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Marinha Do Brasil Capitania Dos Portos
Marinha Do Brasil Capitania Dos Portos
CONHECIMENTOS GERAIS
1ª edição
Fortaleza- CE
2011
© 2011 direitos reservados à Capitania dos Portos do Ceará
________ exemplares
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Sumário
MOTORES PROPULSORES
13 – Manutenção ........................................................................................................... 28
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Introdução
1 – Máquinas de Combustão
É bom lembrar que a primeira máquina alternativa de combustão externa foi patenteada
pelo engenheiro James Watt no ano de 1769. Na realidade, as máquinas alternativas a
vapor foram utilizadas por muito tempo na propulsão e nos sistemas auxiliares dos navios,
sendo também bastante utilizadas em locomotivas.
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2 – Ciclo motor
A palavra ciclo pode ser definida como o conjunto de transformações que se sucedem
na mesma ordem e se repete com lei periódica. No caso do motor térmico, pode ser melhor
entendido como a evolução da massa gasosa no interior do cilindro, com variação de
pressão, volume e temperatura.
Tanto o motor Otto, quanto o Diesel, funcionam segundo os ciclos de dois e de 4
tempos.
d) Descarga - Pouco antes de o êmbolo atingir o seu PMI, abre-se a válvula de descarga e
os gases da combustão, que ainda estão a uma pressão considerável, começam a sair
espontaneamente do cilindro. Durante o retorno do êmbolo ao seu PMS, ele expulsa o
restante dos gases da combustão, encerrando o ciclo.
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Ciclo operativo do motor Otto de 2 Tempos
Nos motores de 2 tempos o ciclo completo se realiza em apenas uma rotação do eixo
de manivelas (360o), o que equivale a dois cursos do êmbolo. As fases do ciclo são as
seguintes:
A principal diferença entre o motor do ciclo Diesel e o do ciclo Otto consiste no fato de
que, no Diesel, a inflamação do combustível não é feita por meio de uma centelha elétrica e
sim, pela elevada temperatura do ar submetido a uma forte compressão no cilindro.
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Para que os ciclos funcionem corretamente o motor precisa de vávulas que permitem a
entrada de ar e a saída dos gases da combustão. Vejamos então como é que as válvulas de
admissão e de descarga funcionam.
Repare que, por meio de engrenagens, o eixo de manivelas faz girar outro eixo
denominado eixo de comando de válvulas. Esse componente possui ressaltos (cames) que
nos momentos apropriados acionam os tuchos e as varetas, sendo que estas atuam por
baixo de uma das extremidades dos balancins, possibilitando a abertura das válvulas, cada
uma delas no seu devido tempo.
a) Quanto ao ciclo:
ciclo OTTO; e
ciclo DIESEL
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c) Quanto à disposição dos cilindros:
em linha;
em “V” ;
de cilindros radiais;
de êmbolos opostos; e
de cilindros opostos.
d) Quanto à rotação:
de baixa (até 350 rpm);
de média: (de 350 a 1000 rpm); e
de alta (de 1000 rpm em diante).
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4 – Vantagens e desvantagens entre os motores diesel e gasolina
Desde que foram inventados, há mais de um século, os motores Diesel e Otto sempre
dividiram espaços no campo das aplicações. Naturalmente, cada um deles com suas
vantagens e desvantagens pode oferecer maior ou menor adequação a um determinado tipo
de trabalho, levando-se em conta principalmente os fatores economia e praticidade.
melhor adaptação e economia ao ciclo a dois tempos por fazer a lavagem com ar;
maior durabilidade.
De um modo geral podemos dizer que o motor Diesel é mais adequado às grandes
potências potencias (ônibus, caminhões, Diesel geradores de eletricidade e navios). O motor
Otto, por sua vez, é mais adequado às pequenas potências (automóveis, motos, etc)
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5 – Principais componentes de um Motor
Bloco do motor - é a maior peça fixa do motor. É normalmente construído com uma liga
especial de ferro fundido. Normalmente os blocos dos motores
contêm: os orifícios dos cilindros e câmaras para água de
resfriamento.
O bloco é uma peça inteiriça nos motores de pequeno
porte, sendo construído em duas ou mais seções nos motores
de grande porte. Nesse caso, as seções são ligadas por meio
de parafusos.
O eixo de manivelas trabalha nos mancais fixos, os quais são dotados de casquilhos
substituíveis, construídos da mesma forma que os do mancal móvel da cabeça da conectora
que acabamos de estudar. Esses casquilhos, também chamados de bronzinas, são
lubrificados sob pressão. A figura mostra um eixo de manivelas e a nomenclatura de suas
partes.
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Volante - é um disco de grande peso, normalmente fixado a uma das extremidades do eixo
de manivelas. Sua finalidade é armazenar uma parte da energia mecânica produzida no
motor durante o tempo de trabalho útil ( expansão ), para vencer a resistência dos tempos
não motrizes, principalmente o de compressão. É normalmente uma peça inteiriça nos
motores pequenos, podendo ser construído em duas metades nos de grande porte. A sua
fixação ao eixo de manivelas é feita por meio de chaveta e parafuso (s). O volante pode
possir ou não uma coroa dentada denominada cremalheira do volante. Nos motores de
pequeno porte a cremalheira serve para permitir o engraze do pinhão de um motor de
arranque, e nos motores de grande porte serve para o engraze do pinhão do mecanismo da
catraca, que é um dispositivo acionado por motor elétrico utilizado para girar lentamente o
MCP (motor de combustão principal), nos casos de inspeção, regulagem ou reparos no
mesmo.
Cilindro e camisa de cilindro - É uma câmara localizada no bloco do motor e é onde ocorre
a queima do combustível. É no cilindro que: Os êmbolos se movimentam, o ar atmosférico é
admitido e comprimido, os gases da queima do combustível entram em combustão e
expansão.
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• Em alguns motores, os cilindros são usinados diretamente no bloco, sendo
neste caso do mesmo material que constitui o bloco, ou pode ser uma camisa
(camisa de cilindro) adaptada ao espaço existente no bloco, presa na parte superior,
por uma gola. As camisas podem ser presas ao bloco também pela parte inferior.
• polimento na superfície interior do cilindro é importante para as características e vida
útil do motor: um polimento correto faz com que o período de amaciamento seja
pequeno.
• As condições de fabricação das camisas e êmbolos permitem que se faça a
substituição independente de cada um.
• Quando o cilindro é uma camisa, sua substituição fica fácil, sem necessidade
de usinagem do motor.
• Há três anéis de borracha na parte inferior da camisa que permite melhor
vedação entre o bloco e o cárter, no sentido longitudinal da
camisa. Entre os dois anéis inferiores há um canal para fora
do bloco: vazamentos de óleo ou água, pelo canal, indicam
vedação imperfeita, sendo necessário substituir os anéis.
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⇒ São alojados em ranhuras existentes em volta do êmbolo.
⇒ Os anéis de compressão, aumentam a vedação entre o êmbolo e o cilindro evitando
passagem dos gases para o cárter.
⇒ Os anéis de óleo não deixam que o óleo que lubrifica as paredes do cilindro chegue até
a câmara de combustão.
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A Válvula de admissão tem o diâmetro externo maior que as das válvulas de descarga.
OBS = O conjunto do comando de válvulas de admissão e descarga
é composto de: eixo de cames (Comando de válvulas), tuchos,
bancins, molas, válvulas (admissão e descarga). É o responsável
pela abertura das válvulas de admissão de ar e de descarga dos
gases.
Eixo de cames - é uma peça dotada de cames (excêntricos), com a finalidade de acionar as
válvulas de aspiração e de descarga do motor por meio do tucho, da vareta e do balancim.
Mais tarde, veremos que esse eixo pode possuir outra came, normalmente posicionada
entre as duas da figura, com o propósito de acionar a bomba injetora individual de cada
cilindro, como ocorre nos motores de médio e de grande porte.
Tuchos - são peças que trabalham em contato com as cames, transmitindo o movimento
das mesmas às varetas. Nos motores de médio e de grande porte, costumam possuir
rodetes para reduzir o atrito com a came.
Varetas - é a peça que trabalha com uma de suas extremidades em contato com o tucho e a
outra em contato com uma das extremidades do balancim. A vareta transmite ao balancim o
movimento alternado produzido pela came, devido ao seu formato excêntrico.
Balacim - é uma peça que, articulando no eixo, fixo ao seu suporte, recebe o movimento da
vareta e o transfere à válvula de admissão ou de descarga. O balancim possui em uma de
suas extremidades um parafuso com porca para permitir o ajuste da folga entre a sua outra
extremidade e o topo da haste da válvula, quando a mesma encontrase totalmente fechada.
Essa folga visa prevenir a válvula contra os efeitos da dilatação térmica causada pelo calor
dos gases da combustão. Se não houvesse essa folga, a dilatação linear da sua haste não
deixaria que ela fechasse completamente, chegando “inclusive” a impedir o funcionamento
do motor por falta de compressão suficiente.
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Molas – Mantém as válvulas fechadas, quando elas não estão acionadas, isto é, tão logo
termine a ação dos balancins. Cada mola tem uma, duas três molas concêntricas.
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6 – Tipos de transmissão
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7 - Ordem de queima do motor
É a ordem em que cada cilindro recebe o impulso dos gases em expansão provocada
pela combustão do combustível (injeção de combustível). Vem estabelecida pelo fabricante.
O objetivo de ser determinada uma ordem de queima para cada cilindro, diferente da
seqüência numérica, é distribuir o esforço sobre o eixo de manivelas, tornando o movimento
equilibrado.
8 – Sistema de combustível
Injetor - Os bicos injetores consistem de uma válvula e um pulverizador com vários orifícios.
O combustível, sob pressão, passa pela válvula e, através dos orifícios, é atomizado no
cilindro.
a) Circuito de combustível
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Rede de retorno = Canalizações que retorna o excesso de combustível da bomba e dos
bicos injetores (retorna para o tanque ou reservatório).
Válvula reguladora de pressão = Regula a pressão do sistema. Nesta válvula une-se
as canalizações de drenagem(drena o excesso de combustível da válvula de injeção) e
retorno.
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9 – Sistema de Lubrificação
Lubrificar é colocar uma substância oleosa entre peças que se movimentam, para formar
uma película entre elas, diminuindo, assim o atrito e o desgaste das peças.
A lubrificação também tem a finalidade de retirar o calor excedente das peças, mantendo
a temperatura das mesmas dentro dos limites toleráveis
a) resfriamento
b) vedação
c) limpeza
d) amortecimento de choques
e) proteção contra ataques químicos.
Reservatório de óleo lubrificante – pode ser o cárter que você já conhece, ou um tanque
abaixo do mesmo e com ele comunicado, denominado poceto. Naturalmente, quando há
poceto na instalação o cárter é do tipo seco. É o caso típico dos motores Diesel de grande
porte. Não havendo poceto, o cárter é do tipo alagado ou úmido, como é o caso dos motores
de pequeno porte.
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Bomba de óleo lubrificante - Faz o óleo lubrificante circular sob pressão estabelecendo
uma película que protege as peças móveis do motor, reduzindo o atrito e o desgaste das
peças.
Ela aspira o óleo do cárter ou do poceto (a) através de um ralo (b) e o envia aos
pontos do motor onde a lubrificação se faz necessária. Pode ser acionada pelo próprio
motor, como no caso do de pequeno porte, ou por motor elétrico, quando se trata de
motores de médio e de grande porte. É daí que vem a idéia de bombas dependentes e
independentes do funcionamento do motor.
Filtro de óleo lubrificante - Tem por finalidade reter as impurezas sólidas menores que
conseguem passar pelo ralo, garantindo o fornecimento de uma película de óleo isenta de
impurezas entre as peças a lubrificar. O filtro de O.L. é do tipo descartável nos motores de
pequeno porte, devendo ser substituído após determinado tempo de funcionamento previsto
no manual do fabricante, ou sempre que se suspeitar que o mesmo encontra-se
incapacitado de realizar satisfatoriamente a sua função.
Resfriador de óleo lubrificante – Tem por finalidade remover o excesso de calor absorvido
pelo óleo na sua função de reduzir o atrito entre as
peças. O resfriador pode ser circulado por ar ou por
água, conforme o tipo de motor. A bordo dos navios são
resfriados por água e podem ser do tipo de feixe tubular
ou de placas. Quando se trata de um resfriador do tipo
de feixe tubular retos ou em “U” como o da figura ao
lado, a água salgada passa pelo interior dos tubos,
sendo estes envolvidos pelo lubrificante. A pressão da
água salgada deve ser um pouco superior à do
lubrificante, para que em caso de furo nos tubos a água
salgada não contamine o óleo do sistema, que em alguns navios de médio e de grande porte
é da ordem de alguns milhares de litros.
I. O óleo é aspirado do cárter, pela bomba de óleo, através do ralo de aspiração, onde
as impurezas mais grossas são retidas. As impurezas menores , quando metálicas,
depositam-se no bujão magnético existente no cárter;
II. Da bomba, o óleo é descarregado para o filtro que retém as impurezas menores. Daí
passa para o resfriador, onde o óleo troca calor coma água que circula no resfriador.
III. Do resfriador, o óleo sai pelo coletor geral, que é uma tubulação que corre ao longo
do motor, e faz a distribuição para lubrificar várias partes do motor, tais como:
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d) Manutenção do Sistema de Lubrificação
A manutenção deste sistema é simples mas nem por isto podem ser esquecidos
pequenos cuidados os quais devem ser realizados como rotina. Principais itens a serem
observados:
Verificação de vazamentos;
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10 – Sistema de Resfriamento
b) Resfriamento direto por água - Foi o primeiro sistema de resfriamento por água utilizado
nas embarcações. Tratase de um sistema rudimentar e obsoleto que hoje só é utilizado em
motores de embarcações miúdas que navegam em rios, pois o efeito da corrosão não é
muito acentuado.
Através da válvula de fundo e do ralo uma bomba, acionada pelo próprio motor, aspira
a água do mar ou do rio e descarrega-a para o resfriador de óleo, de onde vai para as
câmaras de resfriamento apropriadas em volta dos cilindros e cabeçote do motor, sendo em
seguida descarregada para o mar ou rio. Como você deve imaginar, as vantagens desse
sistema são a sua simplicidade e o seu baixo custo.
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A bomba, o radiador e a válvula termostática, são os principais componentes do
sistema. A bomba é normalmente do tipo centrífuga, sendo acionada pelo próprio motor,
como mostra a figura.
Válvula termostática (a), por sua vez, tem por finalidade controlar o fluxo da água de
resfriamento por dentro ou por fora do radiador, quando a temperatura da mesma é muito
alta ou muito baixa para o sistema. Assim, ela deve manter a temperatura da água de
circulação dentro das condições desejadas.
d) Resfriamento indireto combinado por água doce e água do mar (ou do rio) – Este é,
sem dúvida alguma, o sistema mais empregado a bordo dos navios mercantes. Nele, uma
bomba centrífuga, acionada por motor elétrico ou pelo próprio motor de combustão é
utilizada para circular água doce pelos espaços apropriados no interior do motor. Depois de
absorver calor do motor, essa água passa por dentro de um aparelho denominado resfriador
de água doce, onde troca calor com a água do mar ou do rio que passa pelo interior dos
tubos ou das placas do mesmo.
A água do mar ou rio é aspirada por uma bomba centrífuga dependente ou
independente do motor, e descarregada para o resfriador, de onde retorna novamente ao
mar ou rio. Atente para a figura e identifique os elementos básicos do sistema.
Agora que você já conhece a composição básica do sistema, vejamos a função de cada um
deles:
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Tanque de expansão - Tem por finalidade absorver os efeitos do aumento de volume da
água quando aquece, e também para compensar as perdas no sistema devidas a fugas por
engaxetamentos de válvulas, selos ou gaxetas de bombas, evaporação, etc.
Abastecer o sistema com água doce sempre que houver perda de água;
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11 – Sistema de admissão de ar
De acordo com o processo de alimentação de ar, o motor Diesel pode ser classificado
como: de aspiração natural ou superalimentado. Motor de aspiração natural é aquele que
aspira o ar nas condições em que ele se encontra na atmosfera; ou seja, na pressão e
temperatura que nós, seres humanos, aspiramos. Por sua vez, o motor superalimentado é
aquele em que o ar aspirado da atmosfera é comprimido antes de ser enviado aos cilindros
do motor. Essa compressão, na maioria das vezes, é feita por meio de um compressor
rotativo acionado por uma turbina, como mostra a figura.
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12 – Condução do Motor
c) INVERSÃO DE MARCHA:
√ Antes de inverter a marcha(rotação do motor) reduzir a velocidade do motor;
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√ Caso o motor vá ficar parado mais de uma semana, deve-se girar o eixo de manivelas,
manualmente, uma vez por semana. Assim evita-se que o motor “cole”, isto é, que o
êmbolo cole nas paredes do cilindro.
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13 - Manutenção
☻ Depois de utilizar o motor em água salgada, faça-o funcionar, durante cinco minutos em
água doce em um tanque ou utilize o adaptador para torneira (telefone). Desconecte a
mangueira de combustível e deixe-o consumir todo o combustível restante no sistema;
☻ Não sendo possível funcionar o motor em água doce, dê-lhe umas voltas no sentido de
sua rotação (sem funcioná-lo), até que se esgote toda água que houver na bomba e
tubulações. Não deixe porém de lavá-lo em água doce;
☻ Após a lavagem o motor deverá ser pulverizado com querosene, óleo diesel ou ant-
corrosivo (WD-40);
☻ Quando transportar o motor, conserve a parte dos cilindros sempre em ponto mais alto
que a rabeta. Isto evitará a entrada de água no bloco do motor;
☻ Nunca cobrir o motor com sacos plásticos para que haja perfeita ventilação;
☻ Quando o motor completar 10 horas de uso deverá ser levado à revisão (troca de óleo,
reaperto do cabeçote e lubrificação);
☻ O óleo da rabeta deverá ser trocado a cada 50 horas de uso ou após um ano , mesmo
sem Ter sido usado o motor;
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Uma má alimentação - O combustível é a "comida" do motor e o certo é que nem sempre
se dá de comer de uma forma adequada. Alguns usuários compram combustível em
qualquer posto de gasolina, ou onde normalmente abastecem o carro. Isto quer dizer que
perdemos o controle da percentagem exata de mistura
pretendida, além do óleo utilizado não ter nada a ver com o
indicado pelo fabricante do motor de popa. No outro extremo
da balança estão aqueles meticulosos, que não só efetuam
eles próprios a mistura com o óleo correto, como ainda
filtram o combustível quando o passam para o tanque. Outro
aspecto que pode incidir na má alimentação do motor, fica-
se a dever à utilização de tanques fabricados com plásticos
não homologados para conter ou transportar o combustível.
É possível que de um ano para o outro se tenha ficado sem
o tanque por alguma razão e, em vez de o substituir por um
original, ou ao menos por um homologado, se adquira o mais barato, que normalmente é
fabricado em plástico de baixa qualidade, que não suporta os hidrocarbonetos. O
combustível contido no seu interior pouco a pouco vai dissolvendo as paredes interiores do
depósito e a mistura resultante é a que por fim vai alimentar o motor até lhe produzir, ou uma
indigestão, ou pelo menos uma deteriorização dos cilindros e velas.
Ignorar a corrosão – Todos os motores de popa estão concebidos para serem utilizados,
inicialmente, em água salgada, apesar de muitos serem utilizados em água doce. Por este
motivo estão providos de ânodos de zinco, cujo tamanho e forma estão em proporção com a
potência do motor. Com o uso, estes ânodos desgastam-se e se sacrificam para manter
integridade do motor, que de outra forma seria rapidamente atacado pela corrosão. O
problema aparece quando já é demasiadamente tarde, ou seja, se os ânodos estão
praticamente picados é sinal inequívoco de que o motor já está contaminado. Esquecer-se
de rever e mudar os ânodos periodicamente, é seguramente, uma das melhores formas de
estragar um motor de popa.
Não dar bolas aos ruídos – É importante saber escutar o que nos diz o motor através de
uma ampla gama de sons diferentes que podem surgir paralelamente ao ruído de fundo do
seu funcionamento. O mais característico é quando o escape adquire uma certa "rouquidão"
emitindo um som mais grave. Pode ser um aviso de que algo vai mal no sistema de
refrigeração, mas para tirar as dúvidas não há nada mais difícil do que olhar para a saída de
água no motor e verificar se a saída de água esta normal como de habitual. Se a saída de
água diminuir ou simplesmente desaparecer deve parar o motor imediatamente. Um ruído
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tipo "estalar" que aumenta de intensidade com as rotações do motor, é um aviso de
problemas nas válvulas do motor. Se o ruído se parece mais com uma "tosse", é sinal que
algo no sistema de combustão não está bem. O mais importante é saber prestar ao motor a
atenção que ele merece se possível evitar as avarias antes destas aparecerem , mas apesar
de tudo há alguns usuários que preferem ignorar deliberadamente qualquer ruído estranho,
enquanto o motor funciona, pensando erradamente que deste modo podem evitar meterem-
se em complicações.
Entrar pela praia a dentro - Todos os verões as nossas praias são convertidas em cenas e
acaloradas discursões entre banhistas e marinheiros. Há sempre algum banhista deitado na
sua toalha nas rampas ou zonas de areia destinadas para os barcos, mas a razão nem
sempre está do lado do marinheiro. Também existe casos de absoluta negligência como as
lanchas que atravesam a toda velocidade a zona dos banhistas, ou entram pela areia
simplesmente para se mostrarem. Esta forma de proceder, além de ser absolutamente
condenável, é uma forma ótima de partir a rabeta ou a hélice do motor de popa, que recebe
um forte impacto ao serem bruscamente travadas, devido ao grande atrito da areia. Outros
casos não tão exagerados, mas igualmente prejudiciais para o motor produzem-se quando
se navega sem tomar as devidas proporções sobre os fundos dos quais se desconhece a
profundidade, já que as pás de hélice podem ficar seriamente danificadas ao baterem numa
pedra.
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