Você está na página 1de 4

PROCESSO ELEITORAL NO BRASIL

O processo eleitoral no Brasil, em um sentido mais amplo, diz respeito às fases


organizativas das eleições, compreendendo também um breve período posterior. É
organizado pela Justiça Eleitoral (JE), em nível municipal, estadual e federal. Na
esfera federal, a JE possui como órgão máximo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
com sede em Brasília. Em cada estado da Federação e no Distrito Federal há um
Tribunal Regional Eleitoral (TRE), bem como juízes e juntas eleitorais.

A Justiça Eleitoral organiza, fiscaliza e realiza as eleições regulamentando o processo


eleitoral, examinando as contas de partidos e candidatos em campanhas, controlando
o cumprimento da legislação pertinente em período eleitoral e julgando os processos
relacionados com as eleições.

Embora as etapas de votação, totalização e divulgação dos resultados sejam as mais


conhecidas, o processo eleitoral possui outras fases muito importantes como o
cadastro eleitoral, a etapa de candidaturas, a prestação de contas e a logística
eleitoral. Há ainda a fase de pós-eleições, que compreende, entre outras atividades,
a diplomação dos eleitos.

Em todo o processo eleitoral, há mecanismos para garantir a normalidade dos pleitos,


a segurança do voto e a liberdade democrática. Por esses critérios, o Brasil se tornou
referência mundial em eleições.

Dentre esses critérios, destaca-se o uso da urna eletrônica brasileira, que permitiu,
desde 2000, que as eleições passassem a ser totalmente informatizadas.

Em 2008, o sistema biométrico de identificação do eleitor passou a ser adotado em


algumas localidades e, desde então, a Justiça Eleitoral vem providenciando
gradativamente o recadastramento biométrico de todo o eleitorado brasileiro. Até julho
de 2014, mais de 23 milhões de eleitores tiveram suas digitais cadastradas por esse
sistema, representando mais um grande avanço na garantia da segurança do voto no
Brasil.
Votação
Nesse momento, os representantes do povo são eleitos. Por isso, é a fase do processo
eleitoral mais conhecida pelos cidadãos.

Para promover uma votação segura, existem diversos mecanismos que consagraram
a Justiça Eleitoral (JE) brasileira como referência para muitos países mundo afora.

Além disso, a JE se preocupa em garantir a acessibilidade de todos os eleitores com


deficiência ou com mobilidade reduzida ao processo de votação, para que nada os
impeça de exercerem sua cidadania.

Divulgação dos resultados das eleições


O processamento das informações de uma eleição – à exceção dos resultados para
o cargo de presidente da República – é feito no TRE. A partir daí, o sistema de
divulgação dá publicidade ao número de votos para governador, senador, deputado
federal, deputado estadual/distrital, prefeito e vereador. No caso de presidente da
República, o Tribunal Superior Eleitoral faz tanto a totalização quanto a divulgação
dos resultados.

O TSE faz parcerias com veículos de comunicação (Internet, rádio, TV, impresso) para
divulgar as eleições e disponibiliza os softwares Divulga e DivWeb (divulga.tse.jus.br),
que permitem ao usuário acompanhar a publicação dos resultados em tempo real.

Cadastro de eleitores
De acordo com a Constituição Federal de 1988, facultativamente aos 16 e
obrigatoriamente aos 18 anos, os brasileiros natos e os naturalizados devem se
inscrever na Justiça Eleitoral a fim de obter o título de eleitor. O documento serve para
provar que o cidadão está inscrito em determinada zona eleitoral.

Porém ele só estará apto a votar em eleições gerais e municipais, plebiscitos,


referendos, bem como subscrever projetos de lei de iniciativa popular, se sua inscrição
não estiver cancelada ou suspensa.
Brasileiros que moram no exterior também devem cumprir com suas obrigações
eleitorais.
O alistamento deverá ser feito até 151 dias antes da data da eleição. Para alistar-se,
o cidadão deve ir ao cartório eleitoral e apresentar um documento oficial de
identificação – como carteira de identidade, carteira de trabalho, certificado de
quitação do serviço militar (sexo masculino), carteira de ordem profissional
reconhecida por lei (OAB, CRM, Crea, etc.) – e comprovante de residência (como
conta de água, luz, telefone). As informações contidas nesses documentos vão
integrar o cadastro eleitoral.

No cadastro eleitoral ficam armazenadas as informações cadastrais e a situação do


eleitor, além de informações sobre comparecimento às urnas, justificativa eleitoral e
trabalho como mesário. Também há informações sobre débitos com a Justiça
Eleitoral, filiação a algum partido político, etc.

Alguns dados do cadastro eleitoral são sigilosos (filiação, endereço, telefone, data de
nascimento, dados biométricos, entre outros) e devem ser atualizados sempre que
houver necessidade, como nos casos em que o eleitor tem de alterar os dados
pessoais, fazer o recadastramento biométrico, solicitar transferência, etc. A
fiscalização desses dados é feita pela Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral, em
âmbito nacional, e pelas corregedorias regionais eleitorais, nas respectivas
circunscrições.

Logística eleitoral e preparação das eleições


Para que tudo corra bem no dia da eleição, há uma fase muito importante que precede
essa data: a etapa de logística e preparação.

Essa é uma atividade contínua, de manutenção. Dentre as atividades de manutenção,


destacam-se: fazer testes para verificar as condições de funcionamento das urnas;
executar reparos e repor peças, se for necessário; carregar a bateria interna de todas
as urnas; armazenar os equipamentos de forma adequada; substituir as urnas que
estiverem obsoletas e promover seu descarte.
Tudo isso faz parte do planejamento da logística eleitoral, processo com uma série de
ações de preparação que terá efeitos no dia da eleição. É nessa etapa que se
desenvolve o conjunto dos softwares (ecossistema das urnas) que são utilizados nas
votações, são preparadas as urnas com todas as informações necessárias sobre
eleitores e candidatos, etc.

Você também pode gostar