No Brasil, além de documentos publicados em coletâneas e revistas
especializadas, o acervo manuscrito da Biblioteca Nacional do Rio de
Janeiro (BNRJ) foi absolutamente fundamental para este trabalho; particularmente, a “Coleção Freire Alemão”, um imenso conjunto de anotações e desenhos elaborados, no período em que a imperial Comissão Científica de Exploração esteve no Ceará, no século XIX. Francisco Freire Alemão – que era botânico e não etnógrafo - se dispôs, para minha sorte e acho que de outros pesquisadores, a ir pessoalmente à cidade de Viçosa do Ceará (CE), em 1860, fazer anotações do antigo e hoje desaparecido livro de câmara do século XVIII. As únicas evidências históricas do que se poderia considerar como fontes produzidas pelos próprios agentes internos a aldeia, depois Vila Viçosa Real, são conhecidas apenas a partir do emaranhado e nada organizado conjunto de 62 seus manuscritos . Ainda no setor de manuscritos da BNRJ, há um rico conjunto documental referente ao governo da capitania geral de Pernambuco e a aplicação da política pombalina, pela qual pude compreender melhor as ações colocadas em prática pelas autoridades coloniais dessa importante legislação indigenista.
No Arquivo Nacional do Rio de Janeiro (ANRJ) e no Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro (IHGB), em seus respectivos setores de manuscritos, também consegui encontrar importantes documentos sobre os governos das capitanias do Ceará e de Pernambuco referentes às políticas contra os índios do sertão no período do avanço pastoril; bem como das políticas indigenistas, antes e depois do diretório pombalino. Não poderia esquecer ainda do excelente acervo das bibliotecas, no Rio de Janeiro, onde tive a oportunidade de consultar importantes livros e coletâneas documentais da história colonial brasílica, muitos deles sem edição recente e mesmo livros raros, tanto na BNRJ e IHGB quanto no Real Gabinete Português de Leitura.