Você está na página 1de 100

1ª Edição:

Março de 2023

Todos os direitos são reservados e protegidos pela lei nº 9.610 de 19/02/1998.

É expressamente proibida a reprodução total ou parcial deste livro, por


quaisquer meios (eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação e outros),
sem prévia autorização, por escrito, do autor.

Autor:

Valdinei Pereira

Categoria:

Ficção, jovens, cristão

ISBN: 978-65-00-11309-9

Capa, diagramação e editoração:

Valdinei Pereira
Sumário

DEDICATÓRIA ..... 05
AGRADECIMENTOS ..... 07
PREFÁCIO ..... 09
INTRODUÇÃO ..... 15
1. A IMPORTÂNCIA DE GÊNESIS ..... 17
2. A IMPORTÂNCIA DOS CONSELHOS ..... 29
3. DNA CORROMPIDO ..... 33
4. A QUEM ESTAMOS OUVINDO? ..... 39
5. OS ATRIBUTOS DE DEUS ..... 43
6. POR QUE ADÃO? ..... 47
7. O PODER DAS PERGUNTAS ..... 61
8. DE QUEM É A CULPA? ..... 65
9. ESPELHAMENTO ..... 73
10. RESULTADOS DAS CONFERÊNCIAS ..... 81
CONCLUSÃO ..... 86
OUTRAS OBRAS DO AUTOR ..... 92
Dedicatória

Ao casal Rafael e Kamilly,


amo vocês. O carinho e
o amor pelas coisas do
Reino me constrangem,
vocês são demais;

Ao meu amigo Bruno Kaliston,


São Miguel do Oeste/SC,
você foi uma grande
inspiração para esta obra,
siga em frente, meu amigo;

A três amantes de
histórias em quadrinhos:
Débora, Daniel e José.
Vocês são a razão do meu viver.
Agradecimentos

Sou grato a Deus por todas as suas realizações em


minha vida e ministério.

Grato pelo seu amor e cuidado com minha vida e


família. Pela inspiração nas Sagradas Letras. Pela
direção do seu Espírito Santo.
Quero bendizer ao Senhor pela minha família, que
tanto tem me apoiado e que sempre acreditou no meu
ministério.

Louvo a Deus pela vida dos meus pais, José e Orzila,


que me ensinaram princípios de vida que trago comigo
sempre. Eles são o meu porto seguro.

Obrigado aos irmãos em Cristo da OBPC Nova Odessa


por me suportarem e entenderem. Amo muito todos
vocês.
Prefácio

Bruno Kaliston
Igreja O Brasil Para Cristo
São Miguel do Oeste/SC
Introdução
A busca por “Regréssus” se torna cada vez mais difícil.
Enfrentamos o Titânus, o Caçador Quântico, a Sombra
Alada, o Pavor Noturno e o Discórdia Mental e nos
encontramos encurralados em labirintos e cavernas.
Confesso que comecei a me sentir desanimado, mas não
podia desistir. Eu precisava encontrar “Regréssus”, o
portal que me levará de volta pra minha casa, pra
minha família e amigos.

Cada passo dado nessa jornada era uma nova


descoberta. E a cada vitória, um novo aprendizado. Mas
será que conseguirei encontrar o portal?

A incerteza me incomodava. Aprendi muito sobre a


importância da perseverança e da amizade. Lívia, Zeta,
Nyxos e Ehiry se tornaram minha família nesse mundo
novo.
Cada vitória, uma nova ligação se criava entre nós. E
mesmo com todas as dificuldades, eu sabia que nunca
estava sozinho.
Uma jornada cheia de aventuras e desafios, que me
ensinou muito sobre confiança, amizade e
perseverança.

Agora, só preciso encontrar Regréssus e voltar para


casa.

Mas como foi que tudo isso aconteceu? Como eu vim


parar aqui?

Bom, para entender tudo isso, eu preciso lhe explicar


sobre um convite irrecusável. Um lugar inacreditável.
Mas minha curiosidade me levou a entrar em um lugar
proibido onde acabei sendo sugado para um mundo
muito maluco.
Capítulo 1º
Eu estava animado com a oportunidade de visitar o
Laboratório de Aceleração de Partículas em Campinas.

Sabia que aquela era uma das instituições mais


renomadas do país e que lá aconteciam estudos
incríveis que poderiam mudar o mundo.

Ao chegar no laboratório, fui recebido pela Dra. Ana,


que parecia muito entusiasmada em mostrar tudo para
mim. "Olá, eu sou a doutora Ana e seja bem-vindo ao
nosso laboratório! Estamos muito felizes em tê-lo aqui
hoje", cumprimentou a cientista.

Eu sorri e agradeci a recepção. "O prazer é todo meu,


doutora Ana. Estou muito curioso para ver como
funcionam os equipamentos e como vocês fazem suas
descobertas", respondi.
Mas preciso me apresentar: meu nome é João Travel
Rocha, tenho 15 anos e uma vida comum (até agora).
Somos uma família mineira muito simples de uma
cidadezinha pequena, mas muito abençoada, chamada
Elói Mendes, em Minas Gerais, perto de Varginha
(também conhecida como cidade do E.T.).

Minha vida sempre foi uma rotina: escola, futebol,


ensaio na igreja e, o melhor momento, ver a galera no
fim de semana na igreja, onde minha professora e líder
de Escola Dominical, Professora Raquel, proporcionava,
a cada encontro, um tempo único de sabedoria,
diversão, lazer e cultura. Eu amo estar com todos eles.

Então... Sabe aqueles dias que tudo é igual, o mesmo de


sempre?

Pois é... Teve um dia que foi diferente: Uma carta


chegou na caixa dos correios e, adivinha? Era pra mim.

Um envelope especial, todo preto, com letras douradas,


um selo especial, endereçado para João Travel Rocha.

No remetente estava escrito:

Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS)


Caixa Postal 6192
CEP 13083-970 - Campinas, SP

Eu não acreditei. Era um convite para conhecer o Sirius


Sirius é um laboratório de aceleração de partículas. Um
dos mais avançados e modernos do mundo, dedicado a
pesquisas em física, química, biologia e outros
materiais.
O acelerador de elétrons do Sirius é simplesmente
sensacional!

Ele produz uma luz muito louca chamada luz


síncrotron, que permite estudar materiais em níveis
super pequenos, tipo moleculares e atômicos!

Ele é superequipado e tem uns tais de laboratórios de


síntese química e biologia molecular, onde os cientistas
fazem as descobertas mais malucas!

O Sirius é um projeto tremendo do governo brasileiro e


tem a colaboração de parceiros do Brasil e do mundo
todo! É simplesmente demais!

Então, foi um convite que recebi de lá, fiquei muito


empolgado.
Não via a hora de fazer essa viagem, com tudo pago,
para a maior experiência da minha vida (mal sabia eu
que uma muito maior ainda viria rsrsrs).

Finalmente, o grande dia chegou.

Check-up geral: documentos, roupas, necessaire, a


passagem de ônibus e a carta convite. Puxa, quase
esqueci o smartphone e o carregador. Caramba.
Raquel

Minha professora de EBD


Capítulo 2
Meus pais me levaram até Varginha, de lá eu peguei
um ônibus até Campinas, foram mais de 9 horas de
viagem. Pergunta se eu dormi? Nem um minuto sequer.

Quando desembarquei já tinha uma equipe me


esperando para me levar até o Sirius.

Eram dois rapazes de preto, em um carro preto


importado com vidros escuros, uau, muito emocionante.

Eu ficava admirado ao ver tantos prédios naquela


megalópole tremenda. Foram os 18 quilômetros mais
incríveis da minha vida. Fiquei encantado com o Parque
Taquaral e com a Praça Arautos da Paz.

O carro se movia lentamente pelas ruas da cidade,


enquanto eu observava fascinado pela janela.
Campinas, a megalópole paulista, é uma mistura
impressionante de prédios modernos e áreas verdes. As
árvores nas calçadas criam um cenário verdejante, e o
sol brilha forte no céu azul.
Campinas é a terceira maior cidade do Estado de São
Paulo, com quase um milhão e trezentos mil pessoas
(perdendo apenas para a capital e para Guarulhos). No
Brasil, ela é a 14ª maior cidade do país.

Enquanto passamos pelas ruas movimentadas, eu vejo


muitas pessoas correndo de um lado para o outro,
apressadas. Os carros estão em todos os lugares, e o
barulho do trânsito é constante. Mas, ao mesmo tempo,
há muitas opções de entretenimento: lojas,
restaurantes, cinemas e museus.

Quando chegamos ao laboratório Sirius, fico ainda mais


maravilhado. O prédio é enorme e parece uma nave
espacial, com sua estrutura metálica e vidros refletivos.
Eu mal posso esperar para explorar os mistérios da
ciência que acontecem lá dentro.

À medida que nos afastamos da cidade e entramos na


área rural, a paisagem muda completamente. As
estradas são rodeadas por campos verdes, com vacas
pastando ao longe. As casas se tornam mais esparsas, e
o ar fica mais fresco e limpo.
Finalmente chegamos ao nosso destino e eu desço do
carro com um misto de empolgação e curiosidade.
Dra. Ana Marávilla estava me esperando na entrada.
Uma super cientista com carta branca para todas as
instalações do laboratório.
Ela sorriu e começou a apresentar os equipamentos pra
mim, explicando cada detalhe com muita paciência e
entusiasmo. Eu fiquei maravilhado com tudo aquilo e
não conseguia conter minha animação. "Isso é incrível!
Nunca imaginei que a ciência pudesse ser tão
fascinante. Como vocês conseguem fazer algo assim?"

Eu olhava ao redor, com os olhos arregalados e curiosos,


enquanto Dra. Ana Marávilla me guiava pelos
corredores do laboratório. À medida que íamos
avançando, meu fascínio aumentava. Eram muitos
equipamentos sofisticados e complexos por toda parte.

Ela explicava tudo de forma clara e didática. Cada nova


descoberta e explicação pareciam abrir portas para
novas possibilidades e eu me sentia como se estivesse
em um mundo de maravilhas, onde tudo era possível.

Fiquei horas a fio observando experimentos e


aprendendo sobre a ciência por trás deles.

Ela sorriu, satisfeita com a minha curiosidade. "Bem,


João, é um trabalho de muitas mentes brilhantes
trabalhando juntas. Temos engenheiros, físicos,
matemáticos, químicos e biólogos trabalhando juntos
para fazer isso acontecer. É um trabalho em equipe."
"A ciência pode ser surpreendente mesmo, João. Mas
agora, venha comigo. Quero mostrar para você uma
área experimental que não é aberta ao público", disse
ela, puxando-me pela mão.
Eu segui a cientista com entusiasmo, sem perceber que
estava entrando em uma área proibida. Quando
chegamos em frente a uma porta fechada, Dra. Ana se
virou para mim.
"João, preciso que você seja muito cuidadoso aqui. Essa
área é altamente experimental e não deve ser acessada
por pessoas não autorizadas", alertou ela.

Eu fiquei um pouco apreensivo, mas minha curiosidade


falou mais alto. "Não se preocupe, doutora. Eu serei
cuidadoso", respondi, tentando controlar a empolgação.

Dra. Ana deu um suspiro e abriu a porta. "Tudo bem,


João. Vamos dar uma olhada. Mas fique perto de mim
o tempo todo".

Eu a segui e fiquei fascinado com o que vi. A sala estava


repleta de equipamentos que eu jamais imaginei,
parecia um cenário de ficção científica. Mas era um
ambiente mais escuro, tudo à meia-luz. Precisei até me
adaptar a essa mudança de luminosidade.

“Essa é uma área secreta que estuda sobre o mundo


quântico, João”, disse ela. “Vou lhe dar uma informação
que vai ser muito importante para seu conhecimento
científico: a aleatoriedade do mundo quântico.”
Então ela começou a me explicar que no mundo
quântico, apesar de toda aleatoriedade, é sempre
importante observar os padrões de movimento, se eles
se repetem ou não. Esse padrão pode ser muito útil,
como um mapa no mundo quântico.

Fiquei maluco. Tentei entender tudo o que estava


acontecendo, olhava de um lado, de outro, abaixei para
ver, me distanciei da Dra. Ana e, quando menos percebi,
entrei em um cubo parecido com aquelas salas de
detecção de metais usadas em aeroportos. Ela era a
única coisa que brilhava naquela sala secreta e tinhas
uns feixes que pareciam de plasma, meio furta-cor.
Sem que eu pudesse me mover, fui sugado para dentro
de uma espécie de portal que apareceu misteriosamente
naquele cubo.

Olhei... e tudo estava diferente... era, tipo, uma floresta,


mas tinha casas, e elas não eram iguais às que eu
conhecia: as portas eram redondas, as janelas também,
o teto parecia um cogumelo. Meu Deus, onde eu estou?
O que aconteceu?
O Laboratório em

Campinas/SP
Capítulo 3
Abri meus olhos e me deparei com uma paisagem
incrível à minha frente. Era um mundo completamente
diferente de tudo o que já havia visto antes. Árvores
gigantes, cores vibrantes...

E o céu? Parecia uma miragem de tons celestes e


violetas, que se misturam em uma explosão de cores
que desafiavam minha compreensão.

O azul, em sua essência, parece tingido por um tom de


roxo, como se o próprio universo estivesse envolvido em
um manto de mistério e encantamento.

As nuvens, em vez de brancas, pareciam partículas


subatômicas em constante movimento, criando formas
etéreas e mutáveis que desafiam a imaginação.
Resumindo: Muito doido!
Um espetáculo de beleza sem fim, que me faz sentir
pequeno e maravilhado ao mesmo tempo. Pareciam
estar gritando para mim: "Bem-vindo ao novo mundo"
Eu não conseguia acreditar que estava em um lugar tão
surreal. Tudo tão real e, ao mesmo tempo, tão diferente.
Eu estava deslumbrado e, confesso, bem assustado.

Então surge entre as árvores uma linda menina, um


contraste àquele ambiente tão exótico. Seus cabelos
castanhos escorrem em ondas suaves, um vento brando
os movimenta como se dançassem em sintonia com a
natureza ao redor.

Os olhos de mel brilham como duas esferas luminosas,


parecendo iluminar todo o lugar. Suas vestes são um
tanto sóbrias, mas, ao mesmo tempo, românticas e
poéticas, como uma obra de arte.
A saia longa e levemente plissada se move
graciosamente a cada passo, enquanto uma blusa de
tecido macio se ajusta ao corpo de forma suave e
elegante. Nos pés, sandálias simples, mas tão belas
quanto todo o restante do seu visual.

Aquela menina era como uma rosa que desabrocha em


meio ao jardim, exalando perfume e beleza por onde
passa. Lívia era o seu nome.

Sabe aquela pessoa que traz paz e segurança? Foi isso


que senti quando a vi.
Ela se aproximou de mim e sorriu, e eu soube que
estava em boas mãos.

Eu ainda estava fascinado com tudo que estava vendo.

- Uau! Eu não consigo acreditar no que vejo. Este lugar


é incrível!

- É um mundo completamente diferente de tudo o que


você já viu antes, não é mesmo?

- Como isso é possível?


- Bem-vindo ao mundo quântico! Aqui, tudo é formado
por partículas subatômicas, e funciona de acordo com
leis diferentes das que você conhece.

- Isso é tão louco e tão lindo ao mesmo tempo!

Mas preciso lhe contar uma coisa: algo muito


semelhante a uma borboleta, mas ela tinha um corpo
bem diferente, chegou perto de mim. Fiquei olhando
para ela por alguns segundos e via ela mudando de cor
a cada instante, de uma forma suave e gradual.

De repente, eu observei que tudo era assim: as árvores,


a grama, as nuvens... se eu fixasse por um bom tempo o
meu olhar em alguma coisa, ela ia mudando de cor. Que
espetáculo maravilhoso.
Lívia me explicou que eu estava em um mundo que
funciona de acordo com leis diferentes das que eu
conhecia.
Uma das cidades do

Mundo Quântico
Capítulo 4
Começamos a caminhar por aquele lugar. Andar com
Lívia trazia uma paz muito grande. Eu não tinha
percebido, mas não eram apenas algumas casas, era um
vilarejo.

E as criaturas? Incríveis, surreais, tão lindas quanto


toda a paisagem que vi. Comecei a experimentar uma
sensação de liberdade que eu nunca havia sentido
antes.
Eu nunca esquecerei do momento em que eu descobri
um novo mundo, um mundo que existia além do que eu
jamais imaginei.

Eu ainda estava abobado, quando se aproximaram de


nós os amigos de Lívia: sua melhor amiga, Eihry e os
meninos, Nyxos e Zeta.
Eihry era muito desconfiada. Muito analítica e sábia,
ela tinha poderes especiais. Conseguia manipular
elementos da natureza daquele mundo.
Zeta era o mais estranho, vivia fazendo piadas que não
tinham muita graça, pelo menos pra mim. Era um
pouco desastrado, vivia tropeçando nas coisas, mas era
muito inteligente, um verdadeiro inventor de coisas
extraordinárias.
Nyxos o ajudava, sempre aprendendo com ele. Nyxos
era muito curioso, sempre queria saber sobre meu
mundo e como as coisas aconteciam por lá.

Zeta perguntou se eu era cientista em meu mundo, por


causa das minhas vestes.

Eu sorri e respondi que não, que aquelas vestes eram


apenas vestes que eu usava no meu mundo para
frequentar o Laboratório.

Ele estava encantado com meu jaleco sobreposto sobre


uma camiseta do Capitão América novinha que comprei
para aquela viagem, na loja O Precinho em minha
cidade. A calça jeans já estava bem surrada, mas o meu
tênis Dc Shoes Kalis Lite, era novinho. Meus pais
gastaram muito para comprar aquele tênis marrom, em
um site de importação.

O modelo foi criado em parceria com o skatista Josh


Kalis. Ele as laterais em couro, cano acolchoado e bico
em camurça, o que ajuda no conforto e durabilidade do
modelo. O diferencial dele é a sola vulcanizada, que
aumenta a aderência com a lixa do skate e costuras
reforçadas para não deixar rasgar no meio da
manobra. Eu sou apaixonado por esse tênis.
Eihry tinha cabelos longos e negros, que pareciam se
misturar com a escuridão do mundo quântico. Seus
olhos eram verdes e brilhavam como esmeraldas. Ela
usava um vestido que parecia ser feito de folhas e
raízes, e seus pés estavam descalços.

Zeta, por sua vez, tinha cabelos loiros e bagunçados, que


pareciam sempre precisar de um corte. Ele usava uma
roupa estranha, com várias engrenagens e tubos. Seus
sapatos eram grossos e pareciam ter sido feitos de
metal.

Nyxos tinha olhos grandes e curiosos. Ele usava uma


roupa que parecia ter sido feita de fios e circuitos, e seus
sapatos eram feitos de um material que eu não
conhecia.

Eu fiquei admirado com a aparência e habilidades de


cada um deles, e pude perceber que eles eram muito
diferentes entre si, mas que se complementavam de
uma maneira incrível. Foi assim que começamos nossa
grande aventura no mundo quântico, juntos como
amigos.

Então começamos a conversar: “Uau, este lugar é


incrível! Nunca vi nada parecido com isso antes.”
“Que bom que está gostando. Nunca temos visitantes
aqui no mundo quântico”, disse Lívia.
Então replicou Eihry: “É verdade, mas tenha cuidado.
Nem tudo é o que parece ser aqui.”

Imediatamente Zeta replicou: “Ah, Eihry, para de ser


desconfiada! A gente tá aqui pra mostrar pro João todas
as maravilhas do nosso mundo.”
Nyxos balançou a cabeça, colocou a mão no meu ombro
e do Zeta e disse: “Concordo com ele. Vamos mostrar pro
novo amigo da Lívia como podemos mudar as
propriedades das partículas subatômicas simplesmente
observando-as.”

Eu dei um pulo do lado e, encarando a todos com um


imenso sorriso, mexendo minhas mãos, disse: “Isso é
incrível! Eu sempre soube que havia mais neste mundo
do que o que podíamos ver.”

Lívia apontou pra mim e disse: “Exatamente! O mundo


quântico é um lugar onde a ciência e a magia se
encontram.”

Eihry cruzou os braços, fechou a cara e disse: “Mas não


se esqueça que a magia pode ser perigosa, Lívia.”

Zeta deu de ombros e, em um salto com pirueta, falou:


“Eihry, por que você está sempre tão desconfiada? Olha
só, as árvores mudam de cor aqui!”
“É verdade, Zeta”, disse Nyxos. “E se você prestar
atenção, pode ver que cada árvore é como uma
miniatura do universo, com partículas que se movem e
interagem de maneiras diferentes”.
Eu dei um giro de 360 graus, olhando tudo rapidamente
e perguntei, admirado: “Uau, isso é fascinante. Como
isso é possível?”

“Bem, as partículas quânticas têm propriedades


estranhas, como a superposição, que significa que elas
podem estar em dois estados diferentes ao mesmo
tempo”, disse Lívia.

Eihry completou, mexendo os dedos de ambas as mãos,


como se fosses 2 engrenagens virando: “...E há o
emaranhamento quântico, que significa que as
partículas podem estar conectadas de forma que
qualquer mudança em uma delas afete as outras
instantaneamente, independentemente da distância
entre elas”.

Foi quando eu vi algo que me chamou muito a atenção:


“Ei, pessoal, olhem aquela criatura estranha ali! Parece
uma mistura de um elefante e um rinoceronte, só que
em miniatura”.

Nyxos sorriu pra mim e novamente colocou a mão em


meus ombros, dizendo: “Ah, isso é apenas um kiflorn.
Eles são inofensivos e muito curiosos.”

“Eu nunca vi nada assim antes. Este lugar é incrível”.


Lívia olhou para seus amigos, todos sorriram, não com
deboche, mas com simplicidade, então ela disse: “É
apenas uma pequena amostra do que o mundo quântico
tem a oferecer. Espero que você esteja gostando”.
Novamente Eihry retrucou, apontando seu dedo
indicador em direção ao meu peito: “Sim, mas lembre-
se de que a magia pode ser perigosa, e que nem tudo é
o que parece ser aqui”.
Desta vez Zeta dá um empurrão de leve no obro da sua
amiga e diz: “Ah, deixa disso. Vamos nos divertir e
mostrar para nosso novo amigo mais coisas incríveis”.

“Isso aí. Vamos mostrar para ele como podemos mudar


as propriedades das partículas subatômicas”, disse
Nyxos.
Kiflorn

Com apenas 1 metro de altura


Capítulo 5
Zeta e Nyxos haviam construído uma plataforma muito
especial: um disco transportador que se move pela força
do pensamento, usando a teoria quântica do
entrelaçamento, onde as partículas subatômicas que
formam a plataforma ficam emaranhadas com as
partículas do cérebro do dono da plataforma,
permitindo que a gente movesse a plataforma com a
força do nosso pensamento.
Mas ela não era apenas um meio de transporte. Ela
pode ser usada como escudo contra os ataques de
criaturas hostis do mundo quântico.

Zeta contou que quando uma dessas criaturas atacou o


grupo, eles se uniram e concentraram seus
pensamentos na plataforma, formando uma barreira
protetora ao seu redor.

Além disso, ela pode ser usada como instrumento de


corte, pois na borda da plataforma tinha um disco de
corte super afiado, capaz de cortar com precisão as
partículas quânticas, mas totalmente inofensiva para
que a usasse.

Subimos na plataforma. Para mim tava tranquilo,


porque eu sempre brincava de skate no Lago São
Cristóvão em Elói Mendes e tinha um ótimo equilíbrio.
Quando lembrei do meu skate, por alguns minutos deu
um apagão em minha mente. Fui meio que
transportado mentalmente à Rodovia do Café, a famosa
BR 491.
Todo sábado, Ton e Cris Travel Rocha, meus pais, meu
irmão e eu, íamos para o Lago. Pertinho de casa, do lado
da Cohab.

Depois de um delicioso piquenique, começavam nossas


atividades. Meus pais amavam a caminhada, meu
irmão o playground e eu, a pista de skate.

Comecei com o básico, o Ollie: batia no tail (a parte da


frente do skate), até que ele toque no chão e ao mesmo
tempo saltar para frente, deixando colado no shape o
meu pé dianteiro, e aí, eu o arrastava para cima quando
ele pulava.

Ralei muito o joelho para acertar essa manobra.

Depois eu aprendi o Shove-it, onde o skate não só salta,


mas gira. Precisa muita agilidade para fazer isso. Não
é só bater o tail, precisa chutar o board. O pé da frente
é chutado para a frente, o pé de trás é chutado para trás
em total sintonia, fazendo com que o skate rode 180º por
baixo de mim.

Um dia o tombo foi tão grande que fiquei alguns


segundos sem ar. Misericórdia.
Aprendi outras manobras também, como o Nollie, o
Frontside Ollie e o Kickflip, mas o Ollie e o Shove-it
eram o suficiente para usar a plataforma quântica.
Meu shape era muito irado. Na parte de cima tinha uma
lixa e na parte de baixo eu adesivei com um banner
personalizado dos trutas da igreja que faziam session
comigo, os trutas tinham um naipe estiloso.

Num dia ensolarado de verão, a nossa cidade foi


agraciada com a visita de três grandes profissionais do
skate mundial: Tony Hawk, Rodney Mullen e Nyjah
Huston.

Eu não podia acreditar que os meus ídolos estavam ali,


na minha cidade, prontos para mostrar todo o seu
talento.

Claro, eu e a galera acordamos de madrugada (acho que


nem dormi) e fomos bem cedo, para conseguir um bom
lugar na multidão de fãs que já se acumulavam no local.

Foi um evento tremendo, com muitas crianças que


sofreram algum trauma ou perderam algum órgão.
Crianças tão normais e tão crianças como qualquer
outra. Alguns mais truta no skate do que qualquer
outra pessoa.

Quando os skatistas chegaram, o público foi à loucura.


Ouvimos gritos e aplausos ecoando em todo o lugar.
Tony Hawk foi o primeiro a entrar na pista, e começou
com um McTwist de tirar o fôlego. Depois, ele nos
surpreendeu com um Frontside 540, uma manobra
extremamente difícil que fez todos os presentes
aplaudirem de pé.

Logo depois, foi a vez de Rodney Mullen mostrar o seu


talento. Ele começou com um 360 Flip, que parecia tão
fácil para ele, mas era uma manobra extremamente
difícil para a maioria dos skatistas.

Em seguida, Rodney fez um Darkslide, uma manobra


em que ele faz o skate girar 180 graus embaixo dos seus
pés, enquanto ele está deslizando de costas.

Por último, Nyjah Huston entrou na pista. Ele era o


mais jovem dos três, mas já tinha conquistado muitos
títulos mundiais de skate.
Nyjah começou com um 360 Flip, seguido de um
Heelflip Indy, uma manobra em que ele joga o skate
para frente e faz uma rotação de 360 graus, e depois
volta a pegar o skate antes de cair.

A multidão ficou em êxtase com as manobras incríveis


dos skatistas. Inesquecível.

Sério... Eu nunca vou esquecer do dia em que os meus


ídolos do skate mundial estiveram na minha cidade e
fizeram manobras radicais que nos deixaram de queixo
caído.
Poxa, a saudade bateu fundo nessa hora. Mas minha
mente voltou, eu estava na plataforma explorando o
maravilhoso mundo quântico.
Uma exibição profissional

na pista de Skate
Capítulo 6
Eu estava tão empolgado com as novas descobertas e
aventuras no mundo quântico, tudo era tão lindo.

Mas, de repente, uma onda de saudade tomou conta de


mim. Eu sentia falta da minha casa, da minha família,
dos meus amigos e de tudo o que eu conhecia. Foi como
se eu estivesse preso em um sonho do qual não
conseguia acordar.

Eu comecei a me entristecer demais por não poder


voltar para o meu mundo. Foi então que Eihry, que
normalmente não fala muito, contou uma história sobre
um antigo portal, chamado Regréssus, que pode
transportar alguém do mundo quântico para o mundo
real.
Ela disse que muitos acreditavam que o portal não
existia mais, mas que outros ainda mantinham a
esperança de que ele pudesse ser encontrado. Eihry
tinha conhecimento sobre a localização de um antigo
mapa que mostrava a posição aproximada do portal,
mas nunca se aventurou para encontrá-lo.

Fiquei intrigado com a história e pensei que talvez essa


fosse a minha chance de voltar para casa.

Chamei-os para se juntarem a mim nessa jornada.

Com o mapa em mãos, começamos a jornada em busca


do portal.

Enquanto caminhávamos por entre as paisagens


surreais do mundo quântico, Lívia nos explicava sobre
as diferentes propriedades das partículas subatômicas
que formavam aquele mundo, enquanto Eihry
observava tudo com desconfiança, mas com sua incrível
sabedoria sempre à disposição.

Zeta, que é sempre o mais engraçado do grupo, divertia-


nos com suas trapalhadas e comentários hilários.

Descobrimos que o portal estava protegido por um dos


seres mais antigos e poderosos do mundo quântico, o
Discórdia Mental.
O cruel e destruidor

Discórdia Mental
Capítulo 7
Precisávamos encontrar três objetos que ativariam
Regréssus: o cristal de elétron, o raio de fóton e o núcleo
de próton.

Foi então que decidimos dividir tarefas para encontrá-


los mais rapidamente.
Eu e Nyxos fomos responsáveis por encontrar o cristal
de elétron. Ele estava sempre com pressa, olhando para
os lados e parecia que algo o preocupava. Quando
perguntei o que estava acontecendo, ele me disse que
queria que eu voltasse para o mundo real, mesmo que
isso significasse um grande prejuízo. Não entendi muito
bem o que ele quis dizer com isso.
Lívia e Zeta partiram para procurar o raio de fóton. E
Eihry, a mais experiente, foi em busca do núcleo de
próton.

Nyxos e eu avançamos pela caverna escura e sinuosa. A


gente carregava um detector de elétrons para nos
ajudar na busca pelo cristal.

Viajando em nossas plataformas quânticas,


encontramos a fonte de luz que indicava a presença do
cristal. Ele estava lá, brilhante e majestoso em um
pedestal de pedra.
Parecia uma pequena esfera, mas seu brilho era tão
intenso que iluminava toda a caverna. Era como se
fosse uma fonte de energia pura e divina.
Com muito cuidado, removemos o cristal de seu
pedestal e o colocamos na mochila de Nyxos.

Mas nem deu tempo de comemorar. O barulho estranho


que ouvimos era cada vez mais intenso.
Era uma criatura gigante e assustadora! Ela parecia ter
saído de um filme de terror e estava bloqueando nossa
saída. Seu nome: Pavor Noturno. É uma criatura
assustadora e intimidante.

Ela tem um corpo enorme, medindo cerca de 15 metros


de comprimento e 2 metros de largura, coberto por
escamas negras como a noite. Seus olhos são brilhantes
e hipnotizantes, com um tom avermelhado que
transmite uma sensação de terror para quem a encara.

Seus dentes afiados e venenosos são tão grandes que


parecem mais com adagas, capazes de rasgar qualquer
coisa em pedaços.

A Pavor Noturno também tem uma língua bifurcada,


que se move rapidamente para captar o cheiro de suas
presas. Quando se move, ela rasteja pelo chão com
movimentos fluidos e rápidos, como se fosse uma
sombra se movendo pela escuridão.
Era uma serpente milenar, seu corpo parecia ter um
comprimento infinito, se estendendo por toda a caverna
e a cada movimento que ela fazia, a gente sentia a
vibração no chão.
Nyxos empunhava sua espada de luz, capaz de cortar
qualquer coisa em seu caminho, eu tinha uma arma de
eletricidade, pronta para disparar ondas de choque.

Zeta implantou um chip que condicionou essa arma ao


meu pensamento, assim eu não precisaria apertar
gatilhos, apenas usar a força do pensamento para
disparar.

A Pavor Noturno nos encarou com seus olhos brilhantes


e abriu sua boca em um som agudo ensurdecedor,
revelando dentes afiados como lâminas.

Nos movemos rapidamente, desviando dos ataques da


serpente e atacando em momentos precisos.

Nyxos conseguiu cortar algumas das escamas da


criatura com sua espada, enquanto eu atirava raios
elétricos em seu corpo. Mas a Pavor Noturno era rápida
e poderosa, e logo nos acertou com sua cauda, nos
jogando para longe.

Caímos no chão, feridos e tontos. Mas não dava tempo


nem de sentir dor. Levantamo-nos rapidamente e
voltamos à luta, desta vez com mais cuidado e
estratégia.
Usamos nossas plataformas quânticas como escudo
para evitar os ataques da serpente, enquanto eu
concentrava minha energia para lançar um ataque
elétrico massivo.
Acertei em um dos seus olhos e ela recuou
momentaneamente. Aproveitamos a oportunidade para
avançar com tudo o que tínhamos. Quando ela avançou
novamente, ela abriu a boca para emitir novamente
aquele som ensurdecedor e Nyxos, ao invés de se
esconder, lançou sua plataforma com a força do seu
pensamento dando um comando para que ela girasse,
como se fosse um disco de lançamento. O disco, de forma
certeira, cortou a língua da víbora que se enrolou toda
e se contorcia de forma violenta, batendo em tudo que
tinha ao seu lado.

A caverna começou a desmoronar. Ofegantes e


machucados, pegamos a mochila e saímos às pressas
daquele lugar.
Confesso que, nesse momento minha fé esmoreceu.
Senti medo e comecei a duvidar se conseguiríamos
cumprir nossa missão. Mas Nyxos me olhou nos olhos e
disse que acreditava em mim e que, juntos, poderíamos
superar qualquer obstáculo.

Foi quando me lembrei de uma pregação que ouvi em


Elói Mendes sobre 4 amigos que ajudaram um
paralítico a receber sua cura e que a situação estava
difícil demais devido ao grande número de pessoas na
casa onde Jesus estava.
O pastor contava que eles não desistiram, deram um
jeito. Subiram no telhado da casa com o paralítico (e
com a cama dele). Abriram o telhado e desceram o
paralítico por cordas até a presença de Jesus.

Aqueles homens viram que seu esforço valeu a pena


quando o paralítico começou a andar e pular, voltando
totalmente curado para casa (e perdoado também).

Decidimos lutar contra a criatura e usamos todas as


nossas habilidades para vencê-la. Foi uma batalha
épica! No final, saímos vitoriosos e corremos para
ajudar a Ehiry, que foi cumprir sua missão sozinha.
A víbora gigante milenar

Pavor Noturno
Capítulo 8
Nos aproximamos do Palácio dos Enigmas, que se
erguia imponente diante de nós. Sua construção
arredondada e altiva se destacava entre as árvores e
nos deixava admirados. Estávamos em busca do núcleo
de próton.

Subimos a escada que levava ao topo do palácio e nos


deparamos com uma cabeça gigante, com um enigma
muito difícil.
Se não decifrássemos o enigma, não poderíamos pegar
o núcleo de próton. Era uma questão extremamente
complexa, que envolvia cálculos avançados e uma lógica
quântica que nos deixou perplexos.
Eihry, com sua sabedoria, começou a analisar o enigma
com atenção, enquanto a gente observava, certos de que
ela encontraria a solução.
Zeta, com sua inventividade, tentou criar um
dispositivo para ajudá-la, mas sem sucesso.

Enquanto isso, sentimos a presença de uma energia


maligna se aproximando, e percebemos que não
tínhamos muito tempo para resolver o enigma e
conseguir o núcleo de próton. O medo nos invadiu
novamente.

Precisávamos que Eihry encontrasse a resposta certa.

Finalmente, depois de muito cálculo, de escrever e


apagar, escrever de novo, apagar de novo, Eihry soltou
um grito de alegria.

– Achei a resposta! Achei a resposta!

O enigma era este: “Um cientista quântico deixou uma


mensagem enigmática antes de desaparecer. A
mensagem dizia: "Encontre o número quântico que,
elevado ao inverso de sua raiz quadrada, dividido por 2,
resulta no número quântico dividido por sua raiz
quadrada." Qual é o número quântico?”

“O número quântico que satisfaz a equação enigmática


é ¼”, disse Ehiry, toda feliz e sorridente, com uma
expressão de satisfação plena e uma confiança de dar
inveja (a fórmula quântica completa e real do enigma
está no final do livro).
As portas do Palácio dos Enigmas se abriram. Nos
apressamos para subir as escadas, mas um ancião saiu
até a porta e nos entregou o núcleo de próton, sem
deixar que nós entrássemos no Palácio (Que chato).

A gente não tinha muito tempo para comemorar, pois o


Pavor Noturno se regenerou e estava à nossa caçada
novamente. A gente precisava sair dali o mais rápido
possível, antes que fosse tarde demais.

Corremos para baixo do palácio e nos escondemos entre


as árvores, observando o Pavor Noturno que se
aproximava.

Estávamos encurralados, sem saída. Mas, com o núcleo


de próton em mãos, tivemos a coragem necessária para
enfrentar a víbora. Usando o poder do núcleo,
conseguimos lançar um feixe de energia que atingiu em
cheio a criatura, fazendo-a desaparecer em uma
explosão de fumaça negra.

Nós olhamos uns aos outros, aliviados e surpresos com


a nossa própria coragem. Sabíamos que ainda tínhamos
muito a enfrentar, mas aquele momento nos deu a
certeza de que éramos capazes de superar qualquer
desafio que aparecesse em nosso caminho.

Finalmente, estávamos mais próximos do que nunca de


encontrar a saída desse mundo quântico.
O Maravilhoso

Palácio dos Enigmas


Capítulo 9
Subimos a Colina do Conhecimento Universal.

Seu topo era coroado por uma construção alta,


imponente e redonda. Não havia nenhum guarda ou
vigilante na entrada, o que nos deixou intrigados.

Ao entrar, descobrimos que o interior escondia uma


gigantesca caverna, guardada por muitos protetores
fortemente armados e com poderes cósmicos.

Era como se estivéssemos entrando em um mundo


paralelo, onde a energia e o poder eram palpáveis no ar.

Nós só conseguimos entrar porque Ehiry era muito


respeitada pela sua bravura e honestidade. Ela
conseguiu convencer os protetores a nos deixarem
entrar e cumprir a nossa missão.
No centro da caverna havia um ambiente totalmente
reluzente que transmitia uma paz transcendental. Era
como se estivéssemos em um local sagrado, cercado por
uma luz transcendental.

No centro daquele lugar, o raio de fóton. Sua cor


amarelo-dourada parecia emitir uma luz própria e
poderosa, capaz de iluminar toda a caverna.

Ele estava protegido por um escudo de energia, formado


por padrões geométricos brilhantes e complexos. Era
como se o próprio universo estivesse protegendo-o.

Ele estava dentro de uma caixa de cristal transparente,


que permitia que sua luz brilhasse livremente. Era
como se ele estivesse pulsando de energia, como se
estivesse ansioso para ser usado.

Mas não dava para simplesmente pegá-lo e ir embora.


O raio de fóton era um objeto de poder imenso, que
precisava ser manipulado com cuidado e sabedoria e
não poderia nunca cair em mãos erradas.

Lívia se ajoelhou diante dele e fez uma promessa solene:


que protegeria esse objeto com todas as suas forças, e o
usaria apenas para o bem.
Eu fiquei atônito. Com essa promessa, o escudo de
energia ao redor do raio de fóton se dissipou, e pudemos
pegá-lo em nossas mãos.
Agora, tínhamos todos os componentes que eu precisava
para sair desse mundo quântico e voltar para casa.
A Colina do

Conhecimento Universal
Capítulo 10
Todos nós estávamos em nossas plataformas quânticas,
alegres pelas grandes vitórias, quando de repente fomos
surpreendidos por uma grande onda de discórdia que
nos envolveu.

Eu não conseguia entender o que estava acontecendo,


mas percebi que Lívia estava se distanciando de mim,
evitando contato visual e parecendo sempre
desconfiada.

“Por que você veio até nós? Quais são suas reais
intenções? Quem te mandou aqui?” Questionava Lívia
com um semblante que até então eu não tinha visto.
Não parecia ela, parecia uma outra pessoa.
Tentei conversar, explicar que não tinha más intenções
e que estava apenas explorando o seu mundo e
aprendendo mais sobre ele a convite dela mesmo, mas
ela parecia não acreditar em mim.
Era como se algo ou alguém tivesse plantado uma
grande falsa certeza em sua mente, uma grande
mentira.

Foi então que descobri que o responsável por essa onda


de desconfianças era o Discórdia Mental, o ser malévolo
que tinha poderes telepáticos capazes de manipular as
mentes das pessoas e promover a desavença entre elas.

Fiquei determinado a encontrar uma maneira de


neutralizar seus poderes e desfazer a falsa certeza que
havia sido implantada na mente de Lívia.

Junto com meus amigos Nyxos e Zeta, trabalhamos


incansavelmente para criar uma tecnologia que
pudesse bloquear os poderes telepáticos do Discórdia
Mental.

A gente sabia que o Discórdia Mental poderia causar


estragos irreparáveis no mundo quântico, usando seus
poderes telepáticos para manipular a mente de todos.

Depois alguns testes e experimentos, finalmente


criamos o "CogniBlock", um dispositivo que utiliza
tecnologia quântica para bloquear as ondas mentais do
Discórdia Mental e impedir sua influência em qualquer
pessoa. O CogniBlock é um dispositivo portátil que pode
ser acoplado ao corpo de qualquer pessoa, sem afetar
seu funcionamento normal, meio tiara, meio capacete,
que cria um isolamento de influências externas na
mente.
Quem criou o CogniBlock foi o Zeta, ele usou todo o seu
conhecimento em programação e física quântica.

Agora ele precisa aprimorar sua funcionalidade para


usar em Lívia e não lhe causar dano algum.

O dispositivo funciona através da criação de um campo


de bloqueio que é capaz de neutralizar as ondas do
Discórdia Mental.

Zeta chegou a esse resultado através da criação de um


algoritmo capaz de identificar a frequência e a
amplitude das ondas do Discórdia Mental e, em
seguida, criar um campo de bloqueio que neutraliza
essas ondas.

Agora, com o CogniBlock, o Discórdia Mental não pode


mais nos atingir, e todos podem se sentir seguros.
Mas faltava a Lívia, ela precisava se livrar do controle
do Discórdia Mental.

Sob o controle do Discórdia, ela se tornou cada vez mais


agressiva.
Quando tentamos implantar o CogniBlock nela, ela nos
atacou com uma força assustadora.
“Precisamos de uma armadilha para neutralizá-la”,
disse Eihry.
Com a ajuda uma outra invenção de Zeta, o DCQ
(Dispositivo de Camuflagem Quântica), Nyxos e Zeta
criaram um cenário falso para Lívia, atraindo-a para
uma armadilha.

Quando ela caiu, Nyxos ativou um dispositivo


paralisador que a deixou temporariamente adormecida.

Então tivemos a chance de implantar o CogniBlock em


seu cérebro e... Pronto... Lívia voltou ao normal e
finalmente se livrou do controle do Discórdia Mental.
CogniBlock, o mecanismo

que anula o Discórdia Mental


Capítulo 11
De repente, as nuvens começaram a se aglomerar no céu,
formando uma tempestade de proporções incomuns. Raios
e trovões ressoavam pelo ar, fazendo meu coração
disparar. Eu e meus amigos, Nyxos, Zeta, Lívia e Eihry,
estávamos parados na rua, observando aquela cena
assustadora.

Senti uma dor de cabeça aguda, diferente de todas as


outras que já havia sentido antes. Era como se alguém
estivesse tentando invadir minha mente novamente. E
não era só comigo: meus amigos também começaram a se
contorcer de dor.

Foi então que vi uma figura se materializando à nossa


frente. Era o próprio Discórdia Mental.

Algo assustador, uma mistura de ser quântico com


máquina, com olhos vermelhos brilhantes e garras
vermelhas que pareciam ter luz por trás delas. Seus
braceletes de controle mental em cada um de seus braços,
emitiam um som agudo e perturbador.

Ele se aproximava lentamente, emitindo sons estranhos


que nos deixavam apavorados. Nyxos, o mais corajoso do
grupo, tentou usar suas armas para controlar a criatura,
mas foi em vão. O Discórdia Mental era forte demais e
resistia a tudo.

Eihry tentou usar seus poderes para manipular os


elementos da natureza, na tentativa de distrair o
Discórdia Mental. Zeta, com suas fantásticas invenções,
tentou criar uma arma para detê-lo, mas nada parecia
funcionar.

Confesso que o medo e a fascinação se misturavam em


meus sentimentos. Eu nunca tinha visto algo tão
horripilante, poderoso e fantástico. Enquanto a criatura se
aproximava cada vez mais, duas finas antenas
transmissoras surgiram em suas costas metálicas. Suas
costas pareciam pequenas asas (ou seriam pequenas
escamas?

Foi então que Eihry usou todo o seu poder de controlar o


vento para dissipar a tempestade ao máximo. Aos poucos,
os trovões foram diminuindo, e as nuvens se dispersaram.
Finalmente, aquela sensação insuportável sumiu.

Olhamos para o lugar onde o Discórdia Mental havia


estado, mas ele havia desaparecido. Quando estávamos
sob o seu controle, conseguimos entender seus
pensamentos: Controlar e dominar todo o mundo quântico.

Então agora tínhamos um novo objetivo: encontrar e


impedir que ele cause mais discórdia e destruição no
mundo quântico.

Eu e meus amigos estávamos em uma área do mundo


quântico onde a energia era densa e perigosa. Não havia
muitas opções de fuga, então tínhamos que lutar com tudo
o que tínhamos. Eu estava nervoso, mas a minha fé em
Deus me dava a força que eu precisava para encarar o
desafio.

Esse ser horripilante começou a se mover em nossa


direção, e eu pude ver o ódio em seus olhos. Ele era ágil e
forte, mas eu sabia que tinha que ser mais esperto. Tentei
atacá-lo com um feixe de luz, mas ele desviou com
facilidade. Eu precisava de uma estratégia melhor.

Então, tive uma ideia. Pedi aos meus amigos que criassem
uma barreira de energia em torno do Discórdia Mental,
para impedi-lo de se mover. Enquanto isso, eu tentei
acertá-lo com um raio de fóton. Ele ficou imóvel, preso na
barreira de energia.

Essa era a minha única oportunidade. Usei todo o poder


da arma de raios de fóton para atacá-lo com um feixe de
luz tão forte que o chão tremia. Ele urrou, parecia ter
muita dor, mas não desistiu. Se libertou da barreira de
energia e partiu para cima de mim. Com um grande
rugido, ele criou ondas de vibração que me acertaram em
cheio. Caí no chão, sem fôlego, sentindo uma dor terrível.
Mas desistir não era uma opção. Levantei-me do chão com
as minhas últimas forças. Encarei o Discórdia Mental.

Isso deu força a meus amigos que também vieram com


força total, criando uma barreira de energia, agora em
torno de mim e não dele. Eles me protegeram.

Dei o meu golpe final, concentrando toda a energia que eu


tinha em um só feixe de luz.

Imagine o estrondo que deu no chão quando ele tombou.

Sim... Ele tombou... Uau... Foi uma das lutas mais


incríveis que jamais poderia imaginar em todos os meus
sonhos.

Lembrei do nosso pastor, falando sobre Davi vencendo o


Gigante, que era muitas vezes mais forte do que ele e de
como Davi o venceu.

“Se Davi, o pequeno menino ruivo de uns 15 a 20 anos,


venceu um experiente lutador vencedor em todas as
batalhas, duas vezes o seu tamanho e dez vezes a sua
força, você também poderá vencer qualquer inimigo, desde
que confie no Senhor”, dizia o pastor.

Eu sempre pensava num Golias grande e forte como o


Hulk da Marvel, só que não verde. Já Davi era um homem
comum, corajoso e cheio de fé, mas sem a força física
necessária para enfrentar um gigante.

Imaginava-o com sua funda, concentrado em acertar sua


pedra na testa do Golias, enquanto o gigante ria e caçoava
dele.
Lá no fundo, eu via, em minha mente, mais uns três
gigantes assistindo a luta, torcendo por Golias e parecendo
ainda mais assustadores do que ele.

Mas Davi não se deixou intimidar e confiou no poder de


Deus. Uma verdadeira batalha de titãs.

Golias avançava impiedosamente, com sua lança afiada ,


enquanto Davi se esquivava habilidosamente, lançando
pedras com precisão mortal.

O gigante zombava de Davi que não se abalava, confiante


de que Deus estava com ele.

Finalmente, a pedra atingiu Golias em cheio, e o gigante


caiu com um estrondo ensurdecedor. Todos os gigantes ao
redor ficaram em choque, enquanto Davi comemorava sua
vitória, erguendo sua funda para o alto e agradecendo a
Deus pela ajuda.

Aquela cena ficou gravada em minha mente, como um


símbolo de coragem, fé e perseverança. E eu sabia que,
assim como Davi, poderia enfrentar meus próprios
gigantes, confiando na força do Senhor.

Uau... E num é que isso é verdade mesmo?

Agora, sabíamos que estávamos mais perto do portal do


que nunca. Com a derrota do Discórdia Mental, havíamos
nos livrado de um grande obstáculo em nossa jornada.
Sabíamos que ainda teríamos muitos desafios pela frente,
mas estávamos prontos para enfrentá-los.
Davi e Golias, na minha

Imaginação era assim


Capítulo 12
A busca por “Regréssus” se torna cada vez mais difícil.
Enfrentamos criaturas ainda mais perigosas e nos
encontramos encurralados em uma área do mundo
totalmente diferente e cheia de armadilhas. Confesso
que comecei a me sentir desanimado, mas não podia
desistir. Eu precisava encontrar “Regréssus”, o portal
que me levará de volta pra minha casa, pra minha
família e amigos.

É uma área perigosa do mundo quântico, cercado por


criaturas estranhas e ameaçadoras.

O cansaço começa a se apoderar de mim e vejo que meus


amigos Nyxos, Zeta, Lívia e Eihry também estão
exaustos. Nossas armas quânticas já estão quase sem
energia, e o desânimo começa a tomar conta de nós.
De repente, uma criatura gigantesca aparece em nossa
frente. Seus olhos azuis brilhantes parecem nos
hipnotizar e sua aparência é aterrorizante e, ao mesmo
tempo, maravilhosa.
Parecia um leopardo robótico futurista, eu conseguia
ver a energia fluindo dentro dele, nas suas costas,
pequenos feixes de plasmas. Seus dedos (sim, ele tinha
dedos), tinham sensores ultrassensíveis capazes de
detectar qualquer coisa, seja em movimento, seja por
calor. Sua velocidade era o que mais impressionava, ele
era muito rápido mesmo. Era o Caçador Quântico.

Ele é conhecido por caçar e capturar qualquer ser vivo


que perambule pela floresta, mas ninguém sabe o que
ele faz com suas vítimas. Ele usa suas habilidades e
sensores para localizar e perseguir suas presas,
deixando um rastro de destruição por onde passa.
Dizem que ele nunca desiste até conseguir capturar o
que deseja. Muitos têm medo dele e evitam cruzar seu
caminho, pois sabem que não há escapatória caso sejam
alvos do Caçador Quântico.

Parece incrível, mas naquele momento lembrei de


quando eu era ainda uma criança, na escolinha da
igreja e a professora cantava com a gente uma
musiquinha da Aline Barros, chamada “Eu Li Na
Bíblia”, que dizia assim:
Não tem medo de cara feia não
Deus te dá forças pra matar leão
Se Davi venceu até gigante
Mesmo pequenininho você pode ser
Forte, corajoso como Sansão
Amigo de Deus como Abraão
Muito inteligente como Salomão
Você pode ser o que quiser
Use a sua fé

Você consegue imaginar: a gente totalmente


encurralado e eu me levanto, sem deixar que o medo me
domine. Respiro fundo e com um grito de guerra, ataco
a criatura com minha arma de ondas elétricas. Meus
amigos se animam e atacam também, lutando com as
nossas últimas forças.

A batalha foi longa e árdua, mas eu lutava cantando:


“Forte e corajoso como Sansão”... Notei que as ondas de
choque estavam fluindo muito mais rápido, eu não
precisava mais forçar meus pensamentos para usá-la,
ela disparava por instinto, quase que no automático.
Não sei se você me entende?

Enquanto lutávamos, Zeta aproveitou o momento da


batalha e, usando a plataforma de voo, voou pelas
costas do Caçador Quântico e implantou na sua mente
o CogniBlock, que fez com que ele tombasse por terra,
desmaiado.

Gritamos de alegria e nos abraçamos, sentindo uma


mistura de alívio e êxtase por termos sobrevivido
àquela situação.
O Caçador Quântico

Uma fera devoradora


Capítulo 13
Mas nem tudo era alegria. A batalha nos levou a um
lugar estranho. Não sei como fomos parar lá.

Nos vimos presos em uma espécie de labirinto, sem


saber qual caminho seguir. A cada escolha que
fazíamos, o labirinto se estreitava ainda mais.

Então ouvimos o bater de asas. Ehiry gritou:

– Escondam-se, cuidado, é o Sombra Alada.

O Sombra Alada é uma criatura imponente de três


metros de altura, com asas negras e afiadas que
parecem feitas de obsidiana.

Para quem não sabe, obsidiana é um tipo de rocha


vulcânica escura e brilhante que se formou a partir de
um resfriamento rápido de lava rica em sílica.
Ela é encontrada em todo o mundo, mas era
particularmente valorizada pelas culturas pré-
colombianas da Mesoamérica, como os maias e os
astecas, que a usavam para fazer ferramentas, espelhos
e objetos rituais.

A obsidiana é conhecida por sua dureza, pontiagudez e


cor escura, e é frequentemente usada em joias e
esculturas.
O que me chamou a atenção naquela gigantesca
criatura foram seus olhos.

Eles brilhavam com um azul intenso e tinham raios


congelantes, seus bicos são afiados como navalhas. Nas
pontas das asas, havia chamas laranjas que parecem
dançar com o vento, capazes de derreter qualquer coisa
que tocam.
Sua pele é coberta de escamas negras que refletem tudo
a sua volta, como um espelho escurecido, e suas garras
são tão afiadas que podem rasgar o metal mais duro.
Quando ele se move, um som agudo e estridente sai do
bico.

Começamos a correr, correr desesperadamente. Já


estávamos exaustos e o Sombra Alada está nos
alcançando. Teve um momento que ele quase nos pegou.

Então nós viramos em uma esquina do labirinto, à


esquerda e nos escondemos por entre os arbustos. Ele
passou direto.
A gente sabia que logo ele voltaria e as nossas forças
estavam se esgotando.
Mas olhe, lá no meio dos arbustos, algo estranho estava
acontecendo. Uma parte dos arbustos está invisível.

Como pode? Me aproximei para ver e, zaz, o que


encontrei? Uma capa gigante de invisibilidade que foi
abandonada ali. Certamente foi de algum outro
peregrino que passou pelo labirinto.

Rapidamente nos escondemos debaixo da capa de


invisibilidade e nos mantivemos em silêncio, esperando
que o Sombra Alada se aquietasse.

Segurávamos a capa bem apertada, tentando não fazer


nenhum ruído, enquanto a criatura passava por nós.

O Sombra Alada passou bem perto da capa, mas não


conseguiu detectar nossa presença.

Suspiramos aliviados, mas ainda estávamos bem


assustados com o que haviam acabado de passar.

Depois de alguns minutos, saímos da capa e olhamos ao


redor. Estavam cercados por paredes altas, só havia
uma saída e o animal infeliz estava lá, aguardando por
nós.

Encontrei uma pedra no chão e joguei no sentido


contrário de onde estávamos. O barulho atraiu o
gigante de aço, que correu em direção à pedra.
Quando ele passou por nós, saímos em disparada, rumo
à saída.
O monstro nos avistou e, numa guinada, correu em
nossa direção.

Fora do labirinto era um descampado muito grande


onde não tínhamos onde nos esconder dele. Meu Deus,
e agora?
Mas algo surpreendente aconteceu: ele ficou parado na
porta do labirinto, rugindo e balançando aquela cabeça
feia.

Ele era o guardião do labirinto e não podia sair de lá.

Caímos, como que mortos de cansados, naquela relva


macia, esperando nossas forças voltarem. E dormimos...
Pavor Noturno – Raios

Congelantes nos olhos


Capítulo 14
Quando acordei, já estava escuro e tudo parecia muito
estranho. A saudade bateu forte e a esperança de sair
daquele mundo estava se acabando.

Foi então que Lívia, com seus olhos brilhantes e


corajosos, nos trouxe uma nova pista que poderia nos
levar ao portal. Ela disse que havia uma energia
pulsante em uma direção específica e que isso poderia
ser o caminho para a nossa liberdade.
Decidimos seguir a pista, mesmo sem saber ao certo o
que iríamos encontrar. Andamos por um tempo, cada
passo pesando como chumbo nos nossos corpos
cansados. Mas a esperança de sair dali nos mantinha
em pé.
Foi quando eu o vi. Um portal muito bem escondido,
quase camuflado entre as rochas do lugar. Eu mal podia
acreditar. Será que finalmente havíamos encontrado a
saída? A alegria tomou conta de mim e, pela primeira
vez em muito tempo, eu sorri.

Mas não foi por muito tempo. De repente, um som grave


e aterrorizante cortou a floresta e um novo inimigo se
fez presente. Todos o chamam de Titânus.
Titânus é uma criatura imponente que inspira terror e
fascínio em igual medida. Com seu corpo meio urso,
meio robô, ele parece ter sido criado por algum cientista
maluco que misturou as piores características de dois
seres distintos.

Seu tamanho é impressionante, chegando facilmente


aos três metros de altura quando se ergue sobre suas
patas traseiras. As patas dianteiras são musculosas e
terminam em garras afiadas, capazes de arrancar
pedaços de rochas como se fossem manteiga. Seus pelos
marrons à noite se tornam negros e tão densos que
parecem absorver a luz, tornando-o ainda mais
assustador em meio à escuridão da floresta.

Mas a verdadeira ameaça de Titânus reside em seu


corpo robótico, que lhe confere uma força descomunal.
Seus seis dedos em cada pata e nos pés permitem que
ele se mova com rapidez e agilidade surpreendentes,
enquanto seu urro pode causar ondas de choque capazes
de abrir caminho no rio.
É impossível não sentir um frio na espinha e um medo
profundo de estar diante de uma criatura que parece ter
sido concebida para destruir tudo o que encontra pela
frente.
A adrenalina corria pelo meu corpo enquanto eu
encarava Titânus. Seus olhos brilhavam com um
vermelho intenso, mostrando que ele estava pronto
para nos atacar. Mas nós também estávamos
preparados, armados com nossas armas quânticas.

Titânus rugiu e avançou em nossa direção com uma


velocidade assustadora. Eu pulei para o lado, evitando
suas garras afiadas, enquanto Lívia disparava rajadas
de fótons em sua direção.

Zeta, por sua vez, usava seu relógio de manipulação do


tempo para desacelerar a fera e dar-nos uma chance de
atacar.
Nossas armas quânticas eram poderosas, mas não
pareciam ter muito efeito sobre ele.

Lívia olhou para mim de uma maneira diferente. Eu


olhei para ela e perguntei: “O que foi? O Discórdia
Mental está tentando te manipular novamente”?

“Não, não é isso – disse ela. Preciso te contar uma


coisa”.
“Quando eu prometi proteger o raio de fóton, acabei me
tornando a guardiã da caverna e recebi poderes
especiais”.
“Sério”? Disse eu, com um largo sorriso, enquanto
lutava.

“Sim, agora eu posso manipular o espaço com minha


mente”.
“E o que você está esperando...” disse eu apontando
para Titânus.

Então, Lívia, usando sua habilidade de manipular o


espaço, criou um campo de força que envolveu Titânus,
prendendo-o em um lugar.
Zeta aproveitou a oportunidade para lançar seu raio de
desintegração.

Titânus era mais forte que o raio de Zeta, mas sua


armadura se desintegrou em parte, revelando seus
circuitos e mecanismos.

Com seu corpo robótico exposto, ficou fácil encontrar


sua fonte de energia e desativá-lo. Titânus caiu no chão,
imóvel e sem vida.

Ao final da batalha, após a vitória, lembrei-me dos


ensinamentos da minha professora de escola bíblica,
que dizia que devemos sempre confiar em Deus,
independentemente das circunstâncias.
Percebi que, apesar de todo o medo e terror que Titânus
havia nos causado, nunca estivemos sozinhos naquela
batalha.
Deus sempre esteve conosco, nos dando força e coragem
para enfrentar nossos medos e superar nossos desafios.

Agradeci a Ele em silêncio, sentindo uma paz interior


que eu não sentia há muito tempo.
Com um sorriso no rosto, eu e meus amigos nos
abraçamos, comemorando nossa vitória contra a
criatura mais poderosa do mundo quântico
Titânus – até o Discórdia

Mental o temia
Capítulo 15
Finalmente chegamos a Regréssus, o portal que me
levaria de volta para o meu mundo.

Eu segurei o cristal de elétron em minhas mãos,


sentindo seu poder pulsar em meu corpo. Olhei para
Lívia e Zeta, que seguravam o raio de fóton e o núcleo
de próton. Ehiry, a guardiã da natureza, observava tudo
de maneira cuidadosa.

Combinamos os três elementos em um pedestal que


havia sido construído especialmente para essa
finalidade. O cristal de elétron brilhava em um tom
azulado, enquanto o raio de fóton emitia luz em todas
as cores do arco-íris. O núcleo de próton era o elemento
mais discreto, mas não menos importante, pois era o
que garantia a estabilidade do portal.
Quando colocamos os elementos, cada um em seu lugar,
o pedestal começou a brilhar intensamente, iluminando
toda a colina. Eu senti um vento forte soprar, e meu
coração acelerou. Sabia que o momento decisivo havia
chegado.

Nos posicionamos diante do portal, que agora emitia um


brilho dourado. A lente circular no centro do portal
mostrava uma imagem nítida do laboratório no meu
mundo real. Eu sabia que, se não passasse por aquele
portal, nunca mais veria minha família e meus amigos
novamente.

Com um grito de determinação, eu olhei para meus


amigos e disse: "Chegou a minha hora". Lívia, Zeta e
Ehiry sorriram e acenaram, se despedindo de mim.

Olhei para trás e vi Nyxos se aproximando


rapidamente. Deve estar com pressa para se despedir,
pensei eu. Mas não podíamos perder nenhum segundo.

Mas, antes que pudesse atravessar, Nyxos nos


surpreendeu. Ele havia preparado uma armadilha para
nos prender. Fomos amarrados sorrateiramente e nos
vimos impotentes diante do traidor.

Por um momento, senti que todas as minhas esperanças


de voltar para casa haviam desaparecido.

Mas o que teria acontecido com Nyxos? Por que ele


agiria assim?
Ele nos amarrou e começou todo o processo novamente,
pois ao me agarrar, os elementos caíram no pedestal.
Enquanto trabalhava para reabrir o portal, ele olhou
para mim e disse: “Quem vai atravessar o portal sou eu.
Com meus conhecimentos quânticos eu irei dominar
seu mundo”.

Alguma coisa não está certa, tem algo errado em toda


essa história.

Foi quando Zeta sussurrou para mim: “Ele não está


usando o CogniBlock, deve ter caído ou foi arrancado
pelo Discórdia Mental”.

Agora eu entendi. Ele está sendo manipulado


mentalmente.

A situação havia se tornado tensa e o desespero tomou


conta de nós. Eu não conseguia imaginar como
poderíamos escapar daquela armadilha para voltar ao
meu mundo e não podia permitir que ele colocasse suas
mãos em meu mundo.
Zeta e Lívia tentaram persuadi-lo a desistir, mas seus
apelos caíram em ouvidos surdos. Nyxos estava
completamente fora de si, agindo como se fosse um ser
completamente diferente daquele que conhecíamos.

Enquanto ele trabalhava no pedestal, minha mente


estava a mil tentando encontrar uma solução. Foi então
que me lembrei de um truque que aprendi com meu pai
em uma de nossas viagens juntos.
- Nyxos, que bom que você vai atravessar o portal
primeiro, obrigado.

- O que? Como assim? - ele respondeu com um olhar


desconfiado.

- Porque se não der certo, se algo der errado, não serei


eu quem vai morrer, muito obrigado mesmo, meu amigo
- continuei, tentando mantê-lo calmo e controlado.

- Você só está tentando me confundir, nada vai dar


errado - Nyxos gritou, mas a dúvida havia sido plantada
em sua mente.
Enquanto ele hesitava, Lívia e Zeta aproveitaram a
oportunidade para soltar nossas amarras. Eles usaram
sua mente para trazer as plataformas quântica com
suas lâminas afiadas e cortar as amarras.
- Não, não, Nyxos, você sabe que esses elementos
precisam estar totalmente sincronizados para tudo dar
certo. Um passo errado e você será desintegrado.

- Besteira, tudo está correto, como deve ser.

Desconfiado, ele olha para o outro lado e vê meus três


amigos correndo para pegar os elementos quânticos.
Percebendo o que estava acontecendo, Nyxos tentou nos
impedir, mas Zeta usou seu relógio de manipulação do
tempo para desacelerá-lo.
Saltamos para cima dele, recolocamos o CogniBlock em
sua cabeça e ele voltou ao normal.

Com os olhos lacrimejados, ele me abraça:

- Você me perdoa, amigo.

- Tá tudo certo, meu irmão, te amo.

De repente ouvimos um grito, era Ehiry:

- Rápido, Rápido, o portal está enfraquecendo!

Dei um abraço em todos e corri, entrando no Regréssus.


Regréssus – o Portal que

Me levaria para casa


Capítulo 16
Ao entrar, fui envolvido por uma luz brilhante e senti
meu corpo vibrar intensamente. Parecia que o tempo
tinha parado e que eu estava flutuando em um espaço
vazio e infinito. Vi cores e formas que nunca imaginei
existir e senti sensações que nunca havia
experimentado.

De repente, uma sensação de vertigem me atingiu e eu


comecei a girar em torno de mim mesmo. Tudo ficou
turvo e eu senti como se estivesse caindo em um abismo
sem fim.

Então comecei a enxergar claramente novamente.


Estava de volta ao laboratório, em meu mundo real.

Regréssus tinha funcionado e eu estava de volta no meu


mundo.
Aqueles dias no mundo de Lívia foram inesquecíveis.

Mas preciso lhe contar um negócio muito legal: eu voltei


no mesmo momento da minha saída. Doutora Ana
Marávilla estava ali, com o mesmo sorriso, dizendo que
a viagem quântica ainda era um sonho para os
cientistas que um dia iria se realizar.
Minha mãe no fim de semana

Fazendo a sua caminhada


Capítulo 17
Estou de volta em Elói Mendes, ainda sonhando com
tudo que aconteceu.

E agora, o dilema: contar pra quem? Ninguém iria


acreditar, só você mesmo.

E eu sei por que você acredita: É porque isso já


aconteceu com você também, mas você acha que foi um
sonho, que nada foi real.

Mas tá tudo certo, é o nosso segredo.

Domingo chegou e lá fomos nós novamente para o Lago


São Cristóvão em Elói Mendes. Uau, que alegria estar
com meus pais e meu irmão novamente.

Peguei meu skate e fui fazer as manobras de sempre.


Minha mente viajou de novo, agora eu lembrava do
mundo quântico, da plataforma quântica e dos meus
voos malucos.
Caramba, cada rasante que eu dava, cada manobra,
meu Deus!

Fiquei lembrando da minha arma de eletricidade ligada


ao meu cérebro e os tiros de choque que eu dava.

Comecei a lembrar e, de repente, eu parecia o homem


aranha lançando teias: pah, pah, pah, pah.

Mirei na árvore de jatobá e... pah

Mirei no banquinho, lembrando do Caçador Quântico


e... pah

Mirei na tirolesa, lembrando do Distração Mental e...


pah

Mirei no céu, como quem celebra uma vitória e...


zuuuuummm...

Uma onda de choque saiu da minha mão...


Assustado, caí de costas e olhei para o céu, ainda não
entendendo o que estava acontecendo.

Olhei para o lugar de onde eu mirei e vi uma pequena


mancha preta parada ali.

Mas como? Eu não estou com a arma de eletricidade, eu


a deixei no mundo quântico.
Mirei de novo naquele pequeno ponto preto e, com a
mão trêmula e com muito medo, fiz o mesmo gesto
novamente.
Zuuuuummmm, lá foi uma outra onda de choque, que
abriu um portal muito grande.

Prestei bem a atenção para ver o que havia dentro do


buraco e vi meus amigos correndo assustadoramente.

- Lívia? Indaguei ao ver aquela menina de saia plissada.

Ela olha para trás e me vê... E grita:

João Travel, estamos em perigo, Titânus acordou,


socorro...
Resposta do enigma:
A resolução desse enigma envolve conhecimentos em
matemática e física quântica. Primeiro, é preciso
identificar o conceito de número quântico, que é uma
das propriedades das partículas subatômicas. Os
números quânticos descrevem o estado quântico da
partícula, como sua energia, momento angular, spin,
entre outras propriedades.
A mensagem enigmática pede para encontrar um
número quântico que satisfaça a seguinte equação:

(n / √n)^(−1/2) / 2 = n / √n

Onde "n" é o número quântico desconhecido. Para


resolver essa equação, podemos começar isolando o "n"
em um lado da equação:

(n / √n)^(−1/2) / 2 = n / √n (n / √n)^(−1/2) = 2 * n / √n
n^(−1/2) = 2 n = 1/4
Portanto, o número quântico que satisfaz a equação
enigmática é 1/4. A resolução desse enigma envolveu
conceitos de frações, raízes quadradas e potências
negativas, além de conhecimentos em física quântica
para compreender o contexto da mensagem enigmática.

Você também pode gostar