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H eringeriana

Série Biodiversidade
do Jardim Botânico de Brasília

Guia dos mamíferos não voadores do


Jardim Botânico de Brasília, DF, Brasil
Guia dos mamíferos não voadores do
Jardim Botânico de Brasília,
DF, Brasil

Cibele Rodrigues Bonvicino, Vânia Araujo Soares, Roberto


Cavalcanti Sampaio & Alexandra Maria Ramos Bezerra

Brasília, 2020
Autores 2. Ecóloga, pesquisadora. SHIS QI 23, Conjunto 1,
Cibele Rodrigues Bonvicino1 Casa 2. CEP 71660-010, Brasília, DF, Brasil.
Vânia Araújo Soares 2 vaniadoac@gmail.com
Roberto Cavalcanti Sampaio3
3. Especialista em fauna. Quadra 14, Rua G, Casa
Alexandra Maria Ramos Bezerra4
1, Jardins Mangueiral, CEP 71669-777, Brasília,
DF, Brasil. robertocam51@hotmail.com

4. Mastozoologia/COZOO, Museu Paraense Emilio


1. Divisão de Genética, Instituto Nacional de
Goeldi, Av. Perimetral 1901, CEP 66077-830,
Câncer, Rua André Cavalcanti, 37, 4° andar, CEP
Terra Firme, Belém, PA, Brasil.
20231-050, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
amrbezerra@hotmail.com
cibele.bonvicino@gmail.com

Editores Arte da capa


Maria Rosa Vargas Zanatta Maria Rosa Vargas Zanatta
Jair Eustáquio Quintino de Faria Júnior
Estevão do Nascimento Fernandes de Souza Ilustração do tamanduá-bandeira (capa)
Jhasuá Rodrigues de Saboia
Projeto gráfico jhasuarodrigues@gmail.com
Maria Rosa Vargas Zanatta instagram.com/j.h.a.s.u.a
Khalil André Lessa de Souza www.jhasua.com.br

Editoração: Heringeriana/ Jardim Botânico de Brasília

Como referenciar este documento: Bonvicino, C. R., Soares, V. A., Sampaio, R. C. & Bezerra, A. M. R. (2020)
Guia dos mamíferos não voadores do Jardim Botânico de Brasília, DF, Brasil. Heringeriana: Série Biodiversidade
do Jardim Botânico de Brasília. Revista Heringeriana, Brasília, 98 pp.
Sumário

SOBRE O JARDIM BOTÂNICO DE BRASÍLIA 1 ORDEM LAGOMORPHA (COELHOS)


VEGETAÇÃO DO JARDIM BOTÂNICO DE BRASÍLIA 2 Sylvilagus minensis 42
MASTOFAUNA 3 MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE 43
CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DE ORDENS DE MAMÍFEROS CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DE TATUS E TAMANDUÁS
NÃO VOADORES DO JBB 5 44
MAMÍFEROS DE PEQUENO PORTE 6 ORDEM CINGULATA (TATUS)
CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DE MARSUPIAIS 7 Cabassous unicinctus 45
ORDEM DIDELPHIMORPHIA (MARSUPIAIS) Dasypus novemcinctus 46
FAMÍLIA DIDELPHIDAE Dasypus septemcinctus 48
Caluromys lanatus 8 Euphractus sexcinctus 49
Cryptonanus agricolai 9 Priodontes maximus 50
Didelphis albiventris 10 ORDEM PILOSA (TAMANDUÁS)
Gracilinanus agilis 11 Myrmecophaga tridactyla 51
Monodelphis americana 13 Tamandua tetradactyla 52
Monodelphis kunsi 14 CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DE MACACOS 53
Philander canus 15 ORDEM PRIMATES (MACACOS)
Thylamys velutinus 16 Alouatta caraya 54
CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DE ROEDORES 17 Callithrix penicillata 55
ORDEM RODENTIA (ROEDORES) CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DE CARNÍVOROS
FAMÍLIA CAVIIDAE SILVESTRES 56
Cavia aperea 19 ORDEM CARNIVORA (CARNÍVOROS)
Hydrochoerus hydrochaeris 20 FAMÍLIA CANIDAE
FAMÍLIA CUNICULIDAE Cerdocyon thous 57
Cuniculus paca 21 Chrysocyon brachyurus 58
FAMÍLIA ECHIMYIDAE Lycalopex vetulus 60
Phyllomys centralis 22 FAMÍLIA FELIDAE
Proechimys roberti 23 Herpailurus yagouaroundi 61
Thrichomys pachyurus 24 Leopardus cf. emiliae 62
FAMÍLIA ERETHIZONTIDAE Leopardus pardalis 63
Coendou prehensilis 25 Puma concolor 64
FAMÍLIA CRICETIDAE FAMÍLIA MEPHITIDAE
Calomys expulsus 26 Conepatus amazonicus 66
Calomys tener 27 FAMÍLIA MUSTELIDAE
Cerradomys scotti 28 Galictis cuja 67
Hylaeamys megacephalus 29 Lontra longicaudis 68
Microakodontomys transitorius 30 FAMÍLIA PROCYONIDAE
Necromys lasiurus 31 Nasua nasua 69
Nectomys rattus 32 Procyon cancrivorus 70
Oecomys catherinae 33 ORDEM PERISSODACTYLA (ANTA)
Oecomys cleberi 34 Tapirus terrestris 71
Oligoryzomys mattogrossae 35 CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DE VEADOS 73
Oligoryzomys nigripes 36 ORDEM ARTIODACTYLA (VEADOS)
Oxymycterus delator 37 Mazama americana 74
Rhipidomys macrurus 38 Mazama gouazoubira 75
Thalpomys cerradensis 39 Ozotoceros bezoarticus 76
Thalpomys lasiotis 40 AGRADECIMENTOS 78
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASL 79
SOBRE O JARDIM BOTÂNICO DE BRASÍLIA

A criação de um jardim botânico em Brasília já estava prevista no Plano Piloto de Lúcio Costa desde
a década de 1950. Após vários estudos e propostas, sua localização foi, finalmente, definida na área da
antiga Estação Florestal Cabeça de Veado, pertencente à extinta Fundação Zoobotânica. Contudo, somente
em 8 de março de 1985 o Jardim Botânico de Brasília (JBB) foi inaugurado. Atualmente, a instituição está
vinculada à Secretaria de Meio Ambiente do Distrito Federal. Diferente de outros jardins botânicos, o foco,
nos seus 500 hectares de área, está voltado à preservação de um bioma – o Cerrado, embora tenha em sua
composição paisagística coleções exóticas (ex situ) representativas de outros biomas. Nessa área, aberta à
visitação, encontram-se os espaços de lazer, exposições e estrutura que podem ser utilizadas
cotidianamente pela população. Constitui, portanto, um equipamento urbano utilizado para múltiplos fins.
Contígua à área do Jardim, encontra-se a Estação Ecológica do Jardim Botânico (EEJBB; Figura 1), destinada
à conservação permanente do Cerrado, totalizando 4.500 hectares. As áreas do JBB e a EEJBB constituem
uma das mais importantes reservas do bioma Cerrado, inseridas na região do Brasil central, juntamente
com a Reserva Ecológica do IBGE (RECOR) e a Fazenda Água Limpa (FAL) da Universidade de Brasília. A
EEJBB integra a Reserva da Biosfera do Cerrado e a APA Gama e Cabeça de Veado, sendo esse o local de
grande parte das pesquisas de longo prazo sobre este bioma (UNESCO 2002). Parte do conhecimento atual
sobre biodiversidade, dinâmica, efeitos do fogo, mudanças climáticas e balanço de carbono no Cerrado é
derivado de teses e projetos ali desenvolvidos (UNESCO 2002).

Figura 1. Mapa da América do Sul mostrando o bioma Cerrado, e em destaque o Distrito Federal com a
localização da Estação Ecológica do Jardim Botânico de Brasília, polígono delimitado em vermelho.

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VEGETAÇÃO DO JARDIM BOTÂNICO DE BRASÍLIA

A vegetação da área do Jardim e de sua paisagens com predominância de cerrado sensu


Estação Ecológica (EEJBB, Figura 2) é um mosaico stricto, há variações de densidade do componente
de fisionomias vegetais, apresentando variações arbóreo, ocorrendo cerrado ralo, cerrado típico e
de ambientes, sendo reconhecidas nessas áreas cerrado denso. Nas fitofisionomias campestres, a
três categorias de formações fitofisionômicas: exemplo dos campos sujos e limpos, foi registrada
florestal, savânica e campestre (Ribeiro & Walter a alta frequência de indivíduos da espécie Vellozia
2008). Em uma atualização da listagem florística squamata Pohl, conhecida popularmente como
realizado em 2009 foram registradas 1.337 canela-de-ema, e alta a diversidade de diferentes
espécies vegetais, sendo 1252 angiospermas, 47 espécies de gramíneas nativas. Esse mosaico, de
pteridófitas e 38 briófitas (Chacon et al. 2014). Na paisagens e de biodiversidade significativa da
área da Estação Ecológica predomina o cerrado flora, é um dos responsáveis pela manutenção da
sensu stricto (63%), seguido dos campos (17%), grande variedade de espécies da fauna, que
florestas- matas que acompanham as margens de utilizam esses recursos como fonte de alimento e
cursos d’água (5%); outras fitofisionomias com têm importante papel na dispersão de sementes. A
menor representatividade – veredas, mata seca, Figura 2, a seguir, mostra a distribuição da
cerradão (14%) e áreas degradadas (1%). Nas vegetação na área do JBB e sua estação ecológica.

Figura 2. Mapa de uso do solo e vegetação da EEJBB.

2
MASTOFAUNA

As informações sobre a mastofauna provêm de estudos realizados por pesquisadores externos (e.g.,
Amaral 2005, Bonvicino et al. 2015, Santos & Henriques 2010) e levantamentos promovidos pelos
servidores do Jardim Botânico: Alex Amorin, Fernando Noli e André Alves de M. Lima até 2010; Vânia de
Araujo Soares, Sergei Stuart Filho, Roberto Cavalcanti, Sampaio e Pedro Paulo Cardoso, em períodos
distintos até março de 2019. Contou-se também com o apoio de Getúlio Gurgel e Gabriel Horta, que
realizaram o levantamento da fauna para elaboração do Plano de Manejo da EEJBB em 2009. Os registros
foram realizados por método direto (captura e visualização do animal), câmeras fotográficas com sensores
automáticos e rastreamento de pegadas e fezes.
A fauna de mamíferos terrestres registrada para a área do JBB e entorno, é constituída por cerca de
56 espécies, divididas entre: 22 roedores, oito marsupiais, cinco tatus, quatro felinos, três canídeos e outras
cinco espécies de carnívoros, três veados, dois tamanduás, dois primatas, o coelho-do-mato e a anta. Todas
as informações sobre as espécies são baseadas em registros confiáveis, como espécimes-testemunho de
pequenos mamíferos não voadores depositados nas coleções científicas da Universidade de Brasília (UnB),
Museu Nacional/UFRJ (MN) e no Laboratório de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Reservatórios,
IOC/Fiocruz (LBCE), e fotos e registros diretos para as espécies de maior porte (veados, macacos,
carnívoros, anta, tatus e tamanduás). Apenas duas das espécies de roedores, Phyllomys centralis e
Microakodontomys transitorius, e duas de marsupiais, Cryptonanus agricolai e Thylamys velutinus, não têm
registro na área do JBB, mas em regiões limítrofes, sendo provável sua presença e, por isso, são aqui
também apresentadas.
Neste estudo apresentamos uma ficha descritiva das espécies de mamíferos do JBB. Para cada uma
delas são fornecidas as seguintes informações: nome comum em português, nome científico seguido pelo
autor que descreveu a espécie, nome comum em inglês, etimologia do nome científico, status de
conservação (com as categorias de ameaça descritas no parágrafo seguinte), distribuição geográfica com
mapa, descrição, comentários sobre a biologia (incluindo, quando possível, dados de dieta, hábitos e
reprodução) e bibliografia utilizada. As medidas foram incluídas por ajudarem na identificação do animal
e foram abreviadas da seguinte forma: HB – corresponde ao comprimento cabeça e corpo, CT –
comprimento total (cabeça e corpo mais cauda), C – comprimento da cauda, PE – comprimento da pata
posterior, incluindo as unhas ou garras, OI – comprimento da orelha interna, e P – peso do animal. Nem
sempre foi possível manter a homogeneidade das informações, uma vez que muitas espécies não são bem
conhecidas.
Utilizamos três listas de espécies ameaçadas como fontes de informação para a categoria de ameaça
das espécies: [1] ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (DOU, 2014, ICMBio
2018), [2] IUCN - União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN 2017); [3] CITES – em
português, Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de
Extinção (CITES 2017). As duas primeiras são listas oficiais que informam as categorias de ameaça: menos
preocupante (LC), quase ameaçada (NT), vulnerável (VU), em perigo (EN), criticamente ameaçada (CR) ou
extinta (EX). A terceira é o documento oficial da Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da
3
Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção foi publicado, até o momento em três apêndices. Apêndice
I da CITES inclui as espécies mais ameaçadas de extinção dentre todas as listadas nos apêndices da CITES;
o Apêndice II inclui espécies sem perigo imediato de extinção, mas com possível risco futuro próximo; e o
Apêndice III lista as espécies que necessitam cooperação entre países para reduzir o uso insustentável ou
combater a exploração ilegal.
O JBB abriga uma rica fauna de mamíferos não voadores, com 14 espécies incluídas em algum critério
de ameaça pelo ICMBio, sendo 10 consideradas “Vulneráveis”, duas “Em Perigo”, e duas “Quase
Ameaçadas”, mostrando a importância do JBB na proteção a essas espécies. Entre os táxons com algum
grau de ameaça, os carnívoros são o grupo com mais espécies ameaçadas (n = 5), seguido dos roedores com
três espécies, e dos marsupiais, primatas, perissodáctilos, artiodátilos, tatus e tamanduás, cada um com
uma espécie ameaçada na área. Esse quadro reforça a importância das unidades de conservação para a
manutenção da diversidade.

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CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DE ORDENS E ESPÉCIES

Consulte a chave dicotômica para identificar a que ordem pertencem os espécimes, e as chaves para
as espécies de mamíferos de cada ordem. Verifique também as descrições dadas em cada espécie para
reconhecer os táxons. Sempre que possível foram utilizados apenas características externas, mas em alguns
casos houve necessidade de incluir caracteres cranianos, sendo necessário neste caso o crânio do animal
para uma identificação correta.

Chave de identificação de ordens de mamíferos não voadores do JBB1

1a. Patas com dois dedos formando casco ......................................................................................... veados. Artiodactyla
1b. Patas com três ou mais dedos formando casco, garras ou unhas .............................................................................. 2
2a. Lábio superior alongado formando probóscide, peso do adulto > 100 kg. .................... anta. Perissodactyla
2b. Lábio superior não formando probóscide ........................................................................................................................... 3
3a. Dentes incisivos ausentes ................................................................................ tamanduás e tatus. Pilosa e Cingulata
3b. Dentes incisivos presentes ......................................................................................................................................................... 4
4a. Caninos ausentes ............................................................................................................................................................................ 5
4b. Caninos presentes .......................................................................................................................................................................... 6
5a. Um par de incisivos superiores ........................................................................................................... roedores. Rodentia
5b. Dois pares de incisivos superiores, sendo um par maior anterior e o segundo par menor posterior a este
............................................................................................................................................................................. coelhos. Lagomorpha
6a. Focinho curto com boca mais larga que comprida, nariz na face ........................................... macacos. Primates
6b. Focinho longo com boca mais comprida que larga, nariz na ponta do focinho ................................................... 7
7a. Primeiro dedo da pata traseira oponível .................................................................. marsupiais. Didelphimorphia
7b. Primeiro dedo da pata posterior não oponível ....................................................................... carnívoros. Carnivora

1
Baseada em Martin et al. (2001).
5
Mamíferos de pequeno porte

6
Chave de identificação de marsupiais (Didelphimorphia)2

1a. Cauda maior que o comprimento cabeça–corpo ............................................................................................................... 2


1b. Cauda menor que o comprimento cabeça–corpo ............................................................................................................. 5
2a. Cauda com escamas muito evidentes, orelhas grandes e brancas, pelagem com grandes cerdas mais
ásperas, de colorido claro ou negro, em meio aos pelos densos, lanosos e mais curtos; coloração geral
grisalha, cerca de 1 kg .......................................................................... gambá-de-orelha-branca. Didelphis albiventris
2b. Cauda com escamas pouco evidentes com pelagem abundante em pelo menos 1/5 de seu comprimento,
pelagem macia, sedosa, ou lanosa, sem cerdas longas, coloração geral marrom acinzentada
........................................................................................................................................................................................................................ 3
3a. Presença de uma mancha clara acima de cada olho, coloração geral acinzentada ..................................................
....................................................................................................................................... cuíca-de-quatro-olhos. Philander canus
3b. Sem mancha clara sobre os olhos ............................................................................................................................................ 4
4a. Face com faixa estreita marrom estendendo-se do focinho até o topo da cabeça; cauda com pelos até a
metade anterior de seu comprimento, tamanho médio, comprimento cabeça-corpo cerca de 300 mm e peso
250 g .......................................................................................................................................... cuíca-lanosa. Caluromys lanatus
4b. Ausência de faixa preta estendendo-se até o topo da cabeça, cauda com pelo no terço anterior de seu
comprimento, coloração geral amarronzada, tamanho pequeno, comprimento cabeça-corpo menor que
130 mm, 20-45 g .............................................................................................................. cuíca-pequena. Gracilinanus agilis
5a. Coloração geral marrom avermelhada, com três listras escuras paralelas pouco perceptíveis ao longo
do dorso, cerca de 90 g .......................................................................................................... catita. Monodelphis americana
5b. Coloração dorsal uniforme, sem listras pretas no dorso, variando do marrom-escuro a avermelhado-
escuro; pelos muito curtos e brilhosos, de 34-76 g ............................................................... catita. Monodelphis kunsi

2
Baseada em Carmignotto & Morfort (2006), Voss et al. (2018) e Faria et al. (2019).
7
ORDEM DIDELPHIMORPHIA FAMÍLIA DIDELPHIDAE

Cuíca-lanosa, quica. Caluromys lanatus (Olfers, 1818). Brown-eared woolly opossum. Caluromys, do grego
kalos, bonito, oura, rabo, e do grego antigo μῦς (mŷs), mys, rato; do latim, lanatus, lanoso, de lã. Figura 3.

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Figura 3. Foto e distribuição geográfica de Caluromys lanatus no Brasil. Foto: Michel B. Faria.

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio, 2018), LC (IUCN, Costa et al. 2015a), não ameaçada
e frequentemente comum.
Distribuição: ampla, no Brasil ocorre em parte no oeste e centro da Amazônia, Cerrado, Pantanal e no
interior da Mata Atlântica. Distribuição adaptada de Fonseca & Astúa (2015) e Gardner (2008).
Descrição: tamanho grande, com a cauda maior do que o comprimento cabeça-corpo. Pelagem lanosa,
longa e macia. Coloração geral variando do marrom claro ao cinza, dorso variando do castanho-
avermelhado a amarelado sobre os ombros, com limite pouco definido com a coloração ventral mais clara.
Presença de uma faixa central acinzentada do focinho até a altura das orelhas. Olhos marrons claros, com
uma máscara de pelos marrons claros ao redor. Orelhas de tamanho médio. Cauda preênsil, peluda na
metade basal (primeiros 40% a 50%), gradualmente despigmentada em direção à ponta.
Hábito e Habitat: noturno, solitário e arborícola, utilizando, principalmente, o estrato superior da mata,
mas também descem ao solo quando o alimento se torna escasso, na época seca. Alimentam-se de frutos,
mas também de exsudado de planta, néctar, pequenos vertebrados e invertebrados como coleópteros,
lepidópteros e himenópteros (Casella & Cáceres 2006). Constroem ninhos com folhas mortas em ocos de
árvores.
Reprodução: gestação tem cerca de 27-29 dias, com ninhadas de três a quatro filhotes (Smith 2008a).
Comentários: apresenta comportamento agressivo quando se sentem ameaçados.
Medidas (em mm, n = 2, presente estudo): HB = 249-295, C = 370-410, PE = 48-55, OI = 30-37, MC = 264-
270 g.

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ORDEM DIDELPHIMORPHIA FAMÍLIA DIDELPHIDAE

Cuíca-pequena. Cryptonanus agricolai (Moojen, 1943). Agricola’s gracile opossum. Do grego kruptos,
escondido e nanos, pequeno; agricolai é uma homenagem ao físico brasileiro Ernani Agricola, ex-diretor do
Serviço Nacional de Lepra. Figura 4.

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Figura 4. Foto e distribuição geográfica Cryptonanus agricolai no Brasil. Foto: Alexandra M.R. Bezerra.

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), DD (IUCN, Carmignotto et al. 2016),
aparentemente não ameaçada, mas com dados populacionais desconhecidos.
Distribuição: ampla, no Brasil ocorre em áreas abertas da Caatinga e do Cerrado. Distribuição adaptada de
Gardner (2008) e Carmignotto et al. (2016).
Descrição: coloração geral do dorso bege, com a cor do ventre variando do branco com um toque bege ao
acinzentado. Cauda fina com coloração uniforme, preênsil e longa em relação ao comprimento cabeça e
corpo. Dorso das patas claro. Possui uma mancha escura em torno dos olhos (Voss et al. 2005).
Hábito e habitat: pouco se sabe sobre sua história natural, além de habitar ambientes xéricos do Cerrado
e da Caatinga (Gardner 2008).
Reprodução: não existem dados.
Comentários: espécie rara, sendo a única espécie do gênero que ocorre na região. Pode ocorrer em
simpatria com Gracilinanus agilis (espécie descrita na p. 11), uma espécie muito similar, mas de quem se
difere pelo tamanho bem menor e pela máscara mais pálida ao redor dos olhos (Voss et al. 2005).
Medidas (em mm, n = 4, Voss et al. 2005, e n = 1 de A.M.R. Bezerra, dados não publicados): HB = 85,2 (82-
89), C = 104,8 (104-106), PE = 13 (12-15), OI = 16 (15-17, n = 3), MC = 20,66 g (18-22, n = 3).

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ORDEM DIDELPHIMORPHIA FAMÍLIA DIDELPHIDAE

Gambá-de-orelha-branca, saruê, mucura. Didelphis albiventris Lund, 1840. White-eared-opossum.


Didelphis, do grego di, dois e delphus, útero, uma alusão à presença do marsúpio (bolsa) como um segundo
útero; albiventris, do latim albi, branco e ventris, barriga. Figura 5.

Figura 5. Foto e distribuição geográfica de Didelphis albiventris no Brasil. Foto: Paola S. da Mata.

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Costa et al. 2015b), não ameaçada,
mas não é comum no JBB.
Distribuição: ampla, ocupando principalmente as áreas do Cerrado, Caatinga, Pantanal e Pampas, mas há
registros em áreas limítrofes da Mata Atlântica (Cerqueira & Tribe 2008).
Descrição: coloração geral do dorso agrisalha ou totalmente negra, ocorrendo ambas as formas na mesma
população. Orelhas grandes e brancas. Cauda preênsil, usualmente maior que o comprimento cabeça e
corpo, preta na metade basal e branca na metade distal, densamente coberta por pelos no primeiro quinto
de seu comprimento total. Dorso das patas preto. Machos ligeiramente maiores do que as fêmeas. Possui
glândulas odoríferas responsáveis pelo forte e desagradável odor, característico das espécies deste gênero.
Hábito e habitat: noturno, solitário, principalmente terrestre, explorando também o estrato arbóreo, e
onívoro e oportunista, se alimentando principalmente de frutos e invertebrados (Gardner 2008).
Reprodução: produz até duas ninhadas por estação reprodutiva, com uma média de nove filhotes, mas o
tamanho da ninhada pode ser afetado pela disponibilidade de alimento, que pode afetar as condições físicas
das mães (Carusi et al. 2009). As fêmeas possuem uma bolsa onde carregam os filhotes, que nascem pouco
desenvolvidos, até completarem o desenvolvimento.
Comentários: quando agredidos vocalizam de boca aberta, sendo violentos na defesa, e emitem de suas
glândulas anais uma secreção volátil de odor fétido. Pode ocorrer em simpatria com Philander, de quem se
distingue pela ausência da mancha clara sobre cada olho, e com Didelphis aurita e Didelphis marsupialis, de
quem se distingue pelas orelhas brancas e marcas brancas e pretas na cara. Em alguns locais de sua área
de distribuição esta espécie é caçada como fonte alimentar (Alves et al. 2012).
Medidas (em mm, n = 10, presente estudo): HB = 327 (270-375), C = 321 (278-375), PE = 44 (40-50), OI =
58 (50-62), MC = 808 g (515-1125).
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ORDEM DIDELPHIMORPHIA FAMÍLIA DIDELPHIDAE

Cuíca-pequena. Gracilinanus agilis (Burmeister, 1854). Agile gracile mouse opossum. Gracilinanus, do latim
gracilis, gracioso e do grego nanos, pequeno; agilis do latim agilis, ágil. Figura 6.

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Figura 6. Foto e distribuição geográfica de Gracilinanus agilis no Brasil. Foto: acervo do JBB.

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Carmignotto et al. 2015), não
ameaçada e comum no JBB.
Distribuição: ampla. No Brasil ocorre em áreas florestadas da Caatinga, Cerrado, Pantanal e brejos de
altitude da Mata Atlântica do Nordeste (Souza et al. 2004, Creighton & Gardner 2008, Gurgel-Filho et al.
2015).
Descrição: coloração geral do dorso marrom avermelhado escuro, com o ventre variando de branco com
um toque de amarelo até o amarelo queimado. Cauda mais escura na parte dorsal, sem manchas, preênsil
e longa em relação ao comprimento cabeça–corpo. Dorso das patas claro. Presença de uma mancha preta
em torno dos olhos. Apresenta dimorfismo sexual com os machos ligeiramente maiores que as fêmeas, que
não apresentam marsúpio (bolsa ventral).
Hábito e habitat: noturno e arborícola, explorando também o ambiente terrestre. Alimenta-se de frutas,
insetos e pequenos vertebrados. Análises fecais indicaram que se alimenta de plantas pioneiras das famílias
Melastomataceae, Solanaceae e Viscaceae, incluindo sementes e frutos (Camargo et al. 2011). Machos e
fêmeas se alimentam mais de cupins e percevejos na seca, enquanto na época chuvosa machos consomem
mais formigas, e fêmeas besouros e formigas (Camargo et al. 2011). É tolerante à fragmentação, pois tem
sido coletada em fragmentos de diferentes tamanhos.
Reprodução: as fêmeas apresentaram atividade reprodutiva sincronizada e sazonal, com o desmame dos
filhotes ocorrendo na estação chuvosa. Há apenas uma ninhada por ano.
Comentários: em manhãs frias apresentam torpor, um mecanismo contra a baixa temperatura. São
predados por carnívoros, cobras e lagartos. Pode ocorrer em simpatria com espécies similares, como
Marmosa (Micoureus) demerarae, de quem difere pelo tamanho bem menor, e Cryptonanus agricolai, de
quem difere pelo tamanho maior das orelhas e do comprimento da cauda em relação ao comprimento da
11
cabeça-corpo e pela máscara escura ao redor dos olhos mais acentuada, enquanto em Cryptonanus é mais
pálida (Voss et al. 2005, Bezerra et al. 2014).
Medidas (em mm, n = 18, presente estudo): HB = 112 (105-130), C = 127 (115-141), PE = 16 (14-17), OI =
22 (19-32), MC = 36 g (25-43).

12
ORDEM DIDELPHIMORPHIA FAMÍLIA DIDELPHIDAE

Catita. Monodelphis americana (Müller, 1776). Northern three-striped opossum. Monodelphis, do grego
delphus, útero, e mono, um, uma alusão à falta do marsúpio (bolsa), presente em outros grupos de
marsupiais; americana, nativa da América. Figura 7.

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Figura 7. Foto e distribuição geográfica de Monodelphis americana no Brasil. Foto: Júlio L. Vilela.

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Astúa de Morais et al. 2016), não
ameaçada.
Distribuição: disjunta, com pontos na Mata Atlântica, no Cerrado do Brasil central e na Amazônia (Pine &
Handley 2008, Cardoso 2012).
Descrição: tamanho pequeno, com o comprimento da cauda menor (70%) do que o comprimento cabeça
e corpo. Pelagem fina, curta e macia. Coloração dorsal castanho-acinzentado na porção mediana e castanho
avermelhado na região lombar, e coloração ventral creme amarelada, com pelos de base cinza. Presença de
três listras dorsais longitudinais escuras iniciando-se na linha das orelhas. Pelos da região do queixo e
garganta semelhantes ao ventre. Terceiro dígito nas patas anteriores e posteriores mais longo. Unhas das
patas anteriores grandes ultrapassando as almofadas digitais. Cauda curta com pelagem retida em sua base.
Hábito e habitat: diurno, solitário, terrícola, se alimenta preferencialmente de insetos. Habita florestas
primárias e secundárias, e matas de galeria, e pode fazer ninhos de folhas em galhos de árvores e arbustos;
o padrão de listras no dorso prediz que a espécie pode ser diurna (Pine & Handley 2008).
Reprodução: sem marsúpio. Aparentemente os machos só reproduzem uma vez na vida (Nitikman &
Mares 1987).
Comentários: pode ocorrer em simpatria com M. iheringi, espécie que também possui o padrão de três
listras, nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo (Cardoso 2012).
Medidas (em mm, n = 10, presente estudo): HB = 106 (95–125), C = 45 (35-55), PE = 16 (15-20), OI = 13
(10-14), MC = 19 g (12-28).

13
ORDEM DIDELPHIMORPHIA FAMÍLIA DIDELPHIDAE

Catita. Monodelphis kunsi Pine, 1975. Pygmy short-tailed opossum. Monodelphis, do grego delphus, útero, e
mono, um, uma alusão à falta do marsúpio (bolsa), presente em outros grupos de marsupiais; kunsi, em
homenagem ao epidemiologista Merle L. Kuns. Figura 8.

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Figura 8. Foto e distribuição geográfica de Monodelphis kunsi no Brasil. Foto: Ana Paula Carmignotto.

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), DD (IUCN, Solari et al. 2015), não ameaçada.
Distribuição: no Brasil, ocorre no centro-oeste do Cerrado pontos em área de transição com a Mata
Atlântica, no Distrito Federal, e em parte dos estados do Acre, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,
Paraná, Tocantins, Mato Grosso, Rondônia e São Paulo. Adaptado de Pine & Handley (2008).
Descrição: tamanho muito pequeno e compacto (entre 9 e 30 g, de la Sancha et al. 2007), com o
comprimento da cauda menor (70%) do que o comprimento cabeça-corpo e pés com as unhas medindo
entre 13 e 16 mm (Pine & Handley 2008). Pelagem grossa, muito curta e sedosa. Coloração dorsal
homogênea e castanho-escuro avermelhado ao marrom. Pelos da região do ventre também curtos e de
coloração uniforme, que varia em tons de creme.
Hábito e habitat: solitário e terrícola. Habita ambientes de cerrados, arbustivos e de florestas secundárias
(de la Sancha et al. 2007).
Reprodução: sem marsúpio.
Comentários: é possível que esta espécie seja, na verdade, um conjunto de espécies ainda não descritas
(de la Sancha et al. 2007, Pine & Handley, 2008).
Medidas (em mm, n = 10, de la Sancha et al. 2007): HB = 78,3 (62–102), C = 40,4 (36-45), PE = 11,7 (11-
14), OI = 11,1 (10-14), MC = 12,72 g (7,5-30).

14
ORDEM DIDELPHIMORPHIA FAMÍLIA DIDELPHIDAE

Cuíca-cinza-de-quatro-olhos. Philander canus (Osgood, 1913). Gray four-eyed opossum. Philander, do


grego philandros, macho amoroso; canus, do latim cinza. Figura 9.

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Figura 9. Foto e distribuição geográfica de Philander canus no Brasil. Foto: Alexandra M.R. Bezerra.

Status de conservação: não avaliada. Ver comentários.


Distribuição: ampla, no Brasil ocorre em áreas florestadas da Amazônia, Pantanal e centro do Cerrado, nos
estados do Acre, Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, sul do Pará e Tocantins (Voss et al.
2018).
Descrição: coloração geral do dorso cinza, com uma mancha bem marcada, de cor creme a branco, acima
de cada olho (por isso cuíca-de-quatro-olhos) e ventre branco com um toque de amarelo. Cauda longa em
relação ao comprimento cabeça e corpo, preênsil e mais escura na base e branca da metade terminal.
Apresenta dimorfismo sexual com os machos ligeiramente maiores que as fêmeas, que apresentam
marsúpio (bolsa ventral).
Hábito e habitat: noturno, arborícola e onívoro. Explora tanto o ambiente terrestre quanto os estratos
mais baixos da mata ao longo de cursos de água (de la Sancha et al. 2016).
Reprodução: fêmeas adultas possuem marsúpio bem desenvolvido.
Comentários: pode ocorrer em simpatria com Philander pebas e Philander mcilhennyi (Voss et al. 2018), e
de outros gêneros como Marmosa (Micoureus) demerarae, de quem se difere pela presença de manchas
bem marcadas acima dos olhos e pela coloração da cauda, que em M. demerarae possui manchas em seu
terço final. É muito semelhante à Metachirus nudicaudatus, mas a fêmea dessa espécie não possui marsúpio
e cauda tem coloração homogênea em todo seu comprimento. Philander canus, antigamente incluída dentro
de Philander opossum, foi recentemente revalidada (Voss et al. 2018)
Medidas (em mm, n = 5, presente estudo): HB = 200-271, C = 243-310, PE = 35-43, OI = 33-39, MC = 230-
310 g.

15
ORDEM DIDELPHIMORPHIA FAMÍLIA DIDELPHIDAE

Catita-de-cauda-grossa. Thylamys velutinus (Wagner, 1842). Dwarf Thylamys. Thyla, do grego antigo
thúlakos, bolsa, mys, do grego antigo μῦς (mŷs), rato, e velutinus do latim, veludo, pela textura de sua
pelagem. Figura 10.

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Figura 10. Foto e distribuição geográfica de Thylamys velutinus no Brasil. Foto: Paola S. da Mata.

Status de conservação: Vulnerável (ICMBio, Rossi et al. 2018), NT (IUCN, Carmignotto & Astúa de Moraes
2016), espécie rara.
Distribuição: ocorre no Cerrado do Brasil central, no Distrito Federal, e nos estados de Goiás, Bahia, Minas
Gerais e São Paulo. Distribuição adaptada de Gardner (2008).
Descrição: tamanho pequeno, com a cauda menor do que o comprimento cabeça-corpo. Pelagem fina,
longa e macia. Coloração dorsal acinzentada, com limite pouco definido com a coloração ventral
acinzentada com pelos de base cinza, exceto na região da garganta onde são creme esbranquiçados. Anel
estreito de pelos escuros pouco evidentes ao redor dos olhos. Patas anteriores e posteriores com dedos
curtos, com unhas longas ultrapassando as almofadas digitais. Superfície palmar e plantar coberta por
grânulos e dermatóglifos pequenos com almofadas fundidas. Cauda entumecida devido ao depósito de
gordura, porção preênsil pouco desenvolvida e fracamente bicolor.
Hábito e habitat: terrícola, insetívoro-onívoro, alimenta-se principalmente de artrópodes (Vieira & Palma
1996). Parece ser principalmente noturno, sua atividade diurna ocorre imediatamente após o nascer do sol
(Vieira & Palma 1996). Habita áreas abertas do Cerrado (Carmignotto & Monfort 2006).
Aparentemente, é tolerante a perturbação causada pelo fogo, tendo apresentado densidades populacionais
maiores em áreas em estágios iniciais, um a dois anos, de sucessão pós-fogo (Briani et al. 2004).
Reprodução: sem marsúpio.
Comentários: a área de vida é estimada em 2,28 hectares para machos e 1,70 hectare para fêmeas (Vieira
& Palma 1996).
Medidas (em mm, Carmignotto & Monfort 2006): HB = 79-110 (n = 7), C = 65-91 (n = 7), MC = 13–35, 9 g
(n = 3).

16
Chave de identificação de roedores (Rodentia)3
1a. Presença de quatro molares no adulto .................................................................................................................................. 2
1b. Presença de três molares no adulto ........................................................................................................................................ 5
2a. Patas com 3 dedos .......................................................................................................................................................................... 3
2b. Patas com 4 dedos .......................................................................................................................................................................... 4
3a. Cauda minúscula, coloração geral acinzentada, ausência de um anel de pelos brancos ao redor dos olhos,
cerca de 300 g .................................................................................................................................. preá-do-mato. Cavia aperea
3b. Cauda minúscula, coloração geral marrom com manchas brancas formando linhas longitudinais na
lateral do corpo, > 5 kg ............................................................................................................................... paca. Cuniculus paca
4a. Cauda com pelos escuros em cima e claros em baixo, pelagem macia, presença de um anel de pelos
brancos ao redor dos olhos, 180 a 300 g ....................................................................... punaré. Thrichomys pachyurus
4b. Cauda sem pelo, presença de pelos espinhosos no dorso, sem anel de pelos brancos ao redor dos olhos,
120-410 g ........................................................................................................................ rato-de-espinho. Proechimys roberti
5a. Comprimento da cauda maior ou igual ao comprimento cabeça–corpo ................................................................ 6
5b. Comprimento da cauda menor ou igual a 2/3 do comprimento cabeça–corpo ................................................ 12
6a. Presença de membrana interdigital, 130-250 g. ...................................................... rato-d’água. Nectomys rattus
6b. Ausência de membrana interdigital ....................................................................................................................................... 7
7a. Comprimento cabeça-corpo > 110 mm ................................................................................................................................. 8
7b. Comprimento cabeça-corpo < 110 mm .............................................................................................................................. 12
8a. Coloração geral cinza amarelado ou amarronzada, sem limite definido com o ventre esbranquiçado,
crista orbital pouco ou muito desenvolvida ............................................................................................................................... 9
8b. Coloração geral do marrom ao marrom avermelhado com limite definido com o ventre branco, crista
supraorbital pouco desenvolvida ................................................................................................................................................. 11
9a. Cauda maior ou igual ao tamanho cabeça corpo, sem garras desenvolvidas ..................................................... 10
9b. Cauda pequena, menor que o comprimento cabeça-corpo, presença de garras desenvolvidas e focinho
afilado e longo, olhos pequenos 65-115 g ................................................................. rato-porco. Oxymycterus delator
10a. Cauda com duas cores, escura em cima e clara em baixo, crista supra orbital desenvolvida, presença
de mesolofo no 1o e 2o molares superiores, olhos grandes, 50-100 g ........ rato-vermelho. Cerradomys scotti
10b. Cauda escura de uma só cor, crista supra orbital pouco desenvolvida, região interorbtital em formato
de óculos, sem mesolofo, 45-55 g. .................................................................................................. Pseudoryzomys simplex
11a. Patas longas, estreitas e brancas, cauda longa. Coloração do dorso marrom escuro; forâmen incisivo
curto, 30-100 g. ................................................................................................... rato-do-mato. Hylaeamys megacephalus
11b. Patas curtas, largas, cinza ou brancas Presença de uma mancha escura e bem definida no dorso da pata
.............................................................................................................rato-do-mato. Rhipidomys macrurus e R. mastacalis
12a. Patas longas e uniformemente brancas ou claras ........................................................................................................ 13
12b. Patas curtas ................................................................................................................................................................................. 14
13a. Dorso marrom avermelhada, com ventre creme, 10-25 g ..............................................................................................

3
Baseada em Bonvicino et al. (2008) e Patton et al. (2015).
17
............................................................................................................. camundongo-do-mato. Oligoryzomys mattogrossae
13b. Dorso marrom amarelado, com ventre esbranquiçado, 18-40 g .................................................................................
.......................................................................................................................... camundongo-do-mato. Oligoryzomys nigripes
14a. Presença de um anel claro ao redor dos olhos, coloração do dorso marrom acinzentada sem limite
definido com o ventre acinzentado, 40-80 g ............................................................... rato-pixuna. Necromys lasiurus
14b. Sem anel claro ao redor dos olhos ...................................................................................................................................... 15
15a. presença de um tufo de pelos brancos na parte basal, atrás das orelhas .......................................................... 16
15b. Ausência de tufo de pelos brancos na parte basal, atrás das orelhas .................................................................. 17
16a. Dorso marrom acinzentado com limite definido com ventre esbranquiçado, e tamanho maior, entre
25-35 g .............................................................................................................. rato-bolinha-da-caatinga. Calomys expulsus
16b. Dorso marrom cinza-avermelhado com limite definido com ventre esbranquiçado, e tamanho menor
............................................................................................................................................ camundongo-do-mato. Calomys tener
17a. Dorso amarronzada, coloração do ventre esbranquiçada presença de mancha escura no dorso da pata
....................................................................................................................................................................................... Oecomys cleberi
17b. Dorso amarelo-clara ou laranja, ventre esbranquiçada, patas de cor clara e uniforme .............................. 18
18a. Tamanho menor ..................................................................................................................................... Thalpomys lasiotis
18b. Tamanho maior ............................................................................................................................ Thalpomys cerradensis

18
ORDEM RODENTIA FAMÍLIA CAVIIDAE

Preá-do-mato. Cavia aperea Erxleben, 1777. Brazilian Guinea pig. Cavia, do tupi sawiya, rato; aperea, do
latim aper, porco. Figura 11.

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Figura 11. Foto e distribuição geográfica de Cavia aperea no Brasil. Foto: Matias Cabezas.

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Bernal 2016), não ameaçada.
Distribuição: ampla, no Brasil ocorre no Cerrado e na Mata Atlântica (Bonvicino et al. 2008).
Descrição: coloração dorsal marrom, com um limite bem definido com ventre branco amarelado, com o
peito mais acinzentado. Cauda minúscula. Dorso da pata da mesma cor do dorso do corpo.
Hábito e habitat: terrestre e vegetariano, com atividade no crepúsculo e início da manhã. Habita
principalmente campos naturais e antrópicos (ver Asher et al. 2004), formando pequenas trilhas no estrato
herbáceo em locais com alta densidade. Espécie comum, mas pode ser rara em alguns locais, devido à
pressão de caça.
Reprodução: a gestação dura 60 dias e as fêmeas dão cria a filhotes bem desenvolvidos (Hribal et al. 2018).
Comentários: ocorre em simpatria com a outra espécie de preá (Galea spixii) de quem se diferencia pela
ausência do anel de pelos brancos ao redor dos olhos e pela coloração mais marrom e menos agrisalhada.
Medidas (em mm, n=20, Bonvicino et al. 2008): HB = 242,3, PE = 51,6, OI = 25,1, MC = 321 g.

19
ORDEM RODENTIA FAMÍLIA CAVIIDAE

Capivara. Hydrochoerus hydrochaeris (Linnaeus, 1766). Capybara. Os nomes de gênero e espécie têm a
mesma origem: hydro, do grego hydor, água; choiros, porco. Uma curiosidade, é que o nome comum,
capivara, vem do tupi ka’apiûara, que significa ‘aquele que come de capim’. Figura 12.

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Figura 12. Foto e distribuição geográfica de Hydrochoerus hydrochaeris no Brasil. Foto: Bernard Dupont.
(https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:CC-BY-SA-2.0).

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Reid 2016), não ameaçada.
Distribuição: ampla, ocorre em todo Brasil, porém parece ser rara ou incomum em áreas da Amazônia
(Reid, 2016). Distribuição adaptada de Bonvicino et al. (2008).
Descrição: tamanho grande (mede mais de um metro), coloração dorsal marrom-escuro e avermelhado ao
marrom-claro e amarelado (Donnum 2015). Pelagem longa, áspera e grossa, sendo impermeável à água.
Unhas modificadas em cascos grossos e membranas entre os dedos. Cauda minúscula. Coloração do dorso
da pata semelhante a cor do dorso do corpo.
Hábito e Habitat: semiaquático e herbívoro, com atividade no crepúsculo e início da manhã. Habita
variados ambientes, como matas ciliares e savanas sazonalmente inundáveis, mas sempre próxima a
espelhos d’água (Bonvicino et al. 2008).
Reprodução: pode se reproduzir durante todo o ano e tem em média 3,6 filhotes por parição, com
capacidade de reiniciar a atividade reprodutiva 15 dias após o parto (Vargas et al. 2007).
Comentários: o tamanho do grupo de capivara parece variar em função do tipo de habitat, mas podem
viver em grupos sociais de até 52 indivíduos, mas também ocorre a presença de machos solitários (Alho et
al. 1987).
Medidas (em mm, Emmons & Feer 1997): HB = 1070-1340, C = 10-20, PE = 220-250, OI = 60-70, MC = 35-
65 kg.

20
ORDEM RODENTIA FAMÍLIA CUNICULIDAE

Paca. Cuniculus paca (Linnaeus, 1766). Paca. Cuniculus, do grego antigo kóvlkƛoç, coelho; paca, do Tupi
paka, sempre atento. Figura 13.

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Figura 13. Foto e distribuição geográfica de Cuniculus paca no Brasil. Foto: João A. de Oliveira.

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Emmons 2016), não ameaçada.
Distribuição: ampla. Ocorre do sul do México ao Paraguai, e foi introduzido em Cuba. No Brasil ocorre na
Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal e Campos do Sul (adaptada de Bonvicino et al. 2008).
Descrição: coloração do dorso varia do marrom avermelhada ao marrom escuro e coloração do ventre
branca. Laterais do corpo com três ou quatro linhas de largas pintas brancas, algumas vezes parecendo
uma linha. Cauda minúscula. Patas anteriores com quatro dedos e posteriores com três dedos grandes e
dois pequenos que usualmente não tocam o chão.
Hábito e Habitat: terrestre e noturno. Alimentam-se de frutos caídos, brotos e tubérculos (Bonilla-Morales
et al. 2013). Vivem próximo a cursos d’água. Comum, mas está se tornando rara em alguns locais devido a
intensa pressão de caça, sendo sua carne muito apreciada.
Reprodução: a gestação dura em média 148,6 + 4,8 dias, com o nascimento de um filhote por parto,
confirmando que essa espécie é unípara, e que o parto gemelar é um acontecimento fora dos padrões da
espécie (Guimarães et al. 2008).
Comentários: nos locais que não são caçadas são comum e facilmente observáveis.
Medidas (em mm, Pérez 1992): HB = 600-800, C = 15-35, PE = 113-130, OI = 35-43, MC = 6-12 kg.

21
ORDEM RODENTIA FAMÍLIA ECHIMYIDAE

Rato-de-espinho. Phyllomys centralis Machado, Loss, Paz, Viera, Rodrigues & Marinho-Filho, 2018. Spiny
rat. Phyllomys, de phylla, plural de phyllum, filo em português, e mys, do grego antigo μῦς (mŷs), rato;
centralis, em alusão ao Brasil central, de onde a espécie é endêmica. Figura 14.

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Figura 14. Foto e distribuição geográfica de Phyllomys centralis. Foto: André Faria Mendonça.

Status de conservação: não avaliada. Ver comentários.


Distribuição: restrita, endêmica do Brasil, ocorrendo no Distrito Federal, e no estado de Minas Gerais
(Machado et al. 2018).
Descrição: tamanho médio. Coloração do dorso varia de marrom-avermelhado ao marrom-amarelado,
salpicado com pelos com pontas pretas. Coloração do ventre, mais clara que nas laterais, variando de
marrom-avermelhado ao bege-acinzentado, sem limite definido com o dorso como visto em Proechimys
roberti (espécie descrita abaixo). Presença de pelos espinhosos no dorso. Cauda igual ou pouco maior que
o comprimento cabeça-corpo com pelos esparsos no seu comprimento, e pelos como os do dorso na base
da cauda. Orelhas redondas, pequenas e densamente preenchidas com pelos que possuem o dobro do
tamanho das orelhas. Dorso da pata branco. Mais detalhes podem ser encontras em Machado et al. (2018).
Hábito e Habitat: hábito arborícola e solitário.
Reprodução: não há dados.
Comentários: apesar dessa espécie não ter ainda seu status de conservação avaliado, por ter sido
recentemente descrita (em 2018), ela é conhecida de apenas quatro localidades: uma no Distrito Federal e
três no estado de Minas Gerais, todas sob algum tipo de pressão antrópica (Machado et al. 2018). A espécie
não foi coletada no JBB, mas o espécime que deu nome à espécie foi coletado na Fazenda Água Limpa (FAL),
área que pertence à mesma unidade de conservação que o JBB, a APA Gama Cabeça de Veado.
Medidas (em mm, n = 2, Machado et al. 2018): HB = 214-247,5, C = 211-224, PE = 39-43, OI = 16-18,5, MC
= 250-340 g.

22
ORDEM RODENTIA FAMÍLIA ECHIMYIDAE

Rato-de-espinho. Proechimys roberti Thomas, 1901. Robert’s spiny rat. Proechimys, do grego pro,
semelhante, do grego eklinos, porco espinho e do grego antigo μῦς (mŷs), rato; roberti, em homenagem ao
coletor e naturalista Alphonse Robert. Figura 15.

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Figura 15. Foto (indivíduo jovem) e distribuição geográfica de Proechimys roberti no Brasil. Foto: Diogo
Loreto.

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Weksler 2016), não ameaçada.
Distribuição: restrita, endêmica do Brasil, ocorrendo no Distrito Federal, e nos estados de Goiás, Pará (ao
sul do rio Amazonas), Maranhão, Minas Gerais, Piauí e Tocantins. Distribuição adaptada de Bonvicino et al.
(2008).
Descrição: coloração do dorso no adulto varia de marrom avermelhado ao marrom amarelado, com um
limite bem definido com o ventre totalmente branco. Jovens com coloração geral do dorso cinza. Presença
de pelos espinhosos no dorso. Cauda escura em cima e clara em baixo com o limite bem definido entre as
cores, e pouco menor que o comprimento cabeça-corpo. Dorso da pata branco.
Hábito e habitat: noturno, terrestre e solitário. Ocorre na Amazônia e no Cerrado em cerradão, matas de
galeria largas e extensas e cerrado sensu stricto (Bonvicino et al. 2005). Pode ser abundante localmente,
mas por utilizar um número restrito do habitat em áreas de formações florestais no Cerrado, está em perigo
com o contínuo desmatamento destas vegetações.
Reprodução: produzem ninhadas com dois a três filhotes (Bonvicino et al. 2005).
Comentários: é comum exemplares sem cauda, pois esta se solta facilmente como estratégia para escapar
de predadores.
Medidas (em mm, n = 17, Bonvicino et al. 2008): HB = 198 (166-238), C = 145 (125-168), PE = 43 (39-48),
OI = 24 (21-26), MC = 191 g (104-320, n = 13).

23
ORDEM RODENTIA FAMÍLIA ECHIMYIDAE

Punaré. Thrichomys pachyurus (Lund, 1839). Paraguayan punaré. Thrichomys, do grego thricho, peludo, e
do grego antigo μῦς (mŷs), rato, pachyurus do grego ‘cauda grossa’. Figura 16.

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Figura 16. Foto e distribuição geográfica de Thrichomys pachyurus no Brasil. Foto: Cibele R. Bonvicino.

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Lacher 2016), não ameaçada.
Distribuição: endêmica do Brasil, ocorrendo nos estados do Mato Grosso (leste), Tocantins e Goiás, e no
Distrito Federal (este estudo).
Descrição: tamanho médio a grande, comprimento da cauda ligeiramente menor que o do corpo. Pelagem
macia, sem pelos aristiformes. Coloração do dorso cinza ou castanha. Superfície ventral branca, com limite
bem definido com as laterais do corpo, que são um pouco mais claras que o dorso. Anel de pelos brancos
ao redor dos olhos. Cauda densamente pilosa, e pode estar ausente devido à facilidade com que se rompe.
Superfície superior das patas clara, dígitos com pelos ungueais claros. Três pares de mamas.
Hábito e habitat: terrestre e semiarborícola, diurno e noturno, mas preferencialmente crepuscular
(Streilen, 1982). Habita áreas abertas e florestais do Cerrado.
Reprodução: sem dados sobre essa espécie.
Comentários: antes o gênero Thrichomys era considerado monoespecífico, por isso em algumas
publicações os espécimes de T. pachyurus do JBB aparecem identificados como T. apereoides.
Medidas (em mm, Bonvicino et al. 2008 em espécimes identificados como Thrichomys sp., n = 14): HB =
219,4 (165-251), C = 189,5 (232-160), PE = 46,7 (50-43), OI = 18,7 (21-18), MC = 330 g (170-450).

24
ORDEM RODENTIA FAMÍLIA ERETHIZONTIDAE

Porco-espinho ou ouriço-cacheiro. Coendou prehensilis (Linnaeus, 1758). Brazilian porcupine. Coendou


vem do nome tupi kûandu; prehensilis do latim agarrar. Figura 17.

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Figura 17. Foto e distribuição geográfica de Coendou prehensilis no Brasil. Foto: acervo Jardim Botânico de
Brasília.

Status de conservação: Menos preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Marinho-Filho & Emmons 2016),
não ameaçada, comum, mas pode ser rara em alguns locais devido ao desmatamento.
Distribuição: ampla, no Brasil ocorre nos biomas Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal.
Distribuição adaptada de Bonvicino et al. (2008) e Paglia et al. (2012).
Descrição: tamanho grande para um roedor, cauda com tamanho igual ou menor que o do corpo. Pelos
espinhosos sobressaem sobre a pelagem mais macia e fina. Coloração dorsal varia do castanho-amarelado
ao preto, decorrente da cor mais escura das pontas dos espinhos. Ventre com espinhos mais curtos e finos,
geralmente com a mesma coloração do dorso. Ponta da cauda preênsil, auxiliando na locomoção sobre os
galhos e no equilíbrio do corpo. Patas anteriores e posteriores com garras fortes, e o hálux substituído por
uma calosidade muito desenvolvida e provida de estrutura óssea, adaptação também à vida arborícola.
Hábito e habitat: arborícola, dieta constituída de frutos, sementes imaturas e brotos, com atividade no
crepúsculo e início da manhã. Habita ambientes florestais. Mais detalhes em Voss (2015).
Reprodução: fêmeas em cativeiro têm um único filhote por parto após 200 dias de gestação, e os jovens
são nutricionalmente independentes após 15 semanas do nascimento (Voss 2015).
Comentários: pode sofrer grandes perdas populacionais em empreendimentos hidrelétricos, onde grande
número de indivíduos são resgatados durante o enchimento de lagos (Voss 2015). Coendou prehensilis pode
ser um complexo de espécies.
Medidas (em mm, Bonvicino et al. 2008): HB = 516, C = 520, PE = 100.

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ORDEM RODENTIA FAMÍLIA CRICETIDAE
SUBFAMÍLIA SIGMODONTINAE

Rato-bolinha da Caatinga. Calomys expulsus (Lund, 1840). Caatinga Laucha. Calomys, do grego kalos,
bonito e do grego antigo μῦς (mŷs), rato; expulsus, por Lund ter achado que estava sendo expulso pelo
camundongo comum introduzido no Brasil. Figura 18.

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Figura 18. Foto e distribuição geográfica de Calomys expulsus no Brasil. Foto: Cibele R. Bonvicino.

Status de conservação: Menos preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Bonvicino & Geise 2017), não
ameaçada.
Distribuição: endêmica do Brasil, ocorrendo no leste e centro do país. É típico de áreas abertas do Cerrado
e na Caatinga. Distribuição adaptada de Bonvicino et al. (2008).
Descrição: tamanho pequeno. Coloração do dorso varia do marrom acinzentado ao marrom amarelado,
com laterais mais claras e limite bem definido com o ventre branco. Cauda fina, menor que o comprimento
cabeça-corpo, escura na parte dorsal e clara na parte ventral, e dorso das patas branco. Presença de um
tufo de pelos brancos característicos na parte basal atrás das orelhas curtas.
Hábito e Habitat: terrestre, com habilidade para explorar habitats arbóreos, e noturno, com atividade no
final da tarde. Alimenta-se de sementes e insetos. Habita mata de galeria, cerrado típico, cerrado rupestre
e campo úmido. Pode apresentar aumento populacional logo após o fogo (Barcellos 2001, espécimes
identificados como C. callosus).
Reprodução: ninhada com três a seis embriões em localidades do Cerrado (Bonvicino et al. 2012).
Comentários: a densidade varia de 0,19 a 0,25 indivíduos por hectare. Pode ocorrer variações
populacionais, vulgarmente conhecidas como ratadas, que elevam drasticamente as populações de alguns
locais, no ano seguinte voltando a densidade normal. Se distingue da maioria das espécies da estação
ecológica pelo menor comprimento da cauda em relação ao da cabeça-corpo, e de Necromys lasiurus e
Oxymycterus roberti pela coloração dorsal clara com limite bem definido com o ventre esbranquiçado.
Medidas (em mm, n = 21, Bonvicino et al. 2008): HB = 99,7, C = 2,1, PE = 20,2, OI = 17, MC = 28,2 g.

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Camundongo-do-mato. Calomys tener (Winge, 1887). Delicate vesper mouse, Delicate Laucha. Calomys, do
grego kalos, bonito e do grego antigo μῦς (mŷs), rato; tener, do prot-indo-europeu ten-, delicado. Figura 19.

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Figura 19. Foto e distribuição geográfica de Calomys tener no Brasil. Foto: Cibele R. Bonvicino.

Status de conservação: Menos preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Leite & Patterson 2016), não
ameaçada.
Distribuição: Cerrado e áreas alteradas da Mata Atlântica limítrofes (Bonvicino et al. 2002).
Descrição: tamanho pequeno. Coloração do dorso varia do marrom acinzentado ao marrom amarelado,
laterais mais claras com um limite bem definido com o ventre branco. Cauda fina, menor que o
comprimento cabeça-corpo, escura na parte dorsal e clara na parte ventral. Dorso das patas branco.
Presença de um tufo de pelos brancos característicos na parte basal atrás das orelhas curtas.
Hábito e habitat: comum, terrestre, solitário, noturno (Vieira & Baumgarter 1995), com dieta constituída
de grãos, frutos, brotos e raízes (Briani et al. 2004). Habita campos, áreas pedregosas, arenosas (Câmara &
Murta 2003), e cerrado sensu stricto (Mares et al. 1986).
Reprodução: durante todo ano, em algumas regiões do Cerrado, em alguns anos (Carvalho et al. 2007),
mas, em outros na mesma localidade, a estação reprodutiva se concentra nos períodos chuvosos (Ribeiro
& Marinho-Filho 2005). Durante a época reprodutiva as fêmeas são mais frequentes próximo a cupinzeiros
e tocas (Rocha 2007).
Comentários: difere da maioria das espécies da Estação Ecológica pelo menor comprimento da cauda em
relação ao da cabeça-corpo, de Necromys lasiurus e Oxymycterus roberti pelo dorso claro com limite bem
definido com o ventre esbranquiçado, e de Calomys expulsus pelo menor tamanho. Padrões diferenciados
de abundância sugerem que N. lasiurus e Thalpomys lasiotis são competidoras (Ribeiro & Marinho-Filho
2005), o primeiro um competidor fraco e generalista e o segundo dominante e com alto índice de
especialização (Lacher et al. 1989).
Medidas (em mm, n = 11, Bonvicino et al. 2008): HB = 77,5, C = 60,6, PE = 16,6, OI = 14,2, MC = 14,5 g.

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Rato-vermelho. Cerradomys scotti (Langguth & Bonvicino, 2002). Lindbergh’s Cerradomys. Cerradomys, do
português Cerrado e do grego antigo μῦς (mŷs), rato; scotti, homenagem ao naturalista Scott M. Lindbergh.
Figura 20.

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Figura 20. Foto e distribuição geográfica de Cerradomys scotti no Brasil. Foto: Cibele R. Bonvicino.

Status de conservação: Menos preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Bonvicino et al. 2017), não
ameaçada.
Distribuição: ampla, no Brasil ocorre no Cerrado e Pantanal. Distribuição adaptada de Bonvicino et al.
(2008).
Descrição: coloração do dorso clara, marrom amarelada tracejada por pelos pretos, clareando nas laterais
até se tornar amarelada. Coloração do dorso com limite pouco definido com o ventre cinza esbranquiçado.
Cauda nitidamente de duas cores, escura na parte dorsal e clara na parte ventral, maior que o comprimento
cabeça-corpo. Dorso das patas branco. Possui quatro pares de mamas.
Hábito e habitat: noturno e terrestre, típico de áreas formações vegetais abertas do Cerrado, como cerrado
típico, campo cerrado, cerrado rupestre e campo úmido (Bonvicino et al. 2005).
Reprodução: o tamanho da ninhada varia de três a seis embriões em localidades do Cerrado (Bonvicino et
al. 2012).
Comentários: alguns estudos no Brasil Central com indivíduos identificados como Oryzomys subflavus, na
verdade foram realizados com esta espécie, que tem as características externas similares às de O. subflavus,
mas não ocorre em simpatria com ela. Na Estação Ecológica ocorre em simpatria com Hylaeamys
megacephalus diferindo desta pela combinação da coloração marrom amarelada do dorso, com limite
pouco definido com o ventre cinza esbranquiçado.
Medidas (em mm, Bonvicino et al. 2008): HB = 116-152 (n = 5), C = 133-166 (n = 4), PE = 30-34 (n = 5), OI
= 20-25 (n = 5), MC = 54-126 g (n = 5).

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Rato-do-mato. Hylaeamys megacephalus (Fischer, 1814). Rice rat. Hylaeamys, de Hylaea, e do grego antigo
μῦς (mŷs), rato; megacephalus do grego kephalé, cabeça e megas, grande. Figura 21.

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Figura 21. Foto e distribuição geográfica de Hylaeamys megacephalus no Brasil. Foto: Cibele R. Bonvicino.
Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Percequillo et al. 2016), não
ameaçada.
Distribuição: ampla, no Brasil ocorre nos estados do Amapá, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, Roraima, São Paulo, Tocantins, e no Distrito Federal.
Distribuição adaptada de Bonvicino et al. (2008).
Descrição: coloração geral do dorso marrom amarelado escuro com pelagem clareando nas laterais e
limite bem definido com o ventre branco. Cauda uniformemente escura, usualmente maior que o
comprimento cabeça-corpo (mas pode ser ligeiramente menor ou igual ao comprimento cabeça-corpo).
Pata longa com o dorso branco. Possui quatro pares de mamas.
Hábito e Habitat: noturno e terrestre (Nitikman & Mares 1987), mas pode ser escansorial (Marinho-Filho
et al. 1998), explorando ambientes arbóreos nos estratos inferiores (< 2,0 m, Malcolm 1990). Onívoro, se
alimentando de frutos, sementes, insetos e fungos. Habita mata de galeria, cerradão, e cerrado típico. Pode
ser comum perto de habitações humanas em pomares (Barnett & Cunha 1994).
Reprodução: fêmeas grávidas e machos reprodutivamente ativos foram observados nas estações seca
(maio e junho) e úmida (setembro a novembro) no Cerrado (Mares & Ernest 1995). Observaram-se fêmeas
grávidas com ninhada de quatro filhotes. As fêmeas constroem ninho de folhas.
Comentários: a área de vida varia de 500 a 2.200 m2. Ocorre em simpatria com Cerradomys scotti e
Pseudoryzomys simplex, diferindo pela coloração mais amarronzada de limite bem definido com o ventre
branco. Nas matas ciliares do Cerrado pode ocorrer aumento na densidade populacional durante a seca,
com densidade de até 7,5 indivíduos/ ha (Mares & Ernest 1995). Na Amazônia central brasileira as
estimativas de densidades são menores 0,404 indivíduos/ ha (Malcolm 1990).
Medidas (em mm, Bonvicino et al. 2008): HB = 236 (218-281, n=12), C = 112 (95-126, n=12), OI = 21,9
(21-24, n=12), PE = 28,1 (27-31, n=12), MC = 45,4 g ( 30-60, n=16).
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Rato-do-mato. Microakodontomys transitorius Hershkovitz, 1993. Transitional colilargo.


Microakodontomys do grego mikros, pequeno, Akodon em alusão a sua semelhança aos roedores desse
gênero e do grego antigo μῦς (mŷs), rato. Figura 22.

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Figura 22. Distribuição geográfica de Microakodontomys transitorius, espécie endêmica de Brasília, Brasil.

Status de conservação: Em Perigo ICMBio, Bonvicino et al. 2018c), EN (IUCN, Roach 2018).
Distribuição: só é conhecida do Parque Nacional de Brasília, Distrito Federal (Hershkovitz 1993), mas
existe a possibilidade dessa espécie também ocorrer em outras áreas preservadas do DF, como o JBB.
Descrição: tamanho pequeno, cauda mais longa do que o comprimento do corpo. Pelagem macia, dorso
castanho, tracejado de preto, mais saturado na cabeça, sobrepelos castanho-escuros na base, e com bandas
subterminais avermelhadas ou inteiramente enegrecidas. Anéis perioculares enegrecidos; focinho com
uma banda estreita enegrecida em cada lado, da ponta ao canto do olho; laterais mais claras do que o dorso.
Ventre e superfície interna dos membros anteriores e posteriores amarelo-escuro; cauda escura na
superfície superior e com os dois terços terminais mais claros no lado ventral. Vibrissas curtas, patas
posteriores longas, unhas finas e não obstruídas por tufos ungueais (Hershkovitz 1993).
Hábito e habitat: terrestre e noturno. Habita a borda de campo limpo e campo sujo no Cerrado (Paresque
& Hanson 2015).
Reprodução: sem dado.
Comentários: sua distribuição restrita combinada com as escassas capturas apesar do esforço de coleta,
sugere que essa espécie é rara.
Medidas (em mm, n=1, Hershkovitz 1993): HB = 70, C= 93, PE = 21, OI = 13.

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Rato-pixuna. Necromys lasiurus (Lund, 1840). Hairy-tailed Akodont. Necro, do grego nekros, morto, e do
grego antigo μῦς (mŷs), rato; lasiurus, do grego lasios, cabeludo, e oura, rabo. Figura 23.

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Figura 23. Foto e distribuição geográfica de Necromys lasiurus no Brasil. Foto: Cibele R. Bonvicino.

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Marinho-Filho et al. 2016), não
ameaçada.
Distribuição: ampla, no Brasil ocorre ao sul do rio Amazonas. É típica de áreas abertas, ocorrendo no
Cerrado, Caatinga, em áreas abertas da Amazônia (no Pará, margem sul do rio Amazonas) e na borda da
Mata Atlântica em seu limite com o Cerrado. Adaptada de Patton et al. (2015).
Descrição: tamanho pequeno. Coloração do dorso varia de marrom acinzentado ao marrom, com limite
pouco definido com o ventre cinza esbranquiçado ou cinza amarelado. Cauda menor que o comprimento
cabeça-corpo, mais escura na parte dorsal. Dorso da pata cinza amarelado. Presença de um anel de pelos
amarelos ao redor dos olhos.
Hábito e habitat: terrestre, generalista e noturno, mas também ativo no início da manhã. Sua dieta inclui
animais (66,45%) e vegetais (33,54%), sendo que as fêmeas consumem maior quantidade de item animal
(75,15%) em relação aos machos, possivelmente devido a maior necessidade proteica das fêmeas no
período reprodutivo (Faria 2013). Pode ocorrer perto de habitações humanas em áreas rurais.
Reprodução: o número médio de filhotes é 4,2 no Brasil central (Dietz 1983).
Comentários: é abundante, parecendo estar associado a habitats com cobertura de gramíneas
relativamente baixa.
Medidas (em mm, n=11, Bonvicino et al. 2008): HB = 118-128, C = 66-96, PE = 20-26, OI = 13-17, MC = 40-
80 g.

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Rato-d’água. Nectomys rattus Pelzeln, 1883. Water rat. Nectomys, do grego nèktès, nadador e do grego
antigo μῦς (mŷs), rato; rattus, do latim novo, rattus de ratazana do Velho Mundo. Figura 24.

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Figura 24. Foto e distribuição geográfica de Nectomys rattus no Brasil. Foto: Alexandra M.R. Bezerra.

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Catzeflis et al. 2016), não ameaçada.
Distribuição: ampla, no Brasil ocorre nas bacias do rio Amazonas e de seus tributários (exceto no alto
curso dos rios Juruá e Purus), na bacia do rio Paraguai, e nas bacias independentes do leste do Brasil acima
do Rio São Francisco. Distribuição adaptada de Bonvicino et al. (2008).
Descrição: tamanho médio. Coloração da pelagem do dorso cinza brilhante, tornando-se amarelada nas
laterais, sem limite definido com o ventre cinza esbranquiçado ou amarelado. Cauda escura e maior que o
comprimento cabeça-corpo. Dorso das patas cinza claro. Presença de membrana interdigital devido a seu
hábito semiaquático. Possuem dimorfismo sexual no tamanho, os machos sendo maiores que as fêmeas
(Bonvicino 1994).
Hábito e habitat: noturno, terrestre, solitário e semiaquático. São bons nadadores e sua presença está
associada a presença de cursos de água, em mata de galeria e vereda margeando mata de galeria. Pode
ocorrer perto de habitações humanas nas áreas rurais.
Reprodução: sem dados na literatura sobre as populações da EEJBB.
Comentários: a estimativa da área de vida desta espécie foi de 2.200 m2 (Paula 1983), e a densidade
populacional de dois a seis indivíduos por hectare (Mares & Ernest 1995). Se distingue das outras espécies
de roedores da estação ecológica pela presença de membranas interdigitais. Os ectoparasitas incluem a
pulga Polygenis tripus (Guimarães 1972), o carrapato Amblyomma sp. (Jones et al. 1972), e o trematódeo
Schistosoma mansoni, com a capacidade de eliminar ovos viáveis e completar o ciclo de transmissão deste
último parasita (Ribeiro et al. 1998). É reservatório natural de protozoários do gênero Leishmania (Laison
& Shaw 1969).
Medidas (em mm, n=17, Bonvicino et al. 2008): HB = 210,8 (150-245), C = 214,5 (182-244), PE = 50,2 (44-
59), OI = 22,9 (19-24), MC = 239,8 g (130-350).
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Camundongo-da-árvore. Oecomys catherinae Thomas, 1909. Atlantic Forest Oecomys. Oecomys vem do
latim Oeco, casa, e do grego antigo μῦς (mŷs), rato; catherinae, porque a descrição da espécie foi baseada
em um espécime coletado no estado de Santa Catarina. Figura 25.

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Figura 25. Foto e distribuição geográfica de Oecomys catherinae no Brasil. Foto: Cibele R. Bonvicino.

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Costa et al. 2016), não ameaçada.
Distribuição: Oecomys catherinae é endêmica do Brasil, ocorrendo no estado da Paraíba ao de Santa
Catarina, e nos estados de Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul (Patton et al. 2015).
Descrição: tamanho pequeno, cauda maior que o comprimento do corpo. Pelagem do dorso castanho-
alaranjado com as laterais do corpo mais claras, com limite bem definido com o ventre esbranquiçado com
a base dos pelos de cor cinza. Vibrissas longas, que ultrapassam o limite posterior das orelhas. Patas curtas,
largas e claras, com uma mancha ligeiramente mais escura na superfície superior, não tão acentuada como
em Rhipidomys. Cauda com a porção terminal pilosa, geralmente formando pincel, que também é menos
acentuado do que em Rhipidomys. Quatro pares de mamas, peitoral, pós-axial, abdominal e inguinal.
Hábito e habitat: noturno e arborícola. Habita a Mata Atlântica e área de vegetação florestal no Cerrado
(Patton et al. 2015).
Comentários: parece ser morfologicamente e cariotipicamente semelhante a Oecomys concolor.
Medidas (em mm, Bonvicino et al. 2008): HB = 132-150, C= 166, PE = 30, OI = 20 (n=1), MC = 70 g (n=1).

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Camundongo-da-árvore. Oecomys cleberi Locks, 1981. Cleber’s Oecomys. Oecomys vem do latim Oeco, casa,
do grego antigo μῦς (mŷs), rato; cleberi em homenagem ao zoólogo Cleber Alho. Figura 26.

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Figura 26. Distribuição geográfica de Oecomys cleberi no Brasil. Foto: Nícholas Camargo.

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), DD (IUCN, Bonvicino et al. 2019), não
ameaçada.
Distribuição: é endêmica do Cerrado brasileiro, no centro sudoeste do Bioma: leste do Mato Grosso,
Distrito Federal (de onde a espécie foi descrita), noroeste de Minas Gerais e sudoeste do Mato Grosso do
Sul (Carleton & Musser 2015).
Descrição: tamanho pequeno, considerada a menor espécies do gênero (Rocha et al. 2012), cauda maior
que o comprimento do corpo, mas relativamente curta quando comparada às outras espécies de Oecomys,
e com tufo terminal de pelos curtos. Pelagem do dorso castanho-alaranjado, altamente contrastante com a
coloração branca a crema claro do ventre, sem a base cinza como viso em O. catherinae. Vibrissas longas,
que ultrapassam o limite posterior das orelhas. Patas curtas, largas e claras, com uma mancha ligeiramente
mais escura na superfície superior.
Hábito e habitat: habita matas ciliares ou de galeria (Locks 1981). Pode ser localmente abundante.
Comentários: essa espécie pode ter sido identifica como sua congênere O. bicolor no Cerrado, espécie que
seria distribuída pela Amazônia (Rocha et al. 2012). Contudo a discriminação morfológica entre essas
espécies requer estudos mais aprofundados (Carleton & Musser 2015). A espécie foi reconhecida pela
ciência a partir de um espécime coletado na Fazenda Água Limpa, que integra a Área de Preservação
Ambiental Gama e Cabeça de Veado, onde se encontra também o Jardim Botânico de Brasília.
Medidas (em mm, n = 14, Rocha et al. 2012): HB = 92-117, C = 99-123, PE = 21-29, OI = 16-18.

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Camundongo- do- mato. Oligoryzomys mattogrossae (Allen, 1916). Pigmy rice rats. Oligoryzomys, do grego
Oligo, pequeno, oruza, arroz, e do grego antigo μῦς (mŷs), rato; mattogrossae refere ao estado do Brasil
(Mato Grosso) onde a espécie foi descoberta. Figura 27.

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Figura 27. Foto e distribuição geográfica de Oligoryzomys mattogrossae no Brasil. Foto: Cibele R. Bonvicino.

Status de conservação: não avaliado. Ver comentários.


Distribuição: no Brasil ocorre no Distrito Federal, e no norte do estado de Minas Gerais, Goiás, Maranhão,
Bahia, Paraíba, oeste de Pernambuco, Alagoas, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (Patton et al. 2015).
Descrição: tamanho pequeno, comprimento da cauda maior que o do corpo. Coloração do dorso variando
de castanho-avermelhada até amarelada, com as laterais mais claras, com limite pouco definido com a
coloração do ventre, que é amarelada. Olhos grandes. Patas longas e finas cobertas de pequenos pelos
claros. Cauda fina e pouco pilosa. Quatro pares de mamas, peitoral, pós-axial, abdominal e inguinal.
Hábito e habitat: noturno e terrestre, com habilidade para explorar ambientes arbóreos. Habita biomas
de vegetação aberta, como o Cerrado, a Caatinga e o Chaco, mas também pode ser encontrado em formações
florestais na transição com a floresta amazônica (Patton et al. 2015).
Comentários: Oligoryzomys mattogrossae (espécimes identificados como O. fornesi) tem interesse especial
para a saúde pública tendo sido identificado como reservatório do hantavírus Anajatuba no estado
brasileiro do Maranhão (Rosa et al. 2005), que pode causar doença severa ao homem (Mendes et al. 2001.
Esta espécie antes era incluída dentro de Oligoryzomys fornesi, mas o nome Oligoryzomys fornesi foi restrito
as populações da Argentina (Weksler & Bonvicino 2015).
Medidas (em mm, Bonvicino et al. 2008): HB = 75,3 (60-84, n=8), C = 101,1 (90-118, n=8), PE = 22,6 (22-
24, n=8), OI = 12,7 (12-13, n=7), MC= 14 g (9-20, n=3).

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Camundongo- do- mato. Oligoryzomys nigripes (Olfers, 1818). Pigmy rice rats. Oligoryzomys, do grego
Oligo, pequeno, oruza, arroz, e do grego antigo μῦς (mŷs), rato; nigripes deriva do latim nigre, preto, e pes,
pés. Figura 28.

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Figura 28. Foto e distribuição geográfica de Oligoryzomys nigripes no Brasil. Foto: Cibele R. Bonvicino.

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio), LC (IUCN, Bonvicino et al. 2016), não ameaçada.
Distribuição: no Brasil ocorre dos estados do Ceará e de Pernambuco ao norte do Rio Grande do Sul, Minas
Gerais, sul do Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal (Bonvicino et al. 2008).
Descrição: tamanho pequeno, comprimento da cauda maior que o do corpo. Coloração do dorso variando
de castanho-avermelhada ao amarelada, com as laterais mais claras, com limite bem definido com a
coloração esbranquiçada do ventre. Olhos grandes. Patas longas e finas cobertas de pequenos pelos claros.
Cauda fina e pouco pilosa. Quatro pares de mamas, peitoral, pós-axial, abdominal e inguinal.
Hábito e habitat: terrestre. Habita formações florestais da Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga e Pantanal.
Comentários: é reservatório silvestre do hantavírus Juquitiba e do vírus Itapua (Oliveira et al. 2014). O
vírus Juquitiba causa a síndrome cardiopulmonar por hantavírus, e a prevalência da infecção entre
espécimes de Oligoryzomys nigripes no Cerrado tem uma sazonalidade, com pico no inverno (Pereira et al.
2007).
Medidas (em mm, Bonvicino et al. 2008): HB = 92 (70-120, n=44), C = 116 (96-144, n=43), PE = 24,8 (21-
29, n=42), OI= 17 (14,5-20, n=44), MC = 25,4 g (18-40, n=20).

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Rato-porco. Oxymycterus delator (Thomas, 1903). Long-nosed mouse. Oxymycterus, do grego oxus, pontudo,
uma alusão ao focinho comprido e pontudo; delator, do latim de + tal, delator, porque é uma espécie que
costuma vocalizar quando sob estresse. Figura 29.

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Figura 29. Foto e distribuição geográfica de Oxymycterus delator no Brasil. Foto: Ana Lazar.

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Patterson et al. 2016), não
ameaçada.
Distribuição: no Brasil ocorre nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Minas
Gerais, Bahia, Goiás, Tocantins, Piauí, Ceará, e no Distrito Federal. Adaptada de Patton et al. (2015).
Descrição: pelagem longa e macia, coloração do dorso marrom avermelhado, mais clara na lateral, mas
sem limite definido com o ventre laranja acinzentado escuro. Garras bem desenvolvidas, principalmente
nas patas dianteiras, focinho longo, e olhos e orelhas pequenas.
Hábito e habitat: terrestre, semifossorial e noturno, iniciando as atividades no final da tarde. Dieta
especializada, constituída de insetos (70%, que incluem os cupins 25%). Um estudo em estômagos mostrou
prevalência de minhocas (74%) e insetos, especialmente cupins (Borchert & Hansen 1983). É um habitat
especialista. Habita florestas primárias e secundárias em terras baixas e montanhosas até 1.800m, com
vegetação inundável ou úmida (e.g., matas de galeria e campos úmidos, brejos e veredas). Também pode
ser encontrada em plantações de cana-de-açúcar, café, milho e bananas (Oliveira & Gonçalves 2015).
Devido ao habitat restrito a ambientes úmidos, pode estar em perigo devido ao desmatamento destas
formações vegetais no Cerrado. Não são comuns, mas podem ser abundantes localmente.
Reprodução: fêmeas grávidas foram coletadas em novembro na Chapada dos Veadeiros, Goiás, e em
fevereiro na Serra do Roncador, Mato Grosso (Bonvicino et al. 2002, 2005).
Comentários: se distingue das outras espécies de roedores que ocorrem na EEJBB pelo focinho longo e
estreito e garras desenvolvidas nas patas dianteiras.
Medidas (em mm, Bonvicino et al. 2008): HB = 144,5 (123-170, n=42), C = 91,3 (73-108, n=34), PE = 27,5
(22-30, n=42), OI = 17,8 (13-20, n=42), MC = 78,3 g (35,4-149, n=119).
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Rato-do-mato. Rhipidomys macrurus (Gervais, 1855). Cerrado Rhipidomys. Rhipi, do grego rhip,
ventilador, em alusão ao pincel de pelos na ponta da cauda, do grego antigo μῦς (mŷs), rato; macrurus, do
latim macro, grande. Figura 30.

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Figura 30. Foto e distribuição geográfica de Rhipidomys macrurus no Brasil. Foto: Cibele R. Bonvicino

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Patton et al. 2016), não ameaçada.
Distribuição: distribuído principalmente pelo Cerrado do Brasil, desde o sul do estado Piauí e sudeste do
Tocantins até os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e com registro no Paraguai. Adaptada de
Tribe (2015).
Descrição: tamanho médio (cabeça e corpo entre 130 e 150 mm), cauda pouco maior que o comprimento
do corpo (cerca de 120% do comprimento da cabeça e corpo), com pincel na ponta de comprimento curto
a moderado (entre 5 e 15 mm). Pelagem do dorso cinza acastanhado ou avermelhado, com limite bem
definido com o ventre branco a creme. Vibrissas longas, que ultrapassam o limite posterior das orelhas.
Patas curtas, largas e claras, com uma mancha mais escura na superfície superior, mais acentuada quem
nas espécies de Oecomys.
Hábito e habitat: habita matas de galeria do Cerrado do Brasil, e áreas de cerradão e floresta semidecídua
(Tribe 2015), podendo utilizar casas rurais como refúgio (Bonvicino & Bezerra 2003).
Reprodução: sem dados sobre a população do Jardim Botânico de Brasília.
Comentários: muitos estudos no Cerrado se referem à espécie R. mastacalis, mas essa espécie é restrita à
Mata Atlântica e dois pontos de ocorrência no alto rio Araguaia e no Ceará (Tribe 2015).
Medidas (em mm, Tribe 2015): HB = 125-145, C = 150-200 (cerca de 120- 140% do HB), PE = 26-29.

38
ORDEM RODENTIA FAMÍLIA CRICETIDAE
SUBFAMÍLIA SIGMODONTINAE

Ratinho-do-mato. Thalpomys cerradensis Hershkovitz, 1990. Cerrado Akodont. Thalpo do grego quente,
mys do grego antigo μῦς (mŷs), rato; cerradensis é do bioma onde é encontrado, o Cerrado. Figura 31.

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Figura 31. Foto e distribuição geográfica de Thalpomys cerradensis no Brasil. Foto: Alexandra M.R. Bezerra.

Status de conservação: Vulnerável (ICMBio, Bonvicino et al. 2018a), LC (IUCN, Marinho-Filho et al. 2008).
Distribuição: endêmica do Brasil ocorrendo no Distrito Federal, estado da Bahia, sudeste do Tocantins,
Goiás e sudeste do Mato Grosso (Andrade et al, 2004, Carmignotto & Aires 2011).
Descrição: tamanho pequeno, cauda menor que o comprimento do corpo. Coloração do dorso variando de
amarelada a castanho-avermelhada, laterais com coloração mais clara, sem limite definido com o ventre
esbranquiçado. Orelhas relativamente grandes, revestidas por pelos curtos nas superfícies interna e
externa. Olhos de tamanho normal, não reduzidos. Superfície superior das patas clara. Pelos ungueais
curtos e claros. Cauda densamente revestida por pelos curtos, ocultando parcialmente as escamas
epidérmicas.
Hábito e habitat: terrestre, sendo mais ativo imediatamente após o ocaso e nas últimas três horas antes
do nascer do sol (Vieira & Baumgarten 2009). Habita veredas, campo limpo, cerrado sensu stricto e campo
cerrado (Bonvicino et al. 1996). Aparentemente, utiliza áreas onde ocorrem queimadas frequentes,
atingindo picos populacionais menos de dois anos após os incêndios (Barcellos 2001, Henriques et al.
2006). Estima-se que a espécie tenha perdido mais de 30% de sua população nos últimos dez anos devido
ao avanço das plantações de soja e Eucalyptus sp., e avalia-se que esta perda deve continuar pelos próximos
anos (Bonvicino et al. 2018a). A espécie parece se beneficiar de queimadas, aumentando sua densidade
populacional após o fogo (Briani et al. 2004).
Reprodução: sem dados.
Comentários: pode representar até 10,7% da dieta da coruja-das-torres (Tyto alba) em determinadas
áreas do Cerrado, com base em análises de pelotas do estado da Bahia; entretanto, nenhum espécime foi
capturado com armadilhas nessa mesma área (Bonvicino & Bezerra 2003).
Medidas (em mm, Bonvicino et al. 2008, n = 1): HB = 101, C = 73, PE = 25, OI = 19.
39
ORDEM RODENTIA FAMÍLIA CRICETIDAE
SUBFAMÍLIA SIGMODONTINAE

Ratinho. Thalpomys lasiotis Thomas, 1916. Hairy-eared Cerrado mouse. Thalpo do grego quente, mys do
grego antigo μῦς (mŷs), rato; lasios do grego peludo. Figura 32.

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Figura 32. Foto e distribuição geográfica de Thalpomys lasiotis no Brasil. Foto: Cibele R. Bonvicino.

Status de conservação: Em Perigo (ICMBio, Bonvicino et al. 2018b), LC (IUCN, Marinho-Filho et al. 2017).
Distribuição: endêmico do Brasil, tem uma distribuição geográfica disjunta, ocorrendo no Distrito Federal
e oeste do estado de Minas Gerais, sudoeste da Bahia, Goiás, centro-sul do Mato Grosso e sudeste de
Rondônia (Andrade et al. 2004).
Descrição: tamanho pequeno, cauda menor que o comprimento do corpo. Coloração do dorso variando de
amarelada a castanho-avermelhada, laterais com coloração mais clara, sem limite definido com o ventre
esbranquiçado. Orelhas relativamente grandes, revestidas por pelos curtos nas superfícies interna e
externa. Olhos de tamanho normal, não reduzidos, com uma sutil e estreita linha de pelos mais claros ao
redor dos olhos. Superfície superior das patas clara. Pelos ungueais curtos e claros. Cauda densamente
revestida por pelos curtos, ocultando parcialmente as escamas epidérmicas.
Hábito e habitat: terrestre. Habita formações abertas do Cerrado como campos e cerrado sensu stricto
(Andrade et al. 2004, Lacher et al. 1989), campo limpo, campo de murundum e brejos. A espécie é
fortemente associada a campos sazonalmente inundáveis, que em uma das localidades de ocorrência da
espécie têm secado devido ao rebaixamento do lençol freático. No único local onde existe monitoramento
populacional de longa duração, a abundância da espécie diminuiu cerca de 77% em um período de seis
anos. As causas deste declínio não são plenamente compreendidas, contudo, não se tem segurança de que
o mesmo não aconteça com toda a população da espécie (Bonvicino et al. 2018).
Reprodução: concentrada no período chuvoso provavelmente aquele que proporciona condições mais
favoráveis de clima e abundância de recursos alimentares para a reprodução e crescimento dos filhotes
(Carvalho et al. 2007). Em alguns locais, a reprodução pode ocorrer ao longo de todo o ano (Alho & Pereira
1985) e em outros ser sazonal, com densidade elevada no final da estação seca.
Comentários: os machos apresentam área de vida maior que a das fêmeas e podem percorrer distâncias
40
médias de 40,31 m, enquanto a distância média percorrida pelas fêmeas é de 26,69 m (Ribeiro & Marinho-
Filho 2005). Pode ocorrer em densidades relativamente altas (3,94 indivíduos por hectare) no cerrado do
Distrito Federal (Alho & Pereira 1985). Em campo limpo a densidade encontrada foi de aproximadamente
1,11 indivíduos por hectare (Lacher et al. 1989).
Medidas (em mm, Bonvicino et al. 2008, n = 10): HB = 80,7 (74-85), C = 50,1 (45-58), PE = 17 (15,5-18),
OI = 12,4 (11-13), MC = 17,2 g (13-25).

41
ORDEM LAGOMORPHA FAMÍLIA LEPORIDAE

Tapiti, coelho-do-mato. Sylvilagus minensis Thomas, 1848. Brazilian rabit. Sylvilagus do latim silva,
floresta, e do grego lagós, lebre; minensis, do estado de Minas Gerais. Figura 33.

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Figura 33. Foto e distribuição geográfica de Sylvilagus minensis no Brasil. Foto: Cibele R. Bonvicino.

Status de conservação: não avaliada, ver comentários.


Distribuição: ocorre na Mata Atlântica e Cerrado (Bonvicino et al. 2015, Ruedas et al. 2017).
Descrição: coloração do dorso escura, manchada de preto e amarelo, algumas vezes com um toque
avermelhado, e o ventre é branco. Cauda pequena, marrom na parte dorsal, sendo, algumas vezes, mais
clara na parte ventral. Orelhas grandes e próximas, localizadas no topo da cabeça. Olhos brilhantes, com a
cor variando do vermelho ao amarelo.
Hábito e habitat para o gênero: solitário, terrestre, sendo bons saltadores, e predominantemente
noturno, com atividades das 16:00 às 8:00 h (Maffei et al. 2002). Alimenta-se de talos, brotos e cascas de
muitas espécies vegetais (IAP 2006). Pode ser visto em plantações de milho e outros vegetais.
Reprodução para o gênero: a gestação dura cerca de um mês, e nascem de dois a sete filhotes de olhos
fechados e sem pelos, permanecendo no ninho até que possam acompanhar a mãe. A fêmea constrói ninhos
com palha e seus próprios pelos. A mesma fêmea pode ter quatro ou cinco ninhadas por ano (IAP 2006).
Comentários: Sylvilagus minensis, antes considerada uma subespécie de S. brasiliensis teve seu status de
espécie revalidado (Ruedas et al. 2017), por isso há poucos dados para essa espécie. Espécimes deste
gênero são difíceis de serem coletados, mas podem ser avistados no início da manhã e no final da tarde.
Medidas (em mm, presente estudo): HB = 268-395, C = 10-35, PE = 64-84, OI = 61, MC = 450-1200 g.

42
Mamíferos de médio e grande porte

43
Chave de identificação de tatus e tamanduás (Cingulata e Pilosa) 4

1a. Cabeça e corpo cobertos por carapaça óssea com placas córneas, normalmente com pouco ou sem pelo,
cabeça com focinho curto ........................................................................................................................................................ tatus 2
1b. Sem placas no corpo, cabeça e corpo cobertos por pelos, cauda com pelos, cabeça pequena com focinho
extremamente longo e fino, como um tubo ........................................................................................................ tamanduás 6
2a. Orelhas próximas, no alto da cabeça, presença de bandas transversais no dorso ............................................. 3
2b. Orelhas separadas, localizadas nos lados da cabeça. ...................................................................................................... 4
3a. Presença de 8 a 10, geralmente 9, bandas de placas osteodérmicas transversais no dorso
.............................................................................................................................................. tatu-galinha. Dasypus novemcinctus
3b. Usualmente menos de 7 bandas de placas osteodérmicas transversais no dorso..................................
............................................................................................................................................... tatu-mirim. Dasypus septemcinctus
4a. Dorso com pelos longos e ásperos crescendo da carapaça óssea, garras das patas desenvolvidas, 3,2-6,5
kg ................................................................................................................................................ tatupeba. Euphractus sexcinctus
4b. Carapaça sem pelos aparentes, embora haja diminutos pelos numa inspeção minuciosa, garras das patas
muito desenvolvidas ............................................................................................................................................................................ 5
5a. Tamanho do corpo > 700 mm, cerca de 30 kg .............................................. tatu-canastra. Priodontes maximus
5b. Tamanho do corpo < 500 mm, 8 kg ...................................................... tatu-de-rabo-mole. Cabassous unicinctus
6a. Corpo coberto por pelos ásperos, espessos e longos, principalmente na cauda, formando um grande
abano. Coloração cinza-escuro a marrom com uma faixa lateral mais escura formada a partir da região
gular. Presença de três dedos nas patas anteriores ................ tamanduá-bandeira. Myrmecophaga tridactyla
6b. Corpo coberto por pelos curtos, espessos e macios, incluindo na cauda. Coloração amarelo-claro nos
braços e pernas, dorso, ventre e laterais preto a marrom-escuro, em formato de colete. Presenta de quatro
dedos nas patas anteriores .......................................................................... tamanduá-mirim. Tamandua tetradactyla

4
Baseada em Peterson & Pine (1982), Gardner (2008) e Feijó & Langguth (2013).
44
ORDEM CINGULATA FAMÍLIA DASYPODIDAE
SUBFAMÍLIA TOLYPEUTINAE

Tatu-de-rabo-mole. Cabassous unicinctus (Linnaeus, 1758). Southern naked-tailed armadillo. Cabassous,


da língua galibi capacou, tatu; unicinctus do latim uni, um, cinctus, cinto, em referência ao cinto de bandas
móveis no meio do corpo. Figura 34.

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Figura 34. Foto e distribuição geográfica de Cabassous unicinctus no Brasil. Foto: Ana Lazar.

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Anacleto et al. 2014a), não
ameaçada.
Distribuição: ampla, no Brasil ocorre na Amazônia, Pantanal, parte do Cerrado e da Caatinga. Distribuição
adaptada de Wetzel et al. (2008).
Descrição: cauda nua, sem placas ósseas, carapaça com 10 a 13 cintas móveis, com coloração marrom-
escura com bordas amareladas, cinco dedos. Nos membros anteriores a unha do meio é maior e adaptada
à escavação (Hayssen 2014).
Hábito e habitat: fossorial, solitário, insetívoro especialista, predominantemente diurno, sendo tolerante
a habitats alterados (Hayssen 2014).
Reprodução: um filhote por gestação (Eisenberg & Redford 1999).
Comentários: apesar de ser de difícil visualização, estudos têm mostrado ser uma espécie comum.
Medidas (em mm, Anacleto et al. 2013): HB = 285-498 (n=5), C = 165-192 (n=5), OI = 30-39 (n=3), MC =
2-3,6 kg (n=2).

45
ORDEM CINGULATA FAMÍLIA DASYPODIDAE
SUBFAMÍLIA DASYPODINAE

Tatu-galinha. Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758. Nine-banded long-nosed armadillo. Dasypus, do grego
dasus, tosco e pous, pé; novencinctus, do latim novem, nove, e cinctus, cinto, em referência às nove bandas
ósseas no meio do dorso do animal. Figura 35.

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Figura 35. Foto e distribuição geográfica de Dasypus novemcinctus no Brasil. Foto: Hans Stieglitz
(https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:CC-BY-SA-3.0).

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Abba & Superina 2010), não
ameaçada.
Distribuição: a mais ampla distribuição entre os Cingulata. Ocorre em todo o Brasil. Distribuição adaptada
de Wetzel et al. (2008).
Descrição: dorso e cauda cobertos por carapaça óssea cinza, cauda longa com anéis em 60% de seu
comprimento inicial. Bandas móveis no corpo que variam de oito a 10, sendo mais usual nove. Focinho
longo e estreito. Orelhas grandes e próximas, quase se tocando nas bases. Ventre amarelado, sem carapaça.
Quase não tem pelos na parte dorsal e com pelos esparsos na parte ventral. Patas traseiras com cinco garras
e as dianteiras com quatro.
Hábito e habitat: terrestre, mas pode nadar, crepuscular e/ou noturno, mas também pode ser observado
durante o dia. Dieta constituída principalmente de invertebrados, podendo consumir material vegetal,
pequenos vertebrados, ovos e carniça (Silva et al. 2015). Espécie comum, muito caçado por sua carne,
podendo, por isso, escassear em áreas povoadas.
Reprodução: período de gestação varia de 70 a 120 dias conforme o autor (Silva et al. 2015). Normalmente
nascem quatro filhotes do mesmo sexo, provenientes de um mesmo óvulo fecundado (poliembrionia
monozigótica), com o desmame ocorrendo após quatro a cinco meses (Nowak 1999).
Comentários: possui longas garras, sendo um ótimo cavador e muito da sua biologia está relacionada a
este fato. Suas tocas servem de abrigo para outros animais. São gregários, com vários indivíduos
geralmente do mesmo sexo, ocupando uma única toca. Se distingue das outras espécies do gênero pelo
número de bandas móveis no corpo, que varia de oito a 10, sendo o número modal de nove. Se distingue de
46
Cabassous pela presença de carapaça óssea na cauda, de Euphractus pela ausência de pelos no dorso, e de
Priodontes pelo tamanho menor (Feijó 2012).
Medidas (em mm, Feijó 2012): HB = 789, C = 402, PE = 95, OI = 41, MC = 3,81 kg.

47
ORDEM CINGULATA FAMÍLIA DASYPODIDAE
SUBFAMÍLIA DASYPODINAE

Tatu-mirim. Dasypus septemcinctus Linnaeus, 1758. Seven-banded long-nosed armadillo. Dasypus, do grego
dasus, tosco e pous, pé; septemcinctus, do latim septem, sete, e cinctus, cinto, em referência às sete bandas
ósseas no meio do corpo. Figura 36.

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Figura 36. Foto e distribuição geográfica de Dasypus septemcinctus no Brasil. Foto: Lucas A. Miranda

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Anacleto et al. 2014b), não
ameaçada. Pouco frequente e muito caçado por sua carne, sendo, por isso, escasso em áreas povoadas.
Distribuição: ampla, no Brasil a maioria da distribuição se localiza em formações vegetais abertas, no
Pantanal, Cerrado e Caatinga, com uma distribuição menor em áreas da Mata Atlântica e Amazônia.
Distribuição adaptada de Wetzel et al. (2008).
Descrição: dorso e cauda cobertos com carapaça óssea cinza, cauda longa com anéis em 60% de seu
comprimento inicial. Bandas móveis no corpo que variam de seis a sete. Focinho longo e estreito; orelhas
grandes e próximas, quase se tocando nas bases. Ventre amarelado, sem carapaça. Quase não tem pelos na
parte dorsal e pelos esparsos na parte ventral. Patas traseiras têm cinco garras e as dianteiras quatro.
Hábito e habitat: solitário, diurno e insetívoro generalista, com dieta incluindo principalmente insetos
(formigas e cupins) e, eventualmente, aracnídeos, outros artrópodes e frutos de Miconia sp. (Silva 2006).
Habita localidades da Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Campos Sulinos.
Reprodução: possui padrão de implantação tardia dos óvulos e nas fêmeas fecundadas no início da estação
seca (junho), a implantação dos óvulos será no fim desta estação e o nascimento da ninhada no meio da
estação chuvosa (dezembro e janeiro) (Silva 2006).
Comentários: espécie difícil de ser avistada.
Medidas (em mm, Smith 2008b): HB = 240-305, C = 125-170, PE = 45-72, OI = 30-38, MC = 1,45-1,8 kg.

48
ORDEM CINGULATA FAMÍLIA DASYPODIDAE
SUBFAMÍLIA EUPHRACTINAE

Tatu-peba. Euphractus sexcinctus (Linnaeus, 1758). Yellow armadillo. Euphractus, do grego eu, bem ou
verdadeiro e phraktos, protegido; sexcinctus, do latin sex, seis, e cinctus, cinto, referindo-se às seis bandas
de placas ósseas no meio do corpo. Figura 37.

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Figura 37. Foto e distribuição geográfica de Euphractus sexcinctus no Brasil. Foto: Alexandra M. R. Bezerra.

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Abba et al. 2014), não ameaçada,
podendo ser localmente comum. É o menos ameaçado de todos os tatus, provavelmente devido a sua
adaptação a várias dietas, habitats, e por ser pouco caçado.
Distribuição: ampla. No Brasil ocorre na Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica, Cerrado e em uma faixa
estreita do limite com a Amazônia. Distribuição adaptada de Wetzel et al. (2008).
Descrição: cabeça e corpo amarelados, cobertos por placas ósseas com longos pelos. Placas no meio do
corpo distintamente arranjadas em seis bandas móveis, geralmente com pelos brancos esparsos
distribuídos entre elas. Cauda cilíndrica e moderadamente longa, com dois ou três anéis de escamas
próximo a sua base. Patas com cinco dedos com garras não muito desenvolvidas. Cabeça achatada e
triangular, e orelhas dispostas nos lados da cabeça.
Hábito e Habitat: diurno, terrestre, solitário e onívoro, incluindo em sua dieta alimentos de origem vegetal,
formigas e cupins, outros insetos e pequenos vertebrados. É mais comum em áreas de vegetação aberta,
apesar de também explorar florestas pluviais tropicais (Gardner 2008).
Reprodução: a gestação dura cerca de 60-65 dias, produzindo ninhadas com 1 a 3 filhotes (Gardner 2008).
Comentários: a densidade desta espécie varia ao longo de sua distribuição, e nos diferentes habitats, sendo
estimada em 0,48 indivíduos por km2 no cerrado, 2 na mata de galeria, 0,5 na floresta secundária e 2,9 na
floresta decídua e no pantanal (Redford & Wetzel 1985). Diferente da maioria dos outros tatus, pode
morder quando ameaçado.
Medidas (em mm, Feijó 2012): CT= 624 (n = 3), C = 191 (n = 2), PE = 77,33 (n = 3), O= 29,33 (n = 3), MC =
2,7 kg (n = 2).

49
ORDEM CINGULATA FAMÍLIA DASYPODIDAE
SUBFAMÍLIA TOLYPEUTINAE

Tatu-canastra, tatuaçu. Priodontes maximus (Kerr, 1792). Giant armadillo. Priodontes, do grego priõn,
serrote, e odontes dente, em referência as dezenas de pequenos dentes que possui (mais de 90); maximus,
do latim maximus, o maior. Figura 38.

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Figura 38. Foto e distribuição geográfica de Priodontes maximus. Foto: Kevin Schafer.

Status de conservação: Vulnerável (ICMBio, Chiarello et al. 2018), LC (IUCN, Anacleto et al. 2014c),
ameaçada (US - ESA, CITES 2017, Apêndice I; IBAMA).
Distribuição: ampla, no Brasil ocorre na Amazônia, Pantanal, parte do Cerrado e em restritos locais da
Mata Atlântica. Distribuição adaptada de Wetzel et al. (2008).
Descrição: dorso coberto por uma carapaça óssea cinza com amarelo pálido nas bordas laterais, que não
cobre a parte inferior ou as patas. Cauda longa e coberta com pequenas escamas pentagonais, com a pele
da parte ventral rosada. Pernas e patas bem desenvolvidas, com uma garra central muito desenvolvida na
pata traseira. Cabeça pequena, focinho cônico e orelhas bem separadas.
Hábito e habitat: solitário, noturno e crepuscular, terrestre e fossorial. Insetívoro-especialista por
consumir basicamente Isoptera e Hymenoptera, mas a composição da dieta pode variar em função da
disponibilidade das presas preferenciais (Anacleto & Marinho-Filho 2001). Tolerante a uma ampla
variedade de habitats que incluem floresta tropical e cerrados (Gardner 2008). Devido ao grande tamanho
é facilmente visualizada, tornando-se presa fácil em lugares povoados e de vegetação aberta.
Reprodução: produz de um a dois filhotes por gestação (Gardner 2008).
Comentários: a maior e mais lenta espécie viva de tatu, frequentemente caçado, muito apreciado como
alimento. Encontra-se localmente extinto em várias regiões pelo excesso de caça por sua carne. Se distingue
dos outros tatus pelo tamanho maior.
Medidas (em mm, Wetzel et al. 2008): HB = 750-1000, T = 500, MC = até 30 kg.

50
ORDEM PILOSA
FAMÍLIA MYRMECOPHAGIDAE
SUBORDEM VERMILINGUA

Tamanduá-bandeira. Myrmecophaga tridactyla Linnaeus, 1758. Giant anteater. Myrmecophaga, do grego


murmekos, formiga e plagein, para comer; tridactyla, do grego treis ou tria, três, e daktulos, dedo, em alusão
aos três dedos com longas garras dos membros superiores. Figura 39.

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Figura 39. Foto e distribuição geográfica de Myrmecophaga tridactyla. Foto: acervo do JBB.

Status de conservação: Vulnerável (ICMBio, Miranda et al. 2018), VU (IUCN, Miranda et al. 2014a),
ameaçada (CITES 2017, Apêndice II; IBAMA). É rara e caçada, sendo mais fácil de observar nos cerrados
com presença de formigueiros e cupinzeiros.
Distribuição: ampla, ocorre em todo o Brasil. Distribuição adaptada de Wetzel et al. (2008).
Descrição: é o maior dos tamanduás viventes. Dorso cinza amarronzado com pelos longos com banda
preta, marrom e branca. Uma faixa preta se estende da garganta através do ombro até a metade do corpo,
rodeada de ambos os lados por uma faixa branca. Cauda longa, vistosa e não preênsil, com pelos longos,
dando uma aparência de leque. Ventre e membros dianteiros pretos, e membros traseiros brancos, patas
traseiras com três garras desenvolvidas e duas pequenas.
Hábito e habitat: noturno e diurno, terrestre e solitário. Alimenta-se de formigas e cupins, tendo
adaptações especiais para esta dieta, como perda de dentes, língua alongada e protrátil, glândulas salivares
produtoras de muco que ajudam na captura de presas, garras desenvolvidas e eficiência na discriminação
de odores, que os ajudam na orientação e encontro de presas (Gaudin et al. 2018). Considerando a perda
ocorrida e contínua do Cerrado, 49,1% nos últimos 50 anos, bioma que, provavelmente, abriga a maior
fração da população da espécie, o avanço do arco do desmatamento no bioma amazônico e a perda de 88%
do bioma Mata Atlântica, infere-se que pelo menos 30% da população foi perdida nos últimos 26 anos
(Miranda et al. 2018).
Reprodução: período de gestação varia de 183 a 190 dias com um filhote por gestação, que é carregado no
dorso pela por cerca de seis a nove meses (Eisenberg & Redford 1999).
Comentários: muitas fêmeas de M. tridactyla, e em menor quantidade machos, retornam para sua área de
nascimento para acasalar (Gaudin et al. 2018).
Medidas (em mm, n = 1, Feijó 2012): CT = 2050, C = 790, PE = 165, O = 55, MC = 21,4 kg.
51
ORDEM PILOSA
FAMÍLIA MYRMECOPHAGIDAE
SUBORDEM VERMILINGUA

Tamanduá-mirim, Tamanduá-de-colete. Tamandua tetradactyla Linnaeus, 1758. Collared anteater or


southern tamandua. Tamandua, do tupi tamãduá, armadilha para formigas; tetradactyla, do grego tetra,
quatro e daktulos, dedos, em alusão aos quatro dedos com longas garras dos membros superiores. Figura
40.

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Figura 40. Foto e distribuição geográfica de Tamandua tetradactyla. Foto: Vânia A. Soares.

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Miranda et al. 2014b).
Distribuição: ampla, no Brasil ocorre em todo o território.
Descrição: dorso, cabeça e patas usualmente amarelos claros, com um “colete” preto sobre a metade
posterior das costas, lados do corpo e ventre. Este padrão pode ser variável nas diferentes populações ao
longo de sua distribuição. Cabeça longa, estreita e curva, cauda longa, grossa e preênsil. Patas dianteiras
com quatro dedos com garras bem desenvolvidas, patas traseiras com cinco dedos com garras menos
desenvolvidas (Feijó 2012).
Hábito e habitat: solitário, noturno e diurno, arborícola e terrestre. Se alimenta de cupins e formigas,
(Gardner 2008), procurando alimento no chão, ou na copa das árvores. Quando não estão ativos, descansam
em buracos ou cavidades de árvores, tocas de outros animais ou outros abrigos naturais.
Comentários: locomoção lenta, e visão não muito desenvolvida. Quando acuados sentam sobre as patas
traseiras, levantam o nariz para cheirar, e abrem suas patas anteriores, podendo causar com suas garras
sérios danos.
Medidas (em mm, Feijó 2012): CT = 900,7 (883-915, n = 4), C = 388,7 (370-410, n = 4), PE = 90,2 (85-94,
n = 4), O= 44,1 (41,5-45, n = 4), MC = 4,5 kg.

52
Chave de identificação de macacos (Primates)5

1a. Tamanho grande (> 3 kg), cabeça grande, queixo com barba visível, cauda preênsil; machos com
pelagem de coloração uniforme preta e nas fêmeas amarelada ........................................... bugio. Alouatta caraya
1b. Tamanho pequeno (cerca de 300 g), cauda longa e não preênsil, com anéis intercalados de pelos brancos
e escuros; tufos de pelos pretos na orelha, mancha de pelos brancos no meio da testa ...............................................
................................................................................................................................... sagui-de-tufo-preto. Callithrix penicillata

5
Baseada em Emmons & Feer (1997).
53
ORDEM PRIMATES FAMÍLIA ATELIDAE

Bugio, guariba, barbado. Alouatta caraya (Humboldt, 1812). Howler monkey. Alouatta, do latim novo
alouatta, derivado do francês alouate; caraya, nome dos nativos que vivem na parte central da América do
Sul, onde a espécie ocorre. Figura 41.

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Figura 41. Foto e distribuição geográfica de Alouatta caraya no Brasil. Foto: Igor P. Coelho.

Status de conservação: Quase Ameaçada (ICMBio 2018), LC (com população em declínio, IUCN,
Fernandez-Duque et al. 2008).
Distribuição: ampla, no Brasil ocorre no Cerrado e Pantanal nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul, Goiás, Tocantins, Bahia, Minas Gerais, e sul do Pará. Distribuição adaptada de Gregorin (2006).
Descrição: tamanho grande, robusto, com pelos longos. Coloração do macho varia do marrom escuro ao
preto, com o saco escrotal vermelho ferrugem, e da fêmea varia do bege acinzentado ao amarelo - oliva com
a parte traseira às vezes marrom. Queixo coberto por uma barba maior nos machos do que nas fêmeas.
Dimorfismo sexual no tamanho, com os machos maiores. Cauda preênsil, móvel e dotada de uma área
desprovida de pelos em sua parte distal inferior. Face desprovida de pelos e pigmentada. A mandíbula
acomoda um osso hioide desenvolvido, volumoso, principalmente nos machos, formando uma câmara de
ressonância ovalada, permitindo sua vocalização característica. Até os 4,5 anos de vida os filhotes machos
têm a coloração semelhante à da fêmea.
Hábito e habitat: diurno e arborícola, descendo ao chão para passar entre manchas de mata. Habita
florestas tropicais secas e inundadas nos Pampa, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Caatinga, e floresta de
igapó na Amazônia. Tolerante a ambientes alterados e fragmentados (Ludwig et al. 2015).
Reprodução: poligâmico, com um macho e várias fêmeas, o tempo estimado para a gestação varia de 5 a
6,5 meses entre os diferentes autores, nascendo apenas um filhote (Ludwig et al. 2015).
Comentários: vivem em grupos de até 18 indivíduos com um macho dominante várias fêmeas adultas e
filhotes (Ludwig et al. 2015). Dados genéticos sugerem que A. caraya seja um grupo de espécies.
Medidas (em mm, Emmons & Feer 1997): HB = 420-550, C = 530-650, PE = 126-155, OI = 30-38, MC = 3,5-
7,3 kg.
54
ORDEM PRIMATES FAMÍLIA CEBIDAE
SUBFAMÍLIA CALLITRICHINAE

Sagui-de-tufo-preto, soim, mico-estrela. Callithrix penicillata (Geoffroy, 1812). Black tuffed-ear


marmoset. Callithrix, do grego kalos, bonito, e trikhos, cabelo; penicillata, do grego penicillus, pincel. Figura
42.

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Figura 42. Foto e distribuição geográfica natural de Callithrix penicillata. Foto: Salvatore Siciliano.

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), LC (com população em declínio, IUCN, Bicca-
Marques et al. 2018).
Distribuição: ampla. Callithrix penicillata é comum e amplamente distribuída no Cerrado, ocupando
também áreas de Mata Atlântica e Caatinga. Ocorre no leste do Brasil, nos estados da Bahia, Goiás, Mato
Grosso do Sul, Maranhão, Minas Gerais, Piauí, São Paulo e no Distrito Federal, como residente e nativo, e
nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina como residente e introduzido
(baseada em Rímoli et al. 2015).
Descrição: coloração do dorso cinza, apresentando na parte posterior bandas cinzas e pretas. Cauda não
preênsil e maior que o comprimento cabeça-corpo, com um padrão de bandas escuras alternadas com
bandas brancas. Coloração do ventre e das patas cinza. Possuem uma mancha branca no meio da testa e um
tufo de cabelos pretos em cada orelha.
Hábito e habitat: diurno, arborícola e territorialista. Habita cerrados e cerradões, florestas ripárias,
deciduais e semideciduais, sendo mais frequentes em florestas secundárias e alteradas (Rímoli et al. 2015).
As ameaças identificadas não comprometem a população como um todo, apesar da perda e fragmentação
de seu habitat. Infere-se que a redução populacional não atinja os limiares para a categorização como
ameaçada de extinção.
Reprodução: sistema de acasalamento monogâmico, com tempo de gestação em torno de 150 dias, quando
nascem dois filhotes (Rímoli et al. 2015).
Comentários: vivem em grupos de quatro a 15 indivíduos (Rímoli et al. 2015). É facilmente avistado por
ser ativo e emitir vocalizações.
Medidas (em mm, de Vivo 1991): HB = 105-284, C = 240-490, PE = 40-71, OI = 19-31, MC = 261-323 g.
55
Chave de identificação de carnívoros silvestres (Carnivora)6

1a. Pata com quatro dedos, quando presente o quinto dedo não toca o chão ............................................................. 2
1b. Pata com cinco dedos que se apoiam no chão .................................................................................................................... 5
2a. Garras das patas traseiras retráteis, quinto dedo ausente ............................................................. gatos. Felidae 3
2b. Garras das patas traseiras não retráteis, quinto dedo ausente ........................................ cachorros. Canidae 4
3a. Tamanho do corpo muito grande, > 800 mm, coloração parda e uniforme, sem manchas pretas ou
marrons .............................................................................................................................................. onça-parda. Puma concolor
3b. Tamanho do corpo médio, < 800 mm ......................................................................................................... gatos-do-mato
4a. Tamanho grande, coloração avermelhada, com crina de pelos no pescoço ...............................................................
............................................................................................................................................... lobo-guará. Chrysocyon brachyurus
4b. Tamanho médio, coloração cinza, faixa escura ao longo do dorso, pernas mais escuras nas patas .................
............................................................................................................................................... cachorro-do-mato. Cerdocyon thous
4c. Tamanho médio, coloração cinza, focinho fino, pernas delicadas e sem machas mais escuras nas partas
....................................................................................................................................... raposinha-do-campo. Lycalopex vetulus
5a. Cauda pequena, 60% do comprimento cabeça-corpo ou menos .............................................................................. 6
5b. Cauda longa, 80% do comprimento cabeça-corpo ou mais, com anéis pretos, nariz e garras muito
alongados, tamanho médio ......................................................................................................................... quati. Nasua nasua
6a. Tamanho do corpo > 400 mm, presença de máscara negra ao redor dos olhos, cauda com anéis
alternados escuros e claros ........................................................................................ mão-pelada. Procyon cancrivorous
6b. Tamanho do corpo médio a pequeno, cauda com cor uniforme, sem anéis escuros e claros ....................... 7
7a. Bicolorido de preto ou marrom escuro com branco puro no topo, com uma listra nas costas e na cauda
exceto na base, tamanho médio ................................................................................ cangambá. Conepatus amazonicus
7b. Não distintamente bicolorido, com a cauda não totalmente branca ........................................................................ 8
8a. Face e parte ventral do pescoço pretas, separadas por uma linha creme do manto dorsal acinzentado,
cauda não totalmente branca, pernas pequenas .................................................................................. furão. Galictis cuja
8b. Coloração dorsal e da cauda de cor uniforme e escura ............................................... lontra. Lontra longicaudis

6
Baseada em Feijó & Langguth (2013) e Nascimento & Feijó (2017).
56
ORDEM CARNÍVORA FAMÍLIA CANIDAE

Cachorro-do-mato. Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766). Crab-eating fox. Cerdocyon do grego kerdò, raposa,
e kuòn, cachorro; thous do grego thòs, chacal. Figura 43.

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Figura 43. Foto e distribuição geográfica de Cerdocyon thous no Brasil. Foto: Marcelo Kuhlmann.

Status de conservação: Menos preocupante (ICMBio 2018), LC (com população em declínio, IUCN,
Lucherini 2015), ameaçada (CITES 2017, Apêndice II).
Distribuição: ampla, ocorre em todo Brasil. Distribuição adaptada de Thoisy e al. (2013).
Descrição: coloração do dorso do marrom agrisalhado ao cinza, usualmente com tons amarelados. Possui
uma faixa de pelos escuros (normalmente cinza-escuro) da nuca até a ponta da cauda. Cauda eriçada com
pelagem espessa, constituída por lanugem espessa, com pelos longos e menos denso sobre ela.
Hábito e habitat: solitário, onívoro e oportunista incluindo na dieta frutos, insetos, crustáceos, pequenos
mamíferos, aves, répteis, anfíbios e ovos de diversas espécies, atuando como dispersores de sementes
(Beisiegel et al, 2013). Habita áreas do Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pampas, Pantanal e Amazônia
oriental (Beisiegel et al. 2013). A espécie é aparentemente tolerante a perturbações antrópicas, porém não
à urbanização. Ocorre em todos os biomas brasileiros e em uma ampla variedade de habitats.
Reprodução: sistema de acasalamento monogâmicos, vivendo em casais ou grupos familiares estendidos
(Beisiegel et al. 2013).
Comentários: uma das espécies de mamíferos mais atropeladas em todo o Brasil (Beisiegel et al. 2013).
Ocorre em simpatria com Lycalopex vetulus, se distinguindo dessa espécie pelas patas mais curtas, largas e
escuras.
Medidas (em mm, Feijó 2012): CT= 879, 2 (n = 20), C = 302,6 (n = 22), PE = 120,2 (n = 22), O= 68,5 (n =
22), MC = 4,5 kg (n = 9).

57
ORDEM CARNÍVORA FAMÍLIA CANIDAE

Lobo-guará, guará. Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815). Maned wolf. Chrysocyon, do grego khrusos,
dourado, e kuõn, cachorro; brachyurus, do grego brakhus, curto, e oura, cauda. Figura 44.

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Figura 44. Foto e distribuição geográfica de Chrysocyon brachyurus no Brasil. Foto: Marcelo Kuhlmann.

Status de conservação: Vulnerável (ICMBio, Paula et al. 2013), NT (IUCN, Paula & De Matteo 2015),
ameaçada (CITES 2017, Apêndice II; U.S. ESA). Nos Pampas, estima-se que a espécie ocorra em densidades
muito baixas, com tamanho populacional inferior a 50 indivíduos maduros devido ao alto grau de
degradação dos ambientes naturais utilizados pela espécie, associado à perseguição por conflitos com
pecuaristas, qualificando a espécie como Criticamente em Perigo (CR).
Distribuição: ampla, no Brasil é essencialmente um animal do Cerrado e dos Pampas, mas também ocorre
no Pantanal e na transição com a floresta úmida da Mata Atlântica e da Amazônia. Distribuição adaptada
de Paula & De Matteo (2015). Considerando que grande parte da distribuição da espécie está localizada no
domínio do Cerrado, o estado de conservação da espécie neste bioma reflete sua situação no Brasil.
Descrição: pelagem vermelho amarelado, com uma crina no ombro de pelos de aproximadamente 90 cm
de altura; patas finas e com a parte inferior mais escura (quase preto) que o resto do corpo, cabeça com
focinho delgado e grandes orelhas.
Hábito e habitat: solitário, terrestre, noturno com picos de atividade no crepúsculo e onívoro, incluindo
na dieta principalmente frutos (cerca de 60%) e animais (40%), como a fruta-de-lobo (Solanum
lycocarpum), tatus e pequenos mamíferos (Bueno et al. 2002, Rodrigues et al. 2007). Além da perda
populacional estimada por modelos, a espécie também sofre perdas importantes não quantificadas
decorrentes de atropelamento, doenças, retaliação à predação de animais domésticos, fazendo com que o
declínio populacional nos próximos 21 anos possa atingir valores superiores ao limite de 30% no Cerrado.
Reprodução: sistema de acasalamento monogâmico facultativo, sendo comum a manutenção do par
reprodutivo. A gestação dura cerca de 63 dias, produzindo ninhadas com dois ou três filhotes, geralmente
no inverno (Carvalho & Vasconcellos 1995). Fazem tocas em arbustos densos ou campos limpos com grama
alta (Paula et al. 2013).
58
Comentários: maior canídeo sul-americano, com uma área de vida que varia de 20 a 115 km2 (Paula et al.
2013).
Medidas (em mm, Paula et al. 2013): HB = 950-1150, CA= 380-500, MC = 22-33 kg.

59
ORDEM CARNÍVORA FAMÍLIA CANIDAE

Raposinha-do-campo. Lycalopex vetulus (Lund, 1842). Lycalopex, do grego lukos, lobo e alopex, raposa;
vetulus, do latim, vetu, velho, antigo, e lus, pequeno. Figura 45.

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Figura 45. Foto e distribuição geográfica de Lycalopex vetulus no Brasil. Foto: Gabriel Trintan de Lima.

Status de conservação: Vulnerável (ICMBio, Lemos et al. 2018), LC (IUCN, Dalponte & Courtenay 2008).
Distribuição: restrita. Único canídeo brasileiro endêmico do Cerrado. Ocorre no Brasil central, nos estados
da Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, São Paulo, Tocantins, e no
Distrito Federal (adaptada de Olifiers & Delciellos 2013).
Descrição: o menor canídeo brasileiro. Coloração do dorso cinza-claro, usualmente com tons amarelados,
com uma faixa de pelos escuros da nuca até a ponta da cauda eriçada, mas não escuro como em Cerdocyon
thous. Pelagem, constituída por lanugem espessa, com pelos longos e menos denso sobre ela. Porte delgado,
com patas longas, delicadas e de coloração amarelada.
Hábito e habitat: solitário, terrestre e onívoro, incluindo na dieta principalmente insetos e frutas, mas
também outros artrópodes, pequenos mamíferos, aves e répteis em menor quantidade (Dalponte 2009).
Estima-se que a espécie terá uma perda de hábitat de, pelo menos, 10% nos próximos 15 anos.
Considerando que a espécie também sofreu e continua sofrendo perdas importantes não quantificadas
decorrentes de atropelamento, predação por cães domésticos, doenças, retaliação à suposta predação de
animais domésticos, e alta mortalidade de filhotes/juvenis, o declínio populacional deve, em uma
estimativa conservadora, ter sido de pelo menos 30% nos últimos 15 anos.
Reprodução: período de gestação de cerca de 50 dias quando nascem de dois a quatro filhotes na
primavera, que são amamentados por quatro meses (Dalponte 2009).
Comentários: as maiores ameaças à conservação da raposa-do-campo parecem ser a destruição de seu
habitat e outros efeitos negativos diretos e indiretos causados pelo homem (Lemos et al. 2013).
Medidas (em mm, Dalponte 2009): HB = 580-715 (n = 10), C = 250-355 (n = 11), PE = 120-135 (n = 6), OI
= 60-75 (n = 7), MC = 3-4 kg.

60
ORDEM CARNÍVORA FAMÍLIA FELIDAE

Gato-mourisco, jaguarundi. Herpailurus yagouaroundi (É.Geoffroy Saint-Hilaire, 1803). Eyra cat.


Herpailurus, ailurus, do grego gato; yagouaroundi, do tupi yagwarudi', que significa algo como 'jaguar
escuro, como era conhecido pelos nativos. Até 2017, conhecida como Puma yagouaroundi (Kitchener et al.,
2017). Figura 46.

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Figura 46. Foto e distribuição geográfica de Herpailurus yagouaroundi no Brasil. Foto: Fábio Manfredini.
(https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:CC-BY-SA-3.0)
Status de conservação: Vulnerável (ICMBio, Almeida et al. 2018), LC (IUCN, Caso et al. 2015), CITES 2017,
Apêndice II, US-ESA, na América do Norte e Central. Apesar de não ser caçado, parece ser incomum ou raro
em todos os lugares.
Distribuição: ampla distribuição no Brasil, porém ocorre em baixas densidades populacionais (0,01-0,05
ind/km2), na Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Campos do Sul (Kitchener et al.
2007). Há conectividade com as populações dos países vizinhos.
Descrição: tamanho médio em relação a outros felinos. Apresenta grande variação na coloração, com
animais vermelhos e cinzas encontrados em uma mesma população, sem manchas como outros pequenos
gatos. Espécimes que habitam florestas pluviais tendem a ser marrom escuro ou enegrecidos; enquanto
espécimes de habitats secos são mais pálidos e com coloração que varia do cinza, creme, marrom ou
vermelho. Estrutura esbelta e pescoço um tanto longo, cabeça grande em relação ao corpo. Pupila circular,
característica distintiva, que pode estar relacionado com seus hábitos mais diurnos.
Hábito e habitat: solitário ou em pares, diurno e noturno, terrestre, mas sabe subir em árvores. É tolerante
a grande variedade de habitats e vive em florestas de galeria, florestas tropicais sempre verdes multi-
estratificadas e florestas decíduas secas (de Almeida et al. 2013a). No Cerrado ocorre tanto em mata de
galeria como em formações vegetais abertas.
Reprodução: não há dados sobre a população do Jardim Botânico de Brasília.
Comentários: devido ao hábito diurno é facilmente observado (de Almeida et al. 2013a). Difere das outras
espécies de felinos pela coloração escura aliada a ausência do padrão de rosetas.
Medidas (em mm, Feijó 2012): CT= 991 (n = 3), C = 414,6 (n = 3), PE = 133,3 (n = 3), OI = 43,6 (n = 3), MC
= 4,6 kg (n = 2).
61
ORDEM CARNÍVORA FAMÍLIA FELIDAE

Gato-do-mato-pequeno. Leopardus cf. emiliae (Thomas, 1914). Eastern or Snethlage’s tigrina. Leopardus,
do latim leo, leão e pardus, pantera; emiliae, em homenagem à zoóloga alemã Emilie Snethlage, que no início
do século 20 trabalhou no Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém, e no Museu Nacional, no Rio de Janeiro.
Figura 47.

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Figura 47. Foto e distribuição geográfica de Leopardus emiliae no Brasil. Foto: Paulo Henrique Marinho.

Status de conservação: não avaliada.


Distribuição: no Brasil ocorre nos estados do Pará, Tocantins, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte,
Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Goiás e possivelmente no Sergipe e Mato Grosso (Adaptada de
Nascimento & Feijó 2017). Parece ser sempre raro.
Descrição: tamanho pequeno em relação a outros felinos, com a coloração dorsal básica avermelhada e
clara, com pintas negras e dois pares de listras pretas nas laterais do pescoço. Indivíduos totalmente
melânicos são comuns, mas mesmo neles se distingue o padrão de pintas. As populações de gato-do-mato-
pequeno do Nordeste, Norte e Centro-Oeste foram recentemente descritas como uma espécie distinta da
mais conhecida Leopardus tigrinus, Leopardus emiliae, o que torna ainda mais urgente as ações para a
conservação desta nova, endêmica e desconhecida espécie (Nascimento & Feijó 2017).
Hábito e habitat: noturno e carnívoro. Alguns estudos indicam que esta espécie pode não ser solitária
como os outros felinos, e os pares podem viver juntos permanentemente. Habita áreas da Caatinga,
Cerrado, Amazônia, e Mata Atlântica (Nascimento & Feijó 2017).
Reprodução: como esta espécie foi revalidada no ano de 2017, ainda não há dados sobre reprodução.
Comentários: espécie rara, com pegadas praticamente iguais em tamanho às do gato doméstico. A pele
desta espécie é a menos valiosa dentre as comercializadas no mercado internacional. Apesar disto, a caça
ilegal e a destruição do habitat são as principais causas da redução da população desta espécie.
Medidas (em mm, Feijó 2012): CT = 736,66 (n = 6), C = 282,5 (n = 6), PE = (103,5, n = 6), OI = 45 (n = 6),
MC = 1923,4 g (n = 5).

62
ORDEM CARNÍVORA FAMÍLIA FELIDAE

Jaguatirica. Leopardus pardalis (Linnaeus, 1758). Ocelot. Leopardus, do latim leo, leão, e pardus, pantera,
leopardo; pardalis, do latim pardus, pantera, leopardo, e alis, relacionado com. Figura 48.

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Figura 48. Foto e distribuição geográfica de Leopardus pardalis no Brasil. Foto: Tom Smylie.
(https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:CC-BY-SA-3.0)

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), LC (com população em declínio; IUCN, Paviolo
et al. 2015), ameaçada (CITES 2017, Apêndice I). Tende a ser a espécie de felino mais abundante na maioria
das áreas onde é encontrada, em todos os biomas. Apesar disso, em alguns lugares a espécie foi considerada
ameaçada.
Distribuição: ampla, no Brasil ocorre em todo o território à exceção da região dos pampas no sul do Rio
Grande do Sul. Distribuição adaptada de Oliveira et al. (2013).
Descrição: tamanho médio em relação a outros felinos. Coloração dorsal básica amarelo avermelhado
claro, com pintas negras. Podem ocorrer indivíduos totalmente melânicos, mas mesmo neles se distingue
o padrão de pintas.
Hábito e Habitat: noturno-crepuscular, solitário, terrestre com habilidades arbóreas, e carnívoro,
alimentando-se de insetos, aves, lagartos e mamíferos de médio e pequeno porte, este último inclui
Oligoryzomys, Nectomys, Caluromys lanatus, Cavia, Mus musculus, Didelphis, Coendou, Sylvilagus brasiliensis
(Oliveira et al. 2013, Rinaldi 2010). Habita ambientes primários e alterados (incluindo a borda de áreas
agrícolas), abrangendo desde áreas florestadas e pluviais até formações abertas e secas como a Caatinga e
Chaco (Oliveira et al. 2013).
Reprodução: gestação de 70 a 85 dias, com um a quatro filhotes por ninhada com média de um, em
qualquer época do ano (Oliveira et al. 2013).
Comentários: a área de vida varia (1,3-90,5 km2) em função do habitat e disponibilidade de alimento
(Oliveira et al. 2013). Os machos se deslocam mais que as fêmeas e há sobreposição com a área de vida de
uma ou mais fêmeas. A destruição do habitat e a caça são ameaças a sua sobrevivência.
Medidas (em mm, Oliveira et al. 2013): HB = 773 (670-1015), C = 354 (300-445), MC = 6,6-18,6 kg.
63
ORDEM CARNÍVORA FAMÍLIA FELIDAE

Suçuarana, onça-parda, puma. Puma concolor (Linnaeus, 1771). Puma. Puma, da língua quíchua Puma,
nome usado pelos nativos; concolor, do latim concolor, todo da mesma cor. Figura 49.

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Figura 49. Foto e distribuição geográfica de Puma concolor no Brasil. Foto: Leonardo Gomes.

Status de conservação: Vulnerável (ICMBio, Azevedo et al. 2018), LC (IUCN, Nielsen et al. 2015), ameaçada
(CITES 2017, Apêndice II, US-ESA, algumas subespécies).
Distribuição: ampla, no Brasil ocorre na Amazônia, Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado, Pantanal e Campos
do Sul (Kitchener et al. 2017).
Descrição: coloração básica do dorso varia do canelado ao marrom avermelhado, e partes inferiores
brancas. O jovem exibe um padrão manchado no nascimento que desaparece com a mudança para a
pelagem adulta, aproximadamente aos seis meses de idade.
Hábito e habitat: noturno e diurno, terrestre e solitário. É um predador eficiente se alimentando de
mamíferos de grande a pequeno porte, e aves (de Azevedo et al. 2013b). É observada com certa frequência
na Estação. É caçada como predadora de gado e ameaçada pelo desmatamento. Extinta em muitas áreas de
sua distribuição original. Ao contrário da onça-pintada, permanece em áreas sob ação antrópica. As
principais ameaças atuais para a espécie são: a supressão e fragmentação de hábitat devido à expansão
agropecuária, e a mineração e a exploração de madeira para carvão. Além disso, a eliminação de indivíduos
por caça, retaliação por predação de animais domésticos, queimadas (principalmente em canaviais) e
atropelamentos também contribuem significativamente para a redução da população em diversas áreas. A
diminuição iminente dos remanescentes florestais, resultante das mudanças efetuadas no Código Florestal
Brasileiro, também é uma ameaça à população de P. concolor no Brasil. No futuro próximo, a expansão da
malha viária e ferroviária, e provavelmente a implantação de grandes complexos hidrelétricos, também
poderão ameaçar a onça-parda.
Reprodução: na parte norte de sua distribuição, a gestação dura cerca de 93 dias, produzindo ninhadas de
um a cinco filhotes. Aparentemente, o tamanho da ninhada é menor em habitats mais tropicais.
Comentários: é um dos maiores gatos das Américas, sendo menor apenas que a onça pintada, mas o
64
tamanho varia bastante através de sua distribuição geográfica (de Azevedo et al. 2013b).
Medidas (em mm, n = 1, Feijó 2012): HB = 1520, C = 710, PE = 248, OI = 75.

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ORDEM CARNÍVORA FAMÍLIA MEPHITIDAE

Jaritacaca, cã-gamba, ticaca, gambá. Conepatus amazonicus (Lichtenstein, 1838). Striped hog-nosed
skunk. Conepatus, do grego konis, poeira, e pateo, caminhar; amazonicus, da Amazônia. Figura 50.

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Figura 50. Foto e distribuição geográfica de Conepatus amazonicus no Brasil. Foto: Juliana Fernandes
Ribeiro.

Status de conservação: não avaliado. Ver comentários.


Distribuição: no Brasil ocorre na Caatinga e parte do Cerrado (Feijó & Langguth 2013, Dalponte et al.
2018).
Descrição: tamanho médio com coloração preta no corpo, membro e focinho. Presença de duas listras
brancas no dorso que se unem anteriormente e se estendem em parte da cabeça. Orelhas relativamente
curtas com uma mecha de pelos brancos na base da borda posterior. Cauda peluda com pelos maiores que
os do dorso, preta no primeiro terço basal, e com pelos brancos e longos, misturado com poucos pelos
pretos no restante. Membros curtos com patas anteriores com garras desenvolvidas. Há variações na
coloração da pelagem ao longo de sua área de distribuição. Esse pequeno mamífero carnívoro tem como
arma de defesa, a secreção de um líquido de odor bastante desagradável, que é produzido por uma glândula
anal.
Hábito e Habitat: notívago, solitário e bastante lento. Habita áreas de vegetações abertas como Cerrado,
campos e Caatinga, evitando regiões de matas mais densas (Cavalcanti et al. 2013). Raramente é caçado.
Reprodução: a gestação dura cerca de 60 dias, produzindo ninhadas com quatro a cinco filhotes
(Cavalcanti et al. 2013).
Comentários: evidências morfológicas e geográficas mostraram que o nome C. semistriatus não se aplica
as espécies de Conepatus no leste do Brasil, sugerindo o nome C. amazonicus como disponível para as
populações desta região (Feijó & Langguth 2013), por isso este nome é aqui adotado.
Medidas (em mm, Feijó 2012): HB = 590, C = 195, PE = 75-79, OI = 23, MC = 1,9 kg.

66
ORDEM CARNÍVORA FAMÍLIA MUSTELIDAE

Furão. Galictis cuja (Molina, 1782). Grison. Galictis, do grego galê, doninha (outra espécie de mamífero)
fétida, e ikis, marta (outra espécie de mamífero). Figura 51.

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Figura 51. Foto e distribuição geográfica de Galictis cuja no Brasil. Foto: Felipe Bortolotto Peter.

Status de conservação: Menos preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Helgen & Schiaffini 2016), não
ameaçada.
Distribuição: ampla, no Brasil ocorre na Mata Atlântica, parte do Cerrado, Pantanal, Pampas e Caatinga
(Bornholdt et al. 2013). Geralmente raro localmente.
Descrição: coloração do dorso cinza claro misturado com marrom, com uma faixa branca que se estende
da testa até os ombros separando o ventre do dorso. Cauda menor do que o comprimento cabeça – corpo,
em geral menor que 150 mm; parte ventral preta anteriormente e grisalha posteriormente. Pernas curtas
e pretas, assim como as patas.
Hábito e habitat: hábito diurno, mas também é ativo à noite, terrestres, mas nadam e escalam bem, e
carnívoro, se alimentando de uma variedade de vertebrados de pequeno a médio porte, principalmente
predador de roedores, coelhos e pássaros, e também rãs, lagartos, cobras e seus ovos (Redford & Eisenberg
1992, Zapata et al. 2005). A espécie é encontrada em uma ampla variedade de ambientes, ocorrendo em
densidades variadas, e sua população total não apresenta indício de declínio. Não se conhece as causas das
aparentes flutuações populacionais, do efeito do alto índice de atropelamentos, de sua sensibilidade a
doenças oriundas de animais domésticos. Assim, sugere-se a importância de pesquisas voltadas à sua
dinâmica populacional e conservação. Há conectividade com as populações dos países vizinhos, porém não
existem informações sobre a dinâmica fonte-sumidouro.
Reprodução: sistema de acasalamento monogâmicos, com os pares caçando juntos com os filhotes; a
gestação dura 39 dias, produzindo em média ninhadas de dois filhotes, variando de dois a cinco filhotes
(Quintana et al., 2000).
Comentários: indivíduos deslocam-se principalmente em duplas ou pequenos grupos de três ou quatro
indivíduos (Yensen & Tarifa 2003).
Medidas (em mm, Yensen & Tarifa 2003): HB = 408,9 (273-520, n = 20), C = 162,3 (135-190, n = 21), PE =
61 (50-75, n = 23), OI = 24,9 (20-30, n = 12), MC = 1,2-2,45 kg.
67
ORDEM CARNÍVORA FAMÍLIA MUSTELIDAE

Lontra. Lontra longicaudis (Molina, 1782). Neotropical otter. Lontra, do latim lutra, lontra; longicaudis, do
latim longus, longo, caudis, cauda. Figura 52.

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Figura 52. Foto e distribuição geográfica de Lontra longicaudis no Brasil. Foto: acervo do JBB.

Status de conservação: Quase Ameaçada (ICMBio, 2018), NT (IUCN, Rheingantz & Trinca 2015), ameaçada
(CITES 2017, Apêndice I).
Distribuição: ampla, no Brasil ocorre em todos os biomas. Distribuição adaptada de Rheingantz & Trinca
(2015) e Feijó (2012).
Descrição: pelagem dorsal curta, densa e lustrosa, com a coloração do corpo, membros e cauda variando
de castanho claro a escuro, e a coloração do ventre castanho pouco mais claro que o do dorso até um
castanho amarelado. Orelhas pequenas e arredondadas. Membros curtos e cauda longa e redonda ao corte
transversal (Feijó 2012). Pode ser confundido com a ariranha (espécie Pteronura brasiliensis), mas se
diferencia deste pelo menor porte e por não apresentar manchas brancas no ventre.
Hábito e habitat: diurno, mas também é ativo à noite, aquático, mas nadam e escalam bem, e carnívoro, se
alimentando de uma variedade de vertebrados de pequeno a médio porte, principalmente. Habita áreas
próximas a corpos d’água como rios, riachos, lagoas e em áreas costeiras com disponibilidade de água doce.
Ameaças mais importantes são o desmatamento, abate por retaliação ao conflito com a pesca e piscicultura,
poluição, e expansão da malha hidro energética
Reprodução: sem dados sobre a população local.
Comentários: sofre grande ameaça por diferentes fatores como caça, represamento de rios e poluição e
mudança nos cursos d’água. Suas populações têm sofrido diminuição decorrente de declínio no número de
adultos e as populações atuais se encontram severamente fragmentadas (Rheingantz & Trinca 2015).
Medidas (em mm, n = 3, Feijó 2012): HB = 1195-1280, CA = 500-545, PE = 125-130, OI = 21-25.

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ORDEM CARNÍVORA FAMÍLIA PROCYONIDAE

Quati. Nasua nasua (Linnaeus, 1766). South American Coati. Nasua, do latim nasus, nariz. Figura 53.

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Figura 53. Foto e distribuição geográfica de Nasua nasua no Brasil. Foto: Bernard Dupont
(https://creativecommons.org/licenses/by-sa/2.0/)

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Emmons & Helgen 2016).
Distribuição: ampla distribuição geográfica na América do Sul, ocorrendo em todos os biomas brasileiros,
na Amazônia, Cerrado, Pantanal, Pampas e parte da Mata Atlântica. Adaptada de IUCN (2016a).
Descrição: coloração dorsal varia do marrom-claro ao avermelhado; machos adultos podem ter pelos
amarelos ou brancos na região dos ombros. Cauda, com aproximadamente o mesmo tamanho do
comprimento corpo-cabeça, listrada com marcas amarelas e marrons alternadas e funciona como um órgão
de equilíbrio semipreênsil. Orelhas curtas, focinho estreito e móvel, e olhos rodeados por uma máscara com
coloração variando de vermelho ao marrom. Dimorfismo sexual no tamanho, com os machos pesando cerca
de 50% a mais que as fêmeas.
Hábito e habitat: diurno, terrestre, arborícola e onívoro, alimentando-se de frutas, vertebrados e
invertebrados (Emmons & Feer 1997). Se alimenta no dossel de árvores ou no chão da mata em busca de
presas. Dorme em árvores durante a noite onde são construídos os ninhos. Habitam desde formações
florestais como florestas pluviais tropicais e de galeria até Chaco, Cerrado e Caatinga. Moderadamente
caçado por sua carne e para comércio de animais vivos. Apesar de poder sofrer efeitos muito danosos de
doenças oriundas de animais domésticos, suas populações são abundantes na maior parte dos locais onde
ocorre.
Reprodução: a gestação dura 77 dias, produzindo ninhadas de três a seis filhotes. Com três semanas de
vida a ninhada passa a acompanhar sua mãe que se junta a outras fêmeas com filhotes.
Comentários: podem ser agressivo e em áreas turísticas podem morder pessoas que tentam alimentá-los,
principalmente na época reprodutiva (Paro 2012).
Medidas (em mm, Feijó 2012, n = 1): HB = 1008, C = 500, PE = 82, OI = 40, MC = 4,0 kg.

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ORDEM CARNÍVORA FAMÍLIA PROCYONIDAE

Mão-pelada, guaxinim. Procyon cancrivorus (G. Cuvier, 1798). Crab-eating racoon. Procyon, do grego pro,
anterior e kuõn, cachorro; cancrivorus, do latim cancer, caranguejo e vorus, devorador. Figura 54.

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Figura 54. Foto e distribuição geográfica de Procyon cancrivorus no Brasil. Foto: Ryskas
(https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:CC-BY-SA-3.0).

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Reid et al. 2016), não ameaçada.
Distribuição: ampla, ocorre em todo o Brasil, na Amazônia, Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado, Pantanal e
Campos do Sul. Distribuição adaptada de IUCN (2016b).
Descrição: pelagem curta, com a coloração do dorso marrom uniforme. Presença de uma máscara na face
formada por uma mancha de coloração preta ao redor de cada olho. Coloração da testa grisalha, orelhas de
cor acinzentada na base e com uma banda branca na ponta. Membros com coloração mais escura que o
dorso do corpo. Cauda com pelagem formando anéis de cor marrom escuro ou preto alternado com anéis
de coloração cinza, sendo a ponta espessa e escura. Região ventral do corpo, dos membros e da cabeça com
coloração mais clara que a do dorso.
Hábito e habitat: solitário, noturno, terrestre e bons escaladores, e onívoro, com a dieta contendo frutos,
moluscos, artrópodes, peixes, anfíbios, répteis, pequenos mamíferos e aves (Cheida et al. 2013). Em geral é
encontrado próximo a cursos d’água água, lagos e lagunas (Cheida et al. 2013). Durante o dia se refugia em
árvores ocas para dormir, mas também em tocas, ou em bromélias e touceiras de capim, ambos no Pantanal
(Cheida et al. 2013). É frequentemente registrada, inclusive em áreas degradadas.
Reprodução: gestação de cerca de 65 dias quando nascem dois filhotes (Cheida et al. 2013).
Comentários: pode atuar como reservatório de raiva (Rezende et al. 2015).
Medidas (em mm, Feijó 2012): HB = 845-970 (3), C = 330-340 (3), PE = 147-156 (3), OI = 52-62 (3), MC =
7 kg.

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ORDEM PERISSODACTYLA FAMÍLIA TAPIRIDAE

Anta. Tapirus terrestris. (Linnaeus, 1758). Brazilian tapir. Tapirus do tupi tapira, como era conhecido pelos
nativos, e terrestris do latim terrestris, terrestre. Figura 55.

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Figura 55. Foto e distribuição geográfica de Tapirus terrestris no Brasil. Foto: Paola da Matta.

Status de conservação: Vulnerável (ICMBio, Medici et al. 2012), LC (IUCN, Varela et al. 2019), ameaçada
(CITES 2017, Apêndice II, U.S. ESA). Na Caatinga está Regionalmente Extinta (REx), e no Cerrado, Ameaçada
(EN). A anta brasileira é encontrada somente em áreas de Cerrado preservadas e sofreu declínio de cerca
de 67% em sua área de ocupação no Cerrado nos últimos 40 anos.
Distribuição: ampla, adaptada de Medici et al. (2012). Uma grande parcela das populações está em áreas
muito fragmentadas e isoladas, com forte impacto de caça, atropelamentos em rodovias, degradação e
perda de qualidade de habitat, fogo, crescimento de centros urbanos e estabelecimento de áreas de
agropecuária no entorno de Unidades de Conservação.
Descrição: pelagem com pelos curtos. Coloração da pelagem no adulto uniformemente marrom, mas o
jovem tem um padrão diferente, com tiras longitudinais amarelas, sobre uma coloração marrom. Possui
uma saliência muscular, que se estende da base do crânio até os ombros. Lábio superior longo como uma
probóscide. Patas anteriores com quatro dedos e as posteriores com três. Tem um único par de glândulas
mamárias.
Hábito e habitat: noturno, mas pode ser ativa durante o dia, exceto nos horários mais quentes, terrestre,
solitário, grupos ocorrem somente nas épocas de acasalamento. Se alimenta de folhas, fibras e frutas em
locais próximos a água durante a noite. Habita grande variedade de habitats, de florestas de galeria a
florestas tropicais em baixas elevações, a áreas sazonalmente inundáveis (Eisenberg 1989), além de
habitats sazonalmente áridos (Chaco, no Paraguai), mas sua distribuição é predominante em ambientes
florestais associados a fontes de água permanentes. Às vezes invade plantações de cana, melão, cacau, arroz
e milho.
Reprodução: o ciclo reprodutivo longo com período de gestação de 13 a 14 meses (Eisenberg 1989), e
71
ninhadas de um filhote de sete a nove kg com listras claras no corpo que desaparecem cerca de seis meses
após o nascimento (Medici et al. 2012). O filhote permanece com a mãe até cerca de 12 meses de idade e a
maturidade sexual ocorre aos três anos para machos e fêmeas (Medici et al. 2012). Com algumas semanas
de vida o filhote passa a se alimentar de comidas sólidas, mas sua dieta conterá leite até ser desmamado
com cerca de dez meses.
Comentários: fazem trilhas bem marcadas, muitas vezes usadas por caçadores. Tem o olfato bem
desenvolvido, e visão fraca. Fazem diferentes tipos de chamados sociais: gritos para dor e medo, chamados
de baixa intensidade para o reconhecimento dos indivíduos e uma espécie de bufo para agressão. Quando
alarmadas correm para a água mais próxima e fogem nadando sob a superfície. A água lhes serve de refúgio
contra predadores e ectoparasitas. Seus maiores predadores naturais são as onças (Panthera onca) e os
jacarés.
Medidas (em mm, Feijó 2012): CT = 2210, CC = 80, PÉ = 343, O= 120, MC = 150-250 kg.

72
Chave de identificação de veados (Artiodactyla) 7

1a. Barriga branca, cauda marrom em cima, com ponta escura, e branca embaixo. Machos com chifres
ramificados ........................................................................................................... veado-campeiro. Ozotocerus bezoarticus
1b Coloração uniforme sem grande distinção entre ventre e dorso, machos com chifres simples ................... 2
2a. Pelos do dorso avermelhados ........................................................................... veado-mateiro. Mazama americana
2b. Pelos do dorso acinzentados ou acastanhados ................................ veado-catingueiro. Mazama bezoarticus

7
Baseada em Duarte & González (2010), Varela et al. (2010) e Duarte et al. (2012).
73
ORDEM ARTIODACTYLA FAMÍLIA CERVIDAE

Veado-mateiro. Mazama americana (Erxleben, 1777). Red broket deer. Mazama do mexicano mazame ou
maçame, nome comum dos veados no século XVII. Figura 56.

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Figura 56. Foto e distribuição geográfica de Mazama americana no Brasil. Foto: Bernard Dupont.
(https://creativecommons.org/licenses/by-sa/2.0/)

Status de conservação: Dados Insuficientes (ICMBio 2018), DD (IUCN, Duarte & Vogliotti 2016),
indeterminado. Normalmente em baixa densidade no planalto central brasileiro. Algumas populações na
Guatemala estão oficialmente ameaçadas.
Distribuição: ampla. No Brasil ocorre na Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga e Pantanal. Adaptada
de IUCN (2018).
Descrição: coloração geral do dorso amarelo avermelhado, com a cauda avermelhado na parte superior e
branco na ventral. Os filhotes apresentam coloração típica, com pintas brancas sobre a coloração do dorso.
Somente os machos possuem chifres pequenos e sem ramificações.
Hábito e habitat: solitário, terrestre, e bons nadadores, ativos principalmente no crepúsculo e à noite. Se
alimenta de frutas e sementes, mas também de folhas, flores e fungos consumidos em menor quantidade
(Varela et al. 2010). Habita planícies e montanhas das florestas tropicais e subtropicais da América do Sul,
incluindo floresta primária, secundária e de galeria, e cerrados perto da borda da floresta (Emmons & Feer
1997).
Reprodução: possui ciclos sazonais no acasalamento e gestação, com estro pós-parto permitindo que as
fêmeas possam estar grávida e amamentar ao mesmo tempo (Varela et al. 2010).
Comentários: adaptado para a vida na floresta, possuindo pernas baixas e chifres simples, facilitando seu
deslocamento na vegetação densa (Varela et al. 2010).
Medidas (em mm, Emmons & Feer 1997): HB = 1050-1440, C = 120-150, PE = 313-340, OI = 84-106, MC =
24-48 kg.

74
ORDEM ARTIODACTYLA FAMÍLIA CERVIDAE

Veado-catingueiro, veado-virá. Mazama gouazoubira (Fischer, 1814). Gray or brown brocket deer.
Mazama do mexicano mazame ou maçame, nome comum dos veados no século XVII, e gouazoubira do
guarani guazú-birá, nome para os veados. Figura 57.

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Figura 57. Foto e distribuição geográfica de Mazama gouazoubira no Brasil. Foto: Leonardo C. Fleck.
(https://creativecommons.org/licenses/by-sa/2.5/deed.en)

Status de conservação: Menos Preocupante (ICMBio 2018), LC (IUCN, Black-Decima & Vogliotti 2016), em
algumas áreas, esta espécie pode estar ameaçada pela caça, por doenças transmitidas por animais
domésticos e pela perda e destruição de habitat (Duarte et al. 2012).
Distribuição: ampla, no Brasil ocorre em todos os biomas (Duarte et al. 2012).
Descrição: muito parecido com M. americana, diferindo na coloração do dorso mais escura, variando do
marrom ao marrom acinzentado, e não marrom avermelhado, no tamanho menor, e na barriga
esbranquiçada. Chifres, como em M. americana, sem ramificações e só nos machos.
Hábito e habitat: terrestre, solitário, e principalmente diurno. Se alimenta de flores, frutos e brotos. Habita
tanto ambientes florestais como formações vegetais abertas (Duarte et al. 2012). Espécie com extrema
plasticidade ecológica, adaptando-se a ambientes modificados. Estima-se que as populações estejam em
equilíbrio ou em crescimento devido à capacidade de ocupar áreas antropizadas. A espécie apresenta
tendência de ampliação de área de ocorrência e da área de ocupação.
Reprodução: a fêmea produz um filhote após uma gestação de cerca de sete meses (Nowak 1991).
Comentários: é o mais comum dos cervídeos brasileiros, sendo fácil de ser avistado. Ocorre em simpatria
com o veado-mateiro (Mazama americana) de quem pode ser diferenciado pelo menor tamanho e
coloração mais acinzentada (Duarte et al. 2012).
Medidas (em mm, Emmons & Feer 1997): HB = 900-1250, C = 100-150, PE = 600-700, OI = 90, MC = 11-25
kg.

75
ORDEM ARTIODACTYLA FAMÍLIA CERVIDAE

Veado-campeiro. Ozotoceros bezoarticus (Linnaeus,1758). Ozotoceros do grego ozótos, ramificado e keras,


chifre; bezoarticus do espanhol bezoar, substância dura encontrada no estômago de certos ruminantes
como as cabras, e icus, pertencente. Figura 58.

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Figura 58. Foto e distribuição geográfica original de Ozotoceros bezoarticus no Brasil. Foto: Marcelo
Kuhlmann.

Status de conservação: Vulnerável (ICMBio, Duarte et al. 2012), NT (IUCN, González et al. 2016), apêndice
I da CITES (2017), considerada Criticamente Ameaçada nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e São
Paulo, e Vulnerável em Santa Catarina (Duarte et al. 2012).
Distribuição: ampla. Originalmente ocorria em ambientes abertos do Brasil (Cerrado, Pantanal, Campos
do Sul, e parte da Amazônia ao sul do rio Amazonas), Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina, estando extinto
na maior parte de sua distribuição original, com populações reduzidas e restritas a áreas limitadas e
isoladas geograficamente (Duarte et al. 2012). A subespécie O. b. bezoarticus ocorre na porção nordeste do
Cerrado e O. b. leucogaster no Pantanal e sul do país, nos campos e manchas de cerrado nestas regiões
(Duarte et al. 2012).
Descrição: machos ligeiramente maiores que as fêmeas. Coloração do dorso varia do marrom avermelhado
ao marrom claro, com o ventre, parte interna das orelhas e lados do focinho brancos. Presença de um anel
branco ao redor dos olhos. Coloração mais intensa na região lombar, mas esta característica varia
geograficamente. Apenas os machos apresentam galhada, tipicamente com três pontas, mas até mais de
cinco, medindo cerca de 30 cm.
Hábito e habitat: diurno e terrestre. Habita ambientes abertos ao sul do rio Amazonas (Duarte et al. 2012).
Um declínio populacional futuro é esperado devido à introdução de patógenos via ungulados domésticos
(Araújo Júnior et al. 2010). Existe, também, a tendência de substituição das pastagens naturais por
gramíneas exóticas, reduzindo a área de ocupação da subespécie. Esta subespécie depende da boa
qualidade das fitofisionomias abertas do cerrado. Estas áreas sofreram redução consideravelmente maior
do que as áreas de cerrado fechado. Estima-se, portanto, que as populações de veado-campeiro tenham tido
76
reduções superiores a 30% nos últimos 15 anos, devido à diminuição da extensão de ocorrência e qualidade
do habitat, caça, enfermidades e intoxicação.
Reprodução: após um período de gestação em torno de sete meses, nasce um único filhote (Duarte et al.
2012).
Comentários: entre os principais predadores naturais estão a onça-pintada (Panthera onca) e o puma
(Puma concolor), porém o graxaim-do-campo (Lycalopex gymnocercus), a jaguatirica (Leopardus pardalis)
e o javali (Sus scrofa) podem ser também responsáveis pela mortalidade de recém-nascidos e animais
debilitados (Duarte et al. 2012)
Medidas (em mm, Jackson 1987): HB = 1100-1400, C = 100-150, MC = 30-40 kg.

77
AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao suporte recebido do Jardim Botânico de Brasília durante o trabalho de campo que
deu origem a lista de parte das espécies registradas nesse livro, e a todos os pesquisadores que publicaram
dados sobre a presença das espécies de mamíferos no JBB. Agradecemos também aos pesquisadores que
nos ajudaram no trabalho de campo no JBB, Ana Lazar, Alberto da C. Paula, Marcelo Weksler, Scott
Lindbergh, e os técnicos do JBB. Um agradecimento especial aos que cederam as fotos utilizadas nesse
trabalho, Ana Lazar, Ana Paula Carmignotto, André F. Mendonça, Diogo Loretto, Felipe Bertolotto Peter,
Gabriel Trintan de Lima, Igor P. Coelho, João A. de Oliveira, Juliana F. Ribeiro, Júlio L. Vilela, Kevin Schafer,
Leila M. Pessôa, Leonardo Gomes, Lucas Miranda, Marcelo Kuhlmann, Matias Cabezas, Michel B. Faria, Paola
S. da Mata, Paulo Henrique Marinho, Nícholas Camargo, Pedro Siracusa, Salvatore Siciliano, S. Quintas, e aos
sites que disponibilizam fotos de animais para o uso. André F. Mendonça contribuiu com comentários e
sugestões que melhoraram a qualidade do texto. CRB recebeu recursos financeiros do CNPq 304498/2014-
9 and FAPERJ E26/201.200/2014, e ARB recebeu bolsa de pesquisa do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq (DCR 300461/2016-0, PCI-DA 300670/2019-2 e
301429/2020-0).

78
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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