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LER E COMPREENDER TEXTOS PORTUGUÊS 4.

º ANO

Nome: Data: / /

Adivinha, adivinhão!

Vais ler um conto. Observa o papel das personagens na história e o modo


como cada uma delas usa a inteligência.

Era uma vez um homem muito esperto,


mas infeliz nos negócios. Já estava a ficar velho e
continuava pobre como Jó. Pensou muito em
melhorar a sua vida e resolveu correr mundo
fazendo-se passar por adivinho. Dito e feito.
Arranjou uma trouxa com a roupa e partiu.
Depois de muito andar, chegou ao palácio de
um rei e pediu licença para dormir. Durante
o jantar, o rei disse-lhe que o palácio estava cheio
de ladrões astuciosos. O homem depressa se
ofereceu para descobrir tudo no prazo de um mês
precisando para isso de se instalar no palácio.
O rei aceitou.
No dia seguinte, o homem passou do
bom e do melhor e não descobriu
coisa nenhuma. À hora
de jantar, quando o criado trazia o
café, o adivinho exclamou,
referindo-se ao dia que passara:
–– Um está visto!
O criado ficou branco de medo
porque era justamente um dos
larápios. No dia seguinte, veio
outro criado, ao anoitecer,
e o adivinho repetiu:
–– O segundo está aqui!

Material fotocopiável © Santillana-Constância


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O criado, também gatuno,
empalideceu e atirou-se de joelhos,
confessando tudo e dando o nome
do terceiro cúmplice. Foram presos, e
o rei ficou satisfeito com as
capacidades do adivinho.
Dias depois roubaram a coroa do rei e este prometeu uma fortuna a quem
descobrisse o ladrão.
O adivinho reuniu todos numa sala e cobriu um galo com uma toalha.
Depois explicou que todos deviam passar a mão pelas costas da ave.
O ladrão seria denunciado pelo canto do galo.
O adivinho, de cada vez que alguém ia meter o braço debaixo da toalha,
fazia umas piruetas e dizia, alto:
Adivinha, adivinhão, a
mão do ladrão!
Todos acabaram de fazer o serviço e o adivinho mandou que mostrassem a
palma da mão. Dois homens estavam com as mãos limpas, e os demais, sujos de
fuligem.
–– Prendam estes dois, que são os ladrões da coroa!
Os homens foram presos e tinham sido mesmo eles. A coroa foi encontrada.
O adivinho explicou a manobra. O galo estava coberto de cinza, emporcalhando a
mão de quem lhe tocasse nas costas. Os dois ladrões não quiseram arriscar a
sorte, e por isso fingiram apenas fazer o combinado, ficando com as mãos limpas.
O rei deu muito dinheiro ao adivinho e este voltou rico para a sua terra.
Luís da Câmara Cascudo, Contos tradicionais do Brasil, Global
(adaptado)

Circunda estas palavras no texto:


astuciosos — larápios — gatuno.
É possível saber o seu significado com a leitura do texto?
Conversa com os teus colegas e depois procura o significado das
palavras no dicionário.

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Para compreender o texto

Um pouco de conversa

1. Conversa com os teus colegas.


a) O homem da história é mesmo um adivinho?
b) O que significa a expressão «pobre como Jó»?
c) Como é que o homem descobriu os três primeiros
ladrões do palácio?
d) Como é que ele conseguiu descobrir os ladrões da
coroa do rei?
e) Achas que o título do conto é adequado?
Porquê?
f) Já conhecias esta história?
g) Conheces alguma história semelhante a esta?

Compreensão

Este tipo de conto, em que as personagens usam a esperteza para


conseguirem algo, é geralmente uma narrativa com humor, que tem a
intenção de divertir os leitores ou ouvintes.

2. Observa estas ilustrações, que representam dois momentos do conto.

2.1 Por que razão estes momentos da história têm humor?

Porque o homem que se diz adivinho conseguiu descobrir os ladrões por


acaso.
Porque os ladrões se entregaram ao saber que estavam a ser
investigados.
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Nestes contos, aparecem dois tipos de personagem:
o protagonista — é a personagem principal da história.
Nestes contos, os protagonistas são personagens simplórias,
mas espertas, que se saem bem no final.
As personagens que atuam contra o protagonista. Estas
personagens tentam ser mais espertas do que
o protagonista, mas, no final, acabam sempre por perder.

3. Quem é a personagem principal deste conto?


3.1 Quem são as personagens que agem contra o protagonista?

4. Com que artimanha o homem descobre quem roubou a coroa do rei?


O homem usa um galo sujo de fuligem, fazendo-o passar por mágico.

O homem tem um galo mágico que canta quando é tocado por ladrões.

5. Relê o título da história: Adivinha, adivinhão!


5.1 Assinala o verbo com V e o nome com N.
adivinha

adivinhão

5.2 Qual é o significado desta expressão no texto?

6. Lê as seguintes expressões do texto.

1 «Dito e feito.»

2 «[ ...] passou do bom e do melhor.»

6.1 Numera cada significado de acordo com a expressão correspondente.


Passou muito bem, recebendo excelente tratamento.

Prometeu e cumpriu.

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LER E COMPREENDER TEXTOS PORTUGUÊS 4.º ANO

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Mito das estrelas

Vais ler um mito do folclore brasileiro. Observa como esse povo explica a
origem das estrelas.

Contam os Índios bororós que, no começo do mundo, não havia


ainda estrelas no céu.
Um dia, as mulheres da tribo foram buscar milho, mas não
conseguiram encontrar muitas espigas. De volta à aldeia, ralaram o
milho e prepararam com ele um único mas apetitoso bolo.
As crianças, sentindo aquele cheirinho tentador, quiseram
provar aquela iguaria.
–– Agora não! –– disseram as mães. –– O bolo não é muito
grande, e queremos esperar que os homens cheguem da caça
para o repartirmos entre todos.
O mais novo dos rapazes, muito esperto, disse:
–– Então porque é que vocês não vão para os lados do rio? Vi
muitas espigas de milho lá!
Era mentira; ele só queria afastar as mulheres dali.
E elas caíram na história: foram todas para a beira do rio,
que ainda era bastante longe, e deixaram um papagaio
a vigiar o bolo.

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Aproveitando a ausência das mães, os indiozinhos cortaram a língua do
papagaio para ele não gritar. E cada um pegou num bocadinho de bolo para
o experimentar. Mas era um bolo tão irresistível, que eles foram comendo,
comendo, acabando por não sobrar uma única migalha. Entretanto, as
mulheres regressaram zangadas por terem sido enganadas.
Então, as crianças fugiram e, pegando numa planta
trepadeira, chamaram o pássaro piodudu, que é
o colibri, e pediram-lhe que voasse bem alto e que
amarrasse a ponta da trepadeira no céu. O piodudu
atendeu o pedido. E as crianças
foram subindo, subindo, atravessando as nuvens.
As mulheres chegaram, não viram nem uma
migalha do bolo e perguntaram ao papagaio
o que tinha acontecido. O coitado não podia falar,
mas voou até à corda.
Elas correram para lá e começaram também a
subir, a subir a subir…
Quando estavam quase a alcançar o último menino na fila,
este cortou a trepadeira com o seu canivete.
As mulheres caíram na Terra e magoaram-se muito.
Os deuses, então, transformaram as crianças em estrelas,
que são como olhos condenados a olhar fixamente
para a Terra, toda a noite, para ver o que
aconteceu às suas mães.
Rosane Pamplona, Histórias de dar água na boca,
Moderna (adaptado)

Procura no dicionário os significados da palavra iguaria.


Dos significados encontrados, qual é o mais adequado ao
texto?
Achas que o texto perderia um pouco da graça se, em vez de
iguaria, a autora tivesse utilizado uma palavra mais comum?

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Para compreender o texto

Um pouco de conversa

1. Conversa com os teus colegas para responder às questões


seguintes.
1.1 A informação de que «no começo do mundo, não havia
ainda estrelas no céu» é importante? Explica porquê.
1.2 Qual era a intenção do menino que sugeriu às mulheres que
fossem até à beira do rio?
1.3 O que achas que aconteceria aos meninos se as mães os
alcançassem?
1.4 Conheces algum outro mito que explique o surgimento das
estrelas?
1.5 Imaginaste algum outro final para o mito, durante a leitura?
Conta o que pensaste.

Compreensão

O mito é uma narrativa popular que procura explicar os


acontecimentos da vida e o aparecimento dos seres e das coisas.
A ação e a reação das personagens produzem os acontecimentos,
que mantêm entre si uma relação de causa e consequência.

2. A partir da leitura deste mito, explica como surgiram as estrelas.

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3. Completa a sequência com os acontecimentos que faltam.
As mulheres fizeram um bolo de milho.
As crianças queriam provar, mas deviam esperar pelos homens.

As crianças comeram o bolo.


As mulheres ficaram zangadas ao perceberem que tinham sido enganadas.

As mães não conseguiram alcançá-los.


Os deuses transformaram os meninos em estrelas.

4. Escreve a causa e a consequência destas ações.


Os meninos fugiram e esconderam-se das suas mães.

Causa Consequência

De olho na linguagem

5. Relê este excerto.

Contam os Índios bororós que […].

5.1 Que informação dá este excerto ao leitor?

5.2 Que outras expressões poderiam substituir o excerto sem alterar o sentido?
Assinala com uma a opção que considerares correta.

De acordo com o povo bororó […].

Para os Índios bororós […].

Era uma vez […].

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Roda dos alimentos

Vais ver uma infografia. Observa como a imagem e o texto se conjugam para
transmitir uma informação.
A Roda dos alimentos foi criada em Portugal pela Campanha de Educação
Alimentar «Saber comer é saber viver» e adotada em diversos países desde
1977. Ela é a representação gráfica da distribuição ideal de alimentos para o
nosso consumo diário.

Fruta Reforça as Gorduras Laticínios (leite e


defesas contra Contêm muita energia e protegem derivados) Ajudam no
doenças. do frio. 1 a 3 porções diárias. crescimento.
3 a 5 porções 2 a 3 porções diárias.
diárias.
Carnes, pescados e
ovos Fundamentais
para
Água
1,5 a 3 litros a formação de todo o
por dia. corpo. 1,5 a 4,5
porções diárias.

Leguminosas (grãos
e legumes)
Verduras Garantem energia
e hortaliças para o corpo e o
Auxiliam na sistema nervoso.
proteção contra 1 a 2 porções diárias.
doenças. 3 a 5
porções diárias.
Cereais (e derivados)
e tubérculos
Principal fonte de energia.
1 porção 4 a 11 porções diárias.
Dependendo do tipo de alimento,
a unidade pode ser uma colher de
sobremesa ou de sopa, ou um copo de
200 mL. FCNAUP — Faculdade de Ciências da Nutrição e
Alimentação da Universidade do Porto.
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Para compreender o texto

Uma infografia é feita com base em pesquisas


e em informações obtidas com especialistas para facilitar a
compreensão de um assunto.
É formada por:
imagens — desenhos, fotografias, figuras geométricas;
legendas — textos curtos que acompanham e explicam as
imagens.

Compreensão

1. Para que serve a Roda dos alimentos?

2. Relaciona as legendas com as imagens correspondentes dos grupos de alimentos.

Ajudam
no crescimento.

Reforçam
as defesas contra
doenças.

Garantem energia
para o corpo e
o sistema nervoso.

São fundamentais
para a formação de
todo o corpo.

São a nossa principal


fonte de energia.
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3. Completa as frases e faz as comparações de acordo com as imagens.
laranjeira amendoeira Fifi

Boni

a) está tão florida como .


b) é menor e mais feroz do que .

4. Usa o adjetivo no grau comparativo indicado.


a) O meu cão é brincalhão
o meu gato. (igualdade)
b) As alunas são distraídas
os alunos. (inferioridade)
c) A primavera é agradável
o verão. (superioridade)

5. Completa as frases com o grau superlativo dos adjetivos indicados usando «muito»
e a terminação «íssimo(a)».

aplicado contente

a) Eu fico ou
quando a minha equipa é campeã.
b) A professora diz sempre que eu sou

ou .

6. Completa as frases com o superlativo dos adjetivos entre parênteses.


a) A baleia-azul é mamífero do mar. (grande)
b) O goleador da nossa equipa é da escola. (mau)
c) O nosso passeio de domingo foi . (bom)
d) A perda da colheita de soja foi . (pequena)

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