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CURSO
DE
BEACH
TENNIS
O crescimento do beach tennis
Desde de sua chegada no Brasil em 2008, o beach tennis vem passando por um
crescimento constante. Os números de praticantes, torneios e locais de jogos impressionam
quem acompanha de perto essa modalidade que, desde o início, mostrava ter um enorme
potencial em nossas areias por sua facilidade de aprendizado e diversão envolvida.
Há alguns anos, todas as atividades que envolviam o beach tennis eram, de certa forma,
amadoras. Os jogos nos torneios eram em um ambiente bastante informal, as estruturas dos
eventos eram básicas e os profissionais que trabalhavam com o ensino do beach tennis ou
na organização de eventos da modalidade eram “novatos”.
Hoje, existem cada vez mais pessoas direcionando sua vida profissional para ações que
envolvem a modalidade. Analisando de forma isolada, é o cenário perfeito para a evolução
do beach tennis. Porém, chegamos em um momento crucial: é hora de organizar o
crescimento do beach tennis e mudar sua imagem de descontraído e informal para
descontraído, informal, profissional e organizado.
Em âmbito internacional, as principais entidades ajustam regras com o passar do tempo e,
aos poucos, as necessidades vão sendo atendidas. Exemplo disso foi a mudança da bola
oficial há alguns anos para a disputa de pontos ter mais ralis com a diminuição da
velocidade do jogo. Na parte da organização de eventos, a principal entidade internacional
(ITF) faz atualizações constantes em seu regulamento disponível pela internet.
Acompanhando o crescimento também do número de eventos no calendário, existe ainda o
regulamento direcionado ao organizador de torneios.
Brasil
Outros itens de um bom torneio, como kit de participação decente, qualidade dos prêmios,
estrutura de apoio e hidratação, às vezes são colocados em segundo plano em
consequência da aceitação irresponsável de requisitos na negociação com locais sede de
competições. Ou seja, uma má negociação apenas para garantir a autoria do torneio afetará
diretamente na qualidade do evento.
Estrutura boa e prêmios de qualidade normalmente são sinônimos de muitas inscrições em
um evento. Para garantir um bom andamento da parte técnica, a presença de um árbitro
que siga à risca o regulamento é essencial. Aqui também vemos mudanças atuais muito
positivas com alguns cursos de arbitragem que já são oferecidos pelas entidades brasileiras.
Regulamento
Como nem todos os atletas sabem ao certo as regras, o ideal é que os torneios
disponibilizem um regulamento aos inscritos no ato da inscrição. Dessa maneira, não haverá
margem de discussão nos jogos ou mesmo em decisões da arbitragem. Apenas caberá ao
árbitro a orientação em casos de dúvidas por parte dos jogadores. Apesar de muitas
categorias serem amadoras nos torneios, aplicar o regulamento de forma correta e unânime
é responsabilidade do árbitro.
Atualmente, existe um investimento financeiro alto dos atletas e familiares que viajam
diversos fins de semana em busca de bons resultados nos jogos. Portanto, organização e
arbitragem precisam caminhar juntas para garantir que o número de participantes satisfeitos
seja maior a cada torneio.
Focando agora nos jogadores, que são os verdadeiros protagonistas dos torneios, o ideal é
que sua preocupação seja apenas a de entrar na quadra e se esforçar ao máximo nos jogos.
É necessário que entendam e vejam no árbitro a pessoa com conhecimento e autoridade
para decidir em casos específicos de aplicação do regulamento. Ainda, posturas
equivocadas de árbitros em outros torneios jamais devem ser argumentos de jogadores na
tentativa de alterar as regras de um regulamento.
Categorias
Abaixo, seguem algumas regras que têm sido contestadas, mas que são corretas e ajudam
a manter o bom andamento dos torneios:
• Proibição de troca de nomes ou inserção de novos jogadores nas chaves nos dias
de jogos;
• Aplicação do W.O. após tempo de tolerância divulgado no regulamento;
• Adaptação de sets curtos (até 4 games) em caso de imprevistos climáticos;
• Proibição da alteração de grupos nos dias de jogos;
• O jogador base da categoria é sempre o mais avançado.
Exemplo: um jogador PRO e um jogador A devem se inscrever na categoria dupla
PRO;
• Um jogador não pode se inscrever em duas categorias diferentes no mesmo
torneio. Com exceção de casos em que a mudança de categoria é feita para uma
categoria de nível superior.
Exemplo: categoria dupla masculina A e dupla mista PRO. Como as categorias do
mesmo sexo costumam oferecer melhores prêmios, elas são consideradas como
base;
• O posicionamento e deslocamento dos jogadores é livre nos jogos de dupla mista.
Dúvida na movimentação?
Muito se comenta sobre o deslocamento do homem para fazer a devolução nos jogos de
dupla mista e tem sido recorrente casos de dúvida entre os jogadores, justamente por ainda
haver equívoco na postura de alguns árbitros e alguns jogadores que opinam sem
conhecimento da regra.
Um dos princípios do beach tennis é a liberdade de posicionamento e, em alguns torneios,
estão defendendo a proibição dessa liberdade. Abaixo, seguem trechos do regulamento da
ITF disponível no site da entidade, desde o dia 18 de novembro de 2015:
“Caso 5: o devolvedor pode cruzar pela frente do seu parceiro ou parceira e fazer a
devolução? Decisão: Sim. Uma vez que a bola esteja em jogo (o sacador tiver batido na
bola), os devolvedores podem se movimentar em qualquer direção e qualquer jogador
pode devolver o saque”.
“Caso 6: um devolvedor pode correr para bloquear um saque? Decisão: Sim. Desde que a)
o movimento do jogador não for considerado um obstáculo para atrapalhar os
adversários e b) a bola cruzou a rede antes de o devolver fazer a rebatida”.
A regra existe apenas para impedir que os devolvedores atrapalhem o sacador no momento
do saque e não para limitar a devolução para apenas um dos adversários. Isso também
serve para a mulher, caso ela se desloque para golpear o saque direcionado ao parceiro. Ou
seja, após o contato da raquete do sacador com a bola, o deslocamento de qualquer um
dos adversários pode ser feito para as laterais, frente ou trás, permitindo inclusive o bloqueio
do saque. Vale ressaltar que o deslocamento pode ser feito através de um ou mais passos.
Prova disso é a possibilidade do posicionamento da dupla devolvedora em “i”, em que um
jogador fica atrás do outro. Assim como no caso do posicionamento lateral, essa formação
em “i” para a devolução poderá ser desfeita com o deslocamento dos dois jogadores para
qualquer lugar da quadra. Obviamente que isso após o adversário fazer o contato da
raquete com a bola no saque.
Portanto, torneios que divulgarem seguir regras da ITF, jamais poderão proibir o
deslocamento do homem para a devolução quando feito após a realização do saque.
Obviamente, torneios sem qualquer vínculo com entidades podem agir de forma diferente –
e o organizador e árbitro criarão um regulamento específico para aquele evento. Conforme
mencionado acima, o ideal é que os jogadores tenham acesso a esse regulamento e que
tenham consciência de se tratar de um evento “independente”.
Protagonistas
Os movimentos com bons objetivos existem e são cada vez em maior quantidade. São oito
anos do beach tennis em areias brasileiras e sua evolução é realmente incrível. Uma das
confirmações desse crescimento é a mudança de posicionamento do Brasil no cenário
mundial do beach tennis. Se antes éramos apenas coadjuvantes, hoje somos grandes
protagonistas, sediamos inúmeros torneios importantes e de alta qualidade e, de quebra,
temos jogadores que estão entre os melhores colocados do ranking mundial.
Fica a torcida para que os próximos meses e anos sejam de grande importância e
fundamentais para essa modalidade que tanto tem crescido e encantado quem
experimenta. Entidades, organizadores, árbitros e jogadores têm a oportunidade de
direcionar o beach tennis para cima, que é para onde ele merece e precisa ir.