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Apresentação

Você foi convidado para fazer o 2º Módulo do Curso de Formação de Líderes e Auxiliares
de Células. Isso significa que você foi observado por seu líder de célula e por seu supervisor e
eles consideraram que você já possui maturidade espiritual suficiente para cursá-lo. Você deverá
priorizar o seu curso em relação a toda e qualquer outra atividade ministerial que porventura
você exerça. Lembre-se: “Afiar a foice não atrasa a colheita”.

Este curso não é um curso de integração ou para novos convertidos. Isso significa que
o grau de cobrança será compatível com um curso de formação de líderes. Você terá que se
preparar durante a semana para a aula, o que significa que irá orar, ler o material indicado e
elaborar as pesquisas solicitadas e entregará todos os trabalhos rigorosamente em dia. Não
deixe acumular matéria, leitura ou trabalhos. Mas, não se impressione, outros passaram por ele
e sobreviveram. Se você está aqui é porque acreditamos que você reúne as qualidades e
características necessárias para chegar até o fim. Oramos por você antes de convidá-lo a estar
aqui e continuaremos orando para que você o conclua e dê frutos para a glória do nosso Amado
Salvador.

Henrique Callado, pastor

“Tudo o que fizerem, façam de todo o coração,


como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que
receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo,
o Senhor, que vocês estão servindo”.
(Cl 3:23,24)
Índice

Apresentação ................................................................................................................................. 1

O caminho apontado ...................................................................................................................... 4

BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................... 8

PROGRAMAÇÃO DAS AULAS .............................................................................................. 8

DATAS DAS TAREFAS OBRIGATÓRIAS ............................................................................. 9

Aula 1 – Revisão do Módulo 1 ..................................................................................................... 12

Aula 2 – A comunicação eficaz na célula .................................................................................... 16

Aula 4 – O evangelismo nas células ............................................................................................ 24

ANEXOS ...................................................................................................................................... 28

1. “VOU ESTAR FAZENDO” – MIGUEL PAIVA................................................................ 28

2. EU TENHO UM SONHO ............................................................................................... 29

3. EMPECILHOS À ORAÇÃO ........................................................................................... 33

4. POR QUE LÍDERES DEVEM ORAR? .......................................................................... 37

5. O IMPACTO DA ORAÇÃO DO LÍDER NA MULTIPLICAÇÃO DA CÉLULA ................ 38

6. COMO FAZER UMA VISITA DE CORTESIA................................................................ 39

7. O HOMEM TORNA-SE TUDO OU NADA, ................................................................... 40

8. ATENÇÃO À CONTINGÊNCIA ..................................................................................... 44

9. VIVER É FAZER ESCOLHAS ....................................................................................... 45

10. UNGIDO, MAS ESPERANDO ....................................................................................... 46

11. VOCÊ SABE PERGUNTAR? ........................................................................................ 47

12. COMO SER UM LÍDER INSPIRADOR ......................................................................... 49

13. ENTREVISTA COM BERNARDINHO ........................................................................... 50

14. FECHE SEUS CICLOS ................................................................................................. 55

15. ESCREVA SUA BIOGRAFIA ........................................................................................ 56

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
O caminho apontado

Nosso verso:
“Da multidão dos que creram era ____________________ e a alma”.
Atos 4:32

O que queremos?
“Sermos um ____ no meio do qual Deus habita, sobre o qual ele reina e do qual ele se alegra”.

Para quê existimos?


“Trazer pessoas a Jesus, _________ sua relação com Deus, com o próximo e com a Criação”.

Como caminhamos?
“No __________________ dos tempos, ancorados na Rocha”.

O princípio do chamado:
“Quem tem a visão, tem ______________________”.

Valores positivos:
✓ Paixão por ______________ e pelas pessoas;
✓ Coração Ensinável;
✓ Prontidão para ___________________;
✓ Disponibilidade.

Valores negativos:
✓ _______________ Teológico;
✓ Conhecimento Bíblico;
✓ Tempo de __________________;
✓ Ter possuído cargo eclesiástico em outras igrejas.

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
O COMPROMISSO DO MEMBRO DA IGREJA OCEÂNICA

Todos nós, membros da Igreja Oceânica, assumimos o seguinte compromisso por


ocasião do batismo ou de nossa recepção por transferência.

Ao ser recebido à comunhão da Igreja Oceânica, comprometo-me a:

1. Proteger a _________________ de minha Igreja:


• agindo com amor para com os outros membros;
• recusando-me a fazer ou participar de qualquer tipo de fofoca ou
maledicência;
• seguindo meus pastores e líderes - enquanto estes permanecerem fiéis
às Sagradas Escrituras.

2. Compartilhar a _____________________ da minha Igreja:


• orando por seu crescimento;
• convidando aqueles que não têm Igreja a frequentá-la;
• recepcionando calorosamente os visitantes.

3. Servir no _______________________ da minha Igreja:


• descobrindo meus dons e talentos;
• sendo equipado pelos meus pastores e líderes para servir;
• desenvolvendo um coração de servo.

4. Apoiar o _____________________de minha Igreja:


• frequentando fielmente as reuniões (no templo e na célula);
• vivendo uma vida cristã genuína;
• sendo fiel nos meus dízimos e generoso nas minhas ofertas.

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
O COMPROMISSO PARA QUEM FAZ O CURSO DE LÍDERES

1. Assiduidade;
2. Pontualidade;
3. Cumprimento das tarefas (leituras, pesquisas, orações etc.);
4. Orar diariamente pela classe;
5. Orar diariamente para que o Senhor levante servos entre nós;
6. Assumir o “Compromisso do Líder”.

Declaração de Leitura

Até a data definida, enviar e-mail para


cursodelideres@igrejaoceanica.com.br com os seguintes dizeres:

Eu, (coloque aqui seu nome)


diante de Deus, declaro que li com atenção
os seguintes textos:
- _______________
- _______________
- _______________
em ____/_____/________

“Quanto mais você sua nos ____________,


menos sangra no campo de ______________”.
Colonel Red

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
O COMPROMISSO DO LÍDER

1. Estar ________________________ com os valores da Igreja Oceânica:


• Participar dos retiros anuais da Oceânica e do GO CAMP (se pertinente);
• Participar ativamente dos Fins de Semana de Treinamento;
• Estar sendo discipulado;
• Discipular;
• Estar presente nas reuniões mensais de líderes, supervisores e
coordenadores e sempre que houver necessidade.

2. Sustentar _____________________ a Igreja Oceânica sendo absolutamente


fiel na entrega de seus dízimos e generoso nas ofertas.

3. Dispor-se a _______________________ pelo Senhor segundo o Seu


chamado.

4. Ser _____________ ao compromisso assumido por ocasião do seu


recebimento como membro da Igreja Oceânica.

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
BIBLIOGRAFIA

1. “Oito Hábitos do Líder Eficaz de Grupos Pequenos” (Dave Earley)


2. “Apostila do Módulo II do Curso de Formação de Líderes”.

PROGRAMAÇÃO DAS AULAS

DIAS TEMAS DAS AULAS


Revisão Liderança Eficaz, Integridade e Princípios
1 da Igreja em Células;
➔ Vídeo: “Liderança é boa mordomia”, Rick Warren.

2 Comunicação Eficaz.

3 1º Hábito: O SONHO;
2º Hábito: ORAÇÃO.
Evangelismo nas Células;
4 ➔ Vídeo: “Como ser um missionário em minha
vizinhança”, Brian Bakke
3º Hábito: CONVITE;
5
4º Hábito: CONTATO.
5º Hábito: PREPARO;
6 ➔ Vídeo: “Correndo com o tanque vazio”, Wayne
Cordeiro.
7 6º Hábito: MENTOREAMENTO.
8 7º Hábito: COMUNHÃO.
9 8º Hábito: CRESCIMENTO.
10 Estudo de casos.

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
DATAS DAS TAREFAS OBRIGATÓRIAS
Significa que o aluno deve vir no dia da aula referida com a leitura realizada dos seguintes textos:

DIAS TAREFAS OBRIGATÓRIAS


1 Nenhuma

da apostila: 1. Vou estar fazendo.

Ouvir o sermão:
2 “As duas asas”
em igrejaoceanica.com/as-duas-asas/
anote o que mais falou ao seu coração e envie
para cursodelideres@igrejaoceanica.com.br
Do livro: 1º Hábito: O SONHO;
da apostila: 2. Eu tenho um sonho.

3 Do livro: 2º Hábito: ORAÇÃO;


da apostila: 3. Empecilhos à oração. 4. Por que
líderes devem orar? 5. O impacto da oração do
líder na multiplicação da célula.

Do livro: 3º Hábito: CONVITE;

Ouvir os sermões:
1. “A mensagem irresistível”,
em igrejaoceanica.com/mensagens/a-
4 mensagem-irresistivel/
2. “Cada igreja, uma base de envio”,
em igrejaoceanica.com/cada-igreja-uma-base-
de-envio/
anote o que mais falou ao seu coração e envie
para cursodelideres@igrejaoceanica.com.br

Do livro: 4º Hábito: CONTATO;


5 da apostila: 6. Como fazer uma visita de cortesia,
7. O homem torna-se tudo ou nada, ...

Do livro: 5º Hábito: PREPARO;


6
da apostila: 8. Atenção à contingência,

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
Do livro: 6º Hábito: MENTOREAMENTO;
7 da apostila: 9. Viver é fazer escolhas, 10. Ungido,
mas esperando, 11. Você sabe perguntar?

Do livro: 7º Hábito: COMUNHÃO;


8 da apostila: 12. Como ser um líder inspirador, 13.
Entrevista com Bernardinho.

Do livro: 8º Hábito: CRESCIMENTO;


9 da apostila: 14. Feche seus ciclos, 15. Escreva
sua biografia

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
Um meio ou uma desculpa

Roberto Shinyashiki 1

Não conheço ninguém que conseguiu realizar seu sonho, sem __________ feriados e
domingos pelo menos uma centena de vezes. Da mesma forma, se você quiser construir uma
relação amiga com seus filhos, terá que se dedicar a isso, superar o cansaço, arrumar tempo
para ficar com eles, deixar de lado o orgulho e o comodismo. Se quiser um casamento
gratificante, terá que investir tempo, energia e sentimentos nesse objetivo.

O _______________ é construído à noite! Durante o dia você faz o que todos fazem.
Mas, para obter um resultado diferente da maioria, você tem que ser especial. Se fizer igual a
todo mundo, obterá os mesmos resultados. Não se compare à maioria, pois, infelizmente ela não
é modelo de sucesso.

Se você quiser atingir uma meta especial, terá que estudar no horário em que os outros
estão se divertindo. Terá que planejar, enquanto os outros permanecem à frente da televisão.
Terá que trabalhar enquanto os outros vão à praia. A realização de um sonho depende de
_______________, há muita gente que espera que o sonho se realize por mágica, mas toda
mágica é ilusão, e a ilusão não tira ninguém de onde está, na verdade a ilusão é combustível
dos perdedores, pois, quem quer fazer alguma coisa encontra um meio. Quem não quer fazer
nada encontra uma desculpa.

“A vontade de se _________ precisa ser


maior do que a vontade de __________.”
Bob Knight

1
Roberto Shinyashiki é médico-psiquiatra com pós-graduação em Gestão de Negócios (MBA -
USP) e doutor em Administração de Empresas pela Universidade de São Paulo (USP).

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
Aula 1 – Revisão do Módulo 1

LIDERANÇA

“Liderança é sua habilidade ______________ pessoas a agir”


James C. Hunter
(Autor de “O Monge e o Executivo”)

O líder tem bem claro em sua mente o que deseja ___________ e onde deseja ___________.
“Se alguém não sabe para ______________, todos os ventos lhe são ______________”
Sêneca
(4 a.C. a 65 a.D.)

O líder treina e ____________ os seus liderados para aumentar a ________ do seu ministério.

Estilo de liderança de Jesus:


1. Eu _______ - você observa
2. Eu faço - você ________
3. Você ________ - eu ajudo
4. Você faz - eu __________

AS GRANDES TENTAÇÕES DO LÍDER

• Sexo (ilícito)
• Dinheiro
• Poder

Cuidados com o sexo oposto:


• Trate as pessoas do sexo oposto como se fossem _____________________________;
• Não se reúna a sós com uma pessoa do sexo oposto em ambiente _____________;
• _______________________ de quem está com segundas intenções com você;
• Mantenha um relacionamento cada dia mais _____________________ com seu cônjuge;

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
• Discuta suas expectativas sexuais com ___________________ e busque orientação bíblica
e sábia para sua vida conjugal;
• Ao perceber ________________ de tentação procure ajuda imediatamente e abra seu
coração com o líder de sua célula, seu discipulador ou um dos pastores da igreja;
• __________________ amizades puras e duradouras com pessoas do seu mesmo sexo.
Elas ajudarão você nos momentos difíceis;
• Lembre-se que Deus ___________ e ______________ ajudá-lo a manter uma vida santa.

A CÉLULA

Os dois ministérios da célula: edificar e ____________________

A dinâmica da célula
1. Encontro (quebra-gelo)
2. Exaltação (adoração)
3. Edificação
4. Evangelismo (compartilhando a visão)

Erro fatal:
Reproduzir a dinâmica do culto de _________________________ na célula

Uma igreja em células é uma igreja de duas _________________


O elo das asas é a _____________________ (o sermão)
No culto de domingo, ____________________ e aprendemos
Na célula, discutimos a __________________

ORIENTAÇÕES IMPORTANTES
Fuja da tentação
• de fazer um ______________ sermão
• de _______________ o sermão de domingo
• de desenvolver um ________________ bíblico
• de querer ____________________ conhecimento levantando outros pontos no texto
além dos levantados no sermão

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
Caso não tomem cuidado, os pastores e os professores são as pessoas menos indicadas para
liderarem esta parte
• O foco é a ________________________ do sermão
• ___________________, não ensine
• Ensinar significa que o líder _________________ o tempo todo
• _______________________ significa levar as pessoas a falar
• Leve as pessoas a uma aplicação que seja: pessoal, específica e prática.

PREPARAÇÃO
• O líder deve preparar seu _______________ para este momento gastando tempo
ouvindo a Deus e pedindo por direção
• Ore diariamente orando pelos membros da célula e pelo encontro

Procedimento
• Leia a passagem das Escrituras usada no ______________________
• Faça perguntas que levem à ____________________
• Faça um ______________________ no final (isto cabe ao líder)

Perguntas poderosas
• O que o sermão _____________________ na sua vida?
• Em que área você foi __________________?
• De que forma a mensagem foi _______________________ para você?
• Em que ela pode ser ________________________?
• O que Deus está _________________ de você?

Fique atento a respostas do tipo:


• “_______________ precisamos...”
• “acho que Deus falou pra ________________...”
• “a Bíblia ____________________ que...”

Volte sempre à questão:


• “E pra você? O que Deus falou?”

EVANGELISMO
O líder deve manter uma _________________ com os Amigos de Oração dos membros.

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
Amigos de Oração:
(pessoas do seu ________________________ de amizades)
pessoas _______________________ de sua relação.

Cada membro da célula deve colocar apenas 1, ou no máximo 2 pessoas, nas quais investirá
até que estas pessoas se entreguem à JESUS.

A DINÂMICA DE UMA REUNIÃO DE CÉLULA

O CICLO DE VIDA DE UMA CÉLULA

Etapa Descrição
1 Descoberta Conhecer uns aos outros
2 Transição Etapa dos conflitos
3 Ação Comunidade
4 Ministério Ministrar aos de fora
5 Multiplicação

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
Aula 2 – A comunicação eficaz na célula

Definição

“Comunicação não é o que você ___________, mas o que o outro ________________”

Quando a comunicação ocorre sem que a pessoa que ouve tenha a possibilidade de
interagir, a mensagem é entendida de maneira muito degenerada. Este é o caso de um culto de
celebração, no qual um palestrante fala de longe sem que haja a possibilidade das pessoas que
o ouvem façam perguntas, tirem dúvidas, acrescentem sua experiência etc.
Num processo em que existe a possibilidade de interação, ou seja, aquele que ouve um
palestrante pode argüir, acrescentar sua opinião, contribuir etc. como acontece numa célula, a
mensagem ainda chegará um pouco alterada, mas as distorções serão muito menores.
Existem treze tipos de interação que para efeito deste estudo chamaremos de
Comportamentos Interativos. Estes podem ser divididos e agrupados da seguinte forma:
• Iniciando

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
• ______________________
• Ouvindo Ativamente
• Técnicas de Processo

A. Iniciando

Usado para apresentação de idéias, sugestões. Existem dois comportamentos:


______________________ e expandindo.

1. PROPONDO

_______________ uma nova idéia, sugestão ou proposta, que pode vir a ser aceita ou não.

2. EXPANDINDO

Amplia-se, elabora-se ou amadurece-se uma ____________________ anterior.

EXEMPLO 1:

- Sugiro que seja pintado o muro em frente à igreja. (propondo)

- Sim, e poderíamos aproveitar a pintura e deixarmos um local próprio para colocarmos avisos.
(expandindo)

EXEMPLO 2:

- Estamos há muito tempo sem fazer uma vigília de oração, poderíamos fazer uma no final deste
mês. (propondo)

- É verdade, e poderíamos levantar um clamor pelos irmãos que estão doentes para que o
Senhor os visite. (expandindo)

EXEMPLO 3:

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
- Precisamos fazer uma campanha para conscientizar a igreja da necessidade de contribuirmos
mais para missões. (______________)

- Talvez pudéssemos fazer uma Conferência Missionária daqui há três meses.


(_________________)

Expandir é um modo de valorizar a idéia de outra pessoa. Ela tende a fazer com que o outro se
sinta valorizado, o que o estimula a ter mais idéias.

A habilidade de expandir tem o efeito de conduzir a soluções melhor desenvolvidas porque as


pessoas ouvem a proposta, elaboram-na e lhe dão novas dimensões.

B. Respondendo

Há _________ maneiras de responder:

3. CONCORDANDO

Apóia ou __________________ ativamente com as idéias ou sugestões de outras pessoas.

EXEMPLOS:

- “Sim”

- “Amém”

- “Ótima idéia”

4. DISCORDANDO

_________________________ ativamente ou não apóia as idéias ou sugestões apresentadas.

A discordância é sobre as_________________ e não sobre a pessoa que sugere.

EXEMPLOS:

- “Você não acha que poderíamos pensar melhor antes de decidirmos?”

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- “Talvez haja alguma outra idéia para considerarmos.”

A discordância é sempre sobre a questão, nunca sobre a ______________________.

5. ATACANDO

Um _________________ que ataca diretamente a outra pessoa. Visa a pessoa, não a


questão. Pode-se magoar profundamente uma pessoa usando-se palavras educadas se o
fizermos com sarcasmo e ironia.

EXEMPLO:

- “Você que sempre sabe tudo, o que tem a me dizer sobre isso?”

- “Só uma pessoa brilhante como você para pensar assim.” (ironia)

Este comportamento gera ___________________ em todos os presentes, mesmo naqueles que


não estão sendo diretamente atacados.

A tendência aqui é que quem foi _______________ revide e os ânimos se inflamarão. Quando
se perde o foco da questão a reunião perde o sentido.

O ________________ precisa intervir para tomar o controle da reunião ou para interrompê-la.

6. DEFENDENDO

Tenta ________________ um ataque.

EXEMPLO:

- “Talvez você não tenha percebido que poderia me agredir falando assim, mas no que diz
respeito à minha idéia, insisto que devemos orar mais a esse respeito”.

- “Estamos deixando nossas emoções tomarem conta de nossas palavras. Vamos parar nossa
conversa e orar buscando a direção de Deus antes de continuarmos”.

C. Audição Ativa

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
É usada para __________________ de informações e esclarecimento de idéias.

São 5 técnicas:

• informando,
• inquirindo,
• ______________,
• testando a compreensão
• resumindo.

7. INFORMANDO

Dá __________________________ na forma de fatos, opiniões ou pensamentos.

EXEMPLOS:

- “A freqüência aos cultos de domingo tem aumentado”.

- “A freqüência às reuniões de oração tem diminuído”.

- “As aulas da Classe de Integração tem ajudado a implantar a visão da Igreja em Células na
Região Oceânica”.

8. INQUIRINDO

Faz-se ___________________ para esclarecer-se ou coletar-se mais informações sobre


fatos ou opiniões de outras pessoas.

EXEMPLOS:

- “O som já está pronto para o evento?”

- “Os boletins já estão dobrados e prontos para serem entregues?”

9. REFLETINDO

Identifica a ________________ através da interpretação dos comportamentos, tom de


voz, expressões faciais, linguagem corporal.

EXEMPLOS:

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
- “Percebo que você está um pouco preocupado hoje”.

- “Você parece aflito com algo. Posso ajudar?”

10. TESTANDO A COMPREENSÃO

Destina-se a estabelecer se a mensagem foi corretamente ____________________.

EXEMPLOS:

Na aula seguinte após a aula sobre salvação, o professor pergunta aos alunos:

- “Quem pode me explicar o Plano de Deus para a Salvação do Homem?”

Ou falando-se de algum outro assunto, pergunta-se:

- “Vocês entenderam?”, após a resposta afirmativa, você pode pedir:

- “Então me explique.”

Ou ainda, você pode testar a sua própria compreensão, repetindo o que entendeu e perguntando
se entendeu corretamente:

- “Você está me dizendo que aqueles irmãos por quem temos orado se reconciliaram e Deus
lhes deu a vitória?”

Ou:

- “Veja se entendi bem, iremos assinar o contrato do novo local do retiro na 5ª-feira da próxima
semana, às 9h?”

Testar a compreensão é sempre uma ___________________ que requer uma resposta.

Quando o utiliza, você está se certificando que houve a correta _______________ de algo que
foi dito.

11. RESUMINDO

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
__________________ de forma sucinta o teor das discussões, decisões ou informações
enfatizando aquilo que é mais importante.

D. Técnicas de Processo

Estes são ___________________ inerentes ao processo que podem ser usados


juntamente com qualquer uma das outras técnicas.

12. INCLUINDO

Atrai-se uma pessoa que _________ está participando para a conversa. Deve ser feito
com cautela para não constranger a pessoa. Muitas vezes a pessoa não está participando não
por falta de vontade ou desinteresse, mas por sentir-se insegura quanto à sua opinião. Incluindo-
se e dando apoio, pode-se ter êxito em trazê-la à efetiva participação na reunião.

EXEMPLOS:

- “Gostaria de saber o que o irmão Tal pensa sobre isso”.

- “Irmã, você está quietinha hoje, não gostaria de acrescentar algo?”

13. EXCLUINDO

Trata-se da habilidade usada para impedir alguém de ______________ a palavra ou


desviar constantemente o foco da reunião.

EXEMPLOS:

- “Interessante seu ponto de vista, agora vamos ver o que os outros têm à dizer”.

- “Entendo o que quer dizer, mas talvez este não seja o momento certo. Vamos ouvi-lo
novamente em outra oportunidade”.

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
Resumo

Os treze modelos de Comportamento Interativo:

A. Iniciando:
1. Propondo
2. Expandindo
B. Respondendo:
3. Concordando
4. Discordando
5. Atacando
6. Defendendo
C. Audição Ativa
7. Informando
8. Inquirindo
9. Refletindo
10. Testando a Compreensão
11. Resumindo
D. Técnicas de Processo
12. Incluindo
13. Excluindo

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
Aula 4 – O evangelismo nas células

Num modelo ________________________ de igreja, como as pessoas evangelizam?

1º é feita uma apresentação do evangelho (se pudermos convidar aquele pastor famoso da
televisão para fazer isso melhor ainda);

2º é feito um “___________” (aquele desafio para que as pessoas aceitem, recebam, se rendam
a Jesus) e venham a frente da igreja para oração;

3º se a decisão é tomada, a pessoa é encaminhada a uma ___________ de formatação de gente,


de maneira a ensinar a todos a serem exatamente iguais: na maneira de vestir, de andar e
principalmente de orar.

4º a pessoa é _______________ do meio dos seus amigos e muitas vezes ainda se tenta afastar
a pessoa da sua própria família...
...para que ela se “_______________’!!!

Mas, que realmente funciona para trazermos pessoas à Cristo?

Pense a respeito...
1. Você está feliz por ter sido evangelizado?
2. O que funcionou em evangelizar você?
3. Quem foi a pessoa de maior influência na sua decisão de seguir a Cristo?
4. O que essa pessoa fez para influenciar você?

Muitas pessoas tem __________________ ou paradigmas errados sobre evangelismo.

Evangelismo:
• não é método,
• não são atividades,
• não são eventos.
O Evangelismo eficaz é _____________________.

Os evangelistas mais eficazes são os cristãos _________________.


Jesus Cristo era tão normal que precisou ser identificado com um beijo.

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
Considere:
Quantas vezes uma pessoa ouve o evangelho antes de receber Jesus?
- A grande maioria das pessoas ouve o evangelho _________________ vezes.

Quanto tempo leva esse processo?


- A maioria das vezes demora dependendo das _____________ arraigadas no coração, no Japão
a média é de 5 anos. Quanto mais arraigada a tradição, mais tempo leva.

Quantas pessoas envolvem-se no processo de ________________ de uma pessoa a Jesus?


- Algumas.

5 Mitos e a verdadeira realidade do evangelismo

1º Mito
Evangelizar significa alcançar ___________________.

Realidade:
A maioria das pessoas é alcançada por __________________.

Implicação
• Você deve focalizar seu amor e suas orações nas pessoas mais ___________
a você.
• A partir do momento de nossa conversão, começamos a evitar os amigos e até
os familiares.
• Nos afastamos devido à diferença de valores.

Qual foi o período de sua vida em que você mais evangelizou? Quando era recém-convertido,
ou agora?
Porquê?
- Por que a maioria de nós quando se converte se afasta dos amigos, da família, dos vizinhos.

Quem eram ao amigos de Jesus?


- A mulher samaritana com 5 maridos, um corrupto cobrador de impostos, uma adúltera, m
discípulo que o negou.

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
O conceito de que não podemos andar com pessoas do mundo é o conceito do Antigo
Testamento. Era o conceito dos fariseus. Jesus andava com a escória da sociedade – para
influenciá-los.

2º Mito
A maioria das pessoas é alcançada por _________________________.

Realidade
A maioria das pessoas é alcançada por cristãos_____________________. Por gente normal
- Nas Cruzadas Billy Graham apenas 1,5% confirmam sua decisão por Cristo procurando e se
firmando em uma igreja
- São necessários 10 mil folhetos para se alcançar uma alma.
A maioria das pessoas é alcançada por gente próxima: Amigos, Parentes, Professores, Colegas
de trabalho.

Por isso, na igreja tradicional são necessários 42 cristãos para alcançar um incrédulo por ano e
nas igrejas em célula, 4 cristãos alcançam um incrédulo por ano.

Implicação
Todos os cristãos devem se preparar para compartilhar Jesus com palavras e _____________.

3º Mito
A conversão normalmente é ____________________, podendo ser considerada instantânea.

Realidade
A conversão é um processo que pode ser _____________________. Pode levar até anos.

Implicação
Precisamos oferecer _______________ oportunidades para nossos amigos, vizinhos e parentes
ouvirem as boas-novas e experimentarem Jesus.

4º Mito
Evangelismo significa __________________ corretamente a doutrina da salvação.

Realidade
As pessoas são ganhas para Jesus através do testemunho de amigos ou parentes, por meio do
_______________ prático e pela palavra.
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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
Implicação
Precisamos ter um coração sensível à necessidade das pessoas para que possamos expressar
o amor de Cristo em ____________________ e palavras.

5º Mito
As pessoas são levadas a Cristo pela influência de uma ________ pessoa.

Realidade
As pessoas são levadas a Cristo pela influência de _______________ pessoas.
Um planta outro rega, outro ainda afofa a terra.
Quanto mais cristãos a pessoa conhecer, mais facilmente elas virão a Cristo.

Implicação
Devemos apresentar nossos amigos e parentes incrédulos a _______________ cristãos quanto
for possível.

Conclusões:
• Evangelismo precisa de ______________;
• Geralmente _________ pessoas estão envolvidas num processo de conversão.
• O evangelismo não pode ser ocasional, tem que ser _________________,
____________________ e ______________________.

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
ANEXOS

1. “VOU ESTAR FAZENDO” – MIGUEL PAIVA

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2. EU TENHO UM SONHO

por Martin Luther King

''Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior
demonstração pela liberdade na história de nossa nação. Cem anos atrás, um grande americano,
na qual estamos sob sua simbólica sombra, assinou a Proclamação de Emancipação. Esse
importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros
que tinham murchado nas chamas da injustiça. Ele veio como uma alvorada para terminar a
longa noite de seus cativeiros.

Mas cem anos depois, o Negro ainda não é livre. Cem anos depois, a vida do Negro ainda é
tristemente inválida pelas algemas da segregação e as cadeias de discriminação. Cem anos
depois, o Negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade
material. Cem anos depois, o Negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se
encontram exilados em sua própria terra.

Assim, nós viemos aqui hoje para dramatizar sua vergonhosa condição. De certo modo, nós
viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa
república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência,
eles estavam assinando uma nota promissória para a qual todo americano seria seu herdeiro.
Esta nota era uma promessa que todos os homens, sim, os homens negros, como também os
homens brancos, teriam garantido os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da
felicidade.

Hoje é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória. Em vez de honrar esta
obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque sem fundo, um cheque que
voltou marcado com ''fundos insuficientes''. Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da
justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade
nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de
reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça. Nós também viemos para recordar
à América dessa cruel urgência.

Este não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranqüilizante do
gradualismo. Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas de democracia.
Agora é o tempo para subir do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol da
justiça racial. Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial
para a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para
todos os filhos de Deus. Seria fatal para a nação negligenciar a urgência desse momento.
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Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos Negros não passará até termos um
renovador outono de liberdade e igualdade. Este ano de 1963 não é um fim, mas um começo.
Esses que esperam que o Negro agora esteja contente, terão um violento despertar se a nação
voltar aos negócios de sempre.

Mas há algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio
da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não devemos ser culpados de
ações de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da
amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e
disciplina. Nós não devemos permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física.
Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força física
com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à comunidade negra
que não devemos ter uma desconfiança para com todas as pessoas brancas, muitos de nossos
irmãos brancos, como comprovamos pela presença deles aqui hoje, vieram entender que o
destino deles é amarrado ao nosso destino. Eles vieram perceber que a liberdade deles é ligada
indissoluvelmente a nossa liberdade. Nós não podemos caminhar só. E como nós caminhamos,
nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à frente. Nós não podemos
retroceder.

Há esses que estão perguntando para os devotos dos direitos civis, ''Quando vocês estarão
satisfeitos?'' Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis
da brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com
a fadiga da viagem, não poderem ter hospedagem nos motéis das estradas e nos hotéis das
cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um Negro não puder votar no Mississipi e um
Negro em Nova Iorque acreditar que ele não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos
satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas
de uma poderosa correnteza.

Eu não esqueci que alguns de você vieram até aqui após grandes testes e sofrimentos. Alguns
de vocês vieram recentemente de celas estreitas das prisões. Alguns de vocês vieram de áreas
onde sua busca pela liberdade lhes deixaram marcas pelas tempestades das perseguições e
pelos ventos de brutalidade policial. Vocês são o veteranos do sofrimento. Continuem
trabalhando com a fé que sofrimento imerecido é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem
para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana,
voltem para as ruas sujas e guetos de nossas cidades do norte, sabendo que de alguma maneira
esta situação pode e será mudada. Não se deixe cair no vale de desespero.

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Eu digo a vocês hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e
amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.
Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua
crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são
criados iguais.

Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes
de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa
da fraternidade. Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado
que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado
em um oásis de liberdade e justiça. Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças
vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo
conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje! Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama,
com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de
intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão
unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho
hoje!

Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão
abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória
do Senhor será revelada e toda a carne estará junta. Esta é nossa esperança. Esta é a fé com
que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma
pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa
nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar
juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós
seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão
cantar com um novo significado. ''Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto. Terra onde
meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos, De qualquer lado da montanha, ouço o
sino da liberdade!'' E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro. E
assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire. Ouvirei
o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York. Ouvirei o sino da
liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania. Ouvirei o sino da liberdade nas
montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado. Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras
curvas da Califórnia. Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da
Geórgia. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee. Ouvirei o sino da
liberdade em todas as colinas do Mississipi. Em todas as montanhas, ouviu o sino da liberdade.
E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos
ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos
acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus
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e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual
negro:''Livre afinal, livre afinal. Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal.''

Foto do momento em que Luther


King profere o seu discurso em 28
de agosto de 1963 nos degraus do
Lincoln Memorial em Washington,
D.C.

"Eu Tenho Um Sonho" (título original em inglês: "I Have a Dream") é o nome popular dado ao
histórico discurso público feito pelo pastor Martin Luther King, Jr., no qual falava da necessidade
de união e coexistência harmoniosa entre negros e brancos no futuro. O discurso, realizado no
dia 28 de agosto de 1963 nos degraus do Lincoln Memorial em Washington, D.C. como parte da
Marcha de Washington por Empregos e Liberdade, foi um momento decisivo na história do
Movimento Americano pelos Direitos Civis. Feito em frente a uma platéia de mais de duzentas
mil pessoas que apoiavam a causa, o discurso é considerado um dos maiores na história e foi
eleito o melhor discurso estadunidense do século XX numa pesquisa feita no ano de 1999. De
acordo com o congressista John Lewis, que também fez um discurso naquele mesmo dia como
o presidente do Comitê Estudantil da Não-Violência, "o Dr. King tinha o poder, a habilidade e a
capacidade de transformar aqueles degraus no Lincoln Memorial em um púlpito moderno.
Falando do jeito que fez, ele conseguiu educar, inspirar e informar [não apenas] as pessoas que
ali estavam, mas também pessoas em todo os EUA e outras gerações que nem sequer haviam
nascido."

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3. EMPECILHOS À ORAÇÃO

E. M. Bounds

Orar certo é estar certo, agir certo e viver certo. Tudo que impede oração impede santidade.
Quando tudo que nos impede de orar certo for removido, o caminho estará aberto para um rápido
avanço na vida espiritual. Se pudéssemos contar, dia por dia, as orações que não alcançam
resultado algum, que não beneficiam o homem, nem influenciam a Deus, ficaríamos pasmados
ao ver os números.

Precisamos de homens e mulheres que possam alcançar a Deus e receber amplamente das
suas reservas inesgotáveis. A igreja é profundamente afetada pelo materialismo da sua época.
Os interesses da terra excluem os do céu, o tempo eclipsa a eternidade, um ousado e ilusório
humanitarismo destrói a adoração, e a compreensão essencial de Deus é deturpada.

Homens e mulheres que saibam orar, e que possam projetar Deus e suas divinas instituições na
terra com eficiência redentora, são nossa única saída. A igreja poderá caminhar com triunfo às
suas conquistas finais sem possuir riqueza, tendo que enfrentar pobreza ou desprezo, ou sendo
desacreditada pelo mundo e rejeitada pela cultura e sociedade; mas sem homens e mulheres
que saibam orar, não conseguirá derrotar nem o inimigo mais frágil, nem ganhar um único troféu
para seu Senhor.

Pode fechar seus redutos de aprendizagem, seus oradores eloqüentes podem ser silenciados
para sempre, mas suas orações serão ainda mais potentes do que seu conhecimento ou
eloqüência, e lhe assegurarão as mais gloriosas conquistas. Ela pode perder tudo, menos a
oração da fé, e isto lhe será mais poderosa do que a vara de Arão para criar agências ou
ministérios eficazes e gerar resultados tremendos. Por trás de um ministério santo e cheio de
zelo e paixão tem de haver oração que prevalece, e que traga consigo um glorioso Pentecoste.

Pecado Impede Oração

"Se eu no coração contemplara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido" (Salmo 66.18). Os
pecados do coração que não são rejeitados, ou que não estamos lutando para vencer,
interrompem a oração. Oração não pode fluir do coração que nutre ou protege o pecado, que
abriga pecado de qualquer espécie. O pensamento rebelde ou insensato é pecado; o olhar de
cobiça ou lascívia do coração é pecado. Temos de clamar a Deus de um coração puro.

"Mãos santas" devem ser levantadas em oração. Uma mancha na mão é tão fatal para impedir
a oração quanto o pecado no coração. A pessoa que ora precisa estar certa no seu coração,
mas suas ações também precisam estar certas. Guardar os mandamentos de Deus e fazer o

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que lhe agrada nos dá segurança de que receberemos o que pedirmos dele. Pecados
escondidos, ocultos por parcialidade ou por hábito, retidos por indulgência, contemporização, ou
ignorância deliberada; estas coisas, como o lagarto no botão ou veneno no sangue, destruirão a
flor e a vida da oração.

Orgulho Impede Oração

O orgulho em alguma forma é inerente a todos nós. Nenhuma criatura tem tantas razões para
ser humilde quanto o homem; nenhuma, possivelmente, possui tantas fontes de orgulho. O
orgulho destrói a humildade, gera vaidade, transfere fé em Deus para fé em si mesmo. Existe no
orgulho tal senso de estar completo em si mesmo que destrói a base da oração. Sua sensação
constante é: "Estou cheio e não preciso de mais nada".

O orgulhoso ora, talvez até regularmente, mas é oração de fariseu, um desfile do ego, um
catálogo de bondade própria. O orgulho se esconde sob o disfarce de gratidão a Deus, louvando
a Deus usando incenso do altar do ego. O orgulho se manifesta no desfile das nossas obras
religiosas, na exibição de realizações, sejam religiosas ou não.

A oração precisa nascer lá de baixo. O orgulho procura os lugares mais altos, e nunca pode ser
encontrado nos lugares humildes onde a oração é incubada. As asas da oração devem ser
cobertas de pó. O orgulho despreza o pó da humildade, e cobre suas asas com o brilho e ouro
do ego. O vazio da vaidade, o egoísmo de pensamentos centrados em si mesmo e de conversas
que exaltam a própria pessoa são todos empecilhos à oração, porque declaram a presença do
orgulho. Deus, de acordo com o apóstolo, resiste ao orgulho, e dispõe todos seus exércitos
contra ele.

Um Espírito Que Não Perdoa

Nutrir um espírito que não perdoa impede à oração. Vingança, retaliação, um espírito inclemente,
a ausência de tolerância, a falta de um espírito de misericórdia plena e total para com todos que
tiverem de qualquer forma ou em qualquer medida nos prejudicado, impede a oração. Não
avançaremos um centímetro enquanto não reconhecermos estes sentimentos e não pudermos
declarar com sinceridade: "Perdoa-me, Deus, da mesma forma como perdôo aos outros".
Quando deixamos de aplicar misericórdia a todos os males que já foram praticados contra nós,
estamos automaticamente condenando nossa capacidade de orar.

Podemos orar com ira no nosso coração, mas este tipo de oração torna-se pecado. Todos estão
sujeitos diariamente a serem feridos naquelas áreas onde são mais sensíveis. Porém, ter uma
atitude de vingança ou desafeto para com a pessoa que causou tal ferida, congela a capacidade

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de orar. O espírito de perdão é como o espírito do evangelho, e este espírito precisa reinar no
coração antes que a verdadeira oração possa proceder dos lábios.

Discórdia no Lar

A vida no lar, sua paz e união, afeta a oração. Discórdia no lar impede a oração. O apóstolo
exorta às esposas e aos maridos para viverem no mais puro amor e mais doce união, para que
suas orações não sejam impedidas. Confusão numa fonte de águas quebra a serenidade da
superfície, e o fluir calmo e pacífico da corrente. Uma discórdia familiar quebra e separa todos
os fios trançados que formam a oração.

Um Espírito Mundano

Um espírito mundano impede a oração. O mundo tem um efeito mais negativo sobre a oração
do que todas as águas poluídas e infestadas de um brejo teriam sobre a saúde. Obscurece a
visão para cima, anula os impulsos espirituais, e corta as asas das aspirações. "Pedis e não
recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres" (Tiago 4.3).

Nossas cobiças, como remanescente da mente carnal que ainda permanece em nós, são o elo
que nos prende ao mundo. São a cidadela, ou as fortalezas de fronteira, das quais nosso inimigo,
o mundo, ainda não foi expulso. Oramos, mas não recebemos porque o mundo dentro de nós
corromperia todas as respostas.

Um coração puro, ou alguém que anseie pela pureza, é o único que pode ser confiado com
respostas à oração. Enquanto nossas cobiças têm permissão para ficar, contaminam nosso
alimento espiritual. Inspiram e tingem todas nossas orações com desejos mundanos. Para
alcançar a Deus e receber algo dele, é absolutamente imprescindível que se esteja morto para
o mundo. Se quisermos que Deus abra seus ouvidos para nós, precisamos ter nossos ouvidos
fechados para o mundo.

Um coração impregnado, ou contaminado por mínimo que seja com o mundo, não conseguirá
subir em direção a Deus assim como uma águia com asas quebradas não consegue subir em
direção ao sol. O homem que Tiago descreve como uma onda do mar, impelido e agitado pelo
vento (Tg 1.6), é o homem de espírito mundano, cujas energias espirituais e decisões são
quebradas pelas influências e infusões do mundo. Ele tem ânimo dobre, metade para Deus e
metade para o mundo, ora para o céu, ora para a terra. "Não suponha esse homem que alcançará
do Senhor alguma coisa" (Tiago 1.7).

Falta de santidade, impaciência, ou qualquer outro espírito, pensamento, sentimento ou ação


que não esteja em harmonia com o Espírito de Deus, impedirá a oração. Uma fé perturbada por

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dúvidas, ou que desfalece por cansaço ou fraqueza, não alcançará resultados na oração. Os
elementos que enfraquecem os nervos e músculos espirituais para as grandes lutas impedirão a
oração.

Precisamos de homens e mulheres que vivam onde todos os empecilhos à oração foram
removidos – pessoas cuja visão espiritual foi inteiramente purificada de névoas, nuvens e
escuridão, guerreiros que tem carta branca de Deus e nervos espirituais firmes para usar esta
carta a fim de suprir cada necessidade espiritual.

Extraído de Prayer and Revival (Oração e Avivamento) por E. M. Bounds com Darryl King.
Copyright 1993 por Baker Book House Company, Grand Rapids, Michigan, E.U.A.

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4. POR QUE LÍDERES DEVEM ORAR?
Por Mario Vega

Algo que eu repetidamente expresso aos líderes é que o ministério de células não se trata de
uma ideia humana ou de uma técnica eficaz para aumentar o número de participantes numa
congregação. É a maneira que Deus projetou Sua igreja e como ela é apresentada no Novo
Testamento. Os líderes não estão participando de uma iniciativa humana, mas da obra de
Deus.

Os santos são treinados para a obra do ministério e são liberados como um exército
conquistador para resgatar o perdido. Uma vez que eles estão localizados na linha de frente
fazendo o trabalho de Deus, eles só podem ser vitoriosos através da intervenção divina. E é
por isso que o assunto da oração é crucial. A obra de Deus só pode ser feita por Deus. Caso
contrário, ela se tornaria a obra do homem. Seres humanos não têm os recursos para fazer a
obra de Deus além do que Ele próprio pode dar a eles.

A Oração, então, tem um papel insubstituível. A habilidade humana sem oração não é nada. O
líder não é um vendedor usando técnicas de marketing. Isso se trata do milagre do novo
nascimento que só Deus pode produzir. É muito diferente de vender frigideiras ou pasta de
dente.

A oração é o recurso necessário para todos os líderes de célula. O novo nascimento não
ocorrerá sem oração. A evangelização é possível somente pela intervenção sobrenatural do
Espírito Santo. Conforme a clara conscientização dessa realidade é promovida, líderes
continuarão a depender da oração em seu trabalho.

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5. O IMPACTO DA ORAÇÃO DO LÍDER NA MULTIPLICAÇÃO DA
CÉLULA
Por Roberto Gutierrez

Um dos erros que cometemos é pensar que o líder com a melhor personalidade, aparência
física, educação, e assim por diante será o mais eficaz como um líder de célula. A realidade é
que a vida de oração do líder é o mais importante. A multiplicação da célula tem pouco a ver
com aquelas “coisas externas”, mas muito a ver com o relacionamento pessoal do líder com
Deus. Devemos sempre lembrar que Deus é o único que faz com que um pequeno grupo seja
vibrante e cheia de paixão.

Os líderes que oram têm uma visão clara do que Deus quer fazer em alcançar aqueles que não
conhecem a Jesus. O líder deve ser sempre orar antes do encontro da célula por seus
membros e seus amigos de oração. A oração ajuda a visão a ir além das quatro paredes, ajuda
a ter mais unidade e ajuda na formação de novas lideranças.

Então, por que a oração diária do líder influenciar o pequeno grupo? A Bíblia nos dá a
resposta. Jesus disse: “Eu sou a videira, vós sois os ramos. Aquele que permanece em mim, e
eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. “(João 15:5 (NVI)

A oração faz a diferença? Claro que faz uma grande diferença, Jesus disse: “.. Portanto, eu vos
digo, tudo o que pedirdes, orando, crede que recebestes deles, e você vai tê-los” (Marcos
11:24 (NVI). Se você tem o desejo de trazer outras pessoas para Jesus e transformar suas
vidas, ore. Como você está usando seu tempo? Você está passando tempo com Jesus?

Se você é um líder de grupo pequeno ou um membro de um pequeno grupo, comece hoje por
passar tempo com Jesus, interceda por aqueles que não O conhecem, para todos os membros
do seu pequeno grupo, para a reunião, e deixar os resultados para nosso Senhor Jesus Cristo.

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6. COMO FAZER UMA VISITA DE CORTESIA

Antes da visita:
1. Telefone antes da visita para certificar-se da melhor hora.
2. Nunca vá sozinho (Jesus sempre enviou os seus discípulos de 2 em 2).
3. Se a visita for para alguém do sexo feminino, devem ir 2 ou 3 irmãs, se do sexo
masculino, 2 ou 3 irmãos. Sempre que possível o casal (marido e mulher).
4. Ore pedindo ao Senhor um versículo ou uma pequena passagem que possa vir a ser
usada naquele caso.
5. Se estiver com fome, lanche em casa antes de sair para a visita.
6. Vá ao banheiro para evitar usá-lo na casa visitada.
7. Lembre-se que esta pessoa já esteve na Igreja Oceânica, já preencheu a ficha e já foi
contatada previamente pela secretaria.

Durante a visita:
1. Cumprimente a todos os que estiverem no ambiente (dê atenção aos empregados caso
haja algum).
2. Espere a pessoa convidá-lo a sentar-se.
3. Explique que a visita é apenas um contato inicial e que você não poderá se demorar.
4. Dê a pessoa liberdade para falar e ouça com atenção.
5. Não discuta posições teológicas nem religiosas (este 1º contato não é para isso).
6. Não se apresse a apresentar soluções, mas proponha-se a orar pela pessoa e pela
situação apresentada (caso haja alguma).
7. Expresse sua alegria por ela ter visitado a Igreja Oceânica, caso sinta que há espaço,
neste momento, cite ou leia o versículo ou a pequena passagem que o Senhor lhe deu
para este momento.
8. Pergunte se há algum motivo específico de oração.
a. Pergunte:
i. “Como posso orar por você?”
ii. “O que você desejaria que Deus fizesse nessa situação?”
9. Peça para a pessoa que o está acompanhando para orar pelo assunto, pela pessoa e
por todos da casa (lembre-se dos empregados).
10. Deixe um convite com o endereço e horário da reunião da sua Célula.

Após a visita:
1. Faça um contato telefônico perguntando como a pessoa está e como ela se sentiu
durante e após a visita.
2. Devolver a ficha de visita à secretaria fazendo um breve relato no verso desta.

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7. O HOMEM TORNA-SE TUDO OU NADA, ...
... CONFORME A EDUCAÇÃO QUE RECEBE

O texto a seguir se trata de uma tese de mestrado do


psicólogo Fernando Braga da Costa
Extraído do Diário de São Paulo

'O HOMEM TORNA-SE TUDO OU NADA, CONFORME A EDUCAÇÃO QUE RECEBE'

'Fingi ser gari por 8 anos e vivi como um ser invisível'

Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da 'invisibilidade pública'.
Ele comprovou que, em geral, as pessoas enxergam apenas a função social do outro. Quem não
está bem posicionado sob esse critério, vira mera sombra social. Plínio Delphino, Diário de São
Paulo.O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou oito anos como
gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali, constatou que, ao olhar da maioria, os
trabalhadores braçais são 'seres invisíveis, sem nome'. Em sua tese de mestrado, pela USP,
conseguiu comprovar a existência da 'invisibilidade pública', ou seja, uma percepção humana
totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a
função e não a pessoa.Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário
de R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua
vida:'Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro
de vida, um sinal da própria existência', explica o pesquisador.O psicólogo sentiu na pele o que
é ser tratado como um objeto e não como um ser humano. 'Professores que me abraçavam nos
corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes,
esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se
tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão', diz.

No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma garrafa térmica sobre uma
plataforma de concreto. Só que não tinha caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um
sujeito vindo de outra classe, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns
se aproximavam para ensinar o serviço. Um deles foi até o latão de lixo pegou duas latinhas de
refrigerante cortou as latinhas pela metade e serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como
a gente estava num grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro. Eu nunca apreciei o
sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e claro, não livre de sensações
ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira,
tem formiga, tem barata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada,
parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse: 'E aí, o jovem rico vai

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se sujeitar a beber nessa caneca?' E eu bebi. Imediatamente a ansiedade parece que evaporou.
Eles passaram a conversar comigo, a contar piada, brincar.

Diário - Como é que você teve essa idéia?


Fernando Braga da Costa - Meu orientador desde a graduação, o professor José Moura
Gonçalves Filho, sugeriu aos alunos, como uma das provas de avaliação, que a gente se
engajasse numa tarefa proletária. Uma forma de atividade profissional que não exigisse
qualificação técnica nem acadêmica. Então, basicamente, profissões das classes pobres.

Diário - Com que objetivo?


A função do meu mestrado era compreender e analisar a condição de trabalho deles (os garis),
e a maneira como eles estão inseridos na cena pública. Ou seja, estudar a condição moral e
psicológica a qual eles estão sujeitos dentro da sociedade. Outro nível de investigação, que vai
ser priorizado agora no doutorado, é analisar e verificar as barreiras e as aberturas que se
operam no encontro do psicólogo social com os garis.

Diário - Que barreiras são essas, que aberturas são essas, e como se dá a aproximação?
Quando você começou a trabalhar, os garis notaram que se tratava de um estudante
fazendo pesquisa?
Eu vesti um uniforme que era todo vermelho, boné, camisa e tal. Chegando lá eu tinha a
expectativa de me apresentar como novo funcionário, recém-contratado pela USP pra varrer rua
com eles. Mas os garis sacaram logo, entretanto nada me disseram. Existe uma coisa típica dos
garis: são pessoas vindas do Nordeste, negros ou mulato sem geral. Eu sou branquelo, mas isso
talvez não seja o diferencial,porque muitos garis ali são brancos também. Você tem uma série
de fatores que são ainda mais determinantes, como a maneira de falarmos, o modo de a gente
olhar ou de posicionar o nosso corpo, a maneira como gesticulamos.. Os garis conseguem definir
essa diferenças com algumas frases que são simplesmente formidáveis.

Diário - Dê um exemplo.
Nós estávamos varrendo e, em determinado momento, comecei a papear com um dos garis.De
repente, ele viu um sujeito de 35 ou 40 anos de idade,subindo a rua a pé, muito bem arrumado
com uma pastinha de couro na mão.O sujeito passou pela gente e não nos cumprimentou, o que
é comum nessas situações. O gari, sem se referir claramente ao homem que acabara de passar,
virou-se pra mim e começou a falar: 'É Fernando, quando o sujeito vem andando você logo sabe
se o cabra é do dinheiro ou não. Porque peão anda macio, quase não faz barulho. Já o pessoal
da outra classe você só ouve o toc-toc dos passos. E quando a gente está esperando o trem
logo percebe também: o peão fica todo encolhidinho olhando pra baixo. Eles não. Ficam com
olhar só por cima de toda a peãozada, segurando a pastinha na mão'.

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Diário - Quanto tempo depois eles falaram sobre essa percepção de que você era
diferente?
Isso não precisou nem ser comentado, porque os fatos no primeiro dia de trabalho já deixaram
muito claro que eles sabiam que eu não era um gari.Fui tratado de uma forma completamente
diferente. Os garis são carregados na caçamba da caminhonete junto com as ferramentas. É
como se eles fossem ferramentas também. Eles não deixaram eu viajar na caçamba,quiseram
que eu fosse na cabine. Tive de insistir muito para poder viajar com eles na caçamba. Chegando
no lugar de trabalho, continuaram me tratando diferente.As vassouras eram todas muito velhas.
A única vassoura nova já estava reservada para mim. Não me deixaram usar a pá e a enxada,
porque era um serviço mais pesado. Eles fizeram questão de que eu trabalhasse só com a
vassoura e, mesmo assim, num lugar mais limpinho, e isso tudo foi dando a dimensão de que os
garis sabiam que eu não tinha a mesma origem socioeconômica deles.

Diário - Quer dizer que eles se diminuíram com a sua presença?


Não foi uma questão de se menosprezar, mas sim de me proteger.

Diário - Eles testaram você?


No primeiro dia de trabalho paramos pro café.. Eles colocaram uma garrafa térmica sobre uma
plataforma de concreto. Só que não tinha caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um
sujeito vindo de outra classe, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns
se aproximavam para ensinar o serviço. Um deles foi até o latão de lixo pegou duas latinhas de
refrigerante cortou as latinhas pela metade e serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como
a gente estava num grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro. Eu nunca apreciei o
sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e claro, não livre de sensações
ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira,
tem formiga, tem barata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada,
parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse:'E aí, o jovem rico vai
se sujeitar a beber nessa caneca?' E eu bebi. Imediatamente a ansiedade parece que evaporou.
Eles passaram a conversar comigo, a contar piada, brincar.

Diário - O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?


Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central. Aí eu entrei no Instituto
de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo andar térreo, subi escada, passei pelo segundo
andar, passei na biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei em
frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém em absoluto
me viu. Eu tive uma sensação muito ruim. O meu corpo tremia como se eu não o dominasse,
uma angustia, e a tampa da cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui
almoçar,não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado.

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
Diário - E depois de oito anos trabalhando como gari? Isso mudou?
Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também a situações pouco
saudáveis. Então, quando eu via um professor se aproximando - professor meu - até parava de
varrer, porque ele ia passar por mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se
tivesse passando por um poste, uma árvore, um orelhão.

Diário - E quando você volta para casa, para seu mundo real?
Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está inserido nessa condição
psicosocial, não se esquece jamais. Acredito que essa experiência me deixou curado da minha
doença burguesa. Esses Homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, freqüento a
casa deles nas periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador.Faço questão de
o trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles são tratados pior do que um animal doméstico,
que sempre é chamado pelo nome. São tratados como se fossem uma 'COISA'.

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
8. ATENÇÃO À CONTINGÊNCIA
Por Eugenio Mussak*

Certa vez, fui com um grupo participar de um congresso em Paris. Logo no desembarque fomos
informados de que havia uma greve de motoristas de táxi. A solução era óbvia: decidimos ir de
metrô. Nessa hora, uma das participantes retrucou: “Não estou preparada para andar de metrô!”.
Ninguém entendeu muito bem o que ela quis dizer. Fomos todos de metrô para o hotel e pronto.

O exemplo, apesar de simples, é uma metáfora da vida — nem sempre as coisas acontecem
exatamente como planejamos, e a capacidade para conviver com uma mudança de plano pode
ser muito útil. O bom estrategista não é aquele que faz um plano infalível, e sim o que prevê a
possibilidade de mudanças. Não há plano perfeito por um motivo muito simples: o número de
variáveis da vida real é muito grande. A socióloga inglesa Joan Woodward estudou a relação
entre as teorias administrativas e seu êxito quando colocadas em prática. Concluiu que as
melhores teorias são as que consideram as contingências. E o que é contingência? Bem, trata-
se de um evento que está fora do planejado e que pode ocorrer por dois motivos: porque não foi
previsto ou porque não se podia prever.

Se você não aproveitou o fim de semana na praia porque choveu sem parar, não tem a quem se
queixar. Você poderia ter consultado os serviços de meteorologia. Nesse caso, a chuva foi
inesperada para você, apesar de previsível. Mas, se o seu fim de semana foi prejudicado pela
falta de cerveja em seu bar preferido porque o caminhão que faz a entrega teve um acidente,
ocorreu algo inesperado e imprevisível. Nesse caso, você tem de estar preparado para conviver
com a alteração: alegre-se com a água-de-coco e pronto. E se você disser “não estou preparado
para tomar água-de-coco!”, o mundo vai rir de você e continuará a girar em seu eixo.

Com as carreiras e com os negócios não é muito diferente. Quando você procura prever os
acontecimentos e diminuir as surpresas, está agindo como um estrategista. E quando convive
bem com o imprevisível e encontra novos caminhos, está se comportando como um líder. Eis
por que um líder estrategista é tão cobiçado.

*Eugenio Mussak é professor do MBA da FIA e consultor da Sapiens Sapiens.


Revista Você S.A. Edição 120

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
9. VIVER É FAZER ESCOLHAS
Por Eugenio Mussak

James Corry é um presidiário do futuro, cumprindo pena em um asteroide. Vai ficar 50 anos
sozinho. O comandante da nave que o leva, com pena do condenado, deixa com ele Alicia, um
robô com forma de mulher. Com o tempo, James apaixona-se por Alicia. Um ano depois, o
tribunal revê o processo e ele é perdoado.

A nave volta para buscá-lo, mas surge um impasse: não há espaço para Alicia. James se vê,
então, na traumática situação de ter de escolher entre a liberdade e seu grande amor. Este é um
enredo de um episódio do seriado Além da Imaginação, que fez muito sucesso há alguns anos.
O programa explorava os limites da mente humana por meio de situações hipotéticas, muitas
delas impossíveis e bizarras.

No episódio em questão, o que se colocou foi a luta entre a razão e a emoção no processo de
tomada de decisão. Algo que acontece todos os dias, pois vivemos tomando decisões. Decidimos
coisas simples, como que roupa vestir de manhã e qual prato pedir no almoço; e outras mais
complexas, como a priorização das tarefas, compromissos e negócios. Decisões urgentes,
estratégicas, pessoais, profissionais, isoladas e em conjunto.

Decidir pode não ser fácil, mas pior é não decidir

O que não podemos é não decidir. Mas, cuidado, há uma diferença entre decidir emocionalmente
e considerar o emocional na hora de decidir. A segunda é a melhor opção, pois as decisões
puramente emocionais consideram apenas o binômio prazer-desprazer. Ou seja, decisões
emocionais são as que privilegiam o prazer imediato, sem respeitar as consequências futuras.

Essa é uma característica infantil, pois a criança ainda está aprendendo a lidar com a lógica, mas
às vezes aparece em adultos, quando não amadureceram sua inteligência emocional. Líderes
não escapam dessas ciladas da vida. James Corry ficou paralisado diante da terrível decisão.
Quem agiu, então, foi Allenby, o comandante da nave, que destrói Alicia com um tiro. “Tudo o
que você está deixando para trás é a solidão”, diz, colocando a situação na perspectiva
adequada. Decidir pode não ser fácil, mas pior é não decidir. Se isso acontecer, a decisão será
tomada de qualquer maneira, pela vida, pelos outros, pelas urgências.

*Eugenio Mussak é professor do MBA da FIA e consultor da Sapiens Sapiens.

Extraído da Revista Você S.A. Edição 127

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
10. UNGIDO, MAS ESPERANDO
Por Mário Fernandez

“A Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei sobre Israel e também Eliseu, filho de Safate, de Abel-Meolá,
ungirás profeta em teu lugar.” (1 Reis 19:16 ARA)

Até que ungir Jeú como rei sobre Israel deve ter sido relativamente tranquilo para Elias,
especialmente neste momento em que ele acabara de dar cabo dos profetas de Baal no Monte
Carmelo. Mas fico imaginando o que deve ter sido ungir Eliseu no seu lugar. Note que o texto diz
claramente: “no teu lugar”. Não era um mero discípulo, não era um amigo seu, não era alguém
do seu relacionamento. Era um estranho que iria ficar posteriormente em seu lugar. Quantos de
nós temos maturidade para ungir nosso sucessor?
Não sou juiz da vida de ninguém e sou conhecido por não ter uma auto-estima muito valorosa.
Mas acho que eu teria entrado em crise ou ficado depressivo com uma ordem destas. Deus
parece que tem senso de humor de vez em quando. Depois de vencer a batalha mais difícil vou
me encostar e colocar outro em meu lugar? Se você for um pouquinho parecido comigo, vai
entender do que estou falando. Eu quero a unção para mim e fico resistindo a repartir, quanto
mais a repassar. Mas sou mais obediente do que egoísta ou teimoso, então obedeço.
Mas olhe ao seu redor e avalie quantos homens do nosso tempo estão edificando algo para si
de uma forma que não dá nenhum sinal de preparar o próximo ungido. Não é questão de
julgamento, mas de entendimento. Nós, que somos menos expoentes em termos de liderança,
temos a oportunidade de preparar nosso próximo de maneira mais tranquila. O que é mais fácil,
ungir o próximo líder de célula ou o próximo pastor de uma igreja com 5.000 pessoas? E 20.000?
E 50.000?
Não discuto questão de competência ou de preparo, mas da obediência mútua. Se por um lado
Elias foi obediente ungindo seu sucessor, Eliseu foi obediente atendendo ao chamado de um
estranho e indo com ele. Como ele saberia as maravilhas que Deus faria por seu intermédio no
futuro? Não sabia como eu também não sei. Quem sabe quem eu ou você podemos ser em 5
anos?
Obediência, meu irmão, é melhor que sacrifício.
“Senhor, obrigado por me mostrar para onde devo caminhar. Não quero reter comigo o que o
Senhor me der, nem quero me negar a um chamado Seu. Ajuda-me.”

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
11. VOCÊ SABE PERGUNTAR?

Esta é a competência mais importante para o sucesso de um executivo


Por Luiz Carlos de Queirós Cabrera
Fábio Moon/Gabriel Bá

Uma das perguntas que mais me fazem é sobre qual será a competência que fará a grande
diferença na performance de um profissional nos próximos anos. A resposta é simples: saber
perguntar. Qualquer pessoa mais atenta percebe que as situações relacionadas ao
comportamento da sociedade, à economia e à política, que antes se repetiam com freqüência
tão previsível como o nascer e o pôr-do-sol, hoje não se repetem. Pior ainda: a cada dia mais e
mais situações inéditas surgem nos desafiando a encontrar soluções também inusitadas. A
questão é que nosso modelo educacional sempre focou na preparação para a análise e solução
de problemas conhecidos. Assim trabalham as escolas de engenharia, administração e
economia, ensinando a usar ferramentas que impeçam ou corrijam os eventos conhecidos antes
de acontecer ou de dar um mal resultado.

Existe o esforço de alguns mestres para ensinar seus estudantes a lidar com o desconhecido,
mas, em geral, os próprios alunos preferem aprender a lidar com os grandes problemas já
mapeados. Essa formação tem a sua importância e utilidade em profissões nas quais a
probabilidade dos eventos se repetirem é grande, como na medicina. Mas, quando falamos de
lidar com pessoas, temos de lembrar que o ser humano está em constante evolução e as
mudanças de comportamento e motivos têm se alternado com uma espantosa rapidez. Essa
situação flagrante está exigindo das organizações um novo desenho dos espaços de atuação e
colocando os gestores frente a situações que não obedecem a um paradigma conhecido.

A maior conseqüência do "treino" para trabalhar com soluções repetitivas é que se supervalorizou
"aquele que já tinha aplicado a solução mais vezes". É um falso conceito, pois, muitas vezes, a
experiência diz respeito à aplicação de soluções repetitivas ocorridas num ciclo de um ano e que
são repetidas por vários anos, criando o mito dos dez anos de experiência. Profissional
competente, nesse contexto, era aquele que tinha todas as respostas, por já ter enfrentado o
mesmo problema repetidamente.

Esta é a armadilha que vai impedir alguns profissionais de evoluir: o fato de que para ser chefe
é preciso ter todas as respostas impede-o de perguntar. Conseqüentemente, os subordinados
não podem expressar sua opinião e com iss o também não se desenvolvem e não conseguem
ajudar a resolver as questões inéditas. Tudo isso para dizer que a maior competência de um
gestor, hoje, é saber perguntar: estimular, para ajudar os subordinados no diagnóstico e, assim,
encontrar uma solução coletiva para o problema inédito. Na vida moderna, o gestor não é mais
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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
o senhor sabe-tudo, mas o senhor pergunta-tudo. Quando estiver frente a um problema inédito,
lembre-se de ter a humildade de perguntar. Você vai ficar surpreso com a grande contribuição
que a resposta coletiva trará para a melhor solução.

Luiz Carlos de Queirós Cabrera é professor da Eaesp-FGV, diretor da PMC Consultores e


membro do Executive Board da Amrop Hever Group

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
12. COMO SER UM LÍDER INSPIRADOR

Líderes sabem que a inspiração é essencial à alma


Por Eugenio Mussak

Inspirar pessoas comuns pode levá-las a fazer coisas incomuns. Dizem que essa é uma
competência de líderes especiais, mas a notícia boa é que é possível aprender a arte. Um
trabalho de qualquer natureza pode ser feito de maneira inspirada, ou não. Quem está inspirado
faz coisas melhores, tem mais comprometimento, acredita que o resultado de seu trabalho é
importante, busca a excelência. Por isso fala-se que líderes devem desenvolver a capacidade
de “inspirar pessoas”. Mas como é que se faz isso, exatamente? Vejamos um bom exemplo. Eu
estava em Nova York no dia da posse de Obama e procurei acompanhar, por meio da maciça
cobertura da imprensa, o que ele fazia e dizia, bem como a reação das pessoas.

Percebi que sua firmeza e sua sinceridade ao falar impressionam, mesmo que fale obviedades.
Ao contrário do discurso da vitória, que entrou para a história, o da posse foi simples, sem
grandes promessas ou soluções infalíveis, mas teve o poder de inspirar os americanos, porque
ele disse o que as pessoas precisavam ouvir: que é necessário mudar, que o destino da
humanidade é um só, que é necessário cuidar do próprio quintal, que temos de olhar o longo
prazo e que, sim, nós podemos (yes, we can). Obama prometeu em seu discurso de posse duas
coisas: que faria a parte dele, nesse momento de mudança, e que trataria de elevar o nível da
política. Ou seja, ele apresentou um sonho compreensível e convidou os americanos a realizá-
lo. Era outra a América pós-20 de janeiro.

Para você começar, três componentes são fundamentais para inspirar sua equipe ou os colegas
que orbitam em seu entorno: ter uma ideia relevante, acreditar profundamente nela e ser dotado
de boa capacidade de comunicação. A química desses atributos pode fazer a alquimia da
transformação. Líderes que inspiram têm legitimidade, ou seja, não dizem uma coisa e fazem
outra. Demonstram que são confiáveis e que sabem o que estão fazendo. Representam causas,
têm os olhos postos no horizonte e falam com sinceridade. Grandes líderes sabem que, se a
respiração é vital ao corpo, a inspiração é essencial à alma.

Eugenio Mussak é professor do MBA da FIA e consultor da Sapiens Sapiens.


eugênio@ssdi.com.br
Revista Você S.A. Edição 129

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
13. ENTREVISTA COM BERNARDINHO
Por Milly Lacombe

CHEGANDO AO HOTEL onde encontraríamos Bernardinho, esperava conhecer de perto um


cara inquieto, seco e temperamental - em minha memória havia a imagem do treinador do lado
de fora da quadra, estrebuchando em nome de uma manchete mal dada. E, se eu fizesse a
pergunta errada, como ele reagiria? Estava preparada para lidar com as respostas curtas e
apressadas de homem difícil. Mas, como quase todas as certezas na vida, essa também
estava prestes a ruir.

Bernardinho chegou sorrindo e, na maior demonstração de inteligência, logo revelou uma


incrível capacidade de debochar de si mesmo. Técnico da seleção brasileira de vôlei masculino
e da Unilever, time hexacampeão da Superliga Feminina de Vôlei, com mais de 30 títulos
importantes em 20 anos de carreira, um dos mais vitoriosos treinadores do mundo é também
um homem que vive atormentado pela própria paranoia - os gritos que ouvimos e vemos pelo
monitor de TV são nada se comparados ao constante barulho que existe dentro dele.

Segundo de uma prole de cinco, sendo apenas uma mulher, Bernardo Rocha Rezende nasceu
no Rio de Janeiro em 25 de agosto de 1959. Filho de um advogado e de uma dona de casa
que se conheceram jogando vôlei amador no Flamengo, dividia seu tempo entre os mais
variados esportes e os estudos.

Casado há 12 anos com a ex-levantadora de vôlei Fernanda Venturini, 40 anos, com quem tem
duas filhas, Júlia,10, e Vitória, 2, Bernardinho em momento algum tentou esconder ou
minimizar a tal paranoia - disse que é exaustivo viver em constante estado de questionamento
e reflexão, mas que não sabe ser diferente. Além de atormentado, Bernardinho é um homem
atarefado. É sócio de diversos empreendimentos e atua como palestrante, recebendo até R$
35 mil por algumas horas.

Já havíamos nos despedido e a porta do elevador estava fechando quando Bernardinho a


empurrou com a mão. "Dá um tapinha no Photoshop", disse o técnico, rindo, para o fotógrafo.
Ele riu de volta e disse "pode deixar". A porta foi outra vez se fechando, mas o mestre das
quadras mudou de ideia e voltou a empurrá-la. "Pensando bem, melhor não: cada ruga aqui
tem um nome." E, apontando para perto de seus olhos, continuou: "Esta aqui se chama Giba,
esta outra..." - e a porta se fechou completamente.

"Errar é fundamental. Quando você erra, você se questiona. O questionamento gera mudança,
mudança gera crescimento e crescimento traz satisfação"

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
Você é assim intenso e perfeccionista desde pequeno?
Meu pai era um contestador, tinha de saber o porquê das coisas.

Seus pais estimulavam esse jeitão inquieto e intenso?


Meu pai conta que eu chegava revoltado depois de tirar 9,8 em uma prova, e meu irmão que
tinha tirado 6,5 chegava amarradão [risos]. O que eu vivi como menino vivo até hoje na quadra.

Houve uma pressão para que você se tornasse advogado como seu pai e seu avô?
Nunca. Acho que meu pai queria ter sido médico e acabou optando pelo direito. Ele tem 80
anos, é sócio de um escritório.

Seus pais veem os jogos até hoje?


Minha mãe tem 76 anos, torce, sofre, acompanha tudo. Meu pai não gosta de ver ao vivo. Mas
ele frequenta uma academia e leva meu livro [Bernardinho lançou dois livros: Transformando
Suor em Ouro e Cartas a um Jovem Atleta] para todos os funcionários. Eu falo: "Para, pai". Ele
ja deu uns 300 livros. [risos].
Para ele você vai ser sempre um garoto, não tem como.
Eu me controlo muito em relação a isso. [referindo-se a Bruninho, 25 anos, levantador da
seleção e filho de seu primeiro casamento, com a ex-jogadora de vôlei Vera Mossa], mas não
tem como. É uma tortura. Tem a tensão do treinador e a tensão do pai.

O que seria se não tivesse conseguido se firmar como treinador?


Sempre dividi o vôlei com estudo. Fiz economia na PUC do Rio, depois fiz estágio em um
banco de investimento [o Garantia], entrei de sócio no restaurante Delírio Tropical, que hoje é
uma rede e já tem mais de 20 anos [ele também é sócio da franquia de sorvete de iogurte
Yoggi e das redes de academia BodyTech e Fórmula e presidente do Instituto Compartilhar,
que atende crianças em projetos socioesportivos].

Quando notou que poderia viver do vôlei?


Estava parando de jogar quando fui para a Itália testar essa coisa de treinador. Seria possível
viver da minha paixão? Eu não sabia. Depois de um tempo eu disse: "Acho que vai dar!". Aí, no
fim de 1993, fui convidado para assumir a seleção feminina.

Errar é fundamental?
Sem dúvida. Mas na hora do grande erro você só pensa: "Pô, isso é muito ruim". Você não
consegue ver coisa boa e se tortura muito até ir em busca de um novo caminho. Quando você
erra, você se questiona, e o questionamento gera mudança, mudança gera crescimento e
crescimento traz satisfação.

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
Quem não erra?
Quem não tenta fazer. Tem um monte de gente aí que não erra porque não faz. Eles só
comentam o que os outros fazem [risos]. Em um primeiro momento, quando erramos, vamos
parar em um lugar miserável, cheio frustrações. Só depois é que conseguimos sair disso.

Como sair?
Para sair é preciso assumir a responsabilidade. No Brasil, culturalmente, as pessoas assumem
pouco. "Foi o governo que não fez". "o adversário era melhor". A responsabilidade é sempre de
outro. Se você não assume, nunca vai entender por que errou nem se corrigir.

Como você lida com o desconforto?


O desconforto faz parte da minha vida permanentemente. Se me sinto confortável, isso é um
desconforto [risos]. Mas é o desconforto que me faz seguir. Não pode relaxar. Tento manter os
jogadores com essa corda esticada. Quem não se sentir à vontade sob pressão não pode estar
na seleção. Dificilmente fico numa zona de conforto absoluta. Quando está bom demais eu me
preocupo, tem alguma coisa errada. Eu não sou tão bom assim, não pode ser tão simples
assim. O relaxamento não é bem-vindo.

Viver assim deve ser exaustivo.


"Only the paranoid survive" [só os paranoicos sobrevivem]. É o título de um ótimo livro [ de
Andrew S. Grove, empresário húngaro americano, um dos fundadores da Intel]. Todos os
grandes caras são paranoicos com essa busca obsessiva. Mas é uma paranoia que faz
produzir. As pessoas brincam comigo dizendo que sou uma nova notícia a cada 15 segundos.
Minha cabeça não para.

Quando você descansa?


Quando estou em casa com a família, jantando na casa dos meus pais, descanso a mente
lendo um bom livro que não tenha relação com o meu trabalho... Acabei de ler Queda de
Gigantes [de Ken Follett], lindo. Ler esse tipo de livro me tira desse estado de reflexão e
questionamento permanente.

Em casa você é esse mesmo perfeccionista?


Em casa é outra coisa. Aí é com a Fernanda. Mas me incomoda ver minhas coisas fora dos
lugares em que coloquei. Não sou organizado, mas tem pessoas organizadas à minha volta. A
Fernanda é muito organizada, ela é quem comanda isso. E em casa raramente me descontrolo
[risos].

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
Você não cansa de ficar aí dentro, com todo esse barulho?
Muito. E tem o lado de fora: nunca recusei um autógrafo ou um abraço porque é um carinho
com as pessoas que reconhecem o nosso trabalho. Não tem como não ser gentil e acessível.
Para mim esse é o grande reconhecimento. Treinador não ganha medalha, as que eu tenho
são réplicas. Tenho uma só olímpica como jogador [ganhou prata em Los Angeles em 1984].

Esse é o lado relaxante?


Tenho duas sensações com esse tipo de reconhecimento público: a primeira é quase um
orgulho. Eu vejo e penso: "Legal, fizemos uma coisa bacana". Mas aí vou para casa e penso:
"Não posso decepcionar essas pessoas".

Que tipo de abordagem você mais recebe?


As senhoras se preocupam muito comigo, elas me adoram [risos]. Os jogadores vivem
enchendo meu saco com isso. Mas elas são muito carinhosas, me dão broncas, pegam na
minha bochecha, dizem: "Cuidado, você vai ter um problema no coração, se cuida". São
maternais. Esse é um lado que só tem coisa boa.

Você chora?
Choro vendo um filme, lendo um livro, mas choro sozinho. Ver alguém se emocionar me
derruba, tenho de sair para chorar.

O que o coloca no chão?


Cortar alguém da seleção. Passo uma semana sem dormir, isso acaba comigo. Estou aqui
falando com você e já me emociono porque estou lembrando que vou ter que dispensar
jogadores. Imagina antes da Olimpíada mandar alguém pra casa. É o sonho daquela pessoa, o
sonho de uma vida, às vezes a única chance, e você foi a pessoa que disse não. É pior do que
demitir alguém. Seleção só tem uma, e se não jogar naquela acabou, não vai jogar mais.

E o processo de decidir cortar?


Você nunca vai ter 100% de certeza. A diferença [técnica] é sempre mínima. Nesse nível são
todos muito bons. Lidar com os sonhos dos outros é complicado.

Você pensa em parar, em ir morar no campo, algo assim?


Morar no campo? Impossível, não tem como. No momento não me vejo longe das quadras,
nada me dá mais prazer. Só que eu sei que tenho que me preparar para isso. Porque tem a
seleção e a Unilever, então fico o ano todo nisso. Em algum momento vou ter de fazer uma
opção porque não dá para levar dessa forma.

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
Lembro que você apostava com os times que treinava. Tipo: se perderem, pulo num lago
gelado. Ainda faz isso?
Fiz uma recentemente, mas se eu disse que vou pagar pulando num lago congelado eles vão
dizer: "Vai ficar aí dentro até morrer de hiportemia. Que morra congelado" [risos]. O risco de eu
morrer já não os comove.

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
14. FECHE SEUS CICLOS
O mundo não gosta de quem não termina o que começa
Por Eugenio Mussak

Um ciclo é um conjunto de fenômenos que se sucedem em uma ordem determinada. Quando


um falha, altera a seqüência de tal modo que às vezes o ciclo não fecha. E um novo ciclo não
pode ter início. Em nosso planeta há um imenso número de ciclos. Imagine que toda a água da
chuva passa pela terra, evapora, forma nuvens e volta como chuva novamente. Os ciclos
também aparecem em nossa vida prática. Nas empresas, eles se abrem com a definição de
objetivos, são executados com a aplicação dos recursos e se fecham com a obtenção dos
resultados esperados. Por isso, não entregar resultados equivale a deixar ciclos abertos,
desperdiçando energia. As pessoas que fazem isso sempre serão questionadas pelas outras e
apontadas como incompetentes e descartáveis. É bom lembrar que nas empresas os ciclos estão
ficando cada vez mais curtos, pedindo mais atenção com a aplicação dos recursos, entre eles, a
atitude humana. Mas o compromisso com o resultado não elimina outros, como o compromisso
com a ética, a segurança, o meio ambiente, a qualidade. Então, é preciso não descuidar desses
compromissos e ainda manter o resultado, pois sem ele não haverá um novo ciclo e o sistema
travará.

Esse cenário parece cruel, mas não podemos esquecer que é disso que se trata a empresa:
atingir resultados e fazer isso gerando valor para seus clientes. Na companhia, fechar um ciclo
é transformar trabalho em felicidade. O acionista, o cliente e o colaborador ficam felizes quando
o ciclo fecha corretamente, e a vida continua. Então, lembre-se que esforços são apreciados,
mas resultados são valorizados, pois sinalizam que o ciclo fechou.

Em sua magistral obra, Machado de Assis inaugura o realismo na literatura brasileira e nos dá
alguns exemplos da preocupação humana com os resultados. Brás Cubas fecha o ciclo da vida.
Morre. Mas volta como um defunto escritor para revelar que sentia que, apesar de ter morrido,
não havia concluído seus propósitos. Como epílogo de suas lembranças, o falecido escreve:
"Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui
ministro, não fui califa, não conheci o casamento". No final, como que procurando alguma
vantagem entre as coisas que ele não fez, diz: "Ao chegar a este outro lado do mistério, achei-
me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: não tive
filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria".

Esse romance machadiano tem um forte caráter psicológico, faz várias críticas sociais e, no final,
dá ao personagem apenas o mérito de não ter colaborado com a continuidade da angústia
humana. Entre o cômico e o trágico repousa a história de uma vida sem atitude, sem
compromisso, sem resultados. Um ciclo que se fechou sem ter se concluído. Não caia nessa!
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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2
15. ESCREVA SUA BIOGRAFIA
Por Luiz Carlos Cabrera
Em entrevistas de emprego, um dos métodos que fazem o maior sucesso é o biográfico. A
técnica consiste em avaliar se o profissional é capaz de contar sua história de maneira
inspiradora. Se a pessoa consegue transmitir valores, motivos e competências, é sinal de que foi
bem na entrevista. Agora, reflita um pouco: sua vida é envolvente o bastante para tornar o ouvinte
participante dela?

Contar uma história interessante não é fazer com que situações ruins pareçam boas. Descrever
bem seu passado significa saber falar de suas transições e de como você as viveu. Por exemplo,
como você detalharia o processo da escolha do seu curso Superior? Sua narrativa falaria das
mudanças, conflitos e tensões que você sentiu? O ouvinte acharia coerente?

Quando estiver fazendo um relato de um capítulo importante de sua vida, procure checar se o
ouvinte está absorvendo os valores, motivos e competências que você deseja transmitir. Lembre
que suas habilidades se desenvolvem em resposta a um desafio que se impõe e são
proporcionais à intensidade desse obstáculo. Suponha que você queira, por exemplo, valorizar
na mensagem sua expertise em harmonizar conflitos. Que história você contaria?

Você é capaz de contar sua história de vida de maneira inspiradora?

Toda boa narrativa tem cinco elementos fundamentais. O primeiro é o protagonista (no caso,
você), que atrai o interesse do ouvinte. O segundo é o contexto: uma mudança ou transição que
obriga o protagonista a tomar uma decisão. Em terceiro, vêm os desafios, as tentações, os
conflitos e as frustrações que o pressionam.

O quarto elemento é o momento crítico da história, que deve ser bem detalhado. Finalmente, o
quinto elemento é a solução, o desfecho da história. Experimente contar para alguém o primeiro
elogio que você recebeu no seu primeiro emprego. Depois conte o seu primeiro erro. É um
exercício fantástico. Quer um conselho do mentor? Crie uma pasta com o nome “biografia” no
seu computador. Sem se preocupar com a cronologia, comece a escrever sobre momentos
importantes de sua vida. Leve esse artigo com você.

Siga os cinco elementos de uma boa história. Você vai se surpreender. Sua biografia é muito
interessante. Agora só falta saber contá-la.
Revista Você S.A. Edição 12

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Curso de Formação de Líderes – Módulo 2

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