Você está na página 1de 33

UNICAMP

Alice no país das maravilhas


Lewis Carroll

@profhenriquelandim
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

AUTOR
Lewis Carroll (Charles Lutwidge Dodgson)

ANO DE PUBLICAÇÃO
1865
GÊNERO LITERÁRIO

O livro é uma obra do gênero narrativo composto


por 12 capítulos que descrevem as experiências de
Alice ao longo de sua jornada pelo mundo
fantástico que ela encontra após seguir um coelho
branco apressado. A narrativa é contada em
terceira pessoa e segue o ponto de vista de Alice.
MOVIMENTO LITERÁRIO
O livro está inserido no período vitoriano, momento do reinado da
Rainha Vitória do Reino Unido, que durou de 1837 a 1901.
Podemos considerar que o livro apresenta características do
nonsense, também conhecido como literatura absurda. O nonsense
é uma estética que se caracteriza por desafiar a lógica
convencional, a estrutura narrativa tradicional e a linguagem
comum. O autor Lewis Carroll, através da história de Alice, introduz
elementos absurdos, ilógicos e fantásticos em um mundo
aparentemente normal. Esse estilo desafia as expectativas do leitor
e cria um senso de maravilhoso e desconcerto.
ANÁLISE DO TÍTULO
A combinação das palavras "Alice" e "País das Maravilhas" cria um contraste
notável. O nome "Alice" é comum e mundano, enquanto "País das
Maravilhas" sugere algo extraordinário e fora do comum. Essa combinação
de elementos opostos ilustra a dualidade da protagonista, que se encontra
em um mundo extraordinário, mesmo sendo uma criança comum. A parte
mais intrigante do título é "País das Maravilhas". Esse termo evoca um
mundo mágico, cheio de maravilhas e surpresas. Ele sugere um lugar onde
a lógica convencional não se aplica, onde o inesperado e o inexplicável são
a norma. Esse mundo alternativo é onde a imaginação de Alice é liberada,
permitindo que ela e os leitores explorem as fronteiras do absurdo, do
fantástico e do surreal.
CAPÍTULO 1: NA TOCA DO COELHO

ü Alice, no início do livro, entediada, descansava ao lado de sua irmã, quando avista um
coelho branco, vestido com um colete e carregando em sua mão um relógio de bolso, preso
por uma corrente.
ü A protagonista segue o coelho que entra em uma toca. Alice, seguindo-o, entra em um
grande corredor e, em seguida, cai em um buraco.
ü Na queda, ela vê inúmeros objetos na parede e, por fim, chega ao fundo com segurança.

A toca do coelho oferece a Alice uma fuga da monotonia de sua vida cotidiana, onde a lógica e
as regras normais não se aplicam. Ela é atraída pela perspectiva de aventura e novidade, que
representa um desejo humano universal de escapar da realidade e experimentar algo novo e
emocionante. A queda na toca é uma representação metafórica da jornada de crescimento,
mudança e autodescoberta que Alice está prestes a embarcar.
ü Ela ainda viu o coelho por instantes, quando, subitamente, ele
desapareceu.
ü A menina vê, numa sala dotada de várias portas de tamanho normal,
uma mesa de vidro, de três pés, onde em cima há uma chave
dourada para a qual Alice busca uma fechadura correspondente.
ü Após instantes de procura, encontra atrás de uma cortina, uma
pequena porta de quarenta centímetros de altura.
ü Ela usou a chave dourada para abrir a pequena porta. Para a sua
surpresa, a chave abre a portinha.
ü No interior da portinha, como pode se ver, há um jardim, mas Alice
não consegue passar pela pequena porta.

O jardim que Alice deseja conhecer representa o seu sonho de entrar em um


mundo maravilhoso e diferente do que ela vive. O jardim é o símbolo da
fantasia, da beleza, da liberdade e da aventura que Alice busca. É também o
contraste entre o mundo real, representado pelo ambiente monótono e sem cor
do início do livro, e o mundo fantástico, representado pelo País das Maravilhas,
onde tudo é possível e nada faz sentido
ü Contudo, Alice vê uma garrafa, próxima da mesa, com a inscrição “beba-me”. A
protagonista toma o composto e diminui o tamanho, a ponto de passar pela pequena
porta. A altura dela é de vinte e cinco centímetros.

O crescimento e a diminuição de Alice representam a criança que está em processo de


crescimento e que precisa se adaptar às mudanças do seu corpo e do seu ambiente. Ao diminuir
de tamanho, Alice experimenta uma sensação de perda de identidade e de controle sobre si
mesma. Ela também se sente frustrada por não conseguir alcançar seus objetivos, como entrar no
jardim maravilhoso.

ü Como Alice agora está pequena, consegue passar pela porta, porém a chave ficou em cima
da mesa. Ela não poderia alcançar a chave.
ü Alice tentou subir na mesa, mas não conseguiu. Diante das dificuldades, chorou.
ü Em seguida, a menina encontra um bolo com a seguinte inscrição “coma-me”. O alimento
se tornou uma solução para Alice: ao comer partes do bolo, ela aumenta de tamanho.
Capítulo 2: A lagoa de lágrimas

ü Alice bate a cabeça no teto da sala onde estava. A menina estava com mais de dois metros
de altura. Conseguiu pegar a chave para abrir novamente a pequena porta. Pela porta
avistou o jardim, mas, em virtude do seu enorme tamanho, não conseguiria passar pela
portinha. Senta-se no chão e chora. As lágrimas de Alice criaram uma enorme lagoa.
ü O coelho branco passa pelo local e deixa cair um leque e suas luvas. Alice tenta conversar
com o coelho que corre para a parte mais escura da sala.
ü Alice, com calor, começa a se abanar com o leque. Ela se questiona se ela é ela mesma. Há
uma reflexão existencial sobre a própria identidade. Diante de uma crise existencial, Alice
procura lembrar dos conhecimentos aprendidos na escola, talvez eles seriam úteis para
compreender a si mesma e o lugar onde estava. Porém, as contas matemáticas e os dados
da geografia estavam totalmente equivocados.

As lágrimas de Alice são um elemento recorrente no livro, que representam as emoções e os sentimentos
da personagem. No primeiro capítulo, Alice chora porque se sente frustrada e impotente por não conseguir
entrar no jardim maravilhoso. Suas lágrimas formam uma lagoa que inunda a toca do coelho e que
simboliza a transição entre o mundo real e o mundo fantástico.
ü Sem se dar conta, Alice diminui de tamanho novamente. Agora ela está com sessenta
centímetros de altura. Ela joga o leque no chão, pois é ele que reduz o tamanho dela.
ü Alice deixou a chave sobre a mesa, como reduziu de tamanho não daria para pegar a
chave. De repente, ela caiu na lagoa de suas próprias lágrimas (“Serei castigada agora
por isso, parece, afogando-me nas minhas próprias lágrimas!”- p. 26).
ü Alice nada ao lado de um rato até encontrar as margens.
ü Do outro lado do, Alice encontra uma grande quantidade de animais e aves tentando de
toda maneira secar suas penas e pelos, preocupados em fazer isto rapidamente.

ü No segundo capítulo, Alice nada na lagoa de lágrimas junto com outros animais que também
caíram na toca do coelho. Essa cena representa a solidariedade e a amizade que Alice encontra
em meio à confusão e ao absurdo do País das Maravilhas. As lágrimas também simbolizam a
purificação e a renovação que Alice experimenta ao entrar em contato com um novo universo.
Capítulo 3: Uma corrida e uma história comprida

ü Às margens da lagoa de lágrimas, estão vários animais humanizados e Alice.


ü Um Dodô aparece e convoca todos os animais para participar de uma corrida diferente: ela
será feita em círculos e, devido a este tipo de configuração, a corrida termina com todos
ganhando, contrariando toda a lógica do mundo real.
ü Foi uma corrida de apenas trinta minutos e a premiação teria que ser dada a todos os
ganhadores.

Na corrida, os personagens não conseguem coordenar suas ações e decidir como começar. Há uma
falta de liderança e organização, e as discussões sobre o início da corrida continuam sem nunca
chegar a uma conclusão. Isso pode ser entendido como uma crítica à ineficiência e à lentidão
burocráticas, onde as regras e os processos podem ser tão complexos que dificultam a tomada de
decisões eficazes.
ü Alice tinha bombons em seus bolsos e prontamente os ofereceu para servir como
recompensa a todos os ganhadores da corrida.
ü Assim, foram distribuídos os prêmios.
ü Alice recebe um prêmio, um dedal que era dela mesma.
ü O rato conta uma estranha estória. Alice, com saudade de sua gata: “Dinah é a
gata lá de casa. Ela é de primeira pra pegar ratinhos, vocês nem imaginam. E, ah,
só queria que vocês vissem com os passarinhos. Ela não deixa escapar um só!” (p.
37).
ü O comentário desagradável de Alice espantou todos animais. Ela fica sozinha.
Capítulo 4: O coelho envia um emissário

ü O coelho deseja as suas luvas e o seu leque e, confundindo Alice com sua empregada
Mary Ann, ordena a ela que busque os acessórios para ele.
ü Alice vai para casa buscar os objetos e encontra novamente a garrafa. Desta vez, não
há na garrafa uma informação escrita para tomar o líquido da garrafa.
ü A protagonista bebe e torna-se novamente um ser gigante, ocupando totalmente a
casa e ficando com um braço para fora da janela e a perna na lareira.
ü O coelho manda seu empregado, um lagarto de nome Bill, entrar na casa pela
chaminé.
ü Alice percebe o animal e o chuta para longe.
ü O coelho começa a atirar pedras que se transformam em bolo ao cair ao chão.
ü A menina experimenta os bolos e os acha deliciosos.
ü Os bolos a transformam novamente em uma criatura pequena, que sai da casa e
encontra uma enorme quantidade de animais que vão ao seu encontro, assustando-a.
ü Essa cena mostra o contraste entre a inteligência e a criatividade de Alice e a estupidez e a falta de
imaginação dos outros personagens. Alice consegue lidar com as adversidades usando a sua astúcia e o
seu humor. Ela também usa os objetos que encontra na casa do coelho para se proteger ou se
transformar. Os outros personagens não conseguem entender ou aceitar as mudanças de Alice, e tentam
resolver o problema usando a força ou a violência.
ü Alice corre para a floresta onde encontra um imenso cachorrinho (isso mesmo, um
imenso cachorrinho) e, a seguir, uma lagarta azul fumante de narguilé.
ü O cachorro que Alice encontra antes de comer o cogumelo do lagarto azul é um personagem secundário,
mas que tem um papel importante na obra. Ele representa a inocência e a alegria da infância, que
contrastam com a loucura e a violência do País das Maravilhas. O cachorro é um animal grande e forte,
mas também é brincalhão e amigável. Ele não entende o que Alice diz, mas quer se divertir com ela. Ele
também não percebe o perigo que representa para Alice, que é muito pequena e frágil. O cachorro ainda
representa a possibilidade de amizade e de afeto que Alice busca no País das Maravilhas. Ele é um dos
poucos personagens que faz Alice sorrir e se sentir feliz no País das Maravilhas.
Capítulo 5: Conselhos de uma lagarta
ü Alice, após correr do cachorrinho, se encontra com a lagarta que está sentada sobre um
cogumelo e fumando.
ü Alice é informada pela lagarta que um dos lados do cogumelo, se comido, faz crescer, e que
o outro lado faz diminuir de tamanho (“Um lado a fará crescer, e o outro lado a fará
diminuir” p. 56).
O fato de a lagarta fumar um narguilé pode ser interpretado como um contraste cultural e estético com a
sociedade vitoriana. O narguilé é um elemento oriental, o que pode simbolizar a busca de Lewis Carroll por
uma perspectiva alternativa e enriquecedora sobre o mundo e a identidade. Além disso, o ato de fumar o
narguilé é associado à tranquilidade e à introspecção, refletindo a sabedoria e a profundidade da lagarta em
comparação à natureza impaciente e curiosa de Alice.

A Pergunta "Quem é Você?": A pergunta feita pela lagarta, "Quem é você?", é de fato uma das questões
centrais do livro. Ela encapsula a busca contínua de Alice por sua identidade em um mundo onde as regras
normais não se aplicam. A incapacidade de Alice em responder a essa pergunta revela a complexidade da
busca por autoconhecimento e a dificuldade em definir a própria identidade em um contexto fluido e ilógico.
ü O lado esquerdo faz aumentar o tamanho, já o lado direito
diminui.
ü Alice começa experimentando o lado direito e fica tão
pequena que bate sua cabeça no sapato.
ü Logo a seguir, ela come um pedaço do lado esquerdo e fica
tão alta a ponto de atingir a copa de uma árvore. Ali, uma
pomba a acusa de ser uma serpente, fazendo a
personagem querer sair dessa situação rapidamente. Mais
um pedacinho do lado certo e a menina volta ao normal.
ü O conhecimento compartilhado pela lagarta sobre o cogumelo oferece
a Alice um senso de controle em um mundo que frequentemente
parece caótico e fora de seu alcance. Esse simbolismo está
intrinsecamente ligado à ideia de crescimento pessoal e adaptação,
pois Alice aprende a ajustar seu tamanho de acordo com as situações
que enfrenta. A entrada no jardim após dominar essa habilidade pode
ser interpretada como um passo adiante em sua jornada de
autodescoberta, onde ela está cada vez mais apta a enfrentar os
desafios e as incertezas do País das Maravilhas.
Essa cena mostra o contraste entre a visão de mundo da
pomba e a visão de mundo de Alice. A pomba vê o mundo
de uma forma simples e natural, sem se importar com as
regras e as convenções sociais. Ela também tem uma visão
pacífica e harmoniosa, pois ela não quer fazer guerra com
ninguém. Ela só quer proteger os seus ovos e os seus
filhotes. A cena também mostra o contraste entre a
identidade de Alice e a identidade da pomba. A pomba tem
uma identidade definida e estável, pois ela sabe quem ela é
e qual é o seu papel no mundo. Ela é uma pomba, um
animal pacífico e maternal, que vive em um ninho na
árvore. Alice tem uma identidade indefinida e instável, pois
ela não sabe quem ela é ou quem ela quer ser. Ela é uma
menina, mas também é uma serpente, uma gigante, uma
anã, uma visitante, uma intrusa, uma amiga ou uma inimiga.
Capítulo 6: Porco e pimenta

ü Alice, perdida pela floresta, entra na casa da duquesa e


encontra algo inesperado: inúmeras panelas são
atiradas pela cozinheira ao mesmo tempo em que
prepara uma sopa.

ü A cozinheira, para temperar, usa pimenta em excesso,


fazendo com que todos espirrem: a duquesa, um bebê
que segura e a própria Alice. Só não espirram a
cozinheira e o gato de Cheshire.

ü O bebê que estava no colo da duquesa não parava de


chorar. Assim, ela joga o bebê no colo de Alice que o
leva para o bosque. Nesse lugar, a protagonista percebe
que o bebê era, na verdade, um porco que foge para o
bosque.
ü Alice se encontra, no bosque, com o gato de
Cheshire e o questiona sobre a sanidade das
pessoas que vivem naquele local, ao que o gato
confirma que é louco e que todos os
personagens ali são completamente loucos.

ü A menina pergunta qual o caminho certo a


seguir. As respostas do gato ocorrem por meio
de perguntas sobre os rumos da existência de
cada um na vida.
ü Alice caminha mais um pouco no bosque e se aproxima da casa da Lebre de Março.

Alice visita a casa da duquesa, que está em meio a um caos e uma violência: Essa cena é uma paródia
das cenas domésticas e familiares da época vitoriana, onde se esperava que as mulheres fossem
submissas e dedicadas aos seus maridos e filhos. A casa da duquesa é um lugar onde reina o caos e a
violência, onde não há ordem nem harmonia. A duquesa é uma mulher grosseira e cruel, que
maltrata os seus empregados e o seu bebê. Ela também canta uma canção de ninar macabra, que fala
sobre violência contra o bebê.

A pergunta do gato de Cheshire também é fundamental porque ela desafia Alice a pensar sobre as
suas escolhas e as suas consequências. Alice não consegue responder à pergunta do gato, pois ela
não tem uma resposta clara ou definida. Ela também não sabe se pode confiar no gato, pois ele
parece duvidar da sua existência e da sua personalidade. Ela também não sabe se deve seguir os
conselhos do gato, pois ele parece ter uma intenção ambígua e misteriosa.
Capítulo 7: Um chá muito maluco

ü Diante de uma casa, sob uma árvore, havia uma mesa posta onde ocorre um chá muito
maluco.
ü A lebre, o chapeleiro maluco e o leirão se reúnem para o chá.
ü Alice finge que é convidada e participa do chá.
ü O chapeleiro maluco explica para a menina que está destinado a viver tomando chá, pois foi
punido com a parada do tempo às seis horas, por isso permanece continuamente tomando
o chá das seis.
A simbologia dos personagens e dos objetos. Cada um dos personagens do chá tem uma significação
simbólica relacionada à sua origem ou função. A Lebre de Março representa a loucura, pois na época de
acasalamento as lebres ficam agitadas e agressivas. O Chapeleiro Maluco representa a intoxicação, pois os
fabricantes de chapéus usavam mercúrio na produção, que causava danos neurológicos. O Leirão representa
a sonolência, pois os leirões hibernam no inverno. A mesa representa o espaço social, onde há desigualdade
e exclusão. O relógio representa o tempo, que está parado e distorcido no País das Maravilhas.
O Chapeleiro Maluco, a Lebre de Março
e a Lebre de Maio estão presos em um
estado de tempo louco e eterno. Eles
são uma representação da passagem
do tempo sem sentido e das
convenções que regem a sociedade
vitoriana. O Chapeleiro é famoso por
perguntar a Alice sobre o motivo de um
corvo estar parecendo uma
escrivaninha, indicando que o tempo
está tão confuso que coisas
improváveis podem acontecer. Essa
abordagem caótica do tempo reflete a
natureza imprevisível do País das
Maravilhas. A cena também aponta
para a futilidade e a falta de sentido de
muitas interações sociais na sociedade
da época.
ü Durante o chá, Alice escuta vários enigmas, mas todos
eles sem a possibilidade de resolução. Alice fica cada
vez mais frustrada e confusa com a lógica ilógica dos
três, que parecem viver em um tempo parado e em um
mundo à parte.
ü Alice abandona o local e encontra uma porta em uma
árvore por onde entra e sai novamente no salão inicial.
ü Cogumelo no bolso, Alice o come, fica pequena e vai de
encontro à pequena porta de saída para o jardim.
Consegue entrar nele.
Capítulo 8: O campo de croqué o da rainha
ü Três jardineiros, que são cartas do baralho, pintam as rosas brancas
de vermelho. Caso a rainha veja as rosas brancas cortaria a cabeça
dos três.
ü Alice vê os jardineiros pintado as rosas e fica espantada.
ü O trabalho de pintura das cartas é interrompido por um desfile de
cartas de todos os naipes, reis e rainhas, incluindo a rainha de
Copas.
ü Está presente também no desfile o coelho com seu relógio e seu
colete.
A exploração do tema do caos e da ordem. O capítulo contrasta o campo de croqué,
onde tudo é desorganizado e arbitrário, com o jardim das rosas, onde tudo é simétrico e
harmonioso. O campo de croqué simboliza o caos que reina no País das Maravilhas,
onde não há lógica nem sentido. O jardim das rosas simboliza a ordem que Alice busca,
mas que não encontra. O jogo de croqué também é uma metáfora da vida, que é cheia
de obstáculos e imprevistos, e que depende da sorte e da habilidade para ser vencida.
ü A rainha de Copas é uma pessoa soberba e intolerante e, ao ser incomodada por qualquer motivo, grita logo,
ordenando o corte da cabeça de quem a irrite.
ü A rainha convida a todos para um jogo de croqué que acaba em uma imensa confusão. O Gato de Cheshire
está presente, mas logo ao ver o sorriso do gato, a rainha ordena que seja decapitado. Contudo, o gato,
animal da Duquesa, não tem pescoço. Apenas a cabeça do gato flutuava, portanto, não seria possível executar
a ação de cortar a cabeça.
ü A rainha pede a liberação da Duquesa para que venha resolver o problema de seu gato. O gato tem apenas a
cabeça e o carrasco retruca que não faz sentido cortar a cabeça do gato que não tem pescoço.
O capítulo mostra como a Rainha de Copas é uma tirana que abusa do seu poder e impõe o seu capricho aos
súditos. Ela não respeita as regras do jogo nem as leis da justiça, e usa a violência como forma de controle e
intimidação. Ela representa uma caricatura da monarquia absolutista, que governava sem limites nem
responsabilidades. O Rei de Copas, por sua vez, é um personagem fraco e submisso, que tenta amenizar os
excessos da Rainha, mas sem sucesso. Ele representa a falta de autoridade e de liderança do monarca.

Alice se recusa a seguir as regras distorcidas do jogo de croqué e, por sua vez, é vista como uma ameaça
pela Rainha de Copas. Ela questiona abertamente a autoridade e a lógica da Rainha, demonstrando um
senso de justiça e integridade. A atitude de Alice pode ser interpretada como uma busca por uma justiça
mais equitativa e uma recusa em aceitar a injustiça como a norma.
Capítulo 9: A história da falsa tartaruga

ü Os personagens estão no campo e a Duquesa aparece


se mostrando extremamente simpática à Alice e
conversando com a menina, admite que quer
encontrar uma moral em tudo que aconteceu com ela
até o momento e em tudo que possa ainda acontecer.
ü Na realidade, há uma moral para cada aventura de
Alice, ainda que isto possa não fazer nenhum sentido.
ü Enquanto Alice e a Duquesa dialogam, a rainha
aparece. A Duquesa, temendo à rainha, desaparece.
Assim, a rainha apresenta Alice ao Grifo, figura
mitológica que vai se reunir com a Falsa Tartaruga na
presença de Alice.
ü A Tartaruga vê Alice pela primeira vez e começa a falar de sua vida, de como era bom
quando vivia no mar como uma tartaruga de verdade e do sonho que tem em voltar às
origens.

O capítulo mostra como a Falsa Tartaruga e o Grifo são produtos de uma educação elitista e tradicional, que
valoriza o conhecimento erudito e clássico, mas que não tem aplicação prática nem criatividade. Eles usam
termos em latim, francês e inglês, mas sem entender o seu significado ou contexto. Eles também fazem
referências a obras literárias e artísticas, mas sem apreciar a sua beleza ou originalidade. Eles representam
uma sátira aos intelectuais e aos artistas da época vitoriana, que se orgulhavam da sua cultura, mas que
eram alienados e superficiais.

A Falsa Tartaruga representa a hipocrisia e a falsidade na sociedade. Ela se faz passar por uma tartaruga
triste e melancólica, mas na verdade é uma criatura falsa e enganadora. Isso reflete como as pessoas muitas
vezes escondem sua verdadeira natureza por trás de uma fachada de tristeza ou simpatia. A História da Falsa
Tartaruga como Paródia de Narrativas Sentimentais. A história contada pela Falsa Tartaruga é uma paródia
das narrativas sentimentais e melodramáticas populares na literatura vitoriana. A história envolve
tragédia, perdas e lamentos exagerados, satirizando a tendência da época de criar histórias emocionais e
excessivamente dramáticas.
Capítulo 10: A quadrilha da falsa lagosta
ü O Grifo e a Falta Tartaruga mostraram para Alice dança “nonsense”
chamada Quadrilha da Lagosta, que envolve lagostas, focas,
tartarugas e outros animais marinhos.
ü Segundo a Falta Tartaruga, em meio a dança se jogavam as
lagostas ao mar e todos corriam para buscá-las.
ü Após a explicação da dança, a Falta Tartaruga e o Grifo se divertem
dançando, algo aproximado à dança das lagostas, com Alice. Alice
tenta acompanhar a dança e a música, mas se confunde com as
palavras e os movimentos.
ü No final do capítulo, o Grifo e a Falsa Tartaruga levam Alice para
assistir ao julgamento do Valete de Copas, que é acusado de
roubar as tortas da Rainha.
A dança é uma paródia das quadrilhas francesas, que eram
populares na Inglaterra do século XIX.
Capítulo 11: Quem roubou as tortas?

ü Alice é testemunha em um julgamento. O


valete de Copas é, inexplicavelmente,
acusado de roubar as tortas da rainha.

ü Doze animais fazem parte do jurado,


incluindo o lagarto Bill.
ü Tomando o rei como juiz, temos o Coelho como promotor público, a Cozinheira da
Duquesa e o Chapeleiro Maluco como testemunhas. O Chapeleiro não coopera no
processo e acaba por irritar o Rei e a Cozinheira, após uma confusão generalizada, foge
sem dar o depoimento.

Essa parte expressa o contraste entre o mundo real e o mundo fantástico, entre a razão e a loucura,
entre a autoridade e a rebeldia. Carroll faz uma sátira à sociedade vitoriana, que era rígida, formal e
cheia de convenções. Ele critica o sistema jurídico, que era arbitrário e injusto. Ele também elogia a
imaginação, a criatividade e a liberdade, que são representadas por Alice. Alice é a única
personagem que tem senso crítico e que questiona as regras impostas pelo Rei e pela Rainha. Ela
também é a única que reconhece o nonsense e o humor do poema do Valete, que é uma paródia de
um poema famoso da época.
Alice volta a crescer por causa da sua maturidade e da sua autoconfiança. Ela se torna mais
independente e mais consciente de si mesma. Ela também se prepara para deixar o País das
Maravilhas, pois percebe que ele não é mais tão maravilhoso assim.
Capítulo 12: O depoimento de Alice

ü Alice, sem querer, ao se levantar, derruba todos


os jurados, ao que o Rei ordena que todos sejam
colocados de volta a seus lugares antes que o
julgamento continue.
ü O Rei tem seus decretos anotados em seu
caderno e cita um importante deles, que todas as
pessoas com altura superior a um quilômetro e
meio terão que deixar o tribunal imediatamente.
ü Alice não aceita a palavra do rei.
ü A Rainha grita para que cortem a cabeça de Alice.
ü Alice enfrenta a todos e não demonstra medo,
afinal, nada poderá detê-la, visto a altura que
alcançou. Além do mais, percebe Alice, são apenas
uma porção de cartas e parece que nada poderão
fazer.
ü No final do livro, todas as cartas atacam Alice,
simultaneamente.
ü De repente, em meio à fantasia e a realidade, Alice
acorda.
ü Diante de Alice está a irmã. Assim, juntas tomam
um chá.
ü Alice conta para a irmã seu sonho vivido no país
maravilhoso no fundo da terra.
PERSONAGENS
1. Alice: Representação da curiosidade e a imaginação infantis, mas também o conflito entre a razão e a
loucura.
2. Coelho Branco: O personagem que leva Alice até o País das Maravilhas, seguindo por uma toca de
coelho. Ele é tímido, nervoso e sempre preocupado com o tempo. Ele simboliza a pressa e a ansiedade

@profhenriquelandim
da sociedade moderna.
3. Gato de Cheshire (ou Gato Risonho): Um gato que pode aparecer e desaparecer à vontade,
deixando apenas o seu sorriso visível. Ele é um dos personagens mais intrigantes e enigmáticos da
história, que ajuda e confunde Alice com seus conselhos e trocadilhos. Ele representa a loucura e a
ambiguidade do País das Maravilhas, mas também a sabedoria e a liberdade.
4. Chapeleiro Maluco: Um personagem que está sempre tomando chá com a Lebre de Março e o
Leirão, porque para ele são sempre seis horas (hora do chá). Ele é louco, excêntrico e adora fazer
perguntas sem resposta. Ele simboliza a falta de sentido e de lógica do País das Maravilhas.
5. Rainha de Copas: A tirana que governa o País das Maravilhas com medo e violência, mandando
cortar as cabeças de quem a desagrada. Ela é arrogante, autoritária e irracional. Ela representa o poder
absoluto e a injustiça, mas também a infantilidade e a insegurança.

Você também pode gostar