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Alice no país das maravilhas

Profª Paula
Literatura
1865
Lewis Carroll

Gramática
Redação
Espanhol
Alice no país das maravilhas - 1865
• Alice's Adventures in Wonderland (As Aventuras de Alice no País das
Maravilhas)
• Alice in Wonderland (Alice no País das Maravilhas) – abreviado
• Publicado em 4 de julho de 1865
• Charles Lutwidge Dodgson, pseudônimo de Lewis Carroll
• Gênero literário nonsense.
• A classificação das obras literárias que podem ser feitas de acordo com
critérios semânticos, sintáticos, fonológicos, formais, contextuais etc.
• Expressão inglesa que denota algo sem sentido, nexo, lógica ou coerência.
• Frequentemente utilizada para denotar um estilo característico de humor
perturbado e sem sentido, que pode aparecer em diversas artes.
Alice no país das maravilhas - 1865
Lewis Carroll – biografia

• Nasceu em Cheshire - 27 de janeiro de 1832


• Faleceu em Guildford no dia 14 de janeiro de 1898
• Foi um romancista, contista, fabulista, poeta, desenhista, fotógrafo,
matemático e reverendo anglicano britânico
• Recebeu uma educação religiosa, mas desviou-se dessa carreira e entrou
na Universidade de Oxford
• Ganhou uma medalha de mérito pelo seu esforço
• Trabalhou como professor de matemática, na Universidade
• Lecionou matemática no Christ College, em Oxford.
Alice no país das maravilhas - 1865
Lewis Carroll - pseudônimo

• Em março de 1856, Charles escreveu o seu primeiro texto com o pseudónimo que o
tornaria famoso. Um poema romântico chamado "Solitude" surgiu na revista The Train,
sendo atribuído a "Lewis Carroll".
• Esse pseudónimo era um jogo de palavras com o seu nome verdadeiro: Lewis era a forma
anglicizada de Ludovicus, e Carroll era um apelido irlandês parecido com o nome
latino Carolus, do qual vem o nome Charles.
• A transição foi feita da seguinte forma: a tradução para latim de "Charles Lutwidge" é
"Carolus Ludovicus" e esse nome traduzido para inglês é "Carroll Lewis“. Depois ele
trocou os nomes de ordem e criou o pseudónimo "Lewis Carroll".
• Esse pseudónimo foi escolhido pelo editor Edmund Yates a partir de uma lista enviada
por Charles, sendo que os outros eram: Edgar Cuthwellis, Edgar U. C. Westhill, e Louis
Carroll.
Alice no país das maravilhas - 1865
Resumo da obra

• Alice estava com a sua irmã à beira do rio, quando vê um coelho a correr.
• Ele entra numa toca e Alice, sem pensar, segue-o e entra também.
• Para seu espanto, a toca era muito inclinada.
• Alice continua seguindo o coelho, mas quando está perto dele, ele desaparece.
• Ela vê então uma porta muito pequena. Vê também um frasco que diz “Bebe-me, bebe-me.”
• Depois que bebe o líquido do franco, vai ficando cada vez menor, menor e menor…
• Alice aproxima-se da porta, mas ela estava trancada. Tenta chegar à chave, mas não consegue.
• Vê então um baú com biscoitos com os dizeres: “Come- me, come-me.”
• Depois de comer, logo Alice fica cada vez maior, maior, maior…
• Passado algum tempo, volta ao seu tamanho normal.
• Alice quase se afoga nas suas próprias lágrimas.
Alice no país das maravilhas - 1865
Resumo da obra

• A menina vê o coelho branco e segue-o.


• O coelho confunde-a com a sua “empregada” e diz a Alice para ir buscar as suas luvas.
• Alice vai ao quarto e vê mais biscoitos. Mais uma vez, come-os. Ela fica gigante.
• Quando Alice volta a ficar muito pequena e consegue sair da casa do coelho, encontra uma
lagarta, que lhe faz imensas perguntas
• Alice ouve tudo o que a lagarta tem a lhe dizer. Ela resolve seguir o conselho da lagarta.
• Ao comer um lado do cogumelo fica gigante. Ao comer o outro pedaço, já fica do seu tamanho
normal.
• Alice decide que o melhor que tem a fazer é ir embora, mas não sabe como.
• De repente, olha e vê um gato em uma árvore. Pergunta-lhe como é que ela pode sair dali.
• Ele responde que: Ou vai pelo caminho da Lebre de Março ou vai pelo caminho do Chapeleiro.
Alice no país das maravilhas - 1865
Resumo da obra

• Alice escolhe ir pelo caminho da Lebre.


• Para seu espanto, encontra a Lebre de Março e o Chapeleiro tomando chá. Alice pensa que aquilo é absurdo.
• Então, tenta ir embora, mas de repente, vê o coelho.
• Segue-o até ao bosque, onde encontra uma porta em uma árvore.
• Quando Alice entra, vê cartas a pintando os arbustos de rosas.
• De repente, aparecem a Rainha e o Rei de Copas.
• A Rainha convida Alice para um jogo de críquete.
• Alice aceita, mas não consegue jogar muito bem.
• Começam a culpar o Valete.
• Chamaram todas as testemunhas, mas ninguém disse que tinha sido o valete que comeu as empadas.
• Alice cresce e diz que nem o rei nem a rainha têm razão.
• Quando vão prender Alice, ela acorda.
Alice no país das maravilhas - 1865
Organização da obra

•Capítulo 1: Descendo pela toca do coelho


•Capítulo 7: Um chá muito louco
•Capítulo 2: A poça de lágrimas
•Capítulo 8: O campo de croqué da Rainha
•Capítulo 3: A corrida-caucus e uma longa
história •Capítulo 9: A história da Tartaruga falsa
•Capítulo4: O coelho manda um recado pelo •Capítulo 10: A quadrilha das Lagostas
Lagarto •Capítulo 11: Quem roubou as tortas?
•Capítulo 5: O conselho de uma Lagarta •Capítulo 12: O depoimento de Alice
•Capítulo 6: Porco e pimenta
Alice no país das maravilhas - 1865
Juntos naquela tarde dourada
Deslizávamos em doce vagar,
Pois eram braços pequenos, ineptos, Foi assim que, bem devagar,
Depois, por súbito silêncio tomadas,
Que iam os remos a manobrar,
Vão em fantasia perseguindo O País das Maravilhas foi urdido,
Enquanto mãozinhas fingiam apenas
O percurso do barco determinar. A criança-sonho em sua jornada Um episódio vindo a outro se ligar —
Por uma terra nova e encantada, E agora a história está pronta,
Ah, cruéis Três! Naquele preguiçar, A tagarelar com bichos pela estrada Desvie o barco, comandante! Para casa!
Sob um tempo ameno, estival, — Ouvem crédulas, extasiadas. O sol declina, já vai se retirar.
Implorar uma história, e de tão leve alento
E sempre que a história esgotava Alice! Recebe este conto de fadas
Que sequer uma pluma pudesse soprar! E guarda-o, com mão delicada,
Os poços da fantasia,
Mas que pode uma pobre voz Como a um sonho de primavera
E debilmente eu ousava insinuar,
Contra três línguas a trabalhar? Que à teia da memória se entretece,
Na busca de o encanto quebrar: Como a guirlanda de flores murchas que
Imperiosa, Prima estabelece: “O resto, para depois…” “Mas já é depois!” A cabeça dos peregrinos guarnece.
“Começar já”; enquanto Secunda, Ouvia as três vozes alegres a gritar.
Mais brandamente, encarece:
“Que não tenha pé nem cabeça!”
E Tertia um ror de palpites oferece,
Mas só um a cada minuto.
Alice no país das maravilhas - 1865
Contexto histórico

• O século XIX na Inglaterra foi marcado pelo governo da Rainha Vitória (a inspiração para a Rainha de Copas), que reinou de 1837
até a sua morte, em 1901.
• A chamada Era Vitoriana foi caracterizada por um momento de progresso na Grã-Bretanha, com a consolidação da indústria e a
expansão das colônias britânicas na Ásia e na África.
• Progresso e desenvolvimento elitista, as camadas mais pobres da população continuavam a passar fome, a se contaminar com
doenças, e trabalhar em condições precárias – agravadas pelo avanço das fábricas.
• Social e culturalmente, foi uma época efervescente e inspirou a produção de obras como Sherlock Holmes e Drácula, além das
obras de Charles Dickens.
• O clássico misturava-se com o moderno, com o desenvolvimento de metrópoles cada vez mais tecnológicas, com a presença de
rodovias, pontes, fábricas e invenções como a fotografia, o telefone, o carro e a máquina de escrever.
• A “moral e os bons costumes” era a marca do reinado de Vitória. Um passo em falso de uma dama era suficiente para ela ser
“cancelada” pela alta sociedade. Morando em uma universidade, é muito provável que Carroll vivenciava na pele essa realidade
dos aristocratas.
• E assim como fez Oscar Wilde em O Retrato de Dorian Gray, o autor fez da sua obra uma oportunidade de criticar todo esse
ideário conservador – e, para isso, criou um mundo invertido e absurdo.
Alice no país das maravilhas - 1865
Narrador Espaço

• 3ª pessoa, onisciente • País das Maravilhas é uma alegoria para a Inglaterra


do sec. XIX
Tempo • Rosas brancas são pintadas de vermelho - referência
à Guerra das Rosas, um conjunto de lutas de
sucessão pelo trono inglês.
• Predominantemente psicológico
• Entre 1455 e 1485, as casas de York e de Lancaster,
• Não existe um registro se a garota passa minutos, horas
simbolizadas por uma rosa branca e uma rosa
ou dias no País das Maravilhas. vermelha, batalharam entre si para chegar ao poder.
• Assim como no mundo onírico, os eventos apenas se O conflito terminou quando Henrique Tudor, de
desencadeiam sucessivamente. Lancaster, derrotou Ricardo III, rei de York, e casou
• Somente no final o leitor é colocado de volta à ordem com a sua sobrinha Isabel, unindo as duas casas.
cronológica, quando Alice acorda e percebe que não saiu • Jogo de críquete - desumanização de todos, vistos
como meros instrumentos para servir a família real.
do lado da irmã, em um banco no parque onde pegou no
Os animais são os tacos e as bolas.
sono.
Alice no país das maravilhas - 1865
Personagens e suas representações

• Alice - é uma menina inglesa de sete anos, inteligente e observadora, que embarca em uma
viagem para o País das Maravilhas, um mundo em que tudo parece ser diferente daquilo que ela
conhece. A protagonista simboliza a curiosidade e a imaginação que todos temos na infância.

• Coelho Branco – animal personificado, passa pelo jardim é o elemento que desperta a atenção da
menina. Vestindo um colete e usando um relógio de bolso, corre porque está atrasado. Alice
decide ir atrás dele, sem pensar nas consequências. O Coelho, sempre aflito e correndo,
representa a passagem inevitável do tempo.

• Lagarta - fuma narguilé, vê a garota e resolve ajudá-la, aconselhando-a e indicando um cogumelo


que pode fazê-la aumentar ou diminuir a qualquer momento. Um inseto destinado à
metamorfose, simboliza a capacidade de aceitarmos nossas mudanças e transformações ao longo
da vida.

• Gato de Cheshire - figura misteriosa que sorri o tempo todo, surge para indicar o caminho à
protagonista, mas acaba confundindo Alice ainda mais. O encontro marca o momento em que
Alice tem que deixar para trás toda a lógica e aceitar que há uma certa dose de insanidade em
todos os personagens. Representa a relatividade da insanidade e loucura, voz da sabedoria.
Alice no país das maravilhas - 1865
Personagens e suas representações

• Chapeleiro Maluco - é um personagem que diz estar brigado com o tempo e parece estar eternamente
preso à hora do chá. Um anfitrião nada convencional, tenta impedir Alice de sentar na sua mesa e irrita a
menina com enigmas e poemas sem sentido. Autointitulado de louco, representa o abandono das normas
sociais e das regras de etiqueta associadas ao modo de vida britânico.

• Lebre de Março - amiga do Chapeleiro e fiel companheira da hora do chá, insiste em provocar e incomodar a
convidada. Nas suas intervenções, ela age de um modo esquisito, desafiando o conhecimento e a lógica da
menina. A simbologia do personagem parece estar diretamente relacionada com a língua inglesa.

• Arganaz – rato do campo que compõe a mesa de chá. Ele passa o tempo todo caindo no sono, como se
estivesse dopado ou hipnotizado por alguma coisa. O bichinho quase não se pronuncia e quando tenta falar,
ninguém presta atenção ou é interrompido, acabando mesmo por desistir. Assim, ele é dominado pelas
outras figuras, a Lebre e o Chapeleiro, que são maiores que ele. Algumas teorias apontam que o Arganaz
poderá simbolizar a imobilidade da classe trabalhadora que não consegue reagir à opressão que sofre.

• Rainha de Copas - é a autoridade máxima do país, aterrorizando todos os personagens e forçando-as a


obedecer todas as suas ordens e satisfazer os seus caprichos. Além de expressar a injustiça de um sistema
monárquico, ilustra a tirania e o abuso de poder.
Alice no país das maravilhas - 1865
Linguagem

• O objetivo é criar situações absurdas e de desconstrução da lógica tradicional


• Busca uma atmosfera onírica, com aproximação dos devaneios do mundo dos
sonhos.
• É um texto com muitas camadas interpretativas
• Apresentam-se jogos de palavras
• Polissemias
• Ambiguidades
• Figuras de linguagem
Alice no país das maravilhas - 1865
Temas

• O livro contém referências a • Decisões


literatura, pintura, psicologia,
filosofia e matemática. • Consequências
• Subversão da ordem • Questionamento
• Imaginação • Injustiças
• Loucura • Obsessão com o tempo
• Instinto • Busca pela identidade
• Curiosidade, busca do conhecimento • Perda da inocência
Alice no país das maravilhas - 1865
Análise crítica

• Todos no País das Maravilhas são considerados loucos no mundo real, mas vivem em um universo
em que o normal é justamente o anormal
• Imitem as instituições e convenções sociais, como um chá da tarde, um tribunal e até mesmo
uma monarquia.
• O texto pode ser entendido como uma crítica à sociedade da Inglaterra Vitoriana e à educação
moralista concedida às crianças
• Os personagens são como sátiras da sociedade britânica da época, cada um, uma simbologia
subversiva, um jeito de viver fora do sistema opressor.
• A obra possibilita refletir eticamente sobre o mundo em que se vive e como se pode driblar
aquilo que é imposto cotidianamente.
• Nessa perspectiva, Alice é uma criança que está insatisfeita e que questiona a ordem das coisas, é
uma rebelde característica ousada quando se pensa na compreensão de infância que se tinha na
época.
Alice no país das maravilhas - 1865
Análise crítica

• A maneira de se apresentar a personagem rompe com o padrão: a garota é capaz de, mesmo
muito jovem, pensar e questionar com autonomia, sem o amparo de um adulto.
• Inova a forma de contar histórias para crianças, o autor faz brincadeiras com poemas e canções
famosas da época, questionando o próprio sistema de educação.
• As crianças aprendem lições que devem decorar e cumprir à regra, sem nunca haver espaço para
o pensamento crítico ou sequer para a imaginação.
• O poder da Literatura, Alice troca o tédio do mundo real pelas surpresas de um País das
Maravilhas que se revela um "mundo de cabeça para baixo", onde todas as coisas desafiam a sua
razão.
Alice no país das maravilhas - 1865
Curiosidades

• Ilustrações originais de John Tenniel


• Salvador Dalí, pintor catalão e nome maior do Surrealismo. Em 1969,
Dalí produziu 12 ilustrações para uma edição especial da obra, uma para
cada capítulo do livro.
• Disco de Gal Costa O Sorriso do Gato de Alice (1993)
• Jefferson Airplane (1967), "White Rabbit“ - hino da contracultura
• Distúrbio neurológico que afeta a percepção visual e que hoje é
conhecido como micropsia ou Síndrome de Alice no País das Maravilhas
(AIWS, na sigla em inglês), um mal que afeta sobretudo crianças.

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