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Título
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corresponda a cada momento as necessidades do plano tatico. E e no plano da org., poi$
que se assume o plano tatioo, tanto pela maneira como se organizam no geral as forças re
volucionarias (uma 0 . de combate), como pelas medidas praticas internas adotadas a cada
instante para dirigir a pratica dentro de um plano tatico, isto e, para dirigir a prati
ca para o exterior.
Luckacs chama a atenção para o fato de que a experiencia dos partidos politicos tem
demonstrado que em determinados momentos eles se voltam para o interior e em outros para
o exterior. Mas afirma que a compreensão do processo casual que tem conduzido a um erro
não significa de modo algum adaptar-se a ele. Menos ainda quando a maneira correta de a-
tuar para o exterior demonstra ee forma notável ate que ponto e absurdo fazer distinções
entre tatica e organizagão na vida interior do partido e ate que ponto esta unidade in —
terna a§e sobre a liga^ao intima que une a vida voltada para o interior com a vida ori
entada p^ra o exterior^. (Metodologia da organização - Luckacs). Ainda afirma que as
taticas que separam artificialmente a vida e a evolução da classe da consciência de
classes correta (supondo que ela possa subsistir em tal isolamento abstrato) assumem
forma de org. de seita e que as taticas que se nivelam aos niveis mais baixos 01^ mesmo
medio de consciência correspondem as formas de org. dos oportunistas. Em suma: ^não po
dem separar-se mecanicamente os problemas politcos e os problemas de organização^ (Lenir)
Se no conjunto do movimento de esq. no país conseguimos desenvoler a luta ideologi-
ca proletaria por ocasião da discussão das posições gerais do proletarido na revolução
brasileira, por ocasiaõ da formulação de um programa que se
ogusesse ao programa reformista, entretanto, não conseguimos desenvolve-la quando a ques
tao principal se colocava no terreno da tatica e da politica de org. Separamos a luta ^
deologica ao nivel das questões de programa e estrategia da luta ideologica ligada a pra
tica necessaria a cada momento. Não conseguimos formular uma tatica adequada a realidade
e, com isso, fomos incapazes de avançar a pratica de intervenção nas lutas e a luta ideo
logica contra os diversos desvios que penetraram no movimento de esquerda apos a desagre
gação da principal org. reformista, o PCB.
Sem uma politica adequada, seu um guia para a ação pratica, deixamo-nos contaminar
pelas saidas imediatistas e pelo voluntarismo. Alem disso, nos fechamos como seita inte
lectual travando uma luta ideologica que, se fora suficiente no momento de crise do refar
mismo, logo apos o golep de 64, ja era suficiente a partir dai, principalmente a partir
de 1967, quando se inicia uma recuperação do movimento de massas. E mais uma vez manteri
amos a tradição, que ha muito predomina no mov. comunista internacional, de fuga ao exa
me do objetivo da pratica politica em cada pais, para não ferir os modelos teoricos de
rev. que passaram a monopolizar o mov. comunista desde a epoca de Stalin. Mesmo nas divi
sões internacionais, apos Stalin, e mesmo a luta anti-s-fcalinista desenvolvida principal
mente pelas correntes trotskistas no p^ano internacional, manteve-se^a produção de mode
los teoricos exportáveis, ou então um propagandismo intelect^alista um isolamento da
consciência de classe abstrata para não contamina-la com as realidades dominadas pela
burguesia. E nós herdamos essa tradição, e ao chegarmos a clnclusão de que a revolução e
ra socialista, de que o proletariado brasileiro era a força hegemônica no processo rev.,
ao concebermos um programa e as linhas gerais da revolução, numa cirtica inicial, teori*
ca, ao reflbrmismo, paramos por aí, para manter a sua pureza. Na pratica, ou nada faziam®
ou íamos a reboque das possibilidades que em cada momento chegavam a nosso objetivo como
a maneira de formar a classe independente, de se opor ate diversas tendencias oportunistas
de conservar o purismo da consciência que o proletariado brasileiro ainda não tinha.
A tarefa mais importante consiste ^ainda em desenvolver uma tatica correta para a re
alidade. Não que antes não tivessemos taticas e visões sobre a conjuntura. Estas e —
ram, contudo, produto exclusivo de nosso estado de espirito; eram a maneira de como bus
cavamos manter na pratica aquilo que ainda estava num nivel extremamente geral, as posi
ções proletarias. A sua cristalização na formação de quadros, frente a luta ideologica
contra o reformismo e outras tendencias oportunistas, nos levou a mante-las como genera
lidades e na pratica seguir as brechas que se apresentavam como mais radicais, como mais
perto daquelas posições. Não se aplicavam a realidade aquelas posições porque a realida
de era vista pela otica da vontade que inflamava a juventude no Brasil na critica ao re
formismo e na luta contra a ditadura. A realidade da epoca de formulação das teses inici
ais para a critica ao reformismo mudara. Ma s o marxismo tomou-se um dogma morto: a rea
lidade da epoca de 64 , com amplos movimentos de massas, na qual faltava uma vanguarda ca
pacitada para desencadear a rev. continuou a alimentar as posições dos agrupamentos po-J-
liticos que surgiam na critica ao reformismo. E as posições que conseguimos atingir na —
quela epoca passaram a ser o guia para a pratica, quando, na verdade, não eram mais do
que o inicio de um longo processo de formulação de posições que, em estreita ligação com
a realidade, poderia fazer avançar a rev. socialista no Brasil.
@®ââ@agosto / I975§@aãã
II» PARTE; AS LIÇÕES DO PASSADO
O periodo iniciado com o golpe militar de 1964 foi um dos mais ricos em experiencias
tanto se conquistaram vitorias, como se cometeu uma enormidade de erros desastrosos para
o movimento rev.
Para efeito de exposição, podemos dividir esse periodo em tres fases de modo a com
preender melhor os desvios da pratica politica e os seus avanços dentro das particulari
dades que compunham a realidade da epoca.
A primeira fase caracterizou-se pela derrota do movimento de massas e de sua direção
reformista e consequentemente por vima crise no movimento de esquerda. Esta situação abri
u espaço para o desenvolvimento da luta ideologica contra o reformismo e a formação e
crescimento de uma nova esquerda anti-reformista • A pratica principal se dava, sem du
vida, na luta ideologica e, consequentemente, na formulação de posições gerais que deve
riam güiar a pratica politica no processo de luta de classes no Brasil.
a) Na primeira fase
0 fato mais importante na primeira fase foi, Sem duvida, a quebra do total dominio
reformista sobre o mov. de esq. no pais. 0 golpe militar por si so enfraquecera a politi
ca reformista. No entanto, sao as divisões e criticas ao reformismo no plano internacio
nal, onde se destacava o -papel que spassou a exercer na America Latina a revolução cuba
na, e no plano nacional o trabalho critico realizado principalmente pela POLOP, ja an —
tes de 64, que fortaleceram o processo de critica ao reformismo e a ideologica anti-refer
mista que atuariam no processo de luta interna e de cisoes no PCB.
Entre as questões mais importantes do debate em t o m o das concepções sobre a revolu
ção brasileira, estavam as questões da etapa da revolução e da forma de organização da
luta rev. De um lado, coloca-se o tradicional reformismo que, passando por cima das l i
ções das experiencias desastrosas de 64, ou melhor, jogando a responsabilidade do golpe
sobre os setores esquerdistas da pequena-burguesia (referia-se aos adeptos de Brizola) ,
continuou a afirmar que a rev. era anti-imperialista e anti-latifundiraria, ou seja, era
uma rev. democratico-burguesa. Em consequencia, a atividade politica deveria se voltar
para a aliança com a burguesia nacional e todos os setores politicos que estavam em can
flito com o golpe, o li ue exigia se abdicar da luta proletaria em favor da luta ^pacifica
por reformas dentro da sociedade capitalista (exemplos dessa politica estão na frente
ampla ’ de 67 /68 , na qual se incluia ate o ex-governador fascista da GB, Carlos Lacerda ,
e a atual frente patriótica anti-fascista , onde cabem ate mesmo amplos setores da Are
na) .
De outro lado colocavam-se os setores que, baseando-se na experiencia da revolução
cubana e nas criticas ja desenvolvidas ao reformismo no plano internacional, caracteriza
vam a revolução brasileira como socialista, o proletariado como força hegemônica na fren
te com os trabalhadores rurais e setores da pb. urbana e consideravam necessário a forma
ção de um partido rev. e a luta armada para transformar a sociedade capitalista. Entre
essas dluas correntes, existiu um amplo espaço para diversas variações, desde as do ja e
xistente populismo do PCdoB, que transportava para o Brasilo modelo de revolução chlaesa
até as alas radicais na forma, como a de Marighela, conservadora, no conteúdo, ou seja ,
no carater da rev.
Ao nivel dos princípios, podemos dizer que nessa fase existiram tres correntes prin
cipais: uma direitista, que correspondia aos que criticavam o reformismo e populismo,maji
tendo seu conteúdo, com pequenas variações, como o caso da ALN, da corrente do PCB (pos
teriormente PBBR) e outros; e uma revolucionaria, que considerava a revolução como socia
lista, embora nesta houvesse variações em termos de posições sobre a organização da luta
Esta ultima corrente, bastante forte pois contava com as dissidências do PC e grupos in
dependentes, tinha na POLOP o seu setor mais* avançado em
termos de concepções politicas gerais, aquele que tinha maior clareza a respeito da situ
ação de conjunto da formação social brasileira e da estrategia para a luta de classes no
Brasil. Sua influencia sobre essa corrente foi bastante grande. Conseguiu introduzir as
pectos importantes do marxismo-leninismo na luta de clsses no Brasil, conseguiu dar as
correntes que iniciavam a critica mais radical ao reformismo iima base inicial, indispen
savel para avnaços posteriores.
0 amplo mov. de critica ao reformismo criava as primeiras condições para se retomar
a atividade politica no interior da luta de classes de forma consequente. Se possuia seu
lado fraco, o isolamento em que se encontrava em relação ao proletariado, entretanto, se
us setores mais avançados assumiram alguns pontos de partida teoricos com os quais pode
riam absorver as experiencias da luta de classes anteriores, se unir em tomo de um pro
grama politico, preparando-se para intervir no terreno pratico da luta de classes. Em
virtude do domínio reformista sobre o movimento de esq» e em virtude da derrota sofrida
em 64 ter criado as condições para se desenvolver a critica as suas concepções, o centro
de gravidade do trabalho rev. voltava-se naquele momento para a luta ideologica, para a
critica as bases teóricas em que se assentavam as posições reformistas. Consequentemen
te, para os setores mais avançados na critica ao reformismo, a tarefa mais importante te
ria de ser a de formular uma estrategia, ou um caminho geral para a rev. brasileira, que
superasse as incorreções das concepções reformistas, e um prograçia politico que estives
se voltado para a unificação desses setores e que pudesse ser o ponto de partida para a
tomada de posições no terreno mais pratico da luta.
Essa atividade, que à primeira vista pode parecer uma atividade teórica é entretan
to essencialmente politica. Tratava-se de retomar os principios gerais do marxismo-leni
nismo para com eles travar o combate as concepções reformistas e elaborar um projeto de
programa politico para atrair os diversos setores que passaram a empunhar a bandeira da
luta anti-reformista. Havia que se processar uma transformação no carater de grupo inte
lectual a que estava submetido o setor mais avançado na critica ao reformismo, para que
çudesse assumir de maneira consequente a tarefa de influir na reorganizaçao da esq.,isto
e, de um mov. de esq. socialista. E alem disso para que pudesse desempenhar na pratica
outras tarefas como a de se ligar a setores mais ativos ou que melhores condições possu
íam para se reorganizar no movimento operário. No entanto, a falta de uma compreensão so
bre as tarefas do momento levaram a POLOP a conservar a sua postura e a sua pratica de
grupo intelectual, deixando-se arrastar pelas facilidades da pratica junto a pb. Esta
0 ., que já havia antes de 64 desenvolvido as premissas basicas da critica ao reformismo
e buscava ja naquela epoca se aproximar do proletariado para se transformar numa 0 » poli.
litica proletaria, ainda que pequena, contudo, ate 1966 ainda nao tinha conseguido avan
çar nesta transformação. Não que não houvesse vontade ou que em diversos momentos não a-
dotasse posições praticas para intervir na atividade politica, como foram as iniciativas
de se aproximar de grupos independentes de 64, de apoiar um foco guerrilheiro logo apos
64, de transformar o PO em jornal politico, etc. 0 AVI, de abril de 1966, chamava a aten
ção para este fato ao dizer: Sempre tivemos muita vontade de ultrapassar essa etapa. Es
sa vontade subjetiva se evidenciava nas discussões internas sobre o trabalho de massaò ,
sobre a finalidade de nossa imprensa e em resoluções que decidiam quw ate a data tal, te
remos tantos por cento de quadors operários,^ou dentro do prazo x, a organização começa
ra um congresso de fundação do partido.<>.etc . No ent^jito,xao levantar os problemas da
0 ., este doc. vai ficar praticamente no apelo para a ida a classe , para se criarem os
*exemplos’, etc. Ao lado do questões gerais da maior importancia para a critica as conce
pções reformistas, no terreno pratico assume uma posição sobre a situação daguele momen
to e propÕe uma tarefa central para transformar a 0. Sobre a situação diz; Embora nos
sos afazeres no seio da esq. não tivesse sido esgotados inteiramente, chegamos a conclu
são. que tirbamos de dar o passo decisivo da luta ideologica a politica diaria . E mais a
diante, £o afirmar que a tarefa central estava na formação dos quadros e no seu preparo
para o trabalho operário, dizia: Todos os nossos militantes devem estar a altura de de
fender nosras posições, sejam em reuniões de operários, em contato com as dissidências
do PC ou contra os revisionistas. A luta ideologica que travamos visa conseguir concreta
mente a mobilização e organização da classe operaria nos proximos conflitos políticos.
A primeira questão que chama a nossa atenção o a postura bastante doutrinarista da
0. Em 66 , quando mal se iniciiva o processo de cisões do PC, quando diversas dissiden —
cias e outros grupos, fracos teórica e politicamente, abriam um campo para a discussão
politica, para se lutar por um acordo em termos de um projeto de programa que pudesse sr
vir de base a discussões das forças anti-reformistas, neste momento se considerava que
estavam praticamente esgotados os afazeres no seio da esq. Isto e, a 0. sistematizara a
critica geral ao reformismo e assim considerava cumprida sua missão no interior das for
ças rev. Procurava, então, assumir outra tarefa principal, a de mostrar, para a esq*,
qual o caminho da pratica.
No entanto, o caminho da pratica e da transformação da 0. era concebido como uma qu
questSo de formação de quadros, para que pudessem se aproximar dos operários e travar a
luta ideologica com as dissidências e contra os revisionistas. Porque seria esta luta i-
deologica que iria concretamente mobilizar a classe operaria nos proximos conflitos.
Esta ai toda uma visão equivocada sobre a^pratica politica que, longe de superar o cara-
ter de grupo propagandistico e teorico, ja estava ai consolidando desvios que estariam
presentes em toda a trajetória da 0 .
\ v.\
Curvando-se as primeiras influencias do foquismo sobre o processo de critica ao
pacifismo do reformismo, a 0 . deixou de considerar o trabalho politico de desenvolver a
critica às concepçõs reformistas e elaborar um prgjeto de programa politico como tarefa
principal para correr atras de exemplos práticos a fim de disputar com o ativismo pb.
que penetrava na esq. Claro esta que, para uma 0. politica, um momento de principalidade
para a luta Ideologica ao nivel das conepções gerais, programaticas, não retira importan
cia da atividade pratica voltada para os setores mds importantes (no caso, o proletaria
do e o mov. estudantil)« para a sua transformação em 0 . de combate. Entretanto, quando se
inverteu naquele momento essa principalidade, concebendo que era o fato de travar essa
luta ideologica a causa do despreparo da 0 . para a politica diaria , ou para o não cum
primento das metas grandiosas, por exemplo, a formação de células de 7 operários e 3 es
tudantes (AV i), longe de se superar o problema, levaram-se para o terreno mais pratico,
da politica diaria , os desvios inerentes a um grupo de intelectuais que não consegue se
transformar em força politica. A concepção pratica que se adota baseia-se de um lado na
ja existencia das posições politicas para a pratica concreta - a própria critica geral ao
reformismo - e de outro em que era a formação dos quadros e a própria luta ideologica jun
to aos operários e aos setores da esq. que mobilizariam a classe operaria nos proximos c
conflitos. E com isto começava--se a formalizar a separação entre as perspectivas gerais,
correspondentes aos interesses historicos do proletariado, da situação real do proletari.
ado e da luta de classes. 0 espaço aberto seria prenchido por medidas de organização in
terna e por zigue-zagues nas opções praticas, onde predominariam o doutrinarismo ou o
propagandismo e ao nivel organizatorio o sectarismo e o espirito de seita. Estes desvios
ficam mais patentes,quando, em sua parte final, o AV I cita um trecho dejjenin escrito
alguns meses antes da revolução de outubro. Nele pregava-se a tatica de libertar a li
nha proletaria da intoxicação pb. , através da propaganda, do tralialho paciente de escla
recimento. E para isto argumentava-se que o partido deveria ficar por algum tempo em mi
noria, contra a intoxicação das massas. Ao dizer que la estavam mais avançados do que nos
querendo com isto justificar uma pratica doutrinarista e isolacionista, ate que o proble
tariado se mobilizasse independentemente, o doc. esquecia-se de toda a experiencia da re
volução russa, de como se formou a social-democraria, de como se transformou em partido,
de como conservou no seu interior setores atrazados, etc., e principalmente da enorme di
ferença que ha entre falar em se manter isolado quando se tem amplas bases politicas no
proletariado e quando somos apenas um grupo de intelectuais.
b) Na segunda fase:
A inexistencia de movimentos expontâneos no proletariado e de debates políticos en
tre os operários criava uma grande barreira para a critica ao reformimsmo no interior da
classe operaria. A própria herança reformista e a derrota de 64 colocavam os operários
distantes deste tipo de discussão politica. Ao contrario, pela tradição politica e cultu
ral em virtude do crescente descontentamento da pb. com o golpe, o movimento estudantil
se apresentou como o setor mais aberto a este tipo de discussão. Pode-se dizer que foi no
seu interior onde se avançou na luta anti-reformista, onde se encontraram as condições
para se tirar dela consequencias praticas para a intervenção na luta demassas e na orga-
nizáçao da vanguarda. Mas foi la tambem onde se criou uma base para o desenvolvimento dos
novos desvios do movimento rev.
Ainda não se havia desenvolvido em toda a nova esquerda o aprofundamento da discus
são em tom o das concepções corretas, e anti-reformista, para a revolução brasileira.Ain
da não se havia produzido um programa^ politico que servisse de base a aproximação dos di
versos setores de es<j. que se abriam as concepções sobre a revolução proletaria no Bra —
sil. E a realidade ja colocava na ordem do dia o problema da pratica concreta, ja cobra-
é.p.Jp
va da esq. posições politicas anti-reformistas para intervir nas lutas que se iniciavam
e nas movimentações dos setores mais avançados da massa. As analises das deformações do
capitalismo e dos erros pacidistas do reformismo, não sendo canalizados para um programa
politico e para uma tatica de intervenção e organização das forças de esq., passaram a
se flmdir com o estado de espirito proveniente do processo de radicalização da pb. - revo
lucionarismo -produzindo uma ideologia anti-reformista de carater pb. Esta iria por sua
vez alimentar as perspectivas praticas que a esq. viria a adotar. De modo geral, indepen
dente do carater das concepções gerais a que cada grupo chegou na critica ao reformismo,
esta situação estaria presente na pratica desses grupos, estabeleceria, por assim dizer,
a unidade das concepções mais heterogeneas no terreno anti-reformista.
A ORTI ja havia, na fase anterior, colocado o problema da sua transformaçao e da pra
tica de intervenção, em particular no proletariado. Mas colocoueste problema de maneira
incorreta. A falta de uma visão correta a respeito de nossas tarefas na epoca, do papel
de um programa politico, de uma estrategia e de uma tatica e da relação desses com a pra
tica, a falta de visão do papel da pratica na transformaçao dos quadros e na superação do
atrazo da 0 . em relação as exigencias da realidade política iria trazer maiores inconse-
quencias no momento em que se iniciava uma retomada das ^utas de massa e em que as influ
encias do estado de animo da pb. cresciam sobre a esq. Ja naquela fase haviamo^ abejto o
espaço para acompanhar ao nivel das posições gerais, da consciência de classe pura , o
estado de animo da pb. e na pratica cair no intemismo, nas soluções voltadas para o in
terior da 0. e no doutrinarismo na intervenção politica» E, cnsequentemente, a ORM que ,
mais do que qualquer outra força, tinha claro a necessidade de se aproximar do proletari
ado, de se ligar politica e organicamente a seus setores mais avançados, alimentada por
aquelas incorreções e pela onda de revolucionarismo da pb. so iria encontrar condições
de exercer o seu dorutrinarismo no mov. estudantil. Ai, apesar do praticismo, ha uma rea
1 idade favoravel as atitudes professorais.
Quando o movimento estudantil começou a se refletir na arena politica como força so
ciai, carregando consigo palavras de ordem radicais, a influencia da pb. sobre os novos
contigentes da esq. ampliou-se. E assim ficavam provados os limites estreitos em que ain
da se encontrava a critica ao reformismo, a incapacidade das Os. mais avançadas nesta
critica de abrir o caminho pratico para avançar o mov. rev.
Ha cumps. que, tentando manter um veu mistico sobre o passado, tentando valorizar u
nilateralmente o papel inicial que teve a 0RM-P0L0P ao trazer^ o marxismo-leninismo para
a atividade politica, em especial para o processo de critica as concepções gerais do ref
formismo, buscam através de argumentos incorretos esconder as suas fraquezas, seus erro$
seus desvios. E com isto colabaoram para que vicios antigos se mantenham no presente, vi
cios que devem ser apurados da pratica rev. e de nossa formação. Uns consideram que a 0»
possuia posiçoes corretas e tatica adequadas as realidades e que so a partir do inicio
de descenso do mov. de massas (inicio da Ja fase), por falta de uma politica de org«,irti
ciou-se um processo de desvios em ralação a tatica, ate se chegar as posiçoes formuladas
na TD-3 (El) que serviriam de base a elaboração do PTCP. Este ponto de vista se acha pre
sentei por exemplo, nas TDs 18 e 26 (El). Outros comps., tambem procurando evitzr discu
tir o passado de forma consequente, subestimam os erros e desvios existentes na pratica
e nas posições sistematizadas no passado mais distante. Consideram que os erros edesvios
dessa epoca não chegaram a ser institucionalizados, so sendo no momento em que se alabo-
rou o PTCP5 reduzem, assim, a critica ao passado a critica ao PTCP« Estas considerações
procuram, de um modo ou de outro, manter viva a famosa racionalização que pretende encon
brir os desvios do setor mais avançado da ER: lucidez teórica e inconsequencia pratica.
Os primeiros não compreendem que as medidas organizatorias que se tomam a cada mome
nto são determinadas mais diretamente pelas posições politicas adequadas a cada conjuntu
ra. E que estas posições não saem diretamente das concepções gerais acerca da rev. brasi
leira, mas são detorminddas pelas particularidades da realidade concreta em que se atua.
Se impiricamente podemos detectar a ausência de medidas organizatorias, de uma pratica
partidaria, em determinado momento de nossa pratica passada (epoca do descenso a partir
de 68), isto se deve ao fato de que naquele momento de descenso, de declinio da ativida
de rev., a crise de perspectivas explodiria em primeiro lugar no terreno da org. Não ha
via como encontrar medidas organizatorias para manter a esq., do crescimento de nossas
forças, etc., através do proselitismo,do propagandismo que marcava a inconsequencia de
nossa pratica politica. Ou^seja, através de posições gerais (greve geral, Comite de Em —
presa , etc), coerentes com as concepções teóricas a que se chegou na critica ao re
formismo, mas incoerentes com a realidade da luta de classes, em especial com a situação
das forças de esquerda e do movimento operário.
A teoria e a pratica estão na atividade politica relacionando-se através de uma or-
-le.p-jj.
ganização . E as contradições entre elas vão aparecer no terreno da org., mais partícula'
mente na incapacidade de dirigir, de utilizar corretamente na pratica asforças que se tai
E neste terreno onde as divergencias politicas^acabam por ficar mais claras, acabam por
criar problemas para uma so direção, para um so centralismo. E se se procura solucionar
o problema no nivel em <jue aparece, no jroprio campo da política de org., para não rom
per com a ideologia da lucidez teórica , acaba-se por se institucionalizar o burocratis
mo como arma para se manterem os mitos e uma coesão artificial. A inconsequencia prati
ca provinha principalmente da falta de capacidade politica para corrigir os erros ao ni
vel das concepções gerais, depurar-se da ideologia que ocupava o lugar do marxismo na a-
nalise da situação presente e com isto encontrar as posições politicas que atuariam sob»
a fraqueza interna, sobre a maneira de se utilizar as forças que possuiamos, porque tais
posições estariam adequadas e voltadas para o exterior, para a intervenção.
N A»
Os segundos nao compreendem que no passado diversos does. contem a chamada institu
cionalização dos desvios presentes no PTCP. Empiricamente pode-se observar que os desvi
os do PTCP levaram a crises mais profundas, a desagregaççoes, etc. E que, numa conjuntu
ra extremamente adeversa, as suas concepções taticas voluntaristas eram bem mais j/isive-
is. Esses comps., cuja visão se acha presente na atual tese de El, para serem rigoro
sos com o ’.que coneituam como tatica, passam a caracterizar o passado pela ausência de
tatica. Desse modo não podem compreender que posições encontradas nos AVs, no Formar a
Vanguarda do Proletariado, no proprio PSB tiveram para a 0. o sentido de tatica. E agiam
na realidade como se fossem taticas para a intervenção politica. E como eram coerentes
com uma visão acerca da consciência de classe abstrata, mas incoerentes com a realidade,
ou seja, longe da situação real da luta de classes naquele momento, em especial da cons
ciência real do proletariado, elas ao nivel das concepçeos politicas para o momento ti
nham um sentido voluntarista. 0 que nelas estava presente era de um lado as concepções
gerais acerca da revolução brasileira, o que e correto, mas de outro lado, a vontade te
orica de um grupo que não conseguia deixar de ser intelectual e que por isso se arrasta
va atras do estado de animo da pb. 0 que acontece então e que o voluntarismo estava pree
sente ao nivel das posições concebidas como posições politicas para a pratica, mas na
pratica concreta, na intervenção, o que predominava era a pratica professoral, propagan-
distica. á bem diferente, sem duvida, o papel das posições voluntaristas para os milita
ristas e para as Os. que se propunham a se aproximar do proletariado pela atividade poli
tica. Para que as posições dos primeiros se concretizassem, fossem levadas a pratica,bas
tava mesmo a vontade de se organizar dé modo a desenvolver as açÕes de expropriação e os
atentados terroristas. Para os segundos, no entanto, não bastava a vontade; precisava ha
ver uma correspondencia entre ela e a realidade imediata. Construir os comitês, como or-
gãos de duplo poder, organizar a greve geral, formar o partido, etc. não poderiam sair
do proselitismo na pratica, por mais vontade que se tivesse.
As criticas gerais, as premissas iniciais a que se chegou no processo de luta ideo-
logica com o reformismo, sem duvida da maior importancia naquele momento, sem duvida pon
to de partida para as auto-criticas que ate hoje possam ser feitas por grupos a sser ul
trapassadas pelas exigencias da realidade. Transformaram-se em dogma morto', deixaram
de ser um guia vivo para o desenvolvimento da pratica para abrir o caminho, e não fechar
ao desenvolvimento de novas posições adequadas aos principios, mas adequadas também a re
alidade imediata. Nossa doutrina, dizia Engels, por si e por seu celebre amigo, não e
um dogma, mas um guia para a ação. Esta formula classica destaca de modo surpreendente
este aspecto do marxismo que se perde de vista a todo^instante. Desde então, nos fazemos
do marxismo uma coisa unilateral, disforme e morta; nos o esvaziamos de sua parte mais
pura, nos solapamos suas bases teóricas fundamentais^- a dialética, a doutrinz da evolu
ção histórica, multiforme e cheia de conttadiçÕes; nos enfraquecemos sua ligação com os
problemas práticos e concretos da epoca, suscetiveis de modificações a cada reviravolta
da historia... Claro que eu não falo das tarefas gerais e essenciais que não mudam nas
reviravoltas históricas, a partir do momento em que não se modifique a correlação funda
mental das classes. É bastante evidente que esta orientação geral de evolução economica
(e não somente economica) da Russia, assim como a correlação fundamental das diferentes
classes da sociedade russa, não se modificou, por ex. no curso destes últimos seis anos.
Mas as tarefas de ação imediatas se modificaram muito claramente durante este periodo ,
assim como a situaçao social e politica concreta; desde então, os diversos aspectos do m
marsismo, que e uma doutrina viva, não podiam deixar de aparecer em primeiro plano (Cer
tas particularidades do desenvolvimento historico do marxismo 8 Lenin).
// % \
As posições gerais qlue se encontram sistematizadas no Aonde Vamos serviam a pro
paganda junto a esquerda. Dentro das concepções taticas contidas no AV I estas mesmas po
sições passariam, a partir de 66 , a ser utilizadas na intervenção nas lutas pela luta 1-
deologica que visaria a mobilizar as massas trabalhadoras . E destacava-se a importance
a da formação de quadros para a pratica. A critica ao reformismo, no terreno teorico jus
ta, estava no terreno político envolta na ideologia de ascenso rev. (das movimentaçoes
de massa de antes de 64) e a partir de 66 no revolucionarismo sustentado pelo desconten
tamento da pb. Agia-se como se bastasse empunhar a critica geral%as concepções reformis-^
tas para atrair amplos setores que saiam do PC e em especial as bases operarias rebeldes
e com isto mobilizar as massas contra a ditadura. Alem de se ter uma visao teoricista so
bre a política (a critica teórica ao reformismo era tudo)^ tinha-se uma visão que subes
timava a capacidade de luta de classes trabalhadoras. Se e verdade que a ditadura não
era tão forte politicamente logo apos o golpe, tambem^e verdade que a traição
reformista fora bastante expressiva para ter deixado sàllos no movimento operário que
pudessem se rarticular rapidamente e impedir a consolidação do regime de exceção. Ao con
trario do que alguns comps. pensam (como por ex. a TD-26 (El)), nao se pode dizer que
até 68 ainda havia çossibilidade de barrar a marcha da ditadura militar. 0 proletariado
na fase de lutas até 64 sequer conseguira, em virtude das traições reformistas, livrar s
seus sindicatos da dependencia dos orgãos estatais. A queda do populismo e a desarticula
ção das lideranças reformistas desarmaram o proletariado, deixaram-no no nivel mais bai.
xo de organização e consciência. E mesmo que estivesse ainda fraca a ditadura e mesmo que
o PC, por um acaso, emeampasse depois a derrota de 64 as posições mais avançadas sobre a
revolução brasileira , seria impossível levar o proletariado rapidamente a luta contra o
regime. Pensar assim seria esquecer que uma vanguarda consciente e que formas de organi-
zzção mais dinamicas e combativas se formam num processo de lutas onde as condições obje
tivas impusionem o mov. expont neo e as vanguardas atuem sobre ele.
Agiam sobre nossas cabeças as perspectivas gerais para a revolução brasileira e a
vontade de ve-las em pratica, vontade esta alimentada pelo descontentamento da pb» e pe
la radicalização do mov. estudantil. Se a vontade e um dos aspectos e bastante importan
te da atividade rev., entretanto, ela iria agir na pratica coiro^se bastasse para ser rev
se dizer a favor do marxismo e das concepções gerais adequadas a rev. brasileira, curvan
do-se a essa realidade, ou melhor, dando consequencia a esses desvios, os diregentes pre
gavam o isolacionismo e a virtude da luta ideologica em mobilizar o proletariado. Prega
va-se o isolamento das massas e pregava-se a luta ideologica para mobilizar o proleta
riado, numa aplicação mecanica e direta de uma posição tatica especifica a uma situação
particular da rev. russa, quando ja existia um forte partido rev., quando se saia de uma
rev. e se estava as vesperas, poucos meses, da rev. de outubro. Desintoxicar o proletari
ado da fraseologia pb. a partir de abril de 191? na Russia era um trabalho pratico imedi
ato, necessário e possivel. Da p ' peculiaridade da situação real, tal como
ficou exposto, desprende-se obrigatoriamente para o marxista - que devo ter presente os
fatos objetivos, as massas e as classes, e não os individu s, etc - a peculiaridade para
o momento presente. Esta peculariedade destaca em primeiro plano a necessidade de mistu
rar uma, dose de vinagre e fel na adocicada limonada das frases democratico-revolucionari
as**, "^necessário, portanto, (...) um trabalho de liberação do proletariado da embria
guez pb. geral. (...) Na aparei:cia isto e so um trabalho de propaganda* Mas, na realidacb
e o trabalho rev. mais pratico, pois e impossivel impdsionar uma rev. que estancou, qu
que paralizou-se, com frases, e quese dedica a marcar passo sem sair do lugar, não por
obstáculos exteriores, não porque a burguesia empregue contra ela a violência, mas sim
por causa da fe irracional do povo . (Lenin - As tarefas do proletariado em nossa rev.).
Essa tatica aplicada aqui mecanicamente, mesmo quando criavam-se condições objetivas
para um inicio da retomada das lutas de massa, iria satisfazer a nossa consciência pura
ou as nossas necessidades intelectuais e a expectativa que procuravamos alimentar sobre
a mobilização do proletariado a partir da luta ideologica; na pratica, entretanto, iria
impulsionar a nossa vocação doutrinarista e o espirito de seita.
Nas suas tres primeiras partes, escritas em 1966, o "Aonde Vamos** traz sem duvida ,
questões das mais importantes sobre a estratégia rev. e a critica ao reformismo. Isto nes
demonstra que ja havia condições antes mesmo de sua produção de sistematizar as questões
gerais mais importantes que deveriam compor um programa politico. Por outro lado, quando
o AV I chama a atenção para o atrazo da 0. em se transformar numa 0. politica, para a ne
cessidado de uma pratica profissional, e quando as cisões no reformismo se aceleram, as
tarefas praticas no terreno da organização e da luta passam a cobrar um projrama politim
como ponto de partida. Este programa ou um projeto de programa como proposta para os se
tores da esquerda que mais poderiam avançar na ruptura com o reformismo acabou ficando
implícito nos does. voltados para a luta ideologica ou para o aprofundamento da çompreen
são da 0. sobre a situação de um conjunto da sociedade e da luta de classes-. E so saria
explicitado um ano mais tarde, não se livrando, entretanto, da forma de te:rto de luta i-
deologica e nem dos desvios voluntaristass nas posições e doutrinaristas na pratica que
iam se consolidando na 0.
Se tanto o Aonde Vamos como posteriormente o Programa Socialista fornecem no plaro
teorico as condições para a formulação de um programa político que contenha a estrategia
geral e um programa minimo para a luta de classes no pais, não fornecem entretanto as con
dições para que se rompa com as barreiras intelectuallstas e se compreenda que a pratica
politica é determinada por uma realidade politica concreta, particular, como particulari
dade de uma situação de conjunto, e consequentemente a pratica politica tera que refle —
tir as ppsições gerais, os princípios gerais do marxismo-leninismo. Porque aquelas does.
pretendem colocar em pratica posições determinadas diretamente pelas concepções gerais
acerca de uma situação de conjunto da luta de classes e pelos principios gerais e não pe
la realidade particular na qual se atuava, posições que satisfaziam a oonsciencia puraj
mas mas se colocavam distantes da consciência real do proletariado. Dai os apelos vão se
dirigir essencialmente para o terreno da atividade internaj e ai que sempre se vai procu
rar justificar por que a lucidez teórica não conseguira ainda transformar a O.,não con
seguira tomar possivel a penetração, nao conseguira atrair forças de esq., etc. A ques
tão principal a se enfrentar, para o AV em 66, era então a FQ. Ate certo ponto seguem es
sa tradição comps. (como porex: a TD17) que tentam ver os erros do passado como falência
dos intelectuais, e recolocam como centro da atividade atual a formação, o estudo,enfim,
a pratica voltada para o interior.
E na busca de posições para a pratica que estivessem coerentes com a critica geral
ao reformismo e coerentes com o revolucionar!smo dos quadros, vai se chegar a teorizar a
eficacia, em termos de tatica, do foco guerrilheiro. E quem vai introduzir essa questão,
de forma sistematizada, e a ultima parte do AV, escrita ja em 67 . Não encontrando ate aí
os caminhos para se formular ur.a tatica justa que pudesse dirigir a pratica de modo a en
frentar os problemas da aproximação com o proletariado, da intervenção na luta estudante
da transformação da 0., da sua profissionalização, etc., procurou-se render homenagem ao
anti-pacifismo que ja arrastava setores importtantes da esq. para posições foqluistas
Seria mais uma posição voluntarista a estimular o doutrinarismo pratico que ocuparia 0
lugar de uma tatica correta, de uma pratica consequente, adequada ao momento.
Em virtude das condições objetivas - a desorganização e recesso do movimento operá
rio, o isolamento em relação ao proletariado, a radicalização da pb» - a nova esquerda
passou a centrar a critica ao reformismo niuna das consequencias praticas de suas concep
ções - o pacifismo. E rapidamente se abriu as influencias das posições extraidasde uma
sistematização apressada da experiencia da rev. cubzna, feita por Debray. A estrategia
foquista ia mais ao encontro das possiblidades imediatas de pratica que satisfaziam ao
revolucionarismo que penetrara na esq. Afinal, dizer-se a favor da luta armada, da impla
ntação de um foco guerrilheiro a partir das forças de esq. deslocadas da cidade para al
guns pontos do campo, das ações armadas que iriam fazer a propaganda nas cidades e obter
os recursos materiais no foco, tudo isto estava bem ao, gosto da espectativa acerca da ca
pacidade da vanguarda arrastar atras de si as massas revoltadas tão logo fizesse na
pratica o que o reformismo não fizera. A radicalização da pb» alimentava a ilusão de que
as condições eram favoraveis para desencadear a ofensiva rev. A questão se reduzia então
a organização dos combatentes que com as suas ações de vanguarda arrastariam atras de si
as massas exploradas. Se estas concepções so foram se realizar na pratica de maneira ma
is ampla algum tempo depois, arrastando quase todas as forças da nova esq., deve-se ao
fato de quecom o ascenso das lutas de massas, especialmente as do mov. estudantil, cria
ram-se condições para a pratico, politica nas massas, 0 que colocou de lado a tarefa prin
cipal (a preparação para a instalação do foco) ja assumida em termos de perspectiva a
partir de 66 por varias forças de esq.
Se para a P0L0P a critica ao reformismo não reduziu ao combate ao seu pacifismo e a
produção de uma estrategia militarista, no entanto, tambem se deixou arrastar pelas pres
sões da pb. E isto se deve, no caso, ao fato de agir na pratica^ com posições que represe
ntavam no maximo principios para uma tatica e que se prestavam a luta ideologica e não a
pratica politica que age no imediato, no real, com vistas a atingir objetivos ue imedia
tos que preparem 0 futuro. Se era dever de ua 0. rev. combater ao nivel da luta ideologi
ca as concepções focuistas, isto so poderia ser feito de forma consequente naquela fase
da luta de classes se conseguíssemos compreender que o centro da gravidade da atividade
rev. não estava na discussão do foco, ou nessa ou naquela forma de colocar em pratica a
preparação do foco guerrilheiro, mas sim nas lutas de massas que cresciam no movimento
estudantil e que davam os primeiros sinais de ascenso no mov. operário. E era a situação
das forças conscientes em relação a essas lutas, que cracterizavam o momento atual, que
determjnaria a tarefa a se enfrentar com principalidade naquele momento.
Pretendiamos formar o partido do proletariado a partir das concepções gerais criti
cas ao reformismo que, penetrando no processo de cisões do reformismo, traria paia fora
dele as vastas bases operarias rebeldes . Num determinado momento passamos a colocar co
mo central a formação de quadros para que estes impulsionassem a luta ideologica nas dis
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cussões com a esq. e nas "reuniões de operários'* visando a pr3parar a mobilização do pro
letariado e com isto, pelo '"exemplo , formar o partido. Em 67, passa-se a procurar resol
ver na pratica a formação do partido através do foco guerrilheiro. Assim, diz o AV IV:
*Á forma ideal que essa vanguarda pode tomar e a do partido rev. mas ha condições que po
dem dificultar ou atrasar a formação desse partido. Tradições politicas particulares em
cada pais, derrotas recentes, recesso do mov. de massas... Ai estava a justificativa pa
ra não se ter conseguido exitos na tatica de formar o partido. Como havia então, pelas
observações empiricas, derrotas recentes, recesso domov. de massas, etc, que para tentar
forma-lo pela via militar. Assim, diz ainda o AV IV: E justamente o surgimento de um fo
co armado com uma posição politica que oferece uma perspectiva rev. tanto para as forças
lutando ;ao campo, como as da cidade, que pode acelerar a formação do partido... Com pou
cos milhares de militantes seremos, sem duvida, nas condições de hoje (I967 O um partido
revê, mas sempre limitados pela ilegalidade de atingir as vastas massas dos explorados
deste pais. 0 foco as atingira em escala^muito maior, porque concentra a atenção de ami
gos e inimigos e repercute materialmente . (grifos nossos).
Não só se deixava arrastar por perspectivas pequena burguesas que, mesmo agregadas
as concepções e principios que deveriam estar presentes nas posições praticas dos revs.,
não deixavam de ser pbs., como se explicitavam de modo claro como se transformava ao ni-
vel intelectual a vontade em realidade. Nem sequer tinham se dado os primeiros passos na
penetração no proletariado e ja se falava na possibilidade de em 19§7 milhares militant©
comporem um partido que, para se transformar em partido de massas, romper as barreiras
da ilegalidade'-', deveria ^utilizar a arma do foco guerrilheiro. Na verdade, o que esta pre
sente nestas concepções e a mesma postura que tem os intelectuais quando se escondem em
seus gabinetes para desenvolver aspectos das ciências, considerando que tudo passara a
girar em tomo de suas revelações. Estavam presentes naquelas concepções as esperanças
de que a simples difusão das teses gerais, criticas ao reformismo, seria suficiente para
aglutinar toda a esq.., ou pelo menos os seus setores que se aproximavam das concepções
socialistas que , sem duvida, formariam^uma 0. de milhares de quadors. E de que entre mi
lhare3 de quadrc3 estivessem tambem as bases rebeldes operarias . E então 0 foco passa
ria. a fazer o resto, a transformar esse partido num partido de massas. No lugar da luta
ideologica que sepropunha antes para mobilizar 0 proletariado, agora se propõe o foco co
mo arma da mobilização das massas e para levar-lhes as concepções politicas que se encon
travam em nossas cabeças. 0 processo rev. vai então se processando em nossas cabeças com
incrivel simplicidade e coerência, como se o trab. rev. fosse idêntico ao trab. dos pro
gramadores de computadores.
Um ano antes da direção da P0L0P aprovar o AV IV, o AV I apelava para a ida a cias
se e para a FQ como meios de dar exemplos a esq. Dava a luta ideologica através das dis
cussões e do material escrito o papel de vir a mobilizar o proletariado. Agora, em 1^967
adota-se o caminho do foco guerrilheiro como, meio de travar a luta ideologica, como meio
de formar 0 partido e mobilizar as massas. Temos vanguardas de luta ideologica e de pro
paganda comunista, que estão procurando encontrar o caminho para a ação rev. Sua exis —
tencia já é uma condição para o inicio de uma guerrilha consequente. E nesse sentido não
ha duvida de que a guerrilha em parte, preenche o vacuo da não existencia de um partido
r e v ( A V IV).
Tambem no que diz respeito a estas concepções não se tiraram consequencias pratica^
a não ser se aprendia com a pratica. Era mesmo permitido divagar no terreno teorico, pre
tendendo mostrar as forças de esq. 0 que fazer, porque no terreno da organização e da
pratica deintervençao nada se cobraria da teoria ou da lucidez teórica . Mesmo quando
estas concepções vieram a fazer piarte do Programa que serviu a formação do FOC, elas não
tiveram c onsequencias na pratica, ou seja, a 0. não dirigiu suas forças, como fizeram
posteriormente diversos setores dâ esq., para a pratica militar. E isto não se deu, como
afirman muitos comps., por causa da lucidez teórica , em virtude da justeza das teses
gerais. Se formos ver bem o que ha de justo nelas, vamos encontrar concepções acerca da
forrração social e principios do marxismo-leninismo que, se são premissas para uma pratia
con,:oquente, não são suficientes, são bastante ^insuficientes, para que nao haja desvios
na pratica para que não se assumam na pratica posições reformistas, voluntari stas ou li-
quidacionistas. Lenin nos da um exemplo disto quando diz em Duas taticas da Social Demo
cracia Russa' que não era a falta de concordancia com 0 programa, com as reivindicações
gerais do proletariado, etc., que tomavam as posições dos mencheviques reformistas, opo
rturistas. Era a maneira como pretendiam lutar na epoca de ascenso rev. de 1905 pelo pro
grama justo, pelas concepções gerais justas, etc. Se não se levaram ã pratica as posiço'^
foquistas, era porque a 0. de cima a baixo estava contaminada pelos vicios da pratica do
utrinaria, professoral, de grupo intelectual. Alem disso, estavam crescendo as lutas de
maesa e principalemtne a discussão e a pratica no movimento estudantil, 0 que tornava po
ssivel manter as posições gerais como arma para a disputa de influencia na massa avança-
F*2) • <p- • 6 \f. \ 6
c) Na terceira fase
programatico se acha mais unido por concepções teóricas ou ideologicas acerca do desenvol
vimento da luta de classes do que por um instrumento politico. Todos sabem que a pratica
da EP, as contradições entre as diversas concepções pequeno-burguesas e a realidade, e
mesmo a atividade teórica de intelectuais da pb. tem çroduzido constantemente novos esti
mulos à formação de um mov. de esq, socialista, isto e, tem desenvolvido no interior das
atividades mais importantes entre os operários e os estudantes ideias contrarias as con
cepções teóricas e programaticas dos reformistas e dos populistas, ideias que de modo ge
ral se aproximam .de uma ""ideologia acerca da revolução socialista brasileira. Buscar a
unidade em tom o de um programa e sem duvida o primeiro passo para que diversos grupos
passem a atuar em termos de movimento, onde ag questões praticas, as divergencias e des
vios na pratica poderão ser enfrentadas de forma mais consequente de um ponto de partida
unico. Se esta unidade e alcançada no mesmo processo em que se desenvolve as tarefas ta-
ticas de ligação com as praticas dos setores avançados,onde aí tambem as formas de orga
nização devem estar voltadas para unir a tendencia socialista, podemos dizer que se for
ja um mov. politico de carater socialista em condições de se fundir com as lutas das mas
sas proletarias num futuro proximo.
Dos defeitos do PSpB que assinalamos anteriomente,alguns deles ja foram levantados
em duas criticas recentes elaboradas, uma por um dirigente de E3 e outra pela direção de
E4. 0 primeiro doc. aponta uma serie de limitações no programa, como na analise dos entB.
ves ao desenvolvimento capitalista, na analise das classes e^ setores de classes, na ana
lise das particularidades da forma de poder mais apropriada a dominação burguesa, na ana
lise do papel principal dos comunistas na fase de transição, e nas concepções sobre guer
ra rev. Em todos os pontos criticados, com exceção do ultimo, não ha uma divergencia an
tagonica; o doc. procura aprofundar quest~oes que considera limitadas, sem contudo rom
per com o pontos de vista mais importantes do PSpB. Ja na critica do segundo doc., as
questões destacadas entram em choque com a linha geral d© programa.
Muitas das criticas levantadas são justas, especialmente as do primeiro doc.;outras
no entanto, se podem conter algumas verdades, são em seu conteúdo incorretas e muito pro
vavelmente por consequencia de uma ma interpretação de concepções do programa que estão,
sem duvida, envolvidas na ideologia dá epoca de sua produção e misturadas cora proposições
que cabem a uma tatica. Quando a tarefa central, do ponto de vista tatico, era sem duvicà
a luta ideologiòa contra o reformismo, voltada para a produção de concepções programati
cas e estrategicas que unifecassem num primeiro nivel o mov. de oposição ao reformismo ,
as questões mais praticas acabaram por ser enfrentadas com as próprias concepções gerais
que se assumiam. A preocupação com a discussão teórica contra o reformismo acabava por
deixar outras tarefas, as que visavam a criar condições para a pratica dos quadros no
trabalho operário, ao sabor da espontaneidade. Com o processo de desagregaçao do reformfe
mo e com o inicio do ascenso estudntil e a retomada das lutas operarias, colocaram-se co
mo questão principal os problemas práticos, os problemas de tatica. ^iante dos problemas
práticos e dos problemas teoricos da luta contra o reformismo, o PSpB assumiu tanto o pa
pel de instrumento de luta ideologica nas questões progrmaticas, como instrumento de ta
tica. Como 'nele predominou a luta ideologica quando usado como instrumento politico pas
sou a interferir na pratica um conjunto de questões, desde as expectativas de crise per
manente o da estagnação do desenvolvimento capitalista que^alimentavam as ideologias que
superestimavam as possibilidades da realidade imediata, ate formulaçõas a respeito de fo
rmas de luta e organização que, relacionadas com essas ideologias, tiveram o papel de u-
ma tatica permanente, de uma tatica para uma conjuntura teórica. E, desse modo, o PSpB a
tua para que a pratica não saia dos limites do propagandismo. Ao analisar a realidade e
traçar uma alternativa contra a ditadura, ao situar a luta principal do momento (a luta
ideologica nas massas e na vanguarda) e as tarefas da vanguarda, através de um debate no
interior do doc. com a pratica reformista ou com as soluções praticas pbs., as concepções
do PSpB adiquiriram a forma de proposições taticas. Suas analises a respeito da situação
do capitalismo brasileiro alimentavam a ideia de que haveria uma crise permanente e que
transportada para o plano da conjuntura corresponderia a uma visão idealista acerca das
possibilidades da pratica rev.
Numa das criticas de Engels ao programa de Erfurt, ele dizia: *Í2m minha opinião, o
programa deve ser tão curto e preciso quanto possivel. Pouco importa que se encontre,por
acaso, uma palavra ou uma frase cujo ^lcanOe seja impossivel apreender a primeira vista.
Tratava-se então da discussão de ura programa politico voltado para a unidade^ e para a a-
ção pratica no proletariado. Corasiderava que as partes pouco corapreensiveis a primeira
leitura poderiam ser explicadas pela imprensa ou nas reuniões, porque uma vez apreendido
o sentido das frases elas se transformavam em verdadeiras palavras de ordem. 0 PSpB e um
doc. extenso e que se preocupa com a luta ideologica contra a pratica reformista ou ou
tros desvios. Isto e, ele opõe diretamente as concepções programaticas nele existentes a
pFatica reformista, por exemplo, para dizer que a tatica reformista e inconsequente. Es-
te raetodo induz então os militantes a utilizarem os pontos de vista programaticos para r
responder diretamente os problemas práticos, o que impede o desenvolvimento da aprecia —
ção sobre o momento politico e a formulação de posições apropriadas. E, consequentemente
passam a ver a luta de classes de uma maneira pura, conservando-se ruma pratica propagan-
distica, esperando ocasiões nas quais se possam realizar as aspirações contidas no pro—
grama. ,
Mesmo agora, quando a realidade ja cansou de demonstrar que ha necessidade de exami
nar os seus momentos particulares e tragar uma tatica apropriada, as discussões muitas
vezes ficam ao nivel da existencia ou nao de movi^mentações de massa, da possibilidade
ou não de construir o partido, de penetrar, etc. Se, dentro de seu metodo, o programa
colocou para os militantes a tatica de se construir o P., de formar a frente de esquer
da formar comitês de empresa, os sindicatos livres, de ficar na luta ideologica, porque
a luta politica consequente so se travara com a formação do P., da classe independente,e
que isto esta ligado a existencia de um foco guerrilheiro, não sera discutindo se ha ou
não condições de se realizarem essas tarefas que avançaremos na tatica e resolveremos os
problemas que o passado nos deixou. Estas questões se colocam como problemas concretos a
se resolver em determjnados momentos, em determinadas circunstancias. Nao cabe a um pro
grama se ater em questões que não estarão presentes nas preocupações dos militantes duran
te todo o processo rev. E nem cabe a nos deslocar essas questões para a estrategia e
siplesmente ficar na expectativa do momento em que vai ser propicio realizar este ou a_^-
quele ^objetivo estrategico"*, como se uma estrategia fosse retalhada em varios objetivos
que são gradualmente conquistados.
/ N
Quando um programa fala, por exemplo, de que e nossa missão levar ao proletariado a
consciência de sua situação como classe, ou seja, levar-lhe a consciência politica, ou q
quando fala que deve-se concentrar os golpes de nossas forças e dos operários
conscientes sobre a politica pb. em suas diferentes formas (reformismo, populismo, demo-
cratismo) para conquistar a influencia sobre as massas, são questões fundamentais que es
tarão presentes em nossa pratica em toda conjuntura sob. formas de luta e de organização
apropriadas. Ao contrario, ao falar da formação do partido como primeira tarefa, ou da
formação de comitês , ou da luta ideologica como principal, etc., esta são questões que
so podem se colocar no plano tatico, como consequencia das perspectivas programaticas e
estrategicas que agem sob formas de luta e organização apropriadas a cada momento.
Apesar das analises extensas do PSpB, voltadas para a luta ideologica, elas deixaran
de ser precisas na analise das classes e na relação do proletariado com as classes.E nes
se sentido, contribui bastante para o aprofundamento destas questões o doc. do comp. de
E3 (TD-ll). Não que o programa deva conter todas as apreciações sobre cada classe ou se
tor d e classe, mas que e com base naquela visão qe se pode ser rigoroso ao destacar o
papel do proletariado na rev. brasileira, ao estabelecer reivindicações que atraiam, as
outras clzsses ou setores de classe que podem e devem ser ganhos pelo proletariado, ao
apresentar o aliado principal do proletariado, ao explicitar o seu inimigo principal,eto
0 defeito da critica do comp. de E3 e que ao procurar estabelecer no bloco das classes
dominantes o seu setor principal, o grande capital, financeiro e industrial, para caracte
rizar quem e o inimigo, principal do proletariado, não avaliou o papel do medio capital
na ceesão do bloco do poder e na manutençao de concepções politicas liberais, populista^
etc., concepções que ao nivel do desenvolvimento da unidade do proletariado com outros
setores aliados e para o avanço da influencia do proletariado sobre as massas são o prin
cipal entrave. Esse setor não e o inimigo principal na luta pela derrubada de poddr bur
guês, mas alimenta e serve de base as alternativas tradicionais da burguesia ou da pb.
que são as inimigas principais na disputa da liderança e da influencia proletaria sobre
as massas de trabalhadores e seus aliddos.
Influenciados pela ideologia da epoca, ao analisar as deformações que atuam e se de
senvolvem no processo' de desenvolvimento capitalista no Brasil, o PSpB considerou-se a
partir de 64 como bloqueadoras do desenvolvimento. Isto e, considerou que o capitalismo
não mais se desenvolveria, o que representaria em trmos politicos uma crise permanente .
Para que isto fosse verdade seria necessário que as massaa trabalhadors estivessem em
permanente mobilização e não permitissem que a ditadura implantasse a sua politica de su
perexploração. Como o PSpB discute o problema da ditadura como a ditadura em geral da
burguesia, então não procura salientada sua particularidade, aquela que se liga ao atual
estagio do desenvolvimento capitalista, ou seja, a necessidade da superexploração. Porqie
e a possibilidade da superexploração e da intervenção maciça na vida economica que permi
te as classes dominantes periodos de desenvolvimento economico, periodos de expansão da
acumulação da capital e da capacidade produtiva. Se a dependencia do imperialismo e a es •'
trutura agraria atrasada são deformaçãoes ja vindas do passado e que vão se tranforman-
do com o desenvolvimento e gerando novas deformações, como e o caso da superexploração
necessaria, que difere da exploração de antes de 64, isto não quer dizer que o desenvol-
vimento tornou-se impossivel a partir de um ponto. Esta perspectiva alimenta a superesti
mação das possibilidades da realidade para a atividade rev., alimenta o desprezo pela a-
nalise de cada momento politico, uqando não alimenta o economicismo. Em consequencia dis
so, o programa estabelece aspectos de uma tatica em oposição ao reformismo e coerentes c
com a visão acerca da crise permantente, da estagnação pcrmantente do desenvolvimento ca
pitaiista e de suas consequencias ao nivel das concepções ideologicas sobre a conjuntu
ra. Com isto, o PSpB reduz o campo, para as^ taticas , que respondem ao imediato, a poli-
tica de organização ou a medidas técnicas que melhor permitam agir na pratica para mo
bilizar a classe de maneira independente, para formar o partido, para travar a luta ideo
logica como preparação da luta politica e da mobilização das massas, para formar os comi
tes, etc. E quando não se rompe com esta ideologia, tem-se então que se transportar toa
das essas questões para objetivos estrategioos que seriam conquistados em outro momenb
politicopolitico, que seriam taticas para uma próxima conjuntura.
Embora não tenha levado em conta que a ditadura aberta é consequencia em ultima ins
tancia da necessidade da superexploração como meio de garantir periodos de expansão ecos
nomica, o PSpB vai considerar a ditadura como a forma de poder das classes dominantes ma
is adequada ao estagio do desenvolvimento capitalista brasileiro. Tambem contribui para o
eclarecimento deste fato o doc. do comp. de E3, qundo diz que a ditadura não e um fenome
no passageiro, uma exceção para um determinado momento, mas a forma mais perfeita para a
dominação da burguesia no. Brasil. Isto vai trazer consequencias da maior importancia pa
ra o caminho da luta do proletariado pelo poder. A primeira se refere ao aspecto central
da luta do proletariado pelo poder. Refere-se a necessidade que o proletariado tem de
conquistar direitos politicos, de lutar pela sua liberdade politica para quàorar a resis-
tencia ditatorial das clases dominantes, para se fortalecer e levar a sua influencia po
litica sobre os setores aliados. Neste sentido, a luta pela completa liberdade de organi
zação e manifestação para as classes trabalhadoras e o aspecto central ou a reivindica —
ção central na luta pelo poder. Isto traz como consequencia a necessidade de atacar os
aspectos dominantes, os aspectos que maior destaque tem na politica da ditadura de forta
lecer o poder economico das classes dominantes e de restringir os direitos dos trabalha
dores - o arrocho salarial e a maquina repressiva que prende, tortura e assassina. No
processo da luta de classes^, os exitos do proletariado na conquista de direitos politic®
desde os que estão ligados a area sindical ate os que impedem a repressão e a superexplo
ração de agir livremente, representarão conquistas parciais, representarão uma acumula^
ção de forças para a disputa do poder, para a conquista da liberdade completa de organi
zação enanifestação.
A segunda consequencia daquele fato se refere à alternativa em termos de objetivo
estrategico que assegure a transição para o socialismo e que para isto tera que opor a
ditadura das classes dominantes a democracia para as classes trabalhadores. Para assegu
rar a liberdade politica rar a liberdade politica para os trabalhadores e a possibilida
de do proletariado consciente lutar pela hegemonia .nas massas oprimidas e para a implan
tação de sua ditadura, essa alternativa tera que se constituir em governo rev. provlsori)
e quebrar a resitencia da ditadufa e das classes dominantes, desarticulando as forças re
pressivas, armando o proletariado, nacionalizando a terra, estatizando os monopoliios e
os colocando sob controle _operarios, etc. Como o PSpB o define e como a critica do comp
die E3 chama a atenção, o goevemo rev. dos trabalhadores da cidade e do campo, como for
ma de poder provisorio ao qual cabe realizar uma serie de tarefas, entre as quais a mais
importate e garantir a liberdade de organização e manifestaão ao proletariado, e o objeti
vo estrategico (unico) na luta pelo poder. Ou seja, o governo capaz de realizar as tare
fas que assegurem a. liberdade para as massas trabalhadoras e garantir a livre agitação
politica so podera ser um governo sustentado pelos trabalhadores. Este ser o^governo que
merecera a apoio do proletariado consciente. Não se trata de verificar qual e o momento
em que ira se formar este governo, qual a sua composição, como chegara ao poder, etc.
Trata-se sim de colocar claramente num programa que somente um governo que realize o pp
grama minimo, ou seja, as reivindicações capazes de garantir politica e economicamente a
completaliberdade para os trabalhadores merecera o seu apoio e e por ele que se deve lu
tar.
Esta posição não é sectaria, como dizem os comps. de E4 (TDll) porque não veem pos
sibilidade na atualconjuntura dela se efetivar. Tambem não e uma perspectiva atrasada
quando toamada como objetivo estrategico.
Como já dissemos, só há um objetivo estrategico, ou seja, para cada etapa da revolu
ção ha uma estrategia. A etapa de nossa revolução e socialista e consequentemente para
essa etapa .. da revolução ha uma estrategia, A etapa de nossa re
volução e socialista, e consequentemente para essa etapa cabe uma estrategia. E nesta es
trategia ha um objetivo na luta pelo poder; este objetivo consideramos ser a formação de
um governo de transição que realize as tarefas necessarias para a instaleção da ditadura
P S <ÿ-0-S,p.
o seu surgimento aceleraria uma situação rev. Por outro lado, colocava-se antes^dessa s
situação uma ta tica na qual a luta ideologica, a penetração nas bases rebeldes e a
formação da FER seriam fatores para a implantação do foco e fatores que atuariam para a
mobilizaçõao das massas a fim de se propiciarem as condições para o foco irradiar as per
spectivas revs., formar o partido de massas e criar as condições para a luta politica
consequente» 0 PSpB acaba por expressar posições que no terreno pratico implicariam em u
ma primeira fase onde não haveria luta politica, onde a luta ideologica e a principal^ a
luta politica nao seria consequente, e uma segunda fase onde apos o foco haveria um so
caminho, uma so luta consequente, isto e, a luta politica pela derrubadz do poder burguac
Essas perspectivas do PSpB fizeram com que as taticas no passado se colocassem no t
terreno da organização, das medidas internas, em particular quanto a formação, ou dos a-
pelos as bases para a ida a classe. No trabalho atuavam as concepções programaticas atra
ves da propaganda ou da luta ideologica. Isto e, fazia-se a propaganda de formas de luta
e de organização adequadas a uma classe independente, adequadas a fase da luta politica
consequente. Essa luta ideologica e o propagandismo visavam a ampliar as forças, penetra:
nas bases que estavam em conflitos com as direções reformistas e centristas e aguardar o
momento do foco onde se criariam as condições para a luta politica conesquente, a forma
ção do partido rev. dos trabalhadores, e a efetivação da frente dos trabalhadores da ci
dade e do campo.
Hoje, quando para cirticar o passado, ou a falta de tatica e de analese de conjuntu
ra, não se aprofunda o significado das concepções contidas nos does. básicos, e an parti
cular no PSpB, e resolve-se explicar • os desvios do passado de maneira simplis
ta, como sendo a aplicação direta da estrategia, criam-se novas confusões, não se supera
o propagandismo e ainda se corre o risco de rebaixar o conteúdo da pratica rev. Para con
tornar problemas do passado, os comps. de El procuram remeter para a estrategia as pers
pectivas taticas contidas no PSpB, perspectivas vinculadas a uma estrategia foquista e a
uma visão de crise permanente do capitalismo, onde a realidade necessitaria numa primein
fase da ação ideologiga e numa segunda da ação politico-militar.
Se fosse valida em nossa realidade a reedição do modelo de revolução conforme siste
matização de Ernesto Martins no Marxismo Militante n*l ou se estivessemos numa situação
de conjunto marcada por uma ocupação estrangeira, ou por contradições que colocazsem a
guerra popular ou camponesa como solução dessas contradições, deveriamos tentar traçar
estrategias marcadamente militares. Como essas soluções não cabem a nossa realidade e co
mo a solução das contradições que marcam a nossa situação de conjunto se da através da
luta politica do proletariado, nas cidades principalmente, luta que sem duvida tera que
usar e apoiar formas de luta armada, formas de organização para o combate armado, a nosa
estrategia e essencialmentepolitca; nela não se pode tratar especificamente da estrategi.
a militar. Uma estrategia militar que possa servir futuramente a organização da luta gue
rrilheira ou a açao de um exercito rev. nos confrontos com as forças armadas da reaçã9 e
consequencia no plano militar da aplicação da estrategia politica que se assume em todo
o processo daluta de classes. Mao, ao falr sobre o processo da revolução russa, em seus
escritos militares, distinguia as taticas e estrategias politicas no caso da Russia, mes
mo na fase da luta contra a invasão apos a revolução de outubro,e as tatica e estrategi
as militares na China.
Por outro lado, uma estrategia não é um conjunto de formas de luta e de organização
um conjunto de objetivos a se assumir no processo rev. formar os comitês de empresa, lu
tar pelos sindicatos livres,formar o partido, penetrar no proletariado, ou seja, 'fun
dir as ideias socialistas com o mov. vivo, luta politica consequente, etc. não passam a
ser objetivos estiratejicos, como se a estrategia fossem varias, cada uma com um objetivo
parcial, que cada vez mais se aproxima do objetivo final, a tomada do poder.
A estrategia se define em função de uma situação de conjunto, situação qve compõe
um conjunto de contradições “e relações de de classe que expressam a dominação politica
e economica da burguesia sobre o proletariado. Alterar essa situação de conjunto e alte
rar a relação de dominação,^de classe dominada os trabalhadores se tornem classe dominan
te. 0 objetivo estrategico e, pois, aquele que propicia a mudança dessa relação Para ca
da etapa da revolução ha uma estrategia, e numa estrategia ha um so objetivo, correspon
dente a necessidade da mudança da relação de dominação.
Um programa rev. expressa resumidamente, de forma clara, os principios que orientam
as ações das Os. revs., como a necessidade constante da agitação e propaganda politica
que leva ao proletariado as ideias revs., anecessidade do partido politico proletário or
ganizado segundo os principios leninistas de organização, a necessidade da ditadura do
proletariado para construir o socialismo, etc. E os aspectos centrais de uma estrategia,
como a luta pela completa liberdade de organização e manifestação dos trabalhadores da
cidade e do campo e a formação de um governo rev. provisorio dos trabalhadores da ci-
dade e do campo como primeiro passo para desarmar politica e economicamente a burguesia;
como a necessidade de voltar a luta do proletariado consciente contra a presença da pb.
populista e reformista no interior do mov. de massas, impedindo a sua unidade em termos
de posições mais consequentes e impedindo que o proletariado atraia outros setores, em
particular os camponese, para a luta pelo poder; como a necessidade de establecer uma a-
liança com os trabalhadores do campo, etc.
Um programa não fala das formas de luta e de organização, dos meios de luta; estas
questões relativas a tatica e a politica de organização^devem ficar a cargo dos Congres
sos, Conferencias e das Direções das Os. Um programa so se refere a um emio de luta qua
ndo este corresponde a um principio da atividade rev. no país. Um programa fixa então os
principios e as tarefas fundamentais face ao conjunto do mov., isto e, para o processo
da luta de classes em seu conjunto.
Um programa deve responder de modo claro e preciso alguns temas que, de modo iniciáL
poderiam ser resumidos nos seguintes aspectosí a) o desenvolvimento capitalista, a gran
de produção, a integração imperialista e a cooperação das classes dominantes, a situação
a que este desenvolvimento leva as massas trabalhàdoreas, principalemte os operários; b)
o proletariado e as outras classes em relaççao com o sistema economico atual, os objeti
vos gerais da luta do proletariado, isto e, seus objetivos historicos que correspondem a
um programa maximo; c) os .objetivos gerais dos revs. em relação ao proletariado, a edu
cação do proletariado, a educação voltada para o desenvolvimeto da conscienc-ia politica
e da luta politica e da formaçao e desenvolvimento do partido rev., a disput- de influ
encia e liderança sobre as massas oprimidas, as frente e alianças, a relaçãoados revs.
com o proletariado de outros paises; d) o estado burguês, o regime mais adequado a domi
nação atual da burguesia, a sur relação com o proletariado, o centro da luta do proleta
riado pelo poder, a liberdade politica e o governo rev. provisorio como primeiro passo
paraa libertação do proletariado e das massas oprimidas do jugo do capital e comotarefa
central dos revs. frente ao poder; e) as reivindicações de politica geral; f) as reivin
dicações de politica especifica.
junho/75
T R I B U N A DE D E B A T E S N Ú M E R O 7
DELIBERATIVO D E El
Introdução:
a) A primeira fonte
b ) A segunda fonte
I I ) A situação atual
tra uma total incapacidade de traçar uma política sobre^as lutas atuais de
modo a não cair no voluntarismo. Essa plataforma pode não ter objetivos no
movimento se só consideramos-movimento as suas formas mais puras (lutas ge
neralizadas) e se damos a uma plataforma o papel de mobilizar o movimento
de massas. Numa luta^contra a t r a z o d e pagamentos numa fábricax por exemplo,
os operários que estão ligados a nós deverão fazer uma agitaçao dessas rei
vindicações e aglutinar em torno delas os operários mais dispostos para dT
namizar o movimento de oposição formando apoios nas fábricas. Essa ativida
de deve se dar de forma mais aberta possível, com cobertura da atividade
sindical de oposição-. Nos grupos de sindicalistas e nas devemos influencia
los para adotar esse conjunto de reivindicações como instrumento de unida
de do conjunto do movimento e para a sua pratica legal nos sindicatos e nas
fábricas. Como então então essa plataforma não tem^objetivos no movimento?
A agitação de ordem econômica e a agitação política devem ao la
do da propaganda estar presentes em todas as nossas atividades, desde as
mais abertas até as mais clandestinas e para isto aevem adquirir formas j
instrumentos apropriados. A diferença entre a agitação e a propaganda não
é que uma é voltada para o que se pode efetivar de imed?ato e a outra pa
ra o que se efetiva no futuro. Esse modo de ver a atividade de agitação e
propaganda, presente no documento, leva a uma separação entre o que pode
ser realizado e o que^ainda não pode, entre o que já é consciente e o que
nao é, entre a estratégia e a pratica concreta,^entre os objetivos^ gerais
na luta política e os imediatos, etc. Dizer então que a agitação não pode
agora ultrapassar os problemas !iconcretos" de fábricas, que nao pode ir a-
lem dos limites de isolamento^das lutas, que não pode estimular a amplia -
çao da luta e muito menos então trazer para a realidade viva as necessida_
des objetivas^do proletariado na luta política, etc. é a maior das estrei-
tezas. Para não ser voluntarista, traça-se uma politica que se arrasta por
trás da realidade. E maior ainda é a falta de bom senso quando se desligam
a agitação e a propaganda da atividade prática concreta, de seus problemas,
dos estímulos que os fatos vivo3 da vida política causam, ao apenas se per
mitir que a agitação só^se faça em cima de um fato concreto da fábrica (cõ'
mo, por exemplo,t demissões, atrazo de pagamentos...) e a propaganda só se
faça da "estratégia" e das teses do jnarxismo-leninismo.
E desse modo,, a intervenção que se propõe no proletariado fica
bem ao gosto da consciência an ti -ca pitalista abstrata da chamada " camada
de v a n g u a r d a 11! Ou então fica atrás do movimento atual, pretendendo fazer a
gitação só em casos muito especiais^de conflitos econômicos localizados e
defender um conjunto de reivindicações imediatas para a t r a i r as "vanguar -
dns". Essas "agitações" concretas que v êm atrás^da reação espontânea da
massa diante de uma irregularidade na fábrica são ultrapassadas emjnuito pe
los fatos em si, independentes da agitação revolucionária, que estão pre -
sentes na atual realidade, como a fome, a f a ] ta de alimentos, o custo de tá.
da, as migalhas dadas pela ditadura, os seus crimes, o terror^policial, as
traições dos políticos liberais, etc. E na ausência da agitação e propagan
da revolucionaria, a3 reivindicações imediatas ocupam o seu lugar, o queíe
va a atividade política concreta a ficar atrás da consciência efetiva mani
festada já pelo movimento de oposições com todas as suas limitações. Além
disso, o documento ainda precisa explicar que o aparecimento na plataforma
sindical da reivindicação "por um sindicato livre", p o r exemplo, não é com
o objetivo de realizá-lo na conjuntura e desse modo não serve à agitação,
porque ultrapassa os limites das lutas isoladas. Essa reivindicação para o
documento visa a a cen t u a r a importância da atividade de fábrica que, devi
do ao conjunto de suas orientações, só terá consequência paradas forças da
0., ou seja, para a política de distribuição de forças. E então a p la taf or
ma forjada pelo movimento exterior à 0. vai a c a ba r p o r lhe impor uaa p o l í
tica de organização, isto é, dirigir suas forças de acordo com os ^pontos
da plataforma; como se fosses questões novas para a esquerda proletária sa
ber a situação dos sindicatos, a importância das lutas de fábricas, etc. i
b ) S o b re as formas de o r g a n i zação f.
c ) Sobre a propaganda
DN
fevereiro/75
/
T
'
I
i
T R I B U N A D E D E B A T E S N Ú M E R O 1 2
S O B RE A CIRCULAR 4 DO CN DE El E O P R O C E S S O DE U N I F I C A Ç Ã O I
In t r o d u ç ã o :
Apos um p e r i o d o g r a n d e de i n d e f i n i ç õ e s s o b r e a d i s c u s s ã o c o n j u n t a
e u n i f i c a ç a o , no seu u l t i m o p l e n o El r e s o l v e u t o m a r p o s i ç ã o c o n t r a a r e a l i z a
çao da Dl c o n j u n t a v i s a n d o a u m a m e s m a C o n f e r e n c i a . A lg u m t e m p o d ep o i s , o CN
de El d e c i d i u se a u t o c r i t i c a r d e s s a p o s i ç ã o . A g o r a o CN v o l t a a t r á s fr e c u a no
v ã m e n t e p a r a u ma p o s i ç ã o s e m e l h a n t e a do pleno.
A t r a v é s da C i r c u l a r 4, e x p l i c a m e ss a m u d a n ç a de p o s i ç ã o com d o i s
m o t i v o s : o p r a z o nao c o i n c i d e n t e e p r i n c i p a l m e n t e d i v e r g ê n c i a s e x i s t e n t e s . E
que as p r i n c i p a i s d i v e r g e n c i a s e nt r e as du as Os. l e v a r a m - n o s a c a r a c t e r i z a r
a 0. c o mo um " se t or v a c i l a n t e da EP", is to e, um s e t o r que v a c i l a e n t r e as
" p o s i ç o e s d e m o c r a t i s t a s da p e q u e n a b u r g u e s i a " e as " p o s i ç õ e s p r o l e t á r i a s de
El'*.
Mo i n i c i o do doc. p r e t e n d e m o s r e s p o n d e r as q u e s t õ e s l e v a n t a d a s p e
lo CM de El, q u e s t õ e s que, s e g u n d o a s ua vi sa o, e x p l i c a m o c a r a t e r " v a c i l a n
te" da 0. Aqui nao i r e m o s ó p r e c i a r as p o s i ç o e s do CN c o n t i d a s no n o v o p r o i e -
to de tati ca , a nao ser a q u e l a s as q u a i s a c i r c u l a r se r e fe re. E, no fin al
d e s t a r e s p o st a, nos p o s i c i o n a r e m o s f ac e a atual d e c i s ã o de El de a d i a r a reu
n i f i c a ç a o e as p r o p o s t a s qi.e nos fa ze m a t r a v é s da C i r c u l a r 4.
S e g u n d o o CN, s o m o s o p o r t u n i s t a s em v i r t u d e de n o s s a p o s i ç ã o de "l u
ta c o n t r a a d i t a d u r a " . E ss a p o s i ç ã o , s e g u n d o os c o m p s . , trai c o m p l e t a m e n t e a
v i s a o s o b r e os c a m i n h o s g e r a i s da l u t a p r o l e t a r i a no país . C o n s e q u e n t e m e n t e ,
m a n t e m o s p a l a v r a s de o r d e m p e q u e n o - b u r g u e s a s em n o s s a p l a t a f o r m a de l u t a que
t a n t o s e r v e m p a r a d e f e n d e r um o p e r á r i o co mo um F r a n c i s c o Pi n to . E, em funçi-o
disto, s om o s v a c i l a n t e s em r e l a ç a o a E3 e E4 na r e l a ç ã o que e s s as O s . t ê m crm
a EP ( s e g u n d o El e s s a s Os. nao fa ze m p a r t e da E P ).
No p r o j e t o de tese, o CN d iz que, em v i r t u d e da 0. nao ver que nao
ha s o l u ç ã o b u r g u e s a p a r a a c r i s e e s t r u t u r a l do c a p i t a l i s m o b r a s i l e i r o ,n o s C £
l o c a m o s a l u t a c o n t r a a d i t a d u r a no c e n t r o da t at ic a, a i n d a que d i s p e n s a n d o
os a l i a d o s p a r a e ssa t a r e f a e que n e s t e p o n t o E3 e E4 são m a i s c o n s e q u e n t e s
p o r q u e vao b u s c a r a l i a d o s ro p o p u l i s m p ,
C la ro e st a que d i a n t e d e s s a " c o m p r e e n s ã o " o CN não d e v e r i a a p e n a s
" ad i a r " a u n i f i c a ç a o , m a s r o m p e r com e s s e o b j e t i v o , tal é a d i s t â n c i a em que
o CN n os c o l o c a em «Vr e l a ç a o aos ^ i n t e r e s s e s do p r o l e t a r i a d o na l u t a de classes.
P a r a r e s p o n d e r a tao g r a v e s c r i t i c a s , e x p o s t a s de m a n e i r a e x t r e m a m e n t e r e d u
zidas, sem r e f e r e n c i a s a doe s. , etc., t e r e m o s que f a z e r u m a s é r i e de cita
ç õ e s t i r a d a s de n o s s o s d oe s. , p r i n c i p a l m e n t e da T D-7 ( O b s e r v a ç õ e s s o br e a T,e
se a p r o v a d a no p l e n o d e l i b e r a t i v o de El). E s t as c i t a ç õ e s t e r ã o c o m o o b j e t i v o
m o s t r a r ao c o l e t i v o de El a s p e c t o s de n o s s a s p o s i ç o e s tao m a l c o m p r e e n d i d a s
e i r r e s p o n s a v e l m e n t e c r i t i c a d a s p e lo CN.
"... nos a g i m o s d e n t r o dos l i m i t e s da r e a l i d a d e , v i s a n d o a ac um u -
l a r f o r ç a s t anto p a r a a f o r m a ç a o da c l a s s e i n d e p e n d e n t e como p a r a a l u
ta p r o l e t a r i a c o n t r a a d i t a d u r a . E e e s ta d i r e ç ã o p o l i t i c a que p o d e i m
p e d i r de se c a i r t a n to no r e b o q u i s m o , ou n u m a p r a t i c a f o r a d as p o s s i b i
l i d a d e s da c o n j u n t u r a , com o no i s o l a m e n t o , na s e p a r a ç ã o e n t r e a p r o p a -
g a n d a da e s t r a t e g i a e o t r a b a l h o e s t r i t a m e n t e s i n d i c a l " . (TD-8: r e s p o s
ta ã c a r t a de El; j a n e i r o 75)
"... Em v i r t u d e da f r a q u e z a do p r o l e t a r i a d o em t e r m o s de c o n s c i ê n
c ia e o r g a n i z a ç a o e em p a r t i c u l a r do atua l r e f l u x o do m o v i m e n t o de mas
s a s , e s sa l u t a (a l u t a c o n t r a a d i t a du r a) h o j e a s s u m e o c a r a t e r p e g u e n o
b u r g u ê s e e f o r t a l e c i d a p e l o s d e s c o n t e n t a m e n t o s de s e t o r e s da b u r g u e
s i a ." (TD-7: o b s e r v a ç o e s s o b r e a t e s e a p r o v a d a no p l e n o d e l i b e r a t i v o de
r l : f e v e r e i r o 75)
"A f o r m a ç a o de u m a a l t e r n a t i v a r e v o l u c i o n á r i a ao n í v e l das l u t a s a
t u a i s de m o d o a e n f r e n t a r o a t r a z o do p r o l e t a r i a d o em r e l a ç a o as n e c e s
s i d a d e s o b j e t i v a s da l u t a c o n t r a a d i t a d u r a e da c o n s t r u ç ã o de seu p a r
tido r e v o l u c i o n á r i o e a t a r e f a ge ra l que l i g a a r e s o l u ç ã o de n o s s a s atu
ais f r a q u e z a s as n e c e s s i d a d e s da l u t a de c l a s s e s , n os l i m i t e s da atual
c o n j u n t u r a . E s s a a l t e r n a t i v a em t e r m o s de t a t i c a c o r r e s p o n d e a u m a acu-
miLi acgo de f o r c a s ao Juíve^ Q o i i t i c o n a jjr.eoaxacão de CJjaditoes f a v o r a -
iífiis n a r a u m a l y t a o r ^ l e t a r i a c o n t r a ia d i t a d u r a e ao n i v e l o r g a n i z a t õ -
rio na p r e p a r a ç a o de c o n d i ç o e s f a v o r a v e i s p a r a n e s t a l u t a se organizar
a v a n g u a r d a do p r o l e t a r i a d o em p a r t i d o politico." (TD-7)
" N um a l u t a c . n t r a a t r a z o de o a g a m e n t o s n u m a fá br ic a, p o r ex em
pio, os o p e r á r i o s que cst ao l i g a d o s i n o s d e v e r ã o f a z e r a g i t a ç a o d e s s a s
r e i v i n d i c a ç õ e s (se r e ' . r e a p l a t a f o r m a de l u t a s i n d i c a l ) e a g l u t i n a r em
t o r n o d e l a s os o pe r ar i s m a i s d i s p o s t o s p a r a d i n a m i z a r o m o v i m e n t o de
m r
o p o s i ç ã o f o r m a n d o a p o i n s n ?s f n b r i c a s . E s sa a t i v i d a d e d e ve se d a r de
f o r m a m a i s a b e r t a p o s e vel, com c o b e r t u r a da a t i v i d a d e s i n d i c a l de o p o
si ção. M o s g r u p o s de s. n d i c a l i s t a s e n as o p o s i ç o e s d e v e m o s i n f l u e n c i a -
lo s p a r a a d o t n r_n ~ s? c n.j unto_d_e r e i v i n d i c a ç õ e s c om o i n s t r u m e n t o de uni
d a d e do c on j u n t o do m; m a n to o p a r a a sua p r a t i c a legal n os s i n d i c a t o s
e n a s f a b r i c a s . C om o e r t a o e s t a p l a t a f o r m a nao t em o b j a t i v o s no m o v i m e n
to ? (TD-7)
"A p o l í t i c a a ser l e v a d a p or e s s a s c o m i s s o e s , o n i v e l de c o n s
c i ê n c i a a ser a l c a n ç a d o p o r s eu s m e m b r o s , os o b j e t i v o s de se t r a n s f o r m a
rem em t e n d ê n c i a s c o m b a t i v a s n a s o p o s i ç o e s e na s l u t a s i s o l a d a s se ra o
p r o d u t o n ao de c r i t é r i o s r i g i d o s de p a r t i c i p a ç a o , m a s de uma i n t e r v e n -
ção p o l í t i c a das o r g a n i z a ç o e s de e s q u e r d a s o b re e l a s . E e ss a i n t e r v e n -
çao nao se re du z a c o m i s s ã o em si, a sua c o n s e r v a ç ã o . Ela d e v e na co -
m i s s ã o u l t r a p a s s a r os . l i m i t e s da p r a t i c a s i n d i c a l , b u s c a n d o l e v a r a e s
sas o r g a n i z a ç o e s os i n t e r e s s e s a t u a i s do p r o l e t a r i a d o na l u t a p o l i t i c a
b u s c a n d o g a n h á - l a s p a r a as suas a r e a s de i n f l u e n c i a , g u er na s a t i v i d a -
d e s d s i n d i c a i s de o p o n i ç a o , q u er nas a t i v i d a d e s de f a br ic a , p r o c u r a r e
- 11 -
l e v a r a c o n s c i ê n c i a a c i m a da p l a t a f o r m a u t i l i z a da agora p a r a o t r abalho
de o p o s i ç ã o m a i s a b e r t o . " (TD-7)
" Di z er e n t a o que a a g i t a ç a o nao p o d e i r a le m d o s l i m i t e s de i s o l a
m e n t o das lu ta s , que nao p o d e e s t i m u l a r a a m p l i a ç a o da l u t a e m u i t o m e
n o s en ta o t r a z e r p a r a a r e a l i d a d e v i v a as n e c e s s i d a d e s o b j e t i v a s do pro
l e t a r i a d o na l u t a p o l i t i c a , etc., e a m a i o r das e s t r e i t e z a s ." (TD-7)
" ... n e s t e p r o c e s s o , l e v a r à p r a t i c a u m a i n t e r v e n ç ã o , d e n t r o das
c a r a c t e r i s t i c a s a p o n t a d a s acima, o n de a o r q a n i z a ç a o da t e n d ê n c i a m a i s
c o m b a t i v a e m a i s c o n s c i e n t e que se f o r m a e p a r t i c i p a nas l u t a s e a t i v i
d a d e s de m a s s a atuais, m a i s d i n a m i c a s , a s s u m a o p a p e l p r i n c i p a l .E s ta o r
g a n i z a ç a o a s s u m e e st e p a p e l na t a t i c a p o r q u e uma vez a l c a n ç a d a p o d e m o s
d i z e r que c o n s e g u i m o s r e a l i z a r um c o n j u n t o de t a r e f a s no d e s e n v o l v i m e n
to de u ma a l t e r n a t i v a p r o l e t a r i a de m o d o a u l t r a p a s s a r a c o n j u n t u r a com
ê x i t o ..." (T D - 7 )
"P a r a e n f r e n t a r os z i g u e - z a g u e s do m o v i m e n t o de o p o s i ç ã o a t u a l , os
o p e r á r i o s m a i s c o n s c i e n t e s que se l i g a m a esse m o v i m e n t o , que a t u a m na
v i d a s i n d i c a l e n a s l u t a s de f a b r i c a s , n e c e s s i t a m se o r g a n i z a r de modo
i n d e p e n d e n t e p a r a que p o s s a m u n i r f o r ç a s p a r a se t r a n s f o r m a r e m no s e t o r
m a i s c o m b a t i v o e c o n s c i e n t e do m o v i m e n t o de o p o s i ç ã o e das l u t a s _____ que
tendem a c r e s c e r . Or ganizados dessa maneira, podem traçar planos para
e n f r e n t a r o s p r o b l e m a s que s u r j a m na v i d a s i n d i c a l , nos s e t o r e s de o p o
sição, ou n a s f a b r ic a s. P o d e m u n i r e s f o r ç o s p a r a l e v a r aos s e t o r e s , que
c om a l u t a se a p r o x i m a m , a l t e r n a t i v a s p o l i t i c a s i n d e p e n d e n t e s que ex__ -
p r e s s e m o b j e t i v o s de c l a s s e na l u t a c o n t r a a d i t a d u r a , c o m b a t e n d o a s s im
a p e n e t r a ç a o de a l t e r n a t i v a s l i b e r a i s e p e g u e n o - b u r q u s s a s e n t r e os o p e
r á r i o s que p a s s a m a se i n t e r e s s a r p e l a p o l i t i c a em v i r t u d e do d e s e n v o l
v i m e n t o d as c o n t r a d i ç o e s ao n i v e l f ab r i l e s i n d i c a l c o m o r e g i m e políti_
c o . O s o p e r á r i o s c o n s c i e n t e s nao p o d e m de m o d o a l g um s e p a r a r as s u as tji
r e f a s no m o v i m e n t o atual, a q u e l a s que p r e p a r a m m e l h o r e s c o n d i ç õ e s para
a l u t a de hoje, das t a r e f a s que p r e p a r a m as l u t a s do f ut ur o. A sua atu-
a çao n as l u t a s de f a b r i c a s e n a s a t i v i d a d e s s i n d i c a i s p a r a f o r t a l e c e r o
m o v i m e n t o de o p o s i ç ã o s i n d i c a l e p a r a se c o l o c a r e m c om o os m a i s d e s t a
c a d o s d e f e n s o r e s das r e i v i n d i c a ç õ e s m a i s u r g e n t e s das m a s s a s nao p o d e
e s t a r d e s l i q a d a de u ma p r e o c u p a ç a o p o l i t i c a , da n e c e s s i d a d e de se a r m a r
e a r m a r com a l t e r n a t i v a s p r o l e t a r i a s os o p e r á r i o s gue vao se f o r j a n d o
n a s l ut as . P a r a isto, ha e n t a o que se l i g a r a a g i t a ç a o p o l i t i c a , gue de
n u n c i a os c r i m e s d a d i t a d u r a e da b u r g u e s i a e as t r a i ç õ e s dos p o l i t i c o s
d e m a g o g o s , e a p r o p a g a n d a , que e d u c a e a p r o x i m a o p e r á r i o s de o r g a n i z a -
ç õ e s que l u t a m p e l o s o c i a l i s m o , a a t i v i d a d e p r a t i c a na v i d a s i n d i c a l e
n as l u t a s de f a b r i c a s . N u m a l u t a e s p e c i f i c a na f a b r i c a e n u m a c o n v e r s a
c om g r u p o s de o p o s i ç ã o , ao f a l a r n u m a a s s e m b l e i a s i n d i c a l , ao c o n v e r s a r
com um c o n t at o , ao p a s s a r um j o r n a l ou um f ol he to , etc., i s t o e, em ca
da c a s o c o n c r e t o , os o p e r á r i o s c o n s c i e n t e s hao de e n c o n t r a r as f o r m a s
a p r o p r i a d a s p a r a r e a l i z a r a l i g a ç a o e n t r e o p r e s e n t e e o f ut u ro . S a b e
rão c o m b i n a r a a t u a ç a o m a i s a b e r t a e m a i s ampla,^ ao n i v el do m o v i m e n t o
de o p o s i ç ã o s i n d i c a l , com o t r a b a l h o r e v o l u c i o n á r i o de a g i t aç ã o, p r o p a
g a n d a e o r g a n i z a ç ã o que nao p o d e se f a z e r a b e r t a m e n t e , ou seja, as v i s
tas da r e p r e s s ã o , dos p a t r õ e s ou d e d o - d u r o s , d e v i d o à f r a q u e z a do m o v i
m e n t o o p e r á r i o e a f o r ç a da d i t a d u r a e de s u a ^ m a q u i n a r e p r e s s i v a . A g i n
do assim, os o p e r á r i o s m a i s c o n s c i e n t e s p o d e r ã o se t r a n s f o r m a r na fra-
- 12 -
f r a ç a o m a i s c o m b a t i v a e o r g a n i z a d a das l u t a s atua is , p o d e r ã o se t r a n s
f o r m a r num n u c l e o de o r q a n i z a ç a o i n d e p e n d e n t e e de c o m b a t e n t e s c o n s c i e n
tes dos i n t e r e s s e s do p r o l e t a r i a d o na l u t a c o n t r a a d i t a d u r a e p e l a r e
v o l u ç ã o s o c i a l i s t a ". ( No v a Luta, m a r ç o 75)
E m b o r a s e j a m c a n s a t i v a s e s t a s c i t a ç õ e s são e n t r e t a n t o i m p o r t a n t e s
p a r a m o s t r a r q u a i s sao os a t u a i s m é t o d o s de d i s c u s s ã o a d o t a d o s p e lo CN e que
ja p r o c u r a m o s c n t i c a - l o s na i n t r o d u ç ã o a sua r e s p o s t a a n o s s a c r i t i c a a t e
se (TD 10). E s t a s c i t a ç õ e s p o d e m m o s t r a r o p a p e l f u n d a m e n t a l , d e n t r o da táti
ca, que d a m o s a or g n i z a ç a o da p a r c e l a m a i s c o m b a t i v a e c o n s c i e n t e da o p o s i
ção s i n d i c a l , m o s t r a que e s t e e o c e n t r o da t át ic a, m o s t r a o p a p el que d a m o s
a i n t e r v e n ç ã o c o n s c i e n t e na o p o s i ç ã o , m o s t r a , e n f i m novamente o caráter ir
r e s p o n s á v e l das c r í t i c a s do C N .
0 CN que h o j e f a la na o r g a n i z a ç a o dos s e t o r e s m a i s c o n s c i e n t e s e
c o m b a t i v o s da o p o s i ç ã o (e na t e s e no va diz s er i s to um n ú c l e o de o r g a n i z a ç ã o
i n d e p e n d e n t e ) e q ue i s t o nao se c o n f u n d e com a o p o s i ç ã o , o CN que diz s o b re
a i m p o r t a n c i a da i n t e r v e n ç ã o c o n s c i e n t e nas o p o s i ç õ e s , etc., e n f im o CN que
h o je se v iu o b r i g a d o p e l a s c r í t i c a s j u s t a s que l h e s f i z e m o s a e n c a m p a r m u i
tas d e ^ n o s s a s p o s i ç o e s , que n ão fez n e n h u m a a u t o c r i t i c a , que d i l u i u e s s a en-
c a m p a ç a o sem r o m p e r c om a a n t i g a tese, g ue a d o ta m é t o d o s s e c t á r i o s e o p o r t u
n i s t a s de d i s c u s s ã o , não c r ia as c o n d i ç o e s p a r a s u p e r a r o s seus a t r a z o s , p a
ra a p r o f u n d a r as d i s c u s s õ e s e p a r a se c h e g a r a p o s i ç õ e s j us ta s.
0 CN r e s o l v e d e c r e t a r que o p o s i ç õ e s sao s o m e n t e a q u e l a s que e s t ão
na p r a t i c a r e f l e t i n d o as s ua s p o s i ç õ e s , as p o s i ç õ e s c o n t i d a s pos d o c u m e n t o s
e j o r n a i s de El. E gue a c o m i s s ã o e a q u e l a que e s ta c o e s a em t or no do " ca r a -
t er de c l a s s e " ( c a r a t e r es te d e t e r m i n a d o p e lo CN de El) da p a l a t a f o r m a de lij
ta da o p o s i ç ã o . Isto e, o p o s i ç ã o e c o m i s s ã o p a s s a m a s e r p r o d u t o s dos d e c r e
tos do CN de El, p a s s a m a t e r u m a e x i s t e n c i a a p e n a s q u a n d o ha c o i n c i d ê n c i a s
e n t r e o q ue ha h o je e o que se sonha, o que se d e s e j a a t i n g i r . E s s e c o m p o r t a
m e n t o , ou e s t a s p o s i ç o e s e s t a o bem ao g o s to do p a p e l que se da a c o n j u n t u r a .
A c o n j u n t u r a p e r m i t e f o r m a r a " o p o s i ç ã o " e a " c o mi s sã o" ; p a s s a - s e e n t a o a d ^
c r e t a r a h e g e m o n i a na ò p o s i ç a o , a d e c r e t a r o fim ou a e x i s t e n c i a da o p o s i
ção, p a s s a a se d e c r e t a r os e x p u r g o s na c o m i s s ã o , e n f i m p a s s a a d e c r e t a r a
h e g e m o n i a na c o m i s s a o ^ e o p o s i ç ã o d a q u i l o que e a p e n a s t e o r i a , d a q u i l o que a-
i n d a nao e x i s t e na p r a t i c a , d a q u i l o que a i n d a nao se a l t e r o u p e l a i n f l u e n c i -
a p o l i t i c a , p e l a i n t e r v e n ç ã o c o n s c i e n t e . 0 CN d iz q ue não há o p o s i ç õ e s e que
as c o m i s s õ e s sao s e u s o r g a n i s m o s p a r a - p a r t i d a r i o s . V ai e n t a o f i c a r a f a z e r a
p r o p a g a n d a do que s e ra a v e r d a d e i r a o p o s i ç ã o , a p r e g a r o i s o l a m e n t o f r e n t e on
as a t u a i s o p o s i ç õ e s p o r q u e sao " o p o s i ç o e s p e l e g a s " , a d e c r e t a r na c o m i s s ã o
os e x p u r g o s .
Nao e n o v i d a d e n e n h u m a o fato de s er n e c e s s á r i o l u t a r nas o p o s i - ^ c -
ç õ e s p e l a h e g e m o n i a , c o n t r a o p o p u l i s m o , etc. M a s e s t a l u t a se dá na p r á t i c a
d e n t r o d a s o p o s i ç o e s e no s m o v i m e n t o a t u a i s e nao p o d e s e r s u b s t i t u í d a p e l o s
d e c r e t o s s a í d o s das t e o r i a s e l a b o r a d a s em g a b i n e t e s . Ao l u t a r nas o p o s i ç õ e s
reais, mesmo.; as m a i s a t r a z a d a s , e s t a m o s na p r a t i c a l u t a n d o p e l a h e g e m o n i a ,
d i s p u t a n d o com o p o p p u l i s m o e ate m e s m o co m o p e l e g u i s m o que i n f l u e n c i a se
t o r e s da o p o s i ç ã o . E s s a d i s p u t a e e s sa h e g e m o n i a nao sao p r o d u t o s do rnciocí^
nio i n t e l e c t u a l , e s t e r a c i o c í n i o , ou a t e o r i a n ao o c u p a ii l u g a r da p r á t i c a .
0 CN n ao ve, com o t a m b e m nos n ão v í a m o s ha t e m p o s atras, a n e c e s s i d a d e de es
t a b e l e c e r c o m p r o m i s s o s ao n i v el da o p o s i ç ã o e c o m p r o m i s s o s ao n í v e l dos o p e
r á r i o s m a i s c o n s c i e n t e s . E que tais c o m p r o m i s s o s p a r t e m do n í v e l em que e s t á
a u n i d a d e dorconjurato da o p o s i ç ã o , i n c l u i n d o os s e us s e t o r e s a t r a z a d o s , e a
u n i d a d e d os s e t o r e s a v a n ç a d o s , d os s e t o r e s m a i s c o n s c i e n t e s , que na c l a s s e
r e f l e t e m as i d e i a s s o b r e a l u t a p e l a i n d e p e n d ê n c i a da c l a s s e , p e l a f o r m a ç ã o
do p a r t i d o , p e l o s o c i a l i s m o . E p a r t e m d e s t e s n í v e i s p a r a e l e v a r a conscienci^
a e unidade, para num processo disputar, pela via política, a'hegemonia. A
h e g e m o n i a d a s p o s i ç o e s m a i s a v a n ç a d a s n as o p o s i ç o e s e n as c o m i s s o e s .
M a s e n x e r g a n d o a r e a l i d a d e s e g u n d o os ó c u l o s da t e o r i a e l a b o r a d a a
., , , ' . ~
r e s p e i t o do q ue p o d e r a v i r a ser a o p o s i ç ã o e c o m i s s ã o , o CN c o m e t e os m a i o
res dos d e s a t i n o s . C r i t i c a q u a l q u e r a c or d o, c r i t i c a us a c o r d o s a d o t a d o s na
p r a t i c a de o p o s i ç ã o com os s i n d i c a l i s t a s e o u t r o s s e t o r e s , a c o r d o s que v i s a m
a d e m o n s t r a r o s s e us e rr os , i l u s õ e s , q ue v i s a m a e l e v a r o seu n í ve l de c o n s
c i ê n c i a e a t u a r c o n t r a s ua s v a c i l a ç õ e s , q ue v i s a m a a m p l i a r o c a m p o p a r a a
n o s s a i n t e r v e n ç ã o i n d e g e n d e n t e . Na p r a t i c a n ão faz n e n h u m e s f o r ç o p a r a a r t i
c u l a r f o r ç a s de o p o s i ç ã o , p a r a se a p r o x i m a r de s e t o r e s m a i s a t r a z a d o s da opo
si çao. E se a i n d a n ao se i s o l a r a m p o r c o m p l e t o i s t o se deve, em p a r t i c u l a r r.u
- 13 -
no caso de "W", as a t i v i d a d e s d os " s e t o r e s v a c i l a n t e s " e " p o p u l i s t a s " da e s
que rd a, ou seja, d os e s f o r ç o s r e a l i z a d o s p o r n os e p o r E4 p a r a a r t i c u l a r um
n ú c l e o de o p o s i ç ã o .
N a C o m i s s ã o de "W" e x i g e a g o r a a s a i d a de E4 p o r c o n s i d e r a r que e^
te s e t o r da e s q u e r d a so c a b e na o p o s i ç ã o p o r q u e la os o p e r á r i o s l u t a m p o r
r e i v i n d i c a ç õ e s s ua s e nao se c r i a m o p o r t u n i d a d e s p a r a s e r em l e v a d a s r e i v i n d i
IS» . . f * “ "
c a ç o e s p o p u l i s t a s , de p o l i t i c a ge ra l. D e c r e t a que r e p r e s e n t a n t e s o p e r á r i o s
de E4 na C o m i s s ã o tem um a c o n s c i ê n c i a que f i ca a b a i x o da da m a s s a apatica ,
p o r q u e e s t a nao l u t a d e l i b e r a d a m e n t e p o r i n t e r e s s e s b u r g u e s e s , que na o p o s i
ção es ta 0. p o d e c o n c o r d a r com a p l a t a f o r m a em n o m e da u n i d a d e , " a c h a n d o que
a q u i l o ali e s i n d i c a l " . D e c r e t a que a C o m i s s ã o so e l u g a r p a r a a q u e l e s que
c o n c o r d a m t a m b e m com a " p l a t a f o r m a de l u t a s " , m a s que e n t e n d e m que e la e u ma
p o s i ç ã o de c l as se , que sao l u t a s p o l i t i c a s e as u n i c a s da c l as se . P a r a qu em
nao c o n c o r d a c om e s sa p o l í t i c a de d e c r e t o s , com e ss e s e c t a r i s m o e p r i n c i p a l
m e n t e com o e c o n o m i c i s m o e a d e s c a r a c t e r i z a ç a o da l u t a p o l i t i c a e d os i n t e -
r e s s e s p o l i t i c o s do p r o l e t a r i a d o na l u t a c o n t r a a d i t a d u r a (que o CN p r e t e n
de i m p o r c om o c r i t é r i o de c o n s c i ê n c i a d os o p e r á r i o s da C o m i s s ã o ) , o l u g a r de
a t u a ç a o e na o p o s i ç ã o . Com e s s a p o l i t i c a , os c o m p a n h e i r o s vao a c a b a r f i c a n d o
s o z i n h o s e e nt ao t a l v e z p o s s a m r e a l i z a r os s eu s son ho s, p o s s a m o r g a n i z a r as
s ua s " c o m i s s õ e s " e as su as " o p o s i ç õ e s p r o l e t a r i a s " , l o n g e dos " d es vi o s " , lon
ge das i m p u r e z a s e das c o n t a m i n a ç õ e s da a tu al r e a l i d a d e .
c ) S o b re o p r o p a q a n d i s m o :
0 0
/ " Qu a nd o p e r g u n t a m o s aos c o m p a n h/ e i r/ o s o n d1e e IVs t a a e s t r a t e g i n a na su *’
a t at ic a, os c o m p a n h e i r o s c o l o c a m que 'ai, e a a g i t a ç a o e a p r o p a g a n d a e a
c a p i t a l i z a ç a o p a r t i d a r i a ' . E se s u r p r e e n d e m q u a n d o c h a m a m o s i s so de p r o p a g a n
dismo l "
mt 0
Eis a m a n e i r a como o CIM de El a p r o f u n d a a d i s c u s s ã o p o l i t i c a . E m to
d a a p a r t e da C i r c u l a r 4 r e f e r e n t e à r e l a ç ã o com a n o s s a 0., nao se faz ne-
«W A f , * •
n h u m a c i t a ç a o , n e n h u m a r e f e r e n c i a , a p e s a r d as m a i s g r a v e s c r i t i c a s . A u n i c a
r e f e r ê n c i a e esta: "ai, e a a g i t a ç a o e a p r o p a g a n d a e a c a p i t a l i z a ç a o p a r t i
d á ri a" . De o n d e os c o m p a n h e i r o s r e t i r a r a m e s sa c i t a ç a o ? De um d o c u m e n t o , de
u m a d i s c u s s ã o , de u ma c o n v e r s a na rua? Os c o m p a n h e i r o s r e t i r a r a m i s s o e da
sua c a b e ç a que a e s s a a l t u r a ja e s t a um tan to p e r t u r b a d a c om o e s f o r ç o que
f a z e m p a r a a j u n t a r p o s i ç o e s sem f a z e r a u t o c r i t i c a s .
Bem, a p e s a r do b a i x o nível, v a m o s m o s t r a r m a i s u ma vez ao CN que
t a m b e m n e s t a q u e s t ã o de c r i t i c a r o p r o p a g a n d i s m o ja a v a n ç a m o s o b a s t a n t e e
já e x p r e s s a m o s i s to q u a n d o c r i t i c a m o s as p o s i ç o e s o f i c i a i s do CN de El. An
tes p o r e m e bom f i c a r c l a ro que na p r a t i c a r e v o l u c i o n a r i a ha um c o n t e ú d o , bí|
s e a d o no c a r a t e r da r e v o l u ç ã o e n a s r e i v i n d i c a ç õ e s que se e s t a b e l e c e m n um
p r o g r a m a m í n i m o de m o d o a e x p r e s s a r e s s e c a r a t e r , de m o d o a e x p r e s s a r as n e
c e s s i d a d e s o b i e t i v a s do / d e s e n v o l v i m e n t o s o c i a l e da l* i b e r t a ç a o d os t r a b a l0h a -
d ore s. Que e s t e c o n t e ú/ d o se a ch a p r e/ s e n t e t a nt o na t a t i . c0a co a mo na e s t r a t e f -
gia. P o r o u t r o lado, e bom que t a m b e m f i q u e c l a ro que ha t r e s c a m p o s e s p e c í
f i c o s da açao r e v o l u c i o n á r i a : a a g i t a ç a o , a p r o p a g a n d a e a o r g a n i z a ç a o .0 trja
b a l h o de a g i t aç a o, o de p r o p a g a n d a e o de o r g a n i z a ç a o sao, s e g u n d o L e n i n (ve
ja Que F a z e r ?), os a s p e c t o s da açao r e v o l u c i o n a r i a . Seu c o n t e ú d o nao v ar ia ;
o que vai v a r i a r são as f o r m a s de l u t a e o r g a n i z a ç a o ; e s t a s f o r m a s de l u t a e
de o r g a n i z a ç a o a d e q u a d a s a c o n j u n t u r a i m p o e m l i m i t e s e u ma d i r e ç ã o a a ç a o re
v o l u c i o n a r i a , l i m i t e s e d i r e ç ã o que nao e n t r a m em c o n t r a d i ç a o com o seu c o n
teúdo, com o c o n t e ú d o de c la sse , r e v o l u c i o n á r i o .
A e s t r a t e g i a , p o r ser um p l a n o a p r o p r i a d o a t o d a u ma e t a p a de revo
l u ç ã o e p o r e s t a r p r e s e n t e n e l a o c o n t e ú d o da açao r e v o l u c i o n a r i a em t e r m o s
de o b j e t i v o s em r e l a ç a o ao p od er , de a l i a n ça s , de d i s p u t a de i n f l u e n c i a p o li
t i c a n a s m a s s a s o p r i m i d a s , etc., p o d e 1 a d e e g u r a r a c i m a das v a r i a ç õ e s c o n j u n t u
r ais os i n t e r e s s e s do p r o l e t a r i a d o . A p a r t i c u l a r i z a ç ã o d e s s e c a m i n h o g e r a l ,
d e s s e s i n t e r e s s e s de c l a s s e e x p r e s s o s na e s t r a t e g i c a , de a c o r d o com a s i t u a
ção de um m o m e n t o da l u t a de c l a s s e s e a m a n e i r a de se f o r m u l a r a t a t ic a . A
t á t i c a não se s e p a r a da e s t r a t e g i a ; a t a t i c a e e nt a o u m a p a r t e da e s tra te gi a,
r e f l e t e a e s t r a t é g i a n um m o m e n t o p a r t i c u l a r da l u t a de c l a s s e s .
0 CN de El na c r í t i c a ao v o l u n t a r i s m o r e s o l v e u r e t i r a r do c a m i n h o
da t á t i c a a e s t r a t é g i a , c o l o c a n d o - a c o mo um o b j e t i v o ^ a se at in gi r. D e p o i s de
n o s s a s c r í t i c a s r e s o l v e u e s t a b e l e c e r u m a o u t r a r e l a ç a o e n t r e e s t r a t e g i a e ta
-^4 -
tica. C om o nao p r o c u r o u f a z e r u m a a u t o c r i t i c a , i s t o e, c o m o nao p r o c u r o u r e
f l e t i r s o b r e os se us erros, m a s a p e n a s c o n t o r n a r a s p e c t o s m a i s v i s í v e i s de
seus d es v i o s , m a n t e m uma s er i e de c o n t r a d i ç õ e s e. a t r a z o s em suas p o s i ç õ e s , o
# m / ■ v > f
que o s l e v a a m é t o d o s de d i s c u s s ã o i r r e s p o n s á v e i s , a c r i t i c a s sem o m e n o r
fundamento, a c r i t i c a s que m o s t r a m a i n c a p a c i d a d e do CN de d i s c u t i r , apro -
f u nda r, r e s p o n d e r p o l i t i c a m e n t e . E m o s t r a com i s t o a c o n f u s ã o r e i n a n t e nas
cabeças d o s d i r i g e n t e s de El.
P a r a e s c o n d e r o seu e c o n o m i c i s m o na p r a t i c a , p a r a e s c o n d e r a sua
p o l í t i c a gue v i s a a r e b a i x a r o i n t e r e s s e p e l a p o l i t i c a e n t r e os o p e r á r i o s (por
que a p o l i t i c a de o p o s i ç ã o a d i t a d u r a e d o m i n a d a h oj e p e l o s l i b e r a i s ) , que vi
sa a m a n t e r os o p e r á r i o s ao n i v e l das r e i v i n d i c a ç õ e s s i n d i c a i s p o r q u e a c h a m
que ai nao vao t er o p o r t u n i d a d e s de m o s t r a r o seu i n t e r e s s e p e l a p o l i t i c a .
de m a n i f e s t a r a s i n f l u e n c i a s que s o b r e eles e x e r c e m o p o p u l i s m o , o r e f o r m i s -
mo, os p o l i t i c o s l i b e r a i s ; p a r a e s c o n d e r as suas i n t e n ç õ e s de i s o l a r os o p e
r á r i o s c o n s c i e n t e s em o r g a n i s m o s com n o m e s p o m p o s o s p o r q u e e s t e s já c o m p r e e n
de’ram p e l a s I í ç o b s d os p r o f e s s o r e s que a p l a t a f o r m a de l u t a s i n d i c a l t em um
c a r a t e r de c l as se , r e p r e s e n t a a l u t a p o l i t i c a , e a e x p r e s s ã o da e s t r a t é g i a
s o c i a l i s t a , e t c , ; p a r a e s c o n d e r , de o u t r o lado, a s e p a r a ç a o e n t r e e ss a p r á t i
ca 6 a sua f r a s e o l o g i a r e v o l u c i o n a r i a , os " j u l g a m e n t o s r a d i c a i s " que f a z e m a
r e s p e i t o de t od o s os aue nao a c e i t a m as suas p o s i ç o e s , p a r a e s c o n d e r que as
p r o f i s s o,e s de fe u l t r a - r/ e v o l u c i o n a r i a s/ so fi ca m em / p a l a v r a s , p a r a e s c o n d e r a
c o n t r a d x ç a o e n t r e o c a r a t e r de sua p r a t i c a e o c a r a t e r de su as p a l a v r a s , o CN
** (V ~
nao e n c o n t r a o u t r o m e i o s e n ao o de d e s v i a r a a t e n ç a o do c o l e t i v o p a r a os ata
q u e s u l t r a r a d i c a i s aos que se o p õ e m a sua p o l i t i c a c a p i t u l a c i o n i s t a e p r o p a
gandista.
V e j a m o s de que m a n e i r a e x p l i c i t a m o s ao CN o que e n t e n d e m o s p o r re-
laçao entre estrategia e tatica e o que c o n s i d e r a m o s p r o p a g a n d i s m o a t r a v é s
de a l g u n s e x e m p l o s , de a l g u m a s c i t a ç õ e s , c i t a ç õ e s r e t i r a d a s de d o c u m e n t o s ,ci
t a ç o e s que p o d e m ser c o m p r o v a d a s , que e s t ao f u n d a m e n t a d a s :
"Ao a n a l i s a r as r e l a ç õ e s e n t r e as c l a s s e s na s o c i e d a d e b r a s i l e i r a
e as suas c o n t r a d i ç õ e s , o P 5 B i n d i c a os o b j e t i v o s de u m a e s t r a t e g i a s o
c i a l i s t a (a d e s t r u i ç ã o da d i t a d u r a que o r g a n i z a o b l o c o d o m i n a n t e no
p r o c e s s o de i n t e g r a ç ã o com o i m p e r i a l i s m o , e a f o r m a ç a o do g o v e r n o d os
t r a b a l h a d o r e s ) , as c l a s s e s a l i a d a 3 e as f r e n t e s n e c e s s a r i a s , a n e c e s s i
d a d e de a t r a i r as m a s s a s s e m i - p r o l e t a r i a s e p e q u e n o - b u r g u e s a s que sao
tradi ci o na lm en t e dominadas pelos politicos p opulistas e pela "burguesia
l i b e r a l " , etc. 0 f at o de r e t o m a r a e s t r a t e g i a p r o p o s t a p e l o PSB, ainda
que p o u c o d e s e n v o l v i d a , no s fa ra u l t r a p a s s a r a sua r e d u ç ã o aos p r i n c i -
p i o s g e r a i s que c a r a c t e r i z a m o m a r x i s m o - l e n i n i s m o .E i s t o e i m p o r t a n t e
p o r q u e a e s t r a t e g i a em sua l i n h a ge ra l e r g u e m d e t e r m i n a que t á t i c a _____ é
m a i s justa d e n t r o de d e t e r m i n a d a s c o n d i ç o e s i m p o s t a s p o r um m o m e n t o do
p r o c e s s o r e v o l u c i o n á r i o . P o r q u e , na v e r d a d e , a t a t i c a e a a p l i c a ç a o __ de
um p l a n o g e r a l de l u t a s ^ e s t r a t e g i a ) - a p r o p r i a d o a u m a e t a p a da r ev o l u
çao - a um m o m e n t o e s p e c i f i c o d e s t a e t a o a , c a r a c t e r i z a d o p e l ò s f l u x o s ou
r e f l u x o s do m o v i m e n t o . A t a t i c a a s s im c o m p r e e n d i d a e p a r t e da e s t r a t e -
qi a e a e la s e r v e e n ao s i m p l e s m e n t e u ma " m e d i a ç ã o 11 que representa o
"m ei o" e n t r e u m a tal r e a l i d a d e e um o b j e t i v o f i n a l . " (TD-7)
" Es s e m o d o de v er a a t i v i d a d e de a g i t a ç a o e p r o p a g a n d a , p r e s e n t e
no d o c u m e n t o (na p r i m e i r a t e s e de El), l e v a a um a s e p a r a ^ a o e n t r e o que
p o d e s er r e a l i z a d o e o que a i n d a nao pode, e n t r e o que ja e c o n s c i e n t e
e o que nao e, e n t r e a ^ e s t r a t e q i a e a p r a t i c a c o n c r e t a , e n tr e os o b j e t i
v os g e r a i s n a l u t a p o l i t i c a e os i m e d i a t o s , e t c. " (TD-7)
"E m a i o r a i n d a e a f a l t a de bom s en so q ua n d o se d e s l i g a m a a g i t a -
çao e a p r o p a g a n d a da a t i v i d a d e p r a t i c a c o n c r e t a , de seus p r o b l e m a s , d o s
e s t í m u l o s que o s f a t os v i v o s da v i d a p o l i t i c a c a u s a m , ao a p e n a s se p e r
m i t i r que a a g i t a ç a o so se f aç a em c i m a de um fato c o n c r e t o da f a b r i c a
(como, p o r e x e m p l o , d e m i s s õ e s , a t r a z o s de p a g a m e n t o s ...) e a p r o p a g a n
da só se f a ça da " e s t r a t e g i a " e d as t e s e s do m a r x i s m o l e n i n i s m o ."(TD 7)
"Al em da c o m p r e e n s ã o i n c o r r e t a do gue s e j a a g i t a ç a o e p r o p a g a n d a , a
t á t i c a p r o p o s t a ( p r i m e i r a t es e de El) nao d e i x a n e n h u m p a p e l p a r a a agi
t a ç ã o p o l í t i c a . Q ua n t o a p r o p a g a n d a , e la vai f a l a r da e s t r a t e g i a - que
a c a b a p o r f i c a r ao n i v e l d os p r i n e x p i o s g e r a i s do m a r x i s m o - l e n i n i s m o
p a r a a " v a n g u a r d a " e da p l a t a f o r m a de l u t a s p a r a a c a m a d a i n t e r m e d i a -
ria ..." (T D - 7 )
, - 15 -
"... na p r a t i c a p o d e m a c a b a r p o r r e d u z i r a t a t i c a ( p r i m e i r a te se
de El^ ao s e g u i n t e es qu em a: f a z - s e p r o p a g a n d a da e s t r a t é g i a , ou a l u t a
i d e o l o g i c a ao n iv e l dos p r i n c i p i o s , s o b r e os o p e r á r i o s ja p r ó x i m o s ; e s
tes se o r g a n i z a m nas C o m i s s o e s e estas, p o r sua vez, f a z em a p r o p a g a n d a
da p l a t a f o r m a de l u t a (a s in di ca l) na c a m a d a i n t e r m e d i á r i a . Isto se as
C o m i s s o e s se s u b m e t e r e m a i n f l u e n c i a d e s s a p o l i t i c a ou se s u b m e t e r e m a
c r i t é r i o s que a r e d u z e m a o r g a n i s m o s p a r t i d a r i o s . " (TD-7)
Co mo vêem, os c o m p a n h e i r o s do CN de El, sem o m e n o r f u n d a m e n t o , di
zem p a r a nos o que d i s s e m o s de m a n e i r a f u n d a m e n t a d a em r e l a ç ã o a p r i m e i r a te
se. Isto p a r e c e b r i n c a d e i r a de c r i a n ç a que r e c e b e u ma o f e n s a e r e t r i b u i com
ou tr a. E p r e c i s o a s s u m i r a u t o c r i t i c a s e q u a n d o se f i z e r e m c r í t i c a s é p r e c i s o
f u n d a m e n t a r ; nao b a s t a d i z e r é "aí", e d ai d i z e r sao " p r o p a g a n d i s t a s " .Bem sa
b e m o s q u e ^ t o d o s n os h e r d a m o s u ma t r a d i ç a o p r o p a g a n d i s t a , p r o f e s s o r a l , que es;
ta t r a d i ç a o tem b a s e s em n o s s a f o r m a ç ã o e em n o s s o d e s l i g a m e n t o do m o v i m e n t o
o p e r á r i o . L u t a m o s ja ha b a s t a n t e tempo, i n c o r r e n d o i n c l u s i v e em o u t r o s d es v i
os (vej a r e f e r e n c i a a elos no 31 -9 ;e na TD-8 - c a r t a r e s p o s t a a El), p a r a
r o m p e r com e s sa t r a d i ç a o . A c h a m o s que ja a v a n ç a m o s a g o r a o s u f i c i e n t e p a r a
nao c o m e t e r os e r r os gue ha p o u c o c r i t i c a v a m o s na t es e de El (a p r i m e i r a ) , p a
ra nao s e ç a r a r e s t r a t e g i a e t a t ic a , p a r a nao f i c a r na p r o p a g a n d a p r o f e s s o r a l
da e s t r a t e g i a , c om o se f o s s e m o s g r u p o s de " te o ri c o s " .
A p e s a r da c r i t i c a e x t r e m a m e n t e m a l f o r m u l a d a , e x t r e m a m e n t e f o r ç a -
da, e x t r e m a m e n t e i r r e s p o n s á v e l , dá g a r a v e r que os c o m p a n h e i r o s do CN de El
a i nd a n aq a p r e n d e r a m o que e a g i t a ç a o e p r o p a g a n d a , o que tem e la s a v er c om
a e s t r a t e g i a e t a t i c a e o que e p r o p a g a n d i s m o . 0 p r o p a g a n d i s m o c o n s i s t e em
f i c a r a f a z er p r o p a g a n d a de " f o r m a s de l u t a " e de " f o r m a s de o r g a n i z a ç ã o " ,de
’íaçoes c o n c r e t a s " , que e s t e j a m de a c o r d o com a " c o n s c i ê n c i a i n t e r n a " m a s ain
da d i s t a n t e s das p o s s i b i l i d a d e s r e a i s da l u t a de c l a s s e s . C o n s i s t e em d e i x a r
de e x p l i c a r a o p r e s s ã o , d e i x a r de e x p l i c a r as t r a i ç õ e s d os p o l i t i c o s de ou
t ra s c l a s se s , d e i x a r de e x p l i c a r os i n t e r e s s e s do p r o l e t a r i a d o na l u t a pelo
poder, p a r a f i c a r n a p r o p a g a n d a d os a p e l o s a d e t e r m i n a d a s aç õe s c o n c r e t a s , n a
p r o p a g a n d a de u m a f o r m a de l u t a ou de um a f o r m a de o r g a n i z a ç ã o que a i n d a não
p o d e m se r e a l i z a r , que, se f o r e m l e v a d a s a p r a t i c a p o r m e d i d a s no t e r r e n o da
o r g a n i z a ç a o , nao u l t r a p a s s a r a o os m i l i t a n t e s de um a 0. M a s como o CN em '.'cón
c e i t o s " a s s i m i l o u n o s s a s c r i t i c a s a r e s p e i t o de a g i t a ç a o e p r o p a g a n d a , m a s na
p o l i t i c a c o n t i n u a s u b m e t e n d o - a s a c o n j u n t u r a , c o n t i n u a d e t e r m i n a n d o o seu
c o n t e ú d o p e l a c o n j u n t u r a , ou seja, i g u a l a o c o n t e ú d o da a g i t a ç a o e p r o p a g a n
da ao s o b j e t i v o s que se p r e t e n d e a t i n g i r na c o n j u n t u r a (•'Joposições p r o l e t á -
rias", " c o m i s s o e s como o r g a n i s m o s p a r a - p a r t i d a r i o s " ), e n t ã o vai c o n f u n d i r o
c o n t e ú d o da a g i t a ç a o e p r o p a g a n d a com as f o r m a s de l u t a e de o r g a n i z a ç ã o a s
s um id as , vai t o m a r um p e l o ou tr o. Isto na p r a t i c a traz c o m o c o n s e q u ê n c i a um
r e b a i x a m e n t o do t r a b a l h o r e v o l u c i o n á r i o e o r o m p i m e n t o c om a p e n e t r a ç ã o e a
a c u m u l a ç a o de f o r ç a s p o l i t i c a , e um e x t r e m o s e c t a r i s m o em r e l a ç ã o às a t i v i d a
des do c o n j u n t o da o p o s i ç ã o s i n d i c a l , em r e l a ç ã o as d i v e r g e n c i a s , em r e l a ç ã o
aos c o m p r o m i s s o s n e c e s s á r i o s ao n í v e l da o p o s i ç ã o e do s s e t o r e s m a i s c o n s c i
entes. 0 a n t i g o p r o p a g a n d i s m o , a p r o p a g a n d a das f o r m a s de l u t a e de o r g a n i z a
çao c o r r e s p o n d e n t e s a um a " c o n j u n t u r a t e ó r i c a " , a um a c o n j u n t u r a i d e a l i z a d a
de m o d o a e s t a r p r o x i m o do o b j e t i v o e s t r a t e g i c o , e r e b a i x a d o à p r o p a g a n d a
d os o b j e t i v o s que se p r e t e n d e a t i n g i r n u m a c o n j u n t u r a m a i s real.
P a r a o CN os i n t e r e s s e s dos t r a b a l h a d o r e s só s er a o c o n s i d e r a d o s
q u a n d o vem a t o n a p e l a açao atual, p e l a l u t a a t u a l das m a s s a s t r a b a l h a d o r a s .
Os i n t e r e s s e s d o s t r a b a l h a d o r e s sao e n t ao r e b a i x a d o s as p o s s i b i l i d a d e s imedi^
a t as das l u t a s das m a s s a s , sao r e b a i x a d o s ao n i v e l b a i x o de c o n s c i ê n c i a e or
g a n i z a ç a o que as l u t a s i s o l a d a s de h o je r ev el a m. E nt ao os c o m p a n h e i r o s a c h am
que so se p o d e f a l a r no a r r o c h o q u a n d o n u m a l u t a l o c a l i z a d a p o r m e l h o r e s sa
l a r i o s a m a s s a ja e s t a e s p o n t a n e a m e n t e se o p o n d o ao a r r o c h o , ou q u a n d o as lu
tas se g e n e r a l i z a r e m e e n t ao se c o l o c a r p a r a as m a s s a s a d e r r u b a d a do a r r o -
* * * i •
cho
A e ate m. e s m o da d i t a d u r a . A/ p o l i t i c a rp a s s a a i r a t r a s Mdo m o v if m e n t o e s p o n -
taneo; um d i a a m a s s a c o l o c a r a o p r o b l e m a do p o d e r e e n t a o so ai a v a n g u a r d a
vai f a l a r na d e r r u b a d a do p o d e r b u r g u ê s , na f o r m a ç a o de um g o v e r n o de t r a b a
lhadores 1
Se e s t a s c o n f u s õ e s l e v a m os c o m p a n h e i r o s a c o m e t e r e m e r r o s p o l i t i -
cos, i st o e c o m p r e e n s i v e l e nao e i s t o que i m p e d e um a p r o f u n d a m e n t o n u m a di£3
c u s s a o seria. i\lo e n t a n t o , j u n t o c o m as suas c o n f u s o e s , os c o m p a n h e i r o s sao
i r r e s p o n s á v e i s p e l a s c r i t i c a s que fazem. Nao p o r q u e f a z em c r i t i c a s , m a s p o r
que e x p l i c a m as n o s s a s p o s i ç õ e s co m a i n t e n ç ã o de d e t u r p a - l a s p e r a n t e o c ol e
tivo de El. Diz o C N : no p o n t o de apo i o d e s t e d e s v i o (o e s p o n t a n e i s m o ) r e s i d e
em 0 - 3 n ao d i s t i n g u i r no s i n t e r e s s e s i m e d i a t o s da c l a s s e a sua a çã o atual,
p o s s í v e l n u m a c o r r e l a ç a o de f o r ç a s d e t e r m i n a d a . D e s s a f o r ma é de um e x t r e m o
g r a d u a l i s m o c o l o c a r a l u t a c o n t r a o a r r o c h o c om o ação atua l da c l a s s e . " E p e r
g u n t a m o s m a i s um a vez. o n d e e gue c o l o c a m o s que a l u t a c o n t r a o a r r o c h o e u-
m a açao a tual da c l a s s e , i st o e, que a c l a s s e l u t a h o j e c o n t r a o a r r o c h o s a
l a r i a l . C o l o c a m o s que a l u t a p e l o fim do a r r o c h o e um i n t e r e s s e o b j e t i v o da
c l a s s e o p e r a r i a , c o m o o e a d e r r u b a d a da d i t a d u r a , a t o m a d a do po d er , a c o n s
t r u ç a o do s o c i a l i s m o . E nt r e o i n t e r e s s e o b j e t i v o e as p o s s i b i l i d a d e s de lu -
t a r p o r ele, p o d e h a v e r d i s t a n c i a s e d i s t a n c i a s b a s t a n t e gr an de s.
D i s s e m o s s o b r e as r e i v i n d i c a ç õ e s que« expressara os i n t e r e s s e s o b j e
t i v o s do p r o l e t a r i a d o na l u t a c o n t r a a d i t a d u r a » e c o n s e q u e n t e m e n t e s o b r e o
"fim do a r r o c h o s a l a r i a l " que " se nd o l e v a d a s a p r a t i c a e s s a s r e i v i n d i c a ç õ e s
a t r a v é s da a g i t a ç a o p o l i t i c a e c o m o o b j e t i v o de p e n e t r a r n os s e t o r e s a
v a n ç a d o s , e l as p o d e m e x e r c e r o p a p e l de i s o l a r o u , p e l o me n os , d i m i n u i r
a i n f l u e n c i a dos s e t o r e s r e f o r m i s t a s e l i b e r a i s s o b r e os s e t o r e s em que
a t u a m o s . . . Se t a is i n t e r e s s e s ja sao n e c e s s i d a d e s o b j e t i v a s , a t uai s, li
g a d a s a r e a l i d a d e p o l i t i c a , c o n t ud o, a i n d a nao c o r r e s p o n d e m ao n i v el de
c o n s c i ê n c i a e x p r g a n i z a ç a o e x p r e s s o na s a t i v i d a d e s d e s e n v o l v i d a s h o je p £
la c a m a d a m a i s c o m b a t i v a do p r o l e t a r i a d o . " (TD-7)
Q u a n t o ao f at o de n o s nao c o n s e g u i r m o s " d i s t i n g u i r , no p r o c e s s o de
m u d a n ç a s , o m o m e n t o do ü sa lt o" , em que a c o r r e l a ç a o m u d a " , nao ha m u i t o o
que e s c l a r e c e r . 0 f at o de e s t a r m o s n u m a c o n j u n t u r a d e t e r m i n a d a e de e s t a r e m
em m a r c h a t e n d e n c i a s p a r a a sua m o d i f i c a ç a o nos ja c o n s e g u i m o s v e r i f i c a r ha
m u i t o t empo. Nao e so o CN que c o n s e g u e v e r i f i c a r ao n i v e l t e o r i c o a e x i s t ê n
cia de " sa lt o s" , ou seja, a p a s s a g e m de u m a s i t u a ç a o p o l í t i c a p a r a o ut r a . 0
que ha de d i f e r e n t e e que nos n a o f i c a m o s a e l o c u b r a r s o b r e o m o m e n t o do sal
to e t ud o o que s e r a p o s s i v e l f a z e r d e p o i s d is to . Na p r a t i c a a m u d a n ç a se rts
a l i z a n um q r o c e s s o c o m p l e x o o n d e o t em p o nao se r e d u z ao " s a l t o " v i s t o teori^
c a m e n t e . So na t e o r i a dos c o m p a n h e i r o s , que o c u p a o l u g a r da p r a t i c a , e que
o " s a l t o " se r e a l i z a com rigor, com h or a m a r c a d a , com c a r a c t e r í s t i c a s p r e d e
t e r m#i n a d a sM, etc. A Ao f i c a r e m d e s l u m/ b r^a d o s c o m o ^m o m e n t o do "salto", os c o m p a -
n h e i r o s na o v e em que a g o r a o que e i m p o r t a n t e e i n t e r v i r p a r a c o n a e g u i r c u m
p r i r t a r e f a s g ue a s s e g u r e m p a s s a r p a r a o u t r a s t a r e f a s m a i s e le v a d a s . E n e s s a
i n t e r v e n ç ã o nao se p o d e c o l o c a r u m a c o n t r a d i ç a o e n t r e o que se faz, o que se
p o d e e de ve r e a l i z a r na c o n j u n t u r a e a p r e p a r a ç ã o do f ut uro .
" N a t u r a l m e n t e que e s t a m o s n u m a c o n j u n t u r a de r e f l u x o do m o v i m e n t o
de m a s s a s e, p o r o u t r o lado, de u m a a u s ê n c i a de um p a r t i d o r e v o l u c i o n a -
• 1 f • A
rio ou de l a ç o s p o l í t i c o s e o r g â n i c o s e n t r e as v a n g u a r d a s , que se c a r a ç
t e r i z a m p o r c o n c e p ç o e s p r o l e t a r i a s , e o m o v i m e n t o o p e r á r i o . " (TD-7)
d) S o b re a unificação:
C o l o c a m o s em p r á t i c a já ha b a s t a n t e t e m po a p e r s p e c t i v a de u n i f i c a
çao com El. Es ta p e r s p e c t i v a t i n h a como b a s e a e x i s t e n c i a de p o s i ç o e s p r o q r a
m a t i c a s comu ns , a e x i s t ê n c i a de um p r o c e s s o de Dl v o l t a d o p a r a c o r r i g i r e r
ros e f o r m u l a r uma tatica. o f o r t a l e c i m e n t o do c a m p o da TP. Qu a nd o se c r i a -
ram as c o n d i ç o e s p a r a esse p r o c e s s o g a n h a r i m pu l so , q u a n d o de n o s s a p a r t e ja
e s t a v a m o s t e r m i n a n d o a p r i m e i r a fase de n o s/ s a s d i s c u s s õ/ e s e da p a/ r t e de El
se e l e g i a um no vo CN e se a p r o v a v a u m a p o l i t i c a p r o v i s o r i a , t a m b e m c o m e ç a r a m
a a p a r e c e r as p r i m e i r a s d i v e r g ê n c i a s c om a p o l i t i c a do CN. A c a r ta que o CN
n os e n v i o u p r o p o n d o a r e t o m a d a da s d i s c u s s õ e s , ao a c e i t a r a n o s s a p o s i ç ã o de
C o n f e r e n c i a c o n j u n t a , ja t r a z i a as p r i m e i r a s d i v e r g e n c i a s . Em sua r e s p o s t a
p r o c u r a m o s l e v a r ao c o l e t i v o de El a s p e c t o s de n o s s o p r o c e s s o de r e o r g a n i z a
ção e de p r á t i c a de m o d o a e n f r e n t a r v i s o e s d e f o r m a d a s a n o s so r e s p e i t o , v i
sõ es que p r e t e n d i a m " j u s t i f i c a r " i n t e r n a m e n t e os a t r a z o s de El em s u p e r a r su
a c r i s e e o a t r a z o nas d i s c u s s õ e s p o l i t i c a s c o n os c o. N e b t a carta., c r i t i c a m o s
a p o s t u r a do n o vo CN ( n a q u e l e m o m e n t o c o n s i d e r a v a m o s a p e n a s uma p o s t u r a e
não um m é t o d o que i r i a se c o n s o l i d a r ) de c o b r a r a u t o c r i t i c a s a n te s m e s m o de
se r e t o m a r um p r o c e s s o de d i s c u s s ã o .
Ao c o n t r a r i o do cue o CN a f i r m a agora, na r e s p o s t a a sua c a r t a
nó s c r i t i c a m o s a sua p o s i ç ã o de c o b r a r um b a l a n ç o a u t o c r i t i c o :"... os c o m p a
n h e i r o s se a p r u s s a m p o r f a z e r e x i g e n c i a s que nao p o d e m r e p r e s e n t a r c n t e n o s
g e r a i s p a r a que se p o s s a e f e t i v a r a u n i f i c a ç a o . Na v er d a d e , o que e s t a p r e
s e n t e ai sao a n t i g o s d e s vi o s, a i n d a nao s u p e r a d o s de todo, o " f e c h a m e n t o " pa
ra as d i s c u s s õ e s ou u ma " p o s t u r a 11 de d o n o s das s o l u ç o e s da p r a t i c a p o l i t i c a .
M a s c o n c l u s o e s da carta, d.izem os c o m p a n h e i r o s : "no e n t an to , uma e x p l i c a ç a o
f or m a l d e s s a a u t o c r í t i c a , no c a mp o do b a l anço da t r a j e t ó r i a de 0 — 3 ( gr i fo s
n os sos ) f a z - s e n e c e s s a r i a " , e m a i s a di an te: "A C o n f e r e n c i a d e v e r a d e l i b e r a r
em p r i m e i r o l u g a r s o b r e o b a l a n ç o a u t o c r i t i c o da 0. e de 0-3. É e s t a a q u e s
tão d e c i s i v a p a r a a r e u n i f i c a ç ã o . " (Aos c o m p a n h e i r o s de E l — T D — 8) E m a i s adi_
ante f a l a v a mo s: " N e s t a s c i r c u n s t a n c i a s , a c h a m o s que e i n c o r r e t o a p r e s s a r a
C o n f e r e n c i a , p r a t i c a m e n t e ? e d u z i - l a a um a d i s c u s s ã o a p r e c s d a das t e s e s ou po
s i ç õ e s o f i c i a i s ja f o r m u l a a a s . P r o p o m o s qua seu p r a z o s ej a m a i o r de m o d o a
p e r m i t i r um a p r o f u n d a m e n t o m a i o r da s p o s i ç o e s e de m o d o a que as b a s e s nao
f iq u e m m a r g i n a l i z a d a s d e s s e p r o c e s s o . " (Idem)
A r e t o m a d a da s d i s c u s s õ e s na c o m i s s ã o e n t r e as d u a s Os. e no c on -
j u n t o do c o l e t i v o e ra p a r a n o s um p r o c e s s o de a p r o f u n d a m e n t o , de d e b a t e s a -
c e r c a das q u e s t õ e s r e f e r e n t e s a c o n j u n t u r a e t a ti ca . Nao viam os , ao c o n t r a -
rio do que f a l am os c o m p a n h e i r o s do CN, que a c o m i s s ã o d e v e r i a se c o n c e n t r a r
na p r o d u ç ã o de um b a l a n ç o . D e v er ia , is to sim, c o o r d e n a r e a p r o f u n d a r as d i s
c u s s õ e s i n t e r n a s nos d o i s c o l e t i v o s . A v i s a o do CN a c e r c a da c o m i s s ã o se con
c e n t r a r na p r o d u ç ã o do b a l a n ç o se d e v e ao fato de que o CM nao p e n s a v a n a q u e
, le m o m e n t o em f o r m u l a r o u t r a t e s e , ; p r e t e n d i a num p r a z o c u r t o r e a l i z a r um a
c o n f e r ê n c i a c o n j u n t a o n d e se d i s c u t i r i a a te se (a p r i m e i r a tese) de El. Os
M , A f
c o m p a n h e i r o s , a c r e d i t a n d o que nao h a v e r i a m a i o r e s d i v e r g e n c i a s em t o r no da
18 -
tese, p r o c u r a v a m t o m a r c o mo c o n d i ç ã o p a r a a r e u n i f i c a ç ã o o b a l a n ç o a u t o c r í t i
co. T ao l o g o a p a r e c e r a m as p r i m e i r a s c r í t i c a s ao CN, n a r e s p o s t a a sua c a r t a
e l o g o d e p o i s as c r i t i c a s a sua tese, s i s t e m a t i z a d a s na T D-7, i s t o c o l o c o u
em c r i s e a p e r s p e c t i v a de r a p i d a u n i f i c a ç ã o , da u n i f i c a ç ã o t e r c om o c r i t é r i o
o b a l an ç o, etc. De f at o e s t a v a m o s , de n o s s a p ar t e, r e t o m a n d o o p r o c e s s o de
d i s c u s s ã o e p o r isso, p o r v e r a i m p o r t â n c i a q ue t i n h a o a p r o f u n d a m e n t o d as
p o s i ç o e s t a t i ca s , a i m p o r t a n c i a que t i n h a o m a i o r c o n h e c i m e n t o de n o s s a s po -
s i ç o e s p o r p a r t e do CN e do c o l e t i v o de El, p r o p ú n h a m o s u m a d i l a t a ç ã o do
p r a z o p a r a a r e a l i z a ç a o da C o n f e r ê n c i a .
E n q u a n t o isto, ou seja, l o g o após as n o s s a s c r í t i c a s a te se do CN
de El, as r e u n i õ e s da c o m i s s ã o f i c a r a m s u s p e n s a s " e s p e r a n d o " um d o c u m e n t o
r e s p o s t a a e s s a s c r i t i c a s . E s s a s u s p e n s ã o r e v e l a que o p r o b l e m a ou a "cri -
se" e s t a v a no a p a r e c i m e n t o de d i v e r g ê n c i a s e que este fato ia c o n t r a as ex -
p e c t a t i v a s do CN e m t o r n o de u m a r a p i d a c o n f e r e n c i a e u m a r á p i d a a p r o v a ç ã o de
sua tese. A c o m i s s ã o de m o d o a l g u m se c o n c e n t r o u na e l a b o r a ç ã o do b a l a n ç o ; e m
su as p o u c a s r e u n i õ e s f o r a m d i s c u t i d o s p r o b l e m a s l i g a d o s a os p r i m e i r o s do eu -
m e n t o s o f i c i a i s t r o c a d o s p e l a s Os., as c a r t a s e d e p o i s a TD-7 ( c r í t i c a à t e
se) e r e s p o s t a do CN a TD-7
A p e s a r de nao h a v e r um m a i o r c o n h e c i m e n t o do CN a c e r c a de n o s s a s
p o s i ç o e s - fato que os se us d o c u m e n t o s d i r i g i d o s a n ós r ev el a m, i n c l u s i v e , d e
m a n e i r a m a i s cl ara, a r e c e n t e c i r c u l a r que aqui c r i t i c a m o s -, a p e s a r d as b a
ses de El nao t e r e m c o n h e c i m d n t o de n o s s a s p o s i ç o e s e a p e s a r dos a p e l o s que
s e t o r e s que se o p o e m ao CN c o m e ç a r a m a f a z e r p a r a o a d i a m e n t o da C o n f er ê nc i a,
o CN c o n s i d e r o u que ja e s t a v a em c o n d i ç o e s de r e a l i z a - l a e que so a d i a r i a se
t i v e s s e c e r t e z a de que h a v e r i a u m a s u p e r a ç ã o das d i v e r g e n c i a s c o n o s c o , i s to
e, se n o s a c e i t a s s e m o s as p o s i ç o e s do CN e as s ua s e x i g ê n c i a s . E st a é a m a -
n e i r a c o mo o CN e n c a m i n h o u o p r o c e s s o de d i s c u s s ã o c o n j u n t a ; e ss a e a m a n e i
ra c o mo v i u ^ o p r o c e s s o de u n i f i c a ç a o ; e s s a e a m a n e i r a c o m o o CN faz p o l i t i -
ca em r e J a ç a o aos que d i s c o r d a m de s ua s p o s i ç õ e s .
Se p o r q u e s t õ e s i n t e r n a s nao f o s s e p o s s í v e l a C o n f e r e n c i a con ju nt a,
se fo ss e n e c e s s á r i o p a r a r e s o l v e r p r o b l e m a s f u n d a m e n t a i s de El a r e a l i z a ç ã o
u r g e n t e da C o n f e r e n c i a , o CN d e v e r i a a s s u m i r e s sa p o s i ç ã o , a d i a n d o a u n i f i c a
çao. E n t r e t a n t o , p a r a j u s t i f i c a r os seus m é t o d o s de " p r e s sã o ", os s eu s m é t o
dos s e c t á r i o s e i r r e s p o n s á v e i s de f a z e r p o l i t i c a , o CN a p r e s s a d a m e n t e " s is t e
m a t i z a " u m a ser i e de p i c h a ç õ e s , p i c h a ç õ e s p o r q u e não t i v e r a m a m e n o r f u n d a -
m e n t a ç a o ( r e s p o s t a a c r i t i c a a t e s e e c i r c u l a r 4).
0 a d i a m e n t o do p r a z o da C o n f e r e n c i a , ou se i s to n ao f o s se p o s s í v e l
d e v i d o a s i t u a ç a o i n t e r n a , o a d i a m e n t o da u n i f i c a ç a o s e r i a m m e d i d a s que por
f '/ W f» L • I» *** ' <*W *
si so n ao f e c h a r i a m as d i s c u s s õ e s v i s a n d o a u n i f i c a ç a o e n t r e as d u a s Os. ;
p o s s i b i l i t a r i a m um a p r o f u n d a m e n t o de p o s i ç õ e s e m e s m o que não f o s se p o s s í v e l
s u p e r a r as d i v e r g e n c i a s , el as f i c a r i a m d e m a r c a d a s no t e r r e n o p o l í t i c o , e a m
bas as Os. t e r i a m as su as p o s i ç õ e s e n r i q u e c i d a s .
Os m é t o d o s i r r e s p o n s á v e i s e a i m a t u r i d a d e p o l í t i c a do CN de El, e
nao as d i v e r g e n c i a s , f e c h a r a m , p e l o m e n o s p a r a nos, o p r o c e s s o de d i s c u s s ã o
pa«wr a u m a u n i f i c a ç a o a c u r t o pr az o. Nao ha c o mo d i s c/ u t i r e a p r o f u n d <awr v posi
ç o e s c o m q u e m se c o l o c a c o m o j u i z da p u r e z a p r o l e t a r i a , c om q ue m nao e c a
paz de a s s u m i4r /Va u t o c r í t i c a s , c om quem não e c a p a z s e q M u e r de c r i t i c a r0 sem de "
f o r m a r as p o s i ç o e s de o u t r a s Os., sem " i n v e n t a r " p o s i ç o e s . C l a r o e s t ^ que es
tes m é t o d o s , c o mo p r o c u r a m o s m o s t r a r a n t e r i o r m e n t e , se d e s e n v o l v e m d e v i d o a
p o s i ç o e s p o l i t i c a s e a v i s õ e s t e ó r i c a s . M a s c a b e aq ui c r i t i c a - l o s i s o l a d a m e n
te ao n i v e l da i n c o m p a t i b i l i d a d e c om a p r a t i c a r e v o l u c i o n á r i a e c om as di s -
c u s s õ e s p o l í t i c a s e n t r e Os. r e v o l u c i o n a r i a s .
T a is m é t o d o s ja p r o d u z i r a m u m a f a s t a m e n t o de E3 e E4. Isto é, o
CN r e s o lv e u, sem m a i o r f u n d a m e n t a ç a o e d i s c u s s ã o com e s s a s Os., d e c r e t a r a
s ua s a í d a da EP a t r a v é s de um f o l h e t o s o b r e as e l e i ç õ e s de n o v e m b r o d i s t r i b u
f * “
ido no t r a b a l h o e x t e rn o . Sem f a z e r f o l h e t o s , m a s c om os m e s m o s m é t o d o s , de -
c r e t a que e s t a m o s " s a i - n a o sai" do c a m p o da EP, i s t o e, s o m o s um s e t o r va ci
lante.
E d e p o i s de tudo isto, o CN p r o p o e que a p ós a C o n f e r e n c i a de sua
0. n o s f a ç a m o s u m a RAN p a r a d e l i b e r a r s o b r e sua tese. N a c e r t a e s p e r a o CN
q ue n e s t a RAN p o s s a m o s m e l h o r " r e f l e t i r " e " a c e i t a r " a sua p r o p o s t a de tese,
sem d i s c u t i r , sem d i v e r g i r , sem a p r o f u n d a r , e e n t ão h a v e r á u ma " u n i f i c a ç a o "
ao g o s t o d e q u e m n ao se e s f o r ç a e nao l u t a p a r a a u n i d a d e , p a r a o d e s e n v o l v i
m e n t o d as f o r ç a s e da s p o s i ç õ e s da E P .
A p e r s p e c t i v a de u n i f i c a ç a o , c o n f o r m e h a v i a m o s f o r m u l a d o e c o l o c a
do em p r a t i c a , e s ta a g o r a s u p e r a d a . Ao se f e c h a r o c am po p a r a o a p r o f u n d a m e n
to das p o s i ç o e s que o r i e n t a m a n o s s a p r a t i c a , em v i r t u d e dos m é t o d o s i r r e s -
p o n s a v e i s e em v i r t u d e da i m p o s s i b i l i d a d e de s u p e r a r as d i v e r g ê n c i a s , u ma
das c o n d i ç o e s p a r a a u n i f i c a ç a o d e i x o u de e xi s t i r . A p e n a s as v i s o e s p r o g r a m a
t i c a s com un s, v i s o e s e s t a s que e s ta o s u j e i t a s a uma s e r i e de c o r r e ç o e s , de
d e p u r a ç õ e s dos d e s v i o s da p r a t i c a p a s s a d a , e a v o n t a d e de f o r t a l e c e r o c am po
p r o l e t á r i o nao b a s t a m p a r a i n d i c a r a g o r a um n ov o c a m i n h o p a r a se r e t o m a r o
m e s m o p r o c e s s o de u n i f i c a ç a o , ou m e l h o r , p a r a m a n t e r a m e s m a p e r s p e c t i v a de
u n i f i c a ç a o . Um n o v o p r o c e s s o o n d e se p o s s a m c r i a r as c o n d i ç o e s p a r a a u n i f i
c a ç a o t e r a c|ue e s t a r p r e c e d i d o de uma p r a t i c a o n d e os m é t o d o s i r r e s p o n s á v e i s
e as d i v e r g e n c i a s m a i s d e s t a c a d a s , ao n i v e l da at ual d i s c u s s ã o " c o n j u n t a " ,se
j am s u p e r a do s .
e) Perspectivas :
Pb.c^ , 6 ff- $ 3
E m b o r a t e n h a m o s um m a i o r c o n h e c i m e n t o d as p o s i ç o e s de El e m a i o
f .
res l a ç o s p o l í t i c o s , a c h a m o s que no m o m e n t o a p r a t i c a j u s t a e f o r t a l e c e r o
c o n j u n t o da E P , e l u t a r em p r i m e i r o l u g a r p a r a e n c o n t r a r os p o n t o s de u n i d a
de na a t i v i d a d e p r a t i c a ao n í v e l da m a s s a a va n ç a d a , em s e g u n d o l u g a r d i n a m i
z ar as d i s c u s s õ e s s o b r e e s t r a t e g i a e t at i ca . N e s t e p r o c e s s o p o d e r ã o a m a d u r e
c e r u n i d a d e s e i n c l u s i v e a m a d u r e c e r c o n d i ç õ e s p a r a que h a j a u n i f i c a ç ã o de al
g u m a s d e s s a s Os., em p a r t i c u l a r e n t r e no s e El.
Em r e l a ç a o as n o s s a s d i s c u s s õ e s i n t e r n a s , t e m o s l e v a d o e c o n t i n u a
r e m o s l e v a n d o ao c o l e t i v o como s u b s i d i o as d i s c u s s õ e s de c o n j u n t u r a e t á t i c a
as p o s i ç o e s de o u t r a s O s . , e m p a r t i c u l a r de El. N u m p r a z o de c e r c a de um mês
p u b l i c a r e m o s um p r o j e t o de t á t i c a c om b as e nas d i s c u s s õ e s já d e s e n v o l v i d a s a
te a g o r a e u t i l i z a n d o c o m o s u b s i d i o o p r o j e t o de t á t i c a de El ( e de E3 e E4
se ja t i v e r e m f o r m u l a d o os s eu s p r o j e t o s ) . E s s e p r o j e t o de t á t i c a d e v e s e r -
vi r de g u i a ao c o l e t i v o p a r a se p o s i c i o n a r s o b re as q u e s t õ e s r e f e r e n t e s à tá
tica, a s s i m c o m o q u e s t o e s de o r g a n i z a ç a o . Com a s a í d a d e s s e p r o j e t o m a r c a r e -
m o s a d a t a de n o s s a C o n f e r e n c i a . E s t a C o n f e r ê n c i a e s t a r á a b e r t a à p a r t i c i p a -
çao de um r e p r e s e n t a n t e de El, de E3 e de E 4 .
Q u a n t o as p r o p o s t a s que El nos faz, n ao as a c e i t a m o s . A c h a m o s que
em v i r t u d e do que ja a p r e c i a m o s a n t e r i o r m e n t e n ão e x i s t e m m a i s as c o n d i ç õ e s
p a r a m a n t e r o a t ua l p r o c e s s o de u n i f i c a ç a o . P o r o u t r o lado, não t em s e n t i d o
a l g u m r e a l i z a r m o s u m a RAN p a r a d e l i b e r a r s o br e a t e s e de El. F a r e m o s u m a Con
ferencia para fechar uma posição sobre tatica e o nosso coletivo tera acesso
n ao so ao p r o j e t o de t á t i c a da DN co mo t a m b e m de El.
Q u a n t o ao c o n v i t e de p a r t i c i p a ç a o de r e p r e s e n t a n t e s da 0. na C o n f e
r e n c i a de El, c o n s i d e r a m o s que e le e s ta l i g a d o as d e m a i s p r o p o s t a s que El
n os fez e que n os nao a c e i t a m o s . E st e c o n v i t e e s t á p o i s d e n t r o do c a r a t e r e
d a s p e r s p e c t i v a s c o n t i d a s na c i r c u l a r 4 do CN. No e n t a n t o , a c h a m o s v á l i d o
que as C o n f e r e n c i a s de Os. r e v o l u c i o n a r i a s e s t e j a m a b e r t a s a p a r t i c i p a ç a o de
r e p r e s e n t a n t e s de Os. p r ó x i m a s e em p a r t i c u l a r no c a so de d u a s Os. que deseri
v o l v e m g r a t i c a s c o m u n s e que t i v e r a m u m a Dl c o n j u n t a , a p e s a r de suas g r a n d e s
l i m i t a ç õ e s . A c h a m o s i m p o r t a n t e a p a r t i c i p a ç a o de um o b s e r v a d o r da 0. na C o n
f e r e n c i a de El p a r a l e v a r a ela a n o s s a p o s i ç ã o a r e s p e i t o do p r o c e s s o de u-
n i f i c a ç a o , a s s i m c om o p a r a ter um c o n t a t o m a i s d i r e t o com as p o s i ç õ e s que es
t a r ao s en d o d i s c u t i d a s e c om i st o p o d e r a s s i m i l a r e x p e r i e n c i a s e t r a z e r a
n o s s o c o l e t i v o . I n d e p e n d e n t e m e n t e da p a r t i c i p a ç a o de um o b s e r v a d o r da 0. na
C o n f e r e n c i a de El, ao a s s u m i r u m a p o s i ç ã o so br e o p r o c e s s o de d i s c u s s ã o e u-
n i f i c a ç a o , e st e d o c u m e n t o se d i r i g e a C o n f e r e n c i a de El e aos c o l e t i v o s das
d u a s Os.
F i n a l m e n t e , q u a n t o à C o m i s s ã o e n t r e as d u a s Os, a c h a m o s j u s t o s u s
p e n d e - l a . P r o p o m o s que um o u t r o ti po de C o m i s s ã o v e n h a a se f o r m a r e f u n c i o
n a r en tr e r e p r e s e n t a n t e s da 0., de El, de E3 e de E4. Ha m e s m o p r o p o s t a s n es
se s e n t i d o p o r p a r t e de E3 e E 4 , e m b o r a e s s a s Os, d e v i d o aos p r o b l e m a s d a re
l a ç ã o com El, q u e i r a m e x c l u í - l a das d i s c u s s õ e s s o b r e e s t r a t é g i a e t á t i c a . A
w #* • w
s u s p e n s ã o da C o m i s s ã o e n t r e a 0. e El que v i s a v a a e n c a m i n h a r o p r o c e s s o de
d i s c u s s ã o c o n j u n t a e u n i f i c a ç ã o não i m p l i c a na s u s p e n s ã o do s c o n t a t o s i n d i v i
d u a i s e n t r e as 0s. P e l o c o n t r á r i o , a c h a m o s que d e v e m o s m a n t e r os c o n t a t o s de
d i r e ç ã o e os c o n t a t o s r e g i o n a i s , e s t e s v o l t a d o s p a r a a d i s c u s s ã o da p r a t i c a
c o m u m p o s s i v e l de ser l e v a d a n a s r e g i õ e s o n d e a t u a m o s . E sao da m a i o r i m p o r -
t a n c i a e s s e s c o n t a t o s , de n í v e l o p e r á r i o e e s t u d a n t i l , v o l t a d o s p a r a a d i s-
c u s s a o da p r a t i c a , p o r q u e e na a t i v i d a d e p r a t i c a o n d e se p o d e m a g o r a a c u m u -
l a r n o v a s c o n d i ç õ e s p a r a a s u p e r a ç ã o do s m é t o d o s e d i v e r g e n c i a s que i m p e d i -
ram o e x i t o do p r o c e s s o de u n i f i c a ç ã o atual.
DN
julho/75
IBI§y^.DE_DEBATES J9.3
l‘r- '
■’’1
9yôt_I_A_HERÁNÇA_QA-REVQLl/çÇ0_RySSA- ? .rr)
"D<? <7we se trata e <áe uma Sociedade corriunista não como^ se desenvol-
iüp
veu sobre as bases que lhe sao projprias, mas, pêlo contrario, taí corno
Jw
acaba de sair da sociedade capitalista; uma sociedade que, por c c m e -
od * quência, em todos os aspectost eõonêmico, mordi, intelectual, apresen
ta ainda os estigmas da antiga sôciedade que a engendrou.
•* 4 « * •
,fMas estes defeitos são inevitáveis na primeira fase^ da sociedade
comunista, tal como aàaba de sair da soõiedade capitalistas apos um
rr longo e doloroso parto. 0 direitò nunca pode ser tnais elevado que o es
y'i tado econômico da Sociedade e 0 grau de qivilibaça.0 que lhe correspon-
. de»w i L , á
~(Marx.:/Crítica do Programa de Gotha", Portucalense Editora)
0 que represetiia hoje a União Soviitica pardio proletariado mühdiál T^Esta pergunta
continua a preocupaf* as vanguardas teóricas 6 de 'lita em quase tod^s os países, tanto
nos que jã se livraram do domínio capitalista, coita naquelas qúe a ndd aspiram essa meta.
As respostas variam de “socialismo" a "capitaiisijip de Estado", inc lilhdo até mesmo "po-
tência imperialista igual às outras". Más aí se trata de definições dè extremos Entre e
las há uma série dehuanceí.
A União Soviética de hoje, certamente, não cbrfesponde a imagem qlJô os revolucioná
rios marxistas de todas as gerações fizeram de uma sociedade socialista. Trata-se do um -i
sistema burocrático, com uma hierarquia levada ao ertfceàso, com uma cáhândá de democracia
socialista em todos os rnveis, sistema que deixa põUca oü nenhuma Margem para a iniciati^
va e autogestão das massaí trabalhador;s.
y ■ „ . j ■, ■'
Não há dúvidas também que a Ufliãó Soviética passou por profundas mudanças desde os'
dias de Lehlfl. Mas, 0 que significam essas mudanças, qual 1tat1Va/fiente ?
ARevoldçãO Ruiáa e a tomada do podei* pelos^bolcheviques ré^eíentoü urtla das trans
formações mais radicais e mais profundas da historia da huniahidade» Estúdartdo essa^revoliu
ção, inclusive a sua fase põs-revolucionária, verifica-se cjue ela passod poj* uma série
de estágios diferentes, mas nunca sofreu uma contra-revolução. Surgem dificuldades quan
do se pretende provar 0 contrário, de um ponto de vista marxista. n-otski, em diVers^s
versões, afirmara que a Revolução Russa sc#rera um "termidor". Mas 0 termidor - paraiolo
tirado <1a Revolução Francesa e qúe marca 0 fim do domínio dos jacobinos - implicou m ga£
sagem do poder da pequena-burguesia para as mãos da burguesia propriamente dita, isto e,
JSignificou uma mudança do regime de classes. E quem teria realizado esse "termidor"_na U
niao^Soviética ? A burocracia ? Neste caso, a burocracia seria uma classe - afirmaçao qüel
t 0 próprio Trotski sempre rejeitou. Essa contradição no seu esquema interpretativo do de- |
senvolvimento põs-revolucionãno da URSS, ele nunca chegou a superar.
Mais frãail ainda é 0 esquema dos maoTstas. Segundo eles, houve uma contra-revoluçao
.por ocasião da morte de Stalin. A burocracia representa a "nova classe", que tomou 0 po-
;<Jer e restaurou 0 capitalismo na União Soviética. Trata-se aí de afirmações puramente po
lçmicas, sem nenhuma tentativa analítica.
•* í c : i j õ • . *
Todos esses esquemas explicativos (há outros) não nos podem satisfazer e não satisfy
rão a ninguém habituado a raciocinar com categorias marxistas. Jã salientamos que não en- U :
contramos na história da URSS nenhum momento de contra-revolução, que tenha alterado as |) '
bases de classes da sociedade. Isso poderá parecer estranho, em vista das críticas ao si ;
tema^soviético atual, que esboçamos no início. Mas, para compreender 0 fenômeno da União”
Soviética de hoje, não se pode partir de esquemas preconcebidos de revolução e de social is
mo (esquemas que, na maioria das vezes, em nenhum lugar foram comorovados). Para compeen ~
•dçr.o desenrolar da Revolução Russa, é preciso, antes de tudo, estudar as suas particula
‘>rfdãdes, as condições concretas nas quais se realizou. Tentaremos esboçá-las em s^.nuida.
J: •:
n.r 0 PONTO DE PARTIDA
n .L'P '!rr
Ao contrário do que-esperavam os pais do socialismo científico e toda u-iia j/ê/
revolucionários marxistas, a primeira revolução proletária vitoriosa não sf- <Aeu.
países industriais mais vançados do Velho Mundo, e sim num dos m?is atr^sCv^ u
Lenin cheqou a explicar esse fato com a "tecri? do elo mais frare** Wiíisi Oiv*A(a’ 'h '\ L ‘U n - ’
nar uma teoria, tratava-se de uma justific.^v/Ov 'ft ilt ua*
\í^ra Lenin, a Revolução Russa seria a espoleta da revolução no Ocidente. A insurreição^So
proletariado russo sr^ria imitada a curtbyprazo pela classe operária da Europa Central e
OcidcntaI , once "c^/ormava u:na arise çe^olueionâria, deppis de quatro anos de guerra in-
ter-impcria‘iSta. _r esse argumento qúe ajudava Lenin a convencer frações reticentes do
jlproprio re*'!:',c.' oichavique a passar para a revolução proletária. Quando Lenin discutia
I com Kamenev sobra as 'Tfjses £>■ Abri'l", as primeiras greves dos. metalúrgicos alemães, ain^
da sob o; estado Ja i,::erra, pareciam confirmar os seus argumentos perante as bases. Em
j seguida, quando a data d: insurreição ja estava sendo discutida no Comitê Central a re-
ivolta da ifarinha _a ;_ucrra i:emã reforçava os arnumentos de Lenin.
Seria pura aspecuiaçao ouerer discutir sa Lenin teria se decidido pela insurreição
caso tivesse saoido dc .‘ .ntecíao qui a revolução proletária na Rússia^ ficaria isolada. 0 que
se poda supor,^pelos der 5 traváoS então.ontre os bolcheviques,J que ele teria tido
muito ma-:s o:ficu.dadc:' ;>ara convencer seus companheiros. Em todo caso, pode-se concluir
que Lenin nac esc:.' despreparado para a eventualidade de um iælamënto da revdução. Mais
de uma vez, usou nos seus discursos a rassalvâ "se 0 proletariado ficar sozinho"... Esta
va ma.hôr pr.epar?dc do :,ue irctski. quaj deSde 1905, na elaboração da sua teoria da revo
luçao permanente^ declarara: "sern 0 apoio estatal direto do proletariado europeu, a cias
se operará, d<. Rússiajúíe poderia continuar no poder e transformar 0 seu domínio têmpora"
h
rio numa ditadura astaye': a prolongada..." (Citado por Isaac Deutscher em "0 Profeta Ar
mado"). Na /espera de in:.ur;eição de Outubro, Trotski reafirmou essa convicção, mas tan
to ele ccíTiO Leniü es avam ccnvencdos de que 0 proletariado europeu não d§ÍAaria.j)8 revo
lução russa cozinha. ;h!; ^ o;,. -uoootq fiUflMao:
Por tras dessas, pr'jyqtipaçôeô a; elaborações teóricas havia um problemh1maiéHaf bas
/ tante convincente:
COriVfnCenta: áa .lasse
.lasse operaria
OOeraria yuasa,
hmias?.. uma
uma iilha
ilha num mar H
nlim mar dep nnniilarãn
população, cam^ne^á^èe-
ramWhkp&v'yfcp-'
■a ria capaz
ná2,por sua propria força, de manter 0 poder conquistado e transformar a Sbcibdà-
de em bases'socialis cas ? ^ -r • .j* ■ «“ •
maqui
domínio mor.gol, e sa empenharam imediatamente em_sufocar 0 desenvolvimento autônomo das
poucas cidadas independentes que mantinham relações ccm a Liga Hanseãtica do norte da Eu
ropa. ■ 'rtf.fío•
Um i?'r;oxo r I.^tremento desse desenvolvimento era a Igreja Russa. 0 que dominava
era a tradição o;.- i.isSncio. A Igreja -Ortodoxa Russa não^foi totada pelas correntes protes^
tantes o u : em voguica,-pelo aburguesamento Lia própria Igreja Católica.
A industrialização russa era recente. Iniciada e realizada principalmente pelo Esta
do, em consequência, da? darrotas sorridas na Guerra da Criméia, e visando uma "moderniza_
çãò" da sociedade qye permitisse enfrentar 0 poderio militar do Ocidente. Que 0 resulta
do desse esforço roi insuficiente ,-,mostrarambduas guerras: a de 1904 contra 0 Japão e a
Guerra MundUMe. 1?14. . if’
: o ir .y(r, >;•, , ».
ses_de verão a base de uma agrictiltürí arcaica. fio longo inverno russo, dormia perto do
fogão na cozinha, como^encarriaçaó1da Ihercia!' Hoje’,1 ja se esqueceu 0 que era uma aldeia
russa antes da Revolução. Para lembrar-se»‘bastaria Voltar aos romances de um Tolstoi.
Mas esse camponês, por cutro lado, se .distinguia por uma sede insaciável de terra. Desta
terra que jã havia sido des suas comimid^dfeS, dp "r,iir",,e que os grandes, proprietários! /
tinham se apossado com 0 apoio des governos 'ca^ristas. 0 futuro, d? R^sia, dependia, nas
palavras de Lenin. de quem iria dar a terra áos;campbneses: se a burgue^fi^, ou ou.proleta-
2 . ’- r v 11, -.«mi . u. .jVíVír-tí , c n o ‘i í 5i?rj <
riado. ,2r:. ,-r ~ ; ■
. ■ .
A clabst o; araria russ;. ■ jov^m i> nyquená. As estimativas, no momento da revolução,
não ultrapassavam :> Y.JÍ;'ihÕas;de operários industriais, mas cs dados mais frequentemente
citados referem-se r. 'L :vilhoc:_aJL2ÍíL.’ (Zinoviev, ma^s tarde, fala em 6 e_8 milhões,_mas
aT inclui carnudas mar;-••■ •.~>is' c ylvmpajD, cem ó intuito de "reforçar" o caráter proletãric
da Revolução. ) Era u:r ;.oietariaoo excepcional , rebelde, ctün capacidade de luta e de sa
crifício. Uma das. van-agéns* para. a sua luta éra o alto grau de concentração, como em Pe-
trogrado, 'onde tiávin '-'ábricr^ oorr 40.000 opoirarics (Fabrica Putilov). Conquistara a lide
rança na luta p o l i r c r:.; sociedade russa. :A "Hegemonia do proletariado" não era mais um
postulado teõrlcü, sim u fato què ia possibilitar a Revolução de Outubro. Ao mesmo tem
po, ainda esteva miri vc ligado ac canpo; <m cranHe parte tratava-se da primeira geração de
operãrics industriais. Nos anoa de dosemnroqc ejíe miséria, também depois da (Revolução,
muitos operários. gualif-cados, voltavam as suas aldeias., onde um pedaço de terra
permitia r. subsistência. * ,
0 prâetariado r .so, jit dos mais revolucionários da sua época, todavia não tinha ti
do nenhum. ..-xperíencia d. .jt gestão. Praticamente nao tinha conhecido nenhuma fase de vi_
da democrat':c -tosrf :.:sa. (Corn exceção1dc fevereiro a outubro de 1917.) Não tinha desfruta I
do daquel as"condi çi>.-s nvr.is favcravôls da luta pelo socialismo", de. que falava Engel s. Es- *
sa falta ' exnarler.v:* 'cnocratira ia dlficulta-lb em seçuida nó manejo dos instrumentos
da der.:ocrucia social isva. Conconi tantemerte não corheda sindicatos, se abstrairmos uma
pequena r;irr a, fcrircviãrirs. Isso, de certc modo, facilitou a luta revolucionária,
mas, da mos^a nano iva, torrou-se um obstáculo apos a Revolução, quando o proletariado ter
ncu-se classe dcminar.te.- '• • , ;i
Clara Z : : n : i;-»gantc comunista alemã, um dia perguntou a Lenin se a revo^jção
não teria sido facilitada pele fatc de a grande maioria do povo russo ter sido analfabeta.
Depois de 1i■v\ . ' .; tuçàv, Lenin concordou, rras acrescentou que era muito difícil cons
truir o see.1a !üít.- ocir. r.:iaifar>ctos.
0 FATO CONSUMADO
* • .. , ü * \ *. J.,
Em 1920/2í, C:<v'is <v- r'uas- quatro sn^z de guerra civil e intervenção armada de 14
paTses capitalise s, do-s fatc.. estavam consumados. Err primeiro lugar, .a onda revolucionS
ria, qua tird.a abalaa. > . Eu»vpa Central e qua alimentara a esperança dos bolcheviques no
sentido de um *■' *stra«:\..rt da revolução parado Oeste, tinha-se esgotado. 0 capitalismo eu
ropeu sobrevivera a cerca-.a ?• República Soviética, que ficara sozinha e tinha de resolver
os seus problemas por cor.to ^ropria.
Em se-;
sociais ac:
xigindo sol
quando cs mar'niioircs, aliados fiéis da revolução de 1317, sÇ ^èbcleras contra o coder so
vietico.
0 esforço dc cu-r;:. Mana 'daixado a Republica Soviética em rui nas. Para tar uma idé
ia da devastecausaca. tar em ccnfca cue em 1921 a renda nacional era^um terçc da
de 1913, o ulto.o ur.o da paz. A prodüçZc Industrial tinha caído, no mesmo perTodo, para
um quinto; ••• .".ir.araçâr. do carvão, part um décimo; a produção de ferro, para um qjadragesi_
mo. Ao mer . :■-no.. a ■ puíação da Moscou ficou reduzida a metade e a da Potrogrado a um
terço em rei sçao a *!9'i3.
Não ;.:e*.os alarma,',tt era a situação social’. Da pequena classe operária russa, nem 50%
continuáVrüii ar.. vl:ricas o usii.as. A sua parte mais ativa, com a tomada do poder, saíra da
produção para oc ?par' finçõas p líticas e áominiitrativas no novo Estado e, em seguida,
forneceria os :• -■'»dantes e comissários poli ticos para um exército de camponeses, que no
auge da guerr. oivi' chegou a conter com 5 milhões de combatentes; ou formava unidades de
elite (dívisoev prolotárias)cano dorso deu forças revolucionarias. A antiga classe operá
ria tinha se esgotado fisicamente na revolução e na guerra civil e o que restava era jus
tamente a rarte menos dinâmica e manos politizada, Com a reconstrução que sa iniciava,_a
lacuna tinha de ser preenchida e o foi com centenas de milhares, e posteriormente milhões,
de camponeses, vindo a qualidade política da classe a sofrer novas alterações.
Quando os bolcheviques tomaram o poder, não-pretendiam por enquanto, no campo econô
mico, passar alem dc "crtrole da ’-rodução", isto ê, deixar as__fãbricas funcionando com
seus antigos donos, nas. sob .controle operSric__e cogestão. A idéia não deu certo. Os donos
geralmente fugiram espoiitaneamente ou os operários o fizeram fugir. Mas, nem cs operários
nem os bolcheviques è,st?vum preparados para gerir o parque industrial. 0 problema foi en
coberto pela guerra c.iV 1: quando a produção'se limitou praticamente ac esforço de ouerra.
As cidadís tinham dc s-)r aeastecidas com o predute do camponês, mas não produzlím artiaos
. 3 .
?2> é P
industriais para dá-los em troca dcs cereais. Instaurou-se a requisição forçada r'e trigo.
0 sistema foi batizado ie "comunismo de guerra". Eliminava em grande parte a__ci»'cuUçãc
de dinheiro e c pagamento dos operários se deu, na maioria das vezes, em espécie. Ccmc sem
pre acontece em casos semelhantes, surgiram teorias que pretendiam transformar a necessi
dade em virtude. Senundc essas, o comunismo de querra era tido como um passo_na construção
do socialismo. A realidade nãc o comprovou. 0 camponês aguentava as renuisicões, porque e
ram tidas r •no provisórias, enquanto a volta dos grandes proprietários de terras, que a-
ccmpanhavam os exércitos brancos, seria duradoura. 0 sistema não resolvia, tampouco, a si^
tuação nas cidades, que passavam fome, porque a quantichle dos alimentos requisitados era
insuficiente. 0 descontentamento crescia. Em 1921, notava-se um aumento da influencia men
chevtque nos fabricas - jã tida como morta entre os operários industriais.
A saída dc impasse preconizada oor Lenin estava na chamada Nova Política Econômica,
mais cortecida como f!EP, conforme a sigla russa. A cidade, doravante, pagaria_ao camponês
o nroduto do seu trabalho. Foi estabelecido um sistema de quotas. A requisição armada fci
abolida. Ac mesmo tempo, foi criado um espaço para a iniciativa privada^na economia, tan
to na^pro^ução, quanto na distribuição ias mercadorias. 0 Estado proletário se assegurou
n dcmínio das indústrias chaves, mas o caminho estava aberto para o restabelecimentc da e-
cononia de mercado. Mesmo as indústrias estatais tinham de respeitarias leis do mercado.^
Foi uma tentativa de reconstruir a economia soviética nn quadre do célebre "um passo atrás,
dois adiante" de Lenin. Ele mesmo caracterizava o sistema instalado como "carita'ismo de
Estado", que sõ não virava capitalismo pura e simplesmente porque se dava sob o demínie da
Ditadura do Proletariado.
Hoje não ha mais dúvidas que essa solução tirou a revolução do beco sem saída, mas,
ao mesmo tempo, a NEP tornou-se um terreno fértil para as lutas de facções no interior do
PCUS nos anos que se segiram.
AS PRIMEIRAS 0P0SIÇ0ES
Pode-se dizer que as eposições no seio do Partido Bolchevique suroiram com a -.r\ 'ia
revolução. A formação de um governo nuramente bolchevique jã encontrou resistência 1e uma
parte do Partido e, se essa não passou de um episódio, deve-se sohrctu^o à ati tde míope o
arrogante dcs mencheviour-c c acH-idis-rcvoluelutiár ios df? direitd, que não exiniram menos do
que o a f ã s v i e Lenin e Trotski do governo como preço para a colaboração. (ns sociais
revolucionários de esquerda chegaram a integrar temnnrariamente o governo.)
A primeira oposição de envergadura foi a de Bukharin, a dos chamados 'emun^ : dc
esquerJ',u, pur ocasiac do Tratado de Brest-Litowsk. Bukharin, que nesta 'Ccisia;. po • ccn
t-».- ccm ogjoio d^s sociais-revolucionarios de esquerda, exigia a querra revolucico; ;ia
contra a Alemanha, a fim de levar a revolução para o Ocidente.
A querra revolucionariacontra países capitalistas, em princípio, fazia m-te ia dou
trina bolchevique da revolução proletária. Em 1920, Lenin e Trotski tentaram móler ializã-
|a no^conflito ccm a Polônia, mas o Exército Vermelho f-’ derrotado ãs portas de Varsóvia.
Em princípios de 1918, entretanto, tanto Lenin ccmç Trotski sabiam que a jovem República
Soviética nãc estava em condições de enfrentar a maquina militar alemã, ainda intacta na
Frente Oriental. Os camponeses russos^ esootados e cansados por quatro anos de guerra im
perialista, desertavam em massa dc exército, para não perder a vez na distribuiçãc das
terras. Havia_divergências entre Lenin_e Trotski, mas não se podia falar naquela ocasião
dc uma oposição trotsquista. As divergências oiravam em torno da tática a seguir iurante
as negociações. Trotski pretendia resistir ao máximo ãs exigências dos militares alemães,
para mostrar ã classe operária do Ocidente que a Revolução Russa não estava de jog*. ccm
caries marcadas com a monarquia dos Hchenzcller e que Lenin nao era "agente alemão", eme
afirmavam os sociais-patriotas dos países aliados. Trotski exaoerou essa tática., mas f ~
naln-iante, nas votações decisivas, aliou-se a Lenin contra Bukharin.
Seguiram-se cs anos da guerra civil e de intervenção estrangeira. Nãc havia ooosiçõ-
es^no seio do Partido. As poucas que surniram, como a Oposição Militar de Stalin f; Voro-
shilov,__se relacionavam com o emprego maciço de "especialistas militares" (oficiais do an
tigo exército cazarista), política defmdida por Trotski e endossada por Lenin m^snõe ti
veram consequências na vida partidária.
_ As Opcsições que nos interessam aqui, isto é, aquelas que questionaram ? estrutura o
conomica, social e política da República Soviética, e que marcaram profundamente o seu ~
futuro desenvolvimento, surgem com o termino da querra civil, num momento em que i.
ranças de umã revolução no Ocidentc tinham passado. Foi justamente q jande r PC c icr
chegou a tomar consciência que tinha de solucionar o problema da manutenção^ *< ; - s:!
■ajuda externa. E o que levamos em conta como Oposições nao são meras dive-^gênci: opi
nião na cúpula ou nas bases do Partido, mas a existência de facções organize,.as c m :'is •
.4 .
r s - «5 <a Q ) , p $
ciplina propria, que procuram, sustentar os seus pontos de vista, apesar de derrotadas em Con-
* gresscs, contra a maioria do Partido.
A primeira dessas oposições, a do "Centralismo Democrático", surgiu em 1920, liderada por
Osinsky e Sapronov. Sua formação se liga principalmente ;ao restabelecimento das direções res
ponsáveis de u,n sc homem nas empresas estatais. At® então, as fábricas e demais empresas in
dustriais tinham sido dirigidas por conselhos compostos por representantes dos operários,sin
dicais e técnicos. 0 sistema não aprovou na tarefa da reconstrução e mais adiante veremos por
que. Mas, o caso das direções das empresas sÓ representava c cume de um fenômeno geral na so
ciedade soviética - a do restringimento da democracia socialista dentro, esfera do Partido a
favor das atividades dos "especialistas". A facção do "Centralismo Democrático" representou a
primeira forma de protesto oryanizado dent-o do Partido, mas não estava em condições de,apre
sentar uma alternativa viável. 0 que propunha er'áóa conservação de métodos que, neffassado,
não tinham solucionado os problemas mais urgentes da sobrevivência;da jovem República. Sua pia
taforma estava enriquecida ainda com reivindicações Obviamente utópicas, como o abastecimento
gratuito para os trabalhadores H base de um igualitarismo total, etc. Por isso mesmo, o "Cen
tralismo Democrático" n£o sobreviveu ao 99 Congresso de ferma organizada. •
Repercussão'maiòr dentro das fileiras do Partido obteve a "Oposição Operária" de Kollon-
tai e Shliapnikov, que também se tornara conhecida no Ocidente.
/ A Oposição Operária procurara igualmente elaborar uma alternativa ã tendência do restrin
gimento da democracia socialista. 0 eixo de sua argumentação e plataforma se situava na exi-
. gencia da entrega da reconstrução e da administração da economia soviet\ca aos sindicatos. Ar
gumentava que eram cs sindicatos as organizaras de massas, que conglomeravam a classe opera-
riar,6, portanto, eram os órgãos mais indicados para a realização da Ditadura do Proletariado
e garantir, na prátiça, a democrac;? socialista. ,,, , »,
Essa tentativa foi combatida frontalmente por Lenin, Trotski e quase toda a liderança b:^
chevique. Embora tomassem posições diferentes na questão sindical, estavam uníssonos na argu7
mentação sobre a ihçapacidade dos sindicatos soviéticos de tomar essas responsabilidades eco
nômicas. Não negavam que, em principio, os sindicatos tinham um papel de destaque na cmstru-
çãc de uma sociedade socialista, mas a receita da Oposição Operária ie*chocava com_a realidade
soviética, com o despreparo cultural e técnièedas massas, com seus sindicatos recem-formados
e sem tradições.
Foi Trotski quem mais enfaticamente investiu contra a Oposição Operária, pois defendia
justamente o extremo oposto na discussão. No.passado, ã procura de uma srlução para os proble
mas econômicos candentes, tinha defendido a proposta da "militarização do trabalhe". Esbarrou
com a resistência da maioria do Comitê Central e dos prÕprics sindicatos, evidentemente, o a
bandonou esse ponto de vista. Agora_, no 109 Congressojio Partido, nc qual a discussão sindi
cal atingira o auge, e no qual também'a Oposição Operaria apresentara suas teses, <33fendi a *.
posição de "Estatização dos Sindicatoá". Novamente não se impôs contra a maioria, quo sob al‘
derança de Lenin recitou os dois extremos. Z preciso ver, porem, que tanto a Plataforma ;ds (T-
posiçao como as teses de Trotski ainda partiam da premissa d? continuação da polTtiíf.,comu
nismo dc guerra. Esta, porem, recebeu logo em seguida o golpe mortal pelo levante, dçis marinhei
ros de Kronstadt. A revolta.jirmada mostrou o quanto os bolcheviques estavam atrasácos r.a..sol?
ção dos problemas mais, urgentes do pais e varreu as teses opostas da mesa Cr Congresso* A Opo
sição Operaria caiu na passividade frente a realidade da NEP, instituída pelo C-ngresso. Dei
xou de atuar como uma facção dentre do Partido. Posteriormente, os seus remanescentes se cin
diram em duas tendências. Uma, liderada por Kollontai, degando a conclusão de querias condi
ções russas, as suas concepções ideais de construção socialista nãc correspondiam à realidade,
se colocou ã disposição de Stalin. A outra ala, sob a liderança de Shliapnikov, nas lutas in
ternas futuras iria juntar-se a Trotski. ,
ÇUrOCRACIA X DEMOCRACIA SOCIALISTA / P C'
Lenin já definira a Rússia Soviética como "ditariira do proletariado com deformações buro
ciáticas" Nos últimos anos de sua vida, dedicou-se ã luta contra essas deformações, centra õs
métodos do Stalin na Secretaria-Geral do Partido e no Controle Operário e Camponês^ da mesma
maneira como havia se oposto às soluções "administrativas" de Trotski. 0 caso nao é tão sim
ples para poder-se afirrrar que Lenin havia querido abolir a burocracia. Est era cer^sta por.
especialistas e o proletariado spyieticc precisava de especialistas nos mais diversos ramos
para se manter no poder e assegurar c funcionamento de sua maquina estatal. Sobre essa neces
sidade, toda a liderança do Partido e do Estado em pouco tempo estava de acordo. 0 próprio : -o
tski, que nas lútas internas posteriores iria levantar a bandeira da luta contra a Burocracia,
em 1521 ainda dizia numa discussão com sindicalistas:
"Burocracia (...) nãc foi uma descoberta do tzarisme. Representava toda uma epoca no de
senvclvimentc da humanidade'Jt «época ainda não encerrada, e que seüs males surgiam "em propor-
^ ' Ò • <f> <£ - G .
ção inversa ao esclarecimento, acs padrões culturais e a consciência política das massas".
Deutscher resume a argumentação de Trotski ,__que pleiteava que um serviço público compe-
tente5 hierarquicamente organizado, tinha seus méritos e que a Rússia sofria não dos excessos,
mas sim da faltajje uma burocracia eficiente. Usou esse argumente repetidamente, dizendo que
em prcl da eficiência era necessário conceder certos privilégios limitados ã burocracia. Fez-
se, desse medo, porta-voz dos grupes administrativos, e isso mais tarde permitiu a Stalin cla_
ssificã-lo, com certa lógica, como o "patriarca dos burocratas" (citado confcrme Deutscher em
"0 Profeta Armado").
0 problema que Lenin colocava era "quem controla quem": os comunistas rs burocratas, ou
vice-versa, e citava como eemplo a administração da cidade de Moscou.
__0 que era essa burocracia ? Evidentacnte, ela englobava então muitos operários e revolu
cionários, mandados para a administração pública, a fim de romper a resistência da velhama-
quina estatal, para transformá-la em instrumento da Ditadura do Proletariado. Nas condiçoes
russas, entretanto, a "quebra da máquina de Estado burguesa" e a formação de uma nova, prole
tária, não podia ser realizada sem um aproveitamento intensivo da antiga burocracia herdada do
passado. Era ccmpesta de "especialistas", que, bem ou mal, administravam profissionalmente.
Esse processo se deu em diversos níveis nos diversos setores. Sõ não se deu praticamente no s£
tor de segurança e repressão, que o novo regime teve de criar. Mas já se dera maciçamente nas
Força?. Armadas, onde, durante a Guerra Civil serviram 40.COO ex-oficiais czaristas. vigiados
por comissários políticos. Na Justiça a situação não era muito diferente, nois não havia mui
tos juizes e bacharéis revolucionários e os poucrs disponíveis se dedicavam a repressão de e~
lementos ccntra-revolucionários. As necessidades cresciam quando se tratava de^asse^urar o a-
bast.ecimentc das cidades, o funcionamento dos meios de transportes e, não por último, garan
tir a gerencia das fábricas e dos meies de produção em geral. Os novos administradores e fun
cionários públicos "vermelhos", como eram chamados, se misturavam com burocratas antigos e tra_
quejados, e nãc podiam deixar de aprender o seu oficio com eles. Na medida em que aprendiam,
absorviam tradições da burocracia russa.
A realidade russa naquela fase da revolução fez com que a meta de Lenin de "çada um ser
temporariamente burocrata" ("Estado e Revolução"), para evitar c surgimento de uma mã.,uina ba
rocrática, não passasse de um objetivo remeto. 0 problema concreto e ^mediato era d? sobrevi
vência da revolução e isso agora dependia do funcionamento e da eficiência do novo Estado. Is
so, por razões já indicadas, a classe operária russa não estava em condições de garantir dir£
tamente. Não o estava eni vir ludv-de-seu-reduzide tamanho em relação ã população global - não
estava em virtude de seu nível cultural herdado des tempos do czarismo. Ela sr podia oarantir
esse funcionamento mediante o controle exercido sobre a burocracia e exercia esse contrrle,
bem ou mal, per intermédio do Partido.
Nessas condições - e temos de ter consciência disso - os sovietes, órgãos da democracia
socialis*^ falharam na Rússia, como órgãos de poder proletário na fase pos-revoluci<,nária.Ti_
veram o seu papel come órgãos do Duplo Poder e da Insurreição, mas não conseguiram enfrentar
as tarefas da manutenção da ditadura proletária^ nem as da recuperação econômica. Nessas cir
cunstâncias, a burocracia tinha um papel necessário a desempenhar na manutenção do poder pro
letário e na construção do socialismo. 0 problema posto por Lenin, todavia, perdurava, quem
controla quem ?
OPERÁRIOS E CAMPONESES
No decorrer das disossões sobre a rjuestão sindical, Lenin dirigiu-se a Trotski dizendo:
"0 camarada Trotski fala do Estado Operario.__Permita-me dizer que isso Ó pura abstraçao (.._.)
Não se trata de um Estado completamente operãrio__e aí está o X da questão (...) Em nosso país
o Estado não é na realidade operário, e sim operário e camponês".
"Operário e camponês" - eis aí o "X da questão", que os sucessores de Lenin tiveram de
enfrentar na prática. 0 próprio Lenin via a realização da Ditadura Proletária nas condições
soviéticas depender do funcionamento da "Aliança Operário-Camponesa". Essa preocupncão, a do
relacionamento do proletariado urbano com a imensa maioria dos camponeses estava sempre pressn
te na estratégia de Lenin, desde as discussões sobre o Programa Agrário da Social-Democracia
Russa ate a redação do seu Testamento, onde receiava a divisão do Pnrtido em um? fração ope
raria e outra camponesa.
A atitude do camponês foi decisiva durante a Guerra Civil. No início, cansadcjie qualquer
guerra e satisfeito com o pedaço de +-rra recebido pela Revolução, ele procurava não envolver
se com^a Guerra Civil. 0 motivo para defender a Revolução com a arma na mão foi fornecido pe
los Exércitos Brancos, que procuravam restabelecer as grandes propriedades da antiga nobreza.
Aí o mujique despertou, e isso permitiu a organização de um Exercito Vermelho de milhões de
camponeses, comandados por operários.
Ÿ'b-lfi'ÿ - C T j p - ^ O
Jrî assinaïanps tamb'^i que era essa amqáçaVie perda das suas >rras que fez o camponês se
conformar mesmo com cs “equisições de cereais durante o comunismo de guerra - mas semente en
quanto durava a Li-, irr.' 11yil e 'a .aisieaça do retorno dos grandes proprietários fundiários.
0 camponês não era socialista, num raciocinava em termos de coletividade. Sua ânsia de
terra própria vez dele um individualista extremo. Este traço, mais o fato de ter sido a Revo
lução que lh? cera a cerra, representavam os dois poios extremos do comportamento do camponês.
Não é anedota, ma:; a voz prevalecente no campo e citada por vários autores c-ra que os bolche
viques eram gente boa, pôis tinham distribuído a terra, mas os comunistas eram gente má,pois
queriam coleti'izar a terra...
Com o fim da ^»erra e ) esgotamento ca política baseada nas requisições de cereais,o des
contentamento no campo começou a tomar formas violentas. Kronstadt so era o cume do iceberg.
Entre 1920 e 21, registreran-sc. mais de 130 levantes camponeses na Rússia Central. A NEP, afi
nal de contas, não era ourra ooiia do que uma política de apazigamento do campo.
0 que significava . NEP para c camponês ?
Em principio, cor.rlstie de um so decreto. •; que aboliu as requisições. * entrega dos ex
cedentes da’produção agraria era regulair.er.tada por preços e quotas fixas. Mas, esse primeiro
decreto tinha ccnsequenciau. De nada adiantava pagar.d camponês em dinheiro, se ele não ccnse
guia comprar g que precisava. 0 que ele precisava eram de artigos industriais, de tecidos e *
sapatos a ferramentas e instrumentos de trabalho. Eram justamente esses artigos que faltavam
numa situação err qu » a indústria produzia um quinto do volumejie 1913. Iniciou-se c período de
reconstrução, qus s? rpoioi' ..-.ti dois pilares principais: a indústria estatal, o setor sociali
zado, qu:: abrangia as grandes empresas, e o setor privado, de iniciativa particular. Este nun
ca chegou a ultrapfss?" zj% da produção global, mas era essencial para o abastecimento do cam
po, jS que incluía gr^ndo purdc- do setor ue serviços.
Outr,i_conseqi:êncirt dá NEP foi uma mudança na estrutura da Aliança Operãrio-Camponesa. A
distribuição dar- ';orr,s; evidentemonte, r.to tinha produzido relações igualitárias no campc. £
n inevitável qre <••.? '.am,».';ví recebesse r.,ais do que outro ou que recebesse terras melhores que
as de sèu vizinho. Wo pr!r.cToio . ?s bolcheviques se apoiavam nos chamados camponeses pobres,
que_d!.'rante a ,;u..r" . ci"!'' .--j.jdavi“ nas requisições.Cem a FFP, esse eixo tinha de mudar. 0 cam
ponês pobre :i5o ch^pu. . c*.?vdentc*5 d>; produção necessarios para o abastecimento das cida
des, elo pruduaU son •». p-ra a subsiste*,-'.cia. SÕ o camponês médio e o "kulak"^(camponês ri
co, que k;vpregava n.Ho de oora) dispunha.! de produção necessária. Já que o intercâmbio agora
transcorria a base c'a uma economia de mercado, era inevitável fazer concessoes periódicas pa
ra Incentivar , »»rsdução. Assim, por e.\er:olo, as quotas em espacie foram paulatinamente subs
tituídas por ii'ipOstr." r,m dinheiro. Cs campotiesec tinham de vender o seu produto para poderem
pagar os impostos. Pos cericrn.nnte, foi liberal1:;*ido o estatuto rural, facilitando o emprego de
assalariados e, finalmente, tolerava-se que os camponeses mais ricos arrendassem t*rr. do vi
zinte menos afortunados para extendor a produção.
Todas essas concessoes foram feitas, a princípio, para assegurar o abastecimento das ci_
dades e permitir n recon.vtroção da economia urbana. 0 Poder Soviético, longe de criar forças
produtivas superiores ã velha sociedade capitalista, ainda estava empenhada «_m atir.gir o nTvel
econornico do período anterior ? guerra. Mas a pobreza dos recursos economcos da jov^m Rcpubli
ca Soviética foi tal que qualquer concessão a uma classe ïa em detrimento da situação de ou
tra - partindo da premissa que as duas classes fundamentais da sociedade soviética eram cons
tituídas por operários e camponeses. Não há dúvida que as concessões aos camponeses íam em de
trimento da r-'.tuação material dos operários industriais. Preços mais altos para os cereais sfr
nificavam pão r.ais c ro nas cidades. Mas não concedendo aumentos, os camponeses nãc produziam
as qjantidr.des necessárias de trigo - e os operários ficavam sem pão.
Essa .situação temos de ter em mente, se quizermos compreender a origem das lutas de fac
ções, qiie se d jenrolaram de 1923 em diante. Anos mais tarde, em 1928, quando a luta interna
atingia o seu '.uge,^rorria uma piado de gosto político duvidoso nas ante-salas do Comintern:^
c^:.r T'otski, c operário Ta bem e o camponês ía mal; com Bukharin, o camponês ía bem e o operS
Ho ía mal; cçr.i Stalin o a "Linha Geral do Partido", todos estavam na merda...
Lenin tinha qualificado a NEP como "recuo", mas_a imensa maicria do Partido, que aceitara
e,sa alternativa, não tinha idéia alguma das consequências dessa nova política. Em pouco tem
po, enfretara o problema do pulular do capitalismo agrário no campo (através do kulak) e do
surgimento de uma nova burguesia nas cidades (os chamados "homens da NEP"). Nem tinham idéia
aindc-çlmo a c v.ivlo -;sse recuo seria superado, para poder dar o passo para frente. Hoje, es-
quoçe'ïlê Taci i"'.ont'" que a construção de uma economia em bases socfelistas ainda_nãc tinha pre
cedentes.. inhuma "entativa de conquista do pod^r pelo proletariado tinha ido tão longe. Naque
Te momento„ ainda ;vio estava comprovadov historicamente, que a classe operária estava em con-
.7 .
^r'*2) • 4 - 4 - C * íjP*
diçços de organizar ima economia em bases coletivistas, alem dos^padrões capitalistas. E òpVc
letariado russo tinfcc. de comprovar cs postulados teóricos dos clássicos do marxismo num dos pa^
íses mais atrasados da Europa, representando ele mesmo uma ilha num mar de economia camponesa
Queremos lembrar esse fato antes de entrar nas lutas de facções propriamente ditas, lutas in
ternas c;ue so desenvolveram ã base da problemática que a NEP criara, lutas que marcaram deci-
sivamar.te a face e as estruturas internas da primeira Ditadura do Proletariado vitoriosa.
A PRIMEIRA OPOSIÇÃO TROTSQUISTA
Queremos assinalar aqui o que jã assinalamos antes,__nue a divergência no seio do Partido
ainoa não constitui opesiçãn no sentido de facção partidária. Todo cemunista_sÓ pode agir con
f^rme a sua consciência de revolucionário. Ele tem que decidir se uma divergência com a linha
política ê tao crava ;ue inaossibilita uma militância comum ou se se submete ao centralismo de
moeratico porgue acha oue o denominador comum, o objetivo da luta comum, mais do que a diver
gência monencânea, e principal. Visto desse angulo, a divergência e um direito do comunista mi_
litanto e não pretendemos aqui aplicar os padrões stalinistas posteriores^(mas não sõ stali-
niscas) de qvo qualquer divergência só pode ser remediada por uma "autocrítica" formal.
òa funcionamos ta>r,be,n que r.ão vemos nas divergências de Trotski por ocasião de Brest-Li-
tcvsí' "mo lüta de fccçãc. Tampouco nas divergências de Lenin e Trotski sobre a questão da mi_
litarização do :rakalho ou da estatizaçãc dos sindicatos. Todas essas questão foram debatidas
dentro des padrões da democracia parti daria e a minoria se submeteu ã maioria.
Qualitativamente diferente tornou-se a divergência entre Lenin e Trotski sobre a questão
da planificação da economia soviética, mas as consequências só apareceram depois da retirada
de Lenin da vida política - im virtude de sua doença e morte posterior.
Enquanto Lenin participava da direção do Partido e do Estado, se opunha âs concepções de
Trotski sobre as possibilidades de uma planificação global da economia soviética. Argumentava
que durente^a NFP, rr.a espécie de capitalismo de Estado, com a existência_de 20 milhas de u-
nidades agrícolas particulares, não havia possibilidade de uma planificação global da economi_
a. Lenin acurava Trotski de formalismo administrativo. Defendia o ponto de vista de qu o "Gcs
plan" 'o órgão estatal de planificação) so poderia elaborar planos setoriais, mas não globais.
Pa^a tal, :.ipha de rer criada ainda uma infra-estrutura, no decorrer da época da reconstrução.
0 uni co setor__ca eooacmia onde admitia uma planificação global era o da eletrificação. Foi qtfn
do. lançou a cêletra pa1avra-de-ordem "eletrificação + Ditadura do Proletariado = socialismo".
ÍÍÓ.2C ÍJcutscher', r.a rua biografia de Trotski, quis dar a impressão que Lenin, no seu lei_
to de inerte aceitara o ponto de vista de Trotski sobre a planificação, da mesma forma como "
já teria aceito inplici car.iente a "teoria da revolução permanente". Tais tentativas do autor a
meaçar, diminuir r valor histcrico de sua obra. Em geral, ele não esconde as fraquezas d?c. po
sições de Trntski e só podemos atribuir esse deslize ao seu empenho constante de defender a
PçC'oa de Trotski das calúnias posteriores, que o stalinismo levantou contra o fundador do E-
xlrcito Vermelho. Pato e que Lenin, impossibilitado de intervir no Congresso do Partido, onde
pretendia dar contate aos métodos burocráticos de Stalin, procurou o apoio de Trotski para a
dcnyncia d:s acontecimentos na_Gecrgia. As relações entre Lenin e Trotski tinham sido tensas,
pr'/.'icIha*rr.ento devido as dtergências em torno da questão do planejamento. Facilitando a recon
ciíiação, Lenin r.ão fez rr.ais do que conceder a Trotski que se poderia ter feito mais em mate-
-ia de plan.: riento. Mas isso tampouco adiantou. Trotski, em vez de enfrentar StãTTn’, preferiu
fazer um. "compromisso podre" (Lenin) com ele e as preocupações do fundador da República Sovie
tica sobre os acontecimentos da Gaorgia e os métodos de Stalin não encontraram porta-voz.
Tudo isso, entretanto, não passava de uma introdução a uma groblematica posterior, onde
os conceitos de Trotski sobrqfe planificação conservam sua importancia.
No que cMz respeito à liderança bolchevique, assistimos com a NEP a mudanças de pcsiçõas
fLͻH^n+3is. Um exemplo e o caso de Bukharin. Porta-voz dos "comunistas de esquerda", logc
depois da r^voluçã-', tornou-se expoente de um curso de direita, que defendia uma política de
"socialismo a passo da lesma”, com raceio de por em perigo a Aliança Operario-Campcnesa.
Zinoviev e Kamenev, por sua vez, que formaram a "troika" com Stalin na política de con
tenção dos camponases, passaram-se em seguida para o lado de Trotski, para formar a Oposição
Unida.
As rivalidades e antagonismos pessoais, sem dúvida, desempenharam seu papel na luta inter
na em torno da sucecsão de Lenin. Assim, a aliança Zinoviev-Kamenev-Stalin foi motivada em
grande__pãrte pela resistência dos velhos tdlcheviqes contra uma liderança de Trotski, cujo pajs
sado não estava esquecido e que, por sua vez, em suas atitudes pessoais, ncada fizera para su
perar a desconfiança existente. Por outro lado, não se pode dar importância em demasia as re
lações pessoais. Sinal é que o antagonismo entre Zinoviev e Trotski ficaria superado^quando se
tratou de criar uma frente única contra Stalin. As causas eram mais profundas. Não há dúvidas
.8 .
que Trotski e Stalin representavam dois poios, duas concepções antagôni cas nuna luta que iri; r\
aba’lar os fundamentos do Partido e do Estado soviéticos. (P
1923: 0 ANO DECISIVO
Mais radical de todas, oorem, foi a mudança ocorrida na posição de Trotski. Todos os his
- a
&
lizir o ponto de rompimento em 1923. Isaac Deutscher, no seu "Profeta Desarmado", o coloca no
decorrer so ano de 1922. “3
-£>
’Ao acompanharmos as dissensões no Politburo e examinarmos a partitipaçãv*yj' V>
teve Trotski, somos surpreendidos pela modificação que ocorreu no prÕprio Trotski, em
ccrcu de um mo. Na primeira metade de 1922 ole falava principalmente como o disciplina
rio bolchevique, na segunda jã estava em conflito comc os disciplinãrios. 0 contraste se
.,vide:.c ia em muitas desuas atitudes, mas torna-se mais evidente quando lembrar.os que no
inicio do ano ele acusara, em nome do Politburo, a Oposição dos Trabalhadores, perante o
r-ártide í: a Iritornacional. Não obstante, jã no fim do ano ele parecia adotar opiniões a-
t i ntão defendidas pela Oposição * . - y \ (e
V, pelos Voecemistas),
4v.V* 111»J I.U* / . ••
Trotski, a princípio, atacou-c -os e advertiu-os de que os bolcheviques não devi an, em ciy■
au.i: tãncia alguii.a, opor-se aos-3 lideres ao Partido em termos de "nos" e 'eles’. Não obs-
tante, io cirso de 1222 Trotski parecia ter adotado a r:aicria de suas ideias e ima atitu
maioria do Politburo em termos da n*:s. í- :
ee .vavü a e 'eies\
(Isaac Deutscher, "0 Profeta De-
sarmodo")
itv/ i...õrr.o ano. em 1922. chocara a liderança üo Ichovique e c prõprio Lenin, recusando ser
iciTiOsdc Vice-Presidente do Conselho dos Comissários do Povo, isto Õ, subrtitutojie Lenin na
ch "ia uo^gevorno. Muito se especulou sebrm as causas dessa renúncia, mas ela so se tornaria
coitipí'C'ivel ro quadro da futura passagem da Trotski para a Oposição.
Que se dera cc-n Trotski ? Que foi que provocou esse pont. de ruptura ? Não nos podem sa-
tisfiTcr, certamente, as explicações de Deutscher, no sentido de que Trotski tc-ria vivido um
conflito entre ''autoridade e liberdade".
Par^ nos inteirarmos da situação de Trotski temos de voltar ao problema fundamentai -ia
Revolução r.vssa - o seu isolamento. A Rússia Soviética tinha de resolver cs seus protlerr.r .
parenteufcnte insolúveis de força provia, jem o auxilio do proletariado vitoriosr^oo países
mais^adiantades. 0 futuro desenvolvimento mostrou que r.ão eran prepriaaonte insolúveis, ms
os métodos exigidos nas condições russas para garantir a manutenção do poder o asseou/ar c
salto qualitativo para uma economia em bases coleti vistas, assustou <* 'ima • -e Vidar
comunistas, educadas nas tradições do marxismo ocidental. Ma medida err que - revol*.:çâc (fil
çava nesse ca«i1nh.o* >urgiram grupos de oposição no seio do Partilo, que Mi i;<~J S(
vam com o pre^s e os sacrifícios exigidos por semelhante desenvelvinierrto, o. siirj: Sf30nt.£
não acreditavam mais numa perspectiva socialista sem u,.:a revolução no Ocider.t° rc' Ski foi ;
/As*••
UI.i GGb :meiros na euoula do Partido posto diante dessa situação. Nao pretame ’ ar a ♦1 0 S / \t } i I
su atitude pela sua "teoria da revolução permanente". Ela so e expiiic.v/sl .pela realidade rus
sa de então. A teoria da revolução permanente, aliãs.^não passa de urna tentativa fde \c 1nterpre-
tação d'» processo revolucionário mundial vista de ura ângulo russo, Fato e que ha um momento
tr. qi« * ut.:;ki nao queria mais tomar responsabilidades pelo futuro desenvolvimento e destino
da revolução. E isso, forçosamente, o levou para o campo da oposição.
i> tos dc chegar a esse ponto de ruptura definitiva, ocorreu uma evolução nc.Oci^nte que
.j- '•! • ur.ir temporariamente as facções hostis do Partido russo. Na_se _<unda metade de 1923,
esbouçc..!-so a possibilidade do surgimento de uma situação revolucionaria nr. Alemanha. 0 futuro
ò .. a i'n1 .v* dor eventos mostrou que essa perspectiva era ilusória, mas por muito tempo a lido-
rc.-ça r.ovnd.ica aceitou a ficção do levante dos operários alemães curto praz-:. Qiando esse
t voncou e a realidade não confirmou as expectativas, os comunistas alemães tiveram de ba
------- --- --------------- , , v . w .................................................----------------------------------------------------------------------- --------- » -------------------------------------- ---------------------- —
te o »atiradv, enrcontando uma crise interna. Mas quem mais__se apegou a ficção 1 de uma “situ
-V revolucionaria" na Alemanha, a ponto de se tornar uma idéia fixa, foi Trotski.^Atê hoje,
u.r, dos ixioir.as qo trotsquismo
*otsqu internacional e constituído pela "situação revolucionaria r< de
1923", qjG teria sido jogada fora Na luta interna no PC soviet^o, que agora recrudesceu, os
aconvç.cimantos a1emães tiveram um papel de destaque; "com Lenin, em 1917, a Revolução Russa;
com Zinoviev, Kamenev Stalin. em 1923, o desastre alemão", este tornou-se um dos argumentos
favorites de Trotski.
Foi iusCamante o cas( Momao quo enterrou definitivamente qualquer esperança a medio pra
zc de poder vencer as dificuldá^les internes mediante a ajuda do proletariado vitorie« no 0c]_
dente. Se p/ponte de ruptura pára Trotski não tinha sido atingido airda, agora estava.
.9.
_ , r . p - <?3
A primeira Oposição trctskista, que se formara ainda um fins de 1923, em torno da_cnamad2
"Plataforma dos 46", saiu sem a assinatura de Trotski e sem que interviesse nas discussões. Pa
recia até quo hesitava se valeria a pena levar avante a argumentação na forma ermo .fora forni
lada no documento. Os lideres mais conhecidos da Oposição, Preobrajenski, Plata'-w, Antonov-Dv
seenko, defendiam posições originalmente formuladas por Trots Id. Os pontos fundamentais da Pla^
taforma podem ser resumidos no seguinte:
- Constata-se a existência de uma crise econômica e financeira, que a maioria do Politbu
ro não sabe enfrentar, por incapacidade política e econômica,
- Constata-se a ausência de uma direção planificada e organizada da indústria;
- Constata-se uma crescente burocratização e hierarquização da vida partidária, que para^
lisa os debates internos. Arsdida proposta e suprimir novamente a resolução do 10Ç Conqresse
do Partido, que diz respeito à proibição de formar facções ou agrupamentos em seu seio.
Pode-se ver que
um todo. Critica a
vida partidária. Da
ral (como a Oposição Operária), mas exige à aLertura de uiofespaço para^si, mediante a revoga
ção das proibições de formar facções, adotadas no 10Ç Congresso. As criticas são feitas em no
me da eficiência do regime.(E.H.Carr caracteriza essa oposição como sendo de tecnocratas.) E
em nome dessa eficiência que se exige planificaçaoje industrialização. Certo ou errado, trata
se ainda da tentativa de elaborar unva alternativa à situação reinante naquele momento.
£ o ângulo da critica - a eficiência - que determina também o caráter social do apoio. A
oposição de 1923 tinha as suas bases principalmente entre os quadros intelectuais do Partido,
concentrados em Moscou e entre a juventude, principalmente entre estudantes das Escolas Técni
cas. No que diz respeito as massas trabalhadoras, a repercussão foi pequena.
"Onde a Oposição teve menos exito^ foi nas fileiras dos operários industriais, pois
embora defendess' ?s interesses da indústria, essa defesa Ta mais a favor dos técnicos e
dos administradores do que dos proletários da categoria (.._.) No seu p r o ç r t r a político e
ecor.rmico nam havia o qi:c despertasse o entusiasmo dos operários, nem o que Ta ao encon-
dos seus interesses imediatos (...)" (Carr, "0 Interregno")
A Oposição foi derrotada em duas fases. Na ausência de Trotski, na 13? Conferência do Par
tidos, çm janeiro dí 1924, e finalmente com a presença de Trotski, no 139 Congresso do Partido,
em maic de ’9?.’. Mas, com isso, a luta não '.erminou.
A CPOSIÇAO UNIDA
Trotski r.ão navia sido derrotado ha nr!ito ':rr >o, quando surgiu a cisão no seio da "troi
ka". Zinov’ev e Kamenev entraram em or ” ição a Stalin, que, por sua vez, era apoiado por Bukha_
rin, Rikcv a Tom? 'i. Novamente se coloca c problema dos antagonismos pessoais na liderança, mas
queremos lembrar qua a hostilidade entre 7 ‘r.oviav c Trotski, no passado, tinha predominado so
bre todas aj outras rivalidades no Politburo. Forc.n, por exemplo, Zinoviev e Kamenev que tinhan
exigido a exclusão da Trotski do Partido, a foi Stalin^quem se opôs a essa medida e a impediu.
Para compreender a reviravolta de Zinoviev e Kamcnev, e preciso levar em conta outros fatores.
Vere.no:: como Doi.tsc^or descreve a situação no 149 Congresso do Partido, na qual a facção dos
leningradenses (Zinoviev) foi derrotada.
"Se Trotski tivesse mantido abertos os ouvidos para o que os liningradenses estavam
dizendo, não poderá deixar de perceber imediatamente que estavam defendendo causas que e-
le pruprio dafendora e atacando as ati'udes que atacara. Como oposicionistas, comoçavan/ncfc
ele parara. Argumentavam a partir de suas premissas, retomavam os seus argumentos para le_
vá-los mais adiante. Ele criticara a falta de iniciativa do Politburo, sua negligência com
a indústria e sua solicitude excessiva para com o setor privado da economia. Os leningra
denses fizeram o mesmo(...) Trotski não podia deixar de concordar com cs argumentos que a
presertavam (...) pc‘.p vinham do arsenal do internacionalismo clássico (...; Como ela,fa-
lavam da aliança profana entre o homem da NEP, o kulak e o burocrata; e como ele faziam
um apelo £ara o renascimento da democracia partidária. Ele advertira o Partido contra a
"degenraçao"
2ge de sua liderança a agora a mesma advertencia ressoava de forma ainía mais pun
gente e alarmante,* is protestos dos liningradenses contra o perigo "termidorianc".
Alem disso, Trotski não apoiou a Oposição de Leningrado. As feridas causadas na recente
luta de facções ainda aram profundas demais, para permitir uma aliança imediata com Zinoviev.
Haveria de passar mais de utr ano para que se realizasse.
Quando se realizou e se formou finalmente a "Oposição Unida", a aliança não se limitava
5s facções de Trotski e de Zinoviev-Kamenev. Participaram igualmente Shliapnikov, c líder da
antiga Oposição Operária, os remanescentes da "Democracia Socialista" e de outras oposições his
.10.
seml-cTandestrirndade. ç o, . ( ÿ . %^ .
Qual era o denominador comum desses agrupamentos heterogêneos, que no passade tinham-se
combatido mutuamer,’:e ?
Procurando encontrar uma formula suscinta, poderíamos dizer que o denominador comum era
o desespero con a realidade da situação p5s-revolucionária. Um sintoma disso era o surgimento
de uma terminologia, do "termidor", levantada originalmente pela Oposição Operaria. 0 exemplo
histórico da Revolução Francesa - a mais radical na história humana até o Outubro Vermelho -
sempre estava presente no raciocínio dos bolcheviques. 0 desenrclar da Revolução Francesa, en
tretanto, ja devido ac caráter de revolução burguesas tinha de sar diferente da russa, Tambem
na França, uma facção após outra abandonou as fileiras, mas a abandonavam na medida cm que a
revolução se radicalizava e se aprofundava. Até que o radicalismo chegou aos seus licites pos
s'iveis e desimbrccu no Termidor.
Na Un'iâo Soviética, o caminho foi diferente. Revolução proletária num pais predominante
mente camponês, por muito tempo não f'-Je radicalizar suficientemente para ir ao encontro das
aspirações dardasse operaria. Durante quase uma década, estava empenhada em reconstruir a e-
conomia do país, destruída na luta revolucionária, para criai as premissas para u,. futuro sal
to qualitativo,..que as oposições de esquerda exigiam de imediato. Deutscher assinala n1 cita-
ção acima que Zinoviey-Kamenev, depois de Trotski, buscavam o: seus argumentos nr :.r$onal do
“internacionalismo clássico". Mas esse arsenal estava num nível de abstração, qua tinra de ser
adaptado as condições concretas da realidade soviética.
Está claro.^aléin disso, que parte da Oposição súM ü perfeitamente que u caminho i». revo
lução russa não ía conforma os preceitos do "internacionalis.no c iãssicc ‘. 0 próprio Votski,
no passado» tinha defendido medidas, como a militarização do trabalho, â c-áatizaça> dos sindi_
catos, que teriam horrorizado qualquer "internacionalista clássico". (Stalin, posteriormente,
as pôs em prática.) Em princípios de 1922, ainda, no 120 Congresso, Trotski dirigia-se ca se
guinte maneira.a ciasse operária soviética:
J ’Poda kí»ver mementos em que c governo não lhes pagara salários ou em qur .nes pa
rara somente u metade deles, quando os trabalhadores terão de emprestar (a ou*:.-a metade)
ao iistacío" (CiLado por Deutscher.)
Agora, na r!ataforma c!a "Oposição Unida", o jumento salarial dos operários fndustriais a
bria a lista das reivindicações. As concessões mutuas necessárias para encontrar um denomina-*
dor comum en^re os diversos agrupamentos da Oposição Unida, por si so_jã impediram que essa
se apresentas:o como alternativa ã política da maioria. Para a Oposiçã' 0p*rar4a e rruoos si
milares, a reivindicação salarial era indispensável. Para Zinoviev e Kamenev, era trais eepres
são de seu imediatismo politico. Para Trot.ski, deve car sidcûi er^nte, ja c.’?*' ,\ã,. Mais
perspectivas ca revolução russa isolada solucionar os seus problemas. Para ela. tratava-se a-
gora de erguer bem alto a bandeira do "internacionalismo ciassico". Anos mais rarce, r.a sua
biografia de Stalin, ele Ta admitir gue nenhur. .iriçenta trotsquista responsável acreditada
naquela ocasião ser possível uma vitoria da Oposição.
Essa afirmação, aliás, não 5 de todo correta. Os tecnocra: ;as entre os tiiri jantes t;,r'ts-
quistas. c:mo Preobrajenski e Piatakov insistiram ac seu Programa de'andide }ȋ muito c algu
mas reivindicações suas entraram r.a Plataforma oficial. Assim, por exemplo, exigi««»’ o "acha
manto de todas as empresas industriais não-rentaveis. Mas q.iaj era a empresa qi*.. f.;acioa'va
rentávelmante .»cb ur.i ponto de vista econômico ? Qualquer operário tinha de sentir sou lugar .
meaçado. Tal reivindicação contribuiu para neutralizar os efeitos da campanha salariai e cor
tou as possibilidades de penetração dos oposicionistas no proletariado.
A luta interna, desta vez, foi caracterizada por uma violência inédita. A Oposiça: r
peu as regras do jogo, procurando mobilizar o descontentamento latente das massas for-', do Par
tido. 0 que mais irritou os velhos bolcheviques foram os slogans oposicionistas que fal..vam ~
de_u:r,a "aliança dos burocratas, homens do NEP e kulafs" para restabelecer o capitalism:, r.a U-
nião Soviética. Os velhos revolucionários (que estavam incluídos entre ss "burocratas ), que
haviam lutadop>'a Revolução, que toleravam a NEP »'or motivos de força maior, mas qui estavam
procurando um caminho para superá-la, não perdoavam a Trotski esses métodos de luta interna,e
davam carte branca a Scalin para que aplicasse, por sua vez, medidas ate então só utilizadas
c:n:ra osjnr.rigos 1o classe. Seria todavia totalmente irrealista querer expjicar a derrota
da oposição Unida pelos métodos duvidosos do Secretário-Geral. Este teve atrás de si a maiori_
d iartido a era justamente por este fato que podia usar métodos abertamente discriminatory
os t.- repressivos contra a Oposição. E ele teve cuidado de lançar mão desses métodos sÓ depois
de c Oposição t.’ ficado desmoralizada e isolada no seio do Partido.
0 PAPEL. DE STALIN
Stalin, sem dúvida, foi o líder mais pragmático que a revolução russa produziu. Intelec
tualmente .macfiocre, um dos mais "russos" dos diriqentes, era provavelmente o menos influencia
.11.'
ci‘liaras da construção socialista na Russia pos-revolucionaria. A lenda dqèinistro georgíanc, ^
que planejara a sua ascençae a ditador inccnteste da primeira revolução proletária vitoriosa,,*-
desde o início - isso continua lenda. A personalidade de Stalin, não ha duvida,- marcou profun^'0'
damente o desenvolvimento e a__estrutura_da sociedade soviética, até o ponto em que uma perso; ^
nelidade pocíe_iiif1*jír na Historia. Mas e preciso ver a figura histórica como produto da Histõ .
ria. Stalin não criou a burccracia, nem mesmo a atribuíu o papel cjue ela teve na Rússia Sovie Q
tica. Ele foi ar,tas produto e chegou a se tornar prisioneiro da maquina burocrática. Mas, an- *
te: c: •'■.•do, pc'io :-au caráter enformação, se prestou melhor para responder as necessidades da r
realidade soviética naquele oeríodo de isolamento do que os seus adversários nas lutas de fac ■£>
çõâS. ^
0 neme de Stalin estã estreitamente ligado ã chamada "teoria dc ~•'■»Msir.o num sÓ país",
emboa Bukharin apoiasse ■-yalrccnte aquela formula e não faltem autores que atribuíram a este
a paternidade. Pari nós, isto ha de ser um problema secundário. 0 que importa 5 o papel que a
fÕrmula desempenho:..
Evidentemente, nZo 5,0 óraia. òe uma teoria. Tratava-se, antes de tudo, de uma palavra-de-
ordem, de una perspectiva apresentada acs trabalhadores soviéticos, numa fase em que as espe
ranças de uma revolução no Ccidente tiveram de ser congeladas. A única possibilidade real era
de prosseguir na construção socialista por força própria, enquanto não mudava a situação in
ternacional. Hoje, visto em retrospectiva, 1 preciso reconhecer que a palavra-se-ordem teve um
papel decisivo, que mobilizou uma geração da trabalhadores r:"-Hcos para um esforço snbrohu
m3no, suportando os sacrifícios_c!o um nível de vida baixís. para transformar um dos países
mais atrasados da__Europa em potência industrial.^Quando foi lançada a palavra-de-ordem, ainda
não tinha 0 conteúdo que mais tarde tomou. No início, a enfase estava em socialismo num sÓ pa
ís. rosteriormente, na fase do stalinisrno propriamente dito, quando predominavam ãs consideric
ções de política externa, 0 acento mudou para socialismo num só país. No início, também não se
tratou de criar uma sociedade socialista acabada num só país (ou atedo comunismo; como Stalin
afirmara em 1937). Partiu-se simplesmente da premissa de que 0 proletariado no poder, mano is£
lado num sÓ país, não poderia deixar de construir o socialismo. Eis a formulação original de
Stalin:
!Para_acabar com o poder da burguesia e estabefecer 0 peder do proletariado num só_pa
ís,_isso não significa t^r chegado S vitoria completa do socialismo (...) Para chegar ã
vitória final do socialismo, para organizar a produção socialista, os esforços de um só
país são insuficientes, particularmente^de um país camponês como a Rússa; para isso se
requer cs esforços dos proletários de varies países avançados."
Stalin leve., a herança leniniana da NEP ate ãs últimas consequências compatíveis com o
sistema soviético.Quando chegou a tomar influencia decisiva sobre a políti© econômica, en» 1922
aproxinadrante, a NE? mal tinh? dado cs primeiros passos. Em 1923, a produção industrial atin
gira 252> do nível de 1913 e isso jã foi considerado um sucesso, pois duplicara no prazo de 2”
anos. Em 1926/27, 0 nível de antes da guerra foi atingido. Isso explica, em çrande parte, a
derrota daseposições.
Completada a fase da reconstrução, e criada dessa maneira a infra-estrutura necessária,
colocou-se na prática 0 problema da superação da NEP e da criação de uma economia planificada.
Isso supunha a supressão_do setor privado na economia na cidade e no campo. Lenin ja havia
sinalado que com 20 milhões de unidades agrícolas particulares, não era goss' "el planificar a
economia soviética. Sokolnikov, atuante no setor de desenvolvimento econômico, posteriormente
constatou que a "indústria estava amarrada pelas condições reinantes na economia camponesa".
A coletivização das terras tornou-se condição indispensável para 0 salto qualitativo em
direção de uma economia socialista. Nesse intuito, Stalin encontrou__uma nova oposição, a de
Bukharin, queapoiara a sua política até então. Bukharin, como 0 próprio Stalin e, da mesma
forma Trotski, cabiam muito bem que 0 futuro da República Soviética dependia da industriali
zação. Mas, se para Trotski a industrialização era um princípio,queinde -/.dia das condições
concrotas, para Bukharin a industrialização intensiva naquele momento punha em perigo as rela
ções entre campo e cidade, entre operário e camponês. Propunha como alternativa um "socialis
mo 1 passo de lesma", que não pusesse em risco a aliança operãrio-camponesa, como havia sido
concebida durante a NEP.
Acontece que nessa altura, 1928/29, as relações entre cidade e campo tinham atingido vi
vamente um ponto crítico, que precipitou os acontecimentos. A Auto-confiança dos camponeses tf
nha crescido com as concessões obtidas no passado. 0 poder e a influência do kulak havia aumcn_
tado. 0 campo se negava a vender as quantidades necessárias de cereais e a base dos preços es
tabelecidos e ameaçava novamente de fome as cidades.
Para vencer 0 ponto morto, Stalin propôs originalmente a expropriação dos kulaks (que li
dravam a resistência), transformando as suas terras em centros de irradiação para uma campa-'
.1 2 .
„ ^ 3 - 0 çtf-G , p i;
nha intensiva de coletivização. Bukharin receiava que essa medida não ia se limitar na prati
ca aos kulaks e acabaria por atingir igualmente os camponeses médios, que dispunham de grasso
excedente de cereais necessários para a alimentação das cidades. Stalin afirmava que c gover-
hc soviético dispunha de recursos para equipar e fornecer créditos para a transformação de 8%
das terras cultiváveis erti colkoses (cooperativas agrícolas socialistas). Pelos cálculos de Bu
kharin, os recursos mal chegavam a 6%.
Fato é que, naquela altura dos acontecimentos, a NEP tinha dado o que podia dar para o
desenvolvimento econômico e qualquer futtnro progresso em direção ao socialismo exigia a sua
superação, que, por sua vez, pressupunha medidas radicais. Stalin estava preparado para isso,
tende sido o único do velho Politburo disposto a arcar com as consequências em toda sua_exteji
são. Era o único entre essa rjeração de TTderes que não tinha escrúpulos de aplicar cs métodos
indicados para uma solução rapida do problema.
Silenciada a ogosição da direita, lançou-se a campanha da coletivização da agricultura.
Foi uma coleti^^açao forçada, e outra não teria sido possível na escala em que foi realizada
0 Estado Soviético não tinha recursos para demonstrar aoi camponeses a superioridade da agri
cultura ccletivizada. Não houve meias-medidas. Em quatre anos, o campo soviet1co_consistia dd
colkoses e scvkoses (fazendas estatais). Visto em retrospectiva, surge a impressão de que St£
lin estava disposto a quebrar, de uma vez por todas, a resistência do camponês individualista.
Os mêtodosjjtilizads jãantecipavam o Stalin de épocas posteriores.^Milhões de camponeses
resistiram_à coletivização, foram mandados para a Sibéria. Planos pré-estabelecidos coletivi-
zaram região por região, com a ajuda de tropas de segurança. 0 preço foi caro: quase metade
da criaçao de gado, porcos e cavalos do pais fo1 perdida Os camponeses abatiam os animais na
vespera da entrada nos colkoses.
Hoje, pode-se especular se haveria alternativas a essa política e até que ponto seriamá
ternativas. Mas isso não passa de especulação. Para nos ^ importante ter clareza que essa expe
riência soviética não pode ser generalizada como um principio para a construção socialista.Cu
tras revoluções, posteriores e que se deram em condições má1s favoráveis, seguiram caminhos_
diferentes para levar o socialismo no campo. Ncsso problemi aqui é levar em conta as condiçõ
es particulares da construção socialista na União Soviética,. Visto desse ângulo, a história
confirmou a justeza da pblTtica de Stalin, no final da decaga de 20 e inTcio da de 30. A cole-
tivização permitiu os Planos Quinquenais e a industrializado. Dez anos mais tarde, a União So
viética estava em condições de enfrentar e derrotar os exercitos do imperialismo mais üjressT
vo e mais poderoso da Europa, o da Alemanha Nazista.
Durante os debates dos anos 20, Preobrajenski, um dos teóricos da oposição trotsquista,
defendera e fundamentara a teoria da "acumulação socialista primitiva". Um dos esteios dessa
teoria era a afirmação de que a classe operaria soviética tinha de explorar o camponês para
criar uma industrialização em bases socialistas. Significava que tinha de se apropriar do ex
cedente da produção agrícola, sem poder fornecer valores corrfeipondentes em troca. A maioria
do Partido rejeitava essa teoria, considerada inapropriada numa fase em que se procurava con
tentar o camponês. 0 próprio Trotski se distanciava dela, pois/ não queria fornecer rszões para
a acusação de "subestimar o papel do camponês". Mas, agora qué a questão da acumulação soci'-
1ista estava colocada^ Stalin^pôde implantã-la, Independentemente de justificações teóric ,.
Da mesma forma como pos em prática os conceitos salariais menifestados por Trotski em 1922 e
a estatização dos sindicatos, bem como a militarização de fat;ó do trabalho.
Será justo, portanto, falar - como o prerrio Trotski afirmara - que Stalin teria roubado
o programa da ’posição ? Acreditamos que tal carece de fundamento. Em linhas gerais, toda^a
liderança bolchevique conhecia as premissas da construção socialista. 0 problema - como já mm
cionamos - era do quando e do çomo. f
A começar pelo problema da planificação da economia. Leyantado por Trotski, em 1920, pas
sou-se quase uma década para que as premissas fossem criadas. 0 mesmo tinha-se dado com a irirfis
trialização de base, ist.j é, a concentração dos esforços na criação de uma indústria pesada.”
Os recursos de investimentos da NEP eram limitados, e sua utilização precoce na indústria pe
sada teria privado o camponês dos produtos de consumo que eje esperava em troca dos produtos
do seu trabalho. E sem esses fornecimentos agrTcolas, a produção industrial teria desmoronada
Era um circulo vicioso, que sÕ podia ser rompido por meios èxtra-econômicos. Mas mesmo essas
medidas extra-econÔmicas sc podiam ser tomadas depois de ser reconstruída a economia destruí
da pela guerra civil. /
Por outro lado, do ponto de vista económico, a coletivização completou c carater socia
lista da revolução. Dali em diante a acumulação podia se dar em bases socialistas, eliminando
a economia de mercado. É não foi gratuitamente que, quandp esse ponto foi atingido, os anti
gos porta-vozes da Oposição abandonaram Trotski. Preobrajenski, Piatakov e Radek ~ só para cj_
tar os mais conhecidos - se colocaram a disposição de Stalin e da maioria do Partido. Isso nao
.13.
pode__s~r explicado pelas medidas de coação exercidas contra os oposicionistas. Velhos revolu
cionários, estavamjia&ituados a enfrentar perseguições. 0 que pesou foi o fato de que estavam
sendo postas em pratica medidas qe eles sempre haviam pleiteado teoricamente, mas tinham plej^
teadc como princípios, sem levar em conta as condições concretas. Como disse Preobrajenski rrm
is tarde: "A coletivização e o ponto essencial. Será que a previ ? Não, não a previ." (Carr,
"0 Interregno") I
Ccmo resultado dessa nova situação, houve a desintegração completa das oposições surgidas
durante aNEP. Zinoviev e Kamenev jã haviam entregue os pontos. A Oposição Trctskista, apesar
de resistir mais tempo, no final do 19 Plano Quinquenal, em 1934, tinha deixado de existir de
f^ma organizada. Da? .em-diante, o trotsquismo na URSS s6 serviria como bode expiatório de Sta
lin, em outra fase de stalinisme.
STALINISMO
Falamos ae Stalin e do seu papel nas lutas de facções, mas essa fase do desenvolvimentr
da União Soviética não pode ser considerada ainda como stalinista. Nas lutas de facções, Sta
lin representava a maioria do Partido contra oposições minoritárias. Minoritárias tanto no con
junto do Partido, quantp no meio dos chamados "velhos bolcheviques", o núcleo proveniente das
lutas na clandestinidade sob o aarismo e que incorporava a experiência da velha fração leninis^
ta. Apesar dos metedes administrativos que Stalin preferia usar ns debates internos, ainda vi
goravam certos padrões democráticos e legalistas da vida partidária, que tinham de ser respeT
tados. As medidas administrativase repressivas não poderiam ter sido postas em pratica sem a
cancordancia c conivência dos órgãos dirigentes, como o Comité Central e o Politburo. Stalin
tin!ia üf1apoio dessa naioria, mesmo levando em conta que as minorias estavam sub-representadas
em toda!: as conferencias e congressos, de 1923 em diante.
0 que podamos cîiamar, entac, de Stalinisme ? Evidentemente, não se trata de um conjunto
de teorias que Stalin criou. Isso nunca foi a sua força e, além disso, conhecemos o menospre
zo com q'.'j tratou a teoria,que contrariava a sua prática.
Stalinisme, na historia da União Soviética, 5 a fase da ditadura pessoal de Stalin, a fa
sena qual ele repritr.i'j e eliminou sistematicamente os restos da democracia socialista ainda
existentes c íi jnçi.cn çs„antigos oposicionistas como todos os dirigentes da maioria do^ Parti
do considerados oposicionistas em potencial. Nessa fase* substituiu toda a liderança do Esta
do e de Partido por criaturas absolutamente fiéis ou incapazes de fazer oposição, transforman
do, ass'.:,i, o Partido em mero instrumento executivo da sua política.
£ evidente que não existe uma linha divisória rígida que separe o stalinismo da fase an
terior. ?iuitos elen:entos_do futuro stalinismo já estavam presentes na atuação de Stalin no pas
sado, desde a "pacificação" da Geórgia (que jã havia enfurecido Lenin), mas o salto da quanti
dade em qualidade pode ser accmpanhado.
A liderança e o prestigio de Stalin chegaram ao auge com a conclusão do 19 Plano Quinque
nal. 0 fato d : as metas do Plano terem sido atingidas e as bases da indústria pesada soviéti
ca terem sido criadas numa escala muito mais ampla do que qualquer oposição sonhara, jã teria
garintide a de um prestigio inédito e incontesté. A isso somou-se o fato de essa obra ter si
do refelizsda ei.i bases de acumulação socialista, eliminando definitivamente os restos dos sati
res capitalistas da economia soviética. Stalin foi festejado como o realizador da construção"
socialista, apesar dos imensos sac rTcios materiais que ssa fise custou aos trabalhadores so
viéticos. Ao^r.iesmo tempo, havia a sensação predominante de que a situação critica tinha sido
superaoa* a e;)oca de sacrificios__ultrapassada e igualmente o estado de exceção que limitava a
democracia socialista na vida diária.
A sociedade toda esperava uma volta aos padrões da democracia socialista. 0 Partido, que
tinha conferido ao "oiitburo e, implicitamente, a Stalin poderes extraordinários nos anos crT
ticos, esperava uma volta aos padrões leninistas de vida partidária. Nas fáb; ■‘cas de Moscou,
Loiingrado e outras cidades industriais, realizav3m-se assembléias gerais dos operários que
discutiam condiçoes dr. trabalho e maior participação dos trabalhadores no planejamento ofcrga-
nizaçoó a?, p-odoçSc. A população esperava uma elevação do nível de vida, reivindicação levan
tada \d ;/;t.'ro do .Politburo por Kircv.
Isso quer dizer que, no mesmo momento em que Stalin desfrutava de uma liderança inquestio
nada, enfrentava uma oposição latente em quase todas as camadas da sociedade soviética contra
a continuação des seus metódOs de governo e administração. Não se tratava de uma oposição orga_
ni/ada o” masiüo estruturada. Tampouco se dirigia contra a pessoa de Stalin; pelo contrário, as
espai-inças de u.na v:dc. melhor e do restabelecimento da democracia estavam concentras na dire
çãe dc ic.rti j , cj -*: tinha conseguido resolver os problemas fundamentais no passado.
K.-je r, } esta ciaro se lin naquela altura jã tinha decidido sufocar essa tendência s^
ciai 0!!/se o?:tava disposto a ir ao encontro dessas aspirações. Parece ter havido hesitações,ou,
■.- ■; 1 .14. r
\ ? • W - á - c ? p <?£
p^t menos, houve medi das contraditórias. Mas, em 1936, quando Stalin ja estava preparando os
processos mcnstros de Hoscòu, chegou a ser promulgada uma nova Constituição cujo texto foi e-
laborado por_uma comissão presidida por Bukharin. Tratava-se de fato da Constituição mais de
mocrática ate então adotada na URSS - embora não tenha chegado a ser colocada em pratica.
rara enveredar pcío caminho da manutenção dos seus métodos políticos jã consagrados no
passado, Stalin tinha do lançar mão da repressão e, sobretudo, tinha de eliminar de antemão
qualquer possibilidade de oposição por parte do Partido. E o Partido foi a primeira vitima do
Stalinismo.
0 sinal foi o assassinato de Kirov em Leningrado. Secretário do Partido naquela cidade,
tinha sido para la enviado com o propósito de desmantelar a maquina montada por Zinoviev. A-
depto de Stalin nas lutas de^facções do passado, tornara-sejporta-voz de uma "abertura". Kru-
chtchev afirmou no seu relatório no 20Ç Congresso - e ele nao contou propriamente uma novida
de - que Stalin estava conivente com a morte de Kirov. Mas o fato 5 que o assassinato polTti
co serviu como pretexto para desencadear uma onda de repressão nas fileiras partidárias. Conv
çou pelo elo mais fraco, Zinoviev e Kamenev, mas isso não bastava. Primeiro, porque a corren
te de democratização^!nterria não era liderada nem per Zinoviev, nem por Kamenev, que jã tinhan
perdido toda a influência política. Segundo, porque essas medidas de repressão política agora
tinham de despertar descontentamento e desconfiança, principalmente entre os velhos bclchcvi-
ques, que sabiam muito bem que os dois antigos oposicionistas r.ão tinhara nada a ^''cr ccn os
atentados políticos. Alem disso, a versão de Kruchtchev, apresentada 20 anos mais tardo4 jãcir
culava naquele tempo entre os velhos bolcheviques.
Stalin, naquela aitura dos acontecimentos, deve t p r çhegado a conclusão de que me^as-ver
dades nao resolveriam o seu caso e sÓ provocariam o surgimento de uma oposição organizada. A
resposta que d:u aos problemas que enfrentava consistia nos processos monstros còntra expoen
tes das antigas ooosições e da velha guarda. No decorrer de três processos, o mundo estarreci_
do tomou conhecimento de que quase toda a liderança dos tempos de Lenin que tinha sobrevivido
- ccr.i exceção de Stalin - tinha sido agente da_polTcia secreta do Czar e instrumentos e agen
tes dos imperialismos al;.r..ao, italiano e japonês. Começou a repressão e o terror físico maci
ço. Os velto; bolcheviques foram as primeiras vitimas, mas o terror se dirigia igualmente con
tra a geraçao nova no Partido e no Komsomol,_que pleiteava reformas políticas e administrati
vas. Atingiu tanto a burocracia estatal oconÕmica, como a liderança do Exército Vermelho. Não
precisamos entrar aqui cm_ietalhes; hã uua abundância de literatura e documentacão a respeito.
0 quajios interessa aqui e o rr.otivo desse terror» que, ã primeira vista, parece nao passar de
ambições loucas de um ditaoor. Mas, também nesse caso, ambições somente nao explicariam c fe-
nomeno.
Não há duvida quo a personalidade de Stalin, seu caráter e seu nível intelectual, desem
penharam cseu papel. Ja assinalamos que era ele a personalidade mais ’ru>sa" da liderança boi
chevique, isto ê, quem mais encaranava tradigões históricas russas, inclusive as que Marx se~
referia como "Decpctismo Oriental".
Não hã tijvida também que o isolamento da revolução foi uma premissa para o surgimento da
liderança de Stalin. 0 fato__de a revolução ter precisado solucionar todos os seus probiomas
exclusivamente por força própria, revalorizou tradições e métodos herdados da própria histó
ria. Lenin teria dito que a Rússia era__um pais cheio de tradições bárbaras e que, para comba
ter essa barbárie, os bolcheviques em último caso teriam que lançar mão de métodos bárbaros.
0 que parr Lenin era e.;i último caso, isto é, uma exceção, para Stalin se tornou normal c roti
neiro.
C ano de 1934 roi rjais um ano decisivo para a União Soviética, não só no que di7. respei
to a transformação económica^ mas também ao terreno social. 0 19 Plano Quinquenal jã produzi
ra centenas de milhares de técnicos,^administradores e professores vermelhos, toda uma inteloc
tualidade nova, saida da classe operária e identificada com a revolução. Igualmente formara
centeas de milhares de operários especializados que, em virtude do seu papel no processo de
produção, jã estavam em condições de ter voz na divisão de trabalho e no planejamento da pro-
duçec nas empresas. Tudo isso implicou numa áevação do nível cultural e técnico r-?s centros in
dustriais ena criação de uma base materialpara o funcionamento de uma democracia socialista
em bases mais amplas. Esses fatores novos não só criaram condições para mudanças na estrutura
soviética, ccmo impeliram nessa direção.
.1tal in e sua equipe se decidiram pelo esmagamento dessas tendências novas, nas quais vi
ram um perigo para o Estado Soviético. Mão estavam dispostos a correr riscos e abandonar os
métodos que no passado tinham dada certo. 0 que tinha funcionado até então tinha ^cualmente de
assegurar o futuro. Mas com essa atitude de um conservadorismo auto-suficiente iam contra a
corrente social e política. Para se impor nessa situação, necessitavam do terror em grande e£
tilo» ara praciso aterrorizar toda uma sociedade em desenvolvimento.
.15.
Nãc e raro história do movimento operário (e na história em geral) que uma liderança
criada em determinada época e sob determinadas condições de luta falhe e fique superada quan- y \
do mudam a época a as condições. Raros, porém, são os casos em que tais lideranças tenham corar v
ciência das s»** limicaçoes. 0_casal Lafargue foi uma dessas raras exceções. Kautsky e Plekha
nov são tidos corhd exemplos clássicos de marxistas de alto nível que não perceberam que certa
fase da luta de classes estava superad;
Com Stalin, as coisas não se passaram de forma diferente. Tendo^se tornado dirigente má
ximo dò Partido mma apcca critica e completada que estava a Revolução de Outubro com a sccia_
lização do campo, e o.início da economia planificada, nãc percebeu, ou não quis perceber, que _
sua ação na liderança do Partido e do Estado tinha gerado situações e condições novas,que re
queriam novos métodos. Sua situação, porém, era diferente da dos dirigentes de partidos operã
ries no passado. Dispondo de pederes, estatal e de repressão, usou esses recursos para asseou
rar a continuidade do seu regime. l'm Lenin, que rpresentava o progresso histórico, podia fin
car no papel de “primo inter pares". Para Stalin, que de certo momento em diante se opunha as
tendências de desenvolvimento inerentes a sociedade soviética, essa situação ja nao era mais
possível. A ditadura pessoal, por sua vez, tinha de marcar profundamente toda a estrutura da
sociedade soviética. Apesar dos futuros progressos econômicos, a superestrutura política e i-
deologica regrediu.
0 QUE REon£SENTA A URSS HOJE ?
Quando se procura definir o caráter da União Soviética hoje não se pode deixar de enca
rar o papel da burocracia, tal como o regime stalinista a deixou. As »'risas evidentemente
hão se passaram da maneira tãc simples como é descrita por certos autores (e o próprio Trots
ki em certas polêmicas): antes de Stalin, democracia socialista; com Stalin, burocracia. Jã
menciona;,os como Lenin enfrentou o prcblema. Ele não pretendia simplesmente abolir a burocra
cia, isso teria side irreal. Sua preocupação era o controle do aparelho burocrático pelo Par
tido e as organizações de ...assas.
Lenin tinha plçra consciência da_necessidade da burocracia e via nela, nas condições rus
sas. parte integrante do sistema soviético. Por isso mesmo, falava de uma "ditadura do prole
tariado còm deformações burocráticas"..-
A? coloca-ja o problema do que^consistia a ditadura do prdetariade na Rússia Soviética e
de que maneira .sca foi exercida. Já que a classe operária russa mostrou limitações para o e-
xercTcio direto do podsr (a falência'dos sovietes depois da tomada do poder), ela sÓ podia a-
gir irdiretrmente, por meio de um instrumento. Este instrumento era o Partido Comunista. Cabi^
a a ele exercer a ditadura em nome do proletariado, decidir os rumos da Revolução ( constr ução
do socalismc) e se utilizar da burocracia para a execução dessas tarefas. Uma das^primeiras
consequências c.s;-, situação, que Lenin nãc havia previsto, foi uma paulatina fusão entre o
Estado e o artido. Isto explica, em parte, porque as lutas de facções no seio do Partidc to
maram um caráter tão agudo.
As lutas de facções, per sua vez, diminui ram com sua intensidade a democracia ic seio ;o
Partido, isto e, burocratizaram lentamente a vida partidária. Stalin, na fase da ditadura pc^
soalz liquidou definitivamente os restes da democracia interna, tomando o Partido uma parte
da máquina burocrática, uma parte privilegiada, encarregada de assegurar o cumprimento das do
cisões políticas tomadas na cúpula. 0 Partido, em vez de controlar a burocracia, torr.cu-'c
parte do sistema burocrático. Atingido esse ponto de desenvolvimento, não se pode mais fafer de
"defor!Aaçces,:. Trata-se de uma degenerescência dD sistema.
Então a burocracia tomou conta da Ditadura do Proletariado ? Até que ponto isso modifi
cou o caráter do Estado Soviético ?
rrotski, no sau livro "A Revolução Traída", escrito, jã na fase da planificação e acumula
ção socialista primitiva, afirma^que a tendência do regime burocrático era estabelecer o sis
tema cinitalifta na URSS. Isso só mostra o grau de alheamento dos problemas reais da socieda
de so\iãtiça a que chegou na fase posterior'.
A burocracia soviética ê um produto da Revolução de Outubro (da realidade russa e do iso-
laniènto na fise critica). Ela exerce um tutela sobre a classe operaria soviética e a socieda
de toaa e es~a posição representa sua força e lhe garante privilégios materiais. Com seus pri_
vilêgios e o espirito pequeno-burgues daí decorrente, pode querer imitar o modo de vida das
classej dominantes do Ocidente (embora não passe de uma imitação caricatural), mas não pode
"querer" restabelecer o capitalismo, pois isso destruiria as bases do seu poder, que consiste
justemente na gerência de uma economia coletivizada e planificada.
Não falta..! tamLr:m os "teóricos" que falam da burocracia como_uma "nova classe" e do sis-
t:ma soviético coriio "capitalismo de Estado". Evidentemente, não são categorias marxistas que
estao sendo usadas no casc. Capitalismo de Estado não deixa de ser capitalismo e não elimina
.16 .
a caça do lucro como força motriz do processo. de._pradução. Além disso, não elimina a burguesia,
.distinta do Estado capitalista, embora reduza o seu ctfmpo de ação. Finalmente, nãc supera a e-
ccnomia de mercado. Nós vimos que Lenin chegou a caracterizar a economia soviética sob a NEP
como capitalismo de Estado, embora um capitalismo de Estado sem precedente, pois se dava sob u
ma Ditadura do Proletariado. A NEP, entretanto, fõi superada por uma acumulação socialista prT
mitiva, cuja força motriz não era mais o lucro. Essa superação, justamente, foi realizada com
a colaboração ativa da burocracia.
Trotski, no livro citado em outras ocasiões, rejeitara a definição da burocracia como cia
sse, mas escolhera um termo não menos infeliz. Procurou caracteriza-la como "castá". Acontece ,
que uma casta Ó um estrato social ainda mais fechado do que uma classe. De uma classe para,ou
tra pode-se passar. Milhões de camponeses, no mundo inteiro, se tornaram operários industriais,
ooerarios conseguem se passar para a pequena-burguesia e pequeno-burguess podem transformar-se
em capitalistas - embora, na fase monopolista, isto soja mais raro. Mas, numa casta se nasce e
se morre. Isso, certamente, não corresponde à realidade da sociedade soviética, onde anualmen
te saem centenas de milhares de ncvos técnicos, administradores, cientistas, etc. dasJJnivers^
dades para se integrar na burocracia. Sao filhos de operários e camponeses, que não tem outra
alternativa do que a integração no sisitema, se quiserem exercer suas profissões. Integram a
burocracia, começando por baixo, adquirindo privilégios na medida em que sobem, e eles progri
dem nesse caminho na medida em que provem sua eficiência e se adaptem ao sistema. Isso, csfta-
mente, não Õ uma característica da sociedade de castas.
' ■:n ■i Ti' •'r
Stalin desistira de querer controlar a burocracia através do Partido. Isso lhe teria for
çado a fazer concessões que, ao m v m ver, teriam ameaçado a eficiência do sistema. Preferiu'
controlar a burocracia estatal (e o próprio Partido) através da policia política, a NKVD. Seu
sistema era simples: um diretor de uma fábrica tinha direitos e deveres. Os direitos consisti
am nos seus privilégios. Os deveres, antes de tudo, no cumprimento do plano de produção díabo-
rndo para a sua empresa. Se não conseguiu atingir as metas, seja por incompetência ou mesmo
por motivos alheios a sua vontade (como falta de matéria-prima ou mão de obra), era demitido,
preso e acabava na Sibéria. Hoje, depois da !ldesestalinização" de Kruchtchev, os métodos se.mo
dernizaram e se civilizaram. Mas, no fundo, o sistema continua o mesmo.
Stalin se opusera mesmo aquelas reformas modestas. Depois da vitoria sobre o nazismo,qíaan
do a sua liderança e seu prestigio atingira um novo auge (inclusive em escala mundial), nova
mente surgiu na sociedade soviética uma vasta tendência a favor de reformas, de democratização
interna e de uma elevação do nível de vida. Milhões de soldados soviéticos, operários e campo
neses fardados, tinham conhecido o Ocidente e essa experiência os fez questionar as procrias
condições de vida em casa. A primeira medida de Stalin foi transferir para a Sibéria todos os
soldados e oficiais que haviam caído prisioneiros e conhecido, dessa maneira, mais demoradamen
te, o nTvel de_vida no Ocidente. Essa medida pôde passar despercebida pela orande maioria da “
população soviética que, naguele. momento, ignorava quais dos seus filhos haviam morrido ou es
tado no cativeiro alemão. So anos mais tarde, após a morte do ditador, os sobreviventes entre
os prisioneiros de guerra puderam voltar às suas casas. Publicamente, Stalin de novo tomava a-
titudes conciliatórias frente ãs reivindicações vindas de baixo, mas ele não se conformou cor.
elas. Ano a ano, apertou de novo cs parafusos. Na véspera da sua morte, estava preparando uma
reedição dos Processos dos anos_30, com a "descoberta" de uma "conspiração dos mÓdiccs do Krem
lin^. Tudo indica que nos seus últimos anos de vida seu regime pessoal tenha tomado formas pa~
rancicas, tendo chegado a desconfiar de seus colaboradores'mais fiéis e próximos. A quase ime
diata libertação e reabilitação dos médicos acusados depois da morte de Stalin, foi um primei
ro passo para um processo de reformas que, acompanhado por lutas internas na cúpula do PCUS,du
rou até o fim da década de 50.r ~
Tratava-se de uma reforma do sistema burocrático, mas não de sua abolição. Foram eliminacte
os piores xcessos do stalinismo, como o trabalho forçado e as arbitrariedad"s e onipotência
da NKVD. Na política económica, foi conseguida em poucos anos uma radical elevação do nível de
vida, principalmente pela elevação dos sa|ãrics mais baixos. Conforme análises norte-amorica
nas, na época, a escala de salários na idústria, que antes tinha como base a relação de 1 a 5,
ficou reduzida para 1 a_3. Todas essas medidas em conjunto conseguiram neutralizar as diversas
oposições surgidas no pós-guerra. 0 que ficou de oposição, os chamados " ’issidentes", são em
sua^maior parte compostos por^conentes burguesas, de liberais, como Sakharov, passando por es-
lavofilos abertamente reacionários, como Soljenitzin, sem qualquer enraizamento na massa
G motivo da aparente passividade da classe operária soviética (dizemos ‘‘aparente", pois
nada sabemos dos conflitos e tensões què se dão nas empresas industriais daquele pais) Ó que
ela foi fonr.ada no decnrrer do'processo'da acumulação socialista primitiva, sem ligaçcío direta
com o proletariado que fez a Revoluçad. Passada a fase da acumulação primitiva e da resons.tru*
ção apos a Segunda Guerra Mundial, a União Soviética iniciou uma fasè de crescente progresso
material, que garantiu um mvel de vida muito alto quando comparado com o passad.. Pela primei_
ra vez, os trabalhadores soviéticos estão colhendo os frutos materiais dos sacrifícios an
teriores, e todas essas conquistas se deram sob esse sistema burocrático. Na experiência
da grande massa trabalhadora, a ditadura do proletariado e o socialismo ainda e insepará
vel da tutela burocãtica. E esta é aceita, apesar dos conflitos diários existentes porque
parece garantir as conquistas do socialismo.
A própria burocracia não e mais a mesma dos tempos da NEP. 0 elemento físico herdado
da velha Rússia, evidentemente nao existe mais. A burocracia atual foi formada por Esco
las Superiores e Universidades._Racicnalizou-se e modernizou-se, na medida em que um sis
tema burocrático ê capaz de fazê-lo.
Assim mesmo, a burocracia jã proveu ser um obstáculo para a expansão das forças pro-^
duti\es. Basta ver a diminuição do crescimento anual do Produto Interno Bruto da URSS nade
cada passada^e& rarsistencia do problema agrário, até hoje não solucionado, que obriga o
governo soviético a importar cereais do Ocidente. Isso tem de criar conflitos, cujas^con-
sequências ainda são imprevisíveis. A superaçao definitiva da degenerescência burocrática
e_o restabelecimento da democracia socialista na URSS dependerá em grande parte da expaji
são da revolução proletária para os países industrializados do Ocidente, isto Ó, para pa
íses onde o ponto de ^artida da Ditadura do Proletariado se situa em nível muito superior
ao da Rússia em 1917. Semelhante revolução no Ocidente tornará ?mpossível a sobrevivência
do sistema burocrático na URSS. _________ _____ ,,__________
Uma das características essenciais dostalinismo é a de ter transformado em virtude
o atraso e a miséria pelos quais a Revolução Russa passou. De ter apresentado o modelo so
viêtico ccmo o único válido para qualquer revolução proletária. Acontece que na Rússia fõi
mais fácil fazer a revolução, mas as dificuldades posteriores foram infinitamente maiores
do que seriam no Ocidente. E, nesse sentido, o stalinismo foi uma reação ã colocação leni
niana do problema. 0 próprio Lenin declara no seu célebre "0 Esquerdismo, Doença InfantiT
do Crrunismo"•
"Também seria errado não ter em conta que depois da vitória da revoluçãc prole
tária, mesmo que seja em apenas um dos países adiantados, se produzirá, com teda a
certeza, uma radical transformação: a Rússia, logo depois disso, transformar-se-á não
em país modelo, e sim de novo, em país atrasado (do ponto de vista "scviÓtic?" e so
cialista)."
£ verdade que estas linhas foram escritas há mais de 60 anos, pouco tempo depois da
tomada do poder. Entrementes, a revolução mudou prox,,ndamente a face da velha Rússia. In-
dustrializou-a, terneu-? a segunda potência do mundo e elevou radicalmente o nível cultu^
ral de sua população. Mas, enquanto a Uniao Soviética não superar as consequências do st¥
linisme, essa citação do Lenin continua valida. ■■■ ..-
Temos que ver o domínio burocrático na fase pcs-revolucionaria na Rússia como uma ne
gação das tentativas falhas de resolver os problemas da manutenção da ditadura do proletari
ado com os métodos da democraciassoei alista. A negação da negaçao estará no restabelecimen^
to da democracia socialista em nível mais alto, para o qual a própria fase anterior criou
as bases materiais. E somente este salto qualitativo permitirá o desenvolvimento de uma s£
ciedade socialista naquela parte do mundo.
_August Thalheimer, 5 procura de uma definição para o nível de socialismc soviético., <
propôs "Socialismo de Estado". F. uma definição contraditória - ele salienta - mas a con-
tradiçao é do próprio desenvolvimento que a Revolução de Cutubro percorreu.
A HERANÇA MUNDIAL DA REVOLUÇÃO DE OUTUBRO
0 isolamento em que a União Soviética vivia nos primeiros 25 anos da sua existência -
como a única ditadura do proletariado vitoriosa, cercada e bloqueada pelo mundo capitalis
ta - marcou não sÓ as suas próprias estruturas sociais e políticas, mas deixou igualmente
profundos traços no movimento operário internacional. Mormente porque a Revolução Russa se
sentiu desde o início como vanguarda da revolução mundial e, até certo ponto, preencheu es
se papel.
Acontece que a política externa de um país é sempre condicionada e, de algum modo, um
prolongamento da sua situação interna.Isso diz respeito também a partidos, na medida em
que têm uma política externa. A situaçao da URSS e do PCUS mudaram mais de uma vsz em sua
história.
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0 primeiro efeito da Revolução de outubro, a curto e médio prazo, foi a divisão do
movimento operário mundial, grosso modo, em reformistas e revolucionários, seciais-demo-
cratas e comunistas. Estes, formando-se em partidos independentes e reunirdo-se numa In
ternacional, na maioria das vezes, não dispunham de experiência e tradição de luta prõpri
. 18 .
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as. Iam a Moscou para aprender ccin os revolucionários russos. Durante os primeiros quatro
Congressos da Internacional Comunista, os leniriistas, a começar pelo próprio Lenin, proc^
ravam discernir, nos debates com os companheiras de outros países, quais eram os traços
da Revolução Russa que tinham validade geral para a luta de classes em escala internacio
nal quais representavam particularidades russas. Tratava-se de um processo de aprendiza
gem do comunismo mundial, que foi interrompido com a morte de Lenin e o início das lutas
acções.
0 próprio Lenin, na sua última intervenção no Quarto Congresso da I.C., produziu um
quase balanço, declarando:
"Em 1921, no Terceiro Conqresso, votamos uma resolução sebre a estrutura ornânj_
ca dos partidos comunistas, assim como cs métodos e o conteúdo do seu trabalho.0 tex
to ê excelente, mas essencialmente russo, ou quase, najnedida em que fei tirado das
condições de vida russas. Eis o seu lado bom, mas também o seu lado mau. Seu lado mau
porque estou convencido de que quase nenhum estrangeiro o pode ler: antes de afirmar
feto reli essa resolução: primeiro, Ó demasiadamente comprida (...) Segundo, mesmo se
a lessem ninguém a compreenderia, precisamente por ser demasiadamente russa. Não po£
que fosse escrita em russo - fez-se um esforço para a traduzir para todas as línguas
- mas porque está inteiramente impreçrada do espírito russo. E terceiro, se algum es^
trangeiro excepcionalmente a compreender, não a pode aplicar (...) Tudo o que se di_s
se na resolução permanece letra morta. Ora, a menos que compreendamos esse fato, nao
podemos avançar. Creio que o mais importante para todos nós, tanto russos como cama
radas estrangeiros, c que após cinco anos de revolução russa, é nosso dever instruir
mo-nos (...) Estou persuadido de que devemos dizer, a esse respeito, não só aos rus
sos, mas também aos_camaradas estrangeiros, que o mais importante no^período qüe se
segue é o estudo. Mós estudamos no sentido geral do termo. Eles, gorem, devem estu
dar no sentido particular, para compreender realmente a organização, a estrutura, o
método e o conteúdo da ação revolucionária."
É um Lenin quase desconhecido para a geração de revolucionários posterior, um Lenin
que exige que se estude a experiência da Revolução Russa, mas que se estude também cada
situação particular, para poder aplicar a experiência. "Nós estudamos no sentido geral do
termo. Eles (cs camaradas estrangeiros) porõm, devem estudar num sentido particular..."
Nao £>asta querer imitar experiencia russa. Nem stalinistas, nem trotskistas fizeram ques
tão de divulgar este Lenin.
NaJJRSS, os epígono?, estavam absorvidos pela luta interna e procuravam utilizar-se
das seções estrangeiras da I.C. para fortalecer as suas posições. Conseguiram isso em vir
tude da irradiação qut o Estado Operário e Camponês exercia sobre os revolucionários de
todo o mundo e, dessa nuneira, não foi difícil para a maioria do partido soviético domi
nar a I.C. - que continuava a falar russo.
Nesta altura, já podamos falar de uma segunda fase na historia da Internacional^ Of^
cialmente, ela se deu sob a consigna da "bolchevização" dos PCs estrangeiros. Na pratica
implicao na ir.cervenção dc Centre, cm Moscou, nos partidos estrangeiros mais importantes,
para impor direções de absoluta fidelidade S facção dominante na União Soviética^ Esta fa
se, não_sÓ interrompeu o processo da formação de PC's cepzes de aplicar'a experiência dã
revolução russa de maneira criadora nas lutas de classes nos seus países. Transferiu para
a Internacional a luta interna e a contínua burocratização, que estavam em progresso na
sociedade soviética. 0 que caracterizava doravante a I.C. era a absoluta mediocridade te
órica e o aventurei rismo de esquerda ("teoria do social-fascismo"), que tivera seu desfe
cho com a vitória do fascismo na Alemanha.
A terceira fase na vida da I.C. inaugurou-se aproximadamente em 1934/35. Era a da
submissão da I.C. as necessidades da política externa do Estado Soviético. Dá-se seb c_
signo das "Frentes Populares", na qual os PC's apoiavam as chamadas "burguesias democrati
cas e progressitas" contra a ameaça fascista. Não Ó preciso salientar aqui que essa polí
tica se deu pelo preço do abandono completo da herança leninista. Ela coincide cronologi
camente com a ditadura pessoal de Stalin. "Jã que os PC's não sabem fazer a revolução,que
nos ajudem pelo menos"- teria dito o Secretario Geral, conforme mais de uma testemunha^
Tratava-se praticamente de uma liquidação da Internacional como instrumento da revolução
internacional. Até a dissolução formal foi só um passo.
Evidentemente, as ligações dos PC's com o centro de Moscou não pararam com a dissol^
ção, mas continuaram de maneira bilateral. 0 fato novo foi o expancionismo soviético du
rante e em consequência da Segunda Guerra Mundial. Nas regiões e países, onde o Exército
Vermelho avançava, foi obrigado a expropriar as velhas classes dominantes e exportar o
sistema socialista. Foram "revoluções" feitas de cima para baixo, nas quais pouca ou ne-
. 19 .
nhuma iniciativa foi deixada para as classes operarias nacionais. Pois o que foi exporta
do não era so c socialismo como também o sistema burocrático ã semelhança do do senhor s£
viéticc. As chamadas ’’Democracias Populares" - assim chamadas para não assustar os alia
dos ocidentais - nasceram dessa_maneira com um sistema burocrático, que a URSS tinha deseji
volvido durante um quarto de século de isolamento. Foi essa a única maneira como Stalin
concebia a expansão socialista. Mas, mesmo em tempo de vida de Stalin, houve revoluções
genuinas, de força orõpria, como a iugoslava e, posteruormente, a chinesa. Todas essas re
voluções se deram um caráter socialista contra os pareceres de Stalin, que tinha de con-
formar-se_com os fatos consumados. As contradições inerentes ao sistema stalinista leva
ram ã cisao do bloco oriental, com a rebelião da Iugoslávia e, posteriormente, da China.
Tratava-se, entretanto, de rebeliões de burocracias nacionais contra o domínio da soviétj_
ca e isso, de arfemão, não determinou a mudança dos métodos utilizados no confronto.
A política externa de Stalin, principalmente depois da guerra, fracassou e o preço
pago depois desse fracasso custou caro ã União Soviética. Implicou na reconstrução do ca
pitalismo na Europa Ocidental e trouxe consigo o espectro de uma Terceira Guerra_Mundial.
Custou^caro também ao proletariado mundial, pois o não aproveitamento das situações revo
lucionarias na Europa Ocindntal (Alemanha, França e Itália) e a colaboração dos PCs nos
governos burgueses daqueles países neutralizou a ação das classes operárias e permitiu c
ressurgimento agressivo de uma_força interimperialista em escala mundial. Uma Europa soei
alista, com seu potencial econômico e político, aliado à União Soviética, teria enterrado
para sempre as aspirações de domínio mundial, do imperialismo americano. Desse gonto de
vista, a política extern? stalinista tinha um lado puramente contra-revolucionário.
0 fracasso da política externa, mais o conservadorismo que o ditador revelara até os
últimos anos da sua vida levou ã jã mencionada "desestalinização". Da maneira como Stalin
foi apresentado em público por Khruchtchev, os efeitos para o proletariado mundial foram
duvidoss. Khrichtchev, evidentemente, nao soube explicar o papel histórico de Stalin (sem
minar as suas próprias posições), e as suas^revelações", da maneira como foram apresenta
das e veiculadas, so contribuiram para desmoralizar o movimento comunista internacional
ém sua totalidade. ^ j
No extremo oposto das facções soviéticas (embora so fora das fronteras da URSS) en
contra-se o trotskisi..o, qne^se recomenda não so como alternativa histórica ao stalinismo,
mas também co;.io úmeo £ legitimo herdeiro da Revolução de Outubro e da I.C..
Mo que diz rvípcv. i figura de Trotski, como alternativa a Stalin, jã tratamos do
assunto. Restaria apreciar o seu papel nas lutas de classes em escala mundial - na medida
em.que liderou una corrente internacional do comunismo.
Má r.jftvj corre, Z uocu pequena, entre os adeptos da Quarta Internacional e suas ci-
sões, a vèfsSo dc que nas lutas de facções no seio do PCUS Trotski teria falhado e se re
velado "ingênuo". Seu verdadeiro valor e sua importância teria se reveladc no Exílio, co
mo cor.tinu?.dor ;!':o lutas revolucionarias dos bolcheviques, contra os efeitos desagregado
res do stalinismo em escala mundial. 0 próprio Trotski, de certo modo, reforçou essas o-
pinioes, quando c.^tou no seu diário, escrito no exílio, na França:
"Para ser bem claro, direi o seguinte. Se eu não estivesse, em 1917, em Peters-
burgo, a Revolução de Outubro teria acontecido do mesmo modo - condicionada pela pre-j
senca ?. a direção de Lenin (.._.) Enquanto cjue o que eu faço agora e, na total signi-/
ficaçao da pala~vra 'insubstituível". Não ha nesta afirmação a menor vaidade. 0 desnK)
ronámento das duas Internacionais trouxe consigo um problema, que nenhum dos chefes
dessas Internacionais tem possibilidade de enfrentar. As particularidades do meu des
tino pessoal me coiccaram diante desse problema, armado dos pês ã cabeça com uma se
ria experiência. Oferecer um método revolucionário ã nova geração, por cima das cabe
ças dos chefes da Segunda e da Terceira Internacional, e uma tarefa que não tem, afõ
ra minha pessoa, homem nenhum que a possa cumprir". (Trotski. "Diário do Exílio". E7
diçees Populares - Destaque do autor.)
Em que consistia o jztpel "insubstituível" de Trotski naquele momento ?
Como coroação da sua atividade no Exílio, Trotski via a fundação da Quarta ínternaci_
onal, que deveria continuar a obra da I.C. leninista. Mas, o ;je essa nova Internacional
representava de fato ? No momento da_sua fundação so abrangia uma fração da antiga Oposi
ção da Esquerda Internacional, que jã havia sofrido duas cisões maiores. A primeira,quan
do Trotski queria obrigar todas as seções nacionais a seguir a política do "entrismo", i£
toj, de entnla^nos partidos da Segunda Internacional. Esta cisão foi liderada_pelos espa
nhõis, por Andre Nin, que, em seguida, se juntaram ao Bloco Operário . Camponês da Cata
lunha para formar o POUM. A segunda cisão, maior, se dá justamente em torno do problema
da fundação da Interacicnal e e liderada pelos italianos, que a acharam uma aventura.Quan
.20 .
ff* JoA
do alnternacional fo1 fundada, finalmente, e nisso Trotski se mostrou intransigente, suas
"seções nacionais" variavam entre 50 e 200 militantes por país. Apesar dos seus títulos,5s
vezes pomposos, nenhuma das seções podia ser considerada como um partido.
0 próprioJTrotski justificou a fundação dessa,-internacional com o fato de a I.C.,na
sua constituição, em 1919, ter sido igualmente fraca. Mas, em primeiro lugar, a comparação
não é seria, A fraqueza da I.C., que pelo menos dispunha do PC soviético, dos Espartaqui:s
tas Alemães, etc. não pode ser comparada com a "fraqueza" da Quarta, composta de seit?.s.
A Internacional trotskista, quando surgiu, naõ passava de mera caricatura da I.C.. E cari
catura ela continuou, copiando em miniatura os orgãos e a estrutura da I.C., como os seus
Comitês Centrais, Politburôs, etc.
Em segundo lugar, a I.C. foi fundada numa situação revolucionaria na Europa Ocidental,
quando se tratava de aproveitar uma situação histórica, antes que ela se esgotasse. A A l
Internacional foi^fundada numa fase de franco descenso do movimento operário internacional.
Sua historia não é uma história de revoluções - nem sequer de tentativas de revoluções -
mas de prosaicas sequências de cisões, tentativas de reunificações e de novas cisões, como
um fiel reflexo da falta de perspectivas nas lutas de classes reais.
A tentativa de copiar a I.C. e de repetir a história, não e casual. Representa a pró
pria essência do trotskismo. Enquadrados na fórmula da "revolução permanente" - "teoria"
pela qual Trotski interpretou a Revolução Russa - os trotskistas pouco ou nada puderam coji
tribuir de maneira criativa nas lutas de classes nos seus países, encarando-as estreitamen
te pelos padrões da Revolução Russa. Não ê por acaso que tanto os trotskistas como os re
manescentes do stalinismo no Brasil defendem no presente momento a convocação de uma Assem
bleia Constituinte.
0 próprio Trotski abriu o caminho, em 1923, guando mediu os acontecimentos alemães pe
los padrões do modelo russo. Em todas as suas polemicas sobre os acontecimentos alem;es,
nãc há uma análise concreta que permita concluir que a situação tenha estado madurâ para a
tomada do poder pelos comunistas. Mas, a todas as objejões levantadas pelos revolucionários
alemães, ele respondia: "Esses argumentos ouvimos também na véspera da Revolução de Outubro
ra Rússia".
Um papel análogo desempenhou em relação a Revolução Espanhola. Na^Espanha, em 1936,ao
contrário da Alemanha em 1923, houve realmente uma situação revolucionária, desencadeada
pelo levante dos militares. 0 PCUM representava naquele momento a força mais consequente
no país, defendendo um programa deação que poderia ser resumido em três pontos: fornt3 ção
de um Governo Operário, expropriação dos latifúndios e imediata independência para as co
lônias. Trotski combatia o POUM (que ele considerava centrista) e o argumento que sempre
voltava nas suas críticas era: "Em Petrogrado, em 1917, fizemos as coisas de maneira dife
rente./
A Revolução Espanhol a, porem, não era igual à russa, nenhuma outrí o foi e nenhuma fu
tura o será. Toda a revolução exige uma atuação criadora da sua vanguarda, a adaptação crT
tica de experiências do passado a uma realidade concreta. Para essa ob^a o trotskismo não“
seria capaz sem negar a si mesmo, pois ele também não passa de um ãngilo russo da inter-
pretação_da revolução mundial - embora de outra época que o stalinisme. Desse ponto de
vista, não passam dos dois lados de uma mesma medalha.
De nossa parte, rejeitamos absolutamente a campanha de difamação stalinista ccntra a
figura histórica de Trotski, que culminou no seu assassinato no exilic mexicano. Rejeita
mos igualmente qualquer outra tentativa de diminuir o papel de Trotsk', ao lado de Lenin,
na Revolução e na Guerra Civil. Concordamos com Trotski quando ele saienta que "a presen
ça de Lenin", .em 1917, em Petersburgo, jã garantiu a Revolução, mas isso não diminui_o pa
pel qua ele mesm desempenhou, embora as razões sejam diferentes das clegadas no "diário""’.
A^figura de Lenyi era decisiva porque ele se empenhou^a vida toda pek formação de um par
tido de revolupi )nãri0s, capaz de levar a classe operária ã revoluçãc. Trotski nuoca che
gou a admitir 4' ;o.
Da mesma mvieira, todavia, não vemos nenhum sentido de querer n&gar o papel de Stalin
na fase de cohs rução socioHsta na União Soviética e isso independen*o do seu desempenho
político poster Dr. Para nos, tanto Trotski como Stalin fazem parte co Panteon das lideraji
ças que a Revo1>ição Russa produziu em suas diversas fases, independentemente das simpatias
ou antipatias d.spertadas pelas figuras históricas. Isso ê uma premissa indispensável quaii
do se trata de aproveitar as experiências de um processo revolucionário concreto.
NÜS E A REVOLUÇÃO DE OUTUBRO
Essa problemática toca, em que diz respeito ã nessa luta ? E Óbvo que os problemas
que enfrentamos atualmente no „Brasil são bastante diferentes, mas, assim mesmo, nãc pede-
F?).0-0-G.Jq5
mos ficar indiferentes aos caminhos que o processo revolucionário mundial tomou desde 1917. '
Não podemos ficar indiferentes, em primeiro lugar, porque a Revolução Russa e seu desenvo^
vimento posterior marcou profundamente o movimento operário no mundo intá"o, e isso sent^
mos na própria carne.
Em segundo lugar, a existência da União Soviética e do campo socialista é hoje um dos
eixos fundamentais em torno do qual gira a política mundial e que influi nas lutas de clas^
ses em escala internacional e, consequentemente, nas lutas de classes em cada país.
Finalmente, não podemos ficar indiferentes porque íi experiência passada diz respeito
ao nosso próprio futuro.
O que não-devemcs -fa^er, e isso^oi um erro do passado, é ficar em função das lutas
de facções de PC‘s em outros paTses (seja do PC soviético ou de qualquer outro - os rótulos
podem mudar, mas o sistema é o mesmo). Nossa luta fundamental esta em funçãc da emancipa
ção do proletariado em nosso país. Sõ ??sim podemos nos tornar um fator político e social
nas lutas de classes reais. E é a partir deste ângulo, que devemos procurar compreender e
absorver a experiência das lutas em outras partes do mundo.
Se nõs queremos tirar lições para o futuro, temos de aprender a distinguirmos aspec
tos especificamente russos da Ditadura do Proletariado das formas que ela tomará em outras
revoluções, que se dêem em ou^-as circunstâncias. Uma lição ja podemos tirar da Revolução
Russa: a democracia socialista não é um princípio abstrato, mas necessita de condições ma
teriais criadas antes da revolução, que o proletariado transformado em classe dominante ”
possa aproveitar.
Não se trata propriamente de uma novidade para Marxistas. 0 próprio Marx jã salien
tou: "do que se trata aqÜT^Ó de uma sociedade comunista como se desenvolveu sobre as ba
ses que lhes são próprias, mas,pelo_contrãrio, tal como acaba de sair da sociedade capi
talista". A experiência soviética sõ__nos mostrou concretamente as consequências previs
tas teoricamente. No caso russo, porem, temos de levar em conta o grau incipiente do de
senvolvimento do capitalismo: também o proletariado russo herdou "os estigmas da antiga
sociedade que o engendrou".
Nesse sentido, a experiência soviética ainda e a mais rica para nõs (mesmo no senti
do negativo). A China principiou de um ponto de partida mais baixo ainda. E os países i£
dustrializadcs, como a Alemanha Oriental ou a Tchecoslovaquia, onde a revolução e a cons^
trução socialistas poderiam ter partido de um nível mais alto, não estavam em condições
de apresentar uma alternativa, porque desde o início o modelo soviético lhes foi imposto^
de cima para baixo. Conhecemos os conflitos que esse fenômeno gerou e que o problema está
longe de ser superado, como mostra atualmente o caso da Polônia.
r
Atualmente, e_hã muito, a União Soviética perdeu a sua força de irradiação revoluci
onária. Em consequência da sua política interna e externa despertou inclusive hostilida
de em vastos setores da esquerda mundial, que neqam nela qualquer carãter socialista. (Em
outros setores da "esquerda" essa hostilidade não passa de um anti-comunismo velado por
uma fraseologia radical). Como revolucionários marxistas temos de evitar julgamentos cmo-
cionais e simplistas. Não podemos nos colocar no gonto de vista de querer rejeitar uma re
vclução porque não gostamos da forma que tomou. Não podemos querer elaborar alternattas
pará fatos históricos. Disso, a própria historia terã que se encarregar. A revolução mun
dial começou em 1917 em Petrcgrado e, se ela tomou rumos não previstos pela geração que
a fez, r.êm por isso deixou de ser um fator que mudou a face do globo. E e justamente por
isso, pelo fato de o socialismo ter ultrapassado o estágio da propaganda e ter-se materi
alizado em condições concretas, que perdeu a sua imagem imaculada para tomar formas his
tóricas determinadas. .f .
Sob a influência direta.da Revolução de Outubro, criou-se um campo socialista^que,
apesar das suas contradições internas, liquidou o sistema capitalista nos seus domínios
e que constitui uma ameaça permanente para o capitalismo e o imperialismo no resto do
mundo. Assim como se formou, sob a influência direta e o exemplo da liderança soviética
e uma criação com uma cabeça de duas faces. A própria URSS não segue mais uma política de
fomentar revoluções no mundo capitalista. Isso os PCs de orientação soviética demonstram
diariamente. Mas, onde revoluções surgem de força própria e criam um fato consumado, a
URSS é obrigada a apoiar e sustentã-las. Temos esses exemplos de Cuba ã Etiópia. São os
interesses vitais da União Soviética que a impelem a apoiar a expansão do campo socialista.
Também a burocracia não pode ignorar que a vitória definitiva do socialismo no mundo sa
se pode dar em escala mundial. 0 intercâmbio comercial com o mundo capitalista não pode
substituir a divisão de trabalho socialista internacional. Nesse sentido, a URSS represeji
ta um aliado contra o imperialismo, principalmente no campo militar.
Se nós dissemos que a democracia socialista necessita de uma base material, deixada
.22 .
/ 1' .Pâ:..tó'(Ô \o(,
püla sociedade anterior, tocamos num assunto que nos diz particularmente respeito. 0 qu..
para a Rússia era o atraso e as tradições semi-bárbaras, para nos e o subdesenvJvimento e
as estruturas herdadas do passado colonial. Isso quer dizer que a revolução socialista no
Brasil estaria condenada de antemão a sofrer degenerescências ? Bem, não somos tão pessi
mistas.
Objetivamente, nenhuma nova revolução, e isso inclui anossa, se dará em condições
tão desfavoráveis como se deu a russa. Nenhuma nova revolução ficará mais isolada no mun
do capitalista, pois hoje existe um campo socialista que, direta ou indiretamente, serve
como escudo e apoio. Nenhuma nova revolução, inclusive a nossa, estará sob a pressão do
precisar industrializar em tempo tão curto e exigir sacrifícios materiais tão grandes, co
mo foi o caso da União Soviética nos anos 20 e 30, sabendo que tinha pouco tempo p'.ra en
frentar novamente a agressão imperialista.
Isso, poréip, sÕ e o pano de fundo. Especificamente, no que diz respato ao grau 1e rle
senvolvimento capitalista da sociedade brasileira, já está incomparavelmente superior ac
existente na Rússia Czarista. 0 desenvolvimento brasileiro na indústria e a gr^dfjza nume
ric- do nosso prolekriado são mais favoráveis do que tinham sido no reino doà Cza* ?s, na
véspera da sua derrubada. No momento da Revolução de Outubro, 80% da populaç"o vi> ! v‘r<-
da no campo. No nosso caso, a população rural não ultrapassa 35X.
No que diz respeito ao campo, não lidamos com o tipo de camponês europeu, individua
lista. Entre nós, formou-se um proletoriado rural, direta ou indiretamente assalariado,pa_
qual a propriedade individual da terra não terá o peso que teve na Rússia põs-revo
Ijcionãria. Neste terreno, temos a aprender mais com a revolução cubana do c;uo com ? rus
sa.
0 nosso proletariado não atingiu ainda o grau de disposição de luta revolucion'~ia,
que caracterizou o russo sob o czarismo. 0 caminho da formação^da classe operaria n Bra-
s 1 indica outras características. 0 proletariado brasileiro já dispõe de certa estrutura
s ndlcal, que, embora atrelada, se tornou um fator social no país, que tem de ser levado
er. conta pela classe dominante. As lutas coletivas de massas dos últimos anos já msstraram
c. tendência para o rompimento das cadeias impostas. E isso indica também a importância
q"o esse futuro movimento sindical livre tera para a formação política da classe. Tudo de
pendera evidentemente do desenrolar das lutas e do grau de iniciativa e de participação
u;s massas^proletarias nelas. São esses os fatores que *ormam a classe, que desenvolvem a
s’,” experiência coletiva_e a sua capacidade de autogestão. São esses os fatores qi'2 possi_
b).itam superar a situação na qual as vanguardas, formadas principalmente por elementos
vir-Jos i clasre media, procuram falar pela classe operaria.
t dessa lesenvolvimento do proletariado_brasileiro que dependerá, enfúltima irstancia
, i nível da futura democracia socialista. Não há dúvida de que a revolução socialista bra
sileira terá que lidar com a herança do atraso em que_a classe dominante nativa e o impe-
rirlismo deixará c país. Não hã dúvida também que será preciso de mais de un gerao'-' pa
ra ’evar o seu povo, principalmente do interior, a um nível cultural e técnico qut nranta
o pleno desenvolvimento de uma democracia socialista, que leve ao definhamento do ”tado
e, 'orn isso, so definhamento de qualquer demoa-acia.Mas limitações impostas r r ror~‘ções
ofc.. :tivas airida nao significam degenerescência. Nem o socialismo soviético catava z. toma-
tic mente condenado a degenerescência. Esta, no caso russo, foi produto de fatores histó
ricas concretos, que procuramos caracterizar.
Finalmente, no^nosso caso, hã o fator da consciência da problemática, do aproveita
mento de uma experiência. "Liberdade é o conhecimento da necessidade", já disse H: no
qu eoi apoiado reiteradamente por Engels. E esse conhecimento c um fator que evitai qus
‘r "oprios revolucionários se tornem vítimas das forças sociais cegas. E esse conheciren
'sssas experiências, têm de ser transmitidas, não só a uma elite, mas à própria clojf“
ia medida em que o nível Je luta o permita.
Por isso, o atual nível degluta, ainda predominantemente econômico e incipiente do
I- to de vista da atividade política do nosso proletariado, não nos deve fazer perder de
•a os objetivos finais. Foi isso que sempre distinguiu revolucionários de reformistas^
o quando se encontravam najnesma trincheira. Por isso,_tambêm, essa discussão para nos
.1 w "abstrata", não Ó privilégio de"teõricos" que "não têm nada a_fazer". Ela faz parte
dj formação de comunistas brasileiros, que saibam aplicar a experiência do marxismo vive
a realidade do seu país.
a A A M O C R ÍílC A NECESSÁRIA DA OgCiAMIAÇAO
A BDttCmCTTOIZAÇÃa BA AÔÏÎAÇAO S PBDPAGAHÖA -
JANEI BD/77
nf39
(espt ci a i )
A A U T O C R Í T I C A N J C E SS/ RI A DA O ^ G a NIZAC/ iO
A •DESCAKACTSRI2ACÃO DA AG IT A Ç Ã O E PiíÜa'AGA,,Dk
III.
1Q Parte
a de país para p a i s . Que r.s razoes sobre as oscilaçoes possíveis dos s;.-
0 A ** *
larios teriam que ser encontradas no quadro da concorrência e nao da ana-
* *
lise geral do:capital, como queria Rui Mauro. Alias dados empirieos so-
M /
bre a sijjuaçao da cLasse,trabalhadora através doç tgmpos no Brasil e sua
comparaçao com outros paises da America L a t i n a ja sao suficientes para co
0 0 0
locar por agua abaixo qualquer limite rigido e arV .trario sobre o valor
da f o r ç a de trabalho.
, - Decl. Pol. - 3 -
lizaçao; 5) a amplitude do mercado interno deçende, tão somente, do
grau de desenvolvimento capitalista em dado país.
* !. ' ••
A / A
quer dificuldade mais relevante nas exportaçoes. " 0 pais sofria as con-
r.cquencia.s de quase todas as crises do mercado capitalista mundial (jus
tamente cm virtude de sua funçao de exportador de matérias primas para
mercado) e a crise de 20 teve repercussões economicas e politicas para
nos. Desta vez, todavia, a crise nao veio simplesmente como consequen -
cia da situação do mercado externo: tratava-se de uma CRISE CÍCLICA DC
CAPITALISMO NO BRASIL, tratava-se de uma saturaçao no mercado interno .Nas
T;.tados Unidos e diversos paises europeus tinha havido uma crise e qued-v
tia produção em 1 9 5 8 / 5 9 que, todavia foi superada por uma retomada da ex
pansão das atividades econômicas. Mas enquanto os dados estatisticos a-
mericanos atingiam niveis inéditos, o ritmo de expansao das atividades ao
3rasil diminuia, mais constantemente, ate chegar a estagnaçao" (Curso Ia
sico, II Parte, pg 21). Mesmo atualmente, problemas serios no balanço
comercial tiveram repercussões apenas moderadas no crescimento industri
al até agora. Ao mesmo tempo que u m a recente r ecuperq.çao nos preços da
soja e do café não foi capaz de reverter a tendencia a crise.
f |h
*w r * ■
11. Nao e verdade tambem que a burguesia nao pode pagar o valor real da
força de trabalho. Em primeiro lugar, porque tal valor e muito relativo.
Em segundo, que, sob pressáo do movimento operário, os capitalistas . se
rão obrigados a aumentar o solário e, se isso necessariamente dimimuirá
seus lucros, fica sempre aberta a possibilidade do emprego do máquinas
poupadoras de ma-de-obra (exploraçao óe mais-valia. relativa). Épossível
que algumas empresas de ramos trrdicioanais menos produtivos bem como rs
de pequeno porte nao possam ingressar nesse caminho e vao a falência,rrrf,
isso de forma alguma pode ser extrapolado para as grandes empresas. (A es
se respeito ler as recentes declarações de burgueses vendo com tranquili
dade possiveis reivindicações salariais). Portanto, nao e verdade que o
arrocho salarial seja 'estrutural' ou 'objetivo', vital para a existên -
cia do capitalismo no Brasil. (Ver "Liquidar o Passado...", pag . 3 e O
~ '
2. E nao ficamos por ai. A mesma visao sobre o carater estrutural do
arrocho, a mesma suposição de que o fim do arrocho seria o colapso do
c&nitelismo brrsileiro, nos levou a defender intransigentemente o indi-
~ / / /
ce de 200$ de recuperação salarial,. Seria o unico indice revoluciona -
rio, uma vez que se colocaria em questão a continuidade do capitalismo-
abrindo çampo para u colocação da alternativa de poder. Esta proposta
ultra-esquerdista é perfeitamente coerente com os conceitos do Projeto
r * , b-i- ; p .m
\
Decl. Pol. - 6 -
sobre o 'carater estrutural da super-exploração ' : o resultado prático é
a negeçao das lutas parciais de natureza economica, em troca de uma su
posta bandeira politica geral, a bandeira da recuperação do salário de
64, entendida como 'xeque-mete' do capitalismo brasileiro.
/ ^
Os resultados práticos deste conjunto de concepçoes foi naturalmen
te de todo diverso daquele esperado inicialmente. Em torno dos vários
desdobramentos do Projeto, feitos pelas duas tendências qtiie se formaram
n a O . , no inicio de 76, iniciou-se o processo de desagregação. Os dogma?
que se mostrara^ eficientes par a sustentar os fracionamentos, na históri-
real apenas conseguiram levar a 0 . a um isolamento da classe e a ume cri
se sem precedentes.
3. M a s o esquerdismo nao vem so. Ele carrega consigo sua outra face,
as bases de um desvio direitista. As ideias aobre a 'trrnsferência do
valor nas relações de intercâmbio', bem como as ideias sobre a super-ex-
oloraçao como 'venda dr força de trabalho abaixo do seu valor', - ideias
que a 0. endossou dos textos de Rui Mauro Marini - nos aproximava dos
/
'modelos' sociologicos sobre o 'terceiro mundo'. A fraseologia ultra-
radical que envolvia estes teses mal encobria suai ligações com as ve-
lftas teses populiátas. 0 mesmo se pode dizer de um outro postulado que
no Projeto ocupou um lugar de destaque: a tese sobre o 'carater estrutu
•turrl da ditadura militar'. 0 P/jjeto afirma, por exemplo:
"Dessa forma, 1964 foi a primeira manifestaçao concreta dessa rea-
/ ,
lidede basica ao capitalismo brasileiro, que coloca a necessidade es-
trutural da ditadura militar como solução burguesa uniea pa r a q u e o
poder de estado possa efetivar a domina,çao de classe tal como ela se
* *
da no pais". (grifos do original)
*
Contraditorio, o Projeto acrescentaria a seguir a ressalva de que r
*
democracia poderia existir nos momentos de crise, frisando porem que se
M /
riam momentos em que 'nao ha condiçoes objetivas p ara alternativa burgue
sa' .
Apesar de confusas, e evidente a semelhança entre estas rfirmaçoer;
t y r
Decl. Pol. - 7 ~
~ *
lançar mao num future distante, mas c uma necessidade conc ret a" ... etc
✓ r*>
A MM ns 4 ja criticou esta .falsn generalizaçao sobre a 'ditodura estrutu-
A * '* A
ri; 1' , defendendo que o fenomeno real que se observa e a tendencia ao agu
ç raient o das contradições objetivas, o que implica numa t endencia a radi
calização das lu ta s de classes, sera no entanto reduzir a atualidade, ou
/ A *
tem consciência socialista. Sendo assim, este governo nao pode ser defi
nido aprioristicamente como inevitável. Importa para nos destacar sua
A
' *•
A politica do Projeto desvirtuou inteiramente estas ideias. Reviu-as
: i bstituiu-a.ií: por outras bem diferentes. 0 GRT do ;Pro jeto ^seria o nosso
objetiyo necessário, seria o nosso objetivo estratégico, ja r e presentari
propria hegemonia do proletariado, e no entanto, a 'hegemonia' ainds
iião seriç. a ditadura do proletariado. Resta concluir que o real çigniíi
ta o politico desta inocaçao e o rebaixamento do nosso programa, e o seu
■/iltamento, e a substituição da meta/la ditadura do proletariado por u-
, m eta anterior, Consequencia' disso e que a. nossa agit/prop passa a se
'X - . ,j Decl. Pol. -9-
basear'no 'rrograma do G R✓ T ', e não nas metas do socialismo e da ditadura
do proletariado. Estas ultimas refluem de cena, perdem a a tualidade,dã~
lugar ao 'programa do GRT'. Enquanto as nossas posições anteriores eram
bem claras, inclusive nos textos sobre o governo de transição:
"0 objetivo do Brasil socialista tem de ser nitidamente delineado
em nossa propaganda em todas as fases da luta, pois e a compreensão
das metas, que transformam em movimento militante a oposição dos traba
lhadores a sociedade atual". (AV n2 3) " ~
Ou ainda:
A m ^
"A íormaçao dessa classe operaria, indep en den te ,continua sendo a ta-
KRfa fundamental de qualquer movimento l evolucionário consequente.; no
pais. A conquista da liderança pelo proletariado brasileiro numa a-
liança de classes que abranja 0 campesinato e as camadas radicais e
- ' Decl. Pol. - 10 -
*
assalariadas da PB, e a premissa pars qualquer luta revolucionaria
consequentç, seja contra a exploraçao imperialista, seja contra a o-
pressao indigena".
E ainda:
_ * + p
9. E sobre estes conceitos estrategicos definidos pela 0* ja antes mes
mo do 4e Congresso, que precisamos enfrentar tas nossas tarefas atuais. E
como se ve, estes conceitos estrr tegicgs implicam numa concepção sobre o
papel da vanguarda. Nosso papel nao e o de pretender enquadrar as lutas
de classes em planos pre-estabelecidos e retirados de discussões especu
lativas. As criticas que fizemos, no passado, as propostas de a.umento
salarial que nao representassem a recuperação do salario de 5 4 , sao uma
das manifestagoes mais estplicitas do abandono dos conceitos estraegico s
que, alias, nao foram introduzidas pela 0 ., mas herdados do marxismo-le-
winismo. Os esquemas,do 'programa do,GRT' publicados no PO-54, a,propos
ta de recuperar or salario de 64 como uni ca alternativa revolucionaria,as
formas organizatorias ideais e arquitetadas fora da experiência pratica
(OSP), etc, nadamais representam quq a substituição da visão materialis
ta sobre o movimento operário por formulas idealistas. Como diz acerta-
damente um,Editorial daJ4M do exterior, o grande problema politico hoje
no Brasil e a intervenção do proleta.riado nas lutas de classes sob ban -
deira propria. S p força motriz da lu ta do proletariado hoje ainda so__
pode ser encontrada na sua situaçao material (luta contra a carestia,
contra a inflação, contra o arrocho). E como diz o referido Editorial:
"Que nao nos digam que isso e economicismo. As lutas proletarias tem
que t omrr forçosamente as reivindicações economicas como ponto de par
tida. Uma classe que nao luta p e l a sua situaçao economica nao estera
em condiçoes de formular uma polit ica aropria".
Ponto de vista que alias nao e inovaçao da 0., mas consta nas pagi
nas classicrs do marxismo-leninismo. Veja-se, por exemplo, o seguinte
trecho do 'Informe Sobre a Revolução de 1905', escrito por Lenin em ja
neiro de 1917:
"De onde se deduz com toda clareza que so a luta econômica^ que,
so a lutr por u m melhoramento direto e imediato da sua situaçao e
capaz de por eirj movimento as camadas mais atrasadas das massaç explo
radas, de educa-las verdadeiramente e de converte-las - numa eooca de
revolução -, no c urso de poucos meses, em um exercito de lutadores
polit ico s" .
^ A <
0 abandono da justa relaçao entre luta economica e l u t a politica im
plicou tambem no-abandono do metodo materialista na escolha das formas
organizatorias para o movimento em troca de invenções ideais e vazias,
como a OSP.
".Se a situaçao material da classe e a grande alavança que os ©munistas
tem de aprender a manejar, ,o segundo pa.sso consiste em encorajar e fo
mentar as formas organizatorias de hase do proletariado".
(Editorial da MM-exterior)
Nao s erao a.s formas organizatorias ultra-esquerdis t a s , mas quelas
colocadas pela e^periencia, qye devemos encorajar e fomentar. 0 A nosso o
bjetivo central e a organizaçao nas fabricas, na linha dos Comités de
Enpresa, cuja viabilidade o movimento operário brasileiro ja demonstrou
F2> ■p ■< 6 -<ô't ■M
Decl. Pol. - 11 -
em v a r i a s ’situações. Visamos tambem a organizaçao nos bairros, e,jamais
poderemos limitar as possibilidades de ampliar a organização operária nos
limites dogmáticos de formas inventadas e irreais.
Mas a luta dos operários contra os patrões, por sur s necessidades co
tidianas,^ os faz, por si mesma e de modo inevitável, abordar os pro -
blemas públicos, os problemas politicos, os fez estudar como se dirif .
o Estado russo, como se ditam as leis e as normas, e a que interesse.;
estas s e r v em" .
9 mJ
Para Lenin, ^a luta dos operários contra os patrões os faz abordar
os problemas noliticos, e os faz abordar ertes problemas p or si mesni;
d e modo inev itável.
"J. terce ira consiste erçj assinalr 0 verdadeiro objetivo da luta, igto
e, em explicar ao.s operários em ejae se assenta e baseia a exploraçao-
do trabalho pelo capital, de que modo a propriedade privado sobre a
tçrra e os instrumentos ae trabalho acarreta a rniseria das massas o 2
rarias, obriga-os a vender seu trabalho ao capitalista e a entregar -
lhes gratuitamente todo o excedente Jo produto do trabalho do opera -
riodepois de atender ao sustento deste; em explicar, alem disso, como
essa exploração, leva, inevitavelmente, a luta de classe dos operá
rios contra os capitalistas, quais sao as condiçoes dessa luta e seus
objetivos finais: numa palavra, em explicar o que susçintamente se
assinalou nesse programa". (Mais adiante, depois da guerra, a na IC-,
Lenin acrescentaria a tarefa de dar combate intransigente as posiçoés re
formistas e centristas, da 2& Internacional da "Internacional AmareLe" ,
etc).
Decl. Pol. - 13 -
ijguardista. Admitir, como Leniu admitia, que z luta por melhoria nas
ccndiçoes de vida levaria inevitavelmente a classe operaria c.. abordar os
roblerras politicos; admitir, como Lenin admitia, que o papel da vanguar
da seria aderir a esses movimentos e ajuda-los explicando a exploraçao
«'■ „pitalista, organizando as lutas e divulgandoos fins do movimento opera
rio; admitir essas concepções na 0 . seria o mesmo que defender u ma here
tic, pois a 0 . esteve acirradament e coesa em torno do dogma de que somen
te a luta salarial pelos 2 0 0 % seria u m a luta politica, e^de que o nosso
prpel,seria o de,lever a classe a,assumir as reivindicações arbitradas
por nos como as unicas revolucionarias, e apresentadas numa longa lis ti
de ’programa do GRT' . Dogmatismo que somente começa a se^esvaziar a 4f
Conferencia, quando a O . assume as 'palavras de ordens praticas', isto e.
admite apoiar e propor reivindicações economicas &or menores que f o s s e m ,
em funçao das condiçoes de luta-
Evidentemente, nao ha em Lenin nada parecido com uma lista de reeei
/ * N
tas p rr a cada luta operaria. P ara Lenin, o partido deve aderir as luta;
da classe contra o capital e nestas lutas ajudar a classe a se tornar
consciente do seu papel e dos fins do seu movirrmto. 0 Projeto de Progra
i- da Lenin contem as reivindicações praticas do Partido, e um dos itens
uraz rs reivindicações da classe operrria. Estas reivindicações eram vis
tas corno uma referencia para a ígitação e propaganda, e nado tem a ver co:
• c.:mis a de força que produzimos, no sonho esteril e na pretensão intei
ramente descabida de enquadrar dentro dela o processo historico, e os iin
;ulsos sempre originais da lut a cotidiana da clp.sse operaria.
v*
^ /
14. Visamos ajudar na mobilizaçao do' proletariado em torno dos seus pro
rios interesses, ajudar no desenvolvimento dos combates de classe con -
tra classe; visamos n superação da trr jetoria anterior do M0„ b r a s i l e i r o ,
quando o proletariado foi 1 evado a defender interesses ocasionais
' f . da bur —
•jesia. A luta da classe operaria brasileira por seus proprios interes
t s e necessidades essenciais, uma vez tornada uma luta nacional, marca
ra a intervenção do proletariado como classe independente.
Ao ajudar a clpsse a desenvolver suas próprias reivindicações^ deve
remos simultaneamente colocar os fins de seu movimento: a revoluçoo so
cialista e a ditrdura do pr ole to ri a d o.
das forças, com que conta e vanguarda,operar ia, ira crescendo a medida
em que for alcançando as primeiras vitorias contre o exercito da reação
ç em que vai delineando os objetivos de luta para os trabalhadores d:i ne-
is inteiro” . (PSB, pag.38)
* *
3* E verdade que no contesto do proprio PSB e, mais ainda, nos does. em
que e. 0. polemisa com o debraysmo (como em 'Luta Armada e Lute de Classes',
de EM) tais imprecisões devem ser relevadas. Nunca,tentamos omitir, nem
mesmo diminuir, e. importância da insurreição proletaria em releção ao fo
co de guerrilha. A esse respeito , vejamos o que EM diz no doc. 'Liqui -
dar o Passado...?':
"A 0. nunca viu çontradiçao entre guerra de guerrilha e insurreição.
Muito pelo contrario, nas condiçoes concretas do Brasil so vimos ba -
ses uma, guerra de guerrilhas, quando,for ao encontro de uma insur
reiçeo operaria nas cidades" (doc. cit. pag. 19)
para 'lutas economic: stas ' . Destaca-se ai a mais completa ignorância so-
s
bre o funcionamento sindical na epoca do populisme, onde primava q cupulir
mo, a ausência de qualquer organizaçao pela base, as 'greves'gerais1 oca
sionadas pela paralizaçao dos transportes, etc. Alem de outros dados comc
/ * /
o escasso numero de sindicalizados, mesmo nas epocas de maior ascenso. To
da a concepção da Tese pode æ r resumida num pensamento aparentemente sim-
pl es :
/ . /
"Num momento de ascenso revolcucionario (que alias prevemos -ocra breve',
' A
/ /
4. Em suma o que nos distinguira dos æ f o r m is tas na luta sindical sere o
frto de que interviremos sempre part fortalecer n luta, organiza-la, am -
■>lia-lc eo t.,aximo,sem nos importarmolssobre a capacidade ou ne o da burgue
sia poder setisfazer naquele momento o reivindicação de massa^opereria.
Em suma, nosse combativi dad e, derivsa de 90s sa posição de principio em r*1-
leçe.o ao Estr do capitaliste, nos coloc? ra num campo oposto ao sindicalis
mo reformista (ou pel ego). E, para isso, mac e nccessrrio que busquemos
reivindicações irreais (como o indice de 2 0 C ,) com as quais a messe ainda
nro si probleme.ti za.
nao cabe a venguarda imprimir nas lutes como pelevra de ordem de açao, es
clevras de ordem finais d^ programe (ou mesmo as de ,trc.nsiçeo) sem cor*Ji
Qoes concretas para isso. E preciso que existem também es 'palavras de or
d em nr et ice, s ', mais conhecidas na teoria revolucionaria como 'palavras__ ue
oroom par c i a i s 1 e definidas por Talheimer como palavres de ordem pera 0
•.nfitese dg luta pelo 00d e r , (ou seja jjera qiand o a lute pelo poder neo es
teja ne ordem do die). Par 9 ele o caret er fr
,Q rei d rs reivindic - çoes
: lfvres de ordem perciais e 0 de que 'os marcos da ordem cr vit ali st a e
do es fado Durguêc não são ainda ultrapessedos ". Pera nos, todas ns p a r -
vras de ordem de ação tinhem que ser reiradas do programa, ou seja, deve
riam ester no linha direta de. tomada do poder (serem, no minimo, reivin-
F2>.\Ó'V0 X IW
Decl. Pol. - 22 -
caçoes de transiçao), o que tinha uma certa relação xzom a visão catastr'
fica sobre rs possibilidades^}o capitalismo brasileiro (de não poder der
as massas nem as reivindicações mais simples). A Tese da 4S Conferência
realiza, ao fazer autocritica dessa relaçao Programa-açã2 , n ruptura do
qualidade com os desvios da pratica recente da organizaçao. Para a Tese
existe um processo de aprendizado das massa s onde tem importância funur-
mentcl as formas mais embrionarirs da lutq, de classes, como c luta egor.ô
wiva? as reivindicações parciais. 0 critério para essas reivindicações
pcssa a se n a o .0 Programa, mas a disposição efetiva das massrs para a lu'
ta. Eis a conclusão geral que tira Radek (apoiado por Lenin e citado
:or Talheimer no mesmo doc.) sobre a questão:
"Se poderia ainda citar muitas
a
outras ~palavras
~ * de ordem. Eu não 0 f; -
rei. Elas saem da luta pratica. 0 que nos dissçmos, 9 que lhes damos
como palavras ue ordem, por diretrizes gerais, e de nao se oporem ern
todas as luta s d 0 proletariado, a o o b jetivo pelo q u al lu t am a s roca a a s ,
mas de reforçüraa l u t a das massr-s pela sua neces sidade pratica, do r-x-
■ilirr, do ensánar a esr.fs mr sas a nu t r ir d e sejos mais elevrdos: 0 d -
sejo da conquista do poder" . (grifos nossos)
G) CONCLUSÃO
* a ~
,Varios anos de pratica esquerdista e de florescimento de concepçoes
sectárias gradativament e liquidaram as posições basicas da 0. A estagna
çao do ROP, como desfecho natural do PTCP, e mais adiante a lenta decom
posição da 0 . com os sucessivos rachas e com o retroçesso geral cio traba
lho operário, atestam a esterilidade de posiçoes politicas desvinculadas
da experiencia, e artificialmente esquematizadas em debates de seita.
Decl. Pol. - 24 -
"... nao somos _nos_some nte que temos,algo a dar, mas igualmente o pro
letariado... nao sao some,nte os operários que tem a aprender, mas i -
gurlmente a vang ua rda teórica. 0 processo nao pressupõe um papel pas
sivo do proletariado, disposto a absorver as sabedor ias trazidas de fo
a a _
r a por nos, mas a vanguarda teórica igualmente tem de aprender a lidar
com a s fornes de luta e de organização, que o movimento vivo desenvol
ve espontaneamente".
CN - OCML-PO
Preparação da 5 B Conferencia)
10/77
*******
VÓ- 3. IP 141
T T - « ' 2-
ÍL-. DI. . E _A ESTRA T É GIA__ PROLETÁRIA
A n e c e s s i d a d e da E s t r a t e g i a ^ (o GR"£) e x p l i c a d a p a l a s c o n c c i t o s c o n c r o -
tos f u n d a m e n t a d o s no c a m p o da a ç ã o p o l i t i c a , p a r a a t e n d e r as u r g e n t e s n o c u s
s i d a d u s ein r e p a r a r as q u e s t õ e s c e n t r a i s de n o s s a t a t i c a h o j e ,^ v o l t a d a para
a a t u a l c o n j u n t u r a , t o r n a - s e o p o n t ü f u n d a m e n t a l da Dl. H u c s t o e s lev/antadas
p e l a M i n o r i a e a r e s p o s t a da !T:aioria não a t e n d e r a m ,aos p r o b l e m a s dg f u n d o ,
pois e n q u a n t o a p r i m e i r a t e n d ê n c i a m u d a o e i x o p o l i t i c o da a t u a l t a t i c a (sem
a s s u m i r t o t a l m e n t e a n o v a p o s i ç ã o , p ois .logo a d i a n t o c o l o c a o s s a tar Ta a
c a r g o de t odo o c o l e t i v o ) , a m a i o r i a a p e n a s m o d i f i c a s u p e r f i c i a l m e n t e as a-
t u ais f o ç m n s e r g a n i z a t o r i a s x e, a s s i m , não r e s o l v e o g r o b l e m a . Este , f r i s a
mos, e s t a l o c a l i z a d o na v i s ã o do P r o j e t o q u a n t o ao a c u m u l o de f o r ç a s que,
sem um g u i a c e n t r a l - a e x p l i c i t a r a o do GRT em t e r m o s p o l l t l ccs-mil:'.tares -
d e i x a um g r a n d e v a z i o , d e v i d o p r i n c i p a l m e n t e a n e s s a e s t r a t é g i a ser apenas
l i m i t a d a nç a t u a ç ã o p r j p a g a n d i s t a . Ou m e l h o r : a t a t i c a a t u a l so r e s p e n d e isr^
c i a l m e n t e as q u e s t õ e s da c o n j u n t u r a de ago r a ; as f o r m a s o r g a n i z a t e r i a s , nas
q u ais p r e t e n d e a c u m u l a r f o r ç a s i n t e r n a s e no m o v i m e n t o , e s t a o v o l t a d a s p a r a
u m a p r o p o s t o o s t r a t e g i c a p r o p a o r n d i s t a . P e r i s s o , c omg a l t e r n a t i v a , c o n s i d o -
r a m o s ^ q u e as p r o p o s t a s c o n c r e t a s ( p o l i t i c a s ) d o -GRT e o p o l o c e n t r a l na or_i
e n t a ç a c de n e s s a t a t i c a pari a c o n j u n t u r a at u a l .
ção ao GRT que, ao mesmo tempo deve ser levado ho.je no movimento de massa a
vançada. (? 1 )
Antes de lançar uma proposta mais claça no campo da tática é necessn -
rio algumas considerações no campo da historia da classe operária:
Seguindo o raciocínio do que foi dito acima, as nossas propostas táti
cas estro limitadas exclusivamente pelo quadro conjuntural, pois rmo temos
um guia no campo da estratigia de forma clara,e concreta. Assim, devemos a-
nexaç algumas considerações sobre as caracteristicas estruturais da c l a s e 1
operaria brasileira, de maneira mais d e t al had a.
/ A, ' ,
A historia de nossa formaçao social especialmente^da classe operaria ,
em suas caracteristicas particulares, dentro de um modelo de capitalismo de
pendente, provocou unja situaçao especial, singular, diantn o ruadro de fer
maçao da classe gperaria latino-americana, pois:
l) A classe operaria urbana no Drasil adquiriu recentemente uir. ’s t a t u s ’ de
classe mais importante (pelo grau do dependência dire ta do outras classes ’
diante ela no plano do mercado) na formação social brasileira, no meados da
:ocada de 60. (as forças produtivas, a partir de 64, alcancaram um n^vel r'o
ualidade diferente: vide explicações do Projato sobre a substituição de
importaçoes" )i
?) Nas situações históricas em guu a classe opuraria encontrou-se em 'rfer-
si v a ' ,Adou-se na condição du apondic. da burguesia, pois nenhum troço do
consciência socialista foi imprimida nessas momentos. Os exemplos de 35, 4f
e entre 62 e 64 foram situaçeus, nas quais não estavam presente uma vnrn'iar
da, orientando-a para seu papal politicu-pratico (a classe para siO. cem
muito menos as posições defendidas (as quais a classe foi a reboque foram
"semelhantes" a uma tendencia oocial-democrr.ta;
j) Especial men te , em 64, na solução ,!>urguosr. para aquela crise se dçu ne ca...
po da política, colocando, apos vitoria da burguesia, a classe operaria no
mais profundo recuo e na mais completa desorganizarão.
Mas o Projeto nao erradicai. A derrota de 64 da classe operaria,tem su
as origens na fragmentaçao da consciência do seu papel du sujeito teorien -
histórico (comc; classe um si), motiv_ç_da__£uj.a_ ausência de_ urra ■rnaniza^ão ijn
dep e n d e n t e . A consciência populTsta e uma V e n V ã q u ê m T i a , ~ V nao’ uma~ caus~aY
(Yl. - 1/77
0 3 S : P a r t e d e s t a s pre p o s t a s s, r a o d e s e n v o l v i d a s o a m a d u r e c i d a s po s t e r i r .'.'f.ien
te» D e v e ser lido t a m b e m o doc. que s e o u e a n e x o "A N e c e s s i d a d e rie Uma va
T e s e d e x L A : , a l e m d i s s o o p r o p r i o a c u m u l o de f o r ç a s vo.ltade p ara o GRT tom
o b r i g a t o r i a m e n t e de sçr intenraria por p r o p o s t a s de o r g a n i z a ç a o p ara o c a m
po d o ^ p r r l e t a r i a d o a g r i c o l a . 1 ste doc. nao s i t u a as c o n s i d e r a ç õ e s a nem oro
poe s o b r e e s t a q u e s t ã o das f o r m a s a r n a n i z a t e r i a s no campo.
" Entregas piores e talvez mai s difundidas
deturpações do m ar x i s m o pelos partidos soei
alistas dominantes, se encontra a m e n t i r a õ
portunista de que a preparação da i n s u r r e i
ção, e^em geral a concepção desta como uma
arte, e blanquismo" - 0 M AR X I S M O E A I N S U R
RE IÇÃO (Lenin).
A - 3
Não cabe m a i ore s detalhes específicos, mas nesses países que segui
ram a tática de alianças de classes contra o inimigo comum, no plano m_i
litar, com poucas exceções, aconteceram insurreições que jorecederam as
tropas da URSS. Na p r ó pr ia Alemanha ac on tec era m insurreições em cidades
importantes, principalmente nas localizadas à leste-de Berlim^ pouco an
tes da chegada das tropaô soviéticas. Podemos citar as .situações da Fr; .n
■çá (PCF e 'maquis') e a Grécia, cujas forças populares de .esquerda esta_
vam me lho res organizadas, mas sem a presença do exerci to ;vermelho ; essas
forças foram p osteriormente superadas por forças centristas - liberais
burgu esa s - que receberam em seus territórios o maciço apoio dad tropas
norte-americanas, endossado depois pelo~plano Marshall. Se a^fronteira.
em Berl im separava dois exércitos antagonicos, separava também dois si_s
temas.
0 XX Congresso do PCTTS, que inicioujjim processo visando eliminar os
desvios stalini sta s4 iniciou a pr opaguçao para os PC's de todo o mundo,
da chamada 'transiçao pacífica', uma pr oposta de alia nç a tática do p r o
letariado com as bur gu esi as lçcais, contra o inimigo comum: o imper ia -
ismo. E a Rússia, no período de Kruschev, no campo da orientaçao para
0 movini.nto internacional, 'acrescentou os desvios quanto às concepções
1 < n i n i f tas de insurreição.
Após a segunda guerra, o i m p e r i a l smo, na Coréia, colocou em pr á t i
ca '1 ■i n t e r v e n ç ã o j a r m a d a :aberta em qua lqeur parte da área pe riférica on-
‘o os m e r c a d o s fossem 'ameaçados' pelas forças proletárias. E a histórji
a, principalmente nos países me no s desenvolvidos, já está cheia dos m a e
ri: ores realizados pelos imperialistas norte-a mer ica no s (sempre em comum
cordo com as bur gue si as locais, dépendantes do apoio m ate ri al e finan-
coiro dos centros hegemônicos) Nesse processo, as formas de governos
'T-opostas e agoiadas peloé imperialistas foram as ditaduras abertas,
Pois a experi encia com ó fascismo, o monstro que tentou engolir seus
criadores, não serviu. Assim cabia, na periferia, impor as ditaduras
cio.s-caudilhos, das juntas m ilitares ou outras formas semelhantes; sendo
noucos os países da periferia que tiveram, após a 2a guerra períodos re
lativamente longos de democraci^-liberal (ditadura velada da burguesiaj.
Desde a 2a Guerra, com exceção de Cuba r(Biaía dos Porcos e Bloqueio),
um caso singular, foram poucos cs^exemplos de países que alcançaram o
socialismo sem sofrer a intervenção direta go imperialismo por meio d'
açoes armadas (talvez se expliquem as exceções da Tanzânia, Brazzavile,
D a o m é , Iemen do Sul, po r serem mercados de m en or importância).
„Os casos seguintes do V i e tnam,„Angola ,-Laos, Cambodja^ Moçambique,
estao múito b e m enquadrados ria visao m o d e r n a de intervenção, posta em
prática^pelos exércitos agressores imperialistas. Apenas que após a i n
tervenção nos países da Indochina, o emprego de m e r c e n á r i o s ^rofissio -
nais veio ser a nova m oda lidade do imperialismo de por em prati ca a ali_
■'nqa m i l i t a r com as forças reacionárias locais.
0 fascismo não se criou na -^mérica L a t i n a porque essa região ficou
ieterminada pelo imperialismo come um centro a servir as regiões mais
in du str ializadas por meio de produtos primários (manufaturados, minerais,
irodutos agrícolas) além de capital, provenientes dos empréstimos e da
Huper-exploração da m ai s-valia do operariado latino-americano.
Cons ideramos também que as explicações dadas à pr eferência dos Esta
>f— U n i d o s , após a 2 a guerra, em 'desenvolver' nos países da E u r o p a Oci
sutal e no Japão, uma po lítica de industrializaçao ma i s avançada, não
as comumente dadas em alguns livros e documentos, atribuindo como
isas a tradição industrial desses países ou a existência de uma mão -
1 -obra qualificada, etc, pois na própria 2a guerra os países nais desen
v Ividos ne sta área tiveram destruídos seus parques industriais e o nú-
f.rero de m o r t o s (principalmente na Inglaterra e Alemanha) foi grande, ■ fV
t' ndo o contigente dessa mão-d e-o br a qualificada. Além disso, no proc< s
í ) da guerra, as grandes modificaçces e a aceleração (que foram acentua
das posteriormente) na tecnologia industrial foram qualitativas. A p r o
v i a idade m é d i a dos operários m ai s qualificados nos países m a i s i n d u s
trializados (da E ur op a Ocidental e vapão) demonstram que esses foram
'ormados no pós-guerra. (E se consideramos o atual nível dessa classe,
F 3 ® . \ lío,
A - 4
r e f o m i s t a , existem razões além da po lít ica reformista dos PC's dessa
área, que devem ser consideradas: as conquistas foram relativamente ir:
portantes e grandes, considerando-se o tempo de formação desta nova ~~
classe, aliada à inexistência de ditaduras). Portarito, na divisÊb in t e r
nacional do trabalho, o capitalismo, após a 2 a guerra, obedeceu um cri
tério no qual o inimigo principal deveria ser barrado diretamente nas
formas pol íti ca e militar: a p resença das tropas do exército vermelho c
Ts novos^países socialistas que poderiam incentivar e servil de aliados
òiretos as revoluçoes nessa area. (Nota-se que fora d o s ’Esta dos Unidos,
e na E. Ocidental que estão concentrados os maiores 'esforços' poli ti -
cos e mi li t a r e s do imperialismo: OTAN).
Assim na A. Latira e em outras áreas da periferia, onde. o proletari
ado vem^sofrendo eternamente uma g u e m sem quartel das bu rguesias 1 o -~
cais até hoje não é conhecido nenhum caso de alianças táticas entro o
proletariado e as bu rgu esi as 'locais', cujas consequências tenham sido
beneficas ao operariado. E dizer que a democracia faliu estruturalmente
no Brasil ou na América L at ina é ter uma visão de análise falsa., neutra;,
pequeno-burguesa. Se consideramos que após a 2a guerra a divisão inter
nacional do trabalho sofreu m o d i f i c a ç o e s , tendo por base a própria dina
mi c a da h i s t ó r i a das lutas de classes e o avanço das forças g r o d u t i v a s T
0 operariado da América. L a t i n a ficou'sob constante intervenção milita r
"da burguesia', e po r isso 'nunca existiu', obedecendo-se os m o d el os co
nhecidos, a democracia liberal em um determinado tempo e espaço que afe
tasse as estruturas dos países latino-americanos.
— L’ No caso da formação social brasileira, o operariado industrial urba
no obteve ma tu rid ad e recentemente, em níveis qualitativos e qu a n t i t a t i
vos. A ma t u r i d a d e de po de r i nfluenciar diretamente no quadro estrutural
da sociedade brasileira. (Não podemos tentar r ebater que na R u s s i a do-
1917 existia uma^classe o pe rár ia industrial minoritária, etc, etc. Acon
tece que a divisão internacional do trabalho era de outra qualidade, a
repressa.o imp erialista era outra - de m a n e i r a bem inferior -; as contra
d i ções da formação russa eram grandes entre as classes dominantes; o po_
der de coesão politi co- mi lit ar ado imperialismo é diferente e superior
atualmente; o nível de dominação e in terferência das forças imp e r i a l i s
t's também é maior, m a i s objetivo e rnai-s rápido. Oomo também as análi -
ses devem ser de forma concreta e dialética. Se em 1 9 3 0 , podemos classi
fi ca r como sendo o ano do seu nascimento, é em m e a d o s da década de 60,
1 período de sua maturidade. A p r ó p ria característica do m e r c ado inter-
io brasileiro serve como prova. 0 abastecimento desse merc ad o de p r o d u
tos industriais, produzidos no Brasil, se inicia nos m eados dos anos: 60
e seu desenvolvimento e dependência se acentua nos anos 70. Daí, o gr; u
de h omo ge ini dad e necessário da.classe operária bra s i l e i r a consolida-se
atualmente. E o desenvolvimento do processo de dependencia do capit;7is
mo bra sileiro em relação ao imperialismo interferiu naquilo que podem r
cl assificar como hom ogeinidade das f o r ç a s ^ p r o d u t i v a s , dando início ao
processo de padronização e a diversificação estanque das categorias tr;
balhadoras- profissionais , cujo resultado levará o b je tivãmente a un - -
* cirramento de peso entre a classe operária e os arcaicos sistemas de
controle (sindicatos operários e as leis trabalhistas) da burguesi' ri<
forma estrutural. Quanto ao caráter político e conjuntural, aqui cab;
explicação da nossa proposta de intervenção na m a s s a avançada, as m u .n
ças serao c m d i c i o n a d a s pelo papel de intervenção da v anguarda prol- -
ria (portanto o próprio conceito^de m a s s a avançada ne ce s s i t a ainda ui
n e l h o r desdobramento em relação à. estratégia, pois o GRT ainda não est;'
c l a r o ).
Sem essa h o m o g e i n i d r d e , era quase impossível a consciência m é d i a d
operário s e n t i r , através da espontaneidade n e c e s s á r i a , o sistema capit;__
lista -ono inimigo (leia-sê e s p o n t a n e i d a d e ) .
E • crise mundial capitalista irá acelerar esse processo. Se antes
os alianças pela democracia nunca serviram à classe operária, hoje, maif
do ’ue nunca não'se coloca essa questão. Portanto, as alianças pregadas
por certas parceleis da" esquerda, pelo mo vimento democratista, liderado
p rincipalmente pelo M D B , p oderá provocar uma al ternativa ao fascismo.
Sendo que na versão cabocla, nem mesmo a pal avr a socialismo existe. Se
podemos levanta r essa hipótese do fascismo, é levando em conta certas ca
racterísticas estruturais de nossa formação social. S a acentuação do
. processo do m o v ime nto democratista, caso siga a linha políti ca de conba
. te ao capitalismo m o n o p o l i s t a e o 'comunismo', diretamente a brirá um ca;_
po ao fascismo., amortecendo as novas condições abertas pela crise em st.
chegar ao socialismo pela via proletária, culminando pela insurreição
dos trabalhadores da cidade e do campo.
A - 6
E é de importância capital essa aliança com o MCI. Se certos compa
nheiros estão esquecidos, ou negaram os exemplos his tóricos das inter -
venções recentemente no Uruguai, ChiDs, Argentina (ainda continuam), A n
gola e B r a si l(n a área de Xa mb ioá e A rag u a i a estavam presentes a s s e s 30 -
res mili tar es norte-americanos). Além das fornias semi-clandestinas d;
repressão em atuar mili ta rme nte contra as^forças revolucionárias. Neste
processo, as formas mais novas da repressão, em caso de perigo de seus
interesses fazem inicialmente^o uso dfe forças reduzidas e selecionadas.
A repressão tende a uma atuação conjunta internacional. Os exemplos r e
centes concretos dem ons tra m isto.
Aqui citamos uma parte da^introdução da Tese: "A utilização pela
b u r gue si a de instrumentos jurídicos ou m ili tar es de opressão às classes
exploradas estao relacionadas com o nível de aguçamento das lutas de
classes. om^as condiçoes ob je tivas , ao níyel estrutural, já madu ra s pa
ra a revolução socialista, o aparelho do Estado bu rgu ês assume o papel
de guardiao direto do capital. Dentro desta análise podemos afirmar que
a de mo cracia burguesa esta hi sto ricamente falida enquanto ao aguçamento
,Jas- l u t ; s de classe. A *burguesia-, para a m a n u te nça o das r e l a ç õ e s de ex-
plor çao econômica ^e do po de r político frente ao seu inimigo - o prol -
tariado, tem como unico caminho o fortalecimento de seu Estado através
d m i l i t a r i s m o " . Assim deve-se e ntender que o poder de ihtervenção de
e sao que a b ur gue si a ira perder com a crise, abrindo espçiço para a r>
rganizaçao a ser executada pela vanguarda, em guiar o proletariado par'
GRT, deve sérjfeito de uma m a n e i r a dialética. Os limites relatives
r"e nao-inte rv enç ao da burguesia, de forma direta, pela açã ; repressiva
"evem ser entendidos corretamente, nodevido espaço concreto, para não
re criar uma. visão idealista. Portanto, frisamos, que a correlação de
forças e a quebr a da conjuntura se dará p or mei o da perda de coesão da
burgu esi a em controlar e reprimir o movimento de na ssas, é uma visão
■correta. Por ém em outra conjuntura, quando o proletariado da cidade e
do campo a s s um ir a b and ei ra de luta contra o arrocho salarial (a lut;
contra a super-explor: ç ã o ) ,^em nível nacional, e estiver m a t e r i a l i z a n d o
as suas formas de rganizaçao, em direção ao GRT (com a m o v i m e n t ç r o a-
bert a de massas), a burguesia, me s m o enfraquecida nas f o m a s politic" ,
econômica e ideoló çic a, ^re cor re rá à agressao indiscriminada, devid 1 • o
seu desespero (e ai está o se u ponto fraco, pois a repressão não se <f:a-
rá de forma coesa). A consequ~encia disto, em uma visao dialética, é que
nesse m o m en to a bu r g u e s i a nao poderá usar a coesão de seus aparelhos re
p r e s s i v o s , ^poi's estará enfraquecida o n j u n t u r a l m e n t e , ma s porá, repeti -
mos, em prá tic a uma po lít ica bestial e repressiva, com o apoio dos agen
tes da repressão do estrangeiro (forças reduzidas e selecionadas, i n i c i
almente). consequência, devemos ter em análise, também, em que níveis
de interesses (econômicos, políticos e militares), o Brasil representa
para 0 imperialismo. A evolução das nossas forças produtivas e o nosso
oapel na localização e stratégica diante do quadro do me rc ado in t e r n a c i
onal capitalista já leva-nos a considerar que adquirimos um 'status' no
nerc ad o imperialista, superior aos demais países da América Latina, mes
me comparando-se áos casos de Angola, Moçambique, Ienm do Sul, D a o m é ,
etc. Portanto, qualquer plano de tomada de poder, qualquer análise so -
bre a^insurreiçao e o futuro GRT, devem estar presentes e coligadas, as
st~es do enfraquecimento interno da b urg u e s i a articulada à aliança
c as forças imperialistas, (se a dominação do mercado, no Brasil, est;'
rcada p rincipalmente pelo capital financeiro, consequentemente fica sob
'meaça de uma intervenção dos exércitos mercenários, sustentados pelar:
•andes, associações financeiras). Essa nov a forma de agressão será a
c mp lem e n t a ç ã o de uma etapa superior da aliança das b u r g ues ia s locais
com o imperialismo;. ^E também, substitui a forma antiga de um'país (es
Estados Unidos da América) assumir os riscos de uma condenação no se: ■
interno de sua sòciecjade e dos organismos de opinião p ública mundial,
fora isso, os me rce n á r i o s não ob edecem as convenções e atuam objetiv: -
ente. P ortanto é parte dessa compreensão as questões de que as b a s e s
óe um apoio' decisivo e ma rcante das forças internacionais proletárias
sao tambem essenciais-na es~trategia em direção ao GRT e a sobrevivenci:.
deste em direção "ã. Ditadura do Proletariado^
□ Cftf.lPO Nfl I N S U R R E I Ç ÃO
'ca mp one sa 1 ten como forma principal der r .lacao de trabalhosa forma ans al-i
ri a d a , pura ou enco b e r t a , juntamente -corr, uma parcela p o n d e r á v e l d e agricul .
tores pequenos e medios proprietários trabalhando sob a forma mercantil.
«? •. ** *
A tose de LA qUe constantemente ;usa o exemplo da situaçao da Russia
de. 17* poderia estabelecer um paralelo daqUció pais, naquele periodo, com
ü Vietnam^do tempo da agressao norte-americana ; ^ inoxistencia do relações
de produção capitalista no campo e, por consequencia, a ausência qualitéti
va e qualitativa da trabalhador assalariado, (tntão porque nenar no^lrasi
um papel politico fe militar aos tr .balhndores do campo na implantarão rln
•GRT ? ).
A respeito de um ensinamento que poderá ser usado e enquadrado no qu .
dro estrutural da insurreição em nosso pais, motivado pelo processo d a r
tas reais e concretas- dos trabalhadores^do canjpo, retiramos em Lenin, ' 'r
Primeiro Ls oco das Teses Sohre a ^uestão Agraria, na II Internacional; '...
As massas trabalhadoras e exploradas dos campos que o proletariado dar ci
dades d3ve oanhár para o c ombate ou nelo menos para ,aç .suas causar "ãr re
presentadas em todos os p a íses capitalistas pelas classes seguintes: l) ;
prolçtaried- agricola, ou seja, os operários assalariados (ao ano, ao tem
po, a J o rna da) que tiram os seus meios, de existencia do trabalho assalaria
do nas empresas agricclas capitalistas. A ornanizaçao desta classe -.(goliti
ca, m i l itar, sindical, (^oogoj^at i y e , cultijral, etc) independente e distinta
dos outroe grupos da populaçao rural, a propaganda e a agitaçr.o reforçado'
no aeio desta classe que se pretende liger ao poder dos soviete^ o e,Òite-
dura do Proletariado constituer» ar tarefar essenciais de todos os paises .
Lenin, mais adiante, fu n d a m e n t a •n diferença desta classe diante os chama -
dgs camponeses ou pequenos^propr.letarios de terras, que juntamente com os
modioe proprietários deverão aer ganhos apjps a consolida ão do poder opera
rio nas cidades. v
Dentro da nossa atual formação social, em particular no interior, men
mo entre os assalariados, existem locais de maiores concentrações, nao sejn
r‘o n campo caracterizado por uma homogeneidade social e oconrvica. Concre-
tamente, no intorior^paulista, no triângulo mineiro,,no rorte do etado do
.io^Q ,em certas regiões do sul .da 3ahia (cacau, petroleo, borracha), onde
vjstao estabelecidas centros importantes de produção, cujo trabalho direto'
o rbastanteAdinamico, e são pdr^ou'-.ro lado bastante diferente do .conjunto ■
socio-economico de outras regiões do campo. E dentro d o s o b j tivos do GRT,
as ocupaçoes dessas areas, durante a insurreição, pelas ililicias, poderão'
intervir ná maneira do^ahastecimento das principais cidades e evitarão um
possivel boicote das forças burguesas.
Afora isso, no camgo, nas reoiõos previamente escolhidas, noderãn se
' i n f i l t r a r g - n t e s ou,apos a eclosão d.a insurreição - comandos vindo r'o f o -
ra (da,um pais ou paires socialistas, previamente ali&dos „as nossar por 5
çoes tatic as e es t r a teqicas. Um assunto a ser aprofurçdado na Teso de '
pois existirao^3 aíternativas ; i
a) A sustentaçao,do GRT;
b) Uma força politico-militar que venha a contrapor O1 auxílio de mercená
rios, cuja intervenção sera exigida b imposta pela burguesia;
c) Como a prepararão dos quadros militares c!a vanguarda da insurreição u.
bana.
O^caso de insurreição c!e Luanda, Angola, e logo em seguida toda a , sue
tentaçao p o l i tic o -,mi 1 i tar dos comandos cuhanos com seus assessores politi
cos foi fundamental e antecipou as Torças mojjcenarias,internacionais em a-
poio a r^paçao local aliada a ,. 'rica do iul (nessa analiso deve estar pit.
sente, Sempre, ,a base social do IÏIPLA). P.' enquadra-se cm uma parte da tor
de LA, quando e colocada a necessidade da antecipação da tomada do godn?-
pelo proletariado para impedir que a hurguosia de o seu golpe. Uma anali;^
detalhada sobre Angola deveria ser empreendida o anexada ar discussões do
Congr ess o.
As possibilidades do emprego de 'Focos* (diferente da forma pregada
pelo Aonde Vamos), poderia ser outra alternativa utilizada no campo. Rua
importancia sçria secundaria para a Insurreiçãg, pois teria o papel de
'iscas( ao exercito burguês, desviando-o para areas longes'das cidades .
Deveria ser estabelecidos em locais previamente escolhidos. Outre impor-
tancia, belica, que deveria sçr definida aos 'Focos', estaria em, cortar
certas vias do^ahastecimanto ar cidades e sabotar as centrais olctricas'
e as^comunicaçõos. Fssas açõos, sendo materializadas, deixaria em panico
as forças da rearao e abateria a r.ioral da burguesia, t claro que frisa -
mos, nesta proposta, que os. 'Focos' o star iam, condi c i onados a.o. tempo. dg
insur reição nos princijpais centros urjaajnqs_.
Ainda sobre o papol,do campo na insurreição, cabe aoora, nossa con
juntura uma orientação tatica mais clara na política do acumulo rio for
ças,^pois quase todos os conflitos registrados no campo, na atualidade ,
se dao através de agoos armadas ou de formas violentas (emboscadas, ^ sa
ques, focos, ocupaçoes de lugarejos e pequenas cidades, etc). A 0. nao pe
de nonar quo essas açoes violentas caracterizam hoje as lutas travadas '
no campo, de maneira espontânea. Sa, se tomos como centro na tatica '
para e campo, o trabalho nos sindicatos rurais, temos tambem de avaliar
as outras partos do co nj unt e.
.'onclusão: De uma forma nenerica, grande pa te das a rti culações,to
oricas da Tese de LA segue a situaçao concreta ao processo ,rovoluciona -
rio dos bo lch evique^, na insurreição de 1917. Tilas nes^a análise concreta
da insurreição no Russia a toso deforma, ievido o carater das propostas.
Apesar de referir-se que ção sorno repetidor os fatos e nem criada'
as condiçoes as quais levaram a rachadura rio exercito tzarista, a tose '
torna-se ostroita quando compara a uma possivel intervenção rias Torças '
armadas brasileiras ne exterior (apesar de analisar corretamente o papel
das forças armarias brasileiras, como nuarri:'ã do capital, guiadas pela
doologia da seg. interna) a situação de guerra da Russia contra a Alem'--
nha. Concordamos que dificilmente serão estabelecidos esses paralelos rrr
forças armadas burguesas daqui. Contudo, alem da guçrra, outros fatores
contribuiran para o enfraquecimento da coesão do exercito tzarista ; v'-tr
res, inclusive, mais importantes. Durante a queda o tzarismo, ,ar. forra:-
armadas ryssas tinham sofrido importantes 'rachaduras'. 0 periorio inter
mediário a queda do Tzir ate a tomada de poder pelos sovietes, liderado
pelos bolcheviques, provocou importantes 'vacilações' nas .'orças opostas
aos bolcheviques. 0 breve periodo de Kerensky e a tentativa de golpo do
general Kornilov abrir m espaços vitais. Lenin îm "ttarxismo e Insurrei -
ç a o 1', faz menção a ess s 'rachaduras' que provocaram vacilações de impor
tancia capital para a concretizarão da insurreição dos solclarios e^opera ■
rios, guiados poios bolchoviqycs. J ’is louns trechos: t!As vacilações nas
fileiras do inimigo ...... hoje sao gigantescas: nosso inimigo principal.
p__ imperialism o d a entente oi g imperialismo mundijijL (já que os paliados'
se encontram na cabeça desto com eça a .vacilar entre a guerra ate o triun
fo final e na pa^ separada contra a Rurr.ia. Õs nossos democratásperueno-
iDurnueres, que ja perderam, e v i d e n t e m e n 'e a maioria do povo, quer dizei-,
a coalÍ3ao com os democratas constitucionalistas". Mais adiante prosse
gue ".... politicamente, nos dias 3 e 4 de julho, não terçamos podido 1
ngs sustentar no poder, pois, antes_ ria Korniloviada. o exercito o as pro
vincias podiam marchar e teriam TnercKädo- s ôb VV Pet~roorado ;.
Porisso deve ficar claro nessa discussão, que na formaçao socialru*
sa, entre as classes dominantes, existiam serias contradições. Fssas cias"
ses, em curto p o n o d o , revezavam- se no poder, e todas tinham influênci"
significativa na base social das forças armadas russas. , portanto, na
ie agora a resposta para a pergunta" 'quais os fatores que irao provocar
a fraqueza o as vacilaçoes^da burguesia, abrindo o espano essencial par."
a doflagraçao da Insurreição?
?0 O)
crat^stas que sonham^com o impossível, yma Assembleia Constituinte) ser"
a pçopria consolidação do GRT em apoio as forças do Internacionalismo Pr
l etario.
Dessa maneira, a tese de LA apenas responde de maneira abstrata
g e r a l ”que^as próprias condições para a insurreição'só serão dadas pela ra
dicalizaçao do movimento de massas no seu sentido «
Em ultima instância a característica da^Tese de LA e a abstração e
o uso do cspontaneismo linear, chamada, as vezes, de teoricismo.
m. - cél H 2 1/77
Pi. A crítica da Tese de LA não tem uma precisão textual, mas considera
mos que responde algun s questões.
v /r i o s passos para trás, quase nenhum para a frente
r e v o l u c i o n á r i a , p r o b le m a s que sem d ú v id a j á v in h a m s e n s i b i l i z a n d o a o r g . e •
p r i n c i p a l m e n t e a d i r e ç ã o n a c i o n a l mesmo a n t e s do P l e n o D e l i b e r a t i v o , t i n h a 1
c l a r o que n ã o s e p o d e r i a nem d e v e r i a r e p e t i r um p r o o e s s o n o s m o ld e s do que l e
v a r a à s d e f i n i ç õ e s p o l í t i c a s I n i o i a l s d a OOML em q u e a u r g ê n o i a no ro m p im e n to
com a e s t a g n a ç ã o a , p o s t e r i o r m e n t e , o r o l d ã o d a p r á t i c a em p l e n o d e s e n v o lv im a n
t o t in h a m a f o g a d o o s p r o b le m a s de f u n d o , em p a r t i á f u l a r , o d a t á t i c a q u e , s o b ”
a f o rm a de p o l ê m i c a , j á v in h a m s e c o l o c a n d o m a is e f e t i v a m e n t e d e s d e a R e u n iã o
A m p lia d a de 6 9 . E v i t a r um p r o c e s s o em que o d in a m ism o d a s d i r e ç õ e s e o e n tu w l
asm o c o l e t i v o com a r e v i r a v o l t a da p r a t l o a e n v o l v i a m um c o l e t i v o c u j a r e f e r ê n
c i a m a io r e r a a c o n v i c ç ã o na j u s t e z a da l i n h a e n ão su a a l a r a co m p re e n sã o , e -
r a a o o n f i a n ç a em s u a l i d e r a n ç a sem Bjuutábax a t e n t a r p a r a s u a a f r a q u e z a s e e -
r á tam bem a c o n v i c ç ã o de que com a ,,j u s t a ,, d e f i n i ç ã o d o s p r o b le m a s g e r a i s da
p r a t i c a r e v o l u c i o n a r l a * c e r t a m e n t e e s t a r i a a b e r t o o oampo p a r a s e u a p r o f u n d a
m en to c o n t í n u o e i r r e v e r s í v e l « ,
ifêo s e to m e i s s o como uma a n á l i s e de fu n d o do p a s s a d o d a 0 » H a v e rá te m
po e l u g a r p a r a i s s o » Na p r ó p r i a d i s o u s s ã o p a s s a d a j á s e o o l o o o u e s t a d i s c u s
s ã o em n í v e l m a is p r o f u n d o 0 I f e s , é - j u s t a m e n t e a e s t a p r o f u n d i d a d e do p r o c e s s o
p a s s a d o que g o s t a r i a de me r e f e r i r , ,
A os c o m p a n h e ir o s que e n t ã o compunham a ch am ad a " t e n d ê n c i a o r í t i c a ” f o i ,
no f i n a l d a s c o n t a s , t a r e f a de c r i a n ç a a r r a s a r com o a r í e t e d a q u e l a , oomo a •
p o d e re m o s c h a m a r , " l o & l c a l e n i n l s t a " , a s i n d e f i n i ç õ e s de d i r e ç ã o , d a p o l í t i c a
e d a s r e f e r ê n c i a s d a o r g a n i z a ç ã o de e n t ã o . E f o i s o b r e a b a s e d e s t a " l ó g i o a "
e d a s o o n o l u s õ e s a que l e v a v a , que e ra m e n o a r a d a s como a c o r r e t a I n t e r p r e t a ~
ç ã o da d i a l é t i c a d a l u t a de c l a s s e s e do p a p e l e t a r e f a s da v a n g u a r d a , é qu e
s e e r i g i u vima p r o p o s t a t á t i c a q u e r e u n i u em t o r n o de s i d a m a i o r i a d á O r g a n i
zação,
Ha de s e r e c o n h e c e r que n o s 1 5 a # o s de h i s t ó r i a d a 0 . , o f r a c i o n a m e n t o 8
l e v a d o a c a b o p e l o s o o m p s. d e W n ã o l e v a a - t a ç a do m a is r á p i d o . Os que, d« '
mesma r e g i ã o f r a c l o n a r a m a n t e r i o r m e n t e a 0 . ( 0 - 3 ) n ã o aguardaram nem meio ano
a p o s o d e s f e c h o d a 2 a . C o n f e r ê n c i a p a r a to m a re m a s u a " d e o i s ã o histórica11»
Nao c a b e d u v i d a , no e n t a n t o , que em m a t é r i a de i r r e s p o n s a b i l i d a d e p o l í t i c a , o
f r a c l o n a m e n t o a t u a l da W é r e c o r d i s t a a b s o l u t o «
0 que h á de m a is o h o c a n t e n e s t e c a s o , m e lh o r d i z e n d o , o h i l a r i a n t e d e l a
e d e onde p a r t e , quem o l i d e r a , o s p r e s s u p o s t o s em que s e f i r m a , o rum o e a *
v e l o c i d a d e d o s a o o n t e o i m e n t o s e a t e r m i n o l o g i a que e n v o l v e » Quando a 0* sqraça»
a p a r e n t a v a r e s p i r a r o s a r e s do f u t u r o , q u an d o e n v e r g a v a p e l a p r i m e i r a vez na
h i a t o r i à d a 0 . o m an to da c o e s ã o p o l í t i o a em c im a de uma t á t i o a l e n i n i o t a ,
c o n v e n c i d a de h a v e r e x o r c i z a d o o s f a n t a s m a s do p a s s a d o " v o l u n t a r i s t a , propa
g a n d i s t a e b u r o o r á t i c o " , s e g u r a d a s o l i d e z m a t e r i a l i s t a de s e u s p r i n o l p l o s e
d i s p o s t a a m e t e r a s m ãos ( a g o r o l i v r e s ) n a m a ssa do t r a b a l h o p r á t i c o » e i s que
s e a b a t e s o b r e e l a a t e m p e s t a d e i n e s p e r a d a e o o m ío a do f r a o I o n a m e n t o . C om ica
s im , sem d ú v i d a , no e n t e d l m e n t o S h a k e s p e a r e a n o em que o g ê n e r o d a s c o m é d ia s 0
c o m p o r ta v a , à s v e z e s , m a i o r núm ero d e m o r t o s que o d a s t r a g é d i a s «
No o o n j u n t o d a 0« (em s u a s b a s e s ) c o m e ç a v a - s e a t o m a r conheo im e n to d.o '
s u r g i m e n t o de d i v e r g ê n c i a s r e l a c i o n a d a s com a a p l i o a ç ã o d a t á t i c a , em especial
no t o c a n t e a o t í r a n a l h o j u n t o a o s s i n d i o a t o s q u a n d o , em v e l o c i d a d e verdadeira
m e n te a l u o i n a n t e a s I n f o r m a ç õ e s com eçam a o h e g a r dan do c o n t a qu e W. defendia,
a r e a l i z a ç ã o de uma C o n f e r ê n o i a i m e d i a t a c o n t r a o que o GN se opunha, e que *
p r o d u z i a um d o o u m en to o r i t i c a n d o a prática levada naquela região,; Ao mesmo 1
te m p o c i r c u l a r i a um d o cu m e n to de W e x p o n d o suas razões« Enfim, e r a aquela pro
m e tid a d i s o u s s ã o » v i v a , a p r á t i c a r e f e r e n o i a n d o os a p r o f u n d a m e n to s d a tática"*
e d a í p o r d i a n t e » R e ce b e m o s t a i s d o c u m e n to s ( C i r c » 7 e d o o . de W) e a i n d a e s
ta m o s a s a b o r e a r o s " o p o r t u n i s m o s " e " l e n i n l s m o s " q u a n d o , t r a n s c o r r i d a uma s e
ç ia n a , s e t a n t o , som os a t l r ^ l d o 3 p e l a e s t a r r e c e d o r a n o t í c i a do f r a c io n a m e n to »
M ais p r o n t a m e n t e a c a a in d Q , r e c e b e m o s n o v a o i r c u l a r n a o i o n a l ( a de nfi 8 ) y . i n t e r
v in d o c o m p e te n te m e n te s o b r e o a s s u n t o , r e s p o n d e n d o à s o r í t l c a s de W, o r i t i o a n
do» s i t u a n d o l a c u n a s e d e f i n i n d o o c o m p o r ta m e n to p o l í t í o o a s e r a s s u m id o »
Lá em C a s a b l a n c a a lg u é m d iá r ia s " P r e n d a o s s u s p e i t o s de c o s t u m e " »
E a n ó s , o o o l e t i v o d a 0 . t n ão r e s t a r i a de i m e d i a t o s e n ã o a o o n o lu s ã o de
q u e o r i t m o do t r a b a l h o p o l í t i c o da 0» c e r t a m e n t e n ã o s e a j u s t a à h l m p u l s l v l
d a d e de s e u s q u a d r o s .
Uma v e z p a s s a d o o s u s t o i n i c i a l , a r e a l i d a d e n o s r e o l a m a e vam os procurar
e n t e n d e r a s r a z õ e s , a s o r i g e n s , o s c a u s a d o r e s de t ã o h e d io n d a a t i t u d e » Tratar-
s e —i a c e r t a m e n t e d e b a s e s m a l f o r m a d a s , p e n e t r a d a s do v í r u s da m e t a f í s i c a , op_o
s i t o r e s f e r r e n h o s do P S B , q u a d r o s r e t i o e n t e s em a s s u m i r e a o o m p a n h a r o d e s e n - ”"
v o l v i m e n t o do p r o o e s s o a u t o c r í t i o o e de r e c u p e r a ç ã o d a 0 » , e l e m e n t o s p e q u e n o --
b u r g u e s e s s o l a p a n d o a f i r m e z a da c o e s ã o h i s t ó r i o a a d q u i r i d a em c im a da tática»
E f i c a m o s e s t a r r e c i d o s cora uma» s u r p r e s a í Nao e r a n a d a d i s s o » Os mentores da
n o v a d e c i s ã o h i s t ó r i c a , o s p r e g a d o r e s d a n o v a r e i n s t a l a ç ã o do l e n i n i s m o são
m em bros d i r i g e n t e s , d q q u e la mesma d i r e ç ã o que j á h a v i a r e i n s t a l a d o o leninismo
n a 3 a ° C o n f . , d a q u e l a mesma W que o u s a r a l u t a r e o u s a r a v e n c e r * 0 c l i m a da r e
g i ã o , com c e r t e z a , d e v e e s q u e n t a r o s a n g u e ( e , p o s t e r i o r m e n t e , o s m i o l o s ) .
I&.S j á e s t a m o s e s c a l d a d o s em s i t u a ç õ e s de f r a c l o n a m e n t o . A f i n a l , n ã o f o i
um nem f o r a m d o i s em n o s s a h i s t ó r i a . E n t ã o , r e s e r v a n d o o m e lh o r de n o s o s p a c i
ê n c i a , v am os e s t u d a r o s t e x t o s , p r o c u r a r e n t e n d e r que ord em de q u e s t õ e s t ã o
g ra v e s p ro v o co u d e c is õ e s tã o e x tre m a s .
E a í v am os d e s c o b r i r , p a r a n o s s o p a sm o , que a s d i v e r g ê n c i a ® n ã o g i r a v a m
em t o r n o do P S B , nem da e s t r a t é g i a r e v o l u c i o n á r i a e nem da t á t i o a e x p r e s s a no
P r o j e t o . E s t a é e s s e n c i a l m e n t e j u s t a , t o d o s a d m ite m , em b ora a c e i t e m que te m
la ig u n a s a q u i e a l í , e o CN c h e g a mesmo a a d m i t i r que te m um d e s v i o g r a v e , q u e ,
no e n t a n t o , n ã o a f e t a 3ua e s s ê n c i a » 0 p r o b le m a e s t a em que v o o ê s (e v o c ê s ta m
bém) n ã o a e s t ã o a p l i c a n d o com o o P r o j e t o d e f i n e »
W, em p o u c a s p a l a v r a s , d e i x a c l a r o como a c h a que d e v e s e r e n t e n d i d a a
tu a ç ã o i
"N ao cab eria aqui, h o j e , te n t a t iv a s a c r o b á t i c a s d e s e i d e n t if ic a r a ' e s
p e c i f i c i d a d e da c r i s e a tu a l da 0 . * De d i r e ç ã o ? P o l í t i o a ? O r g â n i c a ? De i n s t r u
mentos? Os fatoB aão c l a r o s i o CN rompe com a t á t i o a d a 0 . , com o s m é to d o s l e
n i n i s t a s , oom a p rá tic a p r o l e t á r i a . " (pg. 1 , parág. 2, g r ifo no o r i g i n a l ) , ~
E x i s t e m l a c u n a s ? S im .
" É p r e c i s o uma d i s c u s s ã o e s p e o í f i c a s o b r e o t r a b a l h o no s i n d i c a t o , p r i n
c i p a l m e n t e no que d i z r e s p e i t o a oomo a t u a r o o n c r e t a m e n t e •n e l e (e a q u i » e n t r a
a q u e s tã o d as d e le g a ç õ e s s i n d i c a i s ) " , (p g . e , o o n c lu s ã o ).
E s o b r e o s f u n d a m e n to s de <^ue o CN s e d e s v i a do P r o j e t o a o n e g a r uma c a
mada de o o n s o i e n o i a s i n d i c a l p r é - e x i s t e n t e n a c l a s s e , de c a r á t e r p r o p a g a n d i s
t a do í n d i o e de 1 1 0 ^ e do p a p e l a t r i b u í d o a o s b o l e t i n s de f á b r i c a e d a i n c a
p a c i d a d e do CN em d i r i g i r p o l i t i o a m e n t e a 0 . # rom p en d o com a l i n h a , b o i o o t a n —
do a d i s o u s s ã o b u r o o r a t i c a m e n t e e d e s c a r a c t e r i z a n d o e d e s a g r e g a n d o a 0 » , p r o -
pÕe a r e a l i z a ç ã o de uma C o n f . I m e d i a t a p a r a a u t o r i z a r a d i r e ç ã o a r e i n s t a l a r
o l e n i n i s m o . D i a n t e da o p o s i ç ã o do CN à c o n v o c a ç ã o de t a l C o n f . , n ã o h á o u t r o
o am in h o p a r a W s e n ã o a s s u m i r o ô n u s do f r a o i o n a m e n to , A f i n a l , bem e l e s o defjL
n em , " c e n t r a l i s m o e t á t i c a s ã o um ú n io o m o v im e n to " £ p g , 1 , p a r g , 6 ) .
E s e r i a de s e l a m e n t a r que L e n in com s u a s e s d r u x u l a s d iv e rg ê n c ia s t á t i —
o a s n ão t i v e s s e s i d o e x p u l s o do p a r t i d o em a b r i l de 1 7 *
Q u an to à d i s c u s s ã o0^0 no o o l e t i v o ? I m p a s0s í v e l , e v i d e n t e m e n t0e^0, 0 CN a b o i c o —
t a r i a em o im a de p o s i ç o e s d e f o r m a d o r a s , A lem do m a i s , d i s c u s s ã o de que o o l e t i
v o ? 0 n o o s o ? Não t r a r i a n a d a de n o v o . A p o s i ç ã o d a s l i d e r a n ç a s e a exp ressão
da p o s i ç ã o d a s b a s e s D A h, o s c o m p a n h e ir o s bem o s a b i a m , & rua t r a d u ç ã o d a s o r i
e n t a ç õ e s g e r a i s da t á t i o a p a r a a p r á t i o a c o n o r e t a que vam os t i r a r a p r o v a d«T
f o g o de quem e s t á do l a d o do l e n i n i s m o ou o o n t r a e l e , E n ão f o s s e n a s d i r e t r i
z e s 9 s e r i a n a p o l í t i c a de o r g a n i z a ç ã o , e n ão f o s s e n e e sa ip s e r i a n o s t i q u e s
n o s t r e j e i t o s e n a o o r d o s o l h o s d o s m i l i t a n t e s . Q u an to a o c e n t r a l i s m o * à u n i
d ad e de a ç ã o ? N o n s e n s e í Sem a j u s t a c o m p r e e n s ã o d a t á t i o a ( a n o s s a ) , im pos -
s í v e l . E s t a t u t o s ? O r a , e s t ã o a s e r v i ç o do b u r ó c r a t is m o , l ê n i n , sem d ú v id a s e
o r g u l h a r i a de s e u s s e g u i d o r e s , B a k u n in ta m b é m .. . ,
M as, p a s s a d a a a n g ú a t i a de v e r q u ão b a i x o h a v i a r e g r e d i d o a o o n s o i ê n c i a
a o m esn o s de p a r t e d a 0 , , q u ão i r r e s p o n s á v e l e q u ão l o n g e h a v i a c h e g a d o a d e
f o r m a ç ã o d o s p r i n c í p i o s e o o p o r t u n i s m o , o s o o m p s. da b a s e f o r a m p r o o u r a r na
C l r c . n a c i o n a l o e n t e n d i m e n t o da o o o r r ê n c i a de f a t o s t ã o g r a v e s e i n e s p e r a d o s .
E p a r a s u a s u r p r e s a i r i a m c o n s t a t a r a - f r i e z a , a t r a n q u i l i d a d e p o a u to d o m í n i o
com que o CN s e a s s e n h o r a da 3 Í t u a ç ã o „ A c o r a g e m oom q u e a d m i t e q u e a d i r e ç ã o
f o i p r o p a g o n d i s t a e l i b e r a l , a s e r e n i d a d e com que r e c o n h e c e a e x i s t ê n c i a d e 3
d e s v i o s e l a o u n a s no P r o j e t o e x p o n d o - o s a o s o l h o s d e t o d o s , a f i r m e z a com que
c o m b a te " o q u e h á de m a is r i d í c u l o e g r o t e w c o em m a t é r i a de o p o r tu n is m o n o s
ú l t i m o s te m p o s " e a c o n f i a n ç a qu e m a n i f e s t a n a r e c u p e r a ç ã o f u t u r a d a 0 , em c i
ma do r e d i r e c i o n a m e n t o do CN e d a 0 . B a s t a s e f i x a r a s d i r e t r i z e s p o l í t i o a s •
de i n t e r v e n ç ã o i m e d i a t a s o b r e a p r á t i o a no MO e no ME e r e t o m a r a d i s c u s s ã o
" c u j a p a r a l i z a ç ã o n ã o f o i um f a t o r e s t r a n h o o u i s o l a d o a e s s a t r a j e t ó r i a d e f a r
ma d a da d i r e ç ã o " .
E n f im , p o d e - s e d o r m i r t r a n q u i l o , Nos vam os c o r r i g i n d o e p r e s e r v a n d o a t a
t i c a e o l e n i n i s m o p o r a q u i , e l e s v ã o p o r l á e a r e v o l u ç ã o m a r c h a , Não v am os
d e i x a r que e s t a a b e r r a ç ã o v e n h a p e r t u r b a r o c o r r e t o e n f r e n t a m e n t o d o s p ro b lj»
m a s, P o r i s s o , n a d a de p r e c i p i t a ç õ e s , de d e f i n i ç õ e s " a f a v o r " o u " c o n t r a " o
CN, n a d a d e " f a l s a s m d b i l i z a ç õ e s " , A p r ó p r i a c i r c u l a r j á d e t e r m i n a i s uma ord em
de p r io r id a d e p a ra a s d i s o u s s õ e s 0 E , p a ra d i r i m i r a s d ú v id a s , é c a t e g ó r i c a ;
"M as a discussão não poderia ficar nesse nível- de " r o m p e r " ou não com o
P r e j e t o . T i n h a - s e que diBCutir as p o s i ç õ e s c o r r e t a s , Ê uma discussão de t á t i
o a . E v id e n t e m e n t e que sim. Hfew n ão é p a r a n d o p a r a r e d i s c u t i r o P r o j e t o * I s t o
e u m c l a r o .- o p o r t u n i s m o .. . "
" A d i s c u a a a o t e r i a que s e d a r como d i s c u s s ã o t a t i c a * m as o ca m in h o p a r a
e x p l i c i t a r a x s ta b a i * e d e b a t e r é o n c r e t a m e n t e a s d i v e r g ê n c i a s t i n h a que s e r o 9
r e l a c i o n a m e n t o d e s t a d i s c u s s ã o com a p r á t i t f a da 0» p e l a q u a l o CN t e r i a que '
r e s p o n d e r p o l i t i c a m e n t e . C a so c o n t r á r í >, é i m p o s s í v e l d i s c u s s ã o em uma 0» po
l í t i c a . " (C irc . 8 , p arág . 9 -1 0 )*
• Com o d e v i d o p e r d ã o d o e o o m p a n h e l.-o s* to m o a l i b e r d a d e de s e r " o p o r t u n i s
t a " . Os f a t o s n a o s ã o t a o c l a r o s como (>s q u e r W em s u a s a c r o b a c i a s p a r a e v i -
t a r a i d e n t i f i c a ç ã o d o s p r o b le m a « ,. E en b o r a nenhum m i l i t a n t e s e su p o n h a t r a p e
z i s t a ( e m u ito m enos p a l h a ç o ) e -m ais 'io qu e n e c e s s á r i o s e f a z e r um e s f o r ç o
i m e d i a t o p a r a J l o c a l i z a r a s r a z õ e s e p a r t i c u l a r id a d e s d a o r i s e aJb u al que d e s a
g u o u no f r a c io n a m e n to » P o i s s e r i a p r e c i s o que a s e n s i b i l i d a d e p o l í t i c a d o 3
n o sso s q u ad ro s t i v e s s e c h a g a d o à s r a i a s da a t r o f i a p a r a n ã o s e a p e r c e b e r e m
d a g r a v i d a d e de n o s s a s i t u a ç ã o x * *u| d a f r a g i l i d a d e e x t r e m a em que s e e n c o n t r a
a c o e s ã o d a 0« o n d e uma d i s c u s s ã o s o b r o a o p l i c a ç ã o d a t á t i c a e s e u s i n s t r u
m e n to s a b r e e s p a ç o p a r a a e x i s t ê n c i a de um f r a c i o r a m e n t o * p a r a n ã o p e r c e b e r e m
que a a r t i l h a r i a p e sa d a de a c u s a ç õ e s e " iu m o s " (q u e o p u d o r me im pede d e r e
p e t i r ) q u e e ra m e n d e r e ç a d o s â p o l í t i c a e à s d i r e ç o e 3 p a s s a d a s da 0 » s ã o r e t o
m ad as a g o r a p a r a r e f o r ç a r a c ‘d i a t r i b e s i n t e r n a s do CNW " r e c o l o c a n d o " m a is uma
v e z o l e n i n i s m o n a 0» (co m o tem p o vam o3 f i c a r p r á t i c o s n i o 3 o ) »
Nao* n ao e a t o a que a d i s c u s s ã o r e s s u r g e d e n t r o do CN com a mesma v i r u
l ê n c i a ^ v e s t i d a com e s t a ro u p ag em ,, m a rc a d a p o i e s t a t e r m i n o l o g i a * como tam bèni
n ã o e a t o a que um s e t o r d a 0» p o s s a j u s t i f i c a : « tuna a t i t u d e f r a c i o n i o t a em t
t o r n o de d i v e r g ê n c i a s de a p l i c a ç ã o da t á t i c a * Os m a ro o s d e s t a d i s c u s s ã o ,, que
e x p l o d e d e s t a f o rm a i h s ó l i t a e t r i s t e , devera s a r b u s c a d o s no c o n t e ú d o , n o s 9
m é to d o s e n a a l a c u n a s d a d i s c u s s ã o p a s s a d a * no c a r á t e r e g r a u de a m a d u re c jm e ji
t o d as co n o lu s o e s t i r a d a s , n a s su a s r e f c ré n e la i! e p re s s u p o s to s »
A d i s c u s s ã o p a s s a d a s o b r e a q u a l s e e i r i g l r a m a s 'p r o p o s t a s a t u a i s d a 0 ,
f o r a m m a r c a d a s p e l a b a n d e i r a d a r e i n s t a l a ç ã o do l e n i n i s m o e e s t e s e c o n s u b s
t a n c i a v a numa r e c o l o c a ç ã o d a s r e f e r ê n c i a s t e ó r i c a s d e s t a d o u t r i n a p r i n c i p a l -
m e n te no t o c a n t e á r e l a ç ã o e n t r e e s t r a t g g i a e t á t i c a e o p a p e l da a n á l i s e de
c o n j u n t u r a n a d e f i n i ç ã o d e s t a u l t i m a . F o i em c im a de um d e s e n v o l v i m e n t o d e s -
t e s p o n t o s de p a r t i d a * s o f r e n d o a s c r í t i c a s d i s p e r s a s d a o p o s i ç ã o in te rn a e
c r í t i c a s m a is e l a b o r a d a s de o u t r a s o r g a n i z a ç õ e s (em e s p e c i a l * d e 0 - 3 ) que a 0 .
« h e g o u á f o r m u l a ç ã o p o l í t i c a qu e r e g e h o j e Btia a t i v i d a d e e s e u s m é b o d o s. Mas
e s t a s q u e s tõ e s e c r í t i c a s a o b o lu ta m e n te não fo ra m r e s p o n d id a s e in c o r p o r a d a s
a u t o c r i t i c a m e n t e em n o 3 3 a l i n h a » A a r t i c u l a ç ã o t e ó r i c a d o 3 c o n c e i t o s e a n a l i
s e s da r e a l i d a d e s e ás f e c h a r a m num c í r c u l o » t a u t o l ó g i c o de fe n ô m e n o s que s e
e x p l i c a v a m e j u s t i f i c a v a m u n s a o s o u t r o s f o r a da r e a l i d a d e » j •
0 que s e r i a uma j u s t a c o r r e ç ã o em r e l a ç ã o a o p a s s a d o r e c e n t e d a 0» no 0
s e n t i d o de r e c o l o c a r o p a p e l d a p r á t i c a p o l í t i o a com o e s p a ç o e d e f e r ê n c i a s à
p a r a o a m a d u r c c im e n to p o l í t i c o a c a b a s e t r a n s f o r m a n d o n o e x c l u s i v i s m o d e s t e ’
c r i t é r i o * a r e c o l o c a ç ã o d i n e c e s s i d a d e da t á t i c a em l u g a r das d ilu íd a s lin h a s
±KBx±K3ca t á t i c a s do p a u s a d o r e d u n j e num c r i t é r i o t e ó r i c o que s o b r e a b a s e de
a n a l i s e s p a r c i a i s da c o n j u n t u r a v i i j u s t i f i c a r a a b s t r a ç ã o do m ó v im en to de maci
s a < e v a i s e r v i r de fu n d a m e n to a o ^ p r i n c í p i o " do c e n t r a l i s m o em t o r n o d a t á t i
c a , Também n e s t e c a m p o , o c e n t r a l i 3 m o d e m o c r á t i c o f i c a r e d u z i d o a n feia d u z i a
de c h a v õ e s de <jue sem t á t i c a n ã o h á c e n t r r l i s m o 3 , a v i l t a n d o o l u g a r do P r o g r a
ma e d a e s t r a t o g i a * d e s p r e z a n d o s o l e n e m e n t e o s e 3 t t u t o s » A r e a l i d a d e c o n c r e
t a j e s t a c o m p le x a r e a l i d a d e de m i l e uma f a c e s f i c a r e d u z i d a a o i s o l a m e n t o 1
c o n j u n t u r a l e n t r e v a n g u a r d a e raa3sa que v a i d e f i n i r o s l i m i t e s do a cü m u lo de
f o r ç a s numa p a r c e l a a v a n ç a d a da m aaoa d e f i n i n d o a s s i m o s l i m i t e s do t r a b a l h o
r é v o lu e io n á r io »
%
Em c im a d a " j u s t e z a i n t r a n s i g e n t e ” de n o s s a s p o s i ç õ e s c o n s e g u im o s n o c i —
s o l a r p r o g r e s s i v a m e n t e d e t o d o s o s s e t o r e s d a e s q u e r d a o r g a n i z a d a ,. d o s s e t o —
r e s de m a s s a que e s t a a t i n g e , a p o n to d e a lg u m a s 0 s „ t e r e m c h e g a d o a o p o n to 1
d e n o s s i t u a r oomo o s p r i n c i p a i s i n i m i g o s d e n t r o da e s q u e r d a , E c o n t r a e l a s 1
d is p o m o s a p e n a 3 do a r s e n a l d a c r í t i c a a o ” d e m o c r a t i s m o ” em g e r a l , do " o p o r t u -
n ism o p e q u e n o —b u rg u ê s* *, e t c c De f a t o , n ã o p o r a í que v am o s m e d ir o e s t á g i o e
a s i t u a ç ã o a t u a l d a 0 , t com o tam bém n ã o o p o d e r ía m o s f a z e r em t o r
no d o s p r e c á r i o s r e s u l t a d o s j á c o n s e g u i d o s p e l a n o s s a p r á t i c a « , T a n to o i s o l a
raen to p od e s e r a o o n e e q u ê n c i a de uma p o s i ç ã o j u s t a oomo q u a l q u e r p o l i i c ap ljL
c a d a oom e n t u s i a s m o e o o e r ê n c i a a c a b a a r r a n j a n d o a d e p t o s e c r i a n d o s a a 3 b ases*
o q u e d e m s i n ão é a p r o v a d e s u a j u s t e z a »
Não s o p o d e r e p u t a r a o c o r r ê n c i a do a t u a l f r a c i o n a m e n t o s i m p le s m e n te a o
“ o p o r t u n i s m o ” ^ d e s l a v a d o de a l g u n 3 p e q u e n o - b u e g u e s e s i n f i l t r a d o s , m s p r i n c i -
p a lm e n te a a u s ê n c i a d e um cam po r e a l d e d i s c u s s ã o 0 à a u s ê n c i a de r e f e r ê n c i a s
j u s t a s p a r a e s t e , e s e a d i s c u s s ã o p r e v i s t a n a o s e g u i u em f r e n t e n a 0 , , s e 5
n a o to m o u o o n t a do c o l e t i v o e f o i n a p r a t i c a r e t a r d a d a , p a r a n a o d i z e r r u l e g &
d a p e l a d i r e ç ã o , i s t o s e d e u p o rq u e n in g u é m t i n h a r e a l m e n t e n a d a d e n o v o a d i
z e r 0 A t á t i w a e s t a v a f o o h a d a p a r a vuaa c o n j u n t u r a d e d e s f e c h o i m p r e v i s í v e l s o
b re o q u a l não t e r ía m o s p a p e l r e a l p a s d i s c u s s õ e s p r o p o s t a a que e n v o lv ia m a
r e t o m a d a de a s p e o t o s do P r o g r a m a e d a e s t r a t é g i a n ã o i r i a m a l t e r a r cm n a d a de
f u n d a m a n ta l a t a t i c a , e n t ã o e r a s ó r u e s t a o d a d i r e ç ã o d i s p o r d e m a is o u me
n o s tem p o p a r a i B i x i s A t t x t r p r o d u s i r oo a p ro fu n d a m e n to s p a r a o c o l e t i v o d e g u s
t a r e d i g e r i r n o s m om en tos d e Ó c io q u e s u a p r á t i c a p o l í t i c a l h e p e r m i t i s s e ..
E n o s a r r e d o r e s da d i r e ç ã o , a d i s c u s s ã o t e r i a que s e m a r c a r p e l a MR e a l p £
l i t U r " qu e te m m a ro a d o oo m é to d o s e a t e r m i n o l o g i a i n t e r n a , t e r i a que f i c o r
e s p r e m id a n o s l i m i t e s d e quem e s t a r e a l e l e n i n i s t i c r. m e n te t i r a n d o a o c o n s e
q u ê n c i a s do P r o j e t o a
D i r i a m e n t i r ,; s e a f i r m a s s e nue j á h a v i a - p r e v i s t o o d e s f e c h o ( p r o v i s ó r i o ;
a t u a l , q u e o s f a t o s n ã o me c a u s a r :.m s u a p r a s a ., A mim tam bém i m p r e s s i o n o u o s o
l i d e z a d q u i r i d a p e l a d i r e ç ã o n a s m o m o ra v a is d i s o u s s õ e s da D l a n t e r i o r em bora
a c h a s s e , n o s l i m i t e s de m in h a s f o r m u l a ç õ e s , que a c o e s ã o de e n t a o n ão d e v i a 1
s e r s u p e r e s t i m a d a , A c h a v a que s e r i a no a p r o f u n d ;:m en to d a n o v a d i s c u s s ã o p ro
p o s t a que oe c r i a r i a o cam po ( m u ito m a is do que nn p r a t i c a e x t e r n a ) p a r a o
c h e o a m e n to d o s p r e s s u p o s t o s t á t i c o s , p a r a a b r i r uma b r e c h a n a ^ " a r m a d u r a l o g i
c a ” do P r o j e t o que p e r m i t i s s e a n e c e s s á r i a r e t o a i a d a da d i s c u s s ã o 0 E n fim , e r
r a r é humano,, T e n te m o s iã o n o s h u m a n iz a r d e m a i s ,
Em bora m u i t a s q u e s t õ e s p o s s a m a i n d a f i c a r em a b e r t o , n ã o e n c o n t r a r e m u ~
ma r e s p o s t a » g l o b a l no p r e s e n t e d o c u m e n to , e s t o u s i n c e r a m e n t e c o n v e n c i d o de
q u e a m enos que s e r e p o n h a a m a n e i r a o o r r e t a a s b a se s da d is c u s s ã o , e is o o
p a s s a p e i a xggangfc.rwyatiB r e c o n s i d e r a ç ã o do P r o j e t o , a 0 , t e r á q u e v i v e r um nu
m ero d e f r a c i o n a m e n t o o i g u a l a o núm ero de q u a d r o s (m en o s ura) ( e i 3 t o v a l e ta ra
bem p a r a W) a t é que c a d a m i l i t a n t e f i q u e f r e n t e a f r e n t e com a r e a l i d a d e e a
v e j a oom 0 3 p r ó p r i o s o l h o s »
No p r e s e n t e d o cu m e n to a d i s c u s s ã o co m e ç a p e l a c a r a c t e r i z a ç ã o e s i g n i f i c a
do d a p a r c e l a c o m b a t i v a , s u a r e l a ç ã o com a v a n g u a r d a , a m a s s a , o s i n d i c a t o ,
oe p r o j e t a s o b r e o p r o b le m a g e r a l d a r e l a ç ã o e n t r o a v a n g u a r d a c o m u n i s t a e o •
m o v im en to de m a s s a s e d a í p a r t e p a r a a a b o r d gera d a s p r o p o s t a s p o l í t i c a s d a 0 o
D e p o is d e s t e p o n t o , t o r n a - s e n e c e s s á r i o am a i n c u r s ã o no cam po da a v a l i a ç a o
d a s i t u a ç ã o c o n c r e t a « D e p o is d i s s o , o d o o u m en to a p r e s e n t a um e s b o ç o g e r a l de*
com o a o v i s õ e s a p r e s e n t a d a s devem oe e x p r e s s a r numa p r o p o s t a de i n t e r v e n ç ã o u
C o n c l u i n d o , a p r e s e n t a um e s b o ç o de que p o n t o s devem s e r ab o rd ;.>d o3 p e l a d í s c u s
s ã o n a 0 * ,, i m e d i a t a m e n t e o á p r a z o e n a s r e p e r c u s s õ e s que uma r e v i s ã o c r í t i c a
d e v e t e r no p l a n o de r e l a c i o n a m e n t o com a e s c u e r d a r e v o l u c i o n a r i a .
III. Onde a e ^ d e a c o b r e que é p o s s í v e l d i s c u t i r q u e s t õ e s c o n c r e t a s e c h e g a r a
c o n c l u s o e s .. . a b s t r a t a s .
A n t e s d e e n t r a r m o s em m a i o r e s c o n s i d e r ç o e s s o b r e o t r a b a l h o de f á b r i -
c a e o t r a b a l h o p a r t i c u l a r do S i n d i c a t o , v am o s t e n t a t v e r m a is de p e r t o e s t a
f a m o s a p a r c e l a o o m b a tiv a qu e e s t a dan d o t a n t o p an o p a r a t a n t a s m a n g a s , o h e g a n
do o ON a a f i r m a r qu e em s e s i t u a n d o c l a r a m e n t e a d e f i n i ç ã o s o b r e t a l p a r c e l a
é qu e s e a b r e o cam po p a r a p r e c i s a r a s d i r e t r i z e s t á t i c a s .
“0 q u e a l t e r a m o s h o j e , a p a r c e l a m a is c o m b a t i v a d a c l a s s o e s u a f r a ç ã o
m a is c o n s c i e n t e e s t á Ao mesmo modo i s o l a d o do c o n j u n t o ,, m o i m p li c a n d o p o r t a n
t o , em t e r m o s a t u a i s , numa m o d i f i c a ç ã o de r e p e r c u s s ã o h i s t ó r i c a , ” ( P r o j e t o ,
g r i f o no o r i g i n a l ) . . .
E n q u a n to i s s o , a c l a s s e como um t o d o é m a r c a d a p e l a . . *
w. . . d i s p e r s ã o , d e s o r g a n i z a ç ã o e um n í v e l d e o o n s c i ê n o i a onde a n e c e s
s i d a d e da l u t a c o l e t i v a 30 s u r g e numa ó t i c a e x tr e m a m e n te i m e d i a t i s t a sem s i g
n i f i c a r uma e l e v a ç ã o do n í v e l b a i x o de s o l i d a r i e d a d e d e c l a a s e , p o i s m o tiv a d a
e s p o r a d i c a m e n t e p o r um o u o u t r o e x o e s s o da e x p l o r a ç ã o * .
E n ã o s e r i a n e c e s s á r i o a q u i r e l e m b r a r m o s com o u t r a b a t e l a d a de c i t a ç õ e s
o modo como o P r o j e t o e a C i r c o 8 e x p õ e 0 a b is m o c o n j u n t ú r a l e n t r e e s t a p a r o ^
la e a m a s s a , e n t r e a v a n g u a r d a ce a m a s s a , da o n d e v ã o s a i r a s c o n o l u s o e s d e
c i s to a s s o b r e q u a l n o s s a s t a r e f a s h o j e . E s t a s d e f i n i ç õ e s s ã o d e im p o r tâ n c ia * ”
d e c i a i w a n a f o r m u l a ç ã o d a s d i r e t r i z e s t á t i c a s do P r o j e t o n a m e d id a em que s ã o
o fu n d a m e n to p a r a s e c o n c l u i r que a o l a s s e n ão s e u n i f i c a n o s l i m i t e s da co n
j u n t u r a e tam bem na p r o p o r ç ã o em que s e p a s s a a i d e n t i f i c a r o m o v im en to u n i f i
c a d o como a e x p r e s s ã o d e uma c o n s c i ê n c i a p o l í t i c a s u p e r i o r do m o v im en to e
com a c r i a ç ã o e m a n u te n ç ã o d e o r g a n i s m o s r e p r e s e n t a t i v o s e s t á v e i s do m ovim en
t o de m a s s a .
• A meu v e r , e s t e e ym d o s p o n t o s c e n t r a i s d a "m o d e rn a l ó g i c a l e n i n i s t a " •
d a 0„ e c u j o s d e s v i o s v ã o s e p r o j e t a r em t o d o s o s n í v e i s d a s p r o p o s t a s a t u a i s .
Na c l a s s e o p e r á r i a , mesmo no c a s o d a n o s s a , m a r c a d a p o r a n o s de d e s o r —
g a n i z a ç ã o e a p a t i a , se m p re e x i s t e m e l e m e n t o s que s e d a s t a c a m do c o n j u n t o . Deja
t a c a m - s e p e l a s m a is v a r i a d a s r a z õ e s q u e o c a s i o n a l m e n t e re u n e m no e le m e n to
a s c o n d i ç õ e s , s e j a p a r a e x e r c e r a l i d e r a n ç a numa l u t a q u e s e e v i d e n c i e , o u mes
mo q u an d o e s t a n ã o a c o n t e c e , no r e s p e i t o que o s o p e r á r i o s l h e v o ta m p o r s u a
c o r a g e m , f i r m e z a , c l a r e a a i n t e l e c t u a l , e n f i m , um sem nçunero de q u a l i d a d e s que
3!Kariam com 0 i n d i v í d u o e a s c i r c u n s t â n c i a s n a s q u a i s ela3 s e r e v e l a m . Um com
b a t e n t e r e v o l u c i o n á r i o a t u a n d o em uma f á b r i c a n ã o p r c c i s a d e p e n d e r u n ic a m e n t e
do s u r g i m e n t o de uma s i t u a ç ã o de l u t a o u d a p r ó p r i a l u t a p a r a l o c a l i z a r a l -
guns d e l e s , s e a p ro x im a r e i n i c i a r um t r a b a l h o p o l í t i c o . E v i d e n t e m e n t e , no
p r o c e s s o de l u t a , s u a s q u a í i d a d e s e d e f e i t o s podem f i c - r m a is e v i d e n t e s , m a i
o r n u m ero d e l e s podem s e r e v e l a r e a 3 s i m p o r d i a n t e .
No c a s o d a c l a s s e o p e r á r i a b r a s i l e i r a h o j e , a l é m d a q u e l e s e l e m e n t o s j á
r e f e r i d o s , h á um o u t r o t i p o com c a r a c t e r í s t i c a s d i f e r e n t e s do c o n j u n t o d a n a s
s a c T r a t a - s e d o s e l e m e n t o s que j á t i v e r a m uma v i v ê n c i a r e a l , com o d i r i g e n t e s ,
p a r t i c i p a n t e s o u mesmo m e ro s a s s i s t e n t e s de p r o c e s o o s de l u t a p a 3 3 a d o s da c i a s
s e , em m a i o r o u m en o r g r a u o b j e t o s d a a g i t a ç ã o e d a p ro p ag an d a re v o lu c io n á « ~
r i a ^ que f o r a m f o r a m d i s p e r s o s q u e r p e l a r e p r e s s ã o à s l u t a s , q u e r p e l a m ovim en
t a ç a o ratural da c l a s s e . M u ite s d e s s e s a c h a m - s e d e s g a s ta d o s e d e s ilu d id o s
quantG à.3 p o s s i b i l i d a d e s de l u t a , o u t r o s t e m e r 0 3 0 3 da c o e r ç ã o 9 r e p r e s s i v a 9
a l g u n s d e s e n v o l v e n d o a lg u m t r a b a l h o de m o b i l i z a ç ã o p r ó p r i o , o u t r o s a i n d a s im
p l e s m e n t e i s o l a d o s . Era g e 3? a l , s ã o e s s e s a u e e n g r o 3 3 a m a s a s s e m b l e i a s s i n d i * -
c a i s , a s a t i v i d a d e s de o p o s i ç ã o e da p a s t o r a l , a s a t i v i d a d e s d e b a i r r o , e t c .
Ha d o i s a s p e c t o s a s e c o n s i d e r a r no t o c a n t e a e s t e s e l e m e n t o s d i f e r e n c i a
d o s da m a s s a s s u a r e l a ç ã o com a m a s s a e 0 3 t r a ç o s i d e o l o g i c o s e a s t e n d ê n c i a l ã
p o l í t i c a s que o s m arcam (É a ix im tta d e n tro d is s o , «rua p o s t u r a e re la ç ã o com a
e sq u e rd a o r g a n iz a d a ).
Mas e s t a m o s f a l a n d o d a p a r t e e a i n d a n ão f a l a m o s no t o d o . A n t e s de p r e
c is a r m o s e s t a s q u e s tõ e s a p o n ta d a s lo g o a c im a , s e r i a c o n v e n ie n te f a la r m o s d a s
c a r a c t e r í s t i c a s q u e m aroam e c o n j u n t o , a m a s s a , o q u e t o r n a r á p o s s í v e l u n a me
l h o r a b o rtfa g e m do p r o b l e m a ,
^ 0 P r o j e t o e c a t e g o r i o o q u an d o a f i r m a que a s l u t a s , n o s l i m i t e s em q u e s e
d a o n ão s i g n i f i c a m uma e l e v a ç ã o do n í v e l b a i x o de s o l i d a r i e d a d e d a c l a s s e e
n a i m p o s s i b i l i d a d e c o n j u n t u r a l d a u n i f i c a ç ã o do m o v im e n to . Vamos v e r e n t ã o a
q u e s e r e d u z o fa m o so “ a p r e n d i z a d o com a s p r ó p r i a s e x p e r i ê n c i a s " , t ã o r e p e t i
d a m e n te c o p i a d o d e L e n i n .
0 a g r a v a m e n t o d a s o o n d i ç õ e s o b j e t i v a s o r ia m a s c o n d i ç õ e s s u b j e t i v a s p a r a
que o m o v im en to s e a o e n t u e . s e e x p a n d a , s e d e s d o b r e ., J?ão s e r v e d i z e r q y e a 1
c l a s s e e s t á lia 1 2 a n o s o u m a is em r e g i m e d e s u p e r e x p l o r a ç ã o . A c l a s s e s e n t e *
s e u s p r o b le m a s e d i f i c u l d a d e s no p r e s e n t e t a e l e s r e a g e . A d e r r o t a e a f r a g —
m e n ta ç a o do m o v im e n to d e 6 7 - 6 8 n ã o s e d e u a p e n a s p e l a d e s a r t i o u l a ç ã o do que (
j a e x i s t i a em f o r m a ç ã o em t e r m o s d e o r g a n i s m o s e p r e s e n ç a da e s q u e r d a * m as
tam bem p o rq u e a o o n s o l i d a ç ã o e c o n ô m ic a c r i o u n o v a s o o n d i ç õ e s d e e m p r e g o , p o s
s ib ilito u a c o n te n ç ã o da i n f l a ç ã o e p r o v is o r ia m e n te r e l a x o u a p r e s s ã o econ ô
m io a s o b r e a c l a s s e (s * m f a l a r n a e s c a s s e z d e m ã c - d e - o b r a q u a l i f i c a d a que in
c l u s i v e d eu a s e t o r e s o p e r á r i o s uma f o r ç a d e b a r g a n h a s o b r e o s s a l á r i o s ) « , 0 *
d e s e n v o l v i m e n t o d a c r i s e e o o n ô r a io a , e x p r e s s o e n t r e o u t r a s c o i s a s no o r e s c i m e n
t o a o e n tu a d o da i n f l a ç ã o , p r e s s io n a n d o s o b re a s n e c e s s i d a d e s c o t i d i a n a s d a s
massa s e x p l o r a d a s , e s t i m u l a - a s á a ç ã o , à r e a ç ã o , e n e s t e s e n t i d o a u n id a d e é
um s e n t i d o q u a s e e s p o n t â n e o do m o v im e n to . P o i s o b r e a b a s e da d e f e s a d a 3 s u a s
o o n d i ç o e s de v i d a que s e o r l a r a m o s e m b r i õ e s do m o v im e n to s i n d i c a l , d e s d e o *,
a l v o r e s do c a p i t a l i s m o .
Mas a í é q u e s e d e v e c o n s i d e r a r que n ã o e s t a m o s m a is n o s a l v o r e s d o c a
p i t a l i s m o , m as l i d a n d o com uma c l a s s e o p e r a r i a d e t e r m i n a d a q u e , p o r m enos que
t e n h a v i v i d o e x p e r i e n e i a s d e l u t a s , é m a rc a d a p e l o p a s s a d o do m o v im e n to , p e l o
p a p e l que f o i s e n d o a s s u m id o p e l o s i n d i c a t o , p e l a p r e s e n ç a da i d e o l o g i a b u r —
g u e sa e a r e f o r m i s t a , p e la a u s ê n c ia ou i n s i g n i f i c a n t e p re s e n ç a da a g i t a ç ã o e
p r o p a g a n d a r e v o l u c i o n á r i a s . P o r m a is q u e s e p e n s e n a s m u d a n ça s d e c o m p o s i ç ã o
d o s a e l e m e n t o s que com põem a c l a s s e , q u e g r a n d e s o o n t i n g e n t e s d e l a n ã o v i v e r a m
o p e r í o d o p r e - 6 4 e m u ito p o u c o s te n h a m v iv id o a e x p e rie n
o i a d e 6 7 - 6 8 , n ã o s e p o d e •i m a g i n a r uma c l a s s e q u e b ra n d o a s m a q u in a s e fo rm a n
do c o r p o r a ç õ e s do m e s t r e s « A s o c i e d a d e c a p i t a l i s t a d e s e n v o l v i d a e s t á a í p r e -
s e n t e oom s u a i d e o l o g i a , com s e u s i n s t r u m e n t o s de c o e r ç ã o e de d i l u i ç ã o d a 3 ±
l u t a s , e o m o v im e n to a c a b a e x p r e s s a n d o e u a r e v i t a l i z a ç ã o n a s m a n i f e s t a ç õ e s lo_
c a l i z a d a s e d e s c o n t í n u a s que c o n h e c e m o s .
0 que s i g n i f i c a o a p r e n d i z a d o com a p r ó p r i a e x p e r i ê n c i a ? NUma l u t a de
f á b r i o a , p o r e x e m p l o , mesmo que a s p r o p o s t a s d o s e l e m e n t o s m a is a v a n ç a d o s n ã o
te n h a m s i d o i n c o r p o r a d o s p e l a raao 3 a „ i s s o s i g n i f i c a que a ra a e sa n a d a a p r e n d e u ?
A o l a s s e o p e r a r i a n ã o a s s i m i l a de modo hom ogên eo s u a s e x p e r i ê n o i a s de l u t a e
a p r e g a ç ã o r e v o l u c i o n á r i a o u p o l í t i c a em g e r a l . Mas mesmo oomo m a s s a , e l a jpxx
ap ren d e e m u lta o o i s a a p re n d e p o r c o n t a p r ó p r i a . E l a d e s e n v o lv e a s o l i d a r i e
d a d e , a p r e n d e a c o n f i a r n a v a n ta g e m d a l u t a u n i f i c a d a em r e l a ç ã o á i n d i v i d u a l ,
e mesmo que s e j a sükxãtH d e r r o t a d a , a lg u m a l i ç ã o se m p re f i c a 0 Mas e s o b r e t u d o
q u an d o e x i s t e m a g i t a d o r e s e o r g a n i z a d o r e s r e v o l u c i o n á r i o s que e s t e m o v im en to
p o d e t i r a r a s m e l h o r e s l i ç õ e s » E s t a s l i ç õ e s , como j á d i s s e m o s , v ã o s e r a b s o r
v i d a s d e m odos d i f e r e n t e s p e l o s e l e m e n t o s d a m a o 3 a , e s ã o a q u e l e s d e m a io r
c l a r e z a , m a is c o r a j o s o s , e ; o a que t i r t r ã o a s m a i o r e s l i ç õ e s d a e x p e r i ê n c i a e
d a p r e g a ç a o r e v o l u c i o n á r i a , q u e , mesmo p a o s a d o s o s m o t i v o s que r e s u l t a r a m n a
l u t a s e m o s t r a r ã o d i s p o s t o s a d a r c o n t i n u i d a d e a um t r a b a l h o r e i n v i d i c a t ó r i o
e p o l í t i c o ,, mesmo que n ão a e t e n h a fo rm a d o um o r g a n is m o e e tá v e l r e p r e s e n ta ti
IV , Onde s e d e s o o b r e a I m p o r t â n c i a t r a n s o e A e n t a l do o a l o u l o p e rc e n tu a l
s o b r e o s d e s t i n o s d a m o v im en to o p e r á r i o .
T r a ta m o s n e s t e t r e c h o d e como a O r g , a t r a v é s de s e u P r o j e t o e d e s d o —
b r a m e n to s p o s t e r i o r e s d e l e , f o r m u l a o i t r a b a l h o p o l í t i o o , e o s i n s t r u m e n t o s
d e l e . A a g l u t i n a ç ã o d a p a r c e l a a v a n ç a d a em OSP f 0 o b j e t i v o c e n t r a l do a o u
m ulo de f o r ç a s . E s t a a g l u t i n a ç ã o s e d á em t o r n o d a a o e i t a ç ã o e o e n te n d im e n
t o d a p l a t a f o r m a de l u t a s , com o a r e f e r ê n c i a u r t a t o e n t r a l do t r a b a l h o d<B
a g i t a ç a o e p r o p a g a n d a . E s t a p a r o e l a , a g l u t i n a d a d e s t a f o rm a e s o b r e e s s e s 1
p r e s s u p o s t o s d e v e s e t r a n s f o r m a r n a l i d e r a n ç a e f e t i v a do m o v im en to qu an d o *
e s t e s e o r g a n i z a r u n i f i c a d a m e n t e , n a v i r a d a d a c o n j u n t u r a » E l a s e r á n ã o uma
l i d e r a n ç a q u a l q u e r , mas 4 l i d e r a n ç a p r o l e t á r i a do f u t u r o m o v im e n to .
Vamos t o m a r com o r e f e r ê n c i a um i n s t r u m e n t o que p e l a s s u a s o a r a o t e r í s -
t i o a s ^ e uma e x p r e s s ã o b a s t a n t e o o n o r e t a e a b r a n g e n t e do t r a b a l h o de c a p i t a —
l i a a ç ã o d a p a r c e l a o o m b a tiv a s 0 M a n i f e s t o d e f o r m a ç ã o d a OSP d a r e g i ã o .
D e p o is de f a l a r no i s o l a m e n t o et d i s p e r s ã o d a s l u t a s da o l a s s e , s u a »
d e s o o n t i n u i d a d e , d e d i z e r que n ã o o o lo o a m a n e c e s s i d a d e d e d e r r u b a r o a r r o
c h o , m o s t r a q u e n e s t a s l u t a s a o l a s s e n ã o c o l o o a em p r á t i o a a u n i c a arm a "
que a o l a s s e p o s s u i p a r a v e n c e r e s t a s i t u a ç ã o - a g r e v e . Em s e g u i d a f a z a 1
o r í t i c a a o s i n d i c a t o a t r e l a d o . M o s tr a a i n d a que e n e s t e q u a d ro que o s p a —
t r o e s * a t r a v é s d a d i t a d u r a , o o n se g u e m im p e d i r a o r g a n i z a ç ã o d e a um m ovim en
t o am p lo p e l a d e r r u b a d a do a r r o o f c o ^ do a t r e l a m e n t o , d a l e i d e g r e v e . A f ir m a
em s e g u i d a q u e , n a m e d id a em que n ã o podem os e n f r e n t á - l o s numa l u t a d e c i s i
v a , é p r e c i s o a cu m u la r f o r ç a » .
A c u m u la r f o r ç a s é i n t e r v i r n a s l u t a s em o im a d a p l a t a f o r m a que o o n t e —
n h a a d e f e s a d o s i n t e r e s s e s d a o l a s s e , que o o lo q u e a l u t a p o r a u m e n to como
a p r i n c i p a l ^ e l e v a n d o o s i n d i o e s e s p o n t â n e o s d e s t a s l u t a s de modo que c o _
b rem p a r c i a l m e n t e 0 que o a r r o c h o r o u b o u e p ro p o n d o f o r m a s de o r g a n i z a ç ã o '
q u e co m b ata m 0 a t r e l a m e n t o e p r e p a r e m a g r e v e como f o rm a d e l u t a ,
D e fe n á e a i n d a que mesmo que n ã o s e mobiliza t o d a a o l a s s e , a t i n g i m o s
o s m a is c o m b a t i v o s , o s que f e c h a m oom a p r o p o s t a e o r g a n i z a n d o a a ç ã o d e s —
t e s e s t a r e m o s a cu m u la n d o f o r ç a s .
A n a l is e m o s oom o u id a d o e s t a j i p r o p o s t a , Vamos c o m e ç a r p o r o n d e e l a d e f i
n e qu e a p l a t a f o r m a re s u m e o s i n t e r e s s e s d a c l a s s e n e s t a o o n j u n t u r a ,, Ao raes^
mo te m p o , o s c o m p s u a f irm a m que e s t a p r o p o s t a n ã o p o d e s e r a s s u m id a p e l a 4
m a s s a n e s t a o o n j u n t u r a e que 0 f a t o - d e s t a v i r a a s s u m í - l a i m p l i o a r i a em 4
q u e a c o n j u n t u r a j a e s t a r i a mudando» E o ?uc P r o j e t o é c l a r o a o j l a r a e n t e n
d e r que n a m u d an ça d a o o n j u n t u r a o qu e c a b e f a z e r e a c o l o c a ç ã o de p r o p o s
t a s que j á q u e s tio n e m o p o d e r b u r g u ê s , o o l o c a n d o a a l t e r n a t i v a do g o v e r n o
d o a t r a b a l h a d o r e s à d i t a d u r a b u r g u e s a * Ou s e j a , q u an d o a p l a t a f o r m a p u d e r 1
s e r a s s u m i d a , a l u t a j á v a i s e r o u t r a Q A p l a t a f o r m a , a l é m i t r n do m a i s ,
p r e t e n d a s e r a e n c a r n a ç ã o d o s i n t e r e s s e s p r o l e t á r i o s s que i n t e r e s s a m à c i a s
s e e a m a is n in g u ém . N e s t e s e n t i d o , è tam bém 0 m a rc o p a r a i m p e d ir que a * x
c l a s s e s e j a a t i n g i d a p o r i d e o l o g i a s e s t r a n h a s que o o lo q u e m i n t e r e s s e s que a
a f a s t e m d a l u t a r e a l m e n t e p r o l e t á r i a qu e e l a d e v e t r a v a r h o j e 0 Mas como a
s i t u a ç ã o e de is o la m e n to d a s l u t a s , não se pode p r e t e n d e r que a o l a s s e a s s u
ma d e - f a t o a l u t a p e l a d e r r u b a d a d õ a r r o o h o e a s o u t r a s p r o p o s t a s d a p l a t a
fo rm a . H o je , a t r a v é s d a s l u t a s i s o l a d a s , e l a l u t a r i a p a ro ia lm e n te p o r aq u £
l a s o b j e t i v o s , o u m e lh o r d i z e n d o , e n a l u t a p a r c i a l p o r a q u e l e s o b j e t i v o s
q u e e s t á o e s p a ç o p a r a a a o u m u la ç a o de f o r ç a s (q u e s e e x p r e s s a n a a g l u t i n a -
ção da p a r o e l a a v a n ç a d a ).
T r a t a - s e de uma p l a t a f o r m a que r e s p o n d e a p e n a s a o a I n t e r e s s e s d a o l a s
s e o p e r á r i a ? De f o r m a n en h u m a. T a l oomo é o o l o ç a d a , n o s m a r c o s r e i v i n d i c a ~
t ó r i o s s i n d i c a i s em que s e l i m i t a , a t i n g e a t o d o s o s s e t o r e s a s s a l a r i a d o s '
à a p o p u l a ç a o ,^ P o d e - 3 e d i z e r que a l u t a c o n t r a o a r r o c h o , a l e i de g r e v e e o
a t r e l a m e n t o s ã o a e x p r e s s ã o d o s o b j e t i v o s s o c i a l i s t a s d a o l a s s e h o j e ? Não *
n l o e s s a r l a m e n t e , V i s t a s em s i , s ã o l u t a s s i n d i c a i s , q u e podem r e p r e s e n t a r a
d i s p u t a p o r m e lh o re s s a l á r i o s , c o n d iç õ e s l i v r e s de b a rg a n h a da f o r ç a de t r a
b a l h o , a l i b e r d a d e d e o r g a n i z a ç ã o p a r a l u t a r p t l o s a l á r i o e t c . I s t o o P r o je i
t o r e o o n h e c ç . E s t á s e o rg a n iz a n d o a r p a r o e l a c o m b a t i v a a o n í v e l de s u a c o n s
c iê n c ia s in d ic a l, A c a p i t a l i z a ç ã o s o c i a l i s t a v a i se d a r em o u t r o n í v e l .
P o r q u e I n f e l i z m e n t e , m a l d i t a c o n j u n t u r a , n ã o s e p o d e g a n h a r o s o p e r á r i o s di,
re ta m e n te p a ra o s o o ia lis m o , p a ra a l u t a c o n tr a a d i t a d u r a , p e lo g o v ern o *
r e v o l . M as, n e s t e s e n t i d o , o s l i m i t a s d a p l a t a f o r m a s ã o s i n d i c a i s , • p o r ma
is <jue o s e l e m e n t o s que s e a g l u t i n a m em t o m o d e l a se o o n s o i e n t izem d e s t e
c a r a t e r e o om p reen d am o s i n t e r e s s e s f u t u r o s do p r o l e t a r i a d o , • e s t a p l a t a —
f o r m a que d e v e r á s e r a g i t a d a e p r o p a g a n d e a d a n a s l u t a s d e f á b r i o a a d - e t e r n u m
Como a s l u t a s n ã o s ã o a s s u m i d a s p le n a m e n te p e l o m o v im e n to ,o o m o n e s t a
c o n j u n t u r a e l e n ã o s e u n i f i o a em t o m o d e s t a p l a t a f o r m a , i x x e l a s e p r e s t a ,
n a v e r d a d e # e o o n o r e ta m e n te , à p ro p a g a n d a d e g l u t a s que d e v e rã o s e r in o o r p o -
r a d a s p e l a m a s s a , t ã o c e d o a c o n j u n t u r a m ude. Ou s e j a , a p r o p a g a n d a s i n d i —
c a l » Como a s l u t a s n ã o s ã o u n i f i c a d a s , q U a l o s e n t i d o de s e f a z e r uma piro —
p o s t a q u e s ó p o d e s e r a s s u m id a p e l o m o v im en to u n i f i c a d o ? A p r o p a g a n d a , e v i
d e n t e m e n t e , Se e s t á s e a c u m u la n d o f o r ç a s a t u a l m e n t e , s o b a b a n d e i r a d e s t a s
l u t a s e oom a o o n s o i ê n c l a d e q u e c o n t r a e l a s so é p o s s í v e l l u t a r p a r o i a l m e n
t e h o j e ( e i s s o é d e i x a d o o l a r o p a r a o s o p e r á r i o s ) , e s t á s e a cu m u la n d o f o r ^ -
ç a s p a r a que o m o v im en to a s a s s u m a q u an d o t i v e r c o n d i ç õ e s . Q ual a " d i f e r e n
ç a d e o o n s o i ê n c i a " que a u t o r i z a o s t r a b a l h a d o r e s a a s s u m i r a " l u t a c o n t r a a
Ijài d e g r e v e " ,, " o o n t r a o a r r o c h o " , " c o n t r a o a t r e l a m e n t o s i n d i c a l " f o r a *
da l u t a o o n tr a a d ita d u r a b u rg u e sa l a t l f u n d i á r i a ? A d i f e r e n ç a e n tr e a o o n s—
o i ê n c i a s i n d i c a l e a c o n s c i ê n c i a r e v o l u c i o n á r i a , p o s s i v e l m e n t e . Mas a s s u m i r
a l u t a c o n t r a e s t e s i n s t r u m e n t o s d a d o m in a ç ã o de c l a s s e s i g n i f i c a que a 1
o l ç e s e , no s e u p r o f f e s s o d e l u t a s e de a p r e n d i z a d o p o l í t i c o * s o b a i n f l u e n c i
a d i r e t a e d i r i g e n t e de uma v a n g u a r d a r e v o l u c i o n á r i a , to m o u c o n s o i ê n o i a 'q u e
p a r a l u t a r o o n t r a e s t a s m a n i f e s t a ç õ e s d a s o o i e d a d e qu e a t o l h e m e o p rim em ,
te m que l u t a t 1 tam bém c o n t r a o g o v e r n o que a s g a r a n t e e s u a s b a s e s d e s u s t e n
t ação o ^ ^ mtOMLâ a.
N e s te s e n t i d o , o o l o o a r e s t a p l a t a f o r m a d e i* i l u t a s , oomo p r o p a g a n d a *
q u e é* s i g n i f i c a r e b a i x a r a p r o p a g a n d a p o l í t i c a r e v o l , à < p r o p a g a n d a s i n d i c a l
Mas o s d e s d o b r a m e n to s d a p l a t a f o r m a v a o m a is l o n g e , P a r a n ã o f i o a r *
n o s m a ro o s d a p r o p a g a n d a , é p r e o i s o q u e s e t e n h a um í n d i c e que q u e s t i o n e o
a r r o ç h o , que b a s e a d o no a u m e n to do c u s t o de v i d a do a n o p a s s a d o e n a s u a 9
p r o j e ç ã o p a r a o a t u a l ( m a is o a u m e n to d a p r o d u t i v i d a d e ) d e i x e e v i d e n t e que
a ç l ^ . 3 s e l u t a c o n t r a o a r r o c h o e n ão s i m p l e s m e n t e p o r a u m e n to s s a l a r i a i s ,
Se a c l a s s e a ssu m e t a i s í n d i o e s de r e i v i n d i c a ç ã o , e s t á t r a v a n d o uma l u t a 5
p a r o ia l c o n tra o a rro c h o , caso c o n tr a r io n ão.
N e s te p o n to o CN e W d i v e r g e m . A p r o p o s t a e x p r e s s a a c i m a , r e f l e t i d a
n o s 1 1 0 $ q u e o CN d e f e n d e h o j e (o u 7 0 $ , d e p o i s d a Cam panha salarial) é q u e £
t i o n a d a p o r W q u e e x i g e 2 0 0 $ , o u s e j a , a o o b r a n ç a do a r r o c h o d e s d e s u a s o rá .
genso 0 B ■•oaoA
A p r im e ir a v i s t a , f i o a re a lm e n te d i f í o i l de se o p ta r q u a l d as du as *
p r o p o s t a s é a m a is e n g r a ç a d a n a s u a j u s t i f i c a ç ã o ,
0 m o v im e n to é f r á g i l , d e s o r g a n i z a d o , m as nem p o r I s s o v am o s e x i g i r 9
q u e o s p a t r o a s n o s déem n ã o s ó o que r o u b a r a m no a n o p a s s a d o # m as a i n d a o
q u e e l e s v ã o r o u b a r o a n o q u e v em . Sem f a l a r d a p r o d u t i v i d a d e . R e a l m e n t e , u
ma c l a s s e p r e v i d e n t e , v a l e p o r d u a s„ E e v i d e n t e m e n t e , a lg u é m que n ã o t e n h a
e n te n d id o o s e n tid o t r a n s o e d e n t a l d e s t e i n d i c o , de f a t o n ã o oo a p r e e n d e u o
q u e e o a r r o c h o , n ã o l u t a c o n t r a e l e » Os c o m p s , de VV n ão f a z e m p o r m enos .
Tem os que m o s t r a r o que e a t e e b a n d id o s n o s r o u b a r a m d e s d e 6 4 « M o s t r a r , e a
c l a r o , p o is v a i s e r d i f í o l l e n c o n tr a r o p e r á r io s tã o p r e d is p o s to s ao r i d í c u
l o é e l e v a r t a l p r o p o s t a a s e u s c o m p a n h e ir o s de f á b r i c a *
Se e s t o u e x a g e r a n é o * e p a r a r e s s a l t a r um d e s a t i n o . 0 CN d e f e n d e que a
no i n d i c e que s e v a i e x p r e s s a r a l u t a p a r o i a l o o n t r a o a r r o o h o e q u e um ou
t r o í n d i o e q u a l q u e # n ã o t r a r i a e s t e c o n t e ú d o . As f á b r i o a 3 que a c a t a s s e m t a l
í n d i c e em u m ai l u t a s a l a r i a l e s t a r i a m q u e s t i o n a n d o p a r c i a l m e n t e o a r r o c h o ,
l u t a n d o p a r o i a l m e n t e o o n t r a e l e , a s o u t r a s não.*
A d e f i n i ç ã o d a G i r e , 3 e a p r o x im a d a m e n te c e r t a , Um s e n t i d o da l e i do
a r r o o h o é f a z e r oom que a e v o l u ç ã o do s a l á r i o n ã o a co m p an h e a e l e v a ç ã o do
c u s t o de v i d a , g a r a n t i n d o a e l e v a ç ã o d a t a x a d e l u o r o s » Mas n ão é p r e e i s o *
i n v e n t a r m a l a b a r i s m o s e s t a t í s t i c o s p a r a a e p r o v a r i s s o , a o s o p e r á r i o s « Quan
do o g o v e r n o d e t e r m i n a um í n d i o e a t r a v é s d o s s e u s o á l c u l o s e s t r a t o s f é r l o o s 7
e s t a b e l e c e n d o o s l i m i t e s do a u m e n to o f i o i a l , a í e s t a r á p la sm a n d o a f o rm a c o
mo a l e i , o i n s t r u m e n t o a r r o o h o l h e s e r v e b a q u e ie m om en to. Q u a lq u e r r e i v i n -
d i o a ç ã o q c im a d a q u e l e v a l o r s e r i a uma o o n t e s t a ç ã o e f e t i v a d e l e , f o s s e d e 1
o u lOOO^c T a n to a 0 . j á u s o u oomo W u s a a g o r a o a xg iu aafc?» a r g u m e n to d e m ar—
o a r c l a r a m e n t e a d i f e r e n ç a d e n o s s o í n d i o e (o p r o l e t á r i o , o r e v o l . ) d o o í n -
d l o e s d o s p e l e g o s e d e o u t r a s p r o p o s t a s » I&o é p r e c i s o t e r ín d ic e qye se
j a d i f e r e n t e do í n d i o e d o s p e l e g o s p a r a d e i x a r o l a r o que n ão so m o s p e l e g o s ~
tam b em , 0 p e l e g u i s m o do S i n d i o a t o n ão e s t á em p e d i r um tn ín éloe d e 5 0 1» q u an d o
o g o v e r n o s e d is p u n h a a d a r 3 7 # * U mesmo p e d in d o t a l í n d i c e , o s p e l e g o s p o
d e r i a m f a z e r ( e f i z e r a m ) uma d e n u n c i a t ã o r a d i c a l do a r r o c h o q u a n to q u a l q u e r
o u t r o * 0 d i f e r e n t e ^ e i s s o que é p r e c i s o e s o l a r e o e r , d e r u n o i a r , é como e l e s
p r o p õ e a o r g a n i z a ç ã o d a l u t a (o u m e l h o r , s u a n ã o o r g a n i z a ç ã o ) , oomo e l e s 4
c o n c ilia m e tra e m a c l a s s e .
C o n s i d e r a r que a l u t a qie a c l a s s e t r a v a h o j e n ã o é o o n t r a o a r r o o h o k
c o n s i d e r a r q u e e l a n ã o to m o u o o n s o i ê n o i a d a r e l a ç ã o e n t r e o i n s t r u m e n t o l e i
do a r r o o h o e s e u s m e n t o r e s e d e f e n s o r e s , a d i t a d u r a b u » g u e sa „ P o rq u e o a r r 5 —
bho p a lé m d e s l ; ? i i f i o a r a n ão e l e v a ç ã o d o s s a l á r i o s » 9 p o l i t i c a m e n t e é w i s
i m p o r t a n t e a o s i / u n i f i c a r q u e o g o v e r n o o o n t r o l a , d e t e r m i n a (e a p l i c a ) a p o l í
t i o a s a l a r i a l c o n v e n i e n t e p a r a a b u r g u e s i a e que a d e o i s a o d o s a u m e n to s s a l a
r i a i s não são f e i t a s n a t u r a l e d ire ta m e n te e n tr e o p e r á r io s (• s u a s rfep íiesen
t a ç õ e s ) e p a t r õ e s . Quando s e c o n s t a t a que a o l a s s e l u t a d e s u n id a m e n te p o r s a
l á r i o e n ã o a i n d a num m o v im e n to u n i f i c a d o t e n d o oomo b a n d e i r a de l u t a a d e r
r u b a d a do a r r o o h o , a d e n ú n o ia do a r r o c h o te m um c l a r o s e n t l d ó d e d e n u n o ia , 4
d e p r o o a g a n d a , e n ã o é o a c a t a m e n t o d e í n d i c e s t a i s como 86 p r o p o e qua j á v a i
s i g n i f i c a r que a o l a s s e e s t á l u t a n d o p a r o i a l m e n t e c o n t r a 0 a r r o c h o . £ no oam
po d a p r o p a g a n d a , d a d e n ú n c i a , n ão é p r e c i s o i n v e n t a r f ó r m u l a s a r t i f l o i a i s ,
a s s i m com o c o l o c a r t a l b a n d e i r a como a c e n t r a l , a d e c i s i v a , é l i m i t a r a d e
n ú n c ia d a s m ú ltip la s f a c e t a s p e la s q u a is se m a n if e s ta a o p re s s ã o p o l í t i o a •
e o o n ô m io a d a d i t a d u r a , a d e n ú n c i a do o a r á t e r d e c l a s s e d e s t a e d e s u á s i t u a
ç ã o de in im ig a v i s c e r a l da o l a s s e o p e r á r i a .
Md.3 i s t o t u d o a o o n t e o e p o r q u e a 0 . n ã o s e p r o p o e a a c u m u la r f o r ç a s no
m o v im e n to d e m a s s a e s im n a oam ada c o m b a t i v a , sem a t e n t a r que a a g l u t i n a ç ã o
e a v a n ç o d e s t a è f u n ç ã o i n s e p a r á v e l d a a c u m u l a ç ã o d e f o r ç a s e o a v a n ç o do m£
v im e n to com o um to d o «
Em que a e n t l d o e ara t o r n o d e que l u t a s o m o v im e n to a c u m u la f o r ç a s ? As
l u t a s q u e c a r a c t e r i z a m 6 m o v im e n to e s p o n t â n e o h o j e s a o l u t a s d e r e s i s t ê n c i a
a e x p l o r a ç ã o o a p i t a l i s t a , n ã o a p e n a s no s e n t i d o e x c l u s i v a m e n t e d a o p r e s s ã o e^
c o n o m io a , m as â s in ú m e r a s f o r m a s q u e a s s u m e o e x e r o i m e n t o d a d o m in a ç ã o . E l a s
r e f l e t e m em p r i m e i r o p l a n o a m a g r e z a s a l a r i a l , m as tam bem a f a l t a d e e s t a b i
l i d a d e n o a e m p r e g o s i a f a l t a de s e g u r a n ç a , a i n s a l u b r i d a d e , o s a b u s o s de a u
t o r i d a d e , o s d e sm a n d o s p o l i o i a i s i n t e r n o s n a s f á b r i c a s e d a p o l í c i a e do a —
x e r o i t o , a r e f l e t e m a in d a n ão qç a o p r e s s ã o v iv id % n a s f á b r i c a s , como em t £
d a s u a v i d a ^ em t o d a a q u a l q u e r o u t r a a t i v i d a d e * A p r e d o m i n â n c i a , sem d ú v i d a ,
s ã o a s r e a ç õ e s a o r e b a i x a m e n t o do n í v e l d e v i d a »
As fo rm a s p e l a s q u a is e s t a s l u t a s s e m a n ife s ta m s£ o v a r i a d a s . S a b e -s e
d e ^ g r e v e a - t a r t a r u g a , a b a i x o - a s s i n a d o s , q u e ix a s de g ru p o s ou a e ç õ e s a o s p a —
t r õ e s , p r o o e s s o s i n d i v i d u a i s o u o o l e t i v o e a t r a v é s do S i n d i o a t o , p a r a l i a a ç ã a a
p a r o l a i s a , m a is r a r a m e n t e , p a r a l i s a ç õ e s g e r a i s da f á b r i c a s , N e s t a « ú l t i m a s ,
n o a p o u o o s c a s o s q u e s e s a b e , f o r m a r a m - s e c o m i s s õ e s da l u t a qu e o o o r d e n a r a m
o m o v im en to e f o r a m p o r t a - v o z e s d a s r e i v i n d i c a ç õ e s j u n t o a o s p a t r Õ e s .
l a r g a d o à s u a e s p o n t a n e i d a d e , o a c ú m u lo d e f o r ç a s que o m o v im en to p o d e
a d q u i r i r n e s t a s i t r i i t a i o v a r i a d a s f o r m a s de m a n i f e s t a ç ã o d a i n s a t i s f a ç ã o J
d a m a s s a o p e r á r i a v a r i a em g r a u e o o n t e ú d o , m as f i e a , n e c e s s a r i a m e n t e l i m i t a
d a p o r s e u s p o n t o s d e p a r t i d a . ú e v i d e n t e , p o r e x e m p l o , que a l i ç ã o d e i x a d a
p o r uma l u t a o o l e t l v a que o u lm in e numa p a r a l l z a ç ã o g e r a l o u p a r o l a i é bem *
m a i s x x á r l o a , d e i x a m u ito m a i s l i ç õ e s do q u a a a b e r t u r a de u m - p r o o e s s o n o '
s i n d i o a t o o u a s i m p l e s I d a d e um g ru p o d a o p e r á r i o s aom p a t r ã o . A p r e s e n ç a ’
d a uma v a n g u a r d a a t u a n t e n e s t e p r o o e s s o te m o p a p e l de o r i t i o a r a s f o r m a s *
m a i s a t r a s a d a s , o r i e n t a r a o r g a n i z a ç ã o do m o v im en to o o l e t i v o ( o u j a f o rm a ma
i s i m p o r t a n t e , sem d ú v i d a , é a g r e v e ) , g a r t i o l p a r de s u a e f e t i v a ç ã o , e s t i m u
l a r s u a p r e p a r a ç ã o e t o . A s m o t i v a ç õ e s n a o p r e o l s a m s e r i n v e n t a d a s . E l a s •s ã o
p r o d u z i d a s e r e p r o d u z i d a s o o n t l n u a m e n t e p e l a s c o n d i ç õ e s de o a d a f á b r i o a , £
p a rtic ip a n d o d e s te p ro o essd que a v a n g u a r d a f a z a d e b ú n c i a do s i s t e m a c a p i
t a l i s t a , que m o s t r a a r e l a ç ã o e n t r e a s l u t a s p a r c i a i s e a s g e r a i s , q u e a p o n
t a p a r a ob o b j e t i v o s p r o g r a m á t i o o s do m o v im e n to o p e r á r i o , que m o s t r a q u a l a
f o r m a m a is a d e q u a d a d e l u t a p a r a o a d a c a s o , que v a i m o s t r a r q u e a g r a v e é a
f o r m a d e o i s i v a da l u t a o p e r á r i a (em s e u e s t á g i o a t u a l ) . N e s te p r o o e s s o e q u e
o s o p e r á r io s são t e s t a d o s p e la s l u t a s , são le v a d o s a re o o n h e o e r p e la p r á t i o a
e oom a p r e s e n ç a d o s e l e m e n t o s d e v a n g u a r d a , que t a i s f o r m a s e t a i s i n s t r u —
m e n to s f o r a m o u n ã o m a is e f i o a z e s , s ã o e s t i m u l a d o s a d e s e n v o l v e r a s o l l d a r i e
dade a t i v a , são l e v a d o s a o o m p re e n d e r a i m p o r t â n c i a d a l u t a o o l e t i v a e t o .
F a la m o s i n o l u s i v e em o r l a r o s m e i o s d e l i g a ç ã o com a m a s s a . I s t o n ã o a
o r i a r o m o v im e n to . E s t e s m e i o s , à s v e z e s e x i s t e m , à s v e z e s n ã o , m as o f u n d a
m e n t a l é que e x i s t a m a s c o n d i ç õ e s p a r a que e l e s s u r j a m o u s e ja m f o r m a d o s ,
a q u e , p e l o que s ã o c o r r e s p o n d e m a o n í v e l d e o o n s c i e n c i a e de e x p e r i ê n c i a p £
l í t i e a d a o l a s s e . Mas c o n d i ç õ e s a t u a i s , e s t e s m e l o s s ã o f u n d a m e n ta lm e n te l e
g a i s . São f o r m a s d e a g l u t i n a ç ã o de o p e r á r i o s em t o r n o d e a lg u m a a t i v i d a d e 1
p e r m i t i d a , l e g a l , q u e s e r v e m n ã o ao p a r a d e s e n v o l v e r a s o l i d a r i e d a d e e o e s
p í r i t o d e u n i ã o e t r a b a l h o o o l e t i c o oomo tam b ém , e p r i n c i p a l m e n t e do n o s s o
p o n to d e v i s t a , d e o a n a i s p a r a la a t i v i d a d e d e a g i t a ç ã o , p r o p a g a n d a e o r g a n i
z a ç ã o d a v a n g u a r d a r e v o l . e d o s r e s u l t a d o s de s u a c a p i t a l i z a ç ã o . A lg u n s m e i
o s j á e x i s t e m e e x i s t e uma i n f i n i d a d e d e o u t r o s q u e podem s e r p e n s a d o s , c r i a
d o s e t e s t a d o s : a s d e l e g a ç õ e s s i n d i c a i s (oomo em W ), c a i x a s d e a j u d a , a t i v i
d a d e s o u l t u r a i s t a i s oomo o í r o u l o s de l e i t u r a , g r u p o s de t e a t r o e t c . Nos mo
m e n to s d e l u t a , é e v i d e n t e que g e r a l m e n t e e l e s n ã o 3 e r ã o a d e q u a d o s nem s u f i *
o i e n t e s e s e r ã o e r i a d o s o r g a n i s m o s p r o p r i o s , m as p a s s a d a a q u e l a , s ã o uma e s
t r u t u r a da r e o u o .
Sem d u v i d a , 4 n e c e s s á r i o a g l u t i n a r o s e l e m e n t o s a v a n ç a d o s tam bém f o r a Ê
d a q u e l e s m e io s l e g a i s do v i n o u l a ç ã c o o n t í n u a oom a m a s s a p o r q u e n a m ed id a ’
em que s a o l e g a i s e re s p o n d e m a o n V e l a t r a s a d o de o o n s o i ê n o i a e - o r g a n i z a ç ã o
d a o l a a s e , n a o p o d e r ia m s e r o oan aü e x o l u s i v o d a p r o p a g a n d a r e v o l . T r a t a r e m o s
d i* e o > tÉKUP a d i a a t l i , o t a e * i o i * x * o m b i b i exrp « m t x o i m m r W m a u
A 0 . p r o p o e uma OSP n o s e n t i õ o de d l f e r e n o i a r a s u a p r o p o s t a de a g i u —
t i n a ç a o d a p a r o e l a o o m b a tiv a d a a p r o p o s t a s d i l u í d a s , p e l a g a s e e l e i t o r e i r a s
d a s O Ss e x i s t e n t e s . S ao e s s a s OSP a r t i o u l a d a s em g r u p o a de f á b r i c a que no ,
r e s s u r g i m e n t o do m o v im en to d e m assati d e v e r ã o s e o o n s t i t u i r em s u a l i d e r a n ç a ,
a l i d e r a n ç a d e um m o v im en to in d e p e n d e n te d a o l a s s e e s t r u t u r a d o em o o m i t ê s de
e m p r e s a . E m a i s . A l i d e r a n ç a d e s t e p .-o o e s s o f u t u r o j á e s t á s e n d o o r g a n i z a d o
d e s d e h o j e s o b a h e g e m o n ia p r o l e t á r i a . E s t a a r g u m e n t a ç ã o p a r t e a i n d a da r e f e
r ê n c i a m a is g e r a l d e q u e j a p a r o e l a p r o l e t á r i a m a is c o n s c i e n t e d e v e se m p re 1
B e r o r g a n i z a d a oomo f r a ç ã o p a r t i d á r i a n o r o r g a n i s m o s de m á s s a '.
Nb- a u s ê n c i a do m o v im en to de mansaB e d e s e u s o r g a n i s m o s r e p r e s e n t a t i —
v o sp a 0 . a o h o u p o r bem o r i a r a f r a ç a o p r r t i d á r i a no qu e h a v i a , a p a r o e l a 1
o o m b a tiv a d e o o n s o i ê n o i a s i n d i c a l . P a r a ^ i s s o * num p l a n o , t e r i a q u e d e p u r a r *
e s t a p a r o e l a - d o 8 q u e n ã o s e a d a p t a s s e m â p r o p o s t a de O SP, s u a p l a t a f o r m a e *
o s Q s t s e l l n * « tft s s c r x o l l u U u r j u a I í i u i uaoc n w « * *
Em que n o s s a p r o p o s t a d e OSP rom p e oom o s l i m i t e s " e l e i t o r e i r o s " e "pja
le g o s tf' d e s t a s o p o s i ç õ e s ? No d e f e n d e r a f á b r i c a oomo o c e n t r o de a c u m u la ç ã o
d e f o r ç a s ? A s o p o s i ç õ e s n ã o o negam e s e n ã o o le v a m à p r á t i c a ê q u e n u n o a •
f o r a m g a n h a s ^ p a r a uma p e r s p e c t i v a j u s t a de l i g a ç ã o e n t r e v a n g u a r d a e o m o v i
m en to e s p o n t â n e o (o q u e tam bém n ã o o f e r e c e m o s h o j e ) j em g a r a n t i r a o r í t i o a *
a o a t r e l a i c e n t o e o p a p e l s e o u n d á r io da v i t o r i a n a s e l e i ç õ e s ? E s t a s o p o s iç õ e s
ad m item e s t a - c r i t i o a ( a m enos d e a l g u n s e l e m e n t o s r e f o r m i s t a s , o u d e s o r i e n t a
ílo s ) m as a 0 . n à s u a y g á t i g « j x i a n i o r í t i o a , n ã o a p r e s e n t a uma a l t e r n a t i v a p r a
t i o a r e a l a e l a , S e r i a em t o m o d a p l a t a f o r m a d e l u t a s ? Ao n í v e l s i n d i o a l *
d e s ta p la ta fo rm a é p e r f e i t a m e n t e - a c e i t á v e l e s i m i l a r ao de o u tr a s p l a t a f o r
mr;.B d e o p o s i ç ã o . No e n t a n t o , a 0 . r e s o l v e u e r i g i r um í n d i o e d i v i s o r d e m g u a s
e n t r e o s que r e a l m e n t e q u e re m l u t a r p a r c i a l m e n t e o o n t r a o a r r o o h o e o s que *
q u orem d i l u i r a s o p o s i ç õ e s no p e l e g u i s m o , «Tá t i v e m o s a o p o r t u n i d a d e de o r i t j .
o a r e s te o r i t é r i o a n te rio rm e n te .
Mas a a t i t u d e d a 0 . n ã o é e s t r a n h á v e l . A f i n a l , o i s o l a m e n t o e n t r e e s t a
p a r o e l a n a s o p o s i ç õ e s e a m a s s a é uma d o e n ç a o r õ n i o a d a c o n j u n t u r a . E n t ã o , o
que r e s t a v a f a z e r oom a q u e l a s e l e m e n t o s , d a p a r c e l a - a v a n ç a d a j á bem o u m al a
g l u t i n a d o s sm o p o s i ç õ e s e r a s e p a r a r o j o i o do t r i g o . Uma w s z f e i t o i s s o ,
t r a t a r - s e - i a rde i g n o r a r o r e s t a n t e e oom o s p o n t o s de p a r t i d a j á o b t i d o B , es?
t e s s im , v a c i n a d o s c o n t r a a s a m a n a ç õ e s m a l s ã s do " e l e i t o r a l i a m o " e do " p e l e -
g u i s m o " , i r a r r a n c a r a n o v a p a r o e l a e m e r g e n te d a s l u t a s d e f á b r i c a â l o t a r e i
a do m o vim en to e s p o n t â n e o . - A - c i s ã o d a OS c o n q u i s t a d a p e l a 0 . f o i u m a im â g n íf i
o a , uma t e t u m b a n t e v i t ó r i a . . . d e P i r r o . C o n se g u im o s a f a s t a r d e n o s s a i n f l u ê n
o i a , p e r d e r a o a p a c i d a d e d e p e r s i s t i r n a l u t a p o l í t i c a e i d e o l ó g i c a oom am
p l o s s e t o r e s d a q u e l a p a r c e l a j á t e s t a d a e e x p e r i m e n t a d a em l u t a s , s e m i - p o l i -
t i z a d a , p o r c a u s a do q u e ? N on fim d a s c o n t a s , d e um c á l o u l o de p o r c e n t a g e m .
Mesmo o m o v im e n to s i n d i c a l p o d e s o f r e r o i s õ e s , m a n i f e s t a ç ã o d a s d i v e r -
g ê n o i a s p o l í t i c a s q u a n to à o p ç ã o qu e o m o v im en to d e v e * t o m a r em t a l ou
q u a l s i t u a ç ã o p o l í t i c a . E n o s o in d im o s e s t a a m e a ç a de m o v im en to s i n d i c a l oom
a b a n d e i r a d e u a a OS p r o l e t á r i a o u j o p r o g r a m a é t ã o s i n d i c a l q u ar*«^ q u a l q u e r
o u t r o do g ê n e r o . P o d e r - s e - i a a r g u m e n t a r qtfe m u i t o s e l e m e n t o s OS a n t i g a r £
v e la v a m «*** i n e q u í v o c a a t r a ç ã o p a r a a s t e s e s d e m o o r a t i s t a s . Mas a p r ó p r i a 0 .
n ã o d e f i n i a em s e u P r o j e t o qu e o d e m o o r a tis m o a i n d a n ã o p e n e t r a r a n a c l a s s e
o p e r á r i a , q u e s e t r a t a v a t a n t o p a r a e l e oomo p a r a n ó s ãn a c u m u l a r f o r ç a s ?
Om que os c o m p a n h e ir o s m e n ta lm e n te devem e s t a r c o b r a n d o a e s t a a l t u r a
da a rg u m e n ta ç ã o , e q u a l a q u a lid a d e da a g i t a ç ã o e p ro p ag an d a r e v o l u c i o n á r i a s ,
o n d e e oomo s e d a a c a p i t a l i z a ç ã o p o l í t i c a , Que p l a t a f o r m a d e v e s e r d e f e n d i d a
p ara a o la s s e ?
Oom o p e r d ã o d e m a is um p a t ê n t e s e s , a n t e s de r e s p o n d e r a e s t a s p e r g u n
t a s , é p r e c i s o que a e f a ç a uma u n o u r s ã o , a i n d a q u e l i g e i r a , s o b r e o q u a d r o '
da s i t u a ç ã o g e r a l , lo o a liz a f ts x q u a is o s l i m i t e s im e d ia to s o b j e t i v o s e s u b je
t i v o s do m o v im e n to o p e r á r i o , e s o b e s t e p r i s m a v e r q u a l a a t i t u d e d a o l a s s e
p a r a oom s e u s a l i a d o s i m e d i a t o s e l o n g í n q u o s , o q u e d e v e e s p e r a r d e l e s , q u a l
deve s e r s u a a t i t u d e p a r a oom eleB.
ê •
V, Onde s e a p r e s e n t a a lg u m a s id é ia s so b re a situ a ç ã o a tu a l.
0 p o n to d e p a r t i d a , a p e d r a de t o q u e , a meu v e r , p a r a s e f o r m a r uma v i
s ã o da s i t u a ç ã o c o n j u n t u r a l e a o o m p re e n s ã o d e que n ã o v iv e m o s tuna s i t u a ç ã o
d e o r i s é r e v o l u o i o n á r i a . M u ito bem , d i r ã o , Mas em <|ue i s t o é d i s c o r d a n t e do
P r o j e t o ? A d i s o o r d a n o i a e s t á em q u e no P r o j e t o e s t a l a t e n t e a idéia d e que a
e v o l u ç ã o d a ò o n j u n t u r a d e v e d e s e m b o c a r numa s i t u a ç ã o d e o r i s e r e v o l u o i o n á r i a ,
c r i s e e s t a q\ie s e r i a r e s o l v i d a q u e r p e l a I m p l a n t a ç ã o d e um g o v e r n o r e v o l . , %
q u e r p e l a ,r e t o m a d a d a d i t a d u r a b u r g u e s a , f i o a n d o a i n d a a b e r t a a e v e n t u a l i d a
d e de um g o v e r n o l i b e r a l b u r g u ê s t r a n s i t ó r i o e i n s t á v e l * Na v e r d a d e , o P**oj 5
t o n ã o o o l o o a a q u e s t ã o p r e c i s a m e n t e d e s t a f o rm a m as n ã o d e i x a o u t r a a l t e r n a
t i v a p a r a a e v o l u ç ã o d o s a o o n t e o i m e n t o s n a m e d id a em q u e " n ã o h á s a í d a e s t r u
t u r a l p ara o c a p ita lis m o b r a s i l e i r o " .
D iz e l e q u e , n a m e d id a em que o o a p i t a l i s m o i n t e r n a c i o n a l v i v e a g®an->
d e c r i s e m u n d ia l d o p o s - g u e r r a , a o r i s e i n t e r n a do o a p i t a l i s m o b r a s i l e i r o r<»
p r e s e n t a o f i # do m i l a g r e que e r a s u s t e n t a d a Ç a fo r a o a r r o o h o ) p e l a s e x p o r t a
ç o 9 3 oomo s a í d a p a r a d im p a s s e d e m e r o a d o . A lem do m a i s , e s t á a f a s t a d a a p o ji
s l b l l i d a d e d e uma r e o u p e r a ç ã o d a e c o n o m ia o a p l t a l l s t a p e l a v i a do d e s e n v o l v i
m en to do s e t o r d e b e n s d e p r o d u ç ã o p o rq u e i s t o s e r i a uma i n o o n o e b í v e l r e d i y i
s ã o i n t e r n a o i o n a l do t r a b a l h o , in d a in a lo que no b o j o d e uma o r i s e - d o i m p e r i a
l i s m o ( a í tam bém o p o r q u e da i m p o s s i b i l i d a d e do s u b - i m p e r i a l i s m o ) , Sob e e t e
p r i s m a , q u a l q u e r esq u em a d e m o d l f i o a ç ã o do m e ro a d o i n t e r n o f i o a r i a n a d e p e i» -
d ê n o la e x c l u s i v a da l u t a de o l a B s e s .
P o r m enos q u e s e te n h a iw ta u í d a d o s p r e c i s o s p a r a a n a l i s a r a s i t u a ç ã o e—
o o n o m ic a , e s t a a n á l i s e é c l a r a m e n t e i n o o m p l e t a e o o m p r o m e tid a 0 A b s t r a i o f a
t o d e qu e é s o b r e t u d o a a u B e n o i a d e um m o v i m e n t o - o p e r á r i o f o r t e e o r g a n i z a d o
q u e f a o i l i t a o cam po p a r a a r e c u p e r a ç ã o b u r g u e s a , No e n t a n t o , d i r ã o o s oompa
n h e i r o s , ' 0 m o v im e n to n ã o é f o r t e h o j e m as w u o t s e t o r n a r á com o a g r a v a m e n to
d a c r i s e . S im , e s t a ^ é uma p o s s i b i l i d a d e e o o b j e t i v o c e n t r a l d e uma e s q u e r d a
q u e s e q u e i r a r e v o l . d e v e s e r t o r n á - l o f o r t e m as s e e s t a é a ú n i o a a l t e r n a t i
va h i s t ó r i c a a b e r t a p e l a r e a l i d a d e a t u a l , o f r a c a s s o d e s t e t r a b a l h o d a e s q u a ?
d a n ã o v a i i m p e d i r q u e a e o o n o m ia o a p i t a l i s t a , e s t r u t u r a l m e n t e i n v i á v e l , va
f e n e c e n d o e m u rch a n d o a t é oe r e t i r a r d a v i d a p u b l i c a p a r a a lg u m r e c a n t o de
Cam pàs d e J o r d ã o o u do G u a x u já .
A in d a que n ã o p o s s a a p r e s e n t a r uma v i s ã o m a is e l a b o r a d a d a s p e r s p e o t i —
v a s d a e o o n o m ia c a p i t a l i s t a no p a í s , p e n s o q u e a q u e s t ã o d e v e s e r e n o a r a d a •
so b o s e g u in te p ris m a * f
0 a r g u m e n to d e c i s i v o do P r o j e t o é s o b * e a i n v i a b i l i d a d e do d e s e n v o l v i
m en to do s e t o r d e b e n s <le p r o d u ç ã o d e v i d o â o r i s e i m p e r i a l i s t a . «Nao o r e i o *
q u e s e p o s s a d e s c a r t a r e s t a p o s s i b i l i d a d e aom e s t a s i m p l i c i d a d e . 0 c o m p o r ta
m en to do i m p e r i a l l w n o era o r i s e é r e s u m id o a o e s t e i t a m e n t o do m e r c a d o , a o p r £
p r e v a l e o i m e n t o d a c o o p e r a ç ã o e n t r e a s n a ç õ e s d e s e n v o l v i d a s em d e t r i m e n t o d a s
ú n a ç õ e s d e p e n d e n t e s , à I n v i a b i l i d a d e d e uma r e d i v i s ã o i n t e r n a c i o n a l do t r a
b a lh o . 0 que n ão é t r a t a d o a oomo o i m p e r i a l i s m o s e c o m p o r ta no p r o c e s s o d e
o r i s e , oomo e s t a r e p e r c u t e n o 3 p r o b le m a s d a s r e i n v e r s c e B e da b u s c a de n efroa
d o s p a r a d a r s a i d a a s e u s p r o a u t o s e p a r a i n v e s t i r . De f a t o , s e s e p e n s a s s e "
em uma p o l í t i c a de i n v e s t i m e n ;o d o s c a p i t a i s i m p e r i a l i s t a s n o s s e t o r e s d e g
b e n s de p r o d u ç ã o d o s p a í s e s d e p e n d e n te s em g e r a l , o s e n t i d o d i s s o a n o tÉ ta p o n
ta ria e f e t i v a m e n t e p a r a uma r ^ d i v i s ã o i n t e r n a o i o a a l do t r a b a l h o , a uma n o v a
fo rm a d a r e l a ç ã o e n t r e o s p a i a « « o e n t r a i s e p e r l f é r i o o s do s i s t e m a o a p i t a l i s
t a , e i s s o sem d ú v id a q u e a g r a v a r i a » em t e r m o s I m e d i a t o s , a s p r e s s õ e s e c o n o ~
m io a s e s o o i a i s n o s p a í s e s o e n t.r * a ia 0 Idas a a b e r t u r a d e s t a p e r s p e o t i v a em re*»
l a ç a o a um (o u a l g u n s ^ p a í s d e p e n d e n te d e t e r m i n a d o , o u j o d esem p en h o da e c o n c
m ia i n t e r e s s a p r o f u n d a m e n te a o i m p e r i a l i s m o (± u ± 1 sk^jb in tim a m e n te l i g a d o a
eo o n o m ia i n t e r n a ) n ã o s o v i r i a de fe n o o n tro a p r o b le m a s p a r t i o u l a r m e n t e g r a -
v e s do d e s e n v o l v i m e n t o do c a p i t a l i s m o i n t e r n o como r e p r e s e n t a r i a o s u r g im e n
t o im e d ia to de um m e ro a d o o o m p ra d c r d e b e n s de p r o d u ç ã o e o u t r o » a lé m de um
oampo r e s p e i t a v e l m e n t e am p lo p a r a o i n v e s t i m e n t o d e c a p i t a i s , á j u s t a m e n t e
p e l o f a t o de n ã o s e r uma p o l í t i c a a p l i o á v e l a t o d o s ou m u ito s p a is e B dep en
d e n t e s m as em um (o u a l h u * ^ d e l e s em d e t r i m e n t o d o s o u t r o s é que e x i s t e o e £
p a ç o p a r a e s t a p o l í t i c a ( e p o r t a x r t o , d e uma p e r s p e o t i v a s u b - i m p e i i a l i s t a ) . E
n e s t e s e n t i d o , p o r um o o n j u n t o d e f a t o r e s e o i r o u n s t ã n c i a s ( s i t u a ç ã o m i l i t a r
e s t r a t e g i f l f e , q u a l i d a d e do p a r q u e i n d u s t r i a l , e e t á g i o e n í v e l de l u t a d e e l a »
s e s , f a r t u r a d e r e o u r s o a n a t u a r a i s e t o ^ ) o B r a s i l s e r i a um ndos p a í s e s m a is i n -
d i o a d o s p a r a e s t e p a p e l« E s t a " s ^ o l u ç ã o " p a r a a c r i s e o a p i t a l i s t a i n t e r a a ’
t r a z a i n d a o b e n e f i c i o de n a o a f e t a r a fu n d o o s t e r m o s d a c o o p e r a ç ã o d o s d i
v e r s o s s e t o r e s d o m in a n te s e o i m p e r i a l i s m o , n o s m d ld e s em que vera s e a f i r m a n
do « "o ^ iie lie a v tf o r n s lle ltira o o aaeq I s ^ jr T
A f i r m a r que a s xmu± o o i s a s v a o s e g u i r i n e x o r a v e l m e n t e e s t o rum o n e r i a
t a r e f a p a r a d r u i d a s e p a Í 3 - ê e - s a n t o , s e c o n s i d e r a r m o s a p r e c a r i e d a d e de n d s -
s a s a n a l i s e s ( e d a s que e x i s t e m n a p r a ç a ) s o b r e o s p r o b le m a s e t e n d ê n c i a s e —
c o n o m io a s e p o l í t i c a s do c a p i t a l i s m o i n t e r n a c i o a n l e i n t e r n a m e n t e . 0 que po
dem os f a z e r num i p r i m e i r o m omento é c o n s i d e r a r q u a i s a s l i n h a s m a is a c e n t u a —
d a s d a s t e n d ê n c i a s do d e s e n v o l v i m e n t o o a p i t a l i s t a no p a í s e no mundo s o b r e a
b a s e d e s u a o o n s t i t u i ç a o h i s t ó r i c a e d a r e a l i d a d e a t u a l , £ q u a n to m e lh o r f u n
d a m e n ta d a e m a is p r e c i s a f o r e s t a a n a l i s e , m e lh o r v i s ã o t e r e m o s d a s f o r ç a s "*
em j o g o , daw *a l t e r n a t i v a s a b e r t a s p a r a u n s e o u t r o s s e t o r e s , p a r a uma ou ou
t r a p o l í t i c a . E d e n t r o do q u a d r o d a s p o s s i b i l i d a d e s qu e j á s e pode n o t a r n e s
Sas t e n d ê n c i a s , n ã c c r e i o q u e s e p o s s a d e s c a r t a r a p e s o que p o s s a t e r uma '
ê n f a s e e c o n ô m ic a a o d e s e n v o l v i m e n t o do s e t o r de b e n s de p r o d u ç ã o .
0 q u e s e d e v e o b s e r v a r em t e r m o s i m e d i a t o s é que eartaraos v iv e n d o a i n d a
um p r o o e s s o de a g r a v a m e n t o d a c r i s e oom a q u ed a s e n s í v e l n a e x p o r t u ç ã o d e ma
n u f a t u r a d o s , a g r a v a d a p e la queda n o s p r e ç o s d o s p ro d u to s a g r í c o l a s ( p a r t i o u
l a r m e n t e do a ç ú c a r ) . D e v e - s e o b s e r v a r tam bém que a in d a não se f iz e r a m *
s e n t i r o s e f e i t o s d a d e s t r u i ç ã o d o s c a f e z a i s ( d e v i d o à a l t a d e p r e ç o s ) m as *
q u e e s t e f a t o r d e v e a f e t a r a e o o n o m ia n a c i o n a l n o s p r ó x i m o s a n o s . A in d a no
p l a n o d a s e c p o r t a ç õ e s , a p e s a r do e s f o r ç o e a l g u n s ê x i t o s m e n o re s de a t i n g i r 4
m e r c a d o s a f r i c a n o s e l a t i n o - a m e r i c a n o s , a s i t u a ç ã o d a e o o n o m ia m u n d ia l d e v e
b a r r a r a s t e n t a t i v a s d e uma a m p l i a r ã o m a is s i g n i f i c a t i v a e o o n o m io a m e n te d e s t e
s e t o r . F o r o u t r o l a d o , mesmo q u e j á s e venham f a z e n d o a lg u m a s i n v e r s õ e s no n
s e t o r de ben s de c a p i t a l , é de s e n o t a r q u e e s t e s o a p i t a i s tê m ura p r a z o de
m a t u r a ç ã o e q u e , em t e r m o s i m e d i a t o s e s t a p o l í t i c a r e p r e s e n t a um f a t o r r e o e ji
s i v o n a m ed id a em qu e i m p l i c a n a o o n t r a ç ã o d e n o v a s d í v i d a s com i m p o r t a ç õ e s
e e m p r é s t i m o s . No e n t a n t o , p o r uma s é r i e d e f a t o r e s , s e j a p e l o d e s e n v o lv im e n
t o a p r a z o do s e t o * . r e f e r i d o m a is a c i m a , s e j a p e l a i n t e n s i f i c a ç ã o da a t i v i d a
de n a e x t r a ç ã o p e t r o l í f e r a ( o o n t r a t o s d e r i s o o e t o « ) , do f i n a n c i a m e n t o a o r e
p la n tio d e o a f e e o u t r a s m e d id a » , t o d a s oom r e p e r c u s s õ e s a p r a z o » n ã o s e *
p o d e o o n a i d e r a r q u e a e c o n o m ia b r a s i l e i r a e s t á m e rg u lh a d a numa o r i a e " i r r e —
v e r s í v e l " . £ n a o a e p o d a e s q u e r o e r * tambcím q u e um f a t c r o l a r a m e n t e f a v o r á v e l
a e o o n o m ia o a p i t a l i a t a no p a í s é o d o l o r o s o a t r a s o do m o vim en to o p e r á r i o » o u
J a e x i s t e n o i a f o r t e e o r g a n iz a d a c o l o c a r i a in d u b ita v e lm e n te f a t o r e a b a s t a n t e
d i v e r a o a n a s s o l u ç o e s p o s s í v e i s da o r i a e a t u a l . P o r t a n t o » em b o ra 86 p o a a a e n
t r e v e r u k a p r o f u n d a m e n to d a r e c e a a a o e aco n ô m io a n o a p r o x im o a a n o s (oom r e p e r —
o u s s õ e s s o b r e a e a t r u t u r a p o l í t i c a ) , n ã o a e p ode d e s o o r i s i d e r a r a s a l t e r n a t i -
vaB de que a b u r g u e s i a p o d e l a n ç a r feão p a r a o r e e r g u i m a n t o d a e o o n o m ia aem t
t o o a r n o a 8 e u a i n s t r u m e n t o s p r i n c i p a i s d e e x p l o r a ç ã o como o a r r o h o e a o b r e t u
do» sem q u e b r a r a o o o p e r a ç ã o a n t r e s e u s v á r i o s a e t o r e f i e n t r e a i a oom o impa
ria lia m o . *
3 » n ã o e s t a m o s v i v e n d o uma a i t u a ç a o d e o r i s a r e v o l . , e n t ã o n ã o e 8 t á oo_
l o o a d a n a o rd e m do d i a , oomo p ro b le m a r e a l , oomo o p çã o p o l í t i o a p o s s í v e l » a
d e r r u b a d a d a d i t a d u r a . P o r m a is q u e o d e s e j a m , qu e o .íu e lr a g t, que o p r o p a -
guem oom r o u p a g e n » d i v e r s a s o » a r a u t o a d a p . b . l e g a l i á t a do JflDB Ijpodqpdb» o u
a l g u n a s c o r r e n t e s d a e a q u e r d a » o s de o ima a i n d a poden. a » a g u e n t a r m u ito bem
e _ o » d a b a i x o e s t ã o l o n g e d e r e p r e s e n t a r um p e r i g o r n a l p a r a a q u e l a s . Também
n ã o a e p o d a ^ v e r no o r e a o e n t e a p o i o que o MDB vem o b to n d o , am p a r t i c u l a r d e a —
d e a a e l e i ç õ e s d e 7 4 » e qu e a m e a ç a s e r e p r o d u z i r n a a e l e i ç õ e s d e a t e an o » a
f o r m a p o p u l a r c a p a z d e p o r em x e q u e a d i t a d u r a . A f o r ç a do MDB ó f u n d a m e n ta l
m e n te l e g a l • e l e i t o r a l e e l e n a o é a e x p r e s s ã o p o l í t i o a d e um m o v im en to d » '
m a s s a s e s t r u t u r a d o p e l a s b a s e s que r e p r e a e n t a a s a uma f o r ç a , p o l í t i o a e f e t i v a .
Não a e p o d e o o n a i d e r a r que f o i f u n d a m e n ta lm e n te o MDB oom s u a p r e g a ç ã o
l i b e r a l que d e a p e r to u o " s e n tim e n to d e m o o rá tio o " da m assa a p á t i c a ( p a r t i o u —
l a r m e n t e d a p . b . ) m as s im qu e o o r e a o im a n to d a q u i l o que a e te m oham ado de mo
v im e n t o d e m o o r á t i o o m a n i f e s t a n a « x p r e s s i v a v o t a ç ã o do MDB em 7 4 • em o u t r a
a e r l » d a m a n i f e s t a ç S e a n ã o - e l e i t o r a i s f o i a e x p r e s s ã o do d e s o o n t e n ta m e n t o a
r e b e l d i a d e s e t o r e a d a s m a s s a s e x p l o r a d a s a c i r r a d o s p e l o a g r a v a m e n to 4 « su a
s i t u a ç ã o m a t e r i a l , p e la v i o l ê n o i a da a ç ã o r e p r e a s l v a dos ú ltim o s a n o s , p e lo
sem nu m ero d e m a n i f e s t a ç õ e s o p r e s s i v a s d a d i t a d u r a r e a c i o n á r i a e f a v o r e o i d o s
p e l a su a v a c i l a ç ã o p o l í t i o a a o e n tu a d a p e l a o r i s e em m a r o h a . Nao s e d e v e e n »
o a r a r t a l m o v im en to » num p r i m e i r o m o m en to , oomo a l u t a p e l o p r o j e t o de o r g a
n i z a ç ã o do e s t a d o e d a e o o n o m ia b u r g u e s a s p r o p o s t o s p e l o MDB. A a c e i t a ç ã o d a
t a i s p r o p o s t a s d a p a r t e d e e e t o r e s a t u a n t e s r e p r e s e n t a uma e f e t i v a o a p i t a l l »
z a ç ã o d a p o l í t i o a l i b e r a l b u r g u e s a n e s t e s s e t o r e s . Mas e n q u a n to m o v im en to pç>
l í t l o o , em g r a n d e p a r t e e s p o n t â n e o , r e p r e s e n t a a f o rm a oomo o s k e o a n is m o s do
e x e ro lm e n to da d ita d u r a de c l a s s e a f e t a e e s tim u la a r e a ç ã o d a s m a ssa s à e x
p l o r a ç ã o e á o p r e s s ã o . Se ohegam a f a z e r o p ç ã o e n q u a n to s e t o r e s ma i a uoufimenoe
o r g a n i z a d o s ,' p e l a a ç ã o l e g a l d a o p o s i ç ã o o o n s e n t l d a , s e s » o o l o o a oomo t a r e
f a XMfvxá r e f o r ç a - l a e p r e s s i o n a - l a a a g i r o o n s e q u e n t e m e n t e , o f a z e m sem a x v
v i s ã o o r í t i o a qu e a e x l s t ê n o l a d e uma e s q u e r d a p r o l e t á r i a c o n s e q u e n t e p e r m i
t i r i a (n a a u s ê n c i a do 190 com p r o p o s t a s p r ó p r i a s ) , sem o o n d iç Õ e s p o l í t i c a s »
i d e o l ó g i o a s p a r a a t e n t a r p a r a a n e c e s s i d a d e d a l u t a r e v o l . do p r o l e t a r i a d o *
oomo o m e lo d e o i s i v o d e c o n f r o n t o e d e r r u b a d a d a d i t a d u r a e i n s t a u r a ç ã o d » u
ma v a r d a d e i r a d e m o o r a o l a . Se é v e r d a d e q u e a r i t e a s t e s s e t o r e s , m a r o a n te m e n te
p . b » , a te n d e m a o e o o d e s u a p r ó p r i a o o n s o i ê n o l a de o l a s s e , n ã o é m enos v e r d a
d e q u e a e s q u e r d a r e v o l . te m s e o m i t i d o r e p e t i d a m e n t e d e m e t e r a não n e s s a 1
m assa de l u t a p o l í t i o a r e a l , de a g i r s o b r e e l a , de i n f l u e n o i a - l a e de s e r e
f o r ç a r n e l a . A d e rru b a d a da d ita d u r a f o r a da o o n s id e ra ç ã o d a s ~ f o r ç a s m a te r i
a i s ( p o l í t i o a s , m i l i t a r e s ) q u e a p ro v o q u e m f i o a a e n d o uma p a l a v r a p e r d i d a n a
n e b u lo s a d as u to p d a s .
B if a a o p u a à o l | M U A m B M tx ro • í I m # 4
Se a l u t a xjKSjgaxptxs d e m o o r á t i o a d a p . b . p o d e h o j e s e r c a p i t a l i z a d a l i
v re m e n te p e l a a l a l i b e r a l l e g a l i s t a e n t r i n c h e i r a d a na o p o s iç ã o o f i c i a l » i s s o
s e #d e v e p o r t a n t o a que o p r o l e t a r i a d o n a o s e f a z p r e s e n t e com s u a s p r o p o s t a s
p r ó p r i a s p a r a o a p i t a l i z a r e a t a a g i t a ç ã o s o c i a l p a r a oe o b j e t i v o s r e v o l . , m asE
n a a u s ê n c i a d e s t e , p a r c i a l m e n t e p o r q u e a p r ó p r i a v a n g u a r d a r e v o l . , que a e oo
l o c a no p a p e l d e p o r t a - v o z d o s i n t e r e s s e s do p r o l e t a r i a d o n a o f o i c a p a z de
p e r c e b e r a i m p o r t â n c i a d e s t e s m o v im e n to s , de d e f i n i r c o r r e t a m e n t e q u a l a p o £
t u r a do MO p a r a com e l e s f d e a t r a i r * , n a m e d id a do p o s s í v e l , e s t e m o v im en to
p a r a o s i n t e r e s s e s p r o l e t á r i o s . A 0 . p o r e x e m p lo , oom m e ia d ú a i a d a t a x a ç ò e s
a o o a r a t e r p e q u e n o b u rg e s d e s t e s m o v im e n to s ( t t £ , l u t a d o s i n t & l e o t u a i s c o n -
t r a a o e n s u r a , d e n u n c ia da r e p r e s s ã o e t c . ) e x o r t a o s e s t u d a n t e s (ú n ic o d e s t e s
s e t o r e a m onde s e f a z p r e s e n t e ) a s e a t e r e m à l u t a c o n t r a a R e fo rm a U n i v e r s i -
t á r i a • a d e fe n d e r a c o n s o lid a ç ã o o r g a n iz a to r ia , l i m i t a n d o n i s s o (o u pouoo
m a i s ) a s m e ta s a l o a n s á v e i s n a o o n j u n t u r a . £ a í s e o m it e d e a p o n t a r a a l t e r n a
t i v a c o r r e t a , p r o l e t á r i a p a r a e s t a s l u t a s , com o tam bem é a í , no s e c t a r i s m o
q u e f u n d a m e n ta e s t a o m i s s ã o , que e s t á a r a i z d e s e u i s o l a m e n t o p o l í t i c o a t u -
ftfrrfgr .seleu p * jrceq 1*m % mu i t f n w r u t i eft »inol oafae oxitff s t ao •
0 P r o j e t o o o l o o a qu e o d e s e n v o l v i c a n t o d e s i g u a l d a o r i a e a u m e n ta a s d l
v e r g ê n o i a s d o s s e t o r e s j i a b u r g u e s i a p r o v o c a n d o f i s s u r a s n a o o e s ã o do b l o c o
d o m i n a n t e . 0 qujfr e l e n ã o f a z e v e r em que s e n t i d o e de q u e f o r m a s s e m a n i f e s
ta m e s t a s f i s s u r a s e a q u e b r a d a o o e s ã o , o que r e p r e s e n t a m em t e r m o s d a s a l *
t e r n a t i v a s p o l í t i o a s e o o n ô m io a s do s i s t e m a , em que s e n t i d o s ã o b r e o h a s p a r a
o d e s e n v o l v i m e n t o do m o v im e n to o p e r á r i o e n e s t e s e n t i d o , q u a l d e v e s e r a po_s
t u r a do m o v im e n to o p e r á r i o p a r a oom e l a s . I s t o , sem d ú v i d a , n ao re o o m e n d a nau
um a a p o u o o a q u e l e d o c u m e n to , a i n d a m a i s s e p e n s a rm o s q u e em s u a s a f i r m a ç õ e s
a ú n l o a o o i a a q u e r e p r e s e n t a a lg u m a o o i s a p a r a o p o s s í v e l a v a n ç o do MO s a o a
q u e la a f i s s u r a s . P a r a o P r o j e t o a ú n ic a c o n s id e r a ç ã o d ig n a de a p r e o la ç â o e
q u e n e l a s p ro v o o a ra a v a f f i l a ç á o m o m en tân ea d a d i t a d u r a e m p r e g a r s u a m aq u in a
r e p r e s s i v a c o n t r a d e t e r m i n a d a s m a n i f e s t a ç õ e s e a í e s t a r i a d ad o o oarapo p ara
e s t a s s e e x p a n d i r e m p a r a a l e m d e s e u s l i m i t e s l o c a i s , u n i f i o a n d o - a e • r a p r e -»
s e n t a n d o o i n d í c i o d a m ud an ça o o n j u n t u r a l , ã a o 30 P r o j e t o p o d e o h e g a r a e s t a
v is ã o l o t e r i c a da t o i s t ò r i a f o i p o rq u e em s u a '» r e f o r m u l a ç ã o " d a t e o r i a f o i
i n v e n t a d a a c o n t r a d i ç ã o d e um p o l o s ó , a b u r g u e s i a unida» em t o r n o de s e u s i n
t e r e s s e s g e r a i s em t o r n o d a d i t a d u r a , p o l o a l i á s q u e n ã o g o z a nem d a f o r ç a
d a s v e rd a d e s m e t a f í s i c a s p o i s que e s t á s u j e i t o à am eaçad o ra p o s s i b i l id a d e
d e a lg u m a l u t a l o a a l i z a d a x e x t r a p o l a r d e s e u s l i m i t e s l o c a i s .
,Nao s e p od e r e s u m i r a e v o l u ç ã o da o r i s e á s p r e s s õ e s d o s g r u p o s b u rg u e
s e s e s t i m u l a d o s j e l o d e s e n v o l v i m e n t o d e s i g u a l d a o r i s e e a o mesmo tem p o c o n
s i d e r a r oomo q u e s t ã o d e p r i n c í p i o a u n id a d e d a b u r g u e s i a em t o r n o d a d i t a d u
r a e s o u p ro g r a m a e o o n ô ra ic o e p o l í t i c o . 0 qu e e p r e o i s o r e s s a l t a r e a n a l i s a r
oom m a i o r p r o f u n d i d a d e e q u e n o q u a d r o d a s i t u a ç ã o a t u a l onde o p r o l e t a r i a d o
n ão s e f a z p r e s e n t e oomo f o r ç a a m e a ç a d o r a a o s i n t e r e s s e » r e a c i o n á r i o s re la
x a - s e a n e c e s s i d a d e da c o e s ã o b u r g u e s a e ■«lara a « - a b r e - s e o cam po ptftra 0 f i o -H»
r e s o i m e n t o de s u a s c o n t r a d i ç õ e s i n t e r n a s . 0 q u e ^ s e d e v e t e r o l a r o é q u a i s o s
l i m i t e s p a r a o d e s e n v o l v i m e n t o d e s t a s c o n t r a d i ç õ e s 8 que f o r ç a s e l a s d e s e n c a
d e ia m , com o e s t a s r e p e r c u t e m n o s .p l a n o s e o o n ô r a i c o * e p o l í t i c o s , e n f i m , oomo
« g e f e tiv a m e n te s e c o n f ig u r a a c o r r e l ^ a ç ã o de f o r ç a s e , n e s te s e n tid o o o n clu
i r com o o p r o l e t a r i a d o d e v e s e s i t u a r em r e l a ç ã o a e l e s p a r a e x p l o r á - i a s em
b e n e f í o i o d e s e u m o v im en to a t u a l e de s e u s i n t e r e s s e s f u t u r o s . i^ v io l
A a s o e n s ã o do g o v e r n o G e i s e l r e p r e s e n t o u , no p l a n o d a s leaJâaxBçaa n u a n c o s
p o l í t i c a s i n t e r n a s à s P o r ç a s A rm ad as a v i t ó r i a p r o v i s ó r i a d a c o r r e n t e I d e n t l
f i c a d a com 0 " c a s t e l i s m o " , a s s o c i a d a à c i n t e n ç õ e s i n i c i a i s de C a s t e l o f e .v o r a
v e l a um r á p i d o r e t o r n o à r e p r e s e n t a ç ã o o i v i l ( a s P o r ç a s A rm ad as oomo m e d ia
d o r a s e v i g i l a n t e s d a o r d e m ), a p o s o s a n e a m e n to p o l í t i o o n e c e s s á r i o , De 6 4 *
p a r a o á , no e n t a n t o , a s m o d i f i o a ç õ e s p r o o e s s a d a s no p la n o d a e c o n o m ia e da
r e a l i d a d e p o l í t i o a e s o o i a l o o l o o a r a m p a r a o E s t a d o uma s é r i e de t a r e f a s e e
x i g e n c l a s q u e n ã o podem s e r s i m p l e s m e n t e i g n o r a d a s e d e s o a r t a d a s p e l a s clas
s e s d o m in a n te s » Ê p d * a í qu e s e ^ p o d e o b s e r v a r que e s t a c o r r e n t e nãú. p o d e ma
i s d e c o l o c a r a s i m p l e s v o l t a a o s . . q u a r t e i a , a s s i m oomo e no cam po d a s a l t e r
n a t i v a s e o o n o m ic a s e p o l í t i c a s d e v á r i o s s e t o r e s b u r g u e s e s (e m i l i t a r e s ) que
se deve p r o c u r a r e n te n d e r o s d e b a te s so b re a n a c io n a liz a ç ã o v e rsu s
p r i v a t i z a ç ã o e a s p o l ê m i o a s ^ s o b r e a Mu&xx&axxqsput e s t r u t u r a ç ã o p o l í t i o a do '
E s ta d o , a in s t itu o io n a liz a ç á o e t c ,
Nao s e p o d e f a l a r d e 1191a p o l í t i o a J u s t a s e n ã o s e f a l a d a s q u e s t õ e s po
l í t i o a s a t u a i s , a q u e l a s que e a t a o n a o rd em do d i a . J a m o s tra m o s que 0 p a d s
n a o v i v e uma o r i s e r e v o l u c i o n a r i a , qu e 0 MDB e n q u a n to f o r ç a p o l í t i o a s ó o o n t a
e f e t i v a m e n t e oom 0 a p o i o d a m a s s a no p l a n o e l e i t o r a l (0 que a a é c l a r a m e n t e
i n s u f i c i e n t e p a r a a b a l a r a s b a s e s do r e g i m e ) , q u e a d l a s s e o p e r a r i a p e l a s u a
f r a q u e z a e d e s o r g a n i z a ç ã o p e s a m u ito p o u o o no rumo d o s a c o n t e o i m e n t o s a t u a i s
e n t ã o te m o s q u e v e r n a s M hbraxaaa d i v e r g ê n o l a s m a n i f e s t a s h o j e e n t r e o s s e t o
r e s b u r g u e s e s , s u a s p r o p o s t a s a o n í v e l p o l í t i c o e e o o n ô m ic o e a v i a b i l i d a d e
d e s u a e f e t i v a ç ã o no c o r p o d a o r i s e ^ 0 o a n p o r e a l d a s t r a n s f o r m a ç a e s im e d ia
t a s - p o r que p o d e p a s s a r a c o r r e l a ç ã o d e f o r ç a s . D is s e m o s o o r r e l a ç ã o d e f o r
ç a s . E n ã o a o h a m o s q u e s e j a o u t r a o o i s a . D esd e que s e v e j a e s t a como o m o v i
m en to r e l a t i v o d e d o i s p o i o s p r i n c i p a i s , o e n f r a q u e o i m e n t o de um d e l e s r e p r e
s e n t a n e o e s s a r i a m e n t e 0 f o r t a l e c i m e n t o r e l a t i v o do o u t r o , Ê n e s s e s e n t i d o
q u e s e p o d e e n t e n d e r que a s v a o i l a ç õ e s d a d i t a d u r a , o s v a i - e v v e m da d i s t e n —
s a o e t c . , f a v o r e o e m a p r o l i f e r a ç ã o e a o r g a n i z a ç ã o do m o v im en to o p e r á r i o s i g
n i f i c a n d o o b j e t i v a m e n t e qu e a o n j u n t u r a a t u a l s e r e v e l a m a is f a v o r á v e l a o *
o r e s o i m e n t o do m o v im e n to r e v o l , que a d o s a n o s r e o e n t e s , que a o o r r e l a ç ã o
d e f o r ç a s , o u m e l h o r B que 0 tm o v im e n to d e s t a e a i x j f a a x a x a a i f a v o r á v e l ao a -
v a n ç o do MO, á tam bém s o b o p r i s m a d a a n á l i s e d a s v a r i a n t e s do p r o o e s s o p o l i
t i o o q u e n ã o s e d e v e e n o a r a r a s p r ó x i m a s e l e i ç õ e s s o b o p r is m a e x o l u s i v o de,
r e p r o d u ç ã o d a f a r s a d e m o o r a t l o a q u e j ã e s t a m o s c a n s a d o s de a s s i s t i r .
N aonae p o d e i g n o r a r q u e ob t e m a s , a g â * K y a a a g i t a ç ã o s o o i a l , a «aUaxxx
m o b iliz a ç ã o (e m b o ra n o s l i m i t e s e l e i t o r a i s e n o s l i m i t e s qjjte a p r o p o s t a b u r
g u esa o s o o lo o a ) v ã o a f e t a r 0 m o io o p e r á r i o a s s i m com o a t o d o s o s o u t r o s ,,
v ã o p r o c u r a - l o s , c o b r a r uma o p ç ã o , f a l a r d e t e m a s qu e to c a m em s u a s r e i v i n
d i c a ç õ e s m a is s e n t i d a s . 0 d e s f e c h o a o u r t o p r a z o d e s t e p r o o e s s o , num p la n o
m a is g é r a l , n ã o é c l a r a m e n t e p r e v i s í v e l sem um a p r o f u n d a m e n to A v f x â u x x x
n a q u e l a s j q u e s t õ e s q u e l e v a n t a m o s m a is a t r á s . No e n t a n t o , a d i a n t a n d o a lg u m a s
q u e s t õ e s j a r a s e a p r o f u n d a r , a c r e d i t o qu e em b ora n ã o s e p o s s a d e s c a r t a r i n —
t e i r a m e n t e uma i n t e r v e n ç ã o d o s " d u r o s ” d a s J P o r ç a s A rm a d a s , te m que s e v e r qi®
e s t a n ã o é a ú n i c a a l t e r n a t i v a - p a r a a r e a ç ã o o o n s e r v a d o r a f a z e r f r e n t e a uma
v i t o r i a i m p o r t a n t e da o p o s i ç ã o . Nos p r o p r i o s e s c a l õ e s g o v e r n a m e n t a i s s e d is-«
o u te m oomo a r e f o r m a p o l í t i c a ( r e d i v i s ã o d o s p a r S t i d o s ) e a i n s t i t u c i o n a l i z a
ç ã o p a r a m i n i m i z a r o s e f e i t o s d e uma t a l v i t o r i a e d e s o a r a c t e r i a a r . r 0 b lo o o
d a o p o s i ç ã o . Tamfeém p o r q u e o a l c a n c e d e s t a s e l e i ç õ e s a i n d a n ã o a f e t a o s i n s
t r u m e n t o s m a is d i r e t o s de p r e s s ã o s o b r e o g o v e r n o oomo s e r i a o o a s o d a s e l e j i
ç õ e s p a r a o O o n g r e s s o , a e l e i ç ã o de g o v e r n a d o r e s e mesmo a p o s s i b i l i d a d e d e
um C o n g r e s s o d e o p o s i ç ã o e l e g e r 0 p r e s i d e n t e da r e p u b l i o a »
JEm r e s u m o , p r o o u r a n d o l o o a l i z a r a i m p o r t â n o i a do a p r o f u n d a m e n to d a s '
q u e s t õ e s c o n j u n t u r a i s numa ó t i c a o o n t r á r l a á do P r o j e t o , a c r e d i t o que p r e o i —
sa m o s e n t e n d e r a s n u a n o e s do p r o o e s s o e o o n ô m lo o e p o l í t i c o b r a s i l e i r o p a r a £
le m d a g e n e r a l i d a d e d a a f i r m a ç ã o de que a b u r g u e s i a e s t á u n id a em t o m o d a
d i t a d u r a p e l o s s e u s i n t e r e s s e s m a is g e r a i s * q u e é p r e c i s o e n t e n d e r d e maneira
o l a r a o s i g n i f i o a d o e o a e n € i d o da r e v o l t a d a p „ b . e x p r e s s a num sem -n ú m ero
d e m a n i f e s t a ç õ e s , l u t a s e i n t e n ç õ e s i-p ara t i r a r r p r o v e i t o d e l a s aa em beneficio
da l u t a r e v o l u c i o n a r is e p a ra p o d e r co m b a te r e f e tiv a m e n te a s p o s iç o e s r e f o r
m i s t a s e p o p u l i s t a s q te s e f o r t a l e c e m n e s t e c a m ]o j que e p r e o i s o e n t e n d e r 9
c l a r a m e n t e juuEapBaxjni o p a p e l a t i v o do t r a b a l h o r e v o l . n a q u a l i d a d e d a s t r a i e
f o r m a ç õ e s p o r que poda p a s s a r a c o r r e l a ç ã o d e f e r ç a s a p á r t i r d a s t e n d ê n c i a s
o b je tiv a m e n te l o o a l i z a l a a .
E n c e r r e m o s p o r e » u i e s t e e x t e n s o p a r enter o e v o l t e m o s , à l u z d o s p r o
b le m a s l e v a n t a d o s , a - . » n a l i s a r q u a i s o s ru m o s de uma a l t e r n a t i v a p r o l e t á r i a
c o r r e t a na c o n ju n tu r a . ri c r í | X c q <> * ■
* ,
VIo Onde o a u t o r c o r a j o s a m e n t e s e e x p õ e à p c n s i b l l l d a d e de s e r o l a s s i f ic a d o 2
c a r im b a d o e c r u c i f i c a d o oom a e s p e r a n ç a ie s e r o u v id o »
"N aç h á e s t r a d a r e a l p a r a a c i ê n o i a
e s o t e u pm p r o b a b i l i d a d e de c h e g a r
a s e u s cim o s l u m i n o s o s , a q u e l e s que
e n f r e n ta m a c a n s e i r a de g a l g á - I ob
por v e re d a s a b r u p ta s .”
X.X.X/X.XoX.X.Xo/X.X.X.XoXoX.X.^X.X.XoX.XoXo/XoX.X.
(6-4) -L u ís -
r2> -0-o Gi Ç - i u
-27-
*****:;■
vi
DECLARAÇÃO POLÍTICA ( 3& Parte )
JESES SOBRE TÁTICA
M /
1. Podemos sumarizar a situaçao politica brasileira atual como de —
crise d r. ditadura militar. A atual forma de governo perde, cada vez mais
o^-poio de setores ponderpveis do bloco burgues-latifundiario no poder.-
Nao e apençs a pequena burguesia que demonstra sua insatisfação com o re
3'ime; tambem elementos significativos dr burguesia dão mostra de seu —
cansaço com a tuiela do governo militar e acenam com a reivindicação de
uma abertura democr-tiça. Esse desgaste gradativo dos militares diante -
de suas bases sociais e acompanhado, por outro lado, de uma intensifica-
çao das lutas demrssa, intensificaçao que e mais visivel nos movimentos
de pequenr burguesia, mas que começa a existir tambem no movimento das -
m: ssas t rabnlhadorr.s.
vençao na classe operaria, nas mg-ioes onde ela e mais concentrada, nrs
a
categorias mris combativr s e nas fabricas. Essa orioridade, sem a qurl
M A
16. Nosso trabalho de bárro visa, como já foi dito, canalisar recur -
3 0 s de qadros do setor estudatil para o trabalho o p e r á i o , ter aíesso às
fábricas em função desse trabalho, m a n t e r contato com outros setores
não-operáos da frente de trabalhadores e construir nos próprios bairros
organismos independentes que dirijan as lutas específicas e desenvolvam
a combatividade e a solidariedade entre as massas trabalhadoras. Tem,
portanto, um objetivo próprio e também objetivos de fortalecimento de
n o s s a fronte principal. Obviamente, os bairros a serem privilegiados
serão os de forte pr ese nç a operária. Os meios para isso podem ser
grupo3 culturais e esp rtiv®, criação de jornais de bairro, criação
de cursos p r o f i-sionãs ou supletivos, utilização do trabalhu co muni
tário dalgreja e de associações filantrópicas, penetração nas associa
ções de bairro e federações de associações, integração de certas áreas
profissionais daunivers:.dade com os bairros através de estágios e ex-
p e r i ê n c i a s - p i l o t o , etc. Como se vê, existe uma g a m a de possibilidades
que pod em ca nãisar recursos do M E e da pequen a- bur gue si a para fort ale
cer essa frente e permitir uma ampliação de n o sso trabalho operário.
Grupos de bárro po d e m ser formabs em t o m o de cada atividade a aí tam
bé m os liais combálvos podem ser aglutinados cl andes tinaente, numa espé
cie de ''oposição de bairro" que vise d e s e n v o l v e r amáo r combatividade e
solidaiedáe entre os moradores, neutralizando os políticos burgueses e
a influência do Estado nas associações de hairro. Esse trabalhu, pred£
minabementelegã. tem que ser c o m p l e m e n t a b , para alquirir ura c aráter revo
lucionário, p e l ano ss a agit/prop c landestina p rincipalmente à base do
JN.
17. Nosso tráoalho estudantil não deve ser considerado como um fim .o.;
si, mas um elemento importante de acesso à clase operáia e aos trabal a
dores em geral. Como um f im em si, o ME além de não possuir imp ortân
cia estratégica, na ausência de um movim ent o operário, to rna-se^um ca
nal de absorção e transmissão de toda sorte de ideologias e opções da
burguesiae da pequena-burguesia. É esaaa situação que vivemos atual -
mente, com o predomínio democratista no ME e umacerta m arginalizarão
das tendências socialistas (algumas das a uais f i z e ram muitas conce^ões
política^ pa rap o d e r e m continua* i n f l u i n d o ) . Ê possível umainversão des^
sa situ^âo, n a m e d i d a em que o MO aumente sua pre sença no cenário n acT
onal com umaperspectiva própria e na m ed id a e m que a va n g u a r d a comunis
ta no M E intervenha com pio postas justas. De q u a l q u e r forma é possí -
vel m a nte r no M E frações coriprometidas com os trabàhadores que, apesar
de minoritárias, n & chegam as e r insignificantes e que p od em exercer um
trabalho de d i v ú l g a ç ã de nossas posições na pb e a u x i l i a r nosso enrai-
zaiento na classe. As condições particulares do estudante per mi tem um
crescimento acima dam édi a do trabalho no M E o que, ãiado à suaimp ort ân
cia ftual na luta de classes, como único movimento de massas organizado
e capaz de ir radirar posições para todo o resto da sociedade, faz em
com que nã> devamos aàotar umg^olítica de abálono gradativo do setor. 0
que cabe é v e r sevcaáter secundáio e a necessid ad e de utilizálo para
chegaros os tráoalhadores. 0 que pode s e r feito através da sfcmção em es
colas técnic®, escola3 secundaistas proletarizaàas, atuação de profes ••
- ( p ' ^ • (o
>
ainda existem muitas questões tendentes e o estreitamento mutuo de nos %
sos laços e bastante recente, emhora ja torne possivel para nos fazermos
/— * r*J
a proposta de unificaçao do orgao central , da revista e dos instrumen
tos de propaganda e formaçao , acompanhada de uma discussão de propos -
tas comuns para as diversas frentes de trabalho. 0 estreitamento maior
a a
dos laços tornara possivel prever prazos mais concretos para a efetiva-
çao da reunificação. Em segundo lugar, colocamos as outras organizaçoes
de esquerd" nao-reformista, com as quais poderemos realizar ali'- nças e
formaçao de organismos independentes da classe, reservando em todós os
casos, a autonomia de agitaçao e propaganda. Nesses casos, o contato de
ve ser estabelecido a partir das frentes de trabalho, sendo desneces —
0 A r *
sario um contato oficial, a nivel de direção.
22. Por fim podemos nos perguntar sobre a influência que a aplicação
dessas diretriz es terao na evolução conjuntural. E preciso romper de
vez com as ilusões mecanicistas e voluntr ristas no sentido de "deixar
marcas na conjuntura" ou de atuar para romper com a atual situação. A
«w A A
situaçao atual da classe operaria e seus aliados do campo e ainda de um
tal atraso, exigindo tarefas ainda tao iniciais que atribuir aos traba-
A A
lha dores a possibilidade de queda da ditadura e um sonho destituido de
qualquer realidade. 0 mais provável e uma substituição "pacifica" da
fo rm a de governo, possivelmente acompanhada de mobilizaçoes burguesas e
peaueno-burguesas em uma especie de festa para a qupil a classe operaria,
nro ser^ convidada. Eisso sera sempre a hipótese mais viavel enquanto
os trabalhadoresnao se organizarem e nao lutarem por suas reivindicr —
(v A A A
çoes, mesmo a.s mais imediatas- Se e previsivel que a nova situaçao
conjuntural dara margem cada vez mais a movimentações crescentes da
/ «V A _
clrsse, dai nao se conclua que sera isso o decisivo na modifie-' çao da
forma de Estado: nao o foi em Portugal, como nao o foi na Grecia, pa
ra citar apenajs dois exemplos (sendo que em Portugal a classe partia
ue um nivel de consciência e organizaçao bem mais alto que no caso bra
sileiro,. Nao sera nos atribuindo tarefas tao decisivas r nobres que
teremos maior ânimo para a intervenção na luta de classes. A historia
da 0. esta cheia de apelos desse tipo que acabaram gerando desanimo, a
' A ""
CN/OCML-PO
10/77
TD-45 A REALIZAÇÃO D E UM C ON GR ESS O: UMA NECESSIDADE ATUAL
A Necessidade *.. v- 3 _
A Nocossidade ... - 5 -
g ) durante a epoca do colonialismo nos parece obvio que o Brasil era de -
A * 0 .
pendente, economica e politicamente. 0 mimimo de bom senso nos pjupa um-.,
explicitaçao maior desta questão; no entanto, para combater pontos de
vista estranhamente introduzidos na questão, gostariamos de relembrar que
o processo de colonizaçao desenvolvido pelos paises ibéricos (Portugal e
Espanha) foi diferente daquele desenvolvido p la Inglaterra; durante o
periodo colonial,^ todaa economia brasileira era dirigida pela metrópole,
dependia da metropole; toda a produção (madeira, cana, metais e pedras
oreciosas, cacau) era dirigida para o exterior.
L
d o s “grupos oode ser entendido se for considerado isoladamente do sistema
como um todo". - Capitalismo Moderno, grifos nossos.
A Necessidade ... - 9 -
..pilhagens e desnpropriaçao das terras dos camponeses dos países de cen -
tro. Em decorrencia disto, foi possivel aos capitalistas terem em mãos os
dois fatores essenciais a produção industrial: capital e força de traba
lho abundante, esta formáda pelos grandes contingentes de camponeses que,
expulsos de suas terras, afluiram as cidades em busca de trabalho. Se r.
f % r /V
principio estes trabalhadores foram vitimas de brutal exploraçao { v e r E n
#s/ 0 **"
gelç: "Situaçao da Classe Operaria nr Inglaterra"), a partir de determi
nado momento esta situaçao foi superada; sem duvida em função de duas
razoes: a resistencia do operariado e a possibilidade real de o capita
lismo r-j
de centro0 atender as pressões dos trabalhadores. Ver C.C.
/
Nao h r. duvida de que o primeiro impulso do capitalista e deixar o
operariado morrer defome. No entanto, a prrtir dç própria pressão do pro
letariado foi formado, em parte, um mercado operário para r. produção ca-
piralista nestes paises de centro nesta epoca do capitalismo concorrencial.
Isto era favorecido em funçao da pouca diversificaçao e sofisticação dos
produtos e pel© relativamente pouco (em relaçao ao cp.pitalismo monopolis
ta) capital empregado e em circulaçao. Assim, o capitalismo de centro (e
* / /
a Inglaterra e sempre o modelo neste periodo) empregava parte do capital
na produção de produtos a serem consumidos pela sua própria clrsse operr
n r ; tendo por.tr.rto, os salarios dos operrrios significativa importância
na realizrçao dr mais valia. E bom, pois, que fique clnro que:
a) tal proces so se refere ao desenvolvimento do capitalismo nr suà fase
concorrencial;
b) que apenas uma parte do capital investido se detina a produção de a r
tigos a serem consumidos pelos operários do proprio pçis;
c)^que esse processo ocorreu (note-se que o verbo esta no passado) nos
paises de centro.
• Marx (em "Salrrio, Preço e Lucro") ja alertava para o fato de que n*
0 *
e o consumo dos operários a mola.mestra ao mercado capitalista; e sim
consumo^de pbjetos de "luxo".
E e a partir dr acumulaçao capitalista daquela fase concorreciclque o
dado o uai to para o capitalismo financeiro. Isto porque o reinvestiment
do capital acumulado (acrescente-se a isso o enorme aumento dr capacidade
produtiva com a 2® Revolução Industrial) nao dava de ntro dos próprias
fronteiras dos paises de centro uma rentabilidade proporcional ao proprio
inestimento. Mesmo que de passagem, e bom recordar algumas premissas br.si
car com que o marxismo avalia a economia capitalista:
a) a tendfinci.a decrescente dc taxa de lucros;
b) a contradição fundamentrl do capitalismo, com a produção coletiva e
■•pro v i rçao individual do produto social.
E pois em funçao do esgotamento do mercado interno que os paises de
centro passam a exportar capitais ex ced entes, sendo esta a caracteristic
nuamental da fase imperialista do capitalisma^note-se que, para ser vi
' 1 este investimento do capital no exterior e preciso que ele retorne
com uma taxa de lucro superior aquela que poderia ser fornecida pela apl
^açao deste capital no proprio páis de origem. E por isso que Lenin fal'
que nao existe uma simples"escolha"(como queria Kautsky) na exoortaçao df
/■ /
caoitais; e por isso que Lenin fala dos "super-lucros"; e i)or isso que
>odemos falar om suoer-exploraçao noa paises de periferia. E o Brcsil
um pais periferico, como afirma, concretamente, o Programa, citajao fe_i
ta.
/ / ✓
Dizer que o preço ao salário e ^ so lv id o pelas lutas de clrsse e cor-
to, assim cono tamben e-certo que o proprio capitalismo sera "resolvido !
p 3 * 6 ’P *
A Necessidade ... - 11 -
do, pois^os capitais^sao escassos, o preço da terra relativamente pouco
consider vel, os salários baixos e c.s mhterias primas baratas".
Se nao se pode dizer de maneirr abstrata se um salario e baixo ou
*** 0 0 0 -
nao, pode-se seguramente dizer <^ue um nivel de salarios e baixo ou alto
v rolaçao a outro nivel de salarios. No nosso caso, trata-se, .agora de
^3 estabelecer se ha (ou nao) uma correspondência necessaria entre os re
1 tivamente altos salarios pagos no centro ^do sistema imperialista e os
rlrtivamente baixos salarios pagos nos paises da periferia do sistema
nperialista. Em uma carta a Kautsky (citada por L e n i n ) , Engelsprocura
'xplicar a situação politico.-ideologica da classe operaria inglesa er
i89?: "Aqui nao ha um prrtido operário, não ha mais que radicais consei
vr.dores e liberais, e os operários se aproveitam com eles, com a maior
0 N
tranquilidade do mundo, do monopolio colonial da Inglaterra, e'do seu mo
íopolio no mercado mundial". Como se sabe, uma das posições b á sicas Jo
jjenin sobro o imperialismo e que este da as condições objetivrs pera o
urgimento do proprio oportunismo no MO dos paises de centro.
---- Retomemos, tambem, umacolocação do "Aonde Vamos?" (II), ao falar do
prpletc.rird g brasileiro. Iniciando 0 trecho com a p.firmaçao de que •
olr.sse operaria brasileira nao e reformista no estilo europeu, o r e f e r i
do docránento brsico da 0. explica: "Para isso falam entre nos as premis
sas economicas existentes nos paises altamente industrializados e imperi
alistas, onde a burguesia usa o lucro obtido na exploraçao do mundo sub**
desenvolvido oara a neutralização de seu proletariado".
0 0
0 que se pode afirmar, ate agora, e que os conceitos de super-explo
roçao e ^rrocho estrutural nao nasceram de cabeças maquiavelicr s %de quem
quer que sejr ; o uso deturpado que se fez e se faz deles e ou^ra questão;
nao surgirrm Je cartolas magicas;^ pelo contrario, encontram bases teóri
cas nos pr^rios clássicos e tambem nos documentos básicos da 0.
f 0 ~
Queriamos» fazer, aqui, uma serie de citações do nosso "Programa S.o
cialista para o Brasil". Achamos que estas citações sao necessárias como
um reforço indispensável a nossa arg um en ta ça o, Diz o Programa:
t
Fo) • Cjf
> <p-Q> .)p •
A Necessidade ... - 14 -
pondo fim ps querelas burguesia industrial X latifúndio exportador, r
que a buigüesia industrial abre mao do mercado interno, optando pelo apro
fundamento icfinitivo da integraçao com o imperialismo na qurlidade de so
:io-mencr . E, assim, contra o pano delindo desta reacomodrçao que eclodo
crise social, economica e politica dr. ordem capitolista brasileira, cri
✓ 0
se esta que r tinge seu climax em abril de 1964. E por isso que, reafirma
i s , nos parece profundamente equivocado afirmar-se, como rfirma a "Declr
ӂao", que o ascenso do movimento de massas de 64 se da "dentro da cris
iclica dr e c on om ia capitrlista brasileira..." Tal afirmaçao desconhece,
na pratica: a) o conceito ma rxista de crise ciclica; b) as relações pr?
prias estabelecidas entre o centro e a periferia subdesenvolvida do sis í.
na imperirl ista; c) a propria historia do desenvolvimento do capitalismo
orr.sileiro,
A "Declaraçao" rfirma que a concepção da ditadura estrutural serve
base a;: colocaçoes centristas do MEP; a isto responderemos que o uso de -
formado que os centristas fazem de qualquer tese e problemr deles; na re,
lidade, a tese da ditadura estrutural nao dr. direito p ninguém de ser c
trista; se os œ nt ri sta s querem e e ’ mecr.nicistrs e, por isto, prrtem pa.;
0 0
o raciocínio simplista de achar que r democracir no Brnsil e um avanço r
voluvion ario estrategico, eles quo vao para o inferno com seu mecanicis-
mo; nos, d; ‘'Politica Operaria" (que tem na OCML-PO a verdadeira e unicr
herdeira de suas tradições mris significativas) recorremos ao nosso "Pro-
grama" e afirmamos que qualquer democracia no Brasil nao tera nenhum car
te r revolucionário e bradamos : rovoluçao socialista ou caricatura de re
voluçao.
0 qie o centrisme oportunisa do MEP nao viu e que o advento de uma
' ' * *
lemocracia no Brasil e possível encuanto uma saida provisoria para a bur •
,-;^'ia; o que o centrisme nao viu e que esta democracia no Brasil sera an
te-sala para novas formas de ditaduras abertas, se durante sua vigencir
o forem efetivadas conquistas
"""'r ** 0prol et.-ri as est rat e r i c a s , o que colocarir
lutas de classe no pais em nivel mris elevado, colocando, assim, a pos
oilidade estrategica de um GRT ou, mesmo, da ditadura do proletariado «
>rem estas rs posições centristas criticadas pela MM-4. M M 4 não criticc
conceito de ditadura estrutural porque este e uma drs referencias basic:
o "Programa Socia lis ta pa r a o Brrsil".
D e p e n d encia; su per -ex pl ora çao ; ditrdura estrutural, arrocho e strut
al. Est,as suo realidades das relações do sistema imperialista em n e m -
os quais muitos "crimes"foram cometidos: reformismo, av ent ureirismo, es--
luerdismo, centrisme e quantos "ismos" a mais se quizerem acrescentar,
nos, da "PO" tambem cometemos nossos "crimes".
*** 9 A
Definitivamente, nao 'deve ser este o caminho. Para usarmos uirfr in"
gem bastante^conhecida, díriamos que o CN esfca "jogando fora a criança
junto com a agua do banho".
Nao, companheiros. D e p e nd en ci ar arrocho estrutural, ditadura estrut
ral, super-exploraçao se constituem em realidades proprirs do capitalistr
monopolista, do imperialismo, fazendo dele a "ante-sala dp revolução".
Lenin nao estava fazendo poesia quando usou o termo. Diz ele no "Imperir-
M (V *
lismo": "Esta agudizacao de contradiçoes e a força motriz mais potente
do periodo bistorico de transiçao iniciado com a vitoria definitiva do cr
pitai financeiro mundial", (grifos meus). Se alguem considerar generico
este trecho de Lenin, poderia recorrer ao "Programa Socialista para o Br;_
sil
"Po.c tuuo isso x(0 Programa se refere a "exploraçao violenta ✓ . das mas-
s trabalhadoras", a ditadura estrutural, ao arrocho) Leninja chamara
imperialismo de ante-sala da revolução social. Porque, em primeiro lugar
■o integrar definitivamente todo o mundo ao domínio do capital, ao revoli
onar todas as areas do globo e subordina-las as necessidades do lucro,
•.rdurecem as condiçoes internaci 'inr.is para a revolução socialista. E e
egundo lugor, porque aguça as contradiçoes inerentes ao sistema capita
ista: a conxradiçao entre o crescimento .da produção e o consumo, a cc >•
tradição entre o' carater privado da apropriaçao e o carater social da pr
duçao". (prg. 17)
Continua o "Programa":
"Integrando a ^burguesia brasileira na economia imperialista, o de:-o
volvimento capitalista nacional criou as condições para que a luta anti-
. ^ /
imperialista hoje no Brr.sil so possa ser também -umaluta anti-capital-.st • .
(pag, 17). Se o reformismo (ou suas formas mais modernas e sofisticadas
quizer levrr lutas de "libertaçao nacionrl" pela democracia, ou coir-tf
que o valha, isso e problema deles. Nos, da "OCML-PO" pr eferimos ficar o---:,
|H-
Lenin, e fazermos dp luta contra o imperialismo a mesma luta contra o c.-.•
talismó, a luta pelo socialismo.
Nao sc pode, pois, drr as costas para esta realidade do imperialism
oara a "a, -uoizaçao de contradiçoes'.'. E a "Declaraçao", talvez com recei'
principio justo) de incorrer em erros tipo "o proletariado brasileiro
;i.e organiza na linha d ir et a da revolução", acaba por cair no erro inverso
'.o supor e d: r a entender um desenvolvimento mn.is ou menos linear e lent'
lo movimento operário em direção ao confronto final com a burguesia. Dl
"Declaraçao":
"As projeçoes catastróficas para o futuro imediato ocultavnm73ffl°veu
;oologico, os problemas concretos da formação politica do proletariado,
■ente possível de ser conseguidp ao longo das batalhas parciais, no au
A A
importarcia fundamental
- a- . +
as lutas' e escaramuc es cotidTianrs de resiste
" ..................... ‘ 11 ■ ■' ■— ............................- - —-
3. Sobre o CRT
Na sua resposta ao nosso documento anterior, o CN se recusa a admitir
ue ao longo dos- nossos documentos básicos a definição e c o m eituação tf o
GRT se encontra de maneira ambigua, confusa, obscura c contraditoria; p 1-
ra nosso espanto, chega, inclusive a citar como sendo justa uma passage
de um jornal "PO" de antes do golpe em que, o GRT e cbfendido e propos!
dentro de uma otica clara e abertamente democratista.
Na realidade padeiros encontrar nos nossos doeu mentos GRTs de todas
cores e w r todos os gostos.
r / /
Se alguem quizer um GRT que seja util a propositos demoerntistas (co
mo, inclusive a atual corrente centrista e democratista de 0-7) basta- se
servir da citaçao do "PO" pre-golpe, acima referida; vamos repeti-la: "
superaçao da crise brasileira, a realizaçao das reformas de estrutura, a
defesa v- a anpliaqao da democracia encontram-se hoje nas mãos da classe o
peraria, e ela so pode cumprir esta tarefa de uma maneira: fazendo- a si
f ^ * Al. w 1 1a
/7
Iiit'h ^ r'"1o!°rindo" .
îv •* /
A "Declaraçao" defende da hipótese de um GRT instalado por v ia pp.ci
fica, ma: o "C.C." diz: "Levando em conta, igualmente, as particularida
des do pris, acreditamos que o surgimento desse governo nao pode ser pro
duto de um piocesso eleitoral e tera, para se impor, que resulte da intc
vençao ativa e*violenta,dnsmassas trabalhadoras". E o "PSfi" e taxativo:
Q tipo ce governo visado,que surge .da - p r o p r i a .insurreição, ..,T
"Embota, por -eu lado, o A.v. n a o ^ j r tao taxativo a respeito, pois nao
da destaque ao problema da forma do-instalaçao do GRT, limitrndo-se refe
rir a colocação do IV Congresso da I.C. diz o AV-3: "As resoluções nao
pre-estnbelecem ou se esses governos de transiçao surgem de processos e-
leitorais ou insurrecionais, mas deixam d a r o que sua existencir nao po-
■ ser garantido por^dispositivos legais e juridicos".
Queriamos, tambem, rapidamente, fazer aqui outro destaque. Nao se
. abe corn que objetivo a "Declaraçao" afirma que o governo de /.llend ' err
im GRT. (E.M. tambem faz esta afirmação). Isto nos parece errado. Os no^_
:.'OS -documentos básicos tem apenas uma referencia comum em rolr.ção a car,;
cterizr.çao do GRT, a referencia de que suas medidas (as do GRT) serao ^
’r.ntidas pelo proletariado em armas. E, tanto antes quanto depois da en
trada dos generais no ministério de Allende, não foram os operários era
A --------------- ' f
armas que garantiram as medidas do governo Allende, e sim, o proprio exe
oito, ou seja umainstituiçao que nao se apoiava na força material do ope
rariado. Nao vamos deter mais sobre este problema. Em si, ele nao nos pa
rece funuamental neste doc. (embora seja fundamental compreender a experj
encia chilen; e tirar lições dela, como tambem achamos fundamental a po
sição de que o GRT havera de ser instalado por via insurrecional) .
P p p
Se alguem basear-se nos ebeumentos básicos para afirmar que o GRT e u
ma etapa a ser necessariamente cumprida no processo revolucionário bras^
leiro, brsta ir ao "Aonde ^Vamos?" : "Considerando este aspecto particular
as lutas de classe no pris (a ausência da consciencir politica dr classe
trabalhadora) e levandoP P
em conta que no decorrer do aprofundamento
/ J
do A
istancia pelo seu carater social, ou seja, e definida como umr frente (*?
:'itre às "classes" dos trabalhadores dr cidade e os do campo. E ri est'
nro, ai esta a matriz de toda a confusão. 0 conceito de Frente nao se --
v p P
j.ica a identidade histórica e programática existente entre os^trabalï.r
es d a ’cidrde e do campo brasileiros; isto porque ambos j a estão histori
amente interessados na ditadura do proletariado enquanto poder sociali..
:a. 0 conceito de "Frente" se r: fere a uma identidade apenes pr s sage ira
interesses. E de se deixar absolutamente cirro que os trabalhadores do cr
p *
IJS
Ha rr Mito tempo o marxismo-1 eninismo nos ensinou que para obter o po-
ler sobrr a economia, o proletari; do deve, primeiro, exercer o dominio
obrn o o d o r pol itico organizando seu Estado. Mas, mesmo exercendo a si
. oitadura, o proletariado ‘podera se ver obrigado a tomar medidas que nao
s. j m tipicamente socialistas,, / corno foi
/ o caso da Nova Politica Econômic;
r>*>
nvolvida por Lenin na Russia Soviética, ou mesmo as rmedidas
+s
deP distr:"
j-ao de Terra a camponeses que rnovavelmente, a revolução proletária, br-
leira ha de desenvolver dura te um periodo previsivelmente .t - nde.
Por tudo isso, e falso opor Socialismo X GRT, como colocou "Meias
erdades..." mareferida provocação que faz a 0. Talvez fizesse bem uma :
Lida do "Mais Uma Vez a PB", onde o proprio ’E.M. demonstra r. Ferdinantl -
;-chado oue o proletr.riado deve lutar por seus interesses especificos o
iuai quer fr.se da revolução.
Mas voltemos-a questão das reivindicações do Pr ograma do GRT.
■eivindicaçoes sao chamdas de estrategicas- exatamente porque, realizV.d: s,
;oloCam a luta de classes e m um nivel q ua li ta t ivam e n t e , estrate gi caro em
F 3 * (fl* (f> g , p #2>y
Ia ‘ Campo
A Necessidade ... - 22 -
A i /
a) 0S xOSP •
■< IV /
0 pano de fundo sobre o qual devo ser discutida esta questão e
que diz respeito ao Sindicato Livre e a Organizaçao Independente do .pr -
letariado. * *
Por sindicato Livre uma linha proletaria ha de entender algo muit-
A ' *
mris am,lo do que um sindicato fora do controle bu roc rrt ic o- ju r id ic o- ro -
pressivo dos orgaos do Estado burguês. Em uma rapida olhadr. através do
A Necessidade ... -24 -
desenvolvimento das lutns de classes no pais, pode-se ver claramente que
foi a ausência de uma consciência independente da clrsse que deu origem
e campo de propagação ao atrelamento sindical, e que este. atrelamento
sindical foi principalmente politico-ideologico. 0 "Caminhos e Caráter"
ueixa claro que a ditadura instalada em 64 não precisou alterar profunde
mente a estrutura sindical, porque esta era a mesma herdada do Estado No
vo, isto oorque o reformismo que chegou a dominar o sindicalismo brasi -
leiro , nao foi capaz (nao quiz) modificar esta estrutura, porque ela
servia muito bem a politica reformista de colaboração de classes.
Portanto, um'sindicato Li v re ha de /ser um sindicato anti-reformistr .
anti-democratista, um si ndicato proletário. Um sindicato que se baseie
■v consciencir independente da classe operaria. E por consciência inde-
'endente ha de se entender sua ocorrência em todos os niveis, tanto quan
to as lutas e reivindicações econômica s ,quanto politicas, quanto aos mei
~>s e ins tru mentos de l u t a ; tudo isso, segundo os nossos documentos basi
cos, forma um so e unico conjunto.
IW / M
Nao entender isso e dar margem a confusoes, e correr o risco de cr-
ir em arapucas; como ocorre com a "Declaração", quando afirma, por exem
plo, que um dos pontos em que a OGML-PO poderia defender na prática sin
dical serie a "luta pela liberdade de organizaçao e rnanifestaçao aos ooe
rrrios"; ora, esta paLavrr de ordem e centrista, que melhor ficaria tr
M /
boca dos Q-Jse 0-8* s. em manifestações estudantis; se esta palavra de or
dem esta no "Brograma"-, nao significa que ela seja correta,, evidenciando,
muito mais, uma consequencia deformada que tira da tese (justa e neces -
saria) da uitrdura estrutural.
Afirrr. c "Declaraçao" que uma unidade hoje seria possivel porque as
lutas operarias seriam economicns. Ja combatemos esta visão da "Declara -
r* * . / /
çao"; de pns m, queriamos evidenciar, apenas, que e muito dificil
convencer a quem quer que s e j a que "luta contra o arrocho, lu ta contra r.
lei de greve, luta contra o atrelamento sindical e a (tal) luta pela li
berdade de oi 'anizaçao e manifestaçao para os operários" - estr a plata
forma de unidade proposta pela "Declaraçao" -, e muito dificil convencer,
repetimos, de que est*~ s lutas sejam econômicas.
E mais
*
do que obvio que em uma ou outra luta isolada, mesmo no sin-
dicato,^ nos podemos vir a formar junto a reformistas e democratistas e
pap a-hostias,. Mas isso, em hipótese alguma, significa que possamos abrir
mao hoje da nossa organiznçao própria para o trabalho sindical. E esta or
jaizaçao sindical própria hojessria a OGP - Oposição Sindical -^roletarin.
Pois ela e que deve corresponder hoje aos nossos objetivos estrategicos
do (verdadeiro, nao pelego, nao reformista) sindicato Livre e dr Organizo
çao Independente da classe operaria.
No passado recente desgastamos a OSP em razão de termos drdo u ^ t r ^
tamento esquematista, artificial, ao problema da luta sindical, e do que
seria a divisão da classe operaria em massa e massa avançada. 0 que nao
* ~ • / '\ ' * '
vimos e que nao havia (.nem ha) espaço politico iara existencoa pratico.
desta tal massa avançada enquanto tal. Os operários quçfarrastavamos ao
* rsi
sindicato la compareciam nao espontaneamenteipas, domo dissemos, quase li
9 A /
prios interesses salariais dos operários nao poderiam ser jogrdos hoje
dentro da lutr puromente economico. Ernesto Martins, seieferiu, recente-
v *
lente, rs .freves de Ososco e Contagem como greves politicas, no fundo.
0 que nao conseguimos v e r e que a OSP deveria ser formada não enquan
<f>-Q),p íib
o) A O .e a Situação da E.R.
M *
Diz r "Declaraçao": "Tendo seguido uma trajetória de desvios volun-
ristas e r o"-agand istas desde 1970, hoje a PO se encontra dividida em
■ rias frações". Do nosso ponto de vista, ha dois erros nesta frase.
* ***
Em primeiro lugar, o que seria a trajetória de desvios da "PO" nao
~"Ti?çou em 1970, mas antes (abordaremos esta questão no proximo it^m des
o documento); em segundo lugar, a "PO" naò se acha dividida em varias
✓ A "PO" que conseguiu manter viva no pais a luta revolucionaria
‘■'r, coes.
oletaria-, *enfrentando os desvios reformistas, democratistos e centris-
, foi e e a OCML-PO. A "PO" que, apesar de tudo, aos trancos e barran
.oü, reconhecemos, nao se rendeu ao canto da sereia das deformações do i-
liatismo pequeno-burguês foi a O C M L - P O ; a "PO" que conseguiu se manter
rtruturada, superando as tentativas liquidacionistas ( hoje fantasiados
guardas palacianos das tradições) surgidas em seu seio foi a OCML-PO.
Nao, a "PO" nao esta fracionada. Nao sfeo da "PO" aqueles que sairam
OCML-PO, e, ja ha algum tempo, deixara„m de honrar o que ha de mais s;
■ do na nossa linha:uns se incorporaram ao centrismo (0-3, 0-7 e 0-8) e
tra íacçao fracionista. (0-6) hoje vegeta na obscuridade, ocultando sue
*
"rgonha liquidacionista com a folha de parreira de. uma hipotética e obs
tra pratica ue "formaçao de quadros", a espera de que a tempestade pas-
para que possa sair a rua sem molhar *os pes.
Colocar
* os
. erros
\ * dá OCML-PO nò i^smo mar de rendicao
‘~ politica (0-7)
ideologica ( -6) e cometer um grave erro. A "Declaraçao" nem faz uma
ferencia. r 0-8, desconsiderando-a enquanto C. De nosso lado, nao vemos
ihuma diferença q u a l i t ^ t ^ g entre 0-3, 0-6, 0-7 e 0-8, enquanto Os.
.idros mais lionestos e/maxs deformado existem igualmente em tours elas.
As p o ;i oilid ades (aque preferimos c h am ar de hipóteses) de reunifi-
?ao levantadas pela "Declaraçao" em relação e. 0-6 e 0-7, nos nro vemos
cuanto reunificaçao em um plano suoerior. Estas Os. ter ao que f; zer au
F-ò-yS-<p ç > , p - i } g
A Necessidade ... - 27 -
j-criticns explicitas de suas deformaçoes, as quais reafirmamos nem de
j.onge se assemelham a nossos erros, estes muito menores, d e qualidade
diferente.
A especificidade real se refere unicamente a chamada "PO-Exterior".
'.o contrario òos demais frações da "OCML-rO", o grupo que hoje se deno
mina "PO-Ext r i o r " , jamais se rendeu ao domocrrtismo e ao centrisme: mui
j'.) pelo contrario (tanto antes como depois de seu afastamento orgânico
. 0) tem dado substanciais e indispensáveis contribuições r. nossa luta
-ontra as varias formas do ^imediatismo pequeno-b ur guê s, fazendo-, aliás,
testa lutr um bandeira nroprio nac sur s atividades práticas.
' / /
No entanto, e equivocado dizer que e a "PO-Exterior" a "unica que
0 rnanteve como herdeira das posições programe bicas e estratégicas dos
primeiros Congressos...", como diz a ’’Declar aç ão" . Por que só os "primei
'-os" Congressos? 0 IV e o V Congressos estariam contidos aí? Sc estão, a
j 1 il-PO n ad ï fez que nao fosse autorizado em suas fundamentações, como,
resto, nr.da fez que nao estivesse fundamentado em todos os Congressos
a 0. 0 que hr., de fato e que, nos proprios documentos baslcos (teses
;sicas dos Congressos ou saidas dos Congressos) existem enormes erros
*
ue deixaram espaço por onde penetrrrrm vrrios - e graves, reconheçamos-
isvios que cometemos, desvios estes que vão desde o militarismo do POC
te o esquematismo do Projeto da 3- Co n f . , passando com destpque ospeci-
1, pelo PTCP.
Quonto rs contribuições^? D.I. feitas pela "PO-Exterior", queremos
.embrar que eutao em discussão; se estao certos ou erradas, e o que vero-
*!Os; se entoo certos a ponto de dar o papel que a "Declaração" quer dnr
\ "PO-Exterior", e o que veremos tambem.
De tudo, sem duvida, uma coisa e clrra: p grupo "PO-Exterior" e o
>ue mais proximo se encontra de nos; mais oropriamente, poderianos dizer
ue e o unico que se encontra proximo de nos; em relação ao qual temos
* * r
.zoes pare olimentar serias expectativas de, em futuro proximo, uma pra
A *
ca organica-partidaria sob o mesmo centralismo. 0 processo, contudo,
.o nos v ^
r o c e ser o da
^ reunifierçao e, sim, o da reintegraçao, a prrtir
-
neses etc - dependem de uma vanguarda armada que leve ao campo a psas-
•ictiva e a exoeriencia da organizaçao do proletarirdo urbano" (pcág. 2 8 ) ^
:ifo nosso), continua o "Programa", mais adiante: "Da pequena burguesia
>rgem tambem contingentes que se juntarao a luta proletaria".
Neste trecho, nos parece cristalinos oá erros da nossa estrategia.
iuanto ao metodo, fica evidenciada a ja referida concepção deformadora dr
itadura imune r crises, com os camponeses eternamente condenados no i-
)bilismo se nao forem iluminadis pela vanguarda armada. Qurnto r tambem
. referid; concepção de Frente Revolucionrria, e de se perceber que a
>sj.çao do Programa e a de um a frente social, liderada pelo operariado ur
no; nest; Frente os camponeses teriam o mesmo peso que a pequena-bur&ue
.r. Prossigamos.
Ja o movi"ento estudantil poderia "servir a revolução dos trabalhado
t 'S na medida em que faz da sua luta pela liberdade de organi7 ~ç~o um a
;ta intransigente contra o regime, sem concil.ação e integrando a Fron
te d->s Trabalhadores" (Progrma, pag. 29). E foi por ai que seguiu o MEP
e, recentemente, a FOC. Nao que considerrmos que o centr ismo nossa ser
** r+t
*v ificado a. partir dos' documentos
✓ básicos. Mas nao se pode iv ■r as evi —
.joncia^-áe jnnelas em nosso proprio Programa por onde o centrisme pode
. .letrar* tranquilamente.., Conforme o texto acima citado.*
Ja, a esta altura, podemos anunciar que a auto-critica qu. O CML-PO
do volu n tarismo petecepista nao foi completa^,porque devor i; ambem
•.uto-crit ic\: se estender aos dooumontos bquiços, >iue defender;, • es -
vtegia marcada pelo voluntarismo.
Prossigamos. Est a n#pagina36 da atual ediçao do "-orogram;;".
"0 estabelecimento de uma unidade de ação da esquerda revoluciona
■.a, em torno de principies básicos e com fins imediatos de luta contra
iitadurr., sera um passo decisivo para a mobilizacao da classe o per r.ri
(grifos nossos). Os "principies básicos" a que se refere o trecho
jitado vom logo a seguir explicitados, na pagina seguinte do "Programa".
k.:.o de tal forma genericás que podem abrigar todo o democratismo e cen-
*
: ismo que surjam. De especifico, fixam apenas a necessidade do "reconhç_
neirto dr luta armada e, especifi camen te, da luta de guerrilhas". Que
--m o s apenas de passagem, lembrar mais uma vez que a visao da guerri -
nao e p- nto isole, do na nossr estrategia e no nosso Programa, que es
:ia ape "fora. de lugar", como quer Ernesto Martins. Como vimos, e-
M / /
tem um funçao politica essencial na nossr estrategia, nos nos: os er
s na forr.ulaçao da estrategia, como' máterializadora do voluntarismo
•/
■■'oca .;o antes do PTCP. Depois,
* no PTCP, este voluntarismo viria tra.
■—
■ tido de "criar poi os proletários" etc.
Fiquemos por aqui:
Conclusão.
nao nos move r. intenção de corrigir por corrigir os erros. Nosso obje-
oivo e unific.r o nosso "Programe.", fechando es breches que*ele deixa
co voluntarismo, ao democrarismo e ao contrismo. 0 nosso Progremc é a
eossa^principe1 erma de propaganda. 23 a partir dele, que elaboramos nos
se. tatica. / A
Hojo, quando, ja podemos vislumbrar a ocorrência de um novo ciclo
ue lutas abertos de classe no pais, e mais do que nunca necessário que
tenhamos oastante afiaçles as nossas r r m r s . •
Um Programa Revolucionário tem u m a função sempre atu al .
Para encerrar, ume citaçao, bastante curte, mas de profunco signi
ficado. Diz o "Aonde Vamos?":
Afj.nso Barros
Dezembro /77
f ' ~
As criticas feitas a TD-45 em discussões realizadas era parte no CN,
e em parte no BP, são publicadas neste documento. Elas cumpriram o p a
pel de aprofundar na direção a autocritica dos desvios da 3® Conferência,
’íeoresentam um maior esclarecimento das posições basicas da 0.
mm f \ ^
A publicação destas criticas a TD-45 tem portanto a importancia de
levar para todos os organismos da^O. esta reafirmaçao das posições bási
cas, como parte do rearmamento teorico, politico e ideologico da.O.
Nao estamos aqui cobrindo lacunas ou corrigindo as posiçoes básicas
Trata-se simplesmente de concluir a tarefa de "desenterrar" o PSB. E fun
damental que a 0. tome consciência da natureza deste movimento politico
e do seu significado: por um lado, sua importancia e enorme, pois indi
ca a direção para a superaçao da longa crise que a 0. viveu durante os
anofe de desviomm esquerdista.
», Por
r outro lado,
mm indica * os limites deste de-
bate: pois nao estamos elaborando posiçoes programaticas, mas s i m p l e s
mente "acertando as contas" com os .desvios e reafirmando posiçoes ja tra
çadas no passado.
/ m
m
Ate aqui, a atençao para este debate tem sido qua se ^absoluta. Entre
tanto, na medida em que as posiçoes tradicionais da 0. sao suficientemen
te esclarecidas, coletivamente, ja nao cabera a atual polarizaçao - cora
tudo que implica em termos de concentraçao de energias.
Armada com as suas posiçoes basicas, a 0 precisa se voltar para as
discussões absolutamente vitais da pratica imediata, cujos problemas sao
crescentes e complexos.
' m
m *
Este doc. resume as discussões travadas ate aqui no que toca ao re
torno ao PSB. As criticas a TD-45 visam sobretudo situar as referencies
basicas com que conta a 0. $ara desenvolver a sua pratica - referencias
herdados dos Congressos e validas atualmente.
BARROS E A DEPENDÊNCIA
É claro quo não há bem qus'3empre dure. Um. proletariado organizado sa
berá lutar por aumentos nos salaries reais, mesmo acima da produtivida
de. Foi o que os alemães fizeram a partir de 1960, ‘pondo o milagre a
pique. Situaçõeí/similares ocorrem na Grã Bretanha e Françe. Nessas cir
cunstãncias surgem os planos de congelamento salarial, como o ’
T .ano Bar
■1 . o jr,f
Resp. Td-45 ’ 4
re, para surpresa daqueles que acham que o fenômeno e típiCo dos países
perifericos. A luta de classes tem atualmente um panei decisivo na e-
closao de crises capitalistas, e em cada pais a situação é parti
cular (por isso, inclusive, as crises mundiais nao se abatem igualmente
sobre todos os paises: ha os milagrosos tipo Japao e Alemanha e os em
rccessao continua como a Gra-Bretanha) . Do comportamento do proletarido
depende ou nao a recuperação economica, sendo que crise capitalista não
significa fim do capitalismo (senao a Gra-Bretanha "ja era" ha muito tem
po). A chamada "estagflaçao" - recessão com inflaçao e fruto da resis
a v / «w my
tencia da classe em ter seus salários cortados. Mas para Barros nao ha
lugar para a çonsideraçao das especificidades de cada formaçao social
perante a crise mundial (dai o seu espanto em relação as consideraçoes
do PSB e Declaraçao .Politica sobre a crise ciclica nò Brasil).
Cabe observar que A.B. nao analisa a crise de 61. Sua visão sôbre
os fatores que cbsencadearam a crise termina por nao ser apresentada. Li
mita-se a criticar a conceituaçao de crise ciclica, dada pelo PSB, a-
íirmando que a crise tal como foi teorizada por Marx encontra um corres
oondente real na crise de 29, "nos paises do centro", e nao no Brrsil .
t+t v
x or que a crise de 61 nao corresponde a teoria das crises, de Marx? No
esboço traçado pelo Curso Basico, fica claro o me anismo que levou a
queda da taxa de l u c r o .
•* * v
Lembrar, finalmente, que a referencia feita pela D.P. a crise de
51 visava mostrar que a crise rçe deu apesar de nao haver crise nes expor
ç o e s . V isavamos, portanto, combater a concepção do Pro.jeto sobre o na
ol do merce cb e x te rn o. (jVer trecho daD.P. que trata do assunto). Quando o
" / A
> >
força de trabalho - o salario - e mais barata, em virtude do
baixo nivel de vida"*
A mençao a diferença de composição organica do capital (PSB e CB )
desautoriza a extrapolaçao sobre o arrocho estrutural e a impossibilidn-
de de vir o capitalismo brasileiro atender as pressões dos trabalhadores.
Conforme diz Ernesto Martins,
M A /
E adiante:
"Essas consideraçoes sao validas para o funcionamento da economia
capitalista em geral e o surgimento de um capitalismo dependente nac
altera as leis gerais da acumulaçao do capital" ("Liquidar o P a s . .’■)
0 comp. A.B. cita tambem o AV n$2, em defesa dp sua tese:
que o PSB e o CB nao ex pli cit am , por outro lado, a visao de Lenin sobre
c transitoriedade da aristocracia oneraria. Esta falha dos textos basi-
s ^ * ~ a
cos, porem, nao autoriza a conclusão estranha - ou a extrapolação - so
* A -1 i 4
bre a aristocracia operaria como fenomeno estrutural, o que, de resto, i
ria contra a tese marxista classica sobre a pauperizaçao crescente dos
trabalhadores na sociedade capitalista.
Diz o AV-1: A A
E dia o AV-3:
«■. /■
"Nao queremos dizer que, teoricamente, isso seja a unicr possibili
dade da ditadura aberta terminar. Temos precedentes no pais, quan
do as classes dominantes cansadas da tutela que tinham pedido "re-
democrrtizaram" o seu governo. Embora isso nao seja o caso atual, ^
possibilidade pode surgir se a situaçao economica lhes permitir umr
alternativa" (grifos nossos)
0 comp. A.B. coloca que o CC traz a posição da ditadura estrutural.
Proeem, no mesmo paragrafo do trecho citado, ha o seguinte trecho que
TD-45 não citou:
..."Em primeiro lugar porque não temos interesse em restabelecer
•4 |
r ntigo 'str tus q u o ', que consolidará novamente o dominio da burguesia com
a folha de oarreira 1de mo cra ti ca1 " (grifos nossos)
11) A TD-45 cita Lenin para fundamentar a tese sôbre a contradiçao que
haveria entro imperialismo e democrrcia.
"Imperialismo e a epoca do capital financeiro e dos mo n o p o l i o s , os
quais trazem em seu conjunto em todas as partes do mundo a tenden-
cia a dominaçao e nao a liberdade" (Lenin)
12) 0 comp. A.B. criti a D.P. por esta supostamente dar a entender "um
desenvolvimento mais ou n°nos linear e lento do movimento operário em d_i
reção ao confronto final com a burguesia". Notar, em primeiro lugar
que a D.P. nao faz nenhuma afirmaçao usando estes termos. Trata-se de
M /
uma interpretoçao da TD-45» que paro embasa-la cita 0 seguinte trecho da
D.P. :
foi defendida por ninguém na nossa D.I. A polemica deve girar em torno
do problema de ser ou nao ser. possivel ao capitalismo brasileiro fazer
concessões. Em torno desta polemica, a D.P. responde afirmativamente e
destaca a importancia das "escaramuços" no desenvolvimento do MO. A TD-
45» por outro lado, nega a oossibilidade das concessoes (arrocho estru-
/ /
tural) e pensa de outro ^modo a educaçao nolitica da classe. (Por outro
lado, a D.P. nao se detem nas lutas economicas: ela menciona tambem, e
A ~ ^
com enfose, as condiçoes de desenvolvimento dos lutos politi cos de cias
se) .
14) "A D.P. defende a hipótese de um GRT por via pacifica" (TD-45)
F 3 - 0 - 0 - G .p-JéJ
1 ) Sobre a Independência do HO
A D.P., assim como os does. da PO-exterior, defendem a intervenção
do proletariado como classe independete como o nosso objetivo estrategi
co.
OBSERVAÇÃO FINAL
*
Esta critica ao documento do comp. A.B. foi redigida vis; ndo a dis-
jussao no B.P. Posteriormente, resolvemos p u b l i c a - l a . (Tambem o comp.
Fa <f> Q>,y> M S
B.P. - fevereiro/78
*** ********
r
Fa> -0 0 *6 . )p:c
?66
S02R3 05 N O S S O S 02J3TIV0S H : 3 D I A ? O S
I
a i s de l u t a p o l í t i c a , (a n ã o s e r - e v i d e n t e m e n t e - n a p a r t o de p r i n c í p i »
os e e n t ã o n a ^ a t i v i d a d e d e p r o p a g a n d a ) , e ^ q u e p a r a r e a l m e n t e o r i e n t a r no
s s a i n t e r v e n ç ã o n a l u t a c o n c r e t a é n e c e s s á r i o d e f i n i r as q u e s t õ e s iraedi]s
t a s p a r a as q u a i s d e v e c o n v e r g i r o m o v i m e n t o r e a l , m a n t é m u m a posição *
j u 3 t a . i<as q u a n d o d á o p a s s o s e g u i n t e , q u a n d o t o r n a m a i s p r e c i s a e s s a po
si çã o, d á t a n b e m u m p a s s o f a l s o ; p o i s a q u i p a s s a a f u n d a m e n t a r i s s o qu<»
t o d o s c h a m a m o s d e ^ " c o n d i ç õ e s a t u a i s " d a l u t a de c l a s s e s , e m clna do uma
p r o v i s ã o d a s t e n d e n c i a s p o l í t i c a s . T r e v i s ã o i m p l í c i t a , c o n t u d o . E porque
i m p l í c i t a ? P o r q u e o c o n t e ú d o d a s " c o n d i ç õ e s a t u a i s " é e x p r e s s o já sob a
f o r m a d e u m a c o n s e q u e n c i a p r a t i c a : p r o c i s a n o s do u m p r o g r a m a qu e d e f i n a *
os t e r m o s dos n o s s o o a c o r d o s p o l í t i c o s . E v i d e n t e m e n t e a n e c e s s i d a d e d e ’
d e f i n i r a c o r d o s c a r r e g a c o n s i g o - o u atras do s i - - uma p r o v i s ã o q u a n t o *
a una l i n h a p r o v á v e l de d e s e n v o l v i m e n t o das t e n d e n c i a s poT.íticas,
E a q u i c o n s i d e r o e s t a r a f o n t e t o o r i c a mais d i r e t a das c o n c e p ç õ e s *
d o f e n d i d a s p e l o CIT. P a r e c e - m e u m e r r o cue o pr o grana .so j a e n t e n d i d o o de
f i n i d o c o m o u n a p r o p o s t a de u n i d a d e a_o nível de J;endoncias o u f o r c a s p o -
i í t i c a s , c o ..10 o t e r m o de u n a c o r d o p o l x t i c o , Mas m e pareoe t a n b e m q u e •
t a l e r r o v a i t e r s u a s r o p e r c u s s õ o s p o l í t i c a s m a i s *p r á t i c a s n a -.aneira co
n o o s i t u a d o o p r o b l e m a d a l u t a c o n t r a a d i t a d u r a . T o d a v i a , a n t e s da prçj
c i s a r ' m a i s e s t a s c o n c l u s õ e s e c r i t i c a s v e j a m o s mais do p e r t o a o o s i ç ã o "•*
do CIT|
" i o r ú l t i m o a i n d i s p o n s á v e l r o c o r d a r q u e os t e r m o s do s n o s s o s *a -
c o r d o s * já e s t ã o d a d o s e u n o s s o p r o g r a m a m í n i m o : f i m dos n o n o p ó l i
os ( e t c . . . / , i U a l c u o r c o m p r o m i s s o a b a i x o do programe, m í n i m o 3 Gri*T
- t r e l a r a r e v o l u ç ã o :\es i n t e r e s s e s d a b-trguosiaj s o r i a a b r i r mão'
cos o b j e t i v o s do p r o l e t a r i a d o , , , ( p á g , 8 ) . "C P r o g r a m a d o G R T n ã o
0 o p r o g r a m a de u m g o v e r n o s o c i a l i s t a , p o r t a n t o . As tar e f a s d e s s e
governo v o l t a m - s e c o n t r a as b a s e s s o c i a i s d o r e g i m e p o l í t i c o i m -
p l a n t a d o n o p a í s em 64. o v i s a m c o m i s ô o a c u m u l a r f o r ç a s p a r a a i m
p l a n t a ç ã o d a ^ i t a d u r a do P r o l e t a r i a d o . R e v e l a m , n o e n t a n t o , a frçi
çueza do quem n ã o p o d e a i n d a i m n o r s o u ^ p r o p r i o p r o g r a m a a toda a
s o c i e d a d e o e o b r i g a d o a f a s e r c o n c e s s o o s t o n p o r a r i a s ^ Cesto g r i f o
e m e u ) (p ã g - 1k ) " < u a n d o d i z e m o s q u e o p r o g r a m a do GT./? é o p r o g r a
ma mínimo d o s c o m u n i s t a s b r a s i l e i r o s , q u e r e m o s e n f a t i z a r com isso
os t e r m o s de u n a c o r d o , de u m p o n t o d o u n i d a d e c o m o u t r a s tenden
c i a s (não n e c e s s a r i a m e n t e c o m u n i s t a s ) r e l a t i v a m e n t e a o E s t a d o : £
q u e l a s s ã o a s m e d i d a s m í n i m a s , i n d i s p e n s á v e i s , p a r a ^ q u o os c o m u -
n i s t a s acoitem a p o i a r o u p a r t i c i p a r de u m g o v e r n o n a o comunista"
(pag. I*:).
N a s c o l o c a ç õ e s t r a n s c r i t a s a c i m a e s t ã o e n t r e l a ç a d o s o s a s p e c t o s ojs
s e n c i a i s d a p o s i ç ã o d o CN, F i q u e m o s p o r e n q u a n t o a p e n a s c o m a ç u o s t ã o do
pr o g r a m a mínimo.
E m p r i m e i r o l u g a r , u n a d i s t i n ç ã o , C D o e , fale d o c o r d o s " o:n d o i s
s e n t i d o s d i f e r e n t e s ; q u a n d o o n f r o n t e o proòle...a do no o p r o l e t a r i a d o dje
v e o u n a o u t i l i z a r as d i v o r g o n c i a c antro facções das clr.saos d o m i n a n
t e s , p a r e c o u t i l i z a r o t e r m o a c o r d o p a r a se r e f e r i r a compromissos e n t r o
as c l a s s e s ou s e t o r e s d o classe (e t a l v o z p o r i ú s o uti.'.ina o t o r m o a c o r
d o entro a s p a s ; v o j a o t r e c h o d a c i t a ç ã o d a p a g , C); n o r e s t a n t e do d o c ,
o ter_.o a c o r d o aparoco p a r a i n d i c a r c o m p r o m i s s o s co:.: t e n d e n c i a s p o l í t i -
c as. I s t o s e r i a u n p e q u o n í s s i n o d e t a l h o f o r m a l 30 em toda a l i n h a do doc.
F s -$ - í Ó G
não f i c a s s e s u g e r i d a u m a i d e n t i d a d e e n t r e aa a l i n ç a s de c l a s a o neceosárjl
aa s. r e v o l u ç ã o o os a c o r d o s p o l í t i c o s que se c o l o q u e m a o l o n g o cia l u t a , '
i d e n t i d a d e s u g e r i d a (já q u e n ã o a p a r e c e e x p l i c i t a m e n t e ) p e l o p a p ò l atr i
buído ao p r o g r a m a mínimo*
3 a q u i :’ .o p a r e c e q u e e s t á o p r o b l e m a s o p r o g r a u a d e v e s e r d e f i n i d o
e u f u n ç ã o d a 3 n e c e s s i d a d e s do d e s e n v o l y i m e n t o s o c i a l ; a o f a z e r i s s o t eu'
q u e n o c a s s a r i a s n e n t e s i n t e t i z a r os i n t e r e s s e s c a o a s e s d e r e a l i z a r a a l i a n
ça tíe c l a s s e s , já que e s t a n ã o se r e a l i z a f o r a d o e s t a g i o c o n c r e t o de dçj
3 env o l v i m o n t o . A c r e d i t o quo dizer que há u n pr o g r a n a c o m p a t í v e l com o
d e s e n v o l v i m e n t o s o c i a l ( s o c i a lista ) o u m s e g r e d o p r o g r a m a quo v i 3 a d e f i
n i r os t e r m o s de u m a c o r d o c a p a s de g a n h a r o c o n j u n t o de s e t o r e s s o c i a i s
p a r a o p r i m e i r o , s i g n i f i c a s e p a r a r a a l i n ç a .de c l a s s e s d o g r a u c o n c r e t o 1
do d e s e n v o l v i m e n t o , e s i g n f i c a - d e c o r r e n t e m e n t e - c o n f u n d i r e s t a a l i a n ç a '
co:.: os a c o r d o s o c o m p r o m i s s o s p o l í t i c o s *
Idealmente n ã o p o d e m o s - a c r e d i t o eu - l u t a r " p e l o s o c i a l i s m o ” e xa
t a m e n t e p o r q u e i s s o s ó s e r i a o b j e t i v o p o s s í v e l de s e r ^ c o l o c a d o e m u m a oo
c i e d a d e t a l e m ; v.o a f o r m a ç ã o s o c i a l f o s s e a re aiirsaçao p l e n a d o m o d o de
p r o d u ç ã o * P o i s a l u t a p e l o s o c i a l i s m o t e m que se t r a d u z i r s e m p r e na luta
p e l a s t r a n s f o r m a ç õ e s s o c i a i s i m e d i a t a s , d a s aiaio d e endontle t o d o o d e s e n
v o l v i m e n t o u l t e r i o r , o qu e - p o r s e r e m e x a t a m e n t e i m e d i a t a s ~ ce ligam •
p r o f u n d a m e n t e c o m ac a s p i r a ç õ e s v i v a s d a o m a s s a s *
A s s i m n ã o o e x a t a m e n t e u m " a c o r d o " f a l a r em "'e e nn t r e g a d a t e r r a aos
c a m p o n e s e s ''. A p e n a s er.i ú l t i m a i n s t a n c i a q j u s t o d i z e r q n e i s s o e u m a -
c o r d o , p o i 3 e p o s s í v e l s u p o r que o p r o l e t a r i a d o p o d e r i a i m p o r e s t a o u &
q u e l a m e d i d a p e l a f o r ç a * ^ n t r e t a n t o se fala:..oc e m h e g e m o n i a do p r o l e t a
r i a d o s o b r e os d e m a i s t r a b a l h a d o r e s , f a l a m o s n a c o n q u i s t a d e u m a l i d o r a n
ç a o d e u..:a d o m i n a ç ã o p r e d o m i n a n t e m e n t e d e m o c r a t i o a s • P o » i s s o m e s m o ,
q u a n d o o P C 3 f a l a o m " o r g a n i z a ç ã o do f a z e n d a s c o l e t i v a s o entrs.;a de t e r
r a a o s ca :.pon e s e c de a c o r d o c o m as c o n d i ç o e s l o c . i s " , te r.t o e s t a r e s p o n
d e n d o a o g r a u c o n c r e t o te d e s e n v o l v i m e n t o do c a p i t a l i s m o , c o m o - p o r ia*»
sc m e s m o - e s t á so t o m a n d o c a p a z d e r e s p o n d e r a o s i n t e r e s s e s i m e d i a t o s '
da ;as*sT. d a o a ;poneoes p o b r e s . C o m o f i c a c l a r o n o a r t i g o d e J o a o F e r r e i
ra, n ã o co p o d o o r g a n i z a r fr r e n d a s c o l e t i v a s i m e d i a t a m e n t e s o m q u e se t £
cri,?, do a s contíiçõos ...atcriais q u o p e r m i t e m g a n h a r o c a m p e s i n a t o ^ p a r a
_í ...
sr.m, ~J a ^ c o e r ç a o ;^. lias v o l t a r a o s m a i s ac.iante
a di a n t o a q u e
do c a m p e s i n a t o p o ^ r o (não a s s a l a r i a d o ) q u o m o p a r e c e ui to i m p o r t a n
A q u i o q u e i n t e r e s s a v o r e qv.e as m e d i d a s i_.ediatas d o p r o g r a m a mj
nino n ã o s ã o e x a t a m e n t e u m a c o n c e s s ã o (no p r o c i s o se n t i d o do a c o r d o pol:
t i c o , ce o o n í o s c u n i d a d e hfni
d o unicac.3 i-ininos, t c ), m a s t r a n s f o r t u ç o o s inc.i c p e n s a
v o i s p£ a v o i s p a r a c no p o s s e so f a l a r
• o p r ó p r i o p r o l e t a r i a d o , íiidiSpèííaavoi
e m t r a n s i ç ã o ao s o c i a l i s m o * 3 p o r i e s o ^ o p r o g r a m a n í n l n u n ã o r e v o l a "a
f r a q u e z a de q u e m n ã o p o d e i . n o r s e u p r ó p r i o p r o g r A m a a t o d a a s o c i e d a d e '
citado) •
ímp io s?
lias a q u i a p o s i ç ã o co Cil ostã m a r c a d a por essa s e p a r a ç ã o e n t r o as c o n d i
ç õ e s m a t e r i a i s o a s i t u a ç ã o d a s c l a s s e s . A c r e d i t a a s s i m n a o x i s t e n c i a do
um pro, ;rama s o c n . a ü s t a quo p o d e r i a eventual, .onte ‘ae c o l o c a r n a o r d e m do
d i a a d e p e n d e r c o f o r t a l e c i m e n t o do p r o l o t a r i a d o * i a s ao m e s m o t a m p o re
c o . m o c e quo úo;e eis s e ce t r a d u z e m p r i n c í p i o s , d a d o a f r a q u e s a d o p r o -
Le ;a:: i ß o ; o - e n t ã o - v a i d e f i n i r u m p r o g r a m a " n ã o - s c c i a l i s t a " , " r a d i -
c a l " , m a s quo e n f i m c u m p r o u m p a p e l r e v o l u c»i. o. wnwáu r * i o ,] f
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■-» s
— í a v* a
-vn
. k -çy a
V Ir
* Wa
. l u »tV a
— » 1
k.
IS o q u e s a r i a u m e d i d a s q u o n ã o s s t i v o s s o m a q u ó m ^ d a D i t . do ? r o l e t £
r i n d o , -?.l c o n o c o n c e b i d a teórica-..'.ante? 2 i s u n a c u e s t a o c u j a r e s p o s t a o
p a c i f i c ; e n t e c o n s i d e r a d a c o m o p r e s s u p o s t o n o r a c i o c í n c i o do C N t s e n t o
davia opclarecê-lQi D i t a d u r a do P r o l e t a r i a d o se c a r a c t e r i z a r i a p e l a r £
a l i s a ç ã o dos p r i n c í p i o s s o c i a l i s t a s u n i v e r s a l m e n t e r e c o n h e c i d o s ; s o c i a l ^
s a r os m a i o s de p r o d u ç ã o , e n u.ia p a l a v r a « E n t r e t a n t o (ser: e n t r a r a q u i n a
a m b i g u i d a d e de u s o de c o i s a s be.: d i s t i n t a s c o m o " g o v e r n o s o c i a l i s t a " a 1
" d i t a d u r a d o p r o l e t a r i a d o " , que o d o c . a l t e r n a ) , qu o r e p e r c u s s ã o i s s o t £
r i a n o p r o g r a m a m í n i m o , o u s eja, jia p a r t e p r á t i c a de u m p r o g r a m a s o c i a l i
s t a , c o m p a t í v e l c o m a e t a p a d a r e v o l u ç ã o ? " x a t a m o n t e i s s o o q u e h a do ma
is a m b í g u o n a p o s i ç a õ d o CN ; p o i s a n o c e s s i d a d o de q u o o p r o g r a m a c o n t e
n h a u m a p a r t o p r á t i c a se d e v e a o f a t o de ^ue - p a r a s o r i n s t r u m e n t o p o l ^
t i c o - el e p r e c i s a i n d i c a r as t r a n s f o r m a ç o e s m a i s i m e d i a t a s n o p l a n o p o
l í t i c o a e c o n ô m i c o , q u o já p o d e m s e r e x p r e s s a s s o b a f o r m a tíe r e i v i n d i c ^
ç Õb o p a l a s u a l i g a ç ã o c o m a s i t u a ç ã o i m e d i a t a d a s m a s c a s .
~ A D P c o m o u n a f o r m a do g o v e r n o qu o c o r r o s p o n d o a u n m o m e n t o h i s t ó
r i c o de t r a n s i ç ã o p a r a o s o c i a l i s m o s o r í a m e r a a b s t r a ç ã o s o n ã o c o n t a s o o 1
c o m o p a r t i d o do p r o l e t a r i a d o , ou seja c o m a f o r ç a p o l í t i c a c o e s a n ã o ^
penas em torno das t r a n s f o r m a ç õ e s imediatas, i n d i s p e n s á v e i s (quebrar ao
a l a v a n c a s de p o d e r b u r g u ê s n o t e r r e n o p o l í t i c o o e c o n o m i c o , p a r a u s a r •
u m a f r a s e só), m a s s i m c o m o c o n j u n t o d o p r o g r a m a e p o r t a n t o c o m s e u o b
j e t i v o f i n a l ( a t i n g i r o s o c i a l i s m o ). 0 D o c * do CII a c a b a r e d u z i n d o p a r t i
dos à c l a s s e s , e o f a t o ó q u e o p a p e l d o p a r t i d o 3e d i s s o l v e : as3lra o
p r o g r a m a I e n t e n d i d o i d e n t i c a m e n t e c o m o o a c o r d o n o s a n t i d o s o c i a l o no*
s e n t i d o p o l í t i c o , c o m o c o l i g a ç ã o de c l a s s e s e de tende::.cias p o l í t i c a s 1
n u m só plano. Qual o s s n t i d o que t e r i a e s c r e v e r o p r i n c í p i o ^ d e " s o c i a l i
z a ç ã o d o o m e i o s do p r o d u ç ã o " n o b a f o r m a de u:ia r e i v i n d i c a ç ã o , o u n i fic o:
d e s s a f o r m a o t r a b a l h o p o l í t i c o no t a r r e n o p r á t i c o ? A p r ó p r i a c l a s s o ope
r á r i a n ã o a t i n g e ti.^a c o n s c i g n c i a s o c i a l i s t a a i-ão s o r ^ n o p r ó p r i o 3 o c i a l X
smo; ó e x a t a m e n t e a v a n g u a r d a , o p a r t i d o , a q u e l a f r a ç ã o do p r o l e t a r i a d o •
:ue ter* c o n s c i ê n c i a s o c i a l i s t a e q u o p o r t a n t o oe u n i f i c a o m t o r n o do u n a
!
t & 1 b a n d e i r a . “A parto p r á t i c a d o p r o g r a m a d e v o t r a d u z i r e s c a o b j e t i v o 1
f i n a l - que, a n t e s do s o c i a l i s m o , u n i f i c a a p e n a s a p r ó p r i a v a n g u a r d a - 1
ínos o b j e t i v o s i m e d i a t o s q u e ^ p o o s a m d e s d e já a t i n g i r e u n i f i c a r as nassas,
'por 30 r e f o r i r à s u a s i t u a ç ã o c o n c r e t a . 2 e v i d e n t e m e n t e a s s e s o b j e t i v o s *
i m e d i a t o s n ã o s ã o u m " á l i b i " , u n " e n g o d o " , u m a " i s c a " p a r a quo as i.iassas
l u t e m pelo s o c i a l i s n g sem sabor disso. Ccorro quo - como c o l o c a d e - u m a 1
c o i s a n ã o o s t á s o p a r a d a da o u t r a , e a c o n c r e t i z a ç ã o d a t r a n s i ç ã o p a r a o
s o c i a l i s m o t o m s o u n e c e s s á r i o p o n t o d o p a r t i d a n a s m e d i d a s q u o v i s e m í<uo
b r a r as a l a v a n c a s d o p o d e r b u r g u ê s , c u e é o o b j o t i v o i m e d i a t o d a l u t a . ~
ila d i s c u s s ã o a t u a l 3 u r g i u .ais r e c e n t e m e n t e a p o s i ç ã o (a q u a l c o -
n h e ç o a p e n a s p o r i n f o r m e ) de q u o o p r o g r a m a m í n i m o t e v e l u g a r h i s t o r i c a -
m o n t o n a R ú s s i a d e v i d o ú n i c a e e::clucivamento a e t a p a d e m o c r á t i c a . Isso,
e m p r i m e i r o ,l u g a r , e u m a s i m p l i f i c a ç ã o d á n i s t ó r i a ç a a l , p o i s o p r o g r a m a
m í n i m o n ã o t e v e l u g a r a p o n a s n o s s a etapa.* N a ’o o n f orencia. do a.bril (veja*
t e n t o s e s c o l h i d o s s o b r e p r o g r a m a v o l . II, od. TCcP) q u a n d o ao t r a t a d a n u
dança do p r o g r a m a , d a sua a d a p t a ç ã o à s o g u n d a e tapa 'vjea t a m b é m T e s o a T
de a b r i l o C a r t a s o b r e a t á t i c a , a r e s g e i t o d a s u p e r a ç ã o d a e t a p a d o a c i *
crática). a r e s o l u ç ã o da C o n f e ren cia nao oli m i n a o pro g r a m a mínimo, m as,
ao c o n t r a r i o ao m o d i f i c a r o c o n j u n t o d o p r o g r a m a , i n c l u i e m p a r t i c u l a r m o
d i f i c a ç õ o s n o p r o g r a m a m í n i m o . N a o se p a s s o u a s s i m do u m p r o g r a m a "demo-*”
crático" a u . p r o g r a m a "socialista", no que d iz r e s p e i t o a sua parte pr&
t i c a . a q u a l e v i d e n t e m e n t e s o f r e t o d o s os e f e i t o s d a q u o l a - m u d a n ç a m a i s *
g e r a l , m a s r.ão s i g n i f i c a q u e se c o n f u n d a c o m e l a (ou s e j a , n ã o s i g n i f i c a
do m o d o n e n h u m q u e o p r o g r a m a m í n i m o f o s s o o p r o g r a m a d a e t a p a d e m o c r á t i
ca e o p r o g r a m a m á x i m o o da e t a p a s o c i a l i s t a ) . Ao a d o t a r u n p r o g r a m a m í ^
n i m o e m a b r i l de -12. comp.v.t í v o l c o m a ^ n o v a e t a p a d a r e v o l u ç ã o , o p a r t i d o
b o l c h e v i q u e e;:primia a n e c e s s i d a d e n ã o do d o f i n i r u m p r o g r a m a p a r a f i r Q
l i d a d o s "d o a c o r d o s " , n a o s i m p a r a a p o n t a r as t r a n s f o r a ç o e s m a i s u r g o r i
tea d n e c e s s á r i a s c o m o p o n t o de p a r t i d a p a r a u n a t r a n s i ç ã o p a r a o s o c i a
lismo.
3:.vtre -li e 1? d a s e t e m b r o de 19 17, L a n i n o s c r o v i a n a " C a t á s t r o f e 1
i m i n o n t o e os m e i o s de a c o n j u r a r " :
"■ara melhor fazermos entender esta questão capital (que 6 em sumn
^''3 '(ft * •Co ,|P
a q u e s t ã o do p r ogra.ia de q u a l u e r s o v e r a o v e r d a d o i r a . ..ente r e v o l u c i o n á r i o ,
q u e d e s e j e s a l v a r a 1'.v.sa i a d a g u e r r a e da ’o u e ) f v a n o s e n u m e r a r e s s a s me
d i d a s p r i n c i p a i s da c o n t r o l e , Verer.io3 q u e a u m g o v e r n o i n t i t u l a d o d e m o -
c r a t i c o r e v o l u c i o n á r i o , ao i nvés de só d e c r e t a r (or d e n a r ^ p r e s c r e v e r ) , ^
r i a b a s t a d a a p l i c a r d e s d e a p r i n e i r a s e m a n a d a s u a o ;:i3tencia as P3 princi
p a i s .e d i d a s de
.eciiãas <5e c o n t r o l o e e s t a b e l e c e r s eé r i a s s a n ç õ e s , . n n ç o e o de p e s o f
c o n t r a os c a p i t a i s t a s q u e fraudulentar.iente se t e n t a s s e m s u b t r a i r a tal
c o n t r o l e , c o n v i d a n d o a p r ó p r i a p o p u l a ç ã o a v i g i a r os c a p i t a l i s t a s , a v o -
l a r p e r q u o e l e s ce c o n f o r m a s s e m o s c r u p u l o s a n o n t e cor.; as d e c i s õ e s s o b r e 1
o c o n t r o l e , p a r a qua a 3 u a a p l i c o ç a o so n u n t i v e e s e n a Russia p o r :.iuito 1
t e n po.
12sta3 ne d i d a : px’i n c i p a i s sao:
f u s a o d e todon os b a n c o s nu:: c u j a s o p o r a ç o e s seriarj c o n t r o -
l a d a s p o l o íctado, o u a n a c i o n a l i z a ç ã o cos b a n c o s ;
a n a c i o n a l i s ç ã o doc s i n d i c a t o s c a p i t a l i s t a s , i s t o os a g r u
p a m e n t o s c a p i t a l i s t a s m o n o p o l i s t e s n a i s i. p o r t a n t e s ( s i n d i c a t o s
d o a ç ú c a r ^ d o p e t r o l e o , d a h u l h a , da m e t a l u r g i a , e t c) ;
a* s
w w upre V s
V sã
t i o
V c
V o
u os i g i l o cUo1 m
V . 1e r cw ix aaOli ;j
U X
a o a r t e l i a a ç ã o o b r i g a t ó r i a , i s t o ó, a o b r ii g a ç ã o de t o d o s os i n -
dustriais, comerciantes, patrões e m g e r a l , se a g r u p a r e m em c a r
teia ou cindicator ;
í.'. c agrupai o n t o o b r i g a t ó r i o o u o e s t í m u l o sc a g r u p a m e n t o d a p o p u -
l a ç a o e.: s o c i e d a d e s de c o n s u m o e u m c o n t r c l e e x e r c i d o s o b r e e s
te a g r u p a iento" (o g r i f o é de L e n i n )
ITao se t r m t a m a i s - c o m o é c l a r o - de u m p r o g r a m a p a r a a p r i n e i r a 1
fase d a r e v o l u ç ã o ; e s t o, ja se v o l t a p a r a a s a l a v a n c a s do p o d o r -■m u e s ;
E 36 p o r ’mi.itar.os " m e s ó u n p r o g r e a s o c i a l i s t a ? 11, o p r e c i s o "è,'rt o s e s c l &
recer se 3 0 jfitr. f a l a n d o n o o b j e t i v o f i n a l - a oró >ri' s n oocaii a
»l* íi n a ç ã o - *
pois o n t ao n ao h a v e r i a sentido nenhum, f o r m u l a r um roera: r. pr ' tx c o que
n a o v i s o j istamxjnte c r i a r as c o n d i ç õ e s i m e d i a t a s rv.a a b r e m o cm. i n h o pa
rc 30 cr-.og ar a tal o b j e t i v o f i n a l . 2 s o c i a l i s t a ai ó a parto mais ime
diatx'. d a t r a n s i ç ã o p a r a o s o c i a Ü 3 o, t r a n s i ç ã o qr.o s ó p o d e s e r efetuada
p e l a d i t a d u r a do p r o l e t a r i a d o .
P o r i s s o m e s n o v e j o c o n o um e r r o i d e n t i f i c a r " p r o g r a m • ínimo" com
■programa co / **nnXMl
U.A :st3 e r r o se liga a c o l o c -.r c p r o g r a m e m í n i m o c o m o
c o n d i ç ã o para u a l q u e r a c o r d o , e co. o c o n d i ç ã o ~jv:%r p a r t i c i p a r do g o v o r -
n o s r e v o l u c i o n á r i o s . Host:', m o s n a c i t a ç ã o L e n i n c o l o c a que e s t o d e v e ser
o p r o g r o m a de q u a l c u e r g o v e r n o v e rd?.-,C eira::- o n t . r e v o l u c i o n á r i o ; t a n t o na
d i f e r e n ç a e s t á n a c o r r e l a ç ã o d e f o r ç a s , n o s e n t i d o d a s tondom.cias políti_
c a s I #a o p a s s o cue as m o d i d a s d o p r o g r a m a são u passo necessário , indis
p e n s á v e l , o i m p l i c a m u: -z\ m u d a n ç a do q u a l i d a d e d sociedade em s o u c o n j u n
j._ , „-ti o_ g_______
to _____. ' • _ _ f. __ ____ » / ■
o v e r n o p r o v i s c r i o n a o o iva p a s s o i x i d i s p e n s á v e l ( c o r r e l a t o
”
ao
í__j _ ________ \ — —«
p r o p r x o p r o g r a m a ; m a s e v e n t u a l , d e p e n d e n d o da c o r r e l a ç ã o do f o r ç a s , s o n -
d o rs s i m umia alternativa çue p o d o s i g n i f i c a r u m a passage..: nven os d o l o r o s a
( c o n f o r m a léonin m o s t r a on "A p r o p ó s i t o d a s c o n s i g n a s " ) a d T ’u r a do p r o
letariado »
:u;.nc “> c o n d i ç õ e s do " a c o r d o " , cabe lembrar a e x p e r i ê n c i a ’do m o
v i m o n t o ; ve jamos a i n d a Lenin, pelo menos n e s t a parto m a i 3 teoricai
11 «) ó n e c e s s á r i o d i f u n d i r e n t r o a c l a s s e o p e r á r i a u n a i d ó i a c o n -
c r o t a da m a r c h a mais p r o v á v e l da r e v o l u ç ã o o d a n e c o s s i d a d o do
a p a r e c i m e n t o , em d e t e r m i n a d o m o m e n t o , do u m G o v e r n o R e v o l u c i o n a
r i o F r o v i s o r i o , d o q u a l o p r o l e t a r i a d o e x i b i r á a r o a l i s a ç ã o do 1
t o d a s as r e i v i n d i c a ç õ e s p o l í t i c a s o o c o n o n i c a s i m e i d a t a s do n o s -
so p r o g r a m a ( p r o g r a m a m í n i m o ) .
(...)
C) c o n d i ç ã o n o c e s s á r i a p a r a e s t a p a r t i c i p a ç ã o ( p a r t i c i p a ç ã o do 1
partido no governo) ó o controlo rigoroso do partido sobre s , eus 1
m a n d a t á r i o s o a s a l v a g u a r d a c o n s t a n t o d a i n d e p e n d e n o i r c.a s o c i a l -
d e m o c r a c i a . .."
(. ..)
F 3 ^ p 6 , p W .
A q u e s t ã o do G o v s r n o ^ r o v i s o r i o , c o l o c a d o corao a l t e r n a t i v a a d e r r u
b a d a d o c z a r i s n o , n ã o ' v i n c u l a d a o r g a n i c a r e n t e a o p r ó p r i o p r o g r ma; o
p r o l e t a r i a d o d e v e exi;:ir a r e a l i z a ç ã o Co p r o g r a m a , e " c o n f o r m o a c o r r e i a
c a o do f o r ç a s e a o . t r e s f a t o r o s cv.e n a o e p o s s í v e l f i x a r cor- p r e c i s ã o *
d e s d e já, e a d m i s s í v e l a p a r t i c i p a ç ã o de m a n d a t á r i o s do n o s s o p a r t i d o n o
GR37, c o m o fi:a de l u t a r c o n t r a q u a l q u e r t e n t a t i v a c o n t r a - r e v o l u c i o n á r i a ^
e d e f e n d e r os i n t e r e s s a s p r ó p r i o s d a e l a s s e o p e r a r i a " ; " c o n d i ç ã o n e ^ e s s á
r ±a p a r a a p a r t i c i p ç ã o ó o c o n t r o l e ... e a s a l v a g u a r d a de i n d e p e n d e n c i a
d a s o c i a l - d e n o c r a c i a "•
T u d o i s s o e n t r e t a n t o o r a d i t o n a e t a p a d e r a o c r á t i c a ; e m 17 o proble.
raa é c o l o c a d o c o n t u d o de m a n e i r a d i f e r e n t e :
" C h a m a - s o co..:promisso e m p o l í t i c a a c o n c e s s ã o f e i t a a c e r t a s e x i -
gónciaa;, à r e n ú n c i a de u m a p a r t o d a s p r o p r i â c r e i v i n d i c a ç õ e s eia
v i r t u d e de u m a c o r d o co:.; c u t r o p a r t i d o " (...) " N o s s o p a r t i d o , c o
mo qualquer outro p a r t i d o político, a s p i r a a c o n q u i s t a r o poder 1
p a r a s i . H o s s a a et a ó a d i t a d u r a d o p r o l e t a r i a d o r e v o l u c i o n á r i a "
T m T " 7 ! g o r a se p r o d u z i a revo l u ç ã o russa uma mudança tão brusca
e original, q u o , coro partido podemos propor um compromisso volun
tário, não e v i d e n t e m e n t e à burguesia, n o s s o d i reto e p r i n c i p a l
n i m i g o de c l a s s e , :.£\o s i m a n o s s o s a d v e r s á r i o s m a i s p r o x i m o s , os
p a r t i d o o s " c.irigentos" d a d e m o c r a c i a p e q u o n o - b u r g u o s a , os s o c i a l i s
t a s r e v o l u c i o n á r i o s © m e n c h e v i q v i e s " ( .. . ) "í ura c o m p r o m i s s o de n o s
sa p a r t o , r e t o r n a r a n o s s a e x i g ê n c i a de a n t e s d e j u l h o : t o d o p o de r
a o s s o v i e t s , f o r m a ç ã o de u m g o v e r n o c o n s t i t u í d o p o r C R * s e m e n c h o
v i q u e s , r e s p o n s á v e l p e r a n t e os s o v i e t s " (.*.) " C c o m p r o m i s s o c o n s i
s t i r i a e m q u e os b o l c h e v i q u e s , s e m p r e t e n d e r u m a p a r t i c i p a ç ã o no
g o v e r n o (i: ;posr-,úvol p a r a o i n t e r n a c i o n a l i o t a , se n a o s e r e a l i z a m _g
f o t i v a m e n t o as c o n d i ç õ e s d a d i t a d u r a d o p r o l e t a r i a d o e d o carapesd^
n a t o p o b r e ) , r e n u n c i a r ã o a e x i g i r de i m e d i a t o a p a s s a g e m d o p o d e r
a o p r o l e t a r i a d o o aos c a m p a n e s o c p o b r e s , o á o s m é t o d o s r e v o l u c i o
n á r i o s de l u t a e m f a v o r d e s s a r e i v i n d i c a ç ã o , A c o n d i ç ã o . q u e não
seria n o v i d a d e , seria a plena liberdade para a propaganda o a con
v o c a ç ã o d a A s s e m b l é i a C o n s t i t u i n t e . . . " ( S o b r e os c o m p r o m i s s o s , s_o
t o m b r o de 17) (o 12 g r i f o f o o r i g i n a l , os d e m a i s s ã o m e u s ) .
M a s n ã o v o u c o n c l u i r a i n d a , A f i n a l e s s a q u e s t ã o do GIIT, ao n ã o p o d o
s e r r e s o l v i d a de m a n e i r a t ã o s i m p l e s c o m o o f e z o CIÍ, n ã o p o d e m o s t a m b é m
e s q u e c e r que t e m a s u a h i s t ó r i a , e h á t a m b é m a r e s o l u ç ã o d a I n t e r n . C o m u -
n i s ta.
Cobro esta última, diz Talheimer:
"inc.o v o i o o I V C o n g r e s s o d a I C que se o c u ç o u m i n u c i o s a m e n t e c o m a
q u e s t ã o do G o v e r n o O p e rá rio» p o r e m nã o a e s c l a r e c e u e s i m a u m e n t o u a c o ^
f u s ã c a u t o — g o r a d a , i^o m í n i m o 3» se n ã c m a i s , d i f e r e n t e s p o s i ç õ o s e x i s t e m
paralelas, emaranhadas o opostas, ^araprovar isto especificamente f a l t a 1
e s p a ç c a q u i ; i s t o d e v e s e r f e i t o e m o u t r o t ? a b ? l h o ,,," ( c o n t r i b u i ç ã o pa
r a a h i s t o r i a d-', p a l a v r a de o r d e m d o G o v e r n o Opar".rio - '.?c l h o i m o r ), ~'al-
h e i m o r n ã c e s c l a r e c e a c r í t i c a , m a s a p o s i ç ã o que d e f e n d e a s e g u i r perrni
to e s c l a r e c e r sua v i s ã o . E m p r i m e i r o l u g a r elo 0 3tá c r i t i c a n d o a p o s i ç ã o
s u r g i d r n o P C A l e m ã o e m c u e é a d m i t i d a a p a r t i c i p a ç ã o d o s cc .unistas em
G o v e r n o s C p o r á r i o s d e b a s e d e m o c r a t i c o - p a r l a m e n t a r . E a rosolv. ç ão d a I C 1
r e a l m e n t e c r i a c o n f u s õ e s : " U n g o v e r n o d e s s e t i p o s ó ó p o s s í v e l so s u r g o 1
y
da lv.te c.o a a a e ô o , 00 09 a p o i a e::: o r g a n i s m o s o p e r o r i o s ai-tos p a r a o ce;:-
b a t o a c r i a d o s p o l o s m a i s a x ' l o o n o t e r a s das m a s s a c o p e r á r i a s o p r i m i d a s •
U;.i g o v a r n o o p e r á r i o s u r g i d o da u n a c o m b i n a ç ã o p a r l e m e n t :;r t • ..m!-.a n v e d a 1
p r o p o r c i o n a r a o c a s i ã o de r e v i t a l i z a r o movir.onto o p a r a r i c r e / o l u c i o n a r i
o" ( o e g u o ressalvr. -.o ser.tido do que o:n t o d o s os c t a o s d o v o r a eo s o g u i r
a l u t a c o n t r a a b u r j u e a i a , e t c ) . *>or o u t r o l».do o p r o g r a: r. d o t .-1 g o v e r
n o n ã o fie?, co i u~ p a p a l clc.ro ( s a m f a 1 e r :ua o progra...a ’> g e n é r i c o 110
eue ira r a s p e i t o a o asjpécto o c o n o u i c o c o p o L a r ,jurgv.ee s c c . t r o l o dr. p r o
d u ç ã o - s e m qualquer e s p e c i f i c a ç ã o — o " c o l o c c r c o b r a oc rie oc o m a i o r •
p e c o ion i m p o s t o s " ) t p o i s ce - i n c i a l m a n t a - é d i t o rue o " p r o g r a m a nain
e l e m e n t a r de u m g o v o r n o o p e r á r i o d o v e c o n c i a t i r e arr.;a^ o p r o l e t a r i a d o .
e tc, .jais a b a i x o ce a f i r m a q u e " a m c o r t a c c i r c u n s t a . ^ i c s , 00 cornu -
n i s t a s do v o n declarr.r -0 0 d i s p o c t o s a f o r m a r u n g o v o r n o c o u p a r t i d o s 0 or
g a n i s a ç õ e s o p e r á r i a s n ã o c o m u n i s t a s . Pore.! co p o d a m f a s c - l o ce cor.tam *
c o m an n u f i c i e n t e n g a r a n t i a s de q u e o s s e c g o v e r n o s o p o r a r i o s l e v a r a o a
c a b o r a v i n a n t e a l u t a c o n t r a a b u r g u e c i a n o s e n t i d o i n d i c a d o a c i m a 11« "N o s
te c a n o , an c o n d i ç õ e s ^natxirais de p a r t i c i p a ç ã o ... s a o ••• ( s ô g u a n - s e *
c r i t a r i o s de i n d e p e n d e n c i a do p a r t i d o , l i g a ç a o corn ac m a s s a s ) • #C r e t p r i
m e i r o é a p r e s e n t a d o c o m o o " c a c o g e r a l ' 1 c.oc g o v e r n o s j d o p e i s a admitido
u m c a n o ;p . r t i c u l a r o b e c u r o ( " c o r t a s c i r c u n s t a n c i a s " ) e n que p o d o - s a p a r
t i c i p e r J u n t o co::i p a r t i d o s não-cor.:unistc3 (no q u e d i f o r o do caso garai?),
d e e d o q u e ••• travar', a l u t a c o n t r a a b u r g u e s i a ^ . . . c o n f o r m a indicr.do aci_
n a ; n o r i a u m a r e s s a l v a a b s o l u t a m e n t a d e s n o c o s o à r i a , p o i o ^ i n t r o d u z u m cas'?
p a r t i o u l a r que o n n a d a se d i s t i n g u o d o g é r a i , s_e a c i m a n a o h o u v e s s e je. 1
i n t r o d u z i d o a h i p ó t e s e d a co.ibinação p a r l a m e n t a r , lu ® o b r i g o u a f a c e r r.
r e s s a l v a do que u:.'. ;c varno r e a i m a n t e r e v o l u c i o n á r i o d o v e c o n d u c i r a l u t a
m a i s e n c a r n i ç a d a e, e v a n t u a l a n t e , a g u e r r a c i v i l c o n t r a a b u r g u e s i a * *3
co: t u d o i e s o o p a p o l d o p r o g r a m a n ã o f i o a c l o r o } o r a ce v a i a l a m d e l a ,
o r a ce f i c a " a b a i x o " .
JiU.-r.n4p e n f i m t r a t a de c a c o s c o n c r e t o s , e x c l u i n d o oc d aie t i p o s co
g o v e r n o l i b e r a l o s o c i a l — d e m o c r a t a , s o b r a " u . g o v e r n o c'a o p e r á r i o s e c - n
p o n o n e c " , " u m governo o a e r á r i o c o m ^ p a r t i c i p a ç ã o d o s co: . i m i s t a c 11f o "uia
v e r d a d e i r o g o v e r n o o p e r á r i o p r o l e t á r i o q u e « o..i ou r. f o r m a m a i c 9~~ra ( g r i
f o m a u Î c o p o d e c e r e n c a r n a d a p ~ r u m p a r t i d o c o m u n i s t a . 3, nova... ^ n t a I 1
" Co c o m u n i s t a s p o d e r ã o , c - c o r t a s c o n d i ç õ o s 0 ) ^ 0 c o m c e r t a s g a r a n t i a s ,
n p o i a r u . govorno o p e r á r i o n ã o c o m u n i s t a (mas n ã o é d i s t o que 00 a a t a 1
tratar, d o o t a m p o t o d o ?1). P o r é m os c o m u n i c t a s d a v a r ã o e x p l i c a r a q u a l -
quoi' p r a ç r ; a c l a s s e o p o r a r i o qu o s u a l i b e r t a ç ã o c o p o d o r a c e r a s o o g ’ virad.a
p e l a c i t a d u r a d o p r o l e t a r i a d o . Cs o u t r o s d o i s t i p o s do g o v o r n o ( q u e ^ - p o r
e x c l u s ã o - s ã o o g o v o r n o ce o p o r a r i o s e c a m p o n e s a s o o g o v e r n o " o p e r á r i o 1
p r o l e t á r i o " (?) q u o e m s u a for:.ix m a i s p u r a ... ) e m qu o p o d a m p a r t i c i p a r
os c o m u n i s t a s t m a p o u c o s ã o a d i t a d u r a cio p r o l e t a r i a d o i;am c o n s t i t u o m ume.
for..;?, da t r a n s i ç ã o n e c e s s á r i a p a r a a t i n g í - l a , p o r é m p o d e m s e r u m p o n t o de
p a r t i d a p a r a a c o n q u i s t a dossr. d i t a d u r a . A d i t a d u r a t o t a l (???) do p r o l e
t-^riûdo có p o d e c e r r c a l i n a d a p o r u:;. g o v o r n o o p e r á r i o c o m p o s t o da c o m u n i e
1 .1 / - . ' 1 „ j. _ _ * _______ 1 J ^ f __ _ ________ 1 ___ - ___ ^
que a f a l t a de c l a r e z a p e r s i s t i s s e Aa t é h o j e “ ( t a l h e i m e r , i d e m ) .
M a s v e j a m o s a g o r a as c o n s e q u e n c i a s q u e o p r o p r i o T a l h e i m e r tira»co
m o colabora para ue r e c u p e r á s s e m o s a " c l a r e s a " :
"Perguntai f
F o r c u e o ■e—
s t—
á s i o ^ i n iic i ail
■ i da D i t a d u r a do Proletariado é chamado do
Sovenio Cper'rio-Canyoneo ?
Resposta t
Este p e r -untacoloe a, na realidade» duas perguntas que t e m de 1
ser separadas para que possa, .os r esp onde-las • A' prineira pergunta* por -
q u e o estário inicial daDP pode ou deve ser apresentado co:.i um n o n e e s p e
c i a i ? A se ,ui-dat porque justamente com o nor.ie de Governo Operário Camp<>
nos? _ - < , A
A designação especial para o este.';io inicial da DP, isto a, a enfa
so e separaçao deste estagio, e ne c e s s a r i a e c onaoquentemente util» por
q u e através disso torna-se compreensível que a ditadura do Proletariado *
não c r i do céu c c n o algo completamente pronto e, o im que é a 1 g o cm de -
senvolvimento. llão t o m somente uma -aré-hlstó r i a , a luta pelo poder, _ n a
tfrenta da uai encontram-se os R a t B * ( órgao político de representação *
do nassa) como órgãos de luta - ias t a c h e m uma historia - a luta pela q.
firmação da ditadura do ^roletariado e pela construção do socialismo, na
q u a l a composição o estrutura da ditadura do ^ a t ö so m o d i f icam, 0 de s e n
volvimento da Ditadura dos Soviete na P.úsoia mostra dois novos r.spéctos1
importantes* e ,
ic _ existo aí u~. setor partidario, os social-rovclucionarios de
eceuerer que se aliam aos bolcheviques por quo estão de acordo co:.: o pro
grama agrário destes últimos, na medida d:.:: ue exprimiam a vontade das
massas camponesas de tomar a terra aos latifunc .iarios%
Ao mes::: o tempo, porém, os social-revolucionarios do esquerda n ã o 1
aceitam algu-ja s medidas da 'itadura do Proletariado, necossarias, ainda*
estão prccos a ilusões pacueno-burgucsas cemocraticas o n a cionalístastAs
sim, pa r t i c i p a m em parte da i n s u r r e i ç ã o , t o n a m parto n o i n í c i o d o G o v e r
n o dos Soviets (corno minoria) o final: ento se afastam# Isto nao precisa*
rapetir-s o sob e sta for-a on outro país, p o r é m mostra uma possibilidade
geral -o está ;io inicial da DP» a participação (ou minoria) daquela p a r
cela de um partido r e f o rmista pocueno-burgueo que p a r t icipou na luta p e
lo podor, que se a s s e nhorou dos interesses específicos da camada por ela
representa a o que r e p r e s e n t a a aceitação pratica festa camada da parto*
do programa quo a atir.ge diretamente** (...) "A outra pergunta* porque o
nome da "Governo Operário Camponês o usado para designar esse estagio *
inicial ... Quanto ao uso da designação de ° o v e m o Operário parao está
dio inicial da D P explica-se pele fato do quo cuando existem dois nomes*
’Dara u deter inado conceito e so torna no c e s s a r i o diferenciar, ura deles
í a?is adequado, (•..) ^ fato dole ter sido nval utiliaado temporariamon
t© nc se..tido da uma forma intermediária (impossível) entro a democracia
burguesa o a Ditadura do Proletariado, não precisa, dopois quo so recon-
L o c é u tal conceito co. .o insustentável, serum impedimento para dar-lhe o
côntoúc o corto**.
(...)
3. pergunta:
:orque a DP "pura" jã não se chama aoverno '■'percri o Camponês?
llesposta»
-orque se o nome Governo Operário Camponês é utilisado para o •
estágio inicial da DP- esta correto, tanto para outros estágios quanto •
paratodos o s 'seus estágios, ou 3eja, par o seu conceito global utilizar*
outros nomes. As diferenças de nomos dovem corresponder as diforônças '
conceituais, se não euere os criar confusão" (3K RSSPCSTy. - do A* Talhej.
mer o rerogrinus ao camarada E * C * )
b) A o d e f i n i r as m e d i d a s i m e d i a t a s q ue p e r m i t e m a b r i r c a m i n h o p a r a
a t r a n s i ç ã o , o p r o g r ma m _ n i m o v a i i n d i c a r t a m b é m as a l i a n ç a s d o c l a s s o *
n e c e s s á r i a s , a b a s e s o c i a l1 cor-n cue t e r a de c o u t a r e s s a t r a n c i ç p o ,
(oJ m Entretanto isso não significa u e " os t o r n o s os r.ossos a c o r d o s polí^
t i c o s " s e j a m as r e i v i n d i c a ç õ e s d o p r o p r i o p r o ' a m a i.nnimo, Se de a c o r d o *
com nos sr. carncteritir.çac ?a e t a p a r e v o l u c i o n á r i a , etc, r.ao s e colocara •
quaisquer pooaibilida-.es de a l i a n ç a c o n a burguesia ou c o m qualquer ce -
t o r c u f r a ç ã o c’ . esta c l a s s e , i c t o n ã o s i g n i f i c a q u e - n:o o plano político
■venha-os ou n ã o f a z e r acordos, c o m p _romissos com . p a r t i dlos n o l í t i c o s ainda
c ue
ue sa o: i d e í ó ^3 iicc o de s
j a b u r g u ê s o c o n t é u d o ido^.o e u programa p o l í t i c o * Hoje , p o r
se;
exemple o, n nao
ã o se c o l o c a m a c o r d o s c coo o 10 3 pe para f i n s e l e i t o r a i s , de u t i l i
z a ç ã o d o p a r l a m e n t o (o cue n ã o s i g n i f i c a ' que ie i s s o v e n h a a se c o l o c a r n<j
f u t u r o , c o m o já c o l o c a o doc. da t á t i c a ) , ru :.ias se c o l o c a m a c o r d o s c o m s o -
t o r e s d o mesmo 1231 n a b a s e . o n d e se f i s o r e m p r e s e n t e s tais s e t o r e s , A..X4
n al idade d o s a c o r d o s vari: em c o n f o r m i d a d e c o m o m o m e n t o rtni ~ * i nn (hojo ;<
p o r e x e m p»l1oo, elas se j u s t i f i c a m u a r a f o r t a l e c e r o f a z a r a v a n ç a r a l u t a *
do r e s i s t e — c i a e - c o n c o m i t a n t e a e n t o - a o r g a n i z a ç a o i n d e p e n d e n t o ) o a
u r i c a c o n d i ç ã o d e p r i n c í p i o para e s t a b e l e c e r m o s a c o r d o s p o l í t i c o s o a li
b o r d a d o da a g i t a ç a o , a s a l v a g u a r d a de n o s s a i n d e p e n d e n c i a c o m o t o n d ô n c i
a p l a t i c a ( s o b r e e s t a q u e s t ã o , ~ c r e i t o q u e o " e s q u e r d i s m o " do L e n i n cj
a c o n t r i b u i ç ã o m a i s c l a r a p r e c i s a - n o s e n t i d o c o n c e i t u a i - cuo t o n o s *
a d i s p o s i ç ã o ; s u a d i s c u s s ã o (da m a n e i r a : a i s m i n u c i o s a p o s s í v e l ) s e r i a 1
v a l i o s a n o s e n t i d o d e co...jater as t e n t a ç õ e s q u e s e m p r e n o s a c o m p a n h a m do
t e n t a r e n q u a d r a r o p r o c e s :o r e v o l u c i o n á r i o e m u m e s q u e m a parr-: rilitar de
r a c i o c í n i o ).
dei' e n b a s a d a ora o r g a n i s m o s d a n a s s a do r e p r e s e n t a ç ã o d i r e t a « A c o n p o s i -
ç ã o d o g o v o r n o , o p r o g r a m a que a d o t o e f u n ç ã o d a s i t u a ç ã o p o l í t i c a das
massas, da t a n d o n c i a p o l í t i c a d o m i n a n t e . E i v d e n t e n a n t e d o f a n d e m o s sempre
q u e o iiosao p r o g r a m a s o r i a o ú n i c o v i á v e l " p a r a q u a l q u e r g o v o r n o v o r d a -
d e i r a m e n t o r e v o l u c i o n á r i o " ; n a s n ã o n o s e s q u e ç a m o s s e r a sso ur. p r o g r a m a 1
de p a r t i d o , o q u o n ã o p o d e h a v o r p o r o u t r o l a d o u.' g o v o r n o v e r d a d e i r a n e
n t o r o v o l u c i o n á r i o s o u qu o e x i s t a a f o r ç a p o l í t i c a c a ^ a z d i s a o , o u 3 0 ja,
o p a r t i d o r e v o l u c i o n á r i o . A c r e d i t o quo o a s o ó u m a l i ç a o f u n d a m e n t a l dr.
p a l a v r a do o r d e m d o " t o d o p o d a r a o s s o v i e t s ” ; o l a o:;prooaa u m a r e n ú n c i a 1
dp f o r ç a p o l í t i c a r e v o l v t c i o n á r i a s o m l u t a r p o r u m g o v e r n o q u e a p l i q u e o
sou p r o g r a m a , r e c o n h e c e n d o quo ó n e c e s s á r i o a n tes de n a i s n a d a m o d i f i c a r
as t o n d ê n c i a s p o l í t i c a s n a s n a s s a s . H ã o se t r a t a v a e n t r e t a n t o do u n a 1
p u r a o " o p o r t u n a " m c n o b r a t ao í.oorno t o n p o , o f a t o de q u o o p o d e r so e: ?-
b a s a s s e nos soviots, do quo o n € ã o o g o v o r n o dos p a r t i d o s m a j o r i t á r i o s >
n o s p r o p r i o o s o v i o t s , o a t o r n a s s e E o s p o n a r . v o i s p o r a n t o as nassas, r o p r e c o
ntavir u m a v a n ç o r o a l n o p l a n > p o l í t i c o s o c i a l , o n b o r a n ã o t i v o s s o f u t u r o
enquanto pernanoco3so sob uma orientação política pequono-burguosa.
Cabo entre W tanto Wa
. o
W progra
j.*, V Vm a a p----------
o n t -a >r e s s a f o r m a do j o v a r n o a í sim
d i s t i n t a d a d i t a d u r a d o p r o l e t a r i a d o ? A c r o d i t o qiuo sin, o n b o r a t a l q u e g -
t ã o possa a or v i s t a con ..ain va';ar, não havane o ln e c e s s i d a d e s i m e d i a t a s 1
q u e o;:ijau ui-^a r o s t o s t a a c a b a d a , l^as c o l o c a d a e m t e r n o s g o r a i s n ã o me pa_
r o c a c o r um a q u e s t ã o t á t i c a . * t á t i c a n o s e n t i d o d e q u o n a o se t r a t a do
u u a e t a p a h i s t o r i c a m e n t e n e c e s s á r i a } d o quo ó a l g o q u e ó d o f i n i d o - aí ’
s i n - o m f u n ç ã o d a c o r r e l a ç ã o de f o r ç a s , lias co..:o o p r o g r a m a d o v o o s t a r 1
v o l t a d o - e m s u a p r a t o p a r a t i c a - p a r a a q u e s t ã o d o p o d e r , p a r a as a l a -
v a n c a s d o p o d a r b u r g u ê s t a n t o n o p l a n o p o l í t i c o c o m o n o eccnoriico, ele
p r e c i s a c o n s i d o r a r a o r g a n i z a ç ã o c o n c r e t o d e s s o p o d e r . A d o r r u b a d a d a d:L
t a d u r a d e v o s u r c o np ido ra tía n a o c o m o f a s o d o c. d o CII, q u e s o do u m I n d o
f a l a da a b s o l u t a n e c e s s i d a d e de l o v - r o m c o n t a a f o r m a do p o.ar, e t c do
o u t r o p r o c u r a o p o r a " l u t a c o n t r a a d i t a d u r a " d a " l u t a c o n t r a ca as b a s o s
de s u s t e n t a ç ã o 11, A c r o d i t o o n t r o t a n t o qr.o a d e r r u b a d a d a d i t a.'ura s o r á u n
f a t o r d a p r o g r e s s o n a m o d i d q e n q u o i m p l i ue n a orflaniza.-.r.o d a s -lassas, 1
n a org; n i Z a ç a o i n d o p e n c o n t o o do b a s o e l o v a d a a o n T v o .1 d a i n s t i t u l ç o o s
p c . - í t i o a s . IIooso p r o c e s s o , n o i n t e r i o r d e s s a l u t a c o n c r o t a o q u e os co;:;u
n i s t a s b r a s i l e i r o s d a v e m l u t a r s e m p r e ptira _ue s e u p r o g r a m a m í n i m o g a -
n h e i n f l u e n c i a n a c m a s s a s (o c o n c o m i t a n t o n o n t e , a o n í v o l d a p r o p a g a n d a ,
amplia:-«.'.') tc.mbán a f a c ç ã o s o c i a l i s t a , p a r t i d á r i a . Iiojo os p o n t o s de p a r
t i d a p a r - u n f u t ror o p a r t i d o ) .
I'cr i s s o , p o r v o r o p r o b l e m a d a d i t o d u r a d e s s a n a n e i r a , o p o r c o n -
s i d o r a r . q u e n ã o p o d o os s u b o r d i n a r a d o r r u b a d a da d i t a d u r a ao p r o d o m í n i
o d o s s o c i a l i s t a s ( p r o g r a m a m í n i m o ) , n e m p o r o u t r o l a d o d e i x a r e s 3 a tar£,
c o m o p r i v i l é g i o d o s l i b e r a i s , a c r e d i t o e n t ã o q u o s e r i a n e c o s s á r i o %q u o
b u r g u e s a a a d i t a d u r a d o p r o l e t a r i a d o # E n a m e d i d a o m q u a o p r e l o tariad..,
conoviiovft a h e g e m o n i a (a q u a l n ã o pc.do p o r t a n t o s o r o p o s t a a o s " p a n t o s 1
d o v i s t a d o cia a s o " c o m o fr.s o CIT), a q u e i s s o no e x p r e s s o n o E o r t a l e c i -
n o n t o d o s o u p a r t i í g , q u e so r e s o l v a o proble. a dr d i t a d u r a d c prolot ari _
ad oj n a o m e p a r o o e tambor-, qv.a d e f i n i r u m a a l t e r n a t i v a a d i t a d u r a c o n d i c i
o n a d a a o r g a n i z a ç ã o de : a s c a s s i g n i f i q u e c o n d u z i r a l u t a p o r u m c a m i n h o 1
roais Tt r a s a d o . 'Erata-so do d u a s ‘ç u o s t o o s S a o r g a n i z a ç ã o d a s n a s s a s o a *
l u t a ^ p o r n o s s o s p o n t o s do v i s t a * U n o f a d a m o s s u b o r d i n a r a p r i m e i r a q u e s
t ã o a segu_.da, e m b o r a se t r a t a de l u t a r ,'osdo ja p e r n o s s a s p o s i ç õ e s . 0
q u e o um:. q u e s t ã o t a t i c a , ó s a b e r se q u a n d o o p r o b l e m a d o p o d o r se c o l o
c a r os u c Q c o s p o n t o s do v i s t a s s e r ã o p r e d o m i n a n t as o u n ~ o . I . . p r e v i s í v e l .
^ rua e g a r a l : d o u m m o d o o u da o u t r o - o i n d i o p o n s a v e l que os o r g a n i s m o s 1
d o m a s s a t e n h a m so a f i r m a d o c o m o i n s t i t u i ç ã o p o l í t i c a a l t e r n a t i v a a o p a r
l a m a n t a r i s m o ; o, p o r o u t r o l a d o é a t u a l a p r a s e n t a r e s s a .uastã na forma
da una a l t e r n a t i v a t. d i t a d u r a m i l i t a r .
J ã o d e v o m o s o n t r e t a n t o c o n d i c i o n r r i s s o a p a r t i c i p a jão d o s c o m u n i s
t a s , c a i s a quo d o p e n á o d a o c r r o l a ç ã o do f o r ç a s . E v i ''.enter- u, .to v.m g o v e r n o
p r o v i o or i o d e s s o ti~-o c o n t a c o m o a p o i o d o c c o m u n i s t a s a t ó quo se : .astro
s u p e r a d o fronte as m a s s a s , p e l ' s r e s p o s t a s q u e d a a o s problemas o b j e t i v o s .
Quanto a participar diret?.„3nte, dbpendo efbtivanente das circunstâncias '
específicas (evidentemente astá excluída aqui a hipótese do programa m í
nimo socialista, fato eue configuraria já a ditadura do proletariado ain
que a tr r.vos do governo de coalisão, etc. o eue e absolutamente secundá
rio). Circunstancias específicas que - alem da situação em que a revolu
ção esta nuna etapa burguesa - ja fore.a colocados pelo problema do fas -
cisco, E l: geral é entretanto a hipótese .:enos provável, alén do que não
teü: coroo ser definida en um prograna.
C doc#
doc, da Taticr diforo bastante noste aspócto.^Go peca por gonç.
ralidado entrotrnto
enl corresponde ao r.ívol que a discussão tinha chocado e
abre certas perspectivas. Do um modo ou do outro, te:: uma'postura difer^
nto e m r a l a ç a o ao debe. to (pois no momento em qua vi o doc# do Cil sobro •
programa
va:
opor
pos ideológicos aírtagônicos).
C doc. d a tática conté : um enfoque diforonto exata-:onte r.uma que£
tão p r o . t á t i c a « a ca luta contra a ditadura. Tal enfoque, contudo, s ó 1
aparece muito fragmontariamonte a'por isso se poderia dizer que ostivos-
ao implicando orj outra concopção. Antas, um desvio e '.relação ao doc. de
programa.
IIo s®r. imenso esforço para demonstrar validade da palavra de or
dem "fortalocer a direção oporária na resistencia a ditadura", o - mais*
a fronte - no at^sa sobro a gitaçdo, faz uma;corta sopareção antro o pre-
grara o a^resistoncia e ditadura. Tal separação nodoria (mas ossa couse-
ç^uencia :iao e la tirada) conduzir a quo se conferisso um carto clactaqua*
a lvita contra a ditadura no torrono programático. Isco fica colocado ma
is claramente quando so procura dafinir o alcance atual da agitação ao
afirmar qao "a nooca atividade do agitação devo estsr fuadada ma donúnci
polí^
______________________ o ao *
d o suo tompo visando fazer penetrar o iiuosj programa que aponta a finali-
dado da luta" (pag. 19 do doc. - grifos do original - Doc. de Tática)
$ntretanto,no longo íte:. intitulado "fortalecer a direção •••"(jar
to II, itom ’a*), ó quo poda on onconctrar a raiz de certas indefinições
Afinal, nos Ia altura, o cloc. de tática procura so dofonder rt tode o custo
cio sindicalismo ou do propagc.xidisr.io, procura um "santido político" para
a atividade etuul# Cr a , não ó Cifícil omcontrá-lo •:as:..o por.ua algo como
um contido ou direção garai polo sempre ser "imp.rrV. ido" a nossas açõec •
I-ias, çonoo;.:os bo— , talvez fi-.v.a um tante forçado afirmar quo a "rooiston
ci~" o o contido par§ o qual converge a atividade atual, lico significa1
transformar a rosistoncia em um ofcjotivo (já quo r.~c ó u princípio) a
guiar o co.*junto do tu..a prática, a qual não tom - ela própria - tal cara
ctorístioa. .w bom vareade que o coo# insiste zais do ura v o z no fato do"
quo a resistencia - no sentido político - já I um fato atual; mas, tal -
vez gor ii-se r_r nça, procura garantir-se roforç:v:to radobradamoxato a afi
rmaçao da que - ca qualquer modo - todas as tarofas atuais convirgqa
ra a rssistancia política# i'as, afinal do ccntas, o
3o-se trata de una questão ~*tica devia especificar eu tarefas, ob jeti
vos, que permitissem deixe ~ ais claro o sentido geral da atividade. E
- ainda - que impedissem c_\ ^ a discussão fosse feita nesse nível altanen
te generico^ abstrato, en^ :e certas coisas só poderiam se justificar ptr
um valor pratico atual, (ó asse o caso da resistência) passar.: a se justjL
ficar pelo futuro. Cria-se mm isterio. Fala-se nesse sentido geral, ca
pas de arituclar, de 3er o ponto de convorgencia de inúmeras tarefas sin
dicais (que são sintetizadas como a fraquesa mais urgente das massas trã
balbador a s ), e esse sentido geral e auto-justificado por ser un sentido~
geral*é co...o se estivéssemos discutindo a necessidade geral de que existon
pontos tfo convergencia nasdefiniçõe3 políticas; e de que esses pontos de'
convergencia tivo3sem por sua vez uma adequaçao ao raoriento do defensiva.
A discussão vai imediatamente parr.o plano dos princípios* a necessidade*
"eu geral" da "luta política", ou da vd "sontido político" para a ativi
dade. E toda a argumentação desse item pode ser resumida eu: "por meno -
res e sindicais que sejan as atividades atuais, o sou enfrentanento está
a serviço da penetração da alternativa revolucionaria n a s •m a s s a s ; hoje 1
isso deve so adequar a questão de r esistencia etc. C doc. tíe tática su
pera certas li;.itações da tese de tática de 0-3, cue ainda fica prosa à
"parcela avançada", cooo o objotòvda tática (embora isso não repercuta lá
numa"estanquização" da massa, poÍ3 afirma-se "o objetivo geral do influ
ir nas lutas de massa-"-); isso repercute na Tese de Tática de CJ numa cer
ta dubiedade ao colocar o problema da rosistencia* tanto ó uma caracte -
rística das lutas de massa, como um comportamento (subjotivo) da parcela
avan çada. 3, alóm d Í 3 S o , fica extremamente autonomo o problema da unida
de dos setores mais combativos, que nao fica situado como früto do um ot
forço para a criação de organismos e conquistas do movimento. /. TC:?-4 já
situa F.3 questões de maneira bem mais avançada, mas dá poso especial ain
da a "u ificação dos setores combativos" que aparece como o saldo materi
al da prática atual. C^atualdoc. da tática do CIT procura' definir a táti
ca a:.; função da situarão das ma3sas, e nis c^ d á um passo. Entretanto, ao
procurar vincular o problema dardsistencia as lutas e manifestações de
massa, ou seja, ao procurar defini-lo como um problema objetivo, políti
co, o não co :o uma característica ideologica, cai nu:., impasse. O proble
ma objetivo parece nao ser encontrado no presonto, mas apenas no futuro,
ou - ao menos - nos traços evolutivos.cue levam do presonta ao futuro.
Com isso, na vercc-c, a "resistência" fica esvasiada, não consoguo
passar pela prova do confronto co:: a realidado. acredito que isto está •
diretamente ligado ao fato de que na vordade não tenos aí uma tática,mas
umâ linha "oral que so aproxi;.ia do "momento atual" :n s não o particular!
za. —
C doc. do tatica contem na verdade uma serie do questões que sen -
pre vão ostar presonto na atividade* o trabalho de organização especial1
da classo, a utilizaçao de todas as formas o meios que permitam ampliar*
a esfera de açãc do trabalho organizado, a utilização do todos os meios*
legais que auxiliem o trabalho independente, otc. I-lá ainda considerações
de ordem ostrategica: importancia das possibilidades de união entre soto
res diversos (campo e bairros), peso doa trabalhadores do campo, papel ~
geral da pb o - no seu interior - do HE. A partir daí, aproxima -se do
momeonto atual* a fraqueza mais imodiata dos trabalhadores resido no po-
quono desenvolvimento do sindicalismo combativo; alcance que podo tor ho
jo o trabalho noa sindicatos; posição fronte ao parlamento hojo, otc. ~
0 ponto de amarçamento dessas questões rocai então no sentido geral
oferccido pelo resistoncia, Um doc. de tática, na verdado, não orecisu -
ria contor essas questões gerais; no-nonso caso, devido aos caminhos da
pratic a passada, ainda teria importancia a'colocação de questões gorais
como o aproveitamento do3 meios legais, etc. o mesmo com o enorme deta -
lhamer.to que fazo doc. do tatica, ^pois o uma manôira c?e propor rcorionta
çõos om praticamente todos 0 3 aspóctós daprática* Er.trotanto, so há sen
tido (r.j. doc. preparatório par r. a Ç.) no nosso c aso a t u a l 'om rot ornar 1
tocas oasas questões, de outro lado ' preciso ver quo c doc. de tática a
caba não cumprindo o papol de definir _ma is precisa ente (o quo não signi
fica detalhamento e sim a identificação do momento atual) o objetivo iã
is imediato# w “
\
I
passada.^Mas nao e efetivamente falta de diretrizes para esta ou aque -
l a questão. É a tática em seu conjunto que é defeituosa. Alguns aspectos
da prática o evi d e n c i a m mais, e apenas isso.
k
y, A PRATICA ENSINA*
r e c o l v o r o p r o b l e m a ( v j e C P e J L t s e é que f o i r e c e b i d o , já q u e e o c a c é l
é i c o r r i g i v e l m e n t e d e s p r e o c u p a d a c o - j a c i r c u l a ç ã o de m a t e r i a i s ) .
A crítica cue os co m p s do X faaem ao posições a s s u m i d a s n o S E — K t
ten o pr.'3Í d e r e f o r ç a r o l a d o mais atrasado d? pratica que v í nhazaos 1
tondo. Co.: e f e i t o , c e n t r a r h o j e a crítica no f a t o de q u o a a a n d o m a n o s a
c r í t i c a ao d a n o c r a t i s m o , s i g n i f i c a não dar u m p a s s o s e q u e r a f r e n t e .
A b a n d o n a d o s a c r í t i c a a o do: »ocra ti o no, p o r c e m o o t o -a a c a r a c t e r í s -
t i o a de tonder.cia? í^uase i s o o . E n t r e t a n t o f o i a s s e o a s p e c t o •p r i n c i p a l ,
o po-to n e n t r a v e c e n t r a l na n o s s a a t i v i d a d e ? De m o d o a lgum, .uo objoti,
vos c o i o c - ^ o o par^.o c o n j u n t o d o movi-c.r.to ho.^o? iiosa e n q u a s t ã o c e n ‘; •
t r a i , c o . p a t í v o l c o i a d e f i n i ç ã o d o p c p o l d o tas a t u a l m e n t e , q u e s t ã o que
o C E - K n ã o r e s p o n d e u s a t i s f a t o r i a m e n t e , *e q u e 03 co: ps. de jí n ã o a p e n a s '
dei::am Ce r a s p o n d e r c o m o a i n d a d e s l o c a i-:«
-i.vfcre ianto a r e s p o s t a p o d a o e r procurada'por esse car.inho. a v a n ç a r
a res i s t a n e i a p o p u l a r , A q u i n o v a m e n t e os c o m p s . de Z criticai o fato de
quo "resistencia p o p u l a r " l e v a r i a a confundir a composição s a c i a i do3 sp
t o r e c englobados n a l u ta, co:: o c o n t e ú d o político, a ‘direação da luta.Ja
varemos as ta auastão, mas a n t e s esgotemos a primeira.
Co a criticaao democrrtio ao foi abandonada 0 principalmente porque
o S3-:. comegava a perceber que a crítica ao democratismo ,já não podia :aa
is ser faits a moda antiga (contraposição pura da palavras do ordem),mas
ainda não encontrava satisfatoriamente n . oaninho novo, k crítica de 7. o
nesse sentido aabatrata, axatamonto por não so referir a esse caninho no
vo,
3 aqui e praciso deirar a uastão no tar *ano ado .nado: a./, primeiro
lugar a questão j? não podo cer . ais rocolvida no ca. po do "dãl?l.tiiçooo_r
para o 1-i", Ao indagarnoc quais ao tarefas que se colocam para o conjun
to^ão 112 hoje, estamos desde logo apcmtado para fora íelo , i^ois sua empa
ri c..aia reconto e ?.s condições políticas novas es-.; quo vivemos j§ há algum
tempo, i n l i c a m an ua as tarefas do organinação prcpria, ltacade ica" ao
ainda são inportaates, o são já comc questão secundária, pois a rasistôn
cia doslôca-se ..oc proble as específicos do ilS para a ação aio geral da
dita ura, iTaste campo a atuação do 131 só pode. ter - no nou entender - um
senti ~a: annllar o ^ocr;a ;a da ait.-.^nra auxiliando ja_ or::anisação popular,
neste torreno que deveremos situar as tareras concretas n.o so colo -
quem r. cada momento, Entretanto esse sentido reivindica uma outra tática,
pois l nt oc de oer um proble...a do "iíí, j/. passom a ser u: problema daclas-
se opor ária o do povo pobre, po.Í3 os ta. os falando - o conlocando no cen
tro -_da "organização popular" a quo os estudantos apenas auxiliara, k
questão portanto atingindo o conjunto da tática, atinge e.. primeiro lu -
gar o noess trabalho junto a classe oparária a apenas secundariamente os
estudantes.
2 aqui parece-me s e r inadiávol tirar lições ,já não digo das a s s e m b l é i a s
do povo de Vo, mas - mai3 proximamente - cio ultimo íc do :a i c .
l^ao foi um lc de 1-ai o "vermelho" a guisa do pe ocorreu em 68 na
praça da Ce, o q so os nossos alegras anigoíj trotshistaç julgevam poder '
r o o t i r , davido a sua tradicional afeição a grandiloqüência e a gritaria
oca, ou oaja, demagogia perueno-burçuesa,
-introtar.to nao se tratou também de un si .:plec pZ.rolonge.menta, "re
visto e aU-.entado" quo foss e , dos anos anteriores, Co á prolongamento ,
nao encontraremos no 1^ de maio dos ar.os anteriores (por extansão nas
nifestações txpicí.s do período) a relação, mas neste caco apenas nao A b -
semblóias do Povo, Do mesmo modo, ac recontes campanhas salariais inali-
can numa :rudança significativa.
Paio que e ctou ^abendo, os çom.ps, do 0 3 procupam agora elaborar u
ma preposta do "Comitos de Recistencia", com quo so procuraria i-espondor
ao potencial revelado por estas manifestações anplac r.oc bairros,
3 acredito que isco ce indica mais precicamente o alcance prático'
dac tarefas que se colocam agora, dove t ra-er consigo u a visão maio pra
cisa da tatica, de modo a que ela não 0 0 ja simples hiorarquisação dac ta.
refas par: .anentoc.
ho jo , a tarefa e exatamente oc ca: or^;anir:ação a roolctência ponular
^ llQ i-~-t-avlor tíósse -.rocosso cue lutamos aela hegemonia, ou seja, procura
mos fortalecer a direção operaria, seja pela defesa do programe, soja po
lo esforço do or^anisaçao xaropria do proletariado_nac fábricas e, em se-
g u n d o lugar, ç e l a S r e p e r c i a s õ o a d a s t a s duac q u o s t õ e s b o t e r r e n o da c o n s
trução partidaria*
üm t r o n o do cuo q u e s t õ e s se dá h o j e a r o s i s t or..c i a p o p u l a r , a i n d a '
p o t e n c i a l e p a s s i v a .ante, o q u e 00 a s u a organisaçao tornara a t i v a e c o n
o r o t a ? E u t r o n o d a q u e l e s q u o s t õ e s c a n d e n t e s , q u o e . cad a m o m e n t o históri^
c o — o s t r a > 0 0 corno m a i s a g u ç a d a s (a guerra e a foi e, n o c o n h e c i d o e x e m -
p i o ) } h o j e e s s a s q u o s t õ e s sao o x a t a m e n t e a carestia, a alta en lou qu eco dc)
r a d o custo cio vicia, do us lacio, e a r o p r a s n ã o policial de o u t r o l a d o . *
u ão as d u a s q u e s t õ e s p o l í t i c a s m a i 3 i m p o r t a n t e s n o n o ar.to, a q u o l a s q ue
e v i d e n c i a m os d o i s a s p e c t o s c o que a d i t a d u r a m i l i t a r p r o c u r a a l i v i a r '
"os de c i u a " ca c r i s e c ipitalLsta» A q u o s t a o da o a r o s t i a o p o r o u t r o l a
do d e o s p e c i a l iai por tan cia p e l a s s u a s a m p l a s r o p e r c u s s o e s ; o l a se r e l a c i
o n a h o j o n ã o a p e n a s c o a as c a l a m i t o s a s c o n d i ç õ e s do vida c.as n a s s a s p o p u
sa t r a t a p o r t a n t o d o p r o b l o m a s a l a r i a l se v i s t o 0 c u a c cli.:ensoos p u r a -
manta oorporativac, nas dosto p r o b l o m a s i t u a d o o suas r a l a ç õ e s com a
p o l í t i o a coral c o n :.ue a ditadura m i l i t a r t o n t a s a l v a r a c o o s a o b u r g u e -
sa, .uais as s o l u ç õ e s o a r a esses problemas? Hão ha outra senão a q u e l a s 1
nas m a n i f o s t a ç õ e s c o n c r e t a s d e s d e já.
ii d e s d e já, q u e r d i s e r co:.j as ç o n d i ç õ a s a t u a i s , i s s o ^ s i g n i f i c a a
p r e s a n t a r o problesna d a r J s i s t õ n c i a a o a r o s t i a e a r e p r e s s ã o p o l i c i a l ^
n ã o a p e n a s s o b a f o r m a de p r o b l e a p o l í t i c o g o r a i a do f o r m a s o r g a n i 3 a t o
r i a s g e r a i s , :..r.s t a m b é m s o b a f o r m a da t r a r o f •o c o n c r o t a s , i m e d i a t a s e
o~. c o n t r a p a r t i d a d e o r g a n i s a ç ã o m a i o l o o a l » ^ p r e c i s o a q u i u n a p l a t a f o r
ar. o u p r o w r a n a d a a ç ã o , m a i s i m e d i a t a .ue i n d i q u e os o b j e t i v o s c u j o a l c a n
oe imaterial p o d o s e r d e t e r m i n a d o n o n o n a n t o ,
A neoessidade de u n proçraiaa de a ç ã o i m e d i a t a se f a s s e n t i r t a m b é m
n o t r a b a l h o da o r g m i s a ç ã o p r ó p r i a da c l a s s e o p o r á r i a { a p o n t a r as c o n q u i s
tas q u o d o v a m a g o r a n o r t e a r o t r a b a l h o s i n d i c a l , que a i n d a a a v i a do
o r g a n i z a ç ã o n a s f á b r i c a s , p a r t i c u l a r m e n t e ao c o n q u i s t a s n o t e r r e n o ^ do
f u n c i o n a n e n t o d o s i n d i c a t o , q u e d e v a m s e r os o b ^ o t i v ò s i m e d i a t o s , o o '
q u e p o d o d a r u m p a s s o a f r e n t e n o t r a b a l h o s i n d i c al. q u e t o n d e a se e n -
red
tro
movin<
oal
oe jí
de tor . i n a ç ~ a o d e o d j o t i v o s mais im ed iatos pe rm i t i r i a m cob ra r hoje uma o
r i e n t a ç a o m e n o c a r t e s a n a l , v o l t a d a p a r a e x p l o r a r as v i a s i m e d i a t a s da o r
g a n i z a ç a o n a s f á b r i c a s . A ú l t i m a c a m p a n h a c o l o c o u u m a s í r i e cio questões"*"
q u e p o d o u e n t ã o m o s t r a r o quo d o v o s o r e x p l o r a d o ; o d o c . de t á t i c a do
C U - nosto asrócto - a p r o x i m a - s e b a s tante da questão,
A q u o s t a o d o s b a i r r o s e cie u m t r a b a l h o s i n d i c a l m a i s p r o f i s s i o n a l 1
a c a b a e r i g i n d o do n o s u m a n u d a n ç a do o s t i l o . 3 f © t i v a : .2a n t e o p r o c i s o d e i
x a r do p e n s a r e m torr.ro cia p o l í t i c a e s t u d a n t i l q u e - d e v i d o as c a r a c t e
r í st ic as a r o G p o n s a b i l i d a d o social desso setor - o eu ger a l algo mais 1
oi.uplos, q uo p o d o s o r r e s o l v i d o p o r u m n ú m e r o -oquor.o d e e x p e d i o n t e s e
Oúv-.omas; a l g u m a s r e i v i n d i c a ç õ e s , e n t i d a d e s , forniaçao de u m a t o n d e n c i a .
• •• " a r t i c u l a r " as q u e s t õ e s i m e d i a t a s c o m a l ;um o b j o t i v o gare 1 quo satis
faça a natural curiosidado d o e s t u d a n t o a c e r c a do f u t u r o , o t e m o s os i n
gridierit as do una r a a o á v o l ^ p o l í t i c a . £ b o r a s e r t o r f o r .ralado u m p l a n o '
n a s c o n o r o t o s o b r o as q u o s t o o s p r a t i c a s a i s i m e d i a t a s , a c r e d i t o quo e l a s
' F s - j ó - c r f G . i p í ®
^ m
ai
C[t
_ : t ----------------------- Z ' J — _ a — <->------------------ * — --------— •—
;ituinte fei
ta paio partido bolchovique; com a "pequona" diferença qua os bolchovi -
ques faziam isso om 1 9 0 5 com a insurraição nas ruas; pois e ..bora a ques-
coio-
clida co
jus tenta
argu -
manto dos ::.odarnos trotshistas seria o c aso da - um potico cmtos - quan
do ainda nao existiam os soviets na . perspoctiva insurreicional, propor*
a constituinte como o "ápico" de um ^rocosso no cual o próprio soviet *
surgiria; o provavelmente nuaCa t eriam surgido. Voja-so t a m b é m cue o sur
gimento - pala primeira vez - dos soviets não passou por uma prévia "de-
mocrú tiie. burguesa" (e estava-se na etapa denocr?tica, o que torna a coi
sa maio complicada).
Do ponto do vista dos princípios a proposta dos trotshistas é jus
ta. Jma cono«ituinto^tíasse tipo póda ser colocado teoricamente« mesmo am
condições da revolução socialista. Entretanto qual a sua ralaçao com a
^ 3 a -< p G.p ja ,
* *
21.
ai tua; “ o atual, já que e s t a s e n d o f a i t a hoje? N e n h u m a , do ponto de viata
revolucionário. Hoje a constituinte '.ua e s t á n a o r c a u - â o - c i a é gure.mante
n o d a s p o r s p a c t i v a s •i m e d i a t a s , f o r t a l e c e n d o o que o n oi je. e m a i s f o r t e ,
a sa í d a parlamentar.
E do qualquer m aneira n ã o cerve'o a r g umento do ue a çuestao está
colocada co o agitação p o l í t i c a g e r a l . P o i o o único m o m e n t o em rue a a*>
gitação p o l í t i c a passa a s e r e. a; i t a ç ã o do formas c o n e r o tas de podar - o
inclusiva - de n u a s formas c.õ organisação (no que oe situa a constituin
to) é essatanente e m q u e isao sc t o r n a u_..a v i a de d e s o r . v o l v i n e n t o inedia
to.
Mac Q certo que - hojo em dia - a rosposta ao p r o b l e m a da c o n s t i - -
tuinte n ã o p o d o m a i o ser h i p o t é t i c a c o m o h á d o i o a n o s a t r á s , e m que ree.l
m e n t e o c o n t r o d o p r o b l e m a r e o i d i a n o f o r t a l e c i m e n t o do oindicslisuo com
bativo4
-•-ojo e m d i a s a n o n ã o é ,aia a q u e s t ã o c e n t r a l . C a n d a m e n t o d a c r i
se, oracc:. -ento d o d e o c o n t o n t s m e n t o da u m l a d o e o c'osgaste d a d i t a d u r a *
d o o u t r o , c o l o c a m c o m o p r o b l e .a o e n t r a l a o rra niaaç.ão dr r e s i s t o n c i a p o
p u l a r , o u : a eicprossão ...aio i m e d i a t a p o d e m a n t a o s e r V o m i t e s do_ -^Vaisten-
c i a a o a r o s t i a o ropras^õão p o l i c i a l v o u s t a n t a d ó s n o s b a i r r o s , p o s o i b i l ^ -
d a d e qu o d e c o r r a d a s n o b i l i s a ç o o s ja o c o r r i d a s . l a s o e v i d a n t e n e n t o nao
s i g n i f i c a a n u l a r ao t a r e f a s n o t e r r e n o o i r . d ic àli amo c o m b a t i v o , n e a a o p o r
q u e ..al ao i n i c i o u ; e n t r e t a n t o a l a d e v o s e r v i s t - ~ o i n t e r i o r da u m a n o
va situação política^ a qual justamente implica am p r o b l e m a a cujo enfran
t a m e n t o c o l o c a n u n n:ivol s u p e r i o r as t a r a f a a a i n d i c a i a e c'a o r g a n i z a ç ã o 1
propria c c l a c o a o p e r a r i a . -°oio. o a p r o v e i t a n o n t o daa v i a s d e d e s e n v o l v i
monto n o v a s , p o d a c r i a r c o n d i ç õ e s m e l h o r e s pare. o p r ó p r i o t r a b a l h o d e or
g a n i a * ião nao f á b r i o a o .
^ o l t a m o s a c r í t i c a da X t ó a o c o l o c a r a s t e p r o b l e m a , c a m a r a d a s ,q u e
P f f
ao t o r n a p o s a í v o l t o r c l a r o o n d a ao c o nw t r a a crr.tica ao ait o r n a t ivas bur
g u e o a a o u c a n t r i a t a a , e o p o a a i v e l ante.o t i r a r a " c r i t i c a a o d a m o c r a t i s -
--—
m o " f e u m a o a t e r i l g u o r r a d o a l o g a n o ( " l i b e r d a d e a p a r a oc t r a b a l h a d o r a o 11
X " l i b e r d a d e s do: o c r á t i c a s " ). á n a m e d i d a e m que a p o n t a m o s o t e r r e n o c o n
e r e t o a., que d o v o s e g u i r a l u t a p o l í t i c a , o q u e a p o n t a m o s e n t ã o 03 o b j e
t i v o s i m e d i a t o s q u o so c o l o c a m p a r a o c o n j u n t o d a mosse^, qu e co doli:. it a'
tombem em m a e a o n d o d o v o m o c c e n t r a r o c o m b a t o p o l í t i c o as doar.is t o n -
;o a d i f e r o n -
íemativa re
li ho
r o o do t
mente a
t i a a ja ae c o l o c a co .0 p r o b l e m a * t r a t a - s e d a g a n h a r as .lascas p a r a o f a
t o de q u o i s s o :iao e a p o n a o a s c u n t o p a r a oc de " c i m a " , n o s g a i n o t e s ,
m a s do q u a o b l a t e u m a m a n e i r a p l o b e i a do f a s e r p o l í t i c a , h o j o c o m p a t í v e l
com a resistência.
C77 - ifuno.
• T /j &
OabuHV&ÇOES SOaiiE A E E S P O j TA DO BP X TD-45
*
'«v
■ ........ ............................ .............
1' )T nos armara para intervir na realidade. Com o ^aguçamento das
•v de classe, a nuestão do poder politico tende cana ve- mais ™
ir um grande d e s t a q u e , ^quer na agitação, quer na propaganda; e ee
lu-
0 O £»J. w O v -í vo *~"
11) ' Td-46 afir ma que i.averic. uma contradição bá sica em todas
us nossas formulações r>or<„ue teríamos afirmado ame não existe eicado
1 o exterior e t a m b é m no Brasil. A l g ns companheiros da 0. ta, ém mani
; ítaram esta posição. Oueriamos esclarecer;
a) Heafirme.no nossa posição da existência de um me: cac-o -
de c :>nsumo mundial;
b) ouando afirmamos cue o;- capitais i m p e r i a l i s t ms se d: ri
í': m a perife ria em virtude do esgotamento de mercado condimente.-
.utavamos nos referindo a mercado de ijavestimento. Espera os cue a
cuestão fique d e f i n i t i v a .lente esclarecida com a citação do tree; o c
PuB, que r-c segue;
•• 0 capitalismo chegou a sua fase imperialista, nos países
ais adiaiitados do sistema, quanáo o processo de acunulação des capi-
m-is, fazendo-se a um ri ti mo b e m maior que a capacidade de absorção -•
interna, so se resolveu p e l a a 'iica^ão externa." ( PSB, pag. 15 )
ta.
/ias quando afirma que " A ditadura aberta e antes de tudo
o i expediente no terreno >olitico das lutas de classe, cu. a relação -e
;oAi a situação econtfmica se da oa n ■ima in st â n c i a11 ( asnas originais
ifos nos..os ), quando afirma isso', repetimos, a TD-46 n~o ■>enas se
confunde, .ias comete um ^rave erro teórico, de base. Diz .£nin, em -
eu prefacj o a pri meira edição de : 0 Estado e a Revolução ” :
" ■' questão do Fstado reveste em nossos dias de uma impor-
:á'mcia par' i.cular tanto do ponto de vista teorico como do ponto de
v ta pratico. A . ^ u r a imperialista acelerou e acentuou considerável
e .te o -rocesso de transformação do capitalismo m onopolista em caoi-
-a.liSi.io m onopolista do Estado. A monstruosa opressão das æ: sas trr-v-
\ al iadoras pelo E s t a d o , _oue se c o o funde cada vez mais estreita, ente
con os agrupamentos. capitalista; todo--poderosos, afirma-se ais e
íais” . - ( C í í o s nossos.)
E esta a visão leni.ai st a do problema. Portanto, esta ait le
ci.lação da economia com a p ol i t i c a apenas em "ulti <ia inst^.icia” ,ia -
••ão faz parto da realidade do cap t Ij.smo do nosso tempo, do i- ■>eiia-
iismo.
- Secunda Parte
” Ob se r v a n õ^~
Tas de Haro:;
— :,As condiçoec gerai.j de cris« ( na medida que sSo inde--'
penâSïiteÿ c.af. osç:;la .ne,, gerais dos pregos ) devera ser
'de duz id as 1 rs corn ...ais da produção capitalista*?.
( £..ifos n o s s o s ) . Coutix.‘ .ua Ma r x ï
xxeikex axîaaiî.»::'';axâiîHx;' «s.-.pJou w : p 4c a m i ? U B x l a & •£&;>:-sjbkse...
SBXBHXXrXX
sl A simples relação asav-lariado capitalista implica:
1 . nus a ti orla ..os -/oc! -.tores, os operários, MãBxpEH-
BapsxgKZXEDiîSiii'aiâi’-îXJsœ seja:, não-consumi dores ( nã. compra
dores ) de uma grande ,,arte de seus produtos, a saber -
os meios e os materiais de trabalho
2 . Qre a mai or ia do y piodutores, os operários, não oos-
sam consumir um ecuivalente de seu produto, senão se e l e ‘
p r o d u z e m mais do oue osse produto — a mais-vali a ■©«. so
bre-produto:l .
■ 'ais adi arfe, üar x a f i -• a " aess£nc.ia da produção capite
ji a implica, pois, una produção cae não leva em conta os li ait es -
!.. íercado".
■azx considera a amta ou a baixa de preços dos meios de
odução co o -crise parcial-, causada por urna”produção desprooorcio-
„!•’ • acredita, ainda, que 1 a pro pri a crise pode ser uma forma de ..
co ipensação •.
t-Iarx conclui» ” \ super-produção e de terminada p e l a lei -
..o.a.1 d a pro du ção cap ita li sta: p r o d u z ii na -pedida das f o i ç as prodati-
v a 3 , isto e, s e rundo a po ssibilidade de explorar, com uma nassa de ca
pitai dada, a maior ipassa possr.vel de fcrah&lho, sem levai e . conta os
liaites retas do ce r c a d o*1- ( grifos oui .inais )
T j poir , baseados em uma feate marxista, que r e a f i 3.namos a
oossa posição ante ri o a: t- cra.se _>: -G 4 ião foi uma crise cic !ica.
ota; Os trec. on de M a r r , citados entre a?,pas, fora extraí
dos da la. edição e . P oj.t utiles do lio., ano do ‘'0 Capital", feito por -
Juliei Borc. ardt, edi (-.ado e-: 1>67 ,>e ■... Zahar ]-jditora. P a : iras; 20C, -
.07, 289. »
3) uanto a ífiy neção ca TO -4 r f: eco o objetivo da P P era -
lo r trar a falta da base marxista p í.i . . a tese da realização da. .Æ-iæ-va
lia no mercado e x t e r n o ’, continuâmes acreditando ç.ue a BI . se eofor< cu
: ito p ar a p ou ca coisa, pia o defuado não merecia tanta vola, ja «ue,
'Como afirma aos ant\ ri oriente, ,aseaado • ar., inclusive em una tese de
dukharin, a estão b a s ics na-.- o sabe?' se a mais valia se réalisa ou
não no exterior; na r alidade a O a se empenhou na solução de um fal
o problema, •falsa ei pie colocado o decisivo pelas posições tercei
ro- av.ndi st a s .
’QV-uc:
') \
0 conceito de democracia piov isé ri a não é um conceito só
<.'0 • "o >e'CT) ■, inventado pelo '’Pro.ieto". É um conceito claramente de-
•P ndido no :íCaminhos e C ar á t e r . . . ” e no ''Programa Socialista oara o
•'•asi.L■’. Tratam-se de e vidéhciasm qu.e nehhuma interpretação subjeti-
vi f.ta conéf guira contornar.
Março de 7 8
Afonso Darros.
CONSIDERAÇÕES S0I3RE
A DISCUSSÃO POLÍTICA
ATUAL
F a 0 o . p
1. De q u e m e a q u e m estames f a l a n d o ?
5.
que a continuidade de uma discu ssã o materi ali st a sobre as condições conjun
t u r a i s , sobre nossas tarefas junto ao proletariado e ao movimento e m geraT
aliada à práti ca polític a certamente teriam agido para corrigir aquelas
aistorções, tirando do prog. talvez a aignidade do monumento, mas transfor
mando-o n u m instrumento ativo e permanente da atividade pol ít i c a cotidia -
na. Não é à toa que o reavivamento das lutas sociais no período recente te_
ve u m peso importante na retomada das discussões programáticas, e s t r a t é g i
cas e de sua relação c om a tática, com a prática cotidiana.
Um a per gunta certamente se esboça a esta altura da argumentação.
Se as condiçoes d a vida aa 0. tiveram aquele peso na formulaçao do P r o g r a
ma, e e m seus erros, o que mudou ho je? Não continuamos nós e as outras for
ças da tendência igualmente isoladas do movimento operário? Este isolamen
to seria então u m limite intransponível à formulação correta das terefas
r evolucionárias?
Este é o xis do problema. Pois é justo aí que se coloca a q uestão
de se d e f i nir o que é necessário resolver no âmbito da discussão pr og ram á
tica para a elaboração das propostas políticas para o momento. Realmente ,
no que toca à ligaçao da es querda p r o le tá ria c o m a classe pouca coisa se
alterou. No entanto, houve uma h i s t ó r i a nesse período e ela deve nos ser -
vi r hoje para, enfrent and o problemas teóricos e m parte semelhantes aos d a
quele período, os resolvermos co m uma m a r g e m me nor de erros, para e v i t a r
mos os descaminhos de então; se, e u termos absolutos, a relaçao da e s q u e r
da c o m a classe não se alterou, nao se pode esquece r que não só ela passou
a co nh ecê-la melhor, pois que com vais e vens a umentou suas pontas de c o n
tatos, conviveu com^os problemas reais do movimento, etc., e também que ,
no pla no teórico, não só já partimos do p ro gra ma como a discu ss ão que se a
presenta, pela relação contínua que procura e sta be l e c e r entre as questões
programáticas e a tática, tem boas indicaçõe3 de que não incorreremos nos
mesmos erros e poderemos ap render c om ele3.
De posições explícitas sobre o Prog. só temos conhecimento das de
0- 3 , 0- 4 , as de does. internos e, b e m f r a g m e n t a r i a m e n t e , do novo programa
elaborado p or ü - 7 • Ag outras Os., consiaeramos que, até segunda ordem, ao
menos por inércia, são seguidoras dos preceitos do PSB.
A concepção de 0-3 consta de^suas "Resoluções": f a l a m da necessida
de de revisão, corrigindo as definições dou tri naristas e isto repercute ,
especialmente, na correção de afirmações do Prog. que tenderiam» segundo
os comps., a tomar a classe dominante como u m bloco homogêneo, se m contr a
dições e " a crise e conômica iniciada antes ao golpe de abril de 64 como
crise permanente expressando o b l o q u e i o d efi nitivo do des envolvimento ca
pi talista do Brasil".
C o m a necessidade de se corrigir as confusões que re lac io nam qu e s
tões programáticas, estratégicas c o m os aspectos práticos e organizatorios
da luta revol. concordamos s e m maiores reparos. Discordamos, porem, das ou
tras imputações que sao feitas ao Prog. D iscordamos p or achar que o PSB
não faz nenhuma daquelas afirmações, a menos de u m a interpretaçao bastante
simplificada de seu conteúdo. 0 que ele enf ati za ao a nal i s a r a formaçao s_o
ciai é que o desenvolv ime nt o capital is ta no país, avançando internamente e
no campo da integraçao imperialista e integrando internamente as bu rg u e s i
as u r b a n a e rural (o "latifúndio") situou essas classes na condição de
classes dominantes, opostas ao prol et ari ado e seus aliados naturais (dis
criminados no c a p . IV) e que esta realidade coloca a contradiçao fun d a m e n
tal na oposição entre capital e trabalho, concluindo pelo carater socialis
ta da revolução. 0 que o Prog. nao coloca (mas nao o ignora) e a possibi -
lidade de ex ist ên cia de conflitos no interior üas classes dominantes, con
flitos estes que não a l t er am nem o carat er da revolução n em as forças com
ponentes da frente revolucionária. 0 Prog. tambe m nao fala e m crise pe rma
nente (o termo, p a r e c e —me, surge e m RMM) e ainda mais, da forma com que a—
nalisa a crise e o golpe nao o faz dando a e ntender que o capitalismo nau
fraga inexoravelmente, mas s i m que as contradições geradas pelo desenvolvi
ment o tardio, o onus da integraçao imperialista, etc., c o l oc am o desonvol
vime nt o capitalista como u m toao e m u m trilno do qual não tem saída, a me
nos de uma saíaa revolucionária, que as burguesias nativas não têm a me -
nor veleidade n em condição h i s tó ric a de liaerar. A hi st óri a da America La
tina não te m feito mais que c onfirmar isto visivelmente nos últimos anos.
Eao se pode atribuir ao Prog. os erros de análise de 70 sobre a "crise
p e r m a n e n t e " e a "explosividade latente", mas sim à ausência daquela dis
cussão tática a que nos referimos mais atrás.
Portanto, situar nestas duas questões as bases dos desvios econo-
licistas e aa própria linha d o u t r i n a r i s ta dos "seguidores" do PSL (ver pá
üinas 5 e^o das "resoluções") é u m erro. Também nos parece errOnea a in
terpretação que os comps. de 0-3 f a z e m da forma com que o PSB situa o cur
so da luta de classes: "...em dois períodos: num, a vanguarda, libertada
do reformismo, vai m o di fic ar a consciência dos trabalhaaores e a tarefa
principal e a luta ideológica ... que visa (...) ganhar as bases operári
as do reformismo, c onstruir u m "partido de quadros" e m o bil iz ar as mas -
sas. ^outro período, o foco guerrilheiro passa a ser a forma principal de
luta e visa transformar o "partido de quaaros" e m partido de massa... Pr:L
m e i r o forma-se a classe i n d e p e n d e n t e , aepois trava-se a luta política.Pri
meir o a luta ideológica,^depois a luta polít ica produzida pelas armas re
volucionárias". (Resoluções, pag.b)
Agora comps., comparemos com algumas citações do Prog. para ver
mos se de fato seus autores f o r a m aquela malta de pensadores metafísicos
e idealistas que no3 q u e r e m fazer crer:
"Para que o proletariaao possa lev antar a bandeira e liderar to
das as massas exploradas de nossa s o c i e d a d e > é preciso que ele
ve nç a decisivamente as ideologias burguesas e pequeno burguesas
do reformismo e do popu li smo e m suas fileiras que o e n f r a q uec em
na luta de classes". (PSB- V- pag.30)
p o r acaso está dito aqui que a vanguarda, liberta do reformismo
vai m o d i f i c a r a c onsciência aos trabalhadores; ou q.ue ^o partido dos traba
Inadores vai fazer preleções eaucativas (a l u t a ^ i d e o l ó g i c a , tal como é in
f e r i d a pelos comps. das Resoluções) à classe? Não:
"Caberá a esse partido liderar e lançar o ex ército do proletaria
do industrial na luta de classes latente que se desenrola no pa
ís. . . Caberá a esse partido realizar na prática a Frente dos Tra
balhadores aa cidaae e do campo, m a te ria li zar a aliança entre ^ o
pro let ar iad o inaependente e as demais forças exploradas. Caberá
ao partido coordenar toda a form a de luta contra a ditadura e o
imperialismo, na cidade e no campo, legal ou clanaestina e arma -
da*> para o assalto final aas massas trabalhadoras contra a socic-
aade turguesa e latifundiária".
Ta mbém não propõe o Prog., n e m deixa implícito, a construção de
u m "partido de quaaros". Liz o Prog.:
"A formação de u m partido rev ol ucionário que lidere a classe ope
rária será o resultado do enra iza men to do p rograma e das concep -
ções de luta aefendidas atualmente pela 0 . nos setores luais comba
tivos ao proletariaao brasileiro. Simultaneamente, será fruto do
amadurecimento do conflito latente entre bases e lideranças nas
organizações reformistas tradicionais e nas correntes centristas
que se f o r m a r a m na luta interna na esquerda. A 0. acelerará esta
for^açao na mediaa em que elabore e se empenhe pelo programa pro
letário da revol. socialista, na medida e m que propaga na luta di
ária o caminno r e v o i , dos trabalhadores, na medida em que dirige
seus esforços para a organizaçao do pro let ar iad o como classe inde_
pendente, na medida e m que inicia o combate revolucionário ao po
d er burguês." (Programa, V - item 2, pag. 31) (grifos nossos)
..."mas o partido não nasce pronto; ele se forja na luta e pela
luta e é durante essa luta que devemos e sta bel ec er a unidade das
forças que l e v a nta ram a b a n d e i r a do m a r x i s m o - l e n i n i s m o ."
7.
(citação do Jerog. , V - item 3> pag. 33) (grifos nossos)
Se b e m que consideremos £ue a forma de s i tua r o FG mere ça maiores
reparos e discussões (tais questões se c o l o c a r a m no auge da influencia de
braysta e procuravam, de certa forma, assi mil ar a e xp eri ên cia cubana - a~~
questão está mais de sen volvida por E M em MM-1) e seja duvidosa a presen
ça de tal questão no P r o g . , não se comete o errro de se ignorar a e x p e r i
ência da lut a de guerrilhas no c o n t i n e n t e ; por outro lado, as afirmações
do Prog. não p e r m i t e m que se tire as conclusões de que "no outro período,
o FG possa ser a forma principal de luta e vise transformar o "partido de
quadros" e m partido ae massa ...etc" (como são as conclusões das "resolu
ções").
Ao fazermos essa enfiada ae citações, tínhamos e m mente ressaltar
o ^ m v e l superficial das críticas endereçaaas por 0 - 3 ao Prog., e c o n tr as
tá-las com a crítica que 0 - 3 nuo faz e que precisa ser feita.
3. A questão do GRT
E sabido (ou aev eri a sê-lo) que as questões teóricas mais p rof un
das, pelo menos no que toca ao imirxismo revolucionário; f o r a m formuladas
e lapidadas ,e m cima aas discuss.õe-s^ae questões práticas colocadas pela lu
ta revolucionária. A atual a iscussão ^rogramá-tica não foge a essa regra ê
esta é a^ melhor compr ova çã o de.^sua justeza. Sua origem, no atual período,
remonta à necessidade de se respon de r de fo r m a po lít ica e militante às
roupagens assumidas pelas propostas^pe qu eno -bu rg ues as da d emocratização
que, partino inclusive de organizações auto-denominadas socialistas revo
lucionárias e anti-reformistas, a m e a ç a m novamente o movimento operário da
ao min açã o ideológica d a q u el a classe. 0 p rob lem a e m foco, colocado pelo a-
oirramento ao m o vim ent o social e da emrgên ci a de propostas políticas de
pr ee ncn ime nt o do poder face a uma possível que da da DM, e o do preenchi -
mento desse poder, da qualidade e da forma do governo a substituir o atu
al e da relação do pr ol etariado revolucionário com ele. Sem m inimizar as
contribuições críticas positivas aos comps. de 0-3 ao P r o g . ,^consideramos
que é justamente na que stã o que é ho^e central nesta discussão que os com
panheiros erram. Não e r r a m gor o m i s s ã o ; e r r a m ao simplesmente r eafirmar
as definições^e interpretações sobre a que stã o afirmadas no PSB e does. a
fins. E s t a crítica se estende ao doc. sobre p ro grama do CN e a outros d o
cumentos da luta interna aos quais nos referiremos m a i s ^ a d i a n t e . Os comps
de 0-3> porém, ao mesmo tempo que r ea f i r m a m as formulações sobre o GRT ,
as c o r r i g e m nas "resoluções". Tornaremos ao assunto mais adiante.
Antes de prosseguirmos, é interessante se faz er uma observação s_o
bre o último doc. de EM, "Meias verdades não bastam". Veja-se u m trecho
deste:
" A d efinição do GRT surgiu como um ponto prog ram áti co (aprovei -
tando a e xp eri ê n c i a internacional) e chegou a ser utilizado como
palavra de ordem propa ga ndí sti ca e m determinados momentos, quando
governos populistas p r o c u r a r a m apoio efet iv o do proletariado, com
o b e n e p l ác ito ^d o PCB. Foi u sa do principalmente para deixar claro
em que condições comunistas p o d i a m e ntr ar num governo não socia -
li st a ou apoiá-lo ativamente. Não apresentamos a forma çã o do GRT
como objetivo próximo n e m como marco obrigatório no caminho da to
ma d a do poder. Durante os debates e m torno do texto provisório i£
so ficou claro. F o r a m eliminadas todas as tentativas de apres en -
tar o GRT como solução aos problemas econômicos, sociais e políti_
cos do país, uma espécie de substituto da revol. socialista (pro
jeto RMM) e destacada a sua possibilidaae e transitoriedade no de_
corre r das lutas ae classe no país." (pag.2 )
Este trecho (assim como outros desse mesmo doc.) tem a força do
depoimento de a l g u é m que viveu aquele período, p a r t ic ip ou daqueles deba -
tes e teve um papel üest aca do na foruiulação d a linha pr ogr amática da 0 .
b.
Wo entanto, se o comp. E M hoje discorre sobre o GRT dando-lhe estas cara£
terísticas abertas, ressaltando-lhe o carater de palavra de ordem propa -
gandística, não consiaeramos que os does. que fi rm a r a m este ponto da teo
ria dêem-lhe o mesmo grau de liberdade. Também não se pode dizer^que a co
locação do problema tenha sido radicalmente antagônica à definição ora
feita p o r EM. E m verdade, acreditamos q u e ^ f o r a m justamente as imprecisões
e contradições contidas naquelas formulações que se p r e s t a r a m a u m a série
de descaminhos da trajetória das Os. emergentes do PSB. E m que pese a sen
satez de muitas afirmações feitas p o r E M neste último doc., e que re for -
çan críticas às atuais propostas políticas da esquerd a proletária que a-
bordaremos mais adiante, ao d is c u t i r o proble ma da tática^ consideramos
que suas afirmações atuais sobre a necessidade da discussão programática
(a " não -ne c e s s i d a d e ") e, dentro disso, sobre o GRT, são equivocadas, beve_
se c o n sid er ar que o comp. tem e stado afastado da luta política do país ,
dos debates da esquerdâ, e pensamos que as informações que tem recebido
se ja m e m sua mai or ia provenientes de 0- 7 - de q u e m não se pode espe ra r que
d ê e m u m informe claro, objetivo e justo da realidade da luta de classes
no país. Aliás, não se pode desca rt ar a hipótese de que as observações de
E M sobre a desnecessidade ae ^e a isc ut ir o Prog. h o j e ^ t e n h a sido influen
ciada por ele tomar conhecimento Has cnocantes "revisões" programáticas
de 0-7 (não se deve es quecer que o mesmo EM, e m u m doc. anterior, re le m -
b r a v a que talvez fosse necessário rever o programa, que era preciso veri
f i c a r se as condições atuais ainda e r a m semelnantes à 3 da é poc a e m que
foi feito - "Palavras Necessárias", se não me engano).
A se cons ide ra r os does. oficiais como referência (■t'rograma, AV
III, Caminnos e Carater), o problema ao GRT se coloca no plano da teoria
r e vol uci on ári a como form a a assumir a aerru bad a do poder burguês e a ins
tauro cão de uu poder revol. sobre^a base de uma aliança de classes. Como
r e ferências, tomava as recomendações da Illa. Internacional e as análises
experiências cubana e boliviana, onde a luta desemb oca ra e m formas de
,overnos ae transição que, no caso^cubano, levara o país ao socialismo e,
na Bolívia, permitira a recomposição das forças reacionárias e o f o r tal e
cimento da contra-revolução.
0 que fica realmente diluído e m todas as colocações, seja nas an
tigas da 0 ., seja nas mais recentes da 0 . e de 0-3 é o carater de classe
de um tal governo. Nas colocações mais antigas como no AV e mesmo no PSB,
consta aue tal governo pode pr eceder e levar à aitadura do proletariado.
C o m isso se diz que o caminho da revol. não passa necessariamente por ele
E m "Caminhos e Carater" se diz que "pode e deve have r uma fase de transi
ção"... que ainda não seria socialista. No entanto,^o único programa de
nossa teoria é relacionado c om esta fase de transiçao, c om aquele govemo.
Visto n u m prisma b e m geral, qual seria u m programa da revolução
so ci alista no país? Nos moldes clássicos, poderia ser resumido nas afinna
ções célebres da "instauração da d ita du ra do proletariado, na socializa -
ção dos meios de produção, no ext erm íni o da ex ploração ao h o m e m pelo ho
m e m ... etc.". Tal programa, s em dúvida incontestável, não avança nada e m
termos de se definir as tarefas ao proletariado e 3eu partido para cheg a
r e m até lá. E aí se coloca o campo possível para u m programa mínimo, p r o
grama este que, p artindo ae um a análise aa formação social do país, das
classes revolucionárias e reacionárias, defina metas, conquistas que^ rea
lizadas, r ep res ent am passos efetivos para se chegar àquelas realizações
máximas.
U que significa o fato de considerarmos es gotada a revolução b u r
guesa no país, de considerarmos que a revol.^é socialista ou uma caricatu
ra ? Significa que o carater das t r a n s f or^ações^propostas pelo programa e
o de d es tr u i r as bases sociais (econômicas, políticas e ideológicas) da
b u r gue si a e seus aliados e c o ns tr uir as bases da organizaçao socialista
ia socieüade e, paralelamente, do poaer operário.
Nossas propostas f a l a m de u m GRT "composto pelas forças políticas
F s - ^ - j Z S - G . p - J to
4. Observações f i n a i s
13.
as outras forças proletárias. Mas não se pode considerar que nas condjções
atuais esta "precariedade" do Prog. seja determinante para a correção p o
lítica de nossa atuação. Neste sentido, esta não é uma tarefa fundamental
do atual momento, pelo menos no que toca à nossa Cf.
Considero que devemos sair de tal c om uma resolução, nos moldes
da de 0-3, reafirmando as qucstões^do Prog. e apontando para as correções
no sentido que o a pontar a disc uss ão que nos sirva^de referência inicial
para o debate c o m a esquerda. E a principal correção que vejo é no se nti
do das formulações apresentadas neste doc., pro curando identificar o cara
ter socializante de nosso programa, ou seja, identificá-lo como u m progra
ma mínimo, sim, p o r é m socialista. Isto deve implicar numa alteração dapJa
taforma do cap. IV; s em q uer er a pr esentar já uma pro posta acabada^ me pa
rece <}ue o i t e m principal a ser mexido é o que trata da "encampaçao dos
monopolios imperialistas e nacionais * planificação dos setores básicos da
economia". Parece-me que essa proposta deve ser alterada para e x pre ssa r a
oposição do Prog. revol. não apenas aos monopólios mas à grande burguesi,
a capitalista e m geral. Talvez, falando-se de u m "controle da produção e
distribuição" pelo governo revol. expresse esse conteúdo. A forma de colo
car o p roblema precisa ser m e lh or pensada.
ANEXO
(1007) L.
G.\p 3l£
X D -Sl
%
I gwjur^fiít/
II TVTICA
;1
yi; !(J.-...IIjíioí
■ . . . " ' ' " 7
a * •’;4
bloqueio dn.s oxigoiiciss das ciassas trabalh^doroas estará fadada n oeirrnr nin
da mais as lutas de classes, e levar o país a uma crise política cinde m a i o r 1
que a atual. •
7« Não poderíamos deixar de comentar brevemente, dentro .do uma crise 'de
regime militar, o papel e conduta do MDB; partido criado pela DM o que lhe' 1
f e z "oposição", durante-estes 1 5 QT103*
.1 li •
, Arena o MDB foram formados a partir dos antigos partidos burgueses do '
antes do golpo. A DM reduziu o n fi de partidos mas não conseguiu extorpinar.es
interesses de classes e do fraçoos do classes quo àles representavam. Por'is
to na prática ales continuaram existindo.
Neste santido o bipartlclari smo doi uma solução ® crise do 6l\.f mas nao 1
/ consegue sustentar históricamonte. Hoje quando a reorganização partidária é'
quosteeo de mesos, s roorganizaçao das forças políticas se dirigo à criação de
tantos partidos como havia antes, agora,.no entanto expressão d& uma socieda-
CV-de^mais industrializada o mais complexa. »
A partir de 1973/ quando aumenta a margem do logalidade, o MDB se torna
o principal canal de expressão legal da oposição democrática contra o regime.
Os resultados das eleições do 7 U confere-lhe apoio eleitoral, o quo reforça 1
osta tondencia. v. . .
Sua qualidade do principal opositor, eo regime faz com quo cio congrj^uc^
todos a s f orças do^ oposição política a DM* Neste jjoniidp podemos dfgçr quo o 1
MDB c uma frente de aposições r> DM,’ com programa e_diroção b u r p u o s a .$ A maiorle
da esquerda atua no MDB com participações quo vão desdo sua utilização c o m o 1
tribuna de denúncia contra o regime, do divulgação de suas plataformas, até 1
procurando t o m á - l o um partido mobilizador do massas.
• r '1.
JL_MDB consegue ontrc^.7li e 77« .pressionado por sua ala autentica o dn (
quorda, ampliar a agitação o donúncia contra o regime a atuar, até o surgimen *
todo movimento grevista, como fator de pressão o desequilíbrio a "legalidade"
vigente e do aprofundamento da crise da DM, Estas manifestações não foram, no
entanto,suficientes para modificar o peso político das esquerdas dentro do '
.51 *
partido, quanto mais-do mu da» seu cont.euob de classe. Ao contrário quo pensa-
va parte da esjuorda democratica, ç» MDB nao-incorporou-a amplas massas na fron
o c ■. • 1 —-
to contra a DM. Seu caminho foi no sontido-oposto: Inchou no sentido eleitoral
„r : nr - j■
(rosultacb da expressão popular de repulsa a .miséria social), mas evitou se ’
, ;• -i4 ^ . ‘■
comprometer com a mobilizaçao das massas contra o regime, com a luta por mu-'
. *I
- 1
danças do cunho social o trabalhista. Seus líderes _mai.s radicais foram porden
p i o j n ’jc[ »
do seu verbalismo no parlamento,-como e o caso do Brossard que, h o j o , qua-so 1
nao so houve falar. Apos a mudança de ditador o MDB passou a apoiar as inicia
tivas do abertura de Figueiredo. - ( ,
A tática do partido de oposição depois do tfsecnso do movimento grevista
em 7 8 mudai se propõe freiar o MM o evitar um aprofundamento violento e prema
turo da crise do rogime. . . .
Pa r a sua direção, sou papel- foi cumprido pois serviu ©omq canal do cx. - 1
pressão c -contestação contraia cristalização do uma solução do- podor j.uo a
longo prazo só aumentariam ainda mais as contradições políticas e e c o n ôm ica s1
no país. Sua unidade foi mantida até tor arrancado do regime as reformas pre-
tondidasí a parcial neutralização do aparato repressivo, a mudança na loflsla
çac dn DM, a atonuaçao de ©ensura a imprensa, a anistia parcial g a reorganiza
ção partidária. ;
Partiu-so o transformou-sc numa colcha dc rotaíhos guando a crisc do reg_i
•V
- '0*
mo exiguiu uma oxplicitaçao dc uma nova alternativa dc poder burguês para a so
ciedade brasiloira. L partir dai aúmentaram e acirralram-se as divisões e dispu-
las entre as várias f raçocá burgUesas c po^Uene buirguesas, cada uma defendendo*
áoü projeto proprio do podor parfa a sociedado brasileira.
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Ç-ò-cp f ) - G . p -JP?
• » . . li - o momento conjuntural •* . „a *
mente por todo o'país. Seus reflexos na conjuntura são marcantes: atinge
loca como uma nova força de pressão e instabilidade ã DM (sobre sua poli
classes dominantes e a DM. Eles sabem das dificuldades que terão para -
controlar a pressão de uma classe que foi levada nos últimos 15 anos ã
cer por por muito tempo. Soluções para ela, do tipo recessivo como as -
tomadas em 64, não são hoje víaveis. Elas exigiriam a retomada de uma DM
tivo das massas através de uma política de controle das remessas para o
*país. ...'• -
•••. ü i, - '■■■- - '
^ .. : • .> ♦ > V. . • . ‘ \____
Neste quadro torna-se difícil para a DM e para a .burguesia atenuar e
ticas radicais de choque, para enfrentar o período de crisem que tem se alar
•I : '' 1' . ■ . Tl
pado o espaço para o fortalecimento político & organizatório do movimento de
te do regime nos últimos 15 anos e pela crise atual (apesarde e s t ar ainda in-
• 1 *
tacto todo o sua a p a r e l h o 'repressivo) 5
*
CONTINUA
rídico, mas poiiticaacntc impedido do utilizar iodo seu potencial; um.' est-ruíura ppr-
líiiont. r bisrgueoa .‘rac. incapaz Uc servir, "vrü os fins burgueses, de absorvedor das
tensões sociais; 3 m movi~cnto reivindicatorio de sse forte w s ainda' não unifica-
uv nacioi-^1 c/te,
11 2 . Êaiíí: aS‘classes' dominantes o r.omentb "e de reorganização de forças lolít-icf s fre
eotruturçoio partidaria), tu fpto de .sua, influência ^tad£Le. fortalepimcnt9 ,,. ,dps’1
;,dfcUs-óí* ánisnos 'roproaoshti tj.vbó '(anhociaçoies WvVcsaríais, tino TTT?) £+T 0fÍad06 >e
1, o:> " burnicsi- se nrepara para assumir diretamente p adrainiçtis3;çãó es'-Qjtal*, "
. r s5 •. n v .1 /.. ,1 t '*• «n- et»1!>'! - ’ ,f>
I '•'•r:,cst;ls c:lrcfcistcaciàs1, a ;T ;
•iríia'■è ■ garantia pcra"'es classes"f d onttnähwa 'ainda
ur is Cjue to • denonstrado flexibilidade er.-, se adapter as exigências liberalizantçg,•.<io .
por iodo, ’ burguesia aceita, "»or isso, a estratégia dos roilita res d-s »'refcrmSK gra
duais no regime»« „ , -arr
•! V. ■ .ilciJj- .<» ‘; .. ,.f .? Jt... .idiiLv. .L ... : '
0 ritimo dp ludaiinas denepd ora, no entanto^ d evoluçãpclQS >grçs dft preçsão
flcfcirà1a_cbnjfvfi-.tC.rá,!.prínó^iá 1 iohtc-üo -runví;-i\ii to^e á crise econoníca-e-d; s' .nedidas rue •
iT e m r e ar x;rn suxra-la. °o. os custos da sua super* (*<*9 reco ire 1 so are ./r ,cias-
;j V' ’x V- . x c.— ' w »I«. > 9 w * - ^ >.» v . — ------- * ■ - jv - I» ! » w w -- ^ _ —•- —- • » - ( w —* »—
3, .dU., 'ortc.nto, c c mo, unto d <; for ti lc cor ao rv xX".o i unjrirdo •’»l/ ica o or.
ni^a.tória do co;ginto de clí sses trabalhadoras, de: tro dc vra T)rs 'ecl- iv de inde 'en-
dcncií frente v.o st. do buruf.es o tod. s as cor-entes "> tíLitic.-s ccs ro*nelid s con to-
jc toe burjfac.Sv.o, 'vuito c.is o:* • ni^.das tiverer,- a dasso o'»cr-.ria e sons aliados
estr: tc ic 's, e coar;inn. dos cj t rno d- iv a o o roeria e 'od^r, is c' odiçoc* ’e
rão dc TOx'undar su; 3 ccncuistas c ncuti-.-lin r as 'ant: tivas con t»»re”olr c ion. r ' s,
T T •/
Não vemos essa processo como linear, ele possa por altos o baixos. L cri-
so oconomica o o desgaste do rogitne determinaram um período do alta,de avanço ’
da luta; revolucionária* As vanguardas comunistas o dos trabalhadores tem,por ijs
to, quo aproveitar o momento atual p a r a .construir siia unidade política nacional
(frente do esquerda) o. com isto atingir as amplas massas trabalhadoras; mobili-
* * *
zaHLas e educa-las segundo seus interesses proprios de Classe, e sdgundo uma *
perspectiva própria do poder. Devem ocupar, todos os espaços legais de acosso as
« «
massas, submetendo sua agitação, propaganda e organização aos objetivos que l ò 1*
v®m à instalação do GRT. Devem ampliar ao máximo as denuncias contra o regime ;
deixando sempre claro seus tfíncúlos com o capital nacional e in ter nacional, apor:
tando u ma alternativa proletária do poder. Por fim, deve fortalecer os vínculos
do mlipnças .entro as classes oxploradas. Os setores proletários da pb, sao dQíc-
mentos fundamentais nestas alianças, por seu girando peso nume.ricò e funcional ’
* t
na estrutura produtiva capitalista brasileira e :por sofrerem com quase a mesma'
intensidade que a classe operaria os efeitos dos 1 5 anos do arrocho salarial o
repfossao política. ' s• N *
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bris, «otoroeu ôa. igreja o comuhida>dos do bairro*
. , A impórtarieia- das lideranças sindicaiô. do ABC rt» deflagraçao do movimo»'
\ if1 W \ *^V-> Q J ** * * ’
- toxf oi do ter i^tljizado o sirvdica^o^o legalidade (assembléia, 'jornal, rçu
nião por fábrica, camp^nha^'àe ràpo^íçãò* congresso' de mulheres m e t a l ú r g i c a e
-etc) como moio do mobiliafôr o aglutinar a categoria; incentivo à luta ocQtt&ni
• ca; utilizaçao do frevo; donúnçia da estrutur^ sindical atrelada. É importan
te deixar claro q u e naquelo' momento ja atuação ,_dos sindicalistas do A®C já ul
trapassava os limites permit i d o s ,pelas leis dò atrelamento sind ica l» .Sua atu-
açaio ora limitada apenas pola corrtelaçpo do forças ao nível político* t
; As grevos ocorreram por razões é c o n o m i s é . Amas tivor$à desdo o âeu iní-
'jf . • .
•».O • ■- c'
~ cio um caráter político, porqqe rompornm na pratica com a rígida polític^yáfe1
arrocho o a legislação sindical (vj-igepto. 0 movitoento se desQÁv^olv.eíí totalmon-
<> ,
to fora da legalidade estabelecida pela DM para -os movimontos^rclvfiridlcatori-
os: dostacou-se pola condução firme, pola unidade dos^grevistsrs no- uso da gre
wo como arma do luta o pola c1 a r e j a 'dos operários em situar a oposição e n t r o Ti
seus intoressos imediatos ç o dos patrões. - :
l|» A.s grevos de maio de JÔ trouxeram novamente ao palco das lutas operá
rias no pais as comissões do empresa, q u e , -como nos anos de U&-53» surgem eo-
mà or/ronlspos do direção do l u t a , f ormados a partir do grupos operários mais*'
conscientes já oxistontes nas omprosas goralimonto com influencia da esqu e r d a 1
t
• organizada* • '
Devido sua característica do organismo do luta, o principalmcnto devido
a corBelação do forças ainda desfavorável a CO (domissõos em massa, nao exis-
teneia do MO organizado nacionalmente o do um partido de classe) as comissões
refluem logo após a luta, mantendo-as geralmente como grupos clandestinos deri
. tro das emprosas.
Por esta razao, sua capacidade do oducaçao político (reunião, propagan*
i d’
à, imprensa) do massa sc dá quase «juo oxclusivamente durante as lutas| >juan-
-;.dó ó suportado logalmonte pela f o r ç a ;do movimento. Quando o movimento reflnit
sua capacidado de atingir a massa operária também diminui limitando-se ao tra_
balho de formação o organização dos olemontos mais avançados.
Aposar das lj,mit$çoos que a roprossão patronal lhos impoo estes organÍ3 -
!-mos roprosontara nasgrovos do maio do 7 8 e em todas as demais havidas no país
<a expressão, mais espontânea da combatividade o dos anseios dos trabalhadores
dentro das empresa». Por, aglutinarem os setores mais combativos o organizados
do MO o MT tornaram-sò' os olemontos fundamentai* na flluoção dçs lutas, na for_
mação das novas lider.anças operárias, na pressão e revitalização dos Sindica
tos:, . . t: •; :.;í. -
•r f A s comissões do empresa, o todos os organismos oquivalentes, oposições*
% Ojtc carecem no entanto do legalidade o ostabilidírdo necessárias para a g l u ti- ’
- n « r a massa operária o trabalhadora cm torno dos intoressos econômicos o poli
ticos comuna» o t o m á - l o s os núcleos sób os -juais so unificarão suas lutas .!
: Sua permanência aberta onauanto organismos indopondentos do luta oconomica e
pol-ítíca dopon&yrá do um fortalocimontç político maior das classes ta*abalhado
- rets, de um ortfrPWUo.&imontP maior do regime, ou seja: de um maior acirramqpto*
’ das lutas de class-o no país (talvez ato do uma criso revolucionária.)
F 3 - 0 - $ . 6 . p
«* - a"
fl,iz:aria_ a -criaçao do grupo dos "sindicalistas autênticos" • Bste grúpo. surgiri
. r« '*4 X -íí í* »
f» *. em cjposi.çao ,ao sindicalismo pelogo o a. estrutura^•'siindical atrelada, repro- 1
sentada.na figura, do Ari -Campista. 0 Congresso representou basicamente a luta
entro a corronto pelega (maioria) c a nova corrento. 0 irosultado do Congresso
«i 1 .* j- j ** *■ * \j c;
-t most ou um avan^çp político, da* nova corrente, còm a dp são a ela de muitos .«indi
calistas (na maioria, dos grandos centros industriais). 0 Congresso era um rc
3 flexo direto do .ascenao das lutas operárias no país. *
1 ...» 1 • - »
A -grcLVc— par.ou todo -ABC-o-,- por •ser- wna- grever- geral,- repre son tour a' t m i f l —
caçãa.das .lut&3._opar&rias---na r-ogião.-A greve f oi— dirigida-pelos aintîîfc'iTtbéTAs'
dirotorias do ABC utilizarain-se-de grande- mob-i-1 ida de- para -‘
-o- t r a b a l h o “ opcrárTo'
q^UxL,a.ló^a-Lidado-s-in di-cal— por-iaitia, numa •con-jun-tura a i n d a -r-epr c~s~sívarT~tr aços-
■ \ ^ r* ff 1« r
a.Q«_os fabricas, .apriox&aaç^o-das-camadas •mai-e-atrasadas, desenvolvimento'' do' 5—'
tivldadc^da propaganjda,— agikaçao e org-an iz,ação---e,-principalmente, umes facili-
cfcdo__do .unif icação .e centralização das lutas--isoladas*— - -----.: ....
... Por estas razoes, estava bloq-u-síKia no A B C a pos&irbi-MdaVHc ■tfo •surgiffíõYitõ
dc qu alquer tipo do organização capa9 do unifica^-e-c^mte-zir- o— m-ovirrent'o;
. Outros exemplos, como a-grev-e-de -Sao-Pa-ule do- an-o— passado e a s de Be tira
dos estaleiros do Niterói .0 a da-Fia-t no Rio, ilustram -o -que~acima discutimos
Nq p ri meiro caso, a OS, devido ~à sua -dif iculdade- de atingir ob® toplas massas
operárias. .da .SÃo. .Paulo (mesmo .estando -olas sob impacto das-greves do-ABC) ,nup
consegui^ 3.0 aproacntar corao. alternativa--real -ao -sindicallsfflo--pelcgo; -xlaí a 1
vitóri.a. do .p.olog.a Joaquim. • --- -- -■ *- --------- "
---
*'
Np sogundo. caso (Betim, M a n m ós ma n n, Fiat, o estaleiros)-, as -grèves f o - 1
/ "Vt *+
ram organizadas por lideranças do fabrica e de -opòsiçao sindicai, q^o-, apoia**
, 0 '- '
dese polà. maaa a opor a r ia, -pr-ess iona^fir«-<&s-diretor ia-s -sindicais parts- ans-nmir o
KrüdLmcüstiLX c t a p cr-d cr^--g^5fetr>o l <»|rf e -De-s ta-^-f • o rm a-'u tiliz-ttï... — 1 ' c-aw
„ 'T-. '•"■'t.r' " * .r " 'i ■ r r ... "'' *■ ----- - --
F a - 0 - (p G , p sj°
Hi-
, •
fm A introvcn çíio noa sindicatos- do ABC n S o poáe sor analisada so a 3tica
dos limites do atrclamento orgânico; estol j'á havia sïdb superacTè h a prática 1
œ-otn as, çroves do 7 8 c com a condução indûpcndcnto ^uo aê':cl retor iaa vj.nham ° ’
dando há tnuito tan p,p eo^fs^us sind.i«*tos. A interval çno deVe 3ei^ vístá sob
otica da correlação de forças políticas no, paie naquele momerfto. A interven-’
çâo foi una resposta da DM e da burguesia ao aVsn ço do MO do A B C , ^ue tomava?
direções indopendentes, 0 movimentç, aposar f e.eclodir por razões economïcaa,
teve também up caráter politico desdò o início» 'ôs metalúrgicos enfrentara# a
burguesia, a política eeònom ica. de ditadura, sua lgislação tVWSallHsta *0 ’o *
proprio BstadO| unidoa enquanto elassok
A intervenção foi political Muito Inais 4 u o a diminuiïjÿo cio ‘ècu 3 lucros,
a concessíD por parto da burguesia significaria um fortalecimonto ainda md. or
dp movimento operário do ABC, que serviria como exemplo para toda a.cLassc o-
perária brasileira o aprossaria st unif.icaçao do MO a nível nacional.
0 final da greve, com a concordância dos dirigentes-1- si. ndieais (Coman+do
de G-rovc, formado após a intervenção) em aceitar a c.ontra-proposta los patrÕcs
*1 foi justo, Icvando-se em conta 0 enfraquecimento tlb movimonto, motivado prin
. cipalmonte pelas dificuldades do 03 metalúrgicos onfrentarem uma pa ral i r a ç a o ’
geral prolongada sem jam fundo de greve, o.quo', já vinha üiWvocando o retorno ’
de grande número do grevistas ao trabalho* T
8..0 movimento do ABC do maio de 7 8 marcou 0 início das lutas de massa 1
• .. ■ r 1 ' ' ' ' " '' ' 1 -m m * I
no país. Do lá para cã. aa greves sev manifestaram em guasò' todas as categori
as, de trabalhadores«cm juaso todos os setores o centros produtivos.
As crovca o manifestações re ivindlcatór ia s. apesar de ter oriftoni-s'"èaíá«»
y-iais o por r.iclhoroa condições de vida« oxiriran 'Ira trabalhadoros em onfrcn-
tarnento político nas suas lutas. Por^majs básicas aue fossem suas reivindica-
çõóa, cómo p ò r ’exemplo,, por u m J;éumcnto salarial, os trabalhadoros s e d e f r o n » *
am com problemas do ordem política: intervenção o repressão pol ici al-mili-1
ftár. lutá póla estabilidade déí-s òr/;anismos* re pr es ent ati vo s. lúta contra o a-
trciámóntò sin dicai. íuta còntra *~g lei do r:rov.Q-; iqítc . , -
■?.2 E Í anto. ó dscenso dó movimai to do 'massa ar ítilo-país. dirlr:ldo contra a 1
mjsériá áòciaJl colocou os trabalhadoros direfrafricnto na luta política. Ou 3 cja
a. juébjra do descenso do raovim&bfto do massas, -coloca os'trabalhadores na are
n a política. estando assim. :òb j-fetívamente. dado 'o ospaco». da lúta còntra a do
minação búrrúéáá^ por uma oj?Ã'áhÍz-acão^ política n a c i o n a l 1'própria e pòr uma al—
ternativa proletária do poder. ' s.;
Está é a característica principal da conjuntura atual do MO. referencia
básica para a formulação das tarefas atuais d a :V a n r u a r d o .
A crise da DM. a ampllacao da legalidade e o aecenso .do movimonto dc !
massas .colocam com&- tarAfà/r principal das' varifluarddà oroletária-s a oxpllcita-
çao: dc um programa de unieLáde política capaz d'c unificar ho.ic. política o or-
ganlzátoriamento. as lufeas dos trabalhadoros.:rassof:urar sua independência po
lítica frente as opcÕes burguesas- e,pepueno-burnuesas c fazê-las 'avançar cm 11 ‘
direção a u 1:a opção socialist« dc poder. '
Á nãó realização desta 'tarefa pela vanr.uarda proletária implicará num 1
reforço dás'opções bur-~u- saa. populistas, e r-ef orinlaaas quo hoje .já estão de
finidas 'o -juc ~.já chcrám as massas.
TESES SOBRE TÁTICA •<2$ • (jf> G> . p 3^)
V
0 desenvolvimento da conjuntura aponta desde já para a vanguarda
proletária tarefas ligadas diretamente à implantação de um governo opera«
rio assim como tarefas referentes a constítição de um Partidc Revoluòionãriõ
dos Trabalhadores.
pr o le tár ias .
Para atingir esta meta, levando cm conta nossas previsões conjun
turais e a avaliação de nossas forças se faz necessário uma atuação de a-
gitação e propaganda simultaneamente a nível da massa trabalhadora e a
nível de suas lideranças emergentes.
(é preciso ficar claro que queremos que o jornal crie uma tendência socia
lista no HO o não que seja um jornal de uma tendência artificial criada -
internamente através de um trabalho ar t ez ana l) .
Nossa atuação no Sindicato terá seu espaço próprio (ver teses so
bre Sindicato) e teremoscomo objetivo, sempre que isto for possível, a con
quista das .Diretorias. ,
Da mesma fo'rma a atuação nas OS visará tomar o Sindicato da dire-
* i.n
ções peldgas e tentar ganhar para nos a direção..
— ‘
"i 1 :••((
Consideramos a formaçao de um Partido dos Trabalhadores cono un
avanço qualitativo no nrvimonto em direção a s m irideoendenci'política.
Por isto a ataução visando a sua criação e nocess.ária desde jãre devemos
entrar no mesmo, atuando consequentemente desde a.rra (vide teses sobro PT)
As tarefas oráticas
*■ atuais referentes a unificação
* das lutas l i-r-
e-
rárias sob bases.e objetivos proletários exigem da vanguarda c^rjunista ^ --
criação- dQ. -uçva:-} F^R (.ver tese sobre FER) . ......... . .
Mcste sentido devemos iniciar hoje contatos com .a? OS, que potenciolmorto
^orticipariam da FER visando a sua criação.
As frentes
r oraticas locais com outras OS devem ser incentivadas orocurando
c!í! • ' ' •| • ■'
se uma atuação em conjunto sempre que possível sem abrir maó7 do áessos or in
cípíos e objetivos.
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9 7.07
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AB/E/L
•» *
- o caráter da 6 a. Conferência
- a tese anterior da 5a. Conferência
.!
- NTS e a nresente T e s e j
■ - ••
I - SINDICATO: definição
- organização econômica X organização oolítica
- luta economic,a: X luta nolítica í j
II SINDICATO NO BRASIL ., , .
0 "modelo fascista" sua imposição; • • •'■
o populismo enquanto, política- pc^nomica burguesa.,h e rda- a .estrutü-
' *'*• 3' * '' r\1
ra sindical; -t .r v - yr
. - , .ri ■ +'•">
o reformismo a. a manutenç^pvd 9- pst^utura;
’••• '* •
,rr'
o golpe de 64 e o sindicato ,r •
6 8 , as greves e p sindicato
nal das contas "a prática nos ensinará". Falamos, enfim, na descaracteriza
ção da 0. enquanto 0. revoluiconária marxista-leninista.
A política sindical presente (e ausente) na tática da 5a. Conferên
Como base "teórica" da não P°l% tèS asindical da 5a. C£. estava a -
uma num determinado momento da luta. Nossa posição, é ^om deixar claro, não
despreza a necessidade de se lutar contra o atrelamonto ofgânicco-juridico
do sindicato ao Estado -burguês; mas o que ela tem de difertnte do gradua-
lismo da 5a. Cf. é que nos partimos do pressuposto de que a luta pelo desa
trelamento é determinada pelo contexto concreto das lutas do classe, que é
poltico, ou seja: na sociedade bur^uesn, se caracteriza pele maior ou menor
poder de renre$são do Estado a cada momento conjuntural.
/
Portanto, o que está em jogo, como já dissemos, não é so^uma p r o
posta mas também a concpção geral que a fundamentará.
0 documento "Nosso Trabalho no Sindicato" traz oremissas gerais
justas porém insuficientes oara o enfrentamento da realidade com que nos
defrontamos, isto tanto pela situação interna da 0., como om relação ã pró
pria atualidade das lutas de classe. Enquanto tose central, o NTS afirma
a necessidade de se usarem os sindicatos c o m o 1forma, de acesso à classe.;
prega o de sat re lam en to, a organização pela base, como premissas nara um sin
dicalismo livro. Entretanto, o documento é insuficiente na abordagem da re
lação s in dic at o-m as sa, dando, inclusive, margem a que nele se apoie para se
I - SINDICATO
ciso ter sempre presente que a çuta econômica não se dá em espaços histõri^
cos e políticos indeterminados; o surgimento histórico dos sindicatos ( ou
da organização sindical) ocorre dentro da era do capitalismo liberal, em
que a intervenção do Estado burguês nas lutas salariais se dá apenas em
termos as sis te mát ico s, porém não de ma.ieira a representar uma estratégia -
de política oconômic a. Daí, ãs vezes, a incompreensão do oroblema sindical
resultar de não se levar em conta a necessidade de se pensar a relação da
luta econômica com a luta política considerando-se o estágio do desenvolvi
mento capitalista a escala mundial.
Na era do capital monopolista - do im pe rialismo, portanto - a pro-
M c m ã t i c a sindical muda dc figura; isto, porque muda de figura o próprio -
Estado capitalista, que passa de guardião da propriedade burguesa a agente
do lucro da propriedade burguesa. Em consequencia disso, pode-se afirmar -
uma ipolitização das lutas econômicas - o que não quer dizer que sejam nece
ssariamente revolucionárias, - na medida em que tais lutas mesmo se dando
em torno de reivindincações estritamente economicas, vão se defrontar com -
uma polfica econômica n ^ n^l.os E s ‘.ado. burpuês de ma -
neira global. E aqui outra questão se coloca: e a questão da divisão do ca
pitalismo ã escala mundial em paises desenvolvidos e países sub-desenvolvi- O
dos, enquanto uma realidade estrutural, isolúvel dentro dos marcos do sis- \
tema. E isto deverá, o br ig ato ri ame nt e, ser levado em conta quando se abor- r* •
da as linhas básicas da luta de classe (econômicas e nolíticas) a nível mun ^ ]
dial. Hã de haver alguma diferença entre o último, a qualidade das lutas - H •’
dc classe que se desenvolvem em um e no outro elo do sistema capitalista -
mundial. Claro que sim; ser desenvolvido ou su^-desenvolvido tem consoquên
cias distintas, è dc se considerar que, ao contrário de um país su^desenvoJL
vido, os países centrais terão necessáriamente condições de :
a - pagar m a i o res sal ri os aos trabalhadores
b - suportar por mais tempo uma redução maior em seus lucros em função de
"um aumento salarial arrancado pela classe. Como dado inseparável desta
realidade, hã o fato de a própria divisão internacional de mercados, -
isto significando que, nos países centrais as rrandes massas trabalha
doras são parte indispensável do mercado de consumo capitalista.
Do que foi dito se conclui que nos países de centro (desenvolvidos)
a luta salarial ( e por consequência os sindicatos) encontram amortecedores
estruturais capazes de dificultar a sua radicalização e transformação dia
lética em luta pelo poder; note-se bem. que mesmo nos oaíses de centro a
luta salarial e uma luta em que o Estado interfere diretamente mesmo quando
nã} reprime militarmente os trabalhadores. Outra questão a destacar, é que,
mesmo desenvolvidos, as economias centrais não estão imunes a crises cícli-
c".s dc ca pitalismo. Daí, r>ode 'corror r.t ? r>e Titica Tc. .rr ch~ ^r.r.ití- ,-nui
f a - 0 33 ? > '
to mais branda, é claro, que nos países dcoer ife ri a), como aliás esta na
plataforma atualmente vitoriosa dos conservadores ingleses. Isto no entanto,
não invalida a Tese gorai da diferença dos níveis de exploração salarial -
entre o centro e a periferia, assim como sua consequência, ou seja, a qu a
lidade das lutas e papel e a função do sindicato.
_c < Nos paises periférico - ou sub-desenvolvidos- os salários são m a
is baixos como constata Lenin, no "Imperialismo..", daí, as reivindicações
e lutas salariais ferirem de maneira mais direta o proorio Estado, que cen
traliza e dirige a economia ; daí, os sindicatos assumirem un papel de de
safiadores de determinações e leis inflexíveis; daí, uma redicalização p o
lítica mais rápida das lutas salariais: OEstado é obrigado a soltar seus
cães com maior rapides e de maneira frequente.
II - 0 ATRELAMENTO SINDICAL
bém não foi utilizada pela burruesia põs-64. E repetimos (deve ser remetido
mil vezes se necessário) que não foi a estrutura sindical que impediu a mo
Lilização operaria; foram as baionetas. Prova disso ..e que este mesmísssimo
sindicato - quando as baionetas começaram a *anferruj áPí* - mobiliza, conpre-
:a, diripe e lidera massas operárias contadas as centenas de milhares de
^revistas no período ^ /79. 0 poverno, entao , c obripado a intervir mili-
tarmente neste mesmo sindicato, que faz oarte desta mesma estrutura. Os fa
tos são por demais esclarecedores.
,omiitP.aif or.?/ .tnv i otTr.Toqmoí :.reeoo :u ,''CaII r.b
^1 f «S» * ** *" T* *» * • k i. í .
as preves que estouraram no ano passado e neste ano são base sufi_
ciente para se partir para uma análise do sindicato e, por con seq ue ênc ia,
fixar nossas tarefas no trabalho sindical.
Antes de mais nada, e orcciso deixar claro que a eclosão do mov_i
mentj roivindicatorio prevista se d.eu dentro do quadro poral do enfraqueci-
monto da ditadura, enfim, não foi a classe oneraria nue aK riu caminhos ap
seu m o v i m e n t o , mas, sim, a crise da ditadura, a visivel perda do coesão das
classes dominates em relação aos militares no poder, havendo, tudo isso,
resultado na relativa perda de capacidade repressiva ^a b u r r;uesia. Cor is
to não se nepa a atividade da esquerda e das lideranças independentes n r -
sentido de se instalar a nível do MO - no espaço dado pela própria ditadu
ra ?■ :■■■: i ’
Dito isso, um marco deve ser fixado. Em Março de 78 a diretoria -
do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo convoca c c n rosso da Fu-
lher Metalúrpica.
inplamento coberto e divulpado, este conpresso "leva" o sindicato a clas
se, faz conhecido a fipura de Lula. A partir de então são promovidos reuni
oes com operários no Sindicato. Quando estoura a rreve - esponânea - o sin
cicato assume imediatamente a liderança do movimento, o centraliza, lepa -
lizando est movimento perante os proorios operários - que se vêm "<"efendi-
' 's ’ e "orotepidos" pelo sindicato - e consegue uma adesão total da cate^o
l>->
ria na repião. Vitoriosoa a preve, está selada a liderança de Lula e do
sindicato, - o "nossso sindicato" passam a dizer os peões do ABC.
Lula aproveita a onda favorvel e passa a promover reuniões por fá
'rica dentro do Sindicato, ampliando suas bases. E aqui um fato .eve ser
desta c ad o.
As Comissões de Fábrica (raríssimas) surpidas durante a rreve não
se sustentaram, E isto não so deu por boicote de quem quer que sej^, deses-
timulo ou coisa que o valh. £ de se entender que a Comissão de Fabrica -
objetivo a ser atinpido é claro - nao pode ser visto f)ra de sua lopalização
A Comissão de Fabrica ou e aberta ou n a o q Comissão. O estranho remendo de
F3-0 0-Co.p 34o
* ’n C j C’ ] l ' - C / o ’ / 010 0 9 1 ^ x 3 5 * 1 .0 mO u o ^>o C O S ^ ' *?r> J 2UÎ1 d fi p f l TÆ “ n ilí^ ^ Ç Tl M ( . I C • '•
a PARTICIPAÇÃO EM DIRETORIAS
Sendo, pois, o sindicato atual representativo da classe iimõe-se a
participação em diretorias sindicais (não pelegas, é claro), o que, autona-
ticamente nos colocaria em situação de lideranças naturais do movimento,
b - ATUAÇÃO NO SINDICATO VISANDO.TAMBÉM SUA LIBERTAÇÃO
A luta pelo desatrelamento deve c pode ser conduzida atrnvés do sindicato,
não sendo incompatível a existência do Sindicato com a organização de base;
passa, aliás, po aí o processo de libertação do sindicato; ignorar que o
sindicato atual c parte ativa e indispensável desto p r o c e s s o , é cair, na -
prática, na posição do sindicalismo paralelo.
c - A organização de oposições Sindicais e aqui se fala da tarefa de se
montar uma estrutura o r ga ni z at or ia , deve ser feita, apeno , onde houver di
retorias pelegas, caso de São Paulo, Contagem, por exemplo. Já a luta pelo
desatrelamento, organização pela baso - que vai caracterizar uma ~rática de
oposição sindical - é uma tarefa constante, devendo ser levada tar.toi pelos
sindicatos (diretorias não pelegas) como pelas ooosiçãoes. Enfim, a oposi
ção sindical deve ser entendida como um movimento ( ou seja, um ernjunto de
bandeiras c palavras de ordem específicas) que deverá se organizar em estru
tura somente no caso de se opor a diretorias pelegas.
d - 0 que vai individualizar a atuação da 0. no movimento operáric é, bá si
ca e fundamentalmente defesa dos príncipios, meios e objetivos proletários
e o que está em jogo é a independencia política e ideologica do nrvimento.
Portanto, e ponto de partida para qualquer frente ou participação a nossa -
independência no sentido de preservar (pu lutar pelo) caráter proletário do
movimento . Isto, h o j e , significa: denúncia e rejeição de qualquer tentativa
de comprometer o MO com o projeto reformista de "redemocratização" "lutas de
mocráticas" e demais variantes da rendição oequeno-burguesa.
TESE bUbrix: ò JühWi .l HJ^IÜüaL lu
_ 1
A formação de una tendência proletária no movimento de massas -
que estamos apontando como tarefa tática imediata e central - exige um ins
trumonto que potencialize as nossas forças; um instrumento capaz de por si
veicular nossa agitação - e - propaganda o por outro lado, se constituir
fto centro teõrictf en torno do qual se organize a tendência. Repetimos:
nossa preposta não c a de "fazer propaganda", " desenvolver a agitação",
"ajudar a classe" ou qualquer outra divagação espontaneísta. Nossa proposta
e n de criar uma tendência ac nível do movimento c!e massas, como expressão
Tais radicalizada deste movimento, que procura ao mesmo tempo, marter v i n
culas o u este movimento, lidera lo na luta concreta de maneira direta.
Os fatos que determinam a nossa responsabilidade como organização política
capaz de criar uma tandoncia proletária são os mesmos que vão determinar
„qup o_ jornal nacional legal seja nosso,isto e, esteja sempre sob un rígido
controle da organização; Nos não vamos criar um jornal após a criação da
tendencia, pelo contrário*ro .jornai será un instrumento oara^ a criação
da tendência, embora possa sser considerado como expressão aberta da (?. ,
0 jornal deve seu um jornal nacional. Significa isso que seus ar--
tiros de vem ,;pr inc ip al me n te , abordar temas nacionais da luta dos trabalha-
lo res C previlegiada aí a temática operária). Sendo nacional, será, con se
quente e obviamente político.
Dirigido a nassa - sem ser un panfleto, pois não terá cnm) defi
nição veicular palavras-de-orden de ação para lutas específicas, localiza-
las ou nao - será fundamentalmente um jornal de agitação; entenda-se agi
tação no sentido leninista: dizer poucas coisas para muita "ontó. Isto não o
vai excluir que o jornal faça desdobramentos, enfoques, artigos analíticos
que serão assimilados apenas por uma fração los leitores. Esta propaganda
õ claro , deve ser feita em cima dos fatos o tomas abordados.
A arçitação, deve-se centrar nas lutas atuais dos trabalhadores.
, r •. V ' ■v. •I
te
espontaneismo. Também e pouco dizer - como dizem os e spontane ist as nr. is disr
L‘" '' . ~ j- „ í• •' 'l.1 . • '•>'\ftX U**p Jyj pfr
farçados que "uevemos entrar no PT e cri?r lá dentro uma tendência, p r o l e t á
ria". i ::
Para uma vanguarda comunista - para nós, portanto, - trata-se de
evidenciar:
a - o espaço conjuntural e estrutural do PT
b - as características do PT
c - o que tem o PT a ver com a formação de um Partido Revolucioná
rio do proletariado.
d - o que fazer
Vs.
a, que faz com que o desenvolvimento da luta, da consciência e üa or aniz. -
ção dos trabalhadores se dê aos saltos, e, ciclos curtos. E e exatamente -
esta dinâmica que da um espaço real para que após 14 anos de desmobilização
desorganização e derrotismo, o proletariado tenha retomado suas lutas de mo
do fulminante em menos de um ano; e foi esta retomada ( que colocou os tra
balhadores frente e contra um Estado Burguês em crise) que dá lugar ao P a r
tido dos Trabalhadores.
Do ponto de vista conjuntural, o PT expressa as dificuldades da -
burguesia em dominar o MO, jã â crise da ditadura se soma as dificuldades -
a burguesia ém formular um nrojeto neó-populista de urgência capaz de "en
quadrar" a classe e acomodar as contradições do sistema aguçadas pela própria
crise; w aí, diga-se de passagem, que se sitaum os projetos de "reorganiza
ção partidária"; e por isso que generais-gorilas jã estão desejando "bca-vi^
agem" no retorno das mümiás populistas que estão no exterior.
Dados estes parâmetros, podemos, então, dizer de duas caracterís
ticas centrais do PT:
AB/E/L
1 ^ 3 '(£>'<6-q > k y > 34?
TESE SOBRE TRABALHO CLANDESTINO/TRABALPO LEGAL r
dência , não devem negar seus principios e suas posições poli tico/ideolcgi-
■» v .y *•.
"‘•H- • U v
,-r <
--ta s o ín - js y v e jt 1 ?.r. ^rroocrincoaob g J í t o t t ^ d r . T i a o i o í -°nu i s i t d
cilantes .
este não deixe brechas tais como sou muito amiro de fulano, trabalhamos -
— 'f'■ ‘ ««•
juntos mas, não sei onde mora, o que faz, como e sua f a m l i a , etc.
Este isolamento, mesmo nos grandes centros, e suspeito pois toda atividade
i ,i
s u s pe it as . ..
AB/E/L
'. ' y\ 1
BALANÇO DA O. (período da 5aCf. até a atual Dl)
dical; a DN considera que houve uma mudança "0 que havia mudado ? 0 Congre
sso que parecia uma farça, transforma-se numa reunião nacional onde as cor
Ao mesmo tempo coloca: "A Coordenação acaba por não existir na pra
que permanece ainda hoje na avaliação das novas lideranças sindicais. Afinal
pejorativa os amarelos".
5a , C F ___ "
da da 0.
dros , na sua maioria novos e sem nenhuma exnresão política a não ser '
entações da 5a Cf.. Tentam com isso elevar o nível de coesão da 0., esque
ficial)
centralismo pelo comp. Dé, mas mesmo assim se inauguram "critérios polítji
que coloca como um dos frutos do centralismo democrático o fato de ser '
ossível ou elemento de base se introduzido por seu valor em órgãos de di
... o preço que a 0. tem pago por esta situação- tem sido o lento desgaste
da sua coesão política interna, e ate mesmo algumas quebras localizadas '
turais pressionados pelos elementos do CN-e. mais, que quando c’a discussão
cussãp política, oois a 0. em crise não tinha direcionamento para sua in-
v ■
tervenção nas lutas, e, que o prosseguimento disto corresponderia a um su
não porque a conjuntura mudou (isto afinal era revisível) , mas, sim '
cfèc/’',ibs áó Ò’
Urtíe;h tos básicos que imnode que se retire deles o que os mesmos'
•• * '• '.?■■■ ftflH •'iT!":K*;'’ .r irrTftf itlWÍT jrfrüíXtft-Xá rofr
tpnv.dp essençial. E a, uta^-faç-ao^idealis^a,, mecani.ca, a rep^t iç ap, de geiie,-
, oo v ií íiüa oo íi.T
l- ti ri n i a mod/ijní
mt» r;í o õ oíjoq«cnr
o í io q a o i n o o ií o
d //iT’•
- rf iiaa bc MM
MM s í a x / o i r, ojn.KqO. ermracr.o
ralidades certas, mas, sempre generalidades ralidades que imobilizam a. Ou numa, oca-'
ou oin.t rar> rvi.t:>ô'?aTí/q 'mu OW ■ i\TFf,>r'/ t-tí^rj.;'r,i x* .'<»í*irtr4>Q' -2
Ssião’em quei* terminado o. descenso, ou a O . fse„faz n.^esente np movimento ’
fjjviibi rmij íewrArorntonraina;mi t.- uhiaà.' rjmMunNsmi tz4&frf Mfci/nríq*% íjrís còííib‘1
-,com alternativas tivas corretas, ou ela.se deteriorar, lentamente ,P j ; • . ; j
■tri r> O- c n to t ioujUt.jiíj
l O l / b l l l>ÍJ Sgnju ..vaípiu^íijbífiv
O O lij.fò ld R n & Illh r in t' sP
<8 SJ!TM«IN;D:>T»TOO-£>t a iiíp iaT }]fr8 t»í.jif/ Mfl\ •TLtr.>f«r j y
onde já existam e de sua criação onde ainda não existam como foi definilo
to em boletins internos não seria marxista, afinal, não são as nossas ma-,
ciência das lideranças presentes c que fez c >m que nos sa intervenção não
fornecesse nenhum fruto a não ser o -desgaste gratuito do quadro (Tal fato
da 4a, Cf. que anda meio esquecida) ,'v ■ ' * iv -.. >
! - Nas eleições a campa.iha sobre voto nulo, mal preparada, com ori^
ia existente para uma propaganda e apitaçãb mais ampla f* legal, também fra-
cassamos .• '> .í u i
1
- Quanto ac surgimento a partir do MO da’ perspectiva em torno do
Partido dos Trabalhadores: nada foi feito o internamente; houve uma divulga
sindicato" como se negar um fato político fizesse com que elenSo existisse..
sem, contM.P, £<pm 0 nBP-e onde os does. chegam sempre com 'grande atraso)
ção .
cumento específico, permitiu que o trabalho legal tivesse uma certa conti
diretivas claras para o trabalho nos bairros fizeram com que este trabalho
rar uma greve. Está portanto provada o acerto das orientações oficiais. Tu
não ser quando é "ageitad" para se comprovar um fconto de vista. Existem al-
. •i \ i 1 ! .'
uns dados que não foram levados em conta:
/ j' .' í••[*
.* ''■rr
*■ ! í ,• ’ » • •■
Só foi possível organizar a delegação sindical em tão curto prazo
anterior fruto de uma extensa tragetória que lhe permitiu desde sua entrada
que tinha por sua vez (tem) um nível bastante alto de combatividade e cons
3-0.-0-G, P ■ Lfu
^ ^ i 4 . i •
base.
balho prossegue em "1, tendo como fruto uma liderança, real nc HO reginal e
y - ’
sam até 2 meses sem discussões polticas. fcrmação de quadros é coisa inexis-
ff* i ' '
intenção pois o unico doc, tirado sobre o GRT não vai de encontro as ne ce
necessári para ser tiradas teses pela "maioria" pois não há consens-, c CN
E aqui cabe uma. crítica ao CN, nem no ROP se viu coisa igual, pois
tivos e a DN não se da conta que precisa por isto mesmo ampliar a discu
ssão tirando uma orientação \ue permita a todos os militantes p ri nc ipa lme n
alegado pela DN não pode prevalecer porque primeiro a situação nada tem de
. . f-
clássica ( posição oficial rejeitada peloCN, existente so enquanto delega
absolutamente inovadora.
fusa e discuta topicos e não as teses apresentadas o que dá espaço para uma
—----------------- —A------- ' ” I -j .
extranha conclusão:
/.! ! i
As teses foram aprovadas desde que., reescritas pois fica a recomen
)t >•
dação de se estudar e ampliar e justificar as teses sobre: COMISSÃO DE FÃ-
■ -li." 1 . • ' .■ • '
3 RI CA- SINDICATO - OPOSIÇÃO SINDICAL - PARTIDO DOS TRABALHADORES- TRABALHO
' •... , - j j l . í : . . -I ■
;LEGALXTRABALHO CLANDESTINO.
3 P , e leito por maioria como delegado para o ANO não o quadro operário cujo
sim outro quadro "porque defendia bem as posições oficiais, com clareza e
segurança". Posições estas que repetimos não são as da DNma, sim do BP que
por isto mesmo deveria ter mairo sensibilidade, poltica e deixar aberta a -
ü é è
Outros dados vem se somar aos exemplos já citados .
encher os espaços vazios, sem discussões na DN. Queremos deixar claro, que
rar correto, justo e bom tudo que chegar sem discussões coletivas.
Então para que Ativos e Conferências? Oue o Com. E.M: mande a tá
tica de adendar posições criando uma "colcha do retalhos" em que meias ver-
Outro fato negativo, e pior, não visto e o nosso n ã o >cre sci men to .
eles uma postura de "suspeiçao" haja visto que quadros recrutados a X meses
continuam tomo "candidates2 sem direit ) a voto na Cf. sob a legação burocrã
■ \!ci
Não basta situar a falta de visão e de sensibilidade poltica da
atual direção da 0». 0 problema e maior e não o superãvel somente por uma
melhor capacitação lirigente.
Como vimos rapidamente a maioria dos problemas reais da a t u a l i d a
de las lutas de classe no país foram abordados oela Direção de uma maneira
■'eral.
t~aj
...... . A
I > • 0 , p - 3 &
ê'
TR1BIHA PE T>?^r7$ W» 52 A
K
' _j ... ' /*. •*V ■ :■
Às c o n t r a d i ç O o s s o c i a i s no 3 ra s il a g ra v a ra m -s e ao lo n g o da
história da Ditadura iáilitar: aprofundoua.se o processo de concentra
„ çSo do capitali cresceu a miséria social à i>ase de uma exploração da
força de trabalho em níveis inéditos^ e aumentou de múito a despropor
çSo entre a capacidade produtiva dos monopólios e a capacidade aquisi
va dos trabalhadores. Simultaneamente, 0 capitalismo industrial pres
3ionou fortemente o latifúndio a m o d e r n i z a r - s e , e, embora sem des-
truí-io, integrou ainda mais a proauçSo latifundiária a seus fins .
„ A c e le ro u -s e , p o rta n to , a p o la riz a ç tto s o c ia l no cam p o , fa to que s e re
fle te no en o rm e c re scim e n to da m a s s a d o s a s s a l a r i a d o s ru ra is , em re
gim e de b r u t a l e x p lo ra ç S o ,
É v e rd a d e que e s t e s e n tid o g e ra l do m o v im en to h i s t ó r i c o d a 30
c io u a d e n ra s iie ira n ao co m e ço u com a J i t a a u r a . já e x is tia a n te s a e la
p o is e s t e s s 3 o m arcos de uma s i t u a ç ã o de c o n j u n t o que r e m o n ta à r e v o l u
ç3o de 3 0 . l i a s a d i t a d u r a m i l i t a r im p r im iu ao p r o c e s s o um novo d in a
m ism o , e so b o s ig n o das n a io n e ta s d eu l i v r e cu rso e ra c io n a liz o u ao
m áxim o a s te n d ê n c ia s h i s t ó r i c a s a n te r io r e s . F o is com o g o l p e de a b r i l »
e p o s te rio rm e n te com o " g o l p e d o n tro do g o l p e " em a e z e m n ro de òt>, to
das ás c la s s e s fo ra m s ile n c ia d a s p o litic a m e n te p ara que a v a n ç a s s e sem
re s triç O ie s a a c u m u la ç S o do c a p i t a l , e p ara que v i g o r a s s e p le n a m e n te a
- e c o n o m ia p o l í t i c a b u rg u e sa . Foi sob t a i 3 c o n d iç f f e s quç pôde im p la n
ta r-s e a p o lític a de a r r o c h o s a la ria l, i m p o s s í v e l e n q u a n to cre s c ia a
lu ta ro in v id ic a tó ria da c l a s s e o p e rá ria .
Todo o p l a n o b u rg u ê s de . recu p eração e ra c io n a liz a ç ã o econ ô
m ic a fo i p ro je ta d o so b re um c e n á r i o e s trita m o n te co n tro la d o p e la s ar
m as, onde o m o v im en to o p e r á r i o ja z ia i m o M l i z a d o . ii3ta s i t u a ç S o de fa
to , c o n s o l i d a d a em f i n s de 6 8 , n ao fo i, a liá s , c o m p r e e n d id a c o rre ta
m o n te p e l a s d iv e rs a s c o rre n te s da e s q u e r d a b ra s ile ira , nos ano3 se
g u in te s . In u tilm e n te 3e te n to u , p o r v á r i o s m e io s , reacen d er d u ra n -
te o d escen so a cham a d a s m o o i l i z a ç t f e s . F o ram a s co n tra d iç ffe s o b je ti
va3 do p r o p r i o sis te m a que fiz e ra m a b r i r —s e as p r i m e i r a s fe n d a s na i —
m onsa r e p r e 3 a onde o r e g im e p r o c u r a v a a b a f a r aa c o n tra d iç ffe s s o c i a i s ..
0 a p a ro liio aa re p re s s ã o co m e ço u e n t $ o a r a c n a r . i^nf r a q u e c i u a s as com
p o rta s , as c la s s o s s o cia is v o lta ra m a se m a n ife 3 t a r .
E s to a b a lo no e q u i l í b r i o s o c ia l iu ip ia n ta d o d u ra n te anos fo i
d o te rm in a d o , em ú l t i m a in s tâ n c ia , p e lo s p rim e iro s sin a is da c r i s e e-
c o n ô m ica . Ás p o s s i b i l i d a d e s de ~ d e s e n v o l v i m e n t o o c o n ô m ic o , s u p e r —o s t i
m u ia d a s d u r a n t e o a p o g e u a a e z p a n s S o , com eçam a e n t r a r em ch o q u e com
3 - 0 - 0 - G > , p 36o
■j rccc Io -c :vx '*£» aubo :'di nn-■; c. f w n ó t i r a ri-mnirí' rlr> ra.ii oo do
I^odução, durar to o chamado "milagro", fizoram croscor 0 3 custos da
produçSo o os preços, desencadeando as altas taxas do inflaçSe.Ao mos
mo tempo, os freios tr dicionais impostos ao crescimento industrial -
qo
i.o latifúndio, o o autfioto da d.r rida externa oüi proporções bo»n maio-
ros do quo o autuonto da oxpcrtaeoes, aprotundaram as çontradijffos já
ongondradas no in ter io r da indu stia. 0 s i 3tecia finaceiro ontra ota cri
so, anunciando par- breve uma cruoda na conjuntura econômica com to
das as suas c o n s e q u ê n c i a s . 3o 03ta crise vom sondo adiada,- 5 porque a
participaçtto dos invest.imoivtos estatai3 no conjunto da economia pert.u
te um prolongamonto da e x p a n s E o a i n d a que em ritmo mais lo.ito, i.ia3
os sinais da crise persistem, a tendôncia prossegue avançando. Atual
monte, a taxa da inflaçSo já 3e aproxima dos ni vois alcançados om ...
1 9ó3 o
0 prenúncio da crise coconômica, ou, om pa r ti cu la r a inflaçSto,
-.b; Lov. o equilíbrio social .antorior; as classos sociais so puse ram om
m o v i m e n t o „ A começar pela burguesia, quo desdo 74 inicia uma rocons -
truoSc lenta dos seus aparatos políticos do exercício diroto do poder.
0 parlamento se fortaloco o, desdo 7 4, perde progrossivamonte
s caracterict .cas arterioros odo orgSo do fachadn destinado a co
brir a nudez da dit-dira militar, para inic iar sua motamoríoso om voí_
culo ativo do prosees da burguesia e da p eq u e n a burguosia, 0 Judiciá
rio recupera algumas das suas chamadas ,!p r o r r o g a t i v a s " , o-a paraforná
lia dos tribunais as leis o os juízos da burguesia, começam a emor
ir da lama oa quo so encontravam, postos om rolativo dosuso, A gran
de imprensa ror.ipe e c ;
c n sur at o o capital rocupora u^a do suas aroas
p.ais importantes- Os partidos burgueses entram om criso: A Arena, quo
na- õpoca de sua fund?ç3o espelhava a "UniSo N a c i o n a l 1’ da burguesia em
o::iio do regime de exceção, começa a d o s a g r o g a r - s e ; o MOD, de núcleo
doutrinário da corrente democrática, o também orgSo de facnada, trans
::o:cma~so num veículo de oposiçUo pol ítica real - uma fronte ampla do
'oçù’es domocrática3 que engj.oba da grande burguosia à pequena hurguo
f.-id radical: e com semelhante potencial do antagonismos intornos, apo
: alimenta a ge.staç?. d© novos pa rtidos burguo3os e pequeno3 burguo
O-OS,
A classe opor.*6r::.a.GBt.'a em cena em 1978, com as duas primei-,
vas ondes do grèves, Forje m ic do .um ano dopois, as grovos já alcan
3 aram todas as grandes concentrações industriais do País, arrancando
milh Cos do opor*, rios aa i nó rei a ant eri or para atraí-los ao campo dada
luta de classos iiorta, onde entSo nascendo os prime iro s laços do so-
idariodado de cia ::os q do confiança na luta, A classe oporária sov
be apr ove it ar -s oontraáiçóos reinantos ontro as facçffos das classos
dominantes, o as primoiras rachaduras nu má qu ina da repressão, para
v m o ç p r a luta . pe los rou3 interesses p-».!óp3rio& . Esta noçíío pr át ic a do
.......... - P - V G o P
UÜU.O ^ í ü v o i U í’ us o^gCradiçOos nas iiloiras aa nurguosia para á* re-
alizaçSo de açCfos do classo é tambóra t e m liçffo do remitira o rjs
poata aos ostratogistas da osquorda pequono-burguesa, quo so espocia
iizaram eui ospocular sobre as contradiçafos ontro "oortos aetoros" do
capital - para daí tirar conclusffos sompro reformistas.
Lias todos ostos acontecimentos quo ostSo so desdobrando, nos
últimos anos, sffo os sinais procisos do quo oxpira o mandato do rogi-
no de 64> A funçSo tutelar assumida pelos militares, a aparente auto
nomia do E3tado om rolaçffo às classes, a autonomizaçSo do pode r oxecu
tivo, - om suma, a ditadura indireta da üurguesia, - está em vias ..de
sair de cona. Polo menos ató quo, eventualmente, possa ressurgir no
PaÍ3 uma manifestação conjunta da luta do classes semelhante à situa
ção criada om 64. Jicrosconto-so, poróm, que osta falôncia da Ditadura
Liilitar n3o oorrospondo à sua liquidaçffo política automática«. Pelo
contrário: a decomposiçffo da ditadura militar, e o desenvolvimento si_
multânoo dos aparatos embrionários da Democracia Burguesa, tem sido
um processo lonto o marcado p o r pressffos da própria classo aominan-
to. p o r outro lado, quando a uurguosia manifesta suas saudades da re
pública
) *f
Parlamontar, o roivindica o "Estado do Diroito", tom visado
muito mais arrancar concessffos e mudanças parciais na situaçSo.do mo
do a obter ma i o r acesso às decisffos govornamontais, do quo propriamon
te a derrocada do regime. Como rosultado, tomos a política do "disten
s3o gradual" e "institucionalização", ondo o velho regimo vai perden
do terreno, vai absorvendo sob pressffo os instrumontos da Domocracia
Parlamontar, embora o 3alto qualitativo na passagem do uma forma de
Ditadura Burguesa, para a outra, ainda n3o tenha ocorrido, A Dita-
dur i/iilitar ainda sobrevivo. 0 fato é quo a burguesia age sob a dinâ
mica da situaçSo imodiata, e a exporiôncia histórica mostra „que ola
dic exccçoo
somente concorro para o fim imediato do sou governo/quanao a luta do
classes já levou a dotorioraçSo do velho regime a um ponto insustentá
vol. Dovo-so considerar, poróm, quo os acontecimentos do poríodo atu
al gporam em diroçSo a oste momonto crítico, quando a conjugação do
fatoros promovorSo o salto qualitativo na rostauraçSo da ditadura vo~
lada e dirota da burguesia.
A "abertura gradual" é a estratégia escolhida pela ditadura
mil it ar para sobr ovivor sob as prossCfes pola rede mo cr at iz aç ao . Contra
dito ri am on te , ó também a estratégia que vem criando os próprios mar
cos da sua d o c o m p o 3 i ç a o . Esta situação contraditória acelorou-so bas
tante a p a r t i r da fa3o final do governo Geisel, quando as prossCfes da
burguesia po r uma mudança na situação já iam bom longe: os grandes
jornais davam coDortura a manifostos da burguosia paulista e a outros
tantos manifestos o atos públicos da poquona burguosia democrática,
o virou moda falar ontao em "mobilização da 3ociedado civil".Exproa
3?ío dosta roalidado foi a candidatura do I.!agalhtro3 Pinto à prosidon-
F3-0-$-6,í> 369
’•%5*
n3o ó co n tra d itó ria com os seus planos de Democracia. Jomonte o desen
volvimento da lu ta o p e rária , 0 a conquista do uma liberdade sin d ica l
solidamonto ombasada em organizaçCfe3 do ba3e l iv r o 3 , p o s s ib ilita r ã o u-
ma maior libordado de organizaç3o e m anifestaçSo.
3o a conquista do3tos marcos políticos s3o tarefas imediatas
que a história coloca para classe operária, as lutas recontes indicam
que já ostíío om ma rch a as forças novas que consoguirSo realizá-las. A
-greve de março no ABC contem a este respeito indicativos muito impor-
- -tantos; duranto a intervenção no'Sindicato, sob o assódio da reprossSfo
aborta, o movimento grevista encon tro u unidade e disposição suficion-
tes p a r seguir adiante, ultrapassando a barrçira aa logalidaáo.üista ca
-pacidado do luta rovolada xiostroií quo as potoncialidados do ínoviínonto
>+ v. .
ultrapass ar am as volhas ostruturas. A liçSo implícita noste ©pisódio ó
■%,
,,<quo o Sindicato Livre nSfo só ó necessário, como possívol, - pois o m a
terial para a sua construçSo já começa a aprocer nos acontecimentos om
curso, 0 mesmo se podo dizer da gevo do outubro-novembro om 33o Paulo
om 78: as ComissCfes do Fábrica, e as fraç6fos mais atuantos ds ma ssa ,
" J rounidas em Assemblé ias Gorais, p a ss ar am p o r cima do Sindicato e van-
■»- guardoaram duranto vários dias .uma greve do quaso 500.000 operários,
E na grovo geral dos móta lúr gic os do Rio do Janòiro, a primoira depois
7* /f. f
do 64, foram aa piquotos movòts, .^organizados livromonte pelos e le me n
tos mais destacadas o mais firmes do prolotariado* carioca, q^.e garanti
ram e o Òx.ito inicial o a co nt in u! dado da m o b il iz aç ão ,p or vários diao.
Outros e x em pl o 3 p o d er ia m sor l e m b r a d o s , 0 fato ó quo, sob a camisa de
força do oindicato a t r o l a d o ( ijuo a m d a oxisto uma força nnv'i ot)iíá
■1 J ; *.
y i /'
-6- ' ;
nasçendo, e ameaçando romper essas amarras em "rounds" s u c e s s i v o s .. A
grande massa operária ainda nSo tem consoiSncia das possibilidados
que as suas açffes encerram, nem conhecem, ainda, as formas adultas
daquilo que está sendo criado . i-as qualquer grupo de vanguardai, quo
m er eç a este nome, tàm o'd çve r do -co-ntribuir para que se doüonvolva
da me lho T.-foma estos;icjfBífa^s^^bri^xnáxios polo Sindicato Livre*
0 fa.to ê que os sindicatos no Braail continuam atrelados ao
Estado. Ê verdade que, com aa gtf&ndes- lutas de massa do período • re
cente, começou a de-fooç3o doe palegos mais dirotamente lidados,
gime militar, w > a pricipais Sindicatos do, fcaiô, er, alguns outros procu
rap se a da pt ar aos novos tempos jtentando n o d £ f i c a r « u a imagem. Mas
este fen&cieiid da di-namizaçSO do S in d i c a t o atrelado e o surgimento de
diretorias combativas n3o ó novo no Brasil,. Já ocorreu antes, em ...
1945 -46 e antes do golpe do 64, quando.;os reformistas ocuparam o apa
folho sindical oficial, e desempennaram funçCfos de liderança nas lu
tas do período,, pias doixando inta.ç£a a estrutura mo-ntada pela burgu£
sia durante a ditadu,ra do Estado- N o v o . Alguns sindicalistas novos ,
coCio a diretoria do Sindic ato de SSo^eicnardo, chegam a so distin -
guir dos sindicalistas çlp .aji|.e£ do .6.4 a j p o r ura estilo de atuaç3p m a
is independente em rolaçSo ^os partidos políticos o f i ci ai s. . Entrotan
to, também estos est3o ^uh.çreinados ao.si„ liraitos da logalidade e da3
regras do jogo Uo Sindicato Atrolado: quando o^Sindicato de 33ò Ber
nardo desempenhou o papelv do articuladQ'i: n^s grandes AâsomblóiaS: da
greve de março^, a ditadura m i l i t a r apelou ;pa.ra aSj IreiSntradic-i onais o
decretou a intervenç3o. oííí-u .iv ■
M a s voltemos às manifestaçOfos iniciais do lL ü fpjUÇas-, qjie ton-
dem a convergir para a sustentaçSo do um Sindicato;Iã.vre: olasü n3o
surgem apenas nos mom entos críticos das grandes mobilizaçffos o gre
ves. Os racvimentOB pormanontps pelo Fundo "de Greve, tranforuados em S o
ciedades Civis na regi3o do a BG, e os movimentos do OposiçSo Sinoi -
cal, especialmente a 0,3. do S3o Paulo - pelo monos no que se 0 rofero
àquolas setoriais quo souboram se v ol ta r para a orftanizaçSo .d): m o v i
mento fahril, - correspondem a outras tantas formas de luta polo Sin-
? • ...... -
dicato Livro. Formas do luta quo so tornarSo par ticularmente imp ortan
tos na m edi da em quo 3e 3ustontom nas * organizaçffos fabris, o na
me d id a em que so unifiquem em torno de uma me sma pla taf orm a de luta
contra o atrolanonto.
Os novos sindicalistas, cujo roprosentante mais destacado 6
Lula, tem sido, atl aqui, força3 vacilantes no combate ao atrelamonto.
Aproxi ma m-s e mais da posiç3o reformista, quo tradicionalmente procura,
a l to ra r o sindioato a p a r t i r da. m o r a utilizaç3o da ostrutura ox i3 ton-
te, sem colocar em primeiro plano a luta pela sua dostruiç3o. É corto
que a apropriaçSo de diretorias sindicais já resultaram em consquSnci
^a-0 <p G.p Séá
íj,^ i vuc^ uv> í*it.ioAtí\(* u 1 1*01 aiiionto * foi o caso o.â oxporiSnciâ jâ
c l á s s i c a da atuaç.So da D ireto ria do 3indicato L e ta lú rg ico do Osasco,
en 6 8 ( f o i ta a rossalva quanto ao orro ontSo conetido do fazer da se
de sin d ica l o centro dos conitôs ao onprosa) „ Las o oindicato de 33o
Bernardo chofSou a desencorajar, abortanonto, a foruaçSo de conissffos
l i v r o s , tontando ligadas ao 3 in d ica to , ou so ja , tontando tra n 3 fo m á -
. . . -
- l a s on moras Dologaçüfos Sin d icais t r a v o s t i d a s „ 0 quo n2o chega, con
tudo, a ig u a la r ixiteiranente e sta corronto às antigas cupulas r o f o r -
..listas de antes do ó4: en a a is do uaa oca 3 iSo, Lula sonhe eoLocza>«o
ao lado da3 nanifostaçffes avançadas das hasos o p e rá ria s ; por esta
raz3o, I una co.tronto quo, polo nonos on p arto, podará v i r a so r po
larizada pcu.m-forto movimento ccntra jq_atrclarocnto sindicrl.
A3 potoncialidado 3 atu ais do novinionto oporário rovolan -3o?
ainda no ropúdio aos p artid os ^or^uosos pelas lid orau ças n ais coa.ua
tiv a s da c l a s s o . Esto a3pocto do conportanento da lid eran ça ten
raízo3 profundas, corrospendo a ansoios o pressffos difusas vindas;
da nassa o p o rá ria ; já vinha so eshoçando an terio m o n to , nosno duran
o dosconso, quando as oleiçffos parlanontaros fazian v i r à tona, nas
zonas o l o i t o r a i s do concontraçSo op o rária, enoiuo quantidade de vo
tos nulos, Durante a grovo na Fiat do Hio de ja n e iro , os o p e rá rio s 1
h o s tiliz a ra n tanbon as lidoranças donocráticas da pequena burguesia,
que ptfetondian a r r a s t a r a nasca on lu ta para as nanifestaçffes pró-
- a n i s t i a . P o r outro lado, a chegada do Brizola no País, anplanento'
anunciada pela imprensa burguesa* nSo consoguiu provocar o p retendi
do inpacto sohre a classo o p orária, ou pelo nonos sobro as sua3 ’
lidorança3 n ais atuantes o nais p roni33oras. 0 r e la tiv o esvazianen-
toda 3 volhas s i g l a s e nandoiras dononstra quo un conteúdo novo voa
so alastrando ao longo dos últimos anos, o ganhando inpuso nas gro
vos a tu a i 3 a E oste contóado novo já coaoça a aparocor, já conoça a
ganhar fom a e x p l í c i t a na canpanha pelo PT: una coapanha ato a-
qui aponas esboçada en círc u lo s do lidoranças s in d ic a is , rnas quo
so alinonta no próprio novinonto oporário , o por i s t o tendo a f i r -
mar-so. E 3 o f i m a r á efotivarionto 3 o consoguir aparecor às nas 3 a 3 '
da cla33e cono una a lte r n a tiv a à 3 velha3 fóruulas t r a b a lh i s t a s ,o so
soubor vo n co r investidas da poquona burguosia no sontido do tr a n s -
forn á-lo nuna "Fronto Popular", ondo os intorossos do classo do pro
lotariado ostarian dovidanonto d ilu íd o s. En outras p a la v r a s ,olo cor
rospondorá às condiçffos lato n to s para a sua e x is tê n c ia so con
soguir so r una Frente única en t o m o da3 roivindicaçOfos da classo '
contra o capital,
Mas o dosonvolvinonto da canpanha runo à roalizaçSo p rá tic a
dosto c a r á to r ó, por onquanto, aponas una p o s sib ilid a d e . Já f ic a
claro dosde j a v dosdo a nasconto, quo o cur 3 o do PT ó disputado nu~*
^ 3 •(i) - (p '(ò ,)p* 3
XtfcCi* **dO j^wü Uj.. ix« d O>r r J-x *.03 il03 ui 3 ^CLGCiOCr a t Í S t a 3 qiO Opta
ran poio Í.ID3, o P T 3, .o to ) . ■•*?«&' t a h bóa co n tra as Cqrrentos poquono-hiir
burguesas r a d ic a is ovo visa... doutro dolo o priaado da f r a s o o i o 3i a do
a o c r á t i c o g o r a i . iías p r i a e i r a s reuni ff©3 da coapanha ro a liz a d a 3 no Rio
de - J a n o ír o , osboçara .:-so 3ua dua3 a l t e r n a t i v a s para o PT: a p r i a e i r a
da “qual ao aproxiaar&n a l üuns dos soua p r in c ip a is lí d o r o s a tu a is
coaó Lula o Joso I b r a i i , e n fatizo u i to ro aso s e s p e c íf ic o s da c la s s o o
p o r a r i a , or.õora quasa sonpre con cilian d o con a o u tra c o r r e n t e ; os
ta o u tr a , l i ia rada por pa r l a l e n t a r a s da pequena jiur._;uQ3ia r a o i o a i ( l a n
Çaderes (^ / ^ ^ i d p . ^ptulsar.^i^o -vasa^do. a l’diiIui''s.çroí‘i^óf^ ) in^gT'
ro3áos oporáriõ3 nuna v a a ta p la ta f o rn a d o a o c rá tic a ^ o ra l ondo 3o r o 3 -
salta a bandeira is, C o n s t i t u i n t o «. Tudo indioa quo o3ta luta já esboça
da acoooanuará o nasci ,anto do í T o dofinirá o so* caráter. 2 oara'
quo a definiçSo corronte do PT coao "Fronto da C H a o s o " , contra a3 as
*
"Fren to3 Áaplas" da burguo3ia, adquira ua contóiido p r á t i c o o venha
a p re v a io c e r, polo nonos duas condiçffos 30 oolocam: oa p r i a e i r o lu
g a r, a p ro ciso quo a3 lid o ra n ç a s consigan desdo o coaoço, i s t o 5, do3
do j á, c o n t r a r a caapanna na defoou da3 .reivináicaçffoo oconôaicaa o
p o l í t i c a s da ciaoso o p o rá ria , inoedindo do3 do já quo p re v a le ç a aa con
toúdo do "fro n to p o p u la r"; on segundo lu g a r, 5 p re c is o quo so r o a liz o
do fa to a ja anunciada intonçSo do l e v a r a caapanha prcnpT 03 .jasos o
porá r i a s , nas fá d r ic a s o no 3 b a_rros o p o rá rio s , de cio do que so co n si
ga p o l a r i z a r ao aoln oros fo r ç a s do novinento o p o rá rio , - a vanguarda’
quo so destacou na 3 greves à fre n te doa pi que too o das Goaisaffos.
0 novinento op orário do3 ú l t i a o s dois ano3 d o fla g ra -3 o 3 íeiu1 -
taneacaonte aos aov iaen to s 3 a l a r i a i s da pequena—purguooia: a quo^ra do
e q u ilíb r io s o c i a l do período a n t e r i o r ian ça taabea no conário nacio -
nal nuaoro3oo con tin gen tes da pequena—burguo3ia ea p r o l o t a r i z a —
; . . y., . . • .. • ’ í,(
j V . -
” 9- -
jetiva e a realidado política vai unia distância: a condiçffo para es-
ta unificaçSo e o desenvolvimento do M O e sua transformação em movi
mento independente.
M a s a proletarizaç3o da peque na -bu rg ues ia nSfo é uaa tenden-
cia única. A acumulnçSo capitalista comporta a ascenç3o social de se
tores da P B , o que aconteceu de r.iodo pa rticularmonto marcante durante
o "milagre" . A pujança deste fenômeno explica a força como vem se d<3
senvolvendo as correntes políticas da pequena-Du r^u es ia que se a-
farram aos "terceiros caminhos" entre a burguesia e o p r o let ari ad o ,
i,iai3 ou menos a p art ir de 74 começam a 3e ma n i f e s t a r as palavras de
ordem de luta contra a atual ditadura militar, acrescidas de res
salvas que estendem a menci ona da luta contra "todas as d itaduras,quer
de direita, quer de esquerda". Nffo o de so estranhar que hoje se m a
nifestem, simultaneamente ao apoio dade ao PT p o r algumas lidoranças
o.a PB, correntes alinhadas com o chamado "Partido Popular" (ala au
têntica do M D B ) , de cunho democrático geral e com veleidades de es
querda, ou com o novo PTB, de cunho social democrático e com certas
vinculaçffes intornacionais com o P3 do M a r i o òoares.
A evoluçffo do movimento estudantil ao longo da dos últimos '
doa anos é tamjoém um atestado de como o capitalismo pode noutrali-
zar as tensOfos sociais em setores da pequena-burguesia. N as grandes'
universidades, onde há dez anos o M E assumia atitude3 de dosafio à
ditadura militar, hoje ressurge um movimento imbuído de l i b era li s
mo açucarado, e uma liderança de esquerda democratista sempro muito
pre ocu pa da em delarar-so moderada. A nova U NE é sintomática do re
trocesso representado pelas novas lideranças, sendo que as novas li
doranças retratam a realidade do movimento. E corto quo esta ten
dência, p o r outro lado, também nSo é única, nem deve ser permanente.
0 M E m a nte m façCfos minor itá ri as receptivas a uma aproximaçSfo com as
luta3 dos trabalhadores, fraç0»e3 estas que sSo hoje influenciadas p £
las corrontos contristas (peiuanecendo alguns bolsCfes isolados sob
influência da corrente proletária). Esta situaçSfo, entretanto, nSo
pe rm ane cer á a 3alvo da crise quo se avizinha, nem da radicalização '
já om m a rc ha nas luta3 do classes. 0 desdobramento da criso e o o
surgimento o um movimento oporário independente haverSo de reporcu -
tir neste quadro o a b ala r esta configuraçSo, - e pelo monos provoca
rSo uma divisão mais acirrada dentro do ME»
M a s o grando pr oblema atual é quo e3ta inflaçSo de .. frasos
democtáticas gerais que partom da p o que na- bu rgu os ia ,o om p a r t i o n l a r - f .
"■Á jJLtoc anos que a 0 . afirma que o próxiao passo a sor da-
j.0 pelo proletariado bra3iloiro s e n a o 3ou surgiaento coao _ulasse
indepondonto nes l\itao do classes no País. Traduzindo ea conceitos ’
o3trategico3 osta avaliaçSo sobro as possibilidades objetivas, defi
nimos. taaboa há auitoe ar.osv quo o objetivo aai3 próxiao a s er visa
do p o r nós, :.ia nons a intorvonçEo como vanguarda nas lutas da classo,
seria a foiaaçSo do proletariado o o q o classe independente.
E sta li n h a e ot rat egi ca foi interpretada, ea várias situa
ções. de a a n e i r a dafoiaada. A p a r t i r de 1970, dentro do ponto aai3
baixo do descenso, tentaao3 realizar este objetivo dosconhecondo as
ocndiçtfos objetivas. M a i s tardo, quando se foz a crítica ao PTC? ,
jhogaaos c. uaa vuriante oposta do aeoao esquerdisao: adaitiaos quo o
- li»otivo ostratogioo n5o poder ia sor roalizado naquela conjuntura ,
as ''desoobriaoo" taaboa quo faltava na tooria da C. ua l uga r resor
. .do par a ua objetivo intoraodiário, que fosso oaa aoõiaçSo entre a
^ t r a t G g i a e ao condiçCfos do aoaento. Intitulaaos a pretendida in
ce ...:odia çUo de 'tática", C objetivo aaio próxiao dooceu, a 3 si...,do ua
ujgrau, o au d o u de noao. Esta revi 3 3o da3 tarefas o do 3 conceitos foi
«io-'.piotada depois: logo 3 oria a voz do 3 o chaaar o GRT do objotivo 1
orato 0 ioo„ L ao ta ostratógica, ao alto rar-s o dosta foraa, tornava—
■o ua objetivo distante. 113o cabo aqui d esenvolver uaa crítica a ca-
.a uaa dar- ...owi ’ eocoliiicas *iaçfuolo período noa à coa.íus3 o de co*ice£
'■03 quo so iaplantou: e 3 tao críticas foraa foita 3 pola 5a ConforÒnci
; quo aprovou o a utoctítica na T3-41, M a 3 intorossa a o s t r a r quo a 0.
-3 o.'_ou oii'j3o uaa .incoaproen3So coletiva sobro o probloaa da ostra to
•2 - a,
abarta 3 nas lutas s . curso.- E,uma voz que, ne3tas oondiçtfos, torna-
-so justo adn iti r qua a roalidada pa3sa a "3:ábi r a iiéia", ou-ura nffo
podo sor a nossa atitude sonffo a da lu t ar polo objetivo o s t n t é g i -
co traçado o, no3 linite3 das no3sa3 forças, reforçar as condi< Tas3ub
jetivas para qua "a e idéia possa exigir a sua r o a i i z a ç & o " . K nossa
linha estratégica a inteiramente atual.
Trata-3e entSo ie sa iocionar entra as oxperiencias atuais do
movimento operário aquelas que carregam consigo a po33inilidaae de
3a f i n a r , o da fazer girar pára frente a roda da li stóri a .Trata-se
do selecionar, entre os passo3 iniciais do üioviaento operário,aquelea
que poderSo ter continuidade a que podorSo forjar as aç^os de classe.
E cor.io foi discutido na primoira parte leste documento, os movimon-
toa tendentes à transformação qualitativa do prolotariado oonfluom
hoje na3 nanifestaçifos embrionárias do luta política ^olo Sindicato '
úvro, 0 Sindicato uivre passa a ser po3sívol porque a vaz do3 operá
rios nas fábricas já sa fa z ouvir, e as sua3 organizaçffos do base li
vros já qoneça... a so f arm ar durante as lutas: a amadurecimento do a t a s
forças novas fará saltar pelos are3, em nil pedaços, as curtas amar
ras do Sindicato Oficial,
Co n tr ib ui r para o amadurecimento da luta política polo Sindi
cato Livro é uma tarefa cuja condiçJSo mais ampla, om última análise ,
é dada pela tarefa geral de estímulo a todas as lutas atuais da clas
se contra o Capitaj., - cujas manifestaçffes mais importantes tôm sido
as grevos salariais e a3 ^reves contra as demissCfos políticas, - o o
estímulo à3 formas de organizaçSo livre das bases operárias: as C o m i s •
3 ;'os , om primeiro lugar, mas também os pi quo to 3 o os ComitÔs da ba 3 o
Io Fundo de Grove. iVias so esta 5 uma condiçSo gorai, a tarofa m e n c i o
nada sa traduz oapocificadente na necessidaáo de uma tática de comba
to ao sindicato atrelado. 0 Sindicato Livro ntfo nascerá automatica-
monte das lutas salariais 0 das organizações de base: ostas stfo a sua
conrliçSo nasica, raas sobro as cruais se deve desenvolver o combato po-
ítico específico contra a as tritura atrelala, e a favor do for..a3 ai
v/jrnativa3 inteiramente livros do contròle 03tatai. Esta luta po lí ti
ca dove ser ro3unida na 3aguinte plataforma:
“ Contra o controle finrnc ;iro cxorcido /cio ' inisiério do 1 rtbalho (ouo v pcoc-
c. foricção dc fun-V.s d;. xeve)
- OTCitrr o st«-tuc v r. o feje ;i x-,k; os c cr;:rios rir, se arhsniz'.r«m d« mr r.c'r:
.'is .T.’.ci jPtc _ co dircooos sindic: is vis rc. vr :cnK +.iv? s)
- caitrt o co i-:s; 0 d. cnçuc-drortnto sindical do ir3s :crio do 'rr ’.nlHo (> nr de-
tcrrúnr z. estrutur. n~o c/x 1.1f biv 0 cu; ntit; Ü w dos sindica os)
- Por u i. Central r.:d dos Sindic. tee
- Contrí o ütestido dc idoolo^ti
- Oontiv o arti.jc 528 da 017 (c;ue cutox’iz;' in' rvençFo do iniá'ório do r- -Lio
nos Sindic.-tos)
- Contra o i.i' sto siiviical
á dinÊaica do aoviQonto atual no3 coloca em oirounstinoias
bem divorsas daquelas vividas na década do 60, no3 dias que procodo -
rar.i o golpo, boa coao no o anos imediatamente 3 oguintos. Antos do 64 ,
vivíaaos na p ersp ectiva ima dia ta do ua confronto do cla sso o ; no3 ano3
soguinto3, tínhamos notivos para e3porar para brovo a configuraçSo do
condições para a derrubada revolucionária da ditadura a i l i t a r , o nos
dirigíamos a uma vanguarda reluzida mao ba3 tanto rad icaliz ad a do pro
lo ta ria d o , quo mantinha ao expo Qõativa3 abertas om 64 quanto ao ques
tionamento da ordon burguesa. A situaçSo atual é o u tra .
Hojo, a ditadura M ilita r já esboça sua 3aída da co-ia, aíé
aqui sol> pleno controlo da Lurguosia. Quanto ao movimento oporário ,
as condições do lu ta hojo nSo colocaa a questíTo do jodOr na ordera do
dia, noa problematizaa oa torno di3to a3 forçao despertadas na3 lu ta s
recon tos. A h is to r i a das greves oporárias quo e 3 t~o oclodindo têm s i
do, até q a i,a h is tó r i a do reivin d icações s a l a r i a i s , de cnoque3,no seu
io co rro r, com a ropre3s3o e 3 t a t a l , e do primeiras manifestações lo
defesa p o l í t i c a do movimento (as grovos contra domi33Õo3) .
Cogitamos, aciaa,
a possibilidados do ua desdobramento da si-
tuaçífo ruao-a uma 3ituaçáo rev o lu cio n á ria . Ma s e fundaaontai ooneide-
rar quo nílo e x i3 te a no movimento atu al força3 pondorávei3 da ciasse o
p orária que se aoviaontoa conscionteaònto para o questi onaaento da or
doa s o c ia l o do podor p o l í t i c o . Es-oa roalidade concreta ntfo podo 3er
de3 con3 iderada. A realidade a 3 e r trabalhada c a r a c te r iz a -s o por ua ní
vel ainda baixo do exp eriên cia, de consciência o de organizaçSfo.A pro
blooatizaçSo c o le tiv a da cla33e ainda 3o dá em torno de questõo 3 riais
ía o d ia ta s , lig ad a 3 à lu ta pela melhoria do nívol do vid a. Á nossa a tu
5 S0 toa quo le v a r oa conta, noco3sariaaonto, e sta s itu a ç õ o . No entan
to , ajudando a dosenvolver 3ua3 potencíálidade3, estaroaos criando pio
"iGoas p o l í t i c a s para que 3o possa esp erar a hegeaonia do p r a l o t a r i a -
lo nuaa futura re v o lta popular.
A vanguarda coauni 3 t a devo, portanto, i r ao encontro do movi -
lonto h is tó ric o que assim se dosonvolvo diante dos no33os olhos : de
vo -sabor in te rp re ta r ao reivindicações a a i s impo rt ant e 3 já esboçadas*
nos pa 3 3 oo do movime nto r e a l . Especialmente a 3 roivindicaçõos sobro
caja ’^ase podo se g ui r de3onvoivendo-se a concieicia dos o p erário s, iis
to o o papol ia bandeira do luta pol í ti ca pela Linerdade S in d ica l.
í£ nocossário l u t a r para que a aa3sa o as corronteo de vanguar
da clas3e ■»
operária se unifique;i ea torno dos i n to r e 3 3 es iaed iato 3 da
clasoo.El^ii zZo o ponto de partida para qao oo operários se constitu
ea classe e para quo, r.ais adianto, nuaa 3 ituaç3o revolucionária,elos
po3saa abordar na p r á t i c a os pronloaas funaaaentais da luta pelo po
der e da HovoluçSo Socialista. A poosibil ida do dosta Frente únioa,quo
lovante as reivindicações s a l a r i a i s o a bandeira do Sindicato Livro ,
nSo o una poosibilidado remota: ela já e3tá aberta hojo nao priaeiras
F 3 - ^ - 0 - G , p - 3 3 4
'
* ""I0—
a rticu la d o s polo PT. C PT poao vor a conprir o papel lo ua o rg an is-
rno nacional do Frente in tro a 3 divorsas corrontos oporária 3 , doado
quo saiba dosdo já r o j o i t a r a 3 to n ta tiv a s la Lurguosia o da poque-
na—Lurguosia oa tra n sfo ru á -io i i x a reodiçSo Io tr a L a lh is a o , ou. das
"fronto3 popularos".
Coao vanguarda, toaos quo „.re tender a co n trib u ir para i .puis do
nar as demais fraçCfeo quo foraarSo o PT. i.ias o3to papel -i3o poderá '
sor alcançado por una sinplos autonoaoaçSo. Elo será possívol 3 o
p a rtic ip a m o s dirotaaonto das lu ta s quo o3tivoroa ao aioanco aa3 nos
sas fo rç a s , ou 303 a, 30 dontro do3 l i a i tos da nos3a oapacidado a a t e -
r i a l , :io3 eapenharaos oca coabator polo3 aoncionados intorosso3 oLjo_
tivo3 inodiatos da classo*
É a presonça d iro ta na3 lu ta s quo c r i a a l i do ran ça. Z o, sobro_
tudo, a prosonça organizada, nas áreas nais iaportan tos do aoviaon-
to oporário, que garante y. a lido rança r o a l . Dovoao3 , portanto, fu g ir 1
dos orros já coaoti-dos oa aoaontos passados. Devoao3 fu g ir do a g ita
cioni3ao iso lad o , q.*e ignora a noco33odado do fo rça 3 enraizadas no
aoviaeivto para quo so possa i r colhondo os rosultado 3 da a g ita :3o do
sonvolvida. S deveaos fu g ir L taaLón do propagndisao i3olado, jue õi
rige a vanguarda propostas d e stitu íd a s do ro3paldo do lidorança3 0
do fo rças organizadas no aoviaonto. Jüa outra3 p alav ras, nSo podeao3
protendor una iu flu â n cia sonro o aoviaonto oporário unicamente aodi
ante a agitaçSo e a ?ropcj-ndc . pois osto caainho nos to rn a ria íuaa ’
pequena 3 e i ta coau n i3ta, fí a p articip açS o d irota na3 lu ta s que dá vi
la à agitaçSo o â pr 0 pa.3 er.da. E 6 por i 3 to quo, dosdo já , procisaaos
dispor nossas forças o., fá b rica s o regules in d u s tria is do grai.de im
portân cia n acio n al; e dosdo já conLinar e sta aoividado do onraizauon
to coa a agitaçtfo 0 a propaganda.
Ao grovos rocontos co u fim a ra a o sta antiga liçtto das lu ta s do
c la s s o . Especialaonte naquolas exporiâncias ondo e stiv o a o 3 presen-
t o 3 , podeaos vor clara;tonto quo a3 lidorança3 ro ais do aoviaonto 32o
aqaolas qu.o tra zo a o apoio do forças organizadas nas fá b r ic a s , as
quo o3tSo prosentos nas fá b rica s ondo a claooo passa a sua v i l a colo
t i v a , pois 0 l á quo o 3 tífo os nervos da vida do aoviaonto oporário.
i.ias ao aos.no toapo oa quo aderiaos ao aoviaonto a t u a l e conba-
toaos p o lo 3 in to re3se3 ia e d ia to s la c l a s s o op erária, toao 3 quo a ta~
rofa do defender o futuro desse aoviaonto, toaos a t a r o f a do tr a n s -
fo ra a r a nossa t e o r i a oa instruaonto do lu ta ideológica na d efesa
uas condepçCfos s o c i a l i s t a s sobre 03 fin3 gorais do aoviaonto oporári
o . iüsta lu ta ia o c lo g ic a devo so r levada nSo apenas para a va._0 ^arda'
o p e ra ria , rias tai:be 1 à ia 3 s a ; dove so r tra n sa i t i ia arincipalnonto na
propa^ancLí*, na o i / a . n a a.^i ta^So. i* o indispensável le v a r 0 ’ co •t 1
o estag io atual ua consciência ro in a to , para que po3 saaos usar uaa '
linguagea coap roensível. Ua dolosa do nosso prograna, 0 no cocLato
às posiçffas domqcrati3tas, dovomo3 r e c o r r e r contanteaente aos exoa-
plos da oxperxõncxa h i s t ó r i c a , evitando as formas do .arguaontaçSo .ia
i s abstratas. Coao afim o u o comp. E.íi.:
"líosto contoxto n£o devomos p assar _;or oiina das d if ic u i l a d o s 1
quo 0330 in íc io ^do traDaiho do massa t r a r á para oa nossos m ilita n tes.
Estou ao r o f o rindo às divergSnoias mais frequentes quo v2o encon-
trar soio da massa. Quoro dar ua exemplo: aosao oporários o ooa
consciância do classo acoitam a palavra do ordom da C on stitu in te, co
ao ua roaódio para s a i r do dilena da Ditadura M i li ta r (a mesmo quan
do nSfo ostSo Ctispos «os a v o ta r polo aDB) . iiosso ca 3 o nSo podo-ios co
meçar com uaa argunentaçtto to ó ric a sobro a revoluçtto burgue3a o so
c i a l i s t a ou con probloaas do p rin cíp io do lu ta do c l a s s e s . Tomos quo
podor e x p lic á -lo s quo enquanto ntío audaroa as o stru tu ras s o c ia is do
paÍ3, enquanto as m a s s a trabalhadoras nas cídados o no compo ntfo r a -
cnaroa a tr a d ic io n a l máquina p o l í t i c a , a burguesia o o la tifú n d io '
tortfo a maioria oa qualquer C onstituinto e quo osta será um in3tru -
monto que s e r v irá para co lo ca r o doaínio b u r g u o 3 - l a t i fundiário '
em novas base3. Is3o om caso de suporaçtfo do a tu al região m i l i t a r ,
pois so o prosonto rogiao convocai' a C o n stitu in te, t r a t a r - s e - á do
simplos ten tatxva do sobrevxvôncxa. Ess© aspocto da quostffo é co..i-
proonsívol para ua oporário, quando a^rosontado oa linguagem apropri
da - principalmente quando 3 o tomar o exemplo do Portugal o o
papel contrarovolucionário quo a C onstituinte dosoaponhou naquele pa
ís "
e s t a recyaondaçSo f e i t a poio co m p . S r n o s t o u a r t i n s n a s o i a - s o 1
n a oxporiônoia de h a r x . 'Io j o , om circu n stâ n cia s id ô n tic a s , diante do
ua movimento oporário que apenas renasce, 5 preciso t e r ua método de
terminado na defesa do futuro do aoviaonto, da sua marcna futura o
dos 3ou3 fin3 g e r ia s : é prociso so r violento no fundo, mas modorado
n a fo ra a . É preci3o p a r t i r 3ompro da exp eriência vxvida pela classe
para se chogar às conclusffo3 comunistas. É p reciso m ostrar, por exom
pio, quo o crescimento c a p i t a l i s t a do3 últimos an dez anos, o crosci^
monto da indÚ3tria o do oomórqio", a produçSo de automóveis o a r t i g o 3
do luxo, e t c . , nSfo só diminui a-m iséria dos trabalhadoros como a au
montou; partindo destes fa to s , m ostrar quo onquanto o regiae s o c ia l
pom anecer sobro suas antigas b&3os, a a qualquer novo desonv. Iviaen
to da capacidado produtiva do trabalho só i r á aprofundar o abi 3 ao '
quo separa hoje a ^erguesfa da classo o p e rá ria . Devo-so toabó:; tonar
os exemplos das conquistas alcançadas pela cla ss e nas grovo 3 ~>ara 1
aos I r a r que a economia p o iív ica da cia3so operária pod© so sobrepor
à oconoaia p o l í t i c a da burguesia:' que ps aumentos s a l a r i a i s tom si
uo vitorj.w.s p arexais neste 3 ontido t mas que a classo devo 3 e ropa —
rar para le v a r tas ta s v i t o r i a s ..mais adiante, lutando paio controlo dos
j r o j e s ; cuo o controlo dos preços poderá so estoi fier -'.a lu ta o tra n s —
* 0 * 0 *G,\0•^36
linguagem."
Mas o necessário f r i s a r mais uma vos: a bandeira do raail
o o c i a l i s t a , a 3or levantada segundo os c r i t o r i o s d iscatid o s aci-ia,
devo e s t a r pro3ente om to da o as fron tes onde atu am o s: no trab a -
lho do fá b ric a , na atividade sondioal, na campanha polo PT o nos
nossos instrumentos do agi t-p ro p .
Fin alm en te,resta consider«-r que na nossa propaganda,isto 6',
na defosa mais oompleta das ^osiçCfos revolu cion árias ^ara um pú-úii-
co mais roduzido do o p erário s, dovo o s t a r incluída a toso do gover
no de tra n s iç S o . Ê p reciso e x p lic a r que o surgimento futuro de uma
situaç3o rovolucionária no B ra sil poderá c r i a r uma situaçSfo tal
quo a burguesia já nSo e s t e j a om condiçffos do enorcoro poder, mas
onde o momento da rovoluçtfo s o c i a l i s t a .ainua nSCo e s to ja maduro: nos
to ca3o, ao colocará a ta r e f a lo fo m a r cm govorno ai)oiado nas o r -
ganizaçCfes do ma3sa dos trabalhadores o na3 3aa3 força3 amadas
som a partioipaçSo da burguesia, p ortan to, - com a mi3sffo de demo
l i r a3 bases s o c ia is da roaçSfo o do imperialismo na cidade 3 no cam
po, a de oetab elocor uma democracia revolucionária dos trabalhado
r e s , E3te govorno oporá .rio-campones de tra n siç2 o ainda nSo sorá um
P o d e r S o c i a l i s t a nem a Ditadura do P ro le ta ria d o , rias sorá capaz do
melhorar a situação do p rolotariad o o do sua vanguarda para o en-
2rentatnento da ?.ovolv.ç?fo3òci a l i s t a . Dovomos o x p liç a r claramente 1
tjue este govorno do transiçSo somente deixará c p ro letariad o so.i
melhores condiçCfes para a Rovoluçtfo S o c ia l i s t a so 3ouber golpear '
fortemente 03 p ila r e s da. reaçSo, encampando os monopólios imperia
l i s t a s o n acion ais, liquidando o latifú n d io pela via da nacionaliza
çffo da t e r r a , elevando os 3 a lá rio s o controlando os lu c ro s, o entre
oand0 às massas as ^rim eiras responsabilidades ..o controle <ia ^rodú
çSo o da d is trib u iç S o . (Tomar por base oo ÁV’ s, o CG ns 1 o as . ;edi
' £L """"
:,a3 para o j ?.T contidas no P3I) . üas propaganda deve 3 e r sempre a -
companhada do um esclarecim ento absolutamonto fundamental: um gover
no com 03ta3 c a r a c t e r í s t i c a s ainda o sta rá basoado na in f ra e s tru tu ra
econômica muruuo3a; ^a ra 3oguir ac adianto , a clas3o operária nSo
podorá 3o l i m i t a r nestas medidas. D o verá das o passo para uma ocono
mia p lan ificad a om moldes 3 o c i a l i 3 t a s , trocando as relaçCTos da pro
duçSfo com toda a 3ua su p e re stru tu ra. As exporiôncias cubana o joI í -
viana dovem so r lembradas para melhor escLarocor o problema.
APETI3IGE BA 3E0'JIIDa PA3.T3
dações específicas para as nessas diversas frentes, e » psrte sôbre Polfticn de errp-
nizaçao.
TRIBTfNA PB ÀPOMlACENTOS
3SBATKS K» 5 ?
"Agora trata-se de concentrar todas as forças e todas as
ERNBSTO MARTINS
eteaçoe& no pvôsitmo passo „ que pode parecer menos impot_
U m t e — 9 visto de certo cngjlo realsuecte £ ~ iwt*,que
em compensação» na pratica aproxima-se a solução do pro
bieitis de* descobrir se fonucs de passag.ca a revolução pro
Xet#irÍ6 e da sut abordagem."
TLenin, "0 Esquerdismo...)
.4.
Eviden t e m e n t e , n ã o pcdesoos p r a v e r h o j e s e e s t a c r i s e e c o n ô m ic a fu tu ra
produzirá uma s i t u a ç ã o r e v o l u c i o n á r i a a o B r a s i l . l e s o d e p e n d e r a do de
senrolar da c o n j u n t u r a , q u e a n f r e n t a m c s . N 5s te m o s d e a t u a r 5 b ase
das condições o b j e t i v a s , que se c r i a r ã o , q u a i s q u e r qu e s e j a m .
4 . Não podem os a f i r m a r q u e o p r o l e t a r i a d o t e n h a s i d o a f o r ç a m o t r i z da
" a b e r t u r a " , p orém o s a u a p a r e c i m e n t o em c e n a mudou a q u a l i d a d e da pe
ça. A p r o v e i t a n d o e s p o n ta n e a m e n te a s c o n t r a d i ç õ e s e x i s t e n t e s no s e io
d a c l a s s e d o m in a n te , e n tr o u n a3 p r im e ir a s l u t a s s a l a r i a i s . C om eçando
com r e i v i n d i c a ç õ e s t í m i d a s d e 20% , a s e x i g ê n c i a s m o n taram a t é 100% , em
e a r t o o c a s o s e a t u a l m e n t e e s t á n a ordem do d i a o r e a j u s t a m e n t o sem es
t r a l , p e l o m e n o s. Co>n a e x p e r i ê n c i a a d q u i r i d a n e s s a f a s e de l u t a com e
ç o u também uma r e v o l t a a i n d a m e io c o n f u s a c o n t r a a e s t r u t u r a sin d ic a l
e x i s t e n t e , q u e v a i do s u r g i m e n t o d o s " a u t ê n t i c o s " , com o a l t e r n a t i v a ao
p e l e g u i s m o ^ t r a d i c i o n a l , a. f o r m a ç ã o d e O p o s iç õ e s S i n d i c a i s e a cria ç ã o
de " C o m i s s õ e s " . M a s, tambéia a í te m o s de v e r a s co is a ? » n a s d e v i d a s pr
p o rçõ es. O m o vim en to a i n d a n ã o t.e v e o ím p e to pazva p r o v o c a r c d e sm o ro
n am en to d o s i n d i c a l i s m o o f i c i a l e o a p a r e c i m e n t o d e s i n d i c a t o s liv re s ,
conto f o i o o a s c n a E s p a n h a , p o r e x e m p lo , em s i t u a ç ã o s e m e l h a n t e . Ou
t r o p ro b le m a e d a s C o m i s s õ e s . íía g r a n d e K s t i o r i a d o s c a s o s , n ã o s o b r e
v iv e r a m a f a s e de l u t a s a ç u d a s . F u n c io n a r a m s o b r e t u d o com o com andos
de g r e v e , sem s e f irm a r e m am c a r á t e r p e r m a n e n t e , fí d e sws a u p c r e n t r e
t a n t o , que r e s s u r g i r ã o em t o d o s m em entos d e c r i s e a g u d a . Isso já c o r
r e s p o n d e a c e r t a e x p e r i ê n c i a de d e t e r m i n a d a s ca m a d a s do p r o l e t a r i a d o .
Temos de v e r , e n t r e t a n t o , g u e n ã o é a c l a s s e t o â a , nem s e q u e r a s u a
m a i o r i a , q u e p a s s o u p & ia p r i m e i r a e x p e r i ê n c i a d e l u t a - F o ram d e t e r m i - '
nados 3 e t o r e s do p r o l í J t a r i a d o , p r i n c i p a l m e n t e no ABC p a u l i s t a , qu e s e
movimentaram reiteradamante, antes de s ondft ae alastrar para o u t r o s
centros i n d u s t r i a i s d o p ã l s . B o j* j ? a t i n g i u Minas e, eai p a r t e o P.io
G ran d e do S u l e G o i á s . O R io p a r s ^ a q u e e 3 t ã v e n c e n d o s e u a t r a s o , no
q u e d i z r e s p e i t o a o m o v im en to o p e r á r i o p r o p r i a m e n t e d i t o e o N1?. a in d a
e s t a em p a z , M as, a p e s a r 3o d e s e n v o l v i m e n t o d e s i g u a l , a s i t u a ç ã o da
c i a s t e mudou da uma f c o a a i r r e v e r s í v e l . Não b ô q u e o i m o b ilis m o de
m u ito s a n o s f o i v e c l d o a qu e a s b a r r e i r a s q u e s e p a r a r a m o o p e r i a d o dos
a g ru p a m e n to s p o l í t i c o s e s t ã o s e n d o e l i m i n a d a s o Mesmo n a s r e g i õ e s a t r a
s a d a s , g u e a i n d a n a o s a m o v im a n ta ra m , h á d i s c u s s õ e s , t e n t a t i v a s d e o r -
g a n i s a ç a o e e s t á s u r g i n d o um p o t e n c i a l de l u t a , q u e r«ao s e l i m i t a m a is
a o s s e t o r e s t r a d i c i o n a i s , com o m o s tr a r a m a s g r e v e s d e s o p e r á n o e da
c o n s tru ç ã o .
A p e s a r d i s s o , o p r o l e t f . r i a d o a i n d a n ã o a g e corno c l a s e e em e s c a l a n a c i o
n a l. A in d a n ã o s e c r i o u a s n a c e s s ã r l a e f o rm a s d a o r g a n i z a ç ã o , como s i n
d i c a t o s l i v r e s — n ã o e s q u e ç a m o s qtia E n g e l s cham ou o s s i n d i c a t o s d e " a ”
e s c o l a d e g u e r r a d a c l a s s e o p e r a r i r. — sem f a l a r d a o r g a n is m o s p o l í t i
co s. A p a s a r d e t o d a a r a d i c a l i z a ç ã o , qu e p o n t a h a v e r e q u e a i n d a h a v e
r ã , (n ã o d e v « :a o s c o n f u n d i r s i m p l e s r a d i c a l i z a ç ã o com c o n s c i ê n c i a de
c l a s s « ) , o p r o l e t a r i a d o d a a m e ra m e n te o s s e u s p r i m e i r o s p a s s o s , A in d a
e s t a m e - no m i . c í o de ■ d ® « a ^ v o l v i m e n to , c u j o f u t u r o d e s e n r o l a r d e p e n
d e a g o r a era g r a n d e p a r t e d a a t u a ç ã o d a s v a n g u a r d a s p o l í t i c a s a x i s t e n -
te s .
5» E v i d e n t e m e n t e , lu ta m o s p e l a f o r m a ç ã o d e uma v a n g u a r d a r e v o l u c i o n á r i a do
p r o l e t a i r e d o , p e : :? c r i a ç ã o do p a r t i d o m a r x i s t a * Não p o d e s s r e s t e , en
t r e t a n t o , um o b j e t i v o c u rto p ra z o . De I m e d i a t o s ô podem os e m p e n h a r-
n o s p e l a t?ris..çao :& a x p a r t i d o d a \w .s3a , q u e c o r r e s p o n d a a o g r a u de
c o n s c i ê n c i a da m a s s a o p e r a r i a e e s t a a i n d a n ã o é r e v o l u c i o n a r i a .
0 p ro b le m a d a v a n j u a r d a . i o b v i o , n ã o s e re su m e numa u n i f i c a ç ã o ou *u ~
s ã o de a g ru p a m e n to s p o l í t i c o s e x i s t e n t e s , q u e n ã o p r o d u z i r i a m a is do
q u e ura s a c o d e g a t o s , zn o r g a n i s m o , c u j a s f r a ç õ e s s e p a r a l i s a r i a m mu -
tu a m e n t e . Q u a lq u e r * n i s o d e s s e s s e t o r e s s õ p o d e r i a s e r c o n e e g u l d » na
ação pratica, que se encarregaria de separar o joio do trigo. Tampou
co, a questão s e solucionaria mediante a tentativa de contornar as di
vergências t e ó r i c a s e p r a t i c a s a t r a v é s da criação de um partido socia
lista. Isso c r i a r i a a i l u a ã o da e x i s t ê n c i a de um partido de v a n g u a r d a ,
mas não p a s s a r i a d e uma f o r m a ç ã o c e n t r i s t a inconsequente e incapaz de
resolver o s p r o b le m a s v i t a i 3 da luta de c l a s s e 3 no país, uma van
g u a r d a r e v o l u c i o n a r i a d o p r o l e t a r i a d o t e r á de ser consequentemente c o
m u n i s t a , (independente&»nte do u s o d o r ó t u l o o f i c i a l ) ou n ã o s e r ã van
guarda. 0 r e c u r s o do "socialismo", em c o n t r a p o s i ç ã o a o "comunismo",já
a um indício da predominSztcia pequeno burguesa.
Temos de levar a luta pela vanguarda revolucionária em dois níveis. S a
bendo que o s u r g i m e n t o da vanguarda política do proletariado pressupõe
determinado g r a u d e c o n s c i ê n c i a e experiência de setores do operariado,
pelo m e n o s, te m o s d e e m p e n h a r-n o s inteiramente e sem restrições pela
a c e l e r a ç ã o do p r o c e s s o d a f o r m a ç ã o d a c l a s s e — processo que consiste
na c o n s c i e n t i z a ç ã o d a e x p e r i ê n c i a de lutas parciais, isto ê, na p e n e t r a
ção do marxismo vivo na classe. A s i t u a ç ã o criada objetivamente no
Brasil, os problemas gua a classe d o m in a n te enfrenta, favorecem essa
atividade. Condição e q u e nós nos adaptemos ao ritmo do aguçamento da
luta de classe e não nos adiantaremos a ela; isso levaria a vim isolamen
to,
O outro níve.l das atividades em torno da formação da vanguarda proleta
ria se limita atualmente ao nosso papel. No presente momento, a c on
tribuição mais importante para a formação da vanguarda consiste no
fortalecimento da própria 0. C omo organismo político não esta» os ã al_
tura das tarefas que enfrentamos. Isso diz respeito ao nosso enrai
zamento na classe, ã nossa composição orgânica. Para poder realizar as
atividades que esboçamos e desempenhar um papel ativo na luta, precisa
mos de quadros operários, qtie exerçam lideranças locais (eem falar de
regionais e nacionais) e que assegurem à 0 . uma influência direta na
classe, Temos de crescer, isto ê evidente para qualquer m i l i t a n t e ,mas
temos de crescer em determinada direção. Para o nível que a luta de
classe já atingiu no pais, a composição orgânica ideal para a O* seria
de 3 operários para 2 quadros originários da pequena-burguesia (supon
do que se trate de revolucionários e que não levem uma bagagem ideoló
gica pe^ueno-burguesa para dentro da O.). Isso deve ser uma mata a um
prazo medio,pois sem esse enraizamento não poderemos contribuir satis
fatoriamente para a penetração do marxismo na classe.
Certa confusão, parece-me, tom surgido coia a caracterização da 0 . com o
sendo de propaganda. Só quero salientar que êsse termo não pretende '
mais do que delimitar as nossas forças físicas no presente momento. '
Deixaremos de ser uma O. de propaganda na medida am que nós nos torna-
tuoa partido ou integrarmos o partido revolucionário, na medida em que
lideremos de fato a classe ou pelo menos setores dela. Mas, cer
tamante, não somos uma "sociedade" de propaganda, que se limita divul
gar e propagar ideias e conceitos. Como 0„ temos de procurai intervir
ativamente no desenrolar das coisas, na proporção das nossas forças,p a r
ticlpar das lutas a t i r a r a » consequências o r g a n i z a t ó r ias, possíveis
tirar am c a d a fase d a luta.
Ce r t a insegurança notei também em torno do conceito do "estado-maior au*
tonomeado". Quando usamos essie termo, (que não deixa de ser paradoxo),
nós nos referimos a uma situação determinada, na qual dispúnhamos de
instrumentos para dizer â Esquerda, e m todo momento d a luta, o que de
v e ria fa z e r. Nu v é s p e r a d o g o l p e t i v e m o s um 3 o r n a i l e g a l , semanário,
que atingiu setores consideráveis. Depois do golpe, com o desbarata
r a m o da- ^rr-aniz a ç õ e s de massas,, a nossa influência aumentou relativa
& e n te * N a q u e la f a s e propaga vamos o C o m itê d e E m p resa» como fo rm a b ã s T
c a de o r g a n iz a ç ã o o p e r a r ia . O r e s u l t a d o s e m o s tr o u em 1 9 6 7 / 6 8 , q u an d o
o u t r a s o rg a n iz a ç o e p e g ru p o s a d o ta r a m o nosso ponto d e v i s t a * T in h a
3íf&
/
.6 ,
A publtcaça© de do«,> do ccrcp0 Pereira, na st* TD, exige algroe eselureeine nt os*
* * •
lu 0 eomp, Pereira snbregoa o seu doe0 ao compo Afonso Carros, na epoca assistente de Z,
ha mala de dois meses atras0 Durant* este período; Ao Barroe mantas o doe« retido em
suas mac«, e »oriente agora o passou para a direção«
3o Foi pedido ainla ao comp0 as razoes por não tBr dado nem nssmo informe sobre a ejds -
tência do doc0, uma vea que, ao l om^oda psriodo, teio contato» cctn a direçâio em Y, e per_
ticipou d.« uma reunia? do rjvT^ 0 oomp0 alegou esquecimento,,
4o Quando recebeu o tbco^o oorop* Barroa, ainda assiatsnte, passou a defesa das suas posi
Ç08 s individuais* tondo, secundo avsnt», »»problematiBado (o comp> Po) comas contra argu-
nenta ças s que lhe ajaresentei»'u
5<» Js desnecessário apresentara. aqui uma argUMuntaçJ* para moetrar cue ç» métodos de di~
lr©ção e de centralismo da Ou não admitam fatos couo asse» B e desnacessario srgunsntar’ a
qui juH yjtmeit© pós’ serem eabiS aetodoo bastante oonhecido» pola 0o Evideneta-se*. pcrwn,
o seguintes o^corcp«, Barro», quo se daoía o u imxaeraa discissões (e em does« seu») pe
la defesa do máxiao rigor no c&ntraliauo, e pala crítica acirrada a todos os aue o arranha^
vam, mostra, neste episodio, que vai uraa certa distancia entre estas suas declarações v«f
bais e « sua prática*
Eoae feto não e isolado Na ultima reunião do CN, o contpc foi critiendo por estar defeft
dwndo as suas posiçoee individuais rnrs grupo de earuardas recam fernado e m Yo T, mais u-
cia tro* ên Z, o compo danestimulou um qu&dre do referido tçrvtpc a assumir irrporr^nt* tare
fa e m Xí>
paterno» aqui un» critica ao compo AoBo a li* lembramos que a sua pcrmnnência nr 0°, me»“
m o na a tual perspectiva de un desli|j?imi to^a curto praíio, obriga-o a respeitar as normn.?
coletivas, a noasa estrutura s ce nossos metodas 0
oo o
nP - 12/79
RESPOSTA AO ÇQffAifflaifiP P.,S O M ATTjRIALISMO E "tffffi/S" PCBlÇfeS
.Oj, no títul»j> cclooo "minhas" entre-«*j*s e pcrnue acreditamos nu« a base ma terialis
t^ das poeiçoes que nenho def«m«r\d» m Dolo na© rompem com as pronissas fundanentais for
muladas per Vj»rx"F5a^el#~L»in; rso ca^i®, tamb«a, qu« haja algun ponto de Identidade entre
a t«ori& revisionista • as sltoruati^as « analises oue registro na 'MD-<*5o
Mas o c a ifo Po lança un docucento cm oue mo coloca na desagfadsvel companhia doe r*vi^
«icritetas» f*PÍto qu» o cc*ap0 coloca as coisas de um modo muito claro o direto; e it=^o js
m i t o importante na mádida em qu» o corap<, sspressa uma diapoeiçao ao d ebote, coisa rue nao
hou»« atl agora po~ parte da direçâb da Oo, o m tem-se contentado em férmular acusações va
gns , 2dedo|$.E8n'^So
9a tcaa vãpid« dáscuseac c.ue gspnt.lv-'w » , Po fbi explícito era afirmar cue suas coloca —
ço.» eram ainia inidfcia, pouco elaboradas, tende», inclusive, se problematiM do com as con
trt^argunentaçoes que lhe apresentei o
No pressnt* documsntopk p*etenio responder as critieas principais de P», esperando um
aprofunàrronto e x sk enriquecisento maior do d etate 0
1) 0 cjttpo afirMu (juj CiJds -.o o tqiilio so de esquecer a dominaçao militar da epoca colo
alai, qisAAio fia m brav* histcLdco da farumção «oclal brasileira»
i;ãc deu para perceber b*m que tipo de ligaçao teria o nosso eaouecimento «om as acima
çoes da revisicnieaOo Antes ãe mais nad», quureiuos afirmar a\* o proprio core eito de colo
r isa lio implica no de ocupnçã» ndlitaro S*> isto não este eacrlto na ''TíHtf * pornue cors i-
dsrai-oo a colocação obvia«.« te iraolícita,Sradi«y^x^wxKgxBcBnn^ldtoc incorpoiada naturalmente
• a.o ooiiceitod
Ma», da qualquer-flaneird, caba aqui us* destaque« Nessa metodologia geral defende a
prc®sn<j&. c nstante, determinante e direta do listado na «eonoaAa dor países de pariferiaflem
todas as fases o Por Í3so, quando o ccmp0 Po nos lenftnm ter sidoji ocup* çao militar a ga
ranti* da dotinação colonial, sjrgk o i a a p i m s rofbrça nosso posição matodologica geralü
2) 0 ccmpo estabelece uraa idmtidada efttra as posições teóricas defendidas pela rrI>~45
e aq-wít s que deram base ao estallnisnOo D3scirdamoe0
íjmii daa causas qua* acreditana?', levarem Ftalin à conciliação de classes ao nível in
ternacional, f«i o fato de formular u m política extern» baseada n m n interjx-etaçío equiw>
cada da tese leminista da possibilidade da instalação (To socialismo m nua so país, e, nao
— ur< contrario do qu» supoeta alguiE t.rots»uistas afoitos a hipotética "subordinaçao dr
política da III internacional aos Interesses da política externa da tmSP"«
0 fato á que a pwptia polttie i ^ r a l da URSS estalinist a foi formulada incorretan*n
fci , cetto dixtsetios;, Nao ha»i?i nefiihrwia cèntradiçâs histórica (assim como na o ha nenhurm» con
t*adiçao ttídrica) em se articular u m política extern» correta da com uma política
re-volucicxiaria da III mternacií>n&lo „ ,
0 que howe, com Stalins foi uma política externa (relaçao entre paise») conciliacb -
ra e uma III Internacional também conciliadora,,
SÓ d.e ?«8 3 age£t, quero Irmbiar ao comp<> nua os alternativis reformistas da Stalin nao
t e r ?licawít apenas ao qi® o comp3 chama de "Terceiro Mundo”, como \iem demors +r» a atua-
çao da U I Internacional nos casce da Espanha e da Françaa
3) 0 compo Pu avisa que os revisionistas e eu não lembramos das «condições de produ -
çao"o '
Aqui o corapo çoirate o erro de nao ter l awdo em considat açâô as colocações oue fize
mos am t o m o da própria historia do de senvolvi isento »pita lista no .país, como tombem as
nossas abordagens esp»cíficas em tomo da qusstão do mercado interno, do problem* da ino
vação tecnológica no país e suas conseouend. ao no a profundar* nt o da depsrdencia e do sub
desenvolvimento — incluída a£ a questão salarialo Creio cue uma releitura das 7ns-45 e
47 dissiparia ao duvida« do comp0 em relaçsx» ao nosso revisionismo, sob «st© aspstto,
é boa lembrar, tara’ i>am, que o principal teorico do revisionismo (tttrstein) cen'ra sua
argumentação m hipótese de que o desenrolvimsnto tecnolqgico drtin capaz de pfr; r urrvy*''I
abundância de mercadorigs em tão pouco tempo, ous as contradições do sistema desnpnreee-
riam da face da terra, desaparecencb com elas a própria nscessidade/possibilidadb da re\o
lução0 Tal colocação —- por certo rroxim» às pcoiçÕes oficiais cu» falam na possibilida
de de »»distribuição de riqueas»' e qu» «o brasil e um pai» jovem", etc — nada tem a ver
com & TO-45o , ,
4) Me parece que o tom» atente para o proprio «sta*io do capitalismo de hoje: o im
perialismo finanèeiro, ou seja, a expcrtaçao de capi'al oomo elemento diferenciador da e-
tapa atual em relação «, etapa anterior, cue era a da livre conearrenda , do capitalismo
industrialc E e por isso que o cctnpanhalro dissocia, praticamente, as condições de Produ
ção da mais-vulia da próoria drculajno de capitais financeiros interna cionalnen* e0 A Par_
tir dai, o ccnp0 noe erities de revisionista porque nao ibeemos a dissociaçao oue ele propor
poe0 E* de fato, não fasecne , nf* pode* famoo fas«r; pois deixaríamos de ser merxistas-
leninistas» Cuanto a Lenitt, basta abrir o »Imprerialiemo, Etapa Superior_do Capi alismo"
para lã se encontrar, d« forma expire lt*,^clara e aprofundada, ^a fcrurulaçao da tese da in
temaciomlixaçao das eondiçoes do produção da ü» is-valia (alias, neste sentido, fcr ara feiteca
tas alguaas citações na TO-45); qiwtf.o ao proprio Marxs vale transcrever um trecho da "Con
tribuição"s «Considero o sistema da economia burguesa na ieguinte oriems capital, proprie
dade, trabalho asslUriado , c ornarcio ejdLerior, mercado mundial"« "ote-ee que "ene da un
ccn.junto de fatores0 a 0
*>)0 catnpu Po recomenda que se veja a indtatria^iaaçao desenvolvida na /'merica lati
na a partir da crise de 29o Do meu Indo, acredito que tal assunto tenha flfcn sicb abordado,
ean especificidade em relação ao Rrasilg na prepria rrT)"'U5• La foi defendida a posíçae
que, em resumo, obstn culiaou a integração da região, enauanto economias depenlentes, no
siatena imperialista mundlalo Alias, na analise qia a nn~45 flas do golpe de 64, isto fl -
ca bem claro o Fica, aqui, também, a sugsstso áe tma releitira, mais rigorosa, pera pos+e_
rior àa aprofundamento do debate»
4 ) 0 comp., afira» qm não faço «Lstinçâó *nt.re a mo ia-valia absoluta e a i^ais-vslis
relativao ,
Mawt no Capital (na edição resumida por nerchard , oue e a oue eu 11 ^ fala em duas
maneiras de r.© tuenUir a produção da mais ^va liao Note-se nus a distinção concei^url fai
tÃ"lx>r Marx dia respeito apenrxo àa conssouências oue un ou outro metodode sumento da e:>:p!o
ração traasm para a organisação tecnica e social do sistema (que e a <-ue se refere r ei-1?1”
çíío feita pilo companehrio)« Ouanto a isso, acredito oue a TO-45 foi bastante explicira
ao considerar as c onsequenciíi8 que tsr&a a inteneificaçao de xuaa oè. outra maneire de expio
ração da rtaifl-^elia« (ver, p*incipaljaerito, tn pag« 11 da '’D) o ^
7) Me parece que o comp» P cc^fmKtc cs conceitos de produção e realiaaçao da raais-w
lias pois, c-.o contrario do q>* dii, o compo, (tacatem em nSÍlario, Preço e Lucro") ’ ai*x de
fende o ponto de vista de que a maic-valia, produzida na fabrica, e reslisada fv.ransforrtv^
da em dinlieiro) no mercadOo
6 ) Por fira t » qurstao da ditedvra astjrutural.0
Mais uesü* ves, esc3.arecendü nossa posição : ^
Do nosao ponto de vista (qv» a o rwsmo do "Camirfios e Caráter da Fevoluçso Prasí lei
ra», de Erneato Mártir»), a ditadira aberta e indireta da burguesia e am melhor forroi de
Estado burguês no país, a mal» periaumartte, a mai» adequada f*ara garant.ir a eaploraç» dos
JfwKSE; .*S ttJB S fàE ttS 9S fSSSfflSW {ártLJg%%Wtfíaas
lista atual) «etateleíte noo países siidesenvolvidoso
m* • • • ' * • *
poiSp m a saída proviscria, de crise, de euarglncia, para n burgt»sia0 Como afirma o C»
Co (citaçac tambea fsifct m TO -45): »Oualritiejr rova nxperíôncín em termos de Pepublicr ne
moeratica rao passar» de ta laterv»io para ai® a classe d erainani* prepare ouKra formn de
ditadu?.*a aberta" »
flsta visão *— defendida por Frmslo Martins ft por Aoneo ^narrofj — nao ne^a o c o n w i
to Ae conjmtura, de crise, de lutas de classes, Pelo eon’rurio, e semente «ora uma rejÇa
r e n d a eatrategiea segura e clara, c , m podem ser feitas analises materialistas ^de con-
JurrUtra, evitando-se,, assim, o pwitnno do espàwt anela rao, ove a ende a 0« esta afojpda
hoje»
ll/W
A» narro»«
ASPECTO DA T D -45 E O MATER IA LISMO HISTÓRICO
O r á p id o r e t r o s p e c t o h i s t ó r i c o s o b r e a fo rm a çã o s o c i a l dep enden
t e b r a s i l e i r a c o l o c a d o p o r A B , q u an d o f a l a do p e r í o d o c o l o n i a l , f a s e da.
d o m in a ç ã o h l b é r i c a n a s AmêjKLoas, c o m e te o e q u í v o c o i n i c i a l d e s e ^ r e f e -
r i r s o m e n te a d o m in a ç ã o e c o n o m ic a e p o l í t i c a , ' e s q ú e o e n d o - s e d à o c u p a -
ç ã o m i l i t a r , a s p e c t o d o m in a n te do à n t i g o p a c t o c o l o n i a l , d e p o i s '' f a l a
r a p i d â m è n t e do h è õ c o l o n i a l i s m o e em am bos o s c a s o s d ë f o r m a s i m p l i s t a ,
n a m e d id a èm q u e n ã o f ã z nenhum a m e n çã o a s c o n d i ç õ e s d e p r o d u ç ã o 'n a s
a o o lô n ia s e a n t i g a s c o l ô n i a s e s u a s e s p è c i f i c i d a d e s ® A p o s i ç a O '^ q u e a s -
~sum e p a r a f a z ô r o r á p i d o r è t r o s p e o t o t r o n s f è í e - s è p a r a o p e r í o d o ín a is
" r e c e n t e , n o c ã s o do c a p i t a l i s m o d e p e n d e n t e “ e c a p i t a l i s m o f i n a n c e i r o , e
t ã p a s u p e r i r a * do c a p i t a l i s m o « A v e f d à d e ' é q u e AB c e n t r a s u ã s ' a t e n ç õ e s
n ã s r e l a ç õ e s m e t r ó p õ l e - s a t é l i t e , v e n d ò com a t e n ç ã o e s p e c i a l a ' q u e s t ã o 0’
d a s u p e r - e x p l i r a ç ã o q u e s ê r e a l i z a em f u n ç ã o d e q u e e x i s t e j. a depen-
d e n c i a e s t r u t u r a l o Ao a s s u m i r è a s a ~ p o s t u r a , o c o m p a n h e ir o ', j u n t a m e n t e * ’
com o u t r o s e s t u d i o s o s d a q u e s t ã o , como tto F r a n k e M a r i n i ^ a f a s t a - s e ~ d o
e ftfò q u e t e ó r i c o m a r x i s t a , m a is p r e c i s a m e n t e dõ í n a t e r i ã l i s m õ ^ M s t ó r i c o ,
p a r a u t i l i z a r o i n s t r u m e n t o t e ó r i c o o " d a o a n a l i s e s h u r g ü ê s a s e do S t a l i
n is m e q u a n d o 't e n t a j u s t i f i c a r o ' a l t o n í v e l d è b u r o c f a t l z ã ç ã o dè PCUS~e
do E g t a d o S o v i é t i c o , hem como s ü à p o l í t i c a em r e J t à ç ã ò a I I I » In te rn a
t i o n a l * s u h o r d i n a n d ò - a a o s i n t e r e s s e s d a p o l í t i c a e x t e r n a d a URSS d e £i
l l a n ç a com a & J a u f g ù e s l a .s n à c£ o n fc;is dõ ch am ad o T e r c e i r o Mundo
'N ã o lem b ram o s r e v i s i o n i s t a s e 0 c o m p a n h e ir o ^ quô jío f u n d a m e n ta l
ü a a n a l i â e m a r x i s t a e o è stu d O d a s c o n d i ç õ e s d a p r o d t L ç a o ^ 'i s t o é , das
c o n d i ç õ e s em que s e r e a l i z a 0 p r o c e s s o d e p r o d u ç ã o , dè c ó m o ' a m a i s - v á -
l i a s e p r o d u z o As c o n d i ç õ e s p a r a a p r o d u ç ã o da m a i s - v a l i a e s t ã õ ' d a d a s 0
" p ê lo p r o c e s s o d e p ro d u çã o e não p ê lo de c ir c ü la ç ã õ /r f is ò là d a m e h tè » esp e
c ia lm e n te p e lo de c ir a a x la ç ã o o de c a p i t a l - d i n h ê i r o ,'e n t r e p a ís e à cen
t r a i s e ' p e r i f é r i c o s o Ao a n a l i s o r o p r o c e s s o d e p r o d ü ç ã o d è ~ r i q u è » ã s ma
' t e r i a i s o companheiro"'c h e g a r i a a h i s t ó r i a do m O vim entò g e r a l d a fò rí& a -
“ ç ã o s o c i a l c a p i t a l i s t a d e p e n d e n te h r a a i l e i r a , , /ío n d e s e i n c l u e m a s r è i a ^
ç õ e s ~ e n t r e è l a è õ c o n j u n t o d a e c o n o m ia m u n d i a l v cóm o ú t r à s fo rm a çõ e s
s o c i a i s m a is desenvolvidas 'd o p o n to d e v i s t à dõ" d e s e n v o l v i m e n t o dò c a
p i t a l i s m o o S e d e um l ã d ò , n ã o e p o s s í v é l ~ i g n o í * a r à s r e l a ç õ e s ' e n t r e pja
í s e a " c e n t r a i s e p e r i f é r i c o « * « &e o u t r o 9 e p r e c i s o c õ n s i d è r o r q u e es
t a s r e l a ç õ e s n ão s a o s im p le s m e n te d e te r m in a n te s n a h i s t ó r i a dos p a í s e s
' p e r i f é r i c o s e q u e e l a s ^ / s e m a n i f e s t a m em g r à u s e m a n e i r a s d i f e r e n t e s *
d e p e n d e n d o d á f o r m a ç ã o s o c i a l e s t u d a d a » d a s s u a s c o n d i ç õ e s i n t e r n a s pe^
e u l i a r e s 9 p r ó p r i a s e q u e s ã o d i f e r e n t e s d a s d e o u t r a s f o r m a ç õ e s ' còm cia
r a c t e r í s t i c a a q u e s e aproxim am ® V e j£ > -3 e p o r e x e m p lõ o n í v e l ' d e " i n d t i s -
t r i a l i z a ç ã o d e s e n v o lv id o n as fo rm a çõ e s s o c i a i s c a p i t a l i s t a s dependen
t e s d a A m e r i c a L a t i n a d u r a n t e o s a n o s / 3 0 e d e p o i s , a~ p a r t i r do c r à k c ’
d a e c o n o m ia m u n d ia l em 1 9 2 9 o
V o l t a n d o a q u e s t ã o d a m a is - v a l i a » o c o m p a n h e ir o i n i c i a l m e n t e n ã o
faz d i s t i n ç ã o e n t r e m a i s - v a l i a a b s o l u t a e m a i s - v a l i a r e l a t i v a .» U sa i n -
c l u s i v e a c a t e g o r i a ( e x p re ssã o Q * s u p e r e x p l o r a ç ã o sem m e l h o r p re c ià á -la
e procuabá j u s t i f i a a r - s e d ix e n d o qu e a mesma f o i u t i l i z a d a ç p o r L e n in *
S eg u n d o M a r x , " a p r o d u ç ã o d a m a is v a l i a a b s o l u t a s e ' r e a l i z a com o p r o -
lo n g ã m è n tò d a j ö r n a d a d e b t r a b a l h o a lé m do p õ n to em q u e o t r a b a l h a d o r
p rö d u z a p e n a s um e q u i v a l e n t e ' a ò v a l o r d e s u a f o r ç ã d e t r a b a l h õ e com a
a p r o p r i a ç ã o p ô l o c a p i t a l d e s s e t r a b a l h õ e x c e d e n t e " • « ." A p r õ d u ç ã o d a ma
i s - V a l i a a b s o l u t a è i r a e x c l u s i v a m e n t e em t o r n o d a d u r a ç ã o d á ' jo rn a d a
de t r a b a l h o ? a p ro d ü çã o da m a i s - v a l i a r e l a t i V á r e v o l u c i o n a 't o t a l m e n t e
o s p r õ c e s s o s t é c n i c o s p6de t r à b l ã l h ô e a s C o m b in a çõ è s s o c i a i s " » ( M arx»
0 C a p i t a l - C r í t i c a d a E co n o m ia P o l í t i c a , ü P r o c e s s o ' d è P r o d u ç ã o dò~Cti
p i t a i » L iv o 1 , V õl® 2 , C i v i l i z a ç ã o B r a a i l è i r a ^ pp 5 8 5 » ) ® 0 qu e n a esfe^
r a da c i r c u l a ç ã o é que " I m p o r ta v e n d e - l a s , ( á s m e r c a d o r i a s ) r e a l i z a r 9
s e u v a l ò r em d i n h e i r o , e c o n v e r t e r d e n ovo e s s e d i n h e i r o em c a p i t a l , r e
p e t i n d o 'c o n t i n u a m e n t e a s 'm ë s m a s o p e r a ç õ e s " (M a rx « 0 C a p i t a l ® pp® 6 5 7 ) o
Cõmõ s e v e , n o 'm e r c a d o , Ha m e r c a d o r i a c u j o v a l o r u l t r á p a s s a o s s e u s e -
l e m è n t o s c o m p o n e n t e s , c o n t e n d o , p o r t a n t o , o c a p i t a l q u e f o i ^ d e s e m b o l
s a d o a c í e s c i l a d e uma m a i s - v a l i a " (M arx® I d e m ) i j á c o n té m a m a i s - v a l i a ®
Uma d á s f u n ç õ è s d o m e rc a d o » p o r t a n t o , s e g u n d o M a r x ,~ ó a d e t r a n s
f o r m a r a m e r c a d o r i a em d i n h e i r o e y & V v i c e - v e r a a e n ã õ ~ r e a l i z a r a m â is
- v a l i a , ' c o m o a f i r m a AB®
0 p r o b le m a d a c i r c u l a ç ã o do c a p i t a l - d i n h e i r o no n e r c a d o i n t e r n a
c i o n a l é o p r o b le m a d e r e p a r t i * o p r o d u t o do s a q u e e n t r e o s s a q u e a d o -
r e s , o n d e , t a n t o *o K a p i t a l n r á c i o n a l comb o i n t e r n a c i o n a l buscamjrf ö a u
m e n to d o s s è u s v a l o r e s , ou o á u m e n t ó d a é / c a p a c i d a d e de s e re p ro d u z i
re m em e s c â l a ' c a d a v e z m a i o r e s ^ , a t r a v é a d a m a i o r c á p a c i d a d e d è c o m p r a 0
da m e r c a d o r ia f o r ç a - d e - t r a b a l h o , ' c o n d iç ã o p a s r a a e x i s t ê n c i a d o' c a p i
t a l , do c a p i t a l i s m o , d a b u r g u e s i a ' e do p r ó p r i o p r o l e t a r i a d o » P o r t a n t o ,
o que e p r e c i s o d e f i n i r é 's e á s c o n d iç õ e s de m a io r á p r o p r i a ç a o de p a r
t e do r e s u l t a d o do s a q u e q ü e o c a p i t a l f a z s o b r è o t r a b a l h o , a tu a lm e n fc
t e d a f a s e do c a p i t a l f i n a n c e i r o , e x ig e m s e n p r è , q u e a s b u r g u e s i a s n a
t i v a s , a s s o c i á d a 3 ou n ã o a o c a p i t a l i n t e r n a c i o n a l , d e s e n v o lv a m fo rm a s
p o l í t i c a s d e d o m in a ç ã o do p r ó i l e t a r i a d o do t i p o d e J i t a d u r á B u r g u e s a a
b e r t a ou s j s , a d o M n a ç ã o b u r g u e s a en d a d ó s m o m e n to s, d e ‘ a c o r d o com >íuin
c o n ju n to i e c i r c u n s t â n c i a s i n t e r n a s - p r i n c i p a l m e n te - e e x t e r n a s , po
dem ou tem c o n d i ç õ e s d e d e s e n v o l v e r f o r m a s d è d o m in a ç ã o r ò l í t i c a do ti^
po D è m o c r á t i c o - B u r g u e s o s ? 0 qu e a H i s t ó r i a tem d è n o n s t r o d o é que a c o n
j ú n t u r á p o l í t i c a i o ,iogo d a s f o r ç a s i n t e r n a m e n t e , n o r m a lm e n te é q u e è -
x e r c e um p a p e l d é t e r m i n a n t e , e n q u a n to q u e , em g e r a l , a c o n j u n t u r a i n # «
t e r n a c i o h a l ' è x e r c e um n a p e l c o n d i c i o n a n t e , a c e l e r a n d o o u r ê t a r d a n i o tun
p r o c e s s o em c u r s o o
Não p r e te n d e m o s a q u i e s c r e v e r uma c r í t i c a g e r a l à s p o s i ç õ e s
de B a r r o f l j e s t a c r í t i c a g e r a l e s t á n a TD 5 6» a g o r a p u b l i c a d a 0 K&o
p r e te n d e m o s tam bém re to m a r a c r í t i c a à s p o s i ç õ e s t e o r i c a a d e s u p e r *
e x p lo ra jã o , a rro c h o e a t r u t a r a l e d ita d u r a e s t r u t u r a l , J á a p ro fu n d a
d a s n a s T ^s 4 1 e 4 6 , ® r e f e r e n d a d a s n a 5 a n C o n fe rê n c ia < ,
Mas a " R e s p o s t a a p e r e i r a " ( a n e x a ) c o m p o r ta a l g u n s c o m e n t á r i o s 0
Noa d e te r e m o s em t r ê s p o n t o s j 1 ) 0 p e r í o d o c o l o n i a l e a m e t o d o l o g i
a de B a r r o a * 2 ) A in d a s o b r e a d i t a d u r a e s t r u t u r a l ; 3 ) a c r í t i c a de
B a r r o s ao e s t a l i n i s m o »
1 ) D iz B a i r r o s : " N o s s a m e t o d o l o g i a g e r a l d e f e n d e a p r e s e n ç a c o n s «
t a n t e , d e t e r m i n a n t e e d i r e t a do E s t a d o n a e c o n o m ia dos p a í s e s d e
p e r i f e r i a , em t o d a s a s f a s e s 0 P o r i s s o , qu an d o o com p* ? # n o s le m
b r a t e r s i d o a o c u p a ç ã o m i l i t a r a g a r a n t i a d a d o m in a ç ã o c o l o n i a l ,
e l e a p e n a s r e f o r ç a e a s a n o s s a m e to d o lo g ia g e r a l " o
L o g o no i n í c i o d e s t e t r e c h o r e e s a l t a - a e uma a f i r . :a ç ã o s u r p r e e n
d e n t e * te m e s rfi im a t e o r i a a o b r e o p a p e l d e t e r i n a n t e do E a t a d o n a
e c o n o r d a . C o n s id e r a n d o que B a r r o s e s c r e v e u e a a e “3 õ c T “p a r a s e d ef«m
d e r d e uma a c u a a à ã o de r e v i s i o n i s m o , c a u a a e a p é c i e a s i n g e l e z a com
que a p r e a e n t a i d e i a t ã o p o u co o r t o d o x a » T e r á o oomp«, e s q u e c i d o a ~
q u e l a i d é i a t ã o b á a i c a no m a rx is m o » que a t r i b u i à s r e l a ç S e s d e p ro
d u ç ã o , e não ao E s t a d o , a fu n çã o da d e te rm in a ç ã o ? ( E , p e lo co n
t r á r i o , n ã o p e r t e n c e a H e g e l a a t r i b u i ç l b o a o E s t a d o , como e n c a r n a
ç ã o d a I d é i a , d e uma f u n ç ã o d e t e r m i n a n t e a o b r e a e c o n o m ia ? ) Mas a
l i g e i r e z a c o n que A fo n s o B a r r o a p r e t e n d e c o l o c a r e s t a c a s p a r a e s c o
r a r s u a " m e t o d o l o g i a " , o f a z e s q u e c e r a s t e s e s m a r x i s t a s m a is e l e
m e n t a r e s e m d is Ó b v i a s 0 A que vem e s t e a b s u r d o ? Tudo d e c o r r e d a
p r e t e n s ã o do com p 0 de p r o v a r q u e a o c u p a ç ã o m i l i t a r do p e r í o d o Co
l o n i a l t e v e p a p e l s e m e l h a n t e »0 d esem p en h ad o p e l o E s t a d o n a s f a s e s
s e g u i n t e s d a h i s t ó r i a dos p a í s e s d e p e n d e n t e s 0 E s c a p a a B a r r o s a c a
r a c t e r i z a ç ã o do s i s t e m a C o l o n i a l f e i t a p o r l i a r x no C a p i t a l , a s p a r
t i c u l a r i d a t e s a l i i n d i c a d a s , e s o b r e t u d o l h e e s c a p a o que d i z M arx”
a c e r c a do c a p i t a l i s m o i n d u s t r i a l : n e s t e c a s o a s p r á p r i a s r e l a ç õ e s
d e p r o d u ç ã o c r i a m a s c o n d i ç õ e s p a r a a r e p r o d u ç ã o do p r o c « s s o p r o -
d u t i v o o N as p a l a v r a s a b a i x o :
"A o r g a n i z a ç ã o do p r o c e s s o de p r o d u ç ã o c a p i t a l i s t a » em s e u p l e
no d e s e n v o l v i m e n t o , q u e b r a t o d a r e s i s t ê n c i a ^ , a : r o d u ç l 6o c o n t í n u a ““
de uma s u p e r - p r o d u ç ã o r e l a t i v a m antém a l e i d a o f e r t a e d a p r o c u r a
de t r a b a l h o e , p o r t a n t o , o s a l á r i o em h a r m o n ia com a s n e c e s s i d a -
d e s de e x p a n s ã o do c a p i t a l , e a c o a ç S o s u r d a d a a r e l ç o õ e s e c o n ô m i -
c a a c o n s o l i d a o d o m ín io do c a p i t a l i 3 t a s o b r e o t r a b a l h a d o r 0 A in d a
se e m p r e g a r á a v i o l ê n c i a d i r e t a à m argem d a a l e i s e c o n ô m i c a s c m as
d o r a v a n t e a p e n a s em c a r á t e r e x c e p c i o n a l ,. P a r a a m a r c h a o r d i n á r i a
das c o i s a s b a s ta d e ix a r o tr a b a lh a d o r e n tre g u e à s " l e i s n a t u r a i s
d a p r o d u ç ã o " , i s t o é , à s u a d e p e n d ê n c ia d o c a p i t a l , a q u a l d e c o r r e
d a s p r ó p r i a s c o n d i ç õ e s de p r o d u ç ã o , e ' é a s s e g u r a d a e p e r p e t u a d a
p o r e so aa c o n d iç õ e a ".
( 0 C a p i t a l « A Cham ada A c u m u la çã o P r i m i t i v a - v o l o 2 )
A a r g u m e n t a ç ã o de B a > r o a a o b r e a s s e m e l h a n ç a s e n t r e o E s t a d o a
t u a l e a o c u p a ç a o m i l i t a r d.o p e r í o d o c o l o n i a l p o d e r i a p a s s a r p o r ~"
c o n f u a õ a a a e c u n d á r i a s p d e c o r r e n t e s de uma i n c u r s ã o d i l e t a n t e no
t e r r e n o d a t e o r i a ? Mas a c o n t e c e que e s t a s i d é i a s não e s t ã o s o l t a s
no a r s e l a 3 desem penham p a p e l i m p o r t a n t e n a f u n d a m e n ta ç ã o d a s p r o
p o s t a s p o l í t i c a s e p r á t i c a s qu e 0 com p 0 vem d e s e n v o l v e n d o 0 S ão p e
ç a s que A ju d a r ã o a m o n t a r a e c l é t i c a c o n s t r u ç ã o d a " d i t a d u r a e s t r u
t u r a l " 0 No e n t a n t o , uma o b serv ação 3 « im p õ es e s t a s i d é i a s n ã o são*“
o r i g i n a i s » Aa s e m e l h a n ç a s , i n d i c a d a s p o r A » B o , e n t r e a a t u a l r e a l i d a
de doa p e f is e s d e p e n d e n t e s e o s i s t e m a c o l o n i a l , j á e ra m r e g i s t r a d a s
p e l 0 3 d e f e n s o r e s d a t e s e do n e o c o l o n i a l i s m o » S o m e n te n e s t e s e n t i d o
t e r i a r a z ã o o com p» em a f i r m a r que t a i s p o s i ç S e s n ão 3 ã o r i g o r o s a m e n
t e "su a s*!
2 - S u b ja ce n te a to d a s e s t a s t e o r i z a ç õ e s so b re a d ita d u ra e s t r u t u r a l
e s t á a i n c a p a c i d a d e do com p 0 em c o m p r e e n d e r qu e a s m e d id a s e x t r a - e -
c o n ô m ic a s to m a d a s p e l a b u r ç u e s i a b r a s i l e i r a em 1 9 6 4 » como a f i r m a EM
em " l i g u i d a r o p a s s a d o " , s o f o ra m p o s s í v e i s , e p o s s í v e i s a o lo n g o
de um p e r í o d o t a o e x t e n s o ( q u a s e 1 5 a n o s ) , d e v id o a o b a i x o g r a u de
o r g a n i z a ç ã o e de am ad.ure c im e n to p o l í t i c o do p r o l e t a r i a d o n a f a s e a n
t e r i o r a 1964»
Mas o compo i r á mds uma v e z r e c o r r e r , em s u a a r g u m e n t a ç ã o , a o s
d o c s o t á t i c o s d a O o, e c i t a o C am in h o s e C a r á t e r » Na P r e p a r a ç ã o da
5 a » C o n f e r ê n c i a , j á f o i d i s c u t i d o o s i g n i f i c a d o do m e n c io n a d o t r e -
ch o do CoCo 0 f a t o é q u e , n a q u e l a é p o c a ,, a Oo a i n d a nS o c o n h e c i a a
t e s e d a d i t a d u r a e s t r u t u r a l * que s o m e n te d e p o i s , v i a R u i I la u ro e o u
t r o s t e d r i c o s d a d e p e n d ê n c i a , s e t o r n a r i a n o t < 5 r i a 0 0 C»C» níto t i n f c ã ,
p o r i s t o , o d e v e r d e s e r e x p l í c i t o n a d i s c u s 3 â o s è b r e e s t a t e s e 0 No
e n ta n to , n o ssa p o siçã o s o b -e o c a r á t e r da d ita d u r a e s t á d e se n v o lv id a
em in d m e r o s d o e s » , t a i s como E s t a d o e C l a s s e , j á c i t a d o n a TD 4 6 .
0 comp» a c r e s c e n t a a i n d a uma n o v i d a d e * d i z que a v i s ã o s o b r e a
d i t a d u r a e s t r u t u r a l é d e f ;n d id a " p o r A»B» e p o r E r n e s t o M a r t i n s " .
Mas no que s e r e f e r e à p o s i ç ã o d e E r n e s t o M a r t i n s , t e r i a s i o m a is
h o n e s t o o comp» c o l o c á - l a t d l como e l e p r ó p r i o a e x p ô s j E no d oe»
L i g u i d a r o p a s s a d o , EoIU r e f e r e - s e à t e s e d a d i t a d u r a e s t r u t u r a l
la n ç a n d o uma p e r g u n t a :
" E j á q u e a ’ d e p e n d ê n c i a c o l o c a a d i t a d u r a m i l i t a r c o n o um d ad o ea
t r u t u r a l * p o d e r i a s e p e r g u n t a r p o r que n a r e f e r i d a f a s e do p ó s - g u e r
r a o s i s t e m a f u n c i o n a v a sem d i t a d u r a m i l i t a r ? "
T e r i a s i d o m a is p r o d u t i v o p a r a o d e b a t e s e o com p0 B a r r o s hou
v e s s e t e n t a t o r e s p o n d e r a e s t a p e rg u n ta »
3 ) A c r í t i c a ao e s t a l i n i s m o n ã o h a v i a s i d o um te m a p r e s e n t e n a p o lji
m i c a com B a r r o s , a t é o m om en to0 E em b o ra e s t e d e b a te rião s e j a p r i o
r i t á r i o , t o m a - s e i m p o r t a n t e co m e n t« * a 3 a f i r m a ç õ e s f e i t a s p e l o co m p .
qpe no- m ínirao s ã o i n d i c a t i v a s d e s u a " m e t o d o l o g i a " »
Oiz A fo n s o B a r r o s * "Uma d a s c a u s a s q u e , a c r e d i t a m o u , l e v a r m a
S t a l i n à c o n c i l i a ç ã o de c l a s s e s a n í v e l i n t e r n a c i o n a l , f o i o fd o de
f o r m u l a r uma p o l í t i c a e x t e r n a b a s e a d a numa i n t e r p r e t a ç ã o e q u i v o c a d a
d a t e s e l e n i n i s t a d a p o s s i b i l i d a d e d a i n s t a l a ç ã o do s o c i à l i s m o num
sd p a í s , e n S o - a o c o n t r á r i o do que su p 3em a l , ;u n s t r o t s k Í 3 t a a m a is
a f o i t o s - a h i p o t é t i c a s u b o rd in a ç a o da p o l í t i c a da 3 a 0 I n t e m a c i o -
n a l a o s i n t e r e s s e s d a p o l í t i c a e x t e r n a d a URSS"o
A p e s a r d e A»B» a t r i b u i r a c r í t i c a p o r á l t i m o m e n c io n a d a a o s
" t r o t s k i s t a s m a is a f o i t o s " » v e j a m o s q u a l a p o s i ç ã o d a 0 o a r e s p e i
t o , e x p o s t a n o C»C0 no 4 *
" . » o C l a r o que h á o s f a t o s d a s u b o r d i n a ç ã o da I n t e r n a c i o n a l à
p o l í t i c a e x t e r n a s o v i é t i c a , que f o i um d o s t r a g o s e s s e n c i - i s do e s
t a l l n i .moo Mas a s a f a m a d a s p a l a v r a s d e S t a T I n - * j à ‘q u e a 3 s a " g e n t ’è"^
ríSbcTiaz r e v o l u ç ã o nem em m i l a n o s , qu e f a ç a a lg u m a c o i s a p a r a n ó s
p e l o c iin lie i.ro que r e c e b e ' - s ã o e x p r e s s ã o d e uma 3 Í t u a ç ã o e x t r e m a ,
de p l e n a d e g e n e r e s c ê n c i a de um m o vim en to r e v o l u c i o n á r i o " .
(C a m in h o s e C a r á t e r , g rifo s n ossos)
Como 8 8 vôn a teae a t r i b u í d a p o r B a r r o s a o s « t r o t s k i s t a s n ja is
a fo ito s " & n a v e r d a d e p a r t e i n t e g r a n t e doa fu n d a m e n to s d a
hÍ n r n m o % n t e n d e r a a f i r m a ç S o de B a r r o s ? T r a t a - s e s i m p l e s m e n te
U « dSScSSiíSto ta U n L da o. (partindo
t u r a d e d e f e n s o r d e s u a s b a s e s ) ? Ou o comp« a t i r a no
de iuem **>&
p a r a « f c t i n l i r a 0 1 Nenhuma d a a d u ao h lp < 5 t e s e a p o d e s e r e l o g i á v e l .
BP 1 2 /7 9
T ^ 3 ‘(p M
*' ' TD - 56
A CAMINHO DO CENTRISMO ( crjtica a td-51)
INTRODUÇÃO
A conjuntura que atravessamos hoje já não ê mais a mesma que vivíamos na 5a. Conferência.
Mas a Organização daquela época também não é mais a mesma. Os tempos mudam, as posições se
modificam e novos alinhamentos substituem os anteriores. A TD-51, um pesado documento de
44 páginas assinado por Afonso Barros, E: e L. e um atestado do que acabamos de dizer. De
senvolvendo ao longo de páginas e mais páginas argumentos para lançar a ideia da atualidade
defuma situação revolucionaria no gaís, os autores do documento não somente se embaraçam nos
próprios argumentos: suas ccnclusoes rebaixam a linha e o programa, so cia lista , aproximando-
-se do nível das posições centristas que criticávamos, há quase dois anos, no grupo de 0-7
e , m is longinquamente, em 0-3. 0 documento de ABEL faz, cano na parábola do tonel vazio,
muito barulho ao descer a encosta. Mas ao analisarmos com cuidado todo o documento, percebemos
que o barulho era necessário para apresentar, envolvida por um manto esquerdista, uma pro
posta p o lítica cujo caráter cen trista e inequívoco.
Trata-se, sem dúvida, de una reviravolta. Afinal Barros sempre foi conhecido por suas po
sições ultra-esquerdistas. Mas aqui tem valia a formulação de Lenin sobre a unidade dos oon
tra rio s , quando levado ao extremo. 0 ponto de partida estava na "estratégia de luta pelo T
GKT", cujo sentido ê rebaixar o programa so cia lista e, simultaneamente d ilu ir a estratégia da
mobilização independente. Agora a proposta ressurgei nas já desfigurada, pois fala-se ape
nas em agitação e propaganda de um vago Governo Ogerario, cuja^ cabeça p o lítica seria o atual
Partido dos Trabalhadores, ccm um programa provisório mínimo "à esquerda" (â esquerda do e-
cletismo diga-se de passagem) deste Partido. A própria diluição da forma e da terminologia
usada, a confusão, as incoerências e contradições entre diversas formulações, às vezes num
mesmo parágrafo — tudo isto manifesta a tendencia para o centrismo. Sim, a Organização já
não ê a mesma, quer dizer, os camaradas que escreveram a TD-51 já não defendem posições ante
rio res. Mas o debate com o centrismo ê velho. Mudaram apenas os termos da luta.
A organização encontra-se devidamente preparada contra semelhante desvio da linha proletá
ria . Nao se assusta can_frases de efe ito , como a que culmina o documento, num rasgo de im
pressionante auto-suficiência:
"fi^com o rarpimento deste estado de coisas (o documento refere-se à linha p olítica e ao
metodo da 5a. Conferencia) que a 6a. Conferência terá que se comprometer, revitalizando
a Organização, tirando-a do prasente imobilismo e permitindo que esta cumpra os seus des
tinos h isto riccs."
A c rític a e forte e exig iria uma fundamentação de fôlego. Infeliznente Barros e os ou
tros camds. não se deram a este trabalho. Preferiram, colocar a Organização de sobressalto,
ameaçando ccm uma nova cisão. Como de outras vezes, não encontrando ouvidos, "reoonheceranv1
a sua precipitação.
Mas as posições permanecem. • O^anunciado rompimento foi adiado para a 6a. Conferência, fi
cando o compromisso com a discussão coletiva que agora os camaradas descobriram uma importãn
cia especial.
■1 c! .
Afonso Barros, E. e L. situaram os termos do debate. A 6a!. Conferência sera um ajuste de
contas fin al entre as correntes políticas;,«qu^. marcam a vida da Organização desde a 5a. Con-
ferên cia); desde então a lu ta foi entre a corrente marxista e sua variante revision ista de
esquerda; más agora,rdecorridos dois^anos da 5a. Conferência, a luta se trava contra uma va
riante cujas fomulações teorico -p o liticas se aproximam do centrismo apesar de encobertas ‘■cr
um palavreado esquerdista. A 6a. Conferência decidira qual duas linhas representa de fa
to a possibilidade de cumprirmos o nosso destino h istórico.
BP. dezembro - 19 79
;!í;v " '3P
PARTE I - A METODOLOGIA
Desde a 4a. Conferência, passando por todas as reuniões do Comitê Nacional e coletivas,na
sua proposta de Plebiscito-Conferência, até a TD-51 o camarada Afonso Barros tem insistido na
mesma tecla: "0 problema fundamental da 0 . ê o método". 0 som monótono dessa tecla ameaça
sua própria intervenção, pois nada de novo se acrescenta senão a mesma frase. No último do
cumento citado, que leva a assinatura de E. e L., Afonso re-introduz a polêmica com uma im
pressionante pobreza teórica e falta de referências esclarecedoras. . Isto apesar de culminar
um "Balanço" da trajetória da 0. desde a 5a. Conferência.
Não entraremos no mérito do "balanço" feito por Afonso e endossado por E. e L. pois o ro
sário de críticas irresponsáveis exigiria por si só outro documento para respondê-las. Cont£
do é de se notar: o "balanço" consiste numa cronologta desordenada de fatos, problemas e
questões, cuja conclusão é introduzida sem mediações em poucas linhas -- "o problema é o méto
do da 5a. Conferência".
Outro aspecto interessante das observações profundamente críticas do documerito acerca da
metodologia da 5a. Conferência são as omissões. Não sabemos, por exemplo, a que atribuir a
ausência de qualquer referência ao "empirismo", referência esta tão constante nas críticas d£
senvolvldas â posição oficial desde a 4a. Conferência e especialmente contra Ernesto Martins
(ver o doc. "Uma Intervenção Inicial", onde Afonso rebate as colocações acerca da inter-rela-
ção do empírico e teórico no método dialético). Será o primeiro resultado de uma auto-crítl-
ca de Afonso, ou talvez o resultado das novas assinaturas que o documento traz?
Mas a omissão do aspecto filosófico não altera essencialmente em nada a posição metodológ_i_
ca de Afonso. É o que podemos concluir da seguinte passagem:
"Outro lado de mesmo problema (metodologia da 5a. Conferência) é ignorar as leis próprias
do subdesenvolvimento e a dinâmica de classe nos países subdesenvolvidos o que permite
as abordagens mecânicas do tipo primeiro organizamos as bases das Comissões, depois des£
trelamos o Sindicato e aí o movimento se torna independente", (pág. 43)
Além de ser uma pequena amostra das dificuldades reais para discussão (pois Afonso simples_
mente deforma os termos da posição adversária), o trecho nos fornece a pista do "verdadeiro"
método. Fazendo a versão na ordem inversa, temos que o "verdadeiro método é aquele que con
siste em se apoiar nas leis próprias do subdesenvolvimento..."
Trata-se, nada mais, nada menos, de um método cujo conteúdo é definido pelas leis "pró
prias" do capitalismo subdesenvolvido. Na resposta ã convocação de um Plebiscito-Conferência
(o doc. de A.B. leva o título "Análise da 0. e Propostas), o BP discute o estruturalismo sub
jacente a tais leis e dinâmica do capitalismo subdesenvolvido, rebatendo-as em todos os pro
blemas mais importantes (tensões estruturais e arrocho, relação entre luta econômica e polítj_
ca, etc.):
"Quando criticamos as posições da TD-45, observamos que as teses da 0. sobre o subdesenvoJ_
vimento e os seus males crônicos, sobre a miséria crescente e sobre a tendência ao aguça
mento das contradições eram justíssimas; no entanto ocorria que as posições do arrocho es_
trutural caminhavam sobre o leito densas teses justas acrescentando-lhes porém 'algo
mais1. Este 'algo mais'é justamente a absolutização dos conceitos de modo a tornar pos
sível toda uma variante de idéias revisionistas sobre luta econômica, sobre as lutas par
ciais, sobre a luta armada, sobre o sindicato, etc. Exemplo deste 'algo mais' pode-se
ver dlssecadamente na defesa feita pela TD-45 sobre o 'arrocho estrutural': para aquele
documento o capitalismo brasileiro é incapaz de realizar a malsuvalia no seu mercado in
terno e a classe operária está excluída do mercado interno." (pág. 6).
QUESTÕES de nomenclatura
As teses de Barros, que acabamos de citar não aparecem com toda a clareza no documento as
sinado juntamente com E. e L. Há, pelo contrário, um arrefecimento da forma, uma mudança no
modo de tratamento das questões políticas.
Conhecendo a posição de Barros, temos o direito de levantar o problema da própria unidade
teórica e política dos camaradas que assinam o mesmo documento. Como poderíamos, por exem-
.3.
pio, entender que no lugar da dependência estrutural, conceito utilizado por Barros nas TD's
1*5 e ^7, seja apresentado um conceito tão vago como o de "aproximação estrutural"? Na termi
nologia marxista, os conceitos guardam uma relação muito clara com situações históricas concre
tas, com a dinâmica da luta de classes e nisto reside o "rigor" conceituai. "Aproximação es~
trutural" nada diz a respeito da determinação material que existe entre a luta econômica e a
luta política; se o ponto de vista defendido por Barros nas TDs *»5 e kl resvalavam para umcer-
to estruturalismo, para uma absolutização dos problemas do subdesenvolvimento, a noção de "de
pendência estrutural" guardava pelo menos uma relação clara com estas concepções. Na TD-51, o
conceito de dependência é abandonado por caracterizações diluidas que nem superam o esquematis_
mo de Barros mas tampouco permitem entender em termos marxistas a dinâmica da iuta de classes.
0 correto seria, no caso, dizer que a derrota política do proletariado em 196** criou as pre
missas para um nível de exploração da mais-valia desconhecido em nossa história pelo menos de£
de o final da lia. Guerra, e que esta situação tende a tornar as lutas reivindicatõrI as extre
mamente violentas na medida em que a burguesia mãnTTestasse uma resistência a quaisquer conce^
sões (o que, diga-se de passagem, não é o caso).
Em lugar de uma terminologia clafa, confusão, diluição em toda linha. 0 exemplo acima cit£
do pode ser ampliado em cada página do documento. E o caso do conceito empregado para tipifi
car a emergência de uma situação revolucionária: com a radicalização das lutas operárias e a
inviabilidade de uma solução burguesa para a crise, estaria "aberto c espaço" para o proleta -
riado colocar para sl o problema do poder. Mas em luta de classe real, em história viva, não
hã "espaço aberto". Isto é terminologia empregadq no movimento estudantil e serviu durante
muito tempo aos propósitos da "luta contra o ditadura", desaauando no dcmocratlsmo. Em luta de
classes, existem ou nao forças capazes de abordar o problema do poder.
Na fase atual, apenas a burguesia se encontra em condiçoes de "aborenr" este problema na me
dida em que tem nas mãos as armas econômicas, políticas e militares. Os camaradas reconhecem^
em breves momentos de lucidez que a condição do proletariado colocar para si o problema do po
der supõe sua organização em termos nacionais, o que passa pela sua unificação como classe ho
je. Mas então a perspectiva do poder acaba se diluindo, sendo apresentada em perspectiva,, num
"processo"...que, advertem, não é linear, etc.
A mesma crítica pode ser feita com relação a termos como "Governo Operário" (resumo da tãti
ca), "Governo dos Trabalhadores" e "Governo Revolucionário dos Trabalhadores", ''rata-se d ames]
ma coisa? Ou as bandeiras que unificariam as massas em torno do Governo (Operáric, dos Traba
lhadores, Revolucionário dos Trabalhadores): o instrumento seria um "programa mínimo revolu -
cionário", uma "plataforma de lutas" e ainda um "programa a esquerda do programa oficial do
PT".
A diluição dos conceitos marxistas está presente no documento quando se fala genericamente
das "massas", quando no lugar do conceito de proletariado industrial ou de classe operária ê
utilizado o conceito de "trabalhadores", etc. Esta diluição ê algo muito sério quando se dis —
ute o problenla da abordagem do poder, pois então estamos nos referindo a aliança de classes.
Veja-se, por exemplo, a seguinte passagem, conclusiva da parte sobre conjuntura:
,!As vanguardas comunistas e dos trabalhadores têm, por isto, que aproveitar o momento v, a-
tual para construir a sua unidade política nacional (frente de esquerda) e com isso atin
gir as amplas massas trabalhadoras; mobiliza-las e educa-las segundo seus interesses pró
prios de classe, e segundo uma perspectiva própria de poder. Devem ocupar todos cs espa
ços legais de a~cesso às massas... Por fim, deye fortalecer os vínculos de alianças entre as
classes exploradas. Cs setores proletários da pequena-burguesia, são elementos funriamen- -
tais nestas alianças, por seu qranJc peso nuffiérico c funcional p q estrutura produtiv? capi
tal ista brasil ei rã e por sofrerem c m quase à mesma intensidade que a ciasse operário ~s e-
feltos dos 15 anos de arrocho salariel e repressãc política.".
Por outro lado, a mesma concepção de ditadura estrutural,impede uma análise concreta da
situação do movimento operário. A TD-51 limita-se a descrever, grosso modo, a evolução des
te movimente, sem discutir qual foi o aprendizado real do proletariado ao longo destes quin
ze anos._ Não se vê também a fraqueza e os limites desse aprendizado, pois 15 anos significa
ram também despolitização e desorganização. Temos então, na TD-51, os fatos; e a interpreta"
'<p' (f> G ? .p • 4 o o
ção dos fatos conduz sempre e entender o movimento operário nos termos do agravamento das
suas condições materiais de existência, de modo absoluto.
Evidentemente a análise nem sempre apresenta-se assim deste modo claro e coerente. Em
certos momentos transparece um ponto de vista mais próximo da linha oficial, a exemplo da
parte inicial da tribuna, quando a ditadura militar é apresentada sebre o pano de fundo de
uma sociedade capitalista ccmplexa, sugerindo a inviabilidade de sua sustentação a prazo.Ou
tra passagem importante, embora localizada, ê a que destaca o papel das comissões de fãbri~
ca, vistas como instrumentos de pressão e revitalização dos sindicatos, e como instrumentos
de luta. Mas estes aspectos bem localizados, incoerencias e contradições dentro da concep
ção geral estruturalista. Assim, o tímido avanço na análise do papel das comissões de fá
brica, somente para ficar neste exemplo, e violentamente castrado na parte consagrada à tá
tica. A partir das considerações sobre a "legalidade" das comissões, estas passam a depen
der dos sindicatos atrelados para terem existência real. Não é, seguramente, pela unidade
firme que primam os autores da T D -51.
Dissemos que a análise consagrada ao movimento operário toma os fatos para comprovar, a
frio e sem mediações, as teses estruturalistas de Afonso Barros. E o que se pode observar
na parte consagrada aos sindicatos.
A tese sobre os sindicatos ocupa 8 páginas e tem um papel básico no conjunto do docume£
to. De fato, seria através dos sindicatos que a classe operária entraria na cena política.
Mas nenhuma fundamentação concreta acompanha esta tese. Pelo contrário: mais uma vez são
as leis próprias do subdesenvolvimento a dar este papel aos sindicatos.
"Nos países periféricos - ou subdesenvolvidos - os salários são mantidos baixos como 1
constata Lenin, no "Imperialismo", daí as reivindicações salariais ferirem mais direta
mente o próprio Estado, que centraliza e dirige a economta; daí os sindicatos assumT
rem...", etc.
0 trecho citado introduz uma colocação de Lenin com o claro propósito de dar escopo ãs
ilações 1óqicas que se seguem sem nenhum esclarecimento prévio: de fato, a sequência da p£
lavra "daí" nada tem a ver mais com Lenin. 0 "pós-leninismo" de Afonso entra, assim de uma
forma oportunista. Aliás, este passs a ser o método fundamental de todo o raciocínio do do
cumento na 2a. parte, posto não se lançar abertamente ã defesa de suas conhecidas posições
e nem refutar clara,lente a linha da Organização.
Pois bem, o que particulariza o sindicato num país periférico? A TD-51 cita o caso do
Brasil, mas por que razão o atrdamento sindical não ocorreu na Argentina: na Bolívia e no
Chile? Que particularidade tem esse nosso país tropical? A tribuna nada esclarece a res -
peito. (Há, porém, a novidade de um Estado que "centraliza e dirige" a economia. Esse ab
surdo teórico, de onde provém? Será que para o pós-leninismo o capitalismo superou seu ca-
rater privado e resolveu suas contradições no interior do Estado?).
Mas, prossigamos, em que consiste o sindicato atrelado nos países periféricos? No fato
de que, ao assumirem as lutas salariais transbordam o plano econômico e se colocam no plano
político. Falando na linguagem conhecida por todos os quadros da Organização, a superexplo
ração conduz o proletariado ã luta direta contra o poder burguês.
Nós já criticamos esta concepção sobre o papel dos sindicatos na 5e. Conferência. 0
que interessa agora ê verificar a serviço de que objetivo vem a re-edição da tese. Como os
sindicatos tem seu papel determinado pela superexploração do proletariado e esta situação o
releva politicamente, a conclusão ê clara: o atrelamcnto dos sindicatois ao Estado não tem
nenhuma importância.
Este o "miolo" da tese sobre os sindicatos nos países periféricos: o atre lamento sindi
cai é secundário, será jogado para o alto com a radicalização inevitável da luta de clas
ses , etc.
Com vistas a defesa desta tese, a TD-51 ataca uma suposta concepção "organicista" do de
satrelamento sindical, concepção esta abraçada pela 5a. Conferência e uma interpretação " m
correta" do NOSSO TRABALHO NOS SINDICATOS. Trata-se, sem dúvida, de uma deformação proposj_
tal, pois sempre dissemos que a luta contra o sindicato atrelado ê uma luta política, uma
luta contra os mecanismos e as amarras que o prendem ao Estado burguês. 0 nosso suposto"o£
ganicismo" revelaria, por outro lado, como sugerem os camaradas, uma tática de boicote ao
s indicato.
Ao contrário desses "desvios" da 5a. Conferência, os camaradas se arrogam o método jus
to: o problema do atrelamento precisa ser encarado em termos conjunturais. A força daclas^
se operária diante da burguesia seria o elemento decisivo. Mas sabemos que se o objetivo
do sindicato livre não for assinalado explicitamente, se não forem criadas as suas bases ma
teriais, a classe operária não enfrentará o problema conscientemente.
Outros argumentos são enfileirados para combater a importância do d e s a t r e i t o sindi
cal. 0 mais significativo é o de que a garantia do controle sobre o movimento uporário não
depende da estrutura sindical atrelada, mas da repressão, do "terror sobre a classe". Cla
ro que os camaradas lembram o período anterior ao golpe de 196^». Então surge outro argumer^
to para explicar o controle do movimento operário sem o recurso ao atrelamento sindical: o
reformismo. Assim a TD-51 vai rei ati vizando a concepção de que não é o atrelamento sindi
cal a causa da contenção da luta operária. Melhor seria desenvolver uma análise histórica,
onde estes diversos aspectos possam ser compreendidos em sua relação concreta. Uma leitu
ra dos "AONDE VAMOS" ajudaria muito a verdadeira compreensão do papel do sindicato atrelado
nos rumos do movimento operário brasileiro. Nos "AONDE VAMOS" o sindicato atrelado é visto
no contexto de transformações operadas na composição do proletariado e nas mudanças em sua
vanguarda. Estas razões históricas explicam a relativa tranquilidade com que Vargas impôs
o controle estatal sobre os sindicatos. Mas uma vez estabelecido este controle - e devemos
lembrar que embora implantados em 1939 , os sindicatos atrelados somente tem uma existência 1
real no interior do movimento operário depois de 19^6 , principalmente a partir de 1951* -, u
ma vez existindo este controle as massas operárias ficaram a mercê de uma prática cupulistã^.
Claro que a política de colaboração de classes jogou um papel fundamental na manütenção do
atrelamento, mas o importante é perceber a consequência disto. 0 problema é o enquadramen-
to da classe nestes sindicatos. As lideranças são continuamente desviadas das bases para as
cúpulas, as greves são quebradas em seu potencial e o aprendizado político fica restrito s
burocracia que se encontra no sindicato. E foi precisamente porque não dispunha da outra 1
organização afora este sindicato que e burguesia pode conter, em abril de 1964, o movimen
to operário de maneira tão vergonhosa: bastaram prisões e intervenções nos sindicatos para
precipitar a classe numa profunda derrota.
A conclusão política que extraímos da experiência de 64 foi a de que é imprescindível a
destruição do sindicato atrelado; vimos no trabalho de base a premissa fundamental para li
quidar este sindicato^e para o surgimento de um sindicato livre. Para nós isto faz parte
do processo de educação da classe operária, pois a luta sindical é uma "escola" ^je p:epar=>
os operários para desenvolver a luta contra a burguesia, em termos de classe.
Isto está dito em "NOSSO TRABALHO NOS SINDICATOS". Estranhamente, porém, os camaradas
tomam este documento para tirar outras conclusões. Na verdade, todas as críticas que são 1
imputadas à 5a. Conferência revelam seu verdadeiro alvo: o ataque a linha da Organização 1
sobre o Sindicato.
0 procedimento é simples: inicialmente se afirma que "Nosso Trabalhe nos Sindicatos" '
contém "premissas gerais justas". Que premissas são estas? 0 desatrelamento, a erqc rira -
çio pela base, etc. Contudo, logo se acrescenta que o documento é "insuficiente"... justa
mente na abordagem central'. NTS é insuficiente para a TD-51 na relaçio sindicato-massa, 1
quando este é o centro do documento. 0 desatrelamento é uma premissa justa, mas no geral ,
isto é, no pape 1 . 0 que vale,afinal das contas é outra coisa: o atrelamento não impede a
mobilizaçao independente do proletariado, e sendo assim a única preocupação é conquistar a
diretoria do sindicato. Tal é, como veremos a seguir, na parte dedicada a tática, a tese
central do documento. ~
Assim, o PT não passa de um fenômeno derivado de outro, um fenômeno produzido pelo auto
matismo das leis "próprias" do subdesenvolvimento. Sua potencialidade está i jscrita desde
o Início nestas leis, o que, nos levaria a supor seu surgimento inexorável, talvez sem Lula
(mas isto é o que menos importa).
0 que se acrescenta em termos do "espaço conjuntural" nada diz respeito ao movimento
operário, mas ã "incapacidade da burguesia em controlar o movimento". Ou seja, novamente
os fatores^ são da ordem estruturais, pósto que a incapacidade aí assinalada roíl*** a ve -
lho Tosiçao oolarc o rrrocho estruturnl.
A conclusão: o KT decorre de uma "combinação" entre fatores objetivos independentes da
consciência operária (a estrutura econômica subdesenvolvida, a "incapacidade" da burguesia
em exercer seu domínio ideológico), tanto estrutral como conjunturalmente. Sob o ponto de
vista teórico trata-se, sem dúvida, d: uma concepção sobre a totalidade histérica (o capi -
tal subdesenvolvido) marcada pela abstração das condições reais. É uma totalidade abstra
ta, pois os fatos já estão prê-determinados peia estrutura. Não há a rigor o surgimento do
novo, mas apenas a atualização do velhò, irrupção, num dado momento, da determinação estru
tural. A categoria da totalidade é, para o marxismo, uma categoria fundamental. A totali
dade reflete sempre relações reais, relações vividas pelos homens segundo o lugar na produ
ção social. São relações móveis, que sofrem transformações precisamente pela açãodasclas-
ses. 0 marxismo estruturalizado da TD-51 introduziu porém uma modificação substancial nes
ta categoriaformalizandc-a, esvaziando-a do aspecto histórico, perdendo de vista que a to
talidade histórica não é uma hierarquização já dada, mas em movimento e que é construída -
e destruída — pela ação das classes.
jjíHH.) 0 0 eur -i x n t o d e ueí oora ciênci- anti-c.^itcliutí a s rrrov « o'jcr -Vira d* 7ft- 7 9 ....
ou 1964. 0 proletariado que emerge nas greves de hoje não é o mesmo do período anterior ao
golpe. Trata-se de uma classe muitas vezes mais concentrada, cujo número praticamente do
brou e ê outro o peso relativo dos diversos setores. Novos contingentes se incorporaram aõ
proletariado. Em termos políticos e ideológicos, o golpe de 1964 demonstrou a falência do
reformismo e do trabalhismo; a vanguarda operária, até então dominada por estas correntes,
mergulhou numa profunda cirse. A nova esquerda não se enraizou na classe. A deppolitiza -
ção da classe no período de ditadura militar, garantida pela ponta das baionetas.não deixou
a classe senão diante da sua brutal exploração. Os pattidos oficiais, ARENA e MD9 cumpri -
ram apenas o papel de quebrar, em cada eleição, a ilusão sobre a possibilidade de mudanças
através do parlamento e suas lideranças mais notáveis foram identificadas com o oportunismo
eleitoreiro e demagógico.
A "novidade", quer dizer, a formação de um Partido dos Trabalhadores surge como resulta
do geral desses quinze anos de ditadura militar; e surge como resultado na medida em que <T
consciência desses quinze anos. Trata-se de uma consciência 1imi tada tanto pela experiên -
cia real do movimento operário, como pelas posições próprias de um setor s indical do movi
mento operário. Assim, lado a lado com um caráter anti-capitalista acehtuado e uma anteci
pação sobre o sentido histórico da própria iniciativa ("os trabalhadores nunca tiveram um
partido próprio", "a classe sempre foi manobrada", "a CLT e o sindicato foram criados para
dominar o proletariado", etc.) tem lugar outras manifestações tipicamente pequeno-burguesas
("o PT luta pela liberdade de organização de todos os partidos, pela democracia, r. c!asse
operária deve participar das decisões da política económica, etc.).
A TD-51 situa genericamente o combate ac democratismo, deixando de compreender que este
combate se desenvolve tanto em termos programáticos (a Carta de Princípios do PT), como e
principalmente sobre o terreno das lutas parciais, pois é neste terreno que a pequena-bur-
guesia democrática consegue deitar influência no movimento operário. Mas justamente por
não analisar o desenvolvimento real do movimento operário em termos de sua qualidade, das
influências políticas e ideológicas que sofre, e, logo, a própria situação dc PT, a TD-51 a
presenta este Partido como se encontrasse numa espécie de Limbo, cercado abaixo pelos demo
cratistas que querem atrelá-lo ao "carro da pequena-burguesia" e acima pelos comunistas que
serão os únicos capazes de salvá-los dos abismos do Inferno.
£ importante ressaltar que o programa apresentado pela TD-51 como o programa capaz de
formar uma tendência proletária dentro do PT e transformar o PT num "partido revolucionário"
é um programa diluido, que não corresponde ao próprio objetivo assinalado. 0 que signifi
ca, a rigor, um "programa mínimo provisório ã esquerda do PT"? Deixaremos a resposta a es
ta pergunta para a parte consagrada ã tática. Por ora é Importante assinalar apenas que as
vociferações contra o democratismo acabam por cair no vazio.
Que conclusões podemos tirar da TD-51 no tocante a questão do Partido?
Ao invés de tomar o caminho da análise concreta, ê escolhido outro, o da análise estru
tural, a qual, por força de sua própria lógica, impede o conhecimento do novo. 0 curso real
da luta de classes — que hão se desenvolve em linha reta — é deformado pela tese estrutu
ral ista das "aproximação estrutural da luta econômica e da luta política" dos países subde
senvolvidos. A concépçãc da TD-51 nio somente não deixa lugar para as lutas parciais, mas
igualmente conduz a outra concepção de Partido. A vanguarda comunista aparece na TD-51 (e
em todos os documentos de Afonso Barres) como o 1ugar-tenante e o procurador da revolução a
gindo em nome de uma classe incapaz de amadurecer politicamente pela própria experiência. Ã"
fonso já nos disse que, devido às leis do capitalismo sub-desenvolvido nao ,h£ 11 ,o' pa-rTõ
desenvolvimento das lutas parciais e do amadurecimento político da classe no curso das lu
tas parciais e do amadurecimento político da classe no curso destas lutas. Assim, a van
guarda "interpreta" os anseios da classe operária e preparar-se para a luta pelo poder - mes
mo que este problema não esteja colocado para a classe. Isto representa um completo romfI-~
mento com todas as nossas tradições, com o marxismo-leninismo. Mas, ao que parece pouco im
porta, pois o marxismo-leninismo precisa ser "desenvolvido" .e aí está Afonso Barros para
cumprir esta missão.
Esta concepção sobre o Partido marca toda a história da Organização. Se a TD-51 volta-
-se contra tal concepção hoje, seus 3 utores serão obrigados — caso sejam consequentes — a
tirar todas as implicações e criar uma outra tradição teórica. Mas na POLÍTICA OPERARIA não
cabem estas inovações sobre o partido como emanação das leis do subdesenvolvimento. E para
comprovar o que estamos afirmando sobre a tradiçao da PO, lembramos que em 1367 opusemos ao
"Grupo de Minas" (com a sua visão da necessidade de uma "tática global") a mesmíssima linha:
a formação do Partido se dá ao longo do desenvolvimento das lutas parciais, na medida emque
formamos a vanguarda de um movimento operário independente e oposto ãs instituições e polí
tica burguesas. Estas posições constam no documento "Sobre a Tática: Mais uma vez a luta
pela Constituinte", de 1367. 0 que defendemos hoje sobre o papel do Partido dos Trabalha
dores se insere nesta tradição: entendemos que o PT será uma frente contra o Capital, as
sentada na defesa das necessidades atuais e imediatas do proletariado. No presente momento
aplica-se com tods a riqueza a velha colocação de Marx, bem como de Engels (ver correspon -
dêncla sobre o partido operário nos EUA, publicada no Boletim Interno) -- um p-.sso prático
é muito mais importante do que dezenas de programas bem redigidos e teoricamen_e consisten
tes. 0 amadurecimento político do proletariado no confronto de classes criará efetivamente
as condições para a penetração das teses do Brasil Socialista, e este é o nosso ponto de
vista como Organização desde a fundação.
PARTE 2 - A TATICA
Na medida em que estão presentes condições objetivas para colocar o probl dc ceder,a
vanguarda comunista deve, consequentemente assumir para si as tarefas correspondente:, “'ias
quais são estas condições objetivas?
Para Lenin, no clássico texto sobre a revolução proletária, estas condições apontam ca
ra um quadro onde as classes exploradas já não queiram seguir vivendo cono antes e as clas
ses exploradoras não possam mais seguir dominando ã maneira anterior.
Em primeiro plano existem os sinais de uma crise econômica, indicados pelas alt^s ta
xas de inflação dos últimos meses. 0 desenvolvimento econômico recente repete a inflação £
corrida em 1965, quando atingiu a cesa. dos 80%. 0 abalo social causado pela inflação pôde
ser visto nas greves que mobilizaram não somente setores dc proletariado, mas igualncnte ma£
sas trabalhadoras não-proletãrias. E a radicalização das greves, dando a tcnic' desde mar-
fz-(/ 0 G>.p- h o 5
ço de 1979, chega também às classes médias. Tivemos o caso dos fretistas e mais recentemen_
te dos motoristas de táxi, mas estes setores que são diretamente atingidos pela elevação dos
custos de produção apenas precedem uma movimentação mais ampla das classes médias. Exemplo
disto foi a explosão social ocorrida em Florianópolis, a 1? de dezembro último. E não por
acaso o Ministro da Fazenda adverte quê novas explosões virão a ocorrer^
0 que estamos vendo é a irrupção do proletariado depois de üm prolongado período de apa
tia e desorganização, de concorrência pelo salário, de despolitização. A radicalização pr<[
cisa ser vista também contra o pano de fundo desses quinze anos, quando além do problema a-
tual da decomposição dos salários reais, ouvimos gritos como este estampados nos boletins 1
dos metalúrgicos do Rio: nchega de sufocol"
Contudo não basta falar da radicalização, pois esta é uma evidência. 0 que precisamos'
saber é outra coisa, é a qualidade desse processo de radicalização das massas proletárias.A
verdade surge das próprias manifestações objetivas — o proletariado tem participado fisica
mente das lutas gerais contra o arrocho salarial e a carestia. Não se distingue ainda pol_i_
ticamente. As greves ocorrem por categoria, a partir de campanhas salariais e se voltam pa
ra melhorias econômicas e sociais imediatas, coisa aliás escamoteada pelos camaradas quan
do d izem que
;iAs greves e manifestações reivindicatõrias, apesar dc ter origens salariais e por me
lhores condições de vida, exigiram dos trabalhadores um enfrentamento político das lu
tas.".
A"origem" das greves, camaradas, é a exploração capitalista, nos níveis atingidos até o
momento. 0 sentido das greves, contudo, é econômico ainda. Até o memento não se colocou —
tep um peso efetivamente desfavorável — uma luta da clas
se para arrancar do conjunto da burguesia concessões reais. A "política" é este movimento
de classe contra classe e que necessariamente situa o Estado como alvo. Tal limite preci
sa ser analisado quando falamos em luta pelo poder. Outra questão é a "politização" das lu
tas, a tomada da consciência de que lado está o Governo, de que se faz necessário derrubar1”
os obstáculos ã livre organização nos locais de trabalho e no plano sindical, etc. Esta
"politização" das lutas está ocorrendo, mas não massivãmente como dão a entender os camara
das; finalmente, "defrontar-se com problemas de ordem política" não significa a luta políti
ca, ou que os operários entraram na cena política e "assim" estaria aberto o espaço para
luta contra a dominação burguesa.
Ainda mais, convêm frisar q>je o proletariado industrial de hoje não dispõe de uma lide
rança reconhecida, não segue a legenda de um Partido, não tem cabeças políticas de destaque
nacional. Lula tem estatura para preencher este papel mas suas posições vacilantes não se
casam bem com o radicalismo da vanguarda operária nascente. A ausência dessa liderança po
lítica reflete também o nível de organização do movimento operário extremamente baixo. Di
ferentemente de 1545, quando chegou a se formar o MUT e a breve experiência da C.G.T.B., o
proletariado de hoje não dispõe sequer de um arremedo de central sindical. Como disse Marx:
"0 objetivo do movimento político da classe operária é, sem dúvida, a conquista do po
der político; para este fim, ê preciso, naturalmente, uma prévia organização da classe
operária desenvolvida até certo ponto, nascida de suas próprias lutas econômicas."
Por outro lado, em que situação se encontram as classes dominantes? Os de "cima" se ein
contram realmente impossibilitados de seguir dominando à maneira antiga?
Ao discutir a posição da burguesia diante da crise do regime militar» os camaradas apr£
sentaram, como vimos na parte consagrada ao método, uma visão bastante confusa. Sugerem u-
ma situação de instabilidade política, o que ê correto, mas acabam por concluir que a bur -
guesia encontra-se num beco sem saída. 0 retorno ã fase de Mêdici é "impossível" e a rede-
mocratização é "difiçil", assim expressam a presente situação e as tendências em marcha. 0
problema — e o erro -- está em identificar a crise do governo militar com a crise da domi
nação burguesa, em transformar a crise do regime na crise da sociedade. Nós dissemos na
TD-52 que a crise econômica rompe o equilíbrio social e precipita a crise política da dita
dura mi 11 tarjdevido ao agravamento das contradições geradas pelo desenvolvimento capitalis
ta nestes 15 anos, as lutas sociais terão um caráter agudo; o fim da ditadura militar provo
cará, sem dúvida, um abalo na estabilidade política do Estado burguês. E concluímos: o
quadro indica a marcha da sociedade burguesa para uma crise geral.
Mas não concluímos daí que a burguesia se encontra num beco sem saída. Somente quem ra
cíocina com base no esquema da "ditadura estrutural" pode confundir a crise atual com uma
crise catastrófica. Lenin já havia criticado na corrente esquecdista da IC semelhante des
vio: não há do ponto de vista do funcionamento do sistema capitalista uma situação absolu”
tamente sem saída. Somente a ação revolucionária do proletariado poderá provar a ausência
absoluta da saída. £ este aspecto que precisa ser ressaltado, pois embora possamos prever
uma agudização dos conflitos da classe e levantar a hipótese de uma crise revolucionária, 1
nós temos que levar em conta a situação atual do proletariado, que ainda não é c / a z de
tomar iniciativas revolucionárias. E a burguesia, camaradas, dispõe ainda de reservas sig
nificativas. Com Figueiredo» abriram-se as portas para uma solução democrática, pois tal
foi o sentido da anistia e da reforma partidária.
Os camaradas, porem, tornam virtualmente impossível uma solução deste tipo, pois para
eles a tendência geral
Os camaradas não conseguem compreender que o rumo tomado pela luta de classes está afas
tando a perspectiva de uma derrubada revolucionária da ditadura militar. Desconhecem que êT
burguesia está resolvendo ela própria a crise do seu regime, descartando-se da tutela das
Forças Armadas. Esta saída não foi descartada pela PO, embora colocada como menos prová
vel (ver AONDE VAMOS 3).
A redemocratiz 3ção que estamos assistindo não é um processo linear e de r.t r regi
me liberal. A burguesia p r o c u n manter intactos todos os seus instrumentos e posições es
senciais, que implantou sobre a classe operária desde o golpe de abril de 1564. As FFAA n^o
sairão de cena para recolher-se aos quartéis com o "estrito cumprimento de seu dever consti
tucional".
E evidente que a redemocratilação está ocorrendo num quadro de crise, e isto repercute
sobre a própria marcha da redemocratização. Em outros termos, a marcha se dá através de
sigue-zagues , de retrocessos, paradas, etc. Aventamos a possibilidade de um novo golpe mi
litar, visando interromper a radicalização dc proletariado. Mas, dada a situação geral, um
golpe dificilmentevinçaria. A burguesia está pouco predisposta a um retorno ao período Mé
dici; as classes médias estão descontentes e isto afeta as próprias bases das FFAA (princiT
palmente a baixa e média oficialidade), e além do que estas classes médias não podem ser ma
nipuladas contra a ameaça do proletariado — simplesmente por não existir este perigo no mo
mento atual. 0 golpismo é uma tendência latente no período, mas não descaracteriza r. ten”
dência ã redemocratização do governo.
Portanto ã pergunta — existe uma situição revolucionar ia no Brasil? devemos responder
negativamente. A conclusão o uma só: não estão presentes as condições objetivas ar~ a
vanguarda comunista se colocar o problema do poder. Nós lutamos para que se imponha a ten
dência nascida da própria crise capitalista que se esbeça, a que vem manifestando n^s 1
greves operárias destes dois últimos anos. Neste aspecto consideramos a inexperiência po
lítica e a falta de organizaçao do movimento operário como um elemento fundamentei para se
traçar perspectivas a curto e médio prazos.
^2,.0-0-G.p
E com base nesta análise concluimos que a projeção sobre uma futura crise revolucioná -
ri a
"sô reforça a necessidade atual de aproveitar a oportunidade que já começa a surgir a
luz do dia, de formar o proletariado como classe independente."
Como materialistas, teremos de partir do nível e dos problemas concretos vividos pelo
movimento operário atual, é este o terreno das lutas por melhorias econômicas e sociais i-
mediatas, onde se coloca em evidência o papel dos sindicatos.
ESTRATÉGIA ;E TÁTICA
!“* . 1 •••! >A : '! '' -
Em "FORMAR A VANGUARDA PROLETÂRIA,: dissemos que
"0 uso de noções como 'estratégia e tãtica'diseiplinam os debates do problema/do fim e
dos meios para atingi-io/ - sob a condição de que sejam aplicados de um modo material is
ta e não como chavões para cobrir lacunas."
Sabemos que, fora do senso comum da pequeno-burguesia, o termo "tática" é empregado pe
lo marxismo-leninismo para caracterizar mudanças a serem atingidas dentro de uma dada corre
lação de forças, estando, por outro lado, a serviço de objetivos estratégicos - que rnodifi”
cam essas relações de força em termos do poder entre as classes.
Quando falamos em "mobilização independente de proletariado" pretendemos falar de estra
tég ia * dc caminho que opõe o proletariado como classe ãs instituições e à política burguêT
^ (p çó-G , p • t\\<y
.15.
sas, pelo qual esta classe desenvolve uma ação própria, seja em termos de objetivos, seja
em termos dos métodos empregados para alcançá-los.
Na TD-51 não encontramos estas referências teóricas e políticas claras. ABEL refere-se
ao "Governo Operário" em termos táticos (ver parte consagrada ã tática) numa frase, mas em
seguida, graças a colocações genéricas sobre a "agitação e propaganda" deste Governo, cfas-
tam esta meta do alcance imediato. Tudo transcorre como se — e aqui impera o senso comum
pequeno-burguês corro se estratégia e tática fossem conceitos que lidassem com "proximi
dade" ou "distância"• do objetivo revolucionário.
SINDICATOS E COMISSSES
Assim como ABEL procedem a um rebaixamento do Programa, levam a estratégia - 'escer tam
bém um degrau. A "mobilização independente do proletariado" lado a lada com a formação dã"
vanguarda proletária não é uma frase, mas uma linha concreta para conduzir a oposição da
classe operária às instituições e ã política burguesas. E isto significa dar conta do de-
satrelamento dos sindicatos, da formação do Partido, etc. No tocante à questão sindical,to
mamos como dada a sua subordinação ao Estado, através dc um conjunto de mecanismos e leisT
Trata-se de um sindicato estatal. A luta pela independência da classe operária, que a colo
ca num patamar mais elevado para a consecução do objetivo final, passa também pelo rompimen
to com este sindicato. 0 desatrelamento nao é outra coisa que transformar os sindicatos em
órgãos controlados pelas massas operárias. E neste aspecto, desatrelamento e trabalhe de
base sao vistos como aspectos de um só processo. Ainda mais, a classe operária brasileira
não conhece um sindicato realmente operário, e este é um elemento fundamental pois implica
na participação dos comunistas dentro do sindicato atrelado. Sendo assim, todo trabalho den
tro dos sindicatos precisa obrigatoriamente, pois do contrário deixará de ser um trabalho ~
revolucionário, denunciar e encaminhar a luta contra os limites e as amarras que o prendem
ao Estado.
Este conjunto de formulações marca a separação entre a posição oficial e a dos autores
da TD-51.
Sobre este último aspecto, trata-se para a posição oficial de uma combinaçSc entre o
trabalho sistemático dentro do sindicato com o trabalho nas fábricas. A posição de ABEL
contrasta e se opÕe em pelo menos dois pontos importantes: o papel das Oposições Sindi
cais e das Comissões de Fábrica.
Já o destino das Comissões de Fábrica passa, conforme a TD--51, pelo Sindicato. Mesmo
sem levar em conta os critérios de julgamento da experiência das comissões, extremamente 1
facciosos (as comissões seriam "raríssimas", não houve boicote de Lula, os "núcleos ou gru
pos de fábrica" sãp propositalmente confundidos com "núcleos de comissão, etc.), o importan
te são as considerações sobre a relação entre comissões e sindicato:
"£ de se entender que a Comissão de Fábrica — objetivo a ser atingido é claro — não
pode ser visto fora de sua legalização. A Comissão dc Fábrica ou e aberta ou não e
Comissão...A vanguarda deve se preocupar em identificar os meios concretos - repetimos
- que possam levar hoje, nesta conjuntura levar o movimento a atingir objetivos maio -
res, as comissões de fábrica inclus ive..." (Estes meios, "com destaque para o sindica
to) .
Em primeiro lugar devemos deixar clara nossa divergência com relação a esta concepção 1
sobre as comissões. Nõs temos dito, desde antes do golpe, que tais organismos refletem o
nível de consciência do movimento operário -- e da vanguarda no seu meio. Por isto admiti
mos a possibilidade das comissões virem a ter um papel político e não apenas sindical. Re
centemente viemos frlando das Comissões de Fábrica como "bases do Sindicato Livre", mas não
incorremos no equívoco de subordiná-las ao sindicato "atual", um sindicato atrelado. Que
as comissões joguem um importante papel na libertação dos sindicatos da tutel~ c.st~t?l istã
fora de questão, como demonstrou o exemplo do ABC. Mas enquadrar as comissões nes sindica_
tos atuais, fazendo depender destes sindicatos a conquista das comissões c inverter as coi
sas. Na Espanha as Comissiones Obreras enquadraram-se como sindicatos mas isto significou
o enquadramento legal da classe, quer dizer, sua aceitação de que ã ditadura fascista se se
guirla a democracia burguesa.
Em segundo lugar lutar pela independência das comissões face ao sindicato significa tam
bém avançar na conquista do sindicato livres. ASEL começam justamente p el o sindicato, pe
la estrutura sindical, pelos organismos legal que é o sindicato -- para falar então das co
missões. Nesta linha as comissões ustão fadadas a se desenvolver nos limites dos sindica -
to atrelado. A história real mostra, ao contrário do quo pensam os camaradas, que quan
to mais independentes da estrutura s i n d i c a l forem as comissões maior a sua força e poder de
revitalização dos sindicatos, maior n garantia da quebra do atrelamento.
Em terceiro lugar, confunde-se o problema jogando com os conceitos de "legalidade" e
existência "aberta" das comissões. A Cornissão de Fabrica da FIAT-RJ, como os camaradas sa
bem (não bastasse o jornal PO para tanto), foi aberta, escolhida numa assembléia da fábri
ca, os patrões pelegos e policiais conheciam os seus participantes. Nem por isto teve exis_
tência legal, pois dependia de reuniões convocadas pela delegação sindical, um ergão legal,
com estabilidade garantida num acordo entre os operários e patrões no TRT.
E finalmente, em quarto lugar, o mesmo exemplo do Rio serve para evidenciar n.? prática
como é possível utilizar a estruture sindical atrelada (as delegações sindicais de fíbrica)
sem entretanto enquadrar as Comissões nesta estrutura. Diga-se de passagem que a dirétcrla
do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio, apoiando-sc nos erros da vanguarda da Comissão da
FIAT, conseguiu finalmente quebrar com sua independência e dissolvê-la. Foi uma vitõri? do
sindicato estatal sobre a organização independente da classe operária. ,
A posição de ABEL não é nova, ném para a Organização e nem para a Esquerda. Os militar»
tes mais antigos conhecem a posição, pois tiveram a oportunidade de discuti- 1 rn T-a. v.-:ife
rêncta e depois novamente nas teses preparatórias do fracassado 6? Congresso. 0: r i s o -
?2> <A 0 G , p 4Ú' *
Esta foi a nossa posição quando criticamos a organização da greve dos metalúrgicos do
ABC, em março último. A centralização da luta nas mãos da diretoria sindical, o ataque
contra as comissões de fábrica no decorrer da campanha salarial, tudo isto retirou das mas_
sas o poder de disciplina do movimento, embora não quebrasse a sua combatividade. Em ter
mos do amadurecimento político da classe, Lula e outros tiveram um papel extremamente "iega
tivo. De fato, somente eles pediam falar e quando o fizeram escamotearam ãs massas as ra
zões pelas quais a greve deveria ser interrompida. Na TV Tupi, entretanto, Lula d i s s o que
as razões foram políticas, que o golpismo ameaçava a classe operária. Neste momento - que
não foi nem será o último — Lula agiu segundo o comportamento clássico das cúpulas s i n d i
cais reformistas.
Chegamos aqui ã última questão proposta pela TD-51: a "individualização polí:ic^ da
PO no movimento operário". A colocação ê apresentada sem uma referencia explícita a táti
ca sindical, embora, estranhamente, seja um item dentro das "propostas para uma pc'ítioa
sindical". Mas deixando de lado a já exaustiva crítica de método, o que vem a ser en ter
mos concretos, quer dizer na situação atuai do movimento operário a "rejeição a qualquer
projeto reformista", etc.? Nós combatemos estes projetos tanto no plano ideológico como no
plano político. Mas P^RffcVrf£#íreno ^ político somos obrigados a dizer qual vem a ser na
atualidade a política- «J gce sita em joao'noBtc !X)líti ca ê a conci 1 iação com a burguesia,
em termos de um arrefecimento das greves e de um novo pacto social, em troca de conquistas
democráticas. A ameaça golpista vem sendo brandida ao longo das greves para baixar o nível
da radicalização das massas operárias. E sobre este plano que rejeitaremos qualquer poli
tica tendente a atrelar o movimento t^eráric. A ci são no mcvimento operário, sugerida pe~
los camaradas, precisa-se dar em fun^iò de razões concretas e onde esteja em jogo os inte -
resses imediatos das massas operárias. Do contrário seríamos reconduzidos ã velha políti
ca de se provocar artificialmente uma divisão no movimento operário — o que nos conduziria
na verdade a um isolamento, a ;untà re-édiçãó do sectarismo enterrado pela 5a. Conferência.
Estas observações já_foram feitas ao final da TD-52, mas convém repetir aqui: o comba
te ao reformismo e ao dèrívbcratismo, desenvolve-se hoje principalmente sobre o terrer.o das
lutas parciais. A greve dos metalúrgicos do Rio foi uma demonstração clara de que somos
os únicos a levantar claramente a questão da libertação dos sindicatos, a sermos intransi -
gentemente pela dond.ução da luta da classe até o fim — contra os democratas e centristas
que procuraram interromper a greve devido a ameaça de intervenção sobre o sindicato. 0 ba
lanço da greve que tiramos para a liderança operária nascente aponta estas conclusões polí
ticas e serve como exemplo vivo da propaganda anti-democratista a partir das lutas parciais.
*••
A TESE SOBRE 0 TRABALHO LEGAL, UMA TESE LIQUIDACIONISTA - ~ -
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Para finalizar a crítica à TD-51, cabem ainda algumas considerações sobre o papel espe
ciai da imprensa legal. 11
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No documento a j,mprensa ocupa, por assim dizer, um papel estratégico, pois é em volta
da imprensa que se formaria uma "fração proletária de massa". Trata-se, sem dúvida, de al
go multo semelhante ao proposto pelo "Centelha", quando pretende que seu jornal legal aglu
tine uma "tendência proletária" dentro do Partido dos Trabalhadores, numa espécie de revi -
vescêncla deformada do papel da ISKRA na constituição do Partido Bolchevique.
Dizemos uma "revivescência deformada" pois no caso do partido russo o trabalho da ls-
kra consolida num plano mais elevado, no plano da luta política contra o czarlsmc, o traba
lho "artesanal" da fase inicial dos círculos social-democratas. Já conhecemos o horror de
Barros ao que denomina "trabalho microscópico" nas fábricas.. Mas este trabalho foi essen
clal para o enraizamento da social-democracia no movimento operário russo, e do sou sucesso
dependeu inclusive o passo seguinte dado pelo Iskrà. A este respeito, vejamos c cíúe nes 1
diz "Liquidar o Passado para Destruir o Futuro?".
. "A conhecida obra de Lenin, '0 que Fazer?', por exemplo, reflete os problemas da jovem
classe operária russa, embora isso nem sempre seja compreendido pelo leitor de hoje.
• -; ■ -v v - v 11
A soeial-democracla russa surgiu ainda na década de 80 do século passado, como movimen
to de intelectuais. Evidentemente ainda estava longe,^!e-s,or um partido. S‘ègundo Lenin
essa fase durou aproximadamente de 1884 a Í8Í)4, durante a qual a 'social'-democracia" e-
xistiu sem movimento operário'. Não só porque òs seus adeptos aindá podiam 'ser côfita-
dos nos dedos', mas também porque a classe bperárla^ainda não tinha despertado.
A segunda fase, Lenin a descreve como sendo de 1894 a 1898. E essa a ocasião cm aúe a
social-democracia se expande rapidamente pelàs cidades industriais russas. Expande-se
sob a forma de 'círculos', grupos de intelectuais e estudantes que procuram entrar am
contato com operários de fábricas. 0 ’instrumento principal é a literatura dé "denúncias"
...As denuncias visam chamar 3 atençao dos operários para suas condições de existência,
despertar a sua resistência e estimular a movimentação da classe. A atuação dos círcu
los coincide com o surgimento de um mínino de organização clandestina nas empresas, em
função das greves. A segunda greve de Petersburgo, por exemplo, já se dá com a colabo-
raçao ativa de círculos. Essa segunda fase tem dois resultados. Em primeiro lugar traz
operários para dsntro dos círculos revolucionários e com isso permite uma atividade con
tínua e mais sistemática no meio da classe. Apesar das imensas perdas verificadas> em
virtude da inexperiência dos novos revolucionários, a social-democracia consegue enrai
zar-se na classe. Em segundo lugar permite a penetração da propaganda marxista nas mas
sas, muito aléo da presença física dos círculos e cria, num primeiro nível, a fusão da so
cial -democracia com o movimento operário existente. (A fusão definitiva se daria durante a
Revolução de 1905.".
Embora não tenhamos mais necessidade de repetir a experiência dos círculos, o importan
te ê aprender o método de trabalho dos bolcheviques, em especial a necessidade de auxiliar
o movimento operário a tomar consciência dos seus Interesses de classe a partir da luta vi
va. Nós damos um destaque especial ao trabalho nas fábricas,«ã nossa presença direta nas
greves porque sabemos como isto é decisivo para o enraizamento da Organização. Sem isto não
traremos para dentro da Organização quadros operários que "permitam uma atividade sfstemát_i_
ca no melo da classe". Não superestimamos o papel dos Instrumentos escritos como faz ABEL
e em certa medida Davy), mas damos a estes seu lugar. No ativo operário regional (W) uma
companheira operária levantou os dots lados do problema: não basta, disse ela, ir a porta
da fábrica com um papel na mão; ao mesmo tempo, é Importante uma imprensa que possa estam -
par legalmente,a situação vivida pelos operários dentro das fábricas. Tal tem sido um dos
papéis de uma imprensa regional legal, papel este insubstituível até o momento.
0 erro de ABEL está em não compreender que, no estágio atual do movimento operário, uma
Imprensa legal de caráter nacional jamais terá este papel de aglutinar massas. Apoiado num
trabalho local e em Instrumentos locais, por uma Organização atrás destes quadros, uma im
prensa nacional legal terá, sem dúvida, o papel de dar uma alternativa à vanguarda operária
que está nascendo nas greves.
Mas a deformação da experiência russa esconde outro problema, de extrema gravidade. IS
KRA era um jornal clandestino. 0 jornal defendido por ABEL pretende desenvolver uma agita
ção e propaganda r e v o 1u c iona ria, mas será um jornal 1egal. Será que os camaradas não perce
bem que, em decorrência da própria análise que fazem Incorrem numa monstruosa contradição?”
Como pretender que haja um agravamento da l u t a de classes, aumentando a repressão e, simul
taneamente a Organização venha a atuar abertamente através de um jornal legal?
As teses sobre c trabalho clandestino e o trabalho legal primam pela confusão, quer di
zer, pela tentativa de conci 1 iar sua visão sobre a ditadura estrutural com a de atuar nos
"espaços legais" abertos pela crise deste regime. Por exemplo, numa frase dizer que em si
tuações revolucionárias "existem condições para atuação aberta", mas logo em seguida afir
mam ser este espaço "menor nos países subdesenvolvidos". Resvalam a seguir para a general I
dade ("tudo se joga na capacidade da classe dominante em conter as massas e de outro do nf”
vel de consciência e organização do proletariado"), sem explicar de fato as ccndições con
cretas .
_0s camaradas tratam logo de fazer a advertência: "por outro lado a preparação da revo
lução exige uma Organização clandestina, um exército de quadros 'forjados em r3ço na luta do
dia a dia."' De que adiantam estas belas palavras, que mais soam ã poesia do que política,
se a Organização seria praticamente legalizada pela Importância dada a um jornal nacional
legal?
Supomo» que,jnais uma vez, o exemplo de um jornal como "0 Companheiro" esteja Influen
ciando nas formulações dos camaradas. Tornamos nossas as palavras de Martins: dispensamos”
esse jornal "Maria-vaf-com-as-outras", que nada tem de linha revolucionária, mas apenas agl
tação dos problemas e acontecimentos nacionais sem trazer uma orientação política clara. (T
fato inexcusável, entretanto, é que a proposta dos camaradas conduz a legalização da 0. A
tese é 1iquidacionista, pois manter apenas o CN e a célula de imprensa não passa de uma es
trutura formalmente clandestina. Nós não podemos encarar que o jornal traga para si toda ~ã
estrutura da Organização^ pois o jornal é apenas um braço no corpo geral da prática, que se
compõe de frentes e regiões distintas e onde há que se manter a estanquização. Enquanto nos
acusam de 1iquidacionistas (no Balanço, quando se referem ao caso da cél. de imprensa), os
camaradas pensam desviar assim de si este desvio. Para nós, tal como na 5a* Conferência, a
0. como_um todo deve permanecer clandestina. Dispor de instrumentos legais e atuar legal
mente não pode dissolver a estrutura clandestina. Pois se levantamos a tendência ã redemo-
craUz aç ão do governo burguês, não caimos na tentação de entender este processo como uma ex
tensão automática da democracia para o proletariado. Sabemos, pois, que a saída da clandeT
tlnidade dependerá de um proletariado forte, o que não existe hoje. Para termos um jornal""
que possa falar abertamente da Revolução Socialista, para termos um P0 legal precisamos ter
paciência ainda.
ERRATA: Pág. 7 - Ante-penúltimo parágrafo - 7o. li nha - 'indo r« 'í> •' '
^histórico— -J-
TRIBUNA DE DEÜATES H» 5 7
ERNESTO Hr STISi»
O d o cu m e n to e marcado p o l o v a l h o v i c i o , d o e s p e r a r u p a " s i t u a ç ã o r e v o l u
c i o n a r i a " e » t o d a f a s e d a lu ta -» 1 a « o a f r e q u e n t a n a s W sq u erd as *3 n #o p r o
cla a v i?. a e r l e v a d o multo a )?e.vi A c o n t e c e e n t r e t a n t o que oa a u t o r e s p r o -
tan d em *co p o < d e i .,a j l ■; f « f c a t i J a " p * r ;- a u « In*
een d en ttf«ieu ^< «« í-. .*v isol -o * p rc.o & ra » do f a t o p & ra s e n e l h a n t e s i t u a ç a o , *
ô que p o s a a o f a t o Cf e s e a ro o to a rg w t o d a s a s n e c e s s i d a d e s e i i p o s i ç o e s
da s itu a ç ã o p re s e n te e r e a l* F o riou 3.^çS oa e r j e r s p e c t i v a s * „cor&o - s l t a r n a t i
v o o r o l e t a r i a de p o d a r ’1 a i n o l a d «*..'< oa do v\i\ I'v v o m o ^.»pcr& rio" enchem a
b o c à i m as do m a n e ir a sisu ra s. j u s t i f i c a m o ab an d o n o d a a a te p a r l i b e r d a d e
s i n d i c a l o a t i o b i l l z & ç a o da c l a s s e , ,
PoSo p . Darcy:
41 0•
YL tuabom o material sobre Madureira» etc. D a uma ideia do que se
p a s s o u , ias é mui.to resumido para se f o r m a r a m quadro das foiças em Jo
go, Porque nau ha nenhum comentário de vocês ? 0 que me chamou atençaeo,
entretanto» e que nao vi nenhuma intervenção nossa nas reunioe3» Como es
tamos colocados ai 7
A situaçãoj na medida ciu que pude compreender, parece bastante confu-
»*., o so qia os ma:>s diversos grupos se aproximam e procuram ganhar in
jiuência, u b f o e inimijos àt... concepgÕes de um PT aparecem igualmente com
•r. intenção de impedir a sua reali^açao» Por outro lado» ainda ha pelegoa^
o semi-pelegos» que procuram doaçLnar a .3 lideranças .Locais, mas uma serie
• ales j*. desistiu, pois oe torrou cl&çc- que .eenelfccr.t :• partido nao ser vi
ra as intenções deles» (desistirão out-íós ainda» na medida om que as b a- #
3f.'íi 'se empenhe® r»a luta por sindicatos livres)» JS presenç^ de tai s tox
;as nãc leve impedir o noaso trabalho., # Nao deve assustar-nos» N a medida
èa que começarmos a fazer trabalho político ativo no aeio da classe, deve-
nos acostumar-nos a .idar com tais elementos, de manobrar cor eles, caso
■preciso» sem abandonar nenhum de nosso.í propositos» $so somos anjos,
que receiam o pecado»
Ànssar de toda a confusão., ha duas coisas que devemos valorizars Pri
meiro, a intenção úe um «partido setn^patroes", Devemos saber tirar dessa
de:?miçao ingênua as ultimas consequências» Ja representa um ponto de vis
a de classe rudimentar- Sm segundp lugar, osrece havor uma fração que
desenvolveu pelo menos tanta consciência para nao cair no conto do FF,
Jf:sa fraçao devemos procurar reforçar, aoesar das divergencias quo possam
haver,
a #
A existencia legal de partido» evidentemente, de maneira alguma esta
assegurado» Feio menos cora a Lei dos Partidos, adotada ha^pouccj» Mas o
que esta dentro das possibilidades o a sua existencia ate as próximas e-
leiçoea e este prazo devemos aproveitar poça enraizar-nos o máximo possí
vel nas suas bases e estabelecer o maior numero possível de contatos nos
->&3 ?rcs.< Ge houver repressão posterior do Partido» não devemos perder
runtato com as ,base.<* que provavelmente ficarão isoladas-, Tenho a ira-
iresssc quo a ideia do partido sem patrões" pegou, pois já vai ao encon-
trodaa necessidades sociais^dos operários. E se esaa vez não conseguir
se impor -^.devido a repressão - ela surgira eri qualquer futura crise,
quando a maquina repressiva sofrer novos rachas, Mas au gostaria de sa-
jer a opini&c de vocêa.
I - IFgRQBUgjgQ
D a e ld tm o a a a c r e v e r ym d e c u m e n to d e d i c a d o Aà a q u a a itd e s d « po_
'ü .t i c a i n t e r n a d a 0 - » « e n c a m ln h a ii t a A® d * c u m e n to ao> c o l e t i v o ■
cem o e l e m e n t o d e D l» p ar a c re d ita rm o s aax a p o litio a d« o rg a n i ~
?a<5.áo o t e r r e n o onds :>e. 3 tuam o e p r o b le m a s m a l» Im p o rta n te s â
m a la g r a d a s d a 0-, D esab am o s clia m a r a a t e n ç a r : d o » eom ps-, ao b re
a e x t e n r ;â o « a a a r l e d a d e t do»- ar.-rosb „ v a c i l a g õ e * Y ^ i s c I p l i n a s s
n a g lig â n e la a a te , q u a * 'jci ao n d o com ^ V l o « n o cam po d a o r g a n i z a ç ã o
e P o litic a d a íto a n g a S o r e p e r c u t i n d o n a fosm açváo p o l í t i c a
d o a q u a d r o s / ç :rJl a p r o f i m i a ^ » p ro p o s ta s co n c re ta s p ara a su p e ra rã o
d o o p r o b le m a s a p o n t a d o s o
Ü p r a c i e o quy. t o â o o c o l e i »0 s a c o n e í e n t i & e d a s i t w i g a o em
q u e v in a m o B c k O» ’ s a u n o o a ' & .**• m onento- c r í t i c o « E s t a «ma?~
a ç a d a d e dsaBDiora 1 x a ç S o a d r>•/»«.& -© a g a o * caso a a b s o lu ta d ^ a o rg a -
n is a ç á o , a n e g lig e n c ia ^ a p o .. :v'51cagem b a r a t a B a s q u eb ra» de c e n
t r a i ' . ‘^mo e t o „ n a o a a ja m v ig o r s a r n e n ta c o m b a t i d o » a d » i 'i n i t i v a m e n t s E
v a rrid o B wa POLOPo S a p r e t« n d e m .:e a e r njaa O - d a M a r x i s t a s La~
n in ls ta a 9 i n f l u i r no c u r a o da E L e triria b r a s i l e i r a e d c a tà lla a r
xma E a v o l'u 4 â o S o c i a l i a t a 9 & p ra ct:ia o q.ua te n h a io o a um co m p o r1ttam onto
à tl^ u -a ie t a :’: 3 p rc^ o ijy f^ e u :?oFque a tu a lm e n te --,c o m o q u a d r o J n
te m o qu e tam íja ;i aw tuinos m u ito l o n g e d i s s o o
ülalvefis. 00 a u t o r a a d e s t e doaum em to s a t1am a c u s a d o s m a is nma
V!:;r - oom o s a d j e t i v o s - ta o íam i . i a r e a - d e e s q t .r e r d i s t - a s í a e o tá rjL
,v-5f t u m u l t u a d o r e s 9 e t c . , p o r jt <fan a rm o s e s t a s q u e a td e a « p o rm os a
nu a d e a o rg a n iz a ç á o feffl que 8 t e n c o n tra a ii.ua1 $ p isn t& a 0 » a p ro p o rm t
mos m u d a n ça s r a d i c a i s , em. t e r - x e n o * ^ftsp'-’a h o s c a '9 t a i s como a Po 1 1 t i -
c a de f in a n ç a s , A t.ia lm e n te n a O» o s nu- i l t a n t e a arsdam eJB ^ ef.siv am en
te p r e o c u p a d o s em n a o f e r i r e m s u a o e p tib ilid a d a a s , em n ã o r a d i c a l ! -
p ar, om n ã o c o b r a r iito ~ = c r£ tic a a , e tc > A c o n c ilia ç ã o ê a & ü ±k h xxx
tO n i ' a ; v ld a t o l e r â n c i a com qu a s a o r e c e b i d a s d i v e r s a s qu efcoaa *
de c e n t r a l i s m o , com o p o r e x e m p lo a s r e c e n t e m e n t e c o m e t i d a s por A a
B a rro s» P o r o u tro 3.ad o g q u e s t õ e s como p o lític a de o r g a n iz a ç ã o 9
4 'r a n ç a s e t * ã o c on s i d e r a d (V<" me no r e s H a n o g l i g a n ; i a d a a £ a d isc u ss
/s á o in te r n a ab so rv e os q u a d o rsn e & m o n o p o liz a a e p r e o c u p a r e s
Mas o que o s com pso p re cisa m w r é qu e a s m a l h o r e s p o s i ç õ e s p o l i
tic a s , a m e lh o r a v a l i a ç ã o d e c o n f tu n tu r a » aa m e lh o re s r e a o l u ç õ e s
so b re t á t i c a e e s tr a té g ia ,, tu d o isso s e p erd e se n âo f o r eracam in
nado, m a t e r i a ' mente«} por q u a d r e s , o r g a n is m o s e p r o c e d i m e n t o s c o n
’ r e ‘vr j „ ~.om. d i s c i p l ina.-,, ;om método, aob c e n t r a l i s m o ^ p a r a r e d u n
da em algum r e s u l t a d o real» E qu an d o faiamos e m m é to d o , ffnâo
q u e re m o s d i z e r n a d a de m u ito c o m p l i c a d o ^ ; r e ferimo-nos s i m p l e s
m en te à p r a t i c a r e c o m e n d a d a pelas teses d a Intenaoionai. go b r a o
A s su n to ;
* A p re E ta ç á o de c o n ta s e .im d o s d e v e r a s m a ia i n d i s p e n s á v e i s
p a r a a a O r g a r ;i z a ç o e s C cm u n istas , C o rresp o n d e a tn d a s a s o r g a n í -
z a ç õ e s e a t o d o s h o a d r g a o a do P a r t i d o ( „ » .,) É im p o rta n te r e a l i
zar e s ta s p r e s t a ç õ e s d e contas de m a n e i r a t á o s i s t e m á t i c a que s e
e n rra íz a n o m o v im en to c o m u n i s t a como uma d e s u a s m e l h o r a s t r a d i
ções a , N e t c 000
O que fizemos* o que conseguimos anquansto Qi nestas últimos 2
anos? o que realizamos aqui n a região fw) Híoasa frente princi -
pa.'* ? Pedimos a todos os militantes que f a ç a m a si meamos esta per
gurOca-» & j .asã"-;istfaçam c o m respostas genéricas, a b a s t r a -
as % imprecisas tar o como " diXuadimos nossas poaiçoes através
do tT oLegal , Kinfluímos e m duas g> >v sw ou coisas afina, Quaremoffi
saldos conorefcos> Quanteir pessoar j- especia.aente o p e r á r i o s ® or —
gar rtame.;» ? Qua en.idadts e s t u d a n <•a^Tbairvos ou sindicais J a
tara - ''S’
iiii :o n q u i ^ " - ^ Cot,seguimos polarizar u m a tendencia
proletária •»» .«agiáo? Q u a r t o » contatos Importante». estabelecemos »
mantiv e m o a ? H v e m o « a l guma lar-'- p r o l at&rja capaz 6 * influir- sobra
o PT n a re g i á o ? A u m e n t o u r o e s a rapresentatividade"? 0 que conquista^
naa íá b rio a e , - 'v.. t e .* ? IRussaaa p o s i g õ a a são. tte c o n h a e lã a s s ?
Pox- quem?
t claro que tfão somos idealistas ao * ponto de a c u a a r no abatxa
t o a Oo », de não ter feito milagre*»,-, Sabemos de sobra que» para rea
lizar q u a l q u e r halanço de n o s s a práticç. ê preciso levar em. conta a*1"
nossas forças, as flutuações da conjuntura» etc-> Mas ci'emos que
exorbitante atribuir a astes fatores a estagnação e m que a 0« a t u a l -
monts se encontra, 'Bambem d i s c o r d a m o s radicalmente de A BEL quando*
atribuem nossas Inmifioiétaciaa e fracassos ao que consideram, o s ‘« r
ros existentes nas poeiçoes da^ 5 o Conf* M P®lo c o n t r á r i o » fol a fal^
ta de energia, d i s c i p l i n a e organlaação n a aplicação destas poalçÕes
(fundamentalmente c o r r e t a « )que r e d u n d o u n a crise atualíaysyfcisi^ainda
não superada pela G* , como passaremos a demonstrar.,
Mas de que d esorganização falamos? Podemos c omeçar citando a l
guns efeitos dela, óbvios para todoB» Prr exemplo, a situação do 8
J.» L. (que» c r i a d o Wsf mais de u m ano, até hoje não ao l u c l onou pro -
blemas tais como déatribuição, 0 u caráter? partidário? de tendência?
q u a ü a d i f e r e n ç a entre ambos? - a hoje está parado, entre outras c o i —
aas por falta de v e r b a ) / ? ou o resultado de n o s s a atuação n a feirva
Gerai Metaltírgioa em W ( atuação que, a p eaar de èntensa^ noa dias e m
que d u r o u a paraligaçao» pouoo saldo# nos deixouros contatos se disi
persamj o lindco documento oficial tirado b a lanceando o movimantoj in
titulado a K A Luta Continua*, não se sabe s$ foi distribuído, por
quem e para quam* o balanço que a SR d e c i d i u fazer sobre a noasa au
tuação ua greve, cuja elaboração f o i d i v i d i d a como tare f a entre VI,
S'il-» e MCc» sr5 foi feita por este último, e as propostas do comp., ao
bre futuras graves» a atuação do j,ornal na^mesmaj, distribuição âej.l.
ttasuito» e/$tc„ - a c a b a r a m engavetadas» Aliás isto tem ocorrido frequen
temente com* os balanços já feitos, que n u n c a c h e g a m a suscitar ‘
q ualquer alteração prática - jiauaoia coisa muito pouco lucr ativa para
a noss a p r á t i c a s. a l é V de aer no mínimo d e s â s t i m u l a n t e tí para quem ea
creve balanços.
Sobre a SR, falaremos m e l h o r nas páginas seguintes, quando o®
oompSí, terão o exemplo vivo de como uma Dir e ç ã o R e g ional nao deve
funcionar„ N e s t a introdução, estamos interessados apenas e m de m o n £
trar que não estamos fazendo c r í t icasno abstrato ou sem f u n d a m e n t o s f
a crise de que falamos é real» L e i a citamos 2 aspedtoa (situação do;
J»L ■ 9 saldos d a greve), mas ;£ h á iniímercs outros» Passaremos a d£
talhá-los, mas antes julgamos conveniente fazer duas obsrvaçoes?
1 - Mão autorizamos n e n h u m setor da opo§ição interna a utilizar
nossas colocações para f u ndamentar q u a l q u e r c r í t i c a a3 prewentea
poaiçees políticas oficiais da jf 0» (tiradas n a 5 o Conf, ),«. Rea
firmamos aiíáa no a sa c o n c o r d â n c i a gera 1 com. as posições apresenta
posições p o litic a s o f i c i a i s da 0 , (tir a d a s na 5 o c o n f „ ) o R e a fjfím a
mos a l ia s nossa concord&ncia &pra± com as p o s i ç õ e s a p r e s e n t a d a s pe
io m ao c o le tiv o na presente D l* C o n s id e r a m o s que no t e r r e n o do po
s i c i o n a m e n t o p o l í t i c o o s a l d o te m s i d o p o s i t i v o , t f e s t a c a n d o - s e a im
p o r t â n c i a dos Ativos o p e r á r i o s r e g i o n a i s e N a c i o n a l » E s p e ra m o s
que a 6 ° C o n f l » s e ja a cu ra o c a s iã o p a r a que a 0 « a tin ja '
um. m axim c de c o e s ã o in te rn a , e que a mesma s e r 3 £ 1 1 t a e s p e o í i.aniPjite
no o r g a n is m o d i r i g e n t e - , E s p e ra m o s tam bém que n a 6* C o n f e r ê n c ia s e ja m
d e fin itiv a m e n te v a rrid a s ta n to a s p o siçõ e s c e n tris ta a s como a s p o e i -
çõ es v a c ila n te s ão s e io d a PO^
03 p r o b le m a s que a p o n ta m o s n e s t e d o cu m e n to s e re la c io n a ^ e x c lu
s i v a m e n t e sá P o l í t i c a i n t e r n a d a O rg„ , e n a d a tê m a v e r com q u a l q u e r
p o s iç ã o p o lític a d e n tre a s a tu a lm e n te d e fe n d id a s n a D l,
as c r í t i c a s expostas n este documento,p r o
2 - Ao f o r m a l i z a r m o s
pomos a todo o oi etilvo que assuma uma au to— c r i t i c a * que poss * b i . l i t e
superar na p r á tic a , e c-om a máxima urgência? a c r i s e vivid a atu aj* —
mente p e l a 0* no terreno Drgandzatárioo Em muitos cásos noa àulgam&s
dispensados de assumir e s t a a u to - c r í ti c a * mas n ã c em tedos., Um mo -
m en to d e d e s o r g a < n i z a ç ã o to ta l d e n t r o d a 0 ^ 9 de c a o s fin a n ce iro , de
d e s c o n fia n ç a r e l a c i o n a d a a o c o m p ro m e tim e n to id e o ló g ic o de c e r t o s *rw
q u ad ro s„ 0 o u tro s fa to re s d e s te n a ip e , a ca b a m fa ta le s o s n te d e s e s tim n
la n d o . a p r a t i c a de q u a l q u e r m i l i t a n t e » N e s te se n tid o , c r e m o s que a
a u to -c rític a deve s e r a s s u m id a c o l e t i v a m e n t e , co m r i g o r e e n e r g i a ,
a f m de r e a l m e n t e e r r a d i c a r da 0 » « a d e s o rg a n iz a ç ã o , a in d is c ip lin a ,
a n e g '- i g § n c i a e t " . , qus a tu a lm e n te e n tra v a m su a p r á tic a »
P e ita s essas re{*a *vas? passaremos a comentar o memento que atrave^
ssamosç e a expor nossas propostas no sentido de superá-lrio
II - A DESORGANIZARÃO EM W ( SUAS R A IZ ES )
— jC jL -
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- ju-
- 0 - 0 - G . p Ate)
f * •
ttrn tos para trabalho a nxvel de IY1Ü e em bairros proletarxesp mas sem
se abandonar a tendência 03tudantilo Esta pode ser uma boa fonte para
XMBM&M recrutamento de quadros - e, principalmente» aSSíüiSíde apoio
logístico o material #a 0 », com algumas atividades voltadas para a ar
recadação de fundos» Na regiãó, existe um quadro (candidato) e um GFR,
com uma excelente potencialidade para a ampliação de nosso trabalho;
M j»
mas a 3eçao esta entregue ao mai 3 completo abandono, coisa que pudemos
V3 ~ificar pessoalmente. A assistência, que ficou teoricarnonte entregue
a » praticamente não tem sido f e i t a 0 üs quadros locais enfrentam uma
completa indefinição do sentido qua devem dar ao 3cu trabalho, e corro
mos o risco de sofrermos novas perdas devido a essa dssorganizaçao0 Por
tudo isso, cremos que a 0 „ necessita definir-so urgentemente sobre a »
seção de ou ã fechamos ou a mantemos com um mínimo de apoio ~ que,
em nossa opiniãoçi significa assistência constante, com presença física
do responsável para x~auniao longa com os quadros pelo menos uma vez pso
por m R 3 0 Achamos que esta assitftencia deve ser entregue a um militante
de UI, f! experiente, preferencialmonte do CN; ele faria reuniões mensais
em cáum os quadros responsáveis por H^e Hj» trabalhando sempre com ii
informas escritos, planos detalhados e balanços regulares»
III - Sobre os Rompimentos de Discipina b C e ntr ali sm o t Como Comba
ter103c
âOo
Para o nnfrentamento de todos eates problemas, propomos que:
1 «■ a disciplina interna seja reaplicada com o maxirno de rigor e
urgência em todos os ga organismos* o que inclui metodos^plementares de
sistematização dsjpratica;
2 -= reintrodução imediata dos procedimentos do crítica e auto-crí*
tica na 0 „ , com o máximo de rigor, no sentido de colaborar para a for
mação política dàs quadros t: para o bom andamento de nossos trabalhos;
3 « aa quebras de centralismo nao mais sejam toleradas na Lj
4 * a Üo necessita de orgamismos de direção c o eso sB o que signifdL
ca restrição ao mínimo da participaçao de elemèntos de oposição nes-t
tes organismo»«
as :
1 - u n i f i c a ç ã o d o s padrões g e r a i s de roorad&au a l i m a n t a ç a o , saude
e e d u c a ç ã o de filhos para todos os m i l i t a n t e s f t ; g a r a n t i a de a j u d a m a
terial contínua a quadros d e s e m p r e g a d o s , operários e p r o f issi o n a l i z a * *
dos;
2 - discussão cuidadosa rle cada caso individual, no que tange a
despesas antrada ou aaída de empregos e cursos, contribuição finance^,
:a o* recsbimenco d« dinheiro; centralização rigorosa das finanças;
3 - redução do o r ç a m e n t o de a l g u n s q u a d r o s c o m o c o r t e do d e s p e s a s
desnecessarias; encaminhamento de3ss dinheiro a C», que o aplique da m
y - RB.sumo §_ C o n c liisõoo
S au d açõ es c o m u n is ta s .