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SENTAR, ESPERAR E IMITAR: POR QUE ISSO É IMPORTANTE?

Profa. Nágila Guedes Geraldine

RESUMO

Os comportamentos de sentar, esperar e imitar são considerados


habilidades básicas e são essenciais para o aprendizado de todas as pessoas.
Eles são comportamentos simples e iniciais importantes para conquistarmos
objetivos mais complexos.
Essas habilidades quando não desenvolvidas precocemente podem
trazer prejuízos em diversas áreas como: comunicação, socialização,
autonomia, habilidades acadêmicas e pedagógicas, entre outros.
A importância de sentar está relacionada com a ideia de permanecer
sentado se enquadra na área de habilidades de atenção, sendo essa uma
habilidade necessária em várias situações do cotidiano, como por exemplo, na
sala de aula, esperando sua vez no médico, durante um filme no cinema.
Algumas crianças com autismo apresentam dificuldades em sentar e/ou
permanecer sentadas, porém é possível ensinar esse comportamento. Além
desses pontos, permanecer sentado é um requisito para aprendizagens mais
complexas, como a leitura, a escrita e as habilidades aritméticas.
Para manter a criança sentada é necessário o interesse e a motivação
diante do que está sendo feito. Então durante a brincadeira, podemos exigir
esse comportamento, pois em frente a itens de preferência da criança podemos
trazê-la para o local em que esta precisará sentar.
É necessário ampliar o repertório de ações com objetos (jogos e
brincadeiras), a fim de aumentarmos o tempo de duração no brincar sentado.
Podemos também ensiná-la a sentar através de um ensino estruturado.
Esperar é um comportamento extremamente requisitado em diversas
situações. Por isso, precisamos esperar quando estamos em uma fila, durante
uma brincadeira com outras pessoas, antes de uma consulta, etc. Algumas
crianças com autismo apresentam dificuldades em esperar, porém podemos
ensiná-las a desenvolver tal comportamento.

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Inicialmente podemos escolher um objeto, alimento ou item de grande
interesse da criança e deixá-la com o item por um tempo curto e na sequência
pedir o item a ela. Quando a criança entregar e o adulto portar o item, podemos
dizer: ‘’daqui a pouco te devolvo’’, após o tempo estipulado terminar,
devolveremos o item a criança junto com o reforço social. Considera-se que a
criança aprendeu o comportamento quando ela for capaz de esperar sentada
por 10 minutos, levantando no máximo 2 vezes nesse período e seguindo o
comando de retorno do adulto.
A imitação é uma habilidade importante para o desenvolvimento de
outras aprendizagens, em geral, quando não sabemos o que fazer,
observamos outras pessoas e copiamos o modelo.
Dessa forma, imitar é uma maneira adequada de aprender novas
habilidades de uma maneira quase espontânea, sem a necessidade de uma
instrução verbal, partindo então de uma observação do comportamento de
outros. A imitação é um requisito importante para a interação social e para o
desenvolvimento de linguagem. imitar ações de outras pessoas permite que a
criança participe de brincadeiras e se relaciona com os pares.
Assim sendo, algumas crianças com autismo apresentam dificuldades
em imitar outras pessoas, porém, é possível ensinar tal habilidade. A área de
habilidades de imitação é composta pelo ensino de: imitar movimentos grossos,
ações com objetos, movimentos motores finos, movimentos fonoarticulatórios,
movimentos grossos em pé e imitar uma sequência de movimentos.
As habilidades de imitação são mais complexas, uma vez que, o ensino
é predominantemente visual, dessa forma, não descrevemos vocalmente o que
será realizado. Pode-se dividir o ensino de imitação em algumas etapas, sendo
elas: imitar movimentos motores grossos (consiste em ensinar a criança a
imitar movimentos como bater palmas, dar tchau, colocar as mãos na cabeça);
imitar ações com objetos (ensinar o aprendiz a colocar um óculos nos olhos,
chapéu na cabeça, fazer bolinha com massinha); imitar movimentos motores
finos (ensinar movimentos que envolvem os dedos ou a mão, como apontar o
dedo indicador na palma, ligar o polegar o dedo indicador); imitar movimentos
fonoarticulatórios (consiste em ensinar a imitação de movimentos com a boca,
como assobiar, soprar (movimentos variados com a língua)); imitar movimentos
grossos em pé (são movimentos que precisam ser realizados especificamente

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em pé, como permanecer com um pé só, chutar a bola); e imitar uma
sequência de movimentos (a criança precisará imitar mais de um movimento
em sequência. Por exemplo: dar tchau e mandar um beijo, fazer sim ou não
com a cabeça).
A imitação também é importante para o desenvolvimento de
vocalizações, uma vez que, a capacidade de produzir sons é considerada um
pré-requisito para a emissão de comportamentos verbais vocais (fala).
A criança quando é capaz de imitar vocalizações consegue reproduzir
de modo idêntico a palavra ouvida, e não outra palavra qualquer. Esse
comportamento vocal pode ser mantido por aprovação de alguém ou quando a
criança ouve a própria fala que corresponde à fala de outra pessoa. Isso é
muito importante, pois, ao ser capaz de imitar vocalizações, a criança aprende
palavras e frases novas, inicialmente por imitação, mas, aos poucos, pode ser
capaz de falar tais palavras ou frases em outros contextos.
Se as imitações iniciais são apenas aproximadas à palavra falada, é
possível aprimorar as imitações, aproveitando o esforço inicial do aprendiz e
aumentando, gradualmente, a exigência para imitações mais refinadas.
Podemos ensinar essas habilidades através de brincadeiras. Como por
exemplo no uso da música. As crianças gostam bastante de músicas, e isso
pode ser benéfico para que pratiquem a imitação. Dessa forma, escolha
músicas que façam parte do dia a dia e que tenham repetições. Algumas
sugestões: “meu pintinho amarelinho”, “dança da imitação”, “seu lobato tinha
um sítio”, “lá em casa”, “quem fez esse barulhinho?”.
Pode-se incentivar a criança a imitar os sons e até os movimentos dos
bichos nas músicas. explique os movimentos e peça que ela repita. Se for
possível, mostre alguma animação ou desenho com os bichinhos. Fique de
frente um para o outro e brinque de jogar a bola no chão, essa atividade
simples estimula a criança a imitar um comportamento.
Ou até mesmo “1 – 2 – 3 e já” que mantém a atenção a um estímulo
verbal enquanto espera a ação, desenvolvendo e ampliando o tempo de
espera. O livro sensorial é uma outra opção, durante a execução da tarefa a
criança mantém-se sentada e concentrada no manuseio do livro. O lego, essa
brincadeira, você pode sentar em uma mesa, na cama ou no chão para
construir cenários, objetos e itens variados. E, por fim, o quebra-cabeça que é

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indicado para todas as idades, pois pode ser progressivo e da preferência do
aprendiz mantendo a criança sentada por períodos de tempo variados.

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