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HENRIQUE
2016/2017
agradecimentos Tenho de começar por agradecer à “Universidade” Arsenal do
Alfeite, que em 1990 me recebeu como aprendiz, e que me
transmitiu conhecimentos, quer profissionais, quer humanos, que
me permitiram encarar este desafio com outra “bagagem”.
Obrigado!!!
i
palavras-chave Manutenção Mecânica Naval – Projecto – Lancha Salva-vidas –
Inovação – Quadro Europeu de Qualificações Nível 5
ii
Projectar é fácil quando se sabe o que fazer. Tudo se torna fácil
quando se encontra o modo de proceder para alcançar a solução
de algum problema, e os problemas que se nos deparam na vida
são infinitos: problemas simples que parecem difíceis porque não
se conhecem os problemas que se mostram impossíveis de
resolver.
Bruno Munari
Lisboa
Arte e Comunicação
1981
iii
Índice
Introdução ..................................................................................................................... 1
Capítulo 1. Caracterização do local de estágio............................................................... 2
1.1. Infraestruturas .............................................................................................. 3
1.2. Missão.......................................................................................................... 4
1.3. Visão ............................................................................................................ 5
1.4. Valores ......................................................................................................... 5
1.5. Posicionamento estratégico ......................................................................... 5
1.6. A estrutura ................................................................................................... 6
1.7. O local de estágio ........................................................................................ 8
1.8. A equipa de projecto .................................................................................... 9
Capítulo 2. Motivação .................................................................................................. 10
2.1. História do Instituto de Socorros a Náufragos .......................................... 10
2.2. Estações salva-vidas e dispositivo em Portugal ........................................ 12
2.3. Tipos de estações Salva-Vidas .................................................................. 13
2.4. Embarcações Salva-Vidas – ISN ............................................................... 15
2.5. Dados Estatísticos – Salva-Vidas no Mundo ............................................. 20
Capítulo 3. Objecto de estudo ...................................................................................... 21
Capítulo 4. Requisitos, características, áreas de operação e classificação ................... 22
4.1. Requisitos operacionais e missão .............................................................. 22
4.2. Características gerais da embarcação ........................................................ 22
4.3. Áreas de operação ...................................................................................... 23
4.4. Classificação e certificação ....................................................................... 23
Capítulo 5. Conceitos operacionais da embarcação ..................................................... 24
5.1. Geral .......................................................................................................... 24
5.2. Mobilidade ................................................................................................. 24
5.3. Manobrabilidade ........................................................................................ 25
5.4. Robustez .................................................................................................... 25
5.5. Comportamento dinâmico no mar ............................................................. 25
Capítulo 6. Instalação propulsora ................................................................................. 28
6.1. Geral .......................................................................................................... 28
iv
6.2. Motores diesel propulsores ........................................................................ 29
6.3. Sistema de água salgada de circulação e arrefecimento ............................ 29
6.4. Sistema de circulação de água doce de arrefecimento .............................. 30
6.5. Sistema de evacuação ................................................................................ 31
6.6. Sistema de combustível de serviço ............................................................ 31
6.7. Sistema de óleo de lubrificação ................................................................. 32
Capítulo 7. Sistema geral de incêndios ........................................................................ 38
7.1. Geral .......................................................................................................... 38
Capítulo 8. Sistemas de esgoto e lastro ........................................................................ 39
8.1. Geral .......................................................................................................... 39
Capítulo 9. Sistema de embarque e desembarque de combustível ............................... 41
9.1. Geral .......................................................................................................... 41
9.2. Descrição ................................................................................................... 41
Capítulo 10. Meios de salvação e combate a incêndio ................................................... 43
10.1. Extintores ................................................................................................... 43
10.2. Sistemas de extinção de incêndios............................................................. 43
10.3. Bóias .......................................................................................................... 43
10.4. Arneses de convés com coletes de salvação .............................................. 44
10.5. Facho para bóias de salvação..................................................................... 44
10.6. Sinais de socorro e sinalização .................................................................. 44
10.7. Jangadas salva-vidas .................................................................................. 44
10.8. Simbologia ................................................................................................. 45
Capítulo 11. Ciclo de manutenção ................................................................................. 49
Conclusão ................................................................................................................... 50
Referências bibliográficas e créditos ............................................................................... 52
Referências bibliográficas ................................................................................... 52
Créditos ................................................................................................................ 52
v
Índice de figuras
Figura 1 - Logótipo da Arsenal do Alfeite, S.A. .............................................................. 2
Figura 2 - Localização da Arsenal do Alfeite, S.A. .......................................................... 2
Figura 3 - Divisão de Estudos e Projectos de Engenharia ................................................ 8
Figura 4 - Equipa de projecto ........................................................................................... 9
Figura 5 - Equipa de projecto – Género ........................................................................... 9
Figura 6 - Equipa de projecto – Habilitações ................................................................... 9
Figura 7 - Estações Salva-vidas ...................................................................................... 12
Figura 8 - Classe "Vigilante" .......................................................................................... 16
Figura 9 - Classe “R.D. Amélia” .................................................................................... 16
Figura 10 - Classe “Waveney” ....................................................................................... 16
Figura 11 - Classe "Searib's 1080" ................................................................................. 17
Figura 12 - Classe "XS RIB's"........................................................................................ 17
Figura 13 - Classe “Vailant 850” .................................................................................... 17
Figura 14 - Classe "Searib's 860" ................................................................................... 17
Figura 15 - Classe "Atlantic 21" ..................................................................................... 18
Figura 16 - Classe "Tornado" ......................................................................................... 18
Figura 17 - Classe "SPES".............................................................................................. 18
Figura 18 - Classe "Searib's 780" ................................................................................... 18
Figura 19 - Classe "Tsunami-18" ................................................................................... 19
Figura 20 - Classe "Avon" .............................................................................................. 19
Figura 21 - Classe “Wilhelm Hubotter” ......................................................................... 19
Figura 22 - Modelo virtual do Salva-vidas ..................................................................... 21
Figura 23 - Ilustração do Salva-vidas ............................................................................. 21
Figura 24 - Salva-Vidas - Vista Longitudinal ................................................................ 23
Figura 25 - Marine Diesel Engine i6-730 ....................................................................... 33
Figura 26 - Dimensions i6-730 ....................................................................................... 35
Figura 27 - Power Chart i6-730 ...................................................................................... 35
Figura 28 - MJP Ultrajet 377 .......................................................................................... 36
Figura 29 - Performance (MJP Ultrajet 377) .................................................................. 36
vi
Índice de tabelas
Tabela 1 - Infraestruturas - Áreas ..................................................................................... 3
Tabela 2 - Equipamentos de elevação .............................................................................. 4
Tabela 3 - Estações Salva-vidas - Tipo A....................................................................... 13
Tabela 4 - Estações Salva-vidas - Tipo B ....................................................................... 14
Tabela 5 - Estações Salva-vidas - Tipo C ....................................................................... 14
Tabela 6 - Estações Salva-vidas - Tipo D....................................................................... 15
Tabela 7 - Embarcações de grande capacidade (GCAP) ................................................ 16
Tabela 8 - Embarcações de pequena e média capacidade (PCAP e MCAP) ................. 19
Tabela 9 - Quantidade de embarcações por Países ......................................................... 20
Tabela 10 - Rácios .......................................................................................................... 20
Tabela 11 - 5 Países da UE ............................................................................................. 20
Tabela 12 - Technical features i6-730 ............................................................................ 34
Tabela 13 - Simbologia .................................................................................................. 47
Tabela 14 - Ciclo de manutenção ................................................................................... 49
Tabela 15 - Créditos ....................................................................................................... 52
vii
Abreviaturas
Por ordem alfabética:
ZA - Zonas Abrigadas
viii
Introdução
O Curso Técnico Superior Profissional (CTeSP) em Manutenção Mecânica Naval
(MMN) tem, na sua componente curricular, um estágio de formação em contexto de
trabalho.
Pretende-se com este documento relatar essa componente curricular, sendo o objecto de
estudo o desenvolvimento do projecto de uma embarcação Salva-Vidas para o Instituto
de Socorros a Náufragos (ISN), a construir na Arsenal do Alfeite, S.A. (AA).
Neste relatório irão ser apresentados os requisitos existentes e uma das soluções
estudadas pela Divisão de Estudos e Projectos de Engenharia (DEP) da Arsenal do
Alfeite, S.A..
Passando, depois, para uma vertente mais técnica, considerou-se adequado fazer
algumas referências ao objecto de estudo, bem como a algumas das suas características,
alguns dos seus sistemas, meios de salvação e o seu ciclo de manutenção.
Qualquer alteração à solução apresentada será, por certo, uma melhoria ao produto final.
1
Capítulo 1. Caracterização do local de estágio
[1]
A Arsenal do Alfeite, S.A., constituída pelo
Decreto-Lei n.° 33/2009, de 5 de Fevereiro, é uma
sociedade anónima, com capitais exclusivamente
públicos, que iniciou a sua actividade no dia 1 de
Figura 1 - Logótipo da Arsenal do Alfeite, S.A.
Setembro de 2009, tendo na sua génese a necessidade
de criação de uma entidade de referência na indústria naval, a nível nacional e
internacional, imposta pela evolução tecnológica deste sector industrial.
2
1.1. Infraestruturas
Área
Implantação Coberta
36 hectares 8 hectares
1 Doca seca
o Comprimento: 138 m;
o Largura: 18 m;
o Profundidade: 12 m;
o Inclinação da linha de picadeiros em 138 m com um desnível de 0,5 m
(16,8m distância entre defensas à entrada da Doca)
1 Doca Flutuante para docagem de navios
o Comprimento: 60 m;
o Boca: 16 m;
o Largura: 12 m;
o Altura: 9 m (11m de distância entre os patins)
o Deslocamento até 825 t
Plano Inclinado N°1
o Comprimento: 120 m;
o Largura: 70 m;
o Inclinação: 15,7 %
o Capacidade de carga por carro de 120 t;
o Carros de alagem: 20
Plano Inclinado N°2
o Comprimento: 53 m;
o Largura: 40 m;
o Inclinação: 12 %
o Deslocamento até 80 t
3
Plano Inclinado N°3
o Comprimento: 150 m;
o Largura: 22 m;
o Inclinação: 4,8%;
o Deslocamento até 200 t;
o Boca Navio até 12 m;
o Carros de alagem: 2
1 Cais Acostável com 180 m de comprimento
1 Ponte de atracação com 100 m de comprimento
1 Ponte de atracação com 140 m de comprimento
1 Embarcadouro
Equipamentos de Elevação
1.2. Missão
4
1.3. Visão
1.4. Valores
A Arsenal do Alfeite, S.A. posiciona-se sobre uma imagem de excelência com décadas
de experiência, como um estaleiro de referência altamente qualificado nas áreas da
construção, manutenção e reparação naval. No sentido de alargar os seus horizontes
para o mercado global, posiciona-se igualmente no mercado dos serviços de engenharia,
bem como na manutenção industrial, com a finalidade de oferecer os produtos e
serviços mais qualificados e avançados.
5
1.6. A estrutura
Conselho de Administração
Direcção Técnica e de Clientes (DT)
Divisão de Planeamento e Orçamentação (DPO)
Serviço de Orçamentação e Facturação (SEOF)
Serviço de Planeamento e Preparação de Trabalho (SEPT)
Divisão de Gestão de Projectos e Suporte a Clientes (DGP)
Divisão de Estudos e Projectos de Engenharia (DEP)
6
Direcção de Produção (DP)
Divisão de Movimentação, Carenagens e Manutenção (DMC)
Serviço de Gestão de Redes e Manutenção (SVRM)
Serviço de Manobras Marítimas e Carenagens (SVMC)
Serviço de Movimentação, Transportes e Manobras Terrestres
(SVMT)
Divisão de Sistemas de Combate e Comunicações (DCC)
Serviço de Acústica Submarina (SVAS)
Serviço de Telecomunicações, Giroeléctricos e Radares (SVCO)
Serviço de Sistemas de Armamento (SVSA)
Serviço de Torpedos, Mísseis e Minas (SVTM)
Divisão de Estruturas e Aprestamento (DEA)
Serviço de Carpintaria (SVCA)
Serviço de Caldeiraria Naval (SVCN)
Serviço de Serralharia Civil (SVSC)
Serviço de Soldadura (SVSO)
Serviço de Tratamento de Superfícies (SVTS)
Divisão de Electrotecnia e Electrónica Geral (DEE)
Serviço de Electrónica e Automação (SVEA)
Serviço de Máquinas Eléctricas e de Reparações e Montagens
Eléctricas (SVEL)
Divisão de Mecânica (DME)
Serviço de Caldeiraria de Tubos (SVCT)
Serviço de Mecânica (SVME)
Serviço de Máquinas Ferramentas (SVMF)
Serviço de Laboratórios e de Qualidade da Produção (SELQ)
7
1.7. O local de estágio
8
1.8. A equipa de projecto
CHProj (TS)
Casco e
Máquinas Electricidade
Aprestamento
10%
90%
Homens
Mulheres
40%
60%
Técnicos
Superiores
Técnicos
Especialistas
9
Capítulo 2. Motivação
Para o desenvolvimento deste projecto, tornou-se necessário saber mais sobre o
utilizador final do produto, o Instituto de Socorros a Náufragos. A motivação para
relatar este projecto tem como base a nobre missão de salvaguarda da vida humana no
mar deste organismo, com fins humanitários que exerce as suas funções em tempo de
paz ou de guerra, assistindo igualmente qualquer indivíduo, indistintamente da sua
nacionalidade ou qualidade de amigo ou inimigo.
Por ordem do rei D. Miguel foi criada em 1838 em São João da Foz do Douro, a Real
Casa de Asilo dos Náufragos, destinada a casa abrigo para salva-vidas.
Perante tal tragédia, e por insistência de S. Majestade a Rainha D. Amélia, foi criado
por Carta de Lei de 21 de Abril de 1892, o Real Instituto de Socorros a Náufragos,
mantendo-se como presidente a sua fundadora Sua Majestade a Rainha Dona Amélia,
até à implantação da República em 5 de Outubro de 1910, passando a designar-se por
Instituto de Socorros a Náufragos (ISN).
O ISN começou como uma organização privada, sob a égide da Marinha de Guerra,
formada por voluntários.
10
Trafaria uma escola de natação e quatro anos mais tarde, realizou-se a primeira corrida
de natação, da meia milha, na baía do Alfeite, para disputar a taça D. Carlos.
Em 1910, foram implantados 120 postos de praia que dispunham de duas bóias grandes,
duas bóias pequenas com uma retenida de 25 metros, dois cintos de salvação, uma
retenida de 100 metros e, finalmente, um quadro explicativo dos primeiros socorros a
prestar aos náufragos.
A vigilância nas praias com embarcação foi-se estendendo lentamente ao longo das
praias do país, mas não deixa de ser interessante verificar que nos primeiros trinta anos
não há registos de acidentes mortais, o que parece indicar que não só a afluência era
pequena como a prática da natação devia ser muito limitada.
11
No âmbito do Salvamento Marítimo, o ISN regula a actividade dos Tripulantes de
Salva-Vidas nas Estações Salva-Vidas (ESV) atribuídas às Capitanias, definindo o
material de salvamento, os procedimentos e instruções para a operação das embarcações
sob a coordenação do Capitão de Porto.
Actualmente, o dispositivo que o ISN tem espalhado pela orla costeira nacional é
constituído por 31 ESV das quais 27 operacionais, com 15 embarcações Salva-Vidas
cabinadas, 41 embarcações semi-rígidas, para além de botes e embarcações para zonas
abrigadas. Fora das ESV, o ISN tem também material de salvamento distribuído por
cerca de 80 corporações de bombeiros, essencialmente composto por embarcações de
zonas abrigadas (semi-rígidas de pequena capacidade e botes tipo Zebro II e III).
12
2.3. Tipos de estações Salva-Vidas
TIPO A – (cor cinzenta) Estação onde existem diferentes tipos de tráfego com alguma
intensidade, comércio, pesca e recreio, incluindo navegação nas "Lanes". Com rampa,
carris berço e abrigo para as embarcações. Com capacidade de residência para os
Tripulantes, com cais próximo para atracação das embarcações Salva-vidas.
Prevê:
Dispositivo
Tipo Capitania Nome
GCAP MCAP PCAP
13
TIPO B – (cor amarela) Estação com alguma intensidade de vários tipos de tráfego, que
não prevê apoio a navegação nas "Lanes". Deve ter casa abrigo, cais rampa e carris para
as embarcações. Normalmente tem residência. Não prevê cais acostável ou fundeadouro
perto.
Prevê:
Dispositivo
Tipo Capitania Nome
GCAP MCAP PCAP
TIPO C – (cor verde) Estação cujo tráfego se focaliza mais em embarcações pequenas,
de pesca ou recreio. Têm casa abrigo, mas nem sempre com capacidade de rampa e
carris. Sem cais acostável perto, e em que poucas têm residência.
Dispositivo
Tipo Capitania Nome
GCAP MCAP PCAP
Esposende 0 2 0
Capitania de Viana
Apúlia 0 0 1
Capitania Póvoa Vila do Conde 0 1 0
C
Capitania Lisboa Vila Franca 0 0 1
Capitania Sines V.N. Milfontes 0 0 1
Capitania VRSA Tavira 0 1 (IV) 1
Tabela 5 - Estações Salva-vidas - Tipo C
14
TIPO D – (cor vermelha) Funciona normalmente como um Posto de Socorro, a
funcionar apenas em determinados períodos de necessidade. Tem normalmente muitas
limitações e não tem Tripulantes atribuídos.
Dispositivo
Tipo Capitania Nome
GCAP MCAP PCAP
Segundo foi possível apurar, o ISN tem 15 embarcações salva-vidas de casco rígido,
cabinadas, das quais, 13 são de grande capacidade e 2 são de pequena capacidade.
15
Embarcação Quant. Localização Ano
GCAP
III
GCAP
16
Embarcação Quant. Capitania Nome
MCAP
MCAP
17
Capitania Póvoa Vila do Conde
Capitania Aveiro Aveiro
Capitania Peniche Peniche
7 Capitania Cascais Cascais
Capitania VRSA VRSA
Figura 15 - Classe "Atlantic 21" Capitania Funchal Funchal
MCAP
Capitania PDL Ponta Delgada
MCAP
MCAP
MCAP
18
Capitania Viana Apúlia
Capitania Leixões Leixões
4
Capitania Sines V.N. Milfontes
Capitania Funchal Funchal
Figura 19 - Classe "Tsunami-18"
PCAP
PCAP
IV
PCAP
19
2.5. Dados Estatísticos – Salva-Vidas no Mundo
Vel.
Designação Quant. Site
Máx.
US United States Coast Guard 117 25 nós https://www.uscg.mil
km2/
Habitantes Habitantes/Embarcação ZEE (km2)
Embarcação
US 308.745.538 2.638.851 11.351.000 97.017
CA 32.805.041 713.153 5.599.077 121.719
UK 59.553.800 468.928 6.805.586 53.587
FR 60.656.178 514.035 11.691.000 99.076
ES 46.063.511 837.518 1.039.233 18.895
IT 58.103.033 1.351.233 541.915 12.603
PT 10.734.866 715.658 1.727.408 115.160
Tabela 10 - Rácios
km2/
Habitantes Habitantes/Embarcação ZEE (km2)
Embarcação
UE 235.111.388 656.736 21.805.142 60.908
Tabela 11 - 5 Países da UE
20
Capítulo 3. Objecto de estudo
Os salva-vidas são unidades especificamente destinadas a apoiar actividades
relacionadas com a salvaguarda da vida humana no mar em pontos definidos da costa,
onde dispõem de reduzida capacidade de apoio logístico.
21
Capítulo 4. Requisitos, características, áreas de operação e classificação
4.1. Requisitos operacionais e missão
22
e. Deslocamento carregado – Não superior a 21 t (vinte e uma
toneladas).
23
Capítulo 5. Conceitos operacionais da embarcação
5.1. Geral
5.2. Mobilidade
24
5.3. Manobrabilidade
5.4. Robustez
i. Neste projecto deverá ser assumido um período de vida útil de 25 (vinte e cinco)
anos.
ii. O salva-vidas deve possuir uma estrutura fiável e robusta (incluindo as devidas
margens para compensar fenómenos de fadiga, osmose, corrosão e demais
factores deteriorantes do desempenho do material), para que esta seja capaz de
resistir com segurança ao ambiente externo de operação, no período de vida útil
e com a frequência indicados. A embarcação deverá resistir com segurança às
acções exteriores a que irá ser operada no período de vida útil e com a
frequência indicadas em 5.2.iii.
i. A forma do casco deverá ser optimizada para que a embarcação possa operar em
segurança e sem limitações operacionais em estados de mar alterosos e vento
forte, até aos valores definidos em 5.2. Neste contexto, deverão ser estimadas e
apresentadas pelo estaleiro, as curvas limites das alturas de onda significativa em
25
que a embarcação pode operar a várias proas e velocidades, considerando os
seguintes critérios de limites operacionais:
a. Balanço - 6 ° (rms);
b. Embarque de água no castelo - 5 %;
c. Caturrar da roda de proa (quilha) nas ondas - 3 %;
d. Aceleração vertical no posto de comando - 0,2 g (rms), onde se considera
aceleração gravidade g = 9,81 m/s2;
e. Aceleração horizontal no posto de comando - 0,1 g (rms);
f. Emersão do propulsor - 15 %;
g. Aceleração vertical na zona de recuperação dos náufragos - 0,2 g (rms);
h. Aceleração horizontal na zona de recuperação dos náufragos - 0,1 g
(rms).
26
Resultado (solução estudada)
ARRANJO GERAL
27
Capítulo 6. Instalação propulsora
6.1. Geral
28
6.2. Motores diesel propulsores
29
circuito de aspiração comum aspirando de um bordo; circuito de aspiração
comum aspirando do outro bordo.
ii. O circuito de água salgada de refrigeração de cada motor, deverá, no aplicável,
alimentar os arrefecedores de água doce de arrefecimento e do óleo de
lubrificação, o colector de gases de evacuação, e o arrefecedor do ar de
sobrealimentação.
iii. Em caso de avaria da bomba acoplada de um motor, deverá poder recorrer-se,
em emergência, a uma alimentação de recurso, a partir do circuito de incêndios,
devendo ser assegurado o funcionamento do circuito de água salgada dos
motores dentro dos parâmetros normais. Esta manobra deverá ser efectuada num
espaço de tempo aceitável, preferencialmente através de estruturas já instaladas
(ou seja, sem recurso à montagem, na altura, de uma mangueira).
i. Cada motor deverá ser circulado por água doce em circuito fechado, através de
bomba acoplada ao próprio motor.
ii. A água doce deverá ser, por sua vez, arrefecida por água do mar, através de um
permutador de calor. A temperatura da água doce de circulação deverá ser
controlada por meio de válvula termostática.
iii. Cada motor deverá possuir um tanque para compensação, expansão e reposição
de fluido, em carga, para compensar flutuações de volume originadas pelas
variações de temperatura do fluido. Este tanque deverá possuir um visor com
marcas dos níveis máximo e mínimo, um respiradouro, um bocal para reposição
e um bujão na sua parte inferior para purga / drenagem.
iv. Preferencialmente, deverá existir um doseador (integrado no tanque de expansão
/ compensação, ou à parte), que permita efectuar a aditivação da água de
circulação do motor com o produto inibidor de corrosão, nas percentagens
adequadas (deverão existir graduações / marcas para as diversas percentagens a
utilizar).
v. O enchimento do circuito de água doce deverá ser fácil, recorrendo a soluções
não estruturais (por exemplo, através de mangueira que ligue a uma válvula do
circuito de água doce existente nas imediações).
30
vi. Se aplicável, cada um dos motores deverá ser equipado com um sistema de pré-
aquecimento da água doce de arrefecimento, que deverá incluir o respectivo
sistema de controlo (temperatura).
31
patrão, na sua posição normal de governo e pilotagem, na cabina ou na ponte
alta.
v. Os tanques de combustível deverão possuir respiradouros em forma de pescoço
de cavalo, provido de rede pára-chama e válvula de retenção que impeça a
entrada de água.
vi. O circuito de combustível de serviço deverá permitir, de forma simples e segura,
a flexibilidade de, para além de cada um dos motores aspirar, isoladamente, do
tanque do bordo respectivo, poderem também aspirar do outro tanque de serviço,
no caso da inoperacionalidade de um deles, bem como a possibilidade de colocar
os dois tanques de serviço em comunicação (só quando tal for pretendido).
vii. A capacidade dos tanques de combustível deverá assegurar o cumprimento do
exposto no capítulo 6, mais especificamente o que diz respeito à mobilidade e
autonomia.
32
Resultado (solução estudada)
Characteristics
33
Technical features i6-730
Number of cylinders 6
Bore mm 126
Stroke mm 166
Displacement l 12,42
Rated power acc. to ISO 1585; 89/491 EWG kW (PS) 537 / 588 (730 / 800)
34
Figura 26 - Dimensions i6-730
35
Resultado (solução estudada)
Description
MJP Ultrajet 377 with a 375mm (14.8”) diameter impeller provides higher thrust per
horsepower and can be used with engines up to 634 kW. Incorporates an efficient and
robust axial flow pump unit utilising four or five blade impellers to match the specified
engine power at a range of input speeds. MJP Ultrajet drives have been developed for
commercial, pleasure and military craft. The MJP Ultrajet 377 can be supplied with a
full range of both hydro-mechanical and electro-hydraulic steering and reverse control
systems.
36
Resultado (solução estudada)
37
Capítulo 7. Sistema geral de incêndios
7.1. Geral
38
Capítulo 8. Sistemas de esgoto e lastro
8.1. Geral
39
Resultado (solução estudada)
40
Capítulo 9. Sistema de embarque e desembarque de combustível
9.1. Geral
9.2. Descrição
41
Resultado (solução estudada)
42
Capítulo 10. Meios de salvação e combate a incêndio
10.1. Extintores
i. A casa dos motores deverá ter a possibilidade de ser inundada com agente
extintor gasoso CO2 ou de outro produto ou sistema com as mesmas
características, através de tubos e espalhadores apropriados.
ii. O agente extintor deverá estar armazenado em garrafas que poderão ou não estar
no compartimento de motores, com possibilidade de disparo a partir da cabina.
iii. A quantidade de agente extintor dependerá do agente escolhido, que deverá
permitir fazer a extinção de incêndios em compartimentos fechados, causando
um mínimo de danos e deverá incluir um excesso de 20% em peso, para
compensar eventuais fugas.
iv. O sistema de extinção deverá estar associado ao sistema automático de detecção
de incêndios, mas neste caso será necessário providenciar um sistema de fecho
automático das aspirações e descargas da ventilação do compartimento.
10.3. Bóias
43
e lançamento ao mar, não devendo ter quaisquer dispositivo de fixação
permanente.
44
ii. Deverá ser atribuída a cada embarcação 2 (duas) jangadas salva-vidas auto-
insufláveis, com capacidade para pelo menos 8 (oito) pessoas.
iii. As jangadas deverão ser instaladas num berço próprio, em local onde não
atravanque a manobra geral da embarcação, e que permita o seu fácil
lançamento ao mar, evitando colisões com a borda ou outros acessórios da tolda.
O local em causa deverá igualmente permitir a libertação e a flutuação da
jangada, sem qualquer impedimento, em caso de afundamento rápido da
embarcação.
iv. A localização do berço deverá ser escolhida tendo em consideração que a
jangada deve estar resguardada da acção do mar, não devendo situar-se
excessivamente próximo de uma zona de trabalho que possa conduzir à sua
danificação.
v. A jangada deverá ser ligada à embarcação por intermédio de um dispositivo de
disparo hidrostático que lhe permita soltar-se automaticamente em caso de
afundamento da embarcação.
10.8. Simbologia
DISPARO
SISTEMA
DISPOSITIVO DE ACCIONAMENTO DO CO2 PARA A CASA DAS
CO 2 MÁQUINAS
BOMBA DE INCÊNDIO
45
BOTONEIRA DE ALARME
DETECTOR TERMOVELOCIMÉTRICO
ESCOTILHA
CO 2
GARRAFA DE CO2 (18 LITROS) PARA A CASA DAS MÁQUINAS
46
PORTA ESTANQUE
SAÍDA DE EMERGÊNCIA
COLECTE DE SALVAÇÃO
Tabela 13 - Simbologia
47
Resultado (solução estudada)
48
Capítulo 11. Ciclo de manutenção
RA RA RA RA RA RA
15 dias 15 dias 15 dias 15 dias 15 dias 15 dias
Período operacional
PR Período operacional
RI
24 meses 2 meses 24 meses 3 meses
Meses %
49
Conclusão
A segurança no mar depende de marinheiros competentes, bem como de navios seguros.
Torna-se necessário projectar navios que assegurem, não só a missão a que se destinam,
mas também a segurança de todos os envolvidos nessa missão, incluindo o próprio
navio. Desde os materiais aplicados à fiabilidade dos sistemas passando pelos estudos
de ergonomia e “design” do navio, tudo deve ter por base a referida segurança.
Este relatório apresentou uma das inúmeras soluções possíveis e estudadas para alguns
dos sistemas da embarcação Salva-Vidas para o ISN, em fase de projecto e construção
na Arsenal do Alfeite, S.A., podendo não representar a melhor solução, ou mesmo, a
solução aplicada no projecto em curso.
A localização das grelhas de ventilação, das saídas dos gases de escape, dos
respiradouros e dos embornais, que a determinada altura poderão estar
submersas;
Os motores que poderão estar a funcionar na posição invertida;
O centro de gravidade do navio, que deve ser o mais baixo possível;
A segurança dos tripulantes e dos náufragos que terão de ser parte “integrante”
da estrutura.
A concepção dos sistemas vai ao encontro dos objectivos iniciais, que apontavam para o
desenvolvimento de uma embarcação fiável, com elevados padrões de qualidade,
conforto e segurança, e que se possa garantir condições que permitam baixos custos de
manutenção e exploração.
50
Não tendo sido possível realizar à data sugere-se, em termos de perspectivas de trabalho
futuro, o estudo dos planos de encanamentos destes ou de outros sistemas da
embarcação Salva-Vidas, tendo como objectivo determinar as suas perdas de carga.
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Referências bibliográficas e créditos
Referências bibliográficas
Créditos
Figura Autor
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