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A.’.R.’.L.’.S.’. União e Prosperidade n82 – Rua Coremu, 148 – Vila Esperança – São Paulo - SP
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Agradecimentos
• Ao meu grande amigo e Venerável Mestre – Marcus Vinicius Ferro Stefaneli, pelo apoio
oferecido em diversos momentos e condução perfeita de nossa loja.
Se queremos progredir, não devemos repetir a história e sim escrever uma nova.
Mahatma Gandhi
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Sumário
1. Introdução ................................................................................................................................................... 4
2. A constante evolução. ................................................................................................................................ 5
2.1 O início do caminho. ........................................................................................................................... 5
2.2 Ferramentas de lapidação – O maço. ................................................................................................ 7
2.3 Ferramentas de lapidação – O cinzel. ................................................................................................ 8
2.4 Ferramentas de lapidação – A régua de 24 polegadas. .................................................................... 9
2.5 Pratica diária de lapidação................................................................................................................ 10
3. Conclusão ................................................................................................................................................. 12
4. Bibliografia e Referências ........................................................................................................................ 12
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1. Introdução
Ao longo de nossas vidas, nos fazemos constante diversas perguntas, no entanto, nem
sempre encontramos facilmente a resposta, isso, se realmente encontrarmos tal direcionamento.
Perguntas como: Quem somos nós? Para onde vamos nós? O que viemos fazer aqui? Quem eu
fui no passado? Quem serei no futuro? Como eu devo agir nessa situação? Como eu não devo agir
nessa situação? Provavelmente você, leitor, já se identificou com algumas, se não todas, perguntas
acima. A grande verdade é que todos nós, ao adquirirmos um certo nível de consciência, somos
direcionados de alguma forma para aprimorar nossos costumes e então trazer algo de satisfatório
para as nossas vidas e para aqueles que vivem ao nosso redor. No entanto, o caminho para
alcançar tal efetividade em nossos trabalhos nunca foi, e nunca será diferente de um longo trajeto
em busca do auto - conhecimento.
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2. A constante evolução.
Ao mesmo tempo que minha vontade é de criar um mapa, capaz de auxiliar você meu irmão
em seu percurso, ao entrarmos nessa jornada pelo aprimoramento pessoal, percebemos que, além
dos mais diversos caminhos que encontramos ao longo da vida, percebemos que nem sempre, ou
quase nunca, podemos realizar o mesmo trajeto que outros, ainda, em alguns casos, podemos até
caminhar juntos por um determinado momento, mas em algum ponto do caminho, os caminhos
divergem. Você deve estar se perguntando, por que isso ocorre? Quer dizer então que devemos
seguir sozinhos? “Nesse mundo, não existe verdade universal. Uma mesma verdade pode
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apresentar diferentes fisionomias. Tudo depende, das decifrações feitas através de nossos
prismas, intelectuais, filosóficos, culturais e religiosos” (Dalai Lama -Tenzin Gyatsu, 2002).
A primeira resposta é uma pergunta realizada por diversos estudiosos, sejam filósofos ou
líderes religiosos, mas, ao adentrar em busca do auto conhecimento percebemos mais cedo ou
mais tarde que, o que serve para nós, pode não servir para o outro, isso quer dizer que, todas as
experiências, relações e percepções são individuais, portanto, para aprimorar a si mesmo, não
basta imitar, ou apenas seguir os caminhos que outros percorreram. “É muito melhor perceber um
defeito em si mesmo, do que no outro, pois o seu defeito, você pode mudar” (Dalai Lama – Tenzin
Gyatsu, 1992)
A segunda resposta, é algo mais complexo ainda, porque durante a nossa vida, percebemos
que ao tentar realizar tudo por nossa conta e risco, encontramos extremas dificuldades, sendo
muitas vezes necessário ter pessoas próximo a você para “dividir tal fardo”, no entanto meus
queridos irmão, tal ponto de observação pode nos colocar em um constante paradoxo, onde, como
é possível ajudar o próximo, sem antes ajudarmos a nós mesmos? Da mesma maneira, como o
próximo irá se ajudar, para então estar hábito a nos ajudar? E ainda, como nós ajudamos o próximo
a propriamente se ajudar? De maneira alguma devemos seguir nossas vidas sozinhos, afinal, um
dos salmos que nos rege diz “Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união” (Salmos
133, verso 1º). No entanto, devemos sempre estar cientes que na trajetória de nossa lapidação, o
que cabe a nós, depende quase sempre única e exclusivamente de nós. Dessa maneira, não
encare essa pequena reflexão como um isolamento de seus entes mais próximos, amigos, irmãos
obreiros ou familiares, mas devemos adquirir o discernimento de quando é necessário progredir
com esses, e quando o caminho é estreito a ponto de só caber você.
Todo objetivo a ser cumprido, parte de uma pressuposta problemática, onde se faz
necessário refletir sobre o que devemos resolver primeiro, para então pensarmos onde queremos
chegar, e então criarmos estratégias para alcançar tal resolução. Dessa maneira, o ponto de partida
é: O que eu sou? Aprenda primeiramente sobre você, saiba de cor todos os seus gostos, todas as
suas qualidades, todos os seus defeitos, estude sua própria história, dessa maneira você irá chegar
a uma ou várias problemáticas, conseguindo posteriormente numera-las em ordem de prioridade,
só assim, você poderá usar as ferramentas do primeiro grau (como estratégia) com excelência e
partir para a lapidação de sua pedra bruta (Figura 2). A seguir, serão trazidas as características das
ferramentas utilizadas pelo aprendiz maçom a fim de transformar a pedra bruta em pedra lapidada.
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O maço (ou martelo rudimentar) foi o primeiro instrumento imaginado pelo homem primitivo,
com a finalidade de movimentar a matéria de um lugar para o outro (GOMG, 2004), inaugurando
assim a era das ferramentas, dessa maneira, tal ferramenta era utilizada pelo homem para
conseguir seus intentos, que até então, utilizava a si mesmo como maço, através de seus próprios
músculos, portanto essa ferramenta é um “instrumento” de força. “maçonicamente”, o maço ( lado
esquerdo da Figura 3) faz alusão ao 1º Vigilante, cuja qualidade é a força, e cuja a missão consiste
na transmissão de energia aos demais obreiros (Pessanha, 2008).
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O Cinzel (lado direito da Figura 3) possui o poder do corte, utilizado para dar forma, ou
simbolicamente e literalmente abrir os caminhos seja através da matéria, ou através de nós
mesmos. Portanto, necessita ter um fio cortante e resistente, de maneira a receber e transmitir a
força que lhe for aplicada pelo maço. Na maçonaria faz alusão ao 2º Vigilante, pois essa luz é
representante do elemento da beleza, e o cinzel é usado também para trazer à tona tal
característica. Dessa maneira, o uso do cinzel direciona o desbastar da nossa pedra bruta, podendo
criar líneas que trazem o embelezamento da mesma.
Dessa maneira O Cinzel significa a capacidade que devemos adquirir de enxergar tudo
aquilo que devemos mudar (Daniel, 2008), agindo muitas vezes em conjunto com instrumentos de
auto-avaliação (como o nível). Simbolicamente modela o espírito e a alma, de acordo com os
mandamentos da sabedoria, representando nossa capacidade moral e desenvolvimento espiritual,
em conjunto ao saber e prudência. Cabe destacar que, sem o desenvolvimento de tais habilidades
o Maçom não pode agir no mundo profano, nem mesmo poderia direcionar à sua própria natureza.
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Para tanto, o Aprendiz-Maçom deve possuir qualidades morais, sentimentos bons e generosos
(linha da virtude), uma mente bem-dotada e educada (linha da direção) e uma natureza espiritual
pura e profunda (linha do discernimento), características que serão usadas em suas obras
(Pessanha, 2008). Dirigindo e concentrando a energia em um ponto definido, para que a força não
se disperse e o resultado seja alcançado, sem nunca se desviar do caminho correto, e então entrar
em um caminho sem continuidade no labirinto da vida. Portanto meu irmão, segure firme em seu
cinzel, e pergunte a si mesmo, onde eu devo direcionar tal ferramenta, para então aplicar a força
do maço, e aprimorar o desenvolvimento de si mesmo.
A régua de 24 polegadas (Figura 4), pode ser usada como instrumento de comparação, já
que é um instrumento de medida, servirá para comparar e aferir os desgastes necessários, evitando
que os mesmos, sejam exagerados ou até mesmo muito limitados. Será nossa consciência aliada
ao bom senso, nos guiando na realização dos nossos trabalhos. Este trabalho deve ser consciente
e racional, a emoção é importante para dar ao homem sensibilidade necessária para admirar o
belo, mas a razão deve frear suas impetuosidades e dominar as explosões emocionais (Silva-
Junior, 2020).
Ainda, sem diretrizes, é possível fazer com que nossa pedra bruta se torne mais irregular ao
invés de se tornar polida. A régua nos passa uma imagem de traçado reto e de medida, tais fatores,
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estão sempre presentes na vida do maçom, como por exemplo os passos do maçom devem sempre
estar em retidão, evitando os desvios para os caminhos fáceis, ou a medida, que deve ser usada
para equilibrar as ações do franco maçom, sendo essencial para aprimorar seus trabalhos (Silva-
Junior, 2020).
Fazendo uma analogia entre a retidão (representada pela régua de 24 horas) e as mais
diversas crenças, notamos que em diversas organizações religiosas é colocada como uma de suas
principais características tal questão (de sempre “andar” em retidão). Nos ensinos orientais por
exemplo, o traço de retidão é visto com muita rigidez. No budismo, o Iluminado traçou aos seus
discípulos os Oito Caminhos Nobres, sendo eles: “Compreensão correta (Samyag-drsti),
pensamento correto (Samyak-samkalpa), linguagem correta (Samyag-vac), comportamento correto
(Samyak-karmanta), modo de vida correto (Samyag-ajiva), esforço correto (Samyak-vyayama),
desígnio correto (Samyak-smrti), meditação correta (Samyak-samadhi)”. Buda traçou com sua
régua o código para que seus seguidores evitassem dissabores e tristezas no caminho da vida
(Thãnissaro Bhikkhu, 2017).
Como último tópico desse trabalho, gostaria de propor uma prática, que tenho realizado
todos os dias, a fim de direcionar os meus caminhos para a evolução e então buscar a lapidação
diária. Hora de nos questionarmos meu irmão, afinal, como citou Platão - “Uma vida não
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questionada, não merece ser vivida”. Em um lugar calmo, se possível coloque uma música
agradável, agradeça ao GADU por mais um dia e faça a seguinte prática:
- Feche os olhos.
- Imagine-se sentado em lugar muito aconchegante, como um gramado extenso, ou uma montanha,
ou a beira de uma cachoeira, ou até mesmo em frente a uma fogueira aconchegante.
- Após estabelecer em sua consciência tal situação, imagine que você está segurando em suas
mãos um maço e um cinzel, e que em frente a você está a régua de 24 polegadas.
- Sinta tais instrumentos, sinta a força do maço, e os detalhes do cinzel, perceba cada polegada
presente na régua.
- E então faça a seguinte pergunta: Onde eu devo posicionar meu cinzel? Pense em seus
problemas, seu comportamento, em seus relacionamentos com as pessoas ao seu redor,
simplesmente pergunte-se, o que deve ser feito, para aprimorar a sua pedra?
- Lembre-se que a força de vontade aplicada através do maço, já foi empregada pelo simples fato
de você estar realizando tal prática, então, após direcionar seu cinzel, use a régua para elaborar
estratégias que iram te favorecer no cumprimento de tal dever, em que momento dessas 24
polegadas, você deverá agir?
- Tal ação, será o uso da força aplicada ao maço, então pergunte-se, com qual intensidade eu devo
realizar tal batida?
- Finalmente, mentalize você realizando tal ação, afim de proporcionar e energizar de alguma forma
os caminhos para a sua evolução.
Deixe alguns minutos do seu dia para essa reflexão, tenho certeza meu irmão, que você
encontrará o caminho correto a seguir, através de seu próprio direcionamento.
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3. Conclusão
Após escrever esse trabalho, e realizar incansavelmente uma reflexão sobre o trajeto árduo
que é nossa lapidação, podemos concluir que apesar de ser um longo caminho, difícil de seguir,
por vezes contra a vontade de outros, e até de nós mesmos, e somente através deste, que podemos
oferecer o melhor de nós. Sendo tal oferta oferecida para você mesmo, ou para as pessoas que a
ama, e até mesmo para todos que estão ao seu redor. Afinal, temos o compromisso como maçons
de nos manter em constante evolução e trazer para o mundo o que há de melhor em nós. Por mais
tenho dito.
4. Bibliografia e Referências
• BIBLIA KING JAMES - Atualizada. Livro de Provérbios (Antigo Testamento), capitulo 14,
verso 2.
• TENSIN GYATSO. Como praticar o caminho para uma vida repleta de sentido. Jeffrey Hopkins.
2002.
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