s t r a r nas argumentações do presente documento.
Quant o a nós, à nossa reunião decisória, emb ora^não seja possível
d efinir o nível a que poderemos c on cluir sobre as questões programáticas,
parece-nos claro que precisaremos tirar definições sobre tais questões
que nos p er m i t a m aprofundar o intercâmbio político com as forças próximas
F*> - 0 0 -0 ,

e acreditamos que as posições anui a p r e s e n t a d a s , embora c o i nc ida m locali-


zadamente co m pontos de outras propostas defendidas no debate, dão uma a-
b o r d a g e m nova e mais abrangente aos principais problemas afetos ao i rog ra
ma e suas implicações que, evidentemente, tem repercussões nítidas nas “
propostas políticas a se formular.
R e spondendo pois às interrogações iniciais, estamos falando des -
tas forças citadas e nos dirigimos a ela (nós, a 0 ., e especialmente a
p a r t i r de sua Cf.).

2. 0 PSB e seus críticos

Recompor as trilhas de nosso passaao seria, sem sombra de dúvida,


um auxílio para nos situarmos frente aos problemas atuais; entretanto, li
mitaçoes políticas e temporais nos l e v a m a a bordar apenas alguns aspectos
deste passado que p e s a r a m mais decisivamente para cnegarmos ao ponto aque
chegamos.
0 PSB m arcou a trajetória de toda a corrente proletária no país
expre ss and o o rom pimento com o m on opó li o teórico r evi sionista áe inspira-
çao stalinista, com as análises idealistas da realidade social pro p o r c i o ­
nadas pelo maoísmo caboclo e mesmo, se não parcialmente, serviu de base
ao d ec isivo confronto com as interpretações debraystas da revolução lati­
no amer ica na que l ^ s t r e a r a m inicialmente diversas ramificações do parcial
esfacel am ent o do re formismo tradicional. Quando falamos da teoria do PSB
nao estamos nos referindo a ap-nas aquele caderninno b e m editado que os -
tentava tal título mas sobretudo a toda a 3afra de material polêmico que,
confrontando-se c o m as análises e i iterpretaçÕes teóricas e da realidade
feitas p o r vários setores da intelectualidade em geral e da es qu erd a em
particular, assentou as bases p ar a^u ma análise m ate ri a l i s t a da formação
social do país, das suas^contradições iu n d a m e n t a i 3 , do carater de nossa
revol uçã o e das implicações disso no campo da estratégia; enfim, todas es
sas coisas que têm sido nossa ba nd eir a e nosso orgulho nos melhores e p iõ
res momentos de nossa hi3tória.
Tem se tornado voz corrente, sobretudo a p a r t i r das análises crí­
ticas ao P rog ra ma feitas por 0-3 e ae algumas incursões nesse campo por
does. internos nossos, que ao lado dessa batelad a de qualidades, o Progra
ma continha, porém, e m suas formulações, o germe do doutrinarismo, fruto
que era de uma organização de p ro pag andistas e que este poderia ser iden­
tificado na confusão entre questões estratégicas e táiicas, na e sp ecula -
ção sobre formas organizatórias (a f oi mação dos comitês), nas propostas
de i wpiantar a r evolução no campo por meio de fórmulas artificiais, ^jesse
doutrinarismo r esidiria a causa da in eficácia política das organizações
que o ado t a r a m e se p r o p u s e r a m na p l i c á - l o " . A 3 sim, aquele gigante da teo­
ria revo lu cio ná ria tinha pés de barro e teria acabado, na p rá ti ca, por ser
u m ^entrave à formação de uma e f e t iva vang ua rda revoluc ion ár ia no país. A
p rática que ele pat r o c i n o u teria oscilado então entre o obreirismo e o vo
lunt ari sm o políticos (quando não, a perplexidade), f ech and o o campo a for
mulações táticas adequadas.
Se isto tudo tem uma pa rc ela de verdade, nao nos parece que esses
efeitos do conteúdo de nosso ^ ror,rama p o s s a m ser tomados deata forma abso
luta. Oa instrumentos políticos d o v e n ser considerados e entendidos den -
tro da realidade objetiva, dos objetivos a que se prestam, da forma que
trabal ham para alterar a realj. . Ao mesmo tempo, p o d e m ser corrigidos
ou destruídos por esta me sma i v a f ^ . d e .
O argumento prático qi-e pro cur a c a r a ct eri za r o bl oq uei o doutrina-
rista que o Pr ogr ama r epresentou . e reporta aos does. que diretamente prc>
c u r a r a m traduzi-lo e m orientações pa.va a atividade p ol íti ca como o FVP,
PP P e outros. Do cu mentos como esteti certamente se p r e s t a r a m a uma inter -
pr eta çã o l in ear da forma ção do e xército re vol ucionário repercutindo e m tá
ticas v o l u n t a r i s t a s , mas nosso p a r ece r é que tais desvios se d e v e r a m m ui­
to menos às confusões e erros do Prog. do que às análises parciais e in-
corretas da realidade, das nossas forças, das tendências conjunturais e,
paralelamente a isto, à dogmatização do debate interno que acabou por m u ­
m i f i car o Prog., er igindo e m monume nt o alguns ae seus principais defeitos.
Este debate eclodiu pouco tempo depois do fechamento do P r o g . , quando ac
discussões táticas cu lm ina ra m c o m o fr acionamento do Q. Frente à tendên -
cia que m a ni fes tav a u m irresistível namoro c om as teses militaristas , a
tendência contrária pregava a "aplicação" do programa, "consubstanciada"
e m FVP, PPP, etc., desaguando posteriormente no PTCP. E no meio desten
dois fogos, a voz isolada de E M al ertava para o di sta nciamento da 0. da
realidade objetiva, para a necessidade da fo rm ulação tática e das d i s c u s ­
sões inerentes a ela (isto fica claro no relatório da RAN de 69), disovx-
sões^estas que, se implantadas, certamente repe rc utr ia m sobre aquelas di'
torções do prog. e t r a b a l n a n a m pela sua correção. A vontade do Q do "a -
qui e agora" e a vontade^do restante da 0 . de "^or e m prática" o prog. a-
b a f a r a m aquelas ponderações sensatas e a 0 ., depois do f r a c i o n a m e n t o , e m ­
b a r cou na expectativa da "explosividade latente da massa", na"construção
dos núcleos de comitês" e, "pari passu", do partido revolucionário.
Tal como seu programa, a organização de então e ra o fruto do de -
se nvolvimento das contradições políticas e sociais, da luta de classes. E
se o progra ma r epresentou tudo aquilo de que se sabe como divisor de á-
guas entre as tendências populistas e reformistas de u m lado e p r o l e t á r i ­
as de outro, não se pode es qu ece r que o grosso das lutas que l e v a ram a es
sa divisão de águas se deu no seio do movimento de massas pequeno burguês
(sobretudo no^ME) e entre a intelectualidade ae esquerda, alinhada ou não
nas organizações existentes. 0 proletariado era uma terra de ninguém, a-
bando nad a ou isolada de suas lideranças antigas trabalnistas e reformis -
tas (e desiludido c om elas), organizatória e politicamentc desarmado. As
organizações de que falamos e r a m formadas essencialmente de quadros o n u n
dos da pb p u r a ^ q u e m os problemas da classe operária e da revolução emergi
a m de formulações teóricas, ae análises estruturais e conjunturais, mas
que, objetivamente, e s t av am longe de expre ss ar efetivamente as necessida­
des correntes do des envolvimento político da classe que se d iz ia m ( e pra_
tendiam) representar.
E m nosso caso, este di st anciamento da realidade concreta do mo v i ­
mento teve, s e m dúviaa, u m peso a rrasador na f orm ulação da teoria aa "ex-
X_ilosividade latente", a ssi m como nas tentativas forçadas de implantação
de estruturas organizatórias ( os "canais de e xpressãd1) . A luta política
travaaa então, m a r cad a pelo campo de conflitos dentro da pb, tinha qu-;
trazer as marcas do isolamento e m relação ao MO.
Fica-nos difícil a bordar aqui o período que antecedeu a esta é p o ­
ca, se teríamos tido as condições ae criar anteriormente àquela época
vínculos mais firmes c o m o movimento a ponto de cnegarmos aos conflitos
de 67 e b8 como a expressão de u m setor avançado do proletariado, o qr.c
certamente teria alterado a fundo o rumo dos acontecimentos. Mas esta li ­
mi t açã o não impediu que o PSB tenha tido um efeito dev a s t a d o r como divi -
sor de águas, como referência para as teses da revolução socialista e su­
as tarefas.
Como desfecno de u m jjeríodo ae lutas político-ideológicas p r o f u n ­
das ele foi, e é , um marco_. a coisa começou a f ic ar comprometida no p er í ­
odo seguinte à sua aprovação, quando se tratou de re la cionar suas p r o p o s ­
tas de m a n ei ra mais d ireta co m as tarefas imediatas. Foi aí que pesounais
decisivamente o aista nc iam ent o da realidade, o isolamento de nossas f o r -
ças da classe, a influência do m o vi men to de massas na pb e, nesse p r o c e s ­
so, o organismo vivo e combativo que tinha sido o caminho da elaboração
do Prog. vir ou estátua e, como toaa estátua, passou a servir de poleiro e
latrina aos pombos.
Longe de nossa intenção afirm ar que u m Prog. deve estar ali, sen­
do corrigido e modificado a cada nova muaa nç a conjuntural. Estamos afir -
mando que as condições e m que foi gerado r ep erc u t i r a m e m seu conteúdo e
,(p ' 0 ' 0 ,p-3oé

5.
que a continuidade de uma discu ssã o materi ali st a sobre as condições conjun
t u r a i s , sobre nossas tarefas junto ao proletariado e ao movimento e m geraT
aliada à práti ca polític a certamente teriam agido para corrigir aquelas
aistorções, tirando do prog. talvez a aignidade do monumento, mas transfor
mando-o n u m instrumento ativo e permanente da atividade pol ít i c a cotidia -
na. Não é à toa que o reavivamento das lutas sociais no período recente te_
ve u m peso importante na retomada das discussões programáticas, e s t r a t é g i ­
cas e de sua relação c om a tática, com a prática cotidiana.
Um a per gunta certamente se esboça a esta altura da argumentação.
Se as condiçoes d a vida aa 0. tiveram aquele peso na formulaçao do P r o g r a ­
ma, e e m seus erros, o que mudou ho je? Não continuamos nós e as outras for
ças da tendência igualmente isoladas do movimento operário? Este isolamen­
to seria então u m limite intransponível à formulação correta das terefas
r evolucionárias?
Este é o xis do problema. Pois é justo aí que se coloca a q uestão
de se d e f i nir o que é necessário resolver no âmbito da discussão pr og ram á­
tica para a elaboração das propostas políticas para o momento. Realmente ,
no que toca à ligaçao da es querda p r o le tá ria c o m a classe pouca coisa se
alterou. No entanto, houve uma h i s t ó r i a nesse período e ela deve nos ser -
vi r hoje para, enfrent and o problemas teóricos e m parte semelhantes aos d a ­
quele período, os resolvermos co m uma m a r g e m me nor de erros, para e v i t a r ­
mos os descaminhos de então; se, e u termos absolutos, a relaçao da e s q u e r ­
da c o m a classe não se alterou, nao se pode esquece r que não só ela passou
a co nh ecê-la melhor, pois que com vais e vens a umentou suas pontas de c o n­
tatos, conviveu com^os problemas reais do movimento, etc., e também que ,
no pla no teórico, não só já partimos do p ro gra ma como a discu ss ão que se a
presenta, pela relação contínua que procura e sta be l e c e r entre as questões
programáticas e a tática, tem boas indicaçõe3 de que não incorreremos nos
mesmos erros e poderemos ap render c om ele3.
De posições explícitas sobre o Prog. só temos conhecimento das de
0- 3 , 0- 4 , as de does. internos e, b e m f r a g m e n t a r i a m e n t e , do novo programa
elaborado p or ü - 7 • Ag outras Os., consiaeramos que, até segunda ordem, ao
menos por inércia, são seguidoras dos preceitos do PSB.
A concepção de 0-3 consta de^suas "Resoluções": f a l a m da necessida
de de revisão, corrigindo as definições dou tri naristas e isto repercute ,
especialmente, na correção de afirmações do Prog. que tenderiam» segundo
os comps., a tomar a classe dominante como u m bloco homogêneo, se m contr a­
dições e " a crise e conômica iniciada antes ao golpe de abril de 64 como
crise permanente expressando o b l o q u e i o d efi nitivo do des envolvimento ca­
pi talista do Brasil".
C o m a necessidade de se corrigir as confusões que re lac io nam qu e s ­
tões programáticas, estratégicas c o m os aspectos práticos e organizatorios
da luta revol. concordamos s e m maiores reparos. Discordamos, porem, das ou
tras imputações que sao feitas ao Prog. D iscordamos p or achar que o PSB
não faz nenhuma daquelas afirmações, a menos de u m a interpretaçao bastante
simplificada de seu conteúdo. 0 que ele enf ati za ao a nal i s a r a formaçao s_o
ciai é que o desenvolv ime nt o capital is ta no país, avançando internamente e
no campo da integraçao imperialista e integrando internamente as bu rg u e s i ­
as u r b a n a e rural (o "latifúndio") situou essas classes na condição de
classes dominantes, opostas ao prol et ari ado e seus aliados naturais (dis­
criminados no c a p . IV) e que esta realidade coloca a contradiçao fun d a m e n ­
tal na oposição entre capital e trabalho, concluindo pelo carater socialis
ta da revolução. 0 que o Prog. nao coloca (mas nao o ignora) e a possibi -
lidade de ex ist ên cia de conflitos no interior üas classes dominantes, con­
flitos estes que não a l t er am nem o carat er da revolução n em as forças com
ponentes da frente revolucionária. 0 Prog. tambe m nao fala e m crise pe rma ­
nente (o termo, p a r e c e —me, surge e m RMM) e ainda mais, da forma com que a—
nalisa a crise e o golpe nao o faz dando a e ntender que o capitalismo nau­
fraga inexoravelmente, mas s i m que as contradições geradas pelo desenvolvi
ment o tardio, o onus da integraçao imperialista, etc., c o l oc am o desonvol
vime nt o capitalista como u m toao e m u m trilno do qual não tem saída, a me
nos de uma saíaa revolucionária, que as burguesias nativas não têm a me -
nor veleidade n em condição h i s tó ric a de liaerar. A hi st óri a da America La
tina não te m feito mais que c onfirmar isto visivelmente nos últimos anos.
Eao se pode atribuir ao Prog. os erros de análise de 70 sobre a "crise
p e r m a n e n t e " e a "explosividade latente", mas sim à ausência daquela dis­
cussão tática a que nos referimos mais atrás.
Portanto, situar nestas duas questões as bases dos desvios econo-
licistas e aa própria linha d o u t r i n a r i s ta dos "seguidores" do PSL (ver pá
üinas 5 e^o das "resoluções") é u m erro. Também nos parece errOnea a in­
terpretação que os comps. de 0-3 f a z e m da forma com que o PSB situa o cur
so da luta de classes: "...em dois períodos: num, a vanguarda, libertada
do reformismo, vai m o di fic ar a consciência dos trabalhaaores e a tarefa
principal e a luta ideológica ... que visa (...) ganhar as bases operári­
as do reformismo, c onstruir u m "partido de quadros" e m o bil iz ar as mas -
sas. ^outro período, o foco guerrilheiro passa a ser a forma principal de
luta e visa transformar o "partido de quaaros" e m partido de massa... Pr:L
m e i r o forma-se a classe i n d e p e n d e n t e , aepois trava-se a luta política.Pri
meir o a luta ideológica,^depois a luta polít ica produzida pelas armas re­
volucionárias". (Resoluções, pag.b)
Agora comps., comparemos com algumas citações do Prog. para ver­
mos se de fato seus autores f o r a m aquela malta de pensadores metafísicos
e idealistas que no3 q u e r e m fazer crer:
"Para que o proletariaao possa lev antar a bandeira e liderar to­
das as massas exploradas de nossa s o c i e d a d e > é preciso que ele
ve nç a decisivamente as ideologias burguesas e pequeno burguesas
do reformismo e do popu li smo e m suas fileiras que o e n f r a q uec em
na luta de classes". (PSB- V- pag.30)
p o r acaso está dito aqui que a vanguarda, liberta do reformismo
vai m o d i f i c a r a c onsciência aos trabalhadores; ou q.ue ^o partido dos traba
Inadores vai fazer preleções eaucativas (a l u t a ^ i d e o l ó g i c a , tal como é in
f e r i d a pelos comps. das Resoluções) à classe? Não:
"Caberá a esse partido liderar e lançar o ex ército do proletaria­
do industrial na luta de classes latente que se desenrola no pa­
ís. . . Caberá a esse partido realizar na prática a Frente dos Tra­
balhadores aa cidaae e do campo, m a te ria li zar a aliança entre ^ o
pro let ar iad o inaependente e as demais forças exploradas. Caberá
ao partido coordenar toda a form a de luta contra a ditadura e o
imperialismo, na cidade e no campo, legal ou clanaestina e arma -
da*> para o assalto final aas massas trabalhadoras contra a socic-
aade turguesa e latifundiária".
Ta mbém não propõe o Prog., n e m deixa implícito, a construção de
u m "partido de quaaros". Liz o Prog.:
"A formação de u m partido rev ol ucionário que lidere a classe ope­
rária será o resultado do enra iza men to do p rograma e das concep -
ções de luta aefendidas atualmente pela 0 . nos setores luais comba
tivos ao proletariaao brasileiro. Simultaneamente, será fruto do
amadurecimento do conflito latente entre bases e lideranças nas
organizações reformistas tradicionais e nas correntes centristas
que se f o r m a r a m na luta interna na esquerda. A 0. acelerará esta
for^açao na mediaa em que elabore e se empenhe pelo programa pro­
letário da revol. socialista, na medida e m que propaga na luta di
ária o caminno r e v o i , dos trabalhadores, na medida em que dirige
seus esforços para a organizaçao do pro let ar iad o como classe inde_
pendente, na medida e m que inicia o combate revolucionário ao po­
d er burguês." (Programa, V - item 2, pag. 31) (grifos nossos)
..."mas o partido não nasce pronto; ele se forja na luta e pela
luta e é durante essa luta que devemos e sta bel ec er a unidade das
forças que l e v a nta ram a b a n d e i r a do m a r x i s m o - l e n i n i s m o ."
7.
(citação do Jerog. , V - item 3> pag. 33) (grifos nossos)
Se b e m que consideremos £ue a forma de s i tua r o FG mere ça maiores
reparos e discussões (tais questões se c o l o c a r a m no auge da influencia de
braysta e procuravam, de certa forma, assi mil ar a e xp eri ên cia cubana - a~~
questão está mais de sen volvida por E M em MM-1) e seja duvidosa a presen­
ça de tal questão no P r o g . , não se comete o errro de se ignorar a e x p e r i ­
ência da lut a de guerrilhas no c o n t i n e n t e ; por outro lado, as afirmações
do Prog. não p e r m i t e m que se tire as conclusões de que "no outro período,
o FG possa ser a forma principal de luta e vise transformar o "partido de
quadros" e m partido ae massa ...etc" (como são as conclusões das "resolu­
ções").
Ao fazermos essa enfiada ae citações, tínhamos e m mente ressaltar
o ^ m v e l superficial das críticas endereçaaas por 0 - 3 ao Prog., e c o n tr as ­
tá-las com a crítica que 0 - 3 nuo faz e que precisa ser feita.

3. A questão do GRT

E sabido (ou aev eri a sê-lo) que as questões teóricas mais p rof un­
das, pelo menos no que toca ao imirxismo revolucionário; f o r a m formuladas
e lapidadas ,e m cima aas discuss.õe-s^ae questões práticas colocadas pela lu
ta revolucionária. A atual a iscussão ^rogramá-tica não foge a essa regra ê
esta é a^ melhor compr ova çã o de.^sua justeza. Sua origem, no atual período,
remonta à necessidade de se respon de r de fo r m a po lít ica e militante às
roupagens assumidas pelas propostas^pe qu eno -bu rg ues as da d emocratização
que, partino inclusive de organizações auto-denominadas socialistas revo­
lucionárias e anti-reformistas, a m e a ç a m novamente o movimento operário da
ao min açã o ideológica d a q u el a classe. 0 p rob lem a e m foco, colocado pelo a-
oirramento ao m o vim ent o social e da emrgên ci a de propostas políticas de
pr ee ncn ime nt o do poder face a uma possível que da da DM, e o do preenchi -
mento desse poder, da qualidade e da forma do governo a substituir o atu­
al e da relação do pr ol etariado revolucionário com ele. Sem m inimizar as
contribuições críticas positivas aos comps. de 0-3 ao P r o g . ,^consideramos
que é justamente na que stã o que é ho^e central nesta discussão que os com
panheiros erram. Não e r r a m gor o m i s s ã o ; e r r a m ao simplesmente r eafirmar
as definições^e interpretações sobre a que stã o afirmadas no PSB e does. a
fins. E s t a crítica se estende ao doc. sobre p ro grama do CN e a outros d o ­
cumentos da luta interna aos quais nos referiremos m a i s ^ a d i a n t e . Os comps
de 0-3> porém, ao mesmo tempo que r ea f i r m a m as formulações sobre o GRT ,
as c o r r i g e m nas "resoluções". Tornaremos ao assunto mais adiante.
Antes de prosseguirmos, é interessante se faz er uma observação s_o
bre o último doc. de EM, "Meias verdades não bastam". Veja-se u m trecho
deste:
" A d efinição do GRT surgiu como um ponto prog ram áti co (aprovei -
tando a e xp eri ê n c i a internacional) e chegou a ser utilizado como
palavra de ordem propa ga ndí sti ca e m determinados momentos, quando
governos populistas p r o c u r a r a m apoio efet iv o do proletariado, com
o b e n e p l ác ito ^d o PCB. Foi u sa do principalmente para deixar claro
em que condições comunistas p o d i a m e ntr ar num governo não socia -
li st a ou apoiá-lo ativamente. Não apresentamos a forma çã o do GRT
como objetivo próximo n e m como marco obrigatório no caminho da to
ma d a do poder. Durante os debates e m torno do texto provisório i£
so ficou claro. F o r a m eliminadas todas as tentativas de apres en -
tar o GRT como solução aos problemas econômicos, sociais e políti_
cos do país, uma espécie de substituto da revol. socialista (pro­
jeto RMM) e destacada a sua possibilidaae e transitoriedade no de_
corre r das lutas ae classe no país." (pag.2 )
Este trecho (assim como outros desse mesmo doc.) tem a força do
depoimento de a l g u é m que viveu aquele período, p a r t ic ip ou daqueles deba -
tes e teve um papel üest aca do na foruiulação d a linha pr ogr amática da 0 .
b.
Wo entanto, se o comp. E M hoje discorre sobre o GRT dando-lhe estas cara£
terísticas abertas, ressaltando-lhe o carater de palavra de ordem propa -
gandística, não consiaeramos que os does. que fi rm a r a m este ponto da teo­
ria dêem-lhe o mesmo grau de liberdade. Também não se pode dizer^que a co
locação do problema tenha sido radicalmente antagônica à definição ora
feita p o r EM. E m verdade, acreditamos q u e ^ f o r a m justamente as imprecisões
e contradições contidas naquelas formulações que se p r e s t a r a m a u m a série
de descaminhos da trajetória das Os. emergentes do PSB. E m que pese a sen
satez de muitas afirmações feitas p o r E M neste último doc., e que re for -
çan críticas às atuais propostas políticas da esquerd a proletária que a-
bordaremos mais adiante, ao d is c u t i r o proble ma da tática^ consideramos
que suas afirmações atuais sobre a necessidade da discussão programática
(a " não -ne c e s s i d a d e ") e, dentro disso, sobre o GRT, são equivocadas, beve_
se c o n sid er ar que o comp. tem e stado afastado da luta política do país ,
dos debates da esquerdâ, e pensamos que as informações que tem recebido
se ja m e m sua mai or ia provenientes de 0- 7 - de q u e m não se pode espe ra r que
d ê e m u m informe claro, objetivo e justo da realidade da luta de classes
no país. Aliás, não se pode desca rt ar a hipótese de que as observações de
E M sobre a desnecessidade ae ^e a isc ut ir o Prog. h o j e ^ t e n h a sido influen­
ciada por ele tomar conhecimento Has cnocantes "revisões" programáticas
de 0-7 (não se deve es quecer que o mesmo EM, e m u m doc. anterior, re le m -
b r a v a que talvez fosse necessário rever o programa, que era preciso veri­
f i c a r se as condições atuais ainda e r a m semelnantes à 3 da é poc a e m que
foi feito - "Palavras Necessárias", se não me engano).
A se cons ide ra r os does. oficiais como referência (■t'rograma, AV
III, Caminnos e Carater), o problema ao GRT se coloca no plano da teoria
r e vol uci on ári a como form a a assumir a aerru bad a do poder burguês e a ins­
tauro cão de uu poder revol. sobre^a base de uma aliança de classes. Como
r e ferências, tomava as recomendações da Illa. Internacional e as análises
experiências cubana e boliviana, onde a luta desemb oca ra e m formas de
,overnos ae transição que, no caso^cubano, levara o país ao socialismo e,
na Bolívia, permitira a recomposição das forças reacionárias e o f o r tal e­
cimento da contra-revolução.
0 que fica realmente diluído e m todas as colocações, seja nas an­
tigas da 0 ., seja nas mais recentes da 0 . e de 0-3 é o carater de classe
de um tal governo. Nas colocações mais antigas como no AV e mesmo no PSB,
consta aue tal governo pode pr eceder e levar à aitadura do proletariado.
C o m isso se diz que o caminho da revol. não passa necessariamente por ele
E m "Caminhos e Carater" se diz que "pode e deve have r uma fase de transi­
ção"... que ainda não seria socialista. No entanto,^o único programa de
nossa teoria é relacionado c om esta fase de transiçao, c om aquele govemo.
Visto n u m prisma b e m geral, qual seria u m programa da revolução
so ci alista no país? Nos moldes clássicos, poderia ser resumido nas afinna
ções célebres da "instauração da d ita du ra do proletariado, na socializa -
ção dos meios de produção, no ext erm íni o da ex ploração ao h o m e m pelo ho
m e m ... etc.". Tal programa, s em dúvida incontestável, não avança nada e m
termos de se definir as tarefas ao proletariado e 3eu partido para cheg a­
r e m até lá. E aí se coloca o campo possível para u m programa mínimo, p r o ­
grama este que, p artindo ae um a análise aa formação social do país, das
classes revolucionárias e reacionárias, defina metas, conquistas que^ rea
lizadas, r ep res ent am passos efetivos para se chegar àquelas realizações
máximas.
U que significa o fato de considerarmos es gotada a revolução b u r ­
guesa no país, de considerarmos que a revol.^é socialista ou uma caricatu
ra ? Significa que o carater das t r a n s f or^ações^propostas pelo programa e
o de d es tr u i r as bases sociais (econômicas, políticas e ideológicas) da
b u r gue si a e seus aliados e c o ns tr uir as bases da organizaçao socialista
ia socieüade e, paralelamente, do poaer operário.
Nossas propostas f a l a m de u m GRT "composto pelas forças políticas
F s - ^ - j Z S - G . p - J to

dispostas a travar a luta contra o imperialismo e a reação interna p or mé


todos revolucionários." (PSB). E i de nt ifi cam essas forças como "a classe"“
operária e seus aliaaos no campo aos quais se juntará parte da pb a s s a l a ­
riada e proletarizada" (PSB,). 0 governo é tratado de "revolucionário dos
trabalhadores", de "transiçao para o socialismo", etc. Vejamos o que si g­
nifica isso tudo 3 0 b o prisma de c arater de classe.
L i r - s e - i a que o governo, p o r ser de "transição", nele c o ex ist em
aspectos burgueses e aspectus proletários. Até aí, nada de novo, pois mes
mo nos primeiros regimes socialistas ao planeta, mesmo na URSS pós-17, cõ
e x i s t i a m aspectos proletários e aspectos burgueses. 0 carat er de u m r eg i ­
me é definid o pelo carater das relações de produção e ae poder que ele es
tabelece e mante'm. E o c arater do GfíT que é proposto pela 0. é socialis 3
ta. Minimamente socialista.
Aqui é b o m fa zer u m parêntese. Sabemos e acreditamos que não se
pode co nsolidar um regime socialista, nao se pode avanç ar decisivamente
para o comunismo s em a^ditadura do proletariado. Não vale a pena di scutir
u-os isso a q u i . A tese é justa, a nosso ver, e acreditamos que o seja de ~
todos nós. Mas e preciso ver que a l»l é a for ma po lí tic a mais avançada ,
mais consequente de construção e con so lidação do socialismo, do p r o l e t a ­
riado e seu partido con d u z i r e m a luta de classes a seus níveis mais eleva
dos. Mas isso não significa que um^governo que ainda não seja governado ~
por u m a dit adura ao proletariado não seja de cunho socialista, ou sociali
z a n t e . Este carat er vai ser ü e f m i d o pelo sentido das transformações e c o ­
nômicas e sociais e m curso e nós temos que ter claro que a menos que o
p r ole tariado revol. assuma a v a ngu ard a de um tal processo, erigind o sua
ditadura, us classes revolucionarias a curto ou méuio prazo serão venci -
das pelo movime nt o contra-revolucionário. 0 f ato de o proletariado revolu
c i o n á r i o colunista poder não ser ainda a força hegemônica, significa que
mesmo que a classe operária e seus aliados tenham se ^mobilizado para a
derrubada ao governo burguôs,__as tarefas que se p r o p o e m ainda são marca -
das e m grau maior por concepções não totalmente socialistas, e m m a i o r ou
menor grau pelas iueologias burguesa e pequeno burguesa.
Mas volteiaos à questão do nosso GRT. Segundo o Prog. , ele estávol
tado para a mi3são ae d e m o li r os pilares da reação.^Fala-se também nas b ã
r.es sociai3 da reação. As bases sociais da reaçao são as classes e seto -
res de classe que por sua situação no proc ess o^ pro dut iv o e na vida políti
ca d e t ê m os instrumentos de controle da produção, o r i e n t a m a ação das for
ças armadas e policiais, d o m i n a m os meios de comunicação, etc. A h e g e m o n T
a dos setores^monopelistas representa apenas que, nesta nossa sociedade e
nestas condições, tal setor, ao lhe caber o controle mais direto do E s t a ­
do, é o representante máximo ua b urguesia e seus interesses como u m todo.
Investir, pois, contra as bases sociais da reação não se limi ta a inves -
tir contra a burguesia monopolista, mas s im contra o conjunto da burguesjl
a u rb an a e rural e os setores pequeno-burgueses que a apoiam, contra seus
instrumentos de dominação (políticos e ideológicos).
A timiuez de nosso programa, como programa de transformações soei
alizantes, está e m l i m i t a r a ação no campo econômico à enc ampação dos m o ­
nopólios imperialistas e nacionais e à planificação dos setores básicos
da economia. Is so ^üe ix a subentenaido que se deixaria intocada, nesse "es­
tágio" da revolução, a propriedade bu rgu esa não monopólica. Qual o sent i­
do dessa parcial id ade ?
Se se falas3e de uma ge nérica ex ti nçã o da propriedade privada dos
meios de produção, estar- se- ia falan do de uma pr uposta historicamente jujs
ta, compatível c o m os princípios e objetivos socialistas. Mas u m programa
que fique ao nível dos princípios e objetivos gerais não adianta u m passo
na definição aas tarefas necessárias, não serve para a orientação da ati­
vidade po lí t i c a cotiai ana de uma organização proletária. A teoria en sina
e a prática revolu cio ná ria tem mos trado que é somente de ntro de um regime
socialista regido por uma ditadura do p ro letariado que se pode lev ar as
proposições socialistas de organização da sociedade às 3uas últimas conse
quências mesmo assim, aos trancos e barrancos, com avanços e recuos.
Po r isso nao se pode cair na ilusão de colocar como tarefas imediatas e
fundamentais da revol. socialista no país questões como a extinção do pe ­
queno comercio, da propriedade pequeno burguesa, etc. iMesse sentido, o
Prog., ao não querer po r a carroça à frente dos bois, se presta ainda a
ne utralizar parte da pequena burguesia exploradora. Mas nao se pode espe­
rar, neste país, neutralizar a grande burguesia, ou seja, a b urguesia in­
dustrial e rural e m geral, monopólica ou não.
0 aliaao funaauiental do proletariado são os trabalhadores do cam­
po. Se os colocamos couo aliados isto se aeve a^que se diferenciam, mais
^u menos do proletariado revol. por suas condições sociais, sua ideologi-
e seus interesses. E esse aliado potencial do proletariado não vai apoi­
a-lo, se a lia r a ele, pelo nome que a vang uar da vai dar ao novo regime
proposto e s im porque o programa do proletariado atende as necessidades
mais sentidas aeste setor, porque o p r o l e t a n a a o vai se m o s tr ar a força
uiais consequente para luta r por tais interesses e para dirigir esta luta.
Evidentemente, em^se tratando de uma aliança, o proletariado necessaria -
mente faz concessões qu anto ao carater e o alcance ae determinadas trans­
formações e, neste caso, a qutstão gira centralmente sobre o problema da
propriedade da terra. Ao admitir e m seu pro grama revolucionário a entrega
de terras aos camponeses, a formação de cooperativas, etc., o pr ole tar ia ­
do e st á contando com a possibilidade ae recriar formas^de produção e apro
priução capitalistas que, alongo prazo, s e m dúvida serão incompatíveis
co m a estr utu ra ção socialista da socieaade. Do nosso ponto de vista, esta
aliança, esta "concessão", é a forma necessária da criação de um forte
contingente revolucionário, na cid...ae e no campo, de atrair as massas e x ­
ploradas do campo para uuoa frente revol., de p ro curar afastar estas mas­
sas de unn liderança populi st a p e q u e n o - b u r g u e s a , etc. 0 campo de enfrenta
ment o das novas contradições c n a a a s com aquelas medidas citadas (entrega
de terras, etc) será outro, já dent ro ae um regime de car ate r socialista.
A implantação da d i t a a u r a ao proletariado couo forma de governo é a ex -
pressão aa n e g emo ni a do prole t a n a a o revol. no seio ãas forças revol. e
■significa não que se "atingiu" o socialismo mas sim que se criou uma nova
roíação de poder que permite levar m^is longe o carater das transforma
nões sociais e econômicas. E st a n e gem on ia será também a expressão da lide_
.’’ança polít ica (e, como tal, aceita,_e não imposta) do proletariado sobre
jev.s aliados. ^ pr oblema da construção do socialismo é portanto, antes de
mais nada, o aa conquista da h e g em oni a proletária na direção da organiza­
ção social e no controle dos instrumentos ae poder.
Vale a pena lembrar, nesse momento, a ex periência da revolução so
■\ ótica. Lo ponto de vista do partido bolcnevique, na segunda etapa da reT
yolução, a nova aliança de classe a se criar (e, portanto, a ser proposta
e d e f en did a pelo partido) era do p r o l e tariaao revol. c om os camponeses p£
b r e 3 (na primeira etapa englobava os camponeses médios e a b urguesia ru­
ral, que tinham contraaições com o regime czarista). E s t a aliança nao com
pr ometia o carater socialista da revolução. E a aliança foi cristalizada
ao Congresso dos soviets, quando os representantes do partido do campesi­
nato a p o i a r a m o programa dos bolcheviques, pouco após a tomada do poder,
garantindo c o m isso a força necessária para o e nf ren ta men to da contra re­
volução. Neste comento, os setores do campo e s t av am recoanecendo no prole_
tariado urbano ^r e v o l . a força a i n g e n t e ^ u a revol. 0 p rog ram a prático nao
se resumia p o r é m a uma uera "socializaçao da terra", iuas estabelecia f or­
mas de relação entre os camponeses pobres e o governo revol.
0 outro aliado potencial do p r o l e tariaao é a pb assalariada e pro
letarizada, vista como força ae apoio. Se se estivesse tratando da pb em
geral, certamente que parte dela se assustaria c o m a radicalidade de nos­
sa pr oposta de programa, especialmente a pb. p r op ri etá ri a exploradora ,
mais intimamente compro^etiüa material e ideologicamente c o m o regime de
exploração capitalista. Mas estamos falanao aa grande maioria,aquela que,
íi.
diante da ascensão do p r o l e t a n a u o como classe vai enc o n t r a r novas f ron -
teiras, novas expectativas, novos caminnos para a solução de suas p r ó­
prias contradições. A esta camada o programa defen did o pelo proletariado
ou u m setor exp ressivo deste, não vai "assustar"; a esta camada o p r o g r a ­
ma e a liderança pr oletária vão significar o campo de a tendimento de seus
anseios.
0 programa é mínimo, sem uúvida, para o proletariado, mas é um
prog ra ma mínimo socialista na m e did a em que se propõe destruir, no plano
prático, as bases de sustentação econômica e pol ítica da burgue si a e cons
truir as bases da organização econôm ic a e políti ca aa sociedade so ci ali s­
ta. 0 fato de ser mínimo significa que, aiante de condições novas, diante
de u m des en vol vi men to esmerado ou inesperado üas conüiçoes correntes, ele
poderá e d eve rá ser ampliado e refeito, colocando novas tarefas.
Aliás, a própria a o r ru bad a revol. d a di ta dur a quase que por si já
aponta p ara a necessidade ae se adaptar (avançar) o pro grama mínimo à no­
va situação. Nao se trata de ver a coisa como 0-3 para q u e m é a aplicação
deste programa depois de u ma eventual qu ed a aa di taa ur a que vai garantir
o avanço do socialismo. 0 program a de u m no v o governo vai ser tarefa de
se d e f i n i r nas novas conuiçÕes criadas e vai de pe nde r da correlação de for
ças. Nosso programa é mínimo e não será negado por formulações meis avan­
çadas do prole ta ria do mas s i m será ampliado e aprofundado por elas.
Al é m ao mais, a necessidade da luta por um tal programa transcen­
de à derrubada da ditadura. U m tal programa continua válido seja como al­
ternativa revol. à d it aau ra bur gu e s a inaireta (via militares), seja a al­
guma forma de ditadura velada que possa ev entualmente substituí-la. As fcr
mas de luta do prol eta ri ado certamente mudarão ae um caso para outro mas
o carater das transformações essenciais exigidas não, pois por mais libe­
ral que seja alg um outro regime burguês, ele não poderá por e m prática u m
mínimo que seja destas exigencias.
Com isso queremos dizer que não é correto se apr esentar o GRT co­
mo al ternativa à qu ed a da ditadura. Sem^aúvida que ele é a nossa ref er ên­
cia p olítica para essa derrubada, mas não só. A ques tã o da ditadura mil i ­
tar como forma concreta de ex ercimento ua domin aç ão b urg u e s a noje vai se
expr e s s a r no plano concreto das lutas e tarefas atuais das forças revo lu­
cionárias. Trataremos com mai or dotalne aest a ques tã o ao abordar os pro -
blemas táticos. P a r a aaiantar, ^odemos dizer que o programa não é simples
mente o pr ogr am a da derrub ad a da L M mas sim o programa da d errubada da or
d e m bu rg u e s a mantida e a efenüida pela aitadu ra m i l i t a r e da construção do
socialismo. Como tal ele é um e lem en to corrente da pr opaganda revoluciona
ria, mas vai se ma ter i a l i z a r politicamente, a cada momento, sob formas con
cretas, e m palavras de ordem determinadas que a g l u t i n e m e or ientom o m o v T
mento de massas para objetivos políticos expressados pelo programa.
Os comps. de 0-3, a meu ver, m i s t u r a m estas questões. F a l a m de ob
jetivos do prol et ari ado pela d errubaaa do regime e a formaçã o de u m gover
no revolucionário p rov isório capaz de assegurar as condiçoes para a luta
pela implantação do socialismo. Se o regime foi qu ebr ad o no processo de
luta a ponto de se pode r aplicar tais reivindicações, nao se trata de as­
segurar condiçÕes^de luta mas s im de lu tar pela sua implantação, ou incTu
sive, d e^ pro posições ainda mais a v a n ç a d a s , tudo a depender, c e r t a m e n t e ,da
correlação de forças.
U m governo provisório do tipo entendido por 0-3 teria base e c o n ô ­
mica ca pitalista e seria d ir igido p or uma frente revol. Seria caracteriza
do, talvez, po r uwa dualieade de poderes, no terreno de u m aprofundamento
dos conflitos sociais, etc. A possibiliaade de s u r g i r um governo c o m tais
características existe, certamente. Mas tal de finição exclui a pos s i b i l i ­
dade co ncreta de, na luta revol. contra a ditadura burguesa, se conseguir
dest r u i r o essencial dos instrumentos de a om ina çao e c o n ô m i c a e pol iticada
burguesia. Isto, segundo os comps., seria tarefa da frente revol. já d e n ­
tro de u m governo provisório. Mas é aí que se m ani f e s t a claramente a iden
f 3 ( Ó 0 C , l p J l 3

tificação l i n e a r entre o prugrama mínimo socialista c a derrubada da dita


aura. 0 pr ograma revol. é a proposta do proletariado para ar regimentar as
forças contra o regime burguês e não simplesmente um programa de um e v e n ­
tual governo revol. ou de uma d errubaaa da ditadura, ü p ro grama de um tal
governo que substitua a ditadura va i^d epender da correlação de forças uen
tro do campo revolu cio nár io e será tão mais avançado e radical (do ponto
de vista das transformações socialistas) quant o m a i o r f o r a força do pro­
letariado revol. e seu partido na frente ae classes. E também vai depen -
der da profunaiaade da luta que pr eceder esta derrubada. Tal como está for
mulado o problem a do GfiT por 0-3 (e isto se estenüe também às diluições
das definições uos does. antigos da 0 .) o governo revol. dos trabalhado -
res surge não coao uma possibiliu.-de eventual do d es envolvimento da luta
de classes no país, não como uwa mer a referência de pr opaganda como "in -
terpreta" E M mas como uma etapa necessária do processo revol.
A relação concreta aa quecla^aa d ixaüu^a com o prog. revol. vai se
d a r no campo da tática, da correlação ao forças, uas tarefas concretas do
pr ol etariado e sua vanguarda, das palavras de ordem capazes ae u n i r ® for­
ças revol. para dar os passos mais avançados a cada momento.

4. Observações f i n a i s

E m que pese a precariedade aas argumentações apresentadas, acredi


tamos que e x p r e s s e m uma vi3ao crítica às proposições oficiais da 0. e de
0 - 3 no tocante ao ponto que consideramos enave ao programa, pelo menos no
que diz respeito à aiscussão atual. Consideramos que as colocações da TD-
47 são basicamente justas e m suas críticas ao doc. do CN, na análise do
significado da hegemonia, na dif erenciação entre alianças e acordos, na
distinção que faz entre o GRT e pr ograma mínimo. Discord am os apenas qu a n ­
do ao d e f e n d e r o pro grama mínimo como parte do nosso programa (pag.ll)|ie
combina as necessidades imediatas das massas c om a p a s s a g e m das^alavancns
do p o d e r par a as mãos do proletariado, deixa patente que isto não visa ex
terminar a própria exploração capitalista, coisa esta que só poderia ser
cumprida ao longo aa p rópria ditadura ao pr ol etariado ... etc. Ao colocar
as coisas dessa forma o comp. acaba di luindo o cara te r socialista do p ro ­
grama e o sentido das tarefas que ele propõe. Na verdade, o que vai "ex -
terminar" a exploração ca pitalista é o socialismo, visto como perspectiva
histórica. 0 programa, ao se volta r contra as bases da reação interna (e-
conômicas e políticas), se volta contra a ordem capitalista. Não é neces­
sária a destruição de todas as bases da reação para se co nsiderar que o
socialismo está e m construção ^esmo porque isto não faz muito sentido. Ao
se d e s t r u i r os principais sustentáculos ao poder burguês e da sociedade
capitalista e ao se ga rantir as bases de u m poder proletário se está ga­
rantindo o caminno^para o socialismo. Não c u 3 ta l e m br ar a aliança de cias
ses para a revolução de outubro ou a NJüP. 32 justo que a parte prática do
programa socialista leve e m conta o grau concruto do desenvolvimento capi
talista e é justamente este grau concreto que opõe o conjunto da b urg u e s T
a ao conjunto das forças revolucionárias aa cidaae e do campo, mesmo os
setores propensos a luta r pela proprioüuúe aa terra. E s t a aliança de cla£
ses o é para a luta revol. a nti-burguesa e, portanto, socialista.
A plataforma de nosso programa e bastante geral, se a comparamos,
po r exemplo, ao pr ograma do "Grupo E m anc ip açã o do Trabalho"_de 1885, p a r ­
cialmente corrigido na década seguinte. E s s a generalidade não nos duve aj3
sustar ou preocupar, pelo menos por agora. O que tal programa tinha de dT
ferente era traduzir as suas propostas gerais e m reivindicações concretas
correspondentes aos anseios e necessidades de cada setor das classes re­
vol. 0 que nos falta p^ra isso é u m mel ho r connecimento destas reivindica
ções, de co*>o identificar, no concreto, problemas gerais já localizados
co m reivindicações efetivas. Isto vale para a a b o rda ge m sobre o campo,mas
também para outros itens. É certo que u m programa mais desenvolvido, no
e e n t i d o " a p o n t a d o , é u m instrumento mais eficiente para o trabalho revol.
e isto aponta para a necessidade de emp reender a tarefa, e m conjunto com
3rt

13.
as outras forças proletárias. Mas não se pode considerar que nas condjções
atuais esta "precariedade" do Prog. seja determinante para a correção p o ­
lítica de nossa atuação. Neste sentido, esta não é uma tarefa fundamental
do atual momento, pelo menos no que toca à nossa Cf.
Considero que devemos sair de tal c om uma resolução, nos moldes
da de 0-3, reafirmando as qucstões^do Prog. e apontando para as correções
no sentido que o a pontar a disc uss ão que nos sirva^de referência inicial
para o debate c o m a esquerda. E a principal correção que vejo é no se nti ­
do das formulações apresentadas neste doc., pro curando identificar o cara
ter socializante de nosso programa, ou seja, identificá-lo como u m progra
ma mínimo, sim, p o r é m socialista. Isto deve implicar numa alteração dapJa
taforma do cap. IV; s em q uer er a pr esentar já uma pro posta acabada^ me pa­
rece <}ue o i t e m principal a ser mexido é o que trata da "encampaçao dos
monopolios imperialistas e nacionais * planificação dos setores básicos da
economia". Parece-me que essa proposta deve ser alterada para e x pre ssa r a
oposição do Prog. revol. não apenas aos monopólios mas à grande burguesi,
a capitalista e m geral. Talvez, falando-se de u m "controle da produção e
distribuição" pelo governo revol. expresse esse conteúdo. A forma de colo
car o p roblema precisa ser m e lh or pensada.

ANEXO

Algumas observações sobre a TD-4-6

Mu i t o embora este doc. se centre na crítica à conccpção do PSB,es


pecialmente à proposta do GRT, não concordamos c om as análises que faz
n e m c o m as consequências que delas tira. Apesa r de considerarmos que as i
déias expressas por aquele doc. e s t e j a m implicitamente criticadas por e s ­
te, gostaríamos de desta car alguns aspectos.
Citando e comentando:
"Se as consequências que o PSB tira desta caracterização são cor­
retas (capitalismo sub-desenvolvido dependente e precocemente m o ­
nopolizado que ...) esta ca ra cterização do modo de produção capi-
lista br as ileiro é falsa, trazendo ... impossibilidade de desdo -
br a^ ent o tático e estratégico" (pag.l).
Ao criticar as apreciações de 0-3 sobre o problema, acreditamos^
que tenha ficado claro que as análises do PSB sobre d ep en dên cia não são
fundamentalmente erradas desde que apreciadas correta^ente e que o grosso
das deformações táticas não e m ano u simplesmente daí.
"Por não aceitar a revolução de 30 dentro destas características,
o P SB vai b uscar no^modelo clássico tarefas não cumpridas pelatur
guesia (transformação da estr utu ra rural) como e ntr ave^ao desen -
volvimento do capitalismo, tendo como con sequência o não rompirnen
to com o modelo Cep alino ..." (pag.5).
-Toda essa parte da analise uos fu nd ame ntos^teóricos do PSB parece
se funda r nossa questão. Acontece que essa afirmação é falsa, não c orres­
ponde nen ao texto n em ao conteúdo intrínseco do PSB, transparente nele e
nos does. que o embasaram; muito pelo contrário, a base do combate ao re­
fo rmismo d ese nvolvido pel a 0 . sc centrou justamente na crítica às teses
dualistas (não marxistas) que i n f or ma vam as formulações reformistas e po­
pulistas; o PSB (a 0. e seus aoes. touos, aliás) bat a l h a v a justamente no
carater c apitalista do latifúndio, na integração burguesa -l ati fu ndi ári a-
imperialista como forma de cooperação aas classes dominantes, deduzindo
daí a necessidade ua revolução socialista, inclusive para se at acar a fun
do as contradiçoes sociais no campo.
A transformação da consciência do camponês pobre (cujo anseio pe­
la propriedade da terra é visto como a granae b a r r e i r a ao socialismo) é
encarada pela TD- 4 6 como una tarefa nossa, do pr oletariado revol., ou se­
ja, que é necessário alterar o nível espontâneo, a rrastar os camponeses
pobres na aliança coni o campo (pag.15).
Es t a questão é colocaaa pu r a justificar que 0 programa necessário
é o pr ograma aa ai tadura do pr ole tariado e que, para isso, os camponeses
pobres, espontaneamente não socialistas e sim apegados à ideologia burgue
sa (propriedade aa torra) p rec i s a m ser gannos e/ou arrastados. Esse err õ
ema na de u ma visão teoricista da lut a de classes e d aluta revol.; e daí ,
do significado aa di tadura do proletariado. A aliança c om os setores do
campoj^mesmo os mais atrasados, é possível polas contradições objetivas
que opoem a grande m ass a trabalhadora rural ao conjunto das classes do m i ­
nantes. A transformação iueológica dos setores atrasados vai necessaria -
mente ocorrer no próprio processo revol., mas o nível des sa transformação
é que nao pode ser cedido ou especulado hoje. E s t a co nsciência deve ser
alterada pela penetraçao mais aprofunüada das relações capitalistas no
campo (a alienação da terra, criação do trabalhador assalariado puro, dos
bóias frias), pelos efeitos das lutas ue classes e a força e influência
do proletariado e seu partido. Sn a consciência dos setores atrasados do
campo ev ol u í r e m no curso do processo revol, identificando seus interesses
c o m os interesses mais avançados e nistóriccs do pr ol etariado e da revol.
socialista, tanto melhor. Poderemos alterar nosso programa, ampliando-o e
avançando-o^ Mas não se poae colocar a revolução na de pendência desta
transformação iaeologica. P or isso se fala de uma aliança política, m o v i ­
da pelos interesses objetivos aas classes e^setores de classe, aliança es
ta que, por seu programa, pelas transformações que propõe, pela oposição-
que vota ao regime capitalista e seus sustentáculos, c- de cunho soc ialis­
ta (mínimo).
"... onae as relações são basicamente c a p i t a l i s t a s , portanto, v a ­
mos acabar também com o capitalismo no campo e não criar futuros
inimigos ..." (pag.lò).
Consideramos que isto já está respondido no curso do presente do ­
cumento e no comentário anterior. Oj.tamos apenas por dar uma ideia clara
ia visão teoricista e linear aa revol. ^e passagem, vale lembrar a NEP ,
-.'.ando, e m plena ui ta aur a do proletariado, o partido considerou ju3to,den
ro üe doturminaaas conaições econômicas e políticas, admitir recuos nã
es tr uturação socialista, cuja repercussão implicava, ao menos a curto pra
30,^a0 reavivamento de formas capitalistas. Aquilo era visto como u m a con
dição do avanço que seria corrigido mais adiante.

Con sid er açã o fi nalíssima

Ü presente doc. é apenas a primeira parte de u m doc. mais amplo


onde se abordará também, e principalmente, os problemas táticos. Apenas
problemas^de ordem prática nos l e v a m a publicá-lo separadamente de sua
continuação, 0 que traz 0 prejuízo de induzir, e m alguns leitores, a idáa
do descou*proiuisso c om as principais discussões do momento. Na continuação
do doc. pretenaemos abordar os problemas ua situação conjuntural e as ta­
refas aa esquerda no presente momento, e aí então, procuraremos es tabele­
cer de que forma as concepções errônea:-: sobre o Prog. r e p e rcu tem no plano
ü a atuação política. Até lá!

(1007) L.
G.\p 3l£

X D -Sl

%
I gwjur^fiít/

1.1 i'A evolu ~o di’ cri60 da rjM


1.2 0 momento conjuntural
1.3 0 movinento o erário

II TVTICA

2.1 Teses sobre Tática


2.2 Tese sobre Sindicato
2.3 ^esc sobre jormJ. naci.nol len- 1
2.4 ^ese sobre ^artido dos r rí-' alh.dores
2.5 rrese sesbre F> en'e aacu rde >ro'le ri-
2.6 " esc sob1X2 trabalho leg 1 trabrl’o clande 'ino

III Oalançd da 0. (neríodo nós 5a. Cf.)


<p <# 6 P'3>4
.V ’■*
* T*4 ;
1“ A EVOLUÇÃO DA CRISIS DA DI.Í

1. A implantaça o dc Dl significou mais do q ue uno solução burguosa pors


crloc economic; o política dc 61+« 0 golpe marcou una reor."anlzaçao oolítica*
o econonica do Estado brasileiro.^ no son t ido do una opção dc d 030 nv.>lvincnt0
capitalista contrado no gr»:-ndo capital Industrial o f lnance I r ô ^ X"'
Inplantada, a DIT ronpcu com a nolítlca d® aliançan e conccssõcs d:, epo
c populista e fechou todos os canais do contestação e representação dc nas»
sc na sociedade* Afastou a gr an do naiorla d 03 onprcsários das docisõos polí­
ticas e da elaboração da política oconônica* Disciplinou e racionalizou/» o^s
trutura produtiva, do f orna a canalizar os estínulos oconoricos, os investi-
«
nontoa* o o acosso âs fontes financiadoras, no grande capit.-l industrial c ’
financeiro nacional, e principancnto internacional. Sobro as classes traba-’
lh -.doras rocaíu, cono sonpre, o õnus do financiar a 3 Uporação da crise, c a
viabilidade do novo nodolo dc dosenvolvinonto; a olas f o i imposto ui; rígi do 1
arr cho salar ialtTõ ropresão p o l i c i a l ^
Untre 6 Í4.—6 7 a DfJ aplicou una política economic;.. dc choque c recessiva,
o r ^sahar" (conbate a inflação) c "nodernizar" (nonopolizaçao do set^r f i - ’
nancelro o industrial) a estrutura produtiva brasileira* Tal tarefa foi do-*
sonpònhada co ’i eficiência* Contou, dc un lodo, con a nova tecnocracia buro-*
craílca rosponsavol pela racionalização das novos "nedldoa econôm i c a s " * Con­
tou, do outro, con a ação do aparato r e p r e s s ivoppõro^calar as n a s s a s trrba- 1
lh.doras o inpor pola força as n o v a 3 nttd nqas*
Os efeitos dos novas tempos coneçaran u ápordeor j* e^- 1 9 6 7 , con as 1
contestações do fraçõos burguc3<:s pola volta do poder aos políticos, centra'
r. política de cortes do créditos a poquonas c nédias empress's* A burrucsln ’
liberal e a/~pb)j cr itlcavan a repressão político e o arrocho salarial.
A Q: ja se fazia sontir cono un aparelho nuito "rígido11 0 * insensível*
p..ra absorver cs infinldade3 dc interesses c contc3t ç”o3.
A crise política explodiria en 6 7 / 6 8 con o ascenro do IIE, con as eontc_s
taçoes da pb radical o do Í.DQ, coin os prlnoiros sinais dc ascenso do .0 c 1
con o surgimento inicial das ações a m a d a s por parto da 03qucrdc. 0 perigo '
do an novo 6 i+ e o prenúncio da superação da crise econômica foi, no entanto,
o suficiente p-.ra que as claesos dominantes dossen seu aval a un f c c h . n e n t o 1
n.ior do r o g i n e • A coesão da burguesia o dns classes nédias à nova 0 3 cul da*
repressiva nao foi igual r. dc 6 I4.. l..as os bonof ícios do "milagre” ec^nôr ico ’
serviren. por algun tcnpo cono un "cala-boca".
Os anos dc crcsclnento oconônico (6 9 ~ 7 3 ) aunentora; 03 lucros do todos
03 setores do capital, ras não nodiflearan a rolação deste 3 con 0 ror.ine. A
burguesia continuava sen o controle dirct ' das fontes financiadoras °o capi­
tals a política econômica continua sendo docldida nos gabinetes do Planalto,
pelos tccnocratas e a cúpula militar segundo planos dc longo prazo do desen-
vol^inento capitalista para 0 Hr sil.
As manifestações de dcscontr.ncnto c oneçarara a^s poucos a reaparecer , *
m e sno n- área governanent; 1, cono a saída dc Cirno Linn do ' lnistorio^da Apri
cultura, ao críticos àp lítica r.grlcola dc Dclfin Neto, críticas crcadentes*
à. estatização da economia, crisc f in ncc ir: dor Sc tu dos c uulc iplos, devido
c
c aaa a wiüu ac autonatiiu politico o f ina ne o ir 1 , £ ^ 5 cxccns^c <2c roorosmão p->
lítica, ao rígido controle do Sstado às instituições civis e ao MDB, n falta
de diálogo do governo com a burguesia.
a I * *r
2 , 0 surgimento da crise economics do 7 4 aumentà os conflitos o dc 3 con-
tentamontos antes referidos. As classes médias- paècairí1 a sofrer as dificulda­
des do endivida»ento assumido nos anos do "milagre"'' (naquclos anps a classo*
média se t o m o u o pr incipal,mejrcado,- ulèrart igos de bens duráveis). As camadas
inferiores da pb ja senten-a alta do custo do vida, o arrocho salarial e são
pressionadas à proletari^ação.
As manifestações contra a política econômica da DL e por uma abertura*
política intensificam-se na área empresarial (os empresários começam a vincu
lar a necessidade de desestatizar a escobomia com a abertura política), na 1
groje, na imprensa, nos partidos MDB e Arena. A DM responde às pressões do3 '
setoros mais liberais com ações repressivas looalizadas (como cassações de '
políticos, demissão do ministro Severo Gomos, fechamento temporário do con-'
gresso, roprossão sobre o ME), mas começa -a recuar fronto ao conjunto das ’
pressões*
A política de descompressão "lenta c gradual" de Geisel e Golbcry, poj3
ta om prática a partir de 7^> é a forma que a DM encontra para 3 uperar aspros
soes do suas bases sociais c do reaproximá-las do regime, e tor o apoio nccc_s
sário para o enfrentamento da crise oconomica (prolongada, como já se imagi­
nava na é p o c a ) •
As eleições de 7^1 dão vitoria ao MDB, o que indica o desgaste do parti
do govornista nas camadas da pb c mesmo empresariais. E 3 ta3 eleições ç'locan
também o MDB como o principal canal logal dc contestação ao regime ( .3 elei­
ções do 76 o 7 ® reafirmam mais efinda esta ^tendôncia) .
Nest a época rcconoçan a aparocor (na3 áreas liberais) os primeiros nlcr
tas sobre a situação crítica das massas trabalhadoras brasileiras; da noces»
^ . j &-jj, f* ^
sidade do roforma na política econômica, no sentido de melhorar as condições
do vida dos trabalhadores.
As dissidências dentro das PA começaram a surgir, c se colocarem aber­
tamente contra a cúpula da DM (como foram os casos de Hugo dc Abreu c Eulcr'
í
Bontés). T o m a r a m - s e frequentes doclarnçõcs do militares apoiando uma aborta
r a "átjgura" da 3 0 ciodado brasileira. Começaram a surgir rachaduras no parti­
do govornista; Magalhães Pinto, um dos a r t iculadoros do golpe dc„6 i|, cinde '
com a DM e inicia a sua pregação polo país, por um governo civil. A Arena 1
não vendo outra forma do ganhar votos, começa a observar as tc3cs democrati-
zantes do MDB; falar em desenvolvimento com segurança, como nos tcr.i pns do Mç
die.., não ganhava mais eloiçÕos.
3 . 0 crescimento da oposição burguesa e liberal pressiona a DM, no senfc
tido do apressar as reformas na política econômica e na lesgilaçao repressi-
v „ Estas pressões diminuíraçi cada voz mais as bases dc apoio soci..l c' Dh, '
neutralizando as açõos do sou aparelho reproasivo. 0 espaço do contest q~o r
legal contra o regime se amplia e passa a ser utilizado por todae as for.ças1
políticas q*o lhe fazem oposição. A politização c a contestação do váriaa ca
nadas o classes sociais começa de cima para baijeo o cresce na proporção i n - T
versa da repressão- política 3 ">brc elas oxcrcidr.
^ 3 * 0 * <p (d . Ç ’ 3)^
A cúpula militar, no perceber o desgaste progressitro do rogitne procura*
liboralizá-lo (apesar dos grupos de rosistência dentro das FFAA contra a po­
lítica do abertura) o até tnosmo, en muitas ocasiÕos^ assumir a iniciativa das
refornas. A sua estratégia passa a ser a do absorver as pressões a partir da
concessões se reformas parciais, procurando sempre não pferder o .controle so­
bro elas. No plano político esta estratégia se caracterizou pela su b s t i t u i - ’
ção da lesgilaçao &o' Ato ,5 pola ds3 "salvaguardas” , pelo abãndamento das a - ’
çõeo jdo aparato rexprossivo, pela progressiva abertura na imprensa. No plano'
econômico, por dar prioridade a um combate gradativo à inflação,: evitando' o
taratamonto de choque. A- dirqção não era,t nem essencialmente repressivai, n e m 1
pop crescimento acelerado, apesar de h a v e r uma rtendência a p r i m e i r a .solu-
çao* .''.'J' r®' ■p u • '■
Para as classes dominantes, as .mudajniçui.s políticas do Goiscl-Goiíbery 1
surtiram efeitos positivos, mas n ã o :foram suficientos para aumentar sua coe-
stfo otij tornp do governo. Para elas, i.\&is importante q ú e as mudanças políti-' ■
cas dtû a solução para a crise econoplca. B noste sentido, a ^insati sf ação dos
empresários frente a 3 modidas do gove^np para conter a.crise, mostrou que a
burguesia não apoiou uma política ant.i— inflacionárias com tendências recessj.
vas. , r: -ï', .i-.’ '• £ t ' v df ‘li t*T•
5. 0 governo Piguoirodo seguo a estratégia do. período G-eisel com unrn di
feronçat alargou ,a margem1, do ;conces3Ões econômicas e políticas (anistia, re­
organização partidária, incluiu no ministério elementos do gruçto desenvolvi-
mentista com,o Dolfim, Andreaí za) , c.edondo às pres-sões da burguodia, da oposJL
ção democrática e da classe média. ., i*? \
6'. 0 s.urgiaonto do movimento de massas . t o r n a - s e ura. fator de aproxima'çao
do sotoros burguosos à estratégia da s reformas políticas graduais do FigueJ.
redb. Mas o aguçamento da crise oconônico,. com características Via r e c e ss ã o-^» ^
X
faz com quo a burguesia exija a suporação da crise atravqs do- crescimento. A
substituição do Sinonsen por Delfim ropreseptp uma mudança na política econo
m i c a da DM, com o^ ob jotivo do aproximar as. classes dominantes cb governo, -j-
A burguesia-podia uma solução imediata para a criseí o a opção do g o - * +
vorn.o por uma política de crescimon.to foi por isto muito bem recebida pelas*: /
classes patronais. -i:- . ta/ a
As cpnsoquoncias políticas da aplicação hoje no pais de u m a ,rvpjlítieart * -
4 o croscimont© ainda são imprevisíveis. 0 corto é íjue tentativas de cresci- 1
p o n t o - rápido numa época do criso são sempre realizadas^ com altos custos. Em •
5 6 , a política do proscimento 'de ” 50 an t o e m 5 ” , levou-à espiral inf lacioná--)
rl-a do 6 l o ao agravaponto das condições de vida das massas trabalhadoras.Em
6 9 , os custos foram o arrocho salarial sobrc; hs classes trabalhadoras, a in­
f l açã o galopante de 7 o aumento da repressão,. i
Hoje a burguesia não podo repetir um 56 (®s condições, históricas são 1
diferentes) 0 a DM não possui as condições políticas para assegurar a implan
tação de uma política como a do 0 desgasto dn ditadura enquanto’-rogitne *
do oxcessâó chc&ou &o ponto 1 máximo. Por. outro lado, 0 movffaento do passas a-
tingiu uma amplitudo maior que o do 6 8 , as massas cxigpm soluções para seus»
prcblemas materiais, o condições do utilização e criaçãp de canais de exprès
s.Ko o organização proprios. Uma p olí tic a 1 oconômioe quo torno necessário um 1

;1
yi; !(J.-...IIjíioí
■ . . . " ' ' " 7
a * •’;4
bloqueio dn.s oxigoiiciss das ciassas trabalh^doroas estará fadada n oeirrnr nin
da mais as lutas de classes, e levar o país a uma crise política cinde m a i o r 1
que a atual. •
7« Não poderíamos deixar de comentar brevemente, dentro .do uma crise 'de
regime militar, o papel e conduta do MDB; partido criado pela DM o que lhe' 1
f e z "oposição", durante-estes 1 5 QT103*
.1 li •
, Arena o MDB foram formados a partir dos antigos partidos burgueses do '
antes do golpo. A DM reduziu o n fi de partidos mas não conseguiu extorpinar.es
interesses de classes e do fraçoos do classes quo àles representavam. Por'is
to na prática ales continuaram existindo.
Neste santido o bipartlclari smo doi uma solução ® crise do 6l\.f mas nao 1
/ consegue sustentar históricamonte. Hoje quando a reorganização partidária é'
quosteeo de mesos, s roorganizaçao das forças políticas se dirigo à criação de
tantos partidos como havia antes, agora,.no entanto expressão d& uma socieda-
CV-de^mais industrializada o mais complexa. »
A partir de 1973/ quando aumenta a margem do logalidade, o MDB se torna
o principal canal de expressão legal da oposição democrática contra o regime.
Os resultados das eleições do 7 U confere-lhe apoio eleitoral, o quo reforça 1
osta tondencia. v. . .
Sua qualidade do principal opositor, eo regime faz com quo cio congrj^uc^
todos a s f orças do^ oposição política a DM* Neste jjoniidp podemos dfgçr quo o 1
MDB c uma frente de aposições r> DM,’ com programa e_diroção b u r p u o s a .$ A maiorle
da esquerda atua no MDB com participações quo vão desdo sua utilização c o m o 1
tribuna de denúncia contra o regime, do divulgação de suas plataformas, até 1
procurando t o m á - l o um partido mobilizador do massas.
• r '1.
JL_MDB consegue ontrc^.7li e 77« .pressionado por sua ala autentica o dn (
quorda, ampliar a agitação o donúncia contra o regime a atuar, até o surgimen *
todo movimento grevista, como fator de pressão o desequilíbrio a "legalidade"
vigente e do aprofundamento da crise da DM, Estas manifestações não foram, no
entanto,suficientes para modificar o peso político das esquerdas dentro do '
.51 *
partido, quanto mais-do mu da» seu cont.euob de classe. Ao contrário quo pensa-
va parte da esjuorda democratica, ç» MDB nao-incorporou-a amplas massas na fron
o c ■. • 1 —-
to contra a DM. Seu caminho foi no sontido-oposto: Inchou no sentido eleitoral
„r : nr - j■
(rosultacb da expressão popular de repulsa a .miséria social), mas evitou se ’
, ;• -i4 ^ . ‘■
comprometer com a mobilizaçao das massas contra o regime, com a luta por mu-'
. *I
- 1
danças do cunho social o trabalhista. Seus líderes _mai.s radicais foram porden
p i o j n ’jc[ »
do seu verbalismo no parlamento,-como e o caso do Brossard que, h o j o , qua-so 1
nao so houve falar. Apos a mudança de ditador o MDB passou a apoiar as inicia
tivas do abertura de Figueiredo. - ( ,
A tática do partido de oposição depois do tfsecnso do movimento grevista
em 7 8 mudai se propõe freiar o MM o evitar um aprofundamento violento e prema
turo da crise do rogime. . . .
Pa r a sua direção, sou papel- foi cumprido pois serviu ©omq canal do cx. - 1
pressão c -contestação contraia cristalização do uma solução do- podor j.uo a
longo prazo só aumentariam ainda mais as contradições políticas e e c o n ôm ica s1
no país. Sua unidade foi mantida até tor arrancado do regime as reformas pre-
tondidasí a parcial neutralização do aparato repressivo, a mudança na loflsla
çac dn DM, a atonuaçao de ©ensura a imprensa, a anistia parcial g a reorganiza­
ção partidária. ;
Partiu-so o transformou-sc numa colcha dc rotaíhos guando a crisc do reg_i
•V
- '0*
mo exiguiu uma oxplicitaçao dc uma nova alternativa dc poder burguês para a so­
ciedade brasiloira. L partir dai aúmentaram e acirralram-se as divisões e dispu-
las entre as várias f raçocá burgUesas c po^Uene buirguesas, cada uma defendendo*
áoü projeto proprio do podor parfa a sociedado brasileira.
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Ç-ò-cp f ) - G . p -JP?

• » . . li - o momento conjuntural •* . „a *

1- Como vimos anteriormente, a DM vem de um progressivo desgas

politico que se iniciou após o golpe de 64 e se „aprofundou durante os ül

timos 15 anos. . x. * " 1w “ “

Em Maio de 78 Surge o :movimento grevista, que se espalha rapida­

mente por todo o'país. Seus reflexos na conjuntura são marcantes: atinge

o lucro da burguesia, nums época de crise econômica da DM, num período em

que o regime já não pode reprimir como antes.

Em 78 se processa, portanto, uma mudança qualitativa na correla­

ção de forças políticas no país. 0 movimento grevista e de massas se c o ­

loca como uma nova força de pressão e instabilidade ã DM (sobre sua poli

tica econômica e repressiva) mas que atinge, antes de tudo, o capital.

0 movimento de massas cresce, se organiza e rapidamente começa

exigir modificações mais profundas na política econômica e trabalhista e

uma maior participação politica das massas nas instituições sociais,

tas manifestações, mesmo sendo "uma necessidade do jogo democrático", co­

mo defendem muitos políticos liberais ( e até m i n i s t r o s ) , atemorizam as

classes dominantes e a DM. Eles sabem das dificuldades que terão para -

controlar a pressão de uma classe que foi levada nos últimos 15 anos ã

miséria social profunda, pela força dos fuzis.

E, não bastasse isso, existe a crise econômica que vai permane

cer por por muito tempo. Soluções para ela, do tipo recessivo como as -

tomadas em 64, não são hoje víaveis. Elas exigiriam a retomada de uma DM

forte, capaz de reprimir e suportar as pressões das massas e do capital.

Hoje isto é improvável que aconteça porque a DM está desgastada e com p o ­

uca base de sustentação política. Uma opção desenvolvimentist a , tipo a de

69, implicaria na retomada da política de arrocho salarial, da inflação,

da dívida externa e do aumento da repressã política. Por outro lado, di­

minuir o surto inflacionário, a dívida externa e melhorar o poder aquisi­

tivo das massas através de uma política de controle das remessas para o

exterior e dos benefícios ao capital monopolista, está fora de cogitação;

isto exigiria uma completa reformulação no modelo econômico, e atingiria

frontalmente os interesses estruturais daqueles setores em que se assenta

o sistema capitalista no Brasil.

Se a última hipótese é inviável, as primeiras, ainda que p o s s í ­

veis, levariam certamente a um forte acirramento das lutas de classe nc


t

*país. ...'• -
•••. ü i, - '■■■- - '
^ .. : • .> ♦ > V. . • . ‘ \____
Neste quadro torna-se difícil para a DM e para a .burguesia atenuar e

absorver o ascenso das massas através de um modelo populista de concessões

economicas e políticas capazes de enquadrar as exigências dos trabalhadores


. .1
dentro de seus interesses. Por outro lado torna-se catastrófico - ímpossível-

para a DM coltar a utilizar a repressão policial e.política dos anòs 69-73.

E e por esta impossibilidade da DM a p l i c a r , •no momento atual, p o l í -

ticas radicais de choque, para enfrentar o período de crisem que tem se alar
•I : '' 1' . ■ . Tl
pado o espaço para o fortalecimento político & organizatório do movimento de

áiassas. > ' .


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A DM e a burguesia se encontfram hoje parcialmente neutralizadas pelo de sgas­

te do regime nos últimos 15 anos e pela crise atual (apesarde e s t ar ainda in-
• 1 *
tacto todo o sua a p a r e l h o 'repressivo) 5
*

0 _ resultado disso é uma sitaução polfica instável característica por

coexistirem : o aparato repressivo da DM intacto ( e também parte do sua apa


tôto.f.
t;U:l .■
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>0 %% . v; •0 " • '-V
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CONTINUA
rídico, mas poiiticaacntc impedido do utilizar iodo seu potencial; um.' est-ruíura ppr-
líiiont. r bisrgueoa .‘rac. incapaz Uc servir, "vrü os fins burgueses, de absorvedor das
tensões sociais; 3 m movi~cnto reivindicatorio de sse forte w s ainda' não unifica-
uv nacioi-^1 c/te,
11 2 . Êaiíí: aS‘classes' dominantes o r.omentb "e de reorganização de forças lolít-icf s fre
eotruturçoio partidaria), tu fpto de .sua, influência ^tad£Le. fortalepimcnt9 ,,. ,dps’1
;,dfcUs-óí* ánisnos 'roproaoshti tj.vbó '(anhociaçoies WvVcsaríais, tino TTT?) £+T 0fÍad06 >e
1, o:> " burnicsi- se nrepara para assumir diretamente p adrainiçtis3;çãó es'-Qjtal*, "
. r s5 •. n v .1 /.. ,1 t '*• «n- et»1!>'! - ’ ,f>

de poder da y e por isso neceqsario^ e, o cjue, o importante^ hojje.aindq nao tem


a.ubstxt'uto na altar: »; .rplíjari^éna tiác teriÜÊ iiridlclJdède ,i£>ra a ss.Mir o »oder 'Orcue
são mito_o streit os para una,nultinlicida^-. L.ãç ^jrapde de interês,ses, e. os novoçj p- r ;
.tidos ^stãtfron :ftíStí. de L:bsta«jiv’
d*‘...^- ^— -• *•'••••• ' : - ....

I '•'•r:,cst;ls c:lrcfcistcaciàs1, a ;T ;
•iríia'■è ■ garantia pcra"'es classes"f d onttnähwa 'ainda
ur is Cjue to • denonstrado flexibilidade er.-, se adapter as exigências liberalizantçg,•.<io .
por iodo, ’ burguesia aceita, "»or isso, a estratégia dos roilita res d-s »'refcrmSK gra­
duais no regime»« „ , -arr
•! V. ■ .ilciJj- .<» ‘; .. ,.f .? Jt... .idiiLv. .L ... : '
0 ritimo dp ludaiinas denepd ora, no entanto^ d evoluçãpclQS >grçs dft preçsão
flcfcirà1a_cbnjfvfi-.tC.rá,!.prínó^iá 1 iohtc-üo -runví;-i\ii to^e á crise econoníca-e-d; s' .nedidas rue •
iT e m r e ar x;rn suxra-la. °o. os custos da sua super* (*<*9 reco ire 1 so are ./r ,cias-
;j V' ’x V- . x c.— ' w »I«. > 9 w * - ^ >.» v . — ------- * ■ - jv - I» ! » w w -- ^ _ —•- —- • » - ( w —* »—

es tr; balkrdor.e, c o m o já se confi .ur; c o s n ! > . í . j ú a - d o iíüfin;


1'oto,
eto,.t remos \u ■u -ueainento dr crise g: v 1 da sociedrdxj brasileira, e m recrudefsei-
■ m i mtekà d u m * * & 2 2 1 J

;;u • es ,a aiS80 t CcA-itofjo, ^ j^UR .• •:É,Tid^néfi*: i£aÍidÜli^Àr.).fS«a v


Õ K 5CÍ icávto dos aistruraentos de dondn, ç~o direta d; bur/'uesir '-)ortidos, vrl: 'enio). (
* cedo ainda iara d-finir co ao sera o novo refine, 0 r 1 .•'odonos co <\ certeaa ••fir,v-r
ó que u.ia nov. tentativa dc xodia.-Tento do rc-;iifie »nilitar aos moldes de 61, so viri con
o apoio de .ilos setores dc bvsrgixosia (inclusive interracionf 1'*; o (iue isto so £.con­
te corá c VMiuo os novos organismos de co^troli- ''oli ico de vtassas, >us t-gore es ;o sen
do revit_lidados (lartidos, sindicatos nele,;cs » ete se tornore:? inca >ezes de u-i e^.-i
o L scans o do venr- «nto de idassas« co o .ssin, sua viabilidade ;t; ica d viondcra da
oskistcncia dc vaie clí esc tiv ’olhadorc or tniacda n cional.x.nto e de vm --anguard t o
lr.tária, oue, jwtos, tosad neutivli^í..r a í*c '<raç; o dc um novo gol *e, c no i-çs o rc
cçüco' leK.i s , o: e c- dirorõo * i'.nlrnt q~o do ^oycr.no ncvol’'ci ot ário dos a'.v ]ji;
deres,

3, .dU., 'ortc.nto, c c mo, unto d <; for ti lc cor ao rv xX".o i unjrirdo •’»l/ ica o or.
ni^a.tória do co;ginto de clí sses trabalhadoras, de: tro dc vra T)rs 'ecl- iv de inde 'en-
dcncií frente v.o st. do buruf.es o tod. s as cor-entes "> tíLitic.-s ccs ro*nelid s con to-
jc toe burjfac.Sv.o, 'vuito c.is o:* • ni^.das tiverer,- a dasso o'»cr-.ria e sons aliados
estr: tc ic 's, e coar;inn. dos cj t rno d- iv a o o roeria e 'od^r, is c' odiçoc* ’e
rão dc TOx'undar su; 3 ccncuistas c ncuti-.-lin r as 'ant: tivas con t»»re”olr c ion. r ' s,
T T •/

fser;u; a,. •giiv seguinte^


ft- Q > , p l?6

Não vemos essa processo como linear, ele possa por altos o baixos. L cri-
so oconomica o o desgaste do rogitne determinaram um período do alta,de avanço ’
da luta; revolucionária* As vanguardas comunistas o dos trabalhadores tem,por ijs
to, quo aproveitar o momento atual p a r a .construir siia unidade política nacional
(frente do esquerda) o. com isto atingir as amplas massas trabalhadoras; mobili-
* * *
zaHLas e educa-las segundo seus interesses proprios de Classe, e sdgundo uma *
perspectiva própria do poder. Devem ocupar, todos os espaços legais de acosso as
« «
massas, submetendo sua agitação, propaganda e organização aos objetivos que l ò 1*
v®m à instalação do GRT. Devem ampliar ao máximo as denuncias contra o regime ;
deixando sempre claro seus tfíncúlos com o capital nacional e in ter nacional, apor:
tando u ma alternativa proletária do poder. Por fim, deve fortalecer os vínculos
do mlipnças .entro as classes oxploradas. Os setores proletários da pb, sao dQíc-
mentos fundamentais nestas alianças, por seu girando peso nume.ricò e funcional ’
* t
na estrutura produtiva capitalista brasileira e :por sofrerem com quase a mesma'
intensidade que a classe operaria os efeitos dos 1 5 anos do arrocho salarial o
repfossao política. ' s• N *

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1* Os 1 5 anos de ditadura militar aprofundaram o domínio do grande capi­


tal na economia brasileira* Neste processo ocorreu um grande crescimento dg 1
^classe operária e sua concentração nos grandos ^contros urbanos*
0 novo modelo de crescimento económico implantado pós-61j: pos fim a pol^í
tica de concessões económicas'e do barganhas políticas, com as lideranças po,pu
listas o no seu lugar institucionalizou a polítiaa..do arrocho salarial o r o - *
pressão política, ^ue levou as massas trabalhadoras a índices docmisoria ja-'
%
mais vistos no país. A exploração capitalista o sua reldção com o Btst.ado,' com
os políticos burgueses e popúlistas nunca foi posto tao a nu como neste perí
odo de CU* ?
t ■ • '
As CT, após 61^, foram imobilizadas politicamente :
.o grande parto dç j;suas
lideranças dizrimadas ou banidaS. Naq uolès. anos de teríível exploração cçonpmjL
ca e repressão política, a reorganização das forças se dcú a nível oiandesti**
no, a ‘partir dòs elementos mais conscientes. A nível d© máss®, a .reação.”iria/
se formando a partir de uma disposição ò revolta. A tensão,soeihl nas' camadas
proletarizados da população cresceu a cada ano da DM. Seus refl cxs surgem com
reações espontanoas (quebra-quebra de trens c onibus, invasrr de torras etc) .
A repressão da polícia política’
* militar e civil criou no p rol et a r i a d o ’
um pavor à "autoridade" e ao Estado* Ao mesmo tempo em que este rígido contro
ÜLe age como fator de intimidação, agem também como olomonto tensionador e de
instabilidade social a mais longo prazo.
A resposta da DM ao proletariado (arrocho salarial e repressão política)
acumularam, pois, condições para uma radicalização dos lutas do classe no pa­
ís, que viria a ocorror em 1 9 7 $ com o aguçamento da crise oconomica, B3 dispu
tas internas o as rachaduras na burguesia.
2;. 0 período 7l|/77 foi importantíssimo para dar oaqualidado o organiza-r
ção política ao movimento espontanoo do massas que aclodiu am 7 8 » pois foi *
neste período do progressivo desgaste da ditadura (com a consequente perda re_
lativa do poder repressivo): e que foi possível uma maior mobilidodo das lido-
ranças dos trabalhadores, da esquerda, a circulação de instrumentos de denún­
cia, a aproximação entre os elementos mais avançados c uma maior participação
w /
dos trabalhadores nos organismos de classe e associaçoos comunitarias.
Por outro lado, este período de maturação mostrou a inexistencia do uma
vanguarda organizada da classe, com influencia ne massa, capaz de reorganizar
revolucionáriamonte as facçÕcs mais avançadas da classe o possibilitar a u n i­
ficação do movimento para a derrubada da DM o instalação de um governo dos 1
tr abalhadores.
3 ,; Em 1978 explode o movimento grevista em SP. Tom início no Estado mais
industrializado do país; c no setor mais monopolizado da industria: os inctai^
lúrgicosi 0 movimento se alastra por outros setores o cidades industriais. Ê*1
espontanoo no sentido de não ter sido programndo, e previsto; cresceu em cadej^
a som um plano pré-elaborado do alguma lidorança.
Analisamos antes as condições objetivas e vimos que já estavam dadas : *•
criso económica, miséria das massas, tensão social, enfraquecimento do poder*
repressivo da ditadura. As condições subjetivas foram criadas entre 7^4 ^ 77 »
num lonto trabalho das vanguardas, lideranças sindicais do ABC, lideranças fa
, . rc: i_- , uni
X .„
,<*v *

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bris, «otoroeu ôa. igreja o comuhida>dos do bairro*
. , A impórtarieia- das lideranças sindicaiô. do ABC rt» deflagraçao do movimo»'
\ if1 W \ *^V-> Q J ** * * ’
- toxf oi do ter i^tljizado o sirvdica^o^o legalidade (assembléia, 'jornal, rçu
nião por fábrica, camp^nha^'àe ràpo^íçãò* congresso' de mulheres m e t a l ú r g i c a e
-etc) como moio do mobiliafôr o aglutinar a categoria; incentivo à luta ocQtt&ni
• ca; utilizaçao do frevo; donúnçia da estrutur^ sindical atrelada. É importan­
te deixar claro q u e naquelo' momento ja atuação ,_dos sindicalistas do A®C já ul­
trapassava os limites permit i d o s ,pelas leis dò atrelamento sind ica l» .Sua atu-
açaio ora limitada apenas pola corrtelaçpo do forças ao nível político* t
; As grevos ocorreram por razões é c o n o m i s é . Amas tivor$à desdo o âeu iní-
'jf . • .
•».O • ■- c'
~ cio um caráter político, porqqe rompornm na pratica com a rígida polític^yáfe1
arrocho o a legislação sindical (vj-igepto. 0 movitoento se desQÁv^olv.eíí totalmon-
<> ,
to fora da legalidade estabelecida pela DM para -os movimontos^rclvfiridlcatori-
os: dostacou-se pola condução firme, pola unidade dos^grevistsrs no- uso da gre
wo como arma do luta o pola c1 a r e j a 'dos operários em situar a oposição e n t r o Ti
seus intoressos imediatos ç o dos patrões. - :
l|» A.s grevos de maio de JÔ trouxeram novamente ao palco das lutas operá­
rias no pais as comissões do empresa, q u e , -como nos anos de U&-53» surgem eo-
mà or/ronlspos do direção do l u t a , f ormados a partir do grupos operários mais*'
conscientes já oxistontes nas omprosas goralimonto com influencia da esqu e r d a 1
t
• organizada* • '
Devido sua característica do organismo do luta, o principalmcnto devido
a corBelação do forças ainda desfavorável a CO (domissõos em massa, nao exis-
teneia do MO organizado nacionalmente o do um partido de classe) as comissões
refluem logo após a luta, mantendo-as geralmente como grupos clandestinos deri
. tro das emprosas.
Por esta razao, sua capacidade do oducaçao político (reunião, propagan*
i d’
à, imprensa) do massa sc dá quase «juo oxclusivamente durante as lutas| >juan-
-;.dó ó suportado logalmonte pela f o r ç a ;do movimento. Quando o movimento reflnit
sua capacidado de atingir a massa operária também diminui limitando-se ao tra_
balho de formação o organização dos olemontos mais avançados.
Aposar das lj,mit$çoos que a roprossão patronal lhos impoo estes organÍ3 -
!-mos roprosontara nasgrovos do maio do 7 8 e em todas as demais havidas no país
<a expressão, mais espontânea da combatividade o dos anseios dos trabalhadores
dentro das empresa». Por, aglutinarem os setores mais combativos o organizados
do MO o MT tornaram-sò' os olemontos fundamentai* na flluoção dçs lutas, na for_
mação das novas lider.anças operárias, na pressão e revitalização dos Sindica­
tos:, . . t: •; :.;í. -
•r f A s comissões do empresa, o todos os organismos oquivalentes, oposições*
% Ojtc carecem no entanto do legalidade o ostabilidírdo necessárias para a g l u ti- ’
- n « r a massa operária o trabalhadora cm torno dos intoressos econômicos o poli
ticos comuna» o t o m á - l o s os núcleos sób os -juais so unificarão suas lutas .!
: Sua permanência aberta onauanto organismos indopondentos do luta oconomica e
pol-ítíca dopon&yrá do um fortalocimontç político maior das classes ta*abalhado
- rets, de um ortfrPWUo.&imontP maior do regime, ou seja: de um maior acirramqpto*
’ das lutas de class-o no país (talvez ato do uma criso revolucionária.)
F 3 - 0 - $ . 6 . p

0~ ■ Z ' X ... o . ... , . u ' **r

n o ndttonto atual a unificaçaq^organizatoria o rpolitlca «lps Mov. das cia*


, ases trabalhadoras esta se dando* qm torno dos organismos locais do rdprosonta
ttiv.idade- (estáveis, na maior parte aceito pola jurisdição burguesa)'*' ermo sin-
if.die at o s (unfdado sindical), associaçoes pr o f issiqpais o comunitárias (mov* cus
-tfeo^il© vi dá a já em parte partidário (PT). A razrãq disto prondo-sc a ostabili-
^•[dffidc jurídica destes organismos, ar.facilidade do atingir as amplas massas o ’
- / * -r t-
-•aientralizar suas lutas* a proteção legal .que da-as .lideranças o a floxibilid_a
de que tom demonstrado em se "poljltÍ2-ar" quando pressionado çelo MM.
Os organismos de lutas dos trabalhadores n$o enquadrados ddíÀro da logis
: laçao b ur guosa ;t3om por isto ac aproximado (o se servido dos organismos legais*
_ o estáveis (sindicatos, delegações sindica.is) » ..JSsta aproximação tem estimqla-
^ X T-' j. *■-—
-rd/? e reforçado as lutas, politizrandp c„revitalizando os organismos legais, 1 c
'* ’ ’t V,).1 :*>'•>+' ' ^
vando-os a atuarem na maioria das vezos no limite ...permitido pola corrclaçao *

’ dp.-forças* ,. r,'
1 ij í»<ii A t
Ao mosmo tempo que isto ocorre, h.^ a ten den cia destes organismos lògais
-■pelos sojus;. estreitos vínculos com o estado,.^a enquadrar as exigências exponta
- n o a s da.s> mansas- a alto?»nativas burguesas o .r e f o r m J.stas o-,, absorver ..seus .orga- 1
’• A * ‘ '’•* - •*( Æ S ■ H c. ; .
' nismos ojÊppntanpog do lutfçs*
í .t . f irmoæa/çom que as massas cs.tSo hoje lutan'(F"por .s-uas -¥»«%^^çlijc^çpcs*
tem, no entanto, reforçado a tendoncia :jue luta pela indopondencia .política *
ideológica p org an izratórLa do movimento, contra*.,aq:uelas que vendem, sua inde-*
*J *• f x -* ~*ricH
--.•^ehdctfc-ia oi»-, troç.9 de a l a c^rdõ^ copi a burguesia. 0" que tomos „visto ’
.frequen temente, .ó^que nert^ j^^trj^a^ent^o pânico.,-ppm tnosr& as., diretorias.' polo
..gas, populistas o rof pr mi a,ta s. -tom a^.do ,cfy?azes de do ter, o avanço dOjff massas,**
nem impodido q u o elas utilizam oa sindicatos do forma independente.
- Por estas razoes íc fundamental aproveitar este porlodo do f orte- ascensö
do JWM para incentivar a criaçao.-o independencia -dos organismos fabris criados
' t' ” , . — X is .;ü 1
! .poios operários em suas1 lutas; ao mesmo tempo cjovemoa díFT^i—los^ assim-como*
riHíodo MO, para faaer dos sindicatos ip<strumentos do lutaq, do educação políti­
ca das ^massas trabalhadoras.
~ in - ■•í5*..LQ£;o
,
agos as
<•
greves de maio-junho, se realiza,no liio a CKTI que f orma
í*.. ..
VL I
.,
'.I.L

«* - a"
fl,iz:aria_ a -criaçao do grupo dos "sindicalistas autênticos" • Bste grúpo. surgiri
. r« '*4 X -íí í* »
f» *. em cjposi.çao ,ao sindicalismo pelogo o a. estrutura^•'siindical atrelada, repro- 1
sentada.na figura, do Ari -Campista. 0 Congresso representou basicamente a luta
entro a corronto pelega (maioria) c a nova corrento. 0 irosultado do Congresso
«i 1 .* j- j ** *■ * \j c;
-t most ou um avan^çp político, da* nova corrente, còm a dp são a ela de muitos .«indi
calistas (na maioria, dos grandos centros industriais). 0 Congresso era um rc
3 flexo direto do .ascenao das lutas operárias no país. *
1 ...» 1 • - »

•-• A coosao çi© •grupollautantico" se dava om cima do combate ao sindicalismo


atrelado, mas a preocupação do seus componontcs ia alem d a esfora sindical .
• ^o.do-s ,eles já. ligavam a conquista da .^utonomia sindical com mudanças tnais. ^ o -
ra i s jfQj s.oc ied^jdo ,|bra s il eira . Ass ;quc aies (expressando ideologia populis
ta rointíhtc aimia no seio. das mqssçÇs™"trabalhadoras) colocavam a nccossiclado 1
■ dq^luta-s pola volta da dpmocraeia. Lula (apesar de muitas idas e vindas -apoi
o a Fcrnandô Henrique, Cardoso.) pra o * s i n d i c a l i s t a -quo mais claraacnto expres-
« f "i p . .
sava a necossidado do a classe operaria lutar por sous interesses proprios, 1
q u e mais sc afastava do grupo comprometido com a fronte com frações liberais*
o ®HDB* ' ,
'- 0 coAg^eâao da CNT1 foi o inicio da atuaçao do grupo. Apoa, os"autenti-
©oa" paáaaram a corroí?- o pais divulgando o prophgandcàndo suas concepçõos p_£
.líticas (reunião so Santos, congresso dc Lins, etç*);**0 cçntro dc preocupação
do grupo ovüq çava para a necosaidado do reformulação da legislação trabalhis*“-
■ta, c dc política cconomica da DM. Mas nãá ficava só aí; procuravam formar-uma
œorrento política ontre a lidorança sindical o os trabalhadores, baseada numa
•proposta do alternativa, política proletária. Tal proposta iria scr ..dof inida ♦
na corta-parograta* do PT.
No ano do 197^ ó-giHipo se consolidou como *as lideranças do mosaa a .ni-’
> v'
vel nacional qiíe. apresohtavam as alternativas de classe mais concrctas para a
unif iccçÕc-do'* MO# 0 1
Enquanto a esquerda proletária lutava contra seu isolamento do MO, c a
psquerda•'íloinocratista expressava sua conciliação do classe, colòcahdo seus ob
ÍJotivos políticos alheios à problemática própria da classe ("direito" do.gre­
ve, "liberdado" sindical, liberdades democráticas, liberdade do organização o"
manifestação)’, o grupo autentico, dfcntro dc uma visão dc independcncis das lu
Í&S „pp.Qrár ias,dcf cndia- a ccntral iza ç-ã-e-~de~ -l-u-t?— .vrn-r ffe otrjetivrrs concrc- 1
-
.t.QS_.prÓ.pr i oa _ú espocifico« da- ©la-ss-o-^^era-r-ia y -Îévnml'T -^"D’o -pian’o pirlltrlrco - '
st proposta.-ila criação- já-,- do um Partido-dos Tr ^ a i-hadôrc s•» ..... .
6^* _Etn 1979 irrompo -o segundo -movimento -grevis-tar np, ABC q u e dur ou 1 5 dias
/ / ^ T*
Batc movimento-o-fundamental parar umo finali-se-dcrcon jupturrr~por' situar lnais'"r
<rlar.amcnto. a._cvoluç£o. politica--do s-etor mais- àVnnçado-dpi cí tttsb o ' opor àri£r b?S~

A -grcLVc— par.ou todo -ABC-o-,- por •ser- wna- grever- geral,- repre son tour a' t m i f l —
caçãa.das .lut&3._opar&rias---na r-ogião.-A greve f oi— dirigida-pelos aintîîfc'iTtbéTAs'
dirotorias do ABC utilizarain-se-de grande- mob-i-1 ida de- para -‘
-o- t r a b a l h o “ opcrárTo'
q^UxL,a.ló^a-Lidado-s-in di-cal— por-iaitia, numa •con-jun-tura a i n d a -r-epr c~s~sívarT~tr aços-
■ \ ^ r* ff 1« r
a.Q«_os fabricas, .apriox&aaç^o-das-camadas •mai-e-atrasadas, desenvolvimento'' do' 5—'
tivldadc^da propaganjda,— agikaçao e org-an iz,ação---e,-principalmente, umes facili-
cfcdo__do .unif icação .e centralização das lutas--isoladas*— - -----.: ....
... Por estas razoes, estava bloq-u-síKia no A B C a pos&irbi-MdaVHc ■tfo •surgiffíõYitõ
dc qu alquer tipo do organização capa9 do unifica^-e-c^mte-zir- o— m-ovirrent'o;
. Outros exemplos, como a-grev-e-de -Sao-Pa-ule do- an-o— passado e a s de Be tira
dos estaleiros do Niterói .0 a da-Fia-t no Rio, ilustram -o -que~acima discutimos
Nq p ri meiro caso, a OS, devido ~à sua -dif iculdade- de atingir ob® toplas massas
operárias. .da .SÃo. .Paulo (mesmo .estando -olas sob impacto das-greves do-ABC) ,nup
consegui^ 3.0 aproacntar corao. alternativa--real -ao -sindicallsfflo--pelcgo; -xlaí a 1
vitóri.a. do .p.olog.a Joaquim. • --- -- -■ *- --------- "
---
*'
Np sogundo. caso (Betim, M a n m ós ma n n, Fiat, o estaleiros)-, as -grèves f o - 1
/ "Vt *+
ram organizadas por lideranças do fabrica e de -opòsiçao sindicai, q^o-, apoia**
, 0 '- '
dese polà. maaa a opor a r ia, -pr-ess iona^fir«-<&s-diretor ia-s -sindicais parts- ans-nmir o
KrüdLmcüstiLX c t a p cr-d cr^--g^5fetr>o l <»|rf e -De-s ta-^-f • o rm a-'u tiliz-ttï... — 1 ' c-aw
„ 'T-. '•"■'t.r' " * .r " 'i ■ r r ... "'' *■ ----- - --
F a - 0 - (p G , p sj°

Hi-
, •
fm A introvcn çíio noa sindicatos- do ABC n S o poáe sor analisada so a 3tica
dos limites do atrclamento orgânico; estol j'á havia sïdb superacTè h a prática 1
œ-otn as, çroves do 7 8 c com a condução indûpcndcnto ^uo aê':cl retor iaa vj.nham ° ’
dando há tnuito tan p,p eo^fs^us sind.i«*tos. A interval çno deVe 3ei^ vístá sob
otica da correlação de forças políticas no, paie naquele momerfto. A interven-’
çâo foi una resposta da DM e da burguesia ao aVsn ço do MO do A B C , ^ue tomava?
direções indopendentes, 0 movimentç, aposar f e.eclodir por razões economïcaa,
teve também up caráter politico desdò o início» 'ôs metalúrgicos enfrentara# a
burguesia, a política eeònom ica. de ditadura, sua lgislação tVWSallHsta *0 ’o *
proprio BstadO| unidoa enquanto elassok
A intervenção foi political Muito Inais 4 u o a diminuiïjÿo cio ‘ècu 3 lucros,
a concessíD por parto da burguesia significaria um fortalecimonto ainda md. or
dp movimento operário do ABC, que serviria como exemplo para toda a.cLassc o-
perária brasileira o aprossaria st unif.icaçao do MO a nível nacional.
0 final da greve, com a concordância dos dirigentes-1- si. ndieais (Coman+do
de G-rovc, formado após a intervenção) em aceitar a c.ontra-proposta los patrÕcs
*1 foi justo, Icvando-se em conta 0 enfraquecimento tlb movimonto, motivado prin
. cipalmonte pelas dificuldades do 03 metalúrgicos onfrentarem uma pa ral i r a ç a o ’
geral prolongada sem jam fundo de greve, o.quo', já vinha üiWvocando o retorno ’
de grande número do grevistas ao trabalho* T
8..0 movimento do ABC do maio de 7 8 marcou 0 início das lutas de massa 1
• .. ■ r 1 ' ' ' ' " '' ' 1 -m m * I
no país. Do lá para cã. aa greves sev manifestaram em guasò' todas as categori­
as, de trabalhadores«cm juaso todos os setores o centros produtivos.
As crovca o manifestações re ivindlcatór ia s. apesar de ter oriftoni-s'"èaíá«»
y-iais o por r.iclhoroa condições de vida« oxiriran 'Ira trabalhadoros em onfrcn-
tarnento político nas suas lutas. Por^majs básicas aue fossem suas reivindica-
çõóa, cómo p ò r ’exemplo,, por u m J;éumcnto salarial, os trabalhadoros s e d e f r o n » *
am com problemas do ordem política: intervenção o repressão pol ici al-mili-1
ftár. lutá póla estabilidade déí-s òr/;anismos* re pr es ent ati vo s. lúta contra o a-
trciámóntò sin dicai. íuta còntra *~g lei do r:rov.Q-; iqítc . , -
■?.2 E Í anto. ó dscenso dó movimai to do 'massa ar ítilo-país. dirlr:ldo contra a 1
mjsériá áòciaJl colocou os trabalhadoros direfrafricnto na luta política. Ou 3 cja
a. juébjra do descenso do raovim&bfto do massas, -coloca os'trabalhadores na are­
n a política. estando assim. :òb j-fetívamente. dado 'o ospaco». da lúta còntra a do­
minação búrrúéáá^ por uma oj?Ã'áhÍz-acão^ política n a c i o n a l 1'própria e pòr uma al—
ternativa proletária do poder. ' s.;
Está é a característica principal da conjuntura atual do MO. referencia
básica para a formulação das tarefas atuais d a :V a n r u a r d o .
A crise da DM. a ampllacao da legalidade e o aecenso .do movimonto dc !
massas .colocam com&- tarAfà/r principal das' varifluarddà oroletária-s a oxpllcita-
çao: dc um programa de unieLáde política capaz d'c unificar ho.ic. política o or-
ganlzátoriamento. as lufeas dos trabalhadoros.:rassof:urar sua independência po­
lítica frente as opcÕes burguesas- e,pepueno-burnuesas c fazê-las 'avançar cm 11 ‘
direção a u 1:a opção socialist« dc poder. '
Á nãó realização desta 'tarefa pela vanr.uarda proletária implicará num 1
reforço dás'opções bur-~u- saa. populistas, e r-ef orinlaaas quo hoje .já estão de­
finidas 'o -juc ~.já chcrám as massas.
TESES SOBRE TÁTICA •<2$ • (jf> G> . p 3^)

V
0 desenvolvimento da conjuntura aponta desde já para a vanguarda
proletária tarefas ligadas diretamente à implantação de um governo opera«
rio assim como tarefas referentes a constítição de um Partidc Revoluòionãriõ
dos Trabalhadores.

0 eixo de nossa tática c influenciar a unificação do movimento em bases

pr o le tár ias .
Para atingir esta meta, levando cm conta nossas previsões conjun
turais e a avaliação de nossas forças se faz necessário uma atuação de a-
gitação e propaganda simultaneamente a nível da massa trabalhadora e a
nível de suas lideranças emergentes.

Nas atuais condições e para atingirmos nossas proposições se faz


necessário que multipliquemos nosso alcance político. Para atendermos a is
to o eixo de nosso trabalho deverá ser um jornal (PARTIDARIO) legal que -
fazendo agitação e propaganda o mais aberta e amplamente possível cric uma
tendência proletária no M O . (ver tese sobre jornal nacional!)

(é preciso ficar claro que queremos que o jornal crie uma tendência socia
lista no HO o não que seja um jornal de uma tendência artificial criada -
internamente através de um trabalho ar t ez ana l) .

£ neste espaço, aberto pelo jornal que o trabalho nas frentes so


tornará possível e será em torno do mesmo que toda a ação convergirá.

A partir do trabalho do jornal e com o jornal que se dará o espa


•v•,i■
ço para a agitação e propaganda clandestina permitindo o surgimento de uma
vanguarda proletária no MO.
--- 1-- --- j'. .

0 deslocamento do ei^o do trabalho prático para a atividade legal


não significa o abandono da atividade clandestina e do aparato clandestino
da 0.
Necessitamos de quadrbs organizados cm uma 0. lcninista para atin
girmos nossos objetivos, mas o trabalho de recrutamento e formação destes
quadros se fará na esteira e ã sombra do trabalho legal.
Serão instrumentos deste trabalho o JN clandestino (PO), os docu­

mentos de formação e outros instrumentos (por exemplo: Boletins de fábrica


"1 1 ■ f í , • . • ,

cadernos operários, etc.) que se fizerem necessários nas frentes de traba­


lho.

Se uma vez mais se fizer necessário un recuo para a clandestinidade devo­


remos ter a possibilidade de manter o trabalho que se tiver conseguido atra
ves dos contatos já feitos legalmente e a tarefa não perderá sua çontinui-
dadepois já termos criado uma rode de distribuição consolidada por nossí- a-
* ’ ’ ■ i ■ . i i *. '; J f * • /■

*uação anterior legal.


Nossa atuação se dará simultaneamente r.as várias,,, instâncias do no

viraento: legal, clandestino*'<ie agitação, propaganda e organização.


O quo norteará esta attühção será a avaliação da■pjrioridade da ta­
refa naquele momento e a disponibilidade de forças para atuar.

Nossa atuação no Sindicato terá seu espaço próprio (ver teses so­
bre Sindicato) e teremoscomo objetivo, sempre que isto for possível, a con
quista das .Diretorias. ,
Da mesma fo'rma a atuação nas OS visará tomar o Sindicato da dire-
* i.n
ções peldgas e tentar ganhar para nos a direção..

Nas fábricas nossa atuação visará a criação de bases organizadas


dá tendência proletária (vidé tese sobre TL-TC) sem a pretensão de sc cri­
ar uma dinãkica paralela ã atuação sindical. ...
Mo nível AÍ tíovimento sorá tarefa da tcndencia incentivar e criar, a par­
tir do nível de consciência l o c a l , a forma de organização de base mais a-
vanç.ada, a m p l á e ropresentatíva píossiveis na empresa. ( jies tie .cada o nesta
faso e indiferente se falar de Comissões de luta, Comissões da Fábrica, Mu
cleos de Comissões., etc* 0 importante é se trabalhar oara tornar realidade
n 1 I' .' f
reanimações de base com a.maior representatividade e indonendencia poli ti
• i :... ;’• • .•■


n •• (7 ! '■r* r*Hx.r
ca). Este trabalho sc dará ainíyel leoal. i.f

A forma £e organização clandestina no MO para n's sã-' as células


operárias .liga das ;a 0.
* ' •'*.'* • . I . ’-- i' ' • • . . : p Ç) {• -ç

— ‘
"i 1 :••((
Consideramos a formaçao de um Partido dos Trabalhadores cono un
avanço qualitativo no nrvimonto em direção a s m irideoendenci'política.
Por isto a ataução visando a sua criação e nocess.ária desde jãre devemos
entrar no mesmo, atuando consequentemente desde a.rra (vide teses sobro PT)

•'£ • ; f*Tf * 7 : > ./ ; *.;:i r—* J r .* i * * i ■ ! , !

As tarefas oráticas
*■ atuais referentes a unificação
* das lutas l i-r-
e-
rárias sob bases.e objetivos proletários exigem da vanguarda c^rjunista ^ --
criação- dQ. -uçva:-} F^R (.ver tese sobre FER) . ......... . .
Mcste sentido devemos iniciar hoje contatos com .a? OS, que potenciolmorto
^orticipariam da FER visando a sua criação.
As frentes
r oraticas locais com outras OS devem ser incentivadas orocurando
c!í! • ' ' •| • ■'
se uma atuação em conjunto sempre que possível sem abrir maó7 do áessos or in
cípíos e objetivos.
]r
.t

As tarefas de unificação das lutas dos trabalhadores exigem que a


vanguarda proletária es to j a presente nas lutas das camadas setores do as­
salariados urbanos e do campo que comporão, junto com a classe operária, a
frente dos trabalhadores da cidade e do camoo. Mossa1 i n t e rv e nç ão 'nestas lu­
tas será no sentido de incentivá-las, do dar-lhes ufi>ca:
r ãt&r orolétário o
A atuação no movimento estudantil deverá ser preservada no seu can

pó especifico o também direcínnada para un ajuda efetiva quer de infra-es"


trutura quer de atuação em bairros e no trabalho com intelectuais visando

aí também criar un apoio a tendência orclotãtia no MO, e tambén criar esta


tendência na frente estudantil. ";0

lossa atuação nos bairros operários e de assalariados pobres(cor


prioridade para os primeiros) visará a criação da tendência proletária a
■artir de nossa atuaçao dentro da dinâmica do próprio movimento de Kiirro';

incentivando e elevando as formas do lutas o de organização propostas pelo

slOvinento; atuando dentro dos organismos comunitários T a s s o c i a ç õ e s , centros


r
• - • . '1 ! '
c-ornimt a n o s e culturais) com objetivo i.e torná-los centros de aglutinação
e mobilização da massas de noradores.

-
rT
. JL

As consequências do deslocamento do c í e -' do trabalho oara un tra­


balho de agitação e propaganda le^al necessariamente se farão sentir na Po-
1 \'f i , ’\• .
Jitica de organização a ser elaborada a partir da aprovação coletiva dg t á ­
tica. Nao vamos agora nos estender so^re todos os desdobramentos nas, o rais
importante e que cabera ao 3P como tarefa principal a redação do esditorial
ao jornal nacional l e ^ a l , assim como tanhen ’ a« . dos instrumentos clandestinos.

9 7.07
.. I ' i
i •*»
AB/E/L
•» *

- o caráter da 6 a. Conferência
- a tese anterior da 5a. Conferência
.!
- NTS e a nresente T e s e j
■ - ••

I - SINDICATO: definição
- organização econômica X organização oolítica
- luta economic,a: X luta nolítica í j

-Estado liberal X Estado imperialista ,;-r


- Sindicato e Estado nos paises subdesenvolvidos

II SINDICATO NO BRASIL ., , .
0 "modelo fascista" sua imposição; • • •'■
o populismo enquanto, política- pc^nomica burguesa.,h e rda- a .estrutü-
' *'*• 3' * '' r\1
ra sindical; -t .r v - yr
. - , .ri ■ +'•">
o reformismo a. a manutenç^pvd 9- pst^utura;
’••• '* •
,rr'
o golpe de 64 e o sindicato ,r •
6 8 , as greves e p sindicato

III SI ATUAÇÃO ATUAL DO SINDICATO:


- as greves 78/79 o o sindicato;
- as oposições sindicais o as greves São Paulo X ABC;
- a continuação da luta, a suspensão da ^ r e v e , as negociações dos
natrões com os dirignntes cassados;
a suspensão da intervenção

IV - CONCLUSÕES GERAIS COMO BASE PARA UMA POLlTICA SINDICAL DA 0.


r. - a - sindicato como entidade de massa
b - sindicato ccno ergão de luta

c - estrutura sindical foi incapaz de conter a onda grevista

V - PROPOSTAS PARÁ UMA POLÍTICA SINDICAL


a - participação em diretorias
b - atuação nc sindicato visando, tambén, sua libertação
c - estruturação da onosição sindical apenas ã diretoria nelegas
d - agitar e propagandear a alternativa proletária (anti-reformis­
ta e antidemocrátista) no sindicato, ou seja, ãs massas.
' 0 * (]() ■G>, p*
A 6a. C on fe rên ci a, conformo colocada pelo CN (BI-7) c ratificada

pelas células, tratará de c°.ojuntura e tafica. Entretanto - e reafirmamos


aqui um ponto de vista já defendido anteriormente-1™ 0 nos será possível -
aprovar uma tatica correta sem que se avoquem os principios estratégicos -
que lhe ^arão base; e aqui nos referimos aos principios estratégicos p r o l e ­
tários, que na 5a. Conferencia c a partir dela foram transformados em sim­
ples arq uiv o- mor to , usado e interpretado a gosta de uma política exoonta-
neista, em que o papel da 0. passa a se resumir em co rro'r atráz dos açon -
tecimentos, e, no máximo, interpretá-los depois, pois esta é que é a "poli-
tica" da tal"0. de P r o p a g a n d a " ; dizer que somos uma 0. de propaganda e que
esta propaganda seria "política" porque daria "as lideranças orientações
para a luta", dizer isto, não significa nada se tais orientações são abs­
tratas e genéricas e o que é pior, jamais chegarão às lideranças pelos sim
oles fato de não se dirigi<rcm ao movimento como um todo; enfim, não se en -
tende que as lideranças haverão de ser lideranças de um movimento. E aqui e
''r^ciso que se diga o obvio: para se dirigir ao movimento de massas e pro -
ciso organizar a 0. para tal objetivo; ê oreciso criar instrumentos de im -
prensa que sirvam a tal objetivo; é preciso que se analise a especificidade
estrutural e conjuntural deste movimento, o a r a q u o se possa conhecer suas -

linhas de desdobramento e, c on se que nt eme nt e, procurar va np uar de á-l o.


Tudo isso, no entanto, passa bem longe das preocupações dos respon
sáveis pela "0. de propaganda", pela política "não esquerdita", hipõt«tica_
mente madura e responsável, mas que, na nrática, acaba desembocando em ama­
rrar os pés e as mãos da 0., chegando mesmo ao absurdo liquidacionista da

proposta de Pol de Organização que o BP apresentou ao CN.


E é nesse contexto de considerações que apresentamos esta tese.
Portanto, não se limitará aqui a apenas apontar diretrizes específicas para
uma política sindical. Procuraremos fundamentar as proposições com referen
cias mais gerais; Eisto tem um duplo objetivo: em primeiro lugar, é obvio,
está a prõ-iria necessidade ue referências estratégicas de um ? política operá
ria para uma política sindical; em segundo lugar, se visa p r o bibíiaítiizzar
coletivo da 0, com a preocupação de, através de* um balanço, conduzir a 0. -
ao caminho do rigor do método, rigor este substituído pelas miudezas espon-
taneistas da 5a. Conferência. E reafirmamos: quando falam os em esoontaneis^
no, estamos nos referindo ,,a una concpção de prática política em que o panei
c'a vanguarda revolucionária 5 subestimado o desprezado; estamos rios reforia
dç à falta de rigor das análises estruturais e conjunturais, já que, no fi­

nal das contas "a prática nos ensinará". Falamos, enfim, na descaracteriza­
ção da 0. enquanto 0. revoluiconária marxista-leninista.
A política sindical presente (e ausente) na tática da 5a. Conferên

cia desarmou a 0. paro intervir no movimento sindical e, por extensão, no


próprio movimento operário, oois como os fatos vieram a comprovar amplamente
o sindicato teve um y - -e 1 central na retomada do movimento ooerário.
Ss*

Como base "teórica" da não P°l% tèS asindical da 5a. C£. estava a -

malfadada concpção mecanicista e idealista de "organização independente da


classe operária", que, ao mesmo tempo om que rifava « jogava para o alto -
nossas concpções estratégicas sobre o tema, se prendia a um esquema õrgani
cista, desprezando a dinâmica das lutas de c l a s s c , soú desenvolvimento di­
alético - e isto qualquer marxista deveria ter em conta. Aquela comcpção,
como já foi denunciado anteriormente, privilegia o aspecto jurídico-orgâni^
co do atrelamerito sindical como Principal entrave para o d e .Envolvimento -
da luta operária. Isto é errado e os fatos o demonstraram aiunlamente. E o
mais significativo destes fatos foi a intervenção militar nos Sindicatos -
do ABC a que se viu a ditadura obrigada na época das greves de Maio. 0 que
fica comprovado, então, é a tese marxista de que a questão chave S a corre
lação política de forças entre as classes fundamentais, a força do cada -

uma num determinado momento da luta. Nossa posição, é ^om deixar claro, não
despreza a necessidade de se lutar contra o atrelamonto ofgânicco-juridico
do sindicato ao Estado -burguês; mas o que ela tem de difertnte do gradua-
lismo da 5a. Cf. é que nos partimos do pressuposto de que a luta pelo desa
trelamento é determinada pelo contexto concreto das lutas do classe, que é
poltico, ou seja: na sociedade bur^uesn, se caracteriza pele maior ou menor
poder de renre$são do Estado a cada momento conjuntural.
/
Portanto, o que está em jogo, como já dissemos, não é so^uma p r o ­
posta mas também a concpção geral que a fundamentará.
0 documento "Nosso Trabalho no Sindicato" traz oremissas gerais
justas porém insuficientes oara o enfrentamento da realidade com que nos
defrontamos, isto tanto pela situação interna da 0., como om relação ã pró
pria atualidade das lutas de classe. Enquanto tose central, o NTS afirma
a necessidade de se usarem os sindicatos c o m o 1forma, de acesso à classe.;
prega o de sat re lam en to, a organização pela base, como premissas nara um sin
dicalismo livro. Entretanto, o documento é insuficiente na abordagem da re­
lação s in dic at o-m as sa, dando, inclusive, margem a que nele se apoie para se

posicionar em torno das posições atuais da 0., ou seja, de se negar o sin­


dicato, mesmo juridicamente atrelado, a capacidade de aglutinar, educar e
mobilizar de forma independente as massas trabalhadoras - a depender, é
claro de guem estiver na sua direção.
çf, <íi

I - SINDICATO

O Sindicato, por origem e definição classica, é a organização da


luta econômica dos trabalhadores. Para nossa discussão, no entanto, é p r e ­

ciso ter sempre presente que a çuta econômica não se dá em espaços histõri^
cos e políticos indeterminados; o surgimento histórico dos sindicatos ( ou
da organização sindical) ocorre dentro da era do capitalismo liberal, em
que a intervenção do Estado burguês nas lutas salariais se dá apenas em
termos as sis te mát ico s, porém não de ma.ieira a representar uma estratégia -
de política oconômic a. Daí, ãs vezes, a incompreensão do oroblema sindical
resultar de não se levar em conta a necessidade de se pensar a relação da
luta econômica com a luta política considerando-se o estágio do desenvolvi­
mento capitalista a escala mundial.
Na era do capital monopolista - do im pe rialismo, portanto - a pro-
M c m ã t i c a sindical muda dc figura; isto, porque muda de figura o próprio -
Estado capitalista, que passa de guardião da propriedade burguesa a agente
do lucro da propriedade burguesa. Em consequencia disso, pode-se afirmar -
uma ipolitização das lutas econômicas - o que não quer dizer que sejam nece
ssariamente revolucionárias, - na medida em que tais lutas mesmo se dando
em torno de reivindincações estritamente economicas, vão se defrontar com -
uma polfica econômica n ^ n^l.os E s ‘.ado. burpuês de ma -
neira global. E aqui outra questão se coloca: e a questão da divisão do ca­
pitalismo ã escala mundial em paises desenvolvidos e países sub-desenvolvi- O
dos, enquanto uma realidade estrutural, isolúvel dentro dos marcos do sis- \
tema. E isto deverá, o br ig ato ri ame nt e, ser levado em conta quando se abor- r* •
da as linhas básicas da luta de classe (econômicas e nolíticas) a nível mun ^ ]
dial. Hã de haver alguma diferença entre o último, a qualidade das lutas - H •’
dc classe que se desenvolvem em um e no outro elo do sistema capitalista -
mundial. Claro que sim; ser desenvolvido ou su^-desenvolvido tem consoquên
cias distintas, è dc se considerar que, ao contrário de um país su^desenvoJL
vido, os países centrais terão necessáriamente condições de :
a - pagar m a i o res sal ri os aos trabalhadores

b - suportar por mais tempo uma redução maior em seus lucros em função de
"um aumento salarial arrancado pela classe. Como dado inseparável desta
realidade, hã o fato de a própria divisão internacional de mercados, -
isto significando que, nos países centrais as rrandes massas trabalha
doras são parte indispensável do mercado de consumo capitalista.
Do que foi dito se conclui que nos países de centro (desenvolvidos)
a luta salarial ( e por consequência os sindicatos) encontram amortecedores
estruturais capazes de dificultar a sua radicalização e transformação dia­
lética em luta pelo poder; note-se bem. que mesmo nos oaíses de centro a
luta salarial e uma luta em que o Estado interfere diretamente mesmo quando
nã} reprime militarmente os trabalhadores. Outra questão a destacar, é que,
mesmo desenvolvidos, as economias centrais não estão imunes a crises cícli-
c".s dc ca pitalismo. Daí, r>ode 'corror r.t ? r>e Titica Tc. .rr ch~ ^r.r.ití- ,-nui
f a - 0 33 ? > '
to mais branda, é claro, que nos países dcoer ife ri a), como aliás esta na
plataforma atualmente vitoriosa dos conservadores ingleses. Isto no entanto,
não invalida a Tese gorai da diferença dos níveis de exploração salarial -
entre o centro e a periferia, assim como sua consequência, ou seja, a qu a ­
lidade das lutas e papel e a função do sindicato.
_c < Nos paises periférico - ou sub-desenvolvidos- os salários são m a ­
is baixos como constata Lenin, no "Imperialismo..", daí, as reivindicações
e lutas salariais ferirem de maneira mais direta o proorio Estado, que cen
traliza e dirige a economia ; daí, os sindicatos assumirem un papel de de­
safiadores de determinações e leis inflexíveis; daí, uma redicalização p o ­
lítica mais rápida das lutas salariais: OEstado é obrigado a soltar seus
cães com maior rapides e de maneira frequente.

II - 0 ATRELAMENTO SINDICAL

Discuta-se aqui, o atrelamento sindical dentro do contexto de um


país susbr- de s envolvi d o , periférico.
'--Neste quadro, a burguesia se vê obrigada a tomar medidas, formu­
f
lar políticas, que sejam caoazes de contrabalançar a tendência a radicali­

\' zação das lutas econômicas e salriais.


— r •.I>.
No caso brasileiro, Varras se encarrega de formular uma política
sindical de atrelamento da organização sindical ao Estado, inspirada no -
li l tão lembrado "modelo fascista". E aqui temos de refletir sobre uma ouestão
essencial para nossas discussões: o que garantiu Vargas (e também a Mediei
e GEisel ) a cnntenção da classe operária não foi a estrutura sindical,
mas a repressão ao movimento, o terror so^re a classe. O "modelos fascista"
Vj
é essencialmente, uma constante repressão sobre a classe. 0 atrelamento -
\ v
juridico é, apenas, uma viabilização orgânica, institucional, de uma cor­
relação de forças política. ■: ')
Com isto, não queremos dizer que pouco importaria se o sindicato
o atrelado ou não. P.

No entanto temos que ter presente ê que o atrelamento há de ser -


condicionado pela política , ou seja, por um lado, pela capacidade maior
u menor da burguesia reprimir o proletariado; por outro, pela capacidade
^ ue o proletariado tiver de desenvolver uma polítea independente e contra
■J a burguesia.
0 reformismo, qu assumiu o projeto populista da burguesia, é
^J^manteve o atrelamento, e não o contrário; ninguém será ingênuo a ponto de
v M s u p o r que o atrelamento sindical tenha sido a causa do reformismo, do MO
\ «fUi
^ anterior a 64, Não foi o atrelamento sindical o causador da tragédia refor
, l^raista, mas a hegemonia do PC no seio da classe que manteve, inclusive , a
iv 5^« . .
^ e s t r u t u r a sindical herdade do. G e t u l is mo , usando-a como instrumento de sua
V^política.
"Depois do golpe, a burguesia nem oreciosu tocar na estrutura sin
d i c a l , diz um dos nosssos documentos 1 asfc o s , isto está correto. Mas impoor
ta muito mais dizer que c que manteve a classe operária distante dos nuros
dos castelos da burguesia foi a repress”/- e o massacre sisterátizr.de sobre
n classe , so^re seus lideres, sobre a esquerda. A estrutura sindical tam­

bém não foi utilizada pela burruesia põs-64. E repetimos (deve ser remetido
mil vezes se necessário) que não foi a estrutura sindical que impediu a mo
Lilização operaria; foram as baionetas. Prova disso ..e que este mesmísssimo
sindicato - quando as baionetas começaram a *anferruj áPí* - mobiliza, conpre-
:a, diripe e lidera massas operárias contadas as centenas de milhares de
^revistas no período ^ /79. 0 poverno, entao , c obripado a intervir mili-
tarmente neste mesmo sindicato, que faz oarte desta mesma estrutura. Os fa
tos são por demais esclarecedores.
,omiitP.aif or.?/ .tnv i otTr.Toqmoí :.reeoo :u ,''CaII r.b
^1 f «S» * ** *" T* *» * • k i. í .

III -SITUAÇÃO ATUAL DO SINDICATO

as preves que estouraram no ano passado e neste ano são base sufi_
ciente para se partir para uma análise do sindicato e, por con seq ue ênc ia,
fixar nossas tarefas no trabalho sindical.
Antes de mais nada, e orcciso deixar claro que a eclosão do mov_i
mentj roivindicatorio prevista se d.eu dentro do quadro poral do enfraqueci-
monto da ditadura, enfim, não foi a classe oneraria nue aK riu caminhos ap
seu m o v i m e n t o , mas, sim, a crise da ditadura, a visivel perda do coesão das
classes dominates em relação aos militares no poder, havendo, tudo isso,
resultado na relativa perda de capacidade repressiva ^a b u r r;uesia. Cor is­
to não se nepa a atividade da esquerda e das lideranças independentes n r -
sentido de se instalar a nível do MO - no espaço dado pela própria ditadu­
ra ?■ :■■■: i ’
Dito isso, um marco deve ser fixado. Em Março de 78 a diretoria -
do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo convoca c c n rosso da Fu-
lher Metalúrpica.
inplamento coberto e divulpado, este conpresso "leva" o sindicato a clas­
se, faz conhecido a fipura de Lula. A partir de então são promovidos reuni
oes com operários no Sindicato. Quando estoura a rreve - esponânea - o sin
cicato assume imediatamente a liderança do movimento, o centraliza, lepa -
lizando est movimento perante os proorios operários - que se vêm "<"efendi-
' 's ’ e "orotepidos" pelo sindicato - e consegue uma adesão total da cate^o
l>->
ria na repião. Vitoriosoa a preve, está selada a liderança de Lula e do
sindicato, - o "nossso sindicato" passam a dizer os peões do ABC.
Lula aproveita a onda favorvel e passa a promover reuniões por fá
'rica dentro do Sindicato, ampliando suas bases. E aqui um fato .eve ser
desta c ad o.
As Comissões de Fábrica (raríssimas) surpidas durante a rreve não
se sustentaram, E isto não so deu por boicote de quem quer que sej^, deses-
timulo ou coisa que o valh. £ de se entender que a Comissão de Fabrica -
objetivo a ser atinpido é claro - nao pode ser visto f)ra de sua lopalização
A Comissão de Fabrica ou e aberta ou n a o q Comissão. O estranho remendo de
F3-0 0-Co.p 34o
* ’n C j C’ ] l ' - C / o ’ / 010 0 9 1 ^ x 3 5 * 1 .0 mO u o ^>o C O S ^ ' *?r> J 2UÎ1 d fi p f l TÆ “ n ilí^ ^ Ç Tl M ( . I C • '•

cussão são uma ficção poltica na situação atual . E a situação atual - e

as tarefas que a mesma coloca nara nos - mostra a necessidade de se identi­


ficarem os meios e instrumentos hoje disponíveis para o desenvolvimento
atual e real do movimento de massas. A vanguarda deve se preocuoar cm
identificar os meios concretos - repetimos - que possam hoje, nesta o n j un
cura levar o movimento a atingir objetivos maiores, as comissões de fá­
brica inclusive. As posições atuais da 0., na sua "defesa" idealista da Co­
missões de fábrica, não faz mais que se omitirem diate da tarefa de identi­
ficar o movimento atual, suas formas de orranizaçãc ( com destaque para o
sindicato, como vimos), e fixar a linha de atuação, intervenção e influen­
cio no movimento.
Voltando ãs lições das rreves, vê-se que a centralização e legali­
zação do movimento (através do sindicato) eram essenciais aquela época. Não
se ”>ode esquecer que o movimento estava desarmado para a sustentação das
Comissões de fábrica, estando oois as Comissões, enquanto palavra-de-ordem
de ação defasada das potencialidades daquele movimento. Era preciso jorar
como se jogou, com as debj.lid.ades da ditadura, sem desconhecer sua força;
era preciso jogar, como se jogou, com a. força do movimento nascente sem
desconhecer suas debilidades, adotando, então, as formas c r rranizatorias
oue ^arantissem a viabilização deste movimento enquanto movimento re°l,to
massa.
A. pposição sindical nascente om S.Bernardo é completamente sufoca
da. 0 Sindicato (e sua diretoria) adquiriu a confiança da classe. Há elei­
ções, Lula se candidata em chapa única e obtem 91% dos votos.
Em :ão Pnulo - sov o impacto da rreve do ABC - os metalúrgicos
entram em greve. A atividade desmobilizadora do ne lego Joaquim de Andrade
no entanto, chega a ponto de impedir a entrada no sindicato de 30.000 ope­
rários que pressionavam pela manutenção da greve. 0 destaque a dar a este
ponto é que os operários - em sua maioria nã o- si n di cal iz ado s, inclusive -
r>rocuraram o Sindicato. E não foi o "atrelamento" que fez com que Joaquim
agisse como agiu. Ele é um pelego traidor; so isso.
A greve deste ano já foi totalmente preparada oelo sindicato: re­
uniões nor fábrica no sindicato, discussões permanentes com lideranças fa-
bris, assemv léia preparatórias com dezenas de milhares de participantes.
Deflagrada a greve, com liderança- incontestada do Sindicato, for­
talecido pelas mobilizações anteriores, não restou ao governo outra alter­
nativa senão a da intervenção militar, com a destituição das diretorias do
Sindicato.
Destaque-se gue entra as reivindicações iniciais constava a e s t a ­
bilidade para o delegado sindical de fábrica. E esta reivindicação é reti­
rada quando se nctam os orimeiros sinais de enfraquecimento do movimento
grevista, e quando este tende a, se1 enfraquecer ainda mais - com o aumento
progressivo de voltas individuais ao trabalho e repressão violenta aos --
piquetes - o r’0mando de Greve (composto pelos d irigentes sindicais destitu-
dos pela intervenção) apresenta a uma assembléia de 80.000 o^errios a
contra-rroposta da FIES', ur cessar fogo temporário. Por votação unânime, a
'.1 ;- ■ -— - “ ,• ..
greve.e supensa. No decorrer do pr*zo do cessar-fogo, os patro
uma proposta c o Comando de ?reve, que a aceit? em principio, propond ^ ^
levá-la a Assembléia. A proposta, com um reajurte acima cos índices
ais, é aceita e ratificada pela assembléia.
,, x r ... .
Dias depois, é suspensa a ii.torvencãc .
IV-De tudo isso, algumas conclusões p c d 'sit i er t. radas
a- 0 Sindicato - enquanto entidade lt massa - #c mostrou c —
' r !.>1 ' J /í • V \ i' • ' ’
1 ser um instrumento de luta dos trabalhadores,
b - o Sindicato lideroi: e congregou a massa 0‘ s.^ria em sur totali—
d a d e , os sindicalizados ou não.
A luta operaria se deu - e tem-se dal - básicarei'te através
Sindicato.
d - A estrutura sindical - o atrelam íi to - foi incapaz de conter a
onda prevista, sendo necessário uma : r. tervenção policial militar.
. r..
•/ir\ •n ,
■ -i •j . . , <. .
; r/ . ■. i
. ..., .. •

V PROPOSTAS PARA IJMA POLÍTICA SINDICAL


' <• • r ■ . ■ 1 • i .• V j .» 1" ! ' *'• ' ! ' ,: j;

a PARTICIPAÇÃO EM DIRETORIAS
Sendo, pois, o sindicato atual representativo da classe iimõe-se a
participação em diretorias sindicais (não pelegas, é claro), o que, autona-
ticamente nos colocaria em situação de lideranças naturais do movimento,
b - ATUAÇÃO NO SINDICATO VISANDO.TAMBÉM SUA LIBERTAÇÃO
A luta pelo desatrelamento deve c pode ser conduzida atrnvés do sindicato,
não sendo incompatível a existência do Sindicato com a organização de base;
passa, aliás, po aí o processo de libertação do sindicato; ignorar que o
sindicato atual c parte ativa e indispensável desto p r o c e s s o , é cair, na -
prática, na posição do sindicalismo paralelo.
c - A organização de oposições Sindicais e aqui se fala da tarefa de se
montar uma estrutura o r ga ni z at or ia , deve ser feita, apeno , onde houver di­
retorias pelegas, caso de São Paulo, Contagem, por exemplo. Já a luta pelo
desatrelamento, organização pela baso - que vai caracterizar uma ~rática de
oposição sindical - é uma tarefa constante, devendo ser levada tar.toi pelos
sindicatos (diretorias não pelegas) como pelas ooosiçãoes. Enfim, a oposi­
ção sindical deve ser entendida como um movimento ( ou seja, um ernjunto de
bandeiras c palavras de ordem específicas) que deverá se organizar em estru­
tura somente no caso de se opor a diretorias pelegas.
d - 0 que vai individualizar a atuação da 0. no movimento operáric é, bá si ­
ca e fundamentalmente defesa dos príncipios, meios e objetivos proletários
e o que está em jogo é a independencia política e ideologica do nrvimento.
Portanto, e ponto de partida para qualquer frente ou participação a nossa -
independência no sentido de preservar (pu lutar pelo) caráter proletário do
movimento . Isto, h o j e , significa: denúncia e rejeição de qualquer tentativa
de comprometer o MO com o projeto reformista de "redemocratização" "lutas de
mocráticas" e demais variantes da rendição oequeno-burguesa.
TESE bUbrix: ò JühWi .l HJ^IÜüaL lu

A criação de um jcrnal nacional .legal surge, hoje. como consequên


cia da necessidade dã 0 fazer uma política de massas.

_ 1
A formação de una tendência proletária no movimento de massas -
que estamos apontando como tarefa tática imediata e central - exige um ins
trumonto que potencialize as nossas forças; um instrumento capaz de por si
veicular nossa agitação - e - propaganda o por outro lado, se constituir
fto centro teõrictf en torno do qual se organize a tendência. Repetimos:
nossa preposta não c a de "fazer propaganda", " desenvolver a agitação",
"ajudar a classe" ou qualquer outra divagação espontaneísta. Nossa proposta
e n de criar uma tendência ac nível do movimento c!e massas, como expressão
Tais radicalizada deste movimento, que procura ao mesmo tempo, marter v i n ­
culas o u este movimento, lidera lo na luta concreta de maneira direta.
Os fatos que determinam a nossa responsabilidade como organização política
capaz de criar uma tandoncia proletária são os mesmos que vão determinar
„qup o_ jornal nacional legal seja nosso,isto e, esteja sempre sob un rígido
controle da organização; Nos não vamos criar um jornal após a criação da
tendencia, pelo contrário*ro .jornai será un instrumento oara^ a criação
da tendência, embora possa sser considerado como expressão aberta da (?. ,

não se confunde com f 0., não © a vanguarda comunista profissional E^dsta

separação 0. versus tendência há de persistir enquanto o Partido Revolucio­


nário da classe operária não for criado.
A diferença e política, crpancia e ideológica.
Daí, e importante que se reafirme: o jornal não terá como fim "em
carrrar" o movimento e, sim dar-lhe uma qualidade proletária.
Também não há condições hoje de se fa|ar cm un jornal de frente.

A organização política ( e s e , aqui, grifamos n palavra "p ol íti ca -, e


para excluir tanto as ficçoes tip 0 6, como o obreirismo pedagogico
internista de 09) mais proximo de nos e 03. Esta 0 no entanto abre mã o1 de
posições indispensáveis as tarefas da indepêndencia po lít ic o- id o ol óg ic a;
a hipótese de um jornal iínico acabaria por significar abrir mão, na pr át i­
ca, da rigidez de uma agitação c propaganda proletária.

0 jornal deve seu um jornal nacional. Significa isso que seus ar--
tiros de vem ,;pr inc ip al me n te , abordar temas nacionais da luta dos trabalha-
lo res C previlegiada aí a temática operária). Sendo nacional, será, con se­
quente e obviamente político.
Dirigido a nassa - sem ser un panfleto, pois não terá cnm) defi­
nição veicular palavras-de-orden de ação para lutas específicas, localiza-
las ou nao - será fundamentalmente um jornal de agitação; entenda-se agi­
tação no sentido leninista: dizer poucas coisas para muita "ontó. Isto não o
vai excluir que o jornal faça desdobramentos, enfoques, artigos analíticos
que serão assimilados apenas por uma fração los leitores. Esta propaganda
õ claro , deve ser feita em cima dos fatos o tomas abordados.
A arçitação, deve-se centrar nas lutas atuais dos trabalhadores.
, r •. V ' ■v. •I

Mas entenda-se o jornal não tem compromissos com um movimento em abstrato


nem com um avanço em abstrato. Repita-se: precisamos criar uma tendência
proletária ao nível do movimento c^e massas; é esta nossa t a r e f a , e, enquan
to tarefa é concreta, específica, palpável.
Daí, é importante que se afirme: o jornal não terã como fim "encam
par " o movimento, e sim dar-lhe uma cjüalidade proletária.
Assim, pelo que foi dito, a nossa a/ritação deve denunciar não só
a miséria, exploração capitalista, atrelamento, etc., como também - e isto
repetimos é absolutamente essencial - a infiltração burnuesa (e pequeno bur
guesa) no movimento de massas. Sc isto não for feito, é melhor fechar a 0.,
pois ela terã perdido o seu sentido e função histórica. Assim, emcada vit ó­
ria ou derrota do movimento devemos evidenciar os coflvponentes de classe,
ideolófica e politicamente. De passagem - é bo m avisar a conciliados e va-
cilantes - dipa-se que não hS nenhuma contradição entre o avanço do mo v i ­
mento e seu caráter proletário ; pelo contrário, este caráter proletário
(ou seja de independência política, oerpânica e ideológica) é um dado bá si ­
co para qualquer avanço sério, revolucionário, do trabalhador.

! •J:.. '■■■■. t"li".' ■ ■ • ! ' ;-


AB/E/L
0 surgimento do Partido dos Trabalhadores da maneira como esta o-
correndo no cenário político nacional vom apenas evidenciar um fato funda­
mental da dinâmica das lutas de classe nos paises gub -desenvolvidos:
a proximidade estrutural entro a luta econômica e a luta política do pro -
letariado. Não e , pois , uma ficção a criação' do Partido cios Trabalhadores
enquanto uma organização;política dó p r o l e t a r i a d o , nada tendo de "precipi­
tado" ou "imaturo" com querem fazer crer reformistas e dem ocr at ist as , com
suas esfarrapadas teorias gradualistas de "conquistas de espaços", "unida­
de de forças populares" e coisas parecidas.
A possibilidade atual c real da criação de um PT vem também jogar
nor terra as ilusões dos que supunham que a retomada das lutas dostrabalha­
dores no país se dariam de modo lento a partir da soma de pequenas lutas -
localizadas a partir de íeiviri H c a ç õ e s também localizadas,
0 surgimento do PT (ou a possibilidade objetiva do seu surgimento)
sc terá uma significação ^política nara nos na medida em que for entendido
nos termos acima. E quando se diz aqui significação p o l í t i c a , estamos falan
• r • ; r • •

do das tarefas concretas que o fato PT vai colocar para n o s .

te
espontaneismo. Também e pouco dizer - como dizem os e spontane ist as nr. is disr
L‘" '' . ~ j- „ í• •' 'l.1 . • '•>'\ftX U**p Jyj pfr
farçados que "uevemos entrar no PT e cri?r lá dentro uma tendência, p r o l e t á ­
ria". i ::
Para uma vanguarda comunista - para nós, portanto, - trata-se de
evidenciar:
a - o espaço conjuntural e estrutural do PT
b - as características do PT
c - o que tem o PT a ver com a formação de um Partido Revolucioná­
rio do proletariado.
d - o que fazer

r “ DO PONTO DE VISTA ESTP.UTURALou seja, considerando dentro de um espaço


historico mais largo o PT é expressão de uma particularidade essencial
a.» .".esenvolvi mento das lutas de classe dos países subdesenvolvidos: tal p a r ­
ticularidade consiste em que - â diferança dos países de centro - o pr o l e ­
tariado se vê obrigado a se lançar de maneira direta na arena prltica
quando vai lutar pelas suas reivindicações econômicas. A evolução de uma
pratica- e- organização sindical para uma prãtica-e-organização poltica foi
um fenômeno proprio do capitalismo nos países de centro, que,pelo seu r'r5-
prio desenvolvimento encontrou meios de neutralizar uma radicalização p o l í ­
tica de seu proletariado no sentido revolucionário.
Já nos paises sub-desenvo lv ido s, esta tendência a radicalização
não é neutralizãvel do ponto de vista histérico, estrutural, e é esta m e s ­
mas tendencia estrutural a radicalização, f. poli ti cação, que da um r i t m -
mais acelerado ao d ese nv lvimentc das lutas do classe p^s "áises de "eri^er:

Vs.
a, que faz com que o desenvolvimento da luta, da consciência e üa or aniz. -
ção dos trabalhadores se dê aos saltos, e, ciclos curtos. E e exatamente -
esta dinâmica que da um espaço real para que após 14 anos de desmobilização
desorganização e derrotismo, o proletariado tenha retomado suas lutas de mo
do fulminante em menos de um ano; e foi esta retomada ( que colocou os tra­
balhadores frente e contra um Estado Burguês em crise) que dá lugar ao P a r ­
tido dos Trabalhadores.
Do ponto de vista conjuntural, o PT expressa as dificuldades da -
burguesia em dominar o MO, jã â crise da ditadura se soma as dificuldades -
a burguesia ém formular um nrojeto neó-populista de urgência capaz de "en­
quadrar" a classe e acomodar as contradições do sistema aguçadas pela própria
crise; w aí, diga-se de passagem, que se sitaum os projetos de "reorganiza­
ção partidária"; e por isso que generais-gorilas jã estão desejando "bca-vi^
agem" no retorno das mümiás populistas que estão no exterior.
Dados estes parâmetros, podemos, então, dizer de duas caracterís­
ticas centrais do PT:

b- 1 -Tratarse de uma agremiação poltica classista, isto e, so de tra­


balhadores .
Foi a conjugação dos fatores (estruturais e conjunturais) referi­
dos acima que fez surgir o PT ( ou sua possibilidade real - repetimos) co­
mo um partido de composição operária ( ímnlicito a esta constatação está, c
obvio, o acesso do PT as massas trabalhadoras dos centros decisivos das lu­
tas de classe no p a í s ) . A manutenção deste carácter classista do PT e abso­
lutamente fundamental para o desenvolvimento das lutas de classe no país, -
pois ele terã um peso decisivo no desenrolar das lutas de classe daqui oor
diante.

2 -Mas por outro lado - c aqui vai a segunda carcterística impor­


tante- não e um partido leninista, centralizados. Apezar de possuir uma pia
taforma de lutas •|. com itens soc ia l iz an to s , não se coloca a tarefa de -----
fazer a
■ ■■■■
-
r evo luç ão , ou seja, a de destruir violentamente o Estado burguês e instalar
um poder operário.

c - Pplas características apontadas, pode-se dizer aue o PT surge como o


.passível
núcleo ae um Partido Revolucionário. Seu conteúdo social classista e sua -
plataforma à esquerda nos autorizam su^or seu desenvolvimento dialético no
sentido da sua transformação em um partido revolucionário do proletariado.
E aqui, quando se diz desenvolvimento dialético, é par a afirmar que não se ­
rá um desenvolvimento puramente linear, interno que transformará o PT; fa­
lamos da necessidade da intervenção dos comunistas neste processo de trans
formação de qualidade.
E esta intervenção e urgente, e so a Esquerda Proletária (tendo
nossa 0. como polo indispensável) poderá cumpri-la. £ urgente porque o PT não
está solto no ar; jã existem tendências reformistas- democratistas com p r o ­
jetos claros de atrelá-lo ao carro da pequena burguesia;
F ò <p <p G i p ’ 5 “1 é

a iminente volta do demagogos social-democratas vai exipir de nos um es­


forço concentrado no sentido de bloquear sui tentativa de F anharaooio da -
massa trabalhadora, bases do PT*

d- Vê-se pois, que a nossa atuação em ralação ao PT se contra na


necessidade de transformá-lo em um Partido Revo|uciHiSfiQ.* Não sendo este
um trabalho aleatório, e s po nt an e is ta , ao acaso, trata-se de sa^er o que -
fazer, quais as linhas desta intervenção.
I - Em primeiro lugar, tomar nas mãos a tarefa concreta da forma­
ção do PT, nos termos atuais de seu p r o g r a m e da sua estruturação.

II - Desenvolver um trabalho dentro do PT, isto é, entrar no PT.


Nossos militantes deverão se, inscrever como membros do PT, narti cinan<’o co­

mo tal de suas reuniões em todos os níveis, procurando s e m r e radicalizar


e depurar seu o r o g r a m a < e buscando formar uma corrente proletária interna
ao PT •■ »)J < V i. - ' ! ' ' ,
III - 0 trabalho diretamente no PT não exclui a necessidade de a 0.
atuar por si no movimento de massas. A criação de um Tendência Proletária
ao nível do movimente, de massas ( que se constituo cm um fator do pressãn
polarização e.m relação ao PT) c uma tarefa indispensável no nroco ss n cv3 r
transformação revolucionária no PT. Esta Tendência Proletária, aberta ao '

n 4vel do movimento, coesionada enciama de seu riroprama revolucionária m í ­


nimo ã esquerda do proprama do PT, e organizada em torno de nosso jornal -
•nacional legal (ver tese sobre Jornal Nacional Lepal) ao contrário do se
chocar com o P T , e um elemento dinamizador indispensável à transformação -
do mesmo, pois ao mesmo tempo em que pode estar dentro do PT enquintc cor­
rente proletária , tem autonomia de atuação direta no movimenta de massas!

AB/E/L
1 ^ 3 '(£>'<6-q > k y > 34?
TESE SOBRE TRABALHO CLANDESTINO/TRABALPO LEGAL r

Periodicamente a cada viragen da histeria, o oroblema so’"re atua­


ção legal e/ou clandestina se coloca para as Os. Revolucionárias.
£ preciso, no entanto, ter claro que somente em situações revolu-
cion ãrias que as Os. realmente revolucinárias tem espaço para uma atuação
totalmente aberta.
Da mesma forma qua a burguesia não code sem lutas o poder ela não
permitirá espaço para um trabalho que tenha como meta a sua destruição.On­
de aparentemente isto c possível (USA,França, Itália, etc.) o nrau de desen
volvimento econômico e a estabilidade poitica oermite assegurar a burguesia
um espaço político que lhe oermite manejar com as lutas de classe de forma
a não ser realmente ameaçada e esta "liberdade" é ‘somente aparente nois,
se for ameaçada a reação das classes dominantes se fará sentir reorimin-’o
com violência e tentando destruir o inimigo de classe. /* (r* v’ %
Nos oaises sub-desenvolvidos este espaço é bem menor:
*> w Nes te como nos demais campos políticos não é npena a "vontade" que
dá o limite dos gatos e sim a correlação de forças: omaior ou menor apoio
de classe que o poder dominate tem para fazer valer sua força, e o grau de
coesão dos detentores do aparato repressivo; a relação e o nível de tensão
existente entre as classes, aí com^endendo o nível de integração da pequena
u'1 . «• - y
burguesia no regime constituído e por ultimo, p ri n c i p a l e m e n e , a capacidade,
o nível de consciência e de disposição de luta do p r ol e t a r i a d o .
Nossa proposta tática leva em consideração estes fatores.
Visamos ccm nossa atuaçãr em todas as áreas in fluenciar o MO no
sentido de sua unificação sob bases proletrias utilizando desde hoje uma -
plataforma de lutas a nível nacional.
Regionalmente e nossa tarefa fundamental unificar todas as frações
?; .**T
avançadas do movimento dos trabalhadores em reuniões, assembléias, orranis-
mos de fábrica, sindicatos, de bairro, propagandeando a unidade nacional -
das luts dos trabalhadores concretizada através da Plataforma de Lutas
,• 'j ! ’
Quando dizemos que o eixo do nosso tra1 alho será um jornal pa rt i­
dário legal isto significa dizer que todo nosso trabalho convergirá para -
um eixo central que simultaneamente irradia nossas posições e permite (por
sor legal) que as mesmas sejam referenciadas para um polo aglutinador.
Isto significa dizer que tambem teremos que deslocar o eixo de -
nossa atuação para uma faixa legal.
Para o trabalho de massa se faz necessário um oonto de referônci'1
c ncreto, que permita inclusive um local (sede do jornal) onde se encontrem
s a'entes dessa tendência, onde se troquem e xo e r i ê n c i a s , faz-se reuniões,
etc.
Da mesma forma não podemos imaginar uma lideranças de massas clan.
des tina.
0 caminho da criação de uma tendência passa pela identificação de
um órgão com um pensamento e com seus agentes.
Por outro lado a preparação la revolução exi^e uma Or^nnização Cl^n
'’estina, um exercito de quadros "forjados em aço na luta do dia a dia".
. i - , r 3 - 0 0 G>JP:õn
no-ro qUe isto se de e necessário a -nreservaçao de um anarato clandestino,
no nosso caso, basicamente a prqsêrvação de alguns quadros dirigentes e
de um aparelho clandestino de impTensa.
Algumas vezes a dinâmica~do movimento fará necessário ao nível de
trabalho a formação de organismos -clandestino. Por exemplo na preparação -
de uma greve, etc. Mas esta própria dinâmica fará com que a duração destes
organismos seja curta (Ao ser deflagrada'a greve a liderança da mesma c as
sumida pela maioria dos intejrrantes do organismo de lutas. etc..
Por isto, não consideramos a possibilidade da formação de organismos, a ni-
vel de massa, clandestinos e afirmamos que para nos os organismos clandest^
nos são as células da 0.
A atuação dos demais quadras se darã legalmente. Isto quer dizer
que eles se identificarão em sua frente de trabalho enquanto quadros p o l í ­
ticos do jornal legal, assumindo assim em sua vida quotidiana em todas as
situações o papel de políticos.
0 trabalho clandestino será também desempenhado per esses quadros
nas suas ligações com a 0. que deverá permanecer oculta das massas pois se
p TL é um trabalho amplo, o trabalho de contatação organizatõria é restrito
e clandestino e uma das condições de se abrir o nível partidário é em cima
da avaliação criteriosa do contato em termos de segurança.
A manutenção de uma Organização clandestina está ligada diretamen
te a tarefa da criação de um Partido Revolucionário.
E, aqui, cabe um exame do nosso posicionamento atual, em nome da -
preservação da 0. se criou uma. ideolo~ia que rios impede, de fato, que se
"assuma riscos".
A tática que propomos dá uma virada nisto e necessário se faz a
criação de uma real disponibilidade revolucionária que permita aos quadros
assumir os riscos da atividade revolucionária sem vacilações.
Isto não quer dizer que devemos correr riscos desnecessários, mas, sim, que
devemos colocar acima e além de qualquer consideração individual a conti­
nuidade do trabalho.
Reafirmamos aqui um velho conceito, um pouco esquecido, que é a
política que determina a segurança e não o inverso
A atuação proposta dá margem a riscos quer de infiltração, quer
de quedas por uma redada da repressão possível em qualquer conjuntura.
0 que vai preservar nossos quadros será:
1 - A estanquização do aparelho clandestino que deverá ser rigo­

rosamente preservada e normas específicas de segurança deverão ser desen­

volvidas para isto.

II - 0 comportamento dos quadros perante a repressão:

é questão de principio Leninista que as ligações clandestinas sejam preser-


: •• i ■
' " ' i ..r‘.
vadas e que se negue qualquer informação sobre a 0.. Por lutro lado as li­

deranças do movimento aí incluindo aqueles, quadros identificados com a ten­

dência , não devem negar seus principios e suas posições poli tico/ideolcgi-
■» v .y *•.
"‘•H- • U v
,-r <
--ta s o ín - js y v e jt 1 ?.r. ^rroocrincoaob g J í t o t t ^ d r . T i a o i o í -°nu i s i t d

cas sob ”qualquer pre t ex to 1. Devem Eb coîiïrârio ÍHoritar scàânáÔ$ê$&2lo^ pàrS

utilizar o espaço dos julgamentos como plataforma para apitar e propagan-

dear suas posições.

E o comportamento consequente e militante perante a repressão que

porá em cheque e separará os verdadeiros revolucionários dos elementos v a ­

cilantes .

III - 0 próprio trabalho, que quanto mais extenso e legal for, *-

cria condições de denúncias e agitação sobre a prisão dos quadros pe rmi ti n ­

do com isto um certo "cuidado" por parte da repressão.

IV - Outras medidas de ordem técnicas como redução ao máximo de

material clandestino, Estes devem ser em menor número possível e sempre em

código de forma a possibilitar a sua negação.

(com excessão naturalmente dos does. clandestinos de propaganda, PO, etc.)


"- • <:•. '1 /; ■: •;* j !n ■•■jCiob ',J t i : ~J1 Oí rr : ‘ ï ” ■ T'­
Outra medida será a de estabelecer o conhecimento legal de tal ferma que -

este não deixe brechas tais como sou muito amiro de fulano, trabalhamos -
— 'f'■ ‘ ««•
juntos mas, não sei onde mora, o que faz, como e sua f a m l i a , etc.

Este isolamento, mesmo nos grandes centros, e suspeito pois toda atividade
i ,i

conjunta pressupõe um mínimo de informações básicas. 0 contrário desperta

s u s pe it as . ..

Outras medidas deverão ser tomadas casuisticamente sendo discuti-


■V J !'
do nas células cada caso concreto.

AB/E/L

'. ' y\ 1
BALANÇO DA O. (período da 5aCf. até a atual Dl)

A historia da 0. pode ser-accmpanhada em sua maior parte nas suce­

ssivas auttocríti-cas feitas através dos--Bís.

Em Agosto 78 meses depois da 5a Cf<, no BI 5 é explicitado que a

crise política do país caracteriza-se como "um momento de transição entre

uma situação caracterizada pela dominação-aberta e indireta da burguesia,

que se decompõe, para uma sitaução de dominancia velada e direta da mesma

classe". Assume-se uma "mudança de conjuntura", mas estranhamente mantêm as

diretrizes táticas da 5a.Cf.("a linha geral da tática conforme definida na

5a, Cf. deve ser ma n t i d a " ) . Sugere-se simplesmente um desdobramento destos

orientações táticas que concretamente se resumiriam numa ampliação da p l a ­

taforma de l u t a s . Consideram importante referir-se ãs Comissões de Fábrica,

às campanhas trimestrais, e a realização de um congresso Sindical repreeen

ta t i v o .Esboçam diretrizes polítcas para eleições de Novembro, CAmnanha S a ­

larial em W e Ativo Nacional Estudantil.

E de se destacar neste BI um informe balanço da CNTI evidenciando

que já se caracterizam as contradições no julgamento da nova liderança sin­

dical; a DN considera que houve uma mudança "0 que havia mudado ? 0 Congre­

sso que parecia uma farça, transforma-se numa reunião nacional onde as cor­

rentes sindicais se defrontam o que nos permitia agitar objetivos específi­

cos. Essa mudança refletia o avanço do movimento operário principalmente a

partir das greves maio/junho" BI 5

Ao mesmo tempo coloca: "A Coordenação acaba por não existir na pra

tica, afora reuniões plenárias o que funcionavam eram as articulações de

Lula e seu grupo amarelo".

Como podemos ver, já, desde então, o mesmo conteúdo contraditório

que permanece ainda hoje na avaliação das novas lideranças sindicais. Afinal

o Congresso deixa de ser uma farça, o que reflete um avanço do moviment -

mas os agentes dessa modificação são mal vistos e qualificados de maneira

pejorativa os amarelos".

Ao mesmo tempo continua presente o tradicional idealismo e uma -

falta completa de compreensão do momento poltico: nossa atuação se dá ten­

tando criar uma terceira corrente desconhecendo as forças presentes c o ni--

vel de consciência do próprio MO que começava ainda a sua retomada.


£ $ ■ $ > ■ <f> Q , , P
0 balanço do BI tc:n conc fòc~r ? quo vi rã r. iei* un r o r ~ - 3"7 r:

presente em todos os does. da DN:

" A lição apreendida vem reforçar na prática a análise tirada na

5a , C F ___ "

Do Bi consta ainda item sobre o relacionamento com 06 e informe sobre a

greve da Siemens, além de carta sobre o JN e resposta.

Como vimos vários assuntos importantes foram abordados, mas de-'

les não se tiraram consequências. Poderíamos entrar, já, aqui, em nossas'

críticas de fundo, mas, se não o fazemos, ê para dar palavra a própria Dn


r • j •, “

que no Bi 7 já explicita sua autocrítica.


’ r " f' . . «„
Mas antes do BI 7 vem o BI 6, onde novos fatos se inserem na v i ­

da da 0.

A Direção, questionada na sua prática c não percebendo seus er­

ros, resolve introduzir um novo estilo dirigente retirando o comp.. De da*

assistência a seção de W e mais, retiramdo o mesmo do secretariado re<~i£

nal e, em n 0me de formar direções intermediárias, formam uma SR de .qua­

dros , na sua maioria novos e sem nenhuma exnresão política a não ser '

que considerarmos expressão política a concordância sem discussão das ori

entações da 5a Cf.. Tentam com isso elevar o nível de coesão da 0., esque

cendo-se que a coesão política se dá em cima de uma prática política cor-


'f v
reta e não por medidas burocráticas que visem isolar um quadro de peso po

lítico, so porque este não reza na cartilha oficial.; e, isto diga-se d e ’

passagem, sem ter nada de concreto quanto a uqebra do centralismo para se

criticar na assistência do comianheiro Dé na região. Pois a própria dire­

ção reconhece isto ao responder ao companheiro Dv no BI 7:

"Passemos aos esclarecimentos: em primeiro lugar não houve dis­

cussão coletiva do balanço da participação do companheiro Dé na Sr.

... Não tendo o comp. Dé mudado orientações n a c i o n a i s ...(grifos do doc.o-

ficial)

Fica portanto reconhecido oficialmente não ter havido quebra de

centralismo pelo comp. Dé, mas mesmo assim se inauguram "critérios polítji

cos" que veem se repetindo, infelizmente, ate a recente composição do Ati

v o , assunto que será abordado mais adiante.

Quanto a formação de quadros, os comp. deveriam reler Gramsci ,

que coloca como um dos frutos do centralismo democrático o fato de ser '
ossível ou elemento de base se introduzido por seu valor em órgãos de di­

reção realizando seu aprendizado junto a elementos ja tarimbados, o que *

permite uma maior vitalidade ao organismo, sem comprometer a continuidade

nem quebrar o seu nível político.


I «
Mas, enquanto a Pn brinca de depura^ seus órgãos de direção,a lu

ta de classes continua e o BI 7 aborda, no s e u p r i m e i r o parágrafo, reco-'

nhecendo a crise da 0. (fato que vinham negando desde a Sa C F . ) :

"Passado 6 meses desde que se realizou a 5a Cf. acumularam-se na

0. problemas políticos e :>rgani zatõrios , cujo enfrentamento é uma tarefa'

urgente, Os problemas políticos atualmente-existentes decorrem do atraso'

de novas sistematizações e indicações táticas, em relação a evolução das

n vas condições de luta".

... o preço que a 0. tem pago por esta situação- tem sido o lento desgaste

da sua coesão política interna, e ate mesmo algumas quebras localizadas '

na sua unidade de ação" (BI 7)

E assim com toda humildade a Dn coloca uma autocrítica específi­

ca; mas os c c m p s . esquecem de dizer que só abordaram -os problemas conjun­

turais pressionados pelos elementos do CN-e. mais, que quando c’a discussão

da pauta da reunião,aí au toc ri ti ca da , dois coims. (D e L) discutiram a '

ponto de desgaste defendendo a posição que considerava mais urgente:a dis

cussãp política, oois a 0. em crise não tinha direcionamento para sua in-
v ■
tervenção nas lutas, e, que o prosseguimento disto corresponderia a um su

icídio político; venceu a posição que considerava mais urgente a discus-'

são ^e política de organização. Logo em seguida, jã na próxima reunião do

CN reconhece-se o erro e se autocritica no BI 7.

Mas o BI 7 não pode fugir a regra, e inicia sua autocrítica na '

erótica com um parágrafo sobre a "impcrtancia de reafirmarmos certas con-

r,ide rações de método, conforme discussões ja feitas na 5a CF."

Poderíamos seguir citando os Bis e mesmo as teses apresentadas '

ao Ativo Nacional Operário, mas acreditamos que os exemplos aqui levanta­

dos já permitem tornar claro o essencial:

Em um ponto os comps. estão certos "tudo" diz respeito a 5a CF .

A Organização foi pega . desarmada pela mudança de conjuntura e

não porque a conjuntura mudou (isto afinal era revisível) , mas, sim '

porque a ideologia criadr. em torno da 5a CF e seus m é t o d o s ,impediram que


G ,|p

_íy a O.-se posioibnassè p*&ítidaflifentte p r o i 3 - se.l ijrj_-

cfèc/’',ibs áó Ò’
Urtíe;h tos básicos que imnode que se retire deles o que os mesmos'
•• * '• '.?■■■ ftflH •'iT!":K*;'’ .r irrTftf itlWÍT jrfrüíXtft-Xá rofr
tpnv.dp essençial. E a, uta^-faç-ao^idealis^a,, mecani.ca, a rep^t iç ap, de geiie,-
, oo v ií íiüa oo íi.T
l- ti ri n i a mod/ijní
mt» r;í o õ oíjoq«cnr
o í io q a o i n o o ií o
d //iT’•
- rf iiaa bc MM
MM s í a x / o i r, ojn.KqO. ermracr.o
ralidades certas, mas, sempre generalidades ralidades que imobilizam a. Ou numa, oca-'
ou oin.t rar> rvi.t:>ô'?aTí/q 'mu OW ■ i\TFf,>r'/ t-tí^rj.;'r,i x* .'<»í*irtr4>Q' -2
Ssião’em quei* terminado o. descenso, ou a O . fse„faz n.^esente np movimento ’
fjjviibi rmij íewrArorntonraina;mi t.- uhiaà.' rjmMunNsmi tz4&frf Mfci/nríq*% íjrís còííib‘1
-,com alternativas tivas corretas, ou ela.se deteriorar, lentamente ,P j ; • . ; j
■tri r> O- c n to t ioujUt.jiíj
l O l / b l l l>ÍJ Sgnju ..vaípiu^íijbífiv
O O lij.fò ld R n & Illh r in t' sP
<8 SJ!TM«IN;D:>T»TOO-£>t a iiíp iaT }]fr8 t»í.jif/ Mfl\ •TLtr.>f«r j y

E passa-se .na pratica a reafirmar a, 5a Cf, e a colher tirechos^de


su t* i? a J - » D ÍJ x T D tjj2 oen r. .ubnir a o T n o v r o m o 2 n ? n i; iò f. i £ et. ín r u p - ; or.^t
documentos de Ern es to -M ar ti ns , esquecendo-se 9,or.çnfanto ^.ue p- comp.. Ernes
tyjtinmtxsç;o*» rnsi. * ?.»rant i: r# rtonLbvfnn ç Jxí vüite;.<i?QíMBKtt» 9BS'JouftTOj alòr>t2 i 2 <nj -é caao n ob
to sempr^ resalta em seus doçs. o porfundq. descenso^, ?- ausência, 4 a classe
a n o :) ül> i o v / r o c.bnooõíDSi oiiuBÔ«ah>lr^J3£CiíK^òi*!SEe t f i
operária no cenário político, ao período de estagnação etc, e mais,o comp
<:.ítrt-'popiesv«oJWr•'«3a'••*11 mry-fíirt Joup7o g - s j n o a ^ T f q í U . H - j i j 'Sfcfv r-xanoio
sempre (exceto nas 9 teses) coloca ser impossível dar orientações táticas
rjftol- i.JtlO." r*tt)fiup cb .. Jiu3r,’i'• aiii? o ''Í-S& nijrf I # > : 7 n £ r b i
devido a distância e a falta .de dadas na altura em que escreve os citados
ao^WfíVtf PM a' rfiirjfrxjvfijtri >\íatjan qof>'1 rjiortái-.tfsuoo ^'»•'r-iiJvxn l^^j^jíréíibrinoaes>b)

a ^ * i . t D0inBv i t i 20/1101 nT- u u í > ?. ;>n ( i u f e i ü í í á ^ ^ í í n f W h : * W p ! * & * • & -4M


Enfim, a DN não consegue "VER" ipesar de enxergar a mudança de*
I • •-r tem oíim ríov OT'1!'? •^ .■ -r .....
conjuntura e.como avestruz escondendo a cabeça, faz de conta que nada mu
1 ■
.’! ■'(firfiv ei;*».! é»ííí2s<fj5êrtrT som Qnu>rtítówii&■> a^og&Jno
dou. Quebras repetidas de disciplina, células não fu nc i on an do ,crí

ticas repetitivas de quadros de direção e mesmo de base e as soluções con

tinuam a ser dadas parcialmente, e prencioalmente a nível de política de


r. #ii.tr ' .!•!- .
p r g a n iz aç ão :

"concentrar fo rça s" ..."atuar no Sindicato com o objetivo de formar Comis­

sões de f á b r i c a " . " c r i a r um jornal lepal partidário..." "...transfor

mar o jornal legal em jornal de tendência porta voz da oposição sindical"

"...transformar o jornal legal em jornal de tendência, sem ser porta voz'


\ >t ' '
■ "Cb" .!•; >■ :.I nn.' •> . íí ., Cf H r.' » :r , í > . X " 0 : 0 íj

da oposição sindical..." "Utilizar o JN como instrumento principal de pro


'-.5 1-^' 1' 1 ■' ‘ ' ■■ • /'iJÍT'.’
oaganda..." "...cabe perj-untar se o JN tem cumprido este papel. Num pri-'
- •;jí , t-i ') -V ff> \: ■s* ' > ’ ■ 'f
meirc balanço consideramos insuficiente o nível de propaganda apresentado
r. ‘tf! ti' 7£i «r *'
1 1 I f ’ ■■ '•'■ M “iijjlXO '.!■ 1{ >», f ;( iU i -Í^ÀI!’/ . i£ ff. ,i
A atuação no Sindicato deve estar estritamente articulada com o obje
0 • Ji mVIím.I f•*í»ít:*'•'-0.4**> íí‘f '■i ■■>
tivo de formar as Comissões de fábrica, pois este último é nosso objetivo

principal..." "No caminho da liquidação do Sindicato atrelado o a s p e c t o '

fundamental repousa no fortalecimento e consolidação das comissões fabris

onde já existam e de sua criação onde ainda não existam como foi definilo

no BI 7 essa ê nossa prioridade estraterjea (grifo nosso) a qual se deri­

va da necessidade de organização independente da c la s s e " . .."Para n o s ,tode

e qualquer (grifo nosso) trabalho no sindicato ou deve ser instrumento pa

ra atingir as fábricas e criar bases dentro delas, ou deve ser ja expres-


•0 * 0 h$\

são da atuação dessas bases organizadas no terreno sindica” (citações dos

Bis do período balanceado).

Mas um balanço que abordasse somente um angulo, o que foi descri--

to em boletins internos não seria marxista, afinal, não são as nossas ma-,

zelas internas o mais importante, e sim, com', de que forma atuamos na r£

alidade, pois em política'como” no mais, e pelos resultados que se conhece


.}
uma vanguarda; "a verdade e concreta".
f.!
Como jã mostramos e a prõpria Dn reconhece, o ascenso nos pega '

desprevi ni dos , sem diretrizes concretas.

A circulação do JN é restrita (até hoje não obtivemos a resposta

que consid amos fundamental a indagação que fazemos repetitivamente:Quan

tos POs circulam realmente no M O ? )

Na ausência de respostas temos que avaliar pela realidade das -

regiões onde atuamos e concleuir que a influência do Po, hoje, é nula.


niz£dns n o terr< sind ica ” .
Quanto a revista MM o silêncio a respeito é também significativo,

parece-nos que sua circulação é também somente interna.


:»*nt urn an fiu1. LU,
Isto quanto aos instrumentos oficiais, quanto ao MO no cenário na-
> . i • ... (t f y isto a C in a l r' ~ ■ s~ ■ n s ; ■s s a s
cional abordaremos cs acontecimentos em que tivemos uqalquer forma de atu-
t V rv .tu-
açao :
1 it u>.
- No CNTl uma das' ocasiões "em que poderíamos atuar cünsequentemen
‘,v’
• H.'\).■1i.n '' ^
te erramos ao levar uma posição voluntarista desconhecendo o nível de cons

ciência das lideranças presentes c que fez c >m que nos sa intervenção não

fornecesse nenhum fruto a não ser o -desgaste gratuito do quadro (Tal fato

(desconhecimento: do nível da consciência -representa a negação dos avanços

da 4a, Cf. que anda meio esquecida) ,'v ■ ' * iv -.. >

! - Nas eleições a campa.iha sobre voto nulo, mal preparada, com ori^

entações tiradas um mês antes das eleições e ainda desconhecendo- o espaço

ia existente para uma propaganda e apitaçãb mais ampla f* legal, também fra-

cassamos .• '> .í u i
1
- Quanto ac surgimento a partir do MO da’ perspectiva em torno do

Partido dos Trabalhadores: nada foi feito o internamente; houve uma divulga­

ção die um textü clássico de Engels e nada^máis. 1 ••


•_ * : ’ ‘ :' , •tí.* • - j • ^ Í*'*vT
-Quanto ãs lideranças emergentes nada, a não ser criticã-1 s o iuz

de nossas posições como se fosse possível o movimento operário ressurgir


Sq^re, istp ver o .bfilnnço d $ s :greves d© SP no MM* que chega à fál:
;hera a íálsear a1 v e r ­

dade no afã de confirmar nossas posições.

Cabe ainda registrar por caricatural, a censura feita no nosso jo r­

nal nacional do nome de Lula substituindo -o pelo eufemismo "a diretoria do

sindicato" como se negar um fato político fizesse com que elenSo existisse..

A nível das várias regiões apesar da precariedade dos informes (o

que por si só já ê um sintoma de desagregação) podemos constatar que e quan

do houve algum avanço este se deu independente ou apezar das orientações

gerais e contraditórias da DN.


J

Como exemplo concreto podemos citar*a região de Hi onde o trabalho

se desenvolveu apesar do isolamenteo da região (que ficou até 3 meses ou -

sem, contM.P, £<pm 0 nBP-e onde os does. chegam sempre com 'grande atraso)

tornando possível a formação de X 'celiâ%fs e ?á' e ^ t i Vaçab ‘tfá-rrfé$iWê-tétfmo''se­

ção .

Em W a atuação do jornal regional legal, cujo balanço virá em d o ­

cumento específico, permitiu que o trabalho legal tivesse uma certa conti­

nuidade mas, medidas recentes de "concentração de forças" e a ausência de

diretivas claras para o trabalho nos bairros fizeram com que este trabalho

reg red iss e.

Ainda em W um dos momentos em que rompemos o nosso, ijnobilismo e de

fato passamos a existir politicamente é na greve da FIAT.

Mas. como isto se dá? 0 balanço oficial é simples:

Um mil. atua na fábrica fazendo trabalho de base, organiza uma de­

legação sindical e através dela, mesmo depois de despedido, consegue lide­

rar uma greve. Está portanto provada o acerto das orientações oficiais. Tu­

do muito simples e muito claro. Mas, raramente a realidade é tão simples a

não ser quando é "ageitad" para se comprovar um fconto de vista. Existem al-
. •i \ i 1 ! .'
uns dados que não foram levados em conta:
/ j' .' í••[*
.* ''■rr
*■ ! í ,• ’ » • •■
Só foi possível organizar a delegação sindical em tão curto prazo

mais ou menos 6 meses, graças a atuação anterior do mil. em atividades da

classe, principalmente no trabalho com lideranças, e que foi este trabalho

anterior fruto de uma extensa tragetória que lhe permitiu desde sua entrada

na fábrica colher frutos de sua representativiJade mobilizando o pessoal e

mais, que catalizasse o descontentamento vigente na fábrica, fábrica esta

que tinha por sua vez (tem) um nível bastante alto de combatividade e cons
3-0.-0-G, P ■ Lfu

^ ^ i 4 . i •

ciência e que a confluência destes fatores (objetivo e subjetivo) foi o que


! *
permitiu a deflagração da greve criando com isto espaço para um trabalho de

base.

E ê ainda através da atuação dest quadro, principalmente a nível

das lideranças de várias fábricas e na atuação junto.ao Sindicato que o tra­

balho prossegue em "1, tendo como fruto uma liderança, real nc HO reginal e
y - ’

com alguns contatos a nível nacional com ’>ases"não- organizadas" e este e o

saldo mais positivo do nosso trabalho no período. .

Dentro deste mesmo quadro se inserem ainda o fracasso do I9 de M a ­

io e da Campanha dalarial dos metalúrgicos de 78.

Quanto ao resto a situação é precária:

0 SE de W é fechado de fato, mas este informe não-chega as bases,

e nem mesmo é discutido na SR. Abandonados sem qualquer prática política

consequente os quadros se desgasta e nossa área de influência (já pequena)

se reduz rerando inclusive reclamações de contatos que não- entendem como é

o porque foram ôbandonados sem a mínima orientação.

A situação das células c GFRs. da seção é precária;

A atuação da SR (W) não se faz dentir, existindo mesmo organismos que p a s ­

sam até 2 meses sem discussões polticas. fcrmação de quadros é coisa inexis-
ff* i ' '

tente, assim como orientações unificadas sobre a prática. Neste campo as


tão
vacilações da SR. sao - grances que chegam a imobilizar o Jornal legal p°r

dois meses, enquanto, são improvisadas soluções a nível organizatõrio e n ­

quanto que o problema político é definido a partir desta solução.


. . . )' yf
Ê dentro deste quadro geral que finalmente o BP, sensibilizado com

a necessidade de direcionar a Dl ( que até o momento so existia enquanto -

intenção pois o unico doc, tirado sobre o GRT não vai de encontro as ne ce ­

ssidades da discussão) resolve tirar as teses para o ANO.

Teses estas que apresentadas ao coletivo do CN são pelo mesmo re­

jeitadas. Porem, e o fato é espantoso, sob a alegação de não haver coesão

necessári para ser tiradas teses pela "maioria" pois não há consens-, c CN

delega ao1 Bp a continuidade da direção polítca da discussão.

E aqui cabe uma. crítica ao CN, nem no ROP se viu coisa igual, pois

luando a direção de então sc viu impotente para dar respostas políticas p a ­

ra a 0. deu um encaminhamento mais consquente.

j.tsje, o CN rejeita como um todo as Teses mas, permite que as mes-

jj^ r- selam levadas e discutidas e assimiladas como podição oficial da 0. ,


^ -0- 0 - G , p $5-?

utiliza Í.Vw ° c,in n l da. í\s«-i t ô n c i n paics Jcfor.Ao los. • •

I," y 4. "•*. '• l


i
Não ha mais o que dizer, e uma extranha pol.iCT.ca, * mínimo
e, no* u
flete um descompromisso com os militantes da 0.
••••' .. ■ P ': ,< !*!j"* L ! . o fi : *
É neste terreno pantanoso que se orientam as discussões para os A-

tivos e a DN não se da conta que precisa por isto mesmo ampliar a discu­

ssão tirando uma orientação \ue permita a todos os militantes p ri nc ipa lme n­

te aqueles que desempenham de fato o trabalho operário nas regiões a oporu-

nidade de trocar experiencias e fazor uma discussão conjunta.

Em W são elitos delegados por organismos (inclusive GFRs) e para

o Arivo são convidados ainda um representante do SE e alguns elementos dos

GFRs operários e mais um mil. de ccl. op.

excluido no entanto mils. que atuam em frentes.


■ ;ffr
0 argumento de que esta 5 a forn.a clássica de representatividade

alegado pela DN não pode prevalecer porque primeiro a situação nada tem de
. . f-
clássica ( posição oficial rejeitada peloCN, existente so enquanto delega­

ção) e segundo porque a precedencia de GFRs em detrimento a militantes é

absolutamente inovadora.

Para completar este quadro a preparação para o Ativo renional (W)

é insuficiente havendo mesmo comparecido a reunião quadros que não tinham

discutido, e algumas vezes nem lido os documentos oficiais do Ativo.


i .!■x 1
Isto faz com que a discussão (que teve seu lado positivo na colocaçao e

p r o t lemas reais e na contribuição dada por alguns companheiros)' fique cen-

fusa e discuta topicos e não as teses apresentadas o que dá espaço para uma
—----------------- —A------- ' ” I -j .
extranha conclusão:
/.! ! i
As teses foram aprovadas desde que., reescritas pois fica a recomen
)t >•
dação de se estudar e ampliar e justificar as teses sobre: COMISSÃO DE FÃ-
■ -li." 1 . • ' .■ • '
3 RI CA- SINDICATO - OPOSIÇÃO SINDICAL - PARTIDO DOS TRABALHADORES- TRABALHO
' •... , - j j l . í : . . -I ■

;LEGALXTRABALHO CLANDESTINO.

Finalizando esta cadeia de erro e proposto pelo representate do

3 P , e leito por maioria como delegado para o ANO não o quadro operário cujo

o nível poltico e liderança conhecida e respeitada no MO e de trajetíia na-

cional o indicasse como elemento necessário e imprescindível em um ANO, mas,

sim outro quadro "porque defendia bem as posições oficiais, com clareza e

segurança". Posições estas que repetimos não são as da DNma, sim do BP que

por isto mesmo deveria ter mairo sensibilidade, poltica e deixar aberta a -

possibilidade de melhor disvutir suas Teses.


I / f'3 •<0 0 •G ,p 3íÜ /Lj

ü é è
Outros dados vem se somar aos exemplos já citados .

Chegando correspondência de Ernesto Martins, sua posição e imec4.*-

atalnente adotada, seus documentos apresentados ao ANO e reproduzidos em do-


. i-
cumentos internos e externos (BIs POs) com um rapidez curiosa. Parece que a
j9-■
'
"ausência de posições" já é sentida e qualquer contribuição é benvinda para

encher os espaços vazios, sem discussões na DN. Queremos deixar claro, que

aquim neste documento não fazemos apreciação do conteúdo das contribuições

de EM, o que estamos criticando, porque errado, é o açodamento en conside­

rar correto, justo e bom tudo que chegar sem discussões coletivas.

Então para que Ativos e Conferências? Oue o Com. E.M: mande a tá­

tica pronta e nos a assimilaremos, e isto seria mais correto do que a p o l í ­

tica de adendar posições criando uma "colcha do retalhos" em que meias ver-

da ’os proleferam, em que se corrige uma ou outra d is tor's ã o , mas, mantende

se o pano de fundo, a determinante p o l i tea e metodologicà errada.

Outro fato negativo, e pior, não visto e o nosso n ã o >cre sci men to .

us recrutamentos (rar^s) se dão a partir, não da atuação da 0.,'mas de con­

tatos individuais, (parentes, amigos, etc).

•0 crescimento do trabalho tambem e mínimo nsc implica em "correção

da linha", ou, "sucesso dos ativos".

A conjunturafavorece objetivamente um crescimento \o toda a esquerda e a 0.,


aliás, cresce nenos que todas as outras correntes.

Por outro lado inexiste n n 0., como um todo, a oreocuoação de for­

mar poltica e teori emane te osn--v:s quadros. E mais, mantem-se em relação a

eles uma postura de "suspeiçao" haja visto que quadros recrutados a X meses

continuam tomo "candidates2 sem direit ) a voto na Cf. sob a legação burocrã

tica tipo nao se r e c r u t a 1durante una Dl. Ora, a Cf é adiada sucessivas


vezes e com isto os companheiros ficam sujeitos a "deveres" sem"direitcsM

Qual a justificativa para i s t '? Trata-se de uma medi-la no sentide de manter


o controle atê a Cf.? Se for o ouro oportunismo.

MAS A QUE SE DEVE TUDO ISTO?

■ \!ci
Não basta situar a falta de visão e de sensibilidade poltica da
atual direção da 0». 0 problema e maior e não o superãvel somente por uma
melhor capacitação lirigente.
Como vimos rapidamente a maioria dos problemas reais da a t u a l i d a ­
de las lutas de classe no país foram abordados oela Direção de uma maneira
■'eral.

t~aj
...... . A
I > • 0 , p - 3 &
ê'

TR1BIHA PE T>?^r7$ W» 52 A

' ' PROJTTO DF pyÇL/RAÇXO POL^TC/1


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1 Perto: /nnlisc da fituação Nacicníil

K
' _j ... ' /*. •*V ■ :■
Às c o n t r a d i ç O o s s o c i a i s no 3 ra s il a g ra v a ra m -s e ao lo n g o da
história da Ditadura iáilitar: aprofundoua.se o processo de concentra
„ çSo do capitali cresceu a miséria social à i>ase de uma exploração da
força de trabalho em níveis inéditos^ e aumentou de múito a despropor
çSo entre a capacidade produtiva dos monopólios e a capacidade aquisi
va dos trabalhadores. Simultaneamente, 0 capitalismo industrial pres
3ionou fortemente o latifúndio a m o d e r n i z a r - s e , e, embora sem des-
truí-io, integrou ainda mais a proauçSo latifundiária a seus fins .
„ A c e le ro u -s e , p o rta n to , a p o la riz a ç tto s o c ia l no cam p o , fa to que s e re­
fle te no en o rm e c re scim e n to da m a s s a d o s a s s a l a r i a d o s ru ra is , em re­
gim e de b r u t a l e x p lo ra ç S o ,
É v e rd a d e que e s t e s e n tid o g e ra l do m o v im en to h i s t ó r i c o d a 30
c io u a d e n ra s iie ira n ao co m e ço u com a J i t a a u r a . já e x is tia a n te s a e la
p o is e s t e s s 3 o m arcos de uma s i t u a ç ã o de c o n j u n t o que r e m o n ta à r e v o l u
ç3o de 3 0 . l i a s a d i t a d u r a m i l i t a r im p r im iu ao p r o c e s s o um novo d in a ­
m ism o , e so b o s ig n o das n a io n e ta s d eu l i v r e cu rso e ra c io n a liz o u ao
m áxim o a s te n d ê n c ia s h i s t ó r i c a s a n te r io r e s . F o is com o g o l p e de a b r i l »
e p o s te rio rm e n te com o " g o l p e d o n tro do g o l p e " em a e z e m n ro de òt>, to ­
das ás c la s s e s fo ra m s ile n c ia d a s p o litic a m e n te p ara que a v a n ç a s s e sem
re s triç O ie s a a c u m u la ç S o do c a p i t a l , e p ara que v i g o r a s s e p le n a m e n te a
- e c o n o m ia p o l í t i c a b u rg u e sa . Foi sob t a i 3 c o n d iç f f e s quç pôde im p la n ­
ta r-s e a p o lític a de a r r o c h o s a la ria l, i m p o s s í v e l e n q u a n to cre s c ia a
lu ta ro in v id ic a tó ria da c l a s s e o p e rá ria .
Todo o p l a n o b u rg u ê s de . recu p eração e ra c io n a liz a ç ã o econ ô
m ic a fo i p ro je ta d o so b re um c e n á r i o e s trita m o n te co n tro la d o p e la s ar­
m as, onde o m o v im en to o p e r á r i o ja z ia i m o M l i z a d o . ii3ta s i t u a ç S o de fa
to , c o n s o l i d a d a em f i n s de 6 8 , n ao fo i, a liá s , c o m p r e e n d id a c o rre ta
m o n te p e l a s d iv e rs a s c o rre n te s da e s q u e r d a b ra s ile ira , nos ano3 se­
g u in te s . In u tilm e n te 3e te n to u , p o r v á r i o s m e io s , reacen d er d u ra n -
te o d escen so a cham a d a s m o o i l i z a ç t f e s . F o ram a s co n tra d iç ffe s o b je ti
va3 do p r o p r i o sis te m a que fiz e ra m a b r i r —s e as p r i m e i r a s fe n d a s na i —
m onsa r e p r e 3 a onde o r e g im e p r o c u r a v a a b a f a r aa c o n tra d iç ffe s s o c i a i s ..
0 a p a ro liio aa re p re s s ã o co m e ço u e n t $ o a r a c n a r . i^nf r a q u e c i u a s as com­
p o rta s , as c la s s o s s o cia is v o lta ra m a se m a n ife 3 t a r .
E s to a b a lo no e q u i l í b r i o s o c ia l iu ip ia n ta d o d u ra n te anos fo i
d o te rm in a d o , em ú l t i m a in s tâ n c ia , p e lo s p rim e iro s sin a is da c r i s e e-
c o n ô m ica . Ás p o s s i b i l i d a d e s de ~ d e s e n v o l v i m e n t o o c o n ô m ic o , s u p e r —o s t i
m u ia d a s d u r a n t e o a p o g e u a a e z p a n s S o , com eçam a e n t r a r em ch o q u e com
3 - 0 - 0 - G > , p 36o
■j rccc Io -c :vx '*£» aubo :'di nn-■; c. f w n ó t i r a ri-mnirí' rlr> ra.ii oo do
I^odução, durar to o chamado "milagro", fizoram croscor 0 3 custos da
produçSo o os preços, desencadeando as altas taxas do inflaçSe.Ao mos
mo tempo, os freios tr dicionais impostos ao crescimento industrial -
qo

i.o latifúndio, o o autfioto da d.r rida externa oüi proporções bo»n maio-
ros do quo o autuonto da oxpcrtaeoes, aprotundaram as çontradijffos já
ongondradas no in ter io r da indu stia. 0 s i 3tecia finaceiro ontra ota cri
so, anunciando par- breve uma cruoda na conjuntura econômica com to­
das as suas c o n s e q u ê n c i a s . 3o 03ta crise vom sondo adiada,- 5 porque a
participaçtto dos invest.imoivtos estatai3 no conjunto da economia pert.u
te um prolongamonto da e x p a n s E o a i n d a que em ritmo mais lo.ito, i.ia3
os sinais da crise persistem, a tendôncia prossegue avançando. Atual
monte, a taxa da inflaçSo já 3e aproxima dos ni vois alcançados om ...
1 9ó3 o
0 prenúncio da crise coconômica, ou, om pa r ti cu la r a inflaçSto,
-.b; Lov. o equilíbrio social .antorior; as classos sociais so puse ram om
m o v i m e n t o „ A começar pela burguesia, quo desdo 74 inicia uma rocons -
truoSc lenta dos seus aparatos políticos do exercício diroto do poder.
0 parlamento se fortaloco o, desdo 7 4, perde progrossivamonte
s caracterict .cas arterioros odo orgSo do fachadn destinado a co­
brir a nudez da dit-dira militar, para inic iar sua motamoríoso om voí_
culo ativo do prosees da burguesia e da p eq u e n a burguosia, 0 Judiciá
rio recupera algumas das suas chamadas ,!p r o r r o g a t i v a s " , o-a paraforná
lia dos tribunais as leis o os juízos da burguesia, começam a emor
ir da lama oa quo so encontravam, postos om rolativo dosuso, A gran
de imprensa ror.ipe e c ;
c n sur at o o capital rocupora u^a do suas aroas
p.ais importantes- Os partidos burgueses entram om criso: A Arena, quo
na- õpoca de sua fund?ç3o espelhava a "UniSo N a c i o n a l 1’ da burguesia em
o::iio do regime de exceção, começa a d o s a g r o g a r - s e ; o MOD, de núcleo
doutrinário da corrente democrática, o também orgSo de facnada, trans
::o:cma~so num veículo de oposiçUo pol ítica real - uma fronte ampla do
'oçù’es domocrática3 que engj.oba da grande burguosia à pequena hurguo
f.-id radical: e com semelhante potencial do antagonismos intornos, apo
: alimenta a ge.staç?. d© novos pa rtidos burguo3os e pequeno3 burguo
O-OS,
A classe opor.*6r::.a.GBt.'a em cena em 1978, com as duas primei-,
vas ondes do grèves, Forje m ic do .um ano dopois, as grovos já alcan
3 aram todas as grandes concentrações industriais do País, arrancando
milh Cos do opor*, rios aa i nó rei a ant eri or para atraí-los ao campo dada
luta de classos iiorta, onde entSo nascendo os prime iro s laços do so-
idariodado de cia ::os q do confiança na luta, A classe oporária sov
be apr ove it ar -s oontraáiçóos reinantos ontro as facçffos das classos
dominantes, o as primoiras rachaduras nu má qu ina da repressão, para
v m o ç p r a luta . pe los rou3 interesses p-».!óp3rio& . Esta noçíío pr át ic a do
.......... - P - V G o P
UÜU.O ^ í ü v o i U í’ us o^gCradiçOos nas iiloiras aa nurguosia para á* re-
alizaçSo de açCfos do classo é tambóra t e m liçffo do remitira o rjs
poata aos ostratogistas da osquorda pequono-burguesa, quo so espocia
iizaram eui ospocular sobre as contradiçafos ontro "oortos aetoros" do
capital - para daí tirar conclusffos sompro reformistas.
Lias todos ostos acontecimentos quo ostSo so desdobrando, nos
últimos anos, sffo os sinais procisos do quo oxpira o mandato do rogi-
no de 64> A funçSo tutelar assumida pelos militares, a aparente auto­
nomia do E3tado om rolaçffo às classes, a autonomizaçSo do pode r oxecu
tivo, - om suma, a ditadura indireta da üurguesia, - está em vias ..de
sair de cona. Polo menos ató quo, eventualmente, possa ressurgir no
PaÍ3 uma manifestação conjunta da luta do classes semelhante à situa­
ção criada om 64. Jicrosconto-so, poróm, que osta falôncia da Ditadura
Liilitar n3o oorrospondo à sua liquidaçffo política automática«. Pelo
contrário: a decomposiçffo da ditadura militar, e o desenvolvimento si_
multânoo dos aparatos embrionários da Democracia Burguesa, tem sido
um processo lonto o marcado p o r pressffos da própria classo aominan-
to. p o r outro lado, quando a uurguosia manifesta suas saudades da re­
pública
) *f
Parlamontar, o roivindica o "Estado do Diroito", tom visado
muito mais arrancar concessffos e mudanças parciais na situaçSo.do mo
do a obter ma i o r acesso às decisffos govornamontais, do quo propriamon
te a derrocada do regime. Como rosultado, tomos a política do "disten
s3o gradual" e "institucionalização", ondo o velho regimo vai perden
do terreno, vai absorvendo sob pressffo os instrumontos da Domocracia
Parlamontar, embora o 3alto qualitativo na passagem do uma forma de
Ditadura Burguesa, para a outra, ainda n3o tenha ocorrido, A Dita-
dur i/iilitar ainda sobrevivo. 0 fato é quo a burguesia age sob a dinâ­
mica da situaçSo imodiata, e a exporiôncia histórica mostra „que ola
dic exccçoo
somente concorro para o fim imediato do sou governo/quanao a luta do
classes já levou a dotorioraçSo do velho regime a um ponto insustentá
vol. Dovo-so considerar, poróm, quo os acontecimentos do poríodo atu­
al gporam em diroçSo a oste momonto crítico, quando a conjugação do
fatoros promovorSo o salto qualitativo na rostauraçSo da ditadura vo~
lada e dirota da burguesia.
A "abertura gradual" é a estratégia escolhida pela ditadura
mil it ar para sobr ovivor sob as prossCfes pola rede mo cr at iz aç ao . Contra
dito ri am on te , ó também a estratégia que vem criando os próprios mar­
cos da sua d o c o m p o 3 i ç a o . Esta situação contraditória acelorou-so bas­
tante a p a r t i r da fa3o final do governo Geisel, quando as prossCfes da
burguesia po r uma mudança na situação já iam bom longe: os grandes
jornais davam coDortura a manifostos da burguosia paulista e a outros
tantos manifestos o atos públicos da poquona burguosia democrática,
o virou moda falar ontao em "mobilização da 3ociedado civil".Exproa
3?ío dosta roalidado foi a candidatura do I.!agalhtro3 Pinto à prosidon-
F3-0-$-6,í> 369
’•%5*

" f a , o também a maró montanto das conspiraçffos tl&i ta r o s , quo so o x te -


riorizaram na candidatura Eulor. 0 onfraquocinonto das ba3 os 3o cia i3
do rogime a tin g ia o ponto mais a l t o : ora ovidonto quo nSo podia mais
continuar a vivor como an tes,, jí quando o gonoral J í l v i o Frota foi domi
tido do M inistério do E x é rc ito , dando lugar a substituiçffos gonoraliza
das nos comandos m i li t a r o s , as prossSos p o l í t i c a s já oram do t a l ordom
qãe conseguiram promover deslocamentos do forças no coraçato do volho
rogime, Seguiu--se a quoda do AI--5, com o quo a leg islaçS o om vigor a—
áaptava-se à reduçllo do podor de fogo da ditadura aborta e in d ire ta .
Logo mais, as grandos groves operárias iriam c r i a r novos fatos consuma
-lçs. 9 novos marcos* 0 .sistema de compromissos do govonno Figuolrodo
naoce desta situaçSfo: níío lho f a l t a r i a , in clu siv o,, a intençSfo do aparo^
r como govorno p op u lista, nSo ü j3 tan to _ fa lta ro a basos o b jetiv as para
ianto, or,mesmo f a l t a r aos so u sca b o ças o doviao talon to para osto pa­
p e l, M a s e com t a i s compromissos, sin te tiz a d o s na promo3 3 a do ." f a z o r
j.sát.0 país uma doraocracia" , qao o governo PigfWirodo so n sib iliz a a
"burguesia o mesmo alguns sotoros da pequena burguesia. Incorporando os
tos novos compromissos, o regime ganhou apoio, ma3 aprofundou a doto-
rioraçíío las formas particu.laros da ditadura aaorta e i n d iro ta . *£x
omplo- destas contradiçffo3 está na A n istia docrotada rocontomonto: o go
vorno fatu ra aplausos, mas em con trapartid a se amplia a faixa de lo g a -
_idade para a atuaçSfo da osquorda. Outro sinal dos tempos podo so r vis
to nas atividades da Escola superior do Guorra: do cátodra da reaçSo ,
se anre a debato 3 sobro as funçffes p o s itiv a s da Domocracia.
Mas, apesar de tudo, a Ditadura M i l i t a r ainda vivo. A Loi de
egurença Nacional, atualmente em vigor, atua como fonto de contradi -
•'Vgs ao longo dosta convivôncia do volho rogimp com a roalidado omor-
- gorrte: as atuais regras do jogo ainda sSo u q obstáculo para o amadu-
ecicionto dos mocanismos da Domocracia Jurguo 3 a . Impedepi a roalizaçUo
o fe tiv a do novos pactos s o c i a i s , do novo3 sistemas do concess 6'os na ro
aç^o da burguosia com a pequona burguosia e o p ro le ta ria d o ; expros
c.'O notória de3ta 3ituaçSo ScTo as dificuldades que permanecem para a
anca divisSo do águas ontro a 3 co rren tes burguesas, na forme çffo do
■iovos p artid o 3 p o l i t i c o 3 . as a tu a is rqgras de ju jogo impoaem tam-
lera a liv ro utilizaçfTo do párlamonto como fonte e f ic ie n te de prossCfo3
ío ">re o execu tivo, Aposar de toda a ambiguidade da situaçSfo a tu a l, as
- dev>i3 cJe3 governamentais ainda dopondom dirotamonto dos tutoros da bur­
guesia, do3 agontes da ditadura in d ir e ta , i s t o ó, do3 comandantes das
forças am adas,
A sobrevivência da ditadura m i l i t a r dificulta o a m a d u ro cim o n to
de um novo pacto social -, P o r isto ainda n<£o ostá claro 3o a burguosia
o colocará om to m o e semolharvtos ãs antigas fórmulas getulistas, ou so
V"sorá iovadc a o pt ar p o r scluçSos s^molhantos- -ao fonômono Má ri o 3oa
0 surgi monto do uí- iftorL.»«\nto í .V - o latoouSonv*o r n -
^2> <p f G f . J C

to um acontocimonto do ma r o a t ó r i o , pois n burguesia sorá forçada a adajs


tarS© à nova situaçSo. M a s una coisa © corta: a burguesia n2o e st en de ­
rá ospont&noamonto os diroitos democráticos ao proletariado, noa . ao
c a m p e s i n a t o . Ela tentará consorvar intactos os instrumontos fundamon -
t ai 3 da ditadura (a logislaçSo repressiva sobre os trabalhadoros,e sua
sustêntáçSp nas forças arriadas). A aapliaçífo da .liberdade* de manif est a
'• -çtCo só oço^rerá se vier como conquista do proletariado 0 do c amp esi na ­
to, atrancada na luta. Que a burguesia procurará p r e s e r v a r 3ous iustru
/ 1•
m e n t o ë re p r e s s i v o s , som maiore3 alteraçOfos, 0 uma conclusSo a quo 3©
deve chegar inclusive p or oxporiSncia prôjrrl&îiïasta lombrar~a redemo-
cratizaçSo do 45„ ou olhar para os acontecimentos atuai3: quando a
ditadura m i l i t a r decretou intervenção no oindicato de 33o Bernardo, e
investiu com bombas gás contra os grovietas, a grande imprensa demo­
crática considerou o ©pisódio "lamentavelmente no ce ss ár io ” ; durante as
^ manifèâiaçffes dos operários da construçSo civil em Beto -horizonte, quan
- do aê tropas m ilita r e s assassinaram o p erário s, a3 piosnias tribunas da
.j ....i ' ’ ** ;
burguosia democrática novamonte saudaram a aç8o repressiva, om nome da
■'ordem* p u b l i c a Os'pi'ônoiros da futura democracia burguesa sabem muito
* * , r- \ * |\' í£ <*■
' *4’’ " ^
bem que esta crftnica diária d© violôncia contra o movimento oporário
_ \» J ■* ' i C• •. • *. .u .. -—

n3o ó co n tra d itó ria com os seus planos de Democracia. Jomonte o desen­
volvimento da lu ta o p e rária , 0 a conquista do uma liberdade sin d ica l
solidamonto ombasada em organizaçCfe3 do ba3e l iv r o 3 , p o s s ib ilita r ã o u-
ma maior libordado de organizaç3o e m anifestaçSo.
3o a conquista do3tos marcos políticos s3o tarefas imediatas
que a história coloca para classe operária, as lutas recontes indicam
que já ostíío om ma rch a as forças novas que consoguirSo realizá-las. A
-greve de março no ABC contem a este respeito indicativos muito impor-
- -tantos; duranto a intervenção no'Sindicato, sob o assódio da reprossSfo
aborta, o movimento grevista encon tro u unidade e disposição suficion-
tes p a r seguir adiante, ultrapassando a barrçira aa logalidaáo.üista ca
-pacidado do luta rovolada xiostroií quo as potoncialidados do ínoviínonto
>+ v. .
ultrapass ar am as volhas ostruturas. A liçSo implícita noste ©pisódio ó
■%,
,,<quo o Sindicato Livre nSfo só ó necessário, como possívol, - pois o m a ­
terial para a sua construçSo já começa a aprocer nos acontecimentos om
curso, 0 mesmo se podo dizer da gevo do outubro-novembro om 33o Paulo
om 78: as ComissCfes do Fábrica, e as fraç6fos mais atuantos ds ma ssa ,
" J rounidas em Assemblé ias Gorais, p a ss ar am p o r cima do Sindicato e van-
■»- guardoaram duranto vários dias .uma greve do quaso 500.000 operários,
E na grovo geral dos móta lúr gic os do Rio do Janòiro, a primoira depois
7* /f. f
do 64, foram aa piquotos movòts, .^organizados livromonte pelos e le me n­
tos mais destacadas o mais firmes do prolotariado* carioca, q^.e garanti
ram e o Òx.ito inicial o a co nt in u! dado da m o b il iz aç ão ,p or vários diao.
Outros e x em pl o 3 p o d er ia m sor l e m b r a d o s , 0 fato ó quo, sob a camisa de
força do oindicato a t r o l a d o ( ijuo a m d a oxisto uma força nnv'i ot)iíá

■1 J ; *.
y i /'
-6- ' ;
nasçendo, e ameaçando romper essas amarras em "rounds" s u c e s s i v o s .. A
grande massa operária ainda nSo tem consoiSncia das possibilidados
que as suas açffes encerram, nem conhecem, ainda, as formas adultas
daquilo que está sendo criado . i-as qualquer grupo de vanguardai, quo
m er eç a este nome, tàm o'd çve r do -co-ntribuir para que se doüonvolva
da me lho T.-foma estos;icjfBífa^s^^bri^xnáxios polo Sindicato Livre*
0 fa.to ê que os sindicatos no Braail continuam atrelados ao
Estado. Ê verdade que, com aa gtf&ndes- lutas de massa do período • re­
cente, começou a de-fooç3o doe palegos mais dirotamente lidados,
gime militar, w > a pricipais Sindicatos do, fcaiô, er, alguns outros procu
rap se a da pt ar aos novos tempos jtentando n o d £ f i c a r « u a imagem. Mas
este fen&cieiid da di-namizaçSO do S in d i c a t o atrelado e o surgimento de
diretorias combativas n3o ó novo no Brasil,. Já ocorreu antes, em ...
1945 -46 e antes do golpe do 64, quando.;os reformistas ocuparam o apa
folho sindical oficial, e desempennaram funçCfos de liderança nas lu­
tas do período,, pias doixando inta.ç£a a estrutura mo-ntada pela burgu£
sia durante a ditadu,ra do Estado- N o v o . Alguns sindicalistas novos ,
coCio a diretoria do Sindic ato de SSo^eicnardo, chegam a so distin -
guir dos sindicalistas çlp .aji|.e£ do .6.4 a j p o r ura estilo de atuaç3p m a ­
is independente em rolaçSo ^os partidos políticos o f i ci ai s. . Entrotan
to, também estos est3o ^uh.çreinados ao.si„ liraitos da logalidade e da3
regras do jogo Uo Sindicato Atrolado: quando o^Sindicato de 33ò Ber­
nardo desempenhou o papelv do articuladQ'i: n^s grandes AâsomblóiaS: da
greve de março^, a ditadura m i l i t a r apelou ;pa.ra aSj IreiSntradic-i onais o
decretou a intervenç3o. oííí-u .iv ■
M a s voltemos às manifestaçOfos iniciais do lL ü fpjUÇas-, qjie ton-
dem a convergir para a sustentaçSo do um Sindicato;Iã.vre: olasü n3o
surgem apenas nos mom entos críticos das grandes mobilizaçffos o gre­
ves. Os racvimentOB pormanontps pelo Fundo "de Greve, tranforuados em S o ­
ciedades Civis na regi3o do a BG, e os movimentos do OposiçSo Sinoi -
cal, especialmente a 0,3. do S3o Paulo - pelo monos no que se 0 rofero
àquolas setoriais quo souboram se v ol ta r para a orftanizaçSo .d): m o v i ­
mento fahril, - correspondem a outras tantas formas de luta polo Sin-
? • ...... -
dicato Livro. Formas do luta quo so tornarSo par ticularmente imp ortan
tos na m edi da em quo 3e 3ustontom nas * organizaçffos fabris, o na
me d id a em que so unifiquem em torno de uma me sma pla taf orm a de luta
contra o atrolanonto.
Os novos sindicalistas, cujo roprosentante mais destacado 6
Lula, tem sido, atl aqui, força3 vacilantes no combate ao atrelamonto.
Aproxi ma m-s e mais da posiç3o reformista, quo tradicionalmente procura,
a l to ra r o sindioato a p a r t i r da. m o r a utilizaç3o da ostrutura ox i3 ton-
te, sem colocar em primeiro plano a luta pela sua dostruiç3o. É corto
que a apropriaçSo de diretorias sindicais já resultaram em consquSnci
^a-0 <p G.p Séá
íj,^ i vuc^ uv> í*it.ioAtí\(* u 1 1*01 aiiionto * foi o caso o.â oxporiSnciâ jâ
c l á s s i c a da atuaç.So da D ireto ria do 3indicato L e ta lú rg ico do Osasco,
en 6 8 ( f o i ta a rossalva quanto ao orro ontSo conetido do fazer da se­
de sin d ica l o centro dos conitôs ao onprosa) „ Las o oindicato de 33o
Bernardo chofSou a desencorajar, abortanonto, a foruaçSo de conissffos
l i v r o s , tontando ligadas ao 3 in d ica to , ou so ja , tontando tra n 3 fo m á -
. . . -
- l a s on moras Dologaçüfos Sin d icais t r a v o s t i d a s „ 0 quo n2o chega, con
tudo, a ig u a la r ixiteiranente e sta corronto às antigas cupulas r o f o r -
..listas de antes do ó4: en a a is do uaa oca 3 iSo, Lula sonhe eoLocza>«o
ao lado da3 nanifostaçffes avançadas das hasos o p e rá ria s ; por esta
raz3o, I una co.tronto quo, polo nonos on p arto, podará v i r a so r po
larizada pcu.m-forto movimento ccntra jq_atrclarocnto sindicrl.
A3 potoncialidado 3 atu ais do novinionto oporário rovolan -3o?
ainda no ropúdio aos p artid os ^or^uosos pelas lid orau ças n ais coa.ua
tiv a s da c l a s s o . Esto a3pocto do conportanento da lid eran ça ten
raízo3 profundas, corrospendo a ansoios o pressffos difusas vindas;
da nassa o p o rá ria ; já vinha so eshoçando an terio m o n to , nosno duran
o dosconso, quando as oleiçffos parlanontaros fazian v i r à tona, nas
zonas o l o i t o r a i s do concontraçSo op o rária, enoiuo quantidade de vo­
tos nulos, Durante a grovo na Fiat do Hio de ja n e iro , os o p e rá rio s 1
h o s tiliz a ra n tanbon as lidoranças donocráticas da pequena burguesia,
que ptfetondian a r r a s t a r a nasca on lu ta para as nanifestaçffes pró-
- a n i s t i a . P o r outro lado, a chegada do Brizola no País, anplanento'
anunciada pela imprensa burguesa* nSo consoguiu provocar o p retendi­
do inpacto sohre a classo o p orária, ou pelo nonos sobro as sua3 ’
lidorança3 n ais atuantes o nais p roni33oras. 0 r e la tiv o esvazianen-
toda 3 volhas s i g l a s e nandoiras dononstra quo un conteúdo novo voa
so alastrando ao longo dos últimos anos, o ganhando inpuso nas gro
vos a tu a i 3 a E oste contóado novo já coaoça a aparocor, já conoça a
ganhar fom a e x p l í c i t a na canpanha pelo PT: una coapanha ato a-
qui aponas esboçada en círc u lo s do lidoranças s in d ic a is , rnas quo
so alinonta no próprio novinonto oporário , o por i s t o tendo a f i r -
mar-so. E 3 o f i m a r á efotivarionto 3 o consoguir aparecor às nas 3 a 3 '
da cla33e cono una a lte r n a tiv a à 3 velha3 fóruulas t r a b a lh i s t a s ,o so
soubor vo n co r investidas da poquona burguosia no sontido do tr a n s -
forn á-lo nuna "Fronto Popular", ondo os intorossos do classo do pro
lotariado ostarian dovidanonto d ilu íd o s. En outras p a la v r a s ,olo cor
rospondorá às condiçffos lato n to s para a sua e x is tê n c ia so con­
soguir so r una Frente única en t o m o da3 roivindicaçOfos da classo '
contra o capital,
Mas o dosonvolvinonto da canpanha runo à roalizaçSo p rá tic a
dosto c a r á to r ó, por onquanto, aponas una p o s sib ilid a d e . Já f ic a
claro dosde j a v dosdo a nasconto, quo o cur 3 o do PT ó disputado nu~*
^ 3 •(i) - (p '(ò ,)p* 3

XtfcCi* **dO j^wü Uj.. ix« d O>r r J-x *.03 il03 ui 3 ^CLGCiOCr a t Í S t a 3 qiO Opta
ran poio Í.ID3, o P T 3, .o to ) . ■•*?«&' t a h bóa co n tra as Cqrrentos poquono-hiir
burguesas r a d ic a is ovo visa... doutro dolo o priaado da f r a s o o i o 3i a do
a o c r á t i c o g o r a i . iías p r i a e i r a s reuni ff©3 da coapanha ro a liz a d a 3 no Rio
de - J a n o ír o , osboçara .:-so 3ua dua3 a l t e r n a t i v a s para o PT: a p r i a e i r a
da “qual ao aproxiaar&n a l üuns dos soua p r in c ip a is lí d o r o s a tu a is
coaó Lula o Joso I b r a i i , e n fatizo u i to ro aso s e s p e c íf ic o s da c la s s o o
p o r a r i a , or.õora quasa sonpre con cilian d o con a o u tra c o r r e n t e ; os
ta o u tr a , l i ia rada por pa r l a l e n t a r a s da pequena jiur._;uQ3ia r a o i o a i ( l a n
Çaderes (^ / ^ ^ i d p . ^ptulsar.^i^o -vasa^do. a l’diiIui''s.çroí‘i^óf^ ) in^gT'
ro3áos oporáriõ3 nuna v a a ta p la ta f o rn a d o a o c rá tic a ^ o ra l ondo 3o r o 3 -
salta a bandeira is, C o n s t i t u i n t o «. Tudo indioa quo o3ta luta já esboça
da acoooanuará o nasci ,anto do í T o dofinirá o so* caráter. 2 oara'
quo a definiçSo corronte do PT coao "Fronto da C H a o s o " , contra a3 as
*
"Fren to3 Áaplas" da burguo3ia, adquira ua contóiido p r á t i c o o venha
a p re v a io c e r, polo nonos duas condiçffos 30 oolocam: oa p r i a e i r o lu ­
g a r, a p ro ciso quo a3 lid o ra n ç a s consigan desdo o coaoço, i s t o 5, do3
do j á, c o n t r a r a caapanna na defoou da3 .reivináicaçffoo oconôaicaa o
p o l í t i c a s da ciaoso o p o rá ria , inoedindo do3 do já quo p re v a le ç a aa con
toúdo do "fro n to p o p u la r"; on segundo lu g a r, 5 p re c is o quo so r o a liz o
do fa to a ja anunciada intonçSo do l e v a r a caapanha prcnpT 03 .jasos o
porá r i a s , nas fá d r ic a s o no 3 b a_rros o p o rá rio s , de cio do que so co n si­
ga p o l a r i z a r ao aoln oros fo r ç a s do novinento o p o rá rio , - a vanguarda’
quo so destacou na 3 greves à fre n te doa pi que too o das Goaisaffos.
0 novinento op orário do3 ú l t i a o s dois ano3 d o fla g ra -3 o 3 íeiu1 -
taneacaonte aos aov iaen to s 3 a l a r i a i s da pequena—purguooia: a quo^ra do
e q u ilíb r io s o c i a l do período a n t e r i o r ian ça taabea no conário nacio -
nal nuaoro3oo con tin gen tes da pequena—burguo3ia ea p r o l o t a r i z a —
; . . y., . . • .. • ’ í,(
j V . -

ç&o. ProfossorOiã, banearxoO, aodiç.os, o‘t c , já r o a i i z a r a a grovos sucos


s i v a 3 “ , .i.
* — i ' ^ "• •
e n t r e t a n t o , on aovinentos da pequena—burguesia nSo-^apMsenta.i
a te «qui una tondSnciá goto d efin id a quanto a do no viraento o p o rá rio ,P o r
lad o, a p r o le ta n z a ç tf o on r i t o acalorado das canadas n a i 3' bainao
^a Pa ü.jra aovinentos ro iv in n c a t ó r i o s con t r a ç o s do ra d ic d lis a ò 1
03 _fazea a p ró x in a r-se das l u t a s o p a r á r i a s , o quo os oxpffoa a cho-
Vi03 con o aparelho r é p ro 3 s iv o ? criando para 3i prooloaao (*}fundaaoa-
oaio do -ovinoato o p a r a n c f A solidariodaia osioçada p o r várias dos-
tas noniliaçõfes da ao - ando de 3rove, a necessidade p r át ic a jd
sontida poios ao vicie tos nancári-os e do ^ro fos oo rea de dispoTo..- dó' ciin
dicatos Livro3, o dpoio do PTx, ;a anunciado p o r alguna3 lidoranças
-sSo fatos quo a o s t ra n a aproxinaçSo oa jotiva destes no viaontos con
o aovin ont o oporário, o criaa ao condiçCfes para nrxi uaa * uni:!icaç?ío
xutura nuna Frento dos T H á n a l n a d o r o s , Contudo, ont.ro a tondã.-cia o .5

( ) i-orientes nu t r n a o u or :uni.;, ç;í o )cra a luta, tatohcn próximos ios Troblm s


funcu.’enttis do Movauento or- r- rio.
■<(>

” 9- -
jetiva e a realidado política vai unia distância: a condiçffo para es-
ta unificaçSo e o desenvolvimento do M O e sua transformação em movi­
mento independente.
M a s a proletarizaç3o da peque na -bu rg ues ia nSfo é uaa tenden-
cia única. A acumulnçSo capitalista comporta a ascenç3o social de se­
tores da P B , o que aconteceu de r.iodo pa rticularmonto marcante durante
o "milagre" . A pujança deste fenômeno explica a força como vem se d<3
senvolvendo as correntes políticas da pequena-Du r^u es ia que se a-
farram aos "terceiros caminhos" entre a burguesia e o p r o let ari ad o ,
i,iai3 ou menos a p art ir de 74 começam a 3e ma n i f e s t a r as palavras de
ordem de luta contra a atual ditadura militar, acrescidas de res­
salvas que estendem a menci ona da luta contra "todas as d itaduras,quer
de direita, quer de esquerda". Nffo o de so estranhar que hoje se m a ­
nifestem, simultaneamente ao apoio dade ao PT p o r algumas lidoranças
o.a PB, correntes alinhadas com o chamado "Partido Popular" (ala au­
têntica do M D B ) , de cunho democrático geral e com veleidades de es­
querda, ou com o novo PTB, de cunho social democrático e com certas
vinculaçffes intornacionais com o P3 do M a r i o òoares.
A evoluçffo do movimento estudantil ao longo da dos últimos '
doa anos é tamjoém um atestado de como o capitalismo pode noutrali-
zar as tensOfos sociais em setores da pequena-burguesia. N as grandes'
universidades, onde há dez anos o M E assumia atitude3 de dosafio à
ditadura militar, hoje ressurge um movimento imbuído de l i b era li s­
mo açucarado, e uma liderança de esquerda democratista sempro muito
pre ocu pa da em delarar-so moderada. A nova U NE é sintomática do re­
trocesso representado pelas novas lideranças, sendo que as novas li
doranças retratam a realidade do movimento. E corto quo esta ten­
dência, p o r outro lado, também nSo é única, nem deve ser permanente.
0 M E m a nte m façCfos minor itá ri as receptivas a uma aproximaçSfo com as
luta3 dos trabalhadores, fraç0»e3 estas que sSo hoje influenciadas p £
las corrontos contristas (peiuanecendo alguns bolsCfes isolados sob
influência da corrente proletária). Esta situaçSfo, entretanto, nSo
pe rm ane cer á a 3alvo da crise quo se avizinha, nem da radicalização '
já om m a rc ha nas luta3 do classes. 0 desdobramento da criso e o o
surgimento o um movimento oporário independente haverSo de reporcu -
tir neste quadro o a b ala r esta configuraçSo, - e pelo monos provoca
rSo uma divisão mais acirrada dentro do ME»
M a s o grando pr oblema atual é quo e3ta inflaçSo de .. frasos
democtáticas gerais que partom da p o que na- bu rgu os ia ,o om p a r t i o n l a r - f .

as idéias p re dominantes nas entidades ostudantis, tem encontrado ge­


nerosa acolhida na m a i ori a das organizaçffo 3 do osquorda. 0 milita -
riamo, quo so pro pa g o u no radicalismo do onzo anos atrás da P B o do
uE, foi substitui do polo d o m o c r a t i s m o , que se propaga naa atitudos a
bertamonto conciliatorias da P B o do M E do hojo. Burilado ao longo
F 3 </S-0 G , p % S

uas campanhas yarlatnontax^og, onde firmam laços idoológicos o cooiprc-


da.«
lissos p rá tic o s ‘ cSft o MD3,o danocratismo. tornou-sí) assumido om sou pa
mií
po 1 do apôndicò^da domocracia burguesa„"A Humanidade ovolui rumo à
Domocj&cia", asseguram alguns e s c r i t o s domo c ra t i s ta s
Consoquencia disto ó quo so c r i a a co rro ias do transmiS3So
quo levam para o MO as concepções c o n c i li a t ó r i a s da PB sobre o me­
mento a t u a l , Do i n í c i o , a atuaçSo destas corren tes aparecia mai3
claramento na açCo propagandista quo desenvolviam, is t o 6 , nas pror
clamaçô'o3 de apoio à rodemocratização de Estado Burguos levadas para
ás reunites da vanguarda o p rária , com o papol do c a p i t a l i z a r basos
nestas camadas avançadas, Esta açEo propagandística continua, mas
t. ,
a retomada das lu ta s qporarias do massa fez passar~so ao primo iro pia
no a :intervenção p o l í t i c a desta co rre n te : por t r á s do vóu dia fano da
propagada do3 3ous o bjetivos futuro3, os dem ocratistas aurem 3uas
b a te ria s p o l í t i c a s o vEo atu ar na 3 lu ta s re a is tontando f re iV- ' o mo-
vímonto (como o fizeram na grevo m etalúrgica do Iteo), e d ifio iltandar
a lu ta polo Sindicato íiivro, no, medida em que defendem a Unidade 3 in
j f** I
dica] com os pologcs, contra as OposiçTos S in d ica is, no a fs ci') se a~
possarea da máquina sin d ica l cficial„Recentem ente, tiveram ô:;'.to par
p a r c i a l , ao co n trib u ir para a v i t ó r i a dos pelegos na Ass^mbli i a 40 .
Gámpànhà Salarial'o»; Gv arul Ivjr:. Mas a tendência à r a d ic a liz a ç ío do
I i( ~ v
movimento opor-rio, c a r.u.rch" da 9^j?eriÔnci.a p rópria da ciar. jo, pro
jotam sobre o ho r:\zci 5t :> . ..gun; binais d 3 intorrogaçffo quanto ao futu
rò* desta f o m e mais pur' de ô/^acorar-ismo dontrc do movimento oporá ri
o: provavelmente so. forçador r. co rrigir o n modo atual do in te r­
v i r , evoluirSto par?, ,m dcmocr^tismo aais ''radical” , ou -carainharSo pa
ra o isolamento dentro 4p' movimento o p e r á r i o e Já algumas corronto 3 1
c e n t r i s t a s propõem un e s t i l o a lte rn a tiv o para a difusEo das p la ta f o r
nas de c o n c i l i a d o de cla sse s dentro do MO,-o provavelmente procu ra-
r3o i n t e r v i r nas Jutas presentes de forma mais "madura", 0 quo se­
ria um mal menor, poi3 a ambivalência do con trisao composta a possi
bilidade do v i r a s e r (em parto)empurrado para a frente no decorror
das l u t a s ; no ontantó, por força desta mesma ambivalência, o ce n tris
l ,**• , ... • »•' '•' —
taabem representa as posiç$o 3 pequeno-burgue 3 as dentro do MO, fa '
to já discutido acima.
Finalmente, ro sta fa a r do movimento camponos. Silenciado dos
ao- *>4, alvo de reprossSo sanguinária e sem d is f a r c e s , os "trabalhado ~
res do campo manií os taram- -so apenas nas grovos isoladas dos possoiros.
A grovo qun agora so deflagra em Pernambuco, envolvendo 18*000 t r a b a ­
lhadores assalariad o s o bóia 3 f r i a s , ó o p ria o iro marco na extrada.. í
do movimento camponos no. cena nacional das lu ta s do c la s s o 3 « A3 cxpo
rio n cia s de lu ta quo agora so iniciam , mostrarSo quo formas do ,,n]tata
o de organização scrKo criad as d e p o i s .^ s transformações o-.orridas
no campo desde 64; a n.iior concent'raçSo. &-rafrauI,tip3.i.o.aç.So r.uaorix*à-'
-li-
doa c.osai aj.iüdor rurais certamente trará consoquâncias nas fcxtnas do
.luta e organlzvçSo que predominarão no novo movimento camponês.
A3 tensffes '.acumuladas no campo o o agravamento da miséria fa
r3o oc lo di r on breve novimentos nacionais dos trabalhdores rurais ,
o quo agravará a crise nacional o reforçará vigorosamente as condi-
çj os para..a fQrmaçtfo de uraa Frente do.3 TRabal ha dores da Cidado e do
Campo. Embora 3<? deva. ressaltar que nSo serù’o eles que poderï*o tomar
ps iniciativar ou c dianteira para a formaçSo dosta Frente. M a i s uma
devemos cono id or- r quo somente o proletariado industrial, concon
trado r.oc p r a nde centros urbanos, na m edi da em quo . atue ;■ como
c r a s s o , conroguiru criar o polo do atraçSo necessário, e a coluna
io;.si..L em to..mos de capacidade de organização e de luta, para a su3-..
utaçíío da * T C C .
E s t 3, cit/iactfo do conjunto ató aqui debatida mostra que a so
c’" lado bras i 3.0Ira caminha para uma crise geral, econômica e poli ti-
f • ’

ja. fo'ilhffes de grevistas já começam a dizer que e3tíTo disposto3 a in


:©.'<.3ificar sua:, .lutas p o r meliiore3 conoiçffos ae vida. Jove-so co^i-
■'"-V. p o r isto, a pessibilidado do uma futura ovoluçSfo das contradi­
tes rumo a uma sj.tuaçtío rovo.1 u c i o n á r i a . Pois continuam vivas as for

,r\n rocieis «juc já cPioaçaram no passado a ordem social burguesa , e
ao tendem a coj.oca la om questSo muito mais incisivamente no futuro,
pois a ditadura m i l i t a r io agravou as profundas contradiçffes do nos-
co eapi talismo G u b d o ^ e r v o l v i d o . Lias as forças revolucionárias exis —
J ,:a on p o t o x i c i a „ 0 movimonto recén-desportado parto de níveis de
onsoiencia o experiência ainda muito baixos. Se as condiçffes objeti
■ uZ vi ero m a c. l ar una situaçtío revolucionária, desencadeando una re
,'j.ta popular, devo- se es po rar quo o proletariado participe at ivamen
nr,s 1'tac, ^ndo ate onde per mit ir em suas forças, seu nível do
r.,ciência e do cr.ganizaç&o0 3o esta presença física será também
•;i hegoaon/i política, ó algo quo deponde do desenvolvimento de do
7 3 ?. do consciência o organização da cla33e na3 lutas de hojo,quo
o I lutas parciais. Em outras palavras, l 0va nta r a possibilidade
• » ri3o revc.’ucion ári a o uma p r o joçgp sobre o future que só reforça
necessidade atual de ap ro vei ta r a oportunidade que já começa a sur
;ir à luz do dia, de f o m a r o proletariado como cla3 3 o indépendante,
erdade quo osta tarefa nio pode sor garantida inteiramente por no
■ n u a vangur,:;da atual -- suja pela in significância uao forças revoia-
^..onárias orgaij.sadao, soja pcrquo o processo oxige antes de tudo o
concurso da prépr ia oxperiâr.cia da classe em 3uas lutas. Gomo van^uar
seremos un ff.ter entre outros* M a s ara ampliarmos nossa força e
rsa capacidade de in ter vi r no rumo dos acontecimentos, piocisa-
.r' '» ao encontro das '-areias quo a classe eotá om vias de realizar.
>c:.iJPmos ad.er -r eo movime nt o oporário atua.l, como combatentes capa
■o o.o :.:id i-r ns, h o d a açTfo, o como pa rticipantes da açSo* aquilo
*• »-
que deve ser feito. Este processo básico, que deverá se combinar com
a divulgaçSTo de análi3eo e propostas por meio da propaganda geral,
3ora para nós, assim como tem sido tradicionalmente para o movimento
comunista internacional, a condiçffo para lovarmo3 as concopçffes socia
listas para dentro do moviento oporário, a condiçSo para tornar fe­
cunda a propaganda dos fins.
A o nosso lado, s3o poucas as Organizaçffos que %3n vi3So seme­
lhante do processo, e que estSo de acordo com esta concepçSo do mo m en
to e das tarefas correspondentes. A pr olongada cri3e política e ideo­
lógica dos anos negros que se seguiram a 1968, arrastaram grande par~
te da entSo denominada Esquerda Re vol uc ion ári a a uma perda de porspec
tivas ideológicas, e a um tal reboquismo atrá3 da ideologia dcnocráti^
co-burgueoa,que chega hoje a trazer, em miniatura, alguma3 le..brança3
da crise final da 2- Internacional. Simultanea mo nto cresceu '''•ambóm a
corrente dos "som partido", dos que pa ssa ra m a despre zar a a t i v i d a d e 1
organizada, e que 3e valem dos erros que es elos próprios ajuc.aram a
conetor no passado para hos til iz ar a esquerda org an iz ad a. Af a3 J.aram-so
da mili tâ nci a leninista, alegando agu ardar mel hores tempos - e a 3 ve­
zes chegam mesmo a se declarar rompido3 com o leninismo.
Para e3te desfecho, posou a prolongada ausência do movimento
operário, e a aparente interrupção do processo histórico duranto 03
piores anos da reaçffo. Lias pesaram também 03 erros esquerdistas come
tidos pela esquerda proletária: as forças identificauas com o P 3 B de­
le se afastaram, desarmaram-se o criaram internamente a3 promissas po
lítica3, teóricas e ideológicas para a sua revi3So,
Par a a rocuperaçSo política da corrente que representamos, o
PS B tem sido e ainda ó a m a i o r arma. 03 companheiros que o elaboraram
3ouboram compreondor as forças e tendências fundamentais da eociedado
brasileira, 3ouberam compreondor as características gerais do fenôme­
no historico que ainda 3e desenrola. 0 P S B permanece bastante acima
de toda a crise da esquerda, acima da cri3e quo se m a n i fe st ou entro 1
nos durante a fa3e esquerdista, e acima do3 crítico3 que tom surgido
entre nos. Elo continua sendo no Brasil aquolo "ponto de mira so­
bre o qual se mede a altura do movimento partidário"
2ft Parte: 0 3'or.tido .)era3. da IJoana At ua çSo Hoje

"■Á jJLtoc anos que a 0 . afirma que o próxiao passo a sor da-
j.0 pelo proletariado bra3iloiro s e n a o 3ou surgiaento coao _ulasse
indepondonto nes l\itao do classes no País. Traduzindo ea conceitos ’
o3trategico3 osta avaliaçSo sobro as possibilidades objetivas, defi­
nimos. taaboa há auitoe ar.osv quo o objetivo aai3 próxiao a s er visa
do p o r nós, :.ia nons a intorvonçEo como vanguarda nas lutas da classo,
seria a foiaaçSo do proletariado o o q o classe independente.
E sta li n h a e ot rat egi ca foi interpretada, ea várias situa­
ções. de a a n e i r a dafoiaada. A p a r t i r de 1970, dentro do ponto aai3
baixo do descenso, tentaao3 realizar este objetivo dosconhecondo as
ocndiçtfos objetivas. M a i s tardo, quando se foz a crítica ao PTC? ,
jhogaaos c. uaa vuriante oposta do aeoao esquerdisao: adaitiaos quo o
- li»otivo ostratogioo n5o poder ia sor roalizado naquela conjuntura ,
as ''desoobriaoo" taaboa quo faltava na tooria da C. ua l uga r resor
. .do par a ua objetivo intoraodiário, que fosso oaa aoõiaçSo entre a
^ t r a t G g i a e ao condiçCfos do aoaento. Intitulaaos a pretendida in­
ce ...:odia çUo de 'tática", C objetivo aaio próxiao dooceu, a 3 si...,do ua
ujgrau, o au d o u de noao. Esta revi 3 3o da3 tarefas o do 3 conceitos foi
«io-'.piotada depois: logo 3 oria a voz do 3 o chaaar o GRT do objotivo 1
orato 0 ioo„ L ao ta ostratógica, ao alto rar-s o dosta foraa, tornava—
■o ua objetivo distante. 113o cabo aqui d esenvolver uaa crítica a ca-
.a uaa dar- ...owi ’ eocoliiicas *iaçfuolo período noa à coa.íus3 o de co*ice£
'■03 quo so iaplantou: e 3 tao críticas foraa foita 3 pola 5a ConforÒnci
; quo aprovou o a utoctítica na T3-41, M a 3 intorossa a o s t r a r quo a 0.
-3 o.'_ou oii'j3o uaa .incoaproen3So coletiva sobro o probloaa da ostra to
•2 - a,

ooujo, naquolo período, ao coap. E.M. fazer a pr iaeira intor


v->^çao ao rocolocaç3o do probloaa. U a "Carta do Longo", concordou coa
c. ati ca foi ta ao PTC? quanto ao fato de quo a intervonçSo do prelo
,a-iado coao classo nl-Co era quootSo atual naquelas circunstâncias, o
.D.b-.ou Marx: "l!3o basta que a ideia oxija a sua roalizaç3o. É necos
.lo quo a roalidado tair.boa oxija a ideia". M a s o coap. n3o chegava,
esto aotivo, a n o n h u a oa)otivo i n t o i a o d i a á r i o . i» l i n h a ostratógi
aeoao n3o podendo corre spo nd er às pos sibilidades do aoviraento o-
iario naquela conjuntura, d^voria contin uar sondo a roferância ^a-
a a o o a in uorvonçiío nas Juta3 isoladas: o objetivo deveria sor o
on t r i b u i r r.o -osonvolvir.ento independente das lutas o das organi
::fc.ç0'e3 operárias quo 3urgiS3oa.

"O-i3 •> 0 .boa outra a realidade. 0 .ioviaonto oporário coao*a


, aoviaoa oar -a e nacionalaonte, e as lutas do período co.^e^a.. a colo-
3 j. ->a to r.üOS px' -ticot a oooosidado concreta da organiaaç3o indoaon
-.te. L "diiua eo-cratégioa" passa a cor responder às p o 3 3 ibili .lados
'Vò-fi-cf,.G , p

abarta 3 nas lutas s . curso.- E,uma voz que, ne3tas oondiçtfos, torna-
-so justo adn iti r qua a roalidada pa3sa a "3:ábi r a iiéia", ou-ura nffo
podo sor a nossa atitude sonffo a da lu t ar polo objetivo o s t n t é g i -
co traçado o, no3 linite3 das no3sa3 forças, reforçar as condi< Tas3ub
jetivas para qua "a e idéia possa exigir a sua r o a i i z a ç & o " . K nossa
linha estratégica a inteiramente atual.
Trata-3e entSo ie sa iocionar entra as oxperiencias atuais do
movimento operário aquelas que carregam consigo a po33inilidaae de
3a f i n a r , o da fazer girar pára frente a roda da li stóri a .Trata-se
do selecionar, entre os passo3 iniciais do üioviaento operário,aquelea
que poderSo ter continuidade a que podorSo forjar as aç^os de classe.
E cor.io foi discutido na primoira parte leste documento, os movimon-
toa tendentes à transformação qualitativa do prolotariado oonfluom
hoje na3 nanifestaçifos embrionárias do luta política ^olo Sindicato '
úvro, 0 Sindicato uivre passa a ser po3sívol porque a vaz do3 operá­
rios nas fábricas já sa fa z ouvir, e as sua3 organizaçffos do base li­
vros já qoneça... a so f arm ar durante as lutas: a amadurecimento do a t a s
forças novas fará saltar pelos are3, em nil pedaços, as curtas amar­
ras do Sindicato Oficial,
Co n tr ib ui r para o amadurecimento da luta política polo Sindi­
cato Livro é uma tarefa cuja condiçJSo mais ampla, om última análise ,
é dada pela tarefa geral de estímulo a todas as lutas atuais da clas­
se contra o Capitaj., - cujas manifestaçffes mais importantes tôm sido
as grevos salariais e a3 ^reves contra as demissCfos políticas, - o o
estímulo à3 formas de organizaçSo livre das bases operárias: as C o m i s •
3 ;'os , om primeiro lugar, mas também os pi quo to 3 o os ComitÔs da ba 3 o
Io Fundo de Grove. iVias so esta 5 uma condiçSo gorai, a tarofa m e n c i o ­
nada sa traduz oapocificadente na necessidaáo de uma tática de comba
to ao sindicato atrelado. 0 Sindicato Livro ntfo nascerá automatica-
monte das lutas salariais 0 das organizações de base: ostas stfo a sua
conrliçSo nasica, raas sobro as cruais se deve desenvolver o combato po-
ítico específico contra a as tritura atrelala, e a favor do for..a3 ai
v/jrnativa3 inteiramente livros do contròle 03tatai. Esta luta po lí ti ­
ca dove ser ro3unida na 3aguinte plataforma:

“ Contra o controle finrnc ;iro cxorcido /cio ' inisiério do 1 rtbalho (ouo v pcoc-
c. foricção dc fun-V.s d;. xeve)
- OTCitrr o st«-tuc v r. o feje ;i x-,k; os c cr;:rios rir, se arhsniz'.r«m d« mr r.c'r:
.'is .T.’.ci jPtc _ co dircooos sindic: is vis rc. vr :cnK +.iv? s)
- caitrt o co i-:s; 0 d. cnçuc-drortnto sindical do ir3s :crio do 'rr ’.nlHo (> nr de-
tcrrúnr z. estrutur. n~o c/x 1.1f biv 0 cu; ntit; Ü w dos sindica os)
- Por u i. Central r.:d dos Sindic. tee
- Contrí o ütestido dc idoolo^ti
- Oontiv o arti.jc 528 da 017 (c;ue cutox’iz;' in' rvençFo do iniá'ório do r- -Lio
nos Sindic.-tos)
- Contra o i.i' sto siiviical
á dinÊaica do aoviQonto atual no3 coloca em oirounstinoias
bem divorsas daquelas vividas na década do 60, no3 dias que procodo -
rar.i o golpo, boa coao no o anos imediatamente 3 oguintos. Antos do 64 ,
vivíaaos na p ersp ectiva ima dia ta do ua confronto do cla sso o ; no3 ano3
soguinto3, tínhamos notivos para e3porar para brovo a configuraçSo do
condições para a derrubada revolucionária da ditadura a i l i t a r , o nos
dirigíamos a uma vanguarda reluzida mao ba3 tanto rad icaliz ad a do pro
lo ta ria d o , quo mantinha ao expo Qõativa3 abertas om 64 quanto ao ques­
tionamento da ordon burguesa. A situaçSo atual é o u tra .
Hojo, a ditadura M ilita r já esboça sua 3aída da co-ia, aíé
aqui sol> pleno controlo da Lurguosia. Quanto ao movimento oporário ,
as condições do lu ta hojo nSo colocaa a questíTo do jodOr na ordera do
dia, noa problematizaa oa torno di3to a3 forçao despertadas na3 lu ta s
recon tos. A h is to r i a das greves oporárias quo e 3 t~o oclodindo têm s i ­
do, até q a i,a h is tó r i a do reivin d icações s a l a r i a i s , de cnoque3,no seu
io co rro r, com a ropre3s3o e 3 t a t a l , e do primeiras manifestações lo
defesa p o l í t i c a do movimento (as grovos contra domi33Õo3) .
Cogitamos, aciaa,
a possibilidados do ua desdobramento da si-
tuaçífo ruao-a uma 3ituaçáo rev o lu cio n á ria . Ma s e fundaaontai ooneide-
rar quo nílo e x i3 te a no movimento atu al força3 pondorávei3 da ciasse o
p orária que se aoviaontoa conscionteaònto para o questi onaaento da or
doa s o c ia l o do podor p o l í t i c o . Es-oa roalidade concreta ntfo podo 3er
de3 con3 iderada. A realidade a 3 e r trabalhada c a r a c te r iz a -s o por ua ní
vel ainda baixo do exp eriên cia, de consciência o de organizaçSfo.A pro
blooatizaçSo c o le tiv a da cla33e ainda 3o dá em torno de questõo 3 riais
ía o d ia ta s , lig ad a 3 à lu ta pela melhoria do nívol do vid a. Á nossa a tu
5 S0 toa quo le v a r oa conta, noco3sariaaonto, e sta s itu a ç õ o . No entan­
to , ajudando a dosenvolver 3ua3 potencíálidade3, estaroaos criando pio
"iGoas p o l í t i c a s para que 3o possa esp erar a hegeaonia do p r a l o t a r i a -
lo nuaa futura re v o lta popular.
A vanguarda coauni 3 t a devo, portanto, i r ao encontro do movi -
lonto h is tó ric o que assim se dosonvolvo diante dos no33os olhos : de­
vo -sabor in te rp re ta r ao reivindicações a a i s impo rt ant e 3 já esboçadas*
nos pa 3 3 oo do movime nto r e a l . Especialmente a 3 roivindicaçõos sobro
caja ’^ase podo se g ui r de3onvoivendo-se a concieicia dos o p erário s, iis
to o o papol ia bandeira do luta pol í ti ca pela Linerdade S in d ica l.
í£ nocossário l u t a r para que a aa3sa o as corronteo de vanguar
da clas3e ■»
operária se unifique;i ea torno dos i n to r e 3 3 es iaed iato 3 da
clasoo.El^ii zZo o ponto de partida para qao oo operários se constitu
ea classe e para quo, r.ais adianto, nuaa 3 ituaç3o revolucionária,elos
po3saa abordar na p r á t i c a os pronloaas funaaaentais da luta pelo po­
der e da HovoluçSo Socialista. A poosibil ida do dosta Frente únioa,quo
lovante as reivindicações s a l a r i a i s o a bandeira do Sindicato Livro ,
nSo o una poosibilidado remota: ela já e3tá aberta hojo nao priaeiras
F 3 - ^ - 0 - G , p - 3 3 4

'
* ""I0—
a rticu la d o s polo PT. C PT poao vor a conprir o papel lo ua o rg an is-
rno nacional do Frente in tro a 3 divorsas corrontos oporária 3 , doado
quo saiba dosdo já r o j o i t a r a 3 to n ta tiv a s la Lurguosia o da poque-
na—Lurguosia oa tra n sfo ru á -io i i x a reodiçSo Io tr a L a lh is a o , ou. das
"fronto3 popularos".
Coao vanguarda, toaos quo „.re tender a co n trib u ir para i .puis do
nar as demais fraçCfeo quo foraarSo o PT. i.ias o3to papel -i3o poderá '
sor alcançado por una sinplos autonoaoaçSo. Elo será possívol 3 o
p a rtic ip a m o s dirotaaonto das lu ta s quo o3tivoroa ao aioanco aa3 nos
sas fo rç a s , ou 303 a, 30 dontro do3 l i a i tos da nos3a oapacidado a a t e -
r i a l , :io3 eapenharaos oca coabator polo3 aoncionados intorosso3 oLjo_
tivo3 inodiatos da classo*
É a presonça d iro ta na3 lu ta s quo c r i a a l i do ran ça. Z o, sobro_
tudo, a prosonça organizada, nas áreas nais iaportan tos do aoviaon-
to oporário, que garante y. a lido rança r o a l . Dovoao3 , portanto, fu g ir 1
dos orros já coaoti-dos oa aoaontos passados. Devoao3 fu g ir do a g ita
cioni3ao iso lad o , q.*e ignora a noco33odado do fo rça 3 enraizadas no
aoviaeivto para quo so possa i r colhondo os rosultado 3 da a g ita :3o do
sonvolvida. S deveaos fu g ir L taaLón do propagndisao i3olado, jue õi
rige a vanguarda propostas d e stitu íd a s do ro3paldo do lidorança3 0
do fo rças organizadas no aoviaonto. Jüa outra3 p alav ras, nSo podeao3
protendor una iu flu â n cia sonro o aoviaonto oporário unicamente aodi­
ante a agitaçSo e a ?ropcj-ndc . pois osto caainho nos to rn a ria íuaa ’
pequena 3 e i ta coau n i3ta, fí a p articip açS o d irota na3 lu ta s que dá vi
la à agitaçSo o â pr 0 pa.3 er.da. E 6 por i 3 to quo, dosdo já , procisaaos
dispor nossas forças o., fá b rica s o regules in d u s tria is do grai.de im­
portân cia n acio n al; e dosdo já conLinar e sta aoividado do onraizauon
to coa a agitaçtfo 0 a propaganda.
Ao grovos rocontos co u fim a ra a o sta antiga liçtto das lu ta s do
c la s s o . Especialaonte naquolas exporiâncias ondo e stiv o a o 3 presen-
t o 3 , podeaos vor clara;tonto quo a3 lidorança3 ro ais do aoviaonto 32o
aqaolas qu.o tra zo a o apoio do forças organizadas nas fá b r ic a s , as
quo o3tSo prosentos nas fá b rica s ondo a claooo passa a sua v i l a colo
t i v a , pois 0 l á quo o 3 tífo os nervos da vida do aoviaonto oporário.
i.ias ao aos.no toapo oa quo aderiaos ao aoviaonto a t u a l e conba-
toaos p o lo 3 in to re3se3 ia e d ia to s la c l a s s o op erária, toao 3 quo a ta~
rofa do defender o futuro desse aoviaonto, toaos a t a r o f a do tr a n s -
fo ra a r a nossa t e o r i a oa instruaonto do lu ta ideológica na d efesa
uas condepçCfos s o c i a l i s t a s sobre 03 fin3 gorais do aoviaonto oporári
o . iüsta lu ta ia o c lo g ic a devo so r levada nSo apenas para a va._0 ^arda'
o p e ra ria , rias tai:be 1 à ia 3 s a ; dove so r tra n sa i t i ia arincipalnonto na
propa^ancLí*, na o i / a . n a a.^i ta^So. i* o indispensável le v a r 0 ’ co •t 1
o estag io atual ua consciência ro in a to , para que po3 saaos usar uaa '
linguagea coap roensível. Ua dolosa do nosso prograna, 0 no cocLato
às posiçffas domqcrati3tas, dovomo3 r e c o r r e r contanteaente aos exoa-
plos da oxperxõncxa h i s t ó r i c a , evitando as formas do .arguaontaçSo .ia
i s abstratas. Coao afim o u o comp. E.íi.:
"líosto contoxto n£o devomos p assar _;or oiina das d if ic u i l a d o s 1
quo 0330 in íc io ^do traDaiho do massa t r a r á para oa nossos m ilita n tes.
Estou ao r o f o rindo às divergSnoias mais frequentes quo v2o encon-
trar soio da massa. Quoro dar ua exemplo: aosao oporários o ooa
consciância do classo acoitam a palavra do ordom da C on stitu in te, co
ao ua roaódio para s a i r do dilena da Ditadura M i li ta r (a mesmo quan­
do nSfo ostSo Ctispos «os a v o ta r polo aDB) . iiosso ca 3 o nSo podo-ios co­
meçar com uaa argunentaçtto to ó ric a sobro a revoluçtto burgue3a o so
c i a l i s t a ou con probloaas do p rin cíp io do lu ta do c l a s s e s . Tomos quo
podor e x p lic á -lo s quo enquanto ntío audaroa as o stru tu ras s o c ia is do
paÍ3, enquanto as m a s s a trabalhadoras nas cídados o no compo ntfo r a -
cnaroa a tr a d ic io n a l máquina p o l í t i c a , a burguesia o o la tifú n d io '
tortfo a maioria oa qualquer C onstituinto e quo osta será um in3tru -
monto que s e r v irá para co lo ca r o doaínio b u r g u o 3 - l a t i fundiário '
em novas base3. Is3o om caso de suporaçtfo do a tu al região m i l i t a r ,
pois so o prosonto rogiao convocai' a C o n stitu in te, t r a t a r - s e - á do
simplos ten tatxva do sobrevxvôncxa. Ess© aspocto da quostffo é co..i-
proonsívol para ua oporário, quando a^rosontado oa linguagem apropri
da - principalmente quando 3 o tomar o exemplo do Portugal o o
papel contrarovolucionário quo a C onstituinte dosoaponhou naquele pa
ís "
e s t a recyaondaçSo f e i t a poio co m p . S r n o s t o u a r t i n s n a s o i a - s o 1
n a oxporiônoia de h a r x . 'Io j o , om circu n stâ n cia s id ô n tic a s , diante do
ua movimento oporário que apenas renasce, 5 preciso t e r ua método de
terminado na defesa do futuro do aoviaonto, da sua marcna futura o
dos 3ou3 fin3 g e r ia s : é prociso so r violento no fundo, mas modorado
n a fo ra a . É preci3o p a r t i r 3ompro da exp eriência vxvida pela classe
para se chogar às conclusffo3 comunistas. É p reciso m ostrar, por exom
pio, quo o crescimento c a p i t a l i s t a do3 últimos an dez anos, o crosci^
monto da indÚ3tria o do oomórqio", a produçSo de automóveis o a r t i g o 3
do luxo, e t c . , nSfo só diminui a-m iséria dos trabalhadoros como a au
montou; partindo destes fa to s , m ostrar quo onquanto o regiae s o c ia l
pom anecer sobro suas antigas b&3os, a a qualquer novo desonv. Iviaen
to da capacidado produtiva do trabalho só i r á aprofundar o abi 3 ao '
quo separa hoje a ^erguesfa da classo o p e rá ria . Devo-so toabó:; tonar
os exemplos das conquistas alcançadas pela cla ss e nas grovo 3 ~>ara 1
aos I r a r que a economia p o iív ica da cia3so operária pod© so sobrepor
à oconoaia p o l í t i c a da burguesia:' que ps aumentos s a l a r i a i s tom si
uo vitorj.w.s p arexais neste 3 ontido t mas que a classo devo 3 e ropa —
rar para le v a r tas ta s v i t o r i a s ..mais adiante, lutando paio controlo dos
j r o j e s ; cuo o controlo dos preços poderá so estoi fier -'.a lu ta o tra n s —
* 0 * 0 *G,\0•^36

foraaiv-se nau controlo do toda a produçtfo, o no fia do a honopólio


do 3 moios do produçSfo p o r una ainoria. P r o 3 3 a g u m d o , dovo-3o p a r t i r
do 3 o xeap lo3 do agtfo ropro 3 3 iva abarta (o golpo do 64, a violoncia
avual contra as ^rovas) ^ara a o s t r a r qua ostas canqui 3 tas futuras '
3ononto serão duradouras so a classo operária tonar o p o d o r politi_
co. Passo iaportanfco para tornar possívol o s ta no t a será a f o n a ç ã o
da Fronto dos Tr abalhadores da Ciiade o do Caapo - o o avanço das
lutas los trabalhado roa do caapo nos dará arguaentoa boa vivos para
p r o p a g a r a ideia da FTCC.
Outra ama inportanto o coapleaentar na agitação e pr o p a ­
ganda dos objativos iiiôis davo sar a divulgaçCo da experiência da
construção do soc iai i 3 ao oa Cuba, e a3 gr ando 3 vitórias quo a cias-
oporária alcançou, voncondo a exploração capitalista, o 3uidosonvoI
viaento o a lopondência axtarna, resolvendo os probioaas aoonôaicos
a sociais dos trabalhadoras da Gidada a do Caapo.
A di 3 cus 3 So d o sta3 proD laaas não s e r á nova: a p r ó p r i a burDuo
sia , a tra v é s do3 saus neios do coaunicaçffo a do3 sous r e p r e s e n t a n t e s
lib o raio , j á l e v a n t a quo3tóas t a i s coao a r a f o m a do aodolo econêni
c o , a os p o l í t i c o s da PB j á f a l a a oa " s o c i â l i s a o d e a o c r á t i c o " . ibvo
s e r á o ponto da v i s t a qua a vanguarda c o a u n is ta dava d i f u n d i r , qua-
-m
iran d o d o aon opólio i d e o ló g ic o das d i v e r s a s f o m a s do engôdo r o f o r
a i s t a . A d isc u s sã o sobro a C o n s t i t u i n t e , qua é lan çau o coao s í n t e s e
da l i n h a d a a o c r a t i o t a , dovo 3 o r reopondida con a c r í t i c a c l a r a . E s t o •
f o i o exa ap lo toaado polo co a p . E . I/i. p a ra i l u s t r a r o aérodo que do.
veaos s e g u i r n osto coneço da tra b a lh o da n a 3 3 a , o-o t e x t o c it a d o a -
ci.»a i n d i c a o car inho p ara resp on dem os a a s t a q u o stã o . Outro ponto
m p o r t a n t a a s a r abordado na c r í t i c a ao d o a o c r a ti3 a o r a f a r e - 3 a à à
questão da d is s o lu ç ã o do ap aralh o r e p r e s s i v o , qua a s t a s co rro n to 3
ap re3e n tan apenas coao d is s o lu ç ã o da náquina o 3 p o c ia l aon tad a p a l a '
d i t a d u r a . Aqui tan béa t r a t a - s e de r e c o r r o r ao3 fa to o v iv id o s na ex
p e r i í n c i a da » l a s s a o p e r á r i a (a d e a o c r a c ia a n t e r i o r a 64, p o r o x e a -
p l o ) , p a ra a o s t r a r quo não h a s ta d e s a a n t o l a r a p o l í c i a e s p e c i a l aa
d ita d u r a , p o is são as f o r ç a s araa d as ea seu conjunto a ibase.de t o l a
a r e p re s s ã o e do todo3 os golpes da r e a ç ã o .
0 probleaa da f o m a na agit-prop não é ua prohleaa secundári
o. Pelo contrário, é indispensável le v a r ea consideração a situação
atuai do a oviaento o p e r á r i o t o nível do consciência ainda baixo, pa
ra e v it ar una argunentação abstrata o incapaz do oncon tra r recopti-
vidada na aassa. Espe cialaente no trabalho de^aassa, a defesa dos
objetivos políticos finais deva soapro p a r t i r dos fatoo vividos pe
la classe ea sua experiência. 7 i v e a o 3 uaa situaçSfo qua torna intgi-
raaonte atuais as palavras de üarx, Ia época do Chaaaaento I na ug <*-.-•
ral e dos E 3tatutos ca I& Internacional: "é preciso Io tonpo para ’
que a aoviaonto novanente despertado p e m i t a a antiga audácia
* 0 *0-0. p *

linguagem."
Mas o necessário f r i s a r mais uma vos: a bandeira do raail
o o c i a l i s t a , a 3or levantada segundo os c r i t o r i o s d iscatid o s aci-ia,
devo e s t a r pro3ente om to da o as fron tes onde atu am o s: no trab a -
lho do fá b ric a , na atividade sondioal, na campanha polo PT o nos
nossos instrumentos do agi t-p ro p .
Fin alm en te,resta consider«-r que na nossa propaganda,isto 6',
na defosa mais oompleta das ^osiçCfos revolu cion árias ^ara um pú-úii-
co mais roduzido do o p erário s, dovo o s t a r incluída a toso do gover
no de tra n s iç S o . Ê p reciso e x p lic a r que o surgimento futuro de uma
situaç3o rovolucionária no B ra sil poderá c r i a r uma situaçSfo tal
quo a burguesia já nSo e s t e j a om condiçffos do enorcoro poder, mas
onde o momento da rovoluçtfo s o c i a l i s t a .ainua nSCo e s to ja maduro: nos
to ca3o, ao colocará a ta r e f a lo fo m a r cm govorno ai)oiado nas o r -
ganizaçCfes do ma3sa dos trabalhadores o na3 3aa3 força3 amadas
som a partioipaçSo da burguesia, p ortan to, - com a mi3sffo de demo­
l i r a3 bases s o c ia is da roaçSfo o do imperialismo na cidade 3 no cam
po, a de oetab elocor uma democracia revolucionária dos trabalhado­
r e s , E3te govorno oporá .rio-campones de tra n siç2 o ainda nSo sorá um
P o d e r S o c i a l i s t a nem a Ditadura do P ro le ta ria d o , rias sorá capaz do
melhorar a situação do p rolotariad o o do sua vanguarda para o en-
2rentatnento da ?.ovolv.ç?fo3òci a l i s t a . Dovomos o x p liç a r claramente 1
tjue este govorno do transiçSo somente deixará c p ro letariad o so.i
melhores condiçCfes para a Rovoluçtfo S o c ia l i s t a so 3ouber golpear '
fortemente 03 p ila r e s da. reaçSo, encampando os monopólios imperia­
l i s t a s o n acion ais, liquidando o latifú n d io pela via da nacionaliza
çffo da t e r r a , elevando os 3 a lá rio s o controlando os lu c ro s, o entre
oand0 às massas as ^rim eiras responsabilidades ..o controle <ia ^rodú
çSo o da d is trib u iç S o . (Tomar por base oo ÁV’ s, o CG ns 1 o as . ;edi
' £L """"
:,a3 para o j ?.T contidas no P3I) . üas propaganda deve 3 e r sempre a -
companhada do um esclarecim ento absolutamonto fundamental: um gover
no com 03ta3 c a r a c t e r í s t i c a s ainda o sta rá basoado na in f ra e s tru tu ra
econômica muruuo3a; ^a ra 3oguir ac adianto , a clas3o operária nSo
podorá 3o l i m i t a r nestas medidas. D o verá das o passo para uma ocono
mia p lan ificad a om moldes 3 o c i a l i 3 t a s , trocando as relaçCTos da pro
duçSfo com toda a 3ua su p e re stru tu ra. As exporiôncias cubana o joI í -
viana dovem so r lembradas para melhor escLarocor o problema.
APETI3IGE BA 3E0'JIIDa PA3.T3

Bem diferenta desta perspectiva gorai aqui exposta é a p osi­


ção defondida polo c o m p . Afonso 3 arr o 3 em rouniSo do CTT: para o
comp. a tarofa contrai do poríodo é a o r 0 anizaçtfo do fraçtfos ue m a s ­
sa en torno do OS?. Esta posiçSo comporta várias ordens do obje
ç$es:
A prima ira objeçSo decorro do fato de nSo e st ar na ordem
do dia a questSfo do podor. Esta que3tSo nSo está .presente, ^as luta3
concretas, nem corresponde ao 0 rau de desenvolvimento dessas lutas.
Una coisa o falar an pro paganda ia tonada do poder; coisa boa dife­
rente o falar em g an har .10je f ragSfas de massa para um objetivo que
está fora da sua consciência prática, que e3tá fora da orbita dos
problemas abordados hoje pala 3 ua açffo. Quando falamos em Sindicato
Livro, quando falamos nas C o n i 3 3 Sro3 de Fábrica e nos Piquetes, esta
mos nos roferindo a reali dad e 3 que estSo nascendo dos próprios p a s ­
sos do movimento operário. Quando o comp. n. 3. fala em forma r ira
çffeS de massa em torno do 3BT, está se referindo a ro alidade 3 que'
nasce m das suas próprias taorias, a da3 hipóto3es quo vem lovantan-
do quanto a dinâmica do capitalismo e das lutas de classes 210 Bra­
sil. 3era interessante questionar, inclusiva, à luz desta divor-
gôncia política, o tSo alardeado p roblema do mó todo, secipro m e n c i o ­
nas críticas que o comp. i.,3. diriga à linh a da 0. Em abstrato,fica
pouco clara a divar;,encia p or • olo colocada entre o "mo to do leni-
-iista" (qua soria o seu) o o método "espontanoísta da 5a GonforÔnci
a. Na verdade, o "loninisao" sugerido pelo comp. nífo passa do mato
do especulativo da 'i- Conferência, reproduzido na sua dofiniçSfo so­
bre a tarofa central do momento; no l u g a r das tendências em curso
no movimento, prev al ece m as tondôncias em curso no pensamento. E
no ca3 o , trata-se da um pensamento bastante marcado p o r proconcoi -
tos alitistao e a ut os ufi cie nt e 3s .
Organizar fraçtfos de massa om torno lo SET, hoje, é uma
tarofa tffo artificial 0 fadada ao fracasso quanto a tentativa pas
sada.de criar fraçífos de ma3sa avançada em torno do3 200%,batizadas
do 03? pelo Projeto. à.a 03?'s jamais se formaram porque so tratava*
do um plano mina Io p o r e n f e m i d a i a congênita: visava-so orga niz ar
no movimento operário uma corrente que simplosmonte nSo corrospon-
dia ao que oxistia de vivo dentro dolo. P o r temer o espontaneismo,
o Projeto fechou os olhos para as axperiôncias roais da luta opo-
raiia. Esta iiistoria tenta so ropetir agora.
A sogunda objaçSfo sa dirige contra os pressupostos do fendi -
dos por A .3 . a p ro p ó sito das l u t a s im e d ia ta s : o comp. tem afiruado-i
, . -1 >■ , lut;',s
que 0 movimento a t u a i j a 39 uosmou-.me c*.a3 su as/m ais im e d ia ta s indo
- 21 -
pendontononte do noa. onquanto 3 o r i a ta ro fa ursento rv>ri
nós "a m a r" p olitican o n to o p rolotariad o para a lu ta polo podor.Dai
a inport&ncia co n trai do oonLate ao denocratisao •
Ê vordado quo o aovinonto oporár i o c r i a seu3 próprios or^anip
aos o dosonvuive a l u ta poIo3 oouo intoro33es a tu a i3 , indepondento-
nento do qualquor orjanizaçtïo do osquerda. Mao esquocor quo osto
p rocs330 ao dd ui aoio a d e rro ta s, on neio a un aprondizaio próprio
or.troqjaçionte d i f í c i l , 0 on aoio a lutao intensas ^iitro C3 d iv e rsa s’
co rren tes do iidorança do noviaento, - 0 que por is to aosao a vau-
juarda coaunista te a % papel importante a cu n p n r nostao l u t a s ,
5 o3quecor a roalidado para sonhar. E, a a is ainda, as e x p e riln o ia s 1
d iro ta s da 0 . na3 £rovos rocontos ao stra ra n claraaonto quo S no
terreno das lu ta3 oa curso, 0 coa roopootao iaod iata3 para e sta s
lutas, que 03 d ea o cra tistao so transiornan auna força p o l í t i c a ûj.*-
tro do movimento oporá r i 0 . E, {a3 :o3aa3 oxporiSncia3 demonstram) ,
toao3 razffos f o r t is 3 ia a 3 para coahator o . d eaocratisao no3te t o r -
rono da3 lutas ia o d ia c a s . 0 coap", suhestima osto pronloma, osquoco
do prosonto do aovinonto oporário oa tro c a do uaa to o ria quo enco­
ure osto pro3onte con un nanto do hipóto3eo soi>ro o fu tu ro. Jua po-
t * r
aiçSo 0 un convito para qao nos tornoaos novaaonto, como óranos há
poucos anos a t r á s , una s o i ta alien ad a.
povono‘3 nos opôr, 6 claro, ào p o s i v!To3 do à donoçratistas 1
quanto às ao t a 3 para 0 movimonto oporário. .à . tratanoS -ais aci-
aa das no3sa3 ta ro fa 3 ao ca a.»o luta id eo ló g ica, tante nas
caaadas avançadas coao na aadsa operária. To. .03 a ta ro fa .0 indicar*
ciarandnto 03 0ÜjetiV03 3 o c i a l i s t a s , a nocessidade da tonada do >o-
dor õ dá ditadura do p ro letariad o * i.ias surgo aqui uni t e r c e i r a oL-
joçtfo à pooiçSfo do A.B. : o c a r á t e r da nossa a.o a ^ i t - rop, 110 quo
3o roforo à quostSío das a e ta s , dové dor clara,aonto s o c i a l i s t a . Indi
cando hojo o programa do OST coao ôontro, o conp. ; rebaixa o c a r a -
t o r da afjit-prop, o nóS lova do v o lta ao Projoto da Sa Conferência.
A3 aota s f i n a i 3 do3aparecoa por t r á s das palavras de ordoa uo tra u
siçSo, 0 i apro vi s a -s o uaa to o ria para dar a esta s ú l t i a a s o sta tu s
de palavra do ordoa f i n a i ; 0 coap. retoaa aqui a linha t e ó r i c a a i
.,0 ai data do P ro jo to . Esqueço a tradiçílo to ó ric a o à 3 s i s t o a a t i z a —
çflfos já 1 0 1 ta s pol a herdadas inclu sivo das concopçfTes da 'i* In—
to m a c io n a l, para r o a l i z a r un esforço toórioo p róprio. Durante o rro
j oto, oota atitfcao autodidata iovou a 0 . a co n stru ir una
*. ■ *
aoi.tanha*
do t e o r i a s i n é d i t a s , aa3 a montanha só p a r i u r a t o s \ 0 conp. quer ro
f a z e r hoje exp oiíiôu cias 3 o a e lh a n te 3 . 'ua 3 a vordado é quo, coao d is
co o conp. E J - . no Caain.io5 0 C & td ter, coa i a 3 o nao t e s o s da I . C . ’
(ooa Lenin Ainda ^ r o s p n t e )
***«■;?*♦'

ra p r o s ^ ita aoluçSo s a c i a i a l a r .”o p ra z o . Jau toap ° de vida e s tá l i ­


mitado do un aodo n a tu r a l, líonlrona c la s s o oporá r i a podo co v ern ar 1
-50r vváito -tea;x> ooa ja s a e.i u»v.a .asa ra cu ra 3 o c ia l j?jir;-;uo3a c a p ita - v
i,. -r “7*" - ■ J i"~, 1 ■" ~ \l" .. . „
i i a t a . Ou dá o iaasó ç‘ . doei ai. vo para a d itad u ra do p ro lstq ria.áb ou
----- v *• rr - v- '■ r> ■- ,■■•’. - ,
3 orá voiicíáá palas lai3 acanonioa3 sociais capitalistas o tora que
■ ■•■-. • -• í.•o' c . . ••‘ -
oodar o lu ^ a r navaaq,nte as fo rç a s burguesas a lia d a s ao i;;ip o iia li3 -
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UÉ b ’s o e i a li a d o roe to a o s cie p ro p a g a r lio raoio do p r o l o ta


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- Outubro de 1979

C.vSorvaçae: I!. ca Projeta da D? já datava pronto guando foi


oncaninliado à iapronsa o Doo, .o Afoaacf Barros, Lola e E a t ê v S o . '
críticaô virSor-o;.: UEia prp xin a TD. v- * r

-,: .x ,r,rr:u fxx\T yxxvtxxrcxx

Serao publicadas posteriormente as duas par es finais desta DP: «a recomen-

dações específicas para as nessas diversas frentes, e » psrte sôbre Polfticn de errp-

nizaçao.
TRIBTfNA PB ÀPOMlACENTOS

3SBATKS K» 5 ?
"Agora trata-se de concentrar todas as forças e todas as
ERNBSTO MARTINS
eteaçoe& no pvôsitmo passo „ que pode parecer menos impot_
U m t e — 9 visto de certo cngjlo realsuecte £ ~ iwt*,que
em compensação» na pratica aproxima-se a solução do pro
bieitis de* descobrir se fonucs de passag.ca a revolução pro
Xet#irÍ6 e da sut abordagem."
TLenin, "0 Esquerdismo...)

1. T en h o a impressão que a e x p e c t a t i v a de unta próxima "situação r e


volucionãria" p a i r a s o b r e a O. e a m e a ça i n r i u i r seu comportamento t í
tico.. Alega-se a c x e s c e n t » r a d i c a l i z a ç ã o do operariado para predi­
zer, explícita ou im p l i c i t f t m d n h e , o s u r g i m e n t o de uma situação, acur
t o ou médio p r a z o , em q u a ,* q u e s t ã o d o p o d e r se colocará para a c i a s
se. Infelizmente, essas p p & v isjõ es ziao a e b a s e ia m em analises e se
contentam com afirmações originadas por desejos subjacentes. Repre­
sentam um novo perigo par a a O ,., que passou por im a luta prolongada,
a fim de livrar-se de conceitos subjetivistas e qu è tenta retomar o
método materialista n a a n ã l l s ç d a realidade das lutas de classe no
p a í s.
fi claro que assiatiao* a continuaremos a assistir uma radicalização'
das massas operárias (e não sê das operarias) que ainda n^o atingiu
o seu auge. Seria g>recip.lt*âó, codaviaf querer identificar qualquer
fase de radicalizaçao a de ascenção do movimento como situaçao revo­
lucionária. Para dar um exemplo palpável nesse sentido basta
citar o Maio de 1 9 6 8 , na Fr*pça» Naquele momento, 10 wjilhoes de ope
rârios franceses. estavam em greve , durante usa mès aproximadamente. A
pesar disse, não se podia falar üe situação revolucionária na França.
As lutas de classe* têm ott setia auges e as suas baixas, mas as situa
çòea revolucionárias não surge« em cada alta. Esta experiência tive
mos de fazer, em esoala internacional, de 3 917 para pà.
O que compreendemos por. "situação revolucionaria'1? «lá discutimos '
bastante esse assunto e parece--me suficiente^relembrar ^ conhecida
definição de Lenin: "».» para a revolução não basta qxae as massas
exploradas e oprimidas tentiajn consciência da impossibilidade de vi ­
ver como dantes e reclamem rçcudanças; para a revolução é necessário '
que os exploradores não possam » nem viver neái governar como dantes.
Somente guando as "camadas baixas” não querem o veího « as "camadas
altas" nao podem sustenta-*-lp a maneira ántigaf somente nepta situa­
ção a revolução pode vencer*“ . í 1

2. Em segundo lugar quero lembanar oa companheiros de um fato que temos


de encarar sem rodeios. Se uõn, hoje ou % curto pyrazo, tivéssemos '
de enfrentar uma situação revolucionaria no Brasil, o proletariado
não «ataria em condições de apirove it $ - l n o neotido de üííui derruba
da do sistema explorador. Situações revolucionarias, por *;i so, não
fazem milagrej. Para poder ser aproveitados p r w s s u p ò e m - s e a p r e s e n ­
ça de fatores concretos — nível de consciência., de experiência e de
organização de classe, vanguarda, alidos no campo,^etc. Também n es­
te caso tem bastante precedentes h i s t ó r i c o s , mas sÔ quero lembrar o
exemplo recente de P o r t u g a l , o n d e em c o n s e q u ê n c i a do 25 de abril se
c r i o u uma s i t u a ç ã o r e v o l u c i o n a r i a , q u e o p r o l e t a r i a d o nao pôde e x p i o
ra r. A e jtp a riê n c.S a m e s t r a qua, ie 03 s e t o r e s m e n c io n a d o s a c im a n ão
fre c r i a r e m a n t e s do a u r g im a n to d e uma s i t u a ç ã o r e v o l u c i o n á r i a , est 1
passará e a classe dominante consolidará novamente o seu poder, pois
nenhuma crise 3a s o c i e d a d e â eterna..
T o d a a nossa atividade política, cdas as lutas parciais, e m última ins
tância, nõv vemos scb o ângulo da preparação e do amadurecimento do:-
í.'?.tore3 que permitem o aproveitamento de unia situação revolucionaria —
/.d3 ião temos possibilidades de determinar quando ela surgira. E neis
sentido nao p o d e m o 3 concordar com o companheiro David, quando afir­
ia que Hlutasr.es par a que o proletariado transforme a crise atual numa
crise revolucionaria, numa crise de todo o Estado, nume. crise da po l í ­
tica burguesa e pequeno-burguesa, numa crise das relações sociais capi
talistas neste país".
Mais certo 3 erir diser que lutam 03 para que o proletariado esteja pre­
parado para enfrentar ssuelhante :rise. Mas, produzida ela sõ_ podera
3er pela própria sociedade capitalista — ou melhor pelo seu não fun­
cionamento, guando chega a um porto mor o. Por isso mesmo Lenin sali­
entou que "nao basta qua as nassas sxplorades e oprimidas tenham cons­
ciência da impossibilidade de viT ir como dantes...".
Se avaliarmos a -itual situação do ne s s o proletariado, temos de vé-la
nas deridas proporções. Poãeria se afirmar que o nosso proletariado 1
jã tenha atingido a "consciência da impossibilidade de viver como d an­
tes? Lenin evidentemente n ã o se rei are. aí a mer a luta poi melhores ss.
lãrios, mas a uma situação e.*n que o proletariado tenha "chegado à con­
clusão" da qv*i 3 eus problemas não solucionam mais dentro do quadro
da sociedade capitalista e que trave agora .ama luta consciente pelo so
cn a l i s m o , Se via vt:
a precipitação q u erer supor isso no nosso caso-
Par© nos, evidentemente, é um fator nov o ver partes do proletariado
brasileiro ra/elarem, espontaneamente e de força própria, uma c o m b a t i ­
vidade tão acentuada- Mas . ê prec.iao ver para que lutara agora e para
qua sstBrão e m condições da lutar on futuro próximo. Oa objetivos não
passam ainda de melhorias ecanomica3 e sociais imediatas e por enquan­
to são sssas metas que -.erão de ur.ificar e amadurecer a classe. Repre-
sentam primei * e ndispensâvel passo para criar solidariedade e coua
ciência de clasts e para formar a organização da classe- E esta situa
çâo de fato determin.? taiabeva os nonsos próximos objetivos de luta. De
armina o caminho, que ter”cs de trilhar, independentemente se a situa­
ção revolucionaria esteja mais perto ou mais distante.
“Formar a vanguarda proletaria e a linha estratégica da 0-", disse i-
gtialmente o coap. r). Mas dito assim, isso só representa uma meia-ver--
£ade. r1 linha estratégica estã na criação de uma classe operaria inde
pendente. A formação da vanguarda esta estreitamente ligada ao amadu­
recimento do proletariado e não pode ser vista u n i l a t e r a l m e n t e , poii
depende do comportamento da classe toda.
Seria extremamente útil, se os companheiros tentassem uma análise do
nosso proletariado global e regionalmente. Afinal, a classe jã come­
çou a m o v ‘.?.-..entar-se , Jã se deve ter uma visão maia clara da s\ia capa­
cidade & ie suas formas de luta.

3. Qual é a situação do Brasil no presente momento? Sabemos que estamos


passando por uma fase de cansaço da burguesia da ditadura indireta. A
classe dominante phiteia vo? ativa nos assuntos políticos e econômicos.
Embo.ra nao esteja homogênea nas suas atitudes, o denominador comum ê a
"redemocratisaçao" do Estado, sob a condição de que os instrumentos dc
poder continuem intactos <a sob o seu controle, Absolução espanhola -
o exemplo. E da mesma forma como naquele país, jã hã entre nós uma o-
posição pequeno-burrruasa, que v i s a "sociai-demoeratizar" o gaís e com
essa finalidade empenha-se para uma restrita raobilizaçao popular,
para exercer pressão.
A b£íKe -if jse :Iesconted-fcaiP..->ntc burguês se encontra na situação econômi •
ca. O "milagre" passou. A burguesia industrial e financeira encont.cn
problemas crescentes. A classe média se ressente da situação geral e
a inflação a intranquiliza da raesma maneira como nos antos de antes do
golpe-
a propila ourguesia aojue 4 ati o r&méâxo ao diutíflu-u sax ClJ
LjL&jí» ÁkUL\* W-O*,
ra m a is o s males- A parte que se dedica ao mercado interno (e essa e
a m a i o r ) , sente a falta de capacidade aquisitiva. A fração exportado
ra conhece de primeira mão as presentes limitações do mercado mundialT
As ádlficuldades econômicas ae refletem igualmente no comportamento do
Estado, o "capitalista coletivo". Mesmo em tempos de expansão das ati
vidades econômicas- o Brasil não conseguiu ganhar suficientemente divi
s a s no mercado externo para equilibrar a sua balança de pagamentos. Du
rante o "milagre" o déficit anual foi coberto, direta e indiretamente,
por meio de créditos internacionais. Resultado é a dívida externa do
Brasil, atualmente em t o m o de 50 bilhões de dólares. Para este ano,'
isso significa que o Brasil tera de pagar 6,22 bilhões alem amortizações
da divida externa. Alem disso, os juros anuais dos empréstimos se ele
varam - conforme o "Latin American Econoraic Report^, de Londres a
12,5% e isso representa um mínimo de outros 5 bilhões, que vencerão no
fira deste ano. Decorre daí que o Brasil gastara, esta vez, 80% da sua
receita cambial e m obrigações internacionais, fi uma percentagem inédi^
ta, resultado do acüraulo de deficits anteriores pelo método de tapar
buracos abrindo buracos maiores. As fontes financeiras internacionais
jã não escondem mais a sua preocupação cora o estado das finanças pú­
blicas brasileiras. Para o Governo, isso tem como consequência cr e s ­
centes dificuldades na obtenção de novos créditos (a juros t-mt» altos)
e, entre outras, a preocupaçao constante de dar ao mundo a imagem
de "Estado de Direito" e de estabilidade interna. Isso explica em
parte a preocupação do Governo de evitar medidas de repressão ostensi­
va contra greves e manifestações de massa, que poderiam criar situa -
çoes explosivas.
A atitude do Estado ê contraditória e eX» >*flete as contradições ine­
rentes ã própria claase d o m i n a n t e . fia contradição entre a neces
sidade de exportar e de aumexyfcar constanteraante as exportações e a não
menos preeminente imposição de aumentar a capacidade aquisitiva do met
cado interno, para assegurar o ritmo da acumulação e manter a estabili
dade econômica e social. Para fomentar as exportações necessita-se de
mão-de-obra barata; para assegurar a estabilidade interna tem-se de to
lerar aumentos salariais.
O dilema da política econômica governamental fica patente^frente ao
problema do crescimento da inflação. A nossa burguesia não ê, em prin
cípio adversa â inflarão. A desvalorização da moeda permitiu baixar
constantemente os salarios reais e assegurou lucros extraordinários.
Mas, essas vantagens têm o 3 e u limite. A inflação, quando escapa ao
controle oficial - como nos anos anteriores ao ?olpe - começa difi -
cultar o processo de acumulação, cria groblemas sociais e revela p r e ­
cursora de uma crise. A primeira reaçao governamental foi a aceitação
da receita de Simonaen«, A "economia de guerra" não passou de um c o m ­
pêndio de medidas clássicas d e £ 1 acionistas; freiar os aumentos sala­
riais e o ritmo das atividades econômicas, restringir os créditos e a
moeda circulante, cortar a demanda e as importações — isto é, provocar
uma recessão controlada para pôr as finanças em dia. Ê uma receita '
que o capital bancário internacional e o FMI teriam compreendido e a-
poiado. O Governo, entretanto, desistiu levar esses planos adiante, ü
ma recessão controlada teria exigido, nas atuais circunstâncias, uma
repressão aberta do mov.»iftento operário e de outras camadas assalariadas
e os conflitos internos acumulados há anos poderiam tomar rumos impre­
visíveis. Para semelhante medida, o movimento nas fábricas e nas ruas
jã tinha crescido demais. O Governo decidiu-se, finalmente, pelo e s ­
quema de Delfim e seus planos de aceleração das atividades econômicas
e que deixa o problema da inflação para um segundo plano. Implícita -
mente decidiu viver cora campanhas salariais e um movimento operário '
mais agressivo. ^Trata-se de certo modo de uma "fuga para frente". No
fim dessa experiência expansionistas aguarda o espectro da crise cícli.
ca da superprodução, da mesma maneira como a política desenvolvimentis
ta de Kubtschek não conseguiu evitar a crise de 1963 - "Se correr o
bicho pega, se ficar o bicho come". Dècidlram-se pela corrida, para
ganhar tempo.
f 3 ‘<f>- (f>*Cí>.p- 3jj\

.4.

Eviden t e m e n t e , n ã o pcdesoos p r a v e r h o j e s e e s t a c r i s e e c o n ô m ic a fu tu ra
produzirá uma s i t u a ç ã o r e v o l u c i o n á r i a a o B r a s i l . l e s o d e p e n d e r a do de
senrolar da c o n j u n t u r a , q u e a n f r e n t a m c s . N 5s te m o s d e a t u a r 5 b ase
das condições o b j e t i v a s , que se c r i a r ã o , q u a i s q u e r qu e s e j a m .

4 . Não podem os a f i r m a r q u e o p r o l e t a r i a d o t e n h a s i d o a f o r ç a m o t r i z da
" a b e r t u r a " , p orém o s a u a p a r e c i m e n t o em c e n a mudou a q u a l i d a d e da pe­
ça. A p r o v e i t a n d o e s p o n ta n e a m e n te a s c o n t r a d i ç õ e s e x i s t e n t e s no s e io
d a c l a s s e d o m in a n te , e n tr o u n a3 p r im e ir a s l u t a s s a l a r i a i s . C om eçando
com r e i v i n d i c a ç õ e s t í m i d a s d e 20% , a s e x i g ê n c i a s m o n taram a t é 100% , em
e a r t o o c a s o s e a t u a l m e n t e e s t á n a ordem do d i a o r e a j u s t a m e n t o sem es­
t r a l , p e l o m e n o s. Co>n a e x p e r i ê n c i a a d q u i r i d a n e s s a f a s e de l u t a com e
ç o u também uma r e v o l t a a i n d a m e io c o n f u s a c o n t r a a e s t r u t u r a sin d ic a l
e x i s t e n t e , q u e v a i do s u r g i m e n t o d o s " a u t ê n t i c o s " , com o a l t e r n a t i v a ao
p e l e g u i s m o ^ t r a d i c i o n a l , a. f o r m a ç ã o d e O p o s iç õ e s S i n d i c a i s e a cria ç ã o
de " C o m i s s õ e s " . M a s, tambéia a í te m o s de v e r a s co is a ? » n a s d e v i d a s pr
p o rçõ es. O m o vim en to a i n d a n ã o t.e v e o ím p e to pazva p r o v o c a r c d e sm o ro ­
n am en to d o s i n d i c a l i s m o o f i c i a l e o a p a r e c i m e n t o d e s i n d i c a t o s liv re s ,
conto f o i o o a s c n a E s p a n h a , p o r e x e m p lo , em s i t u a ç ã o s e m e l h a n t e . Ou­
t r o p ro b le m a e d a s C o m i s s õ e s . íía g r a n d e K s t i o r i a d o s c a s o s , n ã o s o b r e ­
v iv e r a m a f a s e de l u t a s a ç u d a s . F u n c io n a r a m s o b r e t u d o com o com andos
de g r e v e , sem s e f irm a r e m am c a r á t e r p e r m a n e n t e , fí d e sws a u p c r e n t r e ­
t a n t o , que r e s s u r g i r ã o em t o d o s m em entos d e c r i s e a g u d a . Isso já c o r­
r e s p o n d e a c e r t a e x p e r i ê n c i a de d e t e r m i n a d a s ca m a d a s do p r o l e t a r i a d o .
Temos de v e r , e n t r e t a n t o , g u e n ã o é a c l a s s e t o â a , nem s e q u e r a s u a
m a i o r i a , q u e p a s s o u p & ia p r i m e i r a e x p e r i ê n c i a d e l u t a - F o ram d e t e r m i - '
nados 3 e t o r e s do p r o l í J t a r i a d o , p r i n c i p a l m e n t e no ABC p a u l i s t a , qu e s e
movimentaram reiteradamante, antes de s ondft ae alastrar para o u t r o s
centros i n d u s t r i a i s d o p ã l s . B o j* j ? a t i n g i u Minas e, eai p a r t e o P.io
G ran d e do S u l e G o i á s . O R io p a r s ^ a q u e e 3 t ã v e n c e n d o s e u a t r a s o , no
q u e d i z r e s p e i t o a o m o v im en to o p e r á r i o p r o p r i a m e n t e d i t o e o N1?. a in d a
e s t a em p a z , M as, a p e s a r 3o d e s e n v o l v i m e n t o d e s i g u a l , a s i t u a ç ã o da
c i a s t e mudou da uma f c o a a i r r e v e r s í v e l . Não b ô q u e o i m o b ilis m o de
m u ito s a n o s f o i v e c l d o a qu e a s b a r r e i r a s q u e s e p a r a r a m o o p e r i a d o dos
a g ru p a m e n to s p o l í t i c o s e s t ã o s e n d o e l i m i n a d a s o Mesmo n a s r e g i õ e s a t r a
s a d a s , g u e a i n d a n a o s a m o v im a n ta ra m , h á d i s c u s s õ e s , t e n t a t i v a s d e o r -
g a n i s a ç a o e e s t á s u r g i n d o um p o t e n c i a l de l u t a , q u e r«ao s e l i m i t a m a is
a o s s e t o r e s t r a d i c i o n a i s , com o m o s tr a r a m a s g r e v e s d e s o p e r á n o e da
c o n s tru ç ã o .
A p e s a r d i s s o , o p r o l e t f . r i a d o a i n d a n ã o a g e corno c l a s e e em e s c a l a n a c i o
n a l. A in d a n ã o s e c r i o u a s n a c e s s ã r l a e f o rm a s d a o r g a n i z a ç ã o , como s i n
d i c a t o s l i v r e s — n ã o e s q u e ç a m o s qtia E n g e l s cham ou o s s i n d i c a t o s d e " a ”
e s c o l a d e g u e r r a d a c l a s s e o p e r a r i r. — sem f a l a r d a o r g a n is m o s p o l í t i
co s. A p a s a r d e t o d a a r a d i c a l i z a ç ã o , qu e p o n t a h a v e r e q u e a i n d a h a v e
r ã , (n ã o d e v « :a o s c o n f u n d i r s i m p l e s r a d i c a l i z a ç ã o com c o n s c i ê n c i a de
c l a s s « ) , o p r o l e t a r i a d o d a a m e ra m e n te o s s e u s p r i m e i r o s p a s s o s , A in d a
e s t a m e - no m i . c í o de ■ d ® « a ^ v o l v i m e n to , c u j o f u t u r o d e s e n r o l a r d e p e n ­
d e a g o r a era g r a n d e p a r t e d a a t u a ç ã o d a s v a n g u a r d a s p o l í t i c a s a x i s t e n -
te s .

5» E v i d e n t e m e n t e , lu ta m o s p e l a f o r m a ç ã o d e uma v a n g u a r d a r e v o l u c i o n á r i a do
p r o l e t a i r e d o , p e : :? c r i a ç ã o do p a r t i d o m a r x i s t a * Não p o d e s s r e s t e , en
t r e t a n t o , um o b j e t i v o c u rto p ra z o . De I m e d i a t o s ô podem os e m p e n h a r-
n o s p e l a t?ris..çao :& a x p a r t i d o d a \w .s3a , q u e c o r r e s p o n d a a o g r a u de
c o n s c i ê n c i a da m a s s a o p e r a r i a e e s t a a i n d a n ã o é r e v o l u c i o n a r i a .
0 p ro b le m a d a v a n j u a r d a . i o b v i o , n ã o s e re su m e numa u n i f i c a ç ã o ou *u ~
s ã o de a g ru p a m e n to s p o l í t i c o s e x i s t e n t e s , q u e n ã o p r o d u z i r i a m a is do
q u e ura s a c o d e g a t o s , zn o r g a n i s m o , c u j a s f r a ç õ e s s e p a r a l i s a r i a m mu -
tu a m e n t e . Q u a lq u e r * n i s o d e s s e s s e t o r e s s õ p o d e r i a s e r c o n e e g u l d » na
ação pratica, que se encarregaria de separar o joio do trigo. Tampou­
co, a questão s e solucionaria mediante a tentativa de contornar as di­
vergências t e ó r i c a s e p r a t i c a s a t r a v é s da criação de um partido socia­
lista. Isso c r i a r i a a i l u a ã o da e x i s t ê n c i a de um partido de v a n g u a r d a ,
mas não p a s s a r i a d e uma f o r m a ç ã o c e n t r i s t a inconsequente e incapaz de
resolver o s p r o b le m a s v i t a i 3 da luta de c l a s s e 3 no país, uma van­
g u a r d a r e v o l u c i o n a r i a d o p r o l e t a r i a d o t e r á de ser consequentemente c o ­
m u n i s t a , (independente&»nte do u s o d o r ó t u l o o f i c i a l ) ou n ã o s e r ã van­
guarda. 0 r e c u r s o do "socialismo", em c o n t r a p o s i ç ã o a o "comunismo",já
a um indício da predominSztcia pequeno burguesa.
Temos de levar a luta pela vanguarda revolucionária em dois níveis. S a
bendo que o s u r g i m e n t o da vanguarda política do proletariado pressupõe
determinado g r a u d e c o n s c i ê n c i a e experiência de setores do operariado,
pelo m e n o s, te m o s d e e m p e n h a r-n o s inteiramente e sem restrições pela
a c e l e r a ç ã o do p r o c e s s o d a f o r m a ç ã o d a c l a s s e — processo que consiste
na c o n s c i e n t i z a ç ã o d a e x p e r i ê n c i a de lutas parciais, isto ê, na p e n e t r a
ção do marxismo vivo na classe. A s i t u a ç ã o criada objetivamente no
Brasil, os problemas gua a classe d o m in a n te enfrenta, favorecem essa
atividade. Condição e q u e nós nos adaptemos ao ritmo do aguçamento da
luta de classe e não nos adiantaremos a ela; isso levaria a vim isolamen
to,
O outro níve.l das atividades em torno da formação da vanguarda proleta
ria se limita atualmente ao nosso papel. No presente momento, a c on­
tribuição mais importante para a formação da vanguarda consiste no
fortalecimento da própria 0. C omo organismo político não esta» os ã al_
tura das tarefas que enfrentamos. Isso diz respeito ao nosso enrai­
zamento na classe, ã nossa composição orgânica. Para poder realizar as
atividades que esboçamos e desempenhar um papel ativo na luta, precisa
mos de quadros operários, qtie exerçam lideranças locais (eem falar de
regionais e nacionais) e que assegurem à 0 . uma influência direta na
classe, Temos de crescer, isto ê evidente para qualquer m i l i t a n t e ,mas
temos de crescer em determinada direção. Para o nível que a luta de
classe já atingiu no pais, a composição orgânica ideal para a O* seria
de 3 operários para 2 quadros originários da pequena-burguesia (supon­
do que se trate de revolucionários e que não levem uma bagagem ideoló­
gica pe^ueno-burguesa para dentro da O.). Isso deve ser uma mata a um
prazo medio,pois sem esse enraizamento não poderemos contribuir satis­
fatoriamente para a penetração do marxismo na classe.
Certa confusão, parece-me, tom surgido coia a caracterização da 0 . com o
sendo de propaganda. Só quero salientar que êsse termo não pretende '
mais do que delimitar as nossas forças físicas no presente momento. '
Deixaremos de ser uma O. de propaganda na medida am que nós nos torna-
tuoa partido ou integrarmos o partido revolucionário, na medida em que
lideremos de fato a classe ou pelo menos setores dela. Mas, cer
tamante, não somos uma "sociedade" de propaganda, que se limita divul­
gar e propagar ideias e conceitos. Como 0„ temos de procurai intervir
ativamente no desenrolar das coisas, na proporção das nossas forças,p a r
ticlpar das lutas a t i r a r a » consequências o r g a n i z a t ó r ias, possíveis
tirar am c a d a fase d a luta.
Ce r t a insegurança notei também em torno do conceito do "estado-maior au*
tonomeado". Quando usamos essie termo, (que não deixa de ser paradoxo),
nós nos referimos a uma situação determinada, na qual dispúnhamos de
instrumentos para dizer â Esquerda, e m todo momento d a luta, o que de­
v e ria fa z e r. Nu v é s p e r a d o g o l p e t i v e m o s um 3 o r n a i l e g a l , semanário,
que atingiu setores consideráveis. Depois do golpe, com o desbarata­
r a m o da- ^rr-aniz a ç õ e s de massas,, a nossa influência aumentou relativa
& e n te * N a q u e la f a s e propaga vamos o C o m itê d e E m p resa» como fo rm a b ã s T
c a de o r g a n iz a ç ã o o p e r a r ia . O r e s u l t a d o s e m o s tr o u em 1 9 6 7 / 6 8 , q u an d o
o u t r a s o rg a n iz a ç o e p e g ru p o s a d o ta r a m o nosso ponto d e v i s t a * T in h a
3íf&

/
.6 ,

mos conseguido um grau de influência que ultrapassou largamente e nos


presença física, Es3a posição foi prejudicada, entre outras# pelas di­
sn
versas fases voluntaristas e os zlgue-zagues da linha política, pelas
omissões na luta diária. Para consolidar novamente a nossa presença
na vida política ê indispensável que tenhamos o fôlego de seguir * com
persistência e continuidade a linha política, pela qual a 0 . se definiu,
sem recair nos erros do passado. 0 objetivo, hoje, não poderá sér re­
conquistar simplesmente a posição de "estado-
maior auto-nomeado" e sim de conquistar uma liderança reconhecida por
setores do proletariado.

6 , Ficamos aqui satisfeitos com a p r o n t a adoção da plataforma de luta p e l a


libeirdade sindical. Esperamos q u e o a s s u n t o tenha sido discutido em t o
das as bases, para que oa m i l i t a n t e s ten h am plena consciência da s u a im
pcrtância e do seu alcanos, Sõ a s s i m podem os e s p e r a r um pleno emepnho"*
da O. nesta frente. Em relação a i s s o , propomos:
a) Lançar a çalavra-de-ordem da "Greve Geral Nacional pelo Sindicato L i
vre e Autonomo". Trata-ae evidentemente de uma palavra-de-ordem pro
pagandística e os c o m p a n h e ir o s n ã o devem c a i r na tentação de querer " o r
ganizar" a greve. Mas, decorrido c e r t o te m p o , isso depende d a r e p e r c u i J
são, pode se pensar,, mediante uma frente, promover uma jornada nacional
em prol da liberdade sindical (e da g r e v e ) . Em todo caso s e r i a um s u c e *
so se todos os companheiros conseguirem que operários am greve incluam
a palavra-de-ordem entre suas zeivlndicaçoee.
b) E m segundo lugar deve-se procurar ligar mais estreitamente possível a
luta pela Liberdade Sirdical as atividades em torno do F° e fazer que '
as forças aliadas destaquem mais o problema, que pela sua própria
natureza ergue uma barreira contra o p o p u lis m o ( P T B )„ I s s o a g o r a ê
mais importante do q u e debates p r o g r a m á t i c o s * A cham os q u e o s d e b a t e ü '
nas bases do PT d e v ia m c o n c e n t r a r - s e s o b r e uma p l a t a f o r m a de ação em
vez d e q u e r e r c r i a r uai p ro g ra m a t e ó r i c o q u e facilmente d e s c a m b a rá
Insisto mais v e z s o b r e a importância d e criar uma feribuna e de l e v a r
um projeto de liberdade sindical para o Congresso Nacional. Entre O:
deputados, que se prestaram a integrar o PT, não haverá um, que se pos
sa tornar porta-voz? Mesmo se n a o endossar todos os no s s o 3 pontos,b a s
taria que levantasse o problema.
Gostamos como os co/apanheiros eatao abordando a questão do jornal le­
gal. Concordamos que ieso, no momento, seria, prematuro - levando
■am conta as forças e recursos atuais. Em fcodo caso podemos dispensar
um jornal do tipo "Maria-vai-com-as-outras", como o "Companheiro", que
muito se agita, mas pouco orienta. No fundo não passa de um jornal '
feito por estudantes para operários. Mais realista parece a solução de
órgãos locais e regionais, que permitam levantar problemas de dentro
das empresas e que permitam concentrar o trabalho. Importante seria '
instituir correspondência operaria. Folhetos ainda permitem a reação
mais rãpida aos acontecimentos. A solução, que devemos ter em mira,
seria a salda legal ou tolerada da PO, mas para isso temos ter a neces
sãria paciência.
Gostamos muito, também, como o caso da Nicarágua foi apresentado e ana
lizado na última edição do PO, Parabéns. A única coisa que desto
nou foram as palavrae-de-ordem no pé do artigo. Em principio achamos-
dispensável querer terminar todos os artigos com palavras de ordem im~
proviáadas. Isso cria um certo desgaste. E m vez disto, seria prefer£
vel concentrar-se sobre palavras-de-ordem vitais e valorizá-las mais.
Em segundo lugar não cabe a nos querer emitir palavras-de-ordem para
movimentos de outros paises. Teria sido mais justo manifestar a nossa
solidariedade ou apeiar para a nossa classe operária, para que a m a ­
nifesta.

P3s Por que não hã notícias?


TD-55 E S C L A R E C I M E W T 0 S

A publtcaça© de do«,> do ccrcp0 Pereira, na st* TD, exige algroe eselureeine nt os*
* * •
lu 0 eomp, Pereira snbregoa o seu doe0 ao compo Afonso Carros, na epoca assistente de Z,
ha mala de dois meses atras0 Durant* este período; Ao Barroe mantas o doe« retido em
suas mac«, e »oriente agora o passou para a direção«

2o Durante reunião recente da w l n onde militA, foi pedido a Ao P0 m » «xplicaase as ra­


so«» desse fhto, ainla m i s inusitado de-victer « exiguidade do pra*o oi» nos separa da 6ft
Conferencia, 0 ccsrtp,, rospondsu que h* via condiciomdo a^passagsm do doc0 a un» resposta
que! estava elabaranífo ; e^qu© oreferido doce do carap« ftnão tinha impcrtíneia política«, e
sim uma "importância organica"«,

3o Foi pedido ainla ao comp0 as razoes por não tBr dado nem nssmo informe sobre a ejds -
tência do doc0, uma vea que, ao l om^oda psriodo, teio contato» cctn a direçâio em Y, e per_
ticipou d.« uma reunia? do rjvT^ 0 oomp0 alegou esquecimento,,

4o Quando recebeu o tbco^o oorop* Barroa, ainda assiatsnte, passou a defesa das suas posi
Ç08 s individuais* tondo, secundo avsnt», »»problematiBado (o comp> Po) comas contra argu-
nenta ças s que lhe ajaresentei»'u

5<» Js desnecessário apresentara. aqui uma argUMuntaçJ* para moetrar cue ç» métodos de di~
lr©ção e de centralismo da Ou não admitam fatos couo asse» B e desnacessario srgunsntar’ a
qui juH yjtmeit© pós’ serem eabiS aetodoo bastante oonhecido» pola 0o Evideneta-se*. pcrwn,
o seguintes o^corcp«, Barro», quo se daoía o u imxaeraa discissões (e em does« seu») pe­
la defesa do máxiao rigor no c&ntraliauo, e pala crítica acirrada a todos os aue o arranha^
vam, mostra, neste episodio, que vai uraa certa distancia entre estas suas declarações v«f
bais e « sua prática*

Eoae feto não e isolado Na ultima reunião do CN, o contpc foi critiendo por estar defeft
dwndo as suas posiçoee individuais rnrs grupo de earuardas recam fernado e m Yo T, mais u-
cia tro* ên Z, o compo danestimulou um qu&dre do referido tçrvtpc a assumir irrporr^nt* tare­
fa e m Xí>

O^comgo Barros ja anunciou sua dlspoaiçâb de fracianar na 6» Conferencia., »'ais gr»ne,po


r«m, o que os fatos mnstrnm que o coinpo se diapos a'passar por c ima da disciplina parti?
diria d® joodo a melhor ps.-spr.rar o seu f racionamento»

paterno» aqui un» critica ao compo AoBo a li* lembramos que a sua pcrmnnência nr 0°, me»“
m o na a tual perspectiva de un desli|j?imi to^a curto praíio, obriga-o a respeitar as normn.?
coletivas, a noasa estrutura s ce nossos metodas 0

oo o
nP - 12/79
RESPOSTA AO ÇQffAifflaifiP P.,S O M ATTjRIALISMO E "tffffi/S" PCBlÇfeS

.Oj, no títul»j> cclooo "minhas" entre-«*j*s e pcrnue acreditamos nu« a base ma terialis
t^ das poeiçoes que nenho def«m«r\d» m Dolo na© rompem com as pronissas fundanentais for­
muladas per Vj»rx"F5a^el#~L»in; rso ca^i®, tamb«a, qu« haja algun ponto de Identidade entre
a t«ori& revisionista • as sltoruati^as « analises oue registro na 'MD-<*5o

Mas o c a ifo Po lança un docucento cm oue mo coloca na desagfadsvel companhia doe r*vi^
«icritetas» f*PÍto qu» o cc*ap0 coloca as coisas de um modo muito claro o direto; e it=^o js
m i t o importante na mádida em qu» o corap<, sspressa uma diapoeiçao ao d ebote, coisa rue nao
hou»« atl agora po~ parte da direçâb da Oo, o m tem-se contentado em férmular acusações va
gns , 2dedo|$.E8n'^So
9a tcaa vãpid« dáscuseac c.ue gspnt.lv-'w » , Po fbi explícito era afirmar cue suas coloca —
ço.» eram ainia inidfcia, pouco elaboradas, tende», inclusive, se problematiM do com as con
trt^argunentaçoes que lhe apresentei o
No pressnt* documsntopk p*etenio responder as critieas principais de P», esperando um
aprofunàrronto e x sk enriquecisento maior do d etate 0

1) 0 cjttpo afirMu (juj CiJds -.o o tqiilio so de esquecer a dominaçao militar da epoca colo
alai, qisAAio fia m brav* histcLdco da farumção «oclal brasileira»
i;ãc deu para perceber b*m que tipo de ligaçao teria o nosso eaouecimento «om as acima
çoes da revisicnieaOo Antes ãe mais nad», quureiuos afirmar a\* o proprio core eito de colo
r isa lio implica no de ocupnçã» ndlitaro S*> isto não este eacrlto na ''TíHtf * pornue cors i-
dsrai-oo a colocação obvia«.« te iraolícita,Sradi«y^x^wxKgxBcBnn^ldtoc incorpoiada naturalmente
• a.o ooiiceitod
Ma», da qualquer-flaneird, caba aqui us* destaque« Nessa metodologia geral defende a
prc®sn<j&. c nstante, determinante e direta do listado na «eonoaAa dor países de pariferiaflem
todas as fases o Por Í3so, quando o ccmp0 Po nos lenftnm ter sidoji ocup* çao militar a ga­
ranti* da dotinação colonial, sjrgk o i a a p i m s rofbrça nosso posição matodologica geralü

2) 0 ccmpo estabelece uraa idmtidada efttra as posições teóricas defendidas pela rrI>~45
e aq-wít s que deram base ao estallnisnOo D3scirdamoe0
íjmii daa causas qua* acreditana?', levarem Ftalin à conciliação de classes ao nível in­
ternacional, f«i o fato de formular u m política extern» baseada n m n interjx-etaçío equiw>
cada da tese leminista da possibilidade da instalação (To socialismo m nua so país, e, nao
— ur< contrario do qu» supoeta alguiE t.rots»uistas afoitos a hipotética "subordinaçao dr
política da III internacional aos Interesses da política externa da tmSP"«
0 fato á que a pwptia polttie i ^ r a l da URSS estalinist a foi formulada incorretan*n
fci , cetto dixtsetios;, Nao ha»i?i nefiihrwia cèntradiçâs histórica (assim como na o ha nenhurm» con
t*adiçao ttídrica) em se articular u m política extern» correta da com uma política
re-volucicxiaria da III mternacií>n&lo „ ,
0 que howe, com Stalins foi uma política externa (relaçao entre paise») conciliacb -
ra e uma III Internacional também conciliadora,,
SÓ d.e ?«8 3 age£t, quero Irmbiar ao comp<> nua os alternativis reformistas da Stalin nao
t e r ?licawít apenas ao qi® o comp3 chama de "Terceiro Mundo”, como \iem demors +r» a atua-
çao da U I Internacional nos casce da Espanha e da Françaa
3) 0 compo Pu avisa que os revisionistas e eu não lembramos das «condições de produ -
çao"o '
Aqui o corapo çoirate o erro de nao ter l awdo em considat açâô as colocações oue fize­
mos am t o m o da própria historia do de senvolvi isento »pita lista no .país, como tombem as
nossas abordagens esp»cíficas em tomo da qusstão do mercado interno, do problem* da ino­
vação tecnológica no país e suas conseouend. ao no a profundar* nt o da depsrdencia e do sub­
desenvolvimento — incluída a£ a questão salarialo Creio cue uma releitura das 7ns-45 e
47 dissiparia ao duvida« do comp0 em relaçsx» ao nosso revisionismo, sob «st© aspstto,
é boa lembrar, tara’ i>am, que o principal teorico do revisionismo (tttrstein) cen'ra sua
argumentação m hipótese de que o desenrolvimsnto tecnolqgico drtin capaz de pfr; r urrvy*''I
abundância de mercadorigs em tão pouco tempo, ous as contradições do sistema desnpnreee-
riam da face da terra, desaparecencb com elas a própria nscessidade/possibilidadb da re\o
lução0 Tal colocação —- por certo rroxim» às pcoiçÕes oficiais cu» falam na possibilida­
de de »»distribuição de riqueas»' e qu» «o brasil e um pai» jovem", etc — nada tem a ver
com & TO-45o , ,
4) Me parece que o tom» atente para o proprio «sta*io do capitalismo de hoje: o im­
perialismo finanèeiro, ou seja, a expcrtaçao de capi'al oomo elemento diferenciador da e-
tapa atual em relação «, etapa anterior, cue era a da livre conearrenda , do capitalismo
industrialc E e por isso que o cctnpanhalro dissocia, praticamente, as condições de Produ
ção da mais-vulia da próoria drculajno de capitais financeiros interna cionalnen* e0 A Par_
tir dai, o ccnp0 noe erities de revisionista porque nao ibeemos a dissociaçao oue ele propor
poe0 E* de fato, não fasecne , nf* pode* famoo fas«r; pois deixaríamos de ser merxistas-
leninistas» Cuanto a Lenitt, basta abrir o »Imprerialiemo, Etapa Superior_do Capi alismo"
para lã se encontrar, d« forma expire lt*,^clara e aprofundada, ^a fcrurulaçao da tese da in
temaciomlixaçao das eondiçoes do produção da ü» is-valia (alias, neste sentido, fcr ara feiteca
tas alguaas citações na TO-45); qiwtf.o ao proprio Marxs vale transcrever um trecho da "Con
tribuição"s «Considero o sistema da economia burguesa na ieguinte oriems capital, proprie
dade, trabalho asslUriado , c ornarcio ejdLerior, mercado mundial"« "ote-ee que "ene da un
ccn.junto de fatores0 a 0
*>)0 catnpu Po recomenda que se veja a indtatria^iaaçao desenvolvida na /'merica lati­
na a partir da crise de 29o Do meu Indo, acredito que tal assunto tenha flfcn sicb abordado,
ean especificidade em relação ao Rrasilg na prepria rrT)"'U5• La foi defendida a posíçae
que, em resumo, obstn culiaou a integração da região, enauanto economias depenlentes, no
siatena imperialista mundlalo Alias, na analise qia a nn~45 flas do golpe de 64, isto fl -
ca bem claro o Fica, aqui, também, a sugsstso áe tma releitira, mais rigorosa, pera pos+e_
rior àa aprofundamento do debate»
4 ) 0 comp., afira» qm não faço «Lstinçâó *nt.re a mo ia-valia absoluta e a i^ais-vslis
relativao ,
Mawt no Capital (na edição resumida por nerchard , oue e a oue eu 11 ^ fala em duas
maneiras de r.© tuenUir a produção da mais ^va liao Note-se nus a distinção concei^url fai
tÃ"lx>r Marx dia respeito apenrxo àa conssouências oue un ou outro metodode sumento da e:>:p!o
ração traasm para a organisação tecnica e social do sistema (que e a <-ue se refere r ei-1?1”
çíío feita pilo companehrio)« Ouanto a isso, acredito oue a TO-45 foi bastante explicira
ao considerar as c onsequenciíi8 que tsr&a a inteneificaçao de xuaa oè. outra maneire de expio
ração da rtaifl-^elia« (ver, p*incipaljaerito, tn pag« 11 da '’D) o ^
7) Me parece que o comp» P cc^fmKtc cs conceitos de produção e realiaaçao da raais-w
lias pois, c-.o contrario do q>* dii, o compo, (tacatem em nSÍlario, Preço e Lucro") ’ ai*x de­
fende o ponto de vista de que a maic-valia, produzida na fabrica, e reslisada fv.ransforrtv^
da em dinlieiro) no mercadOo
6 ) Por fira t » qurstao da ditedvra astjrutural.0
Mais uesü* ves, esc3.arecendü nossa posição : ^
Do nosao ponto de vista (qv» a o rwsmo do "Camirfios e Caráter da Fevoluçso Prasí lei ­
ra», de Erneato Mártir»), a ditadira aberta e indireta da burguesia e am melhor forroi de
Estado burguês no país, a mal» periaumartte, a mai» adequada f*ara garant.ir a eaploraç» dos
JfwKSE; .*S ttJB S fàE ttS 9S fSSSfflSW {ártLJg%%Wtfíaas
lista atual) «etateleíte noo países siidesenvolvidoso
m* • • • ' * • *
poiSp m a saída proviscria, de crise, de euarglncia, para n burgt»sia0 Como afirma o C»
Co (citaçac tambea fsifct m TO -45): »Oualritiejr rova nxperíôncín em termos de Pepublicr ne
moeratica rao passar» de ta laterv»io para ai® a classe d erainani* prepare ouKra formn de
ditadu?.*a aberta" »
flsta visão *— defendida por Frmslo Martins ft por Aoneo ^narrofj — nao ne^a o c o n w i
to Ae conjmtura, de crise, de lutas de classes, Pelo eon’rurio, e semente «ora uma rejÇa
r e n d a eatrategiea segura e clara, c , m podem ser feitas analises materialistas ^de con-
JurrUtra, evitando-se,, assim, o pwitnno do espàwt anela rao, ove a ende a 0« esta afojpda
hoje»

ll/W
A» narro»«
ASPECTO DA T D -45 E O MATER IA LISMO HISTÓRICO

O r á p id o r e t r o s p e c t o h i s t ó r i c o s o b r e a fo rm a çã o s o c i a l dep enden­
t e b r a s i l e i r a c o l o c a d o p o r A B , q u an d o f a l a do p e r í o d o c o l o n i a l , f a s e da.
d o m in a ç ã o h l b é r i c a n a s AmêjKLoas, c o m e te o e q u í v o c o i n i c i a l d e s e ^ r e f e -
r i r s o m e n te a d o m in a ç ã o e c o n o m ic a e p o l í t i c a , ' e s q ú e o e n d o - s e d à o c u p a -
ç ã o m i l i t a r , a s p e c t o d o m in a n te do à n t i g o p a c t o c o l o n i a l , d e p o i s '' f a l a
r a p i d â m è n t e do h è õ c o l o n i a l i s m o e em am bos o s c a s o s d ë f o r m a s i m p l i s t a ,
n a m e d id a èm q u e n ã o f ã z nenhum a m e n çã o a s c o n d i ç õ e s d e p r o d u ç ã o 'n a s
a o o lô n ia s e a n t i g a s c o l ô n i a s e s u a s e s p è c i f i c i d a d e s ® A p o s i ç a O '^ q u e a s -
~sum e p a r a f a z ô r o r á p i d o r è t r o s p e o t o t r o n s f è í e - s è p a r a o p e r í o d o ín a is
" r e c e n t e , n o c ã s o do c a p i t a l i s m o d e p e n d e n t e “ e c a p i t a l i s m o f i n a n c e i r o , e
t ã p a s u p e r i r a * do c a p i t a l i s m o « A v e f d à d e ' é q u e AB c e n t r a s u ã s ' a t e n ç õ e s
n ã s r e l a ç õ e s m e t r ó p õ l e - s a t é l i t e , v e n d ò com a t e n ç ã o e s p e c i a l a ' q u e s t ã o 0’
d a s u p e r - e x p l i r a ç ã o q u e s ê r e a l i z a em f u n ç ã o d e q u e e x i s t e j. a depen-
d e n c i a e s t r u t u r a l o Ao a s s u m i r è a s a ~ p o s t u r a , o c o m p a n h e ir o ', j u n t a m e n t e * ’
com o u t r o s e s t u d i o s o s d a q u e s t ã o , como tto F r a n k e M a r i n i ^ a f a s t a - s e ~ d o
e ftfò q u e t e ó r i c o m a r x i s t a , m a is p r e c i s a m e n t e dõ í n a t e r i ã l i s m õ ^ M s t ó r i c o ,
p a r a u t i l i z a r o i n s t r u m e n t o t e ó r i c o o " d a o a n a l i s e s h u r g ü ê s a s e do S t a l i ­
n is m e q u a n d o 't e n t a j u s t i f i c a r o ' a l t o n í v e l d è b u r o c f a t l z ã ç ã o dè PCUS~e
do E g t a d o S o v i é t i c o , hem como s ü à p o l í t i c a em r e J t à ç ã ò a I I I » In te rn a ­
t i o n a l * s u h o r d i n a n d ò - a a o s i n t e r e s s e s d a p o l í t i c a e x t e r n a d a URSS d e £i
l l a n ç a com a & J a u f g ù e s l a .s n à c£ o n fc;is dõ ch am ad o T e r c e i r o Mundo
'N ã o lem b ram o s r e v i s i o n i s t a s e 0 c o m p a n h e ir o ^ quô jío f u n d a m e n ta l
ü a a n a l i â e m a r x i s t a e o è stu d O d a s c o n d i ç õ e s d a p r o d t L ç a o ^ 'i s t o é , das
c o n d i ç õ e s em que s e r e a l i z a 0 p r o c e s s o d e p r o d u ç ã o , dè c ó m o ' a m a i s - v á -
l i a s e p r o d u z o As c o n d i ç õ e s p a r a a p r o d u ç ã o da m a i s - v a l i a e s t ã õ ' d a d a s 0
" p ê lo p r o c e s s o d e p ro d u çã o e não p ê lo de c ir c ü la ç ã õ /r f is ò là d a m e h tè » esp e
c ia lm e n te p e lo de c ir a a x la ç ã o o de c a p i t a l - d i n h ê i r o ,'e n t r e p a ís e à cen ­
t r a i s e ' p e r i f é r i c o s o Ao a n a l i s o r o p r o c e s s o d e p r o d ü ç ã o d è ~ r i q u è » ã s ma
' t e r i a i s o companheiro"'c h e g a r i a a h i s t ó r i a do m O vim entò g e r a l d a fò rí& a -
“ ç ã o s o c i a l c a p i t a l i s t a d e p e n d e n te h r a a i l e i r a , , /ío n d e s e i n c l u e m a s r è i a ^
ç õ e s ~ e n t r e è l a è õ c o n j u n t o d a e c o n o m ia m u n d i a l v cóm o ú t r à s fo rm a çõ e s
s o c i a i s m a is desenvolvidas 'd o p o n to d e v i s t à dõ" d e s e n v o l v i m e n t o dò c a ­
p i t a l i s m o o S e d e um l ã d ò , n ã o e p o s s í v é l ~ i g n o í * a r à s r e l a ç õ e s ' e n t r e pja
í s e a " c e n t r a i s e p e r i f é r i c o « * « &e o u t r o 9 e p r e c i s o c õ n s i d è r o r q u e es­
t a s r e l a ç õ e s n ão s a o s im p le s m e n te d e te r m in a n te s n a h i s t ó r i a dos p a í s e s
' p e r i f é r i c o s e q u e e l a s ^ / s e m a n i f e s t a m em g r à u s e m a n e i r a s d i f e r e n t e s *
d e p e n d e n d o d á f o r m a ç ã o s o c i a l e s t u d a d a » d a s s u a s c o n d i ç õ e s i n t e r n a s pe^
e u l i a r e s 9 p r ó p r i a s e q u e s ã o d i f e r e n t e s d a s d e o u t r a s f o r m a ç õ e s ' còm cia
r a c t e r í s t i c a a q u e s e aproxim am ® V e j£ > -3 e p o r e x e m p lõ o n í v e l ' d e " i n d t i s -
t r i a l i z a ç ã o d e s e n v o lv id o n as fo rm a çõ e s s o c i a i s c a p i t a l i s t a s dependen­
t e s d a A m e r i c a L a t i n a d u r a n t e o s a n o s / 3 0 e d e p o i s , a~ p a r t i r do c r à k c ’
d a e c o n o m ia m u n d ia l em 1 9 2 9 o
V o l t a n d o a q u e s t ã o d a m a is - v a l i a » o c o m p a n h e ir o i n i c i a l m e n t e n ã o
faz d i s t i n ç ã o e n t r e m a i s - v a l i a a b s o l u t a e m a i s - v a l i a r e l a t i v a .» U sa i n -
c l u s i v e a c a t e g o r i a ( e x p re ssã o Q * s u p e r e x p l o r a ç ã o sem m e l h o r p re c ià á -la
e procuabá j u s t i f i a a r - s e d ix e n d o qu e a mesma f o i u t i l i z a d a ç p o r L e n in *
S eg u n d o M a r x , " a p r o d u ç ã o d a m a is v a l i a a b s o l u t a s e ' r e a l i z a com o p r o -
lo n g ã m è n tò d a j ö r n a d a d e b t r a b a l h o a lé m do p õ n to em q u e o t r a b a l h a d o r
p rö d u z a p e n a s um e q u i v a l e n t e ' a ò v a l o r d e s u a f o r ç ã d e t r a b a l h õ e com a
a p r o p r i a ç ã o p ô l o c a p i t a l d e s s e t r a b a l h õ e x c e d e n t e " • « ." A p r õ d u ç ã o d a ma
i s - V a l i a a b s o l u t a è i r a e x c l u s i v a m e n t e em t o r n o d a d u r a ç ã o d á ' jo rn a d a
de t r a b a l h o ? a p ro d ü çã o da m a i s - v a l i a r e l a t i V á r e v o l u c i o n a 't o t a l m e n t e
o s p r õ c e s s o s t é c n i c o s p6de t r à b l ã l h ô e a s C o m b in a çõ è s s o c i a i s " » ( M arx»
0 C a p i t a l - C r í t i c a d a E co n o m ia P o l í t i c a , ü P r o c e s s o ' d è P r o d u ç ã o dò~Cti
p i t a i » L iv o 1 , V õl® 2 , C i v i l i z a ç ã o B r a a i l è i r a ^ pp 5 8 5 » ) ® 0 qu e n a esfe^
r a da c i r c u l a ç ã o é que " I m p o r ta v e n d e - l a s , ( á s m e r c a d o r i a s ) r e a l i z a r 9
s e u v a l ò r em d i n h e i r o , e c o n v e r t e r d e n ovo e s s e d i n h e i r o em c a p i t a l , r e
p e t i n d o 'c o n t i n u a m e n t e a s 'm ë s m a s o p e r a ç õ e s " (M a rx « 0 C a p i t a l ® pp® 6 5 7 ) o
Cõmõ s e v e , n o 'm e r c a d o , Ha m e r c a d o r i a c u j o v a l o r u l t r á p a s s a o s s e u s e -
l e m è n t o s c o m p o n e n t e s , c o n t e n d o , p o r t a n t o , o c a p i t a l q u e f o i ^ d e s e m b o l­
s a d o a c í e s c i l a d e uma m a i s - v a l i a " (M arx® I d e m ) i j á c o n té m a m a i s - v a l i a ®
Uma d á s f u n ç õ è s d o m e rc a d o » p o r t a n t o , s e g u n d o M a r x ,~ ó a d e t r a n s ­
f o r m a r a m e r c a d o r i a em d i n h e i r o e y & V v i c e - v e r a a e n ã õ ~ r e a l i z a r a m â is
- v a l i a , ' c o m o a f i r m a AB®

0 p r o b le m a d a c i r c u l a ç ã o do c a p i t a l - d i n h e i r o no n e r c a d o i n t e r n a ­
c i o n a l é o p r o b le m a d e r e p a r t i * o p r o d u t o do s a q u e e n t r e o s s a q u e a d o -
r e s , o n d e , t a n t o *o K a p i t a l n r á c i o n a l comb o i n t e r n a c i o n a l buscamjrf ö a u ­
m e n to d o s s è u s v a l o r e s , ou o á u m e n t ó d a é / c a p a c i d a d e de s e re p ro d u z i­
re m em e s c â l a ' c a d a v e z m a i o r e s ^ , a t r a v é a d a m a i o r c á p a c i d a d e d è c o m p r a 0
da m e r c a d o r ia f o r ç a - d e - t r a b a l h o , ' c o n d iç ã o p a s r a a e x i s t ê n c i a d o' c a p i ­
t a l , do c a p i t a l i s m o , d a b u r g u e s i a ' e do p r ó p r i o p r o l e t a r i a d o » P o r t a n t o ,
o que e p r e c i s o d e f i n i r é 's e á s c o n d iç õ e s de m a io r á p r o p r i a ç a o de p a r ­
t e do r e s u l t a d o do s a q u e q ü e o c a p i t a l f a z s o b r è o t r a b a l h o , a tu a lm e n fc
t e d a f a s e do c a p i t a l f i n a n c e i r o , e x ig e m s e n p r è , q u e a s b u r g u e s i a s n a ­
t i v a s , a s s o c i á d a 3 ou n ã o a o c a p i t a l i n t e r n a c i o n a l , d e s e n v o lv a m fo rm a s
p o l í t i c a s d e d o m in a ç ã o do p r ó i l e t a r i a d o do t i p o d e J i t a d u r á B u r g u e s a a
b e r t a ou s j s , a d o M n a ç ã o b u r g u e s a en d a d ó s m o m e n to s, d e ‘ a c o r d o com >íuin
c o n ju n to i e c i r c u n s t â n c i a s i n t e r n a s - p r i n c i p a l m e n te - e e x t e r n a s , po­
dem ou tem c o n d i ç õ e s d e d e s e n v o l v e r f o r m a s d è d o m in a ç ã o r ò l í t i c a do ti^
po D è m o c r á t i c o - B u r g u e s o s ? 0 qu e a H i s t ó r i a tem d è n o n s t r o d o é que a c o n
j ú n t u r á p o l í t i c a i o ,iogo d a s f o r ç a s i n t e r n a m e n t e , n o r m a lm e n te é q u e è -
x e r c e um p a p e l d é t e r m i n a n t e , e n q u a n to q u e , em g e r a l , a c o n j u n t u r a i n # «
t e r n a c i o h a l ' è x e r c e um n a p e l c o n d i c i o n a n t e , a c e l e r a n d o o u r ê t a r d a n i o tun
p r o c e s s o em c u r s o o
Não p r e te n d e m o s a q u i e s c r e v e r uma c r í t i c a g e r a l à s p o s i ç õ e s
de B a r r o f l j e s t a c r í t i c a g e r a l e s t á n a TD 5 6» a g o r a p u b l i c a d a 0 K&o
p r e te n d e m o s tam bém re to m a r a c r í t i c a à s p o s i ç õ e s t e o r i c a a d e s u p e r *
e x p lo ra jã o , a rro c h o e a t r u t a r a l e d ita d u r a e s t r u t u r a l , J á a p ro fu n d a ­
d a s n a s T ^s 4 1 e 4 6 , ® r e f e r e n d a d a s n a 5 a n C o n fe rê n c ia < ,
Mas a " R e s p o s t a a p e r e i r a " ( a n e x a ) c o m p o r ta a l g u n s c o m e n t á r i o s 0
Noa d e te r e m o s em t r ê s p o n t o s j 1 ) 0 p e r í o d o c o l o n i a l e a m e t o d o l o g i
a de B a r r o a * 2 ) A in d a s o b r e a d i t a d u r a e s t r u t u r a l ; 3 ) a c r í t i c a de
B a r r o s ao e s t a l i n i s m o »
1 ) D iz B a i r r o s : " N o s s a m e t o d o l o g i a g e r a l d e f e n d e a p r e s e n ç a c o n s «
t a n t e , d e t e r m i n a n t e e d i r e t a do E s t a d o n a e c o n o m ia dos p a í s e s d e
p e r i f e r i a , em t o d a s a s f a s e s 0 P o r i s s o , qu an d o o com p* ? # n o s le m ­
b r a t e r s i d o a o c u p a ç ã o m i l i t a r a g a r a n t i a d a d o m in a ç ã o c o l o n i a l ,
e l e a p e n a s r e f o r ç a e a s a n o s s a m e to d o lo g ia g e r a l " o
L o g o no i n í c i o d e s t e t r e c h o r e e s a l t a - a e uma a f i r . :a ç ã o s u r p r e e n
d e n t e * te m e s rfi im a t e o r i a a o b r e o p a p e l d e t e r i n a n t e do E a t a d o n a
e c o n o r d a . C o n s id e r a n d o que B a r r o s e s c r e v e u e a a e “3 õ c T “p a r a s e d ef«m
d e r d e uma a c u a a à ã o de r e v i s i o n i s m o , c a u a a e a p é c i e a s i n g e l e z a com
que a p r e a e n t a i d e i a t ã o p o u co o r t o d o x a » T e r á o oomp«, e s q u e c i d o a ~
q u e l a i d é i a t ã o b á a i c a no m a rx is m o » que a t r i b u i à s r e l a ç S e s d e p ro
d u ç ã o , e não ao E s t a d o , a fu n çã o da d e te rm in a ç ã o ? ( E , p e lo co n
t r á r i o , n ã o p e r t e n c e a H e g e l a a t r i b u i ç l b o a o E s t a d o , como e n c a r n a ­
ç ã o d a I d é i a , d e uma f u n ç ã o d e t e r m i n a n t e a o b r e a e c o n o m ia ? ) Mas a
l i g e i r e z a c o n que A fo n s o B a r r o a p r e t e n d e c o l o c a r e s t a c a s p a r a e s c o
r a r s u a " m e t o d o l o g i a " , o f a z e s q u e c e r a s t e s e s m a r x i s t a s m a is e l e ­
m e n t a r e s e m d is Ó b v i a s 0 A que vem e s t e a b s u r d o ? Tudo d e c o r r e d a
p r e t e n s ã o do com p 0 de p r o v a r q u e a o c u p a ç ã o m i l i t a r do p e r í o d o Co­
l o n i a l t e v e p a p e l s e m e l h a n t e »0 d esem p en h ad o p e l o E s t a d o n a s f a s e s
s e g u i n t e s d a h i s t ó r i a dos p a í s e s d e p e n d e n t e s 0 E s c a p a a B a r r o s a c a
r a c t e r i z a ç ã o do s i s t e m a C o l o n i a l f e i t a p o r l i a r x no C a p i t a l , a s p a r
t i c u l a r i d a t e s a l i i n d i c a d a s , e s o b r e t u d o l h e e s c a p a o que d i z M arx”
a c e r c a do c a p i t a l i s m o i n d u s t r i a l : n e s t e c a s o a s p r á p r i a s r e l a ç õ e s
d e p r o d u ç ã o c r i a m a s c o n d i ç õ e s p a r a a r e p r o d u ç ã o do p r o c « s s o p r o -
d u t i v o o N as p a l a v r a s a b a i x o :
"A o r g a n i z a ç ã o do p r o c e s s o de p r o d u ç ã o c a p i t a l i s t a » em s e u p l e
no d e s e n v o l v i m e n t o , q u e b r a t o d a r e s i s t ê n c i a ^ , a : r o d u ç l 6o c o n t í n u a ““
de uma s u p e r - p r o d u ç ã o r e l a t i v a m antém a l e i d a o f e r t a e d a p r o c u r a
de t r a b a l h o e , p o r t a n t o , o s a l á r i o em h a r m o n ia com a s n e c e s s i d a -
d e s de e x p a n s ã o do c a p i t a l , e a c o a ç S o s u r d a d a a r e l ç o õ e s e c o n ô m i -
c a a c o n s o l i d a o d o m ín io do c a p i t a l i 3 t a s o b r e o t r a b a l h a d o r 0 A in d a
se e m p r e g a r á a v i o l ê n c i a d i r e t a à m argem d a a l e i s e c o n ô m i c a s c m as
d o r a v a n t e a p e n a s em c a r á t e r e x c e p c i o n a l ,. P a r a a m a r c h a o r d i n á r i a
das c o i s a s b a s ta d e ix a r o tr a b a lh a d o r e n tre g u e à s " l e i s n a t u r a i s
d a p r o d u ç ã o " , i s t o é , à s u a d e p e n d ê n c ia d o c a p i t a l , a q u a l d e c o r r e
d a s p r ó p r i a s c o n d i ç õ e s de p r o d u ç ã o , e ' é a s s e g u r a d a e p e r p e t u a d a
p o r e so aa c o n d iç õ e a ".
( 0 C a p i t a l « A Cham ada A c u m u la çã o P r i m i t i v a - v o l o 2 )
A a r g u m e n t a ç ã o de B a > r o a a o b r e a s s e m e l h a n ç a s e n t r e o E s t a d o a
t u a l e a o c u p a ç a o m i l i t a r d.o p e r í o d o c o l o n i a l p o d e r i a p a s s a r p o r ~"
c o n f u a õ a a a e c u n d á r i a s p d e c o r r e n t e s de uma i n c u r s ã o d i l e t a n t e no
t e r r e n o d a t e o r i a ? Mas a c o n t e c e que e s t a s i d é i a s não e s t ã o s o l t a s
no a r s e l a 3 desem penham p a p e l i m p o r t a n t e n a f u n d a m e n ta ç ã o d a s p r o ­
p o s t a s p o l í t i c a s e p r á t i c a s qu e 0 com p 0 vem d e s e n v o l v e n d o 0 S ão p e ­
ç a s que A ju d a r ã o a m o n t a r a e c l é t i c a c o n s t r u ç ã o d a " d i t a d u r a e s t r u
t u r a l " 0 No e n t a n t o , uma o b serv ação 3 « im p õ es e s t a s i d é i a s n ã o são*“
o r i g i n a i s » Aa s e m e l h a n ç a s , i n d i c a d a s p o r A » B o , e n t r e a a t u a l r e a l i d a ­
de doa p e f is e s d e p e n d e n t e s e o s i s t e m a c o l o n i a l , j á e ra m r e g i s t r a d a s
p e l 0 3 d e f e n s o r e s d a t e s e do n e o c o l o n i a l i s m o » S o m e n te n e s t e s e n t i d o
t e r i a r a z ã o o com p» em a f i r m a r que t a i s p o s i ç S e s n ão 3 ã o r i g o r o s a m e n
t e "su a s*!
2 - S u b ja ce n te a to d a s e s t a s t e o r i z a ç õ e s so b re a d ita d u ra e s t r u t u r a l
e s t á a i n c a p a c i d a d e do com p 0 em c o m p r e e n d e r qu e a s m e d id a s e x t r a - e -
c o n ô m ic a s to m a d a s p e l a b u r ç u e s i a b r a s i l e i r a em 1 9 6 4 » como a f i r m a EM
em " l i g u i d a r o p a s s a d o " , s o f o ra m p o s s í v e i s , e p o s s í v e i s a o lo n g o
de um p e r í o d o t a o e x t e n s o ( q u a s e 1 5 a n o s ) , d e v id o a o b a i x o g r a u de
o r g a n i z a ç ã o e de am ad.ure c im e n to p o l í t i c o do p r o l e t a r i a d o n a f a s e a n
t e r i o r a 1964»
Mas o compo i r á mds uma v e z r e c o r r e r , em s u a a r g u m e n t a ç ã o , a o s
d o c s o t á t i c o s d a O o, e c i t a o C am in h o s e C a r á t e r » Na P r e p a r a ç ã o da
5 a » C o n f e r ê n c i a , j á f o i d i s c u t i d o o s i g n i f i c a d o do m e n c io n a d o t r e -
ch o do CoCo 0 f a t o é q u e , n a q u e l a é p o c a ,, a Oo a i n d a nS o c o n h e c i a a
t e s e d a d i t a d u r a e s t r u t u r a l * que s o m e n te d e p o i s , v i a R u i I la u ro e o u
t r o s t e d r i c o s d a d e p e n d ê n c i a , s e t o r n a r i a n o t < 5 r i a 0 0 C»C» níto t i n f c ã ,
p o r i s t o , o d e v e r d e s e r e x p l í c i t o n a d i s c u s 3 â o s è b r e e s t a t e s e 0 No
e n ta n to , n o ssa p o siçã o s o b -e o c a r á t e r da d ita d u r a e s t á d e se n v o lv id a
em in d m e r o s d o e s » , t a i s como E s t a d o e C l a s s e , j á c i t a d o n a TD 4 6 .
0 comp» a c r e s c e n t a a i n d a uma n o v i d a d e * d i z que a v i s ã o s o b r e a
d i t a d u r a e s t r u t u r a l é d e f ;n d id a " p o r A»B» e p o r E r n e s t o M a r t i n s " .
Mas no que s e r e f e r e à p o s i ç ã o d e E r n e s t o M a r t i n s , t e r i a s i o m a is
h o n e s t o o comp» c o l o c á - l a t d l como e l e p r ó p r i o a e x p ô s j E no d oe»
L i g u i d a r o p a s s a d o , EoIU r e f e r e - s e à t e s e d a d i t a d u r a e s t r u t u r a l
la n ç a n d o uma p e r g u n t a :
" E j á q u e a ’ d e p e n d ê n c i a c o l o c a a d i t a d u r a m i l i t a r c o n o um d ad o ea
t r u t u r a l * p o d e r i a s e p e r g u n t a r p o r que n a r e f e r i d a f a s e do p ó s - g u e r
r a o s i s t e m a f u n c i o n a v a sem d i t a d u r a m i l i t a r ? "
T e r i a s i d o m a is p r o d u t i v o p a r a o d e b a t e s e o com p0 B a r r o s hou­
v e s s e t e n t a t o r e s p o n d e r a e s t a p e rg u n ta »
3 ) A c r í t i c a ao e s t a l i n i s m o n ã o h a v i a s i d o um te m a p r e s e n t e n a p o lji
m i c a com B a r r o s , a t é o m om en to0 E em b o ra e s t e d e b a te rião s e j a p r i o ­
r i t á r i o , t o m a - s e i m p o r t a n t e co m e n t« * a 3 a f i r m a ç õ e s f e i t a s p e l o co m p .
qpe no- m ínirao s ã o i n d i c a t i v a s d e s u a " m e t o d o l o g i a " »
Oiz A fo n s o B a r r o s * "Uma d a s c a u s a s q u e , a c r e d i t a m o u , l e v a r m a
S t a l i n à c o n c i l i a ç ã o de c l a s s e s a n í v e l i n t e r n a c i o n a l , f o i o fd o de
f o r m u l a r uma p o l í t i c a e x t e r n a b a s e a d a numa i n t e r p r e t a ç ã o e q u i v o c a d a
d a t e s e l e n i n i s t a d a p o s s i b i l i d a d e d a i n s t a l a ç ã o do s o c i à l i s m o num
sd p a í s , e n S o - a o c o n t r á r i o do que su p 3em a l , ;u n s t r o t s k Í 3 t a a m a is
a f o i t o s - a h i p o t é t i c a s u b o rd in a ç a o da p o l í t i c a da 3 a 0 I n t e m a c i o -
n a l a o s i n t e r e s s e s d a p o l í t i c a e x t e r n a d a URSS"o
A p e s a r d e A»B» a t r i b u i r a c r í t i c a p o r á l t i m o m e n c io n a d a a o s
" t r o t s k i s t a s m a is a f o i t o s " » v e j a m o s q u a l a p o s i ç ã o d a 0 o a r e s p e i ­
t o , e x p o s t a n o C»C0 no 4 *
" . » o C l a r o que h á o s f a t o s d a s u b o r d i n a ç ã o da I n t e r n a c i o n a l à
p o l í t i c a e x t e r n a s o v i é t i c a , que f o i um d o s t r a g o s e s s e n c i - i s do e s
t a l l n i .moo Mas a s a f a m a d a s p a l a v r a s d e S t a T I n - * j à ‘q u e a 3 s a " g e n t ’è"^
ríSbcTiaz r e v o l u ç ã o nem em m i l a n o s , qu e f a ç a a lg u m a c o i s a p a r a n ó s
p e l o c iin lie i.ro que r e c e b e ' - s ã o e x p r e s s ã o d e uma 3 Í t u a ç ã o e x t r e m a ,
de p l e n a d e g e n e r e s c ê n c i a de um m o vim en to r e v o l u c i o n á r i o " .
(C a m in h o s e C a r á t e r , g rifo s n ossos)
Como 8 8 vôn a teae a t r i b u í d a p o r B a r r o s a o s « t r o t s k i s t a s n ja is
a fo ito s " & n a v e r d a d e p a r t e i n t e g r a n t e doa fu n d a m e n to s d a
hÍ n r n m o % n t e n d e r a a f i r m a ç S o de B a r r o s ? T r a t a - s e s i m p l e s m e n te
U « dSScSSiíSto ta U n L da o. (partindo
t u r a d e d e f e n s o r d e s u a s b a s e s ) ? Ou o comp« a t i r a no
de iuem **>&
p a r a « f c t i n l i r a 0 1 Nenhuma d a a d u ao h lp < 5 t e s e a p o d e s e r e l o g i á v e l .

BP 1 2 /7 9
T ^ 3 ‘(p M

*' ' TD - 56
A CAMINHO DO CENTRISMO ( crjtica a td-51)

INTRODUÇÃO

A conjuntura que atravessamos hoje já não ê mais a mesma que vivíamos na 5a. Conferência.
Mas a Organização daquela época também não é mais a mesma. Os tempos mudam, as posições se
modificam e novos alinhamentos substituem os anteriores. A TD-51, um pesado documento de
44 páginas assinado por Afonso Barros, E: e L. e um atestado do que acabamos de dizer. De­
senvolvendo ao longo de páginas e mais páginas argumentos para lançar a ideia da atualidade
defuma situação revolucionaria no gaís, os autores do documento não somente se embaraçam nos
próprios argumentos: suas ccnclusoes rebaixam a linha e o programa, so cia lista , aproximando-
-se do nível das posições centristas que criticávamos, há quase dois anos, no grupo de 0-7
e , m is longinquamente, em 0-3. 0 documento de ABEL faz, cano na parábola do tonel vazio,
muito barulho ao descer a encosta. Mas ao analisarmos com cuidado todo o documento, percebemos
que o barulho era necessário para apresentar, envolvida por um manto esquerdista, uma pro­
posta p o lítica cujo caráter cen trista e inequívoco.
Trata-se, sem dúvida, de una reviravolta. Afinal Barros sempre foi conhecido por suas po
sições ultra-esquerdistas. Mas aqui tem valia a formulação de Lenin sobre a unidade dos oon
tra rio s , quando levado ao extremo. 0 ponto de partida estava na "estratégia de luta pelo T
GKT", cujo sentido ê rebaixar o programa so cia lista e, simultaneamente d ilu ir a estratégia da
mobilização independente. Agora a proposta ressurgei nas já desfigurada, pois fala-se ape­
nas em agitação e propaganda de um vago Governo Ogerario, cuja^ cabeça p o lítica seria o atual
Partido dos Trabalhadores, ccm um programa provisório mínimo "à esquerda" (â esquerda do e-
cletismo diga-se de passagem) deste Partido. A própria diluição da forma e da terminologia
usada, a confusão, as incoerências e contradições entre diversas formulações, às vezes num
mesmo parágrafo — tudo isto manifesta a tendencia para o centrismo. Sim, a Organização já
não ê a mesma, quer dizer, os camaradas que escreveram a TD-51 já não defendem posições ante
rio res. Mas o debate com o centrismo ê velho. Mudaram apenas os termos da luta.
A organização encontra-se devidamente preparada contra semelhante desvio da linha proletá
ria . Nao se assusta can_frases de efe ito , como a que culmina o documento, num rasgo de im­
pressionante auto-suficiência:
"fi^com o rarpimento deste estado de coisas (o documento refere-se à linha p olítica e ao
metodo da 5a. Conferencia) que a 6a. Conferência terá que se comprometer, revitalizando
a Organização, tirando-a do prasente imobilismo e permitindo que esta cumpra os seus des
tinos h isto riccs."
A c rític a e forte e exig iria uma fundamentação de fôlego. Infeliznente Barros e os ou­
tros camds. não se deram a este trabalho. Preferiram, colocar a Organização de sobressalto,
ameaçando ccm uma nova cisão. Como de outras vezes, não encontrando ouvidos, "reoonheceranv1
a sua precipitação.
Mas as posições permanecem. • O^anunciado rompimento foi adiado para a 6a. Conferência, fi
cando o compromisso com a discussão coletiva que agora os camaradas descobriram uma importãn
cia especial.
■1 c! .
Afonso Barros, E. e L. situaram os termos do debate. A 6a!. Conferência sera um ajuste de
contas fin al entre as correntes políticas;,«qu^. marcam a vida da Organização desde a 5a. Con-
ferên cia); desde então a lu ta foi entre a corrente marxista e sua variante revision ista de
esquerda; más agora,rdecorridos dois^anos da 5a. Conferência, a luta se trava contra uma va­
riante cujas fomulações teorico -p o liticas se aproximam do centrismo apesar de encobertas ‘■cr
um palavreado esquerdista. A 6a. Conferência decidira qual duas linhas representa de fa
to a possibilidade de cumprirmos o nosso destino h istórico.

BP. dezembro - 19 79
;!í;v " '3P

PARTE I - A METODOLOGIA

Desde a 4a. Conferência, passando por todas as reuniões do Comitê Nacional e coletivas,na
sua proposta de Plebiscito-Conferência, até a TD-51 o camarada Afonso Barros tem insistido na
mesma tecla: "0 problema fundamental da 0 . ê o método". 0 som monótono dessa tecla ameaça
sua própria intervenção, pois nada de novo se acrescenta senão a mesma frase. No último do­
cumento citado, que leva a assinatura de E. e L., Afonso re-introduz a polêmica com uma im­
pressionante pobreza teórica e falta de referências esclarecedoras. . Isto apesar de culminar
um "Balanço" da trajetória da 0. desde a 5a. Conferência.
Não entraremos no mérito do "balanço" feito por Afonso e endossado por E. e L. pois o ro­
sário de críticas irresponsáveis exigiria por si só outro documento para respondê-las. Cont£
do é de se notar: o "balanço" consiste numa cronologta desordenada de fatos, problemas e
questões, cuja conclusão é introduzida sem mediações em poucas linhas -- "o problema é o méto
do da 5a. Conferência".
Outro aspecto interessante das observações profundamente críticas do documerito acerca da
metodologia da 5a. Conferência são as omissões. Não sabemos, por exemplo, a que atribuir a
ausência de qualquer referência ao "empirismo", referência esta tão constante nas críticas d£
senvolvldas â posição oficial desde a 4a. Conferência e especialmente contra Ernesto Martins
(ver o doc. "Uma Intervenção Inicial", onde Afonso rebate as colocações acerca da inter-rela-
ção do empírico e teórico no método dialético). Será o primeiro resultado de uma auto-crítl-
ca de Afonso, ou talvez o resultado das novas assinaturas que o documento traz?
Mas a omissão do aspecto filosófico não altera essencialmente em nada a posição metodológ_i_
ca de Afonso. É o que podemos concluir da seguinte passagem:
"Outro lado de mesmo problema (metodologia da 5a. Conferência) é ignorar as leis próprias
do subdesenvolvimento e a dinâmica de classe nos países subdesenvolvidos o que permite
as abordagens mecânicas do tipo primeiro organizamos as bases das Comissões, depois des£
trelamos o Sindicato e aí o movimento se torna independente", (pág. 43)
Além de ser uma pequena amostra das dificuldades reais para discussão (pois Afonso simples_
mente deforma os termos da posição adversária), o trecho nos fornece a pista do "verdadeiro"
método. Fazendo a versão na ordem inversa, temos que o "verdadeiro método é aquele que con­
siste em se apoiar nas leis próprias do subdesenvolvimento..."
Trata-se, nada mais, nada menos, de um método cujo conteúdo é definido pelas leis "pró­
prias" do capitalismo subdesenvolvido. Na resposta ã convocação de um Plebiscito-Conferência
(o doc. de A.B. leva o título "Análise da 0. e Propostas), o BP discute o estruturalismo sub­
jacente a tais leis e dinâmica do capitalismo subdesenvolvido, rebatendo-as em todos os pro­
blemas mais importantes (tensões estruturais e arrocho, relação entre luta econômica e polítj_
ca, etc.):
"Quando criticamos as posições da TD-45, observamos que as teses da 0. sobre o subdesenvoJ_
vimento e os seus males crônicos, sobre a miséria crescente e sobre a tendência ao aguça­
mento das contradições eram justíssimas; no entanto ocorria que as posições do arrocho es_
trutural caminhavam sobre o leito densas teses justas acrescentando-lhes porém 'algo
mais1. Este 'algo mais'é justamente a absolutização dos conceitos de modo a tornar pos­
sível toda uma variante de idéias revisionistas sobre luta econômica, sobre as lutas par­
ciais, sobre a luta armada, sobre o sindicato, etc. Exemplo deste 'algo mais' pode-se
ver dlssecadamente na defesa feita pela TD-45 sobre o 'arrocho estrutural': para aquele
documento o capitalismo brasileiro é incapaz de realizar a malsuvalia no seu mercado in­
terno e a classe operária está excluída do mercado interno." (pág. 6).

QUESTÕES de nomenclatura

As teses de Barros, que acabamos de citar não aparecem com toda a clareza no documento as­
sinado juntamente com E. e L. Há, pelo contrário, um arrefecimento da forma, uma mudança no
modo de tratamento das questões políticas.
Conhecendo a posição de Barros, temos o direito de levantar o problema da própria unidade
teórica e política dos camaradas que assinam o mesmo documento. Como poderíamos, por exem-
.3.

pio, entender que no lugar da dependência estrutural, conceito utilizado por Barros nas TD's
1*5 e ^7, seja apresentado um conceito tão vago como o de "aproximação estrutural"? Na termi­
nologia marxista, os conceitos guardam uma relação muito clara com situações históricas concre
tas, com a dinâmica da luta de classes e nisto reside o "rigor" conceituai. "Aproximação es~
trutural" nada diz a respeito da determinação material que existe entre a luta econômica e a
luta política; se o ponto de vista defendido por Barros nas TDs *»5 e kl resvalavam para umcer-
to estruturalismo, para uma absolutização dos problemas do subdesenvolvimento, a noção de "de­
pendência estrutural" guardava pelo menos uma relação clara com estas concepções. Na TD-51, o
conceito de dependência é abandonado por caracterizações diluidas que nem superam o esquematis_
mo de Barros mas tampouco permitem entender em termos marxistas a dinâmica da iuta de classes.
0 correto seria, no caso, dizer que a derrota política do proletariado em 196** criou as pre­
missas para um nível de exploração da mais-valia desconhecido em nossa história pelo menos de£
de o final da lia. Guerra, e que esta situação tende a tornar as lutas reivindicatõrI as extre­
mamente violentas na medida em que a burguesia mãnTTestasse uma resistência a quaisquer conce^
sões (o que, diga-se de passagem, não é o caso).
Em lugar de uma terminologia clafa, confusão, diluição em toda linha. 0 exemplo acima cit£
do pode ser ampliado em cada página do documento. E o caso do conceito empregado para tipifi­
car a emergência de uma situação revolucionária: com a radicalização das lutas operárias e a
inviabilidade de uma solução burguesa para a crise, estaria "aberto c espaço" para o proleta -
riado colocar para sl o problema do poder. Mas em luta de classe real, em história viva, não
hã "espaço aberto". Isto é terminologia empregadq no movimento estudantil e serviu durante
muito tempo aos propósitos da "luta contra o ditadura", desaauando no dcmocratlsmo. Em luta de
classes, existem ou nao forças capazes de abordar o problema do poder.
Na fase atual, apenas a burguesia se encontra em condiçoes de "aborenr" este problema na me
dida em que tem nas mãos as armas econômicas, políticas e militares. Os camaradas reconhecem^
em breves momentos de lucidez que a condição do proletariado colocar para si o problema do po­
der supõe sua organização em termos nacionais, o que passa pela sua unificação como classe ho­
je. Mas então a perspectiva do poder acaba se diluindo, sendo apresentada em perspectiva,, num
"processo"...que, advertem, não é linear, etc.

A mesma crítica pode ser feita com relação a termos como "Governo Operário" (resumo da tãti
ca), "Governo dos Trabalhadores" e "Governo Revolucionário dos Trabalhadores", ''rata-se d ames]
ma coisa? Ou as bandeiras que unificariam as massas em torno do Governo (Operáric, dos Traba­
lhadores, Revolucionário dos Trabalhadores): o instrumento seria um "programa mínimo revolu -
cionário", uma "plataforma de lutas" e ainda um "programa a esquerda do programa oficial do
PT".

A diluição dos conceitos marxistas está presente no documento quando se fala genericamente
das "massas", quando no lugar do conceito de proletariado industrial ou de classe operária ê
utilizado o conceito de "trabalhadores", etc. Esta diluição ê algo muito sério quando se dis —
ute o problenla da abordagem do poder, pois então estamos nos referindo a aliança de classes.
Veja-se, por exemplo, a seguinte passagem, conclusiva da parte sobre conjuntura:
,!As vanguardas comunistas e dos trabalhadores têm, por isto, que aproveitar o momento v, a-
tual para construir a sua unidade política nacional (frente de esquerda) e com isso atin­
gir as amplas massas trabalhadoras; mobiliza-las e educa-las segundo seus interesses pró­
prios de classe, e segundo uma perspectiva própria de poder. Devem ocupar todos cs espa­
ços legais de a~cesso às massas... Por fim, deye fortalecer os vínculos de alianças entre as
classes exploradas. Cs setores proletários da pequena-burguesia, são elementos funriamen- -
tais nestas alianças, por seu qranJc peso nuffiérico c funcional p q estrutura produtiv? capi­
tal ista brasil ei rã e por sofrerem c m quase à mesma intensidade que a ciasse operário ~s e-
feltos dos 15 anos de arrocho salariel e repressãc política.".

E interessante observar que, depois de falarem genericamente em "trabalhadores1, inclusi­


ve em "vanguarda dos trabalhadores','abarcadas cornos comunistas numa "frente de esquerda", os ca­
maradas venham a distinguir precisamente a pequena-burguesia proletarizada. Será algo ciferen
te dos trabalhadores assalariados da cidade e do campo, algo que não nos tenhamos até x momen­
to preocupado e que passa a ter um "peso numérfeo e funcional" na estrutura produtiva caoita -
lista? Mais uma vez a pequena-burguesia?
Nio vamos cansar os comps. com mais exemplos. 0 importante é observar que numa 0. mar-
xista-leninista, toda e qualquer discussão parte sempre de uma dada linguagem e terminologia
comuns. Este é, por assim dizer, um problema de disciplina partidária.

AINDA A DITADURA ESTRUTURAL

As observações precedentes indicam contudo para o problema do conteúdo. A diluição na


forma representa de fato una superação das teses estruturalistas da luta de classes no Bra­
sil? Infelizmente não. Embora na primeira parte do documento as análises levantem aspectos
próximos ou mesmo a defesa de posições oficiais, como demonstraremos a seguir, o sentido ge­
ral da análise deságua na mesma concepção que Barros tem defendido até aqui.
Ê de se notar, em primeiro lugar, que não existe propriamente análise de conjuntura. 0
capítulo que leva este título tem mais o papel de introduzir as conclusões da parte históri­
ca. Em outros termos, todo o discurso se desenvolve tendo como referência a crise da ditad^
ra militar, vista como elemento determinante para concluir, ã margem de uma tentativa de com
preender o nível de consciência e organização do proletariado, pela configuração de uma cri­
se revolucionária. Esta conclusão, lembramos, é tímida, cercada de confusas adjetivações(e£
tá "aberto espaço" para a luta política pelo poder, não devemos entender esta evolução de mo
do linear, etc.). De qualquer modo, ê uma conclusão política que vai permitir, no resumo so
bre a tática falar na atualidade da palavra de ordem do "Governo Operário".
A ênfase na crise da ditadura em termos da conclusão política levantada por A3£l suge­
re a permanência da concepção da ditadura estrutural. A leitura do texto, principalmente na
parte consagrada ao "momento conjuntural" não deixa dúvidas: a alternativa democrática não
tem condições de se firmar, o quadro da crise obriga a burguesia a pedir um governo forte,en
tão o que se_manterã é uma ditadura militar em crise...até que o proletariado venha a sup¥
rar a s ituação.

A análise da TD-51 sugere a possibilidade de um período de instabilidade política pro­


longada, algo semelhante ao que ocorreu na Argentina desde a queda de Ongania. 0 proletarja
do argentino passou por esta experiência, mas perdeu a partida (ver attigo de 0. Hernandez 7
"De Campora a Vi dei a", publicada na MM- 6 ) . No PSB esti dito que somente a destruição*das ba
ses sociais do golpe de abril afastará a possibilidade de uma nova forma de dominação violerT
ta sobre o proletariado. E portanto o problema fundamental ê a preparação do proletariadoT
Mas aqui estamos lidando com projeções e tendências a prazo. 0 exemplo da Argentina serve pa
ra contrastar com a situação presente: em primeiro lugar, ao contrário daquele país, a bur­
guesia não sai da fase da ditadura mi 1 itar enfraquecida. 0 que estamos assistindo mais se
aproxima do caso da Espanha, onde a burguesia conduziu a transição da ditadura aberta pa*-a a
ditadura velada. Em segundo lugar, a burguesia brasileira não se depara com um proletariado
forte, tal como se manifestou na Argentina em 1969 no episódio do "Cordobazzo". Estè é um
fator importante para delinear com clareza as perspectivas a curto e médio prazos.
Os camaradas, porém, partem de outros pressupostos. Diga-se de passagem, são os pressu
postos da maioria da Esquerda no país: a ditadura aberta é uma necessidade estrutural da~"
burguesia. A democracia significa o governo de uma classe dominante virtualmente na defensi
va, incapaz de exercer sua dominação. A maioria da Esquerda tira como consequência toda umã^
teorização sobre o papel das lutas democráticas; os camaradas pretendem extrair as conclusões
"de esquerda" mas, como veremos, chegam apenàs a posições centristas.
Ao encarar deste ponto de vista a solução aemocrático-burguesa para a crise atual, os ca
maradas deixam de compreender também o processo real que se passa sob os seus olhos: a bur~
guesia conquista a pequeno-burguesia e começg a neutralizar lideranças operáries. A "rilter-
nativa" que delineia hoje para a crise são as próximas eleições estaduais e toda a mobiliza-
çao partidária que a acompanha. Estão aí os novos partidos, já em campanha pela organização
de suas bases eleitorais.

Por outro lado, a mesma concepção de ditadura estrutural,impede uma análise concreta da
situação do movimento operário. A TD-51 limita-se a descrever, grosso modo, a evolução des­
te movimente, sem discutir qual foi o aprendizado real do proletariado ao longo destes quin­
ze anos._ Não se vê também a fraqueza e os limites desse aprendizado, pois 15 anos significa
ram também despolitização e desorganização. Temos então, na TD-51, os fatos; e a interpreta"
'<p' (f> G ? .p • 4 o o

ção dos fatos conduz sempre e entender o movimento operário nos termos do agravamento das
suas condições materiais de existência, de modo absoluto.
Evidentemente a análise nem sempre apresenta-se assim deste modo claro e coerente. Em
certos momentos transparece um ponto de vista mais próximo da linha oficial, a exemplo da
parte inicial da tribuna, quando a ditadura militar é apresentada sebre o pano de fundo de
uma sociedade capitalista ccmplexa, sugerindo a inviabilidade de sua sustentação a prazo.Ou
tra passagem importante, embora localizada, ê a que destaca o papel das comissões de fãbri~
ca, vistas como instrumentos de pressão e revitalização dos sindicatos, e como instrumentos
de luta. Mas estes aspectos bem localizados, incoerencias e contradições dentro da concep­
ção geral estruturalista. Assim, o tímido avanço na análise do papel das comissões de fá­
brica, somente para ficar neste exemplo, e violentamente castrado na parte consagrada à tá­
tica. A partir das considerações sobre a "legalidade" das comissões, estas passam a depen­
der dos sindicatos atrelados para terem existência real. Não é, seguramente, pela unidade
firme que primam os autores da T D -51.

OS SINDICATOS NOS PAÍSES "PERrFERI COS"

Dissemos que a análise consagrada ao movimento operário toma os fatos para comprovar, a
frio e sem mediações, as teses estruturalistas de Afonso Barros. E o que se pode observar
na parte consagrada aos sindicatos.
A tese sobre os sindicatos ocupa 8 páginas e tem um papel básico no conjunto do docume£
to. De fato, seria através dos sindicatos que a classe operária entraria na cena política.
Mas nenhuma fundamentação concreta acompanha esta tese. Pelo contrário: mais uma vez são
as leis próprias do subdesenvolvimento a dar este papel aos sindicatos.
"Nos países periféricos - ou subdesenvolvidos - os salários são mantidos baixos como 1
constata Lenin, no "Imperialismo", daí as reivindicações salariais ferirem mais direta
mente o próprio Estado, que centraliza e dirige a economta; daí os sindicatos assumT
rem...", etc.

0 trecho citado introduz uma colocação de Lenin com o claro propósito de dar escopo ãs
ilações 1óqicas que se seguem sem nenhum esclarecimento prévio: de fato, a sequência da p£
lavra "daí" nada tem a ver mais com Lenin. 0 "pós-leninismo" de Afonso entra, assim de uma
forma oportunista. Aliás, este passs a ser o método fundamental de todo o raciocínio do do
cumento na 2a. parte, posto não se lançar abertamente ã defesa de suas conhecidas posições
e nem refutar clara,lente a linha da Organização.
Pois bem, o que particulariza o sindicato num país periférico? A TD-51 cita o caso do
Brasil, mas por que razão o atrdamento sindical não ocorreu na Argentina: na Bolívia e no
Chile? Que particularidade tem esse nosso país tropical? A tribuna nada esclarece a res -
peito. (Há, porém, a novidade de um Estado que "centraliza e dirige" a economia. Esse ab­
surdo teórico, de onde provém? Será que para o pós-leninismo o capitalismo superou seu ca-
rater privado e resolveu suas contradições no interior do Estado?).
Mas, prossigamos, em que consiste o sindicato atrelado nos países periféricos? No fato
de que, ao assumirem as lutas salariais transbordam o plano econômico e se colocam no plano
político. Falando na linguagem conhecida por todos os quadros da Organização, a superexplo
ração conduz o proletariado ã luta direta contra o poder burguês.
Nós já criticamos esta concepção sobre o papel dos sindicatos na 5e. Conferência. 0
que interessa agora ê verificar a serviço de que objetivo vem a re-edição da tese. Como os
sindicatos tem seu papel determinado pela superexploração do proletariado e esta situação o
releva politicamente, a conclusão ê clara: o atrelamcnto dos sindicatois ao Estado não tem
nenhuma importância.
Este o "miolo" da tese sobre os sindicatos nos países periféricos: o atre lamento sindi
cai é secundário, será jogado para o alto com a radicalização inevitável da luta de clas­
ses , etc.

Com vistas a defesa desta tese, a TD-51 ataca uma suposta concepção "organicista" do de
satrelamento sindical, concepção esta abraçada pela 5a. Conferência e uma interpretação " m
correta" do NOSSO TRABALHO NOS SINDICATOS. Trata-se, sem dúvida, de uma deformação proposj_
tal, pois sempre dissemos que a luta contra o sindicato atrelado ê uma luta política, uma
luta contra os mecanismos e as amarras que o prendem ao Estado burguês. 0 nosso suposto"o£
ganicismo" revelaria, por outro lado, como sugerem os camaradas, uma tática de boicote ao
s indicato.
Ao contrário desses "desvios" da 5a. Conferência, os camaradas se arrogam o método jus­
to: o problema do atrelamento precisa ser encarado em termos conjunturais. A força daclas^
se operária diante da burguesia seria o elemento decisivo. Mas sabemos que se o objetivo
do sindicato livre não for assinalado explicitamente, se não forem criadas as suas bases ma
teriais, a classe operária não enfrentará o problema conscientemente.
Outros argumentos são enfileirados para combater a importância do d e s a t r e i t o sindi­
cal. 0 mais significativo é o de que a garantia do controle sobre o movimento uporário não
depende da estrutura sindical atrelada, mas da repressão, do "terror sobre a classe". Cla­
ro que os camaradas lembram o período anterior ao golpe de 196^». Então surge outro argumer^
to para explicar o controle do movimento operário sem o recurso ao atrelamento sindical: o
reformismo. Assim a TD-51 vai rei ati vizando a concepção de que não é o atrelamento sindi­
cal a causa da contenção da luta operária. Melhor seria desenvolver uma análise histórica,
onde estes diversos aspectos possam ser compreendidos em sua relação concreta. Uma leitu­
ra dos "AONDE VAMOS" ajudaria muito a verdadeira compreensão do papel do sindicato atrelado
nos rumos do movimento operário brasileiro. Nos "AONDE VAMOS" o sindicato atrelado é visto
no contexto de transformações operadas na composição do proletariado e nas mudanças em sua
vanguarda. Estas razões históricas explicam a relativa tranquilidade com que Vargas impôs
o controle estatal sobre os sindicatos. Mas uma vez estabelecido este controle - e devemos
lembrar que embora implantados em 1939 , os sindicatos atrelados somente tem uma existência 1
real no interior do movimento operário depois de 19^6 , principalmente a partir de 1951* -, u
ma vez existindo este controle as massas operárias ficaram a mercê de uma prática cupulistã^.
Claro que a política de colaboração de classes jogou um papel fundamental na manütenção do
atrelamento, mas o importante é perceber a consequência disto. 0 problema é o enquadramen-
to da classe nestes sindicatos. As lideranças são continuamente desviadas das bases para as
cúpulas, as greves são quebradas em seu potencial e o aprendizado político fica restrito s
burocracia que se encontra no sindicato. E foi precisamente porque não dispunha da outra 1
organização afora este sindicato que e burguesia pode conter, em abril de 1964, o movimen­
to operário de maneira tão vergonhosa: bastaram prisões e intervenções nos sindicatos para
precipitar a classe numa profunda derrota.
A conclusão política que extraímos da experiência de 64 foi a de que é imprescindível a
destruição do sindicato atrelado; vimos no trabalho de base a premissa fundamental para li­
quidar este sindicato^e para o surgimento de um sindicato livre. Para nós isto faz parte
do processo de educação da classe operária, pois a luta sindical é uma "escola" ^je p:epar=>
os operários para desenvolver a luta contra a burguesia, em termos de classe.
Isto está dito em "NOSSO TRABALHO NOS SINDICATOS". Estranhamente, porém, os camaradas
tomam este documento para tirar outras conclusões. Na verdade, todas as críticas que são 1
imputadas à 5a. Conferência revelam seu verdadeiro alvo: o ataque a linha da Organização 1
sobre o Sindicato.

A passagem que transcrevemos abaixo demonstra o método empregado na TD-51:


"0 documento 'Nosso Trabalho nos sindicatos" traz premissas gerais justas porém insufi
cientes para o enfrentamento da realidade com que nos defrontamos, isto tanto pe 1a si-
tuaçao interna da Organização, como em relação ã própria necessidade de se usarem cs
sindicatos como forma de acesso à classe: prega o desatrelamento, a organização pela
base, como premissas para um sindicalismo livre. Entretanto o documento c insuficien
te na abordagem da relação sindicato-massa, dando, inclusive, margem a que nele se a-
poie para se posicionar tanto cm torno das posiçoes atuais da 0 ., ou seja, de se ne­
gar o sindicato, mesmo juridicamente atrelado, a capacidade de aglutinar, educaF e mo ­
bilizar de forma independente as massas trabalhadoras - a depender, è claro de QÜEM es
íiver na sua direção." (todos os grifos são nossos menos QUEM que ê da TD).

0 procedimento é simples: inicialmente se afirma que "Nosso Trabalhe nos Sindicatos" '
contém "premissas gerais justas". Que premissas são estas? 0 desatrelamento, a erqc rira -
çio pela base, etc. Contudo, logo se acrescenta que o documento é "insuficiente"... justa­
mente na abordagem central'. NTS é insuficiente para a TD-51 na relaçio sindicato-massa, 1
quando este é o centro do documento. 0 desatrelamento é uma premissa justa, mas no geral ,
isto é, no pape 1 . 0 que vale,afinal das contas é outra coisa: o atrelamento não impede a
mobilizaçao independente do proletariado, e sendo assim a única preocupação é conquistar a
diretoria do sindicato. Tal é, como veremos a seguir, na parte dedicada a tática, a tese
central do documento. ~

A CONCEPÇÃO DO PARTIDO NA TD-51 E DA ORGANIZAÇAO

Reivindicando para si a teorização sobre o significado histórico da formação do Partido


dos Trabalhadores, os camaradas estabelecem na TD.51 uma série de questões para o debate
(espaço conjuntural e estrutural do PT, as características do ,PT, o que tem o PT a ver com
a formação de um partido revolucionário do proletariado, o que fazer).
Da mesma forma que no caso dos sindicatos, descobre-se que o PT
"vem evidenciar um fato fundamental da dinâmica das lutas de classe nos piíses subdesen
volvidos: a proximidade estrutural entre a luta econômica e a luta política do prole
tarlado.".

Assim, o PT não passa de um fenômeno derivado de outro, um fenômeno produzido pelo auto
matismo das leis "próprias" do subdesenvolvimento. Sua potencialidade está i jscrita desde
o Início nestas leis, o que, nos levaria a supor seu surgimento inexorável, talvez sem Lula
(mas isto é o que menos importa).
0 que se acrescenta em termos do "espaço conjuntural" nada diz respeito ao movimento
operário, mas ã "incapacidade da burguesia em controlar o movimento". Ou seja, novamente
os fatores^ são da ordem estruturais, pósto que a incapacidade aí assinalada roíl*** a ve -
lho Tosiçao oolarc o rrrocho estruturnl.
A conclusão: o KT decorre de uma "combinação" entre fatores objetivos independentes da
consciência operária (a estrutura econômica subdesenvolvida, a "incapacidade" da burguesia
em exercer seu domínio ideológico), tanto estrutral como conjunturalmente. Sob o ponto de
vista teórico trata-se, sem dúvida, d: uma concepção sobre a totalidade histérica (o capi -
tal subdesenvolvido) marcada pela abstração das condições reais. É uma totalidade abstra­
ta, pois os fatos já estão prê-determinados peia estrutura. Não há a rigor o surgimento do
novo, mas apenas a atualização do velhò, irrupção, num dado momento, da determinação estru­
tural. A categoria da totalidade é, para o marxismo, uma categoria fundamental. A totali­
dade reflete sempre relações reais, relações vividas pelos homens segundo o lugar na produ­
ção social. São relações móveis, que sofrem transformações precisamente pela açãodasclas-
ses. 0 marxismo estruturalizado da TD-51 introduziu porém uma modificação substancial nes­
ta categoriaformalizandc-a, esvaziando-a do aspecto histórico, perdendo de vista que a to
talidade histórica não é uma hierarquização já dada, mas em movimento e que é construída -
e destruída — pela ação das classes.

Se algjm sentido tem a expressão "conjuntura", devemos então compreender q formação do


Partido dos Trabalhadores em um momento dado da luta de classes. As condições reais não po
dem. ser um derivativo das estruturas, uma espécie de fenômeno derivado (um "epifenômeno") "r
das leis automáticas do capitalismo. As próprias leis i.somente podem atuár sob a condição
da passividade das massas trabalhadoras e sua submissão eo reinado do Capital. A revolta
contra a exploração capitalista revela o caráter trans itõr»o .dessas leis e loço s sentido
histórico (■>•-'•*-') n50 é acaso, mas também não é um fenômeno derivado or» íeis do
capitalismo. Ê sobretudo a expressão da revolta inicial contra a atuação "cega 1 das leis !
capitalistas, uma revolta contr- o ^uqe da ~bruta1Tzação e da miséria provocadas pelo desen­
volvimento do capitalismo bes üvs.. ;uLti-roo 15 cnce.
Os camaradas nao dizem uma palavra sobre o aprendizado real da classe operária ao longo
dos quinze anos de ditadura militar. Seria o medo de uma incursão "empírica" na realic<~dc;
a qual fizesse estremecer o edifício artificial de sua teorização?
0 que significou para a classe operária esses quinze últimos anos? c a partir dessa
oergunta que entenderemos o surgimento do PT precisamente neste momento e não em 1345, 1 íJ3

jjíHH.) 0 0 eur -i x n t o d e ueí oora ciênci- anti-c.^itcliutí a s rrrov « o'jcr -Vira d* 7ft- 7 9 ....
ou 1964. 0 proletariado que emerge nas greves de hoje não é o mesmo do período anterior ao
golpe. Trata-se de uma classe muitas vezes mais concentrada, cujo número praticamente do
brou e ê outro o peso relativo dos diversos setores. Novos contingentes se incorporaram aõ
proletariado. Em termos políticos e ideológicos, o golpe de 1964 demonstrou a falência do
reformismo e do trabalhismo; a vanguarda operária, até então dominada por estas correntes,
mergulhou numa profunda cirse. A nova esquerda não se enraizou na classe. A deppolitiza -
ção da classe no período de ditadura militar, garantida pela ponta das baionetas.não deixou
a classe senão diante da sua brutal exploração. Os pattidos oficiais, ARENA e MD9 cumpri -
ram apenas o papel de quebrar, em cada eleição, a ilusão sobre a possibilidade de mudanças
através do parlamento e suas lideranças mais notáveis foram identificadas com o oportunismo
eleitoreiro e demagógico.
A "novidade", quer dizer, a formação de um Partido dos Trabalhadores surge como resulta
do geral desses quinze anos de ditadura militar; e surge como resultado na medida em que <T
consciência desses quinze anos. Trata-se de uma consciência 1imi tada tanto pela experiên -
cia real do movimento operário, como pelas posições próprias de um setor s indical do movi­
mento operário. Assim, lado a lado com um caráter anti-capitalista acehtuado e uma anteci­
pação sobre o sentido histórico da própria iniciativa ("os trabalhadores nunca tiveram um
partido próprio", "a classe sempre foi manobrada", "a CLT e o sindicato foram criados para
dominar o proletariado", etc.) tem lugar outras manifestações tipicamente pequeno-burguesas
("o PT luta pela liberdade de organização de todos os partidos, pela democracia, r. c!asse
operária deve participar das decisões da política económica, etc.).
A TD-51 situa genericamente o combate ac democratismo, deixando de compreender que este
combate se desenvolve tanto em termos programáticos (a Carta de Princípios do PT), como e
principalmente sobre o terreno das lutas parciais, pois é neste terreno que a pequena-bur-
guesia democrática consegue deitar influência no movimento operário. Mas justamente por
não analisar o desenvolvimento real do movimento operário em termos de sua qualidade, das
influências políticas e ideológicas que sofre, e, logo, a própria situação dc PT, a TD-51 a
presenta este Partido como se encontrasse numa espécie de Limbo, cercado abaixo pelos demo
cratistas que querem atrelá-lo ao "carro da pequena-burguesia" e acima pelos comunistas que
serão os únicos capazes de salvá-los dos abismos do Inferno.
£ importante ressaltar que o programa apresentado pela TD-51 como o programa capaz de
formar uma tendência proletária dentro do PT e transformar o PT num "partido revolucionário"
é um programa diluido, que não corresponde ao próprio objetivo assinalado. 0 que signifi­
ca, a rigor, um "programa mínimo provisório ã esquerda do PT"? Deixaremos a resposta a es­
ta pergunta para a parte consagrada ã tática. Por ora é Importante assinalar apenas que as
vociferações contra o democratismo acabam por cair no vazio.
Que conclusões podemos tirar da TD-51 no tocante a questão do Partido?
Ao invés de tomar o caminho da análise concreta, ê escolhido outro, o da análise estru­
tural, a qual, por força de sua própria lógica, impede o conhecimento do novo. 0 curso real
da luta de classes — que hão se desenvolve em linha reta — é deformado pela tese estrutu­
ral ista das "aproximação estrutural da luta econômica e da luta política" dos países subde­
senvolvidos. A concépçãc da TD-51 nio somente não deixa lugar para as lutas parciais, mas
igualmente conduz a outra concepção de Partido. A vanguarda comunista aparece na TD-51 (e
em todos os documentos de Afonso Barres) como o 1ugar-tenante e o procurador da revolução a
gindo em nome de uma classe incapaz de amadurecer politicamente pela própria experiência. Ã"
fonso já nos disse que, devido às leis do capitalismo sub-desenvolvido nao ,h£ 11 ,o' pa-rTõ
desenvolvimento das lutas parciais e do amadurecimento político da classe no curso das lu­
tas parciais e do amadurecimento político da classe no curso destas lutas. Assim, a van­
guarda "interpreta" os anseios da classe operária e preparar-se para a luta pelo poder - mes
mo que este problema não esteja colocado para a classe. Isto representa um completo romfI-~
mento com todas as nossas tradições, com o marxismo-leninismo. Mas, ao que parece pouco im
porta, pois o marxismo-leninismo precisa ser "desenvolvido" .e aí está Afonso Barros para
cumprir esta missão.

Em 1962, no seu II? Congresso, tiramos a seguinte resolução:


"uma política operária para o Brasil — esta é a tarefa que a esquerda esta, neste mo
mento, chamada a realizar e que impõe, para o seu exercício, un P^rtiHo ^evolucionário
capaz de efetivá-la. Esse Partido não surgirá de vez mas se formará organicamente, e
partir das lutas diárias das massas, no entrechoque das grandes e pequenas batalhas que
o proletariado trava contra a exploração da que e vitima^ Unificando as suas forças,
os grupes dè esquerda terao melhores condiçoes para participar da luta e orientã-la no
sentido de uma verdadeira luta Ja classe - e e no bojo desse processo que hè de se for­
mar o Partido." (os grifos S30 nossos)

Esta concepção sobre o Partido marca toda a história da Organização. Se a TD-51 volta-
-se contra tal concepção hoje, seus 3 utores serão obrigados — caso sejam consequentes — a
tirar todas as implicações e criar uma outra tradição teórica. Mas na POLÍTICA OPERARIA não
cabem estas inovações sobre o partido como emanação das leis do subdesenvolvimento. E para
comprovar o que estamos afirmando sobre a tradiçao da PO, lembramos que em 1367 opusemos ao
"Grupo de Minas" (com a sua visão da necessidade de uma "tática global") a mesmíssima linha:
a formação do Partido se dá ao longo do desenvolvimento das lutas parciais, na medida emque
formamos a vanguarda de um movimento operário independente e oposto ãs instituições e polí­
tica burguesas. Estas posições constam no documento "Sobre a Tática: Mais uma vez a luta
pela Constituinte", de 1367. 0 que defendemos hoje sobre o papel do Partido dos Trabalha­
dores se insere nesta tradição: entendemos que o PT será uma frente contra o Capital, as­
sentada na defesa das necessidades atuais e imediatas do proletariado. No presente momento
aplica-se com tods a riqueza a velha colocação de Marx, bem como de Engels (ver correspon -
dêncla sobre o partido operário nos EUA, publicada no Boletim Interno) -- um p-.sso prático
é muito mais importante do que dezenas de programas bem redigidos e teoricamen_e consisten­
tes. 0 amadurecimento político do proletariado no confronto de classes criará efetivamente
as condições para a penetração das teses do Brasil Socialista, e este é o nosso ponto de
vista como Organização desde a fundação.

PARTE 2 - A TATICA

E X I S T E UMA SITUAÇÃO REVOLUCIONARIA NO BRASIL?

Antes de verificarmos qual o papel que as precedentes considerações de método cumprem em


nossa crítica, situemos ainda uma última questão, a questão que para ABEL se transforma no
"leitmotiv" do documento: a configuração de uma situação revolucionária no país.
0 problema e colocado, como vimos, em vári?s partes do documento:
"...a quebra do descensc do movimento de massas, coloca os trabalhadores na arena polí­
tica, estando assim, objet ivãmente, dado o espaço da luta contra s dominação burquesa,
por uma organização política nacional própria e por uma alternativa proletária de po­
der."
"0 desenvolvimento da conjuntura aponta desde já para a vanguarda proletária tarefas
ligadas di retamente ã implantação de um governo operário assim como tarefas referentes
ã construção de um Partido Revolucionário dos Trabalhadores.".

Na medida em que estão presentes condições objetivas para colocar o probl dc ceder,a
vanguarda comunista deve, consequentemente assumir para si as tarefas correspondente:, “'ias
quais são estas condições objetivas?
Para Lenin, no clássico texto sobre a revolução proletária, estas condições apontam ca­
ra um quadro onde as classes exploradas já não queiram seguir vivendo cono antes e as clas­
ses exploradoras não possam mais seguir dominando ã maneira anterior.
Em primeiro plano existem os sinais de uma crise econômica, indicados pelas alt^s ta­
xas de inflação dos últimos meses. 0 desenvolvimento econômico recente repete a inflação £
corrida em 1965, quando atingiu a cesa. dos 80%. 0 abalo social causado pela inflação pôde
ser visto nas greves que mobilizaram não somente setores dc proletariado, mas igualncnte ma£
sas trabalhadoras não-proletãrias. E a radicalização das greves, dando a tcnic' desde mar-
fz-(/ 0 G>.p- h o 5

ço de 1979, chega também às classes médias. Tivemos o caso dos fretistas e mais recentemen_
te dos motoristas de táxi, mas estes setores que são diretamente atingidos pela elevação dos
custos de produção apenas precedem uma movimentação mais ampla das classes médias. Exemplo
disto foi a explosão social ocorrida em Florianópolis, a 1? de dezembro último. E não por
acaso o Ministro da Fazenda adverte quê novas explosões virão a ocorrer^
0 que estamos vendo é a irrupção do proletariado depois de üm prolongado período de apa
tia e desorganização, de concorrência pelo salário, de despolitização. A radicalização pr<[
cisa ser vista também contra o pano de fundo desses quinze anos, quando além do problema a-
tual da decomposição dos salários reais, ouvimos gritos como este estampados nos boletins 1
dos metalúrgicos do Rio: nchega de sufocol"
Contudo não basta falar da radicalização, pois esta é uma evidência. 0 que precisamos'
saber é outra coisa, é a qualidade desse processo de radicalização das massas proletárias.A
verdade surge das próprias manifestações objetivas — o proletariado tem participado fisica
mente das lutas gerais contra o arrocho salarial e a carestia. Não se distingue ainda pol_i_
ticamente. As greves ocorrem por categoria, a partir de campanhas salariais e se voltam pa
ra melhorias econômicas e sociais imediatas, coisa aliás escamoteada pelos camaradas quan­
do d izem que

;iAs greves e manifestações reivindicatõrias, apesar dc ter origens salariais e por me­
lhores condições de vida, exigiram dos trabalhadores um enfrentamento político das lu­
tas.".
A"origem" das greves, camaradas, é a exploração capitalista, nos níveis atingidos até o
momento. 0 sentido das greves, contudo, é econômico ainda. Até o memento não se colocou —
tep um peso efetivamente desfavorável — uma luta da clas­
se para arrancar do conjunto da burguesia concessões reais. A "política" é este movimento
de classe contra classe e que necessariamente situa o Estado como alvo. Tal limite preci­
sa ser analisado quando falamos em luta pelo poder. Outra questão é a "politização" das lu
tas, a tomada da consciência de que lado está o Governo, de que se faz necessário derrubar1”
os obstáculos ã livre organização nos locais de trabalho e no plano sindical, etc. Esta
"politização" das lutas está ocorrendo, mas não massivãmente como dão a entender os camara­
das; finalmente, "defrontar-se com problemas de ordem política" não significa a luta políti
ca, ou que os operários entraram na cena política e "assim" estaria aberto o espaço para
luta contra a dominação burguesa.
Ainda mais, convêm frisar q>je o proletariado industrial de hoje não dispõe de uma lide­
rança reconhecida, não segue a legenda de um Partido, não tem cabeças políticas de destaque
nacional. Lula tem estatura para preencher este papel mas suas posições vacilantes não se
casam bem com o radicalismo da vanguarda operária nascente. A ausência dessa liderança po­
lítica reflete também o nível de organização do movimento operário extremamente baixo. Di­
ferentemente de 1545, quando chegou a se formar o MUT e a breve experiência da C.G.T.B., o
proletariado de hoje não dispõe sequer de um arremedo de central sindical. Como disse Marx:
"0 objetivo do movimento político da classe operária é, sem dúvida, a conquista do po­
der político; para este fim, ê preciso, naturalmente, uma prévia organização da classe
operária desenvolvida até certo ponto, nascida de suas próprias lutas econômicas."

Por outro lado, em que situação se encontram as classes dominantes? Os de "cima" se ein
contram realmente impossibilitados de seguir dominando à maneira antiga?
Ao discutir a posição da burguesia diante da crise do regime militar» os camaradas apr£
sentaram, como vimos na parte consagrada ao método, uma visão bastante confusa. Sugerem u-
ma situação de instabilidade política, o que ê correto, mas acabam por concluir que a bur -
guesia encontra-se num beco sem saída. 0 retorno ã fase de Mêdici é "impossível" e a rede-
mocratização é "difiçil", assim expressam a presente situação e as tendências em marcha. 0
problema — e o erro -- está em identificar a crise do governo militar com a crise da domi­
nação burguesa, em transformar a crise do regime na crise da sociedade. Nós dissemos na
TD-52 que a crise econômica rompe o equilíbrio social e precipita a crise política da dita­
dura mi 11 tarjdevido ao agravamento das contradições geradas pelo desenvolvimento capitalis­
ta nestes 15 anos, as lutas sociais terão um caráter agudo; o fim da ditadura militar provo
cará, sem dúvida, um abalo na estabilidade política do Estado burguês. E concluímos: o
quadro indica a marcha da sociedade burguesa para uma crise geral.
Mas não concluímos daí que a burguesia se encontra num beco sem saída. Somente quem ra
cíocina com base no esquema da "ditadura estrutural" pode confundir a crise atual com uma
crise catastrófica. Lenin já havia criticado na corrente esquecdista da IC semelhante des
vio: não há do ponto de vista do funcionamento do sistema capitalista uma situação absolu”
tamente sem saída. Somente a ação revolucionária do proletariado poderá provar a ausência
absoluta da saída. £ este aspecto que precisa ser ressaltado, pois embora possamos prever
uma agudização dos conflitos da classe e levantar a hipótese de uma crise revolucionária, 1
nós temos que levar em conta a situação atual do proletariado, que ainda não é c / a z de
tomar iniciativas revolucionárias. E a burguesia, camaradas, dispõe ainda de reservas sig­
nificativas. Com Figueiredo» abriram-se as portas para uma solução democrática, pois tal
foi o sentido da anistia e da reforma partidária.

Os camaradas, porem, tornam virtualmente impossível uma solução deste tipo, pois para
eles a tendência geral

"continuará sendo o enfraquecimento dos instrumentos de dominação direta da burguesia


(partidos, parlamento)."
j;. . ” t■
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'.>i
Ja mostramos, na primeira parte deste documento, como esta concepção sobre a democracia
burguesa entendida como governo "fraco", encarada como uma solução de uma classe quase em
situação de defensiva, enfim, como esta concepção bloqueia uma compreensão da conjuntura a-
tual. Ao contrário do que afirmam os camaradas, a tendência vem sendo o fortalecimento dos
instrumentos de dominaçao direta e um reflexo disto é a própria situação do partido dos Tra
balhadores. No PT nós vemos toda uma corrente com os olhos voltados para as próximas elei”
Ç°es diretas, preocupados em não cindir com possíveis aliados com força par lamentar,etc.
A corrente da qual fazemos parte, luta para transformar o PT num instrumento político da
mobilização das massas operarias, mas até aqui encontra-se numa situação francamente desfa­
vorável. 0 que significa esta relação de forças dentro do PT senãc o reflexo de que a bur­
guesia ccmeça a neutralizar alguns setores da classe operária, principalmente a lideranc? 1
sindical?

Os camaradas não conseguem compreender que o rumo tomado pela luta de classes está afas
tando a perspectiva de uma derrubada revolucionária da ditadura militar. Desconhecem que êT
burguesia está resolvendo ela própria a crise do seu regime, descartando-se da tutela das
Forças Armadas. Esta saída não foi descartada pela PO, embora colocada como menos prová­
vel (ver AONDE VAMOS 3).

A redemocratiz 3ção que estamos assistindo não é um processo linear e de r.t r regi
me liberal. A burguesia p r o c u n manter intactos todos os seus instrumentos e posições es­
senciais, que implantou sobre a classe operária desde o golpe de abril de 1564. As FFAA n^o
sairão de cena para recolher-se aos quartéis com o "estrito cumprimento de seu dever consti
tucional".

E evidente que a redemocratilação está ocorrendo num quadro de crise, e isto repercute
sobre a própria marcha da redemocratização. Em outros termos, a marcha se dá através de
sigue-zagues , de retrocessos, paradas, etc. Aventamos a possibilidade de um novo golpe mi­
litar, visando interromper a radicalização dc proletariado. Mas, dada a situação geral, um
golpe dificilmentevinçaria. A burguesia está pouco predisposta a um retorno ao período Mé
dici; as classes médias estão descontentes e isto afeta as próprias bases das FFAA (princiT
palmente a baixa e média oficialidade), e além do que estas classes médias não podem ser ma
nipuladas contra a ameaça do proletariado — simplesmente por não existir este perigo no mo
mento atual. 0 golpismo é uma tendência latente no período, mas não descaracteriza r. ten”
dência ã redemocratização do governo.
Portanto ã pergunta — existe uma situição revolucionar ia no Brasil? devemos responder
negativamente. A conclusão o uma só: não estão presentes as condições objetivas ar~ a
vanguarda comunista se colocar o problema do poder. Nós lutamos para que se imponha a ten­
dência nascida da própria crise capitalista que se esbeça, a que vem manifestando n^s 1
greves operárias destes dois últimos anos. Neste aspecto consideramos a inexperiência po­
lítica e a falta de organizaçao do movimento operário como um elemento fundamentei para se
traçar perspectivas a curto e médio prazos.
^2,.0-0-G.p

E com base nesta análise concluimos que a projeção sobre uma futura crise revolucioná -
ri a
"sô reforça a necessidade atual de aproveitar a oportunidade que já começa a surgir a
luz do dia, de formar o proletariado como classe independente."
Como materialistas, teremos de partir do nível e dos problemas concretos vividos pelo
movimento operário atual, é este o terreno das lutas por melhorias econômicas e sociais i-
mediatas, onde se coloca em evidência o papel dos sindicatos.

0 "EIXO" DA TÁTICA SEGUNDO ABEL

Barros, E. e L. afirma que o desenvolvimento da conjuntura aponta outras tarefas para


a vanguarda comunista. Aponta tarefas ligadas diretamente ã implantação de um Governo Ope­
rário.
Seria de se esperar então dos camaradas esclarecimentos necessários, definindo o assim
chamado "eixo da tática". Mas então ficamos sabendo que o eixo da tática ê
"unificar o movimento em bases proletárias".
0 que se pretende dizer com semelhante frase? Em vão procuramos uma definição clara a
respeito na TD-51. Existem apenas, dispersas, colocações sobre um "programa revolucionário
mínimo ã esquerda do programa do PT" (Tese sobre PT, d - III) que coesionaria a "tendência 1
proletária ao nível dos massas", mas encontramos também colocações que propõe;n unificar o
movimento operãrio""sob bases proletárias utilizando desde hoje uma plataforma de lutas a
nível nacional" (Tese sobre Trabalho Clandestino/Trabalho Legal).
Quando um militante da Organização fala em tarefas revolucionárias, ele está obrigado
a esclarecer concretamente que tarefas são estas. E inadmissível jogar com palavras como '
fazem ABEL, a exemplo de "programas" e "plataformas". Todos os militantes sabem (ou devem
saber) que programa revolucionário e plataforma de lutas são dois conceitos que traduzem o-
rientações e práticas qualitativamente diferentes, embora relacionadas. Então quando fala­
mos em abordar o problema do poder neste momento, se estamos empenhados na derrubada da di­
tadura militar, em termos de uma soíuçáo revolucionãria (pois ê preciso que cs camaradas fa
lem de derrubada da ditadura militar, pois nenhum Governo Operário virá a instalar-sc neste
país senão sobre os escombros da ditadura militar), se é realmente disto que estamos falan­
do, então não cabem "plataforma de lutas" mas tampouco de "programas revolucionários míni -
mos ã esquerda do programa do PT". Cabe um programa revolucionário claro - o PSD.
Outra ordem de problemas é a justeza da proposta de Ooverno, o que discutiremos a se­
guir. Mas uma vez levantado o problema é indispensável identificar no atual momento as con
dições para sua formação. Dissemos, em vários documentos, e principalmente no Doc. sobre a
propaganda do GRT, que a palavra de ordem somente tem sentido caso o proletariado, esteja 1
sendo cortejado para soluções políticas reformistas. E mais, o GRT tornar-se-ia atual quan
do existisse a sua base de sustentação, quande existir o proletariado capaz da mobilizar a-
trás de si os milhões de trabalhadores da cidade e do campo.
Não e este o método escolhido pelos camaradas. Apelam sempre para as "leis do subdesen
volvimento" e, neste sentido as condições para a existência de um Governo de Transição est£
riam praticamente dadas — pois o movimento operário irá necessária e inevitavelmente apro­
fundar-se em termos revolucionários porque tangidos por estas leis.
0 método, porém, tem outra consequência: torna extremamente difícil precisar uai o '
sentido da palavra de ordem de "governo operário" — se propagandística ou atunl. Case (5cs
se, porém, uma proposta atual, uma tarefa para este momento, os camaradas teriam no mínimo
indicado quais os germens, os embriões de órgãos de poder do proletariado. Ficamos então 1
com a propaganda do "Governo Operário", propaganda que visa "influenciar" o movimento oper£
rio em termos de "perspectivas de poder".
Neste momento percebemos então a verdadeira "tática" que surge por detrás do manto de
formulações vagas, confusas e de críticas formalmente esquerdistas.' A verdade da p sição 1
tática de ABEL é a diluição do problema central de toda revolução: o problerm dc poder.
Nas considerações sobre a Frente de Esquerda, os camaradas colocam o MEP em primeiro pia
no e não por acaso: somente esta Organização defenderia Com clareza a bandeira do Governo
dos Trabalhadores. Todos nós conhecemos porém as posições centristas do MEP. Teriam os ca
maradas esquecido que para o MEP as bases sociais deste governo incluí, além dos trabalhado
res "outros setores oprimidos", onde portanto fica aberta a porta para o pequeno e médio ca
pitai? Não sabem que o MEP tem levantado hoje a bandeira pequeno-burguesa da "terra a quem
trabalha"? Esqueceram-se que no "programa mínimo" o MEP inclui transformações democráticas,
diluindo assim a tarefa de destrui r o Estado burguês?
Não, não pode haver "esquecimento". Tal interpretação rebaixaria inclusive a m il i t â n ­
cia dos camaradas ao nível de uma posição infantil e irresponsável. Ocorre outra coisa: u-
ma convergência de posições entre ABEL e o MEP. Esta convergência se dá no ponto essencial
para a teoria e prática revolucionárias: a questão do poder ê enfrentada de maneira dilui-
da, através da amorfa fórmula do "Governo Operário" ou do "Governo dos Trabalhadores" ou
ainda do "Governo Revolucionário dos Trabalhadores".
Onde se manifesta a diluição do problema do poder? Em primeiro lugar quando abdicam de
uma clara propaganda das metas finais, da propaganda da bandeira do Brasil Socialista em t£
da sua profundidade e extensão. Devemos lembrar que no decorrer da exposição, os camaradas
se referem ã mobilização dos trabalhadores "segundo" uma perspectiva própria de poder, e
tal perspectiva não é para eles a Ditadura do Proletariado e sim um Governo de Transição.
Ademais o Governo de Transição reflete a situação dc um proletariado que desenvolve um
embate ainda parcial com a velha ordem social. Mas não será a perspectiva da revoluçac so-
clalista, pois como criticamos no passado 0 * 7 , o governo visado pela revoluçãc socialista é
a Ditadura do Proletariado ("Em Defesa do PSB). Nós admitimos uma situação em que o prole­
tariado seja dono de fato do país, mas ainda não disponha de forças para uma transformação
revolucionária da sociedade; neste caso apoiaremos e participaremos de um Governo do Transi
ção, na condição de ser realmente um G3VERN0 REVOLUCIONÁRIO DOS TRABALHADORES.
E aqui também, em segundo lugar, se manifesta a diluição do problema do poder. di­
luição aparece tanto na caracterização de suas bases sociais, como na definição de suas ta­
refas .
Vimos como A3EL trata formalmente as bases sociais da revolução: usa indiscriminadame£
te conceitos como "massas", "trabalhadores", "movimente operário", etc. e dá um destaque t£
do especial â "pequeno-burguesla proletarizada" das cidades. £ absolutamente incrível como
os camaradas retroagem em relação ao ABC da linha marxista: a pequena-burguesia deixou de
apresentar, mesmo quando em proletarização, os 1 imi tes dc classe que sempre destacados pa­
ra evidenciar sua hesitação política entre burguesia e proletariado. Ao invés disto, a pe­
quena-burguesia proletarizada tem um "papel fundamental na aliança das classes exploradas",
seja pelo seu peso "numérico e funcional na estrutura produtiva capitalista", seja por so­
frerem "quase a mesma Intensidade do arrocho e da repressão política sofrida pela classe
operária".
No CURSO BASICO, aula III, é situado o processo de crescimento numérico d. assalariados
sem propriedade dentro da pequena-burguesia, ressalvando-se porém que a proletarização eco­
nómica dessas camadas não as integra automaticamente na luta operária, mas ao contrário, es
pontaneamente seu ideal é ascender socialmente e resistem â sua absorção pelo proletariado
industrial. Os camaradas deixam de lado o que há de mais essencial na caracterização da
pequena-burnuesia proletariazada das cidades, a saber,
"0 que o pequenc-burguês sem propriedade tem em comum com as camadas proprietárias da
pequena-burguesia é o fato de pertencer, como explica Marx a uma classe intermediária,
na qual os interesses das duas classes perdem s imul taneamente~ã agudeza., imaginando es
tar acima das classes om gerafT11 (cs qriíos são nossos)

0 que precisamos enfaíizar na aliança das classes exploradas é o papel dc proletariado


industrial , isto è, da classe operária, com o destaque necessário para que possamos antever
com clareza o caminho da >*evclução. Trata-se do proletariado não genericamente englobado '
sob a categoria "trabalhadores" (tal como apresentado na TD-5l)* mas do proletariado organi
zado como classe, independentemente e em oposição ã sociedade burguesa. Nesta medida, ç fun
damental na aliança das classes exploradas é a atuação do proletariado, porquanto "na prãti
ca tudo é decidido pelo desenlace da luta dc proletariado, e as classes médias (compreendi­
da toda a pequena-burguesia e, portanto, todo o 'campesinato') vacilam inevitavelmente en­
tre um e outro campo" (Lenin, Prefácio ã edição do discurso "Sobre como Se Engana o Povo
com as Palavras-de-Ordem da Liberdade e Igualdade"). Quando se trata da incorporação des­
tas camadas intermediárias ao campo do proletariado, o fundamental c o movimento desta cias
se, a saber, a decisão, a combativicíàde, a organização e a clareza dos objetivos com que de
lineia novos rumos de luta.
Não é contudo pela clareza dos objetivos que primam bs camaradas.
Existe a já criticada confusão entre os conceitos de programa e plataforma. Existe tam­
bém a diluida caracterização‘do que vem a ser o próprio "programa" do Governo Operário — um
programa que segundo os camaradas estaria "à esquerda" do PT. Partindo deste tipo de form^
lação, concluiremos estarem ã esquerda praticamente todas as Os. que defendem o PT. Mas
então o que vem a ser a "esquerda" de um programa eclético como o do PT? Uma coisa vem a
ser a radicalização de determinadas metas incluidas no programa do PT, outra é tomá-lo, co­
mo fazem os camaradas da TD-51 , enquanto referência para a definição das tarefas de um Go­
verno de Transição.
Por outro lado, se nós podemos prever que num momento de crise aguda o proletariado se
rebele contra a velha sociedàde, mas ainda não em termos da revolução socialista, sabemos da
importância da clareza dos objetivos finais para que as Iniciativas do proletariado não se­
jam perdidas para a burguesia. Por isto mesmo a clara propaganda dos fins, da meta socia -
lista e do princípio da ditadura do proletariado precisa ser delineada em todas as fases da
luta. E também pela mesma razão não admitimos em nossa linha "programas mínimos", mas ape
nas o programa socialista. Como comunistas temos o dever de levar às massas operárias ã T
compreensão e a convicção ferrea de que a solução para os problemas económicos e sociais é
o socialismo. Que hoje tal bandeira possa parecer "abstrata" ou quem sabe "radical" de­
mais para o gosto dos centristas pouco importa; isso apenas nos cobra os métodos e o momen­
to mais adequado para concretizar a propaganda do socialIsmo, bem como a escolha do público
certo e apto a entende-la. 0 mais são palavras de ordem de transição, metas que - como a
encampação dos monopólios, a nacionalização da terra, etc - aproximam o proletariado dos ob
jetivos socialistas, mas não se confundem com estes objetivos.
£ sobre um plano de conceituações vagas e confusas que surge a verdade da tática propos
ta. Independentemente da consciência que disto tenham ou não os seus autores, a amorfa fõr"
mula do "Governo Operário" e seus sucedâneos tem o único e exclusivo papel de abrir as por­
tas para a conciliação com posições reformistas, para a indicação de "objetivos intermediá­
rios" como, por exemplo, a "luta contra a ditadura". A ênfase dada ã ditadura militar, em
termos da crise atual, a imprecisão com que o Governo de Transição é apresentada,-desde a
questão de sua atualidade ou não até a caracterização de suas bases e tarefas, tudo isto en
fim, antecipa a "abertura para a direita" iniciada com a TD~51. E se os camaradas não as~
sumem esta perspectiva é porque as tradições da PO, se encontram ainda solidamente arraiga­
das na consciência da Organização.

ESTRATÉGIA ;E TÁTICA
!“* . 1 •••! >A : '! '' -
Em "FORMAR A VANGUARDA PROLETÂRIA,: dissemos que
"0 uso de noções como 'estratégia e tãtica'diseiplinam os debates do problema/do fim e
dos meios para atingi-io/ - sob a condição de que sejam aplicados de um modo material is
ta e não como chavões para cobrir lacunas."

Sabemos que, fora do senso comum da pequeno-burguesia, o termo "tática" é empregado pe­
lo marxismo-leninismo para caracterizar mudanças a serem atingidas dentro de uma dada corre
lação de forças, estando, por outro lado, a serviço de objetivos estratégicos - que rnodifi”
cam essas relações de força em termos do poder entre as classes.
Quando falamos em "mobilização independente de proletariado" pretendemos falar de estra
tég ia * dc caminho que opõe o proletariado como classe ãs instituições e à política burguêT
^ (p çó-G , p • t\\<y

.15.

sas, pelo qual esta classe desenvolve uma ação própria, seja em termos de objetivos, seja
em termos dos métodos empregados para alcançá-los.

Na TD-51 não encontramos estas referências teóricas e políticas claras. ABEL refere-se
ao "Governo Operário" em termos táticos (ver parte consagrada ã tática) numa frase, mas em
seguida, graças a colocações genéricas sobre a "agitação e propaganda" deste Governo, cfas-
tam esta meta do alcance imediato. Tudo transcorre como se — e aqui impera o senso comum
pequeno-burguês corro se estratégia e tática fossem conceitos que lidassem com "proximi­
dade" ou "distância"• do objetivo revolucionário.

0 importante a destacar nesta confusão de conceitos, porém, é a diluição da nossa estra


tegia. Fica nas entrelinhas sugerida uma outra estratégia, a "estratégia de luta pelo GRT",
ainda que apresentada no contexto de uma discussão sobre a tática.
A_diluIção da estrategia da Organização deve ser vista e discutida ali onde os camara -
das são obrigados a falar clara e concretamente: o trabalho de fábrica e a prática sindical.

SINDICATOS E COMISSSES

No resumo sobre a tática,dc TD-51, o objetivo assinalado ê a conquista das diretorias.


Trata-se, sem dúvida, de uma alteração profunda da linha da Organizaçao pois, admitindo a
participação em diretorias, sob determinadas condições, nosso objetivo fundamental sempre 1
foi o desatrelamento dos sindicatos. Aqui está em jogo a própria estratégia, uma vez que o
problema a ser discutido é a mobilização independente do proletariado e não apenas a tátl-
ca s indicai.

Assim como ABEL procedem a um rebaixamento do Programa, levam a estratégia - 'escer tam
bém um degrau. A "mobilização independente do proletariado" lado a lada com a formação dã"
vanguarda proletária não é uma frase, mas uma linha concreta para conduzir a oposição da
classe operária às instituições e ã política burguesas. E isto significa dar conta do de-
satrelamento dos sindicatos, da formação do Partido, etc. No tocante à questão sindical,to
mamos como dada a sua subordinação ao Estado, através dc um conjunto de mecanismos e leisT
Trata-se de um sindicato estatal. A luta pela independência da classe operária, que a colo
ca num patamar mais elevado para a consecução do objetivo final, passa também pelo rompimen
to com este sindicato. 0 desatrelamento nao é outra coisa que transformar os sindicatos em
órgãos controlados pelas massas operárias. E neste aspecto, desatrelamento e trabalhe de
base sao vistos como aspectos de um só processo. Ainda mais, a classe operária brasileira
não conhece um sindicato realmente operário, e este é um elemento fundamental pois implica
na participação dos comunistas dentro do sindicato atrelado. Sendo assim, todo trabalho den
tro dos sindicatos precisa obrigatoriamente, pois do contrário deixará de ser um trabalho ~
revolucionário, denunciar e encaminhar a luta contra os limites e as amarras que o prendem
ao Estado.

Este conjunto de formulações marca a separação entre a posição oficial e a dos autores
da TD-51.

A divergência centra^ com ASEL pauta-se justamente no problema do desatrelamento sindi­


cal e projeta toda uma série de questões no contexto da nossa estratégia. Evidentemente re
ferImo-nos a linha principal e não a aspectos .secundários. A TD-51, por exemplo, fala em
conquistar as diretorias "também" com vistas ao desatrelamento, que não existe oposição en­
tre trabalho de base e conquista das diretorias, etc.
Além do problema citado, manifestamos também discordância em dois outros pontos. sa­
ber: o de que os sindicatos "atuais" seriam representativos e no papel do sindicato enquan
to instrumento legal para a estabilidade das comissões de fábrica.
A te se p r i n c i p a l s o b r e a t á t i c ' sindical — a c o n q u i s t a dos d i r e t o r i a s - part- do pressu
p o s t o da r e p r e s e n t a t i vi dade do s i n d i c a t o " a t u a l " , conforme e p o s s í v e l l e r nas MDrono«;ta<;—
para uma p õ T T T T c i s T n T T c ã T ' 7': P P

"Sendo, pols^ o sindicato atual representativo da classe impõem-se a participação em di“


retorias (não pelegas, é claro), c que automaticamente nos colocaria em situação dc li­
deranças naturais do movimento.".
A tese vem cercada de alguns adjetivos cujo papel ê justamente evitar um confronto cla­
ro de posições. Assim, fala-se em sindicato "atual" quando se sabe que o problema precisa
ser analisado dentro de uma evolução do movimento operário, ccmo indicamos atrás. Outra co
locação de idêntico sentido e o termo "natural" que se empresta ã nossa participação em di­
retorias. Natural por que? Será que a "representatividade" do sindicato é suficiente? Ou
isto supõe um trabalho s is temático dentro e fora do sindicato, onde a nossa liderança se a-
firme pela sua combatividade, espírito anti-capitalista c por um nítido combate ao atrela -
mento do sindicato? Onde sejamos levados ã liderança pela intervenção classista ao longo
de uma série de lutas parciais?
Evidentemente, os camaradas poderão dizer que tudo isto está "pressuposto" na represen-
tatividade dos sindicatos "atuais". Mas neste aspecto os camaradas
defenderem uma política de conquista das diretorias, onde por sinal
lavras da TD-51) contra o atrelamento. Afora o caso do Sindicato de São Bernardo do Campo,
onde observamos esta representatividade que os camaradas enxergam nos sindicatos "atuais"?
Interessante seria analisar de fato a realidade operária desses dois últimos anos e não e x '
trapolar logicamente dos fatos deduções falsas.
Fazendo um balanço da última greve dos metalúrgicos de São Paulo, Paulo Skromov escre­
ve para EH TEMPO:
"Interessante ê que no ano passado, sim, houve uma derrota desmoralizante dos metalúrgi
cos que os detratores da última greve não levam em conta, e cujos refle>os negativos T
foram um sério obstáculo ã retomada da luta este ano".
Lembramos que a campanha s a l a r i a l deste ano foi extremamente fraca, que a massa operá­
ria perdeu a confiança no .sindicato por causa dos instrumentos de que lançou mão o pelego
Joaquim Andrade. a S^crre o ono pas ac^p votQ s |ncjical izado decidiu a parada. ' descrédito
que se seguiu foi aprofundado com as dispensas e as listas negras varrendo das fábricas as
lideranças nascentes e d e s a r t i c u l a n d o as comissões. E a Oposição Sindical não conseguiu
realizar a preparação nas f a b r i c a s suficientemente forte para o embate deste ano — um emba
te onde estava em questão a p o l í t i c a s a l a r i a l e portanto onde a corda se distenderia ao má ­
ximo, rompendo como é óbvio no lado mais fraco.
Uma coisa, enfim, é dizer que a c l a s s e operária não dispõe de outra organização a não
ser o Sindicato Atrelado e que e retomada do movimento precipita o peleguismo em uma crise
(que, aliás, está longe de ter acabado). Uma coisa é dizer, então, que o Sindicato Atrela­
do funcionou como canal de expressão das greves. Nós, inclusive, consideramos os sindica -
tos "atuais" como uma referência para o movimento operário. Outra coisa ê tomar essa reali
dade para falar da "representativida ae" do Sindicato, sem distinções. 0 caso de São Berna~
do ainda não é geral, antes pelo contrário. E neste caso cabe destacar que o avanço da di~
retoria se deve sobretudo a pressão vinda das fábricas, nascida da primeira greve geral
(1978). No Jornal PO falamos da resistência de algumas fábricas am acatar a proposta do
fim da greve naquele período, como foi o caso na Vi liares. Os passos consecutivos desta di
retoria mostram a importância da luta contra o desatrelamento apesar das vacilações: deslT
gamento da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo, constituição de um Fundo dê"
Greve independente do Sindicato, eleição de delegados sindicais na Volks sem o impecilho da
sindicalização, realização de um Congresso Sindical com bases fabris, etc.
0 fato é que, afora o Sindicato de São Bernardo, a absoluta maioria dos sindicatos não
dispõe de bases organizadas nas empresas, condição para se falar em representatividade real
— isto é, de um novo sindicato em gestaçao.
Este é o segundo ponto de divergencia com a TD-51. 0 documento relativiza a importân -
cia da organização de base, pretendendo inclusive que "todas" as correntes políticas defen
dam esta tarefa. Mas o que se observa é justamente o contrário, como a experiênci? v W i 'o
Rio, São Paulo e Minas permite constatar. A tese de ABEL, de que "a luta coRt"- o desatro-
1amento deve e pode ser conduzida através do sindicato", esta sim converge com todas as
correntes porque relativiza o trabalho de base como premissa para o sindicato livre. Pouca
valia tem advertir que a luta contra o desatrelamento através do sindicato não é imcòmpatí-
vel com a organização de base. 0 que está em jogo ê a orientação principal.
Em outros termos, o problema a ser discutido - e a divergência - está no objetivo, se
a conquista das diretorias (TD-51) ou se o desatrelamento sindical (TD-52). E sobre este
plano que apreciamos a "representatividade" dos sindicatos, bem como a questão dc trabalho
de base.

Sobre este último aspecto, trata-se para a posição oficial de uma combinaçSc entre o
trabalho sistemático dentro do sindicato com o trabalho nas fábricas. A posição de ABEL
contrasta e se opÕe em pelo menos dois pontos importantes: o papel das Oposições Sindi
cais e das Comissões de Fábrica.

No tocante às Oposições» o seu papel fica limitado ao anti-peleguismo. Quando os cama­


radas se referem ã organizaçao da OS, o critério passa a ser a luta contra as diretorias e
não contra o atrelamento sindical o que permitiria inclusive ‘verificar até que ponto esta­
mos lidando com uma diretoria não pelega.

Já o destino das Comissões de Fábrica passa, conforme a TD--51, pelo Sindicato. Mesmo
sem levar em conta os critérios de julgamento da experiência das comissões, extremamente 1
facciosos (as comissões seriam "raríssimas", não houve boicote de Lula, os "núcleos ou gru­
pos de fábrica" sãp propositalmente confundidos com "núcleos de comissão, etc.), o importan
te são as considerações sobre a relação entre comissões e sindicato:
"£ de se entender que a Comissão de Fábrica — objetivo a ser atingido é claro — não
pode ser visto fora de sua legalização. A Comissão dc Fábrica ou e aberta ou não e
Comissão...A vanguarda deve se preocupar em identificar os meios concretos - repetimos
- que possam levar hoje, nesta conjuntura levar o movimento a atingir objetivos maio -
res, as comissões de fábrica inclus ive..." (Estes meios, "com destaque para o sindica­
to) .
Em primeiro lugar devemos deixar clara nossa divergência com relação a esta concepção 1
sobre as comissões. Nõs temos dito, desde antes do golpe, que tais organismos refletem o
nível de consciência do movimento operário -- e da vanguarda no seu meio. Por isto admiti­
mos a possibilidade das comissões virem a ter um papel político e não apenas sindical. Re­
centemente viemos frlando das Comissões de Fábrica como "bases do Sindicato Livre", mas não
incorremos no equívoco de subordiná-las ao sindicato "atual", um sindicato atrelado. Que
as comissões joguem um importante papel na libertação dos sindicatos da tutel~ c.st~t?l istã
fora de questão, como demonstrou o exemplo do ABC. Mas enquadrar as comissões nes sindica_
tos atuais, fazendo depender destes sindicatos a conquista das comissões c inverter as coi­
sas. Na Espanha as Comissiones Obreras enquadraram-se como sindicatos mas isto significou
o enquadramento legal da classe, quer dizer, sua aceitação de que ã ditadura fascista se se
guirla a democracia burguesa.
Em segundo lugar lutar pela independência das comissões face ao sindicato significa tam
bém avançar na conquista do sindicato livres. ASEL começam justamente p el o sindicato, pe
la estrutura sindical, pelos organismos legal que é o sindicato -- para falar então das co­
missões. Nesta linha as comissões ustão fadadas a se desenvolver nos limites dos sindica -
to atrelado. A história real mostra, ao contrário do quo pensam os camaradas, que quan­
to mais independentes da estrutura s i n d i c a l forem as comissões maior a sua força e poder de
revitalização dos sindicatos, maior n garantia da quebra do atrelamento.
Em terceiro lugar, confunde-se o problema jogando com os conceitos de "legalidade" e
existência "aberta" das comissões. A Cornissão de Fabrica da FIAT-RJ, como os camaradas sa­
bem (não bastasse o jornal PO para tanto), foi aberta, escolhida numa assembléia da fábri­
ca, os patrões pelegos e policiais conheciam os seus participantes. Nem por isto teve exis_
tência legal, pois dependia de reuniões convocadas pela delegação sindical, um ergão legal,
com estabilidade garantida num acordo entre os operários e patrões no TRT.
E finalmente, em quarto lugar, o mesmo exemplo do Rio serve para evidenciar n.? prática
como é possível utilizar a estruture sindical atrelada (as delegações sindicais de fíbrica)
sem entretanto enquadrar as Comissões nesta estrutura. Diga-se de passagem que a dirétcrla
do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio, apoiando-sc nos erros da vanguarda da Comissão da
FIAT, conseguiu finalmente quebrar com sua independência e dissolvê-la. Foi uma vitõri? do
sindicato estatal sobre a organização independente da classe operária. ,
A posição de ABEL não é nova, ném para a Organização e nem para a Esquerda. Os militar»
tes mais antigos conhecem a posição, pois tiveram a oportunidade de discuti- 1 rn T-a. v.-:ife
rêncta e depois novamente nas teses preparatórias do fracassado 6? Congresso. 0: r i s o -
?2> <A 0 G , p 4Ú' *

vos conheceram-na através da crítica de Martins em "Liquidar o Passado..." e mais recente­


mente con a publicação do Balanço do Trabalhe Regional em W e no Ativo Operário Regional de
W. No Balanço a SR criticou a posição de aceitar convite para participarmos da Federação
dos Metalúrgicos vista então pelos camaradas como um "meio" para fazer "também" o trabalho
de base (Lula neste ponto está quilômetros adiante dos camaradas'.). No meio da Esquerda ,
há a velha e conhecida posição do PC3, de que falamos mais atrás. Diga-èê de' passagem que,
em 19^6 o PCB incorporou em sua linha sindical as Comissões de Fábrica - aconpanhada porém
da idéia de que tais órgãos reforçassem os organismos sindicais. Em fins do governo Gou­
lart, o PCB começou a formar "comitês de empresa" em vários lugares. Sabemos da experiên­
cia de Osasco, onde o PCB via a organização dos comitês com vistas a sindicalização e re-
forçamento das diretorias sindicais diante da necessidade de dispor de um poder de pres­
são maior sobre o governo Goulart. As bases partidárias nas empresas nem sempre segui -
ram esta orientação e graças a isto fica um ponto de retomada depois do golpe de 1964,p r m
cipalmente na Cobrasma. Tal era a política de conquista das diretorias sindicais dc FCB.
Mas a formulação mais clara sobre o papel dos sindicatos vem do MR- 8 , que em seu Ativo Sin_
dical Operário de 1979 diz:
"A construção desta estrutura (sindical livre) começa com a dinamização dos sindicatos,
com o seu alargamento, com a ampla organização das bases sindicais nas empresas, com o
controle progressivo das massas operárias sobre a vida desses órgãos e a neutralização
progressiva da legislação sindical repressiva e da capacidade do Ministério do Traba­
lho intervir na vida dos sindicatos." (página 6 ) • *

A coincidência de posições não é um acaso, embora se partam de pressupostos teóricos o


postos. 0 encontro se dá em virtude da diluição do atrelamento dos sindicatos
Quando falamos em desatrelamento dos sindicatos como tarefa principal, e não na con­
quista de diretorias, pretendemos ver nisto a conquista de uma nova relação de forças en­
tre o proletariado e a burguesia, criando-se uma posição de classe avançada e forte para
a abordagem do poder assim que existir esta condição.
0 destarelamento e a organização de base são dois lados da mesma moeda. De um Wide fa
Íamos numa plataforma específica contra o atrelamento (uma luta contra os mecanismos de
controle estatal sobre o sindicato, sendo este o caminho para a classe operária co mpr ee n­
der qual é a política burguesa no sindicato e opor-se a ela); de outro empenhamo-nos no tra
balho de base, direta e indiretamente. Mas nestes dois aspectos o principal ê o trabalho
de base, prenissa do desatrelamento.
0 que está em jogo é a luta pela independência dos sindicatos do Estado burguês, isto é,
a transformação dos sindicatos em órgãos realmente controlados pela massa operSria. 0 pro­
blema é de tal importância que mereceu a inclusão da seguinte tese no PSB:
"0 movimento sindical de cupula serve aos desígnios do reformismo e da burguesia; uma
pequena fração burocrática fala pela classe e amortece os conflitos de cl?sse. Os n -
legos falam pela classe enquanto a voz dos operários nas fábricas não intervem na luta
po 1 í11ca .".

Esta foi a nossa posição quando criticamos a organização da greve dos metalúrgicos do
ABC, em março último. A centralização da luta nas mãos da diretoria sindical, o ataque
contra as comissões de fábrica no decorrer da campanha salarial, tudo isto retirou das mas_
sas o poder de disciplina do movimento, embora não quebrasse a sua combatividade. Em ter­
mos do amadurecimento político da classe, Lula e outros tiveram um papel extremamente "iega
tivo. De fato, somente eles pediam falar e quando o fizeram escamotearam ãs massas as ra­
zões pelas quais a greve deveria ser interrompida. Na TV Tupi, entretanto, Lula d i s s o que
as razões foram políticas, que o golpismo ameaçava a classe operária. Neste momento - que
não foi nem será o último — Lula agiu segundo o comportamento clássico das cúpulas s i n d i ­
cais reformistas.
Chegamos aqui ã última questão proposta pela TD-51: a "individualização polí:ic^ da
PO no movimento operário". A colocação ê apresentada sem uma referencia explícita a táti­
ca sindical, embora, estranhamente, seja um item dentro das "propostas para uma pc'ítioa
sindical". Mas deixando de lado a já exaustiva crítica de método, o que vem a ser en ter­
mos concretos, quer dizer na situação atuai do movimento operário a "rejeição a qualquer
projeto reformista", etc.? Nós combatemos estes projetos tanto no plano ideológico como no
plano político. Mas P^RffcVrf£#íreno ^ político somos obrigados a dizer qual vem a ser na
atualidade a política- «J gce sita em joao'noBtc !X)líti ca ê a conci 1 iação com a burguesia,
em termos de um arrefecimento das greves e de um novo pacto social, em troca de conquistas
democráticas. A ameaça golpista vem sendo brandida ao longo das greves para baixar o nível
da radicalização das massas operárias. E sobre este plano que rejeitaremos qualquer poli
tica tendente a atrelar o movimento t^eráric. A ci são no mcvimento operário, sugerida pe~
los camaradas, precisa-se dar em fun^iò de razões concretas e onde esteja em jogo os inte -
resses imediatos das massas operárias. Do contrário seríamos reconduzidos ã velha políti­
ca de se provocar artificialmente uma divisão no movimento operário — o que nos conduziria
na verdade a um isolamento, a ;untà re-édiçãó do sectarismo enterrado pela 5a. Conferência.
Estas observações já_foram feitas ao final da TD-52, mas convém repetir aqui: o comba­
te ao reformismo e ao dèrívbcratismo, desenvolve-se hoje principalmente sobre o terrer.o das
lutas parciais. A greve dos metalúrgicos do Rio foi uma demonstração clara de que somos
os únicos a levantar claramente a questão da libertação dos sindicatos, a sermos intransi -
gentemente pela dond.ução da luta da classe até o fim — contra os democratas e centristas
que procuraram interromper a greve devido a ameaça de intervenção sobre o sindicato. 0 ba­
lanço da greve que tiramos para a liderança operária nascente aponta estas conclusões polí­
ticas e serve como exemplo vivo da propaganda anti-democratista a partir das lutas parciais.
*••
A TESE SOBRE 0 TRABALHO LEGAL, UMA TESE LIQUIDACIONISTA - ~ -
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Para finalizar a crítica à TD-51, cabem ainda algumas considerações sobre o papel espe
ciai da imprensa legal. 11
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No documento a j,mprensa ocupa, por assim dizer, um papel estratégico, pois é em volta
da imprensa que se formaria uma "fração proletária de massa". Trata-se, sem dúvida, de al­
go multo semelhante ao proposto pelo "Centelha", quando pretende que seu jornal legal aglu­
tine uma "tendência proletária" dentro do Partido dos Trabalhadores, numa espécie de revi -
vescêncla deformada do papel da ISKRA na constituição do Partido Bolchevique.

Dizemos uma "revivescência deformada" pois no caso do partido russo o trabalho da ls-
kra consolida num plano mais elevado, no plano da luta política contra o czarlsmc, o traba­
lho "artesanal" da fase inicial dos círculos social-democratas. Já conhecemos o horror de
Barros ao que denomina "trabalho microscópico" nas fábricas.. Mas este trabalho foi essen
clal para o enraizamento da social-democracia no movimento operário russo, e do sou sucesso
dependeu inclusive o passo seguinte dado pelo Iskrà. A este respeito, vejamos c cíúe nes 1
diz "Liquidar o Passado para Destruir o Futuro?".

. "A conhecida obra de Lenin, '0 que Fazer?', por exemplo, reflete os problemas da jovem
classe operária russa, embora isso nem sempre seja compreendido pelo leitor de hoje.
• -; ■ -v v - v 11
A soeial-democracla russa surgiu ainda na década de 80 do século passado, como movimen­
to de intelectuais. Evidentemente ainda estava longe,^!e-s,or um partido. S‘ègundo Lenin
essa fase durou aproximadamente de 1884 a Í8Í)4, durante a qual a 'social'-democracia" e-
xistiu sem movimento operário'. Não só porque òs seus adeptos aindá podiam 'ser côfita-
dos nos dedos', mas também porque a classe bperárla^ainda não tinha despertado.
A segunda fase, Lenin a descreve como sendo de 1894 a 1898. E essa a ocasião cm aúe a
social-democracia se expande rapidamente pelàs cidades industriais russas. Expande-se
sob a forma de 'círculos', grupos de intelectuais e estudantes que procuram entrar am
contato com operários de fábricas. 0 ’instrumento principal é a literatura dé "denúncias"
...As denuncias visam chamar 3 atençao dos operários para suas condições de existência,
despertar a sua resistência e estimular a movimentação da classe. A atuação dos círcu­
los coincide com o surgimento de um mínino de organização clandestina nas empresas, em
função das greves. A segunda greve de Petersburgo, por exemplo, já se dá com a colabo-
raçao ativa de círculos. Essa segunda fase tem dois resultados. Em primeiro lugar traz
operários para dsntro dos círculos revolucionários e com isso permite uma atividade con
tínua e mais sistemática no meio da classe. Apesar das imensas perdas verificadas> em
virtude da inexperiência dos novos revolucionários, a social-democracia consegue enrai­
zar-se na classe. Em segundo lugar permite a penetração da propaganda marxista nas mas
sas, muito aléo da presença física dos círculos e cria, num primeiro nível, a fusão da so­
cial -democracia com o movimento operário existente. (A fusão definitiva se daria durante a
Revolução de 1905.".

Embora não tenhamos mais necessidade de repetir a experiência dos círculos, o importan­
te ê aprender o método de trabalho dos bolcheviques, em especial a necessidade de auxiliar
o movimento operário a tomar consciência dos seus Interesses de classe a partir da luta vi­
va. Nós damos um destaque especial ao trabalho nas fábricas,«ã nossa presença direta nas
greves porque sabemos como isto é decisivo para o enraizamento da Organização. Sem isto não
traremos para dentro da Organização quadros operários que "permitam uma atividade sfstemát_i_
ca no melo da classe". Não superestimamos o papel dos Instrumentos escritos como faz ABEL
e em certa medida Davy), mas damos a estes seu lugar. No ativo operário regional (W) uma
companheira operária levantou os dots lados do problema: não basta, disse ela, ir a porta
da fábrica com um papel na mão; ao mesmo tempo, é Importante uma imprensa que possa estam -
par legalmente,a situação vivida pelos operários dentro das fábricas. Tal tem sido um dos
papéis de uma imprensa regional legal, papel este insubstituível até o momento.
0 erro de ABEL está em não compreender que, no estágio atual do movimento operário, uma
Imprensa legal de caráter nacional jamais terá este papel de aglutinar massas. Apoiado num
trabalho local e em Instrumentos locais, por uma Organização atrás destes quadros, uma im­
prensa nacional legal terá, sem dúvida, o papel de dar uma alternativa à vanguarda operária
que está nascendo nas greves.
Mas a deformação da experiência russa esconde outro problema, de extrema gravidade. IS
KRA era um jornal clandestino. 0 jornal defendido por ABEL pretende desenvolver uma agita­
ção e propaganda r e v o 1u c iona ria, mas será um jornal 1egal. Será que os camaradas não perce
bem que, em decorrência da própria análise que fazem Incorrem numa monstruosa contradição?”
Como pretender que haja um agravamento da l u t a de classes, aumentando a repressão e, simul­
taneamente a Organização venha a atuar abertamente através de um jornal legal?
As teses sobre c trabalho clandestino e o trabalho legal primam pela confusão, quer di­
zer, pela tentativa de conci 1 iar sua visão sobre a ditadura estrutural com a de atuar nos
"espaços legais" abertos pela crise deste regime. Por exemplo, numa frase dizer que em si­
tuações revolucionárias "existem condições para atuação aberta", mas logo em seguida afir­
mam ser este espaço "menor nos países subdesenvolvidos". Resvalam a seguir para a general I
dade ("tudo se joga na capacidade da classe dominante em conter as massas e de outro do nf”
vel de consciência e organização do proletariado"), sem explicar de fato as ccndições con­
cretas .

_0s camaradas tratam logo de fazer a advertência: "por outro lado a preparação da revo­
lução exige uma Organização clandestina, um exército de quadros 'forjados em r3ço na luta do
dia a dia."' De que adiantam estas belas palavras, que mais soam ã poesia do que política,
se a Organização seria praticamente legalizada pela Importância dada a um jornal nacional
legal?

Supomo» que,jnais uma vez, o exemplo de um jornal como "0 Companheiro" esteja Influen
ciando nas formulações dos camaradas. Tornamos nossas as palavras de Martins: dispensamos”
esse jornal "Maria-vaf-com-as-outras", que nada tem de linha revolucionária, mas apenas agl
tação dos problemas e acontecimentos nacionais sem trazer uma orientação política clara. (T
fato inexcusável, entretanto, é que a proposta dos camaradas conduz a legalização da 0. A
tese é 1iquidacionista, pois manter apenas o CN e a célula de imprensa não passa de uma es
trutura formalmente clandestina. Nós não podemos encarar que o jornal traga para si toda ~ã
estrutura da Organização^ pois o jornal é apenas um braço no corpo geral da prática, que se
compõe de frentes e regiões distintas e onde há que se manter a estanquização. Enquanto nos
acusam de 1iquidacionistas (no Balanço, quando se referem ao caso da cél. de imprensa), os
camaradas pensam desviar assim de si este desvio. Para nós, tal como na 5a* Conferência, a
0. como_um todo deve permanecer clandestina. Dispor de instrumentos legais e atuar legal­
mente não pode dissolver a estrutura clandestina. Pois se levantamos a tendência ã redemo-
craUz aç ão do governo burguês, não caimos na tentação de entender este processo como uma ex
tensão automática da democracia para o proletariado. Sabemos, pois, que a saída da clandeT
tlnidade dependerá de um proletariado forte, o que não existe hoje. Para termos um jornal""
que possa falar abertamente da Revolução Socialista, para termos um P0 legal precisamos ter
paciência ainda.
ERRATA: Pág. 7 - Ante-penúltimo parágrafo - 7o. li nha - 'indo r« 'í> •' '

^histórico— -J-
TRIBUNA DE DEÜATES H» 5 7

A PROPOSITO DA CRÍTICA DA "TRINDADE*

ERNESTO Hr STISi»

O d o cu m e n to e marcado p o l o v a l h o v i c i o , d o e s p e r a r u p a " s i t u a ç ã o r e v o l u ­
c i o n a r i a " e » t o d a f a s e d a lu ta -» 1 a « o a f r e q u e n t a n a s W sq u erd as *3 n #o p r o
cla a v i?. a e r l e v a d o multo a )?e.vi A c o n t e c e e n t r e t a n t o que oa a u t o r e s p r o -
tan d em *co p o < d e i .,a j l ■; f « f c a t i J a " p * r ;- a u « In*
een d en ttf«ieu ^< «« í-. .*v isol -o * p rc.o & ra » do f a t o p & ra s e n e l h a n t e s i t u a ç a o , *
ô que p o s a a o f a t o Cf e s e a ro o to a rg w t o d a s a s n e c e s s i d a d e s e i i p o s i ç o e s
da s itu a ç ã o p re s e n te e r e a l* F o riou 3.^çS oa e r j e r s p e c t i v a s * „cor&o - s l t a r n a t i ­
v o o r o l e t a r i a de p o d a r ’1 a i n o l a d «*..'< oa do v\i\ I'v v o m o ^.»pcr& rio" enchem a
b o c à i m as do m a n e ir a sisu ra s. j u s t i f i c a m o ab an d o n o d a a a te p a r l i b e r d a d e
s i n d i c a l o a t i o b i l l z & ç a o da c l a s s e , ,

Para j-jt»; «or. ar , j. .. . ... • aj.urentc radicalismo» os autoras partem da


premissa da existência de u«a ‘'cx'i*>o -sco^omio:' no pais» que ao c6*sv& —
ria. Trata-ao uc uma "premissa'*» que »ostra pelo menos a pouca seriedade uae
das suas analises conjuuturais. A expansão :ãustrial uoe últimos 12 meeca
t i {\>;> $ . ^ r W t , o it *10 níâo permite falar ue criao economica no sentido
mãr:>.í,:u ‘ r;« roo.s.* í ■ ',5. i lanuO de "crise5-* no o fa» »ai$ do que ^
re"l»'-fc'i r o mc* rr, o-nto o empresariado com n aret.cnte nolitien acju&
mica V com o r e b o e m ui. K o tos w a s acentuad. mente r.lndr. goro as ndidas
deflacionistos de restrição do cro.it os de Simonseu. •' ultimo ciise eco -
nomica (a te n u a d a ) tiv e m o s « 1 9 7 S quando v. oxpen&no rpuri oh u oarq 4,5
n-.r oenío« monos do 9 nor couto do ano a n t e r i r . ua u ltir n í cxi.iO tic.w i.ca
r õ õ l qu» o c ? . t f . l'. . '. j.* ; '<; '.m i.X íC ro co n h ece u ,o ç 1963/64, o , c re scim e n to anu­
a l era :'’ 0 d v i m a n t o -t* *a;c£t je m o g ra fic a » F a to a que os dados
Gt.ua-a ívot:éí: podvsm c--.ípiofo“ ! ■■ com a s tax as ,de in v o s tim e n to s , e t c . )
não oermitem a in d a f a l a r em . c r is e econôm ica c i c l i c a ou aguda. 0 que tomos
ó a c e r t e z a que a c r i s e v i r a . 0 governo a o em p resariad o r. receiam e por
is s o , a chamo da do m ila g r e ir o , D e l f i n N oto. Nos polo ea>s t 'mos de t e r
o ouuí .do de c.íP*.-rúP-.r os r e a u lta d o s de sua p o lit ic s , economica» cinwes de
qvo:í *r marcar a d v.'*£ da proximo crise.
A lt r. mate n o civo s uic parecem os c o n c tto s dos a u to re s so u ro a q u estão
s i n d i c a l . Emooro sous argum entos sejam m ais "ra d ie ? 1 « " , a s oroo o etn s oo
•t ní*o d ife re m m uito daqafcr.s usadas er;i 19 iV P r a j i s t i f i c a r a'o m ia: ao #na
LU ta oe l a lio e r d e d e . I n d i c a i . Em r»r lu g a r visam i c o n q u is te de cu -
nul 4-,5' ,in d .o.-..!, j d t: e >a s i- v ;ie r t» H corgo soo. E is s o m o stra que nao
aprn.aí í \*k ■•"•■do- -v.:a or.; p o s ^ iv o l m a te ria lm e n te para utn onr-
t id o om 1 9 'ô ( coti 20-.. iá il rri iii.r.n-tes) P poro noa s e r i a a b s ç lu ta m o n to ^ ir-
r e a l . F a l a r ' de ’’ c íta q u lo ta s de d ir e t o r ic . » " o "g a n h ar par; n a a ^ ir o ç s o "
de s in d ic a t o s o lis s iw )0r d ia n te - emooru h j: a r e r s a lv j» de "sempre^que
•;.Suo f o r pos.-ivri:*« - ô: beolut-.mento e l i e n u t o r i o . Quvntos o p o r m o s nos
temot t-,ra *!" / > r ■'?.t; v ' • ';-u 'd o monos m a io r ia s em d i r e t o r i . s ;
-V •<. -o; fede colocar um ou dois elementos em um ou
d o is ’ i í n d i - a :o s Á e ;.f c s t e r ã o o n á c e S w u r io l a s t r o nas «ases.
Dito de passagem, o conceito do "diretorias nosa^s" e "sihdiceto nos­
so" reveig p.edisposições ultra esqueçdistas na oolltica sindical que no
oessado ja ievaraa a desastres o que js tinham sido criticados nos toro -
'»os de Ulianov., Sindicatos devem organizar sodoa os operari-s, independen
te de sua matiz política ou ideológica, sejan eles catolicoa ou anarco-
sindicalistase So pidgraos conquistar os sindicatos exclusivamente nelo o-
xemplo do nossa militancia sindical o, quando obtivermos maioria nas dire
tories, a nos^s política deve ser tao flexível para que não afugentnos se
toros politicívmente atrasados.
0 que não tem cabimento absolutamente o^que revela ur.it; profunde^ig -
norancis uos problemas da luta do^classes,Ae querer rouuzir a questão de
sindicatos livres a asnect^s' " juridico-oçganicos" „ A luta om torno <jo
leis - isso o velho Karl ja constatou - e uma luta política» B se nos con
seguirmos) mobilizar largo;. setores do nroletariodo numa ofensiva contra
ume legislação, que (no nosso caso tem moin de 40 anos) atrela e oprime
a classe,^então is uo sera a primeira manifestação política do orolefcaria
do de carater independente.0 documento procura desconvorsaç o problema.
" 0 que garantiu a Vargas (..«) a contenção da classe operaria nro foi
o estrutura sindical, mas a repreuão co movimento, o terror sobre a clas-
so„.." B uma conclusão simplória. A estrutura sindical foi meio de ro~
pressãov tao eficiente como o terror cberto. Bsto precisou sor anlioa—
do quanuo a estrutura ameaçava nao funcionar. B om segundo lugar, no cem__
po JQ Kubltschek e dc Jango, quando o terror nao foi aplicado, e ostrutu
ra sindical nro tinhe deixado dc sor a oase material meis x'orto do popu­
lisme. Sera que ja se esqueceu diaao ? í‘oi r» estrutura sirdical, com seu
espirito cooperativista o paternalista, que revelou ser o mais forte obs­
táculo >ara a criação ue uaa consciência de clasue o de um proletarif do
indeocnúet: to.
Afinal, que outras alternativos o documento apresenta para e luta
po'T cindicatoa livros ? Que temos de estar orsontos nos «inuiccts, indo
pendentemente ue es tao "bons" ou m a u s t isto o obvio. "! chover no molhado.
Que não vam^s tentar formar, no iresento momento OSSs em sindientos como
o dos metalúrgicos dc 3ao Bernardo, e igualigonto cloro para qualquer um
ouo tenha senso Je roalidade. Neo encontraríamos ambiento. Mas is; ç nao
quer dizer que^nao tenhamos trabalho a fazer nosso terreno, ormarir.mos
núcleos, comitê*;, etc. e procuraremos penetrar na: bases. Os "autênticos'1
e lula são aliados táticos o-ra o futuro oroximo. Tento na lute pelo li­
berdade Lindicel (da qual nao oodera fugir, se conseguirmos in.fJuir nas
bases), como no ?í. Mas por sermos ali&eos, isso nao quer dizer que nao
criticaremos ae .Mi.a inconsoquencias. Aa criticaremos de uma. manoira que
nao imoooa coopereçao om torno de objetivos bem deJlniiJos c que oerm^tam
empurrar o movimento par. a frente. B a critica mais serie que twos o quo
o sindicato r.utêntico resiste a organização nelas bases (comisi.oee} e que
froia ii par ticieaçõo das mesada naa decisões. Sao justamente os métodos
oopulistes do oassado, que ainda conuervam, que criticamosi
Bm todo o caso tem.:.s ouc proceder no torrono sindical do uma. maneira
analoga como na luta política. Se fizermos deoender a tatica sindical da
ïios^a nresonça fisica, onteo renunciaremos définitiv».wonte de quelcuei in—
fluoncia sobre o desenrolar d; luta* Serenos soita. Se nuercios superar c
atual situaçro, tonos dc procurar refor;ar as tendências inorentes ao mo-
viemnl j reforça.— 1rs, isapolindo—a*-* orra frnnto. 0 desenvolvimento geral do
país o o grau Ue »rofundidede ái.a contradições intern; & exigo hoje r. for-
mç.çro dc uma Contrai U n i cf dos Trabalhadores, com >ostn dc sindiertos ooe-i
rnrios livre«. Temos c;uo r ocupo rr.r o tempo oorüiüo no oassado e #alccnçcr
metes, çjue outras clesi.au operarias, me pio na America Latina, jn atingi -
ram . Nao sabemos nindi sc vamos alcança-las m? primeira ofensivo, mas a
própria luJjn e- torno du liberdade do proletariado de encont nr ac suqb
próprias fórmoa da organização contribui decisivamente pera mudar o nivel
da ülas.'.o«
JB para atingir essas matas, nu diretorias eindicaia m o precisem ser
noasf a. Basta que se ;am dc. classe ope ra ria e nao do Ministério do T r a b a ­
lho e oolegou.
A Oposição acusa esno conceito de luta como "eapontaneista"» nas espe­
ro que iáso não impressiono mais ninguém^ Travar a luta de classe signi­
fica a todo o mçmento reconhecei aa tondencias espontaneaa da classe* para
poder transforma-las ea movimento consciente« Parece-me que o verdadeiro
espontaneismo, um espontaneismo subjetivista se encontra no documento,
que fica à espera de "situações revolucionárias” em qualquer esquina, como
solução de todos os problemas« Nao responde» entretanto, a çjuestao de co­
mo auma clecse operaria c ao a ,nossa, com o grau de organizaçao e de cons­
ciência em que jg encontra, je. possa aproveitai* uma situação revoluciona­
ria e colocar uma alternativa dc poder« Espontaneamente ?
D a m e s m a (maneira, a Oposição acusa & maioria de falte do compreensão
d tale«;), r: a o úT dç so supor que esse qualidade se encontre era guas analises«
Mos o unico fenom^ao d i a l é t i c o vsue ao encontra no documento o que posiçoos
apar^n•.eme.nv;-^!ooquerdistas podem levar a conclusões direitistas« 33 isso
também nao úem nada de novo«

ANEXO - CARTA A DARCY

Meu caro Darcy,

S s tas observações nao foram formuladas para publicações« Foram feita»


as pressas, para poder aproveitar a oportunidade do portador« Resumem a r ­
gumentos* com cs quais pretendi ir.tervir pessoalmente nos debates o ^ Itife -
lítnenr.a, não »dorei viajar antes da Conferência» Peço a você usa-laa na
medida em que você achar oportuno.. Alem disso estou de opinião que é pre­
ciso formar uma direção homogênea, „ É babito formar direções nas quais a
minoria esteja representada, mas r^os presentemente não podemos noe dar a
o.-íse luxo« Demasiada energia eeta sendo gasta em discussões internas e nos
tomos o que fazer, se nao perderemos a ves« Independente do m e n t o de
cor 1.03 companheiros no passado, tenho a franca impressão que atualmente es­
tão amarrando a a i v i da Jo para fora« So eles nao se conformarem, melhor
quo retomem o fic da me ad a auraa data posterior« No momento, convem baixar
o centralismo democrático, isto é cortar os debates depois de aceita uma
resolução coletiva«
Recebi o material e o jornal- Gostei muito d a o n e ç t a ç a o do jornal»
Gosuei do a r t ig o sobre M inas > 1. colocação e boa, ^mas tia algumas improvisa-
ç o e s , quo nao foram bem pensadas» "Milícias operarias'1 aparece como paxa-
vra-dô-orãom v mau a o r e d it q s e r um pouco precipitado« "Pelotoes de d e f e s a 1
o mais realista, mas nao e a mesma coisa que nmi iicias,r, pa-^a at qua-s nav
haveria base,, Acredito que os a r t ig o s d e ver lera s o r discutidos coletivamen­
t e ha rodaç&o, p a ra evitar t a i s .lapsos» O utro problema o o aa -anistia ge~
-al o ampla", Nao participamos áa campanhada anistia pelo modo como^ela
foi foltar Todavia; nao podemos estar contra a anistia» 0 Regime nao
tem direito da prender ninguora e acontece que oe atuais presos nao sao
burgueses e sim pequenc-burgueses radicai3, Os democratas inclusive ob­
tiveras* o que queriam e nao se empenham realmente para completar a anis-
tia0 Nos tamcs de exigir a libertação dos presos»
P.;. a vooê i?e manda-’ vni& resposta de talhada o Gaudaçoô3 o abraços»
Anexo uma carta para Dutra.

PoSo p . Darcy:
41 0•
YL tuabom o material sobre Madureira» etc. D a uma ideia do que se
p a s s o u , ias é mui.to resumido para se f o r m a r a m quadro das foiças em Jo­
go, Porque nau ha nenhum comentário de vocês ? 0 que me chamou atençaeo,
entretanto» e que nao vi nenhuma intervenção nossa nas reunioe3» Como es­
tamos colocados ai 7
A situaçãoj na medida ciu que pude compreender, parece bastante confu-
»*., o so qia os ma:>s diversos grupos se aproximam e procuram ganhar in
jiuência, u b f o e inimijos àt... concepgÕes de um PT aparecem igualmente com
•r. intenção de impedir a sua reali^açao» Por outro lado» ainda ha pelegoa^
o semi-pelegos» que procuram doaçLnar a .3 lideranças .Locais, mas uma serie
• ales j*. desistiu, pois oe torrou cl&çc- que .eenelfccr.t :• partido nao ser vi­
ra as intenções deles» (desistirão out-íós ainda» na medida om que as b a- #
3f.'íi 'se empenhe® r»a luta por sindicatos livres)» JS presenç^ de tai s tox
;as nãc leve impedir o noaso trabalho., # Nao deve assustar-nos» N a medida
èa que começarmos a fazer trabalho político ativo no aeio da classe, deve-
nos acostumar-nos a .idar com tais elementos, de manobrar cor eles, caso
■preciso» sem abandonar nenhum de nosso.í propositos» $so somos anjos,
que receiam o pecado»
Ànssar de toda a confusão., ha duas coisas que devemos valorizars Pri­
meiro, a intenção úe um «partido setn^patroes", Devemos saber tirar dessa
de:?miçao ingênua as ultimas consequências» Ja representa um ponto de vis
a de classe rudimentar- Sm segundp lugar, osrece havor uma fração que
desenvolveu pelo menos tanta consciência para nao cair no conto do FF,
Jf:sa fraçao devemos procurar reforçar, aoesar das divergencias quo possam
haver,
a #
A existencia legal de partido» evidentemente, de maneira alguma esta
assegurado» Feio menos cora a Lei dos Partidos, adotada ha^pouccj» Mas o
que esta dentro das possibilidades o a sua existencia ate as próximas e-
leiçoea e este prazo devemos aproveitar poça enraizar-nos o máximo possí­
vel nas suas bases e estabelecer o maior numero possível de contatos nos
->&3 ?rcs.< Ge houver repressão posterior do Partido» não devemos perder
runtato com as ,base.<* que provavelmente ficarão isoladas-, Tenho a ira-
iresssc quo a ideia do partido sem patrões" pegou, pois já vai ao encon-
trodaa necessidades sociais^dos operários. E se esaa vez não conseguir
se impor -^.devido a repressão - ela surgira eri qualquer futura crise,
quando a maquina repressiva sofrer novos rachas, Mas au gostaria de sa-
jer a opini&c de vocêa.

Mais um abraço» Ernesto»


" E f l t e n o v o modo d e « r g a n i * a ç ã » drnve e e x r e a l i i t a ^ o p a*»c» a pajB-
mo, (o > . ) ulvHs a n q u a r ;t * d u r a i e s t e . u r a b a l h * 9 a % a r « £ a à ^aid am en tax
da e rg a n iz a ç á « o * m u n Í 8 t a d a v a o«if p r e s s a g ^ i d a om t * d a a an p a s t e »
cem a ma l e r « n e r g l a p a s e ív « ^ » q u a a x l g « gjtandiea q b í« icq *8 C o ->),
At.é qi'.ü « x í u i a -sma afcp ^a sred*. ti-í ^ .X u la fta - f r a ç è '* s « g^m p#« o p e x á f
r io 9 * n k lied ea * » p^n ><* • / ; ; a ^ d a > v ta d * a l a :•-»«« puo I t t ifcár::.a* v a t ô
q u a o a d a momJ:viítt- <áo n a r l t i d o „ d e c i d i d e a c e n ^ c l e n t e d a .'íaufi f i n a 9
p a rtic ip o d* tr a b a lh * c ttíà an* r e f l u o i a rtá rie a a s ta a t ò d a p air
tio ip a Q â e a a ce n v a rt« s p a ra a f U .ia d e e «m um h á b i t e n a t u r a l v
a tá q a v.s m em ento o p a a t l d o r*a® p«*dú p e r m i t i r -a© nwntouma p a u s a no*,
asu a a e fo rq o e amcam "tliad o* a > *x a cu çâ o d e s t a ta ra la "1
(QLaaaa a e f r r e a a t r u t u r a e m o to d # e. a AQ,âo d o a P a r t i d o e Comu -
n ia ta a « 0 d e v a r do t r a b a l h a r d o a 0#nu o i a t a s £ IV ?.a 1 4 )

I - IFgRQBUgjgQ
D a e ld tm o a a a c r e v e r ym d e c u m e n to d e d i c a d o Aà a q u a a itd e s d « po_
'ü .t i c a i n t e r n a d a 0 - » « e n c a m ln h a ii t a A® d * c u m e n to ao> c o l e t i v o ■
cem o e l e m e n t o d e D l» p ar a c re d ita rm o s aax a p o litio a d« o rg a n i ~
?a<5.áo o t e r r e n o onds :>e. 3 tuam o e p r o b le m a s m a l» Im p o rta n te s â
m a la g r a d a s d a 0-, D esab am o s clia m a r a a t e n ç a r : d o » eom ps-, ao b re
a e x t e n r ;â o « a a a r l e d a d e t do»- ar.-rosb „ v a c i l a g õ e * Y ^ i s c I p l i n a s s
n a g lig â n e la a a te , q u a * 'jci ao n d o com ^ V l o « n o cam po d a o r g a n i z a ç ã o
e P o litic a d a íto a n g a S o r e p e r c u t i n d o n a fosm açváo p o l í t i c a
d o a q u a d r o s / ç :rJl a p r o f i m i a ^ » p ro p o s ta s co n c re ta s p ara a su p e ra rã o
d o o p r o b le m a s a p o n t a d o s o
Ü p r a c i e o quy. t o â o o c o l e i »0 s a c o n e í e n t i & e d a s i t w i g a o em
q u e v in a m o B c k O» ’ s a u n o o a ' & .**• m onento- c r í t i c o « E s t a «ma?~
a ç a d a d e dsaBDiora 1 x a ç S o a d r>•/»«.& -© a g a o * caso a a b s o lu ta d ^ a o rg a -
n is a ç á o , a n e g lig e n c ia ^ a p o .. :v'51cagem b a r a t a B a s q u eb ra» de c e n
t r a i ' . ‘^mo e t o „ n a o a a ja m v ig o r s a r n e n ta c o m b a t i d o » a d » i 'i n i t i v a m e n t s E
v a rrid o B wa POLOPo S a p r e t« n d e m .:e a e r njaa O - d a M a r x i s t a s La~
n in ls ta a 9 i n f l u i r no c u r a o da E L e triria b r a s i l e i r a e d c a tà lla a r
xma E a v o l'u 4 â o S o c i a l i a t a 9 & p ra ct:ia o q.ua te n h a io o a um co m p o r1ttam onto
à tl^ u -a ie t a :’: 3 p rc^ o ijy f^ e u :?oFque a tu a lm e n te --,c o m o q u a d r o J n
te m o qu e tam íja ;i aw tuinos m u ito l o n g e d i s s o o
ülalvefis. 00 a u t o r a a d e s t e doaum em to s a t1am a c u s a d o s m a is nma
V!:;r - oom o s a d j e t i v o s - ta o íam i . i a r e a - d e e s q t .r e r d i s t - a s í a e o tá rjL
,v-5f t u m u l t u a d o r e s 9 e t c . , p o r jt <fan a rm o s e s t a s q u e a td e a « p o rm os a
nu a d e a o rg a n iz a ç á o feffl que 8 t e n c o n tra a ii.ua1 $ p isn t& a 0 » a p ro p o rm t
mos m u d a n ça s r a d i c a i s , em. t e r - x e n o * ^ftsp'-’a h o s c a '9 t a i s como a Po 1 1 t i -
c a de f in a n ç a s , A t.ia lm e n te n a O» o s nu- i l t a n t e a arsdam eJB ^ ef.siv am en
te p r e o c u p a d o s em n a o f e r i r e m s u a o e p tib ilid a d a a s , em n ã o r a d i c a l ! -
p ar, om n ã o c o b r a r iito ~ = c r£ tic a a , e tc > A c o n c ilia ç ã o ê a & ü ±k h xxx
tO n i ' a ; v ld a t o l e r â n c i a com qu a s a o r e c e b i d a s d i v e r s a s qu efcoaa *
de c e n t r a l i s m o , com o p o r e x e m p lo a s r e c e n t e m e n t e c o m e t i d a s por A a
B a rro s» P o r o u tro 3.ad o g q u e s t õ e s como p o lític a de o r g a n iz a ç ã o 9
4 'r a n ç a s e t * ã o c on s i d e r a d (V<" me no r e s H a n o g l i g a n ; i a d a a £ a d isc u ss
/s á o in te r n a ab so rv e os q u a d o rsn e & m o n o p o liz a a e p r e o c u p a r e s
Mas o que o s com pso p re cisa m w r é qu e a s m a l h o r e s p o s i ç õ e s p o l i
tic a s , a m e lh o r a v a l i a ç ã o d e c o n f tu n tu r a » aa m e lh o re s r e a o l u ç õ e s
so b re t á t i c a e e s tr a té g ia ,, tu d o isso s e p erd e se n âo f o r eracam in
nado, m a t e r i a ' mente«} por q u a d r e s , o r g a n is m o s e p r o c e d i m e n t o s c o n
’ r e ‘vr j „ ~.om. d i s c i p l ina.-,, ;om método, aob c e n t r a l i s m o ^ p a r a r e d u n
da em algum r e s u l t a d o real» E qu an d o faiamos e m m é to d o , ffnâo
q u e re m o s d i z e r n a d a de m u ito c o m p l i c a d o ^ ; r e ferimo-nos s i m p l e s ­
m en te à p r a t i c a r e c o m e n d a d a pelas teses d a Intenaoionai. go b r a o
A s su n to ;
* A p re E ta ç á o de c o n ta s e .im d o s d e v e r a s m a ia i n d i s p e n s á v e i s
p a r a a a O r g a r ;i z a ç o e s C cm u n istas , C o rresp o n d e a tn d a s a s o r g a n í -
z a ç õ e s e a t o d o s h o a d r g a o a do P a r t i d o ( „ » .,) É im p o rta n te r e a l i ­
zar e s ta s p r e s t a ç õ e s d e contas de m a n e i r a t á o s i s t e m á t i c a que s e
e n rra íz a n o m o v im en to c o m u n i s t a como uma d e s u a s m e l h o r a s t r a d i ­
ções a , N e t c 000
O que fizemos* o que conseguimos anquansto Qi nestas últimos 2
anos? o que realizamos aqui n a região fw) Híoasa frente princi -
pa.'* ? Pedimos a todos os militantes que f a ç a m a si meamos esta per
gurOca-» & j .asã"-;istfaçam c o m respostas genéricas, a b a s t r a -
as % imprecisas tar o como " diXuadimos nossas poaiçoes através
do tT oLegal , Kinfluímos e m duas g> >v sw ou coisas afina, Quaremoffi
saldos conorefcos> Quanteir pessoar j- especia.aente o p e r á r i o s ® or —
gar rtame.;» ? Qua en.idadts e s t u d a n <•a^Tbairvos ou sindicais J a ­
tara - ''S’
iiii :o n q u i ^ " - ^ Cot,seguimos polarizar u m a tendencia
proletária •»» .«agiáo? Q u a r t o » contatos Importante». estabelecemos »
mantiv e m o a ? H v e m o « a l guma lar-'- p r o l at&rja capaz 6 * influir- sobra
o PT n a re g i á o ? A u m e n t o u r o e s a rapresentatividade"? 0 que conquista^
naa íá b rio a e , - 'v.. t e .* ? IRussaaa p o s i g õ a a são. tte c o n h a e lã a s s ?
Pox- quem?
t claro que tfão somos idealistas ao * ponto de a c u a a r no abatxa
t o a Oo », de não ter feito milagre*»,-, Sabemos de sobra que» para rea
lizar q u a l q u e r halanço de n o s s a práticç. ê preciso levar em. conta a*1"
nossas forças, as flutuações da conjuntura» etc-> Mas ci'emos que
exorbitante atribuir a astes fatores a estagnação e m que a 0« a t u a l -
monts se encontra, 'Bambem d i s c o r d a m o s radicalmente de A BEL quando*
atribuem nossas Inmifioiétaciaa e fracassos ao que consideram, o s ‘« r
ros existentes nas poeiçoes da^ 5 o Conf* M P®lo c o n t r á r i o » fol a fal^
ta de energia, d i s c i p l i n a e organlaação n a aplicação destas poalçÕes
(fundamentalmente c o r r e t a « )que r e d u n d o u n a crise atualíaysyfcisi^ainda
não superada pela G* , como passaremos a demonstrar.,
Mas de que d esorganização falamos? Podemos c omeçar citando a l ­
guns efeitos dela, óbvios para todoB» Prr exemplo, a situação do 8
J.» L. (que» c r i a d o Wsf mais de u m ano, até hoje não ao l u c l onou pro -
blemas tais como déatribuição, 0 u caráter? partidário? de tendência?
q u a ü a d i f e r e n ç a entre ambos? - a hoje está parado, entre outras c o i —
aas por falta de v e r b a ) / ? ou o resultado de n o s s a atuação n a feirva
Gerai Metaltírgioa em W ( atuação que, a p eaar de èntensa^ noa dias e m
que d u r o u a paraligaçao» pouoo saldo# nos deixouros contatos se disi
persamj o lindco documento oficial tirado b a lanceando o movimantoj in
titulado a K A Luta Continua*, não se sabe s$ foi distribuído, por
quem e para quam* o balanço que a SR d e c i d i u fazer sobre a noasa au­
tuação ua greve, cuja elaboração f o i d i v i d i d a como tare f a entre VI,
S'il-» e MCc» sr5 foi feita por este último, e as propostas do comp., ao
bre futuras graves» a atuação do j,ornal na^mesmaj, distribuição âej.l.
ttasuito» e/$tc„ - a c a b a r a m engavetadas» Aliás isto tem ocorrido frequen
temente com* os balanços já feitos, que n u n c a c h e g a m a suscitar ‘
q ualquer alteração prática - jiauaoia coisa muito pouco lucr ativa para
a noss a p r á t i c a s. a l é V de aer no mínimo d e s â s t i m u l a n t e tí para quem ea
creve balanços.
Sobre a SR, falaremos m e l h o r nas páginas seguintes, quando o®
oompSí, terão o exemplo vivo de como uma Dir e ç ã o R e g ional nao deve
funcionar„ N e s t a introdução, estamos interessados apenas e m de m o n £
trar que não estamos fazendo c r í t icasno abstrato ou sem f u n d a m e n t o s f
a crise de que falamos é real» L e i a citamos 2 aspedtoa (situação do;
J»L ■ 9 saldos d a greve), mas ;£ h á iniímercs outros» Passaremos a d£
talhá-los, mas antes julgamos conveniente fazer duas obsrvaçoes?
1 - Mão autorizamos n e n h u m setor da opo§ição interna a utilizar
nossas colocações para f u ndamentar q u a l q u e r c r í t i c a a3 prewentea
poaiçees políticas oficiais da jf 0» (tiradas n a 5 o Conf, ),«. Rea
firmamos aiíáa no a sa c o n c o r d â n c i a gera 1 com. as posições apresenta
posições p o litic a s o f i c i a i s da 0 , (tir a d a s na 5 o c o n f „ ) o R e a fjfím a
mos a l ia s nossa concord&ncia &pra± com as p o s i ç õ e s a p r e s e n t a d a s pe­
io m ao c o le tiv o na presente D l* C o n s id e r a m o s que no t e r r e n o do po
s i c i o n a m e n t o p o l í t i c o o s a l d o te m s i d o p o s i t i v o , t f e s t a c a n d o - s e a im
p o r t â n c i a dos Ativos o p e r á r i o s r e g i o n a i s e N a c i o n a l » E s p e ra m o s
que a 6 ° C o n f l » s e ja a cu ra o c a s iã o p a r a que a 0 « a tin ja '
um. m axim c de c o e s ã o in te rn a , e que a mesma s e r 3 £ 1 1 t a e s p e o í i.aniPjite
no o r g a n is m o d i r i g e n t e - , E s p e ra m o s tam bém que n a 6* C o n f e r ê n c ia s e ja m
d e fin itiv a m e n te v a rrid a s ta n to a s p o siçõ e s c e n tris ta a s como a s p o e i -
çõ es v a c ila n te s ão s e io d a PO^
03 p r o b le m a s que a p o n ta m o s n e s t e d o cu m e n to s e re la c io n a ^ e x c lu ­
s i v a m e n t e sá P o l í t i c a i n t e r n a d a O rg„ , e n a d a tê m a v e r com q u a l q u e r
p o s iç ã o p o lític a d e n tre a s a tu a lm e n te d e fe n d id a s n a D l,
as c r í t i c a s expostas n este documento,p r o ­
2 - Ao f o r m a l i z a r m o s
pomos a todo o oi etilvo que assuma uma au to— c r i t i c a * que poss * b i . l i t e
superar na p r á tic a , e c-om a máxima urgência? a c r i s e vivid a atu aj* —
mente p e l a 0* no terreno Drgandzatárioo Em muitos cásos noa àulgam&s
dispensados de assumir e s t a a u to - c r í ti c a * mas n ã c em tedos., Um mo -
m en to d e d e s o r g a < n i z a ç ã o to ta l d e n t r o d a 0 ^ 9 de c a o s fin a n ce iro , de
d e s c o n fia n ç a r e l a c i o n a d a a o c o m p ro m e tim e n to id e o ló g ic o de c e r t o s *rw
q u ad ro s„ 0 o u tro s fa to re s d e s te n a ip e , a ca b a m fa ta le s o s n te d e s e s tim n
la n d o . a p r a t i c a de q u a l q u e r m i l i t a n t e » N e s te se n tid o , c r e m o s que a
a u to -c rític a deve s e r a s s u m id a c o l e t i v a m e n t e , co m r i g o r e e n e r g i a ,
a f m de r e a l m e n t e e r r a d i c a r da 0 » « a d e s o rg a n iz a ç ã o , a in d is c ip lin a ,
a n e g '- i g § n c i a e t " . , qus a tu a lm e n te e n tra v a m su a p r á tic a »
P e ita s essas re{*a *vas? passaremos a comentar o memento que atrave^
ssamosç e a expor nossas propostas no sentido de superá-lrio

II - A DESORGANIZARÃO EM W ( SUAS R A IZ ES )

"E sta ta r e f a fundamental de organiza*;áo obriga aos organismos


d irig e n te s do partido a e ç v ía r continuamente e a in c id ir sistem a —
ticamente no trab slh o do p a rtid o , e a £ a z #-lo do uma maneira t o t a l
e sem in term ed iário s. Disso d eriva os camaradas que «stão a *
frentr: das orga nizações do partido a obrigação de abordar os mais
diversos trabalhos., 0 c^ião c e n tra l d irig e n te do PG deve não a^j
mente cu id ar para que todoa os camaradae estejam cupados, mas tam
bém a ju d á -lo s, d i r i g i r seu trabalho de abordo com um plano e s ta b e ­
lecid o e com conhecimento p rá tic o de cau sa, orientando-os pelo bom
caminho atravÁa de tcda3 as condições e circu n stâ n cia s e s p e c íf ic a s 0
Em s u e . própria atividade o referido drgao deve t a m b é m tratar de l o ­
calizar os erros c o m e t i d o s a e t b a s e a n d o —se na ex periência adquirida-,
t, m e l h o r a r .constantemente seus métodos de trabalho, s em perder de
v i s t a ao mesmo tempo o objetivo d a lu t a ’“ (Teses de E s t r u t u r a e Méto
do da I C )

Q jaiquer balanço honesto de no e s a atuação e m W e videnciará que


eamamos marcando pas; 30 a perdendo opcrtunj àadas que a c^jrvjuntura te m
oferecido para o nosso anw/’a iaamento local« G ita.no8 anteriormenteo
impasse <jo J I» ? mas sabemos que a e s t a g n a ç ã o 9 e m proporções maloreis
ou menores, te m atingido to#as aa nessas frentes* 0 que obtivemos
de .oucreto c o m o J<, L nos bairros e fábricas? Muito pouco» 9 A qmm
culpar- Ijescenao do M O f exiguidade de noossaa forças? lato conta mas
não é tudo« Desleixo doa q uadros? Mas seria responsabilidade d a Ov
oorn;, u m todo, e dos <'rganiamos em p a r t i r u i a r sexigir o.isciplina e e m
peniho d <5 militantes- Que planos foram elaborados pelos organismos
para a prática ligada ao jornal Legal? e como e l a b o r ã -los,ae a a
própria direção regional ainda nâo ee d e f i ni u sobre as questàos p£
litigas mais ioiportantes ligadas ao *T-,L» ? Não pretendemos aqui
rea.iizar um tiaanço político do J, L» , coi3a que 3á colocamos nâo
èc5 ,m posição de célula, mas t a m b é m no balanço feito paio G-FR *
ainda n a parte refente a greve de sobre 0 funoionaffonto do Jornal
naquelô momento-,
Podemos tentar a/aliar n o s s a atuação no PT= Antes d a tudo* 0
q ia fí üou definid"' oficialmente n^ssç terreno? $eve
mos participar -.oe t.úcleos? S i m : í^ie nú cl e o s ? Devemos fcirmar iniicleoe?
Ojde? G o m que critérios? 0 qte fazer iá? A SR até a g o r a limitou-««
a tirar resoluções de última h o r a para intervenção nos encontro®
Regionais 9 que por *3S0 mentno foi extremamente d e s o rg ani zad a (espe
cí almente no encontro de r o v e m b r o ) « E a desco>itinuidade de nossa
atuação n e s a a frent» redunda (necesaârlamente), como não poderia
deixar de ser, am ab soluta ineficácia« -i£. verdade que o movimento
prd - PT esta atravessando uma espécie de •’’recesso" a nível regji
ona. . YfiB isso nâin sáJtg».,ifioa e. au sôn oi a de definição r el ativa à
t*)SR.a prática ne ssa frente „
Ho que tange ar. nosso trabalho operário, a desorganização
vigente m arc ou o desdobramento d a rcesa intervenção n a greve geral
M e t a l ú r g i c a - para *ó citar um exemplo o En ten de mos que o nosso tra
balho por ooa^iào de vima givjv* ■ especialmente quando ela tem a iro
portân* -a iriot V*.a política da que c i t a m o e , n prime ira n a região
desde 64 - não pode se limita)- à co bertura ,1orn<|listica „ E claro
que, como 0\, revclucionárla, tem/ s a obrigação de d i v u l g a r roesas
K c la ro que., como 0 1 r e v o l u c i o n á r i a , te m o a a o b r i g a ç ã o d e d i v u l g a r n o s ­
s a s p o s iç õ e s a t r a í á a de n o s s o s q u a d r o s , J^L o , e in s tru m e n to s p r ó p io s ,
3f',m a g r e ^ e - como t o d o s sabem . - é tam bém um momento p r i v i l e g i a d o p a ­
r a a a m p lia ç ã o de m o ssa s t a c e s o rg a n iz a d a s n a s a f r á b r i c a s ., P o rta n to
n osso t r a b a l h o ir^ma g r e v -3 n ã o d »ve s e l i m i t a r a o 'd u x -a n te M„ Mas o n d e
e s tã o t o d o s o s c o n i a t c 3 que o b t i v e m o s d u r a n t e ^ a s g r e v e s n a r e g i ã o ?
Que fin» l e „ v a r a a o s d o c u m e n to s d e a v a l i a ç ã o tira d o s p o la d ir e ç ã o ?
com quem f o ra m d i s c u t i d o s ? com q u e s a l d o s ? E s ta B in fo rm a ç õ e s não
c h e g a r a m à SH ( i < X, ) 9 m as te m o s r a s õ e s d e s o b r a p a r a c r e r que a
d * a o r g a r d .z a ç è o f o i r e s u o n s f á v a l p o r in ú m e r a s p e r d a s n e s t e te rre n o n
Isto sem f a l a r n a d e s o r d e m d a p r d p r i a S R 9 a q u a l comn j á m e n c i o n a -
mos n ã o í o i cap az s e q u e r de e l a b o r a r o b a la n ç o a que t i n h a ;c p r o p o s ­
to so b re n o sea a tu a ç ã o na g r e v e »
Nt> i t e m r e l a t i v c a n osso tra b a lh o e s t u d a n t i l 9 o a b a n d o n o do ME
em W fo i c o m p le ta m e n te c a 3 U Í 3 t i .c o 5 o a q u a d r o s m a is i m p o r t a n t e s £0
rata. s e n d o r e t i r a d o s do idov, e w t u d a n t i l » a té c h e g a r m o s a o p o n to em q u a
e s ta m o s - to d o s e l e s c o n c e n t r a d o s em bairro o u no j » 1 .9sem que t l v t e ç
C;se s i d o fe ita uma à i s o u s s ã o o r g a n i z a d a n a 0-. s o b r e e s ta s m u d an ças.
A q ui a c r í t i c a Sá - d i r i g e p rin c ip a le m e n te & a u sô n cia d e p l a n i f i c a ç ã o
da«. n o s s a s a t i v i d a d e s n o s e t o r e s t u d a n t i l ; n ã o p ro p o m o s M u d an ças n a »
p rio rid a d e s p o lític a s da 0 . 9 e m b o ra p a r t i c u i a r m a n t a s e ja m o s f a v o r á -
v a is â m a n u te n c a o de a t i v i d a d e s d e n t r o d a d i n â m i c a do ME ( p o n t o que
a b o r d a r e m o s a * .d i a n t e ) .
Em ?u m a? e s t e rá p id o e e b o ç o do b a l a n ç o das n o ssa s a tiv id a d e s
em W e v i d e n c i a que a e s ta g n a ç ã o de que fa la m o s é r e a l - e re s u lta
em g r a n d e p a r t a da n o ssa p rd p ria d e s o rg a n iz a ç ã o in te rn a , E a res­
p o n s a b ilid a d e por e s te q u ad ro c a b e , em b o a p a r c e l a * à d ire ç ã o R e g io
nal q u a s im p le s m e n te t e m - s e r e v e l a d o in c a p a z de e l a b o r a r p la n o s ,
fazer b a l a n ç o s d a no s a p r á t i c a , e d e fin ir d ire triz e s ma*s! e l e m e n t a
res p a ra n o ssa a tu a ç ã o o Quando 1tãxxsimx a f ir m a m o s i s t o P n a o o f a -
zem os com a i n t e n ç ã o s u p e r f i c i a l de e n c o n t r a r uma e s p é c i e de “b o d e
e ^ ^ ia tò rio ", E s ta m o s s i m p l e s m e n t e p a rtin d o do p r i n c f p i o o b v io de
que a S r e>em p r i m e i r a e iltim a in s tâ n c ia » a r e s p o n s á v e l m a i o r pe
lo f u n c io n a m e n to d a s e ç ã o msí (W) Fazer um b a l a n ç o do n o s s o tra
b a lh o n a r e g i ã ^ im p lic a 9 n e c e s s a ria m e n t 9 em a v a l i a r o f u n c i o n a
m en to d a S R ; a , em n o s s a o p i n i ã o , o s e u maZa» f u n c i o n a m e n t o f õ i sem dú
v id a a d ~ te rm in a n te m a is s é r i a da d e o o rg a n iz a lã o p o r que h o j e p assa
‘ü a lw a a f o s s a ú t i l a n a lia a r o e t r a b a l h o s d a SR d e s d e 08 te m p o s d®
e u a foEUP-açâoC que como o e compeu s e re co rd a m o c o r r e u lo g o apds a # ° Cton
fe rd n c ia ) o Mas &âo n o s d e t e r e m o s a q u i em a n a l i s a r a 1 ° fase do o r g a n i s
m o , . j á , a u ã endofesam oa o b a l a n ç o le ito p e l a p r ó p r i a S lí, a l g u n s m e se s a -
■• ••, c I
tra Í3 „ ¥ a m o s a a o s i n a l a r a p e n a s Õ v tfo n a s id e ra m o a m a is i m p o r t a n t e 9 o u s a j a ^
que a SR t e v e se u fu n e io n a m e rto p r e c á r i o em s e u i n í c i o ( p o s i ç ã o d a P r d p r á ja )
d e c id o à s c o n s ta n te s tro c a s de a s s is te n te s , a p rin c ip a lm e n te re la c io ­
n a d a s a O b r ..k u e f o i c o n t r á r i o 'a SR de.sd a s e u i n í c i o , o> q u a a c a b o u r® -
d u n dand o numa e s p é c i e de w b o i c o t e " a o o rg a n is m o ^ .
A v a lia n d o o© t r a b a l h o s d a SR com s u a c o m p o s i ç ã o a t u a l (a n te » e d e­
p o i s d a e n t r a t a d e MT) v e re m o s q u e s e u f u n c i o n a m e n t o c o n t i n u o u a s e r
a b s o lu ta m e n te p r a c a .i o - por d is a p lic ê n c ia » por lib e ra lis m o , por "b o i
c . t a r d i o 61» a lé m e v i d e n t e m e n t e d e a l g u n s o u t r o s p r o b le m a s c o n c r e t o s
a d as o o n fu co e a de p raxo .
iJio ’ o d o r e m c " n o a i ;tO T em t o ^ o .s o s c a s o s & a v a l i â - l o a t n o s p a r a
g ia f :: ,*yv « càx-.u v, ’
> :■ iT’'v •Jie n t * d « .3 e .r i t l * o a » d e i x a n d o q u e o a
aom pso ..irom s u a s p r d p v l a s o o n o l u a d e s »

Tto dloa p r o b le m a s q u e d i f i c u l t a r a m a re a liz a ç ã o d as re u n iõ e s r a -


g v l a r e s d a SR l i g u>*aa a d i f i c u l d a d e s de u t i l i z a ç ã o d e a p a r e l h o s <> A
S' *ir' » V V k V'“*,5- •} a p a g K ia a e g v i r c t » * ..........
Ura dos problemas que dificultaram a realização das reuniões regulare 3
da Sr lligou-se a dificuldade de utilizaçao de aparelhos* A SR tem
2 aparelhos qua mas assim mesmo vem encontrando dificuldades para
suas reuniões« Como exemplos» citaremos:
a
- recentemante chegou-se ao cumulo de uma reunião marcada
para 8 3 9 ha, (a ser realizada sm c.asa de maria.) acaba« sendo
montada por v/olta das 15 hrs» da casa de BIT (a reunião pretendia
ser de ut> dia inteiro e abordar PT., 3L a situação dos frentes na re
gião»» acabou as lBHSo)
Poderíamos citar outro exemplo - apos a reunião ultima do CN
em que abei most5ou disposição ds fracionar» a Sr que havia muito
não so reunia deixou da fazer reunião na final de semana, em qua
estava livre». Proferiu optar por um reunião de meio de semana rea­
lizada na rua-,
® outro exempjbfcs reunião marcada na casa de ISaria^ cem material,,
» »
M8&8888 as 9hs. ff8 ap&xaiKau Nao havia ninguém, ficamos na rua,,
Foi ainda preciso guardar o material para qua mais tarde,por volta
das 12 hs« a reunião ser realizada»
Uma outra eituação ridícula ocorreu quando apos flura de um compo
nente (por r a z õ e s justas) ficaram os restantes dos c o m p i 0tentanrio
achar o auaente por telefone e circulando de carro por uma3 3 hrs
ate não mais encontra-la» A Reunião não foi realizada,
Além de3tad exemplos absurdos» a SR tev8 seu funcionamento ainda
mais prejudicado por diversos "furos" da parte de alguns companheiros
(principalmente üaria e Estêvão, sendo que de3te ultimo cremos ter
%
significado implicitamente um boicote a SR*
Como exemplo do que afirmamos» p0demos citar uma ocasüo em que
após a não-realização de uma reunião da SR devido a "furo" de E.»
M *
e teu sido mardada utfa nove data para a reunião - dia seguinte» a
noite - Estêvão recusou-se a comparecer neata nova data, alegando
ao compo encarregado de lhe passar o ponto que "seria necessário
uma reunião de dia intelio"» A SR se reuniu no dia marcado» decidiu
desconhecer a posiçãò de E e - encaminhada por "procuração"- e criti-
ca-lOg realizando também as discussões da pauta«. Maa na reunião ae-
guintes não só o comp*. não foi criticado,, como também varias discusso
es realizadas na reunião anterior foram refeitas em função da preseji
ça de E» Bo c,ue na prática significou o desconhecimento da decisão
xirada na outra reunião,
0 mais grave» contudo» são as conseqüânciaa praticas desí,a áaao
dôsorganijaçao-, A SR acaba realizando apena3 reuniões curtaa (a ul~
t.lma reunião longa foi feita ha mais de m m nas dois meses) e tomando
decisões específicas, localizadr.30 A rião-diacussão dos problemas nas
células acaba gorando a necsssidade constants de encaminhar resoluçõj#-
es por centralismo (quando se consegue isto; qu indo não, os quadros
encaminham posiçoe3 próprias* da ceiulas* etc«, mesmo quando estas
uao contra as riecisõos da SR„ Exemplai I Encontro Regional do PT em
UJ)c
Queremos noa dauculpar pala minuciosidade com que estamos aborda
dando este ponto, com risco de cansar os companheiros; mas achamos njB
cessario este detalhamento para explicitar a situação crítica em que
a SR se encontra atualmente«, Ela tem estado 3empre atrasada nas diacua
soea, fato que agrava a cada dia a situa^ao de desorganizaçao em lü0
fJuraa das poucaa reuniões lonças feitas pela SR (há mais ou menos
4 meses) sentimos a necessidade de fazer uma discussão geral sobre a
pratica ria r egião, e elaborar um plano r;aral da nossas atividades»
Pira tanto, foi proposto qua os assistentes fizessem informes de 3uas
respectivas cels, em,lobanda pratica interna e externa, ressa;lva3 fei
s *
tas a ceio de Maria, que deveria ser analisada com particularidade sm
razão do desligamento de AC, da problematica ria comp-mfflaria e sua saí,
ria da S R U Sobre a pX pratica interna das células , ainda merecia desta,
qua a situação da nossa célula, em que o caso de Pedro deveria ser dis
cutidOo De todos estes pontos, a única coisa feita foi o balanço da
nossa celula, por escrito, que o c o m p 0 Estêvão levou para casa e nuns
ca mais trouxe ric v olt a0 0 camarada Marcos levantou a necessidade da
so se fazer a discuss~o sobie balanços escritos, para melhor rendimeri
v.n da reuniãoj tn-us st-a posição foi derrotada, ten do sido feita a dis«“
cu33ao (precária) em cima do informes orais»
Nesta mesma x'eu6ião, a SR se omitiu em relação as criticas feitas
o atuacãâ de Pedro na cél., diluindo a questão«, Ate hoje não foi fei*
t& nenhuma discussão sobre a desligamento de AC e a situação de Maria
como assistente da c é l 0
A proposta da plano geral parp0 a região não chegou a se concre®
tizar, a a SR não fez mais n enhuma reunião dedicada ao assunto, tendo
em seu ultimo encontro decidido não mais enfrenta? este trabalho em
função de DX e de "outras necessidades políticas"0
Ainda na mencionada55raunião de boas intenções", realizada ha 4 «
9 A/
raeses a t r a s v haviawos dacidido elaborar um balanço da nossa atuaçao
na Greve Geral Metalúrgica, asnáto as tarefes diatribuídas.» Apenas Mar
/
cog encaminhou a sua p a r t e , tendo as outras sido adiadas a t e que se A
d i l u í s s e to talm ente o balanço Nenhuma c r í t i c a f o i f e i t a p ela 3R a t a
t a l comportamento, excetuando-s. as r e a l i z a d a s publicamente por Marcos
(sendo que o seu balanço» que c ntinha a s p e c t o s de proposta c o n c r e ta
pa ta o f uncionafeento do joio» f o i . " e n g a v e t a d o " , assim como o balanço
r e l a t i v o as atividàies da eüa cel« A l i a s , i s t o nan tem sido o c o r r ê n c i a
i s o l a d a , pois um outro balanço feito por Marcos - sobre a nossa atua~
ção numa s e t o r i a l , d a que d eve ria ser publicado e d i 3 cutidih pela c e l 0
o p e r á r i a - também desapareceu, tendo 3Ído "««« enviado para o e x t e r i ­
or"» Como tal balanço continha críticas p o $ í t i c a s ao compQ Adonis, le,
v a n t a - s e a suspeita subjetiva do que tal extravio do balanço tenha uh
vindo compor mais uma peça no quadro geral de conciliação e p o l i t i c a -
gamas a era que a 0 , « a SR em particular «• vem-se envolvendo u l tim a-
mentoo De qualquer forma, esta destino inglorio dado a todos cs gbaA :
lanços citados serve obviamente de forte desestímiilo a elaboração de
outroso
Ainda nos re f e r i n d o a famosa reunião longa de 4 meaes a t r a 3 9 2
importantes d e c i s õ e s foram " t i r a d a s " :
1 ~ apcs a escolha definitiva do noma para a Ex e c u ti v a Nacional
Provisória do PT (após a redisaussao feita no BP), a SR, por m a io ria ,
achou que não deveria constar da pauta daquela reunião,a discussão da
in te r v e n ç ã o da 0 no PT, adiando-a para outra reuniãéc Diga-se de pare
sagem que esta reunião foi feita nas vesperas do encontro regioaal, o
^ ff ++ m mm
que culminou na improv.isaçao ja mencionada da nossa atuaçao n e ste En-
controo
2 - resolivau-se colocar na ordem do dia na reunião a d iscussã o
3 0 bre joio em lu g a r de PT„ Nesta discussão, concluiu-36 que a sltuaçao
do jl "Bra crítica" o que portanto s^ria nece3caria "uma discussão tna
i s ampla e mais aprofundada"0 A SR deliberou que 0 3 compse E s t e v ã o ,
Lola e Maria fizessem um p l a n o de funcionamento do j * l « , c.ue f o s s e a«
praseotado na reunião seguinte da SR„ Oporturiistamente, os camaradas
E d, Le b M^ resolver&ix transformar o plano mum documento p o l í t i c o ,
propondo mudanças de estrutura radicais ern relação ao funcionamento
do j l (envolvendo inclusive*, redistribuição de f o r ç a s , formaçao de
c é l s , e t c « ) o E s t e doe. j á e do conhecimento do c o l e t i v o . Mas, como se
i s s o nãe b a s t a s s e , os companheiros da SR a exceção de Marcos ~ acei&
taram d i s c u t i r c documento, e nao assumiram a critica devida a comis­
são por ela nao ter cumprxno os obj'3tí.vos do plano.» E com i s s o , a SR
manteve a tradição de aceitar* mesmo encorajar» indisciplinas deate gig,
neroc
A conseqüência pratica disso tudo foi que a SR não enfrentou a
discussão referente à prática do j „ l 0 ate hoje - e o mesmo continua
parado,. Evidentemente,, e 3 ta discussão também não foi realizada em fun
gão do próprio estado de desorganização em que a SR tem vivido (não
realizando reuniõea» etc)« Aliás» foi criticadd, violentamente d
0Htal*e«tfHKÍas proposta ©cJe Marcos • retomar o encaminhamento anterior»
da tirar um plano para o funcionamento do j.l* em vez de um documento
político» já que pafa esta segunda hipótese os compso teriam canais
regulares para se expressarem«.
Como os camaradas ja devem ter notado,a famosa reunião de mais ou
menos 4 meses atráa foi .iumamente importante para o agravamento da cr^,
se na seção. (Posição defendida por nós: os prèblemaa da região rema­
rem» em ultima instância, as deficiências da funcionamento da direçãojj
regional)» Ela deveria» nessa reunião mencionadas*
- ter elaborado um plano que orientasse nossas atividades em to­
das as frentes (plano este a ser submetido a balanço em psazo defini»
do)}
- ter socializado a experiência da Greve G e r a l Metalúrgica, abor­
dando intervenções» papel da imprensa, saldo político» analisB de con­
juntura» papel do Sindicato» Oposição Sindical e t c 0;
- ter colocado o jornal legal em pleno funcionamento» tirando in<*
clusive as conclusões adequadas da nossa intervenção na greva (que
mencipnávamoa no balanço "engavetado");
- ter enfrentado o problema da formação política de nossos qua­
dros» discutindo os casos de Pedro» desligamento de AC» assistência de
Maria e comportamento do c o m p 0 Adónis ( que mencionávamos noutro balar^
ço "engavetado " ) 0
Dentre estes pontos» nenhum foi abordado convenéèàteraente pela SR
ate k a data de redaçao deste doc* X)fc Talvez os problemas referentes a
Greve Metalúrgica não tenham mais a pés prioridade de ante 3 » mas os ou
tros as 3 untoa - somados à X Dl - devem ser enfrentados com a maxima ur
gência» XataKftaa ímeíusíkb quayxtcam m aukafcit
Enfim» no que tange a SR» a considerando-se a absoluta desorgani­
zação com qua seus trabalhos têm sido encaminhados» achamos necessário
que seja realizada uma auto-crítica pública do organiamo» seguida paio
enfrentamento imediato das discussões |i»ertinente30 t absolutamente im-

— jC jL -
t

prescindível que se garanta o pleno funcionamento da 3ÍS* pro viden cian -


do-88 para t a n t o a n e c e s s á r i a infra-estrutura (aparelhos* c a r r o , e t c » )
Como diretrizes concretas para enfrentar a desorganização em UJ»V
propomos:
1 «* Qua e SR se reúna imediatamente apo* o termino da 6 ~ Conf0 o
ela b ore um plano fje ra l minucioso e c l a r o para o nosso t r a b a l h o p r a t i c o
nas eg f r e n t e s de UJ* discutirido a r e d Í 3 t r i b u i ç a o das f o r ç a s de que dis<»
pusermos» o B j e t i v o s de nossa in terv en çã o * e t c 0 »
2 • Que nessa discussão s e j a abordado com p r i o r i d a d e a b so lu ta o ü
funcionamento do jol»* n e ste terr eno,, endossamos também a proposta de
formar» 3 8 uma célula res ponsável pelo funcionamento do jornat* compos­
t a por elementos e x p e r i e n t e s e com d isp o n ib ilid a d e de tempo, A SR deve
d i s c u t i r cuidadosamente os problemas re l a c i o n a d o s a nosso trabqlho i n ­
te rn o e ex te rn o lig a d o ac j o r n a l , t r a b a l h o em b a i r r o s * i i x i r t » interven,
çao nm greves* d i s t r i b u i ç ã o * e t c c (sobre e s t e assunto teríamos o u tra s
c o n t r i b u i ç õ e s * que ext/avasam o âmbito do praeeèn te documentoj pJretend
demos encaminhá-las oportunamente);
3 ■ =- Que seja elaborado também ura plano especifico para nossas a ti,
vidades no PT* precedido de uma d isc u s sã o aprofundada do s i g n i f i c a d o
p o l í t i c o do PT na ragião* tgalanço do que f o i f e i t o a t e agora* p ers pec­
tivas 8 etc»;
4 - Que todas as c é l u l a s (e também a SR) passem a obsevar os pro~
cedimentos el emèntares de s i s t e m a t i z a ç ã o i n t e r n a - t r a b a l h o sobre p l a ­
nos,, com balanços c o n s t a n t e s ; encaminhamento r e g u l a r deflLinformes e s c r i
t o s ao organismo de d ireção * quç possam a u x i l i a - l o a t i r a r d i r e t r i z s s
g e r a i s para a p r á t i c a na r e g i ã o j
5 ~ Encerrada a d isc u s sã o i n i c i a l de planejamento g e r a l do t r a b a ­
lho na reg iã o * que a SR e n c e r r e a p r a t i c o de "reun iões c u r t a s " * subs-
t i t u i n d o - a s por uma reunião longa quinzenal que s e j a sempre preparada
com a n te ce d ê n c ia pel03 p a r t i c i p a n t e s 0
Ainda sobre a SR* achamos que e s t e organismo deve t e r - como o BP
e o CN - a maior coesão i n t e r n a possmvel, evitando o desgaste davido a
presença de d i v e r g ê n c i a s pro gra m átic as e garantindo o melhor funciona«
mento fgftÊtfÉMA- á d i re ç ã o r e g i o n a l ,
No que se r e f e r e a s i t u a ç ã o de o u t r a s r e g i õ e s , nao temos muitos
info rmes, e x c e to 30 bTe H2 “• onde a ü0 tem um t r a b a l h o e s t u d a n t i l * com
r a z o á v el i n f l u ê n c i a no ME l o c a l e d i r e t o r i a de algumas e n t i d a d e s „ icre,
ditamos que e s t e t ra b a l h o deva s e r mantido na re g i ã o * com d8sflobramen-

- ju-
- 0 - 0 - G . p Ate)

f * •
ttrn tos para trabalho a nxvel de IY1Ü e em bairros proletarxesp mas sem
se abandonar a tendência 03tudantilo Esta pode ser uma boa fonte para
XMBM&M recrutamento de quadros - e, principalmente» aSSíüiSíde apoio
logístico o material #a 0 », com algumas atividades voltadas para a ar­
recadação de fundos» Na regiãó, existe um quadro (candidato) e um GFR,
com uma excelente potencialidade para a ampliação de nosso trabalho;
M j»
mas a 3eçao esta entregue ao mai 3 completo abandono, coisa que pudemos
V3 ~ificar pessoalmente. A assistência, que ficou teoricarnonte entregue
a » praticamente não tem sido f e i t a 0 üs quadros locais enfrentam uma
completa indefinição do sentido qua devem dar ao 3cu trabalho, e corro
mos o risco de sofrermos novas perdas devido a essa dssorganizaçao0 Por
tudo isso, cremos que a 0 „ necessita definir-so urgentemente sobre a »
seção de ou ã fechamos ou a mantemos com um mínimo de apoio ~ que,
em nossa opiniãoçi significa assistência constante, com presença física
do responsável para x~auniao longa com os quadros pelo menos uma vez pso
por m R 3 0 Achamos que esta assitftencia deve ser entregue a um militante
de UI, f! experiente, preferencialmonte do CN; ele faria reuniões mensais
em cáum os quadros responsáveis por H^e Hj» trabalhando sempre com ii
informas escritos, planos detalhados e balanços regulares»
III - Sobre os Rompimentos de Discipina b C e ntr ali sm o t Como Comba

ter103c

Nas páginas anteriores, mencionamos inúmeros casos de indiscipli


na, negligoricia e liberalismo » com os quais a 0 « tem conciliado quase
sempre» Tarefas não são cumpridas, a começar p las da própria SR; taaia
balançbs não são escritos, ou são engavetados; plantes não são elabora­
dos 5 discussões importantíssimas não sao feitas; reuniões não se reali,
zam; proposta de plano de fuiacicnamento do jl "vira” doe» de posição p
política, etc» A conciliação e ainda maior quando o procedimento mere­
cedor rio crítica provém de algum fanWfsjk comp» de oposição, coiaa q u e F a
nosso verj evidencia uma politica francamente demagógica da parte dos
organismos» Ha também uma espécie de resistência em se criticarem os
quadros operários, (medo de perde-los?), coisa qua em nada favorece a
sua formação» Em sou afã de "estar bem com todo mundo", a direção pare
ce esquecer que a crítica e a auto-crítica dever, ser pratica normal nu
ma 0 . m a rxi sta *.encaradas sob o ponto-de-vista do crescimento dos mili
tantos J e da 0 „ como um todo»Quandnçi por exemplo, criticamos o comp.
+» r
Adónis no balançô "enviado para o exterior", n ao estávamos absolutamann
te interessados em desgastar o camarada*) mas sim em contribuir para sua
formaçaop suçnrindp-lhe inclusiva formas diferentes de realizar agit/
prop numa setorial, ("Nossa primeira e imperiosa obrigaçãoft e contri-*
buir para formar revolucionários operários que estejam nó mesmo mível
dos revolucionários intelectuais, em relaçao a sua atividade no Parti­
do" *» Lenin , "Que Fazer?")
fllas toda a "frouxidão" atualmente vigente na 0. resulta * como e
obvio - no agravamento da desorganização interna e de todo o nosso tra
balhOo Isto se torna muito mais sex-io quando envolve conciliaçao com
*
as quebras de centralismo, como por exemplo as cometidas por AB nos ul_
timos meseso A atitude deste camarada ao defender "suas posiçoes indi-
viduais num crupo de esquerdas recem-formado em Y" (em nome da 0 o?);
ao discutir com o cornp, P, que não e organizado nosso, tambemedefenden,
do suas posições (da TD-45, rechaçada pelo coletivo na 5^ Confo); ao
reter o doc<> da % aatosa e* que P* critica esta T D e sob alegaçao de "es
quecimento" (?) - coisas como esta porvocam um simples (e tardio) "pro­
tes to11 da BP| E isto quando o camarada AB ja declarou publicamehta sua
intenção de fracionar* 0 mínimo que o BP deveria ter feito seria cobrar
uma auto-crítica pública, por escrito, de A, Barros, relativa a todos
U 3 episódios citados -* e exigir seu desligamento imediato em caso de r
recusa ou reincidência0
Aliás, a atitude atual da 0, em relaçao as cposições internas ja
revelou fartamente o prejuázo que traz a nossa pratica,, A aplicação
sistemática do princípio leninista "voz as minorias em organi«mo3 dB
direção*’ não faz ser.fiido quando essas minorias não tem qualquer base
(caso óbvio de Davi, a mesmo dt; AB na epoca da 5~ C o n f 0), ou quando a
0 é tãib pequena, carecendo ela própria ds bases, como a nossa«, A pre
sença destas minorias leva a inúmeras crises de direção (precisamos ci
tar exemplos?)« Por outro lado, a entrega da assistência regional de Z
a Afonso Barros apenas facilitou 3ua atividade tumultuadora nessa regi,

âOo
Para o nnfrentamento de todos eates problemas, propomos que:
1 «■ a disciplina interna seja reaplicada com o maxirno de rigor e
urgência em todos os ga organismos* o que inclui metodos^plementares de
sistematização dsjpratica;
2 -= reintrodução imediata dos procedimentos do crítica e auto-crí*
tica na 0 „ , com o máximo de rigor, no sentido de colaborar para a for­
mação política dàs quadros t: para o bom andamento de nossos trabalhos;
3 « aa quebras de centralismo nao mais sejam toleradas na Lj
4 * a Üo necessita de orgamismos de direção c o eso sB o que signifdL
ca restrição ao mínimo da participaçao de elemèntos de oposição nes-t
tes organismo»«

IV - Sobre a, Situaçao Atual de Finanças

0 item que pnssjmo3 a abordar agora refere-se a um problema dian­


te do qual a atitude sistematica da 0 o tem sido de omissão» de concil^
M A w
açao e negligencia0 Sentimo-nos na obtigaçao de exigir mudanças radi­
cais ne atual política de finawças da organizaçao» por entendermos que
a mesma fere princípios básicos da consciência coiteunÍ3 t a c
Ante3 de passarmos a expor os exemplos que nos levam a afirmativa
prucedente» achamos proveitoso lembrar aos comps® de que princípios es,
tanos falando:
«** ^
1 — Numa organizaçao de comunistas» as finanças devem ser centra­
lizadas » decisões relativas a profissionalizaçao revolucionaria» aban~
dono ou entrada era empregos e cursos» despesas e contribuições» tem de
ser discutidas coletivament a ;
2 - Embora saibamos que, vivendo ainda dentro de um sistema capi­
talista» nao podemos observjar rigorosamente um "comunismo int er no” na
Ocj julgamos inadmissível que as contradições entre 0 3 padrões de vida
dos militantes (intelectuais X operários» nao-profissionalizados X pro
fissionalizado3» etc») ultrapassem certos limites«.
Tais princípios nao vêm sendo observados no interior da 0 o Pelo
contrario» no terreno das finanças tem ocorrido uma serie de distor^-
«* <v
çoes» a penetraçao de ideologias burguesas e pequeno-burguesas» e uma
crescenta tendência ao individualismo,,
Ein primeiro lugar, a «contribuição financeira dos quadros a 0 o -tem
sido deixada ao a r b i t M o destes., Tal contribuição» por sua vez» se des
tina ao financiamento de atividades pclíticas vitais (imprensa» viagens
de assistentes para outras seçcos, e t c 0) e a manutenção de quadros (pro
i'Í3sionalizados e 3smi-profissionalizados9 desemprogadoa» opcirários»
e t c » )o
‘'Cis militantesjcontribuem materialmente para a 0 na medida de seu
nível ideologicc" - e o posicionamento que tem regido a política da or^
. ^
ganizaçao neste terreno«, Como» teoricamente» a militancia pressupõe
vel razoavel do comprometimentà ideologico» con clui^se que todo
quadro 3 3 aontiria obrigado por princípio a contribuir financeiramente
para a G 0 , de.-.xando de fazo-lo operas em caso de impossibilidade mate­
rial»
Iflas o probler.ia 3e situa axatsmente na. fluidea e subjetividade dos
critérios empregados para avaliar esta "impossibilidade material"« Dis
so resultou o denso quadro de diatorçoes internas atualmente existentes
no que tangs as finanças da 0o Ha militantes que contribuem com todo o
sou salário para a organização; há militantes que* apesar de terem x m
rendimentos mensaia na ordem d;3 30 mil crózeiros ou maÍ3* não contribu
em - vivendo em apartamentos de aluguel^caríssimo, mantendo emprega«
das quando suas companheiras não trabalham» fazendo despesas desneces­
sárias; há vários militantes que têm de sustentar companheira e filhos
com orçamentos na faixa de 8 a 12 mil cruzeiros^ tendo em conseqüencia
problemas obvies no que tanlje a sua própria sobrevivencia, Cutra coisa
interessante e que as crises de.finanças internas afetam exclusivamen­
te às atividades p o l í t i c a » da 0 o (nx»s j ulo que foi paralisado) e ao
orçamento dos qu >droa qua dependem da 0 (operários* profissionalizados
e t c » , cs quais d e , r e p e n t e deixam de receger dinheiro sob a alegação d
de que "não tem'*)« 0 orçamento privilegiado de Éutros quadros nao e m £
dificado* e nao é raro nestes momentos ouvirem-se recriminações absur-
daa aos profissionalizados por terem "abandonado" seus emprego3 (*•)»
c o ís í l ue sempre fi/eram em obediência a decisoe3 c oletivas n A profis­
sionalização parBce ser encarada como uma suprema regalia* mas bao por
quem a vive - para eates ela tem redundado i n v a ü a v e l m e n t e numa enorme
insegurança material* que acaba prejudicando o proprio trabalho polítl,
CO o

Perce b e -se uoetanto que o nível de vida da maioria de nossos miljL


tantes e função direta dos salarios que reccbem em seus 0ínpregoao Ora,
todos nós conhecemos muito bem a disp aiid ad e axistente entre os sala­
rios num pais capitalista - disparidade que teoricamente combatemos*
mas que 3 8 r e f l e t e fi elm e n te rio interior de 0 o E o resultado é a inten
■iifiçação do individualismo « embora a vida dos militantes que dependem
da Oc financeiramente (e so a d e l e e ) costume ser discutida nos mínimos
deialhea, no que se rsfera a despesas* trabalho, etc. Tilas a insegurang
ça e a desconfiança política que a atual situação t e m p e r a d o nestas mi
litantes leva-os também a tomar decisões por conta própria, tais como
fazer hora3~extras (os operários), procurar emprego3 (os profissionali
zados - mesmo antes do definida a atual política de emprego)* etc,
Quando falamos de "desconfiança po lí tic a“, não estamos exagerando
'J A

em n a d a 0 Temo3 observado nm diversps fatos a penetração de ideologias


burguesas e pequeno-burgueaas na 0 o, no que tange a política de finan-w
çaso Estes desvios 3 e refletem na ab soluta falta de sensibilidade de
certos quadros (especialmente 0 3 que gozam do3 privilégios acima,men«
cionados) diante dos problemas de militantes que "dependem" di 0o » os
quais enflrentam dificuldades constantes em sefcores elementares de sua
vida pessoal (aluguel de casa» sustento de filho3» etc»).
Tais dificuldades jaipais afligem aos militantes que nao recebem d
dinheiro de 0 o Estes militantes até bem pouco tempo nao discutiam as
d33pesa8 que faziéirif? agora essa discussão vem sendo feita (por alto)»
com o emprego de critérios radicalmente diferentes dos que cabem <*os
quadros operários» profissionalizados» etc;«, Ate hoje não soubemos de
' nenhuma deapuGÀ f ei-tft fj.or-um militante oão-dependente da 0 ? ,que tenjna
sido considerada excc-aaiva o desautorizada pelo coletivo - embora o
montante destas despesas costumo ser o debro ou triplo das realizadas
paloa quadros dependentes financeiramente da 0. T e m o s „ portanto» pesos
e medidas radicalmente diferentes na organização» no que tange a p inan
çes; ora» nossa proposta é .a unificação destes critérios» em moldes
que explicitaremos adiante«,
Antes disso» procuraremos responder as objeçõo3 levan tadas por al,
guns conpSo quando realizam o3 e s t a d isc u s sã o nos nossos organismo30
« "Os camaradas que vivem com orçamento de Cr$30.Q00„ü0 ou mais
fazem i s t o por precisarem vtfinter um n í v e l de vida condizente com a pro
f i a s á o que exercem» a fim de naç l e v a n t a r rissiaBxnsx s u s p e i t a s o ’*
Este argumento n ** freqüentemente acompanhado por caricaturas do
tipo "V/ocêspropoem que os intelectuais morem em favelas e os operários
et.i Ipanema?" nao nos convencei. 0 oportunismo vÍ3a apenas a desviax
a dÍ3 c u s s a o | .reflete reaiatencia em abordar o tema» interesse em des§
gastar a nossa posição ou desgastar os militantes que a defendem* Te^
mos a absoluta certeza de que uma certa redução nos orçamentos de al­
guns dos nossos quadros que exercem trabalhos intelectuais nao provocg,
r.ia suspeita alguma, Adornais» temos o exemplo de um companheiro que da
todo o seu salario a 0.» vivendo dos ganhos de sua companheira, razen-
do o maxitr.o de economia» e não se importando em "manter uma i m a g e m 1
frente ao Estado e ideologia burgueses, Que porblema de segur&nça bIb
ja teve por Í 3 so» ate hoje? Pelo qut! saxbamos» nenhum«»
Alguns compói«, nau poc'cm tomar decisões em terrenos como finan­
ças 3 em levar em conta a opini&o de suas companheiras; corno algumas do
diata possível de ds3„Ios dc tipo h m m apontado, q u a n d o 03 m e s m o s 3urg.t
i e m em 3 Óu seio, Repudiamos as acusações da "tumultuadores", ’f e e c t a r i o s " c
"esquerdistas", " s t a l i n i s ^ a s ” , e outras deste n í v e l , que nos s ã o d i r i ­
gidas pelo simples fato de exigirmos a solução dos graves problemas q ua
expu3emos neste docuniBnto,
Np que t:*nge a sitt ação de finanças» também temos p r o p o s t a s c o n a r
ttretajo Propomos que esta questão seja discutida era todos 03 orgamisrsc
mos da 0., i m e d i a t a m e n t e , sendo encaminhadas as seguintes p r o v i d e n c i ­

as :
1 - u n i f i c a ç ã o d o s padrões g e r a i s de roorad&au a l i m a n t a ç a o , saude
e e d u c a ç ã o de filhos para todos os m i l i t a n t e s f t ; g a r a n t i a de a j u d a m a ­
terial contínua a quadros d e s e m p r e g a d o s , operários e p r o f issi o n a l i z a * *

dos;
2 - discussão cuidadosa rle cada caso individual, no que tange a
despesas antrada ou aaída de empregos e cursos, contribuição finance^,
:a o* recsbimenco d« dinheiro; centralização rigorosa das finanças;
3 - redução do o r ç a m e n t o de a l g u n s q u a d r o s c o m o c o r t e do d e s p e s a s
desnecessarias; encaminhamento de3ss dinheiro a C», que o aplique da m

manàÉra mais just a ;


4 w a política de emprego p a r a t o d o s 03 m i l i t a n t e s — p r o p o s t a pe:
lo B P •» d e v e s e r encaminhada c o m o m e d i d a de e m e r g e n c i a , provisoriamen­
te, enquaibto n a o e s t a b e l e c e m o s uma rede de atividades p^ra a p o i o finain
c e i r a da 0o 5 a l i e n t a m o 3 que tal medida deve s o r pro v i g o r i a , p o r q u e e l a
va i obviamente prejudicar nossas atividades p o l í t i c a s 0 Uma vez organi«
zadas nossas atividades de apJijf»Ã financeiro, a p r o f i s s i o n a l i z a ç a o de
quadros deve s e r retomada, com d i s ç u s 3 a o de c a s o p o r c a s o , dando-se

prioridade aos slemntos de direç ão0


Acrescentamos q u e / e s t a m e d i d a ■-» p o l í t i c a d e emprego - 1 ov e n c a m i ->
nr.ada s e m q u e o 3 e j a » as 3 p r o p o s t a s a n t e r i o r e s , o q u a d r o de d i s t o r ç o -
es i n t e r n a s não v a i se a l t e r a r , e n a d a g a r a n t e que ’’s o b r a r á 11 d i n h e i r o
suficiente para o financiamento de n o 3 3 a s atividades políticas, ja que
o critério para a contribuição f inanceira cont i n u a r i a tão subjetivo e

fluido quanto é hoje;


5 « ampliação de n o s s a r e d e de simpatizantes, contatos nuí m o i o pb
s estudantil, p r o m o ç ã o da a t i v i d a d e s v o l t a d a s para a arrecadação de
fundos, etco Neste sentido, o trabalho estudantil em a \ deveria
ser mantido e incrementado, cora o f i m e s p e c í f i c o oe auxiliar as n e s s a s
finanças (ali», á claro, da o b j e t i v a r o r e c r u t a m e n t o tio no«os q u a d r o » )
las não são organizadas, mkm muitas vezes a preciso t ransigir * „ 814
Eia outro argumento de valor diferente quando á se trata de qua­
dros profissionalizados e operários» ter.mulher não»organizada0 E o
problomo aí costuma ser muito mais sério* Os operários, por exemplo,
normalrcanto ja tt m pouquíssimo tempo para ficar com suas famílias, e
ainda gastam grande parte desse tempo em atividades políticas; estão
constantemente sujeitos a desemprego* poia para adquirir repre3entati\i
dade precisam liderar greves; terao sempre maior dificuldade para se
empregarem novamente (podendo inclusive ir parar nas ’’listas negraç");
desempregados* enfrentarão imensos problemas de sobrevivência ( a 0o
não ajuda muito, como j á vimos, e operário não tem família que possa
sustçnta-lo nessas ocasiões» ao contrário de outros quadros de origem
pbo)o Naturalmente*hnao o fácil para nossos operários convencer compa­
nheiras não-organizadas da necessidade e justeza deenfrentar estes pro
blemast. mas ningcein espera que estes militantes abandonem suas atividji
des por causa disso (coir.o alias eles n unca fa;’e m ) 0 Ora, se os operári­
os não deixam, por ex„, de fazer agitação numa greve (meamo correndo
graves riscos) por motivo de "discordância da parte de companheiras não
organizadas", por que osjquaçiros de origem pb-, podem deixar de contribu
ir financeiramente para a 0 * ou se recusara a diminuir seus gastos (o
que também fariam por razões políticas), alegando a maurníssima coisa?
AfcasD as companheiras destes últimos têm "mais" razão? Ou será que opjs
rerio^f ja deve estar ’’acostumado" a ficar ’ha pior", ao contrário dos
outros?
Agora os cornps, ja flevem ter percebido o que queremos dizer com
"desvios idpológicos burgueses e pequeno^burgueses" na política de fi­
nanças da 0 o Convidamos a todos que procurem açgumentar sobre os fatos
expostos neste doe**, que podornos provar, e hão sobre especulações, dis
torções ou coisas no genern. Repetimos, para nós estas atitudes oportu
A M «w
nistas refletem reslstencia om enfrentar a discussão, e manifestaçao
provável do desvio idenlõgico mencionado acima0
Outra coisa que queremos deixar claro» nijo foram os nossos quadros
operários, profissionalizados ate© que nos pediram que fÍze3semos este
doe* Se eles acaso estiverem satisfeitos com o éjuader atuallna 0*8 ou
concordarem com as distorçoes mencionadas acsima9 isso em nada invali^»
dara nossas posiçoes « pelo contratio* 0 tema que enfrentamos aqui e
.questão, de p rincíp.io aara nos, autores de3t© doco* acreditamos que urna
Ü„ nap pode pretender aer lavada a serio, nem se auto-denotninar marxiss
ta-leninista* se não travar uma luta decidida para a solução mais ime-
Ne3 t o u ltim e ponto., ;. i cr-, qut ’ 6ríí03 r e f o r ç a r a p o s i ç ã o ja tira d a p e lo
co le tiv o ; propom os que.os organismos a encaminhem o m ais o r g a n i z a d a e
e n e rg ica m e n te p o s a í v e l c

y - RB.sumo §_ C o n c liisõoo

V ie s te doe© d e fe n d e m o s a t a s e dB que e n t r e o a p ro b le m a s maÍ3 s e r jl


o s que a 0» tBm de enfrentar neate momento estão o s de orçjere o r g a n i z a -
<P t* A#
t o r i a , d i s c i p l í r m r e ideologica© Observamos que a d e s o r g a n i z a ç a o tem s
sidq a tônica em tptías as^rioasas. f r e n t e s e a t i v i d a d a a , te n d o ^ s e re fle -
tia c na crise do na parda r.!e c o n t a t o s o p e r á r i o s , na i n d B f i n i ç a o
e im p ro v is a ç ã o que têm marcado n o s s a a t u a ç ã o no PT , na fo rm a como f o i
re e stru tu ra d o o trabalho sstudantil, etc«« M a n ife sta m o s também n o s s a
c o n c o r d â n c i a g e r a l com ay tesas e x p e d id a s p e l o BP p a r a a frS C o n fo ,
s u b lin h a n d o que n ão atribuímos os p ro b le m a s a t u a i s d a 0 . no t e r r e n o da
orgtinizaçao e d j .s c i p l i r i a posições p o l í t i c a s tira d a s n a C onf» a n te ri
o r0
Como c a u s a principal da nossa desorganizaçao 3 íb U/9 a p o n tam o s o ptis
siac funcionamento da S R 0 D is c u tim o s tembów a t o l s r a n c i a com que a 0<,
vem tragando a s q u e b r a s da c e n t r a l i s m o 8 in d is cip lin a s ; por f i m ( abor-
damos o problema q t u a l do f i n a n ç a s da 0 » , d is c u tin d o a s d is to r ç o e s que
marcam e3te terreno, a d i s c r e p â n c i a e n t r e os n ív e is de v i d a d o s mili­
tantes operarioa e profissionalizados X intelectuais que estão emprega
m
d o s 9 a t c o P a r a ca ria um d e s a e s p r o b l e m a s , a p r e s e n ta m o s propostas concre.
ta s de e n f r e n t a m e n t o e s u p e ra ç ã o « ,
Quando levantamos esta discussão, nossa objetivo não foi o de d83,
gfftatar a 0 . 9 ou a Q u a l q u e r um de sb u s militantes«, Qudremos apenas cojn
tribuir pqra que a PO supere seus problemas internos, passando a ter
malnores condições de intervir sobre a realidade e exercer o seu papel
histórico no quadro das lutas de classe no pais, visando a instauraçao
do Socialismo, Somos pouco»; temos as posições políticas mais justas,
maa precisamos noa fazer valer tambem pelft disciplina interna, e pela
maneira organizada de encaminhar nossas posições» POr isso, pedimos a
todoc os militaíites que reflitam seriamente sobre sste documanto, e eri
frentem rasolutamente e com rigor a discussão que nela propomoso

S au d açõ es c o m u n is ta s .

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