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O Natal chegou e os sinais do Advento (do latim “vinda”) estão por toda
parte com o objetivo de antecipar a vinda, gerar aquela espera desejada pela
chegada do nascimento do Jesus Cristo, exemplo disso são as: Melodias
natalinas, arvores de pinheiros decoradas com luzes, as ruas e lugares cheios
de decorações natalinas que parecem surgir mais cedo a cada ano. Essa
familiaridade e essa nostalgia costumam fazer do Natal “o momento mais
maravilhoso do ano”.
Mas afastando essas questões pessoais que talvez tornem o natal não
tão maravilhoso assim. Podemos celebrar o Natal por vários motivos, não vou
mencioná-los aqui, mas o próprio termo Natal, vem do latim “Natalis” que
significa, Nascimento, e o nascimento do Messias só foi indesejado e doloroso
para aqueles que rejeitaram o Salvador.
que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. 1
Foi com razão que Lutero chamou de “Bíblia em miniatura” esse versículo
maravilhoso.
Ao afirmar que Deus amou o mundo, o kosmon, palavra original no grego que
compreende a universo, e toda a terra habitada, que é alvo do amor ágape como
é comumente transliterado e significa o afeto e o cuidado de Deus.
O amor aqui mencionado não se refere àquele amor especial com que o Pai
contempla seus escolhidos, mas, sim, à grande compaixão e misericórdia com
que ele olha para toda a raça humana.
O alvo desse amor não é somente o rebanho que, desde a eternidade, ele
concedeu a Cristo, mas também o “mundo”, constituído por todos os pecadores,
sem exceção. Então, podemos afirmar em certo sentido, sim, Deus ama
profundamente este mundo.
Deus, com misericórdia e compaixão, contempla todos os que por ele foram
criados. Deus não ama os pecados dos homens, como falsos mestres ensina,
mas, sim, suas almas. “O SENHOR é bom para todos, e suas ternas misericórdias
permeiam todas as suas obras” (Sl 145.9).
Este versículo nos faz duas perguntas fundamentais, a primeira pergunta
implícita: Como Deus demonstra seu amor ao mundo? Alguns já a
1
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Jo
3.16.
responderam dizendo que “o amor de Deus é tão grande, tão grande que João
não conseguiu descrever, e acabou utilizado a expressão de “tal maneira”. Mas
essa ideia é não é verdade, visto que no grego “tal maneira” é um advérbio usado
para expressar uma correlação entre dois elementos em uma cláusula, seria o
mesmo que “assim”, então o restante do versículo descreve o modo, a maneira
como Deus amou ao mundo. Portanto o mundo é o objeto do amor de Deus e
como presente ele dá seu Filho unigênito, com um proposito, dar vida eterna aos
que Nele crê.
A segunda pergunta mais explicita seria: Por que Deus amou ao mundo?
John Charles Ryle diz acertadamente que Deus amou o mundo não para que
toda a humanidade fosse finalmente salva; ele amou o mundo e deu o seu Filho
unigênito para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.
Dar é, entregar é suportar a perda, do seu filho, no mesmo sentido de dar em
sacrifício o seu único filho. E unigênito, não diz respeito apenas ao pai que
possui um filho, mas fala também sobre o filho que é único e radicalmente distinto
e sem igual.
Jesus é o descendente, mais esperado de toda a humanidade, seu
nascimento é a encarnação daquilo que já prediz toda profecia, e ainda bem
antes, la em Genesis 3.15, chamado de proto-Evangelho, porque é a primeira
indicação da intenção redentora de Deus após a queda no jardim do Éden.
Quando Adão e Eva falharam em obedecer aos termos do pacto das obras (Gn
3:6), Deus não os destruiu (o que seria justiça feita), mas em vez disso revelou
Seu pacto da graça a eles, prometendo um Salvador.
E como disse Miqueias 5.2: Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis
que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel
(Isaías 7:14). E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá,
de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos
antigos, desde os dias da eternidade.
APLICAÇÃO:
A mais linda história de amor, fala de um amor único, não há maior
demonstração sacrificial de amor, amor divino, mas humanamente retratado.
Se somarmos todas as virtudes humanas e as elevarmos ao máximo grau.
Ainda perceberemos que não importa quão grande e gloriosa é a imagem total
formada na mente, pois mesmo isso é mera sombra da bondade que existe
eternamente no coração daquele cujo nome é Amor. Isso porque Deus age em
conformidade ao seu caráter. Todo bem e todo dom perfeito procedem de Deus,
ele não é apenas o padrão de bondade mas também a fonte.
A bondade de Deus é portanto, um fato único na vida de toda a humanidade
terrena, esse amor está vivo, ativo e se estende desde a eternidade, até os dias
atuais, torna-se realidade encarnada em Belém e no Calvário torna-se
consumado.
Quando em Belém nasceu um bebê frágil envolto de panos humildes, alí
estava o próprio Deus. Mas sendo em forma de Deus, não teve por usurpação
ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo,
fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-
se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
Filipenses 2:6-8
2. O AMOR DE DEUS É UMA GRACIOSA OFERTA PARA VIDA(17-18)
Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o
mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. 18 Quem nele crê não
é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do
unigênito Filho de Deus.
Jesus nasceu em um mundo mal e condenado, por causa da rejeição a
revelação pessoal de Deus (Romanos 1:19-21Porquanto o que de Deus se pode
conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas
coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a
sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão
criadas, para que eles fiquem inescusáveis; Porquanto, tendo conhecido a Deus,
não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos
se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.)
Pergunto: Se Cristo veio para que aqueles que nele crê não morram,
como os que rejeitam seu presente de vida podem evitar a morte? A
Escritura em nenhum lugar sugere que todos devem ser salvos; fica implícito que
aqueles que insistem em dar as costas à salvação de Deus serão privados dela.
A única maneira pela qual os benefícios de Cristo tornam-se nosso é quando
depositamos em Cristo nossa fé e confiança. Ter fé significa crer. Por três vezes,
o Senhor repetiu essa verdade gloriosa a Nicodemos. Por duas vezes, ele disse:
“Para que todo o que nele crê não pereça”; e também uma vez afirmou: “Quem
nele crê não é julgado”.
Aos que rejeitam a oferta da vida, da luz e da verdade, o texto diz: “já está
condenado” indica que a pessoa entrou num estado contínuo de condenação
porque se recusou a entrar num estado contínuo de fé. Nessa mesma linha de
pensamento, William Hendriksen ressalta que ninguém precisa aguardar o dia
da grande consumação para receber sua sentença. Certamente, naquele grande
dia, algo muito importante acontecerá: o veredito será publicamente proclamado
(5.25–29). Mas a decisão em si, que é básica para essa proclamação pública, já
foi tomada há muito tempo. JÁ E AINDA NÃO!
APLICAÇÃO:
A linda história do nascimento de Cristo, trouxe, vida e libertação, nada mais
é necessário, além de Fé, para nossa completa justificação; porém, nada mais
nos dará direito aos benefícios de Cristo a não ser essa fé. Fé nas Escrituras,
Crer no Verbo que se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como
a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade (João 1.14).
Podemos jejuar e nos lamentar por nosso pecado, fazer muitas coisas
corretas, cumprir ordenanças religiosas, dar todos os nossos mantimentos para
alimentar os pobres e, ainda assim, não sermos perdoados e perdermos nossa
alma. Mas, se tão somente viermos a Cristo como pecadores culpados e nele
crermos, seremos imediatamente perdoados e nossas iniquidades serão
inteiramente removidas. Assim como a morte era afastada daqueles que
olhavam para a serpente de bronze, os pecados são perdoados daqueles que
creem no Filho de Deus.
Não nos importa se hoje é o exato dia de comemorar seu nascimento, o que
nos comemoramos é que seu nascimento trouxe vida aqueles que estavam
mortos, a luz que brilhou no céu e conduziu muitos ao salvador, também brilhou
nos nossos corações e nos conduziu até Deus.
3. DEUS TORNA TREVAS EM LUZ, OBRAS MÁS EM MANIFESTAÇÕES
DE BONDADE (19-21)
19 O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram
mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. 20 Pois todo
aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de
não serem arguidas as suas obras. 21 Quem pratica a verdade aproxima-se
da luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque feitas em Deus.
O termo julgamento significa (neste contexto) decisão ou veredito divino.
Deus mostra seu veredito final. Se parafrasearmos essa sentença, ouviríamos o
seguinte veredito: Ora, quanto a estes que rejeitam o unigênito Filho de Deus,
este é o veredito divino: que a verdadeira encarnação da verdade e do amor
de Deus e de todos os seus atributos, Cristo, veio ao domínio da
humanidade caída, por meio da palavra de profecia e, especialmente, por
meio de sua própria encarnação. Contudo, embora alguns o tenham
aceitado, a grande maioria preferiu a escuridão moral e espiritual do
pecado. De fato, eles realmente amaram as trevas. O motivo não era por
serem ignorantes, nunca tendo ouvido o Evangelho, mas antes: era porque
suas obras eram más.
Amaram as trevas mais do que a luz significa, que todo aquele que tem o
hábito de praticar o que é errado odeia a luz e não vem para a luz. Uma pessoa
que está sempre evitando a luz, não tem nada a ver com Cristo, a origem e a
encarnação da verdade e do amor de Deus.
Todavia, enquanto os incrédulos podem ser comparados aos habitantes do
domínio das trevas, os crentes, por outro lado, assemelham-se a lindas plantas
caseiras que viram suas folhas verdes na direção da janela e da luz do sol.
Aquele que tem o hábito de fazer o que é verdadeiro (cf. 1 Jo 1.6) vem para a
luz pois existe uma estreita relação entre a luz e a verdade; portanto, não é
surpresa que aquele que pratica a verdade se aproxime da luz, para que possa
ficar claramente evidente que seus atos foram feitos em Deus.
APLICAÇÃO
A luz que brilhou nas trevas, e fez separação entre o que é de Deus e o
aquilo que não lhe pertence. Está em Cristo, crer nele e pertencer a ele faz com
que vivamos como tal, na verdade.
Portanto, aqueles que nunca leem a Bíblia; recusa-se a frequentar a
igreja, não se desfazem da velha natureza, alimentam os pecados da carne é
porque em seu coração, realmente odeia a luz. O pecado da humanidade repele
a luz de Cristo. Por isso falam mais nas festas, presentes, Papai noel, porque
precisam mascaram o verdadeiro sentido do natal. Pois chegada do Salvador
trouxe luz as trevas e revelou o estado de condenação, ao mesmo tempo que
trouxe vida e verdade, vidas restauradas, resultado da união com Deus, frutos e
obras de justiça.
O mundo teme a luz, ainda hoje teme o nascimento de Jesus, a fim de
que seus atos (maus) não sejam expostos. Pessoas desse tipo parecem insetos
repugnantes que se escondem debaixo de pedaços de madeira ou pedras,
sempre preferindo as trevas e assustados terrivelmente sempre que ficam
expostos à luz.
CONCLUSÃO:
Não tenho mais palavras para este amor, eu e não o Apóstolo João estou
sem palavras, mas Quero concluir lendo com a igreja esse poema em alta
voz e pausadamente, vamos lá.
O Criador do homem se fez homem para que ele, regente das estrelas, fosse
amamentado pela mãe; Para que o Pão sentisse fome; A Fonte sentisse sede;
A Luz dormisse; O Caminho se cansasse da jornada; A Verdade fosse acusada
de testemunho falso; O Mestre fosse açoitado; A Fundação fosse suspensa no
madeiro; A Força se tornasse fraqueza; A Cura fosse ferida; A Vida morresse.
AGOSTINHO DE HIPONA