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MINISTÈRIO DA FAZENDA E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

PLANO ORÇAMENTÁRIO BIANUAL (POB)

Estima a receita total da união


pelos próximos dois anos

Eu, Carlos Eduardo Accioli de Andrada, MINISTRO DA FAZENDA E


DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, venho perante ao Congresso Nacional propor:

Art. 1º. O Plano Orçamentário Bianual (POB) será válido para todo o biênio de
administração e gerência pública federal, assim como, para todas os ministérios, secretarias
e órgãos federais em atividade durante o biênio 2003 e 2004.
Art. 2º. O Governo Federal contará com 12 (doze) ministérios de estado e 4 (quatro) órgãos
adjuntos à Presidência da República.
§1. Dos 12 (doze) ministérios de estado:
I. Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Agrário;
II. Ministério da Cidadania e Desenvolvimento Social;
III. Ministério da Cultura, Esporte e Lazer;
IV. Ministério da Defesa e Estratégia Nacional;
V. Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia;
VI. Ministério da Fazenda e Desenvolvimento Econômico;
VII. Ministério da Integração Nacional;
VIII. Ministério da Justiça e Segurança Pública;
IX. Ministério do Meio Ambiente e Sustentabilidade;
X. Ministério de Minas e Energia;
XI. Ministério da Saúde e Bem Estar; e
XII. Ministério das Relações Exteriores.
§2. Dos 4 (quatro) órgãos anexos ao Gabinete da Presidência da República:
I. Ministério da Casa Civil;
II. Secretaria Geral da Presidência da República;
III. Secretaria de Comunicação (SECOM); e
IV. Advocacia Geral da União (AGU).

a) Adicionar-se-á a lista de órgãos ligados aos Ministérios, conforme explícito no


artigo primeiro, todas as estatais e agências atreladas administrativamente aos
ministérios de estado.

b) Criar-se-á o Caixa Especial da Presidência da República, correspondente ao dinheiro


em reserva da União.
Art. 3º. O Orçamento Federal será destinado da seguinte forma:

DO VALOR BRUTO:
ORÇAMENTO TOTAL R$ 130,2 bilhões
GASTOS GOVERNAMENTAIS R$ 17,6 bilhões
ORÇAMENTO UTILITÁRIO R$ 112,6 bilhões
DO ORÇAMENTO UTILITÁRIO:
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
ORGÃO MINISTERIAL (%) VALOR
MINISTÉRIO DA CASA CIVIL (MCC) 1,5% R$ 1.689 bilhão
SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO (SECOM) 0,5% R$ 563 milhões
SECRETARIA GERAL DA PRESIDÊNCIA 0,5% R$ 563 milhões
ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO (AGU) 1,0% R$ 1.126 bilhão
MINISTÉRIOS DE ESTADO
ORGÃO MINISTERIAL (%) VALOR
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E 7,0% R$ 7.882 bilhões
DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO (MADA)
MINISTÉRIO DA CIDADANIA E 3,0% R$ 3.378 bilhões
DESENVOLVIMENTO SOCIAL (MCDS)
MINISTÉRIO DA CULTURA, 2,0% R$ 2.252 bilhões
ESPORTE E LAZER (MCEL)
MINISTÉRIO DA DEFESA E 4,0% R$ 4.504 bilhões
ESTRATÉGIA NACIONAL (MDEN)
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 15,0% R$ 16.890 bilhões
CIÊNCIA E TECNOLOGIA (MECT)
MINISTÉRIO DA FAZENDA E 22,5% R$ 25.335 bilhões
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (MFDE)
MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO 12,0% R$ 13.512 bilhões
NACIONAL (MIN)
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA 6,0% R$ 6.756 bilhões
PÚBLICA (MJSP)
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA (MME) 6,0% R$ 6.756 bilhões
MINISTÉRIO DO MEIO AMEBIENTE E 2,0% R$ 2.252 bilhões
SUSTENTABILIDADE (MMAS)
MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES 1,0% R$ 1.126 bilhão
E PALÁCIO DO ITAMARATY (MRE)
MINISTÉRIO DA SAÚDE E BEM ESTAR (MSBE) 15,0% R$ 16.890 bilhões
EMENDAS PARLAMENTARES 1,0% R$ 1.126 bilhão
TOTAL 100,0% R$ 112,6 bilhões

Parágrafo Único. Fica-se permitido ao Presidente da República, através de decreto,


extinguir ou alterar ministérios, secretarias ou órgãos da administração pública federal,
dispensando o consentimento do Congresso Nacional:

a) Em caso de alteração da nomenclatura do ministério de estado, deverá ser


mantido o total orçado previamente à pasta anterior;
b) Em caso de fusão entre ministérios de estado, deverá ser realizada a fusão dos
montantes orçamentários entre as pastas componentes desta fusão; e
c) Em caso de extinção de ministérios de estado, deverá o montante orçamentário da
pasta extinta ser revertido para os caixas do Gabinete Civil, correspondente ao cofre
geral do Governo Federal.
Art. 4º. Fica-se instituído o regime fiscal sustentável, doravante Alicerce Fiscal, para
garantir a estabilidade macroeconômica do país e criar as condições adequadas ao
crescimento socioeconômico.
§1. O disposto neste Plano Orçamentário Bianual:
I. Aplica-se às receitas primárias e às despesas primárias dos orçamentos fiscal e da
seguridade social da União;
II. Não afasta as limitações e as condicionantes para geração de despesa e de renúncia
de receita estabelecidas nos príncipios da Administração Pública e observadas as
disposições da lei de diretrizes orçamentárias, inclusive em relação aos efeitos das
renúncias de receita sobre a sustentabilidade do regime fiscal instituído neste
orçamento.
§2. A política fiscal da União deve ser conduzida de modo a manter a dívida pública em
níveis sustentáveis, prevenindo riscos e promovendo medidas de ajuste fiscal em caso de
desvios, garantindo a solvência e a sustentabilidade intertemporal das contas públicas.
§ 3º Integram o conjunto de medidas de ajuste fiscal a obtenção de resultados fiscais
compatíveis com a sustentabilidade da dívida, a adoção de limites ao crescimento da
despesa, a aplicação das vedações previstas na Constituição Federal e na legislação
brasileira em vigência, bem como a recuperação e a gestão de receitas públicas.
Art. 5º. O Alicerce Fiscal estabelecerá as diretrizes de política fiscal e as respectivas metas
anuais de resultado primário do Governo Federal, para o exercício a que se referir e para os
3 (três) governos seguintes, compatíveis com a trajetória sustentável da dívida pública.
§1. Considera-se compatível com a sustentabilidade da dívida pública o estabelecimento
de metas de resultados primários, nos termos das leis de diretrizes orçamentárias, até a
estabilização da relação entre a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), Produto Interno
Bruto (PIB) e a Arrecadação Federal dos cofres da União.
§2. A trajetória de convergência do montante da dívida, os indicadores de sua apuração
e os níveis de compatibilidade dos resultados fiscais com a sustentabilidade da dívida
constarão do Anexo de Metas Fiscais da lei de diretrizes orçamentárias.
§3. A elaboração e a aprovação do projeto de lei orçamentária anual, bem como a
execução da respectiva lei, deverão ser compatíveis com a obtenção da meta de resultado
primário estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, observados, na execução, os
intervalos de tolerância.
§4. A apuração do resultado primário e da relação entre a DBGG, Arrecadação e o PIB
será realizada pelo Banco Central do Brasil em parceria com o IBGE,
Art. 6º. Ficam-se estabelecidos e criados limites individualizados para o montante global
das dotações orçamentárias relativas a despesas primárias:
I. do Poder Executivo federal – Presidência da República, Ministérios e Secretarias
de Estado ligadas ao Governo Federal;
II. do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, do Conselho
Nacional de Justiça, da Justiça do Trabalho, da Justiça Federal, da Justiça Militar
da União, da Justiça Eleitoral e da Justiça do Distrito Federal e dos Territórios,
no âmbito do Poder Judiciário;
III. do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Tribunal de Contas da União,
no âmbito do Poder Legislativo;
IV. do Ministério Público Federal da União, do Conselho Nacional do Ministério
Público, da Polícia Federal e órgãos de segurança pública; e
V. da Defensoria Pública da União.
§1. Cada um dos limites a que se refere o caput deste artigo equivalerá:
I. Para o exercício de 2003, às dotações orçamentárias primárias constantes,
considerados os créditos suplementares e especiais vigentes na data de promulgação
deste Orçamento, relativas ao respectivo Poder ou órgão; e
II. Para os exercícios posteriores a 2003, ao valor do limite referente ao exercício
imediatamente anterior.
§2. Ficam-se estabelecidos como limites a que se refere o caput deste artigo:

I) do Poder Executivo federal – Presidência da República, 82,5% de suas dotações


Ministérios e Secretarias de Estado ligadas ao Governo orçamentárias
Federal;
II) do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de 42,2% de suas dotações
Justiça, do Conselho Nacional de Justiça, da Justiça do orçamentárias
Trabalho, da Justiça Federal, da Justiça Militar da União, da
Justiça Eleitoral e da Justiça do Distrito Federal e dos
Territórios, no âmbito do Poder Judiciário;
III) do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do 52,3% de suas dotações
Tribunal de Contas da União, no âmbito do Poder Legislativo; orçamentárias
IV) do Ministério Público Federal da União, do Conselho 42,2% de suas dotações
Nacional do Ministério Público, da Polícia Federal e órgãos orçamentárias
de segurança pública; e
V) da Defensoria Pública da União. 42,2% de suas dotações
orçamentárias

Art. 7º. Revogam-se disposições em contrário.


Art. 8º. Este Projeto de Lei Orçamentária passará a ter validade a partir da aprovação pelo
poder legislativo (Congresso Nacional) e sanção pelo executivo (Presidência da República).

Sem mais, assinamos.

Esplanada dos Ministérios, Brasília, 1995.

Carlos Eduardo Accioli de Andrada


Ministro da Fazenda, Planejamento e Desenvolvimento Econômico
Antônio Palloci Filho
Secretário Executivo do Planejamento e do Orçamento Federal
Nelson Henrique Barbosa Filho
Secretário Executivo da Política Econômica e Responsabilidade Federal
Fernando Haddad
Presidente da República Federativa Do Brasil

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