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Personagens principais
Alice é uma menina inteligente e observadora que embarca em uma
viagem para o País das Maravilhas, um mundo onde tudo parece ser
diferente daquilo que ela conhece. A protagonista simboliza a curiosidade
e a imaginação que todos temos na infância.
O Gato de Cheshire, figura misteriosa que sorri o tempo todo, surge para
indicar o caminho à protagonista mas acaba confundindo Alice ainda mais.
O encontro marca o momento em que Alice tem que deixar para trás toda a
lógica e aceitar que há uma certa dose de insanidade em todos os
personagens.
Enredo
Início
Sem hesitar, movida pela sua curiosidade, a menina pula atrás do coelho.
Durante a queda, observa diversos objetos estranhos e começa a
questionar a sua decisão, se reprimindo pela sua imprudência.
Quando finalmente pisa o solo, encontra uma mesa com uma chave
dourada muito pequena. No fundo da sala, encontra uma portinha que
guarda um belo jardim, mas não consegue passar para o outro lado por
causa do seu tamanho. Olha de novo para cima da mesa e vê um vidro que
continha um líquido e um rótulo que dizia "BEBA-ME".
Depois de comer o resto do bolo, começa a crescer cada vez mais e a falar
coisas sem sentido. Com medo de estar perdendo o juízo, seu pranto
também aumenta, formando uma lagoa ao seu redor.
Desenvolvimento
Nadando em lágrimas
Surgem vários animais na água e Alice nada atrás deles até uma praia, onde
decidem criar um jogo para poderem secar. De novo, vê o Coelho Branco
passar e resolve segui-lo. Distraído, ele pensa que a garota é Mary Ann, a
empregada, e ordena que vá até sua casa buscar um leque e um par de
luvas.
Conselhos da Lagarta
Um gato e um chá
Lá, as rosas brancas estão sendo pintadas de vermelho por soldados que
eram cartas de um baralho. Eles confessam que plantaram as rosas erradas
e que a Rainha vai mandar cortar suas cabeças se descobrir. Em seguida,
Alice conhece o Rei e a Rainha de Copas, que a convidam para um jogo de
croquet e a forçam a comparecer.
Conclusão
Análise da obra
Composta por 12 capítulos, a obra estimula a imaginação e questiona os
princípios da lógica, se tornando uma enorme influência principalmente
dentro da literatura fantástica.
Inovando na forma de contar histórias para crianças, o autor faz
brincadeiras com poemas e canções famosas da época, questionando o
próprio sistema de educação.
Na toca do Coelho
Aquilo que permite que Alice possa viver esta aventura, o motor da
narrativa, é a curiosidade. A garota é inteligente, bem educada e aprendeu
todas as lições na escola mas não mede os riscos quando vê passar o
Coelho Branco.
Mas quando o Coelho tirou um relógio do bolso do colete, deu uma olhada nele
e acelerou o passo, Alice ergueu-se, porque lhe passou pela cabeça que nunca
em sua vida tinha visto um coelho de colete e muito menos com relógio dentro
do bolso. Então, ardendo de curiosidade, ela correu atrás dele campo afora,
chegando justamente a tempo de vê-lo sumir numa grande toca sob a cerca.
No instante seguinte, Alice entrou na toca atrás dele, sem ao menos pensar em
como é que iria sair dali depois.
Quando chora tanto que cria uma lagoa e depois encolhe, começando a se
afogar, pensa que está sendo castigada pelo seu mau comportamento:
“Seria melhor não ter chorado tanto!” lamentou-se Alice enquanto nadava,
tentando sair dali. “Parece que serei punida agora por isso, afogando-me em
minhas próprias lágrimas!”
Embora sejam curiosas por natureza, aprendem lições que devem decorar
e cumprir à regra, sem nunca haver espaço para o pensamento crítico ou
sequer para a imaginação.
Alice estava tão acostumada a só esperar por coisas extraordinárias, que então
lhe parecia muito tolo e tedioso que a vida continuasse de modo comum.
Por outro lado, a figura do Coelho Branco parece ser uma referência à
Revolução Industrial que trouxe um aumento de fábricas de relógios de
bolso à Inglaterra. Sempre sério, nervoso e muito atrasado, simboliza a
obsessão com a passagem do tempo e a rotina corrida de muitas pessoas.
A lagarta e o cogumelo
Será que eu mudei durante a noite? Vamos ver: eu era a mesma quando me
levantei esta manhã? Estou quase me recordando que me sentia um pouquinho
diferente. Mas, se eu não sou mais a mesma, a pergunta é: "Quem afinal eu
sou"? Ah, aí é que está o problema!
Ilustração de John Tenniel.
Perante todas as suas dúvidas e reflexões, apavorada por estar apenas com
sete centímetros de altura, Alice encontra a Lagarta. Trata-se de uma figura
curiosa e enigmática que fuma narguilé em cima de um cogumelo.
Assim que vê a menina, a criatura lhe pergunta quem é, escutando o
desabafo sobre a sua confusão atual.
Por fim, a Lagarta tirou o cachimbo da boca e dirigiu-se a Alice com voz
lânguida e sonolenta: “Quem é você?” Não era um começo de conversa
encorajador.
Alice respondeu muito tímida: “Eu... já nem sei, minha senhora, nesse
momento... Bem, eu sei quem eu era quando acordei esta manhã, mas acho que
mudei tantas vezes desde então...”
“Você poderia me dizer, por favor, qual o caminho para sair daqui?” “Depende
muito de onde você quer chegar”, disse o Gato. “Não me importa muito onde...”
foi dizendo Alice. “Nesse caso não faz diferença por qual caminho você vá”, disse
o Gato. “...desde que eu chegue a algum lugar”, acrescentou Alice, explicando.
“Oh, esteja certa de que isso ocorrerá”
Vem ensinar Alice que existem múltiplos caminhos possíveis e que ela deve
estar aberta à possibilidade de explorar, de conhecer coisas novas, mesmo
sem saber qual é o seu destino.
Vendo que a menina estava querendo ser convidada para lanchar, trocam
de cadeiras e de chávenas várias vezes enquanto repetem “Não tem lugar!
Não tem lugar!”. Mesmo quando a menina consegue sentar na mesa, não
chega a beber nada, por causa das diversas mudanças de cadeiras,
charadas, poemas e outros absurdos ditos pelos dois amigos loucos.
Estar de mal com a passagem dos ponteiros parece ter um efeito nocivo
para estas personagens, que agem de forma ainda mais alucinada que
aquelas que surgiram antes. Confessam estar sempre presas nas seis horas
da tarde e, por isso, não podem parar de tomar chá nem têm tempo para
lavar a louça.
Alice promete a si mesma não voltar ali e quando vê uma porta entre os
ramos de uma árvore, resolve fugir sem olhar para trás. Mostrando que
embora esteja em um mundo de ponta cabeça continua aprendendo e
evoluindo, a menina dá os passos corretos para abrir a porta e passar para o
jardim.
“Desta vez, farei tudo certo”, disse consigo. E começou pegando a chavezinha
dourada e destrancando a porta que conduzia ao jardim. Depois, foi
mordiscando o cogumelo (ela guardara um pedaço no bolso) até ficar com trinta
centímetros de altura. Daí atravessou a pequena passagem: então... achou-se
finalmente no lindo jardim, entre canteiros resplandecentes e fontes
fresquinhas.
Veja bem, senhorita, o fato é que, neste lugar, deveria haver uma roseira
vermelha, mas por engano nós pusemos uma branca; e se a Rainha a descobrir,
todos teremos nossas cabeças cortadas, compreende?
A Rainha manda cortarem a sua cabeça mas logo depois se distrai quando
repara que as rosas foram pintadas, ordenando que matem aqueles
soldados. A menina evita o crime, ajudando as cartas a escapar. A Rainha,
que não repara, resolve convidá-la para o seu jogo de croquet que está
prestes a começar.
“Aos seus lugares!” trovejou a Rainha. E todo mundo começou a correr em todas
as direções, tropeçando uns nos outros. Em poucos minutos, porém, estavam
todos acomodados, e o jogo começou.
A partida de croquet
Alice pensou que nunca vira um campo de croquet tão curioso em toda a sua
vida: era cheio de saliências e sulcos, as bolas eram ouriços vivos, os tacos eram
flamingos, e os soldados tinham que se dobrar e apoiar os pés e as mãos no chão
para formar os arcos.
A Rainha, cada vez mais furiosa, começa a mandar cortar a cabeça dos
jogadores, o que vai deixando Alice desesperada.
O Rei estende sua mão para o felino beijar mas ele se recusa, o que resulta
em mais um ataque de fúria da Rainha que "só conhecia um jeito de
solucionar todas as dificuldades": a violência. Para impedir a sua morte, a
protagonista sugere que chamem a Duquesa, dona do gato.
O julgamento
Alice não disse nada: sentou-se com a cabeça entre as mãos, indagando a si
mesma se alguma vez as coisas voltariam a ser como antes.
Neste exato momento, Alice teve uma sensação muito estranha, que a deixou
muito embaraçada até que descobrisse do que se tratava: estava começando a
crescer outra vez.
Então, o Rei cita o "Artigo Quarenta e Dois: Todas as pessoas com mais de
um quilômetro e meio de altura devem deixar o tribunal", alegando que
Alice tem que abandonar o local.
Quando Alice se levantou para tomar o chá, sua irmã caiu no sono e
começou a imaginar as personagens que a garota descreveu. Assim, o
barulho das chávenas de chá era, na verdade, o som dos chocalhos das
ovelhas e os gritos da Rainha eram os barulhos da fazenda.
Significado da obra
Por fim, ela imaginou como seria sua irmãzinha quando, no futuro, se
transformasse em uma mulher adulta; e como conservaria, com o avançar dos
anos, o coração simples e afetuoso da infância; e como reuniria em torno de si
outras crianças e deixaria os olhos delas brilhantes e atentos a muitas histórias
estranhas, talvez mesmo com o sonho do País das Maravilhas de tantos anos
atrás; e como compartilharia as suas pequenas tristezas e as suas simples
alegrias, recordando-se de sua própria infância e de seus felizes dias de verão.
O País das Maravilhas surge, então, como uma metáfora para o modo
inocente como as crianças vivem e interagem com o mundo e as suas regras
arbitrárias, muitas vezes cruéis e injustas.
Lewis Carroll, no entanto, deixa claro que a obra não pretende ter sentido
algum:
Temo dizer que não é nada além de bobagens. Ainda assim, as palavras
significam mais do que pretendemos expressar quando as usamos. Assim, um
livro deve significar muito mais do que o escritor quer dizer. Então, quaisquer
bons significados que estejam no livro, fico feliz em aceitar como o significado
da obra.