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A GRANDE DEPRESSÃO, O

FASCISMO E O NAZISMO
A Grande Depressão
Os Estados Unidos saíram da Primeira Guerra Mundial (1914- 1918) prestigiados
porque ajudaram a vencer a guerra; e ricos porque forneceram armas e alimentos
a vários países europeus. Surgia o American Way of Life, isto é, o “jeito americano
de se viver”, que se tornou o padrão de felicidade. A família de classe média dos
Estados Unidos se tornou o modelo do mundo. O consumo de eletrodomésticos, a
exaltação do prazer e a sensação de que aquela euforia seria eterna marcaram esse
novo jeito de se viver. Nos anos 1920, os EUA eram a maior economia do mundo,
junto a isso um aumento em investimentos na Bolsa de Valores de Nova York.
As pessoas compravam ações, esperavam algumas semanas e então as vendiam
com grande lucro. Atraídos pelo lucro fácil, muitos empresários aumentavam
artificialmente os preços das ações de suas empresas na Bolsa, isto é, especulavam.

Razões da Grande Depressão


Com a quebra da Bolsa, milhares de industriais faliram; outros
diminuíram a produção e despediram trabalhadores. Ocorreu então
uma explosão do desemprego nas cidades, agricultores começaram a
perder suas terras. As principais razões da Grande Depressão foram:
a) A concentração de riquezas nas mãos de poucos, diminuindo o
poder de compra e gerando acúmulo de estoques.
b) A crise agrícola; durante toda a década de 1920 com uso de
tecnologias campo a produção aumentou baixando o preços dos
produtos agrícolas. Os agricultores pediam dinheiro aos bancos e
perdiam suas terras quando não conseguiam pagar suas dívidas.
c) A recuperação da Europa a partir de 1924, voltaram a produzir o
que antes importavam dos Estados Unidos.
d) Liberalismo Econômico era adotado nessa época, e o princípio da não intervenção do Estado na economia. Assim, as ações na
bolsa de valores não eram fiscalizadas pelo governo, permitindo que o mercado conduzisse sozinho as atividades financeiras.
e) Supervalorização Das Ações especulação do preço, as empresas colocavam nas ações preços que não correspondiam à realidade.
f) Superprodução - oferta maior que o consumo, os EUA não diminuíram sua produção aumentando a quantidade de mercadorias
porém mantidas em estoque.
g) Quebra da Bolsa de Nova York, com altas constantes, no final dos anos 1920 o preço das ações agora não mostravam o valor
real das empresas. A falência de uma empresa inglesa, gerou desconfiança nos investidores e em 24 de outubro de 1929, uma
quinta-feira, muitos foram vender suas ações e descobriram que não havia compradores para elas. Os preços das ações
começaram a despencar, o que levou ao crash (quebra) da Bolsa de Valores de Nova York na semana seguinte. Iniciava-se, assim,
a Grande Depressão (1929-1933).
Resumindo: a concentração de riqueza, os baixos salários, a crise agrícola e a concorrência europeia contribuíram para que
houvesse muito mais mercadorias do que pessoas com dinheiro para comprá-las; configurava-se, assim, uma crise de
superprodução.
Consequências da Grande Depressão
Nos Estados Unidos, a crise não atingiu a todos igualmente entre as
consequências da Crise de 1929 estão:
queda nos números de importação e exportação dos Estados Unidos;
redução do PIB norte-americano;
diminuição dos empréstimos internacionais;
decrescimento da produção industrial;
falência de empresas e bancos.
Os Estados Unidos deixaram de investir na recuperação europeia com o fim dos
empréstimos internacionais. Assim a crise chegou à Europa, gerando no
continente uma recessão econômica. Com a economia em crise, o desemprego
aumentou, o que motivou greves e manifestações sociais. Em 1933, Franklin
Delano Roosevelt trouxe o plano New Deal, o democrata pretendia fazer o
caminho inverso dos seus antecessores. Com o liberalismo em crise, a solução foi
que o Estado intervisse diretamente na economia, com a fiscalização das
atividades bancárias e a construção de obras públicas como hospitais, creches,
escolas, pontes para gerar emprego àqueles que estavam desempregados por conta
da crise, criou ainda leis trabalhistas como a diminuição da jornada de trabalho,
proibição do trabalho infantil, criação do seguro desemprego, incentivos aos
sindicatos.
A ascensão dos fascismos O desemprego e a falta de esperança gerados na Grande Depressão tornou possível
o surgimento, em diversos países, de políticos e partidos autoritários que eram
contra os liberais e diziam que a solução era um governo forte, com um líder único
uma espécie de “salvador da pátria”. Logo teve origem vários fascismos, como o
italiano e o alemão. As principais ideias fascistas são:
Culto a tradição - verdadeiros herdeiros das tradições, destino grandioso.
Recusa da modernidade - são contra ideias científicas.
A ação pela ação - a ação deve ser rápida e enérgica, sem necessidade de
planejamento, uma repulsa ao mundo intelectual.
Contra o pensamento crítico - o pensar por conta própria é ser inimigo.
Medo do diferente - qualquer coisa que ameace a natureza pura do povo, é
visto como o culpado pelo não triunfo da nação, este deve ser derrotado.
Apelo com a classe média - utiliza a frustação da classe média para manipulá-la.
Nacionalismo - vem da ideia do valor de que a sua nação é superior, e deve liderar o
mundo.
Ódio e medo do inimigo - cria um inimigo que a nação tem em comum e deve ser
combatido por todos, como a "ameaça comunismo"
Antipacifismo - o regime vive para lutar, buscar sempre a demonstração de poder
armamentista.
Elitismo - quem mais segue os ideais do regime e mais cegamente obedece tem
privilégios.
Heroísmo e culto a morte - o regime vale mais que a própria vida.
Machismo e homofobia - cultura da família tradicional, o homem de bem e a mulher
como a dona de casa. Tudo que for o contrário ameaça os bons valores e bons
costumes.
A vontade do povo - o povo é uma única unidade, todos são iguais e devem ser
governados por um líder especial, escolhido por Deus.
Linguagem simples - discurso construído com palavras simples e curtas, fáceis de se
entender, e dessa forma torna a manipulação das mentes das pessoas de certa forma
automática.
O fascismo italiano
Após o fim da Primeira Guerra, a Itália passava por graves problemas sociais como o desemprego, as dívidas com outros países,
muitos italianos reclamavam de seu país não ter ganho territórios, apesar de ter lutado na guerra ao lado dos vencedores. Nesse
momento, o ex-combatente italiano Benito Mussolini (1883-1945) se lançou na política, ele tinha sido professor primário,
jornalista, e chegou a ser socialista, mas, ao voltar da Primeira Guerra, abandonou o ideal socialista e fundou, em 1919 o
movimento do partido fascistas. Defendendo um nacionalismo extremado, a subordinação do indivíduo ao Estado e devotando
ódio às democracias e ao comunismo, o culto a violência, prometia que sob seu governo a Itália reviveria as glórias do Império
Romano. A Marcha sobre Roma foi importante para a tomada de poder, o fascismo italiano cresceu rapidamente principalmente
com o apoio de grandes empresários que viam nos fascismo o único meio de manter suas questões sociais, eles tinham medo do
crescimento das frentes socialistas e comunistas. Depois disso o fascismo foi ganhando apoio também de: ex-combatentes,
desempregados, pequenos camponeses, professores universitários, o que os unia eram valores disseminados por Mussolini. Em
1921 foi fundado um partido, o Partido Nacional Fascista, que, logo ganhou grande adesão de obedientes ao Duce (chefe) Benito
Mussolini. Através de greves e passeatas Mussolini comandou a pressão contra o rei da Itália, que ficava mais fraco. Em 1922,
liderou a Marcha sobre Roma: à frente de milhares de fascistas (os camisas-negras) vindos de várias partes da Itália, invadiu a
capital para exigir o poder. O rei Vittorio Emanuele III cedeu à pressão fascista e convidou Mussolini para ser primeiro-ministro;
Mussolini se tornou então o chefe de governo da Itália.
O governo de Mussolini
No poder, Mussolini incentivava o vale-tudo e o Estado totalitário.
Fascistas venceram as eleições em 1924 espancando pessoas e roubando
urnas. Porém, o rei da Itália continuava apoiando Mussolini. Depois,
implantou uma brutal ditadura: fechou jornais; criou uma polícia secreta,
a Ovra (Organização para a Vigilância e a Repressão do Antifascismo),
que prendia e assassinava os adversários; eliminou todos os partidos de
oposição, deixando apenas o Partido Nacional Fascista. Além da força,
ele também fez aliança com a Igreja Católica para ampliar sua base de
apoio. Em 1929, Mussolini assinou um acordo com o papa Pio XI, o
Tratado de Latrão, onde o Vaticano era um Estado independente.
Assim, a Igreja reconhecia que o governo fascista era legítimo.
O nazismo na Alemanha Com a perda da guerra a Alemanha assinou o Tratado de Versalhes, em 1919,
pelo qual ela teve de ceder territórios e pagar aos vencedores uma indenização de
33 bilhões de dólares na época! Essa dívida gigantesca contribuiu para uma crise
de graves proporções na Alemanha: inflação e dívida externa altas, baixa oferta
de emprego. O aumento da crise favoreceu o crescimento de socialistas e comunistas
nas eleições e abriu caminho para o fortalecimento de partidos que prometiam
soluções “mágicas”. Um desses partidos era o Partido Nacional Socialista dos
Trabalhadores Alemães (NSDAP), também chamado de Partido Nazista, fundado
em 1919, ano de filiação de Adolf Hitler. Hitler culpava as democracias liberais
pela derrota da Alemanha na guerra e pelas condições humilhantes impostas ao
país pelo Tratado de Versalhes. Dizia também que o povo alemão tinha sido a
principal vítima da guerra.
Estando com o orgulho ferido, milhares de alemães se viram nesse discurso. Adotando um
nacionalismo extremado e devotando ódio aos judeus e aos comunistas. Em 1920, o Partido Nazista
criou as SA Seções de Assalto, grupos paramilitares encarregados de eliminar fisicamente seus
adversários. Três anos depois, em meio ao agravamento da crise econômica e social, Hitler tentou
tomar o poder por meio de um golpe de Estado na cidade alemã de Munique, mas fracassou e foi preso.
Na cadeia, ele produziu boa parte de um livro chamado Minha luta, que continha os princípios básicos
do nazismo. São eles:
• a superioridade da raça ariana. Para Hitler, existiria uma raça pura (a ariana), superior a todas as
outras e da qual provinham os alemães.
• a necessidade de um espaço vital. Tese segundo a qual os alemães precisavam conquistar territórios a
fim de se realizar plenamente como povo.
• o antissemitismo. Os nazistas justificavam seu ódio aos judeus dizendo que eles haviam contaminado a
“raça ariana”, para salvar a Alemanha e purificar a raça ariana, os judeus deviam ser eliminados.

A ascensão dos nazistas Ditadura hitlerista


Com a crise de 1929 a situação da Alemanha na crise Em 1933, Hermann Goering, chefe das SA, criou a Polícia Secreta do
aumentou profundamente, o número de desempregados Estado (Gestapo). Em 1934, Hitler assumiu a presidência com o título
na saltou de 2,85 para 6,04 milhões. Nesse cenário de Führer (guia, condutor). No campo econômico, desenvolveu as
deprimente, Hitler voltou a se apresentar como “salvador indústrias de base (ferro, aço, máquinas), investiu em obras públicas e
da pátria” e conquistou a simpatia de muitos alemães, estimulou as fábricas de armas, diminuindo, com isso, o desemprego.
como militares de alta patente e grandes industriais, o Mas, não cumpriu nenhuma de suas promessas ao povo: os salários
nazismo, como o fascismo, utilizava da revolta das foram congelados, a reforma agrária não saiu do papel e os trustes,
pessoas com a situação socioeconômica para a ganharam maior liberdade para agir. O antissemitismo nazista Sob o
manutenção da ordem capitalista, o objetivo era uma comando de Hitler, o Estado nazista tomou uma série de medidas
sociedade capitalista rigidamente hierarquizada e unida. discriminatórias contra os judeus:
Em janeiro de 1933, com a maioria do partido nazista no • 1933 – o namoro e o casamento entre judeus e “arianos” foram
parlamento, o presidente da República nomeou Hitler proibidos por lei; funcionários públicos judeus foram aposentados e
chanceler (chefe de governo) da Alemanha. Ainda em proibidos de trabalhar na imprensa, nos tribunais e na saúde; e os
1933, os nazistas atearam fogo ao Parlamento alemão e estudantes judeus foram obrigados a usar um número de identificação
culparam os comunistas pelo atentado, fato que para entrar nas escolas e nas universidades.
interferiu no resultado das eleições parlamentares de • 1936 – os judeus foram expulsos do Exército.
março, ajudando os nazistas, que a gora eram a maioria • 1938 – os judeus foram obrigados a usar documento de identidade e
no Parlamento. No poder, Adolf Hitler implantou uma passaporte especiais; e seu patrimônio (bens e capitais) foi bloqueado.
das mais cruéis ditaduras da história da humanidade: Em 9 de novembro de 1938, militares nazistas fizeram ataques
fechou sindicatos, dissolveu os partidos políticos, fechou conhecidos como a Noite dos Cristais, pela quebra de vidraças e
jornais, ordenou a queima de livros, demitiu democratas e vitrines. Centenas de sinagogas foram incendiadas e milhares de
comunistas de seus empregos e perseguiu os judeus. judeus foram presos e mandados para os campos de concentração.

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