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IPF – 26/03/2023 – Culto Solene

Efésios 1.20-23

1. EXPOSIÇÃO DA PASSAGEM
I. Introdução contextual – Paulo ora incessantemente diante de Deus pela igreja.
a) Oração pedindo que Deus conceda: espírito de sabedoria e de revelação no
pleno conhecimento dele.
b) Três propósitos específicos, através dos quais eles iriam saber qual era:
 A esperança do seu chamamento;
 A riqueza da glória da sua herança nos santos;
 A suprema grandeza do seu poder;
II. Breve discussão exegética dos principais pontos
a) Paulo vem tratando da necessidade dos crentes em conhecer o processo da
salvação de suas almas bem como entender, à medida que o Espírito os ensina,
do que da parte de Deus lhes foi revelado, todo o plano da Salvação.
b) Esse plano eterno está sendo agora descortinado pelo Espírito da sabedoria e
da revelação que, de maneira inspirada, toma o apóstolo como instrumento em
suas mãos para realizar essa tarefa.
c) A primeira coisa que ele faz é orar, e orar incessantemente; mas ele ora com
um objetivo específico: Que seja concedida, da parte de Deus, aquilo que
somente ele mesmo pode dar: sabedoria e revelação = conhecimento.
d) Conhecimento para sustentá-los na fé e não serem rapidamente conduzidos de
forma inadequada para outro evangelho.
e) O ponto principal dessa questão está relacionado com a habitação do Espírito,
o selo que eles receberam, o penhor da sua herança, suficiente para mantê-los
guardados até o seu resgate. Isso faz Paulo abrir um parêntese (v. 15) para
elogiá-los quanto a estarem praticando essa compreensão no aconselhamento
mútuo.
f) Isso se deu porque os olhos espirituais deles foram abertos. Não há sentimento
de individualidade; há ali uma compreensão vívida de que eles pertencem a um
mesmo corpo, formado por judeus e gentios, cujo propósito da sua existência é
a glória do cabeça da igreja, Cristo Jesus nosso Senhor.
g) Aí entra a compreensão a que Paulo quer que eles cheguem: QUE ELES ESTÃO,
DE TAL MANEIRA, LIGADOS A CRISTO, QUANTO NÃO PODEM SER E AGIR
EXATAMENTE COMO ELE AGIU, fazendo isso pelo poder do Espírito Santo.
h) O mesmo poder que operou na Criação, e que também agiu na Redenção, é o
que rege a Providência contínua de Deus na vida cristã. Esse mesmo poder
haverá de operar na Consumação de todas as coisas.
i) De uma maneira especial Cristo já operou a consumação da nossa redenção, na
cruz. E esse poder que operou na cruz a nossa redenção é o mesmo poder que
agiu na ressurreição gloriosa de Jesus, para concentrar novamente toda a
autoridade nas mãos dele. Isso remete ao v.10: “de fazer convergir nele, na
dispensação da plenitude dos tempos, TODAS AS COISAS, tanto as do céu, como
as da terra”. Incluindo-se sob essa autoridade, os que foram salvos por ele.
2. EXPOR A DOUTRINA DA PASSAGEM
I. Principais ensinamentos do texto (proposições)
a) Paulo propõe nessa passagem a compreensão do que é de fato a igreja. Eles
não estavam lidando com um aspecto institucional ali. O poder que Deus
exerceu através de Cristo e em Cristo, não era simplesmente para mantê-los
subjugados a uma instituição denominacional, fazendo deles massa de
manobra ou frente de batalha para conquistar benefícios desse mundo. Até
porque Cristo não precisa de homens para conquistar algo ou dominar sobre o
que já lhe pertence. Tudo é dele, nós sabemos disso. Mas o Espírito deseja que
os crentes reconheçam a autoridade de Cristo e permaneçam nele. Paulo sabe
que o coração do homem, mesmo regenerado, pode ainda assim ser enganado
e seguir outro líder que não seja Cristo. E é nessa relação que entra a oração de
Paulo em favor dos irmãos. Que neles habite a certeza de que “Todo poder me
foi dado no céu e na terra” (Mt 28.18).
b) Esse poder inclui a retomada completa de toda autoridade sobre todas as
coisas. Por isso ele diz (v.20) “exerceu em Cristo”.
 Ressuscitando-o dentre os mortos (autoridade sobre a morte);
 Fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais (autoridade sobre
os anjos);
 O deu à igreja (autoridade da cabeça sobre o corpo que lhe pertence).
c) Isso fez de Cristo o SENHOR, o soberano sobre todas as coisas, também na Nova
Aliança. A igreja não deu origem a Cristo, mas Cristo deu origem e sentido à
igreja. Paulo fala de plenitude, a completude, o enchimento de todas as
medidas necessárias para que a igreja chegue ao pleno conhecimento de Deus,
para mantê-la firme e inabalável.
II. Comprovar a doutrina com outros textos (analogia da fé)
a) Mt 28.10 – Ao sair para o mundo e pregar o Evangelho, eles precisariam do
poder do Espírito de Cristo para subjugar as nações;
b) Efésios 3.14-21 – o poder que opera nos verdadeiros crentes;
c) Efésios 4.8-13 – o poder para a edificação da igreja (ele ensina a igreja como
viver o evangelho);
d) Filipenses 1.6 – poder para completar a obra iniciada;
e) I Tessalonicenses 1.5 – poder para ser modelo de vida cristã;
f) Apocalipse 7.11 – a expressão máxima de adoração a Cristo como Deus.

3. APLICAÇÃO (diretório de culto – 6 aplicações)


I. Instrução – ressaltar verdades que devem ser cridas;
 Aqueles irmãos da igreja de Éfeso foram ensinados por Paulo a crer no
poder de Deus. Ele expôs diante deles as grandezas da operação da
redenção do Deus Pai, através do poder do Espírito Santo na aplicação da
obra de Cristo em seus corações. Eles não apenas foram salvos, mas
também puderam compreender como se dera o processo da sua salvação.
 Da mesma forma nós, que fomos alcançados pela mesma graça
maravilhosa, não podemos esquecer de que já estamos seguros em Cristo,
selados pelo Santo Espírito da promessa, para louvor da glória de Deus Pai.
 E assim, podemos dizer: Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo
que nos concedeu a garantia do Espírito Santo para nos conduzir em
segurança até aquele glorioso dia, o Dia do Senhor!
II. Refutar falsas doutrinas;
 Isso nos faz abominar qualquer conduta contrária à que fomos chamados
para viver. Também, jamais nos deixar levar por pensamentos ou doutrinas
contrárias à doutrina da salvação pela graça.
 A ideia de que eu não preciso conhecer doutrina, nem preciso
compreender o processo da salvação é contrária à própria compreensão do
texto que acabamos de trabalhar. Paulo se esmera para preparar um
compêndio de teologia da salvação para munir aqueles irmãos de
conhecimento suficiente para manter acesa sua fé e repelir os falsos
ensinos.
III. Exortação – ressaltar obrigações;
 Isso nos leva a amar ainda mais o nosso bendito Deus, amar a sua salvação,
sua graça que foi abundantemente derramada sobre nós.
 Jamais devemos alimentar desejos mundanos em troca da gloriosa
manifestação do poder de Deus através do Espírito Santo em nos santificar
e nos iluminar o caminho pelo conhecimento revelado.
IV. Admoestação – chamado ao arrependimento;
 Caso alguém entre nós nessa noite esteja vivendo uma vida fútil e simples
demais, ao ponto de julgar desnecessário conhecer como se deu nossa
salvação, certamente é alguém cuja vida espiritual está completamente
defasada.
 Volte-se para o conhecimento de Deus. Leia a sua palavra, busque nela o
conforto e consolo necessários para não viver uma vida cristã medíocre,
tendo que se agarrar aos conceitos desse mundo que de nada valem.
 Lembre-se de que Deus moveu terra e céus para operar sua redenção. Fez
isso encravando seu próprio Filho na cruz. Você ainda acha que é pouco?
V. Consolo – trazer esperança;
 Se você considera isso suficiente e confia tão somente na graça de Deus
para a solução do seu problema espiritual, saiba que o mesmo poder que
Deus utilizou para redimi-lo é o mesmo poder que ele exerce na sua
santificação, para que você não abandone o caminho da fé.
 Portanto, você só tem essa segurança e esperança em Cristo. Ele
permanece com toda autoridade no céu e na terra para cumprir o
propósito de Deus em sua vida: te levar seguro até ao céu.
VI. Autoexame – refletir se estamos cumprindo ou não o que foi ensinado.
 Olhe para o seu coração e responda se você está ou não vivendo essa
realidade especial descrita pelo apóstolo Paulo quanto à obra viva de Cristo
operada pelo Espírito Santo.

“Os sermões puritanos eram cheios da beleza e da glória de Cristo”

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