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Tradução:
VERA RIBEIRO
Revisão técnica:
LUIZ CARLOS PEREIRA
Deptº de Filosofia, PUC-Rio
Deptº de Filosofia, IFCS/UFRJ
CDD: 793.73
00-0429 CDU: 793.7
Prefácio
Este livro, tal como as Aventuras de Alice no País das Maravilhas e Através
do espelho, é realmente para leitores de todas as idades. Não quero dizer
com isso que todo ele seja para qualquer idade, mas que, tomando
uma idade qualquer, parte dele é para essa idade. Por exemplo, os
enigmas extremamente elementares do Capítulo 4 destinam-se par-
ticularmente ao leitor muito jovem, que ainda não estudou álgebra
(e, como diz sabiamente o Grifo, “Você não precisa de álgebra ne-
nhuma!”). No extremo oposto estão os enigmas desafiadores dos
Capítulos 5 e 9; estes intrigarão tanto o especialista quanto o iniciante.
O Capítulo 10 tem um status especial e inusitado.
Este ano (1982) marca o centésimo quinquagésimo aniversá-
rio de nascimento de Lewis Carroll, a quem este livro é dedicado.
Creio que Carroll teria gostado particularmente do capítulo de
Humpty, que versa sobre os paradoxos (um dos temas favoritos
de Carroll), porém no estilo inimitável de Humpty Dumpty. Foi mui-
to divertido escrevê-lo (como o foram, aliás, todos os outros capítulos).
Na verdade, todo o projeto de recriar o espírito dos escritos de Carroll
foi um deleite, do princípio ao fim.
Meus agradecimentos calorosos vão para Greer Fitting, por todas
as suas adoráveis ilustrações; para Maria Guarnaschelli, por seu exce-
lente trabalho editorial; e para Iver Kern, que examinou cuidadosa-
mente todo o manuscrito e deu uma porção de sugestões úteis.
RAYMOND M. SMULLYAN
Elka Park, Nova York
1º de janeiro de 1982
Enigmas do
País das Maravilhas
Que Alice?
15
Depois que eles resolveram o problema, Alice perguntou: — Suponha
que, em vez de tentar descobrir qual deles é o João, você quisesse
saber se o João é o mentiroso ou o que diz a verdade. É possível fazer
isso apenas com uma pergunta?
— Ah, com certeza! — respondi.
— Mas não com uma pergunta de três palavras — sugeriu Tony.
Pensei nisso por um momento.
— Pensando bem, existe uma pergunta de três palavras que resolve
o problema — respondi enfim.
Será que o leitor consegue encontrar uma pergunta de três
palavras que determine não qual deles é João, mas se João é o que
mente?
Depois de servidos os refrescos, o grupo todo quis mais enigmas
lógicos.