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TEXTOS COMPLEMENTARES

Fernanda Cristina
Kauane Rodrigues
OSVALDO SANGIORGI E O MOVIMENTO DA
MATEMÁTICA MODERNA NO BRASIL

O artigo explora a maneira pela qual o Brasil adotou propostas internacionais


para reformular o ensino de matemática na segunda metade do século XX,
especificamente durante o Movimento da Matemática Moderna. Também
enfatiza o papel do professor Osvaldo Sangiorgi na assimilação de conceitos
externos, levando a transformações significativas no ensino da matemática nas
salas de aula do país.
TRADIÇÕES MODERNAS: RECONFIGURAÇÕES DA
MATEMÁTICA ESCOLAR NOS ANOS 1960

Este artigo examina os currículos escolares como construções sociais,


investigando a formação de uma tradição relacionada ao ensino inicial de Álgebra
nas escolas, com origens nos anos 1960. Ao destacar essa tradição como uma
herança do movimento da matemática moderna, o artigo argumenta que as
mudanças no currículo não devem ser analisadas apenas com base em suas
intenções declaradas, mas também pelos impactos mais amplos que têm, como
a desconstrução de tradições mais antigas.
PROPOSTA CURRICULAR DE MATEMÁTICA
ANÁLISE DOS RELATÓRIOS

Este relatório apresenta uma análise feita por uma Equipe Técnica de
Matemática da CENP, a partir de dados apresentados nos relatórios
dos encontros para a discussão de todas as Propostas Curriculares,
ocorridos nos dias 27, 28 e 29 de julho de 1987, em toda Rede
Estadual de Ensino, enviados pela Delegacia de Ensino.
PROPOSTA CURRICULAR DE MATEMÁTICA
ANÁLISE DOS RELATÓRIOS

Em 1988, a CENP publicou o documento “Proposta Curricular de


Matemática –análise dos relatórios”. O documento mostrava uma
síntese do que a Equipe Técnica de Matemática –os experts da CENP
– fez dos relatórios elaborados a partir dos encontros realizados nas
diferentes Delegacias de Ensino, relativamente à versão preliminar da
Proposta Curricular.
PROPOSTA CURRICULAR DE MATEMÁTICA
ANÁLISE DOS RELATÓRIOS

Prossegue a análise dos relatórios considerando ter sido bem aceita a


proposta de organização dos conteúdos de ensino em três temas
básicos (números, medidas e geometria). Porém, o que era nuclear,
foi rejeitado pelos professores: a divisão por ciclos... (SÃO PAULO,
1988, p. 2). Os professores, ao rejeitarem essa mudança radical,
alegaram a falta de condições de trabalho docente para tal
empreitada e o prioritário deveria ser a melhoria dessas condições.
PROPOSTA CURRICULAR DE MATEMÁTICA
ANÁLISE DOS RELATÓRIOS

No entanto, no dizer dos expertsque analisaram os relatórios vindos


das Delegacias, os docentes “não perceberam que esta proposta é
um dos instrumentos para tal melhoria, reorganizando o ensino de
Matemática no 1º. Grau através da tarefa educativa que a escola
pretenda realizar” (SÃO PAULO, 1988, p. 2).
PROPOSTA CURRICULAR DE MATEMÁTICA
ANÁLISE DOS RELATÓRIOS

No entanto, no dizer dos expertsque analisaram os relatórios vindos


das Delegacias, os docentes “não perceberam que esta proposta é
um dos instrumentos para tal melhoria, reorganizando o ensino de
Matemática no 1º. Grau através da tarefa educativa que a escola
pretenda realizar” (SÃO PAULO, 1988, p. 2).
PROPOSTA CURRICULAR DE MATEMÁTICA
ANÁLISE DOS RELATÓRIOS
Na verdade, a ordem das operações (adição, multiplicação, subtração, divisão) apresentada
na proposta não é a única possibilidade de metodológica a ser utilizada. É possível também
inverter a ordem entre multiplicação e subtração. Nossa sugestão baseia-se emdois
motivos: o primeiro, de ordem pedagógica, propõe que se trabalhe a multiplicação como
uma adição reiterada de parcelas iguais; o seguindo, de ordem matemática, e que o aluno
estará trabalhando com a mesma estrutura algébrica, o que vem reforçar o primeiro
argumento. Não optamos por trabalhar a subtração imediatamente após a adição, uma vez
que a decorrência da subtração em relação à adição não se faz naturalmente como no caso
anterior, pois demanda, além do conhecimento da ideia que está por trás da adição (juntar)
também a reversibilidade, como operação de pensamento (SÃO PAULO, 1988, p. 3)
PROPOSTA CURRICULAR DE MATEMÁTICA
ANÁLISE DOS RELATÓRIOS
OPERAÇÕES COM NÚMEROS NATURAIS – Nesta fase sugerimos iniciar o estudo das
operações pela adição seguida da multiplicação. Tal escolha se fundamenta nos seguintes
argumentos: a adição está ligada a uma única ideia: a de “juntar”; esta ideia é bastante
intuitiva e usada no cotidiano da vida da criança; a multiplicação pode ser apresentada
como uma adição reiterada de parcelas iguais, podendo, portanto, ser entendida como uma
extensão natural da adição (SÃO PAULO, 1992, p. 30).

https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/227713
GUIAS CURRICULARES PROPOSTOS PARA AS MATÉRIAS DO
NÚCLEO COMUM DO ENSINO DO 1° GRAU
Trata-se de um documento oficial datado de 1975, coordenado pela professora
Delma Conceição Carchede. Traz orientações para o Ensino de 1º Grau, que
fundamenta os programas de ensino para a Escola de Oito anos de
Escolarização, é conhecido como Guias Curriculares Propostos para as
Matérias do Núcleo Comum do Ensino do 1º Grau (Matemática), de autoria
BASTOS, Almerindo Marques; FRANCHI, Ana; LAMPARELLI, Lydia Conde.

https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/227713
REFERÊNCIAS
SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação.Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas. Proposta Curricular de
Matemática - Análise dosRelatórios.São Paulo, SE/CENP, 1988. 11p. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/227713. Acesso em: 16 de agosto de 2023.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Educação. Guias Curriculares para o ensino de 1º Grau, 1975. São Paulo, CERHUPE, 74p.
Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/225223. Acesso em: 16 de agosto de 2023.

VALENTE, . R.; GOUVÊA, . de. O currículo de matemática sob a perspectiva dos experts: cenas da elaboração da proposta
curricular para o ensino de matemática 1º. grau (São Paulo, década de 1980). Perspectiva, [S. l.], v. 40, n. 2, p. 1–15, 2022. DOI:
10.5007/2175-795X.2022.e84012. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/view/84012. Acesso
em: 16 agosto de 2023.

BÚRIGO, Elisabete Zardo. Tradições Modernas: reconfigurações da matemática escolar nos anos 1960.. BOLEMA, Rio Claro (SP),
v. 23, nº 35B - p. 277 a 300, abril 2010. Disponível em:
https://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/bolema/article/view/3703. Acesso em: 15 de agosto de 2023.

VALENTE, Wagner Rodrigues. Osvaldo Sangiorgi e o movimento da matemática moderna no Brasil. Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v.
8, n. 25, p. 583-613, set./dez. 2008. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/38424045.pdf. Acesso em: 15 de agosto de
2023.

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