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Alfabetizagao Cartografica e a aprendizagem de Geografia Autora: Elza Yasuko Passini Colaboracio: Roméo Passini Sumario Intropucko oer eS seas PARTE 1 Reflexdes metodoldgicas e cognitivas: aproximacGes entre sujeito <> objeto eerie Capitulo 1 Alfabetizacdo Cartogréfica como instrumento para a significagao do espaco geoarafico 1.1 - Ser elaborador e leitor de mapas e graficos 1.2 ~ Reflexes sobre vivéncias Capitulo 2 Alfabetizagao Cartogréfica e 0 desenvolvimento da autonomia . cee 39 Capitulo 3 ‘Aprendizagem de Geografia por meio da Alfabetizagao Cartografica . 5 44 Capitulo 4 Responsabilidade social do professor de Geografia ......53 | PARTE IT As relagées espaciais na crianca Capitulo 5 Construcao das relagées espaciais pela crianga 5.1 — Incapacidade sintética (3a 5 anos) 5.2 Realismo intelectual (6 a 9 anos) 5.3 — Realismo visual (9 @ 10 anos) 5.4 — Coordenagao de pontos de vista PARTE IIT * Omapa e o grafico Capitulo 6 RepresentacSes graficas 6.1 ~ Mapas e grdficos ..... é 6.2 Os niveis de leturae as possibildades de avancos por meio da Alfabetizacao Cartogréfica PARTE IV Sugestées de atividades Capitulo 7 Atividades com mapas 59 60 67 69 70 7 78 85 93 96 7.1 ~ Orientacdo . r st Atividade 1 - Simulagées com 0 lobo terestre Atividade 2 - Orientando-se no patio . Atividade 3 - Orientador x orientado . Atividade 4 ~ Construgio de um relégio solar 1no patio da escola Atividade 5 ~ Observando as sombras durante 0 ano Atividade 6 ~ Orientando-se na cidade Atividade 7 Trabalho com as sombras Atividade 8 - Orientando-se com vizinhos e nao vizinhos Atividade 9 — Orientando-se e deslocando-se entre a escola e as casas dos alunos 7.2 ~ Legenda: articulago do significado para o significante Atividade 1 — Decifrando 0 quatveréo da vescols Atividade 2 - Uma informagio e duas legendas Atividade 3 ~ Formas diferentes para contetidos iguais Atividade 4 - Baraiho de simbolos 7.3 — Construcao da nogéo de proporcao Atividade 1 - Brincando com carros, garagens, bonecas e roupas 96 99 101 103 105 109 112 114 116 118 120 421 424 127 129 131 134 Atividade 2 - Brincando com medidas... Atividade 3 ~ As escalas no mapa Atividade 4 - Trabalhando com escalas no desenho da mao . Atividade 5 ~ Comparando mapas de escalas diferentes Atividade 6 ~ Utilizando escala para desenhar Atividade 7 - Medindo a sala de aula 7.4 ~ Tridimensionalidade e bidimensionalidade na representago do relevo Atividade 1 - Brincando com blocos ~ Pré-aprendizagem para o estudo do relevo € curvas de nivel Atividade 2 - Maquete de relevo ~ Exemplo de Maringd Atividade 3 - Relevo e rios 7.5 — Coordenadas geograficas a Atividade 1 - Arrumando a estante ~ Pré-aprendizagem para © estudo das coordenadas Atividade 2 — Dividindo 0 globo terrestre idade 3 — Quantas linhas ha no globo? Atividade 4 - O globo e a grade de coordenadas Atividade 5 - Teleguiados no patio Atividade 6 ~ Qual a cidade? 135 136 139 140 142 144 146 148 150 153 155 161 162 164 166 168 170 Capitulo 8 Grdficos: levantamento e tratamento de dados 8.1 - Fazer e entender 8.2 — Atividade para a construcao e visualizago da ordem Atividade. 1 ~ Frequéncia de uso dos materiais escolares Atividade 2 ~ Relacdo com os municipios vizinhos Atividade 3 ~ Meios de locomogo no trajeto casa-escola Atividade 4 — Mesmos dados, formas diferentes . Atividade 5 — Uma tabela pode gerar um mapa e um grafico de 6 — Estudo perceptive do tempo atmosférico e diferentes representac6es ... Atividade 7 — Tempo e clima . Atividade 8 — Populacdo da sala Atividade 9 — Grafico de fitas das alturas. dos alunos ” Atividade 10 ~ Grafico de linha para conhecer a evolugéo da aprendizagem Ati 172 172 174 174 177 181 183 187 189 192 194 198 Capitulo 9 Aplicacao de conceitos na resolucdo de situagées-problema Problema 1 — Orientacio geografica I... Problema 2 ~ Orientacao geografica II Problema 3 ~ Simbolos Problema 4 ~ Proporcéo I Problema 5 — Proporgao II Problema 6 ~ Coordenadas geograficas I Problema 7 - Coordenadas geograficas II Problema 8 ~ Relevo e rios I Problema 9 — Relevo e rios I FINALIZANDO © LIVRO E ABRINDO DIALOGS REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 202 203 203 204 204 205 205 206 207 208 209 - 212 Introdugao “Alfabetizacio Cartogréfica” é uma metodo- Jogia que estuda os processos de construgio de conhecimentos conceituals e procedimentais que desenvolvam habilidades para que o aluno possa fazer as leituras do mundo por meio das suas representacées. E a inteligéncia espacial e estratégica que permite ao sujeito ler 0 espaco € pensar a sua Geografia, O sujeito que desen- volve essas habilidades para scr Icitor eficiente de diferentes representagées desenvolve o dominio espacial. A capacidade de ler representacdes aréficas* liberta-nos da necessidade do contato direto com a realidade, ampliando, dessa forma, as possibilidades de ler e entender 0 espaco local “& mundo = local. Entendemos que as aprendizagens das repre ssentagées aréficas ocorram de forma semethante ‘a0 processo de aquisico da escrita. Freinet (1977) analisou os desenhos e as linguagens oral e escrita incluimos nessa categoria (0s mapas e os ‘graficos. de criangas em suas conquistas e afirmou que séo paralelos. Podemos considerar esse conjunto rascunho do pensamento. Propomos que a Alfabetizaco Cartogréfica seja entendida e estudada com 0 mesmo cuidado metodolégico com que se toma @ alfabetizacao para a linguagem escrita. Trata-se de uma meto- dologia que estuda a relagio entre o sujeito da leitura € 0 objeto a ser lido, fundamentada em Piaget e Inhelder (1993), Vygotsky (2008) e Macedo (s/d), segundo a dtica do sujeito, e em Bertin (1986), Gimeno (1980), Martinelli (1991), entre outros, segundo a ética do objeto. Desde a publicacio dos Parametros Curriculares Nacionais — PCNs (MEC, 1998), no qual ell (1998) discorre sobre a Alfabeti- zagao Cartografica no Ensino Fundamental, a terminologia passou a ser questionada e debatida para buscar as abordagens a serem ado- tadas no processo. Martinelli (1999, p. 134-135) esclarece que: Concordames plenamente com a existéncia e prética de um processo -metodolégico de Alfabetizacéo Cartogréfica, bem como confirmamos sua perfeita articulacao com uma educagio cartogréfica no contexto «de uma edtucagao participativa na formacdo da cidadania. A linguagem cartografica & especifica e utiliza-se de um sis tema semiético complexo, que precisa ser decodificado. O estudo da Alfabetizacdo Cartografica deve incluir os ‘elementos do mapa e do grifico como categorias das representagbes gréficas. Lacoste (1988) questiona 0 descompromisso da escola em telacio & aprendizagem da linguagem cartogréfica: "Valrse 8 escola para aprender a ler, a escrever e a contar. Por que no para aprender aler uma carta?” Ele (Lacoste, 1988) define o saber geogréfico como um conhecimento estratégico e classifica 0 mapa como instrumento basico para a construcdo do saber estratégico. © mapa é um instru- mento valioso para o entendimento estratégico do espaco, sendo, portanto, de suma importancia que o cidado seja alfabetizado para saber ler mapas e graficos com eficiéncia e utilizar essas ferramentas para agir no espago com autora, Os estudos de Piaget e Inhelder (1993) esclarecem como podem ocorrer o desenvolvimento cognitive de criangas por meio da percepsao e representaco do espaco. As etapas de desenvolvimento cognitivo de criancas e as faixas etérias aludidas nas publicacées de Piaget nao devem ser tomadas de forma rigida e inibir a pratica. Diferentes circunstncias podem trazer novos ingredientes € provocar 6 desenvolvimento de habilidades e conceitos considerados impossi- veis para aquelas idades. € importante lembrar as possibilidades de se desenvolver as potencialidades, principalmente em atividades co- letivas, pois as criangas podem aprender e deixar aflorar habilidades € raciocinios estimulados pelas ages de outras criangas ou adultos. ‘Ao aprender a utilizar significantes para representar 0 que a crianga tem a comunicar sobre o espaco de suas acdes, ocorre 0 desenvol- vimento da funco simbélica, permitindo que ela aja sobre o objeto e sua representacio. 0 desenvolvimento da funcao simbélica e do dominio espacial ocorre pela aco: a crianga age sobre os objetos e desvenda suas Propriedades externas (formas) e internas (estruturas). Para 0 aluno, © espaco da sala, da casa, do bairro ou quarteirdo da escola lhe familiar e a necessidade de inventar o conjunto de significantes para represents-o & um desafio. 0 espaco a ser mapeado jest signifi ado, ele conhece suas dimensées, divisdes, cores e formas por meio de suas ayes de caminhar, ir 8 padaria, a farmacia, a escola ou simplesmente por ser onde ele vive. O desafio para a crianca é a relacdo significado/significante que ela precisa compor. E preciso que ela tenha liberdade para compor essa relaco do significado com 0 significante por tentativas de aproximacéo, adivinhaggo ou relacBes de semelhanga percebidas. A utilizagao da linguagem cartogréfica nesse processo faz o sujeito avangar de’ um conhecimento espontaneo para um conhec ‘mento melhorado por meio da sistematizacdo que o ato de mapear e elaborar grafico impée. A leitura de mapa nao se resume em localizar um rio, uma cidade, tampouco em decodificar uma forma isolada. No entanto, a decodificagao é o processo iniclal, pois permite a entrada na lingua- gem do mapa. Nao so as cépias de mapas nem as atividades de Color rios que possibilitardo a crianca desenvolver habilidades para “entrar” no mapa, ler conseguir extrarinformagées para interpretar fa sua espacialidade, mas, sim, sua capacidade de mapear. Para a Alfabetizacao Cartogréfica proposta neste livro, € impor- tante considerar os dois procedimentos: a elaboracdo e a leitura de mapas € graficos. E preciso lembrar que 0 mapa e 0 grafico que a crianga elabora podem ser confusos, com mistura de perspectivas, algumas trans- paréncias e dados agrupados de forma aleatoria, pois o visivel € 0 invisivel podem estar contusos em sua mente, A escala também & intuitiva, no obedecendo a proporcdo nas redugées. No entanto, esas representagdes “distorcidas” fazem parte do desenvolvimento de suas habilidades para o desenho e certamente so mais signifi- cativas do que as cépias perfeitas de mapas e gréficos prontos. A Alfabetizacdo Cartografica como metodologia pressupée que: + 0 aluno seja o elaborador de mapas e grificos para conseguir le- vantar e classificar dados, classificd-los utilizando os elementos cartogréficos e, dessa forma, entender a simbologiacartogréfica; + 0 objeto a ser mapeado e graficado seja conhecido do aluno; + 0 ponto de chegada signifique a sistematizagao dos elementos conhecidos do cotidiano por meio da classificacdo, comparagao, selecio, quantiticagao e ordenacéo na elaboragio de signifi cantes que so auxiliares na construc3o do conhecimento fisico e social do espaco; * a incluséo do espaco conhecido em espacos mais amplos e as relagBes complexas sejam percebidas por meio das acdes da crianga em seus deslocamentos diarios (casa-escola); + 2 habilidade de elaborar mapas e gréficos e processar a sua leitura liberte a crianga da necessidade de se reportar a reali- dade concreta, desenvolvendo por meio da funco simbdlica a possibilidade de interpretar mapas e gréficos complexos, Pretende-se que o aluno assim formado como leitor consciente do organizayav do espago e da sua representacao torne-se um ‘sujeito com autonomia intelectual e investigador que se inquiete com a realidade que Ié e vé. Essa inquietacgo serd a sua ferramenta para pensar 0 espaco de forma critica, identificar os problemas e investigar os meios de provocar mudancas. Apés um trabalho de in- ‘vestigacao incluindo pesquisa bibliografica tanto de meios ‘impressos como na internet, 0 aluno pode elaborar um mapa e/ou um grafico * com propostas de sblucdes e utilizd-los na comunicacao dos resul- tados de sua pesquisa. Dessa forma, 0 mapa e 0 grafico so importantes instrumentos de investigacio e comunicagéo: ‘+ na identificacao dos problemas; * na investigacio de suas relagbes de causas e associagées de Cocorréncias em outros espacos; ‘+ na comunicacdo dos resultados, expondo na forma de mapas © " gréficos as possibldades de mudancas. Nesse sentido, a Alfabetizacao Cartografica deve ser vista como uma metodologia que perfura a “cortina de fumaga” da Geografia espetdiculo a que se referiu Lacoste (1988), pois 0 aluno alfabetizado, para ler e interpretar mapas € graficos, tera desenvolvido habilidades para entender 0 contetido estratégico da Geografia, Adotamos o termo Alfabetizacdo Cartografica para designar © processo de aprendizagem da Cartografia como linguagem. O ingresso no mundo dos cédigos de mapas e gréticos para acessar as informac®es requer uma aprendizagem especifica: ler para _ entender, representar para ler, entender e avancar na leitura de outras representagies e nos niveis de leitura de mapas e gréficos. Partimos do significado que o aluno estabelece com 0 muni como ele vé © espago, seus elementos, estabelece relagées (de associacao, diversidade, ordem, proporcéo) € representa-o. Dessa maneira, estamos propondo o caminho inverso dos cadernos de mapas: 0 de copié ou colorir mapas e gréficos prontos. Os mapas murais € de atlas sdo complexos para a fase alfabe- tizadora, pois contém muitas informagées, simbolos complexos € generalizagdes que 0 leitor iniciante ainda nao consegue significar. Portanto, a proposta de Alfabetizagio Cartografica é de iniciaco e ‘construgao. Assim como na iniciagio da escrita nao trabalhamos com textos de contetido abstrato e elaboragio de frases complexas, no caso do mapa ocorre algo semelhante. Pedimos que o r facao mapa do espaco como ele 0 vé e levante os dados que conhece empiricamente para traté-los na forma de tabela e grficos utilizando simbolos que existem em sua mente. © processo € de formacéo do sujeito e a aprendizagem é do sujei ele elege 0 objeto que significa, codifica e, ao ler o espaco, Fepresentado, ele 0 ressignifica, avancando do conhecimento esponténeo que iha sobre o espaco por meio de ‘suas acdes catidianas para um conhecimento sistemnatizado, A medida que o trabalho de representacdo se desenvolve, 0 aluno avanca nos processos de leitura, passando do nivel clementar para o de sintese e de simples descrigio para o da andlise e proposicao. Tanto Bertin (1986 e 1988) como Martinelli (1991) auxitiam a entender os passos a serem trilhados para que ‘ocorra 0 avanco nos niveis de leitura. . Normalmente sao oferecidos as criangas mapas de escalas carto- Gréficas pequenas, como os planisférios, ou mapas do Brasil, com toda @ complexidade das projecdes ‘que utilizam cédigos abstratos e neces- sitam de legenda, sem que elas tenham Passado por um processo de alfabetizacao e significagao do mundo dos signos cartograficos. E preocupante perceber que as possibilidades de diferentes “hiveis de leitura que o mapa permite estejam ofuscadas por no haver fo curriculo uma disciplina que trate do processo de alfabetizacao da Maguagem cartogréfica, No se trata de uma Cartograia Matemstica ‘0 mapa como meio de comunicagéo que passa por diferentes niveis: ‘quanto mais 0 leitor desvenda a linguagem do mapa, melhor ‘compreenderd o contetido que o mapa tem a mostrar. & 0 aluno que ‘constréi habilidades de codificar e decodificar, melhora o conhecimento procedimental e, paralelamente, desenvolve a capacidade de ler e ver ‘05 elementos no espaco para entender sua Geografia. 0 objetivo deste livro ¢ esclarecer as bases metodoligicas da Alfabetizacdo Cartogréfica como processo de aquisigio de habilida- des para ler e entender o espaco e sua representacdo. Considerando , que o conhecimento se constrdi e aprimora-se na coordenagao entre ‘© sujeito da aprendizagem e 0 objeto a ser aprendido, buscamos uma articulagao entre a teoria psicogenstica de Piaget e Inhelder (1993), segundo a ética do sujeito, e a teoria da semiologia grafica de Bertin (1986), segundo a ética do objeto, para desvendé-la na busca do leitor eficiente de mapas e graficos. we x PARTE I Reflexdes metodolégicas e cognitivas: aproximagoes entre sujeito <> objeto a gente cai do mapa” (Aluno do terceiro ano do Ensino Fundamental de uma escola privada na qual 0 estudo do meio foi realizado), “Como um usuario de mapa desenvolve, internamente, © conhecimento pessoal das relacées entre coisas no espaso, na perspectiva de uma folha de papel coberta ‘com marcas de tinta? Como, em linguagem comum, alguém pode ler um mapa?” (Petchenik, 1995, p. 4). como instrumento para a significag&o do espaco geografico 1.1 ~ Ser elaborador e leitor de mapas e gréficos Uma busea na internet mostra a amplitude que ¢ tomando as discussées ¢ as pesquisas do tema Alfabeti- io Cartogrifica i relatos riquissimos de pra 4 construgio da metodologia de Alfabet * grafiea. B pree ‘6s caminhos metod volvitnento de habilidades de elaboral codificar e decodifics fio e interpretar a espa lementos representados para entender sua Geograf Neste livro, estamos enifico © mapa, de forma paralela, poi como subeate; ias das representacdes grdficas. Para 0 proceso da Alfabetizacio Cartograt © em muitas agdes, podem ser complementare: da agio de mapear e 0 processo de alfabet borar grificos, ‘io para elaboragio © leitura de mapas € grificos 6 semelhante: 0 aluno é o-sujeito que i e eles td wsponde A pergunta “onde?” ¢ os objetos na sua represen- nga ent e trata graficamente os dados. A difer fesposta que o mapa e © geifico fornecem. O mapa » se muda em um ilo no podem ser permutados. Jpa a localizacao do simbolo de uma cidade ou ferrovia. 0 rit worden 9 qué?”, “quanto?” e “qual » responde pergunta antitativos. O g pois os dados s Alico pode Jambém ter outras informagdes como aquelas temporais par questio “quando?” e “qual a sequéncia?”. responder 0 ¢ graficos é a propos ico para a formagao do leitor de mapas tender”, baseada em zer para Piaget ¢ Inhelder (1993); a crianga aprende agindo sobre 6 objeto, manipulando-o ¢ descobrindo os eleme m. ‘Tanto Pinget ¢ Inhelder (1993) con tos que o Ber (1986) afirmam ser essa uma aprendizagem si nitas da inteli~ por estar pautada na utilizagio das ferra géncia ¢ do pensamento légico, ni portanto, uma 1 (1986) enfatiza atividade mecniea de reprodugio. Be a importineia de se trabalhar com mapas e grafi micos, que permitem ao usudrio manipul: comunicar a informagio, buscando uma “fale”, Ele adverte que os griificos e mapas ser estiiticos a Jonas para serem yistos: & preciso te mente um grifico ¢ um mapa dindimicos, que o elabo: libe! um grafico e busea ar as colunas, as linhas ete. em t de pers nique a informa- ra imagem que ce cho, 0 problema ou a solugao. A coleta ¢ organizagio dos dados para elaboragio do grafico ou mapa precisam mostrar nto torna-se significative para o suj Oc quando ha em sua mente uma arti uma imagem slagiio [eonterido ~ forma). e instanta *Monossémica: ti permite apenas ~~ i i inna etivavsem Acriang o espaco de sua vida, que Weimer (apud Petchenik, 1995) afirma que a construgio do ambiguidaes, a realidade conereta, ¢ age sobre ele viven= eonhecimento deve ter c imento que He ciando as ctapas do mapeador: sel nificado para a crianga 0, classifi tenha si ‘aciio e codificagio dos elem Hos que pervebe nnesse espaco, O que resulta dessa eod A convicgao dos teéricos da construgao cognitiva... 6 que gh um mapa, ndo hd nendum significado on conhecimento na linguagem O mapa assim el; per se. Dito de outra forma, a afirmacio 6 que a linguagem porado pela erianca ilo © um nove desa nao carrewa significados em frases, mas antes desencadeia n objeto co fio se ‘on lanca significado (isto &, ocasiona o entendimento) que tala para Ilo, As etapas da leit podem ser generalizadas, como percepgao, Jai esta na cabece decodif 0, visualizacao © interpretag e também dos lo. A lei las nos mapas associando os murais, dos Para ler Volta-se ao esp ps map. 10 pa Hfrontacio, rae imter- sstar alfabet entre a representagai 5 * ‘i js a representagéio e a realidade, Con iditicos, o leitor precisa aco no processo de mapeatr. os elemen- pretagiio das informagies conti¢ mento tanto tos da realidade sito 1 espacialidade exigem o conhec ssignificados, e podemos elementos em s mbolos do mapa afirmar que A mt elero do conteiido como da forma, ou seja, os esse proceso de mape as, as linhas ¢ 08 itir 0 significado espacial. As bar nvolveu deyern transt espago de sua vivencia, a crianga de: ste entre 0s ‘O qué?” aco que as fer amentas da inteligénei a‘ nentas da inteligéneia, como sel setores do grifico deve transmitira re ais seguintes pergunt ificar © Om clas nar realidade e signifi componentes € respond peado paseou da. per Qual arlagio? a A relagiio entre os componentes 6 de diferer ido real formar peo da forma para o entendimento de si ordem ou quantidade proporcional?” O mapa preci estrutura: 0 conhecime i a 9 conhecimento sistematizado do uma imagem que mostre a resposta & pergunta: “Onde: espago permite a cri: enter ified pao permite & crianca entendé-lo em suas A proposta da Aabetizagio Cartogrified, como uma cafia Cartografia Metodolégica e Cognitiva, transita entre a Cartogt Bisica e a Tematica. Fo aluno que camo sujeito utiliza 0 conhe- sobre 0 espago e estruturas, como o fato de qu existem di rengas nas formas de ocupa dio. Por exempl rquive 1 residencial, comercial e de servic) is comercial « de servigos. cimento que tem em seu 26 © melhor porn 0 da sistematizagio, constr Jo um novo conhecimento: 0 « er ‘spago representado. Ode : svendamento do objeto de investigacio sera ausil lado na coordenaciio entre suj © objeto, wtilizando a linguage 1 cartogrifica como meio, K, preo- cupante que tanto nas licenciaturas de C cursos de Pedag a como nos Cartografia Metodolégica esteja ausente Diferentemente do mapa mural eolocado na pare de da sa de aula, 0 map; os laborade pelos alunos tem significado para 8 do espaco da c s. As representagde: - dat sala de aula, do bairro e do caminho e: hi “escola sito importantes porque pau do significado para sua codlificagio, Nesse caminho, os alun Precisam coortlenar pontos de vista, re proporvionalmente as medidas do espaco real nus mens ina ser representada e invents boos qu falem, Muitas vezes como “desenho” construido: De fato, Mate “Isso 6 umn #0 so mapas na concepeio da Cartoge a escala 6 intuitiva, havendo confuse nas Perspectivas, ¢ 0s simbolos iednicos sito my ‘0 particulares. Ma a conecpgio da Cartografia Metodolosic dio de um espago, contém infor © mesmo que silo mapas porque é a repress aces espacializar- existe das io seja matemat i. it proporeiio ‘entre os objetos. A passagem desses “mapas-desenho: pa Ara UM mapa eastograficamente sisten metodolégico da AMabetiza do & 0 caminho 1 Cartogritica, Defendemos neste livre Alfabetizaga Cartogrifiea co yaifica com na metodologi ‘na interface entre a Cartografia, 4 Geografia o a Di O aluno mapeador 5 cador a decodificador + CH suas ages, constrdi ere rto- es. As vivéncias das fy idades ¢ nog suas h de conceitos grafo abre ra a aprendizager m possil Hes p Jer 0 que sfio 08 objetos presentes no es pa nyolvimento das habilidades eo provocando 0 de al de ler e entender 0 mundo, nento em pote! O aluno conhece 0 espago conereto onde mora, estuda ¢ iver sua rotina didria, O conhecimento que ele cireula par tem de perceptivo e intu de sua vida, deve tomé-lo como um objeto de estudo, tematizi-lo, A elaboragio de mapas ¢ graficos proporciona a vivéncia da sistematizagio ¢ 0 aluno avanga nos nivel do espago que de compreensio da Geog ra O. iva desenvolve as est conhece, elabor a segunda lei ne passa turas por essa aprendizagem signifi Jgico-matemiticas por meio da leitura das relagdes ¢ a fungio simbdlica pela necessidade de relacionar 0 espago que observa ficado e significame. aos cédigos, articulando si A metodologia aqui proposta articula de forma paralela de construgio do conhecimento ncionado por 0 esqu M dos do objeto, O objeto ¢ cdo (s/d), na perspectiva do sujeito, ¢ 0 desenvolvimento de Bertin (1980), m pecimento ¢ 0 que ele é, sendo iveis de leitura de m perspeetiva io que o sujeito 0 desvende utilizando as ferramentas P leitura comparativa da proposta de V neces cado “aparega”. Uma de sua intelig a que o signifie jacedo (s/d) ¢ Bertin (1986) mostra uma aproximagao delas na medida em que o dois autores analisa aminhos pelos quais 0 suj desvenda o objeto, utilizando as f ferramentas de sua inteli- stncia, ¢ desenvolve habilidades para que © objeto (mapa e tifico) seja ldo. O sujeito aprende e desenvolve se tanto, constr » da l6gica para sistematizar os elementos coletados quanto na melhora do conhecimento sobre 0 espago prendizagem do contetido ¢ de sua forma indis- socidveis. O sujeito vive essa indissociabi dade de form riada e toma consciéneia do espaco presente experi no mapa € dos elementos mapeados presentes no espaco: & uma apret dizagem significativa que torna possivel o desenvolvimento da funcio sim fen da inte dlica assim como as conexdes ligicas das amentas da inteligé is ativas as ferramentas igenei A, mais o objeto fica conhecido © melhor dese volve a inteligéncia, permitindo que haja avancos nos niveis desvendamento. A leitura inicial, considerada de nivel entar, 6 de pontos isolados. ‘by abora a sintese, pa dess Em um nivel intermediatio, o sujeito pode pe 1grupamentos e, em um nivel avangado, jssando a ter uma visio de conjunto, 1.2 ~ Reflexes sobre vivéncias Como alerta Ferreiro (1992) no processo de alfabetizagio, parte-se do significado para se criar significantes, Portanto, é preciso haver um trabalho paralelo com a significagio dos conceitos que serio representados. Uni aluno de 58 sér uma escola do Estado de Si Paulo observa ca do Bi lade demogratic de um mapa de |, apontou a Regio No em 1970 era menos de um densidade demogr onde 1 dens ro quadrado, ¢ perguntou: “La &t Huabitante por quilbr {tos complexos ssora?” Presume=se que co “unitozinho, pro| qque envolvem “relagées* precisam ser trabalhados com eui- daclo para que o significante nao se relacione a coneeitos nio i 105 estardio representando apenas compreendidos, pois 0s alunos estarao rep r cores ou figuras vazins, sem significados. Passini (1996) entrevistow professores dos anos iniciais al sobre a forma como trabalhavam os \damen dlos gril professores afirmaram n&o trabalhar a leit ilo, os (Passini. 1996) ou Tendo apenas 0 ti passando pe A pesquisa realizada com os al também mostrou uma realidade preoeupante. Alguns deles Afieo, st alisar © contetido; 0 “bonito”, “6 colorido”, am comentirios vagos: apenas fi meros.” Poucos foram os alu- *vejo quadradinhos”. “vejo ni hos que pereeberam que os gréficos contém informag quantitativa: “Para me \uagem © aluno nao alfabetizado para a leitura da cartogréfica niio possui habilidades suficientes para “entrar em mapas de escala pequena, como os que representam o Brasil ou o mundo com simbolos abstratos, ¢ entender 0 conteiido neles representado. A AM: gem de cédigos pre ogriifica como metodologia para essa inagio Ci 1 ser estudada para 05 professores Snsino Fundamental auxiliarem seus ir infor- 10 grafico, saber extr Paco geogrifico éo que é em sua concretude. As coisas if uma dindmiea, pois os critérios ¢ sio ¢ estiio onde estiio, Defini-las ou clas agio do per amento e pos podem variar para 0 agrupam (0 das semelhangas © das diferencas, assim como as classificagdes ¢ as ordenagoes. A classificacio ¢ uma abstragio que se vivenciada pelo aluno 1 elementos presentes no espaco conhecido leva & aprendi- zagem 0 0 se desenvolve, » pensamento logico-matemst Como ei mos na pagina an s alunos dos iais do Ensino Fundamer ap eles se encantavam com os mapas ¢ gréfieos ao folhearem as paginas de um atlas ou do liveo diditico, mas comparavam apenas as diferentes fo as de mapas ¢ grificos sem entrar ho contetido. Eles no acessa info Bes 0 0 ucle papel “colorido ¢ bonito”, As representagies a seguir mostram os avancos de dois niveis den no do 4° ano de uma escola 2000). O trabalho da profes- peamento de um muni ipal de Maringé (Passi sor consistiu em percorrer 0 quarteirad da escola com os alui- m os elementos da nos, pedindo que observassem e anota is os desenhar. Na sala de aula, Paisagem que viam para de num trabalho coletivo, ela colocou na lousa um inventi tudo o que eles foram relatando sobre o espago observa trabalho de campo. Em seguida, solicitou que eles atributs um desenho para representar cada el observa, O resultado foi surpre foram muito minu nho A). Apds es 0s alum des © nas representagdes. (des primeira fase dos Mapa A = nivel elementar Mapa B = nivel avangado, de sintese LEGEnDa bi mCASAS Posto | pqreetene VASO VE RIDAS = | Gave: —-------- RUS Mapas de Jontan, 9 aos, andos pea professor Lucio, . 7 33 desenh a professora pediu que os alunos agrupassem as coisas” semelhantes, casa com casa, loja com loja, por exe! ‘ntese cor la pelo aluno Jonatan. lt, podemos afirmar que Jonatan passou do nivel clementar, de representacio po ual de cada elemento, para o nivel avangado de sintes na sua labor ico do mapa. mos ui trabalho de campo com ei jangas Ensino Fundamental de uma escola piiblica ¢ de outra priv cla. A proposta foi “ver. observar © toca ; para sentir” diretami ic o ambiente e vivenciar articulagao entre a paisagem a nossa frente ¢ a sua rep cdo. Foram reali- zados estudos do meio em diferentes etapas, do quarteirio da 2001). ie desafio: “Vamos vero shos (Passi neira saida teve o seat nosso quarteiriio ( fas: observa ras, diferengas entre e s, comerciais ¢ prestadoras de Je caminhanos ea la conereta por la no croqui do quarteirio: entender a légi elaboragio d legenda; observar a forma do relevo onde a escola se situa e anal r sua ocupagio, O croqui foi elaborado wente para que a previa is criancas tivessem um referencial para icompanhar os pasos e ident r 05 objetos a serem observados no percurso, Ao sair dos muros da escola, a primeira parada foi na esquina dela para os a junos se localizarem no napa”. Foi les fica uma agao simples, no entanto ‘am surpresos quando associaram as ruas desenhadas no eroqui com a pl rua por onde caminhavam: representagao se uniram © 4 informagio: © signi desenho da guem ler as representa 40 most que nos ¢ frente, onde um rio fora canal No entanto, a resposta fo =*Olha, olha! A rua! A rua est aquil® Nesse momento, para aquelas eriangas, realidade ¢ me das sativa desse trabalho; as criangas entraram no mapa! do quarteirao Em outro momento, ainda percorrendo as r da escola, foi explicado: =*Voe‘’s caminham na rua eo kipis vai pelo papel, no lo a eria Uma out (ca mostrou também que estava faz aciio que levava tre 0 espago concreto e a repre: as maos: Inde estfio os carros? Voe® nao desenhou os carros” Um terceiro episédio comprovou que eriangas conse~ wes © ressignificar 0 espaco, quando, 5 armos a ladeirs 4 nossa frente, pedimos que descia issessem aonde chegariamos se continuassemos deseendo a rua, A resposta esperada era que chegarfamos ao vale & nossa ado, ¢ hoje temos w at avenics vel ner =*A gemee cai do mapa. mostrou: ssa resposta. inespe nos que essa criang :mersa como sujeito do espago representado. estaya totalme Dessa forma a Alfabetizagio ogriifica ¢ uma proposta rugio de signifieados pa metodoligiea de cons elabora o proprio de mapear, o leit Jas”. Pelas ac color Geografia da rede estadual de (1970-1996), » Professora efetiva de ‘S50 Paulo “desenho colorido © bonito”, transitando do espaco significado para o espaco cotlificado. Oa do ciente de mapas. is de lei 1 slo conqui peador para se tor 1 leitor efi- Nas aulas de Geog fia do Ensino Funda- wental, como professora de Geografia dos anos algumas manifestagdes dos a m a necessidade de bu Jogia que possibilitasse a formagao de um leitor ienmte «le mapas e geificos: en ho grifico para extrair informacdes. Naquela sala, muitos alunos nao consulta vam a legenda © diziam que na Amazonas 0 vérde significa qu tudo flores leit do titulo do mapa que indi val qu contetide e 1 divisio politica, Questionamas se esses alunos ainda estavam 1 intélectual? Pe a informagio de que ha flo- estas no Amazonas & do senso comum, Qital Amazon 107 Essa infor- magio do senso comum estava assimilada, Por- 10, perce mas de uma : lew norizada, certamente sem significado, Como alfabetizar 6 a mente que tem es rqivos memorizaclos sem referéneia da esp: coneeitos significados, rain esis preocupagoes’ que pro~ “significant maram todo o percurso da pesquisa que e Jagiio da metodologia de Alfabet (1978), Martinelli (1999, 1994), Simi iminou na formu- en aco Cartografiea, fi ida em Oliv 1998), Macedo (s/d), Gimeno (1980), entre outros, de os alunos utiliza If preciso enfatizar que na atualic ns dados ternet co quisas ni BP incnins digiais, como pe disponibilizados pelo IBC e,goy.br). 0 Google Maps, 0 Street View. instituto Brasileiro de Geografia ¢ Bstatistica (www: Photoshop, entr ‘rticulacio mundo: tar uma rua ¢ perceber a entas possibilitam ferr outros. a-mundo em um toque. O Street View mistrugdes em dife permite “perspeetivas. Hoje, p disponivel! No entanto, 1c tudo visivel, mapeado © de acesso 0 a informagies em ara que 0 aces ficos nfo se tornem sites e a elabo nos refletir acerca da meto- te mecanicistas, prec merame dologia de Alfabetiza De for fica, Nogueira (2009) sugere izador, éom mapas do Google Maps © do Adas de Cartogritiva. nm trabalho alfabe desenvolvimento humano do PNUD = Programa das Nagies Unidas para 0 Desenvolvimento, Sao trabalhos para fases favangadas, mas Hoyos para nos, as eriangas q na internet com fa~ bém outras ferra- izadlas com essas © dio fan dade mais recentes ¢ de ponta, Vale a pe men ham mobilidade! horar mapas ¢ zrifivos digitalizados que t Moseardis e¢ al. (2011) realizaram um teste preliminar com ma crianca de 11 anos para verificar a possibilidade de utilizar snhecido produzide por ela © a ‘o mapa mental de um espaco £0 Spring é um SIG - Sistema de desenvolvido pelo INPE ~ Instituto "Nacional de Pesquisas Espacials ~ de download gratuito © de manuseio facil para se trabalhar ‘mapas digitalmente, planta do mesmo espago extraido do Earth, de forma complementar, A ¢ ianca reco nheceu 0 espaco por ela mapeado no Google Earth e, a0 utilizar a ferramenta Ps nt, do Spring, consegui elaborar um mapa com base nas ob- Ws do espago que visitou e na imagem do autores (Moscardis et al, 1 as agies da erianga e deram que as ferramentas no ocasions ficuldade para ela elaborar o map sentido muito & vontade dura . tendo-se o trabalho tanto izar o mapa mental como para inilizar snentas digitais, N a proposta de aluno ser mapeador de paigo conhecide © 0 desequilibrio cansada com a introdugio di fio pau inca explorar tanto 0 espago como as ferra- “Ferramentas digitais provocou o des meni se 6 certamente ainda caminho a ser construido e analisado para ser sistematizado de forma a termos os passos a se- rem seguiddose nelusio de outras ferramentas que proporci ngas, por am em seus jogos e by 5. Tanto espaco como as fer- ramentas fi do cotidiano da er certamente a aprendizagem de passar da obser vagio do espago real para a representacio util zando 0 referido software provocon 0 desenvol- vin 10 da fungao simbélica em um outro L. o nivel do pensamento di x Capitulo 2 . Alfabetizacao Cartografica x e 0 desenvolvimento da autonomia Concordamos plenamente com a existéncia e pritica de um ‘Go Cartogrifiew, bem proceso metodolégica de Alfabetiz como confirmamos sua perfeita articulagiia com wna educagio cartogrifica no contexto de uma educagio participativa na formagiio da cidadania (Martinelli, 1999, p, 134-135). decodificar os A habilidade de ler um mapa ¢ um grafi ja para extrair as informagies neles simbolos «a em conquista da autono sio imprescindiveis par contid A capacidade de visual ento signifieativo para a par espacial @ um Fa organiza responsavel ¢ ante. nte na, resolugio de problemas do sujeito per e tem capacidade Aquele que observa 0 espace. oe tem capa ‘ jas geogrifieas para ler as representagies « © 0 grafico tém conteiidos que esto representados coordenadas, escala, projeciio, simbolos, legenda ¢ orientaga iio ada, ou seja, dar signifi complexa que necesita ser decodi Martinelli (1991) adverte que a de cado aos sig de mapas e grifieos no é um mero exere elabora *Gramética grafica €a sistematizacso das varidveis visuais (simboles) considerando as suas ropriedades perceptivas e a relacao entre 05 objetos a serem representados. acd, seguindo uw a convenciio, mas um trabalho com a correta exploragio da regras da gramdtica griffica®, a sintaxe da linguagem eartogritiea preciso incluir as potencialidades que jem dos meios digitais que tornam o mapa eo grafico cada vex mais dis riquecem as informagdes implantadas, a gama quase infi ta das va amplas conectividades entre espacos, tornando ténue ad nn local ferenciagio entre a abords ea global, Os mapas ¢ 0s griificos tornan assim, fo mentas indispensive de uma educagao para a autonomia, ‘Tomamos is de § npresta (apud Mu ie ef al.. 1995) as reflexdes sobre a leitura contetido, embora ele trate da leitura ita. A transposigo para a Alfabetizagiio rtogr fica 6 possivel. pois o proprio autor refere-se a qualqu pverbal®s tipo de tin $ pois, principalmente no dmbito da escola que as expressies “aprender a ler” ¢ “ler para aprender” ganham seu significado primciro, apontande inclusive os efeitos que devem ser conseguidos pelo trabatho pedaxogico na drea de formagao ¢ prepare dos leitores. Eu até iria mais longe, afir~ mando que um dos objetivos basicos da escola 6 0 de formar o leitor eritico da cultura = cultura esta encarnada em qualquer tipo de linguagem, verbal cfon nao verbat ” (Sib 1983 apud Murvie et al, 1995, p.41). Sentimo-nos a vontade com essa referén~ tao nosso ia a leitura da linguagem esc contexto, em primeiro lugar, porque o proprio Autor coloca que a formagio do leitor eritico entendida ¢ estendida a quale guagem, verbal e/ou nin verbal, e. em segundo lugar, porque os estudos de Freine (1977) ap linguagens oral, eserita deve s tipo de olvimento das mn que od fiew ocorre de forma paralela, Assim, 0 balbuciar ¢ os pri- meiros rabiscos podem ser considerados etapas do desenvolvimento das lingnagens oral, eserita © grifica Murtie e¢ al. (1995) aind: complemen- salho de lei~ ssdrio um bom trab tam que én tura em sala de aula, pois desenvolve no aluno: (4) 0 prazer de ler (dimensaio afetiva): 0 saber interpretar (dimensiio caxnitiva): a saber produsir (dimeusio pragmitica), a2 A escola cabe o dever de objetivar o desenvolvimento de tais potencialidades, como forma de emancipar ¢ ao mesmo tempo integrar a aluno no espaco sociocultural. Dessa forma, pode s considerar como dever da escola Proporcionar as aprendizagens das nogdes espaciais ao desenvolvimento das potencialidades de ler 0 espago sua representacio como meios de desenvolver a autonomia. 0 aluno integra-se no espago sociocultural ao espaco onde mora, eircula, est mento construido de fe a espontiinea, co por meio de trabalhos de sistemati mapas € grificos « Oliveira (1988) aleriou-nos de que h minucioso © préciso sobre as riq 1s do solo e subsolo da nncio de sensoriamento remoto. Os pais dados de territérios ult s politicas ¢ inven- tando meios quasé simi alerta lares aos dle fieeio cientities sobre a funesta consequéncia do desconhecime sobre © que realmente existe em seu proprio tervit6rio, desco- nhecimento esse que pode ocorrer por nao dominarem os meios para visualizar‘a realidade, E: uma for _de organizagio daquele espago de ma » de propriedade dos estrangei gies sobre a construc de es minerais se eneaixem como um extraordinsrio quebra-eabeca para a evasio das riquezas mines is existentes em nosso territério, consequéncias do la vonhecimento do, coste (1988) enfatiza também ua representagiio que abre pago e de naciio, A autonomia s6 se conquista wibilidad do conhecimento. O exemplo mais significative f ine nil, em que se comprovou tumente 6 0 da Guerra do Vi s interdependéneias globais je quem conhece 0 espago em su nto do Norte, 0 rom inoyzue exercer o dominio, No V que causow a inundagio de eaudalosos rivs, pro- Hs diques eando a morte de milhares de homens nas pla idade dos conheeimentos estratégicos ¢ teenolégivos 0 autor jcanos em detrimento dos norte-vietnat ame futiza a necessidade de dominio espacial para pensar o Os g0dgrafos devem ajudar o conjunto dos cidadaos a saber [pensar o espaco. Sera preciso que esse saber pensar o espace como o saber ler cartas se difiunda largamente, em razto das exigéncias da priitica social, pois que os fenémenos relacionais wr cada vez (a curta e a longa distincia) ocupam um lug maior (Lacoste, 1988). a 2 Capitulo 3 préndizagem de Geografia Por meio da Alfabetizagao Cartografica “Tiai-se @ escola para aprender a le @ escrever © a cantar, Por que nto para aprendera leruma cartaz™ (Lawcoste, 1988). Na atualidade, 05 alunos precisam utilizar difere ‘wens para acessar informa construir dados, analisi-los e utilizé-los em suas investigacde um analfabeto pode Jomo preparar 0. sujeito para ter dominio espacial e habilidade para representar © espaco ¢ ler thapas e gréficos eficientemente? Como formar ome, estuda e trabalha eom cl © sujeito que circula, cons 's de Geografia e Cartografia? Como desenvolver intel éncias esp ial ¢ estratégica? A Mfabetizic cat fu ase grificos a leitor » Cartogratica tem como proposta meto= 1 a formagio do sujeito: de produtor de fe dessas represemagies, Hssit a a0 aluno ressignificar © espago de sua ido do conhecimento espontaneo ao conhe imento sistematizado, inhar pela escola ou pelo quarteirio da escola 6 um Primeiro passo para “reler © espaco”. Kuma s gunda leitura {que 0 aluno fari de seu espago vonhecido e percorrido e namente, A [i io de Cartogra as, padaria, sapataria, cabelei contabilidade, consultérie des jnn'os 6 uma operaciio que exig » uma ago da ment que a classifi 10 de cada elemento. A di Podemos aceitar diferentes classi sobre as casas on lugares « pens todos do mesmo tipo de trabalho? ~ Produz. con ~ Nio produz comida. Os alunos podem sso de vender eo = Faz coisas, = 86 vende coi: — Nio vende e conserta coisas. introduzimos Dessa for radia, coméreio, indtist tari, class inio logico diferentemente da cages © »s diferentes usos do solo: iro, fibriea de roupas, eseritério \iio desses ele- Kitico, entre os elementos & cro "5 Gavegorns ou coos — Fear Festa De dimenso Casas pequenas Casas grandes. | De tempo cronolégico Casas novas Casas velhas | ons ieae Cae bonus mo- Jo de servigos, entre outros. va se ae ianga construir seus préprios simbolos, trabalhando do ignifieado para 0 e6xl O signifi istente. As coisas onde estiio ¢ sio © que so, independentemente dos nomes ow classes que vamos hes atribuir. Por isso, o aluno preci a transitar do significado rao cédigo, que ele proprio cria, Tomando como referencia a legenda elaborada pela crianga, o professor pode diseutir como es. informacio (de uso do solo, por exemplo) pode ser comunicada? Como repres relagio de diferenca entre moradia, histria, coméreio e prestadora de servigos? FE melhor « a crianga faa escolhas tendo a palheta de ores, tramas ¢ figuras para decidir qual variével permite ver melhor a diferenca. f ela entenda que a Jegenda deve ser Gonst ae deve transmitir a el visual adlequada possibilita Ha, com economia de tempo e sem ambien Uma legenda que exige que a consultemos m Is vezes & uma legenda sem lou Neste quarteirdo mapeado, qual varidvel permite "ver" melhor a iferenca entre morar, comprar/vender e produzir (0s tipos de uso) para ficar bem separado e visivel? As diferentes solucdes escolhidas pelos alunos devem se expostas para discutirmos a melhor in: que permita ver como 6 a organiza dio do quart Diferentes composicées de legenda IE Moradia Mi Moradia 1 Moradia Il Servicos HEB Servicos ¥ Servigos: i comércio icomeércio ecomércio | entagio das categorias de uso de Entender que a repr solo requer uma varidvel que mostre a diferenga pode ser percorreram o quartei significativo para os alunos que perc 1 desenhos., fizeram essas anotagbes N08 s Para qu © aluno consiga transitar da lei clementar (padaria, casa) de i leitura de a de nivel mplantagi pontual para 1 ivel inte ‘didrio, ele precisa agrupar as constr cdes por semelhanga © responder as seguintes pergumtas Onde estéo as moradios? PT Sond eis os empress abs ae wn 71 | _ 5 31.0 que ha mais no quarteiréo? Moradia, lojas de comércio ou prestadoras de servicos? No quarteirio visitado, predominam lojas prestador vel intermediairio, igos, Fssa constatagio, uma leitura de 1 iilia 0 aluno a pereeber grupos, pois ele mesmo 1 tegorias. Na leitu yredomina no quarteirdo ¢ como o », 0 aluno pereebe 0 que medi de nivel inte jassificar para uma gene yaciio, considerando a cidade. \cio deve responder as seguintes Anecessidade de gene pergunta que o quarte sentativo nel rupar os diferentes usos para “Como podem ‘cado com o que mais ha de repre= » fique » 40 que predomina no quart rio? Legenda I Lojas de comércio e prestadoras de servigos A incluso de lojas de coméreio ¢ prestadoras de servigos Ho ¢ também uma a generali em uma tiniea categoria é un solugio de sintese. 49 50 AN atividade deserita auxilia a desi volver habilidades de observagio do espaco, levan nent de ele nilos present classificacio, cotlificagao, generalizacio e geragzo do mapa. As leituras de niveis ¢ nentar ¢ intermediério possibi- Hitaram aos alunos perceber a necessidade de seneraliz, (0 tem um uso que predomina sobre os demais ce, dependendo da escala, as ‘gorias menos representativas acabam sendo incl Oavan es predominantes. a é 0 objetivo da Alfabe ica. porque inicia a | io ra do espaco com jenlos pontuais para avancar Ara a percep: das relacdes presentes no espaco. Assemelht ode conjunto vido com um texto eseri . da ps de uma frase ¢ elaboragaio de um te xto que formul es associadas com sentido. conjunto de fre \ incluséo da localidade ¢ uidada_em espacos mais amplos ocorre pela propria leitura das agées do sujeito em ficativas pa He do que 0 exe de bairre~ municipie — Estado ~ pats em esp muitas veres abstratos para ele. Lévy (1993) afirma qu Go acess a \cos eoneéntricos na atualidade, 6 probl forma ssta esti fa om diferentes meios ¢ lug es. O problema, hoje, 6 a sclecio da informacio, 5 que baja racionalidade do tempo, para que nio se desperdice tempo com informa ssalém da essé fificas sio fundamentais para a selec: lizagio da inform doe uti- cdo, porque permitem ver a esséneia informacdo, num instante de pervepe iio, por ser sin Anonossémica, Na atualid Velocidade na comunicagio © recepgho das informac Tinguagem dos mapas © dos geéficos torou-se ol ficiente © auxil {para que a selegio das informagoes se) tidadiios de fato na tomada de decisdes inteligentes, volva hab A eseola precisa ser o lugar que dese nai para buscar inf anco de dados, organi acessar a esséneia do ambiguida’ A informética ¢ uma ferramenta que facilita a0 mapeador coletar dados, organi: fi tenha vivencindo e as operagbes cognitivant mentas do computador que trabalham co fas tarefas de mapear; criar implantar s\ pidas, No en ssealas amp ples de ferramentas dos meios digitais na busea e no t de dados nao dispensa 0 dominio do conte IF; preciso ter cuidado para que a utilizagdo da inform mecanicista, sem reflexdes, pois ¢: fio provocar avancos. apas tornar maiderando a necessidade da 8, a , selecionar dados para compor o proprio ¢ trati-los de forma a conseguir tevido com economia de tempo e sem. Jos ¢ trati-los, desde que ate. As Ferra nbolos, reduzir ow ania, a utilizagior tamento Joe dos coneeitos. e-se 0 riseo de O espago ¢ o objeto comum de investigagao da Geografia eda Cartografia, uma sendo 0 conterido ea o portanto indissocidveis, Essas repre que 0 conhecimento sobre 0 espago se aprofuride e amp! 1. linguagem tornam possivel F um mutualismo no qual um provoca o melhoramento do ser lido melhora a habilidade de ler, avangando de s 1 leitura permite ver o objeto ¢ 0 objeto que permite tos para andlise © interpretagao. em-contetide melhora 0 a > re ca onto porg de comunicagio. O sujeito que se int nese fluxo de comu gio torna-se sujeito coletivo de uma intelige 1 coletiva e essa construgio ¢ um. caminho de melhoramento ao infinite tanto para © sujeito como para 0 objeto. Os mapas murais das escolas em escalas geogrifieas de pais ¢ mundo ap tam certo grau de dificuldade de leitura. pois ac mplexidade dos simbolos, da eseala e da proj niio p ite que o leitor dos a is do ps inici no F men ‘esse as informacdes codificadas, pois ele nao foi al- fabetizado p a leitura de cédigos. Esta na mio das prrofessores dos anos ini is do Ensino, Fundamental ma tarefa muito importante © urgente: a possibilidade de enriquecer as pesquisas em Alfabetizagio artogrdlica, obser Joo aluno que inicia a leitura do espaco. ompanhando a interagio que ele tem com os simbolos, interpretando como ele pensa 0 espago e representa-o. Capitulo 4 Responsabilidade social do professor de Geografia “Cartas, para quem no aprenden a lé-las ¢ utiliziclas, sem dii- ridda, néo tem qualquer sentido, como nico teria uma pagina escrita para quem nao aprenden a ler” (Lacoste, 1988, p38). io de Lacoste (1988) sobre Seografia dos professores & neia de duas Geos “1 Geografia dos Estados Maiores. 0 autor ainda acreseemta que 4 Geogralia dos profe para Iiio se perceber o contedido estratéy cia geo- > eauisit urifica, Grave afirmagio, gravissin nds. educadores, e, principalmente 4 preocupaci ores de Geografia, Concordamos com 0 autor ¢ torna-se profe tungente que ed lagen m busea da apret o desenyol- zadora e investigativa, que possibil spac Permanece atual a dicotomia entre a Geografia dos profes iliza dla tanto pelos “senhores da sores ¢ a Geografia estrat e ra” como pelas empresas que buscam “ure negro, ouro verde, ouro terra”? Qual a Geografia ensi is de fore magiio de professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental? 54 Refazendo a pergun a: quais os objetivos de ensinar Geo- grafia? Pode nos afirmar que © objetivo de ensinar Geog: di 64 aprendizag nogdes espaciais ea compreensiio do espaco geogriifico como produto das ages da sociedade e da natureza? Como e is aprendizagens levam ao desenvolvi- mento do dominio espa ial para a formacio da autonomia, impreseindivel & cidad A Geografia est 9 pode sera Geografia espeticulo das exclamagoes, da lista de monta as, eidades ou tabela de produtos de portacio, Deve rum Geografia que permitg aos alunos serem sujeitos da investigagao, da aco do espago real, de ho reais co n suas eon ies e aniilise de fatos re de produc: ‘ifico, O pau para que o aluno veja o problema ¢ igaciio para tentar solucioni-lo, Deve ser uma Geocartografia que auxilie a forn idadao © dese volva ait teligéncia espacial Como desenvolver a inteligéneia espacial sem “ler ¢ ver” um mapa? Como des olver a intel neia estratégica sem aprender a levan organizar ¢ tratar geaficamente os dados? 0 espago nao deve ser visto como uma célula isolada © autossu nte, como seo mundo nio existisse além di espago. A regidio deve ser pensada segundo as estrat mundo porque a organi: al é dindimica © evolutiva a leitura deve permitir visio global dos acontecimentos, sem estar pres » somatdrio de fatos isolados, pois perde-se iva dos movimentos, di redes e da séviedade global. a do mapas Kamii (1985) defende a leitu Ino requisito para a formagi iv, Oliveira (1988) ¢ Lacoste (1988) sao » da autono- s de uma Geografia ¢ mento de defesa do espago dos fenso ea © mapa uum w nele habitam © se to dominagio se os habitantes do espaco nio nstrumento, reeberem as informagées estraté Wverem competéneia para utilizé-las. Para ie a populacdo possa se defender, 6 precis que indo as possibilidades estraté nda e conhega seu espa lo. Japs revelam, F, preciso estar for of (1984), apés ter reali Ki ado é ser livre”? s Michel bsofo fi Jo um estudo stituigies disciplis comparativo de es, orfana Jos, quartéis, ‘eomo prises, orfanatos, int r seminiirios. vonventos, fabricas, escolas, os ¢ hospitais, revelou si mai : assustadora: essas instituigdes, que obj «0 docilidade ¢ a obediéneia, consi dominar 0 ser por meio do # controle do espaco; * controle do tempo: # controle do corpo. ‘Temos o dever de estabelecer a. autonon Geogeatia. Como como objetive de ensi Ricupero em O Estado de , Paulo.

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